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Agosto de 2011- Revista Empty - 1 EMPTY EDIÇÃO Nº3 | AGOSTO | RIO DE JANEIRO Armas Virtuais Comunidades: O caso dos Bueiros Cultura: Entrevista com Pablo Villaça Moda: Maquiagem Ecologicamente correta Tecnologia: Comentários sobre o Windows 8 Manifestações encabeçadas por jovens e que começam com uma idéia postada nos sites de relacionamento são a mais nova mania da garotada! #PROTESTO

N°3 | Revista EMPTY | Agosto | 2011

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Terceira Edição da Revista EMPTY! Incrível como as coisas andam passando e evoluindo rápido. Uma ideia absolutamente infantil e pequena está ganhando colaboradores, leitores e principalmente, força dentro do cenário da comunicação colaborativa. Apesar das dificuldades de fechar uma revista social, o trabalha com a EMPTY fica cada vez mais gratificante, o que torna tudo muito simples.

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EMPTYEDIÇÃO Nº3 | AGOSTO | RIO DE JANEIRO

Armas Virtuais

Comunidades: O caso dos Bueiros

Cultura:Entrevista com Pablo Villaça

Moda:Maquiagem Ecologicamente correta

Tecnologia: Comentários sobre o Windows 8

Manifestações encabeçadas por jovens e que começam com uma idéia postada nos sites de relacionamento são a mais nova mania da garotada! #PROTESTO

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Política

Comunidades

52° Congresso da UNE .................................................. 29Operação Delta .............................................................. 31Armas Virtuais ............................................................... 32

Nova Iguaçu - A evolução do comércio popular de Nova Iguaçu .......... 37Copacabana - A Falta de Fiscalização: A grande deficiência do governo e da sociedade ...................................................................................... 38São João de Meriti - Montanha russa Meritiense .............................40

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Comunicação e TecnologiaVocê conhece o Jogo Justo? .............................................................................. 43Windows 8, a nova aposta da Microsoft ......................................................... 45

O Nazismo e a Internet .............................................................. 12Filmes que viram livros .............................................................. 13Um analgésico e uma conversa com o Pablo Villaça .......... 14A festa da Dona Júlia .................................................................. 20Um Guerreiro – A música de uma trajetória ....................... 22Um pouco sobre o Teatro .......................................................... 24Recomendo: Better with you ................................................... 25Sobre tudo que eu queria... ..................................................... 26

Maquiagem ecologicamente correta: Seguindo amoda sustentável do planeta .................................... 6Que amor é esse? .......................................................... 7Dicas de delineador ........................................................ 8Sapatos Oxford............................................................... 10

Cultura

Moda

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Terceira Edição da Revista EMPTY! Incrível como as coisas andam passando e evoluindo rápido. Uma ideia absoluta-mente infantil e pequena está ganhando colaboradores, leitores e principalmente força dentro do cenário da co-municação colaborativa. Apesar das dificuldades de fe-char uma revista social, o prazer é incrível. Poder conhe-cer pessoas novas, como tem sido com o Alexandre Kley, Vitor Gonçalves, Kerolaynne Tozo, Bruna Caldas. Também poder me retratar com pessoas que eu nunca esperada um dia estar trocando ideia como é o caso da nossa nova integrante, a Krisnha Armstrong e também poder voltar falar com Nathália Costa, Marcio Ornelas, Pedro Gabriel e enfim, como todo mundo que também não citei para não escrever demais.Nessa edição temos na capa um texto da Juliana Castro, falando sobre Novas Organizações dos Movimentos So-ciais, sobretudo na Juventude. Outro ponto importante nessa edição é a evolução da diagramação e também da editoria de moda, que vem com bastante força nessa edi-ção. Teremos outros tantos textos bacanas também, que vocês podem ler ao longo da revista. Abraços pessoal, es-pero que gostem e qualquer coisa, envie um e-mail para [email protected]

[Romário Régis - Editor Chefe]

Editorial:

Editor Chefe: Romario Regis

Conselho Editorial:Eduardo LurnelFlávia FreitasMarcio OrnelasPedro GabrielTatiane Nantes

Diagramação:Vitor Gonçalves

Ilustração:Leandro FerraProdução:Felipe SaldanhaPublicidade:Ex

pedi

ente

: Débora NascimentoLais Gonçalves

Colaboração/Política:Bruno CarvalhoJuliana CastroLucas CésarMarcio Ornelas

Colaboração/ Moda:Bruna CaldasHerycka LouiseKrishna ArmstrongKerolynne TozoNathália Costa

Colaboração/ Cultura:Alexandre Kley

Ana Carolina OliveiraFlávia FreitasGabriel GuimarãesLorhan FerreiraPedro GabrielPetter MCTallyssa SirinoThais ElethérioThaís Martins

Colaboração/Comunicação e TecnologiaAllyson CésarEduardo LurnelThomas Schulze

Colaboração/ComunidadesVitor Gonçalves

Raull SantiagoLana de SouzaFernando BorgesAnderson DinhoCristiane de OliveiraNathalia MenezesFagner Torres

Outros Colaboradores:Monique FitanoriPriscylla BarrosPablo Brandão

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(mo.da)

sf. 1 Maneira, estilo de viver, vestir, comportar-se, escrever etc. predominante numa determinada época ou lugar (gíria fora de moda); VOGA.

2 Restr. Arte e técnica do vestuário (moda feminina).3 A indústria e/ou o comércio dessa arte: Gostaria de trabalhar com moda.

4 Modo, maneira: Preparou a massa à moda italiana.5 Gosto, maneira ou modo distinto e peculiar, ger. habitual, de cada um: Trabalha

à sua moda.6 Uso ou prática corrente, generalizada; FIXAÇÃO; MANIA: Usar telefone celular

virou moda.[F.: Do fr. mode ‘costume, hábito, maneiras, uso’.]M

oda

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O mundo agora quer ser sustentá-vel. Depois de séculos destruindo o planeta desenfreadamente nós

queremos correr atrás do prejuízo. Tudo hoje em dia é ecologicamente sustentável como casas, carros, shoppings, roupas, e maquia-gens. Sim, maquiagem, não só maquiagens, mas toda uma linha de cosméticos! Afinal de contas é muito bom saber que você tá linda, bela, arrasando e ainda cuidando da nature-za! Não é mesmo?As maquiagens ecologicamente corretas pos-suem inúmeras vantagens. Os componentes usados não contêm aditivos químicos, tal como conservantes, nem foram obtidos por meio de testes feitos com animais, preservan-do o ecossistema. Vamos listar algumas delas:* Os “cosméticos verdes” não ressecam a pele;* São hipoalergênicos, isto é, não causam alergia ou irritação na pele;* Não abrem os poros, diminuindo os riscos de acne (!!!!!!)Infelizmente existem muitas empresas que tentam enganar seus consumidores, por isso devemos ficar atentas. O nome dos produtos está relacionado à quantidade de elementos orgânicos que compõem a maquiagem. Os produtos "naturais" contem entre 5 e 70% de ingredientes orgânicos na fórmula. Se pos-suir de 70% a 95%, passa a ser um produto "elaborado com ingredientes orgânicos" e so-mente quando o produto possui mais de 95%

de substratos orgânicos recebe a certificação de "orgânico".Além das classificações devemos procurar os selos de certificação do IBD nas embalagens. Os pro-dutos naturais têm um selo azul-esverdeado. Já o selo dos orgâni-cos tem um sol com uma folhinha, escrito Certificado Orgânico. No caso dos manipulados, o ideal é escolher uma farmácia de con-fiança que use ingredientes tam-bém certificados pelo Instituto.Existem diversas marcas famosas no mercado, umas mais caras e outras mais em conta, vale a pena

pesquisarmos um pouco para en-contrar a maquiagem perfeita, a de qualidade e que encaixa per-feitamente no seu bolso.E outra, de nada adianta ter um produto maravilhoso se nós o usamos por horas no rosto, mui-to menos dormir com ele na pele, portanto, não se esqueça de passar o demaquilante antes de dormir. Afinal milagres não acontecem, mergulhem de ca-beça nessa ideia, já tenho alguns produtos e recomendo.

[Bruna Caldas]

Maquiagem ecologicamente correta: Seguindo a moda sustentável do planeta.

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É difícil explicar esse fascínio que encontramos nos sapatos. Qual mulher nunca foi pra uma loja de sa-patos a fim de passar o tempo ou se livrar de um dia

ruim? A compra é uma espécie de cura para todos os males!Fui investigar com amigas, o que pensavam sobre sapatos e muitas delas foram enfáticas em dizer:“Quando preciso me sentir melhor só necessito de sapatos, só eles sabem me ajudar”.Outras ainda disseram que os santos pares as deixam mais bonitas, que elas se sentem superiores aos problemas.Vocês sabem qual a verdadeira finalidade do sapato? Só es-quentar nosso pezinho! Essa função não é tão prioridade nos dias de hoje... Dizem os historiadores que a história dos sapatos começa a partir de 10 mil a.C. No Brasil foram che-gar junto com a côrte portuguesa.Os sapatos eram para os nobres. Escravos eram proibidos de usá-los, quando libertos compravam como símbolo de sua alforria. Os pés não eram acostumados, então muitos deles usavam os pares nos ombros ou os seguravam para representar sua nova condição social.Voltando da aula de história, desde criança as mulheres são instigadas a amar os lindos pares. Aquela velha história: “uma linda moça aprisionada pela madrasta, ajudada por uma fada vai ao baile que só pode ficar até a meia noite!”. Mamães contam a história já dizendo às filhas “Você vai ter seu príncipe, mas tem que ter um sapatinho de cristal”. E é aí que começa a saga da pobre garotinha que vai atrás do príncipe, mas descobre que os sapos estão a fazendo sofrer, então prefere ir à procura dos sapatos que vão satisfazer aquele desejo momentâneo!

Então entra na vida da mulher o amor pelos pares, porque eles as deixam relaxadas, sen-tindo a vida mais leve, tudo passa a ser como flores. Mesmo sem ter um lugar especial para usá-los, elas compram! Pelo prazer de andar com eles nos pés. Coloca-los e andar pela casa, tem coisa melhor?No filme Delírios de Consumo de Becky Bloom (baseado no livro de Sophie Kinsella), Rebecca Bloomwood (Isla Fisher) é uma jornalista louca por compras e viciada em sapatos! O sonho da vida dela é trabalhar em uma revista de moda, mas acaba em uma revista de economia da mesma editora. Becky gasta o que tem e o que não tem (principalmente) com Christian Lou-boutin, Balenciaga e Marc Jacobs. Com isso fica fazendo malabarismos com 12 cartões de cré-dito. É um ótimo filme, recomendo! Em fim, não dá pra chegar a uma conclusão final e plausível para tanto amor aos sapatos, sandálias, botas, rasteirinhas, sapatilhas, e afins! Os homens nunca vão entender, e nós va-mos simplesmente continuar com nossas sagas atrás dos sapatinhos de cristal!

[Kerolaynne Tozo]

amoré esse?

Que

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O delineador é um dos itens indispen-sáveis na maquiagem, pois dá um efeito poderoso e sedutor, e é mais

recomendado a noite. E todas nós sabemos como ele dá um toque especial na maquiagem, porém muitas não conseguem fazer o famoso traço solitário! Pois bem, aqui vai uma dica para vocês fazerem sozinhas e ficarem lindas!

Primeiro vamos conhecer os tipos de delineadores que existem:

Líquido: é o que dá resultado mais bonito. O traço fica intenso.

Lápis: é o mais fácil de usar e permite dar uma “esfumadinha”. Só não dá para fazer linhas superfinas.

Caneta: oferece mais firmeza na hora do traço. Mas a cober-tura não é tão intensa.

Gel: é aplicado com um pincel chanfrado. Sua cobertura tam-bém não é forte, mas é de fácil aplicação e o acabamento fica lindo.

Aquarela: com pincel e sombra em pó ou delineador em cre-me você cria os mais diferentes efeitos. Molhe o pincel em água e teste a intensidade da cor no dorso da mão.Atenção com a ordem dos produtos para não derrubar sua produção. Passe primeiro a base, o pó, depois a sombra, o delineador e por fim, o rímel.

Dicas:A forma dos olhos, o tamanho das pálpebras e a firmeza da pele influenciam no traço do delineador. Se você tem...Olhos pequenos: Faça o traço bem fininho rente aos cílios. Se o traço ficar grosso, os olhos ficam ainda menores. Esse tru-que vale também para quem tem olhos fundos.Olhos grandes: Quem tem o olhar como o da atriz Juliana Paes pode usar traços grossos. Mas se você tem olhos grandes, po-rém pálpebras pequenas, deve optar pela linha fina.Pálpebras caídas: Para disfarçá-las, invista em um traço super-

Dicas de

delineador

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fino que não ultrapasse o canto externo do olho. Esqueça o efeito gati-nho, pois ele é indicado para pálpebras muito firmes ou olhos grandes.Para durar mais: Passe uma camada de pó compacto nas pálpebras para tirar a oleosidade da pele. Dessa forma, fica mais fácil aplicar o delineador e a maquiagem dura mais.

Cai fora: Evite usar sombra escura (preta ou azul-marinho) com o delineador. Juntos, eles perdem o efeito e olhar fica carregado.Para acertar no tom do delineador: Se você tem a pele morena, prefira a cor preta. Pele ou olhos claros, escolha o cinza ou o marrom-escuro.

O Traço:Antes de tudo, segure o lápis ou pincel como se fosse uma caneta. Retire o excesso do produto do aplicador do delineador.1. Em frente ao espelho, levante o queixo. A pálpebra se abaixa auto-maticamente. Puxe ligeiramente o cantinho do olho.2. Faça pequenos pontinhos ao longo da linha dos cílios.3. Com a mão oposta, junte os pontinhos até formar um traço único.4. Não cubra o traço-guia de uma vez. Como ele deve ser mais fino no

canto interno do que no canto externo, come-ce-o do meio do olho para fora. Assim, quando o aplicador estiver com menos tinta, complete o traço na parte interna do olho. Para dar mais firmeza, apóie a mão que vai fazer o traço na outra que está segurando a lateral do olho.E atenção: cotovelos sempre apoiados para maior firmeza nas mãos para fazer o traço!Truque para iniciantes: Faça um traço com lá-pis de olho e depois preencha com o delinea-dor, assim os lados sairão semelhantes.E nada de combinar com a cor da roupa, e sim com cores de sombra clara.

Alguns Tipos de Traços:

[Herycka Louise]

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O Oxford é um sapato fechado, de amarrar, que ganhou esse nome porque virou febre entre os estu-

dantes da Universidade de Oxford, na Ingla-terra, no século 17. Antes, uma peça exclu-sivamente masculina, agora vem bombando nas ultimas coleções como peça feminina.Aqui, mostro para vocês como ele foi usado na coleção outono/inverno em tons mais bá-sicos, como o bege, nude, marrom e o clássico preto, e como ele esta pra vir na coleção pri-mavera/verão, estampados, bordados, flori-dos, de oncinha, com paetê, etc.

O sapato oxford não tem saído do pé de famosas como Selma Blair, Sienna Miller, Olivia Palermo. Ele pode ser usado com meia calça, jeans, saia, short, mas na minha opinião a melhor combinação é com vestido, que mistura o ar masculinizado do Oxford com a feminilidade do vestido.Outro tipo de oxford que tem sido muito usado também é o de salto, que é muito charmoso, da um ar ainda mais feminino ao look, o que faz abrir o leque de opção de produções.Aqui vai dois looks lindos com o oxford de salto.

[Krishna Armstrong]

Sapatos

Oxford

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(cul.tu.ra)

sf. 1 Soma das informações e conhecimentos de uma pessoa, ou de um grupo social: Era homem de grande cultura. Aquela gente lia muito, tinha cultura.

2 Conjunto de costumes predominantes num grupo ou classe social [Cf.: contracultura.]3 Antr. Tudo o que caracteriza uma sociedade qualquer, compreendendo sua linguagem,

suas técnicas, artefatos, alimentos, costumes, mitos, padrões estéticos e éticos (cultura ianomâni/neolítica).

4 Panorama de um país no que se refere ao movimento da criação e divulgação das artes, da ciência e das instituições a elas concernentes: Naquelas décadas, a cultura

decaiu.5 Antr. Conjunto dos valores intelectuais e morais, das tradições e costumes de

um povo, nação, lugar ou período específico (cultura asteca/celta/mediterrânea);CIVILIZAÇÃO.

[F.: Do lat. cultura.]Cultu

ra

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Que as redes sociais dominam o cenário 2.0 da internet atual não é discutível. As pessoas se reúnem diante de ideais, gostos e muitas vezes

times em comum. Não demorou até que se começasse a notar que grupos de pessoas que compartilham a mesma paixão podem ser investidores em potencial. Munidos desse ideal, surgiram os primeiros sites de crowdfunding (apoio coletivo), em termos gerais, uma vaquinha com nome chique.O primeiro projeto que eu vi desse porte para uma obra de cinema foi Iron Sky (www.ironsky.net), um filme de ficção com uma proposta interessante de filme B dos anos 70: ao saber que a guerra foi perdida e que o Füher estava morto, um grupo do alto escalão do Partido Nacional Socialista se refugiou no lado escuro da Lua, vivendo lá durante setenta e três anos, até a retomada do planeta de onde se exilaram. Com a chamada “Prepare-se para chutar algumas bundas nazistas. Mande-nos seu dinheiro.”, a produtora invoca o internauta a participar do projeto custeando uma parcela do filme (apenas 12%) ou comprando “Bônus de Guerra” gerando financiamento.Claro que apenas pedir dinheiro não traria retorno e a pró-

pria filosofia do crowdfunding determina que o apoiador ou financiador do projeto receba algo de acordo com o ta-manho de sua doação. Para tal, é oferecido ao financiador que seu nome apareça nos créditos do filme. O que pode parecer pouco aos olhos do público representa muito aos milhares de fãs de cinema que ficarão até o fim dos créditos para ver seu nome subindo na telona. Se seu apoio for mais substancial, você “ganha” o direito de aparecer em uma cena do filme ou ter um trailer exclusivo no site do projeto.Outro projeto extremamente interessante a seguir a mes-ma linha é o terror australiano The Tunnel (O Túnel - www.thetunnelmovie.net). Seguindo uma equipe de jornalis-tas em uma investigação sobre um projeto que usaria os túneis subterrâneos de Sidnei para reciclagem de água, somos apresentados a uma ameaça invisível que vive es-condida em um mundo escuro e desconhecido. Nada que já não se tenha visto em outros filmes que se vestem de pseudo-documentários. Com uma proposta que beira a loucura em termos de distribuição, os produtores optaram por custear o filme e apenas lançá-lo para download no site, sem custo adicional e batendo de frente com o “mer-cado pirata” que parece comer uma fatia maior do cinema cada ano. Com o chamado projeto 135K, eles vendem um frame do filme por um dólar; para um filme de 90 minu-tos, temos 135.000 frames, ou seja, cento e trinta e cinco mil dólares. Outra forma de se ver o crowdfunding. Ainda têm em sua loja no site “Copiões” em DVD, trilha sonora e outros produtos vindos da obra que somados no fim, custam menos à produção do que a obra completa.Seria este o fim dos grandes estúdios e da pirataria na for-ma que conhecemos? Por que copiar um filme se a produ-tora nos oferece o download gratuito da obra? Não entra-mos nem no mérito das redes sociais como propagadoras do projeto, gerando gratuitamente marketing para uma massa mundial. Acredito que é um primeiro passo para a mudança de paradigma do cinema atual. E uma grande idéia em termos de cinema nacional, que sofre tanto com a produção de suas obras, dependendo de subsídios do governo para tal. Que venha a nova onda das redes sociais e, com ela, um novo horizonte.

[Alexandre Kley]

O Nazismo e a Internet

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J á é de praxe transformar livros, geral-mente de muito sucesso, em filmes. Honrando ou não o livro que deu sua

origem, o filme faz grande sucesso e todos – ou quase todos – ficam felizes. O fato é que obviamente o filme nunca é fiel ao livro, sem-pre rico de detalhes e até os raros errinhos de digitação, que para mim é um prazer achá-los.Nunca tinha pensado sobre esse assunto até que na semana passada tive o prazer de ler o livro The notebook, que abrasileirado se cha-ma Diário de uma paixão, de Nicholas Sparks. O autor, que já foi considerado oito vezes o es-critor mais adorado do mundo segundo o New York Times, tem mais de 50 milhões de cópias impressas em todo o mundo. Mais de 12 mi-lhões são apenas de Diário de uma paixão.Ele conta a história de amor de Noah Calhoun e Allison Nelson, ambos de classes sociais distintas. Vivem um grande amor durante o verão até os pais de Allie a afastar de Noah durante sete anos. O romance, ora sob nar-ração de Allie, ora sob perspectiva de Noah, é extremamente envolvente e requer aten-ção, pois alguns fragmentos são relatados por Noah já idoso.

Após ler o romance tive curiosida-de de ver o filme que foi baseado nessa história e me surpreendi. Noah, que segundo Sparks seria um sujeito calmo, aparecia como um tremendo impaciente e o ca-sal em si era o fatídico par “entre tapas e beijos”, se diferenciando também da versão do autor.É claro que o filme de Nick Cas-savetes, lançado em 2004, tem seus momentos de “total fideli-dade” à sua base, mas há quem diga que o bom é mostrar algo diferente. “A graça é ter uma pi-mentinha. Ter uma extensão da-quilo que você leu”, disse minha mãe durante uma conversa sobre o assunto. Cá pra nós, a opinião não é de família e volto ao Diário de uma paixão para exemplificar.Segundo o livro, o casal, após o reencontro vive o “felizes para sempre”, até a doença de Allie - Mal de Alzheimer - assolar as memórias de toda uma vida.

Noah então tem a difícil tarefa de reconquistar sua amada todos os dias, já que a doença tem como característica apagar memórias recentes. Porém, o que o filme não mostrou foi seu fim maravi-lhosamente costurado a mão: “o milagre”, a recuperação de Allie através do amor de seu marido. Em vez disso, o longa termina com o casal morrendo juntos.Afinal de contas, mudanças acres-centam ou não a história que foi sua base? É justo? Faça sua crítica em twitter.com/flavialee e confi-ra as demais opiniões na próxima edição da EMPTY.

[Flávia Freitras Gomes]

Filmes queviram livros

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Um analgésico e uma conversa com o

Pablo Villaça

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U m dos grandes críticos de cinema do Brasil, criador e diretor do site Cinema em Cena, primeiro membro

latino-americano e de língua portuguesa da OFSC (Online Film Critics Society), autor do li-vro O cinema além das montanhas, colabora-dor do site da lenda viva Roger Ebert e desne-cessariamente neurótico com a idade, Pablo Villaça (@pablovillaca) é antes de tudo uma figura carismática e inteligentíssima. Quem já leu alguma crítica sua consegue perceber isso. Acompanho seu trabalho desde 2004, sendo o único site que desde então freqüento assiduamente e foi com toda falta de jeito do mundo perguntei a ele em junho, durante a semana do seu curso de Linguagem e Crítica Cinematográfica no Rio, se poderia fazer uma entrevista. Lembrei do Troy encontrando o LeVar Burton, em Community, dizendo “Você não pode desapontar uma foto!”. Sim, meus

caros, eu estava nervoso de uma forma que nem em entrevista de trabalho fico. Encon-trava um ídolo, um dos maiores responsáveis pela grande paixão que tenho pelo cinema e isso não é pouco.No dia combinado, nos sentamos a uma das mesas da sala onde o curso foi realizado, na Rua do Ouvidor. Ele, com muitas dores de ca-beça, perguntou se havia problema em ficar com os olhos fechados durante a entrevista por causa das luzes. Prontamente respondi que não e ofereci um remédio, que foi aceito. Talvez isso tenha sido melhor. Não que quises-se sua dor de cabeça. Não sou sádico e muito menos admitiria publicamente se fosse, mas ser encarado tornaria a situação mais compli-cada. Por fim, usando um iPod para gravar o áudio com os fones de ouvido como microfo-ne, pude começar a entrevista com o super gente boa Pablo Villaça.

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Como e quando você se interessou por cinema?

Eu sempre gostei de cinema. Desde a infância eu curto muito cinema. Eu assistia todo dia à Sessão da Tarde. Na época, eles passavam muito filme dos Trapalhões e do Jerry Lewis. Minhas primeiras lembranças têm muito a ver com isso. Lembro de Assassinato por morte, um filme de 76 com Peter Falk e Peter Sellers. A minha avó materna foi muito responsável pelo meu gosto porque desde cedo, quando eu era bem jovem, ela marcava de ir ao cine-ma e o dia todo já era um dia especial. Ela fazia um almoço diferente. Por exemplo, ao invés dela pegar o arroz e colocar no prato, fazia um castelinho com arroz. O dia já era gostoso assim. A gente ia ao cinema e assistia ao filme. Gostando dele, ficava para a segun-da sessão e aí depois ela levava a gente para tomar sorvete, comer um misto-quente. Eu sempre associei cinema com sensações agra-dáveis. Atribuo muito isso à minha avó, é uma coisa até pavloviana. Acho que surgiu aí meu amor por cinema.

Como foi sua formação dentro dessa área?

Como sempre tive curiosidade, quando fui fi-cando mais velho, 12, 13, 14 anos, eu quis sa-ber mais, ler sobre cinema. Um tio me deu um livro da Pauline Kael, Criando Kane, e um pou-co depois alguém me deu um CD que tinha críticas do Roger Ebert. Aí eu criei o hábito de ler a crítica de todo filme que via. Eu percebia que tinha visto muito pouco do filme. Podia ter gostado dele, mas, quando ia ler o que escreveu, "Porra! Eu não vi nada. Tinha tan-ta mais coisa que eu não percebi no filme." e isso começou a me interessar. Então comecei a consumir livros sobre linguagem, sobre te-oria. Comecei a estudar de forma autodidata e eu dei uma sorte que nessa época surgiu o videocassete no Brasil, no mundo. E aí em Belo Horizonte tinha o Videoclube do Brasil em que você pagava uma mensalidade bara-ta, como se fosse hoje uns 40, 50 reais, e po-dia pegar quantos filmes quisesse. Você podia pegar dois filmes por vez, mas eu podiapegar esses dois, ir para casa, assistir e pegar mais

dois no mesmo dia ou podia tro-car todo dia. Era possível assistir a potencialmente quantos filmes eu quisesse. Eles tinham filmes que até hoje não existem no Bra-sil porque na época pirata era o padrão. Não existia filme selado, que era como se chamava o filme original. Isso foi uma sorte muito grande porque eu podia ver e ler sobre esses filmes, de todos os países, de todas as épocas, eu era um estudante, menino, tinha tempo para isso, não fazia porra nenhuma da vida. Foi assim que comecei a estudar.

Quando e como surgiu o Cinema em Cena (http://cinemaemcena.com.br/)?

O Cinema em Cena surgiu em 14 de outubro de 97. Antes disso, em 94, antes da internet chegar ao Brasil, existiam aqui as BBSs (Bulletin Board System) que era a pré-internet. Era basicamente um cara que tinha um computa-dor na casa dele e você conecta-va no computador dele para bai-xar arquivos e tal. Esses sistemas foram crescendo e era possível conectar centenas de pessoas ao mesmo tempo e surge o chat, troca de mensagens etc. Em BH havia sete BBSs grandes e eu me ofereci para criar a área de cine-ma em troca de acesso gratuito. Escrevia sobre os lançamentos da semana, dava uma estrelinha e fazia um comentário rapidinho,

uma frase, duas, sobre cada fil-me. Foi aí que comecei escrever e resenhar filmes. Não era crítica, era mais resenha, não tinha nem experiência para isso. Depois de um tempo, quando havia dois ou três anos disso, eu também comecei a escrever para alguns jornais regionais e falei "Preciso de um lugar para guardar isso ou vou perder esses textos todos". Já havia internet no Brasil e criei o CeC para servir como arquivo dos meus textos. A primeira crí-tica que escrevi foi sobre Instin-to selvagem, mas perdi depois. A primeira crítica que publiquei no site foi em 96 sobre O turista acidental. O CeC estava crescen-do e pensei "Tem que ter outras coisas. Só crítica não é legal." e criei uma seção de notícias, uma seção de fotos, trailers, cartazes, bilheteria. Então ele começou to-mar a forma que ele tem hoje.

O que mudou no site com a po-pularização da internet no Brasil?

Em 2000, vendi 50% do CeC para uma empresa grande de TI de BH, uma das maiores empresas de TI e um dos principais grupos de call center do país. Isso me permitiu fazer o site crescer e então con-tratei uma equipe e a gente pode ter uma redação em tempo inte-gral. Foi um momento de expan-são. Agora inclusive a gente está num momento muito legal por-que o Renato voltou. Renato Sil-

“O Cinema em Cena surgiu em 14 de outubro de 97. Antes disso, em 94, antes da internet chegar ao Brasil,

existiam aqui as BBSs (Bulletin Board System) que era a pré-internet.”

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veira, ele entrou no CeC quando estava no 3º período do curso como estagiário, se formou, foi efetivado e virou co-editor do CeC. Depois de sete anos no site, o Renato saiu porque passou num concurso para trabalhar numa rádio estatal. Ele teria estabilidade, queria casar e não estava dando conta das duas coi-sas. Eu entendi perfeitamente, lamentei mui-to, ele é muito bom. Sou chato com texto, é muito difícil eu falar que alguém escreve bem e o Renato escreve muito bem. Desde então, o CeC viveu um momento difícil porque tive que voltar a fazer algo que não fazia há muito tempo que era chefiar uma equipe. Eu sem-pre trabalhei sozinho, tenho dificuldade em liderar equipe. Primeiro que eu não sei dele-gar tarefa e segundo porque exijo uma com-petência muito grande, que eu exijo de mim também. Quando a pessoa tropeça uma vez, eu falo "Olha, não é assim que faz. É assim, assim e assim.". Se ela comete o mesmo erro pela segunda vez, já não tenho tanta paciên-cia mais. É um erro meu, eu sei disso, mas er-ros que se repetem é uma coisa que me irrita profundamente. Eu começava a me desgastar e quando isso acontecia, perdia a paciência. Não que fosse xingar a pessoa, eu largava e não se pode fazer isso como chefe. Finalmen-te cheguei a um ponto em que percebi não dar conta mais. Em conversa com o Renato, ele disse "Agora eu trabalho na rádio com as duas mãos nas costas de olhos fechados por-que eu estou lá há dois anos. Eu dou conta de voltar para o site.". Ele voltou e tomei uma decisão radical: me demiti como editor e falei "Você não vai ser co-editor, vai ser o editor e eu vou ficar só responsável pelas críticas. Não quero saber de mais nada das outras seções do site, vou consumir como o leitor.". Eu con-tinuo na direção do site, planejamento estra-tégico, comercial, nas críticas, administrando a empresa, mas a editoria é toda do Renato. Agora nós vamos fazer uma reforma completa do site, nós vamos mudar o CeC todo. O con-teúdo obviamente não vamos jogar fora, é o nosso grande diferencial, mas vamos mudar a estrutura, o layout, a arquitetura, a tecnolo-gia, tudo. É uma reforma que vai levar entre seis e sete meses, um investimento de mais

de 100 mil reais, mas que tem que ser feito porque o CeC está quadrado, é um site que envelheceu.

Sobre o curso, quando você começou a minis-trar? Como foram as primeiras turmas?

Entre 2005 e 2006, em BH, fiz quatro edições do curso, uma por semestre. Em 2007, eu dei uma edição do curso em São Paulo a convi-te de uma ONG de lá chamada Educine, que me deu um calote. Me chamou, fez a divul-gação, foi um sucesso, o curso tinha mais de 40 inscritos, eles meteram a faca cobrando 650 reais. Eu fui, paguei meu hotel e passa-gem de avião sem tirar da receita do curso e eles me pagaram com um cheque sem fun-do. Eu nunca recebi nada por isso até hoje. A gente entrou para executar o cheque, mas eles fogem do oficial de justiça. Eu sou muito ruim para dinheiro. O lado bom disso é que, apesar desse prejuízo, foi assim que percebi que tinha um público para o curso fora de BH. Em 2009, estava indo passar férias em Salva-dor porque tenho família lá e eu sou muito workaholic. Adoro trabalhar porque trabalho com o que eu gosto. Pensei "Vou ficar 20 dias em Salvador, 20 dias sem trabalhar... E se eu desse um curso lá?". Entrei em contato com

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algumas pessoas da cidade, vi que era viável, arrumei um espaço, dei o curso e foi um su-cesso. Lotou! Criei então a versão de uma se-mana. A partir daí eu montei o curso, o forma-to de cinco dias e sabia como tinha que fazer para montar a estrutura. E comecei a viajar. Aqui no Rio [junho de 2011] eu completo 870 alunos nos últimos três anos. Somando BH na semana que vem e Recife em julho, vou com-pletar 945 alunos de 2009 até agora. Eu havia dito que ia finalizar em Recife, mas decidi que iria dar mais dois cursos do primeiro módulo para completar mil alunos. Eu tenho que com-pletar mil alunos! Imagina! Eu não posso che-gar em quase mil e parar. Ou seja, mil alunos de 2009 para cá no Brasil inteiro.

Que críticos você admira?

Historicamente falando, eu tenho uma ad-miração profunda pela Pauline Kael, mas ela se aposentou em 81 e morreu em 2001, mas os textos dela sobrevivem, são fantásticos até hoje. Atualmente, tenho uma admiração muito grande pelo Roger Ebert. É um ídolo, é uma das grandes influências para eu traba-lhar como crítico, até na minha abordagem. Esse ano eu tive uma experiência que jamais imaginaria que foi não só me tornar parceiro profissional dele, passando a colaborar com seu site a convite dele, como ainda fui ao seu festival [Ebertfest] e a gente se tornou amigo de ficar mandando email todo dia um para o outro. É uma coisa que nunca pensei que fosse acontecer: me tornar amigo do cara que me influenciou quando comecei a trabalhar. É uma figura absolutamente adorável. No Brasil, eu tenho uma admiração imensa pelo [Luiz Carlos] Merten, do Estado de São Paulo. Ele tem uma paixão por cinema que é conta-giante. Roger Ebert e Merten são meus dois grandes ídolos. Eu também gosto muito do Rubens [Ewald Filho]. Eu não digo isso porque ele é meu amigo não porque eu sempre tive uma admiração. É outro cara que jamais pen-sei que fosse me tornar amigo porque eu cres-ci vendo na televisão falando de cinema. Acho o papel do Rubens é muito bacana porque ele humaniza o cinema. Não é aquela coisa de

óculos, chatíssima, pedante, não, é um cara que discute cinema de igual pra igual. Ele tem um co-nhecimento de cinema invejável. Tem uma memória... Ele lembra quem foi o segundo assistente de direção de um filme produzido na França em 1937. É absurda a me-mória dele. E eu também não es-perava que fosse me honrar. Ele deu uma entrevista há uns meses para O Globo na época do Oscar e pediram para citar alguém na nova geração que achava bom e eu fui o único que ele citou. E eu fiquei muito feliz não só pelo elo-gio, mas porque ele me chamou de "nova geração".

Que atitudes num crítico você re-prova?

Ofender a inteligência do leitor. Achar que subjetividade é ar-gumento auto-suficiente. Dizer que gostou, que não gostou, que chorou. Um crítico que não estu-da, que não se prepara, ele não tem embasamento para exercer a profissão. Ele é uma ofensa à profissão e ao leitor.

Que conselhos você daria para alguém que quer se tornar um crítico?

Estudar! Estudar teoria, lingua-gem, ver muitos filmes. Estudar na teoria e na prática.

“Estudar! Estudar teoria, linguagem, ver

muitos filmes. Estudar na teoria e na prática.”

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Como é sua produção cinematográfica?

Antes de ser crítico de cinema, eu já fazia ví-deos, mas eram vídeos completamente ama-dores. Eu fiz A ética, que foi uma história que me veio à cabeça. Escrevi um roteiro, achei que daria um curta legal e nós produzimos e fizemos. Agora a gente está fazendo um segundo filme que já é uma produção bem mais ambiciosa. A ética nós fizemos na base da coragem, completamente independente. O filme custou 1800 reais. Agora nós estamos fazendo um filme que tem um orçamento grande para um curta-metragem, de 73 mil. Já captamos tudo com uma produção bem esquematizada. É diferente trabalhar com re-cursos assim. E eu não acho muito diferente não. Como eu lido com crítica, eu lido bem. Costumo até falar brincando, mas numa brin-cadeira meio séria, que nunca teve um diretor com um filme de estreia tão analisado quan-to o meu. Todo mundo queria falar sobre o filme. Não só outros críticos, mas os leitores. "14 anos que esse cara está falando do filme dos outros então vamos falar do filme dele.". Eu vi post de blog com 15 parágrafos falan-do de A ética, que é um filme de 15 minutos. Quando eram argumentos construtivos, eu achava ótimo. Quando o cara está só queren-do ofender, eu ignoro. A crítica faz parte da evolução do artista. É importante você ouvir e ler críticas. Eu encaro a crítica cinematográfi-ca como uma forma de arte e escuto crítica o tempo inteiro sobre isso.

Quais são seus filmes e diretores favoritos?

A trilogia O poderoso chefão. Inquestionável, favorito absoluto. Diretores? Um monte. Vi-vos ou mortos?

Tanto faz.

Aí não tem como...

Ok, vamos nos manter nos vivos então.

[Martin] Scorsese, [Francis Ford] Coppola, Fernando Meirelles, [Hayo] Miyazaki. Quem

mais...? Paul Thomas Anderson, David Fincher quando ele está fazendo um filme que não é me-lodrama. [Jean-Luc] Godard, mas, apesar dele estar vivo, eu gosto do Godard antigo, não do Godard contemporâneo. Ah! Chan-wook Pak, que é um diretor coreano por quem eu tenho uma fascina-ção. Me deu um branco agora. O diretor do 4 meses, 3 semanas e 2 dias. É um diretor romeno [Cris-tian Mungiu].

E a experiência dentro da sala de cinema? O que irrita você dentro do cinema?

Tudo que não seja o filme. Con-versa, mandar mensagem de texto, ligar o celular, sussurro, ficar batendo o pé na cadeira da frente, ficar abrindo embalagem. Pipoca não. Pipoca não me irrita. Qualquer coisa que me tire do filme. No cinema você tem que estar em silêncio parado, não é acendendo luzinha, atenden-do telefone, mandando mensa-gem... Fugiu disso, me irrita e eu me irrito fácil. Eu sou o primeiro a dizer "shhh".

[Pedro Gabriel]

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E stava estudando quando o telefone tocou. O copo em que bebia espa-tifou-se no chão ao som da notícia.

“Não, não pode ser!”; a mão à boca personifi-cava o espanto.Vovó enfim descansara, depois de tanto tem-po como inquilina do hospital. Tudo o que ela desejava era morrer dormindo, sem sofri-mento. Pelo menos isso ela teve.A família deveria se reunir em uma hora na ca-pela do Padre Cícero. “Vovó odiava funerais”, pensei. Ela costumava dizer que, quando mor-resse, queria uma festa bem barulhenta, pra avisar São Pedro que estava chegando. Ainda no hospital, ela fez uma lista das coisas que queria caso fosse embora. Escreveu: “churras-co, cerveja, a banda do Dudu, a filha da Nice e as crianças.” Geralmente ela não gostava de crianças em funerais e enterros, mas ela disse que fazia questão de todos os netos e bisne-tos no dela, pra garantir que não ia ter nin-guém chorando. O Dudu tinha uma pseudo-banda de rock, que a vovó sempre apoiava. Na verdade, acho que ela era a única. E a filha da Nice é aquela prima louca que todo mun-do tem. Escandalosa, que fala gritando e puxa todo mundo pra dançar. Toda família tem uma filha da Nice.Disse pra minha mãe que não chegaria a tem-po do funeral, que ia direto pra casa do Tio Marcos. Tinha que esperar o próximo ônibus no terminal, ainda. Coloquei um vestido claro que vó Júlia gostava. Essa era outra das con-

dições dela: nada de preto, todo mundo com roupa colorida. Um nó apertava minha gar-ganta. “Não acredito que ela não vai estar lá”. Saí para o terminal lembrando o último dia em que a vi, no hospital. Em nenhum momen-to ela tinha cara de doente, fazia questão de passar batom e ajeitar o cabelo, que gostava de pintar de roxo. A última coisa que ela me pediu foi pra que eu terminasse a faculdade, porque ela queria ver a minha formatura de onde estivesse.Cheguei na casa do Tio Marcos e ele abriu a porta rindo. O cumprimentei e entrei na sala, onde todos os meus tios estavam falando alto, com copo de cerveja na mão, vendo um jogo na tevê. Vi pela janela que meus primos esta-vam todos no quintal, brincando. Fui pra cozi-nha, onde as tias fritavam bolinhos de chuva.- Nina! Você veio! – Tia Regina gritou.- Claro, tia. Não podia faltar.- É que eu falei que você tinha prova da facul-dade. – minha mãe disse, me abraçando.- Como essa menina tá crescida. Nasceu ou-tro dia e já tá morando sozinha! – Tia Luiza sempre fazia questão de lembrar quando eu era criança.- É alojamento, tia. Tem muita gente lá.Ela se aproximou e cochichou:- É, mas pelo menos você tá longe da sua mãe, né? Eu sei que ela pode ser bem chata.- Eu cresci com ela... – Tia Luiza era aquela que fazia os outros rirem. Era a minha tia preferida.- Vai lá falar com as crianças, Nina. Eles per-

A festa daDona Júlia

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guntaram por você – minha mãe falou.Mal coloquei o pé no quintal, e fui recebida por um jato da mangueira com que os meninos estavam brincando, distraídos.- Nina! Nina! – Paulinho gritou, fazendo todo mundo correr pra cima de mim. Caí no chão e ficamos rindo e rolando pela grama molhada. “Lá se vai o vestido favorito da vovó”, pensei. Por um momento, lembrei que era por causa da morte dela que estávamos ali e fiquei triste. Era sempre por causa dela que a gente se reunia. Era ela quem ligava pra todos e marcava os encontros. “Esse é o último que ela arranjou”. Não consegui segurar as lágrimas. Maria Clara deitou do meu lado e me abraçou.- Fica assim não, prima. Ela também tá rindo. – ela disse, me surpreendendo. “Como é que ela sabe por que eu tô triste? Será que ela tá assim também?”.- Ô criançada! O lanche tá pronto. – Tia Zuleika chamou. E lá foi todo mundo correr pra dentro de casa, fazendo as mães brigar, pedindo que se enxugassem, que iam es-corregar, que iam sujar o chão limpo e tudo o mais que as mães geralmente gritam. Tinha esquecido como sentia falta disso. Tirei a sandália e enxuguei o pé antes deentrar; não queria levar bronca também. A mesa grande da vovó estava cheia de garrafas de refri-gerante, potes com bolinho, guardanapos e copos sujos dos tios da sala. Em meio à zona das crianças e as broncas das mães, eu conseguia ouvir meus tios xingando o juiz e comentando o jogo. Cada um era um pouco técnico. Era engraçado ver como eles interagiam com a tevê, como se os jogadores fossem ouvir seus conselhos e palavrões. Mi-nhas tias faziam o mesmo com as novelas...- Ô Ricardo, dá pra desligar esse troço e vir comer, ho-mem? Comida é sagrada, sabia?- Peraí, Zuleika, tá acabando o segundo tem... GOOOOO-OL!!! – e começou a gritaria. Eles levantaram do sofá, pulando, e meus primos saíram correndo pra comemorar junto. Miguel derramou refrige-rante na blusa da Nayara, que começou a chorar. A confu-são estava armada. Lembrei da vovó, que ficava encostada na porta, vendo a família fazendo festa. Seu último desejo foi atendido. Não tinha ninguém chorando. Não tinha nin-guém de preto. A família Silva hoje era um misto de co-res e vozes e risos e lágrimas, seja por saudades dela, seja pela vitória na Libertadores. Ergui meu copo e sussurrei: “Obrigada, vovó.”, e fui gritar “É campeão!” junto com todo mundo. Afinal, família é pra essas coisas.

[Ana Carolina Oliveira]

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No meu oitavo ano de carreira no rap e, depois de ter participado dos discos Clube dos Cinco e coletânea

Enraizados, vol. 01, tô preparando o meu pri-meiro disco solo chamado Diário de 1 MC, com lançamento previsto para o final de 2011.Para que os fãs e amigos da caminhada não ficassem ansiosos com a espera eu lancei, ex-clusivamente na web, o single Um Guerreiro, que relata a minha trajetória diante das ma-drugadas em claro, escrevendo sobre a vida, suas dores, suas alegrias, da maneira mais poética possível.Esse som levou muito tempo sendo escrito e muito mais tempo sendo gravado. Na ver-dade, eu gravei Um Guerreiro cerca de cinco vezes até chegar a um ponto em que me agra-dava ouvir essa música. Agradeço à paciência que o Léo Da XIII teve comigo. Foi ele quem produziu o instrumental, gravou, mixou, mas-terizou e ainda cantou no refrão da música. O cara é considerado o “Jay Z” da Baixada Flu-minense. Além do seu próprio disco, Léo Da XIII (@LeoDaXIII) também produziu mais três discos, são estes: Amálgama, Clube dos Cin-co e Enraizados vol. 01. Produziu também o instrumental da trilha sonora Parceiro do RJ que toca diariamente na Rede Globo durante o quadro Parceiro do RJ.As participações especiais não param por aí. Quando a gente achou que tinha acabado o trabalho, sentimos a necessidade de um ele-mento a mais. Eram as guitarras que o Marcão Baixada (@marcaobxd) introduziu na faixa a nosso convite.

Um Guerreiro A música de uma trajetória

Para marcar o dia de meu aniversário, 28 de Junho, eu lancei o meu primeiro single para o segundo semestre de 2011.

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Um Guerreiro foi uma música totalmente colaborativa. Só con-segui fazer a capa, graças ao meu enteado de 12 anos e à minha mina, Diamante MC e Cristiane de Oliveira, respectivamente. Depois disso, foi só escolher a data de lançamento e en-viar releases para vários veículos de comunicação na web. Alguns importantes veículos de comunicação do hip hop como Artigo Hip Hop (http://artigohiphop.blogspot.com), Emblema (http://souemblema.blogspot.com) e Social Rap (@socialrap) deram uma atenção especial ao lançamento.Felizmente, a repercussão foi total e as pessoas responde-ram de maneira muito positiva com seus feedbacks atra-vés de Twitter, Facebook, Msn, comentário no meu blog etc.Algumas das respostas ao som Um Guerreiro:“Muito bom o som, irmão. Continue nessa batalha que a vitória é garantida. Pra mim você é um verdadeiro repre-sentante do nosso movimento!”. (DJ TR) do Rio de Janeiro via Live Messenger.“Essa música é muito boa, cara!”. (Fábio Oliveira) de Nova Iguaçu via Live Messenger. “Parabéns, Petter. O som tá jóia”. (Poeta Xandu) via co-mentário no blog.“Um Guerreiro é uma injeção de ânimo, um som revitali-zador”. (@marcaobxd) de Mesquita via Twitter.“Esse cara, tem trabalhado com qualidade, em prol da transformação de uma realidade desigual presente no nosso estado. Petter MC está englobando os desenglo-bados na globalização e estimulando a reflexão na ju-ventude da Baixada Fluminense. O maior transeunte de ladeiras que já conheci. Salve Petter!! Salve!!” (Ricardo Fernandes) da Cidade de Deus via Facebook. O pessoal acima falou por si. Fico muito feliz pela reper-cussão desse trabalho feito com tanto amor e dedicação, mesmo em meio a uma vida tão agitada com inúmeros projetos. O rapaz que gritava no sinal de trânsito para

vender doces no centro de Nova Iguaçu agora tem a sua voz e sua imagem diariamente propagadas por uma das maiores emissoras de TV do planeta, a TV Globo. Isso só aconteceu porque eu fui mais que um sonhador, fui “UM GUERREIRO”. Se você já ouviu e/ou baixou o single Um Guerreiro, muito obrigado. Se ainda não ouviu e/ou baixou, sem problemas! Eis a oportunidade de conhecer meu mais novo filho: Um Guerreiro – A música de uma trajetória.Basta acessar os links:Para ouvir e/ou baixar http://soundcloud.com/pettermc/um-guerreiro-petter-mc-prod-l Para obter a letra além de ouvir e baixar: http://t.co/uGmBwxt

Ficha técnica:Letra e voz: @PetterMCProdução de beat, gravação, mi-xagem, masterização e voz no re-frão: @LeoDaXIIIGuitarras: @marcaobxdCapa: @diamantemc e @Tiane-deOliveira

[Petter MC]

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O lá, pessoal! A partir dessa edição va-mos falar sobre artes e nessa edição, mais especificamente, teatro. Te-

nham todos uma ótima leitura!

Quando surgiu o teatro?

Algumas pessoas pensam que o teatro surgiu na Grécia Antiga. Na verdade, ele é um “pou-quinho” mais velho que isso. Ele é lá dos tem-pos das cavernas! As primeiras sociedades primitivas já usavam essa arte para se expres-sar. O homem, desde que se entende por gen-te, é um observador da natureza. Observava os animais: seus movimentos, sons, hábitos. E sentia, por instinto, necessidade de imitá-los. O teatro se deu quando o homem teve cons-ciência de que representava.

Ser ator é fácil. É só decorar textos!

É provável que você, caro ator, já tenha se deparado com uma frase dessas. Se não, é só uma questão de tempo e a incrível oportuni-dade de ouvi-la chegará logo, logo.Fala a verdade... Não dá vontade de dar um pescoção no infeliz que diz isso? É que ser ator não é um trabalho fácil. Dá trabalho. Existe um montão de exercícios importantíssimos, antes mesmo de você começar a pensar em persona-gem. Vamos lá: temos os de concentração; de respiração; de voz; de corpo; de improvisação;

de máscara; alongamentos; fora muitos outros. É coisa à beça! E depois disso tudo, entra a pesqui-sa sobre o personagem.Nossa! Mas pra que essa penca de trabalho? Não pode simples-mente falar? Mas é claro, chu-chu... Que não! Esse conjunto de exercícios e seus respectivos sub-conjuntos sequer tocam no texto. São as “entradas” de um delicio-so banquete.Uma atividade, que eu acho mui-to legal, já com o texto em mãos (ou em mente) é a que você tem que dizê-lo de várias maneiras: rindo, sendo assaltado, choran-do, com dor de barriga, etc. Isso te ajuda a encontrar a intenção certa para determinada fala.

Pesquisa sobre o personagem: Até onde o ator vai?

Quando recebe um papel o ator precisa se esvaziar: vai pegar seus costumes, seus conceitos, seu jeito de falar e andar e deixá-los de lado. É como um armário: ele vai retirar suas roupas e colocá-los numa bolsa para que o espaço possa ser preen-chido pelas roupas do seu persona-

gem. Ele vai emprestar seu corpo.Existem papeis, no entanto, que exigem um esforço a mais da pes-soa para que ela consiga atingir seu objetivo, que é representar. E até onde vai o ator em busca do personagem? Isso só cada um pode responder por si. Ixi, quer dizer que Fulano é um mau ator porque tem certa limitação? Não. Cada um tem seu limite, e ele pode ser trabalhado ao longo do tempo. Mas se achar que essa não é a hora, não aceite o papel.

Enfim...

O teatro é uma arte maravilhosa. Apesar dos esforços, é algo grati-ficante e prazeroso. Se você, lei-tor, já faz parte desse grupo sabe do que estou falando. Se ainda não faz, por que não tentar? Quem sabe você não descobre uma nova paixão? E se preferir ficar na plateia, ótimo também! Nada como assistir a uma boa peça! Daqui me despeço. Tchau!

[Thaís Martins]

Um pouco sobre o Teatro

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Q uando paramos pra pensar, analisa-mos as séries americanas que costu-mamos acompanhar na TV a cabo ou

através de downloads e achamos que não exis-tem mais enredos a serem desenvolvidos, eis que surge uma surpresa boa como essa. Better with you foi criada por Shana Goldberg-Me-ehan (mesma de Friends e Joey) e foi uma das mais recentes apostas da ABC. Teve sua estreia por lá no dia 22 de setembro do ano passado.A série gira em torno do cotidiano de três dife-rentes casais com faixas etárias distintas liga-dos pela relação familiar que as três mulheres do grupo apresentam (duas irmãs e sua mãe). Mia e Maddie Putney, interpretadas respecti-vamente por Joanna Garcia (Reba, Privileged) e Jennifer Finnigan (Close to home, The Dead Zone) são irmãs e filhas de Vicky Putney (De-bra Jo Rupp) (That '70s Show, Friends). A irmã mais velha Maddie, namora Ben (Josh Cooke) há 9 anos e sua relação não evoluiu muito des-de então. Mia, por outro lado, já está grávida e prestes a se casar com Casey (Jake Lacy), com quem namora há algumas semanas. A ma-triarca da família é casada há 35 anos com Joel

Putney (Kurt Fuller) (Supernatural, Desperate Housewives) e mantém uma relação um tanto quanto conturbada com ele, já que enfrentam discussões e divergências constantes e mal se lembram que são casados.O gancho da série é a forma como os três ca-sais enfrentam de forma diferente os mesmos problemas em decorrência da sua diferença de idade, experiências e maturidade. Com um roteiro bem simples, mas ainda assim bas-tante eficiente, Better with you pode garantir ótimos momentos de entretenimento e boas gargalhadas. Infelizmente, não se tornou um dos mais populares sitcons da ABC e veio a ser cancelada no dia 13 de maio de 2011. Segun-do a emissora, a série não atingiu a audiência esperada para que pudesse haver uma reno-vação. Independentemente dessa má notícia, vale a pena conferir os episódios que existem. No Brasil, é exibida às segundas-feiras, 20h30 pela Warner Channel.Concorreu na categoria Nova Série Favorita no Peoples's Choice Award 2011.

[Lorhan Ferreira]

Recomendo:

Better with you

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Eu queria seus beijos nos meus por agosto, setembro e outubroQueria pernas entrelaçadas por novembro e dezembroQueria jamais te magoar

Queria pra sempre te amarQueria tantas coisas que agora tenho vergonha de falarQueria nós dois nas férias e nos dias de trabalhoQueria que você preferisse me namorar a me largar e tentar me esquecerQueria seu beijo agoraSeu abraço apertado agoraSeu cheiro agora Queria filhos são-paulinos(também queria que o Atlético não caísse pra segunda divisão, mas aí já seria querer demais)Queria seu amor o ano inteiroQueria seu calor no meu corpo inteiroQueria você por pertoQueria que tudo desse certoQueria que você gritasse pro mundo que me amaE que não sentisse vontade de me deixar por eu querer issoQueria tanto tudo issoMas quero demais e cada vez mais vocêE mesmo sem tudo isso aqui por pertoEu só queria que você entendesse que a gente se amaE aceitar que os dois somos humanos e errantes E que nada precisa dar game over pra ninguém, que é só conversarÉ o que vai fazer a gente dar certoUma hora ou outra e ficarSempre por perto.

[Tallysa Sirino]

que eu queriaSobre tudo

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Polít

ica

(po.lí.ti.ca)

sf. 1 Arte e ciência da organização e administração de um Estado, uma sociedade, uma instituição etc.

2 O conjunto de fatos, processos, conceitos, instituições etc. que envolvem e regem a sociedade, o Estado e suas instituições, e o relacionamento entre eles.

3 O gerenciamento de uma dessas instituições ou do conjunto delas.4 O conjunto de conceitos e a prática que orientam uma determinada forma, pré-

escolhida, desse gerenciamento: O banco adotou uma nova política para empréstimos.5 Habilidade de conduzir ou influenciar o governo pela organização partidária,

opinião pública, conquista do eleitorado etc.[F.: Do lat. tard. politica, do gr. politiké (téchne).]

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No mês de julho entre os dias 14 e 17, na cidade de Goiânia, aconteceu o 52° Congresso da UNE (CONUNE).

Para quem não sabe, UNE significa “União Nacional dos Estudantes” sendo a principal entidade representativa, reunindo cerca de 7 mil estudantes. Discorrer sobre a importân-cia histórica da UNE enquanto uma entidade combativa, que estava à frente das principais lutas dos estudantes e da sociedade (princi-palmente na década de 80), seria chover no molhado. A UNE tem belas histórias de mobi-lização, de enfrentamento e de independên-cia, uma trajetória inquestionável. Mas a sua função atual é sim bem discutível. Tendo em vista que esse passado tão glorioso que men-cionei, é algo muito distante da submissão que essa entidade representa hoje.É preciso dizer que esse congresso, embora represente os estudantes é estritamente de caráter político. Não envolver esse elemento no texto, seria ignorar a principal dimensão da UNE hoje. A UNE é dirigida majoritariamente pela UJS (União da Juventude Socialista) que é um coletivo ligado ao PCdoB. Consequente-mente a UNE é um espaço de apoio irrestrito

ao governo federal. Mas não questiono aqui a parcialidade da entidade, seria uma bobagem fazer isso. O cerne é a mudança de uma en-tidade que defendia a causa dos estudantes, para uma entidade preocupada em defender as posições do governo junto aos estudantes, sejam elas quais forem. E num ambiente de defesa incondicional do governo, sobra pou-co espaço para o que historicamente marcou a UNE, que é a mobilização dos estudantes e o debate político. Muito mais preocupado com a maratona incessante de shows que vão acontecer no evento, é inadmissível que num congresso onde estão concentrados 7 mil es-tudantes de todo Brasil, não haja sequer uma mesa que discuta política e educação. Mas não falo de correligionários que vão defender as políticas do governo, falo de educadores que vão proporcionar um debate sério, mo-mentos de reflexão, de construção política. Que possa haver liberdade para se questionar as políticas governamentais se assim forem necessárias. A UNE através da sua direção perdeu a capacidade de questionar, é adep-ta de uma juventude subserviente e trabalha incessantemente para expandir a sua política

52°Congressoda UNE

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de despolitização. Isso é muito grave, pensar que a maior entidade representativa dos es-tudantes, atua para deixá-los apáticos.A própria política de construção do evento e de tentativa de desarticulação da oposição de esquerda, é algo totalmente lamentável e que deve ser denunciado. Parte da oposição de esquerda ao chegar à Goiânia não tinha se-quer alojamento garantido, tiveram que espe-rar até às 4 horas da manhã para ter alguma definição. A barganha girava em torno do não comparecimento da oposição na abertura do evento. Se não fossem vaiar o Lula teriam seus alojamentos garantidos. Isso sem contar o fato de que a oposição de esquerda ficou com os piores e mais distantes alojamentos. Nunca teve ônibus garantido para os eventos do congresso sem passar todas às vezes por exaustivas negociações. E a bel prazer a polícia aparecia de noite para impedir os militantes da oposição de entrarem em seus alojamentos, sem justificativas ou motivos aparentes. Isso é uma prática inaceitável, é triste que a UNE tenha que carregar isso em sua história. Mas esse tipo de partidarismo tem de ser sempre combatido. Para que tanto receio de uma opi-nião que fuja da tônica do congresso?O que parece claro é que abandonar a UNE com a representatividade que ainda possui, parece uma decisão equivocada. Não dá para simplesmente ignorar um congresso onde 7 mil pessoas de todo Brasil se reúnem. Mas é preciso ter como norte uma UNE indepen-dente, livre das amarras da burocracia, é preciso resgatar o caráter transformador da entidade. Disputar a UNE internamente não é fácil, mas a presença de uma bancada de opo-sição de esquerda tão grande e coesa como foi esse ano, faz parecer possível acreditar em dias melhores para a UNE. Independente de qualquer coisa a UNE precisa voltar a ser uma entidade que represente os estudantes, e so-mente a eles.

[Marcio Ornelas]

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No dia 17 de junho de 2011 aconteceu algo terrível: um helicóptero no sul da Bahia sofreu uma queda, e entre os sete passageiros se encontrava Mariana

Noleto, namorada de Marco Antônio Cabral - um dos filhos do Governador Sérgio Cabral. Esse episódio trágico, lamen-tado por todo o Rio de Janeiro, trouxe à tona também um dos maiores escândalos da política carioca e brasileira.Acontece que o acidente ocorreu quando o Governador Sérgio Cabral viajou para a Bahia com sua família em um jato emprestado pelo megaempresário Eike Batista para comemorar o aniversário de Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções e amigo do Governador. Coin-cidentemente, Delta é uma das empresas que teve seus contratos para realização de obras no Estado do Rio de Ja-neiro multiplicados ano após ano pelo governo do Estado.Desde que Sérgio Cabral assumiu o Governo os contratos com a empresa Delta vem aumentando exponencialmen-te. No ano de 2007 a empreiteira lucrou cerca de 57,9 mi-lhões de reais; em 2010 a empreiteira já lucrava 425 mi-lhões; e até junho de 2011 a empresa já lucrou 62 milhões de reais, marca superior a todo o ano de 2007. A empresa ainda conseguiu triplicar os contratos com a prefeitura do Rio de Janeiro, acumulando execução de obras que não precisam de licitação municipal.Em nota a empresa Delta afirmou que não é pautada na relação com o Governador, e que os contratos entre a empresa e o Governo estão todos dentro da legalidade. No entanto, afirmo que tal declaração é um deboche à in-teligência de todo o povo carioca e brasileiro. A empresa Delta vem lucrando muito desde a pose do excelentíssimo Governador, o que nos leva a conclusão que o processo de licitação não está seguindo os padrões exigidos. O fatura-mento da empresa, que hoje já cresceram 634% em qua-tro anos no Estado do Rio de Janeiro, nos leva a crer que a mesma está sendo beneficiada. Considerada a dona das

obras no Rio de Janeiro, a empreiteira já participou das principais obras do Estado, entre elas a Cidade do Samba, Engenhão e a reforma do Estádio do Maracanã que já ul-trapassa a faixa de um bilhão de reais.A rede de interesses e privilégios é intensa. O que mais incomoda é que o dinheiro usado para tais reformas é dinheiro público, é dinheiro do povo, é dinheiro nosso. O que mais impressiona é que esse acumulo de investi-mentos se deu com mais intensidade no ano de 2010, ano de eleição para o Governo do Rio de Janeiro. Se não tem como provar de fato um envolvimento criminoso entre Ca-vendish e Sérgio Cabral, por proteção jurídico-burocrática, a moral desse Governador deve ser posta em xeque. Um homem que utiliza de contratos e do dinheiro público para alavancar os lucros da empresa de um amigo e seguir tam-bém seus próprios interesses (duvido muito que Cabral também não esteja lucrando com isso) não merece repre-sentar o poder Estadual, não merece representar o Estado do Rio de Janeiro.O seu envolvimento com empresas não se limita apenas a Delta. Sua parceria em empreitadas com Eike Batista tam-bém é muito comum e já vem incomodando muita gente. A ALERJ já começou a agir para apurar tal envolvimento. Um dos Deputados, em pronunciamento no plenário da Alerj no dia 22 de junho, expôs alguns pontos que devem ser apurados e explanou a total falta de ética e pudor do Governador e do empresário Eike Batista. Disse o deputado que de 2007 a 2010, Eike recebeu do Governo isenção fiscal no valor de 69 milhões de reais. Em seguida sua empresa LLX Minas-Rio recebeu mais 6 milhões em isenção fiscal em função do Porto Açu; em 2008 comprou o Hotel Glória pelo valor de 148 milhões, dinheiro cedido pelo BNDES.

[Lucas Cesar]

DeltaOperação

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Armas Virtuais

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Armas Virtuais ........Twitter, Facebook, MSN, Orkut… Segundo uma pes-

quisa divulgada pela companhia Nielsen, 80% dos usuários de internet no Brasil frequentam esses sites.

Os sites de relacionamentos têm sido uns dos principais re-cursos utilizados para a mobilização e organização de muitas manifestações populares com objetivos diversos, e têm leva-do às ruas milhares de pessoas com idéias em comum.Quem usa o Twitter, por exemplo, sabe que qualquer idéia postada pode em poucos minutos, se for de interesse co-mum dos seguidores, provocar um debate com propor-ções astronômicas.Fato curioso é a maneira como esse tipo de mobilização ganha força dia após dia sem depender de antigas pontes, como partidos políticos e sindicatos. Modelos estabeleci-

dos de representação política parecem não atender mais às demandas que vêm surgindo. A agência de publicidade Box, em parceria com a Datafolha, publicou uma pesquisa onde 71% dos entrevistados afirmaram que é possível fa-zer política sem a necessidade de intermediários, utilizan-do apenas a internet. E foi a partir dessa perspectiva, acreditando que a internet é uma ferramenta eficaz de mobilização, que praticamen-te todos os protestos recentes se iniciaram.Em maio deste ano, por exemplo, o movimento “Democra-cia Real Já!”, iniciado com o objetivo de contestar a situação política e econômica da Espanha, ganhou força e em menos de um mês se alastrou por várias regiões da Europa.

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No Egito, a força da mobilização também se mostrou uma arma eficiente no combate de um regime que coibia a liberdade de expressão.No Brasil, em números cada vez maiores, as manifestações vêm acontecendo a partir da inquietação de múltiplos atores sociais que, levantando bandeiras diversas, têm como ob-jetivo comum a busca do reconhecimento de seus direitos.Essas manifestações também têm outros pontos em comum. Além de muitas terem começado ou ganhado força através de mobi-lizações via internet, praticamente todas elas foram encabeçadas por jovens.Um exemplo desse novo tipo de mobilização, que ganhou grande reconhecimento após obter sucesso em seus objetivos iniciais, foi o protesto realizado por jovens de Natal que pediam providências sobre as suspeitas de corrupção no governo da prefeita Micarla de Souza do PV.Durante seis meses, foram feitas convocações via Twitter e Facebook. A mobilização ganhou força ao ponto de pessoas de outros estados, que tomaram conhecimento do que vinha acontecendo, apoiarem-na usando a hashtag #foramicarla em seus perfis do Twitter. Movi-mento este que, sem representação política, sindical ou sequer de um líder pré-definido, ti-nha uma organização digna de reconhecimen-to, contando inclusive com uma assessoria ju-rídica que desbancou uma liminar concedida pelo TJ a pedido da mesa diretora da Câmara dos Vereadores. Ela solicitava que, caso neces-sário, os jovens fossem retirados à força do pá-tio da Câmara, onde montaram acampamento e permaneceram por 11 dias. Por meio dessa assessoria, os jovens conseguiram um habeas corpus junto ao STJ e puderam permanecer no local, legalmente amparados. Sem saída, os vereadores concordaram com as reivindica-ções e o movimento foi 100% vitorioso.Outro protesto que mobilizou grande parte da população foi o dos bombeiros do Rio de Janeiro. Sem lideranças formais, eles foram às ruas e se aglomeraram no quartel da corpora-ção, sem ceder às represálias, para exigirem melhores salários. Após horas de manifes-tação, foram presos, causando no povo bra-

sileiro o sentimento de indignação. Isso moveu grandes mobilizações e protestos que tiveram início na internet e se alastraram pelas redes sociais, deixando o Governador Sérgio Cabral em maus lençóis. Em São Paulo, no dia 22 de junho, um abraço coletivo con-tra todas as formas de violência aconteceu após convoca-ção geral feita pela internet. Além disso, vale mencionar a Marcha das Vadias, protestando a favor do fim da vio-lência contra a mulher; e a Marcha da Maconha, que, ao sofrer represália policial, deu início à Marcha da Liberda-de, onde os manifestantes pediam a garantia do direito de liberdade de pedir a legalização da maconha.Mas quem são esses jovens que, a exemplo dos “caras-pintadas”, têm saído às ruas e protestado contra as mais diversas situações de ausência de garantias de direitos?Segundo o especialista em comunicação e transformação política da UFRJ, Henrique Antoun, esses jovens têm um novo perfil. São submetidos a diversas condições precárias de garantias de direitos, mas têm a internet como aliada, o que permite a independência de partidos políticos e até mesmo de mídias tradicionais para terem acesso às infor-mações necessárias à sua organização. Isso tornou os in-termediadores não apenas desnecessários como também repudiados pelos outrora intermediados.A qualidade dos debates levantados e a velocidade com que os protestos ganham força têm deixado exposto o despreparo das autoridades para lidarem com os mani-festantes que vão às ruas. Prova disso, são os frequentes confrontos com a polícia que, com seu habitual procedi-mento, pega em armas e utilizam a força para “conterem”

“Mas quem são esses jovens que, a exemplo dos “caras-pintadas”, têm saído às ruas e pro-testado contra as mais diversas situações de ausência de garantias de direitos?”

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as manifestações. Como exemplos, temos os casos da Marcha da Maconha e da mobiliza-ção feita por estudantes de Vitória/ES contra o aumento na tarifa de ônibus.É preciso que haja um debate mais amplo so-bre qual é, de fato, o significado de Estado De-mocrático de Direito para nossas autoridades. Se a Constituição Federal de 1988 nos confere a liberdade de manifestação do pensamento e se essa é mesmo direito fundamental ine-rente a todas as pessoas, tornando-se requisi-to básico para a existência de uma sociedade democrática, é preciso que haja um redimen-sionamento de ações das autoridades em re-lação às manifestações e protestos que vêm ocorrendo no país.De políticos com discursos homofóbicos (lem-brando que a liberdade de expressão não abrange desrespeito à orientação sexual, et-nia, cor, credo, gênero ou religião, tão pouco exime de direitos qualquer pessoa que se oponha ao conservadorismo da bancada re-ligiosa ou de representantes da parcela ho-mofóbica e preconceituosa da sociedade) à repressão de movimentos sociais com armas de fogo e punições severas, o Brasil se mostra um país que tem avançado nas possibilidades e diminuído as fronteiras que outrora dificul-tavam o acesso às informações, mas que ain-da não se deu conta da força que seu povo tem, muito menos de como esse povo sabe usar a seu favor as armas que lhe são dadas. Pelo menos no que diz respeito ao preparo das autoridades, os jovens com suas armas virtuais têm muito o que ensinar àqueles que ainda não se renderam à idéia de que esta-mos caminhando a passos largos rumo ao verdadeiro Estado de Direito tão desejado. A estes, então, só resta dizer: #ficaadica.

[Juliana Castro]

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(co.mu.ni.da.de)

sf. 1 Qualidade ou condição do que é comum; COMUNHÃO: comunidade de objetivos.

2 Concordância, harmonia (comunidade de opiniões, comunidade de sentimentos)

3 Conjunto das pessoas que partilham, ger. em determinado contexto geográficoou num grupo maior, o mesmo habitat, religião, cultura, tradições, interesses etc.:

a comunidade judaica: a comunidade da zona oeste.4 P.ext. Lugar em que se situa esse conjunto de pessoas.

5 Restr. Grupo de indivíduos que partilham os mesmos objetivos e crenças, ou olugar ou o meio em que eles interagem: a comunidade dos amantes da natureza

6 A sociedade; COLETIVIDADE: regras para a convivência em comunidade.[F.: Do lat. communitas, atis.]Co

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Quem mora no Estado do Rio de Ja-neiro, em uma das inúmeras cida-des e dentro de comunidades, com

certeza conhece o que chamamos por aqui de comércio popular. Aquele lugar onde se pode comprar de quase tudo por um preço acessí-vel à maioria, geralmente com pagamento à vista. Bem, essa seria a descrição desse tipo de comércio há uma década, hoje os preços continuam bons, se comparados aos pratica-dos pelo comércio formal - que não vê com bons olhos essa desleal concorrência - e con-tinua oferecendo uma variedade de produtos, até bem semelhantes aos de grife, mas muita coisa mudou. “Precisa de ótica? Implante de cabelos 100% humanos!! Um minutinho da sua atenção, se-nhor... Chip da TIM é cinco, da CLARO é sete, da OI é dez e já vem com bônus!! Empréstimo é sem consulta ao SPC e SERASA!! Posso fazer uma pesquisa com você jovem? Transformers III é o nooovo!! A senhora já tem o cartão da...? Qualquer relógio é dez!! Foto profis-sional da criança sem compromisso!! Caane-taa que dá chooquee!! Compro seu RioCard, ouro, e o que mais quiser vender... Já colocou seu nome na nossa lista de oração Senhor!?”A evolução chegou ao comércio informal. Os ambulantes oferecem seus produtos nas malas abertas de seus carros, e pasmem: aceitam todos os tipos de cartão de crédito! Mas você não possui cartão de crédito!? Sem problemas. Um pouquinho à frente, dando alguns passos, ele é feito na hora, em qual-

quer esquina de um calçadão, em pé mesmo, pelo telefone celular, mas é claro, que é bom ter a cer-teza de que está disponibilizando seus dados à uma pessoa creden-ciada. É tudo muito rápido, você preenche uma ficha e... Pronto! Seu crédito estará disponível em quinze dias, isso se você não es-tiver com nenhuma restrição de crédito, claro! Aí eu te pergunto: para que ir a um oftalmologista realizar um “exame de vista”? No calçadão, a cada dez passos, você encontra alguém te oferecendo esse ser-viço gratuitamente e sem muita demora, o exame lhe possibilita ainda um “desconto” na rede de óticas credenciadas, seus ócu-los de grau, de qualquer grau, com um super desconto na loja, mas se você não quiser... Voltan-do ao calçadão, você encontra óculos para todos os graus à um precinho tão pequeno quanto a sua eficácia. Mas se você presa por sua saúde visual, prefere a qualidade oferecida pelas óticas

e só foi buscar seus óculos no “camelô” porque não tinha no bolso o valor pedido, ande um pouquinho mais, pois na próxima esquina está o rapaz que resolve-rá seu problema, lhe oferecendo dinheiro rápido sem consulta ao SPC e SERASA, assim, está tudo resolvido, e o que sobrar dessa grana você ainda pode investir em vestuário. Por aqui cada camisa de “mar-ca” é dez. Lazer? Um é três, dois é cinco e quatro é dez... E olha que ainda nem chegaram ao ci-nema! E se depois que você “tor-rar” todo o seu dinheiro, levado pelo impulso consumista dessa selva capitalista te faltar “grana” para quitar seus débitos, logo ali na frente tem uma “mocinha” que pode colocar seu nome em um pedido de oração! Aqui em Nova Iguaçu é assim, sua vida é facilmente resolvida no calçadão. E aí, na sua comunidade? Como anda o comércio?

[Cristiane de Oliveira]

A evolução do comércio popular em Nova Iguaçu

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Vira e mexe, sai na mídia uma notícia sobre a preca-riedade no serviço de uma empresa de transporte público, da imperícia da polícia ao investigar um cri-

me, de casos de corrupção no governo ou até mesmo a dú-vida de quem seria o culpado num caso como as recentes e frequentes explosões de bueiros no Rio. CEG ou LIGHT?Tão importante quanto descobrir quem é o culpado, é dis-cutir o porquê da falta de fiscalização e prevenção na ges-tão governamental. Uma falha grave, que nós população, podemos e devemos deixar de abrir mão, para que num futuro próximo não entremos para as estatísticas, sendo mais um caso, como o do menino Juan. Ninguém quer ou merece estar na lista, que não é nem um pouco noveles-ca, mas que é o drama do nosso dia-a-dia, a do: Quem matou?, Quem fez? Quando na verdade deveríamos estar discutindo as razões que levaram a acontecer. Os erros durante a investigação do desaparecimento do menino Juan de Moraes, de 11 anos, serviram pelo menos para que a Polícia Civil reavaliasse a apuração dos autos de resistência - casos em que há mortes durante confrontos com a polícia.No dia 08 de julho, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, determinou que os delegados, antes de escreverem o auto de resistência, façam perícias e tomem depoimentos para terem certeza de que não se trata de uma execução. A portaria de número 553 traz outra novidade: a de que os policiais envolvidos diretamente no confronto, logo que apresentarem a ocorrência à delegacia terão sua armas apreendidas para exames de balística.

Embora os procedimentos sejam óbvios, o caso Juan revelou que as autoridades policiais não estavam cumprindo com o seu papel de investigar, aceitando a versão dos policiais de que mataram seus opositores que resistiram à prisão. O mesmo aconteceu no recente caso das ex-plosões de bueiros no Rio. Tanto imprensa quanto governo culparam a LIGHT, mas de-pois começaram a pensar: “como uma tampa de bueiro consegue sair voando por aí? Será que há algum vazamento de gás?” Foi a vez da CEG ser culpada. Mas tanto a primeira quanto a segunda acusação vieram sem nenhuma in-vestigação sobre o caso, pelo menos não até aquele momento. Na Rua da Assembleia, onde quatro bueiros explodiram no mesmo dia, a vendedora de pi-pocas, Tereza, que trabalha no exato local das explosões, falou para a EMPTY do forte cheiro de gás e da fumaça que saia dos bueiros no dia do incidente e disse ainda estar com medo:“Eu tenho um filho e um marido e aonde a gen-te vai tem um bueiro, estou com medo e evitan-do andar por aí. Está muito difícil esta situação.”Assim como Tereza, todos nós demonstramos insegurança, mas não só com os bueiros e sim com uma série de riscos que enfrentamos ao botar o pé para fora de casa. Mas o que é mais

A grande deficiência do governo e da sociedade

A Falta de Fiscalização

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constrangedor é que apesar do medo e da insegurança enfrentados por todos nós, são poucas as vezes que decidimos protestar, que decidimos lutar por nossos direitos. Enfim, um governo é reflexo de seu povo. Enquanto não fiscalizarmos o serviço público este não estará disposto a fazer sua função com qua-lidade. E nós voltaremos a estampar as capas dos jornais, sendo mais um.

[Fernando Borges]

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Pense na montanha russa mais aluci-nante que você já andou em toda sua vida. É assim que eu gostaria de come-

çar este artigo para falar sobre a conservação das ruas de São João de Meriti. É interessante lembrar que os prefeitos passam e os mes-mos problemas permanecem, aqueles que são bem conhecidos de todos que moram por aqui e, além disso, muitos prometem, pou-quíssimos cumprem e por fim sempre chega-mos naquele querido ponto em comum na nossa política brasileira, a já conhecida pizza.Aqui pela entrada do meu bairro, o Jardim Botânico, sempre tem draga furando alguma coisa ou uma britadeira trabalhando e o mais legal é que isso tudo acaba complicando o trânsito, os ônibus sem enrolam pelo pouco espaço existente e o transito se torna mais um caos. Atualmente estão colocando um as-falto, mas é daqueles que depois de dois me-ses começa a se deteriorar. Normal, pra uma cidade que a população não se incomoda com essas questões é sempre o mais do mesmo.É legal lembrarmos também ali pela região do Sumaré-300, quando passo por ali dentro do 109 (São João-Caxias), sinto-me passando por uma daquelas velhas trilhas de faroes-te americano, de tanta poeira que sobe e o chacoalhar do ônibus acaba causando até um

certo enjoo de vez em quando. É muito legal ver como andam o funcionamento dessas obras por aqui por São João, sem um planejamento específico para o fluxo do trânsito, provavelmente sem um cronograma de datas es-tipuladas, sem aviso a população, é tudo muito esporádico bem ao jeitinho brasileiro de lidar com as coisas da vida.Ah, ainda não foi dita a questão do saneamento das ruas e o es-coamento da água das chuvas. É ótimo nas vezes em que cai qualquer chuva e as ruas daqui tornam-se um lamaçal só e isso quando não estão cheias, mas convenhamos, à população da-qui também faz parte disso, sim todos nós. Ninguém se mobiliza para tentar resolver o problema ou mesmo sequer faz a sua par-te e ainda reclama. Tudo isso in-fluencia na conservação das ruas e até mesmo o desgaste da mes-ma, que com acumulo de água o asfalto tende a descolar-se e aca-bam aparecendo mais buracos.

Montanha russameritiense

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Sim, também não poderia deixar de falar da nossa amiga CEDAE que sempre está a cavar buracos pelas nossas queridas vias de trá-fego e muitas vezes esquece-se de limpar a bagunça, tapar os buracos, ou simplesmente param a obra no meio por motivos inter-nos. Isso acaba muitas vezes por dificultar o fluxo de veículos, cau-sa engarrafamentos, acaba com o pouco resquício de solo presente (se ainda houver isso no local), gera transtornos, sujeira, poeira... Enfim, vários fatores que só dão dor de cabeça a quem frequenta ou vive no local de suas “obras”.Ah, um fato que não poderia dei-xar de mencionar é que aqui em São João as coisas simplesmente não acontecem. Como é o caso de uma série de ruas que foram asfaltadas no bairro Jardim Meri-ti, porém esqueceu-se de asfaltar uma delas a rua Joana Kalil, sim,

é isso mesmo, asfaltaram todas as ruas próximas a ela e menos a mesma. Por que será? Esse tipo de coisa que não consigo entender.Mas apesar de tudo isso, eu também gostaria de elogiar uma ação, pelo menos aparentemen-te a coisa tá andando, porém está longe de ser o ideal é que o nosso prefeito vem fazendo uma ação no Facebook dele (http://www.facebook.com/sandroma-tossjm) avisando a todos onde vão estar sendo feitas incursões de uma forma geral, isso vai de obras até eventos. Ah, pode co-brar também que ele responde a todos, pois então se sua rua esti-ver precisando de qualquer tipo de asfaltamento ou até mesmo que seja limpa você não só pode como DEVE cobrar dele lá.

[Vitor Gonçalves]

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(co.mu.ni.ca.ção)

sf. 1 Conceito, capacidade, processo e técnicas de transmitir e receber ideias, mensagens, com vistas à troca de informações, instruções etc.: A comunicação é

um pré-requisito para a formação e consolidação de uma sociedade.2 Ação ou resultado de comunicar(-se), de transmitir e receber mensagens: Esta

empresa precisa melhorar a comunicação com as filiais.3 A mensagem transmitida ou recebida, oral ou por escrito: Chegou uma

comunicaçãoda matriz.4 O conjunto de conhecimentos, técnicas e procedimentos sobre essa transmissão

e recepção de ideias, informações e mensagens, ministrado como disciplina: Ela estudou comunicação.Co

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icaçã

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Imagine viver em um país em que o valor de todos os produtos importados que você usa é multiplicado por 4, 5, quem sabe até

6 vezes graças aos impostos. Complicado, não? Pense nas implicações práticas disso. Pois é com esses impostos absurdos que os jogadores de videogame convivem diariamente.Vamos supor que você queira comprar o game Super Street Fighter IV, um grande su-cesso comercial lançado em abril de 2010, ou seja, mais de um ano atrás, e já “obsoleto” de-vido ao lançamento da versão Arcade Edition de Street Fighter IV. Quanto você imagina que seria justo pagar por um jogo desses?Numa rápida pesquisa na Amazon, famoso site de comércio online norte-americano, você encontra o jogo novo e lacrado por $19,90. Convertendo esse valor para reais na data de fechamento desta edição, o cus-to chega a módicos R$31,40. Um valor muito acessível, não? Todavia, buscando o mesmo game nas lojas de comércio nacional online, como Submarino e Americanas.com, você terá que pagar R$199,90, valor mais de seis vezes superior ao cobrado no exterior!Mas antes que você aponte dedos para as lojas e sua busca incessante por lucros, saiba que não são exatamente elas as responsáveis

pelo aumento absurdo de preço. A culpa é da enorme tarifação que recai sobre os jogos eletrô-nicos em nosso país, classificados por aqui como jogos de azar(!!!). E foi com o objetivo de combater esses valores surreais, conseguir uma classificação adequada, e in-vestir no crescimento do merca-do legal de games no Brasil, que surgiu a iniciativa Jogo Justo.O idealizador do projeto é o ga-mer Moacyr Alver Jr. Formado em Administração e contabilida-de. Responsável pelo Jogo Justo, ele iniciou uma luta pela redução dos impostos em games importa-dos a fim de combater a pirataria no país e aumentar o interesse no setor de jogos eletrônicos.Para ter uma noção clara do quan-to o projeto pode trazer resulta-dos, no México, país que também sofria com a alta taxação de jogos eletrônicos, o mercado de video-games teve um crescimento de 8 vezes como consequência direta da diminuição da carga tributária.

Por aqui, o projeto Jogo Justo já teve duas fases. A mais recente em maio deste ano. Contando com o apoio de cada vez mais lojas afiliadas à ACIGAMES, (As-sociação Comercial, Industrial e Cultural dos Videogames) como Walmart, Ponto Frio, Megalo-game, UZ Games, e Game Tech, no último dia do Jogo Justo foi possível pagar R$99,90 em jogos como Call Of Duty Black ops, Cas-tlevania Lords Of Shadow, Super Mario Galaxy 2, e The Legend Of Zelda Spirit Tracks.O slogan? "O jogo é de graça, você só paga o imposto". Isso porque os jogos importados che-gam a ser taxados em até 80%. Some a isso os impostos para sua circulação nacional, como IPI, ICMS, e PIS, e você entenderá como um jogo de 20 dólares che-ga aqui por 200 reais.Felizmente, o jogo Justo está atraindo muita atenção da mídia e, consequentemente, do Poder Legislativo. Cada vez mais pesso-

Você conhece o

Jogo Justo?

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as estão abraçando os ideais da causa, e com a ajuda de todos, é só questão de tempo para vermos mudanças significativas e uma valori-zação ainda maior do mercado de games na-cional. Se você se interessou pela iniciativa, acesse http://www.jogojusto.com.br e fique atualizado com o projeto. Seu bolso ainda vai agradecer por isso.

Lançamento - Green Lantern: Rise of the Ma-nhunters

Embora seu lançamento seja simultâneo ao do filme Green Lantern, o jogo do Lanterna Verde para Wii não é uma adaptação. Trata-se de uma versão cartoon de Hal Jordan vivendo aventuras inéditas. Infelizmente, a nova te-mática não impede que o jogo sofra do mes-mo mal dos games derivados diretamente de filmes, e acabamos com mais um dvd medío-cre nas prateleiras.Não é um produto quebrado, não há bugs ou defeitos irritantes. O que frustra o jogador é a repetição. Seu visual estilizado, porém obso-leto, torna maçante passar por blocos e mais blocos de cenários e inimigos iguais. Não há vozes, apenas músicas pouco inspiradas. A jo-gabilidade é eficiente, e você é incentivado a revisitar cenários para desbloquear novos po-deres. Mas até isso é inútil, uma vez que você pode zerar o game facilmente usando toda a experiência acumulada com a derrota de ini-migos fortalecendo uma mesma arma.No dia mais claro, na noite mais escura, ne-nhum mal escapará a minha visão. E este jogo é muito, muito mal. Temam a o Lanterna Ver-de e passem longe.

Retrô – Jogos de Super-heróis

Sim, o jogo do Lanterna Verde é um saco. Mas comparado a outros games de heróis dos qua-drinhos, ele pode parecer divertido como um bom Super Mario. Especialmente se você lem-brar de Superman 64, tido por muitos como o pior jogo lançado em toda a história. Mas pra-ticamente todos os heróis têm motivos para se envergonhar no mundo dos videogames.O Homem de Ferro recebeu um sofrível game

da SEGA para todos os consoles da atual geração. Aquaman e a Mulher Gato foram ridicularizados no Gamecube e Xbox. Na geração 16 bits, o Homem-Aranha e os X-men se uniram para enfrentar o vilão Arcade (quem?) num jogo de platafor-ma impossível de se terminar. Já Batman Forever, além de ser um filme terrível, até hoje causa pesadelos nas crianças que tentaram jogar sua adaptação para os videogames.Mas, num mar de mediocridade e de ofensa à memória de grandes heróis, também é possível encontrar sólidas

aventuras. No Nintendo 8 bits, A Sunsoft surpreendeu a todos ao lançar Batman, um jogo de plataforma brilhante, até hoje lembrado por sua trilha sonora espetacular. No Super Nintendo e Megadrive, a série animada do homem-morcego recebeu duas excelentes adaptações. Enquan-to isso, no universo Marvel, Spider-Man para Megadrive inovou ao colocar um relógio que o obrigava a viver a aventura em tempo real e correr para salvar Mary Jane, enquanto precisava se preocupar em tirar fotos e obter dinheiro para comprar power ups. Um legítimo dia na vida de Peter Parker. Maximum Carnage, para os dois consoles 16-bit, foi um beat ‘em up competentíssimo. Spider-Man para Playstation e Nintendo 64 proporcionou uma aventu-ra de plataforma empolgante e repleta de segredos, assim como Spider-Man 2 para Gamecube e sua bela reprodu-ção de New York.

[Thomas Schulze]

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O Windows 8 está a cami-nho, e será bem dife-rente do que Windows

que conhecemos hoje. Depois de quase duas décadas seguin-do quase que a mesma interface do Windows, a Microsoft decidiu inovar, e cá para nós já era neces-sário esta mudança. Esta foi a mensagem que a Mi-crosoft empresa do senhor Gates passou na noite desta Quarta-Feira (01/06) durante a nona edi-ção da conferencia anual D: All Things Digital (D9).Na conferencia a Microsoft apre-sentou uma versão preliminar do Windows 8 , com uma interface radicalmente modificada. Em vez do tradicional desktop com jane-

las e menu de iniciar, barra de ta-refas, a versão vem com a interfa-ce que utiliza “tiles” (quadrados coloridos) que exibem informa-ções que servem de atalhos para aplicativos, similar ao Windows phone 7, Iphone e tablets, subs-titui a o bom e velho menu iniciar e os ícones do desktop , de acor-do com a empresa .O Windows 8 irá rodar aplicativos já existentes como:Oficce ,Inter-net Explorer 10 otimizado para toque muito similar à versão do internet Explorer 10 para o Win-dows phone 7.Além dos tradicionais PCs com processadores x86 da Intel e da AMD, o novo Windows também será capaz de rodar em sistema

com processadores ARM(mesma arquitetu-ra usada nos smartphones e nos tablets). O sistema também é capaz de acomodar vários tipos de PCs. Ao contrario do que aconteceu com o Windows Vista , o usuário não terá que comprar um PC novo para tirar proveitos do novo sistema. Pois os mesmos requisitos de instalação os Windows 8 pertencem ao Win-dows 7 , isso quer dizer que quem o usuário que tem seu Pcs ou notebook rodando o Win-dows 7 , poderá usar sim o novo Windows sem nenhum problema, segundo a Microsoft. Porém para aproveitar 100% da interface nova do Windows é necessário um monitor com resolução mínima de 1024 x 766 pixels, sendo 1366 x 768 pixels (uma resolução Wi-descreen ou 16:9) um pouco mais alta que a resolução em “HD”.A nova versão do sistema da Microsoft, o Windows 8, será lançado em 2012. a iInfor-

Windows 8a nova aposta da Microsoft

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mação foi confirmada pelo CEO da companhia, Steve Ballmer.Por enquanto essas são as pri-meira informações confirmadas pela Microsoft, que promete que em setembro falará mais sobre o Windows 8. Bom, eu não sei de vocês, mas pelo pouco de infor-mações que foram divulgadas, a Microsoft virá ano que vem para revolucionar a industriaindústria dos sistemas operacionais, não só para os PCs mas também para os Notebooks e Tablets .Mas Por enquanto não temos mais informações confirmadas pela Microsoft sobre o Windows 8, existem especulações rodando vários sites de computação pes-soal. Uma dessas é que o Windo-ws 8 será o primeiro sistema ope-racional a seguir o seu usuário onde quer que ele esteja. Ao in-vés de ficarem presos ao seu har-dware, os usuários poderão pas-sear entre desktops, notebooks e tablets da maneira que acharem mais convenienteacharem mais convenientes.Outra especulação fala sobre um botão de reset que preserva programas e configurações en-quanto limpa vírus e outros in-cômodos. Particularmente, essa especulação para mim é uma das que mais interessam ser confir-mada, pois pense só:Não precisar mais fazer backup de programas e arquivos e configura-ções de hardware e dar adeus a formatação do disco rígido, isso é simplesmente sensacional.Rola também pela internet que o objetivo da Microsoft é a ini-cialização rápida quase instantâ-nea (instant on) ., o O blogueiro Manan Kakkar encontrou uma patente da fabricante para usar um método de virtualização que

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visa dividir o sistema em um sistema “geral” e “aplicativos” otimizados para tablets ou TVs. Estes , explica Kakkar, pode-riam ser inicializados mesmo que o sistema geral demore 30 segundos para ser inicializado, o que também seria óti-mo, imagine você não precisar mais esperar o sistema ope-racional iniciar por completo para realizar suas atividades.Eu escolhi citar estas três especulações entre todas, por-que essas foram as quais mais me chamaram a atenção. E que sSe em setembro a Microsoft confirmar essas in-formações, literalmente iremos entrar em uma nova fase tecnológica. Provavelmente haverá resistência a estas mu-danças e teremos que esperar para ver como tudo funcio-na na prática. Mas o caminho está traçado. E tTermino citando a frase dita na apresentação do Win-dows 8: “O Windows 8 é uma recriação do Windows, do processador a interface, Um PC com o Windows 8 é na verdade uma nova categoria de aparelho, que pode ir de telas pequenas e sensíveis ao toque até os grande monito-res de desktop , com ou sem teclado e teclado” .

[Alysson Cesar]

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