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Bipolar BRASÍLIA Da euforia excessiva à depressão profunda ENTREVISTA Roberto Policarpo JUSTIÇA Roberto Caldas PERSONAGEM Umazo Shinoda www.planobrasilia.com.br DEZEMBRO DE 2010 · 2ª SEMANA Ano 8 · Edição 79 · R$ 5,30 Plano BR 79

Plano Brasilia ed79

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Revista sobre o cotidiano da capital federal do Brasil

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Bipolar

BRASÍLIA

Da euforia excessiva à depressão profunda

EntrEvistaRoberto Policarpo

JUstiÇaRoberto Caldas

PErsonagEmUmazo Shinoda

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dezembRo de 2010 · 2ª Semana a n o 8 · e d i ç ã o 7 9 · R $ 5 , 3 0Plano

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Sumário

12 Cartas

13 Entrevista

16 Panorama Político

18 Brasília e Coisa & Tal

20 Política Brasília

22 Dinheiro

24 Capa

28 Cidadania

30 Cidadania 2

32 Gente

34 Cidade

36 Educação

38 Tecnologia

40 Cotidiano

42 Planos e Negócios

44 Automóvel

46 Vida Moderna

48 Esporte

50 Personagem

52 Saúde

54 Moda

56 Comportamento

58 Cultura

60 Gastronomia

62 Teatro

64 Mundo Animal

66 Jornalista Aprendiz

68 Mercado Imobiliário

70 Propaganda e Marketing

72 Tá Lendo o Quê?

74 Frases

76 Diz aí, Mané

78 Cresça e Apareça

80 Ponto de Vista

82 Charge

13

50 6254

4836

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Expediente Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex [email protected]

PlanoBRASÍLIA

CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira

DIRETOR DE ARTE Theo Speciale

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. e Monique Valente

FOTOGRAFIA Gustavo Lima

EQUIPE DE REPORTAGEM Anna Paula Falcão, Felipe Nunes, Fernanda Azevedo, Larissa Venâncio, Lucas Soares, Mariluce Fernandes, Natasha Dal Molin

e Tássia Navarro

COLABORADORES Adriana Marques, Alexandre Secco, Cerino, Clarice Gulyas, Diego Ponce de Leon, Evelyn Louise, Luis Turiba, Marco Lobo, Mauro Castro,

Roberto Caldas, Romário Schettino, Tarcísio Holanda

IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica

TIRAGEM 60.000 exemplares

REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da

editora www.planobrasilia.com.br

PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA.SCLN 413 Bl. D Sl. 201

CEP: 70876-540, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011

Redação: 61 3202.1357Administração: 61 [email protected]

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores.

A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Devido à correria do dia a dia, com suas diferentes mazelas e vicissitudes, variações de humor do ser humano podem ser freqüentes e constantes. Mas, aquelas em que essas mudanças são em grandes e largas proporções, indo de um estado de euforia extremada a uma depressão profun-da, para a medicina precisam ser reparadas mais de perto, estudada e cuidada por especialista. Afinal, pode se tratar de bipolaridade. Uma doença que, aos olhos da medicina, pode ser conseqüência do estresse da rotina diária e ocasio-nada por um problema psicossocial. Ou seja, um problema circunstancial vivenciado como a morte de um parente ou amigo querido; fim de um casamento ou relacionamento amoroso ou outros que possam abalar de forma até brutal o sistema emocional. A bipolaridade é classificada como uma das doenças do século, só perdendo lugar para a depressão. Saiba mais sobre o mal, lendo a nossa reportagem de capa. Em quatro páginas, duas especialistas conceituadas no as-sunto esclarecem todos os pontos sobre a doença e alertam para a não confusão entre bipolaridade com as alterações de humor motivadas por dificuldades cotidianas estressantes, pois as mesmas podem ser momentâneas e desaparecer quando resolvidas.

Neste mês, a famosa Esplanada dos Ministérios, palco de todos os acontecimentos memoráveis do DF, mais um vez cedeu espaço para que a população de Brasília se reunisse e corresse contrária à corrupção, uma prática que está se tornando cada vez mais comum no nosso país. Quase 1,3 mil pessoas acordaram cedo no domingo do dia 12 para dizer “basta”. Na matéria “Colocando a corrupção para correr”, você, leitor, vai ficar sabendo detalhes de como as pessoas, inclusive o governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, foram até o local para demonstrar suas indignações sobre o assunto.

A matéria “Paixão Felina”, explica porque o mercado de gatos vem crescendo assustadoramente no Brasil. A venda de ração para esses bichanos teve uma alta significativa de 16% este ano, chegando a atingir a marca de 136 mil toneladas no consumo. Uma curiosidade da reportagem são as diferentes características de personalidade, comportamento e pelagem desses animais e sua auto higiene.

E, como não poderia deixar de ser, a entrevista desta edi-ção é com o presidente regional do Partido dos Trabalhadores no DF, Roberto Policarpo, amigo pessoal do governador eleito do DF e também uma das principais peças no processo de transição do governo. Num pingue pongue exclusivo com a repórter da Revista Plano brasília, Natasha Dal Molin, ele responde a indagações como o fortalecimento do seu partido, o PT, devido ao resultado da última eleição; como ele avalia a atitude do governador Rogério Rosso com relação à transição e os caminhos da governança de Agnelo no DF e da presiden-ta Dilma Roussef. Uma entrevista imperdível!.

Boa leitura a todos!!!

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Cartas Fale conosco

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540Brasília-DFFones: (61) 3202.1357 / [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente. A Plano Brasília reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Gostaria de parabenizar a revista Plano Brasília pela entrevista com o senador Cristovam Buarque. Excelente representante da política brasileira. Ótima entrevista, o senador se posicionou muito bem sobre a transição do governo em Brasília, que ocorrerá o ano que vem.

Janaina Vieira Lago Norte

A desigualdade social é um fator que me incomoda profundamente. Achei válida e reflexiva a matéria de capa da revista. Parabenizo os jornalistas e diagramadores pelo conteúdo social e o excelente trabalho de design.

Wanessa Baptista Águas Claras

Gostei muito da entrevista “Brasilienses saem da frente no combate à corrupção” realizada na edição 78 de Novembro de 2010 da revista Plano Brasília. Gostei tanto que quero reproduzir essa entrevista no Informativo da Corregedoria onde eu trabalho citando a fonte por ser referente às atividades da Corregedoria. O Informativo é eletrônico (PDF) e disponível na nossa Intranet. Vocês autorizam a reprodução dessa entrevista específica em nosso Informativo?

Obrigado pela atenção.

Edinelson Keiji ShimokawaAnalista-Tributário da Receita Federal do Brasil

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PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010 13

EntrevistaPor: Natasha Da Molin | Fotos: Gustavo Lima

Natural de Passagem, no Rio Grande do Norte, Roberto Policarpo Fagundes, mais conhecido como Policarpo, é figura querida no Partido dos Trabalhadores (PT), o

qual preside hoje, regionalmente. A simplicidade e a serieda-de são suas marcas fortes. E, foi com elas, que ele garantiu um papel de destaque na transição de governo – e, ao que tudo indica, também poderá manter na próxima gestão. Aliado e amigo do governador eleito, Agnelo Queiroz (PT), Policarpo foi uma das figuras centrais nas conversas e articulações para a formação dos quadros políticos que comandarão o GDF nos próximos quatro anos. Ele ficou responsável pelo diálogo do novo governo com os partidos da enorme aliança que levou Agnelo à vitória. Tarefa que nunca foi apontada como fácil, visto a disparidade histórica entre alguns dos partidos e a ne-cessidade de uma conversa franca e justa com todos para a tão aguardada partilha do bolo. Sua sala no prédio da Biblioteca Nacional, sede da equipe de transição, permanece desde o re-sultado das eleições lotada, sempre com pessoas aguardando para serem recebidas e ouvidas.

Nestas eleições, conquistou a primeira suplência como de-putado federal. Caso algum dos federais petistas eleitos seja nomeado para alguma função, ele é o primeiro da lista a assu-mir uma cadeira na Câmara. Aqui, ele fala com exclusividade para a Revista Plano Brasília.

Plano Brasília - Como está a transição? Muito trabalho, muitas reuniões? Em que fase do processo de transição vocês estão?Policarpo - Está fluindo por meio de muito trabalho. Estão sendo realizadas inúmeras reuniões diárias com políticos de vários partidos e técnicos, a fim de diagnosticar a situação real do governo em vários aspectos e áreas. Até agora foram criados seis grupos técnicos para dar subsídio à transição. Técnicos estão debruçados sobre os dados apresentados pelo governo. A expectativa é de que no dia 25 novembro seja concluído o primeiro relatório.

O PT saiu fortalecido da última eleição, com a vitória de Agnelo e Dilma e uma numerosa bancada?

A presidenta da República, cinco governadores, 88 depu-tados federais, 149 deputados estaduais e 14 senadores foram eleitos pelo PT em 2010. Sem dúvida alguma, o Partido dos Trabalhadores saiu vitorioso e fortalecido dessas eleições. A eleição de Dilma sagrou a eleição da candidata mais prepara-da para ocupar a presidência. Além de dar continuidade aos

Presidente regional do PT/DF

Roberto Policarpo

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projetos implantados durante o governo Lula, Dilma terá a missão de consolidar o desenvolvimento econômico e social do País colocando o Brasil entre as prin-cipais potências mundiais.

O PT do Distrito Federal fez história com a eleição de Agnelo, acabando com um ciclo que durava 14 anos e inician-do um novo caminho. Elegeu o gover-nador, cinco deputados distritais e três deputados federais. Agora, todos têm a missão de ajudar Agnelo a transformar o DF em uma vitrine de governo para todo o Brasil, em matéria de competên-cia, combate à corrupção, projetos so-ciais. Definitivamente, o PT foi o grande vencedor dessas eleições.

Como o senhor avalia a atitude do gover-nador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), em relação à transição? Ele contri-buiu muito com o processo? O apoio dele na campanha à família Roriz não impediu essa atitude agora?

O fato do governador Rosso, mes-mo sendo do PMDB, ter se destacado para a campanha eleitoral de Weslian Roriz (PSC), de fato, dá margem para especulações em torno de ele estar difi-cultando a transição. Mas acredito que ele esteja tomando as medidas neces-sárias para que a transição ocorra sem maiores problemas.

Agora, é claro que vez ou outra há algum embate, como na questão de Ros-so querer inaugurar uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e abrir concur-so para preencher vagas do Hospital de Santa Maria sem que houvesse o devido planejamento para isso.

Ao senhor coube a conversa com os presidentes dos partidos. Logo no início da transição, alguns estavam reclamando, nos bastidores, de demora para serem chamados à conversa. Qual o motivo dessa demora, ou o senhor avalia que nem demorou?

Desde que Agnelo foi indicado como candidato ao governo do DF pelo Partido dos Trabalhadores, foi criado um Conselho Político composto por integrantes de todos os partidos que compuseram a base da campanha. Des-de então, durante todo o período elei-

toral, esse conselho se reuniu uma vez por semana para discutir a campanha. Depois da vitória de Agnelo, essa prática continuou. Tanto que quando ele voltou de viagem fez questão de se reunir com todas as legendas.

No entanto, há o momento da tran-sição, no qual os partidos indicaram os representantes que já estão trabalhando; e há o momento da indicação, que, por opção do governador, será feita em blo-co, na segunda quinzena de dezembro. Portanto, como se pode observar, não houve qualquer demora nesse processo.

Como está a conversa com todos esses partidos? Manter a unidade nessa grande aliança foi apontado como um dos principais desafios pelos cientistas políticos. É difícil satisfazer a todos?

A unidade foi a palavra de ordem da nossa campanha e, sem dúvida, será a palavra de ordem do nosso governo.

Ainda mais porque a união das forças políticas se deu em torno de partidos que querem uma mudança. As conver-sas estão acontecendo de forma produ-tiva. De fato, não é fácil atender os inte-resses de todos os partidos. Daí entra o nosso trabalho, no sentido de ponderar, de conciliar, de apontar caminhos que permitam a construção de um governo coletivo e possível. Um trabalho que exi-ge muita seriedade e competência. Pos-so afirmar que depois de trinta anos de existência, o PT chegou ao nível de ma-turidade necessário para desempenhar com êxito essa tarefa.

A eleição de Dilma vai tornar mais fácil o trabalho no governo aqui no DF?

É a primeira vez que o PT terá o governo Federal e o do Distrito Fede-ral. Isso possibilita que apliquemos aqui os programas que estão dando certo em todo o país. Programas na área de habitação, de saúde, de educação, de emprego e renda. Os últimos governos do DF fecharam as portas para inicia-tivas de sucesso do governo Lula que transformaram a realidade de muitos estados, como Sergipe e Piauí, sob o comando de Marcelo Deda e Welling-ton Dias, respectivamente. Quem mais perdeu com isso foi a população. Pois essa postura é responsável pela crise vivida pelo DF atualmente em escolas, hospitais, trânsito, violência. Com Dil-ma e Agnelo, poderemos transformar o Distrito Federal em uma vitrine no que diz respeito à qualidade de vida dos moradores e ao desenvolvimento social e sustentável das cidades.

E como o senhor avalia que será o relaciona-mento do governo com a Câmara Legislativa? A bancada está em maioria, mas a oposição promete não aliviar.

Das 24 cadeiras na Câmara Legislati-va do DF, 15 são aliados de Agnelo, que começará seu governo com apoio popu-lar e na Câmara Legislativa. Garantida a governabilidade, teremos condições de cumprir os compromissos de cam-panha. A existência de oposição, desde que respeite limites éticos e políticos, é extremamente saudável para o exercí-

sem dúvida alguma, o

Partido dos trabalhadores saiu vitorioso e fortalecido

dessas eleições

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cio da democracia. E nem o PT e nem o governo Agnelo irão se intimidar com quaisquer ameaças. Fomos eleitos para trabalhar em prol da cidade e da popu-lação e é isso que vamos fazer.

E no Congresso Nacional? O senhor acha que os distritais petistas que se sagraram depu-tados federais conseguirão se destacar?

A bancada do DF, que ao todo ele-ge oito federais, é pequena em relação a outros Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, que elegem, respectivamente, 70 e 46 deputados federais. No entan-to, como conseguimos eleger o governo local, os petistas eleitos têm todas as con-dições de se destacar trabalhando em conjunto com Dilma e com Agnelo. Eles terão a missão de trazer recursos e pro-gramas federais para o DF, trabalhando para que Brasília seja uma referência na-cional em matéria de governo.

Muitos acusam o PT de ser um partido difícil de lidar. Como o senhor avalia isso e como tem sido a relação com o PMDB?

O PT tem seus ideais, seus princí-pios, sua história. É um partido forjado a partir dos sonhos e lutas de uma mi-litância aguerrida. Sendo um partido de quadros e de massas é comum que o debate seja uma constante. E o PT é, por natureza, um partido democrático. O PT, desde o seu nascimento, tem assu-mido o desafio de pensar; de refletir; de discutir todo e qualquer assunto aber-tamente; e de avançar sobre pontos de vista fundamentados na vida prática e na análise mais acadêmica. Temos assu-mido o desafio de não cruzar os braços ou baixar a cabeça perante obstáculos e dificuldades; de ser plural; e de questio-nar o presente pensando e acreditando em diferentes futuros possíveis. A alian-ça nacional feita durante o governo Lula deu resultado e é esse sucesso que quere-mos galgar no cenário local.

O primeiro ruído na transição ocorreu ainda na definição sobre quem seria responsável pela transição. Muitos apon-tavam Raimundo Júnior, mas o governador eleito acabou assumindo a chefia para si. Foi uma escolha acertada?

Não houve ruído na transição, mas um erro de interpretação da impren-sa. Eu estava presente quando Agnelo nomeou o Junior para cuidar do local em que se daria a transição, que seria coordenada pelo próprio Agnelo. Essa foi uma decisão que ele tomou na pri-meira hora. Agnelo, desde a campanha, fez questão de cuidar de tudo de forma muito próxima. Quanto ao Raimundo Junior, ele é um companheiro que tem uma vida dedicada ao partido e tem ca-pacidade para ocupar qualquer cargo dentro do governo.

Nesse período muitas pessoas devem apa-recer querendo de alguma forma participar ou fazer parte do novo governo. O senhor tem recebido muitas pessoas com pedidos de cargos, participação ou emprego? E como lidar com isso?

Essa realidade existe e não há como ser diferente. Muitos querem participar do governo. A coligação que elegeu Ag-

nelo é muito ampla e tem muita inser-ção política e social. Cada um quer fazer a sua parte para que o governo dê certo.

Quando sai a definição do Secretariado? É possível adiantar algum nome ou direção?

O secretariado será divulgado em bloco na segunda quinzena de de-zembro. Não posso adiantar nome algum, pois muitos ainda estão sendo discutidos. Os nomes estão sendo es-colhidos da forma mais responsável possível, considerando critérios técni-cos e políticos.

Qual a imagem que o senhor acha que o Brasil tem hoje do PT? E em Brasília?

Segundo uma pesquisa do IBO-PE, realizada em junho passado, 29% dos brasileiros manifestaram prefe-rência partidária pelo PT. Esse resul-tado é bastante significativo, uma vez que partidos como o DEM (ex-PFL) e o PSDB contaram apenas com 1% e 6% da preferência do eleitorado. Ao contrário do que dizem, o PT não se tornou um partido velho e ultrapassa-do, já que, segundo a pesquisa, 28% dos brasileiros que preferem o partido são jovens, na faixa etária entre 16 e 24 anos. Temos presença em todas as faixas estarias e sociais.

Por tudo isso, acredito que a ima-gem que o PT tem hoje no Brasil e em Brasília é a de um partido vitorio-so, maduro e próximo da população. Enfim, um partido que é sinônimo de inclusão social, de luta e de esperança.

Assim que houve a vitória, todos falaram da imensa responsabilidade nesse governo. Que tipo de precaução ou postura vocês que fazem parte dessa vitória estão tomando?

Estamos tendo muito cuidado no que diz respeito à escolha dos inte-grantes do governo. Priorizamos áreas essenciais do governo e que fazem par-te das bandeiras históricas do partido, como saúde e educação. Estamos to-mando todas as precauções necessárias para honrar a confiança que a popula-ção depositou em nós. E tenho certeza de que vamos fazer bonito, pavimen-tando esse Novo Caminho.

nem o Pt e nem o governo

agnelo irão se intimidar

com quaisquer ameaças

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Panorama Político TARCÍSIO HOLANDA

A guerra cambial está em pleno curso e o Brasil ainda não descobriu um meio

eficaz de enfrentá-la. O problema consiste em que alguns países desva-lorizam suas moedas artificialmente para tornar suas exportações mais baratas e competitivas, o que tem efeito negativo sobre países que estão com suas moedas valorizadas, caso do Brasil. A Câmara dos Deputados realizou uma comissão geral, para debater o tema.

Há os que defendem uma des-valorização arbitrária do real como forma de enfrentar as medidas arti-ficiais praticadas por países como os Estados Unidos e a China. Os pre-juízos que a guerra cambial causa ao Brasil são de grande dimensão, contribuindo também para aumen-tar o desemprego no país. Os Esta-dos Unidos resgataram 600 bilhões de dólares de sua dívida pública, inundando o mercado para forçar a queda artificial de cotação do dólar no mercado mundial.

ADESãO DE PESOA economista Maria da Conceição

Tavares propõe que o Brasil recorra a “todos os instrumentos possíveis” para desvalorizar o real em relação ao dólar, já que não se chegou a um acor-do na reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), reali-zada no dia 12 de novembro, em Seul, a capital da Coréia do Sul. E a eco-nomista mostra-se bastante pessimista quanto à possibilidade de se obter um acordo dos países mais ricos do mun-do sobre essa matéria.

No seminário “Desenvolvimento Econômico Brasileiro: evolução e de-safios”, promovido pelas Comissões de Finanças e Tributação da Câmara e de Assuntos Econômicos do Senado, ela disse que interessa aos Estados Unidos manter o dólar desvalorizado para evi-tar a recessão: “A China não vai pagar essa conta sozinha”. E lembrou que o Banco Central americano comprou 600 bilhões de dólares de títulos de sua dí-vida pública para aumentar a liquidez.

Ela defendeu a intervenção do go-verno no câmbio. Sugeriu medidas, como o controle de entrada de capitais no País, assim como o rebaixamento das taxas de juros. “Para isso, não pre-cisamos pedir autorização a ninguém, é questão de soberania interna nossa” – justificou. Outro caminho seria a ado-ção de um índice de “realinhamento do câmbio”, ou a emergência de uma nova ordem não mais baseada no dólar. “Isso, os Estados Unidos e a China não permitirão”, disse.

PMDB PERDE CARgOSTudo indica que o PMDB está pres-

tes a perder três importantes posições que detém no ministério. É que a pre-sidente eleita cogita de entregar os Mi-nistérios - das Comunicações para uma pessoa de sua confiança, no caso Paulo Bernardo, atual ministro do Planeja-mento; de Integração Nacional, Dilma quer entregar ao PSB; e no ministério da Saúde, a presidente eleita já anun-ciou que deseja entregar a uma auto-ridade indiscutível na área. O PMDB admite perder esses Ministérios, mas exige compensações de qualidade – ou seja, outros Ministérios.

Até agora, o partido tem poucas ga-rantias. Uma delas é que Wagner Rossi deverá ser mantido como ministro da Agricultura, ele que é uma indicação pessoal do vice-presidente Michel Te-mer. A outra é que o senador Édison Lobão, que foi reeleito no Maranhão e é pessoa ligada ao presidente do Se-nado, José Sarney, deverá voltar ao mi-nistério das Minas e Energia. Não há nenhum compromisso de que o PMDB terá as compensações que exige. Pelo contrário, tudo indica que o partido só vai ganhar mais duas pastas.

Seus principais líderes querem os Ministérios dos Transportes, cheio de verbas, e que hoje está com o PR, e o de Cidades, também rico de verbas, que está com o PP. Não se sabe é se vão obter essas duas pastas, tirando-as dos dois partidos aliados. O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Edu-ardo Alves (RN), chegou a constituir um bloco com vários partidos aliados, somando 202 deputados, para aumen-tar seu poder de barganha na disputa de cargos. O PMDB teve de recuar para não provocar um conflito prematuro com Dilma e o PT.

MEDIDAS RECESSIVAS NA ECONOMIA

Já não se acredita em crescimento econômico de 7,5%, em 2010, como esperavam os analistas do mercado fi-nanceiro. O Banco Central já anunciou algumas medidas que se destinam a restringir o crédito e diminuir o volume de dinheiro em circulação. Entre elas, o aumento do depósito compulsório que os bancos são obrigados a efetuar no próprio BC, retirando de circulação R$ 61 bilhões, restrição para empréstimos

OS MALES DA GUERRA DO CÂMBIO

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de longo prazo a pessoas físicas e retira-da da ajuda do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para estabelecimentos ban-cários de menor porte.

O depósito compulsório é instru-mento usado pelo Banco Central para controlar o volume de dinheiro em cir-culação, mas influencia a disponibili-dade de crédito e as taxas de juros co-bradas pelo mercado. O BC justifica as medidas como necessárias para conter a inflação. O objetivo é restaurar as condi-ções do mercado de crédito pré-crise de 2008 e conter a formação de bolhas. O presidente do BC, Henrique Meirelles, observou que, em março, um mês antes de se iniciar o último ciclo de aumento dos juros, o BC anunciara iguais medi-das para conter a expansão do crédito.

AUMENTO DAS TAXAS DE JUROSEssa declaração de Henrique Mei-

relles fortalece as expectativas de que o Banco Central vai aumentar as taxas de juros, atualmente em 10,75% ao ano, na reunião do Copom (Comitê de Polí-tica Monetária do BC), ainda este mês, ou em meados de janeiro. Além do au-mento do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo, as emissões de Letras Fi-nanceiras estarão isentas de recolhimen-to compulsório. “Essa medida reduz a liquidez do mercado e inibe a formação de bolhas e a assunção de riscos negati-vos para a saúde da economia no futuro” – disse Henrique Meirelles.

Quanto ao crédito para pessoas físicas, os bancos ficarão obrigados a manter uma reserva maior de capital para conceder empréstimos nas linhas: consignado (acima de 36 meses), veícu-los (acima de 24 meses, dependendo do valor da garantia) e outros finan-ciamentos acima de 24 meses. Finan-

ciamentos imobiliários, crédito rural e compra de veículos de carga não serão atingidos pela medida. “Operações com prazos muito longos e valor de ga-rantia insuficiente passam a ser pena-lizadas com alocação maior de capital por parte das instituições financeiras” – disse Meirelles.

O presidente do BC advertiu que essas medidas “macro-prudenciais” não substituem a política de regulação da taxa básica de juros, mas devem ser usa-das de forma complementar pelo BC. “É prudente não dissociar essas ações das de política monetária. São comple-mentares e usadas em situações diferen-tes. Em março de 2010, o BC também elevou as alíquotas de compulsório e, em abril, adotou medidas de política monetária, com o aumento da taxa Se-lic” – disse o presidente do BC. Alguém ainda pode duvidar de que teremos au-mento das taxas de juros pela frente?

DILMA SEgUE LULAComo não poderia deixar de ser,

é forte a influência que exerce o presi-dente Lula na composição ministerial do futuro governo. Por sua iniciativa, a presidente eleita acaba de confirmar a permanência de Nelson Jobim no Ministério da Defesa e de Fernando Haddad no Ministério da Educação. Dilma e Jobim se entenderam quanto à retirada da aviação civil do Ministério da Defesa, o que era motivo de estra-nheza lá fora. Dilma pretende moder-nizar a área de forma a atrair capitais privados, intensificando a construção de aeroportos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

E vai criar uma Secretaria especial para cuidar da aviação civil, ficando sob sua jurisdição a Infraero, a estatal dos

aeroportos, e a Anac (Agência Nacio-nal de Aviação Civil). Dilma aceitou a sugestão de Lula de manter Jobim, que promove reforma na política de defe-sa. O passado de guerrilheira de Dilma não inspira simpatia no meio militar. Além disso, Lula sustentou que Nelson Jobim tem um perfil conservador que agrada aos militares. E elogia o desem-penho de Jobim na ajuda ao combate que o governador Sérgio Cabral move contra os traficantes de drogas no Rio.

SUgESTõES ACEITASO presidente Lula também é admi-

rador do trabalho executado no Ministé-rio da Educação por Fernando Haddad, tendo se empenhado em convencer Dil-ma a mantê-lo. Haddad anunciou a con-clusão de 30 escolas técnicas e 25 campi de 15 universidades federais. E desta-cou que o governo Lula concluiu 214 novas escolas técnicas, ainda insuficien-tes para atender às necessidades de um país continental, como o Brasil. Porém, Haddad lembrou que, de 1909 a 2002, foram inauguradas 140 escolas técnicas. Com as 214 novas, o total se eleva para 342 escolas técnicas.

Diante dos problemas do Enem, uma parcela expressiva do PT pressio-nava pela substituição de Fernando Ha-ddad no Ministério da Educação. Lula decidiu se opor aos petistas e manteve Haddad. Agora, conseguiu garantir a sua permanência no futuro governo de Dilma Rousseff. A presidente eleita acaba de decidir que a Secom (Secre-taria de Comunicação da Presidência da República) deixará de ter status de Ministério. Será transformada em uma mera Secretaria para a qual será nome-ada a jornalista Helena Chagas, que já a acompanha como assessora.

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18 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

Os segredos de AgneloO governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, guarda a sete chaves

os seus secretários, administradores regionais e presidentes das

estatais. A bolsa de especulação cresce, mas não sai de sua boca

nem sim, nem não. Vamos aguardar até o dia 20 de dezembro.

Cota pessoalAgnelo apenas disse que tem uma cota pessoal da qual não abre

mão: Casa Militar, Casa Civil, Governo, Saúde, Fazenda e Comunica-

ção. Sabe-se apenas que o PPS, que é oposição ao governo federal,

pode assumir a liderança do governo Agnelo na Câmara Legislativa

e, talvez, a administração de Planaltina. Será que o PMDB vai deixar?

Nióbio goianoA grande revelação do WikiLeaks foi apontar que um dos locais de

interesse estratégico dos EUA está exatamente no Estado de Goiás.

É lá, ou seja, é aqui do lado, em Catalão, que existe um metal raro,

o nióbio. Trata-se de um metal essencial à fabricação de foguetes,

mísseis, turbinas, armas, aços especiais e instrumentos cirúrgicos.

100% do nióbio comercializado no mundo é brasileiro. Mas, ofi-

cialmente, exportamos só 40% do produzido. O resto está sendo

contrabandeado. "Eu sabia que o Goiás ia sair do anonimato", disse

o ator brasiliense Alexandre Ribondi.

SustentabilidadeSão muitos os motivos que levaram os petistas a defender um

nome para o Ministério do Meio Ambiente. Para eles, o ministro, ou

ministra, deve ser do PT porque pode contribuir de forma efetiva ao

cumprimento dos 13 pontos para o desenvolvimento sustentável do

Brasil, definida na campanha Dilma Presidente. Os petistas acham

que o ministro deve ser aquele, ou aquela, que pense o Brasil com

outro paradigma de transição a país desenvolvido, com justiça social

de mobilização do trabalho e sustentabilidade com relação harmo-

niosa ambiental, diferente dos países desenvolvidos que geraram

passivos ambientais e sociais globais. E mais: deve ser alguém que

corresponda à responsabilidade e ao destaque que terá a Presidente

Dilma Rousseff durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, a RIO + 20, em 2012,

como também na Copa e nas Olimpíadas. Os defensores dessa tese

afirmam, ainda, que o novo MMA deve contribuir com o desenvol-

vimento científico aliado à inovação tecnológica no uso sustentável

dos recursos naturais, como água, solo, biodiversidade e florestas,

bases fundamentais do desenvolvimento econômico. Estão ai todos

os recados possíveis. Com a palavra, Dilma Rousseff.

Vaccarezza fora da CâmaraAs chances do líder do governo Candido

Vaccarezza de ser o próximo presidente

da Câmara dos Deputados caíram

vertiginosamente. Sua entrevista às pá-

ginas amarelas da Veja provocou reação

violenta da CUT nacional. O blog do Artur

Henrique, presidente da CUT, traz uma

nota com duras críticas às declarações de

Vaccarezza sobre a reforma trabalhista.

Artur não só diz que Vaccarezza amarelou como pede que ele mude

e deixe de achar que as contribuições patronais para o INSS sejam

os custos abusivos para o empresariado. Além disso, a bancada do

PT já pensa em outro nome: Marco Maia (RS).

Diretas no ParlasulO Congresso brasileiro escolherá não parlamentares para vagas no

Parlamento da América do Sul (Parlasul). O presidente José Sarney

enviou ofício aos partidos políticos para indicarem seus nomes. O

PDT decidiu indicar João Vicente Goulart, presidente do Instituto João

Goulart, para ocupar uma das vagas a que tem direito. As prometidas

eleições diretas só serão realizadas em 2012. As articulações estão

praticamente concluídas para a escolha dos 37 parlamentares para

o Parlasul, faltando apenas homologação das indicações dos líderes

partidários na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Os novos

parlamentares assumirão um novo mandato em 1º de janeiro de 2011.

Brasília e Coisa & Tal ROMÁRIO SCHETTINO

foto: Rodolfo Stuckert

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PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010 19

Legados de LulaA jornalista Tereza Cruvinel, presidente da

Empresa Brasil de Comunicação (EBC),

em artigo publicado no Correio Braziliense

escreveu sobre os legados de Lula. Destaco

a parte em que ela fala sobre as suas re-

lações com a mídia: “Vivi a minha pequena

parte. Colunista política de O Globo, nunca

apontei, nos seis governos e sete legislaturas

que cobri, apenas o bem ou o mal. Assim

erigi minha credibilidade de analista político.

A partir de 2003, divergi do pensamento

único que passou a vigir na mídia, não

engrossando a cruzada anti-Lula. Na elite

do jornalismo político, muito poucos, além

de mim e de Franklin Martins, fugiram ao

padrão monopólico e demonizador”. Ela

mesma admite que pagou um preço por esse

comportamento. E conclui: “Em 2005, veio o

maccarthismo e com ele os cães raivosos e o

espírito de delação. Um deles espumou, em

2005, que Lula só não caíra ainda porque

uma lista de jornalistas lulistas, aberta com

meu nome, havia aparelhado a imprensa!

Por algum tempo sustentei o apedrejamento

mas, já tendo sofrido uma ditadura, rejeitei

a escolha entre autoimolação e sujeição. No

final de 2007, aceitei o convite para dirigir

a TV Pública que seria criada, cumprindo a

Constituição Federal. Pouco vi o presidente

depois disso. Tenho trabalhado com absoluta

liberdade e os resultados estão aí. Nunca

recebi queixas ou bilhetinhos de ministros.

Não tenho a menor importância na história

maior que se encerra agora. Conto isso

aqui, porque esses detalhes fazem parte do

ambiente venenoso, eivado de intolerância,

elitismo e ódio de classe em que Lula

governou e construiu o legado que deixa ao

país”. Um dos cães raivosos a que Cruvinel

se refere é, sem dúvida, Diogo Mainardi,

colunista da Veja.

PT na Comunicação

Dilma Rousseff acertou ao indicar o petista

Paulo Bernardo para chefiar o Ministério das

Comunicações. Na pauta do novo ministro

estão uma reforma na direção dos Correios,

estatal estopim de vários escândalos e a

regulação da mídia, vista como cerceamento

à liberdade de imprensa pelas grandes

corporações de comunicação e citada como

ferramenta de democratização do acesso à

informação por organizações não-governa-

mentais. Outro assunto que está na pauta

de Paulo Bernardo é a descriminalização das

rádios comunitárias irregulares, reivindicada

pelos comunicadores populares que são

perseguidos pela Polícia Federal por força

de uma legislação caduca. Outra fonte de

trabalho será a revisão do sistema de con-

cessão de rádio e TV no Brasil que, para o

movimento social, exige medidas legais mais

modernas a ponto de permitir um controle

social mais efetivo sobre essas concessões.

Franklin na TelebrásCom a indicação de Helena Chagas para a

Comunicação Social da Presidência da Repú-

blica, o ministro Franklin Martins se prepara

para assumir a Telebrás com dois objetivos:

implantar a banda larga gratuita no Brasil e a

rede digital da radiodifusão pública.

Regulação com ANCFranklin Martins também está empenhado

em deixar para Dilma Rousseff a sua versão

do projeto do governo Lula para o setor de

telecomunicação e radiodifusão. A proposta

prevê a criação da Agência Nacional de Co-

municação (ANC) para substituir a Agência

Nacional do Cinema (Ancine ).

Cultura de AgneloDos três nomes apresentados pelo PT para

a Secretaria de Cultura do DF, Hamilton

Pereira é o mais preparado para o cargo.

Poeta, fundador do PT nacional, ex-secre-

tário de Cultura no segundo biênio do go-

verno Cristovam Buarque, ex-presidente da

Fundação Perseu Abramo, coordenador da

3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

e, atualmente, assessor da presidência da

Agência Nacional de Águas (ANA). Agnelo

Queiroz só tem a ganhar com este nome

em sua equipe.

Comunicando

foto

: Ag.

Bra

sil

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20 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

Política BrasíliaFotos: Gustavo Lima e Divulgação

NATASHA DAL MOLIN

Até o dia 20 de dezembro, além da correria para as compras de Natal, a cidade enfrenta uma

desenfreada corrida de especulações sobre quem serão os secretários do próximo governo. Afinal, essa é uma escolha que pode influenciar não só os rumos políticos, mas adminis-trativos e práticos da nossa cidade para os próximos quatro anos. As confirmações mesmo só virão na data estipulada, que, aliás, não é novidade para ninguém, pois foi anunciada pelo governador eleito Agnelo Queiroz (PT) assim que a vitória foi confirmada. Por enquanto, apenas algumas possibilidades pairam no ar. Então vamos brincar de especular? A lista abaixo segue a ordem de maior probabilidade.

PAULO TADEU (PT)Deputado distrital e eleito federal,

o petista é pessoa bem próxima a Agnelo e está cotado para assumir a Secretaria de Governo. Também já foi apontado como uma possibilidade para a Secretaria de Esportes – pasta que ganhará destaque plus por causa das relações de Agnelo que já foi mi-nistro, com o Esporte e da realização da Copa do Mundo na cidade.

ARLETE SAMPAIO (PT) Eleita distrital, a petista, que já foi

vice-governadora é cotada para assu-mir a Secretaria de Estado de Desen-volvimento Social e Transferência de Renda (Sedest). Como credenciais, pesa o fato dela já ter atuado na área nos últimos anos como Secretária Executiva do Ministério da Ação

Social. Além disso, ela é que ficou responsável pelo diagnóstico da área social na equipe de transição. Arlete também foi sondada para assumir a Secretaria de Educação, e demons-trou interesse em atuar na área da Saúde. No entanto, deve ficar mesmo na área social.

ChICO LEITE (PT)Com notório conhecimento das

leis, é cotado para assumir a Secreta-ria de Justiça.

PERfIL MAIS TéCNICONa área em que todos os holofotes

estarão centrados, a saúde, é provável que quem assuma seja uma pessoa com perfil mais técnico. O mais cotado para o cargo é o médico Rafael Aguiar, que também cuidou da transição da Saúde. Afinal, Aguiar, já tem experiên-cia anterior por integrar a Secretaria de Saúde na época que Maninha (PSol) era Secretária. E outra, Aguiar já trabalhou com o governador eleito, de quem é bastante próximo, na Anvi-sa e no Ministério do Esporte.

JOE VALLE (PSB)Deputado distrital eleito, Valle é

ligado à permacultura e atuou na área no âmbito federal nesta legislatura.

SEgURANçANa segurança, há indícios de que

a Secretaria possa ficar com o dele-gado da Polícia Civil Miguel Lucena. Ele tem vínculos de amizade com o governador eleito. Mas há quem diga que caberá a ele o comando da Polícia Civil. Outra via de interpretação, porém, é que a indicação também seja mais baseada em critérios téc-nicos, sendo possível a indicação de um delegado da Polícia Federal que atualmente está lotado em São Paulo para a pasta. Já a Direção Geral da Polícia Federal pode ficar a cargo de um conhecido delegado gaúcho.

NOVA SECRETARIAAgnelo já sinalizou, em momentos

anteriores, a intenção de criar uma Se-cretaria Especial da Mulher. Caso crie mesmo, a mais cotada para assumir o posto é a engajada deputada distrital, agora eleita federal, Erika Kokay (PT).

DANçA DAS CADEIRASCaso Paulo Tadeu assuma mesmo

alguma Secretaria, ele abre vaga na Câmara dos Deputados para Roberto Policarpo, presidente regional do PT-DF. Já Arlete, deixaria a vaga para Rejane Pitanga, presidente da Central única dos Trabalhadores (CUT-DF). Se Chico Leite assumir também algum cargo no Executivo, sobra lugar para Dirsomar Chaves, da ala petista mais ligada a Geraldo Magela.

Frenesi sobre o novo secretariado

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Só APROVARãO O ORçAMENTONa Câmara Legislativa, que pou-

quíssimo aprovou neste ano, o único foco é o Orçamento. Até chegar a data-limite para a aprovação, o ple-nário tem ficado quase às moscas. Na Casa, muito trabalho principalmente para o presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento (CEOF), o deputado Cristiano Araújo (PTB) e para o líder do governo de transição, o deputado distrital Paulo Tadeu (PT). O primeiro reeleito e o segundo, eleito federal.

AVISO NO PRONUNCIAMENTONa última quinta-feira (dia 9),

Paulo Tadeu aproveitou o discurso em plenário para reiterar o posicio-namento que Agnelo Queiroz deixou claro desde a campanha: que as rela-ções do governo com a Câmara não serão mais as mesmas, referindo-se às velhas práticas que vieram à tona no escândalo deflagrado com a Opera-ção Caixa de Pandora.

“Esse processo de pressão não vai mais adiantar. O novo governo não vai ser partilhado à vontade dos distritais. O governo não vai ceder a pressões partidárias ou parlamen-tares. Não vamos cair no mesmo erro do governo anterior”, afirmou, acrescentando que todos os acordos do novo governo serão públicos e transparentes. “Vamos tirar o governo do submundo, onde ficou durante o governo Arruda. Não vamos repetir este comportamento”, garantiu.

O mundo está mais corrupto?Um levantamento feito pela organização Transparência Internacional, divulgado nesta

semana mostra que 64% dos brasileiros acham que a corrupção aumentou no país nos

últimos três anos. Mas a impressão de que aumentou a roubalheira não é uma percepção

unicamente nossa, dos brasileiros. Em média, 56% dos entrevistados em todo o mundo

partilham da mesma percepção. Na América Latina, o percentual é de 51%.

Ao contrário do que se possa inicialmente imaginar, em vários países europeus a parcela

dos que percebem um aumento na corrupção é ainda maior. Em Portugal, o índice é

de 83%. Na Grécia, 75%; na Espanha, 73% e 67% na Inglaterra. Nos EUA, 72% dos

entrevistados afirmaram que acham que a corrupção cresceu.

Apenas 9% dos brasileiros acreditam que a corrupção tenha diminuído nos últimos três

anos e para 27%, tudo continua como antes.

Os partidos políticos são, na avaliação dos brasileiros, os mais afetados pela corrupção,

seguidos do Congresso Nacional e da polícia. O pior é que para a maioria dos entrevista-

dos, 54%, as ações do governo para combater a corrupção são ineficazes.

Aqui não é diferenteEnquanto a sociedade assiste, atônita, aos crimes

de homofobia em São Paulo, Brasília continua

com ataques aos que se relacionam com pessoas

do mesmo sexo. As denúncias de maus-tratos

de gays junto ao Movimento pelos direitos dos

LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros)

cometidos por policiais militares ainda não deu em

nada e pior: os próprios agredidos são acusados

e poderão ter que responder processo por sujar a

reputação da PM local. Tudo transcorre na Justiça.

O pior é que os que defendem a diversidade aca-

baram não representados politicamente nessas

eleições e terão que se embrenhar nessa luta

sozinhos – e por mais quatro anos.

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Dinheiro MAURO CASTRO

Tem muita gente ansiosa por começar um novo ano pensando nas novas perspectivas e na continuidade do crescimento do Brasil. Será muito bom se tudo

continuar no mesmo tom de desenvolvimento. As pessoas fazem planos para seu futuro contando que tudo será perfeito. É bem mais cômodo, imaginar o amanhã sem problemas e nenhum percalços. Aliás, em um quadro de normalidade sempre as pessoas simplificam de forma a economizar estresse.

Só que o ano que se aproxima não será tão simples. O colorido esfuziante cedeu espaço para uma cor cinza sem graça, porém não assustador. A notícia chegou por meio do ministro da fazenda. Contando sobre austeridade e corte nas verbas, como se isso pudesse fazer parte de uma entrevista no mês de outubro.

O fato é que não existe mágica na economia. Na casa de qualquer pessoa funciona do mesmo jeito: gastou demais ou recebeu de menos, tem que cortar gastos. O ministro sabe, que se quiser manter a pasta da fazenda, deverá cumprir com uma obrigação básica que é o equilíbrio das contas. No mínimo isso.

A inflação que bate à nossa porta indica que o país está crescendo e se perdendo. Nada grave, se comparado com o que já passamos em décadas passadas. O principal efeito é a falta de perspectivas concretas com relação ao futuro. Uma

consequente insegurança sobre a melhor forma de poupar e investir. Desde janeiro de 2003 é realizado um trabalho de avaliação da rentabilidade da poupança. Nesses 95 meses analisados, a poupança obteve ganho superior ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 75 vezes. A caderneta perdeu da inflação em 20 meses. Uma verdadeira corda bamba. O significado prático dessa história é que o novo governo terá que cuidar com muito carinho do dinheiro ar-recadado com os tributos. Fazendo uso adequado e eficiente.

O pouco dinheiro no mercado, como estratégia de contenção da inflação, atinge dois alvos. O primeiro é a redução do crédito e, portanto, redução do consumo, isso faz com que os preços diminuam. Outro alvo é o nível de emprego no mercado. Não tem como resolver um proble-ma sem criar outro em curto prazo. Para se ter uma idéia, a rentabilidade nominal da poupança em novembro, foi de 0,535%. Ao passo que a inflação medida pelo IPCA foi de 0,83%. Ou seja, houve uma perda de poder aquisitivo de 0,29%. Em março de 2003, com a rentabilidade des-contada, a inflação havia sido de 0,35%.

Todo novo governo começa com o dilema de fazer certo ou buscar na memória as promessas de campanha. Para onde vai o governo Dilma, com uma inflação insi-nuante, pouco dinheiro no orçamento e muitos interesses políticos crescentes?

INFLAÇÃO, POUCO DINHEIRO

E NOVO GOVERNO

$$

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PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010 23 PLANO BRASÍLIA 4ª SEMANA OUTUBRO 2010 23

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24 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

CapaPor: Afrânio Pedreira | Fotos: Gustavo Lima | Ilustração: Theo Speciale

BIPOLARIDADE

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PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010 25

Durante quase 22 anos, B.F., que pediu para não ter o nome re-velado, teve uma vida saudável.

Estudava, praticava esportes e tinha um comportamento que todos taxavam como quieto, na dele. “Caladão”, dizem os fa-miliares. Mas, num dia, perto do natal do ano passado, o comportamento do estu-dante mudou da água para o vinho, como classifica a sua mãe. “Ele acordou bem cedo. Cantarolando e batendo nas coisas que encontrava pela frente e nas paredes. Perturbando a todos. Ele não parava de falar. Ria muito. Falava muitas coisas ao mesmo tempo. Algumas desconexas, sem nenhum sentido”, recorda.

“Tivemos que interná-lo em uma clínica”, conta um parente do estudante. Depois de uma bateria de exames, ses-sões e terapias psicológicas realizadas na clínica de internação, veio o resultado: B.F era bipolar. Uma doença classificada pela medicina como variações de humor, que vai de uma euforia excessiva a uma depressão profunda.

“É uma das doenças do século. Só perde para a depressão, que é uma pandemia”, assegura a neuropsicóloga, Francisca Leão, proprietária do Instituto de Medicina e Psicologia Integrada (Impi) que cuida principalmente da saúde mental. Conforme a especialista,

Quando o humor é alternado entre o estado

da euforia com um quadro depressivo de alta escala

BIPOLARIDADE

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26 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

bipolaridade é uma conseqüência do estresse do dia a dia e é ocasionada por um problema psicossocial. Ou seja, um problema circunstancial vivenciado: a morte de um parente ou amigo querido, fim de casamento e relação amorosa e outros que possa abalar muito o sistema emocional.

Até bem pouco tempo atrás, a bipolaridade era chamada de psicose maníaco-depressiva. O nome foi tro-cado porque a alternância de estados depressivos com maníacos, que é a tônica da patologia não apresenta, necessariamente, sintomas psicóticos. Apresenta perturbações afetivas. Em-bora o transtorno bipolar do humor nem sempre ser facilmente identifica-do, existem evidências de que fatores genéticos possam influenciar no aparecimento da doença.

Uma pessoa que recebe um diagnóstico de depressão e 10 anos depois apresenta um quadro maníaco tem na verdade transtorno bipolar. Confirmação que só foi possível em virtude da apresentação do episódio maníaco que é a necessidade da pes-soa repetir e fazer variadas vezes uma mesma coisa. O termo “mania”, na psiquiatria, significa estado exaltado de humor e são justamente as varia-ções de humor em alta e larga escala que determinam a bipolaridade.

O diagnóstico diferencial é realiza-do com base nos históricos pessoal e familiar do paciente. Na doença bipo-lar, os quadros são agudos quando se-guidos por períodos de depressão. Em aproximadamente 80 a 90% dos casos, os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

A especialista Gabriela Brunelli Bofill, coordenadora clínica de psi-cologia do Impi, ressalta que não se deve confundir bipolaridade com as alterações de humor motivadas por dificuldades cotidianas estressantes. “Essas podem ser momentâneas e de-saparecer quando forem resolvidas”.

As duas especialistas do Impi são taxativas em informar que o principal sintoma da patologia é a mudança de

comportamento do estado eufórico para o depressivo e vice-versa de forma súbita. A pessoa não percebe a mudança ou a atribui a alguma coisa do momen-to. “O senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicadas ou ausentes”, explicam.

Dados médicos revelam que o co-meço de todo o problema geralmente ocorre por volta dos 20 anos de idade, indo até os 30. O problema também pode ocorrer por volta dos 50 a 60 anos. Registros mostram que, de cada 100 pessoas, oito têm bipolaridade e que 1/3 da doença é manifestada na adolescên-cia, com quadros acentuados de irritabi-lidade, impulsividade e tempestividades afetivas e 4/3 após os 19 anos de idade.

Apesar de existir, a doença nas crianças é de difícil identificação.

TIPOS DE BIPOLARIDADEExistem dois tipos de transtorno

afetivo bipolar: o primeiro é quando o paciente apresenta episódios maníacos alternados com os depressivos. Os dois episódios não precisam ser seguidos um do outro. Pode ocorrer apenas a maníaca e também só a depressiva. Acontece, de pessoas bipolares que já tiveram várias crises de um tipo, por exemplo a maníaca e pouquíssimas vezes a depressiva.

O tipo II, caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. Ou seja, estado de euforia mais leve, que não compromete tanto a capacidade de funcionamento da pessoa. Passando despercebida por ser confundida com estados normais de alegria e devem durar, no mínimo, dois dias.

fASE MANíACAA fase, geralmente, leva de uma a

duas semanas para começar e, quando não tratada, pode durar meses. O humor da pessoa fica alterado, indo de uma alegria contagiante a uma irritação agressiva. Pode acarretar elevação da auto-estima, sentimentos de grandeza, considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades até mediúnicas, por exemplo. Outro sintoma é o aumento da atividade motora, com grande força física e ausência de sono. Outra particularidade da bipolaridade é uma forte necessidade de falar ininterrup-tamente. As idéias fluem com rapidez, a ponto da não conclusão das idéias antes expressadas. É o que a psiquia-tria chama de “fuga de idéias”.

Outras peculiaridades da bipolari-dade são: o aumento do interesse e da atividade sexual; perda da consciência a respeito de sua doença, tornando-se socialmente inconveniente ou insupor-tável, e a facilidade de envolvimento em atividades potencialmente perigo-sas, sem nenhuma preocupação.

É uma das doenças do século. só

perde para a depressão, que é uma pandemia

Francisca Leão

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“Nesta fase, o paciente se sente muito bem. Invencível. Sente-se como não tendo limites para suas capacida-des e energia”, assegura a especialista Francisca Leão. Conforme ela, nesse quadro, a pessoa pode passar dias e dias sem dormir. Estão sempre cheios de idéias, planos, conquistas e se sentiriam frustrados se a incapacidade dos outros não os deixassem ir além. Em alguns momentos, ficam aborrecidos para se fazer valerem e não se intimidam com qualquer forma de barreiramento ou ameaça. “Com a mesma rapidez que se zangam, esquecem o fato como se nada tivesse acontecido. As coisas que antes eram de seus desinteresses passam a ser interessantes e as pessoas que não são do seu convívio tornam-se boas e amis-tosas”, acrescenta a Dra, Gabriela Bofill.

É comum também nessa fase, o bipolar sentir-se estar no topo do mundo, com alegria e bem estar ina-baláveis. Nem mesmo as más notícias, catástrofes, tragédias ou acontecimen-tos terríveis ligados a ele, abalam e tiram o seu humor. “Ele costuma rir da sua própria desgraça”, conclui Gabrie-la. Ela acrescenta, ainda, que o bipolar desse quadro, nutre um sentimento de grandeza imenso. “Ele se imagina especial e que possui habilidades es-peciais. Que é um escolhido por Deus, uma celebridade ou um influente líder político”, ressalta a especialista. Conforme ela, o senso de perigo fica comprometido, e o paciente se envolve facilmente em atividades que apresen-tam tanto risco para sua integridade física como patrimonial. “No grau agudo, a pessoa pode se achar com poderes sobrenaturais, que é o super homem e subir em um prédio e saltar lá de cima. Os familiares têm que ficar de vigília”, alerta Francisca Leão.

fASE DEPRESSIVAÉ o oposto da fase maníaca. O

paciente fica deprimido, com auto-estima baixa e com sentimentos de inferioridade. A capacidade física fica totalmente comprometida, com lentidão de idéias e desinteresse total a

tudo e a todos. “Nessa fase há também a ausência de sono. Mas, ao contrário da fase maníaca, o sono nunca satisfaz. A pessoa nunca acorda disposta”, afir-ma a psicóloga Francisca.

Nesta fase depressiva, a pessoa pode se sentir culpada por erros do passado e fracassos em sua vida e de seus familiares. Acarretando fácil irri-tabilidade, lamentação e autorecrimi-nação. Pode ocorrer também distúrbio alimentar, com aumento ou diminui-ção do apetite. Quando deprimido, o paciente pode apresentar queda na sua imunidade, deixando-o predispos-to à contração de doenças. Em alguns casos, a depressão pode se manifestar

de forma psicossomática e o indivíduo apresentar algumas doenças de causa psicológica. Normalmente, caracteri-zadas por dores pelo corpo ou cabeça.

Outra particularidade dessa fase, é uma queda da libido (desejo sexual) e a pessoa se afasta de companheiro, se tiver.

É aqui também, que podem ocorrer pensamentos e planejamento suicidas. O bipolar sente que a sua vida está mal e como está sem força para mudá-la, começa a pensar em morte. A conse-qüência mais grave de uma depressão pode ser a concretização do suicídio.

O TRATAMENTOA melhor forma de tratamento

para pessoas com transtorno bipolar de humor é realizado à base de sais de lítio, que é a medicação de primeira escolha e não necessariamente o melhor para todos os casos. Com frequência, são acrescentados no tratamento anticon-vulsivantes. E, nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma tem-porária os antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso desses medicamentos e, nas fases de depressões resistentes, pode-se usar com cautela antidepressivos.

O tratamento com lítio ou algum anticonvulsivante deve ser perma-nente até mesmo quando o paciente está completamente saudável e há anos sem apresentar nenhum episó-dio de bipolaridade.

Saiba maisA depressão maníaca foi descrita, inicialmen-te, no final do século XIX, quando o psiquiatra Emil Kraepelin, publicou seu conhecimento da doença em seu livro “Textbook of Psychiatry”. Segundo ele, existem dois tipos principais do distúrbio bipolar: o primeiro com o predomínio de mania (tipo I) e o segundo com predomínio de depressão (tipo II).

ServiçoImPIQI 5, Chácara 85 – lago Sul(61) 3364.2745

o senso crítico e a capacidade

de avaliação objetiva das

situações ficam prejudicadas ou

ausentes

Gabriela Brunelli Bofill

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28 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

CidadaniaPor: Larissa Venâncio | Fotos: Divulgação

Visto AmericanoColaborou: Afrânio Pedreira

A burocracia e as enormes filas em portas da embaixada e consulados americanos do país persistem para chatear aqueles que querem entrar na terra do Tio Sam

Quem nunca pelo menos pensou em conhecer Nova Iorque, uma das recordistas em visitação do vasto território americano? Poucos dirão que não e muitos

dirão que sim. Os motivos são os mais variados possíveis. Seja porque é uma das principais capitais da moda no mundo, com lojas das melhores e mais variadas grifes. Pela incrível gastronomia, onde o paladar de qualquer parte do mundo pode ser apreciado. Pelo fato de ser a cidade do dinheiro e das oportunidades. Enfim, atrativos é o que não faltam à cidade do Tio Sam. Muitos ainda têm a vontade de ir so-mente pelo status. Pelo prazer de dizer que foi e deu uma passadinha pela Wall Street, ou um passeio no Madison Square Garden. Porém, para chegar até a cidade que nunca dorme e é considerada a mais cosmopolita do mundo ou outra localidade norteameri-cana qualquer, o brasileiro tem que passar por algumas etapas burocráticas.

Para cruzar a fronteira dos Estados Unidos é necessário que se tenha um visto de turismo válido. De acordo com a Lei de Imigração Americana, todos os interessados na

obtenção do visto devem mostrar que possuem fortes vínculos com seu país de residência. Neste ano, segundo dados da Embaixada americana, até novembro, os consulados que existem no Brasil, já emitiram mais de 60 mil vistos. No ano passado, esse número de emissão foi de quase 55 mil. Em todo o país, só de en-trevistas com candidatos que pretendem visitar o estado americano, o percentual registrado pelos consulados americanos chega a 22% a mais do que o marcado no mesmo período de 2009. Esse número aumenta nos meses de novembro e dezembro, quando o Brasil entra na alta temporada de verão.

De acordo com a assessoria da embaixada americana, a demanda dos

tudo é muito demorado. a

gente chega às 8h da manhã e passa o dia inteiro para ser atendido

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PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010 29

Passo a passo para solicitação do visto:Pagamento de taxa de R$ 38,00, que permite o agendamento da entrevista e acesso a informações gerais do processo. O pagamento pode ser pelo website www.visto-eua.com.br 

Preencher formulário de solicitação de visto DS-160. 

No dia da entrevista levar a confirmação do formulário DS-160, uma foto  5x5 ou 5x7 cm e todos os documentos recomendados.

Dependendo do tipo de visto, é possível o pagamento de taxa extra na Caixa da Embaixada ou Consulado em espécie (real ou dólar) e cartão de crédito internacional.

Pagamento de taxa de envio do passa-porte ao serviço de entrega expressa na Embaixada ou Consulado.

brasileiros para conseguir os vistos de turismo continua a crescer devido a forte economia brasileira e a valoriza-ção do real frente à moeda americana. O que ocasiona o aumento da fila de espera das entrevistas, quando são preenchidos intermináveis formulá-rios e respondidas indagações como: o que vai fazer no país? Quanto tempo vai permanecer no local? Vai ficar na casa de quem? E outras que, ao juízo do governo americano, podem assegu-rar a estadia em solo estrangeiro e o retorno do turista ao seu domicílio de origem. Em Brasília, neste ano, foram realizados dois mutirões na embaixada americana. O último aconteceu no dia de finados, onde 600 pessoas que estão tirando o visto pela primeira vez ou que o documento tenha vencido há mais de 12 meses, tiveram preferência. O primeiro mutirão aconteceu no dia 26 de outubro passado, envolveu cerca de 50 funcionários daquela embaixada e foram expedidos vistos do tipo B1/B2 que permitem viagens

a negócios e a turismo com 10 anos de validade. “Esses mutirões foram para diminuir as filas de espera que, devido às férias, aumentaram consi-deravelmente”, explicou a assessora de imprensa, Marília Araújo.

A estudante Maria Claudia Mei-reles está se preparando para viajar pela segunda vez para os Estados Unidos e, mesmo obedecendo a todas as regras da primeira viagem, ela continua a reclamar da burocracia. “Tudo é muito demorado. A gente chega às 8h da manhã e passa o dia inteiro para ser atendido”, conta.

Este ano, a embaixada americana está inovando no processo de solici-tação do visto e está disponibilizando o formulário via “on line”. Outra novidade é que o pagamento da taxa deve ser feito antes da entrevista.

Para a emissão do visto, são ne-cessárias 48 horas após a entrevista e, dependendo da localidade onde a pessoa reside, pode levar até cinco dias úteis para o recebimento.

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Cidadania 2Por: Natasha Dal Molin | Fotos: Paulo Negreiros

No último dia 12, Brasília sediou a 1ª Corrida Con-tra a Corrupção. O evento é uma organização do recém-criado projeto “Venceremos a Corrupção”,

fundado por quatro entidades: o Movimento de Comba-te à Corrupção Eleitoral (MCCE), a Associação Contas Abertas, o Instituto de Fiscalização e Controle (FIC) e a Comunidade de Inteligência Policial e de Análise Evidencial (Cipae). O evento ainda contou com o apoio da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) da Controladoria Geral da União.

Mais de 1,2 mil corredores se inscreveram na prova, que teve percursos de quatro e dez quilômetros de corrida e caminhada. Os participantes começaram chegar à Espla-nada dos Ministérios por volta das 8h. Eram famílias intei-ras de atletas e amadores, além de curiosos e simpatizantes da causa. E, para deixar a manhã da capital federal ainda mais bonita, a chuva também deu uma trégua e Brasília contou com uma manhã ensolarada e muito agradável. Um quadro perfeito para registrar uma manifestação coletiva popular, que vai de encontro aos anseios da po-pulação: dar fim à prática da corrupção que, conforme o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, significa corromper, devastar, depravar, perversão e suborno. Ou

seja, atos comumente praticados no país e que geralmente ficam impunes.

O evento foi uma forma de ação para o dia internacio-nal contra a corrupção, comemorado no dia 9 de dezem-bro. A largada aconteceu por volta das 9h. Pouco antes, em um gesto de cidadania, todos os participantes se viraram para o Congresso Nacional e cantaram o Hino Nacional Brasileiro. Um momento comovente.

Embora unidos no sentimento único contra a cor-rupção, manifestações isoladas não faltaram. Além da atividade esportiva, os participantes foram incentivados a denunciar, ali mesmo, casos de corrupção. “Vamos participar! Venha aqui fazer sua denúncia. Não precisa se identificar”, apelava o locutor ao microfone.

Além da participação de populares, pessoas do mundo do esporte e do político, lideranças sindicais e de Organi-zações Não Governamental fizeram questão de se juntar ao movimento de repúdio à corrupção. Foi o caso do ve-lejador Lars Grael. “Estamos hoje em uma cruzada cívica. Estou aqui como simples cidadão, atleta e representante de uma ONG de inclusão social através do esporte”, disse. Para ele, a sociedade brasileira está exigindo mudança. “Não podemos mais perder a capacidade de nos indignar com um fato endêmico no Brasil que é a corrupção”,

Colocando a corrupçãopara correr

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Delegado Joel Mazo - representante da Associação Internacional de Polícia (IPA) e presidente do Sindicato Nacional dos Delegados da Polícia federal (Sindepol).

“Essa corrida visa apresentar para a população nacional que nós não estamos parados diante de um dos maiores males da sociedade, que é a corrupção. O conceito da corrida é de um esforço extremado em busca de um objetivo. Simboliza justamente esse esforço do Brasil, que é um esforço extremado contra a corrupção. Todos os primeiros passos são difíceis, mas têm que ser dados. Nós não estamos mais nos trôpegos passos, ao menos é isso o que se vê diante das políticas e leis públicas em relação à corrupção. E nós acreditamos que 2011 vai ser melhor. é um

esforço, uma corrida, com muito suor, mas nós acreditamos que vamos chegar lá”.

Gil Castelo Branco - Secretário geral das Contas Abertas

“Estamos dispostos a receber denúncias de todos os que estiverem aqui. Precisamos ter mais armas para combater esse crime, que é a corrupção, e para caminharmos para um Brasil mais decente”.

José Mario Tranquillini - atleta e diretor de uma ONg de inclusão por meio do esporte

“A população tem que tomar pé dessa situação. Além de todas as coisas que aconteceram no Brasil e ninguém está preso, a população precisa se posicionar. Em todos os países que a população se inteirou, tomou conta e ajudou a polícia em relação a esses acontecimentos, houve uma melhora muito grande. Se pegar a Itália na época da operação Mãos Limpas, o custo da corrupção baixou muito porque a população estava olhando. Isso é um cancro para a gente que paga impostos, que acredita nas crianças, nos jovens e nos estudantes. Temos que fazer a nossa mudança desse jeito, nas nossas ações, tentar extirpar esse câncer. O pior de tudo não é

a roubalheira, é a inoperância, ficar sem fazer nada”.

Paulo Roberto – Coronel da Polícia Militar

“As pessoas sempre usam no dia a dia um termo que se chama conscientização. Eu considero que a conscientiza-ção é o processo da gente ser educado e reeducado. E tem que haver uma reeducação na percepção daquilo que é a probidade administrativa. E o esporte tem muito a ver, porque quem pratica esporte tem responsabilidades. A mesma coisa é a administração: tem que cuidar das finanças, cuidar da transparência e tantas outras coisas porque se está lidando com o erário público. As pessoas caem no descrédito: não, a coisa não muda... tem que mudar! Isso que estamos dando início é um processo de mudança. Eu confio nesse próximo governo. Eu confio na gestão do governo federal e local. E que muitas coisas vão mudar”.

Duque Dantas - Conselheiro fiscal da União Nacional dos Analistas e Técnicos de finanças e Controle

O evento foi sensacional. Estou aqui observando muito emocionado. Nosso objetivo é a sociedade vir efetivamen-te para esse movimento. E isso não acontece só com uma corrida, vai continuar acontecendo em 2011. Vamos acompanhar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os recursos do Ministério da Educação, os recursos da saúde. E a sociedade pode se sensibilizar e ajudar para diminuir a corrupção no país. gostaria de destacar que esse foi um evento da sociedade civil organizada, sem nenhum recurso da União e do Estado. Acho importante também toda a família participar. Meu filho correu, minha esposa, que é da Controladoria geral da União

(CgU) também está aqui. E se a coisa começar na família, vai ser muito mais fácil para o movimento.

Agnelo Queiroz (PT) – governador eleito do Distrito federal

“Essa corrida é muito importante para estimular a importância da atividade física e para estimular o combate à corrupção. é o maior exemplo de gestão ética e transparente que iremos ter. Tenho esse compromisso com o Df. Vamos cada vez fiscalizar mais, inclusive criando novos mecanismos de fiscalização. Disponibilizando em tempo real tudo o que o governo faz como os contratos e as compras. A corrupção precisa ser combatida. Essa é uma grande preocupação da sociedade. Ao governo cabe criar mecanismos de transparência e participação, de acesso às informações. Mas isso só vai funcionar se a sociedade participar. A sociedade que não admite corrupção, condena veementemente e exige punição para quem faz corrupção. Esse é um compromisso que fizemos com o Df e vamos superar tudo o que passou, com transparência e ética”.

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GentePor: Edson Crisóstomo | Fotos: Tak Eventos

Eduarda e Valentina Crisóstomo

Elzita Crisóstomo, Sandra Leite, Alcione de Paula e Sonia Medeiros

Monique Crisóstomo, Elza Rezende e Nubia Paula gonçalves

Eliane, Adriane e Tayane Queiroz

Patricia e henrique Macedo com os filhos felipe e Rafael

O casal Chiquinho e Benigna Venâncio a filha Maria Victória e Bethania Venâncio

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Ivana Vallin e Renata QueirozAna Paula e Alex DiasEliane, Adriane e Tayane Queiroz

Patricia e henrique Macedo com os filhos felipe e Rafael Ataide Rodrigues, João Vicente goulart e Luiz humberto Del’Isola gabriela Rosa e Antonello Monardo

Tarcísio holanda e Eliana Pedrosa Deputado Magela, Katia Cubel, a filha Julia e pai Julio La guardia

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CidadePor: Clarice Gulyas | Fotos: Divulgação

O ano de 2010 é líder de autuações envolvendo motoristas embriagados no Distrito Federal. Em menos de um ano, esse número cresceu mais de

28%. De acordo com estatísticas do Departamento de Trânsito do DF (Detran), 8.779 condutores foram flagra-dos sob o efeito de álcool até o último mês, enquanto, que em 2009, esse número foi de 6.838. O número de multas aplicadas após vigência da Lei Seca entre maio de 2008 e novembro de 2010 foi de 17.530. Uma média de 20 motoristas autuados por dia.

Apesar da forte fiscalização, a lei 11.705/08 (Lei Seca) é responsável pela impunidade dos infratores nos casos de acidentes. Segundo a lei, somente por meio da comprovação do teor alcoólico igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue, o condutor poderá ser penalizado criminalmente, sujeito à pena de seis meses a três anos de detenção.

De acordo com a criminalista, Ângela Rita Cássia de Oliveira, antes de modificar os artigos 175 (referente às medidas administrativas) e, principalmente, o 306 (criminalização do infrator) do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a punição de condutores bêbados era imediata. A partir da lei, o infrator passou a sofrer san-ção administrativa no caso de teor alcóolico inferior a 6 decigramas, ou preso em flagrante, por meio do teste do bafômetro, caso seja maior. “Se ele pode se recusar

a fazer o bafômetro, como você vai saber se o teor al-cóolico dele é maior ou menor do que 6 decigramas? O que a polícia tem feito com quem se recusa: supõe que o condutor está alcoolizado, leva ele para a delegacia e tem que liberá-lo com uma sanção administrativa já que, segundo o Pacto de São José da Costa Rica, ninguém é obrigado a produzir provas contra si”, explica.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforçou, em decisão recente, o direito constitucional de o condutor se recusar a fazer o bafômetro ou o exame de sangue. O STJ arquivou processo por falta de provas contra um motorista que dirigia sob o efeito de álcool em São Paulo, mas que se recusou a fazer o bafômetro.

A obrigatoriedade do uso do bafômetro na Lei Seca foi tema de protesto no último mês em passeata que reuniu cerca de 150 pessoas no Plano Piloto. A reivindi-cação partiu de amigos e familiares de Bruna de Oliveira Carneiro, 20 anos, vítima fatal da combinação álcool e direção. De acordo com testemunhas, na noite do dia 14 de outubro, Bruna acompanhava um amigo que di-rigia embriagado e em alta velocidade quando o veículo capotou após atingir uma árvore e um poste na quadra 601 norte. Sem fazer o teste do bafômetro, o rapaz sofreu apenas medidas administrativas previstas no CTB.

A irmã de Bruna, Bárbara Carneiro, lamenta a atual ineficácia da lei em relação à punição dos condutores

Lei Seca multa mais e pune menosCondutores que se recusam a fazer bafômetro continuam impunes

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que desrespeitam a Lei Seca. E resol-veu criar o movimento “Bruna Pela Vida”, para reivindicar a obrigato-riedade do bafômetro pelo menos nos casos de acidentes de trânsito. “A partir do momento que a pessoa bebe, dirige e comete um acidente, ela deveria ser obrigada a fazer o bafômetro por envolver outras pessoas. A única coisa que eu quero é que seja feita justiça. A Bruna era minha única irmã e perde-la assim é uma dor irreparável”, desabafa.

De acordo com a subsecretária de Proteção às Vítimas de Violência (Pró-Vítima), Valéria de Velasco, a falta de prevenção e cultura de solidariedade aliadas à proteção do infrator perante o interesse coletivo devem ser analisadas. “Temos uma questão cultural muito forte que é a concepção de entender que as mortes que ocorrem no trânsito são fruto de fatalidade e não é. Elas são resultado de uma violência e devem ser encaradas dessa forma. Não se

pode prejudicar o coletivo por causa de um indivíduo", avalia.

Elizabeth Davison criou a ONG Rodas da Paz após a morte do filho ciclista, atropelado por um moto-rista embriagado na faixa central do eixão, em 2006. Após condenação do autor do acidente, ela se diz insatis-feita com a pena aplicada e acredita que a sociedade deve se mobilizar para pedir mais rigor nas leis atuais. "Essa é uma pena que a gente con-sidera branda: seis anos em regime semi-aberto. O criminoso recorreu e está até hoje solto e comemorando a vida, enquanto meu filho perdeu a dele. O mínimo que temos que pedir é que a Justiça tenha coragem de mudar esse paradigma. Não se pode ter um assassino solto sem uma pena justa para quem tirou a vida de outra pessoa", diz.

Segundo a psicóloga, Andreia Prata, especialista em reabilitação por meio da equoterapia, são inú-meras as dificuldades enfrentadas

por vítimas de trânsito durante os tratamentos físico e psicológico. A vítima deve passar por acompanha-mentos psicológicos para lidar com o emocional e as perdas físicas. “Al-guns danos são reversíveis e outros não, dependendo da saúde da víti-ma e do local afetado. A reabilitação é dolorida, demorada e difícil. É um processo que afeta toda a família e exige uma reorganização psicoló-gica para combater a depressão e síndromes como a do pânico que são muito comuns nesses casos”, diz.

ServiçoPró-Vítima(61) 3905-7152

movimento bruna Pela Vidawww.brunaPelaVida.blogspot.com

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EducaçãoPor: Anna Paula Falcão | Fotos: Gustavo Lima

A neurociência oferece um grande potencial para nortear as pesquisas educacionais e futuras aplicações em sala de aula

Aprendizagem na adolescência

A neurociência foi tema de debate no Colégio Marista da 615 Sul no último dia 4 de novembro. O

evento, que aconteceu no anfiteatro da escola, reuniu toda a comunidade es-colar para discussão e apresentação das bases da aprendizagem e memória dos adolescentes; capacitação dos profissio-nais de educação para perceber maiores potenciais dos educadores e a importân-cia dos conhecimentos da neurociência na elaboração de aulas. Os palestrantes ofereceram informações de como a neu-rociência está sendo difundida no país e deram dicas de como motivar os alunos com aulas diversificadas.

O professor universitário Júlio Egreja assegura que o cérebro humano

tem sede de informação. Segundo ele, o que acontece no cérebro dos adoles-centes é muito mais do que uma sim-ples enxurrada hormonal. “Grandes reformulações neurais acontecem dos 11 aos 18 anos. É uma fase de lapida-ção, refinamento e amadurecimento. Muitas conexões que foram feitas até a infância são abandonadas neste perío-do,” conclui.

APRENDIzAgEM É o processo pelo qual o cérebro re-

age a estímulos do ambiente, ativando os neurônios e tornando as experiências de aprendizagens mais intensas. A cada novo estimulo, os circuitos que proces-sam as informações são consolidados.

NEUROCIêNCIA DA APRENDIzAgEMÉ o estudo do cérebro que aprende.

É o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem. Estuda os estímulos que chegam ao cérebro, desde a forma em que a memória se consolida até o local onde as informações são arma-zenadas. Com as mudanças no apren-dizado, o cérebro dos adolescentes consegue gerar um amadurecimento. Tornando-os adultos e independentes, sensatos e bem ajustados à sociedade.

NOVO DESAfIO O grande desafio dos educadores é

moldar a forma de aprendizagem, fa-cilitando o disparo neural e os estímu-

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Dicas para os educadores

1- Estabeleça regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de aula, fazendo com que os alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza e utilização dos materiais. Opinando e criando regras e normas adotadas, eles se sentirão responsáveis.

2- faça uso de materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, livros e filmes educativos. Tátil: material concreto e ob-jetos de sucata planejados. há uma rique-za de sites na internet que disponibilizam atividades diferenciadas. Auditivo: música e sons feitos com material de sucata servem para estimular a criatividade.

3- Reserve um lugar com almofadas e tapete para momentos de descanso e reflexão. Um cantinho para leitura é fundamental. Relaxar após uma atividade complexa significa dar tempo para o cé-rebro “escanear” todo o conteúdo que foi apresentado. Ativar o hipocampo (região responsável pelas memórias) representa consolidar com mais naturalidade o que foi apresentado.

4- Estabeleça rotinas nas quais os alunos possam realizar trabalhos em dupla ou em grupo. O trabalho em equipe ativa as regi-ões límbicas (responsáveis pelas emoções).

5- Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas possibilita aos alunos a oportu-nidade de vivenciar a aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais.

6- A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem mais rica, percebida por todos os alunos. O professor que ministra bem os conflitos em sala de aula, que tem jogo de cintura e apresenta o conteúdo com prazer, mantém seus alunos mais “plugados”.

los. Servem para que o educador tenha maior visibilidade de como lidar com os alunos, estimulando as funções auditiva, visual e tátil. Quando ciente da modali-dade de aprendizagem do seu aluno, o educador saberá quais são as estratégias mais adequadas para facilitar no proces-so de ensino. Com esta nova base de conhecimentos, os educadores podem ampliar suas atividades educacionais, abrindo uma nova estrada na transmis-são do saber.

A neuropsicóloga Euvira Souza Lima, afirma que o conteúdo nas esco-las de antigamente era desestimulante e repetitivo. Segundo a especialista, o ensino está ganhando uma nova roupa-gem. A grande descoberta da neuroci-ência é que através de atividades pra-zerosas as aulas se tornam melhores. “Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica tem o efeito de curio-sidade. As aulas podem ser dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto. Isso possibilita que o aluno deixe de ser mero observador, passivo e distante, e se torne participante, ques-tionador e ativo na construção do seu próprio saber. Deixando-os mais aten-tos, ” conclui.

ServiçoColégio marista de brasíliawww.marista.org.brSGaS 615 - módulo C - asa Sul Tel: (61) 3445.6900

Júlio Egreja

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38 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

TecnologiaPor: Felipe Nunes | Fotos: Divulgação

Em janeiro de 2006, a empresa de videogames Nintendo anunciou o lançamento que iria revolu-cionar o mercado de consoles de todo o mundo. O

Nintendo WII, que dispensa o uso de fios nos controles, é capaz de reproduzir os movimentos de seus jogadores, detectados em três dimensões.

Desde seu lançamento, o console, o quinto lançamento da empresa japonesa, até o ano de 2010, chegou à marca de 76,6 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O nome sugerido remete a ideia de “nós”, pois enfatiza que o console é para todos e, em qualquer lugar do mundo, o nome é reconhecido.

O novo console trouxe vantagens não só para os adeptos dos games, mas também para outros grupos de pessoas, como doentes fisioterápicos ou praticantes de exercícios físicos, especialmente em academias. Exemplo é o Hospital Vita, em Curitiba que há mais de um ano utiliza a ferramenta para ajudar na reabilitação de pacientes cardiopatas, com problemas neurológicos e que sofreram traumas. Além deles, idosos tem utilizado o videogame para tentar manter a mente ativa.

Interação e diversão

ao alcance de todo o corpoCada vez mais avançados, videogames apostam em tecnologia para atrair público

NOVIDADESQuatro anos depois e, após toda a inovação trazida

pela Nintendo com o seu WII, a Microsoft, uma das grandes concorrentes no ramo de videogames, acaba de lançar o Sensor Kinect, do console Xbox 360, que promete revolucionar ainda mais o dia a dia de quem é apaixonado por jogos. O sensor de movimentos permite que o usuário use o próprio corpo como controle de movimentos sem a necessidade do controle, como o WII, por exemplo. A criação foi do engenheiro brasileiro, Alex Kipman.

A Microsoft anunciou no início de novembro, após dez dias de seu lançamento, que já haviam sido vendidos um milhão de sensores no mundo. Até o final do ano, a estimativa é vender mais de cinco milhões de itens.

Para o estudante de comunicação, Leonardo Monteiro, adepto do acessório, é a tecnologia cada vez mais sem limites. “Eu nunca poderia imaginar controlar um videogame apenas com gestos, livre de qualquer controle. É diversão e tecnologia na medida exata”, conclui.

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CotidianoPor: Clarice Gulyas | Fotos: Divulgação

O fim do ano chegou e muitas pessoas já estão de malas prontas para viajar. Evitar

o caos aéreo nessa época do ano é quase inevitável. Por isso, o con-sumidor deve ficar atento aos seus direitos para agir em casos de longa espera, cancelamentos de vôo, over-booking e extravios.

Em janeiro de 2009, o estudante Alexandre Carvalho, 20 anos, passou por uma experiência negativa ao viajar sozinho para participar de um intercâmbio em Perth, na Austrália. Antes de chegar à cidade de destino, o brasiliense teve de passar por São Paulo, Buenos Aires e Sidney.

Mas ao embarcar na Argentina, Alexandre teve de esperar por mais

de duas horas pelo vôo e, em Sid-ney, acabou perdendo o embarque para Perth. Ele e mais cinco pessoas tiveram de passar a noite na cidade símbolo do país, em um hotel pago pela empresa aérea responsável.

"Foi horrível, você fica com medo porque não conhece ninguém e por estar sozinho. Como consumidor, me senti lesado e muito chateado por ter pago um ticket no valor de 10 mil para passar por um estresse desses", desabafa.

De acordo com o advogado Ale-xandre Lindoso, situações como essa podem configurar danos moral e material. Segundo ele, o primeiro direito do consumidor ferido nesses casos é o acesso à informação sobre o

motivo dos atrasos ou cancelamentos de vôos. A Agência Nacional de Avia-ção Civil (Anac), o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de Aeronáutica garantem que as em-presas aéreas forneçam assistência material como acesso à comunicação, alimentação, transporte e acomoda-ção dos passageiros em hotéis.

“A partir de uma hora de espera, o passageiro tem direito de acesso aos meios de comunicação. Em atra-sos superiores a duas horas, ele terá direito à alimentação. Nos atrasos com duração maior que quatro ho-ras, deverá ser reacomodado em ou-tro voo ou poderá desistir de viajar, devendo ser reembolsado, inclusive, com as tarifas aeroportuárias como

Prepare-se para o

caos aéreo de fim de ano!

Especialista dá dicas de como o consumidor deve se proteger

Como consumidor, me senti lesado e muito chateado por ter pago um ticket no valor

de 10 mil para passar por um estresse desses

Alexandre Carvalho

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a taxa de embarque. A companhia aérea deverá garantir ainda a acomo-dação em local adequado e, quando necessário, o serviço de hospeda-gem”, diz.

Quando esse tipo de transtorno ocorre em vôos de conexão dentro ou fora do país, os consumidores lesa-dos deverão ser atendidos de forma imediata. Segundo Alexandre, além do reembolso integral, o consumidor também poderá exigir o retorno ao aeroporto de origem.

“Este problema é mais grave porque o passageiro está fora do seu local de origem. Caso ele queira permanecer na cidade, o reembolso será apenas do trecho não realizado. Já se ele quiser concluir a viagem até o destino, na falta de aeronaves dis-poníveis, a empresa deverá fornecer outros meios de transporte como ônibus ou táxi”, explica.

OVERBOOKINg E EXTRAVIOA Anac proibiu, no último mês,

a prática do overbooking, venda de passagens acima do número de vagas das aeronaves. O advogado alerta que quem for vítima dessa prática, deverá ser indenizado pelos prejuízos morais e materiais que sofrer. “Essa pessoa deixou de cum-prir seus compromissos. Há casos de pessoas que tiveram suas férias comprometidas por causa do over-booking. Além de todos os prejuízos financeiros, há o aborrecimento e a frustração do passageiro”, explica.

De acordo com a Anac, o extravio de bagagem é caracterizado após 30 dias de perda. Para assegurar o di-reito na hora de recuperar pertences e objetos de valor, o advogado acon-selha que o consumidor preencha no balcão da empresa, o Registro de Irregularidade de Bagagem (RIB) com a apresentação do ticket da mala. Em casos de danos materiais causados pela companhia aérea, o passageiro terá direito a indenização por danos moral e material. Como forma preventiva, há a possibilidade de declaração do valor atribuído à bagagem por inspeção requerida à empresa aérea contratada.

Alexandre Lindoso explica que para que todos os direitos sejam atendidos junto à Justiça, é necessá-rio que o consumidor faça as solicita-ções de maneira formal e guarde os comprovantes de eventuais despesas com alimentação e demais necessida-des para cobrar em juízo.

“O passageiro deve procurar o balcão de atendimento da empresa e exigir os seus direitos de maneira formal, de preferência por escrito e em duas vias, e pegar o protocolo de atendimento. Também poderá entrar em contato com os órgãos de defesa do consumidor e fazer reclamação nos postos de atendimento da Anac”

o passageiro deve procurar o balcão de

atendimento da empresa e exigir os seus direitos

de maneira formal, de

preferência por escrito em duas vias e pegar o protocolo de atendimento

Serviçode negri & Lindoso advogados associados(61) 3224-5725www.dnla.adv.br

Alexandre Lindoso

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42 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

Planos e Negócios ALEx DIAS

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BUMBUM IPANEMA

INCASA

Um coquetel com clima de luau, realizado no último dia 5 de novembro, por ocasião do lançamento da coleção de primavera-verão 2011 – moda praia, movimentou a loja Bumbum Ipanema do ParkShopping. Os modelos arrojados e em cores como o verde, azul turquesa, branco, vermelho e matizes de rosa, dão o tom da coleção que, mesmo primando pela criatividade inovadora, não descarta os clássicos e que nunca saem da moda como o tomara-que-caia, o cortininha, o frente única e também o conhecido engana mamãe.

As peças masculinas e femininas da coleção “Especiarias”, assinada por Cidinho Pereira, são inspiradas nas diferentes culinárias mundial e nos caminhos traçados por portugueses e espanhóis, responsáveis pelo transporte e comércio de condi-mentos que apimentaram a gastronomia mundial. Nas estampas, além das rotas traçadas pelos navegantes, flores e ervas utilizadas na culinária são lembradas.

Com 30 anos no mercado brasileiro, a Bumbum Ipanema nasceu na cidade litorâ-nea do Rio de Janeiro, no badalado bairro que leva o nome e é marca registrada de mulheres bonitas, Ipanema e já tem ramificações por várias cidades do país. Em Brasília, a loja está completando um ano de existência.

O estúdio Cícero Tattoo Tatuagens Artísticas, desde 1989 oferece qualidade e experiência internacional em  tatuagens, piercings e  pigmentação. Pai e filho, os tatuadores Cícero e hugo Tattoo são os mais renomeados profissionais da área em Brasília.

O estúdio, um dos mais conceituados da capital, está localizado na W3 norte. Oferecem todos os padrões de qualidade, segu-rança e higiene com uso de materiais adequados, devidamente esterilizados e descartáveis. Os tatuadores têm a preocupação de, em todos os serviços prestados, darem total assistência ao cliente, fornecendo todas as orientações que devem ser tomadas antes e depois da feitura da tatuagem.

O estúdio possui uma grande variedade de clientes, partindo desde o público feminino, que constitui cerca de 70% da clien-tela, a adolescentes, universitários, médicos, administradores, advogados, entre outros.

Bastante conceituada no mercado de Brasília, a InCasa, há dez anos atua nos setores de móveis provençais, linha de presentes e decoração. Com uma enorme variedade na linha de homeware, camisolas e pijamas para toda a família, a loja, que é revendedora oficial da marca L'Occitane, ainda possui um amplo estoque de produtos para o cliente.

Prezando pela qualidade do atendimento, trabalha com mala direta e mailing.Unindo quatro lojas em um só espaço, para este natal lança a linha de produtos de decora-ção natalina inspirada nas crianças. São guirlandas, bolas, laços e outros enfeites com um toque especial que atraem a garotada. Bonequinhos e muito colorido chamam a atenção dos enfeites irreverentes da InCasa.

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A Via Stadium é a mais nova chopperia e casa de shows de Brasília. Sua inauguração foi em grande estilo com show da dupla Chitãozinho e Xororó que considerou a casa como uma das melhores para espetáculos artísticos. Localizado em Taguatinga, na descida da Via estádio, a chopperia fica em um terreno próprio com uma área nobre de 500 mil metros quadrados e com magnifica área verde.

A Via Stadium tem três ambientes e o mais amplo salão de dança, camarote vip para mil pessoas, área com mesas, varandas e seis lounges amplos e refi-nados banheiros. A proposta da Via Stadium é de ser reconhecida como a melhor casa de shows da região. Tem agendados shows com os maiores artistas do Brasil (Chitãozinho e Xororó, Eduardo Costa, Rio Negro

e Solimões, zeze de Camargo e Luciano, Pedro Paulo & Matheus) para isso, montaram a melhor infraestrutura de palco, som e luz que nenhuma casa da região possui.

Bem preparados, a casa conta com um amplo es-tacionamento interno e próprio com três mil vagas e segurança. A Via Stadium visa se tornar uma referencia na capital em entretenimento e lazer para que, em 2014, possa aproveitar ao máximo a oportunidade de estar localizada ao lado de um dos estádios que irão ser usados na Copa do Mundo.

Serviço Gilberto Salomão, Térreo(61) 3248.6342 Serviço

CLn 302, bl. C, Lj. 11 (61) 3426.0111 / 3426.0111 / 61 3426.0115www.casargs.com.brTwitter: @casargs

Serviço Chácara 15 - núcleo Rural de Taguatingawww.viastadium.com.br(61) 9606.3772 

CASA DO RIO GRANDE DO SULAo entrar na Casa do Rio grande do Sul, muitos já sabem exatamente o que esperar: produtos de qualidade, das melhores marcas, com ga-rantia e com um atendimento diferenciado. é assim que a loja funciona há mais de 41 anos.

Com quatro lojas espalhadas pela cidade (Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste e Águas Claras), a Casa do Rio grande do Sul é muito mais que uma marca consolidada. é referência em artigos para o lar. Possui uma grande diversidade de produtos, preços e objetos para decoração e utensílios domésticos.

Além dos seus clientes sempre encontrarem lojas espaçosas e confor-táveis, também podem contar com a loja virtual. A Casa do Rio grande do Sul online é capaz de atender todo o território nacional, possui os mesmos produtos da loja física, oferece dicas de presentes e também dá oportunidade para os noivos fazerem suas listas de casamento. A lista de presentes eletrônica é prática e os noivos podem acompanhar todos os produtos que escolheram, evitando, assim, presentes repeti-dos. E a loja faz a entrega em qualquer lugar do Brasil.

 SANTA LANÇA COLEÇÃO ALTO-VERÃO 2011

VIA STADIUM

Na quarta-feira, dia 14 de dezembro, Milena Baqui Muniz apresentou a nova coleção verão 2011 - moda praia da Movimento na loja Santa do gilberto Salomão. Na ocasião, os clientes puderam conhecer a nova fragrância Quizas de Loewe, à venda na Lord Perfumaria. A Movimento tem peças assinadas pela estilista Tininha da fonte e vem completar o mix de produtos da Santa. A marca destaca-se pela criatividade, conforto e estampas exclusivas. Com um estilo sofisticado, preparam a brasiliense para as praias mais badaladas. “Em geral, multimarcas não costumam vender artigos de moda praia. Percebi que havia um público grande em Brasília, então decidi investir nessa área”, explica Milena.

Além da moda praia, a coleção verão 2011 da Santa traz também acessórios e roupas que acompanham as tendências da estação, como as rendas. “A maior procura sempre é por vestidos. A mulher de Brasília gosta muito porque é prático e confortável. Para atender esta demanda, estamos com modelos e estampas bem variados”, afirma Milena. As clientes também encontrarão na loja vários shorts e camisetas, sempre presentes na estação mais quente do ano.

Na mesma ocasião, também foi comemorada a abertura do novo escritório de Sabrina Estrella. A arquiteta abre as portas de seu escritório apresentando seu showroom com peças de decoração em couro assinadas por Eliana Lagranha e exposição do artista plástico e paisagista Mendo Barreto.

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AutomóvelPor: Afrânio Pedreira | Fotos: Divulgação

Há seis meses o ASX foi apresentado ao mercado eu-ropeu, em Genebra, Suiça. Marcando a sua aparição oficial. Depois, no Salão do Automóvel em São Paulo.

E, em 26 de novembro, Brasília recebeu, com exclusividade, os primeiros modelos ASX que já estão sendo vendidos no país pelas concessionárias Nara e Tokyo, da Mitsubishi Motors.

O novo crossover é um carro com design diferenciado, mo-derno e com um tamanho capaz de comportar confortavelmente tanto uma família pequena quanto um executivo que opte por um segundo carro mais compacto. “Optamos por trazer um veículo que não só atenda às nossas necessidades comerciais, mas também as que os consumidores estão buscando ultimamente como: modernidade, design arrojado e que tenham uma ótima relação custo x benefício”, explica Robert Rittscher, presidente da Mitsubishi Motors do Brasil. Conforme ele, o novo lançamento de sua empresa, tem uma excelente autonomia, potência e, acima de tudo, segurança em função da tração 4x4.

Como uma marca que tem bem definida as diferenças entre o que é um SUV e o que é crossover, a Mitsubishi criou um carro

ASX

Com exclusividade, o novo crossover da Mittsubishi chega a Brasília

para ocupar uma fatia de mercado no qual a montadora ainda não dispunha de um produto específico.

Com uma autonomia de até 740 Km, consumo reduzido de combustível e o baixo nível de emissões são fatores característicos do ASX, desde a concep-ção de seu projeto.

Um toque simples no botão “Start & Stop” é suficiente para acionar o motor 2.0, compacto. O design do ASX é fruto de um projeto onde sobressaem duas linhas laterais paralelas, o que imprime leveza ao veículo. Os retrovisores são elétricos, rebatíveis e na cor do carro, trazendo ainda luzes indicadoras late-rais integradas. O volante ergonômico, conta com dupla regulagem, “paddle shifters” e controle do rádio e do “crui-

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se control” acoplado, que proporciona melhores condições de dirigibilidade e comodidade ao condutor. A capacidade de combustível é de 605 litros. O novo modelo tem amplo espaço interno e piso rebaixado no porta malas.

MIT AVENTURA 4X4 EM BRASíLIA Os apaixonados pelo mundo “off-

-road”, que significa fora de estrada, tiveram a oportunidade de conhecer e testar cinco novos modelos de veícu-los da Mitsubishi Motors: o Mitsubishi Pajero TR4 Flex; o Pajero Sport Flex; o Pajero Dakar; o L200 Savana e L200 Triton. O teste drive para os que fizeram questão de sentir os potentes veículos aconteceu em um circuito fechado e cheio de desafios. Em 2010,

essa foi a primeira vez que a Pista Iti-nerante Mitsubishi – Mit Aventura 4X4, foi montada na capital federal. O lan-çamento para a imprensa e convidados aconteceu no dia 26 de novembro, no Pontão do Lago Sul. A “aventura” foi vivenciada gratuitamente por interes-sados, no período de 26 de novembro a 05 de dezembro. Para participar, os pilotos tiveram que apresentar RG e Carteira Nacional de Habilitação. Oportunidade única para os brasilien-ses experimentarem de forma prática a sensação de pilotar um autêntico 4x4.

O circuito tinha cerca de 400 me-tros de extensão. A trilha foi desenvol-vida por uma competente equipe de engenharia, especializada em off-road e contempla nove obstáculos e desafios,

criados para que se tenha uma per-cepção clara dos diferenciais de cada modelo, nos mais variados terrenos, enfrentando trajetos ondulados, enla-meados e pedregosos, com inclinações laterais de até 35º, além de subidas e descidas íngremes.

Serviçomitsubishi motors www.mitsubishimotors.com.br Concessionária nara endereço: Sia Trecho 01 lotes 1220/1260 – Setor de Indústrias – brasília - dF Telefone: (61) 2103-0405 Concessionária Tokyoendereço: SPmS Lote 3 bloco C – Saída Sul, núcleo bandeirante – brasília - dFTelefone: (61) 3221-0000

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Vida ModernaPor: Lucas Soares | Ilustração: Theo Speciale

O Twitter é um sistema de microblog que surgiu em meados do ano de 2006, criado por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams. A ideia inicial do site era bem

simples: seus usuários deveriam responder à questão “O que você está fazendo?”, informando assim seus “seguidores”. Mas hoje, três anos depois, as coisas funcionam de uma forma ligeiramente diferente.

O sistema de microblog é uma forma de se expressar pela internet com uma limitação de caracteres. “Essa limitação faz com que o usuário busque, na criatividade a melhor forma de expressar o que está querendo passar em sua mensagem”, disse Williams, em entrevista ao jornal “The New York Times”. A limitação de cada mensagem no Twitter é de 140 caracteres por tweet, nome dado a cada postagem no site. E cada um deles traz, em sua essência, um tipo de mensagem.

Os conteúdos dos tweets que os usuários do Twitter enviam são variados. Cada mensagem dessas pode ser um desabafo, a divulgação de algum produto e serviço, ou ain-da uma frase interessante, um link com conteúdo, e outras

milhares de possibilidades. Dentre elas, claro, a simples resposta à questão original do sistema. João Godoy (@jau-mgodoy), 26 anos, blogueiro e usuário do Twitter há cinco meses, comenta que vê o site como “sua voz” na web. “Não conta apenas quem você é, mas sim o que você diz e pensa. É um grande mural”, afirma.

SEgUINDO PESSOASMuitos dos usuários do Twitter não sabem responder:

“Qual a utilidade do Twitter?”. Alguns se perdem na ex-plicação ou então comparam o site com os de relaciona-mento como o Orkut e o MySpace. E não é bem assim. É uma rede social, porém o objetivo é diferente. “Dentre as redes sociais, acho o Twitter mais útil e diferente porque é basicamente um ponto de troca de informações. O fato de poder escolher que conteúdo receber e a quem enviar, faz do Twitter uma ferramenta mais prática e seletiva do que o Orkut ou o Myspace”, conta o biólogo Igor Appolinário (@garotobipolar), 24 anos.

O que você está fazendo

Entenda o que há por trás da “twittosfera” e saiba como os

twitters brasileiros utilizam o serviço

?

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No Twitter você não adiciona pes-soas e sim as “segue”. Quanto mais gente você segue, mais mensagens na sua página inicial recebe e mais possi-bilidade de contatos. Talles Henrique Lima (@tallesh), 22, estudante de Le-tras/Inglês, pela Universidade Federal de Goiás, comenta a correlação que enxerga entre o site e seu curso. “[o Twitter] pode me servir de material de pesquisa para análise textual de dis-curso e pesquisas voltadas para a área da linguística. Poderia, por exemplo, fazer um trabalho de pesquisa voltado para o 'internetês', para os estrangei-rismos e o porquê de muitos usuários mixarem português com inglês em seus tweets, e por aí vai”, diz.

O PODER VIRAL DO TWITTERDesde que o Twitter passou a ser

utilizado por um número maior de usuários, percebeu-se que o site tem um poder viral muito grande. Desde a campanha presidencial do então candidato norte-americano Barack Obama, os administradores do Twitter têm tido problemas com a situação de hospedagem do serviço e já tiveram várias reuniões sobre o fechamento do site - todas negativas até então.

A cantora Susan Boyle, 47 anos, talento britânico descoberto pelo Britain’s Got Talent, uma espécie de American Idol da Inglaterra, virou sensação entre os twitters do mundo inteiro. Desde a apresentação da esco-cesa, no dia 12 de abril do ano passado até o presente momento, foram mais de 450 mil menções a ela em tweets, conforme dados do site de estatísticas do próprio serviço de microblog.

Alisson Xavier (@aaallisson), 21, brasileiro que reside em Nova York desde os 12 anos e trabalha na Ap-ple Store, agradece ao poder viral do Twitter. “Eu fui a um show aqui em Manhattan e meus amigos não conseguiram ingresso. Cheguei lá, twittei que estava no show e logo ar-rumei novas companhias”, comenta. Alisson ainda fala sobre a campanha que o ator Ashton Kutcher (@aplusk)

e Oprah Winfrey (@oprah), apre-sentadora de programa homônimo, lançaram nos Estados Unidos. Os astros falaram sobre suas contas no Twitter no programa da apresenta-dora e Ashton, dono do Twitter mais seguido da “twittosfera”, doou U$100 mil dólares para o combate à malária na África, divulgando também a causa em sua página.

A estudante Juliana Ambrósio ( juh1988), 20 anos, acredita que no Twitter as pessoas estão interessadas na vida alheia mesmo. Ela comple-menta dizendo não gostar do sensa-cionalismo que algumas celebridades fazem. “O Twitter é legal, mas falho ao mesmo tempo. É cheio de bugs e quando você precisa de assistência, ninguém da staff te ajuda”, justifica revoltada. Raquel Sacheto (@rsache-to), 39 anos, professora universitária, afirma que o Twitter pode ser muito rico e interessante se a pessoa souber garimpar informações e usuários.

Para acessar os perfis dos entrevistados da matéria, basta acessar www.twitter.com/ o nome que vem depois da @.

Essa limitação de caracteres faz com que o

usuário busque na criatividade a melhor forma de expressar o que está querendo passar em sua

mensagem

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EsportePor: Larissa Galvão | Fotos: Gustavo Lima

Uma mistura de artes marciais que deu certo

Martial Arts Tricks

Juliano (dir.) e aluno

Ainda pouco conhecida, a mo-dalidade Martial Arts Tricks (Truques das Artes Marciais)

é um novo caminho para inovar as artes marciais tradicionais. Uma mistura entre os elementos técnicos e acrobáticos das mais conhecidas lutas, como o taekwondo, com a sua grande variedade de chutes. O kung-fu com os típicos movimentos acrobáticos. O karatê, com a sua grande variedade de bases marciais. E a capoeira, com a sua fluidez de movimentação. Além disso, muitos atletas usam elementos fora do mundo marcial, como a ginástica e break dance, por exemplos.

Foi justamente essa combinação de acrobacias, chutes e liberdade de movimentos que encantou o “tricker”, como é chamado um praticante do

esporte, Juliano Vinícius, a estudar os movimentos da modalidade por in-termédio de vídeos disponibilizados na internet e passar para os amigos. Porque no país ainda não existem instrutores com formação adequada. Juliano diz que o esporte ainda é novo aqui, mas que é bastante popu-lar no exterior. “A gente estuda vendo os vídeos dos gringos. Daí é aprender sozinho”, conta.

O grupo de Juliano já existe há quatro anos e é formado por atletas de artes marciais distintas. Todos com um objetivo comum: Saltar. Nunca foi fácil para Nano, Natan, Katraka, Japa, Diogo, Bonez e Guigaz que formam a equipe mais conhecida de Martial Arts Tricks de Brasília, chamada Multi Martial Tricks - MMT. Além das dificuldades

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de não ter um profissional específico para o esporte no Brasil, no início, eles não tinham um local de treina-mento. Os treinos eram realizados em montes de areias e gramados da cidade. Eles contam que, durante um dos treinos realizados nos gramados de uma movimentada rua de Sobra-dinho, foram abordados por policiais que não compreenderam o esporte. “Eles disseram que o que estávamos fazendo era uma demonstração clara de violência", lembra Juliano. Sem desanimar, procuraram um lugar específico para ser o local dos treinos: o Ginásio de Esportes de Sobradinho. É lá, que eles passam horas e horas, dividindo opiniões sobre como estão os saltos uns dos outros e desenvolvendo novas técni-cas para a constante evolução.

No Brasil, o esporte começa a ganhar simpatia e adesão de novos praticantes do Martial Arts Tricks. Com a intenção de divulgar o esporte no país, anualmente é realizado o Brazilian Tricksters Alliance (Aliança

dos Tricksters Bra-sileiros). Durante uma semana, os amantes do esporte se reúnem para participarem de uma programa-ção que inclui palestras, ensinamen-tos ou tutoriais e batalhas entre os atletas. Já aconteceram três edições do Brazilian Tricksters Alliance. Duas em São Paulo e uma na capital minei-ra, Belo Horizonte.

Com a intenção de formar uma equipe brasileira para competir e representar o país no exterior, os atletas procuram patrocínio e apoio. “Temos condições de montar uma equipe de qualidade.

ServiçoJuliano Vinícius email: [email protected].: 61 9115.7515

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PersonagemPor: Mariluce Fernandes | Fotos: Gustavo Lima

Uma vida dedicada à arte. Aos 92 anos de idade, o artista plástico Umazo Shinoda ainda continua dando as suas pinceladas com brilhantismo. Quem

chega no ateliê da Galeria do Templo da Boa Vontade (TBV), se depara com um senhor de origem japonesa, miúdo, gestos calmos, sorriso cativante, cabelos cheios e bem branquinhos, em meio a muitas telas, tintas, pincéis e livros. É ali que, nos últimos 30 anos, ele passa a maior parte de seu tempo. Diariamente, ele se descola de ônibus do Riacho Fundo II, onde reside, para fazer o que lhe dá mais prazer. “É a pintura que me dá vitalidade e me mantém vivo”, confidencia.

Até o ano passado, Shinoda dava aulas de pintura na TBV. Mas cansou. “Agora, só venho para trabalhar e ler”, comenta. No final da tarde, ele retorna ao lar, também de ônibus e sozinho. “Nos finais de semana e feriados é uma dificuldade para segurá-lo em casa. Ele gosta mesmo é de encontrar os amigos no ônibus e ficar no ateliê, com suas tintas e pincéis. É o que lhe deixa contente”, atesta a segunda esposa do artista, dona Ondina Shinoda, 67 anos, a companheira de 34 anos.

Com três grandes prateleiras repletas de livros no atelier, Shinoda diz que já leu todos. “Quando tenho alguma dúvida, eu os consulto”, informa. E um detalhe:

O talento e a vitalidade de um grande pintorO artista plástico japonês, Umazo Shinoda é a prova de que a idade não é empecilho para continuar trabalhando e exercendo a criatividade que lhe é peculiar

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sem óculos. “Só uso uma vez ou outra”, esnoba. Doença nem pensar. Mas, qual o segredo para tanta vitalidade? Afinal, ele vai completar 93 anos, em janeiro de 2011. Mas, quem desconhece esse pequeno detalhe, não imagina que ele seja um quase centenário.

Com simplicidade, Shinoda sorri e ensina: “Acho que é o entusiasmo que tenho com a pintura. Eu exercito a criatividade e a mente. Sem isso, a gente caduca”. E acrescenta: “Uma alimentação saudável também é importante. Como de tudo, mas moderadamente, com pouco sal e pouca carne, porque ela envenena o sangue. Além disso, nunca fumei nem ingeri bebida alcoólica”.

DO ABSTRATO AO hIPERREALISMONo estilo versátil, o trabalho de

Shinoda vai do abstrato ao hiper-realismo. Utilizando aquarela e óleo acrílico, consegue fixar nas telas perfeições e imperfeições das formas delirantes da criatividade. Entre as obras retratadas há símbolos como

santos e guerreiros, retratos, natureza morta, esportistas e animais.

Ele conta que antes vendia muitas telas, principalmente de auto-retrato. “Mas agora o computador faz tudo isso, e poucas pessoas nos procuram”, lamenta. O brilhante pintor, que carrega na bagagem muitas medalhas, prêmios e o título de mestre na arte das telas, informa que ainda recebe encomendas. “É só entrar em contato com o pessoal da LBV”, avisa.

MENINO PRODígIONascido em Hokkaido, no Japão,

em 01 de janeiro de 1918, aos nove anos de idade o menino Shinoda teve os primeiros contados com as aquarelas e os pincéis. Aos 13, ele começou a estudar pintura com o famoso artista Miematsu Tanabe, na cidade de Hakodate. No entanto, o aprendizado durou apenas dois anos. “Depois, segui a minha intuição”, conta.

Não demorou muito para que o talento de Shinoda fosse reconhecido. Aos 15 anos, ganhou o Prêmio da Prefeitura da cidade de Hakodate. No

mesmo ano – 1933 --, participou do Salão de Letras Artísticas, ficando com o primeiro lugar. No ano seguinte, o adolescente talentoso decide vir para o Brasil com os pais e os oito irmãos. Como todo imigrante, o primogênito foi trabalhar na lavoura.

Mas, o garoto tímido queria muito mais. Foi à luta. Conheceu muitos artistas. Entre eles, Manabu Mabe, “um dos melhores pintores do Brasil”, comenta, orgulhoso. Com o incentivo do novo amigo, voltou a pintar e a organizar coletivas com grandes nomes da época.

Desde então, os prêmios e homenagens passaram a fazer parte da vida do pintor japonês. O mais recente deles é o de Comendador das Artes Plásticas do Brasil, recebido em São Paulo, em setembro deste ano. O artista também carrega na bagagem o título de mestre na arte das telas. Mesmo com tanto reconhecimento, ele ainda mantém a modéstia e questiona à repórter: “Mas com tanto artista plástico bom na cidade, por que vocês me procuraram?”.

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SaúdePor: Tássia Navarro | Ilustração: Theo Speciale

Estresse Pós-Traumático

Qualquer pessoa pode desenvolver um quadro de estresse pós-traumático. Tudo depende de como as pessoas são

capazes de enfrentar situações adversas

Sequestros, assaltos violentos, estupros, eventos trauma-tizantes que ameaçam a vida ou a integridade pessoal de alguém podem deixar sequelas difíceis de serem

superadas. Além disso, acontecimentos que para muitos não são considerados graves como acidentes de carro sem vítimas também podem deixar traumas em determinadas pessoas, o que é chamado de estresse pós-traumático.

Mais forte do que uma recordação, o estresse pós-traumáti-co é uma espécie de transtorno que traz ao paciente a sensação de estar, novamente, vivendo todo o evento traumatizante. A razão do trauma pode ter sido vivenciada ou apenas presen-ciada, mas teve impacto suficiente para que a pessoa pudesse obter o quadro de estresse pós-traumático.

A funcionária pública Maria Telma Rocha, 47 anos, so-freu um acidente de carro há três anos. Nada aconteceu com ela, nem com os passageiros do outro carro envolvido. Mas para ela, dirigir um automóvel novamente é uma situação que ainda não faz parte de sua rotina e de sua vontade. “Me sinto muito insegura. Não consigo parar de tremer. Penso que tudo o que passou pode acontecer de novo e, dessa vez, pode ser pior”, conta.

O transtorno de estresse pós-traumático é a recorrência do sofrimento original de um trauma, podendo além do sofri-mento, desencadear uma série de alterações físicas e mentais.

“É normal, pessoas passarem por situações violentas e ficarem com seu psicológico abatido. Mas logo vão se recupe-rando. No caso de quem sofre o transtorno de estresse pós--traumático, a intensidade do ocorrido é algo tão grande que seu psicológico não é capaz de apagar. Enfrentar situações que antes poderiam ser corriqueiras se torna quase impossível”, explica a psicóloga Cristina Cintra, especialista no assunto.

Os sintomas do transtorno são relacionados ao evento traumatizante, como medo, alucinações, desesperança, pesa-delos, sentimento de que tudo vai acontecer novamente, com-portamento arredio em situações semelhantes, entre outros. Tudo diretamente relacionado ao que levou ao surgimento do quadro de estresse pós-traumático.

Assim como Maria Telma, o comerciante Airton Trinda-de, 56 anos, tem a sensação de que vai reviver o trauma todo novamente. Há cerca de oito meses, seu estabelecimento comercial foi assaltado por três homens encapuzados que apontaram a arma para sua cabeça. Levaram todo o dinheiro

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que havia no caixa e algumas mercadorias. Não houve dispa-ros e nem agressão. No entanto, aquela cena está bem viva na mente de seu Airton.

“Tenho muito medo. Às vezes estou na loja e sinto como se estivesse prestes a viver tudo de novo. Até começo a agir como se estivesse de fato vivendo novamente”, conta Airton.

Para sua filha Raquel Trindade, 25 anos, que ajuda o pai no estabelecimento comercial, a situação é complicada, pois já teve que sair da loja algumas vezes carregando o pai para casa em estado constrangedor. “É muito difícil ver o meu pai, que sempre foi um exemplo de homem para mim, de uma forma tão frágil, me sinto muito mal”, desabafa.

De acordo com a psicóloga, as situações que lembram o evento e causam intenso sofrimento, assim como os assuntos, conversas, objetos e sensações relacionadas, tendem a ser evitados pelos pacientes. “Mas é valido ressaltar que nem toda pessoa que passa por um trauma vai necessariamente ter estresse pós-traumático”, ressalta Cristina.

Comum, mas provavelmente pouco conhecido, o transtor-no de estresse pós-traumático se diferencia dos demais trans-tornos de ansiedade e da maioria dos transtornos mentais por ser causado a partir de um fator externo. “Quando vai surgir ninguém sabe. Qualquer pessoa pode desenvolver um quadro de estresse pós-traumático. Crianças, adolescentes, adultos, idosos. Tudo depende de como as pessoas serão capazes de lidar com as situações”, afirma Cristina.

Por se tratar de um quadro novo, os tratamentos ainda estão em fase de teste ou não são inteiramente satisfatórios. As substâncias utilizadas são anticonvulsi-vantes e estabilizadores de humor. A única medicação autorizada oficialmente para o tratamento de estresses pós-traumáticos nos Estados Unidos era a sertralina, medicamento que inibe a recaptação da serotonina. Atualmente, foram feitos testes com o topiramato, droga utilizada no controle de cefaléias, que obtiveram respostas satisfatórias.

Segundo a psicóloga, o uso de medicamentos pode controlar a evolução do quadro, mas a terapia é que ajuda realmente a pessoa quebrar as barreiras das situ-ações relacionadas ao trauma. “Se ela não se dispuser a vencer esses medos, a terapia e o tratamento com medicação não vão surtir efeito algum”, explica.

Um agravante do quadro de estresse pós-traumático é a demora pela busca de um tratamento especializado. “Isso pode agravar o quadro e ainda aumentar a inci-dência de outros transtornos relacionados, como os de ansiedade”, afirma Cristina.

Nas últimas décadas um aumento da prevalência do Transtorno por Estresse Pós-Traumático chamou a atenção. As taxas mais altas estão entre os adolescentes e adultos jovens. O que implica em um aumento real dos prejuízos diretos da violência.

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ModaPor: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

Brasília, palco do maior evento de moda do Centro OesteCapital Fashion Week movimentou a capital brasileira com sua edição de alto verão

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Serviçomárcia Lima Promoções e eventos (61) [email protected]

Tríplice Comunicação(61) 3033.3029/[email protected]í[email protected]

Mais uma vez o Capital Fashion Week (CFW) abriu espaço para os talentos da cidade. O Centro de Convenções

Ulysses Guimarães cedeu espaço para 9ª edi-ção do maior evento de moda do Centro Oeste, realizado de 23 a 26 de novembro. Quatro dias

de muita criatividade, desenvoltura e elegância.

Criado pela empresária Márcia Lima, o CFW projeta os valores de Brasília e da região para o país e destaca a produção local com desfiles de marcas genuinamente brasilienses e do concurso para descoberta de novos talentos. Desde a terceira edição, o Capital Fashion Week mantém foco no apoio a programas de sustenta-bilidade, preservação do meio ambiente, inclusão e responsa-bilidade social.

Para Brasília, o CFW re-presenta uma oportunidade para que confecções, marcas e estilistas da cidade mostrem seus trabalhos. Muitas coope-rativas e associações do DF e Entorno revelam talentos nas passarelas. Além disso, o

evento ajuda na divulgação do nome de Brasília, já que atrai a

atenção da imprensa nacional e internacional. O que contribui para que o DF se torne um destino turístico em potencial.

Conforme Márcia, o CFW é uma referência nacional. “Me orgulho de olhar para trás e ver que ao longo desta trajetória conseguimos democratizar o acesso à moda de alta qualidade produzida no DF e ainda abrimos

portas para que estilistas locais pussam mostrar o seu talento”.

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TAMANHO REAL

ComportamentoPor: Diego Ponce de Leon | Ilustração: Theo Speciale

Boa companhia A prática está virando

moda em Brasília. O compromisso é

somente a companhia

Numa quinta – feira, Eduardo(*) encerra o expediente na loja de roupas onde trabalha como

gerente. Em casa, faz as malas, algumas ligações, janta. Chama o táxi e vai para o aeroporto. Sônia(*) o espera ansio-samente. Entrega-lhe a passagem para Salvador. Fazem o check-in. Antes, sen-tam para um café. Ele aproveita para estabelecer as regras dos próximos três dias. Sônia o escuta atentamente. Paga a primeira parte dos R$ 3 mil acerta-dos. Ela é médica e está embarcando para um congresso de oftalmologia. Eduardo a acompanhará. É a primeira vez que eles se veem.

Os serviços prestados pelos acom-panhantes, sejam homens ou mulheres, são conhecidos. Eduardo, 23 anos, não realizará a maioria deles. Ele faz parte de um novo grupo de profissionais que vendem a imagem. E só. Relações sexuais e carícias íntimas são proibidas. Sônia precisava de um rapaz atraente ao seu lado durante o congresso. Seria vista por colegas de profissão. Recém--divorciada, quis passar a (falsa) ideia de que estaria bem. No decorrer dos três dias, Eduardo e Sônia andarão de mãos dadas pelo hotel. Irão cochichar no ouvido um do outro e trocar even-tuais selinhos. Eduardo estará presente em todos os eventos sociais e fará o possível para transparecer o bem-estar de Sônia. De volta a Brasília, receberá a segunda parte do pagamento e, dificil-mente, voltará a vê-la.

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O termo “acompanhante” não é bem visto por profissionais como Eduardo. Acreditam que a conotação sexual do termo sempre o acompanha. A profissão envolve apenas a venda da própria imagem para satisfação alheia. O número de mulheres que realizam o serviço é irrisório e irrelevante no pa-norama atual. “Os homens procuram mulheres acompanhantes por uma questão hormonal. São as frustrações sexuais do casamento de anos. O es-tresse do trabalho. Tudo acaba canali-zado para o sexo. A mulher enfrenta as mesmas dificuldades. Mas as resolvem de outras maneiras. Porém, pecam na preocupação com a imagem. Elas

precisam parecer bem. Se preocupam com a opinião dos outros e com o que vem sendo dito a seu respeito”, escla-rece a psicóloga Fernanda Tavares. Os “escortes” masculinos - como se auto intitulam- preenchem esse vazio. Mé-dicas, políticas, jornalistas, socialites, advogadas deprimidas, frustradas e com baixa estima, tornam-se deseja-das, populares, felizes. E pagam caro por isso.

As estimativas e informações sobre a profissão são escassas. A modalida-de é conhecida, mas pouco falada. Em Brasília, acredita-se que não mais que 200 rapazes a exerçam.

“Dois anos atrás, um amigo me disse que realizava serviço semelhan-te. A grana era alta. Comentei com algumas amigas que estava pensando em entrar no ramo. Acabou que minha primeira cliente foi a mãe de uma delas”, conta Eduardo, que já atendeu mais de 100 mulheres em Brasília. “Até passeio na Disney já acompanhei”, relata. Fernando reside sozinho num apartamento de dois quartos no Sudoeste e frequenta os locais mais sofisticados da capital, “até para que eu possa fazer contatos e clientes”, diz.

A rotina não é nenhuma novi-dade para Sérgio. Há mais de um ano ele trabalha como escorte. Com apenas 20 anos, Sérgio realiza pelo menos cinco programas por mês. Atende, em sua maioria, políticas e funcionárias do governo. Conhecido pela discrição, aparência impecável e discurso polido, Sérgio precisou apenas de uma cliente para colocar o nome no meio e deixar a propaganda seguir seu fluxo. Hoje, recusa uma série de ofertas e possui lista de espe-ra. “Tenho programa agendado para março de 2011. Vou ter que contratar uma secretária”, brinca.

“Sérgio me tirou de uma situação terrível. Eu não aguentava mais a humilhação de ver meu ex-noivo des-filando com uma de minhas grandes amigas. O moreno de olhos verdes ao meu lado causou um estrago maravilhoso. Adorei. Recomendei e parti para outra”, revela Marina, fun-cionária do Senado Federal, cliente de Sérgio.

Como em qualquer profissão, os desafios surgem. “Ao apresentar o Sérgio numa festa como namorado, uma amiga me chamou no canto e me disse que na semana passada o namorado ainda era dela”, conta Ma-rina. “Como era uma grande amiga, e éramos ambas pecadoras, acabamos rindo muito”.

Elas precisam parecer bem. se preocupam com

a opinião dos outros e com o

que vem sendo dito a seu respeito

*Todos os sobrenomes foram omitidos para não revelar a identidade dos entrevistados.

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CulturaPor: Romário Schettino | Fotos: Divulgação

Há várias maneiras de medir a qualidade de um governo ao final de um mandato. O número

de viadutos construídos, a duplicação de avenidas e estradas e uma certa organização no trânsito podem contri-buir, com a ajuda de parte da imprensa, para que se propague a idéia de eficiên-cia administrativa. Era isso o que vinha sendo atribuído ao ex-governador, preso e cassado, José Roberto Arruda.

Não fosse a Operação Caixa de Pandora, deflagrada a partir da delação premiada de um de seus colaboradores, nada saberíamos do desastre que foi o governo Arruda.

Hoje, diante dos relatórios pro-duzidos pela equipe de transição do governador eleito Agnelo Queiroz, pode-se afirmar que não há nada mais significativo dessa política destruidora, de terra arrasada, do que o estado lasti-mável em que se encontra a Secretaria de Cultura do DF.

Brasília foi traída pela desfaçatez, pela pilhagem, pela subordinação dos direitos dos cidadãos aos interesses pri-vados de empreiteiras, de fornecedores de equipamentos e serviços, durante o governo Arruda.

Como a Cultura lida com símbolos, é sintomático o que fez o governo Arruda com os espaços tradicionais da Cultura candanga. Abandonou à míngua todos eles (508 Sul, Cine Brasília, Teatro Na-cional, Rádio Cultura, para citar alguns), eliminou políticas de Estado para que os interesses privados dominassem a disputa por verbas públicas.

O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) talvez seja a única política visível de governo, apenas porque foi resultado da mobilização do movimento cultural que conseguiu aprovar na Câmara Legislativa uma lei que destina a ele 0,3% da receita líquida do GDF. Mesmo assim, o FAC funciona com

uma estrutura administrativa frágil e incapaz de atender à demanda que ele próprio estimulou. Dezenas de projetos aprovados ficam meses e até anos, para terem seus recursos liberados e, quando realizados, passam meses e anos para terem aprovadas suas prestações de contas. O FAC é controlado por um Conselho de Cultura questionável, mal formado e cheio de vícios.

O que chama a atenção, no entanto, não é a ausência de uma política cultu-ral, mas a proposital decisão de permi-tir à iniciativa privada a agir segundo as leis do mercado nos espaços públicos. A criação da Brasiliatur, consagrou essa política nefasta e foi por lá que passa-ram as mais nebulosas promoções de eventos culturais.

Brasília abriga um dos mais im-portantes patrimônios edificados do mundo contemporâneo. Um patrimô-nio do qual brasileiros e brasilienses se orgulham. Aos brasilienses – Estado e Sociedade – cabe a tarefa de cuidar dele para cultivar nossa identidade como capital voltada para o futuro, com uma gestão que, ao mesmo tempo, resgate esses espaços culturais no Plano Piloto e nas demais cidades do DF, do estado de abandono em que se encontram e pro-duza o conjunto de políticas necessárias à sua ampla utilização pela cidadania.

As políticas públicas de cultura para Brasília devem se assentar em duas metas: o exercício da democracia com participação popular, e o papel do Estado como indutor dos processos culturais. A cultura deve, portanto, ser entendida como um direito ele-mentar do cidadão, como educação, saúde, segurança e outros serviços. É preciso, também, entender a cultura como geradora de emprego e renda. Tendo, por isso, papel relevante no desenvolvimento cultural, social e econômico da população.

Uma política eficiente pressupõe diálogo democrático permanente com os criadores e produtores, com os partidos políticos, com os movimentos sociais e culturais, com as universidades e com as representações estrangeiras presentes na capital da República.

Como se aproxima o momento de definição dos nomes que irão compor o novo governo, é preciso apresentar uma proposta de perfil para o próximo secretário de Cultura do DF.

É necessário que ele ou ela tenha visão ampla e realista do contexto em que se inserem as políticas públicas de cultura e suas relações; capacidade de coordenação e controle da aplicação dos recursos orçamentários e dos fun-dos; capacidade de se afirmar como interlocutor no âmbito do Estado, em nível local e federal; capacidade de dialogar com todos os setores da sociedade, empresários, artistas, pro-dutores culturais e terceiro setor, para estabelecer as parcerias necessárias à implementação das prioridades; capacidade de fixar uma política de gestão moderna, pública, transpa-rente, rigorosa no estabelecimento de metas, prazos, sintonizada com os objetivos gerais do governo; e, o mais importante, o próximo secretário ou secretária deve reconhecer como essencial a interface da Cultura com a Educação e a Comunicação Social.

Para executar essas tarefas, um nome é Hamilton Pereira. Poeta, funda-dor do PT, ex-secretário de Cultura no segundo biênio do governo Cristovam Buarque, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, coordenador da 3ª Conferência Nacional do Meio Am-biente e, atualmente, assessor da presi-dência da Agência Nacional de Águas (ANA). Hamilton está entre os nomes indicados pelo PT ao governador Ag-nelo Queiroz.

Como superar o estado lastimável que se encontra a cultura no DF?

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LUIS TURIBA

Durante esse mês de dezembro, em dezenas de cen-tenas de milhares de lugares por esse Brasil afora, o compositor e quase cantor Noel Rosa, também conhe-

cido como Poeta da Vila, foi celebrado pelo povo brasileiro. Cantar um samba de Noel já é em si uma celebração. Seus sambas traduzem com um tremendo grau de luminosidade e transpa-rência, os anseios, desejos e quereres da nossa gente. Tem coisa mais atual do que se cantar: “E povo já pergunta com maldade/ onde está a honestidade/ onde está a honestidade?” E olha que isso foi composto no iní-cio dos anos 30 do século passado. Por isso, Noel é considerado imortal. Tão imortal, que a Academia Brasileira de Letras, casa de Machado de Assis, se reuniu em um seminário com o título: “O Acadêmico do samba na ABL: Noel Rosa, um palpite feliz”.

Noel Rosa, de Brasília para o youtube

Em Brasília, resolvemos globalizar o poeta da Vila, postando na rede mundial da internet, o Youtube, um videoclipe em sua homenagem. É o orixá da MPB na chip linguagem clipe

Como todo bom compositor de samba sonha em ser Noel, uma canção de Cacá Pereira é a base para as nossas homenagens. Cacá canta e interpreta nosso homenageado. A filmagem ficou por conta de Maxtunay da agência IN9 Comunicação e o apoio cultural foi dado pelo Jorge Ferreira do Feitiço Mineiro, onde Noel tem assentamen-to. A edição e os cortes do clipe são de Chico Aragão e a direção geral coube a esse que vos fala. Sem mais delongas, como diria Noel, vamos ver o clipe que está à disposição no Youtube para toda população mundial.

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GastronomiaPor: Afrânio Pedreira | Fotos: Gustavo Lima

ServiçoThe Plates burger & GrillSCRn 706/707, bl. e, Lj. 6Tel.: 61.3447.8608

The Plates Um ano de hambúrgueres

Restaurante temático sopra velinha e a festa é regada a sanduíches com decoração retro

O estilo retro é notado no nome e na fachada do The Plathes”. Restaurante temático que, em novembro, completou um ano de funcionamento e que é uma

homenagem à banda do mesmo nome, que foi sucesso disparado nos anos 50. Os elementos da década de 50 e 60 compõem a decoração do local. O chão é xadrez em preto e branco com cadeiras vermelhas.

A idéia de abrir o The Plathes partiu dos amigos e hoje sócios, Roberto Faria, Marcelo Neri e Marcelo Vi-cente. Eles perceberam uma lacuna neste segmento de hambúrguer gourmets em Brasília. Depois que decidiram abrir o The Plathes, os amigos foram aos EUA, Canadá e São Paulo para pesquisa de campo. Na volta, até o local já tinha sido estabelecido e pertencia ao sócio Marcelo Neri.

O sonho era formar uma empresa franqueada e que atendesse, além dos pedidos locais, os de outras unidades. Por isso, o The Plathes foi construído com uma cozinha grande e espaçosa. E é nesse local arejado e aconhegante que a chef de cozinha Juliana Cestari prepara seus cardá-pios para agradar crianças, jovens e adultos. Afinal, ham-búrgueres com batata frita é sempre do gosto de todos.

Os sanduíches empanados são a novidade da casa. Mas a The Plathes oferece, também, pratos como picanha, fran-go, vegetariano, camarão e calabresa. Todos acompanha-dos com queijo - cheddar para os grelhados e muzzarella para os empanados -, salada (tomate e alface), maionese especial da casa e batata fritas, com a opção de adicionar

páprica doce ou picante. Há, ainda, complementos como os hambúrgueres com alho, cebola caramelada, bacon e ovo. O molho é escolhido pelo cliente.

No cardápio há também a opção de saladas e cachorro quente com salsicha especial. Para beber, o destaque são os Milk-shakes com sorvetes desenvolvidos especialmente pela casa. Preferindo, o cliente pode pedir sorvete em forma de sunday ou de banana split.

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Sorverte de frutas frescas

Le Jardin

Onde o saborear é incentivado pelo ambiente que é temperado pela natureza

O ambiente agradabilíssimo do restaurante “Le Jardin du Golf ”, localizado no interior do Clube do Golfe de Brasília, no Setor de Clubes Esportivos Sul, conta

muitos pontos para convites. A visão que se tem do local, um vasto gramado, muitas árvores, às margens do lago e com vista para a Ponte JK, é de tirar o fôlego.

E, para completar, só mesmo um delicioso prato para saborear. Nesse caso, uma das várias atrações gastronômicas que a casa oferece é a picanha de cordeiro Le Jardin com cuscuz marroquino, purê de damascos e pesto de hortelã. Conforme a proprietária, Christine Veloso, para deixar o prato no ponto exato da degustação, o cordeiro é cozido em baixa temperatura por 12 horas seguidas, na própria gordura da carne, temperada com especiarias e ervas. “Só depois disso é que o cordeiro é grelhado”, afirma.

Para acompanhar essa maravilha gastronômica, o conselho do somelier do Le Jardin, Guilherme Vieira, 29 anos e que há 8 trabalha com bebidas, um vinho tinto leve não encorpado é o ideal. “Um Shiraz. Vinho que apresenta nuanças de hortelã e chocolate no seu aroma e que são excelentes temperos para carnes”, explica.

Uma novidade que tem tido muita saída no Le Jardin e dado sinais de aceitação são os sorvetes artesanais feitos com frutas. Algumas colhidas do quintal da casa do casal Carlos e Christine Veloso, proprietários do restaurante. A

guloseima vem uma travessa e é servida em colheres de porcelana, com três a cinco bolas de diferentes sabores. A novidade é assinada por Christine. Apesar da novidade, quando o assunto na casa é sobremesa, o carro forte con-tinua sendo o famoso suflê de goiaba com calda de queijo.

Além do cardápio variado, que é assinado pelo pro-prietário Carlos Veloso, medico aposentado, os pratos são executados pelo chef de cozinha, o maranhense Bené Reis, 32 anos, que começou a cozinhar aos 12 anos e é o prefe-rido da governadora Roseana Sarney, o Le Jardin oferece uma extensa e variada carta de vinhos. Vale a pena conferir!

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ServiçoLe Jardin du GolfClube de Golfe - SCeS, Trecho 2, Lote 17Tel.: 61.3342.2040

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TeatroPor: Fernanda Azevedo. | Fotos: Gustavo Lima

ServiçoPara contratar o matrakaberta:(61) [email protected]. http://matrakaberta.blogspot.com/

Eles já chegam para os espetá-culos caracterizados. Usando roupas artesanais, feitas com

retalhos multicoloridos. Ela se asse-melha muito a uma boneca de pano, talvez a Emília, do Sitio do Pica-pau Amarelo de Monteiro Lobato, só que em forma de gente. Ele, um tocador de violão mambembe, no melhor esti-lo sertanejo. E, como em um passe de mágica, eles logo prendem a atenção da platéia, geralmente de crianças, contando várias das inúmeras estórias do nosso folclore nacional, como a do Boi Bumba e do Sapo Dentro do Saco. Como os espetáculos são interativos, a resposta da criançada é a melhor possível. Vibram com os cânticos. Participam das brincadeiras de roda e se divertem com as oficinas de artes.

A DUPLA MATRAKABERTA Contadores de Estorias infantis

encanta o publico mirim de Brasilia há sete anos. Os contos são animados com musica, travas línguas, cantigas de roda, brincadeiras infantis e oficinas de arte, como a Roi- Roi, que ensina as crianças a desconstruir e construir o brinquedo do mesmo nome, feito com material reciclado.

Os artistas, Marcelo Tiburcio Ferreira e Adriana de Oliveira Ma-ciel, são parceiros na vida- já que são casados - e na profissão. Marcelo é músico de formação. Ele canta e toca violão nas apresentações. Adriana, a contadora das estorias, é pedagoga formada pela UNB.

Nas apresentações do grupo, são contadas três estorias que são previamente escolhidas pelo cliente. “As estórias são contadas sem o uso de muitos recursos. O ideal é que a criança preste atenção nas estorias e não em nós, contadores. Assim, elas vão desenhando os personagens na mente. Exercitando a criatividade”, explica Adriana.

São estorias do folclore brasileiro e contos de fadas da Disney, modifi-cados para se adaptar à cultura local e aos tempos modernos. “Quando entramos no universo dos clássicos, a gente faz uma adaptação. Contamos a versão da cinderela do sertão, onde o baile é o forró. Tem a chapeuzinho vermelho também, que na realidade deu uma surra no lobo mau porque hoje esse negócio de apanhar não está mais em alta”, conta Adriana, ao falar das estorias criadas por ela e pelo marido.

O Matrakaberta nasceu para ser a saída de um momento difícil na vida de Adriana, devido a uma fibromeal-

gia, doença que atinge os músculos do corpo. Fato que a impedia de exercer a profissão de professora. “Fui à minha terapeuta e, durante seis meses, ela me avaliou e disse que eu só iria parar de sentir dor quando fizesse o que mais gosto, que é contar estórias”, relem-bra. Depois disso, segundo Adriana, ela e o marido resolveram montar o Matrakaberta.

Para Ferreira, o grupo é de funda-mental importância para a sobrevivên-cia do casal. Para ele, que na época era como se estivesse sem esposa, investia e abraçava a proposta da formação da dupla ou a situação pioraria. “Larguei tudo para me tornar um contador de estorias com ela. E hoje é a minha profissão. Eu vivo disso”, esclarece. Pelas contas da dupla, o Matrakaberta já fez mais de cem apresentações em escolas do DF.

Para Adriana, contar estorias é uma profissão artística como o teatro ou a dança, apesar do não reconhe-cimento. “Contar estórias é uma arte do povo e que está chegando devagar na cidade grande”, diz. A dupla é re-gistrada como contadores de estorias profissionais, o que representa uma aposentadoria no futuro.

Além de contar estórias, Adriana e Ferreira, patentearam o nome Ma-trakaberta e abriram uma empresa de animação de festas infantis e eventos em geral como assessoria literária, seminários, palestras e cursos para professores. A empresa tem o mesmo nome da dupla.

MatrakabertaContadores de estórias do folclore nacional que é sucesso junto ao público infantil

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Mundo AnimalPor: Anna Paula Falcão | Fotos: Gustavo Lima

O mercado de gatos nos países emergentes, como o Brasil, apresenta um grande crescimento. Pela primeira vez, o mercado brasileiro de produtos para

felinos cresceu mais que o de cães. As vendas de ração para gatos tiveram alta de 16% neste ano, chegando a 136 mil toneladas, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfalpet). São 16 milhões de gatos e apenas 40% desses animais recebem alimentos industrializados. “As rações são caras e as vendas aumentaram bastante. Em geral, as rações para gatos contêm maior quantidade de proteína e gordura e menores teores de fibra. Os felinos são animais estritamente carnívoros e tem menor capacidade de digerir outros tipos de alimento,” relata o consultor de vendas Flávio Mendes.

O mercado de criação e comercialização de gatos de raça no Brasil vem crescendo a uma taxa de 40% nos últimos oito anos, o que torna o negócio bastante atrativo. Lúcia Maria Pereira Netto é comerciante de

gatos e vende cerca de 15 gatos, faturando em torno de R$10mil por mês. “Vendo mais em datas comemorativas. As crianças são as maiores responsáveis pelas vendas. Os pais compram os animais para ajudar no desenvolvimento psicólogico delas, ajundando - as a ter mais responsabili-dades. Os gatos são grandes companheiros. Os gatos são animais dóceis e se adaptam a qualquer ambiente, por isso é um sucesso em vendas. “ relata .

Um dos motivos dos gatos serem tão domesticados é sua forma de higienização. Segundo a veterinária Ales-sandra Gomes “os gatos são super higiênicos. Sendo um

dos animais domésticos mais limpos. E ao contrário dos cães, eles

Paixão felinaO mercado de gatos vem crescendo constantemente no Brasil

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ServiçoGatos de raç[email protected](61) 3386.5079(61) 9824.2247

continuam apreciando a sua indepen-dência,” conclui. Eles passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Utilizam a superfície áspe-ra da língua para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos even-tualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso. Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua urina e fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador.

Raissa Gomes Pereira, sete anos de idade, possui dez gatos com raças dife-rentes. “Brinco bastante com meus gatinhos. Alguns são bagunceiros e outros são calminhos. Não os deixo com fome ou sede. Cuido bastante deles como uma professora,” comenta sorridente.

CARACTERíSTICAS De personalidade independente,

os gatos se tornaram um animal de companhia em diversos lares, para pessoas dos mais variados estilos de vida. O convívio entre o homem e o gato existe desde quatro mil anos antes de Cristo. Foram encontrados afrescos e pinturas funerárias de gatos caseiros das primeiras dinastias egípcias. Atualmente existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, de pegueno e médio porte, geralmen-te pesando entre 2,5 e 12kg.

Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de feri-mentos ocasionados por bri-gas e acidentes. A castração também aumenta significa-tivamente essa a expectativa de vida, diminuindo o risco de incidência de câncer de testículos e ovários.

COMO ESCOLhER O primeiro passo para quem

deseja criar um felino é a escolha da raça. Existem inúmeras raças que são classificadas entre animais de pelagem curta e longa. Curta: Os gatos de pêlos curtos são geralmente mais ativos, brincalhões e barulhentos. Eles exigem menos cuidados com relação a pelagem.Longa: Os gatos de pêlos longos são mais calmos e fazem menos barulho. Pela sua pelagem longa, eles necessi-tam de escovação diária.

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Jornalista AprendizPor: Evelyn Louise

Cinco meses após o início das campanhas eleitorais, e mesmo com o encerramento das

mesmas, as votações no Congresso Nacional permanecem prejudicadas pela ausência de parlamentares. Os que continuaram em campanha para o segundo turno, ainda não retomaram à rotina no Plenário. O “Recesso Branco”, como é chamado o período de redução de atividades no Congresso durante as eleições, pode se estender por mais três meses.

De julho a novembro, a prioridade foram as eleições. Em dezembro tem recesso de final de ano. Em janeiro, férias parlamentares. Só em fevereiro, com a posse dos eleitos e o retorno dos servidores é que o ritmo das votações deve se restabelecer. Mas aí vem o Car-naval e... mais uma semana de recesso.

Durante as eleições, Câmara e Senado se organizaram em esforços concentrados, em que comissões e ple-nário abriram sessões extraordinárias para votação de proposições.

No Senado Federal, a maioria das reuniões ordinárias não conseguiu aprovar projetos importantes por falta de quorum. Um deles é o que veda a exigência de conhecimento de língua estrangeira nos concursos públicos e nos exames de vestibulares de instituições de ensino superior. O Projeto é de autoria do Senador Marcelo Crivela (PRB/RJ), mas já tem parecer contrário apresentado pelo Senador Álvaro Dias (PSDB/PR).

Entre as poucas medidas apro-vadas durante as eleições, está o aumento do tempo de licença ma-ternidade, de quatro para seis meses, que beneficiará 52,6% das mulheres trabalhadoras. Mesmo assim, o pro-

jeto tem que passar por deliberação na Câmara dos Deputados, mas a casa não votou nenhuma proposta durante esse período.

Em entrevista a Isabel Braga, do jornal O Globo, o Deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) defende o recesso eleitoral. Diz que as votações não ficaram prejudicadas e que a decisão de estender o período foi tomada pela liderança do governo. Para ele, o momento da eleição é especial, de afir-mação da democracia. Qualquer tema importante que fosse votado teria a marca dos grandes interesses eleitorais.

ACORDO DE CONVENIêNCIASO Professor e Cientista Político,

Octaciano da Costa Nogueira Filho, diz que o recesso branco não tem nenhum respaldo regimental e constitucional. É feito apenas um acordo entre líderes. O recesso acon-tece a cada dois anos nas eleições municipais e federais, para atender as conveniências dos parlamentares em seus estados. “A população não fica prejudicada, pois a maioria das propostas aprovadas no Congresso são de interesse administrativo e legislativo”, conclui Octaciano.

De segunda a sexta feira, as ses-sões foram "não deliberativas", sem votação e sem obrigação de presença, com uma média de seis parlamentares por dia e sempre encerradas antes do expediente. O retorno aos trabalhos aconteceu dia três de novembro, após o segundo turno eleitoral. Mas ainda em ritmo lento.

Cerca de trinta servidores e fun-cionários do Senado e da Câmara foram entrevistados. A maioria diz que gosta do recesso porque é o

tempo que eles têm para resolver problemas particulares.

Apenas três não concordam. Julgam um “absurdo” os parlamen-tares fecharem seus gabinetes e levar funcionários para trabalhar em campanhas. Alegam que os salários continuam sendo pagos pela casa, ônus que caberia aos parlamentares que têm dinheiro disponível para campanha eleitoral.

De acordo com o Regulamento Administrativo do Senado, artigo 72, a frequência dos servidores deve ser registrada diariamente por meio de equipamento aprovado e em locais determinados pelo Primeiro–Secretá-rio. Mas, a exigência de cumprir ou não o regulamento, cabe ao dirigente do gabinete. No caso, o parlamentar.

Para o Senador Geraldo Mesquita (PMDB/AC), o tempo de recesso não foi perdido, pois faz parte do elenco de atividades políticas que o parla-mentar tem que cumprir. O Congres-so se prepara para esse tipo de pleito, mas a redução das atividades não deve servir para aproveitar os servidores em atividades de campanha. “Tanto em momento de eleição, como em outros, os parlamentares cometem desvios de conduta e devem ser punidos, pois somente eles exercem funções políticas”, conclui. Ele des-taca que “os salários dos funcionários que forem trabalhar na campanha devem ser pagos com o dinheiro da campanha”. Com relação ao ponto eletrônico, o Senador liberou seus funcionários, mas garante que cobrou desempenho em suas atividades.

A emissão de passagens durante o recesso diminuiu. Segundo a Sphaera Turismo, agência que atende o Con-

Recesso BrancoApós eleições, natal e férias, muitos parlamentares só retornam ao trabalho em fevereiro

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ServiçoUniversidade Católica de brasíliaCoorderanor do curso de comunicação: andré Luis Carvalho(61) 3451.5000QS 07, Lote 01 – ePCT, Águas Claras

A falta de quorum para deliberação tranca matérias na pauta da ordem do dia do Senado Federal

• PEC Nº 33, de 2009 – Que exige o diploma de curso superior de comunicação social, habilitação jornalismo, para o exercício da profissão de jornalista

• PEC Nº 20, de 1999 – Que reduz para 16 anos a idade para imputabilidade penal

• PEC Nº 55, de 2007 – Que institui eleições diretas para os suplentes de candida-tos ao Senado federal

• PLS Nº 124, de 2005 – Que restringe a venda de esteróides ou peptídeos anabo-lizantes e tipifica a venda como crime punível

• PLC Nº 5, de 2009 – Que inclui vacinas contra hepatite A, meningite, pneumonia e catapora no calendário básico de vacinação da criança

gresso, as passagens são emitidas antes para que os parlamentares possam se deslocar com facilidade

Dez empregados, entre copeiras e contínuos, dizem que o trabalho tam-bém foi reduzido. Até a produção do cafezinho e dos lanches diminuíram. E, quem continua pagando é o contribuinte.

Apesar do recesso branco e do que está por vir: Natal, Ano Novo, férias parlamentares, Carnaval e o recesso de julho, os funcionários do Congresso continuam recebendo salários e gratificações. São cinco meses com redução de trabalho e recessos. Ah, sem falar nas férias anuais.

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O crescimento neste ano no mer-cado imobiliário foi de 20%. As empresas nesse setor acreditam

que este percentual ultrapasse os 25% em 2011. Júlio César Peres, diretor da incorporadora e construtora Ipê-Omni, acredita que “com a entrada do novo governo, o crédito imobiliário conti-nuará em alta, tanto nos bancos pú-blicos, como pelos particulares,”relata. Segundo um estudo elaborado pelo Sindicato da Habitação (Secovi – DF), o valor médio do metro quadrado de um apartamento de três quartos em Brasilia é de R$7.387 mil, o mais alto. Em seguida, vem o do Guará, com R$ 4,9 mil e o Cruzeiro com R$4,62 mil. Entre as regiões administrativas, o mais valorizado foi Águas Claras, que é considerado o maior canteiro de obras da América Latina, tendo o preço quase que quintuplicado de 2000 a 2010.

NOVA CLASSE DE INVESTIDORESA classe média se tornou um dos

mais recentes destaques do mercado imobiliário do Distrito Federal. Os imó-veis econômicos, com o valor de R$80 e R$200 mil, estão sendo o alvo desta nova classe jovem, de 25 a 34 anos de idade. Pesquisas recentes realizadas pelo Ibope mostram que esse grupo ganha até dez salários mínimos e tem um perfil consumista, não gosta de ter dividas

e é otimista com relação ao futuro da economia no país.

Segundo dados do mercado imobili-ário de Brasilia, esses apartamentos não passam de 80 metros quadrados e têm de dois a três quartos. A classe é exigente em relação às opções como piscinas, churrasqueiras e vagas privativas nas garagens. A economista Marta Martins, 33 anos, comprou um apartamento no Guará com dois quartos e uma suíte. Ela acredita que os imóveis têm tendência a se valorizar. “O investimento imobiliário não é retardatário. Pretendo comprar o meu segundo imóvel em 2012 e investir nesse negócio”, comenta.

NOROESTE é INDICADOR DE TENDêNCIA O Setor Noroeste é visto pelos em-

presários do ramo como um dos mais promissores para os negócios da capital. “As primeiras etapas serão entregues no primeiro trimestre do ano, trazendo conforto aos moradores em uma área privilegiada em Brasilia”, explica Peres, do Ipê-Omni.

Serão 20 quadras residenciais, com edifícios de seis andares, 11 quadras co-mercias maiores e 30 menores. As ruas da região já estão cobertas e pavimentadas. Conforme ele cerca de 120 lotes já foram vendidos, entre comerciais e residenciais.

“A formação de um ecobairro segue um padrão de qualidade ambiental

inédito. Trazendo o emprego de energia solar nos edifícios, lixo armazenado via processo de pressurização, gás natural encanado, a captação e o reaproveita-mento de águas da chuva”, diz.

Mercado ImobiliárioPor: Anna Paula Falcão | Fotos: Gustavo Lima

ServiçoIpê – omnihttp://www.ipeomni.com.brSIa trecho 3 - Lotes 2010/20202º andar - SIa/Guará Tel: (61) 3462.8900

Conheça a Ipê-OmniO Ipê-Omni, é uma das incorporadoras e constru-toras líderes no mercado de Brasília, é referência de qualidade, eficiência e profissionalismo. Em 1997, através de uma parceria entre duas importantes empresas, a Construtora Ipê, pioneira no setor imobiliário da Capital federal e a Omni, tradicional e precursora no setor de tecnologia da informação, foi criado o Ipê-Omni. O resultado dessa parceria foi a inovação, segurança, agilida-de e precisão, atributos que norteiam cada metro quadrado construído pela empresa. Com o foco total no cliente, a empresa compre-ende que não se trata somente de comercializar seus produtos, mas juntos com eles estão agregados sonhos, projetos de vida e conquistas pessoais. A atuação em diversas áreas de Brasilia faz com que a empresa possua uma privilegiada visão de mercado, permitindo a decisão estratégica da localização de seus empreendimentos, visando uma valorização constante de seus imóveis.

O Mercado Imobiliário

continuará em expansão em 2011

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70 PLANO BRASÍLIA 2ª SEMANA DEZEMBRO 2010

Propaganda e Marketing ALExANDRE SECCO*

Agência é pioneira na criação e produção de comercial em 3-D no Centro Oeste

Plá

*ALExANDRE SECCO Diretor de Operações da Plá

O comercial do vestibular do Uni-Ceub, criado pela Plá Comunica-ção, é a primeira peça publicitária

totalmente gravada e finalizada em 3-D no Centro Oeste. Esse pioneirismo confirma a vocação da Plá para se consolidar como uma das três agências de publicidade mais importantes do mercado brasiliense.

O uso da tecnologia 3-D ainda é visto como uma possibilidade futura para o mercado publicitário. Para nós, da Plá, no entanto, esse futuro é hoje.

Até pouco tempo atrás não exis-tia a captação de imagens em 3-D, embora vários profissionais já estu-dassem a tecnologia há vários anos. Os filmes eram captados em 2-D e finalizados em 3-D, com a inserção de elementos e composição de ima-gens que saltavam da tela. O filme Avatar, de James Cameron, devido ao seu sucesso, chamou a atenção e popularizou o uso de uma tecnologia que já era do conhecimento de vários técnicos do mercado.

A utilização do 3-D abre perspec-tivas para o mercado publicitário bra-sileiro, por exemplo, a possibilidade de criar peças para veiculação indoor para segmentos específicos, como o imobiliário e o de ensino: podemos trazer grande diferencial para o estan-de de vendas de um empreendimento ou para um campus universitário.

Ao criar a campanha para o vesti-bular 2011 do UniCeub, optamos pela

utilização do 3-D por acreditar que essa era uma oportunidade concreta e factível de diferenciar nosso cliente perante o público jovem, sempre muito antenado e ligado em novas tecnologias. Apresentar uma instituição voltada para o jovem com uma lingua-gem capaz de seduzi-lo foi a premissa que norteou essa experiência pioneira e inovadora da nossa agência.

Entendemos que a experiência foi positiva, vitoriosa e promissora. Tanto para a agência quanto para o cliente, que quer se manter na liderança do mercado privado e na vanguarda do ensino e da tecnologia.

Essa iniciativa pioneira foi um dos fatos importantes para a nossa em-presa em 2010, ano em que a Plá se consolidou no mercado publicitário do Rio de Janeiro e se estabeleceu definitivamente como uma agência importante em Brasília. Esse senti-mento é confirmado pelos números: em 2010, nosso faturamento cresceu 28%. Tivemos um aumento de qua-lidade no nosso produto criativo e conquistamos cinco clientes, entre julho e dezembro.

Para 2011, temos metas realistas: crescer ainda mais no Rio de Janeiro, ir para o mercado de São Paulo no primeiro semestre e disputar a lide-rança no mercado brasiliense.

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Tá lendo o quê?Tá lendo o quê?

Flávia BritoProprietária da zinc

LivroInteligência Emocional na Empresa

AutorAyman Sawaf e Robert Cooper

Janaína OrtigaEmpresária da loja Ortiga

Livro1822

AutorLaurentino Gomes

Benigna Venâncio Joalheira

LivroGBT Paris

AutorLúcio Martins e Bebel Enge

Alexandre ReisProprietário da Bodega Austral

LivroCuriosidades sobre o Vinho

AutorPamela Vandyke Price

Seus autores, que moraram na capital francesa, elaboraram uma obra completa em todo tipo de informação. Cada bairro pari-siense é abordado com destaque para suas principais atrações. A Revolução francesa, os vinhos e queijos e a relação entre Paris e os brasileiros são alguns dos temas históricos e culturais tratados. Mais que um guia de viagem, o livro é um olhar bem brasileiro so-bre Paris. “Eu li este livro quando fui a Paris. foi maravilhoso chegar e ver pessoalmente tudo que li no livro”, conta Benigna.

Este livro é indicado aos apaixo-nados por vinho que querem saber ainda mais sobre o assunto. Na obra, Pamela Price conta uma história inspiradora sobre como começou esse tipo de bebida e ensina, por meio de uma maneira sintética e charmosa, um pouco sobre taças, garrafas, solos, uvas, métodos de fabricação, tradições e costumes da vitivinicultura.

é um livro muito interessante. Mostra como desenvolver e aplicar a inteligência emocional na liderança e nas organizações. hoje, sabe-se que as melhores decisões, os mais dinâmicos negócios e uma vida mais plena e bem-sucedida têm origem no QE, mais que no QI ou na capacidade mental. Os autores mostram que a inteligência emocional é a fonte da energia, autenticidade, aspiração e orientação humanas. Ela ativa nos-sos valores internos e propósitos na vida, transformando algo que pensamos em aquilo que vivemos.

1822 trata de questões como a formação das camadas sociais brasileiras constituídas por trafi-cantes de escravos, fazendeiros, senhores de engenho, pecuaristas, charqueadores, comerciantes, padres e advogados e aprofunda a discussão de como o Brasil se manteve como monarquia por mais de meio século. ’1822’ também aborda a polêmica e controversa figura de D.Pedro I, que tornou o Brasil independente com apenas 23 anos.

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Meu único arrependimento da vida é o de não ser outra pessoa.

Woody Allen

O homem nunca pode parar de sonhar. O sonho é o alimento da alma, como a comida é o alimento do corpo.

Paulo Coelho

A juventude não é apenas um período de vida (...), mas uma qualidade de alma que se caracteriza precisamente por um idealismo que se abre para o amanhã.

João Paulo II

Frases

Fé significa não querer saber a verdade

Friedrich Nietzsche

Não há só um método para estudar as coisas.

Aristóteles

Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente.

Fernando Pessoa

A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas informação nas mãos de muitos.

John Lennon

Comenta-se que ninguém de fato conhece uma nação até que se veja numa de suas prisões. Uma nação não deveria ser julgada pela forma que trata seus mais ilustres cidadãos, mas como trata os seus mais simplórios.

Nelson Mandela

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Justiça

A Justiça do Trabalho exerce relevante papel na pacificação dos conflitos individuais e

coletivos, oriundos das relações de trabalho. E, com a nova redação do artigo 114 da Constituição Federal (Emenda Constitucional 45/2004), também entre sindicatos, trabalhado-res e empregadores, no que se refere às ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho e na execução de ofício das contribuições sociais, entre outras competências.

A Justiça Especializada, como tam-bém é chamada a Justiça do Trabalho, se divide em três graus de jurisdição. Hoje, existem no país, mais de 1.500 Varas do Trabalho, 24 Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho. Este último com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional, tem como principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista. As Varas do Trabalho são responsáveis e competentes para conci-liar e julgar as reclamações trabalhistas. Momento em que as partes compare-cem perante o Juiz do Trabalho para apresentar seus pedidos (o reclamante) e a defesa (a reclamada).

A sentença proferida pelo Juiz do Trabalho poderá ser atacada por recur-so ordinário para o Tribunal Regional do Trabalho que reexaminará todas as provas e os fatos articulados pelas partes, e promoverá novo julgamento com nova decisão (acórdão). Dessa de-cisão caberá, ainda, recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho, a quem compete dar enquadramento jurídico aos fatos e provas trazidas aos autos, sem, contudo, reexaminá-los. É de fácil constatação que com mais de

1.500 Varas do Trabalho espalhadas por todo o nosso imenso país e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, a função uniformizadora do Tribunal Superior do Trabalho é extremamente importante e, ao mesmo tempo exaus-tiva, na medida em que chegam ao Tribunal milhares de processos que necessariamente serão examinados e julgados pelos 27 Ministros da Corte.

O Brasil é reconhecidamente um país com várias culturas, regionalismos e modismos. O que leva a decisões judiciais trabalhistas com diferentes interpretações para um mesmo caso. Um exemplo recente sobre essas diferenças de julgamento se verifica no chamado dano moral, que se carac-teriza pelo tratamento inadequado do empregador para com o seu emprega-do. O tratamento ofensivo, descortês e desigual pode levar à condenação da empresa e pagamento de polpudas indenizações ao empregado. Contudo, o que é ofensivo em uma determinada localidade, pode não ser em uma outra. No nordeste do país, por exem-plo, é costume se apelidar as pessoas (baixinho, gorducho, nariz grande, folgado, entre outros) e esse trata-mento é utilizado pelo empregador de forma carinhosa sem que se pretenda macular a imagem do trabalhador. Em outras regiões do país, todavia, poderá o empregado se sentir ofendido por ser chamado por um apelido que, para ele, é depreciativo. Situações assim, exigem do Tribunal Superior do Trabalho a pacificação da interpre-tação e uniformização da matéria, sem que descaracterize as regionalidades e culturas do nosso povo. Certos exage-ros vêm acontecendo e alguns Juízes do Trabalho passaram a condenar

as empresas em elevadas indeniza-ções, porque o gerente ou superior imediato deixou de cumprimentar o empregado (omissão de tratamento) ou, ao contrário, cumprimentou-o com muita efusividade, o que poderia insinuar uma tentativa de relaciona-mento extra-trabalho. Essas situações não devem e não podem ser reguladas pelos juízes trabalhistas que devem se balizar pelos aspectos legais e não pessoais e interpessoais.

Existem limites de atuação do Poder Judiciário e a chamada segurança jurí-dica reside exatamente nesses limites. Os jurisdicionados, empregadores e empregados, não podem ficar à mercê do individualismo e dos preconceitos do Juiz que pretende, com suas deci-sões, “reeducar” o cidadão, quando na verdade sua função é a de aplicar a lei ao caso concreto. O chamado “direito alternativo” não encontra amparo na lei e não compete ao Juiz decidir com base em suas convicções e pelo “seu código legal”, mas sim, com base nas leis e nos contratos e, na falta deles, conforme o caso, pela jurispru-dência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente, de acordo com os usos e costumes, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. O Tribunal Superior do Trabalho, felizmente, coíbe com rigor esses procedimentos e, por isso, tem o respeito e a confiança de todos os brasileiros.

*Roberto Caldas Alvim de OliveiraAdvogado em Brasília – especializado em Direito e Processo do Trabalho

Justiça do trabalho e a segurança jurídica

ROBERTO CALDAS*

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Diz Aí, ManéPérolas do ENEM 2009

O brasileiro é um ser fundamental para a nação brasileira

Os políticos são pessoas agravantes

Não adianta dá moral psicoló-gica pros políticos que eles não

sabem o que isso significa

Existe um desinteresse populacional por causa da desobservância da ética

da corrupção

Somos roubados por pessoas não qualificadas

para esse fim Discorro sobre o tempo

de Cabral, quando desgregados foram deixados aqui e a corrupção começou. Se tivessem deichado

só os padres hoje o Brasil era melhor

A falta de ética é tanta que o Brasil deveria exportar

A culpa da corrupção é da internet, que traz o caos pra dentro

de nossas casas

Trabalho honestamente para um traficante que tem mais ética

que o Sarney

O Brasil não teve mulheres presidentes mas várias

primeiras-damas foram do sexo feminino

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Cresça e Apareça ADRIANA MARQUES*

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching pela Socie-dade Brasileira de Coaching. Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.

O questionamento é simples, mas profundo. Parar para pensar aonde estamos, quem somos ou

qual o resultado final da soma de nos-sas escolhas nos leva a um nível a mais de auto-conhecimento. E nada mais crucial que o auto-conhecimento para quem quer crescer e aparecer!

Se nós nos déssemos conta da relevância de cada um dos nossos atos e da importância de cada passo que resolvemos dar, provavelmente estas perguntas seriam facilmente respon-didas A questão é que vivemos no modo automático. A rotina se repete ao longo dos dias, meses e, muitas vezes, anos. Acordar, trabalhar, pla-nejar as férias, a troca do carro, o casamento, a educação dos filhos... Os mais ousados pensam em arriscar mudar de carreira. Raros são aqueles que se permitem mudar de país, de família ou de status social.

Será que a criança que você foi se orgulha do adulto no qual você se transformou?

Quando eu ouvi esta pergunta, algo dentro de mim ficou mexido. Uma grande parte orgulhosa, feliz e até surpresa. Outra parte na dúvida.

A pergunta, na verdade, é um pouco mais rebuscada .

Quantos sonhos eu não matei para estar aonde eu estou? Quantos projetos divertidos e inusitados foram abandonados? Quantas chances de me encontrar com a família, rever amigos queridos e assistir conquistas alheias eu não me ausentei?

E quanto a forma como levo minha vida, se eu pudesse saber o que realmente as pessoas pensam de mim, o que eu descobriria? Como eu tenho tratado o mundo? Não é só uma questão de aonde chegamos, mas também de como chegamos.

Qual a contribuição que você tem oferecido pro mundo, diariamente? A forma como você trata as pessoas, os exemplos de gentileza, carinho e cuidado com o próximo. Por menores que possam parecer, o que falarão sobre suas conquistas daqui a 10, 15 ou 20 anos? Que impressão per-petuará ao longo dos anos quando te mencionarem em uma conversa?

Todas estas perguntas servem como base para a reflexão. Esta refle-xão pode guiar para a mudança em relação ao que precisa ser reavaliado ou para a manutenção de tudo o que foi conquistado.

Mudar o que precisa ser mudado ou celebrar o que deve ser assumido como conquista, realização e sucesso. Esta é a tarefa da vez. Tão importante quanto se dar conta dos hábitos, com-portamentos e atitudes que precisam ser jogados fora é comemorar o que já é a nossa história; o que já está es-crito como sendo nossa linha da vida. Nossos valores, nossa família, as rela-ções construídas ao longo do tempo. Os bens que acumulamos através dos nossos esforços, as viagens feitas, as festas em que estivemos presentes.

Separe em dois grupos distintos; de um lado o que vai deixar de te

pertencer e, do outro, o que é motivo de se orgulhar e manter como ganho.

Se você já comprou a agenda do próximo ano, use uma folha para lis-tar a primeira categoria e outra folha para listar a segunda. Acrescente a cada um dos itens que você escolheu descartar, o que você irá querer no lugar. Por exemplo, se você não quer mais estar ausente da sua família, escreva que quer estar presente para a sua família. Se você não quer mais perder a paciência com seus pares de trabalho por tão pouco, escreva que quer ser mais tolerante com as pessoas e, assim por diante.

Ao lado de cada uma das suas con-quistas, escreva uma palavra positiva ou um símbolo como estrela, coração ou carinha feliz. Por exemplo, rela-ções de amizade antigas que você mantém, escreva: “ Bom demais”, ou “Vale a pena!”.

Esta lista pode ser alimentada per-manentemente. O importante é que você se apodere da sua responsabili-dade em relação a cada um dos itens, não criando assim, falsas expectativas de mudança das outras pessoas.

O final do ano está próximo! Apro-veite a chance de embarcar em um ciclo de melhoria contínua e vislum-brar novas conquistas. Você merece!

O que foi que eu fiz da minha vida? Aonde foi que eu vim parar?

Um dia a gente acorda e pensa:

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*MARCO LOBOPonto de Vista

*Marco Lobo Gestor de Projetos ApexBrasil

A moda brasileira vem ganhando espaço. Tanto no mercado interno como externo, onde os

estilistas estão se profissionalizando e entendendo como deve ser gerida uma empresa de moda com o fortale-cimento de sua estrutura empresarial e buscando apresentar no exterior a criatividade brasileira por meio de ações bem organizadas com a articu-lação dos vários segmentos do setor, como: cosméticos, calçados, jóias, confecção e acessórios.

No Centro Oeste, o setor da moda vem crescendo, mas é necessário o aprimoramento constante das marcas regionais para que possam atender o consumidor nacional e internacional, pois a globalização é uma realidade que nos expõem integralmente e as-sim todos os empresários com traba-lho de qualidade devem estar prepa-rados para serem vistos nos padrões de qualidade da moda internacional. O CFW, terceiro maior evento de moda do país, é um caminho estru-turado para a apresentação da moda da região, que possui um diferencial, com destaque para as referências do cerrado com sua rica diversidade.

O CFW representa uma nova fase da moda brasiliense, tendo a preo-cupação em fortalecer as marcas da região por meio de ações estrutura-das como: apoio na capacitação das empresas regionais para a promoção comercial internacional; desenvol-

vimento de rodadas de negócios; fortalecimento da imagem inter-nacional das marcas com a vinda de jornalistas e, por fim, uma ação permanente de divulgação e sensi-bilização do setor da moda para a sociedade brasiliense com discussões mensais sobre vários temas.

O desafio é dar destaque à moda brasiliense no mercado nacional, bem como inserir a moda brasileira no cenário internacional, pois não somos os chineses, tampouco, euro-peus. Somos uma nova visão de luxo por meio do nosso estilo de vida, que está na vontade de viver refletida na criatividade dos estilistas brasileiros.

Uma oportunidade estratégica de crescimento para a moda brasileira foi aberta pela crise mundial, com o surgimento de novas demandas por uma moda inovadora, diferenciada e criativa. As oportunidades para a moda brasileira estão nas lacunas abertas pela crise mundial, onde o consumidor quer comprar novas marcas que demonstrem um estilo contemporâneo e inovador. Assim, a moda brasileira e, em especial a brasiliense, deve olhar para os países vizinhos e para a África, onde o con-sumo de produtos e serviços ligados à moda vem crescendo em uma pro-gressão geométrica.

As empresas do setor devem estar atentas aos movimentos do merca-do, tendo a inteligência comercial

e competitiva que analisa o cenário econômico, o carro chefe para aten-der o consumidor atual e dar orien-tações estratégicas sobre tendências de consumo da moda. Além disso, observa-se o crescimento contínuo de vendas on-line, em especial do setor da moda, com registro de 16% ao ano em todo o mundo.

Ressalto que o maior desafio de uma empresa de confecção na ex-portação é buscar constantemente, a inovação. O mercado internacional é gigantesco e exigente, altamente qualificado quanto aos padrões de qualidade. E a moda brasileira, não tendo uma estratégia, será mais uma entre tantas marcas.

Ações articuladas e em parceria são fundamentais para a exportação. Claro que não podemos esquecer o dever de casa, que é a capacitação constante em comércio exterior. O empresário deve entender que exportação pressupõe constante aprendizado e adequação a mercados internacionais com exigências dife-renciadas, tendo em vista aspectos como diversidade cultural e respon-sabilidade social. Ou seja, devemos entender que para estarmos lá fora é necessário estudar e pesquisar os mercados e conhecer os processos para entrar neles.

A Construção da

ModaBrasiliense

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Charge

Eixo Monumental

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O melhor do Natal está em nós mesmos.Nosso maior presente é o sentimento de fraternidade,alegria e esperança que a celebração desta data traz.E o melhor da sua essência,você encontra na Lord.

lordperfumaria.com.br

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