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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
CRISTIANE SANCHES DE OLIVEIRA
A LEITURA EXPRESSIVA DAS POESIAS INFANTO JUVENIL
DE JOSÉ PAULO PAES E SÉRGIO CAPPARELLI
LONDRINA
2016
CRISTIANE SANCHES DE OLIVEIRA
A LEITURA EXPRESSIVA DAS POESIAS INFANTO JUVENIL
DE JOSÉ PAULO PAES E SÉRGIO CAPPARELLI
Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). NRE – Londrina. Orientador: Prof. Dr. Jaime Dos Reis Sant’ Anna
LONDRINA
2016
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DO ARTIGO FINAL – TURMA 2014
TÍTULO: A LEITURA EXPRESSIVA DAS POESIAS INFANTOJUVENIL DE JOSÉ PAULO PAES E SÉRGIO CAPARELLI.
Autor: Cristiane Sanches de Oliveira
Disciplina/Área: Língua portuguesa.
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Anita Garibaldi.
Município da escola: Jardim Alegre.
Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã.
Professor Orientador: Prof. Dr. Jaime Dos Reis Sant’ Anna.
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina.
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
O presente artigotem como objetivo mostrar os
resultados do projeto de intervenção na escola
com o título “A leitura expressiva das poesias
infanto-juvenil de José Paulo Paes e Sérgio
Capparelli”. O objetivo principal foi formar
leitores de poesia a partir da produção poética
de José Paulo Paes e Sérgio Capparelli, nos
termos da proposta dos PCNs e DCEs,
sobretudo quando apontamos para as funções
humanizadoras da literatura, bem como sua
capacidade de ampliar a visão de mundo e
aguçar a sensibilidade responsável pela
apreensão dos elementos estéticos e de humor
presentes nos textos poéticos.
Palavras-chave: Poesia; infantojuvenil; formação de leitor.
Formato do Material Didático: Unidade temática.
Público: Alunos do 6º anos.
RESUMO
O presente artigotem como objetivo mostrar os resultados do projeto de intervenção na escola com o título “A leitura expressiva das poesias infanto-juvenil de José Paulo Paes e Sérgio Capparelli”. O objetivo principal foi formar leitores de poesia a partir da produção poética de José Paulo Paes e Sérgio Capparelli, nos termos da proposta dos PCNs e DCEs, sobretudo quando apontamos para as funções humanizadoras da literatura, bem como sua capacidade de ampliar a visão de mundo e aguçar a sensibilidade responsável pela apreensão dos elementos estéticos e de humor presentes nos textos poéticos.
Palavras-chave: Poesia; infanto-juvenil; formação de leitor.
1. INTRODUÇÃO
A leitura de poesias não é apreciada nas aulas de língua portuguesa, pois
os professores optam por trabalhar outros gêneros que entendem ser de melhor
valor para o aluno e esquecem que o gênero poético pode despertar nele um ser
crítico e reflexivo em todas as questões, e com isso pretendi na aplicação do projeto
de intervenção na escola com o título: “A leitura expressiva das poesias infanto-
juvenil de José Paulo Paes e Sérgio Capparelli” que foi desenvolvido em uma sala
de 6º ano no Colégio Estadual Anita Garibaldi no Município de Jardim Alegre , uma
nova perspectiva no olhar da poesia em sala de aula.
O Gênero poético ainda não é tratado em sua abrangência como deveria,
pois usei esse gênero para instigar no aluno o incentivo da leitura poética em sala
de aula, transformando este ambiente em um lugar prazeroso para a leitura e
modificando o aluno em um aluno pensante e crítico.
A proposta do projeto foi propiciar ao aluno a importância da poesia
dentro do âmbito escolar visando melhorar o ensino aprendizagem e tornando as
aulas de língua portuguesa mais prazerosa e deslumbrante com o uso do gênero
poético.
Para mudarmos a realidade da leitura da sala da aula colocamos nossos
alunos em contato com as poesias , e mostramos como ela pode ser atrativa
obtendo mudanças no pensar do aluno com o trabalho de poesia, que para ele não
era muito atrativo .
Nos dias atuais a leitura de poesias é deixada de lado nas escolas, até
por certo preconceito em se trabalhar este gênero, tornando-o ás vezes muito difícil
em despertar no aluno o imaginário e não dando um suporte em algo que se usa no
dia a dia,mas mostramos aos alunos que a leitura pode levá-lo a um mundo de
fantasias e que os temas das poesias são temas que ele convive , transformando a
visão dele em relação à leitura com textos poéticos na sala de aula.
As aulas de Língua Portuguesasficaram mais significativas, expressivas e
cheias de arte, e mostrando que José Paulo Paes e Sérgio Capparelli transmitem
em seus poemas seus pensamentos mais íntimos, fazendo o leitor viajar no mundo
da poesia não deixando de tratar de assuntos da realidade como computadores,
amor e outros que atingem o mundo dos jovens.
Percebemos a importância e os benefícios que as poesias trouxeàs
aulas de língua portuguesa, não servindo somente para análise linguística como era
feita no passado e sim os valores de apreciação e viagem no mundo de fantasias,
melhorando sua aprendizagem de forma ampliada à todas as questões no Âmbito
escolar.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Para incentivarmos a leitura apresentamos aos alunos diferentes textos
produzidos em diferentes esferas de acordo com as DCES, por esse motivo
escolhemos tratar sobre o gênero poético que possibilita uma ampla variedade de
leituras.
Destacando que de acordo com as DCES é preciso observar o valor
estético do texto poético, seu conteúdo temático, dialogar com os sentimentos
revelados, as figuras de linguagem, as intenções para podermos alcançar nosso
objetivo nas aulas com poesias.
Relevamos o que diz as DCES, que o texto poético estimula no aluno a
sensibilidade estética e é um instrumento imprescindível e eficaz para a leitura
expressiva.
Nossas aulas foram realizadas de acordo com as DCES trabalhando à
poesia conforme ela pede, pois cada poesia difere o trabalho específico uma da
outra,assim não perdendo de fato o trabalho com o texto poético.
Desenvolvemos o intelectual, a imaginação, o lúdico nas crianças e nos
adolescentes através da leitura poética que foi uma constante luta em
desempenhar e desenvolver o meu papel de professorade forma qualitativa.
A poesia não foi só informações de escolas literária e sim um
conhecimento de como interpretar um texto literário de acordo com a (PCN, 1998,
p.55),” literários, em outras palavras, de “letrar” literariamente o aluno, fazendo-o
apropriar-se daquilo a que tem direito”.
2.1 A POESIA NA SALA DE AULA
Podemos dizer que o texto literário servia como base para o ensino da
escrita, análise linguística, deixando de lado a leitura literária, não permitindo que o
aluno tivesse a liberdade de compreender e desenvolver diversas possibilidades de
sentidos para o texto.
Nas aulas de língua portuguesa tentamos atualizar e desenvolver um
ensino de literatura que priorizasse o desenvolvimento de competência e habilidades
relacionadas como letramento literário.
Dentro da literatura encontramos diversos gêneros textuais, cada um com
suas características especificam e a poesia é um gênero rico em vários aspectos
que devem ser considerados.
Influenciamos o nosso aluno, expondo-o ao contato com a poesia esse
gênero quase não trabalhado na escola, pois trabalhamos a poesia trazendo muitas
indagações como diz Ana Elvira Luciano Gerbara:
“Como trabalhar com Gêneros literários que não parece fazer parte do cotidiano? Como torná-los significativos para os nossos alunos? “Como trabalhar com a com a autoria em gêneros que exigem domínio da tradição a uma busca pela inovação recorte da matéria linguística e temática de forma singular”. (GERBARA, 2009, apud SILVA, JESUS, 2011, p. 22).
Responder as estas questões que Gerbara cita virá foi o objetivo deste
trabalho que era o de trazer o texto poético a sala de aula com finalidade de
incentivar a leitura de poesia trazendo a poesia para o cotidiano do aluno e tornar o
texto poético significativo , e inovando o modo de se trabalhar poesia deixando o
aluno viajar em sua interpretação.
O poema era trabalhado só de forma ilustrativa. Modificamos essa forma
de trabalho apresentando ao nosso aluno o poema, pois discutimos na integra seu
conteúdo ,as intenções do poeta quando o escreveu e toda sua completude.
Então Gerbara comenta:
“Dessa forma, ensinar poesia (em todos os seus subgêneros) e trabalhar o texto como resposta a uma necessidade a alguém há um tempo definido. A poesia dentro dessa concepção é um modo de viver o mundo (ver, sentir, experimentar, e projetar)e cada composição poética reflete quem somos ,o que pensamos ,sentimos e buscamos.” (GERBARA, 2009, apud JESUS; SILVA, 2011, p. 23).
Para modificar o modo de se trabalhar poesia em sala de aula
propiciamos ao aluno o gênero poético derrubando preconceitos e quebrando
barreiras e rompendo a rejeição dos mesmos, professores e as pessoas em geral
pela literatura e poesias em especial.
Os alunos encontraram dificuldades em interpretar os textos poéticos,
pois lhes faltava conhecimento prévio e uma leitura mais expressiva.
Pensando neste conceito Eliseu Ferreira da Silva (2011) comenta que a
poesia ainda é um gênero literário distante da sala de aula e deve ser apresentada
nas aulas de língua portuguesa de modo a familiarizar e tornar o aluno próximo da
leitura poética.
A leitura de poesia não foi algo difícil, familiarizamos nossas crianças e
adolescentes com a linguagem poética e o mundo da literatura. Planejamos as aulas
com o objetivo de mostrar ao aluno que poesia não é difícil de ler e interpretar e
compreender todos os aspectos que formam um poema.
No passado os professores usavam o texto poético somente para análise
linguística, por isso traumatizava os alunos em relação à leitura de poesia, então
trabalhar coma poesia necessitou de cuidados, pois agradou e as vezes deixou-os
confuso.
Segundo Lívia Sussuana (2006) a poesia era usada para o ensino de
regras gramaticais que normatizam a variedade linguística padrão, apresentada nas
gramáticas tradicionais, com base em exemplos da literatura, como modelo de bom
uso da língua. Este conceito acabou transformando o uso da poesia em mero uso
para fins gramaticais e não sabendo aproveitar o uso de leitura interpretativa das
poesias.
A literatura poética era usada sem o objetivo de interpretar, ilustrar
mostrar o lado prazeroso da leitura onde este projeto fez com que o aluno viajasse
na linguagem poética.
Elias José (2003) comenta que vivemos rodeados de poesia, ela nos
cerca e nos emociona quando tocamos, ouvimos ou provamos poesia
transformando-a em nossa inspiração para viver a vida, então provar um pouco de
poesia em qualquer lugar é algo que todos devem experimentar e podemos começar
em sala de aula instigando nosso aluno a essa leitura.
O texto poético pode desenvolver na criança e no adolescente habilidade
de percepção sensorial, senso estético, e de suas competências leitoras e
simbólicas interpretando melhor o mundo real.
Zilberman (2008) esclarece sobre a importância da leitura da literatura,
principalmente pelo seu poder de instigar a imaginação.” Com efeito, resolvem-se
dificuldades quando recorremos a criatividade, que, aliada à inteligência, oferece
alternativas de ação”. (ZILBERMAN, 2008).
Candido (1995) considera a literatura como manifestação cultural dos
homens em todos os tempos e lembra que não há povo “[...] que possa viver sem
ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de
fabulação” (CANDIDO, 1995, p. 245). Em especial a poesia é um gênero que sabe
usar a linguagem para atingir o mundo da fantasia, principalmente os textos poéticos
relacionados ao público infantil.
Gerbara (2007) aponta um problema em relação à escolha dos poemas a
serem trabalhados na sala de aula, pois nem sempre a poesia que está no livro é a
desejada pelo aluno para a realização da leitura. Um dos fatores que dificulta o
trabalho de poesia é que ela não é muito usada nos livros didáticos e foi trabalhoso
selecionar as poesias para o projeto.
Pinheiro (2003) também aponta outro problema, a oralidade dos
poemas, pois era só trabalhado a decodificação, não se considerando que a leitura
deste gênero desenvolve para cativar o leitor, através da utilização de recursos
sonoros. Contudo, o primordial para a leitura de poemas é a reflexão do leitor
desenvolvendo a capacidade criativa. Analisamos este fator no projeto percebemos
como é essencial um trabalho especifico com a leitura elaborada das poesias.
Lajolo e Zilberman (1985) comentam que a poesia infantil busca como
tema o cotidiano da criança, como faz José Paulo Paes e Sérgio Capparelli em seus
poemas voltados à literatura infanto-juvenil abordando temas que atraem esse
público.
Em relação ao trabalho de poesia em sala de aula Pinheiro (2002):
Diz que não devemos selecionar poesias somente de livros didáticos, e sim fazer uma coletânea de poesias de variados poetas que agradem o público infantil e juvenil. Com relação a este projeto de intervenção optamos em selecionar os poetas José Paulo Paes e Sérgio Capparelli para encantar nossos alunos e despertar neles o gosto pela leitura expressiva de textos poéticos que ainda não são muito apreciados nas aulas de Língua portuguesa.
2.2 OS POETAS: SÈRGIO CAPPARELLIE JOSÈ PAULO PAES
2.2.1 O poeta Sérgio Capparelli
No caso da poesia voltada ao público infantil e juvenil éfundamental
ressaltar os poetas José Paulo Paes e Sérgio Capparelli que usam o lúdico e o
cômico em suas poesias, constroem-se, na maioria das vezes, por meio do jogo
verbal, instaurando imagens engraçadas ou absurdas, o que convida o leitor a
participar da brincadeira.
Sérgio Capparelli nasce em 1947 na cidade de Uberlândia, em Minas
Gerais.
Na década de 1970, estabelece residência em Porto Alegre, onde passa a
estudar Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ao final da
década de setenta, publica seu primeiro livro infanto-juvenil, a narrativa Os meninos
da rua da praia e, com ela, ganha destaque no cenário literário brasileiro.
O poeta mineiro fica conhecido na década de oitenta na literatura infantil.
Sua produção para a criança é representada por um grande número de
livros, lançados ao longo dos anos. Nesse período, vários poetas surgem, elevando
ainda mais a importância da poesia infantil brasileira, e demonstrando o crescente
interesse das editoras em relação a esse tipo de texto. Capparellicontinua a ser cada
vez mais autoral e original ganhando um espaço no gênero poético do país.
O leitor Juvenil é diferenciado da criança pelo seu pensamento racional e
a capacidade reflexiva e de abstração, estes aspectos devem ser relevados na
construção de poemas a essepúblico. Em relação às essas ideias Capparelli
comenta que o adolescentetem habilidades para trabalhar com abstrações: “elevai
além dos limites da metáfora convencional, de que a poesia tenta fugir, porque a
metáfora poética se projeta além do cotidiano e das formas de expressão conhecida
da linguagem.”
Para alcançar o mundo jovem Capparelli, pública em 1985, Restos de
arco-íris, poemas que expressam os sentimentos daquele que deixa a infância e
meio a medo.
Ao se tratar de poesia destinada ao mundo jovem querendo cativá-los
Capparelli cria um site, usando ciberpoemas que jogam com as palavras, declamar e
desenhar a partir dos textos apresentados, tornando-se,coparticipante da criação de
novos poemas. Atualmente as redes sociais na internet são formadas a partir de
sites que não se restringem somente ao público adulto, buscam também alcançar
jovens e crianças.
Restringindo os usuários deste artigo ao público infantil, observa-se uma
alteração nos valores e costumes, construindo assim o que CAPPARELLI (2002)
denomina de Cibercultura Infantil:
Compartilhamos igualmente a ideia da construção reconstrução da Cultura infantil bem como da própria infância, na medida em que eessas construções e reconstruções se baseiam em tecnologias originadas na cultura, conformadas por ela, e que, por sua vez, ajudam a criar novas situações sociais e culturais para essa mesma infância. (CAPPARELLI, 2002, p.131)
Já que as tecnologias originadas na cultura ajudam a criar novas
situações sociais e culturais para a infância, que através dos séculos esteve em
constante mudançaCapparelli decide lançar vários poemas ainda não publicados em
dois sites (www.capparelli.com.br e www.ciberpoesia.com.br) e, para isso, une-se à
ilustradora e professora Ana Cláudia Gruszynski, com quem cria textos com recursos
sonoros e animações. Os poemas criados com a autora também são lançados no
livro Poesia visual, destinado ao público jovem.
Se estivermos hoje com novas situações sociais,compartilharo
pensamento de Capparelli (2002) na ideia de que a construção e reconstrução da
cultura infantil bem como da própria infância, na medida em que essas construções
e reconstruções se baseiam em tecnologias originadas na cultura, conformadas por
ela, e que, por sua vez ajudam a criar novas situações sociais e culturais para esta
mesma infância.
Neste espaço de desenvolvimento é um ambiente que permite as
crianças experiências ilimitado no qual os processos ensino - aprendizagem
ultrapassa os muros da escola. Mas o que se percebe segundo Capparelli(2002) é a
infância de hoje se matem presa em um determinado espaço:
Em vez das crianças serem retiradas do espaço público devido à violência, as dificuldades de transporte nas grandes cidades ou os perigos que cada família enxerga além da porta da casa ou dos portões do condomínio residencial, agora essa criança de dentro de casa participa do espaço exterior à esfera doméstica. Em suma, nessas comunidades criam-se novas formas de relacionamento e de mobilidades, com suspensão do confinamento da infância. As crianças vão agora à praças e ao carrossel virtual. (CAPPARELLI, 2002, p.137).
O trabalho deSérgio Capparelli destaca-se por saber trabalhar com o
público juvenil, sabendo usar as experimentações poéticas interativas usando a
participação criativa ,valorizando a brincadeira com as palavras ,sons e o espaço da
tela.
Sérgio Capparelli é na atualidade um dos poetas que efetivam na
produção poética significativa direcionada ao leitor juvenil. O poeta destaca-se como
um dos principais nomes da poesia infanto-juvenil brasileira por tratar de poemas
que atendem aos anseios desse público em especial.
2.2.2 O poeta José Paulo Paes
José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, interior de São Paulo , em 22
de julho de 1926, e mudou-se para a cidade de Curitiba em 1944, a fim de estudar
química industrial, em Curitibainiciou sua vida literária, onde publicou seu livro de
estreia o aluno (1947).
José Paulo Paes foi um poeta que brincou com as palavras não se
esquecendo que esta brincadeira com as palavras faz parte da criação de qualquer
poema, e não se esqueceu da interação entre poema e o leitor.
As poesias do poeta nos fazem brincar, imaginar, fantasiar e nos encantar
com as sonoridades e as diferentes situações do dia a dia representada nos
poemas. Então, ele nos revela uma atitude frente ao mundo e à vidaPaes tenta nos
mostrar que é possível recolher do cotidiano fragmentos de beleza e encantamento.
José começa 1984 a publicar ao público infantil com É isso ali,
trabalhando com o humor, usando o lúdico para atingir ás crianças. O poeta
acreditava que se deva estimular nas crianças:
“Sua atenção para muitas surpresas que costumam estar escondida na linguagem de todos os dias, a expressividade de cada palavra, as curiosas associações que se podem estabelecer entre elas a fim de dizer ciosas novas. Isso está poeticamente codificado em “convite”, a peça de abertura dos meus poemas para brincar. ”(PROLEITURA, 1995, p.2 apud AGUIAR; CECCANTINI, 2012, p.34).
Silva (2003) acredita quea poesia de José Paulo Paes pode ser
caracterizada como poética da brincadeira.
Ribeiro (1998) afirma que essa brincadeira vai muito além de um jogo de
palavras.
Silva (2003) diz também que José usava o ludismo nas quadras,
adivinhas, parlendas e trava-língua. Essa diversidade de formas, a atenção à
sonoridade, ritmos,imagens e variação de situações representadas nos poemas
constituem elementos que apontam para a riqueza e o valor da poesia infantil de
José Paulo Paes.(SILVA, 2003, p. 9).
Pereira (2012) comenta sobre as poesias de Paes que serviram para
expressar a sua produção poética onde foram de grande talento e genialidade. Sua
obra foi cheia de ludismo clareza e simplicidade .O poeta ao dirigir-se à criança ,
ensinou que a expressividade no tratamento da língua não se sustenta em
construções .
Então dizer que a poesia de Paes comprova a prodigalidade de recursos
linguísticos, resgatando a plenitude do idioma para compor uma obra poética que,
aliada à musicalidade, instiga os sentidos e seduz como cita Pereira (2012).
Paes conhece seu leitor, respeita-lhe ainteligência e a sensibilidade. Ele
também deixa clara a relevância de se lidar com a variedade. Há em suas poesias
uma relação intrínseca entre o conteúdo e a linguagem,misturando os recursos de
que o sistema dispõe .[...] O conteúdo/significado tem como expressão/significante a
linguagem. Ela à é a forma de que o autor se utiliza para tornar pública, entendida e
apreciada (ou não) sua história “(PEREIRA,1999, p. 142 apud AGUIAR;
CECCANTINI, p. 216).
Paes comenta sobre sua obra:
“Escrever boa poesia para crianças não é nada fácil. Além de enfrentar limitações quanto a vocabulário, assuntos, alusões ereferências, o poeta tem de descobrir o tom certo para interessar seus pequenos leitores. Um tom que seja ligeiro sem ser vulgar ou adocicado, que seja aliciantesem ser sentimental ou moralizador. Tom a que acredito ter chegado a textos como “Convite”, de Poemas para brincar.”(PAES, 1996, p.69-70 apud AGUIAR; CECCANTINI, p. 228).
A obra de José Paulo Paes permanece cada vez maisviva e conhecida
provando que sua poesia superou o tempo de sua criação confirmando o talento de
seu autor e a beleza de sua obra.
“Apesar de ser um grande poeta Paes denominava-se como outro
qualquer:” de a minha parte, ufano do título de um poeta como outro qualquer, [...]
pretendo me consagrar a poesia até o penúltimo poema. Porque não chegarei a
saber que mundo era o último.”( PAES,1996,p.78 apud BRAGA;CORRÊA,2012)
O poeta criou suas obras com o objetivo de encantar os jovens e crianças e
encontrarem em seus poemas o prazer de brincar e despertar o gosto pela leitura
poética.
2.3 OS RECURSOS UTILIZADOS PELA POESIA
O poema tem características próprias, como toda arte como diz Goldstein
(1999). Ele é um discurso específico que trabalha com as palavras (sons, versos
ritmos), usamos a sonoridade para encantar na hora da leitura explorando os
aspectos da poesia.Fator importante usado no projeto, pois trabalhamos e fixamos o
trabalho sonoro da poesia e exploramos todas as formas de interpretação do poema.
Como exemplo da capacidade de ouvir, ler, compreender o que
dizem os poemas, trabalhou o poema “O convite” de José Paulo Paes. Fizemos com
que aluno percebesse os recursos linguísticos que aliados á musicalidade fizeram
com que aluno percebesse a relação mundo poema com mundo brincadeira.
Na interpretação dos poemas, afirmou-se que cabe ao leitor ler, reler,
analisar e interpretar como diz Goldstein (1999). Estabelecemos relações entre os
diversos aspectos do poema a brincadeira com as palavras de José Paulo Paes e as
varias formas poéticas nos ciberpoemas de Caparelli. Desta forma as atividades
propostas entrelaçaram os sentidos de interpretação dando vários significados ao
poema e usando as poesias infanto juvenis unimos o trabalho de leitura com algo
prazeroso e atrativo fugindo do trabalho de textos em prosa.
A poesia trouxe com grande importância o ritmo. Goldstein (1999) diz que
a poesia tem um caráter de oralidade que se destaca no poema, o verso é muito
importante: ela é feita para ser falada, recitada. Essa oralidade foi percebida pelo
leitor trazendo significados ao texto. Varias leituras e os treinamentos fizeram com
que o aluno percebesse a importância da sonoridade do poema e como o ritmo é
importante e faz a diferença na hora de recitar.
O ritmo do poema foi de grande valor, pois nele levamos o leitor a captar
as interpretações possíveis do poema, também percebemos a musicalidade
existente nele e outros aspectos que tornam o texto poético atraente aos ouvidos do
leitor. Goldstein (1999) diz que o leitor percebe a sugestão das hipóteses não só
pelo sentido, mas também pelas rimas, pela sonoridade, pelo ritmo do poema.
A autora cita que ritmo é um fator importante ao ponto de destacar o texto
poético:
“Ao se ler um poema, o verso se destaca já na página. Cada verso ocupa uma linha, marcada por um ritmo específico. Um conjunto de versos compõe a estrofe, dentro do qual pode surgir outro postulado métrico: a rima, ou seja, a semelhança sonora ao final de diferentes versos. Uma vez que a prosa se imprime em linhas ininterruptas, a organização do poema em versos seria de início, o traço distinto do poema.” (Goldstein, 1999 p.5)
Então o poema mescla diferentes tipos de metro, assim o esquema
rítmico dependente do autor ou da época que o poema foi escrito. Não há regras ao
ritmo próprio dependendo da criatividade de cada autor.
Cada poema cria um novo ritmo. Na leitura final do poema uma relação
entre ritmo e os demais aspectos do poema deram uma análise mais direta. O leitor
perceptivo foi capaz de perceber todos os elementos do poema principalmente o
ritmo poético e sua significação. Percebemos que esse fator foi algo difícil, pois
nossos alunos eram pequenos para notarem esse elemento.
Goldstein (1999) diz que as composições de um poeta podem ser
importantes como:
- Simetria (dividir o verso em sílabas poéticas);
- Assimetria (variedade na formação)
Estas formações variam de acordo com a época que o poema é escrito.
Goldstein (1999) comenta que relação a composição dos sistemas de
metrificação pode-se variar de escritor para escritor e de época para época,
permitindo ao escritor a liberdade de compor independentemente de regras. Há
poetas que seguem as regras e outros não, mas mesmo assim não perdem seu
valor.
Para melhor entendermos a sílabas métricas de um poema podemos
analisar um resumo esquemático dos vários modelos ritmos encontrado citados por
Goldstein (1999):
Classificação quanto a Tipos de rima
Posição no verso Interna ou externa
Semelhança de letras Consoante-, rima, consoantes,
Vogais toantes – apenas a vogal tônica
Distribuição ao longo do poema
Cruzadas-ABABAB
Emparelhadas- AABBCC
Intercaladas- A. C. B
Misturadas
Categoria gramatical Pobres (mesma categoria gramatical)
Ricas (categoria gramatical diferente)
Extensão dos sons que rimam
Pobres (identidade da vogal tônica em diante).
Ricas (rica identidade desde antes da vogal
tônica).
Os efeitos sonoros do poema de acordo com Goldstein (1999):
- Aliteração: repetição da mesma consoante ao longo do poema;
- Assonância: repetição da mesma vogal no poema;
- Repetição das palavras: acontece sempre na mesma posição (início, meio
ou final de vários versos), também conhecida como anáfora;
- Onomatopeia: figura de linguagem em que o som da letra que se repete
lembra o som do objeto nomeado;
Os poemas de forma fixa são os mais comuns como os sonetos. Existem
outras formas e gêneros tradicionais: baladas, Vilacente, o de, canção, madrical,
idílio, rondó ou rondel, epitalâmio, triolé, sextina e haicai.
Trabalhamos mais as rimas de forma geral não detalharam, pois
trabalhamos com sexto ano.
Até então estávamos analisando os aspectos rítmicos do poema de acordo
com Goldstein.
Destacamos as relações de interpretação do poema.
A autora comenta que não há” receitas” para analisar e interpretar textos,
dado o caráter específico de cada obra literária. Desta forma ela elenca outros
aspectos importantes para a leitura e interpretação do poema como:
- nível lexical: analisar o léxico do texto;
- nível sintático: “ler” a organização sintática do texto;
- encadeamento: é a construção sintática especial que liga um verso ao
seguinte, para completar o sentido.
O trabalho com a poesia também em um nível mais elevado deveu perceber
outros elementos do nível semântico do poema: as figuras de similaridade
(comparação, metáfora, alegoria, sinestesia), as figuras de contiguidade (metonímia,
sino do que), as figuras de oposição (antítese). Goldstein (1999, p.44).
Cortez e Rodrigues (2005, p. 61) enfatizam que, para sentir uma criação
poética, é Preciso conhecer os fundamentos técnico-teóricos, conforme ensinam os
livros:
[...] ler poesia é destrinçar os estratos do poema, o semântico, o sonoro, o Lexical, o sintático e o gráfico (ou visual). No primeiro localizam-se a Metáfora, a metonímia, a hipérbole, o paradoxo; no segundo, o verso, a Metrificação, o ritmo, a rima a aliteração, a assonância, a onomatopeia, a Repetição. O estrato lexical é o lugar do arcaísmo, do neologismo, da Repetição vocabular, da sinonímia, do contraste; o sintático revela o Hipérbato, a sínquise, o anacoluto, o encavalgamento; o estrato gráfico expõe a visualidade do poema, particularmente dos poemas concretistas,
refratários ao verso tradicional e simpáticos ao grafismo. Ler poesia é em menor ou maior grau, reconhecer fenômenos como esses, avaliá-los, sondar seus entrelaçamentos e suas repercussões (grifos dos autores).
Em relação aos paralelos que devemos fazer quando interpretamos o
texto poético diz Goldstein (1999):
“Ao concluir e interpretar deve-se ter em mente que geralmente um poema está enquadrado numa visão de mundo, a do poeta, a que reflete, direta ou indiretamente, em contexto histórico-social.Eventualmente a interpretação se enriqueceria graças a um paralelo com outros textos do mesmo autor ou época, ou com outros poemas de temática semelhante.”Goldstein (1999, p.44)
Percebemos a relação existente entre os elementos que compõem um
poema e que todos são necessários para uma boa interpretação e compreensão do
poema. Pois desta forma o aluno soube ler e interpretar o poema entendendo o
porquê da leitura poética em sala de aula e como ela pode ser prazerosa.
Cortez e Rodrigues (2005, p. 83), ao discutirem a dificuldade de leitura da
poesia, enfatizam que cada poema apresenta-se como “[...] uma porta que se abre
para a solução de todos os seus problemas – caminho que acaba por nos conduzir
ao centro de um inesperado espaço que muitos julgam ser inexplorável ou
intransponível”. A produção poética constitui-se neste trabalho com a linguagem,
exigindo bem mais do leitor do que os demais textos, razão pela qual se reconheceu
que percorrer o caminho poético não seria algo fácil.
O texto poético distancia-se da norma em busca da expressividade e,
pela preparação da linguagem, afasta-a de seu aspecto denotativo, criando uma
realidade sempre renovada.
Enquanto a ciência valoriza a função lógica da linguagem, procurando estabelecer em face do real um sistema de designações que permite formular leis rigorosas, capazes de descrever fenômenos, a poesia, na tentativa de descobrir o que a ciência não consegue esgotar, faz uso de um registro diferente da linguagem, a partir da apreensão da realidade, permitindo-lhe a incidência de um conjunto de valores expressivos que conduzem a alterações de sentido. As palavras não solidificam um conceito; pelo contrário, há nelas uma tensão interior, resultante das suas potencialidades significativas, ou até do seu valor contextual. Por essa razão, cada poema poderá isolar-se em si mesmo, fechando-se nos seus enigmas e afastando-se das possibilidades de entendimento imediato do leitor; as palavras resistem à solidificação (CORTEZ; RODRIGUES, 2005, p. 84).
A distinção entre poesia e prosa não se faz apenas pelo aspecto formal.
Há inúmeros elementos que determinam o caráter peculiar da linguagem poética. Do
simbolismo até o presente momento, a poesia em prosa tem sido cultivada pelos
poetas com muita frequência. Neste projeto destacamos a diferença entre prosa e
poesia para frisarmos a importância do texto poético e elaborarmos uma relação
entre poesia e aluno.
Todos os elementos estruturais do poema (gráfico, fônico, lexical, sintático
e semântico) foram relevantes na leitura do texto poético, contribuindo para que o
leitor pudesse atribuir-lhe um sentido e usufruir do prazer de sua leitura. No inicio, os
alunos rejeitaram a leitura da poesia, alegando dificuldade para sua compreensão
por não entenderam essa composição e não sabendo formular uma interpretação
adequada a poesia. Mas, com o trabalho de oralidade e variação nas atividades e
trabalhando a poesia na integra modificamos esse pensamento do nosso aluno
transformando-o em um aluno pensante e crítico e leitor de poesias.
3. METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
3.1 INTERVENÇÃO: PROCEDIMENTOS E AÇÕES
Ressaltamos elementos da linguagem poética, aspecto central para a
leitura literária deste modo apresentamos aos alunos o lúdico e o cômico dos textos
dos poetas José Paulo Paes (1926-1998) e Sérgio Capparelli (1947) construindo,
por meio do jogo verbal imagens engraçadas ou absurdas, o que convidou o leitor a
participar da brincadeira da leitura poética. Incentivamosaleitura de poesias e
apresentamosatividades queexploraram a fantástica viagem ao mundo poético.
Os elementos da linguagem poética foram aspectos centrais para a leitura
literária deste projeto. O lúdico e o cômico dos textos dos poetas José Paulo Paes
(1926-1998) e Sergio Capparelli (1947) instaurou imagens engraçadas ou absurdas,
o que convidou o leitor a participar da brincadeira. Apresentamos atividades que
exploraram a fantástica viagem ao mundo poético.
O trabalho com textos poéticos não foi um trabalho muito fácil, pois
aparentemente este tipo de texto não faz parte do cotidiano infantil e juvenil, mas
tentamos aproximá-los do poema com temas:” amor, informática, escola, e outros
que cativassem o aluno explorando o gosto por poesia que incentivaram os
alunos para a leitura poética. Lajolo (2009) afirma que “o trabalho com poesia
pode ser muito divertido e agradável. “Desde, é claro, que o professor goste de
poesia”. (LAJOLO, 2009, p. 42). Para incentivar esse tipo de trabalho tive
principalmente transparecer esse gosto pela poesia lendo e participando com eles
nas atividades.
O Projeto foi dividido em 4 oficinas para desenvolver melhor a leitura
cada oficina tinha um objetivo e várias atividades.
A primeira atividade da oficina, foi observar o que o aluno sabe sobre
poesia dando o primeiro contato com o nosso aluno de sexto ano, os levei à
biblioteca e pedi que explorassem todos os livros de poesia. O resulto do foi
variado, pois vários alunos conheciam algosobre poesias e outros não
apreciavam este tipo de texto.
O objetivo da atividade 1 foi pesquisar oqueosalunos já conheciam
sobre poemas e ampliarmos o repertório deles e descobrimos as bibliografias dos
poetas José Paulo Paes e Sérgio Capparelli. Levamos os alunos à biblioteca e
pesquisamos na internet. Durante a pesquisa questionamos muitosobre quais
poetas eles conheciam e apreciavam. Conheciam-se os poetas que iriamos
trabalhar, foi elaborado uma coletânea de poesias e elaboração de varais de
poesias variadas, estas poesias foram copiadas e decoradas com desenhos dos
alunos que representavam o significado de cada poesia, neste trabalho eles
perceberam a sensibilidade e a doçura de uma poesia e como podemos viajar em
seu mundo.
Inicialmente, conversamos com os alunos sobre poesia, procurando
saber se conheciam o gênero poético, se gostavam ou não de poesia e por quê.
Esse foi um ponto de partida para a compreensão das características do gênero.
Foram apresentados vários poemas para uma leitura inicial com os alunos.
Entrevistaram pessoas, perguntando se conheciam poemas, se
gostavam de poemas. Em caso afirmativo, o aluno pediuque pessoa que
escrevesse esse poema ou o ditasse para que ele possa anotar.
Pesquisamos na própria escola, com professores, funcionários e
colegas mais velhos. E, como tarefa de casa, conversaram com pais, avós,
vizinhos e parentes.
Após várias pesquisas foi elaborada outra coletânea.
Fizemos leitura de poemas variados em voz alta para perceberem a
sonoridade deste gênero. Questionamos os alunos no sentido que diferenciassem a
poesia de um conto por exemplo. Expressaram suas as ideias e procuramos
observar quais elementos desse gênero eles absorviam com mais facilidade. O
importante foi que falaram, manifestaram livremente as impressões que têm sobre
poesias. Fizeram referência ao ritmo, às rimas, à forma, a uma ou a outra figura –
por enquanto sem nomear nenhum recursos somente identificando as diferenças do
texto em prosa.
Nesta etapa não houve a necessidade de selecionar somente poemas
dos poetas que trabalhamos e selecionamos uma variedade de poemas para o varal
de poesias que serviram de incentivo a poesia e o conhecimento dos autores.
Neste momento apresentamos um pouco sobre os autores para os alunos
entrassem em contatos com os autores, ficaram interessados com o Capparelli, pois
havia comentado sobre ciberpoemas:
José Paulo Paes
Nasceu em 1926, morreu em 1998, foi um dos poetas brasileiros mais
importantes do século XX. Escreveu livros por mais de 50 anos. Entre esses livros,
alguns foram destinados às crianças. Alguns dos títulos dos seus livros de poemas
para crianças eram divertidos.
Sérgio Capparelli
Nasceu em Uberlândia (MG), em 11 de julho de 1947. É escritor de
Literatura infantil e juvenil, jornalista e professor universitário. Estudou, trabalhou e
viveu em Uberlândia, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Munique (Alemanha), Paris e
Genoble (França), Londres (Reino Unido), Montreal (Canadá). Tem mais de trinta
livros publicados e o mais conhecido é Os Meninos da Rua da Praia.
Na Atividade 2 aconteceu aelaboração de ummural, com poesias
especificas dos autoresJosé Paulo Paes (1926-1998) e Sergio Capparelli (1947) e
suas biografias. Os alunos também elaboraram pequenos cartões com poesias
para circulação de poesias pela escola. Este trabalho foi importante porque neste
momento os alunos começaram a se identificar com as poesias e a perceber como
elas encantam a todos.
Executamos uma Leitura do mural e das poesias dos varais para
aquecermos para recital.
Elaboramos 3 poemas em cartazes e cópias para os alunos, dividimos a
sala para a leitura, primeiro as meninas e depois os meninos para observarem a
entonação das vozes.Destacamos as rimas dos poemas circulando-as e
copiandoem pequenos papeis para fazer uma brincadeira “vamos rimar “,
sorteamos uma palavra das rimas anteriores e tínhamos que rimar com outra
palavra escrevendo-as no quadro estabelecendo relações entre as palavras entre
grafia e sons,destacando os temas e personagens dos poemas.Os alunos também
elaboraram questões de interpretação para os poemas.
Aconteceu uma discussão sobre aspectos importantes que caracterizam
um poema. Fizemos osalunos pensar, trocar ideias, tirar conclusões, buscar
informações. Coordenamos um debate para mostrar as características de um
poema e sua forma diferenciada de interpretação. Para iniciar, falamos dos
poemas que estavam no mural. Usamos questões como:
Do que tratam os poemas?
Por que escolheram esses poemas?
Como sabem que são poemas?
Por que são diferentes de uma notícia de jornal, de uma receita de bolo,
de uma lista de supermercado, de um verbete de dicionário? Ou de um conto?
Como eles se organizam no papel?
Eles preenchem todo o espaço das linhas, da margem esquerda à
direita?
Há linhas em branco entre os versos?
Há sons que se repetem? E construções?
Há palavras ou expressões que, mesmo distanciadas dentro do texto,
podem ser associadas, por terem semelhança sonora ou figurarem em
construções iguais?
Avaliei as respostas e percebi o progresso deles em relação ao texto
poético, pois no início não entendiam a estrutura dos poemas. Este trabalho foi
ampliando os conhecimentos dos alunos.
Na oficina 2, tive a intenção de diferir aprosa e a poesia,apresentei textos
de prosa e textos poéticos o conto “Chapeuzinho Vermelho” e o poema “Seu lobo
“de Sérgio Caparelli.
O trabalho com o texto prosa o conto “Chapeuzinho Vermelho” (Mauricio
de Sousa), foi interessante, pois dividi o conto em três partes cada parte os alunos
responderam perguntas e elaboram finais diferentes.
Mas o trabalho com a poesia “Seu lobo” (CAPPARELLI, Sérgio) já trouxe
um pouco de dificuldade na interpretação apesar do poema seruma paródia do conto
eles não conseguiam interpretar com facilidade, mas após várias leituras foram
melhorando suas ideias fui elaborando uma relação do eu lírico com o narrador do
texto em prosa e mostrando quem fala no texto não transmiti ideias prontas e
devemos observá-las nas entrelinhas da poesia.
Para fixar melhor a ideia de um mesmo tema com vários tipos de textos
elaborei uma manhã de cinema com o filme “Deu a Louca de Chapeuzinho”, após o
filme elaboraram desenhos e pequenas poesias sobre o filme para perceberem a
diferença de textos e que todos podem tratar do mesmo tema e contar a mesma
história.
Nesta unidade trabalhamos mais um poema “Poesia e Prosa” de José
Paulo Paes que conta a diferença da prosa e da poesia, como percebi a dificuldade
na interpretação tentei ajudá-los com mais este poema e para fixarem bem a
diferença entre prosa e poesia. Para melhor reflexão comecei com várias perguntas
das diferenças que perceberam sobre prosa e poesia e como eles podem perceber
como o texto poético transmite suas ideia.Esta atividade trouxe melhores resultados,
pois estavam entendendo melhor as poesias. Neste momento, reafirmei sobre
narrador e eu lírico como estes elementos conversam no texto e como são
importantes para interpretação.
Apresentei poesias concretas e suas características, distribui e li o poema
o “pêndulo” para observarem a disposição das palavras no poema concreto e que
sempre formam algum objeto ou algo. Apresentei as poesias de Capparelli e
visitamos a sala de informática para usarmos o site:
Fonte:http://2.bp.blogspot.com/axcGYJZRehk/Tn8njGjQ9NI/AAAAAAAAACQ/de7KZ
hpa1l0/s1600/screen-shot-2010-10-19-at-1-55-44-pm.png acesso em 21 de outubro
de 2014.
Pesquisamos vários poemas na internet principalmente poemas virtuais
para percebemos suas estruturas diferenciadas. Usamos os ciberpoemas de Sérgio
Capparelli. Trabalhei com eles no laboratório de informática para entrar em sites de
poesias pesquisaram a poesia “Urgente”, sugerida por mim para responderem
algumas questões. Elaboram em grupos algumas poesias concretas formando
variadas formas.
Na oficina 3 trabalhei muito a sonoridade das poesias e várias leituras
dospoemas. Comeceifazendo uma seleção entre os poemas preferidos dos alunos.
Providenciei cópias dessa seleção para que lessem em grupos.
Perguntei-lhes se havia diferença entre as leituras e se os efeitos
sonoros – marca registrada dos poemas – foram facilmente percebidos.
Após várias leituras e muito treino marcamos uma data da apresentação
do recital em sala e um prazo para que se preparassem adequadamente.
No dia combinado, organizei o ambiente com a ajuda dos alunos.
Coloquei as carteiras emsemicírculo. O local foi decorado com os painéis
e os varais depoesias.
Sugeri-lhes fizessem a leitura dos poemas em voz alta, pelo menos uma
vez, para treinar a audição dos recursos sonoros e do ritmo do texto.
Coloquei as carteiras em semicírculo. O local foi decorado com os painéis
e os varais depoesias.
Dividi a classe em grupos de três ou quatro alunos e distribui para cada
um deles uma coletânea, depois selecionaram seus poemas preferidos, providenciei
cópias para todos de cada poema. Apresentaram para a classe o poema escolhido.
Para isso, se prepararam lendo várias vezes o poema e ensaiando as várias formas
de recitaro poema para os colegas, pesquisamos como recitar poemas e poemas
sonoros e sua importância. Utilizaram gestos, movimentos, efeitos sonoros, fundo
musical, etc., para que eles pudessem perceber o ritmo do poema. Apresentaram
somente para os colegas, pois muitos estavam com vergonha e para quepudessem
dizer os poemas emvoz alta, de modo claro sempre atentando para o ritmo, as
pausas e a entonação da voz, algo que foquei, pois a leitura de poemas deve ser
pausada e ritmada.
Na apresentação observei o trabalho com o poema sonoro os meios e
linguagens: espaço, gestualidade, vídeo, interação com o público que os alunos
usaram para declamar seus poemas. Eles começaram tímidos mais aos pouco
foram se soltando, neste momento percebi como o trabalho com poesias encanta
todos participaram até os mais tímidos. Teve alunos que até fizerem seus próprios
poemas para poderem apresentar. Lógico aconteceu imprevisto porque essa turma
era muito agitada, mas fiquei empolgada com os resultados eles amaram o trabalho
de leitura poética.
A apresentação não pode ser gravada, pois estamos proibidos de usar o
celular problema na escola, então pensei em não causar transtornos à direção do
colégio.
Nesta última oficina trabalhei a linguagem poética sistematizando
informações sobre as características de um poema: versos, estrofes, ritmos, rima,
repetição. Interpretando e identificando os elementos da poesia. Trabalhei a poesia,
“se esta rua fosse minha” de domínio público e o poema “Paraíso” de José Paulo
Paes observando que há um diálogo entre os dois textos. Quando um texto apropria-
se de outro, rompendo o modelo do original, podemos dizer que, e uma paródia. O
poema “Paraíso” é uma paródia da cantiga de roda. Trabalhei a estrutura do poema
explorando os recursos poéticos. Fizemos a leitura declamada do poema “O
Convite”de José Paulo Paes com os alunos chamando a atenção deles para a
associação entre as palavras, observando o ritmo, a entonação e a sonoridade da
palavra poética, trabalhamos a interpretação deste poema também.
Explorei os conhecimentos que os alunos aprenderam sobre poesia.
Questionei:
• O que é uma poesia?
• Como vocês identificam um texto poético?
• O que caracteriza um texto poético?
• Existe rima no poema?
Investiguei o que os alunos identificaram sobre o significado de um
poema. Foi importante esclarecer que um poema é um texto literário, geralmente
escrito na forma vertical, isto é, um verso embaixo do outro. Pode ocupar o espaço
do papel de várias maneiras, também é possível formá-lo de versos e estrofes de
tamanhos e números diferentes, pois trabalhamos com poesias concretas e
perceberam essa diferença.
Organizei a turma em duplas para trabalharmos mais fixamenteas poesias
de José Paulo Paes e Sérgio Caparelli. Fizeram uma roda de conversa sobre os
poemas que cada dupla escolheu. Dialoguei com a turma sobre as possibilidades
que um poema pode sugerir, como, por exemplo: ideias, sensações, sentimentos,
visões diferentes da realidade ou criar suspense. Cada autor utiliza recursos que
proporcionam efeitos de sentido e atribuem outros significados ao poema,
direcionando os questionamentos para que eles percebessem o trabalho direcionado
dos poetas infantojuvenil que escolhi para esse projeto, tais poetas que sabem
trabalhar muito o lúdico com suas poesias.
Em dupla responderam a interpretação da poesia escolhida. Os alunos
identificaram em seus textos poéticos algumas características:
• Título;
• Autor (a);
• Assunto;
• Rimas;
Fizeram a leitura com entonação e entusiasmo, de modo a despertar nos
alunos o gosto de ler cada vez mais.
Apresentei o título do poema: “a primavera endoideceu” de Sérgio
Caparelli. Levantei hipóteses sobre o conteúdo do poema, questionando aos alunos:
como pode a primavera endoidecer? O que pode ter acontecido? Apresentei o
poema, pedindo que o observassem bem, depois foram feitos os questionamentos
de interpretação aos alunos. Elaboram uma atividade de produção de texto usando
os passos que escolhessem:
• Acrescente uma folha ao caule da flor. O que estaria escrito nele?
• Acrescente uma abelha a esse desenho. O que estaria escrito em suas
asas?
• Se a flor fosse despetalada, qual seria o resultado da brincadeira: mal
me quer ou bem me quer? Por quê?
• Imagine a resposta da pessoa amada a essa declaração de amor. Que
forma teria? O que escreveria?
• Escreva a história de amor desse (a) apaixonado(a) do poema. Ele (a)
conquistou seu amor? O que aconteceu?
Acreditamos que, por meio do texto poético foi possível estimular o prazer
de ler e escrever. O poema é um gênero textual com características próprias que
permite ao adolescente, por meio da linguagem polissêmica, o desenvolvimento da
criatividade, da imaginação, do senso crítico, assim como a expressão oral e escrita.
A poesia trabalha com sentimentos, com assunto do cotidiano, como dor,
amor, tristeza, alegria, amizade, e assim envolvendo a qualquer pessoa e com isto
despertamos algo novo nos adolescentes.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos contribuir para o aperfeiçoamento da leitura com o
desenvolvimento do projeto: “A Leitura Expressiva das Poesias infantojuvenil de
José Paulo Paes e Sérgio Caparelli”, através da exploração da imaginação,
brincando com a poesia para construir conhecimento e explorando a literatura
infantojuvenil.
Percebemos que os poetas trabalhados fizeram com que os alunos
percorressem através da leitura poética uma trajetória singular, usando todas as
suas imaginações e viajando com as leituras. A leitura de poesias inovadoras
fizeramuma construção e reconstrução da própria infânciae adolescência, na medida
em que essas construções e reconstruções se baseavam na perspectiva de informar
e modificar nosso aluno em um aluno crítico, e sensível visando novos horizontes de
leitura.
A poesia de Capparelli: A construção de Capparelli parece ter vida. Sua
poesia conversa com o leitor lhe proporcionando olhares, impressões e imagens que
por vezes se identificam, vezes foge de seu universo pessoal ou social. É pura
riqueza de pensamento transformado em versos que geram sentimento, prazer. “O
prazer de se enamorar a sua literatura”. (ESPEIORIN; ANTUNES; FURLAN, 2008,
apud MOCCI, 2010, p.69).
Paes denominava-se como “outro qualquer”, “de a minha parte, ufano do
título de um poeta como outro qualquer, [...] pretendo me consagrar à poesia até o
penúltimo poema. Porque não chegarei, a saber, que mundo era o último.” (PAES,
1996, p.78 apud BRAGA; CORRÊA, 2012)
O trabalho com Capparelli e Paes permitiu as crianças experiências
ilimitado no qual os processos ensino - aprendizagem ultrapassou os muros da
escola.
Poesia é a arte de brincar com as palavras através do ritmo, da rima, da
simplicidade de resgatar o lado da fantasia fazendo com que, por meio da
observação, da percepção e da sensibilidade o nosso alunoparticipou da realidade
social dura e cruel de uma forma mais amena e assim se tornou um ser mais
sensível e humano.
O trabalho foi desenvolvido com a teoria e a prática e procuramos abordar
os conhecimentos voltados à imaginação, poesia e conhecimento. O objetivo maior
do Projeto foi desenvolver nos alunos a leitura do gênero textual poema. As
atividades propostas objetivaram e elaboraramuma competência comunicativa por
meio da leitura, podendo tornar o aluno em um leitor de todos os gêneros textuais.
A poesia neste projeto experimentou afetos, tensões e angústias que são
próprios dos adolescentes, a experiência com a linguagem poética foi pontual para
levarmos os alunos a renovarem os vínculos coma cultura, com a vida, e
seguiremum caminho para a renovação de ideias.
5. REFERÊNCIAS
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GERBARA, Ana Elvira Luciano. O poema, um texto marginalizado. In: CHIAPPINI,
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