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UM PEQUENO ESTUDO SOBRE OS “PADRES DA IGREJA PATRISTICA” Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no oriente e no ocidente como que “Pais” da Igreja, que formularam os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, são a fonte rica da Sagrada Tradição da Igreja. Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac: “Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”. E João Paulo II: “ Os Padres da Igreja foram os melhores interpretes da Sagrada Escritura. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e verdades da nossa fé”. A importância dos textos patrísticos: 1 - O subjetivismo doutrinário que reina entre as várias denominações protestantes, em consequência do princípio “a Bíblia como única fonte da fé”, e do seu “livre exame” por cada crente, o que dá margem a muitas interpretações diferentes para uma mesma questão de fé e de moral. 2- O re-estudo dos escritos dos Santos Padres, aqueles que contribuíram decididamente para a formulação correta da doutrina católica: a Santíssima Trindade, Jesus Cristo, a Igreja, os Sacramentos, a graça, etc... 3 - A definição do Cânon da Bíblia, isto é dos seus livros, que não é deduzida da própria Bíblia, mas da Tradição oral da Igreja. S. Clemente de Roma (†102), Papa (88-97), foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e  Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Irineu, “ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento”. (Contr a as heresias) PADRES APOSTÓLICOS  A geração cristã que sucede aos apóstolos tem à sua frente bispos e presbíteros, entre os quais se destacam algumas figuras, luminosas por sua santidade, sabedoria e zelo doutrinal: os Padres Apos tólico s. Seus escritos são muito parecidos com as epístolas do Novo Tes tamento. Procur am mos trar aos fiéis a importância da salvão co ncedida por Cristo, refoam a es peraa no seu retorno, exortam à obediência aos pastores das suas comunidades e alertam para o risco das heresias e cismas. Esta publicação da 1

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UM PEQUENO ESTUDO SOBRE OS “PADRES DA IGREJAPATRISTICA”

Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja,aproximadamente do século II ao século VII, que foram no oriente e no ocidente comoque “Pais” da Igreja, que formularam os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitasheresias e, são a fonte rica da Sagrada Tradição da Igreja. Certa vez disse o CardealHenri de Lubac:

“Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto naordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma àoutra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”. E João Paulo II: “ Os Padresda Igreja foram os melhores interpretes da Sagrada Escritura. Entre eles muitos foramtitulados de Doutor da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneiraextraordinária os dogmas e verdades da nossa fé”.

A importância dos textos patrísticos:

1 - O subjetivismo doutrinário que reina entre as várias denominações protestantes, emconsequência do princípio “a Bíblia como única fonte da fé”, e do seu “livre exame” porcada crente, o que dá margem a muitas interpretações diferentes para uma mesmaquestão de fé e de moral.

2- O re-estudo dos escritos dos Santos Padres, aqueles que contribuíram decididamentepara a formulação correta da doutrina católica: a Santíssima Trindade, Jesus Cristo, aIgreja, os Sacramentos, a graça, etc...

3 - A definição do Cânon da Bíblia, isto é dos seus livros, que não é deduzida da própriaBíblia, mas da Tradição oral da Igreja. S. Clemente de Roma (†102), Papa (88-97), foi oterceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e

 Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Irineu, “ele viu os Apóstolos e com elesconversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento”. (Contra asheresias)

PADRES APOSTÓLICOS

  A geração cristã que sucede aos apóstolos tem à sua frentebispos e presbíteros, entre os quais se destacam algumas figuras,luminosas por sua santidade, sabedoria e zelo doutrinal: os PadresApostólicos. Seus escritos são muito parecidos com as epístolas doNovo Testamento. Procuram mostrar aos fiéis a importância da

salvação concedida por Cristo, reforçam a esperança no seuretorno, exortam à obediência aos pastores das suas comunidadese alertam para o risco das heresias e cismas. Esta publicação da

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Paulus traz os textos mais antigos da literatura cristã, produzidos logo após os escritos doNovo Testamento, permitindo um contato com as primeiras comunidades cristãs, osproblemas que as envolviam, os conflitos que as atingiam. São escritos de caráterexclusivamente pastoral, despojados de qualquer especulação filosófica ou científica. Sãotextos que brotam do cuidado pastoral, marcados pelo testemunho da fé mais que pelosargumentos.

Santo Inácio de Antioquia (†110) - foi o terceiro bispo da importante comunidade deAntioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob oimperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões noColiseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso, Magnésia, Trales,Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparecepela primeira vez a expressão “Igreja Católica”. Aristides de Atenas († 130) - foi um dosprimeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano,falando da vida dos cristãos.

 São Policarpo de Esmirna (†156) - foi bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada.Conforme escreve Santo Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João

Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de vários assuntosda Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado àfogueira; o relato do seu martírio, feito por testemunhas oculares, é documento maisantigo deste gênero.

Hermas (†160) - era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obraPastor. suas visões de estilo apocalíptico.

PADRES APOLOGISTAS

Os Apologistas eram homens cultos que, impressionados peloevangelho ou pelo testemunho da vida cristã, se converteram dopaganismo para o cristianismo. Convertidos, puseram suasinteligências a serviço da defesa e da promoção da fé cristã. Duranteo século II um considerável número de gentios com sólida formaçãointelectual ingressou na Igreja. O fato de terem aderido aoEvangelho os obrigava ao confronto com a filosofia gentílica. Paradefenderem a fé dos ataques dos perseguidores, e também dosdetratores, muitos escreveram obras inteiras de apologética, ficandopor isto conhecidos como Apologistas. Entre as acusações contra oscristãos, as mais comuns são a de ateísmo, assassinato ritual decrianças e traição ao imperador.

Diante da cultura pagã a Igreja assumiria duas posições: umade oposição e rejeição (com Tertuliano, por exemplo), e outra de aproveitamento,assimilação dos seus aspectos positivos (Justino e outros pensadores cristãos,principalmente do mundo grego). A influência de filósofos gregos, principalmente Platão,sobre os Padres da Igreja é marcante.

São Justino (†165), mártir - nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nosEvangelhos “a única filosofia proveitosa”, filósofo, fundou uma escolaem Roma. Dedicou a sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio,no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma. No livroao lado, traz duas Apologias e o Diálogo com Trifão dirigidas aoimperador Antonino Pio e ao senado romano. As Apologias advogam a

causa dos cristãos, pleiteiam seriedade e empenho pessoal doimperador no julgamento das causas e das acusações que levantam

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contra os cristãos. No Diálogo há o primeiro confronto entre o cristianismo e a filosofiagrega, entre o cristianismo e o judaísmo.

Santo Hipólito de Roma (160-235) - discípulo de Santo Ireneu (140-202), foi célebre naIgreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra oshereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata oscostumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação,

 jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.Melitão de Sardes (†177) - foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares daÁsia Menor. Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco Aurélio.Atenágoras (†180) - era filósofo em Atenas, Grécia, autor da Súplica pelos Cristãos,apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodo;escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos mortos, foi grande apologista.

São Teófilo de Antioquia (†após 181) - nasceu na Mesopotâmia, converteu-se aocristianismo já adulto, tornou-se bispo de Antioquia. Apologista, compôs três livros, aAutólico.

Santo Irineu (†202) - nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de São Policarpo (discípulo deS. João), foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateueficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutaçãoda Falsa Gnose) e a Demonstração da Preparação Apostólica. SegundoSão Gregório de Tours (†594), S. Ireneu morreu mártir. É considerado o“príncipe dos teólogos cristãos”. Salienta nos seus escritos aimportância da Tradição oral da Igreja, o primado da Igreja de Roma(fundada por Pedro e Paulo). Irineu se propõe no livro citado, num

primeiro momento, tirar a máscara sob a qual a gnose se dissimula emostrá-la em plena luz do dia tal como é realmente. Em seguida,propõe-se a refutar, com argumentos da razão, a gnose dos valentinose dos marcionistas, expondo a doutrina da Igreja sobre Deus e sobreCristo. Por fim, o leitor encontrará uma longa dissertação sobre a

ressurreição da carne, que os gnósticos negam.

Santo Hilário de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu oarianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a Santíssima

 Trindade.

São Clemente de Alexandria (†215) - Seu nome é Tito Flávio Clemente, nasceu emAtenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou-se em Alexandria.Durante a perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor,onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego coma fé cristã. Dizia: “Como a lei formou os hebreus, a filosofia formou os gregos paraCristo”.

Orígenes (184-254) - Nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizadoem 202. Também desejava o mártirio; escreveu ao pai na prisão: “nãovás mudar de idéia por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente daescola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteveem Roma, Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo,

 Júlia Mammae, chamou-o a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu emCesaréia durante a perseguição do imperador Décio. Orígenes deAlexandria teólogo e exegeta, é considerado o fundador da ciência

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bíblica. Marca fundamental de sua obra é a tentativa incessante de compatibilização dasculturas cristã e clássica, que se mesclam em sua vida desde o nascimento: com o paiestuda as Escrituras e dele recebe a educação helênica; na juventude, dedica-se àcatequese e ao ensino da gramática. Profundamente convencido da necessidade detornar o cristianismo aceitável ao ambiente intelectual de sua época, empreendeatividades que vão do estudo da filosofia ao ensino superior, passando pela arqueologia epela crítica textual. Cria o Didaskaleion, centro de estudos dirigido a inserir o cristianismono panorama cultural clássico; a partir dali difunde sua metodologia exegética, fundadana cuidadosa busca do sentido literal em função do diagnóstico mais preciso dos sentidosalegórico e tipológico do texto. Sua extensa obra literária - talvez a maior da Antiguidade- compreende a Héxapla, monumental obra de crítica textual do Primeiro Testamento,comentários escriturísticos e tratados sistemáticos, além de homilias e lições exegéticas.Na obra apologética Contra Celso (cerca de 248), Orígenes refuta as críticas deste filósofopagão de cuja origem pouco se sabe, e de cuja obra só se tem notícia pela refutação querecebe. Movem-se ambos na mesma atmosfera eclético-platônica, e é a partir destaherança cultural que se esforçam cada qual para desbaratar ou justificar a herança

 judaico-cristã. Enquanto Celso explica a proximidade entre ambas por uma falta deoriginalidade de judeus e cristãos, agravada por sua pretensão no sentido contrário,

Orígenes inverte o argumento e faz de Moisés o filósofo primigênio, cuja sabedoria(Logos) se manifesta secundariamente a todos os povos e nações, e em sua plenitude navida de Jesus e de seus seguidores.

Tertuliano (†220) de Cartago, norte da África, culto, era advogado em Roma quando em195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista.Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja Católica. É autordas frases: “Vede como se amam” e “ O sangue dos mártires era semente de novoscristãos”.

São Cipriano (†258) - Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da ÁfricaLatina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu mártir

em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da Igreja Católica. Na obra De Lapsis,sobre os que apostataram na perseguição, narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, aforça de uns, o fracasso de outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor,sobre o Pai Nosso.

Eusébio de Cesaréia (260-339) - bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu naPalestina, em Cesaréia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a suaCrônica e a História Eclesiástica, além de A Preparação e aDemonstração Evangélicas. Foi perseguido por Dioclesiano, imperadorromano. “História Eclesiástica”, obra indispensável a quem desejacompreender a história dos primeiros séculos do cristianismo, é, semdúvida, a obra mais importante de Eusébio de Cesaréia, destacando-secomo a mais conhecida e mais citada. Compreende 10 livros, escritosao longo doa nos 312 e 317, nos quais o autor se propõe tratar¨daqueles que oralmente ou por escrito, foram mensageiros da palavrade Deus em cada geração¨, iniciando com uma história sumária deCristo, desde o seu nascimento, e encerrando com a dupla vitória doimperador Constantino: sobre Maxêncio em 312 e sobre Licínio em 324.

Portanto, este volume abrange o período dos primeiros séculos e retrata a sucessãodos bispos, as dificuldades causadas à Igreja pelas perseguições, o diálogo e oenfrentamento verbal com os pagãos e os judeus, o surgimento das heresias e dosheréticos e o triunfo eclesiástico associado ao triunfo constantiniano. Esse conteúdo é deriqueza inestimável, sobretudo por ter sido elaborado junto a fontes seguras, trazendo à

história posterior estas mesmas fontes em forma de extratos enriquecidos com muitascitações de escritos da época. Por meio dessas citações é possível conhecer textos edocumentações em geral que se perderam ao longo do tempo e foram conservados

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nessa obra, que, por mais essa razão, é de grande importância no universo da patrologiae da história da Igreja.

Santo Atanásio (295-373) - doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foiviver o monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grandeSanto Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou-se diácono da Igrejade Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou noConcílio de Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo deAlexandria em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo(Ário negava a divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio.São Gregório Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira paraSansão, foi Atanásio para a Igreja.” Esse volume da coleção Patrísticadá a conhecer um dos mais ilustres padres e doutores da Igreja: SantoAtanásio de Alexandria, nascido em 295 e morto em 373. Foi oprincipal oponente do herege Ário no Concílio de Nicéia (325). Em 328foi sagrado bispo, no entanto, seu episcopado foi turbulento: por cinco

vezes foi exilado. Neste volume são apresentadas cinco das suas obras. Contra os pagãosé uma refutação dos erros dos pagãos; A encarnação do Verbo, sua obra mais

significativa, sublinha, contra judeus e pagãos, a fraqueza humana e a iniciativa divina doVerbo. Apologia ao imperador Constâncio é uma resposta de Atanásio às acusações queseus inimigos levaram a este imperador; Apologia de sua fuga é um escrito em quedefende-se de seus inimigos, que lhe chamaram de medroso e covarde. Aí ele cita seusinimigos e as atrocidades que cometeram; Sobre a vida e conduta de Santo Antão é umabiografia do pai do monaquismo, que apresenta as motivações iniciais deste ideal devida.

Santo Hilário de Poitiers (316-367) - doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália(França); em 350 clero e povo o elegiam bispo, apesar de ser casado.Organizou a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exiladopelo imperador Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em360, fazendo valer as decisões do Concílio de Nicéia. É chamado o“Atanásio do Ocidente”.Escreveu as obras Sobre a Fé, Sobre aSantíssima Trindade. Sabemos que o século em que viveu este SantoPadre foi marcado pelas grandes controvérsias trinitárias. Sua obrasitua-se, portanto, no contexto da luta da ortodoxia contra a heresiaariana, que quase chegou a comprometer a Igreja inteira. O tratado de

 Trinitate reflete o momento em que o arianismo ameaçava a fé cristãem suas próprias raízes. Hilário sentiu esta ameaça como poucos.

 Trata-se de um tempo particularmente importante para a formação dateologia, quando a afirmação da verdade era vital para uma Igreja que via sua féquestionada tanto pelo arianismo como pelo ressurgimento das tendências sabelianas,pela gnose, sempre presente, e pelos diversos movimentos que se opunhamviolentamente à ortodoxia. Hilário esteve no centro do conflito, combatendo em duasfrentes: de um lado, contra o arianismo, quase triunfante; de outro, contra o modalismo,que persistia reaparecendo sob novas formas sem deixar de pôr-se em guarda contraoutras heresias que, segundo ele mesmo, venciam-se umas às outras com seusargumentos falaciosos e eram todas vencidas pela fé da Igreja.

Santo Efrém (†373), doutor da Igreja – é considerado o maior poeta sírio, chamado de “a

cítara do Espírito Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve terparticipado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foiordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os

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gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos elouvores a Maria.

São Cirilo de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da féprofessada pela Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas,esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.

São Dâmaso (304-384), Papa da Igreja, instruído, de origem espanhola, sucedeu o PapaLibério que o ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento

 jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que S. Jerônimo revesse a versão latina da Bíblia,a Vulgata. Descobriu e ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para avisita dos peregrinos.

São Basílio Magno, ou de casaréia (329-379) - Bispo e doutor da Igreja, nasceu naCapadócia; seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro, são santos. Foiíntimo amigo de S. Gregório Nazianzeno; fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesaréia na Palestina, e metropolita da província daCapadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo (Apolinário negava

que Jesus tinha uma alma humana). Destacou-se no estudo aSantíssima Trindade (Três Pessoas e uma Essência).  São Basilio deCesarea é certamente o mais importante dos famosos ¨Padrescapadócios¨. Personalidade fértil, atuante na reflexão filosófica,teológica e mística, na produção literária, no expor suas idéias atravésde cartas, sermões, tratados, na organização e na administração dascomunidades de sua diocese, ganhou o título de ¨Magno¨. Nascido ecriado na alta aristocracia latifundiária do século IV, não julgou

conveniente reter para si e se enriquecer ainda mais, como faziam os ricos de sua época,mas, tocado profundamente pelo Evangelho, desprezou as glórias, pompas e riquezas domundo, dedicando-se à meditação, ao recolhimento, às obras de caridade, vendendoseus bens e repartindo com os mais necessitados suas riquezas. Teve infância e

 juventude dedicadas aos estudos em sua terra natal, sob orientação de seu pai, e depoisem Constantinopla, Antenas e Egito. Sacerdote, depois bispo de Cesaréia, enfrentou ospiores períodos de seca, miséria e exploração do povo e a política hostil do imperadorarianista. Com saúde muito frágil e com atividade incessante, aos 40 anos parecia umvelho. Não se poupou. Despendeu suas energias e toda a sua vida para unir as Igrejas,instruir o clero, os religiosos, os fiéis e socorrer os pobres. De natureza tímida,experimentou muitas incompreensões e insucessos, mas nunca fugiu àsresponsabilidades de líder nem se fechou ao diálogo para a consolidação da paz e daortodoxia.

São Gregório Nazianzeno (329-390), doutor da Igreja – nasceu em Naziano, naCapadócia, era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradorescristãos. Foi grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o arianismo.Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de “teólogo”, que o Concíliode Calcedônia confirmou em 481.

São Gregório de Nissa (†394) – foi bispo de Nissa, e depois de Sebaste, irmão de SãoBasílio e amigo de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharamna Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiroConcílio de Constantinopla (381) que definiu o dogma da SS. Trindade.Combateu o apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava adivindade do Espírito Santo) e arianismo. Quem de fato foi S. Gregóriode Nissa? Um bispo? Um teólogo? Um pensador? Um místico? Um

exegeta? As numerosas obras, importantes e originais, de caráterpolêmico, expositivo, doutrinal e exegético, confirmam a figurapoliédrica de S. Gregório de Nissa. Ele soube sintetizar

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harmonicamente a visão do homem propriamente bíblica com os elementos maisinteressantes do pensamento de algumas das figuras mais importantes da culturafilosófica precedente, tais como Platão, Aristóteles, Posidônio, Galeno e Orígenes. Nestevolume, pela primeira vez em tradução brasileira, o leitor tem acesso a três das maissignificativas obras do grande capadócio, a saber: A criação do homem, A alma e aressurreição e A grande catequese. Trata-se, sem dúvida, de mais um sucesso da coleçãoPatrística.

São João Crisóstomo (= boca de ouro) (354-407), doutor da Igreja, é o mais conhecidodos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou-se patriarcade Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia porcausa da defesa da fé sã. Foi proclamado pelo papa S. Pio X, padroeirodos pregadores. São João Crisóstomo foi um dos teólogos cristãos maisfecundos da Antiguidade. Em meio aos sermões bíblicos, quecaracterizaram sua ação pastoral, deixou-nos tratados e cartas cujaimportância transcende seu contexto histórico-cultural. Os sermões, deforte cunho escriturístico, versam principalmente sobre problemas desua época. Sua preocupação constante foi a prática da justiça em

todos os níveis da vida cristã, até pela purificação constante daspráticas comuns da vida monástica, ideal que motivou a publicação detratados, sermões e cartas. Sua mais ardente e constante preocupação

foi a injustiça sofrida pelos pobres e marginalizados, nos quais via a próprio Cristo, emestrita coerência com o Evangelho. Por isso foi perseguido, banido e controu a mortelonge de sua gente, certo, porém, de que, ao trilhar esse caminho, seguia atrás dosmártires, dos apóstolos e do próprio Cristo.

São Cirilo de Alexandria (†444) – Bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca deAlexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente oNestorianismo (Néstório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas),com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431), que condenou as

teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres da língua grega, e chamado o“Doutor mariano”.

São João Cassiano (360-465) – recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito.Foi ordenado diácono por S. João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre pelo papaInocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para cada sexo.São Bento recomendou seus escritos.

São Paulino de Nola (†431) – nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargoscivis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com suaesposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em 394, em 409 bispode Nola.

São Pedro Crisólogo (=palavra de ouro) (†450) – bispo e doutor da Igreja – foi bispo deRavena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para asua heresia (monofisismo - uma só natureza em Cristo), respondeu: “Não podemosdiscutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma”. Temos 170 de suas cartase escritos sobre o Símbolo e o Pai – Nosso.

Santo Ambrósio (†397), doutor da Igreja – nasceu em Tréveris, de nobre famíliaromana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília eLigúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo,

então recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro devários imperadores e batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia.Deixou obras admiráveis sobre a fé católica.

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São Jerônimo (347-420), “Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma;é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim ehebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foiordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de SãoGregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385foi secretário do Papa S. Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão daversão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava oideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela,Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figurade São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o

amor a Igreja e à Sé de Pedro.  São Jerônimo, personagem eclesiásticoeminente pela vida virtuosa e pela tradução da Bíblia para o latim, éuma figura severa, arcaica, pitoresca, ao mesmo tempo em que é um homem santo easceta cheio de paixão humana, de saber e de prestígio. Entusiasmado por Orígenes,traduziu para o latim algum dos seus escritos. Mas, duzentos anos após o nascimento deOrígenes, a obra torna-se causa de controvérsia entre bispos e clérigos, provocando ainimizade de Rufino, seu amigo desde a juventude. Para defender Orígenes, Rufinotraduziu para o latim o texto grego do Tratado sobre os Princípios, corrigindo pontos dotexto para torná-los aceitáveis pela fé ortodoxa, falta grave segundo Jerônimo. Rufinoendereçou uma apologia contra Jerônimo, acusando-o indiretamente por meio de elogios,dos quais Jerônimo denuncia a falsidade, acusando-o de incriminá-lo. Esta obra faz partede um prolongado conflito entre Jerônimo e Rufino. É a resposta de Jerônimo, sua

autodefesa, uma tarefa não fácil, pelo fato de dispor de quem defendesse sua causa epor ser ela complicada, uma vez que traduziu e estudou Orígenes, colocando Jerônimonuma posição de fragilidade em muitos pontos. A obra acima sugerida caracteriza-secomo luta contra o estigma de heresia de que era acusado. A obra é instigante:apresenta o ser humano buscando a verdade da fé no furor de um debate com totalengajamento.

Santo Epifânio (†403) – Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de umacomunidade monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina, na ilha deChipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o origenismo.

Santo Agostinho (354-430) - Bispo e Doutor da Igreja - Nasceu em Tagaste, Tunísia,filho de Patrício e S. Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista eapologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática atéos 29 anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor deRetórica na corte do Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelasorações e lágrimas, de sua mãe Mônica e pelas pregações de S.Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo em 387. Voltoupara a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote edepois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos homens maisimportantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade asheresias do seu tempo, principalmente o Maniqueismo, o Donatismo e oPelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Santo Agostinho

escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural domundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”. As teses aqui apresentadas sobre omistério da Santíssima Trindade foram assumidas por toda a Igreja do Ocidente e

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continuam a exercer forte influência pelos séculos afora. A obra nos introduz na vidaíntima do Deus-Trino e na própria vida de nosso espírito. O desejo de Santo Agostinho émostrar ser a vida divina particularmente semelhante à atividade íntima da alma que sepensa, se conhece e se ama. Ele almeja fazer a mente humana voltar ao Criador e levá-laa tomar consciência de sua dignidade de imagem de Deus.

São Leão Magno (400-461) - Papa e Doutor da Igreja - nasceu em Toscana, foi educadoem Roma. Foi conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440) e foi muito respeitado como teólogo ediplomata. Participou de grandes problemas da Igreja do seu tempo epôde travar contato pessoal e por cartas com Santo Agostinho, SãoCirilo de Alexandria e São João Cassiano, que o descrevia como“ornamento da Igreja e do divino ministério”. Deixou 96 Sermões e 173Cartas que chegaram até nós. Participou ativamente na elaboraçãodogmática sobre o grave problema tratado no Concílio de Calcedônia, acondenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o primeiro Papaque recebeu o título de Magno (grande). Em sua atuação no planopolítico, a História registrou e imortalizou duas intervenções de São

Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a Genserico, em 455,bárbaros que queriam destruir Roma. Este volume da 'Patrística' reúne os melhoresSermões de São Leão I. Na sociedade de pouquíssimos recursos de comunicação doséculo V, Leão usava os Sermões para transmitir as discussões teológicas do momento,ora sobre o maniqueísmo, ora sobre os priscilianos, ora sobre os pelagianos. O presentevolume reúne os Sermões mais representativos do pensamento teológico de Leão Magno,dos quais nasce um apelo veemente de conversão e penitência.

São Vicente de Lérins (†450) – Depois de muitos anos de vida mundana se refugiou nomosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “ para descobrir as fraudes e evitaras armadilhas dos hereges”.

São Bento de Núrcia (480-547) – nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direitoem Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias comunidadesmonásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia local. A sua Regra dosMosteiros tornou-se a principal regra de vida dos mosteiros do ocidente, elogiada pelopapa S. Gregório Magno, usada até hoje. O lema dos seus mosteiros era “ora et labora”.O Papa Pio XII o chamou de Pai da Europa e Paulo VI proclamou-o Patrono da Europa, em24/10/1964.São Venâncio Fortunato (530-600) – nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers(França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hojeusados na Igreja.

São Gregório Magno (540-604), Papa e doutor da Igreja - Nasceu em Roma, de famílianobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admiradorde S. Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa Pelágio oenviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585. Foi feito papa em 590.Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve. Bossuet considerava-o “modelo perfeitode como se governa a Igreja”. Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profundainfluência exerceram os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado aindahoje.

São Máximo, o Confessor (580-662) – nasceu em Constantinopla, foi secretário doimperador Heráclio, depois foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismoe monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do

monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.

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Santo Ildefonso de Sevilha (†636) – doutor da Igreja. Considerado o último Padre doocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo.Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos exegéticos, dogmáticos,ascéticos e litúrgicos.

São João Damasceno (675-749) - Bispo e Doutor da Igreja - É considerado o último dosrepresentantes dos Padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filosofiae apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, foi companheiro dopríncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, ministro dasfinanças. A um deteminado tempo deixou a corte do califa e retirou-se para o mosteiro deSão Sabas, perto de Jerusalém. Tornou-se o pregador titular da basílica do SantoSepulcro. Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam oculto das imagens. Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das ImagensSagradas.

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