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  • Homenagem e agradecimentos

    Existem companheiros cuja dedicao, profissionalismo e amizade so to presentes em nosso trabalho, que no so capazes de se dissipar com a ausncia que os desgnios da vida podem, s vezes, nos impor.

    Desde a concepo do projeto TELELAB, at a presente srie, dois desses seres maiores, Cludia Renata Fernandes Martins e Luiz Fernando de Ges Siqueira, nos deixaram.

    Suas contribuies, no entanto, permanecem. Permanecem como uma boa memria, uma inspirao que maior que a saudade.

    A eles fica a homenagem e o registro de que fizeram e sempre faro parte dessa equipe, desse projeto. Finalmente, nossos agradecimentos aos:

    Laboratrio Municipal de Curitiba LMC Laboratrio de Sade Pblica do Distrito Federal LACEN/DF Laboratrio de Sade Pblica de Santa Catarina LACEN/SC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Universidade de Caxias do Sul UCS

    Por terem cedido os profissionais que elaboraram essa que a quarta srie do Sistema de Ensino a Distncia para Profissionais de Laboratrio TELELAB.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 1

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  • Introduo

    Um pouco de histriaEm 1974, foi publicado nos Estados Unidos, pelo Centro de Controle de Doenas (Centers for Disease Control

    CDC), o folheto Classificao dos Agentes Etiolgicos Baseando-se no Grau de Risco, que passou a servir como referncia geral para as atividades laboratoriais que envolvessem agentes infecciosos. Na dcada de 80, outras normas foram publicadas para os trabalhadores da rea da sade sob o ttulo de Precaues Universais, que se tornaram a base do manuseio seguro de sangue e fluidos corporais.

    No Brasil, a chamada Lei de Biossegurana foi criada em 1995, abordando apenas a tecnologia de engenharia gentica, estabelecendo os requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados, os transgnicos. Somente recentemente, em outubro de 2010, foi publicada a Portaria n 3.204 do Ministrio da Sade, que aprova a Norma Tcnica de Biossegurana para Laboratrios de Sade PblicB. Atualmente a Lei de Biossegurana que est em vigor a de n11105 de 24 de maro de 2005.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 2

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  • Riscos ocupacionais e avaliao de riscos nos laboratrios

    Riscos em laboratrios de sadeNos laboratrios de sade, alm dos riscos comuns a outras atividades ocupacionais, estamos expostos a

    riscos especficos relativos s atividades que envolvem agentes biolgicos e substncias qumicas.Os riscos ocupacionais so classificados em cinco grupos principais:

    Riscos fsicos: esto relacionados exposio a rudos, vibraes, presses atmosfricas anormais, temperaturas extremas e radiaes, tais como a luz ultravioleta;

    Riscos ergonmicos e/ou psicossociais: esto relacionados a elementos fsicos e organizacionais que interferem no conforto da atividade laboral e nas caractersticas psicofisiolgicas do trabalhador.So exemplos de riscos ergonmicos/psicossociais:

    Posto de trabalho com mobilirio, equipamentos e dispositivos inadequados; Ambiente fsico contendo caminhos obstrudos, corredores estreitos, ventilao e iluminao inadequadas; Atividades que envolvem esforos repetitivos; Fluxo de trabalho inadequado; Assdio moral G .

    Riscos qumicos: esto relacionados exposio a substncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratria, pela pele ou por ingesto.Estas substncias so consideradas de risco, pois podem apresentar efeitos que vo desde irritao das vias areas, pele e mucosas, intoxicaes agudas e crnicas, at doenas graves, como o cncer.

    Riscos de acidentes: esto relacionados a atividades que envolvem o uso de materiais de vidro e outros objetos perfurocortantes, de materiais ou equipamentos que geram calor ou chamas, e ao manuseio de substncias qumicas inflamveis ou explosivas.

    Riscos biolgicos: esto associados ao manuseio ou contato com materiais biolgicos e/ou animais infectados com agentes biolgicos que possuam a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais ou meio ambiente. Os agentes biolgicos so classificados de acordo com o risco que apresentam.

    Classificao de risco dos agentes biolgicos

    Agentes biolgicos Descrio

    Classe de Risco 1 So agentes biolgicos que representam baixa probabilidade de causar doenas no indivduo e na coletividade.

    Classe de Risco 2

    So agentes biolgicos que apresentam risco moderado para o indivduo e baixa probabilidade de disseminao para a coletividade. Podem causar doenas ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

    Classe de Risco 3

    So agentes biolgicos que apresentam risco individual elevado e com probabilidade de disseminao para a coletividade. Podem causar doenas e infeces graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

    Classe de Risco 4

    So agentes biolgicos que apresentam risco individual elevado e com probabilidade elevada de disseminao para a coletividade. Apresentam grande poder de transmisso de um indivduo para outro. Podem causar doenas graves ao ser humano, para as quais NO existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 3

  • Fatores para avaliao do riscoA avaliao de riscos ao profissional de laboratrio deve considerar, alm da classificao de riscos dos agentes

    biolgicos, os seguintes fatores: a virulncia do agente biolgico; a dose infectante; o dano decorrente da exposio ao agente; o modo de transmisso e as vias de infeco resultantes de manipulaes laboratoriais (via parenteral,

    via area e via oral); a estabilidade do agente no ambiente; a disponibilidade de profilaxia e tratamento eficazes; a concentrao do agente e volume do material concentrado a ser manipulado; as caractersticas do trabalhador: idade, sexo, fatores genticos, suscetibilidade individual, estado imunolgico,

    exposio prvia, gravidez, hbitos de higiene pessoal, uso de equipamentos de proteo individual, experincia profissional e qualificao para o desenvolvimento das atividades;

    a atividade laboratorial na manipulao do agente (gerao de ultrassons, produo de aerossis, centrifugao, etc.). Por exemplo, a classificao de risco dos retrovrus, como o HIV, determinada pela atividade laboratorial:

    para a sorologia, o HIV considerado classe de risco 2; e para o cultivo desse vrus, por exemplo, considerado classe de risco 3, exigindo um grau de proteo

    maior para os profissionais do laboratrio.

    AtenoNos laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais so manipuladas amostras potencialmente contaminadas com microrganismos de classes de risco 2 ou 3. importante lembrar que usurios HIV soropositivos, com hepatites e outras doenas infecciosas, realizam diversos exames laboratoriais. Por isso, todos os setores do laboratrio recebem amostras desses usurios, devendo sempre seguir as prticas de biossegurana e considerar qualquer amostra como potencialmente infectante.

    Nveis de biossegurana do laboratrioO Nvel de Biossegurana (NB) de um laboratrio o nvel de proteo proporcionado aos profissionais do

    laboratrio, ao meio ambiente e comunidade. Existem quatro nveis de biossegurana ou nveis de conteno laboratorial: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4.

    Os nveis de biossegurana compreendem os critrios mnimos para o projeto arquitetnico, para as barreiras primrias (equipamentos de conteno) e para as prticas padres e especiais necessrias no laboratrio.

    Esses nveis esto em ordem crescente de proteo e tm relao com as classes de risco dos agentes biolgicos. A maior classe de risco dos agentes biolgicos manipulados determina o Nvel de Biossegurana que deve ser adotado no laboratrio.

    Os laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais so normalmente de Nvel de Biossegurana 2 NB2. Podem ter reas de Nvel de Biossegurana 3 (NB3), dependendo dos fatores de avaliao de risco e das tcnicas utilizadas.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 4

  • Procedimentos de biossegurana ou prticas seguras em laboratrio

    Os procedimentos de biossegurana ou prticas laboratoriais seguras compreendem medidas a serem adotadas desde a recepo do usurio ou de amostras at a emisso do laudo final. O objetivo prevenir e reduzir os riscos para os profissionais do laboratrio, incluindo a equipe de apoio (limpeza, manuteno), para a comunidade e para o meio ambiente.

    Essas medidas esto relacionadas com o nvel de biossegurana do laboratrio e incluem: A adequao do ambiente laboratorial e da rea de trabalho; Os cuidados com a higiene pessoal; A imunizao da equipe do laboratrio; O uso de Equipamentos de Proteo Individual EPIs e de Equipamentos de Proteo Coletiva EPCs; O treinamento dos profissionais do laboratrio; A adoo de procedimentos seguros na manipulao de material biolgico e de substncias qumicas; A utilizao de processos adequados e seguros de limpeza e descontaminao:

    do ambiente laboratorial; dos equipamentos e outros materiais utilizados; dos resduos produzidos nas atividades laboratoriais;

    A segregao, acondicionamento e envio para descarte final do resduo infectante e do resduo qumico de maneira correta;

    O estabelecimento de procedimentos a serem seguidos em caso de acidentes.

    Procedimentos Operacionais Padro (POP)Os POPs so protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade realizada no laboratrio, desde a

    coleta ou a recepo da amostra at a emisso do resultado final da anlise, incluindo a utilizao de equipamentos, procedimentos tcnicos, procedimentos e cuidados de biossegurana e condutas a serem adotadas em caso de acidentes.

    Os POPs tm como objetivo padronizar todas as aes para que diferentes profissionais possam compreender e executar, da mesma maneira, uma determinada tarefa. Assim, devem:

    estar escritos em linguagem clara e completa, possibilitando a compreenso e a adeso de todos; ser realistas para que os profissionais possam, de fato, seguir o estabelecido. ser atualizados regularmente e suas alteraes realizadas em conjunto pelos profissionais.

    Ateno Os POPs devem estar disponveis em local de fcil acesso e

    conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial;

    Os profissionais do laboratrio devem assinar um termo atestando que conhecem e se comprometem a cumprir o estabelecido nos POPs.

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  • Organizao do laboratrio

    Adequao do ambiente laboratorialO laboratrio precisa estar organizado de forma prtica e lgica. Para cumprir esses dois requisitos deve

    apresentar as seguintes condies: Iluminao adequada; Controle de temperatura para atender as exigncias tcnicas e dos equipamentos; Portas e janelas devem ser mantidas fechadas para diminuir a quantidade e a propagao de partculas ou

    aerossis pela entrada de poeira e/ou formao de correntes de ar;

    AerossisSo partculas microscpicas que permanecem suspensas no ar e

    podem carregar contaminantes qumicos, biolgicos e sujidades. Todos os procedimentos de laboratrio devem ser realizados cuidadosamente para evitar a formao dos aerossis, como nos procedimentos de pipetagem, flambagem, centrifugao e manuseio de substncias qumicas e amostras biolgicas.

    Os aerossis podem entrar pelas vias areas e mucosas causando infeces ou contaminar roupas, bancadas e equipamentos.

    reas adequadas para cada uma das atividades, ou seja, possuir espaos especficos para a coleta, a recepo das amostras, a separao do soro e a realizao dos testes;

    Plano de gerenciamento de resduos slidos. Bancadas revestidas com material no poroso que impea a penetrao e o acmulo de germes, e que

    sejam resistentes ao dos desinfetantes comumente utilizados em laboratrios;

    Equipamentos eltricos instalados: de acordo com suas caractersticas e orientaes do fabricante, mantendo-os longe de pias e de outras

    superfcies molhadas; prximos s tomadas, sem cabos emendados ou extenses para evitar choques eltricos e outros acidentes; com seus cabos ntegros, com verificao peridica para avaliar possveis danos; sistema eltrico com aterramento e uma tomada para cada equipamento, sem uso de adaptadores

    (por exemplo, T), para evitar aquecimento por sobrecarga eltrica e incndio.

    AtenoS ligue novos equipamentos depois de conferir se a rede eltrica do laboratrio est dimensionada para atender s necessidades de consumo.

    Identificao e sinalizao corretas em todas as dependncias do laboratrio. Veja mais orientaes sobre os smbolos de segurana no captulo 13 desse manual;

    Sinalizao do local onde esto instalados os Equipamentos de Proteo Coletiva EPCs; Fornecimento de Equipamentos de Proteo Individual EPI para todos os profissionais, em quantidade

    e qualidade necessrias rotina de trabalho; Sinalizao das sadas de emergncia.

    A rea de trabalho organizao e manutenoOrganize a bancada apenas com os materiais necessrios para a atividade que ser executada.Converse com seus colegas sobre isso. Quanto mais material deixado sobre a bancada, mais local para depsito

    de aerossis e sujidades.Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 6

  • Cuidados pessoais e procedimentos de proteo no laboratrio

    Cuidados pessoais e cuidados com o ambiente de trabalho

    Cabelos e barba

    Os cabelos de comprimento mdio ou longo devem ser mantidos presos ou cobertos com toucas descartveis. O uso de toucas descartveis obrigatrio em alguns setores como laboratrios de cultura de clulas e de biologia molecular.

    No recomendado o uso de barba, pois os pelos do rosto comprometem a vedao dos respiradores.

    Unhas

    As unhas devem estar sempre limpas e curtas, no ultrapassando a ponta dos dedos. Unhas compridas podem furar as luvas.

    Roupas e calados

    Use calas compridas e sapatos fechados que protejam totalmente os ps. Os calados devem ser de material no poroso e resistente para impedir que os ps sofram leses, no caso de acidentes com materiais perfurocortantes, substncias qumicas ou contaminao com materiais biolgicos. Dentro do laboratrio, as roupas pessoais devem estar sempre protegidas por jalecos ou aventais fechados.

    Os jalecos ou aventais que esto em uso no devem ser guardados em armrios junto com outras roupas e objetos pessoais.

    Lentes de contato

    O ideal no usar lentes de contato no laboratrio. Se for necessria sua utilizao, no podem ser manuseadas durante o trabalho e devem ser protegidas com o uso de culos de segurana.

    Nos casos de manipulao de produtos qumicos concentrados que geram vapores recomendado o uso de protetor facial completo, uma vez que o material das lentes pode ser atingido por vapores ou reter substncias que possam provocar irritaes ou leses nos olhos.

    Cosmticos

    No permitido usar cosmticos na rea laboratorial. Estes produtos liberam no ar partculas que podem servir de veculo para a propagao de agentes biolgicos ou substncias qumicas. Alm disso, os produtos de maquiagem facilitam a aderncia de agentes infecciosos na pele.

    Joias e adereos

    No devem ser usados anis, pulseiras, brincos e colares que possam tocar as superfcies de trabalho, vidrarias ou usurios.

    Crachs de identificao presos com cordo em volta do pescoo devem estar sob o jaleco quando o profissional estiver em reas de anlise de amostras.

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  • NO guardar alimentos e bebidas nos ambientes laboratoriais:

    Porque as partculas contendo microrganismos, presentes no ambiente laboratorial ou no interior de geladeiras e freezers, podem se depositar nos recipientes e nos prprios alimentos. No caso das geladeiras e freezers, os respingos da gua de condensao ou vazamentos imperceptveis de soro e outros materiais biolgicos ou reagentes podem contaminar os alimentos, as bebidas e seus recipientes;

    Porque voc mesmo ou um colega seu podem tocar no recipiente ou na embalagem do alimento com uma luva contaminada;

    Alm de correr riscos de infeces ao comer ou beber, voc tambm estar se arriscando, e a outras pessoas, quando levar para casa as sobras e os recipientes guardados no laboratrio;

    Comer e beber, inclusive cafezinho e gua, no mesmo ambiente onde se manipulam materiais e fluidos biolgicos como sangue, soro, urina e secrees, expem voc a riscos desnecessrios;

    Alm disso, farelos e restos de acar, comida e bebidas atraem diversos insetos e roedores que carreiam microrganismos, contaminando todo o local. Esses insetos e roedores podem, ainda, danificar instalaes eltricas e equipamentos e provocar srios acidentes.

    Ventiladores

    No devem ser usados em laboratrio, pois podem disseminar partculas contaminantes no ambiente.

    Rdio e TV

    No permitido assistir TV, ouvir rdio ou utilizar fones de ouvido na rea analtica. Essas prticas prejudicam a ateno no trabalho que est sendo executado e a percepo do que ocorre ao redor. A desateno gera erros e pode resultar em acidentes.

    Telefones celulares e tablets

    Os telefones celulares, tablets, netbooks, notebooks e similares devem ser deixados fora da rea onde anlises ou ensaios so realizados, para evitar a contaminao do aparelho e a distrao do profissional.

    Presena de pessoas estranhas ao servio

    No permitida nos ambientes laboratoriais a presena de pessoas estranhas ao servio, ou seja, que no estejam envolvidas com o trabalho a ser realizado. A permanncia de pessoas sem conhecimento dos riscos presentes nessas reas aumenta as chances de acidentes.

    Alm disso, a circulao de pessoas diminui a concentrao dos profissionais, facilitando a ocorrncia de enganos durante os procedimentos, podendo gerar, como consequncia, erros de resultados ou acidentes graves.

    Com crianas, que so naturalmente curiosas e costumam tocar em superfcies, materiais e equipamentos, a situao de risco ainda maior. No permita que crianas entrem no ambiente laboratorial e que se exponham a riscos desnecessrios.

    Caso seja necessria a entrada de profissionais de outras reas como, por exemplo, da manuteno de equipamentos ou de rede eltrica, esses devem utilizar EPI e estar sempre acompanhados de um membro da equipe do laboratrio, de preferncia em horrios em que h pouca ou nenhuma atividade sendo realizada.

    Alimentos e bebidas

    terminantemente proibido guardar, refrigerar ou aquecer alimentos para consumo dentro de equipamentos da rea analtica. Os alimentos, incluindo bebidas, devem ser consumidos exclusivamente em reas destinadas para este fim, como copas e refeitrios.

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  • Procedimentos para proteo pessoal e das outras pessoas

    1. Tire as luvas sempre que for abrir portas, atender telefone, ligar e desligar interruptores. Desse modo, voc evita a contaminao dessas superfcies e protege sua sade e das demais pessoas;

    2. Jamais pipete com a boca. A simples colocao da pipeta na boca coloca voc em risco, visto que pode carrear para o seu organismo partculas potencialmente infectantes. Alm disso, ao pipetar com a boca voc poder aspirar ou at mesmo engolir substncias txicas, carcinognicas G ou contaminadas por agentes infecciosos. Utilize equipamentos auxiliares para fazer pipetagem;

    3. Descarte materiais perfurocortantes em recipientes de paredes rgidas. Jamais reencape agulhas. Acidentes com perfurocortantes so a principal fonte de contaminao dos profissionais de sade;

    4. Identifique bactrias atravs de provas bioqumicas ou de colorao. Em hiptese alguma cheire placas de cultura ou frascos de reagente. A inalao de agentes microbianos pode resultar em infeces como, por exemplo, a meningite meningoccica. A inalao de substncias qumicas pode provocar intoxicaes agudas graves;

    5. Nunca utilize recipientes de laboratrio para beber ou comer, mesmo que estejam aparentemente limpos.

    AtenoUma partcula de plen mede em torno de 20 micrmetros. As bactrias medem entre 0,5 e 3,0 micrmetros e os vrus entre 0,001 a 0,005 micrmetros. Imagine quantos microrganismos uma partcula de plen pode carregar de um lugar para outro!

    Plantas

    Na rea de laboratrio no permitido manter/cultivar plantas que no estejam relacionadas com os trabalhos do laboratrio. Elas acumulam poeira e contaminaes e podem liberar plen.

    Manter vasos de plantas para decorao nos ambientes laboratoriais totalmente inadequado.

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  • Higienizao das mos

    As mos constituem a principal via de disseminao de microrganismos, pois a pele um reservatrio de diversas bactrias, fungos e vrus que podem ser transferidos de uma superfcie para a outra, seja por meio do contato direto (pele com pele ou mucosa), ou indireto, atravs do contato com objetos ou superfcies contaminados.

    Recentemente, o termo Lavagem das mos foi substitudo por Higienizao das mos e, por isso, ser adotado nesse captulo.

    A higienizao das mos tem o objetivo de remover as clulas descamativas, sujidades, pelos, oleosidade e a microbiota G da pele, interrompendo a transmisso pelo contato, alm de prevenir as infeces cruzadas. Por isso, todos os profissionais de laboratrio devem adotar essa prtica.

    No sculo XIX, o mdico hngaro Ignaz Semmelweis descobriu que a higienizaos das mos com hipocloreto de clcio reduziu a mortalidade de mulheres acometidas por febre puerperal. Desde ento, esse procedimento tem sido recomendado como medida primria para o controle da disseminao de agentes infecciosos. A higienizao das mos to importante na preveno da transmisso de doenas que a legislao e as normas que tratam do trabalho em servios de sade recomendam a sua adoo como a ao mais importante nos procedimentos de manuseio de material contaminado e atendimento aos usurios.

    O que utilizar para higienizar as mos

    Na maioria dos casos, lavar bem as mos com gua e sabo suficiente para a descontaminao, mas em situaes de maior risco recomendada a utilizao de sabo germicida.

    Quando as mos devem ser higienizadas

    Antes de iniciar o trabalho; Antes de sair do ambiente de trabalho; Antes e aps ir ao banheiro; Antes e aps as refeies; Aps a manipulao de agentes qumicos ou de material infeccioso, mesmo que o procedimento tenha

    sido executado com luvas; Antes e aps o contato com usurios; Antes de calar as luvas; Aps retirar as luvas; Ao chegar em casa;

    Deve haver, em cada laboratrio, um lavatrio instalado prximo sada. As torneiras devem ter, preferencialmente, acionamento automtico (com p ou sensor). Se esses dispositivos

    no estiverem disponveis deve-se usar papel toalha para fechar a torneira a fim de evitar a contaminao das mos lavadas.

    AtenoO uso de luvas de proteo para manipular materiais potencialmente infectantes e outras substncias contaminantes no elimina a necessidade de lavar as mos regularmente e de forma correta.

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  • Que tipo de sabo utilizar

    O sabo lquido o indicado para a utilizao nos servios de sade, devido ao menor risco de contaminao deste produto. recomendvel que este sabo tenha fragrncia leve e que no resseque a pele. Os produtos de limpeza devem ter no rtulo o nmero de registro na Anvisa/MS.

    O sabo lquido deve estar acondicionado em dispensadores feitos com material que no enferruje e que facilitem a carga e a recarga. Deve-se dar preferncia para o sabo lquido em refil.

    A limpeza completa do dispensador deve ser feita antes de cada recarga.

    Como realizar a secagem das mos

    No laboratrio deve-se usar papel toalha para a secagem das mos; No devem ser utilizados secadores de mos eltricos e toalhas de tecido; O porta-papel toalha deve ser fabricado com material que no enferruje e que permita a fcil limpeza. A

    instalao desse equipamento deve ser feita em local que no receba respingos de gua e sabo; Os recipientes para descarte dos papis utilizados junto aos lavatrios e pias devem ser de fcil limpeza e

    dispor de um pedal ou outro dispositivo para a abertura da tampa sem a utilizao das mos.

    Como realizar a antissepsia das mos

    Os antisspticos so preparaes contendo substncias microbicidas (que destroem microrganismos ativos) ou microbiostticas (que inativam microrganismos em forma vegetativa), destinadas aplicao na pele, mucosa e ferimentos.

    Para a antissepsia das mos, friccione-as com lcool-gel a 70%, preferencialmente glicerinado, por 1 minuto, seguindo a mesma orientao para higienizao das mos com gua e sabo, na pgina 36. As mos devem secar naturalmente, sem o uso de papel-toalha.

    O lcool glicerinado minimiza o ressecamento da pele, evitando leses que possam favorecer a entrada de microrganismos.

    O lcool lquido tambm pode ser usado como antissptico, porm, por ser altamente inflamvel, mais perigoso, alm de evaporar mais rpido por ser mais voltil.

    AtenoLave as mos sempre com gua e sabo. Use o lcool apenas se a gua e o sabo no estiverem disponveis.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 11

  • Como higienizar as mos

    1. Molhe as mos com gua. 2. Cubra as mos com a espuma do sabo.

    3. Esfregue bem as palmas.

    4. Lave entre os dedos, entrelaando-os.

    5. Lave as palmas com os dedos entrelaados.

    6. Esfregue a base dos dedos nas palmas das mos.

    7. Limpe o polegar esquer-do com a palma da mo direita e vice-versa.

    8. Esfregue novamente as palmas das mos com a ponta dos dedos.

    9. Enxgue todo o sabo comeando pelos dedos e subindo em direo ao pulso.

    10. Enxugue as mos com uma toalha descartvel.

    11. Use esta mesma toalha para fechar a torneira.

    12. Pronto, sua mos esto completamente limpas!

    Figura 1 Sequncia para higienizao das mos.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 12

  • Equipamentos de Proteo Individual EPI

    O que so EPIsOs Equipamentos de Proteo Individual EPI so considerados elementos de conteno primria ou

    barreiras primrias e podem reduzir ou eliminar a exposio individual a agentes potencialmente perigosos.Equipamento de Proteo Individual todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a sade e a

    integridade fsica do trabalhador, conforme definido pela Norma Regulamentadora do Ministrio do Trabalho e Emprego NR 6 Equipamento de Proteo Individual EPI.

    So de uso pessoal e, portanto, cada profissional responsvel pela conservao do seu.

    Ateno Os EPIs so um direito do trabalhador, previsto nas Normas

    Regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego NR 6 Equipamento de Proteo Individual EPI e NR 32 Segurana e Sade no Trabalho em Servios de Sade;

    Segundo a NR 6, todo EPI deve ter o Certificado de Aprovao (CA) do Ministrio do Trabalho e Emprego. Isso garante que ele passou por testes que comprovam a sua eficincia; Verifique se o seu EPI atende a Norma Regulamentadora 6; Na aquisio de equipamentos de proteo individual espe-

    cifique a necessidade do Certificado de Aprovao do MTE.

    A instituio ou empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, em

    perfeito estado de conservao e funcionamento. A instituio obrigada a substituir os EPIs danificados. Reparosnos equipamentos devem ser realizados somente por empresas autorizadas pelos fornecedores dos produtos.

    Luvas

    Funo: So utilizadas para proteger as mos e seu uso obrigatrio na manipulao de qualquer material biolgico

    ou produto qumico. So fabricadas em diferentes materiais para atender s atividades laboratoriais.

    Tipos de luvas 1. Luvas de procedimento (descartveis).So utilizadas nos trabalhos que envolvem contato com amostras biolgicas, com membranas mucosas e leses, no

    atendimento aos usurios e para procedimentos de diagnstico que no requeiram o uso de luvas estreis. Normalmente so usadas as luvas de ltex (borracha natural). Tambm existem luvas de material sinttico

    (vinil) que, alm de mais resistentes aos perfurocortantes, so indicadas para pessoas alrgicas ao ltex.Essas luvas devem ser descartadas aps os procedimentos.

    Figura 1 Luva descartvel.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 13

  • 2. Luvas de borracha antiderrapante As luvas de borracha grossas so usadas para manipulao de resduos, lavagem de material ou para

    procedimentos de limpeza em geral. Essas luvas podem ser reutilizadas depois de higienizadas.

    Figura 2 Luva de borracha antiderrapante.

    3. Luvas resistentes a temperaturas altas e baixas So usadas na manipulao de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento. Podem ser reutilizadas.

    Luvas de fio de kevlar tricotado:Protegem em trabalhos a temperaturas at 250C.

    Figura 3A Luva de fio de Kevlar tricotado.

    Luvas trmicas de nylon:Usadas para trabalhos a temperaturas at -35C.

    Figura 3B Luva trmica de nylon.

    4. Luvas para manuseio de produtos qumicosA escolha das luvas de proteo para o manuseio de produtos qumicos deve levar em conta o reagente que

    ser utilizado.

    Figura 4 Luva de ltex natural, ltex neoprene, PVC e ltex nitrlico.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 14

  • AtenoNo trabalhe sem luvas!

    Escolha as luvas de acordo com o risco da atividade que voc vai executar;

    Leve em considerao que a resistncia da luva depende de vrios fatores como tempo de exposio, concentrao dos produtos qumicos, temperatura e espessura da luva;

    Lembre-se: Existe uma luva especfica para cada produto qumico. Verifique a classe do produto e a compatibilidade com o tipo de luva que ser utilizado.

    Veja a tabela a seguir, que relaciona o tipo de luva e sua adequao, dependendo da substncia qumica.

    Tabela 1 Seleo de luvas de acordo com o reagente.

    Substncia Ltex naturalLtex

    neoprene PVCLtex

    nitrlico

    Acetona E B R NR

    cido actico B E B B

    gua sanitria E E E E

    lcool etlico E E E E

    lcool metlico E E E E

    Fenol R B B B

    Formaldedo E E E E

    Glicerina E E E E

    E EXCELENTE B BOM R REGULAR NR NO RECOMENDADA

    Cuidados ao calar as luvas:1. Higienize suas mos e garanta que estejam secas;2. Verifique a presena de furos ao calar as luvas;3. Calce as luvas devagar, ajustando cuidadosamente cada dedo, para evitar que rasguem. Tome cuidado,

    pois podem ocorrer rasgos imperceptveis que comprometem a proteo da sua mo.Lembre-se: as mangas do jaleco devem ficar sempre presas sob as luvas.

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  • Cuidados ao retirar as luvas descartveis:

    1. Pegue na parte externa da luva e puxe-a em direo aos dedos para retirar.

    2. Feche a outra mo com a luva retirada.

    3. Com a mo sem luva pegue na parte interna da luva e puxe-a em direo aos dedos para retirar.

    4. Jogue a luva em recipiente adequado para material infectante.

    Figura 5 Orientaes para retirar as luvas.

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  • Cuidados para retirar as luvas reutilizveis:1. Puxe uma das luvas pelo punho de modo que ela saia pelo lado avesso e sem que a parte externa toque

    sua pele;2. Coloque esta luva no recipiente indicado para iniciar a limpeza e desinfeco (ver item abaixo);3. Pegue, com a mo descoberta, a outra luva pelo lado de dentro do punho e retire-a, tambm pelo avesso;4. Coloque esta luva para ser desinfetada junto com a outra;5. Higienize suas mos.Lembre-se: reutilize estas luvas somente aps desinfet-las e quando estiverem secas.

    Limpeza e desinfeco das luvas reutilizveis

    Limpeza Coloque as luvas de molho em um recipiente com tampa contendo

    soluo de detergente e deixe por 10 minutos; Esfregue com escova se necessrio; Enxgue com gua corrente interna e externamente.

    Desinfeco Coloque as luvas de molho em um recipiente com tampa contendo

    soluo de hipoclorito de sdio 0,1% e deixe por 30 minutos; Enxgue com gua corrente em abundncia, interna e externamente; Pendure em local apropriado e deixe escorrer a gua para secar

    naturalmente.

    Jaleco ou avental

    FunoO jaleco ou avental uma vestimenta de proteo que deve ser sempre usada dentro da rea tcnica. Tem

    a funo de proteger a pele e as roupas do profissional nas diversas atividades laboratoriais (coleta de amostras, manuseio de material biolgico ou qumico), e no contato com as superfcies, objetos e equipamentos do laboratrio que podem estar contaminados.

    Especificaes do jaleco: O comprimento deve ser abaixo dos joelhos, com mangas longas, sistema de fechamento nos punhos por

    elstico ou sanfona e fechamento at a altura do pescoo; O fechamento frontal, com botes, preferencialmente de presso, para o caso de alguma situao de

    emergncia, como derramamento de material contaminado sobre o profissional quando for necessrio retir-lo com rapidez;

    Deve ser confeccionado em tecido de algodo ou misto, no inflamvel.

    Figura 6 Jaleco.

    AtenoO jaleco deve ser usado sempre fechado e suas mangas devem ficar presas sob as luvas.

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  • Cuidados com o jaleco: necessrio lavar o jaleco aps o trabalho com material contaminado, ou, no mnimo, uma vez por semana,

    mesmo que apresente aspecto limpo; No leve o jaleco para lavar em casa. A sua instituio ou empresa tem a obrigao legal de providenciar

    a higienizao das vestimentas utilizadas em ambientes contaminados.

    Ateno No permitido o uso de jaleco em elevadores, copas, refeitrios,

    toaletes e outros locais pblicos; O jaleco deve ser deixado no ambiente tcnico, em cabides ou

    vestirios especficos; S usado em reas comuns quando estiverem sendo

    transportados materiais biolgicos, qumicos, estreis ou resduos.

    Jaleco ou avental descartvel: Em alguns laboratrios existem reas (por exemplo, Biologia Molecular e salas limpas) que exigem uso de

    jaleco exclusivo ou descartvel. Nessas situaes deve-se vestir o jaleco descartvel ao entrar na rea de trabalho e retir-lo/descart-lo ao sair do ambiente para no carrear contaminao para outros ambientes e/ou contaminar a amostra;

    Especificaes: so fabricados em no-tecido (polipropileno). Devem ter mangas longas e punhos em elstico ou malha sanfonada. Quando da aquisio de aventais descartveis deve-se especificar a gramatura G adequada para trabalho em ambientes contaminados ou reas limpas.

    Avental impermevel: utilizado sobre o jaleco para lavao de materiais, evitando que a vestimenta fique molhada.

    culos de segurana e escudo facial

    Descrio:Os culos de segurana e os escudos faciais, feitos de material rgido e leve, devem cobrir completamente a rea dos olhos.

    Funo:So usados para proteger os olhos e o rosto em todas as atividades que possam produzir salpicos, respingos e aerossis, assim como possvel projeo de estilhaos pela quebra de materiais contaminados com substncias qumicas ou material biolgico.

    Figura 7A culos de segurana e escudo facial.

    Quando h exposio a radiaes perigosas (por exemplo, luz ultravioleta) devem ser utilizados culos ou escudos faciais de proteo especial.

    Figura 7B Escudo facial de proteo especial.

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  • Cuidados com os culosHigienize os culos e os escudos faciais com gua e sabo. Quando usados na manipulao de agentes

    biolgicos, higienize-os com soluo desinfetante hipoclorito a 0,1% (o lcool prejudica o material com que so fabricados os culos) e guardados.

    Atenoculos de grau no so suficientes para proteger contra estilhaos, respingos e aerossis de material contaminado porque tm uma superfcie de barreira menor do que os culos de segurana.

    Mscaras e respiradores

    Funo das mscaras:As mscaras cirrgicas so projetadas para ajudar a prevenir a contaminao do ambiente de trabalho ou da amostra com as partculas grandes geradas pelo tcnico ou usurio (por exemplo: saliva, muco), e tambm para prevenir que estas partculas de saliva ou muco atinjam um usurio ou um instrumento/equipamento.

    Figura 8A Mscara cirrgica.

    Funo dos respiradores:Os respiradores so dispositivos com sistemas de filtro para serem usados em reas de alta contaminao com aerossis de material biolgico e na manipulao de substncias qumicas com alto teor de evaporao, dando proteo ao aparelho respiratrio. So projetados para vedar contra a face.

    Figura 8B Respirador.

    Ateno As mscaras do tipo cirrgico no apresentam propriedades de

    filtrao ou vedao facial adequadas para fornecer proteo respiratria;

    Selecione e use mscaras e respiradores com base no risco a que voc est exposto;

    Descarte os respiradores logo aps o uso na manipulao de agentes biolgicos.

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  • Gorro ou touca descartvel

    Funo:Tem a funo de proteger:

    os cabelos de aerossis e salpicos; a amostra ou o ensaio de contaminaes quando

    da queda de fios cabelo sobre a superfcie de trabalho.

    Figura 9 Touca.

    Funo da sapatilha:Recomendado para a proteo dos calados/ps, em reas contaminadas ou para trabalhar em reas estreis.

    recomendado que seja feita a demarcao da rea de utilizao, com o sinal fixado no cho, indicando a necessidade de se calar o prop antes de prosseguir naquele ambiente.

    Uma lixeira com tampa deve estar disponvel na sada do ambiente para o descarte da sapatilha usada.

    Figura 10 Prop.

    Prop ou sapatilha

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  • Equipamentos de Proteo Coletiva EPC

    O que so EPCsSo equipamentos de conteno que possibilitam a proteo do trabalhador e do meio ambiente em uma

    determinada rea. Devem estar instalados em locais bem sinalizados e de fcil acesso. Todos os trabalhadores devem ser treinados para a utilizao dos EPCs.

    EPCs recomendados para utilizao nos laboratrios que trabalham com DST, Aids e Hepatites Virais

    Auxiliares de pipetagem

    So dispositivos para auxiliar a suco em pipetas. Podem ser simples como peras de borracha, equipamentos eltricos ou eletrnicos.

    Figura 1 Modelos de auxiliares de pipetagem.

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  • Alas descartveis

    So consideradas tambm EPCs porque evitam a formao de aerossis. So feitas de plstico estril.A vantagem dessas alas a de dispensar a flambagem. So ideais para serem utilizadas em cabines de

    segurana biolgica. Aps o uso, so descartadas como resduo infectante. necessrio descontamin-las antes do descarte final

    quando usadas em culturas.

    Figura 2 Ala descartvel.

    Dispensadores automticos

    So utilizados acoplados a frascos que contm substncias qumicas, fazendo a suco e dispensando os reagentes lquidos. Oferecem segurana ao operador porque evitam o risco de ocorrer derramamentos.

    Figura 3 Dispensadores automticos.

    Anteparo para microscpio de fluorescncia

    um dispositivo para proteo contra a radiao da luz ultravioleta, que pode causar danos aos olhos, inclusive cegueira. Este dispositivo usado acoplado ao microscpio.

    Figura 4 Anteparo para microscpio de fluorescncia.

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    fapeuTypewritten Text

  • Chuveiro de emergncia

    um chuveiro para banhos em caso de acidentes com produtos qumicos ou material biolgico sobre o profissional.

    Este chuveiro acionado por alavancas de mos, cotovelos ou joelhos e deve ser colocado em local de fcil acesso, prximo s reas laboratoriais.

    Figura 5 Chuveiro de emergncia com lava-olhos acoplado.

    Lava-olhos

    utilizado para lavar os olhos quando ocorrer respingos ou salpicos acidentais de materiais biolgicos ou qumicos na mucosa ocular.

    Alguns modelos vm acoplados ao chuveiro de emergncia.A equipe do laboratrio deve ser treinada para o uso deste equipamento, uma vez que jatos fortes de gua

    podem prejudicar ainda mais o olho atingido.Pode-se utilizar tambm o frasco lava-olhos. A gua contida no frasco deve ser trocada pelo menos uma vez

    por semana, e o registro da troca anotado.

    Figura 6 Frasco lava-olhos.

    AtenoOs chuveiros de emergncia e lava-olhos devem ser testados semanalmente para verificar se esto funcionando normalmente.

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  • Extintores de incndio

    Os extintores so utilizados para acidentes envolvendo fogo. Podem ser de vrios tipos, dependendo do material envolvido no incndio.

    Capela de segurana qumica

    uma cabine de exausto que protege o profissional da inalao de vapores e gases liberados por reagentes qumicos e evita a contaminao do ambiente laboratorial.

    Figura 7 Capela de segurana qumica.

    Cabines de Segurana Biolgica CSB

    So equipamentos com sistemas de filtrao de ar que protegem o profissional, o material que est sendo manipulado e o ambiente laboratorial dos aerossis potencialmente infectantes que podem se espalhar durante a manipulao de materiais biolgicos.

    As CSBs tm filtros de alta eficincia. O mais utilizado atualmente o filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air) que apresenta uma eficincia de filtrao de 99,93% para partculas de 0,3m de dimetro, chamadas de MPPS (Maximum Penetration Particulate Size).

    A escolha da cabine de segurana biolgicaA escolha de uma cabine depende, em primeiro lugar, do tipo de proteo que se pretende obter:

    proteo do produto ou ensaio; proteo pessoal contra microrganismos dos Grupos de Risco 1 a 4; proteo pessoal contra exposio a radionucldeos G e qumicos txicos volteis; ou uma combinao deles.

    Classificao das cabines de segurana biolgicaOs sistemas de filtrao das CSB so mais ou menos complexos, de acordo com o tipo de microrganismo ou

    produto que vai ser manipulado em cada cabine. Por isto, elas so classificadas em trs tipos:1. Classe I.2. Classe II, subdivididas em A1, A2 e B2.3. Classe III.

    1. CSB Classe I o tipo mais simples de cabine. pouco utilizada atualmente por no proteger dos riscos presentes nos

    laboratrios clnicos.

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  • 2. CSB Classe II So os modelos mais utilizados nas atividades que apresentam risco biolgico. Tm um filtro HEPA

    de exausto e um filtro HEPA de insuflamento, garantindo a proteo do produto ou amostra, do operador/profissional de laboratrio e do ambiente.

    Figura 8 Cabine classe II.

    Podem ser de trs tipos: A1, A2 e B2. Veja na tabela a seguir a comparao das CSBs de classe II, de acordo com o tipo de proteo desejada, caractersticas e indicaes de uso.

    Tabela 1 Comparao das CSBs classe 2 quanto s caractersticas e indicao de uso.

    3. CSB Classe III So hermeticamente fechadas e necessitam de um ambiente controlado para serem operadas. So usadas em

    laboratrios de conteno, onde se manipulam agentes de classes de risco 3 ou 4.

    As CSBs nos laboratrios de DST, Aids e Hepatites ViraisAs cabines mais adequadas para laboratrios de DST, Aids e Hepatites virais so as CSBs Classes II A2 ou B2.Devem ser usadas nas seguintes situaes:

    Nos procedimentos com alto potencial de formao de aerossis ou borrifos infecciosos, tais como: Centrifugao; Triturao; Homogeneizao; Agitao vigorosa; Ruptura por ultrassom; e Abertura de recipientes contendo material em que a presso interna possa ser menor que a presso

    ambiental. Ex.: ampolas contendo material liofilizado. Nos procedimentos com altas concentraes ou grandes volumes de materiais biolgicos contendo

    microrganismos patognicos de classes de risco 2 e 3. As CSBs com sistema de exausto externo (A2 e B2) permitem que os produtos biolgicos sejam preparados

    e manipulados com produtos qumicos volteis. Porm, a proteo contra estes produtos restrita. O trabalho exclusivo com produtos qumicos deve ser feito em capela de exausto qumica e no em CSB.

    Tipo Padro de fluxo do arUso com

    Radionucledeos / Substncias Qumicas

    Classes de Risco

    Biolgico

    Classe IITipo A1

    (antiga tipo A)

    70% de ar recirculado atravs de filtro HEPA.

    30% de ar exaurido para o ambiente interno atravs de filtro HEPA.

    No 1 e 2

    Classe IITipo A2

    (antiga tipo B3)

    70% de ar recirculado atravs de filtro HEPA.

    30% de ar exaurido para o ambiente externo atravs de filtro HEPA.

    Sim(Nveis baixos /

    baixa volatilidade-toxicidade)

    1, 2 e 3

    Classe IITipo B2

    Nenhuma recirculao de ar: 100% de ar exaurido atravs de filtros HEPA e tubulao rgida para o ambiente externo.

    Sim 1, 2 e 3

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 25

  • Utilizao da cabine de segurana biolgica As cabines de segurana biolgica so equipamentos que trabalham com um fluxo ou cortina de ar como

    barreira de proteo. Assim, evite a interferncia neste fluxo de ar enquanto estiver trabalhando em uma CSB; Instale as cabines, preferencialmente, em locais exclusivos e protegidos, ou ento, o mais afastado possvel

    da porta de entrada do laboratrio para evitar interferncia no fluxo de ar. Se isto no for possvel, limite a entrada de pessoas no ambiente durante o uso da cabine;

    No comece as atividades dentro da cabine se estiverem sendo usados misturadores ou centrfugas no laboratrio.

    AtenoTrabalhar numa cabine de segurana biolgica no significa estar protegido. Para que a proteo seja efetiva muito importante saber usar a cabine corretamente:

    Os profissionais que utilizam a CSB devem receber treinamento adequado;

    Este equipamento deve passar por manutenes peridicas; Procure conhecer e se informar sobre o equipamento com o

    qual voc vai trabalhar.

    O passo a passo para utilizao da CSB

    Preparo do material e da CSB1. Planeje o trabalho e os procedimentos que ir realizar. Confira se reuniu todos os materiais

    necessrios antes de coloc-los dentro da cabine. Fazendo isso voc evita interrupes no trabalho;2. Ligue a CSB pelo menos 5 minutos antes do incio das atividades para estabilizar o fluxo de ar;3. Lave as mos antes de iniciar os trabalhos;4. Coloque os equipamentos de proteo individual necessrios s atividades que sero realizadas:

    jaleco com mangas longas sob luvas, respiradores e culos de segurana; 5. Faa a descontaminao da superfcie interna da cabine:

    pulverize as paredes e superfcie de trabalho com o lcool etlico 70%. Tome cuidado para no atingir o filtro e nem a lmpada fluorescente e a lmpada UV, se houver;

    com gaze embebida em lcool etlico a 70%, e com auxlio de uma pina longa para os locais de difcil acesso, limpe as superfcies comeando pelo fundo, laterais e mesa de trabalho;

    Cuidados na descontaminao da CSB No coloque a cabea dentro da cabine. Limpe as paredes de cima

    para baixo e a mesa de trabalho de trs para frente, seguindo o fluxo da exausto e evitando trazer a contaminao removida na sua direo;

    Ao limpar as lmpadas UV e fluorescente, no toque com a gaze mida nos terminais eltricos;

    Realize este procedimento de descontaminao diariamente, ao ligar a CSB, e repita-o quando a cabine ficar desligada por algumas horas;

    No realize nenhum procedimento dentro da CSB antes de descontamin-la.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 26

  • 6. Troque as luvas;7. Coloque todos os materiais, previamente desinfetados com lcool a 70%, de forma organizada

    no fundo da cabine e no obstrua as grelhas. Verifique sempre se as grelhas, frontal e traseira, esto totalmente desbloqueadas;

    8. Organize os materiais de modo que os itens limpos e os contaminados no se misturem e que os instrumentos fiquem localizados de maneira a facilitar sua utilizao, evitando o cruzamento dos braos de um lado para o outro dentro da cabine;

    Ateno Materiais volumosos como recipientes para resduos e bandejas

    de pipetas com desinfetante so acomodados nas laterais da CSB;

    No utilize recipientes verticais para pipetas, uma vez que prejudicam a integridade da barreira de ar.

    9. Quando a cabine dispuser de lmpada ultravioleta (UV), ligue a lmpada por 15 a 20 minutos depois do processo de desinfeco;

    10. Desligue a lmpada UV. Esse cuidado serve para proteger os olhos e a pele da luz UV. Nunca trabalhe com a lmpada UV ligada.

    11. Ajuste a altura de sua cadeira, fazendo com que o seu rosto fique acima da abertura frontal;

    Utilizao da CSB12. Posicione os braos dentro da cabine e espere alguns segundos para que ocorra a estabilizao do

    fluxo de ar e a remoo de partculas contaminantes que so introduzidas junto com os braos;

    AtenoEvite movimentos bruscos dentro da cabine para no interferir no fluxo de ar.

    13. Execute as atividades ao longo da superfcie de trabalho sempre no sentido da rea limpa para a rea contaminada;

    Cuidados adicionais O trabalho dentro da CSB pode ser realizado sobre toalhas de papel

    absorventes ou campos de papel-filtro, que capturam borrifos e salpicos; Quando a quantidade de trabalho a ser feito grande, necessrio o

    uso de uma mesa auxiliar ao lado da cabine. Nesse caso, os movimentos de introduzir e retirar os braos da cabine devem ser cuidadosos;

    Recomenda-se colocar os recipientes para descarte de resduos dentro da cabine, uma vez que a frequncia de movimentos dos braos para dentro e para fora interfere na integridade da barreira de ar e pode comprometer a proteo do profissional e da amostra manipulada;

    Os bicos de Bunsen no devem ser usados dentro das CSB, uma vez que a chama perturba o fluxo de ar e pode ser perigosa quando se utilizam substncias qumicas volteis, alm do risco de queimar o filtro HEPA.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 27

  • Procedimentos aps utilizar a CSB14. Troque de luva e descontamine as superfcies, incluindo o papel absorvente usado na rea de

    trabalho, pulverizando lcool a 70% e/ou passando gaze embebida em lcool;15. Desloque os objetos j descontaminados para a rea descontaminada dentro da cabine e, em seguida,

    retire-os, na seguinte ordem: Primeiro o material que vai para a estufa; Depois os que vo para o saco de descarte de material contaminante (branco); e Finalmente os que vo para a autoclavao, no esquecendo de cobrir os recipientes de descarte

    antes de serem retirados;16. As luvas utilizadas no trabalho com a CSB devem ser descartadas como resduo infectante;17. Quando a cabine dispuser de lmpada ultravioleta (UV), ligue a lmpada por 15 a 20 minutos depois

    do processo de desinfeco;18. Ao terminar o trabalho, deixe a cabine ligada por 5 a 10 minutos para que o ar contaminado seja

    filtrado.

    AtenoManter a cabine limpa e desinfetada aps o trabalho, responsabilidade de quem a utilizou.

    Procedimentos de limpeza peridica da CSBPara este procedimento, siga os seguintes passos:1. Ligue a cabine e espere entre 5 e 10 minutos para que o fluxo de ar se estabelea;2. J utilizando luvas e jaleco, levante a chapa de ao inox que forma a mesa de trabalho. Caso a mesa

    tenha mais de uma chapa, veja se alguma delas tem ala. Se tiver, comece por esta, para facilitar a retirada das outras;

    3. Limpe as chapas, com ateno especial ao lado de dentro. Tenha cuidado, pois as bordas podem ser cortantes. A limpeza feita com as chapas dentro da CSB;

    Ateno A superfcie sob as chapas que constituem a mesa de trabalho

    (incluindo calhas e drenos, quando houver) deve ser limpa pelo menos uma vez por semana com lcool a 70%;

    Esta limpeza tambm realizada em caso de acidentes na rea de trabalho, como derramamentos que escorrem pelas grades ou linhas de encontro das chapas internas. Nesses casos deve-se considerar o tipo de material envolvido no acidente e o tipo de desinfetante a ser utilizado lcool a 70% ou hipoclorito de sdio a 0,5%. Obs.: quando utilizar hipoclorito de sdio, aplique, em seguida, uma gaze umedecida em gua e depois uma gaze umedecida em lcool a 70%, para evitar a corroso das superfcies metlicas.

    4. Todas as vezes que se utilizar a cabine verifique se h lquido na calha. Se for o caso, primeiro drene esse lquido para um recipiente com hipoclorito de sdio a 2% e depois proceda a limpeza com lcool a 70% ou outro desinfetante no oxidante;

    AtenoSe houver dreno, este deve permanecer fechado sempre que a cabine for utilizada.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 28

  • 5. Seque as superfcies e as chapas metlicas antes de recoloc-las;6. Limpe as superfcies laterais internas da CSB e a janela frontal com lcool a 70% e gaze;7. Limpe as reas externas da CSB com gua e detergente;8. Desligue a cabine.

    AtenoAs instrues para a utilizao das Cabines de Segurana Biolgica devem ser descritas nos Protocolos Operacional Padro POP ou Instruo de Trabalho.

    Uso da luz ultravioleta UV na descontaminao de CSBO uso da luz UV pode ser um grande aliado do manipulador de CSB, porm alguns cuidados precisam ser tomados:

    A luz UV um mtodo secundrio de descontaminao. Utilize-a em conjunto com outros mtodos; A luz UV no penetra em materiais, agindo somente na superfcie; A intensidade da lmpada de UV afetada pela distncia da superfcie a ser descontaminada e pelo

    acmulo de sujidades em sua superfcie. Portanto, limpe-a aps cada utilizao. No toque a lmpada de UV com as mos sem luvas, pois o leo natural da pele pode criar uma barreira

    para a luz; Durante o perodo em que a lmpada UV estiver ligada aconselhvel que ningum permanea no

    ambiente, a menos que a abertura frontal da cabine esteja fechada; Registre o tempo de utilizao da lmpada para no ultrapassar a sua vida til (poder germicida) e perder

    a sua eficcia. Verifique a vida til da lmpada nas especificaes tcnicas do produto informadas pelo fabricante;

    Alm de observar a vida til da lmpada, verifique a sua eficcia atravs do controle microbiolgico descrito no quadro a seguir:

    Controle microbiolgico da luz ultravioleta passo a passo1. Selecione entre 3 e 4 colnias de microrganismos Gram positivos e Gram negativos previamente isolados e

    identificados; 2. Faa duas suspenses com essas colnias em soluo salina. (Uma com as bactrias Gram positivas e outra

    com as bactrias Gram negativas);3. Faa duas semeaduras no centro de uma placa estril contendo meio de cultura para crescimento dos

    microrganismos, conforme representado a seguir:

    Placa com meio de cultura

    Semeadura Gram positivo

    Semeadura Gram negativo

    4. Repita o procedimento descrito no item 3 em outra placa. Essa segunda placa servir como controle da viabilidade dos microrganismos.

    5. Coloque uma das placas semeadas dentro da cabine de segurana biolgica, um pouco inclinada em direo lmpada UV, de modo que a luz, quando ligada, incida sobre as semeaduras sem fazer sombra nas bordas da placa;

    6. Deixe a luz ligada pelo tempo indicado pelo fabricante;7. Ao final do processo, desligue a luz e incube as duas placas semeadas (a que foi exposta luz ultravioleta e a

    que no foi), a 37 C por 24 horas; 8. Se no houver crescimento de bactrias na placa exposta a luz ultravioleta e houver crescimento na placa

    que no foi exposta, est comprovada a eficcia da lmpada. Realize este procedimento mensalmente.9. Caso haja crescimento de bactrias na placa exposta a luz ultravioleta, solicite a troca da lmpada ao servio

    de manuteno da cabine. Realize o controle microbiolgico da nova lmpada instalada.Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 29

  • Descontaminao completa da CSBEm algumas situaes necessrio fazer uma descontaminao profunda da cabine de segurana biolgica.

    Nesse caso deve ser escolhido um mtodo eficiente para os agentes manipulados na cabine. Para a maioria dos casos, o gs formaldedo eficiente.

    Quando a descontaminao completa deve ser realizada Realize a descontaminao completa da CSB nas seguintes situaes:

    Antes da troca do filtro HEPA; Antes das manutenes que exijam acesso a partes potencialmente contaminadas da cabine; Antes do transporte para novos locais; Depois de um grande derramamento de agentes de risco biolgico no interior da cabine.

    Manuteno da CSBA manuteno preventiva e corretiva da cabine fundamental para garantir que o equipamento esteja funcionando de maneira adequada, oferecendo as condies de proteo para quem a utilizar.

    Deve ser feita por uma empresa especializada. As CSB devem ser certificadas: uma vez por ano; ou quando o filtro HEPA for substitudo; e sempre que a cabine for movimentada.

    Ateno importante que a equipe tcnica que trabalha com a CSB acompanhe as manutenes e faa a anlise crtica do laudo emitido pela empresa responsvel pela manuteno.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 30

  • Prticas seguras em laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais manuseio de amostras

    Os procedimentos laboratoriais de maior risco so aqueles com possibilidade de gerar acidentes com perfurocortantes, respingos e produo de aerossis infecciosos.

    Veja a seguir os cuidados que devem ser adotados na manipulao de materiais biolgicos.

    Coleta de Sangue A coleta de sangue envolve o uso de materiais perfurocortantes e, por isso, necessita dos seguintes cuidados:

    Os profissionais que fazem a coleta do sangue devem ser treinados; Em todas as etapas da coleta utilize os EPIs: jaleco, luvas e culos de proteo; As agulhas para coleta de sangue devem ter um dispositivo de segurana, conforme definido pela NR 32/2005

    e regulamentada pela portaria GM n 939, de 18 de novembro de 2008, Ministrio do Trabalho e Emprego; Preencha as caixas para resduos perfurocortantes em at 2/3 de sua capacidade. Disponibilize-as prximas

    ao local onde est sendo realizado o procedimento, para facilitar o descarte; Feche bem o tubo de ensaio contendo a amostra, no deixando nenhum resduo de amostra nas faces

    externas do tubo; No enrole as requisies que acompanham as amostras em volta dos recipientes, pois podem ser

    contaminadas com o material biolgico.

    Separao do SoroPara maior segurana utilize, preferencialmente, o tubo de coleta de sangue com gel separador. O soro fica

    separado na parte superior, aps a centrifugao, sem necessidade de transferi-lo para outro tubo. Porm, quando no h este recurso, ou quando o soro precisa ficar congelado, necessrio separar o soro.

    Nesses casos, siga os seguintes cuidados: Utilize sempre os EPIs; Coloque papel absorvente na superfcie da bancada de trabalho para o caso de vazamento acidental da

    pipeta. Descarte o papel no saco prprio para resduo infectante aps o uso; Numa cabine CSB, transfira cuidadosamente o soro para outro tubo identificado, com auxlio de pipetador

    ou pipeta de transferncia (pipeta Pasteur) descartvel;

    AtenoQuando for necessrio pipetar qualquer tipo de material, utilize sempre um dispositivo auxiliar de pipetagem ou pipeta automtica.

    Aps o uso, descarte as ponteiras ou pipetas de transferncia nas caixas de perfurocortantes; Coloque os tubos contendo os resduos de sangue em sacos apropriados para esterilizao em autoclave; Tenha sempre mo desinfetantes adequados para limpar salpicos e derramamentos de material biolgico.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 31

  • Os materiais utilizados em laboratrios de sade e os locais onde so executados os procedimentos de laboratrio podem propagar microrganismos infecciosos se no forem descontaminados aps sua utilizao.

    A descontaminao a utilizao de processos que removem ou eliminam total ou parcialmente os microrganismos.

    AtenoA descontaminao dos materiais e dos ambientes no laboratrio uma ao preventiva de biossegurana.

    O mesmo termo utilizado para remoo ou neutralizao de produtos qumicos perigosos e materiais radioativos. O objetivo da descontaminao tornar qualquer material seguro para o descarte final ou para a reutilizao.

    Os processos utilizados para a descontaminao so: a limpeza; a desinfeco; e a esterilizao.

    Prticas seguras em laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais descontaminao em laboratrios

    Limpeza o primeiro passo nos procedimentos de descontaminao. Na limpeza so removidas a matria orgnica,

    as sujidades e as manchas, atravs da lavao, escovao e esfregao de objetos e superfcies com gua e sabo, com o auxlio de esponja, pano ou escova. A remoo de matria orgnica e de outros resduos facilita a ao dos produtos utilizados na desinfeco ou esterilizao.

    Procedimentos para a limpeza do piso do laboratrio

    1. A limpeza do cho deve ser feita com pano exclusivo para este fim, embrulhado num esfrego ou rodo e umedecido em balde com gua e sabo ou desinfetante;

    2. O pano deve ser passado no cho de maneira a vir esfregando e trazendo as sujidades;3. Esse pano deve ser frequentemente lavado no balde. preciso que a gua do balde seja trocada tantas

    vezes quantas forem necessrias para que no se limpe o pano com gua suja.

    Observaes importantes: A Organizao Mundial da Sade recomenda que os pisos de laboratrio

    sejam limpos duas vezes por dia. Os resduos tambm devem ser retirados com a mesma frequncia;

    Os procedimentos de limpeza devem ser realizados, preferencialmente, no intervalo entre os turnos, para minimizar os riscos para a equipe de limpeza e evitar transtornos na rotina do laboratrio. O profissional de limpeza no deve trabalhar sozinho, mas sempre acompanhado por um profissional tcnico responsvel pelo setor;

    Cada laboratrio deve elaborar um Procedimento Operacional Padro POP com a descrio dos procedimentos e o cronograma de limpeza e recolhimento de resduos.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 32

  • Ateno A varredura seca e a espanao NO so permitidas em

    ambientes laboratoriais, pois espalham poeira, matrias estranhas e microrganismos no ar e nas superfcies limpas;

    O uso de cera tambm NO permitido, pois facilita a aderncia de contaminantes e torna o piso escorregadio, favorecendo a ocorrncia de acidentes.

    Cuidados para a limpeza de outras superfcies.

    Outras superfcies fixas, tais como paredes, tetos, portas, mobilirios, no representam risco significativo de transmisso de infeces em estabelecimentos de sade. Podem ser limpos com gua e sabo, a no ser que ocorra respingo ou derramamento de material biolgico, quando recomendada a desinfeco localizada;

    A limpeza geral, incluindo teto, paredes e vidraas, deve ser feita mensal ou semestralmente, dependendo das caractersticas e do volume de trabalho do laboratrio.

    Cuidados com a equipe de limpeza do laboratrio.

    Treinamento e orientao:A equipe de limpeza deve receber treinamento para executar os procedimentos de limpeza e tambm os

    procedimentos em casos de acidentes de trabalho com materiais biolgicos ou qumicos e incndio. O treinamento deve incluir informaes sobre:

    Os riscos de contaminao qumica ou biolgica ao trabalhar em laboratrio; Os riscos dos resduos gerados no laboratrio; A sinalizao de risco para cada tipo de resduo; Os cuidados no transporte e os locais de disposio desses materiais.

    Recomendaes importantes para a equipe de limpeza:

    A equipe de limpeza deve ser responsvel apenas pelo recolhimento dos resduos e limpeza de superfcies como piso, portas e paredes no laboratrio;

    Durante todo o trabalho os EPIs devem ser utilizados: luvas de borracha apropriadas para a atividade, jaleco, calas compridas e sapato fechado ou botas de borracha. Na limpeza de tetos e paredes devem ser usados culos de segurana e mscaras;

    Deve-se ter um local, fora das reas analticas, para guardar os pertences pessoais.

    Importante A limpeza de bancadas e equipamentos de laboratrio

    responsabilidade dos tcnicos ou auxiliares de laboratrio, assim como a realizao dos procedimentos nos casos de derramamentos acidentais de material infeccioso ou reagentes qumicos. A equipe de limpeza poder auxiliar, quando devidamente orientada e equipada;

    Toda equipe de limpeza deve realizar testes sorolgicos e receber as vacinas obrigatrias para os profissionais de sade;

    Os procedimentos de limpeza devem ser constantemente monitorados para verificao de sua adequada execuo.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 33

  • Desinfeco o processo de eliminao de microrganismos em superfcies inertes, como pisos cermicos, frmica, granito

    e ao inox, atravs de procedimentos fsicos ou qumicos. Procedimentos qumicos: utilizam-se os germicidas (desinfetantes), que podem ser lquidos ou gasosos; Procedimentos fsicos: utiliza-se por exemplo, radiaes ultravioleta.

    Procedimentos qumicos os desinfetantes mais usados em laboratrios

    H muitos tipos de desinfetantes. A escolha desses produtos deve ser feita cuidadosamente, de acordo com a necessidade.

    AtenoMuitos desinfetantes so nocivos sade e ao meio ambiente.

    Ao manuse-los ou prepar-los utilize equipamentos de proteo, tais como luvas, jaleco e culos de proteo;

    Utilize-os e descarte-os com cuidado, de acordo com as instrues do fabricante;

    Verifique se os desinfetantes tm o registro na ANVISA, no site: www.anvisa.gov.br.

    lcoolO lcool etlico a 70% um dos desinfetantes mais empregados no laboratrio. bastante utilizado para:

    antissepsia da pele; e desinfeco de bancadas, cabines de segurana biolgica, estufas, banhos-maria, geladeiras, freezers e

    centrfugas.

    Como usar: Friccione o lcool nas superfcies ou objetos; Deixe secar naturalmente, repetindo a frico por 3 vezes. Como a evaporao rpida, o tempo de contato

    limitado; Os objetos podem ser mergulhados no lcool para desinfeco;

    Ateno O lcool inflamvel e irritante para os olhos; ineficaz contra esporos G de bactrias; NO deve ser usado em acrlico. Enrijece borrachas e tubos

    plsticos.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 34

  • Hipoclorito de sdioO hipoclorito de sdio um composto inorgnico liberador de cloro ativo. um dos desinfetantes mais utilizados em laboratrios e muito ativo para bactrias na forma vegetativa.

    Atua em bactrias gram-positivas e negativas, micobactrias, esporos bacterianos, fungos, vrus envelopados e no envelopados.

    usado para desinfeco em geral: De objetos e superfcies, inclusive quando esto contaminados com sangue e outros materiais orgnicos; De recipientes de descarte de materiais, ponteiras, swabs e outros objetos que contenham pouca matria

    orgnica.

    Como usar: Deve ser aplicado nas superfcies do laboratrio ou em qualquer superfcie contaminada. As bancadas de

    laboratrio podem ser desinfetadas com hipoclorito de sdio a 0,5% de cloro ativo; As solues de hipoclorito de sdio podem ser preparadas a partir de desinfetantes comerciais como a gua

    sanitria, que tem concentrao aproximada de 2,5% de cloro ativo; Essas solues devem ser preparadas diariamente, porque a evaporao progressiva do cloro diminui o

    seu efeito desinfetante; Quando usado em concentraes maiores que 0,02%, o material deve ser enxaguado em gua; As solues de hipoclorito de sdio devem ser estocadas em lugares fechados e em frascos escuros.

    Ateno O efeito do hipoclorito de sdio limitado na presena de

    muita matria orgnica; Tem capacidade corrosiva e NO deve ser utilizado em metais,

    pois um forte oxidante; txico e causa irritao da pele e olhos. Realize o preparo das

    solues preferencialmente em capelas de segurana qumica, usando culos de segurana, luvas e respirador.

    Formaldedo utilizado para desinfeco, atravs de fumigao das cabines de segurana biolgica. Por ser altamente

    txico e irritante para os olhos e o aparelho respiratrio NO recomendado para desinfeco rotineira de superfcies, equipamentos e vidrarias.

    Apresenta atividade para as bactrias gram-positivas e gram-negativas na forma vegetativa, as micobactrias, os fungos, os vrus envelopados e no-envelopados como colocado acima e os esporos bacterianos.

    Esterilizao o processo de destruio ou eliminao total de todos os microrganismos na forma vegetativa e esporulada

    atravs de agentes fsicos ou qumicos.Em laboratrios so usados meios fsicos: o calor mido e o seco.

    Esterilizao por calor mido autoclavao

    o processo que oferece maior segurana e economia. Na autoclavao, a esterilizao feita por vapor saturado sob presso de 1 atmosfera, a uma temperatura de 121C. Leva de 15 a 30 minutos, dependendo do material.

    A autoclavao indicada para a esterilizao de materiais termorresistentes. realizada com um equipamento denominado autoclave, semelhante a uma grande panela de presso.

    Figura 1 Autoclave.Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 35

  • Cuidados para autoclavao A contagem do tempo de autoclavao deve ser iniciada quando a presso e a temperatura atingirem os

    valores desejados; Os materiais contaminados so autoclavados por 30 minutos e os materiais limpos por 15 minutos; Antes da autoclavao do material limpo, cada pacote deve ser envolvido por uma fita adesiva termossensvel.

    Essa fita muda de cor, indicando que o material foi realmente exposto temperatura de 121C. Obs.: esse tipo de fita NO indica o tempo em que a temperatura foi mantida.

    Como colocar o material dentro da autoclave para esterilizao: Coloque os materiais dentro da autoclave preenchendo at 2/3 da capacidade da cmara e distribua-os

    de modo a garantir a circulao do vapor. A autoclavao perde a eficincia se o vapor no atingir todos os materiais. Com a cmara muito carregada a penetrao do calor ser inadequada e parte da carga no ser esterilizada;

    Todos os materiais precisam estar acondicionados em recipientes pequenos e rasos, com aberturas para facilitar a retirada do ar e permitir a penetrao do calor;

    Os sacos especiais para autoclave precisam estar abertos para que o vapor possa penetrar no seu contedo.

    Monitoramento: Realize testes biolgicos para monitorar a eficincia do processo de esterilizao, pelo menos uma vez

    por semana, sempre na primeira carga do dia e ao trmino de todas as manutenes realizadas, sejam elas preventivas ou corretivas;

    Para realizar esses testes pode-se utilizar uma placa ou ampola contendo Bacillus stearothermophylus. A placa autoclavada e depois incubada em estufa para verificar se ainda ocorre crescimento do bacilo. Caso a cultura permanea vivel, significa que o processo de autoclavao no foi satisfatrio. Existem kits comerciais disponveis para estes testes.

    Cuidados ao operar a autoclave:Os cuidados apresentados a seguir podem minimizar os riscos quando se utiliza aparelhos que funcionam sob

    presso: Se a autoclave no tiver um dispositivo de segurana que impea a abertura da porta quando a cmara

    est sob presso, mantenha a vlvula de vapor principal fechada at que a temperatura esteja abaixo de 80C, antes de abrir a porta;

    Antes de descarregar a autoclave abra a porta apenas alguns milmetros, deixando-a nesta posio durante cerca de 5 minutos;

    Ao operar a autoclave utilize luvas grossas que protejam contra o calor, mantendo o rosto distante da porta ao abri-la, mesmo se a temperatura j estiver abaixo de 80C;

    Espere o resfriamento dos materiais lquidos, pois podem transbordar se retirados antes de esfriar, devido ao superaquecimento;

    Retire e limpe o filtro de drenagem que se encontra no fundo da cmara, diariamente; Nas autoclaves tipo panela de presso verifique se as vlvulas de escape no esto obstrudas por papel

    ou outros materiais.

    Ateno As autoclaves devem ser operadas apenas por funcionrios que

    receberam treinamento; O laboratrio deve ter um programa de manuteno preventiva

    que inclua a inspeo peridica, por equipe qualificada, da cmara, juntas da porta, vlvulas e instrumentos de controle da autoclave.

    Esterilizao por calor seco

    A esterilizao por calor seco um processo lento que necessita de altas temperaturas. Sendo o calor seco menos penetrante do que o mido, o processo requer temperaturas mais elevadas e tempo de exposio mais prolongado.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 36

  • Este processo indicado para esterilizar vidrarias limpas, instrumentos de corte ou de pontas que podem ser oxidados pelo vapor, e recipientes fechados onde o vapor no penetra.

    Para esse processo, utiliza-se a estufa (forno de Pasteur), durante uma hora, sob uma temperatura de 170 5 C, para que o calor possa atuar sobre todas as superfcies.

    Figura 2 Estufa para esterilizao por calor seco.

    Cuidados na esterilizao a secoA eficincia do processo depende dos seguintes cuidados:

    Regule a estufa na temperatura indicada antes da colocao dos materiais; Prepare o material a ser esterilizado, limpando-o cuidadosamente e protegendo-o com invlucro adequado

    em pacotes de 10x10x30cm, no mximo. Os invlucros devem ser de folha de alumnio e/ou papel crepado; Coloque os pacotes de forma a no sobrecarregar as prateleiras, permitindo a livre circulao do ar; O tempo de esterilizao contado a partir do instante em que o termmetro acusa a temperatura escolhida.

    Monitoramento: Para monitorar a eficincia do processo de esterilizao realize testes biolgicos com Bacillus subtilis, pelo

    menos uma vez por semana; Indicadores de temperatura (fitas termossensveis apropriadas para o calor seco) devem ser utilizados nos pacotes

    que sero esterilizados.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 37

  • Transporte por via area O transporte de amostras biolgicas para outros laboratrios, quando feito por via area, segue regulamentaes

    nacionais e internacionais que descrevem a utilizao apropriada de embalagens e outros cuidados para o envio desses materiais. As substncias infecciosas e amostras para diagnstico so classificadas como mercadorias perigosas e expressamente proibida a remessa no identificada desses materiais;

    As substncias infecciosas so classificadas em subcategorias, de acordo com o seu grau de risco (conforme visto no captulo 1);

    A equipe do laboratrio que remete as amostras biolgicas por via area deve ser capacitada para conhecer suas responsabilidades em relao s regulamentaes e para classificar, embalar, identificar e preencher adequadamente a documentao necessria ao material a ser enviado.

    AtenoA capacitao da equipe do laboratrio para transporte de materiais via area deve ser repetida a cada 24 meses, uma vez que a regulamentao frequentemente revisada.

    Prticas seguras em laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais transporte de amostras biolgicas

    Sistema de embalagens

    A embalagem apropriada serve para assegurar a integridade dos materiais enviados e minimizar o risco potencial de danos durante o seu transporte.

    As amostras biolgicas devem ser acondicionadas para transporte num sistema de embalagem tripla. Esse sistema consiste de trs recipientes:

    Recipiente primrio um recipiente prova de vazamento, etiquetado, que contm a amostra, como um tubo de cultura, um tubo

    de sangue, um frasco de vidro ou outros recipientes similares.O recipiente primrio envolvido em material com capacidade para absorver todo o fluido em caso de

    ruptura e deve ser selado para impedir vazamentos. As tampas de rosca devem ser envolvidas com fita adesiva ou filme plstico.

    Recipiente secundrio um segundo recipiente prova de vazamentos, que encerra e protege o(s) recipiente(s) primrio(s).Podem ser colocados vrios recipientes primrios num recipiente secundrio. Nesse caso, cada recipiente

    primrio deve ser envolvido individualmente em material absorvente, evitando o choque entre os recipientes.

    Embalagem externaServe para proteger o recipiente secundrio e o seu contedo de fatores externos como o impacto fsico e

    umidade durante o transporte, alm de identificar o contedo atravs da sinalizao adequada e outras informaes obrigatrias.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 38

  • Figura 1 Sistema de embalagem tripla.

    AtenoOs princpios do transporte seguro so os mesmos por via terrestre e por via area, para remessas nacionais e internacionais.

    Transporte do material biolgico dentro do laboratrioO transporte das amostras clnicas entre setores necessita de cuidados especiais para evitar que ocorram

    acidentes: Para o transporte destes materiais, utilize caixas resistentes ao de desinfetantes qumicos. Estas caixas

    devem permitir que o material fique em posio que evite derramamentos e devem ser desinfetadas diariamente;

    O profissional deve usar jaleco e luvas como proteo para transportar as amostras; As requisies que acompanham as amostras devem ser transportadas separadamente, e nunca enroladas

    em volta dos recipientes com as amostras.

    Cuidados no recebimento de amostras biolgicas Use, obrigatoriamente, os EPIs necessrios para a tarefa: jaleco ou avental, luvas e culos de proteo facial; Abra as amostras sobre bandejas; Mantenha desinfetantes apropriados sempre mo, para o caso de derramamentos de material biolgico.

    Como proceder diante de embalagens danificadas No caso de vazamentos desinfete a rea contaminada; Se houver vidro quebrado ou objetos pontiagudos, junte-os com o auxlio de escova e p de lixo ou de uma

    pina. Descarte-os em recipiente para materiais perfurocortantes; Pegue a embalagem danificada e coloque-a num saco de autoclave; Retire as luvas utilizadas para realizar essa tarefa e coloque-as dentro do mesmo saco; Feche o saco plstico e encaminhe-o para autoclavao, acondicionando-o num recipiente rgido se houver

    material perfurocortante; Higienize as mos cuidadosamente.

    Obs.: a equipe de laboratrio que recebe e desembala as amostras deve ser capacitada para essa funo.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 39

  • Descontaminao completa da CSBEm algumas situaes necessrio fazer uma descontaminao profunda da cabine de segurana biolgica.

    Nesse caso deve ser escolhido um mtodo eficiente para os agentes manipulados na cabine. Para a maioria dos casos, o gs formaldedo eficiente.

    Quando a descontaminao completa deve ser realizada Realize a descontaminao completa da CSB nas seguintes situaes:

    Antes da troca do filtro HEPA; Antes das manutenes que exijam acesso a partes potencialmente contaminadas da cabine; Antes do transporte para novos locais; Depois de um grande derramamento de agentes de risco biolgico no interior da cabine.

    Manuteno da CSBA manuteno preventiva e corretiva da cabine fundamental para garantir que o equipamento esteja funcionando de maneira adequada, oferecendo as condies de proteo para quem a utilizar.

    Deve ser feita por uma empresa especializada. As CSB devem ser certificadas: uma vez por ano; ou quando o filtro HEPA for substitudo; e sempre que a cabine for movimentada.

    Ateno importante que a equipe tcnica que trabalha com a CSB acompanhe as manutenes e faa a anlise crtica do laudo emitido pela empresa responsvel pela manuteno.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 40

  • Acidentes com material biolgico

    AtenoTodos os procedimentos em caso de derramamento de material potencialmente infectante devem ser feitos com o uso de equipamentos de proteo individual EPI.

    Derramamento de material potencialmente infectante Em casos de derramamento de material biolgico como sangue e secrees em pisos ou bancadas, devem ser

    adotados os seguintes procedimentos:1. Cubra o material com toalha de papel ou gaze;2. Despeje soluo de hipoclorito de sdio com 0,5 a 1% de cloro ativo por cima. Realize essa operao

    cuidadosamente para evitar respingos e a formao de aerossis. Garanta que todo o material entre em contato com o hipoclorito;

    3. Deixe o desinfetante agir por 20 minutos, pelo menos;4. Se houver material quebrado, recolha-o com o auxlio de pina e p de lixo;5. Recolha o restante com um pano ou papel toalha;6. Coloque dentro de sacos plsticos autoclavveis e encaminhe para autoclavao. Obs.: quando houver

    cacos de vidro coloque o saco de autoclave com o material recolhido dentro de um recipiente rgido para evitar acidentes;

    7. Depois faa o descarte final como resduo infectante; 8. Aplique novamente a soluo desinfetante na rea ou superfcie onde houve o derramamento;9. Deixe o desinfetante agir por mais 10 minutos;10. Friccione a rea afetada com gaze embebida em soluo desinfetante;

    Ateno recomendado que os laboratrios tenham um kit para essas

    emergncias, com todo o material e instrues necessrias para a descontaminao e descarte dos resduos resultantes de derramamentos acidentais de material potencialmente contaminado;

    Este kit deve ter itens como desinfetante, p para recolhimento de vidro quebrado, luvas, mscara, papel absorvente e saco de autoclave;

    O kit deve ser colocado em local visvel e de fcil acesso.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 41

  • Formao de aerossis ou disperso de partculas potencialmente infectantes fora da CSB

    Adote os seguintes procedimentos: Saia do ambiente atingido imediatamente, solicitando s demais pessoas que faam o mesmo; Avise o chefe do laboratrio e/ou o responsvel pela biossegurana; Espere pelo menos uma hora para entrar no local novamente, dando tempo para que os aerossis infecciosos

    se depositem; Entre no laboratrio usando avental, luvas e respirador. Limpe as superfcies e objetos que possam estar

    contaminados com desinfetante.

    AtenoAs pessoas afetadas devero ser encaminhadas para um servio mdico.

    Quebra de tubos dentro da centrfuga

    Centrfuga COM o copo de segurana

    1. Quando houver suspeita de quebra de tubos dentro de copos de centrfuga, afrouxe a tampa de segurana no interior de uma CSB;

    2. Esterilize o recipiente em autoclave. Como alternativa, o recipiente de segurana pode ser desinfetado quimicamente.

    3. Retire os cacos com uma pina e descarte-os em recipiente para materiais perfurocortantes.

    Centrfuga SEM o copo de segurana

    Quando houver suspeita de quebra de tubos enquanto a centrfuga est em funcionamento, desligue o motor e deixe a centrfuga fechada durante cerca de 30 minutos, para permitir a deposio dos aerossis.

    Se a quebra for percebida somente na abertura da centrfuga, volte a fechar a tampa imediatamente e aguarde cerca de 30 minutos.

    Realize a desinfeco do local com hipoclorito deixando-o agir por 30 minutos e depois realize a limpeza.

    AtenoEm ambos os casos informe o responsvel pela biossegurana ou o chefe do laboratrio.

    Procedimentos em caso de acidentes com exposio a material biolgico

    Exposio percutnea

    1. Lave a regio afetada exaustivamente o local ferido com gua e sabo. Recomenda-se o uso de soluo antissptica.

    No utilize: Escovinhas para no provocar a escarificao G na pele; As solues irritantes, tais como ter ou hipoclorito, so contra-indicadas, pois podem aumentar a rea

    exposta; A compresso da rea do ferimento, para no favorecer a vascularizao da rea.

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  • Exposio de mucosas

    1. Lave exaustivamente com gua ou soluo fisiolgica a 0,9%. Para os olhos, utilize o frasco lava-olhos.

    AtenoTodo acidente deve ser registrado. O registro:

    Possibilita CIPA ou Comisso de Biossegurana investigar as possveis causas, permitindo a correo de situaes de risco para a preveno de outras ocorrncias;

    Garante a formalizao necessria no setor de Recursos Humanos da instituio ou empresa, para que o trabalhador tenha seus direitos assegurados: a cobertura de despesas com transporte, o tratamento mdico e a aquisio de medicamentos. Alm disso, o pagamento do salrio durante o tempo de afastamento do servio, quando for o caso.

    Encaminhamento do acidentado para atendimento mdico A pessoa acidentada deve ser encaminhada com a maior rapidez para um servio de pronto-socorro; Se possvel, levar uma amostra do material biolgico envolvido no acidente. Se for sangue, este deve se

    testado para deteco da infeco do HIV (sangue, soro ou plasma) por testes rpidos; Sempre que disponvel, levantar informaes sobre o pacientefonte do acidente e sobre a sua prpria

    condio imunolgica (vacinas e sorologias realizadas). Esses dados facilitaro a avaliao das medidas a serem tomadas no ambulatrio e o acompanhamento

    mdico do acidentado, quando necessrio. Obs.: o acompanhamento mdico dever seguir as orientaes do Manual do Ministrio da Sade Exposio Ocupacional a Material Biolgico: Hepatite e HIV.

    AtenoO laboratrio deve ter disponvel, em local bem visvel, uma lista dos servios de pronto-socorro de referncia para esse tipo de atendimento:

    Telefone. Endereo. Horrio de atendimento. Tipo de especialidade mdica.

    Imunizao da equipe do laboratrio Todo trabalhador dos servios de sade tem direito a ser imunizado, gratuitamente contra ttano, difteria,

    gripe, hepatite B e contra outros agentes biolgicos a que estejam expostos, sempre que houver vacinas eficazes;

    Todos os profissionais expostos a riscos biolgicos devem ser informados das vantagens e dos efeitos colaterais das vacinas, assim como dos riscos a que estaro sujeitos por falta ou recusa de vacinao;

    Existem testes sorolgicos que permitem avaliar a eficcia de algumas vacinas. Quando estes forem disponveis (como a da Hepatite B, por exemplo) importante faz-los para avaliar se a resposta vacina que voc tomou foi a esperada.

    Biossegurana Laboratrios de DST, AIDS e Hepatites Virais 43

  • Segurana no manuseio de reagentes qumicos

    Riscos qumicosEm alguns laboratrios os profissionais esto expostos a diferentes tipos de agentes qumicos, sem que

    tenham, muitas vezes, conhecimento dos seus efeitos sobre o organismo. Dentre os riscos existentes podem ocorrer:

    Absoro de substncias txicas (gases, partculas e vapores): absorvidas para o sangue pela respirao, sero distribudas a outras regies do organismo, podendo causar danos a vrios rgos e tecidos. Exemplos: compostos qumicos que so sabidamente carcinognicos ou teratognicos G ;

    Alergias e leses cutneas: atravs do contato com a pele, alguns reagentes podem causar alergias e leses cutneas por seu poder irritante ou corrosivo. Atravs da pele e mucosas as substncias qumicas tambm podem ser absorvidas para o sangue;

    Acidentes: alm dos riscos sade, muitos reagentes so inflamveis ou explosivos, podendo causar srios acidentes.

    Atualmente, nos laboratrios de DST, Aids e Hepatites Virais, os reagentes qumicos concentrados vm sendo substitudos por kits, nos quais os reagentes esto diludos e em pequenas quantidades.

    Mesmo diludos, muitos dos reagentes presentes em kits so txicos, irritantes e/ou muito reativos, e devem ser manuseados e descartados com cuidado.

    Em algumas atividades, ainda necessrio trabalhar com reagentes concentrados, como metanol e cido clordrico, usados na bacteriologia, e com reagentes usados na preparao de corantes e solues, como o lcool-ter ou lcool-acetona para