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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
O SUPERVISOR ESCOLAR
E A
EDUCAÇÃO INFANTIL NA
REDE MUNICIPAL DE ENSINO
Elaborado por Cláudia Marilia Soares Rodrigues
Orientador: Professora Ester
Rio de Janeiro
2003
3
AGRADECIMENTOS
A Deus primeiramente e a todos que contribuíram direta ou
indiretamente para que a realização desse trabalho pudesse
acontecer.
A todas as crianças, que inspiram o dia-a-dia do educador.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho as minhas filhas e a minha família
que tanto colaboram e incentivam no meu dia-a-dia e na
minha jornada de trabalho, pois são as minhas inspirações
para cada dia buscar aprendizagens novas.
5
RESUMO
A educação infantil, é tema que vem sendo abordado a muitos anos, sendo
objeto de estudo para muitos pesquisadores.
A mesma vem citada na nova LDB como nível de escolaridade, tendo como
avaliação o registro e o acompanhamento.
A educação infantil deverá contribuir para a construção da cidadania da criança,
propiciando o seu desenvolvimento, assim como aquisição dos conhecimentos
valorizados socialmente, através de atividades lúdicas, significativas e contextualizadas.
Deverá promover o desenvolvimento social para isso terá que haver um
comprometimento das políticas públicas com a mesma, a fim de buscar uma educação
de qualidade e que todos tenham acesso.
Para a sociologia a educação junto com as outras instâncias contribuirá para a
transformação da sociedade tornando-a mais justa e democrática.
A psicologia vê como processo de socialização desenvolvendo uma auto-
imagem positiva, enquanto o cognitivo desenvolve conceito na medida que observa,
experimenta e troca. Assim construindo seu conhecimento.
O supervisor enquanto investigador e gerenciador do processo e educacional
contribui na medida que detecta possibilidades para a melhoria de qualidade da
educação infantil integrando corpo-técnica docente, discente e a comunidade.
Entende-se porém que a busca de qualidade no atendimento as crianças de 0 até 6
anos envolvem questões amplas ligadas às políticas-públicas, as decisões de ordem
orçamentárias e a política de recursos humanos.
6
ESCOLA
Escola é...
... o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédio, quadro, programas, horários, conceitos.
Escola é sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que alegra, se conhece, se estima.
O Diretor é gente,
O Coordenador é gente,
O Orientador é gente,
O Psicólogo é gente,
O Professor é gente. O Aluno é gente,
Cada funcionário, seja quem for, é gente.
A escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte, como colega,
amigo, irmão...
Nada de “ilha, cercada de gente por todos os lados”,
Nada de conviver com pessoas e depois, descobrir que não tem amizade a ninguém,
nada de ser como tijolo, que forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar...
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se amarrar “nela” !
Ora , é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil trabalhar.
Crescer, estudar, fazer amigos, educar-se, ser feliz.
Paulo Freire
7
SÚMARIO
Introdução 9
Capítulo I 12
A educação infantil
Capítulo II 15
O contexto social e a contribuição do supervisor
Capítulo III 20
Uma proposta de supervisão escolar para educação infantil
Capítulo IV 25
Considerações finais
Conclusão 30
Bibliografia 31
Índice 32
8
INTRODUÇÃO
O que é pensar?
“O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido.
Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que
o ensino das respostas certas. Para isso existem escolas: não para ensinar as respostas,
mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre terra firme. Mas
somente as perguntas nos permitem entrar pelo desconhecido.”
O tema “A supervisão e a educação infantil na rede Municipal”, foi escolhido
devido ao interesse pela área e verificar que nela o supervisor é pouco solicitado ou não
tendo quase nenhuma participação no processo de construção do conhecimento, ficando
o mesmo, restrito ao registro administrativo da unidade de ensino.
Percebe-se que também que na educação infantil ainda nos dias de hoje, na
maioria das vezes a classe de educação infantil é vista como um lugar aonde a criança
vai no período de sua infância afim de cumprir talvez um cotidiano que faz parte da
nossa cultura ou porque a mãe trabalha e precisa que o filho fique em algum lugar e
vários outros motivos que poderíamos citar aqui...
Entendendo-se assim que não há realmente uma preocupação metodológica,
procedimental e didática na construção do conhecimento nas classes de educação
infantil.
O supervisor enquanto investigador do processo educacional pode contribuir
muito para que haja um bom trabalho nas classes infantis da rede Municipal.
9
O presente estudo objetiva, em geral, a análise da contribuição do supervisor
escolar na democratização da educação infantil na rede Municipal de Ensino
(particularmente na PMNI)
A realização do estudo decorrente é inserido de uma fundamentação teórica e
sugestões que possam ser incluídas na educação infantil, buscando assim uma integração
da teoria com a prática.
Espera-se desse estudo buscar respostas para indagações que foram feitas no
decorrer de observações nas classes de educação infantil.
10
Resultados
Resultados exigem esforço, paciência e constância .
Suspeito de promessas miraculosas e soluções instantâneas.
Devido de fórmulas simples para a conquista da felicidade.
Fraqueza, fadiga e ferrugem custam a ceder
Depois que se instalam no corpo, na mente e no espírito.
Somente força, fôlego e flexibilidade podem produzir mudança.
Otimismo só existe onde a ação é planejada.
Pensamento positivo só funciona á custa de muito trabalho.
Sem objetivos e prazos definidos, esperanças e é pura ilusão.
Acredito em fatos, não em intenções
Acredito em atitudes, não em discurso.
Acredito em posturas éticas, não em regra de moral.
Acredito em fazer acontecer, não em esperar.
Acredito em criatividade, não em obstáculo.
O que importa são as tentativas e não os acertos.
Ás vezes que a gente se levanta, contam muito mais do que as que a gente cai.
O prazer de continuar buscando.
É infinitamente maior do que o sucesso de alcançar toda transformação, começar sempre
é caótica e desconfortável.
“Os caminhos conhecidos são seguros e fáceis.
Mas só conduzem aos lugares onde já estamos e não desejamos ficar.
O caminho novo é cheio de riscos, surpresas e cansaço, mas sempre premia os que o
escolhem com chance de descobrirem e experimentarem a vida que imaginaram viver.”
Geraldo Eustáquio De Souza
11
CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO INFANTIL
“A criança precisa construir em si mesma uma
imagem de que é amada, capaz, criativa e segura.”
Carl Rogers
121.1 A Educação Infantil
A educação infantil já vem sendo abordada há muito tempo.
Educadores com a preocupação nessa área vem desenvolvendo trabalhos e
estudos onde tem como objetivo, a educação de 0 a 6 anos nas diversas classes sociais,
mas especificamente o supervisor não contribui muito nessa área ficando restrito ao
ensino fundamental e médio.
Até mesmo a Lei de Diretrizes e bases prevê a educação infantil como nível de
escolaridade.
Artigo 21ĺA educação escolar compõe-se de
:
I ĺ Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio;
II ĺ Educação superior.
Seção II
Da educação infantil.
Artigo 29 ĺ A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da
comunidade.
Artigo 30 ĺ A educação infantil será oferecida em:
I ĺ Creches, ou entidade equivalente, para crianças de até três anos de idade;
II ĺ Pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade.
Artigo 31 ĺ Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo
para o acesso ao ensino fundamental.
13
O referencial teórico deste estudo se constitui a partir da pré-escola como função
pedagógica objetivando a instrumentalização das crianças.
Adotou-se esse referencial por estar bastante associado ao papel do supervisor e
também por convicção de que as crianças de 0 a 6 anos são seres sociais, indivíduos que
vivem em sociedade, com diferentes papéis e características.
Vendo assim que a educação infantil deve contribuir para a promoção e o
desenvolvimento social, com uma educação de qualidade e denunciando o descaso das
políticas públicas voltadas as populações infantis particularmente de 0 a 6 anos.
A educação infantil deve proporcionar uma educação democrática, onde todos
possam ser autônomos, solidários e com espírito critico, investigativo e cooperativo.
1.2 Definindo o papel da educação infantil
Para a sociologia, entre a educação e a sociedade existe uma estreita relação.
Vendo assim que a educação não tem o poder de mudar a sociedade mais e ela
que pode contribuir para conservar essa sociedade ou junto com outras instâncias sociais
contribuir para a transformação necessária a fim de promover uma sociedade mais justa
e democrática.
Por isso da importância do trabalho pedagógico nas classes infantis, favorecendo,
o seu desenvolvimento e a construção de conhecimentos. Para que as mesmas,
futuramente possam contribuir com as séries do ensino fundamental.
“É preciso levar para dentro da escola as lições que o povo tem aprendido e
ensinado na escola da vida”
Claudius Ceccon e outros
141.3 Contribuição da psicologia
Dentro do enfoque sócio afetivo enfatizamos que a criança tenha uma auto
imagem positiva, cada qual na sua identidade e nas suas características próprias, a fim de
desenvolver um processo de socialização com o grupo, respeitando e aceitando as
diferenças de cada grupo no qual faz parte dentro da sociedade.
Seja ela com relação à classe social, sexo, raça, etc...
“A criança, do nascimento até os seis anos de vida necessita de carinho , ternura,
afeto...” ·
Celso Antunes (Alfabetização Moral)
No enfoque cognitivo, a criança tem necessidade de ser valorizado, o que ela
constrói e conhece.
Desenvolverá esses conceitos na medida em que age, observa, relaciona objetos
do mundo físico.
É através dessas atividades, da troca de informações com outras crianças, com a
família e com os adultos é que elas desenvolvem seu pensamento.
15
CAPÍTULO II
O CONTEXTO SOCIAL E A
CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR
“Quando a humanidade tem um problema que ela não sabe
resolver é preciso que eduque as crianças para resolverem
na geração seguinte. Por isso, a pedagogia é a questão
fundamental no mundo inteiro.”
Michel Serres
(Filósofo Francês)
16 2.1 O contexto social, cultural e a contribuição do supervisor
Cabe a escola reconhecer que cada criança é diferente, tem especificidades, não
só por serem de classes sociais diversas, mas por estarem em diferentes estágios de
desenvolvimento psicológicos, também cabe ressaltar que cada localidade existe a
interferências dos hábitos e costumes, assim como os valores que são passados pelas
famílias e dos próprios profissionais da escola, fazendo com que haja uma interferência
na percepção da criança em relação ao mundo que a cerca.
Essas características de cada escola e sua clientela devem ser consideradas e
discutidas a fim de diminuir as descriminações e proporcionar um ensino mais
democrático.
O supervisor contribui na medida em que ele detecta essa diversidade e
possibilita uma prática em benefício das crianças.
Quando é colocado o contexto social e cultural engloba-se todas as classes
sociais abominando qualquer tipo de descriminação em termos de qualidade de ensino,
pois a escola deve buscar sempre a qualidade e o supervisor deve partir desse
pressuposto como meta no seu trabalho.
“A educação pré-escolar se constitui, portanto, em tarefa inadiável e urgente de
âmbito pedagógico e social, na medida em que a concebemos, primeiro como direito de
todas as crianças e segundo, pela necessidade de se atender a essas crianças durante a
etapa mais expressiva do processo evolutivo do ser humano.”
Medeira, Azize Maria Yared de etalli (Princípios Metodológicos)
“Deixaremos pacientemente que as penas cresçam e se desenvolvam, certos de como
estamos, de que o vôo há de chegar sem falta, no momento desejado, natural e forte.”
Freinet
No enfoque lingüístico é essencial o desenvolvimento das diferentes formas de
representação verbal.
17 A expressão e a comunicação manifestadas através das histórias, desenhos,
músicas, livros, álbuns, conversas, etc... contribuem para ampliar a capacidade de
representação e o processo da linguagem escrita.
“Não basta uma situação ser apenas vivida; a produtividade em termos de
construção do conhecimento abstrato está na medida em que a criança analisa, toma
consciência, reflete, verbaliza graficamente suas experiências”
(Fraga, 1990)
No enfoque psicomotor as crianças precisam expandir seus movimentos,
explorando seu corpo e o espaço físico.
A partir da execução de exercícios motores do dia-a-dia e com objetivos
determinados é que a motricidade é desenvolvida.
“Um objeto não constitui um estimulo perceptivo senão na medida em que o
organismo perceptor é sensibilizado por ele.”
(Piaget, 1973)
2.2 Supervisor e o currículo
O currículo na educação infantil deve ser construído a partir de uma pratica
pedagógica contextualizada a fim de proporcionar a sua clientela a construção dos
conceitos da autonomia cooperação, solução de problemas, responsabilidade,
criatividade enfim comunicando-se e expressando-se de todas as formas, exercitando
assim sua cidadania.
Supervisor deve ser um mediador, levando a comunidade escolar e a família a
participarem da elaboração do currículo, promovendo assim a integração da comunidade
com os demais profissionais da instituição.
18
2.3 O Supervisor com os demais profissionais
A educação infantil deve favorecer a integração do corpo técnico e
administrativo, a fim de promover no estabelecimento uma ação educativa com
objetivos comuns e coerência naquilo que está sendo definido e defendido. Contribuindo
assim para o desenvolvimento pleno da comunidade escolar no processo educativo.
Vejo que através da consultoria o caminho pelo qual a educação deve percorrer,
pois o aluno é o referencial da escola e somente com o esforço mútuo, o compartilhar de
idéias, opiniões e sugestões é que permitirão gerar objetivos concretos para que a
educação infantil possa contribuir no processo de transformação da sociedade.
19
CAPÍTULO III
UMA PROPOSTA DE SUPERVISÃO ESCOLAR
PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
“É preciso mostrar aos alunos e aos pais que o trabalho e a
vida deles são uma parte do trabalho e da vida do país.”
203.1 Uma proposta de supervisão escolar para a educação infantil
3.2 Objetivos da discussão
• Pretende-se analisar e organizar no presente estudo de que maneira o supervisor irá
atuar na educação infantil a fim de colaborar para que a mesma se torne mais
democrática.
• Buscar a importância do supervisor nessa área de educação.
• Colaborar e contribuir para que a educação infantil seja uma educação de qualidade
independente de classe social.
3.3 Atividades sugeridas para a ação do supervisor escolar na pré-
escola:
• Com a comunidade
É de grande importância o supervisor ter um olhar para a realidade da comunidade
de que cerca a U.E., pois a partir desse olhar observando o modo de vida, suas
dificuldades, interesses, aspirações, suas necessidades e conquistas é que o profissional
terá instrumento para uma proposta de trabalho junto com a comunidade.
Através da investigação o supervisor terá elementos para desenvolver atividades que
auxiliará a comunidade e será instrumento de trabalho. Criando mecanismos para a
integração social servindo de ponte para uma transformação da realidade local.
3.3.1 Sugestões de atividades:
• Currículo (participativo).
• Festas.
• Desenvolver trabalhos com os pais no que diz respeito ao desenvolvimento do aluno.
21• Proporcionar palestras para a comunidade no que diz respeito à saúde, conselho
tutelar, trabalho infantil, violência doméstica, abuso sexual, higiene, dentição,
planejamento familiar, limites, auto-estima, etc.
• Oficinas para desenvolver habilidades e geração de renda na comunidade local.
• A importância dos pais no desenvolvimento da auto-estima positiva.
• Desenvolver a necessidade de harmonia no lar, objetivando o progresso do aluno.
3.3.2 Com os professores e direção
O profissional que trabalha com crianças pequenas exigem uma competência
polivalente, isto é, cabe ao mesmo trabalhar com conteúdos de naturezas diversas
provenientes de várias áreas.
O supervisor terá que criar mecanismos para que o profissional esteja sempre
refletindo sobre sua ação em quanto investigador do processo de aprendizagem e ao
mesmo tempo aprendiz e questionador de sua prática.
São instrumentos essenciais para este profissional refletir sua prática:
observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
Pois assim o profissional contextualiza sua prática e corresponde as necessidades
da comunidade, haja vista que o mesmo está diretamente ligado a clientela.
O supervisor como gerenciador desse processo tem que criar elos entre a direção
e o corpo docente para que os projetos educativos sejam viáveis e desenvolvidos,
buscando sempre a qualidade.
3.3.3 É importante junto à direção e corpo docente
• Planejar.
• Adaptação dos novos alunos.
• Caracterizar a clientela
• Discutir currículo utilizando a colaboração e sugestões da comunidade.
• Discutir a questão (avaliação).
22• Discutir alfabetização, métodos e técnicas.
• Identificar as contradições presentes na escola.
• Desenvolver na pré-escola áreas de conhecimento adaptando as idades dos
alunos.
• Desenvolver relatórios de progresso de desenvolvimento dos alunos.
• Traçar meios para inclusão da criança com necessidades especiais.
3.3.4 Junto ao professor:
• Desenvolver trabalhos no que diz respeito à cidadania
• Discutir ética na profissão.
• Elaborar formação continuada para o professor reciclar, refletir sobre a sua
prática.
3.3.5 Promover oficinas de atividades:
• Motricidade • Artes • Educação Física
• Bandinha • Música • Artes Plásticas • Contação de Histórias • Sucata
3.3.6 Desenvolver relatórios sobre a atuação do professor
• Auto-avaliação
• Avaliação na unidade de ensino
233.4 Procedimentos metodológicos
A escola deve desenvolver trabalhos relacionados às necessidades de sua
clientela e da comunidade.
Os temas abordados abaixo seriam trabalhos através da construção de conceitos
feitos pelo alunado, através de atividades como: cartazes, dramatizações, pesquisas,
pintura a dedo e modelagem.
São eles: crianças abandonadas, valorização da vida, ecologia, poluição,
responsabilidade, liberdade, valor do trabalho, disciplina, socialização, convivência
social, etc.
3.4.1 Atividades abertas à comunidade
• Datas comemorativas.
• Feiras (ciência, objetos reciclados, atividades artísticas e plásticas)
• Exposições (experiências, plantas, etc)
• Livro de família
• Clube de mães
• Visitação nos espaços da escola e na horta
• Álbum de atividades
3.5 Comentários
As atividades podem ser adaptadas através do corpo técnico pedagógico a fim de
que possibilite a inserção na vida da criança e do mundo que a cerca.
Outras atividades devem ser colocadas em pauta de acordo com as necessidades
e realidades especificas de cada clientela da educação infantil.
24
CAPÍTULO IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“A principal tarefa da escola é a de desenvolver no
aluno as características que lhe permitiram viver de
forma eficiente numa sociedade complexa.”
254.1 Cada criança aprende de um jeito
Cabe ao supervisor a tarefa de investigar e colaborar com o professor para que o
mesmo possa individualizar as situações de aprendizagens oferecidas as crianças,
considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas, assim como os
conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens sócio-culturais
diversas. Devendo o professor planejar e oferecer uma gama variada de experiências que
corresponda, simultaneamente às demandas e a individualidade de cada criança.
Existem crianças altas e baixas, loiras e morenas, gordas e magras. Algumas
nasceram em lares com pai, mãe e irmãos, todos alfabetizados e leitores. Outras nem
conhecem os pais, moram com os avós, os tios, um parente distante, etc.
Muitos viajam nas férias, conhecem o mar, o mato e pessoas de lugares variados.
Há quem nunca tenha saído do bairro onde mora.
“Ninguém é igual a ninguém...”
Cada criança tem uma história particular e única formada por sua estrutura
biológica, psicológica, social e cultural.
A questão é como elaborar um projeto de ensino que atenda a todos sem exceção,
dos mais sensíveis aos mais pragmáticos, dos mais competitivos aos mais colaboradores,
dos mais lentos aos mais rápidos, dos vindo de lares desestruturados aos que tem base
familiar de laços sólidos, dos portadores de necessidades especiais aos superdotados.
A escola é lugar onde todos devem ter oportunidades iguais, mas com estratégias
diferentes.
O aluno mais rápido não é melhor que o mais lento.
As crianças são resultados de suas experiências, para compreendê-las é preciso
considerar o espaço em que elas vivem e a maneira como constroem significados, as
práticas culturais, etc.
“Sabe-se hoje que cada ser humano tem um conjunto de células do sistema
nervoso particular quanto à impressão digital.”
“Não existe modelo de criança, pensar assim é discriminar.”
Alguns alunos são mais introvertidos e são dão bem fazendo trabalho manuais.
26
Outros são mais elétricos e precisam de agitação. Não a certo ou errado, melhor
ou pior. É muito comum os professores trabalharem as mesmas tarefas com todos os
alunos. Essa dinâmica acarreta alguns problemas, alunos mais rápidos terminam as
atividades antes. Se não tem um novo trabalho atrapalha o resto do grupo, com o tempo
a possibilidade de perder o interesse pelas aulas é muito grande.
Os mais lentos não conseguem terminar as atividades no tempo estipulado que
leva em conta a média. Sentem-se incapazes, pois precisam despender um esforço muito
grande para realizar uma tarefa considerada fácil por outros colegas.
Só os alunos com capacidade média de aprendizagem conseguem adaptar o nível
de dificuldade dessas atividades ao seu ritmo.
Assim, os mais rápidos e os mais lentos são iguais no mesmo problema, as
atividades estão fora da zona proximal do desenvolvimento de cada um.
Considerar que as crianças são diferentes entre si, implica propiciar uma
educação baseada em condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades e
ritmos individuais, visando ampliar e enriquecer as capacidades de cada criança levando
em conta suas singularidades, respeitando-as, valorizando-as como fator de
enriquecimento pessoal e cultural.
4.2 A adaptação escolar
“É o inicio de tudo, é a base para todo o resto de tempo que ele vai aqui e na
vida. Quantas e quantas vezes a gente tem que se adaptar a novas situações.”
A chegada à escola é uma nova experiência para criança, que para muitas pode
ser muito dolorosa.
Esse processo deve ser de forma contínua e gradual, pois para os pequenininhos a
separação do convívio familiar pode simbolizar o medo do abandono, por isso o
profissional deve estar preparado psicologicamente para receber essa clientela tão
peculiar.
27 A saída da criança de seu mundo (a casa) é um processo que deve ser assimilado
e elaborado pelos pais, pois a ansiedade dos mesmos pode vir a tornar esse processo
mais complexo.
É importante que a escola junto com os profissionais criem um ambiente
acolhedor não só para criança quanto para a família.
A participação de pais e mães no primeiro momento é essencial para facilitar a
adaptação da criança.
A partir do momento que a criança construa vínculos e sentimento de confiança
com a escola, educadores, coleguinhas e outros profissionais da escola, essa relação
possibilita a segurança necessária para conhecer e explorar este novo espaço.
É importante que o professor e pais entendam que cada criança tem seu tempo
interno para adaptar-se em um novo espaço e por isso o processo de adaptação é aberto.
A criança se adaptará á escola à medida que todos tenham consciência de sua
participação neste processo.
“... acredito que todas as crianças que estejam nesta situação têm o direito de ser
assistidas por um educa-a-dor que os a acolha, escute, devolva o que vê, introduza no
novo, acompanhe, limite e apóie, ajudando a criança a se adaptar e a buscar saída para
suas questões.”
... este ato de amor (...) significa a atenção que todo educador sensível (pois
educar a dor do outro e porque não dizer que a sua, ao mexer com o outro...)
Freire
284.3 Avaliação
O papel da avaliação na educação infantil decorre das próprias metas
educacionais estabelecidas na proposta elaborada.
A avaliação se destina a obter informações e subsídios para facilitar o
desenvolvimento dos alunos e ampliação de conhecimentos do educador. A partir desses
dados a instituição irá (re) planejar suas estratégias e direcionar o trabalho. Percebendo
assim que a avaliação não é apenas medir, comparar ou julgar e sim aspecto fundamental
para qualquer proposta curricular.
A observação é um bom instrumento para orientar, acompanhar e avaliar o
desempenho infantil, apesar de ainda não ler e escrever, a criança está constantemente
atuando sobre a realidade e seu meio.
Na pré-escola antes de nos preocuparmos em rotular a criança a partir do que ela
ainda não faz, devemos partir daquilo que já é capaz de fazer para que se desenvolva
todo seu potencial, superando todas as dificuldades.
4.3.1 Aspectos que devem ser observados:
• Sua saúde
• Aspectos psicomotores
• Atenção
• Esquema corporal
• Percepção
• Lateralidade
• Orientação espaço temporal
• Coordenação motora
• Linguagem
• Operações do pensamento
• Sociabilidade
29
CONCLUSÃO
O estudo proporcionou o questionamento da educação infantil que está sendo
ministrada, pois a pré-escola tem o valor primordial para continuidade da vida escolar,
vendo que a falta de classes infantis em âmbito nacional do ensino público ou a
educação de baixa qualidade, possa ser um dos fatores do fracasso escolar das classes
iniciais do ensino fundamental.
A literatura na área da educação infantil é de grande importância para que se
desenvolva um trabalho de qualidade e investigativa, para solucionar problemas na
comunidade escolar.
A reciclagem do professor também é essencial, visto que hoje a muitos estudos
sobre o desenvolvimento do ser humano desde a sua concepção.
O supervisor como facilitador, pode contribuir muito para que a educação infantil
torne-se uma formação necessária para viabilizar uma educação de qualidade e
democrática.
O supervisor se apresenta como um instrumento vital de controle da qualidade de
produto, ele deve ser entendido como um ser crítico, construtivo e vitalizador das ações
educacionais colocadas a serviço dos indivíduos e do grupo objetivando o
desenvolvimento e a transformação para melhor.
Planejando, acompanhando, avaliando e aperfeiçoando a sua ação garantirá a
eficiência do processo educacional e eficácia de seus resultados.
“Como educadora entusiasmada pelo que faço tenho certeza de que em pouco
tempo, nossas crianças terão acesso à educação infantil compromissada coma sociedade
brasileira e de qualidade independente de classe social, cultural ou racial.”
30
BIBLIOGRAFIA
ABRAMOVAY, Mirian e Kramer, Sônia. “O rei está nu.” Um debate sobre as funções
da pré-escola. Editora Loiola, 1988.
ANTUNES, Celso. Alfabetização moral em sala de aula e em casa. Do nascimento aos
doze anos. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
DIESEL, Marlete. Revista do Professor, Porto Alegre, 2003.
KRAMER, Sônia et alli. Com a Pré-Escola nas Mãos. São Paulo: Editora: Ática, 1995.
LUCK, Heloísa. Ação Integrada, Petrópolis: Editora Vozes, 1991.
MPAS (Brasil). Guia de Pais, UNICEF. Ministério da Previdência em Assistência
Social, 1985.
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. São Paulo: Editora Ática, 1995.
PCNS. Educação Infantil MEC/SEF Brasília/DF, 1988.
SALES, T. Simone. A Importância da Psicomotricidade na Educação Infantil,
Comunicandido/RJ, Junho, 2003.
31
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 12
1.1 - A Educação Infantil 13
1.2 - Definindo o papel da Educação Infantil 14
1.3 - Contribuição da Psicologia 14
CAPÍTULO II 15
O contexto social e a contribuição do supervisor 16
2.1 - O contexto social, cultural e a contribuição do supervisor 17
2.2 - O supervisor e o currículo 18
2.2 - O supervisor com os demais profissionais 19
CAPÍTULO III 20
Uma proposta de supervisão escola para a educação infantil 21
3.1 - A proposta 21
3.2 - Objetivos da discussão 21
3.3 - Atividades sugeridas para a ação do supervisor na escola 21
3.3.1 - Sugestões de atividades 21
3.3.2 - Com professores e direção 22
3.3.3 - Ação junto à direção e o corpo docente 22
3.3.4 - Junto ao professor 23
3.3.5 - Promover oficinas de atividades 23
3.3.6 - Desenvolver relatórios sobre a atuação do professor 23
3.4 - Procedimentos metodológicos 24
3.4.1 - Atividades abertas à comunidade 24
3.5 - Comentários 24
CAPÍTULO IV 25
Considerações finais 26
4.1 - Cada criança aprende de um jeito 26
4.2 - Adaptação escolar 27
4.3 - Avaliação 29
4.3.1- Aspectos que devem ser observados 29
33
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título: O Supervisor escolar e Educação Infantil na rede Municipal de Ensino
Data de Entrega :________________________________________________
Avaliação:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Avaliado por: __________________________________________________
_________________________ ,______de ________________de_____