Oficina Cantando e Encantando Brasília_letras

8/18/2019 Oficina Cantando e Encantando Brasília_letras

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Coisas de Brasília

Oswaldo Montenegro

Era frio e era clarocomo a seca de Brasíliaeu já não sei se amava ou sonhava

isso eu seivocê era mais loura no meu sonhoque em meu olho, eu seimeu olho era escuro

pro teu sonho iluminar, eu seiEra reto e projetadocomo as linhas de Brasílianão diga o que eu já seieu penso que é mentira, eu seia nossa solidão é a do planetaé quase a mesma, eu seiatenda o telefone, ouça meu discoou saia pra jantar, eu seiMinha canção era loucuracomo a alma de Brasíliacontorna, adoça, pe na !oca o felda louca ilha eu seie é quase !ranca a minha ang"stiaeu não te amo porque ameie quando te encontrar vou perguntar o que valeu

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Léo e Bia

Oswaldo Montenegro

#o centro de um planalto va$io%omo se fosse em qualquer lugar %omo se a vida fosse um perigo%omo se houvesse faca no ar %omo se fosse urgente e preciso%omo é preciso desa!afar &ualquer maneira de amar variaE 'éo e Bia sou!eram amar %omo se não fosse tão longe

Brasília de Belém do (ará%omo castelos nascem dos sonhos(ra no real, achar seu lugar %omo se fa$ com todo cuidado) pipa que precisa voar %uidar de amor e*ige mestriaE 'éo e Bia sou!eram amar

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Azarar na W3

Little Quail

+ !a!, vou te a$arar na -.+ !a!, !a!, !a!, !a!/ou te a$arar na -.00)gora é minha ve$/ou te a$arar na -.00+ !a! agora passe isso pra cáBoa menina nao da nao)gora é minha ve$0/ou te a$arar na -.+ no, agora eu avanço o sinal+ no, venha pro meu lado do sinal)gora é minha ve$

/ou te a$arar na -.00

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Faroeste Caboclo

Legião Urbana

#ão tinha medo o tal 1oão de 2anto %ristoEra o que todos di$iam quando ele se perdeu3ei*ou pra trás todo o marasmo da fa$enda24 pra sentir no seu sangue o 4dio que 1esus lhe deu

&uando criança s4 pensava em ser !andido)inda mais quando com um tiro de soldado o pai morreuEra o terror da cercania onde moravaE na escola até o professor com ele aprendeu

5a pra igreja s4 pra rou!ar o dinheiro&ue as velhinhas colocavam na cai*inha do altar 2entia mesmo que era mesmo diferente2entia que aquilo ali não era o seu lugar

Ele queria sair para ver o mar E as coisas que ele via na televisão1untou dinheiro para poder viajar 3e escolha pr4pria, escolheu a solidão

%omia todas as menininhas da cidade3e tanto !rincar de médico, aos do$e era professor )os quin$e, foi mandado pro reformat4rio+nde aumentou seu 4dio diante de tanto terror

#ão entendia como a vida funcionava3iscriminação por causa da sua classe e sua cor 6icou cansado de tentar achar respostaE comprou uma passagem, foi direto a 2alvador

E lá chegando foi tomar um cafe$inhoE encontrou um !oiadeiro com quem foi falar E o !oiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagemMas 1oão foi lhe salvar

3i$ia ele7 8Estou indo pra Brasília #este país lugar melhor não há9: precisando visitar a minha filhaEu fico aqui e você vai no meu lugar8

E 1oão aceitou sua proposta

E num :ni!us entrou no (lanalto %entral

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Ele ficou !estificado com a cidade2aindo da rodoviária, viu as lu$es de #atal

8Meu 3eus, mas que cidade linda, #o )no;#ovo eu começo a tra!alhar8

%ortar madeira, aprendi$ de carpinteiro


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1eremias, maconheiro sem;vergonha+rgani$ou a oc?onha e fe$ todo mundo dançar 3esvirginava mocinhas inocentes2e di$ia que era crente mas não sa!ia re$ar

E 2anto %risto há muito não ia pra casaE a saudade começou a apertar 8Eu vou me em!ora, eu vou ver Maria '"cia1á tá em tempo de a gente se casar8

%hegando em casa então ele chorouE pro inferno ele foi pela segunda ve$%om Maria '"cia 1eremias se casouE um filho nela ele fe$

2anto %risto era s4 4dio por dentro

E então o 1eremias pra um duelo ele chamou8)manhã >s duas horas na %eilCndiaEm frente ao lote D, é pra lá que eu vou

E você pode escolher as suas armas&ue eu aca!o mesmo com você, seu porco traidor E mato tam!ém Maria '"cia)quela menina falsa pra quem jurei o meu amor8

E o 2anto %risto não sa!ia o que fa$er &uando viu o rep4rter da televisão&ue deu notícia do duelo na 9/3i$endo a hora e o local e a ra$ão

#o sá!ado então, >s duas horas9odo o povo sem demora foi lá s4 para assistir =m homem que atirava pelas costasE acertou o 2anto %risto começou a sorrir

2entindo o sangue na garganta1oão olhou pras !andeirinhas e pro povo a aplaudir

E olhou pro sorveteiro e pras cCmeras e) gente da 9/ que filmava tudo ali

E se lem!rou de quando era uma criançaE de tudo o que vivera até aliE decidiu entrar de ve$ naquela dança82e a via;crucis virou circo, estou aqui8

E nisso o sol cegou seus olhosE então Maria '"cia ele reconheceuEla tra$ia a @inchester;AA

) arma que seu primo (a!lo lhe deu


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81eremias, eu sou homemF coisa que você não éE não atiro pelas costas não+lha pra cá filha da puta, sem vergonha3á uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu perdão8

E 2anto %risto com a @inchester;AA3eu cinco tiros no !andido traidor Maria '"cia se arrependeu depoisE morreu junto com 1oão, seu protetor

E o povo declarava que 1oão de 2anto %ristoEra santo porque sa!ia morrer E a alta !urguesia da cidade

#ão acreditou na hist4ria que eles viram na 9/

E 1oão não conseguiu o que queria

&uando veio pra Brasília, com o dia!o ter Ele queria era falar pro presidente(ra ajudar toda essa gente que s4 fa$

2ofrer


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Eduardo e Mônica

Legião Urbana

&uem um dia irá di$er &ue e*iste ra$ão

#as coisas feitas pelo coraçãoGE quem irá di$er &ue não e*iste ra$ãoG

Eduardo a!riu os olhos, mas não quis se levantar 6icou deitado e viu que horas eramEnquanto M:nica tomava um conhaque

#o outro canto da cidade, como eles disseram

Eduardo e M:nica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer =m carinha do cursinho do Eduardo que disse89em uma festa legal, e a gente quer se divertir8

6esta estranha, com gente esquisita8Eu não t: legal, não aguento mais !irita8E a M:nica riu, e quis sa!er um pouco mais2o!re o !o$inho que tentava impressionar E o Eduardo, meio tonto, s4 pensava em ir pra casa8H quase duas, eu vou me ferrar8

Eduardo e M:nica trocaram telefone3epois telefonaram e decidiram se encontrar + Eduardo sugeriu uma lanchoneteMas a M:nica queria ver o filme do


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Brasília

Plebe Rude

%apital da esperançaIBrasília tem lu$, Brasília tem carrosJ)sas e ei*os do BrasilIBrasília tem mortes, tem até !aratasJ'onge do mar, da poluiçãoIBrasília tem prédios, Brasília tem máquinasJmas um fim que ninguém previuIKrvores nos ei*os a polícia montadaJIBrasíliaJ, Brasília

Brasília tem centros comerciaisMuitos porteiros e pessoas normaisIMuitos porteiros e pessoas normaisJ

)s lu$es iluminam os carros s4 passam) morte tra$ vida e as !aratas se arrastamI=topia na mente de algunsFFFJ+s prédios se ha!itam as máquinas param)s árvores enfeitam e a polícia controlaI=topia na mente de algunsFFFJ

+hFF + concreto já rachou0BrasíliaFFFF

Brasília tem lu$, Brasília tem carrosI%arros pretos nos colégiosJBrasília tem mortes, tem até !aratasIem tráfego linearJBrasília tem prédios, Brasília tem máquinasI2ervidores ("!licos aliJ

Krvores nos ei*os a polícia montadaIpolindo chapas oficiaisJBrasília, IBrasíliaJ

Brasília tem centros comerciaisMuitos porteiros e pessoas normaisIMuitos porteiros e pessoas normaisJ

)s lu$es iluminam os carros s4 passam) morte tra$ vida e as !aratas se arrastamI=topia na mente de algunsFFFJ

+s prédios se ha!itam as máquinas param

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)s árvores enfeitam e a polícia controlaI=topia na mente de algunsFFFJ

+hFFF + concreto já rachou0 rachou0 rachou0 rachou0achou0 + concreto já rachou0

BrasíliaFFFFBrasíliaFFFF Brasilia0

)s lu$es iluminam os carros s4 passam) morte tra$ vida e as !aratas se arrastamI=topia na mente de algunsFFFJ

+s prédios se ha!itam as máquinas param)s árvores enfeitam e a polícia controlaI=topia na mente de algunsFFFJ

+s comércios s4 vendeme os porteiros s4 olhamE essas pessoas elas não fa$em nadamas essas pessoas elas não fa$em nada

#ada0 IBrasíliaFFFJ #ada0 IBrasíliaFFFJ #ada0 IBrasíliaFFFJ #ada0 IBrasíliaFFFJ

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