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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
E DE MATERIAIS - PPGEM
TÁSSIA VIOL MORETTI
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DE INVENTÁRIOS DE CICLO DE VIDA: ANÁLISE PARA CASOS BRASILEIROS
DISSERTAÇÃO
CURITIBA 2011
TÁSSIA VIOL MORETTI
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DE INVENTÁRIOS DE CICLO DE VIDA: ANÁLISE PARA CASOS BRASILEIROS
Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau Mestre em Engenharia, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Engenharia de Manufatura. Orientadora: Profª. Dra. Cássia Maria Lie Ugaya CURITIBA
2011
iii
AGRADECIMENTOS
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais – PPGEM, ao Núcleo de Tecnologia da
Informação aplicada ao Desenvolvimento de Produto – TIDeP pela estrutura oferecida e
pelo conhecimento adquirido através de professores e funcionários.
A minha família por sempre estar presente e preocupada com o meu aprendizado e
crescimento pessoal e profissional.
Aos colegas do mestrado pela amizade e contribuição por meio do intercâmbio de
informações técnicas e opiniões durante as etapas de desenvolvimento deste trabalho.
À Prof.ª Dra. Cássia pela orientação do trabalho desenvolvido e troca de
conhecimentos durante a realização do mesmo.
iv
RESUMO
MORETTI, Tássia Viol. Método de avaliação da estrutura de inventários de ciclo de vida: análise para casos brasileiros, 2011, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 112p.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem o propósito de fomentar o entendimento das causas e tipos de impactos ambientais relacionados aos produtos ou serviços, com foco na tomada de decisões. Diante disto, a ACV estuda os aspectos ambientais e os impactos ao longo da vida de um produto, desde a extração de recurso, passando por produção, uso, tratamento pós-uso, reciclagem e disposição. A ACV pode ser dividida em quatro fases: definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e interpretação, sendo a de avaliação de impactos a que demanda maior tempo e capital. Como decorrência há o Projeto de inventários de ciclo de vida (ICV) para a competitividade ambiental da indústria brasileira e também a elaboração de pesquisa e aprendizado de ICV no Brasil. O objetivo deste trabalho consiste propor um método de avaliação dos ICVs brasileiros. Para isto, fez-se um referencial teórico sobre ICV, o qual inclui base de dados públicas de ICV, a iniciativa de ICV no Brasil, detalhamento do ecoinvent (base de dados escolhida), seguida da comparação do ecoinvent com a ISO 14044:2009. Buscaram-se também setores industriais prioritários definidos pelo Banco Mundial e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com a finalidade de se comparar com os ICVs já desenvolvidos no Brasil. De posse destas informações e de após testar o método proposto, pôde-se concluir que há necessidade da adaptação de uma base de dados unificada para os ICVs de diferentes setores industriais brasileiros.
Palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida. Inventário de Ciclo de Vida. Brasil.
v
ABSTRACT
MORETTI, Tássia Viol, Método de avaliação da estrutura de inventários de ciclo de vida: análise para casos brasileiros, 2011, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 112 p.
The Life Cycle Assessment (LCA) comprises the environmental aspects and impacts over the life of a product from resource extraction, through production, use, treatment, post-use, recycling and disposal. The LCA has four steps: goal and scope definition, inventory analysis, impact assessment and interpretation, and the assessment of impacts that demand more time and capital. Because of this there is the project. This document has the proposal to contribute to the development of LCI consistent in Brazil. As a result there is the project life cycle inventory (LCI) for the environmental competitiveness of Brazilian industry and also the development of research and learning ICV in Brazil. The objective is to develop a method to check LCI in Brazil. For this, it was a theoretical framework on ICV, which includes public database of ICV, the ICV initiative in Brazil, detailing ecoinvent (database chosen), followed by comparison between the ISO 14044:2009 and ecoinvent. Besides this, it checked priority industrial sectors defined by the World Bank and IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) in comparison with the LCI has developed in Brazil, and also it checked the method. To conclude, it is necessary an adaptation of a unified database for LCI of different industrial sectors in Brazil.
Keywords: Life Cycle Assessment, Life Cycle Inventory, Brazil.
vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS PARA ANÁLISE DO INVENTÁRIO..........................................................................................20
FIGURA 2 - EXEMPLO DA BASE DE DADOS DO ECOINVENT VERSÃO 2: DESMEMBRAMENTO PARA MATERIAIS.............................................27
FIGURA 3 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES.........33
FIGURA 4 - EXEMPLO DE PROCESSO ELEMENTAR.............................................48
FIGURA 5 - EXEMPLO DE AGREGAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL...................49
FIGURA 6 - EXEMPLO DE COMO O TRANSPORTE ACONTECE ENTRE DUAS ETAPAS DE UM SISTEMA DE PRODUTO............................................51
FIGURA 7 - EXEMPLO DA RELAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÃO E TRANSPORTE........................................................................................53
FIGURA 8 - EXEMPLO A AGREGAÇÃO HORIZONTAL DE DADOS.......................67
FIGURA 9 - EXEMPLO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE - ENTRE ETAPAS DE PROCESSO............................................................................................68
FIGURA 10 - EXEMPLO DE DADOS – BRUTOS DA UNIDADE DE PROCESSO......72
FIGURA 11 - EXEMPLO DA BASE DE DADOS DO ECOINVENT VERSÃO 2: DESMEMBRAMENTO PARA MATERIAIS...........................................103
vii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - IMPORTÂNCIA DA COLETA E PUBLICAÇÃO DE DADOS DE ICV..........................................................................................................21
QUADRO 2 - VARIEDADE DE FONTE DE DADOS.....................................................21
QUADRO 3 - UNIDADE DE PROCESSO DO ECOINVENT VERSÃO 2, CONSIDERANDO O BRASIL.................................................................29
QUADRO 4 - QUADRO 4 - SETORES INDUSTRIAIS DE MENOR IMPACTO AMBIENTAL,DESCRITOS PELO BANCO MUNDIAL............................34
QUADRO 5 - COMPARAÇÃO DE CONCEITOS E REQUISITOS DO ECOINVENT NBR ISO 14044:2009..............................................................................46
QUADRO 6 - PROCESSO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS PARA MATERIAIS ESPECÍFICOS NO CASO DE FALTA DE INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS.........................................................................................54
QUADRO 7- EXEMPLOS DE NOMENCLATURA.......................................................55
QUADRO 8- EXEMPLOS PARA A NOMEAÇÃO DE RECURSOS DE MINÉRIO DE FLUXOS ELEMENTARES .....................................................................60
QUADRO 9- LEVANTAMENTO DE DADOS DISPONÍVEIS NO BRASIL PARA SEREM UTILIZADOS NESTE TRABALHO DE ICV...............................63
QUADRO 10- CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS...................................................109
QUADRO 11-
MATRIZ PEDIGREE USADA PARA AVALIAR A QUALIDADE DA FONTE DE DADOS..............................................................................111
viii
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1- COMPARAÇÃO DA PRODUÇÃO NO BR POR CLASSES DE ATIVIDADES 2005, 2006 E 2007............................................................45
GRÁFICO 2- COMPARAÇÃO DA VENDA NO BR POR CLASSES DE ATIVIDADES 2005, 2006 E 2007..................................................................................45
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - ENQUADRAMENTO DE ICVS................................................................38
TABELA 2 - CLASSE DE ATIVIDADES POR VALOR DECRESCENTE DE VENDA E PRODUÇÃO 2005...................................................................................41
TABELA 3 - CLASSE DE ATIVIDADES POR VALOR DECRESCENTE DE VENDA E PRODUÇÃO 2006...................................................................................42
TABELA 4 - CLASSE DE ATIVIDADES POR VALOR DECRESCENTE DE VENDA E PRODUÇÃO 2007...................................................................................43
TABELA 5 - NOME E CARACTERÍSTICAS DE PARTICULADOS............................57
TABELA 6 - INVENTÁRIO DE CICLO DE VIDA DA GERAÇÃO HIDRELÉTRICA NO BRASIL- USINA DE ITAIPU: PRIMEIRA APROXIMAÇÃO.....................65
TABELA 7 - INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA DA PRODUÇÃO DE ALUMÍNIO E AÇO NO BRASIL – ALUMÍNIO...............................................................69
TABELA 8 - INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA DA PRODUÇÃO DE ALUMÍNIO E AÇO NO BRASIL – AÇO.........................................................................71
TABELA 9 - ANÁLISE DO INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA DE EMBALAGENS DE VIDRO, ALUMÍNIO E PET UTILIZADAS EM UMA INDÚSTRIA DE REFRIGERANTES NO BRASIL VIDRO.................................................74
TABELA 10 - DADOS COLETADOS PARA ESTUDO DE ACV DAS EMBALAGENS DE VIDRO. SERVIÇOS DE TRANSPORTE - ENTRE ETAPAS DE PROCESSO............................................................................................76
TABELA 11 - ANÁLISE DO INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA DE EMBALAGENS DE VIDRO, ALUMÍNIO E PET UTILIZADAS EM UMA INDÚSTRIA DE REFRIGERANTES NO BRASIL ALUMÍNIO...........................................77
TABELA 12 - DADOS COLETADOS PARA ESTUDO DE ACV DAS EMBALAGENS DE ALUMÍNIO. SERVIÇOS DE TRANSPORTE - ENTRE ETAPAS DE PROCESSO............................................................................................79
TABELA 13 - ANÁLISE DO INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA DE EMBALAGENS DE VIDRO, ALUMÍNIO E PET UTILIZADAS EM UMA INDÚSTRIA DE REFRIGERANTES NO BRASIL PET......................................................80
TABELA 14 - DADOS COLETADOS PARA ESTUDO DE ACV DAS EMBALAGENS DE PET. SERVIÇOS DE TRANSPORTE - ENTRE ETAPAS DE PROCESSO............................................................................................82
TABELA 15 - INVENTÁRIO DA PRODUÇÃO DE PISOS E TIJOLOS CERÂMICOS NO
CONTEXTO DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA PISO CERÂMICO
EMPRESA A...........................................................................................84
x
TABELA 16 - DADOS BRUTOS DA UNIDADE DE PROCESSO, PARA A EMPRESA
A..............................................................................................................85
TABELA 17 - INVENTÁRIO DA PRODUÇÃO DE PISOS E TIJOLOS CERÂMICOS NO
CONTEXTO DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA PISO CERÂMICO
EMPRESA B...........................................................................................87
TABELA 18 - DADOS BRUTOS DA UNIDADE DE PROCESSO, PARA A EMPRESA
B..............................................................................................................88
TABELA 19 - INVENTÁRIO DA PRODUÇÃO DE PISOS E TIJOLOS CERÂMICOS NO
CONTEXTO DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA TIJOLO CERÂMICO
C..............................................................................................................90
TABELA 20 - DADOS BRUTOS DA UNIDADE DE PROCESSO, PARA A EMPRESA
C..............................................................................................................91
TABELA 21 - INVENTÁRIO DA PRODUÇÃO DE PISOS E TIJOLOS CERÂMICOS NO
CONTEXTO DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA TIJOLO CERÂMICO
D..............................................................................................................93
TABELA 22 - DADOS BRUTOS DA UNIDADE DE PROCESSO, PARA A EMPRESA
D..............................................................................................................94
TABELA 23 - COMPILAÇÃO DE RESULTADOS DOS ICVS.......................................96
TABELA 24 - FATORES BÁSICOS DE INCERTEZA (ADIMENSIONAIS) APLICADOS
POR ENTRADAS E SAÍDAS DE TECNOSFERA E POR FLUXOS
ELEMENTARES....................................................................................110
TABELA 25 - FATORES DE INCERTEZA PADRÃO..................................................112
xi
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACV Avaliação do Ciclo de Vida
AICV Avaliação do impacto do ciclo de vida
CNAE Classificação Nacional das Atividades Econômicas
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
ICV Inventário do Ciclo de Vida
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISO Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization)
MCT Ministério de Ciência e Tecnologia
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MMA Ministério do Meio Ambiente
PIA Pesquisa Industrial Anual
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas
Tecpar Instituto de Tecnologia do Paraná
UFSC Universidade de Santa Catarina
UNB Universidade de Brasília
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ……………………………………………………………..………14
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................15
1.2 JUSTIFICATIVA ..............................................................................................16
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO..................................................................17
2 INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA ................................................................19
2.1 BASE DE DADOS PÚBLICA PARA ICV ........................................................23
2.2 INICIATIVAS DE ICV NO BRASIL..................................................................31
3 METODOLOGIA.............................................................................................33
3.1 SETORES INDUSTRIAIS: BANCO MUNDIAL...............................................34
3.2 SETORES INDUSTRIAIS: SELEÇÃO DE DADOS DE CLASSE DE
ATIVIDADES IBGE REFERENTE AOS ANOS 2005, 2006, 2007.............................35
3.3 ESCOLHA DA BASE DE DADOS..................................................................36
3.4 COMPARAÇÃO ECOINVENT E NBR ISO 14044:2009.................................36
3.5 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO..............................................................37
3.6 TESTE DO MÉTODO COM ICVS BRASILEIROS.........................................39
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................40
4.1 SETORES INDUSTRIAIS ..............................................................................40
4.2 COMPARAÇÃO ECOINVENT E NBR ISO 14044:2009.................................46
4.2.1 Escopo temporal................................................................................................47
4.2.2 Escopo geográfico.............................................................................................47
4.2.3 Escopo tecnológico............................................................................................47
4.2.4 Limite temporal do Sistema...............................................................................47
4.2.5 Dados de unidade de processo.........................................................................48
4.2.6 Regras de Corte.................................................................................................50
4.2.7 Suposições no caso de falta de informações....................................................50
4.2.8 Situação de Mercado.........................................................................................50
13
4.2.9 Mix (mistura) de Eletricidade.............................................................................51
4.2.10 Serviços de Transporte ...................................................................................51
4.2.11 Meios de Produção - Infra-estrutura................................................................52
4.2.12 Químicos Dissolvidos......................................................................................52
4.2.13 Energia Térmica..............................................................................................53
4.2.14 Emissões Atmosféricas Adicionais da produção de energia...........................53
4.2.15 Serviços de Tratamento de Resíduos.............................................................54
4.2.16 Incidentes e Acidentes.....................................................................................54
4.2.17 Nomenclatura..................................................................................................55
4.2.18 Categorias e Subcategorias............................................................................55
4.2.19 Poluentes Transportados pelo Ar....................................................................56
4.2.20 Poluentes Aquáticos........................................................................................58
4.2.21 Poluentes do Solo............................................................................................59
4.2.22 Uso de recursos...............................................................................................59
4.2.23 Alocação..........................................................................................................60
4.2.24 Incertezas........................................................................................................62
4.3 ICVS BRASILEIROS..........................................................................................63
4.4 COMPILAÇÃO DA ANÁLISE DOS INVENTÁRIOS.............................................95
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES.........................................97
REFERÊNCIAS.........................................................................................................99
ANEXO A .................................................................................................................103
ANEXO B .................................................................................................................109
14
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de obter o progresso ambiental sustentável do planeta requer
a inclusão de considerações ambientais na tomada de decisões, tanto por gestores
quanto por desenvolvedores de produtos, no que se refere aos aspectos de práticas
de gestão industrial, etapas de produção, distribuição, uso e fim da vida de um
produto Diante disso, o pensamento do ciclo de vida é uma maneira de endereçar
questões de meio ambiente e oportunidades de um sistema e de avaliar um produto
ou um sistema de serviço com o objetivo de reduzir os impactos ambientais
(SONNEMANN et al.,2003).
O propósito da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é fomentar um
entendimento das causas e tipos de impactos ambientais relacionados aos produtos
ou serviços, facilitando, assim, a tomada de decisão (UDO DE HAES et al.; 2002).
Dessa forma, a ACV possibilita estudar os aspectos e impactos ambientais ao longo
da vida de um produto, desde a extração de recursos naturais, passando por
produção, uso, tratamento pós-uso, reciclagem e disposição (ABNT, 2009).
A Avaliação do Ciclo de Vida pode ser usada por empresas como uma
ferramenta de suporte de decisão ambiental, para providenciar respostas diretas,
cientificamente embasadas e usar indicadores ambientais relevantes (UDO DE
HAES et al.; 2002).
Em geral, existem tópicos que podem ser distinguidos durante a tomada de
decisões da ACV: i) execução da ACV; ii) preservação dos resultados e conclusões
da ACV e iii) implementação baseada nos resultados da ACV (GUINÉE et al.,
2001b).
De acordo com as orientações da ABNT (2009), a ACV pode ser dividida em
quatro etapas:
1ª. definição de objetivo e escopo de uma ACV: devem ser claramente
definidos e serem consistentes com a aplicação pretendida. O escopo
poderá ser ajustado durante o estudo, devido à natureza iterativa da
ACV;
15
2ª. análise de Inventário do Ciclo de Vida (ICV): envolve a coleta e
compilação de dados, para quantificar entradas e saídas de um
sistema de produto1 ao longo do ciclo de vida;
3ª. avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV): é dirigida ao
entendimento e à compreensão da magnitude e significância dos
impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do
ciclo de vida do produto;
4ª. interpretação: fase da ACV na qual as constatações da análise de
inventário ou da avaliação de impacto, ou de ambas, são avaliadas
com relação ao objetivo e escopo definidos a fim de se chegar a
conclusões e recomendações.
As ACVs mundialmente, inclusive no Brasil, têm sido realizadas utilizando-se
banco de dados de ICV e métodos de AICV de origem estrangeira, principalmente
da Europa (PEGORARO, 2008).
A fim de facilitar a execução da ACVs, bancos de dados de origem européia,
japonesa e americana foram desenvolvidos. Porém, muitos deles não refletem a
realidade de características como a matriz energética e clima, de determinados
locais, inclusive o Brasil.
1.1 OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho consiste em propor um método de avaliação dos
ICVs brasileiros. Para tanto, os objetivos específicos consistem em:
i) Identificar critérios para elaboração de ICVs com base na ABNT NBR
ISO 14044:2009 e ecoinvent;
ii) Elaborar um método de avaliação;
iii) Testar o método proposto.
1 Conjunto de processos elementares, com fluxos elementares e de produto, desempenhando uma ou mais funções definidas e que modela o ciclo de vida de um produto
16
1.2 JUSTIFICATIVA
Diante disso, Lewandowska et al. (2008), apresentou, para a Polônia, um
estudo baseado no projeto do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, realizado
pelo Instituto de Tecnologia em Poznan, na Polônia. Este mostra as diferenças entre
o ecoinvent e dados poloneses para a produção de madeira. A conclusão deste
estudo foi que diferenças entre países existem e que estas podem ser uma fonte de
incerteza, principalmente se os dados utilizados não forem específicos. Por outro
lado, torna-se impossível a coleta de dados específicos para todos os itens incluídos
no sistema de produto, para tanto, utiliza-se base de dados de ACV.
Pegoraro (2008), ressalta que esses bancos de dados de origem estrangeira
não refletem a realidade brasileira, uma vez que foram desenvolvidos com o uso de
dados específicos dos países ou regiões a que se referem.
No Brasil, ao realizar ACVs de automóveis, quando do uso de inventários
internacionais e nacionais, Ugaya (2001) apresentou diferenças significativas no
resultado em virtude de disparidades entre matriz energética e uso de tecnologias na
produção de alumínio. No caso da matriz energética, por exemplo, no Brasil utiliza-
se carvão vegetal na produção do aço primário e nos Estados Unidos há um maior
consumo de gás natural. Em alguns casos, os valores nacionais obtidos na ACV do
carro são seis vezes superiores aos obtidos com dados internacionais. Isso se
justifica pela diferença de banco de dados nacional e internacional, decorrente de
especificidade de tecnologias e métodos de quantificação e cálculos utilizados pelas
indústrias (UGAYA, 2001).
Na tentativa de se aproximar de características regionais do Brasil, vários
inventários envolvendo dados brasileiros foram desenvolvidos. Dentre alguns destes
inventários estão:
i) inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil - Usina de
Itaipu: primeira aproximação;
ii) adaptação de Banco de Dados de Inventários de Ciclo de Vida para a
realidade brasileira no que concerne à logística da produção de
materiais;
iii) inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço no Brasil;
17
iv) análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro,
alumínio e PET utilizadas em uma indústria de refrigerantes no Brasil;
v) inventário do ciclo de vida do papel offset produzido no Brasil;
vi) inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da
análise do ciclo de vida;
vii) análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes
automotivos no Brasil.
Para utilizar estes ICVs em um mesmo estudo, contudo, devem ser
realizados seguindo critérios comuns.
Diante do exposto, justifica-se, portanto, a necessidade de realizar um
trabalho para avaliar como estão estruturados os inventários do ciclo de vida
brasileiros e se esses apresentam a mesma estrutura com relação a conceitos.
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Para contextualizar a temática e viabilizar a obtenção dos objetivos
propostos este trabalho está organizado em cinco capítulos.
No primeiro capítulo é feita uma introdução ao tema justificando a
importância ACV. Apresenta-se, também, o objetivo geral e os específicos que serão
abordados, além da estrutura do trabalho.
O segundo capítulo trata dos conceitos fundamentais sobre inventário do
Ciclo de Vida, além de uma explanação sobre o tema. Apresentam-se informações
sobre base de dados pública de ICV e a iniciativa de ICV no Brasil e os detalhes da
base de dados escolhida para o estudo.
O terceiro capítulo informa a metodologia da pesquisa empregada neste
estudo, além de detalhar a seqüência de atividades.
No quarto capítulo apresentam-se os dados de setores industriais definidos
pelo Banco Mundial; análise dos dados de produção e vendas de produtos e/ou
serviços industriais, segundo a classe de atividades e descrição dos produtos
definidos pelo IBGE, referentes a 2005, 2006 e 2007; comparação do ecoinvent
versão 2.0 com ABNT NBR ISO 14044:2009; levantamento de ICVs brasileiros;
resultado da comparação e de ICVs brasileiros, baseados em Althaus et al. (2007) e
ABNT (2009a).
18
No quinto capítulo há as considerações finais obtidas a partir do
desenvolvimento deste trabalho, além de recomendações para trabalhos futuros.
19
2 INVENTÁRIO DO CICLO DE VIDA
Dentro da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), o Inventário do Ciclo de Vida
(ICV) é uma fase na qual efeitos ou cargas ambientais2 gerados por um produto ou
atividade durante o ciclo de vida são identificados e avaliados, quantificando-se as
entradas e saídas para o ambiente do sistema de produto investigado (FERREIRA,
2004;SONNEMANN et al.,2003).
Neste contexto, o ICV é baseado na definição do objetivo e escopo e dos
limites do sistema, diagrama de fluxos com unidades de processos, coleta de dados
para cada um desses processos, alocação e outros cálculos (GUINÉE et al., 2001b),
conforme ilustra a Figura.1.
Seguindo o fluxo apresentado na Figura.1, encontra-se:
a. definição do objetivo e escopo: a aplicação, as razões para a execução
do estudo, público que será informado dos resultados, a intenção de
utilizá-lo de forma comparativa a ser divulgado publicamente devem
estar descritos no objetivo ABNT (2009; 2009 a).
b. preparação para coleta de dados: é indicada, pois pode cobrir vários
locais de origem de dados e referências publicadas, por isso, a ABNT
(2009) recomenda as seguintes etapas para assegurar a compreensão
uniforme e consistente dos sistemas de produto a serem modelados:
■ fluxograma do processo,
■ processo elementar detalhado, bem como suas inter-relações;
■ listar as unidades utilizadas;
■ descrever como dados foram coletados e cálculos realizados;
■ evidenciar em documento quando houver casos de
irregularidade, observações relacionadas a dados fornecidos e
outros casos especiais.
2 Cargas ambientais são definidas como uma quantidade de substâncias, radiações, ruídos, vibrações emitidas para ou removidas de imediações reais ou potenciais que podem causar efeitos nocivos. Dentro desta definição podem ser encontrados: consumo de energia e matéria-prima, emissões no ar e água, geração de resíduos, ruído, vibração, odores, os quais são comumente conhecidos como poluição ambiental.
20
Figura1 - Procedimentos simplificados para análise do inventário Fonte: ABNT (2009a).
c. coleta de dados: algumas razões expostas no Quadro1, mostram a
importância da coleta e publicação de dados de ICV de associações
industriais ou companhias individuais (BEAUFORT-LANGEVELD et
al., 2003). A coleta de dados pode ser construída com diferentes e
variada fontes, que podem ser divididas em quatro diferentes
categorias, como detalhado no Quadro 2 (SONNEMANN et al.,2003).
Estas fontes devem ser citadas e referenciadas, assim como, dados e
detalhes mais expressivos que podem interferir no resultado final do
Folha revisada de coleta de dados revisada
Definição de objetivo e escopo
Preparação para a coleta de dados
Coleta de dados
Validação de dados
Correlação dos dados aos processos elementares
Correlação dos dados à unidade funcional
Agregação de dados
Refinamento das fronteiras do sistema
Folha de coleta de dados
Dados coletados
Dados validados
Dados validados por processo elementar
Dados validados por unidade funcional
Inventário calculado
Inventário completado
Dados ou processos elementares adicionais requeridos
Alocação Inclui Reuso e Reciclagem
21
estudo, se tais dados atenderem aos requisitos iniciais da qualidade
dos dados e o período da coleta dos dados (ABNT, 2009a).
Coleta de dados
Pontos a serem analisados
Razões e Questões referentes à coleta de dados
Dirigentes
- Respostas a pedidos de informação em produtos ou processos de autoridades, clientes e organizações consumidoras. - Aperfeiçoar um produto ou processo (identificar oportunidades). - Providencia números quantificados para debate público em questões ambientais. - Ferramenta de marketing.
Barreiras
- Confidencialidade. - Falta de conhecimento - Desenvolvimento de metodologias, pesquisa em bases comuns. - Custo e tempo.
Como superar
- Pessoa ou Instituto Independente. - Assegurar larga participação. - Agregar números. - Trabalhar com associações de indústria é melhor do que companhias individuais. - Ser objetivo no começo do projeto.
Benefícios
- Melhor entendimento de processos e Produtos. - Mais experiência obtida no campo de ACV. - Trazer a ciência a debate público em questões ambientais (quantificação). - Bases para ferramentas de comunicação.
Quadro 1 - Importância da coleta e publicação de dados de ICV Fonte: Beaufort-Langeveld et al. (2003).
Fonte de dados Exemplos
Base de dados eletrônica Softwares públicos e comerciais e fontes de Internet em ACV.
Dados de Literatura Artigos científicos, relatórios públicos, estudos existentes de ACV.
Dados não publicados Dados fornecidos por empresas, laboratórios, autoridades e fontes correlatas.
Medições e cálculos Dados obtidos através de cálculos ou estimativas. Quadro 2 - Variedade de fonte de dados Fonte: Sonnemann et al. (2003).
22
d. validação dos dados: os dados devem ser coletados de forma a se
verificar sua validade, estabelecendo balanços de massa, balanços de
energia e/ou análises comparativas de fatores de emissão, ABNT
(2009).
e. correlação de dados a processos elementares e à unidade funcional3:
para cada processo elementar deve ser determinado um fluxo de
referência apropriado. Os dados qualitativos de entrada e saída do
processo elementar devem ser calculados em relação ao fluxo de
referência. Convém que o cálculo resulte em que todos os dados de
entrada e saída do sistema estejam referenciados à unidade funcional
(ABNT, 2009a).
f. agregação de dados: convém que os dados sejam agregados somente
se estiverem relacionados a substâncias equivalentes e a impactos
ambientais semelhantes. Se forem necessárias regras de agregação
mais detalhadas, convém que sejam justificadas na fase de definição
do objetivo e escopo do estudo ou que sejam deixadas para uma fase
subseqüente de avaliação de impacto (ABNT, 2009a).
g. refinamento das fronteiras do sistema: as fronteiras iniciais do sistema
de produto devem ser revisadas conforme apropriado, de acordo com
os critérios de corte estabelecidos na definição do escopo. Para
inclusão e/ou exclusão de estágios do ciclo de vida, de processos
elementares, entradas e saídas, utiliza-se a análise de sensibilidade
(ABNT, 2009a).
h. alocação: consiste em procedimentos de repartição de
responsabilidade dos impactos ambientais entre os diversos produtos,
materiais ou processos, que se faz necessária devido à variedade de
componentes que estão entrando e saindo de um sistema. Os
princípios e procedimentos de alocação também se aplicam a
3 Unidade Funcional: Desempenho quantitativo de um sistema de produto para uso como uma unidade de referência num estudo de ACV (ABNT, 2009 a). Exemplo: Engarrafar 6600 mL de um produto (Ugaya, 2008). Fluxo de Referência Medidas das saídas necessárias de processos em um determinado sistema de produto, requeridas para realizar a função expressa pela unidade funcional (ABNT, 2009 a). Para a unidade funcional acima o fluxo de referência pode ser, por exemplo, 20 latas de 330 mL cada (Ugaya, 2008).
23
situações de reutilização e reciclagem (compostagem, recuperação de
energia, entre outros) (ABNT, 2009a; UGAYA, 2001). É recomendável
que os procedimentos de alocação aproximem-se tanto quanto
possível de tais relações e características de entradas e saídas, visto
que o inventário é baseado em balanço de material entre a entrada e a
saída.
Diante disto, a definição do objetivo e escopo do estudo, a coleta de dados
são de fundamental importância para se alcançar o proposto no estudo em questão,
para então dar-se seqüência com os passos orientados na Figura.1.
2.1 BASE DE DADOS PÚBLICA PARA ICV
Na década de 90, existiam várias bases de dados para realização da ACV,
as quais eram desenvolvidas por diferentes institutos, organizações e regiões do
mundo. A informação freqüentemente disponível em inventário de ciclo de vida de
um determinado produto não coincidia com a dos outros inventários e o resultado
dependia, inevitavelmente, do instituto que estava realizando a análise. Surgiu-se,
então, a necessidade de unificar essas informações numa base de dados para ACV
em que os resultados fossem confiáveis, independentemente da capacidade de
qualquer instituição realizar o estudo (ALTHAUS et al., 2007).
Em 1992, uma associação de indústrias interessadas em acelerar o
desenvolvimento de ACVs como uma ferramenta para o desenvolvimento
sustentável criou a Sociedade para a Promoção do Desenvolvimento de Avaliação
de Ciclo de Vida. Com a movimentação de grande quantidade de recursos
financeiros, as atividades resultaram em diversas publicações. Em 1995, o projeto
intitulado Ganhar Aceitação (Winning Acceptance) pretendia criar um diálogo e um
consenso entre indústria, governo, ambientalistas e instituições acadêmicas
(WEIDEMA , 2003).
De acordo com a crescente preocupação da indústria e das autoridades
quanto à importância de um inventário que reportasse credibilidade para a
realização de uma ACV, houve uma demanda crescente por dados confiáveis, de
qualidade, consistentes transparentes e independentes (ALTHAUS et al., 2007).
24
O programa da UNEP (United Nations Environment Programme –Programa
de Meio Ambiente da Nações Unidas) e SETAC (Society of Environmental
Toxicology and Chemistry- Sociedade de Química Ambiental e Toxicologia) Life
Cicle Initiative (Iniciativa do Ciclo de Vida), referente a ICV tem por objetivo um
aumento de acesso à qualidade de base de dados de ICV. Além de melhorar o
acesso global a dados transparentes de alta qualidade de dados de ciclo de vida
hospedando e facilitando grupos de estudiosos cujo trabalho conduz aos sistemas
de informação (com suporte na internet).
Para o estudo e definição de ICV os objetivos são: identificar necessidades
de usuários para dados, a fim de orientação metodológica consistente, aumentar a
capacidade para julgar e validar ICVs global, fornecer a usuários de dados do ICV
uma idéia das conseqüências da seleção de dados para a qualidade e validade dos
resultados e desenvolver mecanismos ou processos que estimulem a melhoria
contínua na disponibilidade, qualidade e transparência de dados (Life Cycle
Inventory Programe, 2009).
A seguir um resumo do que foi desenvolvido por algumas iniciativas com
relação ao acesso público a base de dados:
i) inventário dos Estados Unidos: O NREL (National Renewable Energy
Laboratory – Laboratório Nacional de Energia Renovável) e os seus
parceiros criaram o U.S. Life-Cycle Inventory – Inventário do ciclo de
vida dos Estados Unidos, com dados para ajudar especialistas de ACV
encontrar respostas sobre o impacto ambiental. Esta base fornece um
tempo de vida de contabilização dos fluxos de energia e de material
para dentro e fora do ambiente em que estão associados à produção
de um material, componente ou montagem. A revisão crítica dos dados
de ICV é consistente com um protocolo comum de investigação e com
as normas internacionais. Os dados do ICV apoiam os esforços para
desenvolver ACV de produtos, sistemas de apoio e ferramentas de
ACV (NREL, 2009);
ii) atividades na Austrália: o grupo de trabalho de dados australianos é
formado por uma série de dados para materiais, energia e inventário de
transporte que foram desenvolvidos pelo Centro de Design em RMIT
(Royal Melbourne Institute of Technology) e pelo Centro de Tecnologia
em Água e Resíduos na Universidade de New South Wales, também
25
em um formato padrão de troca de dados (BEAUFORT-LANGEVELD
et al., 2003);
iii) projetos de ACV no Japão: em 1998, o Ministério da Economia,
Comércio e Indústria do Japão lançou um projeto de cinco anos
intitulado ‘Development of Life Cycle Impact Assessment for Products –
Desenvolvimento da Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida para
Produtos (comumente conhecido como “the LCA Project’ – o Projeto
de ACV. O propósito deste projeto é o de desenvolver uma
metodologia comum de ACV, bem como uma base de dados altamente
confiável para poder ser partilhados no Japão. Atividades ao longo
destes cinco anos resultaram na oferta de dados de ICV sobre cerca
de 250 produtos. Associações industriais voluntariamente forneceram
estes dados (NARITA et al., 2008);
iv) German Helmholtz Association (HGF): os resultados de confiabilidade
dependem da disponibilidade e da qualidade dos dados de (ICV). A fim
de proporcionar alta qualidade de dados de ICV para sistemas de
backgroud (nível de fundo) de ACV e torná-la aplicável a uma gama
mais vasta de domínios, estratégias de harmonização de dados já
existentes e bases de dados são necessários. Em virtude do elevado
significado de dados de ICV como uma base de grandes campos de
ação dentro de uma estratégia de sustentabilidade, a German
Helmholtz Association (HGF), sob a liderança do Forschungszentrum
Karlsruhe (FzK) considerou esta questão no seu programa de
investigação. Em 2002, o FzK realizou um estudo preliminar sobre a
garantia da qualidade e fornecimento de dados de ICV, financiado pelo
Ministério Federal da Educação e Pesquisa. O foco é da criação de
uma rede permanente alemã de dados de ICV, que serviria de
plataforma alemã de informação e de cooperação científica no domínio
da ACV. Os estudos de caso foram utilizados para definir as interfaces
e adaptados para o banco de dados, uma vez que dados de diferentes
níveis de qualidade foram encontradas (BAUER-ALU et al., 2004);
v) European Reference Life Cycle Data System - ELCD. O banco de
dados central do ELCD possui dados de associações empresariais da
União Européia, aprovados pela idústria para materiais, distribuição de
26
energia, transporte e gestão de resíduos. Prima-se pela qualidade,
consistência, aplicabilidade dos dados e complementação de outras
bases. O público-alvo desses conjuntos de dados é especialistas e
profissionais da área de ACV
(http://lca.jrc.ec.europa.eu/lcainfohub/datasetArea.vm).
vi) ecoinvent - Suíça: a base de dados do ecoinvent foi desenvolvida pelo
centro Suíço de ICV. Essa base de dados utiliza o formato EcoSpold e
possui cerca de 4.000 dados para produtos, serviços e processos
freqüentemente usados em estudos de caso de ACV. A base de dados
do ecoinvent versão 2.0 compreende a cobertura de dados de ICV para
energia (incluindo óleo, gás natural, hulha, energia nuclear, energia
hidroelétrica, fotovoltaica, aquecimento solar, energia eólica, mix
(mistura) de eletricidades, biocombustíveis) transporte, materiais de
construção, madeira (madeira topical e européia) fibras renováveis,
metais (incluindo metais preciosos), químicos (incluindo petroquímicos
e detergentes), eletrônicos, engenharia mecânica (tratamento de
metais e ar comprimido), papel e polpa, plásticos, tratamento de
resíduos e produtos agrícolas (ALTHAUS et al., 2007).
Dentre aproximadamente quatro mil unidades de processos considerados
pelo ecoinvent (material, energia, transporte, processamento, uso, cenário de
resíduos, tratamento de resíduos), a fim de exemplificar a base de dados do
ecoinvent versão 2, a Figura 2 mostra parte do desmembramento para material,
mais detalhes também são encontrados no Anexo A. Nesta figura, destacaram-se os
dados de produtos/serviços que o ecoinvent também considerou para o Brasil.
27
Materiais
Figura 2 – Exemplo da base de dados do ecoinvent versão 2:desmembramento para materiais. Fonte: Adaptado de SimaPro 7.1 (2008).
Agricultura
Cerâmica
Químicos
Construção
Eletrônicos
29
Há trinta e um processos elementares para o Brasil no Ecoinvent v.2,
conforme Quadro 3.
Categoria Subcategoria Nomes
Biomassa
Combustíveis
Etanol 97% em água, a partir da Biomassa, a destilação
Etanol 95% em água, a partir da cana de açúcar, na planta de fermentação
Etanol, 95% em água, a partir de melaço da cana de açúcar, na refinaria de açúcar
Óleo de soja, na planta
Éster metílico de soja
Produção Cinza, bagaço, na planta de fermentação
Vinhaça, a partir da cana de açúcar, na fermentação
Outros
Bagaço da cana de açúcar, na refinaria
Vinhaça, a partir do melaço, na refinaria de açúcar
Produtos de soja
Co-geração Eletricidade, bagaço da cana de açúcar, na planta de fermentação
Eletricidade, bagaço da cana de açúcar, na refinaria de açúcar
Agricultura Produção Vegetal
Cana de Açúcar, na fazenda
Soja, na fazenda
Indústria de Alimentos Processamento Açúcar, a partir da cana de açúcar, na refinaria de açúcar
Químicos Orgânicos Glicerina, a partir de óleo de soja, na planta de esterificação
Eletricidade
Mix de fornecimento
Eletricidade de alta voltagem, na rede
Eletricidade de baixa voltagem, na rede
Eletricidade de média voltagem, na rede
Eletricidade, mix de produção
Produção
Eletricidade de alta voltagem, na rede
Eletricidade de baixa voltagem, na rede
Eletricidade de média voltagem, na rede
Mix de eletricidade
Madeira
Extração
Madeira redonda, floresta primária, corte raso, em estradas florestais
Disposição do solo
Pino Paraná, em pé, sob a casca, em florestas tropicais
Rolaria, Pino do Paraná, sob casca, em estradas de floresta
Processo Madeira serrada, Pino Paraná, seca na estufa, na serraria
Resíduos de madeira industrial, Pino Paraná, na serraria
Hidroelétrica Usina Eletricidade, hidroelétrica, na planta do reservatório Quadro 3 - Unidade de Processo do ecoinvent versão 2, considerando o Brasil Fonte: SimaPro 7.1 (2008).
30
A atual versão está em fase de elaboração, diversos dados em área de
transporte (mais dados para transporte de trem e sobre mobilidade),
biocombustíveis, pesticidas, rejeitos da cadeia de produção de carvão, foram
desenvolvidos em uma variedade de projetos ao longo de 2009. Além disso, alguns
erros na base de dados foram corrigidos devido a contribuições de usuários.
Também se inclui métodos de avaliação de impactos, tais como USEtox e ReCipe,
além de se estar avaliando a inclusão de outros métodos na nova versão
(WEIDEMA, HISCHIER; 2010).
Diversos cursos estão sendo ministrados no Canadá, Suíça, Espanha, para
rever e atualizar a base de dados da versão 3 (WEIDEMA, HISCHIER; 2010).
31
2.2 INICIATIVAS DE ICV NO BRASIL A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de produtos brasileiros é uma das ações
prioritárias do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
O IBICT, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, considera o
projeto de implantação de um modelo de inventário brasileiro vital para o
desenvolvimento nacional e, por isso, pretende ser um agente ativo na organização
do banco de dados de produtos e serviços do país e na disseminação das
informações (IBICT, 2009).
Algumas instituições, além do IBICT, participam dessa iniciativa brasileira
em ACV e ICV no Brasil, entre elas citam-se:
i) acadêmicas e de pesquisa: UnB – Universidade de Brasília; USP –
Universidade de São Paulo; UTFPR – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná; UFSC – Universidade de Santa Catarina; IPT –
Instituto de Pesquisas Tecnológicas; Tecpar- Instituto de Tecnologia do
Paraná;
ii) governamentais: MCT- Ministério de Ciência e Tecnologia; MDIC-
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MMA –
Ministério do Meio Ambiente; INMETRO - Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial;
iii) industriais: Petrobrás; Unilever; Suzano; SEBRAE – Serviço Brasileiro
de Apoio a Micro e Pequenas Empresas; FIESP- Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo; BASF (PIRES 2006).
Conforme Pires (2009), no Brasil existe o Projeto Brasileiro de Inventário do
Ciclo de Vida para a Competitividade da Indústria Brasileira. O objetivo desse projeto
é disponibilizar um sistema de banco de dados contendo informações fundamentais
sobre casos específicos de insumos indispensáveis para a realização de inventários
de ciclo de vida de produtos relevantes a pauta de exportação brasileira. Este
inventário será parte fundamental para a aplicação da metodologia de Avaliação do
Ciclo de Vida dos Produtos - ACV, como especificado pela família de normas ISO
14040.
32
Apesar das várias iniciativas listadas acima demonstrarem estar envolvidas
na organização de dados sobre ICV, o Brasil encontra-se em estágio anterior em
relação aos demais países.
Se comparado com o que foi descrito no item 2.1 , outros países passaram
pela mesma situação. Diversas entidades trabalhando na busca de dados para ICV,
porém o sucesso foi obtido quando informações confiáveis de diversas fontes foram
unificadas numa base de dados para ACV.
33
3 METODOLOGIA
No capítulo anterior, fez-se um referencial teórico sobre ICV, incluindo base
de dados públicas de ICV, a iniciativa de ICV no Brasil e a apresentação do
ecoinvent.
O próximo passo consiste em definir os setores industriais prioritários, que
necessitam ser incluídos em base de dados de ICV. Para tanto, utilizam-se os dados
das principais indústrias de menor desempenho ambiental, de acordo com World
Bank Group (1998) e as principais indústrias no Brasil, de acordo com a produção
dada pelo IBGE, 2005, 2006 e 2007. Em seguida, esta lista será comparada com a
lista do ecoinvent.
De posse destas informações e do levantamento dos ICVs poderá se
concluir com relação às prioridades para o desenvolvimento de ICVs para
determinados setores industriais. A seguir segue um diagrama esquemático geral
(Figura 3) e explanação da seqüência de atividades adotadas para a condução
deste trabalho.
Figura 3 - Diagrama esquemático da seqüência de atividades Fonte: Autoria própria.
Setores Industriais: seleção de dados do Banco
Mundial e classe de atividades IBGE 2005, 2006, 2007
Escolha da base de dados: ecoinvent v.2
Comparação ecoinvent e NBR ISO 14044:2009
Desenvolvimento do Método
Teste do método com ICVs brasileiros
34
3.1 SETORES INDUSTRIAIS: BANCO MUNDIAL
O manual desenvolvido pelo Banco Mundial traz conceitos de
desenvolvimento sustentável focando a atenção nos benefícios tanto ambientais
quanto econômicos, da prevenção da poluição, incluindo produção mais limpa,
técnicas de bom gerenciamento, tratamento e disposição final. Foi preparado para
auxiliar equipes e consultores do Banco Mundial e outras instituições financeiras em
assegurar-se de que os projetos industriais consigam se adequar em desempenho
ambiental. Traz, também, uma seção específica de indústrias, com informações em
medidas para a prevenção da poluição e requerimentos de emissões. A intenção é
proteger a saúde humana e o meio ambiente, propondo um gerenciamento
ambiental e não apenas um controle da poluição, pois padrões de emissões em
fontes individuais podem dar uma falsa sensação de segurança, por criar a
impressão de que o problema global tenha sido abordado. A listagem de alguns
destes setores industriais encontra-se no Quadro 4 (WORLD BANK GROUP, 1998).
Setores Industriais
Manufatura do Alumínio Manufatura do cimento Manufatura de Coque
Metal Base e Mineração do minério de Ferro Plantas Cloro-álcali Fundição de Cobre
Cervejarias Produção e mineração de carvão Processamento de Óleos Vegetais
Manufatura de Tinta Manufatura de Eletrônicos Galvanoplastia
Fundição Processamento de Frutas e Vegetais Manufatura de Vidro
Manufatura de Ferro e Aço Fundição de Chumbo e Zinco Processamento e Transformação de Carne
Mini siderurgias Fundição e Refino de Níquel Plantas de Fertilizante e Nitrogênio
Desenvolvimento Terrestre de Óleo e Gás Formulação de Pesticidas Manufatura de Pesticidas
Manufatura de Petroquímicos Refino de Petróleo Manufatura de Fármacos
Plantas de Fertilizante e Fosfato Estampagem Fábrica de Polpa e Papel
Manufatura de Açúcar Curtição e Acabamento do Couro Têxtil
Quadro 4 - Setores industriais de menor impacto ambiental, descritos pelo Banco Mundial. Fonte: World Bank Group (1998).
35
3.2 SETORES INDUSTRIAIS: SELEÇÃO DE DADOS DE CLASSE DE
ATIVIDADES IBGE REFERENTE AOS ANOS 2005, 2006, 2007
Fez-se uma análise das informações do IBGE de Produção e vendas dos
produtos e/ou serviços industriais, segundo classe de atividades e descrição dos
produtos, com dados de quantidades vendida e produzida e os valores das vendas,
tendo como referência os anos de 2005, 2006 e 2007.
A partir de cada classe de atividade, outras variáveis tabuladas foram:
i) número de informações - número de unidades locais que informam o
produto;
ii) quantidade produzida no ano - soma das quantidades produzidas de
todos os informantes do produto;
iii) valor das vendas - soma dos valores das vendas de todos os
informantes do produto. Este valor corresponde a vendas realizadas
diretamente pelas unidades locais produtivas industriais. As vendas
realizadas pelos departamentos de vendas, pelas unidades
administrativas ou pelas unidades produtivas não industriais não são
levantadas na pesquisa do IBGE;
iv) valor da produção - soma dos valores da produção de todos os
informantes do produto. Variável construída, para cada ocorrência de
produto, através do seguinte critério:
VP = VM x QP
Onde:
VP: Valor da produção
VM: valor médio de venda (valor das vendas/quantidade vendida)
QP: quantidade produzida.
A fim de facilitar a exposição dos dados referente à produção e venda 2005,
2006, 2007 elaborou-se um gráfico para cada ano. De posse do número de
informações, do valor total e individual de classe de atividades expressou-se os
dados em porcentagem de produção e venda. Listaram-se as cinqüenta primeiras
36
classes de atividades por valor decrescente de venda e produção. Adotaram-se
como regra de corte as dez classes de atividades que apresentaram maiores
porcentagens. Isso porque a maior variação de valor ocorre neste intervalo, sendo
que além destas dez classes, nota-se que a variação da porcentagem ocorre nas
casas decimais de 1 e 0 %.
Para a construção dos gráficos de comparação da produção e venda no
Brasil, por classes de atividades - valor- 2005, 2006 e 2007, consideraram-se as dez
classes de atividade que apresentaram maior valor de venda e de produção para o
ano de 2007. Buscaram-se para essas classes de atividades os valores
correspondentes aos anos de 2005 e 2006. Não foi possível comparar extração de
petróleo e gás natural, pois não foi divulgado os dados referente aos anos de 2006 e
2007. Devido a isso o gráfico compara nove classes de atividades. 3.3 ESCOLHA DA BASE DE DADOS
A base de dados do ecoinvent v.2, é uma base de dados consistente,
coerente, transparente, o que proporciona credibilidade e aceitação de resultados de
estudos de ACV. Isto se confirma com a validação da base de dados do ecoinvent
v.2 pela Swiss TS (WEIDEMA; HISCHIER, 2011).
Além disso, dentre as base de dados citadas no item 2.1, é a que apresenta
o maior número unidades de processos.
3.4 COMPARAÇÃO ECOINVENT E NBR ISO 14044:2009
Para se propor uns métodos de avaliação dos ICVs brasileiro, listaram-se e
definiram-se os requisitos presentes em Althaus et al. (2007).
Na seqüência buscou-se- na ABNT (2009a) semelhanças e diferenças.
37
3.5 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO
O método desenvolvido consiste na correlação de requisitos do ecoinvent
com a ABNT (2009a), conforme a Tabela 1. Nela, a legenda de cores indica qual
item do ecoinvent é considerado recomendável, obrigatório, não é citado ou é
opcional conforme a referida norma, sendo considerado:
i) recomendável: é quando se opta em utilizar como não sendo
obrigatório, quando a norma traz palavras “convém”, por exemplo;
ii) obrigatório: é quando a norma traz palavras como “deverão”, por
exemplo;
iii) não é citado: quando o requisito do ecoinvent não está sendo
mencionado na ABNT (2009a).;
iv) opcional: é quando palavras como “podem” estão presentes no texto da
ABNT (2009a)..
Concomitantemente a interpretação de cada ICV, preenche-se a Tabela 1
para cada inventário da seguinte forma:
i) sim (S): se o ICV analisado apresenta o requisito em questão;
ii) não (N): se o ICV analisado não apresenta o requisito em questão;
iii) não aplicável (NA): quando o requisito citado não tem correlação com o
ICV analisado, por exemplo: químicos dissolvidos, mas no inventário
não traz solução química;
iv) não informado (NI): quando o ICV analisado não faz menção ao
requisito em questão.
38
Tabela 1 – Enquadramento de ICVs E
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Fonte: Autoria própria.
recomendável na ISO 14044:2009 obrigatório na ISO 14044:2009 não é citado na ISO 14044:2009 opcional na ISO 14044:2009
S Sim , possui N Não possui NI Não informado NA Não aplicável
39
3.6 TESTE DO MÉTODO COM ICVS BRASILEIROS
Buscaram-se publicações de trabalhos acadêmicos envolvendo ICVs com
foco brasileiro, para então testá-lo no método proposto na Tabela 1.
Para isto utilizou-se uma metodologia de amostragem, visando restringir uma
amostra analisada, conforme descrito no capítulo seguinte.
40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para uma melhor compreensão dos resultados, estes serão divididos em
setores industriais, comparação ecoinvent (Althaus et al, 2007) e ABNT (2009a),
enquadramento dos ICVs e adaptação de ICV.
4.1 SETORES INDUSTRIAIS
Conforme proposto por Guinée et al. (2001a), no que se refere à tomada de
decisões para questões ambientais, é necessário buscar uma visão macro, para
posteriormente se tornar específico.
Desta forma, primeiramente seguem-se informações sobre setores
propostos pelo Banco Mundial e na seqüência o panorama da indústria brasileira,
através de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com relação ao Banco Mundial, utilizou-se o levantamento dos setores
industriais, já descrito no Quadro 4, do capítulo anterior.
No IBGE consultou-se, referente aos anos de 2005, 2006 e 2007, a
Pesquisa Industrial Anual - Produto, PIA-Produto, a qual levanta informações
referentes a produtos e serviços industriais produzidos pela indústria nacional. As
informações sobre as mercadorias e serviços industriais foram levantadas segundo
uma nomenclatura de produtos preestabelecida, a Lista de Produtos da Indústria,
PRODLIST-Indústria1, com cerca de 3 500 denominações. A PRODLIST-Indústria
foi elaborada a partir da Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM, e ordenada
por classe CNAE - Classificação Nacional das Atividades Econômicas, para uso no
levantamento da produção nacional, pelo IBGE e outros órgãos produtores de
informação. A PRODLIST-Indústria é atualizada anualmente para incorporação de
novos produtos e ajustes em designações existentes, levando-se em conta as
atualizações na NCM, os resultados da PIA-Produto e consultas junto às
associações de classe empresariais (IBGE, 2007).
Compilaram-se os dados de 2005, 2006 e 2007, listaram-se as cinqüenta
primeiras classe de atividades por valor decrescente de venda e produção (Tabelas
41
2, 3 e 4) e adotaram-se para a análise dos gráficos, regra de corte as 10 maiores
classe de atividades, conforme já mencionado no Capítulo 3 Metodologia.
Tabela 2 - Classe de atividades por valor decrescente de venda e produção 2005
Nº Código PRODLIST Classe de atividades Produção
(1000 R$) Produção
(%) Venda (1000
R$) Venda
(%) Total 1222150677 100 1050649102 100
1 2321 Refino de petróleo 91 009 815 7,45 92 923 452 8,84
2 3410 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 60 392 235 4,94 53 816 675 5,12
3 1511 Abate de reses, preparação de produtos de carne 29 313 114 2,40 22 269 691 2,12
4 2724 Produção de laminados planos de aço 25 838 792 2,11 25 083 596 2,39
5 1310 Extração de minério de ferro 24 637 638 2,02 22 882 128 2,18
6 3420 Fabricação de caminhões e ônibus 18 545 445 1,52 17 828 031 1,70
7 2452 Fabricação de medicamentos para uso humano 17 489 402 1,43 17 489 402 1,66
8 2431 Fabricação de resinas termoplásticas 17 322 230 1,42 16 891 488 1,61
9 2725 Produção de laminados longos de aço 16 422 319 1,34 13 720 048 1,31 10 1531 Produção de óleos vegetais em bruto 15 648 171 1,28 12 190 851 1,16 11 1512 Abate de aves e outros pequenos animais e preparação de produtos de carne 15 575 263 1,27 10 676 533 1,02
12 3449 Fabricação de outras peças e acessórios para veículos automotores não especificadas anteriormente 15 193 329 1,24 14 712 764 1,40
13 3222 Fabricação de aparelhos telefônicos, sistemas de intercomunicação e semelhantes 15 181 637 1,24 15 029 128 1,43
14 1561 Usinas de açúcar 14 686 736 1,20 14 181 292 1,35
15 2413 Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos 14 008 092 1,15 12 317 282 1,17
16 2741 Metalurgia do alumínio e suas ligas 13 864 044 1,13 12 675 546 1,21
17 1556 Fabricação de rações balanceadas para animais 13 743 005 1,12 5 246 045 0,50
18 2340 Produção de álcool 13 481 035 1,10 13 352 790 1,27
19 2723 Produção de semi-acabados de aço 13 266 310 1,09 6 501 680 0,62
20 2421 Fabricação de produtos petroquímicos básicos 12 471 516 1,02 12 482 138 1,19
21 3441 Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor 11 612 322 0,95 11 513 041 1,10
22 2529 Fabricação de artefatos diversos de plástico 11 463 150 0,94 11 058 104 1,05
23 2121 Fabricação de papel 11 435 897 0,94 9 711 788 0,92
24 1595 Fabricação de refrigerantes e refrescos 11 065 427 0,91 10 292 128 0,98
25 2522 Fabricação de embalagem de plástico 10 720 122 0,88 10 170 227 0,97
26 1542 Fabricação de produtos do laticínio 9 934 910 0,81 5 686 168 0,54
27 3230 Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo 9 708 710 0,79 9 589 302 0,91
28 2429 Fabricação de outros produtos químicos orgânicos 9 055 589 0,74 7 195 767 0,68
29 2132 Fabricação de embalagens de papelão - inclusive a fabricação de papelão corrugado 8 632 127 0,71 8 348 371 0,79
30 2726 Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço 8 464 570 0,69 7 264 241 0,69
31 3531 Construção e montagem de aeronaves 8 183 415 0,67 1 913 513 0,80
32 2412 Fabricação de intermediários para fertilizantes 8 103 513 0,66 4 736 775 0,45
33 2511 Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar 7 721 759 0,63 7 967 152 0,76
34 3591 Fabricação de motocicletas 7 720 409 0,63 7 632 301 0,73
35 3611 Fabricação de móveis com predominância de madeira 7 680 829 0,63 7 137 711 0,68
36 1541 Preparação do leite 7 511 482 0,61 6 031 252 0,57
37 1931 Fabricação de calçados de couro 7 230 093 0,59 6 850 227 0,65
38 2110 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 7 135 072 0,58 5 719 245 0,54
39 1910 Curtimento e outras preparações de couro 6 948 939 0,57 5 751 954 0,55
40 2473 Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos 6 902 067 0,56 5 912 804 0,56
41 2422 Fabricação de intermediários para resinas e fibras 6 878 286 0,56 4 823 632 0,46
42 2471 Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos 6 847 776 0,56 6 418 236 0,61
43 2713 Produção de ferro-gusa 6 816 579 0,56 5 815 324 0,55
44 1600 Fabricação de produtos do fumo 6 637 894 0,54 5 018 566 0,48
45 2981 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico 6 598 376 0,54 6 704 687 0,64
46 2620 Fabricação de cimento 6 515 772 0,53 5 541 374 0,53
47 1583 Produção de derivados do cacau e elaboração de chocolates, balas, gomas de mascar 6 504 684 0,53 5 287 622 0,50
48 3444 Fabricação de peças e acessórios para o sistema de direção e suspensão 6 429 099 0,53 5 971 870 0,57
49 2892 Fabricação de artefatos de trefilados 6 171 746 0,50 5 824 033 0,55
50 1812 Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes 6 165 819 0,50 5 525 034 0,53
Fonte: IBGE (2005).
42
Tabela 3 - Classe de atividades por valor decrescente de venda e produção 2006 Nº Código
PRODLIST Classe de atividades Produção (1000 R$)
Produção (%)
Venda (1000 R$)
Venda(%)
Total 1345406354 100 1117716858 100
1 2321 Refino de petróleo 107 147 295 7,96 99 538 730 8,91
2 3410 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 68 302 298 5,08 55 744 815 4,99
3 1310 Extração de minério de ferro 34 637 993 2,57 26.169.096 2,34
4 1511 Abate de reses, preparação de produtos de carne 30 167 632 2,24 24 381 126 2,18
5 2724 Produção de laminados planos de aço 23 049 369 1,71 13 872 380 2,18
6 1561 Usinas de açúcar 20 830 526 1,55 19 139 510 1,71
7 2431 Fabricação de resinas termoplásticas 19 620 344 1,46 18 408 181 1,65
8 2452 Fabricação de medicamentos para uso humano 19 245 684 1,43 19 245 684 1,72
9 3420 Fabricação de caminhões e ônibus 18 654 865 1,39 17 979 325 1,61
10 2741 Metalurgia do alumínio e suas ligas 18 096 452 1,35 16 875 556 1,51
11 2340 Produção de álcool 17 165 416 1,28 15 900 275 1,42
12 2725 Produção de laminados longos de aço 16 203 744 1,20 13 872 380 1,24
13 3449 Fabricação de outras peças e acessórios para veículos automotores não especificadas anteriormente 16 020 005 1,19 15 403 478 1,38
14 3222 Fabricação de aparelhos telefônicos, sistemas de intercomunicação e semelhantes 15 690 787 1,17 14 855 950 1,33
15 1512 Abate de aves e outros pequenos animais e preparação de produtos de carne 15 031 606 1,12 10 887 818 0,97
16 1531 Produção de óleos vegetais em bruto 14 014 067 1,04 10 275 140 0,92
17 1556 Fabricação de rações balanceadas para animais 13 796 219 1,03 4 942 794 0,44
18 2529 Fabricação de artefatos diversos de plástico 13 170 936 0,98 11 310 743 1,01
19 1595 Fabricação de refrigerantes e refrescos 13 131 158 0,98 12 049 641 1,08
20 2421 Fabricação de produtos petroquímicos básicos 13 023 870 0,97 12 868 117 1,15
21 2522 Fabricação de embalagem de plástico 12 333 835 0,92 10 639 537 0,95
22 2413 Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos 12 092 840 0,90 11 445 881 1,02
23 3441 Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor 11 977 078 0,89 11 317 956 1,01
24 2121 Fabricação de papel 11 212 127 0,83 10 107 543 0,90
25 1542 Fabricação de produtos do laticínio 10 574 728 0,79 6 039 581 0,54
26 2749 Metalurgia de outros metais não-ferrosos e suas ligas 10 506 610 0,78 9 201 367 0,82
27 3230 Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo 10 497 073 0,78 3 714 201 0,33
28 3591 Fabricação de motocicletas 10 008 649 0,74 9 437 846 0,84
29 2412 Fabricação de intermediários para fertilizantes 9 587 992 0,71 5 232 129 0,47
30 2132 Fabricação de embalagens de papelão - inclusive a fabricação de papelão corrugado 9 200 912 0,68 8 619 778 0,77
31 2429 Fabricação de outros produtos químicos orgânicos 9 149 131 0,68 7 742 163 0,69
32 2726 Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço 9 140 638 0,68 7 385 675 0,66
33 2473 Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos 8 333 997 0,62 7 042 791 0,63
34 3611 Fabricação de móveis com predominância de madeira 8 313 107 0,62 7 517 003 0,67
35 2511 Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar 8 160 297 0,61 8 186 699 0,73
36 3531 Construção e montagem de aeronaves 7 928 057 0,59 7 976 099 0,71
37 2471 Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos 7 846 783 0,58 7 349 153 0,66
38 2981 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico 7 478 817 0,56 7 005 561 0,63
39 3130 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados 7 267 990 0,54 6 766 171 0,61
40 1583 Produção de derivados do cacau e elaboração de chocolates, balas, gomas de mascar 7 249 438 0,54 5 675 527 0,51
41 2021 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada ou aglomerada 7 235 742 0,54 5 524 409 0,49
42 1541 Preparação do leite 7 203 440 0,54 6 098 442 0,55
43 2620 Fabricação de cimento 7 174 510 0,53 5 489 873 0,49
44 2110 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 7 056 184 0,52 5 842 759 0,52
45 1731 Tecelagem de algodão 7 016 951 0,52 4 673 605 0,42
46 2481 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 6 993 418 0,52 5 756 896 0,52
47 1812 Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes 6 987 005 0,52 5 898 560 0,53
48 1600 Fabricação de produtos do fumo 6 965 650 0,52 4 563 981 0,41
49 1931 Fabricação de calçados de couro 6 938 770 0,52 6 582 905 0,59
50 1910 Curtimento e outras preparações de couro 6 730 442 0,50 6 072 293 0,54
Fonte: IBGE (2006).
43
Tabela 4 - Classe de atividades por valor decrescente de venda e produção 2007 Nº Código
PRODLIST Classe de atividades Produção (1000 R$)
Produção (%)
Venda (1000 R$)
Venda(%)
Total 1474539370 100 1243853615 100
1 2321 Refino de petróleo 117 060 826 7,94 103 440 283 8,32
2 1110 Extração de petróleo e gás natural 86 186 361 5,84 21 228 028 1,71
3 3410 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 69 321 013 4,70 67 162 338 5,40
4 1310 Extração de minério de ferro 35 068 127 2,38 29 013 029 2,33
5 1511 Abate de reses, preparação de produtos de carne 34 197 950 2,32 27 966 285 2,25
6 2724 Produção de laminados planos de aço 28 764 896 1,95 27 028 757 2,17
7 3420 Fabricação de caminhões e ônibus 25 128 443 1,70 24 841 498 2,00
8 2431 Fabricação de resinas termoplásticas 20 310 449 1,38 20 034 029 1,61
9 1512 Abate de aves e outros pequenos animais e preparação de produtos de carne 20 227 837 1,37 12 902 620 1,04
10 2741 Metalurgia do alumínio e suas ligas 19 810 182 1,34 10 770 601 1,37
11 2452 Fabricação de medicamentos para uso humano 18 983 700 1,29 19 569 918 1,57
12 3449 Fabricação de outras peças e acessórios para veículos automotores não especificadas anteriormente 18 669 866 1,27 17 369 139 1,40
13 1531 Produção de óleos vegetais em bruto 17 963 603 1,22 12 940 849 1,04
14 1556 Fabricação de rações balanceadas para animais 17 869 954 1,21 5 355 973 0,43
15 2340 Produção de álcool 17 100 267 1,16 15 421 500 1,24
16 2725 Produção de laminados longos de aço 17 015 202 1,15 14 160 962 1,14
17 2413 Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos 16 915 957 1,15 15 840 398 1,27
18 1595 Fabricação de refrigerantes e refrescos 16 149 943 1,10 14 487 159 1,16
19 1561 Usinas de açúcar 15 007 717 1,02 14 248 224 1,15
20 2529 Fabricação de artefatos diversos de plástico 14 436 971 0,98 13 096 942 1,05
21 1593 Fabricação de malte, cervejas e chopes 14 423 239 0,98 13 171 533 1,06
22 1542 Fabricação de produtos do laticínio 13 993 418 0,95 7 843 852 0,63
23 2421 Fabricação de produtos petroquímicos básicos 13 452 481 0,91 13 655 551 1,10
24 3222 Fabricação de aparelhos telefônicos, sistemas de intercomunicação e semelhantes 12 914 339 0,88 12 506 487 1,01
25 2749 Metalurgia de outros metais não ferrosos e suas ligas 12 764 513 0,87 10 770 601 0,87
26 2522 Fabricação de embalagem de plástico 12 625 955 0,86 11 506 548 0,93
27 3441 Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor 12 307 089 0,83 11 727 526 0,94
28 3591 Fabricação de motocicletas 11 743 967 0,80 11 496 387 0,92
29 2412 Fabricação de intermediários para fertilizantes 11 485 293 0,78 6 086 938 0,49
30 2121 Fabricação de papel 11 262 748 0,76 9 817 627 0,79
31 2726 Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço 10 602 196 0,72 8 812 347 0,71
32 2132 Fabricação de embalagens de papelão - inclusive a fabricação de papelão corrugado 10 240 451 0,69 9 528 129 0,77
33 1532 Refino de óleos vegetais 10 079 849 0,68 6 910 519 0,56
34 3230 Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo 9 576 747 0,65 9 547 439 0,77
35 3531 Construção e montagem de aeronaves 9 510 924 0,65 9 389 549 0,75
36 3611 Fabricação de móveis com predominância de madeira 9 359 966 0,63 8 148 766 0,66
37 2429 Fabricação de outros produtos químicos orgânicos 9 292 116 0,63 8 053 410 0,65
38 2981 Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico 9 273 783 0,63 8 365 097 0,67
39 3442 Fabricação de peças e acessórios para os sistemas de marcha e transmissão 8 973 349 0,61 6 393 417 0,51
40 2473 Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos 8 929 948 0,61 7 550 879 0,61
41 1541 Preparação do leite 8 766 151 0,59 7 218 717 0,58
42 2511 Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar 8 598 098 0,58 8 706 799 0,70
43 3130 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados 8 422 381 0,57 7 701 589 0,62
44 2471 Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos 8 367 116 0,57 7 566 566 0,61
45 2620 Fabricação de cimento 8 302 900 0,56 7 422 714 0,60
46 1583 Produção de derivados do cacau e elaboração de chocolates, balas, gomas de mascar 8 177 117 0,55 5 974 736 0,48
47 2021 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada ou aglomerada 8 118 374 0,55 5 906 087 0,47
48 1552 Moagem de trigo e fabricação de derivados 7 697 716 0,52 6 230 116 0,50
49 1812 Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes 7 457 079 0,51 6 884 902 0,55
50 2110 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 7 376 823 0,50 6 953 849 0,56
Fonte: IBGE (2007).
44
O Gráfico 1 traz uma comparação da produção no Brasil por classes de
atividades - valor- 2005, 2006 e 2007 e o Gráfico 2 traz a comparação com relação a
Venda para os mesmos períodos.
Segundo esta análise, percebe-se a repetição das seguintes classes de
atividades, nos três anos consecutivos:
- refino de petróleo;
- fabricação de automóveis, camionetas e utilitários;
- extração de minério de ferro;
- abate de reses, preparação de produtos de carne;
- produção de laminados planos de aço;
- fabricação de caminhões e ônibus;
- fabricação de resinas termoplásticas;
- fabricação de medicamentos para uso humano.
Destas atividades, o refino de petróleo, a extração e mineração de metais,
preparação de carne, manufatura de fármacos também coincidem com setores
industriais prioritários do Banco Mundial.
Comparando-se com as atividades descritas no IBGE, Banco Mundial e
inventários de ciclo de vida brasileiros pesquisados percebe-se a necessidade de
desenvolvimento de ICVs brasileiros para as seguintes atividades: Abate de reses,
preparação de produtos de carne; Fabricação de medicamentos para uso humano.
É importante ressaltar que quando se define um setor prioritário, como por
exemplo, Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários, outros setores estão
intrinsecamente relacionados, tais como aço, alumínio, polímeros.
45
Gráfico 1 - Comparação da Produção no BR por classes de atividades 2005, 2006 e 2007 Fonte: Baseado em IBGE (2005), IBGE (2006), IBGE (2007).
Gráfico 2 - Comparação da Venda no BR por classes de atividades 2005, 2006 e 2007 Fonte: Baseado em IBGE (2005), IBGE (2006), IBGE (2007).
46
4.2 COMPARAÇÃO ECOINVENT E NBR ISO 14044:2009
O Quadro 5 apresenta a comparação do ecoinvent com a NBR ISO
14044:2009 Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida – Requisitos e
orientações.
Na seqüência seguem comentários referentes a cada item de Althaus et al.
(2007), presente no Quadro 5 e sua correlação com ABNT (2009a). No Anexo B,
encontram-se de forma mais detalhada alguns destes conceitos de Althaus et al.
(2007).
Conceitos no ecoinvent v 2.0 (2007) Requisito NBR ISO 14044:2009
4.2 - Escopo temporal 4.2.3.6.2 - Requisitos da Qualidade dos Dados 4.2 - Escopo geográfico 4.2.3.6.2 - Requisitos da Qualidade dos Dados 4.3 - Escopo tecnológico 4.2.3.6.2- Requisitos da Qualidade dos Dados 4.4 - Limite temporal do sistema
4.5.1 - Dados 4.2.3.6.3, 4.3.2.1, 4.3.3.3 - Requisitos da Requisitos da Qualidade dos Dados e Coleta de Dados, Correlação de dados a processos elementares e à unidade funcional
4.5.2 - Regras de Corte 4.2.3.3.3, 4.3.3.4 - Fronteiras do Sistema e refinamento da fronteira do sistema
4.5.3 - Suposições no caso de falta de informações 4.2.3.5, 4.2.3.6.3 - Tipos e fontes de dados
4.5.4 - Situação de Mercado 4.5.5 - Mix (mistura) de Eletricidade 4.3.3.1 - Procedimentos de cálculo 4.5.6 - Serviços de Transporte 4.2.3.5 - Tipos e fontes de dados 4.5.7 - Meios de Produção - Infra-estrutura ----------------------- 4.5.8 - Químicos Dissolvidos ----------------------- 4.5.9 - Energia Térmica ----------------------- 4.5.10 - Emissões Atmosféricas Adicionais da produção de energia -----------------------
4.5.11 - Serviços de Tratamento de Resíduos -----------------------
4.5.12 - Incidentes e Acidentes ----------------------- 4.6 e 5.3.1 -Nomenclatura 4.3.2.1, 4.3.2.2 - Coleta de dados 5.3.2 Categorias e Subcategorias 4.3.2.3 ICV 5.4.1 a 5.4.5 - Poluentes Transportados pelo Ar -----------------------
5.5.1 a 5.5.3 - Poluentes Aquáticos -----------------------
5 5.6 e 5.6.1 - Poluentes do Solo ----------------------- 5.7.3 Uso de Recursos ----------------------- 6 – Alocação 3.17, 4.3.4 - Alocação
7 – Incertezas 3.33, 4.2.3.6.2, 4.3.3.2, 4.4.1 - Requisitos da Qualidade dos Dados, validação dos dados e AICV
Quadro 5 - Comparação de Conceitos e Requisitos do ecoinvent NBR ISO 14044:2009. Fonte: Autoria própria.
47
4.2.1 Escopo temporal
O período de utilização dos dados no ecoinvent v 2 é o ano de 2000. No
caso de pouca disponibilidade de dados de anos anteriores também foram
utilizados. Na NBR ISO 14044:2009 não traz data como referência, mas convém que
os requisitos da qualidade dos dados compreendam a cobertura temporal,
considerando-se período dos dados.
4.2.2 Escopo geográfico
O ecoinvent v 2 considera regiões de caráter mundial, o que as diferencia é
quanto à disponibilidade dos dados.
A proposta da NBR ISO 14044:2009 é a de que se considere cobertura
geográfica de onde foram coletados os dados, visando atender o objetivo do estudo.
4.2.3 Escopo tecnológico
Tanto ecoinvent v 2 quanto NBR ISO 14044:2009 consideram a tecnologia
utilizada no mercado ou conjunto de tecnologias.
4.2.4 Limite temporal do sistema
No ecoinvent v 2 (2007) as emissões estão relacionadas a emissões
provenientes de infra-estrutura de construção (passado), de aquecimento (presente)
e de opções de destino (futuro). Emissões que ocorreram durante um período de
48
tempo superior a 100 anos, emissões em longo prazo que ocorrem em locais de
aterro (lixiviação) e depósitos finais de resíduos nuclear são atribuídas para
subcategorias específicas.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
4.2.5 Dados de unidade de processo
Considerou-se, neste trabalho, o termo “processo elementar” da ISO 14.044 e
“unidade de processo” do ecoinvent como sinônimos. Processos elementares são
conjuntos de processos que compõem um sistema de produto4 conforme Figura 4.
Eles são interligados uns aos outros, mediante fluxos intermediários (matérias-
primas pré-elaboradas e componentes) e/ou resíduos para tratamento. A relação a
outros sistemas de produto por fluxos de produto e ao meio ambiente acontece por
fluxos de entrada e saída5 (ABNT, 2009).
Figura 4 - Exemplo de processo elementar Fonte: ABNT (2009).
4 Sistema de Produto: Conjunto de unidades de processo, que realiza uma ou mais funções definidas (ABNT, 2009) 5 Fluxos de entrada e saída: 1) material ou energia que entra no sistema sob estudo, que foi retirado do meio ambiente sem transformação humana prévia, exemplo petróleo cru e a radiação solar. 2) material ou energia que deixa o sistema sob estudo, que é descartado no meio ambiente sem transformação humana subseqüente, exemplo radiação, emissões para a atmosfera e para a água (ABNT,2009)
Fluxos intermediários
Fluxos de saída Processo Elementar
Processo Elementar
Processo Elementar
Fluxos de entrada
Fluxos de entrada
Fluxos de entrada
Fluxos de saída
Fluxos de saída
Fluxos intermediários
49
Os dados no ecoinvent são considerados para cada unidade de processo,
sem serem agregados horizontal ou verticalmente. A agregação horizontal consiste
na associação de dois ou de diversos passos subseqüentes de processo. A
agregação vertical compreende a associação de diferentes processos originando os
mesmos produtos intermediários e serviços, respectivamente. A Figura 5 traz um
exemplo de agregação horizontal e vertical.
Na ABNT, (2009a) os dados são referentes a cada processo elementar,
inseridos no sistema de produto. Os dados qualitativos e quantitativos a serem
incluídos no inventário deverão ser coletados para cada processo elementar incluído
na fronteira do sistema. Os dados coletados, sejam eles medidos, calculados ou
estimados, são utilizados para quantificar as entradas e saídas de um processo
elementar.
Porém esta norma considera o sistema de produto, que é o conjunto de
processos elementares, com fluxos elementares e de produto, desempenhando uma
ou mais funções definidas e que modela o ciclo de vida de um produto, resultando
em uma inter-relação entre fluxos elementares.
Figura 5 -. Exemplo de agregação horizontal e vertical Fonte: Coelho (2007).
PROCESSOA
PROCESSOA
PROCESSOB
PROCESSOB
AGREGAÇÃO HORIZONTAL AGREGAÇÃO VERTICAL
PRODUTO 1 PRODUTO 2
PRODUTO
50
4.2.6 Regras de corte
Critérios de corte envolvem a exclusão de um dado de um determinado
estudo, com base em critérios pré-definidos.
No caso do ecoinvent não existe regra quantitativa para a regra de corte,
mas sim conhecimentos de profissionais, de caráter técnico-ambiental.
De acordo com a NBR ISO 14044, quando houver regra de corte, seja, por
significância ambiental, massa, energia, os critérios devem estar claramente
definidos, bem como seus efeitos sobre o resultado do estudo.
4.2.7 Suposições no caso de falta de informações
Admitem-se suposições no caso de falta de informações desde que esta não
prejudique o inventário.
No ecoinvent isto pode ser feito por meio de cálculos estequiométricos ou
suposições baseadas em considerações plausíveis.
Da mesma forma, na norma permite-se média de dados medidos, calculados
ou estimados. Esta tratativa deve ser documentada. Além disso, devem-se
documentar as informações ausentes (ABNT, 2009a).
4.2.8 Situação de mercado
No ecoinvent, a comercialização de produtos e serviços é distinguida em
nível de regiões econômicas, cuja distinção é significativa, sendo de nível nacional
ou mundial. Citam-se como exemplo o cimento, cuja comercialização ocorre
praticamente em nível de fronteira nacional, sendo, portanto de fácil identificação.
Diferentemente, o alumínio, que devido a sua exportação dificilmente pode ser
rastreado em nível regional ou nacional.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
51
4.2.9 Mix (mistura) de eletricidade
Em ambos, ecoinvent e NBR ISO 14044:2009, a eletricidade está atrelada à
distribuição.
O ecoinvent considera eletricidade alimentada na rede por usinas e também
faz distinção entre voltagens.
O Mix de eletricidade pode ser considerado a energia elétrica gerada na
própria planta mais a energia da rede.
4.2.10 Serviços de transporte
O ecoinvent considera que transportes acontecem entre duas etapas de um
sistema de produto. A Figura 6 exemplifica isto, para transporte entre os Processos
A e B e os dados de transporte são considerados dentro do processo B.
No entanto, os meios de transporte e distâncias de transporte são pouco
conhecidos por todos os produtos individuais intermediários. Neste caso, distâncias
padrão são aplicadas.
Na NBR ISO 14044:2009, deve-se considerar o transporte tanto entre
processo, quanto o transporte interno em uma instalação.
Figura 6. Exemplo de como o transporte acontece entre duas etapas de um sistema de produto. Fonte: Autoria própria.
Processo A Processo B
Transporte
52
4.2.11 Meios de produção: infra-estrutura
Para o ecoinvent entradas e saídas necessárias para os meios de produção
e infra-estrutura de um processo produtivo são considerados separadamente.
Atualmente somente são publicados pelo ecoinvent os resultados que levarem em
conta a infra-estrutura.
A construção de um poço para a produção de petróleo como um processo
de infra-estrutura pode ser considerado um processo de infra-estrutura, pois há
semelhanças com construção de edifícios ou ruas. Já a perfuração, que é uma ação
contínua sobre campos de petróleo e gás é considerada como parte do processo de
produção.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
4.2.12 Químicos dissolvidos
Dados de entradas e saídas de químicos representativos se referem a
substâncias ativa, mas a substância transportada é admitida como entrada no
inventário. No caso de uma solução, as quantidades de soluto e solvente devem ser
consideradas separadamente. A concentração transportada no produto tem
influência em requisitos de manufatura (purificação), assim como requisitos no
transporte (o dobro da quantidade de tkm é necessária para uma solução de NaOH
25% em água se comparada a uma solução 50%).
Como exemplo, tem-se diferentes concentrações para solução de NaOH e a
relação do transporte na Figura 7. Considerando-se a mesma quantidade de água,
quando se tem uma solução menos concentrada, é necessário realizar mais de um
transporte para levar a mesma quantidade de soluto da solução concentrada.
53
Figura 7. Exemplo da relação da concentração de solução e transporte. Fonte: Autoria própria.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
4.2.13 Energia térmica
No ecoinvent, quando um processo necessita de uma fonte de energia para
aquecimento, existem dois casos distintos:
a) quando dados são completados por informações genéricas e
b) quando se somente a quantidade e o tipo de energia transportada é
conhecida, por exemplo, base de dados de aquecimentos por caldeiras.
Não há correlação com a ISO 14044:2009.
4.2.14 Emissões atmosféricas adicionais da produção de energia
Segundo ecoinvent, em alguns casos, emissões atmosféricas adicionais
provenientes do uso de diferentes fontes de energia devem ser calculadas baseadas
em informações do sistema de aquecimento industrial.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
Transporte 2x
Solução
NaOH 50% “ + ” NaOH “ = ” H2O
Solução
NaOH 25% “ - ” NaOH “ = ” H2O
54
4.2.15 Serviços de tratamento de resíduos
O tratamento de resíduos é considerado como parte do respectivo sistema de
produto.
No caso da inexistência de informações sobre o tratamento específico do
resíduo, utiliza-se o destino padrão para cada tipo de resíduo, conforme Quadro 6.
Não há correlação com a NBR ISO 14044:2009.
4.2.16 Incidentes e acidentes
No ecoinvent, consideram-se acidentes, aqueles que possam ter impactos
significativos. Excluem-se casos de acidentes que ocorrem raramente, como o caso
de Chernobyl, por exemplo.
Já incidentes são os que ocorrem com certa regularidade e devem ser
incluídos nos inventários.
Como exemplo de acidente pode-se citar um rompimento de grande porte de
oleoduto de uma refinaria. Já um incidente seria gotas de óleo pingando de uma
tubulação.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
Material Disposição Final padrão
Plástico incineração de resíduo Madeira e partículas de painéis incineração de resíduo Papel e papelão incineração de resíduo Concreto e outros minerais de materiais de construção (gesso)
demolição de edifício, os resíduos vão para aterro de material inerte, sem reciclagem ou triagem
Vidro aterro para material inerte Óleo incineração de resíduos perigosos Metais, se separados Reciclagem
Revestimento de metais reciclagem, disposição do revestimento considerado no processo de reciclagem
Quadro 6. Processo de Tratamento de resíduos para materiais específicos no caso de falta de informações específicas. Fonte: Althaus et al.(2007).
55
4.2.17 Nomenclatura
No ecoinvent todas as informações no campo de nome devem ser escritas na
íntegra. Siglas são usadas somente em exceção e devem ser consistentemente
com o processo em questão e parênteses não são usados. Produtos e serviços são
nomeados de acordo com as regras do Quadro 7. Algumas unidades como a (ano),
kg, m3, Nm3, kWh, MJ, tkm (tonelada quilometro), pkm (pessoa quilometro), vkm
(veículo quilometro), ha, além de outras do SI (Sistema Internacional) são adotadas.
Na NBR ISO 14044:2009, uma vez que a coleta de dados pode abranger
vários locais de origem e referências publicadas, adota-se medidas para assegurar
um entendimento uniforme e consistente dos sistemas de produto a serem
modelados. Dentre estas medidas está o desenvolvimento de uma lista que
especifique as unidades utilizadas.
Nome Local Unidade Amônia, reforma a vapor, líquido, na planta RER kg Óleo combustível pesado, em armazenagem regional RER kg Anidrido sintético, na planta CH kg
Eletricidade, média voltagem, produzida em CH, na grade CH kWh
Hulha, em armazenagem regional ZA kg Transporte, carreta de 16-32 t RER tkm Destino, tratamento de esgoto, 89,5% água, para incineração de resíduos perigosos CH kg
Refinaria RER unit RER - Europa CH - Suíça ZA - África do Sul Quadro 7. Exemplos de nomenclatura Fonte: Althaus et al.(2007).
4.2.18 Categorias e subcategorias
Fluxos elementares na base de dados do ecoinvent são identificados através
categoria e subcategoria.
56
Categorias descrevem os diferentes compartimentos ambientais: ar, água,
solo e recurso. As categorias ar, água e solo descrevem o compartimento de
recebimento e são usados por emissões de poluentes e a categoria recurso é
utilizada como consumo de recursos. Por exemplo, o consumo de água é
considerado como entrada (insumo) na categoria / subcategoria “recurso / em água”.
Subcategorias distinguem sub-compartimentos dentro destes compartimentos
os quais podem ser relevantes para o próximo passo de avaliação de impactos, por
exemplo se um solo é agrícola ou industrial.
O Anexo B traz de forma detalhada categorias e subcategorias que são
utilizadas na base de dados do ecoinvent.
Para a NBR ISO 14044:2009, quando classificar os dados listados abaixo,
deve-se detalhá-los a fim de contribuir com o objetivo do estudo:
- entradas de energia, entradas de matéria-prima, entradas auxiliares e
outras entradas físicas,
- produtos, co-produtos e resíduos,
- liberações para a atmosfera, água e solo, e
- outros aspectos ambientais.
Sob esses títulos, os dados individuais deverão ser mais detalhados, visando
a satisfazer o objetivo do estudo.
4.2.19 Poluentes transportados pelo ar
Considera-se como poluente transportado pelo ar: partículas, carbono fóssil e
biogênico; compostos orgânicos voláteis; outros poluentes atmosféricos e perda de
calor (ALTHAUS et al., 2007):
a) particulados. Emissões de particulados são separadas de acordo com
classes de diâmetros, para não ocorrer contagem dupla (Tabela 5).
b) carbono fóssil e biogênico. A distinção é feita entre fontes biogênicas e
fóssil de CO2, CO e CH4.
57
Tabela 5 - Nome e características de particulados
Nome Fórmula Observações
Particulados, < 2,5 µm PM2.5 Particulados com diâmetro menor que 2.5 µm
Particulados, > 5 µm e < 10 µm PM 10-PM2.5 Particulados com diâmetro maior do que 2,5 µm e menor que 10 µm.
Particulados, > 10 µm TPM-PM10 Particulados com diâmetro maior que10 µm. PM – partículas em suspensão TPM - total de partículas em suspensão
Fonte: Althaus et al.(2007).
c) compostos orgânicos voláteis. Por causa da particular importância
relacionada ao aquecimento global, emissões de compostos orgânicos
voláteis de metano e não metano são consideradas separadamente. Devido
ao amplo número de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, estes devem
ser considerados separadamente (ALTHAUS et al., 2007).
d) outros poluentes atmosféricos. Emissões de SOx e NOx são relatadas
como SO2 e NO2, respectivamente. Quando disponível, emissões de
elemento traço liberado no ar são registradas como compostos químicos, por
exemplo, kg de dicromato de sódio.
e) perda de calor. A liberação de perda de calor de um processo é
registrada. Não há distinção entre emissões provenientes de perda de calor
por fontes de recursos renováveis e não renováveis. A perda de calor é
determinada usando PCS (poder calorífico superior) da transmissão de
energia fóssil e de biomassa, e do conteúdo energético de eletricidade. A
série de dados para o fornecimento de energia útil e final como "calor, óleo
combustível leve, em caldeiras industriais", ou "óleo combustível leve
queimado em caldeiras industriais" já contém emissões de perda de calor.
No entanto, para o consumo de eletricidade a quantidade equivalente de
perda de calor precisa ser registrada no processo que utiliza a eletricidade. A
fim de não considerar para recursos de energia renováveis no balanço de
perda de calor, é necessário considerar a captação de energia destes
sistemas. Energias renováveis de diferentes fontes são definidas para este
propósito, a saber, energia cinética (usada para energia eólica, energia
potencial (usada para energia hidrelétrica), energia solar (usada para painéis
fotovoltaicos e coletores solares) e energia da biomassa (usada para
58
madeira, colheitas, etc.). A entrada de recursos de energia renovável
equivale a energia que é atualmente convertida no sistema. Energia que é
usada no processo e que é armazenada no produto não é subtraída no
balanço de perda de calor. A produção de aço, por exemplo, precisa de
energia para modificar a estrutura das ligações químicas. Esta energia
atualmente não é perdida, mas tem sido usada para modificar a energia das
ligações químicas
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
4.2.20 Poluentes aquáticos
De acordo com e ecoinvent, considera-se a soma de parâmetros para
compostos de carbono (DBO5 - demanda bioquímica de oxigênio em cinco dias;
DQO - demanda química de oxigênio; COD - carbono orgânico dissolvido; COT -
carbono orgânico total). Considera-se também AOX - compostos orgânicos
halogenados absorvíveis, nitrogênio total e diferentes formas de oxidação de
elementos químicos.
A toxicologia de elementos químicos é dependente do nível de oxidação.
Alguns exemplos podem ilustrar isto:
a) cloro oxidação 0 é um gás tóxico. Cloro oxidação - 1 é essencial para a
nutrição de seres humanos, mas também pode ser tóxico em doses
elevadas para animais e plantas em rios e lagos.
b) cromato oxidação 6 emitido ao ar é carcinogênico para humanos, quando
inalado e mais tóxico que oxidação 3
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
59
4.2.21 Poluentes do solo
Para poluentes do solo o ecoinvent considera a subcategoria Agricultura.
A subcategoria "agricultura" no que se refere a poluentes do solo é somente
usada para lançamentos no solo agricultável, o qual é usado para a produção de
comida, produtos forrageiros, alimentação animal e biomassa para outros usos
(bioenergia e materiais renováveis).
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
4.2.22 Uso de recursos
O ecoinvent considera para uso de recursos os seguintes itens: Recursos
Energéticos, Recursos Materiais, Ocupação e Transformação do solo, Uso do solo e
seus impactos.
a) recursos energéticos. Quantifica-se a energia coletada ou convertida. Por
exemplo, para energia hidrelétrica é a quantidade de energia convertida da
energia potencial da água e para energia eólica é a quantidade convertida
da energia cinética do ar.
b) recursos materiais. A extração de metal e outros minerais em minérios
são registrados como quantidade do material principal que é contido no
minério. Além disso, a descrição do fluxo elementar mostra também o
conteúdo do material no minério, permitindo, desta forma, calcular calcular a
quantidade total de minério que foi extraído. O Quadro 8 mostra alguns
exemplos para o cálculo de minério extraído com o teor de mineral no
minério. Em mineração de metais muitas vezes dois ou mais metais são
extraídos em conjunto, porém para registro são considerados em níveis
individual.
c) ocupação e transformação do solo. A ocupação e transformação do solo
necessitam de mais atenção em análises de inventário de ciclo de vida e
60
métodos de avaliação de impactos. É especialmente importante para produtos
agrícolas e florestais.
d) uso do solo e seus impactos. O uso do solo, principalmente, tem impactos
nas seguintes áreas de proteção: recursos naturais; o ambiente natural;
alterações do homem no meio ambiente. Estes impactos são classificados
nos seguintes quatro grupos: aumento da competição do solo; degradação da
biodiversidade; degradação de funções suporte de vida; degradação de
valores culturais.
Este item não se aplica a NBR ISO 14044:2009.
Quantidade Fluxo elementar Significado do fluxo
1 kg Magnesita, 60% em minério cru, na terra
Extração de 1 kg de magnesita (MgCO3 ou 286 g de magnésio) em 1,67 kg de minério cru.
1 kg Alumínio, 24% em bauxita, 11% em minério cru, na terra
Extração de 1 kg de alumínio em 4,17 kg de bauxita, em 9,1 kg de minério cru
1 kg Níquel, 1,13% em sulfeto, Ni 0,76% e Cu 0,76% in minério cru, na terra
Extração de Níquel de Mina de Níquel Cobre com um teor de Níquel ( e Cobre) de 0,76% (cada) no minério cru
Quadro 8.Exemplos para a nomeação de recursos de minério de fluxos elementares .
Fonte: Althaus et al.(2007).
4.2.23 Alocação
O ecoinvent e a NBR ISO 14044:2009 consideram possíveis critérios para
alocação. O ecoinvent acomoda processos que não sejam alocados e a ISO 14.044
sugere que a alocação seja evitada.
O sistema de base de dados do ecoinvent pode acomodar multiprocessos
não alocados e suas saídas derivadas de (co-) processo de do produto. Fatores de
61
alocação são separadamente registrados e devem ser ajustados de acordo com a
escolha da pessoa que realiza o ICV.
Por definição da NBR ISO 14044:2009 alocação é a repartição dos fluxos de
entrada ou saída de um processo ou sistema de produto entre o sistema de produto
em estudo e outro(s) sistema(s) de produto. Recomenda-se que a alocação seja
evitada através de:
a) divisão dos processos elementares a serem alocados em dois ou mais
sub-processos e coleta dos dados de entrada e saída relacionados a esses
sub-processos;
b) expansão do sistema de produto de modo a incluir as funções adicionais
relacionadas aos co-produtos.
Se alocação não puder ser evitada, as considerações devem ser
documentadas e procura-se realizá-la de acordo com características semelhantes de
entrada e saída. Além disso, uma análise de sensibilidade deverá ser conduzida
para explicitar as conseqüências da substituição da abordagem selecionada.
Conforme definição da NBR ISO 14044, a análise de sensibilidade é um
procedimento sistemático para estimar os efeitos dos métodos e dados relacionados
no resultado de um estudo, conforme ilustra o exemplo :
a) o consumo c de energia de um pára-lama de polipropileno em quatro
etapas do ciclo de vida (produção de materiais, manufatura do produto, uso
e descarte): C = C produção + C manufatura + C uso + C descarte
C= 214 + 2 + 2.735 + 3 = 2.954 MJ
C produção = 214 MJ C manufatura = 2 MJ
C uso = 2.735 MJ C descarte = 3 MJ
Se o consumo de energia da produção for 10% superior, C = 2975,4 MJ, o
que corresponde a um aumento de 0,7%. Se entretanto o consumo de energia do
uso for 10% maior, o C será igual a 3227, 5 MJ, o que resulta em um aumento de
9,3% em C. Portanto, uma variação dos dados de consumo de energia durante a
utilização do pára-lama seria mais significante do que na produção (UGAYA, 2001).
Abaixo seguem três exemplos de alocação:
a) considerando a produção de ovos em uma fazenda de aves, encontra-se
diferentes tamanhos de ovos a serem vendidos no mercado como produtos
62
correspondentes a preços. A aplicação de ICV nesta fazenda permite a
distribuição de cargas ambientais de entrada (alimentação de animais, água,
eletricidade) e os da própria exploração (emissões, odores, ruídos) na
produção de ovos, de acordo com alguns critérios de distribuição. Em vez de
considerar a distribuição baseada no número de ovos, parece ser mais
confiável distribuir a carga ambiental de acordo com o peso dos ovos. O
peso foi usado aqui como critério de alocação (SONNEMANN et al.,2003);
b) alocação de cargas ambientais devido ao transporte rodoviário de
mercadorias em um caminhão. Se está se lidando com o transporte de
espumas de colchão de diferentes densidades, o critério de alocação, neste
caso, seria o volume de cada colchão, desde que a capacidade do
transporte não seja limitada pelo peso e sim pelo volume (SONNEMANN et
al.,2003);
c) uma indústria que vende detergentes com duas concentrações diferentes:
padrão e concentrado. Neste caso o critério de alocação para a distribuição
das cargas ambientais, seria o peso do produto ativo (detergente) em cada
tipo de produto comercial (SONNEMANN et al.,2003).
4.2.24 Incertezas
Dentro do ICV de uma unidade de processo a quantidade de entradas e
saídas são descritas com uma figura única (média de valores). Essa descrição
quantitativa de uma unidade de processo inclui incertezas, pois valores médios são
incertos. Na realidade pode haver uma diferença entre o valor que está sendo
investigado (ou mensurado e relatado) e o valor "real". Para a estimativa de
incerteza se utiliza a Matriz Pedigree (ALTHAUS et al., 2007).
De acordo com a NBR ISO 14044:2009, convém que, sempre que possível
tal análise seja realizada a fim de melhor explicar e apoiar as conclusões do ICV.
Mais detalhes sobre Matriz Pedigree encontra-se no Anexo B.
63
4.3 TESTE DO MÉTODO COM ICVS BRASILEIROS
No segundo semestre de 2009, fez-se um levantamento de trabalhos
envolvendo ICV no Brasil (Quadro 9).
Ordem Assunto Título Universidade/ Instituição Referência
1
Geração Hidrelétrica
Inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil - Usina de Itaipu: primeira aproximação.
Universidade de São Paulo (USP) RIBEIRO, 2003
2 Metais
Adaptação de Banco de Dados de Inventários de Ciclo de Vida para a realidade brasileira no que concerne à logística
da produção de materiais
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
NISHIMUNI et al., 2008
3 Alumínio Inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço
no Brasil Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR) COELHO, 2007
3.1 Aço Inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço
no Brasil Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR) COELHO, 2007
4
Embalagens Vidro
Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de
refrigerantes no Brasil
UFPR (Universidade Federal do Paraná) PRADO, 2007
4.1
Embalagens Alumínio
Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de
refrigerantes no Brasil
UFPR (Universidade Federal do Paraná) PRADO, 2007
4.2 Embalagens PET
Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de
refrigerantes no Brasil
UFPR (Universidade Federal do Paraná) PRADO, 2007
5
Resíduos Industriais
Potenciais construtivos dos resíduos industriais no Vale do Aço – MG
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
ASSUNÇÃO, VIEIRA, 2004
6 Papel off set Inventário do ciclo de vida do papel offset produzido no
Brasil. Universidade de São Paulo
(USP) GALDIANO, 2006
7
PVC
Life Cycle Inventory of Polyvinyl Chloride Manufactured in Brazil
Universidade de São Paulo (USP)
BORGES, SILVA, 2005
8 PET Avaliação Acelerada do Ciclo de Vida da Embalagem de PET UNIP (Universidade Paulista) FORMIGNONI
et al.,2004
9
Tijolos Cerâmicos – Empresa A
Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
SOARES, PEREIRA, 2004
9.1
Tijolos Cerâmicos – Empresa B
Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
SOARES, PEREIRA, 2004
9.2
Tijolos Cerâmicos – Empresa C
Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
SOARES, PEREIRA, 2004
9.3
Tijolos Cerâmicos – Empresa D
Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
SOARES, PEREIRA, 2004
10
Resíduos sólidos industriais
Inventário do ciclo de vida do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos do município de Santa Cruz do Sul
UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) SCHÜLER, 2008
11
Automotivo Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos no Brasil
UNICAMP(Universidade Estadual de Campinas) UGAYA, 2001
12 Construção civil Análise do ciclo de vida (ACV) aplicada à indústria da
construção civil - estudo de caso UFRGS (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul) CYBIS, SANTOS,
2000
ICVs - Analisados
Quadro 9. Levantamento de dados disponíveis no Brasil para serem utilizados neste trabalho de ICV. Fonte: Autoria própria.
64
Na seqüência, visando testar o método proposto, analisaram-se cada
inventário e observou-se que nenhum deles possui a mesma estrutura. A fim de se
exemplificar, enquadraram-se aleatoriamente alguns ICVs na Tabela 1, gerando
apresentada no Capítulo 3, uma planilha para cada inventário.
Conforme proposto por Gil (2009), isto se caracteriza como amostragem
estratificada não proporcional, visto que a extensão da amostra não é proporcional a
extensão dos extratos em relação ao universo. Este procedimento de amostragem é
indicado para situações de comparação entre os vários extratos quando se tem uma
amostra extensa.
A amostra de títulos de trabalho é de 12 e o extrato é de 4 títulos de
trabalhos a serem enquadrados na Tabela 1. Sendo que, há desdobramento de
ICVs em alguns títulos, totaliza-se, portanto, 10 inventários analisados.
65
Tabela 6 - Inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil- Usina de Itaipu: primeira aproximação
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Fonte: Autoria própria.
66
No enquadramento de RIBEIRO (2003) (Tabela 6), tem-se:
a) escopo temporal: para as estimativas dos ciclos de vida dos insumos,
no entanto utilizou-se como ano base 1977, ano de desvio do rio,
quando se iniciou efetivamente o consumo dos diversos materiais
(cimento, aço, cobre, etc). Para permitir sua realização no âmbito de
uma dissertação de mestrado, adotou como simplificação a geração de
eletricidade na usina hidrelétrica de Itaipu, responsável em 2000 por
22,4% da eletricidade consumida no país.
b) escopo geográfico: Brasil- Itaipu.
c) escopo técnico: para os casos onde não foram obtidos dados
diretamente da usina, utilizaram-se informações de situações
semelhantes, guardadas as devidas precauções e sempre notificando
as limitações de precisão inerentes a estes processos. Também se
utilizou literatura. Em outros casos, foram consultados especialistas da
área que atuaram na obra de Itaipu ou de outras hidrelétricas. Muitas
vezes no entanto não foram encontrados os dados necessários, e
nestes casos fez-se uma escolha entre três possibilidades, variando
caso a caso qual a alternativa adotada: • não incluir o dado, apenas
apontando a necessidade de futuramente avaliar sua possível
relevância; • aproximar o dado usando uma informação de um
processo similar de outra realidade; • buscar métodos de aproximação
por modelo matemático, estimando valores.
d) limite temporal do sistema: passado (infra-estrutura): No que diz
respeito aos consumos materiais e energéticos para o estabelecimento
do canteiro de obras, deve-se ressaltar que este possuía enormes
dimensões, com equipamentos tiveram grande parte de sua vida útil
esgotada na obra. Desta forma, e considerando a recomendação
internacional de incluir nos estudos as instalações que possuem o
único propósito de atender à obra, consideraram-se três aspectos da
sua construção e operação do canteiro: i)consumo de aço, ii)
eletricidade e iii) concreto. O consumo de concreto foi estimado como
muito reduzido em relação ao demais da obra, sendo desconsiderado
posteriormente, mas o aço e eletricidade entram na contabilidade das
cargas ambientais da construção da usina.
67
e) dados: horizontal. a Figura 8 exemplifica a agregação horizontal dos
dados através das fronteiras propostas no referido estudo. Também
houve agregação dos dados de ICV, divididos entre as contribuições da
etapa de construção e operação.
f) regra de corte - relevância ambiental: no trabalho avaliado decidiu-se
incluir os ciclos de vida dos principais insumos da usina de Itaipu, a
saber: energia elétrica, transportes de ônibus, caminhão, trem de
carga, navio petroleiro, navio de carga a granel, produção de cimento,
aço, cobre, óleo diesel e óleos lubrificante e de transformador.
g) suposições no caso de falta de informações: utilizaram-se cálculos
estequiométricos e outras fontes de informação.
h) mix (mistura) de eletricidade: utilizou hidrelétrica e termelétrica. A
matriz energética da época, com a hidreletricidade dada como fluxo
elementar e a energia termelétrica estimada, com os aspectos
ambientais da queima dos diferentes combustíveis estimados com o
uso de bases de dados internacionais de ACV;
i) serviços de transporte - entre etapas de processo: A Figura 9
exemplifica estes serviços de transporte entre etapas de processo.
Figura 8. Exemplo a agregação horizontal de dados Fonte: Ribeiro (2004).
68
Figura 9 - Exemplo de Serviços de Transporte - entre etapas de processo Fonte:Ribeiro (2004).
j) energia térmica - emissões operacionais, eficiência, do aquecimento é
conhecido: consideraram-se emissões para termelétrica.
k) categorias e subcategorias: considerou-se recursos, ar, água.
l) poluentes transportados pelo ar – particulados: utilizou-se PM 10.
m) poluentes transportados pelo ar – Carbono fóssil e biogênico: na
entrada têm-se como recursos naturais carvão mineral e vegetal
n) poluentes aquáticos - Nível de Oxidação: H+, Cl -, Cr 3+, íons
metálicos
o) uso de recursos - recursos energéticos: energia hidrelétrica;
p) incerteza: foi feita a análise de sensibilidade dos dados. utilizou-se o
método de extrapolação de um inventário significativo.
69
Tabela 7 - Inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço no Brasil – ALUMÍNIO
Fonte: Autoria própria.
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70
No enquadramento de COELHO (2007) (Tabela 7), para Alumínio, tem-se:
a) escopo temporal: a fim de obter dados referentes à produção de
alumínio primário foram coletados dados para a produção de alumínio,
para o ano de 2004.
b) escopo geográfico: Brasil
c) escopo técnico: não está explícita qual a tecnologia, ou média de
tecnologias. Porém segundo a matriz pedigree correlação técnica está
com indicador 1: dados de empresas, processos e materiais sob
estudo.
d) limite temporal do sistema: segundo matriz pedigree, menos de 3 anos
do ano de referência (2004). Mas não traz a escala temporal das
emissões se é passado, presente ou futuro.
e) dados – Vertical: não está explicito, mas por constar como entrada a
alumina, infere-se que houve agregação vertical.
f) suposições no caso de falta de informações - busca por outras fontes:
Quando dados não estavam disponíveis foi utilizado dados de
literatura, mesmo que desatualizados.
g) situação de Mercado (comodity): sim, pois se considerou a informação
de que o Brasil é o 6º produtor mundial de alumínio primário.
h) mix (mistura) de Eletricidade - eletricidade vinda da rede?: Sim. Cerca
de 12 % de energia elétrica utilizada na produção do alumínio primário
no Brasil é fornecida por usinas hidrelétricas mantidas pelas próprias
empresas do setor do alumínio.
i) poluentes Transportados pelo Ar - Outros Poluentes Atmosféricos:
SOX.
j) uso de Recursos - Recursos Energéticos: energia renovável –
hidroelétrica.
k) incerteza: utilizou-se a matriz Pedigree.
71
Tabela 8 - Inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço no Brasil - AÇO
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Fonte: Autoria própria.
72
No enquadramento de COELHO (2007) (Tabela 8), para Aço, tem-se:
a) escopo temporal: considerou-se o ano de 2004 para a coleta dos
dados.
b) escopo geográfico: Brasil
c) escopo técnico: média de tecnologias
d) limite temporal do sistema: segundo matriz pedigree, menos de 3 anos
do ano de referência (2004).
e) dados – Brutos da Unidade de Processo: dados brutos, não foram
agregados, conforme Figura 10.
f) outros (custo, social): valor de melhor qualidade. Quando dados
fornecidos por duas fontes escolheu-se o de maior valor.
g) suposições no caso de falta de informações - balanço estequiométrico:
Confiança Fator 2 e 5 na matriz pedigree, pois se utilizou cálculo.
h) suposições no caso de falta de informações - busca por outras fontes:
Confiança fator 3 na matriz pedigree, pois se utilizou e-mails.
MINÉRIO DE FERRO
CARVÃO MINERAL
OUTROS
CALCÁRIO
ÓLEOS COMBUSTÍVEIS
PETRÓLEO E DERIVADOS
GÁS NATURAL
ENERGIA ELÉTRICA
CARVÃO VEGETAL
SUCATA
ÁGUA
SOLO
AR
ÁGUA
FENÓISAMÔNIA
SULFETOSCHUMBOCROMONÍQUEL
PARTICULADOSCO2, HC,
NOX,SO2
RESÍDUOS SÓLIDOS
CÁDMIOESTANHO
MANGANÊSCIANETOS
COBRE
80% AÇO
COQUERIABENEFICIAMENTO
SINTERIZAÇÃO E PELETIZAÇÃO
REDUÇÃO
ACIARIA L.D. ACIARIA ELÉTRICA
20% AÇO
Figura 10 - Exemplo de Dados – Brutos da Unidade de Processo Fonte: Coelho (2007).
73
i) situação de Mercado (comodity): Sim. pois se considerou a informação
de que o aço é o metal mais produzido exportado no Brasil.
j) categorias e Subcategorias: dividido em categorias: Ar, Água.
k) poluentes transportados pelo ar - Particulados: particulados totais, pois
não traz informações sobre o tamanho da partícula em mícron.
l) poluentes transportados pelo ar - carbono fóssil e biogênico: Fóssil e
biogênico, pois na entrada tem-se carvão mineral e vegetal.
m) poluentes transportados pelo ar - outros Poluentes Atmosféricos: SO2
NOx.
n) poluentes aquáticos - somatório dos parâmetros para compostos de
carbono - Demanda Biológica de Oxigênio em 5 dias (DBO5): Informa
DBO porém não informada se é 5 dias.
o) poluentes aquáticos - somatório dos parâmetros para compostos de
carbono - Demanda Química de Oxigênio (DQO): Informa DQO.
p) incerteza: utilizou-se a matriz Pedigree.
74
Tabela 9 - Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de refrigerantes no Brasil VIDRO
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Fonte: Autoria própria.
75
No enquadramento de PRADO (2007) para VIDRO (Tabela 9), tem-se:
a) escopo temporal: o período de coleta de informações foi de julho de
2004 a setembro de2005.
b) escopo geográfico: brasil.
c) escopo técnico: a descrição dos tipos de materiais e processos
envolvidos foi feita a partir de dados de literatura e consulta a
empresas pertinentes. Foram consideradas e consultadas as empresas
de grande expressão nacional (Brasil), cada qual no respectivo setor
produtivo.
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos.
e) dados - Brutos da Unidade de Processo: considerou a distância entre
cada processo e não considerou a distância de transporte dentro de
cada processo. No caso de uma agregação, teria que se considerar o
transporte feito dentro de cada processo separadamente.
f) regras de Corte - Massa: por existir um grande número de variáveis
envolvidas, como as matérias-primas e resíduos gerados nos
diferentes processos, foram considerados apenas as mais significativas
em termos de massa.
g) suposições no caso de falta de informações – balanço estequiométrico:
Balanço de Massa.
h) suposições no caso de falta de informações - busca por outras fontes:
Algumas informações, incluindo as que não constam dos formulários
de coleta de dados, foram estimadas por meio de modelos
apresentados em literatura especializada.
i) serviços de Transporte - entre etapas de processo: não se considerou
as distâncias percorridas dentro de cada processo. A distância até o
processo seguinte e o meio de transporte é exemplificada na Tabela
10.
76
Tabela 10. Dados coletados para estudo de ACV das embalagens de VIDRO. Serviços de Transporte - entre etapas de processo
Processo Fonte Capacidade
Produtiva média
Distância até o Processo seguinte
Meio de
transporte
Fabricação do vidro
Empresa A multinacional localizada no estado de
São Paulo
- 250 m3/d de areia,
- 190 m3/d de dolomita,
- 180 m3/d de calcário,
- 120 m3/d de feldspato
400 km
Ferroviário
Garrafas Empresa B multinacional
localizada no estado de São Paulo
100 mil garrafas/d 600 km Rodoviário
Preparação para envase e lavagem
das garrafas
Empresa multinacional localizada no estado do
Paraná 100 mil garrafas/d 100 km Rodoviário
Fabricação das tampas
Empresa multinacional localizada no estado do
Pará 10 mil unidades/d 3500 km Rodoviário
Reciclagem das garrafas
Empresa C multinacional localizada no estado de
São Paulo 1 t/d 100 km
Rodoviário
Fonte: Prado (2007).
j) serviços de Tratamento de Resíduos: a água do processo de lavagem
é direcionada às estações de tratamento de água residuárias.
k) categorias e Subcategorias: recursos, ar e água.
l) poluentes Transportados pelo Ar – Particulados: Particulados totais,
pois não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
m) compostos orgânicos Voláteis (COVs): sim.
n) outros Poluentes Atmosféricos: SO2 e NOx
o) Uso de Recursos - recursos de Materiais: para garrafas de vidro de
1331,70 kg de massa de material, considerando taxa de reciclagem de
25%, utilizou-se 48,42kg de recursos naturais.
p) incertezas: A seleção dos aspectos ambientais e a divisão em grupos
utilizados na identificação e quantificação dos impactos ambientais, de
cada processo produtivo estudado, foram baseadas considerando-se a
sua importância e magnitude em relação aos potenciais efeitos que
provocam sobre o meio ambiente. O desenvolvimento da matriz de
aspectos ambientais foi feito mediante a identificação das variáveis
mais importantes do ciclo de vida do produto.
77
Tabela 11. Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de refrigerantes no Brasil ALUMÍNIO
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Fonte: Autoria própria.
78
No enquadramento de PRADO (2007) para ALUMÍNIO (Tabela 11), tem-se:
a) escopo temporal: o período de coleta de informações foi de julho de
2004 a setembro de 2005.
b) escopo geográfico: as informações foram coletadas em empresas de
grande expressão nacional.
c) escopo técnico: a descrição dos tipos de materiais e processos
envolvidos foi feita a partir de dados de literatura e consulta a
empresas pertinentes. Foram consideradas e consultadas as empresas
de grande expressão nacional, cada qual no respectivo setor produtivo.
d) limite temporal do sistema: presente, pois se considera poluentes
atmosféricos.
e) dados - brutos da unidade de processo: Considerou a distância entre
cada processo e não considerou a distância de transporte dentro de
cada processo, por exemplo. No caso de uma agregação, teria que
considerar o transporte feito dentro de cada processo separadamente.
f) regras de corte – massa: por existir um grande número de variáveis
envolvidas, como as matérias-primas e resíduos gerados nos
diferentes processos, foram considerados neste trabalho apenas as
mais significativas em termos de massa.
g) suposições no caso de falta de informações - Balanço estequiométrico:
utilizou-se balanço de massa.
h) suposições no caso de falta de informações - busca por outras fontes:
Busca por outras fontes.
i) serviços de transporte - entre etapas de processo: não se considerou
as distâncias percorridas dentro de cada processo. A distância até o
processo seguinte e o meio de transporte é exemplificada na Tabela
12.
79
Tabela 12. Dados coletados para estudo de ACV das embalagens de ALUMÍNIO. Serviços de Transporte - entre etapas de processo
Processo Fonte Capacidade
Produtiva média
Distância até o Processo seguinte
Meio de
transporte Extração de
matérias primas e produção
de alumina
Empresa estatal localizada no estado de Minas Gerais
2 mil t/d de bauxita, 800 t/d de alumina,
260 t/d alumínio 20 km Rodoviário
Eletrólise / Laminação
Empresa multinacional localizada no estado de
Minas Gerais 200 t/d de lâminas 350 km
Rodoviário
Fabricação das Latas
Empresa D multinacional localizada no estado de
São Paulo 300 mil latas/d 400 km
Rodoviário
Preparação para envase
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Empresa multinacional localizada no estado do
Paraná 5 mil latas/d 100 km
Rodoviário
Reciclagem das latas
Empresa E multinacional localizada no estado de
São Paulo 160 t/d de latas 400 km
Rodoviário
Fonte: Prado (2007).
j) serviços de tratamento de resíduos: Água do processo de lavagem é
direcionada às estações de tratamento de água residuárias.
k) categorias e subcategorias: recursos, ar e água.
l) poluentes transportados pelo ar – particulados: Particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
m) compostos orgânicos voláteis (COVs): sim.
n) outros poluentes atmosféricos: SO2, NOx.
o) uso de recursos - recursos de Materiais: para latas de alumínio de
40,83 kg de massa de material, considerando taxa de reciclagem de
90%, utilizou-se 22,14 kg de recursos naturais.
p) incertezas: a seleção dos aspectos ambientais e a divisão em grupos
utilizados na identificação e quantificação dos impactos ambientais, de
cada processo produtivo estudado, foram baseadas considerando-se a
sua importância e magnitude em relação aos potenciais efeitos que
provocam sobre o meio ambiente. O desenvolvimento da matriz de
aspectos ambientais foi feito mediante a identificação das variáveis
mais importantes do ciclo de vida do produto.
80
Tabela 13. Análise do Inventário do Ciclo de Vida de Embalagens de vidro, alumínio e Pet utilizadas em uma indústria de refrigerantes no Brasil PET
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Fonte: Autoria própria.
81
No enquadramento de PRADO (2007) para PET (Tabela 13) - Polietileno
Tereftalato, tem-se:
a) escopo temporal: o período de coleta de informações foi de julho de
2004 a setembro de 2005.
b) escopo geográfico: as informações foram coletadas em empresas de
grande expressão nacional.
c) escopo técnico: a descrição dos tipos de materiais e processos
envolvidos foi feita a partir de dados de literatura e consulta a
empresas pertinentes. Foram consideradas e consultadas as empresas
de grande expressão nacional, cada qual no respectivo setor produtivo.
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos.
e) dados - brutos da unidade de processo: considerou a distância entre
cada processo e não considerou a distância de transporte dentro de
cada processo, por exemplo. No caso de uma agregação, teria que
considerar o transporte feito dentro de cada processo separadamente.
f) regras de corte – massa: por existir um grande número de variáveis
envolvidas, como as matérias-primas e resíduos gerados nos
diferentes processos, foram considerados neste trabalho apenas as
mais significativas em termos de massa.
g) suposições no caso de falta de informações - balanço estequiométrico:
balanço de massa
h) suposições no caso de falta de informações - busca por outras fontes:
as demais informações, incluindo as que não constam dos formulários
de coleta de dados, foram estimadas por meio de modelos
apresentados em literatura especializada.
i) serviços de transporte - entre etapas de processo: não se considerou
as distâncias percorridas dentro de cada processo. A distância até o
processo seguinte e o meio de transporte é exemplificada na Tabela
14.
82
Tabela 14 - Dados coletados para estudo de ACV das embalagens de PET. Serviços de Transporte - entre etapas de processo
Processo Fonte Capacidade
Produtiva média
Distância até o Processo seguinte
Meio de
transporte
Extração do petróleo
Empresa estatal localizada
no estado da Bahia
110-120 mil barris/d 40 km
Oleoduto
Refino Empresa multinacional localizada no estado da
Bahia
3,5 mil t/d de etileno,
400 t/d de Monoetilenoglicol e
250 t/d de dimetil
tereftalato
33 km
Oleoduto
Fabricação da resina e da preforma
Empresa multinacional localizada no estado da
Bahia
180 t/d de resina e 100
mil preformas/d 1800 km
Rodoviário
Produção dos rótulos
Empresa F multinacional localizada no estado de
São Paulo
2,0 milhões de rótulos/d 400 km
Rodoviário
Produção das tampas
Empresa G multinacionallocalizada no estado de
São Paulo
1,5 milhões de tampas/d 400 km
Rodoviário
Preparação para envase e lavagem das
garrafas
Empresa multinacional localizada no estado do
Paraná 7 mil garrafas/d
100 km
Rodoviário
Reciclagem das garrafas de
PET
Empresa de reciclagem localizada no estado da
Bahia 1 t de garrafas/d
100 km
Rodoviário
Fonte: Prado (2007).
j) serviços de tratamento de resíduos: água do processo de lavagem é
direcionada às estações de tratamento de água residuárias.
k) categorias e subcategorias: recursos, ar e água.
l) poluentes transportados pelo ar – particulados: Particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
m) compostos orgânicos voláteis (COVs): sim.
n) outros poluentes atmosféricos: SO2, NOx.
o) uso de recursos - recursos de Materiais: para garrafas de PET de 25
kg de massa de material, considerando taxa de reciclagem de 40%,
utilizou-se 34,38 kg de recursos naturais.
p) incertezas: a seleção dos aspectos ambientais e a divisão em grupos
utilizados na identificação e quantificação dos impactos ambientais, de
83
cada processo produtivo estudado, foram baseadas considerando-se a
sua importância e magnitude em relação aos potenciais efeitos que
provocam sobre o meio ambiente. O desenvolvimento da matriz de
aspectos ambientais foi feito mediante a identificação das variáveis
mais importantes do ciclo de vida do produto.
84
Tabela 15 - Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida PISO CERÂMICO EMPRESA A
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Fonte: Autoria própria.
85
No enquadramento de Soares e Pereira (2004) (Tabela 15), tem-se:
a) escopo temporal: 2003
b) escopo geográfico: estado de Santa Catarina
c) escopo técnico: as empresas participantes foram selecionadas em
função de sua representatividade no setor (tipo de tecnologia e tipo de
produto).
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos
e) dados - Brutos da Unidade de Processo: sim, conforme Tabela 16,
considerando inventário da produção de 1 m2 de piso cerâmico (5,23
peças de 43,7 cm x 43,7 cm) para a empresa A.
Tabela 16 - Dados brutos da unidade de processo, para a empresa A
Entrada Saída Insumo Quantidade/ m2 Item Quantidade/ m2 Argila 34,268 kg Peças (5,23) ou 1 m2 26,307 kg Água 36,600 kg Vapor d’água 23,162 kg
Defloculante 0,171 kg Lodo de ETE 3,477 kg Esmalte (todos os
componentes)
2,095 kg Cinza do carvão 1,200 kg
Óleo diesel 0,412 l ou 0,350 kg Material particulado 0,086 kg
Carvão mineral 3,0 kg CO 0,011 kg
Gás natural 2,958 m3 ou 2,295 kg CO2 9,369 kg
Gás GLP 0,028 kg NOx 0,012 kg
Caixa papelão 0,65 un ou 142,962 g SOx 0,046 kg
Cola 1,143 g Fluoretos (F-) 2,740 g
Pedras abrasivas 0,34 un ou 0,102 kg Cloretos (Cl-) 5,480 g
Energia elétrica 5,5 kW HC 1,838 g
Pedras abrasivas 0,102 kg
Perdas (quebra) 1,997 kg
Fonte: Soares; Pereira (2004).
86
f) serviços de transporte - entre etapas de processo: Para o transporte,
foram levantados os consumos médios dos principais caminhões
transportadores utilizados e as distâncias médias de cada jazida até a
fábrica. O consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pelas máquinas
empilhadeiras (no caso da produção dos pisos) foi calculado com base
no consumo mensal deste combustível, sabendo-se da produção total
no mesmo mês.
g) poluentes transportados pelo ar – Particulados: Particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
h) poluentes transportados pelo ar – Carbono fóssil e biogênico: FÓSSIL:
o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2), presentes
no efluente gasoso da chaminé, são provenientes exclusivamente do
combustível (carvão mineral) e das condições em que a fornalha está
operando. Durante o processo de queima, foram medidas as
quantidades de gás natural consumidas por lotes de peças queimadas,
no caso de pisos, e de serragem, no caso dos tijolos, bem como
medições das emissões atmosféricas.
i) poluentes transportados pelo ar - outros poluentes atmosféricos: SOx,
NOx.
j) uso de recursos - recursos de materiais: foi considerada a extração da
argila como parte do subsistema produção, visto que ela é a matéria-
prima principal e representa mais de 90% (massa) da composição dos
produtos.
87
Tabela 17 - Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida PISO CERÂMICO EMPRESA B
Fonte: Autoria própria.
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No enquadramento de Soares e Pereira (2004), (Tabela 17) PISO
CERÂMICO EMPRESA B, tem-se:
a) escopo temporal: 2003
b) escopo geográfico: estado de Santa Catarina
c) escopo técnico: as empresas participantes foram selecionadas em
função de sua representatividade no setor (tipo de tecnologia e tipo de
produto).
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos
e) dados - brutos da unidade de processo: sim, conforme Tabela 18,
considerando inventário da produção de 1 m2 de piso cerâmico (5,10
peças de 44,55 cm x 44,55 cm) para a empresa B.
Tabela 18 - Dados brutos da unidade de processo, para a empresa B
Entrada Saída Insumo Quantidade/ m2 Item Quantidade/ m2 Argila 25,35 kg Peças (5,10) ou 1 m2 19,176 kg Água 5,660 kg Vapor d’água 10,036 kg
Defloculante 0,352 kg Lodo de ETE 0,09 kg Esmalte (todos os componentes)
0,335 kg Cinza do carvão e pó 0,974 kg
Óleo diesel 0,491 l ou 0,417 kg Material particulado 0,012 kg
Carvão mineral 2,0 kg CO 0,009 kg
Gás natural 1,757 m3 ou 1,363 kg CO2 2,830 kg
Gás GLP 0,016 kg NOx 0,008 kg
Caixa papelão 0,51 unid. ou 84,828 g SOx 0,010 kg
Cola 0,362 g Fluoretos (F-) 1,462 g
Energia elétrica 2,9 kW Cloretos (Cl-) 2,437 g
HC 2,191 g
Perdas (quebra) 1,275 kg
Fonte: Soares; Pereira (2004).
f) serviços de transporte - entre etapas de processo: para o transporte,
foram levantados os consumos médios dos principais caminhões
89
transportadores utilizados e as distâncias médias de cada jazida até a
fábrica. O consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pelas máquinas
empilhadeiras (no caso da produção dos pisos) foi calculado com base
no consumo mensal deste combustível, sabendo-se da produção total
no mesmo mês.
g) poluentes transportados pelo ar – Particulados: particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
h) poluentes transportados pelo ar – Carbono fóssil e biogênico: FÓSSIL:
o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2), presentes
no efluente gasoso da chaminé, são provenientes exclusivamente do
combustível (carvão mineral) e das condições em que a fornalha está
operando. Durante o processo de queima, foram medidas as
quantidades de gás natural consumidas por lotes de peças queimadas,
no caso de pisos, e de serragem, no caso dos tijolos, bem como
medições das emissões atmosféricas.
i) poluentes transportados pelo ar - Outros Poluentes Atmosféricos: SOx,
NOx.
j) uso de recursos - recursos de Materiais: foi considerada a extração da
argila como parte do subsistema produção, visto que ela é a matéria-
prima principal e representa mais de 90% (massa) da composição dos
produtos.
90
Tabela 19- Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida TIJOLO CERÂMICO C
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Fonte: Autoria própria.
91
No enquadramento de Soares e Pereira (2004) (Tabela 19), PISO
CERÂMICO EMPRESA C, tem-se:
a) escopo temporal: 2003
b) escopo geográfico: estado de Santa Catarina
c) escopo técnico: as empresas participantes foram selecionadas em
função de sua representatividade no setor (tipo de tecnologia e tipo de
produto).
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos
e) dados - Brutos da Unidade de Processo: sim, conforme Tabela 20,
considerando inventário da produção de 1 m2 de parede de tijolo
(37,76 tijolos) para a empresa C.
f) serviços de transporte - entre etapas de processo: para o transporte,
foram levantados os consumos médios dos principais caminhões
transportadores utilizados e as distâncias médias de cada jazida até a
fábrica. O consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pelas máquinas
empilhadeiras (no caso da produção dos pisos) foi calculado com base
no consumo mensal deste combustível, sabendo-se da produção total
no mesmo mês.
g) poluentes transportados pelo ar – particulados: particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
Tabela 20. Dados brutos da unidade de processo, para a empresa C
Entrada Saída Insumo Quantidade/ m2 Item Quantidade/ m2 Argila 130,26 kg Peças (35,76) ou 1 m2 93,69 kg Água 0,26 kg Vapor d’água 53,580 kg
Serragem 31,11 kg CO 0,560 kg
Óleo diesel 0,07 l ou 0,06 kg CO2 41,880 kg
Energia elétrica 0,3 kW NO2 0,022 kg
Cinza 0,370 kg
Perda 1,190 kg
Fonte: Soares; Pereira (2004).
92
h) poluentes transportados pelo ar – Carbono fóssil e biogênico:
BIOGÊNICO - serragem de madeira como combustível e fóssil - óleo
diesel na extração da argila.Durante o processo de queima, foram
medidas as quantidades de gás natural consumidas por lotes de peças
queimadas, no caso de pisos, e de serragem, no caso dos tijolos, bem
como medições das emissões atmosféricas.
i) poluentes transportados pelo ar - outros poluentes atmosféricos: SOx,
NOx.
j) uso de recursos - recursos de materiais: foi considerada a extração da
argila como parte do subsistema produção, visto que ela é a matéria-
prima principal e representa mais de 90% (massa) da composição dos
produtos.
93
Tabela 21 - Inventário da produção de pisos e tijolos cerâmicos no contexto da análise do ciclo de vida TIJOLO CERÂMICO D
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Fonte: Autoria própria.
94
No enquadramento de Soares e Pereira (2004) (Tabela 21), TIJOLO
CERÂMICO EMPRESA D, tem-se:
a) escopo temporal: 2003
b) escopo geográfico: estado de Santa Catarina
c) escopo técnico: as empresas participantes foram selecionadas em
função de sua representatividade no setor (tipo de tecnologia e tipo de
produto).
d) limite temporal do sistema: presente, pois considera poluentes
atmosféricos
e) dados - brutos da unidade de Processo: sim, conforme Tabela 22,
considerando inventário da produção de 1 m2 de parede de tijolo
(32,18 tijolos) para a empresa D.
f) serviços de transporte - entre etapas de processo: para o transporte,
foram levantados os consumos médios dos principais caminhões
transportadores utilizados e as distâncias médias de cada jazida até a
fábrica. O consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pelas máquinas
empilhadeiras (no caso da produção dos pisos) foi calculado com base
no consumo mensal deste combustível, sabendo-se da produção total
no mesmo mês.
g) poluentes transportados pelo ar – particulados: particulados totais, pois
não traz o tamanho da partícula em mícron. Essa emissão é
proveniente do transporte.
Tabela 22. Dados brutos da unidade de processo, para a empresa D
Entrada Saída Insumo Quantidade/ m2 Item Quantidade/ m2 Argila 129,69 kg Peças (32,18) ou 1 m2 97,670 kg Água - Vapor d’água 50,110 kg
Serragem 26,23 kg CO 0,051 kg
Óleo diesel 0,32 l ou 0,27 kg CO2 21,410 kg
Energia elétrica 3,7 kW NO2 0,011 kg
--------- --------- Cinza 0,250 kg
--------- --------- Perda 1,940 kg
Fonte: Soares; Pereira (2004).
95
h) poluentes transportados pelo ar – Carbono fóssil e biogênico:
BIOGÊNICO - serragem de madeira como combustível e fóssil - óleo
diesel na extração da argila.Durante o processo de queima, foram
medidas as quantidades de gás natural consumidas por lotes de peças
queimadas, no caso de pisos, e de serragem, no caso dos tijolos, bem
como medições das emissões atmosféricas.
i) poluentes transportados pelo ar - outros poluentes atmosféricos: sim,
porém não apresenta SOX.
j) uso de recursos - recursos de materiais: foi considerada a extração da
argila como parte do subsistema produção, visto que ela é a matéria-
prima principal e representa mais de 90% (massa) da composição dos
produtos.
4.4 COMPILAÇÃO DA ANÁLISE DOS INVENTÁRIOS
A fim de facilitar a visualização dos resultados apresentados na análise de
cada inventário compilaram-se abaixo (Tabela 23) os ICVs de acordo com a ordem
apresentada no Quadro 9.
Diante da Tabela 23, que apresenta a correlação dos requisitos ecoinvent
com ABNT (2009a), verifica-se que entre os inventários analisados:
- 80% possuem informações recomendáveis, sendo composto da seguinte
forma:100 % dos inventários analisados descrevem escopo temporal, escopo
geográfico, escopo técnico, dados e nomenclatura; 60% realizam análise de
incerteza e nenhum apresenta alocação.
- 20% apresentam o requisito opcional Mix (mistura) de Eletricidade;
- 60% declaram requisitos definidos neste trabalho como obrigatórios da
seguinte forma: regra de corte: 50%, suposição no caso de falta de informação:
60%, serviços de transporte: 80% e categorias e subcatergorias: 50%. Portanto,
40% dos trabalhos analisados, não apresentam itens considerados como obrigatório
de acordo com o proposto neste trabalho.
96
Tabela 23 - Compilação de resultados dos ICVs. O
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Fonte: Autoria própria.
97
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Ao longo deste trabalho avaliaram-se os ICVs brasileiros no método
proposto, a fim de corroborar com a necessidade do desenvolvimento de uma base
de dados unificada com dados que demonstrem a realidade brasileira.
É importante ressaltar que neste estudo não se fez julgamento quanto a
forma que os inventários foram compilados, se estão corretos ou não. Pois, de
acordo com a própria NBR ISO 14040:2009, não existe um método único para se
conduzir uma ACV, visto que as organizações têm a flexibilidade para implementar a
ACV como descrito na norma, de acordo com a aplicação pretendida e com os
requisitos de cada organização.
Buscou-se, portanto, fazer uma análise da estrutura dos ICVs brasileiros
pesquisados diante dos requisitos do ecoinvent e NBR ISO 14.044:2009.
Ao apresentar procedimentos para a análise do ICV, descrição de base de
dados públicas de ICV, com destaque para a iniciativa brasileira obteve-se subsídio
para escolher a base de dados e dar seqüência com a análise dos inventários.
Optou-se pelo ecoinvent v.2, pois, além de ser uma base de dados
consistente, coerente, transparente, apresenta um maior número de unidades de
processos, se comparada as demais base de dados listadas neste trabalho. Além
disso, proporciona credibilidade e aceitação de resultados de estudos de ACV,
segue padrões de estrutura que permitiram uma comparação com a NBR ISO
14.044:2009.
Para se definir as possibilidades para o desenvolvimento de ICVs para
determinados setores industriais considerados prioritários, comparou-se as
atividades descritas no IBGE, Banco Mundial e inventários de ciclo de vida
brasileiros pesquisados. Verificou-se, desta forma, a necessidade de
desenvolvimento de ICVs brasileiros para as seguintes atividades: Abate de reses,
preparação de produtos de carne; Fabricação de medicamentos para uso humano.
Mais do que desenvolvimento de ICVs para outras atividades é importante
fortalecer os inventários brasileiros com uma maior quantidade de dados nacionais e
padronizá-los em uma mesma estrutura com relação a conceitos. Também se
constata que outros países encontram-se mais evoluídos na montagem de banco de
dados de ICV, se comparado ao Brasil. Apesar disso, observa-se que há um esforço
98
de diversas instituições brasileiras para se unificar as informações e somar os
esforços realizados.
Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi alcançado, desenvolveu-se um
método para avaliar os ICVs brasileiros, com base no ecoinvent e NBR ISO
14.044:2009.
De acordo com o resultado obtido através do método testado, que mostrou
que os ICVs analisados não apresentam todos os itens propostos, recomenda-se
para trabalhos futuros, a complementação destes dados. Bem como, a adaptação do
método com base na nova versão do ecoinvent versão 3.0, após sua publicação em
versão definitiva. Sugere-se também que o método proposto seja validado por
especialistas no assunto, para que possa utilizá-lo como padrão para o
desenvolvimento dos próximos ICVs brasileiros.
99
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura, Rio de Janeiro, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14044: Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Requisitos e orientações Rio de Janeiro, 2009 a. ASSUNÇÃO, R. B.; VIEIRA, C. M. Potenciais construtivos dos resíduos industriais no Vale do Aço – MG. In: INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2004, Santa Catarina. Anais. ICTR, NISAM-USP, 2004. p 347-356. ALTHAUS, H; et al. Ecoinvent: overview and methodology. Data v 2.0. Dübendorf: Swiss Centre for Life Cycle Inventories, 2007. 68 p. BAUER-ALU, C.; BUCHGEISTER, J.; SCHEBEK, L. German Network on Life Cycle Inventory Data. The International Journal of Life Cycle Assessment, Germany, v.9, n.6, p.360-364.2004. BEAUFORT-LANGEVELD, A de; et al. Code of Life-Cycle Inventory Practice. USA: SETAC, 2003. 160 p. BORGES, F. J.; SILVA, G. A. Life Cycle Inventory of Polyvinyl Chloride Manufactured in Brazil. In: MERCOSUR CONGRESS ON PROCESS SYSTEMS ENGINEERING, 4, 2005. Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ENPROMER, 2005. COELHO, C.R.V. Inventário do Ciclo de Vida da Produção de Alumínio e Aço no Brasil: Iniciação Científica (CNPQ). Curitiba: UTFPR, 2007. 54p. CYBIS, L. F.; SANTOS, C. V. J. Análise do ciclo de vida (ACV) aplicada à indústria da construção civil - estudo de caso. In: CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 27, 2000, Porto Alegre. Anais. Porto Alegre: ABES/RS, 2000. FERREIRA, J. V. R. Análise do Ciclo de Vida dos Produtos. Instituto Politécnico de Viseu, 2004. 80 p.
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102
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103
ANEXO A - Processos elementares ecoinvent v.2
Figura 11 – Exemplo da base de dados do ecoinvent versão 2:desmembramento para materiais. Fonte: Adaptado de SimaPro 7.1 (2008).
109
ANEXO B - Conceitos no ecoinvent versão 2.0
O Quadro 10 mostra as categorias e subcategorias as quais são usadas na base de dados do ecoinvent.
Categoria Sub-categoria: Definição: Utilizado em geral para:
Ar
baixa densidade populacional
emissões em áreas sem assentamentos e áreas protegidas nos arredores
extração de recursos, agricultura, aterros municipais, tratamento de efluentes líquidos, transporte de longa distancia e navio, energias: hidráulica, eólica, carvão, nuclear
baixa densidade populacional, longo prazo
emissões futuras, 100 após o início do processo emissões de processamento de urânio
baixa estratosfera e alta troposfera
emissões de aviões transporte aéreo
alta densidade populacional
emissões próximas a assentamentos ou áreas protegidas que afetem diretamente pessoas ou animais, devido a situação local. Mais importante para partículas.
indústrias, usinas de óleo e gás, manufatura, casas, incineradores municipais, tráfego local, processo de construção
não especificado usado somente se não houver informação disponível
Recurso
no ar recursos no ar ex. argônio, dióxido de carbono Usado para captação de carbono em biomassa e gases produzidos por separação se ar
Biótico recursos biogênicos ex. madeira no solo recursos no solo ex. minérios, mas também para o volume
de aterro
Terra ocupação e uso do solo na água recursos na água ex. magnésio
Solo
Agrícola emissão no solo usado para produção de produtos agrícolas
Agrícola
Florestal emissão no solo usado para produção de plantas (florestas, matérias-prima renováveis) que não entrem na cadeia alimentar humana.
Florestal
Industrial emissão no solo usado para indústria, manufatura, tratamento de resíduos e infra-estrutura.
Indústria, landfarming de resíduos, edificações
não especificado usado somente se não houver informação disponível
Água
Solo água subterrânea que entrará em contato com a biosfera depois de algum tempo.
solo longo prazo emissões futuras, 100 anos após o início do processo emissões de longo prazo de aterros Lago lagos de água doce Oceano oceano, mar e lagos de água salgada trabalhos a pouca distância do mar, transportes marítimos além mar Rio Rios descarga de efluentes de plantas de tratamento de efluente rio longo prazo emissões futuras, 100 anos após o início do processo Emissões a longo prazo, subcategoria não usada na base de dados do ecoinvent. Fóssil água salgada subterrânea que não entrará em contato com
o biosfera Re-injeção de formação de água de extração de óleo e gás, subcategoria não usada na base de dados do ecoinvent.
não especificado usado somente se não houver informação disponível
Quadro 10. Categorias e Subcategorias. Fonte: Althaus (2007).
110
Com relação à quantificação de incertezas, tem-se a Matriz Pedigree.
Fatores básicos de incerteza (Tabela 24) são usados para o tipo de entrada e
saída considerado. Supõem-se, por exemplo, que as emissões de CO2 mostram em
geral uma incerteza muito menor se comparada a emissões de CO. Enquanto o
primeiro pode ser calculado a partir da entrada de combustível, o último é muito mais
dependente de manutenção do motor, de fatores de carga. Fontes de dados são
aqueles associados de acordo com seis características: 1) Confiança; 2)
Representatividade; 3) Correlação Temporal; 4) Correlação Geográfica; 5) Maior
correlação tecnológica; 6) Tamanho da Amostra (Quadro 11.).
Tabela 24. Fatores básicos de incerteza (adimensionais) aplicados por entradas e saídas de tecnosfera e por fluxos elementares
Grupo de Entrada/ Saída c p a Demanda de: Energia térmica, eletricidade, produtos semi acabados, material de trabalho, serviços de tratamento de resíduos 1,05 1,05 1,05
Serviços de transporte (tkm) 2,00 2,00 2,00 Infra-estrutura 3,00 3,00 3,00 Recursos Energia primária, metais, sais 1,05 1,05 1,05 Uso e ocupação do solo 1,50 1,50 1,10 Uso e transformação do solo 2,00 2,00 1,20 Poluente emitidos para a água: DBO, DQO, COD, COT , compostos inorgânicos (NH4, PO4, NO3, Cl, Na, etc.) 1,50
hidrocarbonetos individuais, HPAs 3,00 1,80metais pesados 5,00 1,50pesticidas 1,50NO3, PO4 Poluentes emitidos para o solo: óleo, hidrocarbonetos total 1,50 metais pesados 1,50 1,50pesticidas 1,20Poluentes emitidos para o ar: CO2 1,05 1,05 SO2 1,05 compostos orgânicos voláteis não metanos total 1,50 NOx, N2O 1,50 1,40CH4, NH3 1,50 1,20hidrocarbonetos individuais 1,50 2,00 MP>10 1,50 1,50 MP 10 2,00 2,00 MP 2,5 3,00 3,00
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) 3,00 CO, metais pesados 5,00 emissões inorgânicas, outros 1,50 radionucleotídeos 3,00
c: emissões de combustão; p:emissões de processo; a: emissões de agricultura.
Fonte: Althaus (2007).
111
Indicador 1 2 3 4 5 Observações
Confiança dados verificados baseados em medidas
dados verificados parcialmente baseados em hipóteses ou dados não verificados baseados em medições
dados não verificadas parcialmente baseados em suposições qualificadas
estimativas qualificadas (ex.: experiência industrial), dados derivados de informações teóricas (ex: estequiometria, entalpia)
estimativas não qualificadas
significado de verificado: publicado em relatórios ambientais públicos de empresas, estatística oficial. Significado de não verificado: informações pessoal por carta, fax ou e-mail.
Representatividade
dados representativos de empresas relevantes para o mercado considerado durante um período adequado para nivelar as flutuações normais
dados representativos de mais de 50% das empresas relevantes para o mercado considerado durante um período adequado para nivelar as flutuações normais
dados representativos de menos de 50% das empresas relevantes para o mercado considerado ou > 50% de empresas mas em curto período
dados representativos de somente uma empresa relevante no mercado considerado ou algumas empresas mas por períodos menores
representatividade desconhecida ou dados de poucas empresas e por períodos menores
duração do período adequado depende do processo / tecnologia
Correlação Temporal menos de 3 anos de diferença do ano de referência
menos de 6 anos de diferença do ano de referência
menos de 10 anos de diferença do ano de referência
menos de 15 anos de diferença do ano de referência
Idade dos dados desconhecida mais de 15 anos de diferença do ano de referência
menos que 3 anos significa: dados medidos em 1997 ou posterior; pontuação para o processo, com ciclos de investimento de 10 anos; para outros casos, ajustes de pontuação pode ser feitas por conseqüência
Correlação Geográfica dados da região de estudo
média de dados de uma área maior que a região de estudos é incluída
dados de uma área menor do que a região de estudos, ou de área similar
dados desconhecidos ou regiões diferentes (América do Norte ao invés de Ásia)
Similarmente expresso em termos de legislação ambiental. Sugestão para agrupamento: América do Norte e Austrália; União Européia, Japão e África do Sul; América do Sul, África do Norte e Central e Oriente Médio; Rússia, China, Extremo Oriente.
Correlação Técnica dados de empresas, processos e materiais sob estudo
dados de processos ou materiais relacionados mas com mesma tecnologia ou dados de processos e materiais estudados e diferentes tecnologias
dados de processos ou materiais mas com tecnologia diferente, ou dados de processos em escala de laboratório e mesma tecnologia
dados de processos ou materiais relacionados mas em escala de laboratório de diferente tecnologia
Exemplos de diferentes tecnologias: - turbina a vapor em vez do motor de propulsão em navios; - fatores de emissões para os comboios a diesel com base em dados do motor de caminhão. Exemplos para processos ou materiais relatados: - dados para infraestrutura de refinaria para infraestrutura de plantas químicas
Tamanho da Amostra >100 medições contínuas, balanço de produtos adquiridos
>20 >10 >=3 desconhecido tamanho da amostra
Quadro 11. Matriz Pedigree usada para avaliar a qualidade da fonte de dados. Fonte: Althaus (2007).
112
Cada característica é dividida em entre 5 níveis de qualidade com score entre
1 e 5. Nesse sentido, um conjunto de seis indicadores de score é atribuído
individualmente para cada fluxo de entrada e saída (exceto para o referido produto)
relatados em fonte de dados (este conjunto de seis indicadores é relatado, em geral,
no campo complementar de cada entrada e saída). Um fator de incerteza (expresso
como uma contribuição para o quadrado do desvio padrão geométrico) é atribuído
para cada score das seis características. Estes fatores de incerteza também são
baseados julgamentos especializados como mostra a Tabela 25.
Tabela 25. Fatores de incerteza padrão.
Fatores 1 2 3 4 5 Confiança 1,00 1,05 1,10 1,20 1,50 Representatividade 1,00 1,02 1,05 1,10 1,20 Correlação Temporal 1,00 1,03 1,10 1,20 1,50 Correlação Geográfica 1,00 1,01 1,02 1,10 Correlação Técnica 1,00 1,20 1,50 2,00 Tamanho da Amostra 1,00 1,02 1,05 1,10 1,20
Fonte: Althaus (2007).
O quadrado do desvio padrão geométrico (intervalo 95% - SDg95) é então
calculado pela seguinte fórmula:
Onde: U1 fator de incerteza para confiança U2 fator de incerteza para representatividade U3 fator de incerteza para correlação temporal
U4 fator de incerteza para correlação geográfica
U5 fator de incerteza para correlação técnica
U6 fator de incerteza para tamanho da amostra
Ub fator básico de incerteza