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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NRE: Cornélio Procópio Município: Itambaracá
Nome: Luzinete Pereira da Silva
Email: [email protected], [email protected]
Escola: Colégio Estadual Marcílio Dias
Fone: 35431371
Disciplina: Língua Portuguesa/ Literatura
Série: 6º Ano
Conteúdo Estruturante: O discurso como prática social
Conteúdo Específico: O mundo imaginário do cordel
Orientador: Miguel Heitor Braga Vieira
Caracterização do material didático: Unidade didática
Relação interdisciplinar: Geografia, História e Artes
Sinopse: A literatura de cordel tem servido de inspiração a muitos autores. Ariano Suassuna, poeta, romancista e dramaturgo, em o Auto da Compadecida baseia-se nas histórias populares do Nordeste, tanto na forma como no tratamento aproxima-se dos autos de Gil Vicente e do teatro do século XVII. Seu personagem João Grilo lembra o “arlequim”, figura lendária da literatura popular nordestina, herói de dois romances com o título: As proezas de João Grilo. Nesta relação de interdiscursividade é possível fazer diálogos entre uma peça teatral e um romance de cordel. É primordial reconhecer grandes escritores, que com grande esforço divulgaram esta literatura para várias regiões do Brasil. Alicerçado no Método Recepcional, criado por Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, que considera o leitor não mais como um elemento passivo ou receptivo, mas como coautor, numa relação dialógica entre autor e leitor e fundindo-se os horizontes que a obra traz com os horizontes do leitor, perpetuando a tríade autor-obra-leitor.
Palavras-chave: Literatura de cordel; interdiscursividade; Método Recepcional
APRESENTAÇÃO
Cordel versus homem nordestino, sem dúvida a literatura de cordel
emanou da região do nordeste para as outras regiões do país, os portugueses o
trouxeram em sua bagagem e aqui ele encontrou ambiente para expandir e
transformar-se, adaptando-se a cultura do povo, tornando-se um elemento
predominante das festas tradicionais, especialmente as de caráter religioso,
destacando poetas e cantadores.
Com o advento da imprensa, os folhetos de cordéis adquiriram formato de
livreto com imagens na capa, as chamadas xilogravuras: gravuras feitas
manualmente em matrizes talhadas na madeira, técnica esta ensinada pelos
missionários portugueses aos indígenas. Muitas destes cordéis e xilogravuras são
produzidas pelos próprios poetas, tendo sobrevivido às grandes mudanças, até
chegar aos nossos dias.
Compreendendo o texto literário como um ato de recepção, Jauss (1994),
partindo da necessidade de unir a história e a estética, dá ao leitor o status de
elemento principal da Estética da Recepção, aquele que atribui sentido ao texto a
partir de suas experiências de vida. Seu horizonte de expectativas (conhecimento
prévio) vai sendo acrescido a cada nova leitura, quanto maior o desafio de
compreender a obra, maior será seu valor emancipatório.
Com a abordagem no Método Recepcional, criado por Glória Bordini e Vera
Teixeira de Aguiar, fundamentado na Estética da Recepção, enfatiza-se o
relativismo de interpretações, o ponto de vista do leitor a partir de fatores sociais,
intelectuais, ideológicos, linguísticos, literários e também afetivos.
O presente projeto será articulado obedecendo às etapas:
1-Determinação do horizonte de expectativas;
2-Atendimento do horizonte de expectativas;
3-Ruptura do horizonte de expectativas;
4-Questionamento do horizonte de expectativas;
5-Ampliação do horizonte de expectativas.
Ao final das etapas o aluno terá uma leitura mais exigente que a da fase
inicial, tanto em termos estéticos e ideológicos, fundamentando-se num
movimento espiral, procurando novas leituras necessárias para que o aluno leia
textos de forma significativa, posto que a literatura de cordel seja uma forma de
cultura popular que nunca se deterioriza, devido ao fato de ser escrita em forma
poética e ser escrita para ser declamada.
Este gênero possibilita o desenvolvimento de todas as práticas discursivas:
leitura, oralidade e escrita; e reflexões linguísticas decorrentes de sua
composição. Sua promoção dentro do ambiente escolar visa transportar o aluno
para o imaginário do cordel, levando-o a respeitar a cultura popular, que emana
das camadas mais pobres do sertão, que sofre com as intempéries do clima,
apresentam características peculiares, que dizem respeito a conceitos morais,
religiosos do homem nordestino.
Cultura esta que é transmitida oralmente desde o período medieval, de
geração em geração em forma de histórias, causos, lendas, mitos, provérbios tão
comum em qualquer sociedade, retratando a realidade, cultura e crendices
presentes no seu cotidiano.
O presente trabalho propõe a valorização da literatura de cordel e
reconhecimento da cultura popular dentro do contexto escolar, mais
especificamente no 6° Ano, pelos alunos do Ensino Fundamental do período
vespertino do Colégio Estadual Marcílio Dias.
MATERIAL DIDÁTICO
Partindo de um debate sobre o que seria CULTURA POPULAR, que textos
podem ser considerados provenientes do ambiente popular, conhecidos e
transmitidos de geração em geração, na maioria das vezes, oralmente?
Distribuir vários textos: quadrinhas, parlendas, contos, fábulas, provérbios,
poemas, causos, etc., aos alunos distribuídos em grupos de quatro ou cinco
elementos e pedir a cada grupo que leia o texto e comentem se é um texto erudito
ou popular.
Questionamentos feitos pelo professor:
Quais destes textos poderiam ser considerados literatura popular? Por
quê?
Em nosso país estes textos podem ser reconhecidos por outras pessoas de
outras regiões? Por quê?
Assista a um recorte do filme: “O Auto da Compadecida” e conheça um
pouco desse universo da cultura popular.
https://www.youtube.com/watch?v=ZS6EqOhiBOc
Produção da autora
Auto da Compadecida
Gênero: Comédia/drama
Duração: 104 minutos
Origem Brasil, Ano 2000
Direção: Guel Arraes
O enredo deste filme se passa no sertão do nordeste, seus personagens
principais são João Grilo, um sertanejo mentiroso e Chicó, o maior covarde da
região. Como são muito pobres sobrevivem de pequenos negócios e saques pelo
sertão. Tem muita comédia e drama, além de mostrar aspectos culturais e
religiosos próprios do nordeste brasileiro.
João Grilo é um malandro que vive de golpes e Chicó seu fiel
companheiro. Juntos vivem várias aventuras. O que você pensa desta amizade?
Este filme foi baseado no livro Auto da Compadecida de Ariano Suassuna,
que é uma peça teatral que retoma elementos do teatro popular, como nos autos
medievais e da literatura de cordel, valoriza as pessoas humildes e satiriza os
poderosos e os religiosos.
O que seriam Autos? E literatura de cordel?
A primeira peripécia narrada no filme é o enterro do cachorro, pode ser
encontrada no cordel "O cavalo que defecava dinheiro", de Leandro Gomes de
Barros:
[...]
João Grilo: Eu não lhe disse que a fraqueza da mulher do patrão era bicho e dinheiro?
Chicó: Disse.
João Grilo: Pois vou vender a ela, para tomar o lugar do cachorro, um gato maravilhoso, de descome
dinheiro.
Chicó: Descome, João?
João Grilo: Sim, descome, Chicó. Come, ao contrário.
Chicó: Está doido, João! Não existe essa qualidade de gato.
João Grilo: Muito mais fácil de existir é pirarucu que pesca gente e você mesmo já foi pescado por um.
Chicó: É mesmo, João, do jeito que as coisas vão eu não me admiro mais de nada.
João Grilo: Para uma pessoa cuja fraqueza é dinheiro e bicho, não vejo nada melhor do que um bicho que
descome dinheiro. [...]
Ariano Suassuna. Auto da Compadecida. 34. ed., Rio de Janeiro: Agir, 2004, p. 88-90.
Nesse trecho é descrita a cena em que João Grilo pretende enganar a
mulher de um padeiro, que estava triste devido à morte de sua cachorra,
vendendo a ela um gato que, segundo ele, que “descome” dinheiro.
Quais as características da linguagem utilizada por Ariano Suassuna você
pode perceber nesse trecho?
João Grilo: um personagem popular
O personagem João Grilo, ao contrário do que se imagina, não foi criado por Ariano Suassuna. Esse personagem surgiu primeiramente no século XIX, em contos populares
portuguportugueses, como uma figura pouco corajosa e sem muita astúcia. No Brasil, esse personagem surgiu na literatura de cordel e passou a fazer parte de
várias histórias do imaginário popular. As características de João Grilo sofreram alterações para se adaptar à cultura popular
nordestina. Assim, adquiriu inteligência e habilidade para sobreviver. Uma característica que persistiu em João Grilo é que tanto em Portugal quanto no Brasil ele é um anti-herói, pois comete erros e algumas vezes apresentam desvios de caráter.
Fonte de pesquisa: Francisco Topa. A História de João Grilo. Do conto popular português ao cordel brasileiro.
Revista Faculdade de Letras Línguas e Literaturas. Porto, XII, 1995, p.245-274. Extraído do site: http://uploads/ficheiros/2709. pdf.
Leitura do cordel: O cavalo que defecava dinheiro de Leandro Gomes de
Barros.
O que mais lhe chamou a atenção neste poema de cordel?
Você identificou alguma semelhança entre a peça teatral e o cordel “O
cavalo que defecava dinheiro”? Qual?
E qual a principal diferença entre eles?
É comum os personagens dos poemas de cordel aparecerem
estereotipados, com características típicas de uma região. Como você enquadra
os personagens desse cordel?
Agora você vai pesquisar estes dois autores: Ariano Suassuna e Leandro
Gomes de Barros
Após a pesquisa o que se pode concluir sobre estes dois autores?
Vamos nos transportar para a região nordestina, pensarmos em seu
contexto histórico, social, econômico, sua colonização, seus colonizadores.
Podemos encontrar uma cultura popular diferente da nossa?
Vídeo: O que é literatura de cordel? – César Obeid http://www.youtube.com/watch?v=80eX1e0NVzw&list=TLmVzreKl_NzC3pPzAB0mtHDlfF_hmd0w2
Acessando a internet, procurem no site da Academia Brasileira de
Literatura de Cordel (ABLC), leiam as biografias de alguns cordelistas e
elaborem um texto com as principais informações sobre o autor e sua produção:
Silviano Pirauá de Lima
José Pacheco da Rocha
José Camelo de Melo Resende
João Melchíades da Silva
Leandro Gomes de Barros
Manoel D’Almeida Filho
Luiz de Lira
Rodolfo Coelho Cavalcante
Patativa do Assaré
Esta pesquisa deverá ser feita em grupo, apresentada para a classe,
digitada e exposta em um painel.
O que esses cordelistas têm em comum?
O que suas obras retratam?
Quais são os temas abordados pela maioria dos cordelistas?
Trabalhando a oralidade - leitura de cordéis diversos pelos alunos, como
se estivessem em uma feira.
O que é xilogravura?
http://www.teatrodecordel.com.br/xilogravura.htm
Releitura da obra: Pavão Misterioso de J.Borges
Produção da autora
Xilogravuras improvisadas Usando bandejas de isopor, corte as abas, deixando só o fundo, para ficar
mais fácil e não quebrar. Com o lápis, desenhar, formando sulcos, depois com um
rolinho e tinta guache, passar sobre o desenho e em seguida, imprimi-lo em um
papel.
Depois que você e seus colegas confeccionarem sua xilogravura, a
fotografaremos e salvaremos numa pasta de documentos.
Segue um link com tutorial sobre xilogravura http://comunidade.bemsimples.com/tempo-
livre/w/tempo-livre/Como-fazer-uma-xilogravura.aspx
A ARTE DE VERSEJAR
Agora vamos fazer uma leitura divertida que mexe com a imaginação e
desperta a curiosidade, ela usa o que se conhece por recurso mnemônico. Não é
uma palavra esquisita, refere-se à memória e era muito usado antigamente.
Leiam e completem os espaços com as palavras adequadas.
Vou mandar as adivinhas
Para o povo desse espaço
Quero que vocês respondam
Sem cometer embaraço
É uma peça inteira
Mas tem nome de........................?
Essa resposta eu faço
Com a rima que passeia
E respondo a adivinha
Pro povo da minha aldeia
Se é uma peça inteira
Vai no pé e é uma .......................?
Fonte: OBEID, 2008, p. 32
Observem que essas estrofes trabalham com a rima. Na poesia a rima não
é obrigatória, mas desde a antiguidade foi usada como recurso didático para
memorizar o saber e muito utilizado pelos autores de literatura de cordel.
Veja esta estrofe de César Obeid extraída do livro: Minhas rimas de cordel.
Para rimar um cordel
No verso dou cafuné
Hoje o tema é muito rico
Falo do que o cordel é
De cultura popular
Deus me mande muita fé
Fonte: OBEID, 2008, p. 10
Procurem nos poemas de cordel e indiquem os versos com rimas;
Escrevam pelo menos duas estrofes no caderno e sublinhem as palavras
que rimam. Observem se são substantivos, verbos ou adjetivos.
Procurem no site http://espacodocordel.blogspot.com.br/2012/05/cordel-
brincandode-advinhar.html. “As advinhas” de José Acaci e tentem descobrir o que
cada estrofe está pedindo como resposta.
Aproveitando a ocasião do texto “Brincando de adivinha”, observem que,
de acordo com a métrica, esse poema apresenta versos de sete sílabas poéticas.
A palavra métrica vem de metro e é a medida da quantidade de sílabas que há
em um verso. Os versos podem ter variadas quantidades de sílabas que são
chamadas de sílabas poéticas e podem ser feitas com algumas diferenças das
sílabas gramaticais, mas geralmente seguem a mesma separação das sílabas
gramaticais.
Observem essa estrofe de José Acaci:
A/pe/sar/ de /ser/ pe/que/no
E/le é/ mui/to/ co/me/dor/
Co/me/, po/rém/, não/ en/gor/da,
Pois/ tra/ba/lha/ com/ vi/gor/
E o/ no/me/ da/ ca/sa/ de/le
É o/ no/me/ do/ mo/ra/dor./
Fonte: ACACI, 2010, p.12.
As sílabas poéticas são contadas até a última sílaba tônica do verso, como
se observa no segundo, quarto e sexto versos, de modo que, se a última sílaba
for átona não pode ser contada no rol de sílabas do verso, como ocorre no
primeiro, terceiro e quinto versos dessa estrofe.
Leiam a estrofe do autor Antônio Ribeiro da Conceição, Bule-Bule,
extraído da obra Literatura de Cordel:
O mestre Nozinho Bento
Também chamado Bentinho
Foi mestre do mestre Bimba
Mostrou o reto caminho
Aprender com um bom mestre
É melhor do que sozinho.
Fonte: CONCEIÇÃO, 2010. p.112
Essa estrofe é uma sextilha, pois apresenta seis versos. E cada verso
dessa estrofe tem o mesmo número de sílabas poéticas. Vocês vão fazer a
divisão das sílabas poéticas do primeiro, segundo e terceiro versos.
O mestre Nozinho Bento
Também chamado Bentinho
Foi mestre do mestre Bimba
O REPENTE
É a arte de fazer versos cantando ao som da viola ou da rabeca. O
desafiante provoca com uma estrofe e dita o ritmo da peleja. Uma dessas pelejas
muito comentada é a peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho.
A autoria de muitos dos folhetos do final do século XIX e do início do XX
são duvidosas, já que quando um comprador o adquiria, colocava seu nome no
lugar do autor. A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho é tido como autor
Firmino Teixeira do Amaral, cujo nome aparece na edição de 1923.
Leitura do cordel: A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho
Na internet também podemos encontrar esta peleja.
http://www.youtube.com/watch?v=q1WNK3tbd1s
O que você achou desse tipo de texto?
Qual é o motivo da peleja?
O que esse texto lhe provoca?
Quais são as características desse gênero?
As personagens do desafio contam muitas vantagens. Em algumas
situações isso pode dar às pessoas um ar de prepotência, impedindo-as de ouvir
as opiniões dos outros. Por que é importante ouvirmos as opiniões das outras
pessoas?
A embolada segue o mesmo estilo do repente, a diferença entre um e outro
estilo está no instrumento musical, a embolada usa só o pandeiro.
http://www.youtube.com/watch?v=pPlHMPcJziw
http://www.youtube.com/watch?v=_VBv7xzkuSY
Que reações a audição desta cantoria provoca nas pessoas que assistem as apresentações dos repentistas?
Quais são os temas usados pelos repentistas? Como são abordados?
O que você pensa sobre toda essa cultura popular produzida pelos nordestinos e que se espalha pelo Brasil?
O cordel Pavão Misterioso é de autoria de José de Melo Resende, nascido
em Guarabira, Paraíba. O romance do Pavão Misterioso e As grandes aventuras
de Armando e Rosa conhecidos por Côco Verde e Melancia, Entre o amor e a
espada, História de Joãozinho e Mariquinha são suas histórias mais conhecidas.
Narra a história de dois irmãos, João Batista e Evangelista, muito bem
situados economicamente e que vivem juntos na Turquia, até que um deles
resolve conhecer terras distantes. Este passa por vários países e chega à Grécia.
Lá, ouve falar da história de um conde que tem uma filha belíssima, Creusa, mas
a esconde de todos. João Batista fica fascinado pela história e permanece ali, até
que a moça cumpra o ritual de aparecer uma vez por ano em público, vindo ao
balcão da janela do sobrado onde mora. Este fato para ele seria algo realmente
diferente para contar ao seu irmão, quando regressasse. Quando ocorreu sua
aparição, a viu e comprou um retrato dela, feita por algum fotógrafo. Voltando a
Turquia deu-a seu irmão, que...
Após a leitura do cordel: Romance do Pavão Misterioso de João
Melquíades Ferreira da Silva
Você sabe onde fica a Turquia e a Grécia? Vamos procurar estas regiões
no mapa e aprender um pouco mais sobre elas.
Fonte: www.deceptology.com
Quem nasce no Brasil é brasileiro, você sabe qual é o adjetivo pátrio de
quem nasce na Turquia e na Grécia?
O que você acha que vai acontecer no final da história?
Este cordel faz lembrá-lo de alguma história que já leu ou ouviu?
Este texto é um romance de cordel, possui 32 páginas e uma estrutura
cíclica, vamos identificá-las:
1. uma situação inicial de equilíbrio:
2. a degradação da situação:
3. a constatação do desequilíbrio:
4. a tentativa de resgate do equilíbrio da situação inicial:
5. a volta do equilíbrio inicial:
Música: Pavão Mysteriozo – compositor Ednardo http://www.youtube.com/watch?v=p5rsMmgivAQ
Audição da canção:
Pavão Mysteriozo
Pavão misterioso, pássaro formoso, tudo é mistério
nesse teu voar Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim Muita história eu tinha pra contar (...)
Fonte:
http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/pavao-misterioso.html
Os textos podem conversar entre si, mesmo sendo de gêneros diferentes.
Que sentimentos a música produz em você?
Conte com suas palavras essa história de amor.
Grupos de leitura:
Com quatro ou cinco alunos e um cordel para ler.
Após a leitura, contar para os demais a história lida. Neste momento é importante chamar a atenção dos ouvintes.
Ao final, os grupos devem comentar qual cordel que mais gostou, por quê?
Que tema está presente no cordel lido?
Como são os finais das histórias?
Qual cordelista chama mais a atenção? Por quê?
O que as histórias trazem de semelhanças e diferenças?
Vamos elencar os personagens principais, suas características físicas e
psicológicas para fazermos um desenho e um texto descritivo.
SESSÃO VÍDEO:
Vamos assistir alguns cordéis?
O cangaceiro (baseado nos cordéis que falam de Lampião)
http://www.youtube.com/watch?v=PXa3eYOh96I
José Francisco Borges: A moça que dançou depois de morta:
http://www.youtube.com/watch?v=9FA0Yupp_9A
José Francisco Borges: O casamento do Curió:
http://www.youtube.com/watch?v=HJG1d4Zotag
Patativa do Assaré: Cabra da peste
http://www.youtube.com/watch?v=6m_7eKhClKQ
Todo lugarejo tem lá suas histórias para contar. Aqui, não é diferente, fatos
engraçados, estranhos, absurdos, inusitados, misturados à realidade ou frutos da
imaginação.
Vamos transportá-los para este universo tão alegre do cordel?
Em grupos, elaborar-se-á um cordel, cada um irá ajudar. Quem gostar de
rimar fará as rimas, quem gostar de desenhar, as xilogravuras, quem gosta de
declamar, irá declamar.
Que tal fazermos um varal com os cordéis?
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Caro colega:
A produção deste material tem por objetivo valorizar a literatura de cordel,
levando os alunos a conhecê-la, estudá-la, divulgá-la e aproveitar-se de todo o
seu potencial para as práticas de leitura, oralidade e escrita. Eventualmente todos
da escola tomarão conhecimento das atividades que será realizada pela turma
que desenvolverá cada uma de suas etapas. Inicialmente partiremos do
questionamento sobre Cultura Popular, deste debate será anotadas as
impressões, opiniões dos alunos sem que haja intervenções pelo professor.
O filme Auto da Compadecida servirá para o reconhecimento do ambiente,
dos personagens da narrativa que fazem parte de histórias populares, que será
apresentada em seguida com o cordel: O cavalo que defecava dinheiro,
trabalhando assim a interdiscursividade presente na obra de Suassuna.
Em seguida será apresentado um vídeo sobre: O que é literatura de cordel,
através da fala do autor: Cesar Obeid, para que seja evidenciada durante as
atividades relacionadas a alguns escritores de cordel, as produções de
xilogravura ,como se faz essa arte rimada e metrificada, que pode ser contada,
lida e cantada.
Privilegiou-se o romance de cordel: Pavão Misterioso e em seguida abre-se
um leque de leitura de outros cordéis com temas diferentes e principalmente por
autores, que se distinguem por suas produções individuais.
E, finalmente levar o aluno a usar suas habilidades e talentos para a
produção e apresentação dos trabalhos realizados.
O importante é fazer com que os alunos conheçam a literatura de cordel e
busquem novas leituras para que possam adentrar e reconhecer este fazer
poético, tão diferenciado, presente no Brasil.
Como o Método Recepcional se faz em um movimento espiral, que sempre
recomeça com uma nova leitura, sugira aos alunos a leitura da Obra: Cante Lá
que Eu Canto Cá de Patativa do Assaré.
REFERÊNCIAS
ACACI, José. Brincando de Advinhar. Disponível em
http://espacodocordel.blogsot.com.br/2012/05/cordl-brincando-de-advinhar.html.
Acesso em 08 de set. 2013.
Autores de cordel/seleção de textos e estudo crítico por Marlyse Meyer. São
Paulo: Abril Educação, 1980. (Literatura Comentada)
CONCEIÇÃO, Antônio Ribeiro. Literatura de cordel, bule-bule. Fortaleza:
Tupynanquim, 2010.
OBEIDE, César. Minhas rimas de cordel. São Paulo: Moderna, 2005.
O AUTO DA COMPADECIDA. Produção e Direção: Guel Arraes. Roteiro: Guel
Arraes e Adriana Falcão. Criação Original: Ariano Suassuna. Gênero:
Comédia/drama. Trilha Sonora: Sá Grama. Estúdio: Lereby Produções. 2000. Cor.
DVD (104 min.).
https://www.youtube.com/watch?v=ZS6EqOhiBOc
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Auto_da_Compadecida_(filme)
Acesso em 13 de set. 2013
RESENDE, Jose Camelo. O pavão misterioso – cordel. São Paulo: Luzeiro, 2010.
SILVA, João Melquíades Ferreira da, 1869-1933. Feira de versos: poesia de
cordel/João Melquíades F. da Silva, Leandro Gomes de Barros, Patativa do
Assaré; seleção e organização de textos Cláudio Henrique Salles de Andrade e
Nilson Joaquim da Silva; ilustrações J. Borges, 2. Ed. – São Paulo: Ática, 2007.
SOUSA, José Ednardo Soares Costa. Pavão Mysteriozo. Intérprete: Ednardo. In: EDNARDO. O Romance do Pavão Mysteriozo. Sony Music, p1974. 1CD. Faixa12.
SUASSUNA, Ariano, 1927- Auto da Compadecida. 14. ed.,Rio de Janeiro: Agir,
2004.
http://aprenderbrincando.no.sapo.pt/localizacao.htm
Acesso em 11 de Nov.de 2013.
BORGES, J., Xilogravura: Pavão Misterioso.
http://divirta-
se.correioweb.com.br/materias.htm?materia=14554&secao=Programe-
se&data=20120517
Acesso em 14 de Nov. de 2013.
Htt://www.deceptology.com/2010/04/upside-down-world-map-shows-north-is-
up.html
Acesso em 14 de Nov. 2013.