Upload
duongdang
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas
Enfermagem Veterinária
2015/2016
AULA 4
1
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Sumário
• Estudo das doenças infeciosas transversais mais relevantes – bovinos economicamente importantes
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
2
Outras doenças comuns e economicamente importantes - bovinos
• Língua Azul
• Leptospirose
• Colibacilose
• Listeriose
• Clostridioses
• Clamidiose
• Actinobacilose
3 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia – Orbivírus;
– 24 serotipos reconhecidos;
– 1 extra na Suíça, em cabras.
• Espécies hospedeiras • Ovelhas (raças);
• Raramente em bovinos;
• Camelídeos América-Sul.
4
1 – LINGUA AZUL
https://www.youtube.com/watch?v=_igbF6oeVf4 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Sintomatologia – Período de incubação -
7d (agudo, subagudo, crónico, ligeiro)
– Lábios inchados, descargas nasais;
– Hiperémia;
– ↓ da ingestão;
– Petéquias,;
– Língua ↑ de volume, cianótica;
– Febre;
– Conjuntivite;
– Rinite;
– Ulceração das narinas;
– Edema facial;
– Ulceração oral;
– Necrose muscular;
– Edema pulmonar;
– Bovinos: sx são raros
5
1 – LINGUA AZUL
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Epidemiologia
– O vírus depende da transmissão por mosquitos/vetores para se
manter na natureza;
– Após a ingestão de sangue contendo vírus, este irá para a parede do intestino médio do mosquito no qual se multiplica bem como noutros tecidos do inseto, incluindo as glândulas salivares. Assim será transmitido ao hospedeiro ruminante quando o mosquito se alimentar novamente;
– O clima é o principal fator de risco, já que os Culicoides requerem calor e humidade.
6
1– LINGUA AZUL
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Epizootia na Europa
• Casos esporádicos e transitórios até 1998
• Ocorriam diferenças evidentes em termos epidemiológicos
– EU Norte (serotipos: 6, 8 e 11)
– Bacia Mediterrânica (serotipos: 1, 2, 4, 9 e 16)
• Atualmente ocorre mistura de serotipos
– S8 para Mediterrâneo
– S1 para EU Norte
7 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
8 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
Epizootia na Europa
• Bacia Mediterrânica (BM)
– 5 serotipos exóticos invadiram e mantiveram-se em partes extensas;
– Relação com alterações climáticas;
– Semelhanças com vacinas atenuadas provenientes de África e utilizadas na região.
9 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
Epizootia na Europa
• EU Norte
– Serotipo 1 muito virulento;
– Os serotipos 6, 8 e 11 não invadiram primeiro a BM tal como fez o serotipo 1;
– Semelhanças com vacinas recombinadas e atenuadas;
– Outros vetores que agora persistem nas regiões frias também transmitem a doença;
– Cullicoides pouco estudados!!!
10
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
11
• Patogenia:
Inoculação viral → Céls. endoteliais → linfa/sangue → gânglios linfáticos, baço, medula,
etc. Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
• Diagnóstico Laboratorial:
– Isolamento vírico (ratos, ovos embrionados e cultura de tecidos) e/ou identificação (ELISA, PCR específico de grupo, VNT – esp. grupo)
– Material: sangue, baço, linfa, pulmão
– Serologia – testes (ELISA – esp. grupo - e SNT – esp. tipo)
12
1– LINGUA AZUL
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Planos nacionais e europeus de contingência
– Zona de vigilância em Huelva a 50Km de PT – Programa de
Vigilância na fronteira.
– Delimitação de zonas risco nas DRA Alentejo, Ribatejo e Oeste:
• z. proteção (100Km),
• z. vigilância (+50Km),
• z. livre.
– Armadilhas luminosas, controlo químico: inseticidas nos locais de
alojamento/transporte (piretrinas c/ butóxido de piperonilo),
ectoparasitas (ivermectinas).
13
10 – LINGUA AZUL
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia – Leptospira interrogans
• Serovar hardjo bovis • Serovar pomona
– 205 serovares morfológica, bioquímica e culturalmente
semelhantes (diferenciação através de aglutininas)
– Prevalente em áreas com grande precipitação (Açores!!)
• Espécies – H. manutenção (fase renal longa) – roedores, animais silváticos
e domésticos (suínos, cães, bovinos e cavalos) – H. acidentais – Homem
14
2 – LEPTOSPIROSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Transmissão
– Transmissão por contacto direto e indireto, ingestão, inalação e via transplacentária
– Água contaminada (meses!)
– Urina, leite, material placentário e fetos abortados
– Factores de risco • Humidade;
• Solos calcários;
• Idade.
15
2 – LEPTOSPIROSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
16
2 – LEPTOSPIROSE
-GRANDE IMPORTÂNCIA SOCIAL E ECONÓMICA.
- DOENÇA DE DECLARAÇÃO OBRIGATÓRIA! Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Sintomatologia (crónica nos animais de manutenção)
– Febre;
– icterícia e hemoglubinúria (multiplicação primária a nível hepático)
– quebras na produção de leite;
– infertilidade e aborto (último terço);
– morte (muito frequente nos animais mais jovens).
17
2 – LEPTOSPIROSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Tratamento e profilaxia – Os doentes e portadores devem ser isolados; – Num caso de surto, devemos bloquear o agente com antibióticos.
• Imunoprofilaxia
– Não há imunidade cruzada por vacinação (as vacinas são específicas para cada situação). A vacina é constituída por bacterinas e confere imunidade durante: • 6 meses (no caso de um surto); • 1 ano (numa situação normal).
– Nos bovinos, a vacinação é feita no último terço da gestação. Os vitelos não devem ser vacinados antes dos 2 ou 3 meses.
– No caso dos suínos, as fêmeas são vacinadas duas vezes com um intervalo de 3 semanas.
18
2 – LEPTOSPIROSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia
– Escherichia coli
• fímbrias (K/F adesinas)
• flagelares (H)
• Espécies
– Todas
19
3 – COLIBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Transmissão
– Direta (via umbilical, via uterina);
– Indireta (vetores mecânicos, via aerógena)
– Fezes, secreções, excreções e sangue
– Fontes de infeção: Ambientais
20
3 – COLIBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Sintomatologia
– início repentino; – diarreia aquosa e profusa (de jacto, por vezes de aspeto muito
semelhante a urina); – desidratação rápida e fatal; – acidose; – mortalidade que pode atingir os 90%. – Quadros clínicos
• Enterite do desmame • MMA (metrite, mastite, agaláxia- Suínos) • Mastites • Poliartrites • Pielonefrites e cistites
21
3 – COLIBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Tratamento
– Restauro do equilíbrio eletrólito
– Teste Sensibilidade Antibiótica
– Probióticos (Bacilos lácticos)
– MMA: Ocitocina
22
3 – COLIBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Maneio
– Manutenção dos espaços secos e limpos
– Maneio do peri-parto
• Imunoprofilaxia
– Obj: impedir aderência de bactérias, estimular produção de Ac
– Vac. Parental – cel bacterianas totais: 4 semanas antes do parto
– Vac. preparadas a partir de subunidades (fímbrias)
23
3 – COLIBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia
– Listeria monocytogenes
• Espécies
– Todas;
– Diagnóstico diferencial da EEB (BSE) e doença de Creuzfelt-Jacobson.
24
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia
– Listeria monocytogenes
• Espécies
– Todas;
– Diagnóstico diferencial da EEB (BSE) e doença de Creuzfelt-Jacobson.
25
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Epidemiologia
– Ubiquitário
• Solo
• Água
• Vegetação
• Fezes
• Leite
• Indústria alimentar
• Alheiras!!!!!!!!
26
Mamíferos Aves Peixes Crustáceos Insetos Carraças …
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Importância
– Segurança alimentar;
– Médica;
– Económica.
• L. monocytogenes é uma bactéria intracelular, que pode crescer e multiplicar-se em macrófagos e células epiteliais.
27
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Quadros clínicos nos mamíferos:
– adultos meningoencefalite
– fêmeas gestantes aborto
– jovens septicémias
– No entanto, o mais frequente são as infeções latentes ou inaparentes.
28
4– LISTERIOSE
https://www.youtube.com/watch?v=6u2rJSYMUWA Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Fontes de infeção
– Meio exterior • Solo, água e silagens
– Produtos de origem animal
– Animais vivos • Portadores sãos, portadores crónicos (aborto – semanas de excreção) e
animais doentes
– Produtos animais • Placenta e líquidos fetais, urina, fezes, cérebro e LCR
– Artrópodes (vetores)
29
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Transmissão
– contacto, direto (hematógena-transplacentária; cutânea) ou indireto, com animais infectados.
– A transmissão pode fazer-se através da pele, mucosas, inalação e, sobretudo, por ingestão de produtos infetados.
– A ingestão é a principal via de transmissão para o Homem e para os animais.
30
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Transmissão Telúrica
– A Listeria consegue sobreviver durante meses, ou mesmo anos, no ambiente.
– Mantém-se bastante estável em ambientes frios, com pH superior a 7,5: solo, leite, silagens e fezes.
– As silagens mal conservadas (com pH superior a 5) constituem uma importante fonte de Listeria para bovinos.
– Notar que bactérias como a Listeria e a Brucella morrem quando submetidas a cerca de 60º C (a temperatura da Pasteurização), pelo que não há problemas com produtos lácteos a partir de leite pasteurizado.
31
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Diagnóstico – Sintomatologia; – Material para o laboratório (cérebro, placenta,…); – Isolamento e identificação.
• Diferenciais – Cetose – BSE – Intoxicação por chumbo – Toxémia de gestação – Cenurose – Oestrose
32
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Profilaxia – É dificultada pelo cenário telúrico (ubiquidade da bactéria na
Natureza).
– Algumas medidas profiláticas úteis incluem: • utilização de silagens de boa qualidade • isolamento dos animais infetados; • administração profilática de antibióticos (de largo espectro) em caso
de epidemia (forma encefalítica); • desinfeção das instalações pecuárias (a Listeria é sensível aos
hipocloritos); • remoção dos produtos provenientes de animais infetados da cadeia
alimentar (o maior perigo é apresentado pelos produtos lácteos não pasteurizados).
33
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
34
4 – LISTERIOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia – Clostridium spp.;
– Anaeróbios formadores de esporos;
– Gram positivos.
– Saprófitas – solo e água;
– Flora normal intestinal.
– Distinguem-se de acordo com a ação das exotoxinas
• Neurotoxinas;
• Histotoxinas;
• Toxinas enteropatogénicas/enterotoxémias.
35
5 – CLOSTRIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Doenças
11.1 – Tétano
11.2 – Botulismo
11.3 – Doença do Rim Pulposo
11.3 - Carbúnculo sintomático (bovinos, ovinos e caprinos)
11.4 - Edema maligno (bovinos, ovinos e caprinos)
11.5 - Hepatite necrosante (ovinos e bovinos)
36
5 – CLOSTRIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Clostridium tetanii (10 serotipos)
• ZOONOSE!!
• Fontes de infeção – Habitat
• Solo (forma esporulada) • Fezes de animais
• Espécies suscetíveis
– Equinos e homem (> suscetíveis); – Ruminantes; – Suíno; – Cão; – Aves são resistentes.
37
Ocorrência relacionada com suscetibilidade à toxina !
5.1 – Tétano
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Espécie Origem da infeção
Equinos Feridas nos cascos
Ovinos Castração e corte de cauda
Bovinos Puerpério, descorna, castração
Suínos Castração
Cão e gato Feridas (mordeduras)
38
Fontes comuns: feridas profundas, castrações, descornas, abrasões associadas a distócias, onfalites.
5.1 – Tétano
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Contaminação de feridas ou cordão umbilical
Necrose com diminuição de pH
Multiplicação de Clostridium tetanii
Produção de neurotoxinas pelo agente nos tecidos feridos
39
5.1 – Tétano
Vias de Entrada
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Clostridium botulinum
• “Botulus“- chouriço
• Gram+, anaeróbio, forma de bastonete, esporulado;
• Comensal da microflora intestinal
(Dispersão nas fezes ou introdução em áreas indemnes por aves e moscas).
• Espécies – Aves, ovinos, bovinos e equídeos
– Suínos, cães e gatos resistentes.
40
5.2 – Botulismo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Intoxicação grave e potencialmente fatal, adquirida por ingestão da toxina pré-formada
• Neurotoxinas – A a G
– Inativadas por fervura durante 20 minutos;
– Sinais clínicos semelhantes mas variam na sua antigenicidade.
41
5.2 – Botulismo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Epidemiologia: • Fonte de infeção e condições de infeção variam nos diferentes
grupos de animais
• Agente mantém-se e multiplica-se em cadáveres de animais domésticos – fonte de infeção para outros animais: – Aves – insetos que se alimentam em carcaças em putrefação
– Bovinos – silagens/fardos de palha com cadáveres de animais
pequenos (ouriços-cacheiros)
42
5.2 – Botulismo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Patogenia:
• Entrada PO
• Resiste ao pH gástrico
• Absorção intestinal
• Ligação a gangliósidos/neurotransmissores
• Inibição da libertação de acetilcolina
Paralisia flácida
43
5.2 – Botulismo
https://www.youtube.com/watch?v=6n3rrjbweO8
https://www.youtube.com/watch?v=vBYQ01gV58A Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016
• Sinais clínicos
– Alterações na visão;
– Incoordenação motora;
– Parálise dos membros posteriores;
– Paralisia da faringe – deglutição.
• Diagnóstico – Clínico
– Identificação da toxina (inoculação em animais de laboratório)
– ELISA para identificação de toxinas
44
5.2 – Botulismo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Profilaxia – Eliminação de fatores de risco;
– Impedir carências nutricionais (previne picacismo);
– Silagens, fenos e palhas sem cadáveres;
– Vacinação.
• Tratamento – Fluidoterapia;
– Viragens;
– Algaliação;
– Ventilação;
– Seroterapia;
– AB.
45
5.2 – Botulismo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia – Clostridium perfringens Tipo D
• Sintomatologia – Enterotoxémia dos ovinos; – Morte súbita em animais “normais”; – Edemas em vários órgãos; – Estado febril; – Incoordenação motora/ convulsões; – Hipersiália; – Rigidez muscular (pescoço); – “Pressing “(pressão da cabeça contra objetos); – Congestão e edema pulmonar, cardíaco,
abdominal; – Hemorragias; – Hiperémia e lesões degenerativas a nível renal.
46
5.3 – Doença do rim pulposo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Epidemiologia
– Fatores predisponentes para Enterotoxémia: • Alteração brusca da dieta • Excesso de carbohidratos Desequilíbrio da flora Alimento não digerido com passagem rápida ao intestino
Proliferação do agente e produção de toxinas
Edemas em vários órgãos A motilidade intestinal lenta favorece a absorção de toxinas
47
5.3 – Doença do rim pulposo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Tratamento
– Penicilina G
• Profilaxia
– 2x/ano no 1º ano
– 1x/ano nos anos posteriores
– 4-6 semanas antes do parto
– Nos surtos: administrar soro hiperimune
48
5.3 – Doença do rim pulposo
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Clostridium chauvey
• Gram+, anaeróbio, forma de bastonete, móvel e esporulado.
• Esporos resistentes a água fervente e desinfetantes fenólicos e de amónio
• Conteúdo intestinal dos animais – habitat
• Blackleg ou Blackquarter – carbúculo enfisematoso ou gangrena gasosa
49
5.4 – Carbúnculo Sintomático
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Doença sazonal: Primavera e Outono depois das chuvas;
• Doença telúrica: forma esporulada no solo;
• Associada a feridas, esforços e indigestões agudas.
• Espécies
– Bovinos, ovinos e caprinos.
– Suínos e cavalos (-).
– Gatos, cães, aves, Homem resistentes.
50
5.4 – Carbúnculo Sintomático
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Toxinas são responsáveis pelas lesões;
• O metabolismo bacteriano (fermentação e produção de gás) contribui para as lesões;
• Lesões intestinais – Músculo;
• Ativação de esporos latentes que foram transportados (através de macrófagos) até ao tecido muscular (tropismo).
51
5. 4 – Carbúnculo Sintomático
Patogenia:
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Esporos no músculo + contusão + necrose – ambiente favorável ao crescimento bacteriano e produção de toxinas (Carbúnculo endógeno)
• Exercício intenso favorece germinação de esporos
• Se associado a ferimentos – entrada a partir da solução de continuidade (Carbúnculo exógeno)
Mionecrose associas à produção de gás – Gangrena enfisematosa
52
5. 4 – Carbúnculo Sintomático
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Enfisemas
– Inicialmente pequenos, quentes e dolorosos;
– Depois tornam-se grandes, frios, indolores e com som timpânico e à palpação sente-se a crepitação.
• Profilaxia
– Médicas: Vacinas inativadas ou mistas;
– Sanitária: destruição de cadáveres.
53
5. 4 – Carbúnculo Sintomático
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Clostridium septicum;
• Gram+, anaeróbio, forma filamentos na sup. peritoneal dos órgãos;
• Esporula distorcendo a forma;
• Contaminante comum, ocorre no solo, água e conteúdo intestinal dos animais.
54
5.5 – Edema Maligno
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Espécies – Bovinos, ovinos e caprinos;
– Suínos e cavalos (-);
– Gatos e cães resistentes.
• Epidemiologia
– Contaminação de feridas cirúrgicas;
– Tosquia;
– Parto;
– Má vacinação.
55
5.5 – Edema Maligno
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Inflamação edematosa e gangrenosa das zonas atingidas e toxémia
• Semelhante à provocada pelo C. chauvoei, mas não há uma infeção endógena.
• Fatores predisponentes feridas com necrose, conspurcação com outras bactérias e sangue coagulado (qualquer fator que aumente as condições de anaerobiose do local favorece a multiplicação dos Clostrídeos).
56
5.5 – Edema Maligno
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Controlo – Drenagem cirúrgica da lesão (trata-se mais de um edema
do que carbúnculo sintomático);
– Lavagem com água oxigenada;
– Administração de um soro hiperimune;
– Terapêutica antibiótica, sendo a substância de eleição a penicilina;
– Vacinação dos animais, seguindo o esquema referido para o carbúnculo sintomático vc;
– Destruição dos cadáveres por incineração.
57
5.5 – Edema Maligno
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Etiologia
– Chlamydia psittaci, serotipo I - Chlamydophila abortus
– Microorganismo Gram positivo, imóvel, com RNA e DNA;
– Tem membrana celular e um nucleoide;
– O agente tem afinidade para as células epiteliais.
58
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Generalidades
– Esta doença é responsável por 2/3 dos abortos por causas infeciosas nos pequenos ruminantes;
– É caracterizada por:
- Aborto no final da gestação;
- Uma vez infetado, o animal não volta a abortar
(adquire imunidade eficaz);
- Zoonose!
(está na origem de conjuntivites e afeções respiratórias em humanos)
59
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Sintomatologia
• PI - 50 a 90 dias, por vezes mais;
• Ovelhas há aborto tardio (nas últimas 3 semanas de gestação) sem que haja sinais
prévios.
• O aborto ocorre logo após a morte do feto (e os fetos apresentam um aspeto
normal, sem estarem mumificados). O estado geral da mães é pouco afetado,
apresentando um corrimento moderado e cor de chocolate durante alguns dias. A
fertilidade não é afetada e a retenção de secundinas é rara.
• No entanto, se o aborto não ocorre logo, há mumificação do feto e a ovelha pode
desenvolver toxémia. Nestes casos há patologia reprodutiva com: - corrimentos abundantes; - hipertermia; - anorexia; - retenção de placenta.
60
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Sintomatologia
• No primeiro surto da doença num rebanho, a taxa de aborto é da ordem dos 25 a
30% (embora alguns autores considerem que este valor pode atingir os 80%).
• Anualmente, a taxa de aborto é de 5% (nalguns casos até 20%) caso não façamos
qualquer intervenção;
• Os animais afetados só abortam uma vez; depois ficam imunizados;
• A mortalidade é baixa na ovelha, mas perdem-se muitos borregos. Os animais
jovens são fracos e apresentam: • Problemas respiratórios; • Artrites; • Diarreia; • Morte em poucos dias; • Nas gestações gemelares, morre um borrego e o outro pode nascer vivo; • Por regra não há sintomatologia nos carneiros, porém, poderá ocorrer orquites ou epididimites.
61
6– CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Transmissão
• A transmissão faz-se, preferencialmente, a partir dos produtos dos abortos. Mais
raramente, transmissão através da urina, fezes e leite.
• A contaminação pode ser direta e indireta (através do ambiente).
• O agente permanece duma estação para a outra, ficando a infeção lactente até à
fecundação.
• A transmissão venérea levada a cabo pelo carneiro, ainda não está confirmada.
• Os animais mais suscetíveis são as ovelhas que estão no final da gestação. Por
outro lado, os mais resistentes são os animais entre os 0 e os 100 dias de gestação.
• Os pombos e os papagaios também são suscetíveis à infeção pela C. abortus e
podem funcionar como reservatório do agente (embora de menor importância)
62
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Transmissão
• O agente tem predileção pela placenta, onde se multiplica. Quando
a doença é transmitida a ovelhas no último mês de gestação, o
agente permanece latente até à gestação seguinte.
• A partir do segundo mês de gestação, há hialinização dos
cotilédones e necrose das zonas afetadas. O agente consegue
penetrar a barreira e afetar o feto, depois desta fase, a
multiplicação dos Chlamydia já não afeta tanto o feto.
63
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Diagnóstico
Clínico – é difícil!
Situações tais como abortos, nado-mortos no último mês de gestação e borregos fracos
são sugestivos.
Diferencial – com brucelose, salmonelose ou listeriose.
Laboratorial:
- inoculação em animais (raro);
- inoculação em culturas celulares;
- coloração de Stamp ou de Ziehl-Neelsen (observação dos corpos elementares).
64
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Diagnóstico
Serologia: (fixação do complemento, hemaglutinação,
imunofluorescência indirecta; agar-gel imundifusão) – não tem valor
diagnóstico, porque os seropositivos são comuns em rebanhos
fortemente infetados (pelo que tem um interesse relativo).
À necrópsia – lesões de plancentite típicas.
65
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Tratamento
– Tetraciclinas: 12 a 20mg/Kg p.v. em duas administrações (64 e 15 dias antes
do parto).
– A Chlamydia é resistente às penicilinas e às sulfamidas.
– Não vale a pena tratar as animais que já abortaram.
66
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Profilaxia Médica:
– Vacinação (“Bedsa-vac” – para Chlamydia e Salmonella);
– Nas ovelhas jovens: protege para toda a vida o animal;
– É uma vacina inativada com excipiente oleoso, utilizada em 2 aplicações separadas por
um intervalo de 4 a 6 semanas (antes e depois da cobrição). Seguem-se revacinações
anuais.
Profilaxia Sanitária:
– Desinfeção;
– Isolamento das fêmeas que abortaram;
– Vazio sanitário;
– Destruição dos produtos abortados e seus resíduos.
67
6 – CLAMIDIOSES
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Actinobacillus lignieresii: comensal e telúrico (maneio alimentar)
• Inflamação crónica granulomatosa dos tecidos moles
Língua
Linfonodos retrofaríngeos
Doença da língua de pau ou madeira
68
7 – ACTINOBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
Agente comensal nas mucosas
+ erosão/ulceração
Entrada nos tecidos:
Resposta inflamatória local - Piogranuloma
Drenagem linfática – Linfadenite piogranulomatosa
69
7 – ACTINOBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Quadro Clínico
– Dificuldade na alimentação;
– Sialorreia;
– Úlceras do esófago;
– Respiração dolorosa e ruidosa;
– Afeção cutânea conduz a contaminação ambiental;
– Língua dura.
70
7 – ACTINOBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Diagnóstico
– História e exame clínico;
– Material para laboratório
• Pus, material de biópsia e amostras de tecido
– Diagnóstico por esfregaço direto, histopatologia ou isolamento e identificação do agente
71
7 – ACTINOBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
• Controlo
– Isolamento dos animais afetados;
– Bom maneio alimentar.
• Tratamento
– Iodeto de potássio – PO – Lise abcesso
– Sulfonamidas, tetraciclinas…
72
7 – ACTINOBACILOSE
Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas, 2º semestre, ano 2015-2016
BOM TRABALHO!
73 Patologia e Clínica das Doenças Infeciosas,
2º semestre, ano 2015-2016