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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: FUNDACAO UNIVERS.FED. DE MATO GROSSO DO SUL Exercício: 2015 Processo: Município: Campo Grande - MS Relatório nº: 201505097 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL _______________________________________________ Análise Gerencial Chefe, Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos Resultados da Gestão na UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FUFMS realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de Serviço n.º 201505097 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”. 1. Introdução O presente trabalho foi realizado em Campo Grande - MS, com o objetivo de avaliar a gestão da unidade. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso denominado relacionamento entre IFES e fundação de apoio”, com intuito de verificar se o mesmo segue as diretrizes estabelecidas na Lei nº. 8.958/94, seus regulamentos, e alterações posteriores. O macroprocesso foi selecionado por estar estreitamente relacionado à missão institucional da unidade, qual seja: “Desenvolver, difundir e socializar o conhecimento por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da prestação de serviços e promover a formação integral e permanente dos cidadãos, preparando-os para que possam intervir e atuar com dinamismo no processo de desenvolvimento local, regional, nacional e internacional.”

Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · Lei nº. 8.958, de 20 de dezembro de 1994 e pelo Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de 2010, tendo em vista que para o estabelecimento

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Unidade Auditada: FUNDACAO UNIVERS.FED. DE MATO GROSSO DO

SUL

Exercício: 2015

Processo:

Município: Campo Grande - MS

Relatório nº: 201505097

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO

MATO GROSSO DO SUL

_______________________________________________ Análise Gerencial

Chefe,

Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos

Resultados da Gestão na UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL -

FUFMS realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de Serviço n.º

201505097 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição Federal de 1988, de

acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar

os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e

patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”.

1. Introdução

O presente trabalho foi realizado em Campo Grande - MS, com o objetivo de avaliar a

gestão da unidade. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso denominado

“relacionamento entre IFES e fundação de apoio”, com intuito de verificar se o mesmo

segue as diretrizes estabelecidas na Lei nº. 8.958/94, seus regulamentos, e alterações

posteriores. O macroprocesso foi selecionado por estar estreitamente relacionado à

missão institucional da unidade, qual seja: “Desenvolver, difundir e socializar o

conhecimento por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da prestação de serviços e

promover a formação integral e permanente dos cidadãos, preparando-os para que possam

intervir e atuar com dinamismo no processo de desenvolvimento local, regional, nacional

e internacional.”

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Para este trabalho de avaliação, analisaram-se os convênios e contratos firmados pela

Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - FUFMS com as Fundações de

Apoio a ela vinculadas. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 03 a 13

de novembro de 2015, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço

Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

A abordagem adotada pela CGU objetivou responder à seguinte questão e subquestões

de auditoria, referentes ao relacionamento entre a FUFMS e as fundações de apoio com

intuito de verificar se estão pautadas pelas diretrizes estabelecidas na Lei nº. 8.958/94:

2.1 Em que medida os normativos sobre o relacionamento entre a FUFMS e as

fundações de apoio; sobre a participação de servidores nas atividades

desenvolvidas pelas fundações no âmbito dos projetos; e sobre as bolsas a serem

pagas pelas fundações aos servidores das Universidades atendem aos dispositivos

legais previstos na Lei nº. 8.958/1994 e Decreto nº. 7.423/2010?

A Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994 (e alterações), dispõe sobre as relações entre

as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e de pesquisa científica e tecnológica

(ICT) e as fundações de apoio, instituídas sob a forma de fundação de direito privado,

sem fins lucrativos, devidamente registrada e credenciada, com a finalidade de dar apoio

a projetos de ensino, pesquisa e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e

tecnológico, inclusive na gestão administrativa e financeira estritamente necessária à

execução desses projetos, segundo conceito formulado pelo art. 1º da referida Lei.

Assim a fundação de apoio tem como objetivo dar suporte a projetos de pesquisa, de

ensino, de extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico criando

condições mais propícias para que as instituições apoiadas estabeleçam relações com o

ambiente externo (art. 1º, parágrafo único, do Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro de

2010).

O Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro de 2010, estabelece que desenvolvimento

institucional compreende os programas, projetos, atividades e operações especiais,

inclusive de natureza infraestrutural, material e laboratorial, que levem à melhoria

mensurável das condições das IFES e demais ICT, para o cumprimento eficiente e eficaz

de sua missão, conforme descrita no Plano de Desenvolvimento Institucional, vedada em

qualquer caso, a contratação de objetos genéricos, desvinculados de projetos específicos.

Dessa forma, a atuação da fundação de apoio em projetos de desenvolvimento

institucional para melhoria de infraestrutura deverá limitar-se às obras laboratoriais, à

aquisição de materiais e a equipamentos e outros insumos especificamente relacionados

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às atividades de inovação e pesquisa científica e tecnológica. Adicionalmente estabelece

que o relacionamento entre a instituição apoiada e a fundação de apoio, especialmente no

que diz respeito aos projetos específicos deve estar disciplinado em norma própria,

aprovada pelo órgão colegiado superior da instituição apoiada.

Verificou-se que a Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - FUFMS

instituiu os seguintes normativos com o objetivo de disciplinar o seu relacionamento as

fundações de apoio:

- Resolução Conselho Diretor nº 44, de 21 de setembro 2011 – estabelece as normas que

regulamentam o relacionamento da UFMS com as Fundações de Apoio;

- Resolução Conselho Diretor nº 47, de 21 de setembro 2011 – trata das normas que

regulamentam as atividades de prestação de serviço no âmbito da FUFMS;

- Resolução Conselho Diretor nº 134, de 03 de dezembro de 2015 – regulamenta o

pagamento de bolsas aos servidores e discentes da UFMS.

Na Resolução CD nº 44, de 21 de setembro 2011, em seu art. 1º, está prevista a

possibilidade de a FUFMS celebrar convênios, contratos ou instrumentos congêneres, por

prazo determinado com fundações instituídas com a finalidade de dar apoio a projetos de

ensino, pesquisa e extensão, inovação e de desenvolvimento institucional, científico e

tecnológico, inclusive na gestão administrativa e financeira estritamente necessária à

execução desses projetos. Nesse mesmo normativo há previsão de participação de seus

servidores nas atividades realizadas pelas fundações no art. 14 da Resolução, desde que

haja autorização por ato formal do Diretor ou Chefe da Unidade ao qual se encontra

vinculado e aprovação por órgão de direção superior. Além disso, a participação do

servidor não deverá implicar prejuízo nas suas atribuições junto à Universidade.

No que se refere à concessão de bolsas, verificou-se que foram disciplinadas as hipóteses

por intermédio da Resolução CD nº 134, de 03 de dezembro 2015. Constam desse

documento: as modalidades de bolsas; também estão caracterizadas as atividades

passíveis de recebimento e os beneficiários, tendo sido estabelecida a exigência de seleção

pública por meio de edital publicado no Boletim de Serviços, além de exigir o

preenchimento do termo de concessão. Registra-se, apenas, que em relação ao valor, foi

fixado como referência os valores pagos pelo CNPq não tendo sido considerados critérios

de proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário.

Do exposto, constata-se que a FUFMS dispõe de normativo estabelecendo as diretrizes

do relacionamento com as suas Fundações de Apoio, que atende em parte ao exigido pela

Lei nº. 8.958, de 20 de dezembro de 1994 e pelo Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de

2010, tendo em vista que para o estabelecimento dos valores não foram fixados critérios

de proporcionalidade à remuneração dos seus beneficiários.

##/Fato##

2.2 A fundação de apoio contratada/convenente está registrada e credenciada no

Ministério da Educação e no Ministério da Ciência e Tecnologia? Em caso positivo,

está dentro da validade de dois anos?

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Para que uma fundação de direito privado seja considerada fundação de apoio é necessário

o prévio registro e credenciamento por ato conjunto dos Ministérios da Educação e da

Ciência e Tecnologia, que terá validade pelo prazo de dois anos, renovável,

sucessivamente, pelo mesmo período.

Atualmente a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul possui apenas uma fundação

de apoio registrada e credenciada no Ministério da Educação e no Ministério de Ciência

e Tecnologia com a finalidade de prestar apoio a projetos de ensino, pesquisa e extensão,

a FAPEC - Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, credenciada por meio

da Portaria Conjunta nº 46, de 22 de outubro de 2013, pelo período de dois anos.

Por essa razão foram encaminhados os documentos necessários para o seu

recredenciamento para a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação por

intermédio do Ofício nº 55/2015, de 22 de abril de 2015.

Há que se ressaltar que o registro e o credenciamento de fundação de apoio cujo pedido

de renovação tenha sido protocolado no prazo previsto (antecedência mínima de cento e

vinte dias do termo final de sua validade) terá sua validade prorrogada até a publicação

da decisão final, caso não tenha sido julgado até o seu vencimento (§ 4º do art. 5º do

Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de 2010).

Destaca-se que até a presente data, ainda não houve a publicação de Portaria da Secretaria

de Educação Superior do Ministério da Educação concedendo o recredenciamento da

FAPEC.

##/Fato##

2.3 Em que medida os contratos/convênios são firmados a partir das diretrizes

estabelecidas pela Lei nº. 8.958/94, bem como nos seus regulamentos?

Verificou-se o total de quatro contratos vigentes ou finalizados, no exercício 2015,

firmados entre a Universidade Federal e a FAPEC, conforme art. 1º da Lei nº 8.958, de

20 de dezembro de 1994, sendo detalhado no quadro a seguir.

Quadro - Relação dos Contratos Vigentes - exercício 2015.

Contrato de

Prestação de

Serviços

Projeto Vigência Valor Global (R$)

132/2015 Estudo do comportamento mecânico de solos

estabilizados quimicamente.

12/10/2015 a 12/10/2017 922.800,00

200/2014

Especialização em Educação, Pobreza e

Desigualdade Social – Termo de Cooperação nº

1914/2014.

16/12/2014 a 30/08/2016 834.950,00

183/2014 Desenvolvimento de Competências Gerais e

Específicas das Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Trabalho nas Redes de

Atenção à Saúde.

01/12/2014 a 30/09/2015 65.959,79

256/2013 Apoio à Capacitação e Formação Inicial e

Continuada de Professores, Profissionais,

Funcionários e Gestores para Educação Básica

20/12/2013 a 31/12/2015 2.874.000,00

TOTAL (R$) 4.697.707,79

Fonte: Ofício nº 46/2015 – AUD/RTR, de 10/11/2015.

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No que se refere aos convênios, constatou-se que não existem convênios vigentes ou

finalizados, no exercício 2015, nos quais a FUFMS atue como “Concedente”. Atualmente

existem 13 (treze) convênios vigentes, cuja firmatura fundamentou-se nos artigos 1º-A e

1º B, da Lei nº 8958, de 20 de dezembro de 1994, nos quais verificou-se que a FUFMS

figura com executora/interveniente, conforme detalhado no quadro a seguir.

Quadro - Relação dos Convênios Vigentes - exercício 2015.

Nº Convênio

Concedente

Convênio

UFMS

Descrição do Projeto Vigência Valor Global (R$)

FINEP

01.10.0013-00 050/2010

Chamada FINEP 01/08 - Repasse de recursos

financeiros para a realização do Projeto:

"Ampliação da infraestrutura de pesquisa e

pós-graduação da UFMS" (Proc. 10298/09-40).

15/01/2010 a

15/07/2016 3.331.204,00

FINEP

01.12.0062-00 018/2012

Execução do Projeto "Desenvolvimento de

Tecnologias e Procedimentos Eficientes para

Gestão Hidro energética em Sistemas de

Abastecimento de Água (Proc. 9208/10-10).

27/02/2012 a

28/02/2016 4.549.412,00

FINEP

01.12.0063-00 019/2012

Chamada 01/2010 - Repasse de Recursos para

execução do Projeto: " Técnicas Experimentais

de Modelagem aplicadas a redução de perdas

em sistemas de abastecimento público de água"

(Proc. 9354/10-37).

06/03/2012 a

06/03/2016 1.175.550,00

FINEP

01.12.0112-00 070/2015

Projeto Rede Nacional de Tratamento de

Esgotos Descentralizados (Proc. 1094/11-32).

05/04/2012 a

05/04/2016 407.089,79

FINEP

01.12.0243-00 003/2013

Chamada FINEP 02/10 - Ampliação da

Infraestrutura de Pesquisa e Pós-Graduação da

UFMS (Proc. 709/12-94).

28/06/2012 a

28/06/2016 2.581.400,00

FINEP

01.12.0445-00 003/2012

Chamada FINEP 01/11 - Ampliação da

Infraestrutura de Pesquisa e Pós-Graduação da

UFMS (Proc. 7060/12-32).

21/11/2012 a

21/11/2015 4.887.507,00

FINEP

01.13.0138-00 003/2013

Projeto Desenvolvimento de Plantas resistentes

a Insetos Praga, conforme plano de trabalho

integrante do termo de convênio (Proc.

3609/13-09).

21/06/2013 a

21/12/2016 498.832,68

FINEP

01.13.0358-00 001/2014

Chamada FINEP 01/13 - Projeto Ampliação da

Infraestrutura de Pesquisa e Pós-Graduação da

UFMS 2013 (Proc. 9623/13-16).

12/12/2013 a

12/12/2016 5.599.388,00

PETROBRÁS

7112.0090962.14-

04

88/2012

Projeto P&D: Manutenção Preditiva Otimizada

em sensores aplicada à Indústria de Petróleo e

Gás Natural com Ferramentas de Diagnósticos

(Proc. 5246/2012-57).

27/01/2011 a

18/01/2016 918.168,30

FUNASA

403/2011 005/2013

Ações de Desenvolvimento em Pesquisas na

área de Engenharia de Saúde Pública e

Saneamento Ambiental no âmbito do programa

de pesquisas em Saúde e Saneamento, visando

modelo de gestão de serviços de saneamento

para comunidades isoladas (Proc. 9040/12-04).

30/12/2011 a

16/06/2016 100.000,00

ELETROBRÁS

DTP 004/2011 87/2012

Convênio de Cooperação Técnica para

Desenvolvimento de Ações Intergrantes do

Programa Nacional de Conservação e Energia

Elétrica – PROCEL (Proc. 5247/2012-00).

22/12/2011 a

22/06/2016 4.723.340,66

PETROBRÁS

7112.0090962.14-

04 -

Montagem e Instalação do MIBio- Museu

Interativo da Biodiversidade do Aquário

Pantanal (Proc. 6732/2015-35).

20/03/2014 a

19/03/2016 14.993.555,68

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MCM

Componentes

Eletrônicos Ltda

Sem Número

-

Criação do Programa de Cooperação e

Intercâmbio Tecnológico, Científico,

Educacional na área de Tecnologia da

Informação (Proc. 6733/2015-80).

05/01/2013 a

05/01/2018 1.798.100,85

TOTAL (R$)

45.563.548,96

Fonte: Ofício nº 48/2015 – AUD/RTR, de 13/11/2015.

Para os exames foi selecionada uma amostra composta da seguinte forma: dois contratos

no valor de R$ 3.796.800,00, que representam 80,82% dos contratos vigentes; e cinco

convênios no valor de R$ 27.685.641,32, que representam 60,76% do total de convênios

vigentes.

(i) Os contratos e convênios são firmados a partir da existência prévia de

projeto?

A partir da amostra analisada, identificou-se a existência de um convênio firmado sem a

existência de um projeto vinculado a ele (MCM Componentes Eletrônicos). Nos demais

convênios não foram identificadas impropriedades relacionadas ao projeto.

Importante esclarecer que nos processos de convênio cujo concedente seja a Financiadora

de Estudos e Projetos - FINEP (empresa pública), na qualidade de agência de fomento do

Ministério da Ciência e Tecnologia, aplica-se também a Instrução Normativa nº 01, de 25

de junho de 2010, do Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico. A referida Instrução normativa estabelece normas e diretrizes

para transferência, utilização e prestação de contas dos recursos do Fundo Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT na modalidade não reembolsável,

por meio de convênios, termos de cooperação e acordos de cooperação celebrados. Nesses

casos a seleção de propostas para fins de celebração de convênios realiza-se por meio de

chamada pública.

Destaca-se que o art. 17 da Instrução Normativa do CDFNDCT nº 01, de 25 de junho de

2010, prevê que a celebração do convênio será precedida de análise e manifestação

conclusiva dos setores técnico e jurídico da concedente, segundo suas respectivas

competências, quanto ao atendimento das exigências formais, legais e constantes da

referida Instrução Normativa.

Assim, nos Convênios cuja concedente seja a FINEP, por se tratarem de editais de

Chamadas Públicas, os projetos são registrados nos sistemas informatizados

disponibilizados pela Concedente e obedecem as regras estabelecidas nos editais, de

forma que o plano de trabalho aprovado representará o projeto elaborado pela FUFMS,

os quais decorrem de Subprojetos elaborados em cada uma de suas Faculdades/Centros.

Relativamente a este item, conclui-se que a FUFMS não atendeu plenamente ao que

determina o art. 1º, da Lei nº. 8.958, de 20 de dezembro de 1994, pois foram celebrados

convênios sem a existência de um projeto que o fundamentasse.

(ii) Há aprovação do projeto pelos órgãos acadêmicos da IFES relacionados?

O Decreto 7.423, de 31 de dezembro de 2010 prevê que os projetos deverão ser

obrigatoriamente aprovados pelos órgãos colegiados acadêmicos competentes da

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instituição apoiada, segundo as mesmas regras e critérios aplicáveis aos projetos

institucionais da instituição apoiada.

Nessa linha, a Resolução CD nº 44, de 21 de setembro de 2011, no seu artigo 10 estabelece

a mesma regra, conforme detalhado a seguir:

“Os projetos devem ser obrigatoriamente aprovados pelos órgãos colegiados

competentes da UFMS, segundo as mesmas regras e critérios aplicáveis aos

projetos institucionais.”

Relativamente aos contratos analisados foi observada essa exigência, pois o projeto do

Contrato nº 256/2013 foi aprovado por meio da Instrução de Serviço da Pró-Reitoria de

Ensino de Graduação nº 320, de 20 de novembro de 2013 e também no pelo Conselho do

Centro de Ciências Humanas e Sociais. O Contrato nº 132, por sua vez, teve o seu projeto

aprovado por meio da Resolução do Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação nº 97, de 17

de julho de 2015.

Em relação aos Convênios, verificou-se que o projeto relativo ao convênio cuja

concedente era a Petrobrás não foi aprovado pelos Conselhos Superiores. Relativamente

a três convênios cuja concedente era a FINEP (01.12.0112-00, 01.12.0445-00 e

01.13.0358-00), verificou-se que os Planos de Trabalho dos projetos foram aprovados

pelos órgãos colegiados acadêmicos responsáveis. E em relação ao Convênio cuja

concedente era a MCM Componentes Eletrônicos não havia sequer projeto.

Evidencia-se, assim, a desobediência ao disposto no § 2º do art. 6º do Decreto nº 7.423,

de 31 de dezembro de 2010, pois estão sendo firmados convênios sem que haja aprovação

dos projetos pelos órgãos acadêmicos competentes.

(iii) Os contratos e convênios são por tempo determinado?

Tal regra está sendo observada pela FUFMS, pois todos os contratos e convênios

analisados foram assinados por tempo determinado, conforme demonstrado nos quadros

acima, nos quais consta a Relação dos Contratos e dos Convênios Vigentes - exercício

2015.

(iv) Os contratos e convênios contêm clara descrição do projeto, recursos

envolvidos e adequada definição quanto à repartição de receitas e

despesas oriundas dos projetos e obrigações e responsabilidades de cada

uma das partes?

Importante salientar que os instrumentos de convênios devem conter clara descrição do

projeto de ensino, pesquisa e extensão ou de desenvolvimento institucional, científico e

tecnológico a ser realizado, os recursos envolvidos, a adequada definição quanto à

repartição de receitas e despesas oriundas dos projetos envolvidos e as obrigações e as

responsabilidades de cada uma das partes, segundo disposto no art. 6º, § 1o do Decreto

7423, de 31 de dezembro de 2010.

Como resultado da análise dos processos, contatou-se que nos dois instrumentos de

contratos e em quatro convênios foram anexadas as informações exigidas pelas normas,

principalmente no que se refere ao objeto do projeto, aos recursos envolvidos, obrigações

e responsabilidades de cada uma das partes.

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Assim, apenas em relação ao Convênio firmado com a MCM Componentes Eletrônicos

não havia plano de trabalho, pois foi celebrado sem a existência de um projeto vinculado

a ele.

Conclui-se assim, que estão sendo observadas parcialmente as normas relativas à

descrição dos projetos que fundamentam a celebração dos convênios, em desobediência

ao que preveem os incisos I, II e III do art. 9º do Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro de

2010.

(v) Os contratos e convênios possuem cláusula expressa sobre prestação de

contas?

No que se refere à existência de cláusula expressa sobre prestação de contas, constatou-

se que em todos os processos analisados constava do termo de convênio a exigência de a

convenente prestar contas à concedente.

Registra-se apenas que, apesar de constar do termo de convênio firmado com a MCM

Componentes Eletrônicos a exigência de apresentação de prestação de contas, nos

processos apresentados pela FAPEC e pela FUFMS não foram anexados demonstrativos

de prestação de contas.

Nesse item destaca-se também a situação ocorrida no convênio 01.12.0445-00, pois

embora houvesse no termo de convênio cláusula prevendo a obrigação de a convenente

prestar contas dos recursos recebidos, nem sempre os demonstrativos de prestação de

contas eram apresentados pela FAPEC nos prazos estabelecidos. Em decorrência disso, o

gestor do convênio não dispunha de informações tempestivas acerca dos valores

executados e das ações já implementadas.

Do exposto, observa-se que embora conste dos termos de convênio cláusula expressa

sobre a prestação de contas, nem sempre a convenente cumpre as obrigações pactuadas.

##/Fato##

2.4 Há anuência expressa da IFES para que a fundação de apoio capte e receba

diretamente recursos financeiros sem ingresso na Conta Única do Tesouro, com

base nos artigos 1º-A e 1º-B da Lei nº 8.958/94?

Segundo informado pela Coordenadoria de Relações Institucionais, essa anuência

expressa estava representada pelos termos de convênio sem numeração constantes em três

processos analisados, e somente assinados pelos dirigentes da FUFMS e da FAPEC.

Ressalva-se, porém, que os termos analisados não estavam datados, de forma que não é

possível concluir que representem uma autorização da FUFMS para a FAPEC receber e

captar diretamente recursos financeiros sem ingresso na Conta Única do Tesouro.

Há que se destacar que em dois convênios analisados (MCM Componentes Eletrônicos e

Petrobrás) não havia autorização expressa da Universidade para que a FAPEC realizasse

tal atividade, sendo que em um deles a FUFMS nem foi incluída como anuente, executora

ou interveniente. Verificou-se que esse convênio foi celebrado inicialmente apenas entre

a FAPEC e a MCM Controles Eletrônicos LTDA, e na mesma data da celebração do

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convênio foi firmado o 1º Termo Aditivo, no qual foi incluído no Departamento de

Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Conclui-se, assim, no que se refere à anuência expressa da Universidade para que a

FAPEC capte e receba diretamente recursos financeiros sem ingresso na Conta Única do

Tesouro, a ausência de documento dessa natureza nos processos analisados.

##/Fato##

2.5 Em que grau os elementos determinados pela Lei nº. 8.958/94, bem como pelos

seus regulamentos, no que tange à transparência, acompanhamento e controle dos

contratos/convênios estão sendo seguidos tanto pela IFES quanto pelas fundações

de apoio?

Observou-se que está havendo descumprimento das regras relativas à transparência, ao

acompanhamento e ao controle dos contratos/convênios, tanto pela FAPEC quanto pela

FUFMS, conforme tratado a seguir.

(i) A IFES possui registro centralizado referente a todos os dados relativos

aos projetos desenvolvidos junto com as Fundações de Apoio? Há ampla

publicidade desses dados em boletins internos e na internet?

Verificou-se que a FUFMS não possui registro centralizado dos dados referentes aos

projetos desenvolvidos junto com as Fundações de Apoio. Há que se destacar que embora

os convênios e os contratos firmados com a FAPEC tenham por fundamento a Lei 8.958,

de 20 de dezembro de 1994, eles são gerenciados por setores distintos.

As Pró-Reitorias (Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-

Graduação e Inovação e Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis) são

responsáveis pela aprovação, pelo registro e pelo acompanhamento dos dados relativos

aos Projetos de sua competência, conforme a área tratada.

No que tange à formalização dos instrumentos jurídicos, verificou-se que no caso dos

contratos cabe à Divisão de Gestão de Contratos – DICT/PRAD a execução dos

procedimentos para celebração, registro, publicação e finalização dos instrumentos

jurídicos. Em relação aos Convênios, as Pró-Reitorias, conforme a área tratada (ensino,

pesquisa ou extensão) são encarregadas da formalização do instrumento jurídico, sendo

orientadas pela Coordenadoria de Relações Institucionais – CRT/PROPLAN que é

responsável por coordenar e acompanhar a execução de programas e projetos, atuando

como elemento de ligação direta com os órgãos competentes.

Destaca-se que subordinados à CRT/PROPLAN, existem dois setores: a Divisão de

Convênios – DICV/CRT/PROPLAN com as seguintes atribuições: orientar sobre os

procedimentos para celebração de Acordos de Cooperação, Convênios, Termos de

Parceria, Protocolo de Intenções e Termos Aditivos; colaborar na elaboração do Plano de

trabalho necessário a formalização dos Instrumentos Jurídicos ou e Termos Aditivos;

elaborar a minuta de instrumento jurídico firmados na UFMS; executar os procedimentos

necessários a formalização, celebração, registro, publicação e finalização dos

instrumentos jurídicos firmados na UFMS; executar e manter o cadastramento dos

Convênios e termos aditivos no Sistema de Convênios do Governo Federal – SICONV;

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notificar os gestores sobre a vigência do instrumentos jurídicos. E a Divisão de

Acompanhamento de Convênios – DIPC/CRT/PROPLAN com as seguintes

competências: orientar os gestores sobre os procedimentos a serem adotados na execução

do Plano de Trabalho (PT) aprovado no instrumento jurídico; promover o

acompanhamento de todos os instrumentos jurídicos, que envolvam recursos financeiros

com PT e sem recursos, celebrados no âmbito da CRT/PROPLAN; expedir notificações

de prazo para apresentação de prestação de contas de instrumentos celebrados com

Fundações de Apoio; analisar e emitir pareceres referentes a prestações de contas dos

instrumentos jurídicos celebrados com as Fundações de Apoio.

Há que se destacar que, embora o Manual de Competências da FUFMS detalhe as

competências de cada um desses setores, não há definição das suas atribuições quando se

trata de convênio no qual a FUFMS atue como Executora/Interveniente. Assim todas as

atribuições detalhadas acima aplicam-se apenas às situações em que a Universidade atue

como concedente. Registra-se que todos os convênios analisados foram firmados com

fundamento nos artigos 1º-A e 1º B, da Lei nº 8958/1994, e por essa razão a Universidade

não fará a análise das prestações de contas.

O acompanhamento das ações previstas, por sua vez, tem a sua sistemática estabelecida

na Instrução Normativa PROPLAN nº 01, de 22 de maio de 2015, na qual estão fixadas

as competências dos gestores designados para o acompanhamento dos convênios. Nesse

normativo estão delimitadas as competências dos gestores de convênios, e em seus anexos

são disponibilizados modelos de relatórios de fiscalização e acompanhamento. Assim, no

caso de convênios cabe ao gestor designado executar o monitoramento do plano de

trabalho aprovado, devendo emitir relatórios parciais das ações executadas e o relatório

final atestando o fiel cumprimento dos serviços e metas quando do encerramento do

projeto.

No caso de contratos cabe ao fiscal nomeado o acompanhamento da execução do projeto,

emitindo o relatório final quando do encerramento da sua vigência, sendo que não há

nenhum normativo estabelecendo regras para a apresentação de relatórios parciais.

Outro problema identificado, nos processos analisados, foi o fato de a FAPEC não

cumprir os prazos estabelecidos nos termos de convênios para a apresentação dos

demonstrativos de prestação de contas. Tal situação foi identificada nos convênios

firmados com a FINEP caracterizados como CT-PROINFRA, nos quais os gestores

embora tenham emitido relatórios parciais de acompanhamento, os mesmos não foram

apresentados nos prazos estipulados na IN nº 01, de 22 de maio de 2015, uma vez que as

informações referentes à execução física e financeira do convênio/contratos de forma

tempestiva.

Constata-se, assim, que além de contratos e convênios serem executados por setores

distintos, ainda que tenham por fundamento a mesma lei, a FUFMS também não dispõe

de normatização estabelecendo as competências dos setores para os casos dos convênios

firmados com base nos artigos 1º-A e 1º B, da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994.

Assim, embora a FUFMS não seja a concedente dos recursos, será responsável por

implantar sistemática de gestão, controle e fiscalização de convênios e contratos,

individualizando o gerenciamento dos recursos envolvidos em cada um deles.

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Há que se ressaltar, que a FUFMS tem o dever de realizar o controle finalístico desses

convênios, o qual já foi expressamente determinado pelo Tribunal de Contas da União no

item 9.2.14 do Acórdão TCU nº 2.731/2008 – Plenário, detalhado a seguir:

9.2.14. efetuem controle finalístico e de gestão das licitações realizadas pelas

fundações de apoio para a contratação de bens e serviços, bem como dos

processos de contratação de pessoal não integrante da instituição apoiada,

evitando quaisquer ações destinadas a prover a IFES de mão-de-obra para

atividades de caráter permanente ou que caracterizem a terceirização irregular;”

No que tange ao Sistema informatizado utilizado pela Universidade, o SICON - Sistema

de Gestão de Convênios, foi informado que carece de melhorias nas suas funcionalidades,

as quais já foram solicitadas reiteradas vezes à Direção do Núcleo de Tecnologia da

Informação – NTI. Entretanto ainda não foram adotadas providências no sentido permitir

que esse Sistema seja adequado. Há que se destacar que da amostra selecionada dois

Convênios (MCM Componentes Eletrônicos e Petrobrás) não haviam tramitado pela

Coordenadoria de Relações Institucionais, por essa razão não haviam sido registrados no

SICON, nem mesmo haviam sido formalizados processos para os mesmos. A despeito de

tal fato, estavam sendo regularmente executados pela FAPEC. Por essa razão, durante os

trabalhos de auditoria foram formalizados os processos 23.104.006732/2015-35

(Petrobrás) e 23.104.006733/2015-80 (MCM Componentes Eletrônicos), os quais foram

analisados pela equipe.

Registra-se, ainda, que não estão sendo publicados nos boletins de serviço da FUFMS as

informações referentes aos convênios e contratos firmados. A Coordenadoria de Relações

Institucionais informou que no âmbito da FUFMS a publicidade dos instrumentos

celebrados pode ser verificada por meio do link http://www.siplan.ufms.br/admin/, cuja

base de dados é alimentada pela Divisão de Convênios – DICV/CRT/PROPLAN.

Do exposto conclui-se que a FUFMS não possui registro centralizado de todos os dados

relativos ao acompanhamento de metas e avaliação, de Planos de Trabalho e da concessão

de bolsas, dentre outros, de cada projeto em andamento desenvolvido juntamente com as

fundações de apoio, nos moldes estabelecidos no § 2º do art. 12 do Decreto nº. 7.423, de

31 de dezembro de 2010, uma vez que as atividades relacionadas a contratos e convênios

não são executadas pelos mesmos setores. Além disso, o Sistema de Gerenciamento de

Convênios necessita de atualização, pois não dispõe de funcionalidades que facilitem o

controle dos projetos executados. Identificou-se, ainda, a ausência de publicidade dos

dados relativos aos projetos, pois as informações referentes aos contratos e convênios não

estão disponíveis no sítio eletrônico da FAPEC nem da FUFMS. Dessa forma, está

havendo descumprimento do § 2º do art. 12 do Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro de

2010 e do art. 4º-A da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994.

(ii) A IFES possui controle no sentido de monitorar se as fundações de apoio

divulgam em site próprio as informações constantes no art. 4º-A da Lei

nº. 8.958/94?

Verificou-se que a FUFMS não realiza o monitoramento da Fundação de Apoio à

Pesquisa, ao Ensino e à Cultura - FAPEC com intuito de verificar se a mesma promove a

publicidade de Convênios na sua página de internet.

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Em consulta à página de internet da FAPEC, verificou-se que são disponibilizadas para

consulta externa apenas as informações gerais referentes aos convênios, não havendo

informações relativas aos instrumentos contratuais firmados e mantidos com a FUFMS;

aos relatórios semestrais de execução dos contratos; à relação dos pagamentos efetuados

a servidores ou agentes públicos de qualquer natureza, bem como às pessoas físicas e

jurídicas; e as prestações de contas dos contratos/ convênios.

Observa-se, assim, a inexistência de mecanismos para monitorar a divulgação pela

FAPEC das informações constantes no art. 4º-A da Lei nº. 8.958/1994.

(iii) O órgão colegiado superior da IFES possui sistemática de gestão, controle

e fiscalização de convênios/contratos?

Segundo disposto no inciso II do § 1º do art. 12 do Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro

de 2010, a sistemática de gestão, controle e fiscalização de convênios/contratos firmados

nos termos da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, com as fundações de apoio

sujeitam-se ao controle finalístico do órgão colegiado superior da instituição apoiada. Por

essa razão caberá à FUFMS implantar sistemática de gestão, controle e fiscalização de

convênios, contratos, acordos ou ajustes, de forma a individualizar o gerenciamento dos

recursos envolvidos em cada um deles.

No que tange aos contratos firmados pela Universidade com a FAPEC, verificou-se,

entretanto que não há nenhuma sistemática de gestão, controle ou fiscalização pelo órgão

superior, cabendo apenas ao fiscal de contratos ou gestor de convênios desempenhar as

atribuições de acompanhamento da execução.

Registra-se, apenas, que no caso dos Convênios, a Coordenadoria de Relações

Institucionais – CRT/PROPLAN realiza o monitoramento das ações, utilizando para isso

os formulários normatizados pela Instrução Normativa PROPLAN nº 01, de 22 de maio

de 2015, os quais devem ser preenchidos pelos seus gestores e apresentados nos prazos

estipulados na referida Instrução Normativa. Destaca-se, entretanto, que para a

elaboração do relatório técnico os gestores dependem das informações referentes à

execução física e financeira a serem apresentadas pela FAPEC, as quais nem sempre são

apresentadas nos prazos estabelecidos nos instrumentos jurídicos firmados.

Do exposto, observa-se a necessidade de a FUFMS aperfeiçoar a sua sistemática de

gestão, controle e fiscalização de convênios e contratos, uma vez que atualmente está

distribuída entre diversos setores, sendo que no caso dos contratos não há nenhum setor

encarregado da sua fiscalização, razão pela qual não atende ao que dispõem os normativos

legais referenciados neste item.

(iv) A IFES possui sistemática de acompanhamento no sentido de verificar se

os recursos dos projetos são utilizados em finalidade diversa e se há

subcontratação total do objeto ou subcontratação parcial que delegue a

execução do objeto do contrato/convênio?

Nos contratos firmados com a Fundação de Apoio cabe à FUFMS a atribuição de avaliar

se os recursos estão sendo utilizados na finalidade prevista nos projetos de ensino,

pesquisa e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de

estímulo à inovação (3º, § 2o, III), e também verificar se não está havendo subcontratação

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total do objeto dos ajustes realizados. Dessa forma, cabe à FUFMS instituir rotinas e

procedimentos com intuito de atestar o cumprimento dessas obrigações.

Verificou-se que a Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento - PROPLAN instituiu a

Instrução Normativa nº 01, de 22 de maio de 2015, visando disciplinar a sistemática de

prestação de contas dos recursos de convênios, na qual estão estabelecidas as

competências dos gestores designados para a execução dos convênios e congêneres no

que couber. Nesse normativo estão delimitadas as competências dos gestores de

convênios e em seus anexos são disponibilizados modelos de relatórios de fiscalização e

acompanhamento de convênios.

Registra-se, entretanto, que a Entidade ainda não dispõe de mecanismos para avaliar se

os recursos estão sendo aplicados de acordo com o previsto nos Planos de Trabalho

aprovados, pois sistemática para verificar se os recursos dos projetos são utilizados

efetivamente aos fins a que se propõem restringem-se aos formulários normatizados pela

referida instrução normativa, os quais aplicam-se somente aos convênios, que devem ser

preenchidos pelos gestores e apresentados a DIPC/CRT/PROPLAN. Há que se ressaltar

que em relação aos convênios firmados com a Petrobrás e a MCM Componentes

Eletrônicos, o gestor da FUFMS não emitiu nenhum relatório de acompanhamento, e

como não haviam tramitados pela Coordenadoria de Relações Institucionais –

CRT/PROPLAN, não foram adotadas as providências para realizar o monitoramento.

No caso dos contratos não há nenhum setor da FUFMS encarregado do seu

monitoramento, de forma que todo o acompanhamento das ações desenvolvidas

centraliza-se na atuação do fiscal do contrato, sendo exigido apenas a emissão de relatório

final pelo fiscal nomeado atestando o cumprimento das metas pactuadas.

Nesse ponto, destaca-se que muitas vezes os gestores dos contratos/convênios são os

próprios coordenadores dos projetos, situação que caracteriza a ausência de segregação

de funções. Tal situação foi identificada no Contrato FUFMS 256 e nos Convênios

firmados com a MCM Componentes Eletrônicos (sem número) e Petrobrás

(7112.0090962.14-04).

Observa-se, assim, a necessidade de aperfeiçoamento da sistemática adotada para

acompanhamento dos convênios, para fins de verificar se a aplicação atende ao que foi

proposto no plano de trabalho, atendendo ao que prevê o art. 1º da Lei nº 8.958, de que

nem sempre é efetiva pois depende das informações referentes às prestações de contas

dos recursos aplicados disponibilizadas pela FAPEC. Essa por sua vez também não

cumpre os prazos estabelecidos para prestação de contas nos termos de convênios

firmados.

(v) A IFES verifica se a fundação abriu e realiza a movimentação dos

recursos dos projetos em conta única e individual e se a movimentação de

recursos ocorre conforme art. 4º-D da Lei nº. 8.958/94?

Verificou-se que todos os contratos e convênios da amostra dispõem de uma conta

individual para movimentação dos recursos recebidos. Entretanto a FUFMS não dispõe

de sistemática para verificar se os recursos são movimentados em uma conta específica.

Atualmente todo o controle da execução dos recursos dos convênios e contratos cabe aos

seus gestores, os quais nem sempre dispõem de informação atualizada relativamente às

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ações desenvolvidas. Dessa forma, sempre há necessidade de reuniões periódicas entre a

FUFMS e a FAPEC para acertar a sistemática de execução.

Em relação à atuação da FAPEC, verificou-se que os recursos dos projetos são

movimentados por meio da expedição de cheques ou por meio eletrônico, mediante

crédito em conta corrente, os quais não estão devidamente identificados no extrato de

conta corrente bancária. Assim, para a verificação do beneficiário foi necessário consultar

o Extrato de Conciliação Bancária e os Demonstrativos de Prestação de Contas,

elaborados pela FAPEC. Tal situação contraria as disposições do art. 4º-D da Lei nº 8.958,

de 20 de dezembro de 1994, que prevê que a movimentação dos recursos dos projetos

gerenciados pela fundação de apoio deve ser realizadas exclusivamente por meio

eletrônico, mediante crédito em conta corrente de titularidade dos fornecedores e

prestadores de serviços devidamente identificados.

Destaca-se que em relação ao Convênio firmado com a MCM Componentes Eletrônicos

nem foram elaborados demonstrativos de prestação de contas, muito embora o mesmo já

seja gerenciado pela FAPEC desde 2013.

Assim sendo, houve descumprimento do que prescreve o art. 4º-D da Lei nº 8.958/1994.

(vi) A IFES verifica se a fundação de apoio adota controle contábil específico

dos recursos aportados e utilizados em cada projeto para fins de

ressarcimento à Universidade?

Verificou-se que não há controle contábil específico dos recursos para fins de

ressarcimento à Universidade. No Plano de Trabalho do Convênio firmado com a MCM

Componentes Eletrônicos estava registrado na rubrica Outros Serviços de Terceiros –

Pessoa Jurídica (339039) o valor de R$ 138.453,90, destinado ao pagamento de Despesas

Operacionais Batlab, que se refere à utilização dos laboratórios da Faculdade de

Engenharia da FUFMS para o desenvolvimento das atividades do projeto, entretanto tais

valores foram pagos diretamente na conta do Laboratório, não sendo objeto de controle

específico.

(vii) A IFES recebe ressarcimento da fundação de apoio pelo uso de bens e

serviços próprios da Universidade?

Verificou-se que embora a FUFMS receba ressarcimento da fundação de apoio pelo uso

de seus bens, constatou-se que no Plano de Trabalho do Convênio firmado com a MCM

Componentes Eletrônicos, tais despesas foram registradas como Outros Serviços de

Terceiros – Pessoa Jurídica (339039). Assim, em virtude da ausência de controles

adequados, os recursos são transferidos diretamente para a conta do BATLAB –

Laboratório de Inteligência Artificial, Eletrônica de Potência e Sistemas Digitais,

vinculado a Faculdade de Engenharia da FUFMS.

(viii) Em que medida os controles ou rotinas utilizados pela IFES para análise

das prestações de contas dos contratos/convênios são suficientes para

certificar o cumprimento dos requisitos previstos nos §§ 1º e 2º do art. 11

do Decreto nº. 7.423/2010?

Verificou-se que a FUFMS instituiu no exercício sob análise a Instrução Normativa nº

01, de 22 de maio de 2015, que estabelece as competências dos gestores designados para

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realizar o acompanhamento dos convênios. Nesse normativo estão delimitadas as

competências dos gestores de convênios, e em seus anexos são disponibilizados modelos

de relatórios de fiscalização e acompanhamento de convênios.

Como todos os convênios analisados foram firmados com fundamento nos artigos 1º-A e

1º B, da Lei nº 8958/1994, não cabe à FUFMS a aprovação das prestações de contas, pois

não é a concedente dos recursos. Entretanto, por figurar na condição de anuente deve

incluir em todos os acordos firmados uma cláusula prevendo prestação de contas por parte

das fundações de apoio.

Assim as prestações de contas da convenente englobarão os aspectos contábeis, de

legalidade, efetividade e economicidade de cada projeto, cabendo à FUFMS zelar pelo

acompanhamento em tempo real da execução físico-financeira da situação de cada projeto

e respeitar a segregação de funções e responsabilidades entre fundação de apoio e

instituição apoiada.

Ademais a prestação de contas deverá ser instruída com os demonstrativos de receitas e

despesas, cópia dos documentos fiscais da fundação de apoio, relação de pagamentos

discriminando, no caso de pagamentos, as respectivas cargas horárias de seus

beneficiários, cópias de guias de recolhimentos e atas de licitação.

No que se refere a isso, constatou-se que a FUFMS não dispõe de uma sistemática

adequada de controle desses contratos e convênios. Destaca-se nesse ponto o conteúdo da

CI nº 73/2015 – AUD/RTR, de 20 de novembro de 2015, por meio da qual a Auditoria

Interna informa a Reitoria a ocorrência das dificuldades na obtenção de informações

atualizadas de gestores a respeito de convênios celebrados entre a UFMS e suas fundações

de apoio. Informou, ainda, a existência de um Convênio de Cooperação Científica,

Tecnológica e Educacional celebrado entre a FAPEC e a empresa MCM, valor global de

R$ 1.798.100,85 sem anuência da UFMS.

Destaca-se que da amostra selecionada, dois convênios não estavam registrados no

SICON (MCM Componentes Eletrônicos e PETROBRÁS), pois não foram

encaminhados para a Coordenadoria de Convênios – DICV/CRT/PROPLAN proceder

aos registros nos sistemas utilizados pela FUFMS, situação que somente foi corrigida

após a realização dos trabalhos de auditoria.

Em relação as prestações de contas, também foram registradas as dificuldades dos

gestores dos Convênios nºs 01.12.0445-00 e 01.13.0358-00, firmados entre a FAPEC e a

FINEP, em obter informações relativas à sua execução física e financeira, as quais não

são apresentadas nos prazos estabelecidos nos termos de convênio.

Dessa forma, constata-se que os controles e rotinas adotados pela FUFMS não são

suficientes para assegurar o cumprimento dos requisitos previstos nos §§ 1º e 2º do art.

11 do Decreto nº. 7.423/2010.

(ix) A IFES tem elaborado relatório final de avaliação dos projetos, conforme

estabelece o § 3º do art. 11 do Decreto nº. 7.423?

Na Instrução Normativa nº 01, de 22 de maio de 2015, está prevista que deverão ser

apresentados relatórios parciais e finais da execução dos convênios. Em relação aos

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contratos a Divisão de Gestão de Contratos – DICT/PRAD informou que os dados

relativos ao acompanhamento da correta execução do Plano de Trabalho ficam sob a

responsabilidade do Gestor/Fiscal do Contrato, que deve emitir relatório final quando do

encerramento da vigência do contrato.

Como todos os convênios/contratos analisados ainda estão vigentes, os mesmos ainda não

dispõem de relatório final.

##/Fato##

3. Conclusão

Verificou-se, por meio do presente trabalho, que o macroprocesso finalístico

“relacionamento entre IFES e fundação de apoio” apresenta o seguinte aspecto que

contribui para o alcance da missão da unidade:

- Existência de Normativos estabelecendo as atribuições dos Gestores de Convênios.

Por outro lado, verificou-se que os seguintes aspectos constituem obstáculos para o

atingimento da sua missão:

- Ausência de registro centralizado, em um único setor, dos contratos e convênios

firmados com fundamento na Lei 8.958, de 20 de dezembro de 1994. Atualmente, a

Coordenadoria de Relações Institucionais é responsável somente pelas atribuições de

acompanhamento de convênios.

- Ausência de sistemática de gestão, controle e fiscalização de convênios e contratos nos

moldes estabelecidos no inciso II do § 1º do art. 12 do Decreto nº 7.423, de 31 de

dezembro de 2010, realizadas por um único setor.

- Execução de Convênios sem a anuência da Universidade Federal e sem a existência de

projeto prévio.

- Execução de Convênios cujo objeto não está vinculado à missão da Instituição nem

contribui para o desenvolvimento institucional da FUFMS.

Nesse contexto, conclui-se que, para que a unidade cumpra adequadamente a sua missão

institucional, é necessário:

- Adotar as medidas necessárias para que haja o registro centralizado dos dados de

contratos e convênios firmados com as fundações de apoio, o qual deve ser concentrado

em um único setor.

- Proceder à atualização do Sistema de Gestão de Convênios de forma a facilitar o

acompanhamento e fiscalização dos projetos executados.

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- Instituir manuais prevendo os controles, as rotinas e os procedimentos a serem seguidos

pelos diversos setores da FUFMS para fins de acompanhamento das prestações de contas

dos contratos/convênios realizados pela fundação de apoio, de forma a observar o que

prevê o art. 11 do Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de 2010.

- Implantar sistemática de gestão de forma a individualizar o gerenciamento dos recursos

envolvidos em cada um dos contratos e convênios firmados nos termos da Lei nº 8.958,

de 20 de dezembro de 1994, observando a necessária segregação de funções e

responsabilidades na gestão dos contratos, bem como de sua prestação de contas, de modo

a evitar que a propositura, homologação, assinatura, coordenação e fiscalização do projeto

se concentrem em um único servidor, em especial o seu coordenador, atendendo ao que

prevê o art. 12 do Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de 2010.

As recomendações registradas neste relatório serão acompanhadas por meio do Plano de

Providências Permanente da Unidade.

Campo Grande/MS, 13 de abril de 2016.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________

Chefe

_______________________________________________ Ordem de Serviço nº 201505097

1 Educação Superior - Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

1.1 Funcionamento das Universidades Federais

1.1.1 Gerenciamento de processos operacionais

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Ausência de registro centralizado de dados que permita a consulta detalhada das

informações relativas aos projetos. E sistemática inadequada dos controles e

acompanhamento dos contratos/convênios firmados com a fundação de apoio.

Fato

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Objetivando avaliar se a FUFMS dispõe de um controle centralizado que permita a

consulta detalhada das informações relativas aos projetos analisou-se uma amostra

composta de dois contratos e cinco convênios, de um total de quatro contratos e doze

convênios vigentes no exercício 2015, relacionados no quadro a seguir. Destaca-se que

todos os convênios firmados tiveram por fundamento os artigos 1º-A e 1º B, da Lei nº

8958, de 20 de dezembro de 1994, ou seja, a Universidade figurava como executora ou

interventora/anuente.

Quadro – Amostra de Contratos e Convênios.

Natureza do

Instrumento

Número Projeto Vigência Valor Global (R$)

Contrato FUFMS 132/2015 Estudo do comportamento

mecânico de solos estabilizados

quimicamente.

12/10/2015 922.800,00

Contrato

FUFMS 256/2013 Apoio à Capacitação e

Formação Inicial e Continuada

de Professores, Profissionais,

Funcionários e Gestores para

Educação Básica

20/12/2013 a

31/12/2015

2.874.000,00

Convênio FUFMS 70/2015

FINEP 01.12.0112-00

Projeto Rede Nacional de

Tratamento de Esgotos

Descentralizados.

05/04/2012 a

05/04/2016

407.089,79

Convênio FUFMS 003/2012

FINEP 01.12.0445-00

Ampliação da Infra-Estrutura de

Pesquisa e Pós-Graduação da

UFMS.

21/11/2012 a

21/11/2015

4.887.507,00

Convênio FUFMS 001/2014

FINEP

01.13.0358-00

Projeto Ampliação da Infra-

Estrutura de Pesquisa e Pós-

Graduação da UFMS 2013.

12/12/2013 a

12/12/2016

5.599.388,00

Convênio MCM Criação do Programa de

Cooperação e Intercâmbio

Tecnológico, Científico,

Educacional na área de

Tecnologia da Informação.

05/01/2013 a

05/01/2018

1.798.100,85

Convênio Petrobrás – MIBio

7112.0090962.14-04

Montagem e Instalação do

MIBio- Museu Interativo da

Biodiversidade do Aquário

Pantanal.

20/03/2014 a

19/03/2016

14.993.555,68

TOTAL 31.482.441,32

Fonte: Ofícios nºs 46/2015 – AUD/RTR, de 10/11/2015, e 48/2015 – AUD/RTR, de 13/11/2015.

Há que se ressaltar que a formalização e o acompanhamento dos contratos e convênios

são realizados por setores distintos da Universidade.

No que se refere aos Contratos, observou-se que:

- a aprovação, o registro e o acompanhamento dos projetos de pesquisa é realizada no

âmbito das Pró-Reitorias Competentes, conforme o assunto tratado;

- a formalização dos processos é realizada pela Divisão de Gestão de Contratos –

DICT/PRAD, que dispõe das seguintes atribuições: orientar os procedimentos para

celebração de Contratos; executar os procedimentos administrativos necessários à

formalização, celebração, registro, publicação e finalização dos instrumentos jurídicos;

dar suporte às unidades gestoras e fiscalizadoras dos contratos quanto ao seu

acompanhamento;

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- e o acompanhamento da execução do plano de trabalho é realizado pelo Gestor/Fiscal

do Contrato, a quem cabe emitir relatório final quando do encerramento da vigência do

Contrato, no qual atestará o fiel cumprimento dos serviços e metas do projeto.

Relativamente aos convênios, constatou-se que:

- no que se refere aos dados dos Projetos, segue-se a mesma sistemática daqueles

vinculados a contratos, ou seja, os projetos são aprovados, registrados e acompanhados

pelas Pró-Reitorias competentes;

- a formalização dos processos de convênios desenrola-se no âmbito das Pró-Reitorias e

após a celebração do instrumento jurídico são encaminhados para a Coordenadoria de

Relações Institucionais – CRT/PROPLAN que dispõe das seguintes atribuições, segundo

disposto na Resolução-CD nº 79, de 31 de julho de 2014: “Coordenar e acompanhar a

execução de programas e projetos, atuando como elemento de ligação direta com os

órgãos competentes; Analisar as propostas para o estabelecimento de convênios,

acordos de cooperação e outros tratados desta natureza; Definir mecanismos de controle

e avaliação dos convênios mantidos pela Universidade.”. Essa Coordenadoria dispõe de

duas Divisões: a Divisão de Convênios – DICV/CRT/PROPLAN, responsável por

promover os registros pertinentes nos Sistemas adequados (SICONV/SICON); e a

Divisão de Acompanhamento de Convênios – DIPC/CRT/PROPLAN que realiza o

acompanhamento da execução do instrumento jurídico.

- e o acompanhamento da execução do plano de trabalho será realizado pelo Gestor

designado, a quem cabe emitir relatórios parciais e final quando do encerramento da sua

vigência, a partir das informações apresentadas pela FAPEC.

Adicionalmente, verificou-se que a FUFMS dispõe da Instrução Normativa nº 01, de 22

de maio de 2015, na qual estão disciplinadas as competências dos gestores de

contratos/convênios, bem como a periodicidade de apresentação dos relatórios de

fiscalização e de acompanhamento de convênios, in verbis.

“1. DOS OBJETIVOS

1.1. Estabelecer as competências dos Gestores designados para execução dos

Convênios e congêneres no que couber.

2. Campo de Aplicação

2.1. Aplicam-se a todos os Gestores designado para a execução dos Convênios e

congêneres.”

Devido ao fato de os convênios analisados terem sido firmados com fundamento nos

artigos 1º-A e 1º B, da Lei nº 8958, de 20 de dezembro de 1994, a Universidade não

realizará a análise das prestações de contas, pois não é a concedente desses recursos. A

despeito de tal fato, deverá proceder ao controle finalístico e ao acompanhamento da

regularidade das ações desenvolvidas em cada projeto.

Verificou-se que as informações referentes aos convênios são registradas no SICON –

Sistema de Gestão de Convênios, de propriedade da FUFMS, entretanto tal sistema

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informatizado não dispõe de funcionalidades que facilitem o acompanhamento das ações

ocorridas em cada um dos convênios. Por essa razão, todo o gerenciamento acaba sendo

realizado por meio de documentos e das informações obtidas junto a FAPEC.

No que se refere à melhoria das funcionalidades do SICON, a Divisão de Convênios já

solicitou reiteradas vezes (CI 085/2014 – DICV/CRT/PROPLAN, de 27 de maio de 2014,

CI 113/2014 – DICV/CRT/PROPLAN, de 26 de junho de 2014, CI nº 044/2015,

DICV/CRT/PROPLAN, de 01 de setembro de 2015) à Direção do Núcleo de Tecnologia

da Informação – NTI a atualização de módulos de desenvolvimento do SICON, de forma

a atender as necessidades da Divisão. Verificou-se, porém, que somente em 12 de

novembro de 2015, a Direção do Núcleo de Tecnologia da Informação – NTI confirmou

por meio de e-mail institucional o cadastro da demanda da Divisão de Convênios.

Agrega-se a isso, ainda o fato de que os contratos e os convênios são gerenciados por

setores distintos no âmbito da FUFMS. Enquanto os Convênios são formalizados pelas

próprias Pró-Reitorias e acompanhados tanto pela Coordenadoria de Relações

Institucionais – CRT/PROPLAN quanto pelos gestores dos convênios, os contratos são

formalizados pela Divisão de Gestão de Contratos – DICT/PRAD e acompanhados

somente pelos gestores designados, sendo a FAPEC responsável pela gestão financeira

tanto dos contratos quanto dos convênios.

Há que se destacar que da amostra selecionada dois convênios não tiveram trâmite pela

Coordenadoria de Relações Institucionais, por essa razão não estavam registrados no

SICON, nem mesmo haviam sido formalizados processos para os mesmos, que são:

Convênio s/nº firmado com a MCM Componentes Eletrônicos e Convênio nº

7112.0090962.14-04, firmado com a Petrobrás, cujos processos foram formalizados pela

Divisão de Acompanhamento de Convênios – DIPC/CRT/PROPLAN, em 12 de

novembro de 2015, durante os trabalhos de campo desta equipe, sob os números

23104.006733/2015-80 e 23104.006732/2015-32, respectivamente. A despeito de tal

fato, estavam sendo regularmente executados pela FAPEC.

Nesse ponto, cita-se o conteúdo da CI nº 73/2015 – AUD/RTR, de 20 de novembro de

2015, na qual a Auditoria Interna comunica à Reitoria da FUFMS, as dificuldades que a

Divisão de Convênios – DICV/CRT/PROPLAN enfrenta para obter informações

atualizadas de gestores a respeito de convênio, acordos e ajustes sob a sua

responsabilidade.

“Por meio do processo nº 23104.005618/2015-98, a DIAC/CRT/PROPLAN

informou a esta Auditoria Interna acerca das dificuldades de se obter informações

atualizadas de gestores a respeito de convênios, acordos e ajustes celebrados

entre a UFMS e suas fundações de apoio, pontuando ainda, a existência de

Convênio de Cooperação Científica, Tecnológica e Educacional celebrado entre

a FAPEC e a empresa MCM, valor global de R$ 1.798.100,95, vigência

05/01/2013 a 05/01/2015, sem anuência da UFMS.”

Há que se ressaltar também que nem sempre os gestores de convênios dispõem de

informações tempestivas acerca das prestações de contas dos recursos aplicados. Tal

situação é ratificada pela observação registrada no Relatório de Fiscalização e

Acompanhamento, emitido em 10 de julho de 2015, pelo Gestor do Convênio nº

01.12.0445-00, detalhada a seguir: “Há dificuldade em obter informações escritas

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atualizadas da Convente. O Ofício enviado a mesma demonstra isto, pois a despeito do

prazo dado não obtivemos resposta.”

Cabe o registro que de acordo com a Instrução Normativa PROPLAN nº 01, de 22 de

maio de 2015, os Gestores de Acordo de Cooperação ou Convênio devem apresentar

trimestralmente (se houver repasse de recursos) ou semestralmente (quando não houver

repasse de recursos) o Relatório de Fiscalização e Acompanhamento de Convênios à

Divisão de Convênios. Entretanto para que esses relatórios sejam apresentados há

necessidade de que a FAPEC os mantenha atualizados acerca da situação das prestações

de contas. Registra-se porém, que isso normalmente não acontece, pois não dispõe de

sistemas que facilitem essa tarefa.

Em relação ao Convênio 01.12.0445-00, cuja concedente é a FINEP foi constatada a

seguinte situação: o Gestor solicitou à FAPEC, por meio do Ofício nº 18/2015 –

DIEX/CPq/PROPP/UFMS, de 25 de junho de 2015, informações acerca das suas

prestações de contas. Entretanto até 10 de julho de 2015, ainda não havia recebido

resposta. Por essa razão, foi realizada no dia 06 de agosto de 2015 reunião entre o Gestor

do Convênio, a Secretária da Coordenadoria da FAPEC e os Representantes da FAPEC,

cujo teor foi registrado em Ata, na qual foi estabelecido que a prestação de Contas do

Convênio seria enviada até 1º de setembro de 2015, e a partir desta data seriam

apresentadas atualizações trimestrais das execuções ocorridas no período. Verificou-se,

entretanto, que a FAPEC solicitou por meio do Ofício 047/2015 – DPC – FAPEC, de 01

de setembro de 2015, o prazo de 45 (quarenta e cinco dias) para a apresentação das

prestações de contas das despesas desse convênio. E somente em 09 de outubro de 2015,

por intermédio do Ofício nº 055/2015 – DPC – FAPEC foram apresentados os Relatórios

Financeiros das Despesas executadas.

Do exposto, constata-se que não existe um controle centralizado acerca das informações

referentes a contratos e convênios, cujas informações estão esparsas por vários setores.

Soma-se a isso, o fato de a FUFMS não dispor de um sistema informatizado que

possibilite um acompanhamento razoável de todas as ações desenvolvidas.

##/Fato##

Causa

Ausência de atualização do sistema informatizado existente, dificultando um controle

centralizado dos contratos e convênios firmados com a fundação de apoio desde a sua

formalização até o encerramento de sua vigência. Agrega-se a isso, o fato de os contratos

e os convênios não serem gerenciados pelo mesmo setor, embora todas as avenças sejam

celebradas com a FAPEC. E também à ausência de fluxograma das atividades a serem

realizadas, cuja fase posterior somente poderia se iniciar após serem cumpridas as etapas

anteriores.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

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“Há sistema informatizado acerca dos Projetos e instrumentos jurídicos, porém ainda

não foi implementado a atualização dos módulos informatizados, bem como a

interligação dos sistemas”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Da análise da justificativa apresentada constata-se que apesar de a FUFMS dispor do

SICON, há necessidade de melhorias das suas funcionalidades, para que dessa forma

atenda à necessidade daqueles que gerenciam os convênios e contratos firmados com as

fundações de apoio com fundamento na Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994.

Além disso, é necessário que a FUFMS centralize o controle de contratos e convênios

firmados com as fundações de apoio em um único setor, de forma que o mesmo detenha

o controle de todas as etapas desses acordos, facilitando assim o acompanhamento e a

fiscalização.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Implementar controle centralizado de contratos e convênios firmados

com fundamento na Lei 8.958, de 20 de dezembro de 1994, a ser realizado por um único

setor da FUFMS, bem como providenciar melhorias no Sistema de Convênios - SICON

de forma a facilitar o acompanhamento de cada projeto, assegurando ampla publicidade

das informações nele registradas.

Recomendação 2: Providenciar a divulgação de todas as informações referentes a projetos

desenvolvidos em parceria com as fundações de apoio em seus boletins internos e em

seus sistemas informatizados.

1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Ausência de anuência expressa da FUFMS para que a fundação de apoio capte e

receba diretamente recursos financeiros sem ingresso na Conta Única do Tesouro.

Fato

Verificou-se que a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – FAPEC, por

meio da Portaria Conjunta nº 46, de 22 de outubro de 2013, estava credenciada pelo

período de dois anos como Fundação de Apoio à Universidade Federal de Mato Grosso

do Sul.

Da análise de três processos de convênios firmados com a FINEP, constantes da amostra,

verificou-se que no início de cada processo foi anexado termo de convênio a ser firmado

junto à FINEP, sem numeração, no qual foram apostas as assinaturas dos dirigentes da

FUFMS e da FAPEC. Ressalva-se, porém, que esses documentos não estavam datados,

de forma que não é possível concluir que se referiam a uma autorização expressa para que

a fundação de apoio capte e receba diretamente recursos financeiros sem ingresso na

Conta Única do Tesouro.

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Há que se destacar que nos outros dois convênios da amostra não havia autorização

expressa da Universidade para que a FAPEC realizasse tal atividade, sendo que em um

deles a FUFMS não foi incluída nem como anuente. Tal convênio foi celebrado

inicialmente apenas entre a FAPEC e a MCM Controles Eletrônicos LTDA, e na mesma

data da celebração do convênio foi firmado o 1º Termo Aditivo, por meio do qual foi

incluído o Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Mato Grosso

do Sul como executor do projeto.

Conclui-se, assim, que não há autorização expressa da Universidade para que a FAPEC

receba e capte diretamente recursos financeiros sem ingresso na Conta Única do Tesouro.

##/Fato##

Causa

Ausência de rotinas e de manuais estabelecendo regras que evitem a ocorrência de

situações semelhantes a essas.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“Acerca da questão de haver anuência expressa, há dúbio entendimento, visto que a Lei

não traz detalhes de como deverá ser realizado tal anuência, até porque há de se pensar

que se o dirigente máximo da instituição assinou o instrumento avençado, e em tal

instrumento traz em suas cláusulas todo o detalhamento de repasse, para quem será o

repasse e a quem cabe a execução das ações, daí então, está ciente do que se está sendo

firmado, portanto, o fato de não anuir talvez expressamente em um documento a parte

do instrumento, caracteriza certamente apenas um lapso de natureza formal, até porque

o que vale efetivamente é o instrumento assinado entre todas as partes, inclusive sobre a

ausência de data no instrumento alegado, talvez seja um erro de forma, já que ressalta-

se que os instrumentos são devidamente publicados no Diário Oficial da União em se

tratando da CONCEDENTE ser ente público.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Nesse ponto registra-se apenas a necessidade de que seja emitido um documento

autorizando expressamente a FAPEC a buscar recursos em nome da FUFMS, tendo por

fundamento as exigências da Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994. A alegação de que a

Lei não estabelece um modelo não prospera.

Há que se registrar que ao captar recursos diretamente a fundação de apoio o faz em nome

e por conta e risco da FUFMS, uma vez que não dispõe de dinheiro para arcar com os

projetos/ações da Universidade. Assim sendo, é imperioso que detenha autorização

expressa da Universidade para o exercício dessa atribuição.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Adotar as providências necessárias para que sejam elaborados manuais

estabelecendo as rotinas a serem observadas pela Universidade quando for concedida

autorização para as suas fundações de apoio receberem ou captarem diretamente recursos

financeiros sem ingresso na Conta Única do Tesouro.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Pagamentos realizados com cheques em desacordo com o artigo 4º-D da Lei nº

8.958, de 20 de dezembro de 1994.

Fato

Com intuito de verificar se a movimentação dos recursos dos projetos gerenciados pela

fundação de apoio vem sendo realizada exclusivamente por meio eletrônico, mediante

crédito em conta corrente de titularidade dos fornecedores e prestadores de serviços

devidamente identificados, conforme disposição contida no art. 4º-D da Lei nº 8.958, de

20 de dezembro de 1994, analisaram-se os extratos bancários e os extratos de conciliação

bancária dos contratos e convênios selecionados.

Da análise desses, constatou-se a ocorrência de pagamento por meio de cheques. Destaca-

se que a FAPEC-MS utiliza-se de cheques até mesmo para o pagamento de suas próprias

despesas/custas operacionais. No quadro abaixo, realiza-se um comparativo entre os

valores pagos em cheque e o valor total das despesas.

Quadro - Demonstrativo dos valores pagos em cheque

Nº Convênio/

Contrato

Conta Corrente Pagamento em

Cheque (R$)

Valor Despesas

Pagas (R$)

%

Convênio

01.12.0445-00

085-7 194.771,61 2.451.951,14 7,94%

Convênio

01.12.0112-00

328-4 67.455,36 191.504,64 35,22%

Convênio

01.13.0358-00

642-9 114.349,35 737.143,69 15,51%

Contrato 256 25906-3 1.983.599,76 2.157.588,03 91,94%

Convênio S/N MCM 17890-0 726.381,07 753.191,63 96,44%

Convênio Petrobrás

MIBIO

7112.0090962.14-04

25856-3 567.101,62 5.181.095,77

10,95%

Fonte: Extratos da Conta Corrente dos processos da amostra.

Destaca-se que não havia identificação nos extratos de conta corrente dos beneficiários

dos pagamentos realizados por meio de transferências eletrônicas. Assim, para verificar

tal informação foi necessária a análise dos extratos de conciliação bancária e dos

demonstrativos de prestação de contas elaborados pela FAPEC.

Conclui-se, assim, que a FAPEC está descumprindo o disposto no artigo 4º-D da Lei nº

8.958, de 20 de dezembro de 1994, no que tange ao pagamento exclusivamente por meio

eletrônico, mediante crédito em conta corrente de titularidade dos fornecedores e

prestadores de serviços devidamente identificados.

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##/Fato##

Causa

Ausência de implementação de uma metodologia de trabalho para o acompanhamento

dos convênios e dos contratos na qual seja verificado se os pagamentos estão sendo

realizados de acordo com a legislação aplicável às fundações de apoio.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“Entendemos que compete à Auditoria Interna – AUD/RTR/UFMS, rotineiramente no

âmbito de sua competência, fazer a verificação ainda que “in loco” visando a

identificação das inconsistências e exigir o saneamento das impropriedades

eventualmente encontradas no que se refere às fundações de apoio credenciadas. Não

obstante tal entendimento, cabe ao CONCEDENTE a fiscalização, o monitoramente, a

avaliação e análise, quer seja da PC parcial ou final para submissão e aprovação ou não

do seu Ordenador de Despesas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Auditoria Interna poderá contribuir para essa verificação, entretanto o

acompanhamento do cumprimento do disposto no artigo 4º-D da Lei nº 8.958, de 20 de

dezembro de 1994, no que se refere ao pagamento exclusivamente por meio eletrônico

com a identificação dos fornecedores e prestadores de serviços, cabe primeiramente aos

gestores dos contratos e convênios, segundo definido nos normativos internos da FUFMS.

Entretanto, tal sistemática não se mostra eficiente para o acompanhamento efetivo dos

contratos e convênios firmados com as fundações de apoio.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Incluir nos termos de contrato/convênio a previsão de que o pagamento

aos fornecedores e prestadores de serviços exclusivamente por meio eletrônico, mediante

crédito em conta corrente de sua titularidade as quais deverão estar devidamente

identificados, cumprindo o que dispõe o artigo 4º-D da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro

de 1994.

Recomendação 2: Proceder à criação, no âmbito da estrutura da FUFMS, de um setor que

seja responsável pelos contratos e convênios firmados com fundamento na Lei 8.958, de

20 de dezembro de 1994, cujas atribuições incluam a fiscalização periódica da atuação da

Fundação de Apoio, principalmente no que se refere à aplicação dos recursos, analisando

todos os documentos emitidos no período e respectivas prestações de contas.

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Ausência de segregação de funções entre gestor e coordenador do projeto.

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Fato

Em quatro dos sete processos de convênios/contratos analisados, identificou-se a ausência

de segregação de funções, pois as atribuições de Gestor e de Coordenador do Projeto

estavam concentradas na mesma pessoa.

Tal situação foi identificada na execução dos seguintes projetos:

Quadro - Relação dos Projetos sem segregação de função entre gestor e coordenador.

Projeto Número

Apoio à Capacitação e Formação Inicial e Continuada de

Professores, Profissionais, Funcionários e Gestores para

Educação Básica

Contrato nº 256/2013

Projeto Rede Nacional de Tratamento de Esgotos

Descentralizados.

Convênio FINEP nº 01.12.0112-00

Criação do Programa de Cooperação e Intercâmbio

Tecnológico, Científico, Educacional na área de Tecnologia da

Informação.

Convênio s/nº MCM

Montagem e Instalação do MIBio- Museu Interativo da

Biodiversidade do Aquário Pantanal.

Convênio Petrobrás – MIBio nº

7112.0090962.14-04

Fonte: Análise dos processos.

No Acórdão TCU nº 2.731/2008 – Plenário – item 9.2.7 – foi expedida a seguinte

determinação para a Universidade:

“Firmem seus contratos atentando para a devida segregação de funções e

responsabilidades, no que tange à propositura, homologação, assinatura,

coordenação e fiscalização, de modo a impedir a concentração dessas funções

exclusivamente em um único servidor, em especial nos coordenadores de

projetos.” (original sem grifo).

Nesse ponto, cita-se o art. 12, § 1o, IV do Decreto nº. 7.423, de 31 de dezembro de 2010,

com a seguinte previsão:

“IV - observar a segregação de funções e responsabilidades na gestão dos

contratos, bem como de sua prestação de contas, de modo a evitar que a

propositura, homologação, assinatura, coordenação e fiscalização do projeto se

concentrem em um único servidor, em especial o seu coordenador;”

Do exposto, observa-se a necessidade de que haja segregação de funções entre os

Coordenadores e Gestores dos Projetos.

##/Fato##

Causa

Ausência de implementação de manuais estabelecendo rotinas que evitem a ocorrência

dessas situações. Registra-se, também, a ausência de um único setor que seja responsável

pelo acompanhamento e fiscalização de contratos e convênios firmados com fundamento

na Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994, principalmente daqueles na qual a FUFMS atua

como interveniente/executora.

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##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“Os setores competentes deverão fazer atenta verificação com intuito de evitar

doravante, a repetição da impropriedade detectada.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A FUFMS na sua justificativa informa que estará adotando as providências necessárias

para evitar a ocorrência de situações semelhantes a essas.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Adotar as medidas necessárias para a elaboração de manual

estabelecendo a sistemática de gestão dos contratos e convênios firmados nos termos da

Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, no qual esteja expressa a exigência de

segregação de funções com vistas a evitar que a propositura, homologação, assinatura,

coordenação e fiscalização do projeto se concentrem em um único servidor, em especial

o seu coordenador, atendendo assim ao que prevê o art. 12 do Decreto nº. 7.423, de 31 de

dezembro de 2010.

1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Ausência de transparência dos dados relativos às prestações de contas dos

convênios.

Fato

Efetuou-se consulta aos sítios eletrônicos da FUFMS e da FAPEC com intuito de verificar

se as informações disponibilizadas atendem ao disposto no § 2º do art. 12 do Decreto nº

7.423, de 31 de dezembro de 2010, que prevê:

“Art. 12. Na execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes firmados nos

termos da Lei nº 8.958, de 1994, e deste Decreto, envolvendo a aplicação de

recursos públicos, as fundações de apoio submeter-se-ão ao controle finalístico e

de gestão do órgão colegiado superior da instituição apoiada.

[...]

§ 2o Os dados relativos aos projetos, incluindo sua fundamentação normativa,

sistemática de elaboração, acompanhamento de metas e avaliação, planos de

trabalho e dados relativos à seleção para concessão de bolsas, abrangendo seus

resultados e valores, além das informações previstas no inciso V, devem ser objeto

de registro centralizado e de ampla publicidade pela instituição apoiada, tanto

por seu boletim interno quanto pela internet.” (original sem grifo).

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Da consulta efetuada constatou-se que as informações referentes aos contratos e

convênios não estão disponíveis no sítio eletrônico da FAPEC nem da FUFMS.

Na página de internet da FAPEC são disponibilizadas para consulta externa apenas as

informações gerais referentes aos convênios, tendo sido extraída uma relação contendo

as seguintes informações: nº do convênio, descrição do projeto, valor e vigência. Ressalta-

se, porém, que nessa relação não constavam informações referentes a quatro convênios

cujos processos foram analisados pela equipe de Auditoria.

Situação semelhante foi identificada na página de internet da FUFMS, na qual também

não são disponibilizadas informações referentes aos convênios e contratos. Verificou-se

que não está sendo dada publicidade nos boletins internos dos seguintes dados relativos

aos projetos:

- fundamentação normativa;

- sistemática de elaboração e de aprovação;

- acompanhamento de metas e avaliação;

- planos de trabalho;

- dados relativos à seleção para concessão de bolsas, abrangendo seus resultados e

valores;

- informações sobre sua relação com a fundação de apoio, explicitando suas regras e

condições; e

- dados relativos a valores das remunerações pagas e seus beneficiários.

Relativamente a esse assunto, o Chefe da Coordenadoria de Relações Institucionais

informou que está promovendo ações junto ao Núcleo de Tecnologia de Informação –

NTI/UFMS visando a promover uma readequação abrangente no SICON, de forma a

assegurar a transparência necessária tanto daqueles que desempenham alguma tarefa no

transcorrer do processo quanto daqueles que não estão vinculados diretamente às ações

desenvolvidas.

Destaca-se que no Termo do Contrato FUFMS nº 256, de 12 de dezembro de 2013,

verificou-se que constava na sua Cláusula Nona – Da Prestação de Contas, a seguinte

informação:

“A prestação de contas da execução físico-financeiro deverá ser apresentada à

Contratante, e postada em sítio mantido pela Contratada na rede mundial de

computadores – Internet”.

Apesar dessa previsão não houve disponibilização no sítio da FAPEC das informações

referentes às prestações de contas contratos e convênios firmados.

Destaca-se que o Tribunal de Contas da União já havia expedido determinação no

Acórdão TCU nº 2.731/2008 – Plenário – item 9.2.3.para a FUFMS dar a publicidade

necessária dos dados e informações sobre seu relacionamento com as fundações de apoio,

conforme detalhado a seguir.

“9.2.3. divulguem, em especial nos Boletins Internos e nos portais ou sítios da Ifes em

redes gerais de informação, como a Internet, dados e informações sobre seu

relacionamento com fundações de apoio, incluindo obrigatoriamente os dispositivos

legais e regulamentadores internos e externos; a sistemática de elaboração e aprovação

de projetos; a relação de projetos desenvolvidos e em andamento com objetos, metas e

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indicadores; as regras aplicáveis às bolsas com a divulgação de beneficiários e valores

recebidos; montantes financeiros gerenciados em parceria; endereços de portais e sítios

das fundações de apoio e outras informações julgadas relevantes;”

Observa-se, assim, que houve o descumprimento das cláusulas pactuadas nos termos de

convênio e também do Decreto nº 7.423/2010 no que se refere à transparência dos dados

relativos às prestações de contas dos convênios.

##/Fato##

Causa

Pró-Reitorias de Ensino, Pesquisa e Extensão não estão priorizando a transparência dos

dados referentes às prestações de contas de convênios e contratos firmados pela FUFMS

com a FAPEC.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“Registramos que o Sistema de Gestão de Convênios utilizado pela Universidade precisa

de melhorias nas suas funcionalidades, tendo o Setor competente já solicitado reiteradas

vezes à Direção do Núcleo de Tecnologia da Informação – NTI, para que procedesse a

atualização do mesmo de forma que suas informações atendam às necessidades da

Divisão de Convênios. Entretanto ainda não foram adotadas providências no sentido

permitir que esse Sistema seja readequado.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Foi informado que tal situação decorre da necessidade de aperfeiçoamento do Sistema de

Gestão de Convênios da FUFMS. Assim sendo, cabe à Entidade adotar as medidas

necessárias para que haja transparência dos dados relativos às prestações de contas dos

convênios.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Cumprir a determinação contida no Acórdão TCU nº 2.731/2008 -

Plenário - item 9.2.3 e divulgar nos Boletins Internos e nos portais ou sítios da FUFMS

da Internet, dados e informações referentes aos projetos desenvolvidos em parceria com

as fundações de apoio com detalhamento dos objetos, das metas e dos indicadores,

montantes financeiros gerenciados em parceria, bem como as regras aplicáveis às bolsas

com a divulgação de beneficiários e valores recebidos.

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

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Ausência de projeto para a celebração de convênios e de anuência da Universidade

Federal de Mato Grosso do Sul.

Fato

Da análise da amostra selecionada, constatou-se que um dos Convênios foi firmado sem

a existência de um projeto. Além disso a FUFMS não foi incluída como anuente dessa

avença.

Verificou-se que o Convênio s/nº foi firmado entre a MCM Componentes Eletrônicos e a

FAPEC, em 05 de janeiro de 2012, e seu objeto tratava da “Criação de um programa de

cooperação e intercâmbio tecnológico, científico e educacional, com base na Lei de

Informática, abrangendo as atividades de pesquisa, desenvolvimento, formação e

treinamento de recursos humanos, absorção e transferência de tecnologias,

disponibilização de competências científicas e tecnológicas e a utilização de instalações

e equipamentos nas áreas de Tecnologia da Informação”. Inicialmente foi celebrado

apenas entre a FAPEC e a MCM.

Registra-se, ainda, que o processo desse Convênio não foi encaminhado para a

Coordenadoria de Relações Institucionais/UFMS, razão pela qual somente foi

formalizado pela Divisão de Acompanhamento de Convênios – DIPC/CRT/PROPLAN

em 12 de novembro de 2015, sob o número 23104.006733/2015-80, durante a realização

dos trabalhos de auditoria.

Observa-se que na mesma data de assinatura do referido convênio, foi firmado o seu 1º

Termo Aditivo, cuja cláusula primeira informava que o Departamento de Engenharia

Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul executaria o Projeto e no seu

Parágrafo Único, previa que as informações sobre o projeto deveriam ser enviadas pela

FAPEC para a MCM até 1º de julho de 2014. Além disso, na sua Cláusula Segunda estava

prevista a aplicação de R$ 182.706,98, isso porque no Termo de Convênio inicial não

foram estabelecidos os valores a serem executados. Destaca-se que esse termo aditivo foi

assinado pelo Diretor do Departamento de Engenharia Elétrica da FUFMS.

Nesse ponto, destaca-se a ausência da Universidade Federal como partícipe desse ajuste,

situação que contraria ao que preceitua a Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994, pois todas

as avenças devem ser firmadas com a Instituição, na figura da sua autoridade superior e

não com os seus Departamentos/Faculdades/Centros. Em relação a esse assunto a

FAPEC enviou para a FUFMS o Ofício nº 229/2015 – FAPEC/DJUR, em 20 de novembro

de 2015, sugerindo que fosse elaborado um Termo Aditivo, inserindo a UFMS como

Anuente no convênio quase três anos após seu início, para que o projeto pudesse ter

continuidade.

Ademais o Convênio sob análise foi firmado sem a existência de um projeto vinculado a

ele, pois o objeto do Termo de convênio era genérico e amplo. A despeito de tal fato,

verificou-se que inicialmente foi executado o projeto intitulado “Desenvolvimento de

fontes chaveadas para uso em automação e informática”, cadastrado no Sistema de

Informação e Gestão de Projetos - SIGPROJ sob o nº 151964.670.14978.15042013,

datado de 14 de abril de 2014, com vigência de 05 de janeiro de 2013 a 01 de abril de

2016, cujo plano de trabalho previa a aplicação do montante de R$ 182.706,98, o qual

consta do processo nº 23104.006733/2015-80 formalizado pela FUFMS, nas folhas 31 a

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42. Na equipe de execução desse projeto constam cinco docentes, todos com dedicação

exclusiva, onze discentes e um técnico administrativo, todos vinculados à FUFMS.

Entretanto no 2º Termo Aditivo, em 03 de janeiro de 2013, na Cláusula Primeira – do

Objeto, foi finalmente informado o projeto que seria executado, conforme detalhado a

seguir: “O presente termo aditivo tem como objetivo o Convênio de Cooperação

Científica e Tecnológica entre a MCM e a FAPEC para o desenvolvimento do projeto

intitulado: Adequação de jiga de teste para atender nova arquitetura da linha de

produção e desenvolvimento de uma jiga de teste para identificação de defeito no

processo produtivo”. Na Cláusula Segunda – Dos Recursos, desse termo aditivo, estava

previsto o aporte de R$ 306.815,00 para a FAPEC para fins de custear as suas despesas

decorrentes do projeto. E na Cláusula Quarta – Da Vigência, constava que a vigência do

Convênio se encerraria em 31 de março de 2016.

Registra-se que o projeto “Adequação de jiga de teste para atender nova arquitetura da

linha de produção e desenvolvimento de uma jiga de teste para identificação de defeito

no processo produtivo” estava registrado no SIGPROJ sob o número

183200846.14978.17072014, com vigência de 17 de julho de 2014 a 30 de março de

2017, e o seu plano de trabalho previa a aplicação do montante de R$ 1.168.912,00.

Destaca-se aqui, a divergência entre os valores constantes do 2º Termo Aditivo e os

valores previstos no projeto.

Verificou-se, entretanto, que nenhum desses projetos foi aprovado pelos Conselhos

Superiores da Instituição. Destaca-se que a FAPEC enviou dois Ofícios para a FUFMS:

o Ofício 229/2015, de 20 de novembro de 2015, no qual sugere ainda que a Coordenadoria

de Pesquisa da PROPP convoque o Professor Coordenador do Projeto para apresentar um

relatório das ações desenvolvidas pelo projeto; e o Ofício 234/2015, de 30 de novembro

de 2015, no qual faz a seguinte pergunta: “A FAPEC continuará a fazer o pagamento de

bolsas para os participantes do Convênio ou iremos suspender tais pagamentos até que

sejam resolvidos todos os trâmites legais relativos ao mesmo.”

Observa-se, assim, que esse convênio permitiu a execução de dois projetos distintos,

situação que não é permitida pela Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994.

As situações acima expostas afrontam as disposições do art. 6º, do Decreto nº 7423, de

31 de dezembro de 2010, no qual está previsto que:

“§ 1o Os projetos desenvolvidos com a participação das fundações de apoio

devem ser baseados em plano de trabalho, no qual sejam precisamente definidos:

I - objeto, projeto básico, prazo de execução limitado no tempo, bem como os

resultados esperados, metas e respectivos indicadores;

II - os recursos da instituição apoiada envolvidos, com os ressarcimentos

pertinentes, nos termos do art. 6º da Lei nº 8.958, de 1994;

....

§ 2o Os projetos devem ser obrigatoriamente aprovados pelos órgãos colegiados

acadêmicos competentes da instituição apoiada, segundo as mesmas regras e

critérios aplicáveis aos projetos institucionais da instituição.” (original sem

grifo).

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Registra-se ainda que o Termo de Convênio não possuía cláusula prevendo a prestação

de contas dos recursos aplicados. Como resultado disso, não constavam dos processos

demonstrativos de prestação de contas dos recursos aplicados. Assim, afim de levantar o

montante de despesas executadas analisou-se o extrato da conta corrente e o Relatório de

Conciliação Bancária elaborado pela FAPEC. Verificou-se que já foram executados no

período de 2013 a 2015 os seguintes valores:

Quadro - Relação das Despesas Executadas.

2013 2014 2015

Receitas (R$) 182.707,00 337.496,94 366.173,04

Despesas (R$) 78.106,94 275.682,67 389.930,00

Fonte: Extrato da Conta Corrente nº 17.890-0

Nesse ponto, registra-se o conteúdo da CI nº 073/2015 – AUD/RTR, de 20 de novembro

de 2015, detalhado a seguir:

“Primeiramente, cumpre salientar que, até a publicação da Lei nº 12.863, de 24

de setembro de 2013 qualquer receita proveniente de avenças celebradas entre a

UFMS e suas fundações de apoio aos projetos de ensino, pesquisa e extensão,

deveria ser recolhida à Conta Única do Tesouro Nacional, de acordo com o art.

2º do Decreto 93.872/86 e com o entendimento firmado pelo TCU acerca da

matéria.

Desde então, permitiu-se que as empresas privadas financiassem pesquisas

diretamente com as fundações de apoio nos projetos institucionais das

Universidades, desde que houvesse anuência expressa destas.

...

Verifica-se a toda prova a obrigação de as fundações de apoio somente celebrar

avenças com qualquer órgão ou empresa financiadora se houver anuência da

UFMS, cabendo a elas prestarem todos os esclarecimentos necessários ao

controle finalístico e de gestão da Universidade, mesmo nos casos em que o

recurso não seja gerido em Conta Única.

...

De outra forma, caso a UFMS permita que as fundações de apoio celebrem

convênios e contratos com entidades externas, na execução de projetos

institucionais, e com a participação de servidores e docentes da instituição, sem

que haja anuência expressa da Universidade, estará sujeita às sanções

administrativas pela prática de contrato verbal, vedado pela legislação e

alertado pelo TCU em auditorias passadas, cujo desrespeito poderá macular as

contas da UFMS e penalizar gestores.”

Imperioso destacar, que o Tribunal de Contas da União por meio do Acórdão TCU nº

2.731/2008 – Plenário determinou no seu item 9.2.5, cujo teor detalha-se a seguir, que

FUFMS não celebrasse convênios semelhantes a esse ora analisado.

“9.2.5. estabeleçam, com suas fundações de apoio, contratos ou convênios

individualizados para cada projeto de parceria a ser firmado, abstendo-se de

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efetuar, para a cobertura desses projetos, aditivos, apostilas ou instrumentos

similares como acessórios a contratos ou convênios genéricos ou do tipo "guarda-

chuva”, não previstos em lei e também vedados pela Instrução Normativa nº

2/2008, art. 3º, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;”

Do exposto, observa-se se que esse convênio foi firmado sem a anuência da Universidade

Federal e sem a existência de um projeto, sendo que o seu processo somente foi

cadastrado na Divisão de Convênios da FUFMS, à época dos trabalhos de campo da

equipe de auditoria. Tal situação contraria ao que dispõe o art. 6º do Decreto nº 7423, de

31 de dezembro de 2010, acima referenciado e demostra a ausência de um controle

adequado da execução dos convênios.

##/Fato##

Causa

Ausência de manual prevendo as etapas e os critérios a serem observados para a

celebração de convênios e contratos com as fundações de apoio.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“Quanto ao instrumento celebrado com a empresa MCM há de se reconsiderar, vez que

de acordo com a clausula primeira do CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO, item 1.2 diz que

o programa objeto deste convênio de cooperação..., será realizado por intermédio de

projetos específicos, previamente ajustados e definidos através de Termos Aditivos, que

ao serem formalizados passarão a fazer parte integrante deste instrumento para todos os

efeitos legais. Somado a isso o item 1.3 diz “os termos aditivos deverão ser

acompanhados dos respectivos Planos de Trabalho que especificarão as diretrizes que

serão atendidas em cada um dos projetos. Portanto há sim projeto específico para cada

um dos dois termos aditivos formalizados devidademente instruído no processo

23104.006733/2015-80.

.....

Acerca da questão quanto a ausência de anuência expressa, há dúbio entendimento, visto

que a Lei não traz detalhes de como deverá ser realizado tal anuência, até porque há de

se pensar que se o dirigente máximo da instituição assinou o instrumento avençado, e em

tal instrumento traz em suas cláusulas todo o detalhamento de repasse, para quem será

o repasse e a quem cabe a execução das ações, daí então, estar ciente do que está sendo

celebrado, portanto, o fato de não anuir expressamente em um documento à parte do

instrumento, caracteriza certamente apenas um lapso de natureza formal.

No que se refere a questão de eventual não aprovação dos projetos pelos órgãos

colegiados acadêmicos, deverá ser diligenciado junto ao coordenador do Projeto e

demais instâncias administrativas responsáveis pela aprovação ou não do Projeto a elas

submetidos, para que estes justifiquem a situação constatada, inclusive diligenciando

junto a PROPP que é a responsável por ações na área de pesquisa, inclusive já que

consta registro no SIGPROJ, talvez seria coerente e lógico que também aquela PROPP

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monitorasse e normatizasse acerca dos assuntos afetos a sua competência, de modo que

todo e qualquer servidor ao propor execução de ações de pesquisa, tenha que atender os

dispositivos legais vigentes.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Nesse ponto há necessidade de se registrar que o convênio sob análise deve obedecer às

regras da Lei 8.958, de 20 de dezembro de 1994 e do Decreto nº 7423, de 31 de dezembro

de 2010, e principalmente, demandas dessa natureza devem ser assinadas pela autoridade

máxima da Entidade, não sendo cabíveis as justificativas apresentadas.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir manuais estabelecendo a sistemática de celebração, execução

e fiscalização de convênios e contratos firmados com fundamento a Lei 8958, de 20 de

dezembro de 1994.

Recomendação 2: Adotar as providências necessárias para fins de apurar as razões pelas

quais houve execução de um convênio sem a anuência da Universidade Federal o qual foi

firmado sem a existência de um projeto vinculado a ele.

1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Desvio de finalidade dos convênios firmados, que não contribuíram para melhoria

nas condições da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Fato

Da análise dos processos da amostra selecionada, verificou-se que a FUFMS e a FAPEC

estão utilizando indevidamente a autorização concedida pela Lei 8958, de 20 de dezembro

de 1994, para a celebração de convênios com empresas privadas com o objetivo de

financiar pesquisas por intermédio das fundações de apoio.

Verificou-se que foi celebrado, em 20 de março de 2014, o Convênio nº

7112.0090962.14-04, tendo como partícipes a Petrobrás – Petróleo Brasileiro S..A, o

IMASUL - Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, a FAPEC e a UFMS

como Interveniente Anuente. Seu objeto tratava da montagem e instalação do MIBio –

Museu Interativo da Biodiversidade do Aquário do Pantanal. Para a consecução do seu

objeto, a concedente Petrobrás faria o aporte de R$ 14.993.555,68, e a vigência seria de

365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a partir da assinatura. Verificou-se que por meio

do 1º Termo Aditivo, de 19 de março de 2015, o prazo do convênio passou a ser de 555

(quinhentos e cinquenta e cinco) dias a contar da data de sua assinatura.

Na Cláusula Segunda – Modo de Execução, do Termo de Convênio consta que a execução

do objeto ficaria a cargo do IMASUL e da FAPEC, sendo que todas as ações, projetos,

planos, aquisições, atividades e obras necessários à consecução do objeto seriam

realizadas sob condução, coordenação e a supervisão do IMASUL. Assim, cabe à FAPEC

a execução financeira, ao IMASUL a execução técnica, e à UFMS a concordância técnica

e o auxílio nas ações de pesquisa, ensino e extensão.

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Do exposto, observa-se que apesar de a FUFMS ser a interveniente, toda a coordenação

técnica da montagem e instalação do MIBIO está sob a responsabilidade do IMASUL,

cujas atribuições detalham-se a seguir:

- elaborar especificações técnicas e requisitos para as contratações;

- acompanhar, coordenar e fiscalizar a execução física das atividades contratadas,

garantindo o cumprimento integral do previsto neste Plano de Trabalho;

- executar a medição dos serviços contratados, repassando as necessidades de pagamento

à FAPEC;

- prestar contas à Petrobrás.

Registra-se, ainda, que na Cláusula Nona – da propriedade dos bens adquiridos com

recursos da Petrobrás estava previsto que os bens materiais adquiridos, construídos e

produzidos para a execução do objeto serão de propriedade do IMASUL.

Destaca-se que no § 5º do art. 11 da Resolução CD nº 44, de 21 de setembro de 2011, está

previsto que: “Os materiais e equipamentos adquiridos com recursos oriundos dos

projetos celebrados com as Fundações de Apoio integrarão o patrimônio da UFMS,

devendo serem entregues ao final do ajuste.”

No convênio sob análise não se observa tal condição, uma vez que todos os bens

adquiridos pertencerão ao IMASUL, conforme previsto no Termo do Convênio.

No âmbito da FUFMS, verificou-se que o projeto desse convênio estava cadastrado no

SIGPROJ sob o nº 160723.670.14978.15082013, com prazo de vigência de 1º de outubro

de 2013 a 1º de outubro de 2015. Participavam da equipe de execução do projeto apenas

dois docentes da FUFMS, ambos com dedicação exclusiva, sendo um Pesquisador e o

outros Coordenador da Ação e também Gestor do Convênio. Os outros três integrantes

pertencem ao IMASUL. Destaca-se que embora esse projeto esteja cadastrado no

SIGPROJ, não foi aprovado pelos Conselhos Superiores da Instituição, o que contraria o

art. 6º, do Decreto nº 7423, de 31 de dezembro de 2010, no qual está previsto que:

§ 2o Os projetos devem ser obrigatoriamente aprovados pelos órgãos colegiados

acadêmicos competentes da instituição apoiada, segundo as mesmas regras e

critérios aplicáveis aos projetos institucionais da instituição.” (original sem

grifo).

Acrescenta-se, ainda, o que prevê o art. 10 da Resolução CD nº 44, de 21 de setembro de

2011, citada a seguir:

Art. 10. Os projetos devem ser obrigatoriamente aprovados pelos órgãos

colegiados competentes da UFMS, segundo as mesmas regras e critérios

aplicáveis aos projetos institucionais.

Para a execução desse convênio a FAPEC realizou um total de sete licitações, listadas a

seguir.

Quadro - Relação das Licitações realizadas.

Serviço Modalidade

Produção Geral. Concorrência Pública nº 001/2014 – Técnica e Preço

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Serviços de Arquitetura e cabeamento de rede,

de vídeo, de áudio e de iluminação cênica.

Tomada de Preço nº 002/2014 – Técnica e Preço

Desenvolvimento de Software interativos e

multimidiáticos.

Concorrência Pública nº 002/2014 – Técnica e Preço

Produção de Áudio Tomada de Preço nº 003/2014 – Técnica e Preço

Marcenaria, Pintura Naturista e Cenografia

Aérea

Concorrência Pública nº 006/2014 – Técnica e Preço

Pós-Produção (Computação Gráfica) Concorrência Pública nº 004/2014 – Técnica e Preço

Captação de Imagens (Produção de Vídeo) Concorrência Pública nº 005/2014 – Técnica e Preço

Fonte: Processo 23104.006732/2015-35.

Observa-se, assim, que se trata de um objeto totalmente desvinculado ao desenvolvimento

institucional da FUFMS, o qual não contribui para melhorias nas condições do ensino,

pesquisa e extensão. Além disso, não está relacionado à missão institucional da unidade.

Assim utilizou-se das prescrições da Lei 8958, de 20 de dezembro de 1994 para fins de

transferir recursos de um entre federal para um estadual, tendo apenas a intermediação da

FUFMS, uma vez que toda a atribuição relativa à execução desse convênio cabe ao

IMASUL. Ademais o projeto conta com a participação de apenas dois professores da

FUFMS, sendo que as atividades a serem realizadas cabem às empresas contratadas.

Segundo o art. 11 da Resolução CD nº 44, de 21 de setembro de 2011, é essencial que os

projetos tenham a participação de no mínimo dois terços das pessoas vinculadas à

instituição apoiada (docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes regulares,

pesquisadores de pós-doutorado e bolsistas com vínculo formal a programas de pesquisa

da instituição apoiada). Excepcionalmente, desde que devidamente justificado e aprovado

pelo órgão colegiado superior da instituição apoiada, poderão ser realizados projetos com

a colaboração de fundações de apoio, com participação de pessoas vinculadas à instituição

apoiada, em proporção inferior a dois terços, desde que observado o mínimo de um terço.

No caso sob análise não consta nenhuma justificativa que tenha sido aprovada pelo órgão

colegiado superior no sentido de aprovar a participação de apenas dois professores, uma

vez que toda a execução do plano de trabalho coube às empresas contratadas.

Isso posto, conclui-se que houve desvio de finalidade na celebração desse convênio pois

não estava vinculado ao desenvolvimento institucional da Universidade Federal, servindo

apenas como instrumento de transferências de recursos para o IMASUL, tendo como

financiadora a Petrobrás, utilizando para isso as prerrogativas da Lei 8958, de 20 de

dezembro de 1994.

##/Fato##

Causa

Ausência de manuais nos quais estejam expressos os trâmites a serem observados, as

obrigações e as responsabilidades de cada um dos setores da FUFMS envolvidos na

celebração de contratos e convênios com as fundações de apoio.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

“A Auditoria Interna – AUD/RTR/UFMS, deverá questionar diretamente a PROPP

juntamente com o Coordenador da ação, visto que a estes cabem a competência

inequívoca para contrapor a afirmação no que se refere a possível desvio de finalidade,

uma vez que as ações na área de pesquisa são afetas àquela Instância.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A FUFMS não apresentou justificativas para este item. Reitera-se que não podem ser

firmados convênios cujo objeto não esteja vinculado à missão da Entidade, os quais

devem sempre contribuir para o seu desenvolvimento institucional.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir manuais prevendo as rotinas e os procedimentos a serem

seguidos pelos diversos setores da FUFMS para a celebração de contratos/convênios com

as fundações de apoio, que tiverem por fundamento a Lei 8958, de 20 de dezembro de

1994, estabelecendo expressamente as penalidades para aqueles que descumprirem as

suas prescrições.

1.1.1.8 CONSTATAÇÃO

Realização de pagamento antecipado em contrato firmado com as suas fundações

de apoio.

Fato

Para a execução do Projeto “Apoio à Capacitação e Formação Inicial e Continuada de

Professores, Profissionais, Funcionários e Gestores para Educação Básica”, a FUFMS

firmou com a FAPEC, em 20 de dezembro de 2013, o Contrato nº 256, com vigência de

20 de dezembro de 2013 a 31 de dezembro de 2015, no valor total de R$ 2.874.000,00.

No Parágrafo Terceiro da Cláusula Terceira, que trata do valor do contrato e das

condições de pagamento, o Termo de Contrato prevê o seguinte:

“Parágrafo Primeiro – A Contratante repassará a Contratada o valor de R$

2.638.000,00 (dois milhões, seiscentos e trinta e sete mil reais), para a execução

do presente objeto, em uma única parcela, após a publicação do extrato do

instrumento contratual na imprensa oficial.”

Da análise da sua execução financeira, constatou-se que esse valor foi repassado em uma

única parcela em 24 de janeiro de 2014, dessa forma, foi previsto e efetivamente realizado

o pagamento antecipado da despesa, situação que contraria as regras da Lei 4.320, de 17

de março de 1964, in verbis

“Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua

regular liquidação.

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Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo

crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;

II – a importância exata a pagar;

III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá

por base:

I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II – a nota de empenho;

III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.”

O art. 1º da Lei 8.958, de 20 de dezembro de 1994, estabelece que as Instituições Federais

de Ensino Superior podem celebrar com as fundações de apoio tanto convênios quanto

contratos. Ressalta-se porém que não se pode ter como sinônimo as duas possibilidades

admitidas pelo legislador.

No convênio, os objetivos das partes envolvidas são recíprocos e a cooperação mútua. Já

no contrato administrativo, os interesses das partes não são convergentes, pois o

órgão/entidade almeja a realização de um objeto de que necessita e o contratado se

importa com o valor do correspondente pagamento pela entrega de bens ou prestação de

serviços. E justamente o fato de se tratar de convênio, dada a natureza do ajuste, que

apresenta interesses comuns, é que permite o repasse antecipado dos valores previstos,

contrapondo-se à vedação legal da antecipação de pagamento de despesas, no caso dos

contratos, cuja liquidação exige a comprovação da entrega do bem adquirido ou prestação

do serviço no caso dos contratos.

Importante destacar que se a lei determina nos contratos a impossibilidade de antecipação

de recursos financeiros, sem a respectiva contraprestação por parte do contratado, não

cabe à FUFMS interpretar de forma mais favorável os normativos a depender do objeto

firmado.

No caso de contratos, o contratado recebe somente após o fornecimento dos bens e

serviços contratados. Dessa forma, veda-se o pagamento das despesas sem o prévio

fornecimento de bens ou serviços, que será realizado após a conferência da regular

execução de cada parcela do objeto contratado, conforme arts. 62 e 63 da Lei 4.320, de

17 de março de 1964. Destaca-se que esse é o entendimento do Tribunal de Contas da

União no item 1.6.1.3 do Acórdão TCU 11.304/2011 – 2ª Câmara. Ademais a

comprovação de que os serviços foram prestados e/ou os bens entregues é condição para

cada pagamento, pois não há prestação de contas final.

Conclui-se, assim, que a FUFMS está descumprindo norma geral do Direito Financeiro

estatuído pela Lei 4.320, de 17 de março de 1964, especificamente quanto à antecipação

de pagamentos contratuais.

##/Fato##

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Causa

Pró-Reitorias de Ensino, Pesquisa e Extensão estão interpretando as normas que tratam

de contratos e convênios nas ações desenvolvidas por meio das fundações de apoio de

forma que lhe sejam mais favoráveis.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi apresentada

a seguinte justificativa:

“Informamos que a partir do exercício 2014, os pagamentos para contratos de prestação

de serviços com as Fundações de Apoio são pagos mediante apresentação de Nota

Fiscal/fatura e somente aos serviços efetivamente prestados e atestados pelo Gestor do

Contrato.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Da análise das justificativas apresentadas, constata-se que já estão sendo adotadas

providências no sentido de evitar a ocorrência de tais situações.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Recomenda-se à FUFMS que observe rigorosamente os ditames da

legislação aplicável aos contratos, em especial, a Lei 8.666, de 21 de junho de 1993,

abstendo-se de apropriar e/ou pagar despesas sem o prévio fornecimento de bens ou

serviços.

1.1.1.9 CONSTATAÇÃO

Falta de cumprimento de todas as exigências do art. 7º, do Decreto nº 7.423, de 31

de dezembro de 2010.

Fato

O relacionamento da FUFMS com as fundações de apoio está normatizado no âmbito da

Universidade por meio dos seguintes normativos:

- Resoluções CD nº 44, de 21 de setembro de 2011;

- Resolução CD nº 47, de 21 de setembro de 2011;

- Resolução CD nº 134, de 03 de dezembro de 2015.

Destaca-se que por intermédio do art. 14, da Resolução 44, de 21 de setembro de 2011 é

possível a participação dos servidores da Universidade nos projetos desenvolvidos por

meio das fundações de apoio, sendo exigida para isso autorização por ato formal do

Diretor ou do Chefe da Unidade ao qual esteja vinculado, e aprovação por órgão de

direção superior. Além disso, a participação do servidor não deverá implicar prejuízo nas

suas atribuições junto à Universidade.

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Relativamente às hipóteses de concessão de bolsas, verificou-se que foram estabelecidas

por meio da Resolução CD nº 134, de 03 de dezembro de 2015. Assim, nesse normativo

estão regulamentados os seguintes assuntos:

a) As modalidades de bolsas estão definidas no art. 3º quais sejam: bolsa Assistência,

bolsa pesquisa, bolsa extensão, bolsa de estímulo à inovação e bolsa ensino;

b) As atividades passíveis de recebimento das modalidades de bolsa foram

estabelecidas no art. 4º que são: ensino, pesquisa, extensão e estímulo à inovação;

c) Os beneficiários das bolsas estão arrolados no art. 5º, podendo ser: estudantes de

graduação e de pós-graduação, regularmente matriculados na UFMS; estudantes

de graduação e de pós-graduação regularmente matriculados em outras

instituições federais brasileiras de ensino; docentes vinculados à UFMS; docentes

vinculados a outras universidades federais brasileiras; pesquisadores sem vínculo

com instituição pública federal; estudantes sem vínculo com instituição pública

federal; estudantes de ensino médio; e servidores técnico-administrativos e

laboratoriais;

No art. 10, da Resolução CD nº 134, de 03 de dezembro de 2015 foi estabelecido como

condição para a concessão de bolsas a realização de seleção pública cujo edital deve ser

publicado no Boletim de Serviços com antecedência mínima de oito dias de sua

realização.

Ressalva-se, entretanto, que em relação aos valores das bolsas não foram considerados

critérios de proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário,

limitando-se a estabelecer valor correspondente ao concedido por agências oficiais de

fomento, conforme detalhado a seguir:

“Art. 20. Os valores das bolsas Assistência, de pesquisa, de extensão, estímulo à

inovação e de ensino, na ausência de disposição específica do órgão concedente

dos recursos, deverão corresponder aos valores das bolsas concedidas por

agências oficiais de fomento, sendo preferencial a equivalência com os valores

das bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq).”

Do exposto, conclui-se que a FUFMS dispõe de normativos que disciplinam o seu

relacionamento com as fundações de apoio e também a concessão de bolsas, entretanto

essa norma não contempla todas as exigências do § 1o do art. 7º, do Decreto nº 7.423, de

31 de dezembro de 2010.

##/Fato##

Causa

Dificuldade em estabelecer regras que atendam a todos os setores da FUFMS

principalmente no que se refere aos valores das bolsas.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 006/2016-AUD/RTR, de 12 de fevereiro de 2016, foi informado

que:

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“Assim, a partir dessa Norma interna, cada Unidade/Pró-Reitoria deverá regulamentar

a concessão de bolsa para servidor com os respectivos valores.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Embora a FUFMS já disponha de Norma será necessário estabelecer critérios de

proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário, não se

restringindo apenas aos valores pagos por agências oficiais de fomento.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Adequar o normativo que disciplina a concessão de bolsas de

pagamento de acordo com as exigências do art. 7º do Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro

de 2010, que regulamenta a Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, de forma que haja

detalhamento dos valores e dos critérios objetivos para a concessão de bolsas em projetos

de ensino, pesquisa ou extensão.