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Vitórias e desafios no mundo do trabalho No último dia 9 de maio, por dez vo- tos a zero, em votação unânime, o Su- premo Tribunal Federal entendeu como constitucional o sistema de cotas raciais de reserva a estudantes negros vagas proporcionais em universidades públicas brasileiras. PÁGINA 3 Um Pacto contra a discriminação racial O movimento sindical unido contra o racismo o INSPIR está elaborando um Pacto Nacional pela Igualdade nas Relações de Trabalho com um conjunto de cláusulas a serem apresenta- das pelas centrais ao setor patronal, cobrando deles o compromisso pela sua implementação em todos os setores da economia. PÁGINA 3 PÁGINA 3

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Vitórias e desafios no mundo do trabalho

No último dia 9 de maio, por dez vo-tos a zero, em votação unânime, o Su-premo Tribunal Federal entendeu comoconstitucional o sistema de cotas raciaisde reserva a estudantes negros vagasproporcionais em universidades públicasbrasileiras.

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Um Pacto contra adiscriminação racial

O movimento sindicalunido contra o racismo

o INSPIR está elaborando um Pacto Nacionalpela Igualdade nas Relações de Trabalho comum conjunto de cláusulas a serem apresenta-das pelas centrais ao setor patronal, cobrandodeles o compromisso pela sua implementaçãoem todos os setores da economia.

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INSPIR é o Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial. Criado em 1995 é uma entidade de assessoramento do movimento sindical naluta contra a discriminação racial e pela promoção da igualdade racial nas relações de trabalho. Para cumprir sua missão o INSPIR pode (e deve)estabelecer parcerias com entidades sindicais brasileiras e de outros países, com governos ou organizações da sociedade civil. Compõe a sua diretoriarepresentantes das seguintes entidades: Central Única dos Trabalhadores – CUT; Força Sindical – F.S. -; União Geral dos Trabalhadores – UGT;American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations – AFL-CIO e a Confederação Sindical das Américas que reúne as centraissindicais de todo o continente.

A direção do INSPIR é composta por:

Presidente Ramatis Jacino, professor, CUT. Tesoureira: Cleonice Caetano Souza, comerciaria, UGT Vice Presidente Joslyn N. Williams; AFL-CIÓSecretário Geral: Francisco Carlos Quintino da Silva, químico, FS Victor Báez Mosqueira; CSA-CSI 

CONSELHO DELIBERATIVOTelma Aparecida de Andrade Victor; Marcos Benedito da Silva; Wagner José de Souza; Ana Cristina da Silva Duarte; Adalberto Souza Galvão; Helena

Henrique Guilherme Alves; Jana Silverman;Terry Lapinsky; Leandra Perpétuo; Amanda Villatoro.

CONSELHO FISCALRosana Aparecida da Silva; Pedro Baptista Barbosa;Magno Rogério Carvalho Lavigne; Rosilânia Correia Lima; Oséas Claudinei Marques;José Brás

da Silva; Willian Lucy; ina Abbott, Michigan State; Ivan González; Rafael Freire Neto.

CONSELHO SINDICALLuiz Mendes; Glória Maria Alves Ramos; Maria Julia Reis Nogueira; Cremilda Bastos Cravo; Flavia Delfino dos Santos; Alexandre Santos da Silva;

Sofia Rodrigues do Nascimento; Delmo Idelfonso dos Santos; José Brás da Silva; Fred Redmond; 11) Norma Hill 

CONSELHO CONSULTIVO:Vicente Paula da Silva (Vicentinho); José de Arimatéia Bernardes; Valdir Vicente de Barros; Vicenta Maria de Oliveira; Nilson do Carmo Pereira;

João Afonso de Oliveira; Márcia Conceição dos Santos; Ivan César de Carvalho Braga; José Ricardo dos Santos Silva; Nadir de Souza; Neide AparecidaFonseca; Djalma de Paula; José Roberto da Silva; João Afonso Lacerda; Sandércio Benjamim dos Santos; Maria Aparecida Pinto; Gênesis de Souza. 

Diagramação e arte final: Jornal O Popular (MG)Impressão: BangrafTiragem: 5.000 exemplares

Editorial

O Brasil vive um momento muito especial.Em 2013 vamos completar dez anos de umcrescimento econômico extraordinário e umprocesso de inclusão social nunca visto na históriado nosso país.

Para os trabalhadores e trabalhadoras negrosas mudanças também foram enormes, seja naspolíticas generalistas do governo federal, queatinge a população mais pobre,consequentemente os negros, seja nas políticasespecificas de promoção da igualdade racial, quetêm na criação da SEPPIR o seu grande símbolo.

O recente posicionamento do Supremo, queconsiderou constitucional as cotas nas universi-dades, significou mais um avanço rumo a umasociedade com verdadeira democracia racial ederrota avassaladora à direita racista, quecontinua tentando impedir que o Estado brasilei-ro pague a secular dívida com os descendentesdaqueles que por quase quatro séculos construí-ram a riqueza, sem ter nada em troca.

Apesar dos avanços, no entanto, aindavivemos um país extremamente injusto e omercado de trabalho permanece discriminandohomens e mulheres negros, pagando saláriosinferiores, privilegiando trabalhadores brancosnas contratações e nas promoções, comodenunciam tanto pesquisas de entidades sindi-cais, como o DIEESE, como de organizaçõespatronais, como o Instituto Ethos.

O movimento sindical brasileiro à mais deuma década têm dado mostras de unidade naluta contra a discriminação racial nas relações detrabalho. A criação do INSPIR, em 1995 é ogrande exemplo de que, a despeito de nossasdiferenças, a luta por um país sem racismo ediscriminação é consenso entre dirigentessindicais, pois a divisão dos trabalhadores sóinteressa àqueles que querem manter a explora-ção e os privilégios das oligarquias que, desde operíodo colonial, hegemoniza o poder econômicoe político.

O INSPIR foi criado pelas centrais sindicaispara ser uma ferramenta na construção de ummercado de trabalho – portanto de uma socieda-de – mais igualitária e justa, em que o trabalha-dor e a trabalhadora sejam avaliados pelos seusméritos e não pela cor da pele.

A comunicação, a troca de informações, odebate a respeito das estratégias de combate adiscriminação são fundamentais para o avançoda nossa luta. Para atender a tarefa que lhe foidada pelas centrais sindicais o INSPIR, dá início apublicação deste jornal, de periodicidade quinze-nal e espera a colaboração, a crítica e a divulga-ção do sindicalistas de todo o Brasil.

Contamos com você!

Ramatis Jacino, presidente do INSPIR

Expediente:

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Inspir:Por umasociedademais justa

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Centrais sindicais participam de audiência com Ortiz, na SERT

No último dia 9 de maio, por dez votos a zero,em votação unânime, o Supremo Tribunal Federalentendeu como constitucional o sistema de cotasraciais de reserva a estudantes negros vagas pro-porcionais em universidades públicas brasileiras.

Relator da ação, o ministro RicardoLewandowski, em seu parecer afirmou que “To-dos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-quer natureza”.

Negros comemoram a manutenção do sistema de cotas pelo STFPara que a “igualdade material” seja levada a

cabo, defendeu o ministro, o estado pode adotar aschamadas “ações afirmativas”, das quais as cotasraciais são o exemplo mais notório.

Os ministros disseram que as cotas raciais nãoferem a Constituição, tratando-se de uma argumen-tação jurídica solidamente embasada. Contra ela,não há o que arguir. Menos certo é que as cotasraciais sejam a ferramenta mais adequada para al-cançar os objetivos igualitários com elas buscados.

Joaquim Barbosa, único integrante negro STF,acompanhou os seus colegas e votou pela validadedo sistema de cotas raciais para ingresso no ensinosuperior.

Segundo ele, as ações afirmativas tentam neu-tralizar “efeitos perversos” da discriminação racial:“As medidas visam a combater a discriminação defato, de fundo cultural, como é a brasileira. Arraiga-

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STF

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da, estrutural, absolutamente enraizada na socie-dade. De tão enraizada as pessoas nem a percebem,ela se normaliza e torna-se uma coisa natural.”

Para ele, o preconceito contra os negros se dápara manter eventual posição privilegiada na socie-dade.

A ação, proposta pelo Democratas em 2009,questiona o preenchimento de 20% das vagas daUniversidade de Brasília (UnB) pelo critério racial.Para concorrer às vagas, os candidatos devem sedeclarar negros, cabendo a uma banca universitá-ria julgar se esta é ou não a condição deles.

Joaquim Barbosa nasceu em Paracatu, no-

roeste de Minas Gerais.

Aos 16 anos foi sozinho para Brasília e em-

pregou-se na gráfica do Correio Braziliense,

momento em que terminou o segundo grau.

Obteve seu bacharelado em Direito

na Universidade de Brasília, onde, em segui-

da seu mestrado em Direito do Estado.

Foi Oficial de Chancelaria do Ministério

das Relações Exteriores (1976-1979), tendo

servido na Embaixada do Brasil

em Helsinki,Finlândia.

Prestou concurso público para procurador

da República, e foi aprovado. Licenciou-se do

cargo e foi estudar na França, por quatro anos,

tendo obtido seu mestrado e doutorado am-

bos em Direito Público, pela Universidade de

Paris-II.

Embora se diga que ele é o primeiro negro

a ser ministro do STF, ele foi, na verdade, o

terceiro, sendo precedido por Hermenegildo

de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de

1907 a 1921).

Na manhã desta terça-feira (22), Carlos Andreu Ortiz,

Secretário Estadual do Emprego e Relações do Traba-

lho de São Paulo, realizou audiência com a presença

das centrais sindicais de São Paulo: Força Sindical, CUT,

UGT, CTB, CGTB e Nova Central com objetivo de apre-

sentar sua equipe de trabalho na SERT/SP. Ortiz rela-

cionou os programas que a secretaria tem e a neces-

sidade de maior interação com as centrais sindicais,

“a Secretaria do Emprego na minha gestão, pretendo

ampliar muitas ações e, sobretudo inovar com diálo-

go permanente com as representações dos trabalha-

dores”, disse Ortiz.

O secretário destacou também o programa Selo

Paulista da Diversidade, coordenado por Luciano

Martins Lourenço, lembrou que a política do Selo tem

como objetivo principal destacar as boas práticas das

empresas na inclusão de Diversidade em seus ambi-

entes e em sua empregabilidade, como ação estraté-

gica a favor da competitividade e da cidadania. “Essa

certificação visa uma correção histórica, com a inclu-

são dos segmentos desfavorecidos como o da pessoa

com deficiência, a inserção maior do negro na

contratação e planos de carreira e salários, e uma

política de benefícios que atinja a diversidade sexu-

al”, realçou Ortiz.

Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindi-

cal/SP, mencionou iniciativas das Centrais Sindicais de

São Paulo para afinar a pauta reivindicações das cen-

trais na Conferencia Estadual do Trabalho Decente,

“a Conferência Nacional do Trabalho Decente,

definiação do salário mínimo regional e ainda a parti-

cipação na qualificação profissional dos trabalhado-

res de São Paulo, tem fundamental importância para

a classe trabalhadora, o diálogo com o governo do

estado está facilitado com a presença do companhei-

ro Carlos Andreu Ortiz”, citou Danilo.

Francisco Quintino, diretor Departamento de pro-

moção da Igualdade Racial da Fequimfar e secretário

geral do Inspir – Instituto Sindical Interamericano Pela

Igualdade Racial, falou da necessidade da valorização

dos trabalhadores afro-brasileiros na realização de

cursos de qualificação, e que a SERT tem como parti-

cipar ativamente da inclusão dos negros no mercado

de trabalho, “sinto-me em casa na SERT, com a pre-

sença do companheiro Ortiz, acredito que

suas ações facilitará a aplicação das políticas de

igualdade de oportunidades, especialmente no que

diz respeito a questão racial” destacou Quintino.

Djalma de Paula, presidente do Sindicato dos Quí-

micos de Rio Claro e Conselheiro do Inspir, fez a en-

trega ao secretário Ortiz do projeto de qualificação

do Sindicato de Rio Claro, “fizemos a entrega de có-

pia do projeto ao Ortiz, informando a ele que o go-

vernador Geraldo Alckmin recebeu, também cópia

numa outra audiência, agora aguardamos as provi-

dencias para a conclusão do convenio”, informa

Djalma.

A comitiva da Força Sindical/SP contou ainda com

a participação de Edson Dias Bicalho, secretário geral

da Fequimfar, José Carlos de Paula, presidente do Sin-

dicato dos Químicos de Ipaussu, Marcos Valério de

Castro, assessor técnico da Fequimfar e Força Sindi-

cal/SP, José Braz (Fofão), secretário assuntos raciais

FS/SP, Hélio Herrera Garcia (Peninha), secretário Ge-

ral da FS/SP e Carlos Vicente de Oliveira (Carlão), te-

soureiro da FS/SP.

Representantes de movi-mentos sindicais ligados aos di-reitos trabalhistas das mulheresdefenderam nesta quarta-feira(16), em audiência na Câmara,a ratificação pelo BrasildaConvenção 189 da Organiza-ção Internacional do Trabalho(OIT) e a aprovação da PEC478/10 como forma de igualar os di-reitos dos trabalhadores domés-ticos aos dos demais trabalhado-res.

A PEC 478/10 revoga o parágrafo da Constitui-ção que garante aos domésticos apenas 9 dos 33direitos trabalhistas assegurados aos trabalhado-res em geral. Já a Convenção 189 – aprovada emjunho de 2011, na Suíça – normatiza as condiçõesdos trabalhadores domésticos no mundo inteiro,equiparando seus direitos com os dos demais tra-balhadores.

Para a representante legal do Instituto Sindi-cal Interamericano pela Igualdade Racial (Inspir)Cleonice Caetano (foto), ratificar a convenção tam-bém significa acabar com o trabalho infantil que,segundo ela, começa no trabalho doméstico.

A secretária nacional da Mulher Trabalhadorada Central Única dos Trabalhadores (CUT), RosaneSilva, afirmou que o Brasil tem avançado em di-reitos desde 2003, mas citou temas “gritantes” queprecisam ser superados. “É preciso incorporar di-reitos como hora extra e seguro-desemprego aosdomésticos”, afirmou.

Seguro-desemprego, fundo de garantia e horaextra, por exemplo, não são garantidos para osmais de 7 milhões de trabalhadores domésticosno Brasil.

Votação da PECO autor da PEC 478/10, deputado Carlos Be-

zerra (PMDB-MT), reclamou da demora na vota-ção do texto. Ele disse ter esperança de que a pro-posta seja votada ainda neste primeiro semestrepela Comissão Especial sobre Igualdade de Direi-

tos Trabalhistas, responsável por analisá-la.“Essa emenda está na comissão especial des-

de o ano passado. A matéria, do meu ponto devista, é simples e já poderia ter sido aprovada pelacomissão e ido ao Plenário”, disse o deputado.

Segundo Bezerra, a diferença de direitos exis-tente hoje é uma “reminiscência” da escravidãono Brasil. “Aprovar a PEC é uma questão de Justi-ça”, declarou.

A relatora da proposta, deputada Benedita daSilva (PT-RJ), não estipulou uma data para apre-sentar seu parecer. Ela ressaltou que a redaçãoda PEC ainda está em fase de negociação e que acomissão tem o dever de entregar ao Congressoum texto que seja referência na ampliação dosdireitos dos trabalhadores domésticos.

“Estamos fazendo uma análise de impacto naPrevidência para que possamos ter um relatórioque, votado na Câmara dos Deputados, possa irpara o Senado em condição de o Senado não me-xer e de a presidenta Dilma sancionar”, declaroua deputada.

Benedita afirmou que é preciso alterar o textoatual da PEC, que apenas revoga o parágrafo úni-co da Constituição que trata dos direitos dos do-mésticos. A deputada disse temer que essa revo-gação, ao invés de ampliar direitos, provoque umvácuo legal e gere retrocesso nas conquistas dacategoria. A audiência pública desta quarta-feirafoi promovida pela comissão especial que analisaa PEC 478/10.

Movimentos sindicais pedem ampliação dedireitos dosdomésticos

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O movimento sindical brasileiro, em especial as cen-trais sindicais que compõem o INSPIR já possui umacúmulo razoável de lutas, estratégias e conquistas nosentido de combate a discriminação racial nas relaçõesde trabalho. Acordos como o do Sindicato dosComerciários de São Paulo, filiado a UGT, que estabele-ce cotas mínimas nas contratações em alguns setores docomércio, da Confederação Nacional dos Trabalhadoresdo Ramo Financeiro, filiada à CUT e os inúmeros acor-dos pontuais dos sindicatos filiados à Força Sindical sãoexemplos do amadurecimento da luta pela igualdaderacial nas relações de trabalho.

O INSPIR, cumprindo seu papel de assessorar as cen-trais e municiá-las com instrumentos para essa luta, apre-senta uma proposta que pretende dar novo e importan-te passo rumo a tão sonha igualdade entre trabalhado-res negros e brancos em todos os ramos do mercado detrabalho.

A conquista da igualdade, contudo, só é possível setratarmos os diferentes de maneira desigual, de manei-

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Pacto nacional pela igualdade nasrelações de trabalho

ra a que todos obtenham condições igualitárias de dis-putar as vagas, as promoções e as vantagens nas maisvariadas profissões. Os 350 anos de escravidão e os maisde 120 de discriminação no mercado de trabalho deixouos trabalhadores e a trabalhadoras negras em desvanta-gem, condenados aos piores trabalhos, ao desemprego,à salários inferiores e a dificuldade no acesso à qualifi-cação profissional e às promoções. Assim, além da defe-sa de igualdade de tratamento é necessário o desenvol-vimento de um conjunto de políticas afirmativas, ou dis-criminações positivas, para corrigir estas injustiças se-culares.

É com esse entendimento, que o INSPIR está elabo-rando um Pacto Nacional pela Igualdade nas Relações

de Trabalho com um conjunto de cláusulas a serem apre-sentadas pelas centrais ao setor patronal, cobrando de-les o compromisso pela sua implementação nas fábri-cas, comércios, bancos, fazendas, empresas de transpor-te, serviços, enfim, em todos os setores da economia.

Este documento, que está em fase de elaboração, já

têm acordo entre a direçãodo INSPIR, foi aprovadopela Direção Executiva Na-cional da CUT e encontra-se em estudo pelas dire-ções da UGT e da ForçaSindical.

É intenção do INSPIR,após a aprovação das cen-trais, com as alterações que por ventura ocorrerem, as-sessorar o movimento sindical no diálogo com o setorpatronal, promovendo discussões e negociações para quese comprometam com a implementação do acordo.

Você, dirigente ou ativista sindical, filiado a CUT, For-ça Sindical, UGT, ou a qualquer outra central, pode con-tribuir com a construção deste Pacto. Mande sua suges-tão para o INSPIR pelo e-mail [email protected] e aju-de a construir este importante instrumento em defesada justiça e da melhoria das condições de trabalho paranegros e brancos, homens e mulheres de todo o Brasil.

A conquista daigualdade,contudo, só épossível setratarmos osdiferentes demaneiradesigual, demaneira a quetodosobtenhamcondiçõesigualitárias dedisputar asvagas, aspromoções e asvantagens nasmais variadasprofissões.