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Prática de Ensino em Educação Infantil

Prática de Ensino em Educação Infantil - Blackboard Learn · Pedagogia da autonomia. 8ª.ed. Rio de Janeiro: ... Nossa história da Educação nos mostra que a Educação Infantil

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Prática de Ensino em Educação Infantil

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Profa Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin

A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

• Introdução

• ImportânciadaPráticadeEnsinonaRealizaçãodoEstágio

• APráxisPedagógica

• SituaçõesVivenciadasnosEstágios

Organizar informações e produzir saberes a partir da observação em campo de estágio, que possibilitem a crítica e discussões na Disciplina Prática de Ensino na Educação Infantil, com propostas de ações alternativas aos fatos observados em campo de estágio.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Olá!

Seja bem vindo (a) às nossas discussões sobre Prática de Ensino em Educação Infantil.

Saiba que esta Disciplina tem como propósito auxiliá-lo (a) a organizar informações e produzir saberes a partir da observação em campo de estágio, que possibilitem a crítica e as discussões na Disciplina, com propostas de ações alternativas aos fatos observados em campo de estágio; oferecendo contato com as discussões mais recentes dessa área; além de proporcionar momentos de leitura – textual e audiovisual – e reflexão sobre os temas que serão aqui discutidos, contribuindo com sua formação continuada e trajetória profissional.

Esta Disciplina está organizada em quatro unidades, cujo eixo principal será a Prática de Ensino na Educação Infantil, com discussões sobre a Prática de Ensino e o Estágio Curricular Supervisionado, voltadas para a formação do professor de Educação Infantil, privilegiando as práticas pedagógicas necessárias para o trabalho neste nível de ensino. Isto é o que você encontrará nesta e nas próximas Unidades.

Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite ao máximo esta vivência digital!

ORIENTAÇÕES

A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

UNIDADE Apráticadeensinoeoestágiocurricularsupervisionado

ContextualizaçãoAprender na Educação Infantil?

Nesta Unidade, conheça como deve ser a formação do professor de Educação Infantil e o papel da reflexão e do estágio nessa formação.

Você também vai ver como, neste nível de ensino, é preciso cuidar das crianças, mas, acima de tudo, educá-las.

“ Uma vez que a criança

aprenda a aprender, nada

pode estreitar sua mente.

A essência do ensino é fazer

da apredizagem contagiosa

para que contagie outros”

(Marva Collins)

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IntroduçãoNos cursos de formação de professores, como é o caso do curso de Pedagogia,

a grande expectativa dos alunos é a questão do aprender a ensinar. Afinal, este é o domínio que esperam obter para poder exercer a profissão escolhida. Isso nos leva a refletir sobre a importância da teoria e da prática nesse aprendizado.

Aprender a ser professor pede que se construam conhecimentos a partir do diálogo entre teoria e prática, ou seja, entre o que se aprende na universidade e o que se vivencia no momento dos estágios. Estes conhecimentos não podem vir somente dos livros.

É preciso que o futuro professor, na qualidade de aluno e estagiário, esteja atento e descubra por meio da convivência na escola onde realiza o estágio os valores, a organização, o funcionamento da escola, além, também, das ações e trabalhos desenvolvidos pelos professores, gestores, a comunidade e os próprios alunos.

Este conhecimento construído a partir da observação deverá necessariamente servir de base para as reflexões a partir dos referenciais teóricos e discussões propiciadas na disciplina de Prática de Ensino.

A Prática de Ensino e o estágio propiciam aos alunos, mesmo àqueles que já exercem a docência, a construção de novos saberes e a formação da identidade profissional. Por esse motivo, podemos afirmar que ambos são muito importantes na motivação à reflexão do futuro professor.

ImportânciadaPráticadeEnsinonaRealizaçãodoEstágio

É muito importante que o aluno, futuro professor, possa observar as práticas dos professores em exercício na Educação Infantil e depois possam discutir estas práticas na disciplina Prática de Ensino.

Na Educação Infantil percebemos que as orientações contidas no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, além de servirem de parâmetros para as escolas, apontam para a importância de a criança aprender a expressar suas ideias e opiniões, participando ativamente de seu próprio processo de aprendizagem.

Desde pequena, a criança pode ser estimulada a aprender e, gradativamente, a selecionar, assimilar, interpretar, conferir, testar, reformular, estimar, explicar e se comunicar num vasto mundo de possibilidades dentro da aprendizagem.

Nossas observações e discussões devem nos levar a refletir sobre a contribuição da Educação Infantil para a futura vida escolar dos alunos.

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Embora seja um tempo de muita socialização, brincadeiras e atividades, este período é também um tempo de aprendizagem que certamente vai colaborar para o desenvolvimento do processo cognitivo, afetivo e social que permeia a aprendizagem da criança.

Percebemos que novas propostas didáticas e pontos de vista renovados sobre o cotidiano das creches e pré-escolas têm levado os educadores e todos os profissionais envolvidos a repensarem seu trabalho junto às crianças e às famílias.

A permanência da criança na escola de Educação Infantil deve levar à sua aprendizagem e deve fazer sentido para o principal interessado, que é ela mesma.

A formação do professor não pode se restringir às teorias estudadas no curso de formação ou somente a partir das experiências vivenciadas durante a curta experiência do estágio. No entanto, é na observação do professor em sala de aula que o aluno tem contato direto com a realidade do trabalho docente, podendo refletir melhor sobre as competências e habilidades que precisamos conseguir para assumir a profissão de educadores.

Desta forma, podemos avaliar a importância do estágio para o desenvolvimento profissional, focando na interação ocorrida na disciplina de Prática de Ensino, na qual ocorrem discussões, troca de saberes e um processo contínuo e necessário de reflexão crítica acerca das práticas e reconstruções pessoais. Sob essa perspectiva, o estágio e a Prática de Ensino surgem como uma oportunidade, entre tantas que surgirão para o desenvolvimento e crescimento do professor.

Por esse motivo, a disciplina Prática de Ensino é tão importante para o aluno e futuro professor. É o momento em sua formação no qual poderá confrontar a teoria aprendida na Universidade com a prática vivenciada nos estágios.

Esta constante observação da ação do professor em sala de aula, reflexão sobre essa ação em relação às teorias estudadas, construção de novas ações e novas reflexões é um ciclo de ação-reflexão-ação, que os teóricos chamam de práxis pedagógica.

APráxisPedagógicaPinto e Fontana (2002) consideram que o Estágio e a Prática de Ensino convergem

para os saberes, histórias de vida e experiências, tanto individuais quanto coletivas.

Ressaltam, também, que por meio das atividades e discussões propiciadas na Disciplina de Prática de Ensino, o trabalho realizado na escola e a produção de conhecimento permitem mostrar que as ideias e os ideais de professores da escola de educação básica, professores da universidade e alunos estagiários se encontram e em alguns momentos se confrontam, em suas reflexões e ações.

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Vamos, então, refletir um pouco sobre o conceito de práxis.

A prática está inserida na execução de qualquer tarefa, e com a profissão de professor não é diferente, pois ele utiliza prática e métodos no desenvolvimento de suas aulas, no processo de ensino. O trabalho do professor é, portanto, ao mesmo tempo prática e ação.

A prática mostra-se como uma atividade sistemática que se constrói a partir da cultura da escola. Seu objetivo é permitir a construção do conhecimento, nas aulas, em projetos ou atividades que são desenvolvidas tanto pelo professor quanto pela escola.

Com relação à ação, está mais ligada à subjetividade do professor, às suas próprias iniciativas, sendo essencial para o processo reflexivo sobre a prática.

Vemos, então, que é preciso que o professor reflita para construir a prática necessária para o ensino na sala de aula, a fim de que essa prática leve à aprendizagem. Colocando-a em ação, o professor poderá analisar por meio da reflexão se esta prática atende aos seus objetivos.

Portanto, por meio de um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão, surge o que chamamos de práxis docente. A práxis permite que professor se torne sujeito do processo, vez que não mais se prende apenas aos conteúdos abordados pelo currículo, mas, sim, se transforma em agente de mudanças, utilizando seu senso crítico e reflexão para atender às necessidades que os alunos mostram durante a ação.

Com isso, o professor pode, por meio da reflexão sobre a própria prática, pesquisar seu trabalho e ressignificá-lo para que haja mais qualidade em seu desenvolvimento e aplicação.

É importante destacar que certamente muitos alunos, ao realizar o estágio, defrontam-se com professores acomodados em uma prática que é reproduzida há tempos, reproduzindo as ações em sala de aula, que contraria o conceito de práxis aqui descrito.

Na verdade, o que se espera de um bom professor é que lute para ultrapassar as barreiras de uma prática pré-estabelecida, buscando métodos diferenciados, que tragam a reflexão como forma de compreender a realidade, na construção de um diálogo pedagógico que leve à crítica e à reflexão.

No entender de Freire, o homem não pode ser entendido fora de suas relações com o mundo, de vez que é um “ ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da transformação do mundo. O homem é um ser da “práxis”: da ação e da reflexão. Fonte: http://player.slideplayer.com.br/4/1566410/.

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Leia mais em :

FREIRE, Paulo. Pedagogiadaautonomia. 8ª.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

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SituaçõesVivenciadasnosEstágiosQuando o aluno de Pedagogia está na Universidade, no processo de formação

profissional, espera-se que a qualidade de sua formação relacione-se ao favorecimento da articulação entre a teoria disponibilizada e discutida nas aulas da graduação e as práticas sociais vivenciadas na realização do estágio, para que o mesmo aprenda a refletir e agir, a partir da apropriação que faz da teoria e da prática, o que vai permitir a realização da práxis pedagógica ou educativa.

Discutir o estágio e a Prática de Ensino na formação do professor é importante na medida em que nesse tipo de atividade os alunos poderão vivenciar situações em seu futuro local de trabalho.

Conforme destaca Curi (2011), a formação do professor se inicia antes mesmo de o aluno frequentar o curso de graduação:

O professor é o único profissional que vai trabalhar no mesmo ambiente em que foi formado; por esse motivo carrega marcas de toda a sua vivência naquele ambiente, incluindo de seus professores (bons ou ruins). Muitas vezes, ele se espelha em situações vivenciadas na sua formação anterior ao curso de Graduação. Cada professor possui uma experiência própria de situações de aprendizagem ou de dificuldades (...) aspectos individuais (...) constitutivos de sua formação, ou seja, os conhecimentos dos professores são provenientes de várias fontes e construídos em tempos diferentes.

(CURI,2011,p.78).

É preciso, então, vivenciar e entender o estágio como uma oportunidade de agir e refletir, na constituição da práxis, que certamente oferecerá ao futuro professor uma formação mais completa e contextualizada, possibilitando o desenvolvimento de competências pedagógicas e sua inserção no mundo do trabalho.

Por este motivo, é importante que o futuro professor, ao realizar o estágio na Educação Infantil, direcione seu olhar para a prática pedagógica do professor que acompanha, para que possa adquirir a prática profissional e a competência pedagógica necessárias à formação de sua postura e identidade docentes.

É preciso, também, que o aluno observe alguns focos importantes do trabalho com Educação Infantil. Estes focos baseiam-se nas orientações contidas nos RCNEI e que devem nortear o trabalho destes profissionais.

São eles:

• O cuidar;• Música;• A contação de histórias;• Artes Visuais;• História, Geografia e Ciências;

• Iniciação à Alfabetização e Letramento;• Iniciação ao numeramento e ao pensamento geométrico;• O papel de cada espaço físico no desenvolvimento das crianças;• Jogos e Brincadeiras;• Inclusão.

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Nesta Unidade, vamos abordar um ponto muito discutido pelos profissinais da Educação, que é a questão do binômio cuidar e educar.

Qual deve ser o foco principal na educação infantil?

Cuidar? Educar?

OCUIDAR

Nossa história da Educação nos mostra que a Educação Infantil foi construída com base em características assistencialistas.

Aranha (2000) destaca que as crianças eram levadas à escola para que pudessem receber cuidados e disciplina por parte dos adultos.

Conforme o tempo passou, o progresso se instalou na sociedade e tais mudanças influenciaram na concepção das escolas de Educação Infantil, passando a focar seu trabalho com as crianças tanto no educar quanto no cuidar, de forma alternada.

No transcorrer de nossa história, verificamos que cuidar e educar se apresentavam sempre de forma antagônica, nunca de forma complementar.

Importante!

A mudança no caráter de atendimento às crianças na Educação Infantil ocorreu pelas conquistas naLeideDiretrizeseBasesdaEducaçãoNacional–Lei9394/96(http://goo.gl/hvB4b);E no Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069/90 (http://goo.gl/XE9ht), que conferiram às crianças direitos de cidadãs. Acesse os links para ler e saber como essas mudanças ocorreram.

Você Sabia?

Atualmente, atendendo às mudanças na legislação e às novas teorias educacionais, superou-se este trabalho assistencialista, e os conceitos de educar e cuidar apresentam-se como pontos complementares.

Porém, modificar essa concepção de educação assistencialista não diz respeito somente ao cumprimento da Legislação. Essa modificação legal deve vir acompanhada de mudança de postura e conhecimento das especificidades da educação infantil e das concepções sobre a infância, do papel da família, da escola e do Estado, diante de crianças pequenas.

Hoje, a maioria das instituições de Educação Infantil, pautadas na LDB e no RCNEI, tem os seus objetivos diretamente centrados no cuidar e educar. Por isso, é preciso entender claramente os conceitos envolvidos nestes dois aspectos. Se quisermos acolher nossas crianças de forma muito especial, cuidando e educando, devemos entender as diferenças entre estes dois conceitos.

Educar é um conceito relacionado às ações pedagógicas que visam a apresentar à criança situações e oportunidades de desenvolver suas capacidades e habilidades.

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O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal e de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (1998 p.24).

Esta citação nos mostra que, se pretendemos educar as crianças na Educação Infantil, devemos sempre propiciar um ambiente de respeito e acolhida, e agir de forma a deixá-las livres para que se expressem, ocupem seus espaços e desenvolvam suas potencialidades, valores e um comportamento baseado no diálogo, e uma aprendizagem com maior significado.

Educar, então, é não impor às crianças verdades já prontas, mas ajudá-las a encontrar e fortalecer um caminho próprio de dar significado ao mundo e a si mesmas, e de responder às mais diferentes situações em sua vida pessoal.

Já cuidar significa criar um ambiente que garanta o conforto da criança em relação ao sono, fome, sede, higiene, e também sua segurança física e mental, necessários à sua educação, permitindo-lhe explorar e construir os sentidos das coisas para sua vida e acompanhando-a enquanto se percebe e se constitui como sujeito.

O RCNEI destaca que, mesmo sendo parte integrante da educação infantil, o cuidar exige do professor conhecimentos, habilidades e recursos que facilitem a exploração da dimensão pedagógica desse cuidar.

O trabalho feito pelo professor, interagindo educar e cuidar, mostra uma concepção que aceita a criança como um ser social, histórico, inserido na cultura e um cidadão de direitos.

Os professores que escolhem esta proposta constroem outras formas de atuar, aliando o cuidado e o atendimento às necessidades básicas da criança (alimentação, higiene, saúde e proteção) à Educação.

Estas ações pedagógicas são construídas por cada professor, de acordo com as características e necessidades de sua turma, e tem pautado os projetos e trabalhos de muitas escolas de Educação Infantil.

O importante para o futuro professor é observar no momento de estágio e refletir sobre as propostas da disciplina de Prática de Ensino sobre a visão que se tem da criança nas escolas de Educação Infantil, que deve ser vista como um ser pleno de potencialidades, pronto a ser estimulado e desenvolvido, para que possa ter oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento, aprendendo, conhecendo e compreendendo o mundo do qual faz parte.

Se assim pensarmos e trabalharmos, a Educação Infantil servirá de base para o desenvolvimento das crianças, tanto na questão de conhecimento, quanto nas

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questões corporais, motoras, afetivas e emocionais. Isto fará com que se contribua para a formação integral de crianças saudáveis e felizes.

Na Educação Infantil, muitas vezes se confunde o educar com o cuidar, o que não deve ocorrer, apesar de que nesta fase as crianças precisam de cuidados diferenciados para garantia de sua segurança e sobrevivência.

Por esse motivo, afirmamos que o fazer pedagógico do professor precisa se pautar nas reais necessidades das crianças, para que possa atender à individualidade de cada um e às necessidades de todos. Esse conhecimento deve ser a base da ação educacional, permitindo que a criança cresça e construa sua própria aprendizagem.

O próprio RCNEI destaca a importância do conhecimento das necessidades das crianças:

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades sócio-culturais

(BRASIL,1998,p.25).

Portanto, o trabalho integrado do cuidar e educar auxilia o professor no desenvolvimento das crianças, com base no respeito à diversidade e à realidade das mesmas.

Antes de tudo devemos entender a especificidade do trabalho que será realizado com as crianças de zero a cinco anos. É preciso ter clara a concepção que temos de infância, dos seus direitos, de suas identidades pessoais, de suas potencialidades humanas, lembrando que estas concepções precisam estar presentes em todo nosso fazer pedagógico.

Refletir sobre os valores que acreditamos ser fundamentais para as crianças também nos leva a pensar nas práticas pedagógicas para a construção social destes sujeitos.

É preciso, também, que se pense na qualidade da Educação Infantil. Nesta faixa etária os padrões de qualidade devem estar associados à concepção de educação que o professor defende, ao entendimento de que, embora pequenas as crianças deste nível de ensino devem ser consideradas como parte integrante de seus contextos sociais e ambientais, pertencentes à determinada cultura e que como tais devem agir e interagir por meio de diferentes linguagens, no desenvolvimento do conhecimento e da autonomia.

Nesse sentido, estas interações deverão ser propiciadas pelo professor, na criação de ambientes ligados à realidade dos alunos, que estimulem o pensar e o crescer.

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As crianças precisam do apoio e incentivo dos adultos que, no caso da Escola, é papel desempenhado prioritariamente pelo professor.

Aliando os aspectos biológico e afetivo do cuidar com o preparo para o conhecimento, a vida e a cidadania do educar, o educador poderá estabelecer vínculos com a criança, para identificar suas necessidades e atendê-las de forma eficaz.

“UnircuidadoseconteúdoséofereceraomesmotempoafetoeEducaçãodesdeosprimeirosanosdevida”,BeatrizFerraz.Acesse:http://goo.gl/9fz7E2ereflitasobreaafirmaçãodaautora.

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O RCNEI (1998) destaca que o grande desafio encontrado na Educação Infantil é compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo.

Alguns teóricos mostram a necessidade de, neste nível de ensino, incorporarmos aos poucos as nossas ações com o educar e o cuidar, para que as crianças tenham condições de aprender em qualquer das situações apresentadas, sejam simples brincadeiras, sejam situações pedagógicas intencionais e planejadas.

Os professores da Educação Infantil devem, então, equilibrar estes dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar.

As crianças precisam ser atendidas em suas necessidades básicas como alimentação, higiene e segurança. Mas, para além destes cuidados, é preciso atender a criança neste momento fértil de desenvolvimento, no qual ela se baseia nas interações e exemplos das pessoas que a cercam, nas experiências vividas, na cultura de seu grupo, para atribuir significados aos seus pensamentos, crescer e aprender.

Nesse sentido, a criança começa a aprender a pensar por si, a desenvolver sua autonomia, a ser escutada, a se formar como cidadã.

Não podemos nos esquecer, também, de que tanto a educação quanto o cuidado não são exclusividade do professor em sala de aula. Este trabalho envolvendo o educar e o cuidar precisa vir de uma ação conjunta dos educadores com os demais membros da equipe da instituição, como merendeiros, faxineiros, porteiros, coordenação, direção e os pais, pois é essencial garantir que o cuidar e o educar aconteçam de forma integrada.

Essas ações podem ser previstas já no planejamento educacional, chegando até a realização das atividades em si, em reuniões com os pais e demais membros da equipe.

Podemos observar que mesmo quando estamos trocando ou alimentando uma criança, podemos a estar educando ou estimulando.

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Portanto, podemos concluir que o cuidar e o educar devem ser trabalhados juntos, num equilíbrio entre ambos, porque sabemos que as crianças precisam de cuidados especiais, mas também são cidadãs em formação e, portanto, agentes ativos da sociedade onde vivemos e que construiremos.

Acessehttp://goo.gl/pdz6LI eleiaasorientaçõesqueoReferencialCurricularNacionalparaaEducaçãoInfantiloferecenoVolume1–Introdução.Ex

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ConsideraçõesFinais

Nesta Unidade, foram desenvolvidos temas importantes para o trabalho do professor na Educação Infantil.

Mostramos a importância da Prática de Ensino e das discussões presentes nesta Disciplina para a formação do professor, destacando sua contribuição para que as observações da prática pedagógica do professor propiciadas nos estágios possam reforçar esta formação.

Conhecemos o conceito de práxis pedagógica, ressaltando a reflexão do professor sobre sua ação, resultando em novas ações revistas e enriquecidas.

Nesta Unidade, foi destacado o “cuidar” como importante foco do trabalho do professor, em parceria com o “educar”, constituindo pontos importantíssimos no desenvolvimento e crescimento dos alunos.

Ser professor na Educação Infantil pede comprometimento com seus alunos e consigo mesmo, em ações constantes de pesquisa e aprendizagem, na constituição da própria prática e no crescimento de seus alunos

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UNIDADE

MaterialComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.

Disponível em :

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdfhttp://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

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ReferênciasARANHA, Maria Lúcia de Arruda.História da Educação. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2000.

BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: dez. 2015.

______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em dez.2015

CURI, Edda. A formação inicial de professores para ensinar matemática: algumas reflexões, desafios e perspectivas. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Natal, ano 6, n. 9, p. 75-94, jul. 2011.

PINTO, Ana Lúcia Guedes; FONTANA, Roseli Aparecida Cação. Trabalho Escolar e Produção de Conhecimentos. In: MACIEL, Lizete Shizue Bomura; SHIGUNOV, Neto; SHIGUNOV, Alexandre (Org.). Desatando os nós da formação docente. Porto Alegre: Mediação, 2002. p. 5-22.

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