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  • Universidade Estadual da Paraba- UEPB

    Programa Institucional de bolsa de Iniciao Docncia- PIBID

    Subprojeto Letras- Lngua Portuguesa

    Escola de Atuao: E.E.E.F.M. Professor Raul Crdula

    Coordenadora de rea: Magliana Rodrigues da Silva

    Supervisora: Diana Nunes

    Alunas bolsistas: Alesca Jois da Costa Silva

    Luciana Vieira Alves

    Maria do Livramento Paula da Silva

    Marciana da Silva Milnez

    Projeto:

    Nas Trilhas da Lngua Portuguesa:

    O texto em foco

  • Voc Vai Lembrar De Mim Nenhum de Ns Quando eu te vejo Espero teu beijo No sinto vergonha Apenas desejo Minha boca encosta Em tua boca que treme Meus olhos eu fecho Mas os teus esto abertos Tudo bem se no deu certo Eu achei que ns chegamos to perto Mas agora com certeza eu enxergo Que no fim eu amei por ns dois Esse foi um beijo de despedida Que se d uma vez s na vida Explica tudo, sem brigas E clareia o mais escuro dos dias Tudo bem se no deu certo Eu achei que ns chegamos to perto Mas agora com certeza eu enxergo Que no fim eu amei por ns dois

    Mas voc lembra! Voc vai lembrar de mim Que o nosso amor valeu a pena Lembra o nosso final feliz Voc vai lembrar... Vai lembrar...sim... Voc vai lembrar de mim. Esse foi um beijo de despedida Que se d uma vez s na vida Que explica, tudo sem brigas E clareia o mais escuro dos dias Tudo bem se no deu certo Eu achei que ns chegamos to perto Mas agora com certeza eu enxergo Que no fim eu amei por ns dois Mas voc lembra! Voc vai lembrar de mim Que o nosso amor valeu a pena Lembra o nosso final feliz Voc vai lembrar... Vai lembrar...sim... Voc vai lembrar de mim.

    Composio: Thedy Corra

  • Verbos

    O que e para que serve?

    Definio Podemos entender o verbo como o elemento que, dentro de uma frase, permite

    quele que fala ou escreve situar eventos no tempo com relao ao momento em que seu

    discurso est sendo produzido.

    De uma maneira geral, verbos exprimem aes, mas muitos deles tambm permitem

    manifestar sentimentos, sensaes, estados e fenmenos naturais. prprio de um verbo evocar

    um processo, isto , o desenrolar de eventos para os quais podemos identificar seu incio e fim.

    Funo O verbo funciona como um articulador entre os diferentes elementos que

    constituem uma frase. Assim, podemos entend-lo como um ncleo que, uma vez

    combinado com estes outros elementos, assegura um sentido frase.

    Se suprimido, os outros elementos so privados de um elo entre eles, o que torna difcil

    compreender o propsito da mensagem a ser transmitida. Vamos tomar como exemplo o trecho a

    seguir, extrado de um artigo publicado na Folha Online, em 15 de fevereiro de 2008, e do qual

    todos os verbos foram retirados:

    Grupo teorias sobre o aquecimento global e IPCC

    Iuri Dantas

    da Folha de S.Paulo

    Um grupo de cientistas na quinta-feira (14) ao ministro Srgio Rezende (Cincia e Tecnologia) documento que a

    influncia da ao humana nos fenmenos das mudanas climticas globais.

    "A conservao ambiental no nada a com o aquecimento global, esta a nossa principal mensagem", Luis Carlos

    Molion, diretor do Instituto de Cincias Atmosfricas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Os integrantes do

    grupo "cticos sobre a existncia do aquecimento global".

    Podemos ter uma ideia sobre o tema do artigo em questo? Sem dvida, sim.

    Apreendemos seu sentido geral, pois as palavras que o constituem nos permitem saber que

    estamos diante de um texto envolvendo a opinio de um grupo de cientistas, o aquecimento

    global e o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), organismo internacional

    responsvel por pesquisas sobre mudanas climticas. Sabemos ainda que h eventos

    relacionados a uma data (dia 14 de fevereiro, quinta-feira) e que o ministro Srgio Rezende

    (Cincia e Tecnologia) e o diretor do Instituto de Cincias Atmosfricas da Ufal, Carlos Molion,

    participam de alguma maneira no debate proposto.

    No entanto, nossa compreenso plena do tema tratado no artigo est comprometida pela

    ausncia de um elemento que articule todas as palavras entre si, o que nos permitiria saber

  • aquilo que associa precisamente o grupo de cientistas ao ministro, qual a opinio exata de Carlos

    Molion sobre a conservao ambiental relacionada ao aquecimento global, e qual a ligao entre

    os integrantes do grupo e a expresso "cticos sobre a existncia do aquecimento global".

    Logo, percebemos que o verbo funciona como um elemento determinante neste contexto,

    a fim de permitir ao leitor a compreenso precisa da mensagem transmitida no artigo.

    Vamos retomar o mesmo trecho, desta vez completo:

    Grupo contraria teorias sobre o aquecimento global e critica IPCC

    Iuri Dantas

    da Folha de S.Paulo

    Um grupo de cientistas entregou na quinta-feira (14) ao ministro Srgio Rezende (Cincia e Tecnologia) documento

    que questiona a influncia da ao humana nos fenmenos das mudanas climticas globais.

    "A conservao ambiental no tem nada a ver com o aquecimento global, esta a nossa principal mensagem",

    disse Luis Carlos Molion, diretor do Instituto de Cincias Atmosfricas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Os

    integrantes do grupo afirmam ser"cticos sobre a existncia do aquecimento global".

    Finalmente, observamos que a presena dos verbos eliminou as ambigidades e suposies feitas

    anteriormente na tentativa de compreender o sentido prprio a este texto, tornando-o claro e preciso para o

    leitor.

    Tome Nota: Verbo a classe de palavra que possui a maior quantidade de flexes: tempo, modo, pessoa,

    voz e nmero.

    Os verbos tm as seguintes categorias de flexo:

    Nmero: singular e plural.

    Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).

    Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo, gerndio e

    particpio).

    Tempo: presente, pretrito perfeito, pretrito imperfeito, pretrito mais-que-perfeito, futuro do

    presente, futuro do pretrito.

    Voz: ativa, passiva (analtica ou sinttica), reflexiva

  • FICAR, O VERBO MAIS GOSTOSO DO MUNDO

    Voc gosta de anlise sinttica? Conjugao verbal?

    Descubra os mil usos que um verbo pode ter na sua vida.

    Se voc falar para a sua av que ficou com um menino superlegal, ela pode no achar nada de

    mais. Ou pensar que essa juventude tem preguia at de terminar a frase e perguntar. Mas vocs ficaram

    fazendo o qu? Voc vai ter de explicar que ficar, do seu jeito (alis, o jeito mais gostoso de conjugar

    esse verbo supertransitivo), ainda no est no dicionrio, embora faa parte da vida de todo mundo. Para

    o Aurlio, ficar estacionar, estar situado ou, quando muito, coisa para se manter em segredo, do tipo

    isso fica entre ns. Para um professor de gramtica, quem fica, fica em algum lugar ou de algum jeito,

    jamais fica com algum. Se ele pensa que nisso se resume esse verbo, chegou a hora de mostrar que

    ficar ficou muito mais interessante.

    Conjugando o verbo ficar

    Gerndio

    Eu estou ficando

    a modalidade mais comum, pois tem a vantagem de no determinar nem o incio nem o fim da ficada.

    Estou ficando indica que voc j ficou e pode ficar outras vezes, mas, se isso no acontecer, no tem

    nenhum problema.

    Presente do Indicativo

    Eu fico

    A moda comeou com D. Pedro I, que alm de gritar Diga ao povo que fico! tambm ficava com a

    Marquesa de Santos. Esse tempo verbal indica o presente imediato: voc est na festa, um menino

    maravilhoso chega e voc diz: Tudo bem, eu fico.

    Pretrito Imperfeito do Subjuntivo

    Se eu ficasse

    Baixou o desnimo. Se voc ficasse com o Aurlio seria timo, mas ele resolveu namorar firme ou no d

    a menor chance. O nome complicado do tempo verbal indica uma situao ainda mais complexa. para

    ser conjugado com o olhar perdido e um certo tom desanimado.

  • Pretrito Mais-Que-Perfeito

    Eu ficara

    J caiu em desuso e s usado no sentido tradicional do verbo ficar.

    Futuro do Subjuntivo

    Se eu ficar

    Significa que voc tem planos para quando esse momento chegar e no deixar escapar a chance. Para

    atrair bons fluidos, voc pode conjugar de um jeito ainda mais decidido: Quando eu ficar com Lucas...

    frase de quem espera o melhor desfecho possvel.

    Futuro do Pretrito

    Eu ficaria

    Chegou a chance de voc finalmente entender como um tempo verbal pode ser futuro de alguma coisa no

    passado. pura condio, hiptese, revela um desejo difcil de ser realizado. Por isso, j pertence ao

    passado mesmo no tendo acontecido. Difcil de entender? s conjugar com algum deus do Olimpo: Eu

    ficaria com o Leonardo DiCaprio se ele soubesse que eu existo. Uma pena.

    Imperativo

    No existe na primeira pessoa

    Como ficar depende da sua vontade e no tem o menor sentido voc se obrigar a ficar com algum, no

    se conjuga esse verbo na primeira pessoa do imperativo.

    Presente do Subjuntivo

    Que eu fique

    Aqui camos no terreno da reza brava e das simpatias. Quando voc diz Que eu fique, significa que voc

    tem muita vontade de que isso acontea e acha at possvel, mas gostaria que os anjos e as estrelas

    dessem uma fora.

    Particpio

    Ficado

    Deve ser o estado que algum fica depois de tantos beijos.

    Pretrito Perfeito

    Eu fiquei

    Conjuga-se de preferncia no dia seguinte: Ah! eu fiquei com o Bruno e foi timo... D para entender

    facilmente por que os gramticos resolveram cham-lo de perfeito.

    Pretrito Imperfeito

    Eu ficava

    O nome tambm diz tudo, imperfeito. A coisa ia bem, voc ficava com ele, mas surgiu algum imprevisto:

    voc teve de ir embora, chegou a sua turma, pintou sujeira ou voc descobriu que o menino era ansioso

    demais e preferia conjugar o modo imperativo, que no combina com a delicadeza do momento.

    (PRADO, R. Ficar, o verbo mais gostoso do mundo. Capricho, 27 set. 1998. p. 86-87.)

  • Por Voc

    Frejat

    Por voc eu danaria tango no teto, Eu limparia os trilhos do metr, Eu iria a p do Rio a Salvador.

    Eu aceitaria a vida como ela , Viajaria a prazo pro inferno, Eu tomaria banho gelado no inverno

    Por voc... Eu deixaria de beber, Por voc... Eu ficaria rico num ms, Eu dormiria de meia pra virar burgus. Eu mudaria at o meu nome, Eu viveria em greve de fome, Desejaria todo o dia a mesma mulher... Por voc... Por voc... Por voc... Por voc... Por voc, Conseguiria at ficar alegre, Pintaria todo o cu de vermelho, Eu teria mais herdeiros que um coelho. Eu aceitaria a vida como ela , Viajaria prazo pro inferno, Eu tomaria banho gelado no inverno

    Eu mudaria at o meu nome, Eu viveria em greve de fome, Desejaria todo o dia a mesma mulher. Por voc... Por voc... Por voc... Por voc... Eu mudaria at o meu nome, Eu viveria em greve de fome, Desejaria todo o dia a mesma mulher... Por voc.... Por voc... Por voc.... Por voc... Por voc.... Por voc... Por voc.... Por voc...

    Composio: Frejat

    Atividades Complementares

    1)A nica diferena existente entre os trs textos abaixo o verbo empregado. Diga qual a diferena de

    sentido que h nos trs textos. Com que finalidade se usaria cada um deles para falar da mesma situao

    relativa a Joo? Proponha uma situao em que estes textos poderiam ser usados e o que significariam nesta

    situao.

    a - Joo deixou seu livro na mesa da sala.

    b - Joo largou seu livro na mesa da sala.

    c- Joo esqueceu seu livro na mesa da sala.

    2) Abaixo apresentamos alguns grupos de situaes, cada uma expressa por uma frase. Voc vai analisar

    cada grupo e escrever um pequeno texto, colocando as situaes na ordem em que elas provavelmente

  • ocorreram. Se for preciso, pode fazer modificaes necessrias para encadear situaes em um texto, sem

    modificar as situaes e as relaes entre elas. Prepare uma explicao oral da razo pela qual voc escolheu

    a ordem em que colocou as situaes.

    Grupo 1

    a- Antnio morreu pobre, sem recursos para tratar da sade.

    b- Antnio nasceu em bero de ouro e teve tudo o que quis.

    c- Mas Antnio viveu desregradamente, gastando muito e no trabalhando para ganhar mais.

    Grupo 2

    a- Maria achou seu anel.

    b- Maria comeou a procurar seu anel desesperada, pois era um presente de seu noivo.

    c- Maria encontrou seu anel debaixo do sof.

    d- Maria perdeu seu anel.

    Grupo 3

    a- Meu irmo era muito sadio.

    b- Meu irmo sarou.

    c- Meu irmo fez um tratamento.

    d- Mas um dia meu irmo adoeceu.

    Grupo 4

    a- Seu irmo continuou estudando para a prova depois do almoo.

    b- Por isto seu irmo fez boa prova.

    c- Seu irmo comeou a estudar para a prova logo cedo.

    d- Seu irmo parou de estudar s dez da noite.

  • 3)Preencha as lacunas do texto com os verbos indicados entre parnteses, fazendo sua concordncia com o

    sujeito de acordo com o exigido pela variao culta da lngua.

    Um dia (chegar- futuro) a minha vida algum que (ir- futuro) me fazer

    esquecer a pessoa que um dia eu (ir- passado). Ela (vir- presente) para preparar-me para

    chegar ao lugar que eu quero. Juntos, (ir- futuro) fazer o que sempre (fazer- presente),

    limpar o que (sujar- passado) na minha vida. E a esta pessoa (dar-futuro) o meu bem

    mais precisos: MEU AMOR.

    (autor desconhecido)

    Trabalhando o gnero:

    Reduo da maioridade penal ou educao para a paz?

    Publicada em 06/06/2007 s 15h48m

    Por Robson Campos Leite

    Todos ns ficamos profundamente chocados com a barbaridade sem precedentes que aconteceu com

    o menino Joo Hlio aqui no Rio de Janeiro. Alis, aquele crime no apenas chocou, mas marcou para

    sempre todas as famlias brasileiras. Nunca mais um pai entrar em um carro e colocar um cinto de

    segurana em seu filho sem lembrar aquele terrvel acontecimento. Mas no quero escrever sobre o crime

    em si, e sim sobre os desdobramentos e debates que esto acontecendo em nossa sociedade em conseqncia

    deste terrvel episdio.

    Antes de analisar as reflexes e leituras feitas sobre esse caso, eu gostaria de contar uma interessante

    histria que aconteceu h alguns anos com um ex-aluno de um pr-vestibular comunitrio em que sou

    professor. Nascido em uma favela marcada pela violncia, aos 16 anos ele se envolveu com um grupo

    criminoso que dominava a comunidade onde vivia. Tinha acabado de concluir, com muita dificuldade, o

    segundo grau. Andava armado e, conforme recentemente me confidenciou, fazia isso simplesmente pela

    sensao de poder que a arma trazia. Foi flagrado pela polcia e levado para um instituto de recuperao de

    menores infratores onde, face ao horror presente naquela verdadeira escola do crime, fugiu apavorado.

    Desesperado e comeando a perceber os riscos daquela vida, ele, mesmo meio desconfiado e sem-jeito,

    aceita o convite de alguns amigos de infncia e ingressa em um curso de pr-vestibular comunitrio para

    carentes.

    Depois de um ano ele comea a mudar: Larga a vida que levava e comea a se dedicar s aulas e ao

    projeto. Faz por trs anos o pr-vestibular e, finalmente, alcana o sucesso nas provas ingressando em uma

    universidade. Hoje, formado e com um emprego, ele diz que no foram apenas as aulas de fsica e

    matemtica que mudaram a sua vida, mas sobretudo as aulas de "cultura e cidadania", onde ele aprendeu a

    enxergar o mundo de forma diferente. Passou a perguntar o que ele podia fazer em prol da sociedade com a

  • mesma intensidade que cobrava do Estado um papel de maior presena e atuao junto s comunidades

    carentes.

    Histria muito bonita que fao questo de trazer aqui para ilustrar um pouco a nossa reflexo sobre

    as solues que vemos surgir nos debates realizados sobre a violncia. A reduo da maioridade penal

    passou a ser encarada como a melhor alternativa para mudar esse cenrio monstruoso em que vivemos.

    Entretanto, os principais problemas que causam a violncia entre os jovens quase sempre ficam de fora

    dessas anlises e discusses: Uma educao pblica completamente falida e um sistema de recuperao de

    menores infratores que no recupera ningum.

    No preciso me aprofundar muito sobre os motivos que me levam a questionar a reduo da

    maioridade penal como soluo para a escalada da violncia. Digo isso em funo da histria que cito

    acima. Ser que o meu ex-aluno teria conseguido ingressar em uma Universidade e ter a vida que leva hoje

    se tivesse sido condenado e jogado em uma penitenciria aos 16 anos? Provavelmente teramos mais um

    criminoso em nossa sociedade formado pelas grandes universidades do crime: As Penitencirias e Casas de

    Deteno.

    Precisamos aproveitar o imenso desejo de justia e de solues efetivas que a nossa sociedade

    comea a exigir para realmente mudarmos o que est diante de nossos olhos, mas no conseguimos

    enxergar: A necessidade de priorizarmos a educao pblica e o sistema prisional, em especial para os

    menores infratores, para que realmente recupere e forme os jovens.

    Para concluir, eu gostaria de deixar aqui um apelo, pois tambm sou pai e temo pelo futuro dos meus

    filhos: Vamos nos unir em prol da educao pblica. Vamos iniciar um grande movimento nacional pela

    educao pblica de qualidade e para todos. Vamos mostrar aos nossos governos que o nosso grande desejo

    que os professores sejam to valorizados quantos os fiscais, os desembargadores, os juzes e os

    parlamentares. Que as escolas pblicas sejam bem equipadas e mantidas. Enfim, que a prioridade nmero

    um do nosso Pas seja a educao pblica.

    Vamos juntos iniciar esse movimento em prol da educao pblica para que, quem sabe um dia,

    possamos ter uma nao mais justa, menos desigual e, consequen-temente, menos violenta.

    Robson Campos Leite Professor de Cultura e Cidadania do PVNC (Pr Vestibular para Negros e

    Carentes).

    Pela reduo da maioridade penal para os 16 anos

    Kleber Martins de Arajo

    Advogado no Rio Grande do Norte

  • No Brasil, sempre que acontece um crime grave, so comuns as comoes sociais que, diante

    daquele brbaro delito, clamam por "leis penais mais severas". E o legislador, pressionado pela opinio

    pblica, no raro, aproveitando-se da grande repercusso social, elabora as pressas um projeto de lei, sem

    maior reflexo, aumentando as penas para determinados crimes. S na ltima dcada, tivemos alguns casos

    clebres, tais como: a) o sequestro de Roberto Medina - que deu causa edio da Lei dos Crimes

    Hediondos (Lei 8.072/90); b) o caso dos policiais flagrados por cinegrafista amador agredindo

    gratuitamente populares em Diadema - episdio do qual resultou a Lei de Tortura (Lei n. 9.455/97); c) o

    assassinato da atriz Daniela Perez - que culminou em alteraes tornando mais rgida a Lei dos Crimes

    Hediondos; entre outros casos.

    Quando uma lei penal criada dessa forma, quase de improviso, muito perigosa, pois, no raro,

    alm de no permitir um debate mais refletido pela sociedade, as vezes, no cuida de observar princpios de

    direito penal secularmente consagrados, limitando-se a aumentar a pena para certas condutas, com o objetivo

    de resolver problemas sociais com a simples promulgao de uma lei.

    Essa breve introduo presta-se a justificar a tese exposada no presente artigo. Ora, devido a

    ocorrncia recente do assassinato de um casal de namorados em So Paulo, levado a cabo, covardemente,

    por um grupo de adolescente, alguns poderiam afirmar que este advogado "est se aproveitando da

    repercusso nacional que tomou dito crime para que aqueles que o leiam facilmente tornem-se adeptos da

    reduo da maioridade penal defendida". Com efeito, tal no verdade, como se ver nas linhas a seguir.

    O clamor pela reduo da maioridade penal para os 16 (dezesseis) anos no novo. Alguns j o

    defendiam antes mesmo da edio do Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n. 8.069/90). O assassinato

    do casal de namorados apenas o trouxe novamente tona, como um alerta que serve, pelo menos, para que a

    sociedade debata o tema e tome posio pela defesa desta tese ou pela permanncia da maioridade penal aos

    18 anos.

    Atualmente, se uma pessoa comete um fato definido como crime em alguma lei penal, s sofrer a

    pena ali prevista se ele tiver idade igual ou superior a 18 anos, sendo processada e julgada segundo os

    procedimentos do Cdigo de Processo Penal.

    Por outro lado, se esta mesma conduta for praticada por uma pessoa com idade inferior a 18 anos,

    no se pode sequer dizer que ela cometeu crime, mas apenas um ato infracional. Alm disso, a ela no ser

    aplicada a pena prevista para o crime, mas sim medidas scio-educativas, previstas no Estatuto da Criana

    e do Adolescente, que so as seguintes: a) advertncia; b) obrigao de reparar o dano; c) prestao de

    servios comunidade; d) liberdade assistida; e) insero em regime de semiliberdade; f) internao em

    estabelecimento educacional. Assim, a maior sano que um adolescente poder sofrer a 3 anos de

  • internao, que tenha furtado um relgio, quer tenha matado 30 pessoas. Ademais, esta medida s pode ser

    aplicada por meio de um procedimento na vara da infncia e juventude.

    A fixao da maioridade penal aos 18 anos est consagrada no art. 228 da Constituio Federal e no

    art. 27 do Cdigo Penal. A escolha dessa idade levou em considerao o critrio puramente biolgico:

    entendeu o legislador brasileiro que os menores de 18 anos no gozam de plena capacidade de entendimento

    que lhes permita entender o carter criminoso do ato que esto cometendo. Trata-se, assim de uma

    presuno legal.

    Essa presuno legal de "falta de entendimento pleno da conduta criminosa", que, talvez, no passado

    podia ser tida como verossmil, na atualidade j no mais. Com a evoluo da sociedade, da educao, dos

    meios de comunicao e informao, o maior de 16 anos j no pode mais ser visto como "inocente",

    ingnuo, bobo, tolo, que vive a jogar vdeo game e brincar de "playmobil". Ora, se j possui maturidade

    suficiente para votar, escolhendo seus representantes em todas as esferas, do Presidente da Repblica ao

    Vereador do seu Municpio, se j pode constituir economia prpria, se j pode casar, se j pode ter filhos, e

    no so raros os casos de pais adolescentes, por que ser que ainda se acredita que ditos indivduos no tm

    conscincia que matar, estuprar, roubar, seqestrar errado?

    Alm de possurem plena convico que o ato que praticam criminoso, ditos "menores" utilizam-se,

    conscientemente, da menoridade que ainda os alberga em seu favor, praticando diariamente toda a sorte de

    injustos penais, valendo-se, inclusive, da certeza dessa impunidade que a sua particular condio lhe

    proporciona.

    Vejamos. Uma das finalidades da pena a "preveno geral" ou "preveno por intimidao". A

    pena aplicada ao autor do crime tende a refletir junto sociedade, evitando-se, assim, que as demais pessoas,

    que se encontram com os olhos voltados na condenao de um de seus pares, reflitam antes de praticar

    qualquer infrao penal. Existe a esperana de que aqueles com inclinaes para a prtica de crimes possam

    ser persuadidos, atravs do exemplo que o Estado deu ao punir aquele que agiu delituosamente. O Estado se

    vale da pena por ele aplicada a fim de demonstrar populao, que ainda no delinqiu, que, se no forem

    observadas as normas por ele ditadas, esse tambm ser o seu fim. Dessa forma, o exemplo dado pela

    condenao daquele que praticou a infrao penal dirigido aos demais membros da sociedade.

    Aplicando-se tais consideraes ao caso dos menores de 18 e maiores de 16 anos, que, como

    defendido aqui, j so pessoas plenamente conscientes do certo e do errado, com efeito, o simples e brando

    tratamento a eles dispensado segundo as normas do Estatuto da Criana e do Adolescente, com sanes

    como advertncia, obrigao de reparar o dano, liberdade assistida, internao etc, no suficiente a

    intimidar a prtica de condutas criminosas como as que esto sendo praticadas por maiores de 16 anos a todo

    minuto no Brasil. Em outras palavras, pouqussimo provvel que um adolescente sinta-se intimidado em

  • praticar determinado crime por temer que lhe seja aplicada uma "medida scio-educativa", sobretudo, se o

    crime puder lhe trazer ganho financeiro, tais como furto, roubo, extorso mediante sequestro etc.

    A insignificncia da punio, certamente, pode trazer consigo o sentimento de que o "o crime

    compensa", pois leva o indivduo a raciocinar da seguinte forma: " mais vantajoso para mim praticar esta

    conduta criminosa lucrativa, pois, se eu for descoberto, se eu for preso, se eu for processado, se eu for

    condenado, ainda assim, o mximo que poderei sofrer uma medida scio-educativa. Logo, vale a pena

    correr o risco". Trata-se, claro, de criao hipottica, mas no se pode negar que perfeitamente plausvel.

    Alguns defensores da manuteno da maioridade penal aos 18 anos argumentam que a reduo desta

    para os 16 anos traz o risco de "levarmos para a cadeia crianas em formao".

    Este tipo de argumento, com o devido respeito, mostra um fato tradicional na legislao criminal: "a

    elaborao de leis pensando-se na exceo". Efetivamente, no se pode mais admitir que o legislador evite o

    recrudescimento necessrio da lei penal por imaginar sempre a hiptese do "agente que cometeu o crime por

    fraqueza eventual ou deslize", ou que sempre deixe brechas na lei processual imaginando a hiptese do

    "inocente que est sendo injustamente condenado". Isso resulta na criao de leis extremamente brandas,

    impondo ao Poder Pblico que trate a regra como se fosse a exceo. Isto , dispensa-se ao criminoso grave

    o tratamento brando que s mereceria o criminoso eventual, imaginado pelo legislador quando da elaborao

    ou modificao legal.

    O fato que, na atualidade, pode-se afirmar, com segurana, que mais de 95% (noventa e cinco por

    cento) dos casos de adolescentes entre 16 e 18 anos infratores de criminosos habituais e perigosos, que

    roubam, traficam, estupram e matam, sem titubear, j que no h o que temer em resposta a seus atos. Para

    estes casos, urge que a maioridade penal seja reduzida para os 16 anos.

    Caso algum maior de 16 anos tenha cometido o crime sem que se encaixe no perfil descrito acima

    (que a regra), tratando-se de pessoa de boa formao e conduta, que cometeu o fato por deslize, descuido,

    fato eventual, no merecendo ser encarcerado junto a bandidos perigosos, sob pena de prejudicar o seu

    futuro desenvolvimento, o juiz criminal, atravs de seu prudente arbtrio, saber reconhecer tais fatores,

    podendo trat-lo de forma diferenciada, atravs da atenuao ou reduo de sua pena ou mesmo aplicao de

    penas alternativas, todas j previstas no Cdigo Penal, podendo, alis, o legislador prever outras prprias

    para tais casos.

    Salienta esse articulista que tem conscincia que o problema da criminalidade juvenil tem origem

    social, estando ligado a falta de educao e oportunidades para os jovens e suas famlias, levando-os ao

    crime, muitas vezes, no por vontade prpria, mas por no vislumbrar outra sada. Assim, a soluo do

    problema estaria relacionada muito mais a implantao de polticas pblicas de educao e emprego, com

    resultados a longo prazo, do que a mudanas legislativas.

  • Ocorre, entretanto, que a sociedade no pode esperar pela boa vontade dos governantes, pois,

    primeiro, teramos que esperar a implantao de tais polticas e, segundo, esperar que, uma vez implantadas,

    surtissem seus resultados, com a diminuio da criminalidade. At l, temos que nos proteger contra a livre

    ao de pessoas sem freios. E a intimidao atravs do tratamento penal mais severo uma das formas das

    quais dispomos.

    Trata-se de uma escolha a ser tomada pela sociedade entre dois caminhos: mantm-se a maioridade

    penal aos 18 anos e aguarda-se a implantao de polticas governamentais para resolver o problema "na raiz"

    ou reduz-se, desde logo, dita maioridade para os 16 anos, podendo-se, a partir de ento, punir-se os

    infratores segundos a legislao penal e processual penal.

    Optando pela reduo, que a posio defendida neste artigo, a mudana deve ser feita no mbito do

    Congresso Nacional, por meio de Emenda Constitucional, uma vez que a maioridade penal aos 18 anos

    est prevista no art. 228 da Constituio Federal, cabendo sociedade pressionar os Deputados Federais e

    Senadores e alterar o texto constitucional.

    Pense, reflita e tome posio.

    Produzindo:

    Texto 1

    O jovem do sculo XXI

    No decorrer desta vida, sinto-me com uma enorme fadiga ao observar tamanha alienao e falta de

    interesse sobre todas as questes que nos cercam e enforcam. Sobre tal aspecto, citarei as formas de vida da

  • sociedade que vivo e vejo, uma sociedade que deixa tudo pra depois, uma sociedade que deixa de agir, que

    deixa de lutar, esquece que tambm so cidados e cidads. Jogando no lixo seus direitos e suas obrigaes.

    de forma engraada e estranha que vejo como uma sociedade pde mudar de uma forma to ridcula,

    ser que ningum v isso? Ser que caminhamos para um fim silencioso? Como vamos defender nossos

    filhos de tamanha sanidade intelectual? Nos meios de comunicao s vejo e ouo fatos ridculos... Apologia

    ao sexo e exposio do corpo feminino sob forma de atrair e chamar ateno! Sim, poderia chamar ateno

    dos homens (seria normal hoje), mas estranho que o maior nmero de influenciados justamente do sexo

    feminino. Seja nos programas de auditrio, seja nas rdios, a msica de apologia ao sexo e exposio do

    corpo est presente e trazendo para esse mundo cada vez mais cedo os jovens.

    No fcil encontrarmos em cada esquina da nossa periferia, um bar onde se esteja passando shows

    dessas bandas. Ora, se essas so as msicas preferidas do povo, se elas falam de sexo, expem o corpo

    feminino de forma vergonhosa, traduzem tudo aquilo que for experimentvel para o jovem, o que impediria

    ele de fazer?

    A educao j no mais prioridade, a qualidade perdeu seu valor, os valores j se foram e com ela, o

    respeito pela famlia (muitas vezes esta no assume seu papel primordial na sociedade, talvez pelos mesmos

    motivos que levaram a perda desses valores por estes jovens), os conselhos e etc.

    Com isso, o jovem pensa cada vez mais em sua autonomia, em sua liberdade, porm, pobre e sem

    expectativas nenhuma de vida, ele tende a arrumar meios para se divertir. a quando surge o interesse, o

    desejo de querer algo melhor vem acompanhado desse interesse, levar no muito tempo pra que este (a)

    jovem, no veja muita diferenciao entre desejos, interesses, meios de vida (prostituio), alienao.

    Sem dvidas, uma coisa levar a outra, se pararmos para pensar um pouco, nossa sociedade caminha

    para o caos, necessrio que se faa algo, pois, um mundo submerso nessa ordem, com certeza seria o fim

    de toda uma luta, de toda uma organizao social que visa melhores condies tanto para mim, quanto para

    voc! desse jeito que a burguesia quer nos ver, afundados na lama, sem perspectiva. Quanto mais

    afundarmos, mais eles tm o controle nas mos.

    preciso EDUCAR, CONSCIENTIZAR e LUTAR, s assim conseguiramos unir todos MUDANA!

    Abel Gomes, Estudante de Cincias Sociais pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL

    Macei - AL, agosto de 2008.

    Texto 2

    Folha de S.Paulo - Artigo: Angstia grtis - 27/07/2008

  • Mayra Dias Gomes

    Uma garota precisa ser incrivelmente magra para caber naquele vestido da nova coleo da Triton.

    Precisa ser incrivelmente magra para estar aos ps das celebridades bem-sucedidas do momento. Mesmo que

    sejam celebridades famosas justamente por no fazerem nada.

    Celebridades que representam a imagem da mulher e do homem glamorosos do sculo 21. Aqueles que

    esto por dentro das tendncias que mudam de forma e de cor segundo as estaes.

    O boom da tecnologia no final dos anos 1990 no fez somente com que a informao pertencesse a

    todos, mas tambm com que houvesse informaes demais, rpido demais. As pessoas se acostumaram com

    as solues instantneas e se tornaram mais imediatistas e incapazes de lidar com as frustraes.

    Passaram a se sentir mais insatisfeitas. Seja com os relacionamentos amorosos, seja com a auto-estima,

    seja com as peas no armrio. Isso certamente as tornou mais receptivas ao sistema ditatorial imposto pelas

    indstrias de moda e de esttica.

    Sistema que promove suprimentos de angstia que no realizam suas promessas. Para as insatisfaes

    fsicas, h sempre a cirurgia plstica.

    Para ter os seios da Scarlett Johansson, a barriga da Gisele Bndchen ou o nariz e a boca da Angelina

    Jolie. Mesmo possuindo belos corpos, muitos se submetem faca para se igualarem a padres estabelecidos

    em revistas ou na TV. Preferem reclamar ou se mutilar a se exercitar, pois sabem que o resultado vir com

    mais rapidez. No h como lidar com o longo prazo.

    Dia aps dia, convivemos com a idia de que certas compras so verdadeiros investimentos e, ao

    realiz-las, tornaremo-nos seres humanos mais completos. Deixamos nos enganar pelas abordagens

    inteligentes que mexem com nossas inseguranas. Camos de boca no anzol e nos sentimos cada vez menos

    felizes.

    Por no termos aquela quantidade de dinheiro, aquele corpo invejvel, aquela fama toda. No que isso

    seja necessrio para o ser humano. somente imposto pela sociedade moderna.

    Segundo o filsofo alemo Schopenhauer, o prazer nada mais do que o momento fugaz de ausncia

    de dor. No h satisfao durvel. desse princpio pessimista que se alimenta a indstria do consumo. O

    que importa no encher uma casa de bens, mas jog-los fora quando deixarem de trazer emoes novinhas

    em folha.

    A mesma idia pode ser ilustrada com um shopping center, criado para proporcionar sensaes

    excitantes que existem somente durante a estadia do comprador no estabelecimento.

    Mesmo quando o consumidor adquire um celular que servir para conect-lo em movimento, est

    fazendo uma compra datada. O aparelho logo sair de linha e ser trocado por outro com a mesma utilidade

    e algumas funcionalidades banais a mais. S o visual ser diferente.

    a obsolescncia planejada, ou, em outras palavras, ttica de marketing. preciso fazer com que os

    renegados da sociedade de consumo sintam-se como fracassados. S assim permanecero sensveis o

    suficiente para acreditar em tantas falsas promessas.

    Produza um texto incorporando os novos conhecimentos adquiridos com a sequncia das aulas,

    obedecendo estrutura de um artigo de opinio. E a partir dos textos lidos e das discusses feitas em

    sala de aula fale a respeito da temtica os jovens do sculo XXI.

  • "A principal meta da educao criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, no

    simplesmente repetir o que outras geraes j fizeram. Homens que sejam criadores, inventores,

    descobridores. A segunda meta da educao formar mentes que estejam em condies de criticar,

    verificar e no aceitar tudo que a elas se prope."

    (Jean Piaget)

    Referncias:

    TRAVAGLIA, L.C.Gramtica ensino plural.So Paulo: Cortez,2003.

    ABAURRE, Maria Luiza M. Gramtica: texto: anlise e construo de sentido. So Paulo: Moderna, 2006.

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