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“O TRATAMENTO MÉDICO” Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan Clínica Médica com área de atuação em Endocrinologia e Cardiologia Sanitarista pela UFRJ. Equipe CETOM - Centro de Tratamento para a Obesidade Mórbida Hospital Quinta D´or Instituto Flumignano de Medicina Rio de Janeiro – RJ 2012

“O TRATAMENTO MÉDICO” - flumignano.com20TRATAMENTO... · depressivos, ansiosos, fobia social e transtornos de personalidade. Quando a doença encontra-se descompensada apresenta

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“O TRATAMENTO MÉDICO”

Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan Clínica Médica com área de atuação em Endocrinologia e CardiologiaSanitarista pela UFRJ.Equipe CETOM - Centro de Tratamento para a Obesidade MórbidaHospital Quinta D´or Instituto Flumignano de MedicinaRio de Janeiro – RJ2012

É necessário:

a) Reunir todas as informações possíveis, inclusive com familiares.

b) Analisar e documentar:- Perfil psicológico.- Perfil neurológico- Inventário dos alimentos ingeridos. - Usar questionários pré-elaborados. - Avaliar detalhes e gravidade dos sintomas. - Analisar os exames médicos complementares.

c) Considerar que o tratamento é um processo dinâmico e multidisciplinar. (médicos, psicólogos, nutricionistas, etc)

ESTRUTURAÇÃO DA INVESTIGAÇÃODOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

BITE – Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo - que permite identificar comedores compulsivos e obter dados sobre aspectos cognitivos e comportamentais da bulimia nervosa.

EAT-26 – Teste de Atitudes Alimentares - que avalia os riscos de se desenvolver comportamento e atitudes típicos de pacientes com anorexia nervosa.

TESTES PARA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE TRANSTORNOS ALIMENTARES

ECAP - ESCALA DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA – que tem como objetivo de estudar especificamente o comportamento do comer compulsivo.

QEWP-R - Questionário sobre Padrões de Alimentação e Peso

BSQ - Questionário de Imagem Corporal

CLÍNICA DA ANOREXIA NERVOSA

O paciente recusa-se a manter o peso corporal mínimo para a idade e altura, ou IMC < 17,5. Tem pavor de engordar mesmo estando abaixo do peso mínimo. Apresentar conflito emocional na interpretação da forma do corpo – distorção da imagem corporal. Freqüentemente a doença inicia-se na adolescência e apresenta comorbidades comuns como sintomas depressivos, ansiosos, fobia social e transtornos de personalidade. Quando a doença encontra-se descompensada apresenta alevado risco de complicações como a desnutrição e o suicídio.

Subtipos :1) Restritivo - não há episódios de compulsão ou purgação.2) Compulsiva – períodos de compulsão e purgação.

ANOREXIA NERVOSACom distúrbio da imagem corporal

ANOREXIA DEPRESSIVASem distúrbio da imagem corporal

CLÍNICA DA BULIMIA

Há episódios recorrentes de compulsão alimentar com ingestão de grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo seguido de sentimento de descontrole e culpa e há ações compensatórias, que pode ser de purgação –vômitos, uso de laxativos, diuréticos, enemas ou sem purgação como jejuns prolongados, exercícios exagerados etc.

A auto-crítica do paciente é centrada na própria forma física, que em geral o peso é normal ou sobrepeso. Queixam-se de fome apresentam comorbidades comuns como abuso de álcool, drogas, transtorno bipolar do humor etc.

2 subtipos:1) Com purgação – uso de vômitos, diuréticos, laxantes, enemas etc.2) Sem purgação – jejuns, exercícios excessivos.

CLÍNICA DO TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA

Ocorre episódios recorrentes de compulsão alimentar para ingestão de grandes quantidades de alimentos sem fome, rápido, muitas vezes sozinho, escondido, com importante sentimento de angústia, depressão e culpa, sem mecanismos compensatórios de purgação, que culminam em obesidade grave. Ocorre mais em mulheres do que em homens, inicia frequentemente após a adolescência. Os doentes possuem autocrítica depreciativa, com sintomas depressivos ou ansiosos e este transtorno alimentar pode ser responsável por 25% dos casos de obesidade, que justificam sucessivos fracassos nas dietas para emagrecimento.

.

MANUEL URIBE40 anos - 550 Kg

2005

“ Transtorno AlimentarCompulsivo “

Mexicano, com níveis hormonais,

colesterol, pressão e glicemia dentro da

normalidade. Foi abandonado pela

esposa e se refugiou na casa da mãe. Até

1992 pesava 130 quilos, mas depois

reconhece que comeu mais do que o

normal. "Depois, parei de comer

carboidratos e carnes, e comecei a comer

mais verduras, tentando emagrecer, mas

continuei engordando", acrescentou.

Dr. Bratman ( http://www.orthorexia.com )relata as seguintes caracterísitcas do orthorético:

1) Gasta mais de três horas por dia pensando em comida saudável. 2) Planeja, com detalhes, o cardápio do dia seguinte. 3) Tem mais prazer pelo “virtuoso” aspecto de sua comida do que o prazer propriamente dito. . 4) Acha que sua qualidade de vida está relacionada com a “qualidade” de seus alimentos. 5) É rígido e crítico sobre seu comer. 6) Tem uma baixa opinião das pessoas que não observam com atenção os aspectos saudáveis dos alimentos. 7) Prefere comer corretamente em casa declinando cada vez mais do convívio com amigos e família. 8) Sente muita culpa quando come “incorretamente”.

CLÍNICA DA ORTHOREXIA

CLÍNICA DA VIGOREXIA

A vigorexia se caracteriza pelo excesso de preocupação em ter um corpo forte. Os portadores desse transtorno exercitam-se em excesso e constantemente medindo sua musculatura para verificar se já obtiveram resultados. Apesar de fortes ainda sim se consideram fracos. Quase sempre usam suplementos alimentares anabolizantes e até mesmo esteróides, mesmo que saibam que isto possa prejudicar a saúde. Esta doença é mais comum nos homens,mas também há casos em mulheres. Não se conhece a prevalência mas observa-se que está cada vez mais comum. Diferente do fisiculturismo.

Caracteriza pela omissão da medicação necessária ao controle do diabetes com o objetivo de emagrecer por preocupação da forma corporal. Não se conhece a prevalência.

Distribuição de transtornos alimentares emindivíduos com diabetes melito do tipo 1 e do

tipo 2: descrição de dois casos

CLÍNICA DA DIABEREXIA

A TRÍADE DA MULHER ATLETA

Nomenclatura criada em 1992 pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva, caracteriza-se por AMENORRÉIA, DISTÚRBIO ALIMENTAR e OSTEOPOROSE. Nesta tríade há o balanço energético negativo, aparência magra e perda de densidade mineral óssea. A dieta apropriada e a redução dos exercícios físicos resulta no retorno da mestruação. A distúrbio comportamental repercute no sistema hipotalâmico que reduz a secreção hormonal feminina, as gonadotrofinas.

Não se conhece a prevalência mas acomete as atletas jovens e observa-se que está cada vez frequente.

OBJETIVOS DO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

1)Compreensão da etiologia.2) Ações de alívio dos sintomas imediatos3)Ações na reduções das perdas. 4)Tratamento multidisciplinar a longo prazo.

ACOMPANHAMENTO A LONGO PRAZO: Muitas vezes o pacienteanoréxico pode tornar-se bulímico em algum momento do tratamento.Mais raramente pode também evoluir para uma compulsão alimentar. Taldeslocamento de sintomas significa que algumas resistênciaspsicológicas foram quebradas e novos recursos compensatórios foramajustados pelo paciente. Isto exige muita atenção dos terapeutas pois ainstabilidade dos sintomas indica maior gravidade dos transtornosalimentares.

ANOREXIAPaciente muito magro, que se vê acima do peso. Não se

alimenta o

suficiente e pode ou não ter sintomas purgativos. Pode ter períodos de compulsão. Freqüente-mente inicia-se na adolescência

BULIMIAPaciente com peso normal ou acima,alimenta-se

aparentemen

te normal,

com períodos freqüentes de compulsão com sintomas purgativos ou compensatórios.

TRANSTORNOPERIÓDICOCom sobrepeso ou obesidade,sem sintomas

purgativos ou

compensatórios.

Incia-se freqüentemente pós adolescência. Auto crítica depreciativa com sintomas depressivos e ansiosos. Atribui-se como causa de 25% da obesidade. Fracassos das dietas.

ORTOREXIAPeso normal ou abaixo.Obstinado pela alimentação que “ele” julga saudável. Pensamento obsessivo na saúde.

VIGOREXIAPeso normal e com musculatura hipertrofiada.Alimenta-se visando o aumento da força muscular. Pensamento obsessivo na aparência física. Freqüente uso de anabolizantes.

QUADRO COMPARATIVO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

O TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES - Ações culturais -

Foto de Oliviera Toscani, ex- colaborador da Benetton, financiada por uma marca de roupas e apoiado pelo governo.

- Campanha publicitária contra anorexia -Milão - Itália em 2007

[email protected]

O TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARESEquipe multidisciplinar

- Ações nutricionais -1) Oferecer Informações nutricionais tendo o foco dos distúrbios afetivos, do

humor, da saciedade e da auto-crítica. 2) Compensações nutricionais das deficiências. 3) Acompanhamento a longo prazo da nutrição.

- Ações psicoterapêuticas -1) Analisar e compartilhar as soluções dos conflitos psicopatológicos com o

objetivo de aliviar as tensões da economia psicológica.2) Prevenir ou amenizar a repetição sistemática do sintomas dos transtornos

alimentares.3) Acompanhamento a longo prazo da evolução da doença.4) Prevenir recaídas.

AÇÕES MÉDICAS NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

1) Analisar e diagnosticar o nível do comprometimento bioquímico cerebral nos sintomas compulsivos, ansiosos e depressivos do metabolismo cerebral.

2) Compensar com medicação os sintomas emocionais extremos que dão causa a transtorno alimentar.

3) Analisar a repercussão dos distúrbios nutricionais no metabolismo sistêmico e tratar as complicações orgânicas instaladas decorrentes dos transtornos alimentares.

4) Acompanhamento a longo prazo.

DINÂMICA PSICOSSOMÁTICADOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

O cérebro é estruturado em setores funcionais sendo que os

neurônios tem baixa capacidade de

regeneração e grande plasticidade com neurogênese.

O funcionamento cerebral recebe uma ordenação genética e é influenciado pelos fatores psicológicos e ambientais.

O CÉREBRO

[email protected]

SINAPSES

A sinapse é a junção entre os neurônios que transmitem a informação pelos feixes nervosos.

A intensidade destas reações químicas modulam as respostas neurológicas a demanda solicitada.

Os principais neurotransmissores são a serotonina, dopamina e noradrenalina

O tratamento farmacológico é

decidido pela avaliação individual

do paciente, na gravidade e tipo dos

sintomas, com a finalidade de diminuir

a depressão, a compulsão e a

ansiedade.

TOPIRAMATO – É um anticonvulsivante aprovado para tratamento da epilepsia e profilaxia da enxaqueca. O mecanismo de ação é nos receptores GABA.

FLUOXETINA – É um antidepressivo que inibe a captação de serotonina. SIBUTRAMINA : É um controlador do apetite através da inibição da

recaptação de serotonina e da noradrenalina que reduz o ganho do peso corporal por uma dupla ação: diminui a ingestão calórica pelo aumento das respostas à saciedade pós-ingestão e aumenta o gasto de energia pelo aumento da taxa metabólica.

CITALOPRAN - é um inibidor altamente seletivo da recaptação de serotonina com potente ação antidepressiva. Evolução para Escitalopran – Lexapro ® ainda em estudos controlados para os transtorrnos alimentares.

SERTRALINA - é um antidepressivo inibidor altamente seletivo da recaptação de serotonina particularmente útil no tratamento da bulimia nervosa.

BUPROPIONA – aprovado para a depressão e terapia antitabágica. É um inibidor duplo da recapçãp da dopamina e da noradrenalina.

Não existe ainda medicamentos específicos para os transtornos alimentares.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

DESEMPENHO versus ANSIEDADE

Ansiedade é uma vivência universal representada pela reação adaptativa frente a percepção de algum perigo iminente que ameace a integridade física ou

psíquica a curto prazo. A cognição ansiosa é a ameaça que a perda representa. A ansiedade é acompanhada por vários sintomas que incluem cefaléia, dispnéia,

náuseas, vômitos, diarréia, palpitações, anorexia, polifagia etc...

COMPULSÃO

EFEITOS SISTÊMICOS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

•OBESIDADE é definida comoexcesso de tecido adiposo a ponto deacarretar danos ao sistema orgânico. Emmédia, isto ocorre quando a gorduracorpórea está acima de 25% para oshomens e 30% para as mulheres.

DIAGNÓSTICO : Através damedição da gordura corpórea.

MÉTODOS : Peso x Altura; pregacutânea; imersão, condutividade,impedância, tomografia, ultrasom,ressonância magnética e outros.

O MAIS FREQUENTE TRANSTORNO ALIMENTAR A O B E S I D A D E

I.M.C. – INDICE DE MASSA CORPÓREAIAC – INDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL

• IMC = peso dividido pelo quadrado da altura.

Exemplo : 75 Kg e 1,75m = 75 / 3,06 = 24,50 (NÃO USA A CA)

• A OMS estabelece : magro = menor que 18 / normal = 18 a 25 / obesidade grau 1 = 25 a 30 / obesidade grau 2 = 30 a 40 / obesidade grau 3 = acima de 40 / superobesidade = acima de 50.

• IMC = peso / altura²

• IAC = dividir a circunferência do quadril pela altura vezes a raiz quadrada da altura. Desse resultado, subtrai-se 18. (NÃO USA O PESO)

• Homens, resultados entre 8 e 20 indicam uma quantidade de adiposidade normal. De 21 a 25 quer dizer que a pessoa está com sobrepeso. Já resultados acima de 26 indicam que a pessoa está com obesidade.

• Mulheres: normal entre 21 e 32; de 33 a 38 indica sobrepeso; acima disso a pessoa é obesa

• IAC = CQ / altura x raiz quadrada da altura – 18

OBESIDADE VISCERAL

SÍNDROME METABÓLICAObesidade / hipertensãodiabetes / dislipidemia

Peso 115 Kg.Alt : 1,55

IMC : 50 (grau 3)

SÍNDROME METABÓLICA

IAC = Circunferência do quadril / (altura x √ Altura) - 18

IMC = peso (kg) / altura (m) ao quadrado

I.M.C. X I.A.C.

O IMC não deve ser calculado para menores de 18 anos e nem para atlestas . O IAC conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura. De acordo com os autores do estudo, a fórmula ainda precisa de ajustes e deve ser testada em outros grupos étnicos.que desenvolver mais o músculo.

ADIPOSIDADE VISCERAL x OBESIDADE SUBCUTÂNEA

CAUSAS DA OBESIDADE

A obesidade é uma doença genética em que fatores ambientais como sedentarismo e

dieta inadequada favorecem o seu aparecimento.

É doença pois encurta a vida assim como é fator de risco para comorbidades.

“A genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”

ETIOLOGIA DA OBESIDADE

AVALIAR:- Fatores predisponentes genéticos, ambientais e patológicos que podem estar desempenhando papel expressivo no desequilíbrio energético determinante do excesso de peso.

- taxa de metabolismo basal, - os limites da saciedade,- as taxas hormonais, - os estresses oxidativos e inflamatórios, - as instabilidades do humor, - as síndromes compulsivas, depressivas e ansiosas ,- resposta metabólica aos fatores ambientais,- hábitos alimentares e a atividade física.

Portanto, a obesidade é a resultante de fatores poligênicos complexos e um ambiente obesogênico.

FUNDAMENTOSDAS CAUSAS DA OBESIDADE

- Memória metabólica:- hábitos históricos da evolução humana. O organismo humano vem

originalmente de um processo histórico de atividades físicas intensas necessárias para a sobrevivência. Correr atrás da caça, colher os alimentos, construir habitação etc... O corpo da idade da pedra modifica-se mais lentamente enquanto o amodificação do ambiente é mais rápida. .

- Causas genéticas :- metabolismo basal, doenças hormonais etc

- Estilo de vida sedentária.- Estilo de alimentação.- Cultura familiar,das etnias e das nações.

O gene PER 2 causa o mal-estar associado à fome e os roncos no estômago : “O gene Per 2" está ativo tanto no cérebro como no restante do corpo e é relacionado com difusão dos sinais de fome, o aumento da temperatura corporal, os "roncos" do estômago e um mal-estar geral com a sincronização das horas das refeições. Este gene é responsável pelo círculo circadiano e pode influir de maneira indireta sobre o peso corporal. Fonte : Urs

Albrecht e Etienne Challet. - Universidade de Freiburg e do centro universitário

Louis Pasteur - publicado pela revista Current Biology – 2006.

OBESIDADE E GENÉTICA

Gene FTO está relacionado à obesidade. Pessoas com apenas uma cópia

da variação "gorda" do FTO tiveram risco 30% maior de serem obesas

comparadas àquelas sem nenhuma cópia da variação do gene. As que tinham

duas cópias do gene mudado tinham risco 70% maior, e, além disso, eram três

quilos mais gordas do que pessoas sem nenhum gene. Isso pode explicar porque duas pessoas diferentes podem comer os mesmos alimentos e fazer a mesma quantidade de exercícios, enquanto uma delas pode ter mais dificuldades para perder peso do que a outra. Fonte : Universidade britânica de

Oxford - Publicado pela Revista Science - 2006.

O B E S I D A D E x M O R T A L I D A D E

COMORBIDADES AGRAVADAS COMORBIDADES AGRAVADAS COMORBIDADES AGRAVADAS COMORBIDADES AGRAVADAS

PELA OBESIDADEPELA OBESIDADEPELA OBESIDADEPELA OBESIDADE

- ISTO EXPLICA A MORTALIDADE ELEVADA DOS OBESOS -

ANÁLISE DO CONJUNTO BIOQUÍMICO- Síndrome Metabólica _

ESTUDO SISTÊMICO E METABÓLICO DO OBESO

TRATAMENTO DA OBESIDADE

1) Controle do ambiente obesogênico.2) Controle dos fatores calóricos.

- Dietas- Exercícios

1) Diagnóstico metabólico.2) Diagnóstico psicológico – humor.3) Diagnóstico nutricional.4) Tratamento medicamentoso:

- Anorexígenos (dietilpropiona/Fempreporex)- Sacietógenos (sibutramina)- Inibidores da absorção da gordura. (Orlistat) - Liraglutida – (obesidade + DM2)

- Anorexígenos (dietilpropiona/Fempreporex/Mazindol) – Agem por via noradrenérgicas e diminuem o apetite, aumenta a PA, reduz o sono e a sensação de cansaço, euforia etc... Proibidos pela ANVISA desde 2011.

- Sacietógenos (sibutramina) – Agem inibindo a recaptação da serotonina, aumenta a saciedade após a ingestão de comida e aumento da taxa metabólica. (Proibidos pelo FDA e pelo EMA desde 2011, no Brasil sob controle da ANVISA).

- Inibidores da absorção da gordura: (Orlistat) - Agem inibindo a lipase intestinal reduzindo em até 30% a absorção de gorduras.

- Análogos do hormônio intestinal GLP-1 (Victoza / Byetta) com indicação para diabéticos obesos.

- Outros : fluoxetina, bupropiona, topiramato. (humor)

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA OBESIDADE

PROPAGANDA ANTI-ÉTICAINDÚSTRIA FARMACÊUTICA NA MÍDIA

ABESO: ...Achamos, no mínimo, temerária a propaganda do uso indiscriminado deste medicamento para emagrecer. Está provocando uma verdadeira corrida aos consultórios médicos para a prescrição da medicação..... Isto ocorreu recentemente com o Rimonabanto (Acomplia ®) – a pílula da barriga... Isto não pode voltar a acontecer....

x

A SBD condena propagandas como esta, com um alto grau de sensacionalismo, aproveitando populações portadoras de problemas de saúde que podem levar a baixa estima, e por serem ávidos de soluções, se transformam num público fácil de serem persuadidos. Matérias como esta prestam um desserviço aos pacientes...

Lucro trimestral da Novo Nordisk aumenta 17%

31/11/2011 -O lucro da Novo Nordisk subiu 17% no terceiro trimestre, para os 4,2 mil milhões de coroas dinamarquesas (800 milhões de dólares), devido às vendas do Victoza e produtos de insulina.A receita total neste período cresceu 6% para os 16,5 mil milhões de coroas dinamaquesas (3,15 mil milhões de dólares), acima das expectativas dos analistas, que apontavam para 16,4 mil milhões de coroas dinamarquesas (3,13 mil milhões de dólares), citou o “Firstword”.

A empresa adiantou que as vendas trimestrais do Victoza mais que duplicaram comparadas com o mesmo período do ano passado, que subiram dos 700 milhões de coroas dinamarquesas (133 milhões de dólares) para os 1,6 mil milhões de coroas dinamarquesas (305 milhões de dólares), 10% acima das estimativas dos analistas.

METANÁLISES

MEDICAÇÃO (Número de estudos)

Semanas Perda de peso

Sibutramina (29) 52 -4,45 (-5,29 a -3,62)

Orlistat (22) 52 - 2,75 (-3,31 a -2,20)

Fluoxetina (9) 52 + 0,14 a -14,5

Dietilpropiona (13) 6 a 52 - 3,0 (-11,0 a 1,6)

Liraglutide (5) 20 - 3,00

Fonte: Li e colaboradores (2005)

CIRURGIA BARIÁTRICACirurgia anatômica

EFEITOS METABÓLICOSCirurgia Metabólica

A cirurgia bariátrica é indicada após falha do tratamento clínico no mínimo por 2 anos em indivíduos com IMC > 40 ou > que 35 com

comorbidades. É o tratamento mais eficaz para a redução e manutenção do peso a longo prazo.

ENCRETINASINCRETINAS

GLP-1 / GIP

HORMÔNIOS INTESTINAIS - INCRETINAS

Melhoram a função das células betaMelhoram a secreção da insulina

Diminuem a secreção do glucagonDiminuem a fome

GRELINA saciedade

A CIRURGIA BARIÁTRICA É CAPAZ DE...

- Promover e manter a perda do peso dos obesos grau III.- Normalização da glicemia na grande maioria dos diabéticos.-Podem reduzir a secreção da Grelina que diminui a fome.-Aumenta a Adiponectina que melhora a sensibilização da ação insulínica.-Aumenta a secreção das incretinas, que são os hormônios intestinais que aumentam com o estímulo alimentar, promovem a secreção da insulina e diminuem a secreção do glucagom, regeneram a células produtoras da insulina e portanto, melhoram o metabolismo da glicose.- Diminui a resistência insulínica devido a redução da gordura visceral.

A cirurgia bariátrica prova ser a mais eficiente terapia para o diabetes mellitus

tipo 2.Pories W J et al. (1995) Ann. Surg. 222 : 339 – 352

META ANÁLISE 1999 A 2003136 estudos com 22094 pacientes

(derivação, bypass, gastroplastia, banda gástrica)

1.846 diabéticos74,8% remissão

85, 4% remissão ou melhoria Dislipidemia : 70% melhoria

Hipertensão arterial : 78,5 % melhoria Apnéia do sono : 83,6% melhoria

RESULTADOS METABÓLICOSDA CIRURGIA BARIÁTRICA

Bushwald H et al. (2004) JAMA 292 : 1724 : 1732

Estudo de Greenville – EUA, 165 diabéticos operados pelo by-pass gástrico e 83% permaneceram em remissão do DM2 em 14 anos de acompanhamento. (Pories WJ, MacDonald KG, Morgan EJ, at al. Am J Clin Nutr. 1992; 55:582-5S)

Swedish Obesity Study (SOS) comparou um grupo de pacientes operados com outro não operado. Após dois anos de seguimento, os dados indicaram prevalência de 8% de diabéticos nos não operados e 1% no grupo operado. Dez anos após, 24% no grupo não operado e 7% no operado. (Sjostrom L, Lindroos AK, Peltonen M, at al. N Engl J M. 2004; 351: 2283-93.)

RESULTADOS METABÓLICOSDA CIRURGIA BARIÁTRICA (2)

EFICÁCIA DA CIRURGIA BARIÁTRICA

A perda significativa de peso após a cirurgia bariátrica proporciona redução do risco

relativo de morte igual a 89%.

Fonte: Annais of Surgery, 2004; 240(3): 416-424 – Surgery Decreases Long-term Mortality, Morbidityand Health Care in Morbidly Obese Patients. Pesquisa com modelo observacional de doisestudos de coorte, com 1035 pacientes submetidos a cirurgia bariátrica entre 1986 a 2000 noMcGil University Health Centre – Canadá. Grupo controle com 5.746 pacientes com obesidademórbida não submetidos a cirurgia bariátrica. Redução média de 67,1% do excesso do peso.

RISCOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA

- A mortalidade varia de 0,2 a 2%.

- Pós-operatório imediato :embolias e hemorragia.

- Pós-operatório tardio :deiscência da sutura, fístulas, estenoses, infecções, hérnia e torção da alça intestinal.

- A longo prazo :Deficiências vitamínicas e minerais, síndrome de dumping ou hiperosmolar, dilatação esofagiana.

NOVAS PROPOSTAS PARA INDICAÇÃO DA CIRURGIA BARIÁTRICA

A INDICAÇÃO DEVE CONSIDERAR :

- IMC igual e maior que 30 Kg/m2;- As comorbidades clínicas ;- Os antecedentes familiares;- As repercussões psicológicas;- As repercussões sócio-econômicas.

“Estas considerações, anuídas por uma equipe médica multidisciplinar, podem determinar uma melhor indicação

desta cirurgia do que simplesmente o IMC”.

A obesidade é uma síndrome multifatorial, com pré-disposição genética,influenciada pelos fatores emocionais e ambientais, sendo o estilo de vidaum fator relevante, mas não dominante.

OBRIGADO – [email protected]