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CENTRO UNIVERSITARIO DE ITAJUBÁ – FEPI
Curso de Educação Física
José Leandro Braga Pinto
INFLUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO NA PRECISÃO DO
ARREMESSO NO BASQUETEBOL
ITAJUBÁ
2013
José Leandro Braga Pinto
INFLUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO NA PRECISÃO DO
ARREMESSO NO BASQUETEBOL
ITAJUBÁ
2013
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Educação Física do Centro
Universitário de Itajubá – FEPI.
Orientador: Prof. Me Fábio Vieira Lacerda.
Pinto, Jose Leandro Braga INFLUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO NA PRECISÃO DO ARREMESSO NO BASQUETEBOL. Jose Leandro Braga Pinto - Itajubá: Centro Universitário de Itajubá – FEPI. / Curso de Educação Física, 2013. (Número de páginas. ( ex.38 p.) Orientador: Prof. Me Fábio Vieira Lacerda. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro Universitário de Itajubá - FEPI. Educação Física. 2013. 1. Alongamento 2. Arremesso 3. Basquetebol 4. Precisão I. Lacerda, Fábio Vieira. II. Centro Universitário de Itajubá – FEPI. III. Influência dos Exercícios de Alongamento na Precisão do Arremesso no Basquetebol.
Dedico este trabalho aos meus Pais,
José Pinto e Suzete Barbosa Braga Pinto pela
paciência e apoio por tornarem mais esse
sonho possível de ser realizado.
Dedico a todos os professores e a todos
os colegas de faculdade que contribuíram para
conclusão deste curso.
Dedico aos meus amigos da vida que
sempre me apoiaram e me deram forças em
todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais José Pinto e Suzete Barbosa Braga Pinto pelo apoio moral,
financeiro e pela confiança que depositaram em mim para a realização de um sonho
meu e deles por ser o primeiro filho a concluir um curso superior.
Aos meus irmãos Carmem Lúcia Braga Pinto, Cláudia Cristina Braga Pinto,
Alexsander Braga Pinto, Luciano Braga Pinto, Suellem Braga Pinto, e em especial a
meus irmãos César Augusto Braga Pinto e esposa Marly da Silva Pinto por serem
meus fiadores; Weverton Braga Pinto e esposa Alyne de Oliveira Cruz e irmãs
Vanessa Braga Pinto e Heloísa Tânia Braga Pinto Santos por me auxiliarem nos
momentos de aperto. A todos por terem me incentivado e acreditado na minha
vitória.
Aos Professores e Mestres Sidney Benedito Silva, Vitória Regina Dias De
Almeida Garcia, Waldemar Boueri Junior, Ricardo Pombo Sales, Rosana Maria
Mohallem Martins, Luis Henrique Sales Oliveira, Daniel Vilela Nogueira, Fábio Luis
Figueiredo Fernandes, Ronaldo Júlio Baganha, César Rodrigues e em especial ao
Professor e Mestre Fábio Vieira Lacerda que foi meu orientador e ao Professor e
Mestre Alexandre de Souza e Silva que me ajudou e muito mesmo não tendo o
dever de fazê-lo. A todos por me incentivarem e contribuírem para minha formação.
Aos Professores José Batista Bueno Junior (Pé de Pato Sports), Paulo Cesar
Nunes, Rafael de Paiva Pereira Thiers Vieira, Ricardo de Mello Dias, Vinícius
Rodrigues Costa de Oliveira e Gabriel Dambros (CEL – Centro de Esporte e Lazer
UNIFEI) pela honra de ter trabalhado sobre suas orientações nos estágios que
cumpri durante minha graduação e pela ajuda no decorrer dessa jornada.
À instituição de ensino Centro Universitário de Itajubá – FEPI por me
proporcionar a realização desse objetivo que foi o de me tornar um ótimo profissional
na área de educação física reconhecido pelas instituições onde trabalhei nesse
período, por meio das aquisições de novos conhecimentos transmitidos através de
seus excelentes profissionais contratados para ministrar suas disciplinas.
Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis. Heterônimo de Fernando Pessoa.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
C (cesta) – bola convertida
A (aro) – bola no aro
T (tabela) – bola na tabela
V (vazio) – bola no vazio
SALOCLIVRE – sem alongamento CESTA livre
SALOALIVRE – sem alongamento ARO livre
SALOTLIVRE – sem alongamento TABELA livre
SALOVLIVRE – sem alongamento VAZIO livre
AATICLIVRE – alongamento ativo CESTA livre
AATIALIVRE – alongamento ativo ARO livre
AATITLIVRE – alongamento ativo TABELA livre
AATIVLIVRE – alongamento ativo VAZIO livre
APASCLIVRE – alongamento passivo CESTA livre
APASALIVRE – alongamento passivo ARO livre
APASTLIVRE – alongamento passivo TABELA livre
APASVLIVRE – alongamento passivo VAZIO livre
SALOC3 – sem alongamento CESTA 3 pontos
SALOA3 – sem alongamento ARO 3 pontos
SALOT3 – sem alongamento TABELA 3 pontos
SALOV3 – sem alongamento VAZIO 3 pontos
AATIC3 – alongamento ativo CESTA 3 pontos
AATIA3 – alongamento ativo ARO 3 pontos
AATIT3 – alongamento ativo TABELA 3 pontos
AATIV3 – alongamento ativo VAZIO 3 pontos
APASC3 – alongamento passivo CESTA 3 pontos
APASA3 – alongamento passivo ARO 3 pontos
APAST3 – alongamento passivo TABELA 3 pontos
APASV3 – alongamento passivo VAZIO 3 pontos
RESUMO
O basquetebol universitário brasileiro tem crescido e chegado a um alto nível de
rendimento. Uma vez, nesse estágio de avanço esportivo, todos os aspectos do
treinamento influenciam o resultado de forma decisiva, merecendo estudos
científicos acerca dessa influência. O alongamento ajuda ou atrapalha? A execução
prévia de exercícios de alongamento é um tema polêmico. Existem pesquisadores
que defendem e outros que se opõem. Na prática, observa-se que alguns atletas
necessitam de aproximadamente 15 minutos de exercícios de alongamento para
iniciar o aquecimento de arremessos, enquanto outros sem nenhum alongamento
partem direto para o aquecimento com bola. Algumas evidências têm apontado para
certo declínio da força muscular quando precedida por exercícios de alongamento.
Ao contrário, em outra análise, constataram que um programa de alongamento
aumenta os torques concêntricos e excêntricos máximos dos músculos. O presente
estudo teve como objetivo analisar os efeitos do alongamento sobre a precisão do
movimento do arremesso no basquetebol e seu resultado poderá evitar um possível
desperdício de tempo nas seções de treinamento, além de maximizar a precisão do
arremesso por meio da prescrição ou não de exercícios de alongamento. Para isto,
16 (dezesseis) jogadores universitários foram submetidos a três situações
experimentais do jogo de basquete, precedido e não de alongamento. Foram
realizados exercícios de alongamento estático e passivo. Houve um intervalo de no
mínimo dois dias entre as situações de jogo em que cada indivíduo realizou os
lançamentos. As variáveis analisadas foram a média de acertos, bola no aro, bola na
tabela e bola no vazio em cada uma das situações. Para o cálculo da amostra foi
utilizado o programa BioEstat 5.0, sendo definida a diferença mínima entre as
médias dos tratamentos, o desvio padrão do erro e o número de tratamentos. O
poder do teste estabelecido foi de 0.9 e o nível alfa de 0,01, sendo o número mínimo
definido já com os 10% de erro.
Palavras-chave: Alongamento. Arremesso. Basquetebol. Precisão
ABSTRACT
Basketball Brazilian university has grown and reached a high level of income. Once
this stage of advancement sports all aspects of training influence the outcome
decisively, deserving scientific studies on this influence. Stretching helps or hinders?
The previous execution of stretching exercises is a controversial topic. There are
researchers who advocate and others who oppose. In practice, it is observed that
some athletes require about 15 minutes of stretching exercises to start warm up
pitches, while others with no stretch run straight to the heating ball. Some evidence
has pointed to some decline in muscle strength when preceded by stretching
exercises. By contrast, in another analysis, found that a program stretching increases
the maximum torque concentric and eccentric muscle. The present study aims to
analyze the effects of stretching on the accuracy of the pitch movement in basketball
and the outcome could avoid a possible waste of time in training sessions, in addition
to maximizing the accuracy of the pitch by prescription or not exercise elongation.
For this, sixteen (16) college players underwent three experimental situations the
game of basketball, preceded and not stretching. Were performed static stretching
exercises and passive. There was an interval of at least two days between game
situations in which each individual performed the releases. The variables analyzed
were the mean score, the ball in the hoop, ball and ball on empty table in each of the
situations. To calculate the sample was used BioEstat 5.0, with defined minimum
difference between the treatment means, the standard deviation of the error and the
number of treatments. The power of the test set was 0.9 and the alpha level of 0.01,
the minimum number being defined now with 10 % error.
Keywords: Stretching. Pitch. Basketball. Accuracy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 11
2 REVISÃO TEÓRICA............................................................................................
13
2.1 Alongamento, flexibilidade e exercício......................................................... 13
2.2 O arremesso no basquetebol........................................................................ 14
3 METODOLOGIA.................................................................................................
16
3.1 Tipo de estudo e Caracterização da Amostra.............................................. 16
3.2 Instrumentos................................................................................................... 17
3.3 Procedimentos................................................................................................ 17
3.4 Análise estatístico.......................................................................................... 28
4 RESULTADOS....................................................................................................
20
5 DISCUSSÃO.......................................................................................................
26
6 CONCLUSÃO.....................................................................................................
27
REFERÊNCIAS......................................................................................................
28
APÊNDICE..............................................................................................................
32
ANEXOS.................................................................................................................
35
1 INTRODUÇÃO
Em todas as modalidades desportivas o gesto técnico, considerado como
movimento objetivo, pressupõe o desenvolvimento coordenado de força, pelos
vários músculos agonistas, antagonistas e sinérgicos, e também a sua flexibilidade,
bem como a dos tecidos de suporte e fixação é fundamental. A variação das
amplitudes articulares, por forma a conseguir harmonia e economia do gesto,
estimula condições para prevenir lesões e também aumentar o seu rendimento.
Além de permitir uma maior amplitude dos movimentos, o alongamento aumenta a
segurança na execução de exercícios físicos ou tarefas motoras (CORBIN, 1980).
Alongamentos antes da atividade física tem sido prática tradicional realizada
pelos atletas durante muitos anos como parte do aquecimento. Para o treinamento
de força, comumente recomenda-se aos atletas a realização prévia de
alongamentos estáticos sem saber a real repercussão sobre o desempenho
esportivo. Esta recomendação tem sido baseada na ideia de que o alongamento
melhora o desempenho, evita lesões e aumenta a flexibilidade (POPE et al., 2000).
Muitos preparadores de atletas e profissionais que trabalham com reabilitação ainda
recomendam que os seus atletas ou pacientes alonguem antes de efetuar o reforço
de fortalecimento ou testes de avaliação de força (SHRIER, 2005).
As estruturas do músculo, do tendão, do ligamento e da articulação são
flexíveis. No entanto, elas podem enrijecer-se, limitando a amplitude de movimento,
ou ainda podem alongar-se, possibilitando uma amplitude de movimento maior e a
capacidade de contrair fibras musculares adicionais (SCHWARZENEGGER, 2001).
A promoção de maiores níveis de flexibilidade ocorre pelo emprego
sistematizado de estímulos denominados alongamentos, que são solicitações de
aumento da extensibilidade do músculo e de outras estruturas, mantidas por um
determinado tempo (VIEIRA et al., 2001). Os alongamentos baseiam-se no princípio
de ativação de fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi, sensíveis às
alterações no comprimento e velocidade e, na tensão dos músculos,
respectivamente. Os impulsos destes receptores provocam respostas reflexas, que
por sua vez induzem adaptações nas unidades musculotendíneas, as quais são
benéficas para o ganho da mobilidade articular (BAGRICHEVSKY, 2001).
O basquetebol universitário brasileiro tem crescido e chegado ao alto nível de
rendimento. Uma vez nesse estágio de avanço esportivo, todos os aspectos do
treinamento influenciam o resultado de forma decisiva, merecendo estudos
científicos acerca dessa influência.
Em todos os níveis do basquetebol, o alongamento geralmente faz parte do
procedimento de aquecimento pré-treino/pré-jogo (WOOLSTENHULME et al., 2006).
O tema flexibilidade gera muitas controvérsias no meio científico quando
alguns autores incentivam e outros proíbem a execução de exercícios de
alongamento antes da prática esportiva.
O problema que esta pesquisa trás é: o alongamento ajuda ou atrapalha?
Algumas evidências têm apontado para certo declínio da força muscular quando
precedida por exercícios de alongamento (WILSON et al., 1994). Ao contrário disso,
em outra análise, descobriram que um programa de alongamento aumentou os
torques concêntricos e excêntricos máximos dos músculos posteriores da coxa
(WORRELL et al., 1994). De acordo com alguns estudos que demonstram
alterações nas propriedades musculares e redução da ativação neural logo após sua
execução, pois dificulta a realização dos gestos técnicos específicos de cada
modalidade, outros estudiosos dizem que ajuda, porque reduz o risco de lesão; há
até quem diga que ocorre interferência positiva no aspecto psicológico do atleta, por
este estar acostumado à prática, como um ritual em sua rotina de treino.
O presente estudo teve como objetivo desvendar se a execução prévia de
exercícios de alongamento interfere (positiva ou negativamente) na precisão do
arremesso no basquetebol e apontar diretrizes para utilização ou não de exercícios
de alongamento antes do treinamento/jogo no basquetebol.
A execução prévia de exercícios de alongamento é um tema polêmico:
existem pesquisadores que defendem e outros que se opõem. Na prática, observa-
se que alguns atletas necessitam de aproximadamente 15 minutos de exercícios de
alongamento para iniciar o aquecimento de arremessos, enquanto que outros, sem
nenhum alongamento, partem direto para o aquecimento com bola.
O resultado deste estudo pode evitar um possível desperdício de tempo nas
seções de treinamento, além de maximizar a precisão do arremesso por meio da
prescrição ou não de exercícios de alongamento.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Alongamento, flexibilidade e exercício
Segundo Badaro; Silva; Beche (2007), o alongamento é uma forma de
exercício cujo objetivo é a manutenção e aprimoramento da flexibilidade.
Segundo Dantas (2005), método ativo ou flexionamento dinâmico: consistem
na realização de exercícios dinâmicos, que devido a inércia do segmento corporal,
resultam num momento de natureza balística, provocando trabalho nas estruturas do
movimento. Método passivo ou flexionamento estático: chega ao limite do arco
articular forçando suavemente além desse limite e aguarda um tempo realizando um
novo forçamento suave procurando alcançar maior arco de movimento possível.
Existe muita polêmica sob qual método o processo de flexionamento é mais
adequado ou mais eficaz. Mas, em vez de se preocupar com qual método é mais
eficaz, a preocupação do profissional que treina a flexibilidade deve ser com a
escolha da técnica mais adequada ao seu caso (DANTAS, 2005).
Para Achour Júnior (1999), exercícios de alongamento para as articulações
dos dedos e punhos são fundamentais para garantir a independência dos
movimentos e amenizar as tensões musculares, que prejudicam o fluxo sanguíneo
normal.
Alter (1999) cita que o programa de flexibilidade é um programa de
aquecimento e desaquecimento, feito imediatamente antes e depois de uma
atividade, para aumentar o desempenho e reduzir o risco de lesão na atividade.
Na rotina de treinamento do basquetebol ou de qualquer outra modalidade
esportiva, os exercícios de alongamento estão incluídos a fim de reduzir o risco de
lesões e aumentar o desempenho. (SAFRAN; SEABER; GARRET Jr., 1989).
No entanto, não há consenso no meio científico quanto à eficácia da
flexibilidade na prevenção de lesões no meio esportivo (HERBERT; GABRIEL, 2002;
WITVROUW et al., 2004). E quanto à performance, de acordo com a revisão de
Ramos, Santos e Gonçalves (2007), exercícios de alongamento reduzem o
desempenho da força muscular e diminuem a performance esportiva.
Estudos demonstraram redução da força máxima logo após uma seção de
exercícios de alongamento, desaconselhando essa prática antes de determinadas
modalidades esportivas (FOWLES; SALE; Mac DOUGALL, 2000; NELSON;
KOKKONEN, 2001; WEIR; TINGLEY; ELDER, 2005).
Porém, nos estudos acima, o método de avaliação da força foi a realização de
testes mono articulares, o que, segundo McBride, Deanee, Nimphius (2005), não é
específico para avaliar movimentos complexos multiarticulares, como é o caso do
arremesso no basquetebol.
Para este estudo, adotaremos o treinamento estático de alongamento pelo
método de Stretching, que propõe chegar lentamente à posição de alongamento e
manter essa posição por 30 segundos (WEINECK, 1999).
2.2 O arremesso no basquetebol
O arremesso, considerado o principal fundamento do basquetebol, consiste
em uma série de atos motores visando acertar a bola à cesta com a maior precisão
possível (RESA; SEVILLA, 1998).
Há diferentes tipos de arremesso no basquetebol. No presente estudo foi
trabalhado o arremesso estático de lance livre tanto na posição de cobrança do
lance livre, quanto no arremesso da zona de três pontos.
De acordo com a Confederação Brasileira de Basquetebol (2010), a zona de
lance livre se encontra a 5,8m da linha de fundo, paralelamente à linha de fundo; a
zona dos três pontos está além da linha que delimita a zona de dois pontos, a 6,75m
da cesta.
Para facilitar a aplicação da metodologia, levaremos em consideração apenas
os movimentos de membros superiores envolvidos na execução do arremesso.
Em relação aos membros superiores, a biomecânica do arremesso envolve
movimento de três articulações: flexão de ombro; flexão e extensão de cotovelo;
extensão e flexão de punho (OKAZAKI; RODACKI; OKAZAKI, 2007).
Cinesiologicamente, segundo Carnaval (2001), os músculos motores
primários de membros superiores envolvidos no movimento de arremesso no
basquetebol são os seguintes:
-Deltóide anterior, coracobraquial e peitoral maior (feixe clavicular) - flexão de
ombro;
- Bíceps braquial, braquial e braquiorradial - flexão de cotovelo;
- Tríceps braquial (recebe ajuda do ancôneo) - extensão de cotovelo;
- Extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor
ulnar do carpo -extensão de punho;
- Flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo - flexão de punho.
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo e Caracterização da Amostra
A variável dependente do presente estudo são acertos do arremesso. As
variáveis independentes nos exercícios resistidos: agachamento no multi
exercitador, supino reto e rosca direta.
Quadro 1. Desenho do estudo.
Variável
dependente
Análise
Variável independente
Acertos do
arremesso
Sem
alongamento.
Alongamento
ativo.
Alongamento
passivo.
Para o estudo quantitativo, primário de corte transversal, foram utilizados 16
alunos de uma instituição federal do sul de Minas, de forma voluntária. Destes, todos
fazem parte da equipe esportiva de basquetebol.
A coleta de dados ocorrerá na quadra do Ginásio Poliesportivo da
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), nos dias e horários específicos de cada
treino. Assim, pretende-se evitar estímulos diferentes àqueles existentes no treino
regular.
Participaram da pesquisa 16 voluntários do gênero masculino com idade de
18 a 24 anos, média de 21,6 ± 3,5 de desvio padrão e estatura entre 1,75 m a 2,07
m, média de 1,90 ± 0,15 m de desvio padrão. Todos com experiência prática de
jogos de basquetebol de no mínimo 3 anos e capazes de executar os arremessos.
Todos os voluntários concordaram e assinaram os termos do TCLE.
3.2 Instrumentos
No momento da coleta, a tabela foi rebaixada à altura oficial da cesta. Todos
os equipamentos (tabelas, aros, bolas) têm as medidas oficiais adotadas pela
Confederação Brasileira de Basquetebol. FPB, 2010 (figura 1). Foram utilizadas
bolas de basquete da marca Penalty®, modelo PRO 7.4, (figura 2).
Figura 1 Figura 2
3.3 Procedimentos
Durante o treino cada atleta efetuou 10 arremessos consecutivos de lance
livre e 10 arremessos consecutivos de três pontos. Esses últimos foram realizados
perpendicularmente à tabela, centralizados, o mais próximo possível da linha que
separa a zona dos dois pontos da zona dos três pontos. (figuras 3 e 4).
Figura 3 Figura 4
A cada arremesso, foram anotados os dados quanto: ao tipo de arremesso (2
ou 3 pontos); à precisão do arremesso (cesta convertida, bola no aro, bola na tabela,
bola no vazio). Foram atribuídas as seguintes marcações de acordo com cada
finalização:
Figura 5.
C (cesta) – bola convertida
A (aro) – bola no aro
T (tabela) – bola na tabela
V (vazio) – bola no vazio
Para que não houvesse interferência da especialização do ato de arremesso,
a coleta de dados ocorreram num intervalo mínimo de 2 dias de treino; nesse
mesmo período, a parte da amostra composta por atletas do basquete não treinaram
arremessos.
Nos dias 1 e 4, os arremessos foram executados assim que os atletas
chegaram ao respectivo treino, sem alongamento ou aquecimento.
Nos dias 2 e 5, os arremessos foram executados logo após uma seção de
alongamento estático de membros superiores (extensores/flexores do ombro,(figura
6), extensores/flexores do cotovelo, (figura 7), extensores/flexores do punho. (figuras
8), extensor/flexor do peito (figura 9)) pelo método de Stretching, com manutenção
da amplitude máxima em 30 segundos por posição.
Figura 6 Figura 7
Figura 8 Figura 9
Nos dias 3 e 6, os arremessos foram precedidos de alongamento passivo de
membros superiores (extensores/flexores do ombro (figura 10), extensores/flexores
do cotovelo (figura 11), extensores/flexores do punho (figura 12), extensores/flexores
de peito (figura13)), pelo método de Stretching, com manutenção da amplitude
máxima em 30 segundos por posição.
Figura 10 Figura 11
Figura 12 Figura 13
Para cada indivíduo, foram coletados os dados referentes aos arremessos de
2 e 3 pontos: cesta convertida, acerto no aro, acerto na tabela e bola no vazio.
Aferiu-se aumento/diminuição da precisão pelo aumento/diminuição do
número de acertos de bola convertida, bola no aro, bola na tabela e bola no vazio;
bola convertida será considerada a forma mais precisa de arremesso e bola no vazio
a menos precisa.
Para coleta dos dados foi utilizado a tabela (quadro 2), contendo os dados:
nome, idade e estatura, assim como os protocolos que foram utilizados referentes a
cada um dos procedimentos adotados, caracterizado por uma cor especifica:
Arremessos sem alongamento.
Arremessos com alongamento ativo.
Arremessos com alongamento passivo.
Cada voluntário realizou 10 arremessos em cada uma das 2 (duas) situações
diferentes de jogo (lances livre e 3 pontos), nos 3 protocolos e estes foram marcados
no quadro de acordo com cada uma das finalizações, onde lhes foram atribuídas as
marcações: C, A, T e V, já mencionados acima.
Tabela 1. Coleta de dados. Exemplo.
Nome:
Idade: Altura:
Protocolo I – sem alongamento 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Arremessos de lance livre C A A V C A A V A C
Arremessos de 3 Pontos C A C T A T V C A V
Protocolo II – com alongamento ativo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Arremessos de lance livre C C A A C A A C A C
Arremessos de 3 Pontos A A A V C A T C T A
Protocolo III – com alongamento passivo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Arremessos de lance livre A A T C A A C A A A
Arremessos de 3 Pontos C A A C T A C A A T
Para os cálculos dos valores coletados, foi utilizado a tabela 2, para a soma
dos números de finalizações.
Tabela 2. Cálculo dos valores. Exemplo.
SEM ALONG ALONG ATV ALONG PASS
C A T V C A T V C A T V
Voluntário 1 livre 3 5 - 2 5 5 - - 2 7 1 -
3 pts 3 3 2 2 1 6 2 1 3 5 2 -
Voluntário 2 livre 5 5 - - 2 8 - - 5 5 - -
3 pts 3 7 - - - 8 - 2 4 6 - -
Voluntário 3 livre 5 5 - - 6 4 - - 3 5 - 2
3 pts 2 8 - - 1 8 - 1 3 7 - -
O projeto de pesquisa foi liberado pelo comitê de Ética e Pesquisa no dia 21
de agosto de 2013, tendo como parecer aprovado nº 370.977 (Anexo A).
3.4 Análise estatística
A pesquisa buscou verificar a precisão do arremesso após alongamento
estável e passivo. Os dados foram analisados quantitativamente por meio das
descrições da média, desvio padrão e variância, respectivamente, além da
verificação da normalidade pelo teste Shapiro-Wilk e foi utilizado o teste de Kruskal-
Wallis ANOVA, pois os dados não são paramétricos
O tratamento estatístico foi realizado no programa SPSS Statistics 20.0 e o
nível de significância estabelecido para todas as situações foi de p<0,05.
4 RESULTADOS
A tabela 4 apresenta em números, os dados referentes à quantidade de
finalizações (C, A, T, V) dos 10 arremessos em cada um dos protocolos: sem
alongamento (amarelo); com alongamento ativo (verde) e com alongamento passivo
(azul) nos arremessos de lances livre e lances de 3 pontos dos 16 voluntários:
Tabela 3. Dados coletados nos testes de arremessos de lance livre e da linha de 3
pontos.
SEM ALONG ALONG ATV ALONG PASS
C A T V C A T V C A T V
Voluntário 1 livre 3 5 - 2 5 5 - - 2 7 1 -
3 pts 3 3 2 2 1 6 2 1 3 5 2 -
Voluntário 2 livre 5 5 - - 2 8 - - 5 5 - -
3 pts 3 7 - - - 8 - 2 4 6 - -
Voluntário 3 livre 5 5 - - 6 4 - - 3 5 - 2
3 pts 2 8 - - 1 8 - 1 3 7 - -
Voluntário 4 livre 6 4 - - 9 1 - - 8 2 - -
3 pts 4 6 - - 3 7 - - 2 5 1 2
Voluntário 5 livre 3 7 - - 3 7 - - 7 3 - -
3 pts 4 6 - - 3 7 - - 2 8 - -
Voluntário 6 livre 5 5 - - 5 5 - - 4 6 - -
3 pts 2 4 3 - 4 5 1 - 1 7 - 1
Voluntário 7 livre 7 3 - - 7 3 - - 6 4 - -
3 pts 2 8 - - 2 7 - 1 6 4 - -
Voluntário 8 livre 1 9 - - 4 6 - - 7 3 - -
3 pts 2 8 - - 1 8 - 1 3 7 - -
Voluntário 9 livre 7 3 - - 3 6 - 1 6 4 - -
3 pts 1 6 - 3 - 7 2 1 2 6 1 1
Voluntário 10 livre 4 6 - - 5 5 - - 8 2 - -
3 pts 2 8 - - 3 5 1 1 2 8 - -
Voluntário 11 livre 2 8 - - 3 7 - - 5 5 - -
3 pts 3 3 2 2 3 2 4 1 3 7 - -
Voluntário 12 livre 1 6 1 2 3 6 1 - 1 8 - 1
3 pts 1 5 - 4 3 3 3 1 2 4 4 -
Voluntário 13 livre 1 9 - - 4 4 - 2 4 6 - -
3 pts 3 6 1 - 1 6 2 1 3 7 - -
Voluntário 14 livre 1 3 6 - 2 5 1 2 5 5 - -
3 pts 3 6 - 1 1 5 3 1 3 2 3 2
Voluntário 15 livre - 6 4 - 3 6 1 - 1 7 2 -
3 pts 1 7 1 1 3 2 3 2 1 7 1 1
Voluntário 16 livre 3 7 - - 6 4 - - 3 7 - -
3 pts 2 5 1 2 1 5 - 4 3 3 1 3
Dados coletados nos arremessos de lance livre nos 3 protocolos comparados
entre as diferentes variáveis.
Tabela 4. Análise dos dados coletados nos arremessos de lance livre.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Sem alongamento cesta livre 3,38 2,27
0,000* Sem alongamento aro livre 5,69 1,957
Sem alongamento tabela livre 0,69 1,740
Sem alongamento vazio livre 0,25 0,683
Tabela 5. Análise dos dados coletados nos arremessos de lance livre.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Alongamento ativo cesta livre 4,38 1,928
0,000* Alongamento ativo aro livre 5,13 1,708
Alongamento ativo tabela livre 0,19 0,403
Alongamento ativo vazio livre 0,31 0,704
Tabela 6. Análise dos dados coletados nos arremessos de lance livre.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Alongamento passivo cesta livre 4,69 2,272
0,000* Alongamento passivo aro livre 4,94 1,843
Alongamento passivo tabela livre 0,19 0,544
Alongamento passivo vazio livre 0,19 0,544
Dados coletados nos arremessos da linha de 3 pontos comparados entre as
diferentes variáveis.
Tabela 7. Análise dos dados coletados sem alongamento.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Sem alongamento cesta 3 pontos 2,37 0,957
0,000* Sem alongamento aro 3 pontos 6,00 1,673
Sem alongamento tabela 3 pontos 0,63 0,957
Sem alongamento vazio 3 pontos 0,94 1,289
Tabela 8. Análise dos dados coletados com alongamento ativo.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Alongamento ativo cesta 3 pontos 1,88 1,258
0,000* Alongamento ativo aro 3 pontos 5,69 1,991
Alongamento ativo tabela 3 pontos 1,31 1,401
Alongamento ativo vazio 3 pontos 1,13 0,957
Tabela 9. Análise dos dados coletados com alongamento passivo.
Variável Média Desvio Padrão P<0,01
Alongamento passivo cesta 3 pontos 2,69 1,195
0,000* Alongamento passivo aro 3 pontos 5,81 1,797
Alongamento passivo tabela 3 pontos 0,81 1,223
Alongamento passivo vazio 3 pontos 0,63 0,957
Análise comparativa dentre os grupos nos 3 protocolos para lance livre.
Tabela10. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance
livre/cesta.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento cesta livre 3,38 2,27
0,212 Alongamento ativo cesta livre 4,38 1,928
Alongamento passivo cesta livre 4,69 2,272
Tabela 11. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance livre/aro.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento aro livre 5,69 1,957
0,492 Alongamento ativo aro livre 5,13 1,708
Alongamento passivo aro livre 4,94 1,843
Tabela 12. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance
livre/tabela.
Tabela 13. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance
livre/vazio.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento vazio livre 0,25 0,683
0,856 Alongamento ativo vazio livre 0,31 0,704
Alongamento passivo vazio livre 0,19 0,544
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento tabela livre 0,69 1,740
0,851 Alongamento ativo tabela livre 0,19 0,403
Alongamento passivo tabela livre 0,19 0,544
Análise comparativa dentre os grupos nos 3 protocolos para lances de 3 pontos.
Tabela 14. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance de 3
pontos/cesta.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento cesta 3 pontos 2,37 0,957
0,245 Alongamento ativo cesta 3 pontos 1,88 1,258
Alongamento passivo cesta 3 pontos 2,69 1,195
.
Tabela 15. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance de 3 pontos/aro.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento aro 3 pontos 6,00 1,673
0,888 Alongamento ativo aro 3 pontos 5,69 1,991
Alongamento passivo aro 3 pontos 5,81 1,797
Tabela 16. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance de 3 pontos/tabela.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento tabela 3 pontos 0,63 0,957
0,338 Alongamento ativo tabela 3 pontos 1,31 1,401
Alongamento passivo tabela 3 pontos 0,81 1,223
Tabela 17. Dados comparativos nos 3 protocolos para arremessos de lance de 3 pontos/vazio.
Variável Média Desvio Padrão P<0,05
Sem alongamento vazio 3 pontos 0,94 1,289
0,197 Alongamento ativo vazio 3 pontos 1,13 0,957
Alongamento passivo vazio 3 pontos 0,63 0,957
Gráficos das médias de lances livre e lances de 3 pontos descrevendo as variações entre cesta, aro, tabela e vazio dentro dos 3 protocolos de teste. Gráfico 1. Gráfico dos dados para arremessos de lance livre nos 3 protocolos.
Gráfico 2. Gráfico dos dados para arremessos de lance de 3 pontos nos 3 protocolos.
3,38
5,69
0,690,25
4,38
5,13
0,19 0,31
4,69 4,94
0,19 0,19
cesta aro tabelavazio cesta aro tabelavazio cesta aro tabelavazio
Sem alonga/to Along/to atv Alonga/to pass
Lance livre Média
Lance livre Média
2,37
6
0,63 0,94
1,88
5,69
1,31 1,13
2,69
5,81
0,81 0,63
cesta aro tabelavazio cesta aro tabelavazio cesta aro tabelavazio
Sem alonga/to Along/to atv Alonga/to pass
Lance de 3 pontos Média
Lance de 3 pontos Média
5 DISCUSSÃO
Segundo Fronteira (2001), quando as fibras extrafusais se contraem, uma
força é aplicada ao órgão tendinoso de Golgi, que envia uma mensagem para a
medula espinhal que resulta em inibição do músculo agonista e contração do
antagonista. Assim, o reflexo tendinoso de Golgi aumenta a habilidade de um
músculo para estirar enquanto o reflexo do fuso tenta prevenir o alongamento
muscular. O objetivo de um exercício de alongamento deve ser aumentar o reflexo
tendinoso de Golgi e inibir o reflexo do fuso.
Neste âmbito, Araújo (2004), nos seus aspectos mais dinâmicos, a integração
e a modulação da contração muscular, da flexibilidade e do movimento, intervêm
vários aspectos designadamente a reação de alongamento, a inibição recíproca e o
mecanismo do reflexo miotendinoso básico.
Segundo Shrier (2005), a prática de alongamento estático e PNF diminui a
habilidade de contração muscular isométrica voluntária máxima, torque isocinético.
As diminuições são amenas e variam de 2 a 5%. Esta diferença é clinicamente
relevante para o atleta de elite, porém irrelevantes para os atletas recreacionais que
querem levar uma vida ativa. Knudson(2008), diz que a diminuição do desempenho
muscular após alongamento tem sido documentada pelo consenso crescente de
muitos estudos. A redução do desempenho de 4% a 30% foi observada em testes
de força máxima e saltos. Queda no desempenho muscular induzida pelo
alongamento parece estar igualmente associado à inibição neuromuscular e
diminuição da força contrátil.
Marek et al.(2005), em estudo para verificar os efeitos em curto prazo do
alongamento estático e da facilitação neuromuscular proprioceptiva na força
muscular e na atividade elétrica do músculo, observaram que houve diminuição de
2,8% no pico de torque e de 3,2% da atividade elétrica em consequência do
alongamento estático e facilitação neuromuscular proprioceptiva. Assim, ambos
provocaram a diminuição da força e da potência muscular.
Ramos et al.(2007), em seu artigo a respeito da influência do alongamento
sobre a força muscular, observaram que a grande maioria dos estudos demonstrou
que o alongamento muscular provoca diminuição de força em relação ao
desempenho muscular. Percebeu ainda que, entre os autores estudados, ainda há
controvérsias em relação às causas que levariam à diminuição de força e
salientaram que a força muscular depende da integridade do sistema nervoso
central e periférico.
Os arremessos precedidos pelo alongamento ativo mostraram um resultado
insatisfatório comparado com os arremessos realizados sem nenhum tipo de
alongamento. Porém, o alongamento passivo mostrou maior eficiência nos
arremessos do teste de basquete, uma vez que realizado antes de um exercício,
provou que aumenta a eficiência mecânica do músculo, facilita a realização de
gestos e movimentos que poderiam ser mais difíceis e melhora a agilidade, força e
velocidade do movimento (DANTAS, 2005).
6 CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo desvendar se a execução prévia de
alongamentos interfere (positiva ou negativamente) na precisão do arremesso no
basquetebol. Conclui-se que o trabalho de alongamento é um meio que pode
influenciar na melhora do rendimento do gesto técnico, como também para tratar e
recuperar estruturas com grande intervenção mecânica no âmbito da realização de
esportes. Apesar de esta pesquisa mostrar um resultado significante, ainda não há
estudos suficientes que comprovem a eficiência do alongamento muscular na
precisão do movimento.
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Apêndice A
Apêndice B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Este documento tem por finalidade esclarecer o sujeito da pesquisa, de forma
clara e objetiva sobre o estudo a ser realizado: finalidades, local, duração,
procedimentos utilizados, possíveis riscos e desconfortos a sua pessoa, benefícios
esperados e objetivos a serem alcançados com o mesmo.
Sua participação nesta pesquisa é de livre e espontânea vontade e, a
qualquer momento o sujeito poderá interrompê-la como também desistir, a tempo e
modo como assim o desejar, sem qualquer penalização ou prejuízo a sua pessoa.
Apresente pesquisa trata de analisar os efeitos dos exercícios de
alongamento na precisão dos arremessos da linha de lance livre e da linha de 3
pontos em atletas do basquetebol. A pesquisa será realizada na quadra do ginásio
poliesportivo da UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) e terá a duração de 3
semanas.
Para a realização da pesquisa será utilizado o instrumento de avaliação “teste
de arremesso do basquetebol da linha de lance livre e da linha de 3 pontos”. Este
teste tem como objetivo avaliar a precisão dos arremessos em 3 situações diferentes
tais como: arremessos sem alongamento, com alongamento ativo e com
alongamento passivo, que serão avaliados por 4 categorias diferentes de acordo
com a finalização do arremesso.
A participação do sujeito nesta pesquisa não acarretará quaisquer
desconfortos ou riscos a sua integridade física, moral ou psicológica.
A realização da presente pesquisa trará ao sujeito e á sociedade o benefício
de possibilitar a partir de seus resultados, elaborarem um planejamento de
programas com atividades e exercícios específicos afim de melhorar o desempenho
do atleta tanto nos treinos quanto nas competições de jogo.
A participação do sujeito e de todos os dados referentes à sua pessoa serão
exclusivos para a pesquisa em questão de inteira responsabilidade do pesquisador
que garante anonimato e total sigilo, assegurando a privacidade das informações a
ele fornecidas.
Por me achar plenamente esclarecido e em perfeito acordo com este termo
de consentimento, eu, como sujeito da pesquisa, o assino.
Itajubá, MG,____ de ____________________ de 2013.
(nome completo do sujeito da pesquisa)
Para quaisquer dúvidas e esclarecimentos, o pesquisador disponibiliza o seguinte
telefone prara contato: (35) 8844-8572.