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Pigmentos puros & produtos de preparação

Pigmentos puros

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Pigmentospuros

&produtos de preparação

No final do século XIX, ao afinar as primeiras cores de óleo reservadas aos seus clientes artistas, Gustave Sennelier compreendeu a necessidade imperiosa de elaborar as suas preparações com pigmentos de alta qualidade, de origens cuidadosamente verificadas e características químicas bem precisas. O respeito por estas exigências permitia assegurar no final a conservação dos tons de origem e a durabilidade das obras dos artistas.Hoje em dia, se numerosos pigmentos desapareceram por esgotamento dos seus jazigos naturais ou foram proibidos pela sua toxicidade, o mercado propõe uma enorme variedade de pigmentos de síntese que igual o desempenho dos antigos pigmentos minerais como o Lápis-Lazúli, Cinábrio...Obviamente, continua-se ainda a extrair as terras que incluem substâncias provenientes da acção dos elementos naturais sobre certos minerais: deste modo, os ocres são argilas de silicato de alumínio corados por óxidos de ferro. Por fim, algumas terras "queimadas" são obtidas por calcinação da terra de origem.Hoje em dia, a Sennelier mantém-se muito vigilante quanto à selecção dos pigmentos que utiliza nos produtos que fabrica: Óleos e Aguarelas extrafinos, Pastéis suaves e a óleo. São exactamente estes mesmos pigmentos que são propostos aos artistas, que têm, então, a possibilidade de controlar totalmente a preparação das suas cores com uma finalidade precisa.

Esta brochura fornece as informações fundamentais para que a preparação dos pigmentos, com os aglutinantes apropriados, seja já uma etapa decisiva na criação da obra do artista.

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Os BrancosBranco de LitopónioSulfureto de zinco e sulfato de bário. Inventado por volta de 1860 pelo químico francês de Romanange. Dá luminosidade aos matizes. Utilizado frequentemente para a preparação de bases.

Branco de Meudon ou Branco de MarlyCarbonato de cálcio natural. Carga natural suave que entra na composição de base de cobertura de água. Utilizado frequentemente com o Branco de Litopónio.

Branco de titânioDióxido de Titânio qualidade "Anatase". Muito estável à luz. Branco muito opaco, com muita cobertura. Mistura-se com todos os pigmentos. Igualmente utilizável com óleo como com aglutinantes aquosos. O último a chegar dos pigmentos Brancos, por volta de 1915, este pigmento ocupa actualmente um lugar de destaque nos Brancos.

Branco de zincoÓxido de zinco, cuja utilização em pintura data do século XVIII, sob o impulso do químico francês Courtois. Mistura-se com todos os pigmentos. Dá um Branco com relativamente pouco poder de cobertura. Utilizar em camadas finas ou velaturas. Utiliza-se sobretudo para Óleo, Guache e Aguarela. Adequado para o fresco.

Os NegrosO Negro puro, propriamente dito, não existe. Qualquer corpo que é colorido de Negro tem a capacidade de absorver todos os raios da luz branca.

Negro-de-marfimProveniente da calcinação, em vaso fechado, de ossos de animais e já não, como antigamente, de marfim. Dá um Negro quente e intenso que matiza para Castanho com os Brancos. Muito boa resistência à luz. Na pintura a Óleo, exige uma elevada percentagem de aglutinante. Falta de secatividade. Utiliza-se em todas as técnicas. Para o fresco, deverá ser preferido o Negro para fresco.

Negro para frescoNegro de fumos (negro de carbono). Este Negro utiliza-se essencialmente na técnica do fresco, onde ele encontra o seu terreno de predileção. Muito estável à luz. Não apresenta inconvenientes em ser utilizado em outras técnicas pictóricas.

Negro de MarteÓxido de ferro. Negro de síntese de uma total solidez à luz. Matiza nos Cinzentos frios. Pode-se utilizar sem perigo em todas as técnicas, incluindo no fresco. Os Ocres Os ocres são conhecidos desde a mais alta Antiguidade. São argilas coloridas que contêm óxido de ferro, que se encontram na terra e que são provenientes, geralmente, de França ou Itália. Estes pigmentos naturais são:- perfeitamente estáveis à luz- utilizáveis em todas as técnicas- recomendados para o fresco (salvo Ocre de Ru)

OCRES NATURAISOcre-amareloTerra natural de um Amarelo quente ligeiramente transparente.

Ocre-vermelhoObtido por calcinação do Ocre-amarelo

Ocre de Ru

Tom reconstituído à base de terra natural e pigmento de síntese. Não é aconselhado para o fresco.

OCRES SINTÉTICOSOcre-amarelo claroou Amarelo Rutilo de Cromo é um amarelo-alaranjado um pouco ocre. Este pigmento apresenta uma muito boa resistência à luz.

Ocre-douradoou Amarelo de Roma é uma ferrite de zinco. É muito resistente ao calor e apresenta uma muito boa resistência à luz. A cor obtida é um ocre-amarelo dourado.

Os CastanhosCastanho da MadeiraPigmento azóico transparente e cargas minerais. Castanho avermelhado muito intenso. Poder corante muito elevado. Boa resistência à luz. Adequado para todas as técnicas Desaconselhado para o fresco.

Castanho-avermelhadoÓxido de ferro. Castanho de cobertura. Muito estável à luz e em mistura. Adequado para todas as técnicas, incluindo o fresco.

Castanho Van DyckÓxido de manganésio. Castanho-arroxeado. Muito estável à luz e em mistura. Adequado para todas as técnicas, incluindo o fresco.

As TerrasTerras naturaisTodas as Terras de Siena, de Sombra e Verde são de origem natural e são provenientes de pedreiras italianas. São óxidos de ferro naturais. São de uma solidez notável à luz e em mistura. Os tons ditos "queimados" são obtidos por calcinação da terra natural. Nas Terras de Siena e Sombra naturais exige uma forte percentagem de óleo. Todas as terras são secativas por natureza e será preciso evitar adicionar secativos. As Terras são adequadas para todas as técnicas.Recomendadas para a técnica do fresco.

Caput MortuumLiteralmente «cabeça morta», é um óxido de ferro vermelho. Este pigmento substituiu amplamente o castanho-múmia, no seguimento à publicidade feita sobre a composição deste último durante o século XIX (obtido por trituração dos corpos carboníferos de múmias).O uso desta cor castanho-avermelhada, com tendência arroxeada, é muito interessante em mistura com uma cor mais viva. Este pigmento utiliza-se sem problemas em todas as técnicas.

Os VermelhosVermelhos de Cádmio substitutos claro, púrpura e laranja Pigmentos azóicos, óxido de Zinco, cargas minerais. Como para os Amarelos de Cádmio substitutos, todos os Vermelhos de Cádmio substitutos são compostos de vários pigmentos que permitem reconstituir a matiz dos Vermelhos de Cádmio verdadeiros. Estas composições apresentam as seguintes características:- boa resistência à luz- boa estabilidade nas misturas com todos os aglutinantes. Utilizado para óleo, guache, aguarela e acrílico. Não utilizar em fresco.

Vermelhos de Cádmio verdadeiros claro, púrpura, laranja e sólidoSulfo-seleneto de Cádmio. Pigmento mineral opaco. Com muita cobertura. Resistência notável à luz e muito estável em misturas com todos os aglutinantes tradicionais. Adequado para todas as técnicas. Não misturar com Branco de Prata. Recomendado para a técnica de fresco.

Vermelho HéliosVermelho de Toluidina. Vermelho orgânico de um Vermelho vivo muito intenso e muito luminoso. Elevado poder corante. Resistência média à luz. Pode ser utilizado em todas as técnicas: Óleo, Guache, Aguarela, Têmpera, Acrílico, etc. Não utilizar em fresco.

Vermelho de MarteÓxido de ferro. Vermelho-acastanhado muito escuro. Resulta num filme transparente, com elevado poder corante. Pigmento muito estável à luz e nas misturas. Adequado para todas as técnicas. Recomendado para as técnicas de fresco.

Vermelho de VenezaÓxido de ferro. Castanho muito vivo e muito corante. Muito estável à luz e nas misturas. Adequado para todas as técnicas Recomendado para as técnicas de fresco.

Vermelho de quinacridonaPigmento orgânico com poder corante muito elevado; muito estável à luz. Dá um Vermelho vivo luminoso e intenso. A sua transparência permite magníficos glacis. Misturado com Brancos dá Rosas luminosos e delicados.

Vermelhão francês substitutoO mineral chamado Cinábrio é utilizado desde a mais remota Antiguidade; os Romanos chamavam-lhe “Minium”. Em 1687, Schulte fabricou a partir do Mercúrio um pigmento a que chamou “Vermillon” (Vermelhão) derivado da palavra "Vermeil" (Vermelho vivo). A má estabilidade deste pigmento, nomeadamente com o Branco de Prata e a sua elevada toxicidade levaram a que, no início do século XX, fosse progressivamente abandonado e substituído por um substituto a partir de Azóicos e cargas minerais. Vermelho vivo alaranjado, luminoso e de cobertura. Boa resistência à luz. Adequado para todas as técnicas. Desaconselhado para o fresco.

Vermelhão da China substitutoVermelho de toluidina e cargas minerais; Vermelho-escuro profundo. Resistência média à luz. Adequado para todas as técnicas. Desaconselhado para o fresco.

Laranja Pyrrole SennelierDescoberto pela primeira vez em 1974, o uso deste pigmento difundiu-se amplamente desde então. É muito apreciado pelas suas qualidades que fazem dele um bom substituto de certos pigmentos muito caros como os cádmios ou os perilenos. De cor laranja vivo que dá gradações azuladas, este pigmento apresenta um forte poder de cobertura.

Os AmarelosAmarelo brilhanteEsta matiz é obtida por uma mistura de óxido de zinco, amarelos monoazóicos e arilamida modificada. Amarelo quente, de uma boa resistência à luz, que se utiliza com todos os aglutinantes. Desaconselhado para o fresco.

Amarelos de Cádmio “substitutos”Os Cádmios foram descobertos na Alemanha em 1817 por Stromeyer. Foram rapidamente utilizados pelos artistas devido à frescura e vivacidade dos tons.Todos os pós que têm a designação de "substituto" são compostos por vários pigmentos orgânicos que permitem reconstituir a matiz do pigmento verdadeiro, mas a um preço de custo muito mais baixo. O Amarelo de Cádmio Substituto é uma composição estável e inerte de pigmentos monoazóicos e cargas minerais. Esta composição apresenta uma boa resistência à luz. Estável em todos os aglutinantes: Óleo, Aguarela, Guache, Acrílico. Na técnica do fresco, apenas os cádmios verdadeiros são aconselhados.

Amarelos de Cádmio verdadeirosSulfureto de Cádmio. Pigmentos minerais opacos de um amarelo intenso com poder de cobertura. Muito boa estabilidade à luz. Utiliza-se em todas as técnicas. Não utilizar estes pigmentos com o Branco de Argente e os Amarelos de Cromo.

Amarelo-limãoAntigamente Amarelo de Zinco cujas propriedades medíocres levaram a formular este Amarelo-limão a partir de um pigmento orgânico (monoazóico). Muito boa resistência à luz. Perfeitamente compatível com todos os aglutinantes, proporciona misturas muito estáveis. Bom poder de cobertura. Desaconselhado para a técnico do fresco.

Amarelo-indiano substitutoComposição que inclui pigmentos azóicos. Reconstituímos a matiz Amarelo-indiano verdadeiro com pigmentos luminosos. Boa solidez à luz. Pigmento transparente. Utiliza-se frequentemente para aquecer os tons. Pode-se utilizar em todas as técnicas. A desaconselhar para o fresco.

Amarelo de MartePigmento azóico e terra natural. Antigamente, este pigmento era obtido a partir de um concentrado de urina de animais provenientes das Índias. Há mais de 50 anos que esta matiz foi reconstituída com pigmentos modernos. Pigmento transparente. Muito sólido à luz. Possui um elevado poder corante. Utiliza-se em todas as técnicas, excepto o fresco.

Amarelo de Nápoles “substituto”Evocado por Cennino Cennini, o aparecimento do Amarelo de Nápoles, não está claramente estabelecido; o verdadeiro Amarelo de Nápoles é um antimoniato de chumbo, muito utilizado no decorrer dos séculos anteriores. As suas propriedades estão a ser redescobertas. Mas tendo em conta a sua toxicidade, é proposto este substituo à base de óxido de zinco, dióxido de titânio e Amarelo monoazóico. Esta composição proporciona um Amarelo luminoso e sólido à luz. Esta cor dá uma bela pasta densa. Utiliza-se em Óleo, Aguarela, Têmpera, Acrílico, etc. Não é aconselhado na técnica de fresco.

AureolinaDo latim Aurum que significa Ouro, este pigmento é um nitrito cobáltico de potássio descoberto no século XIX, mas cuja utilização difundiu-se no século XX. A sua cor amarelo-avermelhada viva é muito apreciada, nomeadamente em Aguarela, pela sua luminosidade e

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intensidade. Em Óleo, pode ser assimilada a um Amarelo Indiano. Este pigmento é muito caro. Adequado para todas as técnicas, bem como o fresco.

Os VerdesVerde-inglês claroAzóico e Ftalocianina. Dá um verde suave luminoso. Elevado poder de cobertura. Boa resistência à luz e em mistura. Desaconselhado para a técnica de fresco.

Verde-inglês escuroAzóico e ftalocianina. Verde-azulado escuro. Poder corante muito forte. Bom poder de cobertura. Muito boa resistência à luz e em mistura. Desaconselhado para a técnica de fresco.

Verde de Cobalto claroCombinação zinco-cobalto. Verde pálido frio, com uma belíssima tonalidade, com tendência para a turquesa. Puro, bom poder de cobertura, pouco corante. Muito estável à luz e em mistura. Pigmento adequado para todas as técnicas. Aconselhado para a técnica de fresco.

Verde de Cobalto escuroMesmas características que o Verde de Cobalto claro. Matiz de um Verde-escuro frio, pouco corante.

Verde-esmeralda substitutoFtalocianina e cargas minerais. Composição que se aproxima do matiz do "Verde-esmeralda verdadeiro" cujo preço é muito elevado. Verde luminoso, com elevado poder corante. Boa resistência à luz e em mistura. Desaconselhado para a técnica de fresco.

Verde-esmeraldaNo século XIX, Pannetier criou este matiz, rapidamente adoptado pelas suas notáveis propriedades, principalmente para os glacis. Óxido de cromo "hidratado". Verde-escuro intenso. Muito boa solidez à luz e em mistura. Menos vivo e menos corante do que o Verde-esmeralda substituto. Pode ser utilizado em todas as técnicas e com todos os aglutinantes. Evitar a sua utilização em camadas muito espessas. Aconselhado para a técnica de fresco.

Verde Óxido de CromoÓxido de cromo anidro. Tom Verde surdo. Com um grande poder de cobertura e corante. Muito boa estabilidade à luz e em mistura. Dá uma pasta muito agradável para trabalhar em óleo. Aconselhado para a técnica de fresco.

Verde VeroneseO verdadeiro é um arseniato de cobre particularmente tóxico. Este matiz luminoso e vivo foi reconstituído com pigmentos modernos: Monoazóico, Ftalocianina, cargas minerais. Tom Verde pálido, luminoso, de cobertura e pouco corante. Boa resistência à luz. Pode ser utilizado com todos os aglutinantes. Desaconselhado para a técnica de fresco.

Verde de FtalocianinaPigmento orgânico. Apresenta as mesmas características que o Azul de Ftalocianina, mas na tonalidade de um Verde fresco e profundo. Utiliza-se em todas as técnicas, salvo o fresco.

Os AzuisAzul Cerúleo substitutoComposição à base de sulfato de Barita e Azul de Ftalocianina. Este tom, que imita o Azul Cerúleo verdadeiro, apresenta uma notável resistência à luz. Poder corante muito elevado. Utiliza-se em todas as técnicas.

Azul de Cobalto verdadeiroAluminato de cobalto. No século XIX, o químico francês Thénard conseguiu obter este pigmento a partir de mineral natural. Azul de uma tonalidade muito pura. Tem uma excelente resistência à luz. Perfeitamente estável em misturas. É utilizado em todas as técnicas.

Azul-ultramarino claroSilicato de alumínio de polissulfureto de sódio. O químico Guillement conseguiu, em 1828, reconstituir por síntese o Lápis-Lazúli natural utilizado na Antiguidade. As variações de matizes são em função do tamanho das micropartículas. A produção do Ultramarino dá lugar a um fabrico bastante complexo, que varia segundo as matizes procuradas. Azul luminoso e intenso (tom próximo do Azul de Cobalto). Dá matizados muito frescos. Estável em mistura, mas contém enxofre: não misturar com Branco de Prata ou Amarelo de Cromo. Adequado para todas as técnicas.

Azul-ultramarino escuroSilicato de alumínio de polissulfureto de sódio. Mesmo fabrico que o Ultramarino Claro. Azul-escuro muito intenso, mais arroxeado do que claro. Muito estável à luz. Cor de base na paleta dos artistas. Adequado para todas as técnicas.

Azul-ultramarino francêsSilicato de alumínio de polissulfureto de sódio. O Azul Ultramarino Francês é um azul-avermelhado escuro muito intenso. Como o Azul Ultramarino escuro, tem uma muito boa resistência à luz. Adequado para todas as técnicas.

Azul da PrússiaDescoberto na Prússia por Dippel no início do século XVIII; à base de ferrocianureto férrico. Pigmento difícil de triturar e molhar. Poder corante muito elevado. Apresenta uma bastante boa resistência à luz (ao contrário de certas ideias feitas), salvo em cores a óleo ou com tendência a escurecer. Tom fresco em transparência. Uma acção secativa sobre aglutinantes gordos. A desaconselhar para o fresco.

Azul ÍndigoPigmento orgânico “Azul de Indantreno”. Reconstituição por síntese do índigo de origem vegetal. Poder corante muito elevado. Resistência notável à luz. Proporciona um filme semi-opaco. Dá um Azul profundo e intenso. Adequado a todos os aglutinantes (salvo fresco).

Esmalte (tom)Antigamente, “Azul de Manganês”, cujos perigos durante o seu fabrico levaram à sua supressão. Actualmente, à base de pigmento orgânico, Azul de Ftalocianina e de Sulfato de Bário. Muito estável à luz. Dá um Azul Turquesa vivo e luminoso. Utilizável em todas as técnicas, salvo o fresco.

Azul de Cobalto TurquesaAluminato de cobalto. Este tom de Turquesa não pode ser obtido com uma mesma vivacidade por mistura, o que faz a sua especificidade. Excelente resistência à luz. Para manter a sua frescura em pintura a óleo, utilizar um óleo não amarelecente. Adequado a todas as técnicas.

Azul de FtalocianinaPigmento orgânico puro de poder corante excepcionalmente elevado. Muito boa resistência à luz. Devido à sua potência corante, a utilizar com precaução. Devido à sua transparência, pode-se utilizar em glacis. Dá uma palete de Azuis que se escalonam do Azul-celeste aos Azuis mais sombrios que fazem recordar o Azul da Prússia. Em mistura, permite criar uma infinidade de verdes. Utiliza-se em todas as técnicas (salvo o fresco).

Turquesa-claroOu azul de cobalto é uma espinela cuja concepção devemos a L. J. Thénard em 1804. Este pigmento e mais ou menos escuro em função da sua carga em alumina excedentária. Dispersa-se muito bem e tem uma muito boa resistência à luz. Pode ser utilizado em todas as técnicas.

Os VioletasVioleta de Cobalto escuro verdadeiroFosfato de cobalto. Violeta-escuro. Muito estável à luz e em todas as misturas. Pouco corante, mas com poder de cobertura. Adequado para todas as técnicas. Aconselhado para a técnica de fresco.

Violeta mineralFosfato de manganês. Violeta-vermelho. Bom poder de cobertura, poder corante médio, boa estabilidade à luz. Pode ser utilizado com todos os aglutinantes. Desaconselhado na técnica do fresco e todas as técnicas de água em geral.

Violeta Ultramarino Silicato de alumínio de sódio. Pigmento mineral. Poder corante pouco elevado. Dá um filme transparente de um Violeta-vermelho surdo. Muito estável à luz. Utiliza-se em todas as técnicas, incluindo o fresco.

Magenta permanenteTrata-se de um pigmento de quinacridona. A sua descoberta e industrialização são bastantes recentes na história. A Du Pont de Nemours contribuiu largamente para a comercialização do composto na indústria pigmentária. Este pigmento apresenta um tom vermelho-azulado. É utilizável em todas as técnicas e a sua resistência à luz é muito boa.

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As Lacas"as Alizarinas"A Alizarina de síntese foi descoberta em 1868 por Groebe e Libermann, a partir de alcatrões. Ela reconstitui rigorosamente a Garança tradicionalmente extraída das raízes de Rubia Tinctorium.A laca de Alizarina Vermelha é a reconstituição química da laca de Garança natural. No século XIX, apareceram Alizarinas de diferentes tons. Pigmentos de baixa densidade.

Laca de Alizarina EscarlateLaca azóica, transparente de um Vermelho vivo muito luminoso. Utilizada principalmente em Óleo, Aguarela, Têmpera e Acrílico. Resistência média à luz. Em Óleo, utiliza-se sobretudo em glacis, pois provoca riscos de fissuras em plena pasta. Não utilizar em fresco.

Laca de Alizarina VermelhaAlizarina lacada sobre alumina. Laca transparente de um Vermelho-escuro que dá o tom Carmim. Resistência média à luz. Elevado poder corante. Na técnica de Óleo, tem tendência a fissurar. Secatividade medíocre. Utiliza-se em todas as técnicas, salvo o fresco.

Laca de Garança rosaAs lacas de Garança vão do rosa-dourado ao vermelho-púrpura. Sob a acção da luz, a garança aclara-se ligeiramente e desembaraça-se de uma matéria amarelo-acastanhada (Xantina), que aviva a tonalidade rosada para a tornar mais luminosa. A garança utiliza-se sobretudo como glacis. Adequado para todas as técnicas, salvo o fresco.

Laca negraNegro de síntese. Negro de anilina. Dá um negro aveludado e intenso. Matiza em azulado. Solidez à luz média. Não utilizar na técnica de fresco.

Pigmentos iridescentesPigmentos à base de dióxido de titânio, sujeitos a um tratamento de superfície com mica.A coloração irisada varia segundo o teor em mica, que, devido a interferências à luz, dá tons diferentes.Muito estáveis à luz, com muita cobertura e sem perigo.Tem um amplo campo de aplicação que vai até aos cosméticos.Mistura-se com todos os aglutinantes, óleos, vinílicos, resinas, etc.Evitar triturá-los, o que destruiria o seu efeito "nacarado". Não adequado para o fresco.

Cores primárias em póAs cores primárias são uma criação Sennelier nos Pigmentos em pó. Estas cores foram estabelecidas com um poder corante mútuo igual para dar tonalidades medianas. Os poderes corantes mútuos foram estabelecidos para que: 1 volume de Amarelo + 1 volume de Vermelho = Laranja de tonalidade intermediária.1 volume de Vermelho + 1 volume de Azul = Violeta de tonalidade intermediária.1 volume de Amarelo + 1 volume de Azul = Verde de tonalidade intermediária.A intensidade mútua destes três primários foi estabelecida para que as misturas progressivas das tonalidades, duas a duas, sejam perceptíveis sem adição de branco de degradação, para a conservação da pureza das tonalidades misturadas. Estas três

tonalidades têm uma boa solidez à luz.

Azul primárioPigmento de Ftalocianina e carga mineral. Composição muito estável à luz. Bom poder corante. Utiliza-se em todas as técnicas: Óleo, Guache, Aguarela, Têmpera e Acrílico.

Amarelo primárioPigmento azóico e carga mineral. Composição muito estável à luz. Bom poder corante. Utiliza-se em todas as técnicas: Óleo, Guache, Aguarela, Têmpera e Acrílico.

Vermelho primárioPigmento de Quinacridona e carga mineral. Composição muito estável à luz. Bom poder corante. Utiliza-se em todas as técnicas: Óleo, Guache, Aguarela, Têmpera e Acrílico.

Metálicos: Cobre, Ouro amarelo, Ouro vermelhoPós de liga metálica que foram sujeitos a um tratamento de superfície. Misturam-se com os aglutinantes gordos e de água. No entanto, não é adequado para aguarela nem para fresco. Isto varia em função do aglutinante. É aconselhável aplicar um verniz por cima para evitar a oxidação.

Pigmentos FluorescentesA fluorescência é obtida por transformação da luz pelo pigmento de base. Isto proporciona tonalidades não naturais. Mas estes pigmentos degradam-se rapidamente. Apenas podem ser preparados para utilizações temporárias. Sem solidez à luz. Nunca utilizar em fresco.

Pigmento fosforescente: amarelo-verdePó fosforescente inorgânico, à base de sulfureto de zinco. Utilizar de preferência aglutinantes de água (excluir o fresco).Uma trituração excessiva diminui a fosforescência. É preferível incorporar o pigmento no aglutinante por mistura ou por uma trituração "ligeira".A humidade e os ultravioletas podem provocar um escurecimento fotoquímico do pigmento. De igual modo, é aconselhável, se o produto tiver de ficar sujeito à luz directa, de o preparar em condições de humidade inferiores a 50 %.Este pigmento aplicado em boas condições conservará as suas propriedades por numerosos anos.

T.L. : Resistência à luz★★★: Muito boa solidez à luz

★★: Boa solidez à luz★ : Solidez à luz médiao : Frágil à luz

O : Opaco

T : TransparenteO/T: Semi-opacon.r. : Não informado

Nome N° Pigments T.L. O/T Composição química F. L.G. G.N. R.

Branco de titânio 116 PW6 *** O Óxido de titânio O O O O

Branco de zinco 119 PW4 *** T/O Óxido de zinco N O O O

Branco de Litopónio 128 PW5 *** T/O Sulfureto de zinco e sulfato de bário O O O O

Branco de Meudon 131 PW18 *** T/O Carbonato de cálcio natural O O O O

Laranja Pyrrole Sennelier 511 PY1, PR4 ** T/O Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Amarelo de Nápoles 567 PY1 ** O Pigments azoïques et charge minérale N O O O

Amarelo primário 574 PY74 ** T/O Pigmento azoico N O O O

Aureolina 559 PY 40 ** T Amarelo de cobalto O O O O

Amarelo-limão 501 PY3 ** T Pigmento azoico e carga mineral N O O O

Amarelo Cádmio claro substituto 539 PY1, PY3 ** T/O Pigmentos azoicos e cargas minerais N O O O

Amarelo Cádmio médio substituto 541 PY1 ** T/O Pigmentos azoicos e cargas minerais N O O O

Amarelo Cádmio escuro substit. 543 PY1 ** T/O Pigmento azoico e carga mineral N O O O

Amarelo Cádmio Limão substit. 545 PY1, PY3 ** T/O Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Amarelo Cádmio claro verdadeiro 529 PY35 *** O Sulfureto de cádmio O O O O

Amarelo Cádmio médio verdadeiro 531 PY35 *** O Sulfureto de cádmio O O O O

Amarelo-indiano substituto 517 PY1, PY83 ** T Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Amarelo Cádmio Laranja substit. 547 PY1, PR4 ** T/O Pigmentos azoicos e cargas minerais N O O O

Amarelo Cádmio escuro verdadeiro 533 PY35 *** O Sulfureto de cádmio O O O O

Amarelo Cád. Laranja verdadeiro 537 PO20 *** O Sulfo-seleneto de cádmio O O O O

Amarelo de Marte 505 PY1, PBr7 ** T Pigmentos azoicos e terra natural N O O O

Vermelho de Cád. Laranja subst. 615 PR4, PY1 ** T/O Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Vermelho Cád. Laranja verdadeiro 609 PO20 *** O Sulfo-seleneto de cádmio O O O O

Laranja Pyrrole Sennelier 641 PO73 *** T Laranja de Pyrrole N O O O

Laca de Alizarina Escarlate 694 PR48 :2, PY83 ** T Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Laca de Alizarina Vermelha 696 PR83 ** T Antraquinona N O O O

Vermelho Cád. escuro verdadeiro 606 PR108 *** O Sulfo-seleneto de cádmio O O O O

Vermelho de Marte 631 PR101 *** T/O Óxido de ferro sintético O O O O

Vermelho de Veneza 623 PR101 *** O Óxido de ferro sintético O O O O

Vermelho Cád. púrpura verdadeiro 611 PR108 *** O Sulfo-seleneto de cádmio O O O O

Vermelho Cád. claro verdadeiro 605 PR108 *** O Sulfo-seleneto de cádmio O O O O

Vermelho Hélios 619 PR3 ** T Pigmento azoico N O O O

Amarelo Cád. claro substituto 613 PR4 ** T/O Pigmento azoico e carga mineral N O O O

Vermelhão francês substituto 675 PR4, PY1 ** O Pigmentos azoicos e carga mineral N O O O

Laca de Garança rosa 690 PR208 *** T vermelho benzimidazolona N O O O

Vermelho primário 686 PV19 *** T/O Violeta de quinacridona N O O O

Vermelho de quinacridona 679 PR122 *** T Vermelho de quinacridona N O O O

Magenta permanente 680 PR202 *** T vermelho de quinacridona N O O O

Vermelho Cád. púrpura substituto 617 PR3 ** T/O Pigmento azoico e cargas minerais N O O O

Vermelhão da China substituto 677 PR3 ** O Pigmento azoico e cargas minerais N O O O

Violeta Cobalto escuro verdadeiro 909 PV14 *** O Fosfato de cobalto O O é. é.

Violeta mineral 915 PV16 *** T Fosfato de manganês N O é. é.

Violeta Ultramarino 916 PV15 *** T Silicato de alumínio de sódio O O O O

Azul Índigo 308 PB60 *** T/O Azul de indantreno N O O O

Azul da Prússia 318 PB27 *** T Ferrocianeto férrico N O O O

Azul de Ftalocianina 387 PB15 *** T Azul de ftalocianina N O O O

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F : Utilizáveis para frescoL.G. : Utilizáveis para Aglutinantes Gordos: Óleos, Alquídicos, Resinas...G.N. : Utilizáveis para Gomas Naturais (meio água)R. : Utilizáveis para Resinas Acrílicas, Vinílicas (meio água)

N : NãoO : Simé. : a evitarn.a. : não aplicável

Nome N° Pigments T.L. O/T Composição química F. L.G. G.N. R.

Azul-ultramarino claro 312 PB29 *** T Silicato de alumínio de sódio O O O O

Azul-ultramarino escuro 315 PB29 *** T Silicato de alumínio de sódio O O O O

Azul-ultramarino francês 314 PB 29 *** T Silicato de alumínio de sódio O O O O

Azul de Cobalto verdadeiro 307 PB72 *** T Aluminato de cobalto O O O O

Azul Cerúleo substituto 323 PB15 *** T/O Azul de ftalocianina e carga mineral N O O O

Azul primário 385 PB15 *** T/O Azul de ftalocianina e cargas minerais N O O O

Esmalte (tom) 320 PB15 *** T/O Azul de ftalocianina e cargas minerais N O O O

Azul de Cobalto Turquesa 341 PB36 *** T/O Estanato de cobalto O O O O

Turquesa-claro 339 PB28 *** O Aluminato de cobalto O O O O

Verde de Cobalto claro 833 PB36 *** O Óxido de cobalto e de zinco O O O é.

Verde-esmeralda 837 PG18 *** T Óxido de cromo hidratado O O O O

Verde-esmeralda substituto 869 PG7 *** T/O Azul de ftalocianina e carga mineral N O O O

Verde de Ftalocianina 896 PG7 *** T Verde de ftalocianina N O O O

Verde de Cobalto escuro 835 PG26 *** O Óxido de cobalto e de zinco O O O é.

Verde-inglês escuro 807 PG36 *** T/O Azul de ftalocianina e carga mineral N O O O

Verde Veronese 847 PG36, PY3 *** T Verde de ftalocianina, amarelo monoazoico, carga mineral N O O O

Verde-inglês claro 805 PY74, PG7 *** T/O Pigmento azoico e verde de ftalocianina N O O O

Verde Óxido de Cromo 815 PG17 *** O Óxido de cromo O O O O

Terra Verde 213 PG23 *** T Terra natural O O O O

Caput Mortuum 919 PR101 *** O Óxido de ferro sintético O O O O

Castanho Van Dyck 407 PBr8 ** O Castanho de manganês O O O é

Castanho-avermelhado 405 PR101, PBr7 *** O Óxidos de ferro O O O O

Castanho da Madeira 471 PBr23, PY42 *** T/O Pigmento azoico, óxido de ferro e carga mineral N O O O

Terra de Siena natural 208 PBr7 *** T Terra natural O O O O

Terra de Siena queimada 211 PBr7 *** T Terra natural O O O O

Terra de Sombra natural 205 PBr7 *** T/O Terra natural O O O O

Terra de Sombra queimada 202 PBr7 *** T/O Terra natural O O O O

Ocre-vermelho 259 PR102 *** O Terra natural O O O O

Ocre-dourado 257 PY119 *** O Ferrite de zinco O O O O

Ocre-amarelo claro 254 PBr24 *** O Cromo antimónio titânio rutilo O O O O

Ocre-amarelo 252 PY43 *** T Terra natural O O O O

Ocre de Ru 255 PBr7, PG7 *** T/O Terra natural, verde de ftalocianina N O O O

Negro de Marte 759 PBk11 *** O Óxido de ferro sintético O O O O

Laca negra 763 PBk1 ** T Noir d’Aniline N O O é.

Negro-de-marfim 755 PBk9 *** O Negro de osso N O O O

Negro para fresco 761 PBk6/7 *** T/O Negro de carbono O O O O

Amarelo Fluorescente 502 n.r. o T Pigmento fluorescente N O O O

Laranja Fluorescente 648 n.r. o T Pigmento fluorescente N O O O

Vermelho Fluorescente 604 n.r. o T Pigmento fluorescente N O O O

Rosa Fluorescente 654 n.r. o T Pigmento fluorescente N O O O

Cobre 36 n.r. *** O Pó de liga metálica N O é. O

Ouro vermelho 40 n.r. *** O Pó de liga metálica N O é. O

Ouro amarelo 30 n.r. *** O Pó de liga metálica N O é. O

Iridescente para nacar 20 n.r. *** T/O Titânio micáceo N O O O

Fosforescente amarelo-verde 10 n.r. n.r. n.r. Pigmento fosforescente N O O O

Para cada pigmento, consulte este quadro para saber se ele é adequado para o uso que deseja fazer.

O azul e o grená.De caeruleo et usta.

A preparação do azul (azul-escuro) foi inventada primeiro em Alexandria, e Vestório estabeleceu depois a fábrica em Putéolos. A invenção é admirável, vistas as coisas que compõem esta cor. Tritura-se areia com a flor de sal mineral numa mistura tão fina como a farinha, misturam-se com limalha de cobre de Chipre, que é feito a partir de lâminas grossas, e molha-se tudo com um pouco de água, para fazer uma pasta com a qual se formam várias bolas com as as mãos, que se deixam a secar; a seguir, colocam-se as bolas num pote de barro que vai ao forno e lá o cobre e a areia, ao serem aquecidos e dessecados pelo fogo, comunicam reciprocamente o que se liquidifica de um e do outro, perdendo ambos as suas propriedades, e formam um único corpo com uma cor azul-escura.Quanto ao usta (grená), que se utiliza com muita frequência nas obras de pintura, é preparado da seguinte maneira. Faz-se aquecer ao fogo um pedaço de argila boa, que é apagada em vinagre e isso dá-lhe uma cor de púrpura.

Vitrúvio. Os dez livros de arquitectura. Capítulo XI»

Mostruáriode pigmentos Sennelier

128 *** Branco

de LitopónioPW5

131 *** Branco

de Meudon PW18

116 ***Branco

de titânioPW6

119 *** Branco de zinco

PW4

385 ***Azul

primárioPB15

320 ***Esmalte (tom)PB15

323 ***Azul Cerúleo

substitutoPB15

307 ***Azul de Cobalto

verdadeiroPB72

511 ** Laranja Pyrrole

SennelierPY1 PR4

545 ** Amarelo de Cádmio

Limão substitutoPY1 PY3

547 ** Amarelo de Cádmio Laranja substituto

PY1 PR4

529 ***Amarelo de Cádmio

claro verdadeiroPY35

533 ***Amarelo de Cádmio

escuro verdadeiroPY35

531 *** Amarelo de Cádmio

médio verdadeiroPY35

517 **Amarelo-indiano

substitutoPY1 PY83

567 **Amarelo

de Nápoles PY1

696 ** Laca de Alizarina

VermelhaPR83

759 *** Negro

de MartePBk11

252 *** Ocre-amarelo

PY43

259 *** Ocre-vermelho

PR102

255 *** Ocre de Ru

PBr7 PG7

339 ***Turquesa-claro

PB28

254 ***Ocre-amarelo

claroPBr24

680 *** Magenta

permanentePR202

257 ***Ocre-dourado

PY119

919 ***Caput

MortuumPR101

617 ** Vermelho de Cádmio púrpura substituto

PR3

605 ***Vermelho de Cádmio

claro verdadeiroPR108

611 ***Vermelho de Cádmio púrpura verdadeiro

PR108

631 *** Vermelho de MartePR101

623 *** Vermelho de VenezaPR101

677 ** Vermelhão da

China substitutoPR3

407 **Castanho Van Dyck

PBr8

213 *** Terra VerdePG23

805 ***Verde-inglês

claroPY74 PG7

815 *** Verde Óxido de Cromo

PG17

847 ***Verde

VeronesePG36 PY3

909 ***Violeta de Cobalto escuro verdadeiro

PV14

915 ***Violeta mineralPV16

916 *** Violeta

Ultramarino PV15

341 ***Azul de Cobalto

TurquesaPB36

606 ***Vermelho de Cádmio

escuro verdadeiroPR108

36 *** Cobren.r.

40 *** Ouro vermelho

n.r.

502 o Amarelo Fluorescente

n.r.

654 o Rosa Fluorescente

n.r.

648 o Laranja Fluorescente

n.r.

604 o Vermelho Fluorescente

n.r.

Mostruário de pigmentos

312 ***Azul-ultramarino

claroPB29

315 ***Azul-ultramarino

escuroPB29

318 *** Azul

da PrússiaPB27

574 ** Amarelo primário

PY74

539 **Amarelo de Cádmio

claro substitutoPY1 PY3

543 ** Amarelo de Cádmio

escuro substitutoPY1

541 **Amarelo de Cádmio

médio substitutoPY1

537 *** Amarelo de Cádmio Laranja verdadeiro

PO20

501 ** Amarelo-limão

PY3

505 ** Amarelo de MartePY1 PBr7

694 ** Laca de Alizarina

EscarlatePR48:2 PY83

763 ** Laca negraPBk1

755 *** Negro-de-marfim

PBk9

761 ***Negro para fresco

PBk6/7

686 *** Vermelho primário

PV19

613 **Amarelo de Cádmio

claro substitutoPR4

615 ** Vermelho de Cádmio

Laranja substitutoPR4 PY1

641 *** Laranja Pyrrole

SennelierPO73

314 *** Azul-ultramarino

francêsPB29

690 ***Laca de Garança

rosaPR208

559 ** Aureolina

PY40

609 ***Vermelho de Cádmio Laranja verdadeiro

PO20

619 ** Vermelho

HéliosPR3

675 **Vermelhão francês

substitutoPR4 PY1

471 ***Castanho

da MadeiraPBr23 PY42

405 *** Castanho-

avermelhadoPR101 PBr7

205 ***Terra de Sombra

naturalPBr7

202 ***Terra de Sombra

queimadaPBr7

208 ***Terra de Siena

naturalPBr7

211 *** Terra de Siena

queimadaPBr7

807 ***Verde-inglês

escuroPG36

833 ***Verde de

Cobalto claroPB36

835 ***Verde de Cobalto

escuroPG26

869 ***Verde-esmeralda

substitutoPG7

837 ***Verde-esmeralda

PG18

308 *** Azul

ÍndigoPB60

387 *** Azul de

FtalocianinaPB15

896 *** Verde

de FtalocianinaPG7

679 *** Vermelho de quinacridona

PR122

30 *** Ouro amarelo

n.r.

20 *** Iridescente para nacar

n.r.

10 Fosforescente amarelo-verde

n.r.

*** : Muito boa solidez à luz

** : Boa solidez à luz

* : Solidez à luz média

o : Frágil à luz

: Opaco

: Transparente

: Semi-opaco

n.r. : Não informado

As cores do mostruário aproximam-se o mais possível das cores reais, mas estão limitadas pelas técnicas de impressão.Este mostruário apenas deve ser utilizado a título indicativo.

n.r.

15

PigmentoPara dar à cor toda a sua intensidade. A cor final dependerá da qualidade do pigmento seleccionado, mas também da sua boa trituração. Quanto mais finamente triturado um pigmento for, mais ele revelará toda a intensidade da sua cor.

+ 1 aglutinante (cola ou goma), é, com o pigmento, o elemento-chave de uma tinta. Vai aglutinar entre si todos os elementos que compõem a tinta e dar-lhe a sua consistência.

+ 1 diluente (ou solvente), componente que permite definir a viscosidade da tinta. O diluente evapora-se na secagem, para fixar a cor no suporte.

+ aditivos que vão permitir, consoante o desejo do Artista, dar brilho, matificar, acelerar a secagem, retardar a secagem, liquidificar, solidificar...

O que é uma cor?

Por exemplo, uma Aguarela Sennelier é composta por um pigmento, goma arábica (o aglutinante), mel (o aditivo) que lhe vai conferir luminosidade e untuosidade.

A seguir, ela dilui-se em água (o diluente)

PreceitosAs seguintes dosagens são dadas a título indicativo, mas podem variar em função da

natureza do pigmento. Alguns, como o branco de titânio, por exemplo, necessitam da adição

ainda de aglutinante. Para a trituração das cores, aconselhamos uma mó de vidro e uma placa de vidro

ou de mármore despolido, para revelar melhor toda a intensidade do pigmento.

Para evitar erros, comece por dosear a cola ou goma na quantidade desejada,

depois, adicionar progressivamente o pigmento triturando bem até obter uma

textura desejada. A pasta assim obtida deve ser fácil de manipular.

A cada família de cores, as suas especificidades:

A cores de água A Aguarela, Guache e a Têmpera

necessitam da adição de um produto

hidroscópico como a glicerina, para

retardar a secagem e suavizar o toque. É

preciso também adicionar à preparação

um antifermento necessário para a

conservação do adesivo de origem

animal ou vegetal, para a tornar

imputrescível.

A cores a óleoUtilizar-se-á o óleo de linhaça clarificado

ou óleo de cártamo de preferência para

todas as cores, salvo para os brancos e as

cores muito pálidas, onde se aconselha o

óleo de papoila.

É preciso ter cuidado para não pôr

demasiado óleo, pois quanto mais

prolongada for a trituração manual,

mais fluída se torna a mistura.

As cores acrílicasAs tintas acrílicas são compostas por

pigmentos e uma emulsão de água e

polímeros acrílicos.

A tinta acrílica é miscível na água e

utilizável em muitos suportes diferentes.

É igualmente caracterizada pela sua

secagem rápida e indelebilidade.

Dosagem para 100 g de pigmentos

Cores a óleo:30 a 100 g de óleo (de linhaça, cártamo ou papoila)

2 a 3 g de Secativo de Courtrai

(salvo 5 a 8 g para o negro-de-marfim)

N.B. pode-se adicionar, para dar corpo à pasta:

1 a 3 g de cera de abelha purificada

Cores Aguarela:50 a 100 g de goma arábica em solução a 35 %

10 a 15 g de glicerina

1 g de conservante (antifermento)

Cores Guache:50 a 100 g de goma arábica em solução a 35 % ou de

Dextrina branca

8 a 10 g de glicerina

1 g de conservante (antifermento)

Cores Têmpera a ovo:50 a 100 g de goma arábica em solução a 35 %

5 a 10 g de glicerina

1 g de gema de ovo em pó

1 g conservante (antifermento)

N.B. há inúmeras doses de Têmpera

Cores acrílicas:75 a 200 g de aglutinante acrílico

1 g de conservante (antifermento)

5 a 20 g de água se necessário para ajustar a consistência

Dosagem para 100 g de pigmentos

Cores vinílicas:80 a 100 g de aglutinante Caparol

5 a 15g de água se necessário para ajustar a consistência

1 g conservante (antifermento)

Pastel a óleo:60 a 80 g de cera de abelha ou mineral

25 a 50 g de óleo, vaselina ou óleo de petróleo não secativa

Pastel suave:80 a 90 g de pigmento puro

2 a 6 g de goma adragante ou glucose ou goma arábica ou

Dextrina+ água1 g conservante (antifermento)

Esta solução deve ser concentrada da ordem de 1 a 3 %

Sendo a natureza química dos

produtos muito diferente de um

pigmento para outro, convém

adaptar as dosagens acima.

Estas dosagens são-lhes dadas a

título indicativo e não

implicará a nossa

responsabilidade pelo resultado

obtido.

17

Para facilitar a preparação dos pigmentos, a Sennelier propõe uma gama de aglutinantes de trituração prontos a usar.A saber:- Aglutinante de trituração para Óleo- Aglutinante de trituração para Aguarela- Aglutinante de trituração para Têmpera- Aglutinante de trituração para Guache- Aglutinante de trituração para Acrílico- Aglutinante Caparol (vinílico)- Aglutinante Metilcelulose

Aglutinante de trituração a ÓleoÀ base de óleo vegetal espesso, não amarelecente, especialmente concebido para a trituração de cores a óleo com consistência óptima. Este aglutinante apresenta uma boa afinidade para os pigmentos tradicionalmente utilizados neste família de tintas. Inclui um agente de secagem completo, sem chumbo, que permite a secagem em superfície e em espessura num prazo normal.

PREPARAÇÃO:Mistura-se em proporções variáveis consoante:1. O pigmento.2. A natureza da trituração.Este aglutinante deverá ser adicionado progressivamente durante a trituração até à obtenção da consistência desejada. Devido à sua natureza espessa, a operação será tornada mais fácil e permitirá, mesmo a um pintor pouco experiente, obter uma pasta com uma consistência agradável de trabalhar.

• Frasco de 200 ml > N130120..• Frasco de 1000 ml > N130121..

Aglutinante de trituração AguarelaPreparação à base de goma arábica, mel, água e conservante. Triturado com os pigmentos, ´forma uma pasta com a consistência do mel, que se pode diluir em água.

PREPARAÇÃO:1- Misturar o aglutinante com o pigmento, tomando o cuidado de esmagar bem os pigmentos.2- Se a mistura obtida for demasiado espessa, adicionar, de preferência, aglutinante de aguarela para manter a transparência e o brilho do produto final. Para fluidificar o aglutinante, é igualmente possível adicionar 5 a 10 %, no máximo, de água.

• Frasco de 200 ml > N131507..

Aglutinante de trituração GuachePreparação à base de goma natural, glicerina, água e conservante.Com os pigmentos, dá um aspecto gelificado fosco e opaco. O filme obtido poderá ser retocado com água.Este aglutinante mistura-se em qualquer proporção com os pigmentos tradicionalmente utilizados no fabrico de guaches.

PREPARAÇÃO:1- Misturar o aglutinante pronto a usar com o pigmento2- Se a pasta estiver demasiado espessa, adicionar água, sem excesso, para preservar o aspecto mate e a opacidade da cor.Diluente: água. Fixar com verniz de guache para a indelebilidade.

• Frasco de 200 ml > N130508..

Aglutinante de trituração TêmperaPreparação à base de ovo, goma-arábica e óleo vegetal. Triturado com pigmentos resulta numa consistência flexível à mistura. O filme obtido será acetinado e não poderá ser retocado com água. Permite sobreposições.

PREPARAÇÃO:1- Misturar o aglutinante pronto a usar com o pigmento2- Se a pasta for demasiado espessa, adicionar água sem excesso; Diluente: água.

• Frasco de 200 ml > N131020..

Aglutinante de trituração AcrílicoResina acrílica pura (polímero acrílico) com 46 % de extracto seco. Produto brilhante e transparente, com uma melhor solidez à água do que a preparação à base de Caparol.O aglutinante acrílico é solúvel na água e irreversível uma vez seco.

PREPARAÇÃO: 1.Métodos de utilização rápida: alongar o aglutinante de 10 a 25 % de água, depois misturar energicamente com os pigmentos até à obtenção de uma pasta homogénea.

AGLUTINANTES PRONTOS A USARFácil, rápido e pouco risco de se enganar.

Os aglutinantes

OUTROS AGLUTINANTES

Quanto mais água há na preparação, mais o aspecto mate do produto aumenta ao mesmo tempo que a sua indelebilidade diminui. 2. Método tradicional de preparação com emulsão: Consiste em empastar os pigmentos em pó em 20 a 80 % da solução de aglutinante metilcelulose.A seguir, para ligar com o pigmento, adicionar o aglutinante acrílico até à obtenção de uma pasta mais ou menos espessa. Quanto menos se utilizar o aglutinante metilcelulose em amálgama com o pigmento, melhor será a solidez à água da pintura crílica uma vez seca. É possível adicionar glicerina para retardar a secagem.

Dá um filme de acetinado a brilhante, consoante a percentagem de resina acrílica utilizado.• Frasco de 200 ml > N133646.. • Frasco de 900 ml > N133647..

Aglutinante MetilceluloseEste aglutinante apresenta-se sob a forma de pó e prepara-se com água. É utilizado com os pigmentos, quer:1. Como resina para o fabrico dos guaches tradicionais.2. Como agente de empastagem de pigmentos, para dar corpo antes da preparação das cores vinílicas, acrílicas, de têmpera.

PREPARAÇÃO:Lembrete: Antes de preparar estes três tipos de tintas, é é recomendável empastar os pigmentos sobre a seguinte base:- 125 g de aglutinante metilcelulose- 3 litros de água- 20 g de conservanteAgitar bem esta solução ou triturá-la antes de a utilizar como base para amalgamar os pigmentos. Uma vez bem ligados os pigmentos, adicionar o aglutinante desejado (Caparol, acrílico, ao ovo).

Cola reversível. Dissolve-se sob água fria e endurece sob água quente. • Frasco de 250 ml > N133657..

Aglutinante Caparol VinílicoO “Caparol vinílico” é um aglutinante com elevado teor em acetato de polivinil diluível em água.Este aglutinante vinílico oferece a particularidade de ter sido especialmente concebido para ser misturado com pigmentos em pó. A sua utilização é simples.O “Caparol vinílico” proporciona uma película indelével, com um aspecto acetinado mate e liso, idêntico ao guache. As cores que têm por aglutinante o “Caparol vinílico” sobrepõem-se, por isso, entre elas.Todos os pigmentos se adequam, com excepção do Azul da Prússia, Branco de Prata, Amarelo de Cromo, Amarelo de Barita, Branco de Zinco (risco de provocar eflorescências e de espessamento).Uma tinta com aglutinante "Caparol vinílico" aplica-se em qualquer suporte desengordurado: madeira, aglomerado, chapa colada ou semi-absorvente, contraplacado, cartão, cimento, gesso, etc.

1) MÉTODO RÁPIDO PARA UTILIZAÇÃO IMEDIATA:Alongar de 10 a 25 % de água o aglutinante “Caparol vinílico”.A seguir, misturar energicamente o Caparol assim alongado com os pigmentos escolhidos até à obtenção de uma pasta homogénea.Atenção, ao aumentar a proporção de água adicionada ao "Caporal vinílico", aumenta o aspecto mate, mas a indelebilidade diminui.2) MÉTODO TRADICIONAL DE PREPARAÇÃO DE UM PRODUTO COM EMULSÃO:Consiste em empastar os pigmentos em pó em 20 a 80 % da solução de aglutinante metilcelulose.A seguir, para ligar com o pigmento, adicionar o Caparol até à obtenção de uma pasta mais ou menos espessa.NB: É aconselhável, num primeiro tempo, procurar uma consistência espessa com o aglutinante de metilcelulose; isto permitirá adicionar Caparol suficiente para dar um filme liso e indelével.

• Frasco de 1 litro > N262671..• Balde de 5 litros > N262672..

19

Os produtos de preparaçãoA cada Artista a sua cor. São numerosos os produtos de preparação para permitir a cada um obter o resultado desejado. Entre estes produtos de preparação, nós distinguimos: - Os óleos: específicos da técnica a Óleo, as suas propriedades variam em função da sua natureza.- As colas: elas permitem isolar a fibra para que a tinta não passe através (tapa os poros da tela), mas também criar uma fase de aderência para a tinta. Podem igualmente servir de aglutinante para o fabrico de certas tintas. - As gomas: são resinas naturais que são utilizadas na tinta bem como aglutinante à maneira da cola. São utilizadas pelas propriedades particulares que elas conferem ao filme (solidez, brilho...). - As ceras: vão modificar a expressão da tinta ao lhe proporcionarem brilho ou maticidade.

AS COLAS

OS ÓLEOS

Óleo de linhaçaÓleo extraída por pressão da semente de linho.Este óleo transparente, com um odor característico, é fortemente secativo em contacto com o ar.No entanto, a sua sensibilidade ao oxigénio do ar e o seu forte teor em ácido linolénico têm por consequência um amarelecimento marcado, o que incita a não o utilizar com certos pigmentos, nomeadamente, Azuis e Brancos.Este óleo proporciona uma pasta fácil de usar e confere ao toque uma muito boa resistência.

Óleo de papoila Este óleo é proveniente da semente de papoila.É menos secativa que o óleo de linhaça, mas amarelece sensivelmente menos com o decorrer do tempo.Isto justifica o seu interesse para a trituração de Azuis e Brancos nomeadamente, mesmo se a pasta tem menos textura do que a obtida com o óleo de linhaça.

Óleo de cártamoProveniente da semente de cártamo, oleaginosa cultivada, nomeadamente, na América do Norte.Com uma secatividade próxima da da linhaça, é, no entanto, nitidamente menos amarelecente.Confere ao toque uma muito boa resistência.Isto justifica a sua utilização única para a maior parte dos diluentes.

AS COLAS, são utilizadas há centenas de anos pelas suas qualidades incomparáveis. Elas diferenciam-se pelas suas propriedades e pelas técnicas com as quais são compatíveis.

Cola de pele de coelhoA cola de pele é utilizada há muitos séculos, nomeadamente para as técnicas de aguarelas. A sua fabricação é realizada a partir das peles de coelho da qual se extrai o colagénio, sob a forma de gelatina. Considerada como a melhor das colas de origem animal, continua a ser utilizada devido ao seu forte poder corante e da sua flexibilidade. É ideal para a engomagem ou revestimento da tela, papel,

cartão, madeira. Utiliza-se igualmente como aglutinante para cores, tintas e douraduras em madeira ou, ainda, para cores picturais.Aspecto: placas ou grânulos de cor dourada a castanha.

PREPARAÇÃO:- Fazer dissolver em água fria 100 g de cola de pele para 1 L de água durante 12 h.

AS GOMAS

- Levar a mistura a mais de 37° sem todavia fazer ferver a dissolução; isto fará com que a sua cola perca as suas propriedades e torná-la-á inutilizável.

Vantagens: Maleabilidade (permite engomar as telas e, a seguir, poder enrolá-las sem que o filme quebre), forte poder colante, boa resistência ao óleo.

Cola de peixeCola extraída da bexiga natatória e cartilagens de peixe, 50 % de extracto seco. Esta cola é utilizada desde a Antiguidade e até meados do século XX como cola universal para todos os pequenos trabalhos, nomeadamente para marcenaria, marchetado e douração. Ela entra na composição de numerosas fórmulas antigas. É utilizada como cola para papel, cartão, madeira, tecido natural. Permite fabricar têmperas, colas para tecidos e utiliza-se em técnicas de restauração numa concentração de 30 a 50 %.Aspecto: viscoso e de cor acastanhada.

PREPARAÇÃO:Utilização directa, dilui-se em água entre 5 e 20 %.

A cola de peixe Sennelier contém um conservante. Vantagens: Cola reversível que possui um bom poder aderente, seca lentamente, utiliza-se a frio.

Cola de ossosCola em grão conhecida desde a Antiguidade, está presente em muitas receitas antigas. Durante muito tempo, esta cola foi utilizada em marcenaria, carpintaria, encadernação. É extraída de ossos de bovinos ou ovinos. É utilizada para colagem e revestimento, mas igualmente como aglutinante. A cola de ossos é muito apreciada para o trabalho em madeira. Aspecto: Apresenta-se sob a forma sólida, aspecto próximo do de uma cera.

PREPARAÇÃO:- Deixar na água durante 3 a 4 horas antes de dissolver a quente.- É trabalhada a quente e deve ser guardada em banho-maria para ser mantida líquida.Utiliza-se em concentração geralmente elevada de 30 a 50 %, consoante o tipo de utilização.

AS GOMAS são resinas de origem natural que se pode utilizar como aglutinante ou como cola. Algumas diluem-se em água como a goma arábica e outras diluem-se em essência de terebentina como a goma Mástique ou a goma Dammar. As gomas podem ser utilizadas como colas, mas são, sobretudo, muito apreciadas pelas suas propriedades filmogénicas, de brilho, de reversibilidade ou irreversibilidade.

Goma-arábicaProduto vegetal, exsudação de uma Acácia (africana), ela é sem dúvida a mais célebre de todas as gomas. As suas utilizações são numerosas, encontra-se a goma-arábica em sectores muito diferentes, que vão do alimentar à beleza. Esta goma solúvel na água é utilizada para fabricar Aguarelas, Guaches e como cola. Utiliza-se em especial a qualidade Kordofan, a goma-arábica mais pura que se conhece, proveniente da região do mesmo nome, para fabricar Aguarelas e Guaches.Aspecto: Apresenta-se em pedaços irregulares de uma cor amarela muito pálida.

PREPARAÇÃO:Dilui-se lentamente na água agitando-se regularmente.- 20 a 50 % máximo,- 5 a 10 % de glicerina,- 0.5 % conservante

Proporciona um filme brilhante mas quebradiço, o que justifica a junção da glicerina.Vantagens: Solúvel na água. Utilizada como aglutinante, confere transparência, brilho e luminosidade às cores. Não tóxico. Proporciona um filme reversível.

Goma mástique "em lágrimas"O mástique em lágrimas de “Quios” é produzido por uma árvore da família das Terebintáceas muito presente na Grécia, na ilha de Quios. A sua utilização não se restringe apenas às Belas-Artes, esta resina é igualmente utilizada para a higiene dentária, cosmética e indústria alimentar. Solúvel em essência de Terebentina, esta resina é utilizada há já muito tempo, em especial em Óleo, ou ainda para os vernizes e meios para pinturas a Óleos. Aspecto: Apresenta-se em pequenas lágrimas amarelo-claras.

PREPARAÇÃO:Não solúvel em água, mas em essência de terebentina. A goma mástique dissolve-se lentamente, por uma agitação prolongada; filtra-se a seguir 1 ou 2 vezes para eliminar todas as impurezas.

Dá um filme muito brilhante mas ligeiramente quebradiço. Para colmatar este inconveniente, pode-se adicionar Terebentina de Veneza, estandóleo ou glicerina.Para fabricar um verniz de quadros:- 30 a 40 % de resina mástique- 60 a 70% de Essência de Terebentina- 3 a 5 % máximo de Terebentina de VenezaVerniz perfeitamente reversível, confere à obra envernizada um brilhante "doce". Vantagens: brilho muito elevado, reversibilidade.

21

AS CERAS

Goma DammarResina fóssil que se encontra na Ásia, nas Filipinas. Esta resina é utilizada correntemente desde o século XVIII ara fabricar vernizes e meios. A goma Dammar é dissolvida por agitação lenta em solventes do tipo essência de terebentina ou essência de petróleo.As suas propriedades tornam-no muito interessante como verniz temporário ou camada intermediária (tipo verniz de retoque). A utilizar igualmente como zona de aderência para retocar ou colocar um verniz final. Aspecto: apresenta-se em pedaços irregulares com o tamanho de uma noz, de cor amarela muito pálida.

PREPARAÇÃO:A concentração desta goma varia de 15 a 30 %, consoante a natureza da solução preparada, meio ou verniz. Recomenda-se a adição de um agente plastificante do tipo terebentina de Veneza, bálsamo do Canadá ou estandóleo, sem todavia exceder os 5 %, no máximo.Tendo em conta uma ligeira percentagem de cera insolúvel nesta goma, a solução obtida é ligeiramente turva. Para a eliminar, deixar repousar vários dias e depois filtrar 1 ou 2 vezes através de um tecido ou papel de filtro.

Vantagens: Proporciona um filme brilhante, protector (filme homogéneo que enche as asperezas do suporte e alisa a superfície) e reversível. Desnatura muito pouca a expressão.

Goma laca descoloridaGoma natural de origem animal produzida por insectos provenientes das Índias ou Ásia, em que se eliminaram as matérias cerosas. Foi introduzida na Europa no séc. XVII.Esta goma é utilizada para fabricar vernizes, fixadores, tintas ou verniz à boneca.Aspecto: apresenta-se sob a forma de palhetas de uma cor castanho-dourada.

PREPARAÇÃO:Preparação: Esta goma é compatível com a água, mas precisa de álcool para ser dissolvida. Ela é solubilizada quer: - em Bórax: 3 a 4 % em água quente.- ou mais habitualmente em álcool etílico.Receitas de fabrico:1)Verniz álcool:• 5 a 15 % de goma laca,• 85 a 95 % de álcool.2)Fixador:• 1 a 5 % consoante a natureza do fixador,• 95 a 99% de álcool.3)Verniz à boneca:• 17 a 20 % de goma,• 73 a 80% de álcool.Os vernizes à base de goma laca não devem ser, em caso algum, utilizados na técnica de pintura a óleo.

Vantagens: um filme muito brilhante, com uma cor de âmbar transparente e indelével.

AS CERAS são utilizadas para modificar a textura do filme e da sua expressão. Devem ser filtradas, para remover as impurezas.

Cera de abelhaCera de origem animal de qualidade virgem ou branca. Esta cera pura figura em numerosas receitas. É utilizada como aditivo para dar maleabilidade ao filme, melhorar a sua expressão e resistência, mas, também, como agente mate no verniz (em alguma %). Serve para o fabrico de tintas ditas "em encáustica".Aspecto: Apresenta-se sob a forma de pérolas.

PREPARAÇÃO: Fácil de incorporação a quente, a cera de abelhas funde a cerca de 63°. Solúvel a frio em essência de terebentina ou white spirit. Atenção, a cera é sensível ao calor.

Vantagens: é um aglutinante muito estável no tempo, se as obras forem guardadas em boas condições. Dá flexibilidade e resistência ao filme.

Cera de Carnaúba Cera vegetal cuja utilização corrente data do século XVIII. É utilizada em numerosos sectores, não somente em pintura.Caracteriza-se por um ponto de fusão de 83°, mais elevado do que o da cera de abelha. A cera de Carnaúba dá um filme duro e compacto. As suas propriedades fazem dela um bom elemento de proteção das obras. Devido à sua transparência, utiliza-se igualmente para envernizar as tintas em encáustica ou os quadros.Aspecto: Apresenta-se sob a forma de palhetas de uma cor amarela.

PREPARAÇÃO: Dissolve-se a quente em banho-maria, com essência de Terebentina ou essência de Petróleo.

É utilizada em mistura com cera de abelha para elevar o ponto de fusão e proporcionar dureza à película.Vantagens: Muito transparente. Produz um filme pouco sensível à humidade.

OUTROS PRODUTOS DE PREPARAÇÃO

Gema de ovoPara a pintura artística, a sua utilização data de tempos muito antigos. A pintura à base de ovo antecedeu a pintura a óleo. A maior parte dos quadros primitivos foram pintados com têmpera de ovo. Pode ser utilizado como aglutinante ou como meio.A gema de ovo permite emulsionar mais facilmente e, deste modo, fazer uma tinta diluível em água. Na verdade, ela própria é já uma emulsão que contém 50 % de água e 30 % de gordura. Aspecto: Gema de ovo liofilizada em pó (retira-se a água a frio), que conserva todas as suas propriedades.

PREPARAÇÃO:-1 a 4 % na água (desmineralizada),- Adicionar 1 a 3 % de conservante para o armazenamento da tinta obtida, senão a pasta não se conserva.

Vantagens: a gema de ovo solidifica o filme e proporciona matéria gorda.

BetumeResina fóssil de xisto betuminoso, utilizada no séc. XIX na pintura a óleo, nomeadamente para o fundo dos retratos. É muito pouco utilizado actualmente. Esta resina é utilizada para o fabrico de vernizes para gravura, devido às suas propriedades, tais como a aderência e flexibilidade. Esta resina sensível ao calor é reversível. Dá um Castanho transparente muito apreciado no glacis.Aspecto: Sob a forma de pó negro.

PREPARAÇÃO:Dissolve-se em White Spirit ou essência de Terebentina. Dose para fabricar um verniz de gravador: 15 a 25 % de resina dissolvido em banho-maria na essência de terebentina ou essência de petróleo.

Atenção, o betume escurece com o tempo. O uso desta cor é formalmente proibido em pintura a Óleo onde ela tem tendência a escorrer e a fissurar.Vantagens: Cor

Grafite puraA Grafite natural em pó proveniente de Ceilão é uma forma de carbono. Muito utilizada para o fabrico de minas de grafite (lápis), encontra um vasto campo de aplicações nas tintas industriais: tinta antiferrugem, produtos que devem resistir ao calor. Possui igualmente propriedades de bom condutor de electricidade.Aspecto: palhetas finas cuja tonalidade varia do negro profundo ao cinzento.

PREPARAÇÃO:Devido à sua baixa densidade, a Grafite tem uma tomada de óleo elevada.

Utiliza-se também a Grafite em pó para fazer sucos e aguadas.Vantagens: Propriedades antiferrugem.

GelatinaCola de origem animal (o colagénio) cuja utilização tem uma história de séculos. Esta qualidade fina encontra a sua utilização em trabalhos delicados, a restauração, iluminura, etc. Mas, também, a preparação do papel.Aspecto: apresenta-se sob a forma de placas.

PREPARAÇÃO:Deixar as placas na água em água fria durante 2 a 3 horas; a seguir, dissolver em banho-maria agitando suavemente.- 5 a 15 % conforme a receita,- 0,1 a 0,3 % de conservante.Uma vez dissolvida, a gelatina conserva-se mal, é afectada pela humidade e o calor. Aconselhamos que a prepare à medida das suas necessidades.

Vantagens: Ideal para os trabalhos delicados. Filme de protecção transparente.

Caseína É uma substância (mistura de proteínas) que está contida no leite. Por natureza, a Caseína é insolúvel em água, mas pode ser dissolvida com Amoníaco, Bórax ou numa solução de Sódio.Aspecto: Apresenta-se sob a forma de pó que é preciso conservar ao abrigo da humidade, num recipiente bem fechado.

PREPARAÇÃO:A Caseína é utilizada como aglutinante em pintura entre 10 e 20 %, consoante o tipo de utilização.É igualmente utilizada como cola misturada com leite de cal (cerca de 5 %).Estabiliza, insolubiliza as tintas emulsões de látex ou em utilização num aglutinante misto.Misturada com pigmentos, confere às tintas um toque mate muito luminoso, indelével, mas que apenas de deve aplicar em camadas finas, pois tem tendência a fissurar em espessura.Exemplo de solução a 10 %:• Caseína 10 g,• Água 88 g,• Amoníaco 2 g,

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• Conservante 0,5 g. É obrigatório adicionar um conservante à Caseína uma vez em solução para evitar os bolores. A preparação deve fazer-se num recipiente em plástico para evitar o contacto com o metal.Para a preparação com bórax, as operações são idênticas, mas o processo faz-se a quente.A Caseína Sennelier está já tratada, pelo que é directamente solúvel na água.

Vantagens: A Caseína dá uma luminosidade excepcional às tintas. Proporciona um filme indelével.

Terebentina de VenezaO bálsamo de Terebentina de Veneza é uma resina natural extraída do Larício. Este bálsamo era utilizado pelos Antigos. Entra na composição das cores, dos meios de pintar e vernizes.Aspecto: A sua consistência pode variar em função das condições climáticas (mel puro com consistência xaroposa).

PREPARAÇÃO:De consistência viscosa, não pode ser aplicado sozinho. É diluído com essência de Terebentina. Este produto não deve ser utilizado a mais de 5 % nas formulações.

Vantagens: Dá um brilhante luminoso, transparência, maleabilidade ao toque se utilizado em percentagem limitada.

SecativosCompostos metálicos que favorecem a "secagem" ou, mais exactamente, a "secatividade" dos óleos, provocando o seu endurecimento.Existem diferentes, favorecendo a:• secagem na superfície: secativo de cobalto, zircónio• secagem em profundidade: secativo de zinco, manganês, por exemplo.

PREPARAÇÃO:O secativo de cobalto Sennelier inclui diferentes elementos para secar tanto na superfície como em profundidade. A utilizar em baixa quantidade: até 0,5 %.O secativo de Courtrai Sennelier melhora a secagem em profundidade; 0,5 a 3 %.O secativo branco: favorece a secatividade natural dos componentes da pasta. Pode ser utilizado em proporções elevada (5 a 15 %).

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