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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENT AL ESCOLA BOSQUE PROFESSOR “EIDORFE MOREIRA” RAPHAELA CIBELLY DOS SANTOS LEÃO USO, AÇÃO E FUNÇÃO DA BAUHINIA KUNTHIANA VOGEL NA ILHA DE CARATATEUA – BELÉM /PA Belém 2011

Leão, r. c. s. bauhinia kuntiana vogel

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLA BOSQUE PROFESSOR “EIDORFE MOREIRA”

RAPHAELA CIBELLY DOS SANTOS LEÃO

USO, AÇÃO E FUNÇÃO DA BAUHINIA KUNTHIANA VOGEL NA ILHA DE CARATATEUA – BELÉM /PA

Belém 2011

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RAPHAELA CIBELLY DOS SANTOS LEÃO

USO, AÇÃO E FUNÇÃO DA BAUHINIA KUNTHIANA VOGEL NA ILHA DE CARATATEUA – BELÉM/PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Centro De Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Professor “Eidorfe Moreira” como requisito a obtenção do título de Técnica em Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Msc. Breno Rodrigo de Oliveira Alencar

Belém 2011

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RAPHAELA CIBELLY DOS SANTOS LEÃO

USO, AÇÃO E FUNÇÃO DA BAUHINIA KUNTHIANA VOGEL NA ILHA DE CARATATEUA – BELÉM/PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Centro De Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Professor “Eidorfe Moreira” como requisito a obtenção do título de Técnica em Meio Ambiente.

Banca Examinadora: _____________________________________ Profª. Msc. Breno Rodrigo de Oliveira Alencar (Orientador) _____________________________________ Profª. Msc. João Luis da Silva Lopes (Examinador) _____________________________________ Profª. Camila Marreiro Pacífico Fonseca (Examinadora) Conceito: Excelente

Belém, 14 de abril de 2011

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Dedico esta obra à memória de meu pai Lafaiett Leão, que de alguma forma, que eu não sei explicar, me deu forças para não fracassar nessa busca incansável pela felicidade.

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AGRADECIMENTOS

Não poderia começar essa parte do estudo (que tanto esperei) sem antes agradecer a Deus, aquele que fez com que tudo se tornasse concreto, apesar de muitas vezes achar que não teria forças para continuar uma força sobrenatural sempre me manteve de pé.

Ao meu orientador Breno Alencar, que me fez perceber o potencial que

existe em mim; acreditando que eu sou capaz, e que fez realidade um sonho. A minha mãe Patrícia, acima de tudo por ter me dado a vida, por investir em

mim e pelas “broncas” que me fizeram refletir e ver meus erros, fazendo de mim uma pessoa melhor.

Em especial a memória de meu pai Lafaiett. Aos meus avós Ana e Natalino, os quais eu admiro e agradeço a pessoa que

me fizeram graças a criação que me foi dada. Ao meu único irmão Charles, que do seu próprio jeito sempre esteve ao meu

lado. Ao Jean, pelo companheirismo e carinho que existe entre nós, e por acreditar

no meu potencial mesmo de olhos fechados. E por fim, agradeço aqueles que de alguma forma exerceram alguma

contribuição para a minha formação pessoal e profissional.

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RESUMO

A espécie pesquisada foi a Bauhinia kunthiana Vogel, conhecida vulgarmente como escada-de-jabuti, a qual pertence a família Leguminosae, sendo esta uma trepadeira lenhosa. Esta pesquisa tem por objetivo discutir a importância, função e uso do cipó estudado, no contexto sócio-ambiental da Ilha de Caratateua, onde sua incidência é relativamente grande e interfere na dinâmica sócio-econômica de sua população. A pesquisa procurou identificar a espécie em questão (através de visita a RPPN e análise laboratorial na Embrapa), para melhor detalhar seus usos e funções para as populações da ilha, já que esse cipó é tão importante não só para a população, mas também para a biodiversidade do ecossistema onde está inserido. Mesmo que em pequena escala constatou-se que a população utiliza a Bauhinia kunthiana Vogel em seus usos artesanal e medicinal, e também reconhece a sua importância para a Ilha de Caratateua.

Palavras-Chave: Bauhinia kunthiana Vogel - Trepadeira Lenhosa – Ilha de Caratateua

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ABSTRACT

The species studied was the Bauhinia kunthiana Vogel, commonly known escada-de-jabuti, which belongs to the family Leguminosae, which is a woody vine. This research aims to discuss the importance, function and use the vine studied in the socio-environmental Caratateua Island, where its incidence is relatively large and interferes with the dynamics of socio-economic population. The survey sought to identify the species in question (seen through the PRNP and laboratory of Embrapa), to better detail their uses and functions for the population of the island, since this vines so important not just for the people but also for biodiversity of the ecosystem where it is inserted. Even on a small scale it was found that the population uses the Bauhinia kunthiana Vogel at his craft and medicinal uses, and also recognizes their importance to Caratateua Island.

Keywords: Bauhinia kunthiana Vogel - woody vine - Caratateua Island

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Bauhinia kunthiana Vogel em seu habitat natural.................... 19 Figura 2: População de cipós (Bauhinia kunthiana Vogel)................... 20 Figura 3: Mudas de sementes de cipós (Bauhinia kunthiana Vogel)........ 21 Figura 4: Bauhinia kunthiana Vogel..................................................... 22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Exemplos de cipós medicinais............................................... 16 Tabela 2: Distribuição por sexo e faixa etária........................................ 25 Tabela 3: Tempo de moradia............................................................... 26 Tabela 4: Conhecimento sobre cipós.................................................... 26 Tabela 5: Conhecimento sobre o uso da Bauhinia kunthiana Vogel......... 27

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................. 11

1 JUSTIFICATIVA........................................................................ 11 1.1 OBJETIVO GERAL...................................................................... 17

2 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................... 18 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.................................... 18 2.2 PROCEDIMENTOS...................................................................... 22

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................... 25

3.1 - PERFIL DEMOGRÁFICO – ANÁLISE DOS DADOS

25

CONCLUSÃO................................................................................. 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 29 REFERÊNCIAS CONSULTADAS......................................................... 29 REFERÊNCIAS CITADAS NO TEXTO……………………..……….…………...... 29

ANEXO.......................................................................................... 32

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa surgiu a partir de um seminário da disciplina IPC (Iniciação a

Pesquisa Científica), em Outubro de 2009, o qual relatava apenas a biologia de cipós

como um todo, a forma de crescimento, os benefícios e malefícios, ou seja, a

influência no meio onde está inserido. Após o seminário, foi feita uma resenha com o

mesmo tema. Em seguida, em Dezembro de 2009, na mesma disciplina, foi solicitada

a produção de um artigo. Este por sua vez sofreu algumas modificações em seu

conteúdo, se comparado com o seminário. Desde então a pesquisa voltou-se para à

Ilha de Caratateua, Belém-PA, e não mas para toda a Amazônia, como foi proposto

inicialmente, aliás algo bastante ambicioso para uma pesquisa de iniciação científica.

1 - JUSTIFICATIVA

As trepadeiras lenhosas, mais conhecidas como cipós, sobem sobre suportes,

utilizando outras plantas de apoio; logo, por não possuir apoio próprio, seu caule é

estreito e flexível, proporcionando a ela elevadas taxas de crescimento. Embora haja

muito a aprender sobre este grupo de plantas, o qual foi deixado de lado durante

muito tempo, a diversidade e a importância ecológica das trepadeiras agora são

amplamente reconhecidas, graças aos esforços de pesquisadores em todo o mundo,

sendo raros os estudos anteriores a 1980.

Segundo a classificação de Veloso (1992), trepadeiras são todas as plantas

lenhosas ou herbáceas que vivem apoiadas em outras plantas ou substrato, cujas

gemas, acima do solo, são protegidas por catáfilos1. Trepadeiras, portanto, são

plantas cujo crescimento em altura depende da sustentação mecânica fornecida por

outras plantas. Enquanto as árvores investem recursos em tecidos de sustentação,

trepadeiras investem em crescimento rápido em altura. As trepadeiras crescem

geralmente em direção ao dossel, sombreando as árvores que as sustentam e

competindo com estas por luz, água e nutrientes.

Gentry (1991) ressaltou que a falta de conhecimento da florística de

trepadeiras é agravada por conta de não haver estudos nesse sentido, pois os

1 Catáfilos são folhas reduzidas que geralmente protegem as gemas dormentes, com grandes reservas de nutrientes. Em alguns casos especiais, atuam como órgão de reserva.

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levantamentos florísticos que abrangem todas as formas de vida dificilmente

abordam trepadeiras, já que estas plantas são mais difíceis de serem vistas por

ocuparem o dossel florestal, merecendo uma amostragem direcionada e intensa.

Apesar de sua reconhecida importância ecológica, a atenção dirigida ao

estudo das espécies desse grupo tem sido pequena e, além disso, embora apresente

vasta distribuição, é provavelmente, o grupo de plantas menos coletado, devido à

dificuldade de se trabalhar em florestas densas e ricas em espécies e pela altura em

que se encontram.

Como já foi dito anteriormente, até o final da década de 1980, o

conhecimento da ecologia de trepadeiras era pouco explorado. Após a publicação de

trabalhos sobre a biologia de plantas de hábito trepador, como o de Putz e Mooney

(1991), houve maior interesse pelo estudo de trepadeiras. No Brasil, a partir da

década de 1980, observou-se crescente empenho dos botânicos em estudar este

grupo, sendo publicados trabalhos que abordaram exclusivamente a florística, como

os de Putz (1983).

Apesar de sua importância nas florestas tropicais, raramente as trepadeiras

são tidas como objetos principais nos estudos florísticos, sendo, muitas vezes,

coletadas casualmente. No Brasil, os poucos estudos florísticos que focaram mais

especificadamente as trepadeiras são recentes, tendo sido realizados na vegetação

amazônica (Gentry, 1978; Prance, 1994; Ribeiro et al., 1999), em floresta atlântica

(Lima et al., 1997) e em floresta estacional semidecídua da região sudeste (Morellato

e Leitão Filho, 1996, 1998; Hora e Soares, 2002). Dentre os trabalhos florísticos que

incluíram trepadeiras em sua listagem de espécies, pode-se citar Weiser e Godoy

(2001), Stranghetti e Ranga (1998), Batalha et al. (1997), Bernacci e Leitão Filho

(1996) e Torres (dados não publicados). Aspectos ecológicos foram abordados por

Hora e Soares (2002); Araújo e Martins (1999); Lombardi et al. (1999); Morellato e

Leitão Filho (1996) e Romaniuc Neto e Godoi (dados não publicados).

A importância de se estudar a população de trepadeiras, visa um melhor

manejo e conservação dos fragmentos florestais, pois diversos trabalhos destacam a

invasão de trepadeiras como um problema para a manutenção do fragmento,

interferindo na regeneração da população arbórea e aumentando a probabilidade de

queda de árvores. Por outro lado, os padrões fenológicos das trepadeiras são,

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geralmente, complementares aos das árvores, resultando em um constante

suplemento de néctar, pólen e fruto para a fauna em períodos de escassez de frutos

de espécies arbóreas. Representam em média, 21% das espécies de plantas

utilizadas como alimento por ampla variedade de primatas tropicais. Floristicamente

são importantes, contribuindo com cerca de 25% da diversidade taxômica das

florestas tropicais. Neste contexto é interessante mencionar que aproximadamente

metade das famílias de plantas vasculares possui espécies de trepadeiras. Segundo

Gentry (1991), 26 famílias de angiospermas incluem 85% de todas as trepadeiras do

Novo Mundo e as mais ricas em espécies são Asclepiadaceae, Convolvulaceae,

Leguminosae, Asteraceae, Bignoniaceae, Malpighaceae, Sapindaceae, Passifloraceae,

Cucurbitaceae e Apocynaceae.

Em fragmentos maiores, e possivelmente melhor conservados, o número de

espécies de trepadeiras tende a ser menor. Porém, esta relação pode não ser

verdadeira, pois os levantamentos florísticos com ênfase em trepadeiras são raros e

não existem informações suficientes sobre a riqueza de espécies de trepadeiras em

áreas bem conservadas.

As trepadeiras possuem estruturas especializadas para agarrar os suportes,

às vezes chamadas de órgão de fixação ou “prehensile apparati” 2. O órgão de

fixação mais conhecido é a gavinha. As gavinhas podem ser folhas, folhas novas,

estípulas, inflorescências, ramos ou caules (ex:. várias leguminosas). Na densa

vegetação dos arredores da floresta, existe uma abundância de suportes em

potencial, os quais ajudam a explicar por que as trepadeiras são tão abundantes

nesses locais. A probabilidade de encontrar suportes aumenta consideravelmente

pelos movimentos circulares induzidos pelo crescimento dos caules e gavinha,

denominados espirais de circunulação. Pesquisadores revelam que as trepadeiras

espirais ficam alongadas em direção a suportes em potencial, aumentando ainda

mais a probabilidade de encontrar um apoio.

Quando se encontram no dossel, as trepadeiras geralmente crescem entre as

copas das árvores. Estas conexões entre copas são muito importantes para os

animais que não conseguem voar ou planar por grandes distâncias e também para

aumentar a probabilidade de que essas árvores puxem as vizinhas quando caírem. 2 Estrutura especializada para agarrar suportes

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Segundo Kelly (1985) e Hegarty (1991), trepadeiras com gavinhas são

agrupadas as plantas que se fixam a um suporte por meio de estruturas modificadas

em gavinhas de origem diversa (cauliar, foliar, etc.), na qual se insere à Bauhinia

kunthiana Vogel, objeto deste estudo. Em face à escassez de levantamentos, pouco

se pode concluir em relação às categorias de trepadeiras lenhosas.

Apesar das diferentes formas de escalar das trepadeiras terem importância

reconhecida, tanto do ponto de vista taxonômico quanto ecológico, raros são os

estudos voltados para a classificação e quantificação desses mecanismos de

ascensão nas espécies das formações vegetais brasileiras. Contudo, há de se

considerar que esta classificação muitas das vezes torna-se complicada, pois diversas

espécies combinam mais de um método de escalar, como é o caso de algumas

espécies de leguminosas.

O hábito de subir aparentemente evolui numerosas vezes no reino das

plantas. As famílias de plantas florescentes particularmente ricas em espécies de

trepadeiras incluem Bigononiaceae, Vitaceae, Leguminosae, Menispermaceae e

Hippocrateaceae. Todas as espécies de alguns gêneros de trepadeiras incluem

espécies de arbustos e árvores (ex: Bauhinia kunthiana Vogel).

As trepadeiras são encontradas nas florestas dos trópicos até as zonas

boreais dos hemisférios norte e sul, bem como nos desertos e florestas tropicais

úmidas. Entretanto, são mais diversificadas próximas ao equador.

A maioria das trepadeiras regenera-se da semente ou como rebentos

vegetativos das raízes ou caules caídos de indivíduos estabelecidos. As trepadeiras

criadas a partir de sementes geralmente passam despercebidas, porque possuem

apoio próprio e aparência de mudas de árvores. As pessoas com habilidades para

reconhecer todas as espécies de árvores de uma floresta, geralmente pressupõem

que as mudas não identificadas sejam trepadeiras. Após a perturbação, as

trepadeiras tipicamente aumentam num primeiro momento e, em seguida, caem em

abundância. No entanto, devido ao crescimento dos indivíduos que persistem, uma

fração da floresta tende a ser formada pela biomassa de trepadeiras. As trepadeiras

contribuem para apenas 5% do total da biomassa acima do solo, as folhas de

trepadeiras podem contribuir 40% da área foliar total da floresta.

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A flexibilidade das trepadeiras aumenta a probabilidade de sobreviverem

quando caem com as árvores hospedeiras. Conseqüentemente, muitas das

trepadeiras que proliferam em espaços de queda de árvores são botões de

trepadeiras que sobreviveram à queda.

Tanto o processo de fragmentação da floresta como os eventos de

perturbação proporcionam um aumento de áreas com maior incidência luminosa,

com clareiras e bordas, que favorecem o desenvolvimento dessa forma de vida.

As trepadeiras são de grande relevância em muitas florestas tropicais. Elas

compreendem cerca de 30% dos indivíduos e espécies das florestas tropicais, sendo

freqüentemente citadas como as mais óbvias diferenças entre estas e as florestas

temperadas. Além disso, em algumas florestas, a diversidade dessas trepadeiras

pode ultrapassar 44% das espécies florestais, com média de 51 espécies por

hectare.

Um exemplo claro é o chá de Ayahuasca que é usado milenarmente por

índios da América do Sul, como instrumento espiritual e ritual. A ação do chá deve-se

às plantas utilizadas na sua preparação: O cipó Banisteriopsis caapi e as folhas do

arbusto Psycotria viridis. Os efeitos observados são: alucinações, hipertensão,

taquicardia, náuseas, vômito e diarréia. Podendo causar efeitos mais sérios ao

organismo e, portanto, merecem maior atenção (Costa; Figueiredo e Cazenave,

2005).

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O único estudo fitossociológico de trepadeiras em floresta de terra firme na

Amazônia Central é o de Maia (1991). Nesse estudo, a autora além de observar

alterações na população de trepadeiras em função de tipo e estrutura do solo,

registrou as mais ricas em espécies, dentre elas a Bauhinia kunthiana Vogel.

A trepadeira Bauhinia kunthiana Vogel é de grande importância na região

norte, sendo usada em diversas atividades, como artesanato; principalmente na

confecção de arranjos; e medicinal, como remédio natural-caseiro utilizado pelas

populações tradicionais da região contra diarréia e ameba, porém, a de maior

destaque está relacionada a cura da diabetes. No entanto, ainda não há dados

científicos concretos que provem a legitimidade desse processo.

Além disso, as espécies de trepadeiras fornecem recursos, tais como brotos,

flores e frutos para a fauna destas áreas (Morellato e Leitão Filho, 1996). Assim, as

estratégias de manejos florestais e a legislação ambiental explicitamente consideram

as espécies de trepadeiras em função de seu importante papel ecológico.

Tabela 1: Exemplos de cipós medicinais

Nome Vulgar Nome Científico Uso Local Modo de Usar

Escada-de-jabuti

Bauhinia kunthiana Vogel

Diabetes (em estudo), problemas intestinais, diarréia e ameba

Chá

Cipó D’alho Pachyptera alliaceae

Febre e para acalmar criança Fricção e banho

Cipó Cumacaí Lophostoma calophylloides meissn

Reumatismo e feridas

Fricção e emplasto (raspa e coloca-se no álcool para passar à noite)

Cipó Curimbó Tenaecium nocturnum Febre

Fricção (raspa da raiz e folha queimada)

Cipó Luira ou Iuira

Guatteria scandens ducke

Para acalmar criança Banho

Cipó Puca Cissus sicyoides Derrame

Chá (juntamente com semente de gergelim preto e arruda)

Fonte: Pesquisa bibliográfica

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A “Lei da Natureza”, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais

(9.605/98), se encarrega de regularmente a prática de manejo de cipós. Segundo a

mesma, em seu artigo 46, referente a crimes contra a flora, afirma:

Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento. Parágrafo Único- Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe a venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. Com pena de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Em caso de haver uma área com grande incidência da Bauhinia kunthiana

Vogel, na qual ocorra a produção de carvão, sem que haja um manejo florestal das

espécies, pode-se autuar o infrator (produção, transporte, armazenamento e venda),

segundo a lei acima.

A evidência de que as trepadeiras podem representar grande parte da

riqueza de espécies florestais, reforça a necessidade de novos estudos voltados para

essa espécie. Sendo assim, é fundamental incentivar esses estudos, pela sua

importância para o entendimento da dinâmica desses vegetais.

1.1 - OBJETIVO GERAL

Analisar e descrever a importância da Bauhinia kunthiana Vogel, na ilha de

Caratateua, exaltando seus diversos usos, tais como: medicinal, artesanal e no

ecossistema onde está inserido; assim, promovendo a conscientização da população

da ilha em torno do uso, ação e função da espécie em questão.

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2 - MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O local onde foi realizado este estudo é classificado como uma Reserva

Particular do Patrimônio Natural (RPPN), o qual possui uma área de 70 hectares,

localizada na Avenida Manoel Barata, próximo ao CEFAP, na ilha de Caratateua,

Belém-PA. Custódio, responsável pela mesma, afirma que na área situava-se a Escola

Agrícola Manoel Barata que devastou o espaço há 80 anos atrás para a exploração e

uso do solo. Anos depois foi abandonada quando esta instituição foi transferida para

Castanhal, dando origem ao Instituto Federal de Educação Técnica.

Há um manejo de flora nas clareiras da reserva, com o plantio de espécies

centenárias, a exemplo do cedro (Cedrus sp.) e do Angelim (Andira sp.). O objetivo

da reserva é extrair sementes dessas espécies para reflorestar outras áreas

devastadas.

A reserva possui vários convênios, e um deles é com a Fundação Escola

Bosque (Funbosque), onde estudo, sendo que com esta é apenas verbal, nada

oficial. Quando a Funbosque foi criada, ocorreu uma parceria entre ambas, havendo

visitas na reserva diariamente.

Na ocasião do reconhecimento do cipó escada-de-jabuti (Bauhinia kunthiana

Vogel), dia 15/04/2010, saímos da casa do responsável às 8h. Após 26 minutos de

caminhada chegamos ao local onde há a maior incidência desta espécie. Essa

primeira população visitada está situada em área de terra-firme. Ela possui mais de

30 anos de longevidade e uma extensão em torno de 50 metros. Sua vegetação é

composta por espécies de 15 a 30 anos de longevidade, com grande biodiversidade,

e há a presença de outras espécies de cipós, dentre eles o cipó-de-fogo (Davilla sp.),

do qual se extrai água potável. A mata do local é secundária, com resquícios de

primária, a qual está sendo reflorestada com espécies centenárias.

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Figura 1: Bauhinia kunthiana Vogel em seu habitat natural

Fonte: Autora

O ambiente onde está presente o cipó Bauhinia kunthiana Vogel é totalmente

coberto pelo mesmo, formando um micro clima com ar frio, ventilado e sem a

presença de sol, ou seja, sombreado. Os cipós se entrelaçam desde o chão até os

pontos mais altos das árvores. A visualização da população foi feita desde a raiz da

planta matriz, ao redor da mesma, até o ponto de melhor visualização da população

como um todo. Toda a população observada é apenas uma unidade, sendo que,

quando o caule encosta na terra brotam filhos da mesma.

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Figura 2: População de cipós (Bauhinia kunthiana Vogel)

Fonte: Autora

Perto da primeira população existe outra, sendo essa menor que a primeira.

Ela também possui mais de 30 anos, com caule de 59 cm de diâmetro. Nessa

segunda população chegamos às 9h 51min. Nas proximidades de ambas as

populações, e no caminho que as liga, há grande incidência de mudas de sementes

do cipó Bauhinia kunthiana Vogel A reserva possui 20 populações do cipó estudado,

nesse dia de observação, foi possível a visualização de duas delas, sendo elas as

principais.

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Figura 3: Mudas de sementes de cipós (Bauhinia kunthiana Vogel)

Fonte: Autora

O período de floração da Bauhinia kunthiana Vogel, ocorre sempre no mês

de setembro (verão paraense). Mas, com as irregularidades climáticas, esse

fenômeno pode ocorrer antes do previsto. O que poucos sabem é a diferença de um

cipó para uma raiz. O cipó cresce de baixo para cima, e a raiz vai de cima para baixo.

Outra observação é que a Bauhinia kunthiana Vogel não germina em área de várzea.

O cipó Bauhinia kunthiana Vogel possui dois tipos de germinação: através

das sementes, ou do encontro dos cipós com o solo. A Bauhinia kunthiana Vogel

germina facilmente, necessitando apenas de adubação, de preferência adubo

orgânico, e também de uma cobertura com serragem, ou com pedaços de pau podre

(peneirado).

A Bauhinia kunthiana Vogel é do mesmo gênero da “pata de vaca”, e ambas

possuem a mesma substância, que é a insulina, usada para diabetes, sendo que, na

Bauhinia kunthiana Vogel, essa substância é mais concentrada. Porém, a medicina

ainda não estudou o potencial desse cipó no tratamento do diabetes.

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Figura 4: Bauhinia Kunthiana Vogel

Fonte: Autora

Após 2h 17min de caminhada para o reconhecimento da espécie, retornamos

ao ponto de partida.

2.2 - PROCEDIMENTOS

Como já foi dito, a princípio a pesquisa buscava relatar todas as espécies de

cipós da ilha, no entanto esta proposta era ousada demais. Mas, com o decorrer da

pesquisa, e diálogos com vários professores da Funbosque a pesquisa sofreu

modificações. A partir de então foi determinado, através de orientação, que a mesma

seria realizada em apenas uma área da ilha, e focaria em apenas uma espécie de

cipó, a Bauhinia kunthiana Vogel. Essa espécie foi escolhida por possuir múltiplas

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funções, tais como: medicinais, artesanais e também por ser importante para o

ecossistema onde está inserida. Logo, a pesquisa, assim definida poderia detalhar

mais à fundo o potencial desse cipó, sem perder o seu objetivo inicial. Essa etapa

teve fim em Março de 2010.

O próximo passo foi a escolha da área de estudo. No início foi difícil defini-la,

pois precisávamos de uma área com uma extensão consideravelmente grande, e

também pouco modificada antropicamente, tornando a pesquisa mais exequível e

melhor para a observação do material de estudo. Existiam três possíveis áreas; a

RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), o Queiral3 e por fim a ilha de Santa

Cruz. Mas, para até mesmo facilitar a familiarização com à área de estudo, optou-se

pela RPPN, por conta de ser uma área já conhecida por visitas anteriores, sendo que,

o que parecia ser tão simples, acabou sendo uma das etapas mais complicadas da

pesquisa. Pois, ter acesso à área de interesse foi difícil, e teve uma demora de

aproximadamente um mês. Houve também a hipótese da pesquisa ser realizada nas

delimitações da Funbosque, pela presença de cipós na área, no entanto tornaria a

pesquisa um tanto limitada. Assim, a visita à RPPN para o estudo do cipó Bauhinia

kunthiana Vogel só foi realizada em Abril de 2010.

Após o estudo de campo, surgiu a necessidade de haver o reconhecimento

florístico do cipó, neste caso a Bauhinia kunthiana Vogel, pois por não saber

exatamente a espécie desse cipó, certas afirmações não poderiam ser feitas. Sendo

assim, uma amostra do cipó foi levada para o Herbário IAN da Embrapa, para análise

florística. O resultado dessa análise, cujo processo de identificação se deu pela

comparação com o acervo do Herbário da Embrapa e classificação dos gêneros em

família segundo APG III, permitiu identificar a espécie como sendo da família

Leguminosae-Caesalp, cujo nome cientifico é Bauhinia kunthiana Vogel,

popularmente conhecida como “Escada-de-jabuti”.

No mês de junho de 2010, na ocasião das comemorações da “Semana do

Meio Ambiente”, foi realizado na Funbosque um seminário discente, no qual a fase

preliminar da pesquisa foi apresentada. No mês seguinte, Julho, a mesma pesquisa

foi apresentada na 62ª Reunião Anual da SBPC, em Natal-RN, com apresentação de

3 Esta área foi indicada por possuir grande incidência de cipó, assim sendo viável ter esta como área de estudo.

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pôster. Nesta oportunidade mantive contato com outros pesquisadores que se

demonstraram interessados com o conteúdo da pesquisa, devido ser este um tema

pouco abordado e explorado, obtendo o certificado de apresentação.

Por fim, foram realizadas entrevistas no mês de Novembro de 2010 com

moradores do bairro da Brasília. A mesma de deu aleatoriamente. O objetivo era

obter dados sobre o perfil dessa população e o conhecimento da mesma sobre as

funções dos cipós existentes na ilha e as formas de uso da espécie em questão. As

entrevistas seguiram o modelo de formulário com base em perguntas fechadas e

abertas.

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3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 - PERFIL DEMOGRÁFICO – ANÁLISE DOS DADOS

O trabalho de campo teve 11 colaboradores dos sexos masculino e feminino,

todos moradores da ilha de Caratateua, conforme descritos na tabela a seguir:

De acordo com esta tabela é possível observar que a maioria dos

pesquisados é do sexo feminino, o que indica que as mulheres possuem maior

domínio sobre as utilidades dos cipós.Considerando as respostas obtidas durante as

entrevistas pode-se perceber que a maioria das mulheres são dona de casa. Logo,

são mulheres que cuidam dos filhos e utilizam seus conhecimentos acerca do uso de

cipós para cura e tratamento de doenças, muito comum às crianças e adolescentes

da região.

É possível perceber também que a maioria dos entrevistados possui entre 45

e 70 anos, o que indica que o conhecimento derivado do uso do cipó Bauhinia

kunthiana Vogel para tratamento e outros fins (artesanatos, etc.) é mais comum

entre pessoas mais idosas.

No que se refere ao tempo de moradia no local a tabela a seguir indica que

os entrevistados residem no local há cerca de 12,3 anos, tempo suficiente para

familiarização e contato com esta espécie, assim como com o conhecimentos

derivados de seu uso.

Tabela 2: Distribuição por sexo e faixa etária

Sexo Idade

Homens

Mulheres

Total

21-30 01 -- 01 31-40 -- 01 01 41-50 -- 03 03 51-60 02 02 04 61-70 -- 02 02

Total 03 08 11

Fonte: Formulário

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Dos 11 colaboradores da pesquisa, 08 possuem conhecimento dos cipós

existentes na ilha, e apenas 03 não possuem conhecimento nesse sentido. No

entanto 09 têm conhecimento das formas de uso, enquanto 02 não possuem

conhecimento algum no uso de cipós. Podendo assim concluir que a população da

Ilha de Caratateua possui um conhecimento voltado para a utilização de cipós.

Observe a tabela abaixo:

Tabela 3: Tempo de Moradia

Nome Tempo de moradia (em anos) A 07 B 01 C 13 D 20 E 25 F 25 G 07 H 06 I 06 J 20 K 06

Média 12,3 Fonte: Formulário

Tabela 4: Conhecimento sobre Cipós

Nome De que forma você utiliza os Cipós? A “Não conheço, mas sei que serve para amarração e para embebedar

peixes no rio.” B ------------------------------------------------------------- C “Não utilizo, mas sei que é bom pra fazer chá, para artesanatos e

também para amarração de cercados.” D “Alguns para chá e outros para a fabricação de artesanatos.” E “Não utilizo, mas sei que é utilizado em artesanatos para decoração, e

para envenenar peixes para pescar.” F “Não utilizo, mas serve para artesanatos.” G “Na amarração ou tecimento de instrumentos, e também para chá e

banho.” H ------------------------------------------------------------- I “Não utilizo, mas serve para artesanatos em geral.” J “Artesanatos, amarração de cercados e para brincar de pular corda.” K “Para temperar tucupi.”

Fonte: Formulário

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No que se refere ao cipó estudado, a Bauhinia kunthiana Vogel, dos 11

colaboradores da pesquisa, 6 possuem conhecimento da existência dessa espécie na

ilha, e 05 não possuem conhecimento nesse sentido. No entanto 05 têm

conhecimento das formas de uso, enquanto 06 não possuem conhecimento algum no

uso da espécie Bauhinia kunthiana Vogel. Levando-nos a concluir que a população da

ilha de Caratateua possui um conhecimento mediano quando se trata dessa espécie

em particular. Observe a tabela abaixo:

Tabela 5: Conhecimento sobre o uso da Bauhinia kunthiana Vogel

Nome De que forma você utiliza a Bahinia kunthiana Vogel? A ------------------------------------------------------------- B ------------------------------------------------------------- C “Não utilizo, mas é um remédio anti-flamatório.” D “Na forma de remédio.” E ------------------------------------------------------------ F ------------------------------------------------------------ G “ Na forma de chá.” H ------------------------------------------------------------- I ------------------------------------------------------------ J “ Não fabrico, mas utilizo artesanatos feitos da escada-de-jabuti.” K “Não utilizo, mas sei que serve medicinalmente.”

Fonte: Formulário

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CONCLUSÃO

A espécie pesquisada foi a Bahinia kunthiana Vogel, conhecida vulgarmente

como escada-de-jabuti, a qual pertence a família Leguminosae, sendo esta uma

trepadeira lenhosa.

A extensão das populações estudadas evidencia o quanto essa espécie

desenvolve-se rapidamente, e a presença de mudas próximas a elas nos prova que

de fato essa espécie é polinizada por insetos. E por fim constata-se que é uma

espécie que pode caracterizar matas secundárias.

No que se trata do conhecimento tradicional da população sobre cipós,

conclui-se que a população da ilha possui conhecimento dos cipós existentes na

mesma, e conhece os seus usos. Já sobre a Bauhinia kunthiana Vogel, conclui-se que

o conhecimento da população é menor comparado ao conhecimento sobre os cipós

em geral. Mesmo que em pequena escala constatou-se que a população utiliza a

Bauhinia kunthiana Vogel em seus usos artesanal e medicinal, e também reconhece

a sua importância para a ilha de Caratateua. Porém, não é um conhecimento elevado

e unânime. Mas saber que existe esse conhecimento torna mais fácil explorar o

potencial da espécie na ilha, e trabalhar a conscientização ambiental, para não vir a

degradar áreas onde está presente a Bauhinia kunthiana Vogel.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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