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EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA .... VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE BLUMENAU-SC. MARCOS ZIMMERMANN, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº 600.678 e CPF nº 312.599.109-97, residente e domiciliado à Rua dois de Novembro, n° 11, bairro Santa Teresinha, cidade de Gaspar-SC, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu procurador firmado nos autos ( procuração anexa), propor a presente: AÇÃO REVISIONAL PREVIDENCIÁRIA PARA RECONHECIMENTO DE PERÍODOS LABORADOS EM ATIVIDADES ESPECIAIS contra o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia federal, devendo ser citada através de seu procurador regional na cidade de Blumenau – SC, sito à rua John F. Kennedy, 25, centro, mediante os fatos e fundamentos que passa a expor: DOS FATOS: O autor é aposentado por tempo de contribuição desde a data de 14/01/2003 sob o NB 42/128.262.820-5, possuindo até a DER 35 anos 1 mês e 10 dias de contribuição. Ocorre que quando do pedido de aposentadoria realizado pelo autor, o mesmo requereu junto ao réu o reconhecimento e a averbação dos seguintes períodos especiais: De 27/11/1975 à 17/03/1976 – ARTEX S.A. De 18/03/1976 à 17/05/1981 – ARTEX S.A. De 08/04/1983 à 30/12/1987 – PLASVALE LTDA. De 31/12/1987 à 07/08/2000 – PLASVALE LTDA. Nos períodos que foram laborados junto à empresa ARTEX S.A, o autor exerceu a função de Roqueiro e em seguida a função de Fiandeiro, sempre no setor de fiação da referida empresa.

PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

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Page 1: PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA .... VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE BLUMENAU-SC.

MARCOS ZIMMERMANN, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG nº 600.678 e CPF nº 312.599.109-97, residente e domiciliado à Rua dois de Novembro, n° 11, bairro Santa Teresinha, cidade de Gaspar-SC, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu procurador firmado nos autos ( procuração anexa), propor a presente:

AÇÃO REVISIONAL PREVIDENCIÁRIA PARA RECONHECIMENTO DE PERÍODOS LABORADOS EM ATIVIDADES ESPECIAIS

contra o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL –

INSS, Autarquia federal, devendo ser citada através de seu procurador regional na cidade de Blumenau – SC, sito à rua John F. Kennedy, 25, centro, mediante os fatos e fundamentos que passa a expor:

DOS FATOS:

O autor é aposentado por tempo de contribuição desde a data de

14/01/2003 sob o NB 42/128.262.820-5, possuindo até a DER 35 anos 1 mês e 10 dias de contribuição.

Ocorre que quando do pedido de aposentadoria realizado pelo

autor, o mesmo requereu junto ao réu o reconhecimento e a averbação dos seguintes períodos especiais:

De 27/11/1975 à 17/03/1976 – ARTEX S.A. De 18/03/1976 à 17/05/1981 – ARTEX S.A. De 08/04/1983 à 30/12/1987 – PLASVALE LTDA. De 31/12/1987 à 07/08/2000 – PLASVALE LTDA. Nos períodos que foram laborados junto à empresa ARTEX S.A, o

autor exerceu a função de Roqueiro e em seguida a função de Fiandeiro, sempre no setor de fiação da referida empresa.

Page 2: PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

Nos períodos que foram laborados junto à empresa PLASVALE LTDA, o autor exerceu a função de operador de máquinas no setor de Injeção, e em seguida a função de preparador de matéria prima no setor de sala de mistura da referida empresa.

Embora o autor tivesse juntado todos os documentos necessários

para o deferimento de seus pedidos, o réu somente reconheceu parte destes, limitando-se a averbar o período especial de 04/08/1983 à 31/07/1991 junto à empresa PLASVALE LTDA.

Para os períodos especiais de 27/11/1975 à 17/03/1976 e de 18/03/1976 à 17/05/1981 laborados na empresa ARTEX S.A, o autor juntou DSS-8030, declaração complementar de DSS-8030 assinado por engenheiro de segurança do trabalho, bem como laudo técnico ambiental onde corrobora que as atividades que o autor exercia, deixava-o exposto de forma habitual e permanente ao agente ruído em doses acima de 80 decibéis.

Ao que parece, o motivo do réu ter indeferido o pedido de

reconhecimento da atividade especial descrita acima, teria sido que o “ruído foi medido nas curvas B e C”( fls. 34), o que por certo nada interfere em seu pleito, eis que os documentos juntados aos autos são provas cabais que o autor ficava exposto ao agente ruído acima dos limites legais, tornado tal atividade especial.

No que concerne aos períodos laborados na empresa PLASVALE

LTDA de 08/04/1983 à 07/08/2000, verifica-se que o réu reconheceu como especial o período de 08/04/1983 à 31/07/1991, ou seja, somente até a data do começo do uso de EPI, conforme DSS-8030 juntado na ocasião do pedido administrativo, onde contém a indicação que a partir de 08/1991 a empresa fornece e exige o uso de EPI.

Quanto a este motivo, preceitua-se a sabida súmula nº 9 da TNU,

onde: O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.

O DSS-8030 faz menção que durante sua jornada de trabalho, o

autor ficava exposto à ruídos que variavam entre 92 a 108 decibéis, informação esta confirmada pela folha nº 19, do laudo técnico ambiental nº 244/98 fornecido pela empresa PLASVALE LTDA que ora segue anexo, onde demonstra o ruído existente no setor de Preparação de Matéria Prima.

Page 3: PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

Desta forma, tendo em vista o DSS-8030 juntado na ocasião da

DER, bem como o LTCAT mencionado no DSS-8030 que ora segue anexo, o autor enquadra-se perfeitamente na Legislação em vigor, fazendo jus desta forma ao reconhecimento e averbação dos períodos requeridos. DO DIREITO:

O direito ao reconhecimento da atividade especial encontra-se

fixado em nossa constituição desde 1960, com a publicação da Lei nº Lei 3.807/60, vindo posteriormente a servir de base para a elaboração dos Decretos 53.831/64, e 83.080/79, que ficaram vigentes até 28.04.1995.

Encontra-se disciplinada atualmente nos arts. 57/58 e parágrafos

da Lei n. 8.213/91, alterado pelas Leis nº 9.032/95, nº 9.528/97 e nº 9.732/98. No que se refere à apresentação do laudo pericial para

comprovação dos agentes nocivos a saúde do trabalhador, somente a partir de 06/03/1997 (exceto para o agente ruído para o qual é indispensável o laudo também para período anterior) é que obriga-se a sua apresentação, conforme Súmula nº 05 da TRSC nesse sentido:

SÚMULA Nº 05 Exige-se laudo técnico para comprovação da efetiva sujeição do segurado a agentes agressivos somente em relação à atividade prestada a partir de 06/03/1997 (DECRETO 2172/97), exceto

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quanto ao ruído, para o qual é imprescindível aquela prova também no período anterior.

Ainda, a Jurisprudência a seguir serve de embasamento aos temas, senão vejamos:

Acórdão Classe: APELREEX - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO

Processo: 2004.72.04.001470-8 UF: SC

Data da Decisão: 05/05/2010 Orgão Julgador: SEXTA TURMA

Fonte D.E. 12/05/2010

Relator CELSO KIPPER

Revisor LUÍS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE

Decisão Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao apelo e à remessa oficial, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Ementa PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. 1. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida é disciplinado pela lei em vigor à época em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. 2. No período de trabalho até 28-04-1995, quando vigente a Lei n. 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social) e suas alterações e, posteriormente, a Lei n. 8.213/91 (Lei de Benefícios), em sua redação original (arts. 57 e 58), possível o reconhecimento da especialidade do trabalho quando houver a comprovação do exercício de atividade enquadrável como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova, exceto para os agentes nocivos ruído e calor. 3. A partir de 29-04-1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional - à exceção daquelas a que se refere a Lei n. 5.527/68, cujo enquadramento por categoria deve ser feito até 13-10-1996, dia anterior à publicação da Medida Provisória n. 1.523, de 14-10-1996, que revogou expressamente a Lei em questão - de modo que, no interregno compreendido entre 29-04-1995 (ou 14-10-1996) e 05-03-1997, em que vigentes as alterações introduzidas pela Lei n. 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benefícios, necessária a demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresentação de formulário-padrão preenchido pela empresa, sem a exigência de embasamento em laudo técnico, ressalvados os agentes nocivos ruído e calor, em relação aos quais é imprescindível a realização de perícia técnica. 4. A contar de 06-03-1997, data da entrada em vigor do Decreto n. 2.172/97, que regulamentou as disposições introduzidas no art. 58 da Lei de Benefícios pela Medida Provisória n. 1.523/96 (convertida na Lei n. 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de serviço especial, a comprovação da efetiva sujeição do segurado a agentes agressivos por meio da apresentação de formulário-padrão, embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 5. Considerando que o parágrafo 5.º do art. 57 da Lei n. 8.213/91 não foi revogado nem expressa, nem tacitamente pela Lei n. 9.711/98 e que, por disposição constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os artigos 57 e 58 da Lei de Benefícios até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1.º, da Constituição Federal, seja publicada, é possível a conversão de tempo de serviço especial em comum inclusive após 28-05-1998. 6. Para a caracterização da especialidade, não se reclama exposição às condições insalubres durante todos os momentos da prática laboral. Habitualidade e permanência hábeis para os fins visados pela norma - que é protetiva - devem ser analisadas à luz do serviço cometido ao trabalhador, cujo desempenho, não descontínuo ou eventual, exponha sua saúde à prejudicialidade das condições físicas, químicas, biológicas ou associadas que degradam o meio ambiente do trabalho.

Page 5: PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

7. Comprovado o exercício de atividades em condições especiais, devidamente convertidas para tempo comum (fator 1,4), tem o autor direito à sua averbação para fins de aposentadoria.

Por fim, tendo todos os documentos juntados aos autos

demonstrado ter havido a exposição permanente a agentes nocivos a saúde do autor, deve ser reconhecida a insalubridade pretendida, para que convertido os respectivos períodos em tempo de serviço comum, possa o autor obter o aumento em sua renda mensal. DOS PEDIDOS:

a) Requer a citação do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS,

na pessoa de seu procurador regional em Blumenau-SC, para querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão;

b) Requer seja reconhecido como PERÍODO ESPECIAL com a devida conversão em 40% para tempo de serviço comum os seguintes períodos:

De 27/11/1975 à 17/03/1976 – ARTEX S.A. De 18/03/1976 à 17/05/1981 – ARTEX S.A. De 01/08/1991 à 07/08/2000 – PLASVALE LTDA.

c) Requer seja incluído no tempo de contribuição do autor, o

acréscimo resultante da conversão acima requerida, para que seja refeito o cálculo da RMI pela melhor renda possível calculada até 16/12/1998 (EC20/98), 28/11/1999( 9.876/99) ou 14/01/2003( DER);

d) Requer a condenação do réu ao pagamento de todos os valores em atraso, quais sejam as parcelas vencidas e vincendas, acrescidas de juros de mora e correção monetária, observada a prescrição qüinqüenal, desde a DER em 14/01/2003;

e) Pugna pela produção de todas as provas em direito admitidas,

em especial a documental inclusa, testemunhal, pericial ou outras que se façam necessárias para a comprovação dos fatos elencados.

f) A condenação do réu ao pagamento de honorários

sucumbenciais na esfera processual que assim caiba em valor não inferior a um salário mínimo atual vigente;

g) A concessão do benefício da justiça gratuita por tratar-se de pessoa pobre na acepção jurídica da palavra, sem condições de arcar com as despesas e demais emolumentos processuais sem que isso lhe venha causar prejuízos ao sustento de sua família.

Page 6: PETIÇAÕ INICIAL MARCOS ZIMMERMANN

h) Informa por fim que os laudos que seguem anexo foram fornecidos pelas empresas na quais o autor laborou (ARTEX e PLASVALE), sendo que caso seja necessário ainda, o autor pugna pela intimação das respectivas empresas, para que o representante destas traga aos autos os documentos que se entende necessário para o deslinde do feito;

Dá a causa o valor de R$ 2.000,00 (Mil Reais). Nestes Termos Pede Deferimento

Blumenau – SC, 25 de junho de 2010