Upload
emi-woof
View
43
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Communication Design project - Lisboa 2014
Citation preview
UT
OP
IAUTOPIA
Ju lho2013
01
Revista mensal de tendncias
e cultura
5.00
Rua Santo Antnio da Glria 81. 1250-216 Lisboa - Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 www.utopiamag.com [email protected] Facebook:
www.facebook.com/utopiamag.pt
Gino Ingrassia
Esposio fo
tografica
Museo da Eletri
dade
27-31 Ju
lho 2014
Faceb
ook:
www.f
acebo
ok.co
m/uto
pia-
mag.p
t
PROP
RIED
ADE:
Publi
cards,
Publi
cida-
de Ld
a.
DIST
RIBU
IO
: Pu
blicar
ds pu
bli-
cards@
netca
bo.pt
REGI
STO
ERC
1252
33, N
MER
O
DE D
EPS
ITO
LEGA
L 185
063/
02
ISSN
1645
-5444
COPY
RIGH
T: Pu
blicar
ds, P
ublici
dade
Lda.,
TIRA
GEM
MD
IA: 1
7 000
exem
plares
PERI
ODIC
IDAD
E: M
ensal
ASSIN
ATUR
A 10
(8 N
mero
s)
EDITOR
IAL
Ficha Tcnica
Facto
: os n
ossos
vizinh
os tm
semp
re ma
u
gosto
no qu
e toc
a a m
sica.
Outr
o fact
o:
fora e
ssas o
casie
s de in
comp
atibil
idade
no
gosto
e vo
lume,
a msi
ca a
liga
o mais
profun
da e
ntre
seres
huma
nos,
e sim
ul-
taneam
ente
uma l
igao
dire
cta
alma.
Quan
tas ve
zes u
ma le
tra d
iz aq
uilo
que
no
conse
guim
os exp
ressar
. Qua
ntas v
e-
zes um
a bati
da no
s tran
sporta
no te
mpo e
no es
pao.
A U
TOPIA
01
uma e
dio
music
al,qu
e qu
eremo
s to
insp
irado
ra
para
ti com
o pa
ra tod
as as
pesso
as qu
e a
conc
ebera
m. O
uvim
os m
sica c
omo n
un-
ca, de
man
h n
oite. A
que n
os foi
trazid
a,
a que
inspi
ra os
entre
vistad
os, as
msi
cas
das v
idas d
eles, a
s msi
cas qu
e eles
fazem
na v
ida. O
ferece
ram-no
s pa
lavras
, mo-
strara
m-no
s vini
s e ca
ssetes
, env
iaram
-nos
fiche
iros
e lin
ks:C
onhe
ces
esta
? D
esta
partil
ha na
sceu o
que a
gora
vais le
r, ver
e
tocar.
H m
sica
nesta
s pg
inas.
Conse
-
gues
ouvi-
la?
Liga
o directa
alm
a
Marta
Gonzales
DIRE
CTOR
: Trev
enen
Morr
is-Gran
-
tham
treven
en@u
topiam
ag.co
m
COOR
DENA
O
EDIT
ORIA
L:
Mart
a Gon
zlez
marta
@utop
iamag.
com
DIRE
CTOR
DE
AR
TE:
Ricar
do
Gals
io
COLA
BORA
DORE
S
DEST
A
EDI
O: A
lex D
Alva
Teix
eira,
Ana
Azeve
do, A
na P
racasc
hand
ra, A
ndrei
a
Pinto,
Anit
a Pern
a, Bie
l Grim
alt, C
arla
Pires,
Caro
lina
Almeid
a, Ca
tarina
Bo-
tas, D
iogo
Ferrei
ra, E
liana
Tm
az, F
i-
lipa P
entea
do, H
ugo F
ilipe L
opes,
Ins
Ferrei
ra, Jo
o B
erhan
, Joo
Mo
o, Kr
i-
stin R
asch,
Mari
anton
ia Sa
mpol,
Mart
a
Carva
lho, M
onika
Hb
ert, M
r. Es
gar,
Nick
Suave
, Nun
o And
rade, o
laulau
, Pe-
dro P
rimo F
igueir
edo,
Pedro
Saav
edra,
Pedro
Soare
s, Pu
reza F
leming
, Rica
rdo
Ao,
Sara
Abreu
, Silv
ana C
ovas,T
nia
Neves
, Tiag
o Cost
a,Vera
Marm
elo.
REDA
CO
E D
EPAR
TAM
ENTO
COM
ERCI
AL: R
ua S
anto
Antn
io da
Glri
a 81.
1250
-216 L
isboa
Telef
one:
21 32
25 72
7 Fa
x: 21
32 25
729
www.u
topiam
ag.co
m i
nfo@u
topiam
ag.
com
2
04
11
16
20
22
06
08
26
O regr
esso
das K7S.
Tempo para
cantar.
Pra e olha
para mim.
Arquivo sonoro
de per
nes.
Gentlemans
journal.
Here she
comes,
you better watch
your step.
One m
ore
time.
And I draw
a lin
e.
3
No an
o pass
ado a
ssinalo
u-se p
ela pr
i-
meira
vez o
Cass
ette S
tore D
ay, um
dia p
ara ce
lebrar
este
forma
to qu
e
tantos
pod
iam co
nside
rar en
terrad
o
quan
do, j
ustia
seja
feita,
man
tm
uma s
aud
vel ex
istnc
ia, ai
nda q
ue
distan
te de
uma
cultu
ra de
mass
as.
Fala-
se da
casse
te, b
vio. N
a verd
ade,
ela se
mpre
foi um
meio
privi
legiad
o
para
partil
har m
sica
com
um ca
riz
marca
dame
nte
experi
menta
l, qu
e
escap
a s fo
rmula
es
da ca
no
pop,
tendo
tido e
specia
l peso
nas r
edes
do
noise
e do b
lack m
etal m
ais re
cnd
ito
ou at
da f
olk m
stica.
Aind
a qu
e a p
artir
de m
eados
dos
anos
1990
, e po
r a fo
ra, o
CD, te
m-
porar
iamen
te, s
e ten
ha im
posto
casset
e, o o
bjeto
nunc
a desa
parec
eu,
nem
as pe
ssoas
com
vonta
de de
edi-
tar m
sica
neste
form
ato. N
o enta
n-
to, i
neg
vel qu
e nos
ltim
os an
os h
uma
maior
med
iatiza
o e
m tor
no
da ca
ssete,
com
uma p
rolife
rao
de
edito
ras qu
e se f
ocam
nesta
s edi
es
O regr
esso
das K7S
4
Da q
ue n
o te
nha u
ma re
lao
fe-
tichi
sta c
om a
cas
sete.
No
caso
de
Ondn
ess as
edito
ras qu
e con
tactei
de-
dicam
-se m
aiorita
riame
nte a
edi
es
em ca
ssete,
mas
mais
do q
ue o
for-
mato,
foi a
msi
ca de
las qu
e me i
nte-
ressou
. Ou s
eja, n
o fo
i uma
esco
lha
assim
to c
onsci
ente
da m
inha p
arte,
embo
ra ten
ha a
noo
de qu
e para
a
msic
a que
fao
j
de si
algo l
ama-
cent
a a
casse
te se
ja ba
stant
e viv
el.
Tamb
m Pe
dro R
ios co
nside
ra qu
e a
msic
a que
faz c
omo B
ranch
es, um
a
ms
ica
que
vive
pouc
o do
deta
lhe
hi fi
(...)
e qu
e ex
plor
a os
lado
s mais
bao
s e co
ntem
plati
vos d
o som
, ten
-
ha re
lao
com
este o
bjeto.
Existe
m sem
pre d
etrato
res e
dess
e
lado m
uitos
consi
deram
a cas
sete u
m
forma
to dis
pens
vel pe
la ma
ior fa
ci-
lidad
e da d
eterio
rao
do so
m.Ta
nto
Brun
o Silv
a com
o Ped
ro Ri
os po
uco
se pre
ocup
am co
m ess
as qu
este
s. E
o msi
co qu
e assin
a com
o Ond
ness
Joo Moo
Msica
5
salie
nta:
Evita
ndo
enca
rar
essa
de-
terior
ao
como
algo
po
tico
em si
a ef
emeri
dade
da ob
ra, et
c. a
ver-
dade
q
ue o
som
de
fita
acab
a po
r
trans
miti
r um
certo
calor
.
Este
ressur
gimen
to tam
bm
pode
r
ser
uma
res
posta
d
esm
ateria
li-
za
o da
ms
ica,
com
o afi
rma
o
ms
ico de
Bra
nche
s: S
e tem
os to
da
a msi
ca on
line e
quere
mos o
objet
o
fsico
por
fetich
e, faz
algu
m sen
tido
que o
obje
to qu
e se p
rocure
seja
o
mais
antiq
uado
pos
svel
.
Alm
dos n
omes
que s
e move
m no
circu
ito u
nderg
round
, outr
os ma
is
media
tizad
os co
mo A
nimal
Collec
-
tive,
Flami
ng L
ips o
u De
erhun
ter
tamb
m j
escolh
eram
a cass
ete pa
ra
algum
as ed
ies,
aind
a que
pontu
ais.
O q
ue p
ode
apen
as s
er r
eflex
o d
e
um m
ero hy
pe al
imen
tado p
or qu
e-
stes
que s
e pren
dem
mais c
om o
fe-
tiche
para
com
o obje
to em
si do
que
com
a m
sica
, co
mo
afirm
a Br
uno
Silva.
Aind
a qu
e ag
ora se
viva
um
certo
hype
sua
volta
, a ca
ssete
no d
eixa
de se
r um
objet
o bon
ito e
barat
o que
facilit
a a pr
olifer
ao d
e msi
ca qu
e,
tradic
ionalm
ente,
no p
erten
ce c
ul-
tura d
e mass
as. E
depo
is da e
xcita
o
passa
r, a ca
ssete
conti
nuar
por a
. J
sobrev
iveu a
t ho
je, po
rque
que n
o
cont
inua
r ac
ircul
ar m
ais u
m p
ouco
?
(estab
elecen
do, q
uase
sempre
, uma
rela
o co
m a
plataf
orma
digita
l
Band
camp).
Porq
ue m
esmo
no ci
r-
cuito
unde
rgrou
nd o
CD-R
perde
u o
intere
sse.
Bran
ches,
proj
eto d
e Pe
dro R
ios,
lano
u re
cent
emen
te a c
asse
te C
asa
Nossa
, pe
la ed
itora
po
rtugu
esa
Mou
ca. J
em
201
3 On
dness
, de
Brun
o Silv
a, ed
itou p
ela al
em N
o-
orde
n a
casse
te P
elas
Mar
gens
e
pela
brit
nica
Whe
re to
Now
? um
a
outra
cas
sete,
Po
or M
ans
Twilig
ht
Zone
, al
m de
uma o
utra
edi
o, no
mesm
o form
ato, p
ela A
dven
tures
in
Dubb
ing.
O fas
cnio
existe
, prop
aga-s
e e pa
ra
Pedro
Rios
o fa
tor n
ostalg
ia en
tra
na e
qua
o.
A ge
ra
o de
ms
icos
na ca
sa do
s 20/
30 an
os tem
aind
a
mem
rias
das
casset
es e
a no
stal-
gia
algo,p
or pa
radox
al qu
e poss
a
parec
er,mu
ito fo
rte na
cultu
ra p
s-In-
terne
t em
que
nos
mov
emos
,afir
ma.
Brun
o Sil
va n
o p
e de p
arte e
sse
pes
o no
stlgi
co,
ainda
que
gos
te
de p
ensa
r que
exist
e tod
a um
a nov
a
gera
o de p
utos p
ara qu
em ist
o no
tenha
qualq
uer p
eso e
que a
credit
am
no fo
rmato
.
Testo: Pedro Primo
Figueiredo
Mariana Du
arte Silva, Femme fa
tale.
Here she com
es, you
better watch yo
ur step
veio L
ondre
s, em
2007
, para
onde
Ma-
riana
foi m
orar
e on
de ga
nhou
mun
-
do e
calo.
No cu
rrcu
lo diz
que t
rabal-
hou c
om o
nico
portu
gus
a che
gar
aos t
ops d
as tab
elas b
ritnic
as, R
ui da
Silva,
mas
foi s
dupla
s Ster
eo A
ddic-
tion,
Heart
break
erz e
no (e
nto)
novo
talen
to T
wofo
ld q
ue d
edico
u m
ais
tempo
e co
ra
o, a
ssum
e.
A Mari
ana
um do
ce de
pesso
a e um
a
profi
ssion
al de
exce
o.
Que
da m
sica
partiu
para
todo u
m no
vo m
undo
de
projet
os. Fa
lmos
com
a Mad
ame s
o-
bre a
sua lig
ao c
om a
msic
a.
Com
o se
deu
o te
u ar
ranq
ue p
rofis
sio-
nal n
o m
undo
da
ms
ica?
Qua
l foi
o
prim
eiro e
vent
o que
pro
duzis
te?
O mo
mento
que
marc
ou o
inci
o da
paix
o por
msic
a elet
rnica
deve
ter
sido
o [fe
stival]
Boo
m 20
00. A
pesar
de j
ter p
roduz
ido fe
stas n
o Ind
stria
desde
1998
, chega
r ao B
oom
foi pe
rce-
ber q
ue o
cora
o ba
tia m
ais e
melho
r
quan
do ou
via 4
por 4
(de q
ualid
ade).
Dep
ois a
s fes
tas
Pro
vider
s, a
mti
-
ca no
Cris
to Re
i ao s
om de
Infus
ion,
e em
2003
o co
lapso,
a ren
dio
total
ao te
chno
puro
e duro
quan
do ch
ego
ao C
oliseu
para
o c
oncer
to de
Un-
derw
orld e
depa
ro-me
com
uma d
upla
de D
Js a p
artir
o bar
do C
oliseu
com
Ultim
amen
te foc
ada n
o Villa
ge Un
der-
groun
d, qu
e trou
xe de
Lon
dres p
ara
Lisbo
a, M
arian
a Dua
rte S
ilva
uma
empre
ende
dora
que j
o er
a ante
s da
crise
que f
orou
muit
os a a
rrega
ar as
mang
as e p
rocura
r nova
s alte
rnativ
as
de tra
balho
.
Licen
ciada
em
Gest
o de
Emp
resas,
Mari
ana,
Mad
ame
para
o me
io da
s
artes,
resp
onsv
el po
r traz
er a L
isboa
um p
unha
do d
e eve
ntos d
e m
sica
vang
uard
ista.
As fe
stas
O B
aile
trou
-
xeram
em an
os rec
entes
cap
ital p
or-
tugue
sa art
istas c
omo M
icach
u & th
e
Shap
es e
Jon H
opkin
s, en
tre m
uitos
outro
s, sen
do ta
mbm
uma m
ontra
de
algum
a da m
elhor
produ
o po
rtugu
e-
sa em
terre
nos e
letrn
icos.
Mas
o com
eo fo
i dife
rente:
o an
o era
2005
e o o
bjetiv
o era
agen
ciar m
sico
s
e DJs.
Tudo
muit
o bon
ito, m
as de
pois
Village Underground
6
7um se
t estr
ondo
so - e
ram os
Stere
o Ad-
dictio
n. O
resto
hist
ria. O
prim
eiro
evento
que p
roduz
i deve
ter s
ido um
a
festa
do
pen
teado
no
Ind
stri
a ou
a do
s po
st-its
. O
Ind
stria
foi o
nde
tudo c
omeo
u.
Estiv
este
em L
ondre
s algu
m tem
po.
Quais
as p
rincip
ais d
iferen
as e
ntre
traba
lhar n
este m
eio em
Ingla
terra
e
em P
ortu
gal?
Lond
res
do ta
manh
o de d
ez Lis
boas,
por i
sso h
dez v
ezes m
ais op
or tun
i-
dade
s, dez
vezes
mais c
lubes,
dez v
ezes
mais
talen
to e d
ez vez
es ma
is lib
erda-
de. E
m po
uco m
ais de
um an
o, e p
or-
que c
onhe
ci as
pesso
as cer
tas, e
stava
a
fazer
festas
no Pl
astic P
eople
, The
End,
The E
gg, Sk
etch,
Cargo
, Musi
c Hall
e
mais u
ma m
o ch
eia de
les.
Qual f
oi o e
vento
que a
t hoje
te de
ixou
com
o m
aior s
orris
o no
s lb
ios? L
evar
O B
aile
ao
festiv
al Ex
it, n
a S
rvia,
foi se
m d
vida
o rec
onhe
cimen
to de
algo q
ue na
altur
a esta
va a a
conte
cer
da m
elhor
forma
. Leva
r o D
J Ride
, os
Stereo
Add
iction
, o R
ui da
Silva
e os
Pape
rcutz
a um
dos m
aiores
festiv
ais
de m
sica
do m
undo
marc
ou-m
e, sem
dvid
a.
Diz-m
e um
msi
co o
u ba
nda
com
quem
gosta
vas de
traba
lhar.
Qualq
uer u
ma qu
e na v
erdad
e mexa
comi
go e
seja f
eita p
or bo
as pe
ssoas.
As pe
ssoas
que
conta
m. Se
so b
oas e
puras
fazem
boa m
sica.
Fotografia: Carla Pires
Stylin
g: Pur
eza Fleming
Make
Up e Cabelos: Andreia Pinto
Entrevista
8ONe more tim
eDesde sem
pre os
artist
as e a
Arte
vi-
vera
m d
e m
os d
adas
co
m in
quie-
tae
s, muit
as de
las re
lativa
s so
cie-
dade
do se
u tem
po e e
spao.
Na o
bra
de Je
ffrey
Gib
son,
Pu
nchi
ng B
ags
,
existe
uma
inqu
ieta
o lat
ente,
que
ecoa
des
tes o
bjeto
s, re
flexo
de
um
brutal
desco
nforto
senti
do em
rela
o
ao m
odo c
omo a
cultu
ra do
s Nati
vos
Ameri
canos
vista
pela s
ocied
ade e
m
geral.
Moti
vo p
elo q
ual c
omeo
u a
utiliza
r os s
acos d
e box
e para
desca
r-
regar
muita
da su
a frus
trao
peran
te
o tem
a.
O mo
do co
mo es
te po
vo vi
ve a s
ua
cultu
ra
para
Jeff m
uito
mais
genu
no
e liga
do s
verda
deira
s orig
ens a
me-
rican
as. O
povo
indg
ena t
em o
seu
prp
rio
cdi
go
no
s d
e m
sica
,
como
de m
oda,
costu
mes so
ciais e
at
mes
mo
econ
omia,
refle
tidos
tam
bm
estes
no m
odo c
omo s
e com
porta
m e
no se
u to
cara
terst
ico p
ow w
ow,
a
conh
ecida
dan
a que
execu
tam tra
ja-
dos c
om fa
tos co
lorido
s.
Assim
, nas
Pu
nchi
ng B
ags
Jeff
re-
corre
ao
imag
inr
io g
rfic
o d
as
vestes
dos n
dios a
meric
anos,
comb
i-
nand
o mate
riais t
radici
onais
e ou
tros
mais m
odern
os, em
belez
a-os e
torna
-
os hip
ntic
os. D
este m
odo,
confe
re-se
uma p
erson
alida
de a
este o
bjeto
ina-
nimad
o, de
ixand
o assim
de se
quere
r
bater
no m
esmo,
passa
ndo a
aprec
i-
lo e r
espeit
-lo.
Jeffrey Gibson
Cloudbuster
American girl
Can you feel it
Ines Ferreira
Acess
rios
feitos
com
disco
s de v
inil
pode
m pa
recer
heres
ia m
aioria
dos
colec
ciona
dores
, mas
Raqu
el Ca
rdo-
so, an
tiga e
studa
nte de
douto
ramen
to
e actu
al co
sturei
ra de
disco
s, ga
ran-
te qu
e s
usa d
iscos
que
ningu
m
quer
colec
ciona
r. Cr
iou p
or isso
, a
Polyp
honic
, ond
e prod
uz m
alas p
ara
todo o
mun
do a p
artir d
e LPs
ou SP
s
a pre
os n
o proi
bitivo
s e in
spirad
as
sempre
no
frene
sim u
rbano
de
Li-
sboa.
A melh
or co
mbina
o de
inspi
-
rao
e ori
ginali
dade
em pe
as n
i-
cas e
irrep
etvei
s e co
m um
gostin
ho
music
al mu
ito pr
prio
.
www.e
tsy.com
/shop
/Poly
phon
icPT
mala de d
iscos
Design
9
10
Leve,
rpid
a, g
il e c
heia
de vi
tali-
dade
, a no
va Ve
spa S
a m
ais
despo
rtiva e
jovem
de to
da a
gama
.
Segu
indo a
trad
io d
as leg
end
rias
Ves
pino
, o
novo
mod
elo e
st, n
o
entan
to, ch
eio d
e nov
idade
s. A
tec-
nolog
ia ma
is ava
nad
a e um
desig
n
excep
ciona
l gara
ntem
Vesp
a Spri
nt
leveza
e sim
plicid
ade a
o mesm
o tem
-
po qu
e esta
belec
e novo
s stan
dards
no
que t
oca a
o con
forto,
espa
o, pr
azer
de c
ondu
o e
segu
rana.
Nasc
eu
uma n
ova le
nda.
AKA
CORLEONE
PINTA
VILLA
GE UND
ERGR
OUND
O Vil
lage U
nderg
round
um
a plat
a-
forma
inter
nacio
nal pa
ra a c
ultura
, que
existe
em L
ondre
s desd
e 200
7 e qu
e
abriu
recen
temen
te em
Lisbo
a. Divid
e-
se em
duas
parte
s: espa
os de
traba
lho
e espa
os cu
lturai
s. Os a
teliers
de tr
a-
balho
so m
ontad
os nu
ma es
trutur
a de
conten
tores
marti
mos e
autoc
arros
de-
sactiv
ados
da C
arris,
para
serem
ocu-
pado
s po
r pr
ofissi
onais
de
inds
trias
criati
vas. C
oube
ao ta
lentos
o akaC
or-
leone
, ilu
strad
or e
desi
gner
gr
fico,
aquec
er o e
spao
e dar-
lhe id
entid
ade.
Os co
ntento
res fo
ram en
tendid
os com
uma t
ela tri
dimen
siona
l em qu
e os e
le-
men
tos g
rfic
os u
nifica
m o
s bloc
os d
e
atelier
s. Ped
ro Ca
mpich
e, aka
Corle
o-
ne,
hoje
um do
s maio
res ta
lentos
na
rea
da
stree
tart,
com
o fic
ou b
em p
a-
tente
na ex
posi
o qu
e ocup
ou a
gale-
ria U
nderd
ogs r
ecente
mente
e qu
e foi
destac
ada
em si
tes in
terna
ciona
is de
curad
oria a
rtstica
.
VESPA
SPRINT, A M
OTA
QUE VAIS QUERER TER
nme
ros da
ind
stria
britn
ica, re
ve-
lou qu
e o R
eino U
nido t
eve em
2013
o seu
melho
r ano
em ve
ndas
de di
scos d
e
vinil
desde
200
1. Ai
nda
de a
cordo
com
a mesm
a enti
dade
, h d
ados
que
apon
tam pa
ra qu
e o au
mento
de ve
n-
das n
as loj
as ind
epen
dente
s no R
eino
Unido
tenh
a sido
apoia
do na
vend
a
de l
buns
em vi
nil. D
iscos
de no
mes
como
Davi
d Bow
ie, Ni
ck Ca
ve, D
aft
Punk
e B
oards
of
Cana
da c
ontri-
bura
m pa
ra tal
.
Os C
apit
o Fa
usto
edita
ram o
re-
cente
e segu
ndo
tomo
de o
rigina
is,
Pes
ar o
Sol
, em
vini
l. PA
US
e Rita
Redsh
oes t
m no
vo di
sco e
o vini
l
tamb
m ob
rigat
rio. B
runo
Perna
-
das e
You C
ant W
in, C
harlie
Brow
n
no t
m ed
ies
dos se
us lb
uns n
este
form
ato.
Talve
z um
dia
, diz
Afon
so
Cabr
al, vo
calis
ta do
s seg
undo
s. A
do-
rava
, su
blinh
a Per
nada
s.
Todo
s ado
ram m
sica
e tod
os faz
em
msic
a pe
rtinen
te. R
ita R
edsho
es,
por e
xemplo
, regre
ssa ag
ora ao
s esca
-
para
tes c
om o
terc
eiro
lbum
, Li
fe
Is A
Seco
nd O
f Lov
e.
um
disc
o
onde
falo
mui
to n
a prim
eira p
esso
a,
come
a po
r dize
r
UT
OPIA
. Amo
res, e
ncon
tros
e
desen
contr
os, vi
agen
s e at
uma
ex-
peri
ncia
de
quas
e-mor
te, n
o Se
-
nega
l, so
comb
ustve
l que
faz a
ndar
esta
mq
uina
de
bom
gos
to p
op.
A
vida
dema
siado
curta
para
me re
-
petir
, an
alisa
Rita
nas
cida
Pere
ira,
Rita
Redsh
oes.
Capit
o
Faust
o.
PAUS
. Yo
u Ca
nt W
in, C
harlie
Brow
n. Br
uno P
ernad
as. Em
comu
m,
disco
s novo
s no m
ercad
o. Fa
lamos
de
msic
a port
ugue
sa de
enorm
e vita
li-
dade
e puja
na.
Uns e
ditam
em vi
nil,
outro
s no
ma
s tod
os pa
rtilha
m a
paix
o pe
lo ob
jeto.
Meio
cam
inho
entre
conv
ersas
sobre
a msi
ca do
s
prpri
os e a
de ou
tros, a
UTO
PIA fo
i
falar
com
toda e
sta ra
pazia
da. E
to-
dos tr
ouxer
am um
a rod
ela
mane
ira
antig
a.
Facto
: as v
enda
s de d
iscos
de v
inil
cresce
ram e
m 20
13. E
sto
a ver
a
indst
ria da
msi
ca, aq
uela
em cr
ise
h an
os, se
mpre
na pr
ocura
de no
va
form
a de
ger
ar re
ceita
? Essa
mes
ma
indst
ria re
desco
briu
o vini
l e ra
ras
so as
novid
ades
de ho
je, pe
lo me
nos
no qu
e pr
odu
o m
ais al
terna
tiva
diz re
speito
, que
no s
o ed
itada
s ne-
ste fo
rmato
. A Br
itish R
ecorde
d Mu-
sic In
dustr
y, resp
onsv
el po
r geri
r os
Tempo para
cantarO re
gresso do vinil
Pedro Primo Figueiredo Msica
11
baixo
, sec
unda
: Em
todo
s os
disc
os,
em to
das a
s ban
das q
ue to
camos,
as-
sim.
Brun
o Pe
rnad
as e
os Y
ou C
ant
Win,
Charl
ie Brow
n cruz
amse
music
al-
mente
. A U
TOPIA
fala
com
Perna
das
e Afon
so Ca
bral m
omen
tos a
ntes d
e
um en
saio d
e amb
os pa
ra o c
oncer
to
que o
prim
eiro v
iria a
levar
ao Te
atro
Mari
a Mato
s, em
Lisbo
a, ap
resen
tao
nica
em
for
mato
bi
g ba
nd
para
um do
s lbu
ns ma
is inc
rveis
edita
dos
por P
ortu
gal e
ste a
no.N
o se
i se
da-
rei m
ais co
ncer
tos n
este
form
ato,
diz.
Afon
so Ca
bral
um do
s que
apoia
o
msic
o ao
vivo
, pou
cos m
eses v
olvi-
dos s
obre
o seg
undo
disc
o do
s seu
s
Cha
rlies
.Es
tam
os m
uito
satis
feito
s,
diz Af
onso,
na re
ssaca
de elo
gios v
rios
de cr
tica e
pbli
co.
O vin
il tal
vez ch
egue
mais
tarde
. A
msic
a, ess
a, est
a
para
consu
mo
imed
iato.
torna
da R
edsho
es pa
ra as
artes.
Dos C
apit
o Fau
sto m
uito j
foi
dito.
Pes
ar o
Sol
u
ma
pedr
ada
to
ine-
sperad
a com
o esse
ncial
para
comp
re-
ende
r a g
erao
rock
atual.
Perg
un-
tamos
a Tom
s Wa
llenste
in, vo
calista
e guit
arrista
, com
o foi
chega
r aqu
i e
com
o
conc
iliar e
studo
s com
am
plifi
-
cado
res e
fam
lia:
Nunc
a ho
uve
uma
desap
rova
o, ma
s qua
ndo s
e com
ea
a perd
er mu
ito te
mpo e
no h
frut
os
existe
algu
m de
sconfo
rto. Q
uand
o co-
mem
os a m
ostrar
resul
tados
foi di
fe-
rent
e, f
risa.
As c
ompa
ra
es c
om o
s
Tam
e Im
pala,
os
Cap
ito
Faus
to a
u-
strali
anos
, n
o
chate
iam, m
as est
e quin
teto q
uer m
o-
strar
que
mais
que u
ma re
presen
tao
local
de um
a bem
-suced
ida em
preita
-
da ps
icad
lica do
outro
lado
do m
un-
do. E
so-
no: 2
014
dele
s. C
laro
o segu
ndo
lbum
dos P
AUS,
quart
eto
que s
e
apres
entou
h u
m pa
r de a
nos d
esta
form
a: u
ma b
acter
ia sia
mes
a, um
bai-
xo m
aior d
o que
a tua
me
e tecl
ados
que
te faz
em se
ntir
coisa
s. E
m 2
014,
h m
enos
teclad
os, m
ais gu
itarra
a
forma
o m
udou
entr
etanto
e
um
novo
disc
o vig
oros
o e
abra
sivo.
Ba-
sta ch
egar o
disco
mast
erizad
o para
eu
pensa
r que
mud
ava
logo
coisa
s ne
le,
diz
Hli
o
Mora
is, um
dos b
ateris
tas,
perfe
ccion
ista. M
akoto
Yagy
u, tec
las e
Pedro Primo Figueiredo
12
TOMS W
ALLENSTEIN
(CAPITO
FAUSTO) ESCO
LHE
HAIR (2012), D
E TY SEGALL
& WHITE FENCE
Ach
o mui
to b
om. A
ideia
en
gra
a-
da, e
les ca
ntam
as m
sicas
um d
o
outro
mas
cantam
os d
ois, d
e algu
-
ma m
aneir
a, as
can
es. T
em h
ar-
monia
s de
voz
divert
idas,
o dis
co.
O me
u crit
rio fo
i esco
lher a
lgo qu
e
ando
a ou
vir m
uito a
gora.
Fiz
uma
batot
a, n
o ten
ho es
te dis
co e
pedi-
o
empre
stado
ao D
oming
os [C
oimbra
,
baixi
sta do
s Cap
ito F
austo
]. Te
nho
acima
de tu
do di
scos m
ais an
tigos,
a
maior
parte
herda
dos p
orque
sou u
m
gajo
teso.
Fotos: Tiag
o Cos
ta
13
HLIO MOR
AIS
(PAUS/LINDA
MARTINI/IF
LUCY FELL) ESCO
LHE
...BURN
,
PIANO
ISLA
ND, BURN
(2003),
DE BLOO
D BRO
THERS
o
ni
co d
isco
que
tenho
aut
o-
grafad
o. N
o go
sto m
uito
de t
er
aut
grafo
s, no
rmalm
ente
prefi
ro fa
-
lar ci
nco m
inutos
com
a pess
oa. E
ste
foi es
pecia
l, na
altu
ra n
s, If
Lucy
Fell,
tocm
os co
m Blo
od B
rothe
rs
e a C
ludia
[Gue
rreiro
, baix
ista d
e
Linda
Mart
ini] fe
z-me u
ma su
rpresa
:
comp
rou o
vinil e
pediu
para
o bate
-
rista
[Mark
Gaja
dhar]
, um
dos g
ajos
que
mais
me
influ
encio
u e
mais
ad-
miro
a to
car,
o assi
nar.
AFONSO CA
BRAL
(YOU
CA
NT
WIN, CHARLIE
BROW
N) ESCO
LHE
YELLOW
MAGIC OR
CHESTRA (1978), D
E
YELLOW
MAGIC OR
CHESTRA
Na
verd
ade
a m
inha
cole
o
de v
i-
nis
mode
sta. E
ste
dos p
ouco
s que
de fa
cto s
tenh
o em
vinil e
no n
ou-
tro fo
rmato
. um
disco
espe
cial p
or-
que f
oi ofe
recido
de fo
rma i
nespe
ra-
da. F
oi o T
oms,
bater
ista da
band
a,
que m
o deu
, h u
ns do
is ano
s. Ado
ro
isto, te
m aq
uela
caract
erstic
a que
rara n
a msi
ca: n
o s g
osto d
e ouv
ir
porqu
e bo
a msi
ca ma
s at
me fa
z
rir de
vez e
m qu
ando
. Rir n
o no
sen-
tido
goz
o, m
as c
om a
quele
kits
ch
que a
doro
.
14
J
conh
ecia
a m
sica
do
Mul
atu
Astat
ke co
m um
proje
to qu
e ele
tin-
ha qu
e era
o Ethi
opian
Quin
tet. E
ste
disco
um
dos p
rimeir
os dis
cos d
ele
[a sol
o]. C
onhe
ci-o p
essoa
lmen
te no
festiv
al MED
, de L
oul.
Ele t
ornou
-se
famoso
mais
tarde
porqu
e a m
sica
dele
apar
ece
no fi
lme
Bro
ken
Flo-
wers
, gan
hou
mui
ta in
terna
ciona
li-
za
o a c
om es
se fi
lme.
Este
disco
foi o
meu
sobri
nho q
ue m
e
troux
e da A
leman
ha ne
ste l
timo N
a-
tal.
Desc
obri
esta s
enho
ra h
pouc
o tem
po,
h um
ano e
meio
. Ethe
l Smi
th era
uma
organi
sta pr
odigio
sa, in
crvel,
foi a p
ri-
meira
mulh
er qu
e adap
tou alg
umas
compo
sies
clssic
as nu
m reg
isto m
ais
pop p
ara o H
ammo
nd [
rgo].
Teve
um
enorm
e suce
sso na
Am
rica. O
s vde
os
so inc
rveis,
s ve
ndo e
ouvin
do.
Comp
rei os
vinis n
o eBa
y e co
mprei
uma
fotog
rafia a
ssina
da, fi
quei
supe
r f.
A
sereni
dade c
om qu
e ela t
oca, tu
do iss
o.
BRUNO PERNADA
S
ESCOLHE MULA
TU OF ETHIOPIA
(1972), DE MULA
TU ASTA
TKE
RITA REDSHOES
ESCO
LHE LADY FING
ERS , DE
ETHEL SM
ITH
15
grafar
. Muit
os de
les fa
ziam
parte
des-
se gru
po in
icial
de am
igos e
tm,
de
certa
forma
, cres
cido j
untos
ao n
vel
profi
ssion
al.
Come
ou
a fot
ograf
ar co
ncert
os
no B
arreir
o Ro
cks d
e Ni
ck Ni
co-
tine,
acomp
anho
u Fra
ncisc
a Co
r-
teso
, Walt
er Be
njami
n e B
Fach
a-
da qu
ando
fazia
m pa
rte do
catl
ogo
da M
erzba
u, ed
itora
funda
da p
elo
amigo
Tiag
o So
usa. N
um p
rocess
o
orgn
ico, s
eguira
m-se
os art
istas d
a
Flor C
aveira
: Sam
uel
ria, L
acrau
s
e Ti
ago
Guillu
l, en
tre o
utros.
Nos
ltim
os an
os, em
regis
to de
conc
er-
to ou
em m
odo r
etrato
, junta
ram-se
list
a no
mes c
omo
os Or
elha
Ne-
gra (p
ara qu
em fe
z tam
bm
o vide
o
Thr
owba
ck,
em p
arce
ria c
om B
en
Mon
teiro)
os Li
nda M
artini
, Pacm
an,
Alex D
Alva
Teixe
ira ou
Cap
icua.
Fotog
rafa
habit
ualm
ente
na Z
DB e
partic
ipou
no p
roject
o O
Dia
Pela
Noite
, com
curad
oria d
e Susa
na Po
m-
ba (q
ue en
tretan
to se
torno
u tam
bm
J co
mea
a ser
hbit
o enc
ontra
r ne-
stas p
gina
s pess
oas q
ue go
stam
de
pesso
as. R
ealiza
dores
, msi
cos,
arti-
stas d
e tod
as as
reas,
cujo
trao
co-
mum
o fa
scnio
pelo
outro
. Talv
ez
seja u
ma co
incid
ncia
ou en
to um
indci
o de q
ue em
temp
os de
crise
, o
nico
cmb
io qu
e no
desva
loriza
a
dimen
so h
uman
a. Ne
sta ec
onom
ia
paral
ela, V
era M
armelo
pert
ence
a
uma c
lasse
privil
egiad
a.
Tem
trinta
anos,
do B
arreir
o por
in-
teiro,
engen
heira
a full
time e
fotg
ra-
fa em
todo
o tem
po qu
e lhe r
esta p
ara
alm
disso.
Com
eou
a fot
ograf
ar
ainda
na
faculd
ade,
porqu
e qu
eria
estar
perto
dos a
migo
s que
eram
, na
sua m
aioria
, msi
cos. C
omo n
o sa
-
bia
toca
r, er
a a
mq
uina
foto
grfi
ca
que j
ustifi
cava
a su
a pr
esen
a a
ctiva
.
Apren
deu a
revel
ar e a
ampli
ar nu
m
clube
de
foto
grafi
a do
Ins
titut
o Su
-
perio
r Tcn
ico, o
nde e
studa
va, m
as
em tu
do o
resto
auto
didact
a. Ho
je
em di
a, n
a msi
ca qu
e con
tinua
a
enco
ntrar
os ros
tos qu
e gost
a de f
oto-
Para
e olha
para
mim
Texto: Filipa Penteado16 Fotografia
Fotos: Carla Pires
uma a
miga
e co
m qu
em co
ntinu
a a
colab
orar r
egular
mente
) alte
rnand
o
sempre
entre
o dig
ital e
o an
algic
o
conso
ante
o mom
ento
e o tip
o de t
ra-
balho
.
Em 20
06, c
riou o
v-mi
opia,
um bl
og
onde
pode
mos s
er voy
eurs
atrav
s da
sua le
nte. E
ra po
ssvel
escrev
er um
texto
s co
m as
histr
ias e
interv
e-
niente
s que
fazem
parte
do pe
rcurso
de Ve
ra M
armelo
, mas
o que
impo
rta
dizer
que
toda
s as li
nhas
deste
dia-
do en
saio,
pergu
ntei se
o po
dia fo
to-
grafar
, ele
sentou
se co
m um
copo
de
vinho
na m
o e
tive t
empo
de fa
zer
cinco
disp
aros
. As f
otog
rafia
s fica
ram
bonit
as e o
Srgi
o env
iou-as
.
Passa
do um
ano e
stava
a rece
ber u
m
do T
hurst
on a
pergu
ntar s
e as
podi
a usa
r com
o fot
os de
prom
oo
.
No h
orizon
te, es
t tam
bm
um tr
a-
balho
em co
njunto
com
Lus M
artins
,
outro
fotg
rafo h
abitu
al na
ZDB
. A
ideia
fazer
uma s
elec
o de im
agen
s
dos c
oncer
tos qu
e foto
grafar
am no
Aqu
rio
ao lo
ngo
dos a
nos e
edita
r
um liv
ro ain
da em
2014
, por
altura
do 20
. aniv
ersri
o da Z
dos
Bois.
Da su
a acti
vidad
e enq
uanto
engen
-
heira
, reti
ra um
a cap
acida
de de
or-
ganiz
ao q
ue lh
e t
il, ma
s a so
bre-
posi
o en
tre os
dois
mun
dos fi
ca p
or
a. G
ostav
a de
faze
r da
foto
grafi
a o
seu ga
nha-p
o m
as, po
r outr
o lad
o,
isso ta
mbm
iria
desvi
rtuar
aquil
o
que c
onsid
era se
r a su
a miss
o. Fa
la
de tu
do co
m hu
milda
de e,
tal c
omo
no in
cio,
encar
a a
cmara
com
o
justi
fica
o p
ara
a su
a pr
esen
a n
os
stios
onde
conse
gue e
star e
para
o
acesso
que t
em. A
partir
da, d
iz qu
e
vai c
riand
o um
a m
ontra
de
favor
i-
tos
e q
ue a
impo
rtnc
ia do
seu
tra-
balho
est
dire
ctame
nte li
gada
aos
mome
ntos q
ue te
m tid
o o pr
ivilg
io
de re
gistar
e l
igao
emoc
ional
que
cria c
om os
msi
cos e
com
o pb
lico.
Ao
sent
ir es
ta p
roxim
idad
e que
ten-
ho c
om o
s ms
icos e
que
se re
flecte
nas
foto
grafi
as,
acho
que
o p
ublic
sente
que e
st ta
mbm
mais
prx
imo
deles
, perc
ebe m
elhor
o qu
e se e
st a
passa
r. E
eu j
fico
su-
per s
atisfe
ita co
m isso
.
Isto s
po
ssvel
em L
isboa
. Se f
or
para
outra
cida
de q
ualqu
er e
tiver
que f
otogra
far pa
ra sob
revive
r, pass
a
a se
r ape
nas
to m
ake a
livin
g. N
os
outro
s stio
s, h f
otgra
fos fa
ntstic
os.
Aqui,
po
ssvel
existir
a Ve
ra M
ar-
melo
.
Come
ou a
fotog
rafar
ainda
na fa
cul-
dade
, porq
ue qu
eria e
star p
erto d
os
amigo
s que
eram
, na
sua m
aioria
,
msic
os.
Como
no s
abia
tocar,
era a
mq
uina
foto
grfi
ca q
ue ju
stific
ava
a su
a pr
e-
sena
activa
.
gram
parte
m do
s afec
tos ou
a eles
vo
dar. T
alvez
por is
so, o
retrat
o o
seu
registo
favo
rito. D
e pre
fern
cia e
m
md
io fo
rmat
anal
gico,
porq
ue o
fil-
me d
tex
tura
, dim
ens
o e ru
do.
Os
retrat
os d
o-te e
spao
para
conv
ersar,
para
conh
ecer a
s pess
oas, p
ara fa
zer
amigo
s nov
os,
diz.
Um
dos
seus
lti
mos
feito
s pro
fissio
-
nais s
urgiu
precis
amen
te de
um ge
sto
de a
miza
de.
Qua
ndo
o Th
ursto
n
Moo
re toc
ou n
a ZD
B em
201
2, o
Srgi
o Hyd
algo
prog
ramad
or mu
-
sical
da ZD
B, um
amigo
de se
mpre
e
um gr
ande
f de
Sonic
Youth
- pe
diu-m
e para
fazer
um re
-
trato
do T
hurst
on. Q
uand
o ele
saiu
17
(foto preceden
te)
Vera Marmelo
Fotografia: Carla Pires
Styling: Pureza Fleming
Make Up e Cab
elos: Andreia
Pinto
Bluso: Pepe Jean
s
T-shirt: Boom Bap
Sara Nob
re
Fotografia: Vera Marm
elo
Vestido LACOSTE
Sapato
s FLY LONDON
Tnia Azeved
o
Fotografia: Vera Marm
elo
Casaco
PEPE JEANS
Top DIESEL
Colar CH
EAP MONDAY
19
Sara Nob
re
Fotografia: Vera Marm
elo
Camisa
e Calas
G-STAR
Arq
uivo sono
ro
de pern
es
20 Cultura
Qua
l o so
m d
as tu
as m
emr
ias? Q
ue
rudo
s, qu
e msi
cas, q
ue vo
zes le
va-
rias c
ontig
o se t
ivesse
s de a
band
onar
tudo
?
O Ar
quivo
Son
oro d
e Pern
es u
m
projec
to qu
e gua
rda os
sons
e nele
s
a vid
a de
um
a vil
a. Ca
da fi
cheir
o
uma v
iagem
para
os am
biente
s, a na
-
tureza
, as p
essoa
s que
form
am a l
oca-
lidad
e: ou
vem-se
pssa
ros a
chilre
ar,
a gu
a das
fontes
, o sin
o da i
greja,
o
rudo
mud
o das
ruas v
azias.
Os n
omes
por d
etrs
deste
proj
ecto
vm de
vria
s rea
s de fo
rma
o, ten
-
do em
comu
m um
a liga
o ba
stante
prxim
a e pr
ofund
a a es
ta zon
a, em
-
bora
nenh
um de
les vi
va l
a tem
po
inteir
o. De
licen
ciado
s em
Educ
ao,
a Ar
quite
ctos P
aisag
istas,
passa
ndo
por S
ociol
gos,
Desi
gners
de C
omu-
nica
o e E
ngen
heiro
s Info
rmti
cos,
todo
s con
tribu
em c
om a
s sua
s fer
-
ram
enta
s es
pecfi
cas p
ara a
reco
lha,
arquiv
o e d
ivulga
o d
este t
rabalh
o
sobre
a rela
o en
tre o
som e
a cul-
tura.
A UT
OPIA
falou
com
Migu
el Pa
-
checo
Gom
es, u
m do
s cria
dores
do
projec
to.
Como
surgi
u a id
eia de
criar
este
ar-
quivo
sono
ro?
Assen
tou na
vonta
de de
se cr
iar um
Arqu
ivo So
noro
que p
udess
e regi
star,
preser
var e
apres
entar
uma i
deia
so-
cial (
etnol
gica)
polti
ca, c
ultura
l e
econ
mica
da an
tiga e
hist
rica v
ila
de Pe
rnes. U
ma id
eia qu
e ape
lasse
experi
ncia
e m
emri
a afec
tiva d
a-
quele
s que
sobre
ela ai
nda p
odem
dar
ou co
ntinu
ar a d
ar o s
eu te
stemu
nho.
Porqu
a es
colha
do so
m co
mo fo
r-
ma de
regis
to e n
o a
imag
em, p
or
exem
plo?
A ide
ia c
riar u
ma pl
atafor
ma qu
e
explor
e e ap
resen
te ou
tras fo
rmas
de
mostr
ar, to
mar c
ontac
to e d
espert
ar
a curi
osida
de so
bre a
regio
, prom
o-
vendo
o so
m en
quan
to pr
tica
do-
cume
ntal e
socia
l. Sem
pre fo
i essa
a
inten
o e
a rea
em qu
e pret
ende
-
mos t
rabalh
ar - i
nterpr
etand
o e en
-
tende
ndo o
som
na su
a rela
o co
m
a cult
ura, a
natu
reza e
o am
biente
sonoro
; perc
eben
do a
audi
o co
mo
uma f
orm
a de
conh
ecim
ento
.
Como
feit
a a re
colha
e de q
ue fo
rma
est a
ser a
rquiva
da/d
ispon
ibiliza
da
ao p
blic
o? Q
uais
so
os p
lanos
par
a
fazer
cres
cer o
u m
anter
este
arqu
ivo?
A co
nvers
a gera
da ju
nto d
os en
tre-
vistad
os/int
erven
ientes
deco
rre d
e
Filipa Penteado
21
uma f
orma m
uito p
ouco
form
al e, a
o
mnim
o orie
ntada
por n
s. E
scolhe
-
mos l
ocais
e pe
ssoas
que,
part
ida,
so c
onsid
erada
s rel
evante
s pa
ra
o en
tendim
ento
dessa
tal i
deia
so-
cial,
ambie
ntal,
polti
ca, c
ultura
l e
econ
mica
da zo
na.
Para
o seu
arqu
ivame
nto e
dispo
nibi-
lizao
temo
s utili
zado u
m we
b site
prpri
o, ww
w.asps
a.tk.
uma
vers
o de t
este q
ue ir
, den
tro
dos p
rxim
os tem
pos,
transi
tar pa
ra
o do
mn
io de
finiti
vo, w
ww.as
pern
es-
sa.co
m.
Gentleman's
journa
l
Carolina Almeida
23
Assum
e-se c
omo
um d
irio
de v
ia-
gem ao
mun
do d
a mod
a masc
ulina
e
dirigi
do a
o ho
mem
portu
gus.
Cham
a-se
Gentl
eman
s Jou
rnal
e
daqu
elas m
orada
s
digita
is a
no
perde
r de v
ista p
ara
quem
consi
dera
que a
eleg
ncia
um
state
of he
art.
H um
ano q
ue Jo
o Ja
cinto,
o ho
-
mem
por
detr
s do
Gen
tlema
ns
Journ
al, in
iciou
esta
sua vi
agem
, le-
vado o
ra pe
la cu
riosid
ade, o
ra po
r ter
perce
bido q
ue fa
lar
sobre
eleg
ncia
e mod
a para
home
ns
portu
gues
es
era
uma
nece
ssida
de
mais
gen
erali
zada
, co
nta
U
TO-
PIA.
Tem
os tu
do p
ara
ser e
legan
tes. T
e-
mos o
charm
e lati
no e
a sim
ptic
a
natur
al. A
eleg
ncia,
antes
de t
udo,
um
esta
do d
e co
ra
o, e
xplic
a. E
para
come
morar
o pri
meiro
aniv
ersri
o do
Gen
tle-
mans
Journ
al, o
tamb
m co
nsulto
r
de co
munic
ao d
ecidiu
dar
espao
precis
amen
te a
quem
se d
irige
- o
home
m po
rtugu
s - e
celeb
rar a
sua
eleg
ncia.
Com
o? E
m p
arce
ria c
om
o fot
grafo
Mri
o Prn
cipe e
a sty
list
Xana
Gue
rra, e
terniz
aram
a eleg
n-
cia d
e 13
home
ns po
rtugu
eses e
m-
blem
ticos
em v
rias
reas,
desde
a
moda
ao
despo
rto, p
assan
do p
elas
artes
ou re
presen
tao
. O p
roject
o
culm
inou e
nto n
uma e
xposi
o qu
e
esteve
pate
nte n
a Ga
leria
3+1,
no
Chiad
o.
Com
uma f
orte c
ompo
nente
de m
oda
mascu
lina,
pode
mos t
amb
m en
con-
trar n
o site
suges
tes e
opin
ies d
o
auto
r sob
re
prop
osta
s var
iadas
que
se pa
utam
pela
boa q
ualid
ade,
seja u
m res
tau-
rant
e ou
um
a ex
posi
o.
Isto
por-
que,
de a
cordo
com
Joo
Jacin
to,
a e
legn
cia n
o s
e re
sum
e ao
ve-
sturi
o...fa
shion
, cu
lture
e life
style
so o
trip n
ecess
rio pa
ra exe
rcitar
a eleg
ncia
.
Moda
Styling: Gen
tlemans Jou
rnal
Fotografia e produo: Ant
nio Me-
deiros
Maquilhagem: Pat Mclou
Cabelo: Marci
o Nris
Modelo: Andr Fern
andes
@central
models
Look total: Levis e sapato
s Dkode
24
Styling: Gen
tlemans Jou
rnal
Fotografia e produo: Ant
nio
Medeiros
Maquilhagem: Pat Mclou
Cabelo: Marci
o Nris
Modelo:
Mariana Nunes
@cen-
tral m
odels
25
Ilustr
ar a
capa
dum
disco
q
uase
como
dar f
orma
msi
ca. In
terpre
-
ta-se
a ban
da, a
s letra
s, os s
ons p
ara
depo
is se c
omea
r a da
r a fo
rma v
i-
sual q
ue lig
a tod
o con
junto.
Pedim
os a 3
ilustr
adore
s que
nos c
on-
tassem
o pro
cesso
criati
vo qu
e exp
lo-
raram
para
chega
r a es
sa fr
mula,
ou m
elhor,
form
a. Fic
amos
tamb
m
a sab
er qu
e a
rela
o int
erpess
oal
com
a ban
da e
o env
olvim
ento
com
a msi
ca so
actos
natur
ais pa
ra qu
e
todo
o p
roce
sso fl
ua e
cheg
ue a
um
a
unida
de. A
s du
as for
mas
criati
vas
enco
ntram
-se e
apres
entam
-se nu
ma
ilustr
ao,
quase
com
o se
fosse
a
montr
a do q
ue es
t l
dentr
o. De
se-
guida
, ouv
e-se a
msi
ca e p
erceb
e-se
que a
mbas
fazem
parte
integ
ral um
a
da ou
tra.
Desta
ca um
dos te
us tra
balho
s.
Que
proces
so cri
ativo
exp
lorast
e,
qual
o br
iefing
rece
bido
e q
ue t
cni-
cas u
sas p
ara d
esen
volve
r um
a ide
ia?
A ca
pa p
ara
COCO
DEL
PRAT
MES
SAG
ES
nasc
eu lo
go a
par
tir
de u
ns r
ascu
nhos
que
fiz
aps
a p
r
imeir
a vez
que o
uvi o
disco
. Norm
al-
mente
ess
e o m
eu pr
ocess
o: ou
vir a
msic
a e ap
ontar
algu
mas id
eias a
ps
a pr i
meira
rea
o m
sica.
Pen
so
que e
sse se
ja o p
rocess
o que
mais
me
entu
siasm
a eu
, enq
uant
o
desig
ner,
reagir
a a
lgo se
m ter
um
briefi
ng o
u um
a id
eia c
om q
ue tr
a-
balha
r logo
part
ida. T
orna o
traba
l-
ho m
ais co
labora
tivo e
ntre m
im e
o
msic
o e fa
z-me s
entir
meno
s limi
ta-
do. O
proje
cto em
quest
o
basta
n-
te d
ark
de m
aneir
a que
o p
reto
fez
sentid
o log
o pa
rtida.
A ide
ntida
de do
msi
co em
quest
o
omi
tida e
m tod
as as
entre
vistas
que
ele d
, e at
nos c
oncer
tos se
esco
nde
atrs
de um
a msc
ara pr
eta. O
ano-
nim
ato fo
i tra
duzid
o na
tipo
grafi
a ao
tenta
r cod
ifica
r a le
itura
do
nom
e do
ms
ico
um po
uco c
omo a
s ban
das
de bl
ack m
etal fa
zem.
and
i dra
w
a line
Eliana Tomz
BRaULIO A
MADO
www.b
raulioa
mado.
net
26
The G
rowlers
, Poster, 2013
cliente
.
Agora
que o
trab
alho e
st co
nclu
do,
consi
deras
haver
rela
o en
tre a
tua
capa
e a m
sica
que n
ele se
enco
ntra
?
Penso
que s
im, o
u pelo
men
os cri
ou
um un
iverso
paral
elo e
basta
nte pe
s-
soal
(meu
) para
que a
msi
ca po
ssa vi
ver e
ser co
notad
a a al
go vi
sual.
Quan
do co
mpras
um di
sco, r
elacio
-
nas o
u proc
uras r
efern
cias
msi
ca
e ao m
sico
em q
uest
o?
Sem
pre.
Gra
fism
os s
uper
bem
de-
senha
dos e
feito
s con
segue
m fac
il-
mente
impre
ssiona
r algu
m, m
as se
no h
ouver
um tr
abalh
o feit
o den
tro
de u
m co
nceit
o em
comu
m co
m a
msic
a ou q
ue tra
duza
o que
a ban
da
est a
tenta
r fazer
, ent
o fa
cilmen
te
esque
cido.
Design & Arte
Desen
volve
ste um
a rela
o in
terpe
s-
soal c
om o
msic
o no d
ecorre
r dest
e
traba
lho?
Comp
letam
ente.
Infe
lizmen
te est
e
tipo d
e trab
alhos
edi
o de
autor
-
paga
m ba
stante
pouc
o, esp
ecialm
en-
te qu
ando
so p
ara pr
ojecto
s den
tro
do u
nderg
round
musi
cal. N
ormal-
mente
s ac
eito f
azer c
apas
quan
do
sinto
empa
tia pe
la m
sica/
band
a, e
sei qu
e o pr
ocess
o ser
mais
do qu
e
apen
as um
simp
les se
rvio
para
um
27
PAPAYA - UM/I 12
Releas
ed by Adagio
830 Records
Design
, 2013
Coco Delprat , Messages, 2014
PEDRO
LOU
RENc
O
www.t
igerba
stard.
com
Desta
ca um
dos te
us tra
balho
s.
Que
proces
so cri
ativo
exp
lorast
e,
qual
o br
iefing
rece
bido
e q
ue t
cni-
cas u
sas p
ara d
esen
volve
r um
a ide
ia?
A cap
a dos
DAL
VA
uma c
olabo
-
ra
o co
m a
des
igner
Sofi
a M
artin
s,
que
comi
go d
esenv
olveu
a i
deia,
acomp
anho
u o
proces
so e
que
ex-
plor
a g
rafic
amen
te a
edi
o. As
sim,
fazen
do u
so de
uma
total
liberd
ade
criati
va co
nced
ida p
elo A
lex D
Al-
va Te
ixeira
e pe
lo Be
n M
ontei
ro (o
ncle
o duro
dos D
ALV
A), qu
isemo
s
interp
retar
o univ
erso d
a ban
da. O
ponto
de pa
r tida
foi u
m alf
abeto
alfa-
num
rico i
lustra
do qu
e ten
ho vin
do a
desen
volve
r e qu
e mais
no
do qu
e
uma
com
posi
o g
rfic
a co
m fa
una,
flora
e ob
jecto
s do
quot
idian
o. Po
r se
tratar
do pr
imeir
o lon
ga du
rao
da
band
a, qu
isemo
s que
a cap
a f o
sse
uma
apres
enta
o c
lara
da m
sica
e dos
seus in
terven
ientes
. Uma
diva-
gao
pop,
uma i
nterpr
etao
visua
l
min
ha e
da S
ofia,
alice
rad
a na m
si-
ca, na
mistu
ra de
cultu
ras e
nas r
e-
fern
cias d
a ban
da.
Desen
volve
ste um
a rela
o in
terpe
s-
soal c
om o
msic
o no d
ecorre
r dest
e
traba
lho?
Sim, o
uve u
ma ap
roxim
ao n
o de-
corre
r do t
rabalh
o. J
havia
empa
tia
e j n
os co
nhec
amos
das a
ndan
as
da X
unga
r ia n
o Cu
, ond
e o A
lex
faz pa
r te do
ncle
o duro
junta
mente
com
o Tiag
o Cava
co, o
Samu
el r
ia
e O M
ar tim
, ond
e o B
en ta
mbm
colab
ora e
onde
dese
nvolv
o tod
o o
grafi
smo.
Foi p
or a
ltur a
da
sad
a do
prime
iro di
sco de
XNC
, na c
arrinh
a
a cam
inho d
e um
conc
er to,
que t
o-
mei c
ontac
to co
m alg
uns d
os tem
as
que v
iriam
a fa
zer p
ar te
do
#ba
te-
queb
ate.
Agora
que o
trab
alho e
st co
nclu
do,
consi
deras
haver
rela
o en
tre a
tua
capa
e a m
sica
que n
ele se
enco
ntra
?
Talve
z. Se
bem
que a
msi
ca est
a
e muit
as vez
es dis
sociad
a do o
bjecto
disco
e da
sua c
apa,
abert
a ent
o
interp
reta
o do o
uvint
e que
a ap
an-
ha nu
m co
ncert
o, na
rdio
, na t
ele-
viso
ou no
utro q
ualqu
er co
ntexto
. A
capa p
reten
de se
r um
comp
lemen
to
grfi
co
ms
ica. T
alvez
um
car
to-
de-vi
sita ou
conv
ite
desco
berta
.
Quan
do co
mpras
um di
sco, r
elacio
-
nas o
u proc
uras r
efern
cias
msi
ca
e ao m
sico
em q
uest
o?
Norm
almen
te j
tenho
essas
refer
n-
cias q
uand
o vou
pro
cura
do di
sco.
Contu
do, m
uitas
vezes
a co
rrer o
s
escap
arates
das lo
jas, tr
opeo
em ca
-
pas q
ue m
e cha
mam
aten
o e q
ue,
caso
eu n
o c
onhe
a, m
e lev
am a
quere
r sab
er ma
is sob
re a m
sica
ou
a ban
da.28
Novos talentos
Fnac
2013
Rumble In The Jungle
29
Vodafone Pared
es de Cou
ra
Ze M
ENDES -M
AGA
www.m
aga-ate
lier.com
Desta
ca um
dos te
us tra
balho
s.
Que
proces
so cri
ativo
exp
lorast
e,
qual
o br
iefing
rece
bido
e q
ue t
cni-
cas u
sas p
ara d
esen
volve
r um
a ide
ia?
Mais
do qu
e um
disco
desta
co to
do o
meu t
rabalh
o com
os L
ava, q
ue co
-
meo
u
com
um co
nvite
do R
afa [R
afael R
ip-
per].
Ele
viu um
a ilus
trao
que e
u
tinha
feito
sobr
e o
tema
Litt
le W
ing
do
Hen
drix
, e d
isse-m
e qu
e po
dia
fa-
zer o
que
quis
esse
dentr
o da
quela
estt
ica
psica
delic
/sci-
fi/he
doni
st/
fuzzy/
60-70
s.
No se
gund
o tra
balho
da
band
a (e
prime
iro
lbum)
, a id
eia a
parec
eu
de um
a ima
gem qu
e tinh
a na m
inha
cabea
ao le
r um
livro
de C
arlos
Ca-
stae
da, o
nde u
m xa
m de
screvi
a a
sua pa
ssage
para
outro
estad
o com
o
uma e
ntrad
a num
a vag
ina gi
gante
no
cu. U
m Po
rtal co
lossal
.
Criei
uma
sleev
e com
um
corta
nte
porqu
e no
quis m
ostrar
direc
tamen
-
te a c
apa,
queri
a man
ter a
dvid
a, a
curio
sidad
e. Esta
solu
o fo
i tamb
m
utiliz
ada
no
lbum
Tw
o Vi
rgin
s
do Jo
hn L
enno
n & Yo
ko O
no ou
no
Thu
nder
Box
dos
Hum
ble P
ie.
Para
o se
gund
o lb
um
Red
Supe
r-
giant
Miss
Lav
a, Bl
ues f
or th
e Dan
-
gerou
s Mile
s, 20
09 q
uis il
ustrar
o
proc
esso
de
auto
refle
xo
da b
anda
per a
nte a
lgo g
igant
e, a
ampl
ifica
o
e inte
r naci
onali
zao
da su
a msi
ca.
A im
agem
da ba
nda a
olha
r para
ela
prpri
a a se
r eng
olida
por u
ma R
ed
Supe
rgian
t e as
expre
sses
faciai
s dos
msic
os fus
tigad
as pe
la for
a do
pro-
cesso
, refl
ectem
essa
ideia
.
Desen
volve
ste um
a rela
o in
terpe
s-
soal c
om o
msic
o no d
ecorre
r dest
e
traba
lho?
Claro
, j co
nheci
a o R
afa qu
e foi
o
interl
ocuto
r dura
nte o
prime
iro tr
a-
balho
, no
segun
do e
terce
iro to
da
a ba
nda
esteve
env
olvida
. Eles
so
basta
nte de
mocr
ticos
nisso
e env
ol-
vem-se
basta
nte. A
s ide
ias e
esbo
os
das c
apas
so di
scutid
os en
tre to
dos.
Agora
que o
trab
alho e
st co
nclu
do,
Miss Lava, Red Supergiant CD co-
ver / 2012
Raging Planet Edition
Artwork & Design by Jos Mendes
30
consi
deras
haver
rela
o en
tre a
tua
capa
e a m
sica
que n
ele se
enco
ntra
?
Claro
que
sim,
porq
ue fo
i pen
sado
assim
, cria
ste al
go pa
ra alg
um,
para
algum
a cois
a. Tu
ouv
iste a
msic
a,
falast
e com
a b
anda
, lest
e a le
tras,
fazes
parte
do pr
ocess
o, pa
ra ti e
ssa
rela
o exis
te, e
acred
ito qu
e para
a
band
a tam
bm.
E a pa
rtir do
mom
ento
que
edita
do,
para
os ou
tros a
capa
e a m
sica
tm
uma r
ela
o. Q
uand
o fal
as d
o D
ark
side
of th
e M
oon
a c
apa
to S
torm
Thorg
erson
apare
ce au
tomati
camen
-
te e v
ice-ve
rsa. S
e algu
m m
e fala
r de
Carc
ass,
a ca
pa d
o R
eek
of P
utre
-
factio
n sa
lta lo
go.
Quan
do co
mpras
um di
sco, r
elacio
-
nas o
u proc
uras r
efern
cias
msi
ca
e ao m
sico
em q
uest
o?
Norm
almen
te co
mpro-
o pe
la m
si-
ca, m
as s
vezes
tamb
m pe
la cap
a,
apen
as pa
ra ter
aque
le ob
jecto,
por-
que
tem a
lgo e
xtic
o ou
estr
anho
.
Mas
em vi
nil, p
orque
um
supo
rte
perfe
ito p
ara o
artwo
rk. P
rocura
s o
vinil n
o meio
de m
uitos,
coloc
a-lo n
o
prato,
ouves
a m
sica e
nqua
nto ls
as
letras
e olh
as pa
ra o a
rtwork
, desc
o-
bres s
empre
coisa
s nova
s. O
digita
l
no s
no
me s
eduz
para
este p
ro-
cesso
como
acho
ingra
te faz
er o a
rt-
work
para
coloc
ar no
i-tun
es e o
jpg
ficar
num
a pas
ta ao
lado
.
Precis
o do o
bjecto
para
me r
elacio
-
nar, n
o co
nsigo
imag
inar
o P
hysic
al
Gra
ffiti
[Led
Zep
pelin
] sem
o pa
ckagin
g, ou
o So
me G
irls
[Roll
ing S
tone
s], ou
o
Mas
ters o
f Rea
lity
[Blac
k Sab
bath
]
entre
muit
os. C
omo
tamb
m n
o
consi
go co
nceb
er a c
apa d
o Van
Oli-
ver d
o D
oolit
le o
u a
ilustr
ao
do
Jos
Bra
ndo
par
a o
Cor
o do
s Tri-
buna
is se
m se
rem
impr
essa
s.
O lt
imo
vinil
que
comp
rei fo
i os
Fuzz,
um do
s melh
ores d
e 201
3, co
m
ilustr
ao d
a Tati
ana K
artom
ten. P
or
isso
perfe
ito.
31
Miss Lava, Blues for the dangerous miles / 2010
Artwork & Design by Jos Mendes
UT
OP
IA
UTOPIA
Ju lho2013
01
Revista mensal de tendncias
e cultura
5.00
Rua Santo Antnio da Glria 81. 1250-216 Lisboa - Telefone: 21 32 25 727 Fax: 21 32 25 729 www.utopiamag.com [email protected] Facebook:
www.facebook.com/utopiamag.pt
Gino Ingrassia
Esposio fo
tografica
Museo da Eletri
dade
27-31 Ju
lho 2014