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+ PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 03.mai.2016 N.674 www.aese.pt NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Francisco oferece uma visão realista e esperançosa da família AGENDA “Panama Papers”: Capital sem fronteiras Marca de vinhos com travo a afetividade A subida dos populismos europeus, em números O FBI contra a Apple: um caso crucial para a privacidade Executive & Coach Lisboa, 22 e 23 de junho de 2016 S PADE | 2º Seminário de atualização Lisboa, 2 de junho de 2016 Os negócios bem operacionalizados Avaliação Financeira para Executivos Lisboa, 10 , 17 e 24 de maio de 2016 Quando o amor é frágil A Sustentabilidade: Novos desafios empresariais Lisboa, 10 de maio de 2016 Impacto social: avaliação e investimento Lisboa, 16 de maio de 2016 Netflix um caso de sucesso “Mr. Holmes” Digital Business Transformation Lisboa, 18 de maio de 2016 Alumni AESE têm novo Presidente Economia marítima com mais valor

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NOTÍCIAS

03.mai.2016N.674

www.aese.pt

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Francisco oferece uma visão realista e esperançosa da família

AGENDA

“Panama Papers”: Capital sem fronteiras

Marca de vinhos com travo a afetividade A subida dos populismos

europeus, em números

O FBI contra a Apple: um caso crucial para a privacidade

Executive & CoachLisboa, 22 e 23 de junho de 2016

S PADE | 2º Seminário de atualizaçãoLisboa, 2 de junho de 2016

Os negócios bem operacionalizados

Avaliação Financeira para ExecutivosLisboa, 10 , 17 e 24 de maio de 2016Quando o amor é frágil

A Sustentabilidade: Novos desafios empresariaisLisboa, 10 de maio de 2016

Impacto social: avaliação e investimentoLisboa, 16 de maio de 2016

Netflix um caso de sucesso

“Mr. Holmes”

Digital Business TransformationLisboa, 18 de maio de 2016

Alumni AESE têm novo Presidente

Economia marítima com mais valor

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A Netflix é um caso de sucesso emgestão que tem merecido a atençãode muitos seguidores atentos àestratégia adotada e à capacidadede inovação do negócio. PhilipMoscoso, Professor de Produção,Tecnologia e Gestão de operaçõesdo IESE, esteve na AESE a 18 deabril, para explicar os desafios queos dirigentes souberam converterem oportunidades.

Novidade trazida pela “Netflix” àgestão empresarial“A Netflix é uma empresa que, emprimeiro lugar, o que nos ensina éque se uma companhia for boa naanálise e na compreensão dosseus clientes, pode até sobreviver auma mudança tão drástica como foipara a Netflix, de um mundo físicopara um mundo digital. Daí que, emúltima análise, aquilo querealmente importa e que tornouforte a Netflix, é ter sido capaz deantecipar o que são as neces-

sidades e as preferências dos seusclientes e converter isso em algoadicional na sua proposta de valor.Isto é, recomendando filmes a partirdo que os clientes viramanteriormente.”

Lições aprendidas replicáveisnoutras empresas“Em primeiro lugar, uma liçãoimportantíssima, que é a capa-cidade de conhecer bem os clientese ser capaz de traduzir isto numbom produto.

Inicialmente, a Netflix fazia-o apartir de produtos de terceiros, istoé, filmes feitos pelos estúdios eagora é capaz de o fazer comprodução de conteúdos própria.Nesse sentido, isso é para todas asempresas algo de importante.

O segundo aspeto, diria, é aimportância de saber que tambémse exige uma cultura muito forte em

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Netflix um caso de sucesso

Lisboa, 18 de abril de 2016Prof. Philip Moscoso, Professor de Produção, Tecnologia e gestão de operações do IESE

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Philip Moscoso, IESE

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termos de empresa, para ser capazde adquirir e manter talento a níveldos empregados. Neste aspeto, aNetflix teve políticas muito interes-santes e muito importantes, emtermos da sua vantagem compe-titiva.”

Preparar a descolagem“Tendo em conta países com ummercado interno pequeno, importapensar como adaptar os nossosmodelos de negócio para encetarum caminho de internacionalização.

No caso Netflix, aprendemos aimportância de conhecer realmenteos gostos, as necessidades, aspreferências dos clientes dos diasde hoje, mas também do futuro.Ser capaz de desenvolver essaabordagem.

E a partir daí, parece óbvio, massempre difícil, a capacidade decaptar talento em termos de re-cursos humanos. Isso exige, porum lado, cultura clara, mas tambémdisponibilidade para investir naformação e no desenvolvimentodas pessoas.”

O negócioA Netflix foi criada nos anos 90,quando o cofundador Reed Has-tings, ao devolver um filme alu-gado, se viu na contingência depagar uma multa superior a $40.Nesse momento percebeu que aexperiência do consumo era pobree que também ficava aquém dasexpectativas dos fornecedores edos estúdios de cinema". Esteepisódio inspirou Reed Hastings eMarc Randolph a fundar a Netflix,em 1997.

O modelo de negócio consistia emoferecer uma seleção de DVD’sque pudessem ser encomendadosonline, e serem entregues e devol-vidos de uma forma mais cómoda eeficiente pelos clientes, a partir decasa.

A empresa teve um crescimentoincrível. Em 2010, o retorno aumen-tou 29 % ($2.16 billion) e o valordas ações subiu 219 % ($175.70).

O número de subscritores atingiumais de 20 milhões em todo omundo.

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O 3.º GMP – General ManagementProgram levou os participantes aduas visitas de enriquecimentocurricular. O Diretor de Programa,Ricardo Marcelo, considera tratar--se “de uma iniciativa particular-mente interessante para a área deOperações, porque nos permitiuconhecer de perto alguns proces-sos industriais.”

O sucesso das operações noabate de avesA Avicasal, em S. Pedro do Sul, foio destino escolhido no dia 17 defevereiro.

O convite feito por Gabriel Gil, 3.ºGMP), Diretor Industrial do GrupoSoja Portugal, teve o intuito de dara conhecer o ramo de abate.

Na unidade visitada circulam cercade 30 mil frangos por dia,essencialmente para consumo afresco no mercado nacional.

“O processo está impressionan-temente bem organizado”, dizRicardo Marcelo.

“O impacto social da unidade nazona é muito grande: há famíliasinteiras que trabalham lá. E omodelo de integração do negócio émuito interessante: o grupo Sojafaz acordos de exploração comgranjeiros locais, fornecendo osanimais e os cuidados alimentarese veterinários necessários.” Com-prometem-se, por seu turno, “coma compra, mas deixando-os criarcom autonomia. Assim, o grupoSoja só se encarrega do abate e dacomercialização.”

“A visita permitiu eliminar algunsmitos: os animais são bem tra-tados, quer na preparação para oabate, quer nas criações.”

A otimização da cadeia de valornos negócios do mar e do vinho

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Os negócios bem operacionalizados

Em fevereiro e março de 2016Visitas do 3.º GMP

Adega José Maria da Fonseca, em Azeitão

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Ahlers Lindley, em Cascais

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A visita à Ahlers Lindley, sita emCascais, e à Adega José Maria daFonseca, em Azeitão, coincidiramno dia 30 de março.

“Durante a parte da manhãvisitámos a Ahlers Lindley, empresaonde Luís Vasconcelos Dias ésócio gerente. Trata-se de umaempresa com três áreas de negócioligadas ao mar, que contempla aprodução e comercialização deequipamentos de apoio à nave-gação, instalação e desenho deportos, marinas de recreio e docasde pesca. Também inclui a comer-cialização de sistemas de elevaçãode cargas.”

Durante o circuito “tivemos aoportunidade de conhecer aevolução recente do negócio, comoperações maioritariamente inter-nacionais (nomeadamente naColômbia e no Brasil) e o modocomo trabalha esta empresafamiliar. No final, fomos ainda veras instalações de assembling dematerial, onde assistimos àmontagem de boias de apoio ànavegação e de cais flutuantes.

Na parte da tarde, graças àsdiligências do aluno João Palmeiro,o 3.º GMP visitou a Adega da JoséMaria da Fonseca em Azeitão.

Os participantes ficaram a saber astendências no mercado vinícola,assim como a história destaempresa familiar, que vai na 7.ªgeração, tendo recebido asexplicações de António MariaSoares Franco, Vice-Presidente doConselho de Administração.

“Além disso, tivemos a oportu-nidade de fazer uma visita guiada àAdega e conhecer um poucomelhor o portfolio de vinhos daempresa.” No final, a visita foibrindada com Moscatel.

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Fundada pela sua bisavó DeonildeFreitas, em 1920, a Casa Erme-linda Freitas é hoje liderada porLeonor e tornou-se numa empresafamiliar vitivinícola que está a darcartas também no mercado inter-nacional.

Por se tratar de um caso desucesso, passado de mães parafilhas, Leonor Freitas foi a oradoraconvidada do AESE WomenLeader’s Forum, realizado a 21 deabril de 2016, em Lisboa. “O Amoràs origens: o retorno à empresafamiliar” reuniu cerca de 50dirigentes e executivas inspiradaspela atitude da líder e pela gestãodo negócio.

“Sou o retorno às origens.”Oriunda de um “lugarejo extrema-mente rural”, aquando do fale-cimento do seu pai, Leonor Freitasdecidiu ajudar a sua mãe a tomarconta daquela que tinha sido desde

sempre a ocupação da sua família:o cultivo da terra.

“Há 50 anos, não havia estradas dealcatrão nem luz elétrica emFernando Pó”. Apesar da pro-ximidade de Lisboa, “havia umagrande separação entre o rural e ourbano, entre homem e mulher…Os homens estudavam e asmulheres não.”Ao assumir a responsabilidade daempresa, depois de 25 anosafastada da quinta, “senti o meuencontro, que era daquilo que eugostava. Sou o retorno às origens.”

Herdeira também do “amor à terrae da entrega” àquele trabalho,Leonor Freitas manteve a tradiçãoda liderança feminina, estando já asua filha Joana a preparar-se paratomar futuramente o seu lugar,assegurando a continuação donegócio na quinta geração Freitas.

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Marca de vinhos com travo a afetividade

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Lisboa, 21 de abril de 2016Leonor Freitas foi a convidada do AESE Women Leader’s Forum

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“A casa sempre teve mulheres àfrente, devido à morte precoce doshomens da família."

Como a Casa cresceu"Inicialmente, a propriedade eraconstituída por 60 hectares eadega, e vendiam vinho a granelpara ser integrado noutras marcas.”Só se começa a falar da casaErmelinda Freitas [o nome de suaMãe, com quem é, frequentemente,confundida] depois de Leonorassumir o governo da Casa. O seuprincipal objetivo era manter opatrimónio recebido e não vender.Hoje, detêm 440 He. De “2 castas,temos hoje 29 qualidades de uva. Epassámos a ter marcas próprias”, apartir de 2002. Atualmente, “vende-mos 12 milhões de litros.”

“Aquilo que nos parece ser umagrande desgraça, pode tornar-senuma grande oportunidade paradar o salto e começar a engarrafartoda a nossa produção. Não sepode desanimar. Temos detransformar os pontos negativos empositivos. É essa a minha filosofiade vida. E ter a humildade de que

quando tudo corre bem, as coisaspodem a vir a correr menos bem.Temos de ter resistência para oembate e não cruzar os braços.”

“Foi preciso investir perma-nentemente”Conciliar a tradição e a inovaçãotem sido um desafio. “Foi precisoinvestir permanentemente”.“Eu sabia que não sabia. Quando

se acha que se sabe tudo, épreocupante. Portanto, tenteiarranjar pessoas que me ajudas-sem no sentido da profissio-nalização. E acredito que aspessoas continuam a fazer toda adiferença. Fui buscar uma equipamuito jovem, que cresceu com acasa. São muito capazes ecompetentes. A casa só funciona,porque as pessoas têm a camisolavestida com afetividade e ligação àfamília.”

“Passámos de uma adega tradici-onal para uma moderna e hojeexiste fidelização à Casa Erme-linda Freitas. Soubemos aproveitaras características da região econtratar as pessoas certas.

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A afetividade faz a diferençanuma empresa familiar“As empresas familiares são umdesafio permanente. Nada éestático. Temos estado na moda enão quero sair dela. Vamosaparecendo com produtos novos. Ea diversidade das castas cumpre oobjetivo de conquistar o mercadointernacional. Apostamos não sóem castas nacionais para atrair aatenção, mas, sobretudo, paraintroduzir a produção nacional.

A grande diferenciação de umaempresa familiar é a afetividade. Aagricultura é difícil e devemosprestigiar o trabalho rural.”

E o maior desafio é…... a gestão das relaçõesprofissionais e familiares.Leonor Freitas como sócia gerenteé assessorada pelo seu marido,enquanto Diretor financeiro, pelafilha, como responsável pelosmercados externos e, pelo filho,como responsável de TIC.“O ponto mais crítico na gestão é aconciliação. Decidimos reservar 4horas semanais para refletirmos os

quatro em casa, sobre o negócio esobre a família.

O testemunho contado na primeirapessoa foi muito genuíno e apre-ciado pela assistência das antigasAlunas da AESE.

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António Pita de Abreu (1.º PDE) foieleito Presidente do Agrupamentode Alumni da AESE, no Conselhogeral, realizado a 26 de abril de2016, em Lisboa.

Sucedendo a José Luís Simões(15.º PADE), no exercício do cargodesde 2013, António Pita de Abreué General Director da EDP, Deanda EDP Corporate University eMembro do Conselho geral daAESE. Ao longo da sua carreira,assumiu funções de Direção detopo na EDP, em Portugal e noBrasil.

Na reunião do Conselho geral,houve ocasião para a apresentaçãodetalhada das atividades e dascontas referentes a 2015, pela vozdo Prof. Raul Bessa Monteiro,Diretor do Agrupamento de Alumni.Coube-lhe ainda o agradecimentoàs empresas patrocinadoras doAgrupamento: Banco Popular,Cloud 365, Credite EGS, DHL, El

Corte Inglés, Sovena, Vortal,GeStmin, Grupo ETE, OGMA,Konica Minolta, REN e Trivalor.

Balanço das Atividades doAgrupamento de Alumni daAESENo relatório de atividades doAgrupamento, entregue na sessão,encontram-se resumidas as açõesempreendidas ao longo do ano de2015. “Foi um ano de consolidaçãoda dimensão e da atividade doAgrupamento, enquanto estruturaagregadora do crescente universode Alumni da AESE.Em perfeita sintonia com a Direçãoda AESE, procurou-se inovar notipo de atividades e instrumentoscolocados à disposição dos Alumniem geral e dos Membros doAgrupamento em particular.

O balanço do ano é positivo, querem termos qualitativos, no que serefere ao grau de exigênciacolocado nas atividades, quer em

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Alumni AESE têm novo líder

Lisboa, 26 de abril de 2016Reunião do Conselho geral do Agrupamento

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termos quantitativos, realçando onúmero considerável de partici-pantes nas atividades e os indi-cadores financeiros.”

As atividades destinadas aosAlumni da AESE realizaram-se emLisboa, no Porto, em Coimbra e noFunchal. “Este foi um “esforço dedisponibilização de formação contí-nua em geografias nas quaisresidem ou trabalham empresáriose dirigentes que passaram pelosProgramas da AESE.

Dados sobre a FormaçãoContínua

Em termos globais a recetividadedos Alumni da AESE à proposta deformação contínua foi positiva,tendo crescido a satisfação rela-tivamente aos dois últimos anos.

Grau de satisfação dos partici-pantes

Esta reação em muito se deve à“posição de abertura do Agrupa-mento de Alumni, através da cola-boração com pessoas e entidadesexteriores à AESE que, ao longo doano, muito contribuíram para oenriquecimento da oferta forma-tiva.”10 CAESE maio 2016

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Informação resultante de um inquérito de satisfação realizado após a a participação nas sessões.

Gráfico constante no Relatório de Atividades do Agrupamento de Alumni da AESE - 2015

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Alumni do PADE visitaram recente-mente o Instituto Hidrográfico daMarinha (IH), juntamente com oProf. José Ramalho Fontes,Professor de Inovação e Presidenteda AESE. António Gameiro Mar-ques, Secretário geral do Ministérioda Defesa Nacional, conta comofoi.

“Com o objetivo de incrementar oconhecimento sobre as capaci-dades científicas existentes numadas mais antigas instituições nacio-nais ligadas ao conhecimento sobreo Mar português e assim propiciar acriação de valor ligado à economiamarítima, a AESE e elementos dos37.º, 38.º e 39.º PADE´s visitaram,a 11 de março, o InstitutoHidrográfico da Marinha, ondeforam recebidos pelo seu DiretorGeral, Contra-Almirante AntónioCoelho Cândido, que conduziu avisita a todos os departamentosdaquele Instituto.

Releva-se a interessantíssimainiciativa de modelação do pro-cesso de formação da onda gigantedo Canhão da Nazaré, a qualprocura mecenas para eventual

cofinanciamento e que irá permitirmedir com muito mais rigor a alturadas ondas que tantos surfistas detodo o Mundo têm procurado.”

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Economia marítima com mais valor

Lisboa, 11 de março de 2016AESE fora de portas

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Sessões de continuidadeAGENDA

Seminários

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12 CAESE maio 2016

SeminárioDigital Business TransformationLisboa, 18 e 19 de maio de 2016Saiba mais >

SeminárioExecutive & CoachLisboa, 22 e 23 de junho de 2016Saiba mais >

ProgramaS PADE | 2.º Seminário de atualizaçãoLisboa, 2 de junho de 2016Saiba mais >

SeminárioImpacto social: avaliação e investimentoLisboa, 16 de maio de 2016Saiba mais >

Sessão de continuidadeA Sustentabilidade: Novos desafios empresariaisLisboa, 10 de maio de 2016Saiba mais >

SeminárioAvaliação Financeira para ExecutivosLisboa, 10, 17 e 24 de maio de 2016Saiba mais >

PADE

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PANORAMA

“Panama Papers”: Capital sem fronteirasOs “Panama Papers” são algosuculento para o jornalismo deinvestigação. Poder difundir osnomes e destapar a face deproeminentes políticos, milioná-rios, estrelas do mundo do espe-táculo que abrigam ou escondemas suas fortunas neste “Istmo dotesouro” é um bom serviço àopinião pública. Mas isso nãoimplica necessariamente que se-jam piratas.

Não se esqueça que o apareci-mento do nome de uma pessoanesses milhões de documentosnão implica que haja feito algode ilegal; pode revelar uma atitu-de oportunista, mas não neces-sariamente fraudulenta. O mar-

cante e relevante é que as ma-nobras de um escritório como oMossack Fonseca possam serperfeitamente legais. E estesmatizes perdem-se nos títulosque chegam à opinião pública.

Ter dinheiro no estrangeiro – noPanamá ou noutro sítio – não éum delito. Sê-lo-á se for ocultadopara evasão de impostos devi-dos, ou por vir de atividades ilíci-tas. Mas, num tempo de globali-zação económica, colocar obstá-culos à livre circulação de capi-tais iria chocar com a liberali-zação do comércio mundial de-fendida pela maioria das empre-sas, governos e organismos in-ternacionais. E ninguém o quer.

No entanto, ter o dinheiro numparaíso fiscal é, em princípio,motivo para maior suspeição. Osparaísos fiscais caraterizam-senão só pela sua baixa fisca-lidade, como também pela suaopacidade bancária e fiscal. Éverdade que, às vezes, a opaci-dade dos paraísos fiscais podeservir também interesses legíti-mos, como a proteção do patri-mónio contra extorsões mafiosasou atropelos de ditadores, ou aparticipação de uma empresanuma outra de modo confiden-cial. Pode ser perfeitamentecompreensível que um opositor aMaduro se proteja contra o“exproprie-se!” colocando o seudinheiro no Panamá.

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13 CAESE maio 2016

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Por isso, a avaliação dos docu-mentos do Panamá exigiria ir maisalém no jornalismo de investiga-ção, para examinar se os nomescitados fizeram algo ilegal ou não.

Os paraísos fiscais são também oninho acolhedor das empresaschamadas offshore, que utilizamdeterminado país unicamente co-mo domicílio legal da entidade,sem efetuar lá nenhuma atividadeeconómica. Estas empresas sãocontroladas por empresas ou cida-dãos estrangeiros, que fazem osseus negócios noutras partes domundo, mas beneficiam das frou-xas regulamentações legais e fis-cais do paraíso. Servem igual-mente muitas vezes de ecrã paraque os seus proprietários evitemou reduzam os impostos sobre orendimento de pessoas físicas.

Mas com as sociedades offshore

pode-se procurar também umaoperacionalidade empresarial queseja mais rápida e flexível. Aconstituição de sociedades nosparaísos fiscais é simples e bara-ta, não costuma ter limitaçõesquanto à nacionalidade dos acio-nistas e diretores, pode-se fazer acontabilidade do modo que seconsiderar mais oportuno, o inves-timento não está sujeito às res-trições que noutros países impe-dem a participação em certosnegócios ou valores, etc.

Estas ou outras razões podemexplicar que, de acordo com umrelatório do Observatorio de Res-ponsabilidade Social Corporativa,32 das empresas do IBEX 35contavam, em 2013, com 540 so-ciedades em paraísos fiscais,mais 73 filiais do que no ano an-

terior e mais 103 do que em 2011.E para isto não precisavam derecorrer às Ilhas Caimão, onde sótinham 19, indo as suas preferên-cias para o estado norte--americano do Delaware (222sociedades).

Mas não há dúvida de que osparaísos fiscais oferecem essaconfidencialidade que o dinheirosempre procura. Por isso, desdehá algum tempo, estão no pontode mira do G20 e da OCDE, quetem a sua própria lista negradestes territórios. À medida queassinam acordos de troca deinformação, são retirados da lista.Mas todos os indícios sugeremque o volume dos investimentosatravés de paraísos fiscais con-tinuou a aumentar após o estalarda crise.

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14 CAESE maio 2016»»

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Por outro lado, a fronteira entreparaíso fiscal e território de baixatributação é, por vezes, muitodifusa. Embora menos vilipen-diada que a evasão fiscal atravésde sociedades offshore, não émenos significativa a que aconte-ce de modo perfeitamente legalem territórios de baixa tributação,como a Irlanda, comparativamentea outros países europeus, relati-vamente ao imposto sobre associedades. Grandes empresasmultinacionais como Amazon,Apple ou Google aproveitaramesta disparidade fiscal para seremtributadas no país mais favorável

da UE, embora as vendas tenhamacontecido noutros países. Mas,perante a pressão dos governos,estas práticas de engenharia fiscalestão a começar a mudar e algu-mas destas empresas já anuncia-ram que serão tributadas pelasvendas em cada país.

Também se sabe que para muitosoligarcas, o “paraíso fiscal” porexcelência é Londres. A comprade imóveis na capital britânicaconverteu-se num dos seus méto-dos favoritos para branqueardinheiro suspeito e evitar impos-tos. E, como centro financeiro, a

City presta amplos serviços a todoo sistema global offshore. Assim,é pouco provável que Cameron sedecida a lutar a fundo contra estaspráticas, cujo desaparecimentopoderia ferir a economia britânica.Em última análise, o mais impor-tante é que as revelações sirvampara avançar rumo a uma legisla-ção internacional que trave aspráticas fraudulentas a partir dosparaísos fiscais.

I. A.

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15 CAESE maio 2016

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PANORAMA

O FBI contra a Apple: um caso crucial para a privacidadeA ação judicial entre a Apple e oFBI nos EUA sobre o iPhone deum terrorista, pôs em relevo umanova e importante questão sobrea proteção de dados privados. OFBI alegou motivos de segurançapública para pedir uma forma deentrar no telefone que a Apple senegou a facilitar porque, conformedisse, tornaria vulneráveis todosos utentes.

Esse iPhone 6 estava em poderde Syed Farook, o terrorista que,com a mulher, assassinou catorzepessoas em San Bernardino (Cali-fórnia), a 2 de dezembro de 2015.Depois, os dois morreram numconfronto com a polícia.

Talvez o telefone contivesse infor-mação valiosa para a investiga-ção, como nomes e telefones decúmplices. Mas o aparelho estavaprotegido por uma chave dequatro números que é necessáriointroduzir à mão, e ninguém aconhece. A Apple teria proporcio-nado ao FBI a cópia de segurançana nuvem, caso não tivesse sidodesativada. Não havia outra saídaa não ser desbloquear o telefoneexperimentando a introdução dechaves, das dez mil possíveis, atédar com a correta. E isso não éviável, porque outra proteção doiPhone, a partir da versão 8 dosistema operativo, é que à décimatentativa falhada, apaga-se tudo.

Daí, o juiz ter ordenado à Apple, apedido do FBI, que elaborasse umsistema operativo que não tenhaessas proteções e que, além dis-so, permitisse introduzir chaves dedesbloqueamento através de umamáquina. Em seguida, a Appleteria de instalá-lo no telefone, por-que um iPhone não aceita umaatualização do sistema operativose não tiver uma assinatura digitalque só a Apple pode proporcionar.O FBI destaca que depois, aApple pode destruir o sistemaoperativo criado.

Mas “destruir” um programa infor-mático é apagar de modo irrecu-perável – algo mais complicado do

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16 CAESE maio 2016

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que pressionar uma tecla – aúnica ou última cópia, e a Appledefende que, se entrega um sis-tema operativo sem medidas desegurança, expõe-se a fugas, enão terá garantia de que nãoexistam outras. Poderia cair nasmãos de piratas informáticos oucriminosos, e aí todos os utentesde iPhone estariam ameaçados.

O FBI replicou que isso não vaiacontecer, pois só solicita umsistema para um só uso. Mas –respondeu a Apple no argumen-tário que publicou – se cede, estavez não será a última. Outraspolícias e agências de segurançados EUA anunciaram que, se oFBI ganhasse o litígio, elas pe-diriam o mesmo. Daí, o empenhoda Apple para que a justiça sen-tenciasse, de modo definitivo, quenão se pode obrigá-la a fazer isso.

Este é um caso exemplar, e talvezdecisivo, da crescente disputa en-tre organismos policiais e empre-sas tecnológicas. Além da neces-sidade geral de proteger os cadavez mais numerosos dados pes-soais armazenados e transmitidosem forma digital, as revelações deEdward Snowden semearam in-quietação no setor, que respondeumelhorando a criptografia. Alémdisso, a tendência agora, comomostra o caso da Apple, é criarproteções que nem os própriosfabricantes possam golpear: isto,além de uma cautela adicional, éum recurso para se precavercontra exigências das autorida-des.

Para a outra parte, pelo contrário,os novos sistemas de encriptação,colocados à disposição dos uten-tes comuns, dificultam a investiga-

ção de crimes e prejudicam asegurança pública. O FBI não é oúnico que se preocupa com isso.

Em França, depois dos mortíferosatos terroristas de novembro pas-sado, em Paris, o serviço deinvestigação informática da polícia(SCITT) advertiu num relatórioque as contínuas inovações emcriptografia por parte das empre-sas tecnológicas dificultam porvezes o trabalho policial. Taiscasos, no entanto, não são tãonumerosos assim: de 286 apare-lhos examinados em 2014 e 2015,só 20 se verificaram intransponí-veis. Os da Apple eram menos –12 dos 286 –, mas os mais durosde roer: em metade deles não foipossível contornar a proteção. Umdos seis é um iPhone 4S apreen-dido na investigação dos atenta-dos de novembro. O iPhone, disse

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no ano passado, Cyrus Vance Jr.,procurador do distrito de Man-hattan, está a converter-se no“instrumento de comunicação fa-vorito dos terroristas”.

O assunto entrou num projeto delei francês para “reforçar a lutacontra o crime organizado e oterrorismo”. Uma emenda pro-posta por um deputado da opo-sição e aprovada por grandemaioria, castiga os fabricantes desistemas criptográficos que nãocooperem com a justiça na in-vestigação de casos de terro-rismo. A pena prevista é dura:cinco anos de prisão e 350 000euros de multa.

Algo de parecido figura na novaversão, publicada a 1 de março,do projeto sobre vigilância eletró-nica elaborado pelo governo britâ-nico. No papel, este texto não étão contundente como o francês:obriga os fabricantes a decifrarconteúdos, a pedido das auto-ridades, mas só se for “viável”.

O exame do recurso da Apple iaser feito a 22 de março, mas nodia anterior foi suspenso a pedidodo FBI, que anunciou ter recebidouma oferta de terceiros paradesbloquear o telefone sem coo-peração da Apple. A 5 de abrilinformou o tribunal do resultadoda tentativa. Ele foi positivo, pelo

que o FBI desistiu da queixacontra a Apple.

Ficou ainda a saber-se que nuncase conhecerá o método que o FBIutilizou para ter acesso ao iPhoneem questão, como o próprio FBInão poderá nunca saber como osespecialistas que pagou para aju-dar foram capazes de fazê-lo.

De qualquer forma, o FBI anun-ciou que não tinha encontradonada de significativo no iPhoneanalisado.

R. S.

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PANORAMA

A subida dos populismos europeus, em númerosApós os bons resultados obtidospela Alternativa para a Alemanhanas eleições de 13 de março emtrês estados alemães, voltou afalar-se da subida dos partidospopulistas na Europa. Mas oavanço não é monolítico: o pesopolítico destas formações variamuito de um país para outro.

A subida dos partidos populistastornou-se patente nas eleiçõeseuropeias de 2014: a FrenteNacional francesa, o Partido daIndependência do Reino Unido(UKIP), o Partido Popular Dina-marquês e a Coligação de Es-querda Radical grega (Syriza)foram os partidos mais votadosnos seus países, com percen-tagens de votos entre 24 % e

26 %. Excetuando o Partido paraa Liberdade holandês, os res-tantes partidos populistas melho-raram os seus resultados emrelação às anteriores eleições de2009.

As explicações que se deram naaltura, foram de que as eleiçõeseuropeias são especialmente pro-pícias ao voto de protesto ao qualapela o populismo, pois permitemavisar os líderes nacionais semcorrer riscos em casa. Mas paravários partidos populistas, ascoisas estão a ir igualmente bemnos seus países, nas eleiçõesnacionais.

É o caso dos populismos deesquerda, que souberam aprovei-

tar o descontentamento socialcom o desemprego, as políticasde austeridade aplicadas durantea crise e a exaustão com ospartidos tradicionais.

Nas eleições parlamentares dejaneiro de 2015, o Syriza conver-teu-se no partido mais votado naGrécia. Após a assinatura doterceiro resgate, a formação deAlexis Tsipras viveu uma criseinterna que desembocou em elei-ções antecipadas em setembrodesse ano. O Syriza voltou a ga-nhar folgadamente, com 35,5 %dos votos.

Em Espanha, o Podemos estre-ou-se nas europeias de 2014,convertendo-se na quarta força

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política mais votada (7,9 %), umafaçanha para um partido recém--criado. Nas eleições gerais de2015, o Podemos e as suasformações aliadas na Catalunha,Galiza e Comunidade Valencianativeram 20,6 % dos votos.

Entre os populismos de direita,também há várias formações comboas votações. Nas eleições ge-rais de 2013, o Partido da Liber-dade da Áustria obteve 20 % dosvotos. Nas europeias de 2014,19,7 %. E nas regionais de 2015voltou a obter novos avanços: oseu melhor resultado foi emViena, onde alcançou 31 %.

O Partido para a Liberdade,liderado por Geert Wilders, tam-bém teve bons resultados nasmunicipais holandesas de 2014.Mas a sua popularidade tem al-

cance limitado, pois só se apre-sentou em duas cidades: Almere eHaia, onde foi o primeiro e osegundo partido mais votado,respetivamente. No entanto, oapoio em ambas as cidadesdesceu ligeiramente em relaçãoàs anteriores eleições.

Mais notória é a subida em Françada Frente Nacional, cujo sucessose viu frustrado pelas estratégiaseleitorais dos restantes partidos.Na primeira volta das regionais de2015, o partido de Marine Le Penfoi o mais votado (27,7 % dosvotos) e ganhou em 6 das 13regiões. Mas na segunda volta,não conseguiu revalidar em ne-nhuma, devido ao facto dossocialistas terem retirado os seuscandidatos com menos possibili-dades, para favorecer os republi-canos de Sarkozy.

O UKIP de Nigel Farage, pelocontrário, tem muito menos suces-so em casa do que nas europeias,embora tenha tido grandes avan-ços nas eleições municipais de2013 e 2014. Nas gerais de 2015,obteve 12,6 % dos votos, tendocontudo ficado apenas com umlugar por causa das distorsõesprovocadas pelo sistema eleitoralbritânico, baseado na regra do“ganhador fica com tudo”.

Nos países nórdicos, os partidospopulistas de direita aproveitarama crise apresentando-se como osdefensores do Estado Providên-cia, supostamente ameaçado pe-las políticas migratórias da es-querda (“Aceprensa”, 29.12.2015).

O partido dos Verdadeiros Fin-landeses nasceu em 1995, masnão teve resultados significativos

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até às eleições parlamentares de2011, nas quais obteve 19 % dosvotos. Foi um resultado espeta-cular em relação às anterioreseleições: 4 % em 2007 e 2 % em2002. Nas de 2015, o seu apoiocaiu ligeiramente para 17,6 %,mas pela primeira vez entrou parao governo, formando uma coliga-ção com o Partido do Centro e oPartido da Coligação Nacional,conservador moderado.

A subida do Partido do Pro-gresso norueguês, criado em1973, foi mais gradual: obteve15 % dos votos nas legislativas de2001; 22 %, nas de 2005; e 23 %,

nas de 2009. No entanto, nas de2013 caiu para 16,3 %. Governaatualmente em minoria com oPartido Conservador, apesar doPartido Trabalhista ter sido o maisvotado nessas eleições.

Nascido em 1995, o PartidoPopular Dinamarquês manteve--se estável durante a primeiradécada do século XXI: 12 %(2001); 13,2 % (2005); 13,8 %(2007); 12 % (2011). Mas nasgerais de 2015, cresceu bastantee converteu-se no segundo par-tido mais votado da Dinamarca,com 21,2 % dos votos. Graças aoseu apoio e ao de outros dois

partidos de direita, o PartidoLiberal pode governar em minoria.

Diversamente do que acontecenos restantes países nórdicos, opartido dos Democratas Suecoscontinua a ser marginal. Fundadoem 1988, não teve representaçãoparlamentar até às eleições geraisde 2010, nas quais conseguiu5,7 % dos votos. Nas europeiasde 2014 não subiu muito (9,6 %),mas melhorou os seus resultadosem relação às de 2009 (3,2 %).

J. M.

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21 CAESE maio 2016

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PANORAMA

“Mr. Holmes”“Mr. Holmes”

Realizador: Bill CondonAtores: Ian McKellen, LauraLinneyDuração: 134 min.Ano: 2015

A figura do detetive SherlockHolmes já foi transposta para ocinema várias vezes. Nesta ver-são é abordada uma nova faceta:a do reconhecimento de que nemtodos os casos que resolveratinham terminado bem, em es-pecial o “último caso”. Isto nãosignifica que tivesse deixado al-

gum mistério por solucionar. Nadadisso! O que fica claro no filme éque um problema não terminaquando se resolve...

De facto, é essencial que peranteuma “situação difícil”, as medidasa implementar sejam ditas de umamaneira que vá ao encontro dorecetor. Uma mensagem trans-mitida de um modo “formal”, secoe evidente pode não ser bemcompreendida e assimilada senão for acompanhada por um“toque de humanidade”, por umtom adequado à sensibilidade queo “outro” espera do seu interlo-

cutor. Pode parecer que tudo estáfeito de uma forma correta, masno fundo, a questão não estáresolvida. Apontar o caminho nãochega. É preciso ajudar a per-corrê-lo: Caso contrário, surge odesânimo e o desespero... Mr.Holmes aprende esta lição e, nofinal, apesar de “estar acabado”,decide recomeçar a viver dandotempo e espaço ao seu lado maishumano, resolvendo de formaeficaz problemas que salvam osoutros das suas “incógnitas”...

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22 CAESE maio 2016

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Tópicos de análise:

1. Saber avaliar os pormenoresleva à descoberta da solução.

2. Dar indicações de forma lógicae fria não conquista o “outro”.

3. Reconhecer um erro e reco-meçar mantém o espírito ativo.

Hiperligação

Paulo Miguel MartinsProfessor da AESE

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23 CAESE maio 2016

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DOCUMENTAÇÃO

Francisco oferece uma visão realista e esperançosa da famíliaComo já ficou patente na suacatequese das quartas-feiras so-bre a família, desenvolvida entre oSínodo de 2014 e o de 2015, oPapa Francisco voltou a demons-trar que tem uma grande capaci-dade para falar com realismosobre a beleza da vida familiar.Nesta extensa exortação, “Amorislaetitia”, convida a cuidar “daalegria do amor que se vive nasfamílias”, para fazer face às difi-culdades apresentadas pelo ambi-ente atual.

O capítulo primeiro (“À luz daPalavra”) é um bom exemplo decomo o Papa combina o realismocom a proposta de um ideal atra-tivo. “A Bíblia está povoada de fa-

mílias, de gerações, de históriasde amor e de crises familiares” (n.8).

Francisco entra com a imaginaçãonum dos muitos lares de que falaa Sagrada Escritura, aquele pre-sente no Salmo 128. “No centroencontramos o casal do pai e damãe com toda a sua história deamor” (n. 9). Juntamente com elesaparecem os filhos, que se juntamà alegria festiva dos pais.

Mas “o idílio de que fala o Salmo128 não nega uma realidadeamarga, presente também nasSagradas Escrituras. É a pre-sença da dor, do mal, da violênciaque golpeia a vida da família e a

sua íntima comunhão de vida e deamor” (n. 19).

Com exemplos tirados do AntigoTestamento e do Novo – “Opróprio Jesus nasce numa famíliamodesta que tem de fugir rapi-damente para uma terra estran-geira” (n. 21) –, o Papa mostraque a vida familiar nunca aconte-ceu livre de dificuldades. “Nestebreve percurso, podemos compro-var que a Palavra de Deus não semostra como uma sequência deteses abstratas, mas igualmentecomo uma companheira de via-gem para as famílias que estãoem crise ou sofrem alguma dor”(n. 22).

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O amor não é como as redessociais

No capítulo segundo (“Realidadee desafios das famílias”), Fran-cisco debruça-se sobre algumasdessas dificuldades citando muitoos Padres sinodais. Existemproblemas culturais de fundo, co-mo a falta de maturidade afetiva esexual, a mentalidade antinata-lista ou o enfraquecimento da fé;outros, políticos e sociais, como afalta de apoio à família por partedas instituições, a falta de habi-tação digna ou as longas jornadasde trabalho; há também situaçõesque exigem apoio especial, comoas famílias mais pobres, asmigrantes ou as que têm a seucargo pessoas com deficiência.

Entre todas as citações referentesa estes problemas, de vez em

quando emerge o estilo incon-fundível de Francisco. Comoquando denuncia a “cultura doprovisório”, manifestada “na velo-cidade com que as pessoaspassam de uma relação afetivapara outra. Acham que o amor,como nas redes sociais, se podeligar ou desligar ao gosto doconsumidor e mesmo bloquearrapidamente” (n. 39).

É também expressiva a suadenúncia da ideologia de género,que procura “impor-se como umpensamento único que determineinclusivamente a educação dascrianças” (n. 56).

Mostrar caminhos de felicidade

Neste capítulo, o Papa tambémfaz uma “autocrítica” sobre asformas desvirtuadas de transmitir

o Evangelho da família. Por exem-plo, reconhece que, por vezes,não foi feito “um bom acompa-nhamento dos novos casais nosseus primeiros anos de casa-mento”. Outras, apresentou-se umideal do casamento “demasiadoabstrato”, sem despertar “a confi-ança na graça” (n. 36). Ou esque-ceu-se que a Igreja é chamada “aformar as consciências, mas nãoa pretender substituí-las” (n. 37).

A boa notícia é que “a maior partedas pessoas valoriza as relaçõesfamiliares que querem perma-necer no tempo e que asseguramo respeito pelo outro” e conta como “acompanhamento e assessoria”da Igreja para crescer no amor,superar os conflitos ou educar osseus filhos (n. 38).

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Esta perspetiva “abre a porta auma pastoral positiva, acolhedora,que possibilita um aprofundamen-to gradual das exigências doEvangelho”. Em vez de atuar “nadefensiva”, a Igreja deve tomar ainiciativa “para mostrar caminhosde felicidade” (ibid.).

Um presente de Deus

O capítulo terceiro (“O olharcolocado em Jesus: vocação dafamília”) é uma síntese sobre osensinamentos da Igreja a respeitodo casamento e da família. Decerto modo, é o complemento quepedia o capítulo anterior: depoisde analisar as dificuldades,Francisco regressa ao essencialdo primeiro anúncio, que é “o maisbelo, o maior, o mais atrativo e aomesmo tempo o mais necessário”,como diz citando a sua exortação“Evangelii gaudium”.

No percurso que faz pelo Ma-gistério recente, desde o ConcílioVaticano II até à atualidade, pas-sando pelo Beato Paulo VI, SãoJoão Paulo II e Bento XVI, chamaa atenção para o imenso valor quea Igreja concede ao casamento,um presente de Deus para toda ahumanidade desde a criação.Compreende-se o empenho colo-cado pela Igreja para “cuidar estedom divino”, que inclui a sexua-lidade (n. 61) e que, para oscristãos, é também uma vocaçãoe um sacramento “para a san-tificação e a salvação dos es-posos” (n. 72).

Saber amar

O “hino da caridade” (1 Cor 13)serve ao Papa como introduçãoao capítulo quarto: “O amor nocasamento”. Francisco examinaem pormenor, a partir da síntese

do Apóstolo, os traços que devemcaraterizar a relação conjugal.

Sublinha assim a paciência, aatitude de serviço, a gentileza…Pede, além disso, que se cul-tivem, no seio do casamento, ati-tudes de desprendimento; derecusa da violência interior queacaba por se projetar nos outros;de se alegrar com o bem dosoutros, e, fundamentalmente, deperdoar, de tentar compreender afraqueza alheia.

“Se aceitarmos”, afirma, “que oamor de Deus é incondicional, queo carinho do Pai não se devecomprar nem pagar, então pode-remos amar para lá de tudo,perdoar aos outros mesmo quan-do tenham sido injustos paraconnosco” (n. 108).

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Paixão e realismo

Mais à frente, Francisco nota queo casamento, além de unir afetivae espiritualmente os esposos,“recolhe em si a ternura daamizade e a paixão erótica, embo-ra seja capaz de subsistir mesmoquando os sentimentos e a paixãose enfraquecem” (n. 120).

Nesse sentido, recomenda “cuidara alegria do amor”, que “amplia acapacidade de desfrutar e nospermite encontrar prazer em reali-dades variadas, mesmo nas eta-pas da vida onde esse prazer seapaga” (n. 126).

De igual modo, exorta os espososa procurar a beleza no “alto valor”do outro, o que “não coincide comos seus atrativos físicos ou psico-

lógicos”, e “nos permite gostar dosagrado da sua pessoa, sem aimperiosa necessidade de o pos-suir” (n. 127).

Por outro lado, incita os jovens avalorizar o casamento, pois ex-pressa a seriedade da identifica-ção mútua e a superação doindividualismo adolescente, e nãosignifica de forma alguma o fimdas alegrias no relacionamento.

Alerta sim, pelo contrário, contra aideia do casamento baseado noamor “idílico”, semelhante ao pro-posto pela propaganda consu-mista, de famílias em que “osanos não passam, não existedoença, dor nem morte”, conformeobservavam os bispos chilenosnum documento de 2014.

“É mais saudável”, adverte oPapa, “aceitar com realismo oslimites, os desafios ou a imperfei-ção, e escutar o chamamento pa-ra crescerem juntos, para ama-durecer o amor e para cultivar asolidez da união, aconteça o queacontecer” (n. 135).

E aconselha, evidentemente, odiálogo: “Dar tempo, tempo dequalidade, que consiste em es-cutar com paciência e atenção,até que o outro tenha expressotudo aquilo de que necessitava”(n. 137). Mas não só é precisotempo: tem de haver “matéria”sobre a qual efetuar o inter-câmbio: “Reconheçamos que parao diálogo valer a pena, tem de teralgo que dizer, e isso exige umariqueza interior que se alimenta naleitura, na reflexão pessoal, na

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oração e na abertura à sociedade.De outra forma, as conversastornam-se aborrecidas e inconsis-tentes” (n. 141).

Eros no casamento

Noutro ponto, Francisco alude àclarificação feita pelo seu pre-decessor, Bento XVI, acerca deque, embora não tenham faltadoexageros que nada têm a ver coma doutrina cristã, o ensinamentoda Igreja não recusou o eros, masa falsa divinização deste, queacabou precisamente por privá-loda sua dignidade. “Acreditamosque Deus ama o desfrute do serhumano, que Ele criou tudo ‘paraque o desfrutemos’ (1 Tm 6,17) ”(n. 149).

Por isso, à luz do ensinamento daIgreja, e nomeadamente do ma-

gistério de São João Paulo II,Francisco precisa que “de nenhu-ma forma podemos entender adimensão erótica do amor comoum mal permitido, ou como umpeso a tolerar pelo bem da família,mas como dom de Deus queembeleze o encontro dos espo-sos” (n. 152).

Quase no final do capítulo, o Paparefere outra importante realidade:o amor vai-se transformando, poisa aparência física, com o decorrerdos anos, modifica-se. Isso, to-davia, não é obstáculo para que aatração mútua se enfraqueça oudesapareça. “Quando os outros jánão puderem reconhecer a belezadessa identidade”, afirma, “o côn-juge enamorado continua a sercapaz de a perceber com oinstinto do amor, e o carinho nãodesaparece. Reafirma a sua deci-

são de lhe pertencer, volta aescolhê-la, e expressa essa es-colha numa proximidade fiel echeia de ternura” (n. 162).

A família, lugar de acolhimentoe fonte de compromisso social

O capítulo quinto (“Amor que setorna fecundo”) aborda a ins-tituição familiar como o lugar ondetodos são acolhidos e queridosindependentemente dos seusméritos.

Os primeiros pontos são dedi-cados à manifestação mais evi-dente desta fecundidade, o nas-cimento dos filhos. Francisco re-corda a importância de cuidar dacriança mesmo antes que nasça,e pede à mulher grávida: “Cuida atua alegria, que nada te façaremover o desfrute interior da

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maternidade. (…) Ocupa-te doque tenha de ser feito ou pre-parado, mas sem ficares obceca-da” (n. 171). Um elogio especialtem o Papa para as famíliasnumerosas, “uma alegria para aIgreja” porque “nelas, o amorexpressa a sua fecundidade ge-nerosa” (n. 167).

A parte central do capítulo abordaa necessidade do pai e da mãeem cada família. Perante as teo-rias que tendem a desfigurar osingular contributo de cada côn-juge, o Papa sublinha a impor-tância da diferença: “Há papéis etarefas flexíveis, que se adaptamàs circunstâncias concretas decada família, mas a presençaclara e bem definida das duasfiguras, feminina e masculina, criao âmbito mais adequado para oamadurecimento do filho” (n. 175).

A última parte do capítulo é dedi-cada às relações intrafamiliares,com uma especial lembrança pelaimportância de cuidar e respeitaros avós (nn. 191-193), e pelotrabalho social da família. Fran-cisco quer famílias abertas, numaposição de saída, não de defesa:“Deus confiou à família o projetode tornar ‘doméstico’ o mundo”.

Acompanhar noivos e recém--casados

No capítulo sexto (“Algumas pers-petivas pastorais”), o Papa abordaa pastoral familiar nos seus as-petos gerais, começando por su-blinhar, com o Sínodo, que nela,as próprias famílias são protago-nistas e não apenas destinatárias(n. 200). Também naquilo que sesegue, grande parte são citaçõesdos documentos finais dos dois

Sínodos, assim como das cate-queses de João Paulo II e dopróprio Francisco.

Uma secção do capítulo sublinhaa necessidade de formar melhoros sacerdotes, desde os anos deseminário, para que compreen-dam e saibam atender as famílias(n. 203). Para isto, tem de secontar com a colaboração de lei-gos, tanto homens como mulhe-res (n. 204).

Depois, o Papa detém-se na pre-paração para o casamento (nn.205-216), um dos temas para osquais mais importância deu oSínodo. É tarefa da comunidadeparoquial, e nela é essencial aparticipação de casais, juntamentecom os sacerdotes. O Papa anotaque, além das sessões para gru-pos, “são indispensáveis alguns

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momentos personalizados, porqueo principal objetivo é ajudar cadaum para que aprenda a amar apessoa concreta com a qualpretende partilhar toda a vida” (n.208). Em todo o caso, a prepa-ração deve ajudar os noivos adescobrir possíveis incompatibili-dades ou riscos, para que não seexponham a um fracasso evitável(n. 209).

O casamento não é o final; oPapa, seguindo o Sínodo, insisteno acompanhamento dos espososnos seus primeiros anos decasados (nn. 217-230), especial-mente porque, por vezes, o ama-durecimento dos jovens acontececom atraso. Cada um deveráaprender a ter uma visão realistado cônjuge: “Tem de se deixar delado as ilusões e aceitar o outrocomo é: inacabado, chamado a

crescer, num processo” (n. 218). Averdade é que “uma das causasque levam a ruturas matrimoniaisé ter expectativas demasiado altassobre a vida conjugal” (n. 221).

Na realidade, o casamento é umcaminho de amadurecimento eperfeição. A ajuda de outros ca-sais con experiência contribuirámuito para dar força aos casaisrecém-casados (n. 223). Eles tam-bém poderão ter um papel eficazpara ir em busca dos que nãoregressam à Igreja depois docasamento (n. 230).

O realismo impõe que se admitahaver em qualquer casamentomomentos de crise (nn. 231-240).O Papa descreve com acuidadeos seus diversos tipos (a doprimeiro filho, a do ninho vazio…)e o itinerário que seguem. Salien-

ta as atitudes básicas que sãoexigidas para as superar, e tam-bém a importância de contar compessoas especialistas que ajudema identificar as causas e encontrarsaídas (n. 238). Quando a sepa-ração é inevitável, ou mesmo seprocessa o divórcio, continua afazer falta o acompanhamentopastoral (n. 242); mas, neste caso,tem de haver uma preocupaçãomuito especial pelos filhos, a partemais fraca e as vítimas inocentesda rutura (nn. 245-246).

Depois, a exortação contempla al-gumas situações complexas: oscasais onde um dos cônjuges nãoé católico ou não cristão; as fa-mílias que incluem algum mem-bro homossexual; os lares mono-parentais… (nn. 247-252). O últi-mo tema do capítulo é como afetaa família a morte de algum dos

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30 CAESE maio 2016»»

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membros que a constituem (nn.253-258).

Os filhos

O capítulo sétimo intitula-se“Fortalecer a educação dos filhos”.Sublinha a necessidade de estaratento a eles, por exemplo, sa-bendo “quem se ocupa de lhesproporcionar diversão e entrete-nimento, quem entra nos seusquartos através dos ecrãs, a quemsão entregues para guiá-los nosseus tempos livres” (n. 260). Massem serem “pais helicóptero”: “Aobsessão não é educativa, e nãose pode ter um controlo de todasas situações pelas quais poderiavir a passar um filho” (n. 261):

dessa forma não se favorece oseu amadurecimento.

Ao mesmo tempo, educar não émimar: exige também corrigir,sempre sem fúria. Tem de se“sensibilizar a criança ou o adoles-cente, avisando que as más açõestêm consequências”; despertarnele “a capacidade de se pôr nolugar do outro e de lamentar o seusofrimento quando se lhe causouum dano” e orientá-lo “com fir-meza para que peça perdão erepare o dano realizado” (n. 268).Não lhe será assim causadoqualquer “trauma”: “Um filho cor-rigido com amor sente-se tido emconta, percebe que é alguém, ficaavisado que os seus pais re-

conhecem as suas possibilida-des” (n. 269).

Uma secção refere-se à educaçãosexual, que deve ser levada acabo “no quadro de uma edu-cação para o amor, para a doaçãomútua” (n. 280). Por exemplo,Francisco previne contra a pro-paganda do “sexo seguro”, ex-pressão que “transmite uma atitu-de negativa para com a finalidadeprocriadora natural da sexuali-dade”, e costuma assumir um“irresponsável (…) convite aosadolescentes para que brinquemcom os seus corpos e desejos” (n.283).

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31 CAESE maio 2016

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DOCUMENTAÇÃO

Quando o amor é frágilO capítulo oitavo (“Acompanhar,discernir e integrar a fragilidade”)trata das situações em que aunião conjugal é imperfeita ouestá deteriorada: coabitação, ca-samento apenas civil, casais di-vorciados. O Papa não estabe-lece nenhuma norma nova, einsiste em “acompanhar, discernire integrar”, para que as pessoasque se encontrem nesses casosvenham a superar as deficiênciase participem na vida da Igreja, emconsonância com o ensinamentode São João Paulo II em“Familiaris consortio”, 34.

Também remete para JoãoPaulo II, salientando que entre osdivorciados casados novamente,acontecem casos diferenciados:não é o mesmo quem provocou arutura do seu anterior casamento,ou alguém que foi abandonadoinjustamente. Assim, quanto àpossibilidade de receber a comu-nhão ou outras formas de partici-par na vida da Igreja, Francisconão refere nenhuma nova disci-plina, mas insiste em oferecer atodos a misericórdia de Deus etratar cuidadosamente de cadacaso. “Se se tiver em conta a

inúmera diversidade de situaçõesconcretas (…) pode compreender--se que não se devia esperar doSínodo ou desta Exortação umanova normativa geral de tipocanónico, aplicável a todos oscasos” (n. 300). Por último, assu-me o que a esse respeito afirmouo Documento final do últimoSínodo (n. 84).

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32 CAESE maio 2016»»

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Perante as circunstâncias particu-lares e os condicionamentos quepodem atenuar a responsabilidademoral, o Papa salienta que não éobrigatório que qualquer pessoanuma dessas situações irregu-lares se encontre em pecadomortal (n. 301). E acrescenta doisesclarecimentos. Primeiro: assimcomo as normas não podemabarcar todos os casos concretos,muito menos o caso concretopode ser elevado a norma (n.304). Segundo: “Compreender assituações excecionais nunca im-plica ocultar a luz do ideal maispleno, nem propor menos do queaquilo que Jesus oferece ao ser

humano. Hoje, mais importante doque uma pastoral dos fracassos, éo esforço pastoral para consolidaros casamentos e prevenir assimas ruturas” (n. 307).

Espiritualidade familiar

O último capítulo, o nono(“Espiritualidade matrimonial efamiliar”), realça que o casamentoé uma vocação cristã específica,“um verdadeiro caminho desantificação na vida corrente e decrescimento místico” (n. 316), quetem formas próprias de se ex-pressar na relação com Deus.Uma das principais é a oração em

família, que tem o seu auge naparticipação de todos na Euca-ristia dominical.

A exortação termina com umamensagem de alento às famílias.“Caminhemos famílias, continue-mos a caminhar. O que nos éprometido é sempre mais. Nãodesesperemos com os nossoslimites, mas muito menos renun-ciemos a procurar a plenitude deamor e de comunhão que nos foiprometida” (n. 325)..

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33 CAESE maio 2016

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