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Jornal o Trecheiros, associação rede rua de comunicação
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20 anos de comunicação da rua
Rede Rua de Comunicação - Rua Sampaio Moreira, 110 – Casa 9 – Brás – 03008–010 São Paulo SP – Fone - 3227-8683 - 3311-6642 - [email protected]
Ano XX Novembro / Dezembro 2011 - Nº 203
Em defesa da vida!
No dia 5 de dezembro de 2011, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Assembléia Legislativa de São Paulo, presidida pelo
deputado Adriano Diogo (PT), en-tregou aos vencedores o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos 2011. Entre eles, estava a irmã Mi-chel Mary Nolan, da Congregação de Santa Cruz. Ela é advogada dos direitos humanos, vive no Brasil há 43 anos e celebrará 50 de profis-são religiosa no dia 7 de janeiro de 2012. Trabalha na defesa de lavra-
dores, presos políticos, quilombolas e pessoas em situação de rua.
Na 17ª Edição do Prêmio Direitos Humanos realizada, em Brasília, no dia 9 de dezembro de 2011, Anderson Lopes Miranda, um dos coordenadores do MNPR, recebeu o prêmio na categoria “Defesa dos direitos humanos das pessoas em situ-ação de rua”, instituída neste ano. No dia 13 de dezembro, Anderson recebeu tam-bém homenagem do Fórum Permanente em São Paulo, onde afirmou que se não fosse o apoio de várias pessoas e orga-nizações esse momento não seria possí-vel. “O prêmio é de todos nós, só vou carregar o certificado. Todos se sintam contemplados”, disse Anderson.
Uma festa diferente
No dia 9 de dezembro de 2011, a Casa de Convivência Porto Seguro, em parceria com o SESI, realizou a formatura dos alunos de Alfabetização e Tele-Curso do Ensino Fundamental. Foi uma festa diferente! Essa é a primeira parceria do SESI para apoiar projetos educativos com as pessoas em situação de rua.
Para Mabel A. Garcia, da As-sociação Evangélica Brasileira (AEB), esse processo é muito rico e podemos mostrar que as
pessoas em situação de rua são capazes.
Já para Makilei Glenda Lemos (SESI) trabalhar com as pessoas em situa-ção de rua foi um desafio novo. “Ler e escrever é a primeira ferramenta para a cidadania”, de-fende Makilei.
Ângela da Cruz, cria-da pela avó, em Minas Gerais, não teve possibilidade de aprender a ler e escrever. Agora ela já pensa até em tra-balhar. “Vou ganhar meu dinheirinho, comprar minhas roupas e ter um canti-nho”, disse Ângela.
“Mais do que ler e escrever eles aprendem a ler as palavras e o mundo e podem transformar a realidade”, con-clui Mabel.
Mais informações:Rua Porto Seguro, 235 - São Paulo (SP)(11) 3326-6640 Rodrigo Sette - [email protected]
Irmã Michael, advogada do povo da rua é homenageada
A luta pelos direitos da população de rua é reconhecida
Dia de Natal
Feliz Natal!Pra quem?
Para o João que procura a tua ceia no lixo?Ou para dona Maria que carrega o teu
Carrinho na mão, cheio de papelão,Sol e chuva?
Vai lá dona Maria com teu carrinho na mão...Natal, dia de festa!
Festa para os moradores das ruas,Que naquele dia feliz,
Recebem sopa e roupas,Noutro,
Fome fria.Feliz Natal para os Cristos das ruas!
Somos todos irmãos!Diz a missa ou culto,
Mas na prática, João,Por ti passam e nem te escutam.
Feliz Natal, Papai Noel, presentes!Para João não tem diferença,
Ele ganha é mais fartura,No dia do Natal resto de ceias nas
Lixeiras acabam sendo a tua. Aline S. Moreno, 21 anos
Coletivo Arte Maloqueira, Guaianases
Alderon Costa
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Fotos: Alderon Costa/Rede Rua
Formandos(as) e equipe de trabalho da Casa de Convivência Porto Seguro
o Trecheiro Notícias do Povo da Rua
Rua Sampaio Moreira,110 - Casa 9 - Brás - 03008-010 - São Paulo - SP - Fone: (11) 3227-8683 3311-6642 - Fax: 3313-5735 - www.rederua.org.br - E-mail: [email protected]
REDE RUA DE COMUNICAÇÃO
Conselho editorial:Arlindo Dias editorAlderon CostaMTB: 049861/0157
equipe de redação: Alderon CostaCleisa RosaDavi AmorimLennita RuggiMaria Carolina FerroRose Barbosa
revisão de texto Cleisa Rosa
FotograFia: Alderon Costa diagramação: Fabiano Viana
ApoioArgemiro Almeida Felipe MoraesVagner CarvalhoJoão M. de Oliveira
impressão: Forma Certa5 mil exemplares
O Trecheiro pag 02 Novembro e Dezembro de 2011
Davi Amorim
Apoio
Edi
tori
alCasos de descasos
Esta edição parece mais um daqueles jornais que dizíamos que se torcer saía sangue. Não é porque desejamos ser sensacionalistas, mas porque a vida das pessoas em situação de rua está cada vez mais sem valor. Os números de mortes violentas, por arma de fogo, faca e pauladas vem aumentando. As mortes por doenças tradicionais como a tuberculose também é uma das grandes causas deste aumento. Os números são desconhecidos, mas juntando apenas os casos noticiados já nos assusta. Essas notícias vêm sendo recolhidas e enviadas por email pelo Jacinto Mateus de Oliveira, militante do Movimento Nacional da População de Rua de Brasília.
Saber quantos e por quê morrem as pessoas em situação de rua têm sido preocupação de muitas pessoas e organizações sociais que vêm tentando encontrar fontes oficiais, mas sem sucesso até
agora. O IML é uma caixa fechada, não se consegue muitas informações e nem sabemos se ele tem registro sistemático.
Inspirados na iniciativa francesa “Coletivo Mortes de Rua”, decidimos publicar, na página 4, nomes e indicativos de mortes de pessoas em situação de rua para denunciar a quantidade de pessoas em situação de rua que morrem de forma violenta e antes do tempo. O que está por trás dessas mortes? Por que tanta violência contra elas jogadas na sarjeta pela sociedade? O que fazer para diminuir e acabar com essa violência contra as pessoas em situação de rua?
As respostas a essas questões estão relacionadas com o tipo de sociedade que queremos. Elas nos apontam para a urgência de uma mudança das políticas públicas destinadas às pessoas em situação de rua, porque as tradicionais não dão conta da com-plexidade e do tamanho desse problema.
Estas respostas também passam por três casos emblemáticos acontecidos nestes últimos meses em São Paulo. No dia 19 de outubro,“a morte do cachorro de um morador de rua revoltou moradores do bairro da Liberdade, na região central de São Paulo. O animal foi morto a tiros por um policial militar que foi até ao local onde moradores de rua costumavam passar a noite, porque um deles foi acusado de quebrar o limpador de para-brisa de um carro”.
A outra noticia que não impactou tanto como esta primeira foi veiculada no jornal SBT Brasil entre os dias 7 e 10 de novembro, com imagens de guardas-civis de São Paulo agredindo mora-dores de rua. Os flagrantes foram feitos durante três meses no centro da cidade. Os guardas foram filmados chutando os mora-dores de rua, usando cassetetes e spray de pimenta.
A outra situação é a matéria publicada na Gazzeta D’Italia no mês de novembro sob o título “Destino do Refeitório da Pe-naforte Mendes continua sendo uma incógnita”. No final da matéria, que traz depoimentos de comerciantes da região, mas nenhum do responsável pelo refeitório, da Prefeitura e tampouco da população de rua. A noticia é um manifesto preconceituoso que trabalha com a visão higienista e excludente. Em nenhum momento o referido jornal aponta para uma solução para as pessoas que ali se encontram. A preocupação é com a limpeza, a valorização dos imóveis e a viabilidade econômica da região. As pessoas? São seres humanos? Ao final da matéria eles escrevem: “Os moradores de rua e comerciantes da região querem que o refeitório saia do local o mais rápido possível e que as calçadas da Penaforte Mendes voltem a ser transitáveis e não mais uma rua suja, fedida, insegura, desvalorizada e perigosa”.
Escrevem estas asneiras sem levar em conta que a rua tem imó-veis inacabados e abandonados muito antes do refeitório chegar, a iluminação da rua é precária e que a cidade inteira está com as calçadas tomadas por mesas de bares e restaurantes. Mas o problema são as pessoas que moram nas calçadas por que não têm outro lugar digno. Resolver o problema das pessoas em si-tuação de rua é mais urgente do que resolver o espaço da rua.
Diante desses casos, só podemos concluir que há um descaso com o ser humano. Como ter uma cidade mais humana se a so-ciedade é desumana com aqueles que mais precisam?
Profissão de catador é regulamentada, mas exclui maior parte da categoria
Ruagenda
Projeto lei de autoria do se-nador Paulo Paim (PT) que regulamenta a profissão de catador foi aprovado na Co-missão de Constituição de Justiça do Senado em cará-ter conclusivo (quando não é necessário ir para votação) e deve seguir para sanção da presidente Dilma. Seria um momento importante para os catadores não fosse o teor do texto do PL 6822/2010.
“É livre o exercício das ati-vidades profissionais do cata-dor de materiais recicláveis e reciclador de papel, desde que atendidas às exigências estabelecidas nesta lei. [...]. O exercício das profissões depende do registro na Supe-rintendência Regional do Tra-balho e Emprego”, diz o texto da lei que exige documentos como RG, CPF, reservista, ti-tulo de eleitor e prova de es-tar em dia com as obrigações eleitorais.
A avaliação da Comissão Nacional do Movimento Na-cional dos Catadores (MNCR) que se reuniu durante o Fes-tival Lixo e Cidadania deste ano em Belo Horizonte é que a lei, se sancionada, criará burocracia desnecessária para o trabalho dos catadores e se posicionou contrária ao PL e vão pedir o veto total do pro-jeto lei no próximo encontro
com a presidente neste final do ano em São Paulo. A Co-missão questiona a exigência de vários documentos. “Tais medidas podem acarretar na repressão e exclusão de cata-dores e moradores de rua que não estiverem cadastrados, impedindo o direito à cidade”, declarou a Comissão em nota pública.
Na justificativa do PL, o senador Paulo Paim decla-rou: “É bem verdade que a sua regulamentação não lhes assegura proteção, mas lhes oferece visibilidade e a chan-ce de serem contemplados em políticas públicas”. Segundo os catadores, a nova legisla-ção (Lei nº 12.305/2010) já in-clui o trabalho dos catadores, e concluem que o projeto lei é ultrapassado.
“Não houve diálogo do sena-dor proponente com o MNCR antes da tramitação do projeto
de lei. Isso impediu que os ca-tadores pudessem avaliar, pro-por e contribuir com um proje-to que realmente contemple e reconheça a categoria” decla-raram os catadores na nota.
Na avaliação do MNCR, o projeto é desnecessário e há outros projetos de lei mais im-portantes em tramitação no le-gislativo que incluem de fato os catadores de materiais re-cicláveis trazendo benefícios concretos. É o caso do projeto de iniciativa popular sugerido pelo MNCR à Comissão de Legislação Participativa do Congresso Nacional. A suges-tão nº 05/2011 inclui os cata-dores como segurados espe-ciais da previdência social. “Esse sim é uma necessidade urgente e histórica da catego-ria que não tem acesso à segu-ridade social”, reafirmaram os catadores.
População de rua elege representantes para Conselho de
Monitoramento em SP
A população em situação de rua em São Paulo elegeu, no dia 5 de novembro, seus re-presentantes para o Conselho de Monitoramento da Política de Direitos das Pessoas em Situação de Rua na Cidade de São Paulo. A eleição ocorreu na Casa de Oração do Povo da Rua, no bairro da Luz, e con-tou com a presença de cerca de 300 participantes, em sua maioria, pessoas em situação de rua e técnicos de serviços socioassistenciais.
A votação foi organizada pelo Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), por ONGs parceiras e pela Comissão Eleitoral, composta por membros do Conselho de Monitoramento da atual gestão (2010-2011). Antes de iniciar o debate pré-eleitoral,
Isabel Bueno, da Secretaria Municipal de Assistência Social e membro da Comissão Eleitoral, e Anderson Miranda (MNPR), explicaram aos presentes as atribuições do Conselho de Monitoramento, o papel e responsabilidades dos conselheiros.
Ao todo, 33 pessoas em situação de rua se candidataram para participar do Conselho de Monitoramento. Momentos antes à votação, cada candidato expôs expectativas sobre o trabalho, além dos compromissos para ajudar a melhorar as condições de vida dessa população. A votação, que ocorreu por aclamação, elegeu nove representantes como conselheiros, dos quais três são titulares e seis suplentes.
Essa eleição foi um marco importante, pois contou com a participação de muitas pesso-as em situação de rua. É sig-nificativo ver pessoas normal-mente excluídas dos debates políticos, terem espaço para se expressar e trazerem pro-postas de políticas públicas que garantam seus direitos de cidadãos.
Os novos conselheiros assu-mirão o cargo, não remunera-do, a partir de janeiro de 2012, em gestão de dois anos. São eles: Titulares: Luis Loren-te Vila (26 votos); Anderson Luiz Lemes da Silva (16 vo-tos) e Maurício Regis Nunes Martins (14 votos). Suplentes: Raquel Regi Meza Hernan-dez (13 votos); Edson Luiz de Souza (8 votos); Antônio Ser-gio Alves (8 votos); Elizabe-th Rosa de Bonfim (7 votos); Manoel Messias Nunes dos Santos (6 votos) e Maria So-
Maria Carolina Ferro
Dia: 24/12/2011Praça da Sé - São Paulo
Das 9 às 17 horas
Alderon Costa/Rede Rua
Maria Carolina Ferro
Ato dos catadores da Cooperativa Granja Julieta em frente à Câmara Municipal de São Paulo
De quem mora na rua
Extermínio brutal
O Trecheiro pag 03 Novembro e Dezembro de 2011
Arquivo pessoal
Tre
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Cleisa Rosa com a colaboração de Rose Barboza
A cada dois dias é assassina-da uma pessoa em situação de rua no Brasil. Isso é o que se conclui do levantamento reali-zado a partir de notícias de jor-nais. São 142 mortos em 2011. E o ano nem acabou ainda.
Na grande maioria das víti-mas, pequenos jornais locais funcionam como a única me-mória existente.
O desrespeito com que a morte é divulgada é uma forma de postergar, além-morte, o preconceito com que essa população é tratada em vida: “O andarilho e morador de rua Francisco, vulgo Cidim, vivia bêbado e em constante briga com outros moradores de rua” (www.cabuloso.com.br). Essa forma de transmitir a notícia pode justificar que alguém que
Lennita Ruggi e Rose Barboza
A criminalização dos pobres Em Budapeste (Hungria), o prefeito do 8º Distrito, Kocis Mate, publicou recentemente uma lei que trans-forma a situação de rua em crime. Moradores de rua podem ser presos e forçados a pagarem uma multa de US$ 600. Como este distrito é um dos mais pobres em Budapeste, esta nova lei terá um efeito devastador sobre milhares de pessoas.
Budapeste brasileira - Campinas criminaliza população de rua Na noite do dia 9 de dezembro, foi realizado cadastramento de moradores de rua, na região central da cidade, para formação de banco de dados no caso de ocorrência de crimes na região. “Este tipo de ação integrada é fundamental para que possamos reverter o quadro de desordem social e atos criminosos em nossa cidade. Faremos novas ações como essa mais vezes”, declarou Wagner G. de Carvalho que é formado em Psicologia.
www.falarua. org.br Nesse portal você tem informações atualizadas sobre
temas da população de rua
vive bêbado e brigando com seus companheiros merecia morrer. Antes de serem esquecidos nos sombrios arquivos das Delegacias de Homicídios, são julgados e condenados por notícias em que são sempre os únicos culpados. Morrem de novo,
negados em sua humanidade, diminuídos em sua dignidade, isolados da realidade que os converte em seus próprios carrascos.
Pobreza e crime mistura-dos e justapostos, confun-didos. Embaçando o que seria uma verdade eviden-te: a imoral concentração de renda coroada por um desrespeito governamental trata como lixo e problema seus cidadãos e cidadãs, que vivem nas ruas e convivem com o terror, preconceito e descaso 24 horas por dia.
Quase que diariamente a morte brutal de uma pessoa em situação de rua estampou a página dos mais diversos jornais, em quase todos os estados brasileiros. Excluídas dessas notícias, contudo, estão aquelas que falam de maus--tratos, abandono, violência de gênero e racismo.
A violência é assim, quan-to mais perto a observamos, mais crua e revoltante se mos-tra. Não deixa espaço a ne-nhuma outra reação que não seja o estarrecimento. Uma sensação profunda de indig-nação e revolta pelas políti-cas ineficazes e abstratas que se mostram completamente inoperantes quando confron-tadas com a realidade. Nes-sa realidade onde o Estado é ineficiente, a população em situação de rua sofre irreme-diavelmente as injustiças so-ciais. O Estado responde com cacetete e mais violência, dis-farçada, aqui e ali, com cui-dados e atenções paliativos. Nesse espaço de total desam-paro, a memória é necessida-de política. Fazer memória desses mortos é mais do que uma denúncia, é uma urgên-cia. É tentar evitar uma se-gunda morte muito mais cruel e a qual estão destinados to-dos os que vivem nas ruas: o esquecimento. (Ver página 4)
DIREtO DA RUA
Fábio Rodrigues e Manuel António Gonçalves Benjamini*
A luta contra a pobreza também se
faz na rua
Moradores de rua e a Asso-ciação Hemisférios Solidários de Coimbra estão envolvidos na criação do “Levantados do Chão”, projeto que pretende emancipar e transformar a vida da população em situação de rua da cidade.
No dia 17 de outubro deste ano, Dia Mundial de Luta Con-tra a Pobreza, foi inaugurada a instalação de arte participativa, “Pratos Negros e Giz Branco - Faz Xeque-Mate à Pobreza”, que pretendeu sensibilizar a população para a realidade da pobreza e da exclusão social que alastra na cidade de Coim-bra, no país e no mundo.
Essa instalação consistiu na criação de um labirinto cons-tituído por 365 pratos negros, escritos com giz branco, assi-nados pelos seus autores e que respondiam à pergunta: O que é ser pobre?
Como refere Fábio, morador de rua com 21 anos: “No inicio de setembro, começamos a pintar de preto os pratos que hoje fazem parte de uma instalação de 365 páginas que correspondem aos 365 dias do ano e que simbolizam o direito à alimentação”. Nos pratos pretos, moradores de rua e gente pobre institucionalizada escreveu uma frase sobre pobreza. Cada prato deu voz a quem dificilmente se faz ouvir. Esta iniciativa destacou-se pela dimensão participativa desde a escolha e pintura dos pratos à montagem e segurança da exposição durante a noite. Os moradores de rua organizaram-se entre si para que alguém estivesse sempre presente, permanecendo ai durante a noite. Com isso, a instalação esteve disponível ao público 24 horas por dia.
O projeto “Levantados do Chão: Pratos Negros e Giz Branco” foi uma etapa no processo de despertar consciências. […] “Gastamos papel, tintas, horas de diálogo, muito trabalho voluntário e dinheiro, porque a gente tem todos os sábados um encontro com os membros dos Hemisférios Solidários e transeuntes anônimos que nos dão animo e que nos permitem ter esperança […], disse Manuel Benjamini.
Agora temos no horizonte, a criação da “República de So-cial”, do “Laboratório das Ar-tes” que recorre à reciclagem artística com uso intensivo da arte e da imaginação” e um es-tacionamento solidário.
No último 10 de dezembro, no âmbito da nossa República Social de Inverno para artistas sem abrigo, foi construído um dominó gigante com o objeti-vo de alertar os governantes e os cidadãos para a importân-cia do cumprimento da Decla-ração Universal dos Direitos Humanos". As 28 peças do dominó estavam associadas a 28 direitos universais e foram jogados na Praça da Repúbli-ca pela população de Coimbra nesse dia.
* Pessoas em situação de rua de Coimbra com a colaboração de Bernardo Prado e Castro, Córa Hisae Hagino, Vânia Rosa e Eduardo Marques
Política pública para a população de rua de Osasco
No dia 1º de dezembro, aconteceu o seminário de lançamento do Plano Municipal de Atenção à População em Situação de Rua do município de Osasco (SP) elaborado conforme diretrizes da Política Nacional e teve a participação de representantes de secretarias municipais, organizações sociais e frequentadores dos serviços. Na cerimônia foi
instituído o Comitê Gestor Intersecretarial e Intersetorial Municipal, para acompanhar o desenvolvimento do plano.
Segundo Gilma Rossafa, secretária de Assistência e Promoção Social (SAPS), o objetivo é elaborar estratégias para o acesso à saúde, educação, previdência,
assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda. “Precisamos de um novo modelo de gestão, que vá ao encontro das necessidades da população de rua e isso não deve ser feito de forma segmentada, desarticulada e isolada”.
Antes de iniciar o evento um grupo de moradores de rua preparava um cartaz para solicitar mais vagas nos
“Precisamos de um novo modelo de gestão, que vá ao encontro das
necessidades da população de rua”
Fotos: Alderon Costa/Rede Rua
Divulgação
“O Estado responde com
cacetete e mais violência,
disfarçada, aqui e ali, com cuidados
e atenções paliativos”
Alderon Costa
Lennita Ruggi e Rose Barboza com a colaboração de Jacinto Mateus de Oliveira (MNPR/DF)
O Trecheiro pag 04 Novembro e Dezembro de 2011
142 pessoas em situação de rua morreram vítimas da violência nas ruas do Brasil entre 1º de janeiro e 9 de dezembro de 2011
A ausência de estatísticas e ferramentas que permitem saber com exatidão o número das vítimas nas ruas demonstra a conivência do Estado com as políticas de extermínio, e o silêncio cúmplice de quem supostamente deveria proteger seus cidadãos e cidadãs. Com essa relação (parcial) buscamos suprir a ausência de dados sobre “as mortes de rua”, cruzando dados, links e matérias diferentes, tentamos homenagear, por meio de nome, data ou local a dignidade daqueles e daquelas que não resistiram às mazelas de nossas injustiças.
Mortes de Rua
Tentamos homenagear, por meio de nome, data ou local a dignidade daqueles e daquelas que não resistiram às mazelas de nossas injustiças
Desconhecida, X, 3 de Dezembro, Rua Cônego Cipião, Campinas, São Paulo
Desconhecida, X, 26 de Novembro, Botafogo, Campinas, São Paulo
Desconhecido, X, 4 de Dezembro, Praça Eduardo Froes da Mota, Feira de Santana, Bahia
Paulo Ângelo da Silva, 52, 4 de Dezembro, Praça Felipe Selhi, Campinas, São Paulo
Rafael Mello dos Santos, 51,4 de Dezembro, Avenida Moraes Sales, Campinas, São Paulo
José de Moura Neto, 61, 04 de Dezem-bro, Centro, Campinas, São Paulo
Otavio, X, 01 de Dezembro,Centro de Abastecimento Francisco de Assis Marinheiro Mercado da Estação, Rio Branco, Acre
Israel da Silva Machado, 35, 28 de Novembro, Centro, Vale do Sinos, Rio Grande do Sul
Desconhecido, X, 27 de Novembro, Avenida Gonçalo Prado Rollemberg, Estância, Sergipe
Fabiano dos S. Nascimento, 27, 26 de Novembro, Santa Amélia, Maceió, Alagoas
Ratinho, X, 26 de Novembro, Praça da Farinha, Cuiabá, Mato Grosso
Desconhecido, X, 24 de Novembro, Trilhos da Ferronorte, Chapadão do Sul, Mato Grosso
Desconhecido, 25, 21 de Novembro, Largo Dois de Julho, Salvador, Bahia
José Luís da Conceição, 22, 19 de Novembro, Ladeira Geraldo Melo (Bairro do Farol), Maceió, Alagoas
Carlos Henrique Silveira, 37, 19 de No-vembro, Alameda Paulista, Araraquara, São Paulo
Índio, 50, 18 de Novembro, Levada, Maceió, Alagoas
Acir das Neves de Morais, 40, 18 de Novembro, Rua Doutor Henrique Dorf-mann, Campo Largo, Paraná
Alessandro, 35, 18 de Novembro, Ter-reno baldio, Campo Largo, Paraná
Cleilson, X, 16 de Novembro, Monsenhor Taborsa, Fortaleza, Ceará
Luiz Carlos Porto, 50, 16 de Novembro, Praça Nereu Ramos, Criciúma, Santa Catarina
Desconhecido, X, 16 de Novembro, Ave-nida Eduardo Andrea Matarazzo, Ribeirão Preto, São Paulo
Desconhecido, X, 15 de Novembro, Túnel Américo Simas, Salvador, Bahia
Washington Cardoso de Souza, X, 13 de Novembro, Praça Santa Cruz, Araraquara, São Paulo
Desconhecido, X, 13 de Novembro, Rua William Speers (Lapa), São Paulo, São Paulo
Genival dos Santos, 29, 12 de Novem-bro, Centro, Piracicaba, São Paulo
Manu, X, 12 de Novembro, Avenida Presi-dente Castelo Branco, Delmiro Gouveia,
Desconhecido, X, 12 de Novembro, , Porto Seguro, Bahia
Nonato, X, 10 de Novembro, Lagoa Nova, Natal, Rio Grande do Norte
Eduardo, X, 05 de Novembro, Levada, Maceió, Alagoas
Desconhecido, X, 04 de Novembro, Parque Bitarú, São Vicente, São Paulo
Pedro Cachaça, X, 03 de Novembro, Ponte Colombo Salles, Florianópolis, Santa Catarina
Paulo de Andrade, 42, 01 de Novembro, Jardim São Dimas, São José dos Campos, São Paulo
Desconhecido, 54, 29 de Outubro, Praça do Carmo, Araraquara, São Paulo
Desconhecido, 27, 28 de Outubro, Areão, Taubaté, São Paulo
Francisco (Cidim), X, 26 de Outubro, Praça Sao Benedito, Jaborandi, Bahia
Ginaldo Gomes, 46, 26 de Outubro, Mercado Público do Bairro dos Estados, João Pessoa, Paraíba
Desconhecido, X, 25 de Outubro, Setor Comercial Sul, Brasília, Distrito Fedral
Desconhecido, 40, 23 de Outubro, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Jorge Brito da Silva, X, 22 de Outubro, Avenida Enendino Alves da Paixão, Luiz Eduardo Magalhães, Bahia
Desconhecido, X, 22 de Outubro, AL115, Arapiraca, Alagoas
Segundino Garcia, X, 21 de Outubro, Feira Municipal, Ariquemes, Rondônia
Desconhecido, X, 20 de Outubro, Pituaçu, Salvador, Bahia
Edilson (Colher de Pau), 50, 19 de Outu-bro, BR-316, Ararapina, Pernambuco
Desconhecido, X, 18 de Outubro, Avenida das Flores, Balneário Camboriú, Santa Catarina
Desconhecido, 25, 18 de Outubro, Feira do Carrasco, Natal, Rio Grande do Norte
Célio Benício, 30, 17 de Outubro, Planalto Ayrton Senna, Fortaleza, Ceará
Desconhecido, 40, 16 de Outubro, Ave-nida Emídio Velloso, Severínia, São Paulo
Rogério de Andrade Araújo, 26, 16 de Outubro, Rua Rodrigues Alves, Maceió, Alagoas
João Batista Machado, 50, 15 de Outu-bro, Igreja de São Cristóvão, Tubarão, Santa Catarina
José Antônio Arguelho, 47, 15 de Outu-bro, Avenida Jorge Teixeira, Porto Velho, Rondônia
Afonso Sebastião Vieira, 49, 10 de Outubro, Rua Antônio Benedito Coutinho, Osasco, São Paulo
Desconhecido, X, 09 de Outubro, Rua Afonso Magalhães, Serra Talhada, Pernambuco
Márcio Douglas da Silva, 19, 09 de Outubro, Rua Flores do Campo, Olinda , Pernambuco
Romilson Trajano da Cruz (Gordo), 20, 08 de Outubro, Cais de Santa Rita, Recife, Pernambuco
Desconhecido, X, 08 de Outubro, Jardim Luciana, Itaquaquecetuba, São Paulo
Índio, X, 07 de Outubro, Avenida Contorno Norte/Sul, São Luís, Maranhão
Francisco Assis Bezerra, X, 07 de Outubro, CE-187, Novo Oriente, Ceará
Peter Gabriel Augusto da Silva, 31, 06 de Outubro, Avenida Washington Luís, São Carlos, São Paulo
Desconhecido, X, 05 de Outubro, Jardim Luciana, Itaquaquecetuba, São Paulo
Desconhecido, X, 04 de Outubro, Jardim Botânico, Ribeirão Preto, São Paulo
Golias, X, 04 de Outubro, Candeias do Jamary, Triunfo, Mato Grosso
Mauricio Maier, X, 03 de Outubro, Centro, Guaira, Paraná
Izidorio Fernandes Gonçalves Neto, 41, 02 de Outubro, Bairro Jardim América, Foz do Iguaçu, Paraná
Izidório Fernandes Gonçalves Neto, 41, 01 de Outubro, Barranca do Rio Paraná, Foz do Iguaçu, Paraná
Desconhecido, 15, 01 de Outubro, Jatiúca, Maceió, Alagoas
Desconhecido, 40, 30 de Setembro, BR-262, Cariacica, Espírito Santo
Desconhecido, X, 30 de Setembro, Peixinhos, Olinda , Pernambuco
José Humberto Santana, 28, 30 de Setembro, Cabo de Santo Agostinho, Recife, Pernambuco
Emerson Miranda, 32, 29 de Setembro, Parolin, Curitiba, Paraná
Carlos Augusto Ferreira dos Santos, 33, 28 de Setembro, Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais
Desconhecido, X, 26 de Setembro, Boa Viagem, Recife, Pernambuco
Desconhecido, 19, 25 de Setembro, Bom Parto, Maceió, Alagoas
Luiz Antonio da Silva, 43, 22 de Setembro, Rua Mário da Costa Monteiro, Ipojuca, Pernambuco
Desconhecido, 40, 16 de Setembro, BR-116, Canoas, Rio Grande do Sul
Eronildo Siqueira, 35, 16 de Setembro, Não divulgado, Maceió, Alagoas
Desconhecido, X, 16 de Setembro, Dona Clara, Belo Horizonte, Minas Gerais
Cicinho, X, 14 de Setembro, Bairro Vila Nova, Palmeira dos Índios, Alagoas
Desconhecido, X, 14 de Setembro, Trapi-che da Barra, Maceió, Alagoas
Desconhecido, X, 12 de Setembro, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte, Minas Gerais
Flávio da Silva, 39, 10 de Setembro, Rodovia Raposo Tavares (KM454), Assis, São Paulo
Marcio Gleik Ferraz Conceição, 28, 08 de Setembro, BA-290, Pedreira, Bahia
Genivaldo Ferreira dos Santos (Gago), 32, 06 de Setembro, Alagoainha Iate Clube, Maceió, Alagoas
Lázaro, X, 03 de Setembro, Bairro Manoel Teles, Arapiraca, Alagoas
Antonio Pereira da Silva, 35, 03 de Setembro, Rua Doca Rêgo, Aracape, Ceará
Diego Jesus, 24, 01 de Setembro, Juru-nas, Belém do Pará, Pará
Erasmo, X, 27 de Agosto, Bairro Lagoa, Belo Horizonte, Minas Gerais
Desconhecido, X, 25 de Agosto, Quadra 314 - Asa Norte, Brasília, Distrito Federal
Adilson, X, 20 de Agosto, Avenida Con-torno, Ipiaú, Bahia
Desconhecido, 40, 15 de Agosto, Setor de Diversões Sul (Conic), Brasília, Distrito Federal
Rogério , X, 14 de Agosto, Não divulgado, Vila Velha, Espírito Santo
Desconhecido, X, 08 de Agosto, Grajaú, São Paulo, São Paulo
Osvaldo, X, 05 de Agosto, Travessa Uruará, Uruará, Pará
Carlito Leite Vieira, 55, 05 de Agosto, Bela Vista, Pedregulho, São Paulo
José Adair Nunes Mariano (Cigano), 38, 04 de Agosto, Jardim do Salso, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
José Luiz Gabriel, X, 04 de Agosto, Avenida Indaiá, Uberlândia, Minas Gerais
Marco Antônio dos Santos, 45, 08 de Julho, Jardim Promeca, Várzea Paulista, São Paulo
Cicero Severino da Silva, 54, 07 de Julho, Rua Perella, São Caetano do Sul, São Paulo
Robervil, 35, 06 de Julho, proximidades do Hospital Regional de Taguatinga, Brasília, Distrito Fedral
Joilson Ferreira, 24, 06 de Julho, Quadra 714 - Asa Norte, Brasília, Distrito Federal
José Salvio Batista, 61, 06 de Julho, Rio do Ouro, Florianópolis, Santa Catarina
Desconhecido, 40, 03 de Julho, Bairro Santana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Desconhecido, 35, 29 de Junho, Juvevê, Curitiba, Paraná
Russo, X, 28 de Junho, Praça Manuel Jesuíno Godinho, Juquitiba, São Paulo
Dejair Ramos da Silva, 48, 28 de Junho, Rua Adolfo Hecht, Penápolis, São Paulo
Desconhecido, X, 27 de Junho, Avenida Gonçalo Prado Rolemberg, Aracaju, Sergipe
Desconhecido, X, 11 de Junho, João Aranha, Paulínia, São Paulo
Vicente de Paula Gorgozin, 45, 07 de Junho, Cine Brasília, Brasília, Distrito Federal
Alexsandro Rocha da Silva, X, 21 de Maio, Centro, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Valdeci Bonifácio Costa, 47, 11 de Maio, proximidades de um rio, Luiz Eduardo Magalhães, Bahia
Desconhecido, X, 07 de Maio, Rua Pires do Ramos, São Paulo, São Paulo
Desconhecido, X, 04 de Maio, Rua Jairo Góis, São Paulo, São Paulo
Desconhecido, 60, 28 de Abril, Rua Dorival Caimmy, Salvador, Bahia
Desconhecido, 70, 28 de Abril, Rua Dorival Caimmy, Salvador, Bahia
Thiago José da Silva, 32, 27 de Abril, Praça 13 de Maio, Maceió, Alagoas
Rogério Felix da Silva, X, 24 de Abril, Vila Arens, Jundiaí, São Paulo
Desconhecido, 29, 22 de Abril, Jaraguá, Maceió, Alagoas
Damião Barbosa da Silva, 64, 12 de Abril, Rua Victorino Carmillo, São Paulo, São Paulo
Desconhecido, X, 10 de Abril, Rua Fran-cisco Manoel, Santos, São Paulo
Desconhecido, X, 28 de Janeiro, Santa Cecília, São Paulo, São Paulo
Desconhecido, 35, 24 de Janeiro, Rua da Móoca, São Paulo, São Paulo
Desconhecido, 53, 21 de Janeiro, Hospital Público, Campinas, São Paulo
Antônio Junior da Costa Laje, 28, 12 de Janeiro, Avenida Lourenço Braga, Manaus, Amazonas
Rosoalves Alves Aires, 49, 11 de Janeiro, Avenida Lourenço Braga, Manaus, Amazonas
Pedro, X, 11 de Janeiro, Avenida Lourenço Braga, Manaus, Amazonas
Desconhecido, X, 06 de Janeiro, Viaduto comendador Elias Nagib Brem, São Paulo, São Paulo
Lucinéia Lopes da Silva, 40, 03 de Novembro, Avenida Nossa Senhora do Carmo, Belo Horizonte, Minas Gerais
Desconhecida, X, 02 de Novembro, Campo Belo, São Paulo, São Paulo
Jucinéia Nunes, X, 02 de Novembro, Centro, Corumbá, Mato Grosso do Sul
Ana Ester Moreira de Alcântara, 19, 27 de Outubro, Bairro Goiânia, Belo Horizonte, Minas Gerais
Doidinha do Buritis, X, 12 de Outubro, Rua Heleno de Andrade, Buritis, Rondônia
Lúcia, X, 07 de Outubro, Largo do Tanque, Salvador, Bahia
Kely, 17, 05 de Outubro, Jardim Itororó, Várzea Grande, Mato Grosso
Paula, 25, 30 de Setembro, Rua Desembargador Martins Pereira, Recife, Pernambuco
Virginia Maria Cardoso, 42, 10 de Setembro, Rodovia Raposo Tavares (KM454), Assis, São Paulo
Odila de Fátima Gomes Borges, 41, 10 de Setembro, Rua Plácido de Castro, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
Cida, X, 03 de Setembro, São Bernardo, Valparaíso, Goiás
Desconhecida, X, 19 de Agosto, QNM 17, Ceilândia, Distrito Federal
Beatriz, X, 15 de Junho, Igreja Nossa Senhora da Conceição, Ipiranga, Piauí
Desconhecida, 15, 22 de Abril, Praça do Pirulito, Maceió, Alagoas
Vanessa Soares Correa, X, 17 de Março, Avenida João Aranha, Paulínia, São Paulo
Vera Lúcia dos Santos, X, 12 de Janeiro, Local não-declarado, São Miguel dos Campos, Alagoas
Josiel Alves Gomes, 45, 16 de Novembro, Ponta Grossa, Maceió, Alagoas
Nome, Idade, Local da Morte, Cidade, Estado
Matéria inspirada no trabalho do Coletivo “Os Mortos de Rua” (Collectif Les Morts de la Rue) surgido na França em 2002. Seus objetivos: denunciar que a vida na rua leva a mortes prematuras e causas, muitas vezes violentas dessas mortes; garantir funeral digno e apoiar familiares das vítimas. Saiba mais: http://www.mortsdelarue.org/
Guerra silenciosa142