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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
DENNYS SALOMÃO HID
PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE A INCLUSÃO PRODUTIVA:
ANÁLISE DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR NOS
MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
São Paulo
2013
2
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
DENNYS SALOMÃO HID
PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE A INCLUSÃO PRODUTIVA:
ANÁLISE DO PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR NOS
MUNICÍPIOS DE SÃO PAULO
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como
exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Administração, sob a orientação do Prof. Dr. Ladislau Dowbor.
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
São Paulo
2013
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Prof. Dr. Ladislau Dowbor
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Orientador
______________________________________
Prof. Dr. Arnaldo J. F. Mazzei Nogueira
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
______________________________________
Prof. Dr. Francisco César P. da Fonseca
(Fundação Getulio Vargas)
4
Aos meus pais, Antonio Assis e Elisete dos Santos, que me possibilitaram
realizar os meus sonhos, e aos meus irmãos, Gerson e Wagner, por criarem
os laços de amizade eterna que nos une.
5
Agradecimentos
À minha família, em especial a minha mãe, pelo incentivo, apoio e carinho, sem os
quais este trabalho teria sido impossível.
Ao meu orientador, professor Doutor Ladislau Dowbor, que possui uma história de vida
e um conhecimento acadêmico ímpar, por todos os momentos, formais ou informais, em
sua companhia. Eles foram sempre de grande aprendizado.
Aos professores Doutores, Arnaldo Nogueira, Arnoldo Hoyos, Francisco Serralvo, João
Belmiro, Luciano Junqueira, Onésimo Cardoso, Maria Cristina e Neusa Bastos, pelos
conhecimentos transmitidos.
A professora Esther Schapochnik, pela leitura atenta e por me ajudar a aclarar as ideias.
Aos meus colegas do mestrado, que sempre me auxiliaram e me motivaram ao longo do
curso: Aiman Moura, Cesar Nascimento, Julyana Moreira, Larissa Rodrigues, Luisa
Estafania, Marcio Cardoso, Rosimar Pereira, Ruthelle Carvalho, e Paulo Granela.
A Rita Sorrentino, que, além de funcionaria exemplar do Curso de Administração,
mostrou-se uma amiga de grande valor.
6
“Com oportunidades sociais adequadas, os indivíduos podem
efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros.”
(Amartya Sen).
7
HID, Dennys Salomão. Pesquisa exploratória sobre a inclusão produtiva: análise do
Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor nos municípios de São Paulo. São Paulo, 2012. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de
Economia e Administração, Pontifícia Universidade Católica.
RESUMO
Esta pesquisa investigou o combate à pobreza por meio das políticas públicas de
inclusão produtiva, modelo de ação que direciona os investimentos públicos para a geração de emprego e renda, contribuindo para a heterogeneidade e a diminuição da
diferença social. Explora os projetos de inclusão implementados, nos últimos seis anos, nos municípios do Estado de São Paulo inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a sua 7ª edição em 2012 e é organizado pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento de micro e pequenos negócios.
Como objeto de estudo, foi utilizado o Guia Paulista, uma publicação do SEBRAE, que detalha os projetos implementados pelos prefeitos participantes da premiação. Reúne as principais ações de inclusão produtiva, que foram avaliadas pelos jurados e convidados,
constituindo um excelente material para uma análise categorial. Os relatos desses projetos possibilitaram realizar um levantamento de dados. Desse inventário foi possível
isolar os diversos elementos enfocados e classificá- los por suas principais características. O reagrupamento desses dados em dez categorias pré-definidas – incentivo fiscal, crédito e microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado,
formalização, incubadoras, desburocratização, aglomerados, educação e capacitação, e outros projetos – permitiu a visualização do número de projetos por categoria e o
desenvolvimento das próprias categorias ao longo dos últimos seis anos. Ficou evidente que os prefeitos inscritos buscam anular o estado estacionário de sua localidade por meio do fomento e acúmulo de recursos humanos e econômicos, utilizando estratégias
de desenvolvimento endógeno e local. Cada município adota um tipo de estratégia, seja ela radical ou por pequenos passos. Foi possível observar que as políticas públicas de
inclusão envolvem os atores locais – poder público, poder privado e grupos sociais – e estão sendo criadas a partir dos problemas regionais, o que evita o mimetismo nos projetos implementados. Percebeu-se que, embora os municípios tenham características
distintas, possuem problemas semelhantes, como o alto volume de trabalhadores no mercado informal, a lentidão burocrática e a falta de mão de obra capacitada. Também
ficou claro que, quanto mais comum for o problema, maior é a chance de adaptar e replicar em outras localidades o projeto que procura solucioná- lo ou minimizá- lo.
Palavras-Chave: Desemprego, Inclusão Produtiva, Desenvolvimento Endógeno, Análise
Categorial, Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.
8
HID, Dennys Salomão. Exploratory research about productive inclusion: analisys of
the SEBRAE, Mayor Enterprising in the cities of São Paulo award. São Paulo, 2012. Dissertation (Masters of business administration) – Pontifica
Catholic University of economics and business.
ABSTRACT
This research investigated the fight against poverty trought public policy of productive inclusio, model of action that directs public investments for micro entrepeneurs,
contributing to the heterogeneity and the reduction of the social difference. Explore the projects of implemented inclusion, in the last six years, in the cities of São Paulo enrolled in the SEBRAE Mayor entrepeneur award, wich held its 7th edition in 2012
and is organized by the brazilian servisse of support for micro and small enterprises (SEBRAE), a non-profit organization whose goal is to encourage the development of
micro and small businesses. As na object of study, it was used the Paulista Guide, a publication of SEBRAE, that details the projects implemented by the mayors participants of the award. Brings together the main productive actions of initiatives
inclusion, wich were evaluated by the judges and guests, providing and excellent material for a categorical analysis. The reports of these projects allowed to survey data.
Trought these inventary was possible to isolate the various elemento focused and sort them by their main characteristics. The reunification of these data in tem pre-defined categories – tax incentives, credit and microfinance, cooperatives, market access,
formalization, incubators, debureaucrastization, clusters, education and training, and other projects – allowed the visualization of the number of projects by category and
development of the categories themselves over the past six years. Became evidente that the mayors enrolled seek cancel the steady state of your location trough the development and accumulation of human and economic resources, using endogenous
development strategies and local. Each municipality adopts a kind of strategy, either radical or by small steps. It was possible to observe that the inclusion public policies
envolve local actors – public power, ptivate power and social groups – and are being created from regional problems, avoiding the mimetism in implemented projects. It was realized that while municipalities have different characteristics, they have similar
problems, as the high volume os workers in the informal market, the bureaucratic slowness and the absence of skilled labor. It was also clear that, the more commom is
the problem, higher is the chance to adapt and replicate the project in the other locations seeks fix it or minimize it.
Key words: Unemployment, Productive Inclusion, Endogenous Development,
Categorical Analysis, SEBRAE Mayor Entrepeneur award.
9
LISTA DE ABREVIATURAS
ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
APL – Arranjo Produtivo Local
BAP – Bancos de Arranjos Produtivos
BID – Banco internacional de Desenvolvimento
BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
BNDES – Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico e Social
CEAG – Centro de Assistência Gerencial
CEBRAE – Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa
CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
ETCO – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial
FIPEME – Financiamento à Pequena e Média Empresa
FUNTEC – Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEG – Instituto de Desenvolvimento e Estudo do Governo
IDEIES – Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo
IES – Índice de Economia Subterrânea
ILO – International Labour Office
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
LAC – Latin America and Caribbean
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior
MEC – Ministério da Educação
MEI – Micro Empreendedor Individual
MPE – Micro e Pequeno Empreendedor
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PAM – Programa de Acesso aos Mercados
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
10
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR – Serviço Social de Aprendizagem Rural
SENAT - Serviço Social de Aprendizagem do Transporte
SESC – Serviço Social do Comércio
SESCOOP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
SESI – Serviço Social da Indústria
SEST – Serviço Social do Transporte
SMEPOL – Small and Medium-sized Enterprises Policy
SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
SUTAC – Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades
UNRIC – United Nations Regional Information Center
WRI – Word Resources Institute
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – A economia real: os modos de produção ...................................................... 32
Figura 2 – O efeito H ...................................................................................................... 43
Figura 3 – Estratégias para o aumento da produtividade e competitividade. ................. 45
Figura 4 – Dispersão populacional entre as edições ....................................................... 74
Figura 5 – Dispersão da área física por km². .................................................................. 75
Figura 6 – Dispersão do trabalho formal ........................................................................ 76
Figura 7 – Dispersão das Empresas Registradas ............................................................ 77
Figura 8 – Número de projetos por eixo de classificação. .............................................. 78
Figura 9 – Número de projetos de incentivo a formalização por edição. ....................... 80
Figura 10 – Número de projetos de incentivo de incubadoras por edição. ..................... 81
Figura 11 – Número de projetos de desburocratização por edição. ................................ 82
Figura 12 – Número de projetos de aglomerados por edição. ........................................ 83
Figura 13 – Número de projetos de educação e capacitação por edição. ....................... 84
Figura 14 – Número dos outros projetos no subeixo de classificação. ........................... 85
Figura 15 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE – 2012 ........................... 119
LISTA DE QUADROS
Tabela 1 – Exemplo do processo de categorização dos dados constantes no Guia
Paulista............................................................................................................................ 21
Tabela 2 – Exemplo dos dados adicionais a pesquisa categorial.................................... 22
Tabela 3 – Número e porcentagem de escritórios por região ......................................... 56
Tabela 4 – Número de municípios inscritos por edição e ano. ....................................... 63
Tabela 5 – Finalistas do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor. .............................. 71
Tabela 6 – Características municipais destacadas pelo SEBRAE. ................................. 72
Tabela 7 – Dispersão populacional dos primeiros colocados. ........................................ 74
Tabela 8 – Dispersão territorial dos primeiros colocados .............................................. 75
Tabela 9 – Dispersão territorial dos primeiros colocados .............................................. 76
Tabela 10 – Dispersão de empresas registradas dos primeiros colocados...................... 77
Tabela 11 – Frequência dos outros projetos por edições. ............................................... 85
Tabela 12 – Processo de categorização dos Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições. ............ 100
Tabela 13 – Tabela de Critérios de Pontuação, utilizada para avaliar os projetos
inscritos. ........................................................................................................................ 121
12
Sumário
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
CAPÍTULO 1: O novo contexto do trabalho .................................................................. 24
1.1. Pobreza, desemprego e informalidade ............................................................. 26
1.2. As complexidades da economia real ................................................................ 29
1.3. Saída da informalidade..................................................................................... 33
Síntese – Capítulo 1 .................................................................................................... 36
CAPÍTULO 2: Processo do desenvolvimento endógeno. .............................................. 38
2.1. Fatores de acumulação ..................................................................................... 41
2.2. Estratégias de desenvolvimento local .............................................................. 43
2.3. Estado e as políticas públicas........................................................................... 46
2.3.1. Implementação das políticas públicas ...................................................... 48
2.3.2. Limites e desafios das políticas públicas .................................................. 50
2.4. Iniciativas locais na América Latina ................................................................ 51
2.4.1. O laboratório brasileiro ............................................................................. 51
Síntese – Capítulo 2 .................................................................................................... 53
CAPÍTULO 3: O papel do SEBRAE no Brasil .............................................................. 55
3.1. Como se constituiu........................................................................................... 56
3.3. Principais prêmios............................................................................................ 58
3.3.1. Prêmio Top 100 de Artesanato ................................................................. 59
3.3.2. Prêmio Mulher de Negócios ..................................................................... 59
3.3.3. Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas ................ 60
3.3.4. Prêmio Técnico Empreendedor ................................................................ 61
3.3.5. Prêmio SEBRAE de Jornalismo ............................................................... 61
3.3.6. Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ................................................ 62
Síntese – Capítulo 3 .................................................................................................... 68
CAPÍTULO 4: Análise dos projetos de inclusão produtiva nos municípios de São
Paulo ............................................................................................................................... 70
4.1. Análise do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ......................................... 71
4.2. Análise inicial das três edições estudadas da premiação ..................................... 73
4.3. Análise categorial das três edições estudadas da premiação ............................... 78
4.4. Análise interpretativa das três edições estudadas da premiação .......................... 87
Síntese – Capítulo 4 .................................................................................................... 89
13
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 90
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 93
APÊNDICE – Processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista ......... 99
ANEXOS...................................................................................................................... 118
ANEXO 1 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE -2012 ....................... 118
ANEXO 2 – Adaptação da tabela de Critérios de Pontuação utilizada para avaliar os
projetos inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor ............................... 120
14
INTRODUÇÃO
“Há quem entenda que pequenos empreendedores e produtores não passam
de resquício do passado que tenderão a desaparecer, absorvidos pela
economia moderna da grande indústria e da agricultura mecanizada. Mas esta
é uma visão desmentida pela historia recente...” (Sachs, 2003, p. 20).
Entramos no século XXI com um déficit na oferta de empregos não só no Brasil,
mas no mundo, que registra mais de 200 milhões de desempregados em 2010 (ILO,
2011). O desemprego cresceu devido à alta concorrência interna e externa e ao
desenvolvimento tecnológico, que substitui a mão-de-obra. As instituições, para se
manterem competitivas, buscam a redução dos custos, contratando mão-de-obra barata,
porém pouco qualificada. Essa busca constitui o principal fator de precarização do
trabalho.
Atualmente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
está comprometido com a ideia de que o setor privado pode e deve contribuir para a
diminuição da pobreza. Entretanto, se parte da população tende a aceitá- la, outra parte
acredita que esta responsabilidade é do Governo.
A pobreza aqui mencionada transcende ao baixo nível de renda e abrange
também a privação dos direitos humanos, restringindo as oportunidades sociais,
políticas e econômica. Segundo Amartya Sen (2010), a liberdade e a oportunidade de
realizar trocas e transações de compra e venda são, de fato, necessárias para se alcançar
as condições básicas essenciais para o desenvolvimento da cidadania.
Assim, o foco principal desta pesquisa é o estudo sobre a diminuição da pobreza
por meio das políticas públicas que propiciam o processo de inclusão produtiva.
Para a CEPAL1 (2010), as políticas de inclusão produtiva são aquelas que
direcionam os investimentos públicos para os micro e pequenos empreendedores,
contribuindo para a heterogeneidade e para diminuição da diferença social:
1 Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe (CEPAL).
15
En este sentido, la política de apoyo a estas empresas es clave para mejorar la
productividad del conjunto de la economía, construir una estructura productiva más
articulada, reducir las diferencias de desempeño entre empresas y sectores e
incorporar uma creciente cantidad de mano de obra al mercado de trabajo formal
con salarios dignos. (CEPAL, 2010. p.125).
De forma simplificada, podemos dizer que as ações voltadas para a inclusão
produtiva são os incentivos à geração de trabalho formal e renda digna. Nos últimos
doze anos, os projetos de inclusão implementados nos municípios do Brasil foram
reconhecidos e catalogados pelo SEBRAE.
Esta pesquisa investiga as informações presentes no Guia Paulista, referentes ao
Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que realizou a sua 7ª edição em 2012 e é
organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo é estimular o
desenvolvimento de micro e pequenos negócios.
O Guia Paulista, uma publicação do SEBRAE, detalha os projetos realizados
pelos prefeitos dos municípios do Estado de São Paulo participantes do Prêmio
SEBRAE Prefeito Empreendedor. Constitui, portanto, um excelente material para uma
análise categorial. Reúne as principais ações de inclusão produtiva, que foram avaliadas
pelos jurados/convidados (empresários, políticos e acadêmicos especialistas na área de
desenvolvimento local). Permite identificar as principais práticas de inclusão produtiva
que, segundo o SEBRAE, são as mais indicadas para serem implementadas nos
municípios, a fim de fomentar os atores locais (poder público, poder privado e grupos
sociais), acumulando recursos na região e proporcionando o desenvolvimento endógeno
e local.
Assim, a pesquisa se restringe às práticas descritas no Guia Paulista, o que
assegura a qualidade e a objetividade dos projetos analisados.
16
JUSTIFICATIVA DO TRABALHO
O interesse sobre o desenvolvimento local surgiu durante os estudos sobre
organizações e sociedade e amadureceu nas aulas de Economia Social, de Inovação e de
Teoria das Organizações. Foi possível perceber, por meio de diversas leituras, a
importância do processo de inclusão produtiva para a geração de trabalho e renda.
A pesquisa, embora limitada em alguns aspectos, procurou proporcionar uma
melhor compreensão das políticas públicas destinadas à fomentação das micro e
pequenas empresas, revelando as principais ações realizadas para o estímulo da
microeconomia dos municípios paulistas.
Nesta pesquisa, o tipo de desenvolvimento focado é aquele que busca amenizar a
carência econômica e a destituição social, principais fatores de privação dos direitos
humanos. A pobreza econômica tira a liberdade de compra e venda de produtos e
serviços e deixa o indivíduo sem acesso à água, à saúde, ao saneamento, à nutrição e a
moradia (Sen, 2010).
Barquero (2002) explica que, para anular os efeitos do estado estacionário de
uma determinada localidade e da sua população, é necessário ativar os fatores que
propiciam a acumulação de capital, de conhecimento e de criação e propagação de
inovações no sistema produtivo. Segundo o autor, o mau funcionamento dos atores
econômicos é a principal barreira ao desenvolvimento autossustentável.
Geralmente acreditamos que as formas de organizações que nos envolvem
pertencem a uma esfera superior e que as ações do Estado trarão as soluções para todos
os problemas econômicos, sociais e ambientais (Dowbor, 2010).
É fato que o processo de desenvolvimento não ocorre no vazio, pois possui um
forte vinculo institucional e cultural. O desenvolvimento de uma economia se dá por
meio dos atores econômicos e sociais que possuem cultura, formas e mecanismos
próprios de organização. Dowbor (2010), Sen (2010) e Sachs (2003) defendem a ideia
de que a sociedade deve encorajar e estimular formas específicas de organizações e
17
instituições que favoreçam a atividade econômica, articulando as decisões
organizacionais e institucionais de forma positiva, mesmo que sejam contra as
prescrições teóricas dos modelos econômicos atuais.
Dowbor (2010) considera a cidade como um espaço para a acumulação e afirma
que todos os municípios podem e devem ser geridos de forma racional, criando novas
estratégias de ação que os tornem um lugar propício para os investimentos públicos e
privados. A proposta do autor é o deslocamento das ações de desenvolvimento,
tornando-o regional ou local. Isso aproximaria as decisões do espaço onde o cidadão
pode participar e interagir, enfrentando o desemprego e a falta de renda.
Nessa perspectiva de ação, as localidades recebem os benefícios do
investimento, público e privado. Os benefícios podem variar de uma acumulação de
recursos econômicos até a organização dos atores locais. Essas ações amenizam os
males do esgotamento de recursos, o desemprego, o desflorestamento, a poluição e
outros problemas nas áreas comuns. Entretanto, para que isso ocorra, deve-se criar uma
regulamentação local, e o Estado precisa ser forte para implementar políticas
alternativas de desenvolvimento. Deve-se salientar que Estado forte não quer dizer
burocrático ou enrijecido, mas aquele que apoia a democracia inclusiva de forma a
organizar as comunidades (Barquero, 2002).
As políticas alternativas de desenvolvimento criadas especificamente para uma
localidade (para seu contexto histórico, social, cultural e econômico) devem unir o
crescimento econômico com os impactos sociais e ambientais para obterem melhores
resultados, eliminando também a visão de que o cuidado com o meio ambiente é um
custo adicional.
Essas novas políticas devem privilegiar a geração de emprego e o auto emprego
com remuneração e condições adequadas, promovendo a inclusão produtiva de
excluídos e de semi- incluídos, que sofrem em subempregos ou atuam na informalidade.
A questão da informalidade é delicada, já que representa cerca de 60% das
pessoas ocupadas no Brasil, as quais, apesar de não possuírem a proteção
previdenciária, utilizam os serviços de seguridade social, o que contribui para o seu
18
déficit, que em 2011 foi acima de 36 milhões (ANFIP 2, 2011). Fora as questões éticas
que o envolvem, como salários insuficientes e condições de trabalho precárias, o setor
informal só sobrevive por meio de uma competitividade espúria.
Diante desse cenário, onde o desenvolvimento só será alcançado por meio de
uma nova regulamentação que vise às necessidades econômicas, sociais e ambientais,
torna-se relevante analisar as principais práticas de inclusão produtiva proporcionadas
pelos municípios. Essas práticas contribuem para a formação de novos empregos, a
distribuição de renda equilibrada e a liberdade de troca, desenvolvendo a população de
sua localidade.
OBJETIVOS
O objetivo geral desta pesquisa é examinar o desenvolvimento das políticas
públicas de inclusão produtiva mais relevantes, segundo o Prêmio SEBRAE Prefeito
Empreendedor em suas 5ª, 6ª e 7ª edições.
Os objetivos específicos são:
Apresentar o contexto atual do mercado de trabalho e a importância do processo
de inclusão.
Estudar o processo de desenvolvimento endógeno a partir da implementação de
políticas públicas.
Examinar as atividades do SEBRAE como ferramenta de inclusão.
Analisar os municípios finalistas das três últimas edições do Prêmio SEBRAE
Prefeito Empreendedores.
A pesquisa estudou a inclusão produtiva a partir dos projetos públicos
direcionados ao fomento do micro, pequeno e médio empreendedor. Teve como objeto
2 ANFIP: Associação Nacional dos Auditores -Fiscais da Receita Federal do Brasil.
19
de estudo o Guia Paulista, que mapeia as políticas de inclusão produtiva destacados
pelo Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.
O processo de inclusão produtiva ganha destaque por meio de instituições
internacionais, como a PNUD e a CEPAL, que mostram a importância do mercado
convencional no combate a pobreza. Esta ideia foi absorvida pelo governo brasileiro,
que, pelo decreto n° 7.492, instituiu o Plano Brasil Sem Miséria, em junho de 2011,
com o objetivo de elevar a renda familiar per capita, ampliar o acesso da população
carente aos serviços públicos e proporcionar a inclusão produtiva às pessoas em extrema
pobreza.
REFERENCIAL TEÓRICO
A pesquisa iniciou-se com a seleção do material bibliográfico que aborda os
fundamentos teóricos da inclusão produtiva, do desenvolvimento local e das políticas
públicas, analisando sua importância, funcionalidade e aplicabilidade.
Ignacy Sachs (2003, 2004) e Ladislau Dowbor (2008a, 2008b, 2010) estão
presentes ao longo de todo o trabalho, pois suas obras abordam os principais
fundamentos teóricos deste estudo.
O primeiro capítulo baseia-se na obra de Amartya Sen (2010) que apresenta os
principais males que assombram a sociedade contemporânea, como a pobreza extrema,
a fome coletiva, a subnutrição, a carência de oportunidades, a opressão social e a
insegurança econômica. O autor recupera a dimensão ética e política dos problemas
econômicos em geral, apresentando a ideia de que o desenvolvimento é necessário para
aumentar a abrangência das liberdades básicas. Para fundamentar a teoria, foram
utilizados os dados disponibilizados pelos relatórios da Word Resources Institute (WRI,
2007) e da International Labour Office (ILO, 2011).
O segundo capítulo baseia-se nas obras de Antonio V. Barquero (2002) e
Christian Luiz da Silva (2012). Barquero discorre sobre o processo de desenvolvimento
20
endógeno, fator-chave para proporcionar o desenvolvimento local. A obra traz um
aprofundamento sobre as articulações do processo de desenvolvimento local com a
sociedade civil e com a esfera política. Destaca a importância das políticas econômicas,
que colaboram com a fomentação dos atores locais e regionais, influenciando de forma
positiva o processo de crescimento econômico local. Luiz da Silva propicia um
aprofundamento da relação entre as políticas públicas e o processo de desenvolvimento.
Mostra a relação do Governo com as políticas públicas, desde o processo de formulação
até a sua implementação, abordando suas limitações e desafios. As pesquisas de
Eugenio Lahera (2004), Pablo Costamagna (2000) e Jair do Amaral Filho (2000)
exemplificam as experiências de políticas públicas desenvolvidas na América Latina.
O terceiro capítulo explora o conteúdo disponibilizado pelo SEBRAE, as
principais premiações foram pesquisadas através do site e das três ultimas publicações
do Guia Paulista.
No quarto capítulo, foi realizada a análise categorial, baseada nas metodologias
descritas nas obras de Roland Bardin (2011), Laurence Barthes (2009) e Raymond
Quivy e Van Campenhoudt (1998).
METODOLOGIA DE PESQUISA
O quarto capítulo trata exclusivamente da análise de conteúdo, mais
especificamente da análise categorial (Quivy e Campenhoudt, 1998), que consistiu em
calcular e comparar a frequência dos projetos de inclusão produtiva que foram
previamente agrupados em categorias por suas principais características:
Melhor do que qualquer outro método de trabalho, a análise de conteúdo
permite, quando incide sobre um material rico e penetrante, satisfazer
harmoniosamente as exigências do rigor metodológico e da profundidade
inventiva, que nem sempre são facilmente conciliáveis (Quivy &
Campenhoudt. 1998, p.227).
A análise de conteúdo, apoiada no processo de categorização (transformação de
dados brutos em dados organizados), revela índices antes invisíveis.
21
A análise categorial está focada nos Guia Paulista 2007-2008; 2009-2010 e
2011-2012, que apresentam os resultados da 5ª, 6ª e 7ª edições do Prêmio SEBRAE
Prefeito Empreendedor3, abordando os 45 municípios finalistas4 e identificando o total
de 171 projetos.
Segundo Bardin (2011), o processo de categorização é realizado pela
“classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação”, seguido
por um reagrupamento por critérios previamente definidos. Esse agrupamento é
efetuado pelas características comuns entre os elementos, que assim adquiri um título
genérico para a sua classificação em categorias.
O procedimento metodológico de categorização é um processo do tipo
estruturalista que comporta duas etapas. A primeira é o inventário, quando se isola os
elementos, e a segunda é a classificação, quando se reagrupa os elementos. Ambas
impõem uma organização.
Segundo Barthes (2009), é necessário repartir as unidades em um pequeno
número de classes formais que as determine sem recorrer a substância do seu conteúdo.
A tabela1 mostra o processo de categorização dos projetos descritos no Guia Paulista,
que posteriormente foram reagrupados em eixos pré-estabelecido:
Tabela 1 – Exemplo do processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista.
Município Projeto Eixo
Jandira
Cooperativa de reciclagem, exemplo de trabalho social, que ext rai do lixo
recursos financeiros necessários às famílias de baixa renda, gerando
melhorias ambientais na cidade.
Emprego
Verde
Indaiatuba
As oficinas Tesoura Mirim e Bases & Brilhos, tem como objetivo preparar
moças maiores de 16 anos para exercer funções de auxiliares de
cabeleireiro, manicure e pedicure.
Capacitação
Capão
Bonito
Cidade da Costura, Uma Vocação Sustentável, qualificou cerca de 200
famílias que estão prestando serviços para as confecções locais, a fim de
evitar o êxodo rural.
Capacitação
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.
3 Esta pesquisa limitou-se a análise dos projetos de inclusão produtiva dos últimos seis anos, os
exemplares do Guia Paulista consultados foram cedidas pelo SEBRAE. 4 Entre os 45 municíp ios finalistas, estão os três primeiros colocados de cada edição.
22
A análise do conteúdo torna-se uma aplicação sistemática de decisões pré-
definidas, que consiste na operação de codificação (Bardin, 2011). Portanto, o
procedimento descrito não será detalhado no corpo deste trabalho5. A elaboração da
pesquisa restringiu-se à apresentação e interpretação dos dados já classificados e
agrupados em eixos pré-determinados.
Os dados do processo de categorização foram comparados com outros dados
disponíveis no próprio material pesquisado, com o propósito de explanar e mapear as
possíveis pistas sobre os principais projetos de inclusão produtiva nos municípios de
São Paulo. A tabela 2 é um exemplo dos dados adicionais que foram utilizados na
pesquisa:
Tabela 2 – Exemplo dos dados adicionais a pesquisa categorial
Cidade Ano da
premiação População Área
Empresas
registradas
Empregos
formais
Jandira 2007-2008 203.527 18 km² 2.595 11.930
Indaiatuba 2009-2010 295.506 311 Km² 9.277 55.191
Capão Bonito 2011-2012 46.129 1.641 Km² 1.576 6.557
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.
O processo de categorização possibilitou desvendar o conteúdo implícito em
todo o material. Os eixos com o tema mais citados são os que possuem maior valor,
importância ou aplicabilidade em seu contexto, de acordo com os avaliadores do prêmio
oferecido pelo SEBRAE.
ESTRUTURA DO TRABALHO
A dissertação, além de bibliografia e dos anexos, está dividida em quatro
capítulos. O primeiro mostra a importância da inclusão produtiva, por meio dos temas:
pobreza, desemprego e os seus principais derivados, como o emprego precário, o
mercado informal e a concorrência espúria.
5 O processo de categorização, realizado para desenvolver este trabalho, foi incluso como apêndice desta
pesquisa.
23
O segundo capítulo aborda o processo de desenvolvimento endógeno e os
principais fatores de acumulação de recursos. Discorre sobre as políticas e as estratégias
de desenvolvimento local e o processo de criação e implementação das políticas
públicas.
O terceiro capítulo traz uma breve caracterização do SEBRAE, dando ênfase ao
objeto deste estudo, o Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, com suas regras e o
comitê de avaliação.
O quarto capítulo apresenta a análise categorial das três últimas edições do Guia
Paulista, material que descreve e mapeia o Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor,
trazendo as principais práticas de inclusão produtiva.
24
CAPÍTULO 1: O novo contexto do trabalho
Atualmente diversas pesquisas abordam a temática do trabalho e do desemprego,
buscando mapear, compreender e até prever os possíveis caminhos da atividade
remunerada. Há pesquisas que defendem a evolução do trabalho convencional para um
trabalho mais intelectual, ou a sua transformação em um “agradável ócio ativo”.
Acredita-se que o trabalho se torne em rede ou em um processo de inteligência
compartilhada, na sua diminuição e até no seu fim.
Em contrapartida, as Nações Unidas afirmam que o desemprego atual é
ocasionando pelo próprio processo de crescimento econômico. Sobre o assunto,
Dowbor (2010, p.3) explica:
Podemos acrescentar o conceito de downsizing, que em geral constitui uma
teoria delicada que explica porque estamos na rua, a reengenharia que
cumpre funções semelhantes, mostrando que estamos desempregados por
uma boa razão científica de management, ou ainda o conceito de lean and
mean, literalmente enxuta e malvada, que resume a visão atual da empresa
eficiente, e gera boa parte da angústia que o ser humano por acaso empregado
hoje sente.
Para o autor, as novas tecnologias proporcionam uma otimização na realização
das tarefas, gerando uma escala de produção maior, com menos esforço. Esta solução,
entretanto, se tornou um problema, pois a ausência de mudanças institucionais,
correspondentes à substituição do homem pela máquina, acaba por utilizar os benefícios
tecnológicos para uma minoria, gerando a exclusão da maioria.
Este deslocamento “inverso e simétrico”, em que os processos administrativos
tornam-se mais caros que o produto em si, acaba por compor cerca de 70% do valor do
produto final. As mudanças tecnológicas também proporcionam uma transformação da
dimensão física em que o trabalhado é realizado, como exemplo disso, temos os
processos financeiros, comerciais e outros tipos de serviços, como publicidade,
advocacia e gerenciamento à distância, que podem ser executados por indivíduos que
não conhecemos, residentes de outra parte do mundo. O que causa a deformação do
valor pelo serviço realizado, que pode variar entre 20 dólares a 0,50 centavos de dólar
por hora, depende do país em que o serviço é feito (Dowbor, 2010).
25
Dowbor considera que as perspectivas sobre o problema do desemprego foram
reduzidas à simplificações radicais. Entre elas, sobressaem duas. A primeira é a ideia de
que o processo que vivemos é uma simples transição, em que o emprego não é perdido
de fato, mas apenas transformado, enquanto a segunda refere-se à crença de que a
tecnologia vai suprimir o emprego e excluir os trabalhadores.
Em relação a primeira simplificação sobre o desemprego, torna-se necessário
compreender que vivemos um processo de transição constante, partindo de um cenário
(A) a outro (B), sendo que alguns movimentos acarretaram “tragédias” planetárias,
causando corridas irracionais atrás de matérias-primas, a migração em massa dos
europeus para a América, a expulsão das população dos campos, a banalização do
trabalho infantil, o abuso de autoridade por parte dos empregadores e a utilização da
força em respostas às greves que se espalharam. Reed (1994) e Nogueira (2007)
apresentam, em suas pesquisas, este longo processo de transição, que levou quase um
século para tornar a atividade remunerada mais humanizada.
A segunda grande percepção do problema espalha a crença da morte do
emprego, propagando a ideia de uma eminente catástrofe e ressaltando os inúmeros
esforços que falharam ao tentar transformar o modelo de trabalho. Porém, esta
percepção é falha por não considerar que a realidade é dinâmica e complexa e que,
apesar da redução da oferta de emprego, parte dele é substituída, sofrendo apenas um
deslocamento, dependendo do setor, da região e do nível de formação do indivíduo,
entre outras variáveis.
Dowbor (2010) afirma que o conceito de desemprego evolui e que devemos
acrescentar outras medidas para mensurá- lo, incluindo o desemprego por desalento, o
trabalho temporário, outras formas de vinculação e até mesmo a perda do interesse e
motivação devido aos baixos níveis de remuneração.
Assim, com o objetivo de compreender as dinâmicas complexas e diferenciadas
do trabalho moderno, procuramos analisar as dificuldades que envolvem a segurança e
satisfação com o trabalho e a distribuição de renda entre a população.
26
1.1. Pobreza, desemprego e informalidade
Para compreendermos a importância social da atividade remunerada denominada
trabalho, precisamos abordar os principais efeitos de sua inexistência ou da escassez de
sua oferta na economia global atual. Assim, para falarmos sobre inclusão, é preciso
primeiramente mapear a exclusão produtiva, apresentando o cenário global deste
processo de desvalorização e descapitalização da população.
Atualmente a “base da pirâmide social” é formada por mais de 4 bilhões de
pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, linha que é medida pela renda per capita
do cidadão. A renda diária dos menos favorecidos da cidade de Gana é de $1,89, da
China são de $2,11 e a do Brasil, divulgada em 2011 pela até então Ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, é igual ou inferior à 70 reais por mês, uma
média de 2,30 reais por dia (WRI6, 2007).
A pobreza econômica impacta diretamente na liberdade de troca e de realização
de novas transações, parte essencial das liberdades básicas, previstas pelos direitos
humanos. Sen (2010) apresenta os efeitos colaterais da pobreza:
Às vezes a ausência de liberdades substantivas relaciona-se diretamente com
a pobreza econômica, que rouba das pessoas a liberdade de saciar a fome, de
obter uma nutrição satisfatória ou de remédios para doenças tratáveis, a
oportunidade de vestir-se ou morar de modo apropriado, de ter acesso a água
tratada ou saneamento básico. (SEN, 2010, p.17)
Para o autor, o conceito de pobreza deve ser interpretado como a privação das
capacidades básicas. Ele deixa de lado a tradicional interpretação simplificada baseada
no baixo nível de renda, já que a perda de renda ocasionada pelo desemprego pode ser
compensada, até um determinado ponto, por auxílios de renda, como o seguro
desemprego e outros benefícios, se tornaram comuns em diversos países, incluindo o
Brasil.
6 World Resources Institute (WRI).
27
O desemprego acarreta graves efeitos na vida do cidadão, trazendo outras
privações além da financeira. O desemprego, segundo o autor, pode causar um dano
psicológico, a perda da motivação, de habilidades e da autoconfiança, o aumento de
doenças e morbidez, impactando até nas taxas de mortalidade. O desemprego gera
perturbação nas relações familiares e na vida social, acentuando as tensões raciais e as
assimetrias entre os sexos e intensificando a exclusão social e o mercado informal (Sen,
2010).
Portes et al. (1989, p.29) apresentam as diversas causas que levaram ao
desenvolvimento da economia informal, Entre elas, estão as revoluções tecnológicas, as
crises econômicas e o desemprego em massa: “millions of people have beem subjected
to harsh living condition that have made them accept whatever ways out of their misery
they could find”.
Durante as crises financeiras, milhares de pessoas perdem os seus empregos,
ficando às margens das organizações e, para subsistir, optam por entrar na economia
informal. Quando as crises terminam, muitas destas pessoas já não se adéquam mais ao
mercado formal, persistindo na informalidade.
As Nações Unidas afirmam que o impacto causado pela crise de 2008 deverá
persistir. Apesar de uma recuperação nos mercados de trabalho no mundo inteiro, os
enormes custos humanos da recessão continuam a se fazer sentir (UNRIC7, 2011).
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de
empregos tem aumentado após a crise de 2008 em diversos países, porém a média de
trabalhadores desempregados em idade ativa continua a subir, o que demonstra a
ineficiência dos mercados em gerar novos postos de trabalho para suprir a demanda em
relação ao crescimento da população. Uma análise da vertente emprego-população feita
pela OIT mostra esta defasagem, “the estimated employment-to-population ratio in
2010 is little changed versus 2007” (ILO8, 2011. p.12).
7 United Nations Regional Informat ion Center (UNRIC).
8 International Labour Office (ILO).
28
A recuperação da economia global em 2010, após dois anos de instabilidades
financeiras, é de certa forma ilusória, já que os números do desemprego mundial
permaneceram elevados. O número de desempregados chegou a 205 milhões em 2010,
valor idêntico ao do ano de 2009 e 27,6 milhões acima do de 2007 (ILO, 2011).
Em contrapartida, a América Latina e Caribe (LAC) apresentaram boas taxas de
crescimento: Argentina, Brasil, Colômbia e México possuem taxas com intervalos entre
4,5 a 7,5 por cento. Este crescimento econômico a níveis pré-crise está baseado na
agroeconomia, além dos programas sociais em curso antes do início da crise, o que
auxiliou na redução do impacto nos grupos vulneráveis. Mas, mesmo os bons resultados
alcançados na América Latina não garantem um emprego de qualidade, já que muitos
trabalhadores não possuem uma renda significativa (ILO, 2011). Em pleno fomento do
processo de globalização, Paul Singer já comentava que:
Os novos postos de trabalho, que estão surgindo em função das
transformações das tecnologias e da divisão internacional do trabalho, em sua
maioria não oferecem ao seu eventual ocupante as compensações usuais que
as leis e contratos coletivos vinham garantindo. (SINGER, 1996, p.8)
O autor mostra que “a ocupação por conta própria” é uma das formas desse
processo de precarização do trabalho, pois as grandes empresas, que antes mantinham
grandes departamentos “secundários”, como informática, contabilidade e outros,
atualmente desmancham tais departamentos e contratam os mesmos serviços de uma
terceira organização, muitas desenvolvidas pelos próprios ex-funcionários. Assim, o
antigo empregador ganha novas liberdades, deixando de ter diversas responsabilidades,
como imposto, décimo terceiro e férias, enquanto os ex-funcionários perdem a sua
estabilidade e segurança garantida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), já
que o antigo empregador e atual contratante, pode contratar ou não os seus serviços.
A precarização do trabalho também assume a forma de relações “incompletas”,
as quais ampliam a insegurança no trabalho. A relação incompleta de trabalho refere-se
à redução relativa dos empregos estáveis ou permanentes nas empresas, tendo como
resultado a subcontratação de trabalhadores temporários, em tempo determinado ou em
tempo parcial, o trabalho em domicílio ou independente, entre outras formas de
contratação.
29
A precarização da atividade remunerada promove a restrição de uma massa
crescente de trabalhadores ao gozo de seus direitos legais, deixa os jovens
desempregados a mercê de postos de trabalhos com baixa remuneração e até mesmo
insalubres, o que agrava ainda mais a situação. Para Singer (1996), este processo de
transformação dos postos de trabalho em relação aos trabalhadores cria uma nova
situação, que ele denomina de “a nova pobreza“:
A “nova pobreza” difere da antiga fundamentalmente por sua origem. Trata -
se de pessoas que pertenciam à ampla classe média, que se criara em função
das conquistas dos anos dourados, e que perderam seus empregos para robôs
ou para trabalhadores de países periféricos. E que não foram capazes de se
reciclar p rofissionalmente e de se deslocar para as cidades em que os novos
postos de trabalho estavam surgindo. (SINGER, 1996. p.11)
1.2. As complexidades da economia real
A dicotomia entre trabalho formal e informal não representa a complexidade da
economia real, nem oferece os recursos para medi- la de forma adequada. Em 1997, o
IBGE estimou que a participação do mercado informal era de 8% do Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro. No final de 2011, o Índice de Economia Subterrânea (IES), que
mede o conjunto de atividades de bens e serviços que não são reportados ao governo,
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), informa que a
participação do mercado informal atingiu a marca de 16,8% do PIB nacional, estimando
um valor total de R$695,7 bilhões (ETCO, 2012).
Sachs (2003) afirma que a economia informal escapa aos critérios estatísticos,
considerando que as diversas pesquisas não incluem uma parcela importante de
trabalhadores, como vendedores ambulantes, sacoleiras, revendedores, vigilantes e
outros trabalhadores. Ressalta também que os diferentes organismos públicos possuem
definições distintas sobre o que é o mercado informal:
Pelo ministério do Trabalho (RAIS) ele é constituído pelas empresas não
registradas, mas não se sabe quantas são. Pelo IBGE, seguindo o critério da
OIT, o setor informal é composto das atividades não-agrícolas que produzem
bens e serviços com o objetivo principal de gerar emprego e renda, com até
cinco empregados, moradores de áreas urbanas, excluídas as voltadas para o
autoconsumo. (Sachs, 2003. p.26)
30
Os estudos comparativos entre países são inviáveis devido às múltiplas
interpretações existentes: muitos países não distinguem as pequenas empresas das
microempresas, sem mencionar as subclassificações, como a França, onde o “artesão” é
classificado como profissão, enquanto no Brasil é considerado microempreendedor.
Alguns países caracterizam os micro e pequenos empreendedores (MPE) pelo
número de empregados, outras nações os caracterizam pelo patrimônio investido. Há
países que possuem múltiplas divisões, como o Brasil, onde a microempresa, pela lei
9.841/99, é caracterizada pela pessoa jurídica com receita bruta anual de R$244 mil,
sem possuir sócios no exterior ou outra pessoa jurídica com mais de 10% do capital. Já
no SIMPLES Nacional, um regimento tributário diferenciado, previsto pela lei
9.317/96, a microempresa deve ter uma receita bruta anual inferior ou igual a R$120 mil
e as empresas de pequeno porte devem ter uma receita entre R$ 120 mil e R$1,2 milhão.
Também há o Micro Empreendedor Individual (MEI), através da Lei Complementar
n°128, de 19/12/2008, que se caracteriza pelo faturamento máximo de até R$ 60 mil por
ano, por não ter participação em outra empresa como sócio e não possuir um emprego
formal.
Para superar esta multiplicidade de critérios e compreender melhor o
funcionamento da economia real, Sachs (2003) deixa de lado a dicotomia entre o
trabalho formal e informal e distingue quatro modelos diferentes de produção que
convivem e se relacionam, ou seja, a economia doméstica, a proto e pré-capitalista, o
modelo capitalista e a economia solidária.
A economia doméstica fica exclusivamente fora do mercado e, apesar da grande
dificuldade em medir a sua extensão, é possível medir o tempo de trabalho que as
famílias nela investem, a começar pelas donas-de-casa. Sachs (2003) ressalta a falta de
pesquisas empíricas realizadas no Brasil e afirma que, nos países do Norte, estima-se
que 50% do tempo de trabalho esteja voltado à economia doméstica. Ele acredita que
este valor deva ser maior no Brasil, visto os numerosos minifúndios que produzem
unicamente para a subsistência. Segundo a PNAD9, mais de 7 milhões de pessoas se
dedicavam ao trabalho doméstico, os trabalhadores não remunerados eram em torno dos
9 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE.
31
4,2 milhões, os trabalhadores de produção para o próprio consumo chegaram a 3,8
milhões, enquanto na construção para o próprio uso ficou em torno de 920 mil
trabalhadores (IBGE, 2010).
Deve-se incluir ainda, no segmento da economia que se estabelece fora do
mercado convencional, a prática do escambo, presente em várias pesquisas sobre a
economia rural do Nordeste, e os serviços públicos gratuitos, distintos da produção
mercantil das empresas estatais. A autoconstrução de moradias, constitui um exemplo
de investimento não-monetário, o que também acontece com a agricultura familiar. São
práticas e valores que não são estimados no PIB (Sachs, 2003).
O segundo modelo de produção mencionado é o proto e pré-capitalista, mas a
sua denominação mais popularizada, segundo o autor, é “economia informal”, a qual
“se caracteriza por relações de produção que não podem ser assimiladas à economia
capitalista de mercado” (Sachs, 2003, p.74). A atividade deste segmento não se
organiza em forma de empresa e fica em uma linha tênue entre a economia doméstica e
a economia voltada para o mercado. Caracteriza-se também pelo baixo nível da escala
de produção, da tecnicidade e da qualidade. O autor apresenta as duas vertentes da
economia proto e pré-capitalista: a primeira representada pela economia popular e a
segunda são os bens e serviços voltados ao mercado capitalista.
A economia capitalista de mercado envolve os setores das micro e pequenas
empresas e os das médias e grandes empresas, todas elas formais, além das estatais.
Dowbor (2010) diz que este sistema, apesar de comum, não distribui adequadamente a
renda, e Sachs (2003) explica que este é o segmento mais dinâmico, mas também é o
que oferece menos emprego.
Por fim, o segmento econômico que emerge entre os demais é o da economia
solidária, que não segue os princípios da economia capitalista tradicional, mas cria uma
mistura de “socialismo utópico embutido na economia capitalista” (Sachs, 2003, p.75).
Este setor conta com cooperativas, empresas auto-geridas, além das organizações não-
governamentais (ONGs) sem fins lucrativos, conhecido como Terceiro Setor. O autor
acredita que a economia solidária possa ser o próximo passo do desenvolvimento
32
econômico, contribuindo na busca por um “capitalismo reformado”, que seja mais
responsável em termos sociais e ambientais.
É necessário ressaltar que, no quadro elaborado por Sachs (2003), a agricultura
familiar participa dos quatro modos de produção aqui descritos, como é apresentado na
figura 01:
Figura 1 – A economia real: os modos de produção 10
Fonte: Adaptação Sachs (2003, p.75)
A análise das diferentes articulações e dos diversos fluxos de produção deve
partir desta imagem da economia real: como exemplo, temos as revendedoras de
cosméticos e as sacoleiras, que propiciam uma articulação entre as empresas capitalistas
e os agentes da economia popular. Esta articulação se estabelece através de uma rede
informal de distribuição:
Os grandes produtores de cigarros têm exportado seus produtos de maneira
perfeitamente legal para os países limítrofes, sabendo que eles reingressariam
no Brasil por contrabando, para serem vendidos pela metade do preço.
(Sachs, 2003, p.76)
Boa parte do comércio informal oferece produtos contrabandeados ou
falsificados. Além disso, gera subempregos em países subdesenvolvidos, como ocorre
com os países asiáticos, que se tornaram os principais fabricantes de produtos baratos, já
que possuem um baixo custo com a mão de obra. A feira do Paraguai, em Brasília, e a
10
Nota: a Figura 01 tem um caráter meramente conceitual. Não leva em consideração o tamanho dos
diferentes segmentos da economia.
33
Rua 25 de Março, em São Paulo, são exemplos da presença do contrabando no consumo
cotidiano.
O caso inverso, ou seja, a venda de produtos da economia informal (como o
artesanato) e de produtos da agricultura familiar (como os produtos orgânicos) para as
grandes redes de distribuição é mais rara. O tema merece estudos mais aprofundados,
que discorram sobre a relação da economia proto e pré-capitalista com o mercado
capitalista convencional, dando ênfase aos trabalhadores por conta própria e às
microempresas informais.
1.3. Saída da informalidade
O desemprego constitui um desafio diante do qual o Brasil não se encontra só,
pelo contrário, diversos países estão lutando contra a epidemia do "crescimento sem
emprego" (jobless growth), caracterizado pelo crescimento econômico mesmo com a
redução drástica da oferta de emprego, como tem ocorrido com os Estados Unidos, onde
as oportunidades de atividades remunerada não suprem a demanda de trabalhadores de
forma satisfatória.
O processo de crescimento sem emprego resulta de uma combinação de
variáveis complexas, qual seja: a introdução agressiva do processo técnico com o
objetivo de reduzir o trabalho nas indústrias, a renúncia da política de bons salários em
busca de lucros financeiros, tendo como efeito colateral a redução do ritmo de
crescimento da demanda efetiva, e o deslocamento da produção local, provedora de
empregos, para plataformas de exportação de países periféricos cuja competitividade é
espúria por estar galgada em baixos salários, longas jornadas de trabalho e ausência de
proteção social. Sachs explica que:
Há quem acredite que a epidemia de crescimento sem emprego só pode ser
combatida por taxas de crescimento econômico excessivamente elevadas que não
são contabilizadas na conjuntura internacional atual. Elas teriam que ser de 5% ao
ano ou mais, enquanto nada for feito para modificar a intensidade em empregos dos
paradigmas atuais de crescimento. Em outras palavras, o desemprego, o subemprego
e a exclusão social afiguram-se como um mal necessário a ser minorado por
vigorosas políticas assistenciais . (Sachs, 2004, p.1)
34
O autor acredita ser possível desenhar estratégias de desenvolvimento que
garantam a todos a inclusão social por meio do trabalho decente. O Brasil possui
grandes diferenças sociais, o que gera necessidade de políticas sociais compensatórias,
além dos serviços sociais de base, como educação, saúde, saneamento e moradia, para
atingir inclusao social. Sachs (2004) afirma que o emprego e o auto-emprego decentes
são, de fato, a melhor maneira de suprir as necessidades sociais, por duas razões:
1) A inserção do cidadão no sistema produtivo proporciona uma solução
definitiva, superando as medidas assistenciais que necessitam de
financiamento público constante.
2) O ato de executar um trabalhado decente promove a auto-estima, dando a
oportunidade de auto-realização e avanço na escala social.
Embora o trabalho com qualidade se apresente como a melhor forma de inclusão
social, surge a questão da saída gradual dos microempreendimentos da informalidade.
Além das diversas razões pelas quais a informalidade deve acabar, existe a razão ética,
já que o mercado informal impõe aos trabalhadores baixos salários, longas jornadas e
condições precárias de trabalho. É inaceitável que milhares de microempreendimentos
informais sobrevivam mediante uma competitividade espúria.
Segundo Sachs (2003), para que o processo de saída da informalidade se
desenrole, é necessário um conjunto de medidas que devem ser elaboradas e
implementadas pelos poderes públicos. São elas que podem preencher as sete condições
que o autor considera necessárias para que a informalidade deixe de existir:
1. Desenvolver, aprimorar e expandir ferramentas que possuam o objetivo de
agilizar a abertura de novas empresas, como, por exemplo, o Sistema Fácil.
Tambem é importante criar um resgistro dos trabalhadores autônomos.
2. Aperfeiçoar a Lei n° 9.317, referente ao Simples tributário, oferecendo um
tratamento diferenciado para as MPEs e MEIs, e expandir este benefício para
outros encargos, criando o Simples estadual e o municipal.
35
3. Atrair e incorporar ao sistema previdenciário o grande contigente de
excluídos por meio da criação de um Simples previdenciário, direcionado
aos trabalhadores autônomos.
4. Facilitar e fomentar o acesso das MPEs e dos MEIs ao crédito e ao
microcrédito, por meio de organizações especializadas, que utilizem as
aglomerações de empresas para a redução de custos e de riscos nas
transações através de grupos solidarios.
5. Criar novas organizações creditícias, como as cooperativas de créditos, as
organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e os bancos de
arranjos produtivos (BAP), visto a falta de habilidade do sistema financeiro
tradicional em oferecer o produto do microcrédito produtivo orientado.
6. Facilitar o acesso aos mercados, dando preferência para as MPEs e as MEIs,
criando sinergias, promovendo exportações e incentivando os arranjos
produtivos e sua comercializaçao no exterior.
7. Criar centros tecnológicos para a difusão do conhecimento e da tecnologia,
facilitando o acesso das MPEs às novas tecnologiais disponíveis no mercado,
estimulando a criação e inovação.
As atividades ressaltadas pelo autor promovem a inclusão dos
microempreendimentos no sistema formal de comercialização. No entanto, estas
medidas são realizadas através das politicas públicas, que se caracterizam por atividades
complexas desde sua elaboração até a sua implementação, e que partem do modelo de
desenvolvimento que cada município almeja. Torna-se, portanto, essencial que nos
aprofundemos nas questões municipais, buscando compreender sua dinâmica e seus
processos de desenvolvimento e implementação de políticas públicas
Para isso, no próximo capítulo, abordaremos o processo de desenvolvimento
endógeno, discorrendo sobre os fatores de acumulação e o processo de implementação
das políticas públicas nos municípios.
36
Síntese – Capítulo 1
Neste capítulo, abordamos o processo de desemprego atual, causado pelo
próprio crescimento econômico, que utiliza conceitos como downsizing para aperfeiçoar
a gestão financeira corporativa. Isso ocasiona um deslocamento “inverso e simétrico” do
processo administrativo, que o torna mais caro que o próprio produto. Segundo Dowbor
(2010), o desemprego evoluiu e, para mensurá- lo, devemos incluir nele o emprego por
desalento, o trabalho temporário e outras formas de vinculação.
Verificamos que o desemprego gera pobreza econômica, impactando nas
liberdades de troca, parte essencial das liberdades básicas, previstas pelos direitos
humanos, além de causar males psicológicos, como a perda da motivação e da
autoconfiança, o aumento de doenças e de morbidez, que podem impactar até as taxas
de mortalidade. Vimos, portanto, que o desemprego intensifica a exclusão social e a
entrada no mercado informal.
De acordo com a OIT, o número de empregos tem aumentado após a última crise
econômica, mas a média de trabalhadores desempregados, em idade ativa, continua a
subir, revelando a ineficiência dos mercados em gerar novos postos de trabalho para
suprir a demanda em relação ao crescimento da população. Mesmo os países da LAC,
que apresentaram boas taxas de crescimento econômico em níveis de pré-crise, não
garantem um emprego de qualidade, já que muitos trabalhadores não possuem uma
renda significativa.
Vimos que o processo de precarização do trabalho afasta a massa crescente de
trabalhadores dos seus direitos legais, deixando-os a mercê de postos de trabalho com
baixa remuneração e por vezes insalubres. Esta transformação dá origem a “nova
pobreza” (Singer, 1996), que se inicia com pessoas que pertenciam à classe média, mas
que perderam seus empregos e não conseguiram se reciclar, sendo obrigados a trabalhar
no mercado informal, que, segundo a ETCO (2012), representa atualmente cerca de
16% do PIB nacional.
37
A economia informal escapa dos critérios estatísticos, já que não inclui uma
parcela importante dos trabalhadores informais. Os estudos comparativos internacionais
também se mostram inviáveis devido às múltiplas interpretações sobre o assunto. Para
superar esses entraves, Sachs (2003) abandona a dicotomia do trabalho formal e
informal, caracterizando quatro modelos diferentes de produção – a economia
doméstica, a proto e pré-capitalista, a capitalista e a economia solidária. Discorre sobre
as relações desses quatro diferentes modelos com a economia formal e a informal,
mencionando uma série de atividades que os municípios podem realizar para promover
a inclusão produtiva: o acesso ao crédito, a desburocratização e o aperfeiçoamento de
leis.
38
CAPÍTULO 2: Processo do desenvolvimento endógeno.
“O processo de globalização traduz-se por um aumento da concorrência nos
mercados, o que implica a continuidade dos ajustes do sistema produtivo de países,
regiões e cidades mergulhadas na globalização. Dado que as empresas não
competem de forma isolada, fazendo-o juntamente com o entorno produtivo e
institucional de que fazem parte, esse processo estimula a formação de uma nova
organização do sistema de cidades e regiões, de acordo com a nova divisão
internacional.” (Barquero, 2002. P.13)
A globalização, com seus diversos aspectos e suas controvérsias, influi no
aumento da concorrência, gerando novas necessidades e novas demandas de serviços
para que as empresas locais se ajustem às exigências do mercado internacional.
Para Barquero (2002), as transformações econômicas, organizacionais, políticas
e institucionais contribuem para uma nova dinâmica entre a economia e a sociedade. O
desenvolvimento econômico passa a considerar as opiniões de todos os atores
envolvidos – poder público, poder privado e grupos sociais – para identificar as
possibilidades de desenvolvimento local com características endógenas.
O autor considera o desenvolvimento endógeno como um modelo de
desenvolvimento econômico eficaz. Segundo este conceito, as localidades deixam de
depender do auxílio externo e passam a criar soluções internas para as dificuldades
regionais. Assim, a sociedade local influencia o planejamento estratégico, que utiliza e
prioriza o potencial local, trazendo progresso aos empreendimentos e ao mercado
regional, por meio do fomento e do acúmulo de recursos econômicos.
Para anular o estado inerte de algumas localidades, é necessário impulsionar os
fatores que propiciam a acumulação de capital. Barquero (2002) considera que o
processo de acumulação ocorre através da difusão das inovações e do conhecimento, da
organização flexível da produção, do desenvolvimento urbano do território e da
flexibilidade e complexidade institucional.
Sobre a difusão das inovações e do conhecimento, Barquero explica que o
progresso e a mudança organizacional e estrutural são consequência das inovações
criadas e introduzidas no sistema produtivo, essas ações originam-se em novos
investimentos e o impacto delas depende da sua propagação ao longo do corpo
39
produtivo. Essas ações proporcionam novas estratégias, tecnologias e conhecimentos
para as empresas manterem ou melhorarem os resultados de suas atividades.
Schumpeter (1934) afirma que as inovações resumem-se à produção de novos
bens, ao desenvolvimento de novos métodos de produção, à criação de novos modelos
de organização e à abertura de novos mercados. Porém, a teoria do desenvolvimento
endógeno aprecia tanto as inovações radicais, descritas por Schumpeter, quanto às
inovações incrementais, caracterizadas como as pequenas inovações na engenharia e
produção dos produtos, nos métodos e nas organizações que permitem às empresas e ao
sistema produtivo alcançarem seus objetivos, oferecendo uma resposta mais eficaz aos
desafios imposto pela alta concorrência nos mercados.
Sobre a organização flexível da produção, o autor mostra que a organização dos
sistemas produtivos é um fator essencial para a acumulação de capital, tanto que este
processo teve destaque na Alemanha e nas “economias de desenvolvimento tardio”,
realizadas na Itália e Espanha durante as últimas décadas. Barquero (2002) ressalta que
o sistema produtivo de uma determinada localidade não precisa ser formado por grandes
ou pequenas empresas, o mais importante é a organização entre o sistema produtivo
local e as organizações do entorno, ou seja, as relações entre as empresas, os provedores
e os clientes é que propiciarão a produtividade e a competitividade das economias
locais.
A dinâmica econômica que vem se desenvolvendo nas últimas décadas pode ser
caracterizada pela criação de redes explícitas entre as empresas, como por exemplo, os
sistemas produtivos locais que criam acordos e alianças estratégicas entre as
organizações. Estas alianças são realizadas em projetos específicos, podendo envolver
produtos e processos que fortaleçam a competitividade dessas empresas, expandindo os
seus resultados, ampliando a renda da economia local e propiciando uma posição mais
vantajosa diante da alta competitividade externa.
Sobre o desenvolvimento urbano do território, Barqueiro (2002) explica que
todas as cidades são formadas por um conjunto de atores econômicos que tomam as
principais decisões, desde os investimentos e de onde eles serão alocados até a
localização das atividades produtivas. Assim as cidades devem ser interpretadas como
40
uma organização, onde os atores internos interagem trocando bens, serviços e
conhecimentos.
Dowbor (2008a) compara as cidades com as empresas tradicionais. Ambas
visam à acumulação dos recursos através de um conjunto de técnicas, que garantam que
esses recursos sejam plenamente utilizados, formando uma estrutura coerente com as
atividades dos diversos atores e promovendo uma gestão racional da localidade. Assim,
podemos dizer que as cidades se criam e desenvolvem novos espaços de produção, por
suas potencialidades e capacidade de gerar externalidades. Portanto, elas respondem
estrategicamente às ameaças da globalização e do crescimento da concorrência externa
a partir de iniciativas locais, que estimulam o crescimento e o desenvolvimento
regional.
Sobre a flexibilidade e complexidade institucional, Barqueiro (2002) considera
que elas são promovidas pelos atores econômicos e sociais que possuem a sua própria
forma, cultura e mecanismos de organização. Cada cidade estimula o surgimento de
arranjos específicos de organizações que favorecem ou não as atividades econômicas
locais. Os atores econômicos tomam suas decisões neste meio organizacional, mesmo
que às vezes não sigam um modelo teórico especifico. O desenvolvimento econômico
local resulta em um fortalecimento dos territórios que passam a contar com um sistema
institucional evoluído e complexo. Esta nova postura institucional se sustenta na
relevância estratégica dos processos de desenvolvimento e em seu fortalecimento, pois
permite reduzir os custos de transação e produção. Também dá maior confiança entre os
atores econômicos, estimula a capacidade das organizações, cria redes de cooperação
entre as instituições e incentiva os mecanismos de aprendizado e troca de informações.
Dowbor (2008a) considera as prefeituras como uma unidade gestora da cidade e
de todo o seu contorno rural, apresentado como um “espaço de processos
coerentemente articulados e integrados”. Abramovay e Sachs (1995) afirmam que o
peso demográfico do meio rural não é necessariamente uma desvantagem (handicap) a
ser corrigida pela urbanização. Ele pode ser o indicador de um conjunto de reservas
produtivas que a sociedade ainda não soube valorizar.
41
A cidade representa o local onde o desenvolvimento, ou a falta dele, se
manifesta e é neste plano que se deve criar soluções para os conflitos, negociando
compromissos e construindo, na medida do possível, sinergias (Sachs, 2003).
Segundo Dowbor (2008a), as cidades devem ser consideradas como um bloco
básico de construção, o deslocamento das iniciativas de desenvolvimento para o nível
local, aproximando as decisões dos cidadãos comuns, oferece- lhes a oportunidade de
participar e de expor suas vontades e opiniões.
2.1. Fatores de acumulação
“Desde o início dos anos 80, ocorreu uma profunda alteração na política econômica,
momento em que os atores locais e regionais passaram a empreender ações
objetivando influências os processos de crescimento das economias locais. Surgiu,
assim, a política de desenvolvimento local, como resposta das comunidades aos
desafios colocados pelo fechamento de empresas, pela desindustrialização e pelo
aumento do desemprego” (Barquero, 2002. p. 25).
Barquero (2002) comenta que as regiões precisaram reestruturar seus sistemas
produtivos, com o objetivo de enfrentar a forte concorrência e as constantes
transformações do mercado. A política de desenvolvimento econômico local surge
como uma solução satisfatória diante da passividade das administrações centrais.
As principais características da política de desenvolvimento local estão
relacionadas à fomentação dos fatores determinantes do processo de acumulação de
capital. Um dos principais eixos da política de desenvolvimento local é a difusão das
inovações e do conhecimento, como foi observado por diversos autores e instituições
(Barquero, 2002). Como exemplo, temos a Comissão Econômica para a América Latina
e o Caribe (CEPAL), que incentiva, realiza e publica diversas pesquisas sobre as
políticas de desenvolvimento por meio do projeto “Desenvolvimento Local e
Descentralização na América Latina”.
Entre os pesquisadores sobre o assunto, está Costamagna (2000), que fala sobre
o Instituto Nacional de Tecnologia da cidade de Rafaela, na Argentina, criado com o
42
propósito de realizar pesquisas de desenvolvimento de novos produtos e que oferece
assistência técnica às empresas locais e apoio à formação dos trabalhadores. Amaral
Filho (2000) apresenta os avanços econômicos do Ceará nas últimas décadas do século
XX, que alcançam uma taxa acumulada de variação do seu produto interno bruto
acima dos produtos regional e nacional em uma época hostil, com instabilidade
econômica e com altas taxas de juros e de inflação.
Em relação à política de desenvolvimento da Europa ao longo das últimas
décadas, a política realizada na América Latina mostra fortes diferenças. Especialmente
nas políticas de desenvolvimento local, que envolvem outros modelos de estratégias de
desenvolvimento, além de novos mecanismos de funcionamento e de gestão das
próprias políticas. A política regional tradicional baseia-se em um modelo de
crescimento concentrado, favorecendo a distribuição de trabalho e renda por todo o
território mediante os incentivos e investimentos na infraestrutura. Mas, segundo
Barquero (2002), esta política tradicional possui um total de zero em sua soma, já que
uma região obtém recursos a custa das demais. Por esta razão, o autor defende a política
de desenvolvimento que supera os desequilíbrios por meio do fomento territorial,
tornando-se um jogo de soma positiva, capaz de tirar proveito do potencial interno para
gerar o desenvolvimento local.
As políticas de desenvolvimento local propiciam soluções aos desafios impostos
pela alta concorrência nacional e internacional e pelo estado estacionário da localidade.
Transformam a teoria do desenvolvimento endógeno em instrumento de ação, criando
mecanismos mais eficientes para o sistema produtivo através da disseminação das
inovações e do conhecimento. Também criam organizações mais flexíveis,
desenvolvimento urbano e a complexidade e flexibilidade institucional. Neste contexto,
os fatores de acumulação formam um sistema denominado fator de eficiência H.
43
Figura 2 – O efeito H
Fonte: Barquero (2002)
Para tornar possível organizar e institucionalizar a elaboração e a implementação
das estratégias territoriais, Sachs (2003. p. 146) sugere que o processo se inicie pela
comunicação entre as representações dos grupos existentes no local, transcendendo à
“mera listagem de reivindicações a serem atendidas por instâncias governamentais de
nível superior, estaduais ou federais”. As soluções só serão duradouras caso se
identifique as potencialidades regionais, tornando-as fatores determinantes e
participantes do processo de desenvolvimento e ultrapassando a cultura do
“clientelismo”.
2.2. Estratégias de desenvolvimento local
A transformação que vem ocorrendo ao longo das últimas décadas é fruto da
mudança da política de desenvolvimento regional. As políticas denominadas de “cima
para baixo”, desenvolvidas exclusivamente pela administração central do Estado, vêm
perdendo força. A abordagem denominada “debaixo para cima” ganha importância e
espaço dentro das políticas desenvolvidas e administradas pelos governos locais e
regionais brasileiros, assegurando o desenvolvimento econômico.
Para exemplificar as políticas que vem de “cima para baixo”, Bede (2008. p.38)
cita o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assegurando que “o aspecto
44
mais positivo do PAC” é “o fator psicológico gerado com o próprio lançamento do
programa” e não o que vem ocorrendo em sua implementação.
A principal preocupação do governo federal brasileiro era a estabilidade de
preços, que foi adquirida com o Plano Real. Após esta conquista, o governo elaborou
um documento que sistematiza uma série de ações para estimular o crescimento do país.
Porém, os investimentos do PAC estão restritos a poucos setores – construção civil,
infraestrutura, TV digital e semicondutores – concentrando-se na redução e isenção de
impostos, como o PIS e o Cofins. O programa não possui outras propostas como, por
exemplo, a melhoria da qualidade da mão-de-obra, acarretada pelo baixo nível de
desempenho dos estudantes, especialmente os da rede de ensino pública (BEDE, M. A.
2008).
A transformação da política de desenvolvimento de “cima para baixo”, aquela
que é imposta em relação às reais necessidades, para a política de “baixo para cima” cria
novas soluções, que se adéquam aos desafios do sistema econômico local, tornando as
comunidades regionais mais eficientes em seus sistemas produtivos. Adota medidas que
aproveitam o potencial econômico já existente no território (recursos humanos,
capacidade empresarial, cultura produtiva e tecnologia) e enfrenta de forma mais
eficiente os efeitos causados pela reestruturação produtiva, como o desemprego e a
mudança estrutural.
Barquero (2002) enfoca a questão de como integrar as economias locais com a
economia nacional e internacional a partir de um sistema produtivo mais competitivo.
As dificuldades encontradas pelas cidades e localidades podem ser superadas por meio
da reestruturação do sistema produtivo, aumentando a produtividade dos
estabelecimentos agrícolas, das indústrias e de serviços diante do mercado nacional. O
autor afirma que as experiências já realizadas do modelo de desenvolvimento de “baixo
para cima” passa pela formulação e aplicação da estratégia de desenvolvimento
empresarial, operacionalizada com base em ações, com o objetivo do aumento da
produtividade e da competitividade.
Os objetivos de aumentar a produtividade e a competitividade podem ser
alcançados de várias formas. Para Barqueiro (2002), estas formas dependem de duas
45
estratégias. A primeira é constituída por um conjunto de ações baseadas na melhoria da
eficiência e na eficácia das instituições do sistema produtivo local, e a segunda
estratégia é buscar realizar pequenos passos, combinando ações de eficiência e equidade
em curto, médio e longo prazo.
Figura 3 – Estratégias para o aumento da produtividade e competitividade.
Fonte: Barquero (2002).
A primeira estratégia presume o avanço da tecnologia, do conhecimento e das
habilidades de parte da população, viabilizando a produção de novos bens e novos
processos de produção. Gera uma mudança radical do sistema produtivo local. O autor
adverte que esta primeira opção pode causar impactos negativos no mercado de trabalho
local, nas organizações de produção e no meio-ambiente.
A segunda estratégia introduz mudanças estruturais partindo do próprio sistema
produtivo local, aproveitando a cultura e a tecnologia já existentes e incorporando
inovações nas atividades produtivas. Estas transformações devem ser adotadas pela
46
sociedade local. Este modelo de estratégia procura combinar os objetivos de eficiência e
de equidade, dando ênfase à participação social. O risco de retroceder ao modelo de
economia assistida pode ser evitado com o apoio público, que se torna implícito nesta
proposta.
A resposta das cidades e dos sistemas produtivos locais aos desafios impostos
pela globalização só se torna operacional diante de um conjunto de ações de caráter
único, diferenciando-se pela localidade, pelo sistema produtivo, pela cultura popular e
pela administração pública. Algumas localidades podem optar pela melhoria da
infraestrutura, enquanto outras procuram suprir carências e/ou contribuir para o
fortalecimento da capacidade de organização do próprio território (Alburquerque,
2001).
2.3. Estado e as políticas públicas
O Estado é uma organização política, administrativa e jurídica, que se constitui a
partir da existência de um povo, em um território fixo, pré-determinado e submetido a
uma soberania. O Estado se estabelece através das características do seu território e do
seu povo, dando origem a uma sociedade organizada e orientada pelo próprio Estado,
que mantem o poder político como soberano:
A governabilidade consiste na capacidade conferida pela sociedade ao Estado para o
exercício do poder, para governar e empreender as transformações necessárias. A
fonte da governabilidade está nos cidadãos e na cidadania organizada. Trata-se,
portanto, de uma condição sine qua non11
para existência e permanência de um
governo. (Silva, 2012. p.17)
Segundo Luiz da Silva (2012), o Estado realiza suas intervenções a partir das
políticas públicas, pois o governo é o único que pode implementá- las já que possui a
capacidade de universalização, regulamentação e coerção, podendo adotar medidas
universais, abrangendo todo o território nacional e alcançando toda a população. Além
11
Sine qua non: expressão que se originou do termo legal em lat im que pode ser traduzido como “sem a/o
qual não pode deixar de ser”. Fonte: Wikipédia.
47
de estabelecer direitos e deveres, o governo é o único que pode constituir penalidades
para aqueles que não cumprem as regras estabelecidas.
Para Lahera (2004), as políticas públicas são geradas pelo consenso entre o
governo e a oposição. O autor acredita que, por meio das políticas públicas, podemos
alcançar soluções mais amplas e sequenciais.
Para Heidemann (2009), as políticas públicas incluem, em sua definição, dois
elementos essenciais. O primeiro deles é a intenção. O segundo elemento é a ação de
implementação. O autor afirma que não há política pública se não houver a ação para a
sua materialização.
As políticas públicas são exigidas pela sociedade e por outros poderes
democráticos que buscam implementar seus propósitos e/ou plataformas eleitorais. Frey
(2000) afirma que o processo de criação e implementação das políticas públicas sofre
transformações ao longo do tempo devido às mudanças que ocorrem na esfera política.
Portanto, é importante compreender este caráter dinâmico e temporal dos processos
políticos.
As políticas públicas possuem um propósito benéfico à toda sociedade, embora
elaboradas e implementadas a partir de escolhas realizadas pelo governo. Mesmo ao se
omitir ou se recusar a fazer alguma ação, o governo acarreta um impacto coletivo. A
intenção de realizar ou não as políticas públicas podem ter diversas origens.
Luiz da Silva (2012) apresenta cinco origens possíveis e seus exemplos para as
políticas públicas:
- Política pública com origem em desejo: busca por novos mercados, pedidos
pela população local.
- Política pública com origem em interesses: são ações de infraestrutura que
atende a população, possui forte articulação e pressão por parte de instituições não
governamentais.
48
- Política pública com origem em necessidades: procura solucionar algum
problema coletivo relacionado às necessidades básicas, como por exemplo, saneamento,
energia e outros.
- Política pública com origem em sobrevivência: expressa-se por ações para
atender a falta de condições básicas de sobrevivência, por falta de alimentação, saúde ou
segurança.
- Política pública com origem em ideologia: são ações estratégicas para o
desenvolvimento do Estado, por exemplo o Pró-álcool.
As políticas públicas são requisitadas por diversas fontes que normalmente estão
interrelacionadas. São “organizações socialmente constituídas”, que exercem pressão
sobre os governos, influenciando-o para que realizem ou não uma determinada ação. É
o que ocorre quando uma pequena parte da sociedade se envolve em uma determinada
política pública, ou seja, tudo depende do interesse do grupo social pela política pública
em discussão. Assim, a política pública é influenciada pelas instituições que possuem o
mesmo interesse sobre uma temática específica. Elas tornam a opinião do grupo mais
representativa diante do governo.
Luiz da Silva (2012) explica que uma política pública de empreendedorismo
local pode ser delineada por ONGs, associações de moradores, associações comerciais,
federações industrial e comercial, sindicatos e pelo próprio governo, formando um
processo natural e legitimo da participação. Há, ainda, organizações informais que
também exercem pressão, como os ambulantes, os moradores ou outros grupos não
oficializados que agem paralelamente aos agentes formais. Eles possuem demanda
própria, participam e influenciam na definição da política pública em pauta.
2.3.1. Implementação das políticas públicas
A implementação das políticas públicas ocorre através de decisões, baseadas na
agenda definida pelos autores que a delinearam, ou seja, o grupo formado pelo governo,
49
as ONGs, os sindicatos e outras organizações formais e informais. Implementar as
políticas públicas constitui o conjunto de ações que transformam as intenções dos
autores em situações reais, como a capacitação da população, os incentivos fiscais e
outras soluções para os problemas sociais.
O processo de implementação também pode ser definido como a execução de
diversas atividades que possibilitam a obtenção das metas definidas na delineação das
políticas públicas. (Silva & Melo, 2004).
A implementação deve ser vista como uma sequência de eventos, que depende
de uma cadeia complexa de variáveis e interações para se alcançar um resultado, o que
torna o processo impreciso. Frey (2000) afirma que, nos casos em que os resultados e
impactos não correspondem ao do projeto inicial, cria-se um déficit de implementação.
Enquanto a implementação não for realizada, a política pública não se
materializa, tornando-se apenas um conjunto de intenções. Portanto, as políticas
públicas passam a existir a partir de sua implementação. Luiz da Silva (2012) fala sobre
a importância dos dados coletados durante o processo de implementação e mostra como
podem auxiliar na formulação de novas políticas, complementando-as ou
reimplementando-as em outras localidades.
Segundo Luiz da Silva (2012), existem condições necessárias para que a política
pública seja implementada com sucesso e alcance os seus objetivos. Entre essas
condições destacam-se o tempo e os recursos disponíveis. Em todas as etapas, a
implementação deve ser baseada em teorias adequadas sobre a relação do problema com
a solução proposta, deve haver completa compreensão e foco dos objetivos a serem
alcançados, as tarefas devem estar claras para todos e é necessário que haja uma boa
comunicação entre os vários atores do programa, obedecendo a hierarquia estipulada.
50
2.3.2. Limites e desafios das políticas públicas
O procedimento de análise da eficiência e eficácia das políticas públicas nos
países em desenvolvimento, como China, Rússia, África do Sul e Brasil, ainda se
baseiam, segundo Luiz da Silva (2012), nos aspectos político-institucionais, financeiros
e técnicos.
Para o autor, a característica mais comum para se explicar as falhas de
planejamento público nos países em desenvolvimento é a falta de capacidade financeira,
é o problema do “cobertor curto”, pelo qual as prioridades orçamentárias comprometem
todo o planejamento e dificultam a implementação das políticas públicas.
Também a falta de conhecimento técnico é outro desafio para a realização das
políticas públicas, ou seja, a escassez de recursos humanos capacitados e motivados,
com conhecimento prático e teórico, torna-se um grande desafio a ser superado para
alcançar o desenvolvimento desejado.
Outro fator limitador da implementação das políticas públicas é a escassez de
pesquisa de análise das macrotendências sobre essas ações. A falta deste conhecimento,
que envolve o Estado e as comunidades, prejudica a obtenção de resultados. (Luiz da
Silva, 2012).
Também dificulta a implementação das políticas públicas a pouca importância
dada à negociação político-social, deixando de lado o fato de que a administração
pública não é algo exclusivamente técnico, mas faz parte de um sistema de crenças e
valores da própria população, além do limite formal da legislação.
Luiz da Silva (2012) apresenta, ainda, como limitador da propagação das
políticas públicas, a dificuldade de mensuração dos resultados, que permita a análise de
sua efetividade pelas diversas entidades públicas. Essa dificuldade origina-se na falta de
indicadores específicos de implementação, da atuação e de seu impacto, em termos de
quantidade e qualidade.
51
2.4. Iniciativas locais na América Latina
Atualmente, com o contexto de incertezas em escala internacional, as cidades e
suas regiões competem para manterem seus investimentos, procurando formas
inovadoras de superar os desafios e limitações da própria política pública, a fim de
promover o desenvolvimento local.
Os países europeus deram início às políticas de desenvolvimento local ainda na
década de 1980. Desde então, vêm ocorrendo mudanças nos processos utilizados,
devido à nova demanda e à complexidade regional. O relatório da SMEPOL12 apresenta
algumas políticas possíveis para solucionar dificuldades na área de recursos humanos,
financeira, tecnológica e estratégica (Nauwelears & Wintjes, 2000).
Ao longo dos anos 1990, os países em desenvolvimento deram início aos estudos
sistemáticos sobre a importância das políticas de desenvolvimento local, que se tornam
cada vez mais conhecidas na América Latina, principalmente pelas pesquisas realizadas
pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) (Barquero, 2002).
2.4.1. O laboratório brasileiro
O Brasil tem sido um importante laboratório para o acúmulo de novas
experiências em relação aos projetos de desenvolvimento local devido ao seu tamanho
territorial, à sua variedade climática e a sua diversidade biológica e cultural. As
pesquisas, análises e discussões realizadas sobre essas experiências não buscam
modelos prontos para serem imitados, já que o mimetismo é um processo que não
atende às características distintas de cada região do país (Sachs, 2003).
Devido a seu caráter único, as experiências brasileiras de desenvolvimento local
devem ser analisadas em vários níveis, começando por sua história, objetivos, processos
12
SMEPOL: Small and Medium-sized Enterprises Policy (Nauelears & Wintjes, 2000).
52
realizados e resultados alcançados. Esta análise torna viável comparar a trajetória de
projetos semelhantes de algumas regiões, avaliando os resultados alcançados e
identificando as melhores práticas para as diversas situações.
Como exemplo, citamos Vieira (2002) que apresenta as pequenas produções e o
modelo de desenvolvimento realizado em Santa Catarina, que, apesar de seu tamanho
pequeno demográfico, possui uma economia diversificada, com arranjos produtivos
locais de prestigio nacional e internacional. O Estado realizou a integração entre os
agronegócios e a agricultura familiar, além disso, suas atividades relacionadas ao
turismo não se apoiam em grandes resorts nem em cadeias de hotéis de luxo. O estado
de Santa Catarina se desenvolveu e institucionalizou o debate e a negociação entre os
atores sociais, através de fóruns regionais e agências de desenvolvimento.
Nesses e em outros projetos, por todo o Brasil, é importante a presença do
SEBRAE, que planeja, organiza e desenvolve ações de cunho social, sempre em busca
do desenvolvimento dos pequenos e médios empreendedores. Além da formulação e
implementação desses projetos, o SEBRAE realiza análises de diversas práticas e
promove uma série de premiações, trazendo “uma rica colheita de boas praticas” que
servem “de exemplo a outras iniciativas do gênero”, como comenta Sachs (2003.
p.149).
Este segundo capítulo teve como objetivo mostrar como o processo de
desenvolvimento endógeno e a implementação de políticas públicas podem corroborar
para a diminuição da pobreza e do trabalha espúrio.
O próximo capitulo procurou estudar o SEBRAE a partir da sua constituição.
Aborda o seu foco de atuação e os seus eventos de premiação. Discorre sobre sua
importância para os micro e pequenos empreendedores nacionais e sobre suas ações de
fomento e propagação de boas práticas de inclusão produtiva.
53
Síntese – Capítulo 2
Neste capitulo, abordamos o processo de desenvolvimento endógeno, aquele que
ocorre de dentro para fora das regiões, a partir do acúmulo de recursos econômicos,
buscando anular o estado inerte de algumas localidades. Ele acontece por meio de
atividades especificas, como a difusão das inovações e do conhecimento, a organização
flexível de produção, o desenvolvimento urbano do território e a flexibilidade e
complexidade institucional, e assumindo as prefeituras como uma unidade gestora da
cidade e do seu contorno rural. Assim, as iniciativas de desenvolvimento são deslocadas
para um nível local.
O processo de desenvolvimento endógeno apresenta-se como um instrumento de
ação das políticas de desenvolvimento econômico local. Ele busca soluções para a
passividade das administrações centrais e dos atores locais diante da alta concorrência
nacional e internacional. Para institucionalizar este processo de elaboração e de
implementação das ações locais, é necessário boa comunicação entre os atores
envolvidos – poder público, poder privado e grupos sociais – para determinar, em
conjunto, a melhor estratégia de desenvolvimento, a qual pode ocorrer por meio de
mudanças radicais ou a partir de pequenos passos. Mesmo assim, a resposta das regiões
aos desafios impostos pela globalização só se tornam operacionais diante de um
conjunto de ações que se diferencia por localidade, sistema produtivo, cultura popular e
administração pública.
Os municípios realizam suas intervenções a partir das políticas públicas que
incluem, em sua definição, a intenção, que cria a situação para sua existência, e a ação
de implementação, já que não há política pública se não houver a sua materialização.
Assim, o processo de implementação das políticas publicas é o conjunto de ações que
transformam as intenções dos atores locais em situação real, como a qualificação da
população, os incentivos fiscais, etc.
Enfocamos o papel da CEPAL, que foi a principal fonte de estudos sobre as
políticas de desenvolvimento local na America Latina ao longo da década de 90.
Também foi apresentada a importância do Brasil para o desenvolvimento e acúmulo de
54
novas experiências em relação a novos projetos. Foi ressaltado que essas experiências
de desenvolvimento local possuem um caráter único e devem ser analisadas em vários
níveis, evitando o mimetismo e assumindo as características distintas das regiões.
55
CAPÍTULO 3: O papel do SEBRAE no Brasil
O Brasil enfrenta o desafio de reduzir as desigualdades sociais e os
desequilíbrios regionais, combatendo o desemprego, a partir do estímulo ao
empreendedorismo, e promovendo a capacitação e a criação de novas tecnologias. Para
isso, o país conta com o Sistema S13, que é um conjunto de organizações voltadas para o
treinamento profissional, a assistência social, a consultoria, as pesquisas e a assistência
técnica. Este conjunto de organizações é formado pelo SENAI, SESI, SENAC, SESC,
SENAR, SEST, SENAT, SESCOOP e pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas), entidade sem fins lucrativos, que possui a missão de
promover e estimular a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e
pequenas empresas.
Através de parcerias com o setor público e o privado, o SEBRAE promove o
desenvolvimento sustentável por meio de programas de capacitação, estímulo ao
associativismo, desenvolvimento territorial e acesso aos mercados. Seus esforços para a
redução da carga tributária e burocrática e para a abertura de mercados e acesso ao
crédito, à tecnologia e à inovação para as micro e pequenas empresas ganharam
visibilidade com a aprovação da Lei Complementar 123/06:
Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento
diferenciado e favorecido a ser d ispensado às microempresas e empresas de pequeno
porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios (Brasilia, 2006).
A sede nacional do SEBRAE fica na cidade de Brasília. O serviço possui uma
vasta capilaridade no território nacional, o que garante um atendimento de qualidade e
de fácil acesso. Possui escritórios nos 26 estados, no Distrito Federal e no Distrito
Estadual de Fernando de Noronha, com cerca de 630 pontos de atendimento, sendo 55%
pontos próprios e 45% cedidos por parceiros. Esta amplitude de atuação permite que os
serviços prestados pelos escritórios canalizem suas ações para necessidades,
13
Disponível em < http://www12.senado.gov.br/noticias/glossario-leg islativo/sistema-s > acessado em
30/11/2012.
56
peculiaridades e dificuldades regionais, contribuindo para o desenvolvimento
econômico local. A tabela 3 apresenta o número de escritórios do SEBRAE por região:
Tabela 3 – Número e porcentagem de escritórios por região
Região Número de escritórios % de escritórios
Norte 60 9,49
Nordeste 81 12,82
Centro-Oeste 35 5,54
Sudeste 351 55,54
Sul 105 16,61
Total 632 100,00
Fonte: Adaptação do site SEBRAE
3.1. Como se constituiu
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) existe
a cerca de 5 décadas. Com ele, deu-se o início das primeiras políticas voltadas aos
interesses das pequenas empresas. A Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE) foi a primeira a abrir linhas de crédito espec íficas para as
pequenas empresas e empreendedores, junto com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criou o Programa de
Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e o Fundo de Desenvolvimento
Técnico-Científico (Funtec), que formavam o departamento de operações especiais do
BNDE, desenvolvendo um sistema de apoio gerencial às micro e pequenas empresas.
Por iniciativa do Ministério do Planejamento e do BNDES, foi criado em 1967,
o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (CEBRAE) 14. Sua
primeira ação foi o credenciamento de parcerias em diversos estados, como o Instituto
de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (IDEIES), o Instituto de
14
CEBRAE, com C, existiu entre 1967 até 1990, quando se desvinculou da administração pública e se
tornou o SEBRAE, com S, de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
57
Desenvolvimento e Estudos do Governo (IDEG), no Rio de Janeiro, e o Centro de
Assistência Gerencial (CEAG), de Minas Gerais.
Após cinco anos, o CEBRAE possuía mais de 230 colaboradores, estava
presente em mais de 19 estados e já havia formado mais de mil consultores
especializados em micro, pequenas e médias empresas. Foram criados os programas
Promicro15, Pronagro16 e Propec17, que proporcionaram aos empresários o atendimento
nas áreas de tecnologia, crédito e mercado.
O CEBRAE enfrentou uma série de crises no final dos anos 80, o que o
enfraqueceu como instituição. Sua vinculação passou do Ministério do Planejamento
para o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC). Com sérias dificuldades
orçamentárias, ao longo do período de cinco anos de instabilidade, foram demitidos
cerca de 40% do total de seus funcionários.
Em 1990, através do decreto n° 99.570, o CEBRAE se desvinculou da
administração pública federal e passou a se denominar Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), transformando-se em um serviço social
autônomo, instituição sem fins lucrativos e de utilidade pública. Ampliou sua estrutura
de atendimento para todos os estados, auxiliando na criação e desenvolvimento de
milhares de micro e pequenos negócios em todo o país.
Atualmente, o financiamento da instituição ocorre por meio do repasse da
alíquota do INSS das empresas privadas. Em 2012, a receita foi composta pela
contribuição social (65%), contribuição social do próprio SEBRAE (8%), convênios
(4%), aplicações financeiras (6%), receitas diversas (4%) e saldo do exercício anterior
(13%), totalizando um valor acima de 3 bilhões de reais18.
A estratégia de atuação do SEBRAE está focada nos micro e pequenos negócios
dos três pilares da economia brasileira: a indústria, a maior fonte de criatividade e
15
Programa de Incentivos aos Micro e Pequenos Negócios (PROMICRO). 16
Programa Nacional de Apoio à Empresa Rural (PRONAGRO). 17
Procedimentos Técnicos para Pecuária (PROPEC). 18
Documento, em anexo, esta disponível em < http://www.sebrae.com.br/customizado/orcamento-do-
sistema-sebrae/1-2012%20Composicao%20da%20Receita.pdf > acessado em 30/11/2012.
58
originalidade do produto brasileiro, o agronegócio, uma das principais alavancas da
economia nacional, e o comércio e serviços, que se sobressai pelo dinamismo na
geração de empregos e pelo impacto direto na competitividade dos demais setores.
Em relação à indústria, promove cerca de 400 projetos coletivos para micro e
pequenas empresas, reunidas em arranjos produtivos locais, núcleos setoriais,
encadeamentos com grandes e empresas e outras formas de cooperação, beneficiando
mais de 63 mil indústrias de micro, pequeno e médio porte.
Nos agronegócios, existem cerca de 500 projetos específicos de apoio à
agricultura familiar, como acesso à tecnologia, aos serviços financeiros, ao crédito e aos
mercados, derrubando barreiras comerciais e oferecendo certificações de qualidade e de
procedência da produção. Esses projetos estão distribuídos em 14 segmentos, sendo
alguns deles, a agricultura orgânica, a agroenergia, o café, a carne, as plantas
medicinais.
O comércio e os serviços, que ocupam formalmente mais de 4 milhões de
pessoas no Brasil, conta com 200 projetos desenvolvidos pelo SEBRAE, com o objetivo
de qualificar, modernizar e ampliar a competitividade de pólos e redes de pequenos
empreendimentos comerciais.
O SEBRAE trabalha também com a inserção de artesãos em associações e
cooperativas, dando- lhes acesso à novas práticas mercadológicas. No segmento de
cultura e entretenimento, desenvolve projetos voltados à produção audiovisual e à
promoção da música brasileira no mercado internacional.
3.3. Principais prêmios
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
também é conhecido pelos prêmios que oferece, incentivando o mercado nacional. O
processo de premiação é um reconhecimento pelo serviço prestado, além de ser uma
forma de propagação de boas práticas nas diversas áreas.
59
3.3.1. Prêmio Top 100 de Artesanato
Criado em 2006, o Prêmio Top 100 de Artensanato, que atualmente realiza a sua
3ª edição, reconhece, além do valor artístico e cultural, a qualidade e a adequação
comercial dos produtos, identificando, premiando e promovendo as 100 unidades de
produção mais competitivas em todo o Brasil.
Em sua primeira edição, o prêmio contou com cerca de quinhentas unidades de
artesanato participantes; já na segunda edição, esse volume passou dos mil inscritos em
todos os estados da federação.
A seleção ocorre em duas fases: na primeira, os candidatos devem preencher um
questionário de auto-avaliação, os que possuírem a maior adequação passam para a
segunda fase, que é a avaliação de cinco especialistas em artesanato, sem vínculo com
os participantes. Esses especialistas possuem onze critérios para a avaliação: (a) grau de
inovação dos produtos; (b) adequação econômica; (c) adequação orgânica dos postos de
trabalho; (e) adequação ambiental; (f) eficiência produtiva; (g) adequação cultural; (h)
embalagem; (i) qualidade percebida; (j) práticas comerciais; (l) responsabilidade social
e; (m) gestão estratégica.
Os vencedores do prêmio desfrutam de benefícios, como: participação em
rodadas de negócios, feiras e exposições e têm suas produções inseridas em um
catálogo, que será distribuído entre os compradores do Brasil e do exterior, o que
alavanca as vendas, dando- lhes maior visibilidade.
3.3.2. Prêmio Mulher de Negócios
O Prêmio Mulher de Negócios, que até alguns anos atrás era conhecido como
Mulheres Empreendedoras, está realizando atualmente a sua 10ª edição. É dirigido para
mulheres empreendedoras acima de 18 anos. Possui o objetivo de evidenciar o espírito
60
empreendedor da mulher e de utilizar os melhores relatos como ferramenta educacional
e motivacional em palestras e cursos.
As participantes precisam ter o negócio estabelecido formalmente há no mínimo
um ano. Podem concorrer em uma das três áreas, ou seja, a de Empreendedora
Individual, que trabalha por conta própria, mas tem o seu empreendimento legalizado, a
de Pequenos Negócios, para as proprietárias de micro e pequenas empresas, e a de
Negócios Coletivos, para membros de cooperativas e associações de pequenos
negócios.
As vencedoras estaduais recebem placas/troféus com o título, um certificado da
premiação, um curso da Matriz de Soluções Educacionais, com dezesseis horas de
técnicas de consultoria, e a viagem para a participação do evento nacional em Brasília.
A vencedora nacional é premiada com uma viagem internacional, além dos prêmios já
descritos.
3.3.3. Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas
O Prêmio de Competitividade é um reconhecimento às micro e pequenas
empresas que aumentam a qualidade da produtividade e da competitividade por meio
das práticas de gestão. Esse reconhecimento é realizado em nível estadual e nacional, é
dirigido às empresas que se enquadram nas características pré-definidas: ter aberto a
empresa há pelo menos um ano fiscal, ter domicílio fiscal no Estado da inscrição,
comprovar a regularidade fiscal e estatutária e possuir uma receita bruta anual de até
três milhões e seiscentos mil reais.
As categorias de reconhecimento são: agronegócios, comércio, indústria,
serviços de educação, saúde, tecnologia da informação, turismo (bares, restaurantes,
hotéis, etc) e outras empresas de serviços que não se enquadrem nas categorias descritas
anteriormente.
61
O processo de avaliação do prêmio, que se encontra na 9ª edição, inicia-se com a
avaliação da documentação e de relatórios disponibilizados pelos participantes, as
visitas são realizadas em um segundo momento e definem os finalistas. A comissão
técnica nacional do SEBRAE fica responsável por selecionar as empresas vencedoras.
3.3.4. Prêmio Técnico Empreendedor
Criado em 2002, o Prêmio Técnico Empreendedor é uma parceria entre o
Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Agricultura e o SEBRAE. Tem o
objetivo estimular o espírito empreendedor dos alunos de cursos técnicos e tecnólogos,
premiando as melhores ideias de negócios que contribuam para o desenvolvimento
socioeconômico de sua localidade.
Para participar, os alunos devem montar equipes com professores orientadores
para inscrever projetos de inclusão social, cooperativismo ou com tema livre. O foco
das pesquisas deve estar direcionado ao tema de desenvolvimento sócioeconômico
local. Os vencedores das etapas regionais recebem um prêmio de 2 mil reais e passam
para a etapa nacional, onde são premiados três projetos de cada categoria, com prêmios
de 4 mil, 6 mil e 8 mil reais para o 3°, 2° e 1° colocados respectivamente.
3.3.5. Prêmio SEBRAE de Jornalismo
O prêmio de jornalismo é destinado a apoiar e a incentivar a produção de
matérias e reportagens, dos diversos tipos de mídias, relativas ao desenvolvimento das
micro e pequenas empresas. No ano de 2012, realiza sua 4ª edição, abordando temas de
práticas vitoriosas em pequenos negócios, empreendedorismo, cooperação,
competitividade, inovação, inclusão produtiva, sustentabilidade nos pequenos negócios
e políticas públicas e legislação que contemplem o universo das micro e pequenas
empresas.
62
Os temas dividem-se nas categorias de jornalismo impresso, rádio jornalismo,
telejornalismo e web jornalismo, que comporta portais ou sites de empresas jornalísticas
e blogs. O prêmio reconhece e incentiva as matérias de jornalismo desenvolvidas para
propagar as boas práticas do empreendedorismo nacional. É uma das áreas mais bem
recompensadas, seus prêmios variam de três mil a vinte e cinco mil reais para o
vencedor do Grande Prêmio de Jornalismo.
3.3.6. Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor
O SEBRAE premia, a cada dois anos, os prefeitos que se destacam por
iniciativas inovadoras de inclusão produtiva, que proporcionam postos de trabalho com
qualidade e distribuição de renda equilibrada.
O prêmio foi criado no ano de 2001 e realizou em 2012 a sua 7ª edição,
abrangendo as regionais do Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul do país.
Concorrem ao prêmio os prefeitos municipais de todo o Brasil e os administradores
regionais do Distrito Federal (DF) e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE)
que se inscreverem.
O objetivo deste prêmio é apresentar e homenagear as melhores políticas
públicas de inclusão produtiva em todo o Brasil. O prêmio torna-se uma fonte de bons
exemplos para outros líderes regionais, que poderão analisar as práticas realizadas e
adaptá- las a sua realidade, fortalecendo os municípios e tornando-os um lugar mais
propício para as micro e pequenas empresas
Segundo o SEBRAE (2012), cerca de 80% dos 1,8 milhões de pequenos
empreendedores paulistas já sentem o efeito de um ambiente mais favorável para os
seus empreendimentos. Dentre os 645 municípios que compõem o Estado de São Paulo,
mais de 380 implantaram algum mecanismo de tratamento diferenciado para as micro e
pequenas empresas. Apresentando seus projetos para o SEBRAE, com o objetivo de
concorrer ao prêmio prefeito empreendedor, os municípios difundem as boas práticas de
administração pública a favor do empreendedorismo.
63
A criação desse ambiente favorável ocorre pela mobilização dos governantes,
legisladores, lideranças empresariais e trabalhistas da região, com o propósito de
implementar políticas públicas focadas nas atividades empreendedoras, tarefa que
envolve a desburocratização, o acesso ao crédito, a redução de tributos, impostos e taxas
de juros, entre outras atividades que contribuam para o fortalecimento e a consolidação
dos empreendimentos locais.
A cada edição aumenta o número de municípios participantes, e o prêmio tem
alcançado os seus objetivos de projetar as boas práticas e sensibilizar as lideranças
municipais por meio de “cases” como a “Sala do Empreendedor”, que vem se
replicando em diversos municípios com o mesmo objetivo de desburocratizar a abertura
e o fechamento das micro e pequenas empresas.
Tabela 4 – Número de municípios inscritos por edição e ano.
Edição
e Ano
1ª
(2001)
2ª
(2002)
3ª
(2003-04)
4ª
(2005-06)
5ª
(2007-08)
6ª
(2009-10)
7ª
(2011-12)
Inscritos 52 52 169 145 323 130 199 Fonte: Adaptação do site Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor
3.3.6.1. Normas para a participação
O Prêmio Prefeito Empreendedor é concedido aos prefeitos municipais que
tenham implantado projetos com resultados comprovados de estímulo ao surgimento e
desenvolvimento dos pequenos negócios e à modernização da gestão pública. Mantem o
foco nas empresas formais ou no processo de formalização, nos empreendedores
individuais ou nas outras formas produtivas, como as empresas de pequeno porte
(consórcios de empresas, arranjos produtivos, associações de pequenas empresas, entre
outros).
O prêmio concedido pelo SEBRAE compreende os pequenos negócios, como
empresas formais ou em processo de formalização, que se encaixem na Lei
Complementar n°. 123/06, ou seja, o empreendedor individual que fatura até 36 mil por
64
ano, a microempresa que fatura até 240 mil por ano e as empresas de pequeno por te que
faturam anualmente até 2,4 milhões.
As inscrições são realizadas a cada dois anos, por meio do formulário eletrônico
disponibilizado no site da premiação, complementado pelo envio de documentos
obrigatórios, como o formulário de inscrição eletrônica e declarações que confirmem a
ação realizada e implementada assinadas por terceiros, que podem ser acompanhados do
material utilizado na implantação dos projetos inscritos, copia digital dos documentos
institucionais, vídeos e imagens institucionais dos projetos, entre outros.
A apresentação dos projetos inicia-se pela sua definição, o regulamento permite
que seja relatado um projeto que reúna até dez ações com resultados comprovados ao
estímulo e ao desenvolvimento dos pequenos negócios. Os projetos e suas ações devem
ser inscritos em uma ou mais área de atuação, ou seja, (a) Planejamento e Infraestrutura
para o Desenvolvimento Econômico e Social Local, (b) Desburocratização, (c)
Formalização da Economia Local, (d) Política Tributária para os Pequenos Negócios,
(e) Compras Públicas Locais, (f) Acesso à Inovação e Tecnologia, (g) Representação,
Cooperação e Associativismo, (h) Acesso ao Crédito e Serviços Financeiro, (i)
Capacitação e Empreendedorismo, (j) Lei Geral Municipal, (k) Modernização da Gestão
Pública para o Desenvolvimento Sustentável e (l) Promoção do Desenvolvimento Rural.
A apresentação do projeto deve conter descrição clara, sintética e objetiva das
ações, benefícios, beneficiários e dos resultados esperados e os alcançados. Devem ser
apresentados números que quantifiquem, com clareza, os custos e suas fontes, dados
comparativos entre a situação anterior e a posterior ao projeto e marcos regulatórios,
como leis, decretos e instruções que permitiram a implantação da ação.
As premiações são divididas em dois níveis, o estadual e o nacional. A
premiação estadual oferece aos vencedores certificados e troféus, entregues em
solenidades em seus respectivos estados. Prêmios adicionais, como divulgação do
projeto, premiação na mídia, participação técnica e especialização do prefeito, ficam a
critério do SEBRAE local.
65
A premiação nacional conta com doze prêmios, sendo cinco para o melhor
projeto nacional por região e sete outros prêmios temáticos nas áreas de: compras
públicas dos pequenos negócios locais; formalização de pequenos negócios e apoio ao
empreendedor individual; Lei Geral municipal; médios e grandes municípios; crédito e
capitalização; planejamento e gestão pública para o desenvolvimento sustentável e
promoção do desenvolvimento rural.
A coordenação estadual conta com uma comissão julgadora, que é indicada e
nomeada pelo Diretor-Superintendente do SEBRAE Estadual, e sua composição tem um
presidente e técnicos em número suficiente para atender ao volume de projetos inscritos.
A análise dos participantes ocorre em seis etapas. A primeira é a habilitação, que
consiste na orientação dos candidatos sobre o processo de inscrição para que cumpram
as exigências do regulamento. Em seguida, há a pré-seleção estadual, que realiza uma
avaliação dos projetos inscritos com base nos critério de pontuação 19. Na terceira etapa,
é feita a visita técnica, composta por no mínimo dois técnicos do SEBRAE e/ou
consultores externos. A seguir, há o julgamento, realizado pelo comitê, que define os
vencedores em nível estadual. Na quinta etapa, há a pré-seleção nacional e, na sexta e
última etapa, acontece o julgamento, que define os vencedores nacionais20.
3.3.6.2. Comissão Julgadora Estadual
Para mostrar a importância deste prêmio, é necessário destacar o perfil da
comissão julgadora, formada por técnicos especializados do SEBRAE e por convidados
especiais: lideranças e personalidades da sociedade civil, que representam diversas
áreas, ou seja, empresarial, mídia e jornalismo, administração pública e acadêmica.
Os integrantes do grupo analisam individualmente todos os projetos inscritos a
partir do seu próprio conhecimento, promovendo diferentes interpretações sobre as
19
O material d isponibilizado pelo SEBRAE não informa a pontuação obtida pelos participantes. 20
Está em anexo, a adaptação da tabela de Critérios de Pontuação, descrita no Regulamento da VII
Ed ição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.
66
ações de inclusão produtiva, relacionadas às micro e pequenas empresas dos municípios
participantes.
Os convidados da comissão julgadora da 5ª edição (2007-2008) foram:
- Heródoto Barbeiro: mestrado em História, pela Universidade de São Paulo,
graduado em jornalismo, ex-âncora e gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio,
jornalista e apresentador da rádio CBN e da TV Cultura.
- Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues: fundadora da Magazine Luiza,
homenageada na promoção “Os bem sucedidos”, no ano de 2000, pela Bovespa e como
“Empreendedora do Ano”, em 2004, pela revista Isto É.
- Miguel Colassuono: ex-prefeito de São Paulo (1973-1975), professor da
Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, dirigente de consultoria
econômica.
- Pedro Passos: graduado em Engenharia de Produção, pela Universidade de São
Paulo, e em Administração, pela Fundação Getúlio Vargas, um dos fundadores da
Natura.
- Silvano Gianni: formado em Física, pela Universidade de São Paulo, ex-
secrétario executivo da Casa Civil, ex-diretor presidente do SEBRAE Nacional (2003-
2004), dono de uma consultoria em Brasília.
Os participantes especiais da comissão da 6ª edição (2009-2010) foram:
- Ary Joel de Abreu Lanzarin: diretor de Média e Pequena Empresa do Banco do
Brasil, titular do Conselho Deliberativo do SEBRAE Nacional e vice-presidente da
Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento.
- Carlos Américo Pacheco: doutor em economia e professor do Instituto de
Economia da Universidade de Campinas, ex-secretário executivo do Ministério da
67
Ciência e Tecnológica e ex-coordenador de programas de desenvolvimento do governo
federal.
- Elcio Aníbal de Lucca: presidente do Movimento Brasil Competitivo, ex-
dirigente do Serasa, ex-presidente da Fundação Nacional da Qualidade e dono da
Consultoria Luccra.
- Paulo Itacarambi: engenheiro civil, empresário e mestre em administração
pública, vice-presidente executivo do Instituto Ethos e membro do Conselho Brasileiro
de Construção Sustentável.
Os convidados da comissão da 7ª edição (2011-2012) foram:
- Fernando de Souza Coelho: formado em Ciências Econômicas, pela
Universidade de São Paulo, mestrado e doutorado em Administração Pública e Governo
pela Escola de Administração pela Fundação Getulio Vargas. Professor da Escola de
Artes, Ciências e Humanidades da USP, na especialidade de Administração e Políticas
Públicas, atuando no curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas e no programa
de Mestrado Multidisciplinar em Sistemas Complexos.
- Francisco Vidal Luna: graduado em Ciências Econômicas e doutor em
Economia, pela USP. Professor Doutor aposentado pela USP e ex-secretário de
Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, ex-secretario de Planejamento do
Município de São Paulo, presidente do Conselho Municipal de Política Urbana da
cidade de São Paulo e da Câmera Técnica de Legislação Urbana. Exerceu cargos de
Secretário de Planejamento e secretário Especial de Assuntos Econômicos da Secretaria
de Planejamento da Presidência da Republica.
- Ladislau Dowbor: formado em Economia Política, pela Universidade de
Lausanne, Suíça, doutor em Ciências Econômicas, pela Escola Central de Planejamento
Estatístico da Varsóvia, Polônia. Professor titular de Pós-Graduação da PUC-SP, nas
áreas de Economia e Administração. Consultor para diversas agências da ONU,
governos e municípios, bem como para o SENAC. Atual conselheiro na Fundação
Abrinq, no Instituto Polis e em outras instituições.
68
- Rogério Amato: secretario estadual de Assistência e Desenvolvimento Social.
Graduado em Administração de Empresas, pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo.
Empresário, sócio e presidente da Moreira Salles S.A. Sócio diretor da Otomar
Empreendimentos Imobiliários e Participações. Presidente do Conselho da Carpe Diem,
associação que promove a inclusão de pessoas com deficiência mental, e da Rede
Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebarg).
O próximo capitulo traz a análise categorial dos municípios finalistas do Prêmio
SEBRAE Prefeito Empreendedor dos últimos 6 anos. A análise foi realizada a partir dos
resultados apresentados no do Guia Paulista, 5ª, 6ª e 7ª edições.
Síntese – Capítulo 3
Neste capítulo, abordamos o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), entidade sem fins lucrativos, que tem o objetivo de estimular a
competitividade e o desenvolvimento dos micro e pequenos empreendedores, por meio
de parcerias com o setor público e o privado. O SEBRAE possui escritório nos 26
estados, no Distrito Federal e no Distrito Estadual de Fernando de Noronha, contando
com mais de 600 pontos de atendimentos. Mantem o foco de sua atuação em mais de
mil projetos, divididos nos três pilares – indústria, agronegócio e comércio e serviço–
que são importantes e fundamentais para economia nacional.
Vimos como o SEBRAE incentiva as diversas áreas do mercado nacional a
partir da criação de premiações – Prêmio Top 100 de Artesanato, Prêmio Mulher
Empreendedora, Prêmio Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, Prêmio
Técnico Empreendedor, Prêmio SEBRAE de Jornalismo e Prêmio SEBRAE Prefeito
Empreendedor – reconhecendo a qualidade dos serviços prestados pelos participantes e
estimulando a proliferação das boas práticas nas diversas áreas.
O capítulo aprofunda-se no Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, objeto de
pesquisa deste estudo. Discorremos sobre sua criação e sobre o seu objetivo de
apresentar e homenagear as melhores políticas públicas de inclusão produtiva. Também
69
detalhamos as normas de participação e a comissão julgadora estadual, composta por
especialistas do próprio SEBRAE e por outros especialistas convidados, entre eles
políticos, empresários e acadêmicos.
70
CAPÍTULO 4: Análise dos projetos de inclusão produtiva nos
municípios de São Paulo
O levantamento bibliográfico realizado ao longo desta pesquisa teve como
objetivo, de um lado, apresentar as dificuldades sociais decorrentes da falta de emprego
decente e, de outro lado, mostrar como as políticas de desenvolvimento local podem
colaborar com as estratégias de desenvolvimento endógeno a fim de articular, de forma
mais eficiente, a economia de determinadas regiões.
As estratégias para o fomento de emprego com qualidade são realizadas por
meio das políticas públicas denominadas de inclusão produtiva. Segundo a CEPAL
(2010), as políticas de inclusão produtiva visam a melhorar a estrutura econômica de
uma determinada região, reduzindo o desemprego e a informalidade e, assim,
contribuindo para e diminuição da diferença social.
O quarto capítulo desenvolveu a pesquisa de análise de conteúdo do Guia
Paulista, material, disponibilizado pelo SEBRAE, que apresenta as políticas de inclusão
produtiva realizadas pelos participantes do Prêmio Prefeito Empreendedor. A etapa
inicial permitiu comparar algumas características – área em Km² e número de
população, de empresas registradas e de empregos formais – dos municípios finalistas
das três últimas edições da premiação.
Os relatos desses projetos de inclusão produtiva possibilitaram realizar um
levantamento de dados. A partir desse inventário foi possível isolar os diversos
elementos enfocados e classificá-los por suas principais características. O
reagrupamento desses dados em dez categorias pré-definidas – incentivo fiscal, crédito e
microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado, formalização, incubadoras,
desburocratização, aglomerados, educação e capacitação, e outros projetos – permitiu a
visualização do número de projetos por categoria e o desenvolvimento das próprias
categorias ao longo dos últimos seis anos.
71
4.1. Análise do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor
O Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, que ocorre a cada dois anos e que
realizou, em 2012, a sua 7ª edição, busca identificar, apresentar e homenagear os
prefeitos que desenvolveram os melhores projetos de inclusão produtiva nos municípios
do estado de São Paulo.
A análise aqui desenvolvida abrange as três ultimas edições da premiação.
Discorre, portanto, sobre as principais práticas de empreendedorismo público realizadas
nos últimos seis anos (2007 a 2012). Aborda os três primeiros colocados e os doze
finalistas das três últimas edições, conforme mostra a tabela a seguir:
Tabela 5 – Finalistas do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.
Posição 5ª edição (2007-08) 6ª edição (2009-10) 7ª edição (2011-12)
1° co locado São José dos Campos São Sebastião da Grama Sorocaba
2° co locado Itararé São Jose dos Campos São Sebastião da Grama
3° co locado São João da Boa Vista São Jose do Rio Preto Mogi das Cruzes
Finalista Embu Boituva Aguaí
Finalista Jaboticabal Capivari Bauru
Finalista Mogi das Cruzes Colina Botucatu
Finalista Novo Horizonte Ituverava Campina do Monte Alegre
Finalista Piracicaba Marília Guararema
Finalista Ribeirão Preto Novo Horizonte Jaboticabal
Finalista Santa Cruz do Rio Pardo Peruíbe Jaguariúna
Finalista Santos Piracicaba Osasco
Finalista São Carlos Santo André Piracicaba
Finalista São José do Rio Preto São Roque Ribeirão Preto
Finalista São Sebastião da Grama Taboão da Serra Torrinha
Finalista Sorocaba Votuporanga Votuporanga Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
Todo o processo de investigação concentrou-se nos 45 municípios, mesmo que
eles se repitam, como é o caso de São José dos Campos, São José do Rio Preto, São
Sebastião da Grama, Sorocaba, entre outros. Exploraram-se as semelhanças entre os
municípios, por meio da comparação de algumas de suas características – área física,
número de população, de empreendimentos e de postos de trabalho formal - descritas na
tabela 6.
72
Tabela 6 – Características municipais destacadas pelo SEBRAE.
Edição Municípios População Área Km² Empresas
registradas
Empregos
Formais
4ª edição
2007-08
Embu 244.642 70 5.903 34.680
Itararé 50.175 1.004 2.044 6.571
Jaboticabal 72.263 706 3.838 17.373
Mogi das Cruzes 367.703 714 12.600 60.736
Novo Horizonte 34.035 933 2.222 5.949
Piracicaba 361.782 1.370 16.630 87.932
Ribeirão Preto 550.480 650 35.877 141.514
Santa Cruz do Rio Pardo 43.978 1.116 2.236 8.613
Santos 425.677 280 30.255 133.152
São Carlos 216.840 1.141 11.975 59.113
São João da Boa Vista 81.922 516 5217 17630
São José do Rio Preto 404.380 431 26.739 86.805
São José dos Campos 602.544 1.100 24.684 140.606
São Sebastião da Grama 12.979 252 747 2.475
Sorocaba 572.459 449 24.429 128.633
5ª edição
2009-10
Boituva 46.521 249 2328 16910
Capivari 47.071 323 2196 12389
Colina 17.692 424 874 4588
Ituverava 39.496 698 2292 6216
Marília 227.649 1170 12414 52105
Novo Horizonte 34.727 933 2347 6505
Peruíbe 55.743 326 2731 6881
Piracicaba 372.529 1.370 18288 111611
Santo André 679.753 175 30799 174341
São José do Rio Preto 418.999 431 28865 108883
São José dos Campos 632.491 1100 27134 183062
São Roque 74.169 308 3692 15037
São Sebastiao da Grama 12.651 252 843 2652
Taboão da Serra 236.794 20 7540 51815
Votuporanga 83.716 422 4484 18095
6ª edição
2011-12
Aguaí 32.148 473 1745 6.002
Bauru 343.937 673 20817 100.818
Botucatu 127.328 1.483 6929 35.723
Campina do Monte Alegre 5.567 184 1808 680
Guararema 25.844 270 1711 6.169
Jaboticabal 71.662 706 4348 21.270
Jaguariúna 44.311 142 2910 27.039
Mogi das Cruzes 387.779 714 16666 83.924
Osasco 666.740 65 26516 149.437
Piracicaba 364.571 1.370 19759 111.000
Ribeirao Preto 604.682 650 44931 183.066
São Sebastião da Grama 12.099 252 918 2.598
Sorocaba 586.625 229 30.724 159.529
Torrinha 9.330 311 1155 1.726
Votuporanga 84.692 422 5193 19.358
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
73
A tabela 6 permite visualizar os impactos das políticas de inclusão produtiva nos
municípios. Assim, temos São José do Rio Preto que, na 5ª edição, apresentou cerca de
26 mil empreendimentos registrados, proporcionando mais de 80 mil empregos formais
e, após dois anos, na 6ª edição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor, passou a
contar com mais de 28 mil empreendimentos registrados e ultrapassou o número de 100
mil empregos formais. Em dois anos de trabalho, o município ganhou mais de 2 mil
novos empreendimentos, gerando cerca de 20 mil novos empregos, acompanhando o
ritmo de crescimento populacional e proporcionando um desenvolvimento real, se
analisado na vertente emprego-população da OIT.
Já o município de São José dos Campos, da 5ª para a 6ª edição, apresentou um
acréscimo de 2.450 empreendimentos, com cerca de 10% de aumento, gerando mais de
42 mil empregos formais, ou seja, houve um avanço de 30% na oferta de trabalho no
mercado local. Esses números superam o ritmo de crescimento populacional, o qual, se
comparado entre as duas edições, foi de apenas 5%.
Como cada município possui suas particularidades e é afetado por fatores que
podem gerar dinâmicas diferentes e até inesperadas, temos o caso de São Sebastião da
Grama que, mesmo aparecendo em destaque como finalista nas três últimas edições e
promovendo um aumento contínuo do número de empreendimentos a cada edição,
apresenta quedas consecutivas em seu volume populacional.
4.2. Análise inicial das três edições estudadas da premiação
O prêmio oferecido pelo SEBRAE não faz distinção do tamanho físico ou
econômico dos municípios, mas avalia todos como iguais. Os participantes da 5ª, 6ª e 7ª
edições apresentam variação populacional semelhante, com médias de 269.357, 221.879
e 224.487 respectivamente.
74
Figura 4 – Dispersão populacional entre as edições
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
Vale resaltar que os primeiros colocados possuem um volume populacional bem
variado, reforçando a ideia de que não há diferenciação no momento da avaliação. Os
primeiros colocados – São José dos Campos, São Sebastião da Grama e Sorocaba –
possuem uma população de 602.544, 12.651 e 586.625 respectivamente, como mostra o
quadro a seguir:
Tabela 7 – Dispersão populacional dos primeiros colocados.
Posição 5a. Edição População 6a. Edição População 7a. Edição População
1° colocado
São José dos
Campos 602.544
São Sebastião da Grama
12.651 Sorocaba 586.625
2° Colocado
Itararé 50.175 São José dos
Campos 632.491
Mogi das Cruzes
387.779
3° colocado
São João da
Boa Vista 81.922
São José do Rio Preto
418.999 São Sebastião
da Grama 12.099
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
Também não há grandes diferenças, de uma edição para a outra, em relação ao
espaço físico dos municípios. A média da área em Km² da 5ª edição é de 715,46, a da 6ª
edição é de 553,19 e a da 7ª edição é de 529,6, resultando na média geral de 596,08 km².
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Disperção populacional
5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12
75
Figura 5 – Dispersão da área física por km².
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
A ideia de que “quanto maior o território, maior o número da população”, não é
válida, pois há discrepâncias. Assim, temos Santa Cruz do Rio Pardo, que possui cerca
de 43.970 indivíduos em um território de 1.116km², o que representa cerca de 40
indivíduos por km², enquanto Taboão da Serra, o menor município em termos
territoriais, possui 236.790 residentes para 20 Km² de extensão, o que representa mais
de 11 mil indivíduos por km². A soma dos 45 municípios aqui estudados representaria21
mais de 10 milhões de brasileiros distribuídos em mais de 27 mil Km², em uma
dispersão de 398 indivíduos por Km².
Tabela 8 – Dispersão territorial dos primeiros colocados
Posição 5a. Edição Área km² 6a. Edição Área km² 7a. Edição Área km²
1° colocado
São José dos
Campos 1.100
São Sebastião da Grama
252 Sorocaba 229
2° Colocado
Itararé 1.004 São José dos
Campos 1.100
Mogi das Cruzes
714
3° colocado
São João da
Boa Vista 516
São José do Rio Preto
431 São Sebastião
da Grama 252
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
O volume de emprego formal nos municípios acompanha o volume da
população, quanto maior o volume de pessoas, maior é o numero de empregos formais,
a média da 5ª edição é de 62.119, a da 6ª edição é de 51.406 e a da 7ª edição é de
60.556, com uma média geral de 58.027.
21
A soma dos municípios é uma ilustração hipotética já que não podemos somar municípios repetidos.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Disperção da área fisica por Km²
5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12
76
Figura 6 – Dispersão do trabalho formal
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
Do mesmo jeito que o volume da população, o número de trabalhos formais
mostra grande discrepância em relação à dimensão da área física dos municípios.
Criando uma relação de quanto maior volume populacional maior é a oferta de trabalho
formal.
Tabela 9 – Dispersão territorial dos primeiros colocados
Posição 5a. Edição Trabalho
formal 6a. Edição
Trabalho
formal 7a. Edição
Trabalho
formal 1°
colocado São José dos
Campos 140.606
São Sebastião da Grama
2.652 Sorocaba 159.529
2° Colocado
Itararé 6.571 São José dos
Campos 183.062
Mogi das Cruzes
83.924
3° colocado
São João da
Boa Vista 17.630
São José do Rio Preto
108.883 São Sebastião
da Grama 2.598
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edição.
O volume de empresas registradas nas três últimas edições da premiação não
apresenta grandes diferenças entre os municípios. A 5ª edição possui a média de 13.693
empresas registradas, a 6ª edição tem 9.788 e a 7ª edição, 12.409, gerando uma média
total de 11.963 empresas registradas por edição.
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Disperção do emprego formal
5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12
77
Figura 7 – Dispersão das Empresas Registradas
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
É possível observar o aumento de empresas nos municípios que se repetem nas
edições. Entre a 6ª e a 7ª edição, o município de Jaboticabal aumentou 510 empresas,
enquanto Mogi das Cruzes teve um aumento de 4.066 empresas, os municípios de São
Sebastião da Grama, Piracicaba e Ribeirão Preto tiveram um aumento de 171, 3.129 e
9.054 empresas respectivamente entre a 5ª e a 7ª edição.
Tabela 10 – Dispersão de empresas registradas dos primeiros colocados
Posição 5a. Edição Empresas
registradas 6a. Edição
Empresas
registradas 7a. Edição
Empresas
registradas 1°
colocado São José dos
Campos 24.684
São Sebastião da Grama
843 Sorocaba 30.724
2° Colocad
o Itararé 2.044
São José dos Campos 27.134
Mogi das Cruzes
16.666
3° colocado
São João da
Boa Vista 5.217
São José do Rio Preto 28.865
São Sebastião da
Grama 918
Fonte: Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Disperção das empresas registradas
5ª edição 2007-08 6ª edição 2009-10 7ª edição 2011-12
78
4.3. Análise categorial das três edições estudadas da premiação
Análise categorial do conteúdo do Guia Paulista permitiu destacar entre, os 45
finalistas, o total de 171 projetos de inclusão produtiva, com uma média de 57 projetos
por edição e com a variável de 3 a 4 projetos inscritos por município. Classificados por
suas principais características, os projetos foram divididos em dez eixos de ação. Na
figura a seguir, é possível visualizar os eixos de ação que foram utilizados por esta
pesquisa e o volume de projetos que cada eixo possui.
Figura 8 – Número de projetos por eixo de classificação.
Fonte: Autor desta pesquisa.
O eixo de incentivo fiscal possui dois projetos, um no município de São José do
Rio Preto, apresentado na 5ª edição, e o outro em Aguaí, na 7ª edição. Esses projetos
têm como objetivo reduzir a tributação a fim de fomentar e atrair outros
empreendimentos para o município.
Apesar da mesma política de incentivo, esses dois municípios possuem
características únicas e necessidades diferentes. São José do Rio Preto tem cerca de
oitenta mil empregos formais e mais de vinte e seis mil empreendimentos registrados, o
incentivo fiscal ali favorece um segmento específico, o de tecnologia, atraindo grandes
indústrias para a região, criando empregos e estimulando a economia local. O município
2 3 8 10
14 17 19
23
41
34
0 5
10 15 20 25 30 35 40 45
Volume de projetos por eixo de classificação
N° de projetos
79
de Aguaí possui seis mil empregos formais e mil e setecentas empresas registradas,
busca incentivar e favorecer o desenvolvimento de todos os microempreendedores com
a cobrança do imposto único de 30 reais.
O eixo de crédito e microcrédito possui três projetos, sendo um do município de
Embu, apresentado na 5ª edição, e os outros dois de São José dos Campos, apresentados
na 5ª e na 6ª edição. Em ambos os municípios, foi criada uma organização que concede
empréstimo de pequena monta para os empreendedores locais. Segundo Monzoni
(2008), projetos como esses criam instituições que prestam serviços financeiros de
forma adequada para a população de baixa renda, normalmente excluída do sistema
financeiro tradicional, oferecendo produtos, processos e gestão diferenciada ao micro e
pequeno empreendedor.
O eixo de cooperativismo e associativismo conta com oito projetos voltados à
formação de grupos de pessoas especializadas em algum tipo de serviço, uma resposta
eficiente às dificuldades encontradas no mercado atual. Na 5ª edição, os municípios de
Boituva, São Roque e Capivari apresentaram quatro projetos. Dois deles foram
realizados em Capivari, os quatro restantes foram apresentados, na 7ª edição, pelos
municípios de Botucatu, Campina do Monte Alegre, Piracicaba e Mogi das Cruzes. Os
projetos receberam benefícios dos mais variados, como: orientações jurídicas, crédito
rural, cursos de capacitação em arte, artesanato e confecção. Os municípios de
Piracicaba e de Campina do Monte Alegre apresentaram projetos similares, que
estimulam as cooperativas rurais a produzirem leite.
Os projetos relacionados ao cooperativismo e ao associativismo possuem
enfoque na socioeconomia solidária e proporcionam diferentes impactos sobre o espaço
local e regional. Segundo Bocayuva (2001), os desempregados e trabalhadores
informais encontram nesses projetos a oportunidade de se organizarem e se
estabelecerem, tendo acesso ao mercado formal de trabalho.
O eixo de acesso ao mercado conta com onze projetos, que foram
implementados em Itararé, na 5ª edição, em Novo Horizonte, Peruíbe, Piracicaba, São
José do Rio Preto e São José dos Campos, na 6ª edição, e em Aguaí, Mogi das Cruzes e
São Sebastião da Grama, na 7ª edição. O acesso ao mercado pode ser realizado pelo
80
apoio e incentivo à exportação e pelas compras realizadas, com recursos públicos,
direcionadas às micro, pequenas e médias empresas regionais, requisito da Lei Federal
8.666.
Muitos prefeitos desenvolveram projetos que priorizam a compra ou contratação
de serviço das MPEs, enquanto outras localidades compram os itens da merenda escolar
de fornecedores rurais locais. Os projetos mais diferenciados estão em Novo Horizonte,
que criou o Programa de Acesso a Mercados (PAM), com o objetivo de aumentar a
competitividade dos grupos setoriais por meio de consultorias, e no município de São
José do Rio Preto, que criou a Agência de Desenvolvimento em Comércio Exterior com
a finalidade de aumentar a exportação dos produtos locais.
O eixo de formalização possui quatorze projetos com o objetivo de sensibilizar e
conscientizar os empreendedores informais, oferecendo serviços de suporte e apoio e
apresentando os principais ganhos (como o acesso ao crédito e aos cursos oferecidos
pelo SEBRAE) que os empreendimentos podem adquirir por meio da formalização. Os
municípios que apresentaram esses projetos foram: Embu, na 5ª edição, Peruíbe, São
Sebastião, Santo André, Taboão da Serra e Votuporanga, na 6ª edição, e Sorocaba,
Botucatu, Piracicaba, Ribeirão Preto, Torrinha e Osasco, na 7ª edição.
Figura 9 – Número de projetos de incentivo a formalização por edição.
Fonte: Autor desta pesquisa.
A maioria dos projetos de incentivo à formalização procuram conscientizar a
população e oferecem recursos e orientação para os empreendedores informais,
disponibilizando os dados necessários para a aquisição do alvará de funcionamento. O
1
6
7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
5a edição 6a edição 7a edição
N° de projetos de incentivo a formalização
81
projeto que mais se destaca, pela sua dinâmica, é o da prefeitura de Piracicaba, que
criou o setor de Economia Informal da Secretaria Municipal do Trabalho, com o
objetivo de formar um banco de dados dos vendedores ambulantes que passaram por
cursos de capacitação. Como mostra a figura 9, esse tipo de ação pública vem se
tornando comum entre os municípios paulista.
O eixo das incubadoras abrange as prefeituras que desenvolveram os dezessete
projetos com o objetivo de incentivar, estimular e promover a criação de novos
pequenos empreendimentos, oferecendo estrutura física e apoio administrativo. Os
empreendimentos incubados acabam por se aproximarem fisicamente de outras
empresas do mesmo ramo, gerando novas relações de trabalho que auxiliam o próprio
empreendimento e todo o mercado regional. Os municípios que criaram novas
incubadoras, na 5ª edição, foram Jaboticabal, Novo Horizonte, Piracicaba, Ribeirão
Preto, São Carlos, São José dos Campos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto,
na 6ª edição, foram os municípios de São Sebastião da Grama, São José dos Campos,
São José do Rio Preto, Marília, Piracicaba e Ribeirão Preto e, na 7ª e última edição,
foram Aguaí, Botucatu e São Sebastião da Grama.
Figura 10 – Número de projetos de incentivo de incubadoras por edição.
Fonte: Autor desta pesquisa.
A maioria dos municípios desenvolveu incubadoras que beneficiam as MPEs
direcionadas à tecnologia, com as exceções de São José dos Campos e de São Sebastião
da Grama, que desenvolveram um espaço para os pequenos empreendedores da área de
8
6
3
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
5a edição 6a edição 7a edição
N° de projetos de incubadoras
82
aeronáutica. São Sebastião da Grama também desenvolveu outras duas incubadoras,
uma de cultura (com o Projeto Guri e a orquestra sinfônica) e a outra voltada para o
meio ambiente.
O eixo de desburocratização contempla as dezenove iniciativas que facilitam e
aceleram o processo de abertura e de fechamento das MPEs, ONGs, cooperativas ou
parcerias entre os diversos tipos de instituição. Os municípios que apresentaram esse
tipo de proposta, na 5ª edição, foram Embu, Jaboticabal, Santa Cruz do Rio Pardo, São
José dos Campos e Sorocaba, na 6ª edição, foram Colina, São Sebastião da Grama, São
Roque, Marília, Piracicaba e Santo André e, na 7ª edição, foram Votuporanga, Mogi das
Cruzes, Piracicaba, Bauru, Sorocaba e Ribeirão Preto.
Figura 11 – Número de projetos de desburocratização por edição.
Fonte: Autor desta pesquisa.
As medidas de desburocratização apresentam-se fortes e crescentes ao longo das
edições, mostrando o interesse das administrações públicas em facilitar a formalização
dos empreendimentos, simplificando a expedição de notas fiscais e a obtenção de guia
de recolhimentos de impostos pela internet, acelerando a emissão de certidões,
disponibilizando alvará instantâneo e abrindo empresas em até 24 horas.
O eixo de aglomerados possui vinte e três projetos que criaram clusters de
empreendimentos, por meio de Arranjos Produtivos Locais (APL) ou Parques
Industriais. Esse tipo de projeto oferece espaço físico para empresas que possuam
5
6
8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
5a edição 6a edição 7a edição
N° de projetos de desburocratização
83
correlação entre as suas atividades, criando vínculos de produção e proporcionando
trocas de informação, conhecimento e tecnologia. Os municípios que apresentaram esse
tipo de projeto, na 5ª edição, foram Jaboticabal, Novo Horizonte, Ribeirão Preto,
Santos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São
Sebastião da Grama e Sorocaba, na 6ª edição, foram Colina, Marília, Piracicaba,
Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Sebastião da Grama e Votuporanga, e na 7ª,
foram Jaboticabal, Osasco, São Sebastião da Grama e Votuporanga.
Figura 12 – Número de projetos de aglomerados por edição.
Fonte: Autor desta pesquisa.
O eixo de aglomerados conta com sete projetos de APL, especializados em
tecnologia, confecção, reciclagem, combustível e saúde. Conta também com seis
Parques Tecnológicos e cinco Distritos Industriais. Os cinco projetos restantes estão
relacionados à concessão de terrenos.
O último eixo, o de educação e capacitação, apresenta quarenta e um projetos
relacionados à formação do indivíduo, oferecendo as competências necessárias para a
inclusão no mercado de trabalho formal. Esse processo cria novas características
regionais, como um sistema econômico sustentável e uma comunidade socialmente
mais justa. Os municípios que apresentaram projetos educacionais, na 5ª edição, foram
Itararé, Jaboticabal, São Sebastião da Grama, Santa Cruz do Rio Pardo, São João da
Boa Vista, Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto, na 6ª edição, foram Colina, Novo
Horizonte, Ituverava, São Sebastião da Grama, Boituva, Peruíbe, São Roque,
Votuporanga, Taboão da Serra, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santo André e
11
9
4
0
2
4
6
8
10
12
5a edição 6a edição 7a edição
N° de projetos no Eixo de Aglomerados
84
São José do Rio Preto e, na 7ª edição, Campina do Monte Alegre, Torrinha, Guararema,
Aguaí, Jaguariúna, Votuporanga, Bauru, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Ribeirão Preto e
São Sebastião da Grama.
Figura 13 – Número de projetos de educação e capacitação por edição.
Fonte: Autor desta pesquisa.
Diversos projetos possuem características técnicas, oferecendo cursos de
capacitação nas áreas de confecção, artesanato, culinária e turismo. Os municípios que
possuem o apoio de outras instituições, como SEBRAE, SENAI e Centro Paula Souza,
contam com propostas mais profundas em termos de conteúdo e didática. O Centro
Paula Souza está presente em quatro projetos, no município de São Sebastião da Grama,
onde promove cursos de cafeicultura em uma escola rural, abordando o comércio do
café na bolsa de valores e o mercado de exportação. O SENAI apoia projetos distintos
em cinco municípios. Entre eles, há a parceria com a Superintendência do Trabalho
Artesanal nas Comunidades (SUTAC), de São Roque, que pretende capacitar e
cadastrar mais de 3 mil pessoas em uma central de currículos. Também se destacam é as
ações dirigidas à indústria, em Santa Cruz do Rio Pardo, que já proporcionou
treinamento a mais de 7 mil pessoas. Esses projetos têm o objetivo de capacitação, mas
em áreas diversificadas. O SEBRAE atua em sete municípios diferentes, tendo como
foco sempre a disseminação do empreendedorismo.
Todos os outros trinta e seis projetos que não se enquadraram nos e ixos aqui
determinados foram unidos, formando o grupo dos “projetos diversificados”. Este grupo
7
19
15
0
5
10
15
20
5a edição 6a edição 7a edição
N° de projetos no eixo de educação e capacitação
85
foi dividido em outros dez subgrupos de ação – apoio técnico, evento de
conscientização, inclusão social, infraestrutura, macro tendências, mix de serviços,
participação política, promoção do turismo local, trabalho verde e tecnologia e
informação. A tabela 11 apresenta a frequência desses projetos ao longo das edições,
enquanto o gráfico expõe o volume de projetos em cada subgrupo:
Tabela 11 – Frequência dos outros projetos por edições
Edição Número de projetos Edição Número de projetos Edição Número de projetos
5a 14 6a 6 7a 14 Fonte: Autor desta pesquisa.
Figura 14 – Número dos outros projetos no subeixo de classificação.
Fonte: Autor desta pesquisa.
O projeto que oferece um mix de serviço – balcão de emprego, programa de
apoio ao trabalhador e o banco do povo – foi desenvolvido na Casa do Trabalhador, em
São Carlos.
Com o projeto de participação política, Osasco, criou o Fórum Municipal de
Desenvolvimento Econômico Sustentável, abrindo um amplo canal de diálogo entre o
poder público, as empresas e a sociedade civil.
Com projetos de tecnologia e informação, o município de Campina do Monte
Alegre criou o Programa Campina na Rede, que levou internet gratuita para todo o
1 1 2 2 2
3
5 5 6
7
0 1 2 3 4 5 6 7 8
N° de projetos na sub-divisão dos projetos diversificados
86
município, enquanto Ribeirão Preto investe nos empreendimentos de biotecnologia e
tecnologia da informação.
Os projetos de inclusão social foram apresentados pelos municípios de São
Sebastião da Grama e Sorocaba. O primeiro criou o Centro Recreativo e Cultural
Cidade do Futuro, programa socioeducativo, cultural e de inclusão digital, enquanto o
segundo desenvolveu a Clínica Profissionalizante, para incluir dependentes químicos no
mercado de trabalho e na cadeia de valor.
Os dois únicos projetos relacionados às macro tendências foram apresentados
pelo município de Sorocaba, que se propôs a seguir as exigências do Programa Cidades
Sustentáveis, que abrange diversos eixos de atuação: governança, bens naturais comuns,
equidade e cultura de paz, planejamento e desenho urbano, cultura para a
sustentabilidade, educação para a sustentabilidade e qualidade de vida, economia local
dinâmica, consumo responsável, melhor mobilidade e ação local para a saúde. Sorocaba
também adotou o conceito de Cidade Educadora, criado em Barcelona, conta o apoio do
Ministério da Educação (MEC), e seu objetivo é criar novos projetos e atividades para o
desenvolvimento da educação local.
Bauru, Jaboticabal e Jaguariúna separam alguns dias de seu calendário para
realizarem eventos sobre conscientização do trabalho formal, apresentando suas
vantagens, como o acesso aos mercados, aos cursos de capacitação e a outros benefícios
disponibilizados pela administração pública e pelo próprio SEBRAE.
O apoio técnico é realizado pela prestação de serviços (a revitalização dos
pequenos comércios, a assessoria de recursos humanos), pela análise do solo de
propriedades rurais e pela concessão temporária de equipamento (como o trator). Esses
projetos foram apresentados pelos municípios de Boituva, Itararé, Guararema, Mogi das
Cruzes e São Sebastião da Grama.
Os projetos relacionados ao emprego verde – projetos de microbacias, usina de
reciclagem de resíduos da construção civil, fábrica de sabão ecológico, cooperativa dos
catadores de materiais recicláveis e o Projeto Ecotudo – foram apresentados pelos
municípios de Santa Cruz do Rio Pardo, São Carlos, Sorocaba, Itararé e Votuporanga.
87
Boituva, Botucatu, Jaboticabal, Piracicaba e São Sebastião da Grama realizaram
projetos que promovem o turismo local, como a revitalização do Rio Piracicaba e a
melhoria do atendimento nos hotéis, hospitais e escolas.
Os sete projetos de relacionados à infraestrutura foram realizados em Santos,
Ituverava, Marília, Piracicaba, Novo Horizonte e Votuporanga. Os projetos cuidam de
reformas das casas e revitalizações de ruas, pontes e estradas, com a exceção de Santos,
que fez uma intervenção urbana na área portuária para a construção de um novo
terminal de navios de cruzeiros e também apresentou o Projeto Santos Novos Tempos,
que tem como objetivo a macrodrenagem da zona nordeste da cidade, com obras de
contenção nas encostas dos morros e a construção de moradias populares.
4.4. Análise interpretativa das três edições estudadas da premiação
A análise primária deixou claro que a instituição SEBRAE, em sua premiação,
avalia os projetos públicos de forma clara e objetiva, não fazendo distinção em relação
aos municípios, já que as três últimas edições do evento apresentaram regiões com
características distintas e variáveis: volume populacional, dimensionamento geográfico,
número de empregos formais e de empresas registradas.
Na análise categorial, identificamos os principais eixos de ação das políticas
públicas inscritas na premiação: incentivo fiscal, crédito e microcrédito, incentivo ao
cooperativismo, acesso ao mercado, incentivo a formalização, incubadoras,
desburocratização, incentivo aos aglomerados, educação e capacitação. Verificamos
também como esses eixos promovem a inclusão produtiva.
A análise interpretativa revela que os projetos implementados nos municípios
paulistas não estão relacionados diretamente com o tamanho geográfico ou com o
volume populacional, excluindo a ideia de que determinados projetos são direcionados
ou recomendados de acordo com as características físicas do município. Também
reforça a ideia de que os projetos são desenvolvidos e implementados a partir das
estratégias públicas adotadas por cada município, envolvendo os seus atores internos e
88
focando seus objetivos específicos. Por isso, deixou de analisar a “razão” da
implementação de determinada ação22. Abordando a importância das ações
implementadas, a análise interpretativa avaliou o vinculo das políticas de inclusão
produtiva com o poder público, o poder privado e os grupos sociais.
Nos projetos classificados, existem aqueles que dependem exclusivamente do
poder público. Entre eles, destacam-se os dezenove projetos de desburocratização.
Neles, o Estado retira suas “amarras”, facilitando e incentivando a entrada dos micro e
pequenos empreendedores no mercado de trabalho formal. Destacam-se também os sete
projetos de melhoria na infraestrutura dos municípios, que passam a oferecer melhores
condições e instalações aos micro empreendedores. A pesquisa também deixou claro o
pouco interesse pelos projetos que reduzem a carga tributaria, a fim de proporcionar o
incentivo fiscal para as MPEs.
Esta análise mostrou que não estão sendo homenageadas as ações que visam ao
fomento de seguimentos especificas por meio da criação de incubadoras e outros tipos
de aglomerados. O levantamento dos dados apresenta uma queda expressiva do número
de projetos relacionados a essas atividades.
As ações que podem ser interpretadas como uma “prestação de serviço” do
Governo Municipal para os micro e pequenos empreendedores (o fornecimento de
acesso ao crédito, ao microcrédito e ao apoio técnico) não possuem representatividade
diante dos demais projetos de inclusão produtiva.
Em relação às ações direcionadas para as MPEs e a para a população em geral,
ganharam destaque, ao longo dos últimos seis anos, os projetos direcionados à educação
e à capacitação, que foram realizados em vinte e cinco dos quarenta e cinco municípios
pesquisados. Eles abordam os mais diversos tipos de conhecimento, entre eles, técnicas
administrativas, empreendedorismo, educação ambiental, técnicas de comercialização,
confecção, etc.
22
A busca para se compreender o “porque” da implementação de ação de inclusão produtiva em um
determinado município paulista poderá ser objeto de análise em t rabalhos posteriores.
89
Entretanto, o volume de projetos de educação e capacitação é tão grande que
causa uma discrepância em relação a outros projetos que também se enquadram como
“direcionados aos empreendedores e para a população em geral”, como por exemplo, os
de participação política e os de inclusão social.
Ao final da análise, é possível observar que, mesmo em cenários diferentes, os
prefeitos municipais estimulam a inovação e a inclusão por meio da capacitação do
cidadão. Também notamos um desinteresse por projetos mais diversificados, como
incentivo fiscal, crédito e microcrédito, inclusão social, participação política e outros
projetos relacionados a macrotendências.
Síntese – Capítulo 4
No quarto capítulo, foi desenvolvida a análise de conteúdo do Guia Paulista.
Disponibilizado pelo SEBRAE, esse material apresenta as políticas de inclusão
produtiva realizadas pelos participantes do Prêmio Prefeito Empreendedor. A etapa
inicial da pesquisa comparou algumas características – área em Km² e número de
população, de empresas registradas e de empregos formais – dos municípios finalistas
das três últimas edições da premiação.
Pelos relatos desses projetos, realizamos um levantamento de dados. Com esse
inventário, foi possível isolar os diversos elementos enfocados e classificá- los por suas
principais características. O reagrupamento desses dados em dez categorias pré-
definidas – incentivo fiscal, crédito e microcrédito, cooperativismo, acesso ao mercado,
formalização, incubadoras, desburocratização aglomerados, educação e capacitação, e
outros projetos – mostrou o número de projetos por categoria e o seu desenvolvimento
ao longo dos últimos seis anos.
A seguir, a analise interpretativa discorreu sobre as relações dos eixos de ação
com o poder público, o poder privado e com os grupos sociais. Ressaltou a
aplicabilidade e a replicabilidade dos projetos de educação e capacitação e a falta de
interesse por outros projetos, como incentivo fiscal, crédito e microcrédito, participação
política e de inclusão social.
90
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O foco desta pesquisa foi estudar as políticas públicas de inclusão produtiva
mais relevantes, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa
(SEBRAE). A inclusão produtiva visa à diminuição do desemprego, do mercado
informal e do trabalho espúrio. Estas políticas desenvolvem oportunidades de
formalização e de profissionalização para os micros empreendedores individuais e para
os micros e pequenos empreendedores, tornam o processo produtivo mais articulado,
geram novos postos de trabalho com salário digno e contribuem para a heterogeneidade
e a diminuição da diferença social.
O trabalho teve como objeto de estudo o Prêmio SEBRAE Prefeito
Empreendedor. Oferecido pelo SEBRAE, é direcionado aos prefeitos municipais do
Estado de São Paulo, que, com a implantação de políticas públicas, promovem o
processo de inclusão produtiva em suas regiões. Esse prefeitos buscam anular o estado
estacionário de sua localidade por meio do fomento e acúmulo de recursos humanos e
econômicos.
Para proporcionar esse desenvolvimento regional, o poder público de cada
município adota um tipo de estratégia. Assim, uma estratégia de mudança radical
ocorreu em Santos, que realizou uma intervenção urbana na área portuária e a
macrodrenagem da zona nordeste da cidade, com o intuito de construir novas moradias
e recuperar o meio ambiente. Outra estratégia foi o aumento da produtividade e
competitividade, por meio de pequenos passos, como acontece em Jaboticabal, que
criou projetos diversificados de capacitação, de desburocratização, entre outros,
proporcionando um desenvolvimento equilibrado entre as diversas áreas do mercado
local.
Foi possível observar que as políticas de inclusão estão sendo criadas a partir dos
problemas regionais e envolvem os atores locais – poder público, poder privado e
grupos sociais – na elaboração e da implementação dos projetos públicos. Essas ações,
algumas vezes, buscam fomentar uma atividade já realizada pela região, oferecendo
apoio técnico, como a Patrulha Agrícola, de Itararé, que disponibiliza tratores e outras
máquinas para as pequenas propriedades. Também foi verificado interesse em estimular
91
o mercado local por meio de projetos educacionais, como o Curso de Agropecuária, em
São José dos Campos, ou o Curso Técnico de Cafeicultor, em São Sebastião da Grama.
O desenvolvimento de ações a partir do cenário local evita o mimetismo nos
projetos implementados. Mas é preciso notar que, embora os municípios tenham
características distintas, possuem problemas semelhantes, como o alto volume de
trabalhadores no mercado informal, a lentidão burocrática e a falta de mão de obra
capacitada.
Essa situação faz com que algumas das ações públicas se repitam, como por
exemplo, os projetos de incentivo à formalização e à desburocratização. Como os
municípios têm se preocupado, cada vez mais, em resgatar os trabalhadores do mercado
informal, foram encontradas ações de incentivo ou processos de desburocratização
semelhantes entre as regiões. Também foram encontrados diversos projetos de
atualização do sistema público para agilizar a emissão da documentação necessária para
a formalização dos empreendimentos.
Notamos que, quanto mais comum for o problema, maior é a chance de adaptar e
replicar em outras localidades o projeto que procura solucioná- lo ou minimizá- lo.
Assim, o eixo de educação e capacitação apresenta mais de quarenta ações espalhadas
em vinte e cinco municípios. Esse tipo de ação procura solucionar as dificuldades
impostas pela falta de mão de obra especializada, problema comum entre os municípios,
causado talvez pelo mau funcionamento do ensino público e/ou pelo êxodo do
trabalhador capacitado para as grandes metrópoles. Os dados apresentados sobre este
eixo mostram a aplicabilidade desse modelo de ação e como ele pode ser adaptado às
necessidades locais.
O Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor apresenta-se como um rico banco de
dados de políticas públicas de inclusão produtiva. Ao contemplar os prefeitos que
desenvolvem políticas de inclusão, o SEBRAE incentiva o desenvolvimento de novas
ações em prol dos micro e pequenos empreendedores. A publicação do Guia Paulista,
material gráfico que discorre sobre essa premiação, revela as ações de todos os prefeitos
participantes. Incluindo os finalistas e os vencedores de cada edição, o guia constitui um
92
catalogo repleto de bons projetos públicos que possuem o mesmo objetivo: combater o
desemprego, o mercado informal e o trabalho espúrio.
Este trabalho não teve a ambição de apresentar respostas definitivas aos desafios
do desemprego e da informalidade, nem o desejo de recomendar a melhor política
pública de inclusão, mas procurou promover uma discussão coerente e enriquecedora
sobre as boas práticas de inclusão produtiva, estimulando novos debates e oferecendo
informações relevantes para possíveis comparações intermunicipais.
Portanto, foi deixado para pesquisas futuras indagações como: os motivos para a
implementação de uma determinada ação; os impactos dos projetos desenvolvidos; e o
acompanhamento do mercado econômico dos municípios inscritos.
93
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99
APÊNDICE – Processo de categorização dos dados constantes no Guia
Paulista
100
Tabela 12 – Processo de categorização dos Guia Paulista 5ª, 6ª e 7ª edições.
Processo de categorização dos dados constantes no Guia Paulista
N° Ano Municípios Projetos Inscritos Eixos de
Classificação
1
2011
-
2012
Aguaí
Incentivo a Lei Geral para regularização da
situação de diversas microempresas, pagando
apena um único imposto de cerca de 30 reais.
Incentivo fiscal
2
2007
-
2008
São José do Rio
Preto
A Prefeitura lançou o Programa de
Desenvolvimento Tecnológico, que reduz a
alíquota do ISS do setor de 3% para 2 %. Com
o propósito de atrair outros empreendimentos,
foram instalados em um minid istrito industrial
o Centro Tecnológico de São José do Rio Preto
e o novo prédio do Centro Incubador de
Empresas, com investimento de R$1,7 milhão.
Incentivo fiscal
3
2007
-
2008
São José dos
Campos
Apoio ao Banco do Empreendedor Jossense,
criado para oferecer microcréd ito ao
empresariado. A instituição concede
empréstimos de até R$10 mil reais a
empreendedores formais ou informais e já
permit iu a criação de mais de 9 mil empregos.
Créd ito
4
2007
-
2008
Embu
Casa do Empreendedor, projeto realizado pela
Secretaria de Cidadania e Assistência Social,
em parceria com o SEBRAE-SP. A iniciativa
reúne programas de geração de renda,
empreendedoris mo, qualificação e acesso ao
crédito.
Créd ito
5
2009
-
2010
São José dos
Campos
O apoio à criação de empresas se consolida nas
facilidades de acesso ao crédito graças ao
pioneiris mo do banco do empreendedor
Josense (BEJ), criando pela Prefeitura em
parceria com a Associação Comercial e
Industrial, a Universidade Do vale do Paraíba e
o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(CIESP).
Créd ito
6
2009
-
2010
Boituva
O Programa de Incentivo ao Associativismo e
ao Cooperativismo é outra ação de fomento à
atividade empreendedora, concentrando-se em
orientar os interessados na obtenção de crédito
rural e em promover a capacitação de pequenos
produtores rurais.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
7
2009
-
2010
Capivari
A cultura do associativismo também ganhou
motivação ext ra com a constituição do Polo
Confeccionista de Capivari e Região, em
dezembro de 2009.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
8
2009
-
2010
Capivari
Ainda no âmbito do associativismo, destaca-se
a atuação do grupo Mãos que Fazem, formado
por jovens artesãos atendidos, pelo Centro de
Referência da Assistência Social - Casa da
Família, que passam por cursos de capacitação
em arte em reciclagem, pintura em tecido,
vidro e madeira, crochê, tricô e outras técnicas
e têm apoio na comercialização.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
9
2009
-
2010
São Roque
Para fo rtalecer a cooperação e o associativismo
e, ao mesmo tempo, incentivar a reciclagem e
proteger o meio ambiente, a Prefeitura apoia a
Cooperativa Solidária de Coletores e
separadores de Material Reciclável de São
Roque (CooperSol). Além de orientação e
treinamento, a admin istração oferece um
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
101
galpão, prensa balança e caminhão ao grupo e
faz campanha para que a população se
conscientize da importância do
reaproveitamento de matérias-primas.
10
2011
-
2012
Mogi das Cruzes
Projetos de capacitação e incentivo ao
cooperativismos e ao associativismo na zona
rural do municíp io de Mogi das cruzes
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
11
2011
-
2012
Botucatu
Criaram a Associação dos Empreendedores
Populares e, agora, estão devidamente
formalizados como MEIs.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
12
2011
-
2012
Piracicaba
Na área do cooperativis mo, mas na zona rural,
foi feita uma parceria com a cooperativa dos
produtores de cana-de-açúcar para a
industrialização de leite. Isso porque a maior
parte das pequenas propriedades que produzem
cana também possui gado leiteiro.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
13
2011
-
2012
Campina do
Monte Alegre
Projeto Leite Nosso De Todo Dia, que
começou com a implantação de um tanque de
resfriamento e armazenamento de leite em
sistema de cooperativa, para estimular a
produtividade e criar novas.
Incentivo ao
cooperativismo e
ao associativismo
14
2007
-
2008
Itararé
Os setores de compras e licitações da Prefeitura
foram orientados a dar prioridade às empresas
do município nas licitações de bens e serviços,
para que os recursos financeiros ficassem em
itararé.
Acesso ao mercado
15
2009
-
2010
Novo Horizonte
Em outra frente, a admin istração deu prioridade
aos produtores locais na compra de alimentos
para merenda escolar das escolas do municíp io,
Por meio do programa Do Campo para a
Merenda, o Governo adquire diretamente dos
produtores os hortifrutigranjeiros utilizados nas
refeições de crianças e adolescentes das
creches, da educação infantil do ensino
fundamental, o que resultou no acréscimo de
18 intens. ao cardápio da merenda escolar e em
aumento na renda dos agricultores.
Acesso ao mercado
16
2009
-
2010
Novo Horizonte
Outra in iciat iva de destaque no apoio aos
empreendedores é o Programa de Acesso a
Mercados (PAM), destinado a grupos setoriais
dispostos a aumentar a competit ividade. Por
meio de consultorias, os empresários absorvem
técnicas de relacionamento com o mercado e
são estimulados a promover mudanças capazes
de aperfeiçoar o desempenho.
Acesso ao mercado
17
2009
-
2010
Peruíbe
Para evitar o desperdício por falta de canais de
comercialização, a admin istração implantou um
projeto que facilita o escoamento desse arranjo
produtivo rural.
Acesso ao mercado
18
2009
-
2010
Piracicaba
As micro e pequenas empresas também
passaram a ter tratamento diferenciado nas
contratações públicas e na compra ou
contratação de bens serviços e obras, no âmbito
da administração pública municipal.
Acesso ao mercado
19
2009
-
2010
São José do Rio
Preto
A Criação da Agência de Desenvolvimento em
Comércio Exterior de São José do Rio Preto
(Adex Rio Preto), a ser implantada no primeiro
Acesso ao mercado
102
semestre de 2010.
20
2009
-
2010
São José dos
Campos
Vem sendo realizados programas de auxílio e
incentivo ao empresário, dando agilidade e
praticidade ao in ício dos negócios. Por causa
dos resultados atingidos, a cidade se tornou
referência nacional.
Acesso ao mercado
21
2011
-
2012
Aguaí
Licitações apoiando a compra local inclu indo a
hortifruti da agricultura familiar para a
merenda nas escolas
Acesso ao mercado
22
2011
-
2012
Mogi das Cruzes
Programa Lic ita Mogi, que possui o objetivo de
simplificar o processo administrativo e
estimular as micro e pequenas empresas do
município a participarem das licitações
publicas para aquisição de bens e serviços.
Acesso ao mercado
23
2011
-
2012
Mogi das Cruzes
Projetos para que os produtores rurais do
município forneçam frutas hortaliças e etc. à
merenda escolar da rede municipal de ensino
Acesso ao mercado
24
2011
-
2012
Torrinha
A Prefeitura criou o programa Torrinha Cidade
Empreendedora, para investir nas vocações e
em empresas criativas, deixando de lado a ideia
de trazer as grandes empresas para a cidade.
Formalização
25
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
Com a criação do Espaço Empreendedor, que
abriga o Posto de atendimento ao
empreendedor do SEBRAE-SP, a própria
Associação comercial o PROCON, o Banco do
Povo, o Posto de Atendimento ao Trabalhador
e os setores administrativos da Prefeitura
relacionados à abertura e ao funcionamento de
negócios.
Formalização
26
2009
-
2010
Peruíbe
Atenta ao talento local, a Prefeita investiu no
audacioso programa Confecção para Você,
iniciativa que abre oportunidades, traduzindo-
se em nova alternativa econômico para muitas
famílias do município. A Prefeitura equipou
oficinas com maquinário apropriado para a
confecção de lingerie e moda praia.
Formalização
27
2009
-
2010
Votuporanga
Agilizar o processo de abertura de
empreendimentos também figura entre as
estratégias adotadas pela administração
municipal para reduzir a economia informal e
fortalecer as micro e pequenas empresas.
Formalização
28
2007
-
2008
Embu
Quem já possui uma empresa ou está disposto a
abrir um negócio conta com o suporte de Posto
de Atendimento ao Empreendedor (PAE), que
estimula o desenvolvimento da micro e
pequena empresa, oferece o rientação
empresarial indiv idual e co letiva e art icula
ações entre empreendedores e projetos locais
de interesse regional.
Formalização
29
2011
-
2012
Botucatu
Amplo t rabalho de conscientização e
mostrando o ganho que os produtores teriam,
uma vez que, ao se formalizarem, poderiam
fornecer diretamente alimentos, para a merenda
escolar.
Formalização
30
2009
-
2010
Taboão da Serra
Com o objet ivo de reduzir a informalidade e
ajudar micro e pequenas empresas a regularizar
seus negócios, a Prefeitura criou a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico e apoia o Posto
de Atendimento ao Empreendedor, em parceria
Formalização
103
com o SEBRAE-Sp, para orientar e estimular a
instalação de novos empreendimentos.
31
2009
-
2010
Taboão da Serra
No âmbito legislativo, o municíp io passou a
contar com duas leis importantes para
regularizar feiras liv res e atividades comerciais
e de prestação de serviços nas ruas e em
espaços públicos.
Formalização
32
2011
-
2012
Piracicaba
Visando a atender os ambulantes da cidade, a
Prefeitura criou o setor de Economia Informal
da Secretaria Municipal do Trabalho e Renda.
O primeiro passo foi regularizar a atividade.
Em seguida, foi elaborado um banco de dados
para calcular o número desses vendedores, que
passaram a part icipar de capacitações.
Formalização
33
2011
-
2012
Osasco
Com a finalidade de garantir o futuro das
pequenas empresas que nascem diariamente no
município, fo i criado em 2010 o Fundo
municipal de Desenvolvimento e Inclusão
Produtiva (FUMDIP), alimentado por 1,5% da
arrecadação de impostos municipais.
Formalização
34
2011
-
2012
Sorocaba
Apareça e Cresça: Sensibiliza a importância da
formalização, apontando os benefícios de quem
sai da ilegalidade, como as oportunidades de
aprimoramento da gestão.
Formalização
35
2009
-
2010
Santo André
Outra boa notícia para quem quer empreender
na cidade é o Portal de Negócios e
Desenvolvimento Local. Trata-se de uma seção
do site oficial que coloca à disposição do
empreendedor um roteiro detalhado de como
formalizar empresas na cidade. O portal traz
dados completos para a obtenção de alvará,
declaração de funcionamento de atividades,
licença sanitária e outras informações.
Formalização
36
2011
-
2012
Ribeirão Preto
Foi criada a Sala do Empreendedor, em uma
parceria que envolveu a Prefeitura, O
SEBRAE-Sp, a Associação Comercial e
Industrial, a Casa do Contabilista e o
SincoVarp (Sindicato do Comércio Varejista de
Ribeirão Preto). O local oferece o suporte e a
orientação necessários para a instalação de
empreendimentos e regularização profissional,
sem esquecer o apoio financeiro do Banco do
Povo.
Formalização
37
2011
-
2012
Ribeirão Preto
Com o objet ivo de identificar t rabalhadores
com potencial para formalizar seus negócios,
foi criado o Comece Legal. A proposta é levar
até os bairros uma caravana de serviços aos
empreendedores, formada pelo SEBRAE
Móvel, Banco do Povo, Casa do Contabilista e
Sala do Empreendedor.
Formalização
38
2007
-
2008
São José dos
Campos
A cidade que já contava com duas incubadoras,
passou há ter mais duas. A incubadora de
Negócios e a Incubaero, que esta voltada para o
segmento aeronáutico, em parceria com a
Fundação Casemiro Montenegro.
Incubadoras
39
2007
-
2008
São João da Boa
Vista
Os empreendedores "incubados" passar por
programas de capacitação e se beneficiaram
dos serviços disponíveis no Centro de
Incubadoras
104
Empreendedorismo Virtual.
40
2007
-
2008
Jaboticabal
A Prefeitura inaugurou a nova sede da
Incubadora regional de agronegócio de
Jaboticabal (Inagro), onde se abrigam 15
empresas dedicadas a atividades como
produção de biodiesel, inoculantes de
gramíneas e controle biológico de pragas
agrícolas.
Incubadoras
41
2007
-
2008
Novo Horizonte
Consolidação do Núcleo de Apoio à Vida
Empresarial (Nave), uma incubadora de base
tradicional que atende indústrias e empresas
prestadoras de serviços.
Incubadoras
42
2007
-
2008
Piracicaba
Para apoiar a criação e a consolidação de novas
empresas, a cidade conta com a Incubadora
Tecnológica (esalqtec) e a Incubadora de
empresas de Piracicaba. A primeira foi criada
em 1994, como Incubadora de Empresas Agro
zootécnicas na ESALQ, e reformulada no ano
seguinte com o apoio do SEBRAE-SP, USP,
Governo do Estado e Prefeitura.
Incubadoras
43
2007
-
2008
Ribeirão Preto
No campus da USP, funciona a Supera -
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica,
resultado de convênio entre a universidade, a
Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Ribeirão Preto (coderp), Fundação Instituto
Polo Avançado da Saúde de Ribeirão Preto
(Fipase) e o SEBRAE-SP.
Incubadoras
44
2007
-
2008
São Carlos
O Prefeito recuperou o Centro de
Desenvolvimento de Indústrias Nascentes
(Sede), que estava desativado há 10 anos. Com
a parceria da FIESP, SEBRAE-Sp, da
Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e
Desenvolvimento, de universidades e centros
de pesquisas, foi dada nova vida ao Cedin,
incubadora que atende 21 micro e pequenas
empresas da área de eletroeletrônica, metal
mecân ica e alta tecnologia.
Incubadoras
45
2007
-
2008
São José do Rio
Preto
O novo prédio do Centro Incubador de
Empresas (CIE), a Sala de Negócios
Internacionais e a transformação de Rio Preto
em um polo turístico.
Incubadoras
46
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
Com o lançamento da Incubadora de
Agronegócios e da Incubadora Tecnológica, a
Prefeitura mais uma vez amparou os pequenos
empreendimentos, oferecendo um estímulo
capaz de transformar ideias em negócios
promissores.
Incubadoras
47
2009
-
2010
São José dos
Campos
Também com o apoio do SEBRAE e de outros
parceiros, destacam-se quatro incubadoras de
empresas em atividade - Incubaero, Cecompi,
Revap e Univap - que oferecem um ambiente
planejado, protegido e propício para a atividade
empresarial de novos projetos e produtos de
alto valor agregado.
Incubadoras
48
2009
-
2010
São José do Rio
Preto
Também se destaca no município o Centro
Incubador de Empresas (CIE), in iciat iva da
prefeitura em pareceria com o SEBRAE-SP e a
Associação Comercial e Empresarial de
Ribeirão Preto.
Incubadoras
105
49
2009
-
2010
Marília
A administração também apoiou a expansão do
Centro Incubador de empresas, que hoje abriga
39 empreendimentos, responsáveis por um
faturamento anual de R$6,6 milhões e pela
oferta de 211 postos de trabalho.
Incubadoras
50
2009
-
2010
Piracicaba
Com o apoio de um grande grupo empresarial,
a Prefeitura está implantando uma incubadora
dedicada às micro e pequenas empresas de base
tecnológica e construindo laboratórios no
Núcleo do Parque Tecnológico de Piracicaba,
como forma de investir no acesso à inovação e
à tecnologia.
Incubadoras
51
2009
-
2010
Ribeirão Preto
Na área de inovação, destaca-se a Incubadora
de Empresas de Base Tecnológica (Supera),
que reúne indústrias de equipamentos de saúde
e biotecnologia.
Incubadoras
52
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
A cidade tem seis incubadoras duas de cultura,
projeto guri e orquestra sinfônica experimental,
uma voltada para o meio ambiente Cara Limpa.
Há uma incubadora para Agronegócio de base
tecnológica e outra para empresas que
desenvolvam peças de metais.
Incubadoras
53
2011
-
2012
Aguaí Desenvolvimento de uma incubadora de
empresas Incubadoras
54
2011
-
2012
Botucatu Botucatu conta com duas incubadoras de
empresas e uma delas atua em tecnologia Incubadoras
55
2007
-
2008
Santa Cruz do
Rio Pardo
Com a perspectiva de atrair novos negócios
para Santa Cruz do Rio Pardo, a Prefeitura
aprovou o alvará instantâneo, que libera
imediatamente os documentos necessários para
abertura de empresas no município, e investiu
na ampliação do Distrito Empresarial
Mishiyoshi Suzuki, com uma série de
incentivos.
Desburocratização
56
2007
-
2008
Jaboticabal
A implantação do ISS eletrôn ico, que permite,
pela internet, a exped ição de notas fiscais e a
obtenção da guia de recolhimento do imposto.
Desburocratização
57
2007
-
2008
Embu
Outro estímulo à fo rmalização vem das Praças
de atendimento. Nas três unidades - Centro,
Jardim Santa Tereza e Jardim Santo Eduardo -
é possível solicitar um leque de serviços, como
abertura de empresa, emissão de certidão,
parcelamento de débitos e escrituração fiscal.
Desburocratização
58
2007
-
2008
Sorocaba
O sistema Empres@facil reduziu o prazo de
legalização de um negócio de 20 a 30 dias para
apenas 48 horas.
Desburocratização
59
2007
-
2008
São José dos
Campos
A Criação do alvará instantâneo, que possibilita
a emissão imediata da inscrição municipal e da
licença de funcionamento, com prazo para que
as empresas cumpram as exigências legais.
Desburocratização
60
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
Criou o Painel de Indicadores, um sistema on-
line de monitoramento e avaliação das ações
das secretarias municipais. Trata-se de uma
maneira pouco usual de admin istração de
desempenho, que comunica objetivos
estratégicos e permite medir, acompanhar e
administrar as atividades-chave e os processos,
para cumprimento de metas.
Desburocratização
106
61
2009
-
2010
Colina
Outra in iciat iva bem receb ida pela classe
empresarial foi à implantação do sistema de
pagamento de impostos pela internet. Em 2008,
essa ferramenta foi utilizada por 111 empresas,
e no ano seguinte o número chegou a 167
empreendimentos. Com o novo sistema de
controle e uma campanha do parcelamento de
tributos, houve um aumento da receita
tributária do município.
Desburocratização
62
2009
-
2010
São Roque
Na área de desburocratização, a Prefeitura
implantou procedimentos on-line que
simplificam a abertura e o funcionamento de
empreendimentos no município e oferecem
comodidade aos cidadãos.
Desburocratização
63
2009
-
2010
Marília
Outra boa notícia fo i o início das atividades, no
município do Escritório Regional da Junta
Comercial do Estado de São Paulo, que passa a
concentrar os trâmites relat ivos à abertura,
alteração ou encerramento de empresas.
Desburocratização
64
2009
-
2010
Piracicaba
A Prefeitura criou uma área específica para
facilitar a abertura de empresas, alterações
cadastrais e cancelamento de inscrição
municipal. Ali estão disponíveis os formulários
necessários e as informações importantes,
assim como procedimentos relacionados à
figura do Microempreendedor Individual
(MEIS).
Desburocratização
65
2009
-
2010
Santo André
A regra é facilitar a vida do empreendedor.
Como parte desse esforço, passou a emitir o
Alvará Imediato, que em poucas horas concede
a licença para o funcionamento de uma
empresa bastando apresentar o Cadastro
Municipal de Contribuintes e dados da
edificação ocupada.
Desburocratização
66
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
Empresário a Jato busca facilitar a abertura de
empresas que demanda apenas de me ia hora
quando se trata de microempresas e MEIs.
Desburocratização
67
2011
-
2012
Votuporanga
A Administração Municipal implantou três
programas on-line. O Empresa Fácil tem o
objetivo de desburocratizar os processos de
abertura, alteração e encerramento de
empresas, o GISS on-line é uma ferramenta de
escritura eletrônica e de controle do
recolhimento do Imposto Sobre Serviços no
município e o Programa Nota Fiscal Eletrônica
faz a emissão de documentos fiscais de
prestação de serviços.
Desburocratização
68
2011
-
2012
Mogi das Cruzes
Pioneiro na implantação do Sistema Integrado
de Licenciamento (SIL), assim conseguiu
reduzir a burocracia por meio de um
procedimento eletrônico integrado entre quatro
órgãos: prefeitura, CETESB, Corpo de
bombeiros e Vig ilância sanitária.
Desburocratização
69
2011
-
2012
Piracicaba
Alem do Sistema Integrado de Licenciamento
(SIL), que unifica as documentações
apresentadas ao municíp io e ao Governo
estadual, Piracicaba oferece diversas outras
facilidades administrativas, como a abertura de
empresas pelo próprios escritórios de
contabilidade.
Desburocratização
107
70
2011
-
2012
Bauru
Criação da Taxa Única de fiscalização de
estabelecimentos (TUFE) que unificou a
liberação de 15 documentos exigidos para o
licenciamento de empresas.
Desburocratização
71
2011
-
2012
Bauru
Processo Admin istrativo Tributário Eletrônico
para gerenciar de forma mais ráp ida a situação
das empresas junto ao Fisco municipal.
Desburocratização
72
2011
-
2012
Sorocaba
Empresa Fácil: Sistema on-line que permite a
abertura de novas empresas e a alteração
cadastrais nas já se encontram em
funcionamento.
Desburocratização
73
2011
-
2012
Ribeirão Preto
Para agilizar e desburocratizar a abertura de
novos negócios foi criado ainda o Empresa
Fácil Ribeirão, programa que consiste no
cadastro On-line de empresas via internet. Esse
processo, que demorava entre seis meses e um
ano, atualmente demanda no máximo cinco
dias.
Desburocratização
74
2007
-
2008
Santos
Articulação de um Arran jo Produtivo Local
(APL) na área de tecnologia da informação e
comunicação
Aglomerados
75
2007
-
2008
São José dos
Campos
A Prefeitura formalizou o Arran jo produtivo
Local aeroespacial, que reúne empreendedores,
o poder público e instituições de pesquisa na
realização de consultoria, treinamento, eventos
e compras e vendas conjuntas.
Aglomerados
76
2009
-
2010
Ribeirão Preto
Arranjo Produtivo Local (APL) de
Equipamentos Médico-Hospitalares e
Odontológicos, igualmente apoiado pela
Prefeitura, em parceria com o SEBRAE-Sp.
Aglomerados
77
2009
-
2010
Piracicaba
Para apoiar o Setor sucroalcooleiro, de grande
importância econômica na região, a Prefeitura
de Piracicaba desenvolveu um programa de
fomento à exportação das empresas que
compõem o Arran jo Produtivo Local (APL) do
Álcool.
Aglomerados
78
2007
-
2008
Novo Horizonte
Destaca-se o Projeto de Desenvolvimento do
setor de Confecções, concebido a partir de um
diagnóstico que apontou o segmento como o
segundo mais importante da economia local,
depois da agropecuária. Por meio de parceria
entre a Prefeitura, o SEBRAE-SP e o SENAI,
Criou-se um Arranjo Produtivo Local (APL) de
confecções, com incentivo às inovações e à
capacitação técnica e gerencial das empresas.
Aglomerados
79
2007
-
2008
Ribeirão Preto
O segmento da saúde é contemplado também
com o Arranjo Produtivo Local (APL) da
Indústria de Equipamentos Médico-
Hospitalares e Odontológicos.
Aglomerados
80
2011
-
2012
Osasco
Outra Ação Importante é a organização e o
fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais
(APLs) em alguns setores, como costura
confecção e reciclagem. Neste sentido, a
formação de cooperativas e o estimulo ao
associativismo esta entre as prioridades da
prefeitura.
Aglomerados
81
2011
-
2012
Votuporanga
A Prefeitura inaugurou um novo Distrito
Empresarial e incrementou a lei de Doação de
Áreas
Aglomerados
108
82
2009
-
2010
Marília
Com uma boa dose de ousadia, a Prefeitura
decidiu concretizar outro antigo sonho do
município e criou o quarto distrito industrial,
iniciativa estratégica para o apoio mais
consistente à consolidação de pequenas
empresas. Com lotes de 500 M² a 1.000 m², o
novo distrito abre espaço para instalação de
investidores interessados em abrir negócios.
Aglomerados
83
2007
-
2008
São José do Rio
Preto
Um dos primeiros passos foi a retomada do
Programa de Minidistritos e Distritos
Industriais, para Oferecer condições de
crescimento às empresas, o programa é modelo
no Brasil, com 743 empresas instaladas em 12
minid istritos industriais e um centro comercial.
Aglomerados
84
2009
-
2010
Colina
Colina abriga um distrito industrial, no Jard im
Santa Lúcia, já consolidado. Agora, a
Prefeitura está desenvolvendo um trabalho
destinado a atrair empreendedores para o Polo
Comercial e Industrial Felipe Sanches, Ás
margens da rodovia Brigadeiro Faria Lima,
com 116 lotes de 1.000m² cada e toda a
infraestrutura de que as empresas necessitam.
Aglomerados
85
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
O projeto da Unidade Empreendedora Norte,
ou UneNorte, como é mais conhecida, abrirá
espaço para empresas de diversos segmentos,
reunidas num distrito industrial amplo,
moderno e devidamente urbanizado.
Aglomerados
86
2007
-
2008
Jaboticabal
Implantação do terceiro distrito industrial, com
251 mil m² às margens da rodovia Brigadeiro
Faria Lima. Adquirida pela prefeitura, a área
tem 122 lotes e deverá receber,
prioritariamente, empresas ligada ao
agronegócio.
Aglomerados
87
2007
-
2008
São Sebastião da
Grama
Há dois projetos destinados ao aumento de
geração de renda e emprego, o primeiro é o
Parque Industrial-UneNorte, instalado num
terreno com 122 lotes, que deverão abrigar 40
empresas. O outro é a Incubadora de Empresas
Agência Express, que tem o objetivo de
Abrigar 12 novos empreendimentos por um
período de dois anos. A expectativa é que os
dois projetos, juntos ofereçam 235 postos de
trabalho à comunidade.
Aglomerados
88
2011
-
2012
Jaboticabal
Novo Parque Industrial - terceiro da cidade -, o
Prefeito teve uma grata surpresa. Sua intenção
era atrair negócios de outro municíp ios, mas,
das 40 empresas que já compraram seus
terrenos, apenas duas não são de Jaboticabal.
Aglomerados
89
2007
-
2008
São José dos
Campos
Na área de fomento aos pequenos
empreendimentos de base tecnológica destaca-
se a criação do parque tecnológico, em parceria
com o Governo do Estado, para promover o
contato direto entre empresas, universidades,
instituições de pesquisa e o mercado.
Aglomerados
90
2009
-
2010
Ribeirão Preto
A Prefeitura lembra ainda a implantação do
Parque Tecnológico, fruto de parceria
institucional entre a admin istração municipal, a
Universidade de São Paulo, o Governo do
Estado, o governo federal e a iniciativa privada.
Aglomerados
109
91
2009
-
2010
São José do Rio
Preto
Empenhou-se em criar o Parque Tecnológico
de São José Rio Preto, em articu lação com o
poder público e o setor privado, por meio de
múltip las parcerias. O objetivo é reunir, em um
grande complexo , pequenas e médias empresas
inovadoras da área médica e de tecnologia.
Aglomerados
92
2007
-
2008
Ribeirão Preto
A Prefeitura apoia também o Parque
Tecnológico, um polo de saúde e biotecnologia
desenvolvido em parceria com a iniciativa
privada, A Universidade de São Paulo (USP) e
os governos estadual e federal.
Aglomerados
93
2007
-
2008
Sorocaba
Implantou o Polo de Desenvolvimento e
Inovação de Sorocaba (Podi), no polo atuam
postos avançados de instituições de fomento e
apoio a pesquisa e ao desenvolvimento, como o
SEBRAE SP, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP) e Banco do Povo Paulista.
Aglomerados
94
2007
-
2008
São João da Boa
Vista
Por meio da Agência de Desenvolvimento, a
administração também realiza um trabalho de
captação de novas empresas. Entre os
benefícios oferecidos aos empreendedores,
destacam-se a doação de área com
infraestrutura completa em distritos industriais,
isenção de tributos municipais, descontos de
até 50% no aluguel e leis de incentivo à
ampliação da área para empresas já existentes.
Aglomerados
95
2009
-
2010
Votuporanga
Outra ação foi à reformulação da Lei de
Incentivo ao Desenvolvimento Econômico,
Além de doar terrenos para novas Indústrias, a
Prefeitura passou a Subsidiar custos de aluguel
de imóveis, beneficiando principalmente as
micro e pequenas empresas e atraindo novos
investimentos para o município.
Aglomerados
96
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
Unidade Empreendedora Norte, Parque
industrial do municíp io, espaço para 45
empresas de médio porte, que não ultrapassem
os 50 funcionários.
Aglomerados
97
2009
-
2010
Colina
Em parceria com sindicatos e outros
segmentos, por meio da casa do empreendedor
foram realizados cursos que difundiram
técnicas para agregar valor e rendimento à
produção. Graças a uma parceria com o Centro
Estadual de Educação Tecnológica Paula
Souza, centenas de jovens colinenses foram
beneficiados com cursos de capacitação para
instrumentista industrial mecânico de
manutenção e torneiro mecânico, atendendo à
demanda de Mao de obra especializada no setor
industrial.
Capacitação e
Educação
98
2009
-
2010
Novo Horizonte
O apoio ao empreendedorismo se manifesta
também na preocupação com a qualificação de
mão de obra com destaque para a instalação,
em parceria com o Governo do Estado, de uma
unidade do Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza, a fim de promover o
ensino em empreendedor e profissionalizante
em Novo Horizonte.
Capacitação e
Educação
110
99
2009
-
2010
Ituverava
Em outubro de 2009, a Prefeitura assinou
convênio para a implantação do Centro
Estadual de Educação Tecnológica Paula
Souza, Mais um passo no Aperfeiçoamento da
qualificação profissional.
Capacitação e
Educação
100
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
Curso de cafeicultura em uma escola ru ral em
parceria com o Centro Paula Souza abordando
o comercia em bolsa de valores, mercado de
exportação e forma baristas e provadores de
café.
Capacitação e
Educação
101
2007
-
2008
Itararé
Inaugurado o Posto de Atendimento ao
Empreendedor (PAE), em parceria com o
SEBRAE-SP, a Associação Comercial e
Empresarial e o Sindicato Rural Patronal de
Itararé, e in iciamos um processo crescente e
continuo de capacitação do empresariado, para
diminu ição do índice de mortalidade das
empresas, alem de fomentar o surgimento de
novos empreendimentos.
Capacitação e
Educação
102
2009
-
2010
Ituverava
Para dar respostas contras à crescente
necessidade de capacitação profissional a
administração aprimorou os serviços do Posto
de Atendimento ao Empreendedor (PAE),
mantido em parceria com o SEBRAE-sp, com
ênfase redobrada nos programas de
qualificação.
Capacitação e
Educação
103
2011
-
2012
Mogi das Cruzes
Projeto Empreendendo na rua, um grande passo
para a formalização da economia local, ao
oferecer, com o apoio do SEBRAE-SP,
capacitação para que esse pessoal pudesse
trabalhar como microempresários.
Capacitação e
Educação
104
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
O programa Jovens Empreendedores -
Primeiros Passos, Desenvolvido em parceria
com o SEBRAE-SP, aproxima os estudantes do
ambiente empresarial e desperta talentos em
setores para os quais a cidade tem vocação e a
cultura do café, mais uma vez, ajuda a entender
essa dinâmica.
Capacitação e
Educação
105
2009
-
2010
São José dos
Campos
O Centro para a Competit ividade e Inovação do
Cone Leste Paulista (Cecompi), por sua vez, é
uma associação de ensino e pesquisa e a
iniciativa privada. Em parceria com o
SEBRAE, a Prefeitura instalou o Arranjo
Produtivo Local (APL) do setor aeroespacial,
que s transformou num polo de excelência de
micro e pequenas empresas tecnológicas.
Capacitação e
Educação
106
2011
-
2012
Campina do
Monte Alegre
Projeto Escola de Empreendedorismo Rural
conta com suporte teórico e metodológico do
SEBRAE e se estruturou a partir do
atendimento exclusivo e individual a cada
produtor.
Capacitação e
Educação
107
2009
-
2010
São Roque
Em parceria com o SENAI e com a
Superintendência do Trabalho Artesanal nas
Comunidades (SUTAC), o Centro de
Qualificação Profissional do municíp io
pretende capacitar as mais de 3,5 mil pessoas
cadastradas no banco de dados da Central de
Currículos, outra in iciat iva da admin istração.
Capacitação e
Educação
111
108
2007
-
2008
Santa Cruz do
Rio Pardo
Nas ações dirigidas à indústria, o destaque é a
qualificação. Desde a sua instalação o SENAI
de Santa Cruz do Rio Pardo Proporcionou
Treinamento a 7.185 pessoas. Além de atender
o polo calçadista, oferece qualificação de mão
de obra para a indústria de confecção de
vestuário, com a part icipação de 22 empresas, e
a indústria madeireira, com acessória para 11
empresas locais.
Capacitação e
Educação
109
2007
-
2008
Jaboticabal
Para qualificar mão de obra, a Associação
Comercial e Industrial, o Clube de Lojistas e a
Prefeitura patrocinaram um estudo destinado a
identificar as demandas específicas das
empresas, que serviu de base para cursos
especializados, em parceria com entidades
como SENAI e FIESP e o Ministério do
Trabalho e Emprego.
Capacitação e
Educação
110
2011
-
2012
Guararema
Parcerias para a promoção de cursos com
diversos convênios que permitem que a escola
ofereça cursos ministrados pelas instituições
como SESI SENAI centro Pau la Souza e FAT
fundação de apoio à tecnologia
Capacitação e
Educação
111
2011
-
2012
Aguaí
A partir de convenio com o governo Estadual,
vieram uma etec e o posto de atendimento ao
trabalhador. Com o SENAI e o SENAC, fo i
possível oferecer cursos e capacitação. E da
parceria com o SEBRAE - SP nasceu o Espaço
do Empreendedor
Capacitação e
Educação
112
2009
-
2010
Votuporanga
É do municíp io o maior e mais antigo
programa de t reinamento profissional do
estado, por meio do Centro de Treinamento de
Mão de Obra Altino Regian i. Em 2010, serão
ofertados cursos de capacitação a mais de 850
pessoas nas áreas de administração, artesanato
e confecção, alem da formação de garçons. Os
cursos são gratuitos e oferecidos de acordo com
a demanda dos diversos setores da economia
local.
Capacitação e
Educação
113
2009
-
2010
Santo André
Atenta ao papel social da capacitação, a
administração de Santo André começa a
promover a educação empreendedora e
profissionalizante para a população de baixa
renda. O modelo prevê veículos itinerantes para
levar diversos serviços à periferia.
Capacitação e
Educação
114
2009
-
2010
Novo Horizonte
A agricultura também recebeu atenção do
governo municipal por meio de ações como o
Programa Integrado de Infraestrutura Rural,
iniciado em 2006, com o objetivo de gerar e
difundir conhecimento e tecnologia, com a
capacitação de produtores rurais.
Capacitação e
Educação
115
2011
-
2012
Torrinha
Quanto à qualificação dos empreendedores, a
prefeitura ressalta o fato de, somente entre
setembro e dezembro de 2011, mais de 120
MEIs terem participado de processos de
capacitação na cidade. Desses 25% trabalham
na área rural e são ligados a Associação dos
Produtores de Café Natural de Torrinha
(Cafenato).
Capacitação e
Educação
112
116
2011
-
2012
Votuporanga
A Administração Municipal investiu na
capacitação e no estímulo ao
empreendedoris mo, com cursos de qualificação
profissional e a instalação de uma Incubadora
de empresas.
Capacitação e
Educação
117
2011
-
2012
Bauru
Os moradores recebem cursos com aulas
praticas nas áreas de jardinagem e podas de
arvores, horticultura, artesanato, alem da
capacitação para catadores de materiais
recicláveis. Também foram apresentadas
informações sobre temas como economia
solidária, associativismo, cooperativismo e
financiamento.
Capacitação e
Educação
118
2011
-
2012
Sorocaba
Universidade do Trabalhador: Oferece mais de
65 cursos, com capacidade para qualificar mais
de 20 mil pessoas por ano.
Capacitação e
Educação
119
2007
-
2008
São Sebastião da
Grama
O Programa Capacitar visa ao desenvolvimento
da mão de obra, com prioridade para as pessoas
desempregadas há seis meses ou mais. A cada
semestre são oferecidas até 40 vagas, das quais
5% se destinam a portadores de necessidades
especiais.
Capacitação e
Educação
120
2007
-
2008
São João da Boa
Vista
Para fo rtalecer as ativ idades agropecuárias,
dois grandes projetos de incentivo à
hortifruticultura e à ovinocultura foram
formatados, o Centro Universitário Fundação
de Ensino Otavio Bastos (Unifeob) e o Centro
Universitário das Faculdades Associadas de
Ensino (Unifae). Ambos os projetos se
caracterizam pelo apoio técnico de programas
de gestão e qualidade e novas estratégias para
comercialização dos produtos.
Capacitação e
Educação
121
2007
-
2008
Mogi das Cruzes
Vinculado ao Departamento de Educação Não
Formal da Secretaria Municipal da Educação, o
Centro de in iciação Profissional (CIP)
desenvolve, com recursos próprios ou por meio
de parcerias, um programa de qualificação
profissional básica para jovens e adultos do
município.
Capacitação e
Educação
122
2007
-
2008
Ribeirão Preto
No SENAC de Ribeirão Preto, 16 turmas de
adolescentes entre 14 e 16 anos têm au las de
relações comerciais, vendas e
empreendedoris mo. Esses jovens são
beneficiários diretos do Braços Abertos,
projeto da Fundação de Educação para o
Trabalho (Fundet) reconhecido pelo Min istério
Público do Trabalho como o melhor programa
de aprendizagem do país em órgão
governamental.
Capacitação e
Educação
123
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
A prefeitura lançou cursos técnicos de
cafeicultor, barista e provador de café, entre
outros. A passagem por um desses programas
abre perspectivas de ingresso no mercado
profissional ali mes mo, em São Sebastião da
Grama, que hoje conta com 13 torrefadoras.
Capacitação e
Educação
124
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
Ainda na área de educação empreendedora,
destaca-se a implantação do Centro Recreat ivo
e Cultura Cidade do Futuro, que em 2009
registrou a matrícula de 1.695 alunos, em
diversos cursos.
Capacitação e
Educação
113
125
2009
-
2010
Boituva
Os cursos oferecidos fazem parte do Programa
de Qualificação Profissional para a Geração de
Renda, que abrange, por exemplo, o projeto
Fortalecendo a Família, nas áreas de corte e
costura tapeçaria, pintura em tecido e culinária,
registrando a participação de 500 alunos entre
2007 e 2009.
Capacitação e
Educação
126
2009
-
2010
Peruíbe
O projeto De Mão Dadas também faz parte do
pacote de incentivo à abertura e à
administração de pequenos negócios e são
oferecido em módulos de cursos preparatórios
em áreas como panificação artesanal,
confeitaria, culinária, idiomas e turis mo.
Capacitação e
Educação
127
2009
-
2010
Taboão da Serra
A visita regular de professores à casa de seus
alunos é uma das inovações do programa
Integração Família -Escola, que desde 2008 tem
conseguido diminuir os índices de evasão e
repetência, com a iniciativa pioneira de
estreitar a relação entre o grupo familiar e
escola.
Capacitação e
Educação
128
2009
-
2010
Ribeirão Preto
Uma das primeiras iniciativas foi à implantação
da fundação Centro de Formação Técnica e
Tecnológica. O objetivo é a formação
profissional de jovens e adultos, para
atendimento de demanda dos setores de
comércio e serviços do município por meio de
um centro Vocacional Tecnológico.
Capacitação e
Educação
129
2009
-
2010
São José dos
Campos
O programa Profissional do Futuro, que se
tornou componente curricular da rede de ensino
municipal e desenvolve a cultura
empreendedora nos alunos do 8° e 9° ano, por
meio da elaboração de planos de negócios e da
criação de empresas fictícias, tendo como foco
a viabilidade do empreendimento.
Capacitação e
Educação
130
2009
-
2010
São José dos
Campos
A Prefeitura aplica o programa Pedagogia
Empreendedora dos Sonhos, voltando para o
desenvolvimento social economicamente
sustentável. A premissa é o reconhecimento de
que o potencial empreendedor é inerente a todo
ser humano e são necessárias ações concretas e
sistemáticas que resultem em uma proposta
pedagógica diferenciada para o
desenvolvimento de talentos empreendedores.
Capacitação e
Educação
131
2009
-
2010
São José do Rio
Preto
Chama atenção o Centro Integrado de Ciência e
Cultura Aziz Nacib Absaber (CICC), Fruto de
uma parceria inédita entre a p refeitura, a
UNESP e a Fundação de Apoio à pesquisa e
Extensão de São José do Rio Preto.
Capacitação e
Educação
132
2011
-
2012
Torrinha
Curso de formação de Luthier - o profissional
especializado na produção e manutenção de
instrumentos de corda - oferecido por uma
ONG com o apoio da Prefeitura.
Capacitação e
Educação
133
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
Sala dos jovens empreendedores, frequentada
pelas crianças a partir do ensino fundamental.
Projeto visa à educação, a todo instante visa à
facilitação para que as pessoas abram uma
empresa e se transformem em MEIs.
Capacitação e
Educação
134
2011
-
2012
Jaguariúna
Implementação da Secretaria de Relações do
Trabalho, que deu aos moradores acesso a uma
gama de cursos gratuitos, de maneira que
Capacitação e
Educação
114
pudessem ser orientados a montar seu próprio
negócio.
135
2011
-
2012
Jaguariúna
A prefeitura já oferece a população diversos
cursos que visam principalmente os
microempreendedores e os novos empresários
em potencial. São cursos como o de inglês
receptivo, que tem a p roposta de qualificar o
setor de prestação de serviço para atender
melhor os consumidores.
Capacitação e
Educação
136
2011
-
2012
Ribeirão Preto
Com o intuito de ampliar e promover a
formação de novos profissionais e
empreendedores, a Fundação de Formação
tecnológica de Ribeirão Preto (fo rtec), que
oferece cerca de 30 cursos e tem o potencial de
atender cerca de 900 alunos.
Capacitação e
Educação
137
2011
-
2012
São Sebastião da
Grama
Fabrica de líderes, programa de formação de
pessoas aptas a exercer o papel de lideres,
como gerentes de empresas ou para abrirem seu
próprio negócio.
Capacitação e
Educação
Projetos Diversificados
138
2007
-
2008
Itararé
Graças a Patrulha Agrícola, os produtores
puderam contar com quatro tratores e outras
máquinas e implementos, que ficam à
disposição das pequenas propriedades.
Apoio técnico
139
2007
-
2008
São João da Boa
Vista
A prefeitura implantou um programa de
revitalização das micro e pequenas empresas,
por intermédio da Câmara Setorial da Indústria.
Pioneiro no programa de apoio as micro e
pequenas indústrias com um diagnóstico de
todos os processos de produção e gestão e
sugere melhorias que irão contribuir para seu
crescimento
Apoio técnico
140
2007
-
2008
Mogi das Cruzes
O Posto de Emprego e Qualificação (PEQ) é
um setor da Prefeitura que oferece assessoria
em recursos humanos para as empresas que
precisam contratar funcionários. O objetivo é
colocar à disposição espaço físico e recepção
dos interessados para testes e entrevistas.
Apoio técnico
141
2009
-
2010
Boituva
Aos pequenos e médios produtores rurais e
pecuaristas, a Prefeitura de Boituva oferece
serviços gratuitos de mecanização agrícola.
Apoio técnico
142
2011
-
2012
Guararema
Programa de Desenvolvimento Rural visa a
atender e beneficiar os pequenos produtores
rurais familiares, oferecendo desde estudos de
analise do solo ate a doação do IPTU, de
acordo com determinadas características de
cada propriedade. Cerca de 260 propriedades
privadas já foram mapeadas. Destas, mais de
60 já foram beneficiadas pelo programa.
Apoio técnico
143
2011
-
2012
Bauru
Com o objet ivo de esclarecer duvidas divulgar
as possibilidades de geração de renda e
incentivar a formalização, a Prefeitura realiza
desde 2010 o DIA do empreendedor Individual,
em parceria com o SEBRAE-SP e o Banco do
Povo.
Evento de
conscientização
144
2011
-
2012
Jaboticabal
Projetos em parceria com o estado e a União- e
com entidades como SENAC, SESI e
SEBRAE. A semana do empreendedor teve sua
Evento de
conscientização
115
segunda edição realizada no inicio de 2012.
145
2011
-
2012
Jaguariúna
Eventos são muito importantes para a geração
de novos negócios na cidade e funcionam como
vitrine para os empresários locais: a Feira do
Empreendedor, que já se tornou tradição no
município, e a Fearte, feira de artesanato
realizada aos sábados, no Centro Cultural.
Evento de
conscientização
146
2007
-
2008
São Sebastião da
Grama
Centro Recreativo e Cultural Cidade do Futuro
é um programa socieducativo, cultural, de
inclusão digital e de geração de renda criado
pela Prefeitura para completar a formação dos
estudantes e qualificados profissionalmente.
Inclusão
147
2011
-
2012
Sorocaba
Clin ica Profissionalizante: Inclusão produtiva
de dependente químicos, oferecendo
qualificação dentro de estabelecimentos.
Inclusão
148
2007
-
2008
Novo Horizonte
Projeto Integrado de Melhoria da Infraestrutura
no Campo, que tem o Objetivo de melhorar a
produtividade e a rentabilidade do pequeno
produtor rural.
Infraestrutura
149
2007
-
2008
Santos
Projeto Marina Porto de Santos - de
intervenção urbana na área portuária, prevendo
a construção de um novo terminal de navios de
cruzeiro, restaurantes, espaços para eventos e
feiras, estaleiro, serviços de apoio náutico,
escola de navegação e centro oceanográfico.
Infraestrutura
150
2007
-
2008
Santos
Projeto Santos Novos Tempos, que projeta a
macrodrenagem da populosa Zona Nordeste da
cidade, com obras de contenção nas encostas
de morros, construção de moradias populares e
recuperação ambiental.
Infraestrutura
151
2009
-
2010
Ituverava
Também se destaca o programa Família Feliz
implantado pela Prefeitura em 2006, que já
beneficiou mais de 230 famílias com a
construção ou reforma de moradias. Além dos
dividendos sociais o Família Feliz é
responsável pelo aquecimento do comércio de
material de construção e pela demanda por
profissionais do setor, como pedreiros e
eletricistas, que nunca haviam sido tão
solicitados.
Infraestrutura
152
2009
-
2010
Marília
Quem acompanha o Desenvolvimento da
região tem conhecimento do despertar de sua
vocação apícola, exclusiva de pequenos
negócios. Recentemente, a Prefeitura anunciou
o início das obras de construção da Casa do
Mel, reiv indicação dos apicultores locais, agora
organizados no associativismo.
Infraestrutura
153
2009
-
2010
Votuporanga
O projeto de rev italização da Rua Amazonas,
no centro comercial, que envolve a reforma das
calçadas e fachadas das lojas - melhorias que,
certamente terão impacto positivo no comércio
do município.
Infraestrutura
154
2011
-
2012
Piracicaba
A promoção do desenvolvimento rural no
município envolve várias ações. Há desde
investimentos constantes na manutenção de
pontes e estradas, para facilitar o escoamento
da produção, até ajuda para o preparo da terra,
por meio do Patru lha Agrícola, que
Infraestrutura
116
disponibiliza trator e diversos implementos
com preços subsidiados pela prefeitura.
155
2011
-
2012
Sorocaba Cidade Sustentáveis Macro tendência
156
2011
-
2012
Sorocaba Cidade Educadoras Macro tendência
157
2007
-
2008
São Carlos
Instalação da casa do Trabalhador, que reuniu o
então recém-criado Balcão de Empregos, o
Programa de Apoio ao trabalhador (Pat) e o
Banco do Povo Paulista.
Mix
158
2011
-
2012
Osasco
A criação do Fórum Municipal de
Desenvolvimento Econômico Sustentável teve
como objetivo abrir um amplo canal de diálogo
entre o Poder Público, empresários, associações
e a sociedade civil, de maneira a ouvir os
anseios e colher sugestões, aproveitando a larga
experiência dos agentes envolvidos, como o
SEBRAE-sp e a FIESP.
Participação
Política
159
2007
-
2008
Jaboticabal
A administração instituiu, ainda, o Conselho de
Turis mo e uma parceria com a
Superintendência do Trabalho Artesanal nas
Comunidades (Sutaco), que já tem mais de 200
artesãos cadastrados no município. A intenção
é explorar o potencial turístico e criar emprego
e renda por meio da formação de novas cadeias
produtivas.
Promoção do
turismo local
160
2007
-
2008
Piracicaba
O Projeto Beira-Rio consiste num conjunto de
ações de revitalização do rio Piracicaba e de
todo o seu entorno, para a recuperação da
qualidade turística do principal cartão-postal da
cidade. As obras transformaram as margens do
rio em um grande parque público, com
calçadas largas e projeto de paisagismo,
valorizando a beleza natural da região.
Promoção do
turismo local
161
2009
-
2010
São Sebastião da
Grama
Programa voltado para o desenvolvimento do
turismo receptivo, da cultura e do artesanato. O
projeto tem o apoio do SEBRAE-SP e se
destina a criar um roteiro para o turis mo rural
com base na cafeicultura.
Promoção do
turismo local
162
2009
-
2010
Boituva
O Plano de Desenvolvimento Turísticos, que
melhorou a in fraestrutura de atendimento em
hospitais e escolas e a adequação do setor
hoteleiro.
Promoção do
turismo local
163
2011
-
2012
Jaboticabal
Criou a Secretaria Municipal da Indústria,
Comercio e Turis mo, que prio riza os pequenos
Negócios e assessoria o desenvolvimento de
atividades econômicas voltadas para a
diminu ição da pobreza por meio de práticas
empreendedoras.
Promoção do
turismo local
164
2011
-
2012
Botucatu
A quase 900 metros de alt itude e com um clima
agradável, Botucatu conta com uma riqueza
natural, que passa por uma manutenção
constante, agora, empresários de varias
modalidades de turismo de aventura estão
Promoção do
turismo local
117
conversando entre si.
165
2011
-
2012
Campina do
Monte Alegre
Programa Campina na Rede - Uma Cidade
Dig ital. Depois de levar a internet gratuita a
toda zona urbana do municíp io, o programa
esta chegando também às áreas rurais, com o
objetivo de facilitar o acesso do pequeno
produtor a informação, via internet.
Tecnologia e
Informação
166
2011
-
2012
Ribeirão Preto
Para as empresas do segmento de biotecnologia
e tecnologia da informação (TI), e que
priorizem o desenvolvimento sustentável, foi
instalado o Programa Prime - Primeira
Empresa Inovadora, financiado pelo Min istério
da Tecnologia. Com o objetivo de criar
condições econômicas para a consolidação de
empresas com pro jetos inovadores e que
tenham até dois anos de existência.
Tecnologia e
Informação
167
2007
-
2008
Santa Cruz do
Rio Pardo
A prefeitura deu Continuidade ao projeto de
microbacias, implantado em 1996 no bairro de
caeté. Estendido agora às regiões de Jacutinga,
Barreiro dos Mendonça e, mais recentemente, à
microbacia do bairro do Ribeirão Bonito, o
projeto já exibe resultados concretos, com a
criação de 200 empregos.
Trabalho verde
168
2007
-
2008
São Carlos
Usina de Reciclagem de Resíduos da
Construção Civil, que transforma o material
descartado de obras em matéria p rima, como os
blocos usados na construção de casas
populares.
Trabalho Verde
169
2007
-
2008
Sorocaba
Entre as ações de cunho ambiental
empreendidas pela administração destaca-se a
Fábrica de Sabão Ecológica.
Trabalho Verde
170
2007
-
2008
Itararé
Depois de acatar a determinação do Ministério
Público para fechar o depósito de lixo da
cidade, surgiu a Nova Esperança - Cooperativa
dos Catadores de Materiais Recicláveis de
Itararé. O Esforço conjunto do poder público e
da comunidade evitou que uma parcela da
população perdesse sua única fonte de renda.
Trabalho verde
171
2011
-
2012
Votuporanga
Na área de meio Ambiente, o Projeto Ecotudo
serve como exemplo para municípios do Brasil
inteiro. A Prefeitura d isponibiliza dois espaços
que funcionam 24 horas ao dia para coleta de
todo tipo de lixo, como resíduos sólidos,
eletrônicos, óleo de cozinha e entulho.
Trabalho verde
Fonte: Autor desta pesquisa.
118
ANEXOS
ANEXO 1 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE -2012
119
Figura 15 – Composição das Receitas do Sistema SEBRAE – 2012
Fonte: SEBRAE
120
ANEXO 2 – Adaptação da tabela de Critérios de Pontuação utilizada para avaliar os projetos inscritos no Prêmio SEBRAE Prefeito
Empreendedor
121
Tabela 13 – Tabela de Critérios de Pontuação, utilizada para avaliar os projetos inscritos.
Adaptação da Tabela Critérios de Pontuação
Indicador Avaliação dos benefícios da ação Pontuação
Máxima
ABRANGÊNCIA
SISTÊMICA
22 pontos
Abrangência em relação à quantidade de áreas de
atuação que o projeto cobre. 10
Nível de integração das ações do projeto, ou seja, se
elas possuem complementaridade/sinergia. 6
Nível de integração das ações do projeto em relação a
outras instituições, públicas e privadas, e em relação
aos projetos e municípios da região.
6
IMPACTO NA
ECONOMIA LOCAL
30 pontos
Impacto gerado pelo projeto no número de postos de
trabalho, efetivo e potencial, de todas as pequenas
empresas locais.
10
Impacto gerado pelo projeto no faturamento, efet ivo e
potencial, de todas as pequenas empresas locais. 10
Impacto gerado pelo projeto na criação de novas
empresas formais, efetivo e potencial, em relação ao
número de empresas formais já existentes.
10
RELAÇÃO CUSTO /
BENEFÍCIO PARA A
PREFEITURA
18 pontos
Impacto gerado pelo projeto na receita municipal,
efetivo e potencial. 6
Nível dos custos totais do projeto em relação ao
aumento da receita municipal gerada por ele. 6
Nível do impacto ambiental, rural e urbano, gerado
pelo projeto. 6
INSTITUCIONALIDADES
30 pontos
Nível da expectativa de continuidade do projeto ao
longo do tempo. 6
Nível da qualidade técnica do projeto. 6
Nível do potencial de reprodução em outros
municípios. 6
Nível de participação dos setores empresariais locais
na elaboração, implantação e operacionalização do
projeto.
6
Nível de ineditis mo e inovação do projeto. 6
Total Máximo 100
Fonte: Adaptação do Regulamento VII edição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor.
Nota: O material disponibilizado pelo SEBRAE não informa a pontuação obtida pelos municípios
participantes.