28
Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) PORTUGAL Primeiro Relatório de Progresso (apresentado ao abrigo do artigo 22.º da Diretiva 2009/28/CE) Maio de 2012

Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis

(PNAER)

PORTUGAL

Primeiro Relatório de Progresso

(apresentado ao abrigo do artigo 22.º da Diretiva 2009/28/CE)

Maio de 2012

Page 2: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

1. As quotas sectoriais e globais e o consumo efectivo de energia proveniente de fontes

renováveis nos últimos 2 anos – 2009 e 2010 (artigo 22.º, n.º 1, alínea a), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 1:

Quotas sectoriais (eletricidade, aquecimento e arrefecimento e transportes) e globais de energia proveniente de fontes renováveis1

2009 2010 FER-A&A2 (%) 37.86 34.45

FER-E3 (%) 38.4 41.2

FER-T4 (%) 3.87 5.59

Quota global de FER5 (%) 24.63 24.57

Parte proveniente do mecanismo de cooperação6 (%)

- -

Excedente para o mecanismo de cooperação7 (%)

- -

Quadro 1a:

Quadro de cálculo do contributo das energias renováveis em cada sector para o consumo de energia final (ktep)8

2009 2010 A) Consumo final bruto de FER para aquecimento e arrefecimento 2 590 2 241

B) Consumo final bruto de eletricidade a partir de FER (a) 1 789 1 994

C) Consumo final bruto de energia a partir de FER nos transportes 246 349

D) Consumo total bruto de FER9 4 604 4 561

E) Transferência de FER para outros Estados-Membros - -

F) Transferência de FER de outros Estados-Membros e países terceiros - -

G) Consumo de FER ajustado ao objectivo (D)-(E)+(F) 4 604 4 561 (a) Produção de eletricidade a partir de FER com a hídrica e a eólica harmonizada de acordo com a Diretiva 2009/28/CE

1 Facilita a comparação com o Quadro 3 e o Quadro 4a dos PNAER. 2 Quota de energias renováveis no sector do aquecimento e arrefecimento: consumo final bruto de energia a partir de fontes renováveis para aquecimento e arrefecimento (conforme definido no artigo 5.º, n.º 1, alínea b), e no artigo 5.º, n.º 4, da Diretiva 2009/28/CE), dividido pelo consumo final bruto de energia para aquecimento e arrefecimento. É aplicada a mesma metodologia do Quadro 3 do PNAER. 3 Quota de energias renováveis no sector da eletricidade: consumo final bruto de eletricidade a partir de fontes renováveis para o sector da eletricidade, conforme definido no artigo 5.º, n.º 1, alínea a) e no artigo 5.º, n.º 3, da Diretiva 2009/28/CE, dividido pelo consumo final bruto total de eletricidade. É aplicada a mesma metodologia do Quadro 3 do PNAER. 4 Quota de energias renováveis no sector dos transportes: energia final a partir de fontes renováveis consumida no sector dos transportes (ver artigo 5.º, n.º 1, alínea c), e artigo 5.º, n.º 5, da Diretiva 2009/28/CE), dividida pelo consumo nos transportes de: 1) gasolina; 2) gasóleo; 3) biocombustíveis utilizados nos transportes rodoviários e ferroviários e 4) eletricidade nos transportes terrestres (conforme reflectido na linha 3 do Quadro 1). É aplicada a mesma metodologia do Quadro 3 do PNAER. 5 Quota de energias renováveis no consumo final bruto de energia. É aplicada a mesma metodologia do Quadro 3 do PNAER. 6 Em pontos percentuais da quota global de FER. 7 Em pontos percentuais da quota global de FER. 8 Facilita a comparação com o Quadro 4a dos PNAER 9De acordo com o artigo 5.º, n.º 1, da Diretiva 2009/28/CE, o gás, a eletricidade e o hidrogénio a partir de fontes de energia renováveis só serão considerados uma vez. A dupla contabilização não é permitida.

Page 3: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quadro 1b: Contributo total efectivo (capacidade instalada, produção bruta de eletricidade) de cada tecnologia de

energias renováveis em Portugal para alcançar os objectivos obrigatórios de 2020 e a trajectória provisória indicativa das quotas de energia proveniente de fontes renováveis no sector da eletricidade10

2009 2010

MW GWh MW GWh

Hidrelétrica11: 5 080 11 270 5 102 11 775

não bombeada 3 991 10 127 4 013 10 584

<1MW 35 89 35 92

1MW–10 MW 351 891 343 905

>10MW 3 605 9 147 3635 9 587

bombeada 1 089 1 143 1 089 1 192

mista12:

1 089 1 143 1 089 1 192

Geotérmica 25 184 25 197

Solar: 115 160 132 201

fotovoltaica 115 160 132 201

solar concentrada - - - -

Marés, ondas, oceanos - - - -

Eólica13: 3 326 7000 3 796 8 395

terrestre 3 326 7000 3 796 8 395

ao largo - - - -

Biomassa14: 442 2 384 587 2 904

biomassa sólida 422 2 301 562 2 804

biogás 20 83 25 100

biolíquidos - - - -

TOTAL15 8 988 20 998 9 642 23 472

da qual em PCCE 272 1 370 456 1 604 NOTA: As capacidades indicadas correspondem às potências máximas para os respetivos anos 10 Facilita a comparação com o Quadro 10a dos PNAER. 11 Produção normalizada de acordo com a Diretiva 2009/28/CE e a metodologia do Eurostat. 12 Em conformidade com a nova metodologia do Eurostat. 13 Produção normalizada de acordo com a Diretiva 2009/28/CE 14 Tem apenas em conta as que satisfazem os critérios de sustentabilidade aplicáveis (ver o artigo 5.°, n.º 1, último parágrafo, da Diretiva 2009/28/CE). 15 Normalizada de acordo com a Diretiva 2009/28/CE e a metodologia do Eurostat.

Page 4: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quadro 1c: Contributo total efetivo (consumo de energia final16) de cada tecnologia de energias renováveis em

Portugal para alcançar os objectivos obrigatórios de 2020 e a trajectória provisória indicativa das quotas de energia proveniente de fontes renováveis no sector do aquecimento e arrefecimento (ktep)17

2009 2010

Geotérmica (com exclusão de calor geotérmico de baixa temperatura em aplicações em bombas de calor)

10 10

Solar 35 48

Biomassa18: 2 508 2 609

biomassa sólida 1 658 1 699

biogás 25 32

biolíquidos 825 878

Energias renováveis a partir de bombas de calor:

aerotérmicas

geotérmicas

hidrotérmicas

n.d. n.d.

n.d.

n.d. n.d.

n.d.

TOTAL 2 553 2 667

Da qual em AU19 1 206 764

Da qual biomassa em agregados familiares20 1 161 706

* n.d. – não disponível

16 Utilização direta e aquecimento urbano, conforme definido no artigo 5.º, n.º 4, da Diretiva 2009/28/CE. 17 Facilita a comparação com o Quadro 11 dos PNAER. 18 Ter apenas em conta as que satisfazem os critérios de sustentabilidade aplicáveis, ver artigo 5.º, n.º 1, último parágrafo, da Diretiva 2009/28/CE. 19 Aquecimento e/ou arrefecimento urbanos no consumo total de aquecimento e arrefecimento a partir de energias renováveis (FER-AU). 20 Do consumo total em aquecimento e arrefecimento a partir de energias renováveis

Page 5: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quadro 1d:

Contributo total efetivo de cada tecnologia de energias renováveis em Portugal para alcançar os objectivos obrigatórios de 2020 e a trajectória provisória indicativa das quotas de energia proveniente de fontes

renováveis no sector dos transportes (ktep)21, 22

2009 2010 Bioetanol/bio-ETBE - -

Dos quais biocombustíveis23 do artigo 21.º, n.º 2 - -

Dos quais importados24 - -

Biodiesel 226 326

Dos quais biocombustíveis25 do artigo 21.º, n.º 2 1,3 0,3

Dos quais importados26 12,3 16,8

Hidrogénio a partir de energias renováveis - -

Eletricidade renovável 15 19

Da qual no transporte rodoviário - 1

Da qual no transporte não rodoviário 15 18

Outros (como biogás, óleos vegetais, etc.) – é favor especificar 4,5 3,6

Dos quais biocombustíveis27 do artigo 21.º, n.º 2 4,5 3,6

TOTAL 246 349

21 Em relação aos biocombustíveis, ter apenas em conta os que satisfazem os critérios de sustentabilidade, ver o artigo 5.°, n.º 1, último parágrafo. 22 Facilita a comparação com o Quadro 12 dos PNAER 23 Biocombustíveis referidos no artigo 21.º, n.º 2, da Diretiva 2009/28/CE. 24 Da quantidade total de bioetanol/bio-ETBE. 25 Biocombustíveis referidos no artigo 21.º, n.º 2, da Diretiva 2009/28/CE. 26 Da quantidade total de biodiesel 27 Biocombustíveis referidos no artigo 21.º, n.º 2, da Diretiva 2009/28/CE.

Page 6: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

2. Medidas tomadas nos últimos 2 anos e/ou previstas a nível nacional para promover o crescimento da energia proveniente de fontes renováveis tendo em conta a trajectória indicativa para alcançar os objectivos nacionais em matéria de energia renováveis, conforme descrito no seu Plano de Acção Nacional para as Energias Renováveis (artigo 22.º, n.º 1, alínea a), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 2: Panorâmica de todas as políticas e medidas

Medidas terminadas até 31 de Dezembro de 2010

Datas de início e

termo da medida

Nome e referência da medida Tipo de Medida Resultado Previsto Atividade e/ou

grupo-alvo E/P

Início Fim

1.Assinatura do contrato de concessão da zona-piloto Voluntário Instalação de projetos de demonstração de Energia das Ondas REN P 2010 2010

2.Lançamento de concurso até 1.800 MW de potência eólica Regulamentar 1.800 MW de Potência instalada Produtor de Energias Renováveis E 2005 2008

3.Intensificação e diversificação do aproveitamento de todas as fontes de energia renovável para a produção de eletricidade, em especial a eólica e hídrica.

Voluntário Até 2010, 39% da produção de energia elétrica final tenha origem em energias renováveis.

Produtor de Energias Renováveis E 2006 2010

4.Programa Solar Térmico 2009 (residencial+IPSS+ADUP) Financeiro Instalação de 225.000 m2 painéis solares térmicos nos sectores alvo e produção de 54 MWh de energia renovável

Utilizador Final (habitações e instituições)

E 2009

5.Campanha publicitária ao programa solar térmico 2009 em outdoor. Rádio, televisão e imprensa

Campanha de Promoção Promoção do solar térmico em Portugal Utilizador Final E 2009 2010

6.Obrigatoriedade de Incorporação de Biocombustíveis no gasóleo rodoviário. Pagamento de compensações pelas entidades obrigadas à incorporação de biocombustíveis em gasóleo pela não obtenção dos certificados necessários

Regulamentar

2009 - 6% (v/v) e 2010 - 10% (v/v). No entanto, a não alteração, ou substituição por nova norma, da norma europeia EN 590 aplicável ao gasóleo rodoviário, implica a revisão destas metas de incorporação.

Entidades que introduzem gasóleo

rodoviário no consumo

E 2009 2010

7.Isenção de ISP parcial ou total para biocombustíveis a serem utilizados nos transportes rodoviários Regulamentar

Biocombustíveis substituto do gasóleo: 2007-183.270 tep; 2008 – 252. 608.64 tep; 2009 - 268.396.68 tep e 2010 – 284.184.72 tep Biocombustíveis substituto do gasolina: 2009 e 2010 - 88.395.62 tep

Produtor de Biocombustíveis E 2007 2010

Page 7: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Pequenos Produtores Dedicados 2009 e 2010: 40 000 toneladas.

8.Promover fileiras agrícolas nacionais de suporte através da isenção de ISP para combustíveis rodoviários que assegurem a sua incorporação

Financeiro Aumento da percentagem de matéria-prima endógena utilizada na produção de biocombustíveis Sector Agrícola E 2007 2010

9.Alteração do Código dos Impostos Especiais de Consumo (CIEC), para que os biocombustíveis beneficiem de isenção, total ou parcial, de imposto ISP

Regulamentar Aumento do consumo de biocombustíveis Operadores económicos E 2006 2010

10.Transposição para a ordem jurídica nacional a Diretiva nº 2003/30/CE, relativa à promoção da utilização de biocombustíveis ou de outros combustíveis renováveis nos transportes.

Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis fósseis, em teor energético em 2010

Operadores da fileira dos Biocombustíveis E 2006 2010

11.Ligação ferroviária ao Porto de Aveiro Financeiro

Transferência para o modo marítimo de 1 553 kt de mercadorias, anualmente, a partir de 2007. Transferência do modo rodoviário para o modo ferroviário, a partir de 2010, das cargas transportadas na ligação ferroviária ao Porto de Aveiro.

REFER E 2001 2009

12.Transposição da Diretiva da cogeração (1) Regulamentar Promoção de cogeração a partir de Energias Renováveis

Produtor de Energias Renováveis E 2010 2010

13.Dedução à coleta, 30 % das importâncias despendidas com a aquisição dos seguintes bens, desde que afetos a utilização pessoal, com o limite de 803 Euros: a) Equipamentos novos para utilização de energias renováveis; b) Equipamentos e obras de melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios, dos quais resulte diretamente o seu maior isolamento; c) Veículos sujeitos a matrícula, exclusivamente elétricos ou movidos a energias renováveis não combustíveis.

Regulamentar/Financeiro Aumento da utilização de Energias renováveis Utilizador Final E 2010 2010

14.Dedução à coleta, 30%, com o limite de 796 Euros das importâncias despendidas com a aquisição de: a) equipamentos novos para utilização de energias renováveis; b) Veículos sujeitos a matrícula exclusivamente elétricos ou movidos a energias renováveis não combustíveis

Regulamentar/Financeiro Aumento da utilização de Energias renováveis Utilizador Final E 2009 2009

Page 8: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Medidas em vigor/execução a 31 de Dezembro de 2010

Datas de início e

termo da medida

Nome e referência da medida Tipo de Medida Resultado Previsto Atividade e/ou

grupo-alvo E/P

Início Fim

1.Assegurar que a potência atribuída à data nas várias tecnologias (hídrica, eólica, biomassa e outras) se concretiza e é instalada Voluntário

Verificam-se alguns atrasos conjunturais em alguns projetos, nomeadamente eólicos e de biomassa que, contudo, não deverão comprometer a execução dos contratos. Continuará a ser feito um seguimento forte de implementação e controlo da execução dos contratos.

Produtores de eletricidade renovável

Em permanência

2.Programa para a Mobilidade Elétrica Regulamentar e Financeiro

2010: 300 Pontos de carregamento lento e 20 pontos de carregamento rápido 2011: 1.300 pontos de carregamento lento e 50 de carregamento rápido

Utilizador Final/Municípios E 2009

3.Programa MOBI.E de promoção dos veículos elétricos Voluntário

Introdução do veículo elétrico como alternativa aos modos de transporte rodoviários. Desenvolvimento de uma rede-piloto que engloba 25 municípios até 2012

Municípios P 2010

4.Transpor e aplicar, em Portugal, as diretivas e as melhores práticas relativas aos biocombustíveis, designadamente ao nível da definição dos critérios de sustentabilidade e dos melhores padrões de qualidade

Voluntário Assegurar a produção sustentável de biocombustíveis Operadores da fileira

de produção biocombustíveis

P 2010 2020

5.Promover a utilização de recursos endógenos para a produção de biocombustíveis, estreitando a ligação com a agricultura nacional e as soluções ligadas aos biocombustíveis de segunda geração

Voluntário

Aumento da utilização de recursos endógenos na produção de biocombustíveis e incentivar a produção de biocombustíveis produzida a partir de resíduos, detritos, material celulósico não alimentar e material lenho-celulósico

Operadores da fileira de produção

biocombustíveis P 2010 2020

6.Dinamização do Centro de Biomassa para a Energia, criando um centro de investigação, certificação e coordenação global do sector da biomassa, em articulação entre MEE e MAMAOT

Voluntário Crescimento da utilização sustentável da biomassa

Empresas de produção e

valorização de biomassa florestal

P 2010 2013

7.Lançar programas de co-financiamento de equipamentos de aquecimento ambiente e de águas sanitárias através da utilização de recuperadores de calor e de caldeiras alimentadas a biomassa.

Financeiro

Promover a introdução e utilização de pequenos equipamentos a biomassa para o aquecimento ambiente e AQS nos sectores doméstico e nos serviços públicos e equiparados

Instalações municipais, escolas,

IPSS Candidaturas

on/off

Page 9: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

8.Implementar experiência-piloto na cidade de Évora como smart city

Promover a gestão integrada da produção descentralizada de energia, o carregamento inteligente dos veículos elétricos e a gestão inteligente dos consumos, utilizando contadores inteligentes, e a gestão mais eficiente das operações de rede.

EDP 2010 2012

9.Viabilização de potência através de sobre-equipamento Regulamentar 400 MW por upgrade dos equipamentos eólicos Produtor de Energias Renováveis E 2010

10.Micro-produção: Incentivo à microprodução (instalações até 3,68 kW regime bonificado e até 5 kW regime geral)

Regulamentar/ Financeira

2010: 62 MW e 8 793 tep 2015: 165 MW e 23 447 tep

Utilizador Final (Residencial) E 2007

11.Escola micro-produtora: Instalação de Sistemas Micro-produtores de Energia Elétrica em escolas públicas

Financeiro/ Voluntário

2010: 5.6 MW e 605 tep 2015: 15 MW e 1 613 tep Estado (Edifícios) E 2008

12.Reforço da potência das infraestruturas hidroelétricas existentes (Picote, Bemposta e Alqueva).

Voluntário/ Financeiro 575 MW de Potência Instalada (Energia Hídrica) Produtor de Energias

Renováveis E 2007 2012

13.Investimentos de hidroelétrico com bombagem, importantes para assegurar a complementaridade com os recursos eólicos Financeiro Produtor de Energias

Renováveis E 2008 2017

14.Plano Estratégico Nacional para investimentos em aproveitamentos hídricos a realizar no horizonte 2007-2020. Aprovação do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH).

Voluntário

Construção de dez novas barragens. Potência instalada de 1100 MW e uma produção anual estimada em 1630 GWh e inclui ainda o upgrade de oito barragens já existentes. Produtor de Energias

Renováveis E 2007 2017

15.Tarifas especiais para a energia elétrica produzida a partir de fontes de energia renováveis Regulamentar Aumento da eletricidade produzida a partir de FER PRE E 2007

16.Criação de rede descentralizada de centrais de biomassa (~15 novas centrais) Regulamentar 100 MW de potência instalada Produtor de Energias

Renováveis E 2006 2014

17.Solar Térmico - Piscinas: Instalação de Sistemas Solares Térmicos para AQS em piscinas e balneários

Financeiro/ Voluntário 2.301 tep em 2010 e 6.138 tep em 2015 Estado (Edifícios) E 2008 2015

18.Solar Térmico - Recintos Desportivos: Instalação de sistemas solares térmicos para AQS.

Financeiro/ Voluntário 2.301 tep em 2010 e 6.138 tep em 2015 Estado (Edifícios) E 2008 2015

19.Programa Água Quente Solar para Portugal Campanha de Promoção

2005 - 2006: 13.000 m2/ano 2007 -2020: instalação de 100.000 m2/ano Utilizador Final E 2003 2006

Page 10: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

20.Criação de especificações que permitam a comercialização de combustíveis com incorporações de biocombustíveis superiores às constantes nas normas vigentes, com níveis máximos de 20 % a partir de 2008, para os veículos compatíveis com essas especificações.

Regulamentar Aumento do consumo de biocombustíveis

Entidades responsáveis pela

introdução de gasóleo rodoviário no

consumo/ Comercializadores de

combustíveis

P 2008

21.Determinar que seja estabelecida uma quota mínima de 5 % de incorporação de biocombustíveis no gasóleo colorido e marcado a partir do 2.º trimestre de 2008

Regulamentar Aumento do consumo de biocombustíveis

Entidades que introduzem gasóleo colorido e marcado

no consumo

E 2008

22.Transferência modal associada à expansão do metropolitano de Lisboa (Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa) 2004 2015

23.Transferência modal associada à construção do metropolitano do Porto (Autoridade Metropolitana de Transportes de Porto)

Financeiro 130.428 tep em 2015 Autoridade Metropolitana E

2006 2015

24.Incremento na utilização da rede ferroviária Voluntário 31.123 em 2010 e 33.577 tep em 2020 Utilizador Final E 2008 2020

25.Amortização num período de 4 anos de investimentos em equipamento solar, visto ser de 25% o valor máximo da taxa de reintegração e amortização aplicável. Permite a amortização dos sistemas solares em 4 anos, independentemente de outros incentivos.

Regulamentar/Financeiro Aumento da utilização de Energias renováveis Empresas E 2010

26.Criação do Fundo de Apoio à Inovação (FAI) - Regulamentar/Financeiro

Promover o desenvolvimento e investigação na área das energias renováveis

Sector Energias Renováveis E 2008

27.Edifícios Residenciais: Alcançar nos novos edifícios quotas mínimas por classes eficientes. Programas para a remodelação do parque com necessidades de reparações

Regulamentar 34.792 tep em 2010 e 94.436 tep em 2015 Utilizador Final (Residencial) E 2006 2015

28.Edifícios de Serviços: Alcançar nos novos edifícios quotas mínimas por classes. Aumento de penetração de sistemas de cogeração. Implementação de solar térmico e de micro-produção em escolas

Regulamentar 32.561 tep em 2010 e 98.386 tep em 2015 Serviços E 2006 2015

29.QREN - Financiamento Iniciativas-piloto inovadoras de produção (através de fontes renováveis) e de utilização racional de energia

Financeiro Aumento da utilização de Energias Renováveis para transportes e aquecimento e arrefecimento

Produtor de Energias Renováveis/

Empresas E 2007 2013

30.Criação das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) Regulamentar Aumento da biomassa disponível Proprietários ou produtores Florestais E 2005

Page 11: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

31.Aparelhos, máquinas e outros equipamentos, exclusiva ou principalmente destinados à captação e aproveitamento de energia solar, eólica, geotérmica ou de outras formas alternativas de energia estão sujeitos a IVA à taxa intermédia de 12%.

Regulamentar/Financeiro Aumento da utilização de Energias renováveis Utilizador

Final/Empresas E 2011

Destas medidas, há a fazer os seguintes comentários: O PNBEPH que foi apresentado no PNAER tem sofrido algumas alterações devido a questões ambientais e outras de índole financeira. Assim o Plano passou a contemplar a construção de 4 barragens, com potência instalada de 834 MW até 2020, estando previsto fim da construção de mais 3 barragens pós 2020 com uma potência instalada de 1154 MW. 4 destas barragens são reversíveis. No que se refere às 15 centrais a biomassa florestal, foram adjudicadas 11 centrais (76 MW), das quais já se encontram licenciadas 4 centrais (19 MW) cuja construção se prevê que esteja finalizada em 2014, destas encontram-se em funcionamento 2 centrais (5 MW) e foram abandonadas 2 centrais (4MW). Encontram-se por contratualizar 2 centrais (20 MW) presas por questões financeiras e jurídicas.

Page 12: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

2.a Descreva os progressos feitos na avaliação e melhoramento de procedimentos administrativos para eliminar as barreiras regulamentares e não regulamentares ao desenvolvimento de energia proveniente de fontes renováveis (artigo 22.º, n.º 1, alínea e), da Diretiva 2009/28/CE)

O licenciamento de instalações de produção de energia elétrica com base em fontes renováveis rege-se, basicamente, pelo Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de Maio que estabelece normas relativas à atividade de produção de energia elétrica por pessoas singulares ou por pessoas coletivas de direito público ou privado e pelo Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de Dezembro, que define o regime de gestão da capacidade de receção de energia elétrica nas redes do Sistema Elétrico de serviço público. Para além destes diplomas base existe um conjunto de legislação que, para além de estabelecer regras para autorizar ligações à rede elétrica pública, contém também disposições que permitem planear o desenvolvimento das energias renováveis, e simplificar procedimentos necessários à concessão das autorizações para ligar as instalações de produção à rede elétrica pública, como por exemplo o Decreto-lei n.º 288/2007, de 15 de Julho que permite a atribuição de licença de produção prévia ao relatório de conformidade ambiental do projeto de execução (RECAPE). No que respeita às redes de transporte e distribuição de eletricidade os instrumentos de planeamento são os Planos de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte (PDIRT) e da Rede de Distribuição (PDIRD). São planos de médio prazo preparados pelos Operadores do Sistema que evidenciam o desenvolvimento futuro das redes para satisfazer as necessidades não só do consumo e da produção mas também da capacidade instalada em centro produtores com base em fontes de energia renovável (FER). A Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) é a entidade responsável pela atribuição de ligações à rede e aprovação de projetos relativos à produção de energia elétrica com base em FER, sendo o balcão único para os projetos não hídricos. A legislação aplicável é, como já referido, o Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de Dezembro, sendo que toda a tramitação está claramente descrita no referido diploma desde o pedido de informação prévia, condições de ligação à rede elétrica, até à atribuição da licença de exploração do centro electroprodutor Ultimamente o procedimento de PIP tem sido pouco utilizado atendendo às limitações da capacidade de receção de energia elétrica, de modo a permitir atender todos os pedidos de ligação em termos imediatos. Atendendo a este facto, ultimamente o procedimento adotado para atribuição do ponto de receção de energia elétrica tem sido por via de concurso, nos termos do artigo 14º do Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de Dezembro, sendo definidas à partida as zonas de rede do país onde existe capacidade de receção disponível, o que permite ultrapassar a incerteza da existência, ou não, de capacidade disponível quando se trata dos pedidos de informação prévia. Para o caso do licenciamento das infra-estruturas hídricas, para produção de energia, este carece da atribuição de um título para utilização dos recursos hídricos, concedido pela Administração da Região Hidrográfica (ARH) territorialmente competente, previamente à autorização concedida pela DGEG.

Page 13: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Estes procedimentos, pela natureza do recurso em causa, obrigam a um processo de auscultação de outros potenciais interessados que, no caso de existirem, torna necessário conforme disposto na Lei Quadro da água e no Decreto-Lei n. 226-A/2007, de 31 de Maio à abertura de um procedimento concursal, conduzindo, em consequência, a períodos de licenciamento mais prolongados. Apesar disto, deve-se reconhecer o esforço que as ARH têm vindo a desenvolver neste âmbito, apresentando propostas para simplificar os procedimentos de licenciamento ou para clarificar os procedimentos, nomeadamente, através do desenvolvimento de manuais de procedimento.

Regimes de licenciamento simplificados - Microprodução

A atividade de microprodução é regulada pelo Decreto-Lei n.º 363/2007, de 2 de Novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 118-A/2010, de 25 de Outubro, e pelo Despacho do SEEI de 26 de Novembro de 2010, que veio definir os elementos instrutórios do pedido de registo. A microprodução visa a implementação de centrais de produção de energia elétrica de pequena potência, de origem renovável, até 3,68 kW ou 11,04 kW (caso de condomínios), e a promoção da Água Quente Solar, com regras claras vertidas na legislação e no site dedicado á autorização de licenciamento para este tipo de instalações. As características principais deste regime são: - Programação anual com datas previamente fixas e divulgadas de modo a harmonizar a execução e entrada em funcionamento das instalações ao longo do ano; - Desmaterialização de todo o processo; - Licenciamento efetuado através de um Sistema de Registo de Microprodução (SRM), que constitui uma plataforma eletrónica de interação entre a Administração Pública e os produtores, acessível através do Portal Renováveis na Hora: http://www.renovaveisnahora.pt ; - Atribuição automática de potência - Pedido de inspeção das instalações feita por sms. - Certificado de exploração da instalação emitido dentro do prazo de 120 dias, sendo esta ligada à rede num prazo adicional de 30 dias. - Custo fixo para todo o processo Estas instalações de produção associadas a instalações de consumo implicam medidas de eficiência energéticas resultando ainda, benefícios com a redução da necessidade de novos investimentos em rede e com as perdas evitadas na Rede de Distribuição, originada pela produção descentralizada. Desde o início do funcionamento do programa em 2008, foi sempre atingida a quota de potência disponibilizada anualmente, tendo sido excedida a oferta. Ao abrigo do DL 363/2007 foram licenciadas 10.339 instalações que totalizam 35 MW. Após as alterações introduzidas pelo DL 118-A/2010, foram licenciadas 10.330 instalações com a potência total de 37 MW.

Page 14: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

- Miniprodução A atividade de miniprodução é regulada pelo Decreto-Lei n.º 34/2011, de 8 de Março, e pelo Despacho do SEEI, de 21 de Abril de 2011, que veio definir os elementos instrutórios do pedido de registo. A miniprodução visa a implementação de centrais de produção de energia elétrica de baixa potência, de origem renovável, de 3,68 kW ou 11,04 kW (no caso de condomínios) até 250 kW, associadas à implementação de medidas de eficiência energética. À semelhança da microprodução, o licenciamento é efetuado através de um Sistema de Registo de Miniprodução (SRMini), acessível através do Portal Renováveis na Hora: http://www.renovaveisnahora.pt Com esta medida os promotores podem solicitar a emissão do certificado de exploração dentro do prazo de 190 dias, no caso de instalações ligadas em baixa tensão (BT), ou 250 no caso de instalações ligadas em média tensão (MT), sendo esta ligada à rede num prazo adicional de 30 dias. Desde o início do funcionamento do programa em Junho de 2011, ao abrigo do regime da miniprodução foram licenciadas até à data 236 instalações que totalizam cerca de 13,5 MW.

- Projetos FER offshore Foi viabilizada pelo Governo em 2008, com a publicação do Decreto-lei n.º 5/2008, de 8 de Janeiro uma zona piloto para a energia das ondas com capacidade de receber cerca de 250 MW, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento desta tecnologia, simplificar barreiras administrativas, encargos e tempos de decisão, através de um procedimento simplificado. Esta atividade de produção de energia pode ser exercida num de tês regimes: regime de demonstração de conceito, regime pré-comercial ou regime comercial. Foi ainda criada uma entidade gestora a quem foi acometida a concessão da zona piloto, com responsabilidades de dinamizar o processo, atribuir licenças e autorizações, incluindo a autorização para utilização do corredor para implantação das infra-estruturas para ligação à rede elétrica pública que lhe está associada, e garantir os adequados mecanismos de divulgação e promoção da zona piloto a nível nacional e internacional. De referir que antes da criação da Zona Piloto para implementar um projeto desta natureza eram necessários vários pareceres de entidades com jurisdição na orla costeira marítima, designadamente: IH – Instituto Hidrográfico, INAG – Instituto da Água, ICNB– Instituto de Conservação da Natureza, IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, IPIMAR –Instituto de Investigação das Pescas e do Mar, DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia, REN - Rede Elétrica Nacional e EDP - Eletricidade de Portugal. Atualmente, no âmbito da concessão do domínio público hídrico não é necessária a obtenção da licença de utilização privativa dos recursos hídricos por parte dos promotores que venham a desenvolver a sua atividade relacionada com a produção de energia elétrica na Zona Piloto.

- Mini-hídricas

Page 15: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

O atual processo de implementação de centrais mini-hídricas, como referido acima, requer a obtenção de título de utilização dos recursos hídricos, nos termos da Lei n.º58/2005, de 29 de Dezembro (Lei da Água) e do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, bem como a atribuição de capacidade de injeção de potência na Rede Elétrica de Serviço Público e identificação dos pontos de receção associados para a produção de energia elétrica a partir de FER. Tendo em conta que a obtenção dos referidos títulos e autorizações administrativas requer procedimentos a tramitar junto de diferentes autoridades competentes, ao abrigo de regimes jurídicos diferentes, tornou-se essencial assegurar a sua simplificação e articulação de forma a que, através de um processo simultâneo, se obtivessem as autorizações necessárias ao completo aproveitamento e exploração de mini-hídricas de modo a atingir-se o aproveitamento pleno do potencial para a instalação destas centrais. Neste sentido, a Resolução de Conselho de Ministros (RCM) n.º 72/2010, de 2 de Setembro estabeleceu o lançamento de procedimentos concursais de iniciativa pública garantindo a necessária articulação das entidades licenciadoras intervenientes. O lançamento destas iniciativas conjuntas de base regional permitiu, em simultâneo, a atribuição dos títulos de utilização dos recursos hídricos (TURH), relativos a determinados troços fluviais, e de potência de injeção adequada na respetiva zona de rede com vista à produção de energia, contribuindo assim para o reforço de coordenação das entidades licenciadoras que nela intervêm. Em concretização da referida resolução, o Decreto-Lei n.º 126/2010, de 23 de Novembro, estabeleceu o regime de implementação de aproveitamentos hidroelétricos com capacidade instalada até 20 MW. A definição das zonas de implementação destes aproveitamentos teve em consideração os estudos já elaborados ou em elaboração por parte das ARH, nomeadamente no que diz respeito ao planeamento dos recursos hídricos ao nível das sub-bacias hidrográficas, visando garantir o necessário equilíbrio entre o desenvolvimento económico potenciado por tais aproveitamentos e a preservação dos recursos hídricos e do ambiente, evitando, nomeadamente, a existência de impactes significativos em zonas sensíveis do ponto de vista ambiental, sem prejuízo da exigência de um procedimento de avaliação de impacte ambiental ou de incidências ambientais nos termos da legislação aplicável. Assim, foram definidos pelas ARH os troços fluviais onde era viável a instalação destas centrais hidroelétricas fixando as potências de ligação à rede elétrica pública associada a cada troço, garantindo simultaneamente a capacidade de ligação à rede para a potência posta em concurso, a qual foi analisada pela DGEG e definida pelos operadores de rede. Do resultado deste procedimento concursal foram adjudicados 78 MW distribuídos por vários lotes definidos pelas ARH do Norte, do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo. Também, e no âmbito da RCM n.º 72/2010 foi estabelecido um regime especial aplicável às expropriações necessárias à concretização destas centrais hidroelétricas com o objetivo de permitir a conclusão e exploração das referidas centrais com a maior brevidade possível, garantindo a celeridade dos procedimentos expropriativos, mas assegurando o respeito pelos direitos particulares nos termos da lei.

Page 16: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Para concretização dos objetivos acima referidos foi publicado o Decreto-lei n.º 126/2010, de 23 de Novembro.

Medidas de melhoria dos processos atuais

Foi criado pela Secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território e pela Secretaria de Estado da Energia um Grupo de Trabalho, constituído pelas seguintes entidades: Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Administração de Região Hidrográfica- Lisboa e Vale do Tejo (ARH-LVT), Instituto da Água (INAG), Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEG).

Deste grupo de trabalho nasceram as seguintes recomendações:

Em geral:

• Reforço do posicionamento da DGEG como interlocutor em todos os processos de licenciamento coordenando as interações entre os vários intervenientes envolvidos.

• O MEE/DGEG analisa em primeiro lugar a viabilidade económica e interligação na rede elétrica pública.

• O MAMAOT/APA apenas analisa os pedidos que cumprem as condições de interligação na rede e os critérios de viabilidade económica.

• Criação de uma plataforma eletrónica de suporte ao funcionamento do balcão único, para acompanhamento da evolução de cada processo

• Otimização e desmaterialização dos processos.

Procedimentos de Licenciamento não hídrico:

• Criação de regulamentação para o processo de Avaliação de Incidências Ambientais e emissão da Declaração de Incidências Ambientais pelas CCDR’s, com exceção da análise de incidências Ambientais sobre a Rede Natura 2000.

Procedimentos de Licenciamento hídrico:

• Proposta de articulação entre os processos de Avaliação de Impacte Ambiental e de emissão de Títulos de Utilização do Domínio Hídrico (TUDH) relativamente à respetiva integração (ou não) de procedimentos. • Apesar de modelo de licenciamento melhorado no futuro, há conjunto de situações ongoing que necessitam de ter no imediato uma solução prática (regime transitório) – são as situações de pedidos antigos de TUDH que as ARH´s têm em seu poder. Necessário definir procedimento a adotar.

Page 17: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

• Necessidade de uma análise ex-ante, planificada, da instalação/autorização de mini-hídricas (particularmente nas regiões norte e centro), devendo a sede dos planos de gestão de região hidrográfica ser considerada como instrumento privilegiado para este fim, tendo designadamente em conta as necessidades de produção, as disponibilidades de ligação à rede, a gestão do recurso água e a integridade dos ecossistemas fluviais e dulciaquícolas.

• Criação de um regime simplificado de TUDH, para situações a definir e tipificar pelas entidades do MAMAOT. • Criação de regime simplificado para a atribuição de TUDH na micro e miniprodução (regime legal próprio e simplificado) 2.b Descreva as medidas tomadas para assegurar o transporte e a distribuição de

eletricidade produzida a partir de fontes de energia renováveis e melhorar o enquadramento ou as regras relativas à assunção e partilha dos custos relacionados com ligações à rede e reforços de rede (artigo 22.º, n.º 1, alínea f), da Diretiva 2009/28/CE)

Por forma a dar resposta às orientações de política energética nacional e a assegurar a gestão eficiente do Sistema Elétrico português, a REN, transportador nacional de energia, tem delineado e posto em prática uma estratégia de expansão e de reforço da rede de transporte de eletricidade em MAT como um todo, incluindo a sua interligação com a rede de distribuição. Estas orientações estão em linha com a estratégia europeia para a energia e encontram-se definidas na Estratégia Nacional para a Energia (ENE). Estes documentos têm efetivamente vincado uma aposta no aproveitamento dos recursos naturais existentes, com particular destaque para a produção de energia elétrica a partir de energias renováveis. Para o efeito, a REN tem mantido um intenso contacto, não só com os potenciais promotores destes projetos, como também com outras entidades, nomeadamente as governamentais competentes, no sentido de identificar as regiões com maior potencial energético (com destaque para os recursos hídricos e eólicos). Posteriormente foi delineado um plano de desenvolvimento e reforço da rede em conformidade com as necessidades identificadas. Este plano teve como uma das suas consequências um aumento significativo das necessidades de investimento da REN, tendo nos últimos anos vindo a ser alocados para integração de renováveis, em média, cerca de 30M€/ano. Paralelamente, foi também desenvolvido um esforço no campo da investigação e desenvolvimento, de forma a assegurar as condições técnicas necessárias à manutenção da segurança e qualidade de abastecimento dos consumos, tendo presente a grande volatilidade e intermitência deste tipo de produção. Deste trabalho destaca-se a definição dos requisitos técnicos exigidos aos produtores intermitentes para se ligarem à rede. No que respeita às regras relativas à assunção e partilha dos custos relacionados com ligações à rede, estas encontram-se definidas no Regulamento de Relações Comerciais do Sector Elétrico. No capítulo X deste regulamento, (pag.67) são definidas as condições comerciais aplicáveis ao estabelecimento das ligações às redes de instalações produtoras ou consumidoras de energia elétrica, sendo de destacar:

Page 18: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

• A obrigatoriedade dos operadores da rede proporcionarem a ligação de instalações

produtoras, de acordo com as capacidades de receção das redes elétricas, nos termos da legislação aplicável;

• Identificação das instalações de produtores (por potência) que devem ser ligadas às redes de distribuição ou às redes de transporte;

• Responsabilidade dos encargos da ligação: - ligações particulares ficam a cargo dos promotores - desenvolvimento global da rede para assegurar o cumprimento das orientações de política energética são da responsabilidade dos operadores de rede, com esses encargos a serem repercutidos no funcionamento global do sistema.

Adicionalmente, a execução dos projetos de ligação é supervisionada pela entidade operadora de rede, devendo esta também prestar o apoio técnico necessário à sua implementação. No que toca ao acesso à rede de distribuição de eletricidade, a partilha de custos rege-se igualmente nos termos do Regulamento de Relações Comerciais do Sector Elétrico. Nos casos particulares da microprodução e miniprodução, a ligação é feita no ponto de ligação do cliente associado, sendo que a repartição de encargos, devidos à ligação do cliente, decorre do Artigo 91.º do mesmo regulamento. Excetua-se do descrito anteriormente, os encargos devidos à ligação do centro electroprodutor a construir na Zona Piloto para aproveitamento da energia das ondas, constituída pelo Decreto-Lei n.º 5/2008. Ainda segundo o Regulamento das Relações Comerciais, ligam na rede de distribuição os produtores com potência instalada inferior ou igual a 50MVA., ficando, a ligação do produtor à rede de distribuição apenas condicionada pela capacidade de receção na rede de transporte a montante. O operador da rede de distribuição iniciou na cidade de Évora o projeto Inovgrid, o qual dota a rede elétrica de informação e equipamentos inteligentes capazes de automatizar a gestão de energia, melhorando assim a qualidade do serviço. O conceito de Smartgrids permite, em potencial, aumentar a integração de produtores de FER na rede, pois o conhecimento em tempo útil do estado da rede, permite admitir um maior número de produtores ligados face ao limite hoje estabelecido segundo critérios conservadores.

Page 19: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

3. Descreva os regimes de apoio e outras medidas de promoção de energia proveniente de fontes renováveis actualmente em vigor e forneça informações sobre qualquer evolução das medidas utilizadas em relação às estabelecidas no seu Plano de Acção Nacional para as Energias Renováveis (artigo 22.º, n.º 1, alínea b), da Diretiva 2009/28/CE).

Para uma melhor compreensão da evolução dos apoios à produção de energia FER em Portugal será necessário indicar os montantes relativos aos anos a que diz respeito o relatório (2009 e 2010)

Quadro 3a: Regimes de apoio às energias renováveis em 2009

Regimes de apoio às FER (por exemplo, 2009) Apoio por unidade Total (M€)*

Biocombustíveis (biodiesel) €/m3 Isenção fiscal (Grandes Produtores) 280 79,7 Isenção fiscal (Pequenos produtores dedicados) 364,41 2,1

Eletricidade renovável €/MWh ** Incentivos à produção – Tarifa de aquisição (sobrecusto relativo à tarifa de mercado)

Microprodução (Fotovoltaica) 592,9 6,3 Fotovoltaica 283,1 39,4 Biomassa 65,5 20,0 Biogás 61,3 4,4 Cogeração renovável 42,5 69,7 Eólica 49,1 366,0 Mini-hídrica (até 10 MW) 42,9 34,9

Resíduos Sólidos Urbanos 35,7 16,3 Solar térmico Subsídios ao investimento (subvenções em capital

ou empréstimos) (€/unidade) n.a. 90

Dedução em sede de IRS (equipamentos renováveis) Isenção fiscal/reembolso n.a. n.a. Apoio total anual estimado no sector da eletricidade 51,6 557,0 Apoio total anual estimado no sector do aquecimento 90 Apoio total anual estimado no sector dos transportes 81,8 * A quantidade de energia que beneficia de apoio, apresentada por unidade, dá uma indicação da eficácia do apoio relativamente a cada tipo de tecnologia. ** Valores médios de sobrecusto relativo ao valor médio de mercado de 44,61 €/MWh em 2009.

Page 20: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quadro 3b: Regimes de apoio às energias renováveis em 2010

Regimes de apoio às FER (por exemplo, 2010) Apoio por unidade Total

(M€)* Biocombustíveis (biodiesel) €/m3

Isenção fiscal (Grandes Produtores) 280 103,6 Isenção fiscal (Pequenos produtores dedicados) 364,41 1,6

Eletricidade renovável €/MWh ** Incentivos à produção – Tarifa de aquisição (sobrecusto relativo à tarifa de mercado)

Microprodução (Fotovoltaica) 584,7 21,6 Fotovoltaica 291,9 48,7 Biomassa 69,4 42,4 Biogás 68,2 6,3 Cogeração renovável 52,5 91,8 Eólica 53,0 479,0 Mini-hídrica (até 10 MW) 50,0 68,1

Resíduos Sólidos Urbanos 42,2 19,1 Solar térmico Subsídios ao investimento (subvenções em capital

ou empréstimos) (€/unidade) n. a. 9,5

Apoio total anual estimado no sector da eletricidade 57.5 777,0 Apoio total anual estimado no sector do aquecimento 9,5 Apoio total anual estimado no sector dos transportes 105,2 * A quantidade de energia que beneficia de apoio, apresentada por unidade, dá uma indicação da eficácia do apoio relativamente a cada tipo de tecnologia. ** Valores médios de sobrecusto relativo ao valor médio de mercado de 38,74 €/MWh em 2010.

Quadro 3c: Regimes de apoio às energias renováveis em 2011P

Regimes de apoio às FER (por exemplo, 2010) Apoio por unidade Total (M€)*

Biocombustíveis €/m3 Obrigação/quota (5% em teor energético) - - Sanção (€/tep de biocombustível em falta) 2000 €/tep

Isenção fiscal (Pequenos produtores dedicados) 364,41 1,6 Eletricidade renovável €/MWh **

Incentivos à produção – Tarifa de aquisição (sobrecusto relativo à tarifa de mercado)

Fotovoltaica 290,8 54,4 Biomassa 61,1 42,0 Biogás 58,7 8,9 Cogeração renovável 43,3 78,2 Eólica 41,7 380,3 Mini-hídrica (até 10 MW) 39,6 40,2

Resíduos Sólidos Urbanos 32,2 15,6 Apoio total anual estimado no sector da eletricidade n. a. 619,7 Apoio total anual estimado no sector do aquecimento 0 Apoio total anual estimado no sector dos transportes 1,6 * A quantidade de energia que beneficia de apoio, apresentada por unidade, dá uma indicação da eficácia do apoio relativamente a cada tipo de tecnologia. ** Valores médios de sobrecusto relativo ao valor médio de mercado de 51,84 €/MWh em 2010.

Da análise dos quadros 3a, 3b e 3c verifica-se que: - Para o setor dos transportes foram atribuídas isenções de ISP ao biocombustível incorporado nos combustíveis fósseis em Portugal. Este regime de apoio foi revogado pelo Decreto-Lei nº 117/2010, de 25 de Outubro, para os grandes produtores, tendo sido fixadas metas de incorporação, em teor energético, de 2011 a 2020 (ver artigo 11º do referido decreto-lei). A

Page 21: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

isenção fiscal apenas se manteve para os pequenos produtores dedicados, conforme previsto no Código de Impostos Especiais de Consumo; - Para a produção renovável elétrica são estabelecidas FIT por tecnologia sendo depois apresentados nos quadros o valor correspondente ao sobrecusto destas FIT relativamente ao valor de mercado; - Para o setor do aquecimento e arrefecimento, existiu em 2009 uma campanha de apoio financeiro para a instalação de sistemas solares térmicos no setor residencial e em 2010 para PMEs. Em 2011 não houve qualquer iniciativa de apoio a estes sistemas renováveis. Existem ainda, em 2011, outros benefícios fiscais, tais como: - taxa intermédia de IVA para os equipamentos renováveis de 13%; - dedução à coleta, em sede de IRS de 30% das importâncias despendidas com a aquisição de equipamentos de produção de energia a partir de fontes renováveis, até ao limite de 803 €. Para estes últimos mecanismos de apoio não se encontram disponíveis os montantes de perda de receita fiscal, pois a sua abrangência não se limita exclusivamente às energias renováveis, sendo impossível a determinação do valor correspondente à instalação de equipamentos de produção de energia a partir de fontes renováveis.

3.1. Forneça informações sobre o modo como a eletricidade que é objeto de apoio é atribuída aos consumidores finais para efeitos do estabelecido no artigo 3.º, n.º 6, da Diretiva 2003/54/CE (artigo 22.º, n.º 1, alínea b), da Diretiva 2009/28/CE)

O regulador nacional, ERSE, relativamente a esta questão, Rotulagem de Energia Elétrica, elaborou um documento de princípios e boas práticas no sentido de harmonizar o cálculo e o formato da informação sobre as fontes de energia utilizadas na produção da energia elétrica consumida e respetivos impactes ambientais. A Lei n.º 51/2008, de 27 de Agosto, e o Regulamento de Relações Comerciais (RRC) estabelecem a obrigatoriedade de todos os comercializadores de energia elétrica incluírem nas faturas informação sobre: - A origem da energia elétrica que adquiriram e venderam aos seus clientes (mix); - Os impactes ambientais associados ao fornecimento da sua energia elétrica. A rotulagem da energia elétrica tem dois objetivos fundamentais: - Informar o consumidor sobre o produto que está a consumir, tornando o consumo mais consciente, designadamente sobre os recursos energéticos primários utilizados na produção de energia elétrica e os impactes ambientais associados ao fornecimento. Desta forma, o cliente é responsabilizado pela sua escolha de consumo; - Permitir a diferenciação entre comercializadores, fomentando assim a concorrência no mercado retalhista. A ERSE elaborou um documento de princípios e boas práticas com um conjunto de orientações consideradas mínimas para garantir uma rotulagem de qualidade. Este documento, que constitui a Recomendação n.º 2/2011 da ERSE reúne um conjunto de disposições consideradas mínimas, nada impedindo um determinado comercializador de adotar medidas adicionais, designadamente para se diferenciar dos restantes comercializadores.

Page 22: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Para mais informações sobre o tema da Rotulagem Elétrica favor consultar o link: http://www.erse.pt/pt/desempenhoambiental/rotulagemenergetica/Paginas/default.aspx 4. Quando aplicável, forneça informações sobre a forma como foram estruturados os

regimes de apoio a fim de ter em conta as aplicações FER que proporcionam benefícios adicionais, mas que podem também ter custos mais elevados, incluindo os biocombustíveis produzidos a partir de resíduos, detritos, material celulósico não alimentar e material lenho-celulósico) (artigo 22.º, n.º 1, alínea c), da Diretiva 2009/28/CE)

Para os biocombustíveis produzidos a partir de resíduos, detritos, material celulósico não alimentar e material lenho-celulósico, no sistema montado em Portugal aplica-se a dupla contagem na emissão de TdB, em conformidade com o disposto no nº 2 do artigo 21º da diretiva 2009/28/CE. Como acima foi dito, Foi mantida a isenção fiscal de ISP para os pequenos produtores dedicados de biocombustíveis. Note-se que estes produtores têm de utilizar mais de 60% de matéria residual na produção de biocombustíveis. Estes produtores não beneficiam do apoio de dupla contagem enquanto beneficiarem de isenção fiscal de ISP. 5. Forneça informações sobre o funcionamento do sistema de garantias de origem para

a eletricidade e o aquecimento e arrefecimento a partir de fontes de energia renováveis e as medidas tomadas para assegurar a fiabilidade e a protecção do sistema contra a fraude (artigo 22.º, n.º 1, alínea d), da Diretiva 2009/28/CE)

O Decreto-Lei nº 141/2010, de 31 de Dezembro, criou a Entidade Emissora de Garantias de Origem para a energia renovável (eletricidade e calor). Segundo este decreto-lei, em Portugal podem ser emitidas GO para eletricidade e calor a pedido do produtor, não podendo a unidade de produção ter beneficiado de qualquer apoio quer ao investimento quer à produção. Atualmente encontra-se em desenvolvimento o manual de procedimentos da EEGO, pelo que esta ainda não se encontra em funcionamento.

Page 23: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

6. Descreva a evolução da situação nos últimos 2 anos quanto à disponibilidade e utilização dos recursos da biomassa para fins energéticos (artigo 22.º, n.º 1, alínea g), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 4: Abastecimento de biomassa para fins energéticos

Quantidade de matérias-primas internas (*)

Energia primária nas matérias-primas internas (ktep)

Quantidade de matérias-primas importadas da UE (*)

Energia primária em quantidade de matérias-primas importadas da UE (ktep)

Quantidade de matérias-primas importadas de países terceiros (*)

Energia primária em quantidade de matérias-primas importadas de países terceiros (ktep)

2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 Abastecimento de biomassa para a produção de aquecimento e eletricidade: Abastecimento direto de biomassa lenhosa proveniente de florestas e de outras zonas arborizadas para fins de produção de energia (abates, etc.)**

442 (kton)

1 024 (kton) 89 208 - - - - - - - -

Abastecimento indireto de biomassa lenhosa (resíduos e co-produtos da indústria madeireira)**

786 (kton)

796 (kton) 205 207 - - - - - - - -

Culturas energéticas (gramíneas, etc.) e árvores de rotação curta (especificar)

0 0 0 0 - - - - - - - -

Subprodutos agrícolas/detritos transformados e subprodutos da pesca**

52 (kton)

44 (kton) 18 18 - - - - - - - -

Biomassa proveniente de resíduos (urbanos, industriais, etc.)**

1 103 (kton)

1 091 (kton) 198 192

Outros (especificar)

Abastecimento de biomassa para os transportes: Culturas arvenses comuns para biocombustíveis (especificar principais tipos)

- - - - - - - - - - - -

Culturas energéticas (gramíneas, etc.) e árvores de rotação curta para biocombustíveis (especificar principais tipos)***

5,3 (kton)

2,2 (kton) 4,6 2,0 - - - - 253,3 321,5 223,9 284,2

Outros (óleos usados)

5,5 (kton)

4,8 (kton) 4,4 3,8 1,5

(kton) - 1,4 - - - - -

* Quantidade de matérias-primas se possível em m³ relativamente à biomassa proveniente da silvicultura e em toneladas relativamente à biomassa proveniente da agricultura e da pesca e à biomassa proveniente de resíduos ** A definição desta categoria de biomassa deve ser entendida em consonância com o Quadro 7 do ponto 4.6.1 da Decisão C(2009)5174 final da Comissão que estabelece um modelo para os Planos de Acção Nacionais para as Energias Renováveis ao abrigo da Diretiva 2009/28/EC.

Page 24: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quadro 4a:

Actual afectação dos solos agrícolas nacionais a culturas especificamente consagradas à produção de energia (ha)

Uso do solo Superfície (ha)

2009 2010 1. Terras utilizadas para culturas arvenses comuns (trigo, beterraba sacarina, etc.) e oleaginosas (colza, girassol, etc.) 426 4 357

2. Solos utilizados para a plantação de árvores de rotação curta (salgueiros, choupos) (Especificar principais tipos) - -

3. Solos utilizados para outras culturas energéticas como gramíneas (caniço-malhado, panicum, Miscanthus), sorgo (Especificar principais tipos) - -

* dados MAMAOT para culturas de oleaginosas Chama-se a atenção que a utilização de solos agrícolas em Portugal para a produção de oleaginosas, reportado no quadro 4ª não se destina exclusivamente para a produção de biocombustíveis. A principal utilização da atividade agrícola desses solos é a produção de farinhas proteicas para a indústria de alimentação animal, ou de óleos (como o de girassol) para a indústria alimentar, que no processo acabaram por ser utilizados na indústria de biocombustíveis. Como se pode observar no quadro 4, a agricultura nacional contribuiu, em 2010, com aproximadamente 0,5% das matérias-primas utilizadas na produção de biocombustíveis, sendo previsível que essa percentagem, em 2011, seja reduzia a zero. 7. Forneça informações sobre quaisquer flutuações nos preços das matérias-primas e

no uso do solo no seu Estado-Membro nos últimos 2 anos, associadas à utilização crescente da biomassa e de outras formas de energia proveniente de fontes renováveis. Quando disponível, fornecer referências a documentação relevante sobre estes impactos no seu país (artigo 22.º, n.º 1, alínea h), da Diretiva 2009/28/CE)

Não se têm feito sentir flutuações de preços motivadas pelo aumento do consumo de biomassa (florestal residual ou lenhosa) para fins energéticos. O aumento de consumo neste sector tem sido compensado pela diminuição do consumo das mesmas matérias-primas noutros sectores, nomeadamente, no sector dos painéis de madeira, das serrações das madeiras tratadas, sectores que estão a trabalhar muito abaixo das suas capacidades produtivas. Por outro lado o problema sanitário associado ao nemátodo do pinheiro bravo tem lavado a um maior aumento de cortes desta espécie o que também tem levado um aumento da disponibilidade de matéria-prima no mercado. No que se refere aos preços do uso do solo, em Portugal, apenas são utilizadas culturas energéticas a nível experimental, pelo que não se dispõe de dados significativos que possam produzir qualquer tipo de conclusões.

Page 25: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

8. Descreva a evolução e a quota de biocombustíveis produzidos a partir de resíduos, detritos, material celulósico não alimentar e material lenho-celulósico (artigo 22.º, n.º 1, alínea i), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 5: Produção e consumo de biocombustíveis do artigo 21.º, n.2 (ktep)

Biocombustíveis do artigo 21.º, n.º 2.º28 2009 2010 Produção — Biodiesel 1,3 0,3

Consumo — Biodiesel 1,3 0,3

Produção — Biocombustível PPD* 4,5 3,6

Consumo — Biocombustível PPD* 4,5 3,6

Produção total de biocombustíveis do artigo 21.º, n.º 2 5,8 3,9

Consumo total de biocombustíveis do artigo 21.º, n.º.2 5,8 3,9

% de combustíveis do artigo 21.º, n.º 2, no total de FER-T 2,38% 1,16% *Corresponde à esterificação de óleo alimentar usado e gordura animal

9. Forneça informações sobre os impactos estimados da produção de biocombustíveis e

biolíquidos na biodiversidade, nos recursos hídricos e na qualidade da água e dos solos no seu país nos últimos 2 anos. Forneça informações sobre a forma como esses impactos foram avaliados, com referências a documentação relevante sobre esses impactos no seu país (artigo 22.º, n.º 1, alínea j), da Diretiva 2009/28/CE)

Tendo em consideração que a quantidade de matéria agrícola portuguesa utilizada na produção de biocombustíveis é inferior a 1%, afigura-se que, em Portugal, a produção de biocombustíveis não tem qualquer impacto sobre a biodiversidade, recursos hídricos e qualidade dos solos. 10. Estime as poupanças líquidas de emissões de gases com efeito de estufa decorrentes

da utilização de energia proveniente de fontes renováveis (artigo 22.º, n.º 1, alínea k), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 6:

Estimativa da poupança de emissões de GEE decorrente da utilização de energias renováveis (t eqCO2)

Aspetos ambientais 2009 2010 Estimativa da poupança total líquida de emissões de GEE decorrente da utilização de energias renováveis29 8 094 8 877

- Estimativa da poupança líquida de GEE decorrente da utilização de eletricidade renovável* 2 390 2 744

- Estimativa da poupança líquida de GEE decorrente da utilização de energias renováveis no aquecimento e arrefecimento** 5 288 5 525

- Estimativa da poupança líquida de GEE decorrente da utilização de energias renováveis nos transportes *** 416 609 * Utilizado como fator de conversão o do GN e não o recomendado pela CE (56.1 g CO2eq/MJ) ** Utilizado como fator de conversão o recomendado pela CE (87 g CO2eq/MJ) ***utilizado como fator de conversão o do gasóleo (74.1 g CO2eq/MJ)

28 Biocombustíveis produzidos a partir de resíduos, detritos, material celulósico não alimentar e material. lenho-celulósico. 29 A contribuição do gás, da eletricidade e do hidrogénio produzidos a partir de fontes de energia renováveis deve ser declarada em função da sua utilização final (eletricidade, aquecimento e arrefecimento ou transportes) e apenas deve ser contada uma vez para a estimativa da poupança total líquida de GEE.

Page 26: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

11. Comunicar (relativamente aos 2 anos anteriores) e estimar (relativamente aos anos seguintes até 2020) o excedente/défice de produção de energia proveniente de fontes renováveis relativamente à sua trajectória indicativa do que poderia ser transferido para outros Estados-Membros ou importado de outros Estados-Membros e/ou países terceiros, bem como o potencial estimado para projectos conjuntos até 2020 (artigo 22.º, n.º 1, alíneas l) e m), da Diretiva 2009/28/CE)

Quadro 7:

Excedente e/ou défice (−) efectivo e estimado de produção de energias renováveis relativamente à sua trajectória indicativa que poderia ser transferido de/para outros Estados-Membros e/ou países terceiros

em [Estado-Membro] (ktep)30 31

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Excedente ou défice de produção efectivo/estimado (distinguir por tipo de energias renováveis e por

origem/destino de importação/exportação)

11.1. Forneça pormenores sobre transferências estatísticas, projectos conjuntos e regras de decisão de regimes de apoio conjuntos

A existência de uma interligação fiável e sem quaisquer entraves nos Pirenéus poderá permitir conciliar os objetivos de Portugal de promoção de produção de energia elétrica a partir de FER, com a necessidade premente de países do centro e norte da Europa, de garantir a sua Segurança Energética - cada vez mais (e no futuro ainda mais) centrada no abastecimento elétrico sem recurso a fontes fósseis. Assim, Portugal defende que os mecanismos de flexibilidade devem ser complementados com a transferência física da energia envolvida nesses mecanismos, sendo , para esse efeito, necessário que se concretizem os investimentos necessários para eliminar o estrangulamento dos Pirenéus, permitindo desta forma dispor de uma ligação efetiva e capaz da Península Ibérica à rede elétrica Francesa. Sem estes investimentos, não se prevê que no futuro próximo que Portugal venha a utilizar estes mecanismos. 12. Forneça informações sobre a forma como foi estimada a quota dos resíduos

biodegradáveis presentes nos resíduos utilizados para produzir energia e as medidas tomadas para aperfeiçoar e verificar tais estimativas (artigo 22.º, n.º 1, alínea n), da Diretiva 2009/28/CE)

No respeitante aos RSU os dados apresentados tiveram em conta as recomendações comunitárias de que devem ser considerados renováveis 50% da matéria-prima utilizada, sendo os dados utilizados fornecidos, anualmente, diretamente pelos produtores de eletricidade.

30 Utilizar valores reais para a comunicação de informações sobre o excedente de produção nos dois anos anteriores à apresentação do relatório, bem como as estimativas para os anos seguintes até 2020. Em cada relatório, o Estado-Membro pode corrigir os dados dos relatórios anteriores. 31 Ao preencher o quadro, no défice de produção, indique a escassez de produção utilizando números negativos (p. ex., - x ktep).

Page 27: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Quanto aos biocombustíveis provenientes dos óleos usados, não consideramos ser estimativa, mas sim resulta da informação fornecida diretamente dos produtores, sendo considerada a totalidade da matéria-prima utilizada. Resposta às alíneas a) a c) do n.º 3 do artigo 22.º da Diretiva 2009/28/CE No seu primeiro relatório, os Estados-Membros devem indicar se pretendem: a) Criar um organismo administrativo único, responsável pelo processamento dos

pedidos de autorização, certificação e licenciamento de instalações de energias renováveis e pela prestação de assistência aos requerentes

A DGEG (dependente do Ministério da Economia e do Emprego) é o organismo único a quem os operadores se dirigem para efetuar o licenciamento dos centros electroprodutores, exceto para o caso de empreendimentos hídricos em que para além da DGEG terão de se deslocar à ARH competente (dependente do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território) para obter o título de utilização do domínio hídrico previamente ao licenciamento concedido pela DGEG.

No entanto, e num esforço de tornar mais transparente, claro e acessível aos interessados, está em desenvolvimento uma plataforma eletrónica onde os interessados poderão registar os seus pedidos, consultar o respetivo estado de progresso e processos de licenciamento. Esta plataforma encontra-se em fase de testes.

b) Prever a aprovação automática dos pedidos de planeamento e licenciamento de instalações de energias renováveis caso o organismo de autorização não responda dentro dos prazos fixados

Não está previsto.

c) Definir localizações geográficas adequadas para a exploração da energia proveniente de fontes renováveis no planeamento do uso do solo e para o estabelecimento de sistemas de aquecimento e arrefecimento urbano Dadas as caraterísticas climatéricas de Portugal, a utilização/criação de uma rede de aquecimento urbano não se apresenta como uma opção viável economicamente. Pontualmente, em localizações em que possa existir potencial geotérmico, poderá este potencial ser otimizado em pequenas redes de distribuição de calor por instalações agrícolas, industriais ou de serviços. Outras informações relevantes relativas ao PNAER Tendo em conta a conjuntura económica atual, que Portugal atravessa, foram revistos os cenários macroeconómicos até 2020. Esta revisão em baixa do crescimento económico de Portugal resulta numa redução acentuada do consumo de energia estimada face à prevista na elaboração do PNAER.

Page 28: Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis · ou de outros combustíveis renováveis nos transportes. Regulamentar 5,75 % de a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis

Assim, foram iniciados os trabalhos de revisão do PNAER Português, de forma a ajustá-lo a esta nova realidade, cujo resultado final será novamente submetido à Comissão europeia para validação.