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I SEMINARIO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – SID/PIBID, Barretos. v. 1, n.1, março 2015. Anais… O ENSINO DE CIÊNCIAS ATRAVÉS DA CONSTRUÇÃO DE UMA FEIRA DE CIÊNCIAS 1 Beatriz A. Resende; Jaína da Silva Mantelli 2 ; Vágner R. de A. Pereira 3 ; Lindamar Maria de Souza 4 ; Kátia C. V. Catani 5 . RESUMO A construção de feiras de ciências visa a melhoria do ensino e aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade dos alunos a assimilarem conteúdos abstratos por meio da prática com experimentos. A Feira foi construída pelos próprios alunos do 7º ao 9º ano da Escola Estadual Professora Paulina Nunes de Moraes com o auxilio de professores e alunos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), utilizando-se materiais simples e de fácil manuseio. Os experimentos de química e/ou de outras disciplinas que foram realizados durante a exposição o que atraiu, incentivou e despertou o interesse dos próprios alunos participantes e de alunos de outras escolas que visitaram a Feira. A prática relacionada com a teoria de conteúdos trabalhados em sala de aula aprofundou o conhecimento dos alunos além de desenvolver a linguagem cientifica através das explicações de cada experimento realizado. Palavras-chave: Ensino e aprendizagem; Química; Experimentação. I – INTRODUÇÃO O Projeto Feira de Ciências tem por finalidade desenvolver experimentos, para comprovar com a teoria, facilitando o conhecimento do aluno, para o conteúdo de química. Não havendo uma articulação entre os dois tipos de atividade, isto é, a teoria e a prática (aplicação), os conteúdos teóricos não se tornam tão atraentes e relevantes à 1 Trabalho realizado com o apoio material e financeiro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. 2 Estudantes do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB. 3 Professor Me. Do Curso de Licenciatura em Física, do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB e Coordenador do Pibid/2013 Unifeb Subprojeto Interdisciplinar. 4 Professora Dra. do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB e Coordenadora do Pibid/2013 Unifeb Subprojeto Interdisciplinar. 5 Professor Supervisor Pibid/2013 Unifeb Subprojeto Interdisciplinar

o ensino de ciências através da construção de uma feira de ciências

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O ENSINO DE CIÊNCIAS ATRAVÉS DA CONSTRUÇÃO DE UMA FEIRA DE

CIÊNCIAS1

Beatriz A. Resende; Jaína da Silva Mantelli2; Vágner R. de A. Pereira3; Lindamar Maria de Souza4; Kátia C. V. Catani5.

RESUMO

A construção de feiras de ciências visa a melhoria do ensino e aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento da capacidade dos alunos a assimilarem conteúdos abstratos por meio da prática com experimentos. A Feira foi construída pelos próprios alunos do 7º ao 9º ano da Escola Estadual Professora Paulina Nunes de Moraes com o auxilio de professores e alunos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), utilizando-se materiais simples e de fácil manuseio. Os experimentos de química e/ou de outras disciplinas que foram realizados durante a exposição o que atraiu, incentivou e despertou o interesse dos próprios alunos participantes e de alunos de outras escolas que visitaram a Feira. A prática relacionada com a teoria de conteúdos trabalhados em sala de aula aprofundou o conhecimento dos alunos além de desenvolver a linguagem cientifica através das explicações de cada experimento realizado.

Palavras-chave: Ensino e aprendizagem; Química; Experimentação.

I – INTRODUÇÃO

O Projeto Feira de Ciências tem por finalidade desenvolver experimentos, para

comprovar com a teoria, facilitando o conhecimento do aluno, para o conteúdo de química.

Não havendo uma articulação entre os dois tipos de atividade, isto é, a teoria e a

prática (aplicação), os conteúdos teóricos não se tornam tão atraentes e relevantes à                                                                                                                1 Trabalho realizado com o apoio material e financeiro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. 2 Estudantes do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB. 3 Professor Me. Do Curso de Licenciatura em Física, do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB e Coordenador do Pibid/2013 –Unifeb – Subprojeto Interdisciplinar. 4 Professora Dra. do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB e Coordenadora do Pibid/2013 –Unifeb – Subprojeto Interdisciplinar. 5 Professor Supervisor – Pibid/2013 –Unifeb – Subprojeto Interdisciplinar

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formação do indivíduo. Assim, contribuirão de forma restrita, ao mesmo tempo em que os

alunos não verão de forma ampla sua aplicabilidade, e isso dificultará o desenvolvimento

cognitivo desses alunos, gerando apatia e distanciamento entre eles e as disciplinas

supracitadas (BENIGNO, 2013 apud VALADARES, 2001; BENITE; BENITE, 2009).

Segundo Frota, Martins e Mezzari (2011), utilizar a feira de ciências como estratégia

de ensino, deixa os alunos motivados, pois a pratica de experimentos desperta maior

interesse pelos conteúdos de química, podendo ampliar os seus conhecimentos.

De acordo com Dorn e Gadéa (2011), relacionar os conteúdos da disciplina de

química com o cotidiano do aluno através da pratica de experimentos, contribui para o

processo de ensino-aprendizagem, que ajuda a construir o seu conhecimento cientifico

assim, o mesmo pode constituir uma visão mais ampla sobre os fenômenos relacionados

com o seu dia a dia.

Os objetivos específicos deste trabalho são: contribuir para o avanço do

desenvolvimento cognitivo dos alunos; valorizar as atividades experimentais, na formação

cientifica do estudante; demonstrar os experimentos, relacionando-os com as aulas teóricas

a partir da análise dos fenômenos do cotidiano.

O objetivo geral deste trabalho é facilitar a aprendizagem dos alunos, relacionando a

teoria abstrata com algo prático e pertencente ao cotidiano do aluno, para auxilia- lo na

compreensão da disciplina.

II – METODOLOGIA

A Feira de Ciências realizada na Escola Estadual Professora Paulina Nunes de

Moraes situada na cidade de Barretos-SP, ocorreu nos dias de 17,18 e 19 de novembro de

2014 e denominada como II Paulina em Foco, onde foram expostos experimentos simples e

de baixo custo de algumas disciplinas, realizados pelos alunos do 7º ao 9º ano, com o apoio

dos professores e bolsistas de iniciação á docência.

Aos alunos que ficaram responsáveis pelos experimentos relacionados aos

fenômenos químicos, foi solicitado que pesquisassem sobre os temas trabalhados em sala

de aula para que eles pudessem aprofundar seus conhecimentos através das

demonstrações práticas de experimentos.

Após a escolha espontânea dos temas e experimentos, os bolsistas do PIBID foram

para a sala de multimídia com os alunos para a elaboração da lista de materiais

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necessários, procedimentos e explicações dos experimentos de química. A busca foi

realizada na internet, em sites com informações confiáveis o que proporcionou êxito durante

a realização dos experimentos na Feira.

Os materiais utilizados como vidrarias e reagentes foram disponibilizados pela

Escola aos alunos responsáveis por cada experimento, sob a supervisão dos professores e

bolsistas.

A Feira foi realizada no anfiteatro da Escola, que é uma sala arejada contendo

espaço suficiente para a acomodação de todas as exposições e visitantes.

Na exposição de Química foram expostos alguns experimentos como: Cascata de

Fumaça, Garrafa azul, Sangue do diabo, Sopro mágico, Leite psicodélico, Elevador de

naftalina segue figura abaixo.

Figura 01. Experimentos de Química realizados durante a Feira.

Materiais e procedimentos em anexos.

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Os alunos elaboraram juntamente com os bolsistas de iniciação à docência a

explicação dos experimentos realizados durante a Feira “II Paulina in Foco” para os alunos

visitantes, comunidade e mídia local.

III - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Benigno (2013), o uso de experimentos influencia na aprendizagem dos

estudantes, o que para Dorn e Gadéa (2011), isso ajuda a desenvolver o conhecimento

cognitivo dos alunos. De acordo com Martins e Mezzari (2011), a prática de experimentos

desperta maior interesse pelos conteúdos, podendo ampliar os seus conhecimentos.

Pode-se observar que a construção do projeto da Feira de Ciências foi uma atividade

que contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento cientifico do aluno por meio dos

estudos realizados e da motivação ao estudo, ampliando sua visão teórica, proporcionando

uma oportunidade de conhecer e realizar experimentos e também relacionar a prática com a

teoria, mostrando o conteúdo de uma forma “divertida”, visando despertar o interesse dos

alunos pela química e também estimular á comunicação verbal entre os integrantes e

visitantes da Feira.

IV – CONCLUSÕES

Em virtude dos fatos mencionados e das observações realizadas, registradas e

analisadas durante todo o processo do Projeto Feira de Ciências conclui-se que foi capaz de

criar um ambiente propicio e ampliação e desenvolvimento do conhecimento cientifico dos

alunos, pois tiveram a oportunidade de interagir, conhecer, realizar e explicar alguns

experimentos de química

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao UNIFEB e aos coordenadores por nos privilegiar com a

participação desse projeto de iniciação à docência, e ao apoio financeiro da CAPES.

REFERÊNCIAS BENIGNO, A.P.A. et al. A utilização de materiais de baixo custo e de fácil aquisição para a realização de experimentos de química para alunos das series iniciais (6º - 9º ANO): uma ferramenta como descoberta da química - oficina. Revista EXTIFAL. V.1, n.1, 2013. Disponível em:< file:///D:/Users/Usuario/Downloads/154-589-1-PB%20(1).pdf > Acessado em: 06/02/2015.

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DORN, R. C.; GADÉA, S. J. S. Alfabetização científica: Pensando na aprendizagem de Ciências nas séries iniciais através de atividades experimentais. Experiências em Ensino de Ciências, V. 6, n. 1, p.113-131, 2011. Disponível em: < http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID136/v6_n1_a2011.pdf> Acesso em: 07/02/2015 FROTA, P. R. O.; MARTINS, M. C.; MEZZARI, S. Feiras multidisciplinares e o ensino de Ciências. Revista Electrônica de Investigación y Docencia. Outubro, p.107-119, 2011. Disponível em:< http://www.ujaen.es/revista/reid/monografico/n1/REIDM1art7.pdf> Acesso em: 07/02/2015

ANEXOS

Materiais e procedimentos dos experimentos de Química realizados na Feira de Ciências.

A. Cascata de Fumaça:

Materiais Utilizados: 01 garrafa pet transparente; folhas de papel sulfite; fósforo; tesoura. Procedimentos:

1. Fazer um furo de aproximadamente 1cm na garrafa pet; 2. Enrolar a folha de papel sulfite em forma de um canudo; 3. Colocar o papel enrolado no furo, colocando fogo na ponta.

Dessa forma, a fumaça que tinha a tendência em subir, desce em formato de uma

cascata, pois o canudo funciona com um reesfriador, deixando a fumaça mais densa do que o ar presente no interior da garrafa.

B. Garrafa Azul:

Materiais utilizados: 01 balão volumétrico; 01 funil; béqueres; 01 espátula;01 proveta; água destilada; soda cáustica; glicose; azul de metileno a 1%. Procedimentos:

1. Coloque 180 mL de água destilada no balão volumétrico; 2. Adicione 3,5 g da soda e dissolva-a completamente, agitando o balão; 3. Espere que o sistema esfrie; 4. Acrescente 6,0 g de glicose; 5. Coloque, por último, cerca de 10 gotas de azul de metileno no balão

volumétrico; 6. Deixe o sistema em repouso; 7. Agite bem o balão e observe o que acontece. Depois, deixe-o em repouso e

veja a alteração da cor.

Após realizar todos os procedimentos, ao agitar o balão volumétrico o liquido fica azul e com o passar o tempo, o liquido volta a ficar transparente.

C. Sangue do Diabo:

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Materiais utilizados: 02 béqueres; 01 bastão de vidro; 01 pipeta; 01 proveta; 01 espátula; 01 seringa; 01 secador de cabelo; álcool; água destilada; amoníaco; fenolftaleína. Procedimentos:

1. Coloca-se 50ml de álcool no béquer, adicionando 01 espátula de fenolftaleína;

2. Coloca-se 100ml de água destilada no segundo béquer; 3. Mistura-se o liquido do béquer 01 com a água do béquer 02; 4. Adicione 01 espátula de amoníaco.

Após realizar todos os procedimentos, utiliza-se a seringa para jogar o liquido

vermelho em uma superfície branca, com a ajuda do secador de cabelo o liquido vermelho fica transparente, pois a amônia presente no amoníaco desaparece, e a mistura deixa de ser básica, voltando a ser neutra. A fenolftaleína, que estava vermelha, volta a ser branca.

D. Sopro Mágico: Materiais utilizados: 02 béqueres; 01 espátula; canudinhos; água destilada; álcool, bicarbonato de sódio; fenolftaleína.

Procedimentos: 1. Colocar em um béquer, 50 ml de água ,e duas espátulas de bicarbonato de

sódio; 2. Colocar no outro béquer 50 ml de álcool, acrescentando 01 espátula de

fenolftaleína; 3. Misturar o líquido dos dois béqueres. 4. Colocar os canudinhos e pedir para um aluno soprar (soltar gás carbônico).

A fenolftaleína é um indicador de acidez. A mistura de fenolftaleína com bicarbonato

de sódio fica com coloração rosa, pois é uma solução básica. Ao pedir para o aluno soprar a solução, ele vai liberar gás carbônico que ao reagir

com a solução, vai tornando-se transparente, pois deixa de ser básica e torna-se uma solução ácida.

E. Leite Psicodélico: Materiais utilizados: 01 prato; leite; corantes alimentícios; detergente. Procedimentos:

1. Colocar leite no prato pela metade; 2. Pingar gotas de corantes de cores variadas sobre o leite; 3. Acrescentar poucas gotas de detergente.

Observa-se que o quando acrescentam os corantes alimentícios no leite, eles não

são dissolvidos, pois existe gordura no leite, mas que são destruídas quando entra em contato com o detergente, assim o detergente dissolve a mistura de leite e corante.

F. Elevador de Naftalina: Materiais utilizados: 01 proveta; bolinhas de naftalina; água destilada; vinagre; bicarbonato de sódio; 01 espátula, corantes alimentício. Procedimentos:

1. Colocar água destilada na proveta, um pouco mais do que a metade;

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2. Colocar aproximadamente 20ml de vinagre dentro da proveta; 3. Adicionar 01 espátula de bicarbonato de sódio; 4. Adicionar bolinhas de naftalina dentro da proveta; 5. Colocar corante alimentício (opcional).

Após todos os procedimentos, observa-se que o bicarbonato de sódio ao entrar em

contato com o vinagre forma umas bolhas que se segura nas bolinhas de naftalina levando-as para a superfície da proveta.