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CNPJ: 05.423.670/0001-34 / CREA 66.891/ Rua Gal. Vitorino, 56 / CEP 96.200-310 / Rio Grande-RS 1 CLAREL PERÍCIAS Engenharia de Avaliações & Perícias Judiciais Fone/Fax: (53) 2125-7900 / 9966-6220 www.clarelpericias.com.br Clarel da Cruz Riet, Engenheiro Civil inscrito no CREA-RS sob n.º 66.891-D, a pedido das SOLICITANTES, Mary Laclete Resende e Sávia da Fonseca Silva, tendo procedido aos estudos e diligências que se fizeram necessários, vem apresentar as conclusões a que chegou, consubstanciado no seguinte, LAUDO DE ENGENHARIA

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    Clarel da Cruz Riet, Engenheiro Civil inscrito no CREA-RS sob n. 66.891-D, a pedido das SOLICITANTES, Mary Laclete Resende e Svia da Fonseca Silva, tendo procedido aos estudos e diligncias que se fizeram necessrios, vem apresentar as concluses a que chegou, consubstanciado no seguinte,

    LAUDO DE ENGENHARIA

  • CNPJ: 05.423.670/0001-34 / CREA 66.891/ Rua Gal. Vitorino, 56 / CEP 96.200-310 / Rio Grande-RS 2

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    NDICE

    1. OBJETIVO ............................................................................................................. 03

    2. PRELIMINARES ...................................................................................................... 03

    3. CARACTERIZAO ................................................................................................. 03

    4. IMVEIS ............................................................................................................... 04

    4.1. RUA BENJAMIN CONSTANT N. 296 ........................................................................ 04

    4.1.1. REGISTRO FOTOGRFICO ...................................................................................... 04

    4.2. RUA GENERAL CMARA N. 250 ............................................................................. 09

    4.2.1 REGISTRO FOTOGRFICO ...................................................................................... 09

    4.3. RUA GENERAL CMARA N. 258 ............................................................................. 13

    4.3.1. REGISTRO FOTOGRFICO ...................................................................................... 13

    5. METODOLOGIA ...................................................................................................... 18

    6. SUBSDIOS ESCLARECEDORES ............................................................................... 18

    6.1. REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO .................................................................. 18

    6.1.1. INTRODUO ........................................................................................................ 18

    6.1.2. REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO TEMPORRIO OU PERMANENTE .................. 18

    6.1.3. MTODOS DE REBAIXAMENTO ............................................................................... 19

    6.1.3.1. BOMBEAMENTO DIRETO ........................................................................................ 19

    6.1.3.2. PONTEIRAS FILTRANTES ........................................................................................ 19

    6.1.3.3. POOS PROFUNDOS .............................................................................................. 20

    6.1.3.4. DRENAGEM POR ELETROSMOSE ............................................................................. 20

    6.1.3.5. DRENOS ................................................................................................................ 22

    6.1.3.5.1. VERTICAIS DE ALVIO ............................................................................................ 22

    6.1.3.5.2. DRENOS HORIZONTAIS PROFUNDOS ...................................................................... 22

    6.1.3.6. GALERIA DE DRENAGEM ........................................................................................ 23

    6.1.4. OPERAO E CONTROLE DE DESEMPENHO ............................................................. 23

    6.1.5. ESCOLHA DO SISTEMA DE REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO .......................... 24

    6.1.6. CONSEQNCIAS E IMPACTOS DECORRENTES DO REBAIXAMENTO ......................... 26

    6.2. RECALQUES DE FUNDAES .................................................................................. 26

    6.2.1. INVESTIGAO DO SUBSOLO ................................................................................. 26

    6.2.2. SOLOS DE COMPORTAMENTO ESPECIAL ................................................................. 26

    7. DIAGNSTICO DA SITUAO ................................................................................. 27

    8. CONCLUSO .......................................................................................................... 27

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    1. OBJETIVO Consiste na verificao das conformidades tcnicas e funcionais visando a descrio e o diagnstico das patologias manifestadas representadas por trincas, rachaduras e afundamentos de piso, em trs imveis sendo um uma construo residencial localizada na Rua Benjamin Constant n. 296, de propriedade de Svia da Fonseca Silva e dois na Rua General Cmara sob os n.'s 250 e 258, ambos pertencentes a Mary Laclete Resende e o nexo causal com a construo de um prdio lindeiro, localizado na Rua General Cmara n. 276, em fase de execuo de fundaes profundas. 2. PRELIMINARES As Solicitantes relatam que as anomalias representadas por trincas e rachaduras nas paredes e afundamentos de pisos em seus imveis, comearam a surgir quando da execuo das fundaes do prdio limtrofe aos seus terrenos, onde para possibilitar as escavaes, foi realizado o rebaixamento temporrio do lenol fretico. Conforme observa-se no memorial descritivo do empreendimento do Grupo Herval e H. Lar Construes, divulgado na internet nos sites: http://www.agoraeusei.com.br/index.php/empreendimentos/detalhe+488,,vivaresidencial.html e http://www.hlar.com.br/viva/home.html, o projeto prev uma torre nica composta de apartamentos de um, dois e trs dormitrios, constituda de 04 pavimentos de estacionamento, 05 pavimentos tipo 1, com 04 apart./andar, 05 pavimentos tipo 2, com 02 apart./andar e 01 pavimento tipo 2 com varanda, com 02 apart./andar, totalizando 15 pavimentos com 32 apartamentos e 51 vagas de estacionamento privativo, em uma rea construda projetada de 5.296,77m2. 3. CARACTERIZAO Trata-se de uma regio urbana litornea com predominncia de habitaes residenciais unifamiliares, clima ameno, superfcie plana, padro scio econmico cultural mdio, topografia em nvel e solo predominantemente arenoso permevel da classe das areias quartzosas marinhas distrficas, com algumas zonas constitudas de relativa parcela de argila de Atividade Alta1. A Infra-estrutura urbana possui sistema virio, transporte coletivo, coleta de resduos slidos, gua potvel, rede eltrica, pluvial, esgoto e telefone, comunicao e televiso. As atividades existentes incluem redes bancrias, comrcio, indstria e atividades de profissionais liberais, sendo mdio como um todo o nvel do mercado de trabalho. Os servios comunitrios disponveis compreendem escolas (municipal e estadual), hospitais, segurana, posto de sade, igrejas e clubes de recreao. Para efeito de melhor entendimento e preciso dos trabalhos periciais, junta-se a documentao fotogrfica comentada a seguir, obtida no ato da inspeo.

    1 Projeto RADAM (IBGE,1986) e Cunha e Silveira (FURG, 1995)

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    4. IMVEIS 4.1. RUA BENJAMIN CONSTANT N. 296 Um prdio de alvenaria com dois pavimentos, com aproximadamente 180m2 de rea construda. O terreno possui 5,80m de largura na parte inicial, diminuindo aps a garagem ficando em torno de 4,50m por aproximadamente 38m de comprimento, matriculado no Registro de Imveis de Rio Grande sob o n. 202784-4. . A casa possui padro mdio e constituda no trreo por um hall de entrada, sala, garagem, corredor, 02 dormitrios, sala de jantar, ante-sala, cozinha, WC e um ptio nos fundos. O segundo pavimento composto de um corredor de acesso, sala, WC, cozinha, rea de servio, ante-sala e 02 dormitrios. 4.1.1. REGISTRO FOTOGRFICO

    Foto 1- A fachada do prdio. O segundo pavimento fica na parte posterior, conforme observa-se na foto seguinte.

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    Foto 2- Na fachada, presena de trinca 45, inclinada em direo obra que est sendo executada, direita na foto.

    Foto 3- Registrada pela Rua Benjamin Constant, esta foto mostra da direita para a esquerda a obra na fase de execuo de fundaes profundas (tapume vermelho), a casa da Solicitante Svia da Fonseca Silvia e na esquina com a Rua General Cmara, um dos imveis da Solicitante Mary Laclete Resende.

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    Fotos 4 e 5- A dependncia foi totalmente calada para evitar um possvel desabamento. A flecha na cor branca indica um dos locais onde a parede rachou, indicando o recalque diferencial das fundaes.

    Foto 6- Presena de trincas horizontais na pea que encontra-se escorada para no desabar.

    Foto 7- Este tabuado foi colocado no lugar da parede de alvenaria existente para evitar um acidente grave, em funo do recalque das fundaes da casa da Solicitante.

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    Foto 8- Observa-se o afundamento dos pisos, onde visvel a fresta existente entre a cermica e a parede.

    Foto 9- Esta rachadura vertical, indicada pela flecha preta, manifestada no prdio da Solicitante, bem na divisa com a obra em execuo, indica o recalque sofrido nas fundaes.

    Foto 10- Observa-se a ruptura das cermicas devido o afundamento das fundaes.

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    Foto 11- A viga no suportou o movimento e apresentou uma trinca na face inferior, prximo do ponto de apoio.

    Foto 12- Nesta dependncia (garagem) as rachaduras manifestaram-se de forma generalizada. Observa-se o encontro da rachadura vertical que parte do piso indo ao encontro da rachadura horizontal, ao longo do encontro da parede com a laje, indicando o recalque excessivo das fundaes da casa da Solicitante

    Foto 13- O recalque das fundaes foi bem acentuado, evidenciado pelas anomalias exgenas representadas pelas rachaduras nas paredes.

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    Foto 14- As frestas manifestadas entre o piso e as paredes da garagem indicam a ocorrncia do recalque diferencial sofrido pelas fundaes da Solicitante.

    Figura 15- Mostrando o encontro dos prdios das Solicitantes. Observa-se uma rachadura inclinada (flecha branca) na parede da Sra. Svia, na direo da obra que est sendo executada e uma trinca vertical (flecha vermelha), na platibanda da Sra. Mary. 4.2. RUA GENERAL CMARA N. 250 Um prdio de alvenaria, com 123,25m2 de rea construda, situado em zona urbana e seu respectivo terreno prprio que mede 4,30m pela face da Rua Benjamin Constant por 17,35m pela face da Rua General Cmara, conforme a matrcula n. 39.502 do Registro de Imveis de Rio Grande. No trreo o imvel constitudo de um WC e duas dependncias, onde funciona a loja Stop Motos e o segundo pavimento composto por um depsito e escritrio.

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    4.2.1. REGISTRO FOTOGRFICO

    Figura 16 Mostrando os dois imveis da Solicitante Mary. Na esquina, situado a Rua General Cmara n. 250, uma loja de vendas de peas e acessrios de motos e a esquerda deste, sob o n. 258, o local onde reside e trabalha em seu outro comrcio, denominado Multicarnes.

    Figura 17 A esquina das ruas Benjamin Constant e General Cmara. Na foto, da direita para a esquerda, a obra em questo (tapume vermelho), a casa da Solicitante Svia e na esquina um dos imveis da Solicitante Mary.

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    Foto 18- Presena de trinca no encontro dos prdios das Solicitantes, causada pelo "descolamento" das paredes.

    Foto 19- Foi detectada uma trinca vertical partindo da platibanda estendendo-se at a viga.

    Foto 20- A trinca referida na foto anterior do tipo 'passante', manifestando-se no interior do pavimento de estoque (depsito) de mercadorias da loja.

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    Foto 21- Foi detectada uma trinca inclinada na parede onde existem prateleiras para acomodao de mercadorias.

    Foto 22- Ao recalcar, a parede inclinou, afastando-se da estrutura (pilar e viga), criando uma fresta entre estes elementos. Observa-se tambm a presena de uma trinca na parede.

    Foto 23- Presena de trinca vertical.

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    Foto 24- Presena de trinca inclinada na parede onde so encostadas as prateleiras para estocagem de mercadorias da loja.

    Foto 25- Trinca vertical no encontro de paredes.

    4.3. RUA GENERAL CMARA N. 258

    Um prdio de alvenaria com dois pavimentos e terrao, com 166,93m2 de rea construda, situado em zona urbana e seu respectivo terreno prprio que mede 17,10m de frente por 4,20m de fundo, conforme a matrcula n. 32.088 do Registro de Imveis de Rio Grande. O prdio constitudo no trreo por uma garagem, sala de estar, circulao, WC e cozinha. O segundo pavimento composto de 02 WC's, 03 dormitrios, circulao e sala de estar e no terrao foi construda uma rea de lazer representada por uma churrasqueira. 4.3.1. REGISTRO FOTOGRFICO

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    Foto 26 Registro da fachada do comrcio de carnes e residncia, sito Rua General Cmara n. 258.

    Fotos 27 e 28 Presena de trinca horizontal ao longo do encontro da parede com o teto, vindo a inclinar com ngulo de 45, prximo do encontro com a outra parede, indicando a ocorrncia de recalque diferencial das fundaes.

    Foto 29 Presena de trincas em paredes.

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    Fotos 30 e 31- Foram detectadas trincas horizontais no encontro das paredes com a laje de entrepiso.

    Fotos 32, 33 e 34 Na seqncia, uma rachadura que comea na parte superior esquerda da porta e desce at o encontro com o piso.

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    Foto 35 A laje de entrepiso, ao flexionar, sofreu esforo de compresso, trincando a cermica localizada prximo ao rodap.

    Foto 36 A parede ao sofrer deslocamento vertical provocou a abertura de uma fresta no encontro com a laje de concreto.

    Foto 37 Com mais aproximao, obsarva-se a fresta com mais nitidez.

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    Foto 38 Os azulejos na cozinha, prximo a laje estufaram. Analisando de forma mais aprofundada, constata-se que a parede recalcou ao mesmo tempo em que inclinou, provocando a anomalia exgena, com a ruptura da alvenaria e a conseqente manifestao de rachaduras.

    Foto 39 A anomalia exgena, vista mais de perto.

    Foto 40 Com mais aproximao, observa-se a patologia, com uma fenda na ordem de 7mm.

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    Foto 41 Presena de uma trinca horizontal ao longo do encontro da parede com a laje, devido a movimentao vertical da parede, indicando o recalque diferencial das fundaes.

    Foto 42 Rachadura vertical, prximo do encontro de duas paredes.

    Foto 43 Verificando as bolhas de estufamento da pintura, constatamos a anomalia exgena, com a abertura de uma fenda prximo do encontro com a laje.

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    5. METODOLOGIA A presente percia atendeu todos os requisitos necessrios e exigidos pela NBR 13752/96 (norma que fixa os critrios e procedimentos relativos s percias de engenharia na construo civil), em seu item 4.3.2 Requisitos essenciais. Todos foram condicionados tanto quanto abrangncia das investigaes, confiabilidade e adequao das informaes obtidas quanto qualidade das anlises tcnicas e ao menor grau de subjetividade emprestado pelo perito. 6. SUBSDIOS ESCLARECEDORES 6.1. REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO 6.1.1. INTRODUO As guas superficiais alteram o relevo, geram energia e fornecem abastecimento. J as guas subterrneas alm de serem utilizadas para o abastecimento, conferem e alteram as propriedades do solo onde sero construdas as edificaes, motivo pelo qual de grande importncia para a Engenharia Civil seu conhecimento e estudo. Os aqferos encontram-se em profundidades variadas, dependendo do local e topografia. Quando no so muito profundos, muitas vezes interferem nas obras que so executadas abaixo da superfcie como a construo de subsolos, infra-estrutura subterrnea, tneis entre outras. Quando ocorre essa situao, o rebaixamento do lenol fretico uma tcnica muito utilizada, podendo ser temporrio ou permanente, porm, dependendo da geologia de regio, o efeito do rebaixamento pode atingir grandes distncias, causando efeitos indesejveis, uma vez que diminui a umidade mdia e conseqentemente a presso neutra do solo, provocando o adensamento do terreno, ou seja, o solo pode ceder e recalcar.

    6.1.2. REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO TEMPORRIO OU PERMANENTE Quanto ao tempo de funcionamento de um sistema de rebaixamento de lenol fretico, Grandis (1998) explica que, na maioria dos casos, o rebaixamento de lenol fretico temporrio, sendo ativado imediatamente antes da execuo da escavao e desativado logo aps o trmino. Porm, podem ocorrer alguns casos diferenciados. Em uma condio intermediria, normalmente relacionada com alvio de sub-presses neutras ou de controle de seu efeito, o rebaixamento ativado muito antes e desativado muito aps o trmino da obra subterrnea. Um exemplo deste caso ocorre quando h a necessidade de que a estrutura fique progressivamente mais pesada para evitar a flutuao. Outro exemplo ocorre quando existe a possibilidade de ruptura hidrulica ou levantamento do fundo da escavao e o rebaixamento deve ser mantido por um perodo mais longo do que o de execuo da obra. Tambm podem ocorrer casos em que o lenol dgua deva ser mantido permanentemente rebaixado. Para isso, so utilizados os mesmos sistemas de rebaixamento apenas com o aumento da durabilidade dos mesmos, permitindo a perenidade de operao.

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    6.1.3. MTODOS DE REBAIXAMENTO Existem vrios mtodos de rebaixamento de lenol fretico, sendo os seguintes, os mais

    utilizados: 6.1.3.1. BOMBEAMENTO DIRETO

    O bombeamento direto o mais simples de todos os sistemas de rebaixamento de lenol fretico. Tambm denominado de esgotamento de vala, este mtodo consiste em recalcar a gua para fora da rea de trabalho, conduzindo-a por meio de valetas executadas no fundo da escavao, e acumulada em um ou vrios poos construdos abaixo da escavao ou rea de trabalho, conforme demonstra a Figura 1, abaixo. Quando a gua acumulada atinge determinado volume, o recalque executado por bombas.

    Figura 1- Sistema de rebaixamento por bombeamento direto (Alonso, 1999) 6.1.3.2. PONTEIRAS FILTRANTES

    Tambm conhecidas pela denominao inglesa Well point ou sistemas de poos filtrantes, as ponteiras filtrantes permitem executar o rebaixamento do nvel do lenol fretico de toda a rea de trabalho.

    Segundo Dobereiner e Vaz (1998), so freqentemente empregadas, podendo ser utilizadas em solos moles (solos de baixa consistncia).

    Conforme Alonso (1999), as ponteiras so tubos de ferro galvanizado ou de PVC, com dimetros entre 1 e 1 e comprimento entre 0,30 a 1,00 metro, perfurados e envolvidos por tela de nylon com malha de 0,6 milmetros ou por geotxtil, sendo que este segundo caso possui menor eficincia.

    Em rebaixamentos de pouca profundidade e em solos arenosos (sem a presena de siltes e argilas) possvel executar a ponteira sem tela ou geotxtil, executando-se pequenas ranhuras de pequena espessura no tubo.

    De acordo com Dobereiner e Vaz (1998), cada ponteira permite a retirada de uma vazo da ordem de 1 metro cbico por hora, alcanando, em condies favorveis, no mximo 2 metros cbicos por hora.

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    6.1.3.3. POOS PROFUNDOS

    Para superar as limitaes de profundidade do sistema de ponteiras, foi desenvolvido o sistema de rebaixamento com poos profundos. Esse sistema pode ser de dois tipos: com o emprego de injetores e de bombas de recalque submersas de eixo vertical. A Figura 2 mostra um sistema de rebaixamento por poos profundos e injetores em funcionamento.

    Figura 2 Vista geral do sistema de rebaixamento por injetores (Alonso, 1999)

    Para Alonso (1999), a vantagem desse sistema a possibilidade de rebaixar o nvel do lenol fretico a grandes profundidades, tornando-se economicamente mais vantajoso quando comparado com o sistema de ponteiras filtrantes com mais de 3 nveis.

    Para Dobereiner e Vaz (1998), as vantagens desse sistema so funcionar com a presena de slidos na gua e a operao intermitente, ou seja, mesmo quando no h gua suficiente no interior do poo para ser bombeada, o sistema no danificado. A principal restrio a baixa vazo, limitada a aproximadamente 4m/h, obrigando a execuo de vrios poos. 6.1.3.4. DRENAGEM POR ELETROSMOSE

    Para Grandis (1998), alguns solos siltosos e solos argilosos possuem granulometria muito fina e no permitem uma drenagem eficiente atravs de ponteiras filtrantes ou poos profundos. Para aumentar a eficincia do sistema, utiliza-se o mtodo de drenagem por eletrosmose, que consiste na aplicao de uma corrente eltrica continua, criando um gradiente adicional de natureza eltrica que acelera o movimento da gua nos vazios do solo.

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    O fenmeno da eletrosmose, aplicado na Mecnica dos Solos, deu origem ao sistema de drenagem por eletrosmose ou drenagem eltrica, desenvolvido pelo Dr. Leo Casagrande (CAPUTO, 1987). Segundo Grandis (1998), o sistema executado, instalando-se ponteiras filtrantes que consistem em ctodos, eletrodo com carga negativa, e hastes que consistem em nodos, eletrodo com carga positiva (Figura 3).

    Os eletrodos so instalados aproximadamente 2 metros abaixo do fundo da escavao com espaamento entre ctodos variando entre 8 e 12 metros, intercalados pelo nodo.

    Figura 3- Sistema de rebaixamento com drenagem por eletrosmose (Caputo, 1987)

    Segundo Grandis (1998), os ons de gua com carga positiva, normalmente so atrados pelas partculas de solo com carga negativa constituindo a camada dupla.

    Quando aplicado um gradiente eltrico, o ctodo atrai os ons positivos da gua e neste processo, transportam a gua contida nos vazios do solo. O gradiente eltrico aplicado em Volts por metro de espaamento, sendo que a voltagem no deve ser muito elevada (aproximadamente 12 volts) para evitar o aquecimento do solo.

    A gua caminha em direo ao ctodo, no caso s ponteiras filtrantes, e retirada atravs de um conjunto de bombas centrfuga e de vcuo.

    Este sistema utiliza muita energia eltrica. Para Grandis (1998), este mtodo mais utilizado como um processo de estabilizao do solo de talude e fundo de poo, no sendo muito utilizado no Brasil.

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    6.1.3.5. DRENOS 6.1.3.5.1. VERTICAIS DE ALVIO

    Os drenos de alvio tm a funo de auxiliarem na reduo da presso da gua no interior do macio geolgico.

    Segundo Dobereiner e Vaz (1998), os drenos de alvio em rochas so construdos atravs de perfuraes executadas com o emprego de equipamentos de roto-percusso, com dimetros apropriados, normalmente da ordem de 75 milmetros.

    Este sistema no utiliza filtros para drenagem, portanto, deve ser empregado em rochas bem consolidadas onde no h possibilidade de carreamento de partculas e conseqentemente, eroso interna regressiva.

    Quando h a necessidade de executar o dreno de alvio em solos, utilizado o dreno preenchido com areia, sendo denominado dreno de areia. Podem ser empregados na fundao de aterros ou para a consolidao de fundaes. 6.1.3.5.2. DRENOS HORIZONTAIS PROFUNDOS

    Mais conhecido como DHP, o dreno horizontal profundo utilizado para a drenagem localizada de camadas do macio geolgico.

    Segundo Dobereiner e Vaz (1998), devido ao efeito localizado, o DHP posicionado individualmente, podendo ser dispostos em arranjos com espaamento varivel.

    O DHP executado por meio de uma perfurao sub-horizontal com inclinao de 5 a 10 para cima para propiciar a sada da gua por gravidade (Figura 4), utilizando equipamento de sondagem rotativa ou roto-percusso, geralmente com dimetro de 100 milmetros e revestimento.

    Na perfurao introduzida uma tubulao de PVC rgido, com dimetro de 38 a 50 milmetros, da qual a maior parte constituda por um tubo filtrante envolvido em geotxtil quando instalado em solo ou envolvido em duas voltas de tela plstica quando instalado em rocha. O comprimento dos drenos normalmente varia entre 10 e 20 metros, raramente ultrapassando os 50 metros.

    Figura 4- Dreno horizontal profundo (DOBEREINER E VAZ, 1998 apud CARVALHO, 1991)

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    Para uma melhor eficincia do sistema, pode ser aplicada uma suco na tubulao de

    coleta de gua por meio de uma bomba de vcuo. O DHP deve estar localizado no macio geolgico de tal forma que a extenso do tubo

    filtrante imersa no aqfero seja a maior possvel. Antes da instalao do DHP, necessrio o prvio conhecimento da distribuio da camada que constitui o aqfero, quando so confinados, ou conhecer o comportamento da superfcie do lenol fretico, quando so aqferos livres.

    Porm, na maioria dos casos, existem caminhos preferenciais de percolao nos macios geolgicos, que concentram a gua subterrnea e podem ser de difcil localizao, sendo que, nestes casos, o posicionamento do DHP executado por tentativa. Este sistema pode ser indicado para drenar aqferos sob presso em tneis escavados em macios de solo, na drenagem de taludes de corte e na fundao de aterros. 6.1.3.6. GALERIA DE DRENAGEM

    De acordo com Dobereiner e Vaz (1998), as galerias de drenagem so executadas em macios de rocha ou solo com dimetro inferior a 3 metros. Quando a galeria no revestida, a drenagem feita pela prpria parede do macio. No caso de ser revestida, so instalados drenos de alvio para rochas e drenos horizontais profundos para solos. Esses drenos so instalados a partir das paredes em sentido radial.

    As galerias de drenagem so utilizadas quando outros sistemas so inviveis ou insuficientes para alcanar o rebaixamento pretendido ou para a retirada de grande volume de gua do macio.

    Normalmente so utilizadas em macios rochosos sob fundaes de barragens, em taludes e em cavas de minerao. Devido ao elevado custo na construo da galeria, esse sistema no muito empregado no Brasil.

    6.1.4. OPERAO E CONTROLE DE DESEMPENHO

    A eficincia de um rebaixamento de lenol fretico est relacionada correta operao desse sistema.

    Conforme Grandis (1998), quando se utiliza o sistema de rebaixamento por ponteiras filtrantes, o maior problema sempre a manuteno do vcuo. Primeiramente, fecha-se o registro de suco da entrada da bomba de vcuo. Em seguida, verifica-se a existncia de eventuais entradas de ar no circuito dos coletores e ponteiras, atravs da diminuio no valor do vcuo. Quando ocorre a entrada de ar por uma ponteira, causa uma trepidao caracterstica, sendo, neste caso, isolada do coletor por registro ou removida.

    Quando o sistema utilizado for o de poos profundos com injetores, a principal recomendao a verificao peridica das vlvulas e do bico dos injetores. O funcionamento inadequado dos injetores pode causar a injeo de gua no solo ao invs da suco.

    Para o sistema de rebaixamento por poos profundos e bombas submersas, o principal cuidado seguir as recomendaes do fabricante ao oper-las.

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    O controle do desempenho do rebaixamento do lenol fretico deve ser aferido por:

    9 Indicadores de nvel dgua e controle de vazo, preferivelmente atravs de medidas diretas ou hidrmetros;

    9 Controle em caixa de sedimentao para verificar, principalmente na fase inicial da execuo do rebaixamento, eventual transporte de slidos;

    9 Acompanhamento constante de instrumentao sonora e eltrica para identificar e sanar eventuais interrupes no funcionamento do sistema.

    Em casos de maior responsabilidade, onde qualquer problema no sistema pode causar

    impactos significativos, o controle e acompanhamento da operao do sistema deve ser realizado por um tcnico especializado, que execute registros dirios, mantendo uma fiscalizao constante. 6.1.5. ESCOLHA DO SISTEMA DE REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO

    Conforme Grandis (1998), para a escolha do sistema de rebaixamento a ser utilizado, essencial a avaliao do dano ou interferncia que o fluxo do lenol fretico pode causar obra.

    Se for pouca interferncia, pode-se utilizar apenas drenos e poos rasos para retirar do local o excesso da gua. Se os danos forem maiores ou estiverem inviabilizando a obra, pode-se adotar um sistema efetivo de rebaixamento temporrio ou definitivo do lenol fretico.

    Os sistemas convencionais de rebaixamento, como o uso de ponteiras filtrantes e poos profundos, normalmente so projetados, instalados e operados por empresas especializadas.

    Entretanto, locais onde existe a possibilidade de problemas de alvio de presses neutras ou a existncia de solos muito ou pouco permeveis, deve haver o envolvimento do projetista e executor da obra com a empresa que far o rebaixamento.

    Consoante Loturco (2003), a anlise para a escolha do sistema a ser utilizado requer as

    seguintes informaes: 9 Nvel esttico do lenol fretico; 9 Cota do horizonte impermevel; 9 Cota do fundo da escavao; 9 Croqui de localizao da rea com detalhes de rios, vales, lagos, mar; 9 Sondagens SPT Standard Penetration Test e descrio litolgica. Para Grandis (1998), os fatores que mais influenciam na escolha do sistema so: TIPO DE OBRA: Para escavaes rasas e rebaixamento at 6 metros, deve-se adotar um

    sistema de rebaixamento com ponteiras filtrantes. Quando a necessidade do rebaixamento for maior, deve-se prever um sistema de rebaixamento por poos profundos e bombas submersas para grandes vazes de gua ou injetores para vazes menores;

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    CONDIES DA SUPERFCIE: a formao geolgica e a natureza do subsolo, assim como a permeabilidade e a drenabilidade do solo ou rocha so de extrema importncia e podem definir o sistema de rebaixamento a ser utilizado. A Figura 5 indica o campo de aplicao de cada sistema de acordo com a granulometria do solo.

    Figura 5- Aplicabilidade geral do sistema de rebaixamento do lenol fretico (GRANDIS, 1998) ALTURA DE REBAIXAMENTO E QUANTIDADE DE GUA A SER BOMBEADA: essencial a

    avaliao da quantidade de gua que fluir para o interior da escavao. Dependendo da vazo a ser rebaixada e da profundidade, determina-se o sistema de rebaixamento e os equipamentos a serem utilizados;

    NATUREZA DO AQFERO E FONTES DE PERCOLAO: De acordo com a natureza do aqfero, estes podem ser classificados em artesianos ou livres. Segundo Campos (2004), os aqferos artesianos so aqueles em que a gua encontra-se sob presso superior atmosfrica, o que ocorre quando h um desnvel de sua superfcie provocada pelo confinamento entre duas camadas de baixa permeabilidade. Nos aqferos livres ou lenis freticos, a superfcie da gua se encontra com presso igual atmosfrica. A fonte de percolao, conforme Grandis (1998), pode ser um curso dgua prximo, um lago, a linha da costa martima ou um corpo dgua muito extenso.

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    6.1.6. CONSEQNCIAS E IMPACTOS DECORRENTES DO REBAIXAMENTO

    Segundo Grandis (1998), o rebaixamento do lenol fretico induz uma diminuio das presses neutras e, conseqentemente, o aumento das presses efetivas no solo. Nestes casos, podem ocorrer recalques indesejveis em estruturas localizadas na vizinhana da obra, podendo chegar a distncias de 100 metros.

    Recalque o abaixamento da superfcie do terreno em virtude da retirada da gua subterrnea das proximidades. O recalque pode provocar rachaduras no solo e em construes sendo que em casos extremos pode levar ao seu desmoronamento.

    Estes recalques so mais freqentes quando existem construes leves apoiadas sobre fundaes rasas em solo constitudo de argila mole, superficiais, sobrejacentes a aqferos muito permeveis.

    Em muitos casos, principalmente em construes mais antigas, no h projetos ou documentos que indiquem qual o tipo de fundao e estrutura utilizada nas edificaes. Nestes casos, dependendo do tipo de solo e o raio de influncia do rebaixamento, os cuidados devem ser maiores.

    Todas as possibilidades devem ser previstas pelo projetista, que deve recomendar a colocao de pinos de recalque nos vizinhos, selamento de trincas e fissuras existentes e eventuais medidas jurdicas cabveis.

    Conforme Strauss, Azambuja e Pinheiro (2000), pode-se evitar os problemas de recalque utilizando poos de recarga dos aqferos. Atravs da injeo de gua no aqfero, diminui-se o raio de influncia do rebaixamento.

    Tambm h o problema de natureza ambiental. O sistema de rebaixamento retira a gua dos lenis freticos, que, em alguns casos, poderia ser utilizada para abastecimento. A gua retirada, muitas vezes, no reaproveitada, sendo lanada na sarjeta. 6.2. RECALQUES DE FUNDAES 6.2.1. INVESTIGAO DO SUBSOLO

    A investigao do solo a causa mais freqente de problemas de fundaes. Na medida em que o solo o meio que vai suportar as cargas, sua identificao e a caracterizao de seu comportamento so essenciais soluo de qualquer problema, sendo no Brasil, o programa preliminar, normalmente desenvolvido com base em ensaios SPT (NBR 6484/2001).

    O programa complementar depende das condies geotcnicas e estruturais do projeto, podendo envolver tanto ensaios de campo (cone, piezocone, pressimetro, palheta, ssmica superficial, etc.) como de laboratrio (adensamento, triaxiais, cisalhamento direto, entre outros). 6.2.2. SOLOS DE COMPORTAMENTO ESPECIAL

    Os solos de comportamento especial podem ter sua ocorrncia prevista ainda em fase preliminar, definindo os ensaios especiais necessrios caracterizao de seu comportamento e sua influncia nas fundaes.

    Assim, ocorrncias localizadas, como zonas de minerao (problema pouco comum no Brasil), zonas crsticas, influncia da vegetao, colapsibilidade, expansibilidade e ocorrncia de mataces, se no identificados, podem provocar subsidncia ou problemas construtivos sensveis com o surgimento de patologias importantes e custos significativos de reparo.

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    Dentre os solos colapsveis, os quais possuem uma estrutura sujeita a grande variao (reduo) volumtrica, encontram-se os solos porosos tropicais, especialmente os originados de rochas granticas, tendo sido encontrando no Rio Grande do Sul, somente nas cidades de Santo ngelo, Carazinho e Vacaria2.

    J os solos expansivos, onde a presena de argilo-minerais em solos argilosos responsvel por grandes variaes de volume, decorrentes de mudanas do teor de umidade, provocando problemas especialmente em fundaes superficiais, foram encontrados no Rio Grande do Sul somente nas cidades de Encantado, So Jernimo, Santa Maria, Rosrio do Sul, Santa Cruz do Sul, Cachoeirinha e ao norte de Porto Alegre3. 7. DIAGNSTICO DA SITUAO A no existncia em nossa cidade, de solos classificados como especiais (Ver item 6.2.2. SOLOS DE COMPORTAMENTO ESPECIAL, do Laudo), a qual, como j mencionado, possui um solo predominantemente arenoso com algumas zonas constitudas de argila, como indica ser o caso em questo, nos leva a deduzir que a ocorrncia do sinistro no se deve a existncia de solo de comportamento especial.

    Constata-se que tanto as paredes da casa limtrofe bem como as dos prdios imediatamente vizinhos, sofreram recalques que ultrapassam os limites indicados por Skempton e MacDonald (1956). 8. CONCLUSO

    Todas as dependncias dos imveis foram minuciosamente inspecionadas sendo

    detectadas visualmente diversas Anomalias Exgenas (Originrias de fatores externos edificao, provocados por terceiros).

    Em todo projeto que envolve escavaes (obras subterrneas) fundamental o conhecimento do tipo de solo e do nvel do lenol fretico. Atravs dos estudos geolgicos e geotcnicos possvel conhecer essas condies, o que de extrema importncia para o bom desempenho desta tipologia de obra.

    Existe a preocupao com as interferncias que a gua pode causar durante e aps o trmino da obra. Devido a esse fato fundamental um estudo detalhado para adequar o projeto e a obra utilizando os recursos de rebaixamento do lenol fretico quando necessrio.

    Acontece que o rebaixamento de lenol fretico ocasiona alterao nas presses atuantes no solo, que podem produzir efeitos indesejveis, razo pela qual torna-se imprescindvel o pleno conhecimento dos solos adjacentes, alm da escolha certa da metodologia (Ver item 6.1.5. ESCOLHA DO SISTEMA DE REBAIXAMENTO DO LENOL FRETICO, do Laudo), para evitar conseqncias danosas (Ver item 6.1.6. CONSEQNCIAS E IMPACTOS DECORRENTES DO REBAIXAMENTO, do Laudo).

    A configurao e o padro das Anomalias Exgenas, manifestadas nos imveis, representadas por trincas e rachaduras em paredes e afundamento de pisos, indicam a ocorrncia de sinistro originado pela metodologia e equipamentos utilizados na operao de rebaixamento de lenol fretico, utilizado para possibilitar as escavaes em solo seco na obra limtrofe, interferindo no bulbo de presses dos alicerces dos imveis das Solicitantes, 2 Localizao de solos colapsveis no Brasil (Ferreira et al, 1989), com incluses de dados de Milititsky et Dias(1986) 3 Vargas et al. (1989)

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    provocando recalque diferencial excessivo nas fundaes e conseqentemente provocando o surgimento das patologias detectadas.

    Observa-se que estas patologias interferem tanto no desempenho e vida til dos componentes construtivos como na sade, segurana e habitabilidade dos imveis, impossibilitando sua utilizao de forma segura, portanto, necessria e urgente a implementao de medidas corretivas e reparos necessrios.

    Quanto a condio estrutural, necessrio e urgente se faz a desocupao do imvel da Solicitante Svia, devido a iminncia de desmoronamento da parede limtrofe obra, cabendo ponderar o risco de vida que tambm ficam submetidos os ocupantes dos imveis da Solicitante Mary, dado estes situarem-se 'colados' ao de Svia.

    Alm destas aes, de imediato deve ser realizado um projeto e execuo de recuperao estrutural por um profissional credenciado no CREA, o qual dever acompanhar todos os procedimentos com a finalidade de garantir a perfeita recuperao das estruturas ora abaladas, bem como o monitoramento dos prdios, visando a constatao da paralisao do afundamento (recalque) das fundaes.

    -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

    Vai o presente Laudo, desenvolvido em 29 (Vinte e nove) folhas impressas em um s

    lado, todas rubricadas, sendo a ltima datada e assinada.

    Rio Grande, 04 de janeiro de 2014.

    ------------------------------------ Clarel da Cruz Riet Eng. Civil CREA 66.891-D Perito - IBAPE 1.047/99