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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP DENNYS SALOMÃO HID PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE A INCLUSÃO PRODUTIVA: ANÁLISE DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR NOS MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO São Paulo 2013

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

DENNYS SALOMÃO HID

PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE A INCLUSÃO PRODUTIVA:

ANÁLISE DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR NOS

MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

São Paulo

2013

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

DENNYS SALOMÃO HID

PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE A INCLUSÃO PRODUTIVA:

ANÁLISE DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR NOS

MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como

exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Administração, sob a orientação do Prof. Dr. Ladislau Dowbor.

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

São Paulo

2013

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FOLHA DE APROVAÇÃO

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________

Prof. Dr. Ladislau Dowbor

(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)

Orientador

______________________________________

Prof. Dr. Arnaldo J. F. Mazzei Nogueira

(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)

______________________________________

Prof. Dr. Francisco César P. da Fonseca

(Fundação Getulio Vargas)

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Aos meus pais, Antonio Assis e Elisete dos Santos, que me possibilitaram

realizar os meus sonhos, e aos meus irmãos, Gerson e Wagner, por criarem

os laços de amizade eterna que nos une.

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Agradecimentos

À minha família, em especial a minha mãe, pelo incentivo, apoio e carinho, sem os

quais este trabalho teria sido impossível.

Ao meu orientador, professor Doutor Ladislau Dowbor, que possui uma história de vida

e um conhecimento acadêmico ímpar, por todos os momentos, formais ou informais, em

sua companhia. Eles foram sempre de grande aprendizado.

Aos professores Doutores, Arnaldo Nogueira, Arnoldo Hoyos, Francisco Serralvo, João

Belmiro, Luciano Junqueira, Onésimo Cardoso, Maria Cristina e Neusa Bastos, pelos

conhecimentos transmitidos.

A professora Esther Schapochnik, pela leitura atenta e por me ajudar a aclarar as ideias.

Aos meus colegas do mestrado, que sempre me auxiliaram e me motivaram ao longo do

curso: Aiman Moura, Cesar Nascimento, Julyana Moreira, Larissa Rodrigues, Luisa

Estafania, Marcio Cardoso, Rosimar Pereira, Ruthelle Carvalho, e Paulo Granela.

A Rita Sorrentino, que, além de funcionaria exemplar do Curso de Administração,

mostrou-se uma amiga de grande valor.

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“Com oportunidades sociais adequadas, os indivíduos podem

efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros.”

(Amartya Sen).

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HID, Dennys Salomão. Pesquisa exploratória sobre a inclusão produtiva: análise do

Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor nos municípios de São Paulo. São Paulo, 2012. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de

Economia e Administração, Pontifícia Universidade Católica.

RESUMO

Esta pesquisa investigou o combate à pobreza por meio das políticas públicas de

inclusão produtiva, modelo de ação que direciona os investimentos públicos para a geração de emprego e renda, contribuindo para a heterogeneidade e a diminuição da

diferença social. Explora os projetos de inclusão implementados, nos últimos seis anos, nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a sua 7ª edição em 2012 e é organizado pelo Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento de micro e pequenos negócios.

Como objeto de estudo, foi utilizado o Guia Paulista, uma publicação do SEBRAE, que detalha os projetos implementados pelos prefeitos participantes da premiação. Reúne as principais ações de inclusão produtiva, que foram avaliadas pelos jurados e convidados,

constituindo um excelente material para uma análise categorial. Os relatos desses projetos possibilitaram realizar um levantamento de dados. Desse inventário foi possível

isolar os diversos elementos enfocados e classificá- los por suas principais características. O reagrupamento desses dados em dez categorias pré-definidas – incentivo fiscal, crédito e microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado,

formalização, incubadoras, desburocratização, aglomerados, educação e capacitação, e outros projetos – permitiu a visualização do número de projetos por categoria e o

desenvolvimento das próprias categorias ao longo dos últimos seis anos. Ficou evidente que os prefeitos inscritos buscam anular o estado estacionário de sua localidade por meio do fomento e acúmulo de recursos humanos e econômicos, utilizando estratégias

de desenvolvimento endógeno e local. Cada município adota um tipo de estratégia, seja ela radical ou por pequenos passos. Foi possível observar que as políticas públicas de

inclusão envolvem os atores locais – poder público, poder privado e grupos sociais – e estão sendo criadas a partir dos problemas regionais, o que evita o mimetismo nos projetos implementados. Percebeu-se que, embora os municípios tenham características

distintas, possuem problemas semelhantes, como o alto volume de trabalhadores no mercado informal, a lentidão burocrática e a falta de mão de obra capacitada. Também

ficou claro que, quanto mais comum for o problema, maior é a chance de adaptar e replicar em outras localidades o projeto que procura solucioná- lo ou minimizá- lo.

Palavras-Chave: Desemprego, Inclusão Produtiva, Desenvolvimento Endógeno, Análise

Categorial, Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.

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HID, Dennys Salomão. Exploratory research about productive inclusion: analisys of

the SEBRAE, Mayor Enterprising in the cities of São Paulo award. São Paulo, 2012. Dissertation (Masters of business administration) – Pontifica

Catholic University of economics and business.

ABSTRACT

This research investigated the fight against poverty trought public policy of productive inclusio, model of action that directs public investments for micro entrepeneurs,

contributing to the heterogeneity and the reduction of the social difference. Explore the projects of implemented inclusion, in the last six years, in the cities of São Paulo enrolled in the SEBRAE Mayor entrepeneur award, wich held its 7th edition in 2012

and is organized by the brazilian servisse of support for micro and small enterprises (SEBRAE), a non-profit organization whose goal is to encourage the development of

micro and small businesses. As na object of study, it was used the Paulista Guide, a publication of SEBRAE, that details the projects implemented by the mayors participants of the award. Brings together the main productive actions of initiatives

inclusion, wich were evaluated by the judges and guests, providing and excellent material for a categorical analysis. The reports of these projects allowed to survey data.

Trought these inventary was possible to isolate the various elemento focused and sort them by their main characteristics. The reunification of these data in tem pre-defined categories – tax incentives, credit and microfinance, cooperatives, market access,

formalization, incubators, debureaucrastization, clusters, education and training, and other projects – allowed the visualization of the number of projects by category and

development of the categories themselves over the past six years. Became evidente that the mayors enrolled seek cancel the steady state of your location trough the development and accumulation of human and economic resources, using endogenous

development strategies and local. Each municipality adopts a kind of strategy, either radical or by small steps. It was possible to observe that the inclusion public policies

envolve local actors – public power, ptivate power and social groups – and are being created from regional problems, avoiding the mimetism in implemented projects. It was realized that while municipalities have different characteristics, they have similar

problems, as the high volume os workers in the informal market, the bureaucratic slowness and the absence of skilled labor. It was also clear that, the more commom is

the problem, higher is the chance to adapt and replicate the project in the other locations seeks fix it or minimize it.

Key words: Unemployment, Productive Inclusion, Endogenous Development,

Categorical Analysis, SEBRAE Mayor Entrepeneur award.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

APL – Arranjo Produtivo Local

BAP – Bancos de Arranjos Produtivos

BID – Banco internacional de Desenvolvimento

BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

BNDES – Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico e Social

CEAG – Centro de Assistência Gerencial

CEBRAE – Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa

CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

ETCO – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial

FIPEME – Financiamento à Pequena e Média Empresa

FUNTEC – Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEG – Instituto de Desenvolvimento e Estudo do Governo

IDEIES – Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo

IES – Índice de Economia Subterrânea

ILO – International Labour Office

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

LAC – Latin America and Caribbean

MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior

MEC – Ministério da Educação

MEI – Micro Empreendedor Individual

MPE – Micro e Pequeno Empreendedor

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PAM – Programa de Acesso aos Mercados

PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Integração Social

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

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PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR – Serviço Social de Aprendizagem Rural

SENAT - Serviço Social de Aprendizagem do Transporte

SESC – Serviço Social do Comércio

SESCOOP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo

SESI – Serviço Social da Indústria

SEST – Serviço Social do Transporte

SMEPOL – Small and Medium-sized Enterprises Policy

SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste

SUTAC – Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades

UNRIC – United Nations Regional Information Center

WRI – Word Resources Institute

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – A economia real: os modos de produção ...................................................... 32

Figura 2 – O efeito H ...................................................................................................... 43

Figura 3 – Estratégias para o aumento da produtividade e competitividade. ................. 45

Figura 4 – Dispersão populacional entre as edições ....................................................... 74

Figura 5 – Dispersão da área física por km². .................................................................. 75

Figura 6 – Dispersão do trabalho formal ........................................................................ 76

Figura 7 – Dispersão das Empresas Registradas ............................................................ 77

Figura 8 – Número de projetos por eixo de classificação. .............................................. 78

Figura 9 – Número de projetos de incentivo a formalização por edição. ....................... 80

Figura 10 – Número de projetos de incentivo de incubadoras por edição. ..................... 81

Figura 11 – Número de projetos de desburocratização por edição. ................................ 82

Figura 12 – Número de projetos de aglomerados por edição. ........................................ 83

Figura 13 – Número de projetos de educação e capacitação por edição. ....................... 84

Figura 14 – Número dos outros projetos no subeixo de classificação. ........................... 85

Figura 15 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE – 2012 ........................... 119

LISTA DE QUADROS

Tabela 1 – Exemplo do processo de categorização dos dados constantes no Guia

Paulista............................................................................................................................ 21

Tabela 2 – Exemplo dos dados adicionais a pesquisa categorial.................................... 22

Tabela 3 – Número e porcentagem de escritórios por região ......................................... 56

Tabela 4 – Número de municípios inscritos por edição e ano. ....................................... 63

Tabela 5 – Finalistas do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor. .............................. 71

Tabela 6 – Características municipais destacadas pelo SEBRAE. ................................. 72

Tabela 7 – Dispersão populacional dos primeiros colocados. ........................................ 74

Tabela 8 – Dispersão territorial dos primeiros colocados .............................................. 75

Tabela 9 – Dispersão territorial dos primeiros colocados .............................................. 76

Tabela 10 – Dispersão de empresas registradas dos primeiros colocados...................... 77

Tabela 11 – Frequência dos outros projetos por edições. ............................................... 85

Tabela 12 – Processo de categorização dos Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições. ............ 100

Tabela 13 – Tabela de Critérios de Pontuação, utilizada para avaliar os projetos

inscritos. ........................................................................................................................ 121

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Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

CAPÍTULO 1: O novo contexto do trabalho .................................................................. 24

1.1. Pobreza, desemprego e informalidade ............................................................. 26

1.2. As complexidades da economia real ................................................................ 29

1.3. Saída da informalidade..................................................................................... 33

Síntese – Capítulo 1 .................................................................................................... 36

CAPÍTULO 2: Processo do desenvolvimento endógeno. .............................................. 38

2.1. Fatores de acumulação ..................................................................................... 41

2.2. Estratégias de desenvolvimento local .............................................................. 43

2.3. Estado e as políticas públicas........................................................................... 46

2.3.1. Implementação das políticas públicas ...................................................... 48

2.3.2. Limites e desafios das políticas públicas .................................................. 50

2.4. Iniciativas locais na América Latina ................................................................ 51

2.4.1. O laboratório brasileiro ............................................................................. 51

Síntese – Capítulo 2 .................................................................................................... 53

CAPÍTULO 3: O papel do SEBRAE no Brasil .............................................................. 55

3.1. Como se constituiu........................................................................................... 56

3.3. Principais prêmios............................................................................................ 58

3.3.1. Prêmio Top 100 de Artesanato ................................................................. 59

3.3.2. Prêmio Mulher de Negócios ..................................................................... 59

3.3.3. Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas ................ 60

3.3.4. Prêmio Técnico Empreendedor ................................................................ 61

3.3.5. Prêmio SEBRAE de Jornalismo ............................................................... 61

3.3.6. Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ................................................ 62

Síntese – Capítulo 3 .................................................................................................... 68

CAPÍTULO 4: Análise dos projetos de inclusão produtiva nos municípios de São

Paulo ............................................................................................................................... 70

4.1. Análise do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ......................................... 71

4.2. Análise inicial das três edições estudadas da premiação ..................................... 73

4.3. Análise categorial das três edições estudadas da premiação ............................... 78

4.4. Análise interpretativa das três edições estudadas da premiação .......................... 87

Síntese – Capítulo 4 .................................................................................................... 89

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CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 90

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 93

APÊNDICE – Processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista ......... 99

ANEXOS...................................................................................................................... 118

ANEXO 1 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE -2012 ....................... 118

ANEXO 2 – Adaptação da tabela de Critérios de Pontuação utilizada para avaliar os

projetos inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ............................... 120

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INTRODUÇÃO

“Há quem entenda que pequenos empreendedores e produtores não passam

de resquício do passado que tenderão a desaparecer, absorvidos pela

economia moderna da grande indústria e da agricultura mecanizada. Mas esta

é uma visão desmentida pela historia recente...” (Sachs, 2003, p. 20).

Entramos no século XXI com um déficit na oferta de empregos não só no Brasil,

mas no mundo, que registra mais de 200 milhões de desempregados em 2010 (ILO,

2011). O desemprego cresceu devido à alta concorrência interna e externa e ao

desenvolvimento tecnológico, que substitui a mão-de-obra. As instituições, para se

manterem competitivas, buscam a redução dos custos, contratando mão-de-obra barata,

porém pouco qualificada. Essa busca constitui o principal fator de precarização do

trabalho.

Atualmente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

está comprometido com a ideia de que o setor privado pode e deve contribuir para a

diminuição da pobreza. Entretanto, se parte da população tende a aceitá- la, outra parte

acredita que esta responsabilidade é do Governo.

A pobreza aqui mencionada transcende ao baixo nível de renda e abrange

também a privação dos direitos humanos, restringindo as oportunidades sociais,

políticas e econômica. Segundo Amartya Sen (2010), a liberdade e a oportunidade de

realizar trocas e transações de compra e venda são, de fato, necessárias para se alcançar

as condições básicas essenciais para o desenvolvimento da cidadania.

Assim, o foco principal desta pesquisa é o estudo sobre a diminuição da pobreza

por meio das políticas públicas que propiciam o processo de inclusão produtiva.

Para a CEPAL1 (2010), as políticas de inclusão produtiva são aquelas que

direcionam os investimentos públicos para os micro e pequenos empreendedores,

contribuindo para a heterogeneidade e para diminuição da diferença social:

1 Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe (CEPAL).

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En este sentido, la política de apoyo a estas empresas es clave para mejorar la

productividad del conjunto de la economía, construir una estructura productiva más

articulada, reducir las diferencias de desempeño entre empresas y sectores e

incorporar uma creciente cantidad de mano de obra al mercado de trabajo formal

con salarios dignos. (CEPAL, 2010. p.125).

De forma simplificada, podemos dizer que as ações voltadas para a inclusão

produtiva são os incentivos à geração de trabalho formal e renda digna. Nos últimos

doze anos, os projetos de inclusão implementados nos municípios do Brasil foram

reconhecidos e catalogados pelo SEBRAE.

Esta pesquisa investiga as informações presentes no Guia Paulista, referentes ao

Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a sua 7ª edição em 2012 e é

organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo é estimular o

desenvolvimento de micro e pequenos negócios.

O Guia Paulista, uma publicação do SEBRAE, detalha os projetos realizados

pelos prefeitos dos municípios do Estado de São Paulo participantes do Prêmio

SEBRAE Prefeito Empreendedor. Constitui, portanto, um excelente material para uma

análise categorial. Reúne as principais ações de inclusão produtiva, que foram avaliadas

pelos jurados/convidados (empresários, políticos e acadêmicos especialistas na área de

desenvolvimento local). Permite identificar as principais práticas de inclusão produtiva

que, segundo o SEBRAE, são as mais indicadas para serem implementadas nos

municípios, a fim de fomentar os atores locais (poder público, poder privado e grupos

sociais), acumulando recursos na região e proporcionando o desenvolvimento endógeno

e local.

Assim, a pesquisa se restringe às práticas descritas no Guia Paulista, o que

assegura a qualidade e a objetividade dos projetos analisados.

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JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

O interesse sobre o desenvolvimento local surgiu durante os estudos sobre

organizações e sociedade e amadureceu nas aulas de Economia Social, de Inovação e de

Teoria das Organizações. Foi possível perceber, por meio de diversas leituras, a

importância do processo de inclusão produtiva para a geração de trabalho e renda.

A pesquisa, embora limitada em alguns aspectos, procurou proporcionar uma

melhor compreensão das políticas públicas destinadas à fomentação das micro e

pequenas empresas, revelando as principais ações realizadas para o estímulo da

microeconomia dos municípios paulistas.

Nesta pesquisa, o tipo de desenvolvimento focado é aquele que busca amenizar a

carência econômica e a destituição social, principais fatores de privação dos direitos

humanos. A pobreza econômica tira a liberdade de compra e venda de produtos e

serviços e deixa o indivíduo sem acesso à água, à saúde, ao saneamento, à nutrição e a

moradia (Sen, 2010).

Barquero (2002) explica que, para anular os efeitos do estado estacionário de

uma determinada localidade e da sua população, é necessário ativar os fatores que

propiciam a acumulação de capital, de conhecimento e de criação e propagação de

inovações no sistema produtivo. Segundo o autor, o mau funcionamento dos atores

econômicos é a principal barreira ao desenvolvimento autossustentável.

Geralmente acreditamos que as formas de organizações que nos envolvem

pertencem a uma esfera superior e que as ações do Estado trarão as soluções para todos

os problemas econômicos, sociais e ambientais (Dowbor, 2010).

É fato que o processo de desenvolvimento não ocorre no vazio, pois possui um

forte vinculo institucional e cultural. O desenvolvimento de uma economia se dá por

meio dos atores econômicos e sociais que possuem cultura, formas e mecanismos

próprios de organização. Dowbor (2010), Sen (2010) e Sachs (2003) defendem a ideia

de que a sociedade deve encorajar e estimular formas específicas de organizações e

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instituições que favoreçam a atividade econômica, articulando as decisões

organizacionais e institucionais de forma positiva, mesmo que sejam contra as

prescrições teóricas dos modelos econômicos atuais.

Dowbor (2010) considera a cidade como um espaço para a acumulação e afirma

que todos os municípios podem e devem ser geridos de forma racional, criando novas

estratégias de ação que os tornem um lugar propício para os investimentos públicos e

privados. A proposta do autor é o deslocamento das ações de desenvolvimento,

tornando-o regional ou local. Isso aproximaria as decisões do espaço onde o cidadão

pode participar e interagir, enfrentando o desemprego e a falta de renda.

Nessa perspectiva de ação, as localidades recebem os benefícios do

investimento, público e privado. Os benefícios podem variar de uma acumulação de

recursos econômicos até a organização dos atores locais. Essas ações amenizam os

males do esgotamento de recursos, o desemprego, o desflorestamento, a poluição e

outros problemas nas áreas comuns. Entretanto, para que isso ocorra, deve-se criar uma

regulamentação local, e o Estado precisa ser forte para implementar políticas

alternativas de desenvolvimento. Deve-se salientar que Estado forte não quer dizer

burocrático ou enrijecido, mas aquele que apoia a democracia inclusiva de forma a

organizar as comunidades (Barquero, 2002).

As políticas alternativas de desenvolvimento criadas especificamente para uma

localidade (para seu contexto histórico, social, cultural e econômico) devem unir o

crescimento econômico com os impactos sociais e ambientais para obterem melhores

resultados, eliminando também a visão de que o cuidado com o meio ambiente é um

custo adicional.

Essas novas políticas devem privilegiar a geração de emprego e o auto emprego

com remuneração e condições adequadas, promovendo a inclusão produtiva de

excluídos e de semi- incluídos, que sofrem em subempregos ou atuam na informalidade.

A questão da informalidade é delicada, já que representa cerca de 60% das

pessoas ocupadas no Brasil, as quais, apesar de não possuírem a proteção

previdenciária, utilizam os serviços de seguridade social, o que contribui para o seu

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déficit, que em 2011 foi acima de 36 milhões (ANFIP 2, 2011). Fora as questões éticas

que o envolvem, como salários insuficientes e condições de trabalho precárias, o setor

informal só sobrevive por meio de uma competitividade espúria.

Diante desse cenário, onde o desenvolvimento só será alcançado por meio de

uma nova regulamentação que vise às necessidades econômicas, sociais e ambientais,

torna-se relevante analisar as principais práticas de inclusão produtiva proporcionadas

pelos municípios. Essas práticas contribuem para a formação de novos empregos, a

distribuição de renda equilibrada e a liberdade de troca, desenvolvendo a população de

sua localidade.

OBJETIVOS

O objetivo geral desta pesquisa é examinar o desenvolvimento das políticas

públicas de inclusão produtiva mais relevantes, segundo o Prêmio SEBRAE Prefeito

Empreendedor em suas 5ª, 6ª e 7ª edições.

Os objetivos específicos são:

Apresentar o contexto atual do mercado de trabalho e a importância do processo

de inclusão.

Estudar o processo de desenvolvimento endógeno a partir da implementação de

políticas públicas.

Examinar as atividades do SEBRAE como ferramenta de inclusão.

Analisar os municípios finalistas das três últimas edições do Prêmio SEBRAE

Prefeito Empreendedores.

A pesquisa estudou a inclusão produtiva a partir dos projetos públicos

direcionados ao fomento do micro, pequeno e médio empreendedor. Teve como objeto

2 ANFIP: Associação Nacional dos Auditores -Fiscais da Receita Federal do Brasil.

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de estudo o Guia Paulista, que mapeia as políticas de inclusão produtiva destacados

pelo Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.

O processo de inclusão produtiva ganha destaque por meio de instituições

internacionais, como a PNUD e a CEPAL, que mostram a importância do mercado

convencional no combate a pobreza. Esta ideia foi absorvida pelo governo brasileiro,

que, pelo decreto n° 7.492, instituiu o Plano Brasil Sem Miséria, em junho de 2011,

com o objetivo de elevar a renda familiar per capita, ampliar o acesso da população

carente aos serviços públicos e proporcionar a inclusão produtiva às pessoas em extrema

pobreza.

REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa iniciou-se com a seleção do material bibliográfico que aborda os

fundamentos teóricos da inclusão produtiva, do desenvolvimento local e das políticas

públicas, analisando sua importância, funcionalidade e aplicabilidade.

Ignacy Sachs (2003, 2004) e Ladislau Dowbor (2008a, 2008b, 2010) estão

presentes ao longo de todo o trabalho, pois suas obras abordam os principais

fundamentos teóricos deste estudo.

O primeiro capítulo baseia-se na obra de Amartya Sen (2010) que apresenta os

principais males que assombram a sociedade contemporânea, como a pobreza extrema,

a fome coletiva, a subnutrição, a carência de oportunidades, a opressão social e a

insegurança econômica. O autor recupera a dimensão ética e política dos problemas

econômicos em geral, apresentando a ideia de que o desenvolvimento é necessário para

aumentar a abrangência das liberdades básicas. Para fundamentar a teoria, foram

utilizados os dados disponibilizados pelos relatórios da Word Resources Institute (WRI,

2007) e da International Labour Office (ILO, 2011).

O segundo capítulo baseia-se nas obras de Antonio V. Barquero (2002) e

Christian Luiz da Silva (2012). Barquero discorre sobre o processo de desenvolvimento

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endógeno, fator-chave para proporcionar o desenvolvimento local. A obra traz um

aprofundamento sobre as articulações do processo de desenvolvimento local com a

sociedade civil e com a esfera política. Destaca a importância das políticas econômicas,

que colaboram com a fomentação dos atores locais e regionais, influenciando de forma

positiva o processo de crescimento econômico local. Luiz da Silva propicia um

aprofundamento da relação entre as políticas públicas e o processo de desenvolvimento.

Mostra a relação do Governo com as políticas públicas, desde o processo de formulação

até a sua implementação, abordando suas limitações e desafios. As pesquisas de

Eugenio Lahera (2004), Pablo Costamagna (2000) e Jair do Amaral Filho (2000)

exemplificam as experiências de políticas públicas desenvolvidas na América Latina.

O terceiro capítulo explora o conteúdo disponibilizado pelo SEBRAE, as

principais premiações foram pesquisadas através do site e das três ultimas publicações

do Guia Paulista.

No quarto capítulo, foi realizada a análise categorial, baseada nas metodologias

descritas nas obras de Roland Bardin (2011), Laurence Barthes (2009) e Raymond

Quivy e Van Campenhoudt (1998).

METODOLOGIA DE PESQUISA

O quarto capítulo trata exclusivamente da análise de conteúdo, mais

especificamente da análise categorial (Quivy e Campenhoudt, 1998), que consistiu em

calcular e comparar a frequência dos projetos de inclusão produtiva que foram

previamente agrupados em categorias por suas principais características:

Melhor do que qualquer outro método de trabalho, a análise de conteúdo

permite, quando incide sobre um material rico e penetrante, satisfazer

harmoniosamente as exigências do rigor metodológico e da profundidade

inventiva, que nem sempre são facilmente conciliáveis (Quivy &

Campenhoudt. 1998, p.227).

A análise de conteúdo, apoiada no processo de categorização (transformação de

dados brutos em dados organizados), revela índices antes invisíveis.

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A análise categorial está focada nos Guia Paulista 2007-2008; 2009-2010 e

2011-2012, que apresentam os resultados da 5ª, 6ª e 7ª edições do Prêmio SEBRAE

Prefeito Empreendedor3, abordando os 45 municípios finalistas4 e identificando o total

de 171 projetos.

Segundo Bardin (2011), o processo de categorização é realizado pela

“classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação”, seguido

por um reagrupamento por critérios previamente definidos. Esse agrupamento é

efetuado pelas características comuns entre os elementos, que assim adquiri um título

genérico para a sua classificação em categorias.

O procedimento metodológico de categorização é um processo do tipo

estruturalista que comporta duas etapas. A primeira é o inventário, quando se isola os

elementos, e a segunda é a classificação, quando se reagrupa os elementos. Ambas

impõem uma organização.

Segundo Barthes (2009), é necessário repartir as unidades em um pequeno

número de classes formais que as determine sem recorrer a substância do seu conteúdo.

A tabela1 mostra o processo de categorização dos projetos descritos no Guia Paulista,

que posteriormente foram reagrupados em eixos pré-estabelecido:

Tabela 1 – Exemplo do processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista.

Município Projeto Eixo

Jandira

Cooperativa de reciclagem, exemplo de trabalho social, que ext rai do lixo

recursos financeiros necessários às famílias de baixa renda, gerando

melhorias ambientais na cidade.

Emprego

Verde

Indaiatuba

As oficinas Tesoura Mirim e Bases & Brilhos, tem como objetivo preparar

moças maiores de 16 anos para exercer funções de auxiliares de

cabeleireiro, manicure e pedicure.

Capacitação

Capão

Bonito

Cidade da Costura, Uma Vocação Sustentável, qualificou cerca de 200

famílias que estão prestando serviços para as confecções locais, a fim de

evitar o êxodo rural.

Capacitação

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.

3 Esta pesquisa limitou-se a análise dos projetos de inclusão produtiva dos últimos seis anos, os

exemplares do Guia Paulista consultados foram cedidas pelo SEBRAE. 4 Entre os 45 municíp ios finalistas, estão os três primeiros colocados de cada edição.

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A análise do conteúdo torna-se uma aplicação sistemática de decisões pré-

definidas, que consiste na operação de codificação (Bardin, 2011). Portanto, o

procedimento descrito não será detalhado no corpo deste trabalho5. A elaboração da

pesquisa restringiu-se à apresentação e interpretação dos dados já classificados e

agrupados em eixos pré-determinados.

Os dados do processo de categorização foram comparados com outros dados

disponíveis no próprio material pesquisado, com o propósito de explanar e mapear as

possíveis pistas sobre os principais projetos de inclusão produtiva nos municípios de

São Paulo. A tabela 2 é um exemplo dos dados adicionais que foram utilizados na

pesquisa:

Tabela 2 – Exemplo dos dados adicionais a pesquisa categorial

Cidade Ano da

premiação População Área

Empresas

registradas

Empregos

formais

Jandira 2007-2008 203.527 18 km² 2.595 11.930

Indaiatuba 2009-2010 295.506 311 Km² 9.277 55.191

Capão Bonito 2011-2012 46.129 1.641 Km² 1.576 6.557

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.

O processo de categorização possibilitou desvendar o conteúdo implícito em

todo o material. Os eixos com o tema mais citados são os que possuem maior valor,

importância ou aplicabilidade em seu contexto, de acordo com os avaliadores do prêmio

oferecido pelo SEBRAE.

ESTRUTURA DO TRABALHO

A dissertação, além de bibliografia e dos anexos, está dividida em quatro

capítulos. O primeiro mostra a importância da inclusão produtiva, por meio dos temas:

pobreza, desemprego e os seus principais derivados, como o emprego precário, o

mercado informal e a concorrência espúria.

5 O processo de categorização, realizado para desenvolver este trabalho, foi incluso como apêndice desta

pesquisa.

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O segundo capítulo aborda o processo de desenvolvimento endógeno e os

principais fatores de acumulação de recursos. Discorre sobre as políticas e as estratégias

de desenvolvimento local e o processo de criação e implementação das políticas

públicas.

O terceiro capítulo traz uma breve caracterização do SEBRAE, dando ênfase ao

objeto deste estudo, o Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, com suas regras e o

comitê de avaliação.

O quarto capítulo apresenta a análise categorial das três últimas edições do Guia

Paulista, material que descreve e mapeia o Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor,

trazendo as principais práticas de inclusão produtiva.

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CAPÍTULO 1: O novo contexto do trabalho

Atualmente diversas pesquisas abordam a temática do trabalho e do desemprego,

buscando mapear, compreender e até prever os possíveis caminhos da atividade

remunerada. Há pesquisas que defendem a evolução do trabalho convencional para um

trabalho mais intelectual, ou a sua transformação em um “agradável ócio ativo”.

Acredita-se que o trabalho se torne em rede ou em um processo de inteligência

compartilhada, na sua diminuição e até no seu fim.

Em contrapartida, as Nações Unidas afirmam que o desemprego atual é

ocasionando pelo próprio processo de crescimento econômico. Sobre o assunto,

Dowbor (2010, p.3) explica:

Podemos acrescentar o conceito de downsizing, que em geral constitui uma

teoria delicada que explica porque estamos na rua, a reengenharia que

cumpre funções semelhantes, mostrando que estamos desempregados por

uma boa razão científica de management, ou ainda o conceito de lean and

mean, literalmente enxuta e malvada, que resume a visão atual da empresa

eficiente, e gera boa parte da angústia que o ser humano por acaso empregado

hoje sente.

Para o autor, as novas tecnologias proporcionam uma otimização na realização

das tarefas, gerando uma escala de produção maior, com menos esforço. Esta solução,

entretanto, se tornou um problema, pois a ausência de mudanças institucionais,

correspondentes à substituição do homem pela máquina, acaba por utilizar os benefícios

tecnológicos para uma minoria, gerando a exclusão da maioria.

Este deslocamento “inverso e simétrico”, em que os processos administrativos

tornam-se mais caros que o produto em si, acaba por compor cerca de 70% do valor do

produto final. As mudanças tecnológicas também proporcionam uma transformação da

dimensão física em que o trabalhado é realizado, como exemplo disso, temos os

processos financeiros, comerciais e outros tipos de serviços, como publicidade,

advocacia e gerenciamento à distância, que podem ser executados por indivíduos que

não conhecemos, residentes de outra parte do mundo. O que causa a deformação do

valor pelo serviço realizado, que pode variar entre 20 dólares a 0,50 centavos de dólar

por hora, depende do país em que o serviço é feito (Dowbor, 2010).

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Dowbor considera que as perspectivas sobre o problema do desemprego foram

reduzidas à simplificações radicais. Entre elas, sobressaem duas. A primeira é a ideia de

que o processo que vivemos é uma simples transição, em que o emprego não é perdido

de fato, mas apenas transformado, enquanto a segunda refere-se à crença de que a

tecnologia vai suprimir o emprego e excluir os trabalhadores.

Em relação a primeira simplificação sobre o desemprego, torna-se necessário

compreender que vivemos um processo de transição constante, partindo de um cenário

(A) a outro (B), sendo que alguns movimentos acarretaram “tragédias” planetárias,

causando corridas irracionais atrás de matérias-primas, a migração em massa dos

europeus para a América, a expulsão das população dos campos, a banalização do

trabalho infantil, o abuso de autoridade por parte dos empregadores e a utilização da

força em respostas às greves que se espalharam. Reed (1994) e Nogueira (2007)

apresentam, em suas pesquisas, este longo processo de transição, que levou quase um

século para tornar a atividade remunerada mais humanizada.

A segunda grande percepção do problema espalha a crença da morte do

emprego, propagando a ideia de uma eminente catástrofe e ressaltando os inúmeros

esforços que falharam ao tentar transformar o modelo de trabalho. Porém, esta

percepção é falha por não considerar que a realidade é dinâmica e complexa e que,

apesar da redução da oferta de emprego, parte dele é substituída, sofrendo apenas um

deslocamento, dependendo do setor, da região e do nível de formação do indivíduo,

entre outras variáveis.

Dowbor (2010) afirma que o conceito de desemprego evolui e que devemos

acrescentar outras medidas para mensurá- lo, incluindo o desemprego por desalento, o

trabalho temporário, outras formas de vinculação e até mesmo a perda do interesse e

motivação devido aos baixos níveis de remuneração.

Assim, com o objetivo de compreender as dinâmicas complexas e diferenciadas

do trabalho moderno, procuramos analisar as dificuldades que envolvem a segurança e

satisfação com o trabalho e a distribuição de renda entre a população.

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1.1. Pobreza, desemprego e informalidade

Para compreendermos a importância social da atividade remunerada denominada

trabalho, precisamos abordar os principais efeitos de sua inexistência ou da escassez de

sua oferta na economia global atual. Assim, para falarmos sobre inclusão, é preciso

primeiramente mapear a exclusão produtiva, apresentando o cenário global deste

processo de desvalorização e descapitalização da população.

Atualmente a “base da pirâmide social” é formada por mais de 4 bilhões de

pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, linha que é medida pela renda per capita

do cidadão. A renda diária dos menos favorecidos da cidade de Gana é de $1,89, da

China são de $2,11 e a do Brasil, divulgada em 2011 pela até então Ministra do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, é igual ou inferior à 70 reais por mês, uma

média de 2,30 reais por dia (WRI6, 2007).

A pobreza econômica impacta diretamente na liberdade de troca e de realização

de novas transações, parte essencial das liberdades básicas, previstas pelos direitos

humanos. Sen (2010) apresenta os efeitos colaterais da pobreza:

Às vezes a ausência de liberdades substantivas relaciona-se diretamente com

a pobreza econômica, que rouba das pessoas a liberdade de saciar a fome, de

obter uma nutrição satisfatória ou de remédios para doenças tratáveis, a

oportunidade de vestir-se ou morar de modo apropriado, de ter acesso a água

tratada ou saneamento básico. (SEN, 2010, p.17)

Para o autor, o conceito de pobreza deve ser interpretado como a privação das

capacidades básicas. Ele deixa de lado a tradicional interpretação simplificada baseada

no baixo nível de renda, já que a perda de renda ocasionada pelo desemprego pode ser

compensada, até um determinado ponto, por auxílios de renda, como o seguro

desemprego e outros benefícios, se tornaram comuns em diversos países, incluindo o

Brasil.

6 World Resources Institute (WRI).

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O desemprego acarreta graves efeitos na vida do cidadão, trazendo outras

privações além da financeira. O desemprego, segundo o autor, pode causar um dano

psicológico, a perda da motivação, de habilidades e da autoconfiança, o aumento de

doenças e morbidez, impactando até nas taxas de mortalidade. O desemprego gera

perturbação nas relações familiares e na vida social, acentuando as tensões raciais e as

assimetrias entre os sexos e intensificando a exclusão social e o mercado informal (Sen,

2010).

Portes et al. (1989, p.29) apresentam as diversas causas que levaram ao

desenvolvimento da economia informal, Entre elas, estão as revoluções tecnológicas, as

crises econômicas e o desemprego em massa: “millions of people have beem subjected

to harsh living condition that have made them accept whatever ways out of their misery

they could find”.

Durante as crises financeiras, milhares de pessoas perdem os seus empregos,

ficando às margens das organizações e, para subsistir, optam por entrar na economia

informal. Quando as crises terminam, muitas destas pessoas já não se adéquam mais ao

mercado formal, persistindo na informalidade.

As Nações Unidas afirmam que o impacto causado pela crise de 2008 deverá

persistir. Apesar de uma recuperação nos mercados de trabalho no mundo inteiro, os

enormes custos humanos da recessão continuam a se fazer sentir (UNRIC7, 2011).

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de

empregos tem aumentado após a crise de 2008 em diversos países, porém a média de

trabalhadores desempregados em idade ativa continua a subir, o que demonstra a

ineficiência dos mercados em gerar novos postos de trabalho para suprir a demanda em

relação ao crescimento da população. Uma análise da vertente emprego-população feita

pela OIT mostra esta defasagem, “the estimated employment-to-population ratio in

2010 is little changed versus 2007” (ILO8, 2011. p.12).

7 United Nations Regional Informat ion Center (UNRIC).

8 International Labour Office (ILO).

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A recuperação da economia global em 2010, após dois anos de instabilidades

financeiras, é de certa forma ilusória, já que os números do desemprego mundial

permaneceram elevados. O número de desempregados chegou a 205 milhões em 2010,

valor idêntico ao do ano de 2009 e 27,6 milhões acima do de 2007 (ILO, 2011).

Em contrapartida, a América Latina e Caribe (LAC) apresentaram boas taxas de

crescimento: Argentina, Brasil, Colômbia e México possuem taxas com intervalos entre

4,5 a 7,5 por cento. Este crescimento econômico a níveis pré-crise está baseado na

agroeconomia, além dos programas sociais em curso antes do início da crise, o que

auxiliou na redução do impacto nos grupos vulneráveis. Mas, mesmo os bons resultados

alcançados na América Latina não garantem um emprego de qualidade, já que muitos

trabalhadores não possuem uma renda significativa (ILO, 2011). Em pleno fomento do

processo de globalização, Paul Singer já comentava que:

Os novos postos de trabalho, que estão surgindo em função das

transformações das tecnologias e da divisão internacional do trabalho, em sua

maioria não oferecem ao seu eventual ocupante as compensações usuais que

as leis e contratos coletivos vinham garantindo. (SINGER, 1996, p.8)

O autor mostra que “a ocupação por conta própria” é uma das formas desse

processo de precarização do trabalho, pois as grandes empresas, que antes mantinham

grandes departamentos “secundários”, como informática, contabilidade e outros,

atualmente desmancham tais departamentos e contratam os mesmos serviços de uma

terceira organização, muitas desenvolvidas pelos próprios ex-funcionários. Assim, o

antigo empregador ganha novas liberdades, deixando de ter diversas responsabilidades,

como imposto, décimo terceiro e férias, enquanto os ex-funcionários perdem a sua

estabilidade e segurança garantida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), já

que o antigo empregador e atual contratante, pode contratar ou não os seus serviços.

A precarização do trabalho também assume a forma de relações “incompletas”,

as quais ampliam a insegurança no trabalho. A relação incompleta de trabalho refere-se

à redução relativa dos empregos estáveis ou permanentes nas empresas, tendo como

resultado a subcontratação de trabalhadores temporários, em tempo determinado ou em

tempo parcial, o trabalho em domicílio ou independente, entre outras formas de

contratação.

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A precarização da atividade remunerada promove a restrição de uma massa

crescente de trabalhadores ao gozo de seus direitos legais, deixa os jovens

desempregados a mercê de postos de trabalhos com baixa remuneração e até mesmo

insalubres, o que agrava ainda mais a situação. Para Singer (1996), este processo de

transformação dos postos de trabalho em relação aos trabalhadores cria uma nova

situação, que ele denomina de “a nova pobreza“:

A “nova pobreza” difere da antiga fundamentalmente por sua origem. Trata -

se de pessoas que pertenciam à ampla classe média, que se criara em função

das conquistas dos anos dourados, e que perderam seus empregos para robôs

ou para trabalhadores de países periféricos. E que não foram capazes de se

reciclar p rofissionalmente e de se deslocar para as cidades em que os novos

postos de trabalho estavam surgindo. (SINGER, 1996. p.11)

1.2. As complexidades da economia real

A dicotomia entre trabalho formal e informal não representa a complexidade da

economia real, nem oferece os recursos para medi- la de forma adequada. Em 1997, o

IBGE estimou que a participação do mercado informal era de 8% do Produto Interno

Bruto (PIB) brasileiro. No final de 2011, o Índice de Economia Subterrânea (IES), que

mede o conjunto de atividades de bens e serviços que não são reportados ao governo,

divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), informa que a

participação do mercado informal atingiu a marca de 16,8% do PIB nacional, estimando

um valor total de R$695,7 bilhões (ETCO, 2012).

Sachs (2003) afirma que a economia informal escapa aos critérios estatísticos,

considerando que as diversas pesquisas não incluem uma parcela importante de

trabalhadores, como vendedores ambulantes, sacoleiras, revendedores, vigilantes e

outros trabalhadores. Ressalta também que os diferentes organismos públicos possuem

definições distintas sobre o que é o mercado informal:

Pelo ministério do Trabalho (RAIS) ele é constituído pelas empresas não

registradas, mas não se sabe quantas são. Pelo IBGE, seguindo o critério da

OIT, o setor informal é composto das atividades não-agrícolas que produzem

bens e serviços com o objetivo principal de gerar emprego e renda, com até

cinco empregados, moradores de áreas urbanas, excluídas as voltadas para o

autoconsumo. (Sachs, 2003. p.26)

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Os estudos comparativos entre países são inviáveis devido às múltiplas

interpretações existentes: muitos países não distinguem as pequenas empresas das

microempresas, sem mencionar as subclassificações, como a França, onde o “artesão” é

classificado como profissão, enquanto no Brasil é considerado microempreendedor.

Alguns países caracterizam os micro e pequenos empreendedores (MPE) pelo

número de empregados, outras nações os caracterizam pelo patrimônio investido. Há

países que possuem múltiplas divisões, como o Brasil, onde a microempresa, pela lei

9.841/99, é caracterizada pela pessoa jurídica com receita bruta anual de R$244 mil,

sem possuir sócios no exterior ou outra pessoa jurídica com mais de 10% do capital. Já

no SIMPLES Nacional, um regimento tributário diferenciado, previsto pela lei

9.317/96, a microempresa deve ter uma receita bruta anual inferior ou igual a R$120 mil

e as empresas de pequeno porte devem ter uma receita entre R$ 120 mil e R$1,2 milhão.

Também há o Micro Empreendedor Individual (MEI), através da Lei Complementar

n°128, de 19/12/2008, que se caracteriza pelo faturamento máximo de até R$ 60 mil por

ano, por não ter participação em outra empresa como sócio e não possuir um emprego

formal.

Para superar esta multiplicidade de critérios e compreender melhor o

funcionamento da economia real, Sachs (2003) deixa de lado a dicotomia entre o

trabalho formal e informal e distingue quatro modelos diferentes de produção que

convivem e se relacionam, ou seja, a economia doméstica, a proto e pré-capitalista, o

modelo capitalista e a economia solidária.

A economia doméstica fica exclusivamente fora do mercado e, apesar da grande

dificuldade em medir a sua extensão, é possível medir o tempo de trabalho que as

famílias nela investem, a começar pelas donas-de-casa. Sachs (2003) ressalta a falta de

pesquisas empíricas realizadas no Brasil e afirma que, nos países do Norte, estima-se

que 50% do tempo de trabalho esteja voltado à economia doméstica. Ele acredita que

este valor deva ser maior no Brasil, visto os numerosos minifúndios que produzem

unicamente para a subsistência. Segundo a PNAD9, mais de 7 milhões de pessoas se

dedicavam ao trabalho doméstico, os trabalhadores não remunerados eram em torno dos

9 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE.

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4,2 milhões, os trabalhadores de produção para o próprio consumo chegaram a 3,8

milhões, enquanto na construção para o próprio uso ficou em torno de 920 mil

trabalhadores (IBGE, 2010).

Deve-se incluir ainda, no segmento da economia que se estabelece fora do

mercado convencional, a prática do escambo, presente em várias pesquisas sobre a

economia rural do Nordeste, e os serviços públicos gratuitos, distintos da produção

mercantil das empresas estatais. A autoconstrução de moradias, constitui um exemplo

de investimento não-monetário, o que também acontece com a agricultura familiar. São

práticas e valores que não são estimados no PIB (Sachs, 2003).

O segundo modelo de produção mencionado é o proto e pré-capitalista, mas a

sua denominação mais popularizada, segundo o autor, é “economia informal”, a qual

“se caracteriza por relações de produção que não podem ser assimiladas à economia

capitalista de mercado” (Sachs, 2003, p.74). A atividade deste segmento não se

organiza em forma de empresa e fica em uma linha tênue entre a economia doméstica e

a economia voltada para o mercado. Caracteriza-se também pelo baixo nível da escala

de produção, da tecnicidade e da qualidade. O autor apresenta as duas vertentes da

economia proto e pré-capitalista: a primeira representada pela economia popular e a

segunda são os bens e serviços voltados ao mercado capitalista.

A economia capitalista de mercado envolve os setores das micro e pequenas

empresas e os das médias e grandes empresas, todas elas formais, além das estatais.

Dowbor (2010) diz que este sistema, apesar de comum, não distribui adequadamente a

renda, e Sachs (2003) explica que este é o segmento mais dinâmico, mas também é o

que oferece menos emprego.

Por fim, o segmento econômico que emerge entre os demais é o da economia

solidária, que não segue os princípios da economia capitalista tradicional, mas cria uma

mistura de “socialismo utópico embutido na economia capitalista” (Sachs, 2003, p.75).

Este setor conta com cooperativas, empresas auto-geridas, além das organizações não-

governamentais (ONGs) sem fins lucrativos, conhecido como Terceiro Setor. O autor

acredita que a economia solidária possa ser o próximo passo do desenvolvimento

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econômico, contribuindo na busca por um “capitalismo reformado”, que seja mais

responsável em termos sociais e ambientais.

É necessário ressaltar que, no quadro elaborado por Sachs (2003), a agricultura

familiar participa dos quatro modos de produção aqui descritos, como é apresentado na

figura 01:

Figura 1 – A economia real: os modos de produção 10

Fonte: Adaptação Sachs (2003, p.75)

A análise das diferentes articulações e dos diversos fluxos de produção deve

partir desta imagem da economia real: como exemplo, temos as revendedoras de

cosméticos e as sacoleiras, que propiciam uma articulação entre as empresas capitalistas

e os agentes da economia popular. Esta articulação se estabelece através de uma rede

informal de distribuição:

Os grandes produtores de cigarros têm exportado seus produtos de maneira

perfeitamente legal para os países limítrofes, sabendo que eles reingressariam

no Brasil por contrabando, para serem vendidos pela metade do preço.

(Sachs, 2003, p.76)

Boa parte do comércio informal oferece produtos contrabandeados ou

falsificados. Além disso, gera subempregos em países subdesenvolvidos, como ocorre

com os países asiáticos, que se tornaram os principais fabricantes de produtos baratos, já

que possuem um baixo custo com a mão de obra. A feira do Paraguai, em Brasília, e a

10

Nota: a Figura 01 tem um caráter meramente conceitual. Não leva em consideração o tamanho dos

diferentes segmentos da economia.

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Rua 25 de Março, em São Paulo, são exemplos da presença do contrabando no consumo

cotidiano.

O caso inverso, ou seja, a venda de produtos da economia informal (como o

artesanato) e de produtos da agricultura familiar (como os produtos orgânicos) para as

grandes redes de distribuição é mais rara. O tema merece estudos mais aprofundados,

que discorram sobre a relação da economia proto e pré-capitalista com o mercado

capitalista convencional, dando ênfase aos trabalhadores por conta própria e às

microempresas informais.

1.3. Saída da informalidade

O desemprego constitui um desafio diante do qual o Brasil não se encontra só,

pelo contrário, diversos países estão lutando contra a epidemia do "crescimento sem

emprego" (jobless growth), caracterizado pelo crescimento econômico mesmo com a

redução drástica da oferta de emprego, como tem ocorrido com os Estados Unidos, onde

as oportunidades de atividades remunerada não suprem a demanda de trabalhadores de

forma satisfatória.

O processo de crescimento sem emprego resulta de uma combinação de

variáveis complexas, qual seja: a introdução agressiva do processo técnico com o

objetivo de reduzir o trabalho nas indústrias, a renúncia da política de bons salários em

busca de lucros financeiros, tendo como efeito colateral a redução do ritmo de

crescimento da demanda efetiva, e o deslocamento da produção local, provedora de

empregos, para plataformas de exportação de países periféricos cuja competitividade é

espúria por estar galgada em baixos salários, longas jornadas de trabalho e ausência de

proteção social. Sachs explica que:

Há quem acredite que a epidemia de crescimento sem emprego só pode ser

combatida por taxas de crescimento econômico excessivamente elevadas que não

são contabilizadas na conjuntura internacional atual. Elas teriam que ser de 5% ao

ano ou mais, enquanto nada for feito para modificar a intensidade em empregos dos

paradigmas atuais de crescimento. Em outras palavras, o desemprego, o subemprego

e a exclusão social afiguram-se como um mal necessário a ser minorado por

vigorosas políticas assistenciais . (Sachs, 2004, p.1)

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O autor acredita ser possível desenhar estratégias de desenvolvimento que

garantam a todos a inclusão social por meio do trabalho decente. O Brasil possui

grandes diferenças sociais, o que gera necessidade de políticas sociais compensatórias,

além dos serviços sociais de base, como educação, saúde, saneamento e moradia, para

atingir inclusao social. Sachs (2004) afirma que o emprego e o auto-emprego decentes

são, de fato, a melhor maneira de suprir as necessidades sociais, por duas razões:

1) A inserção do cidadão no sistema produtivo proporciona uma solução

definitiva, superando as medidas assistenciais que necessitam de

financiamento público constante.

2) O ato de executar um trabalhado decente promove a auto-estima, dando a

oportunidade de auto-realização e avanço na escala social.

Embora o trabalho com qualidade se apresente como a melhor forma de inclusão

social, surge a questão da saída gradual dos microempreendimentos da informalidade.

Além das diversas razões pelas quais a informalidade deve acabar, existe a razão ética,

já que o mercado informal impõe aos trabalhadores baixos salários, longas jornadas e

condições precárias de trabalho. É inaceitável que milhares de microempreendimentos

informais sobrevivam mediante uma competitividade espúria.

Segundo Sachs (2003), para que o processo de saída da informalidade se

desenrole, é necessário um conjunto de medidas que devem ser elaboradas e

implementadas pelos poderes públicos. São elas que podem preencher as sete condições

que o autor considera necessárias para que a informalidade deixe de existir:

1. Desenvolver, aprimorar e expandir ferramentas que possuam o objetivo de

agilizar a abertura de novas empresas, como, por exemplo, o Sistema Fácil.

Tambem é importante criar um resgistro dos trabalhadores autônomos.

2. Aperfeiçoar a Lei n° 9.317, referente ao Simples tributário, oferecendo um

tratamento diferenciado para as MPEs e MEIs, e expandir este benefício para

outros encargos, criando o Simples estadual e o municipal.

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3. Atrair e incorporar ao sistema previdenciário o grande contigente de

excluídos por meio da criação de um Simples previdenciário, direcionado

aos trabalhadores autônomos.

4. Facilitar e fomentar o acesso das MPEs e dos MEIs ao crédito e ao

microcrédito, por meio de organizações especializadas, que utilizem as

aglomerações de empresas para a redução de custos e de riscos nas

transações através de grupos solidarios.

5. Criar novas organizações creditícias, como as cooperativas de créditos, as

organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e os bancos de

arranjos produtivos (BAP), visto a falta de habilidade do sistema financeiro

tradicional em oferecer o produto do microcrédito produtivo orientado.

6. Facilitar o acesso aos mercados, dando preferência para as MPEs e as MEIs,

criando sinergias, promovendo exportações e incentivando os arranjos

produtivos e sua comercializaçao no exterior.

7. Criar centros tecnológicos para a difusão do conhecimento e da tecnologia,

facilitando o acesso das MPEs às novas tecnologiais disponíveis no mercado,

estimulando a criação e inovação.

As atividades ressaltadas pelo autor promovem a inclusão dos

microempreendimentos no sistema formal de comercialização. No entanto, estas

medidas são realizadas através das politicas públicas, que se caracterizam por atividades

complexas desde sua elaboração até a sua implementação, e que partem do modelo de

desenvolvimento que cada município almeja. Torna-se, portanto, essencial que nos

aprofundemos nas questões municipais, buscando compreender sua dinâmica e seus

processos de desenvolvimento e implementação de políticas públicas

Para isso, no próximo capítulo, abordaremos o processo de desenvolvimento

endógeno, discorrendo sobre os fatores de acumulação e o processo de implementação

das políticas públicas nos municípios.

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Síntese – Capítulo 1

Neste capítulo, abordamos o processo de desemprego atual, causado pelo

próprio crescimento econômico, que utiliza conceitos como downsizing para aperfeiçoar

a gestão financeira corporativa. Isso ocasiona um deslocamento “inverso e simétrico” do

processo administrativo, que o torna mais caro que o próprio produto. Segundo Dowbor

(2010), o desemprego evoluiu e, para mensurá- lo, devemos incluir nele o emprego por

desalento, o trabalho temporário e outras formas de vinculação.

Verificamos que o desemprego gera pobreza econômica, impactando nas

liberdades de troca, parte essencial das liberdades básicas, previstas pelos direitos

humanos, além de causar males psicológicos, como a perda da motivação e da

autoconfiança, o aumento de doenças e de morbidez, que podem impactar até as taxas

de mortalidade. Vimos, portanto, que o desemprego intensifica a exclusão social e a

entrada no mercado informal.

De acordo com a OIT, o número de empregos tem aumentado após a última crise

econômica, mas a média de trabalhadores desempregados, em idade ativa, continua a

subir, revelando a ineficiência dos mercados em gerar novos postos de trabalho para

suprir a demanda em relação ao crescimento da população. Mesmo os países da LAC,

que apresentaram boas taxas de crescimento econômico em níveis de pré-crise, não

garantem um emprego de qualidade, já que muitos trabalhadores não possuem uma

renda significativa.

Vimos que o processo de precarização do trabalho afasta a massa crescente de

trabalhadores dos seus direitos legais, deixando-os a mercê de postos de trabalho com

baixa remuneração e por vezes insalubres. Esta transformação dá origem a “nova

pobreza” (Singer, 1996), que se inicia com pessoas que pertenciam à classe média, mas

que perderam seus empregos e não conseguiram se reciclar, sendo obrigados a trabalhar

no mercado informal, que, segundo a ETCO (2012), representa atualmente cerca de

16% do PIB nacional.

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A economia informal escapa dos critérios estatísticos, já que não inclui uma

parcela importante dos trabalhadores informais. Os estudos comparativos internacionais

também se mostram inviáveis devido às múltiplas interpretações sobre o assunto. Para

superar esses entraves, Sachs (2003) abandona a dicotomia do trabalho formal e

informal, caracterizando quatro modelos diferentes de produção – a economia

doméstica, a proto e pré-capitalista, a capitalista e a economia solidária. Discorre sobre

as relações desses quatro diferentes modelos com a economia formal e a informal,

mencionando uma série de atividades que os municípios podem realizar para promover

a inclusão produtiva: o acesso ao crédito, a desburocratização e o aperfeiçoamento de

leis.

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CAPÍTULO 2: Processo do desenvolvimento endógeno.

“O processo de globalização traduz-se por um aumento da concorrência nos

mercados, o que implica a continuidade dos ajustes do sistema produtivo de países,

regiões e cidades mergulhadas na globalização. Dado que as empresas não

competem de forma isolada, fazendo-o juntamente com o entorno produtivo e

institucional de que fazem parte, esse processo estimula a formação de uma nova

organização do sistema de cidades e regiões, de acordo com a nova divisão

internacional.” (Barquero, 2002. P.13)

A globalização, com seus diversos aspectos e suas controvérsias, influi no

aumento da concorrência, gerando novas necessidades e novas demandas de serviços

para que as empresas locais se ajustem às exigências do mercado internacional.

Para Barquero (2002), as transformações econômicas, organizacionais, políticas

e institucionais contribuem para uma nova dinâmica entre a economia e a sociedade. O

desenvolvimento econômico passa a considerar as opiniões de todos os atores

envolvidos – poder público, poder privado e grupos sociais – para identificar as

possibilidades de desenvolvimento local com características endógenas.

O autor considera o desenvolvimento endógeno como um modelo de

desenvolvimento econômico eficaz. Segundo este conceito, as localidades deixam de

depender do auxílio externo e passam a criar soluções internas para as dificuldades

regionais. Assim, a sociedade local influencia o planejamento estratégico, que utiliza e

prioriza o potencial local, trazendo progresso aos empreendimentos e ao mercado

regional, por meio do fomento e do acúmulo de recursos econômicos.

Para anular o estado inerte de algumas localidades, é necessário impulsionar os

fatores que propiciam a acumulação de capital. Barquero (2002) considera que o

processo de acumulação ocorre através da difusão das inovações e do conhecimento, da

organização flexível da produção, do desenvolvimento urbano do território e da

flexibilidade e complexidade institucional.

Sobre a difusão das inovações e do conhecimento, Barquero explica que o

progresso e a mudança organizacional e estrutural são consequência das inovações

criadas e introduzidas no sistema produtivo, essas ações originam-se em novos

investimentos e o impacto delas depende da sua propagação ao longo do corpo

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produtivo. Essas ações proporcionam novas estratégias, tecnologias e conhecimentos

para as empresas manterem ou melhorarem os resultados de suas atividades.

Schumpeter (1934) afirma que as inovações resumem-se à produção de novos

bens, ao desenvolvimento de novos métodos de produção, à criação de novos modelos

de organização e à abertura de novos mercados. Porém, a teoria do desenvolvimento

endógeno aprecia tanto as inovações radicais, descritas por Schumpeter, quanto às

inovações incrementais, caracterizadas como as pequenas inovações na engenharia e

produção dos produtos, nos métodos e nas organizações que permitem às empresas e ao

sistema produtivo alcançarem seus objetivos, oferecendo uma resposta mais eficaz aos

desafios imposto pela alta concorrência nos mercados.

Sobre a organização flexível da produção, o autor mostra que a organização dos

sistemas produtivos é um fator essencial para a acumulação de capital, tanto que este

processo teve destaque na Alemanha e nas “economias de desenvolvimento tardio”,

realizadas na Itália e Espanha durante as últimas décadas. Barquero (2002) ressalta que

o sistema produtivo de uma determinada localidade não precisa ser formado por grandes

ou pequenas empresas, o mais importante é a organização entre o sistema produtivo

local e as organizações do entorno, ou seja, as relações entre as empresas, os provedores

e os clientes é que propiciarão a produtividade e a competitividade das economias

locais.

A dinâmica econômica que vem se desenvolvendo nas últimas décadas pode ser

caracterizada pela criação de redes explícitas entre as empresas, como por exemplo, os

sistemas produtivos locais que criam acordos e alianças estratégicas entre as

organizações. Estas alianças são realizadas em projetos específicos, podendo envolver

produtos e processos que fortaleçam a competitividade dessas empresas, expandindo os

seus resultados, ampliando a renda da economia local e propiciando uma posição mais

vantajosa diante da alta competitividade externa.

Sobre o desenvolvimento urbano do território, Barqueiro (2002) explica que

todas as cidades são formadas por um conjunto de atores econômicos que tomam as

principais decisões, desde os investimentos e de onde eles serão alocados até a

localização das atividades produtivas. Assim as cidades devem ser interpretadas como

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uma organização, onde os atores internos interagem trocando bens, serviços e

conhecimentos.

Dowbor (2008a) compara as cidades com as empresas tradicionais. Ambas

visam à acumulação dos recursos através de um conjunto de técnicas, que garantam que

esses recursos sejam plenamente utilizados, formando uma estrutura coerente com as

atividades dos diversos atores e promovendo uma gestão racional da localidade. Assim,

podemos dizer que as cidades se criam e desenvolvem novos espaços de produção, por

suas potencialidades e capacidade de gerar externalidades. Portanto, elas respondem

estrategicamente às ameaças da globalização e do crescimento da concorrência externa

a partir de iniciativas locais, que estimulam o crescimento e o desenvolvimento

regional.

Sobre a flexibilidade e complexidade institucional, Barqueiro (2002) considera

que elas são promovidas pelos atores econômicos e sociais que possuem a sua própria

forma, cultura e mecanismos de organização. Cada cidade estimula o surgimento de

arranjos específicos de organizações que favorecem ou não as atividades econômicas

locais. Os atores econômicos tomam suas decisões neste meio organizacional, mesmo

que às vezes não sigam um modelo teórico especifico. O desenvolvimento econômico

local resulta em um fortalecimento dos territórios que passam a contar com um sistema

institucional evoluído e complexo. Esta nova postura institucional se sustenta na

relevância estratégica dos processos de desenvolvimento e em seu fortalecimento, pois

permite reduzir os custos de transação e produção. Também dá maior confiança entre os

atores econômicos, estimula a capacidade das organizações, cria redes de cooperação

entre as instituições e incentiva os mecanismos de aprendizado e troca de informações.

Dowbor (2008a) considera as prefeituras como uma unidade gestora da cidade e

de todo o seu contorno rural, apresentado como um “espaço de processos

coerentemente articulados e integrados”. Abramovay e Sachs (1995) afirmam que o

peso demográfico do meio rural não é necessariamente uma desvantagem (handicap) a

ser corrigida pela urbanização. Ele pode ser o indicador de um conjunto de reservas

produtivas que a sociedade ainda não soube valorizar.

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A cidade representa o local onde o desenvolvimento, ou a falta dele, se

manifesta e é neste plano que se deve criar soluções para os conflitos, negociando

compromissos e construindo, na medida do possível, sinergias (Sachs, 2003).

Segundo Dowbor (2008a), as cidades devem ser consideradas como um bloco

básico de construção, o deslocamento das iniciativas de desenvolvimento para o nível

local, aproximando as decisões dos cidadãos comuns, oferece- lhes a oportunidade de

participar e de expor suas vontades e opiniões.

2.1. Fatores de acumulação

“Desde o início dos anos 80, ocorreu uma profunda alteração na política econômica,

momento em que os atores locais e regionais passaram a empreender ações

objetivando influências os processos de crescimento das economias locais. Surgiu,

assim, a política de desenvolvimento local, como resposta das comunidades aos

desafios colocados pelo fechamento de empresas, pela desindustrialização e pelo

aumento do desemprego” (Barquero, 2002. p. 25).

Barquero (2002) comenta que as regiões precisaram reestruturar seus sistemas

produtivos, com o objetivo de enfrentar a forte concorrência e as constantes

transformações do mercado. A política de desenvolvimento econômico local surge

como uma solução satisfatória diante da passividade das administrações centrais.

As principais características da política de desenvolvimento local estão

relacionadas à fomentação dos fatores determinantes do processo de acumulação de

capital. Um dos principais eixos da política de desenvolvimento local é a difusão das

inovações e do conhecimento, como foi observado por diversos autores e instituições

(Barquero, 2002). Como exemplo, temos a Comissão Econômica para a América Latina

e o Caribe (CEPAL), que incentiva, realiza e publica diversas pesquisas sobre as

políticas de desenvolvimento por meio do projeto “Desenvolvimento Local e

Descentralização na América Latina”.

Entre os pesquisadores sobre o assunto, está Costamagna (2000), que fala sobre

o Instituto Nacional de Tecnologia da cidade de Rafaela, na Argentina, criado com o

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propósito de realizar pesquisas de desenvolvimento de novos produtos e que oferece

assistência técnica às empresas locais e apoio à formação dos trabalhadores. Amaral

Filho (2000) apresenta os avanços econômicos do Ceará nas últimas décadas do século

XX, que alcançam uma taxa acumulada de variação do seu produto interno bruto

acima dos produtos regional e nacional em uma época hostil, com instabilidade

econômica e com altas taxas de juros e de inflação.

Em relação à política de desenvolvimento da Europa ao longo das últimas

décadas, a política realizada na América Latina mostra fortes diferenças. Especialmente

nas políticas de desenvolvimento local, que envolvem outros modelos de estratégias de

desenvolvimento, além de novos mecanismos de funcionamento e de gestão das

próprias políticas. A política regional tradicional baseia-se em um modelo de

crescimento concentrado, favorecendo a distribuição de trabalho e renda por todo o

território mediante os incentivos e investimentos na infraestrutura. Mas, segundo

Barquero (2002), esta política tradicional possui um total de zero em sua soma, já que

uma região obtém recursos a custa das demais. Por esta razão, o autor defende a política

de desenvolvimento que supera os desequilíbrios por meio do fomento territorial,

tornando-se um jogo de soma positiva, capaz de tirar proveito do potencial interno para

gerar o desenvolvimento local.

As políticas de desenvolvimento local propiciam soluções aos desafios impostos

pela alta concorrência nacional e internacional e pelo estado estacionário da localidade.

Transformam a teoria do desenvolvimento endógeno em instrumento de ação, criando

mecanismos mais eficientes para o sistema produtivo através da disseminação das

inovações e do conhecimento. Também criam organizações mais flexíveis,

desenvolvimento urbano e a complexidade e flexibilidade institucional. Neste contexto,

os fatores de acumulação formam um sistema denominado fator de eficiência H.

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Figura 2 – O efeito H

Fonte: Barquero (2002)

Para tornar possível organizar e institucionalizar a elaboração e a implementação

das estratégias territoriais, Sachs (2003. p. 146) sugere que o processo se inicie pela

comunicação entre as representações dos grupos existentes no local, transcendendo à

“mera listagem de reivindicações a serem atendidas por instâncias governamentais de

nível superior, estaduais ou federais”. As soluções só serão duradouras caso se

identifique as potencialidades regionais, tornando-as fatores determinantes e

participantes do processo de desenvolvimento e ultrapassando a cultura do

“clientelismo”.

2.2. Estratégias de desenvolvimento local

A transformação que vem ocorrendo ao longo das últimas décadas é fruto da

mudança da política de desenvolvimento regional. As políticas denominadas de “cima

para baixo”, desenvolvidas exclusivamente pela administração central do Estado, vêm

perdendo força. A abordagem denominada “debaixo para cima” ganha importância e

espaço dentro das políticas desenvolvidas e administradas pelos governos locais e

regionais brasileiros, assegurando o desenvolvimento econômico.

Para exemplificar as políticas que vem de “cima para baixo”, Bede (2008. p.38)

cita o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assegurando que “o aspecto

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mais positivo do PAC” é “o fator psicológico gerado com o próprio lançamento do

programa” e não o que vem ocorrendo em sua implementação.

A principal preocupação do governo federal brasileiro era a estabilidade de

preços, que foi adquirida com o Plano Real. Após esta conquista, o governo elaborou

um documento que sistematiza uma série de ações para estimular o crescimento do país.

Porém, os investimentos do PAC estão restritos a poucos setores – construção civil,

infraestrutura, TV digital e semicondutores – concentrando-se na redução e isenção de

impostos, como o PIS e o Cofins. O programa não possui outras propostas como, por

exemplo, a melhoria da qualidade da mão-de-obra, acarretada pelo baixo nível de

desempenho dos estudantes, especialmente os da rede de ensino pública (BEDE, M. A.

2008).

A transformação da política de desenvolvimento de “cima para baixo”, aquela

que é imposta em relação às reais necessidades, para a política de “baixo para cima” cria

novas soluções, que se adéquam aos desafios do sistema econômico local, tornando as

comunidades regionais mais eficientes em seus sistemas produtivos. Adota medidas que

aproveitam o potencial econômico já existente no território (recursos humanos,

capacidade empresarial, cultura produtiva e tecnologia) e enfrenta de forma mais

eficiente os efeitos causados pela reestruturação produtiva, como o desemprego e a

mudança estrutural.

Barquero (2002) enfoca a questão de como integrar as economias locais com a

economia nacional e internacional a partir de um sistema produtivo mais competitivo.

As dificuldades encontradas pelas cidades e localidades podem ser superadas por meio

da reestruturação do sistema produtivo, aumentando a produtividade dos

estabelecimentos agrícolas, das indústrias e de serviços diante do mercado nacional. O

autor afirma que as experiências já realizadas do modelo de desenvolvimento de “baixo

para cima” passa pela formulação e aplicação da estratégia de desenvolvimento

empresarial, operacionalizada com base em ações, com o objetivo do aumento da

produtividade e da competitividade.

Os objetivos de aumentar a produtividade e a competitividade podem ser

alcançados de várias formas. Para Barqueiro (2002), estas formas dependem de duas

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estratégias. A primeira é constituída por um conjunto de ações baseadas na melhoria da

eficiência e na eficácia das instituições do sistema produtivo local, e a segunda

estratégia é buscar realizar pequenos passos, combinando ações de eficiência e equidade

em curto, médio e longo prazo.

Figura 3 – Estratégias para o aumento da produtividade e competitividade.

Fonte: Barquero (2002).

A primeira estratégia presume o avanço da tecnologia, do conhecimento e das

habilidades de parte da população, viabilizando a produção de novos bens e novos

processos de produção. Gera uma mudança radical do sistema produtivo local. O autor

adverte que esta primeira opção pode causar impactos negativos no mercado de trabalho

local, nas organizações de produção e no meio-ambiente.

A segunda estratégia introduz mudanças estruturais partindo do próprio sistema

produtivo local, aproveitando a cultura e a tecnologia já existentes e incorporando

inovações nas atividades produtivas. Estas transformações devem ser adotadas pela

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sociedade local. Este modelo de estratégia procura combinar os objetivos de eficiência e

de equidade, dando ênfase à participação social. O risco de retroceder ao modelo de

economia assistida pode ser evitado com o apoio público, que se torna implícito nesta

proposta.

A resposta das cidades e dos sistemas produtivos locais aos desafios impostos

pela globalização só se torna operacional diante de um conjunto de ações de caráter

único, diferenciando-se pela localidade, pelo sistema produtivo, pela cultura popular e

pela administração pública. Algumas localidades podem optar pela melhoria da

infraestrutura, enquanto outras procuram suprir carências e/ou contribuir para o

fortalecimento da capacidade de organização do próprio território (Alburquerque,

2001).

2.3. Estado e as políticas públicas

O Estado é uma organização política, administrativa e jurídica, que se constitui a

partir da existência de um povo, em um território fixo, pré-determinado e submetido a

uma soberania. O Estado se estabelece através das características do seu território e do

seu povo, dando origem a uma sociedade organizada e orientada pelo próprio Estado,

que mantem o poder político como soberano:

A governabilidade consiste na capacidade conferida pela sociedade ao Estado para o

exercício do poder, para governar e empreender as transformações necessárias. A

fonte da governabilidade está nos cidadãos e na cidadania organizada. Trata-se,

portanto, de uma condição sine qua non11

para existência e permanência de um

governo. (Silva, 2012. p.17)

Segundo Luiz da Silva (2012), o Estado realiza suas intervenções a partir das

políticas públicas, pois o governo é o único que pode implementá- las já que possui a

capacidade de universalização, regulamentação e coerção, podendo adotar medidas

universais, abrangendo todo o território nacional e alcançando toda a população. Além

11

Sine qua non: expressão que se originou do termo legal em lat im que pode ser traduzido como “sem a/o

qual não pode deixar de ser”. Fonte: Wikipédia.

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de estabelecer direitos e deveres, o governo é o único que pode constituir penalidades

para aqueles que não cumprem as regras estabelecidas.

Para Lahera (2004), as políticas públicas são geradas pelo consenso entre o

governo e a oposição. O autor acredita que, por meio das políticas públicas, podemos

alcançar soluções mais amplas e sequenciais.

Para Heidemann (2009), as políticas públicas incluem, em sua definição, dois

elementos essenciais. O primeiro deles é a intenção. O segundo elemento é a ação de

implementação. O autor afirma que não há política pública se não houver a ação para a

sua materialização.

As políticas públicas são exigidas pela sociedade e por outros poderes

democráticos que buscam implementar seus propósitos e/ou plataformas eleitorais. Frey

(2000) afirma que o processo de criação e implementação das políticas públicas sofre

transformações ao longo do tempo devido às mudanças que ocorrem na esfera política.

Portanto, é importante compreender este caráter dinâmico e temporal dos processos

políticos.

As políticas públicas possuem um propósito benéfico à toda sociedade, embora

elaboradas e implementadas a partir de escolhas realizadas pelo governo. Mesmo ao se

omitir ou se recusar a fazer alguma ação, o governo acarreta um impacto coletivo. A

intenção de realizar ou não as políticas públicas podem ter diversas origens.

Luiz da Silva (2012) apresenta cinco origens possíveis e seus exemplos para as

políticas públicas:

- Política pública com origem em desejo: busca por novos mercados, pedidos

pela população local.

- Política pública com origem em interesses: são ações de infraestrutura que

atende a população, possui forte articulação e pressão por parte de instituições não

governamentais.

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- Política pública com origem em necessidades: procura solucionar algum

problema coletivo relacionado às necessidades básicas, como por exemplo, saneamento,

energia e outros.

- Política pública com origem em sobrevivência: expressa-se por ações para

atender a falta de condições básicas de sobrevivência, por falta de alimentação, saúde ou

segurança.

- Política pública com origem em ideologia: são ações estratégicas para o

desenvolvimento do Estado, por exemplo o Pró-álcool.

As políticas públicas são requisitadas por diversas fontes que normalmente estão

interrelacionadas. São “organizações socialmente constituídas”, que exercem pressão

sobre os governos, influenciando-o para que realizem ou não uma determinada ação. É

o que ocorre quando uma pequena parte da sociedade se envolve em uma determinada

política pública, ou seja, tudo depende do interesse do grupo social pela política pública

em discussão. Assim, a política pública é influenciada pelas instituições que possuem o

mesmo interesse sobre uma temática específica. Elas tornam a opinião do grupo mais

representativa diante do governo.

Luiz da Silva (2012) explica que uma política pública de empreendedorismo

local pode ser delineada por ONGs, associações de moradores, associações comerciais,

federações industrial e comercial, sindicatos e pelo próprio governo, formando um

processo natural e legitimo da participação. Há, ainda, organizações informais que

também exercem pressão, como os ambulantes, os moradores ou outros grupos não

oficializados que agem paralelamente aos agentes formais. Eles possuem demanda

própria, participam e influenciam na definição da política pública em pauta.

2.3.1. Implementação das políticas públicas

A implementação das políticas públicas ocorre através de decisões, baseadas na

agenda definida pelos autores que a delinearam, ou seja, o grupo formado pelo governo,

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as ONGs, os sindicatos e outras organizações formais e informais. Implementar as

políticas públicas constitui o conjunto de ações que transformam as intenções dos

autores em situações reais, como a capacitação da população, os incentivos fiscais e

outras soluções para os problemas sociais.

O processo de implementação também pode ser definido como a execução de

diversas atividades que possibilitam a obtenção das metas definidas na delineação das

políticas públicas. (Silva & Melo, 2004).

A implementação deve ser vista como uma sequência de eventos, que depende

de uma cadeia complexa de variáveis e interações para se alcançar um resultado, o que

torna o processo impreciso. Frey (2000) afirma que, nos casos em que os resultados e

impactos não correspondem ao do projeto inicial, cria-se um déficit de implementação.

Enquanto a implementação não for realizada, a política pública não se

materializa, tornando-se apenas um conjunto de intenções. Portanto, as políticas

públicas passam a existir a partir de sua implementação. Luiz da Silva (2012) fala sobre

a importância dos dados coletados durante o processo de implementação e mostra como

podem auxiliar na formulação de novas políticas, complementando-as ou

reimplementando-as em outras localidades.

Segundo Luiz da Silva (2012), existem condições necessárias para que a política

pública seja implementada com sucesso e alcance os seus objetivos. Entre essas

condições destacam-se o tempo e os recursos disponíveis. Em todas as etapas, a

implementação deve ser baseada em teorias adequadas sobre a relação do problema com

a solução proposta, deve haver completa compreensão e foco dos objetivos a serem

alcançados, as tarefas devem estar claras para todos e é necessário que haja uma boa

comunicação entre os vários atores do programa, obedecendo a hierarquia estipulada.

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50

2.3.2. Limites e desafios das políticas públicas

O procedimento de análise da eficiência e eficácia das políticas públicas nos

países em desenvolvimento, como China, Rússia, África do Sul e Brasil, ainda se

baseiam, segundo Luiz da Silva (2012), nos aspectos político-institucionais, financeiros

e técnicos.

Para o autor, a característica mais comum para se explicar as falhas de

planejamento público nos países em desenvolvimento é a falta de capacidade financeira,

é o problema do “cobertor curto”, pelo qual as prioridades orçamentárias comprometem

todo o planejamento e dificultam a implementação das políticas públicas.

Também a falta de conhecimento técnico é outro desafio para a realização das

políticas públicas, ou seja, a escassez de recursos humanos capacitados e motivados,

com conhecimento prático e teórico, torna-se um grande desafio a ser superado para

alcançar o desenvolvimento desejado.

Outro fator limitador da implementação das políticas públicas é a escassez de

pesquisa de análise das macrotendências sobre essas ações. A falta deste conhecimento,

que envolve o Estado e as comunidades, prejudica a obtenção de resultados. (Luiz da

Silva, 2012).

Também dificulta a implementação das políticas públicas a pouca importância

dada à negociação político-social, deixando de lado o fato de que a administração

pública não é algo exclusivamente técnico, mas faz parte de um sistema de crenças e

valores da própria população, além do limite formal da legislação.

Luiz da Silva (2012) apresenta, ainda, como limitador da propagação das

políticas públicas, a dificuldade de mensuração dos resultados, que permita a análise de

sua efetividade pelas diversas entidades públicas. Essa dificuldade origina-se na falta de

indicadores específicos de implementação, da atuação e de seu impacto, em termos de

quantidade e qualidade.

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2.4. Iniciativas locais na América Latina

Atualmente, com o contexto de incertezas em escala internacional, as cidades e

suas regiões competem para manterem seus investimentos, procurando formas

inovadoras de superar os desafios e limitações da própria política pública, a fim de

promover o desenvolvimento local.

Os países europeus deram início às políticas de desenvolvimento local ainda na

década de 1980. Desde então, vêm ocorrendo mudanças nos processos utilizados,

devido à nova demanda e à complexidade regional. O relatório da SMEPOL12 apresenta

algumas políticas possíveis para solucionar dificuldades na área de recursos humanos,

financeira, tecnológica e estratégica (Nauwelears & Wintjes, 2000).

Ao longo dos anos 1990, os países em desenvolvimento deram início aos estudos

sistemáticos sobre a importância das políticas de desenvolvimento local, que se tornam

cada vez mais conhecidas na América Latina, principalmente pelas pesquisas realizadas

pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID) (Barquero, 2002).

2.4.1. O laboratório brasileiro

O Brasil tem sido um importante laboratório para o acúmulo de novas

experiências em relação aos projetos de desenvolvimento local devido ao seu tamanho

territorial, à sua variedade climática e a sua diversidade biológica e cultural. As

pesquisas, análises e discussões realizadas sobre essas experiências não buscam

modelos prontos para serem imitados, já que o mimetismo é um processo que não

atende às características distintas de cada região do país (Sachs, 2003).

Devido a seu caráter único, as experiências brasileiras de desenvolvimento local

devem ser analisadas em vários níveis, começando por sua história, objetivos, processos

12

SMEPOL: Small and Medium-sized Enterprises Policy (Nauelears & Wintjes, 2000).

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realizados e resultados alcançados. Esta análise torna viável comparar a trajetória de

projetos semelhantes de algumas regiões, avaliando os resultados alcançados e

identificando as melhores práticas para as diversas situações.

Como exemplo, citamos Vieira (2002) que apresenta as pequenas produções e o

modelo de desenvolvimento realizado em Santa Catarina, que, apesar de seu tamanho

pequeno demográfico, possui uma economia diversificada, com arranjos produtivos

locais de prestigio nacional e internacional. O Estado realizou a integração entre os

agronegócios e a agricultura familiar, além disso, suas atividades relacionadas ao

turismo não se apoiam em grandes resorts nem em cadeias de hotéis de luxo. O estado

de Santa Catarina se desenvolveu e institucionalizou o debate e a negociação entre os

atores sociais, através de fóruns regionais e agências de desenvolvimento.

Nesses e em outros projetos, por todo o Brasil, é importante a presença do

SEBRAE, que planeja, organiza e desenvolve ações de cunho social, sempre em busca

do desenvolvimento dos pequenos e médios empreendedores. Além da formulação e

implementação desses projetos, o SEBRAE realiza análises de diversas práticas e

promove uma série de premiações, trazendo “uma rica colheita de boas praticas” que

servem “de exemplo a outras iniciativas do gênero”, como comenta Sachs (2003.

p.149).

Este segundo capítulo teve como objetivo mostrar como o processo de

desenvolvimento endógeno e a implementação de políticas públicas podem corroborar

para a diminuição da pobreza e do trabalha espúrio.

O próximo capitulo procurou estudar o SEBRAE a partir da sua constituição.

Aborda o seu foco de atuação e os seus eventos de premiação. Discorre sobre sua

importância para os micro e pequenos empreendedores nacionais e sobre suas ações de

fomento e propagação de boas práticas de inclusão produtiva.

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Síntese – Capítulo 2

Neste capitulo, abordamos o processo de desenvolvimento endógeno, aquele que

ocorre de dentro para fora das regiões, a partir do acúmulo de recursos econômicos,

buscando anular o estado inerte de algumas localidades. Ele acontece por meio de

atividades especificas, como a difusão das inovações e do conhecimento, a organização

flexível de produção, o desenvolvimento urbano do território e a flexibilidade e

complexidade institucional, e assumindo as prefeituras como uma unidade gestora da

cidade e do seu contorno rural. Assim, as iniciativas de desenvolvimento são deslocadas

para um nível local.

O processo de desenvolvimento endógeno apresenta-se como um instrumento de

ação das políticas de desenvolvimento econômico local. Ele busca soluções para a

passividade das administrações centrais e dos atores locais diante da alta concorrência

nacional e internacional. Para institucionalizar este processo de elaboração e de

implementação das ações locais, é necessário boa comunicação entre os atores

envolvidos – poder público, poder privado e grupos sociais – para determinar, em

conjunto, a melhor estratégia de desenvolvimento, a qual pode ocorrer por meio de

mudanças radicais ou a partir de pequenos passos. Mesmo assim, a resposta das regiões

aos desafios impostos pela globalização só se tornam operacionais diante de um

conjunto de ações que se diferencia por localidade, sistema produtivo, cultura popular e

administração pública.

Os municípios realizam suas intervenções a partir das políticas públicas que

incluem, em sua definição, a intenção, que cria a situação para sua existência, e a ação

de implementação, já que não há política pública se não houver a sua materialização.

Assim, o processo de implementação das políticas publicas é o conjunto de ações que

transformam as intenções dos atores locais em situação real, como a qualificação da

população, os incentivos fiscais, etc.

Enfocamos o papel da CEPAL, que foi a principal fonte de estudos sobre as

políticas de desenvolvimento local na America Latina ao longo da década de 90.

Também foi apresentada a importância do Brasil para o desenvolvimento e acúmulo de

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novas experiências em relação a novos projetos. Foi ressaltado que essas experiências

de desenvolvimento local possuem um caráter único e devem ser analisadas em vários

níveis, evitando o mimetismo e assumindo as características distintas das regiões.

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CAPÍTULO 3: O papel do SEBRAE no Brasil

O Brasil enfrenta o desafio de reduzir as desigualdades sociais e os

desequilíbrios regionais, combatendo o desemprego, a partir do estímulo ao

empreendedorismo, e promovendo a capacitação e a criação de novas tecnologias. Para

isso, o país conta com o Sistema S13, que é um conjunto de organizações voltadas para o

treinamento profissional, a assistência social, a consultoria, as pesquisas e a assistência

técnica. Este conjunto de organizações é formado pelo SENAI, SESI, SENAC, SESC,

SENAR, SEST, SENAT, SESCOOP e pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas), entidade sem fins lucrativos, que possui a missão de

promover e estimular a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e

pequenas empresas.

Através de parcerias com o setor público e o privado, o SEBRAE promove o

desenvolvimento sustentável por meio de programas de capacitação, estímulo ao

associativismo, desenvolvimento territorial e acesso aos mercados. Seus esforços para a

redução da carga tributária e burocrática e para a abertura de mercados e acesso ao

crédito, à tecnologia e à inovação para as micro e pequenas empresas ganharam

visibilidade com a aprovação da Lei Complementar 123/06:

Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento

diferenciado e favorecido a ser d ispensado às microempresas e empresas de pequeno

porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios (Brasilia, 2006).

A sede nacional do SEBRAE fica na cidade de Brasília. O serviço possui uma

vasta capilaridade no território nacional, o que garante um atendimento de qualidade e

de fácil acesso. Possui escritórios nos 26 estados, no Distrito Federal e no Distrito

Estadual de Fernando de Noronha, com cerca de 630 pontos de atendimento, sendo 55%

pontos próprios e 45% cedidos por parceiros. Esta amplitude de atuação permite que os

serviços prestados pelos escritórios canalizem suas ações para necessidades,

13

Disponível em < http://www12.senado.gov.br/noticias/glossario-leg islativo/sistema-s > acessado em

30/11/2012.

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peculiaridades e dificuldades regionais, contribuindo para o desenvolvimento

econômico local. A tabela 3 apresenta o número de escritórios do SEBRAE por região:

Tabela 3 – Número e porcentagem de escritórios por região

Região Número de escritórios % de escritórios

Norte 60 9,49

Nordeste 81 12,82

Centro-Oeste 35 5,54

Sudeste 351 55,54

Sul 105 16,61

Total 632 100,00

Fonte: Adaptação do site SEBRAE

3.1. Como se constituiu

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) existe

a cerca de 5 décadas. Com ele, deu-se o início das primeiras políticas voltadas aos

interesses das pequenas empresas. A Superintendência de Desenvolvimento do

Nordeste (SUDENE) foi a primeira a abrir linhas de crédito espec íficas para as

pequenas empresas e empreendedores, junto com o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico (BNDE).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criou o Programa de

Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e o Fundo de Desenvolvimento

Técnico-Científico (Funtec), que formavam o departamento de operações especiais do

BNDE, desenvolvendo um sistema de apoio gerencial às micro e pequenas empresas.

Por iniciativa do Ministério do Planejamento e do BNDES, foi criado em 1967,

o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (CEBRAE) 14. Sua

primeira ação foi o credenciamento de parcerias em diversos estados, como o Instituto

de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (IDEIES), o Instituto de

14

CEBRAE, com C, existiu entre 1967 até 1990, quando se desvinculou da administração pública e se

tornou o SEBRAE, com S, de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

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Desenvolvimento e Estudos do Governo (IDEG), no Rio de Janeiro, e o Centro de

Assistência Gerencial (CEAG), de Minas Gerais.

Após cinco anos, o CEBRAE possuía mais de 230 colaboradores, estava

presente em mais de 19 estados e já havia formado mais de mil consultores

especializados em micro, pequenas e médias empresas. Foram criados os programas

Promicro15, Pronagro16 e Propec17, que proporcionaram aos empresários o atendimento

nas áreas de tecnologia, crédito e mercado.

O CEBRAE enfrentou uma série de crises no final dos anos 80, o que o

enfraqueceu como instituição. Sua vinculação passou do Ministério do Planejamento

para o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC). Com sérias dificuldades

orçamentárias, ao longo do período de cinco anos de instabilidade, foram demitidos

cerca de 40% do total de seus funcionários.

Em 1990, através do decreto n° 99.570, o CEBRAE se desvinculou da

administração pública federal e passou a se denominar Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), transformando-se em um serviço social

autônomo, instituição sem fins lucrativos e de utilidade pública. Ampliou sua estrutura

de atendimento para todos os estados, auxiliando na criação e desenvolvimento de

milhares de micro e pequenos negócios em todo o país.

Atualmente, o financiamento da instituição ocorre por meio do repasse da

alíquota do INSS das empresas privadas. Em 2012, a receita foi composta pela

contribuição social (65%), contribuição social do próprio SEBRAE (8%), convênios

(4%), aplicações financeiras (6%), receitas diversas (4%) e saldo do exercício anterior

(13%), totalizando um valor acima de 3 bilhões de reais18.

A estratégia de atuação do SEBRAE está focada nos micro e pequenos negócios

dos três pilares da economia brasileira: a indústria, a maior fonte de criatividade e

15

Programa de Incentivos aos Micro e Pequenos Negócios (PROMICRO). 16

Programa Nacional de Apoio à Empresa Rural (PRONAGRO). 17

Procedimentos Técnicos para Pecuária (PROPEC). 18

Documento, em anexo, esta disponível em < http://www.sebrae.com.br/customizado/orcamento-do-

sistema-sebrae/1-2012%20Composicao%20da%20Receita.pdf > acessado em 30/11/2012.

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originalidade do produto brasileiro, o agronegócio, uma das principais alavancas da

economia nacional, e o comércio e serviços, que se sobressai pelo dinamismo na

geração de empregos e pelo impacto direto na competitividade dos demais setores.

Em relação à indústria, promove cerca de 400 projetos coletivos para micro e

pequenas empresas, reunidas em arranjos produtivos locais, núcleos setoriais,

encadeamentos com grandes e empresas e outras formas de cooperação, beneficiando

mais de 63 mil indústrias de micro, pequeno e médio porte.

Nos agronegócios, existem cerca de 500 projetos específicos de apoio à

agricultura familiar, como acesso à tecnologia, aos serviços financeiros, ao crédito e aos

mercados, derrubando barreiras comerciais e oferecendo certificações de qualidade e de

procedência da produção. Esses projetos estão distribuídos em 14 segmentos, sendo

alguns deles, a agricultura orgânica, a agroenergia, o café, a carne, as plantas

medicinais.

O comércio e os serviços, que ocupam formalmente mais de 4 milhões de

pessoas no Brasil, conta com 200 projetos desenvolvidos pelo SEBRAE, com o objetivo

de qualificar, modernizar e ampliar a competitividade de pólos e redes de pequenos

empreendimentos comerciais.

O SEBRAE trabalha também com a inserção de artesãos em associações e

cooperativas, dando- lhes acesso à novas práticas mercadológicas. No segmento de

cultura e entretenimento, desenvolve projetos voltados à produção audiovisual e à

promoção da música brasileira no mercado internacional.

3.3. Principais prêmios

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)

também é conhecido pelos prêmios que oferece, incentivando o mercado nacional. O

processo de premiação é um reconhecimento pelo serviço prestado, além de ser uma

forma de propagação de boas práticas nas diversas áreas.

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3.3.1. Prêmio Top 100 de Artesanato

Criado em 2006, o Prêmio Top 100 de Artensanato, que atualmente realiza a sua

3ª edição, reconhece, além do valor artístico e cultural, a qualidade e a adequação

comercial dos produtos, identificando, premiando e promovendo as 100 unidades de

produção mais competitivas em todo o Brasil.

Em sua primeira edição, o prêmio contou com cerca de quinhentas unidades de

artesanato participantes; já na segunda edição, esse volume passou dos mil inscritos em

todos os estados da federação.

A seleção ocorre em duas fases: na primeira, os candidatos devem preencher um

questionário de auto-avaliação, os que possuírem a maior adequação passam para a

segunda fase, que é a avaliação de cinco especialistas em artesanato, sem vínculo com

os participantes. Esses especialistas possuem onze critérios para a avaliação: (a) grau de

inovação dos produtos; (b) adequação econômica; (c) adequação orgânica dos postos de

trabalho; (e) adequação ambiental; (f) eficiência produtiva; (g) adequação cultural; (h)

embalagem; (i) qualidade percebida; (j) práticas comerciais; (l) responsabilidade social

e; (m) gestão estratégica.

Os vencedores do prêmio desfrutam de benefícios, como: participação em

rodadas de negócios, feiras e exposições e têm suas produções inseridas em um

catálogo, que será distribuído entre os compradores do Brasil e do exterior, o que

alavanca as vendas, dando- lhes maior visibilidade.

3.3.2. Prêmio Mulher de Negócios

O Prêmio Mulher de Negócios, que até alguns anos atrás era conhecido como

Mulheres Empreendedoras, está realizando atualmente a sua 10ª edição. É dirigido para

mulheres empreendedoras acima de 18 anos. Possui o objetivo de evidenciar o espírito

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empreendedor da mulher e de utilizar os melhores relatos como ferramenta educacional

e motivacional em palestras e cursos.

As participantes precisam ter o negócio estabelecido formalmente há no mínimo

um ano. Podem concorrer em uma das três áreas, ou seja, a de Empreendedora

Individual, que trabalha por conta própria, mas tem o seu empreendimento legalizado, a

de Pequenos Negócios, para as proprietárias de micro e pequenas empresas, e a de

Negócios Coletivos, para membros de cooperativas e associações de pequenos

negócios.

As vencedoras estaduais recebem placas/troféus com o título, um certificado da

premiação, um curso da Matriz de Soluções Educacionais, com dezesseis horas de

técnicas de consultoria, e a viagem para a participação do evento nacional em Brasília.

A vencedora nacional é premiada com uma viagem internacional, além dos prêmios já

descritos.

3.3.3. Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas

O Prêmio de Competitividade é um reconhecimento às micro e pequenas

empresas que aumentam a qualidade da produtividade e da competitividade por meio

das práticas de gestão. Esse reconhecimento é realizado em nível estadual e nacional, é

dirigido às empresas que se enquadram nas características pré-definidas: ter aberto a

empresa há pelo menos um ano fiscal, ter domicílio fiscal no Estado da inscrição,

comprovar a regularidade fiscal e estatutária e possuir uma receita bruta anual de até

três milhões e seiscentos mil reais.

As categorias de reconhecimento são: agronegócios, comércio, indústria,

serviços de educação, saúde, tecnologia da informação, turismo (bares, restaurantes,

hotéis, etc) e outras empresas de serviços que não se enquadrem nas categorias descritas

anteriormente.

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O processo de avaliação do prêmio, que se encontra na 9ª edição, inicia-se com a

avaliação da documentação e de relatórios disponibilizados pelos participantes, as

visitas são realizadas em um segundo momento e definem os finalistas. A comissão

técnica nacional do SEBRAE fica responsável por selecionar as empresas vencedoras.

3.3.4. Prêmio Técnico Empreendedor

Criado em 2002, o Prêmio Técnico Empreendedor é uma parceria entre o

Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Agricultura e o SEBRAE. Tem o

objetivo estimular o espírito empreendedor dos alunos de cursos técnicos e tecnólogos,

premiando as melhores ideias de negócios que contribuam para o desenvolvimento

socioeconômico de sua localidade.

Para participar, os alunos devem montar equipes com professores orientadores

para inscrever projetos de inclusão social, cooperativismo ou com tema livre. O foco

das pesquisas deve estar direcionado ao tema de desenvolvimento sócioeconômico

local. Os vencedores das etapas regionais recebem um prêmio de 2 mil reais e passam

para a etapa nacional, onde são premiados três projetos de cada categoria, com prêmios

de 4 mil, 6 mil e 8 mil reais para o 3°, 2° e 1° colocados respectivamente.

3.3.5. Prêmio SEBRAE de Jornalismo

O prêmio de jornalismo é destinado a apoiar e a incentivar a produção de

matérias e reportagens, dos diversos tipos de mídias, relativas ao desenvolvimento das

micro e pequenas empresas. No ano de 2012, realiza sua 4ª edição, abordando temas de

práticas vitoriosas em pequenos negócios, empreendedorismo, cooperação,

competitividade, inovação, inclusão produtiva, sustentabilidade nos pequenos negócios

e políticas públicas e legislação que contemplem o universo das micro e pequenas

empresas.

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Os temas dividem-se nas categorias de jornalismo impresso, rádio jornalismo,

telejornalismo e web jornalismo, que comporta portais ou sites de empresas jornalísticas

e blogs. O prêmio reconhece e incentiva as matérias de jornalismo desenvolvidas para

propagar as boas práticas do empreendedorismo nacional. É uma das áreas mais bem

recompensadas, seus prêmios variam de três mil a vinte e cinco mil reais para o

vencedor do Grande Prêmio de Jornalismo.

3.3.6. Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor

O SEBRAE premia, a cada dois anos, os prefeitos que se destacam por

iniciativas inovadoras de inclusão produtiva, que proporcionam postos de trabalho com

qualidade e distribuição de renda equilibrada.

O prêmio foi criado no ano de 2001 e realizou em 2012 a sua 7ª edição,

abrangendo as regionais do Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul do país.

Concorrem ao prêmio os prefeitos municipais de todo o Brasil e os administradores

regionais do Distrito Federal (DF) e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE)

que se inscreverem.

O objetivo deste prêmio é apresentar e homenagear as melhores políticas

públicas de inclusão produtiva em todo o Brasil. O prêmio torna-se uma fonte de bons

exemplos para outros líderes regionais, que poderão analisar as práticas realizadas e

adaptá- las a sua realidade, fortalecendo os municípios e tornando-os um lugar mais

propício para as micro e pequenas empresas

Segundo o SEBRAE (2012), cerca de 80% dos 1,8 milhões de pequenos

empreendedores paulistas já sentem o efeito de um ambiente mais favorável para os

seus empreendimentos. Dentre os 645 municípios que compõem o Estado de São Paulo,

mais de 380 implantaram algum mecanismo de tratamento diferenciado para as micro e

pequenas empresas. Apresentando seus projetos para o SEBRAE, com o objetivo de

concorrer ao prêmio prefeito empreendedor, os municípios difundem as boas práticas de

administração pública a favor do empreendedorismo.

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A criação desse ambiente favorável ocorre pela mobilização dos governantes,

legisladores, lideranças empresariais e trabalhistas da região, com o propósito de

implementar políticas públicas focadas nas atividades empreendedoras, tarefa que

envolve a desburocratização, o acesso ao crédito, a redução de tributos, impostos e taxas

de juros, entre outras atividades que contribuam para o fortalecimento e a consolidação

dos empreendimentos locais.

A cada edição aumenta o número de municípios participantes, e o prêmio tem

alcançado os seus objetivos de projetar as boas práticas e sensibilizar as lideranças

municipais por meio de “cases” como a “Sala do Empreendedor”, que vem se

replicando em diversos municípios com o mesmo objetivo de desburocratizar a abertura

e o fechamento das micro e pequenas empresas.

Tabela 4 – Número de municípios inscritos por edição e ano.

Edição

e Ano

(2001)

(2002)

(2003-04)

(2005-06)

(2007-08)

(2009-10)

(2011-12)

Inscritos 52 52 169 145 323 130 199 Fonte: Adaptação do site Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor

3.3.6.1. Normas para a participação

O Prêmio Prefeito Empreendedor é concedido aos prefeitos municipais que

tenham implantado projetos com resultados comprovados de estímulo ao surgimento e

desenvolvimento dos pequenos negócios e à modernização da gestão pública. Mantem o

foco nas empresas formais ou no processo de formalização, nos empreendedores

individuais ou nas outras formas produtivas, como as empresas de pequeno porte

(consórcios de empresas, arranjos produtivos, associações de pequenas empresas, entre

outros).

O prêmio concedido pelo SEBRAE compreende os pequenos negócios, como

empresas formais ou em processo de formalização, que se encaixem na Lei

Complementar n°. 123/06, ou seja, o empreendedor individual que fatura até 36 mil por

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ano, a microempresa que fatura até 240 mil por ano e as empresas de pequeno por te que

faturam anualmente até 2,4 milhões.

As inscrições são realizadas a cada dois anos, por meio do formulário eletrônico

disponibilizado no site da premiação, complementado pelo envio de documentos

obrigatórios, como o formulário de inscrição eletrônica e declarações que confirmem a

ação realizada e implementada assinadas por terceiros, que podem ser acompanhados do

material utilizado na implantação dos projetos inscritos, copia digital dos documentos

institucionais, vídeos e imagens institucionais dos projetos, entre outros.

A apresentação dos projetos inicia-se pela sua definição, o regulamento permite

que seja relatado um projeto que reúna até dez ações com resultados comprovados ao

estímulo e ao desenvolvimento dos pequenos negócios. Os projetos e suas ações devem

ser inscritos em uma ou mais área de atuação, ou seja, (a) Planejamento e Infraestrutura

para o Desenvolvimento Econômico e Social Local, (b) Desburocratização, (c)

Formalização da Economia Local, (d) Política Tributária para os Pequenos Negócios,

(e) Compras Públicas Locais, (f) Acesso à Inovação e Tecnologia, (g) Representação,

Cooperação e Associativismo, (h) Acesso ao Crédito e Serviços Financeiro, (i)

Capacitação e Empreendedorismo, (j) Lei Geral Municipal, (k) Modernização da Gestão

Pública para o Desenvolvimento Sustentável e (l) Promoção do Desenvolvimento Rural.

A apresentação do projeto deve conter descrição clara, sintética e objetiva das

ações, benefícios, beneficiários e dos resultados esperados e os alcançados. Devem ser

apresentados números que quantifiquem, com clareza, os custos e suas fontes, dados

comparativos entre a situação anterior e a posterior ao projeto e marcos regulatórios,

como leis, decretos e instruções que permitiram a implantação da ação.

As premiações são divididas em dois níveis, o estadual e o nacional. A

premiação estadual oferece aos vencedores certificados e troféus, entregues em

solenidades em seus respectivos estados. Prêmios adicionais, como divulgação do

projeto, premiação na mídia, participação técnica e especialização do prefeito, ficam a

critério do SEBRAE local.

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A premiação nacional conta com doze prêmios, sendo cinco para o melhor

projeto nacional por região e sete outros prêmios temáticos nas áreas de: compras

públicas dos pequenos negócios locais; formalização de pequenos negócios e apoio ao

empreendedor individual; Lei Geral municipal; médios e grandes municípios; crédito e

capitalização; planejamento e gestão pública para o desenvolvimento sustentável e

promoção do desenvolvimento rural.

A coordenação estadual conta com uma comissão julgadora, que é indicada e

nomeada pelo Diretor-Superintendente do SEBRAE Estadual, e sua composição tem um

presidente e técnicos em número suficiente para atender ao volume de projetos inscritos.

A análise dos participantes ocorre em seis etapas. A primeira é a habilitação, que

consiste na orientação dos candidatos sobre o processo de inscrição para que cumpram

as exigências do regulamento. Em seguida, há a pré-seleção estadual, que realiza uma

avaliação dos projetos inscritos com base nos critério de pontuação 19. Na terceira etapa,

é feita a visita técnica, composta por no mínimo dois técnicos do SEBRAE e/ou

consultores externos. A seguir, há o julgamento, realizado pelo comitê, que define os

vencedores em nível estadual. Na quinta etapa, há a pré-seleção nacional e, na sexta e

última etapa, acontece o julgamento, que define os vencedores nacionais20.

3.3.6.2. Comissão Julgadora Estadual

Para mostrar a importância deste prêmio, é necessário destacar o perfil da

comissão julgadora, formada por técnicos especializados do SEBRAE e por convidados

especiais: lideranças e personalidades da sociedade civil, que representam diversas

áreas, ou seja, empresarial, mídia e jornalismo, administração pública e acadêmica.

Os integrantes do grupo analisam individualmente todos os projetos inscritos a

partir do seu próprio conhecimento, promovendo diferentes interpretações sobre as

19

O material d isponibilizado pelo SEBRAE não informa a pontuação obtida pelos participantes. 20

Está em anexo, a adaptação da tabela de Critérios de Pontuação, descrita no Regulamento da VII

Ed ição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.

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ações de inclusão produtiva, relacionadas às micro e pequenas empresas dos municípios

participantes.

Os convidados da comissão julgadora da 5ª edição (2007-2008) foram:

- Heródoto Barbeiro: mestrado em História, pela Universidade de São Paulo,

graduado em jornalismo, ex-âncora e gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio,

jornalista e apresentador da rádio CBN e da TV Cultura.

- Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues: fundadora da Magazine Luiza,

homenageada na promoção “Os bem sucedidos”, no ano de 2000, pela Bovespa e como

“Empreendedora do Ano”, em 2004, pela revista Isto É.

- Miguel Colassuono: ex-prefeito de São Paulo (1973-1975), professor da

Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, dirigente de consultoria

econômica.

- Pedro Passos: graduado em Engenharia de Produção, pela Universidade de São

Paulo, e em Administração, pela Fundação Getúlio Vargas, um dos fundadores da

Natura.

- Silvano Gianni: formado em Física, pela Universidade de São Paulo, ex-

secrétario executivo da Casa Civil, ex-diretor presidente do SEBRAE Nacional (2003-

2004), dono de uma consultoria em Brasília.

Os participantes especiais da comissão da 6ª edição (2009-2010) foram:

- Ary Joel de Abreu Lanzarin: diretor de Média e Pequena Empresa do Banco do

Brasil, titular do Conselho Deliberativo do SEBRAE Nacional e vice-presidente da

Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento.

- Carlos Américo Pacheco: doutor em economia e professor do Instituto de

Economia da Universidade de Campinas, ex-secretário executivo do Ministério da

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Ciência e Tecnológica e ex-coordenador de programas de desenvolvimento do governo

federal.

- Elcio Aníbal de Lucca: presidente do Movimento Brasil Competitivo, ex-

dirigente do Serasa, ex-presidente da Fundação Nacional da Qualidade e dono da

Consultoria Luccra.

- Paulo Itacarambi: engenheiro civil, empresário e mestre em administração

pública, vice-presidente executivo do Instituto Ethos e membro do Conselho Brasileiro

de Construção Sustentável.

Os convidados da comissão da 7ª edição (2011-2012) foram:

- Fernando de Souza Coelho: formado em Ciências Econômicas, pela

Universidade de São Paulo, mestrado e doutorado em Administração Pública e Governo

pela Escola de Administração pela Fundação Getulio Vargas. Professor da Escola de

Artes, Ciências e Humanidades da USP, na especialidade de Administração e Políticas

Públicas, atuando no curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas e no programa

de Mestrado Multidisciplinar em Sistemas Complexos.

- Francisco Vidal Luna: graduado em Ciências Econômicas e doutor em

Economia, pela USP. Professor Doutor aposentado pela USP e ex-secretário de

Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, ex-secretario de Planejamento do

Município de São Paulo, presidente do Conselho Municipal de Política Urbana da

cidade de São Paulo e da Câmera Técnica de Legislação Urbana. Exerceu cargos de

Secretário de Planejamento e secretário Especial de Assuntos Econômicos da Secretaria

de Planejamento da Presidência da Republica.

- Ladislau Dowbor: formado em Economia Política, pela Universidade de

Lausanne, Suíça, doutor em Ciências Econômicas, pela Escola Central de Planejamento

Estatístico da Varsóvia, Polônia. Professor titular de Pós-Graduação da PUC-SP, nas

áreas de Economia e Administração. Consultor para diversas agências da ONU,

governos e municípios, bem como para o SENAC. Atual conselheiro na Fundação

Abrinq, no Instituto Polis e em outras instituições.

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- Rogério Amato: secretario estadual de Assistência e Desenvolvimento Social.

Graduado em Administração de Empresas, pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo.

Empresário, sócio e presidente da Moreira Salles S.A. Sócio diretor da Otomar

Empreendimentos Imobiliários e Participações. Presidente do Conselho da Carpe Diem,

associação que promove a inclusão de pessoas com deficiência mental, e da Rede

Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebarg).

O próximo capitulo traz a análise categorial dos municípios finalistas do Prêmio

SEBRAE Prefeito Empreendedor dos últimos 6 anos. A análise foi realizada a partir dos

resultados apresentados no do Guia Paulista, 5ª, 6ª e 7ª edições.

Síntese – Capítulo 3

Neste capítulo, abordamos o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE), entidade sem fins lucrativos, que tem o objetivo de estimular a

competitividade e o desenvolvimento dos micro e pequenos empreendedores, por meio

de parcerias com o setor público e o privado. O SEBRAE possui escritório nos 26

estados, no Distrito Federal e no Distrito Estadual de Fernando de Noronha, contando

com mais de 600 pontos de atendimentos. Mantem o foco de sua atuação em mais de

mil projetos, divididos nos três pilares – indústria, agronegócio e comércio e serviço–

que são importantes e fundamentais para economia nacional.

Vimos como o SEBRAE incentiva as diversas áreas do mercado nacional a

partir da criação de premiações – Prêmio Top 100 de Artesanato, Prêmio Mulher

Empreendedora, Prêmio Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, Prêmio

Técnico Empreendedor, Prêmio SEBRAE de Jornalismo e Prêmio SEBRAE Prefeito

Empreendedor – reconhecendo a qualidade dos serviços prestados pelos participantes e

estimulando a proliferação das boas práticas nas diversas áreas.

O capítulo aprofunda-se no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, objeto de

pesquisa deste estudo. Discorremos sobre sua criação e sobre o seu objetivo de

apresentar e homenagear as melhores políticas públicas de inclusão produtiva. Também

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detalhamos as normas de participação e a comissão julgadora estadual, composta por

especialistas do próprio SEBRAE e por outros especialistas convidados, entre eles

políticos, empresários e acadêmicos.

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70

CAPÍTULO 4: Análise dos projetos de inclusão produtiva nos

municípios de São Paulo

O levantamento bibliográfico realizado ao longo desta pesquisa teve como

objetivo, de um lado, apresentar as dificuldades sociais decorrentes da falta de emprego

decente e, de outro lado, mostrar como as políticas de desenvolvimento local podem

colaborar com as estratégias de desenvolvimento endógeno a fim de articular, de forma

mais eficiente, a economia de determinadas regiões.

As estratégias para o fomento de emprego com qualidade são realizadas por

meio das políticas públicas denominadas de inclusão produtiva. Segundo a CEPAL

(2010), as políticas de inclusão produtiva visam a melhorar a estrutura econômica de

uma determinada região, reduzindo o desemprego e a informalidade e, assim,

contribuindo para e diminuição da diferença social.

O quarto capítulo desenvolveu a pesquisa de análise de conteúdo do Guia

Paulista, material, disponibilizado pelo SEBRAE, que apresenta as políticas de inclusão

produtiva realizadas pelos participantes do Prêmio Prefeito Empreendedor. A etapa

inicial permitiu comparar algumas características – área em Km² e número de

população, de empresas registradas e de empregos formais – dos municípios finalistas

das três últimas edições da premiação.

Os relatos desses projetos de inclusão produtiva possibilitaram realizar um

levantamento de dados. A partir desse inventário foi possível isolar os diversos

elementos enfocados e classificá-los por suas principais características. O

reagrupamento desses dados em dez categorias pré-definidas – incentivo fiscal, crédito e

microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado, formalização, incubadoras,

desburocratização, aglomerados, educação e capacitação, e outros projetos – permitiu a

visualização do número de projetos por categoria e o desenvolvimento das próprias

categorias ao longo dos últimos seis anos.

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71

4.1. Análise do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor

O Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que ocorre a cada dois anos e que

realizou, em 2012, a sua 7ª edição, busca identificar, apresentar e homenagear os

prefeitos que desenvolveram os melhores projetos de inclusão produtiva nos municípios

do estado de São Paulo.

A análise aqui desenvolvida abrange as três ultimas edições da premiação.

Discorre, portanto, sobre as principais práticas de empreendedorismo público realizadas

nos últimos seis anos (2007 a 2012). Aborda os três primeiros colocados e os doze

finalistas das três últimas edições, conforme mostra a tabela a seguir:

Tabela 5 – Finalistas do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.

Posição 5ª edição (2007-08) 6ª edição (2009-10) 7ª edição (2011-12)

1° co locado São José dos Campos São Sebastião da Grama Sorocaba

2° co locado Itararé São Jose dos Campos São Sebastião da Grama

3° co locado São João da Boa Vista São Jose do Rio Preto Mogi das Cruzes

Finalista Embu Boituva Aguaí

Finalista Jaboticabal Capivari Bauru

Finalista Mogi das Cruzes Colina Botucatu

Finalista Novo Horizonte Ituverava Campina do Monte Alegre

Finalista Piracicaba Marília Guararema

Finalista Ribeirão Preto Novo Horizonte Jaboticabal

Finalista Santa Cruz do Rio Pardo Peruíbe Jaguariúna

Finalista Santos Piracicaba Osasco

Finalista São Carlos Santo André Piracicaba

Finalista São José do Rio Preto São Roque Ribeirão Preto

Finalista São Sebastião da Grama Taboão da Serra Torrinha

Finalista Sorocaba Votuporanga Votuporanga Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

Todo o processo de investigação concentrou-se nos 45 municípios, mesmo que

eles se repitam, como é o caso de São José dos Campos, São José do Rio Preto, São

Sebastião da Grama, Sorocaba, entre outros. Exploraram-se as semelhanças entre os

municípios, por meio da comparação de algumas de suas características – área física,

número de população, de empreendimentos e de postos de trabalho formal - descritas na

tabela 6.

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72

Tabela 6 – Características municipais destacadas pelo SEBRAE.

Edição Municípios População Área Km² Empresas

registradas

Empregos

Formais

4ª edição

2007-08

Embu 244.642 70 5.903 34.680

Itararé 50.175 1.004 2.044 6.571

Jaboticabal 72.263 706 3.838 17.373

Mogi das Cruzes 367.703 714 12.600 60.736

Novo Horizonte 34.035 933 2.222 5.949

Piracicaba 361.782 1.370 16.630 87.932

Ribeirão Preto 550.480 650 35.877 141.514

Santa Cruz do Rio Pardo 43.978 1.116 2.236 8.613

Santos 425.677 280 30.255 133.152

São Carlos 216.840 1.141 11.975 59.113

São João da Boa Vista 81.922 516 5217 17630

São José do Rio Preto 404.380 431 26.739 86.805

São José dos Campos 602.544 1.100 24.684 140.606

São Sebastião da Grama 12.979 252 747 2.475

Sorocaba 572.459 449 24.429 128.633

5ª edição

2009-10

Boituva 46.521 249 2328 16910

Capivari 47.071 323 2196 12389

Colina 17.692 424 874 4588

Ituverava 39.496 698 2292 6216

Marília 227.649 1170 12414 52105

Novo Horizonte 34.727 933 2347 6505

Peruíbe 55.743 326 2731 6881

Piracicaba 372.529 1.370 18288 111611

Santo André 679.753 175 30799 174341

São José do Rio Preto 418.999 431 28865 108883

São José dos Campos 632.491 1100 27134 183062

São Roque 74.169 308 3692 15037

São Sebastiao da Grama 12.651 252 843 2652

Taboão da Serra 236.794 20 7540 51815

Votuporanga 83.716 422 4484 18095

6ª edição

2011-12

Aguaí 32.148 473 1745 6.002

Bauru 343.937 673 20817 100.818

Botucatu 127.328 1.483 6929 35.723

Campina do Monte Alegre 5.567 184 1808 680

Guararema 25.844 270 1711 6.169

Jaboticabal 71.662 706 4348 21.270

Jaguariúna 44.311 142 2910 27.039

Mogi das Cruzes 387.779 714 16666 83.924

Osasco 666.740 65 26516 149.437

Piracicaba 364.571 1.370 19759 111.000

Ribeirao Preto 604.682 650 44931 183.066

São Sebastião da Grama 12.099 252 918 2.598

Sorocaba 586.625 229 30.724 159.529

Torrinha 9.330 311 1155 1.726

Votuporanga 84.692 422 5193 19.358

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

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A tabela 6 permite visualizar os impactos das políticas de inclusão produtiva nos

municípios. Assim, temos São José do Rio Preto que, na 5ª edição, apresentou cerca de

26 mil empreendimentos registrados, proporcionando mais de 80 mil empregos formais

e, após dois anos, na 6ª edição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, passou a

contar com mais de 28 mil empreendimentos registrados e ultrapassou o número de 100

mil empregos formais. Em dois anos de trabalho, o município ganhou mais de 2 mil

novos empreendimentos, gerando cerca de 20 mil novos empregos, acompanhando o

ritmo de crescimento populacional e proporcionando um desenvolvimento real, se

analisado na vertente emprego-população da OIT.

Já o município de São José dos Campos, da 5ª para a 6ª edição, apresentou um

acréscimo de 2.450 empreendimentos, com cerca de 10% de aumento, gerando mais de

42 mil empregos formais, ou seja, houve um avanço de 30% na oferta de trabalho no

mercado local. Esses números superam o ritmo de crescimento populacional, o qual, se

comparado entre as duas edições, foi de apenas 5%.

Como cada município possui suas particularidades e é afetado por fatores que

podem gerar dinâmicas diferentes e até inesperadas, temos o caso de São Sebastião da

Grama que, mesmo aparecendo em destaque como finalista nas três últimas edições e

promovendo um aumento contínuo do número de empreendimentos a cada edição,

apresenta quedas consecutivas em seu volume populacional.

4.2. Análise inicial das três edições estudadas da premiação

O prêmio oferecido pelo SEBRAE não faz distinção do tamanho físico ou

econômico dos municípios, mas avalia todos como iguais. Os participantes da 5ª, 6ª e 7ª

edições apresentam variação populacional semelhante, com médias de 269.357, 221.879

e 224.487 respectivamente.

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Figura 4 – Dispersão populacional entre as edições

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

Vale resaltar que os primeiros colocados possuem um volume populacional bem

variado, reforçando a ideia de que não há diferenciação no momento da avaliação. Os

primeiros colocados – São José dos Campos, São Sebastião da Grama e Sorocaba –

possuem uma população de 602.544, 12.651 e 586.625 respectivamente, como mostra o

quadro a seguir:

Tabela 7 – Dispersão populacional dos primeiros colocados.

Posição 5a. Edição População 6a. Edição População 7a. Edição População

1° colocado

São José dos

Campos 602.544

São Sebastião da Grama

12.651 Sorocaba 586.625

2° Colocado

Itararé 50.175 São José dos

Campos 632.491

Mogi das Cruzes

387.779

3° colocado

São João da

Boa Vista 81.922

São José do Rio Preto

418.999 São Sebastião

da Grama 12.099

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

Também não há grandes diferenças, de uma edição para a outra, em relação ao

espaço físico dos municípios. A média da área em Km² da 5ª edição é de 715,46, a da 6ª

edição é de 553,19 e a da 7ª edição é de 529,6, resultando na média geral de 596,08 km².

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Disperção populacional

5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12

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Figura 5 – Dispersão da área física por km².

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

A ideia de que “quanto maior o território, maior o número da população”, não é

válida, pois há discrepâncias. Assim, temos Santa Cruz do Rio Pardo, que possui cerca

de 43.970 indivíduos em um território de 1.116km², o que representa cerca de 40

indivíduos por km², enquanto Taboão da Serra, o menor município em termos

territoriais, possui 236.790 residentes para 20 Km² de extensão, o que representa mais

de 11 mil indivíduos por km². A soma dos 45 municípios aqui estudados representaria21

mais de 10 milhões de brasileiros distribuídos em mais de 27 mil Km², em uma

dispersão de 398 indivíduos por Km².

Tabela 8 – Dispersão territorial dos primeiros colocados

Posição 5a. Edição Área km² 6a. Edição Área km² 7a. Edição Área km²

1° colocado

São José dos

Campos 1.100

São Sebastião da Grama

252 Sorocaba 229

2° Colocado

Itararé 1.004 São José dos

Campos 1.100

Mogi das Cruzes

714

3° colocado

São João da

Boa Vista 516

São José do Rio Preto

431 São Sebastião

da Grama 252

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

O volume de emprego formal nos municípios acompanha o volume da

população, quanto maior o volume de pessoas, maior é o numero de empregos formais,

a média da 5ª edição é de 62.119, a da 6ª edição é de 51.406 e a da 7ª edição é de

60.556, com uma média geral de 58.027.

21

A soma dos municípios é uma ilustração hipotética já que não podemos somar municípios repetidos.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Disperção da área fisica por Km²

5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12

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Figura 6 – Dispersão do trabalho formal

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

Do mesmo jeito que o volume da população, o número de trabalhos formais

mostra grande discrepância em relação à dimensão da área física dos municípios.

Criando uma relação de quanto maior volume populacional maior é a oferta de trabalho

formal.

Tabela 9 – Dispersão territorial dos primeiros colocados

Posição 5a. Edição Trabalho

formal 6a. Edição

Trabalho

formal 7a. Edição

Trabalho

formal 1°

colocado São José dos

Campos 140.606

São Sebastião da Grama

2.652 Sorocaba 159.529

2° Colocado

Itararé 6.571 São José dos

Campos 183.062

Mogi das Cruzes

83.924

3° colocado

São João da

Boa Vista 17.630

São José do Rio Preto

108.883 São Sebastião

da Grama 2.598

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.

O volume de empresas registradas nas três últimas edições da premiação não

apresenta grandes diferenças entre os municípios. A 5ª edição possui a média de 13.693

empresas registradas, a 6ª edição tem 9.788 e a 7ª edição, 12.409, gerando uma média

total de 11.963 empresas registradas por edição.

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

200.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Disperção do emprego formal

5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12

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Figura 7 – Dispersão das Empresas Registradas

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

É possível observar o aumento de empresas nos municípios que se repetem nas

edições. Entre a 6ª e a 7ª edição, o município de Jaboticabal aumentou 510 empresas,

enquanto Mogi das Cruzes teve um aumento de 4.066 empresas, os municípios de São

Sebastião da Grama, Piracicaba e Ribeirão Preto tiveram um aumento de 171, 3.129 e

9.054 empresas respectivamente entre a 5ª e a 7ª edição.

Tabela 10 – Dispersão de empresas registradas dos primeiros colocados

Posição 5a. Edição Empresas

registradas 6a. Edição

Empresas

registradas 7a. Edição

Empresas

registradas 1°

colocado São José dos

Campos 24.684

São Sebastião da Grama

843 Sorocaba 30.724

2° Colocad

o Itararé 2.044

São José dos Campos 27.134

Mogi das Cruzes

16.666

3° colocado

São João da

Boa Vista 5.217

São José do Rio Preto 28.865

São Sebastião da

Grama 918

Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Disperção das empresas registradas

5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12

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4.3. Análise categorial das três edições estudadas da premiação

Análise categorial do conteúdo do Guia Paulista permitiu destacar entre, os 45

finalistas, o total de 171 projetos de inclusão produtiva, com uma média de 57 projetos

por edição e com a variável de 3 a 4 projetos inscritos por município. Classificados por

suas principais características, os projetos foram divididos em dez eixos de ação. Na

figura a seguir, é possível visualizar os eixos de ação que foram utilizados por esta

pesquisa e o volume de projetos que cada eixo possui.

Figura 8 – Número de projetos por eixo de classificação.

Fonte: Autor desta pesquisa.

O eixo de incentivo fiscal possui dois projetos, um no município de São José do

Rio Preto, apresentado na 5ª edição, e o outro em Aguaí, na 7ª edição. Esses projetos

têm como objetivo reduzir a tributação a fim de fomentar e atrair outros

empreendimentos para o município.

Apesar da mesma política de incentivo, esses dois municípios possuem

características únicas e necessidades diferentes. São José do Rio Preto tem cerca de

oitenta mil empregos formais e mais de vinte e seis mil empreendimentos registrados, o

incentivo fiscal ali favorece um segmento específico, o de tecnologia, atraindo grandes

indústrias para a região, criando empregos e estimulando a economia local. O município

2 3 8 10

14 17 19

23

41

34

0 5

10 15 20 25 30 35 40 45

Volume de projetos por eixo de classificação

N° de projetos

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de Aguaí possui seis mil empregos formais e mil e setecentas empresas registradas,

busca incentivar e favorecer o desenvolvimento de todos os microempreendedores com

a cobrança do imposto único de 30 reais.

O eixo de crédito e microcrédito possui três projetos, sendo um do município de

Embu, apresentado na 5ª edição, e os outros dois de São José dos Campos, apresentados

na 5ª e na 6ª edição. Em ambos os municípios, foi criada uma organização que concede

empréstimo de pequena monta para os empreendedores locais. Segundo Monzoni

(2008), projetos como esses criam instituições que prestam serviços financeiros de

forma adequada para a população de baixa renda, normalmente excluída do sistema

financeiro tradicional, oferecendo produtos, processos e gestão diferenciada ao micro e

pequeno empreendedor.

O eixo de cooperativismo e associativismo conta com oito projetos voltados à

formação de grupos de pessoas especializadas em algum tipo de serviço, uma resposta

eficiente às dificuldades encontradas no mercado atual. Na 5ª edição, os municípios de

Boituva, São Roque e Capivari apresentaram quatro projetos. Dois deles foram

realizados em Capivari, os quatro restantes foram apresentados, na 7ª edição, pelos

municípios de Botucatu, Campina do Monte Alegre, Piracicaba e Mogi das Cruzes. Os

projetos receberam benefícios dos mais variados, como: orientações jurídicas, crédito

rural, cursos de capacitação em arte, artesanato e confecção. Os municípios de

Piracicaba e de Campina do Monte Alegre apresentaram projetos similares, que

estimulam as cooperativas rurais a produzirem leite.

Os projetos relacionados ao cooperativismo e ao associativismo possuem

enfoque na socioeconomia solidária e proporcionam diferentes impactos sobre o espaço

local e regional. Segundo Bocayuva (2001), os desempregados e trabalhadores

informais encontram nesses projetos a oportunidade de se organizarem e se

estabelecerem, tendo acesso ao mercado formal de trabalho.

O eixo de acesso ao mercado conta com onze projetos, que foram

implementados em Itararé, na 5ª edição, em Novo Horizonte, Peruíbe, Piracicaba, São

José do Rio Preto e São José dos Campos, na 6ª edição, e em Aguaí, Mogi das Cruzes e

São Sebastião da Grama, na 7ª edição. O acesso ao mercado pode ser realizado pelo

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apoio e incentivo à exportação e pelas compras realizadas, com recursos públicos,

direcionadas às micro, pequenas e médias empresas regionais, requisito da Lei Federal

8.666.

Muitos prefeitos desenvolveram projetos que priorizam a compra ou contratação

de serviço das MPEs, enquanto outras localidades compram os itens da merenda escolar

de fornecedores rurais locais. Os projetos mais diferenciados estão em Novo Horizonte,

que criou o Programa de Acesso a Mercados (PAM), com o objetivo de aumentar a

competitividade dos grupos setoriais por meio de consultorias, e no município de São

José do Rio Preto, que criou a Agência de Desenvolvimento em Comércio Exterior com

a finalidade de aumentar a exportação dos produtos locais.

O eixo de formalização possui quatorze projetos com o objetivo de sensibilizar e

conscientizar os empreendedores informais, oferecendo serviços de suporte e apoio e

apresentando os principais ganhos (como o acesso ao crédito e aos cursos oferecidos

pelo SEBRAE) que os empreendimentos podem adquirir por meio da formalização. Os

municípios que apresentaram esses projetos foram: Embu, na 5ª edição, Peruíbe, São

Sebastião, Santo André, Taboão da Serra e Votuporanga, na 6ª edição, e Sorocaba,

Botucatu, Piracicaba, Ribeirão Preto, Torrinha e Osasco, na 7ª edição.

Figura 9 – Número de projetos de incentivo a formalização por edição.

Fonte: Autor desta pesquisa.

A maioria dos projetos de incentivo à formalização procuram conscientizar a

população e oferecem recursos e orientação para os empreendedores informais,

disponibilizando os dados necessários para a aquisição do alvará de funcionamento. O

1

6

7

0

1

2

3

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5

6

7

8

5a edição 6a edição 7a edição

N° de projetos de incentivo a formalização

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projeto que mais se destaca, pela sua dinâmica, é o da prefeitura de Piracicaba, que

criou o setor de Economia Informal da Secretaria Municipal do Trabalho, com o

objetivo de formar um banco de dados dos vendedores ambulantes que passaram por

cursos de capacitação. Como mostra a figura 9, esse tipo de ação pública vem se

tornando comum entre os municípios paulista.

O eixo das incubadoras abrange as prefeituras que desenvolveram os dezessete

projetos com o objetivo de incentivar, estimular e promover a criação de novos

pequenos empreendimentos, oferecendo estrutura física e apoio administrativo. Os

empreendimentos incubados acabam por se aproximarem fisicamente de outras

empresas do mesmo ramo, gerando novas relações de trabalho que auxiliam o próprio

empreendimento e todo o mercado regional. Os municípios que criaram novas

incubadoras, na 5ª edição, foram Jaboticabal, Novo Horizonte, Piracicaba, Ribeirão

Preto, São Carlos, São José dos Campos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto,

na 6ª edição, foram os municípios de São Sebastião da Grama, São José dos Campos,

São José do Rio Preto, Marília, Piracicaba e Ribeirão Preto e, na 7ª e última edição,

foram Aguaí, Botucatu e São Sebastião da Grama.

Figura 10 – Número de projetos de incentivo de incubadoras por edição.

Fonte: Autor desta pesquisa.

A maioria dos municípios desenvolveu incubadoras que beneficiam as MPEs

direcionadas à tecnologia, com as exceções de São José dos Campos e de São Sebastião

da Grama, que desenvolveram um espaço para os pequenos empreendedores da área de

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6

3

0

1

2

3

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9

5a edição 6a edição 7a edição

N° de projetos de incubadoras

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aeronáutica. São Sebastião da Grama também desenvolveu outras duas incubadoras,

uma de cultura (com o Projeto Guri e a orquestra sinfônica) e a outra voltada para o

meio ambiente.

O eixo de desburocratização contempla as dezenove iniciativas que facilitam e

aceleram o processo de abertura e de fechamento das MPEs, ONGs, cooperativas ou

parcerias entre os diversos tipos de instituição. Os municípios que apresentaram esse

tipo de proposta, na 5ª edição, foram Embu, Jaboticabal, Santa Cruz do Rio Pardo, São

José dos Campos e Sorocaba, na 6ª edição, foram Colina, São Sebastião da Grama, São

Roque, Marília, Piracicaba e Santo André e, na 7ª edição, foram Votuporanga, Mogi das

Cruzes, Piracicaba, Bauru, Sorocaba e Ribeirão Preto.

Figura 11 – Número de projetos de desburocratização por edição.

Fonte: Autor desta pesquisa.

As medidas de desburocratização apresentam-se fortes e crescentes ao longo das

edições, mostrando o interesse das administrações públicas em facilitar a formalização

dos empreendimentos, simplificando a expedição de notas fiscais e a obtenção de guia

de recolhimentos de impostos pela internet, acelerando a emissão de certidões,

disponibilizando alvará instantâneo e abrindo empresas em até 24 horas.

O eixo de aglomerados possui vinte e três projetos que criaram clusters de

empreendimentos, por meio de Arranjos Produtivos Locais (APL) ou Parques

Industriais. Esse tipo de projeto oferece espaço físico para empresas que possuam

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6

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0

1

2

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5

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9

5a edição 6a edição 7a edição

N° de projetos de desburocratização

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correlação entre as suas atividades, criando vínculos de produção e proporcionando

trocas de informação, conhecimento e tecnologia. Os municípios que apresentaram esse

tipo de projeto, na 5ª edição, foram Jaboticabal, Novo Horizonte, Ribeirão Preto,

Santos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São

Sebastião da Grama e Sorocaba, na 6ª edição, foram Colina, Marília, Piracicaba,

Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Sebastião da Grama e Votuporanga, e na 7ª,

foram Jaboticabal, Osasco, São Sebastião da Grama e Votuporanga.

Figura 12 – Número de projetos de aglomerados por edição.

Fonte: Autor desta pesquisa.

O eixo de aglomerados conta com sete projetos de APL, especializados em

tecnologia, confecção, reciclagem, combustível e saúde. Conta também com seis

Parques Tecnológicos e cinco Distritos Industriais. Os cinco projetos restantes estão

relacionados à concessão de terrenos.

O último eixo, o de educação e capacitação, apresenta quarenta e um projetos

relacionados à formação do indivíduo, oferecendo as competências necessárias para a

inclusão no mercado de trabalho formal. Esse processo cria novas características

regionais, como um sistema econômico sustentável e uma comunidade socialmente

mais justa. Os municípios que apresentaram projetos educacionais, na 5ª edição, foram

Itararé, Jaboticabal, São Sebastião da Grama, Santa Cruz do Rio Pardo, São João da

Boa Vista, Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto, na 6ª edição, foram Colina, Novo

Horizonte, Ituverava, São Sebastião da Grama, Boituva, Peruíbe, São Roque,

Votuporanga, Taboão da Serra, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santo André e

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4

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2

4

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5a edição 6a edição 7a edição

N° de projetos no Eixo de Aglomerados

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São José do Rio Preto e, na 7ª edição, Campina do Monte Alegre, Torrinha, Guararema,

Aguaí, Jaguariúna, Votuporanga, Bauru, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Ribeirão Preto e

São Sebastião da Grama.

Figura 13 – Número de projetos de educação e capacitação por edição.

Fonte: Autor desta pesquisa.

Diversos projetos possuem características técnicas, oferecendo cursos de

capacitação nas áreas de confecção, artesanato, culinária e turismo. Os municípios que

possuem o apoio de outras instituições, como SEBRAE, SENAI e Centro Paula Souza,

contam com propostas mais profundas em termos de conteúdo e didática. O Centro

Paula Souza está presente em quatro projetos, no município de São Sebastião da Grama,

onde promove cursos de cafeicultura em uma escola rural, abordando o comércio do

café na bolsa de valores e o mercado de exportação. O SENAI apoia projetos distintos

em cinco municípios. Entre eles, há a parceria com a Superintendência do Trabalho

Artesanal nas Comunidades (SUTAC), de São Roque, que pretende capacitar e

cadastrar mais de 3 mil pessoas em uma central de currículos. Também se destacam é as

ações dirigidas à indústria, em Santa Cruz do Rio Pardo, que já proporcionou

treinamento a mais de 7 mil pessoas. Esses projetos têm o objetivo de capacitação, mas

em áreas diversificadas. O SEBRAE atua em sete municípios diferentes, tendo como

foco sempre a disseminação do empreendedorismo.

Todos os outros trinta e seis projetos que não se enquadraram nos e ixos aqui

determinados foram unidos, formando o grupo dos “projetos diversificados”. Este grupo

7

19

15

0

5

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5a edição 6a edição 7a edição

N° de projetos no eixo de educação e capacitação

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foi dividido em outros dez subgrupos de ação – apoio técnico, evento de

conscientização, inclusão social, infraestrutura, macro tendências, mix de serviços,

participação política, promoção do turismo local, trabalho verde e tecnologia e

informação. A tabela 11 apresenta a frequência desses projetos ao longo das edições,

enquanto o gráfico expõe o volume de projetos em cada subgrupo:

Tabela 11 – Frequência dos outros projetos por edições

Edição Número de projetos Edição Número de projetos Edição Número de projetos

5a 14 6a 6 7a 14 Fonte: Autor desta pesquisa.

Figura 14 – Número dos outros projetos no subeixo de classificação.

Fonte: Autor desta pesquisa.

O projeto que oferece um mix de serviço – balcão de emprego, programa de

apoio ao trabalhador e o banco do povo – foi desenvolvido na Casa do Trabalhador, em

São Carlos.

Com o projeto de participação política, Osasco, criou o Fórum Municipal de

Desenvolvimento Econômico Sustentável, abrindo um amplo canal de diálogo entre o

poder público, as empresas e a sociedade civil.

Com projetos de tecnologia e informação, o município de Campina do Monte

Alegre criou o Programa Campina na Rede, que levou internet gratuita para todo o

1 1 2 2 2

3

5 5 6

7

0 1 2 3 4 5 6 7 8

N° de projetos na sub-divisão dos projetos diversificados

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município, enquanto Ribeirão Preto investe nos empreendimentos de biotecnologia e

tecnologia da informação.

Os projetos de inclusão social foram apresentados pelos municípios de São

Sebastião da Grama e Sorocaba. O primeiro criou o Centro Recreativo e Cultural

Cidade do Futuro, programa socioeducativo, cultural e de inclusão digital, enquanto o

segundo desenvolveu a Clínica Profissionalizante, para incluir dependentes químicos no

mercado de trabalho e na cadeia de valor.

Os dois únicos projetos relacionados às macro tendências foram apresentados

pelo município de Sorocaba, que se propôs a seguir as exigências do Programa Cidades

Sustentáveis, que abrange diversos eixos de atuação: governança, bens naturais comuns,

equidade e cultura de paz, planejamento e desenho urbano, cultura para a

sustentabilidade, educação para a sustentabilidade e qualidade de vida, economia local

dinâmica, consumo responsável, melhor mobilidade e ação local para a saúde. Sorocaba

também adotou o conceito de Cidade Educadora, criado em Barcelona, conta o apoio do

Ministério da Educação (MEC), e seu objetivo é criar novos projetos e atividades para o

desenvolvimento da educação local.

Bauru, Jaboticabal e Jaguariúna separam alguns dias de seu calendário para

realizarem eventos sobre conscientização do trabalho formal, apresentando suas

vantagens, como o acesso aos mercados, aos cursos de capacitação e a outros benefícios

disponibilizados pela administração pública e pelo próprio SEBRAE.

O apoio técnico é realizado pela prestação de serviços (a revitalização dos

pequenos comércios, a assessoria de recursos humanos), pela análise do solo de

propriedades rurais e pela concessão temporária de equipamento (como o trator). Esses

projetos foram apresentados pelos municípios de Boituva, Itararé, Guararema, Mogi das

Cruzes e São Sebastião da Grama.

Os projetos relacionados ao emprego verde – projetos de microbacias, usina de

reciclagem de resíduos da construção civil, fábrica de sabão ecológico, cooperativa dos

catadores de materiais recicláveis e o Projeto Ecotudo – foram apresentados pelos

municípios de Santa Cruz do Rio Pardo, São Carlos, Sorocaba, Itararé e Votuporanga.

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Boituva, Botucatu, Jaboticabal, Piracicaba e São Sebastião da Grama realizaram

projetos que promovem o turismo local, como a revitalização do Rio Piracicaba e a

melhoria do atendimento nos hotéis, hospitais e escolas.

Os sete projetos de relacionados à infraestrutura foram realizados em Santos,

Ituverava, Marília, Piracicaba, Novo Horizonte e Votuporanga. Os projetos cuidam de

reformas das casas e revitalizações de ruas, pontes e estradas, com a exceção de Santos,

que fez uma intervenção urbana na área portuária para a construção de um novo

terminal de navios de cruzeiros e também apresentou o Projeto Santos Novos Tempos,

que tem como objetivo a macrodrenagem da zona nordeste da cidade, com obras de

contenção nas encostas dos morros e a construção de moradias populares.

4.4. Análise interpretativa das três edições estudadas da premiação

A análise primária deixou claro que a instituição SEBRAE, em sua premiação,

avalia os projetos públicos de forma clara e objetiva, não fazendo distinção em relação

aos municípios, já que as três últimas edições do evento apresentaram regiões com

características distintas e variáveis: volume populacional, dimensionamento geográfico,

número de empregos formais e de empresas registradas.

Na análise categorial, identificamos os principais eixos de ação das políticas

públicas inscritas na premiação: incentivo fiscal, crédito e microcrédito, incentivo ao

cooperativismo, acesso ao mercado, incentivo a formalização, incubadoras,

desburocratização, incentivo aos aglomerados, educação e capacitação. Verificamos

também como esses eixos promovem a inclusão produtiva.

A análise interpretativa revela que os projetos implementados nos municípios

paulistas não estão relacionados diretamente com o tamanho geográfico ou com o

volume populacional, excluindo a ideia de que determinados projetos são direcionados

ou recomendados de acordo com as características físicas do município. Também

reforça a ideia de que os projetos são desenvolvidos e implementados a partir das

estratégias públicas adotadas por cada município, envolvendo os seus atores internos e

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focando seus objetivos específicos. Por isso, deixou de analisar a “razão” da

implementação de determinada ação22. Abordando a importância das ações

implementadas, a análise interpretativa avaliou o vinculo das políticas de inclusão

produtiva com o poder público, o poder privado e os grupos sociais.

Nos projetos classificados, existem aqueles que dependem exclusivamente do

poder público. Entre eles, destacam-se os dezenove projetos de desburocratização.

Neles, o Estado retira suas “amarras”, facilitando e incentivando a entrada dos micro e

pequenos empreendedores no mercado de trabalho formal. Destacam-se também os sete

projetos de melhoria na infraestrutura dos municípios, que passam a oferecer melhores

condições e instalações aos micro empreendedores. A pesquisa também deixou claro o

pouco interesse pelos projetos que reduzem a carga tributaria, a fim de proporcionar o

incentivo fiscal para as MPEs.

Esta análise mostrou que não estão sendo homenageadas as ações que visam ao

fomento de seguimentos especificas por meio da criação de incubadoras e outros tipos

de aglomerados. O levantamento dos dados apresenta uma queda expressiva do número

de projetos relacionados a essas atividades.

As ações que podem ser interpretadas como uma “prestação de serviço” do

Governo Municipal para os micro e pequenos empreendedores (o fornecimento de

acesso ao crédito, ao microcrédito e ao apoio técnico) não possuem representatividade

diante dos demais projetos de inclusão produtiva.

Em relação às ações direcionadas para as MPEs e a para a população em geral,

ganharam destaque, ao longo dos últimos seis anos, os projetos direcionados à educação

e à capacitação, que foram realizados em vinte e cinco dos quarenta e cinco municípios

pesquisados. Eles abordam os mais diversos tipos de conhecimento, entre eles, técnicas

administrativas, empreendedorismo, educação ambiental, técnicas de comercialização,

confecção, etc.

22

A busca para se compreender o “porque” da implementação de ação de inclusão produtiva em um

determinado município paulista poderá ser objeto de análise em t rabalhos posteriores.

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Entretanto, o volume de projetos de educação e capacitação é tão grande que

causa uma discrepância em relação a outros projetos que também se enquadram como

“direcionados aos empreendedores e para a população em geral”, como por exemplo, os

de participação política e os de inclusão social.

Ao final da análise, é possível observar que, mesmo em cenários diferentes, os

prefeitos municipais estimulam a inovação e a inclusão por meio da capacitação do

cidadão. Também notamos um desinteresse por projetos mais diversificados, como

incentivo fiscal, crédito e microcrédito, inclusão social, participação política e outros

projetos relacionados a macrotendências.

Síntese – Capítulo 4

No quarto capítulo, foi desenvolvida a análise de conteúdo do Guia Paulista.

Disponibilizado pelo SEBRAE, esse material apresenta as políticas de inclusão

produtiva realizadas pelos participantes do Prêmio Prefeito Empreendedor. A etapa

inicial da pesquisa comparou algumas características – área em Km² e número de

população, de empresas registradas e de empregos formais – dos municípios finalistas

das três últimas edições da premiação.

Pelos relatos desses projetos, realizamos um levantamento de dados. Com esse

inventário, foi possível isolar os diversos elementos enfocados e classificá- los por suas

principais características. O reagrupamento desses dados em dez categorias pré-

definidas – incentivo fiscal, crédito e microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado,

formalização, incubadoras, desburocratização aglomerados, educação e capacitação, e

outros projetos – mostrou o número de projetos por categoria e o seu desenvolvimento

ao longo dos últimos seis anos.

A seguir, a analise interpretativa discorreu sobre as relações dos eixos de ação

com o poder público, o poder privado e com os grupos sociais. Ressaltou a

aplicabilidade e a replicabilidade dos projetos de educação e capacitação e a falta de

interesse por outros projetos, como incentivo fiscal, crédito e microcrédito, participação

política e de inclusão social.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O foco desta pesquisa foi estudar as políticas públicas de inclusão produtiva

mais relevantes, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa

(SEBRAE). A inclusão produtiva visa à diminuição do desemprego, do mercado

informal e do trabalho espúrio. Estas políticas desenvolvem oportunidades de

formalização e de profissionalização para os micros empreendedores individuais e para

os micros e pequenos empreendedores, tornam o processo produtivo mais articulado,

geram novos postos de trabalho com salário digno e contribuem para a heterogeneidade

e a diminuição da diferença social.

O trabalho teve como objeto de estudo o Prêmio SEBRAE Prefeito

Empreendedor. Oferecido pelo SEBRAE, é direcionado aos prefeitos municipais do

Estado de São Paulo, que, com a implantação de políticas públicas, promovem o

processo de inclusão produtiva em suas regiões. Esse prefeitos buscam anular o estado

estacionário de sua localidade por meio do fomento e acúmulo de recursos humanos e

econômicos.

Para proporcionar esse desenvolvimento regional, o poder público de cada

município adota um tipo de estratégia. Assim, uma estratégia de mudança radical

ocorreu em Santos, que realizou uma intervenção urbana na área portuária e a

macrodrenagem da zona nordeste da cidade, com o intuito de construir novas moradias

e recuperar o meio ambiente. Outra estratégia foi o aumento da produtividade e

competitividade, por meio de pequenos passos, como acontece em Jaboticabal, que

criou projetos diversificados de capacitação, de desburocratização, entre outros,

proporcionando um desenvolvimento equilibrado entre as diversas áreas do mercado

local.

Foi possível observar que as políticas de inclusão estão sendo criadas a partir dos

problemas regionais e envolvem os atores locais – poder público, poder privado e

grupos sociais – na elaboração e da implementação dos projetos públicos. Essas ações,

algumas vezes, buscam fomentar uma atividade já realizada pela região, oferecendo

apoio técnico, como a Patrulha Agrícola, de Itararé, que disponibiliza tratores e outras

máquinas para as pequenas propriedades. Também foi verificado interesse em estimular

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o mercado local por meio de projetos educacionais, como o Curso de Agropecuária, em

São José dos Campos, ou o Curso Técnico de Cafeicultor, em São Sebastião da Grama.

O desenvolvimento de ações a partir do cenário local evita o mimetismo nos

projetos implementados. Mas é preciso notar que, embora os municípios tenham

características distintas, possuem problemas semelhantes, como o alto volume de

trabalhadores no mercado informal, a lentidão burocrática e a falta de mão de obra

capacitada.

Essa situação faz com que algumas das ações públicas se repitam, como por

exemplo, os projetos de incentivo à formalização e à desburocratização. Como os

municípios têm se preocupado, cada vez mais, em resgatar os trabalhadores do mercado

informal, foram encontradas ações de incentivo ou processos de desburocratização

semelhantes entre as regiões. Também foram encontrados diversos projetos de

atualização do sistema público para agilizar a emissão da documentação necessária para

a formalização dos empreendimentos.

Notamos que, quanto mais comum for o problema, maior é a chance de adaptar e

replicar em outras localidades o projeto que procura solucioná- lo ou minimizá- lo.

Assim, o eixo de educação e capacitação apresenta mais de quarenta ações espalhadas

em vinte e cinco municípios. Esse tipo de ação procura solucionar as dificuldades

impostas pela falta de mão de obra especializada, problema comum entre os municípios,

causado talvez pelo mau funcionamento do ensino público e/ou pelo êxodo do

trabalhador capacitado para as grandes metrópoles. Os dados apresentados sobre este

eixo mostram a aplicabilidade desse modelo de ação e como ele pode ser adaptado às

necessidades locais.

O Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor apresenta-se como um rico banco de

dados de políticas públicas de inclusão produtiva. Ao contemplar os prefeitos que

desenvolvem políticas de inclusão, o SEBRAE incentiva o desenvolvimento de novas

ações em prol dos micro e pequenos empreendedores. A publicação do Guia Paulista,

material gráfico que discorre sobre essa premiação, revela as ações de todos os prefeitos

participantes. Incluindo os finalistas e os vencedores de cada edição, o guia constitui um

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catalogo repleto de bons projetos públicos que possuem o mesmo objetivo: combater o

desemprego, o mercado informal e o trabalho espúrio.

Este trabalho não teve a ambição de apresentar respostas definitivas aos desafios

do desemprego e da informalidade, nem o desejo de recomendar a melhor política

pública de inclusão, mas procurou promover uma discussão coerente e enriquecedora

sobre as boas práticas de inclusão produtiva, estimulando novos debates e oferecendo

informações relevantes para possíveis comparações intermunicipais.

Portanto, foi deixado para pesquisas futuras indagações como: os motivos para a

implementação de uma determinada ação; os impactos dos projetos desenvolvidos; e o

acompanhamento do mercado econômico dos municípios inscritos.

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93

REFERÊNCIAS

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99

APÊNDICE – Processo de categorização dos dados constantes no Guia

Paulista

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100

Tabela 12 – Processo de categorização dos Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.

Processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista

N° Ano Municípios Projetos Inscritos Eixos de

Classificação

1

2011

-

2012

Aguaí

Incentivo a Lei Geral para regularização da

situação de diversas microempresas, pagando

apena um único imposto de cerca de 30 reais.

Incentivo fiscal

2

2007

-

2008

São José do Rio

Preto

A Prefeitura lançou o Programa de

Desenvolvimento Tecnológico, que reduz a

alíquota do ISS do setor de 3% para 2 %. Com

o propósito de atrair outros empreendimentos,

foram instalados em um minid istrito industrial

o Centro Tecnológico de São José do Rio Preto

e o novo prédio do Centro Incubador de

Empresas, com investimento de R$1,7 milhão.

Incentivo fiscal

3

2007

-

2008

São José dos

Campos

Apoio ao Banco do Empreendedor Jossense,

criado para oferecer microcréd ito ao

empresariado. A instituição concede

empréstimos de até R$10 mil reais a

empreendedores formais ou informais e já

permit iu a criação de mais de 9 mil empregos.

Créd ito

4

2007

-

2008

Embu

Casa do Empreendedor, projeto realizado pela

Secretaria de Cidadania e Assistência Social,

em parceria com o SEBRAE-SP. A iniciativa

reúne programas de geração de renda,

empreendedoris mo, qualificação e acesso ao

crédito.

Créd ito

5

2009

-

2010

São José dos

Campos

O apoio à criação de empresas se consolida nas

facilidades de acesso ao crédito graças ao

pioneiris mo do banco do empreendedor

Josense (BEJ), criando pela Prefeitura em

parceria com a Associação Comercial e

Industrial, a Universidade Do vale do Paraíba e

o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

(CIESP).

Créd ito

6

2009

-

2010

Boituva

O Programa de Incentivo ao Associativismo e

ao Cooperativismo é outra ação de fomento à

atividade empreendedora, concentrando-se em

orientar os interessados na obtenção de crédito

rural e em promover a capacitação de pequenos

produtores rurais.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

7

2009

-

2010

Capivari

A cultura do associativismo também ganhou

motivação ext ra com a constituição do Polo

Confeccionista de Capivari e Região, em

dezembro de 2009.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

8

2009

-

2010

Capivari

Ainda no âmbito do associativismo, destaca-se

a atuação do grupo Mãos que Fazem, formado

por jovens artesãos atendidos, pelo Centro de

Referência da Assistência Social - Casa da

Família, que passam por cursos de capacitação

em arte em reciclagem, pintura em tecido,

vidro e madeira, crochê, tricô e outras técnicas

e têm apoio na comercialização.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

9

2009

-

2010

São Roque

Para fo rtalecer a cooperação e o associativismo

e, ao mesmo tempo, incentivar a reciclagem e

proteger o meio ambiente, a Prefeitura apoia a

Cooperativa Solidária de Coletores e

separadores de Material Reciclável de São

Roque (CooperSol). Além de orientação e

treinamento, a admin istração oferece um

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

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101

galpão, prensa balança e caminhão ao grupo e

faz campanha para que a população se

conscientize da importância do

reaproveitamento de matérias-primas.

10

2011

-

2012

Mogi das Cruzes

Projetos de capacitação e incentivo ao

cooperativismos e ao associativismo na zona

rural do municíp io de Mogi das cruzes

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

11

2011

-

2012

Botucatu

Criaram a Associação dos Empreendedores

Populares e, agora, estão devidamente

formalizados como MEIs.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

12

2011

-

2012

Piracicaba

Na área do cooperativis mo, mas na zona rural,

foi feita uma parceria com a cooperativa dos

produtores de cana-de-açúcar para a

industrialização de leite. Isso porque a maior

parte das pequenas propriedades que produzem

cana também possui gado leiteiro.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

13

2011

-

2012

Campina do

Monte Alegre

Projeto Leite Nosso De Todo Dia, que

começou com a implantação de um tanque de

resfriamento e armazenamento de leite em

sistema de cooperativa, para estimular a

produtividade e criar novas.

Incentivo ao

cooperativismo e

ao associativismo

14

2007

-

2008

Itararé

Os setores de compras e licitações da Prefeitura

foram orientados a dar prioridade às empresas

do município nas licitações de bens e serviços,

para que os recursos financeiros ficassem em

itararé.

Acesso ao mercado

15

2009

-

2010

Novo Horizonte

Em outra frente, a admin istração deu prioridade

aos produtores locais na compra de alimentos

para merenda escolar das escolas do municíp io,

Por meio do programa Do Campo para a

Merenda, o Governo adquire diretamente dos

produtores os hortifrutigranjeiros utilizados nas

refeições de crianças e adolescentes das

creches, da educação infantil do ensino

fundamental, o que resultou no acréscimo de

18 intens. ao cardápio da merenda escolar e em

aumento na renda dos agricultores.

Acesso ao mercado

16

2009

-

2010

Novo Horizonte

Outra in iciat iva de destaque no apoio aos

empreendedores é o Programa de Acesso a

Mercados (PAM), destinado a grupos setoriais

dispostos a aumentar a competit ividade. Por

meio de consultorias, os empresários absorvem

técnicas de relacionamento com o mercado e

são estimulados a promover mudanças capazes

de aperfeiçoar o desempenho.

Acesso ao mercado

17

2009

-

2010

Peruíbe

Para evitar o desperdício por falta de canais de

comercialização, a admin istração implantou um

projeto que facilita o escoamento desse arranjo

produtivo rural.

Acesso ao mercado

18

2009

-

2010

Piracicaba

As micro e pequenas empresas também

passaram a ter tratamento diferenciado nas

contratações públicas e na compra ou

contratação de bens serviços e obras, no âmbito

da administração pública municipal.

Acesso ao mercado

19

2009

-

2010

São José do Rio

Preto

A Criação da Agência de Desenvolvimento em

Comércio Exterior de São José do Rio Preto

(Adex Rio Preto), a ser implantada no primeiro

Acesso ao mercado

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102

semestre de 2010.

20

2009

-

2010

São José dos

Campos

Vem sendo realizados programas de auxílio e

incentivo ao empresário, dando agilidade e

praticidade ao in ício dos negócios. Por causa

dos resultados atingidos, a cidade se tornou

referência nacional.

Acesso ao mercado

21

2011

-

2012

Aguaí

Licitações apoiando a compra local inclu indo a

hortifruti da agricultura familiar para a

merenda nas escolas

Acesso ao mercado

22

2011

-

2012

Mogi das Cruzes

Programa Lic ita Mogi, que possui o objetivo de

simplificar o processo administrativo e

estimular as micro e pequenas empresas do

município a participarem das licitações

publicas para aquisição de bens e serviços.

Acesso ao mercado

23

2011

-

2012

Mogi das Cruzes

Projetos para que os produtores rurais do

município forneçam frutas hortaliças e etc. à

merenda escolar da rede municipal de ensino

Acesso ao mercado

24

2011

-

2012

Torrinha

A Prefeitura criou o programa Torrinha Cidade

Empreendedora, para investir nas vocações e

em empresas criativas, deixando de lado a ideia

de trazer as grandes empresas para a cidade.

Formalização

25

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

Com a criação do Espaço Empreendedor, que

abriga o Posto de atendimento ao

empreendedor do SEBRAE-SP, a própria

Associação comercial o PROCON, o Banco do

Povo, o Posto de Atendimento ao Trabalhador

e os setores administrativos da Prefeitura

relacionados à abertura e ao funcionamento de

negócios.

Formalização

26

2009

-

2010

Peruíbe

Atenta ao talento local, a Prefeita investiu no

audacioso programa Confecção para Você,

iniciativa que abre oportunidades, traduzindo-

se em nova alternativa econômico para muitas

famílias do município. A Prefeitura equipou

oficinas com maquinário apropriado para a

confecção de lingerie e moda praia.

Formalização

27

2009

-

2010

Votuporanga

Agilizar o processo de abertura de

empreendimentos também figura entre as

estratégias adotadas pela administração

municipal para reduzir a economia informal e

fortalecer as micro e pequenas empresas.

Formalização

28

2007

-

2008

Embu

Quem já possui uma empresa ou está disposto a

abrir um negócio conta com o suporte de Posto

de Atendimento ao Empreendedor (PAE), que

estimula o desenvolvimento da micro e

pequena empresa, oferece o rientação

empresarial indiv idual e co letiva e art icula

ações entre empreendedores e projetos locais

de interesse regional.

Formalização

29

2011

-

2012

Botucatu

Amplo t rabalho de conscientização e

mostrando o ganho que os produtores teriam,

uma vez que, ao se formalizarem, poderiam

fornecer diretamente alimentos, para a merenda

escolar.

Formalização

30

2009

-

2010

Taboão da Serra

Com o objet ivo de reduzir a informalidade e

ajudar micro e pequenas empresas a regularizar

seus negócios, a Prefeitura criou a Secretaria de

Desenvolvimento Econômico e apoia o Posto

de Atendimento ao Empreendedor, em parceria

Formalização

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103

com o SEBRAE-Sp, para orientar e estimular a

instalação de novos empreendimentos.

31

2009

-

2010

Taboão da Serra

No âmbito legislativo, o municíp io passou a

contar com duas leis importantes para

regularizar feiras liv res e atividades comerciais

e de prestação de serviços nas ruas e em

espaços públicos.

Formalização

32

2011

-

2012

Piracicaba

Visando a atender os ambulantes da cidade, a

Prefeitura criou o setor de Economia Informal

da Secretaria Municipal do Trabalho e Renda.

O primeiro passo foi regularizar a atividade.

Em seguida, foi elaborado um banco de dados

para calcular o número desses vendedores, que

passaram a part icipar de capacitações.

Formalização

33

2011

-

2012

Osasco

Com a finalidade de garantir o futuro das

pequenas empresas que nascem diariamente no

município, fo i criado em 2010 o Fundo

municipal de Desenvolvimento e Inclusão

Produtiva (FUMDIP), alimentado por 1,5% da

arrecadação de impostos municipais.

Formalização

34

2011

-

2012

Sorocaba

Apareça e Cresça: Sensibiliza a importância da

formalização, apontando os benefícios de quem

sai da ilegalidade, como as oportunidades de

aprimoramento da gestão.

Formalização

35

2009

-

2010

Santo André

Outra boa notícia para quem quer empreender

na cidade é o Portal de Negócios e

Desenvolvimento Local. Trata-se de uma seção

do site oficial que coloca à disposição do

empreendedor um roteiro detalhado de como

formalizar empresas na cidade. O portal traz

dados completos para a obtenção de alvará,

declaração de funcionamento de atividades,

licença sanitária e outras informações.

Formalização

36

2011

-

2012

Ribeirão Preto

Foi criada a Sala do Empreendedor, em uma

parceria que envolveu a Prefeitura, O

SEBRAE-Sp, a Associação Comercial e

Industrial, a Casa do Contabilista e o

SincoVarp (Sindicato do Comércio Varejista de

Ribeirão Preto). O local oferece o suporte e a

orientação necessários para a instalação de

empreendimentos e regularização profissional,

sem esquecer o apoio financeiro do Banco do

Povo.

Formalização

37

2011

-

2012

Ribeirão Preto

Com o objet ivo de identificar t rabalhadores

com potencial para formalizar seus negócios,

foi criado o Comece Legal. A proposta é levar

até os bairros uma caravana de serviços aos

empreendedores, formada pelo SEBRAE

Móvel, Banco do Povo, Casa do Contabilista e

Sala do Empreendedor.

Formalização

38

2007

-

2008

São José dos

Campos

A cidade que já contava com duas incubadoras,

passou há ter mais duas. A incubadora de

Negócios e a Incubaero, que esta voltada para o

segmento aeronáutico, em parceria com a

Fundação Casemiro Montenegro.

Incubadoras

39

2007

-

2008

São João da Boa

Vista

Os empreendedores "incubados" passar por

programas de capacitação e se beneficiaram

dos serviços disponíveis no Centro de

Incubadoras

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104

Empreendedorismo Virtual.

40

2007

-

2008

Jaboticabal

A Prefeitura inaugurou a nova sede da

Incubadora regional de agronegócio de

Jaboticabal (Inagro), onde se abrigam 15

empresas dedicadas a atividades como

produção de biodiesel, inoculantes de

gramíneas e controle biológico de pragas

agrícolas.

Incubadoras

41

2007

-

2008

Novo Horizonte

Consolidação do Núcleo de Apoio à Vida

Empresarial (Nave), uma incubadora de base

tradicional que atende indústrias e empresas

prestadoras de serviços.

Incubadoras

42

2007

-

2008

Piracicaba

Para apoiar a criação e a consolidação de novas

empresas, a cidade conta com a Incubadora

Tecnológica (esalqtec) e a Incubadora de

empresas de Piracicaba. A primeira foi criada

em 1994, como Incubadora de Empresas Agro

zootécnicas na ESALQ, e reformulada no ano

seguinte com o apoio do SEBRAE-SP, USP,

Governo do Estado e Prefeitura.

Incubadoras

43

2007

-

2008

Ribeirão Preto

No campus da USP, funciona a Supera -

Incubadora de Empresas de Base Tecnológica,

resultado de convênio entre a universidade, a

Companhia de Desenvolvimento Econômico de

Ribeirão Preto (coderp), Fundação Instituto

Polo Avançado da Saúde de Ribeirão Preto

(Fipase) e o SEBRAE-SP.

Incubadoras

44

2007

-

2008

São Carlos

O Prefeito recuperou o Centro de

Desenvolvimento de Indústrias Nascentes

(Sede), que estava desativado há 10 anos. Com

a parceria da FIESP, SEBRAE-Sp, da

Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e

Desenvolvimento, de universidades e centros

de pesquisas, foi dada nova vida ao Cedin,

incubadora que atende 21 micro e pequenas

empresas da área de eletroeletrônica, metal

mecân ica e alta tecnologia.

Incubadoras

45

2007

-

2008

São José do Rio

Preto

O novo prédio do Centro Incubador de

Empresas (CIE), a Sala de Negócios

Internacionais e a transformação de Rio Preto

em um polo turístico.

Incubadoras

46

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

Com o lançamento da Incubadora de

Agronegócios e da Incubadora Tecnológica, a

Prefeitura mais uma vez amparou os pequenos

empreendimentos, oferecendo um estímulo

capaz de transformar ideias em negócios

promissores.

Incubadoras

47

2009

-

2010

São José dos

Campos

Também com o apoio do SEBRAE e de outros

parceiros, destacam-se quatro incubadoras de

empresas em atividade - Incubaero, Cecompi,

Revap e Univap - que oferecem um ambiente

planejado, protegido e propício para a atividade

empresarial de novos projetos e produtos de

alto valor agregado.

Incubadoras

48

2009

-

2010

São José do Rio

Preto

Também se destaca no município o Centro

Incubador de Empresas (CIE), in iciat iva da

prefeitura em pareceria com o SEBRAE-SP e a

Associação Comercial e Empresarial de

Ribeirão Preto.

Incubadoras

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105

49

2009

-

2010

Marília

A administração também apoiou a expansão do

Centro Incubador de empresas, que hoje abriga

39 empreendimentos, responsáveis por um

faturamento anual de R$6,6 milhões e pela

oferta de 211 postos de trabalho.

Incubadoras

50

2009

-

2010

Piracicaba

Com o apoio de um grande grupo empresarial,

a Prefeitura está implantando uma incubadora

dedicada às micro e pequenas empresas de base

tecnológica e construindo laboratórios no

Núcleo do Parque Tecnológico de Piracicaba,

como forma de investir no acesso à inovação e

à tecnologia.

Incubadoras

51

2009

-

2010

Ribeirão Preto

Na área de inovação, destaca-se a Incubadora

de Empresas de Base Tecnológica (Supera),

que reúne indústrias de equipamentos de saúde

e biotecnologia.

Incubadoras

52

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

A cidade tem seis incubadoras duas de cultura,

projeto guri e orquestra sinfônica experimental,

uma voltada para o meio ambiente Cara Limpa.

Há uma incubadora para Agronegócio de base

tecnológica e outra para empresas que

desenvolvam peças de metais.

Incubadoras

53

2011

-

2012

Aguaí Desenvolvimento de uma incubadora de

empresas Incubadoras

54

2011

-

2012

Botucatu Botucatu conta com duas incubadoras de

empresas e uma delas atua em tecnologia Incubadoras

55

2007

-

2008

Santa Cruz do

Rio Pardo

Com a perspectiva de atrair novos negócios

para Santa Cruz do Rio Pardo, a Prefeitura

aprovou o alvará instantâneo, que libera

imediatamente os documentos necessários para

abertura de empresas no município, e investiu

na ampliação do Distrito Empresarial

Mishiyoshi Suzuki, com uma série de

incentivos.

Desburocratização

56

2007

-

2008

Jaboticabal

A implantação do ISS eletrôn ico, que permite,

pela internet, a exped ição de notas fiscais e a

obtenção da guia de recolhimento do imposto.

Desburocratização

57

2007

-

2008

Embu

Outro estímulo à fo rmalização vem das Praças

de atendimento. Nas três unidades - Centro,

Jardim Santa Tereza e Jardim Santo Eduardo -

é possível solicitar um leque de serviços, como

abertura de empresa, emissão de certidão,

parcelamento de débitos e escrituração fiscal.

Desburocratização

58

2007

-

2008

Sorocaba

O sistema Empres@facil reduziu o prazo de

legalização de um negócio de 20 a 30 dias para

apenas 48 horas.

Desburocratização

59

2007

-

2008

São José dos

Campos

A Criação do alvará instantâneo, que possibilita

a emissão imediata da inscrição municipal e da

licença de funcionamento, com prazo para que

as empresas cumpram as exigências legais.

Desburocratização

60

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

Criou o Painel de Indicadores, um sistema on-

line de monitoramento e avaliação das ações

das secretarias municipais. Trata-se de uma

maneira pouco usual de admin istração de

desempenho, que comunica objetivos

estratégicos e permite medir, acompanhar e

administrar as atividades-chave e os processos,

para cumprimento de metas.

Desburocratização

Page 106: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

106

61

2009

-

2010

Colina

Outra in iciat iva bem receb ida pela classe

empresarial foi à implantação do sistema de

pagamento de impostos pela internet. Em 2008,

essa ferramenta foi utilizada por 111 empresas,

e no ano seguinte o número chegou a 167

empreendimentos. Com o novo sistema de

controle e uma campanha do parcelamento de

tributos, houve um aumento da receita

tributária do município.

Desburocratização

62

2009

-

2010

São Roque

Na área de desburocratização, a Prefeitura

implantou procedimentos on-line que

simplificam a abertura e o funcionamento de

empreendimentos no município e oferecem

comodidade aos cidadãos.

Desburocratização

63

2009

-

2010

Marília

Outra boa notícia fo i o início das atividades, no

município do Escritório Regional da Junta

Comercial do Estado de São Paulo, que passa a

concentrar os trâmites relat ivos à abertura,

alteração ou encerramento de empresas.

Desburocratização

64

2009

-

2010

Piracicaba

A Prefeitura criou uma área específica para

facilitar a abertura de empresas, alterações

cadastrais e cancelamento de inscrição

municipal. Ali estão disponíveis os formulários

necessários e as informações importantes,

assim como procedimentos relacionados à

figura do Microempreendedor Individual

(MEIS).

Desburocratização

65

2009

-

2010

Santo André

A regra é facilitar a vida do empreendedor.

Como parte desse esforço, passou a emitir o

Alvará Imediato, que em poucas horas concede

a licença para o funcionamento de uma

empresa bastando apresentar o Cadastro

Municipal de Contribuintes e dados da

edificação ocupada.

Desburocratização

66

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

Empresário a Jato busca facilitar a abertura de

empresas que demanda apenas de me ia hora

quando se trata de microempresas e MEIs.

Desburocratização

67

2011

-

2012

Votuporanga

A Administração Municipal implantou três

programas on-line. O Empresa Fácil tem o

objetivo de desburocratizar os processos de

abertura, alteração e encerramento de

empresas, o GISS on-line é uma ferramenta de

escritura eletrônica e de controle do

recolhimento do Imposto Sobre Serviços no

município e o Programa Nota Fiscal Eletrônica

faz a emissão de documentos fiscais de

prestação de serviços.

Desburocratização

68

2011

-

2012

Mogi das Cruzes

Pioneiro na implantação do Sistema Integrado

de Licenciamento (SIL), assim conseguiu

reduzir a burocracia por meio de um

procedimento eletrônico integrado entre quatro

órgãos: prefeitura, CETESB, Corpo de

bombeiros e Vig ilância sanitária.

Desburocratização

69

2011

-

2012

Piracicaba

Alem do Sistema Integrado de Licenciamento

(SIL), que unifica as documentações

apresentadas ao municíp io e ao Governo

estadual, Piracicaba oferece diversas outras

facilidades administrativas, como a abertura de

empresas pelo próprios escritórios de

contabilidade.

Desburocratização

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107

70

2011

-

2012

Bauru

Criação da Taxa Única de fiscalização de

estabelecimentos (TUFE) que unificou a

liberação de 15 documentos exigidos para o

licenciamento de empresas.

Desburocratização

71

2011

-

2012

Bauru

Processo Admin istrativo Tributário Eletrônico

para gerenciar de forma mais ráp ida a situação

das empresas junto ao Fisco municipal.

Desburocratização

72

2011

-

2012

Sorocaba

Empresa Fácil: Sistema on-line que permite a

abertura de novas empresas e a alteração

cadastrais nas já se encontram em

funcionamento.

Desburocratização

73

2011

-

2012

Ribeirão Preto

Para agilizar e desburocratizar a abertura de

novos negócios foi criado ainda o Empresa

Fácil Ribeirão, programa que consiste no

cadastro On-line de empresas via internet. Esse

processo, que demorava entre seis meses e um

ano, atualmente demanda no máximo cinco

dias.

Desburocratização

74

2007

-

2008

Santos

Articulação de um Arran jo Produtivo Local

(APL) na área de tecnologia da informação e

comunicação

Aglomerados

75

2007

-

2008

São José dos

Campos

A Prefeitura formalizou o Arran jo produtivo

Local aeroespacial, que reúne empreendedores,

o poder público e instituições de pesquisa na

realização de consultoria, treinamento, eventos

e compras e vendas conjuntas.

Aglomerados

76

2009

-

2010

Ribeirão Preto

Arranjo Produtivo Local (APL) de

Equipamentos Médico-Hospitalares e

Odontológicos, igualmente apoiado pela

Prefeitura, em parceria com o SEBRAE-Sp.

Aglomerados

77

2009

-

2010

Piracicaba

Para apoiar o Setor sucroalcooleiro, de grande

importância econômica na região, a Prefeitura

de Piracicaba desenvolveu um programa de

fomento à exportação das empresas que

compõem o Arran jo Produtivo Local (APL) do

Álcool.

Aglomerados

78

2007

-

2008

Novo Horizonte

Destaca-se o Projeto de Desenvolvimento do

setor de Confecções, concebido a partir de um

diagnóstico que apontou o segmento como o

segundo mais importante da economia local,

depois da agropecuária. Por meio de parceria

entre a Prefeitura, o SEBRAE-SP e o SENAI,

Criou-se um Arranjo Produtivo Local (APL) de

confecções, com incentivo às inovações e à

capacitação técnica e gerencial das empresas.

Aglomerados

79

2007

-

2008

Ribeirão Preto

O segmento da saúde é contemplado também

com o Arranjo Produtivo Local (APL) da

Indústria de Equipamentos Médico-

Hospitalares e Odontológicos.

Aglomerados

80

2011

-

2012

Osasco

Outra Ação Importante é a organização e o

fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais

(APLs) em alguns setores, como costura

confecção e reciclagem. Neste sentido, a

formação de cooperativas e o estimulo ao

associativismo esta entre as prioridades da

prefeitura.

Aglomerados

81

2011

-

2012

Votuporanga

A Prefeitura inaugurou um novo Distrito

Empresarial e incrementou a lei de Doação de

Áreas

Aglomerados

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108

82

2009

-

2010

Marília

Com uma boa dose de ousadia, a Prefeitura

decidiu concretizar outro antigo sonho do

município e criou o quarto distrito industrial,

iniciativa estratégica para o apoio mais

consistente à consolidação de pequenas

empresas. Com lotes de 500 M² a 1.000 m², o

novo distrito abre espaço para instalação de

investidores interessados em abrir negócios.

Aglomerados

83

2007

-

2008

São José do Rio

Preto

Um dos primeiros passos foi a retomada do

Programa de Minidistritos e Distritos

Industriais, para Oferecer condições de

crescimento às empresas, o programa é modelo

no Brasil, com 743 empresas instaladas em 12

minid istritos industriais e um centro comercial.

Aglomerados

84

2009

-

2010

Colina

Colina abriga um distrito industrial, no Jard im

Santa Lúcia, já consolidado. Agora, a

Prefeitura está desenvolvendo um trabalho

destinado a atrair empreendedores para o Polo

Comercial e Industrial Felipe Sanches, Ás

margens da rodovia Brigadeiro Faria Lima,

com 116 lotes de 1.000m² cada e toda a

infraestrutura de que as empresas necessitam.

Aglomerados

85

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

O projeto da Unidade Empreendedora Norte,

ou UneNorte, como é mais conhecida, abrirá

espaço para empresas de diversos segmentos,

reunidas num distrito industrial amplo,

moderno e devidamente urbanizado.

Aglomerados

86

2007

-

2008

Jaboticabal

Implantação do terceiro distrito industrial, com

251 mil m² às margens da rodovia Brigadeiro

Faria Lima. Adquirida pela prefeitura, a área

tem 122 lotes e deverá receber,

prioritariamente, empresas ligada ao

agronegócio.

Aglomerados

87

2007

-

2008

São Sebastião da

Grama

Há dois projetos destinados ao aumento de

geração de renda e emprego, o primeiro é o

Parque Industrial-UneNorte, instalado num

terreno com 122 lotes, que deverão abrigar 40

empresas. O outro é a Incubadora de Empresas

Agência Express, que tem o objetivo de

Abrigar 12 novos empreendimentos por um

período de dois anos. A expectativa é que os

dois projetos, juntos ofereçam 235 postos de

trabalho à comunidade.

Aglomerados

88

2011

-

2012

Jaboticabal

Novo Parque Industrial - terceiro da cidade -, o

Prefeito teve uma grata surpresa. Sua intenção

era atrair negócios de outro municíp ios, mas,

das 40 empresas que já compraram seus

terrenos, apenas duas não são de Jaboticabal.

Aglomerados

89

2007

-

2008

São José dos

Campos

Na área de fomento aos pequenos

empreendimentos de base tecnológica destaca-

se a criação do parque tecnológico, em parceria

com o Governo do Estado, para promover o

contato direto entre empresas, universidades,

instituições de pesquisa e o mercado.

Aglomerados

90

2009

-

2010

Ribeirão Preto

A Prefeitura lembra ainda a implantação do

Parque Tecnológico, fruto de parceria

institucional entre a admin istração municipal, a

Universidade de São Paulo, o Governo do

Estado, o governo federal e a iniciativa privada.

Aglomerados

Page 109: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

109

91

2009

-

2010

São José do Rio

Preto

Empenhou-se em criar o Parque Tecnológico

de São José Rio Preto, em articu lação com o

poder público e o setor privado, por meio de

múltip las parcerias. O objetivo é reunir, em um

grande complexo , pequenas e médias empresas

inovadoras da área médica e de tecnologia.

Aglomerados

92

2007

-

2008

Ribeirão Preto

A Prefeitura apoia também o Parque

Tecnológico, um polo de saúde e biotecnologia

desenvolvido em parceria com a iniciativa

privada, A Universidade de São Paulo (USP) e

os governos estadual e federal.

Aglomerados

93

2007

-

2008

Sorocaba

Implantou o Polo de Desenvolvimento e

Inovação de Sorocaba (Podi), no polo atuam

postos avançados de instituições de fomento e

apoio a pesquisa e ao desenvolvimento, como o

SEBRAE SP, Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos

(FINEP) e Banco do Povo Paulista.

Aglomerados

94

2007

-

2008

São João da Boa

Vista

Por meio da Agência de Desenvolvimento, a

administração também realiza um trabalho de

captação de novas empresas. Entre os

benefícios oferecidos aos empreendedores,

destacam-se a doação de área com

infraestrutura completa em distritos industriais,

isenção de tributos municipais, descontos de

até 50% no aluguel e leis de incentivo à

ampliação da área para empresas já existentes.

Aglomerados

95

2009

-

2010

Votuporanga

Outra ação foi à reformulação da Lei de

Incentivo ao Desenvolvimento Econômico,

Além de doar terrenos para novas Indústrias, a

Prefeitura passou a Subsidiar custos de aluguel

de imóveis, beneficiando principalmente as

micro e pequenas empresas e atraindo novos

investimentos para o município.

Aglomerados

96

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

Unidade Empreendedora Norte, Parque

industrial do municíp io, espaço para 45

empresas de médio porte, que não ultrapassem

os 50 funcionários.

Aglomerados

97

2009

-

2010

Colina

Em parceria com sindicatos e outros

segmentos, por meio da casa do empreendedor

foram realizados cursos que difundiram

técnicas para agregar valor e rendimento à

produção. Graças a uma parceria com o Centro

Estadual de Educação Tecnológica Paula

Souza, centenas de jovens colinenses foram

beneficiados com cursos de capacitação para

instrumentista industrial mecânico de

manutenção e torneiro mecânico, atendendo à

demanda de Mao de obra especializada no setor

industrial.

Capacitação e

Educação

98

2009

-

2010

Novo Horizonte

O apoio ao empreendedorismo se manifesta

também na preocupação com a qualificação de

mão de obra com destaque para a instalação,

em parceria com o Governo do Estado, de uma

unidade do Centro Estadual de Educação

Tecnológica Paula Souza, a fim de promover o

ensino em empreendedor e profissionalizante

em Novo Horizonte.

Capacitação e

Educação

Page 110: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

110

99

2009

-

2010

Ituverava

Em outubro de 2009, a Prefeitura assinou

convênio para a implantação do Centro

Estadual de Educação Tecnológica Paula

Souza, Mais um passo no Aperfeiçoamento da

qualificação profissional.

Capacitação e

Educação

100

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

Curso de cafeicultura em uma escola ru ral em

parceria com o Centro Paula Souza abordando

o comercia em bolsa de valores, mercado de

exportação e forma baristas e provadores de

café.

Capacitação e

Educação

101

2007

-

2008

Itararé

Inaugurado o Posto de Atendimento ao

Empreendedor (PAE), em parceria com o

SEBRAE-SP, a Associação Comercial e

Empresarial e o Sindicato Rural Patronal de

Itararé, e in iciamos um processo crescente e

continuo de capacitação do empresariado, para

diminu ição do índice de mortalidade das

empresas, alem de fomentar o surgimento de

novos empreendimentos.

Capacitação e

Educação

102

2009

-

2010

Ituverava

Para dar respostas contras à crescente

necessidade de capacitação profissional a

administração aprimorou os serviços do Posto

de Atendimento ao Empreendedor (PAE),

mantido em parceria com o SEBRAE-sp, com

ênfase redobrada nos programas de

qualificação.

Capacitação e

Educação

103

2011

-

2012

Mogi das Cruzes

Projeto Empreendendo na rua, um grande passo

para a formalização da economia local, ao

oferecer, com o apoio do SEBRAE-SP,

capacitação para que esse pessoal pudesse

trabalhar como microempresários.

Capacitação e

Educação

104

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

O programa Jovens Empreendedores -

Primeiros Passos, Desenvolvido em parceria

com o SEBRAE-SP, aproxima os estudantes do

ambiente empresarial e desperta talentos em

setores para os quais a cidade tem vocação e a

cultura do café, mais uma vez, ajuda a entender

essa dinâmica.

Capacitação e

Educação

105

2009

-

2010

São José dos

Campos

O Centro para a Competit ividade e Inovação do

Cone Leste Paulista (Cecompi), por sua vez, é

uma associação de ensino e pesquisa e a

iniciativa privada. Em parceria com o

SEBRAE, a Prefeitura instalou o Arranjo

Produtivo Local (APL) do setor aeroespacial,

que s transformou num polo de excelência de

micro e pequenas empresas tecnológicas.

Capacitação e

Educação

106

2011

-

2012

Campina do

Monte Alegre

Projeto Escola de Empreendedorismo Rural

conta com suporte teórico e metodológico do

SEBRAE e se estruturou a partir do

atendimento exclusivo e individual a cada

produtor.

Capacitação e

Educação

107

2009

-

2010

São Roque

Em parceria com o SENAI e com a

Superintendência do Trabalho Artesanal nas

Comunidades (SUTAC), o Centro de

Qualificação Profissional do municíp io

pretende capacitar as mais de 3,5 mil pessoas

cadastradas no banco de dados da Central de

Currículos, outra in iciat iva da admin istração.

Capacitação e

Educação

Page 111: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

111

108

2007

-

2008

Santa Cruz do

Rio Pardo

Nas ações dirigidas à indústria, o destaque é a

qualificação. Desde a sua instalação o SENAI

de Santa Cruz do Rio Pardo Proporcionou

Treinamento a 7.185 pessoas. Além de atender

o polo calçadista, oferece qualificação de mão

de obra para a indústria de confecção de

vestuário, com a part icipação de 22 empresas, e

a indústria madeireira, com acessória para 11

empresas locais.

Capacitação e

Educação

109

2007

-

2008

Jaboticabal

Para qualificar mão de obra, a Associação

Comercial e Industrial, o Clube de Lojistas e a

Prefeitura patrocinaram um estudo destinado a

identificar as demandas específicas das

empresas, que serviu de base para cursos

especializados, em parceria com entidades

como SENAI e FIESP e o Ministério do

Trabalho e Emprego.

Capacitação e

Educação

110

2011

-

2012

Guararema

Parcerias para a promoção de cursos com

diversos convênios que permitem que a escola

ofereça cursos ministrados pelas instituições

como SESI SENAI centro Pau la Souza e FAT

fundação de apoio à tecnologia

Capacitação e

Educação

111

2011

-

2012

Aguaí

A partir de convenio com o governo Estadual,

vieram uma etec e o posto de atendimento ao

trabalhador. Com o SENAI e o SENAC, fo i

possível oferecer cursos e capacitação. E da

parceria com o SEBRAE - SP nasceu o Espaço

do Empreendedor

Capacitação e

Educação

112

2009

-

2010

Votuporanga

É do municíp io o maior e mais antigo

programa de t reinamento profissional do

estado, por meio do Centro de Treinamento de

Mão de Obra Altino Regian i. Em 2010, serão

ofertados cursos de capacitação a mais de 850

pessoas nas áreas de administração, artesanato

e confecção, alem da formação de garçons. Os

cursos são gratuitos e oferecidos de acordo com

a demanda dos diversos setores da economia

local.

Capacitação e

Educação

113

2009

-

2010

Santo André

Atenta ao papel social da capacitação, a

administração de Santo André começa a

promover a educação empreendedora e

profissionalizante para a população de baixa

renda. O modelo prevê veículos itinerantes para

levar diversos serviços à periferia.

Capacitação e

Educação

114

2009

-

2010

Novo Horizonte

A agricultura também recebeu atenção do

governo municipal por meio de ações como o

Programa Integrado de Infraestrutura Rural,

iniciado em 2006, com o objetivo de gerar e

difundir conhecimento e tecnologia, com a

capacitação de produtores rurais.

Capacitação e

Educação

115

2011

-

2012

Torrinha

Quanto à qualificação dos empreendedores, a

prefeitura ressalta o fato de, somente entre

setembro e dezembro de 2011, mais de 120

MEIs terem participado de processos de

capacitação na cidade. Desses 25% trabalham

na área rural e são ligados a Associação dos

Produtores de Café Natural de Torrinha

(Cafenato).

Capacitação e

Educação

Page 112: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

112

116

2011

-

2012

Votuporanga

A Administração Municipal investiu na

capacitação e no estímulo ao

empreendedoris mo, com cursos de qualificação

profissional e a instalação de uma Incubadora

de empresas.

Capacitação e

Educação

117

2011

-

2012

Bauru

Os moradores recebem cursos com aulas

praticas nas áreas de jardinagem e podas de

arvores, horticultura, artesanato, alem da

capacitação para catadores de materiais

recicláveis. Também foram apresentadas

informações sobre temas como economia

solidária, associativismo, cooperativismo e

financiamento.

Capacitação e

Educação

118

2011

-

2012

Sorocaba

Universidade do Trabalhador: Oferece mais de

65 cursos, com capacidade para qualificar mais

de 20 mil pessoas por ano.

Capacitação e

Educação

119

2007

-

2008

São Sebastião da

Grama

O Programa Capacitar visa ao desenvolvimento

da mão de obra, com prioridade para as pessoas

desempregadas há seis meses ou mais. A cada

semestre são oferecidas até 40 vagas, das quais

5% se destinam a portadores de necessidades

especiais.

Capacitação e

Educação

120

2007

-

2008

São João da Boa

Vista

Para fo rtalecer as ativ idades agropecuárias,

dois grandes projetos de incentivo à

hortifruticultura e à ovinocultura foram

formatados, o Centro Universitário Fundação

de Ensino Otavio Bastos (Unifeob) e o Centro

Universitário das Faculdades Associadas de

Ensino (Unifae). Ambos os projetos se

caracterizam pelo apoio técnico de programas

de gestão e qualidade e novas estratégias para

comercialização dos produtos.

Capacitação e

Educação

121

2007

-

2008

Mogi das Cruzes

Vinculado ao Departamento de Educação Não

Formal da Secretaria Municipal da Educação, o

Centro de in iciação Profissional (CIP)

desenvolve, com recursos próprios ou por meio

de parcerias, um programa de qualificação

profissional básica para jovens e adultos do

município.

Capacitação e

Educação

122

2007

-

2008

Ribeirão Preto

No SENAC de Ribeirão Preto, 16 turmas de

adolescentes entre 14 e 16 anos têm au las de

relações comerciais, vendas e

empreendedoris mo. Esses jovens são

beneficiários diretos do Braços Abertos,

projeto da Fundação de Educação para o

Trabalho (Fundet) reconhecido pelo Min istério

Público do Trabalho como o melhor programa

de aprendizagem do país em órgão

governamental.

Capacitação e

Educação

123

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

A prefeitura lançou cursos técnicos de

cafeicultor, barista e provador de café, entre

outros. A passagem por um desses programas

abre perspectivas de ingresso no mercado

profissional ali mes mo, em São Sebastião da

Grama, que hoje conta com 13 torrefadoras.

Capacitação e

Educação

124

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

Ainda na área de educação empreendedora,

destaca-se a implantação do Centro Recreat ivo

e Cultura Cidade do Futuro, que em 2009

registrou a matrícula de 1.695 alunos, em

diversos cursos.

Capacitação e

Educação

Page 113: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

113

125

2009

-

2010

Boituva

Os cursos oferecidos fazem parte do Programa

de Qualificação Profissional para a Geração de

Renda, que abrange, por exemplo, o projeto

Fortalecendo a Família, nas áreas de corte e

costura tapeçaria, pintura em tecido e culinária,

registrando a participação de 500 alunos entre

2007 e 2009.

Capacitação e

Educação

126

2009

-

2010

Peruíbe

O projeto De Mão Dadas também faz parte do

pacote de incentivo à abertura e à

administração de pequenos negócios e são

oferecido em módulos de cursos preparatórios

em áreas como panificação artesanal,

confeitaria, culinária, idiomas e turis mo.

Capacitação e

Educação

127

2009

-

2010

Taboão da Serra

A visita regular de professores à casa de seus

alunos é uma das inovações do programa

Integração Família -Escola, que desde 2008 tem

conseguido diminuir os índices de evasão e

repetência, com a iniciativa pioneira de

estreitar a relação entre o grupo familiar e

escola.

Capacitação e

Educação

128

2009

-

2010

Ribeirão Preto

Uma das primeiras iniciativas foi à implantação

da fundação Centro de Formação Técnica e

Tecnológica. O objetivo é a formação

profissional de jovens e adultos, para

atendimento de demanda dos setores de

comércio e serviços do município por meio de

um centro Vocacional Tecnológico.

Capacitação e

Educação

129

2009

-

2010

São José dos

Campos

O programa Profissional do Futuro, que se

tornou componente curricular da rede de ensino

municipal e desenvolve a cultura

empreendedora nos alunos do 8° e 9° ano, por

meio da elaboração de planos de negócios e da

criação de empresas fictícias, tendo como foco

a viabilidade do empreendimento.

Capacitação e

Educação

130

2009

-

2010

São José dos

Campos

A Prefeitura aplica o programa Pedagogia

Empreendedora dos Sonhos, voltando para o

desenvolvimento social economicamente

sustentável. A premissa é o reconhecimento de

que o potencial empreendedor é inerente a todo

ser humano e são necessárias ações concretas e

sistemáticas que resultem em uma proposta

pedagógica diferenciada para o

desenvolvimento de talentos empreendedores.

Capacitação e

Educação

131

2009

-

2010

São José do Rio

Preto

Chama atenção o Centro Integrado de Ciência e

Cultura Aziz Nacib Absaber (CICC), Fruto de

uma parceria inédita entre a p refeitura, a

UNESP e a Fundação de Apoio à pesquisa e

Extensão de São José do Rio Preto.

Capacitação e

Educação

132

2011

-

2012

Torrinha

Curso de formação de Luthier - o profissional

especializado na produção e manutenção de

instrumentos de corda - oferecido por uma

ONG com o apoio da Prefeitura.

Capacitação e

Educação

133

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

Sala dos jovens empreendedores, frequentada

pelas crianças a partir do ensino fundamental.

Projeto visa à educação, a todo instante visa à

facilitação para que as pessoas abram uma

empresa e se transformem em MEIs.

Capacitação e

Educação

134

2011

-

2012

Jaguariúna

Implementação da Secretaria de Relações do

Trabalho, que deu aos moradores acesso a uma

gama de cursos gratuitos, de maneira que

Capacitação e

Educação

Page 114: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DENNYS ... Salomao … · nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a

114

pudessem ser orientados a montar seu próprio

negócio.

135

2011

-

2012

Jaguariúna

A prefeitura já oferece a população diversos

cursos que visam principalmente os

microempreendedores e os novos empresários

em potencial. São cursos como o de inglês

receptivo, que tem a p roposta de qualificar o

setor de prestação de serviço para atender

melhor os consumidores.

Capacitação e

Educação

136

2011

-

2012

Ribeirão Preto

Com o intuito de ampliar e promover a

formação de novos profissionais e

empreendedores, a Fundação de Formação

tecnológica de Ribeirão Preto (fo rtec), que

oferece cerca de 30 cursos e tem o potencial de

atender cerca de 900 alunos.

Capacitação e

Educação

137

2011

-

2012

São Sebastião da

Grama

Fabrica de líderes, programa de formação de

pessoas aptas a exercer o papel de lideres,

como gerentes de empresas ou para abrirem seu

próprio negócio.

Capacitação e

Educação

Projetos Diversificados

138

2007

-

2008

Itararé

Graças a Patrulha Agrícola, os produtores

puderam contar com quatro tratores e outras

máquinas e implementos, que ficam à

disposição das pequenas propriedades.

Apoio técnico

139

2007

-

2008

São João da Boa

Vista

A prefeitura implantou um programa de

revitalização das micro e pequenas empresas,

por intermédio da Câmara Setorial da Indústria.

Pioneiro no programa de apoio as micro e

pequenas indústrias com um diagnóstico de

todos os processos de produção e gestão e

sugere melhorias que irão contribuir para seu

crescimento

Apoio técnico

140

2007

-

2008

Mogi das Cruzes

O Posto de Emprego e Qualificação (PEQ) é

um setor da Prefeitura que oferece assessoria

em recursos humanos para as empresas que

precisam contratar funcionários. O objetivo é

colocar à disposição espaço físico e recepção

dos interessados para testes e entrevistas.

Apoio técnico

141

2009

-

2010

Boituva

Aos pequenos e médios produtores rurais e

pecuaristas, a Prefeitura de Boituva oferece

serviços gratuitos de mecanização agrícola.

Apoio técnico

142

2011

-

2012

Guararema

Programa de Desenvolvimento Rural visa a

atender e beneficiar os pequenos produtores

rurais familiares, oferecendo desde estudos de

analise do solo ate a doação do IPTU, de

acordo com determinadas características de

cada propriedade. Cerca de 260 propriedades

privadas já foram mapeadas. Destas, mais de

60 já foram beneficiadas pelo programa.

Apoio técnico

143

2011

-

2012

Bauru

Com o objet ivo de esclarecer duvidas divulgar

as possibilidades de geração de renda e

incentivar a formalização, a Prefeitura realiza

desde 2010 o DIA do empreendedor Individual,

em parceria com o SEBRAE-SP e o Banco do

Povo.

Evento de

conscientização

144

2011

-

2012

Jaboticabal

Projetos em parceria com o estado e a União- e

com entidades como SENAC, SESI e

SEBRAE. A semana do empreendedor teve sua

Evento de

conscientização

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115

segunda edição realizada no inicio de 2012.

145

2011

-

2012

Jaguariúna

Eventos são muito importantes para a geração

de novos negócios na cidade e funcionam como

vitrine para os empresários locais: a Feira do

Empreendedor, que já se tornou tradição no

município, e a Fearte, feira de artesanato

realizada aos sábados, no Centro Cultural.

Evento de

conscientização

146

2007

-

2008

São Sebastião da

Grama

Centro Recreativo e Cultural Cidade do Futuro

é um programa socieducativo, cultural, de

inclusão digital e de geração de renda criado

pela Prefeitura para completar a formação dos

estudantes e qualificados profissionalmente.

Inclusão

147

2011

-

2012

Sorocaba

Clin ica Profissionalizante: Inclusão produtiva

de dependente químicos, oferecendo

qualificação dentro de estabelecimentos.

Inclusão

148

2007

-

2008

Novo Horizonte

Projeto Integrado de Melhoria da Infraestrutura

no Campo, que tem o Objetivo de melhorar a

produtividade e a rentabilidade do pequeno

produtor rural.

Infraestrutura

149

2007

-

2008

Santos

Projeto Marina Porto de Santos - de

intervenção urbana na área portuária, prevendo

a construção de um novo terminal de navios de

cruzeiro, restaurantes, espaços para eventos e

feiras, estaleiro, serviços de apoio náutico,

escola de navegação e centro oceanográfico.

Infraestrutura

150

2007

-

2008

Santos

Projeto Santos Novos Tempos, que projeta a

macrodrenagem da populosa Zona Nordeste da

cidade, com obras de contenção nas encostas

de morros, construção de moradias populares e

recuperação ambiental.

Infraestrutura

151

2009

-

2010

Ituverava

Também se destaca o programa Família Feliz

implantado pela Prefeitura em 2006, que já

beneficiou mais de 230 famílias com a

construção ou reforma de moradias. Além dos

dividendos sociais o Família Feliz é

responsável pelo aquecimento do comércio de

material de construção e pela demanda por

profissionais do setor, como pedreiros e

eletricistas, que nunca haviam sido tão

solicitados.

Infraestrutura

152

2009

-

2010

Marília

Quem acompanha o Desenvolvimento da

região tem conhecimento do despertar de sua

vocação apícola, exclusiva de pequenos

negócios. Recentemente, a Prefeitura anunciou

o início das obras de construção da Casa do

Mel, reiv indicação dos apicultores locais, agora

organizados no associativismo.

Infraestrutura

153

2009

-

2010

Votuporanga

O projeto de rev italização da Rua Amazonas,

no centro comercial, que envolve a reforma das

calçadas e fachadas das lojas - melhorias que,

certamente terão impacto positivo no comércio

do município.

Infraestrutura

154

2011

-

2012

Piracicaba

A promoção do desenvolvimento rural no

município envolve várias ações. Há desde

investimentos constantes na manutenção de

pontes e estradas, para facilitar o escoamento

da produção, até ajuda para o preparo da terra,

por meio do Patru lha Agrícola, que

Infraestrutura

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116

disponibiliza trator e diversos implementos

com preços subsidiados pela prefeitura.

155

2011

-

2012

Sorocaba Cidade Sustentáveis Macro tendência

156

2011

-

2012

Sorocaba Cidade Educadoras Macro tendência

157

2007

-

2008

São Carlos

Instalação da casa do Trabalhador, que reuniu o

então recém-criado Balcão de Empregos, o

Programa de Apoio ao trabalhador (Pat) e o

Banco do Povo Paulista.

Mix

158

2011

-

2012

Osasco

A criação do Fórum Municipal de

Desenvolvimento Econômico Sustentável teve

como objetivo abrir um amplo canal de diálogo

entre o Poder Público, empresários, associações

e a sociedade civil, de maneira a ouvir os

anseios e colher sugestões, aproveitando a larga

experiência dos agentes envolvidos, como o

SEBRAE-sp e a FIESP.

Participação

Política

159

2007

-

2008

Jaboticabal

A administração instituiu, ainda, o Conselho de

Turis mo e uma parceria com a

Superintendência do Trabalho Artesanal nas

Comunidades (Sutaco), que já tem mais de 200

artesãos cadastrados no município. A intenção

é explorar o potencial turístico e criar emprego

e renda por meio da formação de novas cadeias

produtivas.

Promoção do

turismo local

160

2007

-

2008

Piracicaba

O Projeto Beira-Rio consiste num conjunto de

ações de revitalização do rio Piracicaba e de

todo o seu entorno, para a recuperação da

qualidade turística do principal cartão-postal da

cidade. As obras transformaram as margens do

rio em um grande parque público, com

calçadas largas e projeto de paisagismo,

valorizando a beleza natural da região.

Promoção do

turismo local

161

2009

-

2010

São Sebastião da

Grama

Programa voltado para o desenvolvimento do

turismo receptivo, da cultura e do artesanato. O

projeto tem o apoio do SEBRAE-SP e se

destina a criar um roteiro para o turis mo rural

com base na cafeicultura.

Promoção do

turismo local

162

2009

-

2010

Boituva

O Plano de Desenvolvimento Turísticos, que

melhorou a in fraestrutura de atendimento em

hospitais e escolas e a adequação do setor

hoteleiro.

Promoção do

turismo local

163

2011

-

2012

Jaboticabal

Criou a Secretaria Municipal da Indústria,

Comercio e Turis mo, que prio riza os pequenos

Negócios e assessoria o desenvolvimento de

atividades econômicas voltadas para a

diminu ição da pobreza por meio de práticas

empreendedoras.

Promoção do

turismo local

164

2011

-

2012

Botucatu

A quase 900 metros de alt itude e com um clima

agradável, Botucatu conta com uma riqueza

natural, que passa por uma manutenção

constante, agora, empresários de varias

modalidades de turismo de aventura estão

Promoção do

turismo local

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117

conversando entre si.

165

2011

-

2012

Campina do

Monte Alegre

Programa Campina na Rede - Uma Cidade

Dig ital. Depois de levar a internet gratuita a

toda zona urbana do municíp io, o programa

esta chegando também às áreas rurais, com o

objetivo de facilitar o acesso do pequeno

produtor a informação, via internet.

Tecnologia e

Informação

166

2011

-

2012

Ribeirão Preto

Para as empresas do segmento de biotecnologia

e tecnologia da informação (TI), e que

priorizem o desenvolvimento sustentável, foi

instalado o Programa Prime - Primeira

Empresa Inovadora, financiado pelo Min istério

da Tecnologia. Com o objetivo de criar

condições econômicas para a consolidação de

empresas com pro jetos inovadores e que

tenham até dois anos de existência.

Tecnologia e

Informação

167

2007

-

2008

Santa Cruz do

Rio Pardo

A prefeitura deu Continuidade ao projeto de

microbacias, implantado em 1996 no bairro de

caeté. Estendido agora às regiões de Jacutinga,

Barreiro dos Mendonça e, mais recentemente, à

microbacia do bairro do Ribeirão Bonito, o

projeto já exibe resultados concretos, com a

criação de 200 empregos.

Trabalho verde

168

2007

-

2008

São Carlos

Usina de Reciclagem de Resíduos da

Construção Civil, que transforma o material

descartado de obras em matéria p rima, como os

blocos usados na construção de casas

populares.

Trabalho Verde

169

2007

-

2008

Sorocaba

Entre as ações de cunho ambiental

empreendidas pela administração destaca-se a

Fábrica de Sabão Ecológica.

Trabalho Verde

170

2007

-

2008

Itararé

Depois de acatar a determinação do Ministério

Público para fechar o depósito de lixo da

cidade, surgiu a Nova Esperança - Cooperativa

dos Catadores de Materiais Recicláveis de

Itararé. O Esforço conjunto do poder público e

da comunidade evitou que uma parcela da

população perdesse sua única fonte de renda.

Trabalho verde

171

2011

-

2012

Votuporanga

Na área de meio Ambiente, o Projeto Ecotudo

serve como exemplo para municípios do Brasil

inteiro. A Prefeitura d isponibiliza dois espaços

que funcionam 24 horas ao dia para coleta de

todo tipo de lixo, como resíduos sólidos,

eletrônicos, óleo de cozinha e entulho.

Trabalho verde

Fonte: Autor desta pesquisa.

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ANEXOS

ANEXO 1 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE -2012

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119

Figura 15 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE – 2012

Fonte: SEBRAE

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ANEXO 2 – Adaptação da tabela de Critérios de Pontuação utilizada para avaliar os projetos inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito

Empreendedor

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121

Tabela 13 – Tabela de Critérios de Pontuação, utilizada para avaliar os projetos inscritos.

Adaptação da Tabela Critérios de Pontuação

Indicador Avaliação dos benefícios da ação Pontuação

Máxima

ABRANGÊNCIA

SISTÊMICA

22 pontos

Abrangência em relação à quantidade de áreas de

atuação que o projeto cobre. 10

Nível de integração das ações do projeto, ou seja, se

elas possuem complementaridade/sinergia. 6

Nível de integração das ações do projeto em relação a

outras instituições, públicas e privadas, e em relação

aos projetos e municípios da região.

6

IMPACTO NA

ECONOMIA LOCAL

30 pontos

Impacto gerado pelo projeto no número de postos de

trabalho, efetivo e potencial, de todas as pequenas

empresas locais.

10

Impacto gerado pelo projeto no faturamento, efet ivo e

potencial, de todas as pequenas empresas locais. 10

Impacto gerado pelo projeto na criação de novas

empresas formais, efetivo e potencial, em relação ao

número de empresas formais já existentes.

10

RELAÇÃO CUSTO /

BENEFÍCIO PARA A

PREFEITURA

18 pontos

Impacto gerado pelo projeto na receita municipal,

efetivo e potencial. 6

Nível dos custos totais do projeto em relação ao

aumento da receita municipal gerada por ele. 6

Nível do impacto ambiental, rural e urbano, gerado

pelo projeto. 6

INSTITUCIONALIDADES

30 pontos

Nível da expectativa de continuidade do projeto ao

longo do tempo. 6

Nível da qualidade técnica do projeto. 6

Nível do potencial de reprodução em outros

municípios. 6

Nível de participação dos setores empresariais locais

na elaboração, implantação e operacionalização do

projeto.

6

Nível de ineditis mo e inovação do projeto. 6

Total Máximo 100

Fonte: Adaptação do Regulamento VII edição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.

Nota: O material disponibilizado pelo SEBRAE não informa a pontuação obtida pelos municípios

participantes.