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BR-163 CAPITÃO A 40 MINUTOS ENTREVISTA ASSOCIADO NÚMERO 545 BAIXO IGUAÇU A DERRADEIRA Cascavel, 22 de agosto de 2017 - Ano XXI - Nº 2096 - R$ 12,00 PÁGINA 13 SALVE O IPÊ DA BRASIL! MEMÓRIA O IMPERADOR DO ALTO PARANÁ

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BR-163

CAPITÃO A 40 MINUTOS

ENTREVISTA

ASSOCIADO NÚMERO 545

BAIXOIGUAÇUA DERRADEIRA

Cascavel, 22 de agosto de 2017 - Ano XXI - Nº 2096 - R$ 12,00

PÁGINA 13

SALVE O IPÊDA BRASIL!

MEMÓRIA

O IMPERADOR DO ALTO PARANÁ

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Com potência para energizar um Oeste do Paraná inteiro, obra passou quase despercebida por aqui

04 | [email protected]

BAIXO IGUAÇU

Se fi zer uma enquete nas ruas e perguntar ao cascavelense medianamente informado

onde fi ca a gigantesca obra do Baixo Iguaçu, que assinou a carteira de 3 mil trabalhadores e injetou mais de R$ 1,6 bilhão na área de in-fl uência da chamada Capital do Oeste, muita gente não saberá responder.

Mesmo que, além do monstruoso impacto econômico, a obra tenha gerado muito barulho na mídia local, em razão de desentendimentos na indenização das áreas alagadas – como é corriqueiro na construção de hidrelétricas.

Baixo Iguaçu é uma ilustre desconhecida por aqui, com exceções de praxe. Então vamos apresentá-la. O Pitoco visitou o canteiro de obras da última usina comportada pelo rio da energia, o Iguaçu. É a sexta barragem na “estrada” hidrográfi ca que nasce em Curitiba, pertinho do oceano, mas que corre no sentido inverso, para o interior do continente.

Vamos para algumas surpresas. Possivel-mente muita gente não saiba declinar o nome da construtora que opera a gigante logo ali, a 78 quilômetros de Cascavel: trata-se da cons-trutora Norberto Odebrecht, ela mesma, a maior da América Latina, profundamente ferida na Operação Lava Jato.

A derradeira usina

A derradeira usina termina exatamente onde a fl oresta

começa e abraça o rio, protegendo-o do infortúnio

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A 78 quilômetros de Cascavel está sendo construída a sexta e última hidrelétrica comportada pelo rio da energia, o Iguaçu

Jairo Eduardo

A Odebrecht não é a dona da usina. Ela foi contratada pela Neo Energia, composta majoritariamente de capital espanhol, para edifi car a usina capaz de abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes. Ou seja, atende a soma de população dos 51 municípios do Oeste do Paraná.

Percorridos os 78 quilômetros entre Cas-cavel e a barranca do Rio Iguaçu, em Capitão, é preciso identifi car-se em uma guarita para acessar a balsa que irá transpor veículos, caminhões e passageiros. O acesso, por óbvio é restrito. A balsa é operada pela própria Odebrecht.

A travessia é rápida. Ali o Iguaçu tem 500 metros de largura. As águas que naquele ponto separam os municípios de Capitão e Capanema, acabaram de rodar as turbinas de Salto Caxias, 30 quilômetros acima.

A propósito, a proximidade entre as duas usinas impôs complexo desafi o técnico para

os engenheiros. É preciso atuar com precisão cirúrgica, medida nos centímetros. Tarefa para a equipe forjada em obras gigantescas de dezenas de países: os funcionários de Emílio e Marcelo Odebrecht.

Aqui, um parágrafo à parte: independente do conceito que você faça da construtora, algo é inegável - eles dominam um canteiro de obras como poucos. A reportagem testemunhou a ob-sessão pela segurança, a sinalização irretocável, a deferência quase messiânica à empresa que os emprega, ao cliente e aos colaboradores.

A Odebrecht montou uma minicidade para 3 mil moradores na margem esquerda do rio, em Capanema. A imagem dos alojamentos impressiona pelo gigantismo e pelo “recheio”. Todo os aposentos são providos do básico ne-cessário, mas também de alguns luxos, como TV por assinatura em telas planas. Academia de ginástica, sala de jogos, um refeitório imenso e atividades culturais complementam a estrutu-ra. Pó? Não pode. Caminhões pipas se ocupam de encharcar o solo para aliviar os pulmões dos trabalhadores.

Fora da área geográfi ca da construtora, bem pertinho do canteiro de obras, uma cena de garimpo: empreendedores do “entretenimento masculino” improvisaram “boates” para fazer operário carente tremer sem britadeira.

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Esta obra épara os fortes

A área administrativa é rústica. São salas de escritórios interligadas que produ-zem uma formação quadrada, lembrando os fortes do exército nos fi lmes do velho Oeste americano.

A comparação não é inoportuna. Além da tempestade “Petrolão”, a Odebrecht en-frentou pelo menos mais duas desafi antes adversidades na condução da sua tarefa às margens do rio da energia.

Agricultores acamparam às portas do canteiro de obras inúmeras vezes, obstru-íram e impediram o acesso na tentativa de obter acordos mais vantajosos na indeniza-ção de suas áreas. Outro desafi o foi a fúria do Iguaçu em junho de 2014, inundado por mais de 400 milímetros de chuvas concen-tradas em duas semanas e que forçaram a abertura das comportas de Salto Caixas e inundaram o Baixo Iguaçu, arrastando estruturas inteiras e retroagindo o crono-grama para perto da estaca zero.

Sem dizer da batalha épica para obter as certidões ambientais. O limitante, tanto para a construtora como para o consórcio da Neo Energia, é a vizinhança com o Par-que Nacional do Iguaçu. “Se a obra fosse edifi cada mais perto da foz do rio, multipli-caria muitas vezes a capacidade de geração de energia”, explica Paulo Cesar.

Mas não pode. O PNI é intocável. E assim deve permanecer. O Iguaçu já deu tudo que poderia dar. E a derradeira usina termina exatamente onde a fl oresta começa e abraça o rio, protegendo-o do infortúnio.

A obra imponente ganha vulto: R$ 1,6 bilhão de investimento

Principal investidor vem da Espanha

A espanhola Iberdrola lidera, através da Neo Energia, o consórcio denominado Geração Céu Azul formado para construir e operar a usina do Baixo Iguaçu. A empresa tem mais de 150 anos e é líder global em energia eólica, obtida a partir do vento. É uma das maiores empresas elétricas do mundo, além de ser o primeiro grupo nacional do setor na Espanha. Foi a primeira na Eu-ropa a comercializar energia verde proveniente de fontes renováveis. A Iberdrola tem 70% da usina. Outros 30% são da Copel, que aportou R$ 477 milhões no negócio.

Petrolão Fomos apresentados a dois expoentes da

empresa: o nome mais elevado da hierarquia é o diretor do contrato: engenheiro Luís Fernando Rahuan, radicado na região há quase dez anos com a missão de construir a derradeira usina do Iguaçu.

Acompanhou-nos no tour o engenheiro Paulo Cesar Batista Nunes, que estabele-ceu morada em Cascavel. Sim, o investimento da Odebrecht também se expandiu para a Ca-pital do Oeste em forma de bons salários que movimentam a economia.

Paulo Cesar e os demais reverenciam a construtora e o cliente, no caso a Neo Energia, em relação simbiótica que lembra a paixão oriental dos trabalhadores da Toyota pela cor-poração. E se esmeram na obra como se fosse no quintal da casa deles.

“A cultura corporativa da Odebrecht trata os recursos humanos como ativo intangível, ou seja, tem tamanha importância que sequer pode ser quantifi cado em cifras ou números” explica o engenheiro.

Ele assimilou essa cultura devorando ma-nuais ditados pelo fundador do grupo, Emílio, pai de Marcelo. É de se imaginar como esses profi ssionais penaram com o estigma que se abateu sobre a corporação.

Após celebrar acordo de delação premiada de seus principais executivos e de leniência no CNPJ, a Odebrecht baixou rigoroso código disciplinar para reposicionar a empresa no campo ético e não repetir os erros do passa-do. “Combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas, inclusive extorsão e suborno”, é o primeiro dos 10 pontos elenca-dos no “Compromisso Odebrecht”. Conheça a íntegra em www.odebrecht.com/pt-br/gover-nanca/conformidade.

Em tempo: Os 350 megawats do Baixo Iguaçu começam a ser injetados na nova rede de distribuição de 60 km produzida entre Capitão e Cascavel quando 2018 chegar. Da Capital do Oeste, o “ronco do Iguaçu”, o rio da energia, será distribuído para todo o país, levando consigo uma his-tória de mil batalhas, vencidas com garra, profi ssionalismo e desafi os do tamanho de um Iguaçu.

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BAIXO IGUAÇU

Baixo Iguaçu e duplicação da 163 vão estabelecer concorrência para a Beverly Hills do Oeste

As pretensões dos capitães postados nas franjas do Oeste do Paraná, divisa com o

Sudoeste, são ousadas. Os gestores de Capitão Leônidas Marques vislumbram a possibilida-de de replicar ali a bem sucedida empreitada imobiliária que transformou Boa Vista da Apa-recida na meca dos endinheirados de Cascavel, os condomínios de luxo as margens do lago de Salto Caixas, a Beverly Hills do Oeste.

As condições objetivas estão colocadas: a derradeira usina do “Rio da Energia”, o Iguaçu, está quase pronta. O reservatório da usina do Baixo Iguaçu irá ofertar um espelho d’água de 13,5 quilômetros quadrados, banhando também áreas dos municípios de Capanema, Nova Prata, Planalto e Realeza.

Os municípios, em diferentes proporções, já foram beneficiados com incrementos na receita. Capitão recebe R$ 280 mil mensais de ISSQN. Ao todo, a Baixo Iguaçu distribui R$ 4 milhões/ano de tributos, além do impacto na geração de empregos. “A usina praticamente blindou a economia de Capitão neste período de elevado desemprego em todo o País”, avalia o radialista Rui Castro.

A ideia do prefeito Cláudio Quadri é clo-nar o que deu certo em Boa Vista da Aparecida e evitar seus erros. “Estamos elaborando um novo plano diretor para atender o entorno do lago. Vamos atender toda a questão ambiental para não repetir os erros de municípios vizi-nhos, cujos imóveis até hoje não estão docu-mentados e seus proprietários respondendo judicialmente. Queremos garantir a segurança jurídica de quem investir em Capitão”, disse Quadri.

Capitão ou Boa Vista?

40 minutosem pistas duplas

Mas que diferenciais Capitão pode oferecer para convencer o cascavelense abonado a construir ali sua extravagante mansão ao invés de utilizar-se da estrutura já consolidada na vizinha Boa Vista?

Vamos enumerar algumas aqui, sem a pretensão de apontar quem será o vencedor nesta batalha náutica. Embora com tudo ainda por construir, e mediante o desafi o imenso de encontrar um “João Luiz Felix” disposto a incorporar ousado empreendimento à beira-lago, Capitão tem seus encantos.

Um deles é a vizinhança com o turismo de compras na Argentina. Transpondo a segunda ponte sobre o Iguaçu em Realeza, o feliz proprietário de uma morada na “Marinas de Capitão” estará a

O reservatório da usina do Baixo Iguaçu irá ofertar

um espelho d’água de 13,5 quilômetros quadrados”

escassos minutos de Comandante Andresito, na província de Misiones.

Se condomínios de luxo beira-lago são sedutores para a “cidade grande” da região, Cascavel – ademais, desprovida de atrativos náuticos – vale dizer que Capitão terá outro diferencial capaz de rivalizar – e até superar, a concorrente.

Trata-se da duplicação da rodovia 163, em estágio avançado, embora seja prudente jamais desprezar a capacidade dos governos de paralisar obras.

A distância entre a Capital do Oeste e Capitão é de 73 quilômetros, que hoje, em pistas simples, segundo o Google, podem ser vencidos em 75 minutos de carro.

Nas pistas duplas – providas de insólita camada de 30 centímetros de concreto, será possível percorrer a distância entre as duas cidades em pouco mais de 40 minutos,

mantendo-se no limite da velocidade máxima regulamentar.

Entre Cascavel e Boa Vista (centro) curiosamente, também são 73 quilômetros. Porém, em pistas simples, desprovidas até do prosaico acostamento. Consome-se pelo menos 60 minutos entre uma cidade de outra, com as cautelas que o trecho exige.

Então a duplicação da 163 aproximará o pescador cascavelense provido de jet-ski e lancha do novo espelho d’água da região. Mas com um diferencial: não será possível fazer do lago o quintal da morada, como em Boa Vista. A legislação ambiental não irá permitir.

Em tempo: você fi ca impressionado com o número de máquinas e homens destacados para a duplicação da 163? Saiba que o custo da obra é de pouco mais de meio bilhão. A Baixo Iguaçu devorou R$ 1,6 bi,

Solitária na margem direita do Iguaçu, Ca-pitão terá direito a 50% dos royalties da usina, algo projetado entre R$ 250 mil e R$ 300 mil

mensais. Mas, com um olho no gato e outro no peixe, Quadri cogita reivindicar judicialmente um naco do ICMS da usina, a princípio, inte-gralmente designada para o município onde está a fonte geradora, no caso, Capanema.

Para tanto, ele irá se basear na jurispru-dência firmada na divisão dos recursos de Salto Caxias, que, ao seu ver, prejudicou o “município gerador”, naquele caso, Capitão. Vem guerra fi scal por aí...

Desviado do leito, o Iguaçu espelha a obra humana nas águas domadas por 6 usinas

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Passeio pela 163Se a curtição do passeio não se dá tanto pela

chegada ao destino, e sim pela viagem, vale dizer: “descer” para Boa Vista da Aparecida pela via que liga Cascavel ao distrito de Juvinópolis oferece um bom passeio, com paisagens bucólicas, aclives acentuados, morros. Trata-se de uma topografi a acidentada, que inclusive esconde riquezas naturais que passam ao largo dos mais apressadinhos.

Há muitas aguadas na região. Inclusive o manancial que abastecerá Cascavel no futuro virá dessa área. Entrando à esquerda, logo antes de Boa Vista, sentido Três Barras do Paraná, é possível vislumbrar o belo, volumoso – e quase desconhecido do cascavelense típico urbano - rio Adelaide, um dos principais afl uentes do Iguaçu.

E a viagem a Capitão pela 163, o que pode oferecer além da marca registrada da região, campos de soja, milharais e trigais que formam ondas esverdeadas ao vento?

Ao acessar pelas novas alças do viaduto em Cascavel, que distribui fluxos para três destinos (277, 163 e Contorno Oeste), e percorrer alguns quilômetros na rota Sul, logo ali, antes do distrito de Santa Maria, lado esquerdo, há um monumento ao confl ito agrário que manchou de sangue as terras oestinas em passado recente. Trata-se de um obelisco erigido em memória ao sem terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno.

Por alguns poucos minutos - em velocidade adequada –, ainda em Santa Tereza do Oeste e olhando para a direita, é possível vislumbrar as franjas do Parque Nacional do Iguaçu. Agora em Lindoeste, município de confi guração curiosa, com a cidade dividida em duas partes, atente para o lado esquerdo.

Em algum ponto, você fará uma visita ao passado pré-privatização da telefonia e enxergará na Vila Goes um posto telefônico desativado há muito, ainda com a logomarca pendurada e quase destruída da “fi nada” Telepar, na época movida por fi chas, telefones fi xos de discagem e orelhões. Caiu a fi cha?

Na mesma vila, a seis quilômetros da 163, é possível vislumbrar a Cachoeira do Goes, formada no rio Gonçalves Dias.

VarandinhaEntre Santa Lúcia e Capitão Leônidas

Marques encontramos uma espécie de “polo da luz vermelha”. São boates como a “Varandinha”, empreendimentos, digamos, de entretenimento, típicas das margens da rodovia, provavelmente alimentadas pelo ereto e vascularizado fluxo de caminhões da 163. E logo adiante, no primeiro acesso para Capitão, está a decisão a ser tomada

Uma pergunta ao prefeitoDá para disputar de igual para igual com Boa Vista? Claudio Quadri (prefeito de Capitão) - Perfeitamente. Com a 163 duplicada, e tudo indica que o trecho entre Cascavel e Capitão estará pronto ainda este ano, estaremos a 40 minutos de distância. Ao chegar a Capitão, o visitante estará a apenas 3 quilômetros do balneário. Queremos compartilhar um plano diretor pelo eixo da 163 envolvendo todos os municípios do entorno, aproximar e integrar com a Região Metropolitana de Cascavel. Capitão já possui um polo industrial importante na área de confecção, colchões e móveis. A duplicação da 163 trará outros investimentos. Nosso desafi o agora é industrializar aqui nossa produção de carne, soja, milho e trigo. Em menos de um século, o trecho entre Cascavel e Capitão será como um município só, 100% integrado.

22 de agosto de 2017 | 07

Duplicação da 163 aproxima o cascavelense abonado das “Marinas de Capitão”

muito em breve. Seta para a direita e vamos para as marinas de Capitão. Ou seta para esquerda e seguimos para Boa Vista da Aparecida, distante apenas 28 minutos dali.

Seguramente a decisão deste potencial investidor e navegante de águas represadas será determinada pela astúcia e visão empreendedora de homens de negócios e gestores públicos. Quem dá mais?

Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Povo

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Associado 545 Valter Pitol, do dormitório na rodoviária ao CEO da cooperativa bilionária

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ENTREVISTA - VALTER PITOL

Por Jairo Eduardo e Heinz Schmidt

Se olhar atentamente para a fi sionomia de Valter Pitol , você vai pensar: só falta a batina. Ele é o típico descendente de italianos radicados no interior do Rio Grande do Sul, cuja família católica sonhava vê-lo trilhando o caminho do sacerdócio.

E quase foi assim. O jovem Pitol frequen-tou o seminário durante cinco anos. “A igreja perdeu um cardeal, mas o cooperativismo ganhou um dirigente”, brincou o jornalista Heinz Schmidt, co-autor da entrevista abaixo, ambientada na sala do presidente, situada no segundo andar da sede administrativa da Copacol, em Cafelândia.

A conversa, que seria de 20 minutos – dada a apertada agenda presidencial daquela manhã de julho – acabou consumindo uma hora, para desespero de Célia, veterana se-cretária instalada na antessala da diretoria há quase três décadas.

Célia é testemunha ocular da paciência de Pitol. Ele foi vice de dois presidentes por quase duas décadas. Aguardou sua vez no banco com a paciência e resiliência do jovem engenheiro agrônomo que conheceu Cafelândia no início dos anos 1970.

Ele veio do Rio Grande do Sul para uma missão na Acarpa (hoje Emater). Ambicio-nava seguir carreira na empresa, mas havia uma cooperativa no caminho.

Convidado para fazer parte do quadro técnico da Copacol, ele aceitou o desafi o.

Em Cafelândia, seu primeiro endereço residencial foi um modesto dormitório que funcionava junto ao terminal rodoviário. Da janela do velho prédio de madeira vislumbra-va não mais que meia dúzia de casas.

A “patente”, como se chamava o banheiro, era no quintal, precariamente fechada por taramela (para os gringos, “tramela”).

Acompanhe os principais trechos da con-versa com o associado 545 da Copacol. É a bendita trajetória do “projeto de padre” da rodoviária poeirenta para a presidência da cooperativa que fatura R$ 3,2 bilhões.

Origens“Nasci em Cotiporã, região de Veranópolis (RS), pequena localidade na época, com menos

Morei em casa de madeira de dois andares, com a

rodoviária embaixo. Era um poeirão só"

Sou um gaúcho sem bombacha, fui vice de dois presidentes, 18 anos como

vice, função que assumi em 1980. Foi um processo natural

para chegar a presidente."

de mil habitantes. Trabalhei na roça pelo siste-ma antigo, tudo manual. Aos 12 anos fui para o seminário, seguindo uma tradição familiar. A ideia era ser padre, mas não despertou a vocação, embora essa experiência tenha sido fundamental em minha formação. Fiz então o ensino médio em Bento Gonçalves e a faculda-de em Passo Fundo, onde fui colega de Miche-letto (ex-deputado, falecido). Ele me disse: - O Paraná é um bom lugar para tentarmos a vida.”

Rodoviária“Cheguei a Cafelândia já formado em agro-nomia, em janeiro de 1973. Era extensionista rural. Logo passei a atuar na Cooperativa Nossa Senhora Consolata, o nome da Copacol então. Morei em casa de madeira de dois andares, com a rodoviária embaixo. Era um poeirão só. Havia três quartos no andar de cima. Eu ocupava um deles. O banheiro era lá fora.”

Coopavel?“O Romano (Czerniej) era o presidente da pe-quena cooperativa, fundada sob inspiração do padre Luis Luise a partir de suas vivências na Itália. Houve uma assembleia. Na pauta estava a incorporação da cooperativa à Coopavel, em Cascavel. Os associados, infl uenciados pelo padre, disseram não.”

O burocrata“Nunca passou na minha cabeça presidir a cooperativa. Eu queria desenvolver um traba-lho na Acarpa. Queria crescer na hierarquia, no serviço público. Então passei a chefi ar os agrônomos da cooperativa em 1975. Para me associar, arrendei terra, plantei trigo. Sou o associado 545. Nessa época comprei um Dodgi-nho que me incomodou. Casei e consegui viajar em lua de mel para Bagé, já que os pais e sogros pagaram as despesas do casório.”

O paciente“Sou um gaúcho sem bombacha, fui vice de dois presidentes, 18 anos como vice, função que assumi em 1980. Foi um processo natural para chegar a presidente. A vice-presidência foi um longo aprendizado. O que muda? A responsabilidade do cargo. O Pitol é o mesmo do compromisso com a sociedade, com o as-sociado, com a cooperativa. Não me sobe na cabeça, não atuo só, somos construídos por muita gente.”

O gestor I“O processo decisório da cooperativa é colegia-do. A equipe interna analisa a estratégia para cinco anos, sem improviso. O Conselho de Ad-ministração debate e aprovamos a estratégia. Cabem a mim e à diretoria colocar em prática o que foi defi nido no colegiado. Cada área sabe

o que fazer dentro sua alçada e autonomia, pois o macro está defi nido.”

O gestor II“Honestidade, qualidade e o melhor negócio. É assim o nosso sistema de compras, e o for-necedor sabe como funciona. Compliance está na cultura da cooperativa desde muitos anos. Auditoria independente, Conselho Fiscal eleito pelos cooperados, auditoria interna e externa, e principalmente o compromisso de fazer as coisas certas. O exemplo tem que vir de cima.”

O entorno“Não procede isso que montamos uma máqui-na gigante para concorrer com empresários da cidade e da região na economia. Nós conse-guimos conviver bem com isso. A cooperativa não faz preço para liquidar concorrente. Tem espaço para todo mundo. Não que isso aconteça sempre sem confl itos, mas há um ponto de equilíbrio que buscamos implementar.”

Pedidos“As pessoas me encontram na rua e pedem coisas. Isso é natural. Digo: você é meu amigo do peito, se eu puder fazer, farei. Se não der, não deu. Uso da franqueza, sou muito direto e franco. É natural que pessoas achem que o presidente pode resolver todos os problemas. Acabo delegando para as pessoas da área, não prometo nada nem crio expectativas.”

Concorrência“A relação entre as cooperativas da região é boa. Há certa tensão nas divisas de território, mas é natural. Isso não é problema. Prefi ro agir onde poderíamos avançar. Exemplo: devería-mos integrar os processos de venda no exterior. Temos produtos semelhantes, de qualidade, custos e preços semelhantes. Montar uma estrutura unifi cada de vendas na Europa, por exemplo, e não cada cooperativa ter a sua, resultaria em otimização e conquista de fatias maiores no mercado internacional.”

Futuro“Tenho ciência de até onde podemos ir. A expectativa minha é dedicar tempo integral à cooperativa. A política não está neste cenário. Questão é preparar lideranças para passar o bastão da presidência. A médio prazo, em um cenário de cinco anos, verticalizar a produção e aumentar o portfolio. Vai crescer o abate e será necessário agregar valor à produção. Isso pede processos industriais mais verticalizados.”

Tilápia I “A Copacol é o maior abatedor de tilápias do

“Tenho ciência de até onde podemos ir. A expectativa

minha é dedicar tempo integral à cooperativa.

A política não está nesse cenário."

22 de agosto de 2017 | 09

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ENTREVISTA - VALTER PITOL

Brasil. Foi um acerto espetacular da co-operativa, iniciado em 2008. O peixe é mais rentável em todas as comparações e continuará sendo. Estamos cientes de que a concorrência irá aumentar e a margem será reduzida, mas continu-ará sendo um grande negócio, decisão acertadíssima.”

Tilápia II“As áreas de várzea, que nada valiam, passaram a cumprir papel fundamen-tal na diversifi cação da produção e no incremento da receita de nossos asso-ciados. O problema nunca foi produzir. O desafi o era comercializar. Aí entrou a força da cooperativa, que cumpre seu papel. Hoje, a tilápia rende entre quatro e cinco reais por metro quadrado de lâmina d’água ao produtor, é de 10 a 15% mais rentável que o frango. É carne saudável, é tendência mundial.”

Política I“A prática da cooperativa é não inter-ferir e não participar de eleições. Tam-bém não há intervenção política aqui dentro. O prefeito não participa da de-cisão de investimento, a não ser como cooperado. Porém, não nos omitimos. Os deputados da Frente da Agricultura e do Cooperativismo recebem nosso apoio e damos preferência.”

Política II“Não há impedimento de visitarmos os cooperados, dentro do possível, e

apresentar os candidatos que estejam comprometidos com a agricultura. Muitas decisões que afetam nosso setor passam pelo Congresso Nacional. Por-tanto, é legítima nossa atuação de pedir votos para aqueles que assumiram compromisso com o cooperativismo.”

Mea culpa?“Se foi um erro minha mulher se can-didatar a prefeita? (em 2012). Veja, a intenção era fazer o melhor para o município. Não dependemos de prefei-tura, mas ela esteve oito anos à frente da educação, imaginávamos que pode-ríamos ir além neste bom propósito. Infelizmente não deu. Houve uma certa frustração, ninguém gosta de perder. Mas olhando depois, eu disse: - Foi a melhor coisa que aconteceu. Surgiriam situações que não poderíamos atender. Foi um aprendizado.”

Os números da Copacol5.555 associados | 8.804 co-laboradores | 103,4 milhões de aves abatidas (ano) | R$ 3,253 bilhões de faturamento (ano) | 20,7 milhões de peixes abatidos (ano) | 251.509 mil suínos en-tregues à Frimesa (ano) | 10,6 milhões de litros de leite entre-gues à Frimesa (ano).

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INOVAÇÃO

Aplicativo no cardápioA solução de TI que cabe no bolso do pequeno gastrônomo

Celular na mesa no horário das refeições é estresse certo entre pais “caretas” e fi lhos

abusivos. Mas as palavras celular e mesa estão cada dia mais próximas.

Que o diga o jovem empreendedor Bruno Bonfante. Ele tem visitado pessoalmente os mais de 100 pequenos gastrônomos de Casca-vel, aqueles do food truck.

A prosa com os “carrinheiros”, do mais modesto vendedor de cachorro-quente até o “busão” sofi sticado, é para apresentar as maravilhas que as novas tecnologias podem ofertar ao setor.

É o caso do programinha denominado Faci-lite HI Start, um aplicativo que pode frequentar a tela do garçom ou do consumidor fi nal. Por ela, posso pedir o lanche de casa ou do escri-tório. E ir buscá-lo sem fi la, quando pronto.

“A ferramenta permite ampliar imediata-mente o leque de pontenciais clientes e fi deliza--los pela comodidade”, explica Bruno. Permite ainda que ao cliente presente ao food truck ou restaurante montar seu próprio cardápio na tela no smartphone ou tablet. É o cardápio digital. O pedido vai direto para a cozinha e agiliza os processos.

Serviço Bruno Bonfante atua na Netsystem – Sistemas e Automação. Rua Mon-senhor Guilherme 678. Fones 3327 0076/99915.1614. www.netsytemsiste-mas.com.br

A diferença para outros aplicativos do gê-nero? Uma delas é a possibilidade de o cliente baixar no celular o aplicativo do restaurante preferido. E por ali fazer toda a operação.

O sistema permite também ao gastrônomo o controle fi nanceiro e contábil em tempo real. E lá vai o Bruno conversar com outro tiozinho do cachorro quente.

Defi nitivamente, não é mais possível sepa-rar celular de mesa. Adeus comandas molha-das, rasuradas, borradas. A tela veio para fi car.

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22 de agosto de 2017 | 13

“Ninguém nasce odiando; para odiar, é preciso aprender a odiar”

Paz dos ipêsEm grande parte o preconceito, as hostilidades e o

ódio nascem do desconhecimento. Nelson Mandela pôs, em uma frase, sabedoria e ponderação a respeito: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender a odiar. E, se podem apren-der a odiar, também podem ser ensinadas a amar”.

É assim na relação entre pessoas, é assim na nossa relação com o entorno. As árvores plantadas entre as vagas de estacionamento ao longo da Avenida Brasil, no Calçadão de Cascavel, sofrem duras imputações: encurtam o espaço para a “raça dominante do plane-ta”, os carros; ameaçam a visualização das fachadas do comércio; e, imaginem só, ousam lançar suas poucas folhas no passeio.

Vamos apresentar estas “malvadas”. São ipês bran-cos, escolhidos exatamente por apresentar porte baixo, mesmo na vida adulta. Oferecem - sem nada cobrar - be-las e brancas (cor da paz) fl oradas todo mês de agosto, como esta da foto captada pelo fotógrafo Ralph Willians no campus da FAG. Agora que conhecemos a árvore e o espetáculo que irá nos propiciar em breve, vamos juntos preservá-la?

Em tempo: em frente ao Bradesco dois ipês foram vandalizados. Que tal a própria gerência do banco e seus colaboradores assumirem para si a reposição das árvores e sua preservação?

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

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concorrente. Ainda que o cliente aprove seu produ-to ou serviço, ele sempre irá avaliar a efi cácia, a ve-locidade, a confi abilidade, a facilidade de utilização, a flexibilidade, o custo, entre outros valores eco-nômicos fundamentais, que o permitam continuar a realizar o trade-off entre produto e dinheiro.

Depois de criar valor é necessário determinar o quanto seu cliente está disposto a pagar pelo que você está oferecendo. Ou seja, quanto maior for o Valor Percebido em sua oferta, mais você poderá cobrar pelo seu produto, o que separa negócios de sucesso de decepções em vendas.

O mesmo produto pode custar alguns troca-dos ou milhares de dóla-res. Um relógio de pulso produzido na China e vendido por um vendedor ambulante faz o mesmo trabalho que um Rolex.

A diferença entre os dois é o valor percebido pelo consumidor. Quem busca um relógio dessa marca está em busca de status, emoção, apelo estético, qualidade; muito diferente de quem adquire um relógio de uma marca qualquer, pois que espera receber um custo aces-sível, a efi cácia do produto ou outro valor econômico embutido na negociação.

Concentre-se, portanto, em criar formas de valor que demandem o mínimo esforço do usuário, grande utilidade ou satisfação, além de prestígio. Não tem como dar errado!

Encontrar uma maneira de preencher uma necessidade

humana, desenvolvendo soluções que tragam conforto ou facili-dades para as pessoas, costuma viabilizar a oferta de um novo produto ou negócio.

Mas não é tão simples assim.

Nenhum plano de negócios infalível sobrevive ao primeiro contato com o cliente. É a co-nhecida Lei de Ferro do Mer-cado: certifique-se de vender exatamente o que o cliente quer comprar.

Em regras gerais, um bom negócio é aquele que pode ser repetido inúmeras vezes, en-tregando algo de valor, que as pessoas querem ou precisam, a um preço justo (trade-offs), e ainda gerando lucros sufi cientes que possam manter a operação.

Além disso, os primeiros pas-sos de qualquer negócio de valor sempre demandam mais empe-nho do que se espera inicialmente e isso requer grande persistência e dedicação. Por isso o processo de desenvolvimento de qualquer negócio nunca deve ter como único foco o dinheiro.

Você precisará aprimorar seu produto ou serviço ao longo do tempo. Esse ciclo de desenvolvimento deverá ser permanente e deverá ser medido constantemente, a fi m de garantir que seu consumidor esteja satisfeito. Observe, refl ita, realize e mensure.

Para Ted Leonsis, da Whashington Capitals, “um negócio de sucesso ou é amado ou é necessário”. Cada vez que alguém compra seu produto, ele está dizendo em alto e bom som que prefere o seu produto ao do seu

14 | [email protected]

Criação de valorTodas as empresas de sucesso têm algo em comum: elas criam algo de valor

MATHEUS B. SOBOCINSKI

Empresário e empreendedor

EMPREENDEDORISMO

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PELA VIDA. ESCOLHA O TRÂNSITO SEGURO. IMAGENS ETIOS HATCH X 1.3 MT ANO/MODELO 17/18. OFERTAS VÁLIDAS PARA VEÍCULOS FATURADOS NO PERÍODO DE 01 A 31/08/2017 OU ATÉ DURAREM OS ESTOQUES, ÀS PESSOAS FÍSICAS QUE ADQUIRIREM VEÍCULOS TOYOTA POR MEIO DE FINANCIAMENTO CONTRATADO JUNTO À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E EM TODA A REDE DE DISTRIBUIDORES TOYOTA DE CASCAVEL, TOLEDO, FOZ DO IGUAÇU E FRANSCISCO BELTRÃO. COM GARANTIA DE RECOMPRA DO VEICULO ADQUIRIDO, PELO DISTRIBUIDOR TOYOTA, POR 85% (OITENTA E CINCO POR CENTO) DO VALOR NA TABELA FIPE VIGENTE, NA FORMA E CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NAS CONDIÇÕES GERAIS DO CERTIFICADO DE RECOMPRA DO VEICULO E NO MANUAL DE RECOMPRA (VIDE CONDIÇÕES NO SITE WWW.TOYOTA.COM.BR/CICLOTOYOTA). ETIOS HATCH X 1.3 MT ANO/MODELO 17/18 À VISTA R$ 46.650,00 (FRETE INCLUSO, PINTURA SÓLIDA) OU FINANCIADO COM O BANCO TOYOTA NO PROGRAMA CICLO TOYOTA

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CNPJ 33016221/0001-07 WWW.MITSUISUMITOMO.COM.BR – SAC 0800 773 6744 / DISQUE DENÚNCIA 0800 775 0100 - OUVIDORIA Nº. 0800 888 6744 OU [email protected]. (¹) PREÇO MERAMENTE SUGERIDO, NO MOMENTO DA SIMULAÇÃO DO FINANCIAMENTO UMA COTAÇÃO ONLINE SERÁ REALIZADA COM BASE NO CPF E PERFIL DO CLIENTE E APRESENTADA C/ OPÇÃO DE CONTRATAÇÃO OU NÃO CONTRATAÇÃO. O VALOR TOTAL INFORMADO ACIMA PARA O SEGURO TOYOTA AUTO INTEGRADO É APENAS UMA REFERENCIA DE OFERTA VINCULADA AO PERFIL: HOMEM, CASADO, IDADE 45 ANOS OU MAIS, COMO CONDUTOR PRINCIPAL QUE DEVE UTILIZAR O VEÍCULO PARA A IDA E VOLTA AO TRABALHO OU LAZER. NÃO HAVENDO OUTROS CONDUTORES COM IDADE INFERIOR A 25 ANOS UTILIZANDO O VEÍCULO. ESTA OFERTA NÃO ABRANGE ACESSÓRIOS, VEÍCULOS COM ALTERAÇÕES EM SUAS CONDIÇÕES MECÂNICAS E/OU ELÉTRICAS, DESTINADOS A LOCADORAS, AUTOESCOLAS, DE ÓRGÃOS PÚBLICOS OU ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA OU, AINDA, UTILIZADOS COMO TÁXI, TEST-DRIVE, DE TRANSPORTE COMERCIAL DE PASSAGEIROS OU ADQUIRIDOS DIRETAMENTE DO FABRICANTE. COBERTURAS ADICIONAIS OU MUDANÇAS NO PERFIL DO SEGURADO PODERÃO SER INCLUSAS PELO CLIENTE APÓS A EMISSÃO DA APÓLICE POR MEIO DE ENDOSSO, FICANDO QUALQUER CUSTO INCREMENTAL PORVENTURA GERADO PARA ENCARGO DO CLIENTE. SE DESEJAR CONTRATAR SEGURO COM PERFIL OU MODELO DE VEÍCULOS DIFERENTES DOS MENCIONADOS ACIMA CONSULTE UM DISTRIBUIDOR TOYOTA. O SEGURADO PODERÁ CONSULTAR A SITUAÇÃO CADASTRAL DO SEU CORRETOR DE SEGUROS, NO SITE WWW.SUSEP.GOV.BR, POR MEIO DO NÚMERO DE SEU REGISTRO NA SUSEP, NOME COMPLETO, CNPJ OU CPF. RECOMENDAMOS A LEITURA DAS CONDIÇÕES GERAIS E MANUAL DO SEGURADO PREVIAMENTE À CONTRATAÇÃO E RESTRIÇÕES QUE SE APLICAM. O NOME FANTASIA "SEGURO TOYOTA" É UTILIZADO NA OFERTA DE SEGUROS AOS CLIENTES TOYOTA, OS QUAIS SÃO GARANTIDOS POR SEGURADORAS REGULARMENTE REGISTRADAS NA SUSEP, E COMERCIALIZADOS PELA CORRETORA DE SEGUROS AON (AON AFFINITY DO BRASIL SERVIÇOS E CORRETORA DE SEGUROS LTDA. - SUSEP 10.033.292-5 – CNPJ 02.143320/0001-26). SUJEITO A ANÁLISE DE RISCO PELA SEGURADORA E PELA CORRETORA AON AFFINITY DO BRASIL SERVIÇOS E CORRETORA DE SEGUROS LTDA. AON AFFINITY DO BRASIL SERVIÇOS E CORRETORA DE SEGUROS LTDA. CNPJ: 02.143.320/0001-26 | CÓDIGO SUSEP: 10.033.292-5. . O CET APRESENTADO É APLICÁVEL AO EXEMPLO ACIMA. CAMPANHA VINCULADA À VALIDADE DO PROGRAMA CICLO TOYOTA. A ALTERAÇÃO DO MODELO DO VEÍCULO OU DE QUALQUER DAS CONDIÇÕES DO FINANCIAMENTO ACARRETARÁ NOVO CÁLCULO DO CET. SAC BANCO TOYOTA 0800 016 4155 OU ENVIE UM E-MAIL PARA [email protected]. OUVIDORIA BANCO TOYOTA (SOMENTE APÓS ATENDIMENTO PELO SAC): 0800-772-5877. O ETIOS HATCH 1.5 MANUAL, ABASTECIDO COM GASOLINA, PERCORRE 12,4KM/L NA CIDADE E 14,1KM/L NA ESTRADA E, COM ETANOL, 8,3KM/L NA CIDADE E 9,8KM/L NA ESTRADA. VALORES DE REFERÊNCIA MEDIDOS EM LABORATÓRIO, DEPENDEM DAS CONDIÇÕES DE TRÂNSITO, COMBUSTÍVEL E HÁBITOS DO MOTORISTA. VEÍCULO PARTICIPANTE DO PBEV - PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM VEICULAR DO INMETRO 2017. CONSULTE: WWW.INMETRO.COM.BR. A TOYOTA OFERECE 3 ANOS DE GARANTIA DE FÁBRICA, SEM LIMITE DE QUILOMETRAGEM PARA USO PARTICULAR E, PARA USO COMERCIAL, 3 ANOS DE GARANTIA DE FÁBRICA OU 100.000 KM, PREVALECENDO O QUE OCORRER PRIMEIRO. CONSULTE O LIVRETE DE GARANTIA OU WWW.TOYOTA.COM.BR PARA MAIS INFORMAÇÕES. AS OFERTAS DESTE ANÚNCIO NÃO ABRANGEM OS VEÍCULOS ADQUIRIDOS EM VENDAS DIRETAS COM ISENÇÃO DE IMPOSTOS. ESSA PROMOÇÃO NÃO É CUMULATIVA COM OUTRAS PROMOÇÕES VIGENTES.

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Josué e seu time não dão folga para a navalha

Ágide x DilvoPARANÁ DIVIDIDO

os produtores rurais do Oeste. Esta é a possi-bilidade que tem o Oeste do Paraná de contar com uma ferrovia de verdade em curto espaço de tempo que traga para o porto de Paranaguá grande parte da sua produção.”

Ferrovia II“Contudo, tem gente que ainda acredita

na fantasia da construção de uma ferrovia de bitola larga entre Maracaju ou Dourados até Paranaguá, paralela à atual ferrovia. Ninguém comprovou a viabilidade econômica da nova ferrovia de bitola larga, que necessitaria de uma transposição caríssima da Serra do Mar. Acham que poderão sensibilizar algum grupo econômico internacional com coragem para enfrentar o desafi o.

“A Rumo detém a concessão da atual fer-rovia a partir de Guarapuava até Paranaguá. Portanto, até que a concessão expire em 2027 nenhuma outra ferrovia poderá operar ao longo da sua área de infl uência. Além disso, é quase líquida e certa a prorrogação de seu contrato até 2057, lembrando que a malha paulista da Rumo já está na fase fi nal de negociação.

“Esta é uma das razões para afastar qual-quer investidor do projeto da bitola larga. Portanto, é bom parar de sonhar e trabalhar para que dê certo o que é factível e que permita aumentar a oferta de transporte e reduzir o seu custo.”

Ferrovia I“A região Norte está, de certa forma,

razoavelmente atendida e há possibilidade de extensão dos trilhos até a barranca do rio Paraná. Mas o Oeste, em termos de ferrovia, é muito mal servido. A Ferroeste, construída para transportar 8 milhões de toneladas/ano, mal consegue transportar 800 mil e vem dando seguidos prejuízos ao Governo do Estado.

“A concessionária da ferrovia que liga Guarapuava (ponto fi nal da Ferroeste) a Para-naguá, a Rumo/ALL, tem seu contrato de con-cessão até 2027 e um plano de expansão para o Oeste – incluindo a absorção da Ferroeste - que pode ser executado tão logo seja concluída a negociação de prorrogação de contrato com o Governo Federal por mais 30 anos.

“Acusam-me de estar apoiando a Rumo. E estou mesmo, porque sei que isto é bom para

Distintos conceitos de desenvolvimento colocam em lados opostos gigantes da logística

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Pedágio I“Embora já tenha desistido de me empe-

nhar, até porque o tempo e a oportunidade já passaram, gostaria de relembrar um grande esforço político da FAEP para que o Governo do Estado prorrogasse, com repactuação, os contratos de concessão de rodovias do Anel de Integração. O objetivo era claro: como o prazo das concessões vai até dezembro de 2021, a FAEP advogava a repactuação, como permitem os contratos, desde que o valor do pedágio fosse reduzido e as obras de duplicação não previstas fossem realizadas imediatamente, com a con-tratação de empresas locais.”

Pedágio II“Imagino que, se tivesse havido um inte-

resse das lideranças na duplicação da principal rodovia que serve à região, na época em que foi lançada a ideia, já teríamos duplicada grande parte da BR 277 entre Matelândia e São Luiz do Purunã, e de lá até Paranaguá. E prova-velmente, também, o trecho entre Cascavel e o Norte do Paraná e de lá em demanda aos mais importantes mercados internos. Além de estarmos pagando um pedágio mais barato.

“As concessionárias foram unânimes em concordar com novas e mais vantajosas regras para os usuários de transporte rodoviário. As lideranças não quiseram e fi zeram uma feroz campanha contra.”

Distintos conceitos de desenvolvimento colocam em lados opostos gigantes da logística e do agronegócio. Entenda aqui a avenida retórica que separa a podero-sa Federação da Agricultura do Paraná (Faep), nas pala-vras de seu presidente, Ágide Meneguette, do braço oestino da Organização das Coopera-tivas do Paraná, Ocepar, na visão de Dilvo Grolli, presi-dente da Coopavel.

Ágide Meneguette

Ágide Meneguette, presidente da poderosa Faep: visão pragmática

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pelo imediatismo e sem nenhuma base econômica.

“O modelo de pedágio do Paraná bene-fi cia pouco a sociedade: estradas sem duplicação e sem a terceira faixa, a TIR- Taxa Interna de Retorno de Inves-timento, em média acima de 18%, en-quanto com as novas concessões, onde houve concorrências e oportunidades para outras empresas, a taxa de retorno de investimento está em menos de 9% ao ano e o valor cobrado nas praças de pedágio é de 50% a 60% menor.

Pedágio II“As vantagens econômicas são favorá-veis totalmente às concessionárias pela rentabilidade, pela demanda do Oeste do Paraná, onde somente o agronegócio tem um custo de pedágio de R$ 100 milhões anuais e com previsão de cres-cimento forte para os próximos anos.

“Quando o assunto é defesa da região, não podemos permitir que pessoas de outras regiões, políticos ou com outros interesses, venham decidir pelo nosso Oeste.

“No passado a história era ‘abaixa ou acaba o pedágio’, hoje o slogan é ‘baixa o pedágio e duplica’. Tudo não passa de uma arquitetura de algumas entidades e de algumas pessoas e das concessioná-rias para se manterem com a concessão sem nova licitação e nós continuarmos pagando um dos pedágios mais caros do Brasil e com poucas obras.”

Ferrovia“No Oeste temos trilhos, mas não temos o transporte adequado a nossas necessidades. Paranaguá recebe 45 milhões de toneladas de produtos do agronegócio, como carnes e grãos. Destas, 5 a 6 milhões de toneladas são provenientes do Oeste. No entanto, apenas 400 mil toneladas da produção oestina chegam ao porto pela linha férrea.

“Entre Cascavel e Guarapuava a ferrovia é pública, Dali em diante, é uma concessão para a Rumo. A concessionária se conecta numa ferrovia que não é dela e prefere atuar com o Norte do Paraná, onde são dela os trilhos e composições.

“Assim, o Oeste está condenado. A Ferroeste virou rio pequeno sem saída para o mar. Pre-cisamos de um novo traçado para a Ferroeste, a partir de Guarapuava, ligando com Paranaguá. Estamos falando de 700 km de concessão. É coisa para R$ 4 bilhões de dólares.

“O transporte de 10 milhões de toneladas já viabiliza a operação. Agregando parte da pro-dução do Paraguai e do Mato Grosso do Sul, podemos passar de 15 milhões de toneladas.”

Pedágio I“Algumas entidades, algumas pessoas e alguns políticos insistem na renovação sem licitação, sem mudar o modelo de concessão e sem dar oportunidades a outras empresas, levados

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Dilvo Grolli

Dilvo Grolli: militante do “oestismo”

Vanderson Faria

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ENSAIO - UNIVALDO ETSUO SAGAE

UNIVALDO ETSUO SAGAE

Cirurgião do aparelho digestivo. Corintiano fanático. Brasileiro com muita honra

O Brasil tem uma democracia jovem, onde a divisão dos três poderes é fundamental para seu forta-

lecimento; porém, vivemos uma crise inédita, jamais vista, onde o sistema tem sido colocado em xeque sem descanso, em tempo integral.

Temos um Executivo estagnado devido às corrup-ções afl oradas com as declarações de Joesley, tornando a gestão Temer inoperante, sem qualquer perspectiva de governança. O Legislativo - também corrupto - submis-so ao Executivo e ameaçado pelo Judiciário, encontra-se letárgico e aprisionado, como se estivesse na Fundação Casa, antiga FEBEM, condenado e preso pela opinião pública, aguardando uma decisão do Ministério Público e de seus eleitores.

Os infratores do Legislativo, em sua maioria, são políticos que podemos reportar à juventude (primeiro mandato), período em que se comete muitos erros, abusos, equívocos e delitos. Por outro lado, existe uma política específi ca para punir esses “adolescentes”, de natureza mais amena. Perceba que a ação para punir menores e políticos é sempre mais branda do que a voltada para adultos e para o cidadão comum. Porém, os efeitos da punição, quando há percepção do erro, podem reverter em aprendizado na vida adulta (ao menos é o que vivenciamos e esperamos que ocorra com nossos fi lhos). Tratemos, pois, nosso Legislativo como “adolescentes” nesse momento decisivo que vivemos,

Legislativo, mo Democracia jovem,

no qual eles têm que optar por qual caminho seguirão, já que suas escolhas irão refl etir em sua vida adulta. E na de todos nós.

Há dois caminhos possíveis de serem percorridos: o do desvario, seguindo os passos de caciques como Lula, Temer, Dirceu, Gedel, Cunha e Jucá, entre tantos outros, onde as paisagens são tentadoramente ilusórias desenhadas com o pincel permanente da corrupção, ou o caminho do despertar, em que irão acordar e ter

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consciência de que a decisão correta pode representar a salvação para o seu futuro e o de seu país.

Legislar é organizar o futuro, formular regras, normas e leis que possam dar condições para um país crescer econômica e socialmente, de maneira equili-brada, criando políticas justas para todas as classes, indistintamente. Temos um ano e meio para que o Brasil seja governado por um sistema parlamentar, escolhendo um primeiro-ministro (presidente) – quer

stre a sua cara! deputados adolescentes

Será que conseguiremos

formar uma maioria de parlamentares honestos, outros

arrependidos, com formação patriótica

e visão de futuro, ou a maioria de despreparados e interesseiros

vencerá, e continuaremos sendo a nação

das leis e projetos paroquiais de

interesse de grupos e classes que paralisam

este país?”

seja o Maia ou outro que detenha nas mãos, liderança, poder e vontade para promover mudanças radicais e profundas, realizando as reformas previdenciária, po-lítica e judiciária, indicando assim um novo e decente rumo para o nosso Brasil.

O novo líder precisa atrair esses “adolescentes” pro-missores, com suas qualidades e potenciais, unindo-os a todas as frentes, certos de que neste período de um ano e meio, salvando o país, muitos desses “adolescen-tes” com seus erros juvenis - compreensíveis na nova democracia – poderão ser punidos de forma amena. Esses jovens parlamentares devem fazer a mudança que o Brasil tanto precisa, pois a história irá reconhecer seus feitos, mesmo que a própria Justiça não o faça.

Estarei sendo ingênuo ou sonhador? Será que conseguiremos formar uma maioria de parlamentares honestos, outros arrependidos, com formação patrió-tica e visão de futuro, ou a maioria de despreparados e interesseiros vencerá, e continuaremos sendo a nação das leis e projetos paroquiais de interesse de grupos e classes que paralisam este país?

Talvez. Talvez seja ingenuidade de minha parte. O fato é que a esperança é o que move o brasileiro. Se não acreditarmos nesta jovem democracia e lutarmos por ela, veremos com tristeza a transformação deste gigante chamado Brasil em outra Venezuela...

22 de agosto de 2017 | 19

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A turminha da Mário Quinta-na faz jus ao poeta que ba-

tiza o nome da escola. São lei-tores vorazes, amiguinhos das letras. Na foto, alunos do Clube do Livro, ação coordenada pela bibliotecária Marcia Zancan, agradecem a inclusão da escola no projeto #PitocoFuturo. Em um dos cartazes é mencionado o advogado Nilberto Vanzo, assinante amigo da educação, que viabilizou a implantação do projeto.

#PITOCOFUTURO

O futuro é hoje

O contabilista Atair Gomes da Silva é leitor do Pitoco desde os anos 90. É também o primeiro assinante a aderir ao #PitocoFuturo, projeto voltado para educa-ção, que estimula o gosto pela leitura e o senso crítico--construtivo na comunidade escolar e seu entorno.

Aqui, ele aparece com a camisa do jornal, confec-cionada pela Gulgielmin Uniformes.

Atair veste a camisa da educação e da informação comprometida com as

melhores causas da cidade

Veste a camisaO bom jornalismo como ferramenta da educação

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Heinz Schmidt

O imperador do Alto ParanáDe imigrante pobre a latifundiário com negócios em três países: a trajetória de Domingo Barthe

MEMÓRIA

O francês Domingo Barthe construiu um império que no início do século XX se estendia ao Oeste paranaense

Muito antes que a colonização do Oeste paranaense produzisse sua primeira

safra de barões de província, em cenários onde não raro trafegavam grilagem de terras, furto e descaminho de madeiras e exploração de bóias-frias, a macrorregião do Alto Paraná teve o seu imperador: o francês Dominique Barthe, que chegou à Argentina em 1867 sem um centavo no bolso.

Barthe emergiu da pobreza e construiu um conglomerado agrícola, comercial, industrial e fi nanceiro que em 1915 reunia dezenas de empreendimentos em três países, incluindo obrages ervateiras espalhadas numa área de 1 milhão de hectares na província argentina de Misiones, no Leste do Paraguai e no então imenso município de Guarapuava, no Paraná. Foi um dos grandes terratenientes de sua época.

O francês é fi gura icônica em Posadas (ca-pital de Misiones, Argentina), onde passou a maior parte da vida e de onde comandava seu império. Antigas construções são o derradeiro testemunho do poderio e importância desse gran capitalista. No Paraguai, é perseguido até hoje pela fama de grileiro e explorador de mensus - os peões de origem guarani reduzidos à condição de semi-escravos que trabalhavam

na extração de erva-mate e madeira em suas obrages. No Oeste do Paraná, deixou sua marca em Central Barthe (no atual município de Santa Tere-za), que era a sede avançada de seus negócios na região. “Dali - escreve o historiador Alceu Sperança - ramifi cam-se vá-rios caminhos para estabeleci-mentos menores onde existem estabelecimentos ervateiros”.

A erva era transportada até o porto de Santa Helena, na margem esquerda do Paraná, também instalado e contro-lado pela companhia Barthe. Dali era exportada. A cúpula administrativa e os capatazes, em geral argentinos, contro-lavam com mão de ferro o trabalho de dezenas de peões.

Nascido em Pau (Départe-ment Pyrénées-Atlantiques), no sul da França, em 1855, Domingo Barthe - como é refe-rido em países de fala hispana - emigrou com familiares para a América do Sul. Teve escassa educação formal, apenas dois ou três anos de estudos na

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22 de agosto de 2017 | 23

época em que residia em casa de suas irmãs.

Começou a trabalhar aos 15 anos, como comerciário. Em 1870, migrou para Villa Concepción, no Paraguai, onde foi funcionário de uma ervateira e depois abriu seu próprio negócio, um estanco de erva-mate, couros e tabacos. Em 1877, com algum dinheiro no bolso, estabeleceu-se como comerciante em Posadas e simultaneamente na vizinha Encarnación (Paraguai), atuando no ramo de compra e venda de erva-mate e madeiras. Três anos depois, seu capital já ascendia a 200 mil pesos.

Em 1883, Barthe fez sua primeira grande incursão no campo agropecuário. Adquiriu uma fazenda no Paraguai, onde colocou 2.500 cabeças de gado. À medida que crescia seu capital, expandiam-se também a diversidade e o volume de seus negócios. Da mesma forma, cruzando fronteiras, multiplicava-se o número de suas propriedades.

Em 1915, além das obrages em áreas que somavam 1 milhão de hectares na macrorregião do Alto Paraná e onde mourejavam centenas de mensus, o francês era titular de pelo menos 15 importantes empresas. Só em Posadas.

Em menos de meio século, o imigrante sem eira nem beira havia se convertido no millonario más famoso en la historia de Mi-siones - como defi nem os argentinos. A par de sua condição de terrateniente ervateiro, Barthe administrava empreendimentos nos setores de navegação fl uvial, pecuária, comércio em geral, hotelaria, fi nanças, benefi ciamento de madei-ras, fundição, construção naval e moagem.

Instalada em 1887, a empresa de navegação Barthe fez história na tríplice fronteira e em outras regiões. Em 1915, a frota era composta por nada menos que 25 embarcações de dife-rentes tonelagens, com serviços de transporte de cargas e passageiros no eixo Posadas/Encarnación-Puerto Aguirre (Argentina)/Santa Helena (PR) e nos eixos Buenos Aires--Posadas e Buenos Aires-Asunción. A essa frota somavam-se lanchas e barcaças menores. “Edelira”, “Tembey”, “Dolores Barthe”, “Ayo-las”, “Triunfo”, “Esperanza” e “Ana Barthe” são nomes de embarcações que remetem à época de ouro da navegação nos rios Paraná e Paraguai.

Em torno do mito Barthe também se cria-ram algumas lendas urbanas. Uma delas conta que ele mandou construir um hotel, no centro de Posadas, unicamente para hospedar os convidados da festa de casamento de sua fi lha Anita. A versão não procede, mas na capital de Misiones está em pé até hoje a edifi cação que um dia foi o Hotel Palace (posteriormente Savoy), inaugurado em 1917.

No Oeste paranaense, a primeira ou uma das primeiras grandes investidas de Domingo Barthe se deu em 1901, quando, segundo relata o historiador José Augusto Colodel, adqui-riu em conjunto com Manoel José da Costa Lisboa um titulo provisório com direito a 10 mil hectares de terras devolutas.

Em 1905, contabiliza Colodel, o francês já detinha mais de 60 mil hectares localizados na margem esquerda do rio da Paz, em Tormenta e nas nascentes do rio São Francisco, “a mais de 90 quilômetros do rio Paraná”. No mesmo ano, requereu outros 800 hectares ao governo

do Estado para a instalação de pontos de pouso ou apoio ao longo da picada pelas quais a erva--mate era escoada, bem como 200 hectares no porto, junto ao rio Paraná, para a construção de “casas e outras instalações industriais”.

A infl uência e o poder das organizações Barthe podem ser medidos a partir de uma denúncia publicada em março de 1908 pelo diário argentino “Vanguardia”. Assinado por Julian S. Bouvier, dizia o texto: “No Oes-te paranaense, um certo Allegrini e outros capatazes de Domingo Barthe assassinaram vários peões [...]; em abril [de 1907] foram assassinados sete peões num único dia, entre eles um brasileiro e um menor de idade, de 14 anos. Fuzilaram-nos, sem mais nem menos. O crime fi cou impune”.

O milionário Domingo Barthe faleceu quando se achava em Paris, em 1917. Nessa época, segundo estimativas, sua fortuna já passava de 30 milhões de francos. Os fi lhos assumiram o conglomerado.

O francês capitalista não viveu o sufi cien-te para testemunhar um episódio curioso da história paraguaia, que foi a tomada de Encarnación em 1931 por um grupo de re-volucionários anarquistas. Entre os rebeldes estava o ex-dirigente estudantil e sindicalista Obdulio Barthe, sobrinho de Domingo. Três anos depois do levante fracassado, Obdulio ingressou no Partido Comunista Paraguaio e durante décadas foi um dos expoentes da agremiação. Fez uma carreira diametralmente oposta à do tio milionário. Passou muitos anos na clandestinidade e chegou a ser amigo de Che Guevara. Morreu em dezembro de 1981 no exílio, na capital argentina.

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Cascavel (PR), sexta-feira, 22 de agosto de 2017Ano XXI - Nº 2096

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Editor: Jairo Eduardo I Editoração: HDS

COLUNA DO ASSINANTE

Onda do selfi e

O frio do breve inverno deste ano foi efêmero. Mas em seu auge, levou cente-nas de cascavelenses para o famoso selfi e em frente aos termômetros do Pajolla. Quem anunciou neste período, como o Instituto da Visão, multiplicou sua visibilidade em milhares de fotos nas redes sociais. É a tal da hora certa, no lugar certo.

Profi ssão vovôLuiz Frare trocou o mundo das urnas pelo

papel de vovô dedicado. Alguém duvida que se trata de uma excelente opção?

24| [email protected]

O educador físico Ricardo Saverio e a aluna Sharon, na Viva Mais Academia

Pensata“O brinquedo mais

simples, aquele que qualquer menino

é capaz de fazer funcionar,

chama-se avô”Sam Stevenson

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SetCafé colonial - Centro de Eventos Seno José Lang.

Abertura da festa de 25 anos com queima de

fogos - Centro de Eventos Seno José Lang.

Exposição da indústria e comércio / Praça de

alimentação / Espaço cultural / Recreação

infantil - Clube Cultural.

Valores locais e dança folclórica - Centro de

Eventos Seno José Lang.

1º Encontro interestadual de dança da 3ª idade com almoço e matinê - Centro de Eventos Seno

José Lang.

Espaço cultural na praça de alimentação / Encontro de carros antigos - Clube Cultural.

Exposição de indústria e comércio / Recreação infantil - Clube Cultural.

Culto Ecumênico - Centro de Eventos

Seno José Lang.

Lançamento do CD de Evandro e Liliane - Centro

de Eventos Seno José Lang.

Show Mato Grosso & Mathias - Centro de Eventos

Seno José Lang.

Exposição da indústria e comércio / Praça de alimentação / Espaço cultural / Recreação infantil - Clube Cultural.

Almoço festivo: Leitão a Quatro Pontes, em seguida matinê - Centro de Eventos Seno José

Lang.

Parabéns a Quatro Pontes - Bolo de 25m -

Centro de Eventos Seno José Lang.

Encerramento da comemoração dos 25 anos de Quatro Pontes - Centro de Eventos Seno José Lang.

18H

19H

19H30

20H30

8H30

14H

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18H

08 Set09 Set10

Café colonial. Encontro de Dança da 3ª idade. Lançamento CD Evando & Liliane. Bolo de 25m. Leitão a Quatro Pontes.Show Mato Grosso & Mathias.

Foto

: O Jo

rnal

QUATROPONTES

Venha comemorar com a gente.

S E T E M B R O

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RSÁR

IO

08 A 10

Um horizonte de progresso

A P O I O : R E A L I Z A Ç Ã O :

Um horizonte de progresso

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26 | [email protected]

Quarta do cafezinhoTradicional e ecumênico. Assim é possível defi nir o encontro

realizado sempre na última quarta-feira de cada mês. O Café com Pitoco é sinergia entre os leitores e espaço descontraído para conhecer os detalhes de uma produção jornalística local. O evento, com apoio institucional do Sicoob, Nutricard e Bourbon também celebra a concorrência saudável: entre os convidados, o diretor dos jornais “O Paraná” e “Hoje”, Jadir Zimmermann.

CAFÉ COM PITOCO

Elton Notoya com Paulo Roberto Cardoso de Sá

Jorge Tasaki e Camila Klassen

Emerson Vilanova e Valdir Passini

Valdir Passini, do Sicoob e Jorge Tasaki, da Nutricard

Vitor e Alexandre Giardin (Funivel) Maria Izabel Hotz e Robsom Macanhão

Léo Gaidarji (TCO Tacógrafos) e Elton

Já tradicional, evento é leve e “ecumênico”

Jadir Zimmermann

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