Mia Sheridan - Série Signos Do Amor #2 - O Coração Do Leão (Oficial)

8/18/2019 Mia Sheridan - Série Signos Do Amor #2 - O Coração Do Leão (Oficial)

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O Arqueiro

GERALDO JORDÃO PEREIRA (1938-2008) começou sua carreiraos 17 anos, quando foi trabalhar com seu pai, o célebre editoJosé Olympio, publicando obras marcantes como O menino ddedo verde, de Maurice Druon, e Minha vida, de Charles Chaplin

Em 1976, fundou a Editora Salamandra com o propósito dformar uma nova geração de leitores e acabou criando um docatálogos infantis mais premiados do Brasil. Em 1992, fugindo dsua linha editorial, lançou Muitas vidas, muitos mestres, de BriaWeiss, livro que deu origem à Editora Sextante.

Fã de histórias de suspense, Geraldo descobriu O Código DVinci antes mesmo de ele ser lançado nos Estados Unidos. A



aposta em ficção, que não era o foco da Sextante, foi certeira: oítulo se transformou em um dos maiores fenômenos editoriais dodos os tempos.

Mas não foi só aos livros que se dedicou. Com seu desejo d

ajudar o próximo, Geraldo desenvolveu diversos projetos sociaique se tornaram sua grande paixão.

Com a missão de publicar histórias empolgantes, tornar os livrocada vez mais acessíveis e despertar o amor pela leitura, a EditorArqueiro é uma homenagem a esta figura extraordinária, capaz d

enxergar mais além, mirar nas coisas verdadeiramente importantee não perder o idealismo e a esperança diante dos desafios contratempos da vida.





Título original: Leo

Copyright © 2013 por Mia SheridanCopyright da tradução © 2015 por Editora Arqueiro Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser

utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes semautorização por escrito dos editores.

Esta obra foi negociada pela Bookcase Literary Agency,representando a Rebecca Fiedman Literary Agency.

tradução: Ana Rodrigues

preparo de originais: Taís Monteiro

revisão: Cristhiane Ruiz e Luiza Miranda

projeto gráfico e diagramação: Valéria Teixeira

capa: Mia Sheridan

adaptacão de capa: Miriam Lerner

adaptação para ebook: Marcelo Morais

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ



S554c

Sheridan, MiaO coração do leão [recurso eletrônico] / Mia

Sheridan [tradução de Ana Rodrigues]; São Paulo:Arqueiro, 2015.

recurso digital (Signos do amor; 2)

Tradução de: LeoSequência de: A voz do arqueiroFormato: ePubRequisitos do sistema: Adobe Digital Editions

Modo de acesso: World Wide WebISBN 978-85-8041-470-7 (recurso eletrônico)

1. Ficção americana. 2. Livros eletrônicos. I.Rodrigues, Ana. II. Título. III. Série.

15-26851

CDD: 813CDU: 821.111(73)-3

Todos os direitos reservados, no Brasil, por Editora Arqueiro Ltda.

Rua Funchal, 538 – conjuntos 52 e 54 – Vila Olímpia04551-060 – São Paulo – SP

Tel.: (11) 3868-4492 – Fax: (11) 3862-5818E-mail: [email protected] www.editoraarqueiro.com.br

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mailto:[email protected]



Este livro é dedicado ao meu marido. Você é a

inspiração da vida real para todos os heróis de ficção

que minha mente e meu coração inventam.



O leão

Um amante ardente e um guerreiro corajoso por instinto



c a p í t u l o 1

EVIE, 14 ANOSLEO, 15 ANOS

stou sentada no telhado do lado de fora da janeldo meu quarto, à noite, olhando para o céu escuro

observando o vapor da minha respiração subir no ar fride novembro. Enrolo a manta rosa surrada com maorça ao redor do corpo e descanso a cabeça sobre meuoelhos dobrados. De repente uma pedrinha aterrisserto de mim no telhado e logo desliza de volta par

baixo até cair no chão. Levanto a cabeça e sorriquando o escuto começar a escalar a treliça caindo ao

edaços na lateral da casa. Se ele engordar mais meiquilo, aquela coisa decrépita não o sustentará mais. Ma

sso não importa agora. Ele não estará aqui par



scalá-la. Sinto um aperto no coração ao pensar nissomas controlo minha expressão quando ele finalmenhega à beira do telhado e engatinha até mim, tod

desengonçado, muito alto e magro, os cabelos louro

scuros. Ele dá um sorriso caloroso, deixando à mostra spaço entre os dentes da frente que eu tanto amo, e senta ao meu lado. Me inclino na direção dele ermanecemos sentados, as testas encostadas, por vário

minutos, olhando nos olhos um do outro, antes de euspirar e endireitar o corpo.

– Acho que não vou conseguir sobreviver sem vocvie – diz, e parece estar segurando as lágrimas.

Dou uma pancadinha com o ombro no ombro dele.

– Isso é um pouco dramático, não acha, Leo? etruco, tentando arrancar-lhe um sorriso. Funciona. Mas o sorriso logo desaparece. Leo esfrega a mão n

osto, fica quieto por um instante e diz:

– Não. É um fato. Não sei o que responder. Como posso confortá-lo s

me sinto exatamente do mesmo jeito? Ele olha para mim de novo e voltamos a no

ncarar.



– Por que está me encarando? – pergunto, usanduma frase que sei que Leo vai entender.

Foi a primeira coisa que disse a ele quando noonhecemos.

Por um instante, a expressão de Leo não se alterantão, lentamente, um sorriso toma conta de se

emblante. – Porque gosto do seu rosto – retruca ele, sorrind

abertamente agora, mostrando de novo o espaço entre odentes e também repetindo a frase que disse quando noonhecemos.

Ele é magrelo, desengonçado e tem os cabelodesgrenhados, mas é o garoto mais lindo que já vi. Nã

quero jamais deixar de olhar para ele. Não quero jamaicar longe dele. Mas Leo está se mudando para o outrado do país, e não há nada que possamos fazer eelação a isso. Nós nos conhecemos no primeiro la

adotivo para onde fomos mandados. Ele é meu melho

amigo no mundo todo, o garoto que passei a amar maque tudo, o garoto que conseguiu me fazer acreditar qura seguro sonhar. Mas Leo está sendo adotad

definitivamente. Estou muito feliz por ele enfim ter umamília, porque é muito raro isso acontecer co



adolescentes. Mas, ao mesmo tempo, tenho a sensaçãde que meu coração está se partindo.

Leo me olha intensamente agora, como se pudesser a minha mente. E é claro que pode. Talvez eu sej

um livro aberto, ou talvez o amor seja como uma lupom a qual o dono do nosso coração enxerga o fundo d

nossa alma. Ele continua me encarando em silêncio por vário

egundos, e então percebo por seu semblante que eomou uma decisão. Antes que eu possa imaginar quaoi, Leo se inclina na minha direção e roça os lábios dorma delicada nos meus. Pequenas fagulhas parece

acender no ar ao nosso redor e estremeço levemente. E

hega mais perto, segura meu rosto entre as mãos e olhbem dentro dos meus olhos, os lábios ainda a poucoentímetros dos meus. E sussurra:

– Vou beijá-la agora, Evie, e quando isso aconteceai significar que você é minha. Não me interessa

distância que haverá entre nós. Você. É. Minha. Vosperar você. E quero que me espere também. Promet

que não vai deixar mais ninguém tocá-la. Prometa quai se guardar para mim e apenas para mim.



O mundo todo parou e só existimos nós doientados ali naquele telhado, em uma noite d

novembro. – Sim – sussurro em resposta, a palavra reverberand

na minha mente.Sim, sim, sim, um milhão de vezes sim.

Ele faz uma pausa, os olhos ainda fixos nos meus, into vontade de gritar “Me beije logo!”. Meu corpstá inebriado com a expectativa.

De repente a boca dele está de novo na minha SSO é que é beijo. Ele começa com delicadeza, oábios mordiscando os meus. Mas então algo dentro dearece mudar e, do nada, Leo está passando a língu

or toda a extensão dos meus lábios, pedindo parntrar. Um arrepio percorre minha espinha quando abra boca para recebê-lo e deixo escapar um gemidnvoluntário. Ao me ouvir, ele geme também. Sua língulerta com a minha – acariciando, duelando gentilmen

e sinto como se meu corpo fosse implodir de prazeapenas por sentir o sabor dele. Nós nos tocamoatrapalhadamente por algum tempo, e até nossnexperiência é deliciosa nessa exploração mútua. A

menos é o que acho, e espero que ele também. Estamo



aprendendo, decorando a forma e os sabores da boca umdo outro. Logo já somos como dois parceiros de dançanos movendo em perfeita sintonia, criando umoreografia apaixonada de lábios e línguas.

Eu me deito sobre o telhado, abraçando-o, enquanontinuamos a nos beijar. Nos beijamos por horas, diaemanas, por uma vida inteira talvez. Nosso beijo é um

abençoada distração. É demais e não chega nem perde ser o suficiente.

É meu primeiro beijo e sei que também é o primeirde Leo. E é perfeito.

De repente, sinto algo frio e úmido atingir meu rostisso me desperta. Abro os olhos e ele também, e ambo

emos flocos de neve grandes e fofos caindo a nossedor. Rimos, encantados. É como se os anjos houvessereparado aquele show apenas para nós, para tornar

momento mais inesquecível das nossas vidas ainda mamágico.

Leo rola de cima de mim e me sinto congelar nmesmo instante. Sei que preciso entrar e que ele precisoltar para casa. Essa constatação me atinge com forçsinto um nó na garganta. Lágrimas escorrem pelo me

osto.



Ele me puxa para junto de si e nos agarramos um aoutro por um longo tempo, enquanto reunimos força

ara nos despedirmos. Leo me afasta e a expressão atormentada em se

osto é de cortar o coração. – Isto não é um adeus, Evie. Lembre-se da noss

romessa. Nunca se esqueça dela. Eu voltarei para vocVou escrever mandando meu endereço novo assim quhegar a San Diego e assim vamos nos manter eontato. Quero poder carregar suas cartas comigo parelê-las sem parar. Também vou mandar meu número delefone, só para garantir, mas quero que me escrevastá bem? Então, antes que nos demos conta, você ter

8 anos e poderei voltar para você. Vamos construir umida juntos. – Está certo – sussurro. – Escreva para mim assi

que chegar lá, está bem? – Farei isso. Será a primeira coisa que farei.

Ele me puxa uma última vez para um abraço e secom beijos as lágrimas no meu rosto. Então se vira egue em direção à treliça. Quando já está começando

descer, Leo se volta para olhar para mim e diz baixinho – Para sempre, será apenas você, Evie.



Essa é a última coisa que ele me diz. Nunca mais veo.



c a p í t u l o 2

Oito anos depois

Alguém está me seguindo. O homem já vem fazend

sso há uma semana e meia. E não tem a meno

habilidade. Eu o percebi quase de imediato e venhobservando-o enquanto ele me observa. Com certeznão é um profissional. Mas não consigo encontrar umúnica razão para alguém estar me seguindo pela cidadSobretudo alguém com a aparência desse cara. Ou

dizer que uma das razões por que vários assassinos emérie têm sucesso em atrair suas vítimas é o fato derem homens de boa aparência, gentis, comuns. Mainda não consigo acreditar que o Adônis que vem mastreando é alguém com quem eu precise me preocupa

muito, mesmo sendo cautelosa. Talvez esteja send



ngênua, mas é apenas um pressentimento. O modomo cresci me treinou para reconhecer de imediat

uma ameaça, e não é essa a sensação que tenho comsse homem. Além do mais, ele não parece ser do tip

que daria uma pancada na cabeça de uma mulher e rrastaria para um beco escuro. Está mais para alguém

que seria levado até lá por ela. Posicionstrategicamente um estojo de pó compacto par

observá-lo pelo espelho, espiei por uma fresta napersianas da minha casa e pelo reflexo nas vitrines daojas – fiz tudo isso com tanta facilidade que fiquei quasnvergonhada pelos talentos risíveis dele com

perseguidor. É claro que o cara não seria contratado po

lguma organização ninja, nunca, em lugar algum.Mas permanece a dúvida. O que ele quer? Tenho qucreditar que é um caso de confusão de identidad

Talvez ele seja mesmo um investigador particulancompetente, trabalhando para alguém, e tenha colad

na garota errada.Hoje ele não está me seguindo, o que é bom, já qu

stou indo a um velório e preferiria não ter essdistração. Willow vai ser enterrada hoje. A linda Willowbatizada assim – salgueiro, em inglês – em homenagem



rvore, com seus galhos longos, feitos para ondular e sdobrar ao vento. Mas Willow não se dobrou quando vento frio soprou. Ela quebrou. Se espatifou. Decidique não aguentava mais e enfiou a agulha de uma sering

no braço. Sinto a respiração presa na garganta quandme lembro de seu belo rosto, sempre marcado pexpressão triste e cautelosa.

Crescemos juntas em um lar adotivo e a vida dnenhuma das duas começou como um conto de fadaEu a conheci na primeira casa para onde fui mandaddepois de um vizinho chamar a polícia por causa dbarulho que vinha da festinha que minha mãe biológicstava dando. Quando os policiais apareceram, eu estav

entada no sofá, com meu pijama rosa dos UrsinhoCarinhosos, do lado de um cara que cheirava a denpodre e cerveja e estava com a mão dentro da minhoupa. O cara estava chapado demais para se afastar d

mim rápido o suficiente, e havia vários saquinhos d

metanfetamina em cima da mesa de centro. Minha mãstava sentada no sofá à minha frente, observando tudom uma expressão de desinteresse. Não sei se eimplesmente não se importava ou se também estav



hapada demais para se importar. Acho que, no fim daontas, isso não tinha realmente importância.

Fiquei sentada, imóvel, enquanto os policiafastavam o homem de perto de mim. Àquela altura, e

á havia aprendido que não adiantava brigar. Desaparecera a minha melhor opção, e se eu não conseguisse mnfiar dentro de um armário ou embaixo de uma camntão dava um jeito de sumir dentro da minha próprabeça. Eu tinha 10 anos.

Acho que aquele primeiro lar adotivo era igual a umgaveta de tranqueiras. Sabe, tipo aquela que você tem nozinha, na qual guarda todos os cacarecos que não têm

utilidade e que você não sabe mais onde colocar

Éramos todos como peças aleatórias jogadas ali, semelação uns com os outros a não ser o fato de sermoodos tranqueiras.

Alguns dias depois que eu cheguei, Willow apareceuuma loirinha com jeito de fada e olhos sombrios. Ela nã

alava muito, mas naquela primeira noite subiu na minhama, se acomodou entre mim e a parede e encolheu orpo como uma bola. Durante o sono choramingou mplorou para que alguém parasse de machucá-la. Nã



precisei de muita imaginação para deduzir o qucontecera com ela.

Tomei conta dela o máximo que pude depois dissomesmo Willow sendo apenas um ano mais nov

enhuma de nós era exatamente uma força a ser levadm consideração – duas garotas maltratadas, que j

haviam aprendido que confiar nas pessoas era umnegócio arriscado –, mas Willow parecia ainda marágil do que eu, e o menor dos maus-tratos já a deixavm frangalhos. Por isso eu assumia toda esponsabilidade e aceitava os castigos por coisas quinham sido culpa dela. Deixava que ela dormisse tod

noite comigo e contava histórias para tentar acalmá-la

fastar os fantasmas que a assombravam. Eu não tinhmuita coisa neste mundo, mas era boa em contahistórias e sempre inventava uma nova para tentar daentido aos pesadelos dela. Para dizer a verdade, a

histórias eram tanto para mim quanto para ela. Eu estav

entando entender, também.Ao longo dos anos, fiz o que pude para amar aque

garota, Deus sabe disso. Mas, por mais que eu quisesspor mais que tentasse, não consegui salvar Willow

cho que ninguém teria conseguido, porque a tris



ealidade era que ela não queria ser salva. Havia sonvencido, desde bem cedo, de que não era digna dmor. Essa mentira se entranhou em sua alma e Willow

passou a vivê-la e respirá-la. Isso foi a base para toda

s escolhas que ela fez e para todos os corações qupartiu, inclusive o meu.

Um mês depois de Willow e eu termos nos mudadpara aquele lar adotivo, um garoto de 11 anos aparecepor lá. Era alto, magrelo e bravo. Chamava-se Leogrunhia sim e não como resposta para os responsávepelo lar adotivo e mal olhava nos olhos das pessoaQuando ele chegou, estava com um braço engessadoom manchas roxas já começando a ficar amareladas n

osto e marcas no pescoço que pareciam ter sidausadas pela pressão de dedos. Ele dava a impressão der raiva do mundo e meu bom senso me dizia que dever uma boa razão para isso.

Leo... Leo. Mas sei que não posso pensar nele. Nã

me permito fazer isso, porque é doloroso demais. Dudo o que já passei na vida, ele é a única coisa em qu

não consigo pensar por muito tempo. Leo tem um lugano meu passado e é lá que o deixo... até o ponto quminha mente e meu coração conseguem.



Sou arrancada do meu devaneio quando o pastoinaliza que eu vá até a frente, para o elogio fúnebrnfelizmente, Willow nunca fez amizade com ninguémapaz de se levantar da sarjeta às nove da manhã de um

domingo, por isso minha plateia é pequena e pelo menometade dela é de pessoas de ressaca, se não aindbêbadas. Posto-me atrás do púlpito, encaro o grupo nesse momento, eu o vejo, inclinado contra uma árvorvários metros afastado do resto dos presentes. Vê-lo ame surpreende. Eu tinha certeza de que não estava sendeguida. Mas como e por que o homem estaria ali se nã

houvesse me seguido? Não tenho nenhuma dúvida dque nunca o vi com Willow. Teria me lembrado de um

ara como ele. Encaro meu perseguidor misterioso poum instante e ele mantém o contato visual, com umxpressão indecifrável no rosto. Essa é a primeira ve

que nossos olhares se encontram. Balanço a cabeçevemente, volto a me concentrar e começo a falar.

– Era uma vez uma garotinha muito linda e muitspecial, que foi mandada por anjos para uma terr

distante, para ter uma vida encantada, cheia de amor elicidade. Eles a chamavam de Princesa de Vidro

porque sua risada lembrava o tilintar dos sinos de vidr



pendurados no portão do paraíso, que badalavam cadvez que uma nova alma era recepcionada. Mas o nomra muito apropriado também porque a garotinha er

muito sensível, amava profundamente e tinha um

oração muito fácil de ser partido.Faço uma pausa rápida e continuo: – Durante os preparativos para a viagem dela a ess

erra distante, um dos anjos mais novos cometeu umrro, houve uma confusão e a Princesa de Vidro acaboendo mandada a um lugar aonde não deveria ir, umugar feio, escuro, dominado por gárgulas e criaturas d

mal. Mas quando uma alma é colocada dentro de umorpo humano, a situação é permanente e não pode se

modificada. Apesar de os anjos terem chorado dngústia pelo destino que a Princesa de Vidro teria quuportar, não havia nada que pudessem fazer a não se

observá-la e tentar encaminhá-la na direção certa, longda terra das gárgulas e das criaturas do ma

nfelizmente, logo depois que a Princesa de Vidro chegoessa terra, a crueldade das bestas ao redor provoco

uma enorme rachadura em seu coração sensível. mbora muitas outras criaturas menos malvados tenhamentado amar e cuidar da princesa, porque ela era linda



muito fácil de amar, o coração dela continuou a rachaté se esfacelar por completo, ficando partido parempre.

Fico em silêncio por um momento e então prossigo:

– A princesa fechou os olhos pela última vepensando em todos os monstros que haviam sido tãruéis com ela e feito seu coração se despedaçar. Mariaturas do mal, não importa quão transtornadas sejam

nunca têm a última palavra. Os anjos, sempre por pertodesceram do paraíso e carregaram a Princesa de Vidrde volta para lá, onde curaram seu coração partido duma vez por todas. A princesa abriu os olhos, deu seindo sorriso e sua linda risada, que ainda soava como

ilintar dos sinos de vidro, como sempre. A Princesa dVidro enfim estava em casa.Volto para o meu lugar, passando no meio no grup

eunido, alguns rostos distraídos, outros ligeiramenonfusos. Tenho certeza de que estão se perguntand

por que acabo de narrar um conto de fadas infantil nvelório de uma viciada em drogas. Mas isso é entre mim

Willow. Sei que, em algum lugar, ela ouviu a história stá sorrindo. Olho de relance para o homem apoiado nrvore e ele parece paralisado, os olhos ainda fixos no



meus. Franzo a testa de leve. Se eu conhecia bemWillow, a presença daquele sujeito ali não significa booisa. Será que ela devia dinheiro a alguém? Ele vem meguindo para descobrir se posso pagar a dívida dela

Franzo a testa de novo. Com certeza, não. Acho qudepois de trinta segundos fica perfeitamente claro qumeus investimentos financeiros são... hã... inexistentes.

– Não entendi muito bem o que você disse, queridmas foi bonito – comenta Sherry, colega de apartamentde Willow.

Com “colega de apartamento”, quero dizer que era nasa dela que Willow passava a noite quando não estav

por aí com algum namorado.

Sherry é um pouco dura e aparenta uns dez anos mais do que sua idade verdadeira. Seus cabelos sãpintados de louro, mas a raiz de 2 centímetros é pretntremeada de fios grisalhos. Ela está usando um deco

generoso demais para um velório... aliás, é generos

demais até para uma boate com mulheres dançanddentro de gaiolas. A pele é curtida e castigada pelo sol Sherry tem uma grossa camada de maquiagem aplicadno rosto. Os sapatos plataforma estilo stripperrematam o visual. Mas, apesar da série de gafes em



matéria de moda, ela tem um bom coração e tentou amáximo ser amiga de Willow. No entanto, acaboprendendo a mesma lição que eu: se alguém es

determinado a se autodestruir, não há muito o que s

possa fazer a respeito.Quando volto a olhar, o homem misterioso sumiu.



c a p í t u l o 3

Fui de ônibus para o cemitério, mas Sherry me dá um

arona de volta para minha casa. Quando saio apressad

do carro, acenando, depois de lhe agradecer, ela grita: – Vê se não some, querida!Entro correndo no apartamento e troco o vestid

preto sem mangas e os sapatos de salto do velório pe

meu uniforme de trabalho. Sou camareira no Hiltodurante o dia e trabalho em meio expediente comgarçonete para um bufê, em geral nos fins de semana noite, ou quando me chamam. Não é glamouroso, maaço o que preciso para pagar o aluguel. Eu me sustent

tenho orgulho disso. Sabia que no dia em qu



ompletasse 18 anos, teria que ir embora do lar adotivda vez, e isso ao mesmo tempo me empolgava e mdeixava em pânico. Finalmente deixei de fazer parte distema, e estava livre para viver do jeito que queria

decidir meu destino, mas também estava mais solitárdo que nunca. Sem família e sem rede de segurança parme amparar se caísse, eu não tinha mais a garantia nemde um teto nem de três refeições por dia. Preciscalmar a mim mesma durante os ataques de pânico quive. Mas quatro anos se passaram e estou indo bem

Quero dizer, depende da sua definição de “bem”... achque é muito relativo.

Não é que eu não queira mais. Sei que tenho

endência de “não correr riscos” em relação à maiordas coisas, incluindo ambição. Mas também sei que jpassei por dificuldades suficientes para uma vida inteir

ão correr riscos pode ser tedioso, mas também é umdesejo para quem nunca viveu assim antes. Po

nquanto, estou satisfeita.Depois de descer do ônibus no centro da cidad

aminho rápido até a entrada de serviço do hotel enormbato o ponto bem na hora. Abasteço o carrinho d

impeza e sigo até o último andar do prédio, onde fica



obertura. Bato delicadamente na porta e, como não hesposta, abro-a com meu cartão. Entro com o carrinh

dou uma olhada no quarto. Pareceria vago se nãstivesse um tanto bagunçado, então começo a fazer

ama. Ligo meu iPod e canto junto com Rihanna. Sorrirebolo enquanto coloco um lençol limpo na cama kin

ize. Essa é uma das coisas que adoro nesse trabalhoPosso ficar perdida em meus próprios pensamentos e impeza é apenas uma atividade monótona de fundoogo o edredom limpo sobre a cama e já estoomeçando a esticá-lo quando percebo um moviment

pelo canto dos olhos. Eu me viro, sobressaltada, e deixscapar um som abafado de surpresa. Há um homem

parado atrás de mim, com um sorriso afetado no rostopoiado contra o batente da porta com um adespreocupado. Tiro os fones de ouvido e piscapidamente, envergonhada.

– Desculpe – digo. – Achei que não havia ninguém

no quarto. Se quiser que eu volte mais tarde, não hproblema nenhum.

Passo as mãos pela saia do uniforme, nervosa. olhar dele segue minhas mãos e desce até minhas pernantes de voltar lentamente a encontrar meus olhos. Me



oração está acelerado e sinto uma onda de ansiedade mdominar.

Começo a rodar o carrinho em direção à porta. Ele sdianta com rapidez, me pegando de surpresa, e segura

barra do carrinho. – Não precisa, sério – diz ele, a voz suave. – J

stávamos de saída. Eu estava só curtindo o show.O homem sorri e seu olhar percorre meu corp

preguiçosamente de novo, dos pés aos seios. Eu mudde posição, inquieta, me sentindo desconfortável. Nessmomento, uma mulher entra no quarto. É linda, oabelos louros bem penteados, a maquiagem impecávefico constrangida no mesmo instante. Aceno com

abeça na direção dela e começo a caminhar em direçãporta. – Eu volto mais tarde – murmuro.Mas os dois também estão seguindo para a porta e

mulher diz:

– Estamos realmente saindo. Fique e termine rabalho. – Ela me lança um olhar de desdém, dá d

ombros e acrescenta: – E certifique-se de esvaziar a lade lixo. A última garota que limpou o quarto esqueceu.



O homem sorri para ela e dá um tapinha em seraseiro quando a mulher passa pela porta. Ela deixscapar uma risadinha.

Fico imóvel por um minuto depois de eles fecharem

porta ao sair, tentando recuperar a atitude descontraídde antes. Mas meu ânimo mudou subitamente e me sintmelancólica de um modo em que não quero pensamuito.

Termino meu turno e, quando estou batendo o pontpara sair, minha amiga Nicole aparece atrás de mim ambém bate o dela.

– Esnobes cretinos do décimo segundo – resmung– Juro que parece que alguns hóspedes foram criado

m um estábulo. Levo duas horas para limpar trêquartos naquele andar. Nojento. Nem queira saber. Agorstou atrasada para pegar Kaylee. Você vai comigo até

ponto? Meu carro está na oficina. – Ela pega o casacnquanto fala.

Sorrio para Nicole e me encolho em meu própriasaco enquanto caminhamos para a porta.

– Poderíamos criar uma lista de itens “para ajudar quipe de camareiras” para entregarmos quando o



hóspedes fizessem o check-in. O que acha? – sugiro emom sarcástico.

– Sim! Número um, por favor, pelo amor de Deunrole suas camisinhas usadas em papel higiênico

ogue-as no lixo. Está além das atribuições do meu carger que esfregar suas... coisas secas no tapete porqu

você jogou a camisinha embaixo da cama.Simulo um som de vômito, mas estou rindo enquant

ndamos apressadas para o ponto de ônibus. – Muito bem – continuo. – Número dois, por favo

não corte as unhas dos pés na cama. Prefiro não setacada por uma chuva de pedaços de unha quandacudo seus lençóis e depois ter que ficar de quatro n

hão catando todos eles. – Ah, meu Deus! Sério? Que porcos!Mas ela também está rindo, enquanto balança o

abelos louros.O ônibus dela está chegando ao ponto ao mesm

empo que nós e só consigo lhe dar um abraço rápido. – Vejo você na quarta à noite – digo, depois atravess

rua para o ponto onde vou pegar o meu ônibus, que vna direção oposta.



Nicole sempre me faz sorrir com seu jeitdescontraído e seu senso de humor. Ela é casada comum cara fantástico chamado Mike e eles têm uma filhde 4 anos, Kaylee. Ele é eletricista e ganha bem, ma

icole trabalha como camareira uns dois dias na semanpara conseguir uma renda extra e, como ela mesma diumentar seu orçamento para sapatos. Nicole é louca poapatos e, quanto mais altos, melhor. Não sei como eonsegue andar em cima daquelas coisas.

Nós começamos a nos dar bem assim que noonhecemos no trabalho, há três anos. Nicole e Mike mhamam para jantar pelo menos uma vez por semandoro passar algum tempo com eles e com Kaylee

bsorver a alegria e o conforto de uma família amorosazendo algo tão simples quanto comer juntos. O que odois não podem entender completamente é que, parmim, jantar com uma família unida não é apenaspecial, é tudo. Tudo o que eu nunca tive.

Nicole e Mike sabem que cresci em lares adotivomas não sabem muito mais do que isso. São pessoaboas, trabalhadoras, que moram em uma casa de doquartos muito bonitinha, em um bairro decente, e nãquero levar histórias de vício em drogas, prostituição



buso sexual para o mundo deles. Não que os dois sejamngênuos e não imaginem que essas coisas acontecem

mas em muitos sentidos Nicole e Mike são minha bolhmeu porto seguro longe daquele mundo, e quero mante

s coisas assim.Pego na bolsa o romance que estou lendo e m

oncentro nele enquanto o ônibus começa sua jornadpela cidade até minha casa. Estou tão concentrada neitura que quase passo do meu ponto e tenho que desceorrendo. Caminho os cinco quarteirões até meu prédio

passo pela portaria e balanço a cabeça ao ver que ranca está quebrada de novo. Está certo, a seguranç

não é exatamente perfeita ali, mas o lugar é limpo e me

partamento tem uma varanda nos fundos, onde o sbate e onde cultivo algumas árvores frutíferas em vasograndes e muitas flores. Às vezes me sento ali fora noite com um bom livro e me sinto satisfeita. E isso é bastante.

Estou um tanto desapontada por meu perseguidoobviamente estar de folga nesta noite. Não deixo de notaque esse não é um pensamento dos mais saudávei

inda assim, sorrio.



Entro no boxe para tomar banho e fico paradmbaixo do chuveiro por mais tempo do que deverigua quente não é de graça... mas me permito ess

pequeno luxo hoje, enquanto deixo cair as lágrimas qu

abia que viriam por causa de Willow. – Descanse em paz, princesa – sussurro enquanto

ducha quente cai sobre o meu corpo e se mistura ahoro.

Depois de algum tempo, saio do banho e me seco.Visto uma calça de malha e um moletom folgado

vou à cozinha para preparar alguma coisa para o jantaqueço um pouco da sopa de legumes que fiz uns do

dias antes e coloco o pão na torradeira. Ainda sobra sop

uficiente para encher um recipiente pequeno. Faço issvou até o apartamento da Sra. Jenner. Bato de leve nporta. Quando ela atende, sorrio e pergunto:

– Já jantou? Se ainda não tiver comido nada, trouxum pouco de sopa de legumes que eu fiz.

Sei que a renda da Sra. Jenner é muito apertaddesde que o marido morreu, por isso, sempre que tenhlguma coisa extra, levo para ela.

A Sra. Jenner sorri, animada, e responde:



– Ah, querida, você é sempre tão gentil. Muitobrigada.

Retribuo o sorriso. – De nada. Boa noite, Sra. Jenner.

De volta à minha cozinha, coloco meu próprio jantam uma bandeja e levo-o para o único outro cômodo

que é bem pequeno. Sento no chão e encosto no sofá ddois lugares enquanto como. Não há espaço para muitomóveis em uma quitinete, mas tudo bem, porque nãecebo ninguém mesmo. Coloco o DVD de Um sonho diberdade e começo a assistir. Não gasto o pouco que mobra em TV a cabo, por isso tenho que me contentaom os DVDs que compro em bazares. Com

normalmente prefiro ler, não me importo.Depois de lavar a louça, acabo pegando no sondiante da TV e, quando enfim me arrasto para a cama, jpassa da meia-noite.

O alarme toca às sete da manhã. Saio da cama e vistminha roupa de corrida. O dia está frio, por isso coloc

os protetores de ouvido e o casaco de flanela. Passo un



dois minutos me alongando do lado de fora do prédio equando começo a descer a rua, a respiração sai emnuvens brancas de vapor à minha frente. Aperto na mã

chave da porta que está em meu bolso, como apren

om o instrutor de autodefesa em um curso que fiz nscola técnica. Isso me acalma. Continuo a segurar have até chegar à trilha de corrida já meio cheia n

parque, então fecho o zíper do bolso em que está have, coloco os fones de ouvido e pressiono o play n

meu iPod. Corro os 5 quilômetros habituais e volto parasa me sentindo forte e cheia de energia.

Tomo um banho rápido de chuveiro e seco meuabelos longos e escuros. Depois de prendê-los em um

abo de cavalo, visto uma calça jeans velha e um suéteinza largo. É meu dia de folga e só vou passear semumo, dar um pulo na biblioteca e passar o resto do d

na minha varanda, embaixo de uma manta, com um bomivro e uma xícara de chá. Me pergunto se com isso e

me qualificaria para receber a aposentadoria mais cedoEnquanto outras garotas de 22 anos devem estadescansando para ir a alguma boate tarde da noite, eumento minha coleção de chá. Pois é...



Meia hora mais tarde, depois de fazer a cama e dauma rápida arrumada no apartamento, estou começand

descer a rua em direção à biblioteca do bairro quandvejo um BMW prata-escuro estacionado a cerca de um

quarteirão do meu prédio. Não entendo nada de carromas reparo no nome do modelo que aparece na parte drás. M6. Dou um sorrisinho. Pelo visto ele está derviço hoje.

Chego à biblioteca e passo uma hora lá dentroscolhendo uma nova leva de livros para a semaneguinte. Separo quatro romances, um livro de culinárom receitas de baixo custo e outro sobre a Segund

Guerra Mundial. Posso não ter dinheiro neste moment

para fazer uma faculdade, mas o conhecimento está alcance de um cartão de membro da biblioteca, por issscolho um assunto novo para ler a cada semana.

No caminho de volta para casa, noto o homemmoreno, alto e bonito mais ou menos um quarteirão atrá

de mim, caminhando lentamente e fingindo falar aelular.

Tomo uma decisão. Sigo direto pelo meu prédiocelero um pouco o passo e, quando viro a esquinomeço a correr e entro em um beco no meio d



quarteirão. Continuo em disparada, com a esperança donseguir dar a volta e sair atrás do sujeito.

Estou sem fôlego quando dobro de novo a esquina dminha própria rua. Caminho apressada até o fim d

quarteirão e espio. Como eu imaginava, ele está paradno meio da rua, claramente confuso e sem saber ondme enfiei. Caminho pé ante pé até ficar atrás dele e digbem alto:

– É falta de educação perseguir estranhos.Ele se vira e dá um pulinho para trás enquanto deix

o ar escapar com força pelos lábios entreabertos. Seuolhos estão arregalados.

– Meu Deus! Você quase me matou de susto!

– Eu assustei você? – digo, pasma, encarando-rritada. – É você quem está me seguindorrateiramente. – Inclino a cabeça para o lado. –

propósito, cão farejador , quando estiver seguindlguém, é bom tentar ser um pouco mais discreto.

ceno na direção dele. – Ficar encarando a vítima nmeio da rua tende a denunciá-lo. – Estreito os olhos.

O homem permanece em silêncio, fitando-mntensamente, os lábios entreabertos. Que lábios ele temindos... Não se distraia, Evie. Ele ainda pode ser um



ssassino em série! Ou, no mínimo, um cara muitsquisito.

Coloco as mãos nos quadris. – Mas não se desespere. Tenho certeza que, com um

pouco de esforço, você pode melhorar. Deve havelgum tutorial ou alguma outra coisa que possa ajudá-lo

Quem sabe um livro sobre o assunto? Como persegualguém sorrateiramente: volume para iniciantes, talve– Ergo uma sobrancelha.

Ele está imóvel e continua a me encarar em silêncipor vários segundos, então cai na gargalhada.

– Ora, ora, você é mesmo uma figura, não é?Mas há admiração na voz dele. E a risada... Uau,

uma risada muito interessante.Eu o examino por um instante. Meu Deus, eu já tinhchado que ele era bonito antes, mas de perto o homemdevastador! O maxilar quadrado, o nariz reto, os olho

astanhos profundos. Se há alguma imperfeição nel

alvez seja o fato de ser um pouco perfeito demais, se que isso é possível. É alto, tem os ombros largos e bem masculino, com a sombra da barba por fazer quparece ser proposital, e não por descuido. E quando ei, juro que uma parte da minha alma – aquela que guard



egredos até de mim mesma – tenta ir na direção delomo se a felicidade desse homem fosse um ímnvisível para o meu coração. Que loucura. Nem sequeonheço esse cara. E tenho que me lembrar: perseguido

potencialmente esquisito e assustador. – Muito bem – digo. – A brincadeira acabou. Por qu

stá me seguindo?Estreito mais uma vez os olhos quando o encaro

Para ser sincera, não estou nervosa. Não há nenhumvibração de perigo vindo desse homem. E já deparei compraticamente todas as formas de sordidez humanPosso até dizer que sou uma especialista nesse assunto

Então, ele faz algo que me tira do prumo. Passa

mão pelos cabelos grossos, castanho-caramelo, abaixa abeça, mas levanta os olhos para mim e ergue aobrancelhas de um jeito tímido e inseguro, só qu

muito, muito sexy. Eu quase desmaio. Aquele olhanaquele momento, é fatal. Aposto que conquista muita

garotas de imediato só com aquele olhar. Endireito orpo, chocada com meus pensamentos. Não sou dipo que desmaie por causa de homem. E menos aind

do tipo que seja conquistada com facilidade.Volto a mim quando ele fala:



– Estou sendo assim tão óbvio, é?Então ele tem a decência de parecer envergonhado

Dá um passo na minha direção. Eu recuo um passo. Epara.

– Não vou machucar você – diz, e parece que o fatde eu desconfiar dele realmente o magoa.

Jura? Preciso lembrá-lo mais uma vez de que é umperseguidor sorrateiro? E, para ser sincera, não estoom medo dele, mas também não o conheço, e mante

uma distância saudável de estranhos é sempre uma bodeia.

– Sim, você está sendo assim tão óbvio. – Inclino abeça e minha voz agora é mais gentil: – Chega d

oguinhos. Quero saber por que está me seguindo.Ele parece considerar se deve me responder ou nãoEntão me olha nos olhos e diz em voz baixa:

– Conheci Leo. Ele me pediu para ver como vocstava.



c a p í t u l o 4

Meu mundo parece parar de girar e fico paralisada

boquiaberta.

– O quê? – Minha voz sai como um grasnado. Comum nome ele me deixa trêmula, me tira do prumo. Mame controlo. Esse estranho não precisa saber o efeitque causou em mim. Endireito o corpo e pergunto em

uma voz mais firme: – Como assim, conheceu Leo? Não demonstro o medo que sinto do que podignificar o uso do verbo no passado.

É claro que me perguntei milhares de vezes slguma coisa grave teria acontecido com Leo, tentand

me convencer de que alguma coisa teria que te



contecido para ele não ter entrado em contato comigdurante todos esses anos. E principalmente por ele tequebrado a promessa de me escrever assim quhegasse a San Diego. Minha mente criou um milhão d

enários naqueles primeiros meses para justificar por quo meu Leo, tão querido e lindo, havia desaparecido nmundo... um acidente de carro quando ia do aeroportpara o novo lar... um ladrão pego de surpresa na casquando eles chegaram...

Assim que fiz 16 anos, fui até a biblioteca e pesquisos jornais da Califórnia, da semana em que Leo smudou, procurando alguma matéria sobre a morprematura de uma mãe, um pai e um filho adolescente.

ada busca infrutífera sentia ao mesmo tempo alívio rustração, e meu coração se partia um pouco mais.Cheguei a criar uma conta falsa no Facebook par

procurá-lo, mas não encontrei nada. Eu não tinha umonta no meu nome na rede social. Havia pessoas d

mais do meu passado que poderiam tentar entrar emontato comigo, e disso eu com certeza não precisava.

O problema era que eu tinha poucos dados sobre amília que adotara Leo. Sabia apenas que o pai adotiv

dele trabalhava em um hospital. Não sabia se era médico



e fazia parte da administração do hospital ou de outrdepartamento. Essa informação, a cidade para ondstavam se mudando e o nome e a idade de Leo eramudo o que eu tinha.

É claro que, com minhas fontes de consulta limitada– apenas o computador da biblioteca e matérias de jornntigas –, não era de admirar que eu não houvesse id

muito longe.Como não tive sucesso nas minhas tentativas d

ncontrar alguma informação sobre Leo, jurei para mimmesma que pararia de ficar pensando nisso o tempodo. Era doloroso demais, quase insuportável. Assim

no meu aniversário de 18 anos, o dia em que e

prometera aparecer para me buscar, fechei os olhos, aágrimas escorrendo pelo rosto, e imaginei Leo sorrindpara mim de cima de um telhado, sob um céu dnverno, e foi ali que o deixei na mente.

Levanto os olhos para o homem que me avalia com

esta levemente franzida. Ele não tenta se aproximar nemme tocar de forma alguma. Eu me viro, ando até odegraus de uma varanda que dá para a rua, algunmetros atrás, me sento e respiro fundo. Minhas pernastão bambas. Repito a pergunta:



– Como assim, conheceu Leo?O homem caminha devagar na minha direção

gesticula para a escada onde estou sentada, pedindpermissão silenciosamente para se sentar também

ssinto. Ele se acomoda na outra ponta da escada, umdegrau abaixo do meu, se vira um pouco na minhdireção e se inclina para a frente, apoiando os cotoveloobre as coxas musculosas. Sinto o perfume da colôn

dele, um delicioso cheiro amadeirado de limpeza. homem suspira e diz:

– Leo morreu em um acidente de carro no anpassado. Éramos amigos, fazíamos parte do mesmo timda escola. Por alguns dias chegamos a pensar que e

obreviveria, mas isso não aconteceu. Nós fomos visitáo e nesse dia ele me puxou para o lado e me falou umpouco sobre você. E me fez prometer que a procurariame certificaria de que você estava bem e feliz. Leo sabque eu estava me mudando para cá para trabalhar n

mpresa do meu pai e que seria fácil ver pessoalmenomo você estava.

Ele está com a testa franzida e fala devagar, como spara se certificar de que está me dando as informaçõe



da maneira correta. E também está escondendo algumoisa. Não sei muito bem como sei disso, apenas sei.

Me sinto entorpecida e confusa e fico em silêncipor um longo tempo.

– Sei. O que exatamente Leo lhe contou a meespeito? – pergunto, por fim, abaixando os olhos para

homem.Ele está me observando com atenção. – Só que conheceu você em um lar adotivo e qu

você era especial para ele. Disse que vocês perderamontato, mas que ele sempre se perguntou que rumo ua vida havia tomado. Só isso.

Não digo nada e ele continua:

– Me mudei para cá em junho, mas levei algunmeses para me instalar. Então finalmente tive tempo parer o perseguidor sorrateiro que prometi ser.

Ele sorri para mim, me olhando através dos longoílios cor de caramelo. Mas agora o sorriso é trist

nseguro.Ofereço um pequeno sorriso em retribuição. Não vo

demonstrar quanto as palavras dele sobre Leo mmagoam. Perdemos contato? E durante todos aquelenos ele estava vivo, bem, morando em San Diego,



amais me escreveu nem uma linha, não telefonou nementou entrar em contato comigo de qualquer outr

maneira? Por quê? Nem sei como digerir o fato de tecabado de saber que ele morreu. Ele está morto. Precis

r para casa e me encolher num canto por algumahoras. Preciso digerir isso. Levanto, ainda trêmula, e homem se coloca de pé em um pulo ao meu lado. Secs mãos suadas na minha calça jeans.

– Lamento saber disso – digo por fim. – Parece quvocê não sabe muito sobre a nossa história, mas Leo fuma pessoa que quebrou uma promessa que havia meito. Isso aconteceu há muito tempo e não penso ma

nele. Não havia razão para ele pedir que você checass

omo eu estava. Se Leo quisesse saber que rumo minha vida havia tomado, ele mesmo deveria ter entradm contato comigo antes de... Bem, antes.

Faço uma pausa breve e prossigo: – Ainda assim, foi gentil da sua parte manter

palavra que deu ao seu amigo. E agora seu trabalho eseito. Aqui estou eu, muito bem. Missão cumprid

Último desejo realizado.Forço um sorriso, mas tenho certeza de que ma

parece uma careta. O homem não sorri de volta. Parec



flito. – A propósito, posso saber o nome do me

perseguidor particular?Ele sorri, mas o sorriso não chega aos olhos.

– Jake Madsen – responde, ainda me olhandixamente.

– Bem, Jake Madsen, ou perseguidor sorrateiroobviamente você já sabe que meu nome é Evelyn CruisE também já sabe que todos me chamam de Evie.

Estendo a mão para apertar a dele e, quando encosta nela, seu toque parece produzir minúsculaaíscas. De repente só consigo sentir minha mão. Todas outras partes do meu corpo que não estão send

ocadas por Jake Madsen pararam de existir. É muitstranho e me pergunto se ele está sentindo o mesmo. ulgar pelo modo como encara intensamente as nossamãos, com um pequeno sorriso curvando um dos cantodos seus lábios, parece que sim. Bem, então acho qu

xiste alguma química entre nós. Grande surpresaQuem não teria alguma química com um homem desseEle provavelmente está rindo por dentro e pensand

ais uma? Sério?. Tenho certeza de que todos os diaentenas de mulheres se derretem aos pés dele na ru



Deve ser muito bom para ele. E o fato de que estopensando nisso depois de ter acabado de escutar que mor da minha vida não está mais neste mundo está m

deixando muito, muito confusa, além de bastan

ssustada, para não falar na mágoa que estou sentindoPreciso ir embora.

Sou a primeira a me afastar e, quando faço isso, Jakranze a testa e levanta os olhos para encontrar os meus

– Tchau, Jake – digo.Então me viro e começo a caminhar em direção a

meu prédio. – Evie – chama ele.Eu me viro.

– Vai sentir falta de mim, não vai? – Jake esorrindo. – Sabe, Jake... Acho que vou.Dou um sorrisinho também, volto a me virar

celero o passo para casa.

Assim que fecho a porta do meu apartamento, arrino chão, dobro o corpo em posição fetal e choro pelmeu amor, pelo meu Leo. Minhas lágrimas são dristeza, de perda, de confusão, de mágoa. São lágrima

pelo garoto que perdi e que não me quis. Senti raiva



decepção por todos aqueles anos, mas descubro quinda sou capaz de sofrer por saber que a linda alma d

Leo não caminha mais por esta terra, e a dor de percebeomo isso é definitivo é quase demais para suportar.

Finalmente adormeço ali mesmo onde estou, mas jei por experiências passadas que não é necessário estacordada para chorar.



c a p í t u l o 5


jantar neste lugar é sempre um caos. Meu trabalhencher as jarras de água e colocar copos para todo

stou parada diante da pia, enchendo a segunda darês jarras altas, enquanto todas as outras crianças s

agitam ao meu redor, barulhentas, fazendo suas tarefam relação ao jantar. Elas conversam, riem e alguma

mais velhas brigam entre si.

Eu ocupo meu lugar de costume à mesa, mas estnoite é diferente porque o garoto novo, Leo, está sentadao meu lado, emburrado, na cadeira em que Alex, umenino orelhudo de 12 anos, costumava ficar. Alex fo

mbora há três dias, para outro lar adotivo. Este luga



m que estamos é apenas um local provisório parrianças que precisam de abrigo imediato. No fim, todoão acabar sendo transferidos.

Esta é a primeira noite de Leo aqui. Ele fico

ncarregado de colocar os guardanapos no lugar e notque os dispôs à direita, quando deveriam ficar squerda. Só sei disso porque gosto de ler e aprendoisas aleatórias assim nos livros.

Enquanto estamos sentados esperando que a comideja servida pelos donos do lar adotivo e pelas duailhas adolescentes deles, Allie, uma menina de 13 anoom espinhas no rosto e pneuzinhos escapando pelintura da calça, tão apertada que me parece dolorosa

ega uma ervilha da tigela que acabou de ser posta nmesa e joga em mim. – Ei, sua vagabunda – sussurra ela. – Ouvi dizer qu

a vadia da sua mãe não apareceu no tribunal hojevia estar ocupada com algum cara em um beco, pr

anhar uns trocados. Filho de peixe, peixinho é, vocabe.

Abro bem os olhos e sinto as lágrimas arderem. Nãou chorar. Não vou chorar. Abaixo os olhos para rato.



É claro que não há segredos nesta casa. Quem quiseode ouvir sem a menor dificuldade quando a assistenocial conversa com os responsáveis na sala de estar, quica na parte da frente da construção. E logo os rumore

e espalham. Estamos todos dolorosamente conscientede todos os pesadelos que cada um de nós enfrento

ara acabarmos ali, naquela miscelânea de desespero. Eu também sei os segredos de Allie. Sei que a mã

dela morreu e que o pai basicamente enlouqueceu e nãonsegue trabalhar, nem tomar conta de Allie e da irm

dela. Mas não digo nem uma palavra. Estou segurando a mão de Willow por debaixo d

mesa – ela está sentada bem à minha frente e aperta

minha mão com carinho, os olhos bem abertoncarando o prato. – Só estou sendo SINCERA, Evie – diz Allie, rindo

um som feio que parece um ronco. – É melhor vocncarar a verdade.

Por que será que toda pessoa propositalmente cruarece se considerar o exemplo perfeito de umranqueza necessária? Como se o alvo de seuomentários devesse agradecer a elas por destroçareeu coração com aquele toque especial de honestidade.



Não respondo e Allie logo encontra algo manteressante com que se ocupar do que eu e meu silêncio

Depois de um instante, levanto os olhos e o meninhamado Leo está me fitando fixamente. Eu sustento se

olhar, e ele não o desvia de mim. – Por que está me encarando? – pergunto, irritada

entindo o rosto quente, e morta de vergonha pelo qule acabou de ouvir.

O garoto continua a me encarar por um instantntão dá de ombros.

– Porque gosto do seu rosto – diz ele, mas agora oantos de seus lábios estão levemente erguidos, em u

meio sorriso.

Sei que Leo está implicando comigo, mas não maldoso, e gosto do efeito de suas palavras em mimesvio o olhar, mas agora também estou disfarçando um

orriso.



c a p í t u l o 6

Acordo na manhã seguinte com a sensação de que um

aminhão passou por cima de mim. Ainda sinto um n

na garganta quando lembro que Leo morreu em umcidente de carro. Fecho os olhos e, mais uma vez, magino sorrindo para mim em cima do telhado, em um

noite de inverno. Pela segunda vez na vida, deixo-o lá, n

minha mente.Entro embaixo do chuveiro quente e fico ali por umternidade, sem me importar nem um pouco com onta de luz. Hoje vou dedicar o dia a coisaeconfortantes. Vou ficar largada pela casa, toma



orvete, ler, então vou jantar na casa de Nicole e Mike. ó disso que preciso.

Levo um bom tempo secando os cabelos, até qules caiam pelas minhas costas em ondas negras, entã

visto uma calça jeans escura bem justa e um suéteranspassado branco que sempre faz com que eu minta bonita.

Percebo que não tenho sorvete em casa e decido daum pulo no mercado para comprar pelo menos dopotes. Correrei uns 2 quilômetros extras amanhã.

Assim que coloco os pés para fora do prédio, vejake encostado em um carro, os braços cruzadoorrindo abertamente para mim. Ele está usando um

alça jeans de aspecto surrado e uma camisa cinza dmanga comprida com uma camiseta preta por baixoEssa é a primeira vez que o vejo usando jeans; mesmdurante a semana em que me seguiu pela cidade, estavde terno. Não deixo de perceber que ele fica muito bem

de jeans.Paro, cruzo os braços e inclino a cabeça para

direita. – Está precisando de ajuda para encontrar se

achorrinho perdido, imagino.



Ele semicerra os olhos em uma expressão divertida. – Na verdade, eu pensei em lhe oferecer uma bal

Meu furgão está bem ali...Agora ele está sorrindo. Será que estou send

xagerada ou ele ficou ainda mais lindo da noite para dia?

Não consigo evitar e sorrio de volta, balançando abeça.

Começo a caminhar e ele acerta o passo com o meuSinto novamente o perfume gostoso, amadeirado. Nossle é muito cheiroso. Abro um pouco a boca, porqu

quero sorver aquele odor por todos os sentidos. Ah, meeus, estou mesmo fazendo isso? Sinto o rosto quent

or favor, não permita que ele tenha visto isso! Não so que está acontecendo comigo. Por que não dá loguma lambida nele, Evie?, resmungo para mim mesmilenciosamente.

Viro a cabeça e levanto os olhos para o perfil perfeit

dele. Jake deve ter quase 1,90 de altura. Eu tenho 1,65Mas ele está olhando para a frente. Deixo escapar o aliviada.

Resolvo quebrar o silêncio:



– Sabe, tenho certeza de que há um monte de garotapor aí que adorariam ter a oportunidade de seremperseguidas por você. Não me parece justo que voconcentre toda a sua obsessão em mim.

Ele sorri. – Mas decidi que gosto de me concentrar em voc

Evie.Então ele para de sorrir. Olha de relance para mim

parecendo quase nervoso.Paro de caminhar e cruzo os braços. Ele par

ambém e o flagro dando uma rápida olhada para omeus seios, agora pressionados pelos meus braços. Ahspertinho. Mas gosto do fato de ele ter olhado, nã

onsigo evitar.Respiro fundo e digo, séria: – Escute, Jake. Você me pegou de surpresa, ontem

alando sobre uma pessoa em quem eu não pensava hmuito tempo, mas estou bem. Não precisa mais fica

hecando como estou. Minha vida está bem. Não mpolgante. Não é glamourosa. Mas tenho tudo de qu

preciso. Sou, hã, feliz.Essa última parte acaba soando mais como um

pergunta do que como a declaração que eu pretend



azer, mas resolvo deixar para lá.Jake passa a mão pelos cabelos e dá aquele olha

nseguro... argh, aquele olhar fatal de novo!, e diz: – Só achei que talvez você tivesse ficado um pouc

hateada depois que a deixei, ontem. E fui eu que borreci. Queria me certificar de que hoje você estav

bem. Não bem no geral, bem hoje.Ele parece tão sincero, como se estivesse realmen

preocupado comigo, que não consigo evitar um sorriso – Eu estava bem ontem – minto. – Não gosto d

aber que qualquer pessoa teve um fim trágico, mesmlguém que não conheço mais. Mas não é nada que um

bom sorvete não cure. É disso que estou indo cuida

gora. Quer me seguir até o mercado? Uma últimperseguidinha, em nome dos velhos tempos? – Piscpara ele.

Jake ri e voltamos a caminhar. – Não acho que seja perseguição se estou send

onvidado, mas, sim, adoraria acompanhá-la amercado.

– Não sei se estou preparada para essa enormmudança no seu status – brinco. – De perseguidor companhante em um dia? Você vai achar que sou fácil.



– Mostre o caminho, engraçadinha – diz ele, e pegaminha mão.

Me sobressalto um pouco e abaixo os olhos parnossas mãos unidas. Mãos dadas? Bem, isso é um

pouco esquisito. E aqui está novamente aquela sensaçãálida quando nos tocamos. O que só serve para tornarituação ainda mais esquisita. Ele só está sendo gentivie, porque acha que a deixou chateada. Controle-s

Mas continuo me sentindo desconfortável e acabetirando a mão da dele, com a desculpa de procurar o

óculos escuros na bolsa. Coloco-os no rosto, apesar do dia não estar nada ensolarado, e seguro a alça da bolsom as duas mãos, para que ele não se sinta tentado

pegar a minha mão de novo.Olho de relance para Jake e vejo que ele franze umpouco a testa, mas não diz nada e continuamos aminhar.

Toda a situação é mais do que estranha.

– Então – digo, tentando deixar as coisas menoonstrangedoras –, a empresa do seu pai é de quegmento?

Ele me dá uma olhada rápida antes de responder:



– Fazemos um produto utilizado pela divisão degurança interna do governo. Basicamente é umecnologia de raios X usada em aeroportos ao redor d

mundo. Há várias outras aplicações mais simples, ma

sse é nosso foco principal.Assinto e ele continua: – Meu pai começou a empresa há trinta anos. Um

parte dela funciona aqui e outra em San Diego, mas noúltimos anos a sede daqui estava passando podificuldades. Eu tinha começado a trabalhar com meu phá alguns anos, então me mudei para cá, para reforçar rea de Cincinnati. Na verdade, era só uma questão deestruturar e realocar alguns empregados de primeir

inha que estavam mais interessados em encher opróprios bolsos do que em fortalecer a empresa.Assinto de novo e viramos a esquina do mercado. – Seu pai deve confiar muito em você para lhe da

uma missão tão importante em tão pouco tempo

omento.Sinto o corpo dele se enrijecer um pouco ao lado d

meu. – Nunca dei muita razão ao meu pai para confiar em

mim. Mas ele faleceu há quase um ano, seis meses ante



de eu me mudar para cá.Jake está novamente com a testa franzida e não sei

que ele fez para precisar se redimir aos olhos do pai, mapor alguma razão tudo o que quero é fazê-lo sorrir.

Por isso, agora sou eu que dou a mão a ele e ncaro.

– Fico feliz por você ter alguma coisa com que sustentar depois da sua curta carreira de perseguidoorrateiro – digo, sorrindo.

Ele cai na gargalhada. E mais uma vez aqueensação me domina. Meu Deus, meus hormônio

precisam se acalmar urgentemente.As coisas ficam bem descontraídas entre mim e Jak

om bastante rapidez, e uma parte de mim ficntusiasmada com isso. Afinal, ele é lindo e parece seum cara legal. Mas outra parte está um poucpreocupada. No entanto, não sei nada sobre esse homemlém do pouco que ele me contou, e a ligação dele com

Leo me deixa confusa. Decido não esclarecer essonfusão, ao menos não agora.

Vejo uma garota linda, com longos cabelos ruivoaindo do mercado quando estamos entrando. Ela se vir



para olhar para Jake, mas ele não parece sequer notá-lo que me faz sorrir internamente.

Já que estou ali, decido comprar mais algumas coisameu carrinho já tem vários itens quando chegamos a

orredor dos sorvetes. – De que sabor você gosta? – pergunta Jake, abrind

porta do freezer. – Creme com nozes – digo, abrindo a porta de outr

geladeira.Ele pega um pote de creme com nozes ao mesm

empo que eu tiro um de outra marca. – Por que esse? – quer saber ele. – Este aqui é

dobro do preço. Só pode ser o melhor.

Balanço a cabeça, negando. – Não tem a ver com preço, Jake. Este aqui émelhor sorvete do mundo. Veja, é o que está escrito nmbalagem – comento com a expressão séria.

Ele olha de um pote para o outro.

– Evie – começa, como se estivesse explicando algpara uma criança de 5 anos. – Você sabe que eles podemscrever o que quiserem na embalagem, certo? Nãignifica que seja verdade.



– Bem, sabe de uma coisa? Você está certo etruco. – Mas também está errado. Acho que quasem por cento da certeza de ser o melhor se refere utoconfiança. Você pode até desconfiar que é o melho

pode ter esperança de ser o melhor, mas se não tiveoragem para se declarar o melhor, em letras garrafam uma embalagem, e deixar que os críticos se atrevam

testá-lo, então você provavelmente não é o melhoQuem consegue resistir a um cara que acredita em mesmo a esse ponto?

Jake está me encarando mais uma vez daquele jeitntenso, mas me limito a colocar o pote de sorvete narrinho e tomo a direção da fila do caixa, já deixei me

ponto de vista claro.Quando estamos terminando de passar as compraake pega a carteira e tenta pagar pelas minhas compra

mas afasto o dinheiro dele e entrego meu próprio cartãoEncaro-o com um olhar severo até ele balançar a cabeç

guardar o dinheiro. Talvez eu não seja responsável pelque parece ser uma empresa multimilionária, mas posspagar pelas minhas compras, caramba.

Voltamos ao meu prédio, caminhando em um silêncionfortável, cada um carregando duas sacolas d



mercado. – Então, posso saber o que você quis dizer quand

omentou que nunca tinha dado muitos motivos para eu pai confiar em você? – pergunto de forma casua

mas torcendo para ele me dar outras pistas sobre o quinha falado.

Se ele não era uma pessoa confiável, eu gostaria daber logo.

Jake suspira. – Fui um garoto terrível. Egoísta, rebelde. Fiz tudo

que meu pai não gostaria que eu fizesse. Se havia umoportunidade de autodestruição, eu era o primeiro da fil

ão fui exatamente o sonho de qualquer pai ou mãe.

Encaro-o com o que espero que seja uma expressãompreensiva e ele sustenta meu olhar com um ar tristake parece não esperar que eu diga alguma coisa, posso continuamos em silêncio.

Quando chegamos à frente do meu prédio, empurr

porta com o pé e entro. – A sua portaria não tem tranca? – pergunta Jake.Quando me viro para olhar para ele, percebo se

osto tenso. Jake parece irritado.



– Ah, não. Já liguei várias vezes para o síndico, maobviamente isso não é prioridade para ele. Este bairro bem seguro. Ninguém teria coragem de dizer que é melhor do mundo, mas é decente – brinco, tentand

deixar mais leve o estado de espírito subitamente tensde Jake.

Ele me segue e chegamos à porta do mepartamento.

Paro do lado de fora, Jake apoia as sacolas no chão me olha com expectativa.

– Hã, bem, obrigada, Jake – digo, sem intenção donvidá-lo para entrar no meu apartamento simple

minúsculo. – Foi uma ida ao mercado muito ma

gradável do que imaginei que seria.Sorrio e continuo a olhar para ele, sem me mexer.Ambos viramos a cabeça quando Maurice, me

vizinho do outro lado do corredor, um negro grande musculoso que trabalha na construção civil, abre a por

do apartamento e fica parado ali, os braços cruzadoncarando Jake com desconfiança. Ele parece capaz d

dobrar um caminhão ao meio, mas na verdade não passde um ursão fofo. Em troca de um ocasional prato d



bolinhos de mirtilos (favorito dele), ou de frutavermelhas (o segundo favorito), ele toma conta de mim

– Oi, Maurice – cumprimento, ainda sorrindo. – Esso Jake. Estou bem. Está tudo bem. Hã... estamos bem

– digo, constrangida.Maurice continua a olhar para ele como se

econhecesse de algum site de denúncia de taradoexuais, mas Jake se adianta e estende a mão para elimpático.

– Maurice – cumprimenta.Meu vizinho finalmente cede, aperta a mão estendid

de Jake e diz: – Jake.

Imagino que no manual de códigos masculinos issignifique que, por enquanto, as coisas estão bem. Ninguém diz nada por um longo minuto, até e

quebrar o silêncio: – Ah, obrigada, Maurice. Nos vemos mais tard

ntão?Maurice fica onde está por mais um instante e depo

diz: – Está certo. Estou aqui pertinho da porta, Evie. S

precisar de mim é só chamar, certo?



– Tudo bem, Maurice – respondo baixinho.Ele entra em casa, fecha a porta e Jake alterna

olhar entre mim e a minha porta, então suspira, passa amãos novamente pelos cabelos curtos e franze a tes

daquele seu jeito encantador. – Está certo, entendi. Não estou convidado a entra

Pode ao menos me dar seu telefone, Evie?Permaneço imóvel. Ah, bem, por que não? Gost

dele. É um cara bonito e legal e faz com que eu me sinbem de um jeito que ninguém consegue há muito, muitempo. Para falar a verdade, de um jeito que talve

ninguém jamais tenha conseguido. Não desde Leo... manão vou pensar nisso. Já se passaram oito anos. Eu er

muito nova na época. Em minha vida adulta, ninguémamais mexeu comigo do jeito que Jake Madsen mexmagino que isso seja muito comum no Mundo de Jak

mas com certeza não é no Mundo de Evie, e a sensaçãdeliciosa, empolgante.

– Me dê seu celular – digo.Quando ele me entrega o aparelho, digito o me

número e o devolvo a ele.Jake sorri para mim, então se afasta, dizendo:



– Cansei de persegui-la, Evie. Nosso relacionamentcabou de subir de nível.

Eu rio. – Você tira a graça de tudo, sabia, Jake Madsen?

Mas estou sorrindo como uma boba, e quando vejo eflexo de Jake no espelho percebo que ele também esth, meu Deus, Jake Madsen vai me ligar. Quero muit

que Jake Madsen me ligue. Droga.



c a p í t u l o 7

icole passa para me pegar logo depois das cinco,

me acomodo no banco do carona do pequeno Hond

prateado dela com uma garrafa de vinho tinto e um pratde brownies na mão. Kaylee adora brownies e eu adorKaylee.

– Você está com a pele linda! – comenta Nicol

orrindo. – Está usando um hidratante novo ou conheceo príncipe encantado? – O quê? Não. Provavelmente é só o ar frio.Mas acho que demorei demais a responder, porqu

icole está com uma cara perplexa e fala, agitada:



– Ai, meu Deus! Com certeza encontrou. Voconheceu um cara. Uau! Nossa, estou esperando isso héculos. Mas espere! Não me conte nada ainda. Mik

precisa ouvir todos os detalhes.

– O quê? Nicole, é sério. Não é nada. Na verdade... Franzo a testa. – E se não for nada?

Nicole está saltitando no banco do carro e comeumas vinte infrações de trânsito diferentes enquantcelera em direção à sua casa.

Quando para na entrada de veículos, ela desce mbora esteja usando sapatos de salto agulha vermelho

que parecem perigosos, corre até o meu ladopraticamente me arranca do carro e pega a garrafa d

vinho da minha mão.Ela abre a porta e Kaylee corre até nós, gritando: – Tia Evie! Tia Evie!Levanto-a no colo, rindo, e a abraço. Então afasto

ó um pouquinho e digo, séria:

– Kaylee, não achei que isso fosse possível, mavocê está mais bonita ainda. Estou preocupada com possibilidade de Cinderela perder o emprego...

Ela dá uma risadinha. – Não, a Bela! Quero ser a Bela!



– Muito bem, então a Bela está com sérioproblemas. – Coloco-a no chão com cuidado e digo emum sussurro: – Trouxe brownies. Jante direitinho e vganhar o maior pedaço de todos. – Pisco para ela.

– Está bem, tia Evie – sussurra ela de volta, em umom conspiratório.

Então sai correndo para continuar a brincar com aBarbies que abandonara no chão quando eu entrei.

Nicole, que acabou de checar alguma coisa no fornom um aroma delicioso, abre a garrafa de vinho quevei, pega duas taças em um armário e começa a servir

– Pode abrir o bico – diz ela, enquanto Mike desce ascadas, os cabelos ainda úmidos do banho.

– Evie – fala. – Como vai?Ele entra na cozinha e me dá um abraço rápidodoro Mike. Ele é um dos caras mais bacanas quonheço.

– Ela está ÓTIMA – interrompe Nicole. – Conhece

um cara. Estava prestes a me contar os detalhes. VenhVamos nos sentar.

– Estou falando sério, gente – digo. – Nic, você esxagerando. É só um cara lindo de morrer e divertid



que conheci quando ele estava me seguindo na semanpassada.

Arrio no sofá deles, pouso o vinho, pego uma revisque está sobre a mesa de centro e começo a folheá-la, s

para implicar com eles. Nicole e Mike não se sentam. Ficam parados no me

da sala, me encarando. – O QUÊ? – pergunta Nicole, enfim, com a vo

muito aguda. – Ele estava seguindo você? Por quêEspere! Como você sabe que ele estava seguindo você– Ela franze a testa. – Ele estava mesmo seguindo você

Mike continua em silêncio, mas me olha como sstivesse meio confuso e ligeiramente irritado com

possibilidade. Os dois se sentam no sofá menor à minhrente.Abaixo a revista e volto a pegar a taça de vinho.Penso em tudo o que aconteceu nas últimas 48 hora

de repente me sinto exaurida. Tomo um longo gole d

vinho. Bem, se vou contar tudo, então tenho que contaudo.

– Bem, a questão é que... acho que vou ter quomeçar do início, pessoal.



Nicole dá uma olhada no relógio e volta a me encaraomo se eu estivesse prestes a contar a coisa mamportante do mundo.

– O jantar ficará pronto em vinte minutos. Pode fala

Os olhos dos dois estão colados em mim. Adoro essasal, de verdade. Há muito tempo já deveria ter contad

mais a eles sobre o meu passado. Mas queria tantdeixar esse passado para trás...

– Vocês sabem que cresci em lares adotivos omeço. – Nunca cheguei a contar por que, ma

basicamente minha mãe era uma viciada que fazia o quosse preciso para conseguir drogas. Ela nunca smportou muito em saber onde eu estava, se hav

omida na geladeira ou se as minhas roupas estavamimpas. Também nunca se preocupou com quem levavo nosso apartamento quando dava suas festinhas, e issignifica que não ligava em me expor a qualquer tipo d

pervertido. Na verdade, algumas vezes ela não fez ma

do que observar enquanto a situação ficava bastanmprópria entre mim e vários de seus namorados. – Do

outro longo gole no vinho. – É claro que ela estava tãdoidona nessas ocasiões que é difícil dizer se tinha noçãdo que estava vendo ou não. Com sorte, eu consegu



me fazer invisível na maior parte do tempo quando estava em um dos seus maus momentos e a festinh

durava dias. Eu me escondia em um armário, embaixo dama ou em qualquer outro lugar em que pudess

ncaixar meu corpinho e sentisse que ficaria segura.Levanto os olhos e Nicole está com uma expressã

devastada, lágrimas brilhando nos olhos. Já Mike tem umr grave, o olhar fixo em Kaylee, que brinca com a

bonecas junto à mesa de jantar, distante o bastante parnão conseguir ouvir a conversa.

– De qualquer modo – continuo, com um suspiro –inalmente chamaram a polícia depois de uma dessaestinhas da minha mãe, e fui encontrada em um

ituação comprometedora com um dos convidadodrogados. Nicole deixa escapar um arquejo. O maxilar de Mik

stá cerrado. – Ah, querida... – sussurra minha amiga.

Faço um gesto descartando a preocupação dela. Jaz tanto tempo... Parece ter sido em outra vida.

Mas, para ser sincera, às vezes parece que fontem. Paro por um instante para organizar meupensamentos e emoções.



– Quando fui para o primeiro lar adotivo, logonheci um menino chamado Leo. Só ficamos n

mesma casa por alguns meses, mas criamos um vínculoé difícil explicar como essa ligação era forte par

lguém que não tenha estado numa situação como nossa, se sentindo tão só no mundo naquela idade. Faço uma pausa, perdida em pensamentos. – Não era so fato de estarmos em uma situação parecida... – Parde novo, pensando na melhor maneira de continuar. Foi como se eu houvesse encontrado a minha outrmetade, e finalmente me sentisse completa. Sei que podoar absurdo, porque eu tinha só 10 anos, mas é

verdade pura e simples. Foi como se todos aqueles de

nos tão sofridos tivessem tido como único propósitme colocar ao lado daquele garoto, naquele momentonaquele lugar, e por isso eu só posso ser grata poqualquer sofrimento que tenha me levado a ele.

Levanto os olhos para Nicole e Mike e os dois estã

me encarando com a mesma expressão perplexa. Achque nunca falei tanto sobre mim mesma para eles norês anos em que nos conhecemos.

– Evie – sussurra Nicole.Sorrio com carinho para ela e continuo:



– A princípio nossa ligação era como amigos. Equase chegava a pensar nele como um irmão mais velhoum protetor, mas os anos foram passando, nós ficamomais velhos e nos apaixonamos. E a verdade é que,

partir do instante em que isso aconteceu, todos omomentos que passávamos juntos eram lindos, mesmquando estávamos em lugares horríveis. Leransformou o que poderia ser uma vida de pesadelo em

um sonho.Faço uma pausa para respirar fundo e prossigo: – Eu ia e voltava do tribunal várias vezes, po

precisava testemunhar contra a minha mãe biológica, qununca aparecia para cumprir as exigências da lei.

Preciso de um instante para deixar passar a dor daqueembrança. – Leo fazia com que nem isso fosse ruimEnquanto eu era amada por ele, sempre achava que tudicaria bem.

Meus próprios olhos estão marejados agora e tenh

que me recompor para seguir em frente. – Ele foi mandado para um lar adotivo diferente, ma

próximo do meu, e me visitava sempre que conseguiós nos encontrávamos no telhado do lado de fora d

meu quarto. Sonhávamos juntos, planejamos uma vid



untos. Éramos tão jovens, mas tão certos do ququeríamos...

Não consigo evitar o sorriso que toma meus lábios. – Quando eu estava com 14 anos e Leo com 15, e

oi adotado definitivamente por um casal. Foi bastanmpressionante, porque é muito, muito raro que umdolescente seja adotado. Não sei nada sobre o casal qu

o acolheu, mas pelo que o Leo me contou eram muitbondosos e queriam mesmo dar um lar para um garotque provavelmente não tinha mais esperança de ter umFiquei muito animada por ele, mas o problema foi quLeo descobriu que o novo pai adotivo tinha conseguidum emprego novo em San Diego e eles iriam se muda

ogo. Prometemos que esperaríamos um pelo outro, qule viria me encontrar quando eu fizesse 18 anos e quonstruiríamos uma vida juntos. Ele jurou que, assim

que chegasse a San Diego, me escreveria com todas anformações, o endereço e o telefone novos, e que no

manteríamos em contato através de cartas. Leo me feprometer que eu me guardaria para ele. Não poderia mmaginar fazendo nada diferente disso. Na minha mente

no meu coração, eu pertencia a Leo e ele a mim. distância jamais mudaria isso.



– Meu Deus, querida – sussurra Nicole, levando mão ao peito.

Suspiro e continuo: – Ele apareceu para se despedir de mim na noi

nterior à sua partida e me beijou pela primeira vez. quando digo que me beijou, quero dizer que o beijo fomo um juramento. Já ouvi pessoas dizerem que s

perderam em um beijo, mas nós dois nos encontramono instante em que nossos lábios se tocaram. Foi come ele tivesse me preenchido com aquele beijo.

Volto a ficar em silêncio e, quando me dou contstou tocando os lábios com os dedos. Abaixo a mão

volto a olhar para Nicole e Mike, que me encaram sem

parecer saber como reagir. – Meu Deus, querida – repete Nicole, e na verdadnão há mesmo mais nada a dizer.

Encaro minha amiga e solto a bomba: – Mas ele nunca me escreveu de San Diego. Nunc

mais soube dele.Os dois parecem perplexos. – Mas... – começa Nicole. – O que... – diz Mike.Levanto a mão para detê-los.



– Eu sei. Tentei imaginar todos os cenários possíveo longo dos últimos oito anos, podem acredita

Qualquer coisa que pensarem, eu investiguei. Mas comnão sabia o sobrenome dos pais adotivos dele, nã

onsegui ir muito longe. Havia tantas coisas que eu, com4 anos, não pensei em perguntar... É claro que eu nãinha ideia de que precisaria de qualquer informação quosse; achei que ele me diria tudo depois. Mas tent

descobrir se houve alguma razão física para ele nuncer entrado em contato comigo. Nunca cheguei a luga

nenhum. – Mas vocês eram muito novos, Evie – começa

dizer Nicole, mas a interrompo balançando a cabeç

vigorosamente. – Não, eu sei que éramos muito novos, mas o quentíamos era muito, muito real. Para nós dois. Nãenho como explicar por que Leo me abandonou, po

que mentiu para mim, mas sei que os sentimentos de

ntes de partir eram verdadeiros. Não vou me convencedo contrário. Não sei por que isso mudou, mas ninguémvai me convencer de que o que tínhamos só existiu nminha cabeça – digo, e quando paro de falar mordo ábio inferior.



Ouvimos um zumbido baixo vindo da cozinha icole levanta de um pulo para desligar o forno. Meno

de trinta segundos depois, está de volta ao sofá, mncarando fascinada.

– De qualquer modo – digo, tentando melhorar nimo de todos –, tudo isso aconteceu há oito anos.

Quase tenho que consolá-los sobre o triste fim dhistória.

Então conto rapidamente sobre Jake e sobre a ligaçãdele com Leo, sobre o modo como o confrontei, e falque ele apareceu naquele dia mesmo na frente do meprédio e que pediu meu telefone.

– Caramba! – grita Nicole. – Evie, é o destino.

im. Quero dizer, lamento muito saber sobre o Leo. – Eme fita com os olhos tristes. – Mas Jake é lindo, vocdisse?

Caio na risada. Só Nicole mesmo. Ela pisca parmim, deixando claro que tinha mesmo a intenção de m

azer sorrir. – Sim, incrivelmente lindo. Nem parece humano d

ão lindo. Não tenho ideia do por que ele iria querepassar mais tempo comigo, mas parece que quer.



Tanto Nicole quanto Mike estão me encarando come eu tivesse duas cabeças.

– Hã, querida, você tem se olhado no espelhultimamente? – pergunta ela com carinho, enquanto Mik

ssente. – Evie, você tem noção de que, depois do noss

hurrasco no Quatro de Julho, todos os caras solteiroque estavam aqui me ligaram no dia seguinte para sabee eu poderia falar bem deles para você? – diz ele.

Faço um gesto com a mão descartando as palavradeles.

– Mike, você sabe que tem alguns amigos muitstranhos, não sabe? – pergunto sorrindo.

Ele ri. – Sim, eu sei. Nós, eletricistas, não somoonhecidos por nossas incríveis habilidades sociais,

basicamente o churrasco só tinha esse público. Mainda assim, eles são homens, Evie. E têm olhos.

Naquele momento, Kaylee entra em disparada nala, exigindo o jantar. E tenho que admitir que tambémstou com fome. Pelo visto, contar tudo queima muitaalorias.



Vamos todos para a cozinha e Nicole tira a travessdo forno, enquanto eu sirvo as bebidas. A mesa já esposta.

– Tire a salada da geladeira, meu bem – pede ela

Mike, que pega uma tigela coberta de plástico e se junnós, trazendo várias embalagens de molho também.

Todos nos sentamos e fazemos uma rápida oraçãntes de nos servirmos.

Durante o jantar, conversamos descontraidamentPerguntamos a Kaylee sobre a escolinha e brincamoom ela sobre um possível “namorado”. É divertidocolhedor, e a sensação é maravilhosa, como sempr

Me pergunto, como todas as vezes em que janto na cas

de Nicole e Mike, se algum dia terei minha própramília. Tenho esperanças, mas não me permito sonhaÉ mais seguro assim. Por enquanto, me satisfaço emparticipar da felicidade dos meus amigos.

Depois do jantar, Nicole começa a colocar a louça n

máquina de lavar pratos e me ofereço para dar banho emKaylee e colocá-la na cama. Nós subimos e preparo umbanho morno. Batemos papo e rimos enquanto ela ssfrega.

Quando já estou secando-a, Kaylee pede:



– Tia Evie, pode me contar uma história antes de edormir? Suas histórias são as MELHORES!

Sorrio e abraço o corpinho enrolado na toalha. – Sim, meu amor, mas vai ser uma história rápid

hoje, porque tia Evie está cansada e precisa trabalhaedo amanhã, certo?

– Certo! – concorda ela, animada.Ajudo-a a vestir a camisola e a escovar os dente

ntão a coloco na cama e começo: – Era uma vez uma menininha tão doce, mas tã

doce, tão incrivelmente doce, que quando alguém beijava, os lábios da pessoa ficavam com um sabodelicioso de bala.

– Eles também ficavam duros como as balas, tEvie? – pergunta Kaylee, franzindo um pouco a testa. – Não, duros não, apenas com um gosto doce e com

uma cor mais forte do que a cor natural. Não ficavampenas saborosos, mas lindos também.

Kaylee parece encantada. – A mãe beijou a menina e seus lábios ficaram com

abor de baunilha e cereja. A irmã menor também beijou e os lábios da menina ficaram com sabor dhiclete.



– Mas, tia Evie, e se as pessoas não gostassem dabor que ficava em seus lábios?

– Bem, o sabor só durava cerca de três meses, cabava enfraquecendo. Mas todos sempre adoravam

gosto porque, por algum motivo, o sabor de cada beijinha alguma ligação com a química do corpo da pesso

por isso acabava sendo o gosto certo no momenterto.

Kaylee assente e se aconchega mais para o meu lado – Bem, a história da garotinha e de sua capacidad

única acabou se espalhando, e as pessoas passaram hegar do mundo todo para beijá-la e ficar com os lábioom sabor de bala. Logo a multidão era tão grande qu

os pais dela começaram a cobrar para receber apessoas. Largaram o emprego e montaram um negócque chamaram de Lábios de bala.

Kaylee boceja e eu também. – A garotinha foi ficando cada vez mais triste po

ausa de todas aquelas pessoas que apareciam dia apódia apenas para se aproveitar dela, para usar seu domOs pais perceberam que, a cada semana, ela se tornavmais distante e distraída. Viram sua garotinha docomeçar a se apagar bem diante dos olhos deles.



A menina volta a bocejar. – Então os pais da garotinha resolveram se mudar, n

meio da noite, para um país distante, e nunca mais souviu falar deles. Mas algumas pessoas acreditam qu

xiste uma tribo de aborígines na Austrália com os lábiomais doces e rosados do mundo.

Pisco para Kaylee e me levanto para ajeitar aobertas ao redor dela.

– Você foi meio apressada no final, tia Evie – diz elmas está com um sorrisinho sonolento no rosto. – Vopensar em outro ainda melhor.

Dou uma risada. – Muito bem, minha pequena crítica. Mal poss

sperar para ouvir o seu final. – Sorrio de novo para elbeijo sua testa e caminho até a porta. – Boa noitindinha – sussurro e então apago a luz.

– Boa noite, tia Evie – escuto quando já estoechando a porta.



c a p í t u l o 8


stou caminhando com a bandeja do almoço dscola na mão, em direção à mesa em que sempr

ostumo me sentar com Willow, no fundo do refeitórioquando vejo Denny Powell, o garoto que nunca perde oportunidade de me humilhar. Olho rapidamente parum lado e para outro, procurando algum lugar em qunão precise passar por ele. Não há. Além do mai

enny já me viu e, se eu me virar e correr, ele vai tornaas coisas ainda piores. Levantar a cabeça e ignorá-lo a

assar é o melhor que posso fazer. Estou tão concentrada em minha missão d

onseguir passar por ele que não percebo quando e



stica o pé justo no momento em que já estou prestes deixar escapar um suspiro de alívio. Como estoegurando a bandeja à minha frente, assim que meu pe choca com a perna dele o peso em meus braços m

uxa para a frente. Caio no chão e o macarrão coqueijo, as cenouras cozidas e a gelatina que carregspirram para todo lado, inclusive na minha blus

amarela de mangas curtas e no meu rosto e cabelos. Meu corpo entra imediatamente em modo d

obrevivência. Solto a bandeja, me viro e engatinhara trás, para longe de Denny, mas para cima domida espalhada. Quando vejo que ele continuentado onde estava, mal contendo a risada que cintil

m seus olhos e faz seus lábios se curvarem de levevanto devagar, com a sensação de que estou fora dmeu corpo.

Estou toda suja de comida e do leite que escorreara o chão quando a embalagem virou. Sinto meu rost

muito quente e meus olhos ficam marejados. As risadaá começaram e mais pessoas se juntam ao coro quand

olho ao redor, em pânico. Denny enfim desiste dsconder o riso e dá uma gargalhada abafada. Perceb

que o riso é agudo, anasalado. Vejo que alguma



essoas me olham com uma expressão de pena, o que quase pior que as risadas, por isso desvio o olhaapidamente.

De repente, sinto uma mão segurando meu braç

om firmeza e escuto uma voz de menino dizer coalma:

– Venha, Evie, vou levar você para se limpar.Olho para a mão no meu braço e depois meus olho

e desviam como em câmera lenta para o rosto dessoa. É Leo McKenna, o garoto que se mudou no mê

anterior para o mesmo lar adotivo que eu. Ele está umérie à minha frente, embora tenha feito 12 anos h

algumas semanas. Eu só farei 11 anos daqui a trê

meses. Assinto rapidamente, então faço menção de sade cima da comida, mas Leo me mantém no lugaQuando olho de novo para o rosto dele, vejo que estncarando Denny Powell com um ar pensativo. Dennambém percebe e pergunta com arrogância:

– O que VOCÊ está olhando? – Estava só tentando imaginar como seria a su

aparência se você tivesse ao menos meio cérebro. Talveosse um pouco diferente ao redor os olhos... é difíc

dizer. Exige uma imaginação muito vívida.



Denny se levanta de um pulo, o rosto vermelho, ounhos cerrados.

– O que... Mas nesse momento ouvimos o barulho agudo d

altos altos caminhando apressadamente na direção defeitório. Denny para onde está.

Leo olha ao redor do lugar e diz: – Qualquer coisa pode ser engraçada, desde qu

aconteça com outra pessoa, não é mesmo? – Ele deixscapar um som de desprezo e me guia na direção dorta. A diretora, Sra. Henry, acaba de entrar nefeitório e Leo agora se dirige a ela. – Evie deixou ca

a bandeja sem querer. Vou levá-la até o banheiro.

– Ah, está certo – responde a diretora, olhandreocupada para mim. – Vou chamar o servente parimpar isso. Você está bem, querida?

Apenas assinto antes de nos afastarmos. Me perguntor que Leo não contou a ela o que Denny fez, ma

stou envergonhada demais para dizer uma palavra queja.

Willow vem atrás de nós, correndo, segura meotovelo e sussurra:

– Evie, você está bem?



Ela parece estar sempre sussurrando, como sachasse que se falar muito alto as pessoas notarão suxistência. Olho para ela e sorrio para tranquilizá-la.

Deixamos Leo no corredor e entramos no banheir

eminino. Limpo a blusa com toalhas de papel molhadao melhor que posso e tiro os pedaços de comida do meosto e dos meus cabelos. Então fico parada por algunnstantes na frente do secador de ar quente para a

mãos, até minha blusa estar quase seca. Suspiro emrente ao espelho, enquanto mordo a bochecha po

dentro e encaro meu reflexo por longos minutos. Vejo que todo mundo vê. Franja longa demais, porquninguém me leva para cortar o cabelo regularment

oupas velhas que já estão ficando apertadas, necessidade de um sutiã para pré-adolescentes (sonvergonhada demais para pedir que alguém me compr

um) e sapatos que fazem um barulho engraçado quandu ando, porque a sola está soltando.

Olho para a esquerda, onde Willow está. Ela tambéme observa em silêncio. Abre seu sorrisinho tímido e diz

– Aquele garoto gosta de você. Levanto as sobrancelhas.



– Leo? – Sorrio também. – Não, ele só não gosta denny Powell.

– Provavelmente não gosta mesmo, mas gosta docê, sim. – Ela dá uma risadinha.

Rio também, dou a mão a ela e saímos do banheiro. Leo está encostado na parede em frente ao refeitór

om um pé apoiado na parede, as mãos enfiadas nobolsos. Ele sorri quando o sinal toca e diz:

– Venham, vou acompanhar vocês até a sala de aula Então enfia a mão na mochila, pega um saquinho d

amendoins, entrega para mim e dá uma piscadinha. Mealmoço.

stou sentada na varanda da frente do meu lar adotivodepois da aula, fazendo o dever de casa, quando Le

em pelo caminho da frente. Arregalo os olhos quandejo que ele está com um olho roxo e inchado e o lábiangrando.

– Ai, meu Deus. O que aconteceu? – murmuro. Me levanto e vou até ele.



Mas Leo sorri. Eu paro, ponho as mãos nos quadro encaro com um ar de indagação.

– Leo, o que tem de engraçado no fato de você teapanhado?

– O fato de que Denny Powell está bem pior que eu – Leo! Ele tem o dobro do seu tamanho! Poderia te

ATADO você! Não posso acreditar que fez isso. Poquê?

Ele contrai os lábios e olha para mim como sstivesse irritado.

– Porque ele pediu. Só por isso. Respiro fundo e estendo a mão para tocá-lo, ma

ntão recuo.

– Mas... seu rosto. Deve estar doendo – digo couma careta. – Essa dor é do tipo fácil – retruca ele, então pass

or mim e entra em casa.Sei o que ele quer dizer. Penso na frase “Paus

edras podem quebrar meus ossos, mas palavras nuncme atingirão”, e em como a realidade é diferente disso

aus, pedras e punhos PODEM quebrar os ossos dalguém, mas são as palavras que partem seu coração.



c a p í t u l o 9

o dia seguinte, durante meu intervalo no trabalho

percebo que perdi uma ligação e vejo que há um

mensagem de texto enviada de um númerdesconhecido.

Me ligue quando tiver um minuto, linda. J.M.

Ah, meu Deus! É de Jake. E ele me chamou de lindaMinha respiração acelera com o entusiasmo.

Digito o número dele, nervosa, e Jake atende nmesma hora:

– Evie.



– Oi, Jake. Por que estou soando tão ofegante? Droga. – Escute, estou correndo para uma reunião e s

posso falar por um minuto, mas gostaria de levá-la par

antar hoje à noite. – Ah – digo, surpresa. – Hã, eu... – Evie, é uma pergunta simples. Basta responde

om sim ou com sim – diz ele, brincando.Sorrio. – Eu... sim. Pode ser – respondo, me sentind

ubitamente tímida e deslocada.Posso ouvir o sorriso na voz de Jake quando ele diz – Ótimo. Pego você às sete.

– H-hã – gaguejo, como uma idiota. – Te vejo hoje à noite, Evie – encerra ele, e desligntes que eu possa gaguejar mais um pouco.

Caramba!

Essa é uma daquelas ocasiões em que eu gostaria de teuma banheira. Adoraria mergulhar em um banho d

spuma antes do meu encontro com Jake. Não sei muit



bem por quê. Só parece algo que eu deveria fazer antede um encontro com Jake Madsen. Um encontro coake Madsen!

Eu me permito um momento de pânico. Esto

ompletamente fora da minha zona de conforto nessituação. Não me sinto nada segura. E se ele tentar m

beijar? Talvez eu deva cancelar. Não tenho a menor idede como me comportar em um encontro...

Procuro me acalmar. É só um jantar. Se me sentdesconfortável, direi a ele que não estou passando bemvoltarei para casa. Ótimo, posso fazer isso.

Tomo um banho, me depilo toda e passo hidratanm cada centímetro do corpo. Tiro o esmalte antigo da

unhas dos pés e pinto novamente com um vermelhmaçã do amor.Enquanto as unhas secam, passo o secado

uidadosamente nos cabelos, então faço cachos com ummodelador.

Dou uma atenção especial à maquiagem. Passo máscara de cílios como sempre, mas também uso umpouco de lápis preto nos olhos, blush e uma camada dgloss sabor morango.



Visto uma calcinha rendada preta, um sutombinando, e vou checar meu pequeno guarda-roupa.

Não tenho ideia de onde Jake irá me levar, por issico olhando indecisa para as peças por alguns minuto

té finalmente decidir mandar uma mensagem de textpara Nicole.

Eu: Jantar com Jake! Que roupa coloco? Ele não mdisse aonde vamos.

Nicole: O quê??? Vai ter que me dar um relatórompleto amanhã. Calça preta, a blusa creme de rend

que você usou no meu jantar de aniversário e aquelaandálias pretas de salto alto. Casaco de lã preto. Mas soloque o casaco depois que abrir a porta para ele. ;)

Eu: Certo. Você salvou a minha vida. Bjs. Noalamos amanhã.

Nicole: Ah, sim, nos falaremos. ;) Fique bem. Tenirar uma foto do Sr. Lindo para mim.

Eu: Isso não seria nada constrangedor, né...?

:p



Visto a roupa que Nicole sugeriu e me olho nspelho. A calça preta é comportada, mas a blusa é sex

demais... Fico me debatendo em frente ao espelho. Mpergunto se vou conseguir ficar vestida apenas com

quilo na frente de Jake. É uma blusa de alcinha intura alta. A parte de cima se molda aos meus seio

valorizando-os, e a parte de baixo é larguinha.Eu me afasto do espelho e respiro fundo. Resolv

brir uma garrafa de vinho e tomar uma taça antes dake chegar, para me dar coragem e acalmar meu

nervos.Acabo de tomar meu quarto gole quando escuto um

batida na porta. São 18h53.

Jogo o resto do vinho na pia, lavo rapidamente a taçvou até a porta. Jake sorri para mim quando abroReparo na calça cinza-escura, a camisa social branca, into preto, os sapatos sociais pretos. Meu Deus... Jakntra sem ser convidado e, de repente, as mãos de

stão segurando meu queixo e me puxando com firmezontra o corpo.

Oi. Nossos olhos se encontram por um segundo

percebo um ar animalesco, primitivo, nos dele, antes qu



ua boca capture a minha.Deixo escapar um gemido e passo os braços ao redo

de seu pescoço. Meu coração está disparado.A língua de Jake invade o interior da minha boca

gemo mais uma vez quando minha própria línguncontra a dele.

Nossa, que gosto bom! Isso está realmenacontecendo?

Pressiono mais o corpo contra o dele e Jake deixa íngua passear por dentro da minha boca. Nossas língua

dançam juntas, embriagando-se uma na outra. É umensação deliciosa, forte e muito, muito excitante.

Levo uma das mãos aos cabelos macios de Jake

orro os dedos por eles. Uma das mãos dele desce parminha bunda e o toque é tão maravilhoso que deixscapar um gemido contra a boca dele, que também

geme. Aquele som provoca uma nova onda de desejntre as minhas coxas.

Sinto os joelhos fracos e me apoio nele. Seu beijo sornou minha âncora neste mundo, a verdadeira razão d

minha existência.Por isso, quando ele afasta a boca da minh

ofegante, e recua, emito um som de protesto. Quand



bro os olhos lentamente, vejo que Jake está sorrindpara mim.

– Caramba, você sabe beijar.Abro um sorriso tímido enquanto tento m

ecompor, ainda ofegante, e cada vez que inalo sinto delicioso perfume amadeirado dele.

– Uau... – digo, como uma tola. Isso foi, hã, inesperado... e absolutamen

nlouquecedor. – Sim – diz ele, ainda sorrindo. – Está com fome?Eu o encaro, ainda atordoada, e, quando enfim

egistro a pergunta, respondo: – Estou.

Tranco a porta, visto o casaco e Jake me guia até arro dele, estacionado em frente ao meu prédio. – A norma não seria você me beijar depois d

ncontro? – pergunto. – Não consegui esperar. – Ele pisca para mim. – O

beijava você ou enlouquecia.Uau, gosto disso. Sorrio.Jake abre a porta do seu BMW para mim e continu

orrindo para ele como uma idiota. Afundo no assento douro macio e inspiro o perfume de carro novo. Já hav



ouvido falar a respeito, mas nunca tinha sentido. Agorntendo por que falam tão bem. Recosto a cabeça echo os olhos.

Hummm, cheiro de carro novo.

Jake fecha a porta do meu lado, dá a volta no carro e acomoda atrás do volante. Agora, além do deliciosroma de carro novo, sinto também o perfume delicios

de Jake. Nham. Ele dá partida, pega a minha mãsquerda e leva aos lábios. Então, ficamos de mão

dadas enquanto ele dirige com a mão esquerda. – Então, onde está me levando? – pergunto, sorrindo – Gosta de frutos do mar? Pensei em irmos a um

estaurante à beira do rio.

– Sim, adoro frutos do mar. Ótima ideia.Continuamos em um silêncio confortável por algunminutos, antes de as engrenagens na minha menomeçarem a funcionar. Decido que preciso saber quaão as intenções reais de Jake Madsen no que se refere

mim.Já tenho a sensação de que todo o poder está na

mãos dele, e sei que ele é areia demais para o meaminhão. Apesar disso, estou sentada no carro del

deixando que me leve para jantar. Não sou uma garo



disposta a arriscar muito na vida. Sou assim e é assimque devo ser. Esse homem já conseguiu me tirar dprumo – me deixando toda zonza e eufórica – e só onheço há uma semana. Adoro e odeio isso ao mesm

empo.Percebo que Jake Madsen é o tipo de homem qu

oda mulher quer chamar de seu. Não sou imune a issoMas também não sou idiota.

– Então, Jake – digo. E mordo o lábio por umnstante antes de continuar. – Você já teve muitanamoradas?

– Não. – Ele faz uma pausa, pensa um pouco ontinua: – Houve muitas mulheres na minha vida, Evi

mas não, eu não namorei muitas delas. – Então ele molha de relance, como se avaliando minha reação àqueragmento de informação, e volta a olhar para a frente. ão tenho orgulho disso, mas é a verdade. Isso

ncomoda? – Ele parece perturbado.

Não sei bem por que Jake dividiu isso comigo, madesconfio e não gosto da ideia. Mantenho o rosto o manexpressivo possível e digo:

– Jake, não posso ser mais uma garota pra quemvocê liga quando quer fazer sexo.



Ele não olha para mim quando retruca: – Não é isso que quero com você, Evie.Sinto um peso no estômago.

Ah, merda! Sou uma idiota!

– Ah. Eu só achei... quero dizer... eu... porque balbucio.

Ah, Deus, me mate agora, por favor? – Evie – diz Jake em voz baixa, enfim se voltand

para me encarar –, o que quero dizer é que, quando fizeexo com você, você será minha. Está claro agora?

Ah!Fico olhando para a frente com os olhos arregalado

em saber o que responder. As palavras dele, por ma

nacreditavelmente arrogantes que sejam, fazem umorrente elétrica disparar por entre as minhas pernaFecho-as bem, ficando confusa com minha própreação.

– Evie, olhe para mim. Você sente a mesma cois

não sente?E Jake está certo, porque sei exatamente o que e

quer dizer. As faíscas entre nós são quase palpáveiunca senti esse tipo de reação, esse calor, esse desejo

por qualquer outra pessoa. Jamais.



Assinto. – Sinto – sussurro, com a sensação de que acabo d

oncordar com algo que não sei bem o que é.Ele sorri para mim enquanto para o carro diante d

um restaurante chamado Chart House.Jake desliga o motor e se vira para mim. O rost

bonito está sério quando ele diz: – Posso lhe perguntar com quantos homens você

steve, Evie?Jake parece estar prendendo a respiração enquant

guarda a resposta.Sou pega desprevenida e sinto o rosto quente. Olh

para a frente e respondo, em um tom petulante:

– Um monte, Jake, mas não acho que se possa dizeque realmente namorei muitos deles.As narinas dele se dilatam e seu olhar se torn

aivoso por um breve instante, antes que Jake consigecompor sua expressão. Ele fica me encarando po

lgum tempo, em silêncio. – Você está me sacaneando – diz, por fim, em vo

baixa. – Tudo bem você ter estado com um monte d

mulheres, mas eu ter estado com um monte de homens



um problema? – pergunto. – Sim, porque você é uma pessoa melhor do que e

– declara ele simplesmente, como se fosse a coisa maóbvia do mundo.

– Jake... – começo.Mas não sei o que dizer. Ele parece pensar que sab

que tipo de garota eu sou. Tenho certeza de que minhnexperiência emana de mim. Mas o que ele não sabe

que nunca fui o suficiente para ninguém. Nenhuma dapessoas que precisei jamais quis ficar comigo.

– Só quero uma resposta honesta. Só quero sabequantos homens já fizeram parte da sua vida.

O maxilar dele está cerrado. Mas que coisa! O qu

le tem a ver com isso? No entanto, quando eperguntei, Jake foi honesto comigo.Suspiro. – Saí com alguns caras, quase todos apresentado

por minha amiga Nicole. Nada sério, não saí com

nenhum deles mais de três vezes. O último foi há umno. Saímos para jantar uma vez. Ele me perguntou s

poderíamos nos ver de novo, mas eu não quis. Essnível de detalhamento é o bastante para você?



Sinto-me constrangida e irritada por ele ter insistidm saber. Explicar a situação em voz alta me fa

perceber como minha vida social é patética.Ele me dá a mão.

– E no ensino médio? – pergunta ele. – No ensino médio? – Balanço ligeiramente a cabeç

dou uma risada seca. – Não, eu não saía com ninguémnaquela época.

Ele fica me encarando por um instante, a expressão mesmo tempo firme e terna. Então se inclina n

minha direção, coloca o dedo sob o meu queixo, levantminha cabeça e me dá um beijo doce nos lábios.

– Está na hora de comermos. E de conversarmo

obre coisas mais amenas. Quero vê-la sorrir e ouvi-gargalhar. Quero saber quem é Nicole, qual é o seu filmavorito, por que você adora correr tão cedo e quais sãs músicas no seu iPod. Espere aí.

Ele dá a volta até o meu lado do carro, abre a por

para mim e me ajuda a sair. Então me dá a mão ntramos no restaurante.



O restaurante é lindo, com uma vista encantadora do riocomida deliciosa, e nós rimos e conversamos duran

odo o jantar. Falo sobre Nicole, Mike e Kaylee. Contpor que gosto tanto de correr, como cresci me sentind

mpotente e como correr faz com que eu me sinta forte apaz. Ele assente em silêncio, como se entendesse.

Parece interessado em tudo o que digo. De tempom tempos sorri e acena com a cabeça, me encorajand

continuar. Faz com que eu me sinta confortável nteressante.

– Você se saiu mesmo muito bem, Evie – comenta.Franzo as sobrancelhas ligeiramente. Como assim? – Sou camareira em um hotel, Jake – digo, como s

le já não soubesse disso. – Jamais se envergonhe do trabalho honesto quvocê faz para pagar seu aluguel. É muito raro parlguém com o seu passado não repetir o ciclo... droga

gravidez precoce, abuso doméstico. Tenha orgulho de

mesma. Você merece todo o respeito do mundo. Achvocê incrível! – declara ele, me encarando com um olhaindo e caloroso.

Ninguém jamais me disse que tinha orgulho de mimem uma única pessoa. E isso me afeta tã



profundamente que sinto os olhos marejados. Abaixo olhar, constrangida, e tomo um gole do vinho.

– Obrigada – sussurro.Ficamos em silêncio por um instante e, embora e

não tenha a intenção de entrar em detalhes sobre mepassado com Leo, a curiosidade é muito grande. Naduas últimas vezes em que estive com Jake, ainda estavmuito chocada com a notícia da morte de Leo, magora me pego dizendo:

– Posso lhe perguntar sobre Leo?Os olhos de Jake encontram os meus e ele assente. – É claro – diz.Mas, de repente, parece um tanto cauteloso.

– Ele foi feliz? Teve uma vida bacana?Jake demora um pouco a falar. – Não sei como responder a isso. Não o conhe

muito bem. Quero dizer, a não ser no que dizia respeitosportes e festas, esse tipo de coisa.

Assinto. Percebo que estou mordendo o lado internda boca, um mau hábito que achei que houvesse deixadpara trás no último lar adotivo. Paro e respiro fundo.

– Quando Leo foi embora, ele prometeu que manterontato comigo e nunca mais me procurou. Tem ideia d



porquê?Jake parece triste, como se estivesse com pena d

mim, e era exatamente por isso que eu não querevantar esse assunto... Mas sinto que tenho que saber.

– Lamento. Nem imagino. Não sei como era a viddele em casa. E a primeira vez que Leo falou sobre vocomigo foi quando ele estava no hospital, e já lhe contudo o que me disse.

Assinto e tomo outro gole de vinho. Tenho ensação de que tocar no nome de Leo acabou trazenderta melancolia ao nosso encontro, por isso mecomponho, sorrio para Jake e digo:

– Bem, pode parecer meio estranho falar isso, ma

e Leo tinha que mandar alguém, fico feliz que tenhido você. Estou me divertindo muito.Ele fica em silêncio por um instante, com um

xpressão estranha no rosto, mas então sorri e responde – Também fico feliz por ele ter me mandado. Ach

que estivesse fazendo um favor a Leo, mas parece quoi ele que me fez um favor.

Depois que recolhem nossos pratos, Jake estende mão através da mesa, pega a minha e diz:

– Podemos nos ver de novo?



Concordo com um aceno de cabeça, os olhos baixome sentindo envergonhada.

O garçom volta com o cartão de crédito de Jake, qussina o recibo rapidamente e pergunta:

– Pronta?Ele se levanta.Sorrio e me levanto também. Jake me ajuda a vestir

asaco, me dá a mão e saímos do restaurante. No caminho para a minha casa, conversamo

ranquilamente sobre a cidade e falamos de alguns donossos lugares favoritos. Jake me conta um pouco sobromo foi crescer perto da praia e, quando digo qudoraria ver o mar algum dia, ele segura minha mão e d

que gostaria muito de ser a pessoa a me apresentar oceano. Não respondo, porque acho que é um pouco ced

para fazer planos que envolvam viagens.Seguimos pelos últimos quilômetros em um silênci

ranquilo, o rádio tocando baixinho ao fundo.Estacionamos a meio quarteirão do meu prédio

porque as vagas mais próximas estão todas ocupadaake desliga o carro, mas não desce. Ele me olha orrio. Sinto como se o carro fosse um casul



conchegante, protegendo a nós dois do resto dmundo.

– Você fica tão linda quando sorri... – comenta JakeDe repente, ele já está se inclinando na minh

direção, pegando meu queixo e roçando os lábios nomeus com delicadeza.

Então, encosta a testa na minha e me encarprofundamente. Seu olhar é indecifrável e meu coraçãomeça a bater mais rápido enquanto continuamos a noitar. Não sei se estou assustada ou se é a proximidad

dele que está fazendo meu sangue correr mais rápido naveias. É tudo tão intenso e tão rápido... Balanço a cabeçbem de leve e me afasto.

– Qual é o problema? – pergunta ele, a voz baixa gentil.Deixo o ar escapar. – Nenhum, é só que tudo isso é absolutamente nov

para mim.

Mas sorrio para Jake e ele retribui o gesto.Então me leva até a porta do meu apartamento

mbora tenha começado a noite com um beijpaixonado, agora me dá um beijo quase casto, roçand

os lábios nos meus e abrindo aquele sorriso lindo. Entã



me deixa diante da porta aberta, desapontada e querendmais. No entanto, a não ser que eu me jogue em cimdele – o que eu com certeza jamais faria –, minha únicscolha é sorrir e observá-lo se afastar.



c a p í t u l o 1 0

a manhã seguinte, acordo cedo para correr. Faço

quilômetros rapidamente ao redor do parque. A manh

stá fria e o céu é uma mistura de tons de amareloaranja e azul-claro.

Volto para casa e quando vou abrir a porta de entraddo prédio, percebo que a tranca foi consertad

Finalmente! Mas então franzo a testa e olho desconfiadpara a nova tranca. Será que é só coincidência o fato dake ter ficado irritado com isso apenas alguns dias antehoje ela aparecer consertada como se por magia?

Entro no meu apartamento pensando a respeito

omo uma chuveirada rápida, cantando com o radinh



que deixo sobre a pia do banheiro. Me seco e visto uniforme do Hilton. Meu turno hoje é cedo, e vorabalhar como garçonete no bufê à noite. Será em umesta em um dos hotéis mais elegantes do centro d

idade, e eles sempre pagam bem, por isso nunca recusuma oportunidade desse tipo quando me oferecem.

Seco os cabelos e prendo-os em um coque na nucPasso uma maquiagem leve e estou pronta para saiPego o celular sobre a bancada da cozinha e percebo quhá uma mensagem de Jake. Sorrio antes mesmo de lê-la

Jake: Me diverti muito ontem. O que vai fazer hoje?

Sorrio e logo digito uma resposta.

Eu: Também me diverti muito :) Vou trabalhar nodois empregos hoje. Só voltarei para casa bem tarde.

Pego o casaco e saio. Quando passo pela porta drente do prédio, lembro da tranca recém-consertada

mando outra mensagem rápida.

Eu: A propósito, sabe alguma coisa sobre o consert



da tranca da portaria do meu prédio?

Sento no ônibus e um instante depois ouço o barulhdo celular avisando que chegou outra mensagem.

Jake: Talvez eu tenha ligado para o síndico meaçado processá-lo se ele não consertasse a tranc

Fico feliz por ele ter resolvido o problema. Você deve sentir segura, sempre.

Releio a mensagem e meu coração se aquece. DrogGosto dele. Muito. Será que essa história vai terminabem? Fico sentada mordendo o lado de dentro d

bochecha por um instante, pensando naquela situaçãbsolutamente inesperada. Jake é areia demais para meu caminhão. Nada nele faz sentido e tudo parecgritar “perigo”. Para mim, ter esperança em alguma cois

assustador. Mas Jake parece gostar de mim d

verdade, e diz que sente a mesma energia entre nós quu sinto. Relaxe, Evie, vocês tiveram um encontro. gora eu acabei de deixar a mim mesma de mau humor.

Finalmente digito uma mensagem em resposta.



Eu: Bem, obrigada. Gostei do que fez.

Alguns minutos se passam antes que eu receba outrmensagem.

Jake: Faço qualquer coisa por você. Estou indo pruma reunião. Tenha um bom dia/noite de trabalho. Possigar pra você amanhã?

Suspiro.

Eu: E se eu disser que não?

Jake: Eu ligarei mesmo assim. ;) Tenha um bom diEvie.

Sorrio de novo e guardo o celular na bolsa. Não voicar pensando demais nessa história. Com certeza voicar pensando demais nessa história. Mas não agoro momento, estou quase chegando ao trabalho e tenh

que dar conta de dois turnos em sequência. Concentree, Evie.



Termino meu horário no Hilton e pego o ônibus dvolta para casa a tempo de tomar uma ducha rápida. Poque lavar o cabelo de novo se vou ficar entrando aindo da cozinha a noite toda e terminar cheirando

omida de qualquer modo? Deito para tirar um cochilde uma hora. Ficarei acordada até tarde hoje e, quandpossível, gosto de ter pelo menos uma hora pardescansar antes do segundo turno.

Visto um pijama e vou até a cozinha preparar umanduíche para o meu lanche. Opto por um recheiimples de peito de peru, queijo e alface. Como com um

pedaço de maçã, diante da bancada da cozinha.Então vou para a cama, programo o despertador par

s seis da tarde e me deito. Adormeço pensando emake.O despertador toca e me arrasto para fora da cama

Sinto que poderia dormir o resto da noite. Mas ponquanto uma hora terá que bastar. Visto o uniforme d

bufê – calça preta e uma camisa branca que já espassada e pendurada no meu armário. Dobro meu mevental com cuidado e coloco-o na bolsa.

Penteio os cabelos e volto a prendê-los no mesmoque baixo que usei mais cedo. Lavo o rosto, escov



os dentes e passo pouca maquiagem de novo, maapricho no batom. Afinal, é uma festa à noite e, mesmstando lá a trabalho, acho que posso me arrumar um

pouco mais.

O evento só começará às oito, mas minha chefTina, gosta que cheguemos uma hora mais cedo parjudar a arrumar tudo e a montar as bandejas. Saio dasa às seis e quinze, com tempo de sobra para pegar

ônibus de volta ao centro da cidade. Mais tarde, voltarpara casa de carona com algum outro garçom ogarçonete.

Entro pela porta dos fundos do hotel onde acontecero evento, como Tina nos orientou, e sigo para o salão

m seguida para a cozinha logo atrás. – Evie! – chama uma vozinha aguda.Sorrio. Reconheceria a voz de Landon em qualque

ugar. Levanto os olhos e lá está ele, vindo apressado nminha direção, remexendo os quadris e balançando o

braços. Landon é um amigo gay divertidíssimo xagerado, que eu amo de paixão. Ele me levanta no

braços e gira comigo, gritando: – Nossa, quando tempo! Estava morrendo d

audade de você, Rostinho Bonito! O telefone não é um



ubstituto à altura. Por onde diabo você tem andado?Estou às gargalhadas quando ele me coloca no chão – Ei, foi você que me abandonou – brinco. Ma

ntão o encaro, séria, enquanto caminhamos na direçã

da cozinha. – Como está sua mãe?Ele suspira dramaticamente. – Quando saí ela estava resmungando sobre

rabalho porco que a moça que limpou a casa enquantla estava no hospital fez. Acho que posso dizer que está ótima.

Landon tinha ido à sua cidade natal, no Missourpara ajudar a mãe, que sofre de esclerose múltipla e forparar no hospital dois meses antes. Ele é filho único

muito próximo da mãe, que aceita sua orientação sexuem nenhuma restrição. Não há nada que Landon nãaça por ela. É uma relação linda.

– Que bom, Lan – digo.Levanto os olhos para ele e sorrio ao ver que me

migo continua lindo e louro. – E o que meu Rostinho Bonito andou fazend

nquanto eu estive fora? – pergunta ele, abrindo aportas duplas que levam à enorme cozinha do hotel.



– Ah, o de sempre. Trabalhando, lendo, correndoaindo com um cara muito gostoso...

Começo a andar na frente dele, sabendo que serpuxada de volta. E sou puxada de volta.

– O quê? – pergunta com um gritinho esganiçado quó mesmo ele é capaz de produzir.

Todos os que estão trabalhando na cozinha olhampara nós, reviram os olhos e voltam ao que estavamazendo.

Landon agarra meu braço e me leva até uma mesinhm um canto, em que há um livro de ponto. Assino me

nome rapidamente, me viro para ele e digo: – Para ser sincera, ainda não há muito o que conta

Eu, hã, conheci esse cara meio por acaso há poucempo, ele é amigo de um amigo, e... bem, tivemos umncontro ótimo. Ele é muito gostoso. E a coisa est

nesse ponto. Mas estou com um bom pressentimentoabe? – Franzo a testa. – Espere! Droga, não era para e

dizer essas coisas em voz alta, não é? Acabo de atrair morte...

Landon está me escutando com toda a atenção e ficm silêncio por um instante depois que paro de fala



om um dedo nos lábios, o quadril para o lado, mncarando com um ar pensativo. Finalmente ele diz:

– Escute, Rostinho Bonito. Conheço você há quasquatro anos e, em todo esse tempo, nunca a ouvi seque

mencionar um cara, ou uma garota. Eu aceitaria essopção também.

Eu rio. – Portanto – continua Landon –, esse é um moment

histórico. E me fez ganhar a noite. Sei que você não smostra para o mundo com facilidade. – Ele me encarom uma expressão tristonha. – E sei que tem boaazões para isso. Mas para mim não importa se vai dam alguma coisa ou não, Evie. Já estou muito feliz s

por saber que você está disposta a arriscar. Nossa, como eu amo o Landon. – Obrigada, Lan – retruco, um pouco envergonhada – E, a propósito, dizer uma coisa em voz alta não fa

s coisas darem errado, caso contrário eu estar

gritando o tempo todo que as rosquinhas que como vãdireto para o meu traseiro. Droga, estou viciado naosquinhas da Krispy Kreme. Não consigo ficar long

delas.Gargalho.



Ele abre o sorriso enorme que só ele consegue dar diz:

– Ah, também descobri uma coisa na minha cidadnesta última vez em que estive lá. Ao que parece, sou um

lichê.Olho para ele, confusa. – Como assim, um clichê? – Você sabe, um clichê... o chefe assediando

ecretária, por exemplo, é um clichê. – Sim, eu sei o que é um clichê, mas como assim

ocê é um clichê? – Ah, sim. Bem, minha mãe lê muitos romances,

omo na maior parte do tempo que passei na casa del

la estava dormindo, acabei lendo vários deles. Entãicou muito claro para mim que a garota linda cujmelhor amigo é gay é um tema recorrente. Isso é umlichê. Eu sou um clichê.

Caio na gargalhada.

– Entendi. Bem, mas dá certo. Acho que por causda minha beleza inigualável, só posso conviver comhomens que não se sintam tentados a me molestar a todmomento. Você é a minha única escolha – digo, entãpisco para Landon e dou um tapinha em seu traseiro.



Meu amigo também ri, e deixa escapar um grunhidquando lhe dou um beijo.

Uma hora depois, a cozinha está em plena atividadTina, uma mulher muito legal de cerca de 50 anos, don

de abundantes cachos louros e de uma risada gostosa, jumprimentou a todos nós e está ajudando a arrumar a

bandejas. Ela é proprietária do bufê e é uma ótima chefusta e prestativa, com um senso de humor incrível.

Atravesso o salão oferecendo os deliciosos petiscode Tina aos convidados, todos muito elegantes. Amulheres usam vestidos de noite longos e lindos e ohomens vestem belos smokings. É um eventbeneficente, para levantar fundos para a pesquisa sobr

s várias possibilidades de autismo, então não consigvitar uma certa simpatia por todos os presentes e oirvo com um sorriso maior que o habitual.

Já dei a volta no salão três vezes e me apresso emvoltar à cozinha para encher outra bandeja.

Landon está ao meu lado na bancada de açnoxidável, enchendo a própria bandeja.

– Menina, você viu o cara gostoso do outro lado dalão, perto do bar? Quase tive um ataque quando bati o

olhos nele. Sério.



Dou uma risada. – Acho que não cheguei tão longe. Minha bande

empre chega vazia ao meio do salão. Mas dessa vez voomeçar pelo outro lado.

Pisco para ele, que sorri.Volto ao salão e vou na direção do bar, para avaliar

al cara e poder fofocar depois com Landon. Paro juntum pequeno grupo, sorrio, ofereço guardanapos

odos e estendo a bandeja. Está cheia de waferalgados, cada um com uma colherada de caviar emima. Me parece um negócio horroroso, mas as pessoa

não param de comer, então o que eu sei, não é?Quando me afasto do grupo, vejo o homem de quem

Landon devia estar falando. Ele está de costas para mimmas mesmo assim já posso dizer que é bonito, com oombros muito largos, a cintura estreita e uma bundantástica. Mas, para azar de Landon, há uma loura d

vestido vermelho pendurada no braço do homem. Cheg

mais perto e, quando o casal se vira na minha direçãoprendo a respiração e arquejo alto. É Jake. Ah, não!

Droga! Merda! Merda! Merda!Sinto o coração apertado e fico imóvel por um

nstante, avaliando minhas opções de fuga. Tarde demai



pois Jake me vê e a princípio fica surpreso, mas logeus olhos assumem aquela expressão incrivelmenalorosa e ele sorri como se eu fosse uma velha amig

que ele não visse há uma década.

Meu Deus! Como sou idiota. Fecho os olhos por umegundo e tento me recompor. Então dou um sorriso quorço para que pareça tão falso quanto realmente é.

decepção e a mágoa apertam ainda mais meu coração. – Evie – diz ele, se desvencilhando da mulher d

vestido vermelho e vindo na minha direção, com um apreocupado. – Não sabia que você estaria aqui. – Oolhos dele estão arregalados e colados em mim.

Nossa, ele é lindo.

E também é um babaca falso e mentiroso.Antes que eu possa dizer uma única palavra, mulher o segue e diz:

– Jakey, você conhece essa garota?O tom de irritação na voz dela não me escapa.

E Jakey? Merda! Merda! Merda! Abafo um gemido.Dou uma olhada rápida nela e detesto admitir qu

mesmo furiosa, ela também é deslumbrante. Seu vestidparece ter custado mais do que todas as minhas roupa



untas, incluindo os sapatos. Então volto a olhar parake e sussurro tolamente:

– Olá. Nossa, como eu sou idiota!

Jake cerra o maxilar e, embora esteja falando comVestido Vermelho, seus olhos ainda estão colados emmim.

– Sim, eu a conheço. Essa é Evie Cruise. – Depois dum instante ele inclina a cabeça na direção da mulher e presenta: – Essa é Gwen Parker.

Volto a olhar para Gwen e sussurro novamente: – Olá.Mais uma vez, como uma idiota.

Gwen cruza os braços na frente dos peitões quparecem feitos de plástico e diz: – Não preciso ser apresentada, Jakey. Só esto

urpresa por você conhecê-la.Ela volta a se enganchar no braço dele e me lança um

olhar furioso.Jake respira fundo, o maxilar rígido de novo, e nã

parece nada satisfeito. Imagino que não deva ser nemum pouco agradável as pessoas descobrirem que ele um babaca falso.



Estou tremendo e preciso ir para bem longe de Jake Gwen. E quando digo longe, quero dizer para outro país

– Está bem, então. Tenham uma ótima noite.Começo a me virar, mas como estou tremend

muito, minha bandeja se inclina para a frente e um doanapés desliza pela beirada antes que eu consiga evitaterrissando em cheio em cima da linda sandália pratead

de Gwen.Por um segundo ninguém deixa escapar sequer um

om, e fico paralisada de horror. Então Gwen guincha: – Ah, meu Deus! Você sabe quanto custam essa

andálias? Não, é claro que não sabe! São sandálias d.400 dólares!

Nossa... Ainda estou paralisada, mas é impossívnão registrar que eu nem imaginava que existiam sapatode 1.400 dólares. Aquela minha estimativa de que todas minhas roupas juntas deviam valer o mesmo que

vestido de Gwen parece ter sido muito, muit

quivocada. E não a favor das minhas roupas.Landon vem correndo até nós, parecendo surgir d

nada, e tira a bandeja das minhas mãos. Ao fazer issole cola o rosto brevemente ao meu, os olho



rregalados, e diz em um sussurro, quase sem mover oábios:

– Você está bem, Rostinho Bonito?Assinto brevemente e me abaixo perto de Gwen, qu

stá usando um guardanapo para tentar limpar o caviada sandália enquanto pragueja baixinho.

– Desculpe – digo. – Por favor, deixe-me ajudá-la impar sua sandália. Se me acompanhar até o banheireminino, posso usar um pano para limpá-la. Aposto qu

vai ficar perfeita.Ela me olha com raiva, mas se levanta assim mesm

sibila: – Está certo.

Jake está parado observando a cena, o maxilar maerrado do que nunca. Se continuar assim por muitempo, vai acabar deslocando a mandíbula.

Landon se adianta de novo e oferece uma taça dhampanhe a Jake, enquanto levo Gwen na direção d

banheiro feminino.Quando chegamos, faço sinal para ela se sentar n

poltrona. Gwen tira a sandália e me entrega, aindmburrada. Pego um pacote de lenços umedecidos nesta de brindes para os convidados e limp



ompletamente a parte de cima do calçado. Depostendo um dos lencinhos a Gwen, para que ela possimpar a parte de cima do pé.

Quando termino, estendo o sapato de volta para ela

digo: – Está como nova. Eu sinto muito, muito mesmo

Espero não ter estragado sua noite.Estou apenas sendo gentil. Na verdade, espero te

stragado completamente a noite dela, porque entimento com certeza é mútuo.

Gwen ignora meu comentário, calça a sandália e vté a pia para lavar as mãos. Lavo as minhas na pia aado.

– Sabe de uma coisa? – diz ela, por fim. – Jake adoruma causa nobre. Entendo por que ele é amigo dlguém como você.

Ela seca a mão e se vira. – É mesmo uma gracinha. Mas não crie ilusões, es

erto? No fim das contas, é para a minha cama que evai e sou eu que o levo à loucura.

Com isso, ela passa por mim, esbarra de leve nateral do meu corpo e sai.

Não vou chorar. Não vou chorar.



Droga, Leo. Por que você mandou justo esse caraEle me enganou direitinho. Toda aquela conversa de vocente o mesmo, Evie, para cá, ou você é tão incrívevie, pra lá, e... Meu Deus! Ele tem namorada! Pensa

nisso me faz ter vontade de chorar de novo. Ficpoiada contra a parede do banheiro, respirando fundo entando dominar minhas emoções antes de sair dali.

Volto à cozinha. Landon está lá. Ele me puxa para ado e sussurra:

– CACETE, Evie, é ELE, não é? Tipo ele, elCACETE, ele estava, tipo, andando de um lado paroutro depois que você foi para o banheiro com a BarbVadia. Meu bem, a expressão do homem era trágica.

QUE está acontecendo?Suspiro, pego a mão dele e o levo de volta à bancadm que pegamos as bandejas cheias.

– Obviamente ele tem uma namorada, Landon. devia estar se borrando de medo de que nós dua

descobríssemos o saco de bosta que ele é. É claro quou uma idiota por ter ficado toda derretida por um car

depois de um único encontro e de algumas palavramelosas, enquanto ele estava só... nem sei o que e



stava fazendo. É exatamente por isso que não precisdesse tipo de coisa. Nossa, foi tão humilhante!

Franzo a testa e fecho os olhos por um instante antede voltar a encarar Landon.

Ele me olha com uma expressão triste e aperta minha mão.

– Evie, lembre-se do que eu lhe disse mais cedo. Nãmporta como essa história termine, estou feliz pracete por você ter arriscado. Está me escutando

Rostinho Bonito? – Landon segura meu rosto entre amãos, me fita por um instante e sussurra: – Meu Deuvocê é tão linda... Não é de espantar que o Diabo dVermelho a estivesse fuzilando com o olhar.

Consigo abrir um sorriso sincero para Landonporque ele é tão, tão fofo... e também aperto a mão dele – Ei, você acha que tem problema se eu ficar aq

bastecendo as bandejas, em vez de trabalhar no salão? – Acho que ninguém vai se importar. Além do mai

o coquetel está quase acabando e o jantar já vai seervido. Por que alguém iria querer jantar às nove d

noite está além da minha compreensão, mas acho que ipo de pessoa que pode pagar 1.400 dólares por umandália faz as próprias regras.



– Ah, meu Deus! Você ouviu aquilo? – digo, aindncrédula, enquanto encho uma bandeja com folheado

que parecem deliciosos. – Ouvi. Mas, querida, na semana passada vi uma

andálias de tiras muito mais bonitas numa loja por 2dólares. Só não comprei porque não tinha o menúmero.

Caio na gargalhada. Landon pisca para mim e segum direção à porta.

Passo o resto da noite na cozinha enchendo abandejas com os pratos do jantar, para que os outroirvam.

Já estou nas sobremesas quando Tina aparece

omenta: – Evie, querida! Ouvi dizer que você derramou caviano pé daquela loura alta, de vestido vermelho!

Fico paralisada. Ah, não. Viro lentamente na direçãde Tina e faço uma careta.

– Derramei, Tina. Foi sem querer. Depois eu limpei apato para ela e ficou como novo.

– Querida – continua ela, com um sorriso maliciosno rosto –, pareço estar chateada? Aquela mulher m



parece muito sem graça. Só lamento que você não tenhcertado os dois pés.

Ela dá um apertão no meu ombro e sai da cozinhpressada.

Deixo escapar um suspiro de alívio. Nossa, como Tina é incrível.Depois que o jantar é servido, inclusive o caf

garçons e garçonetes são liberados para ir embora. Houtra equipe que cuida da limpeza e eles já estão emplena atividade na cozinha.

Estou lavando as mãos na pia da cozinha industriquando Landon volta. Percebo que está com a tesigeiramente franzida enquanto caminha na minh

direção. – O que houve? – pergunto. – Um passarinho me deu isto e pediu que e

ntregasse a você e que lhe dissesse que é sua novavorita. E preciso lhe falar uma coisa, Evie. Ele

gostoso, mas é estranho – comenta Landon, então mntrega uma bala de menta que reconheço como uma da

que ficam nas cestas de brindes do banheiro.Franzo as sobrancelhas enquanto encaro o pap

branco, simples, que embrulha a bala. Do outro lado d



pequeno embrulho está escrito em letras fortes: A melhobala de menta do mundo.

Fico encarando a bala por mais algum tempo, semaber exatamente o que pensar. Por fim, jogo-a no lixo

volto ao trabalho.





stou deitada no telhado abaixo da janela do mequarto, olhando para o céu claro de verão. Adoro olha

ara as estrelas porque elas me fazem acreditar qualgumas coisas no mundo são permanentes.

Eu me mudei para este lar adotivo há um ano osto bastante daqui. Meus novos guardiães tomaonta de três crianças, mas tenho um quarto só par

mim, porque as outras duas meninas são irmãs e divideum quarto. Meu espaço é pequeno – uma antiga área derviço reformada –, mas tem uma janela que dá par

uma parte pouco inclinada do telhado, e adoro vir a

aqui e ficar deitada olhando para o céu.



Meus novos responsáveis claramente só nos recebeor causa do dinheiro que ganham como auxílio paruidar de nós. Ainda assim, não são pessoas más; só nãêm interesse pelas crianças, o que não é problema par

mim. Na verdade, é até bom.Uma pedrinha atinge o telhado, ao meu lado,

orrio. É o sinal de Leo de que está subindo. Posso ouvi-lo escalar a treliça e depois se arrasta

elo telhado até se deitar ao meu lado. Leo está usandum short de ginástica largo e reparo em seus joelhoossudos de menino.

Olho para ele e vejo que está com a testa franzida. – Qual é o problema, Leo? – pergunto.

O rosto dele assume uma expressão de irritação e eesponde: – O que eu fiz para que ele me deteste tanto, Evie

lém de existir, é claro. Rolo o corpo na direção dele e apoio a cabeça n

meu braço dobrado. – Leo... Mas ele me interrompe: – Ele mandou meu irmão morar naquele buraco d

nferno só para me atormentar. Não tinha nada a ve



om Seth, tinha a ver COMIGO. Ele me odeia tanto qunão consegue pensar direito e acaba magoando u

arotinho inocente. Meus olhos se enchem de lágrimas, porque sei qu

le está certo. Descobri, ao longo dos dois anos em quonheço Leo, que o pai dele é a própria encarnação d

mal. O grande erro de Leo é ser o fruto de uma traiçãda mãe dele. E por causa do seu terrível pecado – teido GERADO –, o pai assumiu a missão de fazê-lofrer.

O segundo erro de Leo foi amar o irmão mais novoeth, diagnosticado com uma severa forma de autismo etardo no desenvolvimento. Como o pai de Leo sabia d

amor de Leo por Seth, usava o garotinho para atingi-loogava garrafas de cerveja na cabeça de Seth, deixavo garoto sozinho o dia inteiro, largado à própria sornquanto Leo estava na escola, sem ter como tomaonta do irmão. Maltratava Seth de todas as maneira

ossíveis, sempre para atingir Leo. O mais cruel era queth era sangue do sangue dele, mas o pai só o via com

uma arma para usar contra a personificação de suaiva e humilhação.

– Colocaram Seth em uma instituição pública.



Ouço lágrimas na voz de Leo, por isso chego maerto, colo o corpo ao dele e pego sua mão.

– Aquele lugar vai matá-lo. Leo fora parar em lares adotivos por conta de um

urra fenomenal que o pai lhe dera depois que Leaproveitara o sono do homem para tentar sufocá-lo. Leez isso porque o pai tinha ameaçado mandar Setmbora. Ele admitiu para mim que sabia que nãevaria a tentativa de assassinato até o fim, mas estavom tanto ódio e com tanto medo de que o irmão foss

mandado para longe que quis desviar a atenção do paara si mesmo. Já disse a Leo milhares de vezes como

acho corajoso, mas ele não acredita em mim.

– Não me importo com nada relacionado a mim. eo suspira. – Só não quero que meu irmão pague posso, e é o que vai acontecer agora, porque a minha mã

assinou os papéis autorizando a levarem Seth, apesar du saber que foi ideia daquele saco de bosta, para qu

le pudesse voltar para cassa. E com certeza a noção dque isso me magoa só o deixou mais feliz.

Não digo nada, mas a verdade é que, com Leo forde casa, cuidar de Seth provavelmente é muito trabalh

ara eles. Antes de ser mandado para lares adotivo



eo fazia tudo pelo irmão, desde trocar suas fraldas abrincar com ele, dar-lhe banho e colocá-lo na camoda noite.

– Hoje, no tribunal, aquele filho da puta passou po

mim no corredor e sussurrou “Seth se FOI, garotospero que ele consiga aguentar...” Depois saiu rindoindo, Evie! E minha mãe não é melhor do que ele. El

e arrasta atrás do desgraçado como se ele a houvesshipnotizado com aquela personalidade encantadordele...

As lágrimas agora correm pelo rosto dele, e continua segurar sua mão como se fosse minha tábua dalvação.

– Você sabe que a única razão para eles tereaparecido hoje no tribunal foi para choramingar com uiz sobre o azar na vida, por terem um filho que nãresta para nada como eu, enquanto o outro é retardado

Talvez achassem que o juiz iria sentir pena deles

mandar os dois de férias para algum país tropical oalgo do tipo.

Leo deixa escapar uma risada triste, amarga. – A questão, Evie, é que tentei proteger Seth

qualquer custo, mas sou tão imprestável que nem isso e



onsegui. O desgraçado está certo a meu respeito. Earruinei tudo. Acabo sempre fazendo alguma coisa pardestruir todos os que me amam. No fim, ferro com tud

orque é assim que eu sou.

Eu já tinha ouvido o bastante. – Pare com isso – falo em um tom gentil, e depo

ontinuo com mais firmeza: – Pare! Você está erradoeo, e não vou deixar que aquele lixo de ser humano onvença de que você não presta para nada. Você orajoso, forte, nobre. Você é o meu Leo.

Ele fica em silêncio agora, a respiraçãnormalizada, mas o corpo ainda tenso.

– Me conte uma história, Evie – diz, por fim.

Respiro fundo e, por mais que pareça quasmpossível, chego ainda mais perto dele. É uma noiquente de verão e já estou suada por causa da noss

roximidade, mas não me afasto. Ficamos em silêncio por vários minutos, até que m

deito de costas e começo: – Era uma vez uma linda mulher que, apesar de se

osto de anjo, era vazia por dentro. Bem no lugar onddeveria estar o coração havia apenas um enormburaco. Devido a esse defeito, um ogro, feio por dentr



por fora, conseguiu conquistar a mulher e ela se casoom ele. Um dia, ela precisou se afastar dele, porqu

não suportou mais sua personalidade e seu rosto feioté mesmo pessoas vazias têm um limite para suporta

anta feiura. Faço uma pausa rápida e continuo: – A mulher caminhou sem parar até chegar a u

rado tranquilo e se deitou lá no meio, aproveitando ilêncio da noite. O que ela não sabia era que havi

uma grande fera à espreita, um leão enorme, com a jubdourada e o rugido ameaçador de uma centena de leõe

nquanto a mulher linda, mas vazia, continuava deitadno campo, a fera se aproximou dela em silêncio,

quando a mulher abriu os olhos e o viu, ficou fascinadorque nunca se deparara com nada parecido coaquele leão. A fera pousou a pata enorme sobre ela parmantê-la deitada. Estranhamente, a mulher não sentimedo, apenas curiosidade. Quando amanheceu, a bel

acordou e achou que a noite anterior havia sido apenaum sonho. Mas a mulher agora estava grávida, de ummenino. E esse lindo menino receberia os maiores dondos pais: a beleza da mãe e o coração do pai, o coraçãde um leão.



Ficamos os dois quietos por mais um longo tempo. Então Leo vira o corpo na minha direção e m

ncara com olhos ardentes. – Eu te amo, Evie – sussurra ele.

– Também te amo, meu Leo – murmuro em resposta.




Landon me dá uma carona até em casa. Ele me convid

várias vezes para tomar uns drinques para fechar a noite

mas só quero mesmo é me enfiar na minha cama e msquecer do mundo.

Não vi mais Jake depois do incidente do caviar, macho que foi melhor assim. Vê-lo com Gwen s

umentaria meu sofrimento e minha humilhação. E sermais uma lembrança de quanto eu fui ingênua.Landon estaciona diante do meu prédio, me dá um

braço e me pede para ligar para ele no dia seguinte. – Tenho toneladas de pó para limpar no me

partamento e quilos e quilos de roupa para lavar, mas s



precisar de companhia, posso deixar toda essa diversãde lado em um piscar de olhos. – Ele sorri e eu retribuo– Amo você, menina – diz ele.

– Também amo você, Lan – respondo, e saio d

arro.Destranco a porta da frente do prédio e, é claro

meus pensamentos vão direto para Jake. Pensar no qule e Gwen devem estar fazendo neste instante faz com

que eu me encolha.Entro em casa e tomo uma ducha rápida. Depo

scovo os dentes, visto uma camiseta velha e um short me enfio na cama.

Eu deveria ter imaginado que um homem bonito

eguro e bem-sucedido como Jake Madsen, que pode tequalquer mulher, não escolheria uma garota como eu.Enrodilho o corpo ao redor do travesseiro

inalmente, me permito chorar.

cordo cedo na manhã seguinte e, mais uma vez, mrrasto para fora da cama. Tomo um banho, visto

uniforme do Hilton e seco os cabelos antes de prendê-lo



m um rabo de cavalo. Coloco só um pouquinho dmaquiagem e saio de casa para pegar o ônibus.

Meu turno passa rapidamente, como de costume, o meio-dia, meu humor já melhorou. Estava bem ante

de Jake Madsen entrar na minha vida e vou ficar bemgora. Já sobrevivi a coisas piores, muito piores.

Deixo o hotel pela saída de empregados e estodescendo o quarteirão na direção do ponto de ônibuquando um BMW prata emparelha comigo. Levanto oolhos e lá está Jake, sorrindo para mim enquanto snclina por cima do assento do passageiro. Meu coraçãalta no peito e começa a bater disparado, mas mantenh

o rosto impassível.

– Quer uma carona, gatinha? – pergunta elrguendo as sobrancelhas. – Muito engraçado. Não, Jake. Prefiro ir de ônibus.

Continuo a caminhar. – Evie, precisamos conversar – diz ele, mas continu

ndando. Ele só pode estar maluco. – Não, Jake, não precisamos – retruco sem olhar n

direção dele.



Como há carros estacionados ao longo do meio-fidesse ponto em diante, Jake seria forçado a estacionar air do carro se quisesse continuar a falar comigo. É

que ele faz. Droga.

Sento no ponto de ônibus e ele me alcança. – Evie – começa, a testa franzida. – Escute, o qu

você viu ontem à noite não foi o que você pensou qura.

– Jake – interrompo. – Foi um dia longo. Estopedindo pra você deixar isso pra lá, está certo? Vocdeveria ter me dito que tinha namorada. Não diss

cabou. Vá embora.Eu me viro e vejo que o ônibus está vindo.

– Gwen não é minha namorada, Evie. Esperava quivesse uma ideia melhor a meu respeito depois do tempque passamos juntos.

Que seja, namorada, casinho, não interessaSimplesmente não estou disposta.

– Vou pedir de novo, Jake. Vá embora. – Não, Evie – diz ele, em voz baixa, atrás de mim.Agora estou furiosa. Muito cansada e... furiosa

Passei o dia limpando a sujeira de gente metida que achque pode fazer o que quiser porque sempre vai te



lguém de um nível mais baixo para resolver. E estoarta disso. Merda. Farta. Só o fato de Jake Madsen um

dia já ter aparecido na minha porta de repente me irritEu estava indo BEM! E agora aqui está ele, em seu BMW

diota, vestindo um terno idiota, com namorada/casinho, seja o que for, idiota, em suaandálias de 1.400 dólares, que acha que pode falaomigo como se eu não tivesse nenhum valor. E o qu

diabo ele quer de mim exatamente? Porque a questão que eu já cansei de ficar só imaginando. Já cansei dake Madsen.

Levanto, olho direto no rosto dele e despejo minhúria:

– Só para você saber, Jake: você não me conheccha que conhece, mas está redondamente enganadoPortanto, não continue com isso, não continue parecer do nada achando que serei grata por você esta

me agraciando com a sua presença. Depois de ontem

cho que está bem claro que não há razão para vocstar aqui. Então estou lhe pedindo de novo para termosta conversa em outro momento, tipo nunca.

Tento me virar, mas ele pega minha mão e me puxom delicadeza. Não tenho escolha a não ser me volta



de novo para encará-lo. Nesse momento, reparo nntensidade de seu olhar. Ele me puxa mais para perto

diz rangendo os dentes, mais para si mesmo: – Não era minha intenção fazer isso em uma esquin

mas essa garota teimosa vai me obrigar.Então ele suspira e permaneço encarando-o de olho

rregalados, porque, sinceramente, de que outra formu poderia reagir sem fazer uma cena? Isso sem fala

que estou muito cansada, não sei se já mencionei isso.Jake me fita por mais alguns instantes e su

xpressão se suaviza antes de ele continuar: – Você acha que não conheço você, Evie? Vou lh

dizer o que sei a seu respeito. Naquela semana que pass

eguindo você, soube que você pega um malditÔNIBUS para ir à casa de um senhor deixar cookies.Fico perplexa por um instante e depois balanço

abeça, confusa. – O Sr. Cooper? – Minhas sobrancelhas estã

ranzidas agora. – Ele morava perto da casa em que vipor quatro anos. Sempre foi gentil comigo. É viúvoSolitário. E gosta muito de cookies com gotas dhocolate.



– Você leva duas horas de ônibus para ir e voltaEvie – observa ele, a voz gentil.

Respiro fundo. – Jake, tenho certeza de que você deve ter algum

motivo para levantar esse assunto, mas... – O cara do outro lado do corredor, no seu prédio

ria me matar antes de me deixar sequer pensar emdeixar você desconfortável de algum modo.

– Maurice? – pergunto, e agora meu rosto é umareta, porque estou absolutamente confusa. – Ele

mesmo do tipo protetor. – Como o cara de ontem à noite, que me fuzilou com

o olhar quando achou que eu havia desrespeitado voc

m público? – diz Jake, delicadamente. – Landon? Ele é um dos meus melhores amigoEle...

– Evie, acho que você não está entendendo o qustou querendo dizer, e vou ser mais claro, meu bem.

Meu bem? Ele acabou de me chamar de meu bemUm arrepio sobe pela minha espinha e não gosto naddisso. Não deixe que ele a enfeitice de novo, Evie.

A expressão de Jake ainda é intensa, mas quasdolorosa quando ele volta a falar:



– Você diz “por favor” e “obrigada” para todmundo, Evie. Quase esbarrou em um cachorro na rua quando desviou dele, disse “com licença”. Para um cãoE aposto que nem pensou duas vezes a respeito. Iss

contece porque sua boa educação está tão arraigada emvocê que faz parte da sua natureza. E, pelo que sei deu passado, posso imaginar que ninguém tenha lhnsinado essas coisas. Tudo isso vem de você.

Estou sem fala, olhando para ele estupefata. – O que eu sei a seu respeito é que as pessoas qu

êm a sorte de contar com a sua confiança e com a sumizade a protegem ferozmente, com a própria vida s

preciso. E isso acontece porque você se dá a elas, e ela

abem que, se têm você, isso não é pouca coisa.Ele faz uma pausa rápida e continua: – E, Evie, quando você se afasta das pessoa

mesmo de estranhos, precisa saber que os olhos delas companham. E vou lhe dizer o porquê, já que e

mesmo também me sinto assim. É porque elas nãquerem ver sua luz saindo de perto delas. Querem vevocê indo na direção delas, e que fique com elas.

– Eu...



– Então, talvez eu não saiba qual é o seu pratavorito nem o dia do seu aniversário. Mas o que sei eu respeito é lindo, Evie, e isso faz com que eu tenherteza de que quero saber mais.

Jake se adianta, agora, e ficamos nos encarando nmeio da calçada, em um ponto de ônibus. Mas mpressão que tenho é que estamos na lua.

– Hã, Jake – digo. – O que é, Evie? – Perdi o ônibus. Vou precisar de uma carona.Ele fica me olhando em silêncio por um instante, a

que o rosto lindo se abre em um enorme sorriso.Uau...

Não dizemos mais nem uma palavra enquanto ele meva até o carro. Jake abre a porta do passageiro e entro.

Ele dá a volta e se acomoda atrás do volante, tudsso com uma graça fluida, então sai com o carro, olh

para mim e pede: – Quero que ouça o que tenho a dizer sobre ontem

noite.Mordo o lado interno da boca e, quando me do

onta do que estou fazendo, paro e olho para ele d



elance, tensa. Sim, ele está me enfeitiçando de novoMas estou alerta. Jake continua:

– O pai de Gwen é diretor financeiro da empresa dmeu pai. E com “empresa do meu pai” na verdade quer

dizer “minha empresa”, porque essa é a realidade agorMas meu cérebro ainda está se adaptando a essransição.

Ele fica em silêncio por um momento. – De qualquer modo – continua –, conheço Gwen

o pai dela há muito tempo e, ao longo dos anos, Gwen u saímos algumas vezes, embora eu sempre tenh

deixado claro para ela que não estava interessado emnada mais do que tínhamos... e tínhamos muito pouco

Gwen, por sua vez, deixou claro que estava interessadm mais, e ela foi criada para acreditar que podia ter que quisesse e que, se choramingasse o bastantcabaria conseguindo.

Jake faz mais uma pausa e enfim prossegue:

– Quando me mudei para cá, tentei ser amigo deporque, apesar de Gwen ser mimada e superficial, eu ratei de forma bastante desrespeitosa ao longo dos ano

Fiz isso em parte porque sentia que sacaneando Gwen estava, por tabela, sacaneando o meu pai, que ficav



onstrangido com o modo como eu tratava a filha de umolega de trabalho dele.

Jake volta a ficar em silêncio por um instante, entãranze a testa ligeiramente e me pergunto o que ele dev

star pensando, mas continuo quieta. – Eu havia combinado de ir com Gwen ao evento d

ontem há meses, e não tinha como desmarcar. É umausa importante para mim, e achei que não haver

nenhum problema em levá-la comigo, como planejadossim que chegamos, percebi que havia cometido umrro, e isso foi antes mesmo de eu ver você lá.

Não quero ficar satisfeita com isso, mas é o qucontece. Nossa, como estou achando isso bom. Mas

ncaro com a testa franzida. – Gwen fez parecer que as coisas com você estavammuito íntimas – comento, olhando para a frente.

– Isso é porque ela viu o modo como olhei parvocê, viu como você é bonita. Ela fez o que achou qu

uncionaria para manter você afastada de mim. Sei quGwen a fez se sentir inferior, porque ela é mestre nissoMas, Evie, você poderia estar usando um saco de batata

ainda assim teria mais classe do que Gwen com todoqueles acessórios e aquele vestido de grife. E ela sab



disso. E odeia saber. Foi por isso que ela quis diminuvocê.

Ele fica em silêncio novamente, antes de concluir: – Quase morri por não poder invadir aquela cozinha

xplicar a situação para você, mas você estavrabalhando e eu não queria piorar ainda mais as coisas.

Lembro-me da minha sensação depois que Gweaiu daquele banheiro, de como me senti humilhada

magoada. Penso no orgulho que Jake me fez ter porabalhar duro para me sustentar, mas naquele momentiquei profundamente envergonhada não só do que faço

mas de quem sou. E essa vergonha arrasadora é mesmo sentimento que me acompanhou pela maior par

da minha infância. Então abaixo os olhos para o meuniforme do Hilton, para os sapatos gastos e olho aedor, para o interior luxuoso do carro de Jake.

– Jake – começo a dizer –, talvez eu não seja...Mas ele estaciona em uma vaga na frente do me

prédio, desliga o carro e vira o rosto lindo para mim. – Não, Evie. Antes de começar, pense se o que es

prestes a dizer não vai contra tudo o que eu acabei de lhalar na última meia hora. Se for o caso, simplesmensqueça, está certo?



A expressão dele está cheia de ternura e meu coraçãbate mais forte.

Fico encarando-o por um instante, então concordo: – Está certo.

Ele sorri de novo para mim com aqueles denteperfeitos e diz:

– Boa resposta.Então Jake sai do carro, abre a porta para mim e m

nforma: – Passo para pegá-la hoje às seis e meia, e vo

preparar o jantar para você. Gosta de bife? – Gosto – sussurro. – Você trabalha amanhã?

– Não, é meu dia de folga.Jake me leva até a porta e, como fico parada alolhando para ele, sem me mexer, ele pega as chaves dminha mão, abre a porta e me dá um empurrãozinho pardentro. Então diz:

– Vejo você mais tarde. E, Evie, arrume uma bolspara passar a noite fora.

– O que... – balbucio, mas ele já se foi.




Entro no meu apartamento ainda zonza. Como esse d

onseguiu dar essa virada de 180 graus desde qu

cordei? Como esse homem, em um período tão curtde tempo, conseguiu assumir o controle de toda ituação? Meus nervos ameaçam colocar tudo a perde

mas me controlo. Confio em Jake. Quero isso.

Sorrio e passo os braços ao redor do meu corpdepois de fechar a porta. Sento no sofá, mordendo ábio distraidamente e pensando... eu não estava sendngênua. Minha intuição me disse para confiar em Jake u não estava errada. O alívio toma conta de mim, nã

penas porque gosto dele, mas também porque sobreviv



té aqui graças ao meu instinto em relação às pessoasso é uma das coisas mais importantes que possuo.

uma das únicas coisas que possuo.Às seis, estou de banho tomado, depilada e com cad

entímetro da pele hidratado. Visto minha melhor calçeans, junto com um suéter justo marrom-escuro comum decote em V que, embora seja de bom gosto, aindssim mostra bastante do meu colo. E calço as bota

marrons de salto alto.Meu cabelo está escovado e cai pelas minhas costa

Também apliquei uma maquiagem discreta.Arrumei uma bolsa pequena para passar a noite for

om uma nécessaire básica e uma muda de roupa limp

para voltar para casa amanhã. Não tenho ideia do quevar para dormir, então jogo na bolsa uma calcinha mais e minha única camisola decente, já que na maiordas vezes durmo de camiseta. Fecho o zíper antes quu perca a coragem e resolva fugir para o México, par

judar no combate à guerra contra as drogas – o quneste momento, me parece uma opção muito menossustadora do que passar a noite com Jake Madsen.

Antes que eu tenha um ataque, resolvo ligar parLandon e assim que ele atende e diz “Rostinho Bonito!



u disparo logo: – Vou passar a noite com Jake.Há um instante de silêncio e então: – Uau. Vamos voltar um pouco. No último capítu

desta novela, ele estava com a Barbie Vadia pendurada nbraço e você estava limpando o pé dela.

– Não limpei o pé dela – retruco. – Só o sapato. Ede qualquer modo, você perdeu o capítulo em que ele mpegou no trabalho, explicou que ela é filha de umparceiro de negócios e que eles tiveram um rolo ao longdos anos. Agora a mulher quer Jake, mas ele não esnteressado nela. Ele já tinha combinado de ir com ela avento de ontem à noite há muitos meses e não podia da

pra trás. Ah, e ele gosta de mim, tipo, gosta de verdadquer me conhecer melhor. E por conhecer melhor leiae “quero saber se você gosta de filmes de drama ou dção”, mas também “arrume uma bolsa porque você v

passar a noite comigo.”

– Espere – diz Landon –, isso foi o resumo dapítulo de ontem da novela ou o que aconteceu comake desde ontem à noite?

– Muito engraçado – resmungo. – Você não esjudando, Lan. Estou apavorada. Minha vida não



ssim. Essas coisas não acontecem comigo. No últimábado à noite, eu estava aconchegada no meu sofom um bom livro e pensando seriamente em arruma

um gatinho, pois vinha me sentindo um pouco solitári

Pensei que talvez houvesse um gatinho fofinho no abrigde animais precisando de um lar, mas me perguntei smeu orçamento comportaria as despesas comveterinário. Essa foi minha maior preocupação nemana passada, Landon.

– Muito bem, Rostinho Bonito, acalme-se. Você esomeçando a me deixar um pouco preocupado. Primeir

de tudo, você não precisa fazer nada se não estivepreparada, está bem?

– Bem... mas a questão é que eu acho que querosso é o mais louco. Gosto dele. Jake é gentil, atenciosomas também é intenso, meio mandão... e ele me assustum pouco, mas ao mesmo tempo faz com que eu minta bem, com que tenha confiança em mim mesm

Enfim, faz com que eu me sinta especial. E eu, bemcho que quero dar uma chance a essa história. oucura?

Landon volta a ficar em silêncio por um instantntão diz:



– Não, não é loucura de jeito nenhum. Carambminha garotinha está crescendo. Esse Jake é um baiara de sorte. Você sabe disso, não sabe? E, meu bem

você é especial.

– Obrigada, Lan – sussurro. – Muito bem, agora vamos ao que interessa. Qu

alcinha você está usando? – Hum, de renda vermelha. Com sutiã combinando. Nicole tinha me dado dois conjuntos de calcinha

utiã sexy de presente de aniversário de 21 anos. Npoca ela disse que aquele era o meu ano e que tinha ensação de que eu iria precisar de uma lingerie incríve

Minha amiga não foi tão precisa assim, mas agora eu nã

poderia estar mais aliviada por ter uma lingerie bonipara usar. Passar a noite com Jake não significavobrigatoriamente que faríamos sexo, mas havia umhance de ele ver minha calcinha e meu sutiã essa noite

Ah, meu Deus! Pânico!

– Perfeito. Onde vocês vão? – Jake vai cozinhar para mim na casa dele. – Cozinhar para você, hein? Sexy. Escute, bonitinh

meu melhor conselho para você é: relaxe e deixe aoisas fluírem. Se você se sentir confortável, vá em



rente. Caso contrário, deixe claro que não está pronta. e ele gostar de você como você diz que gosta, v

deixar que determine o ritmo. – Está certo – sussurro. – Você sabe que eu am

você, não é, Landon Beck? – Eu sei, Rostinho Bonito. Como poderia não amar

Sou adorável.Eu rio e, nesse momento, a campainha toca. – Ele chegou! Preciso ir. Ligo para você amanhã

ussurro. – Está certo, meu bem. Se não ligar, vou sair por

açando você. Ah, também te amo – diz ele, e desligapidamente.

Abro a porta e Jake sorri ao ver a bolsa de viagem nminha mão. E, meu Deus, será que algum dia vou mcostumar com o fato de ele ser tão bonito? Jake é tã

grande, tão forte, e quero fazer coisas bem sacanas comle... E, céus, nem me reconheço mais. Vá com calma

vie!Jake sai comigo do apartamento e, quando vejo um

movimento atrás do buraco da fechadura de Mauricbato na porta e digo:

– Boa noite, Maurice.



Continuo andando com Jake em direção à frente dprédio e logo ouço a resposta:

– Boa noite, Evie.Jake segue para o apartamento dele, no centro d

idade. No caminho, me conta um pouco como foi sedia de trabalho, que basicamente parece ter sido umeunião atrás da outra.

Ainda no carro, lembro de uma coisa e pergunto: – Falando em trabalho, como você sabia a que hora

u iria sair do trabalho hoje? – Liguei para o Hilton e disse que iria pegar voc

depois do expediente e que havia esquecido a que horavocê iria sair – diz ele.

– Hum, ardiloso. Acho que na verdade eles nãdeveriam lhe dar essa informação. – Sou muito persuasivo. – Ele pisca para mim. – Sim, acho que já percebi – resmungo.Entramos em uma garagem no subsolo e Jake para

arro em uma vaga marcada. Ele me ajuda a sair e pegminha bolsa de viagem.

Jake usa um cartão para abrir a porta que leva a umscada nos fundos e então me conduz até um lindlevador, forrado com painéis de madeira. Digita um



ódigo simples – não posso deixar de perceber que é 12-3-4, o que não me parece lá muito seguro, mas issnão é problema meu – e aperta o botão da cobertura.

Quando saímos do elevador, só há uma porta, o qu

ignifica que o apartamento de Jake ocupa todo o últimndar. Uau!

Ele abre a porta para mim e observo o espaço minha frente. Há janelas altas em todas as paredes través delas tem-se uma linda vista da cidade. À nosssquerda está uma cozinha moderna, claramenquipada com o que há de melhor, com armários preto

bancadas de granito preto e eletrodomésticos de açnoxidável. A mobília é contemporânea, toda em linha

etas e com poucos detalhes. A paleta de cor é formadbasicamente por preto e cinza, com toques de branco. udo muito chique, elegante e caro... e eu detesto esultado. É frio.

Jake está me observando e diz:

– É um condomínio corporativo. Você não gosta.É tão fácil assim perceber o que estou pensando? – Não, não – respondo. – É muito elegante. S

stava imaginando que precisa de um pouco de calo



Talvez algumas almofadas coloridas jogadas por aí, olgo parecido.

Ai, meu Deus, estou mesmo dando conselhos ddecoração a Jake? Cale a boca, Evie.

Mas ele sorri. – Concordo. Mas não sei quanto tempo ficarei aqu

Mais para a frente, gostaria de comprar um lugar parmim.

Entramos na sala, ele pega meu casaco e vou até anela para olhar a cidade sob o céu do crepúsculo.

Sinto o calor de Jake antes mesmo de o corpo dencostar no meu, por trás. Jake passa os braços a meedor e me puxa contra o peito firme. Por algum motivo

mesmo ciente de que nos conhecemos há tão poucempo, me sinto absolutamente à vontade com ele. Mderreto toda contra o corpo másculo.

Ficamos parados desse jeito por vários minutos, emilêncio, o delicioso odor amadeirado dele enchendo a

minhas narinas. Realmente preciso descobrir o nome dperfume que Jake usa, para saber quem o criou e indica

pessoa algum tipo de prêmio Nobel.Jake abaixa a cabeça, afasta meus cabelos para

ado e sinto seus lábios contra a minha nuca. Estremeço



– Meu Deus, Evie – sussurra ele –, sua pele é umdelícia. E seu perfume é tão gostoso... Você acabomigo. E ainda nem tive você. O que isso fará comigo

Enrijeço ligeiramente o corpo.

– Jake – começo a dizer, virando e passando obraços ao redor do pescoço dele. Inclino a cabeça parrás até fitá-lo direto nos olhos castanhos profundos –

quanto a isso...Ele examina meu rosto e diz: – Você está nervosa. – Não é uma pergunta. – Sim. Não. Quero dizer... – Balanço a cabeça e do

uma risadinha trêmula. – Que tal eu preparar o jantar, aí nós conversamo

icamos juntos e então, se você quiser dormir no quartde hóspedes esta noite, sem problemas para mim, eserto? Eu preferiria que passasse a noite na minha cam

mas quero que seja uma decisão sua e, se não estivepronta, é só dormir no outro quarto. Só quero que pass

noite aqui, está bem? – Está bem – sussurro. – Ótimo – diz ele, os olhos se fixando na minha boc

por um instante antes de encontrarem meu olhar.



Percebo o sorriso nos lábios dele quando capturmeus lábios gentilmente entre os dentes, um de cada veme provocando enquanto os lambe e suga. Sinto um frina barriga, as pernas bambas, e meu corp

utomaticamente se cola ainda mais ao dele.Jake continua a brincar com minha boca por ma

um bom tempo. Ele está me deixando louca e sabe dissoPor fim, sou eu que deslizo a língua para dentro da bocdele. Jake deixa escapar um gemido rouco, o que mxcita ainda mais. Passo uma das mãos por debaixo damisa dele. O corpo de Jake é cheio de músculoirmes e lisos, sua pele é quente e... nossa, como

gostoso acariciá-lo.

Nosso beijo se torna mais exigente, nossas línguas sncontram, a minha seguindo intuitivamente o ritmo ddele. Inclino a cabeça para trás e o beijo fica ainda maprofundo, provocando fagulhas que parecem descer pemeu pescoço, passando pela minha barriga, até chega

o meio das minhas pernas.Passo a outra mão pela nuca de Jake, seguro

abeça dele e corro os dedos pelos cabelos cheios macios.



Volto à realidade quando sinto a elevação de umicatriz sob os cabelos macios, na base do crânio del

Meus dedos começam a seguir a linha da cicatriz nparte de trás da orelha esquerda até o meio da nuc

quando Jake afasta os lábios dos meus, o calor do beijinda em seus olhos.

– O que aconteceu com você, Jake? – pergunto.Aquela parece ser uma cicatriz e tanto...Ele apenas me olha por algum tempo, como s

stivesse decidindo se iria responder à minha pergunou não. Mas então diz:

– Lembra daquela merda que eu lhe falei que fiz pardesafiar meu pai?

Assinto, a testa franzida.O calor nos olhos dele arrefeceu e agora Jake mobserva com atenção.

– Uma das consequências foi eu ter aberto a parte drás da cabeça. Algum dia lhe contarei tudo a respeito

Evie, prometo. Mas que tal agora eu começar a preparao jantar?

Continuo de testa franzida enquanto estendo a mãpara voltar a passá-la pela cicatriz. Os olhos de Jak



stão fechados e ele suspira antes de levantar a mãopegar a minha e beijá-la.

– Você é tão doce... – murmura.Então ele me leva até a cozinha e me senta sobre um

banquinho alto. – Que tal eu lhe servir uma taça de vinho e deixá-

qui por alguns minutos, enquanto troco este terno pooutra roupa?

– Que tal você ir se trocar enquanto eu abro o vinhsirvo nós dois? – sugiro.

– Perfeito. A adega fica embaixo daquele balcão, aado da geladeira grande, e o abridor está na gaveta logcima. Os copos estão naquele armário – diz el

pontando para um dos compartimentos superiores, comporta de vidro, cheio de taças de vinho e espumante. – Certo.Ele sai da cozinha enquanto eu me dedico a escolhe

o rótulo.

Dez minutos depois, quando Jake volta, está usanduma calça jeans bem surrada e uma camiseta preta. Está descalço e seus cabelos estão molhados. Deve teomado um banho rápido.

Jake sorri para mim e lhe estendo uma taça de vinho



– Tinto – digo. – Espero que esteja bom para vocCombina com carne vermelha e tal...

Essa é a primeira vez que o vejo usando camiseta e possível reparar melhor na largura de seus ombros, n

peito largo e musculoso, nos bíceps bem definidos que flexionam quando ele pega a taça da minha mão e stende na minha direção, brindando:

– Aos começos.Sorrio, encosto a taça delicadamente na dele e do

um gole, embora já tenha bebido um pouco enquantsperava.

Jake vai até a geladeira e pega um embrulho dçougue. Começa a abrir o pacote sobre a bancada e diz

– Posso lhe fazer uma pergunta? Você me disse noutra noite que não namorou ninguém durante o ensinmédio. Por que não?

Estou sentada na cozinha de Jake, bebericando mevinho enquanto ele cozinha para mim. Me sinto protegid

relaxada, por isso respondo honestamente à perguntmbora jamais tenha falado com ninguém sobre meunos escolares.

– Quando eu tinha 15 anos, minha mãe adotiva dvez, Jodi, foi diagnosticada com câncer. Ela e o marid



esolveram que não poderiam mais cuidar das criançaque moravam com eles. Eu não era próxima de nenhumdos dois, já que eles nunca se interessaram muito pelameninas que abrigavam. Não eram maus, só indiferente

usentes. Só queriam saber de assistir à TV e não spreocupavam muito em saber com quem andávamos. Nmaior parte das vezes, eles nos supriam com o quprecisávamos em termos materiais. Mamocionalmente, nunca fizeram o papel de nossos padotivos, ao menos não da maneira que se costumsperar. Mas eu me sentia bem onde estava, gostava dasa e das outras meninas e achava que, considerando ituação, a vida não seria melhor que aquilo.

Tomo um gole do vinho antes de continuar: – De qualquer modo, quando fui mandada para outrar adotivo, acabei indo para a casa de mais um casal, les não faziam a menor questão de esconder que eu e a

outras garotas éramos um peso, embora até onde e

aiba os cheques que os dois recebiam por nos acolheossem a principal razão para estarmos lá. Eu, Geneviev

Abby éramos basicamente escravas deleCozinhávamos, limpávamos a casa e tomávamos condos filhos deles, gêmeos de 6 anos, que, preciso dize



erviram como um ótimo método de controle dnatalidade para nós – se era essa a intenção deles. asal passava o dia inteiro de papo para o alto, e quand

queriam alguma coisa gritavam para pegarmos para ele

mulher, Carol, vivia fazendo comentáriodesagradáveis a meu respeito, sobre meu corpo, meuabelos, minha falta de personalidade. Ela erspecialmente cruel comigo, mas no que dizia respeitos cuidados conosco, seguia uma política d

oportunidades iguais. Não gastava comigo e as meninanem um centavo a mais do que o estritamennecessário, o que significava que nossas roupas estavamempre velhas e pequenas demais. Na escola, as garota

e divertiam às minhas custas porque achavam que eusava as roupas apertadas daquele jeito para chamar tenção dos garotos. Me xingavam de vagabunda e doisas piores, e os garotos me tratavam como se eosse mesmo uma vagabunda, por isso eu ficava o ma

onge possível de todo mundo.Fiz uma pausa, sentindo a solidão daquela época m

nvolver. Dei mais um gole no vinho antes de continuar – Minha autoestima não era nenhum primor, ma

Carol se encarregou de minar o pouco que eu tinha. Po



sso eu não tinha nenhum anseio especial em fazemigos ou arrumar um namorado. Costumava come

meu lanche na biblioteca todos os dias, ia para casdireto depois da aula e passava a tarde limpando a cas

de Carol e Billy. No dia em que completei 18 anoonsegui um emprego no Hilton e saí de lá. O plano er

passar três meses dormindo no sofá de Genevieve. Einha deixado o lar adotivo seis meses antes, para moraom o namorado, e disse que eu poderia ficar com eleté juntar dinheiro suficiente para pagar o aluguel de umpartamento. Estava morando na casa dela há dois mese

quando o namorado dela deu em cima de mim. Gen mbotou na rua e eu não tinha para onde ir, então trabalhav

durante o dia, ia para a biblioteca depois do expediente dormia em uma mesa do canto por três horas, até eleecharem. Então ficava indo de uma lanchonete a outromando um café atrás do outro, até a hora de rabalhar de novo. No hotel felizmente há um banheiro n

ala de descanso dos empregados e eles não se importamde usarmos.

Faço uma nova pausa. – Dormi em um abrigo no centro da cidade um

noite, mas um velho tentou se enfiar na minha cama n



meio da madrugada. Além disso, alguém roubou o par dapatos que eu tinha deixado embaixo da cama antes d

dormir. Não poderia correr o risco de alguém levar dinheiro que eu estava juntando para alugar um

partamento. Se isso acontecesse, eu voltaria à estacero, e isso era impensável.

Finalmente dou uma olhada rápida em Jake, que esom uma expressão muito séria, o maxilar cerradoinda assim, continuo. É como se uma comporta tivess

e aberto, e acho que não vou mais conseguir parar dalar.

– No fim daquele mês, já tinha conseguido juntar bastante para pagar o aluguel de um dos apartamento

que eu havia visto. Comecei a ligar para sabenformações sobre eles e descobri que poderia me mudapara um naquele mesmo dia. Dormi no chão, usandminha mochila como travesseiro, e me cobri com ummanta rosa muito velha que eu tinha desde que er

riança, até conseguir comprar alguns móveis degunda mão. Consegui meu certificado de conclusão dnsino médio no ano seguinte, já que havia me mudado omeçado a trabalhar antes de me formar.



Jake ainda me escuta atentamente, mas pega minhmão, a aperta com carinho e me oferece um sorriso parme estimular a continuar, embora seu rosto continuenso. Há algo nos olhos dele que lembra muito

xpressão de alguém com o coração partido.Enquanto eu falo, ele trabalha devagar. Agora há do

bifes já temperados em uma frigideira e ele está cortandm quatro várias batatas que acabou de lavar na pia à surente.

– Quer que eu faça isso? – pergunto, acenando comcabeça na direção das batatas.

– Não, quero que fique sentada onde está, relaxome seu vinho e converse comigo.

Ele me dá mais um sorriso, o rosto parecendo relaxaum pouco. – Você passou por tanta coisa, Evie... – acrescent

me encarando com olhos tristes. – Sim, mas a questão é que, de certa forma, tiv

orte por ter me acontecido tudo isso.Jake franze a testa. – Como assim? – Bem – digo inclinando a cabeça e organizand

meus pensamentos –, quantas pessoas você acha qu



hegam ao próprio apartamento no fim do dia, por maimples e pequeno que ele seja, e olham ao redoabendo a sorte que têm? Quantas pessoas realmeneconhecem o que possuem porque sabem o que é nã

er absolutamente nada? Passei por muita coisa parhegar onde estou e valorizo muito o que consegui. Essminha recompensa.

Há uma intensidade no olhar de Jake que parece seum brilho de orgulho. Não compreendo bem o que issignifica, mas fico satisfeita. Por fim, ele diz baixinho:

– Eu nunca teria pensado na situação dessa maneiraFicamos em silêncio por algum tempo, enquanto e

oloca as batatas em uma tigela e despeja um pouco d

zeite sobre elas. Depois abre uma gaveta e começa pegar vários temperos para adicionar à mistura. Mexudo com uma colher e, por fim, coloca em umabuleiro.

Jake liga o forno e, enquanto ele ajusta a temperatur

coloca o tabuleiro lá dentro, observo os músculos duas costas se flexionarem sob a camiseta. Tambémeparo na bunda incrível que ele tem. Me pergunto o quaz um homem de calça jeans e descalço ser tão sexy.

Tomo outro gole de vinho.



Jake tira da geladeira uma embalagem de saladCaesar já pronta e a coloca sobre o balcão. Então piscpara mim e diz:

– Nem tudo é feito em casa. Não use isso contr

mim.Eu rio. – Não precisa se preocupar. Já estou bastan

mpressionada. – Guarde os elogios para quando tiver experimentad

udo.Ele sorri e seu ânimo parece mais leve agora.Jake desliga o fogo sob a frigideira com os bifes

passa a salada para uma tigela.

– Evie, me conte sobre o elogio fúnebre que você fepara a sua amiga, Willow. Quero saber mais – pede.Os olhos dele estão concentrados em mim, atentos. – Mais uma vez, não paro de falar sobre mim. Po

que isso acontece toda vez que estou com você?

– Me faça essa gentileza. Acho você fascinante.Reviro os olhos. Essa sou eu... fascinante. Ma

espondo mesmo assim: – Eu costumava contar histórias para Willow quand

ramos crianças e morávamos no mesmo lar adotivo. E



dorava. Mesmo depois que ficamos adultas e volta meia eu precisava livrá-la de alguma confusão em quhouvesse se metido... abuso de drogas, surra de algumnamorado, o que fosse... – Aceno com a mão, tentand

fastar as imagens que, no mesmo instante, invademminha cabeça. – Pois bem, mesmo depois de adultaWillow me pedia para contar uma das histórias dela. Mpedia cada uma pelo nome, mesmo que muitas vezestivesse completamente chapada.

Jake assente com a cabeça. – Parece que ela se sentia especial por ser dona da

histórias. Não devia ser dona de muitas coisas. O quvocê fazia era lindo, Evie – diz, com delicadeza.

Encaro-o em silêncio por algum tempo, porque dato é lindo quando Jake coloca dessa forma. – No começo as histórias eram só bobagem d

riança. Eu tinha uma imaginação fértil, que era bem úti– Dou um risinho constrangido. – Eu era uma crianç

entando compreender o incompreensível, entende?Ele balança a cabeça, como se entendesse – é clar

que não entende, mas é gentil da parte dele querer que eche que sim. É tão difícil explicar como foi crescer em

um lar adotivo para alguém que não tem ideia de como



sse tipo de vida... É verdade que Jake não me contonada sobre a época em que era criança, por isso não somo foi. Mas já ficou claro que a família dele tem

dinheiro e, ao menos nesse ponto, nossas infâncias com

erteza foram muito diferentes. – Você vai me contar sobre Leo? – pergunta ele.Dou um gole no vinho. – Jake, já dividi tanta coisa com você por um

noite... Foi bom e isso me surpreende, porque nãostumo trazer meu passado à tona com frequência, ma

podemos deixar Leo para outra oportunidade? Pode ser? Não digo a ele que estou lutando um pouco com

ensação de estar traindo Leo de alguma maneir

mesmo sabendo racionalmente que isso é um absurdoEle me largou há muito tempo, e nem sequer está mavivo. Estremeço ao lembrar disso.

Jake me encara por alguns segundos e me sintnquieta sob seu olhar intenso. Pergunto o que ele es

pensando.Ele dá a volta ao redor da bancada e se senta n

banco perto de mim. Me viro na direção dele, que pegaminha mão e diz:



– Estava só pensando em como sou grato por vocstar aqui comigo. Também estava pensando que, a

onde posso ver, você fez um trabalho incrível em nãdeixar seu passado torná-la uma pessoa dura. Não h

nenhuma amargura ou rispidez em você, nada, nem emua atitude, nem no modo como se comporta, ou emeus olhos, seu sorriso, no jeito como trata as pessoa

Você está sempre tomando conta das pessoas de sorque têm o seu amor. Você é assim. A vida obviamente lhirou muito, e sei que você sofreu bastante, mas o fat

de ter confiado em si mesma para superar isso e de nãer se permitido ficar cínica ou fria... isso é mérito seuproprie-se disso. Era isso que eu estava pensando.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Não consigvitar. Jake está acariciando minha mão em círculoentos com o polegar e me encarando com aqueles olhoastanhos tão expressivos. É nesse momento que mpaixono por ele, bem ali, sentada naquela cozinha. M

paixono perdidamente. É ridículo, porque é ceddemais para isso, mas é a pura verdade.

Jake sorri para mim e indica uma pequena mesa dvidro em um canto perto da bancada. Me levanto e voté lá, enquanto ele pega um jogo americano para do



m uma gaveta e os dispõe sobre a mesa. Depois colocos guardanapos e talheres também.

Eu me sento e Jake vai pegar os pratos. Volta comles e com a garrafa de vinho. Volta a encher nosso

opos e então começamos a devorar a comida, que esdeliciosa.

– Muito bem, estou realmente impressionada – digo– Está incrível.

E é verdade. O bife está macio e suculento, abatatas bem temperadas, com a pele crocante e o interiomacio. A salada está fresquinha e, embora tenha sidomprada pronta, é o complemento perfeito para o janta

que Jake preparou.

Comemos em silêncio por alguns minutos, então edigo: – Poderia me falar um pouco sobre os seus pais

Como seu pai morreu?Olho de relance para ele, um pouco tensa com

possibilidade de ter levantado um assunto doloroso, male responde rapidamente:

– Ataque cardíaco. Foi repentino. Ele ainda resistpor uma semana, mas acabou tendo um coáguanguíneo. Na verdade foi isso que o matou.



– Lamento, Jake. – Faço uma pausa, porque xpressão dele parece ter endurecido. – Você deve sentalta dele.

Jake suspira.

– Sim, eu sinto. Desperdicei muitos anos brigandom o meu pai e jamais terei isso de volta.

– Sinto muito.Ele dá um sorrisinho. – Está tudo bem. De verdade. Não fiquei bem po

um longo tempo, mas cheguei a um ponto em que aoisas melhoraram. – Ele faz uma breve pausa antes dontinuar: – Agora percebo que há muitos caminhos n

vida. Alguns deles nós escolhemos. Outros sã

scolhidos para nós. Tive minha parcela de culpa, comcontece com todo mundo, e também fiz algumapéssimas escolhas. Tenho que assumir esponsabilidade por isso. Mas a única coisa quonseguimos ao ficar cogitando o que seria da noss

vida se tivéssemos escolhido outro caminho é chegar perguntas sem resposta e a uma tristeza que não poder curada. Não importa como chegamos onde estamoudo o que podemos fazer é seguir desse ponto emrente.



Jake faz outra pausa antes de continuar: – Vou lhe contar tudo sobre a minha vida, Evie. Voc

á falou tanto de você, e também quero lhe dar o qupuder sobre mim, mas não hoje. Agora quero aproveita

o jantar, aproveitar sua companhia. Não vou trazer à tonum monte de merda que só vai me deixar de mau humoEstá bem?

– Está bem – sussurro.E é verdade. Sinto-me como se soubesse ao mesm

empo tudo e nada sobre Jake. Como isso é possível? Somo é difícil compartilhar lembranças difíceis com

outras pessoas e sei que é preciso estar pronto para issoinguém deve pressionar. Também tenho certeza de qu

o homem sentado à minha frente é uma pessoa boa. Ficmais certa disso a cada minuto. O resto virá com empo. Todos têm um passado, certo?

Jake segura a minha mão e a aperta. Quanderminamos de comer, eu o ajudo a tirar a mesa. Coloc

os pratos na lava-louça enquanto ele põe as panelas dmolho dentro da pia.

Peço licença para ir ao banheiro e, quando volto, Jakpega a minha mão e me leva até o sofá. Ele me puxa paro colo, de modo que fico montada sobre suas perna



ortes. O olhar de Jake é lânguido e... meu Deus, quindo. Pouso a boca sobre a dele, porque não consig

me controlar. Passo a língua sobre os lábios úmidos e eos abre. Dessa vez sou eu que gemo quando ele m

egura pela nuca e me puxa, para que possa enfiar íngua mais fundo. Em um instante estamos nos beijandnsaciavelmente. Tenho a impressão de que nãonseguiríamos nos largar nem se uma manada d

búfalos entrasse pela sala.Jake deixa escapar um gemido rouco e profundo,

into a umidade cada vez mais intensa entre as minhapernas. Pressiono meu corpo sobre o colo dele e Jakfasta a boca da minha.

– Cacete! – dispara ele, os olhos flamejantes. – MeDeus, Evie, você é deliciosa. – A respiração dele sntrecortada.

– Jake – digo, também arfante –, não vou dormir nquarto de hóspedes.

A expressão dele é de puro alívio e ele deixa escapaum suspiro.

– Graças a Deus!Então Jake se levanta comigo ainda nos braços

passo as pernas ao redor de sua cintura. Ele me carreg



pelo corredor até o quarto, me beijando ao longo de todo caminho.




Jake abre a porta semicerrada do quarto com o ombro

Embora o cômodo esteja na penumbra, vejo que

decoração é parecida com a do resto do apartamento. Nparede oposta há uma enorme cama de dossel pretduas cômodas elegantes, também pretas, e duamesinhas de cabeceira brancas, uma de cada lado d

ama. No chão há um tapete branco e felpudo quparece imitar a pele de algum animal. Acho que aoupas de cama são cinza-escuras e brancas, mas nãenho certeza por causa da luz fraca. A única iluminaçã

vem do que eu presumo ser o banheiro da suíte.



Jake me coloca no meio da cama, se levanta e tira amisa. Fico boquiaberta ao ver o peito nu, másculo indo. Tenho um segundo para me deleitar com aque

visão antes de ele voltar para a cama comigo. Logo a

mãos de Jake estão tirando o meu suéter, o que me forçlevantar os braços para despi-lo pela cabeça. Entã

ake abaixa os olhos para o meu corpo e, mesmo npenumbra, vejo que seus olhos têm uma expressãaminta. Meu coração dispara diante do poder dess

olhar. Faíscas parecem atravessar todo o meu corpoanto pela excitação quanto pelo nervosismo. Isso estealmente acontecendo?

– Me ajude, Evie, quero sentir sua pele contra

minha.Sim, sim, também quero sentir a sua pele.Levanto um pouco o corpo, abro o sutiã e desço a

lças pelos braços e jogo a peça no chão. Esta é primeira vez que um homem me vê nua e me sint

onstrangida por um breve instante, mas o olhar datisfação de Jake me faz relaxar.

Ele apenas me encara por algum tempo, entãussurra:



– Meu Deus, você é ainda mais linda do qumaginei.

A boca de Jake captura a minha, nossas línguas sncontram, o peito firme está colado contra os meu

eios e minhas mãos deslizam pelas suas costas. Epressiona o quadril contra o meu e nossa, que sensaçãdeliciosa. Gememos de prazer.

Talvez eu devesse diminuir um pouco o ritmo dudo isso, porque sou virgem e não sei se Jake deduzisso ou não depois que lhe contei sobre a não existênc

da minha vida amorosa. De qualquer forma, acho que edeveria me certificar de que ele está ciente dessdetalhe”, para que tudo corra bem.

Jake se afasta ligeiramente para beijar meu pescoç, ao mesmo tempo, segura meu seio por baixo comuma das mãos. O polegar dele roça no meu mamilo deixo escapar um gemido, ao mesmo tempo que arqueios quadris contra o membro rígido de Jake. Ai, me

eus, que delícia. Ele geme baixo e em seguida leva boca até o meu mamilo e começa a sugá-lo e lambê-té eu achar que vou morrer de prazer. Ele passa entã

para o outro seio. Agora meus dedos estão entrelaçadonos cabelos dele e eu não paro de gemer... Não sabia qu



xistia uma sensação tão boa e não quero que ela acabnunca.

Desço uma mão pelas costas dele enquanto, com outra, exploro os músculos definidos de sua barriga. E

rqueja, afasta a boca do meu seio e levanta os olhopara mim. Diante da expressão de absoluto desejo nosto dele, deixo escapar:

– Sou virgem.Jake continua a me encarar e, por incrível qu

pareça, o desejo parece ficar ainda mais evidente emeus olhos. É uma expressão tão intensa que me sintonstrangida e sussurro:

– Está tudo bem para você?

Ele fica em silêncio por um breve instante, antes dmurmurar: – Nunca esteve melhor.A voz dele soa profunda, calorosa e levemente roucaEntão Jake cola a boca gulosa e exigente à minha d

novo – lambendo, sugando, mordiscando –, e adorsso. Sinto a mão dele no zíper da minha calça jeans e alor de seu corpo se afasta no instante em que ele sjoelha para tirar minhas botas e puxar a calça e alcinha pelas minhas pernas. Jake joga tudo no chão





Começo a erguer os quadris de encontro à mão delJake passa a fazer movimentos mais rápidos com

polegar, mais firmes, enquanto os outros dedos entram aem de mim.

Sim, sim, sim. – Ah, meu Deus – arquejo.Jake geme.Arqueio a cabeça para trás no travesseiro, e apena

por uma fração de segundo tudo parece ficar paralisadoEntão vou além e ondas contínuas de prazer mdominam. Gemo e grito o nome de Jake e, quando abros olhos, vários segundos depois, ele está posicionando corpo sobre o meu, só que agora está nu. Como perd

sso?Jake se inclina sobre mim para abrir a gaveta dmesinha de cabeceira e pegar uma camisinha. Ficolhando fascinada enquanto ele abre a embalagem comos dentes, fica de joelhos e desenrola o preservativo a

ongo do – uau, essa parte do corpo dele também é lind pênis grosso e rígido.

– Posso tocar você, Jake? Me mostra como se faz– sussurro, desejando com todas as forças dar a ele mesmo prazer que ele acabou de me dar.



– Da próxima vez, meu bem. Estou por um fio aquSe você me tocar, nós dois vamos lamentar.

Então, sinto seu peso novamente sobre mim e eguia a ponta do membro ereto para a entrada no me

orpo. Abro mais as pernas, em um movimentutomático.

Jake me beija de novo, enfiando a língua lenta profundamente na minha boca, dando uma pista do quvirá a seguir, mais embaixo. Estremeço de expectativa.

– Passe as pernas ao redor do meu corpo – pedake em um grunhido rouco. – Vamos ser rápidos agor

para acabar logo com a parte dolorosa, está bem? – Está bem – sussurro, e nesse exato momento e

me penetra em uma arremetida funda.Eu grito ao sentir a dor atravessar meu corpo.Jake fica imóvel por algum tempo, então passa a s

mover bem devagar. A dor começa a ceder até que única sensação que resta é de estar sendo deliciosamen

preenchida. Ele continua com os movimentos bementos, entrando e saindo até meu corpo relaxar ao seedor.

– Vou mais rápido agora. Você está bem?



A voz de Jake sai tão estrangulada que parece que está sentindo dor.

– Estou – sussurro.Então ele começa a arremeter com mais força e ma

apidez, e a expressão de êxtase em seu rosto é a coismais linda que já vi, porque sou eu que estou lhproporcionando isso.

A boca de Jake volta a encontrar a minha e eomeça a enfiar a língua na minha boca do mesmo jeit

que está enfiando o pau mais embaixo, e eu estogostando disso.

Bem, na verdade estou adorando.Sinto outra onda de fogo subir dentro de mim

nquanto a pélvis de Jake pressiona a minha a cadstocada. A respiração dele fica entrecortada, eu volto hegar à beira do clímax e deixo escapar um grito. Jakrremete de novo, uma, duas vezes, e mais uma. Entãnfia o rosto na lateral do meu pescoço e solta um

gemido rouco, enquanto move os quadris lentamentGozamos juntos.

Ele fica imóvel por um instante, ainda dentro de mimo abraço com força, acariciando seus braços com a

unhas. Ele começa a esfregar o rosto em meu pescoço



into seu sorriso sobre minha pele antes que ele levante abeça, os lindos olhos procurando os meus.

– Você está bem? – pergunta em um sussurro gentafasta uma mecha de cabelo do meu rosto.

Não, não estou bem. Estou mais do que bem. Estomaravilhosa.

Fito os olhos de Jake com uma expressão sonhadoro corpo quente e firme dele ainda pressionado contra meu.

– Estou – sussurro de volta, e ouço minha voz aindofegante.

Ele sai de dentro de mim e deixo escapar umgemidinho de protesto, o que o faz sorrir.

– Você gosta de mim dentro de você – diz.Sorrio. Sim, sim, eu gosto. – Deixe me livrar desta camisinha e pegar algum

oisa para limpá-la. Fique aqui.Ele se senta na beirada da cama, virado para mim,

veste a cueca e a camiseta. Então vai até o banheiro scuto a água correndo antes que Jake volte com umoalha molhada. Ele se senta na lateral da cama e diz em

um tom gentil: – Abra as pernas e dobre os joelhos.



Fico um pouco envergonhada, mas confio nele aço o que diz.

Jake me limpa com a toalha morna e percebo que hangue.

Nossa, que vergonha...Mas ele não liga, o que me deixa menos tensa.Jake volta ao banheiro e escuto a água correr d

novo. Procuro minha calcinha no chão rapidamente e visto. Ele volta para o quarto com um copo de água e moferece. Bebo o líquido em goles longos e sorrio para equando devolvo o copo.

Jake pousa o copo sobre a mesinha de cabeceira, sdeita perto de mim e me puxa de volta contra o peit

irme, enquanto enfia o rosto em meus cabelos.Me viro em seus braços para encará-lo e ficolhando para o rosto bonito, correndo a mão pela laterde sua face.

– Você é minha agora, Evie. Diga que é minha

ussurra ele.Minha mão fica imóvel e olho dentro dos olhos dele. – Sou sua, Jake – murmuro, adorando o som dessa

palavras.



Tenho a impressão de ver um vestígio de sofrimentnos olhos dele e fico confusa por um instante, mas entãake sorri e me beija delicadamente.

– Nunca passei por nada tão maravilhoso quanto iss

– diz ele, e meu coração está pleno, porque me sinto dmesma forma.

Me colo mais ao corpo quente dele e aprendo outroisa linda sobre Jake Madsen. Ele gosta de dormir donchinha.





stou sentada no sofá do lar adotivo onde morquando escuto uma batida na porta. Minha mã

adotiva, Jodi, grita da outra sala: – Evie, vá ver quem é! Eu me levanto para fazer o que ela diz. Reparo por um instante que estou usando um sho

eans curto demais e um top sem sutiã, por isso abrapenas uma fresta da porta e coloco a cabeça para foraVejo Willow e Leo parados ali. Abro mais a porta umprimento:

– E aí, gente? O que estão fazendo aqui?



– Podemos entrar? – pergunta Leo, e percebo que edá uma olhada rápida no meu corpo e que tem umxpressão tensa no rosto.

Percebo que realmente não estou vestida par

eceber ninguém, mas a verdade era que não esperaveceber ninguém. Olho para ele com uma expressãndagadora e Leo logo se vira para Willow, me dizendudo o que preciso saber.

– Podem, claro – digo, acenando para que entrem. – Quem é? – grita Jodi lá de dentro. – Dois amigos – grito de volta. – Eles não vã

demorar. Não há resposta, o que significa que Jodi voltou

atenção para qualquer idiotice que estivesse vendo nTV. Ela não vai nos incomodar. Leo se acomoda no sofá pequeno e indico o sof

maior, onde eu estava sentada, para Willow. Me senterto dela e afasto os cabelos louros de seu rosto. O

olhos da minha amiga estão injetados e ela cheira maconha.

– Willow, o que houve? – pergunto, já que ela nãdiz nada e fica apenas olhando para a frente.



Ela continua impassível, mas depois de um momentontorce o rosto e se joga contra o meu peito. Ficmóvel por um instante, então levanto as mãos

acaricio seus cabelos, enquanto colo os lábios no top

de sua cabeça e murmuro: – Shh, está tudo bem. Me conte o que aconteceu

Willow. Espero, mas ela permanece em silêncio, a não se

or uma fungada ocasional. – Ela apareceu na minha casa completamen

hapada – diz Leo, o maxilar cerrado. – Tive que tirá-lde lá sem que ninguém visse. Os donos da casa teriahamado a polícia se a tivessem visto. Eles não têm

emperamento muito fácil. – Você sabe o que aconteceu? – Sim, ela estava murmurando alguma coisa sob

uma ida ao tribunal. O pai dela apareceu e ficoncarando-a de um jeito malicioso o tempo todo. Pel

eito quer recuperar a guarda dela, mesmo nunca tenddado a mínima para a filha nos últimos três anos. Issoi tudo o que consegui tirar dela. Então algunseudoamigos a pegaram onde mora, deixaram-n



bêbada e chapada e a largaram sozinha para voltar parasa. E ela apareceu lá em casa. Belos amigos de merda

– Leo! – sibilo. – Não fale palavrão. – Cubro aorelhas de Willow.

Ele fica me olhando por um longo instante, entãeu rosto se abre em um sorriso.

Fico chocada. – Do que está rindo? – pergunto. – De você. É tão fofinha! Bufo. – Sério, Leo, qual é o seu problema? Isso é SÉRIO! Ele para de rir e diz: – Eu sei, Evie, acredite em mim. Se soubesse que

ão esses amigos dela, ensinaria uma lição a eles podarem drogas a uma garota de 12 anos e depois deixá-loltar sozinha para casa.

Continuo a acariciar os cabelos de Willow aerceber que ela está ressonando. Deito minha amiga n

ofá, pego uma manta que está perto e cubro-a. Ficobservando-a por um instante, mordendo o lado ddentro da minha bochecha.

– O programa que Jodi está vendo dura uma horaVou precisar tirar Willow daqui antes que termine



aviso a Leo. Ele assente. – Acho que até lá ela estará menos chapada. Venh

e sentar aqui comigo para não a acordarmos.

Passo para o sofazinho e me acomodo perto de Leoo mais colada possível no canto.

Ele franze ligeiramente a testa, mas não diz nadastá agindo de um jeito diferente comigo nos último

empos, tanto na escola quanto nas nossas saídas, pelmenos uma vez por semana. Estou confusa. Leo agorica muito em silêncio quando está comigo e tem sempr

aquela expressão estranha no rosto. Não sei se esangado comigo ou alguma outra coisa. Agora ele quas

nunca diz que me ama, não como antes. Mas faomentários sobre como sou fofa. Garotos sãstranhos...

Depois de um minuto de silêncio, levanto as pernaruzo-as em cima do sofá e me viro na direção de Leo

Quando olho para ele, vejo que está encarando meueitos, mas ele logo desvia os olhos para os meu

quando percebe que o estou observando. Seu rosto estermelho.



Ah, meu Deus! Ele está constrangido por mimorque percebeu que preciso muito de um sutiã. Meueios não são enormes, mas são grandes o suficienara que a ausência de um sutiã seja inaceitável. E

deve estar com nojo de mim. Meu próprio rosto ficermelho e pego uma almofada que havia caído no chãara abraçar, evitando o olhar dele.

Depois de mais um minuto de silêncio constrangidoeo diz:

– Vi você conversando com Max Hayes no almoçhoje.

Ele parece zangado de novo. O que está acontecendom Leo?

– Ah, sim, nós somos da mesma turma de orientaçãducacional. Ele é legal. Leo fica em silêncio por algum tempo, e então fala: – Ouvi dizer que ele ficou com Zoe Lucas E Kenda

arnes na semana passada. Eu preferiria que você nã

icasse de conversinha com ele. O cara é um galinha. Eu rio. – Leo, não estou interessada em ficar co

INGUÉM, então relaxe, está certo? Não precisa ficabancando meu irmão mais velho para sempre. Sei qu



ocê me protegeu muito no colégio nos últimos anos, ou grata por isso, mas Max Hayes não é uma ameaçara mim.

Ele contrai o maxilar de novo, afasta os cabelo

ouro-escuros dos olhos e me encara, irritado. – Você não reconheceria uma ameaça nem se ela

acertasse no meio dos olhos, Evie.Olho para ele com os olhos semicerrados. Ah, não

le não... sério? E agora sou eu que estou ficandrritada.

– Ah, é, Leo. Esqueci que você é o cara experiente que eu passo a vida em uma redoma de vidro! – exclamrritada, dando uma olhada rápida em Willow, para m

ertificar de que não a acordei. Ela continua roncando. Leo me encara com uma expressão raivosa. – Não é isso que estou querendo dizer. Você só nã

abe como funciona a cabeça desses caras. Não te

deia do que Max está pensando quando está “sonversando” com você.

– É mesmo? – digo, me inclinando na direção dele. como você sabe o que exatamente Max está pensando



– Porque estou pensando a mesma coisa – retrucle.

Ficamos nos encarando por um longo instante, entãeo fecha os olhos, respira fundo e fala com ma

alma: – O que quero dizer é que estou pensando coisa

arecidas sobre outras garotas, por isso... é por isso quu sei.

Eu o encaro, sentindo um aperto estranho no peitoão me permito pensar a respeito. Em vez disso, assintdigo:

– Obrigada por me abrir os olhos. Vou ter cuidadara não encorajar Max, está certo?

Ele fica em silêncio por alguns segundos antes ddesviar os olhos de mim para Willow. – Acho que ela já deve ter dormido o bastante. Vo

evá-la para a casa dela, sem que ninguém veja. Levantamos rapidamente e quase nos esbarramo

mas Leo se afasta primeiro, vai até Willow e a sacode deve. Ela se senta e murmura:

– O que está acontecendo? Leo a ajuda a se levantar e diz:



– Vamos, Willow, se apoie em mim para eu podeevá-la para casa, está certo?

– Certo – responde ela, parecendo um pouco maonsciente.

Ele a leva até a porta, mal olha para mim quandabro a porta para eles e fala baixinho, por sobre ombro, quando já está descendo a escada:

– Vejo você amanhã na escola. Fecho a porta e fico parada ali por algum tempo

me perguntando por que a vida parece sempre tãdolorosa e confusa, e desejando de todo o coração tealguém para me ajudar a vivê-la. Depois de algunminutos, volto a me sentar sozinha no sofá.




Começo a despertar aos poucos nas primeiras horas d

manhã e sinto um corpo quente e firme contra as minha

ostas. Sorrio ao lembrar da noite anterior. Fico paradpor um momento, me deliciando com as lembrançaEntão saio lentamente da cama e vou ao banheiro duíte. Depois, volto a me aconchegar contra o corpo d

ake. Dessa vez, me acomodo de frente para ele e ficobservando seu rosto lindo por algum tempo, a sombrda barba no maxilar másculo, a expressão dranquilidade durante o sono.

Ele abre um dos olhos e me dá um sorriso sonolento



– Está me observando dormir? – perguntbrincalhão. – Quem é a perseguidora sorrateira agora?

Rio e me aconchego mais ao calor do corpo delake passa os braços ao meu redor.

Ficamos imóveis por algum tempo, então deixo mão descer, porque a proximidade dele já está mnebriando de novo e preciso senti-lo. Ele geme quand

minha mão encosta em seu pênis. Jake já está rígido e caricio gentilmente por sobre a cueca, sentindo-o inchainda mais.

De repente estou deitada de costas e ele está em cimde mim.

– Quer brincar, linda?

– Quero – sussurro, acenando com a cabeça. – Está sentindo alguma dor ou está bem?Contraio as pernas juntas e me encolho levement

Muito bem, estou dolorida. – Só um pouquinho – admito.

– Bem, há outras coisas... – Ele deixa no ar. – Sim – murmuro.Logo Jake está beijando a minha barriga e enfiando

ponta da língua no meu umbigo. Ele tira a minhalcinha, a joga de lado e mergulha a cabeça para beijar





Me sento na cama e puxo a camiseta dele para cimxatamente como ele fez com o meu suéter na nointerior. Jake levanta os braços e o tronco por umnstante para que eu possa passar a camiseta por su

abeça, antes de jogá-la no chão.Ele está olhando para mim com uma expressão lind

preguiçosa, e seus cabelos estão desgrenhados. O bepeito musculoso está à mostra e, por um segundo, tudo que consigo fazer é ficar olhando para ele, mmbriagando naquela perfeição. Jake é real? Isto é rea

Sinto um frio no estômago por estar aqui, nessa camom esse homem lindo, explorando o corpo denquanto ele explora o meu.

Inclino o corpo para a frente e começo a beijar peito dele, saboreando e lambendo até chegar a um domamilos rígidos. Lambo e sugo o mamilo pequenobocanhando-o como ele fez comigo na noite anterioake geme e sorrio contra o seu peito, adorando pode

he dar esse prazer.Minha mão desce pela barriga dele e levanto a cabeç

para encará-lo. – Me ensine. Quero saber o que você gosta

ussurro.



– Só quero que me toque.Ele levanta ligeiramente o corpo e tira a cuec

Observo os músculos de seu abdômen se tensionarem o pênis grande e duro salta, livre. Jake chuta a cuec

para o chão, perto da cama.Me apoio sobre um dos cotovelos e abaixo um pouc

o corpo para poder alcançá-lo. Quando envolvo o pênduro como uma rocha nas mãos, sinto-o pulsar.

Há uma pequena gota bem na ponta. Esfrego-entamente com o polegar, em círculos, o que o fa

gemer ainda mais. – Mova a mão para cima e para baixo, meu bem

pede Jake em uma voz sufocada. – Assim.

Ele coloca a mão sobre a minha e me mostra. A visãde nossas mãos juntas ao redor dessa ereçãmpressionante provoca faíscas entre as minhas pernambora eu tenha acabado de ter um orgasmo.

Começo a mover a mão, devagar a princípio, entã

mais rápido, aprendendo o que ele gosta e respondendos ofegos e gemidos.

Quando minhas carícias se tornam mais rápidainto o pênis dele pulsar e inchar na minha mão. Jakrqueja:



– Evie!Então o líquido branco jorra na minha mão. – Ah, meu Deeeeus! – geme Jake, enquanto goza.Passo a mover a mão mais lentamente.

Fico observando o pênis de Jake afrouxar na minhmão, então levanto os olhos para ele, incapaz de conteum sorriso enorme e orgulhoso, o que é ridículo, porqunão fiz nada de mais, mas há algo muito empolgante emevar Jake ao orgasmo. Então, não consigo evitar mentir muito satisfeita.

Continuo sorrindo orgulhosa para ele, que cai ngargalhada, me pega pelos braços e me puxa para cimdele. Jake olha nos meus olhos e diz, ainda sorrindo:

– Você tem um talento natural.Descanso a cabeça em seu ombro e enfio o nariz npescoço dele. Ficamos deitados desse jeito por um longempo, até Jake dizer:

– Vou preparar um banho para você e depois vo

azer o café da manhã. Então você vai passar o domigo.

– Hum... autoritário – murmuro, mas sorrio.Tudo o que mais quero é passar o dia com ele.



Me levanto e começo a andar até o banheiro. Entãolho para trás, com uma expressão sedutora, e pegake fitando minha bunda com um ar de admiração nosto. Ele veste a camisa e a cueca, cobrindo o corp

ncrível. É uma surpresa para mim que o lindo, enorme perfeito Jake Madsen pareça ser um pouco modesto.




Fico enfiada na banheira de hidromassagem de Jake a

minha pele estar enrugada e meu corpo todo vermelho

Então me seco com uma das toalhas grossas e macias hidrato a pele com a loção que está na minha bolsa dviagem, que Jake deixou no banheiro para mim.

Visto uma calça jeans preta, justa, e uma blus

branca de manga comprida com decote em V, com umuéter cinza por cima. Trouxe tênis pretos, mas ponquanto opto por ficar descalça.

Coloco um pouco de maquiagem e prendo os cabelopara trás em um coque baixo e frouxo. Então sigo

delicioso cheiro de café e bacon que vem da cozinha.



Jake está parado diante do fogão, mas olha por cimdo ombro quando me ouve entrar e sorri para mim.

– Omelete? – pergunta, usando uma pinça para retiras fatias de bacon da frigideira.

Ele as coloca em uma travessa coberta com papeoalha, em seguida a pousa sobre a bancada, ao lado d

outra que contém fatias de melão.Balanço a cabeça, recusando. – Só café e uma fruta. – Está certo, pode se servir à vontade. As xícara

stão no armário acima da cafeteira. O leite está ngeladeira e o açúcar, sobre a bancada.

Ele se vira novamente para o fogão e quebra do

ovos em uma frigideira. Preparo uma xícara de café parmim, sem açúcar, com uma quantidade generosa de leiteSento diante da bancada e tomo meu café enquant

dmiro a bunda de Jake até ele terminar de fazer omelete e se juntar a mim. Ele ainda acrescenta bacon

rutas ao próprio prato. – Tenho cereal também, se preferir. – Não, sério, só isso está perfeito. Não costum

omer muito de manhã.



– Ora, meu bem, as coisas mudaram. Agora você vprecisar manter a energia.

Ele pisca para mim, tentando conter o sorrisinhmalicioso e parecendo extremamente satisfeito consig

mesmo.Pego um pedaço pequeno de melão. – Está certo. Isso deve bastar.Como a fruta em duas mordidas pequenas e descart

casca em um guardanapo à minha frente.Jake cai na gargalhada, me pega no colo e me coloc

entada sobre suas pernas, montada de frente para elEntão começa a mordiscar meu pescoço e me fazeócegas. Rio e dou gritinhos.

– Estou vendo que preciso provar mais algumaoisas para você, sua atrevida.Jake mordisca minha orelha e rosna enquanto pass

s mãos pelo meu corpo. Mal consigo respirar de tantque rio. Atrevida? Sério? Quem ainda usa essa palavra?

– Está bem! Está bem! Chega. Estou falando sérioake. – Estou me contorcendo sobre o colo dele

percebo que sentir seu corpo contra o meu é bom.muito bom.



Ele também está rindo, obviamente se divertindomas deixa escapar mais um rosnado, para se exibir.

– Parece que agora consegui meter na cabeça dminha garota a importância de um bom café da manhã.

Pressiono o corpo contra o dele e contorço oquadris, cheia de desejo de novo.

– Falando em meter... – digo, lambendo a base dpescoço dele e beijando seu queixo.

Jake geme. – Evie, achei que você tivesse dito que estav

dolorida.Suspiro e me empertigo. – Estou. Será que um Tylenol pode fazer melhora

pelo menos um pouco?Ele cai na gargalhada de novo. – Meu Deus. Criei um monstro do sexo.Rio e saio de cima dele, mas acho que talvez estej

erto.

– Muito bem, então. Onde você vai me levar? – Já foi ao zoológico? – Na verdade, não – digo, surpresa. – Vai me levar a

oológico?



Sorrio, achando a ideia engraçada. Nunca cheguei azer esse tipo de coisa quando criança, e imagino quenha deixado de me divertir bastante. E hoje em dia me

orçamento não me permite fazer programas do tipo no

ins de semana. – Ótimo. Trouxe algum sapato confortável? – Sim, um par de tênis. – Perfeito. Vou tomar um banho rápido e saímo

depois.Assinto. Jake molhado do banho. Gostaria de ve

sso. Nham.Ele termina de comer rapidamente enquanto tom

meu café, então coloca os pratos dentro da pia, me d

um beijo no rosto e vai para o chuveiro.Dois minutos depois, tenho a maliciosa ideia durpreendê-lo, mas quando tento abrir a porta, vejo qustá trancada. Acho um pouco estranho. Tudo bem...

Volto à cozinha e aproveito para lavar as panelas d

noite anterior e as que Jake usou no café da manhTambém coloco a louça na lava-louças. Quando já estoerminando, Jake entra na cozinha usando uma calçeans e um pulôver preto. Os cabelos cor de caramelstão perfeitamente penteados e ainda um pouco úmido



Vou até ele, passo os braços ao redor de sua cintura nalo o perfume amadeirado, fresco e delicioso. Ficom a cabeça apoiada contra seu peito por um instante

Parece impossível que eu tenha sentido saudade de

nesses dez minutos que passou no banho, mas nãposso negar, senti. Levanto a cabeça e sorrio ante seosto másculo. Jake também sorri para mim. Ele abaixaabeça e beija a minha testa antes de sussurrar:

– Minha Evie. Tão doce...Então ele se afasta e vou calçar o tênis.

É provável que este seja um dos melhores dias da minhvida. Lindo, claro, com alguns raios de sol para amenizao frio. Jake e eu caminhamos pelo zoológico de mãodadas, rindo e conversando tranquilamente. Fic

ascinada com alguns animais e observo-os por umongo tempo antes de me virar para Jake, que parecstar sempre me observando com um sorriso. Ele parec

deliciado com a minha reação tanto quanto estodeliciada com a experiência.



Paramos para comer cachorros-quentes e tomaorvete na hora do almoço e, enquanto estamos sentadoomendo, um pavão passa perto de nós. Ao que parecles andam livremente pelo zoológico. Encantada, pego

elular para tentar tirar uma foto e fico seguindo o bichpor toda parte como uma mãe superprotetora. Jakinda sentado, ri de mim enquanto eu pulo de um lad

para outro como uma doida, tentando tirar uma foto. Depente o pavão se vira, para bem na minha frente e abrs penas em um show de beleza como eu nunca vi ante

Fico paralisada, totalmente fascinada por aquela lindriatura. Ele permanece imóvel à minha frente por várioegundos até que eu saio do meu estado de hipnose

omeço a tirar fotos sem parar, enquanto converso comave. Depois de algum tempo, o pavão se afasta emdireção a pastos mais verdes.

Estou agitada quando volto correndo para onde esake. Ele continua sentado à mesa, com a testa um

pouco franzida. – Veja! – exclamo, quase grasnando, enquanto lh

mostro as fotos do lindo pássaro que, claramente, que exibir para mim. Jake resmunga “Grande coisalgumas vezes enquanto passo de uma imagem par



outra. Quando olho de relance para seu rosto, percebua expressão. – Você está com ciúme de um pássaro?

pergunto, sem acreditar. – O quê? Não.

Mas vejo que está mentindo. – Você está com ciúme de um pássaro – repito, ma

gora como uma afirmação. Volto a olhar para as foto– Ele é TÃO lindo. Nooossaaa, tãããão lindo – digosticando as sílabas com exagero para implicar com ele

– Muito engraçado – murmura Jake.Mas posso ver que, mesmo sem querer, ele es

indo. – Aquele bicho estava tentando invadir meu territór

– ele tem a cara de pau de dizer. – Reconheço um machdescarado quando vejo um.Caio na gargalhada, e vejo que Jake está tentando nã

ir, mas ele não aguenta e abre um sorriso largo parmim, mostrando os dentes brancos e perfeitos.

– Você é ridículo – digo.Mas sento no colo dele e seguro seu rosto entre a

mãos. Estamos sorrindo. No entanto, logo ficamoérios, quando ele fixa o olhar nos meus lábios e eu sint

o volume sob minha bunda aumentar.



– Jake... – começo a dizer. – Evie... – termina ele.Então começamos a nos beijar ardentemente bem n

meio do zoológico, enquanto nossos sorvetes derretem.

Me afasto e apoio a testa contra a dele. – Tive um dia muito, muito bom mesmo, Jake. – Ainda não acabou, meu bem – diz ele. Então pega

minha mão e me levanta do colo. – Vamos ver os tigres

Saímos do zoológico completamente exaustos, quando jão quase cinco da tarde. Enquanto Jake passa com

arro pelo portão, me viro para ele, me sentindo feliz onolenta. Ele me dá a mão e dirige usando apenas a mãsquerda. Seguimos em silêncio, escutando o rádio

Fecho os olhos algumas vezes, absolutamente segura

m paz no carro aquecido.Jake para em um estacionamento e percebo qustamos diante de um pequeno restaurante italiano. E

dá a volta no carro, abre a porta para mim e me ajuda descer. Então me guia para dentro do estabelecimento

Olho ao redor e percebo que o lugar é elegante, adoráv



está quase cheio, apesar de domingo à noite, aindedo.

A hostess se apressa até nós com um sorrisaloroso e nos leva até uma pequena mesa nos fundo

Quando já estamos acomodados, o garçom se aproximapidamente e Jake pede uma garrafa de vinho tinto.

homem está de volta com o vinho antes mesmo que eonsiga ler mais de dois itens do cardápio.

– A berinjela à parmegiana é muito gostosa – sugerake.

Aceitando a dica dele, fecho o cardápio e levantminha taça em um brinde.

– Aos pavões charmosos! – exclamo, sorrindo.

– Humpf – bufa Jake, de brincadeira, então sorri parmim e encosta a taça na minha. Deus, ele é tão incrível...Fazemos o pedido e ficamos conversand

ranquilamente enquanto esperamos, de mãos dada

obre a mesa. – Qual é seu horário de trabalho amanhã? – pergun

ake. – Das dez às sete, a semana toda.Ele me observa por um instante, pensativo, então diz



– Já pensou em fazer outra coisa? – Quer saber se tenho ambição de ser mais do qu

uma camareira? – É. Quero dizer, você sabe que não vejo nada d

rrado no que você faz. Só que você é tão inteligente qupoderia fazer qualquer coisa. E estava me perguntande pensa sobre isso.

Suspiro. – Sim, na verdade penso. Adoraria cursar algum

aculdade, mas é preciso dinheiro para isso. Um dinheirque, neste momento, eu não tenho. Mas o que eealmente amo fazer é escrever. Tenho uma ideia par

um livro... – paro de falar, sentindo-me envergonhada d

epente. – Faça isso. Por que ainda não fez? Porque está fora da minha zona de conforto. – Bem, preciso de um computador para pode

screver. Eu costumava levar um pendrive para

biblioteca, mas não era nada prático. E às vezes, quandu estava inspirada, a biblioteca estava fechada... Enfim

Simplesmente não funcionou.O garçom traz nosso jantar e começamos a comer.

omida está deliciosa, e não consigo evitar um gemid



depois da primeira garfada. – Está bom? – pergunta Jake, o olhar s

ntensificando ao se fixar na minha boca. – Ahã.

– Vai passar a noite comigo de novo? – Não posso, Jake. Preciso me organizar para

emana. Tenho que ir para casa e arrumar tudo. – E amanhã à noite? – Também não posso. Tenho um trabalho no buf

que vai terminar tarde. Não costumo ter nada nas noitede segunda, mas vai haver uma exposição de arqualquer em uma galeria no centro. – Olho desconfiadpara ele. – Você não vai estar lá, não é?

Ele sorri. – Não estava planejando ir, mas agora talvez eu veo que consigo providenciar.

– Não se atreva. – Preciso ir a San Diego na terça, para o me

scritório lá, mas estarei de volta na quarta à noite. Vpoder passar a noite comigo, então?

Sorrio para ele. – Vou.Ele sorri de volta.



Comemos em silêncio por algum tempo, então digo: – Imagino que você tenha ido para a faculdad

ntão. – Sim, cursei a Universidade da Califórnia, em Sa

Diego. Ao mesmo tempo eu trabalhava com o meu paprendendo tudo sobre a empresa, já que o plano era quu começasse a trabalhar lá quando me formasse. Só nãmaginávamos ainda que eu teria que assumir o negócio

Foi nessa época que eu e meu pai acabamodesenvolvendo algo mais próximo de um relacionamentde verdade, como nunca havia acontecido antes. Einha saído da casa dele, e foi exatamente isso que no

permitiu começar de novo. Foi a primeira vez em muit

empo que senti algo próximo da felicidade, estar longdos meus pais, “me descobrindo”, para usar umxpressão bem clichê.

Assinto. – Você não é próximo da sua mãe?

Ele deixa escapar um grunhido zombeteiro. – Próximo? – Ele faz uma careta e fica em silênc

por alguns segundos. – Não.Continuo olhando para ele, mas Jake não fala ma

nada e não sei o que dizer, por isso pego o garfo



ontinuo comendo.Depois de mais algum tempo, ele diz baixinho: – Quero pagar os seus estudos, Evie.Levanto os olhos para ele, surpresa.

– O quê? – Meu tom sai ligeiramente irritado. – Poque você faria isso?

– Porque acredito em você. Porque acho que nteligente, e que só precisa de um empurrãozinho parealizar seus sonhos.

Balanço a cabeça devagar. – Jake, escute, essa é uma oferta muito generos

mas trabalhei muito duro para chegar até aqui. Sei qupara você, minha vida não parece uma história muit

bem-sucedida, mas estou indo bem, e vou dar um jeitde voltar a estudar em algum momento. O que querdizer é que começamos a dormir juntos agora, e não sxatamente como essas coisas funcionam, mas talve

devêssemos esperar para ver o rumo que essa histór

vai tomar antes de você começar a me oferecer grandeomas de dinheiro.

O rosto dele está muito sério agora e fica claro quake não está nada satisfeito com o que acabei de falar.



– Antes de mais nada, acho que já deixei claro quim, eu considero a sua história muito bem-sucedidonsiderando tudo por que passou. Em segundo luga

preciso mesmo lembrar a você o que me disse na cam

há menos de 24 horas, Evie?Caramba. Ele está furioso.Fico confusa, porque sei que disse muitas coisas

le, e a maior parte delas tinha a ver com o que Jakstava fazendo com as mãos, e com a boca, e... Meeus, agora estou ficando excitada de novo.

– Hã... – Você me disse que era minha, Evie. O que temo

não é só sexo por diversão. Não é casual para mim

chei que havia deixado isso bem claro. – E daí? Você é o que agora? Meu namorado ou algdo tipo?

– Namorado, homem, amante, dê o nome que quisemas isso significa que vamos tomar conta um do outr

dentro e fora do quarto. E, para mim, isso envolve lhdar o dinheiro necessário para que realize seus sonhos.

Uau. Muito bem, então. Ele está sendo autoritáriomas não consigo evitar o calor que se espalha pelo meorpo diante da intensidade de suas palavras. Alguém



quer me proteger, tomar conta de mim... não estocostumada com isso...

– Jake... – Ao menos pense a respeito, está certo?

Fico encarando-o por um instante, mas cedo. – Está bem. – Ótimo. – Ele dá algumas garfadas no jantar e mud

de assunto: – Você também precisa começar a tomalgum tipo de contraceptivo. Não quero usar camisinhom você.

Faço uma pausa, o garfo a meio caminho da bocstá bem...

– Já tomo pílula anticoncepcional. Minh

menstruação é irregular e a pílula me ajuda a controlaTomo há anos.Ele me fita em silêncio por um instante e diz: – Muito bem, ótimo. Agora termine seu jantar.Totalmente autoritário. Mas muito doce também.

bem gostoso, mas... – Hã, Jake, se não vamos usar camisinha, acho qu

deveria perguntar... – Estou limpo. Sempre usei camisinha e faço exame

egulares. Posso mostrá-los a você, se quiser.



Ele abaixa os olhos, com uma expressão que parecnvergonhada.

Não é essa expressão que me faz confiar em Jake. implesmente ele. O pacote inteiro. Preciso deixar iss

laro, por isso me debruço por cima da mesa e pego mão dele. Fico em silêncio por um instante, então digo:

– Não, eu confio em você.Depois do jantar, Jake me leva de volta para minh

asa e passamos algum tempo nos agarrando no carroMas então ele geme e se afasta, resmungando:

– Isso está me matando...Em seguida, sai do carro e dá a volta para abrir

porta para mim. Dou um último beijo nele, abro a por

do meu prédio e entro praticamente saltitando.





enduro a mochila no ombro enquanto desço a runa direção do lar adotivo de Leo. Fiquei até tarde eum grupo de estudos, por isso não estou voltando coWillow, como costumo fazer.

Leo começou o ensino médio há vários meses, e estendo dif ícil não estudar mais na mesma escola que el

verdade que já não precisava me defender havialgum tempo – os outros alunos começaram a mgnorar depois do incidente com Denny Powell –, mas sê-lo nos corredores já iluminava meu dia. Às vezes Le

apenas roçava a mão na minha quando nos cruzávamo

no corredor, fingindo não me ver, ou deixava bilhetinho



divertidos no meu armário. Isso me fazia sorrir. E estoempre precisando de coisas que me façam sorrir...

Quando viro a esquina da casa dele, vejo uma figuronhecida e solitária sentada nos degraus da varanda

aro e fico observando-o por um instante, pois sei qule não me viu, aparentemente perdido em pensamento

os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça inclinadara a frente.

Sigo na direção dele e, conforme me aproximo, Leevanta a cabeça e olha para mim. Seu rosto se abre em

um sorriso. – Oi – digo, sorrindo também. – O que está fazend

aqui?

– Só pensando – responde ele, parecendo mais sériagora. – Está muito barulhento lá dentro – acrescentaesticulando com a cabeça na direção da casa.

Sento perto dele e assinto. – No que estava pensando?

– Em Seth. – Ele faz uma pausa. – Estavmaginando onde ele está, como está se saindo.maginando... – Ele se interrompe, emocionado.

Instintivamente eu estendo a mão para pegar a deencosto-a no meu rosto, roçando os nós dos dedo





nquanto o calor parece emanar de nossas mãontrelaçadas, subir pelo meu braço e se espalhar pel

meu peito. Leo sorri também e aperta minha mão comais força.

Entramos no parque e vamos até os balanços. Senm um deles e Leo me empurra alto, me fazendo rir. Ee apoia na trave do brinquedo, a alguns metros d

distância. Sorri, mostrando o espaço encantador entre odentes, e diz:

– Adoro ouvir sua risada. Inclino a cabeça e balanço mais devagar. – É mesmo? Ele chega mais perto e segura as duas correntes d

meu balanço, e tenho que inclinar a cabeça para tráara encará-lo. – É, Evie, adoro. É a única coisa que me deixa fel

de verdade. Ficamos sérios, enquanto ele me encara. Sinto

oração disparar. Mas então Leo se afasta um pouco nfia as mãos nos bolsos. Pisco e engulo em seco

nervosa. – Estava pensando... sei que no baile Sadie Hawkin

da escola é a menina que costuma convidar o par, mas.



bem, eu queria saber se você iria comigo.O rosto dele está levemente ruborizado enquant

spera minha resposta. – Eu adoraria, Leo. Só que não tenho o que usar.

ão imagino que faça muito o estilo de Jodi me comprauma roupa para um evento desses.

Abaixo os olhos, ruborizada também. Ele assente e fica me olhando pensativo

rovavelmente se dando conta de que não havia pensadque precisaríamos de roupas elegantes.

– Então vamos dizer que iremos ao baile e, em vedisso, viremos para cá e dançaremos sob as estrelas. Nã

recisamos de roupa especial para isso. Nossos pa

adotivos jamais irão perceber que não estamos vestidode forma adequada para um baile. – Leo me dá umorriso um pouco triste, mas sei que está certo. Então orriso dele se alarga. – Só quero ficar com você. S

quero abraçá-la.

– Como vamos fazer em relação à música? ergunto baixinho.

– Vou trazer meu rádio portátil. – Ele continuorrindo.

Não posso evitar sorrir de volta.



– Provavelmente seremos presos e passaremos a noiatrás das grades.

– Vale a pena arriscar. Inclino a cabeça para o lado.

– Muito bem. Encontro marcado, então. Dou um sorriso hesitante e ele retribui o gesto. Fic

me encarando por algum tempo e então diz, muito sério – Algum dia vou lhe comprar um monte das roupa

mais lindas que existem.Sorrio para ele.

– Não preciso de roupas elegantes, Leo. Só preciso docê.

– Você pode ter as duas coisas – retruca ele, aind

orrindo. Fico olhando para ele. Para o meu Leo. Como aoisas mudaram tão rápido? Será que me apaixonei pole tão lentamente que nem me dei conta? Leo pega

minha mão, me tira do balanço e começamos

aminhar de volta... e meu coração passa a batenlouquecido no peito. Nesse momento percebo que caieja de cara no chão ou de amores por alguém, é semp

um pouco assustador, mesmo que aconteça lentamente.




Os dois dias seguintes passam rapidamente entre

rabalho, idas a lavanderia e outras atividades rotineira

mas necessárias.Jake se oferece para me levar ao trabalho e m

buscar, ou para que eu use o motorista da empresa delmas recuso. Não me incomodo de andar de ônibu

Posso ler durante a viagem e acho isso bom. Jake nãparece muito satisfeito com a recusa, mas precismanter minha independência. Já acho que as coisas estãcontecendo rápido demais entre nós e me assusta estaão envolvida com alguém nessa velocidade. E se ele fo

mbora? E se tudo terminar?



Falo com Jake na segunda-feira, entre um turno outro, mas ele está trabalhando e parece distraído. Posso não me estendo e digo que ligarei novamente nerça, quando ele já estiver em San Diego. Sinto o sorris

na voz dele quando diz que vai esperar minha ligação. Na segunda à noite, trabalho como garçonete para

bufê de Tina em uma pequena galeria de arte no centrda cidade. Landon também está lá, então, sempre quvamos reabastecer nossas bandejas na cozinha, conto le sobre o tempo que passei com Jake. Landon presttenção em cada palavra e se abana dramaticamen

quando deixo escapar alguns detalhes íntimos. – Se controle, amigo. Isso é tudo que você vai sabe

Uma garota precisa guardar alguns segredos – digoprovocando, quando Landon pede mais informaçõequentes.

– Não é justo, já estou esperando isso há muitempo – resmunga Landon.

Dou um tapinha de leve no ombro dele. – Você fala como se eu fosse a última virgem da fac

da terra. – Não a última da face da terra, mas provavelmente

última com mais de 21 anos. Já prestou atenção



ociedade em que vivemos, Rostinho Bonito? Estavouco para saber para quem exatamente você estava s

guardando – diz ele, então pisca e sorri para mim. – Não estava me guardando. Você poderia me seduz

qualquer momento – retruco, batendo com o quadril ndele, brincalhona.

– Pronto. Estou renunciando oficialmente à minhondição de gay. A partir de agora sou todo seu

Rostinho Bonito. Pode aproveitar! – Ha ha. Acho que não funciona dessa forma, Lan

mas agradeço a oferta. – Sorrio para ele e voltamos arabalho.

Mais tarde, no entanto, penso sobre o que Lando

disse sobre eu estar me guardando. Será que estavmesmo? Porque bem no fundo percebo que talvez nãenha sido totalmente sincera ao negar isso. Eu haveito uma promessa, muito tempo atrás, e embora

pessoa não fizesse mais parte da minha vida, e agor

amais vai voltar a fazer, em algum lugar no meu íntimu sabia que, se me apaixonasse de novo, seria porqulguma coisa no homem em questão me fazia lembrar d

Leo.



a terça à noite, asso algumas fornadas de cookies comgotas de chocolate, depois deixo uma porção deles com

Sra. Jenner e outra com Maurice. Converso por algunminutos com cada um, então sigo para o ponto dônibus, para visitar o Sr. Cooper. Ele está sentado nvaranda, como sempre, me esperando. Quando me v

hegando, se levanta sorrindo e me cumprimenta comum forte abraço.

– Evelyn – diz, gesticulando para que eu me sente nbalanço da varanda, como sempre faço, enquanto ele scomoda na cadeira acolchoada.

A noite está fria, então ele me oferece uma manta detalhos de crochê para colocar sobre as pernas e e

permaneço de casaco. O Sr. Cooper também está comuma coberta sobre as pernas.

– Como o senhor está? – pergunto, sorrindo.Pouso os cookies que também levei para ele sobr

uma mesinha ao lado do balanço e retiro o papel que oobre.

Ele abre um sorriso caloroso.



– Não poderia estar melhor. Estou recebendo a viside uma garota bonita e ela ainda chega com um prato dookies caseiros.

– Pegue um – digo, gesticulando na direção do prato

Depois que o Sr. Cooper se serve, faço o mesmopós um instante, ele pergunta:

– E quais são as novidades, Srta. Evelyn?Termino de mastigar antes de responder, me sentind

um pouco tímida. – Estou saindo com um cara – digo baixinho.Ele parece surpreso por um momento

provavelmente porque nunca mencionei nenhumnamorado desde que nos conhecemos. Mas então abr

um sorriso largo. – E quem é o moço de sorte? – O nome dele é Jake. É dono de uma empresa qu

em alguma relação com a tecnologia de raios X. ceno com a mão, indicando que não sei ao certo o qu

. – Ele é gentil, inteligente, bonito e... – Paro de falaonstrangida, e abaixo os olhos.

Mas o Sr. Cooper ainda está sorrindo e me observom atenção.

– Ora, ora, Evelyn, acho que está apaixonada.



– Ah, não! – Balanço rapidamente a cabeça. – Aindnão deu tempo para isso. Acabamos de nos conhecer.

Ele me avalia por um instante e logo volta a sorrir. – Na primeira vez em que pousei os olhos na minh

Mary, soube que ela era a mulher da minha vida. E nãduvidei disso nem por um segundo durante os 43 anoeguintes.

Olho para ele com tristeza, sentindo o coraçãpertado. Sei que a perda da esposa ainda é um assunt

delicado para o Sr. Cooper, embora já faça muitos anoque ela faleceu.

– Ele sabe o que viu em você, Evelyn? Não sei bem o que ele quer dizer, mas respondo:

– Ele parece gostar de verdade de mim também. az com que eu me sinta... especial. Querida.Volto a ficar ruborizada. É meio esquisito falar sobr

minha vida amorosa com alguém que considero comum avô.

– Ótimo. Porque você é especial. Soube disso nprimeira vez em que a vi naquele pátio, brincando comanta paciência com aqueles dois diabinhos. – Ele ri.

Então, mais tarde, sentada sozinha na varandparecendo triste, mas sempre mantendo a cabeç



rguida. Eu sabia que você estava sofrendo, maambém percebi como era corajosa.

Abaixo a cabeça, lembrando daqueles dias. – Nunca fui corajosa, Sr. Cooper. Passei a infânc

pavorada, e a adolescência também. O tempo todo. o final, minha voz não passa de um sussurro.

– Sei disso, Evelyn. Mas o medo não impediu quosse bondosa com todos a seu redor, comigo inclusivão a impediu de se sentar com um velho, na varanda d

asa dele, só para conversar por algum tempo, por tepercebido que eu precisava de um rosto sorridente parme animar. E nunca a impediu de me levar um copo dgua quando me via aparando a grama no verão. Mesm

gora, acha que não sei que é difícil para você chegaperto daquela casa? – Ele gesticula para o meu antigo ladotivo. – Ou o esforço que precisa fazer para me traze

um prato de cookies?Levanto os olhos.

– Adoro lhe trazer cookies, Sr. Cooper. São uma bodesculpa para vir vê-lo.

– Entende o que quero dizer? – pergunta elorrindo.



Volto a abaixar a cabeça e fico olhando para aminhas unhas, envergonhada. Ele continua:

– Sabe por que a chamo de Evelyn em vez de Eviomo todo mundo?

Balanço a cabeça. Achei que ele me chamasse assimpor ser de uma geração mais formal, que prefere usar nome verdadeiro das pessoas, e não o apelido.

O Sr. Cooper fica em silêncio por um instantobviamente organizando os pensamentos.

– Não quero tocar em nenhum assunto pessodemais, Evelyn, já que você nunca falou sobre aircunstâncias que a fizeram vir para o lar adotivo aqu

do lado, há tantos anos. Mas sei que não posso dize

nada a favor da sua mãe, que a largou aí e nunca mapareceu. Imagino que você também não tenha muitaoisas boas a dizer sobre ela.

Continuo em silêncio. Ele está certo a esse respeito. – Mas sua mãe fez ao menos duas coisas certas. E

he deu a vida e lhe deu o nome de uma dama. E xatamente isso que você é, Evelyn: uma dam

Certifique-se de que esse cavalheiro com quem esaindo saiba disso.

Ele sorri e então pisca para afastar as lágrimas.



Inclino a cabeça para o lado e digo: – Já que estamos falando sobre elogios, há algo qu

ambém gostaria de lhe dizer. – Fico em silêncio por umnstante, séria agora, antes de voltar a falar. – Nunc

ecebi muito amor na vida. Muitas vezes, só fui alvo dódio. Mas em todos os lugares por onde passei, semprcabei encontrando ao menos uma pessoa que foss

gentil comigo e que fizesse me sentir especial. Quandmorei aqui – gesticulo para a casa ao lado –, essa pessooi o senhor. Sempre foi bondoso comigo e sempre mez acreditar que eu tinha valor. O senhor não imagina

que isso significa para mim. Obrigada.O Sr. Cooper seca uma lágrima.

– Estou virando uma manteiga derretida depois dvelho, hein? – diz.Mas dá uma risadinha e me olha sorrindo, com

mesma bondade com que sempre me tratou. – Ah – continua o Sr. Cooper, obviamente mudand

de assunto –, adivinhe quem estava correndo pelo pátió de calcinha e sutiã há alguns dias, depois de achorro ter arrancado a peruca dela e saído em

disparada pela porta.



Quase engasgo com um pedaço de cookie quandaio na gargalhada.

– O quê?Sei muito bem de quem ele está falando. Minha ex

mãe adotiva, Carol, sempre usou uma peruca creditava piamente que ninguém percebia. Na verdad

parecia que ela usava um castor morto em cima dabeça. Eu costumava imaginar que coisa tão horrívazia sob aquela peruca para Carol achar que ficavmelhor com ela do que com o que escondia por baixo.

Fazia alguns anos que o marido de Carol havia saídde casa, levando os dois diabinhos filhos deles. Pelo jeitle se cansara da bruxa com quem era casado. Nã

posso dizer que o culpei por isso, já que também sorrendo de lá assim que pude. Só não sei o que o fedemorar tanto.

– Pois é. Eu, o carteiro e metade do quarteirãicamos parados vendo aquilo, rindo, e não levantamo

um dedo para ajudá-la. Ninguém se sentiu culpado posso.

Não fiquei surpresa. Carol sempre fora maldosa comodos os que cruzaram seu caminho ao longo dos anos.



– O vira-lata sarnento achou que era uma brincadeircorreu ainda mais rápido. Não que fosse muito difíc

driblá-la. A mulher ganhou uns cem quilos desde quvocê foi embora e provavelmente já precisava perde

em quilos na época em que você morava com ela. Não consigo me controlar. Rio tanto que precis

evar as mãos à barriga, embora saiba que estou sendruel.

– E o que há embaixo da peruca? – pergunto por fimos olhos arregalados.

– Ah, Evelyn, querida, eu não colocaria sobre seuombros o peso dessa descrição. Ainda estou lavando oolhos com ácido toda noite para tentar queimar a imagem

que ficou gravada na minha retina. – Estamos os dois àgargalhadas.Ficamos conversando por mais algum tempo

quando chega minha hora de ir embora, o Sr. Coopepega a minha a mão e a beija.

– Lady Evelyn – diz, sorrindo. – Até a próxima veSe cuide.

Dou outro abraço apertado nele e desço os degrauda varanda, sorrindo.





Por fim, apago a luz e tento dormir. Fico rolando nama por horas, mas Jake não liga de volta.

De manhã, o toque do celular me faz acordar. Abro oolhos lentamente, grogue e desorientada. Só consegdormir depois de uma da manhã, e ainda são só se

horas. – Alô – murmuro. – Evie. É o Jake.Fico em silêncio por um instante. – Oi – digo por fim, já mais desperta.

– Ei, você não telefonou ontem à noite. Eu terigado para você, mas peguei no sono enquanto esperavua ligação. Acabei de acordar. Estava preocupado.

– Jake, eu liguei para você. Uma mulher atendeu se

elular. Ela disse que você estava no banho. – Hcusação e mágoa na minha voz.É a vez de Jake ficar em silêncio por um instante,

cho que o escuto praguejar, mas parece que ele cobrio bocal do telefone com a mão.



– Caramba, Evie, me desculpe. Recebi um casal dmigos do escritório aqui no quarto, para tomarmos um

drinque depois do jantar, e acho que a esposa do meolega deve ter atendido meu celular. Eu estava no banh

porque tenho uma reunião bem cedo agora de manhã stava tentando dar uma pista aos dois de que estava n

hora de irem embora. Não sei por que ela atendeu ameu celular. Vou falar com ela. Você está chateada?

Fico em silêncio por um instante. – Se isso é verdade, Jake, então não, não esto

hateada. Só não entendo por que essa mulher atendero seu celular e não lhe daria o recado.

– Também não sei, mas eles estavam bebendo, e s

pode ter sido por isso. É a única justificativa em quonsigo pensar. Desculpe, meu bem. Você deve teicado magoada...

Não respondo logo. – Fiquei confusa, Jake. Mas está tudo certo. Se f

sso que aconteceu, então não foi culpa sua.Ele deixa escapar um suspiro trêmulo. – Estou com saudades de você. Mal posso espera

para vê-la. Ainda posso pegá-la hoje depois do trabalho– Ele parece preocupado.



– Pode – respondo. – Nos vemos mais tarde entãoerto?

– Certo. Evie, eu... realmente senti saudades de vocSei que foram só alguns dias, mas estou ansioso para vê

a.Começo a ficar derretida. Só um pouco. – Eu também, Jake. Nos vemos à noite.Desligo o celular e rolo na cama. Não tenho certez

do que estou sentindo. Gostaria de ser mais experiennesse assunto. Respiro fundo. Tenho que decidir sonfio em Jake ou não. Levanto. É melhor começar log

o dia. Tenho certeza absoluta de que não vou conseguvoltar a dormir agora.

noite, quando saio do trabalho, Jake está m

sperando encostado no carro, usando um terno cinzascuro e óculos escuros modelo aviador. Ele sorri parmim, com aqueles dentes brancos, cintilantes. Me

eus, como ele é sexy. – Oi – digo, sorrindo, ao me aproximar dele, aind

meio desconfiada por conta de ontem à noite.



– Oi – responde ele, ainda sorrindo, também.Ficamos ali parados, olhando um para o outro com

dois patetas por alguns segundos, então caímos na risadele gira comigo nos braços.

– Nossa, como eu estava com saudades! Do seorriso, do seu cheiro... – diz ele enquanto enfia o nar

no meu pescoço e inspira. – Do seu corpo junto ameu...

– Também estava com saudades – retruco baixinho. – Está com fome? – Sim, faminta. – Gosta de comida japonesa? Tem um lugar ótimo

lguns quarteirões da minha casa.

Ele olha para mim, parecendo quase nervoso. Jake uma dicotomia e tanto... em um momento é autoritário possessivo, e no instante seguinte se mostra quasnseguro. Não sei bem a que conclusão chegar. Tenherteza de que ele mexe comigo, mas também tenh

erteza de que quero saber mais sobre ele. – Gosto de comida japonesa, sim, mas não poss

air para jantar usando o uniforme... – Que tal passarmos no restaurante, pedirmos o

pratos para viagem e comermos em casa?



– Acho ótimo.Ele abre a porta do carro para mim e dá a volta até

ado do motorista. Seguimos até um pequeno restauranele estaciona.

– Sei que a aparência do lugar não é grande coismas eles realmente têm o melhor sushi da cidade.

– Confio em você – digo, sorrindo. – Do que você gosta? – Me surpreenda. Não há nada que eu me recuse

omer. – Corajosa. – Ele pisca. – Muito bem, volto logo.Ele tranca o carro e entra no restaurante. Ligo par

icole.

– Evie – diz ela ao atender, meio cantarolando.Meu Deus, Nicole devia arrumar um jeito domercializar toda aquela empolgação.

– Olá! Como vão as coisas? – Ah, está tudo bem. Você sabe, colocando roupa

para lavar, passando pano no chão... Minha vida é tãglamourosa que chega a ser ridícula. E como você está?

Rio. – Jake foi comprar comida para nós num

estaurante. Estou esperando no carro. Escute, nã



posso falar por muito tempo, mas queria lhe perguntauma coisa.

– É claro. Diga! – Bem, Jake foi a San Diego a negócios, e ficou lá d

ontem para hoje. Combinamos que eu ligaria para eontem à noite, e quando liguei uma mulher atendeu disse que ele estava no banho.

Ouço o arquejo de Nicole. – Não é? – digo. – Aí hoje ele me ligou às seis d

manhã e explicou o que aconteceu, mas eu... não sei.quis conversar com você a respeito para me certificar dque não estou fazendo papel de boba.

– Qual foi a explicação dele? – pergunta Nicole, em

uma voz calma.Conto a ela o que Jake me disse. – Hum... Bem, não parece tão absurdo. Acho que

que você deve fazer é ouvir a voz da sua intuição.Fico em silêncio por um instante, pensando.

– Minha intuição me diz que ele é um cara realmenegal, que está mesmo interessado em mim e se preocupomigo. Mas também tenho a sensação de que ele estav

mentindo a respeito da mulher. Nicole não diz nada por um instante, então fala:



– Não tenho certeza se essas duas coisas podem severdadeiras, Evie...

Suspiro. – Eu sei. Estou confusa. Meu coração me diz par

onfiar nele, mas... – Acho que você não tem como errar se ouvir se

oração, querida. Gosto de pensar que fazendo issomesmo que no fim descubra que estava errada, não vstar errada. Faz sentido?

– Faz. – Dou um sorrisinho. – Que mulher inteligenvocê é.

– Dito isso, não quero vê-la magoada de formlguma. Siga a sua intuição, mas se alguma cois

contecer que a faça questioná-la, pare por algum temppara avaliar. Não deixe que Jake embote sua mente comos feromônios que exala.

Rio de novo. Bom conselho, já que ele realmente temeromônios incríveis. Nesse momento, vejo-o vir em

direção à porta de vidro do restaurante. – Ah, bem, ele está voltando. Obrigada, Nic. Am

você. – Também amo você, meu bem – sussurra ela em

esposta.



Jake entra no carro, me entrega um saco de pappardo que exala um cheiro delicioso e dá a partidDepois de apenas cinco minutos estamos estacionandna garagem do prédio dele.

Entramos no apartamento de mãos dadas e, nmesmo instante, vejo um MacBook branco sobre a mesde jantar, com um laço de fita vermelho no topo. Olhpara Jake e ele está com um sorriso inseguro no rostolternando o olhar entre mim e o laptop.

– Jake, você não... – Evie – interrompe ele, levantando a mão em um

gesto de “fique quieta” –, não fale nada até escutar o quu tenho a dizer. Sei que seu primeiro pensamento é nã

ceitar o presente, mas, por favor, me escute.Levo as mãos aos quadris, uma das sobrancelharguida.

– Quero fazer isso, mas não só por sua causa. É qucho você tão incrível que acredito que, ao tornar o

eus sonhos realidade, isso fará com que o seu jeito der se amplie, mudando não só a sua vida, mas tambémminha e a de muitas, muitas outras pessoas. Por favo

deixe-me fazer isso por você, Evie, e por todas a



pessoas que terão suas vidas transformadas quanderem as lindas palavras que você guarda na alma.

Estou com os olhos marejados e respiro fundorêmula.

– Sem pressão, certo? – digo para Jake, mas comuma risadinha.

Caminho até o computador e começo a examiná-loLevanto a tampa, ligo e observo a tela se iluminar. Entãolho para Jake.

– Você torna muito, muito difícil lhe dizer não. Sabdisso, Jake Madsen?

Ele sorri para mim e fico encarando-o por algunegundos, antes de dizer simplesmente:

– Obrigada.

Mais tarde, depois de jantarmos, Jake e eu fazemos amode forma lenta e doce diante da lareira da sala. Entãevanto e ligo meu laptop para investigá-lo um pouc

mais. Sorrio para Jake, que está acomodado no sofssistindo a um telejornal. Ele sorri também e pergunta:

– Investigando? Nunca usou um Mac?



– Não, mas sempre fui muito boa comomputadores. Provavelmente vou logo pegar o jeito.

Exploro o computador por mais uns quinze minutonquanto Jake continua a assistir ao noticiário. Por fim

cesso a internet e entro no meu e-mail, que quase nuncheco. Como eu esperava, não há nada além de spam

Dou uma olhada rápida na direção de Jake. Ele esoncentrado na TV, por isso entro no Google e digito

nome dele no campo de busca.Logo percebo que a maior parte das entradas é sobr

ake assumindo o comando da empresa do pai. Mas nãpresto atenção a elas. Me concentro na história quparece no topo da busca, que é sobre um janta

beneficente que aconteceu em San Diego na noite derça-feira, aquela na qual a mulher atendeu ao celuladele. Há fotos de Jake no evento conversanddescontraidamente com vários homens mais velhoindo. Vou até a última foto da matéria e fico paralisad

Lá estão Jake e Gwen, mais deslumbrantes do ququalquer casal tem o direito de ser, como se houvessemido feitos um para o outro. Gwen está rindo e Jake snclina na direção dela, sorrindo e provavelmente dizendlgo engraçado e íntimo.



Fecho o laptop com força e Jake levanta os olhoQuando percebe a expressão em meu rosto, ele sevanta.

– Qual é o problema, meu bem? – pergunta.

Caminho até a porta e começo a vestir o casaco. – Evie! – diz ele, soando confuso e frenético. –

que aconteceu? Por que está indo embora? – Aquela mulher no seu quarto ontem à noite er

Gwen, não era, Jake? – O quê? – Ele franze a sobrancelha, confuso.

ão. É claro que não. Você acha que eu convidarGwen para tomar um drinque no meu quarto depois dmodo como ela a tratou?

– Bem, não estou achando que você a levou ao sequarto para tomar um drinque, Jake. Só sei que vocparece muito satisfeito sussurrando no ouvido dela naotos do evento beneficente a que foram ontem à noite.

Ele volta a me olhar confuso por um instante, entã

passa a mão pelos cabelos, antes de dizer: – Evie, foi um evento beneficente patrocinado pe

minha empresa. Gwen estava lá com o pai. Ela tentoalar comigo várias vezes e eu não lhe dei atenção

Quando ela me encurralou na frente de um fotógrafo, m



nclinei no ouvido dela e disse que a sorte dela é que enão sou do tipo que gosta de registrar o desprezo quinto em público. Gwen riu, como se eu estivess

brincando, e eu não estava. Foi isso. Não falei mais com

la durante o resto da noite.Fico olhando para ele, o casaco meio vestido

entindo a mágoa, a incerteza e a confusão lutaremdentro de mim. Respiro fundo.

– Quero acreditar em você, Jake, só... não quero... – Evie, escute... Meu Deus, se você soubesse...

Ele se interrompe, deixando escapar uma risada semhumor.

– Se eu soubesse o quê?

Os olhos dele encontram os meus e fico surpresom o desespero que vejo em seu rosto. Mas serincero?

– Se você soubesse quanto é absurdo você achar quu a trairia com qualquer pessoa, ainda mais com Gwen

Sinceramente, se você pudesse entrar na minha mentambém estaria rindo.

– Jake... – Por favor, confie em mim. Por favor, não v

mbora.



Os olhos de Jake parecem cheios de angústia.Eu o encaro atentamente, para avaliar su

inceridade, e sinto que está falando a verdade. Por issodeixo que me leve de volta para a sala, tirando o casac

no caminho e jogando-o sobre um banco perto da portMais uma vez, sigo Jake e a voz do meu coração. Mano fundo, torço para que isso não faça de mim uma tola




Trabalho para o bufê outra vez na quinta, e volto tard

para casa. Estou exausta quando me enfio na cama, ma

o pagamento é bom e fico grata pela sensação degurança que ter um pouco de dinheiro extra me dá.

Na sexta-feira, Jake me convida para ficar com elPego carona com um colega, porque Jake precis

esolver alguma coisa e não pode ir me buscar. Quandntro no apartamento, ele me levanta no ar e me beija. – Estou preparando um banho para você, para qu

ecupere a energia, pois vou levá-la para dançar hoje. – Dançar? Não sei dançar.



– É claro que sabe. Só não sabe que sabe. Já foi lguma boate?

– Não, já fui a bares, mas... – Não faz sentido uma garota de 22 anos nunca te

aído para dançar. Quero ser o primeiro a levá-la. Querer o máximo possível de primeiras vezes com você.

Ele sorri para mim. – Você sabe que preciso trabalhar amanhã, não é? – Não vamos ficar até muito tarde. – Hum... Está bem, mas ainda há uma falha em se

plano. Não tenho roupa para ir a uma boate.Ele dá um sorrisinho matreiro. – Dê uma olhada na cama.

– Jake – digo, levando as mãos aos quadris –, vocnão precisa comprar roupas para mim. – Faça isso por mim, Evie. Comprei só um vestido

um par de sapatos. Para mim significa muito fazer issoPor favor, aceite.

Levanto a sobrancelha, sem entender bem, mas vom direção ao quarto para dar uma olhada no vestido.

que Jake teria escolhido para eu usar em uma boate?Entrei no quarto e vi, sobre a cama, um vestidinh

exy, de um ombro só, azul-pavão, com um cinto pret





ejuvenescidos. Saio da água já fria e começo a mrrumar.

Visto uma calcinha rendada preta e o vestido quake me deu de presente. Cabe perfeitamente e é muit

exy, colando-se a cada curva do meu corpo. Não tenheios muito grandes, mas minha cintura é fina e a

pernas longas, e tenho que admitir que esse modelo mavorece.

Seco os cabelos com o secador e formo ondas soltaom as mechas. Capricho na maquiagem, usando umombra escura e esfumada. Nos lábios aplico um glosor de boca.

Quando entro na cozinha, Jake se vira e fica imóve

nquanto seus olhos percorrem meu corpo, a expressãada vez mais ardente. – Você está estonteante.Sorrio, meio constrangida. – Obrigada. Tenho um comprador particular que es

bem familiarizado com o meu corpo.Jake sorri e pousa uma tigela sobre o balcão. – Massa primavera com camarão – diz.Eu me sento, começo a comer e digo ainda n

primeira garfada:



– Meu Deus, isto está delicioso! Foi você que fez? – Não há nada de mais nesse prato. Foi só pica

lguns legumes e colocar um pouco de massa parozinhar.

Não acredito. Está gostoso demais. – Da próxima vez sou eu que vou cozinhar par

você. Já me mimou muito. – Acostume-se. Gosto de mimar você.Então ele tira o suéter de manga comprida que es

usando e não acredito no que vejo. A camiseta brancque Jake está vestindo por baixo do casaco tem umstampa grande na frente que diz Melhor do Mundo emetras pretas e em negrito.

Quase engasgo com a comida. Começo a tossir evo rapidamente o guardanapo à boca para não cuspudo em cima de Jake.

– O que foi? – pergunta ele, fingindo inocência.Aponto para a camisa.

– Melhor o quê do mundo? – digo, tentandontrolar as gargalhadas.

– Ah, isso? – retruca ele, apontando para o peito. – que você quiser. Melhor Cara do Mundo, Melho

mante do Mundo, Melhor Cozinheiro do Mundo. – E





om cinto e sapatos pretos. Nham.

boate no centro da cidade a que Jake me leva moderna e badalada, com um ar de loft nova-iorquino.

Temos sorte e conseguimos uma mesa perto do babem na hora em que um grupo pequeno está ind

mbora. Jake puxa uma cadeira para mim e, quando garçonete se aproxima, ele pede uma água e eu uma taçde Chardonnay. A mulher nem se dá o trabalho de olhapara mim. Está tão ocupada encarando Jake que mpergunto se chegou a ouvir meu pedido. Mas cinc

minutos depois ela está de volta com meu vinho, e sceno com a cabeça.

Jake aproxima a cadeira para ficar bem perto de mimenfia o rosto no meu pescoço, falando gracinhas e m

azendo rir enquanto conversamos e bebo meu vinhdevagar.Olho ao redor, para a decoração bonita e moderna,

penso em como Landon acharia esse lugar incrível. Está sempre falando sobre as boates que conhece



quando esteve em Nova York e Los Angeles. Acabpensando em voz alta e Jake sugere:

– Por que não manda uma mensagem para ele pergunta se quer se juntar a nós?

Eu o encaro, surpresa. – Mesmo? – Claro. Eu adoraria conhecer seus amigos.Hesito por um momento, mas... por que não? – Está certo.Pego o celular e mando uma rápida mensagem d

exto para Landon.Ele responde alguns minutos depois dizendo que es

cabando de jantar com um amigo, mas que adoraria no

ncontrar.Quarenta e cinco minutos mais tarde, vejo memigo entrar. Eu me levanto e aceno animada para el

Landon se apressa até nós, seguido por um cara dabelos escuros. Quando está quase chegando à noss

mesa, ele exclama: – Rostinho Bonito!Eu me jogo nos braços dele e grito também, acima d

barulheira da boate: – Oi!



Landon me afasta e diz bem alto: – Garota, você está gostosa! – Então se vira par

ake, que está parado perto de nós, aperta a mão dele diz: – Obrigado por nos convidar.

Jake sorri e acena com a cabeça. – É bom conhecê-lo oficialmente.Landon puxa para o lado o cara bonito que está atrá

dele e o apresenta como Jeff Stoltz. Dou uma olhada napaz, achando que me parece muito familiar. Então m

dou conta de que a cor do cabelo é diferente, mas... – Alguém já lhe disse que você se parece com o... – Matt Damon? – completa ele, sorrindo. – Sim,

ouvi isso uma ou duas vezes.

– Só isso...?Eu rio e gesticulo para que se sentem. Os dois scomodam à mesa.

Enquanto Jeff pede bebidas e Jake está olhando paro outro lado, Landon chama a minha atenção e se aban

azendo um gesto com a cabeça na direção de JakSorrio, sem ter como discordar.

Pedimos mais drinques e jogamos conversa forake é charmoso e agradável e estou me divertind

muito.



Já tomei três taças de vinho quando Jake se levantme puxa contra si e sussurra:

– Quero você na pista de dança.Meu coração começa a bater um pouco mais rápido

oscilo ligeiramente, mas de repente dançar não parecmais tão assustador. Tenho a ligeira desconfiança de qussa nova coragem se deve às três taças de vinho.

Aceno para os rapazes e sigo Jake até a pista ddança. Está tocando um remix de “One More Night”, dMaroon Five, e subitamente estou nos braços de Jake, orpo dele se movendo junto com o meu, e acho fáceguir os movimentos sexy de seus quadris. Passo o

braços ao redor do pescoço dele e dançamos juntos.

não ser pelo sexo, essa é a experiência mais erótica quá tive com Jake. – Eu deveria ter imaginado que você dança muit

bem – sussurro no ouvido dele.Jake sorri e pressiona o corpo ainda mais contra

meu, me fazendo fechar os olhos e me pendurar commais força no pescoço dele. Seria muito deselegante teum orgasmo na pista de dança de uma boate? Rio parmim mesma. Está certo, talvez eu tenha exagerado u

ouquinho na bebida.



A música muda, sinto um tapinha no ombro e vejLandon sorrindo para mim. Jake segura meu queixntre as mãos, me dá um beijo rápido e intenso e me vir

na direção de Lan.

– Vou ao banheiro – diz. – Tome conta dela.Landon assente e logo me gira na pista. Rio

companho seus passos. – Jeff parece muito legal, Lan – digo, girando d

volta para os braços dele. – Ele é. Acho que gosto mesmo dele. Queria qu

você o conhecesse melhor, para me dar sua opinião omenta, parecendo um pouco nervoso.

– Gostei do que vi até agora.

– Ótimo. Acho ele incrível. E gostoso. Quero dizealvez não tão gostoso quanto seu bofe, mas gostoso.Landon ri e me faz girar novamente. – Onde você o conheceu? – No Starbucks. O salão estava lotado e ele m

perguntou se poderia dividir a mesa comigo. Acabamoicando lá conversando por três horas.

– Que bacana!Sorrio para ele e giro. Estou adorando tudo. O barat

do vinho, a batida da música, o fato de um dos meu



melhores amigos estar ali se divertindo comigo, estar nobraços de Jake...

Dez minutos depois, bem quando estou começandocreditar que talvez seja uma dançarina realmen

alentosa – ou talvez seja apenas o vinho, não tenherteza –, um cara alto de cabelos escuros, usando umamiseta preta justa, agarra minha mão e tenta me puxa

para ele. Balanço a cabeça em uma negativa e apontpara Landon. Quando Landon vê o que escontecendo, segura minha outra mão e tenta me puxa

de volta. Mas, ao que parece, o cara não está disposto ceitar dois “nãos” como resposta, porque me puxa com

mais força e tropeço na direção dele. Há uma brev

gitação enquanto Landon tenta me levar para longe dortão, que por sua vez tenta me virar para que seorpo musculoso fique entre mim e Landon. Levanto o

olhos para o rosto do homem e percebo que ele já bebedemais.

De repente, o cara que estava me segurando voa paronge e vejo Jake, lívido, levantando o homem do chã

pela parte de trás do colarinho. Jake diz alguma coisperto do rosto dele, que levanta as mãos em um gest



ombeteiro de paz e se afasta cambaleando. Fico imóveolhando para o rosto furioso de Jake. Aquela expressão.

Jake observa o homem se afastar, o maxilar tensontão se volta para mim. Me sinto levemente zonz

Deve ser o álcool. Afasto qualquer coisa da mente e abrum sorriso para Jake.

– Meu herói – sussurro, e quando Jake abaixa osto em direção ao meu, deve perceber que esto

mesmo levemente embriagada, porque balança a cabeçorri e passa os braços ao meu redor.

Sorrio para ele também e voltamos a dançar.Uma hora mais tarde, estou suada, ofegante e meu

pés estão me matando.

Jeff se juntou a nós na pista de dança pouco minutodepois de Jake afastar o fortão de mim, e estamos todonos divertindo muito juntos.

Jake se inclina para a frente e diz alguma coisa parLandon, que assente e sopra um beijo para mim. Sopr

outro para ele e aceno para Jeff, que acena tambémEntão Jake pega a minha mão e se afasta comigo da pisde dança.

Peço um segundo a ele para ir ao banheiro, então lhdou um beijo rápido e me afasto. Depois de fazer xix





– Era só uma mulher bêbada, fazendo uma cena. egurança chamou um táxi para ela e eu a levei até

porta. Espere, deixe-me pegar um copo de água parvocê no bar antes de irmos.

– Estou bem – respondo. – Você parece irritado. – Não, não. Ela estava só sendo meio agressiv

Tentou dar em cima de mim e eu disse que não. Foi ssso. – Jake dá um puxão de leve na minha mão. – Agoronfie em mim em relação à água. Amanhã de manh

você vai ficar feliz por ter bebido esse copo, ainda maporque vai estar trabalhando.

Ele pede a água quando chegamos ao bar e ficobservando enquanto bebo o líquido todo. Sorrio quand

ermino e pouso o copo sobre o balcão. – Me leve para casa – peço. – Antes que eu tenhque arrancar mais mulheres de cima de você.

Jake ri e balança a cabeça.Caminhamos até a porta e Jake se inclina para dize

lguma coisa ao segurança. Em poucos minutos homem faz um sinal para Jake e o manobrista chegom o carro. No caminho de volta, Jake parece meienso, mas logo relaxa, quando começamos a rembrando dos passos de dança cinematográficos



hilariantes de Landon, que dublava a música exagerandna performance para nos divertir. Acho que nunca anto na vida.

Quando estacionamos na garagem do prédio de Jak

le desliga o carro e, em vez de sair, olha para mimegura meu rosto entre as mãos e começa a me beija

úmida e intensamente. A sensação dos lábios dele nomeus é tão gostosa que retribuo com o mesmntusiasmo. Então Jake me puxa para o colo dele e e

pressiono o corpo para baixo. A sensação é maravilhosaContinuo o movimento. De repente, escuto o som decido se rasgando. Paramos de nos beijar, confuso

Quando me afasto ligeiramente de Jake, percebo que

ostura da entreperna da calça dele está rasgada até meio. – Ai, meu Deus – arquejo. – O rapaz aí embaix

parece o Incrível Hulk.Ele ergue uma sobrancelha.

– Rapaz?Assinto lentamente. – Ele está zangado? – Ainda não. Mas se você continuar a se referir a e

omo “rapaz”, talvez fique. Ele é um homem com



maiúsculo. Você não vai querer vê-lo zangado. – Ah, eu com certeza quero vê-lo zangado.Ele dá uma gargalhada e diz: – Venha, vamos subir.

Jake me ajuda a descer do carro e me guia emdireção à entrada do prédio. Quando passamos pela mesna portaria, ele me posiciona bem na frente do corpopara esconder a calça rasgada, e caminha colado emmim enquanto cumprimenta o porteiro da noite:

– Olá, Joe.O homem olha para nós com uma expressã

onfusa. Tenho uma crise de riso enquanto Jake mpressa até o elevador e praticamente me empurra lá par

dentro. Gargalhamos enquanto o elevador sobe.Quando entramos no apartamento, cambaleamoontra a parede, ainda rindo. O corpo dele es

pressionado contra o meu. De repente, fico séria. – Jake, nunca fui inconsequente em toda a minh

vida, e quero lhe agradecer por me permitir ser. Sei qusso pode soar meio louco, e talvez até meio tolo, ma

de verdade, representa muito para mim. Então, muitobrigada por hoje.



Pisco para ele, de repente me sentindo um poucmotiva. Jake não tem como saber, mas em um espação curto de tempo ele vem me dando tantas coisas quu sempre quis, mas nunca havia conseguido ter.

Ele também está me encarando muito sério, agoromo se compreendesse perfeitamente.

– Tudo o que quero é ter muitos outros momentonconsequentes com você, minha linda.

Os olhos dele passeiam pelo meu rosto, cheios datisfação e carinho.

Então Jake captura minha boca com a sua, enquantpressiona meu corpo com força contra a parede. Nobeijamos por um longo tempo, a língua de Jak

nvadindo minha boca, me fazendo gemer. Agora já estoquase sóbria, mas o gosto dele é embriagante.Jake me levanta e passo as pernas ao redor del

baixo a mão até a parte já rasgada da calça e o acarico melhor que posso, já que nossos corpos estão colado

Ele deixa escapar um gemido baixo e o som faz umidade entre as minhas pernas aumentar.

Jake tira uma das mãos da minha bunda, mpressiona com mais força ainda contra a parede e rasg



minha calcinha. Abro os olhos, surpresa, e arquejontão gemo quando os dedos dele chegam até meu sexo

– Sempre molhada para mim – diz ele, em umuspiro.

Apoio a cabeça contra a parede e Jake lambe e beijmeu pescoço. A sensação é tão incrível que começo me contorcer contra o corpo dele, esfregando o centrdo meu prazer na enorme ereção que sinto pressionadom força contra mim.

Quando Jake afasta o quadril, solto um gemido dprotesto.

– Coloque o meu pau pra fora, Evie...O pedido sai em um grunhido. Eu abaixo a mão

passo-a através da calça rasgada, enfio-a dentro dueca e liberto-o, como ele pediu.Jake segura minha bunda com mais força enquant

rremete para a frente, me empalando contra a paredDeixo escapar um grito quando ele me preenche, todo

os meus músculos internos tensos ao redor do pênmuito rígido. Ficamos nos encarando por várioegundos, e o calor e a intensidade que emanam dele m

deixam hipnotizada.





Jake parece selvagem, fora de controle. Os olhodele estão fechados e os lábios entreabertos quando orgasmo se aproxima. Então ele joga a cabeça para trás mite um gemido profundo. Sinto o sêmen quen

orrando dentro de mim.Ele abaixa os olhos languidamente para mim

nquanto continua entrando e saindo do meu corpogora devagar, aproveitando o clímax ao máximo.

– Você é tão lindo – digo.Ele sorri, os olhos cheios de calor, enquanto abaixa

meu corpo até o chão. Seus braços devem estadoendo...

– Você que é linda.

Beijo-o docemente nos lábios, então ajeitamos aoupas, ele me pega pela mão e me leva para a cama.




o sábado de manhã, acordo me sentind

urpreendentemente bem. Fico grata por isso, já qu

meu turno começa às dez. Tomo uma ducha, da qustou precisando muito, já que Jake e eu simplesmen

desabamos na cama ontem à noite depois de nocabarmos de dançar na boate e das atividades contra

parede. Sorrio ao lembrar. Seco um pouco os cabelos aço uma trança solta que deixo cair sobre o ombrooloco um pouco de maquiagem e visto o uniforme. Do

um beijo de despedida em Jake e me debruço sobre epara enfiar o rosto em seu pescoço. Jake geme

esmunga:



– Não me provoque. Estou a três segundos de fazê-hegar muito atrasada no trabalho.

Dou uma risadinha, mais um beijinho rápido no rostdele e deixo-o na cama. Já na porta, dou uma olhad

para trás e Jake está deitado de costas, enroscado noençóis. Ninguém deveria ter o direito de ser tão bonitquela hora da manhã. Não é justo. Sorrio para mim

mesma.Jake pediu que um dos motoristas da empresa de

me pegasse na portaria. O carro está esperando por mimquando saio do prédio. Não me incomodo de andar dônibus, mas poderia me acostumar a esse confortoLevo menos de dez minutos para bater o ponto.

O dia passa rápido, embora eu esteja cansada poermos dormido tarde ontem à noite e por todo o esforçísico que fizemos. Antes de pegarmos no sono, Jake u combinamos que ele me buscaria no trabalho, mas n

meio do expediente meu gerente me pergunta se quer

air uma hora mais cedo. Pelo jeito havia funcionáriodemais escalados para trabalhar no mesmo horário, proveito a oportunidade.

Mando uma mensagem de texto para Jake, mas enão me retorna até eu bater o ponto, então troco d



oupa rapidamente e pergunto a uma colega que esaindo ao mesmo tempo que eu se pode me dar umarona até o endereço de Jake.

Ela me deixa na frente do prédio e tento ligar ma

uma vez para Jake, mas ele não atende. Peço para umpessoa que está entrando segurar a porta para mim ntro também. Pego o elevador até a cobertura sozinh, como me lembro do código simples que Jake uso

para chegar ao andar dele, digito-o. Espero que ele nãe incomode por eu chegar mais cedo, mas por que sncomodaria? E se ele não estiver em casa? Bem, se fo

o caso, terei que descer de novo e esperar na portarnquanto continuo tentando falar com ele pelo celula

Deve haver algum café aqui perto...Quando o elevador se abre, percebo que a porta dpartamento está entreaberta. Escuto vozes vindo lá d

dentro. Estranho e paro na lateral da porta, sem saber sdevo bater. Ao decidir que sim e erguer a mão, escut

uma mulher dizer: – Você não precisa agir assim. Me deixe melhorar a

oisas, querido.Fico paralisada. Que diabo está acontecendo?Jake responde e sua voz soa tensa, raivosa:



– Não comece com essa merda. Expliquei a você emSan Diego qual é a natureza da nossa relação. E esumo é que não há relação alguma, certo?

– Você está mentindo para si mesmo, Jake. Não pod

implesmente cair fora. Não pode me abandonar. – O cacete que eu não posso. Vá embora daqui.Eles ficam em silêncio por alguns segundos, entã

scuto um farfalhar e Jake grita: – Saia DAQUI!Parece que a mulher está chorando.Ouço passos na direção da porta e entro em pânico

erda! O que devo fazer? Mas antes que consigonceber algum plano, a porta é aberta com força e m

pego encarando os olhos furiosos de Jake. Ele me vê uma expressão de choque domina seu rosto antes qudiga, baixinho:

– Merda, Evie. Que diabo você está fazendo aqui?É como se eu houvesse sido estapeada. Fico parad

li, boquiaberta como um peixe estúpido, e nessmomento uma mulher sai pela porta. Ela é linda, comabelos castanho-claros cheios que descem até o

ombros e olhos grandes e verdes. É mais velha do quake e eu, deve ter quase 40 anos. Ela olha para mim



ntão para Jake, depois volta a me fitar com umxpressão zombeteira.

– Sério, Jake? Já?Jake fecha os olhos por um segundo, então repe

m uma voz que parece prestes a sair do controle: – Vá embora daqui.A mulher o ignora, caminha até onde estou e estend

mão. – Meu nome é Lauren – diz.Mas pelo modo como fala, tenho certeza de que nã

stá nada feliz em me conhecer.Como não tenho ideia do que fazer, aperto a mão de

sussurro:

– Prazer em conhecê-la, meu nom... – Mãe! – grita Jake. – Se não for embora agora, jurpor Deus que vou chamar a segurança para arrastá-pelas escadas.

Ele está com o maxilar muito tenso e os punho

errados ao lado do corpo. Mãe?Estou estupefata e fico abrindo e fechando a boc

em dizer nada, feito uma idiota. Imagino que tenhubestimado a idade da mulher, mas ela realmente nã



parece ter mais do que 35 anos. Acho que é isso quhamam de poder do dinheiro.

Um relance de mágoa passa pelo rosto de Laurenmas ela se empertiga e diz:

– Muito bem, Jake, vai ser do seu jeito. – Então entrno elevador, se vira, me encara e afirma: – Você é apenauma de muitas. Precisa saber disso.

Sinto-me como se tivesse sido atacada de novo, rquejo quando a porta do elevador se fecha. Me apoiontra a parede à minha direita.

Que diab...?Jake está parado do lado de fora do apartamento

olhando para a frente, imóvel, a não ser pela ve

pulsando no pescoço.Vou até o elevador e aperto o botão para descer. Issparece tirar Jake do transe. Ele se adianta três passopousa a mão no meu braço e diz:

– Evie! Aonde você vai? – Ele agora parec

desesperado. – Estou indo embora, Jake. É óbvio que você não m

quer aqui. Me desculpe por ter vindo, mas saí mais ceddo trabalho e pensei que não haveria problema em vi



Liguei para você... – Paro de falar, os olhos cheios dágrimas, porque estou me sentindo confusa e estúpida.

– Evie, meu bem, por favor. Me deixe explicaDesculpe. Desculpe de verdade. Continuo estragand

udo.Ele passa a mão pelos cabelos e parece insegur

omo um garotinho. Cedo, de novo. Deixo que ele mguie para dentro do apartamento e me conte que diaboi aquilo. Mas deixo meu casaco e minha bolsa perto d

porta, para o caso de precisar sair correndo.

ake fecha a porta e me leva até a sala. Então, puxa umpoltrona estofada em couro para a frente do sofá e moloca sentada diante dele. A seguir, pega minhas dua

mãos.

– Antes de mais nada, me perdoe por tê-la feito sentir mal por ter vindo. Você pode aparecer aqui qualquer hora que queira. Eu jamais poderia imaginar quminha mãe... – Ele suspira. – Nós... não nos damobem. A situação não está boa entre nós, como você dev

er percebido. – Jake agora deixa escapar uma risad



strangulada. – Eu não tinha ideia de que ela aparecerqui hoje. Na última vez em que a vi, disse que nã

queria contato nenhum com ela, nunca mais.Eu o encaro confusa, mas não digo nada. Espero qu

ontinue. – É complicado, mas a minha mãe tem problema

problemas sérios, e fez da minha vida em casa umnferno. Foi por causa dela que agi da forma como a

quando era adolescente, e também é culpa dela a relaçãrtificial entre mim e meu pai.

Jake olha dentro dos meus olhos, o rosto muitriste.

– Quando vi você parada ali, não consegui acredita

que vocês estavam prestes a respirar o mesmo ar . Ela uma desgraçada cruel e fará ou dirá qualquer coisa paronseguir o que quer. Não fiquei com raiva por vocstar aqui, mas por estar próxima daquela víbora.

óbvio que você não teve culpa nenhuma de nada, ma

perdi a cabeça e estou muito arrependido. – Há súplicnos olhos dele.

Fito nossas mãos unidas, então volto a encará-lo le prossegue:



– Ela só fez aquele comentário sobre você ser umntre muitas porque queria se vingar por eu a texpulsado daqui. Ela sequer a conhece, Evie. E comerteza não sabe nada importante a meu respeito.

– Jake – digo, apertando as mãos dele. – Quandvocê fala comigo sobre sua vida, tenho a sensação dque está falando em código. Consigo compreender ssência, mas na verdade você não me conta nada.

Ele suspira. – Vou lhe dar alguns exemplos. Só me dê algum

empo, está certo? Nunca falei sobre essas coisas comninguém, e é difícil para mim. Passei tantos anoentando fingir que não existiam... Sei que não é um

titude nada saudável, mas só... confie em mim, esbem? Pode fazer isso?Jake me olha com uma expressão desesperada, com

e minha resposta fosse uma questão de vida ou morpara ele. Eu posso? Eu devo? Confio nesse homem?

Digo a primeira coisa que me vem à cabeça: – Está certo, Jake. Confio em você.E apesar de todas as minhas dúvidas, é verdad

ealmente confio nele. Isso me deixa feliz ao mesmempo que me apavora. Nada mais faz sentido.



Ele está escondendo coisas. E situações estranhacontecem a toda hora. Eu não deveria me sentir segurom Jake. E, no entanto, me sinto. Tenho que reavalia

minha capacidade de julgamento.

– Mas você pode me dizer apenas uma coisa? Poque ela está na cidade?

– Em parte porque meu pai mudou o testamentquando estava no hospital e deixou a empresa para mimEla não ficou feliz com isso, e está aqui para fazer umpelo ao conselho da companhia. Não vai funcionar, mala vai tentar. Principalmente porque a empresa é umorma de me controlar, e ela está furiosa por ter perdidsso.

Assinto bem devagar, com a testa franzida. Ficamombos em silêncio por um longo tempo, até que eontinua:

– Pode me perdoar por falar com você daquele jeitopor fazê-la se sentir daquele jeito? Por favor, me perdo

por toda essa situação horrorosa. – Jake me encara comristeza.

Respiro fundo. – Sim, eu o perdoo. E você não precisa se desculpa

pela sua mãe, Jake. Sei melhor do que ninguém que nã



podemos evitar os pais que temos.Ele me fita profundamente. – Obrigado. – Então abaixa os olhos para as nossa

mãos unidas, levanta-as e beija os nós dos meus dedo

um de cada vez. – Não quero fazer nada para magoá-lEvie. Nunca. Meus sentimentos por você são tãortes... Eu... Meu Deus, estou me sentindo tã

deslocado, e há toda essa confusão... Será que vocpode ter paciência comigo?

Por um instante, me pergunto se Jake está prestes omeçar a chorar, mas ele apenas me olha com a mesmxpressão triste e, por fim, faço a única coisa que parecerta. Passo os braços ao redor dele e o puxo mais par

perto. Sinto seu corpo relaxar com o meu toque.




Jake pega um cardápio do restaurante chinês no fim d

ua e o examino até decidir o que quero – frango com

brócolis e rolinho primavera.Ele liga para o restaurante para fazer o pedido

pergunto se ele se importa se eu tomar um banho rápidntes do jantar. Ter passado o dia todo limpando quarto

de hotel não faz com que me sinta fresca e limpa. – É claro que não me importo – responde Jake. – não precisa me perguntar. Minha casa é sua casa, esbem?

Ele me olha como se fosse muito importante que e

ntendesse isso.



– Está bem, Jake.Tomo um banho rápido e visto uma regata e um

hort. Penteio os cabelos e os deixo soltos.Volto para a sala, dou uma olhada na cozinha, ma

não vejo Jake. A porta que leva à varanda está aberta vou até lá para dar uma espiada. Ele está apoiado nparapeito baixo, com as mãos sobre ele, olhando para vista da cidade.

Me aproximo, passo os braços por sua cintura poio a cabeça em suas costas. Jake pega as minha

mãos e respira fundo. Por mais abalada que eu esteja poer esbarrado com a mãe dele, sinto que, ness

momento, Jake precisa mais de mim do que eu dele. Nã

a primeira vez que sinto empatia por pessoas que têmproblemas com os pais, afinal, cresci em lares adotivoMas nunca imaginei que a situação de Jake fosse tãxtrema que ele tivesse que expulsar a mãe da própr

vida.

Depois de alguns instantes, aperto o corpo de Jakom carinho e passo as mãos por baixo de sua camiset

Me abaixo e beijo a base das costas dele, e vou subindo íngua aos poucos pela coluna. Sorrio contra a pele dele



Quando começo a subir um pouco mais a camisinto Jake ficar tenso e paro, sem saber se estou fazendlguma coisa errada. Percebo nesse momento que nunc

vi as costas dele e me pergunto se também há cicatrize

li... mas não me lembro de ter sentido nada quandstávamos na cama...

Então o momento passa, Jake deixa escapar o ar e svira. Agora meu rosto está na altura da barriga dele pressiono os lábios contra ela.

– Evie – diz ele em um sussurro.Jake se apoia na murada e fico de joelhos à su

rente. Desabotoo o jeans que ele está usando e sorrio aver que seus olhos estão cheios de desejo.

Os lábios de Jake estão entreabertos e, diante de suxpressão, sinto a umidade entre as minhas pernaPressiono as coxas uma contra a outra, aproveitando ensação.

Junto com o frio no estômago, sinto também um

onda de desejo e de expectativa. Estou mesmo prestes azer isso?

Abro o zíper da calça de Jake e a desço pelas pernadele, devagar, enquanto me preparo mentalmente. Logdepois, abaixo a cueca e o belo pênis está livre, dur



omo pedra. Levanto os olhos e vejo que Jake está comos braços abertos, apoiados na mureta. O corpo esnclinado para trás, o traseiro apoiado. Devo esta

parecendo um pouco insegura, porque ele diz:

– Me coloque na boca, Evie, por favor.O desejo que vejo nele faz com que eu me torne ma

ousada, como se não houvesse jeito de fazer aquilrrado.

Jake é a imagem da perfeição, o corpo tenso ddesejo, a ereção poderosa. Sinto a boca cheia d’água aolhar para ele.

Não sei se vou fazer isso direito, mas decido segum frente de acordo com o que me dá prazer. Estou tã

xcitada que, quando passo a língua pela lateral do pênígido, sou eu que gemo. Inspiro o cheiro dele, limpo madeirado, mas também um pouco mais almiscaradli. Adoro tudo o que ele exala.

Apoio os lábios contra a ponta larga e sug

delicadamente. Passo a língua pela parte de baixodorando a sensação da pele macia. Jake me recompensom um gemido baixo e gira os quadris de leve.

Seguro a base do pênis com uma das mãos e enfio-mais fundo na boca. Começo a chupar de forma ritmad



– Ahhh – geme ele. – Evie... sua boca... issossim...

Jake range os dentes, enfia as mãos nos meuabelos e puxa. Deveria doer, mas estranhamente ador

sensação, que me deixa ainda mais excitada.Continuo chupando, acariciando o membro de Jak

om a boca enquanto subo e desço a mão, como ele mmostrou.

Sinto o pênis inchar na minha boca e deixo escapaoutro gemido, enquanto ele começa a arremeter oquadris, trepando com a minha boca, dirigindo memovimento. Adoro o fato de ele ter perdido o control

doro estar provocando isso.

– Ah, meu Deus, vou gozar, meu bem.Mas continuo a chupá-lo, trabalhando com a boca om a língua, gulosa, louca para fazê-lo gozar.

Sinto os primeiros jatos de sêmen na boca, grosso algado, e engulo tudo, sugando-o até o último espasmo

– Nossa!A voz dele ainda está rouca de paixão.Guardo o pênis de Jake de volta na calça, e ness

momento o interfone toca. Nossa comida chegou.



Olhamos para a porta ao mesmo tempo e caímos ngargalhada. Jake, que ainda está passando a mão pelomeus cabelos, murmura:

– Eu realmente criei um monstro do sexo.

Rio e ele me ajuda a levantar. Dou um beijo rápidm seus lábios e o sigo de volta para dentro dpartamento.

antamos no chão da sala de estar. Jake ligou a TV emum jogo, mas não está prestando muita atenção. Rimodamos comida um na boca do outro e ele está doce

galante. Voltou a ser o meu Jake. A sombra da visita dmãe parece ter desvanecido. Imagino que um bomboquete seja capaz de distrair um homem de algunventos perturbadores da vida. Anotado.

Depois do jantar, Jake me diz que vai tomar umbanho rápido. Levo os pratos para a cozinha e coloco-ona lavadora. Quando estou ajeitando a pilha dorrespondência, Jake aparece atrás de mim, me vira om facilidade, me coloca sentada sobre a bancad

Então segura a minha nuca e minhas pernas se abrem



para ele, permitindo que ele pressione o corpplenamente contra mim. Jake sorri e me dá um beijento e profundo, enquanto acaricio os músculos rígido

de suas costas.

– Olá – digo, sorrindo, quando ele interrompe o beijo– Como foi seu banho?

– Ótimo – responde ele, mordiscando meu lábio. Mas senti sua falta.

– Temos que agendar um banho juntos, então. Estosperando ansiosamente para ficar molhada junto com

você, Jake Madsen. – Abro meu sorriso mais atrevido.Uma expressão estranha passa pelo rosto de Jak

mas ele logo disfarça, sorri e diz:

– Ah, tenho uma lista de coisas para fazer juntos. – Uma lista, é? – retruco, sorrindo também, tentandme convencer de que aquele olhar estranho foi fruto dminha imaginação.

– Ahã – murmura ele, roçando o nariz no meu.

Com códigos de cores e tudo o mais. – Bem, temos que começar a trabalhar nela o ma

ápido possível, então.Ele me beija de novo, mas agora é mais exigent

mais intenso. Em poucos minutos estamos ofegante



nos agarrando, as mãos em todas as partes do corpo umdo outro.

Me sinto perdida. Excitada. Minha calcinha já esoda molhada, meus mamilos rígidos contra o peito firm

dele.Deixo escapar um gemido quando Jake puxa a alç

da minha regata pelo meu ombro. Seus olhos estãscuros, velados. Ele passa a língua pelos lábios a

puxar a outra alça e expor meus seios nus. A pulsaçãumenta entre as minhas pernas.

– Por favor, Jake – sussurro, e nem sei exatamente que estou pedindo.

– O que você quer, meu bem? Me diga.

– Mais – me limito a dizer, e o sorriso sexy e lentdele faz com que a umidade entre as minhas pernaumente ainda mais.

Jake encaixa as mãos em meus seios e roça opolegares nos mamilos. Deixo escapar um gemido a

enti-los ainda mais rígidos. Uma descarga elétricparece atingir meu sexo, deixando-o cada vez mapulsante. Arqueio a cabeça para trás, a boca abertnquanto Jake suga meus mamilos e os excita com íngua, como um especialista.



Ele se afasta e resmungo pela ausência da bocquente em meus seios. Nesse momento, reparo nvolume que se eleva à frente da calça jeans dele e emeus olhos cheios de desejo. Ele me levanta da bancada

me joga por cima do ombro. Dou um gritinho e rinquanto Jake caminha em direção ao quarto. Ele moga na cama e deixo escapar mais um gritinho, aindindo, quando ele se atira em cima de mim, sorrindo.

Mas em seguida, ele ergue o tronco e a expressão emeu rosto se torna séria.

– Você é tão linda, Evelyn...Sorrio para ele, mas acho que não chego nem pert

de sua beleza nesse momento – olhando para mim

luminado pela luz do luar.Abro as pernas para acomodá-lo e o encaro. – Prove que está dizendo a verdade.Ele beija a minha boca lentamente. A essa altura, além

de sexy é também uma tortura, pois estou excitad

demais. Ergo os quadris e Jake leva a mão ao meu shorbem no meio das minhas pernas. Então diz em umgemido:

– Meu Deus, Evie, você está encharcada.



Ele se levanta e observo enquanto tira a camiseta, ogo a calça e a cueca. Noto a perfeição rígida

máscula. Jake agarra meus quadris e me puxa para ateral da cama, de modo que minha bunda fic

posicionada bem na beirada. Ele tira meu short, minhalcinha e a regata que estava enrolada na minha cintura

A cama é da altura perfeita para que ele permaneça dpé, e quando sinto o pênis pulsando na entrada do meorpo, deixo escapar mais um gemido. Jake segura

pau e usa a ponta dele para acariciar meu clitóris. Achque vou gozar neste instante. Ele passeia com o membrreto pelo meu sexo, me provocando, me torturando, m

deixando cada vez mais perto do clímax, mas sem

hegar ao ponto de me permitir gozar. – Jake – gemo, desesperada de desejo.Ele ri, mas se posiciona e me penetra. Arquejo e me

orpo se fecha ao redor dele, se acostumando aamanho, antes de relaxar no momento em que e

omeça a se mover. Jake geme alto. – Meu Deus, Evie. Você é tão apertada, tão quente.

Que delícia...Ele começa a arremeter e, no ângulo em que me

orpo está posicionado, cada estocada acerta me



litóris. – Mais forte – sussurro, erguendo o quadril para qu

le possa enfiar mais fundo, completamente entregue posse de Jake.

Ele continua gemendo enquanto mete com maorça, e sinto o orgasmo se aproximando. Ergo o troncté ficar meio sentada e agarro as nádegas contraída

dele, maravilhada ao sentir os músculos duros compedra. Então Jake leva a mão até o meio das minhapernas e pressiona o polegar contra meu clitóris. É o qubasta para me arrebatar em um orgasmo descomunameu sexo pulsando em volta do pênis dele.

Volto lentamente a mim, Jake ainda arremetendo,

observo quando ele também é dominado pelo próprigozo e se derrama dentro de mim, os olhos fechados, oábios entreabertos, entregue ao prazer, me enchendo dalor. O desejo ainda me aquece só de ver o rosto deldoro essa expressão. Jamais vou deixar de adorar.

Jake deixa o corpo tombar para a frente e estremeco enfiar o rosto no meu pescoço. Ambos respiramo

ofegantes por longos minutos, até que ele sai de dentrde mim e me beija lenta e profundamente. Jake rola paro lado e ficamos deitados juntos.



Foi incrível. Achei que poderia morrer. De verdade.Quando olho para Jake, vejo que ele sorri, olhand

para o teto. – Por que está sorrindo? – pergunto, sorrind

ambém. – Eu sabia que seria assim com a gente. – Sabia, não é? – Ahã. Desde a primeira vez que a beijei.Continuo sorrindo e me inclino para beijá-lo. – Vou me limpar, já volto.Quando termino de usar o banheiro, Jake já está so

s cobertas, de cueca e camiseta. Me aconchego contrle e ficamos sussurrando, namorando, a

dormecermos.







muito, tentando ser maternal. Acho que nenhum dos dostá acostumado a conviver com adolescentes.

Leo fica em silêncio por um instante, antes dontinuar:

– Eles também me disseram que há uma boossibilidade de ele aceitar um emprego novo, no sul d

Califórnia. – Ele me encara, nervoso. – Não está naddecidido ainda, mas... eles disseram que é provável. Odois não paravam de falar em como seria divertidmorar perto da praia.

Sinto o coração afundar no peito. – O quê? – sussurro. – Escute, não há nada certo ainda, está bem? S

quis falar logo com você para não ser um choque sealmente acontecer. Escute, Evie, talvez não seja a piooisa do mundo. Quero dizer, um de nós ter uma famílistável... isso nos daria muito mais oportunidades parer um bom começo depois que você fizer 18 anos. Nã

eremos tão sozinhos. – Sim, mas isso será daqui a QUATRO anos, Leo

Vamos passar quatro anos separados? Ele suspira.





Então ficamos deitados lado a lado, de mãos dadaas me sinto melhor. Leo é meu. E sempre será.





Jake me telefona várias vezes enquanto está forntre as reuniões, e ver seu nome na tela do celulaempre me dá um frio no estômago. Deus, realmenreciso me controlar. Não paro de pensar sobre com

meu relacionamento com Jake está fora da minha zonde segurança. Se ele chegar à conclusão de que não soo bastante para ele, como sobreviverei a isso? Paro espiro fundo quando esses pensamentos me assaltam,

de algum modo consigo resistir à tentação de retornar ameu casulo. Em vez disso, me mantenho ocupada nrabalho, saio para correr e coloco em dia a leitura de umivro que havia deixado de lado nos últimos tempos.

Almoço com Nicole na terça à tarde e conto a

novidades da minha vida, que de repente se tornonteressante. Rimos como se fôssemos adolescentes me sinto ótima por compartilhar minha felicidade comla. Faço perguntas sobre seu relacionamento com Mikoisas que jamais teria coragem de perguntar antes.

normal querer fazer sexo o tempo todo? Segundo ela, nomeço sim; depois de cinco anos de casamento, com

uma filha de 4 anos, não tanto. É possível se apaixonapor alguém que se conhece há menos de um mês? E



diz que deve ser mais tesão do que amor, mas que assimmesmo devo aproveitar.

Checamos nossas agendas e ela me convida parantar no sábado da outra semana. Eu concordo, ela m

braça na saída do restaurante e diz: – Convide Jake. – Está bem – respondo, ansiosa para apresentá-lo à

rês pessoas que mais amo no mundo.À noite, ligo para Jake no hotel e conversamos po

uma hora, até eu me sentir tão cansada que não consigmais ficar acordada.

Na quarta de manhã, chego ao trabalho às dez e vodireto limpar a cobertura. Bato três vezes na port

spero um instante e, como ninguém responde, uso minha chave para entrar. Empurro o carrinho de limpezpara dentro e olho ao redor, confusa. O lugar esmaculado. Obviamente ninguém usou o quarto, o que stranho, porque sei que não teriam me mandado limpá

o a menos que alguém o houvesse ocupado na nointerior.

Pego meu walkie-talkie e estou prestes a pressionar botão para falar com meu gerente quando ouço umbarulho. Franzo a testa e digo em voz alta:



– Olá? Ninguém responde e dou alguns passos mais par

dentro. Sinceramente, se houver algum serial killer alvou arrebentar a cabeça dele com o walkie-talki

Espere... É melhor pegar o spray de alvejante tambémaso precise de munição extra.

Esticando o pescoço, dou uma espiada pelo canto dporta e o que vejo? Parado do outro lado do quarto esake, as mãos enfiadas nos bolsos, sorrindo para mim.

Não sei se é o choque por vê-lo ou apenas a reaçãnstantânea às minhas emoções, mas largo minhaarmas” no chão, dou um gritinho de felicidade travesso o quarto correndo para me jogar nos braço

dele. Jake me pega, rindo, e gira comigo enquanto ncho de beijos. Deixo escapar mais um gritinho, seguro rosto dele entre as mãos e agora beijo sua boca, rindom ele o tempo todo. Jake se entrega ao beijo. Estamogindo como se não nos víssemos há séculos.

ngraçado é que é assim mesmo que me sinto, e a alegrque enche meu peito é inquestionável. Abraço-o commais força e aproveito a sensação de tê-lo nos braçoSenti tanta saudade... o que é uma loucura, porque só spassaram três dias! Mas ele parece encarar minha reaçã



omo perfeitamente normal, e continua a me beijaepetindo meu nome sem parar, os dois absorvidos ness

momento estranho e feliz. Não faço grandes análises. Sproveito.

Enfim fico imóvel, mas não o solto. Fecho os olhos me deleito com a voz rouca de Jake contra o meouvido, o cheiro que só ele tem e a batida de seu coraçãontra o meu. Não consigo explicar direito, mas sei que pudesse congelar o tempo naquele segundo e vivequela sensação para sempre, era o que eu faria.

Depois de um longo momento, ele me coloca nhão. Olho dentro de seus olhos castanhos, gentis.

– O que está fazendo aqui, Jake?

– Queria fazer uma surpresa. Quando nos falamos ndomingo, você comentou que iria limpar a coberturdurante toda a semana, se ela estivesse ocupada. Angrenagens da minha mente começaram a funcionar...

Ele sorri. – Fiz a reserva na terça de manhã, antes d

viajar. Quanto tempo você costuma demorar para limpáa?

Eu o encaro, confusa. – Você reservou a suíte só para passar comigo

empo que eu demoraria para limpá-la?



– Reservei. Ah, ok. – Hum... quanto tempo demoro para limpá-la

Quando os hóspedes são muito bagunceiros, cerca d

uma hora e meia, eu acho. – Estamos falando aqui de verdadeiros porcos.Rio baixinho. – Ah, certo, então talvez eu possa esticar para dua

horas.Ele começa a abrir o zíper do meu uniforme. – O que está fazendo, Jake? – Não quero desperdiçar tempo. Entendi.

– Hã, Jake... – começo a dizer, mas ele está fazenduma coisa tão deliciosa no meu pescoço que esqueço dontinuar.

Pego a mão dele e o levo para a poltrona grande, doutro lado do quarto. Não me esqueço de trancar a por

no caminho. Não vai ser nada bom se formos pegos. Eo empurro para cima da poltrona e os olhos dele já estãom aquela expressão lânguida. Meu Deus, só a car

dele já me deixa molhada. Será que Jake sabe disso?



Monto nele e seguro seu rosto entre as mãoolhando dentro de seus olhos por alguns segundos, antede colar meus lábios aos dele. Mordisco e deslizo íngua para dentro de sua boca. Jake assume o controle

eu beijo é faminto, possessivo. Nossas línguas snroscam, dançam, e Jake volta a levar as mãos ao zípe

do meu vestido, abrindo-o todo agora, com força. Edesce o vestido pelos meus ombros e abaixo os braçopara que consiga tirá-lo sem interrompermos o beijoQuando a roupa chega aos meus quadris, finalmenparo de beijá-lo e me levanto. Jake se recosta npoltrona, me observando com o olhar ardente, enquantiro a roupa para ele. Um de seus braços está apoiado n

braço da poltrona e a mão descansa no colo. As coxastão abertas e a ereção poderosa se destaca na calçocial preta. Jake é a tradução perfeita de todos oonhos eróticos que já tive na vida, e sinto meu sexatejar só de olhar para ele.

Desço o vestido pelos quadris e deixo-o cair no chãoOs olhos de Jake acompanham o movimento e sobemnovamente, passeando pelo meu corpo. Vejo que o padele pulsa na calça e quase gemo de desejo, mas consigpermanecer em silêncio enquanto abro o sutiã e o desliz



pelos braços. A calcinha é a próxima. Enfio os polegareno cós e desço-as pelas pernas.

Chuto os sapatos para longe e fico parada diante dake, nua, deixando seus olhos me percorrerem de cim

baixo. A expressão de prazer evidente no rosto dele é única coisa que me dá confiança para ficar parada alxposta como nunca estive antes. Jake desabotoa alça, abre o zíper e deixa o pênis livre. Ele se acaric

preguiçosamente enquanto continua a me olhar com umxpressão ardente. Agora não consigo mais evitar

deixo escapar um gemido. Ah. Deus. Nossa... – Quero que se toque, Evie – diz ele, a vo

ngasgada, parecendo mal conseguir se controlar.Estou tão excitada que não hesito em fazer o que ediz. Levo as mãos aos seios, passo os dedos pelomamilos, fecho os olhos e jogo a cabeça para trás, boca aberta em um gemido de prazer. Então abaixo

mão até meu sexo, úmido de desejo. Passeio os dedopela abertura da vagina até o clitóris, movendo-os emírculos lentos e gemendo sem parar agora.

– Meu Deus, preciso estar dentro de você agormeu bem – avisa Jake em uma voz rouca, me agarrand



pelos quadris e me levando de volta para cima dele.Meus joelhos estão apoiados na lateral da poltron

Ele me puxa para baixo com força, enfiando o pau durdentro de mim, me fazendo gritar de surpresa e d

prazer enquanto me preenche completamente.Ergo o corpo até deixar apenas a ponta de seu pa

dentro de mim, então desço com força sobre elazendo Jake grunhir e jogar a cabeça para trás. Meeus, que delícia. Grito também, tomada pelo praze

Então repito o movimento, levantando o corpo devagar descendo com violência.

Isso! Ah, meu Deus, isso!Imagino a cena vista de longe, eu nua, cavalgando-o

ake completamente vestido embaixo de mim, e ficinda mais louca de tesão.Continuo a subir e descer o corpo, sem pensar em

nada que não o orgasmo que está prestes a me dominaEnquanto isso, a boca de Jake captura meu mamilo

ugando-o quase com violência.Jogo a cabeça para trás e o cavalgo com

determinação, enquanto gememos e arfamos. As mãode Jake estão agora nos meus quadris, me puxando maápido e mais forte para baixo, até que nós dois gritamo



untos, o jato quente do esperma dele me preenchendo amesmo tempo que sou consumida por ondas de prazePor um instante, tenho a impressão de ver estrelaquando o clímax me domina.

– Cacete – grunhe Jake, capturando a minha boca me beijando apaixonadamente, enquanto ainda gememona esteira do orgasmo.

Eu também o beijo com fervor, e nos agarramos umo outro com força, a respiração arquejante.

Ficamos abraçados por um longo tempo, enquantnossa respiração volta ao normal. Me inclino para trás olho para ele, sorrindo.

– O que você está fazendo comigo? – pergunto

mpressionada. – O que você está fazendo comigo? – retruca elorrindo.

Dou uma risada. Ah, sim. Me levanto de cima dele me afasto. Vou até o banheiro me limpar.

Quando volto, Jake ainda está sentado na cadeira. Eme visto.

Ainda temos mais ou menos uma hora e eu gostarde tomar um banho, mas acabamos passando essempo relaxando na cama. Jake me conta sobre



viagem, me faz rir com a história do cara tagarela quentou ao lado dele no avião. Rio, implico com ele urtimos a companhia um do outro até o relógio no

dizer que preciso voltar ao trabalho.

Ajeito o edredom em cima da cama e limpapidamente a poltrona que usamos, sorrindo para Jak

Então saio com o carrinho, Jake me dá um beijo ddespedida e sigo para o próximo quarto. Uso o walkiealkie para avisar ao meu gerente que a suíte dobertura está limpa. Não consigo conter o sorriso bob

que permanece estampado em meu rosto pela horeguinte.




Ao longo dos dez dias seguintes, nos acomodamos em

uma espécie de rotina. Corro pela manhã, trabalho

ntão, na maior parte das noites, vou direto para partamento de Jake, onde jantamos juntos onversamos sobre nosso dia. É agradável e confortávenunca me senti mais feliz. Espero ansiosamente par

ncontrar com ele no fim do dia. Ele me levanta no ame abraça com força, me beija e gira comigo, como su fosse a coisa mais importante de sua vida.

Mas também sinto a necessidade de conhecê-lmelhor. Tenho sido paciente e compreensiva, mas quer

aber o que ele não está me contando. Quero saber o qu



obviamente ainda o assombra, que o deixa com aquexpressão distante quando acha que não estou prestandtenção. Há algo que nos separa e, até que Jake se abr

para mim, tenho medo de não conseguir me aproxima

mais de quem ele é de fato.Também tenho medo de que Jake não esteja s

brindo comigo porque não quer que fiquemos mantimos, e esse seria um modo de me manter a uma cert

distância.Uma semana depois, na sexta à noite, fazemos amo

rdentemente, como sempre, e depois Jake me puxa pareus braços e sussurra no meu ouvido enquant

pegamos no sono. Mas no meio da madrugada, acord

ozinha e, quando levanto para procurar Jake, encontroo parado em silêncio na varanda, com um copo na mãoheio de um líquido âmbar.

– Não está conseguindo dormir? – murmuropassando os braços ao redor do corpo dele, por trás.

– Não. – Jake suspira. – Achei que um drinqujudaria. Volte para a cama, meu bem. Vou me juntar

você em um minuto.Percebo que o rosto dele parece tenso.



– Está certo – digo, então aperto o corpo dele maum pouco e o solto.

Volto sozinha para a cama, um pouco perturbada.De manhã, Jake diz que tem uma surpresa. É me

dia de folga e ele agendou um dia inteiro de spa parmim. Fico animada, porque jamais fui a um lugar desseEstou me acostumando a deixar Jake cuidar de mimmbora ainda seja um pouco difícil. Ele acha graça d

meu entusiasmo e diz que já está tudo marcado. Entãle me manda para o chuveiro e me informa que umarro passará para me apanhar em uma hora.

– Divirta-se, meu bem. Não vejo a hora de jantaom seus amigos hoje à noite.

O tom de voz de Jake é gentil, mas ele parecnervoso e preocupado e não sei o que dizer parmelhorar seu humor. Talvez seja trabalho demais. Voproveitar os serviços do spa, hoje, então à noite farei

que puder para ajudá-lo a relaxar. Venho me tornand

muito adepta dessa prática. – Por que você é tão bom pra mim? – pergunto,

passo os braços ao redor do pescoço dele. – Adoro mimá-la. Fazer você feliz me deixa feliz

etruca Jake, sorrindo e olhando fundo nos meus olhos.



Tomo um banho rápido, visto uma calça de ioginza-escura, uma regata branca e um agasalho azul lev

Calço o tênis e tomo um café da manhã rápido comake, com cereal e frutas, enquanto dou uma olhada n

olheto do spa que fica a alguns quarteirões do prédidele.

Dou um beijo em Jake quando o interfone toca desço correndo.

Tenho uma manhã e uma tarde deliciosas no spuxuoso, recebendo tratamento completo: cuidadoaciais, manicure e pedicure, corte e luzes nos cabelos

massagem corporal. Adoro todos os profissionais a meedor e passo o dia não apenas relaxando, mas também

onversando animadamente com todos.Estou saindo da sala de massagem, me preparandpara assinar alguns papéis na recepção, quando umoura que vem descendo o corredor me dá um esbarrão

– Ah, desculpe! – exclamo.

– Sem problema – murmura ela.Mas então para de repente.Ah, meu Deus, é Gwen. Merda! Bem, lá se foi

ótimo dia que eu estava tendo. – Oh! – diz ela, surpresa. – Evie, não é?



Sua expressão deixa claro que ela está tão feliz emme ver quanto estava na última vez. A temperatura npa parece cair vários graus.

– Isso mesmo. Olá, Gwen. Prazer em vê-la.

Tento dar a volta por ela para passar, mas ebloqueia o meu caminho.

– Engraçado encontrar você aqui. Imagino que tenhido um presente de Jake – diz ela, como se soubess

muito bem que eu jamais poderia pagar aquele lugar comos meus trocados.

Empertigo a coluna. Se ela está pretendendransformar este encontro em uma briga de cão e gato

não vou fugir como se tivesse algo de que m

nvergonhar. – Isso mesmo – respondo, com um sorrisinho falso– Ele gosta de me mimar.

– Sei – retruca ela, com um sorriso que mais parecuma careta. – Aposto que sim. Escute, Evie, vo

umprir meu papel de boa amiga e ser direta com vocSei que deve estar achando que não tem muitas razõepara confiar em mim, considerando que na última vem que nos encontramos eu exagerei alguns fatos d



minha relação com Jake. Mas acho que é bom que vocaiba de umas coisinhas.

Fico encarando-a, em silêncio, e Gwen entende issomo uma deixa para continuar.

– Conheço Jake há muito tempo. Em todos ostados de... sobriedade. Ele nem tem ideia de algumaoisas que acabou me contando sob o efeito do álcool o

de outras substâncias. Mas, sóbrio ou não, tudo semprerminava na mesma coisa. Ele jamais amará outr

mulher que não seja ela. Se você acha que Jake amvocê, precisa saber que ele está apenas tentandransformá-la nela. Já o vi fazer isso muitas vezes. E

pega uma pobre vítima, usa bastante a garota, lhe dá um

monte de presentes bonitos, a faz achar que ele gosdela de verdade, então a dispensa quando se torna óbvique a garota não é ela. Você nunca será o bastante parle, Evie. Não é você que ele quer de verdade.

Morro mil vezes ao ouvir essas palavras. É me

maior medo. Nunca serei o bastante para ninguémamais. Ninguém nunca quis ficar comigo. Não d

verdade. Na minha vida, sempre fui jogada fora poqueles que pensei que me amavam. Não posso passa

por isso de novo. Não posso.



Passo por Gwen, tentando desesperadamente mfastar dela, magoada até a alma.

– Ele tem a imagem dela nas costas – diz ela atrás dmim. – Com certeza você já viu, não é?

Me viro para Gwen com os olhos arregalados, boca aberta em uma pergunta, e ela apenas ri.

– Ele não deixou você ver. É claro. Fuja enquantpode, querida.

Então Gwen se afasta e me deixa ali, com o coraçãpartido em mil pedaços. Me sinto frágil, como spudesse desmoronar ali mesmo, no meio daquele spuxuoso. Vou até o balcão, entorpecida, e assino opapéis necessários. A recepcionista me informa qu

odos os custos, incluindo as gorjetas, já foram pagos que eles esperam voltar a me ver em breve. Abro umorriso forçado e saio.

Jake me pediu para lhe enviar uma mensagem dexto quando eu estivesse terminando, para que e

pudesse mandar um motorista me pegar, mas não façsso. Opto por caminhar até o apartamento dele, a cabeçinda girando. Chego à portaria sem sequer me lembra

de ter caminhado até lá. Toco a campainha e o porteirbre a porta para mim. O sorriso do homem congela n



osto ao me ver, mas ele não me pergunta o que há drrado. Apenas interfona para o apartamento de Jake ala com ele em um tom baixo.

– O Sr. Madsen vai esperá-la na porta do elevador

diz o porteiro, me guiando para dentro e pressionando ódigo que leva à cobertura.

O elevador leva uma eternidade para chegar ao andade Jake. Quando a porta se abre, lá está ele, msperando, uma expressão perplexa no rosto. Basta um

olhar para mim e Jake fica pálido. – Evie, meu bem, o que houve? – pergunta.Então passa os braços ao meu redor e me leva par

dentro do apartamento. Me deixo guiar, sem saber o qu

azer.Jake fecha a porta, me vira na direção dele, segurmeu rosto entre as mãos e olha dentro dos meus olhos.

– Evie, fale comigo, meu amor. O que houve? – Tire a camisa, Jake – digo em uma vo

nexpressiva. – O quê? Meu bem, não estou entendendo – retruc

le, confuso. – Me deixe ver suas costas, Jake – digo, encarando

o, quase implorando para que ele ria e fale que esto



endo ridícula.Em vez disso, ele parece começar a compreender

echa os olhos. Quando volta a abri-los, parecdevastado.

– Evie, com quem você falou? Meu bem, me deixxplicar primeiro.

– Não! – grito, furiosa agora, a voz trêmula. – Mmostre suas costas, Jake!

Ele fecha os olhos de novo e abaixa a cabeça, entãomeça a levantar a bainha da camisa e a despompletamente. Por um segundo fica ali parado, de peit

nu, olhando nos meus olhos, implorando por algo qunão compreendo. Ele me dá as costas devagar e volta

baixar a cabeça.Levanto os olhos e deixo escapar um arquejo. Umatuagem ocupa toda a parte de cima das costas dele

depois que a examino melhor, solto um gritstrangulado e ando cambaleante para trás.

O desenho é feito em nuances de preto, com lindaspirais nas extremidades. É a parte de dentro d

picadeiro de um circo. No centro está o mestre derimônias, o rosto virado para o lado, perdido nombra. Há uma garotinha de cabelos claros caminhand





Saio do meu transe e volto ao momento presentDeixo escapar um grito sufocado.

Ao ouvi-lo, Jake se sobressalta, mas permanecparado com a cabeça baixa, sem me encarar. Dou a vol

seguro o queixo dele entre as mãos, fazendo os olhoorturados encontrarem os meus. Minhas mãos estãrêmulas, meu coração bate descompassado, mas minh

voz é firme quando pergunto: – Por que está me encarando?O olhar de Jake se perde no meu por longo

egundos antes que ele sussurre em resposta: – Porque gosto do seu rosto.Volto a cambalear para trás, chorando, então me vir

saio em disparada. Abro a porta do apartamento orro para o elevador. Lá, pressiono o botãodesesperada. A porta se abre no mesmo instante. Entrpressada e aperto o botão que me leva à portari

Quando a porta do elevador já está se fechando, Jake s

do apartamento e parece tão desesperado quanto eu. – Evie – chama em uma voz engasgada, no moment

m que a porta se fecha de vez.Saio zonza pela porta da frente do prédio e começo

orrer.




Continuo correndo até sentir meus pulmões queimarem

perceber que as lágrimas pararam de cair. Então pass

andar, mas não paro de me mover.Minha mente agora é um turbilhão e não consig

parar de pensar naquela tatuagem. Quero chorar e gritadar socos em alguma coisa. Depois, estranhament

quanto mais me afasto do prédio de Jake, mantorpecida me sinto, até que passo a andar de modetárgico pela rua.

Paro quando vejo um pequeno parque. Entro, mento em um banco e tiro o celular da bolsa. H



dezessete ligações perdidas de Jake. Apago todas e ligpara Nicole.

– Oi, meu amor – atende ela, animada. – Nicole – começo a dizer, mas minha voz falha.

– Evie, qual é o problema, querida? – pergunta ela, preocupação agora clara na voz.

– Ele estava mentindo para mim, Nicole. – Quem? Jake? Querida, sobre o quê? Onde voc

stá? – Saí correndo. Não sei. Estou em um parque... Nã

ei. Espere, estou vendo uma placa...Leio o nome do parque e digo a ela. – Estarei aí em quinze minutos. Aguente firm

querida.Fico sentada no banco, olhando para o nada, até pequeno carro de Nicole estacionar perto do meio-fioEntro e, quando ela vê meu estado, abre os braços e mcolhe. Minha amiga continua me abraçando enquant

horo lágrimas que pensei não ter mais. – O que aconteceu, meu amor? Me conte – ped

icole, secando meu rosto com os polegares. – Ele é o Leo, Nic. Aquela história que Jake m

ontou sobre Leo ter morrido em um acidente de carr



não é verdade. Porque ele é o Leo. – Olho para ela comtesta franzida. – Mas também é Jake. Não consig

ntender. Nicole parece estupefata.

– Ele é Leo? O seu Leo? O Leo? Mas por que não lhontou? Como você descobriu?

– Nicole, podemos ir para a sua casa? Quero lavar osto e... pode ser?

– É claro, vamos.Ela sai com o carro. Apoio a cabeça no encosto

echo os olhos. Nicole deve saber que preciso descansapor alguns minutos, porque não me faz mais nenhumpergunta no caminho.

Entramos na casa dela e está tudo muito quieto. – Cadê a Kaylee? – pergunto. – Está com a mãe de Mike hoje, vai passar a noite n

asa da avó. Achei que seria legal ter uma noite só ddultos, já que iríamos conhecer Jake.

Ela se vira para me olhar e morde o lábio.Suspiro. – Posso ir ao banheiro lavar o rosto e me arruma

um pouco? Estou um horror.



– Claro! Vá em frente. Vou fazer um chá para nós.ou você prefere alguma bebida mais forte? – Ela sorri.

Rio pela primeira vez desde que deixei o spa. – Mais tarde. Por enquanto, chá está ótimo.

Me arrumo no banheiro, ajeito os cabelodesalinhados e seguro uma toalha fria e úmida sobre oolhos por alguns instantes. Quando volto para a salstou me sentindo melhor.

Vejo que Nicole se acomodou em uma das pontas dofá, com uma xícara de chá quente na mão. E

gesticula para a minha xícara, que está na mesinha pertda poltrona à direita do sofá.

Sento e puxo a manta que está atravessada no braç

da poltrona para o meu colo. Pego o chá e tomo umgole. – Me conte o que aconteceu hoje – pede Nicole.Começo a falar sobre meu encontro com Gwen n

pa e, quando chego à parte sobre meu confronto com

ake e sobre a tatuagem, Nicole deixa escapar umrquejo.

– O quê? VOCÊ era a mulher tatuada nas costadele? Nossa... Uau, que história louca. Mas, espere, nãstou entendendo... o que significa tudo isso?



Com dificuldade, conto a ela sobre a família de Leoobre o irmão dele, sobre todo o sofrimento que issausava. Em seguida, falo sobre a história que invent

para tentar aliviar o sofrimento de Leo, ao menos por um

nstante. Só choro de novo uma vez, quando volto a membrar de um telhado em uma noite quente de verão,

de um menino arrasado em meus braços.Levanto a cabeça e vejo que minha amiga também

stá com lágrimas nos olhos. – Nossa, Evie – diz ela, em uma voz abafada. – E

arregou essa história na própria pele por todos essenos. Isso é... Caramba. É lindo.

– Ele mentiu para mim, Nic, duas vezes. Duran

minha vida, aquele menino me destruiu... e agora homem me enganou. Não tenho ideia de como devo me sentir. Esto

magoada e muito confusa. – Você vai dar a ele a chance de lhe explicar a

oisas, meu bem? Não estou dizendo que será capaz dperdoá-lo. Não tenho ideia do que ele vai dizer, mas achque precisa escutá-lo. – Ela me encara com umxpressão preocupada.



Penso nas palavras dela por alguns minutos, entãuspiro.

– Acho que devo isso a mim mesma, também. Snão consigo digerir tudo neste momento. Preciso d

empo. – Claro, meu bem. Procure-o quando estiver pront

Deixe ele falar. Você merece respostas.Assinto e dou um gole no meu chá. Nicole volta a falar, hesitante, com delicadeza: – Minha querida, você realmente não o reconheceu

em um pouquinho?Fico em silêncio por vários minutos, pensando n

pergunta dela.

– Sabe, Nicole, ele está tão diferente... Acho qugora, que sei da verdade, posso ver o menino que eoi em alguns traços, mas, quero dizer... veja bem, quemoi o primeiro menino que você beijou?

Nicole sorri.

– Jimmy Valente. Tínhamos 14 anos. Namoramopor um ano.

– Certo. Você consegue trazer o rosto dele à menneste exato momento?



Ela olha para o teto, se concentra, então franze esta.

– Não, acho que não consigo. – Muito bem. Agora, imagine que esse Jimmy Valen

osse um garoto magrelo e invocado, com roupagastas, na última vez em que o viu. Então, oito anodepois, você esbarra com esse homem enorme, lindom um terno de grife, com os cabelos mais escuros, o

dentes bem tratados, e esse homem lhe diz que shama... sei lá... Tom Smith. Talvez você não econhecesse também.

Me sinto na defensiva, porque sinceramente, comu não o reconheci? Afinal, ele foi o amor da minha vid

té Jake, ou... espere... Meu Deus, que confusão! – Além do mais, Nic, você tem que entender qudepois que Leo partiu e nunca mais voltou a entrar emontato comigo, sofri tanto que, na minha mente, e

permaneceu aquele menino que se sentava no telhad

omigo, quase... não sei, congelado no tempo. Foi maácil me convencer de que ele permanecia ali. Do

demais imaginá-lo andando pelo mundo, sem se importaomigo. Havia o mundo real e havia aquele menino

perdido no passado. Jake apareceu como parte d





– Esse modo de ser lhe foi útil por muito tempo. Erum mecanismo de defesa.

Assinto, concordando com ela. Ficamos em silêncide novo e vejo que Nicole está com a testa franzida.

– Qual era o nome completo de Leo?Tento me lembrar por um instante. É claro que e

abia o nome e o sobrenome dele, mas o nome do meioEntão, arregalo os olhos e sussurro:

– Leo Jacob McKenna. – Abaixo a cabeça. – Soompletamente cega?

– Não, claro que não. Tudo parece claro agorporque você já sabe a verdade. Você foi... envolvid

ão é difícil entender. Mas ele lhe deve uma explicação

Precisa lhe contar que diabo aconteceu há oito anos por que mentiu para você agora. Então você poderdecidir se consegue aceitar o que ele tem a dizer.

Sinto mais uma vez o peso da situação e meus olhoe enchem de lágrimas.

– Vou perdê-lo mais uma vez, não vou? Não sei sonsigo fazer isso duas vezes. Não sei se sobreviverei sso de novo.

A dor me domina e levo a mão ao peito.



– Muito bem, não entre em pânico. Vamos dar umpasso de cada vez. Mike estará em casa às cinco. Vamoer um jantar agradável, só nós três. Abriremos um

garrafa de vinho. Você passará a noite aqui, conosco. V

e sentir melhor pela manhã, então poderá decidir se estpronta para deixar o menino leão falar. – Ela pisca parmim.

Deus, sou tão sortuda por ter Nicole como amigamigos são a família que você escolhe. Nunca estev

mais claro para mim que tomei decisões muito acertadanesse quesito.

Depois do jantar e de atualizar Mike sobre o limbque é a minha vida neste momento, abrimos uma garra

de vinho e chego mesmo a dar risada em uma ou duaentativas dos dois de me animar, contando histórias dracassos amorosos na adolescência.

No entanto, por mais que os dois tenham conseguidme distrair um pouco, sei que terei que encarar

ealidade pela manhã, por isso pego emprestado umpijama de Nicole e vou me deitar.

Me acomodo na cama e ligo o celular. Há catorzhamadas novas de Jake/Leo. E quatro mensagens dexto basicamente me implorando para ligar para el



lém de uma mensagem de voz. Com os dedos trêmulopressiono as teclas para ouvir.

Fecho os olhos quando a voz dele entra no meouvido.

“Evie, pelo amor de Deus, eu... Por favor, ligue parmim. Estou ficando louco, aqui. Você saiu correndo nem sei se está bem. Meu bem, por favor, me diga amenos se está bem. Pelo menos isso. Mesmo se nãquiser conversar comigo... mesmo se não quiser nuncmais me ver...” Ele faz uma pausa e escuto a respiraçãrêmula. “Por favor, me avise se está bem, emegurança. Fui até sua casa e você não estava lá. Esarde e eu... Por favor, esteja bem.” Há outra pausa ante

de ele desligar.Uma lágrima rola pelo meu rosto. O que vou fazerDigito rapidamente uma mensagem de texto de duapalavras e mando para Jake/Leo: “Estou bem.”

Espero alguns minutos, mas não há resposta. Deslig

o celular e caio em um sono agitado.





de mim antes mesmo que eu chegue à metade daminho.

Sua aparência é péssima. Parece não ter pregado olho, e não consigo evitar a vontade de tranquilizá-lo

ake está com as mãos enfiadas nos bolsos da calçeans, me olhando... um olhar de anseio e de incertezPercebo que aquela expressão de insegurança – a mesmque fez meu coração bater mais rápido desde o início – oda Leo, e essa constatação é como um soco nstômago.

Sei que ele mentiu para mim, sei que não deveronfiar nele, mas não posso evitar. Meu coração griteu Leo está de volta! Bem à sua frente! Vá até ele. Se

menino lindo está aqui. AQUI!O amor que sinto é tão avassalador que quase caio doelhos ali mesmo.

Isso não é bom.Quero me manter distante. Quero parecer fria, calm

controlada. Quero permanecer neutra até que ele mdiga algo que faça meu coração derreter. Ao mesmempo, não quero que ele fale nada que faça meu coraçã

derreter. Imploro em silêncio que ele diga algo que façmeu coração derreter. Estou tão perdida...



Então fujo. De novo. Tento passar por ele. Tentorrer o mais rápido que posso para a segurança do mepartamento. Tento escapar da confusão e do medo quinto e, sim, do amor, mas Jake me alcança sem a meno

dificuldade e me agarra por trás. Tento lutar, mas ele orte demais e me carrega até a porta do meu prédio

Então, diz no meu ouvido: – Me dê a chave, Evie.Como uma criança obediente, pego a chave na bols

entrego a ele. É o meu menino, mas também é o meeão. E, que Deus me ajude, amo os dois da mesmorma. Ainda assim, isso não quer dizer que o perdoo.

Onde está Maurice quando realmente estou send

acuada?Jake abre a porta do prédio e me carrega para dentromo se eu não pesasse mais do que uma pluma. Emeguida, destranca a porta do meu apartamento, entromigo, me coloca no chão e fecha a porta.

Ficamos nos encarando, ele respirando comdificuldade e eu furiosa, por vários segundos.

Finalmente, ele abaixa a cabeça e passa a mão peloabelos. Ah, Deus, não faça isso!

– Evie, precisamos conversar. E tem que ser agora.



– Por que você acha que pode decidir quandprecisamos conversar? Não sou eu que devo decidsso, Jake? Ou devo chamá-lo de Leo? Por favor, m

diga como devo chamá-lo.

Ele fecha os olhos por um instante, como sstivesse cansado demais para lidar comigonacreditável.

– Evie, por favor. Podemos conversar? Você vai mscutar? Tenho vivido um inferno. Por favor. Só quer

que me diga que vai me ouvir ... realmente me ouvir. – Um inferno, você? Ah, por favor, Jake. Não quer

ornar as coisas mais difíceis para você. Por favoente-se. Posso lhe servir uma bebida? Algo par

beliscar? – digo com raiva.Ele suspira, como se mal estivesse conseguindo molerar.

– Sente-se, Evie. Agora.Quero voar para cima dele. Quero mandá-lo para

nferno. No entanto, faço o que ele diz e afundo no sofake continua de pé.

Finalmente, ele deixa o ar escapar e passa a mãpelos cabelos. De novo! Quantas vezes já fez isso a



agora? Está tentando me matar. Jake também se deixair no sofá, mas do lado oposto ao meu.

– Se precisar de alguma coisa, vá pegar agora. Esonversa deve demorar um pouco. Vá pegar o que fo

necessário para deixá-la confortável e depois fique quienesse sofá.

Encaro-o por um longo tempo, então tambémuspiro.

– Não preciso de nada, Jake... Leo. Por favor, vamoerminar logo com isso.

Aperto a parte de cima do nariz, tentando afastauma dor de cabeça que ainda nem começou.

Ele chega mais perto agora e, de repente, tudo aquil

demais para mim. O cheiro dele, a expressão em seosto, minhas próprias emoções... afundo o rosto entrs mãos e começo a chorar. Jake/Leo não diz um

palavra, mas o escuto se aproximar ainda mais e, nmomento seguinte, estou no colo dele, aconchegada em

eus braços, o rosto dele enfiado em meus cabelos.Afasto as mãos do rosto e digo, entre soluços: – Eu esperei por você! Esperei, esperei e voc

implesmente desapareceu. Não sabia se estava vivo omorto. Não sabia se você havia apenas decidido começa



uma vida nova e me apagar da antiga, ou qualquer outroisa! E mesmo assim eu esperei. Aliás, para ser bemincera, mesmo não admitindo isso nem para mim

mesma, ainda estava esperando até o dia em que voc

voltou à minha vida, se apresentando com outro nomunca deixei de esperar por um menino que m

descartou como se eu fosse nada!Estou quase sufocando com os soluços agora, ma

ake/Leo apenas me abraça com mais força e me embalussurrando sons reconfortantes contra os meuabelos.

E como é possível que esse homem queira monsolar? Ele é a causa dessas lágrimas. Mesmo assim

me agarro a ele.Depois de alguns minutos, me acalmo e olho parle. Há lágrimas silenciosas descendo por seu rostambém. Seco-as com os polegares. E logo minhas mãostão percorrendo as faces dele, os dedos traçando

inha das sobrancelhas, do maxilar forte, do nariz, meuolhos seguindo o caminho dos meus dedos, examinandada detalhe do rosto másculo, mas finalmente vendambém o menino que ele já foi... me permitindo ver



menino que talvez eu soubesse o tempo todo que estavli.

Minhas mãos ficam imóveis e olho dentro dos olhoastanhos profundos. Então, de repente, de algum modo

stamos nos beijando. A língua de Leo está invadindo minha boca e estamos gemendo. Quando ele despe meuéter, abaixa as alças do meu sutiã e excita meu

mamilos com a língua, arquejo seu nome: – Leo...Um rugido de pura satisfação sobe pela gargan

dele. Em um instante, estou deitada no sofá e ele exige: – Diga meu nome de novo. – Leo, Leo, Leo – sussurro em um gemido

stendendo os braços para envolvê-lo, passando apernas ao redor de seu corpo. – Faça amor comigo, Leo Não sei o que ele vai me contar, sobre o motivo qu

o levou a quebrar a promessa que me fez, e por qustava mentindo. Não sei se vou ser capaz de perdoá-lo

Mas, não importa o que aconteça, quero fazer amor comle. Quero tê-lo, o meu Leo, quero gritar o nome dele, a

menos uma última vez.Ele volta a se ocupar dos meus seios, dando beijo

everentes ao redor dos mamilos rígidos, antes de sugá



os, um de cada vez. Me contorço de prazer e msfrego contra o pênis rígido que sinto através do tecid

da calça. Estou ardendo de desejo, cada centímetro dmeu corpo implorando por esse homem.

– Por favor – peço. – Preciso de você. – Minha Evie – sussurra ele, chegando para o lado

despindo minha calça jeans e minha calcinha.Então Leo enfia a mão por entre as minhas coxas

oça o dedo em meu clitóris inchado, enquanto volta ugar meu mamilo.

Ele começa a mover o dedo no mesmo ritmo em quhupa meu seio. Eu dobro um dos joelhos e o apoiontra a lateral do sofá, para permitir a Leo um maio

cesso.E não paro de sussurrar o nome dele enquanto sepolegar continua a acariciar meu clitóris e ele enfia outrdedo dentro de mim. Ele entra e sai bem devagaornando meu prazer ainda mais doce. Leo toca me

orpo como se fosse um instrumento musical e me deixmbriagada de prazer, louca de desejo. Qualque

pensamento racional se foi.Abro os olhos, as pálpebras pesadas, e deixo escapa

outro gemido. Leo agora se afastou dos meus seios



observa meu rosto. Seu maxilar está cerrado, no esforçde manter o controle, enquanto adia o próprio prazepara garantir o meu.

Os dedos dele acariciam e invadem, mudando

itmo, mantendo-me no limite, até eu estar prestes hegar ao orgasmo.

– Leo! – imploro, erguendo os quadris na tentativa dme satisfazer com a mão dele.

Ele enfia mais um dedo em mim e acelera o ritmocariciando e penetrando compassadamente. Gemo altoussurro:

– Isso!Leo geme também, então os únicos sons na sala sã

os de nossa respiração ofegante, e a única sensação é dos dedos dele deslizando para dentro e para fora dmim.

– Goze para mim, Evie – diz ele em um grunhido. Nesse momento, meu corpo se tensiona e eu m

rqueio no sofá, enquanto ondas de um orgasmo intensme invadem. Grito o nome dele e ouço o zíper da calçe abrindo. Logo Leo está em cima de mim, as mãos no

meus quadris. Ele gira o meu corpo, me deixando d



quatro, e penetra meu sexo encharcado com um gemidbaixo. Não tenho certeza se o gemido é meu ou dele.

De joelhos atrás de mim, Leo começa a arremeteepetindo meu nome sem parar, enquanto eu digo:

– Leo... Leo... Leo...Meu cérebro está turvo de paixão, mas em algum

ugar no fundo da minha mente compreendo que, mesmque já tenhamos feito amor dezenas de vezes, estamonos encontrando aqui e agora, como Evie e Leo, e sintvontade de gritar, tamanha a intensidade desse momento

Ele continua a me penetrar ritmicamente, segurandmeus quadris para que possa arremeter cada vez maundo. É selvagem, quase rude, o pênis dele atingindo

olo do meu útero a cada investida. Sinto mais umorgasmo crescendo em mim ao ouvir o som das coxadele batendo contra minha bunda.

A respiração de Leo se torna mais ofegante e eontinua a repetir meu nome. Cada penetração se torn

mais firme e mais rápida. O cheiro da mistura donossos sexos enche a sala.

Leo inclina o tronco para a frente e alcança melitóris. Então, pressiona o dedo contra ele. Outr

orgasmo me domina. Jogo a cabeça para trás e movo





Ele concorda, enquanto fecha o zíper do jeans, e emeguida apoia os cotovelos sobre as coxas.

Me visto e vou até o banheiro. Ao voltar, Lepermanece na mesma posição, agora com a cabeç

baixa. Quando eu me sento a seu lado, ele se recosta nofá. Demora algum tempo para me encarar, até que diz

– Acho que o melhor lugar para começar é peminha chegada a San Diego.




-Certo. Mas, primeiro, por que mudou de nome?

Ele suspira.

– Lauren achou que seria mais fácil ter um novomeço se eu começasse a usar meu nome do meio e, laro, meu novo sobrenome. A princípio me recuse

mas depois daquela primeira semana, concordei. Quer

me tornar outra pessoa... Sinceramente, queria escapade mim mesmo. É claro que uma mudança de nome nãsuficiente para isso, mas na época me pareceu a

menos um primeiro passo. Me matriculei na escola comake Madsen e, desde então, ninguém nunca mais m

hamou de Leo.



Concordo com um gesto de cabeça. Não posso fingque não compreendo a atitude dele. Várias vezes, aongo da minha vida, se alguém houvesse me oferecido

oportunidade de ser outra pessoa que não Evie Cruise, e

eria achado uma oferta bem tentadora. – Você precisa saber que naquela noite, quando

deixei, estava sendo sincero em cada palavra que dissFalei aquilo do fundo da minha alma. Sabia que jamamaria outra garota, e estava certo. Nunca houve ma

ninguém.Ele olha para mim, parecendo inseguro. – Você me contou que houve muitas mulheres, Leo

murmuro, virando a cabeça e olhando pela janela por um

nstante. Não posso mentir; agora que descobri quem ele aber das outras me magoa profundamente.

– Nenhuma delas significou nada para mimenhuma. Não me orgulho disso. Na verdade, tenh

vergonha. Mas nunca senti nada por ninguém a não sepor você. Fiz muita besteira nessa vida, Evie, mas nuncmei nenhuma outra garota. Precisa acreditar nisso

mesmo que não entenda.



Ele suspira e abaixa a cabeça. Quando levanta oolhos novamente, diz:

– Cheguei a San Diego em um domingo à noite. Negunda-feira de manhã, comecei a escrever uma car

para você. Escrevi um pouco na terça e na quartPretendia fazer isso todos os dias da semana, até sexta, ntão colocaria a carta no correio no sábado. Parei dscrever na quinta.

– Por quê? O que aconteceu na quinta? – perguntbaixinho, voltando a olhar para ele, mas quase com medde saber.

Leo fica em silêncio por um instante. – Na quinta à tarde – continua –, eu estava no porã

entando aprender a jogar sinuca. Tínhamos uma mesgrande, forrada de feltro vermelho e... Enfim, eu estavó matando tempo. Meu novo pai, Phil, estava nrabalho. Minha mãe, Lauren, como você sabe... – Eaz uma pausa e uma careta. – Ela desceu usando um

amisola muito curta. Me senti constrangido, mas nunchavia tido uma vida familiar normal. Achei que talveosse assim que as mães agissem, que andassem peasa de roupa de dormir. Ao menos foi disso que tent

me convencer.



Meus olhos estão arregalados, porque tenho quaserteza do que ele vai me contar e eu não quero ouvi-l

dizer essas palavras. – Ela se serviu de um drinque, então serviu um par

mim também. Aceitei, embora agora todos os tipos dlerta estivessem soando. Eu simplesmente não sabia

que fazer. Jogamos sinuca por algum tempo. Terminmeu drinque primeiro e ela me serviu outro. Lauren fazposes sensuais para as tacadas, se inclinando sobre mesa, e estranhamente, quando o álcool começou a fazefeito, ficou cada vez mais fácil fingir que a situação er

normal. – Leo deixa escapar uma risada sem humor baixa os olhos.

Ele suspira, ainda sem me encarar, e continua história: – Depois de algum tempo, Lauren começou a s

oçar em mim, a me tocar. Eu era um garoto novo, cheide hormônios, sob o efeito de dois drinques. Estav

onfuso, sem entender direito o que estava acontecendom aquela mulher que achei que quisesse ser minh

mãe.Ele volta a suspirar, parecendo torturado e muit

nvergonhado.



– Caramba, como é difícil contar isso...Quero tocá-lo para lhe transmitir força, mas d

lgum modo sei que essa não é a coisa certa a fazeportanto permaneço imóvel e em silêncio.

Depois de um instante, ele continua: – Por fim, ela ficou completamente nua, se inclino

para trás na mesa e começou a me implorar para possua. Lauren me seduziu, sim, mas não me esforcei muit

para resistir. Trepei com minha nova mãe em cima dmesa de sinuca no porão, enquanto meu pai estava nrabalho. Não é nojento? – Ele exala com força e fech

bem os olhos por um instante.Lágrimas rolam livremente pelo meu rosto agora,

ufoco um soluço.Ele permanece olhando para a frente quandprossegue:

– Jantamos como uma família naquela noite e mepai fez um brinde ao “novo filho” deles. Mal conseg

manter a comida no estômago. Odiava a mim mesmo não conseguia parar de pensar em como havia tidoragem de fazer uma coisa daquelas. Tinh

decepcionado uma pessoa que me amava e que confiavm mim. De novo.



Leo fica em silêncio por um longo tempo. – Os dois haviam tentado por vários anos ter um

ilho – diz ele finalmente –, mas em vão. Phil deixolaro para mim que agora estava feliz por te

onseguido, por ter alguém que um dia poderia assumirmpresa dele. Havíamos conversado muito naquele dintes de tudo acontecer, e ele tinha feito com que eu mentisse bem comigo mesmo; disse que me achavnteligente.

Quando Leo voltou a se calar, consegui reunir forçapara perguntar:

– Você não me disse que seu pai adotivo trabalhavm um hospital, aqui?

– Sim, ele trabalhava. A tecnologia de raios X qugora é usada nos aeroportos começou como umquipamento médico.

Assinto com a cabeça e peço que ele continue.Uma expressão de dor passa pelo rosto dele quand

me ouve dizer seu nome, mas ele vai em frente: – De qualquer modo, aquela tarde no porão basto

para que eu percebesse que, mais uma vez, as pessoaó queriam me usar. Primeiro tinham sido meus pa

biológicos, para que eu tomasse conta do meu irmão



osse o alvo da raiva que eles sentiam do mundo, depois aquelas duas pessoas. Minha nova mãe, poazões óbvias, mas meu novo pai também. Foi fácil ve

que o interesse dele era ter um filho para usar com

burro de carga, ter alguém para treinar e transformar nque ele queria.

Leo faz uma pausa e continua: – Ninguém jamais se importou com quem eu era

Todos só queriam saber o que eu poderia fazer por elenão ser você, Evie, e meu irmão, Seth. E agora e

havia destruído vocês dois. Tinha prometido a Seth quomaria conta dele e, naquele momento, meu irmãstava apodrecendo em alguma instituição pública que e

nem sabia onde era. E tinha prometido a você que mguardaria para quando a encontrasse de novo, que seriel, e demorou menos de uma semana para que eu raísse. Sinceramente, cheguei a pensar em cortar o

pulsos, tamanho o ódio que sentia de mim mesmo.

Pego um lenço de papel em uma caixa perto do soseco o rosto.

– Leo, com certeza agora você sabe que ela sproveitou de você, certo? – pergunto, em voz baixa.

A expressão dele endurece.



– Sei o que todos os livros de psicologia dizem sobrsso e, sim, ela estava errada. Mas eu poderia teesistido mais. Poderia ter fugido. Poderia ter... sei lá.eito mais do que fiz. E não apenas isso, Evie. As coisa

não terminaram naquele dia. Aquilo continuou contecer regularmente até o dia em que saí de casa e f

para a faculdade. E mesmo depois que eu não estavmais morando lá, Lauren tentou continuar, mas aí eonseguia evitá-la. Ela alega que é apaixonada por mim

que soube disso no instante em que me viu no ladotivo. Que doença é essa? Por Deus, eu tinha 1nos... – Leo passa a mão pelo rosto.

– Você não achou que poderia confiar em mim

bastante para me contar? – pergunto, tensa, o chordeixando minha voz aguda. – Pensei um milhão de vezes em como poderia lh

xplicar o que aconteceu. Precisava desesperadamende você. Achei que morreria de saudades. Mas o que e

diria? Nem eu mesmo conseguia ver sentido naquiludo, então como conseguiria explicar a você? Estaventindo tanta vergonha... Depois, acabei encarando audade que sentia de você como uma penitência por se

quem eu era, alguém que destruía as pessoas que amav



única coisa que eu não conseguia superar era quanto meu silêncio deveria estar fazendo você sofrer.

Leo continua a olhar para a frente, impassível. – Mas acabei me convencendo de que, ficand

fastada de mim, você tinha uma chance de lutaCheguei à conclusão de que estava destruído e qulgumas pessoas não têm jeito, não podem ser mudada

Ou, quando podem, é apenas por um amor tão grandque destrói quem o oferece. Eu não tinha o direito dprejudicar você mais do que achava que já havia feitoEvie. Me convenci de que saber a verdade a meespeito a teria magoado mais do que ser abandonada po

mim. Eu só queria desaparecer. Mas você precis

ntender que me odiei a cada instante por deixá-la. ofri tanto quanto você.Ficamos em silêncio por um longo tempo. Aind

stou secando os olhos, tentando digerir as palavras dLeo, quando ele continua:

– Cresci muito durante o verão em que me mudpara a Califórnia, e comecei a praticar esportes, fazexercícios. Isso ajudou um pouco como válvula dscape, e continuei ao longo do ensino médio, mas nãoi o bastante. Então passei a beber, a usar drogas,



virar a noite em boates, a usar as garotas. Fiz isso emparte pelo desprezo que sentia por mim mesmo, penecessidade de qualquer coisa capaz de anestesiar minhdor, mas em parte também porque Lauren ficava furios

o me ver sair com um monte de garotas. E eu tinhpassado a desprezá-la. É uma escrota manipuladorEstava mentindo para Phil, estava...

Eu o interrompo: – Ela é uma pedófila, Leo.Ele enfim me encara. – Acho que sim, mas assumo minha parcela d

esponsabilidade, também. Principalmente porquontinuamos a fazer sexo e a enganar meu pai. – Le

desvia o olhar e uma expressão de vergonha domina seosto. – Você chegou a tentar contar a ele? – pergunto. – Alguns meses depois que tudo começou, pens

nisso, mas me sentia tão culpado, com tanta vergonh

do meu papel na história... E se ele não acreditasse emmim? E se acreditasse e aquilo o destruísse? Eonseguiria viver com mais essa culpa? Acabei moncentrando apenas em me entorpecer cada vez mai

E, mesmo sentindo cada vez mais vergonha de mim



mesmo, eu queria tanto ter uma família. Gostava de tudo que eles estavam me dando, de todo aquele luxo, aviagens, coisas que eu nunca tinha tido. E isso fazia comque me odiasse ainda mais.

Ele passa novamente a mão pelo rosto. – Enfim, o ensino médio foi uma tragédia. Fiz da vid

dos meus pais um inferno. Lauren sempre livrava minhara com meu pai, por razões óbvias, e o pobre coitadpenas tentava me ajudar. Mas não havia ajuda possív

para mim, não naquela época. Phil deve ter pensado ummilhão de vezes: Que merda nós fizemos quandadotamos esse garoto? Mas ele nunca, jamais, me dissnada do tipo.

Agora Leo passa a mão pelos cabelos. – As coisas começaram a ficar melhores para mimquando fui para a faculdade. Finalmente estava a algumdistância da minha mãe. – Ele deixa escapar umisadinha sem humor. – E comecei a pensar com ma

lareza. Meu pai e eu passamos a sair juntos de vez emquando, e conseguimos desenvolver uma relação bacanPhil deve ter ficado em dúvida se algum dia eu seronfiável o suficiente para aprender o funcionamento dmpresa, mas cerca de um ano depois que saí de cas



le me convidou para trabalhar com ele. Aceitei e a partdaí ficamos cada vez mais próximos. Foi muito bom. Era um cara legal. Viciado em trabalho e distraído, ma

um homem decente.

Leo faz uma pausa e continua: – Quando me formei, ele e Lauren me compraram

um Porsche de presente. Na noite da minha festa dormatura, ela me encurralou no meu quarto e fez ma

uma de suas investidas. Eu a repeli e ela ficou tão furiosque me disse que não pretendia me contar daqueorma, mas que tinha recebido informações sobre o mermão, anos antes, pelo advogado da família.

O rosto dele é uma máscara de sofrimento, mas nã

o toco. Não posso. São muitas informações para digertudo o que consigo fazer é ouvir o que Leo está montando e tentar entender da melhor forma possíve

Foram tantos anos de tristeza, sofrimento, dúvidas, gora enfim sei o que aconteceu.

– Estava sempre pedindo a Lauren que descobrisslguma informação, para que eu pudesse visitar Seth

prossegue ele. – Ela me falou que ele havia morrido trênos antes, de pneumonia, mas que não tinha montado porque sabia que eu ficaria chateado. Me



Deus... Chateado? Eu tinha praticamente criado aquemenino desde o dia em que ele nasceu. E Lauren estavimplesmente jogando aquela informação na minha caromo vingança por eu não querer fazer sexo com ela.

Ele para e não consigo mais me conter: seguro a mãdele e aperto-a com força. Leo vira a cabeça na minhdireção. Uma expressão de dor atravessa seu rosto mauma vez antes que ele volte a falar.

– Saí correndo de lá, peguei meu carro novo e sdirigindo em alta velocidade, como um imbecil, cantandpneu nas curvas, de uma forma suicida mesmo. Entãom algum momento, perdi o controle, bati de lado em

um caminhão e capotei seis vezes. Pelo menos foi iss

que me disseram. Não me lembro de nada, só de tecordado no hospital com a cabeça enfaixada e tubos poodo o corpo.

Deixo escapar um arquejo. – Eu havia fraturado o maxilar, arrebentado o mala

direito e quebrado o nariz. Tinha um corte de 2entímetros na parte de trás da cabeça, três costela

quebradas, uma ruptura no baço, dois braços e umperna quebrados. Passei seis meses no hospita



nquanto reconstruíam meu rosto e meu corpo surava.

– Meu Deus... – sussurro.Ele apenas assente, o rosto inexpressivo.

– Não havia mais nada que eu pudesse fazer além dicar ali deitado, refletindo, por isso, de certa maneira, cidente foi a melhor coisa que poderia ter mcontecido. Praticamente não tive outra escolha que nãncarar meus demônios. A parte desagradável era qu

Lauren me visitava todo dia e eu não tinha para ondorrer. Uma vez, quando eu já estava havia cerca de um

mês no hospital, Lauren apareceu para me dizer quinha convencido os médicos a me deixarem ir para cas

om ela depois das minhas próximas cirurgias. Assim epoderia cuidar de mim, para que eu voltasse a ficar bemProtestei, fiquei furioso e falei que agora que eu tinhmais de 18 anos, não a deixaria chegar perto de mim deito nenhum. Ela tentou me convencer arrancando a

minhas cobertas e se jogando em cima de mim. – Ledeixa escapar um som de desgosto e se encolhe. – Nãhavia nada que eu pudesse fazer. Estava literalmenndefeso. Minha única reação possível foi ficar dizendo empo todo para ela parar com aquela palhaçada, que e



não ficaria mais quieto a respeito daquilo. Foi quandmeu pai entrou. Lauren se afastou de mim de um pulo icamos imóveis, perplexos por um longo tempo

Finalmente meu pai falou: “É por isso? Todos esse

nos, é por isso que você nos odeia.” Foi como se enfimudo se encaixasse na cabeça dele. Então meu pomeçou a apertar o peito, Lauren começou a gritar pertou o botão para chamar a enfermeira. Ele teve umorte ataque cardíaco.

– Ah, meu Deus, Leo – sussurro, mais lágrimadescendo pelo meu rosto.

Ele continua, mas a voz agora parece cansada, o tomquase monocórdio:

– Meu pai recuperou a consciência na manheguinte e achamos que ele ficaria bem. Cinco diadepois, porém, ele desenvolveu um coágulo e foi issque o matou. É um quadro comum depois de um ataquardíaco. Na manhã em que ele voltou a si, me levaram

té o quarto dele em uma cadeira de rodas. Meu pevou a mão ao peito e falou que lamentava muito, qu

não me culpava por nada. Chorei como um bebê.Aperto a mão dele novamente.



– No dia seguinte, os advogados do meu pai foramo hospital e ele mudou o testamento. Deixou a empresó para mim. Lauren tem o suficiente para manter

padrão de vida com que está acostumada até o dia em

que morrer. Mas a empresa é cem por cento minha.Ficamos em silêncio por um instante, e eu me lembr

de uma coisa: – Foi Lauren quem apareceu no seu quarto de hot

m San Diego e atendeu ao celular quando eu liguei?Ele passa a mão pelo rosto mais uma vez. – Foi. Ela descobriu que eu estava na cidade e m

urpreendeu no meu quarto. Falei com todas as letraque ou ela ia embora ou eu chamaria a segurança. E

abia muito bem que a situação poderia ficar feia, e nãstava disposto a lidar com isso. Então, disse que iromar banho e que trancaria a porta. Caso ela nã

houvesse ido embora quando eu saísse, eu a colocarpara fora. Àquela altura eu não estava preparado par

ontar a você todos os detalhes sobre ela, por issmenti. As mentiras começaram a se acumular, e eu nãabia como lidar com aquilo sem lhe contar tudo. Umonfusão. E tudo por minha culpa.

Leo faz uma pausa breve e continua:



– Ela também apareceu na boate a que fomos naquenoite, com Landon e o namorado dele. Joe, o segurançadisse a ela onde estávamos quando Lauren falou quemra. Foi naquele momento que decidi que precisava lh

ontar tudo. Só tinha que descobrir como fazer isso.Ele respira fundo, e parece se animar um pouco. – Enfim, depois que meu pai morreu, no dia seguint

les mandaram o psicólogo do hospital para me veGostei dele. Era direto, objetivo, e logo nos entendemoEle começou a me atender regularmente depois disso, me abri com ele. Foi a primeira vez que conversei sobrmeu passado, a primeira vez que falei de você. Uma daoisas que ele me disse que fez muito sentido foi: “Olha

para o passado pode ser doloroso, mas você tem duascolhas: ou foge dele ou aprende com ele.” Eu já havugido, me mantendo entorpecido. Não tinha funcionado

Estava na hora de aprender.Fecho os olhos por um minuto e, quando volto

bri-los, estamos nos encarando com lágrimas noolhos.

– Percebi que durante todo aquele tempo não houvum só dia em que você não fosse a primeira coisa em



que eu pensava de manhã e a última antes de dormir. Eou seu, Evie. Sempre fui.

Leo balança a cabeça com tristeza. – Precisei quase morrer para perceber que tinha qu

azer alguma coisa a esse respeito, mandar meus medopara o inferno. Não conseguia mais conviver com suusência. Mas era apavorante, e eu não sabia como voceagiria quando me visse. Os médicos tiveram queconstruir várias partes do meu rosto, nada tã

drástico, mas o bastante para que, junto com todas aoutras mudanças que haviam ocorrido desde que eu tinh5 anos, você pudesse não me reconhecer de imediatoa primeira vez em que Gwen me viu quando me mud

para cá, ela disse que tinha adorado o que o médichavia feito, que ele me tinha me aperfeiçoado. Como su houvesse quase morrido para conseguir cirurg

plástica de graça. Gwen é inacreditável. Nós até conseguimos dar um pequeno sorriso.

– Você tem uma foto sua de antes do acidente? pergunto baixinho.

Leo pensa por um instante. – Tenho minha carteira de motorista antiga. Esper

um instante.



Ele pega a carteira no bolso do casaco, tira documento de dentro e me entrega. Entendo o que Lequer dizer. Antes do acidente o rosto dele já era lindodevastador, mas era mais rude, menos hollywoodiano

ão acho que fosse tão diferente assim, mas consigo veum pouco mais do menino que ele foi. De qualqueorma, posso ter essa impressão só porque agora s

quem ele é.Eu lhe devolvo o documento e Leo continua su

história: – Assumi a empresa do meu pai depois que saí d

hospital e informei ao conselho que iria me mudar parCincinnati. Quando cheguei aqui, encontrei você. Ma

stava tão, tão nervoso... Tinha todos aqueleentimentos guardados, e havia sonhado com você todas noites nos últimos oito anos, mas não sabia se estavasada, talvez com filhos... não sabia de nada. Também

me perguntei se seria a mesma garota que eu tinh

onhecido, se minhas fantasias sobre você não seriamm parte uma criação da minha mente. Por isso deciegui-la por algum tempo, observá-la um pouco. Logo

que continuava sendo a minha Evie, só que aindonseguia ser mais bonita do que eu me lembrava, ma



bonita de todas as formas, por mais incrível que isspudesse parecer. Você me deixou sem fôlego, e eu aindnão tinha nem chegado perto de você. Tinha pensado emme apresentar como alguém que havia conhecido Leo

mas não sabia a melhor maneira de dizer isso, ou se vocme reconheceria. Estava tentando descobrir o que fazeentando avaliar a situação, quando você murpreendeu. Sei que parece que eu estava tentand

manipulá-la, mas tente entender. Percebi que estava aindmais apaixonado do que quando tinha 15 anos, e só stava seguindo havia uma semana. Não podia arriscahe contar a verdade e fazê-la fugir de mim.

Ele faz uma pausa, respira fundo e continua:

– Você me pegou de surpresa naquele dia e morçou a tomar uma decisão naquele momento. Entãoquando notei que não havia me reconhecido, deixscapar a mentira sobre Leo ter morrido. Você me diss

que ele a havia traído, por isso continuei a mentir. Quer

anto continuar perto de você... não queria que mdissesse para deixá-la em paz.

Leo balança a cabeça, a expressão tão vulneráveDesvio o olhar, porque ainda não estou pronta para dizenada.



– Em vários momentos, quase lhe contei tudo. Achque você tivesse descoberto quem eu era na noite emque a levei para casa depois do nosso primeiro encontroquando ficamos sentados no carro com as testa

ncostadas, como na noite do nosso primeiro beijo, nnosso telhado.

Lembro desse instante no carro e percebo que senlguma coisa, mas decidi não investigar essa sensaçã

mais a fundo. Queria tanto aproveitar aquela empolgaçãde estar ali com Jake...

Também me lembro daquele momento estranho nobertura do Hilton, quando Leo me fez aquela surpresli eu também soubera, não é? E na boate, quando

xpressão furiosa dele ao me defender de algum modme foi familiar... Só que, mais uma vez, decidi nãpensar no significado daquilo.

Recordo de todas as vezes em que deixei que ele mfastasse da minha zona de conforto... De como confi

nele apesar das dúvidas que não paravam de surgir nminha cabeça e das coisas que Leo não explicava... Algm mim decidiu confiar nele cegamente, e agora entendo o porquê.





– Não sei, Leo. O que sei é que nem sequer possolocar toda a responsabilidade sobre os seus ombro

Para ser honesta, durante todo o tempo eu senti quhavia algo entre nós tão familiar, que me chamava

tenção o tempo todo, e simplesmente escolhi nãdmitir.

Paro de falar por algum tempo e deixo que ebsorva minhas palavras antes de continuar:

– Sempre tive o costume de ignorar as coisas qunão queria encarar, de colocá-las em um lugar escondidna mente. Acho que é por isso que sou boa em criahistórias. Ser capaz de escapar para uma terra de sonhora um instinto de sobrevivência para mim. Talvez e

ambém tenha feito isso com você. No meu íntimo, eabia que havia algo que estava escondendo de mimmesma. Deixei que você mentisse para mim, porque mentira parecia tão boa... Admito isso agora.

Ele agora se vira completamente para mim, os olho

uplicantes. – Não vou deixar que assuma a responsabilidade po

nada disso. Talvez você tenha feito algumas escolhanconscientes, mas não pode se culpar. Eu tomei todas decisões. Sou o único culpado nessa situação



Entendo que você precise de um tempo para digerudo. Mas por favor, por favor, Evie, não posso perdê-

de novo. Não vou conseguir sobreviver duas vezes sso. Pode ao menos tentar me perdoar? Entender meu

motivos? – A voz dele está sufocada.Fico um tempo em silêncio, então digo baixinho: – Não sei. Preciso de algum tempo, Leo. Você acab

de me fazer voltar oito anos da minha vida... uma vidque era muito difícil... para nós dois. – Dou umisadinha seca. – Podemos... Pode me dar um pouco dempo para pensar? Por favor?

Leo olha para a frente por um longo minuto, entãomeça a se levantar sem desviar os olhos de mim.

– Sim. É difícil para mim, porque já perdemos tantempo... Mas, é claro, vou lhe dar o que você precisar.Ele se levanta e vai direto para a porta. Coloca a mã

na maçaneta, mas para por um instante e diz, sem svirar:

– Sabe seu dom de contar histórias, Evie? Não temnada a ver com você se perder em sua mente, ou emviver em uma terra de sonhos. Tem a ver com a belezdo seu coração, com sua capacidade de dar a volta poima até mesmo na pior das situações. Essa é uma da



azões para eu ter amado você em todos os dias dminha vida desde os 11 anos.

Com isso, ele abre a porta e sai.Encaro a porta fechada por um instante, então pux

os joelhos contra o peito e deixo as lágrimas rolaremmais uma vez.




Acabo pegando no sono no sofá, mental e fisicamen

xausta por tudo o que aconteceu nas últimas 24 horas.

Me sinto dolorida, vazia, e imagino, entorpecida, qudeve ser a essa sensação que as pessoas se referemquando dizem que estão deprimidas.

Quando acordo, já passa das oito da noite. Então

oloco uma pizza congelada no forno e como, encostadna bancada da cozinha, mal sentindo o sabor.Caio na cama às dez da noite, depois de assistir

Coração valente em DVD, e durmo direto até as sete dmanhã, quando o despertador toca.



Me arrasto até o trabalho e, quando entro com arrinho de limpeza na suíte da cobertura, sou assaltad

por lembranças de mim e Jake – não, de mim e Leo – npoltrona do quarto.

Coloco os fones de ouvido e inicio a limpeza. Minhmente também começa a trabalhar, tentando dar sentid

tudo o que Leo jogou no meu colo ontem. Não sou, de forma nenhuma, especialista em abus

exual com pessoas do sexo masculino, mas não possdeixar de imaginar que é uma questão bastanomplicada, já que quem abusa não costuma usar forç

ou violência. Lauren definitivamente não usou, emborsteja claro para mim que ela se aproveitou d

ngenuidade e da inocência de um menor, do filho delpelo amor de Deus... Mesmo que o próprio Leo secuse a responsabilizá-la por completo. E, de fato, eem alguma responsabilidade, não tem?

Talvez eu devesse conversar com um especialist

para tentar entender melhor. Deus, que situaçãhorrorosa. Achei que já houvesse ouvido tudo na vidMas esse tipo de história sempre acontecia antes de arianças serem levadas para lares adotivos. Balanço abeça.



Mas e quanto à decisão dele de não me procurar poausa da vergonha que estava sentindo? Relembro

devastação, o desespero que se abateram sobre mimonforme os meses foram passando e não receb

nenhum contato dele. Então o imagino em San Diego, sntorpecendo com álcool e drogas, fazendo sexo com

um monte de garotas aleatórias e depois mulhereleatórias.

Me encolho, incomodada.Mas, meu Deus, ele tinha 15 anos! E era um garot

om um passado complicado, sem ninguém para orientáo. Leo fez a escolha errada, mas será que consig

perdoá-lo agora pelo que fez naquela época, sabend

que, se ele pudesse voltar atrás e aconselhar aquemenino magoado e confuso, o ajudaria a tomar umdecisão diferente?

Então, a terceira questão. A mentira que ele montou para entrar na minha vida. Mais uma ve

olocando os próprios desejos e necessidades antes domeus.

Não posso dizer que a linha de raciocínio dele tenhido completamente infundada. Pensando a respeito dudo, tenho a vantagem (ou desvantagem?) de saber qu



Leo e eu somos mágicos juntos, que combinamos dodas as formas possíveis. Seria mais fácil colocá-lo n

passado e vê-lo como a pessoa que me abandonou e qunão era digna de confiança se eu agora não

onhecesse intimamente. E sei que ele é um bomhomem. Isso eu não posso negar.

Será que tudo isso é mesmo tão confuso? Ou serque estou respondendo às minhas próprias perguntaom tanta facilidade por estar apaixonada por Jake

quer dizer, por Leo Madsen?Paro de passar o aspirador de pó enquanto ess

pensamento ressoa na minha mente. Estou apaixonadpor Jake/Leo Madsen. Sim, é claro que estou. Já h

lgum tempo. Sim, amei o menino que ele foi. Mas memor pelo homem tem uma intensidade que eu jamapoderia ter imaginado aos 14 anos.

Só preciso continuar pensando em tudo isso pomais um ou dois dias. Lamento, Leo. Sei que não que

me dar muito tempo, mas você também não pode mpressar. Saio do quarto com o carrinho de limpeza e m

dirijo ao próximo quarto.



o dia seguinte, encontro Landon depois do trabalhpara tomarmos um café e para que eu possa colocá-lo par de tudo o que aconteceu desde a última vez que novimos. E também para finalmente contar tudo a ele sobr

Leo... Jake... que é Leo. Deus!Ele me encara boquiaberto depois que eu falo po

meia hora, sem parar, para contar tudo. – Se sabia que iria jogar tudo isso em cima de mim

por que me convidou para um café em vez de marcam um bar, onde eu poderia tomar alguma coislcoólica? Caramba!

Dou um sorrisinho. – Bem, porque estou temporariamente abstêmia. S

omeçar a beber agora, talvez não pare nunca mais. – Certo. Bem... uau é o mínimo que tenho a dizer. que você vai fazer?

Suspiro. – Estou tentando decidir.

Então começo a contar a ele as conclusões a quheguei até o momento e por quê.

Landon assente. – Detesto mentiras, Rostinho Bonito, mas quand

penso a respeito, consigo entender a situação dele. Qu



ake/Leo tenha querido começar do zero com você, parver como seria. Não sei se foi certo, e com certeza nãoi honesto, mas posso entender como a mente deuncionou.

Concordo com um aceno de cabeça. – Não gosto do que ele fez, mas ao mesmo tempo

mais duro, para mim, ignorar o fato de que somomuito, muito bons juntos. Ainda assim, tenho a sensaçãde que teria dado a ele uma chance de se explicar e terentado ouvi-lo, se ele ao menos houvesse spresentado como Leo logo de início, e é difícil aceitar

que ele fez sabendo disso. – Penso um pouco, com esta franzida. – Eu acho.

Landon assente, parecendo pensativo também. – Mas ele não quis contar com isso. E havia acabadde passar seis meses em uma cama de hospitapensando que você foi, e é, a única mulher que ele amarna vida. Leo deve ter tido muitas dúvidas se você

ceitaria de volta. – Ele levanta a mão. – Estou sazendo o papel de advogado do diabo aqui.

Suspiro. – Eu sei. É que são tantas emoções misturadas.

Estou apenas tentando organizar todas elas.



Landon fica em silêncio por algum tempo e emeguida diz, parecendo nervoso:

– Sabe, conheço um pouco sobre abuso sexumasculino.

– O quê? – sussurro. – Ah, meu Deus, Lan, vocnunca comentou nada.

– Eu sei. É uma questão bastante difícil para mimmesmo eu já tendo superado o que aconteceu. Quis lhalar a respeito várias vezes, mas era tão difícil levantar ssunto... Leo tem o mérito de ter conversado sobrodos os detalhes. É uma questão bastante confusa par

nós, sobreviventes. – Quem foi? Quantos anos você tinha? – pergunt

baixinho. – Eu tinha 14 anos. Foi um vizinho. Felizmente ele smudou pouco depois de começar a abusar de mim. Maarreguei esse segredo por algum tempo, antes donseguir contar à minha mãe. Eu havia começado a ag

de um modo estranho e ela estava confusa, não entendo que estava acontecendo comigo. Um dia não aguentmais e falei tudo a ela. Mamãe logo me levou a umpsicólogo. Uma das partes mais confusas para mim fentir que provavelmente eu tinha desejado aquilo



porque meu corpo tinha cooperado. Talvez Leo tambémenha se debatido com essa questão. É bem comum isscontecer.

– Com certeza – digo. – Ele se sente responsável po

er deixado acontecer. E por ter permitido quontinuasse.

– A questão é que pessoas que cometem abusexual são manipuladoras muito talentosas e fazem a

vítimas se sentirem parcialmente responsáveis pelo qucontece. Dessa forma, é menos provável que sejam

denunciadas. Além do mais, Leo tinha o fator adicionde que a pessoa que abusava dele era a mãe adotiva.

Ele faz uma careta, mas continua:

– Falar com um especialista o ajudaria ompreender que agir de forma impulsiva e se tornapromíscuo na verdade são reações muito comuns empessoas que passaram por algo parecido com o que epassou. Não sei se eu estaria bem como estou se nã

ivesse conversado logo com alguém a respeito.Meus olhos estão marejados, e pego a mão d

Landon. – Obrigada por dividir sua história comigo. Essa é s

mais uma razão por que você é tão incrível, Lan.



Ele sorri. – Sei que, neste momento, você tem muito

entimentos conflitantes pelo seu menino, bons e ruins, ei que ainda está decidindo se vai ser capaz de superar

que ele fez. Mas Leo também é um sobrevivente, assimomo eu, e ele merece todo o crédito por ter secuperado como se recuperou. Nem todos conseguem

Aperto a mão dele. – Eu já disse que te amo, hoje?Ele sorri e pisca para mim. – Não a culpo. Sou mesmo apaixonante.

Passo os dias seguintes em um ritmo tranquiloBasicamente vou de casa para o trabalho e de volta parasa.

Na segunda à noite, passo duas horas ao telefonom Nicole, atualizando-a sobre a situação. Emborontar mais uma vez a história de Leo me deixe emotiv

de novo, Nicole consegue me fazer rir, como semprTenho mesmo amigos incríveis.



Na terça à noite, quando chego do trabalho, há umnvelope pardo sob a minha porta. Abro-o enquanto tir

os sapatos e flexiono os pés inchados do dia inteiro.Há duas folhas dentro do envelope. Quando puxo

primeira, prendo a respiração ao ver que é de Leo percebo do que se trata. É a carta que ele começou screver para mim quando chegou a San Diego.

Ah, meu Deus!Me deixo cair no sofá, as mãos trêmulas, e começo

er o texto escrito com a letra adolescente de Leo. Euardou a carta.

Segunda-feira:

Querida Evie, Já sinto saudades de você. Tanto que você ne

iria acreditar. Ou talvez acreditasse. Torço para isse torço para que você também já esteja sentindo minha falta.

Enquanto o avião voava por cima do oceanontem à noite, tudo em que eu conseguia pensar erem quanto gostaria de estar vivendo aquelexperiência toda com você. Continuo a colecionar n

mente coisas que quero lhe contar, lhe mostra



experimentar com você. Decidi que vou escrevetodas, assim, quando eu for pegá-la, daqui a apenaquatro anos, poderemos começar a fazer juntos tudo que está na lista. Nada é tão divertido o

interessante como quando estou com você. Não scomo você consegue fazer isso... como faz com quas coisas mais banais pareçam mágicas. Talvez sejisso que o amor faz. E eu te amo, Evelyn. Do funddo meu coração.

P.S.: Coloquei meu endereço e meu telefone n fim desta carta. Escreva para mim assim que recebêla!

Terça-feira: Bem... É muito esquisito chamar outras pessoa

de pai e mãe, mas foi assim que Lauren e Phil m pediram para chamá-los. Phil parece maentusiasmado a respeito, e Lauren deu a impressão d

estar meio irritada com isso. Talvez ela se ach jovem demais para ter um filho adolescente. Paruma mãe, ela é bonita, mas ninguém é tão bonitquanto você. Quando você me olha com esses olho

grandes e castanhos e abre aquele sorriso que guard



só para mim, tenho a sensação de que meu coraçãvai saltar para fora do peito.

Neste exato momento, estou imaginando seulábios perfeitos e sinto tanta vontade de beijá-los d

novo que chega a doer. Não paro de pensar no nossbeijo e em como aquele foi, sem dúvida, o melhomomento de toda a minha vida.

Minha mãe (Lauren) hoje me perguntou se enão gostaria de começar a ser chamado de Jacob, ode Jake, para ser uma espécie de um novo começoaqui.

Pensei a respeito e achei que talvez fosse legadeixar para trás a pessoa que eu fui, deixar minh

vida antiga no passado. Mas então percebi que issincluiria você e disse que não. De seu Leo

Quarta-feira:

Oi, Evie,Ontem à noite fomos a um restaurante em que a

ondas do mar chegavam à altura das janelas! Erassustador, mas lindo. Não quis contar aos meu

novos pais que aquele era o primeiro restaurante “d



verdade” a que eu ia, porque sempre que eu digalguma coisa assim eles ficam com uma expressãtriste e isso faz com que eu me sinta mal. Sei quvocê sabe exatamente do que estou falando. Voc

sempre sabe. É disso que mais sinto falta quand penso em você.

Fiquei tão triste quando pensei nisso ontem noite... aí preferi pensar que aquele restaurante va

ser o lugar aonde vou levá-la quando for pedir vocem casamento.

Acho que não será mais surpresa se eu lhe contaagora, mas você já sabe que vamos nos casar udia, então não tem importância você saber o luga

em que farei o pedido. Vou tentar manter segred sobre o anel que vou lhe dar e as palavras que vodizer. Haha.

Te amo, Evie. Vou te amar para sempre.Seu Leo

Estou chorando de soluçar enquanto me imaginsperando por esta carta. Então penso em Lescrevendo-a, ainda cheio de esperança, meu menin

indo. Só até o dia seguinte...



Sinto vontade de socar alguma coisa, de jogalguma coisa longe só para ouvi-la se espatifar. O somcompanharia a sensação que toma meu coração agora.

Quando me acalmo, fico sentada por um long

empo olhando para a parede, antes de pegar a segundarta, escrita mais recentemente, com a letra de adult

de Leo.

Para a minha Evie, a única que soube me amaantes mesmo que eu soubesse como amar a mimesmo.

Eu já lhe contei que passei seis meses deitadnaquela cama de hospital, refletindo sobre a minh

vida, sobre todas as razões pelas quais eu nunchavia conseguido ficar sozinho comigo mesmo potempo suficiente para realmente pensar em quem eera ou sobre o que estava sentindo.

O que não lhe contei foi o papel central que voc

teve em me ajudar a seguir na direção da cura. Minha Evie, você é a pessoa mais pura e ma

forte que já conheci. Alguém que se viu diante da piores circunstâncias e ainda assim amou e cuido

desinteressadamente de todos ao seu redor. Com



alguém tão cheio de bondade e de luz um dia pôdnotar uma pessoa como eu? Como você conseguiver em mim o que eu estava lutando tanto parconseguir ver também?

Eu ficava me perguntando o que, durante todoaqueles anos, quando você olhava direto nos meuolhos, sem se abalar, e via quem eu era de verdade, que a fazia continuar perto de mim. O que a fazime amar apesar de quem eu acreditava ser. E

pensava nisso hora após hora, e a única conclusão que cheguei foi que talvez, apenas talvez, houvessalguma coisa boa em mim, algo minimamendecente. Naquele momento foi a primeira vez qu

pensei algo semelhante e fiquei surpreso por sequelevantar essa possibilidade. Durante todos aqueles meses que passei olhand

para o teto e para dentro da minha alma, foi voc Evie, você, a responsável pelo milagre de que eu m

lembrava sem parar: tantos anos atrás, você havime escolhido.

Por favor, por favor, me escolha de novo. Passarei o resto da minha vida tentando ser um

pessoa à sua altura, esforçando-me para lhe da



tudo o que uma pessoa maravilhosa como vocmerece.

Vou lhe provar que “para sempre” não é apenauma expressão, não é apenas uma medida de temp

que não termina, mas é também um lugar, o lugaonde guardarei seu coração.

Sempre seu, Leo

As lágrimas continuam a correr soltas pelo meu rostquando levo as cartas ao peito. Fico sentada ali por umongo tempo, até que tomo minha decisão.

Tomo um banho rápido, visto uma calça jeans, umbata azul-turquesa e minhas botas marrons.

Decido chamar um táxi. Coloco um pouco dmaquiagem, seco rapidamente os cabelos e prendo-om um rabo de cavalo baixo.

Quando o táxi avisa no meu celular que já chegoudesço correndo.

Checo o endereço da empresa de Leo e digo amotorista. Me recosto no banco enquanto vejo a cidadpassar, o coração batendo tranquilamente no peito.

Eu me sinto calma e segura. É como se todas a

peças houvessem se encaixado. Como esse sempr



ivesse sido o meu caminho, e agora eu estivesse dvolta a ele.

Entro no enorme saguão, quase todo de vidroQuando estou indo em direção à recepção, vejo um

levador com paredes de vidro começando a subir. Vejambém um inconfundível par de ombros largos entre

grupo de pessoas ali dentro, de costas para mim.Corro na direção do elevador, olhando para cima,

um homem alto, de cabelo preto, me vê e sorri parmim. Começo a fazer gestos na direção de Leo. homem finalmente compreende, dá um tapinha no ombrde Leo e aponta na minha direção.

Leo se vira como em câmera lenta e eu jamais vo

squecer sua expressão. Ele parece confuso a princípiomas quando percebe que estou sorrindo e me vê formaom os lábios as palavras “escolhi você”, uma emoçã

visceral domina o rosto lindo.Ele começa a abrir caminho entre as pessoas a

hegar à frente do elevador, que para no andar seguinteEntão Leo corre na direção da escada rolante ma

próxima, embora ela esteja indo no sentido contrário.Corro para a escada rolante enquanto ele abre espaç

ntre as pessoas que sobem, pulando três, quatr



degraus de uma vez, apesar dos gritos e grunhidos dquem tenta subir.

Mas Leo não se importa. Está completamenoncentrado em mim quando enfim pula por cima d

ateral da escada, já próximo o bastante do chão para nãe machucar.

Corremos um para o outro, ele gira comigo no ar, osto pressionado contra os meus cabelos enquanto eio, choro e continuo a recitar como um mantra:

– Escolhi você, escolhi você, Leo. Para sempre.De repente nos damos conta de que as pessoas estã

paradas ao nosso redor, batendo palmas e assoviandoLeo sorri para mim, o rosto cheio de amor e felicidade.

– Eu te amo, Evie – diz ele, a expressão agora séria. – Eu te amo, Leo, meu leão fiel. – Você ainda acredita nisso, mesmo depois de tudo

– Os olhos dele estão arregalados, encarando os meubem no fundo.

Assinto. – Agora mais ainda. Você encontrou coragem par

pular através do fogo por mim. E encontrou a si mesmdo outro lado, não foi?

Ele me fita por um longo instante.



– Acho que sim. Mas foi você que segurou o arpara mim.

– Essa é a parte fácil, meu menino lindo. Acreditam você não exige esforço nenhum. Nunca exigiu.

Ele continua a me fitar, com os profundos olhoastanhos que eu adoro ardendo de amor. Então Leorri.

– Vou levá-la de volta para o meu covil e atacar vocgora.

Sorrio também. – Sim, por favor.E saímos pela porta de mãos dadas rumo ao noss

para sempre.



E p í l o g o

Sete anos depois

Estou parado na sacada da nossa casa, vendo minh

sposa brincar na piscina com nossos filhos, Seth, de

nos, e Cole, de 4.Como sempre, a visão dela de biquíni é o que mhama a atenção primeiro.

Mas então rio baixinho quando meu caçula tenfundar o irmão mais velho em um ataque furtivo.

Volto para o nosso quarto e visto a sunga. Sorrio aver o notebook aberto sobre a escrivaninha de Evie. primeiro livro dela está quase pronto e talvez eu seuspeito para dizer, mas acho o resultado brilhante. E

diz que não se importa se vai vender bem ou não, que



ucesso para ela está em simplesmente escrevê-lo, emair de mais uma zona de conforto.

A xícara vazia ao lado do computador dela tem odizeres Melhor Mãe do Mundo. Ela mesma comprou.

Saio para a varanda e meus meninos gritam “Papaim uníssono enquanto corro e me jogo na piscina comoda a força. Evie dá um gritinho, pois eu a deixnsopada. Ela também mergulha e logo passa os braçoo redor do meu pescoço. Ficamos rindo e nos beijandnquanto nossos filhos gritam “Eca!” do outro lado d

piscina. Nosso primogênito, Seth, é a minha cara, mas tem

spírito firme e gentil da mãe. Ele ri à toa e é o primeir

consolar alguém que teve um dia difícil. Seth conseguncontrar beleza em tudo. Não esperamos muito para tê-lo. Éramos joven

mas estávamos ansiosos para começar o resto de nossavidas. O tempo já havia tirado muito de nós.

No dia em que colocaram Seth em meus braços, nmaternidade, olhei bem dentro dos olhos dele. Ainda mentia abalado e extremamente comovido por tessistido à minha esposa trazê-lo ao mundo com tanoragem. Mas vi uma profundidade nos olhos dele qu



não parecia pertencer a um recém-nascido. Ele nãhorou, ficou apenas me encarando com firmeza, come pudesse ver minha alma. E, assim como os olhos dua mãe, os dele pareciam me dizer que havia ficad

atisfeito com o que vira. Naquele momento, prometi-lhque nunca deixaria de dar o devido valor àquele olhar.

O irmão dele, nosso Cole, é a cara de Evie, comabelos castanhos e grandes olhos também castanho

Ele também tem um sorriso que ilumina qualquer lugaVeio ao mundo gritando e não parou de fazer barulhdesde então. Sorrio. É meu filhote exuberante, semprpulando e rindo, cheio de energia e de vida, xtremamente leal e apaixonado. Minha mulher diz qu

me vê nele e só consigo me sentir confuso quando efirma isso. Mas Evie sempre viu o melhor em mimTalvez, na idade de Cole, eu fosse como ele, se tivessido o mesmo começo de vida. Evie já me convence

várias vezes de que a teoria dela está certa. Porque

ssim que ela é. Esse é seu dom.Todos têm na própria mente uma história sobre quem

ão. Essa história nos define, determina nossas ações nossos erros. Se a sua história é cheia de culpa, medoódio por si mesmo, a vida pode parecer uma desgraça.



Mas, se você tem muita sorte, talvez uma outrpessoa lhe conte uma história melhor sobre você, umhistória que consiga penetrar em sua alma, que fale malto do que o conto infeliz que você se convenceu qu

vivia. Se deixar essa nova história realmente falar alto emeu coração, ela se tornará sua paixão e seu propósito. sso é uma coisa boa, é a melhor de todas as coisa

Porque é a própria definição de amor, nada menos.Há muitos anos, Evie me perguntou sobre a minh

atuagem, e lhe contei que havia feito no dia dniversário de 18 anos dela, no dia em que havíamomaginado começar nossa vida juntos.

Tinha passado meses desenhando-a junto com

atuador, usando a única foto que tinha da minha Evie, oto que ela me dera quando tinha 13 anos. Naquemanhã, entrei no estúdio bem cedo e só saí bem depode anoitecer.

Então fui para casa e bebi até não lembrar de ma

nada, tentando desesperadamente apagar a dor e o vazique sentia.

Evie passou o dedo por cada traço da tatuagem depois de um longo tempo, a primeira coisa que ela quaber foi por que o mestre de cerimônias estav



scondido na sombra. Eu me virei para ela, olhei dentrdos profundos olhos castanhos e disse que, na época, enão sabia se ele, que orquestrava tudo aquilo, era bom oruel.

Ainda não tenho certeza disso. Mas, às vezequando olho para o rosto lindo de Evie me fitando cheide amor, ou vejo meus filhos brincando juntos no chãonchendo nossa casa de alegria, acredito que o mestre derimônias deve ser bondoso.

O mundo todo é um circo. Às vezes você escolheu número e às vezes ele lhe é determinado. E

perambulei a esmo pela arena por tempo demais, rugindurrando, acreditando que não era corajoso o suficien

para pular através do fogo. Mas, durante todo essempo, Evie permaneceu lá, firme e calma. “Não possazer o fogo ir embora”, ela parecia dizer. “Não posshe garantir que você não vá se queimar. Mas possegurar o arco para você. Posso permanecer forte

porque acredito em você. Porque você é meu.”E, no fim, eu pulei. E o outro lado era tão glorios

quanto os olhos dela haviam prometido.



A g r a d e c i m e n t o s

Um obrigada muito especial a vocês, minhas menina

queridas, que leram o livro antes de ele ser publicado minha torcida organizada particular! Seu encorajament

inestimável para mim. Nunca teria tido a coragem dançar esta história se não fosse por vocês. Da Croácia Califórnia, vocês arrasam!



S o b r e a a u t o r a

© Jenny Gaskins/ Jenny G P hotography



Mia Sheridan começou a escrever na tentativa de superador da perda da filha. Publicou seu primeiro livro on

ine e, em cerca de uma semana, ele chegou à lista d

mais vendidos. Desde então, ela não parou de escrever e tornou uma autora apaixonada por tecer histórias dmor sobre pessoas destinadas a ficarem juntas.

Seu jeito vívido de escrever conquistou o público e evou ao topo das listas dos prestigiosos USA Today, Th

Wall Street Journal e The New York Times.

Mia mora em Cincinnati, Ohio, com o marido e o

quatro filhos.

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Sumário

CréditosCapítulo 1Capítulo 2Capítulo 3Capítulo 4Capítulo 5Capítulo 6Capítulo 7Capítulo 8Capítulo 9

Capítulo 10Capítulo 11Capítulo 12Capítulo 13Capítulo 14

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Mia Sheridan - Série Signos Do Amor #2 - O Coração Do Leão (Oficial)