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  Faculdade de Engenharia e Universidade do Porto  A  An á á l l i i  s  se  d da  P P  r  r e  s  s  s  ão o  P P l lan t t a  r  r  p  pa  r  r a a  f f i in  s  s  d de  D D i ia g gn ó ó  s  s t t i ico  C a rolina S ofia D ias Tábua s Monografia Mestrado em Engenharia Biomédica Julho - 2011

Monografia Carolina Tabuas

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Foot

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  • Faculdade de Engenharia e Universidade do Porto

    AAnnlliissee ddaa PPrreessssoo PPllaannttaarr ppaarraa

    ffiinnss ddee DDiiaaggnnssttiiccoo

    Carolina Sofia Dias Tbuas

    Monografia

    Mestrado em Engenharia Biomdica

    Julho - 2011

  • AAnnlliissee ddaa PPrreessssoo PPllaannttaarr ppaarraa

    ffiinnss ddee DDiiaaggnnssttiiccoo

    Carolina Sofia Dias Tbuas

    Licenciada em Engenharia Biomdica

    Escola Superior de Estudos Industriais e Gesto (2010)

    Orientador:

    Professor Doutor Joo Manuel R.S.Tavares

    Prof. Auxiliar do Departamento de Engenharia Mecnica

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    iii

    TThhee HHuummaann ffoooott

    iiss aa mmaasstteerrppiieeccee ooff EEnnggiinneeeerriinngg

    aanndd aa wwoorrkk ooff AArrtt

    Leonardo da Vinci

    1452-1519

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    IV

    Agradecimentos

    Ao Professor Doutor e Orientador Joo Manuel Tavares por todo o acompanhamento, dedicao e

    compreenso prestados.

    Aos meus amigos que sempre me aconselharam e ajudaram em todos os momentos.

    Aos meus avs por toda a proteco e por sempre terem acreditado.

    Aos meus pais e irm por toda compreenso, ternura e carinho.

    AA ttooddooss oo mmeeuu mmuuiittoo oobbrriiggaaddoo!!

    CCaarroolliinnaa SSooffiiaa DDiiaass TTbbuuaass

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    V

    Resumo

    O p humano ao estabelecer uma interaco permanente com o meio externo est

    constantemente a ser alvo da aco de diversas foras interactivas. Estas, com o tempo, podem

    comprometer a sua funcionalidade e induzir consequentemente uma alterao na forma como

    distribuda a presso ao longo da superfcie plantar. A presena dessas alteraes vai

    desencadear o aparecimento gradual de um conjunto de patologias e/ou deformidades plantares

    que vo por em causa a sade e qualidade de vida do paciente. De maneira a aprofundar o

    conhecimento acerca da estrutura e funo do p, bem como criar novas formas de preveno e

    tratamento das diversas patologias e deformidades a que este se encontra associado, foram

    desenvolvidos um conjunto de tcnicas e sistemas capazes de efectuar a medio da distribuio

    plantar.

    Tendo por base o mbito da Engenharia Biomdica na qual a presente Monografia se encontra

    inserida, considerou-se relevante efectuar uma reviso bibliogrfica referente ao p humano e a

    anlise da distribuio plantar de maneira a perceber como que estes dois conceitos se inter-

    relacionam e qual a importncia do seu estudo nesta rea. Com a realizao da Monografia foi

    possvel reunir os conceitos base considerados como importantes na formulao de uma anlise

    crtica da distribuio da presso e foi igualmente possvel verificar a importncia desta anlise na

    criao e implementao de solues que melhorem a distribuio da presso plantar por parte do

    paciente. Ainda assim foi possvel concluir que no existem parmetros uniformemente aceites

    para avaliar e classificar o p. Tal facto comprova a necessidade de efectuar mais estudos nesta

    rea de forma a encontrar no s novos parmetros e ndices de classificao, como tambm um

    conjunto de ferramentas computacionais que possibilitem o seu clculo de uma forma automtica.

    A presente Monografia permitiu assim desenvolver um background essencial no desenvolvimento

    de trabalhos futuros na rea da presso plantar.

    Palavras-chave: P humano, Anlise da distribuio da presso plantar.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    VI

    Abstract

    The human foot being in a constant interaction with the foreign environment is constantly being the

    target of diverse interactive forces. These, with time, can compromise its functionality and thus

    induce some changes in the way the pressure along the sole of the foot is distributed. These

    changes cause the gradual appearance of a set of pathologies and/or deformities on the sole of

    the foot which will harm the health and the patients quality of life. In order to deepen the

    knowledge concerning the structure and function of the foot, as well as creating new forms of

    prevention and treatment of the diverse pathologies and deformities above mentioned, a set of

    techniques and systems were developed capable of measuring the distribution of the sole of the

    feet.

    Having to do with subject of Biomedical Engineering, on which this monograph is inserted, it was

    considered relevant to do a bibliographical revision of the human foot and the analysis of the sole

    of the foot, in order to understand how these two concepts are related and the importance of

    studying them in this subject. Having done this monograph it was possible to gather the concepts

    that were important in the analysis of distribution of pressure on the sole of the foot. At the same

    time we could verify the importance of this analysis on the creation and implementation of solutions

    that enhance the distribution of the plantar pressure on the patient. Still, we reached the conclusion

    that there arent universally accepted parameters to judge and classify the foot. Thus the need to

    research this subject more thoroughly so that not only new parameters for the classification can be

    found, but also some new tools that will allow us to automate the process.

    The presented monograph became thus an essential tool and a guide in the development of future

    research in the field of sole pressure.

    Key-words: Human Foot, Analysis of plantar pressure distribution.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    VIII

    ndice

    CAPITULO I INTRODUO .................................................................................................... 11

    1.1 Enquadramento ........................................................................................................... 12

    1.2 Objectivos ................................................................................................................... 13

    1.3 Estrutura ..................................................................................................................... 14

    1.4 Contribuies principais .............................................................................................. 15

    CAPTULO II- P HUMANO ....................................................................................................... 16

    2.1 Introduo ................................................................................................................... 17

    2.2 Estrutura Anatmica .................................................................................................... 17

    2.2.1 Ossos ............................................................................................................... 17

    2.2.2 Articulaes ...................................................................................................... 19

    2.2.3 Msculos .......................................................................................................... 20

    2.3 Receptores sensitivos cutneos plantares .................................................................. 21

    2.4 Arcos plantares ........................................................................................................... 23

    2.5 Tipos de footprint......................................................................................................... 25

    2.6 Patologias e deformidades plantares........................................................................... 27

    2.7 Sumrio ....................................................................................................................... 32

    CAPTULO III- ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR ................................... 34

    3.1 Introduo ................................................................................................................... 35

    3.2 Tcnicas de medio .................................................................................................. 37

    3.2.1 Tcnicas acumulativas...................................................................................... 37

    3.2.2 Tcnicas pticas ............................................................................................... 38

    3.2.3 Tcnicas electromecnicas ............................................................................... 39

    3.3 Sistemas de medio .................................................................................................. 41

    3.3.1 Palmilha ............................................................................................................ 41

    3.3.2 Plataforma ........................................................................................................ 43

    3.3.3 Caractersticas desejveis na escolha de um sistema ...................................... 45

    3.4 Parmetros standards para o estudo da presso plantar ............................................ 46

    3.5 Diviso do p em regies anatmicas ......................................................................... 46

    3.5.1 Mtodo baseado em critrios geomtricos pr-definidos .................................. 47

    3.5.2 Mtodo baseado na inspeco visual ............................................................... 47

    3.5.3 Mtodo baseado na utilizao de sistemas de cinemetria ................................ 47

    3.6 Sumrio ....................................................................................................................... 48

    CAPITULO IV CONCLUSES FINAIS E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO ................................................................................................................................................... 50

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    IX

    ndice de figuras

    CAPITULO II P HUMANO

    Figura. 2. 1 Ossos do p a)Vista dorsal, b)Vista medial ....................................................... 19

    Figura. 2. 2 Articulao Sinovial ........................................................................................... 20

    Figura. 2. 3 Movimentos de extenso, flexo, inverso e everso do p .............................. 21

    Figura. 2. 4 Transmisso do impulso nervoso ...................................................................... 22

    Figura. 2. 5 Arcos longitudinais ............................................................................................ 23

    Figura. 2. 6 Arco transversal ................................................................................................ 24

    Figura. 2. 7 Index utilizados na medio do arco plantar ...................................................... 25

    Figura. 2. 8 Footprint normal ................................................................................................ 25

    Figura. 2. 9 Footprint pronada .............................................................................................. 26

    Figura. 2. 10 Footprint supinada ........................................................................................... 26

    Figura. 2. 11 P diabtico Ulcerao ................................................................................. 27

    Figura. 2. 12 P com artrite reumatide ............................................................................... 29

    Figura. 2. 13 P com a patologia CharcotMarie-Tooth ....................................................... 30

    Figura. 2. 14 Deformidades plantares - p cavo e p plano.................................................. 31

    Figura. 2. 15 P varo ............................................................................................................ 31

    Figura. 2. 16 P valgo .......................................................................................................... 32

    CAPITULO III ANLISE DA PRESSO PLANTAR

    Figura. 3. 1 Sistema de palmilha .......................................................................................... 41

    Figura. 3. 2 Plataforma de presses ..................................................................................... 43

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    X

    Glossrio de termos

    Lateral (externo) em direco oposta linha mdia do corpo (Seeley et al. 2007).

    Medial (interno) em direco linha mdia do corpo (Seeley et al. 2007).

    Inverso Consiste em virar o tornozelo de modo a que a superfcie plantar do p fique virada

    para dentro (lado medial), ficando de frente para o p do lado oposto (Seeley et al. 2007).

    Pronao do p - A pronao do p d-se ao nvel da articulao subtalar e tem como resultado

    a everso do calcneo associada a uma rotao interna do tlus (Wikipdia 2011).

    Supinao do p Oposto da pronao.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    11

    CAPITULO I INTRODUO

    1.1 Enquadramento

    1.2 Objectivo

    1.3 Estrutura

    1.4 Contribuies principais

  • CAPTULO I - Introduo

    12

    1.1 Enquadramento

    O p humano ao estar permanentemente em parceria com uma superfcie externa encontra-se

    predisposto actuao constante de diferentes foras ao nvel da superfcie plantar. Estas podem

    desencadear modificaes na sua funcionalidade, originando uma alterao na forma como a

    presso plantar distribuda (Abboud 2002; Putti et al. 2008; Monteiro et al. 2010).

    Face ao papel crucial que desempenha, o p Humano tornou-se assim alvo de diversos estudos

    na tentativa de encontrar solues que impeam a ocorrncia dessas alteraes, uma vez que

    estas tm como consequncia o aparecimento de patologias e deformidades ao nvel da

    superfcie plantar (Abboud 2002; Putti et al. 2008; Monteiro et al. 2010).

    Assim, com o intuito de analisar a presso plantar, foram desenvolvidos um conjunto de tcnicas e

    sistemas que permitiram no s a deteco das regies plantares sujeitas a uma maior presso

    como tambm o registo e quantificao dos valores de presso que lhe esto associados. A

    capacidade dos sistemas em medir a presso plantar tornou-os uma ferramenta crucial na rea da

    sade (Keijsers et al. 2009) e consequentemente uma mais-valia para a melhoria da qualidade de

    vida do Homem.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    13

    1.2 Objectivos

    A presente Monografia tem como objectivos principais proporcionar uma introduo ao tema que

    clarifique os conceitos base a que este est normalmente associado e efectuar uma reviso

    bibliogrfica que fundamente a importncia da anlise da distribuio plantar na deteco e

    diagnstico de patologias e/ou deformidades plantares.

  • CAPTULO I - Introduo

    14

    1.3 Estrutura

    De maneira a tornar clara e consistente a Monografia em questo, esta encontra-se em IV

    Captulos.

    Capitulo II P HUMANO

    Neste captulo efectuada uma reviso bibliogrfica acerca do p. Inicialmente feita uma breve

    introduo acerca da sua importncia funcional e biomecnica no corpo Humano, salientando o

    interesse do seu estudo. De seguida realizada uma pesquisa acerca da estrutura anatmica do

    p, de forma a perceber quais os seus componentes, a forma como estes interagem e a sua

    importncia na produo de movimentos. Numa terceira parte realizado um breve estudo

    relativo aos receptores sensitivos cutneos plantares presentes na planta do p, salientando o

    papel destas estruturas no reconhecimento do meio envolvente. Posteriormente dado a

    conhecer, de uma forma muito resumida, a importncia dos arcos plantares e a sua classificao,

    e na etapa seguinte so dados a conhecer os tipos de footprint produzidos pelo p quando este

    entra em contacto com uma superfcie de apoio. Por fim efectuada uma reviso bibliogrfica

    referente s patologias e deformidades plantares, de forma a perceber quais os seus sintomas e

    manifestaes.

    Capitulo III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    Neste captulo efectuada uma reviso bibliogrfica acerca da distribuio da presso plantar.

    Inicialmente efectuada uma introduo na qual salientada a importncia do estudo da anlise

    da presso plantar na rea da sade. Seguidamente so dados a conhecer as tcnicas de

    medio existentes para analisar a superfcie plantar e os sistemas de medio com maior

    aplicabilidade no registo da presso plantar. De seguida foram salientadas as caractersticas

    desejveis na escolha de um sistema e os parmetros standards usualmente utilizados na anlise

    da presso plantar. Por fim foi salientada a importncia da diviso do p em sub-regies e os tipo

    de mtodos utilizados para efectuar essa mesma diviso.

    Capitulo IV CONCLUSES E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO Por fim neste captulo so retiradas as concluses relativas ao trabalho elaborado e so

    formuladas as perspectivas de desenvolvimento futuro.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    15

    1.4 Contribuies principais

    A presente Monografia rene num nico documento a reviso bibliogrfica necessria para o

    estudo da anlise da distribuio da presso plantar.

    A sua realizao permitiu no s verificar qual a importncia da anlise da distribuio plantar na

    deteco e diagnstico de patologias e/ou deformidades plantares, como tambm na criao e

    implementao de solues que melhorem a distribuio da presso plantar do paciente.

  • CAPTULO II P HUMANO

    16

    CAPTULO II- P HUMANO

    No presente captulo feito um estudo bibliogrfico referente ao p Humano com intuito dar a conhecer, de

    uma forma aprofundada, os contedos considerados como mais importantes para uma anlise crtica da

    distribuio plantar.

    Inicialmente, no primeiro subcaptulo, feita uma breve introduo acerca da importncia funcional e

    biomecnica do p no corpo Humano, salientando o interesse do seu estudo;

    Seguidamente, no segundo subcaptulo, feita uma pesquisa acerca da estrutura anatmica do p de

    maneira a perceber quais os seus componentes, a forma como estes interagem e a sua importncia na

    produo de movimentos;

    No terceiro subcaptulo efectuado um breve estudo relativo aos receptores sensitivos cutneos

    plantares presentes na planta do p, salientando o papel destas estruturas no reconhecimento do meio

    envolvente;

    No quarto subcaptulo dado a conhecer, de uma forma muito resumida, a importncia dos arcos

    plantares e a sua classificao;

    No quinto subcaptulo so salientados quais os tipos de footprint produzidos pelo p quando este entra

    em contacto com uma superfcie de apoio;

    No sexto subcaptulo efectuada uma reviso bibliogrfica referente s patologias e deformidades

    plantares, de forma a perceber quais os seus sintomas e manifestaes;

    Por fim no stimo e ltimo subcaptulo efectuado um levantamento dos aspectos principais abordados

    ao longo do captulo.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    17

    2.1 Introduo

    O p Humano considerado uma das estruturas biomecnicas do corpo humano com maior

    complexidade e a nica que actua em parceria com uma superfcie externa. Este, graas s

    suas caractersticas, proporciona ao corpo humano uma base estvel que confere, de forma

    eficiente, no s o suporte e equilbrio numa fase de apoio mas tambm uma estabilidade

    adequada durante o processo da marcha (Monteiro et al. 2010; Ramanathan et al. 2010; Teh et al.

    2006; Abboud 2002; Putti et al. 2008; Santos 2008). Contudo, devido actuao constante de

    diferentes foras ao nvel da superfcie plantar, a funcionalidade do p fica por vezes de tal forma

    comprometida que desencadeia alteraes na distribuio da presso plantar e

    consequentemente gera o aparecimento de patologias e deformidades plantares (Abboud 2002;

    Putti et al. 2008; Monteiro et al. 2010).

    Assim, face ao papel crucial que desempenha, o p tornou-se alvo de diversos estudos na

    tentativa de encontrar solues que impeam o aparecimento de alteraes na distribuio plantar

    e consequente comprometimento da sua funcionalidade.

    2.2 Estrutura Anatmica

    A estrutura anatmica do p Humano uma estrutura complexa multi-articular constituda por

    diversos componentes que interagem entre si de forma a desempenharem uma determinada

    funo, nomeadamente: os ossos, a cartilagem, os tendes, os ligamentos, os msculos, os

    nervos e os vasos sanguneos.

    Na presente Monografia apenas efectuado um estudo relativo aos componentes usualmente

    considerados como mais importantes para a anlise da presso plantar e respectivas concluses

    ao nvel de diagnstico mdico.

    2.2.1 Ossos

    Segundo (Abboud 2002), (Drake et al. 2004), (Seeley et al. 2007) , (Santos 2008) e (Filoni 2009)

    o p humano composto por 26 ossos, Figura. 2. 1, divididos por trs grupos distintos: Tarsus,

    Metatrsicos e Falanges.

  • CAPTULO II P HUMANO

    18

    Tarsus - So 7 ossos e compem a estrutura esqueltica do tornozelo. Encontram-se

    organizados em 3 subgrupos: proximais, medial e distais, de acordo com a sua

    localizao. O subgrupo proximal consiste em dois ossos largos: Talus (Astrgalo) e o

    Astrgalo. O Talus o maior osso do p e encontra-se apoiado sob o calcneo. Articula-se

    superiormente com a tbia e o pernio formando a articulao do tornozelo, tambm

    conhecida como articulao tbio-trsica e, anteriormente com o navicular. O Calcneo

    encontra-se localizado no lado posterior do p e forma a estrutura ssea do calcanhar. O

    subgrupo medial formado apenas por um osso o Navicular que articula anteriormente

    com o subgrupo distal. J o grupo distal constitudo por o cuboide e os trs cuneiformes

    que articulam com os ossos metatrsicos (Drake et al. 2004).

    Metatrsicos - So 5 ossos que se encontram numerados de 1 a 5, sendo que a

    numerao efectuada do lado medial para o lateral (Seeley et al. 2007; Drake et al.

    2004).

    Falanges - So um conjunto de 14 ossos que constituem os dedos do p. Todos os dedos

    possuem 3 falanges excepto o halux, mais conhecido por dedo grande, que apenas duas

    (Drake et al. 2004; Seeley et al. 2007).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    19

    A ligao entre os vrios ossos feita atravs de articulaes que possibilitam, de acordo com a

    sua estrutura, o deslizamento dos ossos e consequentemente a criao de um dado movimento

    (Seeley et al. 2007).

    2.2.2 Articulaes

    Segundo (Seeley et al. 2007) as articulaes so habitualmente designadas de acordo com os

    ossos ou pores que nela se relacionam e, classificam-se estruturalmente tendo em conta o tipo

    de tecido conjuntivo que estabelece a unio entre esses ossos. Assim, segundo a classificao

    estrutural, as articulaes podem ser do tipo fibrosas, cartilagneas e sinoviais (Seeley et al.

    2007). Uma vez que as articulaes existentes no p (Articulao do joelho, Tarsometatrsica,

    Metatarsofalangica, Interfalangica, etc.(Drake et al. 2004)) so do tipo sinovial apenas efectuado

    um breve estudo acerca deste tipo.

    As articulaes sinoviais so, dos trs tipos de articulaes, aquelas que possuem uma estrutura

    anatmica mais complexa, Figura. 2. 2. Esta constituda por (Seeley et al. 2007):

    Cartilagem articular est presente nas extremidades dos ossos e responsvel por

    proporcionar uma superfcie lisa entre as duas superfcies, diminuindo a frico;

    Cavidade articular cavidade rodeada por uma cpsula articular de tecido conjuntivo

    fibroso que ajuda a manter os ossos unidos ao mesmo tempo que permite o movimento;

    Membrana sinovial produz lquido sinovial, responsvel pela lubrificao da articulao.

    Figura. 2. 1 Ossos do p a)Vista dorsal, b)Vista medial

    (retirado de (Seeley et al. 2007)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    20

    Tal como se pode verificar, todos os componentes presentes neste tipo de articulaes possuem

    um conjunto de caractersticas que facilitam o deslizamento de um osso sobre o outro e,

    consequentemente haja a criao de um movimento com uma maior amplitude. A produo do

    movimento desencadeada atravs de contraces e relaxamentos de um conjunto de msculos

    que, de acordo com a sua localizao permitem a execuo de um tipo especfico de movimento

    (Seeley et al. 2007).

    2.2.3 Msculos

    Tal como foi mencionado anteriormente o p possui um conjunto de msculos responsveis por

    manter a sua forma funcional e permitir, de acordo com a sua localizao, a execuo de

    movimentos especficos.

    Os msculos podem ser divididos em dois grupos distintos:

    Msculos extrnsecos - so todos aqueles provem da parte inferior da perna (Abboud

    2002) e permitem a execuo de movimentos, Figura. 2. 3, de flexo, extenso, inverso e

    everso do p (Seeley et al. 2007).

    Figura. 2. 2 Articulao Sinovial

    (retirado de (Seeley et al. 2007)).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    21

    Msculos intrnsecos encontram-se localizados no prprio p e so responsveis pela

    flexo, extenso, aduo e abduo dos dedos do p (Seeley et al. 2007).

    A execuo destes movimentos crucial para o Homem no s ao nvel da marcha como tambm

    ao nvel da sua participao nas diferentes actividades dirias do quotidiano.

    2.3 Receptores sensitivos cutneos plantares

    Ao longo dos tempos o p humano tem vindo a ser igualmente descrito como sendo uma fonte

    importante de informao que permite, atravs de um feedback sensorial, no s o

    reconhecimento do ambiente circundante, como tambm o controlo dos diversos movimentos

    executados no dia-a-dia. Tal facto s possvel devido presena de um conjunto disperso de

    receptores sensitivos cutneos na regio plantar, com elevada sensibilidade s presses de

    contacto e s variaes existentes na distribuio dessas mesmas presses (Oddsson et al. 2004;

    Schlee 2010; Kennedy et al. 2002; Nurse et al. 2001).

    Figura. 2. 3 Movimentos de extenso, flexo, inverso e everso do p

    (adaptado de (Seeley et al. 2007)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    22

    Foi em 1960, quando um grupo de patologistas verificou que a funo poderia ser utilizada como

    um mtodo de neuropatias perifricas e centrais, que surgiu o interesse no estudo da

    funcionalidade dos receptores sensitivos cutneos plantares (Oddsson et al. 2004).

    Estes, quando em contacto com uma superfcie, originam um conjunto de estmulos que, atravs

    dos nervos aferentes, conduzem o sinal sensorial adquirido at ao Sistema Nervoso Central,

    Figura. 2. 4.Este usa essa informao e gera padres motores eficazes na manuteno da

    postura e locomoo que vo ser transmitidos, atravs dos nervos eferentes, aos rgos efectores

    (msculos). Toda esta interaco possibilita a criao de um interface entre o ambiente

    envolvente e o sistema de equilbrio corporal permitindo ao Homem, entre muitas outras coisas, a

    sua movimentao e participao, de uma forma apropriada, nas diversas actividades do

    quotidiano (Wezel et al. 1997; Kennedy et al. 2002; Santos 2008; Gaino 2009; Seeley et al. 2007).

    Figura. 2. 4 Transmisso do impulso nervoso

    (retirado de (Merck 2011))

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    23

    2.4 Arcos plantares

    O p deve possuir a capacidade de se adaptar s diferentes superfcies de apoio com que

    estabelece contacto e, adoptar uma conformao que mantenha a sua integridade e o impea de

    entrar em colapso sob a aco acrescida do peso corporal (Abboud 2002). Essa conformao

    conseguida graas presena de uma srie de arcos longitudinais e transversais que vo

    absorver e distribuir as foras do corpo, durante o apoio ou a movimentao, sob diferentes

    superfcies (Drake et al. 2004). Essa manuteno explicada pelo facto destes arcos serem

    mantidos por msculos e ligamentos. Isto , quando o peso transferido para o p, os ligamentos

    presentes nas arcadas plantares sofrem um estiramento conferindo uma maior flexibilidade e

    consequentemente uma maior adaptao a superfcies irregulares. Por sua vez, quando esse

    peso deixa de actuar os ligamentos voltam ao estado inicial, restaurando a forma das arcadas

    (Seeley et al. 2007).

    Classificao

    Tal como foi mencionado anteriormente os arcos plantares classificam-se em arcos longitudinais e

    arcos transversais.

    Arcos Longitudinais

    Os arcos longitudinais do p so formados entre a terminao posterior do calcneo e as cabeas

    dos metatarsos. Os seus comprimentos variam, Figura. 2. 5, sendo que o arco longitudinal do lado

    medial maior que o do lado lateral (Drake et al. 2004).

    Figura. 2. 5 Arcos longitudinais

    (retirado de (Drake et al. 2004)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    24

    Arcos transversais

    Os arcos transversais, Figura. 2. 6, formam uma curva convexa na direco do dorso quando se

    olha para a superfcie plantar do p. Estas estruturas tendem a alterar a sua conformao,

    achatando-se segundo vrios graus, durante a sustentao do peso (Abboud 2002).

    Devido s diferentes solicitaes a que vo sendo submetidos, os arcos plantares necessitam de

    efectuar uma manuteno de forma a manterem a sua integridade. Essa manuteno depende de

    quatro factores principais: a arquitectura dos ossos tarsais, a orientao das articulaes e dos

    ligamentos, as foras produzidas pelas contraces musculares e a estrutura dos ligamentos

    planares. Modificaes nestas estruturas podem levar ao aparecimento de deformidades plantares

    (Santos 2008). Para determinar o tipo de deformidade existente so utilizados diversos ndex,

    Figura. 2. 1, que permitem a medio do arco plantar. Esta medio deve ser avaliada quando

    todo o peso do corpo est a ser exercido nos ps, ou seja, quando uma pessoa est em p

    parada. Assim um arco alto est associado a um p cavo e um arco baixo a um p plano (zkan

    2005).

    Figura. 2. 6 Arco transversal

    (retirado de (Drake et al. 2004)).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    25

    2.5 Tipos de footprint

    Os tipos de footprint produzidos pelo p humano esto dependentes da forma como o p exerce a

    presso sobre o solo e do tipo de arco plantar associado. Assim o p pode produzir trs tipos de

    footprint: normal, supinada e a pronada (Schmidt 2006).

    Footprint normal

    uma pegada caracterstica de ps com arco de tamanho normal, Figura. 2. 8. A sua forma

    apresenta uma conexo, cujo tamanho aproximadamente um tero ou metade do ante-p, ao

    nvel medial entre a parte posterior e anterior do p (zkan 2005; Schmidt 2006).

    Figura. 2. 7 Index utilizados na medio do arco plantar

    (retirado de (zkan 2005)).

    (retirado de (Schmidt 2006)).

    Figura. 2. 8 Footprint normal

  • CAPTULO II P HUMANO

    26

    Footprint pronada

    uma pegada produzida por um p cujo arco devido s suas dimenses reduzidas causa a

    pronao do p ao tocar o solo. Tem como principal caracterstica o facto de a conexo entre a

    parte posterior e anterior do p ser bastante larga, sendo por vezes do tamanho da largura do

    antep, Figura. 2. 9, (zkan 2005; Schmidt 2006).

    Footprint supinada

    Este pegada inversa pegada pronada e caracterstica de ps cuja planta est voltada para

    dentro. Quanto maior o grau de supinao mais estreita a conexo existente entra a zona

    anterior e posterior do p, Figura. 2. 10. Em caso extremos a conexo deixa mesmo de existir

    (zkan 2005; Schmidt 2006).

    Figura. 2. 9 Footprint pronada

    (retirado de (Schmidt 2006)).

    (retirado de (Schmidt 2006)).

    Figura. 2. 10 Footprint supinada

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    27

    2.6 Patologias e deformidades plantares

    O p humano ao estar permanentemente em parceria com uma superfcie externa encontra-se

    predisposto actuao constante de diferentes foras ao nvel da superfcie plantar. Tal facto faz

    com que a sua funcionalidade fique por vezes de tal forma comprometida que acabe por facultar a

    ocorrncia de alteraes na distribuio da presso plantar e consequente aparecimento de

    patologias e deformidades plantares (Abboud 2002; Putti et al. 2008; Monteiro et al. 2010). De

    seguida sero dados a conhecer alguns tipos de patologias e deformidades plantares.

    Patologias

    P diabtico

    A insulina produzida pelo pncreas considerada a principal substncia responsvel pela

    manuteno adequada dos nveis de acar no sangue. Esta hormona quando presente

    possibilita o transporte de glicose para o interior das clulas e consequente produo de energia.

    A ocorrncia de alteraes na concentrao de glicose leva ao aparecimento de diversas

    patologias nomeadamente a diabetes mellitus (Parisi 2001; Castro 2007; Seeley et al. 2007; Merck

    2011).

    A diabetes mellitus uma doena metablica caracterizada pela presena de elevadas

    concentraes de glicose no sangue - hiperglicemia. Tal facto deve-se existncia de

    perturbaes na produo de insulina (diabetes mellitus tipo I Insulinodependentes) ou

    utilizao inadequada desta hormona por parte dos tecidos (diabetes mellitus tipo II - diabetes no

    insulinodependentes) (Parisi 2001; Merck 2011). Uma das manifestaes mais dramticas desta

    patologia o p diabtico,Figura. 2. 11, uma vez que o seu desenvolvimento a principal causa

    do elevado nmero de amputaes cirrgicas dos membros inferiores (Cavanagh et al. 2010;

    Sares et al. 2008).

    Figura. 2. 11 P diabtico Ulcerao (retirado de (Narumalar 2011)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    28

    O p denominado p diabtico quando se encontra num estado fisiopatologico multifacetado,

    isto , quando manifesta a presena de alteraes anatomopatolgicas e neurolgicas perifricas,

    nomeadamente: a) neuropatia perifrica patologia neurolgica caracterizada pela perturbao

    dos nervos sensoriais perifricos dos membros inferiores. As suas manifestaes desencadeiam

    alteraes sensitivas: em que h uma reduo ou perda gradual da sensibilidade do p a

    estmulos externos; e alteraes motoras: em que h atrofia e debilidade de alguns msculos,

    provocando o desequilbrio nos tendes flexores e extensores e, consequentemente o

    aparecimento de alteraes no modo de caminhar (Parisi 2001; Lopes 2003; Ochoa-Vigo et al.

    2005); b) Doena vascular perifrica - caracterizada pela obstruo progressiva das artrias dos

    membros inferiores por placas de arteriosclerose. A obstruo vai fazer com que o fluxo de sangue

    diminua e com que haja uma diminuio da quantidade de oxignio que chega aos tecidos,

    provocando dor severa, necrose e o aparecimento de lceras (Lopes 2003; Ochoa-Vigo et al.

    2005; Schmidt 2011); d) ulcerao - leso cutnea em que h exposio dos tecidos mais

    profundos, devido ruptura do epitlio(Lopes 2003; Ochoa-Vigo et al. 2005; Sopher et al. 2011). O

    tipo de ulcerao esta intimamente relacionada com a posio da articulao subtalar em que a

    ulcerao lateral esta associada supinao do p e a ulcerao medial com a pronao (Abboud

    et al. 2000).

    Artrite Reumatide

    A artrite reumatide, tambm conhecida como artrite degenerativa, uma doena auto-imune

    sistmica caracterizada pela inflamao progressiva das articulaes. Pacientes portadores desta

    patologia manifestam mobilidade limitada, devido s dores provocadas pela solicitao das

    articulaes na produo de movimento (Schmiegel et al. 2008).

    O membro inferior mais especificamente o p, Figura. 2. 12, uma das estruturas cuja doena

    tem uma prevalncia superior (Van der Leeden et al. 2011). Segundo Villarraga et al. (2009), a

    incidncia da artrite reumatide no p varia entre 85-91%, sendo que em grande parte dos

    pacientes a zona primeiramente afectada a zona do ante-p ao nvel das articulaes

    metatarsofalangicas. A inflamao crnica ao nvel destas articulaes desencadeia uma

    distenso ao nvel capsular, um atrito no ligamento colateral e um relaxamento ao nvel da fscia

    plantar, que originam o aparecimento gradual das seguintes deformidades (Villarraga et al. 2009):

    a) hlux valgo popularmente conhecido como joanete, caracterizado por um desvio lateral

    acentuado do dedo grande, ou seja, um desvio da falange proximal do hlux sobre a cabea do

    primeiro metatrsico (Nery 2008); b) dedo em garra - caracterizado pelo "enrolar" dos dedos sob a

    articulao mdia interfalangica (Jlio 2011) ; c) dedo em malha caracterizado pelo encavalitar

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    29

    dos dedos (Jlio 2011), etc. Estas deformidades desencadeiam alteraes graduais na

    distribuio da presso plantar originando o aparecimento de dor, lceras plantares (Firth et al.

    2011) e, consequentemente alteraes no padro normal da marcha.

    Charcot-Marie-Tooth

    Charcot-Marie-Tooth uma doena neurolgica hereditria caracterizada pela atrofia e fraqueza

    progressiva da musculatura dos membros inferiores. O seu avano pode levar a uma atrofia

    profunda e consequente perda da capacidade de movimentao por parte do paciente (Ramos

    2006). Ao nvel do p, Figura. 2. 13, esta patologia manifesta-se pela: a) atrofia dos msculos

    intrnsecos e b) fraqueza do extensor longo dos dedos esta alterao vai estender as falanges

    proximais nas articulaes metatarsofalangeanas e vai permitir que os flexores longos e curtos

    dos dedos flictam as articulaes interfalangeanas (Ramos 2006). O desenrolar destas

    manifestaes desencadeia respectivamente o aparecimento das deformidades p cavo e dedos

    em martelo (Ramos 2006). Ainda assim a ocorrncia de modificaes na funcionalidade dos

    msculos da perna tambm vai induzir alteraes ao nvel do p, por exemplo: a fraqueza dos

    msculos tibial anterior e fibulares da perna vo originar o aparecimento da deformidade p cado.

    Esta deformidade faz com que o paciente eleve os joelhos a uma altura superior altura normal

    de forma a compensar a paralisia durante a marcha (Ramos 2006).

    Figura. 2. 12 P com artrite reumatide

    (retirado de (Vanore et al. 2008)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    30

    Paramiloidose

    A paramiloidose tambm designada por doena dos pezinhos uma doena hereditria, crnica e

    progressiva. Tem como manifestaes principais: a) a alterao da sensibilidade - inicialmente no

    halux, propagando-se pelos restantes dedos e atingindo a regio plantar do p; b) alteraes

    musculares e da mobilidade inicia-se no halux, estende-se aos msculos da perna e de seguida

    aos membros superiores. Os msculos extensores so frequentemente afectados por estas

    alteraes sendo que sua paralisia vai desencadear alteraes no padro normal da marcha, uma

    vez que no existe apoio do calcanhar; c) alterao nos reflexos inicia-se nos ps com perda do

    reflexo aquilino seguido do reflexo patelar e d) alteraes trficas ocorrncia de atrofio da pele,

    aparecimento de lceras plantares e necrose ssea (Silva 2011).

    Deformidades plantares

    P plano

    P plano, Figura. 2. 14, tambm designado de p chato, um tipo de deformidade plantar

    caracterizada pelo rebaixamento do arco longitudinal do p, resultante da fscia plantar estar

    muito alongada e/ou a musculatura que a sustenta estar enfraquecida (Pezzan et al. 2009). Neste

    tipo de deformidade os ossos do tarso perdem a conformao em arco e passam a formar uma

    linha recta. Tal facto faz com que haja uma perda de funes, nomeadamente ao nvel

    amortecimento (Santos 2008).

    Figura. 2. 13 P com a patologia CharcotMarie-Tooth

    (retirado de (Benefros 2004)).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    31

    P cavo

    O p cavo, Figura. 2. 14, um tipo de deformidade na qual h um encurtamento do p atravs de

    um aumento da curvatura do arco plantar. Esse aumento d-se quando a fscia e/ou a

    musculatura esto tensas e/ou encurtadas (Pezzan et al. 2009). Por vezes o aumento da

    curvatura to acentuado que a parte mdia da planta do p impedida de entrar em contacto

    com o solo (Santos 2008).

    P varo

    O p varo, Figura. 2. 15, tambm conhecido como p invertido, caracteriza-se pela alterao da

    posio do p em que a regio plantar fica voltada para dentro e para trs, e a parte dorsal para

    fora e para frente. Esta alterao faz com que o p passe a estar maioritariamente apoiado na sua

    borda lateral (Facchini 2011).

    Figura. 2. 14 Deformidades plantares - p cavo e p plano

    (retirado de (Monteiro 2008)).

    Figura. 2. 15 P varo

    (retirado de (Herron et al. 2011)).

  • CAPTULO II P HUMANO

    32

    P valgo

    P valgo, Figura. 2. 16, tambm designado por p pronado, caracteriza-se pela ocorrncia de uma

    abduo do antep e um abaixamento da borda medial do p isto , os calcanhares sofrem uma

    inclinao para fora e os tornozelos uma inclinao para dentro (Facchini 2011),

    2.7 Sumrio

    O p humano uma das estruturas do corpo humano com maior complexidade, sendo composto

    na sua totalidade por 26 ossos. O facto de todas as suas articulaes serem do tipo sinovial faz

    com que os movimentos produzidos possuam uma maior amplitude. O tipo de movimentos

    executados (flexo, extenso, inverso, everso, etc.) est dependente dos msculos envolvidos -

    intrnsecos ou extrnsecos.

    Graas presena de um conjunto disperso de receptores sensitivos cutneos na regio plantar,

    dotados de uma elevada sensibilidade s presses de contacto e s variaes existentes na

    distribuio dessas mesmas presses, o p possui a capacidade de estabelecer um interface

    entre o ambiente envolvente e o sistema de equilbrio corporal. Esta interaco extremamente

    til na medida em que permite, entre muitas outras coisas, a movimentao e participao

    apropriada do Homem nas diversas actividades do quotidiano.

    Toda esta capacidade que o p apresenta em adaptar-se s diferentes superfcies de apoio com

    que estabelece contacto deve-se presena de arcos (longitudinais e transversais) que vo

    absorver e distribuir as foras do corpo, durante o apoio ou a movimentao, nas diferentes

    superfcies. Consoante o tipo de arco e a forma como exercida a presso o p produz diferentes

    tipos de footprint (normal, supinada e pronada).

    Figura. 2. 16 P valgo

    (retirado de (Drake 2011)).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    33

    O p humano encontra-se predisposto actuao constante de diferentes foras ao nvel da

    superfcie plantar o que faz com que a sua funcionalidade fique por vezes de tal forma

    comprometida que acabe por facultar a ocorrncia de alteraes na distribuio da presso

    plantar e consequente aparecimento de patologias e deformidades plantares.

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    34

    CAPTULO III- ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    No presente captulo realizado um estudo bibliogrfico referente distribuio da presso plantar, no qual

    so salientados todos os aspectos com maior relevncia para a sua compreenso.

    Inicialmente, no primeiro subcaptulo, efectuada uma introduo na qual salientada a importncia do

    estudo da anlise da presso plantar na rea da sade;

    Seguidamente, no segundo subcaptulo, so dadas a conhecer as tcnicas de medio utilizadas para

    analisar a distribuio da presso plantar nas diferentes regies do p quando este se encontra em

    contacto com uma dada superfcie;

    No terceiro subcaptulo so enunciados dois dos sistemas com maior aplicabilidade no registo da

    presso plantar, salientando as vantagens e desvantagens a que esto associados e as caractersticas

    que devem possuir;

    No quarto subcaptulo feito um breve estudo relativo aos parmetros standards utilizados na anlise

    da distribuio da presso plantar;

    No quinto subcaptulo salientada a importncia da diviso do p em sub-regies e os tipos de

    mtodos normalmente utilizados para efectuar essas mesmas divises;

    Por fim no sexto e ltimo subcaptulo, efectuado um levantamento das consideraes principais

    abordadas ao longo do captulo.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    35

    3.1 Introduo

    O p ao estar constantemente submetido aco de diferentes foras pode sofrer modificaes

    na sua funcionalidade que comprometam a forma como distribuda a presso ao nvel plantar.

    Tal facto, pode levar produo de movimentos anormais que desencadeiam um stress excessivo

    e consequente aparecimento de patologias e/ou deformidades plantares, que vo comprometer o

    seu desempenho e consequente participao do Homem nas diferentes actividades do quotidiano

    (Abboud 2002; Putti et al. 2008; Monteiro et al. 2010).

    Na tentativa de encontrar solues, o estudo da distribuio plantar tornou-se assim alvo de

    constantes investigaes nas mais diversas reas, principalmente na rea da sade (Keijsers et

    al. 2009) a anlise da distribuio da presso plantar adquire um papel extremamente importante,

    na medida em que:

    Possibilita de acordo com os resultados obtidos para as diferentes variveis analisadas

    no s a deteco e o estudo de diversas patologias e deformidades plantares, como

    tambm a verificao da influncia de determinados tratamentos e cirurgias.

    So vrios os estudos que comprovam tal possibilidade, nomeadamente: Abboud et al.

    (2000) verificaram atravs de um estudo comparativo, qual a contribuio da disfuno

    muscular dos membros inferiores na alterao da distribuio da presso plantar e

    consequente ulcerao do p em pacientes diabticos; Monteiro et al.(2010) estudaram a

    influncia da obesidade isolada e desta associada sarcopenia na distribuio da presso

    plantar em mulheres ps-menopausa; Schuh et al. (2011) verificaram quais as alteraes

    sofridas na distribuio da presso plantar em pacientes submetidos ao tratamento de

    reconstruo da articulao do tornozelo com artrite.

    Permite comparar dados entre indivduos saudveis ou entre pacientes e grupos de

    controlo. Assim, diferentes estudos foram realizados com o intuito de realizar tais

    comparaes, por exemplo: Chiappin (2007)comparou o registo da distribuio plantar

    entre um grupo de adultos e um grupo de idosos; Putti et al. (2010) entre homens e

    mulheres; Teh et al. (2006) entre indivduos obesos e no obesos e, Nazario et al. (2010)

    entre sujeitos com ps sem patologia e ps planos.

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    36

    Possibilita para valores de presso plantar atpicos a criao e anlise de solues que

    melhorem a distribuio da presso plantar por parte do paciente (Orlin et al. 2000), tais

    como:

    Alterao do design de calado Em (2003), Praet et al. realizaram um estudo no

    qual avaliaram o efeito durante a marcha do design do calado na presso plantar

    de pacientes com neuropatia diabtica, concluindo que o design do calado

    influenciava a distribuio da presso plantar; Erdemir et al. em (2005) analisaram

    a influncia de diferentes configuraes de calados teraputicos no alvio da

    presso plantar local, verificando alteraes significativas de acordo com as

    respectivas configuraes do calado.

    Implementaes de Ortoteses (Palmilhas) Vrios estudos comprovam a eficcia

    da implementao de palmilhas na melhoria da distribuio plantar, tal como o

    estudo realizado por Magalhes et al. (2007) no qual foi verificada a eficcia da

    implementao de palmilhas em pacientes com artrite reumatide. Tambm em

    (2007) Guldemond et al. avaliaram os efeitos das diferentes configuraes de

    palmilhas na distribuio da presso plantar em pacientes com neuropatia

    diabtica, concluindo que estas traziam melhorias na distribuio da presso

    plantar por parte do paciente.

    Permite verificar qual a influncia da distribuio da presso plantar no controlo postural

    em pacientes com uma determinada patologia ou simplesmente em indivduos que

    executem uma determinada actividade (Orlin et al. 2000). Atravs do registo da presso

    plantar, mais especificamente atravs da anlise do centro de presso, Abrantes et al.

    verificaram a instabilidade existente em pacientes com esclerose mltipla. Por sua vez,

    Thiesen et al. (2011) efectuou um estudo no qual verificou o equilbrio existente no ballet

    clssico atravs da anlise da distribuio da presso plantar.

    Em suma a anlise da presso plantar torna-se uma mais-valia no estudo do p humano, uma vez

    que a sua aplicao permite no s aprofundar o conhecimento acerca da sua estrutura e funo

    como tambm efectuar um diagnstico que possibilite a criao de novas formas de preveno e

    tratamento das diversas patologias a que o p est associado.

    .

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    37

    3.2 Tcnicas de medio

    Desde muito cedo o Homem teve interesse em analisar a presso plantar (Tuna et al. 2005)

    recriando para tal diversas tcnicas que permitem analisar a distribuio da presso plantar nas

    diferentes regies do p, quando em contacto com uma dada superfcie. Estas de acordo com o

    seu modo de funcionamento podem ser classificadas em trs tipos: acumulativas, pticas e

    electromecnicas (Efstathia 2006).

    3.2.1 Tcnicas acumulativas

    Este tipo de tcnicas permite efectuar somente uma anlise qualitativa da presso plantar, uma

    vez que o resultado da sua aplicao d apenas origem a um conjunto de impresses referentes

    s reas do p que exerceram uma maior presso durante a medio (Efstathia 2006). Exemplos

    deste tipo de tcnicas so: a tcnica de footprint e a tcnica baseada em microcpsulas.

    Tcnica de footprint

    Consiste num tapete de borracha com pequenas projeces de vrias alturas cada uma delas

    com tinta na sua superfcie e, uma folha de papel. No momento em que uma carga aplicada no

    tapete por parte do paciente este vai depositar maiores quantidades de tinta nos locais de maior

    presso, permitindo assim estimar as reas do p com maiores nveis de presso (Orlin et al.

    2000; Efstathia 2006).

    Tcnica baseada em microcpsulas

    Este tipo de tcnica utiliza pequenas cpsulas, colocadas entre duas camadas finas de espuma,

    que contem no seu interior dois tipos de corante, um azul que corresponde a nveis de presso

    baixos e um vermelho que corresponde a nveis altos. Na medio da presso plantar estas so

    colocadas no p do paciente para que com o caminhar estas sejam fracturadas e haja libertao

    dos corantes sobre a espuma consoante o nvel de presso. A partir desta tcnica possvel obter

    um conjunto de manchas que traduz as zonas plantares com maior e menor presso (Orlin et al.

    2000; Efstathia 2006).

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    38

    3.2.2 Tcnicas pticas

    Conjunto de tcnicas que se baseiam na informao visual para retirar concluses referentes

    presso plantar exercida (Efstathia 2006).

    Tcnica baseada na fotoelasticidade de um material com a utilizao de luz polarizada

    Esta tcnica utiliza a fotoelasticidade de um material para a medio da presso plantar, ou seja,

    baseia-se na capacidade que alguns materiais plsticos apresentam em alterar o seu

    comportamento ptico de acordo com as deformaes a que esto a ser submetidos (Sousa et al.

    2007). A deformao aplicada por um conjunto de slidos semiesfricos unidos a uma superfcie

    de cabedal que vo ser comprimidos contra o material fotoelstico no momento em que aplicada

    uma carga por parte do p (Urry 1999; Orlin et al. 2000; Efstathia 2006). Os diferentes valores de

    presso do origem a diferentes ndices de refraco do material, permitindo retirar concluses.

    As imagens resultantes da presso exercida sobre o material so adquiridas usando uma cmara

    de imagem (Efstathia 2006).

    Tcnica Textured Mat Cinematography

    Nesta tcnica a medio da presso plantar obtida atravs de uma placa de borracha,

    sobreposta sobre uma placa de vidro, constituda por pequenas pirmides na sua superfcie

    inferior, preenchidas entre si por um lquido de cor branca. Quando aplicada uma presso sobre

    a borracha, a rea de contacto de cada pirmide aumenta e o contraste entre os diferentes pontos

    tambm aumentado pela presena do lquido de cor branca. No final a imagem obtida pode ser

    captada usando um sistema ptico adequado (Efstathia 2006; Sousa et al. 2007).

    Tcnica de podoscpia

    A tcnica de podoscpia, tal como o prprio nome indica, baseia-se na utilizao de um

    podoscpio para determinar as zonas plantares de maior presso. Este constitudo por uma

    caixa de madeira com uma tampa de vidro, iluminada de cada lado por luzes florescentes. No

    interior, por baixo do vidro, est um espelho colocado num ngulo de 45 graus que proporciona a

    visualizao da distribuio da presso ao nvel da superfcie plantar. Esta pode ser guardada

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    39

    tirando uma fotografia, filmando ou delineando-a num papel (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006;

    Sousa et al. 2007).

    Tcnica baseada na reflexo crtica da luz

    Esta tcnica consiste na utilizao de uma folha de plstico moldvel, uma placa de vidro

    rectangular iluminada, transdutores de fora (colocados nos cantos da placa), uma cmara de

    vdeo e um microprocessador, e tem como princpio de medio o ngulo crtico - ngulo para o

    qual existe reflexo interna total da luz incidente num dado material. Quando exercida uma

    presso no topo da placa d-se um aumento do ngulo crtico. Tal facto resultante da diminuio da

    camada de ar entre a superfcie translcida e a superfcie moldvel que provoca a reflexo dos raios

    de luz. Como resultado final possvel, atravs do espelho, identificar de acordo com a

    intensidade da luz quais as reas com maior presso, e quantificar quais os valores de presso

    atravs dos valores registados pelos transdutores de fora. De forma a guardar a distribuio da

    presso plantar de cada paciente, as imagens resultantes podem ser capturadas por fotografia ou

    vdeo (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006; Sousa et al. 2007).

    3.2.3 Tcnicas electromecnicas

    Segundo Efstathia (2006), estas tcnicas so as mais utilizadas e tem por base a utilizao de

    sensores sob a forma isolada, permitindo uma medio de presso local, ou em grupo sob a

    forma de matriz, possibilitando a medio da distribuio plantar.

    Quando usados isoladamente a medio intitula-se como discreta e o seu posicionamento nas

    zonas do p vai depender do objectivo do estudo em questo. Esta medio tem como principais

    vantagens: a fcil utilizao, um custo de aquisio reduzido e uma frequncia de amostragem

    elevada, devido ao numero de sensores utilizado ser reduzido (Sousa et al. 2006). Contudo o

    facto de os sensores serem pontuais faz com que estes estejam mais susceptveis a

    deslocamentos inesperados durante a medio, o que pode levar a uma medio errada da

    presso local, e faz com que a sua presena seja facilmente reconhecida por parte do paciente, o

    que pode levar a uma induo na alterao da marcha (Rosebaum et al. 1997; Sousa et al. 2006).

    A utilizao dos sensores sob a forma de matriz tem como principais vantagens o facto de os

    sensores j possurem uma configurao especfica, no sendo necessrio escolher o local de

    colocao dos sensores, e o facto de possibilitar uma anlise mais alargada da distribuio de

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    40

    presso existente ao nvel da superfcie plantar (Rosebaum et al. 1997; Orlin et al. 2000; Efstathia

    2006; Sousa et al. 2006).

    Estes sensores, quando presentes, devem possuir um conjunto de caractersticas que lhes

    permita estar em concordncia com a funcionalidade do respectivo sistema, por exemplo

    (Rosebaum et al. 1997) : a) a resoluo espacial de um sensor utilizado na medio da presso

    plantar em crianas deve ser superior quela que necessria na medio da presso plantar em

    adultos, devido s diferenas existentes entre o tamanho dos ps e a prpria estrutura; b) o

    intervalo de medio deve ser suficientemente grande para permitir a deteco dos picos de

    presso e das cargas exercidas; c) o tamanho deve ser adequado medio a efectuar - para

    estruturas anatmicas pequenas capazes de produzir um pico de presso definido nessa zona a

    utilizao de sensores largos seria inadequada, uma vez que a presso real seria mascarada

    pelos baixos valores de presso existentes em torno do pico; d) o sistema deve possuir uma

    elevada sensibilidade e linearidade, e uma baixa histerese entre sensores de forma a permitir

    medies viveis e precisas.

    FSRs (Force Sensitive Resistor)

    Consiste num dispositivo organizado em camadas muito finas com padres de metal impresso em

    duas folhas de Mylar e um polmero condutor incorporado entre eles. Este ao sofrer a aco de

    uma fora na sua superfcie sofre uma alterao no valor da sua resistncia, sendo esse

    proporcional fora aplicada (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006; Sousa et al. 2007). O output dos

    dispositivos que utilizam este tipo de tecnologia de sensor pode ser uma fora ou presso,

    consoante a respectiva aplicao (Efstathia 2006).

    Transdutores capacitivos

    Normalmente tem uma configurao bsica que engloba a utilizao de duas placas de metal

    condutivo com uma determinada carga elctrica, separadas por um material isolante e por um

    material elstico. A tenso entre as placas vai variar de acordo com a distncia entre ambas,

    resultado da fora exercida sob o sensor. Atravs dessa fora vai ser ento calculado o valor de

    presso exercido. Sistemas que recorrem a transdutores capacitivos para a medio da presso

    plantar tem como particularidade o facto de utilizarem uma curva de calibrao, desenvolvida por

    cada sensor presente na matriz, que possibilita a avaliao quantitativa da presso (Orlin et al.

    2000; Efstathia 2006; Sousa et al. 2007).

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    41

    Hidroclulas

    Baseia-se num sensor discreto piezoresistivo contido dentro de um clula preenchida por um

    fludo. A aplicao de uma fora na hidroclula faz com que o fluido sofra um aumento da sua

    resistncia, provocando uma variao na tenso de sada do sensor piezoresistivo. A partir dessa

    variao possvel quantificar a presso plantar exercida (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006).

    3.3 Sistemas de medio

    A partir das tcnicas anteriormente supracitadas foi possvel recriar sistemas de medio, tais

    como a palmilha e plataforma de presses. Estes graas s suas caractersticas peculiares

    assumem-se como sendo actualmente os sistemas com maior aplicabilidade no mercado.

    3.3.1 Palmilha

    A palmilha, Figura. 3. 1, definisse como um sistema porttil e flexvel que engloba um conjunto de

    sensores capazes de se ajustarem morfologia do p humano e monitorizarem as cargas locais

    entre o p e o sapato, nas diferentes actividades do quotidiano (Rosebaum et al. 1997; Castro

    2007). Esta colocada no interior do sapato e encontra-se interligada a um amplificador que est

    por sua vez conectado, atravs de uns cabos, ao sistema de gravao e armazenamento

    colocado num cinto volta da cintura do paciente, Figura. 3. 1 (Martinez-Nova et al. 2007).

    Figura. 3. 1 Sistema de palmilha

    (adaptado de ((Martinez-Nova et al. 2007))

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    42

    A palmilha possui um conjunto de vantagens e desvantagens que servem de fundamentao

    sua aplicao num determinado estudo.

    Vantagens

    A palmilha ao ser um sistema porttil permite estudar o comportamento da distribuio

    plantar nas diferentes actividades do quotidiano (Rosebaum et al. 1997; Orlin et al. 2000;

    Efstathia 2006; Sousa et al. 2006; Martinez-Nova et al. 2007);

    Permite gravar o ciclo de marcha apenas numa nica medio e os vrios passos

    registados podem ser facilmente medidos e analisados recorrendo mesma mscara

    (Rosebaum et al. 1997; Efstathia 2006);

    Ao estar colocada no interior do sapato no apresenta problemas deetiquetagem por

    parte do paciente (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006; Martinez-Nova et al. 2007);

    Possibilita o estudo da interface existente entre p-sapato e consequente criao de

    solues que melhorem a distribuio da presso plantar por parte do paciente,

    nomeadamente: a implementao de palmilhas ou alterao do design do calado

    (Rosebaum et al. 1997; Orlin et al. 2000; Erdemir et al. 2005; zkan 2005; Sousa et al.

    2006; Castro 2007; Martinez-Nova et al. 2007). Ainda assim, depois de implementadas,

    possvel verificar a sua eficcia e se necessrio proceder s respectivas alteraes, de

    maneira a proporcionar um maior nmero de benefcios ao paciente (Orlin et al. 2000;

    zkan 2005).

    Desvantagens

    Os sistemas de palmilha no se encontram desenhados para a realidade do dia-a-dia, isto

    , o design e usabilidade dos sistemas actuais possui um conjunto de limitaes na

    colocao dos diferentes componentes no paciente, por exemplo: o sistema de gravao

    regularmente colocado na cintura do paciente atravs de um cinto e conectado

    palmilha atravs de um conjunto de fios, o que faz com que seja notria a sua utilizao

    (Saito et al. 2011);

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    43

    Possuem um tempo limitado de operao (25 minutos a 6 horas) dependente do tipo de

    sistema de memria (Saito et al. 2011);

    As palmilhas ao estarem colocadas num ambiente fechado esto mais sujeitas a falhas

    mecnicas, alem disso, factores como o carregamento contnuo, o suor e o calor tornam-

    se prejudiciais na medio, podendo comprometer a preciso e performance do sensor

    (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006; Sousa et al. 2006);

    Devido posio do sensor dentro da palmilha, a medio da fora vertical no pode ser

    medida nos instantes iniciais e finais da marcha pois nesses instantes esta no uma

    normal superfcie de contacto (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006; Sousa et al. 2006).

    3.3.2 Plataforma

    A plataforma de presses, Figura. 3. 2, consiste numa superfcie de sensores capazes de adquirir

    a distribuio plantar esttica e dinmica (Rosebaum et al. 1997; Orlin et al. 2000). Esta

    normalmente encontra-se conectada a um computador que efectua a aquisio, armazenamento e

    anlise dos dados obtidos (Orlin et al. 2000).

    Quando o p entra em contacto com a plataforma, o computador vai registar a fora gerada no

    achatamento do p, a sua durao e a quantidade de sensores que foram estimulados. A presso

    exercida pelo p vai ser calculada pela relao existente entre a fora executada e rea sensorial

    da plataforma (Rosebaum et al. 1997; Castro 2007; Orlin et al. 2000; Castro 2010).

    Figura. 3. 2 Plataforma de presses

    (retirado de (Seitz 2008) )

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    44

    Tal como a palmilha a plataforma possui um conjunto de vantagens e desvantagens que

    fundamentam a sua aplicao numa dada situao clnica.

    Vantagens

    Garantem uma verdadeira medio da fora vertical, uma vez que os sensores de

    presso esto sempre posicionados paralelamente superfcie (Orlin et al. 2000; Efstathia

    2006);

    Possuem usualmente uma grande quantidade de sensores, o que traduz numa maior

    resoluo por parte do sistema (Orlin et al. 2000; Efstathia 2006);

    A medio da presso plantar menos condicionada por factores externos, estando

    menos sujeitas a falhas mecnicas(Orlin et al. 2000);

    Permite verificar qual a interaco existente entre o p e o solo (Castro 2007).

    Desvantagens

    Existe uma etiquetagem da plataforma por parte do paciente durante a marcha. Este ao

    saber a localizao da plataforma pode alterar o padro normal da marcha de forma a

    estabelecer um contacto ideal quando passa sob a plataforma (Orlin et al. 2000; Efstathia

    2006; Sousa et al. 2006);

    Na avaliao da marcha pacientes com patologias que comprometam a coordenao e

    propriocepo tem dificuldades em percorrer a passadeira e contactar com a plataforma de

    presses (Orlin et al. 2000);

    A sua utilizao est restringida ao local onde a medio vai decorrer devido aos seus

    componentes e s metodologias utilizadas nas diferentes medies, por exemplo: na

    medio da distribuio plantar dinmica a plataforma encontrar-se usualmente embutida

    em passadeiras relativamente longas para que o indivduo execute o seu padro normal de

    marcha (Rosebaum et al. 1997; Orlin et al. 2000; Sousa et al. 2006);

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    45

    Embora possa-se utilizar sapatos na medio da distribuio plantar, a sua utilizao pode

    mascarar informao crucial relativa carga executada pelas diferentes estruturas

    anatmicas do p (Rosebaum et al. 1997);

    No permite avaliar aspectos como as influncias do design de calado e a implementao

    de ortteses (Rosebaum et al. 1997);

    Na medio da distribuio plantar dinmica necessrio efectuar vrias medies

    separadas sendo que o resultado entre cada uma delas pode ser influenciado pelo

    paciente (Efstathia 2006).

    Apesar da palmilha e plataforma terem um conjunto de vantagens e desvantagens que partida

    justificam a sua utilizao, os clnicos devem basear as suas decises primeiramente no s nas

    caractersticas e capacidades funcionais dos pacientes como tambm nas caractersticas que o

    sistema deve possuir para se adequar ao tipo de estudo que pretende efectuar.

    3.3.3 Caractersticas desejveis na escolha de um sistema

    Quando se selecciona um sistema este deve possuir um conjunto de caractersticas que o tornem

    adequado ao estudo em questo. Factores como(Orlin et al. 2000; Sousa et al. 2006): a)

    fiabilidade capacidade de um sistema de medio em cumprir os requisitos impostos por uma

    dada operao, durante um determinado perodo de tempo e de acordo com as condies

    inicialmente estabelecidas; b)frequncia de amostragem o sistema deve possuir uma resoluo

    temporal adequada que permita uma boa medio. Durante a marcha a frequncia de

    amostragem registada durante a interaco p-sensor apresenta normalmente valores entre os 10

    e 15 Hz, sendo que no impacto do calcanhar podem ser registados componentes a 75 Hz (Urry

    1999) ; c) resoluo consiste na distncia mnima existente entre dois sensores adjacentes. A

    resoluo espacial tanto maior quanto maior for o nmero de sensores; d) calibrao

    distribuio de carga uniforme para todos os sensores usados (Sousa et al. 2006); so

    extremamente importantes na obteno de resultados viveis e conclusivos.

    Para alm de todos os factores anteriormente supraditos, na escolha de um sistema deve ser tido

    em conta quais os parmetros que possvel medir atravs da sua utilizao.

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    46

    3.4 Parmetros standards para o estudo da presso plantar

    Segundo (Orlin et al. 2000), a rea de contacto (corresponde quantidade de superfcie de

    contacto existente entre a superfcie plantar do p e os sensores da plataforma), os picos de

    presso (mximos da presso de reaco adquiridos por cada sensor), a fora e os integrais de

    presso/fora versus tempo (tambm designados por impulsos correspondentes rea delimitada

    pelos grficos da presso versus tempo ou da fora de reaco versus tempo), so os parmetros

    cujo estudo clnico possui maior interesse.

    Contudo o seu contributo e interpretao esto dependentes do objectivo do estudo em questo

    (Rosebaum et al. 1997; Sousa et al. 2006), por exemplo: para o estudo e preveno de ulceraes

    em pacientes com p diabtico o valor do pico de presso e a sua localizao a varivel cujo

    estudo possui maior interesse uma vez que o valor do pico de presso normal vai servir de limiar

    de presso numa dada regio, ou seja, se a presso exercida pelo paciente nesse local passar

    esse limiar pode desencadear ocluso no fornecimento de sangue, ruptura dos tecidos e

    consequente ulcerao. Na anlise clnica dos ps igualmente relevante o estudo do padro de

    presso por subreas com importncia anatmica (Sousa et al. 2006).

    3.5 Diviso do p em regies anatmicas

    A diviso do p em regies especficas torna-se clinicamente mais relevante no estudo da

    distribuio da presso plantar uma vez que possibilita a obteno de concluses mais precisas

    referentes s estruturas anatmicas envolventes. Contudo uma diviso do p excessiva pode

    levar perda de informao relativa funo global do p. Desta forma as subdivises efectuadas

    devem ser suficientemente pequenas para evitar confuso com a funo de uma regio vizinha e

    suficientemente grandes para incluir toda a informao til acerca dessa regio. Ainda assim ao

    efectuar as divises deve ser tido em conta no s a anatomia, posio das articulaes e funo

    do p, como tambm o objectivo do estudo em questo (Stebbins et al. 2005; Castro 2010).

    Segundo Castro (2010), so encontrados trs mtodos para dividir o p em regies: mtodo

    baseado nos critrios geomtricos pr-definidos, mtodo baseado na inspeco visual e o mtodo

    baseado na utilizao de sistemas de cinemetria.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    47

    3.5.1 Mtodo baseado em critrios geomtricos pr-definidos

    Este mtodo, quando utilizado em medies obtidas a partir da plataforma de presses, efectua

    uma rotao e translao da footprint obtida at que esta se ajuste a uma espcie de molde. A

    diviso do p em regies vai ser efectuada de acordo com os critrios geomtricos previamente

    estabelecidos, ou seja, de acordo com os valores percentuais referentes ao comprimento e largura

    da superfcie plantar (Stebbins et al. 2005; Castro 2010). Este mtodo perde preciso em padres

    alterados de marcha (Castro 2010) e na presena de deformidades plantares (Stebbins et al.

    2005; Castro 2010).

    3.5.2 Mtodo baseado na inspeco visual

    Tal como o prprio nome indica a diviso do p em regies, recorrendo a este mtodo, tem por

    base a inspeco visual da footprint (Stebbins et al. 2005; Castro 2010). A preciso deste mtodo

    est assim dependente da resoluo espacial do sistema de medio e do grau de conhecimento

    do clnico. O facto de no ser um mtodo automtico faz com que a sua aplicao seja lenta

    (Castro 2010).

    3.5.3 Mtodo baseado na utilizao de sistemas de cinemetria

    Consiste na utilizao de sistemas de cinemetria para auxiliar a diviso do p em regies. Neste

    mtodo so colocados marcadores em regies especficas do p de maneira a que a sua

    localizao seja projectada verticalmente na imagem de presso e se efectue a respectiva diviso

    do p em regies anatmicas. A implementao deste mtodo torna-se complexa na medida em

    que requer uma perfeita integrao e sincronismo entre os sistemas de medio e vdeo, e

    apresenta limitaes relativas palpao e marcao dos pontos anatmicos.

    Segundo Castro (2010), independentemente do tipo de mtodo utilizado ainda no existe

    concordncia no nmero de divises ideal a efectuar, sendo que este pode variar desde 2 a 10

    divises. Contudo possvel verificar que no ante-p que se efectua um maior nmero de

    divises (normalmente at 8 divises).

  • CAPTULO III ANLISE DA DISTRIBUIO DA PRESSO PLANTAR

    48

    3.6 Sumrio

    O p ao estar constantemente submetido aco de diferentes foras pode sofrer modificaes

    na sua funcionalidade que comprometam a forma como distribuda a presso ao nvel da

    superfcie plantar. Tal facto, pode levar produo de movimentos anormais que desencadeiam

    um stress excessivo e consequente aparecimento de patologias e/ou deformidades plantares. Na

    tentativa de encontrar solues, o estudo da distribuio plantar tornou-se assim alvo de

    constantes investigaes na rea da sade. O seu estudo permite no s aprofundar o

    conhecimento acerca da estrutura e funo do p, como tambm permite efectuar um diagnstico

    que possibilite a criao de novas formas de preveno e tratamento das diversas patologias a

    que o p est associado.

    Foram recriadas diversas tcnicas que permitissem analisar a distribuio da presso plantar

    exercida nas diferentes regies do p quando em contacto com uma dada superfcie. Estas de

    acordo com o seu modo de funcionamento podem ser classificadas em trs tipos: acumulativas,

    pticas e electromecnicas. A partir destas tcnicas foi possvel recriar sistemas de medio tais

    como a palmilha e a plataforma de presses. Estes graas s suas caractersticas peculiares

    assumem-se como sendo actualmente os sistemas com maior aplicabilidade no mercado.

    Contudo, apesar da palmilha e plataforma terem um conjunto de vantagens e desvantagens que

    partida justificam a sua utilizao, os clnicos devem basear as suas decises primeiramente no

    s nas caractersticas e capacidades funcionais dos pacientes, como tambm nas caractersticas

    que o sistema deve possuir para se adequar ao tipo de estudo que pretende efectuar. Assim, a

    seleco de um sistema este deve possuir um conjunto de caractersticas que o tornem adequado

    ao estudo em questo tais como: fiabilidade, frequncia de amostragem, resoluo e calibrao.

    Do ponto de vista clnico a rea de contacto, os picos de presso, a fora e os integrais de

    presso/fora versus tempo so os parmetros considerados com maior interesse na anlise da

    presso plantar. Ainda assim, na anlise clnica do p igualmente relevante o estudo do padro

    de presso plantar por subreas, uma vez que esta diviso possibilita a obteno de concluses

    mais precisas referentes s estruturas anatmicas envolventes. Desta forma as subdivises

    efectuadas devem ser suficientemente pequenas para evitar confuso com a funo de uma

    regio vizinha e suficientemente grandes para incluir toda a informao til acerca dessa regio.

    Para proceder diviso do p em regies esto disponveis trs mtodos: mtodo baseado nos

    critrios geomtricos pr-definidos, mtodo baseado na inspeco visual e o mtodo baseado na

    utilizao de sistemas de cinemetria.

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    49

    Independentemente do tipo de mtodo utilizado ainda no existe concordncia no nmero de

    divises ideal a efectuar, sendo que este pode variar desde 2 a 10 divises. No entanto possvel

    verificar que no ante-p que se efectua um maior nmero de divises (normalmente at 8

    divises).

  • CAPTULO IV CONCLUSES FINAIS E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO

    50

    CAPITULO IV CONCLUSES FINAIS E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    51

    4.1 Concluses finais e perspectivas de desenvolvimento futuro

    Com a realizao da Monografia em questo foi possvel verificar que o p humano ao estar

    constantemente sujeito aco de diferentes foras pode sofrer alteraes na forma como

    distribui a presso ao nvel da sua superfcie. A presena dessas alteraes vai desencadear o

    aparecimento gradual de um conjunto de patologias e/ou deformidades plantares que vo por em

    causa a sade e qualidade de vida do paciente. De maneira a aprofundar o conhecimento acerca

    da estrutura e funo do p, bem como criar novas formas de preveno e tratamento das

    diversas patologias e deformidades a que este se encontra associado, foram desenvolvidos um

    conjunto de tcnicas e sistemas capazes de efectuar a medio da distribuio plantar.

    Com a realizao da Monografia foi possvel reunir os conceitos base considerados como

    importantes na formulao de uma anlise crtica da distribuio da presso e foi igualmente

    possvel verificar a importncia desta anlise na criao e implementao de solues que

    melhorem a distribuio da presso plantar por parte do paciente. Ainda assim foi possvel

    concluir que no existem parmetros uniformemente aceites para avaliar e classificar o p.

    A presente Monografia permitiu assim desenvolver um background essencial no desenvolvimento

    de trabalhos futuros na rea da presso plantar.

    Como perspectivas futuras sugere-se a realizao de um maior nmero de estudos nesta rea, de

    forma a encontrar no s novos parmetros e ndices de classificao, como tambm um conjunto

    de ferramentas computacionais que possibilitem o seu clculo de forma automtica.

    .

  • Anlise da presso plantar para fins de diagnstico

    52

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