Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    autor

    JOSÉ LEANDRO CIOFI

    1ª edição

    SESES

    rio de janeiro 2015

    ROTINAS DEADMINISTRAÇÃODE PESSOAL

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    Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;

    adriana maria christino

    Autor do original josé leandro cioffi

    Projeto editorial roberto paes

    Coordenação de produção gladis linhares

    Coordenação de produção EaD karen fernanda bortoloti

    Projeto gráfico paulo vitor bastos

    Diagramação bfs media

    Revisão linguística amanda carla duarte aguiar

    Imagem de capa jakub jirsák | dreamstime.com

    todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida

    por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em

    qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

    C576g Ciofi, José Leandro

      Rotinas de administração de pessoal (folha) / José Leandro Ciofi.

      Rio de Janeiro : SESES, 2015.

      112 p. : il.

      isbn: 978-85-60923-69-4

      1. Departamento pessoal. 2. Recursos humanos. 3. Rotinas.

    4. Folha de pagamento. I. SESES. II. Estácio.

    cdd 658.3

    Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento

    Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa

    Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj —cep 20261-063

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    Sumário

    Prefácio 7

    1. Conceitos Gerais sobre Folha de Pagamento 9Objetivos 10

    1.1 Folha de Pagamento e suas Implicações 11

    1.2 Entendendo Salários e Conceitos Complementares 12

    1.3 Remuneração Fixa e Variável 14

    1.4 Entidades Públicas 141.4.1 FGTSE as Obrigações Acessórias Relacionadas 15

    1.4.2 INSS e a GPS 16

    1.4.3 IRRF 18

    1.5 O Departamento Pessoal 20

    1.6 Cálculos Diversos no Contracheque ou Holerite 20

    1.7 Holerite 21

    1.8 Pensão Judicial 22

    1.9 Previdência Privada 241.10 Assistência Médica 25

    Atividades 26

    Reflexão 27

    Referências bibliográficas 27

    2. Outras Verbas e Fechamento deFolha de Pagamento 29

    Objetivos 30

    2.1 Introdução 31

    2.2 13º Salário - Pagamento E Incidência 31

    2.3 Férias – Panorama Geral 33

    2.3.1 Férias Coletivas 39

    2.3.2 Férias Proporcionais e Vencidas na Rescisão 40

    2.4 Verbas no Fechamento Folha de Pagamento 41

    2.5 Etapas Básicas Envolvendo Fechamento de Folha de Pagamento 41

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    2.5.1 Fechamento da Folha de Adiantamentos 42

    2.5.2 Fechamento da Folha de Pontos 42

    2.5.3 Revisão de Férias e Afastamentos 43

    2.5.4 Fechamento da Folha de Pagamentos 43

    2.5.5 Emissão de Relatórios de Líquidos 442.5.6 Cálculo de Tributos 44

    2.5.7 Emissão de Guias de Tributos 45

    2.5.8 Transmissão de Informações aos

    Órgãos Governamentais Competentes 45

    ATIVIDADES 46

    2.5.9 Emissão de Outros Relatórios Acessórios 46

    2.5.10 Envio de Guias ao Sindicato das Categorias 46

    REFLEXÃO 47REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

    3. Simulação de Rotina de Fechamento eIntrodução à Rescisão de Contrato de Trabalho 49

    Objetivos 50

    3.1 Introdução 513.2 Simulação de Rotina de Fechamento de Folha de Pagamento 51

    3.2.1 Folha de Pagamento Sintética e Analítica 56

    3.3 Rescisão de Contrato de Trabalho 57

    3.3.1 Aviso Prévio Na Rescisão Contratual 57

    3.3.2 13.º Proporcional na Rescisão Contratual 61

    3.3.3 cálculo do FGTS e GRRF na rescisão contratual 62

    3.3.4 Variáveis que Influenciam a Rescisão Contratual 63

    Atividades 66Reflexão 67

    Referências bibliográficas 68

    4. Rescisão e Casos Práticos 69Objetivos 70

    4.1 Introdução 71

    4.2 Tipos de Rescisão 71

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    4.3 Efeitos do FGTS na Rescisão 74

    4.4 Rescisão no Holeritee o TRCT –

    Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho 76

    4.5 Incidência de Impostos na Rescisão - Cálculos 77

    4.6 Demissão por Justa Causa 834.7 Homolognet 84

    Atividades 86

    Reflexão 87

    Referências bibliográficas 87

    5. Encargos e Obrigações Acessórias 89Objetivos 905.1 Introdução 91

    5.2 Principais Encargos Sobre a Folha de Pagamento 92

    5.3 Contribuição Sindical 94

    5.4 Obrigações Posteriores do Empregador 95

    5.5 A Desoneração da Folha de Pagamento 96

    5.6 Seguro Desemprego 97

    5.7 Carta de Preposição 995.8 O Processo de Fiscalização 100

    5.9 Órgãos Regulamentadores 101

    5.10 O Trabalho do Auditor Fiscal 101

    5.10.1 A Documentação Exigida 103

    5.10.2 Demais Documentos Exigidos em Fiscalização 103

    5.10.3 Auto de Infração e Penalidades 104

    5.10.4 Procedimento da Defesa 105

    Atividades 105Reflexão 107

    Referências bibliográficas 107

    Gabarito 108

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    Prefácio

    Prezados(as) alunos(as),

     A dinâmica do mercado está cada vez mais complexa, fomentando uma

    nova geração de empresas envolvidas no desenvolvimento de bons processos

    de gestão. Em meio aos desafios das companhias brasileiras, insta a necessi-

    dade de se adotar as melhores práticas e gerar informações fidedignas para o

    processo de gestão.

    Paralelemente a esta dinâmica, torna-se fundamental investir em capital

    humano, em sistemas eficientes de informação e gestão e, a partir destas de-

    mandas, profissionais de áreas como recursos humanos passam a ser essen-ciais para o desenvolvimento e evolução das empresas.

     A legislação trabalhista brasileira está entre as mais complexas e diversifica-

    das no mundo, e as práticas de rotinas relacionadas com recursos humanos e

    departamento social são inúmeras e extremamente específicas.

     Visando fornecer uma visão de maior amplitude dos processos envolvidos

    no fechamento de folha de pagamentos e demais desdobramentos, este mate-

    rial reúne os principais conceitos acerca da temática trabalhista e elenca, além

    de todas as aplicabilidades, as rotinas necessárias para gestão de departamen-

    to social.

    Será possível conhecer e realizar cálculos de proventos como salários, fé-

    rias, décimo terceiro e impactos de tributos incidentes sobre estes eventos. Adi-

    cionalmente, simulações de folha de pagamento e de rescisões de contrato de

    trabalho – com diferentes ‘motivos de desligamento’ – e reporte de obrigações

    acessórias também são apresentados na mesma linha de prioridade.

     Ao concluir a leitura deste material, você estará pronto para entender e cal-

    cular tributos, gerar folhas de pagamentos e enviar obrigações acessórias em

    conformidade com a legislação brasileira.

    Bons estudos!

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    Conceitos Geraissobre Folha de

    Pagamento

    1

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    10 • capítulo 1

    Os cálculos envolvendo a ‘folha de pagamentos’ são diversos e contemplam

    uma série de verbas e implicações. Neste capítulo você vai ser apresentado

    aos conceitos iniciais importantes no processo de fechamento de ‘folha’, co-

    nhecer as principais entidades públicas, tributos incidentes sobre as princi-pais verbas e incidências.

    OBJETIVOS

    Ao final deste capítulo você vai conhecer:

    • Conceitos de Folha de Pagamentos e Implicações;

    • Pensão Judicial;• Previdência Privada;

    • Assistência Medica;

    • Conhecer como funciona o processamento da folha de pagamento;

    • Entender a composição do holerite e impostos sobre a folha de pagamento.

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    capítulo 1 • 11

    1.1 Folha de Pagamento e suas Implicações

     As empresas, de forma geral, necessitam da mão de obra de seus colabora-

    dores para que possam ser executadas tarefas diárias e o negócio possa seroperacionalizado.

     A partir desta necessidade básica que é estabelecida a relação entre o em-

    pregador e o empregado, celebrada por meio de um contrato de trabalho.

    O Contrato de Trabalho passa a existir a partir do momento em que é forma-

    lizada a relação entre empregador e empregado, por meio de um documento

    oficial contendo cláusulas de deveres e direitos para ambos. Uma vez firmado

    o contrato de trabalho, o empregado faz jus ao salário em contrapartida ao tra-

    balho desempenhado.Mensalmente e, especialmente no Brasil, as empresas precisam pagar os

    seus funcionários e uma série de implicações surge em meio a esta demanda.

    É certo que muitas empresas não contratam seus funcionários apenas como

    mensalistas, outras contratam por horas de trabalho, outras empresas remune-

    ram por dia, e assim sucessivamente. No tocante à forma de pagamento, mui-

    tas companhias efetuam pagamentos semanais, outras apenas fazem o paga-

    mento dos adiantamentos salariais.

    Para que a empresa possa efetuar o pagamento do salário ao seu quadrofuncional, é necessário que seja processada uma rotina de cálculos referente à

    “Folha de Pagamentos”. Esta rotina é responsável por efetuar cálculos de ven-

    cimentos e descontos dos colaboradores, além de evidenciar de tributos inci-

    dentes no processo. A folha de pagamentos é obrigatória para fins trabalhistas

    e previdenciários e a sua ausência (ou existência de erros e inconsistências) é

    passível de penalidades.

    Neste contexto, para que ocorra o fechamento da rotina de folha, é necessá-

    rio formalizar um processo de fechamento. Neste processo, o primeiro passo jáocorreu – que é a realização do contrato, já os próximos passos estão relaciona-

    dos a uma série de documentações e providências a serem tomadas para conclu-

    são do fechamento.

     A seguir serão apresentadas, com maior detalhamento, verbas específicas

    que fazem parte do cálculo de folha de pagamento como: pensão judicial, pre-

     vidência privada, assistência médica, 13º salário; além de casos práticos como

    as operações e cálculos com estas verbas, bem como as rotinas associadas a

    obrigações acessórias envolvendo estes eventos.

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    12 • capítulo 1

    Em meio a estas diversas possibilidades, as empresas precisam reportar às

    entidades públicas os valores que estão sendo pagos aos funcionários, os valo-

    res que estão sendo retidos e os impostos que estão sendo confeccionados men-

    salmente. Independente da forma de contratação ou dos meios e intervalos depagamentos,a apuração da folha de pagamentos gera uma série de eventos e

    controles que precisam ser administrados com o maior refinamento possível.

    Este capítulo objetiva apresentar a você os principais conceitos e processos

    que envolvem o fechamento da ‘folha de pagamentos’, todavia, antes de se ini-

    ciarem as apresentações de rotinas de fechamento, é deveras importante que

     você relembre alguns cálculos básicos e efeitos de alguns tributos para que de-

    pois sejam realizadas as etapas de fechamento.

     As seções a seguir vão abordar cálculos básicos de salários, remuneraçõespor hora, por dia, fixa e variável, comissões e impactos destas verbas na folha. É

    certo que você já conhece estes temas, mas esta visão vai ampliar e reavivar seus

    conhecimentos para que o fechamento seja mais bem compreendido.

    1.2 Entendendo Salários e Conceitos

    ComplementaresO salário pode ser mensurado de formas distintas: por horas de trabalho, por

    dia, por semana, por mês – caracterizando proporções relacionadas a unidades

    de tempo. Além desta medida, também pode ser mensurado com base em uni-

    dades produzidas ou por tarefarealizada. Há uma gama de verbas que incidem

    na ‘folha de pagamentos’. Nesta seção, serão abordadas algumas delas, sua for-

    ma de cálculo e o impacto destas verbas nos impostos

     A metodologia mais comum de se calcular salários é a relacionada por tem-po e, geralmente, mensal. Existem outros países em que as empresas remune-

    ram seus empregados semanalmente, como o caso dos EUA (Estados Unidos).

     Antes de se dar início ao cálculo de salários e apresentar as rotinas de fecha-

    mento de folha, é importante frisar que existem algumas diferenças conceitu-

    ais, especialmente relacionadas a ‘salário’ e ‘remuneração’.

    Entende-se como salário toda a contraprestação efetivamente devida ao empre-

    gado pelo trabalho ora desempenhado. Já a remuneração se refere a qualquer ou-

    tra forma de pagamento como benefícios, adicionais, etc. Portanto, pode-se dizer

    que todo salário é uma remuneração, contudo, nem toda remuneração é salário.

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    capítulo 1 • 13

     Além do salário, o empregado também pode receberoutras remunerações

    atreladas ao desempenho de tarefas específicas, performance, ou a título be-

    nefícios. Em meio a estas remunerações, merecem destaque ‘as comissões’ e

    também as ‘horas extras’.O pagamento de comissões está vinculado ao cumprimento, em geral, de

    metas de vendas – geralmente vendas líquidas recebidas. As comissões são cal-

    culadas e adicionadas do descanso semanal remunerado – DSR.

    DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

    Esta verba é extremamente importante no cálculo dos salários, uma vez que a mesmarepresenta uma remuneração do empregado ainda que ele não esteja trabalhando. Por

    exemplo, quando uma empresa contrata um funcionário por um salário de $10.000 re-

    ais mensais, ela o remunera, inclusive, nos momentos em que ele estiver em descanso,

    por isso o termo ‘descanso semanal remunerado’. Esta verba possui efeitos sobre as

    comissões e também sobre as horas extras.

     As horas extras, por sua vez, representam a mão de obra suplementar ouextraordinária relacionada ao excedente de trabalho contratado. É importante

    destacar que não se faz necessária a realização do trabalho, apenas a disponibi-

    lidade do empregado para o empregador já configura a hora extra.

    Em meio ao grupo de remunerações existe uma verba conhecida como salá-

    rio família. O salário família é um benefício concedido pelo governo brasileiro

    desde a década de 60 para aqueles trabalhadores que possuem salários dentro

    de um valor limite estabelecido por lei, que varia conforme o número de filhos.

    Esta verba é paga pelo empregador juntamente com o salário e é deduzida naguia de INSS do mesmo exercício. Pode-se notar, neste caso, que o governo não

    desembolsa, efetivamente o benefício, apenas deixa de receber o valor corres-

    pondente na guia de arrecadação.

     A tabela atualizada para pagamento de salário família obedece os seguintes

    critérios:

    SALÁRIOS SALÁRIO FAMÍLIA

    Até R$ 682,50 R$ 35,00 por filhoentre R$ 682,51 a R$ 1.025,81 R$ 24,66 por filho

    Tabela 1.1 – Fonte: Portaria Interministerial MPS/MF n.º 19, de 10/01/2014.

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    14 • capítulo 1

    É importante destacar que o trabalhador recebe o benefício até que os filhos

    completem 14 anos, conforme previsão legal.

    1.3 Remuneração Fixa e Variável

     Ainda em relação aos conceitos de remuneração, coexistem conceitos relacio-

    nados à remuneração fixa e remuneração variável. Entende-se por remuneração

    fixa todos os pagamentos efetuados em favor do trabalhador relacionados ao

    contrato de trabalho, como salário fixo e benefícios concedidos. A remunera-

    ção variável, como sugerido pela própria nomenclatura, é aquela que depende

    de outro fato gerador para ocorrer, como por exemplo: pagamentos por perfor-mance, gratificações, participação nos lucros, comissões, bônus, entre outros.

    1.4 Entidades Públicas

    O processo que envolve o fechamento de ‘folha de pagamentos’ está associa-

    do às rotinas estabelecidas pela legislação brasileira. Em verdade, por conta de

    uma série de tributos incidirem sobre a folha, há entidades públicas, órgãos einstituições governamentais responsáveis pela fiscalização e recebimento das

    informações geradas pelo departamento pessoal.

    Mensalmente, as empresas efetuam o cálculo de suas ‘folhas de pagamen-

    to’ que compreendem uma rotina que vai muito além da geração de remessas

    de pagamentos. Após a realização de cálculos de salários e geração de informa-

    ções dos valores líquidos para serem destinados aos colaboradores, os respon-

    sáveis pelo departamento pessoal geram uma série de obrigações associadas a

    cálculo de tributos, conciliações, geração de guias vinculadas ao Estado e Uniãoe, posteriormente, reportam estas informações por meio de sistemas internos

    que são interligados a softwares  que coletam, validam e enviam informações a

    todos os órgãos responsáveis.

    O Brasil possui um conjunto de sistemas e procedimentos específicos que

    pesam sobre as atribuições burocráticas dos responsáveis pelo departamento

    pessoal. Apesar das rotinas serem exaustivas, pode-se dizer que o sistema fun-

    ciona e ampara, especialmente o trabalhador.

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    capítulo 1 • 15

    Os principais tributos envolvidos neste processo são o INSS, de responsa-

    bilidade do Estado, o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, gerido

    pela Caixa Econômica Federal, o IRRF – Imposto de Renda Retido em Fonte, de

    responsabilidade da União.Os tópicos a seguir detalham maiores explanações sobre estes tributos.

    1.4.1 FGTSE as Obrigações Acessórias Relacionadas

    O FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, foi criado pelo Lei 5.107, de

    13 Setembro (Brasil, 1966), e hoje é regido por força da Lei 8.036, de 11 de maio

    (Brasil, 1990), e suas alterações.

    O percentual aplicado ao FGTS corresponde a 8% e deve ser recolhido todoo dia 07 de cada mês por meio da GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de

    Informações à Previdência Social (INSS).

     A base de cálculo do FGTS é toda a remuneração percebida pelo empregado,

    listadas conf. Art. 457 e 458 da CLT (Brasil, 1943).

    Para recolher o FGTS, o empregador inicialmente alimenta um sistema de-

    nominado SEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações

    à Previdência Social. Após as validações das informações inseridas neste sis-

    tema, a transmissão das mesmas é realizada por um sistema denominadoConectividade Social. Após o envio, o sistema Conectividade emite protocolos

    e a guia de recolhimento do FGTS e o SEFIP emite relatórios complementares

    como relação de trabalhadores, guias de INSS e outros relatórios de fechamento.

    O SEFIP é o programa que deve ser baixado no site da Caixa Econômica

    Federal (CEF–www.cef.gov.br) conhecido como “Conectividade Social”. O sis-

    tema Conectividade Social – Sefip tem muitas vantagens, é seguro e integrado

    com a Previdência Social, a Caixa Econômica Federal e com a Receita Federal,

    além de gerar a guia do GPS e FGTS.

    CONEXÃOPara saber mais sobre o FGTS e gerido pela Caixa Econômica Federal, acesso o portal da

    Caixa: http://www.caixa.gov.br

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    16 • capítulo 1

    1.4.2 INSS e a GPS

    O INSS (Instituto Nacional Seguro Social) é uma autarquia do governo federal

    responsável pela administração e gestão da previdência social. Este institutopossui as atribuições de prover o benefício da aposentadoria, pensão por mor-

    te, auxílio doença para os trabalhadores que contribuem com a previdência.

     A previdência social é responsável, mediante as contribuições mensais dos

    assegurados, por cuidar do presente e futuro do trabalhador. As contribui-

    ções ao INSS asseguram ao empregado a qualquer tempo (durante o trabalho

    ou não) que o mesmo seja amparado em caso de acidente, maternidade ou na

    aposentadoria.

    O imposto associado ao INSS se apresenta de duas formas principais nas re-lações trabalhistas no Brasil: a parcela que é descontada do funcionário no mo-

    mento de remuneração do mesmo, que ocorre como uma forma de retenção na

    fonte; e a parcela de contribuição realizada pela entidade empregadora, sobre o

    percentual fixo1 de 20% sobre o total da folha de pagamento, além de prestado-

    res de serviços que porventura tenham fornecido serviços à entidade ao longo

    do período de apuração, conforme prevê a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

    Esta última parcela, comumente denominada patronal, é dispensada, como

    forma de incentivo, para algumas empresas a depender de suas opções tributá-rias e atividades em que estão inseridas.

    O INSS é pago por meio de uma guia denominada GPS (Guia de Pagamento

    da Previdência Social).

    O Ministério da Previdência administra a previdência social por meio po-

    líticas, sempre visando a melhoria dos segurados, os empregados contribuin-

    tes. O Art. 201 da Constituição Federal (Brasil, 1988) prevê o Regime Geral de

    Previdência Social. E a Lei 8.212 de 24 de julho (Brasil, 1991)estabelece as dire-

    trizes, planos e benefícios concedidos pela previdência social. A tabela abaixodemonstra as bases de cálculo para retenção do INSS dos funcionários:

    SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO ALÍCOTAAté $ 1.399,12 8,0%

    De $ 1.399, 13 até $ 2.331,88 9,0%De $ 2.331,89 até $ 4.663,75 11,0%

    Tabela 1.1 – Tabela de Contribuição INSS dos segurados empregados, empregado domésti-

    co e trabalhador avulso. Fonte: INSS (2015).1 Este percentual pode variar dependendo do ramo de atuação da empresa.

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    capítulo 1 • 17

     A base de cálculo para o INSS são os vencimentos do empregado da que se-

    guem a faixa da tabela acima. Caso o empregado tenha os vencimentos que ul-

    trapassem o limite (no caso superior a $4.663,75),o valor a ser descontado não

    ultrapassa R$ 513,01. Veja alguns exemplos a seguir.

    EXEMPLOSEXEMPLO 1: Calculando INSS, considere um salário de R$ 2.974,00.

    Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%.

    Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.

    SÁLARIO 2.974,00Aliquota de INSS (tabela) 11,00%

    INSS a recolher 327,14

    LÍQUIDO A RECEBER 2.646,86

    EXEMPLO 2: Calculando INSS, considere um salário de R$ 5.325,00.

    Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%. Porém, o montante de salário

    ultrapassa o limite de $4.663,75, portanto, o empregado paga somente o teto.

    Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.

    SÁLARIO 5.325,00Aliquota de INSS (tabela) 11,00%

    INSS a recolher 513,01

    LÍQUIDO A RECEBER 4.811,99

    EXEMPLO 3: Calculando INSS, considere um salário de R$ 4.600,00 e um montante de

    horas extras no total de $150,00.

    Conforme a tabela o empregado está na faixa dos 11%. Porém, ao somar as horas ex-

    tras o montante de salário ultrapassa o limite de $4.663,75, portanto, o empregado paga

    somente o teto.

    Neste exemplo não estão sendo considerados efeitos de outros tributos além do INSS.

    SÁLARIO 4.600,00Horas extras 150,00

    Aliquota de INSS (tabela) 11,00%INSS a recolher 513,01

    LÍQUIDO A RECEBER 4.236,99

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    18 • capítulo 1

    A Previdência Social tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus se-

    guradospara substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capa-

    cidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego

    involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão.

    1.4.3 IRRF

    O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte)como próprio nome sugere, tributa

    a renda do trabalhador diretamente na fonte. O desconto é efetuado na ‘folha

    de pagamentos’ e recolhido ao Governo Federal por meio do DARF(Documentode Arrecadação Fiscal).

    O cálculo do IRRF obedece a algumas regras ea base de cálculo para o IRRF,

    conforme tabela abaixo, é obtida da seguinte forma:

    (+) RENDIMENTO DO PERÍODO(–) Contribuição paga ao INSS

    (–) Valor de desconto ref. aos dependentes(–) Pensão Judicial

    (–) Recolhimento ref. Previdência Privada(=) Base de Cálculo IRRF> Aplicação Aliquota IR

    (–) Parcela a reduzir (tabela

    (=) IRRF

     A tabela para cálculo do IRRF a ser aplicada sobre a base de cálculo segue

    abaixo:

    BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$)Até 1.787,77 – –

    De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96

    Acima de 4.463,81 27,5 826,15Dedução por dependente: R$ 179,91

    Tabela 1.3 – Tabela do IRF– Vigência a partir de 01.01.2014Fonte: Receita Federal (2014)

     A remuneração líquida das deduções deve ser identificada na tabela con-

    forme a classificação da renda, que será associada à alíquota corresponden-

    te. Em seguida, deve ser aplicado o percentual o imposto e subtraído o valor

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 1 • 19

    a deduzir. Os valores de descontos da formação da base de cálculo permitidos

    pela legislação podem ser encontrados nos. Art. 43 e Art. 74, Art.77 e 78 do RIR

    99 – Regulamento do Imposto de Renda (Brasil, 1999).

     A seguir são abordados exemplos com maiores detalhamentos sobre os cál-culos envolvendo IRRF.

    EXEMPLOSEXEMPLO A: trabalhador com salário de $4.600,00, Pensão Alimentícia de 15% e opção de

    Previdência Privada de 6%. Como ficaria o valor a recolher de IRRF?

    SALÁRIO 4.600,00INSS 506,00

    Prev. Privada (6%) 276,00Pensão Judicial (15%) 690,00Base de cálculo IRRF 3.128,00

    Aliquota tabela 15%Nova base IRRF 469,20Parcela a deduzir 335,03

    IRRF A RECOLHER 134,17

    EXEMPLO B: trabalhador com salário de $2.900,00, Pensão Alimentícia de 25% e opçãopor Previdência Privada de 6%. Como ficaria o valor a recolher de IRRF?

    SALÁRIO 2.900,00INSS 319,00

    Prev. Privada (6%) 174,00Pensão Judicial (15%) 725,00Base de cálculo IRRF 1.682,00

    Aliquota tabela 0%

    Nova base IRRF –Parcela a deduzir 335,03

    IRRF A RECOLHER –

    Neste exemplo pôde-se verificar que o trabalhador, a princípio, tinha rendi-

    mentos para tributar o IRRF, contudo, após as deduções de INSS, Previdência

    Privada e Pensão Judicial, a base formada de $1.682,00 é inferior ao valor míni-

    mo de tributação (que no caso é $1.787,77). Portanto, não há incidência de IRRF.

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    20 • capítulo 1

    1.5 O Departamento Pessoal

    O departamento pessoal é o setor da companhia ou escritório contábil respon-

    sável pelas: contratações, demissões, registros, prestar informações ao fisco,elaboração da folha de pagamento, prestação de informações aos empregado-

    res e aos empregados.

    Há pouco tempo atrás, somente as grandes empresas possuiam o departa-

    mento pessoal, todavia, este cenário mudou e mesmo as médias e pequenas

    empresas estão cientes da necessidade deste departamento. O profissional que

    atua nesta área precisa ter um leque de conhecimentos: contábil, fiscal, finan-

    ceiro e noções de direito trabalhista. Um departamento eficaz evita problemas

    as empresas e processos trabalhistas.

    1.6 Cálculos Diversos no Contracheque ouHolerite

    Todo empregado, ao receber seu contracheque mensal ou holerite, pode ob-

    servar a diferença entre seu salário bruto e o salário líquido. Essa diferençacorresponde aos descontos e aos impostos. A Consolidação das Leis do Tra-

    balho – CLT, prevê os descontos possíveis, amparados por lei e aqueles que o

    empregador não pode descontar, ou tem limites ao desconto. Neste capítulo

    serão mostrados os descontos que podem ver aparecer no contracheque, com

    exemplos.

     Vejamos alguns dos descontos:

    a) INSS – Instituto Nacional do Seguro Social – GPS – Guia da Previdência

    Socialb) IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

    c) Contribuição Sindical

    d) Contribuição Assistencial

    e) Contribuição Confederativa

    f) Vale Transporte

    g) Vale Alimentação

    h) Pensão Alimentícia

    i) Empréstimo Consignado

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 1 • 21

     j) Faltas e Atrasos

    k) Previdência Privada

    l) Adiantamento de Salário

    m) Assistência Medica e Odontológican) Farmácia

    o) Caso de Dano ao patrimônio da empresa, multas de transito e outros

    descontos.

    1.7 Holerite

    O Holerite é o documento que demonstra os proventos, os descontos, e os im-postos incidentes sobre a folha de pagamento. Trata-se de uma formalização da

    composição do pagamento realizado pela prestação dos serviços, em um con-

    trato entre empregador e empregado.

    Em linhas gerais, a empresa efetua o pagamento ao funcionário e disponi-

    biliza o holerite. No passado, muitos pagamentos eram realizados em espécie e

    o holerite era entregue junto do montante em dinheiro. Com passar dos anos e

    a própria evolução dos meios de pagamento, as empresas passaram a pagar via

    cheque e, na atualidade, realizam pagamentos via remessa bancária. A figura aseguir exibe um modelo padrão do holerite:

    Recibo de pagamento de salárioMinha Empresa S/A

     Av. Brasil, 1.000

    00.000.000/00010-00

    Código nome do funcionário

    1 João da Silva 12345CBO

    Cód Descrição Referência Vencimentos

    Total de Vencimentos

    Valor Líquido

    Faixa IRRFBase Cálc. IRRFFGTS di NêsBase Cálc. FGTSSal. Contr. INSSSálario Base

    Referente ao mês

    Declaro ter recebido a importância liquida discriminada neste holerite

     Assintura do Funcionário

    Banco Agência: C/C:Total de descontos

    Descontos

    Func. Consultor Contábil

    1 Salário do Mês 30,00 3.500,00

    3.500,00

    3.500,003.500,00 3.500,00 280,00 1.855,00 15,0%

    1.779,96

    1.720,05

     –1.050,00

    210,00

    70,005,04

    385,00

    2 Desconto de pensão judicial 2,003 Desconto de Previdência Privada 1,00

    Desconto de Assistência Médica 3,00Desconto de IRRF 1,00Desconto de INSS 1,00

    456

     __/__/__ 

    Figura 1.1 –Modelo Padrão Holerite. Fonte: elaborado pela autor.

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    22 • capítulo 1

     A via do holerite, muito conhecida por ser um formulário na cor verde, era

    frequentemente utilizada pelas empresas. Hoje, porém, muitas companhias já

    não disponibilizam este documento fisicamente, colocando-o à disposição em

     websites corporativos com ‘login’  e ‘senha’.O termo holerite deriva de Herman Hollerith, o nome de um inventor e em-

    presário norte-americano. Hollerith inventou um sistema de registro de infor-

    mações em cartões perfurados, que revolucionou o processamento de grandes

    quantidades de dados.

    Constam no holerite informações importantes como: dados da empre-

    sa e/ou empregador, salário bruto, data de admissão, cargo, função, CBO –

    Classificação Brasileira de Ocupação, proventos, descontos, e o salário líquido.

    Os proventos geralmente ficam no lado esquerdo do holerite e os descontos,por sua vez, do lado direito.

    Como é possível notar, muitos são os conceitos envolvendo as rotinas de

    folha de pagamento. A importância do conhecimento nesta área leva o res-

    ponsável pelo departamento pessoal a uma demanda que vai, desde os conhe-

    cimentos da operação, até o conhecimento mais profundo quanto a verbas

    principais, verbas complementares, entendimento do funcionamento das en-

    tidades públicas fiscalizadoras. Até este presente momento você já está dian-

    te dos primeiros degraus que vão desencadear ações práticas que envolvem oentendimento da guias de recolhimento, o comportamento dos tributos, entre

    outros fatores.

     Além da compreensão acerca destes elementos fundamentais (e ainda preli-

    minares), existem outros componentes envolvidos no processo de fechamento

    de folha que impactam nas operações e nos cálculos. Entre estes componentes,

    existe a Pensão Judicial, que é descontada diretamente na fonte e gera efeitos

    no cálculo de tributos, a Previdência Privada, que é recolhida de forma opcio-

    nal por muitos colaboradores e empregadores e, assim como a Pensão Judicial,implica efeitos no cálculo do imposto de renda. Os tópicos a seguir descrevem

    com maior detalhamento o funcionamento destes componentes.

    1.8 Pensão Judicial

     A pensão judicial é uma obrigação tanto do pai quanto da mãe. Em um proces-

    so de divórcio, na sua maioria a guarda dos filhos é da mãe, mas atualmente a

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 1 • 23

    opção pela guarda compartilhada, ou seja, dividida entre o pai e mãe tem cres-

    cido nos últimos anos.

     A pensão judicial tem suas bases na legislação, Artigo 327 do Código Civil

    (Brasil,1916), o Artigo 13 da Lei do Divórcio (Brasil,1977), e o Artigo 21 doEstatuto da Criança e do Adolescente (Brasil,1990). A Lei 5.478 (Brasil, 1968)

    dispõe sobre a ação de alimentos e outros direcionamentos.

     A criança beneficiária da pensão judicial tem o direito a recebê-la até com-

    pletar a maioridade civil, ou seja aos 18 anos. Este prazo poderá ser prorrogado

    caso o beneficiário estiver cursando ensino superior.

    O percentual que será descontado em folha de pagamento é determinado

    no processo judicial pelo juiz. Para efetuar o desconto da pensão judicial em

    meio aos vencimentos do empregado, não é necessária autorização do empre-gado, uma vez que o desconto é involuntário e possui amparo pelo Art. 462 da

    CLT (Brasil, 1943).

     Veja o exemplo abaixo de cálculo de pensão judicial, supondo um desconto

    de 22% conforme a sentença do juiz:

    VENCIMENTO DESCONTOSSalário R$ 5.000,00 Pensão Judicial (22%) R$ 1.409,32

    Hora extra R$ 652,00 INSS 11% (Teto) R$ 513,01

    Comissão R$ 754,00 IRRF R$ 406,86TOTAL PROVENTOS R$ 6.406,00 TOTAL DESCONTOS R$ 2.329,19

    LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.076,81

    Tabela 1.4 – Calculo de Pensão Judicial. Fonte: elaborado pela autor.

    Sob o aspecto fiscal, pode-se notar na tabela acima que a pensão judicial é

    totalmente dedutível para o cálculo do IRRF – Imposto de Renda Retido Fonte,

    em se tratando de uma decisão judicial, como prevê o Art. 1.124-A da Lei 5.869

    – Código de Processo Civil (Brasil, 1973). Ainda sob a ótica do IRRF, as impor-tâncias pagas a título de pensão judicial são dedutíveis para quem paga, e, tri-

    butáveis para quem recebe. Outro aspecto importante sobre a pensão judicial

    é o cálculo: no processo judicial o juiz vai determinar a forma para se chegar ao

     valor, se serão pelos rendimentos líquidos ou pelos rendimentos brutos.

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    24 • capítulo 1

    1.9 Previdência Privada

     A previdência privada é uma ‘aposentadoria’ similar à previdência social.

    O titular deste plano de benefício pode efetuar recolhimentos por contaprópria ou por meio de um benefício concedido por uma empresa (que pode

    ser recolhido integralmente ou parcialmente pela mesma). Esta modali-

    dade de previdência não está ligada à previdência social, e é fiscalizada pela

    Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal. O va-

    lor a ser recolhido vai depender das características contratadas no plano.

     A previdência privada tem caráter complementar à previdência social con-

     vencional. Em geral, o empregador contribui com um percentual e o emprega-

    do com outro percentual, sendo um benefício que empresas do setor públicoou privado oferecem aos seus empregados. Basicamente, existem dois tipos de

    modalidade:

    PGPL  Esta modalidade é indicada para pessoas que tem renda mais alta e que

    façam declaração de IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) completa,

    pois é dedutível para o imposto de renda;

    VGBLEsta modalidade é não é dedutível do na declaração de IRPF (imposto

    de renda pessoa física), portanto para as pessoas que façam declaração

    simplificada.

    É importante destacar que existem dois tipos de previdência complemen-

    tar (ou previdência privada): a aberta e a fechada. A previdência complementar

    aberta é aquela comumente recolhida por qualquer pessoa física ou jurídica,

    geralmente oferecida por instituições financeiras como Brasilprev, BradescoPrevidência, etc. Esta modalidade, conforme mencionado acima é fiscaliza-

    da pela SUSEP. Já a previdência complementar fechada é aquela que funcio-

    na apenas internamente em algumas empresas e são operacionalizados ‘fun-

    dos de pensão’. Esta modalidade é fiscalizada pela Secretaria da Previdência

    Complementar.

    Serão apresentados, a seguir, visando facilitar o entendimento prático,

    exemplos de cálculos e dedução de previdência privada com impacto no IRRF –

    Imposto de Renda Retido na Fonte.

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    capítulo 1 • 25

    VENCIMENTO DESCONTOSSalário R$ 5.000,00 INSS 11% (Teto) R$ 513,01

    Hora extra R$ 652,00 Previdência Privada 5% R$ 250,00Comissão R$ 754,00 IRRF R$ 725,67

    TOTAL PROVENTOS R$ 6.406,00 TOTAL DESCONTOS R$ 1.488,68LÍQUIDO A RECEBER R$ 4.917,32

    Tabela 1.5 – Cálculo Previdência Privada. Fonte: elaborado pela autor

    No exemplo anterior, considera-se um empregado com salário de $5.000,00

    reais mensais que recolhe 5% de previdência privada. Nesta contratação, a em-

    presa se compromete a pagar mais 5% de previdência complementar. O valor

    deduzido dos vencimentos do colaborador é redutor da base de cálculo de im-

    posto de renda2

    .

    CONEXÃOSaiba mais sobre a Previdência Privada Aberta!

    http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-

    complementar-aberta

    1.10 Assistência Médica

     A assistência medica é um benefício destinado aos empregados que pode ser

    estendido aos seus dependentes. Basicamente, um contrato de prestação de

    serviço médico hospitalar entre a pessoa jurídica do empregador e a empresa

    prestadora do serviço médico é firmado e oferecido aos empregados.

     A legislação do imposto de renda permite que seja deduzido da base de cál-culo da companhia o pagamento deste benefício em sua totalidade, desde que

    o mesmo seja concedido indistintamente a todos os empregados.

    O desconto parcial do benefício em folha de pagamento é uma pratica usual

    e aceita pelo fisco. Entretanto, algumas empresas também optam por não pro-

    ceder os descontos em folha. É imperativo destacar que mesmo que a empresa

    realize os descontos deste benefício em folha, ele não é dedutível da base cálcu-

    lo de INSS e IRRF do empregado, sendo apenas descontado dos vencimentos do

    2 A Tabela de imposto de renda para cálculo do exercício foi considerada a vigente no exercício de 2014.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    26 • capítulo 1

    funcionário. Entretanto, na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física

    anual, o funcionário precisa informar à Receita Federal os valores descontados

    em folha relacionados à ‘assistência média’. Nesta declaração de ajuste anual,

    os valores já pagos referentes à com assistência médica são deduzidos do saldoremanescente de imposto de renda a pagar. As informações prestadas pelo em-

    pregado são confrontadas por aquelas informadas pela empresa por ocasião de

    envio da DIRF (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte). Esta decla-

    ração, por sua vez, é entregue anualmente pelas empresas, contendo o informe

    de rendimentos do quadro funcional.

    O informe de rendimentos é o documento hábil para o empregado fazer uso

    dos valores pagas a título de assistência medica e abater do IRPF – Imposto de

    Renda Pessoa Física que pagamos anualmente, porém, esta discussão não sefaz importante para este capítulo.

    ATIVIDADES01. Cite três descontos que podem aparecer no holerite. Explique.

    02. O benefício de assistência medica é um desconto permitido para cálculo de IRRF?

    03. O que são as siglas IRRF, GPS, FGTS?

    04. O que é DSR?

    05. Analise a frase a seguir e faça correções, caso esteja incorreta:

    “O salário família é um benefício concedido ao trabalhador afastado, por um período

    de 30 dias, calculado com base no número de folhos menores de 14 anos”.

    06. Qual a diferença entre remuneração fixa e remuneração variável?

    07. Considerando que o sr. Júlio tenha um salário mensal de R$1.500,00, qual seria o valor

    apropriado a ser descontado em ‘folha’ referente ao INSS do empregado?

    08. Considerando o sr. José Silva, um colaborador que recebe salário mensal de R$ 4.600,00,

    qual seria o valor a ser descontado em ‘folha’ referente ao IRRF (o colaborador possui um

    dependente).

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    capítulo 1 • 27

    09. Qual a diferença entre PGBL e VGBL? Explique.

    10. Descontos em ‘folha’ relacionados à Assistência Médica pode abater a base de cálculo

    de IRRF?

    11. A assistente de departamento social realizou o cálculo de folha e descontou dos funcio-

    nário 8% a título de FGTS. Este procedimento foi correto? Explique.

    REFLEXÃO

    Muitas sãs as leis, os impostos, as siglas, os programas e ferramentas utilizadas para o cál-culo da folha de pagamento. O conhecimento dos processos envolvidos na ‘folha de paga-

    mentos’facilita as decisões envolvendo os aspectos entre o empregado versus empregador

    e também para o fisco, que obtém as informações com a maior eficiência e transparência.

    Neste capítulo foram elencados os principais pontos acerca da ‘folha de pagamentos’

    envolvendo os impostos e casos práticos. Apesar de serem apresentadas muitas explana-

    ções sobre esta área, ainda há muito para se discutir e aprender. O que foi apresentadones-

    tecapítulo é apenasa “ponta do iceberg ” de conhecimento neste tema. Vamos prosseguir nos

    estudos!

    LEITURAAZEVEDO, Marcia Carvalho deand TONELLI, Maria José. Os diferentes contratos de traba-

    lho entre trabalhadores qualificados brasileiros. RAM, Rev. Adm. Mackenzie [online]. 2014,

    vol.15, n.3, pp. 191-220. ISSN 1678-6971.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASTabela do INSS Vigente em 2015 – Website. Disponível em: http://www.portaltributario.com.br/

    guia/tabela_inss_empregados.html acesso em 13-01-2015

    Tabela do IRRF Vigente em 2015 – Website. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/

    Aliquotas/ContribFont2012a2015.htmacesso em 15-01-2015

    BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado

    Federal.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    28 • capítulo 1

    BRASIL. Lei nº 5.478, de 25 de Julho de 1968. Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras

    providências.

    BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de Julho de 1991. Consolidação da Legislação Previdenciária – CLP.

    BRASIL.Lei nº 6.515, de 26 de Dezembro de 1977

    . Regula os casos de dissolução da sociedadeconjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras providências.

    BRASIL. Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e

    dá outras providências.

    BRASIL. Lei 11.698, de 13 de julho de 2008. Altera os arts. 1.583 e 1.584 da Lei no 10.406, de

    10 de janeiro de 2002 – Código Civil, para instituir e disciplinar a guarda compartilhada.

    BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.

    BRASIL. Lei 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,

    e dá outras providências.BRASIL. RIR 99 – Regulamento do Imposto de Renda, 1999.

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    Outras Verbas eFechamento de

    Folha de Pagamento

    2

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    30 • capítulo 2

    Este capítulo discute verbas como 13º Salário e Férias, bem como os impac-

    tos tributários e efeitos nos cálculos para diferentes casos. Em meio às dis-

    cussões propostas, você vai compreender com maior detalhamento as etapas

    preliminares de fechamento de folha de pagamento, as rotinas iniciais quedevem ser conduzidas pelo responsável pelo departamentopessoal.

    OBJETIVOS

    Ao final deste capítulo você vai conhecer:

    • Cálculo de 13o Salário e Impactos nos Tributos;

    • Cálculo de Férias e Impactos nos Tributos;• Estudos de casos, exemplos envolvendo cálculos de Férias e 13.º Salário;

    • O funcionamento do processo de ‘folha de pagamentos’;

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 2 • 31

    2.1 Introdução

    Uma vez que você já conhece conceitos preliminares essenciais para entendi-

    mento das rotinas envolvendo o departamentopessoal, também se faz impor-tante compreender processos complementares que se relacionam com verbas

    como 13º salário e incidências, cálculo de férias, férias normais, verbas pro-

    porcionais que possuem efeitos na rescisão. Neste capítulo, portanto, serão

    abordados detalhes sobre cálculos e pagamentos de férias de 13º salário e as

    incidências de impostos sobre os mesmos.

    Em uma visão complementar, vamos dar início às rotinas de fechamento

    de folha de pagamento. Serão expostas algumas tarefas em âmbito preliminar

    para que você possa compreender o passo-a-passo do processamento de folha,cicliação e geração de guias e tributos.

    2.2 13º Salário - Pagamento E Incidência

    O décimo terceiro salário foi instituído pela Lei 4.090 (Brasil, 1962), que conce-

    de ao empregado o benefíciode recebermais um salário no exercício de dezem-

    bro, perfazendo 1/12 avos do seu salário atualizado por cada mês efetivamentetrabalhado. Este benefício é divido em duas parcelas, sendo a primeira paga

    entre fevereiro a novembro e a segunda parcela em dezembro.

    O trabalhador também tem o direito a receber o 13º salário quando do tér-

    mino de contrato por prazo determinado, por pedido de dispensa do emprega-

    do ou empregador, ainda que a saída do empregado seja antes do mês de de-

    zembro - neste caso receberá os avos (meses) trabalhados. Em havendo rescisão

    por justa causa, o pagamento do 13º salário não é devido ao empregado.

    O empregado também pode receber a primeira parcela do 13º salário juntocom as férias, conforme prevê o Art. 4 do Decreto nº 57.155 (Brasil, 1965), desde

    de que faça o pedido no mês de janeiro do ano corrente. Tendo o empregado

    recebido as férias de fevereiro a novembro, o empregador fará em dezembro o

    pagamento da segunda parcela com os descontos de IRRF e INSS.

    O 13º salário deve ser calculado com base no salário base de dezembro. Se

    o empregador antecipar o pagamento, deve se atentar a este fato e ser recalcu-

    lado o 13º salário pelo valor atualizado. Os impostos INSS e IRRF devem ser

    recolhidos nas competências corretas e pagos nos vencimentos determinados

    por lei: o INSS é recolhido na competência de dezembro, com vencimento em

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    32 • capítulo 2

    20 de dezembro. Os efeitos tributários sobre o 13º terceiro salário podem ser

    mais bem entendidos no quadro abaixo:

    13º SALÁRIO PERÍODO PAGAMENTO INSS IRRF FGTS

    1ª parcela entre 1/02 a 30/11 Não incide Não incide Incide2ª parcela dezembro Incide Incide Incide

    Tabela 2.1 – Pagamentos e Incidências 13.º Salário. Fonte: elaborado pela autor.

    Convém frisar que o pagamento da primeira parcela implica pagamento

    imediato, junto do cálculo da folha de pagamento corrente, do FGTS. Os de-

    mais impostos INSS e IRRF serão pagos (e deduzidos seus percentuais do em-

    pregado) somente na segunda parcela.

     A incidência deste impostos é sobre o valor total, no caso do FGTS, deve-sededuzir o valor já pago (se houve) ao longo do ano.

    O FGTS incidente sobre o 13º salário pago em dezembro deve ser recolhido em

    7 de janeiro, já o IRRF incidente sobre a renda percebida, se for pago 100% em no-

     vembro, será recolhido em dezembro, do contrário, será pago em janeiro. O INSS

    incidente no 13º salário calculado em dezembro deve ser pago em 20 de dezembro.

    Tem direito ao 13º salário todo empregado devidamente registrado com

    carteira assinada. A partir de quinze (15 dias) trabalhados o empregado faz jus

    a 1/12 avos, contando com mês integral.

    EXEMPLOSEXEMPLO 1:

    a) Empregado admitido em 19/10/XX

    Dias trabalhados: 12 dias, no mês de Outubro.

    O empregado não tem direito a 1/12 avos do mês de outubro;

    EXEMPLO 2:

    b) Empregado admitido em 10/11/XX

    Dias trabalhados: 20 dias, no mês de Novembro.

    O empregado tem direito a 1/12 avo do mês de novembro;

    O 13º Salário também é regido pelo Art. 473 da Consolidação das Leis do

    Trabalho – CLT (Brasil, 1943) e, assim como ocorre com os salários, ausên-

    cias legais e faltas injustificadas reduzem o salário ser recebido e podem ser

    descontados.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 2 • 33

    Outros valores recebidos pelo empregado, como por exemplo comissões, gorjetas, gra-

    tificações, conforme prevê o Art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT

    (Brasil, 1943), integram a base de cálculo do décimo 13º Salário.

    2.3 Férias – Panorama Geral

    O descanso remunerado, que chamamos de ‘férias’ é um direito do empregado,

    sem prejuízo de sua remuneração, oferecido a cada 12 meses trabalhados con-

    forme prevê o Art. 130 – CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Leinº 5.452 (Brasil,1943). Não existe na legislação a possibilidade de férias antes

    dos 12 meses completos, exceto férias coletivas exposto nos tópicos a seguir.

    O Empregado deve ser informado das férias com antecedência mínima de

    30 dias, por escrito no documento nomeado – Aviso de Férias -, e antes que

    comecem as férias, deve constar da CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência

    Social a anotação do período aquisitivo e período de gozo.

    O início do gozo das férias conforme prevê a legislação não pode iniciar nos

    sábados, domingos, feriados ou dia de compensação semanal de descanso.Também é sempre prudente consultar a Convenção Coletiva da categoria, pois

    lá podemos encontrar outras deliberações, por exemplo o dia 25 de dezembro e

    01 de janeiro, muitas vezes não são contados no período de férias em dezembro

    e janeiro.

    Na concessão das férias, o empregado pode solicitar o adiantamento da pri-

    meira parcela do 13º Salário, para tanto deve fazê-lo durante o mês de janeiro,

    até o dia 31 de Janeiro. Para que o empregado tenha o direito a primeira parce-

    la do 13º salário, as férias precisam ser gozadas de fevereiro a novembro, se oempregado tirar férias no mês de janeiro, não terá direito a pleitear a primeira

    parcela do 13º salário.

    Também por ocasião das férias o empregado pode solicitar o abono pecu-

    niário, conforme prevê o art. 143 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho –

    Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), pode solicitar com 15 dias de antecedência

    do término do período aquisitivo, o empregador converte 1/3 das férias em abo-

    no pecuniário, na prática o empregado goza 20 dias de férias e recebe 10 dias.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    34 • capítulo 2

    O pagamento das férias deve ocorrer com dois dias de antecedência do seu

    início, o empregado pode receber em espécie ou deposito bancário, desde de

    que respeitado a antecedência de 02 dias. Antes da saída das férias o emprega-

    do deve receber os documentos para assinatura e conferência:a) Aviso de férias;

    b) Solicitação de Férias em abono pecuniário (se solicitado);

    c) Solicitação da 1º parcela do 13º Salario (se solicitado);

    d) Recibo de Férias;

     Vejamos alguns exemplos demonstrativos de Férias, conforme segue:

    Demonstrativo do Cálculo das Férias

    Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00

    Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n

    Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série

    Cargoxxxxxx

    xxxxxx

    Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário

    xxxxxx

    xxxxxx

    Departamento

    Perído Aquisitivo

    Período de GozoPeríodo de Abono

    Retorno ao Trabalho

    Férias Gozadas R$ 3.333,33R$ 1.111,11

    R$ 1.666,67

    R$ 555,56

    488,89

    246,60

    R$

    R$ 9.166,67

    735,49

    8.431,18

    R$

    R$

    R$

    R$

    2.500,00

     Adicional de 1/3 de férias gozadas

     Adicional de 1/3 do abono pecuriario

     Adiantamento 1ª parcela do 13º salário

    Valor bruto das férias

    INSS

    IRRF 1 Dependentes

    Valor Desconto

    Valor líquido das Férias

    Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias

    Local e data

     Abono Pecuriario de Férias

    21/03/2014

    01/01/2013 a 31/12/2013

    01/03/2014 a 20/03/201421/03/2014 a 31/03/2014

    Figura 2.1 – Recibo Férias com Abono Pecuniário e 1º Parcela 13º Salario. Fonte: Elaborado

    pelo autor.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 2 • 35

    Note, na demonstração acima, que a empresa concede ao funcionário a re-

    muneração das férias e seus adicionais, junto da primeira parcela de 13º salá-

    rio – que foi solicitada com antecedência em conformidade com os parâmetros

    legais pelo funcionário – e também o abono pecuniário.

    Demonstrativo do Cálculo das Férias

    Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00

    Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n

    Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série

    Cargoxxxxxxxxxxxx

    Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário

    xxxxxx

    xxxxxx

    Departamento

    Perído Aquisitivo

    Período de GozoPeríodo de Abono

    Retorno ao Trabalho

    Férias Gozadas R$ 5.000,00R$ 1.666,67

    513,01

    816,69

    R$ 6.666,67

    1.329,70

    5.336,97

    R$R$

    R$

    R$

    Adicional de 1/3 de férias gozadas

    Valor bruto das férias

    INSS

    IRRF 1 Dependentes

    Valor Desconto

    Valor líquido das Férias

    Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias

    Local e data

    1/04/2014

    01/01/2013 a 31/12/2013

    01/03/2014 a 20/03/2014

    Figura 2.1– Recibo Férias sem abono pecuniário e sem 1º parcela 13º Salario. Fonte: Ela-

    borado pelo autor.

     Já neste demonstrativo, convém notar que a empresa paga ao funcionário

    apenas os dias correspondentes às suas férias e adicionais previstos em lei, mas

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    36 • capítulo 2

    não qualquer menção ao adiantamento da terceira parcela do 13º salário nem

    do abono pecuniário. Neste caso, o funcionário não fez estas solicitações junto

    ao departamento pessoal e, por isso, somente as férias são concedidas. Esse

    tipo de cálculo costuma ser mais comum no Brasil, uma vez que as empresasacabam por evitar o pagamento de abono pecuniário (em função dos custos) e

    também o pagamento antecipado da primeira parcela de 13º salário.

    Demonstrativo do Cálculo das Férias

    Empresa: Mundo Novo S.A CNPJ 00.000.000/0000-00

    Cidade: SantanaEndereço: Rua Nova s/n

    Nome do Empregado: João Da SilvaCarteira de Trabalho Série

    Cargoxxxxxx

    xxxxxx

    Recibo de Férias - c/ Abono Pecuniario - 1ª parecela 13º salário

    xxxxxx

    xxxxxx

    Departamento

    Perído Aquisitivo

    Período de GozoPeríodo de Abono

    Retorno ao Trabalho

    Férias Gozadas R$ 5.000,00R$ 1.666,67

    R$ 2.500,00

    513,01

    816,69

    R$ 9.166,67

    1.329,70

    7.836,97

    R$R$

    R$

    R$

     Adicional de 1/3 de férias gozadas

    Valor bruto das férias

    INSS

    IRRF 1 Dependentes

    Valor Desconto

    Valor líquido das Férias

    Recebi da empresa: Mundo S.A, a importânica líquida R$Conforme demonstrativo acima, referente as férias

    Local e data

     Adiantamento 1ª parcela do 13º salário

    01/04/2014

    01/01/2013 a 31/12/2013

    01/03/2014 a 20/03/2014

    Figura 2.3 – Recibo Férias sem abono pecuniário e com 1º parcela 13º Salário. Fonte: Ela-

    borado pelo autor.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 2 • 37

    É importante frisar, que 30 dias antes do funcionário sair de férias, a empre-

    sa precisa, junto dos demonstrativos de cálculos, notificar o funcionário por

    meio do Aviso de Férias, pra que este cuide de sua programação.

     A férias devem ser concedidas sem interrupções, dias corridos, conformeprevê o Parágrafo 1º do Art. 134 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho –

    Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943). Somente em casos especiais o empregado

    pode fracionar as férias, em dois períodos, sendo que um deles não pode ser

    inferior a 10 dias.

     As férias em dobro é outro direito do empregado, caso o período de gozo

    entre no segundo período aquisitivo, se isso acontecer o empregado fara jus às

    férias dobradas, deverá receber 60 dias de remuneração e 30 dias de descanso.

    Por esse motivo é muito importante um controle efetivo das férias dos empre-gados, para que sejam evitados erros, como dobra de férias.

    É terminantemente proibido a prestação de serviço no gozo das férias, con-

    forme prevê o Art. 138 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto

    Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), exceto se mantiver contrato de trabalho com outro

    empregador e que este contrato respeite os horários de trabalho, repouso e

    refeições.

     As faltas injustificadas são descontas no período de gozo das Férias, que

    conforme prevê a lei é de 30 dias. Vide a tabela abaixo retirada do Art. 130 daCLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943):

    NÚMERO DE FALTAS INJUSTIFICADAS DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS0 a 5 faltas 30 dias

    6 a 14 faltas 24 dias15 a 23 faltas 18 dias24 a32 faltas 12 dias

    acima de 32 faltas 0 dias

    Tabela 2.2 – Férias Direito de Gozo. Fonte: Elabora pelo autor conforme art. 130-CLT.

    O empregado que durante o período aquisitivo de 12 meses de férias, tiver

    descontado, em folha de pagamento, de faltas injustificadas fica sujeito ao des-

    conto das férias conforme tabela acima. Exemplo: Um empregado que tenha

    faltado 9 vezes sem justificativa, o empregador vai conceder 24 dias a título de

    férias.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    38 • capítulo 2

     As faltas injustificadas ou ausências do empregado das suas funções, são

    aquelas que acarretam desconto em folha de pagamento e passíveis de desconto

    nas férias, e, para que não fique nenhuma dúvida o Art. 473 – CLT Consolidação

    das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), descreve as ausênciasou faltas justificadas na concessão das férias individuais, conforme segue:

    a) até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascen-

    dente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira profissio-

    nal, viva sob sua dependência econômica;

    b) até três dias consecutivos, em virtude de casamento;

    c) por um dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira

    semana - Alterado para cinco dias conforme Constituição Federal, Art. 7, XIX

    (Brasil, 1988)d) por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntá-

    ria de sangue devidamente comprovada;

    e) até dois dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos

    termos da lei respectiva;

    f) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço

    Militar referidas na letra “c” do Art. 65 da Lei nº 4.375 (Brasil, 1964) - Lei do

    Serviço Militar;

    g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;

    h) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo;

    i) ausência do empregado, justificada, a critério da administração do es-

    tabelecimento, mediante documento por esta fornecido;

     j) paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do emprega-

    dor, não tenha havido trabalho

    k) auxílio-doença, previdenciário ou acidentário, devidamente comprova-

    do, até 15 dias;l) durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de ma-

    ternidade ou aborto não criminoso, observados os requisitos da legislação pre-

     videnciária para percepção do benefício de salário-maternidade;

    m) comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente

    arrolado ou convocado. Art. 822 – CLT Consolidação das Leis do Trabalho –

    Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943);

    n) comparecimento como parte à Justiça do Trabalho. Súmula TST nº 155;

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    capítulo 2 • 39

    o) período de férias, o qual inclusive, é computado para todos os efeitos

    como tempo de serviço. Artigos 129 e 130, § 2º, CLT Consolidação das Leis do

    Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), e Súmula TST nº 89;

    p) período de afastamento do representante dos empregados quandoconvocado para atuar como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia,

    sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa ativida-

    de. Art. 625 B, § 2º, da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº

    5.452 (Brasil ,1943).

    O empregado também perde o direito as férias conforme o descreve o Artigo

    133 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil,

    1943), ou seja, perde o direito ao período aquisitivo de férias, a contagem de 12

    meses, listado abaixo os motivos para a perda:a) deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subsequentes

    à sua saída;

    b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais

    de 30 dias;

    c) deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em

     virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;

    d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do traba-

    lho ou de auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos.Em se tratando da perda do direito das férias, segundo a legislação o em-

    pregado não perde o 1/3 de férias, a legislação não deixa explicito o fato, a lei

    não menciona o terço, sendo assim o direito já é adquirido e o empregado deve

    receber o 1/3 sobre as férias

    2.3.1 Férias Coletivas

     As férias coletivas são aquelas onde o empregador concede não a um, mas a to-dos os funcionários. O descanso pode ser concedido em dois períodos no ano,

    entretanto nenhum período deve ser inferior a 10 dias corridos.

    Na concessão das férias, o empregado pode solicitar o abono pecuniário,

    conforme prevê o art. 143 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto

    Lei nº 5.452 (Brasil ,1943), deve solicitar com 15 dias de antecedência do ter-

    mino do período aquisitivo, o empregador converte 1/3 das férias em abono

    pecuniário. No caso de férias coletivas a conversão de 1/3 em abono, precisa

    ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato da categoria pro-

    fissional, neste caso não prevalece a vontade do empregado, e sim do coletivo.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

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    40 • capítulo 2

    2.3.2 Férias Proporcionais e Vencidas na Rescisão

    O objetivo das férias está explícito no inciso XVII do art. 7º da Constituição

    Federal (Brasil, 1988) onde assegura o direito a férias aos trabalhadores sejamurbanos e rurais, e nos Artigos nº 129 a 153 da CLT Consolidação das Leis do

    Trabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943). As férias são essenciais ao em-

    pregado para o descanso físico e mental.

     As férias proporcionais o empregado faz jus proporcionalmente aos avos

    efetivamente trabalhados, 1/12 avos a cada mês trabalhado, lembrando que no

    caso de admissão ou rescisão com mais de 15 dias trabalhados, o empregado

    tem direto a 01 avo. Não podemos esquecer, também, que as faltas injustifica-

    das diminuem o período aquisitivo, o art. 130 da CLT Consolidação das Leis doTrabalho – Decreto Lei nº 5.452 (Brasil ,1943) demonstra a relação de faltas e

    proporcionalidade das férias.

     Vejamos abaixo a tabela retirada da lei:

    PROPORÇÃO DEAVOS X FÉRIAS

    ATÉ 5 FALAS DE 6 A 14 FALTAS DE 15 A 23 FALTASDE 24 A 32

    FALTAS1/12 avos 2,5 2 1,5 12/12 avos 5 4 3 23/12 avos 7,5 6 4,5 34/12 avos 10 8 6 45/12 avos 12,5 10 7,5 56/12 avos 15 12 9 67/12 avos 17,5 14 10,5 78/12 avos 20 16 12 89/12 avos 22,5 18 13,5 9

    10/12 avos 25 20 15 1011/12 avos 27,5 22 16,5 1112/12 avos 30 24 18 12

    Tabela 2.3 – Férias Proporcionais x Faltas (em dias). Elaborado pelo autor com base no art.130 da CLT.

     As férias proporcionais são um direito do empregado nos casos de rescisão

    sem justa causa, pedido de demissão e no termino de contrato de trabalho,

    mesmo que o empregado não tenha um ano de contrato de trabalho. Os casos

    em que o empregado não tem direito as férias proporcionais, na rescisão, são:

    culpa reciproca e demissão por justa causa.

    Em relação aos impostos incidentes sobre as férias proporcionais, não há

    incidência de INSS – FGTS e IRRF.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

    41/112

    capítulo 2 • 41

    2.4 Verbas no Fechamento Folha dePagamento

    De acordo com Lei 8.212 (Brasil, 1991), CLP – Consolidação da Legislação Pre-

     videnciária, a folha de pagamento é obrigatória para o empregador, prevista na

    CLT- Consolidação das Leis do o Trabalho, pela Lei nº 5.452 (Brasil, 1943).

    O fechamento da folha de pagamento segue uma rotina de cálculos e, men-

    salmente é necessária a conferência de todos os proventose descontosde cada

    empregado, afim dese evitar erros nos pagamentos dos salários e no cálculo e

    recolhimento dos impostos.

    O encerramento da folha de pagamento ocorre com a atualização dos im-postos e o pagamento dos salários aos empregados. Os impostos mais comu-

    mente conhecidos são também os mais importantes para o empregado e em-

    pregador. Nesta capitulo serão abordados estes três impostos: o FGTS –Fundo

    de Garantia por Tempo de Serviço, o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

    e o IRRF- Imposto de Renda Retido na Fonte.

    CONEXÃOConheça a Lei 8.812/91 acessando o site abaixo:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212orig.htm

    2.5 Etapas Básicas Envolvendo Fechamento

    de Folha de PagamentoO processo que envolve o fechamento da Folha de Pagamentos, de maneira ge-

    ral, é o mesmo em qualquer empresa. Evidentemente em algumas companhias

    existem processos mais detalhados relacionados especialmente a políticas bu-

    rocráticas de cada entidade, contudo, pode-se dizer que o cerne estrutural dos

    cálculos e processos é realizado da mesma forma.

  • 8/16/2019 Livro Proprietario - Rotinas de Administração de Pessoal

    42/112

    42 • capítulo 2

    No intento de se desenvolver um ordenamento didático em meio às eta-

    pas, são estabelecidos processos segmentados em ‘passos’ para se completar

    o ‘fechamento’:

    2.5.1 Fechamento da Folha de Adiantamentos

    Na maioria das empresas ocorre, geralmente entre os dias 10 a 20 de cada mês,

    pagamentos de ‘vales’ ou simplesmente adiantamento salarial. Em linhas ge-

    rais, é concedida aos funcionários uma prévia do salário, que normalmente

    corresponde a 40% dos vencimentos. Para que o processo de fechamento de fo-

    lha seja completo, é necessário que o responsável pelo departamento de recur-

    sos humanos (ou departamento pessoal) gere uma ‘Folha de Adiantamento’ elibere uma relação simples de nomes e os valores correspondentes de ‘adianta-

    mento’. Nesta etapa não é descontada nenhuma verba relacionada aos impos-

    tos incidentes sobre a folha e somente fazem jus ao recebimento desta remune-

    ração os funcionários ativos (não recebem este pagamento os funcionários que

    estiverem em período de férias, afastamentos, em suspensão, etc).

    2.5.2 Fechamento da Folha de Pontos

     Antes se se iniciar o processo de fechamento da ‘Folha de Pagamentos’ se faz

    necessário o fechamento dos ‘pontos’ dos funcionários. Muitas empresas, em

    decorrência de exigência legal, controlam as horas de trabalho de seus funcio-

    nários por meio de ponto eletrônico, ou ponto manual.

     As horas trabalhadas são apuradas em um levantamento que, em geral,

    não corresponde propriamente aos dias do exercício corrente. Isso ocorre em

     virtude de não haver - na maioria dos casos - tempo hábil para processamento

    das horas e fechamento do exercício. Por exemplo, visando simplificar o en-tendimento, imagine que uma determinada empresa paga seus funcionários

    no quinto dia útil do mês e tenha 100 funcionários. Se o departamento pessoal

    for aguardar a apuração dos pontos até o dia 31 do mês corrente, muitas vezes

    ficaria impossível pagar os funcionários no quinto dia útil, especialmente se

    houver um fim de semana neste intervalo.

    Neste contexto e, por esta razão, muitas empresas optam por encerrar suas

    apurações de ponto antes do mês ser encerrado, para que haja um maior in-

    tervalo de tempo para controle das horas e integração das mesmas na Folha

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    capítulo 2 • 43

    de Pagamentos. Supondo que uma empresa sempre encerre o fechamento dos

    pontos todo dia 20, o período mensal apurado será sempre do dia 19 do mês

    anterior até o 20 do mês corrente (ou seja, compreendendo sempre um período

    de 30 dias, sem onerar os funcionários).

    2.5.3 Revisão de Férias e Afastamentos

     Ao longo de um mês - período em que será apurado o fechamento de folha -

    muitos funcionários saem de férias, outros são afastados por doença ou qual-

    quer outra razão que pode diferenciar o processo normal de cálculo de folha.

    Por exemplo, caso um funcionário esteja de férias, o mesmo só vai receber ‘em

    folha’ os dias efetivamente trabalhados no mês, pois os demais dias já forampagos a título de férias. Os funcionários que estiverem afastados por doença,

    por exemplo, há mais de 30 dias1, não recebem sua remuneração da empresa,

    mas do INSS. Estas exceções afetam diretamente o cálculo da folha de paga-

    mentos e também a apuração de tributos. Neste contexto, é fundamental que o

    responsável pelo fechamento da folha de pagamentos verifique todas as ocor-

    rências de férias, afastamentos e outros eventos que afetam os cálculos de folha

    a fim de se evitar distorções e erros nos cálculos de salários e impostos.

    2.5.4 Fechamento da Folha de Pagamentos

    Normalmente as empresas contam com um software  para fechamento de fo-

    lha, pois existe uma imensa variedade de verbas que podem contribuir com o

    erro de diversos cálculos. Algumas empresas se utilizam de softwares  de ‘folha

    de pagamento’ e fazem conferências amostrais de cálculos, quando o número

    de empregados é significativo. Há outras empresas que fazem todos os cálculos

    manualmente, consumindo mais tempo.O processo de fechamento da ‘folha de pagamentos’ é simples, sendo sem-

    pre calculado o salário total com base nos dias trabalhados (por isso a impor-

    tância do fechamento dos pontos, descontos de faltas, etc), sendo descontadas

     verbas como INSS do funcionário, IRRF, adiantamentos realizados, previdên-

    cia complementar (quando o caso), pensão (quando o caso), etc.

    1 O período de pagamento de afastamentos sob responsabilidade da empresa foi estendido de 15 dias para 30dias por meio da Medida Provisória 664 de Dezembro de 2014.

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     Após o cálculo geral de folha, os sistemas emitem relatórios analíticos que

    são utilizados para conferência. Nestes relatórios analíticos constam simula-

    ções de holerites, contendo nome do funcionário, dados de contrato, proventos

    e descontos. Neste relatório deve ser verificado se as férias, afastamentos, faltas(e outros eventos que afetam o calculo) foram integrados no cálculo.

    2.5.5 Emissão de Relatórios de Líquidos

     Após a geração do cálculo da folha e conferência (total ou amostral) são gera-

    dos relatórios diversos como valores de impostos a pagar, provisões de férias e

    décimo terceiro (que em muitos sistemas integram o módulo contábil) e outras

    informações. Além desses relatórios, existe um relatório específico que iden-tifica o valor líquido a ser pago para cada funcionário. Este relatório é enviado

    pelo responsável do departamento pessoal para a tesouraria (ou departamento

    financeiro). Em muitas empresas esta relação não exibe o nome dos funcioná-

    rios, apenas os dados bancários e documento de identificação, para garantir

    sigilo dos valores pagos. As empresas se utilizam deste relatório para iniciar

    a impressão dos cheques (prática menos usual), pagamento em dinheiro ou,

    como na maioria dos casos, emissão da ‘remessa bancária’ no sistema online

    dos bancos.

    2.5.6 Cálculo de Tributos

    Uma vez gerado o Relatório de Líquidos, o departamento pessoal inicia a emis-

    são de guias de recolhimentos. Normalmente são emitidos diversos relatórios

    para que seja efetuada a conciliação dos principais tributos: FGTS, IRRF e INSS.

    Esta etapa é deveras importante para que se evite o envio de dados incorretos

    para a Caixa Econômica Federal.

    A Caixa Econômica Federal opera com dois sistemas conhecidos como SEFIP e Conecti-

    vidade Social. Estes sistemas permitem às empresas validarem as informações pertinen-

    tes à folha de pagamentos e enviar as informações relacionadas à remuneração, INSS do

    funcionário, INSS da empresa, FGTS a ser recolhido e confrontação das guias geradas.

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    2.5.7 Emissão de Guias de Tributos

     Após a conciliação dos tributos gerados em ‘folha de pagamentos’ são emitidas

    as guias de recolhimento, que são posteriormente encaminhadas à tesourariaou departamento financeiro. Estas guias são recolhidas em datas distintas: o

    IRRF é pago no dia 20 do mês subsequente junto com a guia de INSS. O FGTS é

    recolhido muito antes, no dia 7 do mês subsequente.

    2.5.8 Transmissão de Informações aos Órgãos GovernamentaisCompetentes

    É dever da empresa reportar mensalmente à Caixa Econômica Federal os valo-res pagos relacionados à remuneração dos funcionários, valores relacionados

    a férias, rescisão, décimo terceiro salário. Após a geração de todas as guias, o

    responsável pelo departamento pessoal deve importar as informações de folha

    no sistema SEFIP da Caixa Econômica Federal. Neste programa, que também

    pode ser alimentado manualmente, constam dados de todos os funcionários,

    situação (se ativos ou inativos), número do PIS para identificação dos mesmos,

     valores pagos e impostos retidos e a serem recolhidos.

    O programa SEFIP funciona como um validador e gera uma série de relató-rios de fechamentos que devem ser conciliados com aqueles emitidos pelo sis-

    tema da empresa. Adicionalmente, o sistema emite também as guias de INSS

    (com o INSS Patronal e também a parcela retida dos empregados) e a guia do

    FGTS. Esta última guia é gerada após a transmissão das informações. Para que

    seja efetuada a transmissão, um arquivo validado é gerado pelo sistema SEFIP e

    deve ser transmitido por um sistema online denominado Conectividade Social.

    Neste programa, o responsável pela empresa acessa por meio de certificado

    digital, integra as informações de folha e gera a guia de FGTS. Concluída estaetapa e as informações são todas arquivadas pela Caixa Econômica Federal. É

    extremamente importante que as empresas guardem os protocolos de envio

    deste processo, juntamente com a relação de trabalhadores, remunerações e

    guias pagas, pois, em muitos casos, podem ocorrer problemas de liberação de

    CND2 no futuro por problemas no processamento dos tributos e pagamentos.

    2 CND (Certidão Negativa de Débitos) é um documento emitido por órgãos governamentais que comprovam quedeterminada empresa está com suas obrigações tributárias ‘em dia’. Caso haja algum problema de processamento

    de alguma guia já paga, é fundamental que a empresa tenha arquivado os cálculos dos tributos e comprovantes depagamentos das guias.

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    2.5.9 Emissão de Outros Relatórios Acessórios

    Uma vez concluídos os processos acima relacionados à folha de pagamentos,

    a empresa possui a obrigação de enviar outras informações correlacionadas aodepartamento pessoal sobre admissões, demissões e outros eventos de folha.

    Para isso é necessário alimentar um sistema denominado CAGED – Cadastro

    Geral de Empregados e Desempregados. Caso não haja nenhuma movimenta-

    ção no quadro de funcionários, a empresa fica desobrigada a enviar estas infor-

    mações, do contrário, é necessário informar o nome do empregado, o evento

    ocorrido (admissão ou rescisão) e o motivo (reintegração, demissão por justa

    causa, demissão, pedido de demissão, etc). Para proceder o envio destas infor-

    mações, a empresa pode contar com seu software de ‘folha de pagamentos’ queem geral possui a rotina de geração de arquivo para o CAGED. Do contrário,

    pode usar o sistema do portal e incluir as informações manualmente. Ainda no

    site do CAGED é possível verificar/analisar o arquivo e enviá-lo. Os protocolos

    devem ser guardados pelo departamento pessoal.

    2.5.10 Envio de Guias ao Sindicato das Categorias

    Em atendimento ao Art. da 3.º Lei nº 8.870 (Brasil, 1994) as empresas são obri-gadas a enviarem ao sindicato que corresponde à quantia mais numerosa de

    colaboradores, a guia de INSS efetivamente paga, comprovando, portanto,a

    quitação das contribuições devidas à seguridade social.

    CONEXÃOConheça a Lei 8.870/94 acessando o site abaixo:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8870.htm

    ATIVIDADES01. O que é Folha de Adiantamento e qual sua relação com fechamento mensal da ‘folha’?

    02. Um funcionário trabalhou no mês de março 13 dias. Ele tem direito ao avo correspon-

    dente a este mês para efeito de décimo terceiro salário?

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    03. Quais as datas oficiais de pagamento de 13.º salário conforme legislação brasileira?

    04. Um funcionário teve ao longo do período aquisitivo, 8 faltas. Ele tem direito a quantos

    dias de férias segundo a legislação brasileira?

    05. Como funcionam as férias coletivas?

    06. Qual a importância da Sefip? Como é enviada esta obrigação?

    07. O que é o Relatório de Líquidos?

    08. O que são férias proporcionais? Quando o funcionário perde este direito?

    09. Analise a frase abaixo e aponte os erros, caso haja:

    “As férias coletivas podem ser realizadas em até dois períodos no ano, desde que as

    férias concedidas sejam pelo período inferior a 15 dias”.

    REFLEXÃOEste capítulo abordou os primeiros cálculos envolvendo eventos de ‘folha de pagamentos’como cálculo de férias e impactos tributários e cálculos de 13º salário e impactos tributárias.

    Em seguida, os primeiros passos para fechamento de ‘folha’ foram apresentados, ainda em

    caráter preliminar.

    Apesar de as rotinas envolvidas neste processamento serem semelhantes nas empre-

    sas, cada entidade pode ter procedimentos próprios. Contudo, o que estamos apresentando

    é uma metodologia simplificada para que você entenda e saiba executar o fechamento de

    ‘folha de pagamentos’. Ainda há muito para se aprender.

    LEITURANOGUEIRA, Arnaldo José França Mazzei. As relações de trabalho em uma empresa global:

    um novo paradigma ou neocorporativismo?. Cad. CRH [online]. 2009, vol.22, n.57, pp. 581-

    600. ISSN 0103-4979.

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    48 • capítulo 2

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:

    Senado Federal.BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.

    BRASIL. Lei nº 4.090, de 13 de Julho de 1962. Institui a Gratificação de Natal para os Trabalhadores.

    BRASIL. Lei nº 4.375 de 17 de Agosto de 1964. Lei do Serviço Militar.

    BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de Julho de 1991. Consolidação da Legislação Previdenciária – CLP.

    BRASIL. Lei nº 8.870, de 15 de Abril de 1994. Altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, de 24

    de julho de 1991, e dá outras providências.

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    Simulação

    de Rotina deFechamento

    e Introduçãoà Rescisão de

    Contrato deTrabalho

    3

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    50 • capítulo 3

    Este capítulo aborda uma simulação com detalhes de ‘folha de pagamen-

    tos’ no intento de evidenciar o passo-a-passo das rotinas que envolvem o fe-

    chamento de folha. São abordadas variáveis que influenciam outras rotinas

    de fechamento, como rescisão de contrato de trabalho, efeitos de férias e13º proporcionais.

    OBJETIVOS

    Ao final deste capítulo você poderá:

    • Conhecer as etapas (práticas) de fechamento de ‘folha’;

    • Compreender melhor verbas como 13º proporcional e férias;• Entender o processo de cálculo de rescisão de contrato de trabalho.