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  • EDUCAO A DISTNCIA E O SEU GRANDE DESAFIO: O EDUCANDO

    COMO SUJEITO DE SUA PRPRIA APRENDIZAGEM

    Jocelma Almeida Rios UFBA/Redpect [email protected]

    Ren Gomes Pimentel FTE [email protected]

    RESUMO

    O ensino na modalidade a distncia, sobretudo atravs de um ambiente virtual de aprendizagem, tem

    sido considerado como uma alternativa expanso do ensino superior no Brasil. Entretanto, so muitos

    os obstculos apresentados. Dentre eles, a formao de professores, a adequao do currculo, a infra-

    estrutura tecnolgica, a excluso digital e a evaso. Este artigo aborda os fatores que influenciam a

    desistncia dos estudantes, que vo desde dificuldades financeiras, perpassando por deficincia no

    processo de ensinagem at a ausncia de autonomia no ato de aprender. Na aprendizagem autnoma, o

    estudante deve ser responsvel pela sua prpria aprendizagem, o que no descarta o papel do professor

    neste processo, enquanto facilitador. Este artigo discute sobre o papel do professor-educador, que

    fundamental para o crescimento do outro, elenca os componentes para aprendizagem autnoma - o

    saber, o saber fazer e o querer, e prope estratgias para uma melhor eficcia da modalidade.

    Acreditamos que h caminhos para a reduo da evaso nos cursos oferecidos a distncia, alm de

    possibilitar maior garantia da sua qualidade, propondo a formao de um profissional autnomo, crtico

    e criativo.

    Palavras-chave: Educao a Distncia, autonomia, aprendizagem.

    RESUMO

    La educacin en la modalidad en la distancia, sobre todo a travs de un ambiente virtual de aprendizaje,

    se ha considerado como alternativa a la extensin de la educacin superior en el Brasil. Sin embargo, los

    actuales obstculos son muchos. Entre ellos, la formacin de profesores, la suficiencia del curriculum

    vitae, la infraestructura tecnolgica, la exclusin digital y la evasin. Este artculo acerca a los factores

    que influencian la renuncia de los estudiantes, que van desde dificultades financieras, perpassando para la

    deficiencia en el proceso del enseanza hasta la ausencia de la autonoma en el acto para aprender. En

    aprender independiente, el estudiante debe ser responsable de su aprender apropiado, qu ella no desecha

    el papel del profesor en este proceso, mientras que facilitador. Este artculo discute en el papel del

    profesor-educador, que es bsico para el crecimiento y aprendizaje del otro, presenta los componentes

    para la aprendizaje autnoma el saber, el saber hacer y el querer, y considera las estrategias para una eficacia mejor de la modalidad. Creemos que hay maneras para la reduccin de la evasin en los cursos

    ofrecidos a distancia, adems de hacer mayor garanta posible de su calidad, en vista de la formacin de

    un profesional autnomo, crtico y creativo.

    Palabras-clave: Educacin a Distancia, autonoma, aprendizaje.

  • Introduo

    A Educao a Distncia (EaD) tem sido apontada como uma das vrias

    solues para as carncias educacionais no contexto brasileiro atual. Ensejando tal

    perspectiva, projetos de EaD so inseridos em polticas educacionais (FROES

    BURNHAM, 2002, p.119), que devem atentar para o contexto cultural em que estejam

    inseridas e para as condies reais que se desenvolvem, com o objetivo de proporcionar

    ao educando a autonomia do ato de aprender. Estudos realizados recentemente tm

    demonstrado a necessidade de uma prtica pedaggica que no privilegie apenas a

    aquisio de contedos curriculares, como tem acontecido na maioria das instituies de

    ensino e, de forma mais intensa, na modalidade a distncia. Galeffi (2001, p.23) afirma

    que preciso potencializar a educao humana do sujeito social autnomo e

    inventivo.

    Embora a EaD tenha sido concebida com o propsito de promover a incluso

    social, tem recebido muitas crticas no que diz respeito ao efetivo aprendizado do

    estudante. Percebe-se, neste contexto, a necessidade de mudana de mentalidade do

    modelo de educao predominante em alguns pases de ensino tradicional, que na tica

    de Paulo Freire (1985, p.38), uma pedagogia da transmisso, na qual o professor

    ainda um ser superior que ensina a ignorantes. O educando recebe passivamente os

    conhecimentos, tornando-se um depsito do educador. Pierre Lvy (1993) corrobora

    com Freire, quando afirma que a escola pouco mudou nos ltimos cinco mil anos, ou

    seja, ainda se baseia quase unicamente no ditar do mestre.

    Entretanto, no a modalidade do ensino que determina a efetividade do

    aprendizado. A educao, seja ela presencial ou a distncia, deve propiciar ao estudante,

    entre outras coisas, alguns aspectos fundamentais para sua formao como cidado, tais

    como: conscincia crtica, criativa e participativa; formao slida que permita

    apreender contedos, que fundamente a anlise e interpretao da realidade; e,

    vinculao da teoria e com a prtica, contextualizada nos aspectos scio, econmico,

    poltico e cultural.

    Dessa forma, a relao entre o professor, enquanto educador, e o estudante,

    enquanto educando, deveria ser de trocas e interaes, tendo como objetivo o

    crescimento conjunto, no desconsiderando o aprendizado individual. Como diz Galeffi

    (2001), preciso trazer para a aprendizagem autnoma uma tenso educativa que se

    funda na ao aprendente, e com essa ao, ser desenvolvida uma atitude aprendente

    radical. O educador nesta relao desempenha um papel fundamental. A questo-chave

  • no reside em saber se a aprendizagem deve ou no conceder prioridade aos contedos,

    mas sim em assegurar que seja significativa.

    Diante desta problemtica, aborda-se, ento, o desafio da Educao a

    Distncia no entendimento do educando como sujeito de sua prpria aprendizagem.

    Desafio esse emergente de ensinar e aprender novos paradigmas do ensino, centrado no

    educador para desenvolver-se em um ambiente de colaborao e crescimento.

    Educao a Distncia

    A Educao a Distncia a modalidade educacional na qual a mediao

    didtico-pedaggica nos processos de ensino-aprendizagem ocorre com a utilizao de

    meios e tecnologias de informao e comunicao, com estudantes e professores

    desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

    O termo Educao a Distncia nos condiciona idia imediata de

    ausncia do professor e do estudante em um ambiente convencional denominado sala de

    aula. Fragale Filho (2003, p.27) salienta que muitos educadores tm esta modalidade

    como sinnimo de ensino de baixa qualidade ou de oportunismo mercantilista.

    Contudo, como dito anteriormente, no a distncia que faz com que a EaD no

    promova um aprendizado efetivo. ausncia de estratgia pedaggica consistente que

    pode trazer o insucesso tanto para a EaD quanto para o ensino presencial. Fragale Filho

    (2003, p.51) acrescenta que a qualidade da EaD no recai apenas sobre o educador,

    enquanto indivduo, mas tambm para a instituio que promove o curso, pois a mesma

    responsvel pela infra-estrutura necessria operacionalizao de um curso. Para esta

    infra-estrutura, alm daquilo que necessrio a um curso presencial, prevista a

    necessidade de apoio tcnico adicional para suporte ao uso dos equipamentos e sistemas

    necessrios ao desenvolvimento das estratgias pedaggicas.

    Moore (1990) afirma que educao a distncia uma relao de dilogo,

    estrutura e autonomia que requer meios tcnicos para mediatizar esta comunicao. O

    autor ainda complementa dizendo que a educao a distncia um subconjunto de todos

    os programas educacionais caracterizados por: grande estrutura, baixo dilogo e grande

    distncia transacional. A afirmao de Moore remete idia de uma proposta puramente

    mercantilista. Para que um curso na modalidade a distncia cumpra o objetivo de

    desenvolver um aprendizado efetivo, necessrio ir um pouco mais alm.

    Apesar das crticas, a EaD tem avanado muito nos ltimos anos,

    especialmente em razo do advento da Internet. A tecnologia, sem dvidas, contribuiu

  • sobremaneira para o desenvolvimento da EaD, pois grande parte das barreiras at ento

    apontadas que dificultavam os processos de aprendizagem foram vencidas. As pesquisas

    sobre metodologias para o ensino a distncia perpassa na maior autonomia do educando,

    condio sine qua non para superar os modelos instrucionais e behavioristas. Essas

    idias so reforadas por Marsden (1996) ao afirmar que as prticas dominantes no

    ensino a distncia baseiam-se em uma antologia empirista e uma epistemologia

    positivista. E ainda, que esta compreenso de causalidade e explicao permeia a

    Educao a Distncia pela mediao da teoria behaviorista e da instruo programada.

    Na Educao a Distncia, educadores e educandos no esto juntos

    fisicamente, porm esto conectados. Saem do contato fsico para o contato virtual,

    vencendo barreiras de espao e tempo, e tambm de paradigmas. Talvez o paradigma

    mais difcil de transpor seja a mudana do controle do aprendizado, que antes era

    realizado pelo educador e, agora pelo educando. Por isso, uma das estratgias

    fundamentais, e um grande desafio, desta modalidade de ensino o alcance da

    autonomia do ato de aprender do sujeito, o qual precisa desenvolver ter a conscincia da

    necessidade de desenvolver sua auto-aprendizagem.

    A demanda para o aperfeioamento profissional um fato hoje (Gonzalez,

    2005, p.29), e a Educao a Distncia apresenta-se neste cenrio como uma alternativa

    capaz de contribuir para este fim, para alm dos limites de uma sala de aula

    convencional. Neste contexto, busca-se, ento, a construo dinmica do conhecimento,

    na qual a interao ocorra entre educador e educando, entre colegas, e entre educadores,

    estabelecendo uma rede colaborativa de troca de saberes.

    Cenrio brasileiro

    A legislao brasileira regulamenta a educao a distncia atravs do

    Decreto Lei no 5.622 de 19 de dezembro de 2005, que revoga o Decreto Lei n

    o 2.494, de

    10 de fevereiro de 1998, o qual inicialmente regulamentou o ensino nesta modalidade.

    Este Decreto veio regulamentar o ensino a distncia, j que a Lei de Diretrizes e Bases

    da Educao (LDB), no 9.396, promulgada em 20 de dezembro de 1996, referenciava a

    educao a distncia apenas como uma complementao ao ensino presencial (MEC,

    s.d.).

    Na viso de Fragale Filho (2003), a EaD ainda um processo em construo

    e, por isso, permeiam dvidas e impasses, em razo da existncias de inmeras

    questes, relacionadas implantao destes cursos, ainda sem respostas. Esta confuso

  • tem raiz no texto da LDB, que generaliza as modalidades de ensino, sem tratar sobre

    suas especificidades. Somente com o Decreto Lei no 2.494/98 que foram dadas

    algumas diretrizes para a estruturao de cursos nesta modalidade, como j mencionado

    anteriormente.

    Entretanto, mesmo antes da promulgao da LDB em 1996, houve

    iniciativas em EaD no Brasil. Gonzalez (2005, p.35-37) cita algumas destas iniciativas,

    das quais cabe destacar que j em 1904, escolas privadas internacionais comearam a

    oferecer cursos pagos por correspondncia; que o Instituto Universal Brasileiro

    comeou a operar em 1939, e ainda hoje vem oferecendo cursos tcnicos de

    aperfeioamento profissional, e tambm o ensino supletivo; e ainda que a Fundao

    Roberto Marinho iniciou em 1970, os telecursos de 1o e 2

    o graus. Entretanto, foi

    somente na dcada de 1990, que as universidades comearam a investir em programas

    de educao superior e educao continuada, iniciando pela UNB (Universidade de

    Braslia), seguida pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

    O governo brasileiro, atravs da SEED (Secretaria de Educao a

    Distncia), promove diversos programas de incentivo ao ensino a distncia, tais como

    Proinfo, Mdias da Educao, Rived, TV Escola e Portal Domnio Pblico. Atualmente,

    inmeros cursos esto sendo oferecidos exclusivamente a distncia, nas mais variadas

    reas. Alm das iniciativas da SEED, outros rgos do prprio MEC (Ministrio da

    Educao) e tambm de outras esferas do governo federal brasileiro desenvolvem

    programas e projetos em prol da EaD. Como exemplo, tem-se o programa Escola de

    Gestores promovido pela SEEB (Secretaria de Educao Bsica), que tem como

    objetivo formar gestores escolares das escolas pblicas da Educao Bsica em cursos

    de especializao e de atualizao em Gesto Escolar, na perspectiva da gesto

    democrtica e da efetivao do direito educao escolar com qualidade social. Este

    programa, junto com todos os outros em andamento, vem fortalecer as polticas pblicas

    de incentivo ao ensino na modalidade a distncia.

    Obstculos do ensino a distncia

    O ensino a distncia uma estratgia desenvolvida para oferecer educao

    para aqueles que tm dificuldade de acesso a cursos oferecidos na modalidade

    presencial. Fragalhe Filho (2003, p.32) acrescenta que:

    a EaD um possvel instrumento para concretizar polticas de eqidade que aumentem as oportunidades educativas de grupos

  • tradicionalmente marginalizados e permitam a construo de uma

    sociedade em que todos os cidados compartilhem um patamar

    comum de conhecimentos e cdigos culturais, atenuando a injusta

    excluso social.

    O acesso se democratiza ainda mais quando os cursos oferecidos esto

    estruturados em ambientes virtuais de aprendizagem, atravs da Internet. Contudo,

    apesar de todas as intenes de democratizao do acesso educao, a EaD enfrenta

    diversos obstculos para atender queles que tm dificuldade de acesso ao ensino

    tradicional. Isso, portanto, gera um problema de grande preocupao para as instituies

    de ensino que oferecem esta modalidade: a evaso. Para Lobo (2000), citado por Fres

    Burnham (2002, p.129), a funo social da EaD no se restringe a promover a

    ampliao do nmero dos que tm acesso educao (p.11), nem pode ser concebida

    apenas como sucedneo da educao especial (p.10).

    Fragale Filho (2003, p.53) afirma que entre os obstculos para

    preponderantes da EaD o velho preconceito de que no possvel garantir o

    aprendizado do educando estando este distante do educador. O autor ainda acrescenta

    que esta barreira ainda maior por parte dos profissinais da educao. Mas, possvel

    identificar diversos outros problemas mais concretos que prejudicam o desenvolvimento

    de um curso na modalidade a distncia. Entre eles, podem ser citados:

    a) Falta de planejamento adequado s caractersticas do ensino nesta

    modalidade;

    b) Mau dimensionamento dos custos envolvidos;

    c) Preparao inadequada dos profissionais que mediam o aprendizado, seja

    por falta de conhecimento tcnico do ambiente virtual de aprendizagem, ou

    por falta de fundamentao terica;

    d) Falta de critrios e estrutura de avaliao destes cursos, por parte das

    entidades governamentais.

    Alm dos problemas supracitados, h ainda aqueles sob o ponto de vista

    pedaggico, os quais so abordados com maior nfase por este artigo. Grande parte dos

    estudantes que abandonam cursos a distncia reclamam da falta de contato com o

    professor. Mas, quando questionados se os encontros presenciais solucionariam o

    problema, so categricos em negar tal hiptese. a falta de ateno aos seus

    questionamentos, s suas contribuies e a falta de estmulo ao seu auto-

    desenvolvimento como aprendiz que mais impulsiona a evaso. Com isso, pode-se

    concluir que este tipo de estudante busca mais que um tutor; busca sim um orientador,

  • algum que o conduza ao aprendizado autnomo e libertador. Isso no uma

    prerogativa da EaD apenas, logo, possvel vencer tais obstculos com o uso de uma

    estratgia pedaggica inovadora que promova a auto-aprendizagem no educando.

    Aprendizagem autnoma

    No ensino a distncia, o educador precisa perceber as potencialidades desta

    modalidade, sem tentar repetir as estratgias utilizadas no ensino presencial. Embora

    seja um pressuposto terico que a aprendizagem pessoal e intransfervel, as

    instituies, na sua grande maioria, ignoram esses pressupostos e tiram as oportunidades

    dos estudantes de construrem os seus prprios conhecimentos, uma vez que a prtica

    pedaggica comum caracteriza-se por conduzi-los a uma aprendizagem mecnica,

    normalmente pautada em modelos passivos, receptivos, autoritrios e competitivos.

    Pacheco (1996) afirma que os currculos precisam atentar-se para a valorizao

    da individualidade do sujeito e da sua cognio, das atitudes e valores, ao respeito pelas

    diferenas individuais e a procura de um desenvolvimento global e contnuo.

    Levy (1999, p.169) afirma que

    preciso superar-se a postura ainda existente do professor transmissor de conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direo que leva

    apropriao do conhecimento que se d na interao. Interao entre

    aluno/professor e aluno/aluno, valorizando-se o trabalho de parceria

    cognitiva;

    [...] elaborando-se situaes pedaggicas onde as diversas linguagens

    estejam presentes. As linguagens so, na verdade, o instrumento

    fundamental de mediao, as ferramentas reguladoras da prpria atividade e

    do pensamento dos sujeitos envolvidos.

    [...] [ preciso] buscar o desenvolvimento de um esprito pesquisador e

    criativo entre os docentes, para que no sejam reprodutores, incapazes de

    refletir e modificar sua prtica profissional.

    [...] este processo criativo sempre coletivo, na medida que a memria e a

    experincia humana so patrimnio social.

    Muitas das dificuldades de aprendizagem encontradas pelos educandos podem

    estar no processo de comunicao e no processo motivacional, na medida em que se

    parte do pressuposto de que estes nada sabem e a estes deve-se impor contedos,

    obrigando-os a domin-los. Mesmo tendo sua importncia, os contedos sem alguma

    significao nada tem a acrescentar, e por isso se tornam inteis. Por esta razo, no

    tarefa fcil identificar e selecionar contedos curriculares que provoquem o devido

    interesse dos educandos nesta modalidade de ensino.

    Alm de definir contedos instigantes, o educador tem que ter a capacidade de

    provocar atitudes positivas sobre os contedos tratados e sobre o prprio aprendizado

  • do educando, atravs de uma comunicao motivadora. Acima que qualquer coisa, o

    educador tico precisa respeitar a autonomia do educando, dando-lhe liberdade de

    inferir sobre os contedos a ele apresentados. Freire (1996, p.35), afirma que

    o respeito autonomia e dignidade de cada um um imperativo tico e no um favor que podemos ou no conceder uns aos outros

    [...] o professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto

    esttico, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe

    e a sua prosdia; o professor que ironiza o aluno, que minimiza, que manda

    que ele se ponha em seu lugar ao mais tnue sinal de sua rebeldia legtima, tanto quanto o professor que se exige do cumprimento de seu dever de

    ensinar, de estar respeitosamente presente experincia formadora do

    educando, transgride os princpios fundamentalmente ticos de nossa

    existncia.

    Freire ainda complementa dizendo que autoritarismo na educao, afoga a

    liberdade do educando, amesquinhando o seu direito de estar sendo curioso e inquieto

    (Freire, 1996, p.35).

    Ao identificar a carncia do educador em proporcionar uma atitude aprendente

    aos educandos, este artigo prope uma reflexo de sua prxis pedaggica, visando uma

    mudana de atitudes e aes. Ento, em oposio prtica conservadora e tecnicista,

    surge a aprendizagem autnoma. Tendo-se a autonomia como a faculdade que o

    indivduo tem de se governar por si mesmo; no processo de aprendizado, est implcito

    que o educando o responsvel pela sua prpria aprendizagem. Mas e o educador, qual

    seria o papel dele neste processo? Ele deve atuar como gestor da atividade de ensino,

    sendo um orientador do sujeito no desenvolvimento de sua auto-aprendizagem. Para

    isso, como diz Freire (1996), o educador precisa desenvolver habilidades de

    investigao, sair da idia de senso comum, e permitir que o outro atue com a sua

    singularidade. Pacheco (1996) afirma que o aprender a aprender o objetivo mais

    ambicioso e ao mesmo tempo irrenuncivel da educao; equivale a ser capaz de

    realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situaes e de

    circunstncias. preciso que o educador renuncie ao poder oferecido pelo status de

    professor, e passe a agir como mais generosidade, buscando reconhecer no educando

    um sujeito ativo, que formula idias, desenvolve conceitos e constri seu prprio

    conhecimento.

    O processo de ensino-aprendizagem no deve mais ser compreendido como

    uma relao unidirecional, que prev a transmisso verbal dos contedos prontos por

    parte do professor e a memorizao passiva destes, por parte do aluno. Galeffi

  • (2002, p.17) afirma que s se aprende o que se mostra necessrio no pensar-ser. S o

    necessrio pode ser aprendido em seu evento.

    A construo da auto-aprendizagem deve ser buscada, mesmo que no se

    perceba ganhos pedaggicos em curto prazo, pois quando se alimenta no outro a

    potencialidade de crescimento, ele busca sua independncia e sua auto-afirmao. Demo

    (2002, p.37) declara que possvel pesquisar e elaborar a distncia, mantendo com o

    professor ligao virtual efetiva e mesmo afetiva. Como conseqncia, a aprendizagem

    ocorrer no de forma dicotmica, distante e distorcida, mas pelo contrrio, interligada

    e interdependente com todas as relaes significativas mantidas com o sujeito

    aprendente.

    Percebe-se ento, a necessidade de uma interveno pedaggica construtivista,

    que retira o educador da posio de mero transmissor de contedos e propicia aos

    educandos condies adequadas para que os esquemas de conhecimento construdos por

    eles sejam os mais adequados. Na EaD, esse modelo se mostra ainda mais apropriado.

    Ramos (2002, p.139) diz que

    ao proporcionarem ambientes de aprendizagem flexveis mas, simultaneamente, exigentes, cujo grau de sucesso muito dependente do

    trabalho individual que cada aprendente tem de desenvolver, os sistemas de

    eLearning apontam claramente para a adoo de abordagens que exploram

    intensivamente os conceitos construtivistas de aprendizagem, bem como as

    estratgias de tipo problem-based learning.

    O ensino, na maioria das vezes, tem sido autoritrio: o professor quem

    determina o que o aluno deve aprender, e como este deve responder s questes

    postas nas avaliaes, sendo um mero reprodutor de idias alheias. Este autotoritarismo

    educacional um reflexo da educao e/ou orientao vinda da famlia e do meio social

    de sua convivncia. Como as instituies de ensino costumam dar poucas oportunidades

    de escolha e de deciso, o indivduo se torna dependente e com caractersticas

    marcantes de mero reprodutor. Na modalidade de ensino a distncia, este aspecto

    precisa ser (re)pensado e imediatamente re(adequado). Para isso, exige-se do educando

    a capacidade de:

    a) estabelecer contatos, por si mesmo, com fatos e idias, analisando-as;

    b) compreender fenmenos e contedos;

    c) planejar, por iniciativa prpria, aes em busca de solues de problemas;

    d) desenvolver atividades que possibilitem manejar as informaes

    mentalmente, de forma independente.

  • Na aprendizagem autnoma, identificam-se trs componentes que

    desempenham importante papel em todo o processo: o componente do saber, o do saber

    fazer e o do querer. Silva (2004) elenca trs componentes necessrios para a

    aprendizagem autnoma, que so: o saber, o saber fazer e o querer.

    a) Componentes do saber: no se trata de um saber terico aprendido, e sim de

    um saber relativo a si mesmo, saber sobre o seu prprio processo de

    aprendizagem, com suas facilidades e dificuldades, pois o aprendizado no

    ocorre pela razo e sim por inspiraes. O saber envolve conhecimentos

    necessrios execuo de uma prtica. Entretanto, para poder ser capaz de

    execut-la, preciso saber fazer. Portanto, fica claro que, ao conhecimento,

    alia-se a habilidade do indivduo.

    b) Componentes do saber fazer: partindo do pressuposto de que todo

    conhecimento sobre o processo de aprendizagem est naturalmente

    disposio de uma aplicao prtica, o saber sobre o seu processo de

    aprendizagem, deve ser convertido em um saber fazer. Contudo o educando

    deve ser conscientizado de que se trata de um processo de construo e

    reconstruo, pois as modificaes devero ser efetuadas a partir da sua

    prtica, que sempre est a exigir o saber fazer.

    c) Componente do querer: o desejo de aplicar algo de fundamental

    importncia para que se obtenha sucesso, ou seja, o educando precisa estar

    convencido das vantagens da aprendizagem autnoma. O educador

    somente o gestor do processo didtico. preciso atentar que o desafio do

    educando e do educador em busca do aprender a aprender no algo

    simples, e ainda mais quando na modalidade de ensino a distncia.

    No basta ao educando ter cincia da aprendizagem autnoma; tarefa

    primordial do educador buscar a conexo entre o saber, o saber fazer e o querer. Essa

    conexo, primaz prxis pedaggica contextualizada, sem dvida contribui para que a

    aprendizagem seja prazerosa, desafiadora, estimulante e, sobretudo, construtiva,

    obtendo do educando uma atitude aprendente, investigativa e fundamentalmente

    persistente.

  • Estratgias

    Apesar das inmeras experincias com educao a distncia, realizadas por

    diversas instituies de ensino, nos mais variados nveis, a metodologia adequada para

    esta modalidade ainda est em evoluo.

    Ramos (2002, p.139-140) afirma que o ensino a distncia articula-se bem com

    os princpios das teorias de aprendizagem mais contemporneas, influenciadas por

    Vygotsky, que realam a importncia da participao ativa dos aprendentes no processo

    de construo do conhecimento ao nvel individual. Para os autores as estratgias

    metodolgicas utilizadas em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) podem ser

    de dois tipos: sncronas e assncronas. As estratgias sncronas se caracterizam por

    flexibilizar a distncia, mas no a temporalidade, o que exige a simultaneidade de

    acesso ao AVA pelo professor e pelo estudante. As estratgias assncronas, ao contrrio,

    permitem no s a flexibilidade da distncia quanto a flexibilidade temporal. Exemplos

    de recursos que permitem a interao assncrona so: chat, e-mail e frum.

    Independente dos recursos utilizados imprescindvel ao professor, na

    condio de orientador de estudos na modalidade a distncia, algumas competncias,

    tais como visto em Luz, Riccio e Silva (2005, p.103-104):

    a) Competncias tcnicas:

    - Domnio dos recursos tecnolgicos utilizados no curso;

    - Capacidade de socializao desses saberes com os cursistas;

    - Domnio de procedimentos para confeco de relatrios tcnicos sobre o

    desenvolvimento do curso.

    b) Competncias gerenciais:

    - Habilidade de planejamento em curto e mdio prazos;

    - Prontido na formulao de estratgias para o redimensionamento de

    problemas;

    - Autonomia na tomada de decises.

    c) Competncias pedaggicas:

    - Domnio do contedo de gesto de sistemas e unidades escolares;

    - Habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante;

    - Disposio para continuar aprendendo;

    - Domnio de tcnicas motivacionais aplicveis a EaD;

    - Domnio e conhecimento dos recursos didticos disponveis;

    - Domnio dos critrios e da perspectiva de avaliao embutidos no curso.

  • Deve-se estar ciente de que as competncias do professor no so suficientes

    para que a aprendizagem se efetive. Como dito anteriormente, o estudante necessita de

    trs componentes para desenvolver sua aprendizagem autnoma, que so: o saber, o

    saber fazer e o querer. Entretanto, requerido ao professor que busque orientar o

    estudante na organizao dos estudos, com o objetivo de dar-lhe autonomia no

    aprendizado. Gonzalez (2005, p.48-49) salienta algumas aes que possibilitam a busca

    desta autonomia, entre elas esto as citadas a seguir:

    a) Incentivar a distribuio do tempo disponvel para as atividades propostas,

    distribuindo-o entre leituras, pesquisas e tarefas;

    b) Orientar o uso de tcnicas de resumo e fichamento do material estudado;

    c) Estimular a discusso sobre os temas abordados com outros coletas de turma;

    d) Reforar a busca de informaes oriundas de outras fontes;

    e) Orientar o cumprimento de prazos para entrega de atividades;

    f) Incentivar a busca de ajuda com o professor;

    g) Comunicar-se habitualmente com os estudantes, sobretudo com aqueles que

    apresentam maiores dificuldades para prosseguir os estudos ou no uso do

    AVA.

    De um modo geral, preciso buscar desmistificar a idia de ensino distante e

    sem comprometimento que muitos tm da EaD, transformando o ambiente de

    aprendizagem, mesmo sendo on-line em um ambiente real e prximo do educando. E,

    para isso, s preciso ser e agir como um verdadeiro educador.

    Um exemplo de caso

    Um exemplo de como as estratgias construtivistas so viveis e efetivas no

    ensino a distncia, a proposta pedaggica do curso de aperfeioamento em Gesto do

    Conhecimento (GC), que est sendo construdo como projeto da disciplina Educao a

    distncia, do Programa de Ps-graduao em Educao (PPGE) da Faculdade de

    Educao (Faced), da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O curso em construo

    contempla um dos objetivos especficos do Projeto Gesto do Conhecimento no Cenrio

    Brasileiro: espao de produo do conhecimento e (in)formao de gestores, vinculado

    Redpect (Rede Cooperativa de Pesquisa e Interveno em (In)formao, Currculo e

    Trabalho). Este projeto tem como propsito geral contribuir para a construo do

    conhecimento na rea de Cincia da Informao, tomando a GC e os respectivos

  • espaos de (in)formao e trabalho dos gestores do conhecimento, no Brasil, para uma

    investigao que contraste o regional/nacional com o global. O objetivo do curso a

    formao de gestores do conhecimento, sobretudo aqueles que esto inseridos no

    cenrio acadmico. um curso de aperfeioamento de formao inicial, na modalidade

    a distncia, com durao de 180 h, sendo 90 h de formao bsica e 90 h de formao

    especfica (GC em organizaes educativas e GC em organizaes virtuais). A

    formao bsica subdividida em trs mdulos: Mdulo I Retrospectiva de GC,

    Mdulo II Referenciais de GC e Mdulo III GC como atividade humana.

    Como suporte ao processo de ensino-aprendizagem, o curso utiliza o AVA

    (Ambiente Virtual de Aprendizagem) Moodle, que recomendado pela Cead (Comisso

    interinstitucional de educao a distncia) da Ufba, e est em conformidade com as

    polticas pblicas de uso de software livre. O Moodle, por ser um sofware livre, no tem

    custo de aquisio nem de manuteno, e tambm permite que seja possvel

    implementar as customizaes necessrias ao curso, j que seu cdigo aberto. Alm

    disso, o Moodle foi concebido com a filosofia social construtivista, o que possibilita

    fornecer um suporte mais apropriado proposta pedaggica do referido curso

    (MOODLE, s.d.).

    O curso vem sendo construdo de modo colaborativo, com base na

    aprendizagem coletiva (FROES BURNHAM, 2000), por estudantes do PPGE, da

    Faced/Ufba, tendo sido iniciado no segundo semestre letivo de 2006. Atualmente, est

    em progresso o desenvolvimento da segunda etapa de construo deste curso, que

    objetiva revisar o contedo, a esttica, a linguagem, e, principalmente, as estratgias

    metodolgias, buscando a consonncia com as demandas de um aprendizado autnomo.

    A proposta pedaggica deste curso visa promover a participao ativa do

    cursista, buscando construo de sua autonomia como aprendiz. Para isso, este curso

    prope algumas estratgias bastante inovadoras:

    a) Permite que o cursista interfira na construo dos contedos

    apresentados. Cada contribuio avaliada pelo professor, que sugere

    ajustes ao contribuidor at que o novo contedo possa ser

    disponibilizado para os demais cursistas;

    b) Prope a construo de uma proposta de interveno de gesto do

    conhecimento aplicvel ao ambiente de trabalho do cursista;

  • c) Disponibiliza a possibilidade do cursista criar um avatar (Second Life)1,

    com o objetivo de lhe dar mais liberdade de inferir sobre as diversas

    questes do curso, incluindo as atividades propostas;

    d) Prioriza atividades de construo coletiva de textos e projetos, com

    feedback

    Alm disso, toda a interao com o cursista durante o curso prioriza a

    dialogicidade, fazendo com que este se sinta prximo do professor, mesmo este estando

    distante fisicamente. Demo (2002, p.179) afirma que existe presena virtual, e que os

    internautas vivem isso de modo profundo e constante. Segundo o autor, possvel

    aprender a distncia desde que se possa manejar possibilidade de orientao e avaliao

    por parte do professor, e processos reconstrutivos polticos no aluno, pela via sobretudo

    da pesquisa e elaborao prpria (p.179).

    Consideraes finais

    A aprendizagem autnoma facilita e engrandece o processo de

    aprendizagem, pois s aprendemos o que desejamos. O que imposto, memorizamos e

    posteriormente desprezamos. No ensino a distncia, essa uma condio essencial para

    que tal modalidade possa progredir.

    Na aprendizagem autnoma, os erros so contribuies preciosas para

    agregar novos conhecimentos. Atravs de descobertas, os educandos identificam seus

    erros, sendo conduzidos de forma prazerosa aos acertos e ao desenvolvimento de novas

    aprendizagens.

    Esta perspectiva de aprendizagem proporciona a libertao do ato de

    aprender, independente de modalidade de ensino, conduzindo formao de indivduos

    autnomos, crticos e criativos. Em outras palavras, um cidado que no pense de forma

    fragmentada, mas de forma sistmica. S assim sero sujeitos de sua prpria

    aprendizagem.

    1 Avatar uma representao criada no software Second Life (cf. www.secondlife.com), que simula um

    mundo virtual em 3-D. Este software foi desenvolvido em 2002 pelo engenheiro americano Philip

    Rosedale, da empresa Linden Lab.

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