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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE ARTES E LETRAS
O TEATRO COMO AUXILIAR
NO PROCESSO DE
ENSINO/APRENDIZAGEM DE
CIÊNCIAS:
OS FENÔMENOS QUÍMICOS-
A FORMAÇÃO DAS
NUVENS
Santa Maria, 2016
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Introdução
A maneira como a química e outras ciências são abordadas em sala de aula pode ser um dos fatores que tem contribuído para uma certa desatenção dos estudante de escolas públicas e privadas. Uma vez que o entendimento dos fenômenos requer muito da imaginação do aluno, se os conceitos são apresentados de forma puramente teórica a aula pode se tornar entediante, como algo que se deve memorizar e que não se aplica a diferentes aspectos da vida cotidiana.
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Introdução
A falta de um local organizado e propício para realização de experimentos a fim de mostrar uma visão mais ampla sobre ciências, pode gerar certo desânimo por parte dos professores para elaborar uma aula dinâmica, com caráter investigativo. Além disso, o professor necessita buscar materiais acessíveis que sejam utilizados no cotidiano para auxiliar na contextualização dessa ciência no dia-a-dia.
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Introdução
Por esta realidade ser um grande problema, além de ser muito triste, buscou-se desenvolver uma aula dinâmica, simples, com recursos acessíveis e que, devido ao tempo para o trabalho ser aplicado, pudesse abranger uma parte de um fenômeno que ocorre a todo instante no nosso meio: a formação das nuvens.
Como forma de avaliação, os alunos serão convidados a desenvolver um jogo, na forma de júri, onde serão trabalhados, além de conceitos químicos, o lúdico dos alunos. Dessa forma, busca-se contribuir também para que o teatro se torne mais próximo às escolas.
Assim, o material apresenta um jogo e um exercício teatral voltados para o ensino da química, o qual deve ser utilizado após a aula sobre as nuvens.
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Objetivos
• Propiciar o desenvolvimento de uma
aula dinâmica, que se diferencie do
modo tradicional de ensino dos
conteúdos de ciências;
• Exercitar a imaginação em busca da
compreensão dos conhecimentos
químicos;
• Desenvolver uma boa relação entre os
alunos da turma, bem como entre
professor e alunos.
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Metodologia
• Primeiro será desenvolvida uma aula sobre o estudo das nuvens;
A aula deve iniciar com um problema e depois disso partir para os experimentos que desenvolvem os pontos principais do processo de formação das nuvens. (Modelo de aula a ser seguido em Câmara de nevoeiro e Correntes de convecção).
• Práticas teatrais;
O jogo e o exercício teatral devem ser desenvolvidos após o estudo das nuvens, tendo em vista que será de suma importância para o auxílio da postura dos estudantes frente à avaliação final. (Face a face e o Moléculas em ação).
• Avaliação Final (Júri).
O júri deve ser feito para que os alunos desenvolvam as práticas teatrais e demonstrem o entendimento do conteúdo abordado em aula, sem a necessidade de uma prova nos moldes tradicionais.
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Aula sobre as nuvens
INTRODUÇÃO
Nuvens se formam quando vapor de água no ar é resfriado o suficiente para formar pequenas gotículas de água.
Na atmosfera, isto geralmente acontece quando o ar resfria à medida que sobe a maiores altitudes. Em altas altitudes a pressão é baixa, logo o gás expande, resfriando.
Materiais
● Vidro
transparente/
Jarra plástica com
boca grande
● Luva de
borracha
(limpeza)
● Fósforos
● Água
▲ Cuidado com o
vidro!
CÂMARA DE NEVOEIRO
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CÂMARA DE NEVOEIRO
COMO FAZER
Coloque um pouco de água no fundo do vidro, introduza a luva na forma que os dedos fiquem para baixo e sele o vidro com a abertura ficando por fora do vidro.
Encaixe sua mão dentro da luva e puxe rapidamente para fora. Nada vai acontecer.
Então, remova a luva, solte um fósforo dentro da jarra e recoloque a luva. Puxe para cima a luva mais uma vez.
NOTE: Um pequeno nevoeiro será formado dentro do vidro quando você puxar a luva para fora e desaparecerá quando a luva voltar ao estado inicial.
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CÂMARA DE NEVOEIRO
O QUE ACONTECEU?
As moléculas de água estão presentes no ar dentro do vidro, estando na forma invisível de gás ou vapor, suspensas individualmente ao redor e não estão aderindo umas às outras. Quando a luva é puxada para fora o ar que está dentro do vidro é expandido. Mas na expansão o ar deve fazer trabalho, que significa que está perdendo alguma energia térmica, que significa dizer que as moléculas se “juntarão” lentamente. Esta é uma forma de dizer que o ar torna-se mais frio.
Quando as moléculas de água desaceleram, elas podem ficar umas com as outras, assim começam a formar um bando em minúsculas gotas. As partículas de fumaça na jarra ajudam este processo ao longo da aglomeração: as moléculas de água se unem mais facilmente quando encontram partículas sólidas para atuar como núcleo. Quando a luva é puxada de volta o ar no vidro é aquecido ligeiramente, o que faz com que as gotículas evaporem e tornem-se invisíveis novamente. Na atmosfera o ar expande à medida que sobe para regiões de baixa pressão e esfria formando nuvens. Este é o motivo de as nuvens se encontrarem próximas às montanhas.
Poeira, fumaça e partículas de sal no ar, fornecem os núcleos que ajudam as gotas a condensarem.
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CORRENTES DE CONVECÇÃO
Materiais
•Bateria (de moto 12V); •Aquário (35cmx15cmx20cm); •Grafite (de lápis 1,7 mm); •Lanterna (de pesca com a lâmpada pequena); •Garras metálicas do tipo jacaré; •Fio de cobre (2m); •Fita isolante
INTRODUÇÃO
Esta demonstração nos dá uma maneira atraente para a apresentação de correntes de convecção na água. Água mais quente subindo e água mais fria descendo, cria turbulências que desviam a luz, permitindo projetar as sombras que estão girando em uma tela.
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CORRENTES DE CONVECÇÃO
COMO FAZER
Conecte os
jacarés nas
extremidades do
grafite.
Conecte os dois fios no terminal da bateria permitindo o aquecimento. Ligue a lanterna através do líquido projetando a luz para o papel.
Encha o aquário com água e coloque o grafite com os jacarés dentro do recipiente.
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CORRENTES DE CONVECÇÃO
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Como o ar, a água expande, fica mais quente e assim se torna menos densa. Uma vez que o grafite é aquecido a água na sua proximidade aquece, e essa água diminui a densidade sendo impulsionada para cima.
Sabe-se que a água fria e a água morna apresentam diferentes densidades, elas têm diferentes índices de refração.
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CORRENTES DE CONVECÇÃO
Bandas de luz refratam à medida que passa de mais quente para mais fria e mais fria para mais quente. Quando a luz é direcionada para um área da tela, essa área se torna mais brilhante. Quando a luz é direcionada para longe de uma área da tela, essa área fica mais escura.
A posição da água morna e fria está mudando constantemente, assim as imagens projetadas na tela brilham e fluem como ondas de calor no ar.
Dica
Observe as correntes de convecção. Se você tem um interruptor, pare a corrente e observe os efeitos das várias configurações. Se você estiver usando resistência variável você pode ter que tentar várias formas para encontrar qual trabalha melhor. Você também pode variar a orientação do grafite para melhor visualizar o efeito de convecção. Coloque algumas gotas de corante e observe os efeitos da refração.
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JOGOS FACE A FACE
Objetivo Desenvolver a emoção.
Desenvolvimento
10 min
2-40 pessoas
Dicas Seria interessante se o jogo fosse feito com um intervalo de tempo menor e que fosse
aumentando gradativamente;
Ao passar de um determinado tempo o facilitador pode fazer algum barulho que indique
mudança. Pode ser em relação à distancia dos jogadores ou em relação à emoção (mais
sério, mais risonho, um sério e outro neutro...).
Os jogadores devem ficar um na
frente do outro olhando olho no
olho repedindo uma determinada
frase. São apenas duas frases, o
jogador 1 fala sua frase e em
seguida o jogador 2 fala sua frase,
repetidamente.
Frases
1)“Por favor não vá embora.”
2)“Sinto muito, tenho que ir.”
1)“Eu não tive culpa.”
2)“Cala boca”
1)“Sim.”
2)“Não.”
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Objetivos
Desenvolvimento
Dica É importante que o jogador 1 defina bem o estado da matéria, para que o jogador 2
consiga demonstrar corporalmente com clareza.
JOGOS
15 min
2-40 pessoas
MOLÉCULAS
EM AÇÃO
Trabalhar com a timidez
fazendo com que o jogador
fale perante a turma e
instruir a agilidade pois
requer pensamento rápido.
Os jogadores devem possuir
conhecimento prévio sobre
os estados físicos da
matéria. O jogador 1 deve
contar uma história qualquer,
pensada no momento, que
envolva os estados físicos
da matéria e o jogador 2
deve representar o
fenômeno que está ocorrendo com a matéria.
Sólido: pouca
agitação;
Líquido: agitação
moderada;
Gasoso: muita
agitação.
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Como desenvolver o júri
• A turma será organizada em dois
grupos;
• Cada grupo escolhe um nome;
• Será dada uma chance para cada grupo responder a uma pergunta, tendo 30 segundos para resposta;
• Após a resposta o outro grupo tem direito de fazer alguma colocação (complementar, corrigir, concordar);
• Após isso o “juiz” (professor) faz uma explicação e os grupos devem escolher quem teve a melhor resposta.
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JÚRI
Perguntas
• Como conseguimos guardar água tão
alto sem nenhuma sustentação?
• Como a água chegou lá?
• Como ocorre evaporação se a água não
chega a 100°C?
• O que a água precisa para passar do
estado líquido para o estado gasoso?
• O que a energia solar faz com as
moléculas de água?
• Por que a água quente é mais leve?
• Depois de formada por que chove gotas
e não chove uma nuvem inteira?
• Por que quando rompidas as ligações
da água elas sobem?
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Avaliação
• Perceber como foi a
participação e o interesse dos
alunos pelo trabalho proposto;
• Solicitar aos alunos que façam
uma colocação escrita falando
como foi participar do trabalho,
bem como apontando críticas e
sugestões.
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Premiação
• No final de toda prática teatral,
os alunos que obtiveram o
melhor resultado, devem ganhar
um bombom como prêmio (ou
algo que o professor achar
necessário).
• Aos alunos que ficaram em
segundo lugar, devem ganhar
um bombom, mas na condição
de ajudar na organização da
sala de aula.
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Referências
• ARROIO, Agnaldo; HONÓRIO, Káthia M.; WEBER, Karen
C.; MELLO Paula, GAMBARDELA Maria Teresa do Prado;
SILVA, Albérico B. F. da Silva. O show da química:
motivando o interesse científico. In: Química. Nova na
Escola, Vol. 29, No. 1, 2006, p. 173-178.
• BAZIN Maurice; TAMEZ Modesto. Science Acros
Cultures. Ed. Ellen Klages, No. 1997, p.01- 48.
• BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o
não-ator com vontade de dizer algo através do teatro.
12. ed. Rio de Janeiro Civilizacao Brasileira, 1995.
• DOHETY, Paul. Hands on science a teacher’s guide to
student-built experiments and the Exploratorium Science
Snackbook. In: Library of Congress - Cataloging Library
of Congress, 1992, p. 28.
• SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. 5 ed. São
Paulo: Perspectiva, 2008.
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