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O MONOTEÍSMO BÍBLICO E OS DEUSES DA CRIAÇÃO RAYOM RA

Monoteismo Biblico e Os Deuses Da Criacao

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Monoteismo Biblico e Os Deuses Da Criacao

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  • O

    MONOTESMO BBLICO

    E OS

    DEUSES DA CRIAO

    RAYOM RA

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    NDICE

    PARTE I - HISTRIA E RELIGIO

    Prlogo Pg. 3

    Captulo I SOB A POEIRA DAS ESTRELAS Pg. 9

    Captulo II PORTAIS DO TEMPO Pg. 17

    Captulo III CRONOLOGIAS DE PERSONAGENS BBLICOS Pg. 23

    Captulo IV OS PATRIARCAS QUE A HISTRIA NO RECONHECE Pg. 31

    Captulo V A MONTAGEM DA BBLIA Pg. 40

    Captulo VI OS DEZ MANDAMENTOS Pg. 48

    Captulo VII AS ALIANAS DE IEVE COM OS HEBREUS DO XODO Pg. 53

    Captulo VIII A ARCA DA ALIANA Pg. 56

    PARTE II - ESOTERISMO E CRIAO

    Captulo IX PROCESSO EVOLUCIONISTA Pg. 67

    Captulo X A CRIAO DO SISTEMA SOLAR Pg. 72

    Captulo XI CARMA DO SISTEMA SOLAR Pg. 79

    Captulo XII DIFCEIS MOMENTOS NA TERRA Pg. 91

    Captulo XIII MUNDOS Pg. 101

    Captulo XIV CADEIAS PLANETRIAS Pg. 106

    Captulo XV DOS REINOS HUMANIDADE Pg. 113

    Captulo XVI O ADVENTO DAS RAAS Pg. 121

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    A PRIMEIRA RAA PG. 122 A SEGUNDA RAA PG. 126 A TERCEIRA RAA PG. 129 A QUARTA RAA PG. 136 PRIMEIRA SUBRAA ATLANTE PG. 142 SEGUNDA SUBRAA ATLANTE PG. 143 TERCEIRA SUBRAA ATLANTE PG. 144 QUARTA SUBRAA ATLANTE PG. 146 QUINTA SUBRAA ATLANTE PG. 148 SEXTA SUBRAA ATLANTE PG. 148 STIMA SUBRAA ATLANTE PG. 149

    ASPECTOS GERAIS DA CIVILIZAO ATLANTE PG. 149

    RAA ARIANA - A QUINTA RAA

    PRIMEIRA SUBRAA ARIANA PG. 152 SEGUNDA SUBRAA ARIANA PG. 152 TERCEIRA SUBRAA ARIANA PG. 153 QUARTA SUBRAA ARIANA PG. 154 QUINTA SUBRAA ARIANA PG. 155 ASPECTOS GERAIS DO PERODO ARIANO PG. 156

    BIBLIOGRAFIA PG. 157

    Obra registrada no Escritrio de Direitos Autorais No. 426.610

    O Monotesmo Bblico e os Deuses da Criao Autor: Rayom Ra

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    PRLOGO

    Ao intitularmos essa obra: O Monotesmo Bblico e os Deuses da Criao, poderamos tambm ter escrito ao inverso: Os Deuses da Criao e o Monotesmo Bblico, pois na cronologia histrica o monotesmo no determina um final existncia de deuses solares. Nenhuma crena ou nova verdade pode apagar todas as verdades anteriores ou as substituir para sempre. Muito menos em se tratando da humanidade e seus perodos de evoluo cclica de conscincia.

    O monotesmo egpcio j aparecera antes do monotesmo hebreu com Amenophis IV, o fundador do culto a Aton, chamado tambm de Amenhotep IV ou Akhenaton, sem que os altos sacerdotes egpcios propagadores do monotesmo, entendessem que o banimento dos deuses criadores seria para sempre, substitudos pela gesto de um nico e absoluto Deus Solar. Sabiam que no seria simplesmente assim porque eram iniciados nos verdadeiros mistrios e conhecedores das funes dos deuses.

    Moiss ao implantar o monotesmo hebreu e tentar estabelecer uma religio unicamente racial para seu povo, falhou nessa inteno por trs principais motivos. O primeiro, foi a necessidade de trazer leis morais e sociais; o segundo, foi de construir uma arca e montar uma tenda para Deus; e o terceiro, de precisar introduzir um culto de magia. Houve, nesses eventos, no s a insero dos hbitos histrico-religiosos da milenar cultura egpcia, como de prticas de sacrifcios e imolaes animais j antes utilizadas em rituais de povos politestas. No existiu, portanto, a originalidade absoluta de um credo monotesta judeu, mas sim casusmo. A bem da verdade, o Egito sempre esteve presente na alma de Moiss e dos hebreus e jamais deles se apartou, no importando o fato da troca de um panteo de deuses para uma s e absoluta divindade.

    Entretanto, o monotesmo criaria razes e grassaria por todo o oriente mdio e mais tarde fundamentaria a prpria religio crist espalhando-se pelo mundo.

    Na verso esotrica da criao, os deuses solares estiveram e esto sempre presentes na Terra. O politesmo, na realidade, nunca foi descartado das hostes criadoras de todos os reinos. A mxima budista de que no h um Deus, mas deuses criadores, ficou relegada e mantida distante de muitas das religies, mesmo porque os fundamentos das existncias do universo e de nosso sistema solar sempre evocaram um Onipotente, no que concordam os budistas com esse pensamento brahamnico.

    Ou seja, h o Imanifesto e Impronuncivel, o Ininteligvel Brahman ou Parabrahaman. Abaixo Dele h a trindade Brahm-Vishnu-Shiva e abaixo da trindade, ao alcance de nossas humanas compreenses, desfilam os deuses criadores e mantenedores de nosso sistema solar.

    H suficientes argumentos nas pginas dessa obra onde comentamos da existncia de muitas hierarquias de seres superiores, que so exatamente os deuses solares dos antigos e tambm - por aparente incoerncia - os introdutores dos monotesmos egpcio e judeu. No h como fugir dessa verdade e no nos incomodamos em absoluto com a crena crist monotesta, porm a aceitamos com conceitos acima das consideraes religiosas. A trindade csmica de Deus-Pai, Deus-

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    Filho e Deus-Esprito Santo, ou dos trs Logos dos gnsticos, vem em si mesma impregnada da necessidade de um trabalho colaborador de geraes politestas. bem diferente a explicao gnstica da trindade daquela esposada pelas religies crists. Nos cultos ofitas a trindade se desdobra em quatro, na tetraktys, com Sophia procedendo de Sig-Bythos-Ennoia, o que a concepo indu mostra-nos algo parecido. No indusmo, o Brahman Supremo, Incognoscvel e Incorpreo, gera uma emanao temporal que faz nascer o Brahm masculino e imanifesto que vai resultar em trs Logos ou Deuses Absolutos. Mas do terceiro Logos imediatamente emana Anima Mundi, a Alma Universal, e em seguida diversos deuses hierrquicos que vm atuar e levar adiante todo o Grande Plano da Criao para o sistema solar.

    O livro aqui apresentado tem duas partes distintas colocadas no com a inteno de traar paralelos a fim de tecer propositais impasses e neles agregar mais dvidas quanto existncia de Deus ou de personagens bblicos. Mas como duas faces de uma mesma realidade, embora o deus cristo difira em alguns aspectos importantes do deus bramnico. A Bblia por si s um livro polmico onde o ceticismo no consegue provas inequvocas de suas narrativas, ou no deseja reconhecer as evidncias. Mas qual das grandes e significativas religies mundiais conseguiu realmente provar suas inteiras origens seno basear-se muito mais nas crenas da tradio oral, e nos pergaminhos ou crnicas chamadas comumente pelos leigos descrentes de apcrifos? E pareceria mesmo incongruncia precisar-se apelar unicamente s provas materiais a fim de a comunidade ctica reconhecer a legitimidade de uma religio. E para qu? Pois para religies e religiosos o descaso ctico e o atesmo a nada abalam. Sua importncia menos do que o relativo.

    Se uma religio possui um credo ou um livro sagrado com cdigos morais conducentes aos bons atos para agregao do ser humano em sociedades, as demais provas materiais sobre seus fundadores tornam-se secundrias. Se os cticos no se satisfazem com a f e nem com os livros sagrados, pior para eles. Mesmo dez mil provas materiais nunca os convenceria, pois o ceticismo fundamentalmente intolerante.

    As cincias se por um lado ajudam no reconhecimento de fatos religiosos, por outro lado vm aumentar o ceticismo e o atesmo. Os laboratoristas jamais se deixam dobrar diante de achados arqueolgicos - a no ser que lhes sirvam para sedimentar ainda mais o materialismo - e no lhes servindo, a eles adicionam novas hipteses dbias que logo transformam em teorias a compendiar teses refutadoras. E por faltar maiores provas nas histrias das religies a contento dos cticos, os relatos dos feitos de seus grandes homens deixam de ser possibilidades reais, vindo cair no patamar do imaginrio crente. E sem provas consideradas slidas fica valendo o fisiologismo revelado pelos historiadores da oficialidade acadmica, respaldado pelo valioso auxlio de fragmentos arqueolgicos muito bem escolhidos.

    Nada perfeito nesse mundo, muito menos so perfeitas as religies. A histria j demonstrou o quanto o homem foi capaz de destruir, fosse ele religioso ou no. Mas os historiadores no fazem o menor esforo para reconhecer o invisvel. Para eles, o invisvel inexistente, portanto irrelevante para as causas da verdade e no se ajusta s proposies racionalistas do cientificismo moderno ou da filosofia materialista. , portanto, um completo celeiro de crendices sem quaisquer bases ou respaldos. Pois a histria do homem biolgico a nica existente, objeto que foi de um inegvel ciclo

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    evolutivo desde um passado avoengo macacide, ou de um ancestral comum elo de todas as espcies, jamais encontrado e nunca visto, que as cincias vm dimensionando em formato elusivo de nova fbula darwinista. Para o ctico, a crena nunca fez o contedo humano de massa e ossos diferente, e no possvel reconhecer no religioso atitudes instintivas e gestos espontneos que o ateu no possua. Isso por si s j serviria para demonstrar que a religio no atua de dentro para fora, e o crebro elemento condicionante nico, comum a todos, acumulativo e lgico da realidade concreta, mas, infelizmente, sendo tambm originante da mente humana abstrata criadora de iluses.

    Assim, dentro do ceticismo moderno cada vez mais enraizado pelas instituies acadmicas, as grandes verdades milenares guardadas e mantidas pelas religies anteriores ao cristianismo, notadamente orientais, e pelo prprio cristianismo, vo sendo desmentidas e ridicularizadas pelos adoradores da tecnologia. Os homens voltados unicamente ao materialismo j edificaram um pedestal de barro e ali depositaram seu deus nico e verdadeiro - as cincias num todo - destituindo o Deus Onipotente e seus prepostos. E resolveram fechar seus ouvidos aos estudiosos do ocultismo, que demonstram que a linguagem oculta e simbolgica dos mestres da sabedoria milenar, pode ser na atualidade perfeitamente decodificada para desnudar as mesmas coisas que as cincias somente agora descobriram. E tambm orientar para a aceitao de determinados caminhos que ajudem a deslindar outros enigmas cientficos.

    A linguagem cientfica naturalmente tcnica, especializada e complexa. A fsica, a qumica, a matemtica, a antropologia e demais cincias afins esto presentes em quase todas as teses e descobertas. O deleite dos homens ateus das cincias justamente esse: pertencer a uma casta fechada, elitista e destacada; falar uma linguagem prpria seletiva, codificada, ininteligvel ao populacho e inacessvel ainda aos nefitos, e trabalhar teorias e experimentos sob uma gide humano-ditica implementadora do progresso mundial. Portanto, eles so as cincias!

    Nesses termos, a conciliao impossvel. A ambiciosa mente cientfica no entende os objetivos mentais e espirituais dos sbios das religies esotricas. Antes, desdenham-nos, pois dizem que no fosse o dedicado trabalho ctico, investigativo e experimental o mundo hoje estaria milnios atrasado, e as conquistas humanas que s as cincias permitiram alcanar no teriam acontecido.

    Mas que dizer dos males modernos que sempre marcham interligados com as conquistas cientficas e tecnolgicas, que municiam homens de ntimos selvagens habilitando-os a destruir milhes de vidas com uns poucos apertos de botes ou gatilhos? E os males que a tecnologia computadorizada e outros inventos maravilhosos trouxeram juventude e aos povos escravizados pelas naes ricas e mais poderosas? No, senhores, essa conversa vai longe, o debate muito mais amplo e profundo do que venha parecer aos simplistas pragmticos, e o bem e o mal no se apartam nunca das idias progressistas! As cincias no podem resolver esses problemas, mas podem sem dvidas agrav-los e o fazem, no por serem cincias, mas por seus representantes no saber ensinar a domar o animal-homem que tambm existe neles, e por fingir a inexistncia da alma universal. A sabedoria das cincias materiais avana do crebro para fora, se limita a um mundo turbulento tridimensional, e fornece armas a qualquer um sem qualquer responsabilidade com valores morais, ao

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    passo que a sabedoria esotrica permeia a alma humana como um blsamo e avana intimamente em paz e ao infinito, sob o seguro auxlio de princpios reguladores dos elementos causais.

    Considerando o lado esotrico da sabedoria do mundo, podemos afirmar que as cincias humanas avanaram extraordinariamente num curtssimo espao de tempo, comparativamente ao imenso passado ancestral, porque os deuses assim quiseram. Os deuses fizeram os homens redescobrir as cincias ao invs de os homens por si mesmos as terem descoberto como a algo inusitado. H um organismo diretor emanando dia e noite sobre a Terra e sobre os homens. Todos os avanos das reas humanas seguem um cronograma adrede, implcito nos caminhos da evoluo. Deus assim quer, O Logos assim garantiu, e as hierarquias diticas do conhecimento e sabedoria fazem-no funcionar atravs das pobres e orgulhosas criaturas humanas. Se os homens de cincias realmente soubessem que so meros instrumentos da vontade de Deus, ficariam imensamente envergonhados pelo ceticismo. Mais ainda, por entregar os produtos de suas pesquisas aos monoplios internacionais que dominam e escravizam povos.

    Quando o grande sbio e inventor croata Nikola Tesla afirmou que h abundante e inextinguvel energia livre no planeta, facilmente manipulvel para uso gratuito de todas as pessoas, o fizeram calar-se e com o tempo tiraram-lhe vrias de suas patentes de inventos prticos que o mundo de hoje se habituou utilizar. Aquele fantstico crebro disse em sua autobiografia que desde a infncia ouvia vozes e comunicaes mentais; que costumava ter vises, e em ocasies de ampliao de conscincia ficava doente, sendo obrigado a descansar para se recuperar. Declarava que seu conhecimento cientfico lhe era transmitido por extraterrestres.

    Tesla nada lucrou com seus inventos, mas esses mesmos inventos rendem incontveis somas de dinheiro para aquelas empresas do pool monopolista mundial que graas ao croata so hoje multibilionrias. E pelas experincias cientficas de Tesla caberia aqui a pergunta: seriam os extraterrestres os deuses solares da criao? Achamos que sim, porm nem todos!

    Rayom Ra

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    PARTE I

    HISTRIA E RELIGIO

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    CAPTULO I

    SOB A POEIRA DAS ESTRELAS

    O enigma da vida o nico e verdadeiro legado que o homem carrega. Antes mesmo de tentar conhecer-se como criatura, ele olhou para o cu e procurou entender as estrelas sonhando pela primeira vez. A imensido do firmamento sempre foi instigante para todos os povos de todas as naes. Parece-nos que a grandiosidade infinita do universo sempre inspirou para que se construssem monumentos gigantescos em comemorao e devoo a algum incrivelmente poderoso, que criara tantas coisas distantes, mas que magicamente estivesse presente sobre as cabeas e sob os ps dos homens. E este arquiteto, tantas vezes antropomorfizado, moraria nas estrelas, no azul ou negro do cu, ou dentro do abrasante sol. Quando desejasse, estaria nos uivos dos ventos ou ressoar das guas, no ribombar dos troves, na rapidez dos relmpagos ou no claro dos raios! Poderia aparecer para quem mais amasse, viver dentro dele, fazer coisas impossveis; matar e ressuscitar. Mas de tudo o que criara, o cu a rebrilhar na negra noite sempre fora o maior dos Seus enigmas, e se conseguisse entend-lo, entenderia tambm o Seu prprio mistrio!

    Os orientais, mais precisamente chineses e tibetanos, h milnios j ensinavam que o solo da Terra, as formas viventes e o corpo humano so nutridos de energia csmica e da matria provinda das estrelas. Os corpos celestes, diziam eles, sofrendo processo de desintegrao ou explodindo, pairam pelo espao em poeira, e essa poeira atrada para a Terra por ao do campo magntico formado entre a Terra e a Lua. Dessa afirmao, encontramos certa coincidncia na teoria da moderna astronomia quando ela define as galxias como conjuntos de estrelas envoltos por gs e poeira. Vemos, assim, que a distncia das antiqssimas civilizaes para o sculo atual no invalida a relao de conhecimento nesta curiosa particularidade.

    A astronomia, com frequncia, vem reajustando e reciclando seus postulados sempre que novas descobertas so comprovadas, e pelo carter de suas investigaes permeia teses e afirmaes com esprito cientifico.

    Em que pese s descobertas registradas nos anais da astronomia, notadamente no passado atravs de homens como Hiparco, Ptolomeu, Galileu, Coprnico, Kepler e muitos outros, no h como dissociar da oficialidade cientfica o conhecimento vigente da remota antiguidade, emergente, principalmente, dos sumrios e chineses. inegvel a aceitao por astrnomos de um legado de informaes dos antigos como partida de um estudo mais pormenorizado das constelaes, em particular de nosso sistema solar. Entretanto, certas afirmaes tradicionais foram aos poucos desmentidas ou desmistificadas, e estando assim resolvidas pelo pensamento atualizado dos astrnomos, segundo suas pocas, foram largadas ao esquecimento por que homens de pensamento racional e mentes investigativas no convivem com crenas.

    Com o tempo, as noes de massa, peso, volume, distncia, movimento, velocidade, rbita, grau, temperatura, etc., foram sendo cada vez mais trabalhadas conduzindo a concluses mais exatas. Porm, a astrologia foi suficientemente negada

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    pelos astrnomos antigos e continuaria a s-la na atualidade As descobertas da antiga astronomia misturavam-se com os conceitos da astrologia, pois na antiguidade era dado aos sacerdotes, e to somente a eles, o direito a esses estudos. No existia assim o epteto de uma astronomia para clculos fsicos e exatos e de uma astrologia aparte, mais ampliada e interpretativa, para revelaes espirituais ou esotricas. Para que modernamente viesse existir essa desejvel separao, o propsito religioso dos povos da antiguidade foi oportuna e adequadamente desprezado pela razo cientifica. No entanto, na era crist, com evidentes interesses eclesisticos, a igreja vigorosamente interveio no trabalho cientifico, obrigando no sculo XVII a Galileu Galilei, renomado astrnomo, a abjurar de afirmaes conclusivas sobre o sistema heliocntrico por ele defendido, sob ameaa de queim-lo vivo como bruxo.

    Um dos aspectos que se auto-afirmou e veio materializar-se definitivamente por conta da evoluo mental dos povos, foi o fundamento da astronomia como inegvel cincia independente, no sectria, respaldada pela matemtica e geometria e estribada por leis da fsica. J a astrologia, ganharia o desprezo de profissionais dos muitos segmentos da cincia oficial, e salvo por poucos e antigos astrnomos no ortodoxos a astrologia simplesmente nunca existiu, muito embora hodiernamente seja ensinada em cursos legalizados e universidades tendo grande aceitao por quem segue ou acredita nas revelaes esotricas.

    Apesar de peremptoriamente negada, a astrologia praticada pelos sbios sacerdotes da antiguidade trazia comprovadas previses apreciadas pelos reis de muitas naes e diferentes classes sociais que rodeavam as cortes. Alm do mais, ficou patenteado que a astronomia-astrolgica dos antigos portava nas suas fimbrias uma cincia embrionria, que muitos milnios depois se organizaria com aparelhos de insuspeitada tecnologia, iniciada por uma era de invenes em que surgiriam o astrolbio (muito embora os sumrios j o conhecessem, conforme achado arqueolgico), a luneta, o quadrante, o sextante, o telescpio e muitos outros. Mas apesar do extraordinrio impulso acontecido nos estudos dos astros, corroborado por clculos e frmulas matemticas, era com evidente constrangimento que os cticos astrnomos curvavam-se veracidade de afirmaes dos precursores de sua cincia, cujas condies de observao do cu eram totalmente desprovidas dos recursos tecnolgicos que eles ali agora destacadamente possuam.

    Como ento os precursores da astronomia puderam ter aquelas percepes maravilhosas? E como faziam os clculos astronmicos seno precisos com incrveis aproximaes? As previses de eclipses solares e lunares, as entradas peridicas das estaes, os calendrios anuais com 365 dias tais como organizados por acdio-sumrios, chineses, egpcios, maias, astecas, indus e outros povos, de onde teriam surgido?

    Lendas burlescas, estereotipadas, profundamente infantilizadas foram notadamente divulgadas nos dois ltimos sculos por estudiosos da astronomia, a fim de desmerecer a inteligncia e extraordinria percepo dos sacerdotes, reis e sbios da antiguidade - todos iniciados nos mistrios - que investigavam e detectavam os efeitos produzidos pelos astros nos homens e na natureza. Mas ao invs de depreci-los, o que exatamente se provou foi o contrrio pela estupidez dos propagadores das fbulas. Alis, esse pensamento depreciativo sobre os antigos estende-se tambm, em alguns casos, s outras cincias que eles to bem souberam manipular, como nas

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    construes de magnficas cidades e pirmides, a exemplo do Egito. E quando os homens do pensamento objetivo no conseguem explicar, de que maneira os antigos chegaram exata cifra de 3,14159, anloga ao Pi (grego), representando a razo constante entre o comprimento da circunferncia e seu dimetro, tantas vezes repetida nas relaes geomtricas da figura da grande pirmide de Gizeh, a cincia acadmica simplesmente se cala ou finge ignorar. O que as cincias buscam somente reconhecer que a grande pirmide de Gizeh foi construda aproximadamente em 2550 a.C - data essa objeto de intensas discusses e nenhum consenso no reinado do fara Kheops, para servir-lhe de smbolo e talvez tmulo de sua realeza, e mais tarde viria servir de templo para as prticas das crenas egpcias.

    Interessantssimo dado, exarado das medidas da grande pirmide pelos srios pesquisadores, relaciona-se com as suas faces. Cada face da grande pirmide mede exatamente 9.131 ps. Se multiplicarmos esse valor por 4 (os 4 lados da pirmide) obteremos a cifra 36,524, que multiplicada por 10 dar igual a 365,24, nmero hoje entendido pelos clculos astronmicos a expresso mais exata de um ano solar. H dezenas de outras importantes relaes geomtricas e matemticas aplicadas astronomia, nos clculos feitos com as muitas medidas encontradas na grande pirmide, seno exatas com aproximaes desprezveis, que cticos astrnomos ortodoxos fariam bem a si mesmos em aceit-las sem subterfgios, deixando de lado os seus preconceitos. O que os assusta e incomoda admitir que a astronomia mais antiga do que suas concluses na f histrica acadmica, e dentro dessa realidade indesejada a astronomia emergiria da cincia astrolgica ainda mais antiga.

    Lembro-me bem, quando jovem estudante, das palavras de meu professor que se aproveitara de uma historieta folclrica, para explicar turma como se teriam originado os rudimentos da matemtica. Dizia o sbio professor que um pastor reunia pedras para controlar o rebanho de ovelhas. Cada pedra corresponderia a uma cabea; assim, ao final do dia, ao trazer o rebanho de volta ao curral, em sobrando pedra, ele concluiria que alguma rs teria se extraviado, fora roubada ou comida por animais famintos. A lenda nada tem a ver diretamente com a astronomia, mas retrata uma idia catica de que as cincias teriam surgido singelamente das necessidades domsticas e por obra do acaso.

    Outra histria sobre as descobertas da antiguidade ilustra com preciso o conceito propositalmente ingnuo que alguns orgulhosos astrnomos atribuam s suas narrativas, ainda hoje repetidas, para tentar explicar como a astronomia teria surgido. Com isso, certamente, pretendiam creditar a si prprios os mritos de terem tornado a astronomia uma cincia totalmente racional, infinitamente acima da crendice popular de antanho, que propagava ser a abbada celeste sustentada por colunas e o firmamento a refletir-se dessa abbada para a Terra. Diziam, pois, e dizem os estudiosos da astronomia, que os povos da Mesopotmia, observando o cu, catalogavam estrelas e constelaes, tirando dos seus aparentes movimentos todas as relaes que mais tarde formariam o seu primitivo conhecimento astronmico.

    Ora, sabemos que de uma s regio no possvel deter-se a exata observao do firmamento. Alm disto, h pocas em que a observao profundamente prejudicada pelas ms condies atmosfricas. Ademais, a Mesopotmia, nesse caso, embora oferecesse viso privilegiada do cu em grande parte do ano, ainda assim no permitiria por si s que todo o conhecimento estelar compendiado pelos sacerdotes

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    estivesse exclusivamente sobre suas cabeas. Como ento explicar, por exemplo, a perfeita noo que detinham do cinturo formado pelas constelaes austrais e boreais e do zodaco com seus signos e divises, obtida a olho nu? Segundo achados arqueolgicos, os sumrios j teriam mapeado essas constelaes, e, mais tarde, os gregos, absorvendo esse conhecimento, no s o ampliariam como criariam extensa e genial mitologia, cujas lendas e simbolismos se perpetuariam na memria. Por outro lado, a criao de um verdadeiro tratado mitolgico, no contemplaria os gregos com a originalidade dessa rica mitologia, pois os mesmos sumrios formulariam antes dos gregos lendas e simbolismos a fim de tambm manter vivas suas descobertas astronmicas.

    Mas voltando s nossas proposies, admitimos que para antigos sacerdotes astrnomos obtivessem noes mais completas de tudo o que exploravam, teriam de viajar para outros locais a fim de exercer melhores observaes. E viajariam solitrios e independentes, aqueles aficionados da astronomia, normalmente idosos, para lugares mais amplos e distantes ou a topos montanhosos, com o nico e gratificante fito da pesquisa, sendo obrigados a atravessar regies inspitas onde tribos selvagens atacavam viajantes e caravanas? E quantos mil quilmetros necessitariam percorrer at atingir os lugares especiais? Que equipamentos conseguiriam levar a fim de suportar sol abrasante, tempestades de areia, climas glidos ou o constante perigo de animais selvagens e famintos? E os vveres quanto durariam? Uma srie de outras desvantagens e dificuldades poderiam aqui ser elencadas para demonstrar que aventuras dessa natureza seriam desencorajantes e perigosas, ou mesmo impossveis realizar. Desse modo, apesar dos zigutes, que eram torres de observaes estelares, tornava-se profundamente incompatvel a realizao de estudos astronmicos sob a tica apresentada pelos formuladores de lendas, o que vem reforar aos nossos olhos o propsito consciente de se desmerecer a sabedoria bem mais recuada revelada pelos estudiosos da antiguidade.

    Convenhamos: desejar passar idias simplrias para inexperientes estudantes embutidas nas fbulas descritas tentar formar falsos e prematuros conceitos na mente juvenil a fim de que outro julgamento, que no o de uma autoridade cientfica inquestionvel, seja a nica a merecer crditos nas revelaes da matemtica e descobertas da astronomia.

    A astronomia, evidentemente, possui histria at certo ponto fascinante. As primeiras notcias que nos chegaram acerca de seus iniciadores, remontam ao sculo VII a.C. com Thales de Mileto, grego fundador da escola jnica, Entretanto, so muito mais antigos os registros dos povos sumrios instalados na Mesopotmia que ultrapassam em muito os 8000 anos admitidos por historiadores quando fabricavam tabuinhas de argila com escrita cuneiforme, indicando efemrides dos astros. Tm-se notcias de que esses povos teriam sido os primeiros a confeccionar um calendrio com 365 dias anuais.

    Da mesma forma tm-se notcias de que os chineses, na poca de Fou-hi, h aproximadamente 5000 anos, j sabiam contar o tempo com suas principais subdivises de horas, dias, meses e anos, bem como previam eclipses, alm de ter elaborado um complicado zodaco e manufaturado horscopos.

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    realmente um mistrio para os homens de bom senso entender como povos de hbitos to rudimentares puderam dar extraordinrios saltos nas observaes astronmicas, transplantando-as para inteligentes lendas ou adaptando-as s suas vidas dirias.

    Observando-se a cronologia dos povos da antiguidade, oficializada pela histria universal, nos deparamos com inmeras hipteses acerca de suas atividades e modus vivendi do que unicamente com provas incontestes. Isto porque somente possvel recompor o mosaico histrico humano a partir de provas documentais concretas laboriosamente buscadas por investigadores ou hericos arquelogos. O trabalho, assaz interessante, encerra artstica e talentosa meticulosidade para realinhar fatos ligados s provas encontradas, mas logicamente no pode garantir, de maneira absoluta e inquestionvel, a virtual remontagem da histria em perfeita escala cronolgica, sem hiatos ou interregnos. Ademais, as provas arqueolgicas encontradas em muitas escavaes, serviram, em diversos casos, somente para despertar fecunda e entusiasta imaginao nos estudiosos e pesquisadores. Imensos e verdadeiros stios arqueolgicos, que poderiam melhor elucidar, encontram-se sob extensas camadas de pedra, terra ou areia, ou afundados sob escombros de prdios soterrados, escondendo eras de sofrimento humano, sem permitir que conheamos sequer vestgios de suas existncias. Insuspeitadas civilizaes podem perfeitamente estar sob as profundezas dos mares e oceanos, ou debaixo de camadas de macios terrenos de florestas americanas, asiticas ou australianas, acobertadas por troncos e razes. Fatores naturais como inundaes, terremotos, incndios, erupes vulcnicas, maremotos ou mesmo glaciaes as teriam feito desaparecer, sepultando-lhes definitivamente a memria a profundidades inalcanveis pelos atuais mtodos de pesquisas.

    Provas at agora rescaldadas no demonstram incontestavelmente que a saga dos povos da antiguidade e dos perodos pr-histricos e antediluvianos, tenha ocorrido exatamente como apresentada. Sabemos muito pouco dos avoengos. Precisaramos utilizar outros mtodos para obter novas informaes e melhor compor elementos reveladores de nossas distantes e verdadeiras origens. Porm, que mtodos poderiam ser esses para revolucionar a histria? Para as cincias palavras semeadas no bastam, exceto as hipteses aventadas a partir de provas materiais. No obstante, nestes casos e curiosamente, as hipteses e o pensamento ctico irredutvel fazem tambm a histria recair em fantasias ou romantismos, e nem sempre os resultados da investigativa dos pesquisadores e empreendedores se mostram justos ou cautelosos nas suas concluses e nem honestos, mas suficientemente frteis na direo ctica.

    A cronologia histrica se baseia nas provas antropolgicas dos mais antigos fsseis de que temos notcias, datados de 14.000.000 de anos, descobertos em 1932 na ndia, pertencentes espcie Ramapithecus. Essa espcie primata teria vivido durante o perodo Mioceno Superior. Em 1961, na frica, descobriu-se o Kenyapithecus Wickeri do mesmo perodo. O Homo Sapiens - o homem de Cro-magnon segundo se afirmava, somente deixaria registros de sua passagem h 35000 anos, sendo supostamente o mais prximo representante de uma espcie primitiva que teria gerado o homem civilizado. Mas segundo afirmam outros e dissidentes paleontlogos e antroplogos, o homem moderno no teria vindo do Homem de Cro-magnon, e sim do Homem da Galilia. Em 1987, nas cavernas de Qafzeh e de Kebara, no Monte Carmelo, foram encontrados fsseis que revelaram tanto o Neanderthalensis como seu evoludo Cro-magnon, terem vivido h 70, 80, 100 ou mais mil anos e o

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    Homem de Cro-magnon, que se supunha mais refinado do que o Neanderthalensis, teria vivido antes do prprio Neanderthalensis! Ou ambos teriam vivido juntos, logo a linha evolucionria do homem moderno seria outra, nada a ver com o Neadentharlensis ou com o Cro-magnon. As novas e estonteantes descobertas viriam ser corroboradas pelos achados posteriores no Stio da Galilia. E tem mais, o neuroanatomista Terrence Deacon concluiria que o Neanderthalensis no tinha nada de idiota, pois seu crebro era maior do que o nosso!

    Resumo da pera: considerando os milhes de anos passados, pouco existe de concreto e nada definitivo a respeito das origens, vida e hbitos daqueles primitivos seres. E muito menos se sabe do suposto ancestral comum originante de todas as espcies, incluindo ns, seres humanos! E os hiatos so to verdadeiros como so verdadeiras as farsas montadas pelos homens, que se passaram por honestos pesquisadores quando afirmaram ter desenterrado fsseis que fariam parte dos compndios de biologia e livros escolares sob as mais cndidas das verdades antropolgicas.

    Foi assim que Eugene Dubois montara o Pithecantropus Erectus O Homem de Java utilizando-se de uma calota macacide, um fmur humano, dois dentes de macacos, complementando bizarramente o resto com massa.

    O prprio Eugene Dubois concluiria numa fase posterior de sua vida que a calota craniana de seu amado Pithecanthropus, pertencia a um grande Gibo, um smeo que os evolucionistas no consideram esteja to intimamente relacionado aos humanos. (A Histria Secreta da Raa Humana Michael A. Cremo e Richard I. Thompson.

    O Homem de Pitdown teria uma parceria perfeita entre o pesquisador Charles Dawson e um padre jesuta Pierre Teilhard de Chardin, que juntos construiriam o Homem de Pitdown, sendo facilmente comprovado que tanto o crnio quanto a mandbula eram pertencentes a donos diferentes, pois o crnio era humano e a mandbula de um macaco.

    O padre Teilhard de Chardin participaria com outros parceiros de nova e ambiciosa aventura, dessa vez na montagem do Homem de Pequim, ou o Sinanthropus Pekinensis, pois o material coletado para construir o Homem de Pequim tambm se comprovaria com acerto pertencer a alguma espcie smea e jamais a um ancestral humano.

    Da mesma forma o Australophitecus, o Ramapithecus e o recente achado batizado de Lucy, no resistiram a um exame mais acurado de especialistas, sendo comprovadamente enxertos com ossos humanos e de macacos, com crnios no desenvolvidos o suficiente para comparar-se com uma remota possibilidade homindea. Nada, portanto, que os identificassem ancestrais do homem moderno.

    O que dizer ento aos nossos filhos que aprenderam essas inverdades em livros escolares da oficialidade acadmica?

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    Ao final da II grande guerra, experincias com foguetes programados e dirigidos para a destruio foram intensificadas para alcanar novos e superiores patamares. Com efeito, cientistas de diversas nacionalidades aprisionados pelas foras aliadas foram conduzidos a laboratrios diferentes, mas se mantiveram leais quanto as suas futuras aspiraes, com base no conhecimento acumulado atravs das experincias tecnolgicas desenvolvidas para os nazistas. Fossem eles compulsados a realizar o que realizaram, ainda assim no estariam isentos de possveis julgamentos por crimes contra a humanidade, pois alguns cientistas obrigados a trabalhar para os nazis, prefeririam a morte a colaborar espontaneamente no desenvolvimento de armas to perigosamente letais de extermnio em massa. Assim achvamos. Mas no foi o que se viu. Ao que consta, ao invs de enfrentar tribunais ps-guerra, verdadeiro exrcito de cientistas foi imediatamente reaproveitado pelas duas maiores potncias mundiais a fim de desenvolver projetos de uma nova tecnologia. O mundo ento testemunharia com enorme espanto grandes transformaes nos aparatos tecnolgicas que se processariam a partir da metade do sculo XX.

    As bombas atmicas lanadas por americanos contra pacficos cidados japoneses, em 1945, passaram a ser mais freqentemente testadas no somente por americanos, mas tambm pelos soviticos que, mediante espionagem, conseguiriam obter sua frmula de fabricao. Paralelamente ao surgimento das terrveis, cruis e desumanas bombas atmicas, comearia uma corrida armamentista com a fabricao em srie de novas armas e equipamentos de guerra, que jamais terminaria.

    As duas superpotncias opunham-se poltica e ideologicamente, ameaando-se mutuamente, deixando o mundo com a respirao suspensa ante a perspectiva do desencadeamento de uma guerra nuclear. Era a poca da guerra fria. Fosse um jogo de cena para o mundo e por detrs das cortinas se cumprimentassem, isso era somente suspeitado por alguns dos mais sagazes crticos, entretanto para milhes a possibilidade de uma real guerra nuclear era apavorante. A criao da bomba atmica representava a inteira subverso dos valores humanos, ntida e hipocritamente manipulados num plano inconcilivel com as aspiraes dos humanistas modernos.

    Concomitantemente ao aperfeioamento das bombas atmicas, desmedida e tresloucada proliferao de novas armas e equipamentos de guerra, e s experincias com armas qumicas e msseis de longo alcance, houve tambm uma superpotencializao tecnolgica alcanada pelo desenvolvimento da era dos foguetes espaciais. Sondas planetrias, satlites espies, naves exploradoras, eram distinguidos por uma altssima e refinada tecnologia sem precedentes, estabelecendo entre Estados Unidos e Unio Sovitica outra disputa na superfcie e fora da Terra, chamada popularmente de corrida espacial.

    Que dizer das naves tripuladas, dos engates com as estaes orbitais, das trocas de tripulaes e dos reparos externos em pleno vo? E da aterrissagem do homem na Lua, (hoje se levantam dvidas quanto a esse fato, achando que tudo no passou de montagem em estdio), das promessas de vir pisar Marte e Jpiter ou de aproximar-se cada vez mais do Sol? Diante de tantas e estonteantes novidades, chegvamos a ironizar os pobres e hericos caro e Ddalo, pois se a lenda tivesse esperado pela tecnologia de nossa era, caro no teria encontrado a prematura morte!

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    A alta tecnologia colocada em prtica com sucessos e insucessos, viria trazer para a humanidade uma verso virtual de vida, onde os recursos da eletrnica ostentavam velocidade e eficincia s comparveis ao crescente incremento das naves tripuladas, mas expunham o homem a um novo somatrio de obstinados hbitos e escravido. O homem do sculo XX tornava-se mecnico, atrado e fascinado por todos os tipos de equipamentos e veculos sofisticados, cujas opes programveis eram tantas que se tornava desnecessrio utiliz-las a todas para as reais necessidades. A nsia do consumo e o espanto s invenes causariam mudanas profundas na mentalidade dos povos e na economia das naes.

    No pretendemos destacar aspectos positivos e negativos deste processo mundialmente articulado, embora seja inegvel estarmos atualmente engajados na eletrnica quer queiramos ou no. Mas notrio que os tradicionais mtodos educativos - familiares e escolares - passaram por radicais mudanas nas culturas de quase todos os povos. A rapidez obtida com a utilizao da informtica, o uso cada vez mais freqente de celulares, os aparelhos de vdeo com incrveis opes, as cmeras sensibilssimas de captao de imagens; as novas verses de veculos terrestres, aquticos ou areos, a reformulao do aparelhamento industrial e das prestadoras de servios, as utilidades domsticas, enfim, toda uma nova ordem de produo e consumo viria colocar o homem cada vez mais atrelado aos chips e placas eletrnicos. A televiso e o computador aceleram a globalizao, e cremos que no plo positivo isto seja bom, embora no plo negativo se prove profundamente assustador.

    Colocamo-nos agora diante de alguns problemas que pretenderam ser somente modernas solues, pois com a rapidez com que os importamos e suas mensagens inovadoras, no tivemos tempo para desenvolver uma estratgia bem montada e absorv-los. E como no possumos ainda uma cultura especfica para essas coisas, faz-nos tremenda falta neste momento a sabedoria dos antigos!

    Parte desse processo viria tambm consagrar um tipo relativamente novo de cincia chamada Astronutica, que nada tem a ver com a astronomia tradicional, mas que trouxe imensas e surpreendentes contribuies aos compndios dos pesquisadores do universo e Via Lctea. Todos os estudiosos da astronomia ficaram estarrecidos com o poder de alcance do extraordinrio telescpio espacial Hubble, lanado na rbita da Terra, capaz de obter inacreditveis imagens sem distores muito alm dos limites do at ento inescrutvel. Com isto, novos horizontes se abriram, e afirmaes antes no refutveis foram corrigidas ou reconsideradas devido s novssimas provas obtidas pelo Hubble. Ao mesmo tempo, laboratrios de pesquisas foram tambm reequipados com novos e poderosssimos telescpios que muito auxiliaram para recentes descobertas.

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    CAPTULO II

    PORTAIS DO TEMPO

    Para muitos, claro e lgico que o enigma da existncia humana no comeou exatamente com Ado e Eva conforme relatado na Bblia. A Bblia de difcil compreenso. Milhares de pginas j foram escritas por pensadores de diversos povos com o intuito de trazer discusso uma possvel realidade fsica proposta no Velho Testamento, como obra acabada.

    por demais prosaica para o homem intelectual do sculo XXI a revelao do enigma da vida na face da Terra, num livro que trata unicamente da saga de um s povo. No h a possibilidade, com as ferramentas de que dispem nossas cincias acadmicas, de uma mensurao cronolgica que pudesse registrar com provas o perodo da existncia planetria onde Ado e Eva tenham sido criados. Da manifestao do Pensamento de Deus criando os cus, a Terra, as trevas, o firmamento, as guas e tudo mais que veio a existncia, teriam se passado sete dias. Depois viria a formao do homem, depois a formao da mulher. Em que poca tudo isto teria ocorrido? Estes atos da Criao Divina abrangeriam a Via Lctea ou todo o Cosmos onde existem trilhes de sistemas solares? Ou se restringiriam to somente ao nosso sistema solar?

    Atravs da viso do Primeiro Livro de Moiss, chamado Gnesis, impossvel definir-se qualquer cronologia conducente a uma concluso plausvel. E a questo da criao da humanidade por um nico e escolhido povo seria infantilmente mantida por sculos pela ignorncia leiga dos religiosos antojados pela Igreja.

    Entendemos, no obstante, que os vus lanados sobre as narrativas do Velho Testamento, encerram, em muitas instncias, o propsito de criar uma aura de mistrio e respeito. Entender a histria da criao alocada num simples conto onde a magia de um Pai extraordinariamente onipotente, antropomorfizado e profundamente preocupado com o bem, a natureza e o homem, seria, a primeira vista, de fcil assimilao s mentes primrias de almas impressionveis, porm s outras mentes no. Mais tarde, o povo judeu, por sua prpria cultura, admitiria a dificuldade de definitivamente descerrar os vus da histria da criao.

    provvel que o Velho Testamento ao ser escrito, rescrito, compilado e re-compilado (imaginamos toda uma cuidadosa estruturao para que fosse coligido), tivesse tambm a inteno de impor o respeito e temor a Deus, aliado ao fato de que auxiliasse a novamente despertar uma auto-estima, e at certo ponto o orgulho a um povo que por sculos fosse mantido cativo no Egito. Ou seja, o Deus IHVH dos judeus, por intermdio de seu libertador Moiss, os relembraria de que eram um povo eleito, descendentes de Abrao, e filhos de Jacob, ao qual fora prometido um futuro glorioso sobre a Terra.

    O Pentateuco, entretanto, no d provas de ter sido escrito por Moiss. E para livres pensadores permanece irrespondvel a questo: quem de fato o teria escrito?

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    Para israelitas, principalmente ortodoxos, foi sem dvida Moiss quem o escreveu, ou pelo menos o recebeu, mas essa afirmativa realmente carece de provas concretas, visto muitas situaes protagonizadas pelo salvador dos judeus, tanto no Egito como no xodo, serem fenomnicas e aparentemente inverossmeis. Os fenmenos fsicos, por oportuno, provocados pelos poderes divinos atribudos a Moiss, tambm foram, alguns deles, identicamente atribudos a Baco, no prprio Egito, antes do aparecimento do salvador hebreu, conta-nos a antiga tradio gnstica.

    Outras questes acerca da existncia dos heris bblicos vm tona com freqncia. Apesar de todos os recursos das cincias modernas e proposies de pesquisadores e historiadores eruditos, nada mudou. Tudo permanece no campo das conjeturas trazendo infindveis discusses como antes. Muitas provas escritas em que se baseiam os historiadores so testemunhadas por manuscritos considerados, muitas vezes, apcrifos, e cujas datas normalmente divergem.

    Sabe-se que os judeus comemoraram em 03 de outubro de 2006 de nosso calendrio gregoriano o ano 5766 (data completa e cabalisticamente significativa), para eles, da criao do mundo. Segundo a histria universal, os sumrios, povo caucasiano de pele escura cuja descendncia era atribuda dos dravidianos da ndia, provindos da sia Central, ao chegarem ao vale da Mesopotmia j ali encontraram tribos semitas. Instalaram-se inicialmente s margens do Eufrates expandindo sua civilizao e absorvendo todos os outros grupamentos, impondo-lhes sua cultura mais adiantada. Mais tarde, os cananeus ocupariam a Terra Sagrada onde, supe a histria, iniciou-se propriamente a civilizao do povo judeu. Cana, dos cananeus, estaria situada na regio da Palestina e mais tarde seria o ponto de destino dos israelitas provindos do Egito, aps marcharem 40 anos pelo deserto.

    Segundo o Gnesis de Moiss, Deus criou o homem e a mulher e os colocou no den ou Jardim do Paraso. Do den saia um rio, chamado Pisom, que rodeava a terra de Havila. Outro rio, no mesmo den, chamado Giom, circundava a terra de Cuxe. Um terceiro rio era o Tigre e um quarto o Eufrates.

    O que se conclui que os sumrios ao chegarem da sia Central h mais de 8000 anos, teriam se instalado na Mesopotmia. J os cananeus, tribos rabes semitas, provavelmente vindos tambm da sia fundariam Cana na Palestina e no na Mesopotmia, onde pretensamente ficaria o Jardim do den.

    Muitos religiosos cristos desejariam que a histria universal pudesse ter duas metades, a exemplo de um globo ou esfera, onde um dos hemisfrios registrasse a lenta e gradativa evoluo da raa humana desde os tempos imemoriais, e o outro, o superior, revelasse a evoluo da raa a partir da chegada de Cristo.

    Hoje se fala da interferncia de seres extraterrestres na evoluo da raa humana, a conduzindo a caminhos outros que no os alcanados unicamente pela ambio dos conquistadores e viso dos reformadores de sociedades. Uma destas propostas seria a presena de Ado e Eva na Terra, produto de um Deus Planetrio extraterrestre, em cujas mos estaria aprimorar o genes das raas. Da, o surgimento de uma nova raa. Mas h quantos mil anos isto teria acontecido?

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    O academismo das cincias teoriza que a vida se iniciou h milhes de anos, passando por fases distintas de um processo seletivo natural, sem a manipulao de uma Inteligncia Transcendental. Ou seja, para as cincias a vida inteligente porque simplesmente a vida, e os elementos consubstanciadores da matria: o ar, a terra, o fogo e a gua, surgiriam naturalmente porque so simplesmente elementos. O processo terrenal espontneo comearia a produzir vida evolutiva a partir da gua marinha e as formas protoplasmticas unicelulares ou as proticas, conseguiriam dividir-se por meiose ou cissiparidade. Mais tarde, por outro qualquer processo em que talvez existissem polaridades opostas, se atrairiam formando elementos pluricelulares heterogneos. Ou a formao de um sub-reino onde os protozorios dariam origem aos metazorios. Da, por mutaes e evoluo espontnea, uma determinada linha evolutiva chegaria a algas, a peixes comuns, e milhes de anos depois aportaria a terra em formas de vida anfbias.

    Depois disto, passando por diversos outros ciclos, esses produtos marinhos chegariam a animais, alcanariam o estgio de primatas, e finalmente se tornariam homens. Certamente toda a multiplicidade da fauna e flora teria da mesma maneira surgido do mar se diversificando em muitas espcies. Quem acreditar nesta incrvel e mirabolante epignese no conseguir evidentemente identificar um Criador.

    Para que a vida amorfa chegasse morfognica, tudo teria se iniciado na Terra h 4.5 bilhes de anos, quando da formao do carbono e da matria orgnica. Este o perodo Pr-Cambriano calculado pelas cincias. Mas cabe aqui uma pergunta: se este perodo se destaca principalmente pela presena de elementos gasosos mutantes como, por exemplo, o hidrognio transformando-se em hlio at formar o carbono, de onde os elementos teriam se originado?

    Para isto comentarmos, cremos necessitar entender de teorias cosmognicas-holsticas, pois importante ressaltar que as cincias no aceitam e nem adaptam suas teses a nenhuma teogonia. Claro que o planeta Terra nessa cronologia cientfica j estaria em formao. Sua matriz ainda seria gasosa e provavelmente superaquecida.

    Tanto o universo como um todo e a Terra em sendo um ponto insignificante para o todo, surgiriam de imensa exploso chamada pelos astrnomos de o big-bang. As cincias admitem no saber o que teria originado essa exploso h 15 bilhes de anos, mas admitem que a partir do big-bang o universo se expandiria.

    Se estivermos entendendo o que as cincias afirmam, extrapola-se o paradoxo de uma inicial inexistncia. Da inexistncia aconteceria a exploso; a matria se autocriando, se auto-expandindo e imediatamente concebendo naturalmente todas as conhecidas leis fsicas, matemticas, qunticas e etc., afirmaes estas comprovadamente sustentadas pelos cientistas, e muitssimo mais tarde, - inferimos ainda, - a matria criaria o crebro humano, que finalmente descobriria que todo o universo to somente matria!

    O segundo perodo, denominado Cambriano, aquele adrede comentado, em que a vida comearia do mar sob forma unicelular h mais ou menos 600 milhes de anos.

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    O perodo seguinte, chamado sirusiano, distinguiria as primeiras formas da flora terrenal h mais ou menos 440 milhes de anos, desenvolveria a flora martima e possivelmente formaes meio hbridas flora-fauna..

    O quarto perodo, denominado devoniano, estabeleceria h 400 milhes de anos, o aparecimento dos anfbios, ou seja, a vida autogentica evoluiria de seu exclusivo habitat marinho para a terra.

    No quinto perodo, o carbonfero, h 350 milhes de anos, as espcies maiores e mais slidas da flora terrenal se diversificariam constituindo-se em grandes rvores, surgindo neste mesmo perodo os animais invertebrados.

    Nos 300 milhes de anos seguintes, em diversos outros perodos, os mamferos, as aves e animais gigantes, a exemplo de dinossauros e rpteis voadores, e tambm os macacos, se desenvolveriam at o perodo pleistoceno. No pleistoceno, h mais de um milho de anos, apareceria o homem.

    O homem surgindo no perodo pleistoceno, se transformaria unicamente em homo sapiens h mais ou menos 35000 anos (hoje no mais, porm de 100 mil anos para trs), atravs do homem de Cro-magnon. Nessa ltima afirmao cientfica, podemos depreender que a natureza seria extraordinariamente lenta na construo dos trs reinos no humanos e admiravelmente rpida na constituio do homem intelectual, pois o homem de Cro-magnon, neste particular, se desenvolveria com ntida vantagem sobre seus antecessores macacos e humanides.

    Sob essa tica, reforamos que a teoria evolucionista, segundo a materialidade cientfica, precisaria assumir que um fantstico impulso teria se estabelecido na gentica humana to somente a partir dos primeiros espcimes do homo sapiens, no acontecido nos perodos ou ciclos anteriores. E por que unicamente a partir do homo sapiens?

    * * *

    Testemunhamos hoje a evoluo da tecnologia e do pensamento humano numa escala incrivelmente rpida, comparando-se com as conquistas registradas pela histria universal. Neste segmento, alguns homens expoentes dos diversos ramos das cincias, merc da coragem e desprendimento investigativo, desafiariam decididamente a postura e o despotismo religiosos j a partir do sculo XV. Ao promoverem na Europa a abertura das descobertas cientficas, nos revelariam a existncia de um especial e sistemtico enfoque, que de to firmemente conduzido incentivava-os a compensar um tempo sufocante e ociosamente perdido nas dobras caleidoscpicas dos calendrios. Esse hiato artificialmente produzido, frustrante e sugador das possibilidades de um progresso mental espontneo, atrelador e inimigo do arejamento social dos povos religiosos, resultava, principalmente, das perseguies e trevas originrias do arcaico pensamento eclesistico e de seus atos criminosos contra a humanidade.

    Fossem aquelas as razes preliminares, o que mais justificaria a nsia dos homens das cincias em aplicar-se febrilmente s teorias e experimentos prticos em prol de um conhecimento mais amplo da vida, a fim de oferecer melhores condies para a famlia humana? Fama, fortuna, reconhecimento? No cremos que essas mesquinhas ambies transitassem em suas mentes como objeto principal matizando

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    suas almas com a euforia da aquisio pessoal. Ao contrrio, cremos, isto sim, num mvel impessoal e superior a tudo, acima de todas as coisas materiais e perecveis, estimulando-lhes a viso prtica incorporativa de irremovvel vontade.

    Olhando mais detidamente os perodos do avano mental dos povos da antiguidade, notamos que muitos milnios se passaram durante os quais civilizaes formaram ncleos culturais absorvidos uns dos outros. Porm, pelo tempo decorrido, as contribuies humanitrias foram poucas em relao s grandes populaes viventes nas principais metrpoles ou cidades cosmopolitas. As mais refinadas transformaes e conquistas sociais foram sempre experimentadas pelas classes elitistas e privilegiadas, enquanto a obrigatria subservincia e a escravatura foram os pontos de destaques negativos suportados por outras classes inferiores nas sociedades dominadoras.

    Da Sumria a China, da China ao Egito ou do Egito a Roma, o poderio militar foi a primeira e principal garantia de conquistas, domnio e imposio cultural aos povos dominados. Entretanto, a histria descreve que as mudanas acontecidas no comportamento social dos imprios dominadores, foram trabalhadas em primeiro plano nos seus prprios pensamentos raciais idiossincrticos. Porm, os componentes de suas culturas, no detiveram bsica nem obrigatoriamente mtodos originais, mas sim, maiormente, adaptaes. E nesses casos, as idias mais bem moldadas no anexaram algo totalmente revolucionrio que alavancasse, ex abrupto, transcendentais mudanas na expanso cultural para povos vizinhos. Em suma, durante milnios no haveria tantas novidades no pensamento cultural antigo, e de modo geral os povos conquistados absorviam pores do conhecimento dos seus conquistadores sem, contudo, participar diretamente das melhores partes sociais e culturais. Contudo, foram por vezes instados a absorver essas culturas adventcias para melhor poder servir aos seus senhores.

    As mudanas mais notveis relativas ao pensamento humanitrio, artstico ou mesmo cientfico que a histria antiga revela, tiveram incio com a civilizao grega, em Atenas. Nesse tempo, as artes se desenvolveram influenciando fortemente a sociedade ateniense, descortinando novos e mais amplos horizontes e trazendo uma viso mais sensvel da alma humana. A sensibilidade artstica marcaria presena nas diferentes atividades gregas como uma ponte interligando todas. Nessa exploso de talento e qualidade artstica, os gregos conseguiriam elevar aos mais altos patamares, a filosofia, a poesia, a literatura, a dramaturgia, a oratria, a legislao, a escultura, a engenharia, a arquitetura e naturalmente a genial mitologia ligada religio. As classes sociais inferiores, no entanto, se manteriam subjugadas pelas castas como acontecido nas organizaes das sociedades dos povos anteriores aos gregos, ou contemporneos deles. O rico veio do pensamento sensvel em profcua expanso, somente tomava impulsos com a participao direta e criadora das classes elitistas.

    O perodo de influncia grega se estenderia do ano 1000 a.C. at aproximadamente 30 a.C., apesar de todas as guerras, invases de seus territrios e perdas de soberanias.

    Em seguida viriam as conquistas dos romanos, que tendo vencido aos exrcitos gregos, absorveriam a quase totalidade de sua religio e mitologia, estabelecendo tambm avanos da viso criativa. Os romanos, a par de cuidar notavelmente de seus

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    aparatos blicos, organizariam seus exrcitos com os melhores equipamentos e multiplicariam as frotas de navios de guerra e transportes. Com isso, tornariam vastssimo o seu imprio pelo mundo antigo, acumulando extraordinria riqueza provinda dos povos conquistados.

    Os romanos conseguiriam tambm acender extraordinrias luzes a iluminar os valores humanos, quer de aplicao prtica e objetiva, quer do pensamento intelectual subjetivo. Durante sua influncia, o imprio romano imprimiu grande progresso engenharia, edificando prdios pblicos, habitaes, templos, praas, pontes, estdios e monumentos com arquitetura refinada e marcante. Arcos, cpulas, pilares e abbadas traziam a imperial personificao da qualidade romana. Ao mesmo tempo, a engenharia realizava pavimentaes de longussimas vias conectando metrpoles de seus territrios.

    A literatura, a oratria e o direito formaram grandes destaques em sua cultura, sendo que os fundamentos do direito romano so ainda hoje adotados em muitas sociedades democrticas. Entretanto, como seus antecessores gregos, as diversas castas da sociedade romana foram sempre as principais beneficirias das leis e conquistas sociais. Esses privilgios no os tinham os escravos, serviais, soldados, artesos, pequenos comerciantes, pecuaristas, agricultores, e outras classes populares de menor expresso. O ciclo de dominao romana se estenderia de 750 a.C. a 476 d.C.

    * * *

    O tempo edifica portais para todas as conquistas. O tempo uma abstrao, ensina-nos a fsica newtoniana. Mas Einstein estudou as relaes do tempo encontrando a frmula ou equao da teoria da relatividade E=mc2, mundialmente conhecida, que coloca espao, matria e velocidade em relao direta com os fatores objetivos do tempo. A contagem subjetiva do tempo reside tambm em nossos corpos temporais, na vida de bilhes de clulas, no nascer, crescer, maturar e envelhecer da vida orgnica. A vida imensurvel, no entanto a possumos aprisionada de maneira mgica, e a vemos exteriormente nas diferentes formas que compem os reinos da natureza. No entanto, no podemos deter o tempo, seno unicamente registr-lo e administr-lo. Nossas referncias cronolgicas externas esto adstritas ao sol, lua, s estrelas e ao girar do planeta Terra. A relatividade de nossos pensamentos, entretanto, nos impulsiona a produzir mudanas cclicas individuais e coletivas que revolucionam os esteretipos das sociedades.

    A histria universal acusa no seu decurso alguns destes momentos que no foram detectados por meras coincidncias, seno trabalhados por foras muito acima da resistncia humana. Esses perodos normalmente destacados pelo surgimento de lderes desprendidos, externam e magnetizam o pensamento com novas idias e brilhante originalidade, levando, s vezes, sculos ou milnios at serem perfeitamente entendidas e assimiladas. E os ungidos e abenoados de todos os tempos, forjados com a tmpera de um especial quilate, sendo livres pensadores, filsofos arrebatados, ou portadores de viso muito acima de suas pocas, no foram nunca produtos de escolas ou academias. Mas ao contrrio, sem, contudo, desprez-las, fizeram-se por si prprios, por pessoais esforos e dedicadas disciplinas. Norteavam-se, simplesmente, por suas intuies e vises mentais, e colocaram seus coraes e privilegiados crebros a favor da humanidade, sem jamais desistir de seus ideais quaisquer que fossem as adversidades.

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    CAPTULO III

    CRONOLOGIAS DE PERSONAGENS BBLICOS

    As religies e crenas ocuparam sempre papis importantes e principais nas culturas das grandes e mdias civilizaes. Em muitos casos, as divindades mudavam de roupagem e nomes, mas os cultos eram manifestaes mais ou menos idnticas aos dos povos conquistados ou conquistadores. O Egito conseguiu aprofundar mais intensamente suas crenas, no somente pelo tempo em que permaneceu como slido imprio, mas tambm porque essa decorrncia se deveu sua organizao e administrao scio-econmica. E, principalmente, pela grandiosa cultura esotrico-religiosa que concebeu e praticou. A despeito de sofrer diversas invases e conquistas, a terra dos faras se manteria em destaque por muitos milnios.

    Na Europa, o quadro religioso desenhado pelas vrias prticas dos povos, tomaria novas e lentas feies durante a ascenso, apogeu e gradual decadncia do imprio romano. A religio crist se estruturaria de maneira diferente das antigas religies nascidas no oriente, impondo um pensamento coordenado com base nos escritos monotestas da tradio judaica. Montaria uma bblia para representar o sagrado cnon de suas revelaes, e com o tempo adotaria o ritual da missa e a prtica de sacramentos - herdados das antigas tradies gnsticas orientais - e conceituaria seus dogmas. Elegeria atravs dos sculos, para autoridade mxima temporal, um primaz que se assentaria num trono. Enviaria missionrios em expedies por todo o mundo a fim de fundar ncleos, que mais tarde se chamariam congregaes, e lhes determinaria pregar sob um rgido corpo litrgico doutrinrio.

    Embora firmemente sustentado por homens e mulheres de boa vontade, em cujos coraes permaneceriam imaculadas as principais mensagens de um iluminado, o avano do cristianismo ao seu incio seria comedido. Mas a estrela que indicara o caminho aos magos viria novamente reverberar para os seguidores desse recente movimento. O cristianismo primitivo ento escreveria indelevelmente as mais belas pginas de uma histria iniciada com as pregaes de um homem simples e muito amado, que nada impusera, mas que um dia dissera que cada um buscasse em si mesmo a alma de uma criana e a inabalvel f no Pai Eterno. E de posse dessas singelas verdades, os primeiros cristos veriam as portas do cu se abrir e lhes ser oferecidas todas as respostas de que necessitassem para socorrer o mundo com palavras e compaixo.

    J o islamismo surgiria no oriente no sculo VII desta mesma era. Alojaria alguns ensinamentos cristos em suas doutrinas, imprimindo aos povos rabes uma inegvel fora religiosa que universalizaria um pensamento em torno do profeta Maom, em Al - o Deus nico - e nas sagradas escrituras do Alcoro reveladas a Maom.

    As revelaes vdicas, a religio brahmnica e o induismo, de modo geral, nada tinham em comum com o pensamento europeu tanto ocidental como oriental, embora vestgios de suas tradies se fizessem presentes nas culturas greco-romanas. Os europeus haviam resistido ao budismo que basicamente estancara s margens do

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    Mediterrneo, transformando-se em cultos gnsticos entre alguns povos do oriente mdio e na Grcia. Pouco antes da decadncia daquela antiga e brilhante civilizao helnica, o gnosticismo l mesmo tomaria feies tericas esotricas e filosficas. Por outro lado, os essnios - ramo tnico originrio de antigos semitas - herdariam da nata do budismo as prticas dos segredos ritualsticos e os profundos conhecimentos medicinais da flora que os iniciadores do gnosticismo lhes passariam, e se constituiriam numa seita especialmente pura onde os cristos primitivos beberiam de suas graas.

    O zoroastrismo tinha se transformado em longnquas lembranas aps a conquista do imprio Persa por Alexandre em 330 a.C., que mandara queimar os originais do Zend-Vesta - a memria doutrinria da religio do fogo. Entretanto, a religio no morreria, e mais tarde com a queda do imprio macednio passaria por profundas transformaes em grupamentos tnicos persas. Sculos depois chegaria ndia sob a denominao de Parsis, tornando-se at hoje casta religiosa importante embora somente contando aproximadamente com duas centenas de milhares de seguidores.

    As religies raciais ou mundiais e primitivas crenas, normalmente apresentam personagens e heris com genealogias extremamente simples ou excessivamente complicadas, onde fatos possveis se misturam ao impossvel ou a realidade com a irrealidade. Vemos hoje uma grande crise abertamente discutida por historiadores, arquelogos, paleontlogos, exegetas e eruditos de diferentes segmentos, acerca da real existncia dos personagens bblicos e consequentemente sobre a autenticidade da Bblia. Da dcada de 70 para c, pesquisas arqueolgicas vm municiando os investigadores com elementos objetivos que obrigatoriamente determinaram uma nova viso acerca dos fatos e narraes bblicos. O imprio israelita fundado por Davi e continuado por Salomo, fortemente questionado devido ausncia de um suporte cabal da linha descritiva histrica. Os questionamentos no param por a, mas remetem ao incio de tudo, conduzindo procedentes dvidas autoria do primeiro livro do Pentateuco, ao prprio Pentateuco e ao Velho Testamento como um todo. A falta de provas sobre a vida do personagem e heri Moiss no Egito, onde outros fatos contemporneos puderam ser atestados pelos achados arqueolgicos e pergaminhos traduzidos, menos sobre Moiss, e a igual certeza da inexistncia dos patriarcas No, Abrao e Jacob, j formam consenso numa frente de pesquisadores dissidentes.

    Autoridades mundiais do campo investigativo teriam hipoteticamente discutido a Bblia como entidade confivel, sob o prisma histrico e o religioso, concluindo que o livro mais famoso do mundo fora: codificador de textos ricos sobre o antigo comportamento social judaico; guia geogrfico pictrico dos territrios semticos e judeus; norteador de estudos do antigo oriente mdio; fusionista sociolgico dos povos estrangeiros intrarelacionados com os judeus; depositrio da memria de incontveis manobras de guerra, de ocupaes imigratrias aos territrios palestinos e mesopotamios ou de ondas migratrias de ramos etno-raciais semticos em situaes scio-econmicas diversas; exaltador de escolhida linhagem-tronco patriarcal repovoadora do mundo aps o anunciado dilvio; relator de um processo doutrinrio instado por leis divinas outorgadas a Moiss, mais tarde confirmadas por profetas e homens iluminados de todos os tempos; testemunho de punies impostas por Deus aos homens no convertidos, ou que mesmo convertidos O desobedeceram, e s cidades pecadoras impenitentes adoradoras dos politesmos; retransmissor de uma retrica propositalmente matizada para bnos e louvaes ao Altssimo, estabelecida, via de regra, nos textos dos livros e crnicas e, finalmente, arauto e

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    exortador de uma nova e mais recente viso espiritual universalista, minuciosa e subliminarmente formatada etapa aps etapa desde Ado e Eva, concretizada milnios aps pelas supernais mensagens e milagres realizados por Cristo.

    Entretanto, essa viso da Bblia colocada por ns no mais seria completamente aceita e nem confirmada pelos estudiosos de sua sociologia histrico-religiosa, pois conforme ressaltado anteriormente, e mesmo sem atesmos, se levantam enormes controvrsias quanto veracidade e autenticidade de seus escritos.

    Sabe-se que a igreja catlica sempre procurou despistar nas suas exegeses uma interpretao racional do Gnesis. Nem jamais admitiu questionamentos acerca dos trinta e nove principais livros que compem o sagrado cnon bblico. Foi preciso que protestos iniciados por Marinho Lutero e Calvino, exigindo reformas, forassem a igreja catlica reagir e mudar de posio. Martinho Lutero criticara abertamente noventa e cinco teses da igreja e aos abusos do papado, o que lhe custaria excomunho pelo papa Leo X e constantes perseguies. Em 1521, refugiando-se em Wartburg em Eisenach, Turingia, Alemanha, esse ex-monge agostiniano iniciaria a traduo da Bblia para o alemo, sendo o trabalho impresso em setembro de 1522. Para essa traduo, Martinho Lutero, por ser erudito, tomaria textos em hebraico e grego bem como a Vulgata de So Jernimo traduzida do hebraico para o latim.

    Da em diante se desencadearia um efeito cascata que os ansiosos por reformas conduziriam em vrios movimentos protestantes, questionando principalmente a interpretao dos textos bblicos. Em decorrncia destes vivos e permanentes protestos comeariam a surgir congregaes dissidentes na Alemanha, Holanda, Frana, Sua, Hungria, Polnia e Inglaterra bem como dissenses entre os prprios protestantes e guerras entre catlicos e protestantes. Por outro lado, a rejeio autoridade de Roma criaria personificaes nas interpretaes bblicas e conseqentes mudanas no comportamento reformista, dentre as quais o casamento de chefes de congregaes.

    Tratemos agora diretamente da cronologia envolvendo alguns personagens bblicos. Segundo o Velho Testamento, o homem estaria povoando a terra a partir dos descendentes de Ado. A descendncia admica se iniciaria com Caim, o primognito de Ado; depois nasceria Abel - assassinado por Caim - vindo mais tarde Sete. A lista dos descendentes de Caim menor; a de Abel no mencionada; a de Sete extensa e destaca No na dcima gerao. De No uma nova descendncia repovoaria a terra, visto o dilvio ter afogado todos os povos e seres vivos.

    Achamos interessante recalcular o tempo de existncia do homem sobre a terra a partir da gerao de Sete, o terceiro filho de Ado, cuja relao de nomes mais especfica quanto s datas de nascimento e morte de cada personagem. Iniciaremos com Ado, estabelecendo o ano zero anterior a ele, e o ano um a partir do seu nascimento. Temos ento o seguinte:

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    ANO DO CALENDRIO PROGRESSIVO EM QUE MORREU (DE ADO AO EGITO) PERSONAGEM ANO DO NASCIMENTO ANOS DE VIDA

    1.ADO 01 930 930 2.SETE 130 912 1042 3.ENOS 235 905 1140 4.CAIN 325 910 1235 5.MAALELEL 395 895 1290 6.JEREDE 460 962 1422 7.ENOQUE 622 365 (987) 8.MATUSALM 687 969 1656 9.LAMEQUE 874 777 (1651) 10.NO 1056 950 2006

    Comentemos agora sobre relaes de fatos e datas durante o dilvio e logo aps ele.

    1. Diz o Gen. 07.6 Tinha No seiscentos anos de idade, quando as guas do dilvio inundaram a terra. Se No nasceu em 1056, seria, portanto, 1656 o ano do dilvio, coincidentemente com o ano da morte de Matusalm.

    2. Diz o Gen. 07.11.12 No ano seiscentos da vida de No, aos dezessete dias do segundo ms, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo e as comportas dos cus se abriram. E houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites.

    3. Diz o Gen. 08.2.3.4.5 Fecharam-se as fontes do abismo e tambm as comportas dos cus e a copiosa chuva dos cus se deteve. As guas iam se escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e cinqenta dias. No dia dezessete do stimo ms, a arca repousou sobre as montanhas de Ararate. E a guas foram minguando at ao dcimo ms, em cujo primeiro dia apareceram os cumes dos montes.

    Temos aqui o seguinte resumo: a. 40 dias de chuva, de 17/02/1656 (ano bissexto) 28/03/1656. b. 150 dias de gua se escoando, de 28/03/1656 25/08/1656. c. 37 dias de guas minguando, de 25/08/1656 01/10/1656.

    227 dias

    4. Diz Gen. 08.6.10.12 Ao cabo de quarenta dias abriu No a janela que fizera na arca.

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    Esperou ainda outros sete dias e de novo soltou a pomba fora da arca. (J a tinha soltado antes e ela retornara no mesmo dia). Ento esperou mais sete dias e soltou a pomba; ela, porm, j no tornou a ele.

    Nesta nova contagem temos ento: a. 40 dias - at abrir a janela em 10/11/1656. b. 07 dias - at soltar a pomba em 17/11/1656. c. 07 dias - at soltar novamente a pomba em 24/11/1656. 54 dias

    5. Diz o Gen. 08.13.14.15.16 Sucedeu que, no primeiro dia do primeiro ms do ano seiscentos e um, as guas se secaram de sobre a terra. Ento No removeu a cobertura da arca, e olhou, e eis que o solo estava enxuto. E aos vinte e sete dias do segundo ms, a terra estava seca. Ento disse Deus a No: saia da arca e, contigo, tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos.

    Prosseguindo nos clculos, temos: a. 38 dias at No remover a cobertura da arca, em 01/01/1657. b. 57 dias para Deus ordenar que sassem da arca, em 27/02/1657. 95 dias

    Todos os dias da permanncia de No e os ocupantes a bordo da arca (exceo da pomba que no voltou) foram, portanto: De 17/02/1656 17/02/1657 = 365 dias + 1 dia do ano bissexto = 366 dias E at 27/02/1657 foram mais 10 dias, perfazendo o total de 376 dias, ou: Um ano bissexto e dez dias.

    H fatos, no entanto, em que no pudemos nos basear devido a encontrarmos aparentes incongruncias. Um desses fatos se refere aos trs filhos de No: Sem, Co e Jaf que teriam sido gerados quando No contava 500 anos de idade. Se os trs nasceram no mesmo ano teriam sido trigmeos, ou No teria trs esposas ou concubinas. Mas nenhuma referncia sobre essas possibilidades foi encontrada por ns nos textos do Gnesis. Outro fato vem do Gen. 07.6., onde dito que No tinha 600 anos de idade quando as guas do dilvio inundaram a terra. E como o dilvio tivera incio por nossos clculos em 17/02/1656, em 27/02/1657, data em que saram da arca, No j estaria com 601 anos.

    Ora, tambm dito no Gen 11.10 que Arfaxade, filho de Sem, nasceria dois anos aps o dilvio quando Sem tinha 100 anos. Pelos nossos clculos, Arfaxade teria nascido em 1656, que seria o ano do dilvio, e o ano 600 de vida de No. E se o ano do dilvio foi o ano 600 de No, 2 anos depois sua idade seria 602; logo Sem j teria 102 anos. Assim, Arfaxade nasceria em 1658 e no em 1656 de nossos clculos.

    Muito embora povos antigos j dividissem o dia em vinte e quatro horas, fizessem contagens de semanas, meses e ano de 365 dias, certamente o ano bissexto no seria computado por eles. A diferena de seis horas cumulativas, gerando mais vinte e quatro horas a cada quatro anos, s seria oficialmente ajustada em 1582 pelo Papa Gregrio XIII, ficando o calendrio oficial a partir da conhecido por gregoriano em

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    homenagem quele Papa. Assim, h a possibilidade de a diferena de dois anos aqui consignada estar ligada a alguma data pretrita de nossos clculos onde o ano bissexto no seria computado. Se isto for relevante para concluses outras, agradeceramos aos investigadores realizar possveis correes ou novas interpretaes.

    Finalmente, os personagens bblicos de quem tratamos, tendo vivido acima dos 100 anos, alguns mais de 200 e muitos tendo ultrapassado 600, 700 ou atingido 969 anos como Matusalm, algo para ns incrvel, mesmo sendo eles homens bblicos.

    Continuando com as geraes a partir de No, teramos: ANO DO CALENDRIO PROGRESSIVO EM QUE MORREU PERSONAGEM ANO DO NASCIMENTO ANOS DE VIDA (DE ADO AO EGITO)

    01. SEM 1556 600 2156 02. ARFAXADE 1656 438 2094 03. SAL 1691 433 2124 04. EBER 1721 464 2185 05. PELEGUE 1755 239 (1994) 06. RE 1785 239 (2024) 07. SERUGUE 1817 230 (2047) 08. NAOR 1847 148 (1995) 09. TER 1876 205 (2081) 10. ABRO 1946 175 (2121)

    Verificamos que mais dez geraes decorreriam at 2185, ano da morte de Eber. Abro teria morrido 64 anos antes e surgiriam mais trs importantes personagens aps este patriarca: ANO DO CALENDRIO PROGRESSIVO EM QUE MORREU PERSONAGEM ANO DO NASCIMENTO ANOS DE VIDA (DE ADO AO EGITO)

    11. ISAQUE 2046 180 2226 12. JACOB 2106 147 2253 13. JOS 2197 110 2307 + Cativeiro do Egito 430

    XODO 2737

    De Abro a Jos haveria novas conotaes na vida e tradio judaicas. Se contarmos Ado como o primeiro patriarca, No seria o segundo, Abro o terceiro e Jacob o quarto. Jacob geraria doze filhos que constituiriam mais tarde as doze tribos de Israel. Jos, o dcimo primeiro filho de Jacob, protagonizaria interessante histria no Egito para onde teria sido vendido como escravo pelos seus irmos. Jacob, todos os seus demais filhos, e famlias, acabariam viajando para o Egito anos mais tarde, chamados por Jos que se tornara chanceler do fara, e l eles permaneceriam.

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    De acordo com nossa cronologia, de Ado at o xodo teriam se passado 2737 anos. Os historiadores informam que o xodo teria ocorrido nos anos 1490 a.C., 1440 a.C., 1400 a.C., 1300 a.C., 1290 a.C. 1200 a.C., ou prximo a essas datas. Considerando que Jos teria vivido no Egito dos 17 aos 110 anos, portanto 93 anos, e teria 30 anos quando interpretou os sonhos do fara, teriam se passado 13 anos at aquele instante. Os 7 anos de fartura se passaram e entraram nos 7 anos de fome; os irmos de Jos teriam chegado ao Egito 2 anos aps a fome se ter alastrado. Temos ento aqui o seguinte clculo:

    a. Da chegada de Jos ao Egito at ser recebido pelo fara = 13 anos b. Primeira etapa das previses de Jos se passaram = 07 anos c. A famlia de Jos chega ao Egito quando ainda teriam mais 5 dos 7 anos de fome = 02 anos ______

    22 anos

    Da teramos Jos com 39 anos. Se Jos morreu com 110 anos, sua famlia teria permanecido livre no Egito por 71 anos, pois no h referncias que de l tenha sado antes da morte de Jos.

    Diz o Ex. 01.8.9.11.14. Entrementes se levantou novo rei sobre o Egito, que no conhecera a Jos. Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel mais numeroso e mais forte do que ns. E puseram sobre eles feitores de obras, para os afligirem com suas cargas. E os israelitas edificaram a Fara as cidades-celeiros, Pitom e Ramesss. E lhes fizeram amargar a vida com dura servido, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o servio em que na tirania os serviam.

    Consideremos agora a cronologia tomada oficialmente pela histria, apesar de no haver consenso exato sobre datas, e que caminha em sentido inverso a partir do nascimento de Jesus Cristo (para muitos Jesus Cristo teria nascido em 3 d.C.), e optemos por 1300 a.C. (sc.XIV a.C.) o ano do xodo do Egito liderado por Moiss. Desta forma, temos o seguinte, desde Ado:

    a. De Ado ao xodo de Moiss = 2737 anos b. Do xodo de Moiss Cristo = 1300 anos c. De Cristo aos nossos dias = 2009 anos 6046 anos, sendo essa, portanto, a resultante histrico-religiosa desde Ado at o sculo XXI de nossa era.

    Se os judeus comemoraram em 2009 o 5769 aniversrio da criao do mundo, temos uma diferena em nossos clculos de 277 anos que poderia ser absorvida na idade de Ado, sobrando-lhe ainda 653 anos, pois segundo o Velho Testamento Ado teria vivido 930 anos. Por outro lado, as cifras 6046 e 5769 so, sem a menor dvida, inexpressivas para conter todo o perodo da criao do mundo, qualquer que seja a dimenso tencionada, quer seja da Via Lctea onde se encontra o nosso sistema solar, quer do macro-universo onde tudo mais existe, ou simplesmente do planeta.

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    Historicamente as divergncias so enormes; talvez o pensamento cronolgico judeu pudesse ser explicado de outra maneira, uma vez que a arqueologia rastreia a civilizao sumria na Mesopotmia encontrando vestgios de sua existncia j na era do Bronze Antigo. Admitindo esses fatos, poderamos situar aleatoriamente em 8000 a.C. uma faixa de existncia da civilizao sumria, que tambm ultrapassaria o clculo judaico da fundao do mundo.

    Se a criao do mundo tivesse acontecido h somente 6046 anos, por exemplo, e Ado e Eva existiram de fato conforme a Bblia relata, por que ento no admitir uma poca mais remota onde a existncia teria se originado? Ou melhor organizar os argumentos da criao do universo e do homem em fatores-grupos separados e distintos, no exatamente consequentes como esto sob cronologia confusa, apertada e conflitante?

    Se nossos clculos estiverem aproximados, poderamos considerar tambm nos 6046 anos oferecidos pelas histrias bblicas que os anos bissextos fossem todos levados em conta e computados os seus dias extras. Assim fizemos preliminarmente por mera curiosidade, e atingimos soma adicional de 4 anos 2 meses e 22 dias. Se computssemos esse adicional teramos 6050 anos decorridos na histria da criao. J antes mencionramos possibilidade semelhante ao abordarmos o dilvio, e no cremos tambm nesse caso ser necessrio este detalhamento por que a data da libertao dos judeus do cativeiro egpcio est longe de atingir um consenso, pois existindo tantas divergncias entre historiadores e religiosos, surgiram grandes diferenas numricas.

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    CAPTULO IV

    OS PATRIARCAS QUE A HISTRIA NO RECONHECE

    Neste captulo vamos procurar analisar aspectos histricos dos patriarcas judeus e suas relaes scio-culturais formadoras da inicial infra-estrutura do Velho Testamento. Os aspectos religiosos foram no passado relativamente aceitos sem muitas discusses, muito embora sem provas concretas suficientes, mas com os historiadores dando crdito material aos textos bblicos quando identificavam cidades ou locais fisicamente conhecidos ou no.

    Hoje, porm, esta viso mudou e conturbou completamente uma possvel coerncia no processo histrico, sob cujos desdobramentos os textos bblicos em diversas ocasies convergiriam. O que mais causa divergncias e cises entre arquelogos, socilogos, historiadores e pesquisadores so as diferentes constataes de que as culturas dos povos se teriam desenvolvido em perodos no coincidentes com aqueles asseverados pelos textos bblicos. Em alguns casos, se afastam de tal forma dos relatos religiosos que robustecem ainda mais a colocao dos argumentos dspares de quem diverge. Mesmo o Egito no escapa do esquadrinhamento de fatos imprecisos ou inexistentes e que produzem hiatos na sua memria arqueolgica, por no existir elos sequenciais de elementos concretos corroborantes com as narrativas bblicas.

    De Ado historicamente nada se pode comentar, exceto que o texto bblico descreve propositalmente o paraso no lugar onde existiu a antiga Mesopotmia. O que Ado teria realizado no cabal nem procedente, mesmo porque quase nada dito de seus hbitos em comum com Eva no Jardim do den. A nica trilha a seguir no contexto religioso aquela deixada por seus descendentes at No. No h, portanto, contedo em Ado e Eva como personalidades, sobre as quais se pudessem analisar e inferir racionalmente como a histria necessita.

    De acordo com nossos cl