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NOVA CONTA DA AR - padrescasados.org fileA nossa reflexão é sim-ples: o que nos diferencia das demais pessoas em re-lação a valores e princípi-os vivenciados por essa sociedade

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2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Saúde e Paz!

Aproximam-se comtoda a força midiática osfestejos natalinos.

A cada ano somos estra-tegicamente tentados ao con-sumismo exacerbado, e infe-lizmente nos apropriamos deuma criação de necessidadescada vez mais ilusórias.

A nossa reflexão é sim-ples: o que nos diferenciadas demais pessoas em re-lação a valores e princípi-os vivenciados por essasociedade das aparências?O nosso grande desafioestá em vivenciarmos overdadeiro sentido do Na-tal, que na verdade não éuma simples troca de pre-sentes, mas se fazer pre-sente na vida das pessoas.

A nossa consciênciacristã precisa ultrapassaros muros da nossa zona deconforto. Pois estamos vi-venciando uma guerra ci-vil em nossas metrópoles,

EDITORIAL

Telefonou-me um leitorassinante de nosso JornalRumos: "tenho impressãoque o jornal está atacandomuito nossa amada Igreja".

Então lembrei-me de re-cordar ao amigo e a todos etodas que lerem este editori-al as três missões fundamen-tais que recebemos no batis-mo, e os padres, mais ainda,no sacramento da Ordem.São elas: ser rei (servo), serprofeta e ser sacerdote.

Como reis/servos, deve-mos orientar e servir.

Como profetas, deve-mos anunciar e denunciar.

Como sacerdotes, de-vemos louvar e santificar.

Pois bem, no intervalode dois meses entre uma eoutra edição do Rumos euprocuro juntar matériasque respondam a essasmissões, de batizados epadres, acima enumeradas.

Especialmente na mis-são profética - específicade um instrumento da mí-dia - em cada edição cons-tam vários artigos de res-

peitados autores que anun-ciam aprofundamentos teo-lógicos, bíblicos e eclesioló-gicos. E outros artigos -igualmente bem fundamen-tados, respeitosos mas sin-ceros - que denunciam as-pectos questionáveis oumesmo considerados errô-neos em nossa amada Igre-ja. Que é divina e humana,santa e pecadora, e, por isso,susceptível de erros.

E que todo cristão adul-to na sua fé pode e deve vere, na medida de suas capaci-dades, ajudar a corrigir. AIgreja não tem donos, a nãoser Jesus Cristo e todos nelatemos responsabilidades,direitos e deveres. Como bemdiz o n° 37 da Lumen Gen-tium: “qualquer cristão, se-gundo o grau de ciência,competência e autoridadeque possua, tem o direito, epor vezes mesmo o dever deexpor o seu parecer sobre osassuntos que dizem respei-to ao bem da Igreja”.

Quero esclarecer, entre-tanto, que não me conside-

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Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2010/2012

Presidente: José Edson da SilvaVice-Presidente: Maria Lucia de Moura1º. Secretário: Enoch Brasil de Matos Neto2º. Secretário: Maria de Fátima Lima Brasil1º. Tesoureiro: José Colaço Martins Dourado2º. Tesoureiro: Maria do Socorro Santos Martins

Organismos de Apoio da AR e Conselho Gestordo Movimento de Padres Casados e suas Famílias:

Presidente da AR - José Edson da SilvaCoordenador do Encontro XIX Encontro Nacio-nal do MFPC - o mesmoModerador do e-grupo padrescasadosJoão Correia TavaresCoordenador do site www.padrescasados.orgEnoch BrasilRepresentante internacionalArmando HolocheskiCoordenador da comissão de teologiaFrancisco Salatiel A. BarbosaCoordenador da Assessoria JurídicaFrancisco Muniz de MedeirosObs. - As respectivas esposas estão incluídas nasfunções acima.Diagramação Rodrigo Maierhofer Macedo

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimes-tral da Associação Rumos/Movimento das Famíli-as dos Padres Casados do Brasil (MFPC). A Asso-ciação Rumos é uma sociedade civil de direito pri-vado, de âmbito nacional, com finalidades assis-tenciais, filantrópicas, culturais e educacionais,sem fins lucrativos.

Conselho Fiscal da AR: Joarez Virgolino Aires e Ausilia Moraes Aires (PR), Luís Guerreiro Pinto Cacais e Irene Ortlieb GuerreiroCacais (DF) e Fernando Spagnolo e Telma Araujo de Oliveira Spagnolo (DF).JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] deGilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47-33694672Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 30,00 (trinta reais)Pagamento pelo BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Comunique imediatamente, através de e-mail, ao nosso tesoureiro José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]),por carta (José Colaço Martins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE)ou telefone (85-33382299)Associação Rumos:Anuidade de sócio - R$ 120,00 (Cento e Vinte Reais) com direito a assinatura do jornal RumosContribuição para um fundo de ajuda mútua - a partir de R$ 1,00 por mês;Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noBANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Remeta cópia do comprovante para José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]), por carta (José ColaçoMartins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-33382299)

Carta do Presidente aos leitores

Amigos e amigas,onde a violência tornou-seum câncer social e que nosimpulsiona a questionar: quesabor de Natal nós teremosem nossas famílias e comofazer que o menino Deusnasça em cada coração?

Na verdade, estamos ci-entes de que não existe umareceita pronta para sanar ocaos social no qual nos en-contramos. Alertamos, en-tão, que é hora de entender-mos estar colhendo frutosde uma quebra de valoresjamais estruturados no seiofamiliar, e que isso se deve àperda dos referenciais éticose morais que nossa Igrejatanto enfatizou.

Diante de tamanha com-plexidade social quero enfa-tizar que o Movimento dasFamílias dos Padres Casa-dos (MFPC) tem uma missãoespecial de evangelizar ondequer que esteja. Precisamos,com nossas ações, fazer jusao evangelho de Jesus quenos impulsiona à missão:

"Ide por todo mundo, pre-gai o evangelho a toda cri-atura" (Mc 16,15).

E é neste espírito nata-lino que desejamos quecada um possa ser, de fato,partícipe da nossa cami-nhada; e que faça do nos-so Jornal Rumos um dosmeios para evangelizar atodos que almejam e so-nham com uma sociedademais humana, mais cristã,mais justa e solidária.

Feliz Natal a todos e umAno Novo repleto de paz erealizações!

Edson Marianopresidente da AR e [email protected]

ro perfeito, e aguardo su-gestões e críticas constru-tivas dos prezados leitorese leitoras, sobre o jornalimpresso ou eletrônico.

Lembro aos assinantesdo Rumos ou sócios da ARque renovem (ou iniciem) seupagamento na nova conta ecomuniquem ao novo tesou-reiro Dourado, como constaabaixo, nesta página.

Sendo esta a última edi-ção de 2010 desejo cordial-mente a todos(as) um FE-LIZ e SANTO NATAL,bem como um ANO NOVOrepleto de luz, paz e amor.

Gilberto [email protected]

Queridos irmãos e irmãs.

LIVROS

Janice Chaves Barros lançou aos 15 de novembro, em Fortaleza CE, seu 3º livro"Vivenciando o amor" para quem gosta de prosa, poesia e poema.

Antônio Bonifácio Rodrigues de Souza, padre casado, Rio de Janeiro RJ, lançou olivro "Ética e cidadania", pela Editora Paulus.

Luiz Pereira dos Santos, outro padre casado, lançou o livro científico "Origem doUniverso, da Vida e do Homem, explicações antigas e novas".

Antônio Bonifácio Rodrigues de Souza

NOVA CONTA DA AR

Janice Chaves Barros

BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Atenção Assinantes do Jornal Rumos e da AR:Depois do pagamento comunicar ao tesoureiro Dourado por e-mail

([email protected]), por carta (José Colaço Martins Dourado Rua Mário Ma-mede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-33382299)

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOS

Obrigado meu amigo Gilbertopor mais uma edição do jornal Ru-mos; diga-se de passagem estámuito bom. Eu fui colega do Clau-demiro que faleceu no último dia03/10. Estudamos no IFITEG aquiem Goiânia. Que Deus o acolha nasua imensa bondade. Um AbraçoFraterno.

Deurivaldo Rodrigues [email protected]

Tenho lido todos os exempla-res. Acredito que estou em dia comas finanças. Agradeço o envio dosjornais e espero que produzambons resultados. Entregarei aosdestinatários

[email protected]

Grande figura... O nosso jornalestá um primor... Parabéns!!!

José Edson Mariano, Presiden-te do MPC e AR.

[email protected]

Gostei da matéria sobre o an-glicanismo. O jornal, mais uma vez,ficou muito bom!

Félix [email protected]

Amigo Giba, venho felicitá-lopela publicação do Jornal Rumos.Impressão ótima e apresentaçãoexcelente.

Parabéns pela sua nobreza deidéias e pela dedicação ao empre-endimento.

Os temas apresentados foramescolhidos e atendem às expecta-tivas do público alvo.

Grato pela atenção e dedicaçãoà causa. Abraços e saudações.

Antônio Luiz [email protected]

Giba! Chegou aqui o seu filho-te em papel. Os meus olhos nãodão para ler no PC.

Que filhote bem feito!!! Quetextos ótimos! Leio cada palavra.Fiquei encantada com as ideias ecom a variedade de temas. Sempregostei do seu trabalho, mas destavez você superou tudo.

Meu marido Luís está lendo-oaos poucos.

Parabéns!!! Um grande abraçoe obrigada

Irene [email protected]

Oi Giba, vou mandar 20 eurospela Western Union, vc pode reti-rar o dinheiro no "banco doBrasil"...vou mandar hoje a tarde e

Grupos católicos dos Esta-dos Unidos e de outrospaíses protestaran porque

o Vaticano, entre as novas regraspara o tratamento do abuso sexualdo seu clero, listou a ordenação demulheres como um "delito grave"contra a Igreja.

Como parte dessa declaração,o Vaticano disse que "a tentativada ordenação sacerdotal de umamulher" é adicionada à lista dos"graviora delicta" , isto é, dos deli-tos mais graves contra as leis daIgreja, juntamente com o abusosexual de crianças.

Vinte e sete grupos católicosnos os EUA, Irlanda, México, Es-panha, França, Canadá e Holan-

Até 1986, no Encontro deSalvador, o Encontro Na-cional era anual.

Mas, devido às distâncias con-tinentais do Brasil e aos gastoscom viagens para longas distânci-as, resolveu-se que, daí em diante,os Encontros Nacionais seriam acada dois anos.

Mas, para não perder nossadinâmica, posta em perigo por doisanos de intervalo, foi também com-binado que, no intervalo, ou sela,no ano seguinte ao Encontro Na-cional, haveria Encontros Regio-nais: Nordeste, Norte, Centro-Oes-te, Sul e Sudeste.

Não sei precisar nas outras re-giões, mas no Nordeste fizemos, emNatal, perto da Ponta Negra, umbom Encontro Regional de uns trêsdias. Com mais de 80 pessoas. Ecom a presença da Diretoria Naci-onal, então sediada em Brasília.

Nessa época tínhamos já o Jor-nal Rumos, mas também outros "re-gionais": - Sal Terrae, em Natal;

- Pontapé, em João Pessoa; -Sinal, em Fortaleza. E não sei semais algum.

Nessa época, também haviagrupos do MPC muito vivos e ati-vos em: CE, RN, PB, AL, SE, PE,BA, MA. E muitas crianças nosEncontros...

Quem nunca se manifestou, foi oPI, mas estou a tentar sondar essegrupo, descobrir alguma liderançaentre os novos saídos nos últimos 15anos, para ver o que se pode fazer.

Esta ideia de Encontros Regio-nais vem ressuscitar uma boa eantiga dinâmica para entrosar osarredios, acordar os dorminhocos,motivar muita gente boa que parti-cipou muito, anos atrás e que, porvários motivos, se afastou. Masque, com um empurrãozinho, podereativar a chama ainda bruxulean-

depois mandarei o numero com oqual vc pdoerà retirar o dinheiro...eutentei mandar diretamente paraconta da associação rumos, mas épreciso do IBAN...eu acho maisfácil mandar através la WesternUnion... Eu vi que você mora emSanta Catarina. Eu passei 3 anosem Florianópolis (ITESC).

Fiz uma viagem muito boa ao Bra-sil. Fui da França a Manaus e no in-terior onde eu nasci. Está tudo seco.A maior seca no Estado do Amazo-nas. Minha mãe está muito doente,mas fiquei muito feliz de comemoraraniversário dela (70 anos).

Fiquei feliz de ler o jornal, poisgostei da linha do jornal. Eu tiveo sentimento que não estou sozi-nho, que existem outros padrescasados como eu.

Fiquei feliz também de saberque um dos meus professores é as-sinante do jornal: Pe. Ney Brasil.Caso você o encontre eu mandoum grande abraço.

Caro Gilberto, estou fazendo umtrabalho sobre a teologia da liber-tação. Eu tinha toda a coleção dateologia da libertação (edição Vo-zes), porém deixei tudo pra congre-gação. Eu gostaria de saber se ain-da existe esta coleção, pois gosta-ria de comprá-la. Caso não sejapossível, gostaria de saber se vocêou outros colegas conhecem ou-tros livros a respeito. Agradecidopela ajuda.

Um abraço em você e em todosos amigos da Associação Rumos

Paulo Barbosa da [email protected]

Estive em contato com um Pa-dre da nossa região (RS), e com elecomentei ter conhecido 5 casais depadres em Porto Belo SC, em outu-bro passado, assim como o traba-lho que têm feito na questão docelibato.

Após alguns comentários mefez o seguinte questionamento:"ELES SÃO FELIZES"?

Achei que este seria um bomtítulo para a próxima edição de vos-so jornal.

Flávio E. Jost, [email protected]

Caro Gilberto. Devido à tua per-sistência em enviar-me o JornalRumos que tanto aprecio, hoje crieicoragem e envio-te um cheque (de60,00) que reduz os meus atrasa-dos da assinatura.

Oxalá te estimule sempre mais.Mil desculpas.

Luiz Conte, Florianópolis

PÁGINA DOS LEITORES GRUPOS CATÓLICOS PROTESTAM CONTRA POSIÇÃODO VATICANO SOBRE ORDENAÇÃO DE MULHERES

da, divulgaram um comunicadoonde expressam "solidariedadeaos católicos que estão buscan-do a igualdade, inclusive àque-les que praticam ministérios fe-ministas e às mulheres ordenadassacerdotisas".

A Igreja Católica não permitea ordenação de mulheres, mas emvários países grupos de católicose alguns bispos católicos proce-deram à consagração clerical demulheres. O Vaticano ameaçouexcomungar os bispos que reali-zem tais ordenações.

"Estamos solidários comnossos irmãos sacerdotes e bis-pos ameaçados de excomunhãoe outras punições eclesiásticas

pelo seu apoio à igualdade dasmulheres na Igreja", afirma a de-claração que inclui as assinatu-ras das correntes: "Nós SomosIgreja" e "Católicas pelo Direi-to de Decidir", da Espanha e doMéxico.

Estes grupos dizem que elesficaram muitíssimo ofendidosporque "uma luta de boa fé pelaigualdade de gênero foi interpre-tada como um sacrilégio e colo-cada em pé de igualdade com oabuso sexual de crianças."

Agencia EFE http://presbiterasypastor.galeon.com/[email protected]/07/2010

Tradução: João Tavares

VOLTA AOS ENCONTROS REGIONAIS DO MPC,NO INTERVALO DOS NACIONAIS

te, portanto não apagada.Há várias pessoas se nos

apresentando como padres ca-sados, buscando notícias doMPC e buscando se entrosar nonosso Movimento. De todos oscantos do Brasil.

Por outro lado, os do MPC his-tórico dos anos 70/90, que foi mui-to forte, estão hoje de cabelosbrancos. E, em boa parte, despreo-cupados com os colegas novosque vêm saindo do ministério...

Mas, a meu ver, há ainda comreverter esse quadro e melhorá-lobastante. Agora, por exemplo, co-laborando todos ou muitos, para aatualização do nosso CatálogoNacional e a implementação dasresoluções de Brodowski.

Concordo plenamente com aidéia, pois acredito que iríamos fa-zer uma grande mobilização paratodos aqueles que estão afastadose seria uma forma de motivação parao encontro nacional em 2012.

E, acrescentaria eu, para a re-novação do MPC a partir das ba-ses, nos Estados.

Como seria bom se outras regi-ões pudessem comprar essa ideia:

- de fazer Encontros Regionaisde aplicação do que se resolveuem Brodowski,

- de reflexão da situação atualdo MPC em cada Estado, na linha-mestra dos três objetivos,

- e de preparação de ideias eatitudes para o próximo EncontroNacional, e para melhora e revitali-zação do MPC.

Poderíamos, assim, dar uma boachacoalhada no MPC Estadual eNacional, a partir das suas bases,visando a renovação, a começarpelo objetivo proposto e aceito, emBrodowski, de PROCURAR E EN-CONTRAR COLEGAS SAÍDOS,CADA GRUPO EM SEU ESTADO:

diretamente, procurando informa-ções em cada Estado, para corrigire aumentar nosso Catálogo Nacio-nal; e indiretamente, indo às Cúri-as diocesanas perguntar pelos co-legas que deixaram o ministério.

E a constatação, mais uma vez,de como é importante que se voltea dividir, como foi desde Luziâniae, não sei como, esquecemos decontinuar em Brodowski:

1. a Direção Nacional para sepoder dedicar às tarefas comunsda Direção e Administração, mas,sobretudo, à animação do MPCNacional. (Uma outra tarefa impor-tante da Diretoria Nacional, a meuver, é implementar, fazer aconteceras resoluções e orientações toma-das na Assembleia Geral. Agora,por exemplo, o cuidado para reunire cultivar o grupo de viúvas e viú-vos; a busca por colegas padrescasados que não participam donossos MPCs Estaduais e/ou re-gionais- ver Ata da Assembleia deBrodowski; e a Carta de Brodowski

2. e a Coordenação do encon-tro Nacional para se dedicar exclu-sivamente a essa pesada tarefa, emdiálogo total e sob a Supervisãoda Diretoria Nacional.

João [email protected]

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4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Deus não criou o Univer-so e o Big Bang foiuma consequência ine-

vitável das leis da física, argu-menta o eminente físico teóricoStephen Hawking em um novolivro. Em The Grand Design (OGrande Projeto, em tradução li-teral), que tem como co-autoro físico americano LeonardMlodinow, Hawking diz queuma nova série de teorias tornao conceito de criador do Uni-verso redundante, de acordocom o jornal britânico Times.

"Porque existe uma lei comoa gravidade, o Universo pode edeve criar-se a partir do nada.Criação espontânea é a razãopara haver alguma coisa em vezde nada, para que o Universoexista, para que nós existamos",escreve Hawking. "Não é ne-cessário invocar Deus paraacender o pavio e pôr o Uni-verso em movimento".

Hawking, com 68 anos, ga-nhou notoriedade mundial comseu best-seller de 1988, UmaBreve História do Tempo, umrelato da história do Universo,e é renomado no meio científi-co por suas teorias sobre bura-cos negros, cosmologia e gra-vidade quântica.

Desde 1974, o cientista tra-balha para casar as duas pedrasangulares da física - a Teoriada Relatividade Geral, que tra-ta de fenômenos de larga esca-la e da força da gravidade, e aTeoria Quântica, que cobre asinterações entre partículas su-batômicas.

Seu comentário mais re-cente sugere que ele rompeucom seu ponto de vista ante-rior sobre a religião. Antes,ele havia escrito que as leis

DEUS É DESNECESSÁRIO PARA EXPLICAR A CRIAÇÃO, DIZ HAWKING

O físico britânico Stephen Hawking

O Universo pode e deve criar-se a partir do nada, escreve o famoso cientista em novo livroda física apenas diziam quenão era preciso acreditarnuma intervenção divina.

Em Uma Breve História...,ele escreveu que uma teoriacompleta da física permitiria"conhecer a mente de Deus".

Em seu último livro, ele diz quea descoberta, em 1992, de umplaneta em órbita de outra estre-la além do Sol ajudava a descons-truir a visão de que o universo nãopoderia ter surgido do caos, masfoi criado por Deus.

"Isso faz as coincidências denossas condições planetárias --um único Sol, uma combinaçãode sorte de uma distância entrea Terra e o Sol e a massa solar,muito menos impressionante, eevidência muito menos convin-cente de que a Terra foi criadacuidadosamente apenas paraagradar aos seres humanos",diz ele no livro.

Hawking consegue falarapenas por um sintetizador devoz computadorizado, em decor-rência de uma neurodistrofiamuscular que avançou nos últi-mos anos e o deixou quase com-pletamente paralisado.

Ele começou a sofrer dadoença em seus 20 e poucosanos, mas conseguiu se estabe-lecer como uma das maioresautoridades no mundo científi-co. O físico também teve parti-cipação especial no seriado"Jornada nas Estrelas" e nosdesenhos animados "Futurama"e "Os Simpsons".

No ano passado ele anun-ciou que estaria deixando o car-go de professor lucasiano dematemática na Universidade deCambridge que mantém desde1979. O posto já foi anterior-mente assumido por Newton.

O livro tem lançamento in-ternacional marcado para 7 desetembro.

R E U T E R Swww.estadao.com.br

Comentário de João TavaresAbaixo leia-se o comentá-

rio de Rui Osório, padre e jor-nalista português, à afirma-ção de Hawking em seu últi-mo livro The Grand Design(O Grande Projeto), de que:Deus é desnecessário paraexplicar a criação. Vem es-pontaneamente à mente a res-posta de Apeles ao sapateiro,em Atenas: "Sapateiro, nãovás além das sandálias".

"É verdade que, para aFísica, Deus está a mais.Mas isso não quer dizer queseja a Física a dizer que Deusnão é o Criador do Universo"- diz Rui Osório.COMENTÁRIO DE RUIOSÓRIO

Recordo-me, com simpatia,de Stephen Hawking quando,sobre a origem do Universo, di-zia que Ciência, mesmo que umdia chegue a dar resposta a to-das as nossas perguntas, nuncapoderá responder à mais impor-tante: por que é que o Universose deu ao incômodo de existir?

Stephen Hawking, nessa al-tura, não saía da sua área cien-tífica de que é um prestigiadoperito, mas, agora, entra, ousa-damente, na Filosofia e na Teo-logia. Com estranheza, vejo-o aafirmar, segundo informação dojornal "The Times", no seu livro

que virá a público amanhã, sobo título "The Grand Design", queDeus não criou o Universo, masfoi o Universo por si, esponta-neamente, que surgiu do nada.Defende, com essa premissa,que é redundante imaginar quehá um Criador.

Di-lo à revelia das suas an-teriores afirmações de físico detalento que a sua grave doença,esclerose lateral amiotrófica, quetanto o afecta, não o impediu deter prestígio científico e o tornouprofessor em Cambridge, já ju-bilado, tendo sido responsável dacátedra que, antigamente, forade Isaac Newton.

O livro "The Grand De-sign" é escrito em parceriacom o físico norte-america-no Leonard Mlodinov. Exor-bitando da Física e discorren-do sobre Filosofia e Religião,Hawking descuida o conselhosábio de Santo Agostinho: "otranscendente não pode de-duzir-se do imanente".

Em erro idêntico já tinhacaído o darwinismo ao expulsarDeus da Biologia. Não admiraque, ainda hoje, quem mais gos-tou da afirmação de Hawkingtenha sido o biólogo e ateu mili-tante Richard Dawkins.

À afirmação "dogmática" deque Deus não criou o Universo- a Ciência, quando perde a no-ção dos limites, cai no dogmatis-mo orgulhoso, tentando meter-se no que não é da sua compe-tência, como discutir Deus - re-agiram criticamente, anglicanos,

católicos, judeus e muçulmanos.É verdade que, para a Física,

Deus está a mais. Mas isso nãoquer dizer que seja a Física a di-zer que Deus não é o Criador doUniverso. Ao dizê-lo, sai da suanatureza e da sua metodologia,para entrar indevidamente na Fi-losofia e na Teologia. Como sediz com humor, Einstein sabia tan-to de Física que poderia dizer al-gum disparate em Filosofia. Masninguém o levava a sério comofilósofo. Será que Stephen Ha-wking merece crédito em Filoso-fia ou em Religião?

A harmonia intelectual entreo humano e o divino desfez-secom o Positivismo do séculoXIX, ao dizer-se que a Ciênciapertence ao mundo real, en-quanto Deus é uma invenção daimaginação humana. Será queo Positivismo, ontem como hoje,tem a última palavra, como pen-sa Stephen Hawking?

A mitologia moderna doateísmo e do agnosticismo épor vezes ingênua e sem sen-tido crítico. Os ateus têm aliberdade de pensar que Deusnão existe e os agnósticos dedizer que Deus não fala, masdeixem aos crentes a liberda-de de confiar que Deus nãofica calado e revela-Se demúltiplas maneiras.

Rui Osório, Cônego da dioce-se do Porto e jornalista - Portu-gal [email protected]

Fonte: Voz PortucalensePorto, 08/09/2010

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOS

"Hoje completo 50 anos debispo. O que é ser bispo? Jesusquando iniciou sua vida pública,escolheu 12 homens que foramchamados Apóstolos. Esses fo-ram os primeiros encarregadosde pregar sua mensagem nomundo inteiro. É claro que es-ses homens tiveram uma mis-são única, revestidos de pode-res especiais. Mas os 12 mor-reram, quase todos mártires, eenquanto isso a igreja fundadapor Jesus Cristo cresce medi-ante a conversão de judeus epagãos e, outros cristãos rece-biam pela imposição das mãosa missão apostólica, como Pauloe Barnabé. Aos primeiros bis-pos ou apóstolos sucederam umgrande número. Cristo haviainstituído para seus apóstolosum chefe, Pedro, que depois deresidir em Jerusalém, veio paraRoma e aí morreu. Seu suces-sor, Lino, que consideramos osegundo papa, inicia a longa lis-ta de bispos de Roma. Cada ci-dade do Império Romano tinhao seu bispo que continuava aação apostólica, cercado por umgrupo de presbíteros e de diá-conos, para presidir a comuni-

Em vários países da Eu-ropa, todo o cidadãoestá legalmente sujeito a

pagar impostos para a sustenta-ção da respectiva Igreja. Quemquiser eximir-se de tal obrigação,terá de declarar, perante a auto-ridade, não pertencer a qualquerconfissão ou haver decidido des-ligar-se da Igreja por não se iden-tificar mais com ela. Foi este ocaso da professora N.N. queaqui apresentamos.Comunicação ao bispoda diocese

Prezado Senhor Bispo.No dia 12 de maio de 2010,

deixei a Igreja Católica. Não foiuma decisão precipitada e irre-fletida. Foi um passo que ama-dureceu durante longos anos.Uma das razões fundamentaisforam as minhas dúvidas de fé.Mas, só por esse motivo, pro-vavelmente eu jamais abando-naria a Igreja, à qual pertençohá 67 anos e que moldou deci-sivamente a minha vida, espe-cialmente na juventude. Venhode uma família religiosa na quala fé transmitida pela Igreja sem-pre teve uma grande influência

PROFESSORA QUE DEIXOU A IGREJA, E REAÇÃO DA DIOCESEna vida do dia-a-dia.Decisivas para o meuabandono foram duas razões.

A Igreja aferra-se tenazmen-te ao celibato. Eu, porém, estouprofundamente convencida deque o celibato é a razão princi-pal dos abusos sexuais em quetêm incorrido muitos padrescatólicos. O celibato faz muitasvezes com que homens que têmproblemas com a sexualidade,se sintam atraídos pelo sacer-dócio. Com os pastores protes-tantes são raros os casos deabuso que se tornam públicos.

Acho igualmente insuportá-vel o tratamento que a Igrejadeu aos muitos abusos de cri-anças e jovens no passado.Casos que foram conhecidos enão foram denunciados às au-toridades civis. A reputação daIgreja foi mais importante doque o esclarecimento e o sofri-mento das vítimas.

Eu também sofri por váriasvezes do abuso de um padre, ovigário da minha aldeia, quandoera uma menina de 13 anos(nesta idade, naquele tempo, agente ainda era criança). E fal-

tou-me então a coragem decontar aos meus pais. Um pa-dre casado, com toda a proba-bilidade, não me teria abordadodessa maneira.

Aflige-me profundamente otratamento que a Igreja dá apadres que, apesar do celibato,mantêm relação amorosa comuma mulher. Aqueles que hones-tamente assumem a sua rela-ção, esses têm de deixar o sa-cerdócio. Os que mantêm umarelação secreta e, às vezes, têmaté filhos, a Igreja os tolera emsilêncio e os deixa continuar noministério, enquanto o caso nãose torna público (conheço doiscasos entre os nossos amigos).Esta hipocrisia da Igreja meescandaliza e é uma das razõesprincipais por que a abandono.

Uma prima minha está há 35anos casada com um padre e éfeliz. Têm um filho de 32 anos.Conheceram-se num trabalhomissionário. Obtida a dispensado Papa Paulo VI, casaram-sepela Igreja. Mas, para ele, foimuito duro ter de deixar o sa-cerdócio por causa do casamen-to. Padre de corpo e alma, foi

castigado dessa maneira por serhonesto. É assim que a Igrejaperde muitas vezes os seus pa-dres mais engajados. Vivem osdois num país do Terceiro Mun-do, integrados no grupo de pa-dres casados que, só nessa na-ção, andam pelos 6.000 (Brasil).

Outro ponto que me aflige naIgreja é o seu "não" aos anticon-cepcionais e ao uso da camisi-nha como defesa contra a AIDS.

Entretanto, o meu abando-no da Igreja não significapara mim o abandono dos va-lores cristãos como, porexemplo, a ajuda ao próximo.Irei continuar com o trabalhotelefônico do Centro de Va-lorização da Vida (CVV) queexerço há quase dez anos.

Como a "missio canonica",que me dava o direito de daraulas de religião, deixa de tersentido, envio-a, em anexo,de volta.

Atenciosamente, N.N.Resposta da diocese

Prezada Senhora N.N.A senhora comunicou ao

senhor Bispo o seu abandonoda Igreja Católica. Como pro-

fessora que também ensinavareligião, a senhora estava aoserviço do Evangelho na nos-sa sociedade. Por tudo isso,sinto profundamente a perdaque a nossa Igreja sofre como seu abandono.Eu entendo as suasrazões para esse passo.

A sua crítica à regulamen-tação que diz respeito à for-ma de vida celibatária tam-bém eu a partilho e esperoque a Igreja em breve encon-tre novos caminhos.

A senhora viveu, em espe-cial, de maneira ofensiva, osataques sexuais do vigário dasua paróquia. Um padre da nos-sa diocese menosprezou e fe-riu a sua dignidade de criança.Deixe que lhe expresse pesso-almente o meu pesar e que, emnome do senhor Bispo, lhe peçaperdão.

Agradeço-lhe de coração acontinuação do trabalho de aju-da por telefone.

Atenciosamente, N. N.Traduzido e apresentado

por Irene Ortlieb G. Cacais [email protected]

DOM CLEMENTE ISNARD QUESTIONAHomilia por ocasião do seu cinquentenário episcopal na Igreja das Fronteiras, no Recife

dade dos fiéis batizados. Comoviviam esses bispos? Não comovivem os bispos de hoje! Serbispo não trazia nenhuma reve-rência, nem privilégio civil

Muitos bispos até o séculoIV, ao tempo do Imperador Con-stantino, morreram mártires.Deixaram maravilhosos escri-tos, como Santo Inácio de Anti-oquia, São Clemente de Roma,Santo Irineu de Lion, e muitosoutros. Mas não usavam rou-pas especiais, mitra (este cha-péu que algumas pessoasacham bonito e outras achamridículo), báculo, anel, como Je-sus nunca usou. Nem tinhampalácios. Era uma vida simples,às vezes com trabalhos manu-ais como São Paulo.

Quando no início do séculoIV Constantino aderiu ao cato-licismo, muita coisa mudou paraa Igreja. Pouco a pouco os bis-pos se tornaram Príncipes comfunções de governo, construí-ram igrejas suntuosas e a disci-plina primitiva da igreja foi pre-judicada, e à medida que o tem-po passava o Evangelho de Je-sus ia se tornando esquecido eia surgindo a Igreja oficial da

Idade Média e da Renascença.Houve santos que lutaram con-tra isso, como São Francisco deAssis, mas a falta de pobrezada Igreja continuava.

Quando a Igreja no séculoXX chegou ao Concílio Vatica-no II, Dom Hélder Câmara es-creveu uma carta ao Papa Pau-lo IV pedindo o fim de certasriquezas do Vaticano, como ofim da Guarda Suíça, a mudan-ça do Papa do Vaticano para oLatrão. A carta foi publicada,mas não teve resposta... Pau-lo IV fez alguma coisa nessesentido, como suprimir a tiara,a tríplice coroa, suprimir algunsparamentos. Mas, pouco. Omaior problema hoje ainda é a

Cúria Romana que condicionaa autoridade do próprio Papa.OVaticano II foi um grande con-cílio presidido por um grandePapa, mas roído pela Cúria Ro-mana. E, recentemente, um im-portante membro da Cúria Ro-mana afirmou pela imprensaque agora se precisa fazer areforma da Reforma Litúrgica!O Concílio fez muita coisa,mas não tudo.

Os bispos que, na antigui-dade eram eleitos pelos bisposdo lugar e pelo povo, hoje sãoescolhidos pelo Papa ou pelaCúria Romana, que dá lugar atristes nomeações como umaacontecida no Recife. O celi-bato obrigatório dos padresseculares precisa ser substi-tuído por um celibato opcional.Por que a mulher não pode teracesso ao sacerdócio? Porque o Papa não pode ser elei-to pelos presidentes das Con-ferências Episcopais?

Cristo fundou a Igreja, masdeixou ao Espírito Santo a mis-são de orientar a mesma atra-vés dos séculos. Não se tratahoje de querer voltar ao sécu-lo IV, pois o Espírito Santo

guiou a Igreja em muitos pon-tos. É pena, porém, que a Igre-ja tenha seguido um caminhode centralização fazendo tudodepender do Papa e de seusauxiliares da Cúria Romana. Obispo hoje, sucessor dos após-tolos, está submetido, até empequenas coisas, às decisõesda Cúria. Onde fica a autori-dade própria que o Cristo de-terminou para os Apóstolos?

Eu acho que é um dever dosbispos hoje reivindicar uma au-toridade que é exigida pela na-tureza da Igreja, resistindo àcentralização promovida pelaCúria Romana. Por exemplo: ostextos das missas devem seraprovados por Roma, mas tam-bém sua tradução em portugu-ês. A tradução das palavras daconsagração na missa foi apre-sentada pelo Brasil e aprovadapela Congregação do Culto Di-vino há 40 anos. Agora, com osnossos Missais em uso há tantotempo, a Congregação do Cul-to Divino quer alterar uma pa-lavra da consagração do vinhoe pensa que eles em Roma en-tendem melhor do que nós a lín-gua portuguesa"!

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6 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

OS QUE MAIS PREJUDICAM A IGREJA CATÓLICA

Decisão definitiva sóserá tomada em 2012, maspode abrir caminho a maisfraturas no interior dos an-glicanos, já divididos pelaquestão homossexual.

O debate durou 12 horas.No final, o Sínodo da Igreja deInglaterra, a instância máximade decisão dos anglicanos in-gleses, decidiu-se pelo princí-pio de que as mulheres podemser ordenadas bispos, apesarda posição não ser consensu-al. No sábado, a proposta decompromisso do arcebispo deCantuária e primaz dos angli-canos, Rowan Williams, tinhasido recusada.

Ontem, foi aceita, comconcessões aos opositoresda decisão.

Este não é, no entanto, omomento final da decisãoque pode abrir o caminho a"bispas" anglicanas. Agora,recorda a AFP, o texto deveser aprovado por uma maio-ria dos 44 sínodos diocesa-nos de Inglaterra. Depois,será de novo debatido no sí-nodo nacional, em 2012. Sefor aprovada em definitivo,as primeiras ordenações po-derão acontecer em 2014.

Depois da questão doshomossexuais, que nos EUAjá podem ser bispos, o que

Um professor de econo-mia, na universidadeTexas Tech, disse que

ele nunca reprovou um só alu-no antes, mas tinha, uma vez,reprovado a classe inteira. Estaclasse, em particular, tinha in-sistido que o socialismo real-mente funcionava: ninguém se-ria pobre e ninguém seria rico,tudo seria igualitário e 'justo'.

O professor, então, disse:"Ok, vamos fazer um experi-mento socialista nesta classe.Ao invés de dinheiro, usaremossuas notas em testes".

Todas as notas seriam con-cedidas com base na média daturma e, portanto, seriam 'justas'.Isso quis dizer que todos rece-beriam as mesmas notas, o quesignificou que ninguém repetiria.Isso também quis dizer, claro, queninguém receberia um A...

Depois que a média das pri-meiras provas foram tiradas,todos receberam B. Quem es-tudou com dedicação ficou in-dignado, mas os alunos que nãose esforçaram ficaram muitofelizes com o resultado.

Quando o segundo teste foiaplicado, os preguiçosos estuda-ram ainda menos - eles espera-vam tirar notas boas de qualquerforma. Aqueles que tinham es-tudado bastante no início resol-veram que eles também se apro-veitariam do trem da alegria dasnotas. Portanto, agindo contrasuas tendências, eles copiaramos hábitos dos preguiçosos.

Como um resultado, a se-

PAPA CONDENA ABORTO,EUTANÁSIA E DEFENDE ENSINO

E SÍMBOLOS RELIGIOSOS

Em reunião em Romadia 28/10, o papa Ben-to XVI conclamou um

grupo de bispos brasileiros aorientar politicamente fiéiscatólicos. Reforçou a posi-ção da Igreja a respeito doaborto e recomendou a de-fesa de símbolos religiososem ambientes públicos.

'Ao defender a vida, nãodevemos temer a oposição oua impopularidade', continuou.O pontífice se posicionou tam-bém sobre o ensino religiosonas escolas públicas e, relem-brando a história do País comforte presença católica, orien-tou os bispos que encampema luta pelos símbolos religio-

EXPERIÊNCIA SOCIALISTA FRACASSADAIGREJA ANGLICANA INGLESA ABRE

PORTA A MULHERES-BISPOS

divide várias igrejas anglica-nas, o problema da ordenaçãode mulheres-bispos ameaçatrazer novas cisões.

Nos EUA a Igreja orde-nou recentemente um segun-do bispo homossexual e tempublicado rituais com bên-çãos para as uniões entrepessoas do mesmo sexo.

A Igreja Anglicana, que con-ta com cerca de 77 milhões defiéis, nasceu no século XVI, noseguimento de uma ruptura coma Igreja Católica, depois de oPapa Clemente VII ter recusa-do conceder o divórcio ao reide Inglaterra, Henrique VIII.

António MarujoFonte: Relação/RR/AFP

Agência EcclesiaObservação de Felix Ba-

tistaFilho: A Igreja Anglicanajá tem mulheres bispos há mui-tos anos. Na Comunhão Angli-cana várias igrejas já ordenammulheres. A questão é que, nacomunhão anglicana, as igrejassão independentes. Por exem-plo, a Igreja da Inglaterra é ape-nas mais um membro da comu-nhão anglicana e pode tomardecisões diferentes da totalida-de da Comunhão. Não existe ocentralismo romano. O que estáacontecendo, agora, é a Igrejada Inglaterra que não ordenamulheres e está decidindo.

sos. 'A presença de símbo-los religiosos na vida públi-ca é ao mesmo tempo lem-brança da transcendênciado homem e garantia de seurespeito', concluiu.

No discurso, o Papa tam-bém condenou a eutanásia,classificando a luta contra aprática como um pré-requisi-to para a 'defesa dos direitoshumanos políticos'. 'Seria to-talmente falsa e ilusória qual-quer defesa dos direitos huma-nos políticos, econômicos esociais que não compreendes-se a enérgica defesa do direi-to à vida desde a concepçãoaté à morte natural.'

Estadão.com.br

"Geralmente se encon-tram dentro dela. Entre ou-tros estão os que defendem ocelibato do clero".

Desde os primeiros séculosda Igreja alguns dizem que o ce-libato é um estado de perfeição,e exigem que o padre não case.

Numa tal hipótese aconte-ce o paradoxo, que, - se to-dos quisessem o estado deperfeição, - a humanidadelogo cessaria de existir porfalta de novos nascimentos.

Além disto, o celibato paraos homens como clérigos é umpreconceito contra as mulheres.Porque não haveria um celiba-to sacerdotal para as mulherescontra os homens?

Mas nem assim a questão seresolve. O que importa é sim-plesmente nenhum celibato, por-

que ele simplesmente não é ne-nhum estado de perfeição.

Os que mais prejudicam aIgreja Católica estão dentrodela, - as suas chefias, - porquenegam direitos iguais às mulhe-res no mesmo sacerdócio.

Teria o celibato masculi-no gerado situações negati-vas, como a homossexualida-de e a pederastia nos meios

eclesiásticos da Igreja Cató-l ica? Não parece havercomo negá-lo. Sem o celiba-to seria mais fácil garantir oclero contra tais vícios.

Enquanto isto não acontecerpoderá ser verdadeiro que osque mais prejudicam a IgrejaCatólica são os que estão den-tro dela, principalmente os quedefendem o celibato como con-dição obrigatória dos clérigos.

Evaldo Pauli, Florianópo-lis SC - Prof. da UFSC des-de 1962, aposentado. Clérigoda Arquidiocese de Florianó-polis, de 1949 a 1967; da Aca-demia Catarinense de Letras;da Academia Brasileira deFilosofia; Presidente Funda-dor da Biblioteca Superior deCultura, com internet:www.cfh.ufsc.br/~simpozio

gunda média dos testes foi D.Ninguém gostou. Depois do ter-

ceiro teste, a média geral foi um F.As notas não voltaram a pa-

tamares mais altos, mas as desa-venças entre os alunos, buscaspor culpados e palavrões passa-ram a fazer parte da atmosferadas aulas daquela classe. A bus-ca por 'justiça' dos alunos

tinha sido a principal causadas reclamações, inimizades esenso de injustiça que passarama fazer parte daquela turma.

No final das contas, nin-guém queria mais estudar parabeneficiar o resto da sala. Por-tanto, todos os alunos repeti-ram... Para sua total surpresa.

O professor explicou que oexperimento socialista tinha fa-lhado porque ele foi baseado nomenor esforço possível da par-te de seus participantes.

Preguiça e mágoas foram seuresultado. Sempre haveria fra-casso na situação a partir da qualo experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é gran-de", ele disse, "o esforço pelo su-cesso é grande, pelo menos para

alguns de nós". "Mas quando ogoverno elimina todas as recom-pensas ao tirar coisas de uns, semseu consentimento, para dar a ou-tros que não batalharam por elas,então o fracasso é inevitável".

O pensamento abaixo foiescrito por Adrian Rogersno ano de 1931:

"É impossível levar o po-bre à prosperidade através delegislações que punem os ri-cos pela prosperidade.

Por cada pessoa que rece-be sem trabalhar, outra pessoadeve trabalhar sem receber. Ogoverno não pode dar para al-guém aquilo que não tira deoutro alguém. Quando metadeda população entende a idéiade que não precisa trabalhar,pois a outra metade da popu-lação irá sustentá-la, e quan-do esta outra metade entendeque não vale mais a pena tra-balhar para sustentar a primei-ra metade, então chegamos aocomeço do fim de uma nação.É impossível multiplicar rique-za dividindo-a". Por ADRIANROGERS, EM 1931

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Jornal RUMOS

7Jornal RUMOS

O jesuíta egípcio maisdestacado nos âmbitoseclesial e intelectual,

Henri Boulad, lança um SOSpara a Igreja de hoje em umacarta dirigida a Bento XVI. Acarta foi transmitida através daNunciatura no Cairo. O textocircula em meios eclesiais detodo o mundo.

Henri Boulad é autor deDeus e o mistério do tempo(Loyola, 2006) e O homem di-ante da liberdade (Loyola,1994), entre outros.

A carta está publicada nosítio Religión Digital, 31-01-2010. A tradução é do Cepat.

Eis a carta.Santo Padre: Atrevo-me a

dirigir-me diretamente a Você,pois meu coração sangra ao vero abismo em que a nossa Igrejaestá se precipitando. Saberádesculpar a minha franquezafilial, inspirada simultaneamen-te pela "liberdade dos filhos deDeus" a que São Paulo nos con-vida e pelo amor apaixonado àIgreja.

Agradecer-lhe-ei tambémque saiba desculpar o tom alar-mista desta carta, pois creio que"são menos cinco" e que a situ-ação não pode esperar mais.

Permite-me, em primeiro lu-gar, apresentar-me. Sou jesuítaegípcio-libanês do rito melquitae logo farei 78 anos. Há trêsanos sou reitor do Colégio dosjesuítas no Cairo, após ter de-sempenhado os seguintes cargos:superior dos jesuítas em Alexan-dria, superior regional dos jesuí-tas do Egito, professor de Teo-logia no Cairo, diretor da Cári-tas-Egito e vice-presidente daCáritas Internacional para o Ori-ente Médio e a África do Norte.

Conheço muito bem a hie-rarquia católica do Egito por terparticipado durante muitos anosde suas reuniões como Presi-dente dos Superiores Religiososde Institutos no Egito. Tenho re-lações muito próximas comcada um deles, alguns dos quaissão ex-alunos meus. Por outrolado, conheço pessoalmente oPapa Chenouda III, que via comfrequência. Quanto à hierarquiacatólica da Europa, tive a oca-sião de me encontrar pessoal-mente muitas vezes com algunsde seus membros, como o car-deal Koening, o cardeal Schön-born, o cardeal Martini, o car-

IGREJA PRECISA DE UMA REFORMA URGENTEAfirma jesuíta egípcio em carta a Bento XVI

deal Daneels, o arcebispo Ko-thgasser, os bispos diocesanosKapellari e Küng, os demais bis-pos austríacos e outros bisposde outros países europeus. Es-tes encontros se produzem porocasião das minhas viagensanuais para dar conferênciaspela Europa: Áustria, Alema-nha, Suíça, Hungria, França,Bélgica... Nestas ocasiões medirijo a auditórios muito diver-sos e à mídia (jornais, rádios, te-levisões...). Faço o mesmo noEgito e no Oriente Próximo.

Visitei cerca de 50 paísesnos quatro continentes e pu-bliquei cerca de 30 livros emaproximadamente 15 línguas,sobretudo em francês, árabe,húngaro e alemão. Dos 13 li-vros nesta língua, talvez Vocêtenha lido Gottessöhne, Got-testöchter (Filhos, filhas deDeus), que o seu amigo o Pe.Erich Fink, da Baviera, lhefez chegar em suas mãos.

Não digo isto para me van-gloriar, mas para lhe dizersimplesmente que as minhasintenções se fundam em umconhecimento real da Igrejauniversal e de sua situaçãoatual, em 2009.

Volto ao motivo desta cartae tentarei ser o mais breve, cla-ro e objetivo possível. Em pri-meiro lugar, algumas constata-ções (a lista não é exclusiva):

1. A prática religiosa está

em constante declive. Um nú-mero cada vez mais reduzido depessoas da terceira idade, quedesaparecerão logo, são as quefrequentam as igrejas da Euro-pa e do Canadá. Não resta ou-tro remédio senão fechar estasigrejas ou transformá-las emmuseus, mesquitas, clubes oubibliotecas municipais, como jáse está fazendo. O que me sur-preende é que muitas delas es-tão sendo completamente refor-madas e modernizadas median-te grandes gastos com a ideiade atrair os fiéis. Mas não serásuficiente para frear o êxodo.

2. Seminários e noviciadosse esvaziam no mesmo ritmo, eas vocações caem vertiginosa-mente. O futuro é sombrio e háquem se pergunte quem irásubstituir os sacerdotes. Cadavez mais paróquias europeias es-tão a cargo de sacerdotes daÁsia ou da África.

3. Muitos sacerdotes aban-donam o sacerdócio e os pou-cos que ainda o exercem - cujaidade média ultrapassa muitasvezes a da aposentadoria - têmque se encarregar de muitasparóquias, de modo expeditivoe administrativo. Muitos deles,tanto na Europa como no Ter-ceiro Mundo, vivem em concu-binato à vista de seus fiéis, quenormalmente os aceitam, e deseu bispo, que não pode aceitá-lo, mas que tem em conta a es-

cassez de sacerdotes.4. A linguagem da Igreja é

obsoleta, anacrônica, chata, re-petitiva, moralizante, totalmen-te desadaptada à nossa época.Não se trata em absoluto deacomodar-se nem de fazer de-magogia, pois a mensagem doEvangelho deve ser apresenta-da em toda a sua crueza e exi-gência. Seria preciso antes pro-mover essa "nova evangeliza-ção", a que nos convidava JoãoPaulo II. Mas esta, ao contrá-rio do que muitos pensam, nãoconsiste em absoluto em repe-tir a antiga, que já não diz maisnada, mas em inovar, inventaruma nova linguagem que ex-presse a fé de modo apropria-do e que tenha significado parao homem de hoje.

5. Isto não poderá ser fei-to senão mediante uma reno-vação em profundidade da te-ologia e da catequese, quedeveriam ser repensadas e re-formuladas totalmente. Umsacerdote e religioso alemãoque encontrei recentementeme dizia que a palavra "místi-ca" não é mencionada umaúnica vez no Novo Catecismo.Não podia acreditar nisso. Te-mos de constatar que a nossafé é muito cerebral, abstrata,dogmática e se dirige muitopouco ao coração e ao corpo.

6. Em consequência, umgrande número de cristãos se

volta para as religiões da Ásia,as seitas, a nova era, as igrejasevangélicas, o ocultismo, etc.Não é de estranhar. Vão bus-car em outros lugares o alimentoque não encontram em casa,têm a impressão de que lhesdamos pedras como se fossempão. A fé cristã, que em outrotempo outorgava sentido à vidadas pessoas, é para elas hoje umenigma, restos de um passadoque acabou.

7. No plano moral e ético,os ditames do Magistério, re-petidos à saciedade, sobre omatrimônio, a contracepção, oaborto, a eutanásia, a homos-sexualidade, o matrimônio dossacerdotes, as segundas uni-ões, etc., já não dizem maisnada a ninguém e produzemapenas desleixo e indiferença.Todos estes problemas moraise pastorais merecem algo maisque declarações categóricas.Necessitam de um tratamen-to pastoral, sociológico, psico-lógico e humano... em uma li-nha mais evangélica.

8. A Igreja católica, que foia grande educadora da Euro-pa durante séculos, parece es-quecer que a Europa chegouà sua maturidade. A nossa Eu-ropa adulta não quer ser tra-tada como menor de idade. Oestilo paternalista de umaIgreja "Mater et Magistra"está definitivamente defasadae já não serve mais. Os cris-tãos aprenderam a pensar porsi mesmos e não estão dispos-tos a engolir qualquer coisa.

9. Os países mais católicosde antes - a França, "primogê-nita da Igreja", ou o Canadáfrancês ultra-católico - deramuma guinada de 180º e caíramno ateísmo, no anticlericalismo,no agnosticismo, na indiferen-ça. No caso de outros paíseseuropeus, o processo está emmarcha. Pode-se constatar quequanto mais dominado e pro-tegido pela Igreja esteve umpovo no passado, mais forte éa reação contra ela.

10. O diálogo com as outrasigrejas e religiões está em pre-ocupante retrocesso hoje. Osgrandes progressos realizadoshá meio século estão sob sus-peita neste momento.

Pe. Henri Boulad, [email protected]úa na próxima edição

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8 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

PADRE CASADO ANTONIO EVANGELISTA

Um grupo de mais de 160 padres ca-tólicos do Wisconsin (EUA) assi-nou uma carta-manifesto a favor

do celibato opcional. A iniciativa é a pri-meira de seu tipo desde os anos setenta eé uma tentativa de resposta à crise do sa-cerdócio por causa do escândalo de abu-so sexual infantil.

Os signatários propõem o celibato op-cional como forma de superar a escassezde vocações da Igreja Católica em geral edos EUA em particular.

A carta não sofreu críticas por enquan-to, nem caiu no esquecmento. O celibatofoi incluído na agenda de discussões doSubcomitê sobre a Vida Religiosa da Con-ferência Episcopal dos Estados Unidos,que está programada para começar a deba-

O ATUAL PAPA É QUASE AVESSO A TODAMODERNIDADE

PADRES EM EXERCÍCIOPEDEM O CELIBATO OPCIONAL.

tê-lo na reunião de novembro. As discus-sões serão lideradas pelo próprio arcebis-po de Wisconsin, Timothy Dolan.

"Juntamos as nossas vozes às de muitosoutros que nestes tempos urgem a aberturada vida sacerdotal aos homens casados, bemcomo para homens celibatários", diz a carta.Ela tem circulado há várias semanas entre os442 padres da diocese de Wisconsin, sendoque 128 decidiram assinar. Posteriormente,foi assinada também por outros 35 religio-sos de diferentes ordens religiosas.

Igualmente várias organizações secu-lares, lideradas pela Voz dos Fiéis de Bos-ton, vêm há mais de um ano pedindo o fimdo celibato.

EL PAÍS 24.10.2010João Tavares traduziu

A batina trocada pelavida a dois. Estima-se em 7 mil o número

de padres "desgarrados" noBrasil. Eles abandonam o sa-cerdócio para se casar ou vi-ver em união estável. Muitasvezes enfrentam preconceitos.

A falta de sacerdotes nointerior e nas grandes cida-des do país pode estar sen-do potencializada pelo fato deque muitos têm abandonadoa batina para se casar. Ape-sar de a Igreja Católica nãodivulgar oficialmente estatís-ticas sobre presbíteros queoptaram pelo matrimônio, oMovimento Nacional dasFamílias dos Padres Casados- MFPC - estima que existampelo menos 7 mil pessoasnessa condição ou vivendoem união estável no Brasil.

Pesquisa multinacionaldo Vaticano revelou que, de1964 a 2004, 69 mil pessoaslargaram as obrigações reli-giosas para viver uma vida adois. Depois de se desvin-cularem, alguns são vítimasde preconceito e têm dificul-dade para conseguir um em-prego. Outros, mesmo apósconstituir família e com umacarreira profissional estabi-lizada, pedem para voltar a

realizar missas.É o caso do padre Anto-

nio Evangelista, 53 anos,hoje advogado e professorde filosofia em uma univer-sidade de Brasília. Casadocom a dentista Aila Ribeiro,48 anos, desde 2000 - mes-mo ano em que recebeu aautorização do Vaticanopara o matrimônio - Evange-lista acredita que poderiavoltar a realizar missas paraos fiéis. "A Igreja deveriapermitir que os padres casa-dos rezassem para a comu-nidade. Hoje, depois do con-vívio familiar, me sinto maispreparado", afirma. Mesmosem o aval para a consagra-ção do pão e do vinho, elemantém a prática em suacasa. "Em ocasiões especi-ais, como a Páscoa, celebroentre a família e os amigos",salienta Evangelista, quecoordena o movimento dasfamílias dos padres casadosno DF. Estimativas da Asso-ciação Rumos apontam quea capital federal deve abri-gar aproximadamente 200sacerdotes nessa situação.

Para a Igreja Católica, osacramento da ordem, rece-bido pelos seminaristas quan-do se tornam padres, é eter-

no, como o batismo e o casa-mento. Por isso, não existe ex-padre. Apesar da pouca idade,os dois filhos de Evangelistanunca contestaram sua situa-ção de sacerdote casado. Naopinião de Dimarco, 8 anos, amissa do seu pai é melhor quea das igrejas. "É com menosgente e mais rápida. Assim te-nho tempo para brincar", diz ogaroto. "Acho bom porque nãopreciso sair de casa", comple-ta Theodoro, 6 anos.

Evangelista e Aila se co-nheceram em 1996 na paró-quia do Santíssimo Sacra-mento, na L2 Sul. Ordenadoem 1989, o padre revolveusolicitar o desligamento desuas atividades na igreja em1999, quando decidiu se ca-sar com esta integrante daequipe de liturgia. "Não mearrependo de nada, mesmocom as dificuldades enfren-tadas tanto no seio familiarquanto entre os frequenta-dores da paróquia", lembra.Segundo Aila, é uma incoe-rência da Igreja não permitirque padres casados cele-brem missas. "É lamentávelter de optar", ressalta.

Rodrigo CoutoPublicação: Correio

Brasiliense

Antes, refletimos so-bre a questão dopoder na Igreja,

centralizado no clero e nopapa, de cariz absolutista.Alguns ficaram chocados.Agora, cabe uma reflexãogeral, teológica: consideraras realidades divinas subja-centes à Igreja, entendidacomo comunidade que seforma a partir da fé em Jesuscomo Filho de Deus e Salva-dor universal.

A intenção primeira deJesus não foi a Igreja, mas oReino de Deus, aquela uto-pia radical de completa liber-tação. Tanto assim que osevangelistas Lucas, Marcose João sequer conhecem apalavra Igreja. É somenteMateus que fala (três vezes)de Igreja. Mas não se reali-zando o Reino de Deus de-vido à execução judicial deJesus, a Igreja entrou em seulugar. O Novo Testamentotransmite três formas dife-rentes de organizar a Igreja:a sinagogal de são Mateus,a carismática de são Paulo ea hierárquica dos discípulosde Paulo, Timóteo e Tito. Foiesta que prevaleceu.

Antes de mais nada, aIgreja se define como comu-nidade de fiéis. Enquanto co-munidade, ela se sente anco-rada no Deus cristão que tam-bém é comunidade de Pai,Filho e Espírito Santo. Issosignifica que a comunidade éanterior às instâncias de po-der, cujo lugar é no meio dela,

como serviço de animação ede coesão. O amor e a comu-nhão, essência da Trindade,são também a essência teo-lógica da Igreja.

Essa comunidade se sus-tenta sobre duas colunas:Jesus e o Espírito Santo. Je-sus aparece sob duas figu-ras: a do homem de Nazaré,pobre, profeta que pregou oReino de Deus (em oposiçãoao reino de César) e que aca-bou na cruz; e sob a figurado ressuscitado que ganhoudimensão cósmica, estandopresente na matéria, na evo-lução e na comunidade, comoantecipação do homem novoe do fim bom do universo.

A segunda coluna é oEspírito Santo. Ele estavapresente no ato da criaçãodo cosmos, acompanha ahumanidade e cada pessoae chega antes do missioná-rio. É ele que suscita a espi-ritualidade: a vivência doamor, do perdão, da solidari-edade, da compaixão e daabertura a Deus. Na Igreja,ele mantém vivo o legado deJesus e é responsável porsua contínua atualizaçãocom carismas, pensamentoscriativos, ritos e linguagensinovadoras.

Cristo, por ser a encar-nação do Filho, representao lado permanente da Igreja,seu caráter institucional. OEspírito, o lado criativo, seucaráter dinâmico. A Igrejaviva é algo estruturado, mastambém algo mutante.

Diz-se também que a Igre-ja concreta, como comunida-de e como movimento de Je-sus, possui duas dimensões:a petrina e a paulina. A petrina(de são Pedro papa) é a tradi-ção e a continuidade. A pauli-na (de são Paulo) representaa ruptura, a criatividade. Pau-lo deixou o solo judaico e par-tiu para a inculturação nomundo helênico. Pedro é aorganização, Paulo, a criação.

Pedro e Paulo se encon-tram unidos na figura do papa,herdeiro e guardião das duasvertentes. Ambas se perten-cem mutuamente. Mas, nosúltimos séculos, predominoua dimensão petrina, quaseafogando a paulina. Tal de-sequilíbrio deu origem a umaorganização centralista, como poder em poucas mãos,conservadora e resistente aonovo, seja vindo do interiorda Igreja, seja da sociedade.O atual papa é quase exclusi-vamente petrino, avesso atoda modernidade.

Hoje se impõe recuperaro equilíbrio eclesiológicoperdido. A Igreja deve man-ter a herança intacta de Je-sus (Pedro) e, ao mesmotempo, renovar as formas desua realização no mundo(Paulo). Só assim supera seuconservadorismo e mostrasua criatividade na comuni-cação com os contemporâ-neos.

LEONARDO [email protected]

Publicado O Tempo - BH

PADRE CORAJOSO

Uma leitura teológica da Igreja: como tradição e como ruptura

O Ministério Público Federal de SãoPaulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das re-

partições públicas.Pois bem, veja o que diz o Frade Deme-

trius dos Santos Silva:"Sou Padre católico e concordo plena-

mente com o Ministério Público de São Pau-lo, por querer retirar os símbolos religiososdas repartições públicas…

Nosso Estado é laico e não deve fa-vorecer esta ou aquela religião. A Cruzdeve ser retirada!

Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tri-bunais, onde os pobres têm menos direitosque os ricos e onde sentenças são barga-nhadas, vendidas e compradas.

Não quero mais ver a Cruz nas Câma-ras legislativas, onde a corrupção é a mo-eda mais forte.

Não quero ver, também, a Cruz em dele-gacias, cadeias e quartéis, onde os peque-nos são constrangidos e torturados.

Não quero ver, muito menos, a Cruz emprontos-socorros e hospitais, onde pesso-as pobres morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartiçõespúblicas, porque Cristo não abençoa a sór-dida política brasileira, causa das desgra-ças; das misérias e sofrimentos dos peque-nos; dos pobres e dos menos favorecidos".

Frade Demetrius dos Santos SilvaSão Paulo/SP

Fonte: Folha de São Paulo 09/08/2009

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Jornal RUMOS

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Em entrevista a ÉPOCA, o te-ólogo diz que os dois últi-mos papas retrocederam em

relação ao diálogo aberto por JoãoPaulo I. Leonardo Boff é um dosmaiores críticos brasileiros ao com-portamento recente da Igreja Ca-tólica. Expoente da Teologia da Li-bertação foi expulso da Igreja nosanos 80, por criticar sistematica-mente a hierarquia da religião. Dou-tor em Filosofia e Teologia pelaUniversidade de Munique, Bofffalou a ÉPOCA sobre os principaismotivos da grande perda de fiéisda Igreja Católica para as evangé-licas e pentecostais no Brasil e fezcríticas ao movimento carismático,comandado pelos padres MarceloRossi e Fábio de Melo. "Eles sãoanimadores de auditório. Isso nãoleva ninguém à transformação. Éum Lexotan".

ÉPOCA - O Papa Bento XVIreconheceu, no último dia 10, aenorme perda de fiéis da Igreja Ca-tólica no Brasil e a rápida expan-são das evangélicas e pentecostais.A que se deve isso?

Leonardo Boff - São três cau-sas. Primeiro, a Igreja não conse-gue ter padres suficientes pra aten-der fiéis, por causa do celibato. São17 mil, e teriam de ser uns 120 mil.As pentecostais ocupam esse va-zio. Elas vão ao encontro das de-mandas do povo. O povo não édogmático, vai pro centro espírita,

Estamos no tempo dos direi-tos da mulher. Elas estudamcomo os homens, aspiram

a cargos na vida pública, queremmais poder na Igreja... Mas tam-bém na vida privada querem serindependentes. Entre outros di-reitos querem decidir se vão terum ou mais filhos ou não. Evitargravidez, planejamento familiar, éhoje, mesmo para a maioria doscatólicos praticantes, uma reali-dade. Há quem diga que nenhu-ma encíclica é tão pouco tomadaem consideração pelos fiéis comoa "Humanae Vitae".

Infelizmente a hierarquia daIgreja Católica, e mesmo algunsdos nossos párocos, muitas ve-zes mencionam na mesma fraseos anticoncepcionais e o abor-to, como se fossem a mesma coi-sa, isto é, evitar filhos; como sefossem "o mesmo pecado". Oque leva a resultados absurdos,como o caso da polonesa que,em 3 anos seguidos, chegou aohospital com os resultados deum aborto mal feito por uma cu-randeira. A médica perguntou-lhe desesperada: "Mas, pelo

LEONARDO BOFF DENUNCIA RETROCESSO DA IGREJA

SEXO, ANTICONCEPCIONAIS E ABORTO.Alguns pensamentos e testemunhos.

vai pra macumba... Em segundolugar, a grande desmoralização quea igreja sofreu com os padres pe-dófilos. É a maior crise desde aReforma Protestante. É uma crisegrave, porque se desmoralizou eperdeu o conteúdo ético. A manei-ra como o Vaticano se comportoufoi desastrosa. Tentou encobrir edepois disse que era um complôinternacional. Só quando começa-ram a aparecer muitos casos que opapa disse que tinha que punir.Mas, mesmo assim, não mostrousolidariedade com as vítimas e nemcomo mudar isso. Só pensa na Igre-ja. Em terceiro lugar, o fato de a Igre-ja ter uma visão muito abstrata darealidade. Uma linguagem que opovo não entende direito.

ÉPOCA - O senhor acreditaque nas últimas décadas houve umretrocesso na modernização daIgreja Católica?

Boff - João Paulo II e Bento XVIabortaram as inovações de JoãoPaulo I e afastaram a Igreja do mun-do. A Igreja não tem dialogo comas outras igrejas. Falta uma recon-ciliação com o mundo moderno.Desde o século XVI que a Igrejavive em briga com ele. A igreja seabriu a isso e João Paulo II, comsua visão medieval, abortou tudoisso. A Igreja não tem mais poderpolítico. Só tem poder moral. Re-forçou a estrutura hierárquica tra-dicional. Marginaliza mulheres, e

os fiéis têm a representatividade degaris. A igreja dos anos 60 aos 80,quando surgiram a Teologia da Li-bertação e os movimentos de base,foi abortada. Isso tornou a igrejaantipática.

ÉPOCA - O que os católicosencontram nas outras igrejas quenão encontram na Católica?

Boff - O povo quer uma men-sagem compreensível e simples. Asevangélicas utilizam os instrumen-tos do mercado e são muito calca-das em cima da prosperidade. Háuma grande manipulação das ex-pectativas e do sentimento religio-so do povo. Mas, ao mesmo tem-po, elas são formas de ordenar asociedade. Muitas famílias que vi-viam nas drogas e na bebedeira seestruturaram, se inseriram na soci-edade. Fator de ordem.

ÉPOCA - Bento XVI disse queos padres não estão evangelizan-do suficientemente os fiéis e queas pessoas se tornam influenci-áveis e com uma fé frágil. O se-nhor concorda?

Boff - O problema não é evan-gelizar. É a maneira como se faz. Ocatecismo e outros símbolos imu-táveis são engessados, não falamno fundo das pessoas. É um cristi-anismo fúnebre. O padre MarceloRossi está imitando as pentecos-tais. Há um vazio de evangelização,é a relação pessoa e Deus. É me-lhor escutar o padre Rossi do queescutar a Xuxa, mas é a mesma coi-sa. Eles são animadores de auditó-rio. Isso não leva ninguém à trans-formação. É um Lexotan. Depoisvolta a lógica dura da vida. É umaevangelização desgarrada da vidaconcreta.

ÉPOCA - O papa já se mostrounão ser muito favorável aos líde-res mais carismáticos, como Mar-celo Rossi e Fábio de Melo. Issonão complica as coisas?

Boff - O Vaticano e os bisposnão gostam de ter sombra ao ladodeles. E Roma não gosta disso.Por isso quer enquadrá-los. Elessão modernos e mercadológicos.Por outro lado, não levam as pes-soas a refletirem sobre os proble-mas do mundo. O padre Rossinunca fala dos desempregados eda fome. Só convida a dançar. Ele

louva as rosas, mas esquece ojardineiro que as rega.

ÉPOCA - Qual seria a melhorforma de atrair quem anda distan-te da Igreja Católica?

Boff - A melhor forma é aqui-lo que a Igreja da Libertação fazdesde os anos 70. Reunir cris-tãos pra confrontar a página daBíblia com a da vida. Uma evan-gelização ligada ao cotidiano eàs culturas locais. Uma coisa noNordeste, outra na Coreia. Essavisão proselitista é ofensiva à li-berdade humana.

ÉPOCA - Essa tendência decrescimento das outras igrejasse reflete em outros países tra-dicionalmente católicos. Ela éuniversal?

Boff - É um fenômeno mundi-al chamado imigração interna docristianismo. Muitos cristãos daEuropa que estudaram estão mi-grando de igreja. Não aceitamesse tipo de igreja. O cristianis-mo na Europa é agônico. A Ale-manha, por exemplo, que tem oimposto religioso, o destina paraa luta contra a aids. É outra vi-são. Tanto que a maior religiãodo mundo já é a mulçumana, quecresce muito na África. É simples.Não tem padre, nem bispo. Atraimuito mais as pessoas.

Leopoldo MateusFonte:

www.revistaepoca.globo.com

amor de Deus, porque a senhoranão toma a pílula, para evitar quefique grávida?". E a resposta foi:"Doutora, se tomo a pílula co-meto 365 pecados ao ano e, sefaço o aborto, é somente um pe-cado". (Isto, lamentavelmente,não é uma piada, é uma históriaverdadeira, contada com muitaconsternação pela própria médi-ca à autora destas linhas).

Creio que uma situação des-tas é uma exceção, mas infeliz-mente ela existe. A maioria dos ca-tólicos praticantes está suficien-temente esclarecida para seguir asua consciência, quando se tratade anticoncepcionais de uma ououtra espécie.

Outra coisa é o aborto. Escu-tamos das "feministas" que a"nossa barriga é nossa", e nós,mulheres, podemos decidir sequeremos um ou mais filhos -mesmo quando já estamos grávi-das. Este tema, para mim, não éum tema de fé ou de pecado. Éum tema de humanismo, de ética.Tenho eu, mulher, o direito de ti-rar a vida de um outro ser huma-no? Há quem diga que o feto

somente se torna ser humanoquando nasce. Será?

Quantas crianças são abor-tadas porque desde o início amãe não as quer, seja porqueisso não cabe nos planos de suavida nesse dado momento, sejaporque ela é pobre, ou doente,ou bastante estressada com osfilhos que já tem, ou porque opai não quer saber (é impressio-nante ver quantos homens recu-sam assumir o que fizeram!) Como uso correto de anticoncepcio-

nais não teriam ficado grávidase, portanto, não se punha o pro-blema de abortar ou não.

Quando então é que a hierar-quia da nossa Igreja acorda e vêque os preservativos são umabênção e não um pecado? Que,entre outras coisas, eles evitari-am muitos abortos? Mas os ve-lhos mandantes na nossa Igrejaainda pensam da seguinte manei-ra: "Quem não quer mas pode terfilhos, que não tenha sexo. Sexosó no casamento, e aí tambémsomente se se quer procriar".Isto hoje em dia é simplesmenteuma ilusão de homens velhosque já não vivem no mundo pre-sente. Além do mais, para elessexo sempre parece ter uma co-notação de sujo, de vergonho-so. Porque será?

Marcou-me muito um diálogohá uns 20 anos com a minha coma-dre, muito católica, e que, com cer-teza, casou, como eu também, vir-gem. Sempre que eu a visitava dor-mia no quarto junto com a filha quetinha uma cama muito estreita e umsofá. Naquele dia, precisava-se detrocar os lençóis do sofá. Pergun-

tei se ela tinha tido visita e ela res-pondeu: "Não, quem dormiu aquina noite passada foi o namoradoda minha filha." Eu devo ter feitouns olhos muito assustados, por-que ela me disse: "Estás admirada.Olha, tenho de escolher entre duaspossibilidades: ou aceito que onamorado durma aqui e todos te-nhamos um bom relacionamentocom a minha filha, ou então proíboe ela se zanga comigo, não escutamais nada do que falo e transa comele na mesma, ou no carro, ou atrásde um arbusto ou sabe lá Deusonde, porque dinheiro para umMotel os dois não têm. É, os tem-pos não são mais como eram, quan-do nós namoramos". A filha dela eo tal namorado hoje estão casadose têm 4 filhos.

Nos anos seguintes me lem-brei, em muitos momentos, destaminha comadre sábia, quando omeu filho também não viveu exata-mente como eu sonhava.

Fontes: Google (Sindrome dedown, Tim, aborto) e Spiegel-onli-ne de 25/03/2010.

Irene [email protected]

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Jornal RUMOS

Os insistentes noticiáriossobre pedofilia come-tida por padres católi-

cos têm sido interpretados comoexpressões de anticlericalismo,abandono da religião ou até ate-ísmo. Pois a igreja católica é umbaluarte do que há de mais vali-oso em nossas sociedades e, nes-se sentido, toda a qualquer críti-ca a ela deve ser banida.

Quem assim pensa faz bemem situar os fatos que vivenci-amos numa perspectiva maisampla. Durante longos séculos,a igreja católica dominou a cul-tura ocidental e um dos instru-mentos desse domínio foi o pos-tulado de sua santidade intocá-vel. Apenas cinqüenta anosatrás, o domínio do pensamen-to católico sobre as consciênci-as ainda era tão poderosa quecriticar um representante daigreja católica era quase o mes-mo que criticar o próprio Deus.Como dizia o padre Cícero: 'opadre é santo nem que o diabonão queira'. O postulado da san-tidade da igreja e de seus re-presentantes era consideradoum sustentáculo da fé.

Mas será que esse postula-do tem raízes nos evangelhos?O leitor atento dos mesmos po-derá verificar que neles não seencontra nenhum argumento afavor da santidade da igreja.Pelo contrário, no evangelho deMarcos, por exemplo, os discí-pulos de Jesus são apresenta-dos como 'maus exemplos'. Elesnão conseguem compreenderJesus e, quanto mais este seaproxima da morte, tanto mais

De 23 a 25 de abril 50 associados participaram do Encontro Nacional de "Fra-ternitas" em Fátima, e na Assembléia geral.

Compareceram, também, dois casais não associados: o casal Marques, e ocasal João e Sofia Tavares, do Brasil.

João é moderador do e-grupo ([email protected]).Extraído do Boletim Fraternitas, ano XI, N° 39, Portugal)

SEMINÁRIO CATÓLICO-LUTERANO REFLETEECLESIOLOGIA ECUMÊNICA

IGREJA CATÓLICA DESCE DO PEDESTAL

eles demonstram não entendernada. Enquanto Jesus caminhaem direção a Jerusalém complena consciência do perigo devida que enfrenta, seus discípu-los ficam discutindo entre siquem será o primeiro a 'se sen-tar à direita do trono no reinode Deus'. E quando ele, no jar-dim de Getsémani, chega a suarsangue, de tanta agonia ao vero 'cálice' se aproximar, eles fi-cam dormindo. Judas o trai comum beijo e Pedro foge quandouma empregada do sinédrio diz:'você também é galileu'.

Essas narrativas são inten-cionais. O evangelista quermostrar como é difícil compro-meter-se com o estabelecimen-to do reino de Deus: mesmo osapóstolos mal conseguem cor-responder ao desafio. No mes-mo sentido, Jesus combate apretensa santidade dos fariseuse a santidade não menos hipó-crita dos sacerdotes no templo.A carta aos hebreus é um vigo-

roso requisitório contra a pre-tensão à santidade, uma tenta-ção que ameaça qualquer insti-tuição religiosa. O reino deDeus vem por meio de um em-penho humilde e perseverante,não por exibições de santidade.É, pois, em vão que a teologiaprocura argumentos no novotestamento para justificar a san-tidade da igreja.

Então, donde provém opostulado da igreja santa? Elaé uma elaboração teológica doséculo IV e tem muito a vercom a aproximação da igrejacom o sistema imperial roma-no e os métodos utilizadospara impressionar as pessoas.Um século depois de procla-mada a santidade da igreja (noconcílio de Nicéia), a idéia re-cebe um importante reforço naobra 'A cidade de Deus', daautoria de Santo Agostinho.Diante de um império romanoem decadência, corroído porcorrupção e abusos, Agostinho

apresenta a luminosa imagemde uma cidade de Deus incor-rupta, repleta de santos.

Essa imagem é tão podero-sa e seduz tanto os clérigos queatravessa os séculos sem gran-des contestações. Eis a ideolo-gia do atual papa. Ao longo deseu trabalho como professorem teologia (como testemunhaLeonardo Boff, que estudou naAlemanha na época), ele sem-pre defendeu a idéia de umaigreja que fosse santa em meioà devassidão do mundo e aoserros do século, uma cidadelade Deus, exatamente na linhade pensamento de Santo Agos-tinho. Como papa, ele demons-tra que seu pensamento conti-nua o mesmo, apesar das con-tradições (como demonstra umacarta recente de Hans Küng).

O argumento mais forte con-tra o papa Bento XVI provémdos fatos. Contra fatos não háargumentos. A pedofilia pratica-da por padres vem demonstrarque a igreja não é tão santacomo o papa gostaria que elafosse. Os padres mostram-sehumanos, por vezes 'demasia-damente humanos', e isso ener-va o papa. Se ele fosse ler ostrabalhos de Jon Sobrino, nãoficaria tão nervoso. Sobrinomuda o foco: o que importa nãoé a igreja, mas o reino de Deus.Jesus não veio pregar a igreja,mas anunciar o reino de Deus.A igreja é apenas um instrumen-to provisório. O que importa éo reino de Deus, ou seja, a so-ciedade humana.

Mas o papa não lê Sobrino,

como não lê Gustavo Gutiérrez,José Comblin, Leonardo Boff,Ivone Gebara e nossos(as)outros(as) mestres(as) da teo-logia latino-americana. Ele nãolê os sermões de Dom Romeronem as cartas conciliares e pós-conciliares de Dom Helder Câ-mara. Toda essa literatura estáfocada no reino de Deus, nãona instituição igreja. Mas o papacontinua embevecido com umideal de santidade eclesiásticaque não se fundamenta no novotestamento, nem se verifica narealidade vivida.

Considerada de maneiramais amplamente societária, aatual exposição dos pecadosda igreja demonstra como nos-sas sociedades não suportammais os métodos de intimida-ção, ocultamento e manipula-ção que ainda eram aceitos pornossos pais e avós, num pas-sado não tão distante. Nossapercepção do que seja umasociedade democrática, igua-litária e justa vai se aperfei-çoando. Da mesma forma emque vemos, pela primeira vez,um governador preso, vemostambém padres sendo julgadosem tribunais civis. Nada maislouvável numa sociedade quepretende caminhar para a de-mocracia e a liberdade.

Todos os cidadãos estão su-jeitos à lei, nenhuma instituiçãoestá acima da lei civil. E assima igreja católica vai, lentamen-te, descendo do pedestal e seadaptando à normalidade da atu-al convivência humana.

Eduardo Hoornaert

Com sede em São Leopoldo (RS),a Casa das Diaconisas da Igre-ja Evangélica de Confissão Lu-

terana no Brasil (IECLB), acolheu oscerca de 30 participantes do Semináriode Estudos da Comissão de Diálogo Bi-lateral Católico-Luterana (ICAR-IE-CLB). O encontro que reuniu bispos,pastores sinodais, presbíteros e pasto-res, foi realizado entre os dias 21 e 23de setembro de 2010.

De acordo com o assessor da Co-missão Episcopal Pastoral para o Diá-logo Ecumênico e Interreligioso daCNBB, Pe. Elias Wolf, o evento, coor-denado pelo Pastor Manfredo Siegle, doSínodo do Norte Catarinense, e por Dom

Remídio Bohn, bispo auxiliar de PortoAlegre, contou com um clima de espíri-to de comunhão fraterna, de estudo ede oração. Tendo como tema "Por umaeclesiologia ecumênica", o semináriopublicou, em seu encerramento, umacarta dirigida a todas as comunidadescatólicas e luteranas do Brasil, sinteti-zando as conclusões dos estudos e apre-sentando indicações sobre como forta-lecer as relações ecumênicas entre asduas Igrejas no contexto brasileiro.

A leitura do documento, na ínte-gra, pode ser realizada pelo endere-ço eletrônico ht tp: / /www.dioceseblumenau.org.br

Daiane Bristot - CEBI 24/09/2010

ENCONTRO NACIONAL DOS PADRESCASADOS PORTUGUESES

ENCONTRO NACIONAL DOS PADRESCASADOS PORTUGUESES

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Alguns amigos leramminha crônica sobrealegria, gostaram,

mas ficaram em dúvida, pen-sando que eu estava dizendoque a alegria e o prazer nãocombinam e por isso não seencontram nunc; quando oprazer entra por uma porta aalegria sai pela outra, comose o prazer estivesse conde-nado a ser sempre doce nocomeço e amargo no fim...

Fico até bravo que tenhampensado que eu poderia pensarcoisa tão perversa, pois quemme conhece sabe muito bemque acho que o prazer é umadádiva divina, pois se Deus nãonos tivesse criado para o pra-zer, ele (ou ela) não nos teriadado tantos brinquedos para ocorpo, como os gostos, os sons,as cores, as formas, os cheiros,as carícias, e não teria dotado ocorpo de tantos órgãos eróticos,os desatentos pensam que ór-gãos eróticos são só os genitais,não percebem que erótica é aboca, aquela cena maravilhosado filme "Nove Semanas eMeia de Amor", a mais eróticaque jamais vi, o amante, na co-zinha, fazendo a amante, deolhos fechados, morder e pro-var coisinhas de comer, não épor acaso que comer tenha doissentidos, nada mais vulgar quereduzir a erótica aos genitais eà cama, logo vira rotina cansa-tiva, que trabalheira, que mão-

Repasso uma reflexão en-viada a mim (retirei o nomede quem me enviou)

Recentemente foi celebradoo dia do leigo. Alguém, na RedeVida de TV, explicava que quan-do vamos ao médico dizemos queestamos procurando a ajuda deum profissional porque somos lei-gos, não sabemos nada de medi-cina. O significado da palavra lei-go é "ignorante em um assunto".

O pregador da Rede Vidatentou dizer que isto não se apli-ca ao leigo na Igreja Católica:leigo é aquele que não perten-ce à Hierarquia e nem a con-gregações religiosas e similares.Disse, depois, que o leigo cris-tão tem por missão ir a todos oslugares aonde o clero não che-ga: ao mundo do trabalho, tec-nológico, artístico e financeiro.

O QUE FAZ A HIERARQUIA?

Pensei com os meus botões:não sobra nada para a hierar-quia... Tendo em vista o con-ceito de Igreja povo de Deus eque hierarquia é serviço e nãocomando militar, quando ela

delega tantas e tão prementestarefas a serem executadaspelos leigos neste mundo mate-rializado, ela foge de seus com-promissos com a inculturaçãodo evangelho e se comporta

apenas como poder religioso.Isto se contrapõe ao que

Jesus praticou. Jesus se encon-trou com as pessoas em seumundo: com Mateus na cole-toria; com Pedro, Tiago e João

O PRAZER É DE DEUSde-obra, mas é preciso bater oponto, e assim se prova o meuponto, que o prazer sozinho aca-ba por ficar chato, e não perce-bem que eróticos são os ouvi-dos, ah!, como a voz é taça quepor vezes está cheia de néctardos deuses, como também, porvezes, está cheia de uma mis-tura de losna e fezes, - infernal,erótico é o nariz - quem diria! -de cujas potências nos restamuito pouco, castrados de olfa-to que somos, tão diferentes doscachorros, que, se fossem ho-mens, não pintariam quadroscom cores, pintariam quadroscom cheiros - já imaginaram isso,um museu de quadros pintadosa cheiro? -, eróticos são os olhos,boca cósmica, por meio delescomemos o universo inteiro,montanhas, árvores, rios, mares,a lua e as estrelas, as nuvens,tudo é comida, tudo entra.

Dizia Neruda: "Sou oní-voro de sentimentos, de seres,de livros, de acontecimentos elutas. Comeria toda a terra.Beberia todo o mar", a nossafelicidade se deve a isso, quenão podemos comer com a bocatudo o que comemos com osolhos, e duplamente erótica é aboca, de novo, primeiro porquedentro dela moram os sabores,e agora porque é o lugar supre-mo do tato, da carícia, o toquemolhado dos lábios, a língua, omordiscar, o beijo...

Dizem os teólogos que Deus

fez todas as coisas. Dizem maisque, se Deus fez, é bom. Claro.Seria heresia, digna de foguei-ra, imaginar que Deus tivessefeito coisa ruim ou proibida.Primeira conclusão: foi Deusque fez esse festival de possi-bilidades de prazer. Segundaconclusão: se Deus criou tan-tos jeitos de ter prazer, é por-que ele nos destinou ao prazer.

Confesso que fico horroriza-do com o fato de nunca, masnunca mesmo, ter visto qual-quer padre ou pastor pregarsobre o imperativo divino de terprazer na vida. Ao contrário,estão sempre advertindo, gra-ves e solenes, sobre os perigosdo prazer, como se ele fossecoisa do Diabo. Contaram-me(recusei-me a acreditar, peloabsurdo da coisa, mas me ga-rantiram ser verdade) que, num

curso para casais, aconselhava-se que os noivos, sempre quetivessem de ter uma relaçãosexual (depois de casados, éclaro), que se dessem as mãose rezassem um "Pai-Nosso". Ai,se eu fosse Deus, fulminava umreligioso desses com um raio!Pois é mais ou menos assim:dou uma boneca para minhaneta e lhe digo: "Olha, Mariana,todas as vezes que você quiserbrincar com a sua boneca, cha-ma o vovô ao telefone para pe-dir permissão, tá?"

Pelo que conheço dosdoutores em coisas divinas, decuja companhia privei por lon-gos anos, eles têm idéias dife-rentes sobre Deus. Pintam-nosempre de cenho carregado,não há registro algum de que elejamais tenha dado uma boa ri-sada, o que nos obriga a con-

cluir que ele não tenha senso dehumor, sempre com seu enor-me olho sem pálpebra aberto (ésem pálpebras para não fecharnunca, para não deixar passarnada, Deus te vê, cuidado como lugar onde você põe a mão;ao dormir, nos colégios de frei-ras, as meninas tinham que dor-mir com as mãos sobre as co-bertas), sua biblioteca só temlivros de ética, ordens, ame-aças, advertências, nenhumlivro de estética, ou erótica,ou ficção, e a despeito deNosso Senhor Jesus Cristoter dito que no Reino de Deussó entram crianças, o que nosobrigaria a concluir que Deustambém é uma criança, comoo fez o Alberto Caeiro, nun-ca li um tratado sobre os brin-quedos de Deus... E eu mepergunto: "Como é possívelamar um ser assim?".

Acho o prazer uma coisadivina. Para ele fomos feitos.O amor, o humor, a comida, amúsica, o brinquedo, a cami-nhada, a viagem, a vadiagem,a preguiça, a cama, o banhode cachoeira, o jardim - paraestas coisas fomos feitos.Para isto trabalhamos e luta-mos: para que o mundo sejaum lugar de delícias. Poisesse, somente esse, é o senti-do do Paraíso: o lugar onde ocorpo experimenta o prazer.Rubem Alves Psicanalista,

escritor.

nos seus postos de pescadores;com a samaritana lá no poçoonde foi buscar água; comMarta e Maria muitas vezes,tipicamente no funeral deLázaro; com a viúva de Naimquando o féretro de seu filhose dirigia ao cemitério; comNicodemos numa noite às es-condidas dos fariseus... Jesusandava no meio do povo pelasaldeias, cidades e no templo:não era nenhuma autoridade.

Delegando tudo aos leigos,como fica o serviço que a hie-rarquia deve fazer: o papel dacoordenação dos serviços? Nãoé apenas de ritual que deve seocupar a hierarquia. Ela devepensar na aplicação que Jesusfez à sua missão.

Enviado por [email protected]

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A pedagoga Maria Regi-na Albuquerque deQueiroz, de 66 anos,

lembra que, durante a ditaduramilitar, muitos padres destaca-ram-se pela cultura e politiza-ção. E alguns deixaram a bati-na para constituírem família.Ela própria envolveu-se numasituação assim.

Conheceu Mauro de Quei-roz no colégio onde lecionavaportuguês. Ele era vigário e di-retor de um dos cursos da es-cola, na pequena cidade de Re-creio, Minas Gerais. Havia umcerto afeto. Mas a amizade foiinterrompida quando Reginadeixou sua cidade para morarna capital e, em seguida, veiopara São Paulo. Apesar da dis-tância, nunca deixaram de secorresponder.

"Aí foi acontecendo".

Munique, de 12 a 16 demaio deste ano, 2010,teve lugar em Muni-

que, sob o lema "Para que te-nhais esperança" (1 Pe 1,21), osegundo Congresso EcumênicoAlemão, que reuniu mais decem mil participantes. Organi-zado por cristãos leigos, perten-centes, na sua maioria, às duasgrandes confissões cristãs daAlemanha, católicos e evangé-licos de confissão luterana, foiobra principalmente do Comitêdas Igrejas Evangélicas Alemãse do Comitê Central dos Cató-licos Alemães.

A primeira tentativa de umevento assim deu-se 1971, como Encontro Ecumênico Pente-costal, realizado em Augsburg,cujo lema era: "Acolhei-vos unsaos outros, como Cristo tambémvos acolheu" (Rom 15,7). Par-ticiparam 18 mil pessoas.

O primeiro Congresso Ecu-mênico só aconteceria em 2003.Foi em Berlim, de 28 de maio a1 de junho, sob o lema: "Vósdeveis ser uma bênção". Inscre-veram-se 200 mil participantes,mas compareceram cerca de400 mil.

Resultou de uma decisãotomada em 14 de novembro de1996, pelos presidentes do Co-mitê das Igrejas EvangélicasAlemãs e do Comitê Central dosCatólicos Alemães, ambas ins-tituições leigas. Contudo, na

SALMO 100

CONGRESSO ECUMÊNICO ALEMÃOpreparação do Congresso, co-laborariam outras confissões,num grupo criado com esse ob-jetivo, o Grupo de Trabalho deIgrejas Cristãs.

Na intenção dos organizado-res, o maior desafio deste con-gresso seria o de dar novos pas-sos no caminho da unidade, sim-bolizando-o principalmente acelebração comum da Ceia.

Mas já antes do Congres-so, o Papa João Paulo II tinhaconfirmado, para os católicos,a proibição da "intercomu-nhão". Não vetava, porém, oacesso à comunhão de fiéis in-dividuais não pertencentes àIgreja Católica.

À margem do Congresso, ainiciativa "Kirche von untem"(Igreja das Bases) convidoucristãos de todas as confissõespara duas celebrações da Ceiana Igreja de Getsémani. Numadelas, o professor emérito deteologia Gotthold Hasenhüttlcelebrou a missa de rito roma-no-católico e convidou expres-samente todos os participantesa comungarem. Em consequên-cia disso, foi-lhe proibido o exer-cício do sacerdócio e, em 2006,retiraram-lhe também a permis-são de docência na Igreja.

O outro serviço religioso foirealizado em rito luterano. Opadre católico Berhard Krolltomou parte e ajudou a distri-buir o Pão e o Vinho. Por fazê-

lo, por participar da Ceia evan-gélica, tal como Hasenhüttl, foisuspenso pelo bispo.

Um ponto alto do congressofoi a visita do Dalai Lama.

No fim, os representantesdas 16 Igrejas existentes naAlemanha votaram uma Char-ta Oecumenica que continhao compromisso de uma estreitacolaboração.

Dado o sucesso do primei-ro Congresso Ecumênico de2003 em Berlim, o Comitê dasIgrejas Evangélicas Alemãs eo Comitê Central dos CatólicosAlemães decidiram realizar umsegundo em 2010 em Munique.Num tempo de mudanças e decrises de confiança, os organi-zadores ponderaram ser horade apresentar o testemunhoda comum esperança de to-dos os cristãos. Cientes, po-rém, de que tal testemunho sóserá confiável, se houver umabusca visível de união entre

os cristãos. O tema-chave doCongresso seria o papel doscristãos na sociedade.

O Congresso contou commais de três mil eventos comtemas como crise econômicae financeira, questões de paz,guerra no Afeganistão, a si-tuação das Igrejas, o ecume-nismo, o diálogo com os ju-deus e muçulmanos, abusosexual, diálogo inter-religiosopara a convivência pacíficaentre as religiões, etc.

Na abertura, o Presidenteda Alemanha, Koehler, evangé-lico, criticou a perda de confi-ança, falou das nuvens escurasque pairam sobre a Igreja e exi-giu uma maior colaboração en-tre católicos e protestantes.

Perante seis mil partici-pantes, o jesuíta teólogo e psi-cólogo Klaus Mertes defen-deu o acesso das mulheres aosacerdócio e a abolição docelibato obrigatório.

O presidente do Comitê dasIgrejas Evangélicas Alemãs,Eckhard Nagel, criticou que seponha o crescimento apenas napolítica e na economia. Edisse:"Precisamos de um cres-cimento em humanidade, con-sideração e respeito". E o pre-sidente do Comitê Central dosCatólicos Alemães, Alois Glue-ck, acrescentaria: "Somos cris-tãos neste mundo e para estemundo; esta responsabilidade

temos de assumir em comum".E ambos puderam por fim con-fessar: "O sonho da unidade emultiplicidade das Igrejas tor-nou-se em parte realidade emMunique". Lamentaram, no en-tanto, que casais de diferentesconfissões ainda não possamcelebrar a Eucaristia juntos".

Uma Ceia comum, que reu-niria os irmãos, não existiu, em-bora muitos grupos a exigissem.O símbolo da unidade foramumas Vésperas ortodoxas naPraça Odeon, seguidas da par-tilha de pão abençoado, distri-buído por mil mesas.

Quando será que poderemosouvir, em qualquer templo cris-tão, aquele convite da Pastoraevangélica que, em tarde desábado, no subsolo do mosteirobeneditino de Würtzburg, enco-rajava a diversíssima assem-bleia a aproximar-se para par-tilhar do pão e do vinho da Ceia:"Venham, cada um segundo asua fé". É que, crendo na pre-sença real sob as espécies dopão e do vinho ou vendo nelesapenas um símbolo, o cristão,seja lá qual for a sua confissão,o que busca é o encontro comCristo.

Fonte: Wikipedia // Spie-gel-Online // www.oekt.de // www.bayern-oekumenisch.de

// www.epv.deLuís Guerreiro Cacais

[email protected]

Deus tem visto suas Lutas

Deus diz que suas lutas es-tão chegando ao fim. Uma ben-ção está vindo em sua direção.

"Que hoje se realize tudo oque você quer.

Que a Paz de Deus e o frescordo Espírito Santo estejam em seuspensamentos, dominem a noiteem seus sonhos e esteja sobretodos os seus medos.

Que Deus se manifeste deuma maneira jamais experimenta-da por você.

Que seus desejos sejam aten-didos, inclusive seus sonhosmais íntimos, e que suas oraçõessejam respondidas.

Minha oração é para que vocêtenha mais Fé. Minha oração épara que seus espaços sejam au-mentados. Minha oração é pelasua Paz, Cura, Saúde, Felicidade,Prosperidade, Alegria e um Verda-deiro e Eterno Amor a Deus".Enviado por Felix Batista Filho

[email protected]

A MULHER DO PADREMauro, que já protestava

contra algumas situações doPaís, pediu licença da Igreja.Queria trabalhar para se man-ter, mas sempre sentindo ne-cessidade de estudar. Logo,veio parar em São Paulo.

Em um ano, se casaram."Casar é humano", justificaMaria Regina. Foram bem re-cebidos por ambas as famílias.E o fato de terem saído de Re-creio permitiu um certo anoni-mato, embora nunca tivessemnegado sua história.

Hoje têm três filhos e doisnetos. O marido se formou emJornalismo, e diz que aprendeua levar a vida fora do semináriocom os amigos do trabalho. "So-mos uma família comum", re-sume Maria Regina.Fonte: www.estadao.com.br

Cristiana Vieira

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOS

Uma das coisas mais torpesque vejo na Igreja é oenorme peso institucional,

organizacional e administrativoque o papado tem na tomada dedecisões, na gestão, organizaçãoe governo da Igreja universal. Écerto que esta situação não é deagora. Não depende deste papanem do anterior. O problema vemde muito mais atrás.

Os estudiosos da história docristianismo sabem muito bem quefoi o papa Gregório VII, no séc. XI,quem deu uma reviravolta decisivanaquilo que diz respeito à concen-tração do poder e exercício do go-verno na Igreja. Não esqueçamosque, desde o séc. XI até ao séc. XXI,a tendência dominante foi ir aumen-tando a presença e o poder papalna Igreja e, enquanto isso foi possí-vel, no mundo inteiro.

Este não é o momento nem olugar para explicar a história destacrescente hipertrofia da presençae do poder papal na Igreja. Mas, ofato é que, com o passar dos sécu-los, chegamos a uma situação naqual são muitos, muitíssimos, oscatólicos para quem é mais deter-minante uma palavra do papa (sejaqual for o papa) do que uma pala-vra do Evangelho.

Por exemplo, é claro que Jesus

Como entender que o Esta-do cubano, num país soci-alista, aceite a mediação da

Igreja Católica para libertar presosde consciência, como lá são cha-mados os presos políticos?

A figura central nesse proces-so é o cardeal Jaime Ortega, 73, ar-cebispo de Havana. Hábil negoci-ador, ele foi vítima, no passado, dosectarismo esquerdista que, sobinfluência da União Soviética, ati-çou a perseguição religiosa. Aindaseminarista, nos anos 60 Ortega foienviado a um campo de "reeduca-ção ideológica". Apesar disso, ja-mais demonstrou ressentimento enem se aliou aos que deram as cos-tas à Revolução.

O período esquerdista da Re-volução cubana - repudiado pu-blicamente por Fidel - congelouas relações Igreja-Estado. Entre1964 e 1981, bispos e autorida-des não se falaram.

Ao me encontrar com Fidel pelaprimeira vez, em 1980, ele me fez aproposta de intermediar a retoma-da do diálogo. No ano seguinte,participei da reunião da conferên-cia episcopal, em Santiago deCuba, quando expus a proposta.Os bispos a acolheram como umsinal positivo. Pouco depois, Fidelos recebeu audiência.

Em 1985, o líder cubano conce-

As Ideias do Papa são mais determinantes do que as Ideias do Evangelho

IDEIAS DO PAPA CONTRA IDEIAS DO EVANGELHOnão quis impor a ninguém a obri-gação de ser celibatário para servi-lo. Pois bem, hoje estamos numasituação em que, na administraçãoe no governo da Igreja, têm maispeso o critério do papa do que ocritério de Jesus Cristo. A situaçãoé esta, por mais que tentemos ex-plicar este paradoxo.

Outro exemplo: Jesus proi-biu os seus apóstolos de utili-zarem títulos de prestígio, deprocurarem os primeiros luga-res, de usarem vestimentas so-lenes para se distinguirem dosoutros, de tentarem ter podercomo o que os poderosos (Che-fes de Estado…) deste mundotêm, etc. E que vemos nós? Ve-mos que os sucessores dos após-tolos, com o papa à frente, fazemprecisamente o contrário daquiloque Jesus disse. E ninguém ata asmãos à cabeça perante este escân-dalo! Estamos de tal modo mal for-mados religiosamente que, se al-gum dia nos deparamos com umbispo que se senta ao nosso ladocomo qualquer um dos homens emulheres do nosso tempo, issonos espanta!

Até onde conseguiram pri-var-nos da razão a nós, católi-cos praticantes!

Até quando vamos suportar ta-

manho absurdo, já não nos bispos,mas, sobretudo, em nós mesmos?

Compreendo que falar destarealidade seja desagradável, masnão me posso calar porque vejo, enão é preciso ser um lince para over, que tudo isto está na base doque se passa com os escândalosde pedofilia que se cometem noambiente eclesiástico.

Tanto quanto sei, pelo menosdesde 1962 que a Santa Sé vinhadando instruções secretas e seve-ras aos bispos para que os abusossexuais com crianças, cometidospelo clero, se mantivessem em ri-

goroso segredo. Ultimamente aper-cebemo-nos de que a posição dopapado mudou no que se refere aeste escandaloso assunto. O Vati-cano mudou porque não teve ou-tro remédio senão mudar. Mas sa-bemos que os papas resistiram,durante décadas, a colaborar comas autoridades civis para castigaros delinquentes.

Agora já não restam dúvidas.O problema de fundo não é a pe-dofilia do clero mas sim o peso ins-titucional do papado que encobriu,com o seu poder e prestígio, até oexemplo do próprio Jesus, a pala-

vra do Senhor, o texto santo e exem-plar do Evangelho. É simplesmen-te aterrador saber que se está a atu-ar contra o que disse e fez JesusCristo e, no entanto, tudo seguirem frente como se nada tivesseacontecido, continuando a ocuparo cargo de cabeça e chefe dos cren-tes em Jesus, mas ao mesmo tem-po fazendo e dizendo exatamenteo contrário do que Jesus fez e dis-se. Há alguém que possa entenderisto? Agora é o problema da pedo-filia, mais adiante virão à luz do diaoutros problemas.

O preocupante não é cada pro-blema em concreto. O preocupante éo sistema de governo eclesiásticoque, tal com tem vindo a funcionar,não somente não se baseia no queJesus disse, como também, e em bas-tantes fatos concretos e de enormeimportância, fala e atua exatamentecontra o que Jesus fez e disse.

Enquanto não enfrentarmoseste problema com liberdade e ho-nestidade, tudo o resto não passa-rá de aplicar pomadas sobre umcorpo invadido por um cancro.

José Maria CastilloTeologia, sem censura

Tradução de Arsénio PiresFonte: "A Palmeira"

site dos ex-alunos dosRedentoristas de Portugal

CUBA: ESTADO E IGREJA EM PARCERIAdeu-me longa entrevista sobre aquestão religiosa, publicada sob otítulo "Fidel e a Religião". O livrocausou impactou na população,cuja religiosidade possui forte raizsincretista, mescla entre catolicis-mo e tradições de origem africana.Era a primeira vez que um dirigentecomunista no poder abordava otema da fé de modo respeitoso e,inclusive, admitindo que sua for-mação religiosa aprimorara-lhe ocaráter. País de 11 milhões de habi-tantes, 1,3 milhão de cópias forameditadas até hoje.

Na opinião de um bispo cuba-no, o livro "tirou o medo dos cris-tãos e o preconceito dos comunis-tas". Em 1986, a Igreja promoveu oEncontro Eclesial Cubano, versãolocal de um miniconcílio para tra-çar novas diretrizes pastorais.

O bom entendimento entreIgreja e Estado viu-se subitamen-te interrompido pela queda doMuro de Berlim. O cardeal Law,de Boston, ao pregar o retiro dosbispos, insistiu que o efeito do-minó da falência do socialismonão pouparia Cuba e os bispos, àsemelhança do episcopado polo-nês, deveriam se assumir comonovos Moisés capazes de con-duzir o povo à democracia...

Em janeiro de 1990, Fidel veioao Brasil à posse do presidente

Collor. Fui ao seu encontro emBrasília. Insisti na continuidadedo diálogo e, pouco depois, de-sembarquei em Havana para en-trevistar-me com Jaime Ortega.Foi a primeira e única vez que ovi pessimista. Não acreditava queo governo tivesse boas inten-ções. Talvez esperasse, para bre-ve, o fim da Revolução.

Cuba não foi atingida pelo fu-racão neoliberal que assolou o Les-te europeu e uma série de circuns-tâncias favoreceu a visita do papaJoão Paulo II ao país, em 1998. Fi-del convidou a mim e a um grupode teólogos, entre eles LeonardoBoff, para assessorá-lo no decor-rer da visita papal. Cabia-nos "de-cifrar" a linguagem e os protoco-los eclesiásticos.

O êxito da viagem - o papa nãocondenou o regime cubano, comoqueria Bush, e elogiou suas con-quistas sociais - e a empatia quese criou entre Fidel e Woityla, re-abriram os canais de diálogo. Po-rém, Fidel, por razões de saúde,se afastou do comando do go-verno em 2006, quando entãoRaúl Castro assumiu.

Intensifiquei minhas viagens aHavana para aprofundar a questãoreligiosa com Raúl e Caridad Die-go, chefe da Oficina de AssuntosReligiosos (uma espécie de Minis-tério do Culto). Decidiu-se come-morar, em março último, os 25 anosde lançamento de "Fidel e a Reli-gião". Todas as denominações re-ligiosas atuantes no país foramconvidadas. Raúl esteve presentee lamentou que nenhum bispo ca-tólico tivesse comparecido.

Na mesma noite, jantamos jun-tos. Falamos da ação pastoral daIgreja Católica junto aos prisionei-ros e de como a Revolução só teriaa ganhar com a libertação dos pre-sos de consciência, sem acusa-ções de delitos de sangue ou atosterroristas.

A 10 de maio Raúl Castro rece-beu, pela primeira vez, o cardealJaime Ortega. A conversou prolon-gou-se por cinco horas. O arce-bispo solicitou a transferência dos

presos para locais próximos àssuas famílias e mostrou a disposi-ção da Igreja em colaborar paraque fossem anistiados. O gover-no considerou que valia a penaapostar na proposta do cardeal e,assim, evitar gestos extremistas,de ampla repercussão internacio-nal, como greves de fome levadasàs últimas consequências.

Jaime Ortega nada tem de pro-gressista e, muito menos, de anti-comunista. Seu papel, como pas-tor, é criar condições favoráveis àevangelização do povo cubano. Eele sabe que iniciativas humanitá-rias como a libertação de prisionei-ros não apenas reforçam o prestí-gio da Igreja mas, sobretudo, tes-temunham profunda fidelidade aoEvangelho. E, de quebra, dão pro-vas da tolerância da Revolução.

O que tanto a Igreja quanto oEstado mais esperam, agora, éque Obama liberte os cinco cu-banos presos nos EUA, desde1998, acusados de espionagem.Esta a condição para a retomadade um diálogo positivo entreWashington e Havana, tendo emvista a suspensão do bloqueioimposto pelos EUA a Cuba.

Frei Bettowww.freibetto.org

twitter:@freibettowww.adital.com.br

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14 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

(Sofia relata o Encontri-nho da Diretoria do MPC emPorto Belo)

Não foi à toa que três ca-sais de Fortaleza, (CE), JoséEdson e Lúcia, Dourado e So-corro, Aroldo d Margarida, umcasal de S. Luís, MA, João Ta-vares e Sofia, um casal de Gua-rapuava, (PR), Armando e Al-tiva se deslocaram até à resi-dência de Gilberto e Aglésia, emPorto Belo, (SC) para um En-contrinho de três dias a fim de,em função do texto-base elabo-rado pela Diretoria Nacional emFortaleza, pensarem e planeja-rem o nosso XIX Encontro Na-cional do MPC/AR a ser reali-zado em Fortaleza em Julho de2012 e repensarem os princípi-os fundantes, as metas básicasestabelecidas desde os primei-ros Encontros e várias vezesreafirmadas e ligeiramente mo-dificadas, bem como as meto-dologias básicas usadas e a usarpara o fortalecimento das rela-ções entre todos os Membrosdo MPC/AR do Brasil.

A distância percorrida atéPorto Belo (para cearenses emaranhenses, cerca de 8.000km, ida e volta, foi coroada comsingular e caloroso acolhimen-to por Gilberto e Aglésia queplanejaram os mínimos detalhespara que nos sentíssemos bemà vontade, num clima de encon-tro amigável, sério e descontra-ído, permeado de passeios àsredondezas: Marejada portu-guesa em Itajaí, Santuário deSanta Paulina em Nova Trento,Seminário de Azambuja e Sho-ping em Brusque, Oktoberfestem Blumenau.

O lugar do Encontro foi nacasa de Gilberto e Aglésia, nabeira da bela, suave e aconche-gante praia de Porto Belo, naEnseada que separa Porto Belode Itapema.

Dentre os vários assuntosabordados foram lembradoscom especial atenção os objeti-vos históricos do MPC:

1. Acolhimento e Ajudamútua;

2. Diálogo com a Hierar-quia;

3. Engajamento, cada umconforme seu carisma e dispo-nibilidade, em trabalhos sociaisou pastorais que ajudem a Igre-ja a caminhar nas trilhas aber-tas pelo Concílio Vaticano II econfirmadas e adaptadas à

PÁGINA DA MULHER

O A MOR CONCRETO FEITO ACOLHIMENTO

América Latina pelas Confe-rências do CELAM.

O grupo foi unânime na idéiade investirmos firme nestes ob-jetivos, a começar pelo acolhi-mento aos que saem e aos queestão por aí espalhados, afas-tados e sozinhos, talvez porquenenhum de nós se preocupouem chamá-los e convidar parapartilhar conosco e com oMPC. A confirmação disso éque vários colegas que deixa-ram o ministério, quando, pelainternet ou por contato de ou-tros colegas do MPC, chegama conhecer nosso Movimento,vêm pedindo para serem acei-tos no nosso grupo. O caloroso,simples e fraterno acolhimentode Gilberto e Aglésia, forammais uma prova de como esteobjetivo é importante para for-talecermos as nossas relaçõese tentarmos aumentar o nossonúmero com recém saídos doministério e com outros que sa-íram há mais tempo, mas quenunca se engajaram no MPC.

E, é bom lembrarmos, estafoi também uma forte orienta-ção de atitude e recomendaçãoda Assembleia geral do XVIIIEncontro de 2010 em Brodo-wski: mais atenção aos "ausen-tes" e aos recém-saídos do mi-nistério, procurando-os ondeeles estão, inclusive pedindo aju-da aos Bispos e às Cúrias dio-cesanas que têm os dados dosque deixaram o ministério emsuas dioceses.

Essa viagem a Santa Cata-

rina foi uma verdadeira vivên-cia de acolhimento, começan-do pelos anfitriões Gilberto eAglésia. O simpático e abertoPe. Pedro, reitor do conhecidoseminário arquidiocesano deAzambuja (Brusque), sem pre-conceito e com fraterna amiza-de, nos brindou com um almo-ço junto com seus seminaristas,nos mostrou o seminário e o belomuseu de arte sacra e trocouampla e abertamente idéias co-nosco sobre a formação dosseminaristas hoje. Sua atitudede formador pareceu-nos bas-tante realista e otimista.

Percebemos com ale-gria que Gilberto e Aglésia vi-vem a sua fase outonal commuita disposição, bom humor eatividade, dando muita impor-tância ao lazer e ao cultivoamplo, simples e intenso deuma grande rede de amizadescom pessoas de vários gruposheterogêneos: radioamadores,donos de Casa rolante, ou mo-tor-homes, antigos colegas eparoquianos e, naturalmente,padres casados de Santa Ca-tarina e Estados vizinhos.

Só no último dia que passa-mos com eles, por exemplo, re-ceberam em sua casa dois ca-sais luteranos gaúchos, donos demotor-homes que estavam che-gando do nordeste, e mais doisamigos destes e de Gilberto.Como tínhamos acabado de ti-rar a 217ª edição do Jornal Ru-mos do forno, logo lhes deu umacópia que leram com tanto gos-

to que os dois quiseram tornar-se assinantes, pagando cadaum na hora os trinta reais daassinatura anual. Conforme tes-temunho deles, nunca tinhamvisto padres ou um jornal depadres falar com tanta sinceri-dade, clareza e coragem dosproblemas da Igreja católica.

No dia seguinte, despedimo-nos dos amigos de motor-homesluteranos e fomos visitar outrocasal amigo de Gilberto e Aglé-sia em Barra Velha, os simpáti-cos colonos Adolfo e Iracy que,no domingo, reuniram, para oaniversário dele, cerca de trin-ta pessoas da família, para umchurrasco de dar e deixar águana boca, na sua bela vivenda àbeira do Rio Itapocu. Agora,sim, pude comprovar que chur-rasco tem muita arte e que o doSul é bem melhor...

Tivemos, também, a alegriada visita do simpático casal doMPC de Joinville, João Fachi-ni e Justina; por razão de tem-po não foi possível visitarmosa casa deles, como tínhamosplanejado. Mas sua vinda aonosso encontro em casa deAdolfo e Iracy foi suficientepara sentirmos mais forte anossa fraternidade MPCista,cheia de gente de valor espa-lhada por todos os Estados. Oproblema é o isolamento con-tra o qual temos de lutar, orga-nizadamente, para superar.

Essa largueza de encontrosme fez pensar que o nossoMovimento já se encontra nes-

se belo processo de acolhimen-to, podendo se espalhar entre osgrupos dos Estados, através donosso e-grupo, pelo Sitewww.padrescasados.org, peloJornal Rumos, pelos Encontrosnacionais e regionais e poreventuais visitas, sobretudoquando se viaja para outrosEstados. Estes são os meioseficazes de que dispomos paramelhor praticarmos e promo-vermos sempre mais a nossabela fraternidade. Além da atu-alização do nosso Catálogocom que, agora, a Diretoria seempenhou com João e Gilber-to, solicitando a colaboraçãodas lideranças do MPC de to-dos os Estados.

Em tempo quero dizer quetivemos a oportunidade de co-laborar e participar com Gil-berto na conclusão da últimaedição (217) do nosso JornalRumos. Só vendo e ajudandopudemos avaliar o trabalho, adedicação e a preocupaçãoque, cada dois meses, o Gil-berto dispende para fazer nas-cer cada edição desse "filho"de que já engendrou 14 edi-ções (204-217). Depois dedias e noites na redação e pa-ginação em casa e com o dia-gramador Rodrigo em Itape-ma, e após a impressão doJornal, sentamos uma manhãinteira, 5 pessoas, para dobrar,selar, etiquetar. Aí, após tercarregado com João, o sacocom os jornais para o correio,Gilberto, até então um poucotenso e calado, respirou fun-do, preparou cuidadosamenteo mate na cuia do chimarrãoe abriu um largo sorriso, ex-clamando: "Pronto! O 217 jáfoi! Agora, só em dezembro.E já tenho um bom número deartigos para a o 218"...

É um trabalho que ele fazvoluntariamente, com gosto ecom muita competência, masque dá bastante trabalho e des-pesas, o que me leva a lembraraos assinantes fieis, que nãopodemos deixar morrer esseveículo de formação, informa-ção e reflexão livre e constru-tiva de uma Igreja na trilha se-gura do Concílio Vaticano II,da Teologia da Libertação edas Conferências do Celam, deMedellin, Puebla, Santo Do-mingo e Aparecida.

Sofia [email protected]

Casa de Gilberto e Aglésia

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Jornal RUMOS

15Jornal RUMOSPÁGINA BÍBLICO-TEOLÓGICA

"Enquanto houver pobres, uma te-ologia que parte da opção prefe-rencial pelos pobres é válida e ne-cessária em um continente como aAmérica Latina". A análise é do te-ólogo sueco e luterano Olle Kris-tenson, em entrevista à IHU.

Sua tese de doutorado em Teo-logia teve como tema a Teologiada Libertação de Gustavo Gutiér-rez. Em 2012, celebrar-se-ão os 40anos do lançamento da importanteobra teológica.

Kristenson explica que o fun-damento da percepção da esperan-ça de Gutiérrez "vem de sua con-vicção de que a vida é sagrada". Econtinua: "Baseada na fé da res-surreição, surge sua convicção deque é a vida e não a morte que tema última palavra na história. Isto foio que lhe motivou como 'pastor nasombra da violência' dar razão àesperança em uma situação de vi-olência e muita incerteza".

Olle Kristenson é doutor emTeologia pelo Departamento deTeologia da Uppsala University(Suíça). É teólogo e pastor da Igre-ja Luterana na Suécia. Sua tesede doutorado, intitulada Pastor inthe Shadow of Violence. Gusta-vo Gutiérrez as a Public Pastoralin Peru in 1980 and 1990, foi pu-blicada em 2009 pela Editora daUppsala University.

CONFIRA A ENTREVISTA.

IHU On-Line - Depois de 40 anosdo livro de Gustavo Gutiérrez (Teo-logia da Libertação. Perspectivas),o que mudou na Igreja e na Teologiada Libertação? Quais foram os prin-cipais avanços e limites?

Olle Kristenson - Penso que seuprincipal avanço seja seu enfoquena opção preferencial pelos po-bres. Com a aprovação em Puebla,em 1979, isso passou a ser parte dadoutrina da Igreja universal e não

FALECIMENTO

Faleceu aos 91 anos, em Flo-rianópolis SC.

Foi ordenado em 1943. Apósvários anos deixou o ministériosimulando um afogamento nomar de Porto Belo. E escondeu-se em cidade paulista, com outronome, onde casou. Assim proce-deu para não magoar sua mãe,muito religiosa.

Após o falecimento de suamãe retornou a Santa Catarina.

Passou os últimos cinco anosnuma casa de padres idosos emFlorianópolis.

Carlos Victor Emmendoerfer

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO.UM DISCURSO QUE DÁ RAZÃO À ESPERANÇA.

somente da Igreja Católica. O limi-te é que a primeira geração de teó-logos da libertação não é mais jo-vem e parece que é difícil encon-trar espaço para novas gerações.Felizmente, há força em teólogoscomo Gutiérrez e Jon Sobrino.

IHU On-Line - Quais são asprincipais ideias que o senhor de-fende no livro Pastor in the Sha-dow of Violence. Gustavo Gutiér-rez as a Public Pastoral in Peruin 1980 and 1990?

Olle Kristenson - Eu descrevoGutiérrez como um pastor que sedirigiu ao público peruano atravésdo jornal La República em momen-tos críticos do Peru contemporâ-neo e por isso o chamo "pastor danação". O jornal se converteu emum púlpito figurativo para ele. Des-de então, fez seu discurso pastoralpara dar razão à esperança em umasituação muito difícil. Vejo este dis-curso teológico pastoral como umasíntese de três discursos que iden-tifico em seus textos, os discursospolíticos radical e liberal e o dis-curso teológico católico. Os doisdiscursos políticos lhe ajudam adesenhar o contexto onde o dis-curso radical analisa a situação in-justa da sociedade peruana queaprofunda a pobreza. O discurso li-beral fala de democracia, paz e direi-tos humanos, mas o discurso radi-cal sempre condiciona o discursoliberal: sem justiça não haverá paz.O discurso teológico católico fun-ciona como referência para a açãopastoral. Desta forma, os discursoscorrespondem aos diferentes níveisno modelo ver (os discursos políti-cos radical e liberal) - julgar (o dis-curso teológico católico) - agir.

IHU On-Line - Quais são asprincipais características da pre-gação de Gutiérrez?

Olle Kristenson - Seu discursoé, sobretudo, um discurso para darrazão à esperança. Este discurso

se encontra tanto em seus artigose ensaios teológicos em relação àconjuntura, como em suas refle-xões teológicas e homilias em rela-ção ao ano litúrgico. Utilizo quatroníveis em minha análise para mos-trar que Gutiérrez guia, conforta,exorta e anima seus leitores e seusouvintes.

IHU On-Line - Que relaçãopode ser estabelecida entre a teo-logia da libertação e os direitoshumanos?

Olle Kristenson - Esta é umapergunta interessante e importan-te. Respondo-a partindo de minhaleitura de Gutiérrez. Esta foi a en-trada para minha pesquisa sobresua teologia. Ia entrar em sua teo-logia justamente através destetema e a partir de sua leitura deBartolomeu de Las Casas. Em mi-nha interpretação, a grande obrade Gutiérrez sobre Las Casas, EnBusca de los Pobres de Jesucris-to (1992), é uma análise que temum enfoque na teologia de LasCasas como uma teologia que par-te do direito à vida e do direito àliberdade dos índios. O direito àvida dos índios é visto desde suamorte precoce e injusta; "os índi-os morrem antes do tempo", paraparafrasear Las Casas. E o direitoà liberdade é visto em relação a seconverter livremente à fé cristã ounegá-la. "Se produz, então, em LasCasas, uma aproximação que darálugar a um enfoque que podería-mos denominar metodológico."(GUTIÉRREZ, G. em En Busca delos Pobres de Jesucristo, p. 101-102). Para Gutiérrez, a perspectivade Las Casas é válida em nossostempos. Por isso, os direitos hu-manos podem ser somados justa-mente nestes dois direitos, o di-reito à vida e o direito à liberdade,com um enfoque na situação dospobres. Lendo os textos de Guti-érrez, é evidente que não se po-

dem negar estes dois direitos.IHU On-Line - Qual é a atuali-

dade da teologia da libertação narealidade latino-americana hoje?

Olle Kristenson - Eu diria, comoGutiérrez, que, enquanto houverpobres, uma teologia que parte daopção preferencial pelos pobres éválida e necessária em um conti-nente como a América Latina.

IHU On-Line - Como entendera hermenêutica da esperança emGutiérrez?

Olle Kristenson - Sem dúvida otema da esperança é central nostextos que analiso e em toda suareflexão teológica: "Dar razão dasua esperança é parte essencial dotestemunho cristão. Nesse âmbitose situa a teologia; ela é sempreuma interpretação dos motivos quetemos para esperar." (GUTIÉRREZ,G., em um texto de 2003). A um textode 2001 ele dá o título Esperança eVigilância que sublinha que a es-perança não é somente algo quenos vem; é preciso também vigiarpara que ela se concretize. Em últi-ma instância, o fundamento de suapercepção da esperança vem desua convicção de que a vida é sa-grada. Baseada na fé da ressurrei-ção, surge sua convicção de que éa vida e não a morte que tem a últi-ma palavra na história. Isto foi oque lhe motivou como "pastor nasombra da violência" dar razão à

esperança em uma situação de vi-olência e muita incerteza.

IHU On-Line - Em 2012acontece no Brasil o Congres-so Continental de Teologia. Oque seria importante discutirneste encontro?

Olle Kristenson - Quando eusoube deste congresso fiquei bas-tante feliz. Penso que é preciso re-tomar muitas ideias da Teologia daLibertação desde seu início, mastambém se abrir aos novos desafi-os e aos novos temas. Parece-menecessário abrir um espaço ondeas diferentes gerações de teólogosda libertação se encontrem e dis-cutam. É preciso enfocar o temados pobres e analisar quais são "osrostos dos pobres" para retomar oque se disse em Puebla e SantoDomingo a respeito disso.

IHU On-Line - Em que direçãoo senhor vê que caminha a Igrejado século XXI, 50 anos depois doConcílio Vaticano II?

Olle Kristenson - Com preocu-pação, vejo que há grupos de ten-dências pré-conciliares que, toda-via, têm influência. Mas também hágrupos que continuam avançandoem sua reflexão depois do Concí-lio. Por isso, me parece importantecomemorar esses 50 anos com umareflexão crítica. A forma como oepiscopado latino-americano temtrabalhado o Concílio em suas con-ferências gerais em Medellín, Pue-bla, Santo Domingo e recentemen-te em Aparecida, com seus avan-ços e retrocessos, de todas as ma-neiras, é um sinal de que a Igrejalatino-americana continua sendorelevante em seu contexto. Eu gos-taria que se abrisse um pouco maispara as igrejas não católicas. Te-mos muitos desafios que podemosenfrentar melhor se caminharmosjuntos como crentes.

Instituto Humanitas Unisinoswww.adital.org.br

Page 16: NOVA CONTA DA AR - padrescasados.org fileA nossa reflexão é sim-ples: o que nos diferencia das demais pessoas em re-lação a valores e princípi-os vivenciados por essa sociedade

16 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Tropecei com o recado dado por BentoXVI aos bispos brasileiros a respeitoda deserção dos fiéis da Igreja Católi-

ca no nosso país. Fiquei escandalizado coma "cobrança". O homem está totalmente alheioà realidade e nem por sombras se pergunta sea cúpula da Igreja não terá alguma culpa nes-se estado de coisas. E tem. No Brasil, as Igre-jas evangélicas formam e lançam milhares depastores todos os anos.

Diante disso, que faz a Igreja católica?Continua a expulsar das suas fileiras ospadres que se casam, gente que ela formoue que era necessária; deve andar hoje, nopaís, pelos 6.000.

Poucos anos atrás, um grupo de católicos

BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL

WDL

"Há padres que atendem16 comunidades", disse àimprensa o Arcebispo.

A escassez de padres fazcom que atualmente na Euro-pa, em Países como Alemanha,haja uns mil padres índios.

70% dos padres de Na-varra supera os 65 anos,uma cifra semelhante àmédia espanhola, infor-mou o arcebispo Francis-co Pérez, que apontou quea falta de vocações faz comque eles cada vez tenhammais trabalho.

A escassez de padres fazcom que atualmente na Eu-ropa, em países como Ale-manha, haja uns mil padresíndios. Numa diocese espa-nhola, Seo de Urgell, todossão colombianos, não já ca-talaneses.

AGENCIAS. Pamplona15/09/2010

ABANDONANDO A IGREJACATÓLICA ROMANA

brasileiros casados, alguns até com curso deteologia, dirigiram-se ao Papa oferecendo-separa serem ordenados, por se sentirem voca-cionados para o sacerdócio. Há mulheres quesentem também o mesmo apelo.

É preciso fazer alguma coisa, mudar, dei-xarmo-nos levar pelo mesmo espírito criativoque animou os cristãos primitivos. Deus con-tinua a chamar. Mas é um engano, talvez atétentar a Deus, pedir-lhe que nos mande "mui-tas e santas vocações", mas com a condiçãoimplícita de que sejam apenas homens e celi-batários. Terá um Papa o poder de impor taisrestrições ao Espírito que anima a Igreja?

Luís Guerreiro [email protected]

Fácil de navegar: Cada jóia da culturauniversal aparece acompanhada deuma breve explicação do seu conteú-

do e seu significado. Os documentos forampassados por scanners e incorporados noseu idioma original, mas as explicações apa-recem em sete línguas, entre elas o portugu-ês. A biblioteca começa com 1200 documen-tos, mas foi pensada para receber um núme-ro ilimitado de textos, gravados, mapas, fo-tografias e ilustrações.

Como se acede ao sítio global?Embora seja apresentado oficialmente na

sede da UNESCO, em Paris, a Biblioteca Di-gital Mundial já está disponível na Internet,através do sítio: www.wdl.org

O acesso é gratuito e os usuários po-

70% DOS PADRES DE NAVARRASUPERA OS 65 ANOS

Arcebispo de Pamplona, Francisco Pérez

dem ingressar diretamente pela Web , semnecessidade de se registrarem.

Permite ao internauta orientar a sua buscapor épocas, zonas geográficas, tipo de docu-mento e instituição. O sistema propõe as expli-cações em sete idiomas (árabe, chinês, inglês,francês, russo, espanhol e português), embo-ra os originas existam na sua língua original.

Desse modo, é possível, por exemplo,estudar em detalhe o Evangelho de SãoMateus traduzido em aleutiano pelo mis-sionário russo Ioann Veniamiov, em 1840.Com um simples clique, podem-se passaras páginas um livro, aproximar ou afastaros textos e movê-los em todos os senti-dos. A excelente definição das imagenspermite uma leitura cômoda e minuciosa.