Manual de Suplementação Nutricional no Esporte Paralímpico

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  • GUIA DE SUPLEMENTAO NUTRICIONAL NO ESPORTE

    PARALMPICO

  • Guia de suplementao nutricional no esporte paralmpico / Claudia Ridel Juzwiak e Andra Jacusiel Miranda (org) --So Paulo, 2013.32 f. Guia de suplementao nutricional no esporte paralmpico. Comit Paralmpico Brasileiro e Academia Paralmpica Brasileira.

    Ttulo em ingls: Nutritional supplementation guide in paralympic sport.

    1. Suplementao. 2. Esporte adaptado. 3. Nutrio.

  • SUMRIO

    A construo do guia ........................................................................06Participantes do Frum ...................................................................08 Nutrio e desempenho esportivo ...............................................10Suplementao no esporte adaptado: cuidados especiais ....11 Categorizao dos suplementos ...................................................12Suplementos - categoria A .............................................................14Suplementos - categoria B a D .....................................................26 Suplementos - categoria E ..............................................................27Para ter ateno especial ................................................................27 Consideraes fi nais ........................................................................28Referncias .........................................................................................29

    LEGENDAS E SMBOLOS

    Cuidado

    Ateno

    Importante

  • Guia de Suplementao Nutricional no Esporte Paralmpico

    6 A CONSTRUO DO GUIA

    O uso de suplementos nutricionais pode ajudar atletas a alcanar uma alimentao equilibrada e, em algumas situaes, contribuir para o desempenho ou recuperao do exerccio, desde que o consumo quanto ao tipo, quantidade e momento de uso sejam adequados s suas necessidades individuais.

    No entanto, devido macia exposio ao marketing das empresas e mdia, infl uncia de outros atletas e busca de uma vantagem competitiva, muitos atletas utilizam os suplementos de forma inadequada. Tal conduta pode ter como consequncias o aumento no risco de doping no intencional, uma vez que a contaminao de suplementos com substncias proibidas tem sido identifi cada em produtos ao redor do mundo. Outras consequncias so o elevado gasto com esses produtos, sendo que muitas vezes seu uso ocorre em detrimento compra de alimentos, e o desvio da ateno do atleta dos fatores que efetivamente afetam seu desempenho, como por exemplo, a dedicao e consistncia do treino.

    Ainda, trata-se de um tema controverso, pois, embora venha recebendo ateno de pesquisadores em todo o mundo, os resultados de investigaes com metodologia adequada so limitados. Tal situao gera uma srie de questionamentos quanto ao que efetivamente deve ser consumido por atletas de alto rendimento e, mais especifi camente, o para-atleta.

    Diante deste fato, realizou-se o I FRUM DE SUPLEMENTAO NO ESPORTE PARALMPICO, cujo objetivo foi defi nir diretrizes de suplementao a serem adotadas pelo Comit Paralmpico Brasileiro, a partir da discusso de especialistas.

    Na primeira parte do frum, a nutricionista Elizabeth Broad, do Australian Institute of Sport (AIS), apresentou a experincia de sucesso do Programa de Suplementao que o instituto desenvolve com seus atletas desde 2000. Na sequncia, um painel de profi ssionais mdicos, nutricionistas, farmacutico e educadores fsicos de Universidades, e/ou frente dos atendimentos dos atletas, props uma lista de suplementos que nortear a poltica de compras

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    do Comit Paralmpico Brasileiro (CPB), e que servir como guia para atletas, confederaes e profi ssionais da sade que acompanham as equipes na tomada de deciso sobre a utilizao desses produtos.

    Este guia foi elaborado a partir de cuidadosa leitura de informaes disponibilizadas na literatura cientfi ca atual e na legislao, porm no pretende esgotar o assunto ou ser considerado um material defi nitivo, pois o surgimento de novos suplementos e as descobertas cientfi cas so muito dinmicas, e a todo momento h novidades. Porm, gostaramos que esse guia contribusse com algumas informaes bsicas para o atleta e a equipe tcnica. Esperamos que esse material seja til.

    Boa leitura!

    Claudia Ridel Juzwiak eAndra Jacusiel Miranda

    Organizadoras

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    8 PARTICIPANTES DO FRUM

    Alberto Martins da Costa. Professor de Educao Fsica, Coordenador geral da Academia Paralmpica Brasileira.

    Amaury Verssimo. Professor de Educao Fsica. Tcnico de Velocidade do Comit Paralimpico Brasileiro.

    Andra Jacusiel Miranda. Mdica, Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Claudia Ridel Juzwiak. Nutricionista, Professora Adjunto, Departamento de Cincias do Movimento Humano, Universidade Federal de So Paulo.

    Ciro Winckler. Coordenador de Atletismo do Comit Paralmpico Brasileiro, Professor de Educao Fsica, Professor Adjunto do Departamento de Cincias do Movimento Humano, Universidade Federal de So Paulo.

    Daniel Cady. Nutricionista, Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Daniel Paduan Joaquim. Nutricionista, Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Franz Homero Paganini Burini.

    Mdico, Professor do Centro de Metabolismo em Exerccio e Nutrio, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho.

    Hsojy Vital da Silva. Mdico, Coordenador do Doping, Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Joo Paulo Fabi. Farmacutico-

    bioqumico, Especialista de Laboratrio da Faculdade de Cincias Farmacuticas, Universidade de So Paulo.

    Leopoldo Leo. Nutricionista, Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Marco Tlio Mello. Professor de Educao Fsica, Coordenador da rea de Cincia e Tecnologia da Academia Paralmpica Brasileira.

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    Marcelo Saldanha Aoki. Professor de Educao Fsica e Nutricionista, Professor Associado da Escola de Artes, Cincias e Humanidades, Universidade de So Paulo.

    Murilo Barreto. Professor de Educao Fsica, Coordenador de Natao do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Raquel Simes Mendes Netto. Nutricionista, Professora Adjunto do Centro de Cincias Biolgicas, Ncleo de Nutrio, Universidade Federal de Sergipe.

    Roberto Vital. Mdico, Coordenador do Departamento de Sade do Comit Paralmpico Brasileiro.

    Rui Meslin. Professor de Educao Fsica, Comit Paralmpico Brasileiro.

    Sandra Maria Lima Ribeiro. Nutricionista, Professora Associada da Escola de Artes, Cincias e Humanidades, Universidade de So Paulo.

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    Dentre as diversas estratgias que podem ser adotadas para que o planejamento alimentar esteja adequado s necessidades e metas a serem alcanadas, a suplementao uma delas. Ressalta-se, no

    entanto, que no deve substituir uma alimentao equilibrada, mas sim, complement-la.

    NUTRIO E DESEMPENHO ESPORTIVO

    Muitos fatores contribuem para o sucesso no esporte, incluindo a gentica, a tcnica e a motivao. A relao da nutrio com o desempenho esportivo est amplamente evidenciada na literatura e pode representar a margem de diferena entre a vitria ou o fracasso1,12. As condutas nutricionais para atle-tas devem ter como objetivo a garantia do melhor desempenho, sem deixar de atender necessidade da manuteno da sade15.

    A adoo de prticas alimentares adequadas apresenta uma srie de van-tagens para o atleta: proporciona o pleno aproveitamento do treinamento, melhora a capacidade de recuperao entre treinos, contribui para a manu-teno do peso e composio corporal mais adequadas modalidade, con-tribui para a capacidade de concentrao e melhora do tempo de reao, alm de reduzir o risco de doenas e leses10,19.

    Diferentes esportes e modalidades exigem estratgias especfi cas, basea-das nas caractersticas fi siolgicas do exerccio, tipo de treino (durao, fre-quncia, intensidade), alm do condicionamento fsico e condio de sade do indivduo. Ainda, estratgias nutricionais especfi cas devem ser adotadas nas diferentes fases: treinamento, pr-competio, competio e recupera-o1. Deve-se conhecer os objetivos do atleta para cada uma dessas fases, assim como o calendrio de provas que ser cumprido durante o ano3.

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    SUPLEMENTAO NO ESPORTE ADAPTADO:CUIDADOS ESPECIAIS

    A suplementao no caso de para-atletasa merece ateno especial, pois:

    A literatura que traz estudos que tenham avaliado os efeitos da suplementao nesses atletas quase inexistente;

    Em relao a atletas convencionais, para-atletas apresentam com maior fre-quncia, alteraes metablicas e/ou doenas associadas que podem con-traindicar a utilizao de suplementos;

    Em particular, no caso de atletas com leso medular, as estratgias de suple-mentao devem ser defi nidas considerando-se o nvel da leso e funo dos rgos;

    H possibilidade de atletas com defi cincias apresentarem efeitos adversos no encontrados em atletas convencionais;

    Especial ateno deve ser dada aos suplementos de natureza proteica (ex: whey protein, creatina) quanto aos possveis efeitos adversos (por exemplo, quanto sobrecarga renal), em especial, no caso de atletas com leso me-dular e nanismo;

    Podem ocorrer interaes entre os medicamentos consumidos e os suplementos;

    A durao e intensidade de algumas provas no esporte paralmpico, e de acordo com a classe funcional, podem ser diferentes do que nas provas con-vencionais, infl uenciando as estratgias nutricionais e de suplementao que devero ser adotadas.

    Devido ausncia de estudos do efeito de suplementos nutricionais em atletas com defi cincias, a tomada de deciso sobre o uso de suplementos deve considerar as caractersticas individuais e

    ser acompanhada cuidadosamente pelo profi ssional responsvel pela prescrio, com apoio da equipe multidisciplinar.

    a Denominao para especifi car atletas que treinam e competem no paradesporto.

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    CATEGORIZAO DOS SUPLEMENTOS

    Para a categorizao dos suplementos levou-se em considerao: Legislao vigente no pas sobre suplementos para atletas(ANVISA, RDC no. 18/2010)4; Estado de arte das evidncias cientfi cas sobre a efetividade e segurana dos suplementos; Experincia do Programa de Suplementao do Australian Institute of Sport AIS2.

    Os suplementos foram categorizados em cinco grupos. O quadro 1 mostra a defi nio de cada categoria e os suplementos que as compe.

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    QUADRO 1: CATEGORIAS DE SUPLEMENTOS

    *De acordo com a lista de Alimentos com Alegaes de Propriedades Funcionais e ou de Sade, Novos Alimentos/Ingredientes, Substncias Bioativas e Probiticos - Lista de alegaes de propriedade funcional aprovadas atualizada7; **Respeitando a legislao de acordo com: ANVISA RDC 269 22/09/20056 e Resoluo do Conselho Federal de Nutricionistas 390/2006 de 22/11/20068. No caso de nutricionistas, seguir a resoluo CFN 525/20139.

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    Os principais efeitos positivos da cafena que tem sido estudado em rela-o ao esporte so: promoo da sensao de alerta, melhora da resposta de reao e reduo na percepo subjetiva ao esforo. Tambm tem sido estudada por seu papel em retardar a fadiga. Por esses efeitos, a cafena tem sido utilizada em diversos esportes, com grande variao de intensidade e durao (ex.: esportes de endurance, de alta intensidade, intermitentes).

    Segundo a RDC 18/20104, da ANVISA, o suplemento de cafena para atletas defi nido como um produto destinado a aumentar a resistncia aerbia em exerccios fsicos de longa durao. Ainda segundo essa resoluo, os suple-mentos de cafena para atletas devem atender aos seguintes requisitos:

    O produto deve fornecer entre 210 e 420 mg de cafena na poro;

    SUPLEMENTOS - CATEGORIA A

    Suplementos abrangidos na RDC 18/2010b,4 da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA4), so especialmente formulados para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais especfi cas e auxiliar no desempenho do exerccio. Evidncias cientfi cas sugerem efeitos benfi cos da utilizao em situaes individuais.

    Os suplementos do grupo A sero apresentados quanto sua natureza, em que situaes vm sendo pesquisados, algumas consideraes sobre o uso e advertncias, dentro do conhecimento atual2,4,13,17,18,20. Refora-se a impor-tncia de que a quantidade e momento de uso sejam orientados por pro-fi ssional habilitado (mdico ou nutricionista), aps cuidadoso estudo das necessidades individuais do atleta.

    CAFENA

    A cafena pode ser obtida de uma variedade de fontes: caf, ch, alguns ti-pos de refrigerantes, chocolate, bebidas energticas, suplementos e medi-camentos. Essa substncia estimulante rapidamente absorvida pelo orga-nismo e transportada para os tecidos e rgos, onde pode exercer diversos efeitos, alguns positivos e outros negativos.

    bA RDC 18/2010 da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA tem o objetivo de estabelecer a classifi cao, a designao, os requisitos de composio e de rotulagem dos alimentos para atletas.

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    Deve ser utilizada na formulao do produto cafena com teor mnimo de 98,5% do princpio ativo (1,3,7-trimetilxantina calculada sobre a base anidra); O produto no pode ser adicionado de nutrientes e de outros no nutrientes; Este produto no deve ser consumido por crianas, gestantes, idosos e portadores de enfermidades; A quantidade de cafena na poro deve ser declarada no rtulo do produto. Deve constar a advertncia em destaque e negrito: Este produto no deve ser consumido por crianas, gestantes, idosos e portadores de enfermidades.

    Consideraes

    A resposta cafena varia de indivduo para indivduo e h casos de pes-soas que no respondem ao consumo e outras que podem apresentar efei-

    da presso arterial e da frequncia cardaca, tremores, nervosismo, insnia,

    cularmente atentos ao aparecimento desses efeitos. A suspenso do suple-

    alguns efeitos em alguns atletas, por exemplo, dor de cabea e letargia.

    Existem vrios protocolos de utilizao, sempre com ajuste da dose em gra-mas por quilo de peso e com possibilidade de consumo em diferentes mo-mentos (antes ou durante o exerccio). O melhor protocolo o que garante a

    converse com seu mdico ou nutricionista.

    O protocolo deve sempre ser testado em uma situao de treino antes de ser usado em uma competio.

    Ao se considerar a cafena consumida no dia, deve-se estimar o consumo proveniente da alimentao, alm do que fornecido pelo suplemento.

    O uso de medicamentos e de outros suplementos pode alterar o metabolismo e a excreo da cafena (ex.: alguns anticoncepcionais, creatina, bicarbonato).

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    At 2004 a cafena fazia parte da lista de substncias dopantes de acordo com a Agncia Mundial Antidoping (WADA). Atualmente faz parte do Progra-ma de Monitoramento dessa Agncia, que monitora o uso para identifi car padres de consumo inadequado.

    Fique atento ao rtulo!

    Em suplementos, a cafena pode ser apresentar de forma isolada (ex.: tabletes, ps, cpsulas) ou combinao com outras substncias (ex.:

    substncias chamadas termognicas, carboidratos, aminocidos). A cate-gorizao do produto para efeito desse guia ser de acordo com substncia presente, cuja classifi cao seja no grupo com menor grau de evidncia e maior risco.

    CREATINA

    A creatina um produto de natureza proteica, pois formada a partir de trs aminocidos (a arginina, a glicina e a metionina), substncias que formam as protenas. produzida pelo fgado e tambm pode ser obtida pelos alimen-tos (por exemplo, carnes, peixes e ovos). Estudos tm demonstrado que os suplementos de creatina contribuem para aumentar as reservas musculares de creatina fosfato, uma substncia usada para produo de energia, o que pode contribuir para o desempenho em exerccios que envolvam sprints, principalmente em situaes de repeties, com curtos perodos de descanso entre eles, como tambm no treinamento resistido e em exerccios intermitentes. A creatina tambm pode contribuir para o ganho de massa muscular e fora.

    Segundo a RDC 18/20104, o produto pronto para consumo deve conter de 1,5 a 3 g de creatina na poro;

    Deve ser utilizada na formulao do produto creatina monoidratada com grau de pureza mnima de 99,9%; Este produto pode ser adicionado de carboidratos; Este produto no pode ser adicionado de fi bras alimentares.

    Ainda segundo a resoluo, nos rtulos de suplementos de creatina para atletas devem constar as seguintes advertncias em destaque e negrito:

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    o consumo de creatina acima de 3g ao dia pode ser prejudicial sade e este produto no deve ser consumido por crianas, gestantes, idosos e portadores de enfermidades.A quantidade de creatina na poro deve ser declarada no rtulo do produto.

    Consideraes

    O contedo muscular de creatina varia entre os indivduos, infl uenciado pelo sexo, idade, tipo de fi bra muscular predominante e dieta. Como as fontes ali-mentares so de origem animal, vegetarianos, principalmente restritos (ve-ganos) podem apresentar menores concentraes. A resposta suplementa-o est relacionada s concentraes iniciais encontradas na musculatura.

    O melhor protocolo de utilizao deve ser decidido de acordo com as neces-sidades individuais do atleta com o mdico ou nutricionista que o acompa-nham. No se recomenda o consumo crnico.

    A resposta suplementao de creatina melhor quando ocorre concomi-tantemente ao consumo de carboidrato.

    O aumento de peso provocado pela suplementao de creatina pode no ser positivo, dependendo da modalidade esportiva. Este efeito deve ser levado em considerao no momento de tomada de deciso de uso.

    H relatos na literatura de indivduos que sentiram efeitos adversos do uso, por exemplo, desconforto gastrintestinal, nusea, vmito, diarreia e dor de cabea. Sugere-se que pessoas com histrico de problemas renais, hepticos e cardacos no consumam esse suplemento.

    Atletas adolescentes ganham massa muscular como parte do processo de crescimento e no devem consumir esse tipo de suplemento, pois pouco se sabe sobre seus efeitos nessa etapa da vida.

    Fique atento ao rtulo!

    Alm da creatina monohidratada, existem outras formas qumicas de creatina que tem aparecido no mercado, sendo que os fabricantes

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    alegam maior estabilidade, digestibilidade e maior efi ccia. Ao contrrio, algumas dessas novas formas em soluo so instveis e a creatina se degrada no produto. Estes produtos no esto contemplados pela RDC 18/20104 da ANVISA e ainda h poucos estudos em relao sua efi ccia e segurana.

    A creatina pode estar adicionada de outras substncias. Sempre verifi que o rtulo dos produtos consumidos! Neste caso, a categorizao do produto para efeito desse guia ser de acordo com substncia presente, cuja classifi -cao seja no grupo com menor grau de evidncia e maior risco.

    SUPLEMENTOS ENERGTICOS

    Tendo como principal ingrediente os carboidratos, estes suplementos po-dem complementar a necessidade desse nutriente em atletas de diversas modalidades.

    Segundo a RDC 18/20104 da ANVISA, esses suplementos so defi nidos como destinados a complementar as necessidades energtica. Devem atender aos seguintes requisitos:

    O produto pronto para consumo deve conter, no mnimo, 75% do valor energtico total proveniente dos carboidratos; A quantidade de carboidratos deve ser de, no mnimo, 15 g na poro do produto pronto para consumo; Este produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Tcnico especfi co sobre adio de nutrientes essenciais; Este produto pode conter lipdios, protenas intactas e ou parcialmente hidrolisadas; Este produto no pode ser adicionado de fi bras alimentares e de no nutrientes.

    Consideraes

    So encontrados em p, gel, balas e barras. Podem ser teis para fornecer carboidrato em situaes em que o uso de alimentos pode no ser a melhor opo devido digestibilidade ou a praticidade.

    c Osmolalidade: calculada a partir da concentrao molal de cada eletrlito.

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    Dependendo da concentrao de carboidratos e de outras substncias, pode ser usado antes, durante ou aps o exerccio.

    No caso de gel, recomenda-se o consumo concomitante de gua para reduzir o risco de desconforto gastrintestinal.

    Fique atento ao rtulo!

    Esses produtos podem conter carboidratos isolados, ou associados a outras substncias (ex: vitaminas, minerais, protenas e gorduras como previsto na RDC 18/20104 da ANVISA, ou outras, como cafena,

    aminocidos etc). Portanto, a indicao de uso (tipo, quantidade e momento) deve ser planejada no contexto da alimentao do atleta, de maneira me-lhor atender suas necessidades especfi cas.

    No caso de associao com substncias no previstas na RDC 18/20104 da ANVISA para esses produtos, sua categorizao, para efeito desse guia, ser de acordo com substncia presente, cuja classifi cao seja no grupo com menor grau de evidncia e maior risco.

    No confundir esse grupo de suplementos com as bebidas energticas que contm outras substncias classifi cadas em outras categorias nesse guia (ex: taurina).

    SUPLEMENTOS HIDROELETROLTICOS

    Produto destinado a auxiliar na hidratao e fornecer energia (carboidratos) e eletrlito durante o exerccio. O uso dos suplementos hidroeletroltcos pode fazer parte das estratgias de hidratao adotadas por atletas de di-versos esportes.

    So particularmente interessantes em treinos e competies com durao superior uma hora com o objetivo de reduzir o risco de desidratao e for-necer energia durante o exerccio. Porm, podem ser usados em outras situ-aes, sendo o melhor momento, o tipo e quanto consumir defi nidos com o mdico ou nutricionista para melhor aproveitamento.

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    Segundo a RDC 18/20104 da ANVISA, esses suplementos devem atender aos seguintes requisitos:

    Os carboidratos podem constituir at 8% do produto pronto para consumo. Quanto ao tipo de carboidratos, este produto no pode ser adicionado de carboidratos do tipo amidos e poliis e o teor de frutose, quando adicionada, no pode ser superior a 3% do produto pronto para o consumo; A concentrao de sdio no produto pronto para consumo deve estar entre 460 e 1.150 mg/l, devendo ser utilizados sais inorgnicos para fi ns alimentcios como fonte de sdio; A osmolalidadec do produto pronto para consumo deve ser inferior a 330 mOsm/kg gua. A osmolalidade defi nir se o produto isotnico quando a osmolalidade do produto pronto para consumo for entre 270 e 330 mOsm/kg gua e hipotnico para os produtos prontos para o consumo com osmolalidade abaixo de 270 mOsm/kg gua; O produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Tcnico especfi co sobre adio de nutrientes essenciais; O produto pode ser adicionado de potssio em at 700 mg/l; O produto no pode ser adicionado de outros nutrientes e no nutrientes; O produto no pode ser adicionado de fi bras alimentares.

    Consideraes

    O sabor e a temperatura infl uenciam o consumo. Teste os produtos na fase de treino e identifi que a opo mais adequada s preferncias e necessida-des individuais.

    No caso de produtos em p, seguir as instrues corretas de diluio para garantir que a concentrao de substncias esteja dentro dos valores indica-dos nos estudos (6 a 8%, de 30 a 60g/carboidrato/hora) para a efi cincia da hidratao e fornecimento de carboidratos e eletrlitos, sem causar trans-tornos gastrintestinais.

    A presena de sdio, que pode estar presente isoladamente ou em associa-o ao potssio, tambm contribui para o produto ser efi ciente no processo de hidratao.

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    No caso de atletas com leso medular, as estratgias de hidratao devem ser defi nidas considerando-se o nvel da leso, caractersticas de sudorese e funcionamento urinrio.

    Fique atento ao rtulo!

    Esses produtos podem ser constitudos por diferentes tipos de carboi-dratos isolados ou em diferentes combinaes no produto, como por

    exemplo, maltodextrina, sacarose, frutose e dextrose.

    Tambm existem produtos contendo outras substncias, como por exemplo, aminocidos e protenas. No Brasil, esses produtos no podem ser denomi-nados repositores hidroeletrolticos, pois no atendem RDC 18/20104 da ANVISA e, portanto, no esto classifi cados no grupo A. Neste caso, a cate-gorizao do produto, para efeito desse guia, ser de acordo com substncia presente, cuja classifi cao seja no grupo com menor grau de evidncia e maior risco.

    No confundir suplemento hidroleletrolticos com suplementos energticos ou bebidas energticas, que fornecem carboidratos em maior concentrao e outras substncias classifi cadas em outras categorias deste guia (ex.: taurina).

    O consumo de alguns tipos de carboidratos cerca de uma hora antes do exerccio pode, no caso de alguns atletas, causar a queda na concentrao de glicose do sangue nos primeiros minutos de exerccio, conhecida como hipoglicemia rebote Esse efeito tem sido observado principalmente quando o carboidrato de alto ndice glicmico. O ndice glicmico uma medida do impacto de um determinado alimento sobre a glicose sangunea, quando comparado com o consumo da mesma quantidade de glicose, que recebe um ndice de 100. Ou seja, todos os outros alimentos so classifi cados de 0 a 100, em comparao com a glicose. Carboidratos provenientes de alimentos e os utilizados nos suplementos energticos e hidroeletrolticos podem ter esse efeito (ex.: dextrose, sacarose, maltodextrina). O atleta e equipe que o acompanha devem fi car atentos sua resposta ao uso desses carboidratos14,16.

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    SUPLEMENTOS PARA SUBSTITUIO PARCIAL DE REFEIES

    Segundo a RDC 18/20104, os suplementos para substituio parcial de refei-es de atletas devem conter:

    A quantidade de carboidratos deve corresponder a 50-70% do valor energtico total do produto pronto para consumo; A quantidade de protenas deve corresponder a 13-20% do valor energtico total do produto pronto para consumo. A composio proteica do produto deve apresentar qualidade de aminocidos que a compe (PDCAASd) acima de 0,9, e a sua determinao deve estar de acordo com a metodologia de avaliao recomendada pela Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao/Organizao Mundial da Sade (FAO/WHO); A quantidade de lipdios deve corresponder, no mximo, a 30% do valor energtico total do produto pronto para consumo; Os teores de gorduras saturadas e gorduras trans no podem ultrapassar 10% e 1% do valor energtico total, respectivamente; O produto deve fornecer, no mnimo, 300 kcal por poro; O produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Tcnico, especfi co sobre adio de nutrientes essenciais; O produto pode ser adicionado de fi bras alimentares.

    Considerando as caractersticas de composio de energia (kilocalorias), macronutrientes (carboidratos, protenas, gorduras e fi bras) e micronutrien-tes (vitaminas e minerais) esses suplementos podem ser usados em uma variedade de esportes desde que seu uso seja planejado no dia alimentar, garantindo que seja somado ao que oferecido pelos alimentos, atenda cessidade individual do atleta.

    So oferecidos geralmente na forma lquida, pronto para beber, em barra ou em p, cuja diluio pode ser recomendada em gua, leite ou outros lquidos.

    Consideraes

    Seu uso pode ser pensado para complementar a alimentao de atletas cuja necessidade de energia muito elevada ou para substituir refeies em al-gumas situaes:

    Oferta de refeio de forma prtica e com controle do valor energtico e de nutrientes;

    d PDCAAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score): escore de aminocidos corrigido pela digestibilidade da protena para a determinao de sua qualidade biolgica.

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    Falta de disponibilidade de alimentos (ex.: viagens para locais em que a alimentao disponvel limitada ou de baixa qualidade); Difi culdade em consumir refeies slidas por causarem desconforto gastrintestinal ou por supresso do apetite (ex.: prximo ao perodo competitivo ou durante uma longa competio, exerccio realizado em elevada altitude).

    A deciso de complementar ou substituir uma refeio deve ser muito bem planejada para que no haja ingesto excessiva ou insufi ciente de energia.

    Fique atento ao rtulo!

    Os suplementos para a substituio parcial de refeies apresentam valor energtico, poro sugerida e composio de nutrientes bastan-te distintos. A escolha deve ser feita considerando o valor energtico

    e quantidade de todos os nutrientes presentes.

    Diferentes tipos de protenas podem ser usados para a elaborao desses produtos - pessoas com intolerncia a lactose e alergia ao leite de vaca no devem consumir suplementos proteicos extrados do leite (whey protein, casena).

    Alm dos nutrientes previstos pela legislao, esses produtos podem conter outras substncias (ex.: termognicos). No caso de associao com substn-cias no previstas na RDC 18/20104 da ANVISA para esses produtos, sua ca-tegorizao, para efeito desse guia, ser de acordo com substncia presente, cuja classifi cao seja no grupo com menor grau de evidncia e maior risco.

    No caso de produtos em p importante seguir as orientaes corretas de diluio do produto (quantidade e meio gua, leite, outro lquido).

    SUPLEMENTOS PROTEICOS

    As protenas so nutrientes que tem diversas e importantes funes no or-ganismo: atuam na construo e no reparo dos tecidos, participam na consti-tuio de clulas, hormnios e enzimas e fornecem energia.

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    As protenas so formadas por partes menores, os aminocidos, e esto pre-sentes em vrias fontes alimentares, sendo as principais:

    Leite e seus derivados (queijo, iogurte, coalhada); Carnes em geral (aves, carne de vaca, suna, pescado etc); Ovos; Leguminosas (feijes em geral, lentilha, gro de bico, soja).

    A composio das protenas de origem animal e vegetal varia em relao composio de aminocidos e sua digestibilidade. Em geral, as protenas derivadas do leite, ovos e carne so consideradas de alto valor biolgico, pois fornecem os aminocidos essenciaise em quantidades adequadas s ne-cessidades do ser humano.

    Atletas necessitam de maior quantidade de protenas (em gramas por quilo-grama de massa corporal), em comparao aos sedentrios. A necessidade defi nida pelo tipo de exerccio praticado (ex.: fora vs. endurance) e nvel de treinamento. No entanto, essa quantidade facilmente obtida por meio de uma alimentao equilibrada: o feijo e as carnes, alimentos ricos em protena, esto entre os trs alimentos com maior consumo per capita entre os brasileiros (IBGE, 201011) e atletas comumente, devido sua necessidade energtica aumentada, consomem volumes ainda maiores de alimentos do que a populao no-atleta. Por essa razo, a quantidade de protena forne-cida pelo suplemento proteico deve ser somada protena proveniente dos alimentos para que no ocorra consumo excessivo. Alm disso, o total de protenas da alimentao deve ser distribudo ao longo do dia e de acordo com o treino.

    Segundo a RDC 18/20104 da ANVISA, os suplementos proteicos so defi ni-dos como produtos que se destinam a complementar as necessidades pro-teicas e devem atender aos seguintes requisitos:

    O produto pronto para consumo deve conter, no mnimo, 10 g deprotena na poro; O produto pronto para consumo deve conter, no mnimo, 50% do valor energtico total proveniente das protenas; O produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conformeRegulamento Tcnico especfi co sobre adio de nutrientes essenciais;

    e Aminocidos essenciais: aminocidos que o ser humano no consegue produzir e devem ser supridos diariamente pela dieta.

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    O produto no pode ser adicionado de fi bras alimentares e de nonutrientes; Quanto ao requisito de protenas, a composio proteica do produto deveapresentar qualidade de aminocidos que a compe (PDCAASf) acima de 0,9, sendo que a sua determinao deve estar de acordo com a metodologia de avaliao recomendada pela Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao/Organizao Mundial da Sade (FAO/WHO).

    Consideraes

    Alm da quantidade total de protenas que devem ser consumidas diaria-mente, ajustadas de acordo com a massa corporal, o momento de consu-mo da protena tambm importante. Estudos sugerem que o consumo de protenas associado a carboidratos antes e aps o exerccio pode contribuir para aumentar a sntese ou reduzir a degradao do msculo e melhorar a adaptao ao treino. A melhor estratgia alimento ou suplemento deve ser discutida com seu mdico ou nutricionista e a quantidade ajustada ne-cessidade individual do atleta, considerando o que ser consumido ao longo do dia.

    Os suplementos proteicos so encontrados em diversas formas (ps, barras, lquidos e at mesmo como base para preparaes de alimentos, como por exemplo, massa de panqueca ou sorvete).

    A supervalorizao de alimentos e suplementos proteicos pode levar o atleta a consumir uma dieta que no preenche sua necessidade de carboidratos, o principal substrato para a produo de energia durante o exerccio, alm de evitar que as protenas sejam desviadas de suas funes (ao poupadora).

    Fique atento ao rtulo!

    Os suplementos proteicos so obtidos de diferentes fontes alimentares (ex.: albumina da clara do ovo, whey protein - do ingls, protena do soro - e a casena, ambas obtidas do leite). A solubilidade

    do produto, digestibilidade e absoro dependem do tipo de protena usada e grau de processamento.

    f PDCAAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score): escore de aminocidos corrigido pela digestibilidade da protena para a determinao de sua qualidade biolgica.

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    Dependendo do grau de processamento e purifi cao da protena alimentar, so obtidos produtos (concentrados, isolados ou hidrolizados) que podem conter outras substncias, como carboidratos, gorduras, colesterol, amino-cidos, vitaminas, minerais, probiticos e enzimas. Assim, a escolha do tipo, quantidade e momento de consumo devem ser defi nidos por profi ssional habilitado e de acordo com a necessidade individual do atleta e dentro do contexto da alimentao total.

    Pessoas com intolerncia a lactose e alergia ao leite de vaca no devem consumir suplementos proteicos extrados do leite (whey protein, casena).

    Mesmo suplementos do grupo A podem apresentar contaminao acidental ou intencional!

    SUPLEMENTOS CATEGORIAS B - D

    Alguns outros suplementos podem contribuir para o desempenho do atleta ou ter efeitos indiretos (ex.: na recuperao). No entanto, sua classifi cao nas categorias B a D deste guia indica que os estudos ainda mostram resul-tados inconsistentes, mais ainda em relao a atletas com defi cincia. Sua ao pode ser interessante para alguns atletas em esportes e situaes es-pecfi cas e recomenda-se que a suplementao seja feita sob um protocolo especfi co, delineado de acordo com a necessidade do atleta.

    Assim, como indicado para os suplementos da categoria A, esses suplemen-tos devero ser sempre orientados por mdico ou nutricionista aps cuida-dosa avaliao e acompanhamento individual para deteco de possveis efeitos adversos.

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    SUPLEMENTOS CATEGORIAS E

    Esses suplementos no devem ser consumidos. Tratam-se de substncias que j esto na lista de substncias consideradas como dopantes pela Agn-cia Mundial Antidoping ou produtos sem evidncias cientfi cas para apoiar benefcios de uso, com risco de provocarem efeitos adversos ou de serem contaminados por substncias dopantes.

    Leia o rtulo cuidadosamente. comum um suplemento para deter-minado fi m conter inmeros outros ingredientes (nutrientes ou no) que apresentam outras funes alm daquela descrita como principal

    e que se classifi cam de forma diferente, de acordo com esse guia.

    Quase no h estudos sobre os efeitos da suplementao em atletas adoles-centes. Considerando a importante fase de crescimento em que se encon-tram e outras modifi caes decorrentes dessa etapa no organismo, a utiliza-o de suplementos contraindicada.

    A legislao de produtos para atletas varia de pas para pas, o que pode levar um suplemento a ter composio diferente dependendo do local onde adquirido. Atletas devem fi car atentos ao viajar, em relao aquisio desses produtos.

    Produtos que prometem rpido emagrecimento/queima de gordura ou ga-nho de massa muscular apresentam maior risco de conterem contaminantes (ex.: diurticos, supressores de apetite e anabolizantes).

    PARA TER ATENO ESPECIAL

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    CONSIDERAES FINAIS

    Suplementos no substituem uma alimentao equilibrada, mas sim, podem ser uma das estratgias para complementar a ali-

    mentao do atleta.

    A prescrio do suplemento deve ser sempre realizada por profi ssional habi-litado (mdico ou nutricionista), aps cuidadosa avaliao das necessidades individuais dos atletas. Estes profi ssionais devem acompanhar o atleta du-rante o perodo de consumo de suplementos para garantir os ajustes neces-srios de acordo com as mudanas no treino e metas e identifi car possveis efeitos adversos.

    Existe um risco associado ao uso de suplemento, que pode estar relacionado presena de substncias contaminantes ou ao consumo em quantidades inadequadas.

    Fique particularmente atento aos suplementos que prometem ganho de massa muscular ou reduo da gordura corporal (ex.: proteicos, creatina, ca-fena), pois apresentam maior risco de conterem substncias associadas ou adicionadas (no declaradas no rtulo) que promovam esses efeitos, com possibilidade de efeito negativo para a sade e risco de doping positivo.

    O uso de qualquer suplemento deve ser testado na fase de treino. Nunca utilize um suplemento desconhecido no perodo competitivo.

    O uso de suplementos no garante uma alimentao equilibrada.

    Algumas questes para refl etir antes de decidir pela utilizao de suplementos12: seguro? legal? H evidncia que funciona? Pode interagir com medicamentos? Sabe-se algo sobre seu uso na minha defi cincia? Como deve ser consumido? (tipo, quantidade, frequncia, momento) Qual o custo? Minha alimentao est adequada?

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    O ATLETA RESPONSVEL POR TUDO QUE CONSOME...Segundo a Agncia Mundial Antidoping: de responsabilidade pessoal de cada praticante assegurar o uso ou no de cada substncia listada como proibida, independentemente da inteno ou negligncia.

    REFERNCIAS

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    8. BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Regulamenta a pres-crio diettica de suplementos nutricionais pelo nutricionista e d outras providncias. Resoluo CFN 390/2006 de 22 de novembro de 2006.

    9. BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. Regulamenta a prtica da fi toterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competncia para, nas mo-dalidades que especifi ca, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fi toterpicos como complemento da prescrio diettica e, d outras provi-dncias. CFN 525/2013 de 25 de junho de 2013.

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