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Necessidades das diferentes populações e
possibilidades de respostas na construção da
Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência no SUS
Deficiência Física
XXVIII CONGRESSO DE SECRETÁRIOS
MUNICIPAIS DE SAÚDE
DO ESTADO DE SÃO PAULO ABRIL 2014
UBATUBA/SP
Profa. Dra. Eucenir Fredini Rocha
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo
o “mundo” é um só, e a deficiência
integra a diversidade humana
Relatório Mundial sobre Pessoas com Deficiência (2011) 15% da população possui algum tipo de deficiência.
limites individuais e
barreiras impedem
o usufruto de
direitos com
equiparação de
oportunidades
entre pessoas com
e sem deficiência
Quem são as pessoas
com deficiência física no Brasil?
45,6 milhões de brasileiros declararam ter alguma deficiência
23,9% da população do país.
38.473.702 pessoas vivem em áreas urbanas e 7.132.347 em áreas rurais.
23%dessa população está na região Sudeste
7% tem deficiência motora - 13,2 milhões de pessoas, a segunda mais relatada pela
população
deficiência motora severa foi declarada por mais de 4,4 milhões de pessoas (734,4
mil disseram não conseguir caminhar ou subir escadas de modo algum e mais de 3,6
milhões informaram ter grande dificuldade de locomoção).
Como as vidas das pessoas com
deficiência ‘física’ são afetadas? Por processos de exclusão no acesso a bens de saúde,
educação, econômicos, sociais, culturais, entre outros Que levam a um sofrimento ético-político
Resultados: Deterioração do status geral de saúde,
Aumento das limitações nas atividade,
Restrições de participação (escola, lazer, trabalho,
cultura etc... e,
Redução na qualidade de vida
Principais características das pessoas
com deficiência no Brasil:
Sofrimento e humilhação
Empobrecimento
Limitações no cotidiano
Limitações nas relações familiares e sociais
Cerceamento no acesso a cultura, lazer, trabalho, religiosidade, participação política, econômica, social...
O SUS DEVE GARANTIR
Acesso, do latim accessus, quer dizer ingresso, entrada, chegada, aproximação, alcance de coisa elevada ou longínqua, elevação em dignidade ou posto e também trato e comunicação.
Acessibilidade, do latim, accessibilitatis,
accessibilitas, quer dizer facilidade de acesso de obtenção de facilidade no trato, lugar onde se passa ou entra.
FINALIDADE
Com ações de intervenção que
devem garantir a todos os usuários
(pessoas com deficiência, idosos, familiares,
cuidadores, profissionais da saúde etc.)
independência e autonomia.
O SUS deve garantir para as pessoas com
deficiências:
Acesso aos serviços
Integralidade na
assistência
Longitudinalidade nos
cuidados
Não se trata de
apenas a reabilitação
física, ortopédica,
neurológica
Se trata de uma
assistência que visa
aspectos para além
das abordagens
organicistas,
biomédicas.
ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS NO
ADULTO ( Acidente Vascular Cerebral,
Doença de Parkinson, Esclerose Lateral
Amiotrófica, Esclerose Múltipla, Doença de Alzheimer, Miastenia
Grave, Miopatias, Neuropatias periféricas, Síndrome de Guillain-Barré, Traumatismo Crânio-encefálico,
Tumores)
PARALISIA BRAQUIAL
OBSTÉTRICA, DISTROFIAS
MUSCULARES, ATRASOS
NO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR,
DESORDENS
NEUROMOTORAS (Paralisia
Cerebral, Mileomeningocele,
Traumatismo crânio
encefálico)
AMPUTAÇÕES, CASOS ORTOPÉDICOS E TRAUMATOLÓGICOS, DORES
NEUROMUSCULOESQUELÉTICAS, DOENÇAS REUMÁTICAS, QUEIMADOS, DERMATOSES
OCUPACIONAIS, QUEIMADOS, DERMATOSES OCUPACIONAIS, LESÕES DA MEDULA ESPINHAL
Podem ter dificuldades nas atividades e participação: Realização de tarefas
cotidianas
Mobilidade (mudança e manutenção da posição do corpo; carregar, mover e manusear objetos; andar e mover-se; deslocar-se utilizando transporte)
Cuidado pessoal (vestir-se, comer beber, lavar-se, cuidar pa própria saúde, higiene pessoal e outros cuidados pessoais)
Vida doméstica (aquisição do necessário para viver – moradia, bens e serviços etc-, tarefas domésticas, cuidados com os objetos da casa e com as outras pessoas do ambiente doméstico)
Atividades de trabalho (tarefas do trabalho, acesso ao emprego etc)
Atividades econômicas (transações econômicas, autossuficiência)
Atividades de vida comunitária, social e cívica (vida social, religiosa e de espiritualidade, recreação, lazer, acesso à cultura, vida política, cidadania, vida cívica)
possibilidades do setor saúde:
Identificação e intervenção precoce de deficiências
Acesso imediato aos serviços com equipes de reabilitação (fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional)
Acessibilidade aos serviços (dentro deles, no entorno, transporte)
Acesso à órteses, próteses, equipamentos de ajuda, tecnologias assistivas (com acompanhamento e reavaliações periódicas)
Para o nível
secundário e
terciário:
demandas mais
complexas, que
necessitam de
tecnologias duras como
utilização de
equipamentos de grande
porte e especiais.
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS,
ÓRTESES E PRÓTESES:
PODEM SER PRESCRITAS, em sua
maioria, na Atenção Básica, necessita só
de profissionais treinados.
A dispensação pode ser feita pelo nível
secundário, articulado com as UBS.
A maioria das necessidades de saúde e
reabilitação podem ser respondidas pelos
equipamentos de Atenção Básica (Unidade
Básica de Saúde)se tiverem equipes de
reabilitação (fisioterapia, fonoaudiologia e
terapia ocupacional):
Ações de prevenção
Ações de cuidado em saúde
Ações de reabilitação que utilizam tecnologia leve
(manuseio corporal, atividades e pequenos
equipamentos)
Ações voltadas à autonomia nas atividades cotidianas e
na participação familiar, social, cívica e cultural
A ORGANIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DEVE
RESPEITAR:
* o número de habitantes do
município,
* as características
geográficas,
*as condições das áreas
periféricas e rurais
ACESSO
a ampliação do acesso das pessoas com
deficiência a todos os serviços de
saúde pressupõe compreender o
conceito de acesso como aproximação,
criação de laços de troca, diálogos
fecundos e transformadores entre
usuários e equipes de saúde.
Concluindo....
universalizar a assistência no SUS supõe um usuário que não se define por uma circunstância sociológica específica.
As pessoas com deficiência foram tradicionalmente
definidas como “anormais”, aqueles que fogem à norma e, modernamente, como pessoas com necessidades especiais,
para essa população o SUS dedica políticas específicas e propostas organizacionais de serviços especializados, que pretendem realizar o acesso à rede de saúde.
Isso por si mesmo é indicativo da diferença em relação ao caráter universal do usuário suposto pelo SUS, produzindo assim uma tensão entre a universalidade do SUS e a singularidade do usuário, que permite ser um referencial para a reflexão e avaliação.
Portanto, possibilitar o pleno exercício do direito de atenção em saúde, considerando também as pessoas com deficiência, é efetivar os princípios da equidade e da universalização no SUS.
A operacionalização desses princípios
doutrinários do sistema depende de um processo em constante aperfeiçoamento, com o enfrentamento das contradições..
Obrigado
Eucenir Fredini Rocha
Profa. do Curso de Terapia Ocupacional da
Universidade de São Paulo – São Paulo