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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS MONOGRAFIA DE BACHARELADO O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS Luiz Henrique Santanna Barbosa Matrícula Nº.: 2005.2.05200-11 Orientador: Prof. Dr. Jorge de Abreu Soares Este trabalho constitui um quesito necessário à conclusão do Curso de Administração e Finanças. RIO DE JANEIRO 2009

O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

MONOGRAFIA DE BACHARELADO

O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA

COMPETITIVA: UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

Luiz Henrique Santanna Barbosa

Matrícula Nº.: 2005.2.05200-11

Orientador: Prof. Dr. Jorge de Abreu Soares

Este trabalho constitui um quesito necessário à conclusão

do Curso de Administração e Finanças.

RIO DE JANEIRO

2009

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O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA

COMPETITIVA: UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

Luiz Henrique Santanna Barbosa

Orientador: Prof. Dr. Jorge de Abreu Soares

Monografia Apresentada junto ao curso de Administração e

Financas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

como quesito necessário à obtenção do título de Bacharel

em Administração de Empresas. Este trabalho será

apreciado por uma Banca Examinadora constituída pelos

seguintes professores(as):

_________________________________

Prof. Dr. Jorge de Abreu Soares

_________________________________

Prof. Ricardo Motta

_________________________________

Prof. Dr. Gustavo Bayer

Rio de Janeiro 01 de Dezembro de 2009.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Necessidades de Informação de Grupos-chave Responsáveis pela

Tomada de Decisão em uma Empresa ......................................................... 29

Figura 2.2: Exemplo de Árvore de Decisão .......................................................... 33

Figura 3.1: Componentes de um Sistema de Informação..................................... 40

Figura 3.2: Níveis dos Sistemas de Informação Dentro de uma Organização...... 41

Figura 3.3: A Evolução dos Sistemas de Informação - O Modelo das Três Eras .44

Figura 4.1: Inteligência Competitiva...................................................................... 48

Figura 4.2: Visão Geral das Ferramentas em um Ambiente de Inteligência

Competitiva.................................................................................................... 50

Figura 4.3: Etapas operacionais do processo de KDD. ........................................ 53

Figura 4.4: Visão Geral dos Diversos Espaços de Conhecimento........................ 54

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................ 7

ABSTRACT............................................................................................................. 8

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO................................................................................ 9

CAPÍTULO 2 - A TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES...................... 12

2.1 Novos Desafios para a Administração...................................................... 12

2.1.1 Globalização ...................................................................................... 13

2.1.2 Mudanças no Cenário Econômico ..................................................... 14

2.2 O Conceito de Decisão............................................................................. 16

2.3 Decisões nas Organizações ..................................................................... 20

2.3.1 Influência da cultura na decisão......................................................... 22

2.3.2 Análise de cenários............................................................................ 22

2.3.3 Atores da decisão .............................................................................. 23

2.4 Ambientes de Decisão.............................................................................. 25

2.4.1 Ambiente de Certeza ......................................................................... 25

2.4.2 Ambiente de Risco ............................................................................. 25

2.4.3 Ambiente de Incerteza ....................................................................... 26

2.5 Tipos de Decisão ...................................................................................... 26

2.5.1 Decisões Estruturadas ou Programadas............................................ 26

2.5.2 Decisões Semi-Estruturadas.............................................................. 27

2.5.3 Decisões Não-Estruturadas ou Não-Programadas ............................ 28

2.6 Processo Decisório................................................................................... 29

CAPÍTULO 3 - A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES...... 36

3.1 Dados, Informação e Conhecimento ........................................................ 36

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3.2 Introdução aos Sistemas de Informação .................................................. 37

3.3 Componentes de um Sistema de Informação........................................... 38

3.4 Grupos Atendidos por Sistemas de Informação ....................................... 40

3.5 Tipos de Sistemas de Informação ............................................................ 42

3.6 Evolução dos Sistemas de Informação..................................................... 44

3.7 O Papel da Tecnologia da Informação nas Organizações........................ 46

CAPÍTULO 4 - SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA........................... 48

4.1 Introdução a Inteligência Competitiva....................................................... 48

4.2 Ferramentas de Inteligência Competitiva ................................................. 49

4.2.1 Processamento Analítico com Data Warehouses e Data Marts......... 50

4.2.2 Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados........................... 53

4.3 Etapas de um Projeto de Inteligência Competitiva ................................... 55

4.3.1 Planejamento e Levantamento das Necessidades de Informação..... 55

4.3.2 Coleta e Tratamento das Informações ............................................... 56

4.3.3 Análise das Informações.................................................................... 56

4.3.4 Disseminação e Utilização da Informação ......................................... 57

4.3.5 Avaliação e Retro-alimentação .......................................................... 57

CAPÍTULO 5 - ESTUDO DE CASO: BRADESCO SAÚDE .................................. 58

5.1 Apresentação............................................................................................ 58

5.2 A Origem dos Dados ................................................................................ 59

5.3 O Data Warehouse ................................................................................... 60

5.4 A Análise das Informações ....................................................................... 61

5.5 Resultado da Análise................................................................................ 62

5.5.1 Gerenciamento de Doenças Crônicas ............................................... 62

5.5.2 Prevenção de Doenças...................................................................... 63

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5.5.3 Auditoria Médica ................................................................................ 63

5.5.4 Gerenciamento de Rede .................................................................... 64

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 65

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 66

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RESUMO

Com o surgimento de sistemas de gerenciamento de bancos de dados, as

organizações acumularam dados sobre suas atividades ao longo de diversos

anos, construindo enormes bases de informação. Estes dados contêm não

apenas registros históricos sobre as atividades das empresas, mas também

relatos sobre tendências de demanda, perfis de consumidor, e outras informações

cuja importância pode ser estratégica para a organização. O desafio, porém, é

identificar dentro destas bases de dados que informações podem ser extraídas e

como transformá-las em conhecimento que possa ser aplicado no processo

decisório da empresa.

O presente trabalho visa definir, através de revisão bibliográfica e de

estudo de caso da Bradesco Seguros, procedimentos para a identificação, coleta,

análise de dados para a geração de informações que possam apoiar a tomada de

decisões estratégicas nas organizações.

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ABSTRACT

Since the emergence of database management systems, companies

accumulated data regarding their activities througuout the years, building

enormous databases. These data bases contain not only historical registries of

their activities, but also descriptions about market trends, consumer profile as well

as other information that can be strategically important to the organization. The

challenge, however, is to identify within those databases which information can be

extracted and how to transform them into knowledge that can be applied in the

company’s decision-making process.

This paper aims to define, through bibliographic review and a case study of

Bradesco Seguros, the procedures to identify, collect and analyze data in order to

create information to support strategic decision-making in organizations.

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

No mundo moderno, após a revolução tecnológica e a globalização cultural

e econômica, a competitividade entre as empresas tornou-se muito mais acirrada.

Com as rápidas transformações nas telecomunicações, as informações passaram

a trafegar em um fluxo intenso em um âmbito global. Tendências de mercado são

transmitidas e compartilhadas rapidamente em uma cultura cada vez mais

globalizada e num cenário cada vez mais competitivo. O tempo de resposta das

empresas a estas mudanças torna-se um fator crítico à sua sobrevivência.

Para que uma empresa possa permanecer competitiva, é necessário que

esta seja capaz de tomar decisões estratégicas com agilidade, e que estas

decisões sejam baseadas em informações confiáveis para que possam trazer

vantagem competitiva para estas empresas.

Com o advento dos sistemas de informação e dos bancos de dados

relacionais, tornou-se possível para as organizações automatizar grande parte

dos seus processos que antes eram manuais (LAUDON, 2007). Sendo assim,

todas as operações das empresas ao longo dos anos foram registradas em bases

de dados operacionais formando um ativo precioso.

As empresas passaram a utilizar estes dados operacionais como fonte para

relatórios utilizados em tomadas de decisões. O executivo deve então examinar

estes relatórios visualmente e tentar inferir algum tipo de conexão entre os dados.

Desta forma, é gerado um volume imenso de informações desconexas que

dificilmente provêm subsídio sólido para a tomada de decisões estratégicas

(BARBIERI, 2001).

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Para que a informação seja útil para o tomador de decisão, é necessário

que o dado primário seja antes tratado e analisado, contextualizando e

relacionando as informações, permitindo a detecção de padrões, tendências,

correlações e outras conclusões valiosas para a organização. Ou seja, para que o

conhecimento gere vantagens competitivas, ele não pode estar restrito apenas ao

universo da organização, permitindo com que a empresa responda de forma ágil

às transformações do mercado globalizado. O conhecimento abrangente da

empresa, de seus concorrentes e de todo o ambiente econômico envolvido no

negócio torna-se, mais do que nunca, condição essencial à sobrevivência. É

neste contexto que se destaca a importância dos sistemas de inteligência

competitiva, que têm ganho espaço cada vez maior entre as grandes

corporações.

Apesar da existência de diversos estudos e de aplicação prática destas

tecnologias, ainda nota-se que as ferramentas e práticas de coleta, análise de

dados e utilização destas informações em tomadas de decisão estratégica não

fazem parte da rotina de muitas empresas (BARBIERI, 2001), devido a, entre

outros fatores, o custo destas ferramentas, a dificuldade em se medir o retorno

sobre o investimento, e também, em parte, devido ao baixo conhecimento sobre o

assunto. Além disto, a condução equivocada de projetos de inteligência

competitiva e a escolha de ferramentas inadequadas resultam em experiências

que reforçam o ceticismo quanto ao valor destas ferramentas (BARBIERI, 2001).

O objetivo do presente trabalho é estudar a forma como ferramentas de

análise de dados aliadas aos sistemas de informação nas organizações podem

contribuir de forma estratégica para que as empresas ganhem vantagem

competitiva. A formulação teórica para o estudo será desenvolvida através de

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pesquisas em material bibliográfico e de pesquisa de campo, conduzida através

de entrevistas com representantes de diversas áreas da Bradesco Seguros.

Esta monografia está organizada da seguinte forma: será apresentado

primeiramente o processo decisório dentro das organizações e os desafios

enfrentados pela administração contemporânea. Em seguida, serão apresentados

os sistemas de informação e o papel da tecnologia da informação na organização,

para então descrever os sistemas de inteligência competitiva, seus componentes

e as atividades envolvidas em um projeto de inteligência competitiva. Por fim, será

apresentado o estudo de caso da Bradesco Seguros, que tem como objetivo

descrever a utilização de inteligência competitiva na tomada de decisão

estratégica, desde a coleta dos dados operacionais até a tomada de decisão.

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CAPÍTULO 2 - A TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES

2.1 Novos Desafios para a Administração

Ao longo do século XX, transformações profundas ocorreram no cenário

mundial. Com a evolução tecnológica, as distâncias foram encurtadas tanto pela

existência de meios de transporte mais eficientes quanto pela criação de

mecanismos de comunicação velozes. Quanto mais rápida e mais abrangente se

torna a disseminação da informação, tanto mais veloz se dão estas

transformações, o que pode ser observado especialmente a partir da segunda

metade do século XX, com o desenvolvimento da tecnologia da informação.

Estas mudanças tornam a tarefa do administrador cada vez mais difícil,

uma vez que este se vê em um ambiente interligado e complexo, onde o número

de variáveis é crescente, tornando a tomada de decisão um desafio. Com um

maior número de elementos envolvidos, torna-se difícil antever as conseqüências

de um determinado curso de ação, de forma que a previsibilidade do futuro se

torna cada vez menor.

Além disto, não somente o ambiente tornou-se mais complexo através

destas mudanças, mas ele continua mudando. Isto é, o mundo não está estático,

mas em constante transformação e evolução, de forma que o sucesso

organizacional torna-se periclitante e provisório (CHIAVENATO, 2004). Ou seja,

não basta alcançar o sucesso, o fundamental é que ele seja mantido mesmo

através das contínuas variações no panorama global.

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Sendo assim, torna-se fundamental para a empresa a capacidade de

adaptar-se às transformações com agilidade para que possa permanecer em um

contexto competitivo.

2.1.1 Globalização

A integração da economia ocorreu como resultado das transformações

tecnológicas que afetaram os meios de transporte e comunicação, além do

crescente fluxo de capitais entre países. Os mercados antes regionalizados

ficavam restritos a políticas adotadas pelos governos e grupos de interesse. A

abertura das fronteiras trouxe uma mudança nesta estrutura de mercado local.

A busca da ampliação de mercado foi o fator determinante para que as

empresas começassem a internacionalizar suas operações (VESENTINI, 1996).

No paradigma anterior, as empresas focavam como alvo o publico próximo ao

estabelecimento físico. Com a globalização, o público-alvo dos serviços e

produtos ultrapassa as fronteiras geopolíticas e é determinado pela afinidade de

interesses, de forma que as empresas, buscaram tirar proveito do encurtamento

de distâncias promovido pelas transformações tecnológicas para expandir seu

mercado e, conseqüentemente, sua rentabilidade.

A busca por menores custos também contribuíram de forma decisiva para

a integração da economia global, tanto no âmbito financeiro quanto no produtivo

(VESENTINI, 1996). As empresas buscam o capital que tenha o menor custo para

financiar seus projetos, ao mesmo tempo em que investidores com capital ocioso

procuram por oportunidades de investimento em mercados emergentes. Na

esfera da produção, as organizações buscam obter vantagem de menores custos

de logística, mão-de-obra e impostos, abrindo filiais em diversos países.

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As novas empresas passaram a integrar a concorrência, antes restrita às

empresas locais. As organizações deparam-se com concorrentes que buscam

diferenciar-se de diversas maneiras: oferecem menores preços, produtos mais

modernos e com mais qualidade. Com isto, o consumidor torna-se mais exigente,

uma vez que possui maior liberdade para a escolha e a competição entre as

organizações torna-se mais acirrada.

Além disto, com o fluxo intenso de informações, novas tendências de

mercado são propagadas com grande velocidade (VESENTINI, 1996). Assim,

produtos que são consumidos em países desenvolvidos logo passam a ser

oferecidos nos demais países. Isto exige que as empresas destes países estejam

atentas e flexíveis o bastante para acompanhar e tirar proveito destas. Desta

forma, é necessário que as mudanças sejam detectadas e que decisões

estratégicas possam ser tomadas de forma ágil.

2.1.2 Mudanças no Cenário Econômico

Desde a revolução industrial, a economia têm sofrido mudanças estruturais

drásticas. Antes da revolução industrial, as necessidades humanas eram supridas

através de cultivo de bens agrícolas e de manufaturas e da comercialização

destes bens, que tinham como características básicas a tangibilidade e a

mensurabilidade. A riqueza dos povos poderia ser medida através do acúmulo

destas riquezas (VESENTINI, 1996).

Com a chegada das indústrias, houve uma mudança de paradigma. As

indústrias passaram a intensificar a produção, e o capitalista passou a ser o

detentor dos meios de produção. Assim, o operário sustentava-se através dos

seus serviços que geravam lucro para o proprietário. A industrialização acelerou

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ainda mais o desenvolvimento tecnológico, até que culminasse na atual Era da

Informação.

- O Capital Intelectual

As organizações até recentemente dependiam principalmente dos seus

bens físicos, corpóreos, para poderem desenvolver suas atividades. Instalações,

máquinas, ferramentas, matérias-primas e recursos financeiros sempre foram os

principais componentes de uma organização. Com as revoluções tecnológicas e o

desenvolvimento do próprio capitalismo, introduziu-se um novo elemento na

economia – o capital intelectual. Apesar da dificuldade de se mensurar o capital

intelectual, a importância deste elemento têm crescido de tal forma que acredita-

se que chega a se igualar em importância e volume à economia de bens tangíveis

(STEWART, 1998). Segundo CHIAVENATO (2004), o capital intelectual, e não

mais o financeiro, passa a ser a principal força propulsora da nova era.

- Ampliação do Papel da Tecnologia

Outro fator a se destacar é a ampliação do papel da tecnologia nas

organizações. A tecnologia tem acelerado mudanças e permitido com que

empresas otimizem seus processos através da automação e do compartilhamento

de informações (CHIAVENATO, 2004). Isto resulta em redução de custos,

aumento de produtividade e de qualidade no produto final.

- Integração da Cadeia Produtiva

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Uma tendência que tem se acentuado cada vez mais cada vez mais é a

integração da cadeia produtiva. Com a evolução da industrialização, a produção

tornou-se mais e mais complexa, abrindo espaço para que cada organização se

especializasse em um aspecto da produção, de forma que empresas passaram a

produzir subprodutos que serviam de insumo para a formação de um produto

final. As empresas envolvidas no mesmo processo produtivo perceberam que

seria mais produtivo compartilhar informações estratégicas para obter diferencial

competitivo (CHING, 2006).

- Redução de Custos

A maximização da eficiência operacional é outra tendência que tem ganho

cada vez mais força (CHING, 2006). No mundo globalizado, a ampliação de

mercado tornou-se uma forma restrita para se aumentar os lucros, pois tanto os

mercados consumidores quanto os recursos têm sido explorados ao seu limite.

Sendo assim, as empresas passam a concentrar seus esforços na eficiência

operacional. Com processos mais eficientes, reduz-se o tempo de produção, o

uso de matérias primas, energia, e de recursos humanos, além de reduzir

impactos ambientais. A conseqüência disto é a ampliação da margem de lucro

através da redução dos custos de produção.

2.2 O Conceito de Decisão

A palavra decisão significa (FERREIRA, 2009):

a) Ato de decidir, ou decidir-se; resolução; determinação;

b) Coragem, intrepidez; firmeza;

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c) Sentença; arbítrio.

Decidir também pode ser definido como (CHIAVENATO, 2004):

a) Processo de colher informações, atribuir importância a elas,

posteriormente buscar possíveis alternativas de solução e, depois, fazer

a escolha entre as alternativas;

b) Dar solução, deliberar, tomar decisão.

De acordo com SIMON (1970), a decisão é um processo de análise e

escolha entre alternativas disponíveis no decorrer de uma ação que a

pessoa deverá seguir.

Conclui-se, portanto, que a decisão é uma resolução que é tomada por um

ou mais indivíduos diante de um problema ou uma situação. A tomada de decisão

é o processo pelo são escolhidas algumas ou apenas uma dentre muitas

alternativas para as ações a serem realizadas. As decisões freqüentemente que

exigem uma deliberação entre duas ou mais alternativas e fazem parte do

cotidiano das organizações. Estas situações podem variar desde as mais simples

e comuns, como tarefas operacionais, até as mais complexas com conseqüências

mais importantes, como decisões estratégicas de posicionamento de mercado ou

de investimentos. Em situações simples, muitas vezes a decisão é tomada de

forma automática, porém isto não significa que não houve critério para esta

decisão. Estas situações muitas vezes se assemelham a circunstâncias já

vivenciadas pelo sujeito ou pela organização de forma que o sujeito ao menos se

dá conta de que uma decisão está sendo tomada com base em critérios

previamente estabelecidos (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002).

Em situações mais complexas, onde o número de variáveis é maior e

importância das conseqüências são mais significativas, é importante que seja

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tomado um maior cuidado ao analisar a situação, para que seja possível

mensurar os riscos e os benefícios em cada alternativa. Uma vez estabelecido os

critérios, a situação é analisada para que possa haver uma deliberação.

A decisão precisa ser tomada sempre que um indivíduo depara-se com um

problema que possui mais de uma alternativa para sua solução. Desta forma,

concentrar-se no problema certo possibilita direcionar corretamente todo o

processo de tomada de decisão.

As decisões podem ainda ser classificadas de diversas formas, tais como

(GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002):

a) Simples ou complexas;

b) Específicas ou estratégicas.

As conseqüências advindas das decisões, podem ainda apresentar-se das

seguintes formas:

a) Imediata;

b) Curto prazo;

c) Longo prazo;

d) Combinação das formas anteriores (impacto multidimensional).

SIMON (1970) aponta três etapas que concernem a tomada de decisão,

que são: (1) coleta de informações - análise do ambiente visando identificar as

situações que exigem decisão; (2) estruturação - atividade de criar, desenvolver e

analisar possíveis ações; e, (3) escolha - escolha de uma linha determinada de

ação entre as todas as disponíveis. Feito isso, dois pontos merecem de destaque:

• Seqüencialidade das etapas: a etapa de coleta de

informações antecede a fase de estruturação e esta a de escolha;

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• Repetição das etapas: caso seja preciso, etapas já completadas

podem ser realizadas novamente (feedback).

De acordo com CHIAVENATO (2004), a decisão envolve uma

racionalidade do tomador da decisão. Isto significa que o tomador de decisão

deve ter a capacidade de selecionar critérios objetivos para que seja possível

analisar o problema, formular as alternativas e eleger aquela que maximiza o seu

retorno.

Cabe ressaltar que em uma deliberação são utilizados critérios

quantitativos e qualitativos, de forma que se torna impossível eliminar totalmente

o fator subjetivo da tomada de decisão (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002).

Para ilustrar esta afirmação, pode ser tomado como exemplo o parâmetro beleza

na avaliação de alternativas. Os parâmetros qualitativos têm suas vantagens, pois

levam em consideração fatores subjetivos como a experiência. Porém, por não

estarem baseados em modelos matemáticos podem também induzir ao erro. Por

outro lado, modelos matemáticos utilizados para a formulação de parâmetros

quantitativos podem não fornecer as conclusões corretas, uma vez que não

estejam alimentados com informações desconsideradas pelo modelo.

Tomando como exemplo o mercado financeiro, um indivíduo poderá utilizar

um modelo matemático para valorar um ativo, porém, este modelo não levará em

consideração informações políticas que podem influenciar no valor deste ativo,

como por exemplo uma possível alteração na taxa de juros. Desta forma, é

importante ponderar entre os parâmetros quantitativos e qualitativos e confrontá-

los mutuamente de forma que um possa corroborar o outro. No caso de

discrepâncias, busca-se justificá-las e retro-alimentar os parâmetros quantitativos

até que cheguem à mesma conclusão.

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Segundo CHIAVENATO (2004), para aumentar a racionalidade do

processo decisório, deve-se incluir os seguintes elementos:

• A busca de toda informação relevante para o assunto a ser decidido.

• A capacidade de determinar preferências utilizando algum tipo de

mensuração.

• A capacidade de selecionar a alternativa que maximize a utilidade do

tomador de decisão e minimize as conseqüências negativas.

Conclui-se, portanto, que as decisões tomam parte no cotidiano das

pessoas e das empresas e que o tomador de decisão racional é aquele que

seleciona a alternativa que maximize sua utilidade e minimize possíveis

conseqüências. A ponderação entre impacto e benefício é também subjetiva, de

forma que um sujeito poderá aceitar um grau de impacto maior para um ganho

menos que proporcional no seu benefício, por exemplo. Para isto, devem ser

estabelecidos parâmetros que orientem a tomada de decisão.

2.3 Decisões nas Organizações

As decisões também fazem parte do cotidiano das organizações. Decisões

devem ser tomadas nas mais variadas situações e contextos para garantir a

perenidade da empresa. Dentro de uma mesma organização, decisões devem ser

tomadas em diferentes contextos e em diferentes níveis hierárquicos. Exemplos

de decisões nos diferentes contextos de uma organização incluem (SHIMIZU,

2006):

1. Um gerente de marketing poderá decidir se deve ou não lançar um

novo produto no mercado;

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2. No setor de estoques, deverá ser decidido a freqüência da reposição do

estoque e o tamanho dos lotes do produto;

3. Um gerente de investimentos poderá tomar uma decisão sobre qual

investimento deverá realizar, podendo aplicar na poupança, investir em

dólares ou em fundos de investimento;

As decisões devem ser tomadas nos mais diversos contextos, e, cada uma

destas decisões trará conseqüências não apenas para o setor ou departamento

envolvido, mas para toda a organização. Sendo assim, é importante que existam

critérios objetivos que permitam mensurar as alternativas. Além disto, é

imprescindível que as alternativas sejam analisadas em âmbito da organização.

Isto é, não basta que uma alternativa seja suficiente para resolver um problema

de um setor específico. É importante garantir que esta alternativa seja a mais

satisfatória para a organização como um todo (SHIMIZU, 2006).

Cabe oportunamente ressaltar que, apesar da Teoria Clássica da

Administração sustentar que a busca pela solução de um problema na

organização deveria ter como alvo a melhor solução possível, este não é o

entendimento das correntes mais modernas. CHIAVENATO (2004) afirma que

atualmente as organizações não dispõem do tempo nem dos recursos

necessários para se alcançar a solução ótima. Desta forma, busca-se uma

solução satisfatória, dentro de padrões previamente estabelecidos, desde que

tenha como enfoque não apenas a resolução de um problema pontual, mas que

seja uma solução satisfatória em âmbito organizacional.

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2.3.1 Influência da cultura na decisão

A cultura pode ser definida como o conjunto de valores, idéias e

experiências acumuladas por um indivíduo ou por um grupo de indivíduos ao

longo do tempo (CHANLAT, 1994). A cultura é dinâmica: ela está em constante

mudança. Cultura inclui costumes, instituições, técnicas, padrões de

comportamento e valores socialmente transmitidos e todos os outros produtos do

trabalho e pensamento humano. É possível ainda definir a cultura como sendo o

desenvolvimento do intelecto por treinamento ou educação.

Sendo assim, conclui-se, diante de uma situação, tomador de decisão

atribuirá pesos aos critérios pré-estabelecidos para a aceitação das alternativas

influenciado pelos seus valores pessoais e preferências. O comportamento do

tomador de decisão, suas idéias, crenças, desenvolvimento intelectual e até

mesmo suas experiências pessoais poderão influenciar na sua escolha de uma

alternativa em detrimento de outra. Um indivíduo poderá ser mais avesso a riscos

do que outra, por exemplo, de forma que exigirá compensações maiores pelo

risco corrido do que outro. Como conseqüência, este indivíduo rejeitará

alternativas que outro poderá aceitar.

2.3.2 Análise de cenários

A análise de cenários é um elemento fundamental como apoio à tomada de

decisão. A análise de cenários permite a construção de diferentes contextos –

cenários – alternativos, associando a eles probabilidades de ocorrência. Tendo

feito isto, é possível traçar um plano de ação para cada resultado possível, dado

pelas combinações dos diferentes contextos. Haverá assim, cenários mais

prováveis e menos prováveis de se materializar.

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A análise de cenários permite uma simulação da realidade, estruturando

melhor o problema a ser analisado. Isto é particularmente importante de acordo

com a complexidade da decisão a ser tomada, e utilizada em larga escala em

setores como o Agribusiness (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002), uma vez que

lida explicitamente com diferentes dimensões, como tecnológicas, humanas,

sociais, econômicas, jurídicas, dentre outras.

De acordo com GOMES, GOMES e ALMEIDA (2002), deve haver um inter-

relacionamento entre as estratégias de implementação das alternativas de forma

que à medida que a realidade for sendo desvendada, tanto os cenários

elaborados previamente como as estratégias sejam reavaliadas.

2.3.3 Atores da decisão

De acordo com GOMES, GOMES e ALMEIDA (2002), existem

basicamente três tipos de indivíduos envolvidos no processo de tomada de

decisão:

• Decisores: influenciam no processo de decisão de acordo com o juízo

de valores que representam e relações que se estabeleceram,

podendo ser chamados também de tomadores de decisão. Essas

relações devem possuir caráter dinâmico, pois poderão ser modificadas

durante o processo de decisão devido ao enriquecimento de

informações e/ou interferência de facilitadores.

• Facilitadores: são os líderes experientes que devem focalizar as suas

atenções na resolução dos problemas, coordenando os pontos de visto

dos tomadores de decisão, mantendo-os motivados e destacando o

aprendizado no processo de decisão. Tem como papel esclarecer e

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24

modelar o processo de avaliação e/ou negociação conducente à

tomada de decisão. Deve manter uma postura neutra no processo

decisório para não intervir nos julgamentos dos tomadores de decisão.

Deve propiciar o aprendizado. O facilitador é um ator particular, cujo

grau de ingerência na atividade de apoio à decisão deveria ser

contínuo, adotando uma postura empática. No entanto, o facilitador

deve tentar abstrair-se de seu sistema de valor, a fim de não vir a

influenciar os demais intervenientes.

• Analista: são os que fazem a análise, auxiliam os facilitadores e os

decisores na estruturação dos problemas e identificação dos fatores do

meio ambiente que influenciam na evolução, solução e configuração do

problema. A maior parte do trabalho do analista consiste na formulação

do problema e em ajudar as pessoas a visualizá-lo.

Estes papéis podem assumir diferentes configurações de acordo com a

complexidade do problema em questão. Muitas vezes, em problemas simples, o

responsável por tomar a decisão é aquele que formula o problema e suas

alternativas, desempenhando conjugadamente os papéis de analista e de decisor.

Porém, para problemas mais complexos, diversas pessoas poderão compor um

grupo tomador de decisão, como um conselho, onde cada um deverá emitir o seu

parecer com base na análise feita e a resolução deverá ser tomada através de

algum critério, como por maioria de votos. É o caso de Conselhos de

Administração de uma empresa. Alterações em políticas de distribuição de

dividendos de uma Sociedade Anônima, por exemplo, pode ser uma decisão que

envolve a concordância de uma parcela do conselho previamente estabelecida

através do Contrato Social.

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25

Além disto, o papel de tomador de decisão será assumido por um indivíduo

na hierarquia organizacional de acordo com o grau de complexidade do problema

e os impactos envolvidos. Sendo assim, problemas menos complexos, que fazem

parte do cotidiano operacional de uma empresa poderão ser decididos pelo

próprio trabalhador, ou pelo gerente operacional. Problemas que tenham impactos

maiores, como a produtividade da empresa como um todo freqüentemente

precisam ser escalonados.

2.4 Ambientes de Decisão

Durante o processo de tomada de decisão, o administrador deverá

ponderar entre possíveis alternativas para a resolução do problema em questão

sob condições de cenários futuros. O grau de segurança com que se pode

realizar afirmações sobre eventos futuros determinará o tipo de ambiente de

decisão (CHIAVENATO, 2004).

2.4.1 Ambiente de Certeza

O ambiente de certeza existe quando a informação é suficiente para

predizer os resultados de cada alternativa de curso de ação. Neste ambiente, o

administrador tem certeza das conseqüências de cada curso de ação que poderá

ser tomado. Este tipo de situação é mais comum em nível operacional.

2.4.2 Ambiente de Risco

O ambiente de risco ocorre quando não se pode predizer os resultados das

alternativas com certeza, mas apenas com uma certa probabilidade. Nestas

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26

situações, o administrador irá avaliar os possíveis cenários com suas respectivas

probabilidades. A maior dificuldade neste tipo de ambiente está em encontrar a

probabilidade de ocorrência deste cenário. Esta probabilidade poderá ser obtida

através de opiniões de especialistas ou dados históricos.

2.4.3 Ambiente de Incerteza

Pouco se conhece sobre as conseqüências de uma alternativa sob

condições de incerteza. Nestas condições, o tomador de decisão tem pouco ou

nenhum conhecimento ou informação para utilizar como base para atribuir

probabilidades a cada evento futuro. Decisões sob condições de incerteza

requerem soluções inovadoras e as habilidades pessoais do administrador como

sua experiência, criatividade e percepção ganham mais importância.

2.5 Tipos de Decisão

Segundo CHIAVENATO (2004), existem basicamente dois tipos de

decisão: programadas e não-programadas. Já LAUDON e LAUDON (2007)

classificam as decisões em três tipos: estruturadas, semi-estruturadas e não

estruturadas. Cada tipo de decisão tem um cenário de aplicação diferente, de

forma que cada tipo de problema poderá exigir um tipo de decisão diferente.

2.5.1 Decisões Estruturadas ou Programadas

As decisões estruturadas, ou programadas, são decisões que são tomadas

através de um conjunto de procedimentos previamente estabelecidos. Estas

decisões são adequadas para a tomada de decisão rotineira e para problemas

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quotidianos e repetitivos. As respostas fornecidas por modelos programados são

padronizadas e irão atuar com base nos dados fornecidos para o modelo. Por

causa destas características, estas podem decisões poderão ser produzidas

através de pacotes computacionais. Estas decisões são tomadas, normalmente,

em nível operacional na organização. A reposição de estoques quando o estoque

atinge um nível mínimo é um exemplo de uma decisão programada.

A decisão programada limita o campo de ação humano, reduzindo o

esforço necessário para a tomada de decisão. Estas decisões são mais

adequadas para ambientes de certeza onde as condições são previsíveis e para a

resolução de problemas operacionais. Decisões estratégicas de investimento, por

exemplo, devem levar em consideração fatores muitas vezes não considerados

por modelos programados, como o ambiente político, tendências de mercado,

entre outras coisas. Para estes tipos de problema, decisões não-estruturadas são

mais adequadas.

2.5.2 Decisões Semi-Estruturadas

As decisões semi-estruturadas são aquelas que podem ser estruturadas

até um certo ponto, cabendo ao tomador de decisão ponderar entre as

alternativas fornecidas por modelos estruturados. Normalmente, utiliza-se

sistemas de apoio a decisão para formular as alternativas ou pacotes

computacionais para criar modelos de simulação. Porém, em situações que

exigem decisões semi-estruturadas, existem variáveis ambientais que podem

interferir no resultado final da decisão e que, muitas vezes, os modelos

computacionais não levam em consideração. Assim, cabe ao gestor, com sua

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28

capacidade de julgamento e sua experiência ponderar sobre o problema e as

alternativas formuladas para que se chegue a uma decisão.

2.5.3 Decisões Não-Estruturadas ou Não-Programadas

As decisões não-programadas são decisões julgamentais para problemas

novos e não-repetitivos, ou excepcionais. Estas decisões são mais adequadas

para problemas complexos que requerem soluções criativas e inovadoras e para

ambientes de incerteza. Normalmente, envolvem situações novas para a

organizações e variáveis sobre as quais se tem pouco ou nenhum controle. As

soluções, portanto, são elaboradas especificamente para cada situação. Nestas

situações mais complexas, o fator subjetivo tem grande importância pois traz com

ele a experiência, a intuição e a criatividade do tomador de decisão. Assim, estas

situações exigem uma capacidade ainda maior de julgamento do gestor, e os

resultados podem ser incertos.

Neste tipo de decisões, a análise do problema não poderá ser feita sem

levar em consideração o comportamento de variáveis de difícil controle. Situações

que exigem decisões não estruturadas podem ser exemplificadas com o

lançamento de um produto novo no mercado ou a compra de uma empresa. Para

decisões deste tipo, é necessária uma diversidade razoável de informações sobre

as variáveis envolvidas no processo inerente à decisão, dificultando a

possibilidade de se prever uma estrutura de informações para este fim. Para

decisões deste tipo, também é recomendado o uso de modelos de simulação.

Page 29: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

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Normalmente, as decisões são atribuídas, de acordo com o seu grau de

complexidade, a diferentes níveis da gerência. Assim, a gestores

hierarquicamente mais altos são atribuídas decisões não-estruturadas.

Figura 2.1: Necessidades de Informação de Grupos-chave Responsáveis pela Tomada de Decisão em uma Empresa

Fonte: LAUDON e LAUDON (2007).

2.6 Processo Decisório

O processo decisório compreende uma seqüência de atividades que têm

como objetivo chegar a uma solução ótima dada uma situação. Este processo

pode ser descrito através de um modelo genérico que compreende três etapas,

proposto por CHIAVENATO (2004), conforme descrito a seguir.

1. Identificar a Situação

Page 30: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

30

Neste primeiro estágio, busca-se identificar a situação em questão. A

situação pode ser um planejamento estratégico para nortear as ações de uma

empresa ou uma oportunidade de melhoria para a organização. A situação deve

não somente ser identificada, mas ser mapeada em todos os seus elementos

para que possam ser levados em consideração durante o processo de elaboração

de cursos de ação e da avaliação das alternativas.

Para isto, o primeiro a ser feito é definir a situação, através da ótica da

organização. É comum confundir um problema com seus sintomas, o que

prejudicará a elaboração das alternativas. Muitas vezes um problema percebido é

sintoma de um outro problema, mais grave e mais difícil de ser resolvido.

Portanto, é importante que a situação seja analisada com cuidado e sob a ótica

da organização, pois resolver um sintoma pode ser interessante para um

departamento ou setor, mas não para a organização como um todo. Desta forma,

os objetivos organizacionais devem ser considerados durante esta etapa, para

evitar a subjetividade do tomador de decisão.

Em seguida, deve-se diagnosticar as causas do problema. Freqüentemente

mudanças dentro ou fora da organização provocam problemas. A diagnose da

causa é importante pois permite ao tomador de decisão que formule alternativas

de curso de ação que ajam sobre as causas do problema, buscando uma

resolução definitiva e ótima sob o ponto de vista organizacional.

Por fim, deve-se ainda identificar os objetivos da decisão. Isto é, diante da

situação que é apresentada, deve-se definir o que se espera de uma decisão para

que esta possa ser considerada eficaz, além de definir critérios objetivos para

avaliar as alternativas propostas de cursos de ação.

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31

Por exemplo, é possível que em uma determinada situação, espere-se que

a decisão tomada não apenas venha a resolver o problema em questão, mas

fornece subsídio para detectar e prevenir possíveis problemas. Em outra situação,

porém, pode ser que a resolução definitiva de um problema seja muito custosa ou

inviável no momento. Neste caso, espera-se que a decisão tomada minimize os

impactos dos problemas, mitigando a situação presente, ao mesmo tempo em

que traça um plano de médio ou longo prazo para a resolução definitiva da

questão.

2. Obter informação sobre a situação

Uma vez identificada a situação, segue-se uma investigação cuidadosa

para que a decisão sobre o curso de ação a ser tomado possa ser fundamentada

em dados confiáveis. Este estudo da situação poderá compreender estudo

bibliográfico sobre o problema em questão, levantamento de informações sobre o

ambiente da empresa através de pesquisas com funcionários, parceiros ou

clientes, levantamento de dados históricos sobre as operações da empresa

através de consultas a armazéns de dados, estudos e previsões de cenários por

especialistas, entre outros elementos.

O objetivo principal desta etapa é minimizar a incerteza sobre a situação

em questão. Com um grau de segurança elevado, a probabilidade de que as

alternativas formuladas atuem corretamente sobre o problema identificado é muito

maior.

3. Gerar soluções ou cursos alternativos de ação

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Neste estágio, busca-se elaborar possíveis soluções para o problema. É

importante que as alternativas formuladas não sejam ainda avaliadas. Isto deverá

ocorrer somente quando forem exauridos os possíveis cursos de ação. O objetivo

é não descartar precipitadamente alternativas que pareçam inadequadas, mas

que podem trazer benefícios.

Em caso de decisões programadas, torna-se fácil a elaboração de

alternativas. Porém, as decisões não-programadas podem tornar este estágio

bastante complexo, pois exige uma análise cuidadosa de cada cenário. Existem

diversas metodologias para a formulação de soluções. A mais comum e mais

simples é a utilização do brainstorming, ou tempestade de idéias. No

brainstorming, um conjunto de pessoas reúne-se e propõe idéias para as

alternativas. As idéias são registradas sem levar em consideração sua viabilidade.

Uma vez registradas todas as idéias, aquelas consideradas inviáveis são

eliminadas.

4. Avaliar as alternativas e escolher a solução ou curso de ação preferido.

Neste estágio, as alternativas elaboradas anteriormente são avaliadas de

acordo com os critérios previamente estabelecidos e comparadas umas com as

outras. Esta comparação pode ser difícil em algumas situações pois existem

critérios que não podem ser quantificados de forma objetiva.

Os critérios para a comparação entre as alternativas podem compreender,

entre outros, o custo e o prazo para a implementação, o risco da alternativa, o

benefício gerado pela alternativa, os impactos em outros setores da organização.

A dificuldade, porém, está em avaliar estes parâmetros em conjunto. Isto é, até

que ponto vale à apena assumir um risco para obter um beneficio maior? Estes

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33

critérios devem ser avaliados conforme cada situação, sendo impossível

prescrever um modelo para isto.

Uma boa ferramenta para ser utilizada neste estagio é a criação de árvores

de decisão (SHIMIZU, 2006). Esta ferramenta é útil quando o tomador de decisão

encontra-se em ambiente de risco. Numa árvore de decisão, a alternativa é

desdobrada para refletir a conseqüência de sua implementação em cada possível

cenário. Em seguida, a cada cenário é atribuída uma probabilidade. A figura

abaixo é um exemplo de uma árvore de decisão para uma decisão de

investimento, com três alternativas:

1. Investir em uma poupança com renda fixa;

2. Investir em dólares;

3. Investir em fundos de investimento.

Figura 2.2: Exemplo de Árvore de Decisão

Fonte: SHIMIZU (2006)

Uma vez criada a árvore de decisão, pode-se utilizar o valor esperado pela

alternativa de solução como um parâmetro para a comparação entre as

alternativas. Para calcular o valor esperado, multiplica-se a probabilidade de

ocorrência de cada cenário pelo valor gerado sob estas condições. Somando

todos os valores obtidos, obtém-se o valor esperado, ou ganho médio, da

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34

alternativa. Com o valor esperado, é possível realizar uma comparação objetiva

entre as alternativas levando em consideração não somente o benefício gerado

pela alternativa, mas também os riscos.

Qualquer que seja o método utilizado para a avaliação da alternativa, o

importante a se levar em consideração é que a alternativa escolhida deverá ser

aquela que ofereça a solução mais satisfatória que provoque o mínimo de

conseqüências negativas para a organização.

4. Transformar a solução ou curso de ação escolhido em ação efetiva.

Nesta etapa é que a solução escolhida é, de fato, implementada.

Dependendo da complexidade da solução, esta poderá requerer a criação de um

projeto com um responsável, ou Gerente de Projeto, que poderá envolver outras

áreas da organização. Recursos deverão ser alocados para este projeto para que

ele possa ser concretizado e as partes interessadas deverão ser alinhadas de

forma que todos possam trabalhar em conjunto para a construção da solução.

Para garantir o sucesso da implementação da solução, é importante adotar

práticas de gerência de projetos que venham a garantir com que todos os

envolvidos trabalhem com motivação, dentro do escopo, prazo e orçamento, além

de manter os patrocinadores do projeto a par do seu andamento.

5. Avaliar os resultados obtidos.

Neste último estágio, a solução implementada deverá ser avaliada. Isto

permitirá com que a experiência adquirida na implementação da solução possa

servir como lição aprendida para decisões futuras. Além disto, é importante

Page 35: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

35

avaliar se a solução implementada verdadeiramente atingiu seus objetivos para

que irregularidades possam ser detectadas cedo.

Por fim, a avaliação dos resultados da solução servirá como insumo para a

implementação de possíveis melhorias, buscando a otimização continua para a

organização.

Cabe ressaltar que este poderá ser retro-alimentado. Isto é, com base na

avaliação dos resultados obtidos realizada na última etapa, o problema poderá ser

revisitado, e as alternativas de solução re-avaliadas.

Page 36: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

36

CAPÍTULO 3 - A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

3.1 Dados, Informação e Conhecimento

O dado pode ser definido como o registro estruturado de um fato. Quando

o dado é trabalhado e contextualizado, seu significado torna-se mais completo,

dando origem à informação. A informação complementa o dado e agrega valor

para o negócio em questão. Quando a informação é processada de forma que

possa ser aplicada e utilizada em processos tomada de decisão dentro de uma

organização, surge o conhecimento (XEXÉO, 2007).

Segundo XEXÉO (2007), os dados são símbolos que usamos para

representar a informação, o registro de diferentes aspectos de um fato ou

fenômeno. Dessa forma entende-se que o dado é qualquer elemento em sua

forma bruta que, por si só, não conduz a compreensão de um fato ou situação. A

informação, por sua vez, é o dado com significado, normalmente processado de

forma a ser útil. Uma informação deve permitir responder perguntas como

“quando”, “quanto”, “quem”, “qual” e “onde” sobre algo. É essencial que uma

organização tenha acesso à informação de qualidade para que possa obter a sua

eficácia.

DAVENPORT e PRUSAK (1998) definem conhecimento como:

“Uma mistura fluida de experiência condensada,

valores, informação contextual e insight experimentado, a

qual proporciona uma estrutura para a avaliação e

incorporação de novas experiências e informações. Ele tem

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37

origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas

organizações, ele costuma estar embutido não só em

documentos ou repositórios, mas também em rotinas,

processos, práticas e normas organizacionais”

(DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 6).

O conhecimento pode ser compreendido como a aplicação da informação.

Pode-se dizer que permite responder a pergunta "como", pois envolve

argumentos, explicações e justificativas. O conhecimento é a informação

organizada e estruturada de uma forma que possa ser utilizada. Para que haja

conhecimento, não é suficiente que existam registros históricos das atividades da

organização. Estes registros devem existir, mas também devem ser processados

e organizados de uma forma estruturada e acessível, para que possam ser úteis

nos processos de tomada de decisão dentro da empresa.

3.2 Introdução aos Sistemas de Informação

Segundo BIO (1985), um sistema pode ser definido como um conjunto de

elementos interdependentes, ou partes que interagem formando um todo unitário

e complexo. Um sistema pode ser definido ainda como um conjunto de

procedimentos organizados de forma estruturada para atingir um determinado

objetivo. Ele recebe uma entrada de dados, que é processada pelos componentes

do sistema, e produz um resultado. Um sistema pode ser composto de

subsistemas e, em um sistema, o todo é maior do que a soma das partes. Isto

porque o sistema irá produzir um resultado que seja útil para a organização.

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Os sistemas de informação recebem entrada de dados através de usuários

ou de outros sistemas. Estes dados são processados de acordo com objetivo do

sistema para que gere uma saída esperada. Segundo XEXÉO (2007), os

sistemas de informação são sistemas interativos e reativos. Isto significa que o

sistema interage com o ambiente e troca informações, em especial com os

agentes externos que fazem parte desse ambiente, pessoas e outros sistemas de

computador. O termo reativos refere-se à característica dos sistemas de funcionar

reagindo a mudanças no ambiente, principalmente àquelas provocadas pelos

agentes externos.

Os sistemas também são possuem respostas planejadas, de forma que

as respostas produzidas pelos sistemas são determinadas e determinísticas, ou

seja, pode-se criar um programa que as produza. Significa também que todas as

perguntas que podem ser feitas ao sistema podem, e são, identificadas

previamente.

3.3 Componentes de um Sistema de Informação

Um sistema de informação é composto por diversas partes que, articuladas

entre si, atuam em conjunto para alcançar um determinado objetivo. Estes

componentes são listados a seguir (O’BRIEN, 2001):

• Recursos Humanos: são os indivíduos que trabalham com o sistema ou

utilizam a sua saída (output). Eles fornecem os dados para o sistema,

além de operar o hardware e o software necessário para que o sistema

possa funcionar.

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39

• Recursos de Software: são todos os conjuntos de instruções

informatizadas para processamento das informações. Neste conjunto

estão inclusos o sistema operacional, aplicativos como planilhas

eletrônicas, editores de textos e navegadores de Internet, além do

programa do sistema de informação propriamente dito, como o sistema

de folha de pagamento, por exemplo.

• Recursos de Hardware: é composto pelos dispositivos físicos utilizados

no processamento da informação. Inclui servidores, mainframes,

estações de trabalho e periféricos como impressoras, scanners, entre

outros.

• Recursos de Rede: mecanismo de interconexão que permite o

compartilhamento de informações entre diversos computadores.

• Recursos de Armazenamento de Dados: descrição do armazenamento

dos dados manipulados pelo sistema de informação. Os Sistemas de

Gerenciamento de Bancos de Dados (SGBD) ganharam bastante

popularidade nos sistemas de informação atuais, pois fornecem um

mecanismo para o armazenamento destes dados, retirando dos

sistemas de informação a responsabilidade de gerenciar o acesso,

manipulação e organização dos dados.

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40

Figura 3.1: Componentes de um Sistema de Informação

Fonte: O’BRIEN (2001)

3.4 Grupos Atendidos por Sistemas de Informação

Os sistemas de informação são utilizados em organizações para

planejamento, monitoração, comunicação e controle das suas atividades, por

meio da manipulação e guarda de informações. Os sistemas de informação são

utilizados dentro de uma organização em diversos níveis hierárquicos (LAUDON e

LAUDON, 2007):

• Sistemas de nível operacional: são sistemas que tratam da execução,

acompanhamento e registro da operação diária da empresa, sendo

geralmente sistemas fortemente transacionais. Exemplos são sistemas

de vendas, folha de pagamento, entre outros.

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41

• Sistemas de nível de conhecimento: suportam as pessoas que

trabalham com dados e conhecimento dentro da organização.

Exemplos simples de sistemas desse tipo são os processadores de

texto e as planilhas eletrônicas.

• Sistemas de nível gerencial: utilizam dados da operação e outros dados

inseridos nesses sistemas para permitir a obtenção de informações que

permitam a gerência da empresa, suportando a tomada de decisões, o

controle e o monitoramento.

• Sistemas de nível estratégico: sistemas destinados a decisões de mais

alto nível, com perspectiva estratégica, e utilizam dados de todos os

sistemas anteriores, normalmente de forma agregada e processada,

sendo utilizados pela alta gerência.

Figura 3.2: Níveis dos Sistemas de Informação Dentro de uma Organização

Fonte: XEXÉO (2007)

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42

3.5 Tipos de Sistemas de Informação

Os sistemas, do ponto de vista empresarial, podem ser classificados de

acordo com o tipo de suporte propiciado na organização. LAUDON e LAUDON

(2007) propõem a seguinte classificação:

- Sistemas de Apoio Executivo

Estes sistemas são utilizados primariamente em nível estratégico, e são

destinados a apoiar a alta gerência em tarefas estratégicas, como o planejamento

de longo prazo. Usam dados fortemente agregados, internos e externos a

organização e são capazes de responder perguntas específicas ou ainda fazer

projeções. Podem ser capazes de fazer simulações e ter uma interface interativa.

- Sistemas de Informações Gerenciais

Os sistemas de informações gerenciais fornecem suporte às funções de

planejamento, controle e organização de uma empresa e são utilizados pelos

vários níveis de gerência. Utilizam grande volume de dados ou sumários de

transações e modelos simples para obter relatórios sumários (agregados) e de

exceções.

- Sistemas de Apoio à Decisão

Sistemas de apoio à decisão são utilizados pelos vários níveis de gerência

e utilizam bases massivas de dados previamente preparadas para permitir

atividades de análise de dados. Como resposta, devem fornecer relatórios

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específicos, análises e decisões e oferecem recursos cruciais que viabilizam o

suporte às decisões de nível gerencial.

- Sistemas de Trabalho com o Conhecimento

Os sistemas de trabalho com conhecimento utilizam projetos,

especificações e bases de conhecimento em geral para produzir modelos e

gráficos. Têm como objetivo principal aumentar a produtividade pessoal dos

trabalhadores que manipulam as informações de escritório. Os usuários destes

sistemas normalmente são técnicos especializados e fornecem suporte à áreas

de conhecimento específicas. Exemplos destes sistemas incluem estações de

trabalho de engenharia, gráficas e administrativas.

- Sistemas de Automação de Escritórios

Assim como os sistemas de trabalho com o conhecimento, estes sistemas

também são encontrados no nível de conhecimento, porém não atendem uma

área de conhecimento específica, oferecendo suporte a um grupo mais amplo de

usuários. Estes sistemas permitem, entre outras coisas, a manipulação de

documentos, correio eletrônico e agendas.

- Sistemas de Processamento de Transações

Estes sistemas atual em nível operacional. Eles tratam eventos e

transações das operações diárias da empresa e fornecem relatórios detalhados,

utilizados pelos gerentes operacionais, além de documentos específicos para a

transação em que são utilizados. Exemplos de sistemas de processamento de

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transações incluem sistemas de processamento e acompanhamento de pedidos,

folha de pagamento, entre outros.

3.6 Evolução dos Sistemas de Informação

Ao longo dos anos, a estrutura e o papel dos sistemas de informação têm

evoluído rapidamente dentro das organizações. WARD (1995) propõe um modelo

para explicar a evolução dos sistemas de informação, dividindo em três eras,

conforme a figura abaixo.

Figura 3.3: A Evolução dos Sistemas de Informação - O Modelo das Três Eras

Adaptado de: WARD (1995)

- Era do Processamento de Dados

Na Era do Processamento de Dados, a eficiência operacional era o objetivo

principal, que buscou ser alcançado através da automação de procedimentos

Page 45: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

45

operacionais. Os sistemas eram orientados para o processamento de transações.

Durante esta fase, os mainframes se popularizaram entre as grandes

corporações, que fizeram grandes investimentos em sistemas baseados nesta

arquitetura (REZENDE, 2002). O mainframe é um computador de grande porte,

dedicado ao processamento de um volume grande de informações. É capaz de

oferecer serviços de processamento a milhares de usuários através de milhares

de terminais conectados diretamente ou através de uma rede. Os mainframes são

capazes de realizar operações em grande velocidade e sobre um volume muito

grande de dados (CRUZ, 2002).

Embora os servidores mais modernos têm substituído os mainframes, dado

o grande volume de dados existentes em mainframes acumulado ao longo das

décadas nas organizações, o valor do investimento realizado para a criação dos

sistemas baseados nesta arquitetura e a eficiência destes sistemas, muitas

empresas os mantêm até os dias atuais, optando por, em vez de migrar

totalmente para tecnologias mais modernas, integrá-los com os novos sistemas

(CRUZ, 2002).

- A Era dos Sistemas de Informação Gerenciais

Ainda com a eficiência da organização como objetivo principal, na era dos

sistemas de informação gerenciais, os sistemas de informação ganham novo

enfoque, na medida em que as informações coletadas a partir dos sistemas de

processamento de transações passam a ser utilizadas em relatórios gerenciais

para apoiar as decisões. Além disto, com a introdução dos microcomputadores e

das redes, a informação passa a ser mais acessível, permitindo o seu uso no

controle das operações pela gerência.

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46

- Era dos Sistemas de Informação Estratégicos

Os sistemas são voltados para fornecer apoio em decisões estratégicas

que venham a aumentar a competitividade das empresas. Passam a ganhar

espaço as ferramentas especializadas em análise de dados e a integração entre

sistemas corporativos.

3.7 O Papel da Tecnologia da Informação nas Organizações

A tecnologia da informação compreende toda a coleção de sistemas de

computação utilizadas por uma organização (TURBAN, 2004). A tecnologia da

informação tornou-se atualmente o principal facilitar de atividades comerciais no

mundo, além de ser catalisador de mudanças fundamentais na estrutura

estratégica, operações e gestão de organizações devido às capacidades de

suportar os seguintes objetivos estratégicos, de acordo com TURBAN (2004):

• Aprimorar a produtividade;

• Reduzir custos;

• Apoiar a tomada de decisão;

• Melhorar o relacionamento com clientes;

• Desenvolver novas aplicações estratégicas.

Com o advento da Internet, os sistemas de informação ganharam ainda

maior importância, pois o uso da Internet nas organizações tem avançado de

forma surpreendente, produzindo o que DRUCKER (1999) chama de

transformação radical do significado da informação. Isto ocorre pois esta evolução

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47

permite o fácil acesso à informação, contribuindo significativamente como

ferramenta para integração e gestão da organização.

Apesar da evolução da tecnologia da informação, as empresas ainda

enfrentam grandes dificuldades para extrair conhecimento a partir da vasta massa

de dados operacionais geradas pelos sistemas de informação ao longo dos anos

(BARBIERI, 2001). Os sistemas de informação estratégicos ainda não fazem

parte do cotidiano de muitas organizações. A tomada de decisão, em muitas

empresas, baseia-se em relatórios extraídos de sistemas de informação

operacionais sem que haja qualquer tipo análise mais aprofundada destes dados

que venha, de fato, gerar conhecimento. Existe um conhecimento valioso, do

ponto de vista estratégico, em correlações, tendências e padrões ainda não

detectados nos dados operacionais. É possível saber, por exemplo, a quantidade

de vendas realizadas por região ou setor em uma empresa, mas não é uma tarefa

trivial correlacionar estas informações com o perfil do consumidor, o que teria um

valor muito maior do ponto de vista estratégico (BARBIERI, 2001). Desta forma, o

conhecimento corporativo e as informações externas não estão prontamente

disponíveis ao tomador de decisão.

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48

CAPÍTULO 4 - SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

4.1 Introdução a Inteligência Competitiva

A inteligência, pode ser compreendida neste contexto como a aplicação do

conhecimento em processos de solução de problemas, formulação de políticas,

definição de estratégias, comportamento organizacional e tomada de decisões

que geram vantagens competitivas para as organizações (MORAIS, 1999).

A figura abaixo ilustra a relação entre os conceitos de dados, informação,

conhecimento e inteligência. A inteligência existe quando os dados são

processados, tratados, analisados, e utilizados na tomada de decisão dentro das

organizações. Somente então existirá de vantagem competitiva para a

organização.

Figura 4.1: Inteligência Competitiva

Fonte: MORAIS (1999)

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A inteligência competitiva, de acordo com BARBIERI (2001), pode ser

entendida, na sua forma mais ampla, como a utilização de variadas fontes de

informação, internas ou externas, para se definir estratégias de competitividade

nos negócios da empresa. O objetivo da inteligência competitiva é prover

indicadores chave de desempenho da empresa permitindo que a gerência seja

pró-ativa na implementação de oportunidades de melhoria no seu negócio.

As técnicas de inteligência competitiva consistem em definir regras para a

formatação adequada dos volumes de dados gerados pelos sistemas de

informação, visando transformá-los em depósitos estruturados de informações,

independentemente de sua origem. Em sistemas de inteligência competitiva,

utiliza-se uma série de ferramentas para extrair, coletar e analisar informações

que serão utilizadas no processo de gestão e tomada de decisões.

Utiliza-se repositórios de dados modelados de forma a permitir a análise de

informações, denominados Data Warehouses, ou armazéns de dados, que podem

ser interpretados pela ótica analítica das ferramentas de OLAP (On-Line

Analytical Processing) ou pelo prisma inferencial das ferramentas de Data Mining

que serão descritas a seguir.

4.2 Ferramentas de Inteligência Competitiva

Um conjunto de ferramentas são utilizadas de forma integrada em sistemas

de inteligência competitiva para extrair dados de diversas fontes, sendo a mais

comum os próprios sistemas de informação operacionais da empresa, tratar estes

dados armazenando-os em um repositório de fácil acesso para que se possa

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analisá-los, extrair métricas e reconhecer padrões que possam ser inferidos a

partir destes dados através da mineração de dados. A figura abaixo fornece uma

visão esquemática do processo como um todo.

Figura 4.2: Visão Geral das Ferramentas em um Ambiente de Inteligência Competitiva

Adaptado de: BARBIERI (2001)

4.2.1 Processamento Analítico com Data Warehouses e Data Marts

O Data Warehouse, ou Armazém de Dados, pode ser definido como um

banco de dados que armazena dados históricos sobre um determinado assunto

que tem como objetivo principal fornecer um mecanismo ágil e flexível para ser

utilizado em sistemas de apoio à decisão (BARBIERI, 2001). O data warehouse

permite a integração e a consolidação de dados corporativos, possivelmente

espalhados em diversas bases de dados operacionais, tornando a informação em

nível analítico acessível a usuários de nível decisório (TURBAN, 2004).

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A estrutura de um data warehouse é projetada de acordo com o tipo de

informações e análises que se deseja executar, possibilitando com que esta

análise seja realizada de forma mais veloz. Os dados, nos sistemas de

informação operacionais, são armazenados em uma estrutura difícil de se extrair

informações úteis, sendo necessário antes tratá-las para que se possa apresentá-

las num formato adequado ao tomador de decisão. No banco de dados

operacional, o dado encontra-se em uma estrutura relacional, registrando as

operações em nível transacional. Em um banco de dados operacional, espera-se

encontrar, por exemplo, dados de uma compra de um determinado produto por

um cliente. Já em um data warehouse, estas informações são tratadas com

antecedência para que estejam num formato dimensional, que é mais adequado

para a análise que se deseja realizar. Nesta estrutura, pode-se encontrar, por

exemplo, a quantidade comprada do produto por região geográfica (PALMISANO,

2003).

Os data marts, assim como os data warehouses, são estruturas de dados

dimensionais, porém segmentadas, para atender uma necessidade específica de

negócio (PALMISANO, 2003). Pode ser entendido também como um subconjunto

específico dos dados de um determinado data warehouse (BRAGA, 2005).

Normalmente, os data marts focam em um assunto específico da organização e

podem ter níveis de sumarização diferenciados.

Segundo BARBIERI (2001), existem duas abordagens para o projeto de

um data warehouse. O primeiro, top-down, consiste na execução de um projeto

amplo que busca atender todas as necessidades de informação da organização.

Neste caso, primeiro é construído o data warehouse para então gerar data marts

para necessidades específicas, caso seja necessário. Estes projetos são mais

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longos, mas têm a vantagem de ser atender um público maior. A outra

abordagem, bottom-up, consiste na criação de data marts para atender uma

necessidade específica de informação e, partir destes data marts, criar,

posteriormente, um data warehouse em nível corporativo, através da

consolidação destas bases de dados, tendo a vantagem de obter resultados com

o projeto de construção do data warehouse mais rapidamente.

Para que a informação esteja disponível para a análise no data warehouse,

é necessário que ela passe por um processo de Extração, Transformação e

Carga (ETC). Neste processo, os dados são extraídos a partir das diversas fontes

utilizadas para que sejam tratados. O tratamento dos dados inclui a agregação,

sumarização e, possivelmente, a exclusão de valores atípicos, outliers. A

transformação tem como objetivo principal estruturar os dados de uma forma

facilite o processo de análise que será realizado. Por fim, os dados são

carregados no data warehouse para que possam ser executadas as consultas e

análises (BARBIERI, 2001).

O Processamento Analítico Online, ou On-Line Analytical Processing

(OLAP), permite a análise de bancos de dados com grandes volumes de

informação por usuários finais (TURBAN, 2004). Ferramentas de OLAP

normalmente oferecem ao usuário a possibilidade de criar consultas complexas

para a extração de relatórios a partir de data warehouses. A principal vantagem

desta tecnologia é que ela possibilita a análise destes dados em tempo real,

online, oferecendo ao gestor acesso rápido a informações críticas para a tomada

de decisão, além de oferecer flexibilidade para examinar as informações que

desejar analisar sob diferentes perspectivas. As ferramentas de OLAP também

permite ao usuário navegar de forma prática pelos relatórios, aumentando ou

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53

diminuindo o nível de detalhamento das informações, ou até mesmo incluindo

outras informações na análise (BARBIERI, 2001).

4.2.2 Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados

O processo de descoberta de conhecimento em bases de dados, também

conhecido como Knowledge Discovery in Databases (KDD), é um processo que

tem como objetivo identificar padrões ocultos em bases de dados que sejam

potencialmente úteis para a organização (BARBIERI, 2001). Ele é composto por

três etapas: o pré-processamento, a mineração de dados e o pós-processamento

(GOLDSCHMIDT e PASSOS, 2005):

Figura 4.3: Etapas operacionais do processo de KDD.

Fonte: GOLDSCHMIDT e PASSOS (2005)

A mineração de dados, ou data mining, é a etapa mais importante do

processo de descoberta de conhecimento. É um conjunto de técnicas que têm

como objetivo principal detectar padrões, correlações e tendências existentes,

porém escondidos nos bancos de dados operacionais (BRAGA, 2005). Através

destas técnicas, pode-se detectar, por exemplo, padrões de comportamento de

consumidor, apontando quais produtos geralmente são comprados em conjunto,

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54

ou até mesmo buscar estabelecer um perfil de consumidor que estaria mais

propenso a consumir um produto.

Diferentemente do data warehouse, a mineração de dados tem como

objetivo não somente descrever os eventos que ocorreram na organização

através do processamento analítico, mas identificar as causas que influenciaram

estes eventos. O foco da mineração de dados não é descobrir o que aconteceu,

mas o porquê, fornecendo ao tomador de decisão não apenas um retrato da

situação atual, mas uma previsão probabilística do que poderá acontecer, dadas

certas circunstâncias (BARBIERI, 2001).

Figura 4.4: Visão Geral dos Diversos Espaços de Conhecimento

Fonte: BARBIERI (2001)

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4.3 Etapas de um Projeto de Inteligência Competitiva

Um projeto de inteligência competitiva envolve diversas etapas que

começam no levantamento das necessidades de informação e do planejamento,

passando pela coleta e a análise dos dados, até a disseminação das informações

sua utilização em tomada de decisões estratégicas (BRAGA e GOMES, 2004).

Este modelo, porém, não é estático. Ele deve ser revisto e realimentado ao final

do projeto e, caso sejam encontradas necessidades de ajustes, o processo é

iniciado novamente, para que esteja sempre disponível ao tomador de decisão

informação com qualidade (HARRING, 1999). A seguir o processo de inteligência

competitiva é detalhado de acordo com BRAGA e GOMES (2004).

4.3.1 Planejamento e Levantamento das Necessidades de Informação

Inicialmente deve-se buscar identificar o objetivo das informações que

serão coletadas. Ou seja, deverão ser identificadas quais as perguntas que serão

respondidas pelo sistema deve ser, os tipos de decisão que serão tomados com

base nestas informações e por quem serão tomadas estas decisões.

Uma vez identificado o objetivo do projeto, é possível apurar quais

informações são necessárias para realizar as análises durante o processo de

tomada de decisão. Isto é, quais informações são necessárias para que seja

possível responder as perguntas que o sistema se propõe a responder. Além

disto, também é necessário identificar a fonte destas informações e a viabilidade

de acesso a elas. É importante que seja mantido o foco nas informações que de

fato agreguem valor estratégico para a tomada de decisão. A identificação correta

das necessidades de informação é vital para o processo, pois influenciará

diretamente na viabilidade das análises que serão feitas no final.

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Com isto, é possível planejar a execução do projeto, identificando o esforço

necessário, os recursos disponíveis e a abordagem utilizada para a construção do

projeto.

4.3.2 Coleta e Tratamento das Informações

Nesta etapa são detalhados os procedimentos utilizados na coleta das

informações nas fontes que foram identificadas. As informações, uma vez

coletadas, deverão passar por uma triagem para detectar dados atípicos,

informações que não têm relação com o tema ou que estejam desatualizadas e

inadequadas.

Após a coleta, as informações deverão ser tratadas para que elas possam

ser armazenadas de forma acessível e prática para a execução das análises. O

processo de tratamento irá realizar transformações sobre os dados primários,

classificando as informações coletadas. Este processo permitirá com que os

dados, uma vez estruturados de forma adequada, sejam analisados por

ferramentas de OLAP e de mineração de dados, por exemplo.

4.3.3 Análise das Informações

A análise das informações é uma etapa crítica, pois é o resultado desta

análise que irá fornecer ao gestor o subsídio para a tomada de decisão. As

informações são analisadas com o auxilio de ferramentas de mineração de dados

e de OLAP para a identificação de padrões e tendências antes não detectados

nos dados originais. O analista deverá interpretar estes padrões detectados,

agregando valor a estas informações. Assim, é possível identificar, por exemplo,

oportunidades e ameaças, potencialidades e vulnerabilidades da empresa.

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4.3.4 Disseminação e Utilização da Informação

O resultado da análise consolidada deverá ser entregue aos tomadores de

decisão para que possam ser utilizadas em decisões estratégicas na organização.

É importante que o resultado do trabalho de inteligência competitiva esteja em um

formato adequado para o tomador de decisão e o seu conteúdo esteja claro,

possibilitando fácil acesso e entendimento das conclusões. O objetivo principal

desta etapa é fomentar a tomada de decisão, então é fundamental que todas as

informações relevantes para a decisão estejam claramente identificadas.

4.3.5 Avaliação e Retro-alimentação

Antes de reiniciar o ciclo de inteligência competitiva é importante avaliar o

resultado da inteligência produzida e aplicada no processo de tomada de decisão

da empresa. Deverá ser avaliado o método utilizado para a identificação das

necessidades e a coleta e análise das informações. Além disto, deverá também

ser avaliada a utilidade dessa informação no processo de tomada de decisão. Os

resultados da tomada de decisão deverão ser apurados para avaliar se as

informações e as conclusões fornecidas refletiram o que, de fato, maximizaria a

utilidade para a organização.

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CAPÍTULO 5 - ESTUDO DE CASO: BRADESCO SAÚDE

5.1 Apresentação

O presente estudo de caso tem como objetivo descrever a forma como os

dados extraídos de sistemas de informação são estruturados em armazéns de

dados, analisados e utilizados para a tomada de decisão na organização. O caso

estudado é o da análise de sinistros de planos de saúde. Foram realizadas

entrevistas com representantes das seguintes áreas:

• Tecnologia do Negócio: área responsável por levantar as necessidades

do negócio junto aos gestores para fornecer ao setor de

Desenvolvimento de Sistemas informações sobre as regras de negócio

que devem ser implementadas em sistemas de informação.

• Desenvolvimento de Sistemas: área responsável por implementar

regras de negócio em sistemas de informação novos ou manter

sistemas existentes.

• Administração de Dados: setor responsável por administrar as

informações em bancos de dados, abrangendo tanto as bases de dados

transacionais utilizadas pelos sistemas de informação quanto os

armazéns de dados, utilizados para a extração de relatórios.

• Atuária e Estatística: setor que consome as informações dos armazéns

de dados, gerando relatórios analíticos que são encaminhados para a

diretoria para que sirvam de apoio à tomada de decisão.

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As entrevistas foram realizadas nas dependências da Bradesco Seguros,

buscando mapear o processo da utilização das informações extraídas a partir de

sistemas operacionais na tomada de decisões estratégicas para a organização.

Os nomes dos entrevistados não são explicitados por questões de

confidencialidade.

5.2 A Origem dos Dados

Na área de saúde, um sistema em mainframe é responsável administrar

todos os sinistros. A seguradora poderá ser notificada do sinistro através de uma

conta médica emitida por um prestador de serviços, como hospitais, clínicas ou

médicos, ou também através de pedidos de reembolso pelo próprio segurado, no

caso de atendimento fora da rede credenciada.

O mainframe é responsável por autorizar internações e procedimentos,

administrar sinistros e, no fim do processo, emitir a ordem de pagamento. A base

de dados utilizada é IBM DB2. O DB2 é um Sistema Gerenciador de Banco de

dados relacionais utilizados na Bradesco Seguros para gerenciar o acesso a

dados dos sistemas em mainframe. Atualmente, existem interfaces para este

sistema através da Web, permitindo com que prestadores de serviço emitam suas

faturas através da internet. Estas interfaces capturam a informação através da

Web e atualizam o mainframe, que continua sendo o principal responsável pela

regulação de sinistros.

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60

5.3 O Data Warehouse

O data warehouse utilizado pela Bradesco Seguros foi criado em um outro

sistema gerenciador de banco de dados, Oracle. O banco de dados Oracle é

considerado um dos líderes de mercado e possui diversas ferramentas para

extração e análise de dados já integradas com ele (HOBBS, 2005), uma das

razões que motivou a utilização de outro SGBD para o data warehouse.

Cada linha de atuação da Bradesco Seguros possui seu próprio data

warehouse estruturado e mantido de forma independente:

• Saúde e Dental;

• Vida e Previdência;

• Auto/RE.

O data warehouse de Saúde e Dental é segmentado em data marts de

acordo com as diferentes perspectivas sobre as informações utilizadas na tomada

de decisão, havendo repositórios de dados consolidados para: sinistros, perfis de

segurados, corretores e prêmios. O presente estudo de caso tem como objeto de

estudo o data mart de sinistros de saúde.

A existência de bases de dados separadas gerou complicação para a

criação do data warehouse, pois há uma certa dificuldade envolvida na extração

de dados de um tipo de banco de dados para carga e em outro, ainda mais se

considerada a volumetria dos dados. O número de segurados, incluindo apólices

de Saúde e Dental, encontra-se atualmente por volta de quatro milhões. Para que

o processo de extração, transformação e carga (ETC) das informações fosse

viabilizado, foi adotada uma ferramenta para este fim, o PowerCenter.

O PowerCenter é uma ferramenta corporativa que tem como principal

função a integração de bases de dados corporativas. Na Bradesco Seguros, ele é

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utilizado para a extração de dados do mainframe para a carga no data warehouse

no Oracle. No caso analisado, são consolidados todos os dados referentes a

sinistros da área de saúde. No data warehouse, estes dados são consolidados em

diversas dimensões, permitindo uma análise bastante detalhada destas

informações.

5.4 A Análise das Informações

A análise das informações do data warehouse é feita através do

MicroStrategy. Esta ferramenta integra-se com armazéns de dados para a

extração de métricas e mineração de dados. Nesta ferramenta são criados

relatórios pré-definidos pela área de Atuária e Estatística e estes relatórios são

atribuídos aos usuários de acordo com a área de atuação de cada um deles. Os

relatórios são extraídos periodicamente e analisados pela Atuária e Estatística

para que possam ser reportados à Diretoria.

O relatório analisado por este estudo de caso é o Mapa de Sinistralidade.

O Mapa de Sinistralidade mede a quantidade de sinistros, a variação relativa a

períodos anteriores, além de detectar tendências de variação. O relatório

demonstra as variações de sinistros de acordo com, entre outras, as seguintes

dimensões:

• Planos Empresarias: variações de sinistros por empresa que contratam

planos empresarias.

• Grupos Familiares: variações de sinistros por perfil de grupo familiar, no

caso de planos familiares.

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• Prestadores de Serviço: indica as variações de sinistro de acordo com o

prestador de serviço (hospital, clínica, médico, etc), permitindo detecção de

fraudes e mal uso.

As métricas avaliadas pelos relatórios incluem:

• Diagnóstico: variações de ocorrências de doenças diagnosticadas por perfil

de segurado.

• Itens de Despesa Hospitalar: indica quais itens (procedimentos médicos,

materiais, medicamentos, próteses, entre outros) tem sido utilizados por

prestadores de serviços nos atendimentos.

5.5 Resultado da Análise

Uma vez que os relatórios são analisados pela Diretoria, podem ser

tomados diversos cursos de ação, dependendo dos problemas detectados. Em

geral, o objetivo das ações tomadas é a redução de sinistros, uma vez que o

reajuste das apólices não é algo trivial.

5.5.1 Gerenciamento de Doenças Crônicas

O programa de gerenciamento de doenças crônicas visa identificar

doenças que geram demanda contínua por atendimento médico, tais como

diabetes e câncer, e obter reduções de custos através de parcerias com clínicas

especializadas. Os usuários do seguro de saúde que se beneficiariam deste

programa são identificados e encaminhados para as clínicas que possuem

parceria com a seguradora.

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63

5.5.2 Prevenção de Doenças

O programa de prevenção de doenças é composto por um conjunto de

diversas ações que têm como foco a conscientização de segurados e de

empresas para a adoção de práticas que sejam benéficas no ponto de vista da

saúde. A Bradesco Saúde mantém um programa chamado Juntos pela Saúde

para esta finalidade. A atuação deste programa consiste primariamente na Saúde

Ocupacional, além de palestras e campanhas publicitárias.

A necessidade deste programa é detectada através da análise dos

diagnósticos por planos empresarias. Quando são detectados aumentos

significativos em doenças possivelmente relacionadas ao trabalho em

determinadas empresas, é realizada ação de conscientização da Bradesco Saúde

junto a estas empresas. Desta forma, tanto o Bradesco é beneficiado com a

diminuição de custos, quanto as empresas, evitando custos relativos a ausência

de colaboradores e possíveis problemas legais.

5.5.3 Auditoria Médica

A auditoria médica ocorre quando é detectada suspeita de fraude por parte

do prestador de serviços. A ocorrência de alguns dados atípicos podem gerar

alertas para possíveis fraudes. Estes alertas podem ser disparados quando, entre

outros fatores, são detectados:

• Pelo tempo de internação de um segurado, por exemplo, é detectado que o

prestador deveria ter usado apenas uma fração de um determinado

medicamento, mas ele é cobrado integralmente;

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• O número de sinistros relacionados a um tipo específico de doença ou com

itens de despesas específicos torna-se discrepante da média obtida por

prestadores de serviço com a mesma especialidades.

5.5.4 Gerenciamento de Rede

O gerenciamento de rede poderá rever os acordos com prestadores de

serviços credenciados. Preços de itens de despesa poderão ser renegociados e

poderá ser acordada a utilização de medicamentos de um fabricante específico

para a redução dos custos, quando é percebida a utilização excessiva de um

determinado tipo de medicamento de um fabricante com custo mais elevado.

Além disto, caso o número de pedidos de reembolso para determinados

tipos de serviço médico seja significativo e seja detectada deficiência na rede

credenciada de prestadores de serviços com estas especialidades, poderá haver

ação do Bradesco Seguros de buscar acordo com novos prestadores de serviços

para que façam parte da rede credenciada.

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CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho analisou os desafios enfrentados pelas organizações

no século XXI na tomada de decisões estratégicas. A competitividade e a

globalização têm exigido das organizações flexibilidade para acompanhar as

tendências do mercado e agilidade para responder às mudanças. Os sistemas de

informação têm sido utilizado nas organizações em larga escala a nível

operacional e gerencial, gerando uma vasta e valiosa massa de dados.

Informações valiosas sobre tendências de mercado, padrões de consumo, entre

outras, estão escondidas nesta massa de dados operacionais gerados por estes

sistemas.

A tecnologia da informação evoluiu de tal forma que é possível detectar

estes padrões através de sistemas estratégicos de apoio à decisão. Porém, as

técnicas envolvidas na coleta e análise dos dados e a utilização destas

informações em tomada de decisão estratégica ainda permanecem sub-utilizadas

nas organizações. A inteligência competitiva ganha espaço neste quadro, pois

permite a análise destes dados e sua correlação com o ambiente externo à

empresa.

Através da revisão do material bibliográfico e do estudo de caso

apresentado, foi possível concluir que o resultado das análises geradas pela

utilização de inteligência competitiva nas organizações fornecem, de fato,

subsídio para a tomada de decisões estratégicas que, em última análise, agregam

vantagens competitivas.

Page 66: O PROCESSO DECISÓRIO COM SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - UM ESTUDO DE CASO DA BRADESCO SEGUROS

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