Upload
phungmien
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CLAUDECIR BANAZESKI
O ENSINO DE GEOGRAFIA A PARTIR DE PONTOS TURÍSTICOS NO MUNICÍPIO
DE ERECHIM/RS
Trabalho de Conclusão de Curso de Geografia, Departamento de Ciências Humanas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim.
Prof. Orientador: Msc. Vanderlei Decian
ERECHIM-RS
2009
CLAUDECIR BANAZESKI
O ENSINO DE GEOGRAFIA A PARTIR DE PONTOS TURÍSTICOS NO MUNICÍPIO
DE ERECHIM/RS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Geografia Departamento de Ciências Humanas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Geografia.
Banca Examinadora
__________________________ Orientador: Prof. Msc. Vanderlei Decian
______________________________ Profª. Msc. Cleide Elisa Zanella Schuchmann
__________________________________
Profº.Msc. Mário Zasso Marin
“Fazer Turismo é como explorar um oceano e enxergar oportunidades no horizonte, em busca de descanso e felicidade.”
Rinaldo Pedro
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida e aos meus pais, que apesar da distância, sempre me
apoiaram nos momentos mais difíceis, sempre com muito amor e carinho.
Ao meu orientador Prof. Vanderlei Decian, pela dedicação e incentivo.
Aos meus professores do curso de Geografia, pelo aprendizado.
Aos meus amigos e colegas, que contribuíram de alguma maneira, com materiais,
livros e, principalmente, incentivando para que nunca desistisse da realização deste
trabalho.
RESUMO
Este trabalho tem como enfoque principal apresentar três pontos turísticos, sob a visão do ensino da Geografia, sendo estes o Vale do Dourado, a Cascata Nazari e o Seminário Nossa Senhora de Fátima. Objetivou-se, explorar práticas e métodos de ensino de Geografia a partir de visitação e observação destes três pontos turísticos no município de Erechim, analisando a procura desses meios de turismos, agregando os conhecimentos sobre tal forma de turismo, quando começou a ser explorado, o que atrai o turista a estes os pontos, observando e analisando o perfil dos turistas que freqüentam estes locais, bem como propor técnicas de trabalho de ensino de Geografia a partir dos pontos turísticos elencados, de forma multidisciplinar enfocando a importância do trabalho de campo em Geografia.No ensino da Geografia, o turismo é um tema ainda pouco discutido nas aulas de Geografia tanto do Ensino Fundamental, com no Ensino Médio. No entanto, essa temática, reivindica uma atenção especial para Geografia escolar, como um ensino crítico e sócio-construtivista, não somente num novo conteúdo, mas também numa mudança de técnicas e/ou estratégias pedagógicas. Palavras-Chave: Ensino; Pontos Turísticos; Erechim-RS.
LISTA DE FIGURAS E FOTOS
Figura 01 - Mapa de Localização geográfica do Município de Erechim/RS.................
Figura 02- Mapa Político-Administrativo de Erechim/RS e localização geográfica
dos pontos turisticos.....................................................................................................
Figura 03 - Mapa do Vale do Dourado – Ponto Turístico / Geográfico com o Rio
Dourado ao fundo do Vale...........................................................................................
Figura 04 - Mapa do Seminário Nossa Senhora de Fátima – Ponto Turístico
Religioso.......................................................................................................................
Figura 05 - Mapa da Localização geográfica e Entorno da Cascata Nazari –
Erechim/RS..................................................................................................................
23
25
28
34
38
Foto 01 - Vista do Vale do Dourado 1 – Erechim........................................................
Foto 02 - Vista do Vale do Dourado 2 – Erechim.......................................................
Foto 03 - Vista do Vale do Dourado 3 – Erechim........................................................
Foto 04 - Celebração de missa a Romaria de Nossa Senhora de Fátima..................
Foto 05 - Vista do Seminário Nossa Senhora de Fátima – Erechim...........................
Foto 06 - Vista do Seminário Nossa Senhora de Fátima – Erechim...........................
Foto 07 - Vista da Cascata Nazari 1 – Erechim...........................................................
Foto 08 - Vista da Cascata Nazari 2 – Erechim...........................................................
26
27
27
33
35
35
39
39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 08
2 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................
2.1 ATIVIDADES DE TURISMO E CONCEITUAÇÃO..............................................
2.1.1 Turismo ............................................................................................................
10
11
11
2.2 TIPOS DE TURISMO ABORDADO PELO ESTUDO........................................ 14
2.2.1.Turismo Religioso ........................................................................................... 14
2.2.2 Turismo de Massa (de Balneário) ................................................................ 15
2.2.3 Turismo Ecológico ......................................................................................... 16
2.3 O TURISMO SOB A PERSPECTIVA DA GEOGRAFIA ESCOLAR................... 17
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 20
3.1 PROCEDIMENTOS DE CAMPO – AQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES DE
CAMPO......................................................................................................................
20
3.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS.......................................................................... 21
3.3 RESGATE HISTÓRICO, ECONÔMICO, CULTURAL E SOCIAL DOS
PONTOS TURÍSTICOS.............................................................................................
21
4 RESULTADOS DO TRABALHO ............................................................................ 22
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO............................................................. 22
4.2 PRIMEIRO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO ECOLÓGICO – VALE
DO RIO DOURADO..............................................................................
4.2.1 Caracterização Geográfica do vale do Rio Dour ado........................
4.2.2 Proposta de estudo no Ensino da Geografia – V ale do Dourado...
4.3 SEGUNDO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO RELIGIOSO –
SEMINÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA...............................................
4.3.1 Histórico.................................... ...........................................................
4.3.2 Caracterização do Seminário Nossa Senhora de Fátima................
4.3.3 Proposta de estudo no Ensino da Geografia no Seminário Nossa
Senhora de Fátima.................................. ......................................................
4.4 TERCEIRO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO DE LAZER –
PARQUE CASCATA NAZARI........................................................................
4.4.1 Histórico de Ocupação........................ ...............................................
4.4.2 Proposta de estudo no Ensino da Geografia – C ascata Nazari......
25
25
29
31
31
33
35
37
37
40
5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................... 42
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 42
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo fundamenta-se na verificação das potencialidades
ecológicas, religiosas, economicas e de lazer em três pontos turísticos no Município
de Erechim/RS: sendo estes o Vale do Dourado que é um turismo paisagístico, a
Cascata Nazari ponto de turismo ecológico/natural/lazer e no Seminário Nossa
Senhora de Fátima sendo este turismo religioso, e como pode ser utilizado para o
ensino de Geografia a campo.
A escolha do tema “O Ensino de Geografia a Partir de Pontos Turísticos no
Município de Erechim/RS” surgiu em vista de nossa proposta de ensino-
aprendizagem, a partir de locais como o Vale do Dourado e da Cascata Nazari um
local onde se podem explorar as questões ambientais e socioeconômicos. Bem
como, o Seminário Nossa Senhora de Fátima que atrai pessoas, especificamente
em uma determinada época do ano.
A inserção do turismo no ensino da Geografia, pode ajudar a quebrar a
autocracia do aprendizado que perdura, nas escolas brasileiras, em detrimento de
uma formação para a cidadania. O importante é que os professores organizem
situações de aprendizagem que contextualizem o turismo e pontos turísticos com a
realidade vivida e concebida dos estudantes, levando-os a refletir, criticamente,
sobre os impactos, positivos e negativos e as contradições espaciais dessa
atividade, bem como a importância de interdisciplinaridade desta atividade frente ao
ensino.
O objetivo do estudo é explorar práticas e métodos possíveis de ensino de
Geografia a partir de visitação e observação de três pontos turísticos no município
de Erechim/RS. Tendo como objetivos específicos: analisar a procura desses meios
de turismos, agregar conhecimentos sobre tal forma de turismo, quando começou a
ser explorado, o que atrai o turista aos pontos turísticos, observando e analisando o
perfil dos turistas que freqüentam estes locais, bem como propondo formas de
trabalho de ensino de geografia a partir dos pontos turísticos elencados, de forma
multidisciplinar enfocando a importância do trabalho de campo em Geografia.
Ao analisar a posição da sociedade em relação ao ensino da Geografia com
elementos alternativos, o turismo é um tema ainda pouco discutido nas aulas de
9
Geografia tanto do Ensino Fundamental, como no Ensino Médio. Essa temática hoje
reivindica uma atenção especial para Geografia escolar. Com um ensino de crítico,
sócio-construtivista, não somente num novo conteúdo, mas também numa mudança
de técnicas e/ou estratégias pedagógicas.
Também desenvolver as potencialidades do aluno, seu raciocínio lógico, sua
inteligência emocional, sua capacidade de aprender a aprender, de construir, de
pesquisar e de buscar autonomia para o enfrentamento de problemas reais do dia a
dia, principalmente analisar o local em que vivemos: ao sair da sala de aula, e
percorrer espaço e pontos turísticos estamos potencializando e conhecendo o
cotidiano do aluno e associando aos conteúdos da Geografia, explorando questões
ambientais, religiosas e mesmo socioeconômico e de lazer, proporcionada pela
prática turística.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O turismo certamente surgiu com o aparecimento do homem, quando este se
tornou nômade, motivados por questões de sobrevivência. Após a exploração de
determinada localidade, havia a necessidade da busca de novos locais e alimentos.
Dentre outras a motivação econômica acontecia em grandes viagens exploratórias
dos povos antigos, que buscavam novas terras para sua ocupação e posterior
exploração (BARRETO, 2000).
Na Idade Média a motivação religiosa foi responsável por viagens, através das
cruzadas, portanto, o turismo religioso foi datado de muitos séculos atrás, bem como
o turismo de saúde que originou no império romano onde eram comuns viagens para
visitas às termas.
Segundo Barreto (2000, p. 32), há pouco mais de um século, viajar a terras
longínquas por puro prazer ou para fins educativos era prerrogativa de poucos,
grupos seletos de aventureiros ou de endinheirados. A maioria das pessoas passava
grande parte da vida em um raio de algumas centenas de quilômetros do lugar onde
nasceu. Em compensação, hoje centenas de milhares têm possibilidades de viajar
para todo lado, tanto no país de origem como pelo mundo afora.
Isso foi motivado pela Revolução Industrial, as pessoas se puseram a fabricar
mercadorias e a prestar serviços. E assim, passaram a ganhar mais e a dispor de
mais para gastar. Com o avanço da tecnologia foram projetadas máquinas que
assumiram grande parte dos serviços que exigiam muita mão-de-obra. Sob essas
circunstâncias, e com o surgimento, em meados do século XX, do transporte em
massa a preços mais acessíveis, nada mais conteve as grandes enxurradas de
turistas. Depois veio a indústria da comunicação de massa, possibilitando que em
muitos países se recebesse dentro de casa transmissões por imagem de lugares
distantes. Isso criou nas pessoas o desejo de viajar. (BARRETO, 2000).
Segundo o mesmo autor, o resultado foi a explosão do turismo global. Já para
a Organização Mundial do Turismo (OMT), o número de turistas internacionais
aumentaria de 613 milhões em 1997 para 1,6 bilhões até o ano 2020, sem previsão
de queda, na época. Essa movimentação acima do esperado veio acompanhada de
11
um aumento correspondente do comércio, de novos resorts e de países que se
abriram, para o turismo.
2.1 ATIVIDADES DE TURISMO E CONCEITUAÇÃO
2.1.1 Turismo
O turismo está em constante evolução e o seu crescimento é um fator
importante para expandir atividades diferenciadas e potenciais a serem explorados.
A segmentação do turismo resulta no esforço em investimentos na infra-estrutura,
planejamento e capacitação de mão-de-obra qualificada. Deve ser praticado de
modo que o local visitado tenha benefícios econômicos e sociais. Gera renda em
toda localidade com a condição de ser consumido no próprio local, criação de
empregos e renda como partes essenciais dentro do ramo turístico que mobiliza
diversos setores de bens e serviços.
Além dos mais, o turismo assume um importante papel na sociedade atual. É
uma atividade que se estruturou como setor da economia a partir da Revolução
Industrial, e consequentemente nas décadas recentes, está assumindo posição de
destaque no mercado em nível mundial.
O conceito de turismo é uma matéria bastante discutível segundo Beni, (1990,
p. 21):
Há tantas definições de turismo quanto autores que tratam do assunto. Mas quanto maior o número de pesquisadores que se preocupam em estudá-lo, tanto mais evidente se apresentará a amplitude e a extensão do fenômeno do turismo e tanto mais insuficientes e imprecisas serão as definições.
Do ponto de vista econômico o turismo é um serviço. Para a Geografia, o
turismo constitui-se no deslocamento de pessoas de um ponto a outro da superfície
terrestre e analisando sob uma perspectiva legal, o turismo é considerado como o
12
exercício do direito à liberdade individual. Focalizando sob o âmbito sociológico o
turismo é uma oportunidade de se alcançar às necessidades que normalmente são
deixadas de lado, quando o indivíduo se encontra entregue a sua vida de trabalho.
(ACERENZA, 2003).
Para Andrade (2001, p. 38), turismo pode ser entendido como: “Complexos de
atividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos,
alimentação, circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos
culturais, visitas, lazer e entretenimento.”
Conforme Pinheiro et. al (2004, p. 9), são “características e fatores interno
positivos, força ou energia representado pela junção de todos os meios disponíveis
que podem representar o seu diferencial competitivo e, portanto, a base para o seu
desenvolvimento futuro.”
A existência de importantes e diversificados recursos naturais, paisagísticos,
patrimoniais, culturais, gastronômicos e religiosos, constituem o elemento chave
para o processo de desenvolvimento, de onde se destaca, pela sua abrangência, o
desenvolvimento do turismo. A valorização dos produtos locais de qualidade,
diversificados, em face de uma procura específica crescente e exigente em matéria
de qualidade e segurança, constitui uma das potencialidades de desenvolvimento
para todos os tipos de turismo. (CAVACO, apud RODRIGUES, 2001).
Em 1991, realizou-se no Canadá, especificamente em Otawa, organizada
pela Organização das Nações Unidas – ONU, a Conferência sobre Viagens e
Estatísticas de Turismo, cujo principal objetivo foi o debate acerca dos sistemas de
estatística, visando à adoção de uma série de recomendações internacionais sobre
a análise e a apresentação de estatísticas de turismo. O resultado desse encontro,
criou-se uma Comissão de Estatísticas das Nações Unidas a qual, em 1993,
aprovou algumas orientações e recomendações sobre o tema. Posteriormente, em
1994, a Organização Mundial do Turismo - OMT definiu o turismo como “atividades
que realizam as pessoas durante sua viagens e estadas em lugares diferentes ao
seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade
de lazer, negócios e outros” (OMT, 2001, p. 38).
Segundo a OMT (2001, p. 36), publicou em 1995 oficialmente as definições
adotadas pela ONU:
13
a) Promover a elaboração de estatísticas turísticas mais representativas, promovendo uma maior compatibilidade entre os dados nacionais e os internacionais; b) Proporcionar dados turísticos mais confiáveis e diretos aos profissionais do setor, governos, etc, para melhorar seu conhecimento sobre os produtos ou serviços turísticos e condições de mercado e para que possam, conseqüentemente, atuar; c) Oferecer uma conexão entre oferta e demanda turística; d) Permitir uma valorização mais justa da contribuição do turismo aos fluxos comerciais e internacionais.
Conforme OMT (2001), as definições apresentam, de uma forma flexível, as
principais características da atividade, dentre as quais a premissa segundo a qual o
deslocamento é algo imprescindível para que o turismo ocorra; que seja um local
fora de seu entorno habitual; que contenha elementos motivadores; e que possua
um período determinado inferior a um ano.
O turismo não vive só de belas praias, da arte popular e de monumentos
históricos, o turista quer o conforto de um atendimento eficiente e acolhedor,
serviços ágeis, informações claras e tratamento qualificado, com a simpatia de quem
trabalha para proporcionar uma boa estada.
No entanto, o turismo é uma das alternativas para minimizar a exclusão
social, seja através da abertura de novos postos de emprego ou oferecendo
oportunidades de ocupação, principalmente no setor informal, para uma massa
crescente de desempregados que o mercado formal se mostra capaz de absorver.
Ficou evidente que, se o fenômeno do turismo representa apenas uma parte
de um imenso jogo de relações a idéia de totalidade tem que estar sempre presente
e, para se analisar o turismo na sua totalidade, é preciso ter em mente pelo menos
duas dimensões básicas: a de uma atividade produtiva e a de uma prática social.
Não há como analisar um fenômeno fora do contexto de suas relações, uma vez que
sem relações não há fatos.
Assim, o turismo pode ser definido com o conjunto de todos esses conceitos,
mas, não se pode deixar de pensar em turismo ser como um lazer indispensável
para aquele que trabalha e quer ter horas maravilhosas, conhecendo lugares novos.
14
2.2 TIPOS DE TURISMO ABORDADOS PELO ESTUDO
2.2.1Turismo Religioso
Em todo os lugares do mundo, onde há cidades religiosas, estas atraem
visitantes em busca de experiências e que despertem sentimentos de fé e
esperança. No Brasil, o maior país católico do planeta, temos inúmeras
manifestações da religião que, misturadas à nossa cultura se transformam em
verdadeiros espetáculos de devoção, conseguindo mobilizar milhares de peregrinos.
O significado de turismo religioso é bem preciso: pode se falar o quando o
sagrado migra como estrutura de percepção para o cotidiano, para as atividades
festivas, o consumo, o lazer, quando enfim, os turistas passam a viver eventos,
como os Natais, não mais vinculados à tradição cristã e ao que ela prescreve, mas
como uma experiência inusitada, espiritual e consumista ao mesmo tempo. (STEIL,
apud SILVEIRA, 2004)
A categoria turismo religioso começa assim a uma espécie de
“transversalização”, ou seja, perpassa, atravessa, viaja desde as esferas dos
agentes econômicos do turismo (agências de viagem, especialistas em turismo, etc.)
a nomenclatura de determinados agentes eclesiásticos. (ASSUNÇÃO, apud
SILVEIRA, 2004)
Por conseguinte, a se naturalizar o “turismo religioso” operou-se um
deslocamento etimológico, ou seja, no significado das palavras/termos, permitindo
inferir as transformações operadas no eixo religião/política/turismo/cultura popular.
Parece que uma categoria mercadológica, da segmentação de mercado gerou
novas estruturas, a ponto da Igreja criar uma pastoral, existente na Europa desde
1960, específica para isso: a pastoral do turismo que apenas agora está sendo
estruturada no Brasil.(PONTIFICIO CONSEJO, apud SILVEIRA, 2004)
Na definição oficial, segundo a Conferência Mundial de Roma, realizada no
ano de 1960, o turismo religioso é compreendido como uma atividade que
movimenta peregrinos em viagens pelos mistérios da fé ou da devoção a algum
15
santo. Na prática, são viagens organizadas para locais sagrados, congressos e
seminários ligados à evangelização, festas religiosas que são celebradas
periodicamente, espetáculos e representações teatrais de cunho religioso. Reuniões
para definições oficiais são como assembléias de bispo definindo dogmas, o que
crer e como crer. Uma definição oficial não significa que não possa ser questionada
e apontada em suas incoerências. (SILVEIRA, 2004).
No entanto, sob esse termo turismo religioso popular, agentes religiosos,
empresariais, públicos e acadêmicos constituem uma ação articulada no sentido de
extrair de práticas seculares de fé, que são as peregrinações, caminhos santos,
promessas, etc, uma oportunidade de negócio e, nos discursos mais otimistas,
desenvolvimento sócio-econômico de uma determinada região. Segundo,
Gonçalves (2003), o texto e o discurso afirmam que os órgãos públicos investem no
tal de “turismo religioso”, novo nome de uma prática de séculos que remonta a Idade
Média: a procissão de Corpus Christi. (Apud, SILVEIRA, 2004).
Há vários tipos diferentes de viagens com finalidade religiosa. A Romaria, por
exemplo, é a atividade turística feita por livre disposição do viajante aos destinos
sagrados, onde não há nenhum tipo de compromisso a ser cumprido, a não ser
conhecer a região. Já a Peregrinação é quando o turista viaja para cumprir
promessas ou votos feitos a divindades. Neste caso, datas e prazos devem ser
seguidos em função dos votos feitos. Existem também as viagens feitas com intuito
de se redimir de alguma culpa ou pecado, de forma espontânea ou aconselhada por
algum líder religioso. Estas são chamadas de viagens de Penitência ou de
Reparação
2.2.2 Turismo de Massa (de Balneário 1)
Chamado também turismo de sol e praia. É caracterizado como tipo de
turismo convencional, passivo e sazonal sendo a sua criação vinculada à 1 Balneário é um conjunto de praias de um determinado município litorâneo. Recinto público para banhos, muito comum em estâncias hidrominerais também conhecido como termas. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Balne%C3%A1rio Acessado em: 15 mar. 2009.
16
consolidação do capitalismo, com a inclusão da grande maioria da sociedade,
especialmente de baixa e média renda. É normalmente menos exigente e
desprovido de um maior conforto, pois é um segmento turístico voltado para a classe
intermediária da sociedade.
Para Cruz (2001, p. 6), a expressão turismo de massa trata-se de uma
modalidade de turismo que mobiliza grandes contingentes de viajantes. É uma
forma de organização de turismo que envolve o agenciamento da atividade bem
como a interligação entre agenciamento, transporte e hospedagem, de modo a
proporcionar o barateamento dos custos de viagem e permitir consequentemente ,
que um grande número de pessoas viaje.
2.2.3 Turismo Ecológico
O setor de turismo ecológico é um dos que mais tem crescido nos últimos
anos. Está ligado diretamente ao meio ambiente, sendo capaz de expor o patrimônio
natural e cultural, onde a natureza é o produto a ser vendido. (KRAEMER, 2006).
O ecoturismo é o segmento do turismo que possibilita valorizar e preservar o
patrimônio, viabilizando retornos econômicos, proporcionando uma educação
ambiental, através da conscientização da importância da preservação do meio
ambiente, gerando benefícios para a comunidade. Possibilita a eficácia e eficiência
na atividade econômica, mantendo a diversidade e estabilidade do meio ambiente,
atuando como instrumento de orientação, sensibilização e equilíbrio entre os
desgastes causados pelo desenvolvimento econômico e a necessidade de preservar
o meio ambiente. (KRAEMER, 2006).
Essas modalidades de turismo diretamente relacionadas à natureza, mais
comumente chamadas de ecoturismo, crescem conforme propalam organismos
oficiais – a um ritmo acelerado, e isso merece algumas ponderações.O turismo
ecológico torna-se uma nova opção para quem gosta de curtir regiões exóticas,
conhecer aquilo que não é visto todos os dias, essa nova atividade que se traduz em
divisas externas, viabilizando projetos para o ecoturismo de diversas regiões (CRUZ,
2001).
17
O turismo ecológico, ou ecoturismo é a pratica de utilizar o patrimônio de
forma sustentável. Cruz (2001) exemplifica que:
A paisagem: É uma vista de um lugar ou lugares que atraem o turista
através da representação.
Ex: uma praia, um vale, uma cachoeira, um rio ou lagoa etc.
Elementos naturais: A geologia, a fauna a flora e os fenômenos naturais.
Cruz (2001), também comenta que o turismo ecológico é uma forma de
interagir com a natureza, absorvendo o conhecimento sem prejudicar o meio
ambiente, minimizando os impactos e tornando o meio-ambiente um turismo
sustentável. A função é conhecer, preservar sem destruir nossa fauna e flora. O
turismo de natureza ou ecoturismo deve atuar com qualidade de vida para o turista
também com dignidade, educação, solidariedade, participação e felicidade, são
sinônimas de desenvolvimento turístico.
2.3 O TURISMO SOB A PERSPECTIVA DA GEOGRAFIA ESCOLAR
O setor terciário, na qual esta inserido o turismo era considerado um
segmento improdutivo da economia que não merecia atenção científica. Seguindo,
então, a praxe acadêmica, a Geografia negligenciou o estudo do turismo até este
apresentar expressivo crescimento na década de 1980. (SOUZA e ASSIS, 2007)
Dado as mudanças em curso na Geografia, o turismo vem ganhando
destaque nesta disciplina, fomentando um amplo campo de investigação que já
conta com uma significativa produção de livros, trabalhos e eventos científicos.
O centro de interesses da Geografia pelo Turismo, de uma forma geral, está nas formas, nas dinâmicas e nas representações das paisagens derivadas do exercício das atividades turísticas e nas diferenciações areais ou regionais, que estimulam a atividade turística, ou que se criam, por conta da função turística (BARROS, 1998, p. 8).
Entretanto, não se deve confundir a Geografia do turismo com a Geografia
turística. Para Rejowski (1998), a primeira busca realizar uma reflexão geográfica do
18
Turismo nas suas múltiplas dimensões; enquanto a última está preocupada em
simplesmente repassar informações descritivas dos lugares. O turismo surge em
razão da existência prévia do fenômeno turístico, que é um processo cuja ocorrência
exige a interação simultânea de vários sistemas com atuações que se somam para
levar ao efeito final.
A educação é um fator determinante para o turismo, não podemos mais
desassociar, ou não deveríamos, a questão educacional do turismo, para o bom
andamento do mesmo. A questão educacional, no país, esta muito inferior do que é
preciso. Como não há muito interesse do governo em que a situação melhore, haja
vista, que o velho chavão de povo desinformado é mais facilmente comandado
continua, bastante presente na atualidade. Dificilmente podemos cobrar que
tenhamos o mínimo de educação, pois não há base para isto.
Outra questão preocupante é a falta de educação e, consequentemente, a
falta de preparo para se alcançar o futuro planejado, gerando a desigualdade social
que reflete em larga escala no setor turístico. Temos que despertar para este
detalhe, pois todos sofrem, seja na destruição de pontos turísticos, porque a questão
monetária e a maneira de ganhar o sustento vão além da razão, seja pela
desigualdade num todo que acarreta assaltos, tráficos, prostituição etc.
Rodrigues (1997, p. 76) afirma que:
O turismo, da maneira como vem sendo abordado na Geografia, é um fenômeno que, pela sua abrangência e numerosas modalidades de expressão, constitui um tema de estudo, sob o qual se pode ascender a um discurso geográfico unitário, superando-se a propalada dicotomia sociedade x natureza.
O turismo juntamente com a educação é à saída para muitos problemas
ocorridos hoje em nossa sociedade, já que há uma grande expectativa sobre o setor
e se trata direta e indiretamente do sustentável, inserindo a disciplina no ensino
fundamental para toda a rede escolar. Analisando o turismo tem várias
19
possibilidades de alcançar o sucesso esperado, para tanto passa necessariamente
pela questão educacional dos bancos escolares e, além disto, a educação de uma
população independe da classe social.
Como o Turismo não é uma temática freqüente nos livros didáticos e nas
provas de Geografia, é provável que a sua discussão provoque algumas resistências
por parte dos alunos e dos próprios professores. É fato que muitos docentes de
Geografia não analisaram as relações entre turismo e espaço durante as suas
formações. No entanto, o bom professor deve estar atento às novas tendências de
sua área de ensino, atualizando as suas metodologias, conteúdos e recursos de
aprendizagem. (SOUZA e ASSIS, 2007)
O importante é esclarecer que a relação entre a Geografia escolar e o
turismo, não é formar de “pequenos turismólogos” ou de “pequenos geógrafos”
(FILIZOLA, 2004). O intuito é de contribuir para uma prática de ensino de Geografia
pautada nas realidades dos lugares e do mundo dos alunos, que ajude a formar
cidadãos influentes, críticos e participativos, identificando o potencial do local em
que vive.
Atualmente o turismo não é mais uma opção para qualquer país escolher, mas
sim uma imposição necessária para a sobrevivência de uma nação. O papel das
escolas torna-se importantíssimo, afinal as pessoas são o maior patrimônio de
qualquer nação, estado, município e empresa. E o Turismo tem esse poder de
valorizar, resgatar e preservar o meio ambiente e as pessoas que nele vivem.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo apresentar-se-á o procedimento executado para a realização
e andamento do trabalho de pesquisa.
Para tanto a primeira providencia foi a busca de conhecimento já escrito sobre
o assunto, pesquisando em vários livros, documentos, monografias, teses que
versassem sobre o assunto.
Utilizou-se de revisão bibliográfica, resgate histórico e procedimentos de
campo. Em uma primeira etapa efetuou-se a revisão bibliográfica e de dados
textuais, utilizando-se de fontes onde se buscou junto aos órgãos públicos e
turísticos as principais informações sobre os pontos turísticos, suas características,
principais aspectos históricos e sua relevância social.
Os principais métodos utilizados nesta etapa foram:
a. Pesquisa do referencial teórico em livros, publicações e Internet;
b. Pesquisa na Prefeitura Municipal, junto a Secretaria de Turismo;
c. Análise de informações históricas dos pontos turísticos selecionados para
o trabalho de campo;
d. Escolha dos pontos turísticos por temática, elencando-se um ponto
turístico de lazer (Cascata Nazzari), turismo ecológico (Mirante do vale do
Dourado), Turismo Religioso (Seminário Nossa Senhora de Fátima).
3.1 PROCEDIMENTOS DE CAMPO – AQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES DE CAMPO
Após a tomada de informações referente a revisão de literatura, procedeu-se
as conferências e trabalhos a campo, principalmente para a tomada de informações
como coordenadas dos pontos trabalhados, fotografias georreferenciadas que
servem para a realização de atividades com os alunos.
A partir do mapeamento de campo efetuou-se a etapa posterior que foi a
criação de propostas e alternativas de ensino para os pontos turísticos analisados.
3.2 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
21
Visando a elaboração do trabalho utilizou-se de alguns procedimentos
técnicos e equipamentos que auxiliaram na obtenção de informações como
localização geográfica, distância da sede e/ou localização na sede.
Para tanto se utilizou equipamento como:
• GPS – marcação de pontos, com aquisição de informações de localização
e coordenadas geográficas.
• Câmera fotográfica digital – tomada de fotos panorâmicas expressivas e
que representem a função dos pontos turísticos trabalhado.
3.3 RESGATE HISTÓRICO, ECONÔMICO, CULTURAL E SOCIAL DOS PONTOS
TURÍSTICOS.
Nesta etapa elaborou-se informações referentes às características e dados de
cada um dos pontos turísticos considerados para o trabalho, seguindo-se as
seguintes atividades:
• Pesquisa dos pontos turísticos, através de pesquisa bibliográficas, jornais
e folder’s informativos, livros, teses, dissertações, cartilhas que já possuíam
informações dos locais selecionados.
• Seleção de informações relevantes ao trabalho e para cada um dos pontos
selecionados, visando sua caracterização e descrição;
• Geração de mapas de localização, com informações municipais e em
escala maior dos pontos pesquisados;
• Elaboração de propostas metodológicas de ensino de Geografia a partir de
pontos turísticos e sua visitação por parte de professores da rede escolar,
gerando subsídio a estes para ensinar Geografia a partir de saídas a campo,
para as turmas escolares de 4ª, 5ª e 6ª séries, preferencialmente, o Ensino
Médio também pode ser incluído.
22
4 RESULTADOS DO TRABALHO
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO
Erechim está localizado geologicamente na Bacia Intracratônica do Paraná,
estando situada estratigraficamente na Formação Serra Geral, tendo por base a
Formação Botucatu e, por topo, depósitos quaternários recentes.
A região se caracteriza por dois domínios topográficos: planalto de
ondulações suaves ao Sul e, ao Norte, apresentando um maior reentalhamento das
formas constituindo “vales encaixados e vertentes abruptas com afloramentos
basálticos” (CASSOL & PIRAN, 1975, p.17), intensificando a erosão fluvial e pluvial.
Está inserido fisiograficamente numa porção do extenso Planalto Meridional
do Brasil, no Centro - Norte do Estado do Rio Grande do Sul. A sede municipal dista
cerca de 360 Km da capital, Porto Alegre e possui como principais rodovias de
acesso as BR 153, RS 135, RS 331, RS 480, RS 479, RS 420 e RS 211.
Erechim limita-se ao Sul com os municípios de Erebango e Getúlio Vargas, a
Leste com os municípios de Três Arroios, Gaurama e Áurea, a Oeste com Paulo
Bento e Barão de Cotegipe e ao Norte com o município de Aratiba. (Figuras 02 e
03).
O município de Erechim, RS está localizado entre as coordenadas 27º28’53“ e
27º47’03” de latitude Sul e 52º20’27” e 52º08’53” de longitude Oeste, na região do
Alto Uruguai, a uma altitude média de 768m (ver Figura 01).
A área total calculada para o município de Erechim é de 429,80 km², sendo
387.78 Km² área rural e 42,02 km² área urbana.
A população estimada do Município de Erechim, conforme dados IBGE
(2007), é de 92.945 habitantes, representando 0,89% da população do estado,
sendo 84.384 habitantes na zona urbana (90,79%) e 8.561 habitantes na zona rural
(9,21%), a população masculina esta entorno de 44.818 habitantes (48,22%) e
feminina 48.127 habitantes (51,78%) a densidade demográfica é de 118,54
habitantes por km² e seu IDH é de 0,826.
23
Figura 01 - Mapa de Localização geográfica do Município de Erechim/RS Fonte: LagePlam – URI/Erechim/2008
24
No Município de Erechim são encontradas duas formações florestais, floresta
com Araucárias chamada de Floresta Ombrófila Mista e Floresta sem Araucária
chamada de Floresta Subtropical do Alto Uruguai.
O clima é subtropical, sendo influenciado por ações de frentes frias de origem
polar. Caracteriza-se por possuir um clima mesotermal, com chuvas distribuídas por
todo o ano e sem estação seca definida, ocorrendo verões quentes e invernos frios e
a média da pluviosidade é de 1.781 mm e os ventos predominantes são do
quadrante norte (PIRAN, 1982).
A rede hidrografia do Município de Erechim é formada pelos rios Dourado,
Suzana, Leãozinho, Ligeirinho, Campo, Cravo, arroio Tigre e lajeado Henrique. Já o
relevo predominante é ondulado, formado por declives curtos em dezenas de
metros e declives variáveis de 5 a 15%. O relevo mais suave ocorre em algumas
áreas de menor extensão.
Os pontos trabalhados para a pesquisa podem ser observados no mapa do
município de Erechim, denominado de Mapa Político-Administrativo, com as
informações municipais relativo à cartografia.
Os três pontos trabalhados como pontos turísticos de estudo na Geografia e
exploração de conteúdos foram:
- Vale do Dourado;
- Seminário Nossa Senhora de Fátima;
- Cascata Nazário. (Ver Figura 02)
25
Figura 02- Mapa Político-Administrativo de Erechim/RS e localização geográfica dos pontos. Fonte: Lageplam – URI/Erechim/2009
26
4.2 PRIMEIRO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO ECOLÓGICO – VALE DO RIO DOURADO
Um vale é um acidente geográfico cujo tamanho pode variar de uns poucos
quilômetros quadrados a centenas ou mesmo milhares de quilômetros quadrados de
área. É tipicamente uma área de baixa altitude cercada por áreas mais altas, como
montanhas ou colinas. (WIKIPÉDIA, 2009)
4.2.1 Caracterização Geográfica do vale do Rio Dour ado
No município de Erechim, englobado pelo Planalto sul Rio-Grandense,
encontra-se o Vale do Dourado, localizado no Bairro Consolata, na borda noroeste
do perímetro urbano (Ver figura 02). Está a uma distância de 1,5 km da sede, onde
encontra-se o mirante do Bairro Consolata, onde pode-se observar o Vale que
apresenta um cenário de ampla visão, com sua paisagem característica que mostra
ao visitante a dimensão da exuberância da natureza, o fato do relevo ser acidentado
não permitiu a mecanização da lavoura, com isso a mata permaneceu preservada e
proporcionando uma observação privilegiada do vale. (Ver Foto 01 e Figura 03)
Foto 01 - Vista do Vale do Dourado 1 - Erechim Fonte: Piran, N., 2004.
27
A partir o mirante, podem-se observar aspectos como a Vegetação Ombrófila
mista, o vale dissecado do planalto Sul Rio-grandense, aspectos de topografia e
relevo, ocupação humana e transição das paisagens Rural/Urbana, na qual o
professor pode estar explorando com o conhecimento cotidiano dos alunos, através
de descrições, gravuras e textos auxiliares ao conhecimento teórico.
Foto 02 - Vista do Vale do Dourado 2 - Erechim Fonte: Autor (2009)
Foto 03 - Vista do Vale do Dourado 3 - Erechim Fonte: Autor (2009)
28
Figura 03 - Mapa do Vale do Dourado – Ponto Turístico / Geográfico com o Rio Dourado ao fundo do Vale Fonte: Lageplam – URI/Erechim/2009
29
4.2.2 Proposta de estudo no Ensino da Geografia – V ale do Dourado
A partir de uma proposta metodológica, os alunos do ensino fundamental
sentem a necessidade de ir além do conhecimento em sala de aula precisam
confrontar a teórico com a realidade. Cabe, portanto, ao professor buscar estratégias
para transformar a relação ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a proposta deste
estudo está pautada em conteúdos primeiramente teóricos e posteriormente em
visitações a campo devidamente programadas e autorizadas. Este tipo de estudo,
proporciona despertar o interesse dos alunos para os conteúdos geográficos,
proporcionando um melhor desempenho no ensino de Geografia.
É importante lembrar que esta proposta deve ser desenvolvida quando será
visto os tipos de relevos e assim se exemplificará com o Vale Dourado com uma
saída a campo exploratória e que permita ao aluno associar o conhecimento teórico,
com o trabalho de exploração e também o conhecimento cotidiano do aluno.
- Proposta de Ensino a partir do estudo do relevo d o Vale do Dourado
Objetivo: tem por objetivo mostrar e descrever os aspectos do relevo.
As formas de relevo
Pode-se dizer que o relevo é toda forma assumida pelo terreno (montanhas,
planalto , planícies, depressões, etc.) A altitude do relevo é medida com referência
no nível do mar, em metros. O relevo em função das altitudes e dos planos, pode se
apresentar nas formas de: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
Desenvolvimento: Em sala de aula, apresentar os conceitos principais sobre
os tipos de relevos. Para incentivar a discussão e a leitura, leve materiais
previamente pesquisados com cópias para todos os alunos. Privilegiando o uso de
imagens recursos importantes para a compreensão do conteúdo, como o mapa do
30
vale do Dourado, fotografias e visita o local com o grupo de alunos para discussão
das formas evidenciadas a partir da visita e as estudadas em sala de aula.
Fazer os alunos descreverem e associarem nomenclaturas populares de
relevo com as nomenclaturas estudadas em sala de aula. Isto permitirá ao aluno a
memorização e o conhecimento popular a partir da sua vivencia nas comunidades
de aprendizagem fora da sala de aula.
- Proposta de Ensino a partir do estudo da vegetaçã o e da hidrografia do Vale do Dourado
Objetivo: demonstrar os tipos de vegetação e hidrografia da Região do Alto
Uruguai.
Floresta Estacional Decidual – este tipo de vegetação é caracterizado por duas
estações climáticas bem demarcadas. No RS, embora o clima seja temperado,
possui uma curta época muito fria e que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade
fisiológica da floresta.
Esta formação ocorre na forma de disjunções florestais apresentando o
estrato dominante predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos
despidos de folhas no período frio.
Sua ocorrência é destacada na região do Alto Uruguai, ao norte do Estado, e
na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra Geral, até as proximidades do rio
Itu ( afluente do rio Ibicuí), fazendo limite com os campos da Campanha gaúcha.
De modo geral, as espécies integrantes da Floresta Estacional da região do
rio Uruguai são as mesmas da encosta sul do planalto, mas apesar disso, ocorre
certo número de espécies próprias. A canafístula (Peltophorum dubium) e o timbó
(Ateleia glazioviana), por exemplo, são espécies características da Floresta do Alto
Uruguai. (IBGE, 1994)
Bacia Hidrográfica do Passo Fundo Várzea - A bacia do Passo Fundo-Várzea
abrange uma área de 14.687,25 km2. Está situada na região fisiográfica Alto
Uruguai. Limita-se ao norte com o Rio Uruguai (Estado de Santa Catarina); ao sul
com a bacia do Alto Jacuí; a leste com a bacia do Apuaé- Inhandaua; e a oeste com
31
a bacia do Turvo-Santa Rosa- Santo Cristo. É composto pelos Rios Passo Fundo,
Erechim, Dourado e da Várzea.
Desenvolvimento: Apresentar o tipo de vegetação e a Hidrografia da Região e
destacar o tipo de vegetação predominante na região onde os alunos moram.
Pesquisar e fazer uma breve descrição de suas características e das principais
funções ecológicas e ambientais da área. Colar fotos ou gravuras para ilustrar o
trabalho, bem como relatos de como eram as características originais da vegetação
em períodos de inicio da colonização.
- Proposta de Ensino a partir do estudo de campo so bre os aspectos
estudados (Conteúdo teórico) do Vale do Dourado
Objetivo: C omparar o conteúdo aprendido em sala de aula com a realidade
local exemplificando e identificando com registros fotográficos e relatos orais dos
alunos.
Desenvolvimento: É hora de ir a campo. Organizar uma pauta de
observação para analisar cada horizonte. A atividade será uma visitação ao Vale
Dourado no Município de Erechim, orientando para a elaboração de um relatório
sobre o que foi visto em campo. Cada horizonte deve conter informações sobre o
que foi estudado em termos de vegetação, relevo e hidrografia.
4.3 SEGUNDO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO RELIGIOSO – SEMINÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
4.3.1 Histórico 2
O Papa Pio XII, ao criar a diocese de Passo Fundo, em 10 de março de 1951,
desmembrada integralmente do território da diocese de Santa Maria, solicitava
também a criação de um seminário para a formação dos futuros padres da diocese.
Dom Cláudio Colling, o bispo nomeado para a nova diocese, tomou imediatamente
as providências para a construção do devido seminário e a cidade escolhida foi
2 Dados Disponível em: www.cassul.com.br/html/index.php?id=erechim /seminario Acessado em: 02 mai. de 2009. e BENINCA, D. Uma Diocese chamada Erechim. Passo Fundo: Pe. Berthier, 1996.
32
Erechim que, na época, era uma colônia forte, sendo também uma grande
sementeira de vocações.
A construção do seminário, em alvenaria, foi iniciada no dia 3 de agosto de
1953. A planta foi realizada pelo engenheiro Plínio de Matos Totta. Esteve à frente
das obras o Cônego Fioravante Magrin, que empenhou-se muito fazendo
campanhas junto às paróquias e famílias da região.
Desde o início de suas atividades, em 1953, o Seminário de Fátima contou
com a presença de Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, atuando
em diversos trabalhos. No dia 5 de fevereiro de 1955 a primeira ala do seminário,
uma construção em três pisos medindo 85,50 metros de comprimento por 13 de
largura foi inaugurada.
Com a inauguração da primeira ala do seminário, foi iniciada a construção da
parte restante. A inauguração da parte final, uma construção em dois pisos medindo
60 metros de comprimento por 13 de largura, aconteceu no dia 21 de outubro de
1956.
No dia 13 de outubro de 1957, por ocasião da 6ª Romaria, foi dada a bênção
da Pedra Fundamental do Santuário Nossa Senhora de Fátima. Este ato marcou
início da construção do mesmo. O seminário, que nascera sob a proteção da Virgem
Maria, chegava agora à última etapa das construções previstas. As obras do
Santuário foram concluídas em 1960 e o mesmo foi inaugurado na 9ª Romaria,
realizado no dia 16 de outubro deste ano.
Em 27 de maio de 1971 foi criada a diocese de Erechim e no dia 1º de agosto
do mesmo ano, 1971, ela foi instalada, sendo D. João Aloysio Hoffmann o primeiro
bispo. O seminário Nossa Senhora de Fátima, que até então era de diocese de
Passo Fundo, passou a ser da diocese de Erechim.
Desde sua fundação, em 1953, até 2003, passaram pelo Seminário 1311
alunos, dos quais 93 foram ordenados presbíteros e dos quais 4 bispos. Além da
formação em vista do sacerdócio, o Seminário é um centro de formação de
lideranças. A partir de 1973, funciona no Seminário a Escola Diocesana de
Servidores de Comunidades, com aulas em Janeiro e julho, além de acontecer
inúmeros outros encontros e cursos para lideranças em geral da região. No dia 3 de
agosto de 2003, data que marca os 50 anos de início da atual construção em
alvenaria, celebramos o Jubileu de Ouro do Seminário Nossa Senhora de Fátima.
33
4.3.2 Caracterização do Seminário Nossa Senhora de Fátima
Acontece anualmente, no segundo domingo do mês de outubro, a Romaria de
Nossa Senhora de Fátima, junto ao santuário erguido no interior do Seminário Nossa
Senhora de Fátima, reunindo uma média de 50 a 60 mil fiéis. A Romaria3 teve início
em 1951. Junto ao santuário estão localizados também: o Seminário que acolhe
cerca de 120 jovens por ano, vindos de várias regiões; a residência do Bispo
Diocesano; o Centro Administrativo e a Pastoral Diocesano; a Cúria Diocesana; a
Livraria; a Sociedade Rádio São José Ltda e a Rádio Virtual.
Foto 04 - Celebração de missa a Romaria de Nossa Senhora de Fátima. Fonte: www.cassul.com.br
Além das romarias acontece a Festa di Bacco, a Festa da Uva de Erechim.
No local, os produtores de uva do município assim como as agroindústrias familiares
comercializam o que fabricam em suas propriedades. Além do vinho e da uva in
natura, há geléias, pães, bolachas, queijo, salame, suco de uva e muito mais. A
Feira conta ainda com o artesanato rural, jogos tradicionais, apresentações culturais,
oficinas e shows.
3 Romaria é uma forma de exteriorizar a fé que a gente traz por dentro, também serve para incrementar o turismo. BENINCA, D. Uma Diocese chamada Erechim. Passo Fundo: Pe. Berthier, 1996. p. 40.
34
Outro evento é a Feira do Livro que também se realiza no Seminário Nossa
Senhora de Fátima, além da Feira temos a programação de oficinas, shows
musicais, apresentações teatrais, lançamento de livros, sessão de autógrafos,
premiação de concurso, mesa redonda com escritores e palestras.
No seminário há área verde que serve para caminhada e lazer das famílias
nos finais das tarde como nos finais de semana (ver figura 04).
Figura 04 - Mapa do Seminário Nossa Senhora de Fátima – Ponto Turístico Religioso Fonte: LagePlam/2009
35
Foto 05 - Vista do Seminário Nossa Senhora de Fátima - Erechim Fonte: Autor (2009) Foto 06 - Vista do Seminário Nossa Senhora de Fátima - Erechim Fonte: Autor (2009) 4.3.3 Proposta de estudo no Ensino da Geografia no Seminário Nossa Senhora de Fátima Essas informações a cerca dos vários processos de construção, reforma e,
até de demolição indicam, a principio, a importância que esse movimento religioso
36
passou a adquirir enquanto manifestação da fé ou da crença no sagrado,
favorecendo a cada período um aumento significativo da quantidade de romeiros,
influenciando na construção de uma cartografia que extrapolava a cada período os
seus contornos originais.
Algumas propostas de ensino utilizando o espaço do Seminário Nossa de
Fátima
- As Atividades Humanas e a Regiosidade
- Objetivo: Exemplificar a importância da religiosidade e espiritualidade no
desenvolvimento de atividades humanas.
- Desenvolvimento: Em uma primeira etapa prepara-se o aluno para entender o
papel da religiosidade e as transformações mundiais a partir das diferentes religiões.
Nesta etapa podem-se trabalhar conflitos religiosos mundiais, como a faixa de Gaza,
o mundo Islâmico entre outros assuntos. Pode-se também expressar o papel de
alguns pontos a serem agregadoras de funções religiosas como Roma, Palestina,
Israel. Posteriormente pode-se trabalhar com os alunos a elaboração do Calendário
de Festividades e comemorações religiosas no município, tendo em vista que em
muitos dos alunos vem de comunidades ou localidades que possuem diferentes
datas, santos e atividades religiosas.
- Atividade de Campo : Com o mapa da cidade e do Seminário Nossa Senhora de
Fátima é possível a saída de campo, trabalhando a noção de Orientação Geográfica
(Rosa dos ventos), escala e tipo de ocupação do espaço (local de meditação e lazer
em ambiente urbano).
Após a saída de campo podem-se explorar várias atividades humanas como:
- Elaboração um calendário anual de todas as atividades que ocorrem no
espaço interno do Seminário. Após o qual solicita-se para os alunos diferenciarem as
festividades religiosas das atividades diversas que ocorrem no espaço.
Exemplos:
37
a) Festividade Religiosa: Romaria de Nossa Senhora de Fátima; Procissão de
Corpus Cristi; procissão de Semana Santa, Paixão de Cristo....
b) Festividades Não Religiosas – Festa di Baco; Feira do Livro.....
Assim, trabalha-se com as diferentes formas de ocupação do espaço
inicialmente mantido por entidade religiosa, mas que ao mesmo tempo te funções
diversas e agregam pessoas de outras religiões tendo em vista o espaço físico e as
atividades que ai ocorre.
Como uma ultima atividade sugere-se ao aluno atividade de reflexão sobre o
papel das religiões e como estas podem conviver de forma harmoniosa e mesmo
cumprindo um importante papel na sociedade moderna.
4.4 TERCEIRO PONTO TURÍSTICO: PONTO TURÍSTICO DE LAZER – PARQUE CASCATA NAZARI 4.4.1 Histórico de Ocupação
Localizado no interior do município a uma distância de 10 quilômetros em
direção ao município de Áurea, por estrada asfaltada e posteriormente por estrada
de chão, apresenta um amplo espaço de lazer com espaços naturais intercalados
com espaços de acampamentos e áreas construídas (Figura 05).
Este espaço caracterizado como sendo de atividade de lazer devido às águas
termais teve o início das atividades em 01 de maio de 1985. Na década de 1960 a
Petrobras, em busca exploratória de petróleo na bacia do Rio Uruguai, realizou
inúmeras perfurações com até 900 metros de profundidade. O que resultou desta
atividade foram perfurações geológicas que possibilitaram o acesso ao aqüífero
chamado hoje de Guarani, composto por rochas areníticas com propensão a
porosidade e armazenagem de água entre estes poros compostos por rochas
sedimentares.
38
Figura 05 - Mapa da Localização geográfica e Entorno da Cascata Nazari – Erechim/RS Fonte: LagePlam/2008
39
Como a exploração por parte da Companhia Petrobrás não obteve êxito na
busca por petróleo estes foram abandonados e posteriormente na década de 90
foram reaproveitados para a extração de águas termais, consideradas terapêuticas.
Com a concessão de instalação de uma PCH (pequena central Hidroelétrica)
no Rio Campo, por parte do proprietário do Parque cascata Nazari e a instalação de
áreas de acampamentos e piscinas de banho houve enormes procura
principalmente em períodos de verão, aproveitando o Rio Campo como área de
lazer.
Foto 07 - Vista da Cascata Nazari 1 - Erechim Fonte: Ledir Nazari (2009)
Foto 08 - Vista da Cascata Nazari 2 - Erechim Fonte: Ledir Nazari (2009)
40
As atividades desenvolvidas no Parque cascata Nazari são:
- Banhos em piscinas com águas termais (temperatura de aproximadamente 29
graus Centígrados); Quadras esportivas e campo de futebol; Barracas de
alimentação e venda de lanches; Churrasqueiras e quiosques ao ar livre para a
realização de churrascos e alimentação; Local de Acampamento para a instalação
de barracas com pontos de luz, lixeiras e outras infraestruturas; Banheiros e locais
de banho.
4.4.2 Proposta de estudo no Ensino da Geografia – C ascata Nazari
- Proposta 01– Tipo de Lixo gerado e depositado na cascata Nazari e estudo de
disposição adequada
Despertar nos alunos a consciência ambiental e a implicação das ações
humanas no meio ambiente.
Encaminhamentos:
Observar o lixo depositado no ponto turístico de lazer a cascata Nazari,
focando os pontos de maior concentração, como as suas quatro entradas, ou
mesmo no interior do parque, onde os resíduos se concentram em maior quantidade.
Ainda neste contexto é possível estudar os tipos de resíduos, a sua procedência e
os seus impactos no ambiente natural. Pode-se criar folder informativo com o tipo de
lixo encontrado e o tempo de deterioração de cada um no ambiente.
O fechamento da atividade consiste em desenvolver um projeto de
conscientização ambiental, especialmente para a questão do lixo.
Proposta 02 - O contexto da zona rural – Saída a campo
Encaminhamentos:
Durante a visita o professor deverá propor a observação de aspectos
relacionados à agricultura, pecuária, apicultura, mata nativa, nascente de rios, tipos
de solo, vegetação, conservação ambiental, entre outros. Levar os alunos a
compreender e sistematizar as características das áreas urbana e rural, abordando a
41
interdependência entre elas e as principais diferenças no modo de vida de seus
habitantes.
Nessa proposta abre-se um vasto leque de possibilidades de atividades de
fechamento. Por exemplo, a construção de maquetes, observando as duas
realidades distintas e sua interdependência (meio urbano e meio rural), elaboração
de painéis com principais atividades de cada meio e/ou ainda exposição, por meio
de artigos, evidenciando os modos de vida das duas realidades abordadas.
5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
A modernização do ensino aliado a novas tecnologias em sala de aula fazem
com que o professor busque novas alternativas de ensino, visando um processo de
mediação do processo de ensino-aprendizagem.
Assim, o professor não é mais o centro da sala de aula, mas é a peça
condutora do processo, desencadeando-o e estimulando a busca do conhecimento e
novas alternativas de ensinar.
Essas novas reflexões podem servir de orientação para a operacionalização
de novas propostas como as apresentadas por este trabalho, e que podem ser
implementadas facilmente em qualquer situação, em qualquer município ou cidade,
pois parte-se do princípio de análise do espaço do entorno (município/região).
Fica, pois, claro que elas tem como objetivo principal orientar os professores
na condução de um ensino de Geografia que propicie aos alunos a construção do
conhecimento a respeito do espaço geográfico.
As propostas que foram apontadas nesse trabalho de conclusão de curso
buscam resgatar elementos básicos da formação escolar do cidadão. Elas têm a
intenção de propiciar condições para que os alunos adquiram conhecimentos
significativos acerca da realidade natural e social, através do estudo de pontos
turísticos locais.
Por exemplo, o ponto turístico representado pelo Seminário Nossa Senhora
de Fátima destaca um importante local que foi e esteve constantemente presente na
história municipal, assim proporcionando ao aluno o interesse em conhecê-lo. Além
das propostas sugeridas nesse trabalho, o professor deve conduzir o entendimento
dos alunos a partir de aspectos voltados para tal realidade.
Sugerem-se ainda algumas formas de abordagens para diferentes pontos
turísticos, como por exemplo: a construção de mapas, diferentes tipos de
temperatura e radiação solar, o processo de erosão, as paisagens em transformação
e seus agentes, o lixo urbano e os impactos causados pela poluição, entre outros.
Nota-se que o estudo de pontos turísticos como metodologia de ensino
permite vários níveis de interpretação, múltiplas áreas do conhecimento abordando
um só objeto de estudo (ponto turístico).
REFERÊNCIAS
ACERENZA, M. A. Administração do turismo: planejamento e direção. Caxias do Sul: EDUSC, 2003. ANDRADE, J. V. Turismo- fundamentos e dimensões. 8ª ed. São Paulo, editora Ática, 2001. BARRETTO M. Manual de Iniciação ao Estudo do Turismo . 6ª Edição. Coleção: Turismo. São Paulo: Papirus, 2000.
BARROS, N. C. . Manual de geografia do turismo . Recife: UFPE, 1998. BENINCÁ, D. Uma Diocese chamada Erechim. Passo Fundo: Berthier, 1996. BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 3 ed. São Paulo: SENAC, 1999. CRUZ, R. C. A. da. Introdução à geografia do turismo . 2. ed. São Paulo: Roca, 2003. CAVACO, C. “Turismo rural e desenvolvimento local” , Apud. RODRIGUES, A. B. Turismo e Geografia – reflexões teóricas e enfoques regionais; São Paulo, Hucitec. 2001. FILIZOLA, R. Turismo e educação: uma perspectiva geográfica. In: ENCONTRO NACIONAL DE TURISMO COM BASE LOCAL, 8., Anais eletrônicos... Curitiba: UFPR, 2004. KRAEMER, M. E. P. Turismo Ecológico e a sustentabilidade – 2006. Disponível em: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=2> Acessado em: 06 nov. 2008. PINHEIRO, L.M.S. et al. Plano regional de desenvolvimento sustentável do Ag reste, Potengi e Trairi: diagnostico. V 1, Natal/RN: IICA, 2004. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?> Acessado em: 15 mar. 2009. REJOWSKY, M.. Turismo e perspectiva científica . Campinas: Papirus, 1998. RODRIGUES, A. B. Turismo e espaço : rumo a um conhecimento transdisciplinar. São Paulo: Hucitec, 1997. SOUZA, J. A. X. e ASSIS, L. F. A Inserção Transversal do Turismo nas Aulas de Geografia do Ensino Médio. Caminhos de Geografia Uberlândia v. 8, n. 21 Jun/2007. WIKIPEDIA - Disponível em: < pt.wikipedia.org/wiki/Turismo _religioso -> Acessado em: 06 nov. 2008. STEIL, C. A. Peregrinação e turismo: o Natal Luz em Gramado e Ca nela. XXII Reunião da ANPOCS, Caxambu, 1998. SILVEIRA , E. J. S. Turismo Religioso Popular? Entre a Ambigüidade Conceitual e as Oportunidades de Mercado. Revista de Antropologia Experimental, nº 4. 2004.