Prefeitura Municipal de Mangaratiba · Revisão Data Modificação Verificação Aprovação PREFEITURA MUNICIPAL DE MANGARATIBA Revisão do Plano Diretor Municipal Fase 2 – Análise

Prefeitura Municipal de Mangaratiba

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Revisão do Plano Diretor do Município de Mangaratiba: Fase 2 – Análise

Temática Integrada/ por Oliver Arquitetura. - Ribeirão Preto, São Paulo:

[s.n.], 2016.

134 p.

1. Análise Temática Integrada. 2. Leitura Técnica. 3.Plano Diretor

Municipal. I Título. Código

Revisão Data Modificação Verificação Aprovação

PREFEITURA MUNICIPAL DE MANGARATIBA

Revisão do Plano Diretor Municipal

Fase 2 – Análise Temática Integrada

Elaborado: Aprovado:

Verificado: Coordenador Geral: Sandra R. O. Neves

Nº Contrato: 023/2016 Data: Fevereiro/2017 Folha:

Revisão:

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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MANGARATIBA

ESTADO DO RIO DE JANEIRO Praça Robert Simões, 92 – Centro – Mangaratiba/RJ Tel./Fax (21) 2789-6000

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Município de Mangaratiba e seus Distritos ........................................................................... 24

Figura 2 - Municípios Limítrofes ............................................................................................................ 26

Figura 3 - Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro ...................................................................... 28

Figura 4 - Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e Microrregião de Itaguaí ............................ 29

Figura 5 - Regiões de Governo do Rio de Janeiro ................................................................................ 30

Figura 6 - Principais Acessos ao Município .......................................................................................... 31

Figura 7 - Distâncias entre Mangaratiba e Municípios Vizinhos ........................................................... 32

Figura 8 - Bacia Hidrográfica do Rio Guandu ....................................................................................... 35

Figura 9 - APA de Mangaratiba ............................................................................................................. 38

Figura 10 - Parque Estadual do Cunhambebe ...................................................................................... 40

Figura 11 - APA Marinha Boto Cinza .................................................................................................... 41

Figura 12 - Parque Natural Municipal da Pedra do Urubu .................................................................... 42

Figura 13 - APA Guaíba - Guaibinha .................................................................................................... 43

Figura 14 - Parque Ecológico Cultural do Sahy .................................................................................... 44

Figura 15 - Domínios de Risco a Escorregamentos do Estado do Rio de Janeiro ............................... 45

Figura 16 - IDHM dos Municípios Limítrofes ......................................................................................... 66

Figura 17 - IDHM dos Municípios da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro ........................... 68

Figura 18 - Diagrama simplificado do Sistema de Água ..................................................................... 127




LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução da População ....................................................................................................... 26

Tabela 2 – População dos Municípios Limítrofes ................................................................................. 27

Tabela 3 - Microrregião de Itaguaí ........................................................................................................ 29

Tabela 4 - IDHM dos Municípios Limítrofes .......................................................................................... 65

Tabela 5 - IDHM dos Municípios da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro ............................ 67

Tabela 6 - População e Densidade Demográfica do Município, do Estado e do País ......................... 69

Tabela 7 - Evolução da População do Município, do Estado e do País ............................................... 69

Tabela 8 - Taxa de Crescimento de Mangaratiba ................................................................................. 70

Tabela 9 - População da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro .............................................. 71

Tabela 10 - População dos Municípios Limítrofes ................................................................................ 72

Tabela 11 - Taxa de Envelhecimento ................................................................................................... 73

Tabela 12 - Taxa de Mortalidade Infantil ............................................................................................... 75

Tabela 13 - Probabilidade de Sobrevivência até os 60 anos ................................................................ 76

Tabela 14 - Número de mulheres chefes de família com filhos menores de 15 anos .......................... 77

Tabela 15 - Indicadores sobre mulheres chefes de família .................................................................. 77

Tabela 16 - Indicadores relacionados à renda ...................................................................................... 78

Tabela 17 - Índices de desigualdade .................................................................................................... 79

Tabela 18 - Indicadores de Habitação .................................................................................................. 80

Tabela 19 - Indicadores de Educação .................................................................................................. 85

Tabela 20 - Indicadores de Trabalho .................................................................................................... 87

Tabela 21 - Admissões e Desligamentos nos Empregos Formais ....................................................... 88

Tabela 22 - Empregos Formais por sexo .............................................................................................. 88

Tabela 23 - Rendimento Médio em 2013 .............................................................................................. 89

Tabela 24 - Número de Estabelecimentos Empregadores ................................................................... 89

Tabela 25 - Evolução do Valor Adicionado (em mil reais) .................................................................... 90

Tabela 26 - Comparação do Valor Adicionado Bruto de 2013 com municípios vizinhos (em mil reais)

............................................................................................................................................................... 90

Tabela 27 - Comparação do PIB e PIB Per Capita de 2013 dos municípios vizinhos ......................... 91




Tabela 28 - Produção da Lavoura Permanente em Mangaratiba no ano de 2015 ............................... 94

Tabela 29 - Produção das Lavouras Temporárias em Mangaratiba no ano de 2015 .......................... 95

Tabela 30 - Os cinco municípios que mais produziram saibro no Estado do Rio de Janeiro em 2012 97

Tabela 31 - Indicadores relacionados à pecuária em Mangaratiba no ano de 2015 ............................ 97




LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Precipitação média mensal de 1972 a 1990, na estação Ilha Guaíba ................................ 46

Gráfico 2 - IDH de Mangaratiba, do Estado e do País .......................................................................... 64

Gráfico 3 - Evolução do IDHM de Mangaratiba .................................................................................... 65

Gráfico 4 - Taxa de Crescimento de Mangaratiba ................................................................................ 69

Gráfico 5 - Comparativo das Taxas de Crescimento ............................................................................ 70

Gráfico 6 - População por sexo e idade no município de Mangaratiba ................................................ 73

Gráfico 7 - População por sexo e idade do Estado do Rio de Janeiro ................................................. 73

Gráfico 8 - Evolução da Taxa de Envelhecimento de Mangaratiba ...................................................... 74

Gráfico 9 - Evolução da taxa de mortalidade infantil em Mangaratiba ................................................. 75

Gráfico 10 - Probabilidade de sobrevivência até os 60 anos ................................................................ 76

Gráfico 11 - Evolução da renda per capita ............................................................................................ 78

Gráfico 12 - Expectativa de anos de estudo ......................................................................................... 84

Gráfico 13 - Taxa de Analfabetismo ...................................................................................................... 85

Gráfico 14 - População Economicamente Ativa .................................................................................... 86

Gráfico 15 - Empregos formais por setores .......................................................................................... 87

Gráfico 16 - Evolução do PIB de Mangaratiba ...................................................................................... 92

Gráfico 17- Evolução do PIB per capta em Mangaratiba ...................................................................... 92

Gráfico 18 - Composição do PIB de Mangaratiba em 2013 (valores em mil reais) .............................. 93

Gráfico 19 - Evolução do Valor da Produção da Banana ..................................................................... 94

Gráfico 20 - Evolução do Valor da Produção do Caqui, Coco-da-baía, Limão e Palmito .................... 95

Gráfico 21 - Evolução do Valor de Produção da Cana-de-açúcar e da Mandioca ............................... 96

Gráfico 22 - Evolução da Receita Corrente Anual (em reais) e variação anual da receita (em %) de

Mangaratiba ......................................................................................................................................... 117

Gráfico 23 - Comparativo do Crescimento Bruto da Receita (em %) ................................................. 118

Gráfico 24 - Comparativo da Receita Corrente Anual (em reais) ....................................................... 119

Gráfico 25 - Evolução da Receita per Capta em Mangaratiba (em reais) .......................................... 120

Gráfico 26 - Evolução Comparativa da Receita per capta (em reais) ................................................. 120




Gráfico 27 - Comparativo da Distribuição das Receitas Correntes (em %) ........................................ 121

Gráfico 28 - Distribuição das Transferências Correntes (em %) ........................................................ 122

Gráfico 29 - Evolução das Despesas de Mangaratiba ........................................................................ 123

Gráfico 30 - Evolução Comparativa de Despesas e Receitas Correntes de Mangaratiba ................. 123

Gráfico 31 - Principais Categorias de Despesas em Mangaratiba ..................................................... 124

Gráfico 32 - Distribuição das Despesas do ano de 2015 .................................................................... 125

Gráfico 33 - Distribuição das Despesas com Saúde, Educação e Administração ............................. 126




SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 18

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19

2 CRONOGRAMA FÍSICO DE TRABALHOS ....................................................... 20

3 HISTÓRIA ........................................................................................................... 22

4 ASPECTOS REGIONAIS ................................................................................... 24

5 ASPECTOS AMBIENTAIS ................................................................................. 32

5.1 RELEVO E SOLO ........................................................................................ 32

5.2 CLIMA .......................................................................................................... 33

5.3 BACIAS HIDROGRÁFICAS E HIDROGRAFIA ............................................ 34

5.4 ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ......................................................... 37

5.4.1 APA DE MANGARATIBA ..................................................................... 37

5.4.2 PARQUE ESTADUAL DO CUNHAMBEBE .......................................... 38

5.4.3 APA MARINHA BOTO CINZA .............................................................. 40

5.4.4 PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PEDRA DO URUBU ................ 41

5.4.5 APA GUAÍBA - GUAIBINHA................................................................. 42

5.4.6 PARQUE ECOLÓGICO CULTURAL DO SAHY ................................... 43

5.5 ENCHENTES, ALAGAMENTOS E ESCORREGAMENTOS ....................... 45

5.6 GEOMORFOLOGIA ..................................................................................... 47

5.7 VEGETAÇÃO ............................................................................................... 48

5.8 GEOLOGIA .................................................................................................. 49

6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS .......................................................................... 50

6.1 SECRETARIAS ............................................................................................ 50

6.2 IPTU ............................................................................................................. 59




7 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ................................................................... 62

7.1 IDH - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO .................................... 62

7.1.1 IDH DOS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES ................................................... 65

7.1.2 IDH DA MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO . 66

7.2 DINÂMICA POPULACIONAL ....................................................................... 68

7.2.1 POPULAÇÃO POR SEXO E IDADE ..................................................... 72

7.2.2 TAXA DE ENVELHECIMENTO ............................................................. 73

7.2.3 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL .................................................. 74

7.2.4 PROBABILIDADE DE SOBREVIVÊNCIA ATÉ OS 60 ANOS .............. 75

7.2.5 MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA ...................................................... 76

7.3 RENDA ......................................................................................................... 77

7.4 HABITAÇÃO ................................................................................................ 79

7.4.1 INDICADORES GERAIS ....................................................................... 79

7.4.2 DÉFICIT HABITACIONAL .................................................................... 80

7.4.3 INADEQUAÇÃO DE DOMICÍLIOS URBANOS .................................... 81

7.5 EDUCAÇÃO ................................................................................................. 82

7.5.1 EXPECTATIVA DE ANOS DE ESTUDO .............................................. 83

7.5.2 TAXA DE ANALFABETISMO ............................................................... 84

7.6 TRABALHO .................................................................................................. 86

7.7 ESTRUTURAS PRODUTIVAS ..................................................................... 89

7.7.1 VALOR ADICIONADO – VA ................................................................. 89

7.7.2 PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB .................................................... 91

7.7.3 PRODUÇÃO AGRÍCOLA ...................................................................... 93

7.7.4 EXTRAÇÃO MINERAL ......................................................................... 96

7.7.5 PECUÁRIA ............................................................................................ 97

8 TURISMO ........................................................................................................... 97




8.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL .................................................. 98

8.1.1 CENTRO CULTURAL CARY CAVALCANTE ...................................... 99

8.1.2 SOLAR BARÃO DE SAHY ................................................................... 99

8.1.3 IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GUIA .......................... 100

8.1.4 IGREJA NOSSA SENHORA DE SANT’ANA ..................................... 101

8.1.5 IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE JACAREÍ ..... 101

8.1.6 IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS DORES................................... 101

8.1.7 IGREJA DE SÃO PEDRO ................................................................... 101

8.1.8 CENTRO CULTURAL DE ITACURUÇÁ ............................................. 102

8.1.9 ESTRADA IMPERIAL ......................................................................... 102

8.1.10 PONTE DA ESTRADA IMPERIAL ...................................................... 102

8.1.11 BEBEDOURO DA BARREIRA ........................................................... 103

8.1.12 RUÍNAS DO ANTIGO TEATRO .......................................................... 103

8.1.13 RUÍNAS IMPERIAIS DO POVOADO DO SACO ................................ 103

8.1.14 CHAFARIZ .......................................................................................... 104

8.1.15 ANTIGO ENGENHO DO GAGO ......................................................... 105

8.1.16 POMAR DA CASA BRANCA.............................................................. 105

8.1.17 CRUZEIRO DA PEDRA ...................................................................... 105

8.1.18 ESTRADA DO ATALHO ..................................................................... 106

8.1.19 SEDE DA FAZENDA DE SANT’ANA ................................................. 106

8.1.20 RUÍNAS DO PORTO DO SAÍ.............................................................. 106

8.2 PRAIAS, ILHAS E CACHOEIRAS .............................................................. 107

8.2.1 PRAIAS ............................................................................................... 107

8.2.2 CACHOEIRAS ..................................................................................... 112

8.3 PARQUE DO CUNHAMBEBE ................................................................... 114

8.4 PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PEDRA DO URUBU ....................... 114




9 ANÁLISE DE FINANÇAS PÚBLICAS ............................................................. 115

9.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 115

9.2 RESULTADO DA RECEITA ....................................................................... 116

9.3 ANÁLISE DE DESPESAS .......................................................................... 122

10 ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA .............................................................. 126

10.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................ 126

10.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................... 128




APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o produto da FASE 2 – ANÁLISE TEMÁTICA

INTEGRADA do contrato de Revisão do Plano Diretor Municipal de Mangaratiba,

referente ao Processo Interno n° 06867/2016 e do Contrato nº 023/2016 firmado

entre a Prefeitura de Mangaratiba e a empresa de consultoria Oliver Arquitetura

Ltda., por meio do Pregão Presencial nº 066/2016.

O processo de elaboração da Revisão do Plano Diretor Municipal contempla

04 Fases que resultam em um conjunto de diretrizes e proposições pensadas para

curto, médio e longo prazos que serão apresentadas em audiências públicas. Dentre

os produtos que compõem o contrato, o produto da Fase 2 insere-se

contextualmente no escopo da Revisão do Plano Diretor Municipal, como segue:

Fase 1 – Mobilização e Plano de Trabalho


Fase 3 – Diretrizes e Proposições

Fase 4 – Plano de Ação e Investimentos e Institucionalização do PD

O conteúdo da Fase 2 – Análise Temática Integrada será composta pela

análise de temáticas entre outros, de uso e ocupação do solo e restrições a

ocupação, mobilidade urbana, infraestrutura e serviços públicos, panorama

econômico e finanças públicas.

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Prefeitura Municipal de Franco da Rocha

1 INTRODUÇÃO

O Plano Diretor Municipal é o instrumento dos governos municipais voltado à

política de desenvolvimento e expansão urbana.

No processo de revisão do Plano são novamente identificadas e analisadas

as características físicas, suas vocações bem como as potencialidades e

deficiências identificadas para que com o apoio e participação de toda sociedade

organizada determine-se os eixos estratégicos de revisão do plano.

A entrada em vigor do Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº 10.257 de

10/07/2001) e a criação do Ministério das Cidades formam uma moldura legal e

institucional federal que dá condições efetivas para a implementação de políticas

urbanas de cunho democrático e social.

O Estatuto da Cidade vem regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição

Federal de 1988, que norteiam o capítulo relativo à Política Urbana. Além disso, fixa

como princípio fundamental a função social da cidade e da propriedade urbana,

conforme disposto no artigo 5º, incisos XXII e XXIII, da Constituição Federal.

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2 CRONOGRAMA FÍSICO DE TRABALHOS

Para construção da Revisão do Plano Diretor Municipal de Mangaratiba as

atividades serão divididas em 4 Fases, sendo:

Fase 1 – Mobilização


Fase 3 – Diretrizes e Proposições

Fase 4 – Plano de Ações e Investimentos e Institucionalização do PD

A Fase 1 – Mobilização destina-se a mobilização da Equipe Técnica Municipal, bem

como de toda sociedade civil que deverá acompanhar o processo de construção do

Plano até a sua entrega final.

A Fase 2 – Análise Temática Integrada tem como objetivo o conhecimento da

realidade municipal em seus aspectos técnicos. Dessa forma os aspectos a serem

levantados abrangem as análises de: uso e ocupação do solo, infraestruturas,

equipamentos e serviços públicos; meio ambiente e sua confrontação com aspectos

de uso e ocupação do solo e infraestruturas, análises de expansão urbana, aspectos

socioeconômicos, sistema de transporte e mobilidade; avaliação da capacidade de

investimento do município e avaliação da estrutura e funcionamento dos conselhos

existentes.

A Fase 3 – Diretrizes e Proposições a partir do diagnóstico elaborado na Fase

anterior serão definidas as Diretrizes e Proposições para revisão do Plano Diretor

Municipal considerando: o reordenamento territorial, a definição de instrumentos

urbanísticos e o estabelecimento de uma sistemática permanente e participativa de

planejamento e gestão municipal.

A Fase 4 – Plano de Ação de Investimentos e Institucionalização do PD, sendo que

o PAI refere-se a definição de ações e investimentos para implementação do Plano

Diretor e a Institucionalização refere-se a elaboração das leis urbanísticas: plano

Diretor,

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perímetro, parcelamento do solo, uso e ocupação do solo urbano e rural, sistema

viário, condomínios horizontais e verticais, regulamentação de direito de preempção,

outorga onerosa, transferência do direito de construir e regulamentação do estudo

de impacto de vizinhança, sendo que essas últimas 4 leis, apenas se for o caso.

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3 HISTÓRIA

O litoral de Mangaratiba era ocupado por índios quando, em 1502 os

portugueses chegaram nas terras. Como não encontraram ouro ou algum outro

metal precioso, eles se preocuparam mais em fazer comércio com as cidades da

Índia do que em povoar a colônia. Nesse período de 1500 até 1532 não houveram

grandes mudanças nas terras de Mangaratiba, os portugueses e os franceses

chegavam no litoral e faziam escambos com os índios em troca de pau-brasil. Os

franceses não reconheciam as terras como propriedade de Portugal e em 1520

havia a mesma quantidade de franceses e portugueses na região.

Os franceses não tinham interesse em escravizar os índios, apenas levar pau-

brasil para a França. Seus objetivos juntamente à sua cordialidade possibilitaram

uma aliança com os índios: eles traziam o pau-brasil para os franceses em troca de

espelhos, machados, facões e mais tarde até armas de pólvora e munição.

Ao notar a situação, o Rei de Portugal sentiu a ameaça de perder as terras

para os franceses e dividiu o território nas Capitanias Hereditárias a fim de povoar o

território, produzir açúcar e criar gado. A tribo tupinambá, conhecida pela

agressividade de seus índios, tornou difícil a ocupação dos portugueses na área

devido à resistência à escravidão e a aliança feita com os franceses.

Com o fracasso das Capitanias, o Rei de Portugal designou Mem de Sá como

Governador Geral do Brasil, que deveria expulsar os tamoios (união de várias tribos,

inclusive dos tupinambás) e os franceses das terras colonizadas por Portugal. A

guerra terminou em 1567, com o extermínio dos índios tamoios.

Com a preocupação de povoar as terras para não as perder, uma sesmaria

de Mangaratiba foi doada à família de Sá. Por volta de 1620, Martim Correia de Sá

já estava estabelecido na região e solicitou a doação de terras devolutas para seus

filhos (Salvador Correia de Sá e Cecilia Benevides), a fim de instalar engenhos e

realocar índios remanescentes. Martim trouxe índios tupiniquins, já catequizados, de

Porto Seguro para implantar aldeamentos na região e evitar que os tupinambás

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dominassem a região novamente.

Em 1700 a capela Nossa Senhora da Guia foi construída pelos índios. Nesse

período Mangaratiba ainda pertencia à Angra dos Reis, mas passou a ser parte do

território de Itaguaí com a criação desse município, em 1818.

Mangaratiba foi desenvolvendo-se e com a independência do Brasil em 1822,

o progresso foi ainda maior. O solo propício à agricultura, os engenhos e o porto

construído para o escoamento do café (mas que também era usado para o tráfico

negreiro) foram determinantes para emancipar Mangaratiba, no dia 11 de novembro

de 1831, tornando-a “vila” (pertencente a Itaguaí). Devido às características do seu

litoral, o porto de Mangaratiba foi um dos principais acessos ao Rio de Janeiro e rota

da exportação do café vindo do Vale do Paraíba, sua importância exigiu a

construção da Estrada Imperial (atual RJ-149), a primeira estrada de rodagem do

país.

A construção da Estrada Imperial aumentou a importância da vila e contribuiu

para a consolidação de uma aristocracia local. Foi então criada a primeira Câmara

de Mangaratiba, que funcionou por 10 anos no palacete do barão do Sahy, imóvel

que hoje é tombado e abriga um dos principais destinos culturais da cidade.

Após a proibição do tráfico negreiro, a construção da Estrada de Ferro Rio de

Janeiro - São Paulo (que tirou Mangaratiba da rota), aos surtos de doenças

contagiosas (febre amarela e cólera) e ao consequente abandono dos moradores,

Mangaratiba passou por uma grave crise econômica, chegando a perder a sua

emancipação política por 7 meses (de junho de 1892 até dezembro do mesmo ano).

No dia 17 de dezembro de 1892 Mangaratiba foi elevada à categoria de vila.

Em 1894, o vereador José Caetano de Oliveira solicitou o prolongamento da

linha de trem até Mangaratiba, que chegou ao centro da cidade somente em 1914,

fazendo com que a decadência do município acabasse e a economia da cidade

voltasse a crescer, agora, baseada na produção da lenha, carvão e principalmente

das bananas.

A Estrada de Ferro Central do Brasil colocou Mangaratiba em ligação com o

Rio de Janeiro, fazendo com que o potencial turístico do município ganhasse

destaque. Residências de veraneio começaram a ser construídas juntamente a

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grandes loteamentos na orla marítima.

Com a produção de bananas e o turismo ficando cada vez mais intensos, a

vila de Mangaratiba foi elevada à categoria de Cidade em 27 de dezembro de 1929.

O nome do município é um topônimo indígena que indica abundância (tiba) e

banana (mangara) e o gentílico dos moradores é “mangaratibano”.

4 ASPECTOS REGIONAIS

Mangaratiba é composta pela Sede e por mais cinco distritos. Quatro deles

estão distribuídos pelos seus 40 km de litoral: Distrito de Muriqui, de Praia Grande,

de Itacuruçá e Conceição do Jacareí. O Distrito Serra do Piloto é o único que não

está localizado no litoral, ele fica próximo à divisa com Rio Claro. Além dos distritos,

há outras cinco áreas de destaque: povoado junto às margens do Rio Sahy, o bairro

de Ibicuí e três condomínios (Barra do Sahy, Praia de São Braz e Praia do Sítio

Bom).

Figura 1 - Município de Mangaratiba e seus Distritos Elaboração: Oliver Arquitetura

25





A divisão administrativa do município foi feita de seguinte forma:

1º Distrito: Mangaratiba (sede)

2º Distrito: Conceição de Jacareí

3º Distrito: Itacuruçá

4º Distrito: Muriqui

5º Distrito: Serra do Piloto

6º Distrito: Praia Grande

Mais de 50% dos domicílios de Mangaratiba são de uso ocasional, são eles

hotéis, resorts de luxo e grandes condomínios. Grande parte das áreas planas e

edificáveis já estão loteadas e ocupadas, sendo as mais nobres ocupadas pelos

imóveis de veraneio e as periferias ocupadas pela população local de menor renda.

A população permanente se divide em dois grupos: um grupo voltado ao

comércio local e as atividades de turismo e outro composto por pessoas que

trabalham nas empresas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ e usam

Mangaratiba como cidade dormitório.

O município de Mangaratiba contava em 2010 com uma população de 36.456

habitantes, sendo 32.120 habitantes na zona urbana e 4.336 habitantes na zona

rural. Em 2016, segundo estimativa do IBGE, sua população cresceu para 41.557

habitantes. Estima-se que a população no período de alta temporada ultrapasse

100.000 habitantes.

Ano Total de Habitantes

1940 7.980

1950 10.767

1960 12.655

1970 12.338

1980 13.845

1991 17.925

2000 24.901

2010 36.456

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Tabela 1 - Evolução da População Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ, 2016

Segundo dados do IBGE, a área da unidade territorial de Mangaratiba é de

356,408 Km², o município está a 22°57’35” de latitude sul e 44°02’26” de longitude

oeste e encontra-se a 18 metros de altitude com relação ao nível do mar.

Mangaratiba limita-se ao leste com o município de Itaguaí, a oeste com o

município de Angra dos Reis e ao norte com o município de Rio Claro. A restinga do

Marambaia faz parte do território de Mangaratiba, de Itaguaí e do Rio de Janeiro.

Dados fornecidos pela Prefeitura indicam uma distância em linha reta até a capital

do estado de 94km.

Figura 2 - Municípios Limítrofes Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

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Município População (2010)

Angra dos Reis 169.511

Itaguaí 109.091

Mangaratiba 36.456

Rio Claro 17.425

Tabela 2 – População dos Municípios Limítrofes Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

O município de Mangaratiba faz parte da Mesorregião Metropolitana do Rio

de Janeiro, que é a maior, mais rica e mais densamente povoada mesorregião do

estado. Ela possui uma área de 10.230,492 km² e sua população é de 12.633.420

habitantes. É formada por trinta municípios: Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu,

Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri,

Magé, Mangaratiba, Maricá, Mendes, Mesquita, Miguel Pereira, Nilópolis, Niterói,

Nova Iguaçu, Paracambi, Paty do Alferes, Petrópolis, Queimados, Rio Bonito, Rio de

Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, São José do Vale do Rio Preto,

Seropédica, Tanguá, Teresópolis e Vassouras.

28





Figura 3 - Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

A Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro é dividida em 5 microrregiões,

sendo elas: Macacu-Caceribu, Rio de Janeiro, Serrana, Vassouras e Itaguaí, que é

onde o município de Mangaratiba está localizado.

A Microrregião de Itaguaí é composta por três municípios: Itaguaí,

Mangaratiba e Seropédica. Sua área total é de 907.007 km² e a população total é de

216.985 habitantes. Itaguaí é o município com a maior população e maior PIB da

microrregião, conforme mostra a tabela a seguir:

Município Área (km²) População (2010) PIB (2013) PIB per capita (2013)

Itaguaí 274,401 109.091 7.003.802 mil reais R$ 60.616,93

Mangaratiba 356,408 36.456 2.725.171 mil reais R$ 69.501,95

Seropédica 283,766 78.186 1.837.124 mil reais R$ 22.607,97

29





Tabela 3 - Microrregião de Itaguaí Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

Figura 4 - Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e Microrregião de Itaguaí Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

O Estado do Rio de Janeiro divide-se também em oito Regiões de Governo,

estando Mangaratiba localizada na Região da Costa Verde, que é composta pelos

municípios de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. A Região da Costa Verde é

conhecida por suas belezas naturais, que são muito atrativas para o turismo,

principalmente em Angra dos Reis e Paraty. Mangaratiba diferencia-se dos outros

dois municípios por estar mais ligada à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, da

qual fazia parte até 2002.

30





Figura 5 - Regiões de Governo do Rio de Janeiro Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ

Em termos de Infraestrutura Rodoviária, o município é cortado no eixo Leste-

Oeste pela Rodovia Governador Mário Covas (BR-101) e no eixo Norte-Sul pela

Estrada São João Marcos, que ao norte encontra-se com a RJ-149 e ao sul com a

RJ-014, conforme demonstra o mapa a seguir.

A Rodovia Governador Mário Covas BR-101 é uma rodovia federal e a mais

extensa rodovia brasileira, cruzando o país de norte a sul e passando por 12

diferentes estados. Seu ponto inicial está localizado no município de Touros, no Rio

Grande do Norte e o final está no município de São José do Norte, no Rio Grande do

Sul.

A RJ-149 é uma rodovia do Estado do Rio de Janeiro, que liga Mangaratiba à

Rio Claro, possui 41km de extensão e encontra-se com a BR-101 em Mangaratiba.

A rodovia RJ-014 também é estadual e liga Mangaratiba à BR-101.

31





Figura 6 - Principais Acessos ao Município Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

Mangaratiba está a 102 km da capital Rio de Janeiro, a 54 km de Angra dos

Reis e a 32 km de Itaguaí, sendo a BR-101 o principal acesso para todas essas

cidades. Está também a 43 km de Rio Claro e a 74 km de Volta Redonda, tendo

como acesso a RJ-149.

32





Figura 7 - Distâncias entre Mangaratiba e Municípios Vizinhos Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Google Maps

5 ASPECTOS AMBIENTAIS

5.1 RELEVO E SOLO

Mangaratiba possui basicamente dois tipos de solo: um com características

da baixada fluminense (onde a altitude média é de 20m) e áreas de serra (Serra do

Mar). As áreas planas já estão quase totalmente urbanizadas e as poucas áreas

remanescentes tem alto valor. O município possui uma APA que abrange grande

parte de

33





seu território e apresenta cobertura vegetal ampla.

O solo na região tem uma composição (solos arenosos, nível freático alto e

rochas nas áreas de serra) desfavorável à construção, elevando os custos da obra.

Fonte: Plano de Saneamento

5.2 CLIMA

De acordo com a classificação climática de Köppen e Geiger, a região de

Mangaratiba apresenta o tipo climático Af, (tropical úmido), no qual as chuvas estão

bem distribuídas ao longo do ano e há ausência de estação seca. Esse tipo de clima

é típico do litoral do Estado do Rio de Janeiro.

Alguns fatores influenciam no clima da região, são eles:

Relevo e Altitude – A região da Serra do Mar apresenta altitudes que

variam de 100 a 1.000 metros, influenciando diretamente na

temperatura e na precipitação.

Influência Marítima – As áreas mais próximas do litoral sofrem

influência da brisa marítima, que proporciona umidade e pequena

amplitude térmica diária e entre as estações. O mar funciona também

como moderador térmico e as correntes oceânicas podem condicionar

o clima a ficar mais quente e úmido (correntes quentes) ou mais seco e

ameno (no caso das correntes frias).

Os valores mais altos de precipitação ficam no verão, com índice de 208,7mm

em dezembro. As chuvas diminuem no inverno, onde o índice de junho é de

48,7mm.

A temperatura média anual é de 25°C, com mínima de 10ºC e máxima de

40ºC.

Os ventos dominantes: quadrante N – NE. Os predominantes: quadrante E.

34





Tempestade: quadrante S.

5.3 BACIAS HIDROGRÁFICAS E HIDROGRAFIA

O município de Mangaratiba faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu,

junto aos municípios de Itaguaí, Seropédica, Queimados, Japeri, Paracambi, Nova

Iguaçu, Rio de Janeiro, Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Vassouras,

Piraí, Rio Claro, Mendes e Barra do Piraí. A Bacia abrange uma área de

aproximadamente 1.900 km² e atende cerca de 1 milhão de habitantes.

A Bacia Hidrográfica do Rio Guandu está situada à oeste da Bacia da Baía de

Guanabara, contribuinte à Baía de Sepetiba. Ela possui uma característica peculiar,

onde grande parte do seu volume de água (em média 120 m³/s) tem origem na

transposição do Rio Paraíba do Sul, no município de Barra do Piraí.

Devido à sua singularidade, a Bacia do Rio Guandu é de extrema importância

pois abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (a segunda maior região

metropolitana do país), usinas hidrelétricas e termelétricas, além de fazer parte do

processo produtivo de grandes indústrias que geram renda e emprego para milhares

de pessoas.

35





Figura 8 - Bacia Hidrográfica do Rio Guandu Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Comitê Guandu, INEA

A Região Hidrográfica II Guandu possui três principais cursos d’água: o Rio

Guandu, o Rio da Guarda e o Rio Guandu Mirim.

O Rio Guandu é o principal curso da Baía do Sepetiba, ele possui 48km de

curso e drena uma bacia com área de 1.385 km². Seus principais afluentes são os

Rios dos Macacos, Santana, São Pedro, Poços, Queimados e Ipiranga.

O Rio da Guarda tem extensão de 35 km e área de drenagem de 131 km².

Seu principal formador é o Valão dos Bois e seus principais afluentes são os Rios

Piloto, Cai Tudo, Itaguaí, Canal de São Francisco e Agostinho.

O Rio Guandu Mirim possui uma área de aproximadamente 190 km², possui

diferentes nomes da sua nascente até a foz (Guandu-do-Sena e Rio da Prata). Ele

possui 40km de extensão e seus principais afluentes são os Rios Guandu do Sapê,

Cabenga, Guarajuba, dos Cachorros e Campinho.

36





A Bacia possui problemas ambientais, como o lançamento de esgoto

doméstico em seus corpos d’água, a expansão abrupta das áreas urbanas, poluição

por resíduos industriais, extração mineral (principalmente areia) em áreas

protegidas, contaminação, desmatamento das matas ciliares e inexistente gestão

ambiental e medidas de racionalização do uso da água.

Em 2006 o Comitê Guandu, com patrocínio da Agência Nacional de Águas

(ANA), elaborou o Plano Estratégico de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas

dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim (PERH-Guandu), que prevê

investimentos de mais de 1,5 bilhão de reais para recuperar e proteger os recursos

hídricos. O plano prioriza 65 ações, como o aumento da disponibilidade hídrica e a

identificação de medidas mitigadoras para a redução dos poluentes nos corpos

d’água. Ele também orienta a aplicação dos recursos financeiros provenientes da

cobrança pelo uso da água.

Mangaratiba também participa do Comitê da Baía da Ilha Grande, junto com

Angra dos Reis e Paraty. A Baía possui cerca de 800 km² e é uma área de extrema

importância biológica para a conservação da biodiversidade brasileira, com diversas

espécies marinhas, recifes e praias. As diretrizes de preservação da Baía estão

diretamente ligadas à preservação da Mata Atlântica, já que Angra dos Reis e Paraty

concentram cerca de 80% dos remanescentes florestais do Rio de Janeiro.

Os principais impactos presentes na região são causados pelo turismo e pela

pesca predatória, por enchentes, erosão e deslizamento de terras (devido ao

potencial hídrico e ao relevo da região). Além das ocupações irregulares em áreas

de preservação permanente e o despejo de esgoto sem tratamento em corpos

hídricos.

Passam por Mangaratiba os rios: Rio Grande, Rio Ingaíba, Rio das Pedras,

Córrego Três Orelhas, Rio do Bagre, Rio São Brás, Córrego das Lajes, Rio da Lapa

ou do Saco e o Rio Saí. Além disso, o município é banhado por 34 praias ao longo

de sua faixa litorânea.

Segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente, as principais bacias

que são mananciais de água para o município são a do Rio do Saco, Ingaíba, São

Braz e Sahy, Rio Jacareí e Rio Itinguçú, e todas elas recebem efluentes líquidos

(esgoto

37





sanitário rural e urbano).

Devido à inexistência de uma rede de coleta e tratamento de esgoto, as

bacias citadas acima recebem efluentes líquidos (esgoto sanitário rural e urbano) e

não há nenhum mecanismo de controle da qualidade das águas.

Fontes: Prefeitura, INEA, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu

5.4 ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

5.4.1 APA de Mangaratiba

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Mangaratiba ocupa grande parte do

território municipal e compreende um significativo fragmento da Mata Atlântica no

município de Mangaratiba. Sua geomorfologia é condicionante dos aspectos

climáticos, geológicos, da fauna e até das ocupações humanas em toda a região. A

APA foi implantada através do Decreto nº 9.802, de 12 de março de 1987 e tem

como principal objetivo proteger uma área de aproximadamente 25.000 hectares,

que representam 5% do total de UCs de uso sustentável no Estado do Rio de

Janeiro. Faz parte dos objetivos da Unidade de Conservação disciplinar o processo

de ocupação, valorizar o patrimônio histórico e arqueológico presente no município e

assegurar o manejo sustentável do uso dos recursos naturais.

A área é composta por montanhas e ecossistemas associados ao bioma da

Mata Atlântica, a estratégia do estado é garantir a formação da continuidade florestal

da Mata até o Parque Nacional da Serra da Bocaina, passando pelas Terras

Indígenas Bracuhy, pelo Parque Estadual Cunhambebe até o Rebio Tinguá. Essa

continuidade fortalece o Corredor Ecológico Tinguá-Bocaina. A APA de Mangaratiba

serve ainda como zona de amortecimento do Parque Estadual Cunhambebe e tem

62% da

38





sua área sobreposta à área do Parque.

A APA tem grande importância na preservação da biodiversidade da Mata

Atlântica e seus recursos naturais, na efetivação de projetos demonstrativos e de

adoção de práticas sustentáveis, no desenvolvimento de atividades econômicas de

base comunitária e de princípios sustentáveis e educação ambiental. A área também

protege nascentes e mananciais hídricos que abastecem núcleos urbanos próximos,

patrimônio histórico, arqueológico e geológico.

Figura 9 - APA de Mangaratiba Fonte: Plano Municipal de Saneamento de Mangaratiba Fonte: Plano de Manejo da APA de Mangaratiba (INEA)

5.4.2 Parque Estadual do Cunhambebe

O Parque Estadual Cunhambebe compreende uma área de 38.053,05

hectares e estima-se que 95% da sua área esteja preservada. Ele foi criado através

do Decreto Estadual nº 41.358, de 13 de junho de 2008. Assim como a APA de

Mangaratiba, é formado por um fragmento do bioma da Mata Atlântica e tem sua

39





vegetação, clima, fauna e ocupações humanas definidos a partir de sua

geomorfologia.

O Parque abrange terras dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio

Claro, Itaguaí e faz fronteira à oeste com o Estado de São Paulo. Mangaratiba é o

município com a maior área sobreposta ao parque (mais de 40%), seguido por Rio

Claro (13,47%), Angra dos Reis (12,55%) e Itaguaí (0,88%). Ele protege uma das

principais fontes do abastecimento de água para a população da Costa Verde e da

Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Os objetivos da Unidade de Conservação incluem:

I. Assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da porção

fluminense da Serra do Mar, bem como recuperar as áreas degradadas ali

existentes;

II. Manter populações de animais e plantas nativas e oferecer refúgio para

espécies raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e

flora nativas;

III. Preservar montanhas, cachoeiras e demais paisagens notáveis contidas em

seus limites;

IV. Oferecer oportunidades de visitação, recreação, aprendizagem, interpretação,

educação, pesquisa e relaxamento;

V. Estimular o turismo e a geração de emprego e renda;

VI. Assegurar a continuidade dos serviços ambientais;

VII. Possibilitar a conectividade dos maciços florestais da Bocaina e do Tinguá;

O Parque é considerado uma peça chave para a consolidação do corredor

Tinguá-Bocaina, além de ser fundamental para a preservação da Mata Atlântica,

produzir e difundir novos conhecimentos científicos e proteger o patrimônio histórico,

arqueológico e geológico. Sua importância é ainda maior se consideramos que o

parque abrange nascentes e mananciais hídricos que abastecem grandes núcleos

urbanos (como a Região Metropolitana do Rio de Janeiro) e gera energia

hidroelétrica.

40





Figura 10 - Parque Estadual do Cunhambebe Fonte: Plano de Manejo do Parque Estadual Cunhambebe (INEA)

5.4.3 APA Marinha Boto Cinza

A Baía do Sepetiba possui 526 km² e é considerada uma das maiores baías

do Brasil, sendo também uma área de extrema importância para a biodiversidade

marinha, em especial para o boto-cinza (Sotaliaguianensis), considerando que a

maior população registrada da espécie utiliza a Baía de Sepetiba para se alimentar,

reproduzir, socializar e descansar, conforme informações repassadas pela Equipe

da Prefeitura.

O boto- cinza é uma espécie considerada em ameaçada de extinção e está

como uma das dez espécies mais ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro. A APA

Marinha Boto Cinza possui 24.760ha e foi criada em 2014 com a finalidade de

proteger

41





, ordenar, garantir e disciplinar o uso racional dos recursos ambientais da região.

Além de ordenar o turismo recreativo, as atividades de pesquisa, a pesca e

promover o desenvolvimento sustentável da região.

Figura 11 - APA Marinha Boto Cinza Fonte: Defesa Civil

5.4.4 Parque Natural Municipal da Pedra do Urubu

O recém-criado Parque Natural Municipal da Pedra do Urubu é formado por

rochas e áreas verdes que compõe os limites dos bairros Parque Bela Vista, Centro,

Santo Antônio, Ribeira e Junqueira. Seu objetivo é conservar, proteger e recuperar

os ecossistemas locais dos seus 248 hectares, que abrangem 11 nascentes. A

42





valorização da paisagem local e a promoção do ecoturismo também estão entre os

objetivos da criação do parque.

A criação do Conselho Gestor do Parque, a aprovação do Plano de Manejo e

a demarcação das trilhas ecológicas, áreas de preservação e mirantes são diretrizes

da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca que deverão ser contempladas

na Revisão do Plano Diretor.

Figura 12 - Parque Natural Municipal da Pedra do Urubu Fonte: Defesa Civil

5.4.5 APA Guaíba - Guaibinha

A APA Guaíba – Guaibinha fica localizada no divisor das baías de Sepetiba e

43





Ilha Grande, em águas do município de Mangaratiba, compreendendo as Ilhas de

Guaíba e Guaibinha e as águas no entorno das áreas protegidas dessas ilhas (faixa

de 100m de largura contados a partir da linha d’água das ilhas).

Ela foi criada em 2004 e seus principais objetivos são a utilização racional e

equilibrada da área, a proteção dos ecossistemas locais e das espécies existentes e

a valorização da paisagem local. Além do desenvolvimento de atividades de

educação, que visam aprofundar o conhecimento e a conscientização em relação ao

meio ambiente, segundo dados repassados pela Secretaria de Meio Ambiente,

Agricultura e Pesca.

Figura 13 - APA Guaíba - Guaibinha Fonte: Defesa Civil

5.4.6 Parque Ecológico Cultural do Sahy

44





Criado em 2006, o Parque localiza-se na Praia do Sahy e na Praia Pequena,

abrangendo o Morro do Tingui, a Ilha do Sahyzinho e outras localidades. Um dos

seus objetivos é conservar, proteger e recuperar os ecossistemas locais e espécies

remanescentes, especialmente o manguezal existente na margem direita de quem

entra pela foz do rio.

A área do Parque inclui ruínas históricas e patrimônio cultural, que têm sua

conservação e proteção como um dos objetivos do Parque, assim como a

conscientização da população em relação ao meio ambiente.

Figura 14 - Parque Ecológico Cultural do Sahy Fonte: Defesa Civil

45





5.5 ENCHENTES, ALAGAMENTOS E ESCORREGAMENTOS

De acordo com os dados do relatório anual de 2013 do DRM-RJ

(Departamento de Recursos Minerais), Mangaratiba está entre os municípios que

possuem elevado número de setores com risco iminente de escorregamentos, como

mostra o mapa a seguir.

Figura 15 - Domínios de Risco a Escorregamentos do Estado do Rio de Janeiro Fonte: DRM, 2013

Segundo os dados fornecidos pela subsecretaria Municipal de Defesa

Civil, ocorrem chuvas moderadas nos meses de abril a outubro e chuvas intensas de

novembro a março (verão), que incluem temporais. O município apresenta

ocorrência de alagamentos e enchentes.

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Gráfico 1 - Precipitação média mensal de 1972 a 1990, na estação Ilha Guaíba Fonte: Plano de Manejo da APA de Mangaratiba

Os alagamentos ocorrem devido ao volume de chuvas associadas ao

assoreamento dos canais e rios, por resíduos sólidos e sedimentos minerais,

entupimentos das redes pluviais ou inexistência das mesmas, já que o município não

possui nenhum mecanismo de controle de poluição hídrica. A ocupação

desordenada também influi na questão dos alagamentos e enchentes. As enchentes

estão relacionadas as cheias de maré.

Os alagamentos causados por esses temporais ocorrem em três distritos do

município:

1º Distrito (Sede) – No centro de Mangaratiba, em El Ranchito, Praia do

Saco, Palha, Nova Mangaratiba, Acampamento e parte baixa do Bairro

Santa Tereza.

3º Distrito (Itacuruçá) – Rua Sereber e Santana.

4º Distrito (Muriqui) – Rua Santana, Tiradentes, Santa Isabel e Edgar

Bertino.

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5.6 GEOMORFOLOGIA

Segundo dados do Plano de Manejo da APA de Mangaratiba, o município

localiza-se em uma área configurada geomorfologicamente pelo relevo escarpado

da Serra do Mar, que em função do seu alto grau de fraturamento do embasamento

geológico, apresenta feições bastante recortadas que formam baías e enseadas

pelos promontórios rochosos que adentram o oceano. A sede de Mangaratiba está

situada em uma dessas enseadas, cercada por montanhas.

Seu relevo é trabalhado pela evolução geomorfológica de longo tempo,

existem maciços costeiros ao longo da franja tropical atlântica, especialmente no

litoral sul fluminense, que são derivados da combinação de rochas ígneas e

metamórficas de alto grau com altos índices de pluviosidade. Essa combinação

configura encostas íngremes com alta declividade, sujeitas aos desastres

associados aos movimentos de massa. A BR-101 (principalmente no trecho dentro

do município de Mangaratiba) possui diversas cicatrizes erosivas causadas por

esses movimentos. Pela constância dos deslizamentos, é comum que os fundos de

vale estejam entulhados com depósitos de colúvio com blocos.

A topografia do município apresenta elevações variadas ao longo do eixo

principal da Serra do Mar, a altura máxima é de 1.566 metros, localizada na Serra

das Lajes e a cota altimétrica predominante está entre os 250 e 500 metros.

48





O município apresenta imensa quantidade de cristas alinhadas e picos

denteados, que recebem diferentes nomes como Serra da Campanha, Serra das

Lajes, Serra Três Orelhas, Serra do São Brás, Serra da Mazomba e etc.

As ilhas litorâneas apresentam uma amplitude de relevo de pelo menos 200

metros, estando presentes afloramentos rochosos em feições do tipo “pão de

açúcar”. Estas ilhas, que possuem características montanhosas, registram a ação

erosiva do mar, com terraços marítimos e falésias. Os movimentos eustáticos, que

em resposta ao abaixamento e soerguimento do nível do mar, moldaram a forma do

litoral.

Conclui-se que há um predomínio do relevo de escarpas serranas, e que os

movimentos de massa são os principais processos geomorfológicos transformadores

do relevo. Esses escorregamentos são, em sua maioria, causados pela ação

humana, pela construção e por obras de drenagem antigas ou mal efetuadas.

5.7 VEGETAÇÃO

As informações contidas no Plano de Manejo da APA de Mangaratiba

apontam como vegetação predominante no município a Floresta Atlântica de

montana, típica do bioma Mata Atlântica, apresentando-se nas formas de Floresta

Ombrófila Densa em seus respectivos gradientes altitudinais, de submontana a alto.

As áreas altas e íngremes, localizadas principalmente nas vertentes voltadas

para o oceano e ilhas, têm grande parte da sua área ocupada por formações de

Floresta Ombrófila Densa, que se encontram bem preservadas. A proximidade do

mar com o maciço ocasiona chuvas orográficas.

Ao atingir os reversos da serra (já sem grande parte da sua umidade), essas

massas influenciam as condições e estabelecem uma vegetação com características

semelhantes às de Florestas Estacionais Semideciduais, presentes no alto da Serra

do Piloto.

49





Na Ilha da Marambaia encontra-se floresta atlântica relativamente bem

preservada, sendo um importante remanescente florestal no estado do Rio de

Janeiro.

A principal ameaça à vegetação tem relação com as recentes mudanças no uso e

na cobertura do solo, principalmente nas áreas de mangue, ocasionadas por

demandas dos setores imobiliário, agrícola e industrial. O desmatamento é a maior

causa da perda de biodiversidade na Mata Atlântica.

As áreas usadas para atividades de pastoreio bovino são as mais suscetíveis

à ocorrência de incêndios.

5.8 GEOLOGIA

Os levantamentos realizados pelo Plano de Manejo da APA de Mangaratiba

constatam que o substrato geológico desta região é caracterizado por um terreno

metamórfico de alto grau constituído por rochas gnáissicas e graníticas de idade

Pré-Cambriana e Era-Paleozoica. Esta área está relacionada à Faixa ou Orógeno

Ribeira, que se estende ao longo do litoral do Sudeste do Brasil e situa-se no limite

entre os terrenos Oriental e Ocidental do segmento central da Faixa Ribeira.

O Terreno Oriental apresenta rochas metassedimentares, gnaisses

granitoides e granitos. Ocorrendo três gerações de rochas magmáticas: pré-

colisionais, sin-colisionais e pós-colisionais.

As rochas plutônicas pré-colisionais são gnaisses granitoides, conhecidos

como Complexo Rio Negro. O magmatismo sin-colisional é composto por granitóides

porfiríticos foliados e leucogranito gnaisse (que ocorre desde pequenos veios

centímetros a espessas soleiras concordantes com as rochas encaixantes). Ao final

da etapa sin-colisional, ocorrem intrusões graníticas com textura gnáissica de

dimensões quilométricas, como a Ilha Grande, que intercepta o Complexo Rio Negro

e os gnaisses sin-colisiomais. Os granitos pós colisionais ocorrem em diversos

50





maciços circunscritos.

O Terreno Ocidental é representado pelo domínio estrutural Juiz de Fora e

constitui uma intercalação tectônica entre as rochas miloníticas do embasamento

ortoderivado e unidades metassedimentares.

A associação litológica do embasamento paleoproterozóico é representada

pelo Complexo Juiz de Fora, formado por granulitos vindos de ortognaisses

migmatíticos. A associação metassedimentar neoproterozóica é conhecida como

Grupo Andrelândia, composto por gnaisses bandados com intercalação de quartzito,

anfibolito e rocha calcissilicática.

6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS

6.1 SECRETARIAS

A Prefeitura Municipal de Mangaratiba adota a denominação “secretarias”

para seus diversos setores. Segundo informações cedidas pela Secretaria Municipal

de Comunicação Social, a Prefeitura mantém comunicação intersetorial e com

outros órgãos principalmente pelas vias funcionais e protocolares, ou seja, por meio

de ofícios e circulares. Do mesmo modo, mantém a comunicação por meio de

ramais telefônicos e comunicação extraoficial por aplicativos de internet instalados

em smartphones. Outro elemento que dinamiza a comunicação intersetorial é o

Facebook. A Secretaria de Comunicação e Eventos é responsável pelo

encaminhamento das mensagens espontâneas de cidadão às secretarias e setores,

e procede à elaboração e encaminhamento das respostas aos respectivos cidadãos.

Tais mensagens, em sua maioria, apresentam críticas, solicitações e dúvidas. O

encaminhamento às secretarias é feito por escrito, com recibo, e é devolvido com a

respost

51





a, que é incluída no Facebook pela equipe de comunicação.

Desta forma, a administração da Prefeitura se estrutura conforme exposto a

seguir:

I. Secretaria de Administração

Compete à Secretaria de Administração planejar, coordenar, normatizar e

executar os sistemas de administração da Prefeitura de Mangaratiba. Ela estabelece

normas e diretrizes para os sistemas de Gestão de Recursos Humanos, Gestão de

Materiais e Serviços, Gestão Patrimonial, Gestão Documental, Publicação Oficial e

Gestão Previdenciária.

Dentro de suas funções, também estão a normatização, supervisão e

formulação de políticas envolvendo benefícios funcionais como planos de carreira,

cargos, vencimentos e progressão funcional, além de atividades ligadas a

Administração Geral, especialmente as referidas ao Almoxarifado, Departamento

Pessoal, Protocolo, expediente e arquivo Zeladoria e Junta Militar.

II. Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos

Compete à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos garantir a

proteção social a quem dela precisar, promover a cidadania e desenvolver

programas, projetos e ações de fortalecimento dos vínculos familiares e

comunitários. A Secretaria também coordena programas de amparo à família, às

mulheres, ao idoso, às pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em

situação de risco, além de implementar políticas de promoção da igualdade racial,

de gênero e de combate a todas as formas de discriminação. Um de seus objetivos

é realizar políticas sociais que visam o combate à pobreza e a universalização dos

direitos sociais.

A Secretaria é composta por advogados, médicos, assistentes sociais,

psicólog

52





os e conta com diferentes equipamentos distribuídos no município:

CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social)

CRAS (Centro de Referência em Assistência Social)

Lar Mariliza (abrigo para menores de idade em situação de risco)

Conselho Tutelar

CECAP (Centro de Capacitação Profissional)

Núcleos de Convivência da Terceira Idade

III. Secretaria de Comunicação Social e Eventos

A Secretaria de Comunicação Social e Eventos divide-se em duas

subsecretarias:

A Subsecretaria de Comunicação, que é responsável por organizar as

informações e os canais oficiais da Prefeitura nas demandas externas e internas,

zelar pela imagem institucional da Prefeitura e pela manutenção da identidade visual

e produzir material impresso gráfico ou visual para os demais setores do Executivo.

Um de seus objetivos é divulgar os atos, decisões, contas e demais informações

de utilidade pública e estimular a participação popular em relação à transparência do

governo.

A Subsecretaria de Eventos tem como missão promover e estimular

entretenimento cultural e gratuito no município. Ela é responsável pela organização

(contratação, fiscalização, orientação, montagem e etc.) dos diversos eventos que

ocorrem na cidade, desde cerimônias oficiais até celebrações de entretenimento e

cultura voltadas para o lazer e divertimento da população.

IV. Controladoria Geral do Município

Cabe à Controladoria Geral do Município atuar de forma preventiva na gestão

53





pública, prevendo e corrigindo desvios que possam afetar as contar públicas. Ela

trabalha em sintonia com o Tribunal de Contas do Estado, auxiliando a gestão das

secretarias municipais, produzindo controle interno, auditoria interna, prestação de

contas e transparência na administração.

Esta Secretaria institui planos de ação que buscam sanear possíveis

irregularidades e analisam as condições técnicas e estruturais dos setores

orçamentários, operacionais, financeiros, patrimoniais, contábeis e pessoais. Seu

principal objetivo é promover a transparência e a ética na gestão pública, prestando

contas de sua administração à sociedade.

V. Secretaria de Educação e Cultura

A Secretaria Municipal de Educação tem como missão assegurar uma educação

de qualidade e garantir o acesso à escola de todas as crianças em idade escolar,

assim como jovens e adultos e executar a Política Municipal de Educação.

Suas competências incluem: manter e desenvolver a rede escolar do município,

estabelecer programas de educação e promover a sua implantação, coordenar,

orientar, supervisionar e compatibilizar o Sistema Educacional do Município,

promover integração das atividades culturais, cívicas, recreativas e esportivas,

distribuir o material didático e comandar a aplicação dos recursos financeiros.

VI. Secretaria da Fazenda

Cabe à Secretaria Municipal da Fazenda executar as políticas fiscais e

financeiras da Prefeitura, controlar, cobrar e fiscalizar os tributos e posturas e apoiar

os demais órgãos municipais quanto à administração financeira. Um de seus

objetivos é garantir que os tributos pagos pelos contribuintes sejam aplicados de

maneira eficiente.

A SMF também analisa a receita e toma medidas para sua melhoria, coordena

estudos que visem a atualização e a revisão da legislação tributária e aprova normas

54





que facilitam a aplicação das práticas tributárias.

VII. Secretaria de Finanças

A Secretaria de Finanças é responsável por executar a política orçamentária,

financeira, fiscal, econômica e contábil do município, além de fiscalizar e arrecadar

impostos e rendas municipais. Ela expede certidões positivas e negativas de débitos

fiscais e certidões de dívida ativa para execução fiscal.

Esta Secretaria também elabora, acompanha e controla a execução do

orçamento municipal, adota medidas para cobrança administrativa de créditos,

providencia a emissão de documentos para o recolhimento de dívidas ativas e aplica

penalidades relacionadas à créditos tributários, na forma da lei.

VIII. Secretaria de Gabinete do Poder Executivo

Cabe à Secretaria de Gabinete assessorar diretamente o Prefeito na sua

representação civil, social e administrativa, além de adotar medidas administrativas

que propiciem a harmonização dos diferentes órgãos municipais. Uma de suas

missões é promover mecanismos de interação da população com o Gabinete do

Prefeito, possibilitando a manifestação popular sobre assuntos pertinentes ao

governo municipal.

Esta Secretaria elabora e assessora o expediente oficial do Prefeito,

supervisionando sua agenda administrativa e social. Ela encaminha para publicação

os atos do Prefeito e coordena o atendimento às solicitações e convocações da

Câmara Municipal.

IX. Secretaria de Governo, Ciência e Tecnologia, Trabalho e Renda

A Secretaria de Governo, Ciência e Tecnologia, Trabalho e Renda integra

55





diversos serviços em um mesmo gabinete, nele, a Prefeitura planeja e coordena

políticas públicas para inovação tecnológica, geração de emprego e renda e

relações políticas e institucionais que competem ao Executivo.

A Subsecretaria de Ciência e Tecnologia promove, identifica e apoia a execução

de políticas públicas que fomentem a cultura tecnológica no município. O

departamento de Trabalho e Renda aproxima os trabalhadores das oportunidades

que o mercado de trabalho oferece, tendo como um de seus objetivos qualificar a

mão de obra dentro do município.

X. Secretaria de Integração Governamental

A Secretaria Municipal de Integração Governamental é responsável por integrar

órgãos municipais a fim de que os projetos sejam executados de forma ágil,

econômica e com obediência às normas legais, cumprindo o cronograma físico e

financeiro de cada um deles.

Dentro de suas funções, estão o acompanhamento de obras, a fiscalização de

veículos e máquinas, o acompanhamento e fiscalização dos materiais de consumo,

a realização de estudos que buscam economia dos recursos humanos e materiais e

a busca por parcerias estaduais, federais e privadas para captação de recursos.

XI. Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca

A Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca é responsável por executar

a política ambiental do município, promovendo medidas e estabelecendo diretrizes

de preservação, controle e recuperação do meio ambiente.

Dentro de suas funções estão o incentivo à implantação de economias

sustentáveis e de atividades dos pecadores, marisqueiros e atividades agrícolas,

levando aos representantes todos os conhecimentos possíveis. Proteger o

patrimônio natural, histórico, artístico, arqueológico e paisagístico, promover

educação ambiental, gerenciar as unidades de conservação do município, fomentar

56





o desenvolvimento sustentável e prevenir e combater a poluição também estão

dentro dos seus objetivos.

XII. Secretaria de Obras e Urbanismo

A Secretaria Municipal de Obras é responsável pelo desenvolvimento, controle e

execução de obras públicas e particulares, ela executa (diretamente ou por

terceiros) as obras públicas municipais de infraestrutura urbana, urbanização de

espaços públicos, contenção de encostas e ampliação de equipamentos públicos.

Dentro das suas funções está a construção e recuperação de prédios públicos

da administração municipal, a implementação das políticas de habitação, a

manutenção dos imóveis particulares em uso pela prefeitura, elaboração de projetos,

promoção do cumprimento do Plano Diretor entre outros.

XIII. Secretaria de Planejamento

A Secretaria de Planejamento é responsável por coordenar o processo de

planejamento governamental de forma integrada com as demais secretarias,

assessorando o Prefeito nos assuntos relacionados aos projetos integrados e

visando um crescimento equilibrado e harmonioso da cidade, através de políticas de

desenvolvimento físico-territorial, urbanístico e econômico.

Dentre suas atribuições estão o desenvolvimento de propostas de normas

urbanísticas e de instrumentos, promover o levantamento do Macrozoneamento,

emitir certidões de Zoneamento, desenvolver regularização fundiária, coordenar o

cadastro do Patrimônio Imobiliário Municipal entre outros.

XIV. Procuradoria Geral do Município

A Procuradoria Geral do Município (PGM) é responsável pela tutela do interesse

57





público e dos interesses coletivos municipais, atuando em defesa da autonomia

municipal, prevenindo conflitos e assistindo no controle da legalidade dos atos da

administração pública.

Dentro de suas funções está a cobrança da dívida ativa do município, a defesa

dos atos e prerrogativas do prefeito, a supervisão dos serviços jurídicos da

Administração Direta e Indireta no âmbito do Poder Executivo Municipal, as

iniciativas necessárias para a legalização de loteamentos irregulares ou clandestinos

entre outros.

XV. Secretaria de Saúde e Defesa Civil

A Secretaria da Saúde segue os conceitos do Sistema Único de Saúde (SUS),

que busca promover a saúde priorizando ações preventivas e a democratização da

informação, para que a população conheça seus direitos e riscos. Ela é responsável

pelas políticas de saúde do município, que buscam melhorias na qualidade de vida

da população.

A Secretaria conta com as seguintes unidades de atendimento:

Hospital Victor de Souza Breves

Unidade Básica de Saúde de Muriqui

Unidade Básica de Saúde da Praia do Saco

Unidade Básica de Saúde de Itacuruçá

Unidade Básica de Saúde da Serra do Piloto

Unidade Básica de Saúde de Praia Grande

Unidade Básica de Saúde da Fazenda Ingaíba

Unidade Básica de Saúde de Conceição de Jacareí

Núcleos de Estratégia e Saúde da Família (ESF) de Muriqui, Itacuruçá,

Conceição do Jacareí e Centro

A Subsecretaria da Defesa Civil é responsável por ações preventivas de socorro

58





e assistência, que buscam evitar desastres, minimizar os impactos para a população

e restabelecer a normalidade social. Dentro de suas atribuições está a identificação

e conscientização da população sobre as áreas de risco e suas vulnerabilidades, a

divulgação de alertas e alarmes, o socorro em emergências causadas por desastres

e a organização de abrigos provisórios em casos de necessidade.

XVI. Secretaria de Segurança Pública

Cabe à Secretaria Municipal de Segurança Pública zelar pela ordem pública,

pela integridade das pessoas e do patrimônio público, buscar a participação

comunitária e garantir o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos. Ela integra

a Guarda Municipal, Agentes de Trânsito, Equipes de Ordem Pública, Grupamentos

de Proteção Ambiental (GPA) e Tático Operacional (GTO).

Suas funções incluem a vigilância de prédios públicos, o apoio aos serviços

urbanos da Prefeitura (como vigilância sanitária, obras e serviços públicos, defesa

civil, assistência social entre outros), o planejamento de ações de segurança nos

eventos públicos, atuação na política de combate às drogas e outros.

XVII. Secretaria de Serviços Públicos e Transporte

A Secretaria de Serviços Públicos e Transporte é responsável por executar e

fiscalizar serviços de manutenção pública, como limpeza, iluminação, coleta de

resíduos sólidos. A Secretaria deve garantir também a manutenção de vias, áreas

verdes, parques, jardins, cemitérios e demais equipamentos públicos.

Dentro de suas atribuições está a regulamentação, controle e fiscalização do

transporte público municipal, manutenção da frota de veículos da prefeitura,

definição das diretrizes para melhoria do sistema de transporte e a vistoria de

veículos que precisam de autorização especial para transitar.

59





XVIII. Secretaria de Trânsito e Ordem Pública

Compete à Secretaria de Trânsito e Ordem Pública fiscalizar as normas de

segurança social, planejar, organizar e gerenciar as ações da Guarda Municipal e

dos Agentes de Trânsito. Esta Secretaria desenvolve ações voltadas à mobilidade e

à manutenção da ordem pública. Ela é responsável por exercer as atividades de

engenharia, planejamento, administração, formação e educação para o trânsito,

além do policiamento, fiscalização e aplicação de medidas administrativas cabíveis

em relação ao trânsito.

Está atribuída à essa Secretaria a função de promover a ordem pública no

município, fiscalizar o licenciamento de comércios e ambulantes em parceria com a

Secretaria da Fazenda, melhorar a sinalização, regulamentar os estacionamentos e

melhorar o fluxo de veículos e pedestres.

XIX. Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer

A Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer é responsável por organizar, estruturar

e desenvolver atividades turísticas, esportivas e de lazer no município, além de

implantar políticas públicas sustentáveis (por meio de parcerias) que possibilitem o

desenvolvimento dessas atividades.

Dentro de suas atribuições estão a participação de consórcios intermunicipais, a

orientação, coordenação e controle da política de desenvolvimento do turismo,

esporte e lazer, a delimitação das áreas destinadas a esses fins (de maneira que

não descaracterizem o meio ambiente), atrair investimentos nessas áreas e etc.

6.2 IPTU

60





A cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é aplicada no

município e serve tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas.

O principal objetivo do IPTU é fiscal, mas ele possui também uma função

social, evitando que grandes propriedades sejam mal utilizadas.

A isenção do imposto é aplicada nos seguintes casos pela Lei nº 28, de 30 de

dezembro de 1994:

LEI N.º 28, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1994. (CTM)

Da Isenção

Art. 17 - Estão isentos do Imposto:

I - o imóvel de interesse histórico, artístico ou cultural, assim reconhecido pelo

órgão Municipal competente;

II - o imóvel pertencente às entidades agremiações, clubes e associações

desportivas que forem declarados de utilidade pública por força de lei

municipal, quando utilizado efetiva e, habitualmente no exercício das suas

atividades sociais;

III - o imóvel cedido ao Município a qualquer título, desde que o contrato

estabeleça o repasse do ônus tributário, observado o parágrafo 1º deste

artigo.

IV - o imóvel de propriedade de ex-combatentes da II Guerra Mundial, assim

considerado o que tenha efetivamente participado de operações bélicas com

integrante do exército, da Aeronáutica, da Marinha de Guerra e da Marinha

Mercante, inclusive o de que seja promitente comprador ou cessionário,

utilizado exclusivamente para sua residência, mantendo-se a isenção ainda

que o titular tenha falecido, desde que a propriedade do imóvel seja

transferida à viúva ou ex-companheira, ou a filho menor ou inválido;

V - a área que constitua reserva florestal ou sobre a qual tenha sido imposta

restrição de uso e ocupação, assim definida pelo Poder Público. "

61





(Dispositivo alterado pela lei complementar nº 01, de 22 de dezembro de 2004)

§ l° - Na hipótese do Inciso III a isenção prevalecerá a partir do ano seguinte ao da

ocorrência do fato gerador mencionado e será suspensa no exercício posterior ao da

rescisão ou do término do contrato de cessão.

§ 2º - A isenção prevista no inciso IV será mantida enquanto não houver modificação

no estado das pessoas nele referidas.

§ 3º - As isenções previstas neste artigo condicionam-se ao seu reconhecimento

pelo órgão municipal competente, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

VI - Os imóveis próprios utilizados por entidades, sem fins lucrativos, tais

como: assistenciais, associação de moradores, creches, asilos e religiosas (de

qualquer culto, destinadas a conventos, seminários e residências paroquiais):

excluído seus acréscimos e área destinada a estacionamento.

§ l°- Os beneficias deste inciso, serão concedidos mediante requerimento ao Poder

Executivo. Sendo deferido o benefício, o mesmo continuará em vigor, enquanto a

destinação do imóvel ou a finalidade da entidade não for modificada ou desvirtuada,

nem transmitido o bem ou o direito real.

(Dispositivos revogados pela lei complementar nº 01 de 22 de dezembro de

2004)

LEI Nº 957, DE 10 DE MARÇO DE 2015.

O Prefeito Municipal de Mangaratiba faz saber que a Câmara Municipal

aprovou e eu sanciono a seguinte: LEI: Art. 1º - Institui desconto e/ou isenção de

pagamento do imposto sobre a propriedade predial e territorial Urbana no Município

de Mangaratiba às pessoas que reunirem as seguintes condições cumulativas: Ser

maior de 65 anos. Ter renda mensal igual ou inferior a dois salários mínimos; possuir

apenas um imóvel no Município cuja área edificada não seja superior a 150m²;

;;estar em dia com o IPTU do seu imóvel até a data do ingresso com o pedido de

desconto e/ou isenção; e seja registrado no oficial de registro de imóveis em seu

62





nome ou do cônjuge, excepcionado o imóvel localizado em núcleo habitacional de

cunho social.

Art. 2° - Aquele que for proprietário de mais de um imóvel poderá ter o

benefício de desconto e/ou isenção apenas para o imóvel onde fixar sua residência

e desde que possa comprovar seu domicilio pelo menos três meses antes de

ingressar com o pedido.

Parágrafo Único - A fim de obter o desconto e/ou isenção de que trata os artigos

supra, o interessado deve reunir os documentos comprobatórios e ingressar com

pedido de desconto e/ou isenção no Protocolo da Secretaria de Fazenda da

Prefeitura Municipal.

Art. 3º - Ficam isentos de pagar IPTU os portadores de HIV, pessoas acometidas

de Câncer, pessoas diagnosticadas com Esclerose Múltipla e com doença de

Alzheimer e que também possuam apenas um imóvel no Município. Art. 4º - Esta

Lei entra em vigor na data de sua publicação.

7 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

7.1 IDH - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado a partir da necessidade de

analisar e comparar a qualidade da vida humana de uma perspectiva diferente do

crescimento econômico (PIB – Produto Interno Bruto).

O PIB considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento, o que não

é suficiente para analisar o real desenvolvimento humano e a qualidade de vida de

uma população.

Na década de 90, o PNUD criou o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano,

63





que se constitui em três pilares:

Longevidade: considera a oportunidade uma vida longa e saudável, a

medição é feita a partir da expectativa de vida.

Educação: considera o acesso ao conhecimento, a medição é feita a partir da

média dos anos de educação dos adultos e da expectativa de anos de

escolaridade das crianças.

Renda: considera o padrão de vida da população, a medição é feita a partir da

RNB – Renda Nacional Bruta e PPC – Poder de Paridade de Compra.

O IDH é a síntese destes três índices e varia de 0 a 1, quanto mais próximo

de 1, maior o nível de desenvolvimento humano do município, região ou país.

Mesmo considerando fatores além da renda, o IDH não abrange todos os aspectos

do desenvolvimento e não é capaz de representar a felicidade e a satisfação das

pessoas em relação ao lugar analisado.

Para municípios considera-se o IDH-M (Índice Municipal de Desenvolvimento

Humano), valores menores que 0,499 são considerados muito baixos, entre 0,500 e

0,599 baixos, entre 0,600 e 0,699 médios, entre 0,700 e 0,799 são altos e valores

acima de 0,800 são muito altos.

Fonte: PNUD – Programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento

O IDH do município de Mangaratiba é considerado alto, apresentando valores

maiores que a média do país e menores que a média do Estado do Rio de Janeiro.

64





Gráfico 2 - IDH de Mangaratiba, do Estado e do País Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

O índice que mais contribui para o IDHM de Mangaratiba é a longevidade, e o

que mais prejudica é a educação. É importante destacar que a educação foi o índice

que mais cresceu em valores absolutos nos últimos vinte anos, passando de 0,260

(valor referente a 1991) à 0,676 (valor atual) e que mesmo com esse crescimento

considerável o valor continua baixo. O município de Mangaratiba está classificado

em 488ª posição no ranking nacional, composto por 5.565 municípios.

65





Gráfico 3 - Evolução do IDHM de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

7.1.1 IDH dos Municípios Limítrofes

Dentre os municípios limítrofes, Rio Claro é o único que apresenta IDHM

classificado como médio, os outros municípios possuem IDHM alto sendo

Mangaratiba o que possui o maior valor.

Município IDHM

Angra dos Reis 0,724

Itaguaí 0,715

Mangaratiba 0,753

Rio Claro 0,683

Tabela 4 - IDHM dos Municípios Limítrofes Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

66





Figura 16 - IDHM dos Municípios Limítrofes Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

7.1.2 IDH da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro

Os municípios da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro se dividem em

três diferentes classificações de IDHM. Os municípios Paty dos Alferes, Japeri,

Queimados, Belford Roxo, Guapimirim, Itaboraí e São José do Vale do Rio Preto

têm IDHM menor que 0,699, valores que são considerados médios. Niterói é o único

município com valor de IDHM considerado alto (maior que 0,800). Todos os outros,

incluindo Mangaratiba possuem valores entre 0,700 e 0,799, que caracterizam IDH

alto.

Município IDHM

Belford Roxo 0,684

67





Cachoeiras de Macacu 0,700

Duque de Caxias 0,711

Engenheiro Paulo de Frontin 0,722

Guapimirim 0,698

Itaboraí 0,693

Itaguaí 0,715

Japeri 0,659

Magé 0,709

Mangaratiba 0,753

Maricá 0,765

Mendes 0,736

Mesquita 0,737

Miguel Pereira 0,745

Nilópolis 0,753

Niterói 0,837

Nova Iguaçu 0,713

Paracambi 0,720

Paty do Alferes 0,671

Petrópolis 0,745

Queimados 0,680

Rio Bonito 0,710

Rio de Janeiro 0,799

São Gonçalo 0,739

São João de Meriti 0,719

São José do Vale do Rio Preto 0,660

Seropédica 0,713

Tanguá 0,654

Teresópolis 0,730

Vassouras 0,714

Tabela 5 - IDHM dos Municípios da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

68





Figura 17 - IDHM dos Municípios da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

7.2 DINÂMICA POPULACIONAL

A população de Mangaratiba em 2010 era de 36.456 habitantes, com

densidade demográfica de 102,29 hab/km², que representa 0,22% da população do

Estado do Rio de Janeiro. Entre 2000 e 2010, a população de Mangaratiba cresceu

a uma taxa média anual de 3,89%, enquanto a média estadual foi de 1,30% e a

brasileira foi de 1,17%, dentro deste mesmo período. A taxa de urbanização do

município passou de 79,76% em 2000 para 88,11% em 2010.

Local População Densidade Demográfica (hab/km²)

Mangaratiba 36.456 102,29

Estado do Rio de Janeiro 15.989.929 365,23

69





Brasil 204.450.649 24,90

Tabela 6 - População e Densidade Demográfica do Município, do Estado e do País Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010

Gráfico 4 - Taxa de Crescimento de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010 e CEPERJ

Indicadores Mangaratiba Estado do Rio de Janeiro Brasil

População - Estimativa 2016 41.557 16.635.996 204.450.649

População - 2010 36.456 15.989.929 190.755.799

População - 2000 24.901 14.391.282 169.798.885

População - 1991 17.925 12.807.706 146.825.475

Tabela 7 - Evolução da População do Município, do Estado e do País Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010 e CEPERJ

Ano 1991 2000 2010 2016

Mangaratiba 17.925 24.901 36.456 41.557

70





Taxa de Crescimento 38,92% 46,40% 13,99%

Tabela 8 - Taxa de Crescimento de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010 e CEPERJ

Gráfico 5 - Comparativo das Taxas de Crescimento Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010 e CEPERJ

A população estimada para 2016 no município de Mangaratiba, segundo o

IBGE, é de 41.557 habitantes. Verifica-se pela tabela anterior que o aumento

populacional no município teve uma variação de 66,89% do ano de 2000 para o ano

de 2016. No Brasil este índice é de 20,41% e no Estado do Rio de Janeiro é de

15,59% nos mesmos anos.

A tabela a seguir apresenta a população dos municípios da Mesorregião

Metropolitana do Rio de Janeiro. Verifica-se que Mangaratiba é o 8º município com a

menor população da Mesorregião.

Município População - 2010

Belford Roxo 469.141

71





Cachoeiras de Macacu 54.273

Duque de Caxias 855.048

Engenheiro Paulo de Frontin 13.237

Guapimirim 51.483

Itaboraí 218.008

Itaguaí 109.091

Japeri 95.492

Magé 227.322

Mangaratiba 36.456

Maricá 127.461

Mendes 17.935

Mesquita 168.376

Miguel Pereira 24.855

Nilópolis 157.425

Niterói 487.562

Nova Iguaçu 796.257

Paracambi 47.124

Paty do Alferes 26.359

Petrópolis 295.917

Queimados 137.962

Rio Bonito 55.551

Rio de Janeiro 6.320.446

São Gonçalo 999.728

São João de Meriti 458.673

São José do Vale do Rio Preto 20.251

Seropédica 78.186

Tanguá 30.732

Teresópolis 163.746

Vassouras 34.410

Tabela 9 - População da Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010

Entre os municípios limítrofes, Mangaratiba é o 2º com a menor população,

ficando atrás somente de Rio Claro.

72





Município População - 2010

Angra dos Reis 169.511

Itaguaí 109.091

Mangaratiba 36.456

Rio Claro 17.425

Tabela 10 - População dos Municípios Limítrofes Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE, 2010

7.2.1 População por sexo e idade

A relação entre população, idade e sexo é muito parecida entre Mangaratiba e

o Estado do Rio de Janeiro. Segundo os dados de 2010 de Mangaratiba, o valor

mais alto é de homens de 10 a 14 anos (que representam 4,53% da população total

do município), seguido por mulheres de 10 a 14 anos (4,32%). No mesmo ano no

Estado do Rio de Janeiro, o maior número era de mulheres de 25 a 29 anos

(4,37%), seguido por mulheres de 30 a 34 anos (4,29%).

Os menores números em 2010 são de homens de 75 a 79 anos, que

representam 0,62% e 0,65% da população em Mangaratiba e no Estado,

respectivamente.

73





Gráfico 6 - População por sexo e idade no município de Mangaratiba Fonte: PNUD

Gráfico 7 - População por sexo e idade do Estado do Rio de Janeiro Fonte: PNUD

7.2.2 Taxa de Envelhecimento

A taxa de envelhecimento é a razão entre a população de 65 anos ou mais de

idade em relação à população total.

Mangaratiba tem a média menor que o estado e maior que o país. Ela

cresceu de 6,09% em 1991 para 8,12% em 2010, nesse mesmo período, a média do

estado foi de 5,95% para 8,91%.

Local Taxa de Envelhecimento

Mangaratiba 8,12

Estado do Rio de Janeiro 8,91

Brasil 7,36

Tabela 11 - Taxa de Envelhecimento1

1 Taxa de Envelhecimento - Número de pessoas de 60 e mais anos 1 de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na

população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

74





Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

Gráfico 8 - Evolução da Taxa de Envelhecimento de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, 2010

7.2.3 Taxa de Mortalidade Infantil

A taxa de mortalidade infantil consiste no número de crianças que morreram

no primeiro ano de vida, referida ao número de nascidos vivos no mesmo período.

Em Mangaratiba, a taxa diminuiu 59,7% nos últimos 20 anos, no Estado a

queda foi de 52,7% e no país de 62,6%, no mesmo período de tempo. Uma das

metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas é que a

mortalidade infantil dos países esteja abaixo de 17,9 óbitos por mil, e com a taxa

observada em 2010, o Brasil atingiu este objetivo.

75





Local Taxa de mortalidade infantil

Mangaratiba 13,1


Brasil 16,70

Tabela 12 - Taxa de Mortalidade Infantil Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Gráfico 9 - Evolução da taxa de mortalidade infantil em Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.2.4 Probabilidade de Sobrevivência até os 60 anos

Na tabela a seguir verifica-se que a taxa de sobrevivência até os 60 anos no

município equipara-se as taxas do Estado do Rio de Janeiro e do país.

Local Probabilidade de sobrevivência até os 60 anos

76





Mangaratiba 83,18


Brasil 84,05

Tabela 13 - Probabilidade de Sobrevivência até os 60 anos Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Gráfico 10 - Probabilidade de sobrevivência até os 60 anos Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.2.5 Mulheres Chefes de Família

Segundo o IBGE, o número de mulheres chefes de família representa 40% do

total de famílias e cresceu 67% de 2004 até 2014. O índice a seguir trata-se

especificamente do número de mulheres chefes de família e com filhos menores de

15 anos.

77





Local Número de mulheres

Mangaratiba 1.559

Estado do Rio de Janeiro 669.006

Brasil 7.388.241

Tabela 14 - Número de mulheres chefes de família com filhos menores de 15 anos Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD


% de mulheres de 10 a 17 anos que tiveram filhos

4,07 2,55 2,89

% de mães chefes de família sem fundamental e com filho

menor, no total de mães chefes de família

15,30 14,23 17,23

% de mães chefes de família sem fundamental e com filho

menor, no total de mães chefes e com filho menor

38,44 36,48 43,19

Tabela 15 - Indicadores sobre mulheres chefes de família Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.3 RENDA

A renda per capita de Mangaratiba foi de R$ 371,41 para R$ 832,15 de 1991

para 2010, com uma taxa média anual de crescimento de 4,34%, valor maior que a

taxa média anual do Estado do Rio de Janeiro no mesmo período de tempo, que é

de 2,85%. No entanto, o valor da renda per capita de Mangaratiba é de R$ 832,15,

enquanto a média do Estado é de R$ 1.039,30.

78





O número de pessoas pobres e extremamente pobres em Mangaratiba e no

Estado do Rio de Janeiro são próximos e consideravelmente menores que a média

do país.

Local Renda per capita % de extremamente pobres % de pobres

Mangaratiba 832,15 1,6 6,71

Estado do Rio de Janeiro 1.039,30 1,98 7,23

Brasil 793,87 6,62 15,2

Tabela 16 - Indicadores relacionados à renda Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Gráfico 11 - Evolução da renda per capita Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Verifica-se no gráfico acima que houve um aumento de aproximadamente

28% da renda per capita entre os anos 2000 e 2010 e de aproximadamente 124%

entre a década de 90 (1991) e 2010.

Para uma visão da concentração da renda analisa-se o índice de Gini, que varia

de 0 a 1, sendo que 0 representa a completa igualdade de distribuição de renda (ou

79





seja, todas as pessoas possuem a mesma renda) e 1 representa a completa

desigualdade (apenas uma pessoa detém toda a renda). No município de Mangaratiba,

o índice é de 0,51, menor que o Estado do Rio de Janeiro (0,59) e que o Brasil (0,60).

O percentual de renda apropriada pelos 10% mais ricos também é menor em

Mangaratiba do que no estado e no país.


Percentual da renda apropriada pelos 10%

mais ricos 40,09 49,33 48,93

Índice de Gini 0,51 0,59 0,60

Tabela 17 - Índices de desigualdade Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.4 HABITAÇÃO

7.4.1 Indicadores Gerais

O município de Mangaratiba apresenta índices preocupantes de pessoas que

recebem água encanada em seus domicílios, sendo uma porcentagem

consideravelmente mais baixa que a do país e do estado. Segundo dados do Plano

de Manejo da APA de Mangaratiba, estima-se que 24% da população total do

município reside em favelas.

Indicadores (%) Mangaratiba Estado do Rio de Janeiro Brasil

80





População em domicílios com água encanada

63,9 95,84 92,72

População em domicílios com banheiro e água encanada

98,32 94,73 87,16

População em domicílios com coleta de lixo

99,12 97,59 97,02

População em domicílios com energia elétrica

98,8 99,92 98,58

População em domicílios com densidade > 2

31,9 30,33 27,83

Tabela 18 - Indicadores de Habitação Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.4.2 Déficit Habitacional

O déficit habitacional é um estudo desenvolvido pela Fundação João Pinheiro

em parceria com o Ministério das Cidades, Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Unidas (PNUD) que indica a

necessidade da construção de novas unidades habitacionais em um determinado

território (cidade, estado ou país). O cálculo é feito a partir da somatória dos

seguintes indicadores:

Coabitação familiar: famílias que vivem em cômodos e conviventes

secundárias que têm intenção de constituir um domicílio exclusivo.

Ônus excessivo com aluguel urbano: famílias com rendimento de até 3

salários mínimos e que desembolsam mais de 30% de sua renda no aluguel.

Adensamento excessivo de domicílios alugados: domicílios alugados com

mais de três moradores por dormitório.

81





Dados de Mangaratiba:

Déficit habitacional total: 1.600

Déficit habitacional para domicílios sem rendimento: 87

Déficit habitacional para domicílios com rendimento entre 0-3 salários mínimos:

1.037

Déficit habitacional para domicílios com rendimento entre 3-6 salários mínimos: 185

Déficit habitacional para domicílios com rendimento entre 6-10 salários mínimos: 239

Déficit habitacional para domicílios com rendimento maior ou igual a 10 salários

mínimos: 51

A Secretaria de Obras e Serviços Públicos informou que não existe um

departamento de habitação, bem como não existem políticas voltadas a superação

do déficit habitacional apontado pela Fundação João Pinheiro.

A inexistência de políticas de habitação intensifica as ocupações irregulares

em áreas de risco ocasionando problemas ainda maiores a Defesa Civil.

7.4.3 Inadequação de domicílios urbanos

A inadequação domiciliar corresponde ao número de unidades habitacionais

que não possuem condições mínimas de habitabilidade, o que não indica a

necessidade de construção de novas unidades, apenas a adequação das mesmas.

O cálculo é feito a partir da somatória dos seguintes indicadores:

Carência de serviços de infraestrutura: é dividido em iluminação elétrica, rede

geral de abastecimento de água com canalização interna, rede geral de

esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo.

Adensamento excessivo em domicílios próprios: domicílio próprio com mais

de três moradores por dormitório.

82





Domicílio sem unidade sanitária: domicílios que não dispõe de banheiro de

uso exclusivo.

Dados de Mangaratiba:

Inadequação total de domicílios: 4.540

Domicílios que carecem de infraestrutura urbana básica (pelo menos um

componente): 4.392

Carência de iluminação elétrica: 38

Carência de abastecimento de água: 3.602

Carência de rede de esgoto: 1.442

Carência de coleta de lixo: 97

Domicílios próprios com adensamento excessivo: 399

Domicílios sem unidade sanitária: 23

Os índices de inadequação domiciliar apontam especialmente para

necessidade urgente de promover a solução dos problemas de saneamento básico,

pois do total dos domicílios do município 4.392 não possuem saneamento básico, ou

seja, 63% do total possui algum tipo de inadequação.

7.5 EDUCAÇÃO

O município de Mangaratiba possui um Plano Municipal de Educação que foi

elaborado em 2015.

O Plano reconhece a educação como condição fundamental ao

desenvolvimento do ser e ao crescimento do próprio município e pautou suas

propostas a partir do Plano Diretor Municipal de 2006. O Plano de Educação

também

83





abrange as metas do PNE (Plano Nacional de Educação).

A Rede Municipal de Ensino de Mangaratiba possui seu próprio sistema de

ensino, executado a partir da Portaria – SEE 012/21/1999. Em seus objetivos

constam a expansão da rede pública de ensino, melhoria da qualidade de ensino,

programas de integração entre a escola e a comunidade e a modernização do

ensino.

O Setor de Transporte Escolar e Universitário informou que os habitantes das

áreas rurais em idade escolar são atendidos em suas localidades ou encaminhados

a outras Unidades Escolares através de barcos, vans, kombis e ônibus se

necessário.

7.5.1 Expectativa de anos de estudo

Este indicador sintetiza a frequência escolar das pessoas em idade escolar.

Ele indica o número de anos de estudo que uma criança que inicia a vida escolar na

idade de referência deverá completar até os 18 anos. O número cresceu de 7,49

para 9,93 no município de Mangaratiba nos últimos 20 anos. A expectativa de anos

de estudo dos países desenvolvidos é de 12 anos.

84





Gráfico 12 - Expectativa de anos de estudo Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

7.5.2 Taxa de Analfabetismo

A taxa de analfabetismo vem diminuindo com o passar dos anos em todo o

país, em Mangaratiba os índices acompanharam a tendência nacional e em geral

são menores que as médias do estado e do país.

85





Gráfico 13 - Taxa de Analfabetismo Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Mangaratiba possui uma porcentagem de pessoas de 15 a 17 anos com

ensino fundamenal completo maior que o estado e o país, em contrapartida, a

porcentagem de pessoas de 25 anos ou mais com ensino superior completo é

menor que as médias estaduais e nacionais.


% de 15 a 17 anos com ensino fundamental

completo

61,39 55,70 57,24

% de 18 anos ou mais com ensino médio completo

42,89 45,55 37,89

% de 25 anos ou mais com ensino superior completo

10,08 14,31 11,27

Tabela 19 - Indicadores de Educação Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

86





7.6 TRABALHO

Segundo os dados do PNUD, a taxa de atividade da população de 18 anos ou

mais (percentual da população economicamente ativa que está empregada) passou

de 63,91% (no ano de 2000) para 65,19% (em 2010). Simultaneamente, a taxa de

desocupação (percentual da população economicamente ativa que estava

desocupada) passou de 14,22% (2000) para 7,26% (2010).

Gráfico 14 - População Economicamente Ativa Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD

Em 2010, dentro do grupo dos economicamente ativos, 68,09% tinham o

ensino fundamental completo, 47,80% tinham o ensino médio completo e 10,34%

tinham o ensino superior completo.

Indicadores Total

População residente 36.456

% dos ocupados com ensino fundamental completo 68,09

% dos ocupados com ensino médio completo 47,80

87





% dos ocupados com ensino superior completo 10,34

% dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. 11,38

% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m 66,59

% dos ocupados com rendimento de até 5 s.m. 91,65

Tabela 20 - Indicadores de Trabalho Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD, CEPERJ

Segundo dados de 2010, a maior parte dos empregos estavam no setor de

serviços (54%) e haviam parcelas significativas no setor da construção civil

(13,51%), no setor público (12%) e no comércio (11,67%).

Gráfico 15 - Empregos formais por setores Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: PNUD e CEPERJ *SIUP: setor de serviços industriais de utilidade pública

De 2000 para 2010 a porcentagem de empregados formais com carteira

cresceu de 30,87% para 39,43%.

Empregos Formais

88





Ano Admissões Desligamentos Saldo

2004 2.952 1.536 1.416

2005 7.997 2.572 5.425

2006 6.006 2.998 3.008

2007 9.583 4.082 5.501

2008 4.030 3.464 556

2009 2.595 6.193 -3.598

2010 1.947 2.465 -518

2011 2.333 2.042 291

2012 2.950 2.660 290

2013 2.131 2.352 -221

Tabela 21 - Admissões e Desligamentos nos Empregos Formais Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e do Cadastro Geral de

Empregados e Desempregados – CAGED referentes à 2012 mostram uma grande

diferença entre o número de empregos formais no sexo feminino e masculino.

Empregos Formais por Sexo

Feminino Masculino

5.144 765

Tabela 22 - Empregos Formais por sexo Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ, MTE e CAGED

O rendimento médio dos ocupados em Mangaratiba em 2010 era de

R$1.296,19.

Rendimento Médio em 2013

Administração Pública R$ 1.871,10

Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca

R$ 1.194,15

Comércio R$ 1.044,55

Construção Civil R$ 1.798,03

89





Indústria da Transformação

R$ 1.524,96

Serviços R$ 1.431,64

Tabela 23 - Rendimento Médio em 2013 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ, TEM e RAIS

Estabelecimentos 2010 2011 2012 2013

Comerciais 145 152 158 165

Administração Pública 6 6 6 6

Agropecuária 17 14 10 14

Construção 26 31 34 38

Indústria da transformação 11 15 13 12

Serviços 229 255 237 250

Tabela 24 - Número de Estabelecimentos Empregadores Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CEPERJ

7.7 ESTRUTURAS PRODUTIVAS

7.7.1 Valor Adicionado – VA

A análise da estrutura produtiva e da composição de renda na economia do

município são realizadas com base na participação total do valor adicionado – VA

declarado pelos estabelecimentos.

Valor Adicionado – VA é o valor que a atividade agrega aos bens e serviços

consumidos no seu processo produtivo. É a contribuição ao Produto Interno Bruto –

PIB pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de

90





produção e consumo intermediário absorvido por essas atividades.

O VA corresponderá, para o município, ao valor das mercadorias saídas e dos

serviços de transporte e de comunicação prestados, no seu território, deduzido ao

valor das mercadorias entradas e dos serviços de transporte e comunicação

adquiridos, em cada ano civil imediatamente anterior ao da apuração.

Ano 2009 2010 2011 2012 2013

Valor adicionado bruto da agropecuária 9.041 7.276 8.925 10.159 13.861

Valor adicionado bruto da indústria 42.482 96.099 99.246 126.016 137.386

Valor adicionado bruto dos serviços* 743.956 1.346.906 1.459.863 1.963.380 2.087.096

Tabela 25 - Evolução do Valor Adicionado (em mil reais) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE *Exclusive administração, saúde e educação públicas e seguridade social

Ao analisar o Valor Adicionado dos municípios vizinhos de Mangaratiba é

possível observar que Rio Claro se destaca na produção agropecuária e possui o

menor VA total, Angra dos Reis e Paraty possuem os maiores valores de VA, com

grande contribuição do VA da indústria.

Municípios VA Agropecuária VA Indústria VA Serviços* VA Total

Angra dos Reis 32.890 1.521.961 2.634.097 5.469.684

Mangaratiba 13.861 137.386 2.087.096 2.562.475

Paraty 21.350 1.843.558 941.988 3.082.634

Rio Claro 60.164 15.314 59.181 255.208

Tabela 26 - Comparação do Valor Adicionado Bruto de 2013 com municípios vizinhos (em mil reais) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE *Exclusive administração, saúde e educação públicas e seguridade social

Segundo dados da Prefeitura, a economia do município baseia-se na

construção civil, turismo, comércio, agricultura e exportação de minérios e apresenta

pleno crescimento no setor de serviços.

91





7.7.2 Produto Interno Bruto – PIB

O Produto Interno Bruto representa a soma dos bens produzidos, ou seja, a

soma dos Valores Adicionados – VA acrescidos dos impostos, constituindo-se em

indicador de riqueza.

PIB Per Capita é o indicador que ajuda a saber o grau de desenvolvimento.

Chega-se a ele dividindo o Produto Interno Bruto pela população. Mangaratiba

apresenta valores crescentes tanto no PIB bruto como no PIB per capta, estes

índices mostram que o município possui crescimento populacional e econômico

simultâneos.

Municípios PIB PIB Per Capita

Angra dos Reis 6.116.002 mil reais 33.699,58 reais

Mangaratiba 2.725.171 mil reais 69.501,95 reais

Paraty 3.153.153 mil reais 79.960,25 reais

Rio Claro 292.035 mil reais 16.490,74 reais

Tabela 27 - Comparação do PIB e PIB Per Capita de 2013 dos municípios vizinhos Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

92





Gráfico 16 - Evolução do PIB de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

Gráfico 17- Evolução do PIB per capta em Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

A partir da análise da composição do PIB de Mangaratiba no ano de 2013,

observa-se que o Setor de Serviços é o que mais contribui para o PIB do município,

93





sendo responsável por 81% do Valor Adicionado. O VA da Administração, Saúde e

Educação Públicos e Seguridade Social representam 13%, a Indústria 5% e a

Agropecuária contribui com a menor parcela, de aproximadamente 1%.

Gráfico 18 - Composição do PIB de Mangaratiba em 2013 (valores em mil reais) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

7.7.3 Produção Agrícola

As Lavouras Permanentes são as culturas que permanecem vinculadas ao

solo e possibilitam mais de uma colheita sem necessidade de serem replantadas.

Geralmente, essas culturas duram no mínimo quatro anos.

Em Mangaratiba o plantio de banana ocorre desde o tempo da colonização do

Brasil e persiste até os dias atuais. Ela é a produção com maior arrecadação do

município. O palmito e o coco-da-baía também se destacam pela sua produção.

Lavoura Permanente Valor da Produção Área de Colheita

94





Banana R$ 33.086.000 4.670 ha

Caqui R$ 210.000 30 ha

Coco-da-baía R$ 373.000 23 ha

Limão R$ 229.000 21 ha

Palmito R$ 512.000 32 ha

Tabela 28 - Produção da Lavoura Permanente em Mangaratiba no ano de 2015 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

Gráfico 19 - Evolução do Valor da Produção da Banana Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

95





Gráfico 20 - Evolução do Valor da Produção do Caqui, Coco-da-baía, Limão e Palmito Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

As lavouras temporárias são culturas sujeitas a serem replantadas após a

colheita, ou seja, que precisam ser plantadas todos os anos, geralmente em um

curto período de tempo. São também conhecidas como Cultura Anual. O plantio da

cana-de-açúcar data da colonização e persiste até os dias atuais.

Lavoura Temporária Valor da Produção Área de Colheita

Cana-de-açúcar R$ 200.000 37 ha

Mandioca R$ 955.000 74 ha

Tabela 29 - Produção das Lavouras Temporárias em Mangaratiba no ano de 2015 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

96





Gráfico 21 - Evolução do Valor de Produção da Cana-de-açúcar e da Mandioca Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

7.7.4 Extração Mineral

Segundo os dados do Panorama Mineral do Estado do Rio de Janeiro

produzido pelo DRM-RJ no ano de 2014, Mangaratiba está no ranking dos cinco

municípios que mais produzem saibro no estado.

O município de Campo dos Goytacazes possui a maior participação na

produção declarada do minério no estado, lembrando que este número pode ser

ampliado se considerarmos que pode existir exploração não declarada.

O saibro é um importante insumo na economia mineral do Estado do Rio de

Janeiro, gerando uma receita de aproximadamente 18 milhões e sendo amplamente

utilizado na construção civil.

97





Município Produção Declarada

(m³) Número de Empresas

Campo dos Goytacazes 933.000 15

Rio de Janeiro 881.901 4

Mangaratiba 344.753 1

Macaé 342.180 4

Maricá 237.634 3

Total 2.739.468 27

Tabela 30 - Os cinco municípios que mais produziram saibro no Estado do Rio de Janeiro em 2012 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: CAM/ DRM-RJ

7.7.5 Pecuária

Tipo de Produção Valor da Produção Quantidade

Aquicultura R$ 30.000 6.000 kg

Rebanho Bovino - 7.200 cabeças

Equino - 141 cabeças

Leite de Vaca R$ 295.000 281 mil litros

Mel de Abelha R$ 5.000 141 kg

Vacas ordenhadas - 330 cabeças

Tabela 31 - Indicadores relacionados à pecuária em Mangaratiba no ano de 2015 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: IBGE

8 TURISMO

O turismo em Mangaratiba vai além das grandes belezas naturais que se

encontram em seu território, o município possui mais de 400 anos de história e uma

importante participação na história do Brasil colônia. Há também os eventos que

98





acontecem durante o ano e atraem todos os tipos de público: Festa do Peão,

Carnaval, celebrações religiosas e outros.

A proximidade da capital Rio de Janeiro e o fácil acesso pela Rodovia Rio-

Santos estimulam ainda mais as atividades turísticas no município.

8.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

A Fundação Mário Peixoto é o órgão público responsável oficial do setor

cultural do município e cedeu importantes informações relacionadas à cultura:

Mangaratiba, apesar de possuir identidade cultural com os demais

municípios da região da Costa Verde, com destaque para a cultura

caiçara, cultura praiana, cultura das raízes africanas e etc., não

conseguiu estabelecer relação com nenhum município no âmbito da

cultura.

A raiz cultural mais bem preservada em Mangaratiba está presente na

Comunidade Remanescente do Quilombo da Ilha de Marambaia. A

memória dos tempos de escravidão ficou registrada nas fortes

muralhas de pedra que compunha a grande fazenda de engorda de

escravos e nos relatos dos moradores mais velhos das comunidades

que vem repassando de geração em geração a história de seus

antepassados.

Essa comunidade formada pelos descendentes dos ex-escravos de

Breves que ficaram abandonados no isolamento da ilha

permaneceram em Marambaia formando família e vivendo da pesca,

do cultivo da terra e mantendo suas tradições culturais como um

quilombo e após muita luta conquistaram o reconhecimento da

Fundação Palmares e a titulação de seu território. Atualmente lutam

pela preservação de seus patrimônios históricos culturais.

99





O município de Mangaratiba conquistou em 2009 o título de “Cidade

Histórica do Brasil”, assim como Ouro Preto, Paraty, Mariana e outras

cidades. Graças à relevância de sua história dentro do contexto da

história nacional e por possuir várias unidades tombadas pelo IPHAN

(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo INEPAC

(Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), como a Igreja Nossa

Senhora da Guia, a Igreja de Sant’Anna de Itacuruçá, o Parque das

Ruínas do Saco, o Sítio Histórico e Arqueológico do Sahy, a Estrada

do Atalho, a Estrada Imperial e outros.

8.1.1 Centro Cultural Cary Cavalcante

Fica localizado na sede do Município, é uma construção que data do século

XIX que foi restaurada em 1987 e atualmente funciona como centro cultural, com

palestras, oficinas, aulas de dança, artesanato e outros tipos de evento.

8.1.2 Solar Barão de Sahy

Edifício construído em 1831 que abrigou a primeira Câmara Municipal de

Mangaratiba durante 10 anos. Lá está localizado o Museu Municipal de Mangaratiba,

que possui peças históricas, fotos antigas, mobiliário original e documentos que

preservam a memória do município.

O palacete abriga também o Museu das Conchas, que possui imensa

variedade de conchas, sendo algumas de outros países, como Austrália.

100





Há também um setor dedicado ao ilustre cidadão Mário Peixoto, um roteirista,

diretor e escritor conhecido internacionalmente e autor do filme “Limite”, um dos

clássicos mais importantes do cinema brasileiro. Nesse setor, encontram-se objetos

pessoais e manuscritos de Mário. O Solar é cercado pelo Jardim das Esculturas e

pelo Beco da Poesia.

8.1.3 Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia

Tombada pelo IPHAN em 1967, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia foi

construída em 1795 em homenagem à padroeira do município. É revestida por

azulejos portugueses e possui em seu interior uma capela mor com forro de madeira

abóbada de berço. No altar, a imagem de Nossa Senhora em madeira, com

características barrocas. Fica localizada na Praça Robert Simões, no Centro.

101





8.1.4 Igreja Nossa Senhora de Sant’Ana

Tombada pelo INEPAC em 1983, foi construída em 1698 pelos jesuítas e hoje

é o principal monumento cultural de Itacuruçá. A igreja localiza-se na Praça Padre

Luiz Quattropanni.

8.1.5 Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Jacareí

É uma igreja rústica, de linhas simples e despojadas, foi construída no século

XIX e mantém seu Cruzeiro de Pedra intacto a frente da igreja.

8.1.6 Igreja de Nossa Senhora das Dores

Foi construída em 1760 e fundada por Francisco José dos Santos pela

provisão de 29 de março de 1760 sob o título de Nossa Senhora da Conceição, mas

que foi alterada por outra provisão em agosto de 1776, fica localizada na Ilha de

Marambaia.

8.1.7 Igreja de São Pedro

Seu único acesso é marítimo, foi construída em 1884 e possui linhas simples,

telhas francesas e interior revestido em pinho de riga. Localiza-se na Praia do Catita,

na Ilha

102





de Jaguanum, no Distrito de Itacuruçá.

8.1.8 Centro Cultural de Itacuruçá

Construída em 1911, tombada pelo IPHAN e pertencente ao Patrimônio

Cultural Ferroviário de Mangaratiba, a Estação Ferroviária (que era conhecida como

“macaquinho”) abriga atualmente o Centro Ferroviário de Cultura de Itacuruçá, que

possui uma exposição permanente da Memória do Trem, biblioteca, oficinas e

atividades culturais.

8.1.9 Estrada Imperial

Construída em 1856, possui aproximadamente 40km de extensão e liga

Mangaratiba à Rio Claro através da Serra do Piloto. Foi construída com objetivo de

escoar a produção de café do Vale do Paraíba para o Porto de Mangaratiba e é

considerada a primeira estrada de rodagem do país. Nela foi criado um entreposto

comercial para hospedagem dos fazendeiros, onde ainda se encontram prédios

assobradados mistos de residências/armazéns e trapiches, todos do século XIX,

com linhas arquitetônicas simples, típicas do período colonial. Além do Bebedouro

da Barreira, pedras de milha, sistema de escoamento. A Estrada Imperial fica

localizada na Rodovia RJ-149, após o trevo com a BR-101, no Distrito de Serra do

Piloto.

8.1.10 Ponte da Estrada Imperial

103





São antigas pontes feitas de pedra pelos escravos na época da construção da

Estrada Imperial. Para apreciar sua construção, é necessário descer uma escada

rústica à direita da Estrada Imperial. Fica localizada na Rodovia RJ-149 (Estrada

Imperial) após a Escola Josefina, no Distrito de Serra do Piloto.

8.1.11 Bebedouro da Barreira

Segundo informações fornecidas pela Prefeitura, o Bebedouro da Barreira foi

construído para os animais e era onde D. Pedro II parava para que seu cavalo

bebesse água. Foi tombado pelo INEPAC em 1983 e fica localizado na Estrada de

São João Marcos, no Distrito de Serra do Piloto.

8.1.12 Ruínas do Antigo Teatro

É uma das ruínas mais importantes do sítio histórico da Estrada Imperial,

datada do período colonial, na primeira metade do século XIX. Trata-se de uma

construção assobradada de linhas simples, edificada pelos Barões do Café para seu

entretenimento. Conta-se que o ator João Caetano teria encenado algumas peças

no teatro entre 1833 e 1834.

8.1.13 Ruínas Imperiais do Povoado do Saco

104





Segundo as informações fornecidas pela Prefeitura por meio sua equipe

técnica, no povoado do Saco, na Praia do Saco, funcionava o centro econômico

(maior comércio) de Mangaratiba no século XIX. Seu desenvolvimento estava

relacionado ao escoamento da produção cafeeira de São João do Príncipe e Piraí,

Barra Mansa e Resende (Médio Paraíba).

Além do agitado mundo dos negócios envolvendo o café e de espetáculos de

teatro com grandes artistas como João Caetano, no local também aconteciam leilões

de escravos. Dizia a Câmara, em uma de suas Atas, que o Saco era um grande

empório do comércio de carne humana. Ele foi registrado como Patrimônio Histórico

Estadual pelo INEPAC em 1979 e como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN

em 2010.

Assim como o povoado do Saco de Cima na Praia do Saco, o Sahy guarda

muitas marcas do passado escravista de Mangaratiba. Pois, neste local funcionava

um porto particular que, segundo a história oral, fazia clandestinamente o

desembarque de escravos que chegavam de Marambaia. Pelo Vale do Sahy

passava uma das principais rotas de escravos, que logo após o desembarque eram

guiados serra acima pela trilha do Sahy-Rubião, como uma forma de desviar da

fiscalização das autoridades da Vila.

As ruínas ficam localizadas às margens da estrada São João Marcos (a

antiga Estrada Imperial) que atravessa a Serra do Piloto e liga Mangaratiba ao Vale

do Paraíba e datam de 1830.

8.1.14 Chafariz

Inaugurado em 1852, o chafariz atendia as necessidades de uma pequena

cidade numa época em que água encanada não existia. A construção possui

influência barroca e apresenta apenas como ponto de referência a curvatura do

frontão, sendo o restante totalmente desprovido de adornos. Os chafarizes,

extremidades de um conduto de água, oriundo de uma nascente, serviam para

105





abastecimento público de um modo geral. Possui um tanque, onde a água se

projetava, servindo para o uso dos animais. É tombado pelo Patrimônio Histórico

Estadual e localiza-se na Rua Cel. Moreira da Silva, no Centro.

8.1.15 Antigo Engenho do Gago

De acordo com informações cedidas pela Prefeitura, era um local onde

aconteciam abomináveis leilões de escravos. Durante o século XIX no Sahy havia

grandes fazendas, chácaras, sítios e engenhos. Sendo o mais famoso, o antigo

Engenho do Gago. Engenho este que foi fundado em 1771 e chegou a ser um dos

maiores produtores e exportadores de açúcar no século XVII e hoje funciona como

sede do condomínio da área de reserva ecológica do Sahy.

Consta em registros da compra e venda, em cartas testamentos e em

inventários familiares que neste prédio funcionava também engenhos de farinha,

café e cachaça.

8.1.16 Pomar da Casa Branca

O Solar da Casa Branca tem sua história ligada à fase do café, assim como

as Ruínas do Povoado do Saco e a Estrada Imperial (que ficam próximas). O local é

um jardim gramado que possui vestígios de um antigo terreirão de secagem de café.

8.1.17 Cruzeiro da Pedra

106





Atualmente em obras, o Cruzeiro do antigo cemitério do município foi trazido

de Portugal em 1700 e é um marco de formação de Mangaratiba. Localiza-se na

Praça Robert Simões, em frente à Igreja Nossa Senhora da Guia, no Centro.

8.1.18 Estrada do Atalho

Segundo a Prefeitura, a Estrada mantém a pavimentação feita pelos

escravos, em pedra de mão, e estende-se por cerca se 2km dentro da Mata

Atlântica. Ao longo de todo o seu percurso há ruínas datadas do período colonial. A

Estrada do Atalho localiza-se na saída à esquerda da RJ-149, à aproximadamente

1,5km do trevo da BR-101, no Distrito de Serra do Piloto.

8.1.19 Sede da Fazenda de Sant’Ana

Segundo dados da Prefeitura, o desenvolvimento de Itacuruçá iniciou-se com

a chegada do Major José Caetano Alves de Oliveira, que se instalou na sede da

Fazenda Sant’Ana, que possuía 280 alqueires que abrangiam a então pequena Vila

de Itacuruçá. Foi construído um condomínio no local, porém a casa ainda existe e as

visitas são autorizadas pelo condomínio.

8.1.20 Ruínas do Porto do Saí

As ruínas do antigo porto de escoamento da produção de café e do comércio

107





de escravos ficam localizadas à 7km de Mangaratiba, na divisa da Praia do Saí e

Saizinho.

8.2 PRAIAS, ILHAS E CACHOEIRAS

8.2.1 Praias

PRAIA DA JUNQUEIRA

Praia pequena de águas mansas e claras, própria para a pesca.

PRAIA DE SANTO ANTÔNIO

Pequena praia de águas mansas e claras.

PRAIA DO SACO

Com 1.6km de extensão, urbanizada, com casas simples e águas rasas. Abriga a

foz do Rio do Saco.

108





PRAIA DE SÃO BRAZ

Praia longa, de enseada, com areia cinzenta, na confluência dos Rios Ingaíba e

furado.

PRAIA DE ITAOCA, SÍTIO BOM E DA CRUZ

Praias inclinadas com ondas fracas e local de luxuosos condomínios.

CONCEIÇÃO DE JACAREÍ (2º DISTRITO)

O Distrito de Conceição de Jacareí limita o município de Mangaratiba com o de

Angra dos Reis, ele foi edificado em frente a um antigo vilarejo de pescadores e

sedia a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, diversos restaurantes, quiosques e

bares. A praia que leva o seu nome possui 400m de extensão, com areia ondulada,

orla de coqueiros e amendoeiras.

PRAIA DO SUL

A praia que mais atrai os pescadores da região, possui 250m de extensão.

109





PRAIA DO CALHAU

Praia de areia clara, águas tranquilas e cercada por mata nativa, possui 200m de

extensão.

MURIQUI (4º DISTRITO)

Tem em seu território a sede náutica do Iate Clube, a Igreja de Nossa Senhora das

Graças, diversos bares, restaurantes e quiosques. A praia de Muriqui tem 1,1km de

extensão, é urbanizada e possui duas pistas de rolamento.

PRAIA GRANDE (6º DISTRITO)

É o distrito de Mangaratiba que possui o maior número de residências de veraneio.

A Praia Grande tem areia clara, águas mansas, vegetação nativa e extensão de

1km.

MANGARATIBA (1º DISTRITO)

A sede do município oferece diversas opções de gastronomia e lazer, além de

atrativos históricos como a Igreja de Nossa Senhora da Guia, padroeira da cidade.

No centro, onde fica localizada a sede da prefeitura municipal, encontra-se a Praia

de Mangaratiba com Ancoradouros que atendem turistas, pescadores e passageiros

de barcos.

110





PRAIAS DO SAHY E SAIZINHO

Praias pouco visitadas por turistas, possuem 2,3km de extensão, areia clara, mar

calmo, é cercada por mata nativa bem preservada e abriga ruínas do antigo Porto de

minério.

PRAIA BRAVA

É cercada por morros, tem o mar manso e a areia amarela, abriga um grande

número de casas de veraneio, que são distribuídas em lotes arborizados ao longo

dos 500m de extensão.

PRAIA DE IBICUÍ

O Distrito de Ibicuí abriga o iate clube de Ibicuí, a Ponta do Pimentel, a Praia

Vermelha, a Praia Mansa e algumas casas de veraneio. A Praia de Ibicuí apresenta

águas mornas e areia clara e 600m de extensão.

PRAIA DA RIBEIRA

111





Uma praia de águas mornas e calmas e areia radioativa, própria para banho.

PRAIA BELA VISTA

Localizada em Itacuruçá, possui 1km de extensão e é propícia para a prática de

esportes náuticos.

ILHA DE ITACURUÇÁ

Localizada na Baía de Sepetiba, é propícia para pesca, trilhas e esportes náuticos.

O acesso à ilha é somente náutico e leva 10 minutos. A Ilha de Itacuruçá abriga a

Praia de Águas Lindas, Praia Grande, Praia da Viola, Praia das Flexeiras e a Praia

Maria Russa.

112





ILHA DE JAGUANUM

A Ilha de Jaguanum fica localizada na Baía de Sepetiba e tem acesso marítimo em

40 minutos. Nela, se encontra a Praia das Pitangueiras, que abriga casas de

veraneio, de nativos, campo de futebol e um restaurante com iguarias típicas da

região. A Praia Catita também se localiza na Ilha, com águas verdes e 200m de

extensão, é visitada tanto por moradores como por turistas.

PRAIA DE ARAÇÁ

Localizada na Ilha Grande, a Praia de Araçá não é muito visitada por turistas, possui

200 metros de extensão e mata nativa preservada.

PRAIA DA ESTOPA

Localizada na Ilha de Jaguanum, é uma praia muito visitada por turistas no período

de alta temporada, possui quiosques e restaurantes, 250m de extensão e águas

tranquilas e transparentes.

8.2.2 Cachoeiras

CACHOEIRA DA BENGALA

Queda d’água que forma piscinas naturais cercada de vegetação de Mata Atlântica,

localiza-se na Rodovia RJ-149, Serra do Piloto.

CACHOEIRA DOS ESCRAVOS

Era o local onde os escravos tomavam banho, fica na Estrada Imperial.

113





CACHOEIRA DE ITINGUSSÚ

Foi utilizada pelas religiões afro-brasileiras para cultos, fica em Itacuruçá.

CACHOEIRA SANTA BÁRBARA

Localizada na antiga fazenda Santa Bárbara, que atualmente é o Vale do Rio Sahy.

CACHOEIRA DE CONCEIÇÃO DE JACAREÍ

Também conhecida como “Cachoeira do Escorrega”, possui uma pedra lisa de 8m

de altura que forma um escorregador da cachoeira até uma piscina natural. No seu

ponto mais elevado, possui outra piscina natural, menor que a anterior e muito

usada por crianças. Localiza-se na Rodovia BR-101, km 64, em Conceição de

Jacareí.

CACHOEIRA DO RUBIÃO

Para chegar até essa cachoeira, é necessário percorrer uma trilha de 1km de

extensão, que fica localizada à direita da Rodovia RJ-149 (na Serra do Piloto). No

fim da trilha, encontra-se uma piscina natural formada pela queda d’água da

cachoeira Véu de Noiva.

CACHOEIRA DE INGAÍBA

Repleta de poços e piscinas naturais, tem seu acesso por meio de uma estrada de

terra que começa na Rodovia Rio – Santos (no km 439).

CACHOEIRA VÉU DAS NOIVAS

Uma grande queda d’água com piscina natural, fica localizada em Muriqui e tem seu

acesso por trilhas leves na mata.

114





POÇÃO – PISCINA NATURAL

Uma piscina natural formada por três cachoeiras, possui infraestrutura (bares e

restaurantes) e residências. Se localiza na Rua Carlos Bussato, no distrito de

Muriqui.

POÇO ENCANTADO

Um lago localizado no Distrito de Conceição de Jacareí que possui três metros de

profundidade e é cercado pela natureza.

8.3 PARQUE DO CUNHAMBEBE

O Parque do Cunhambebe é composto por muitas montanhas e cachoeiras, é

destino para pessoas que procuram por esportes, caminhadas, travessias e

escaladas.

Dentro dos seus principais atrativos turísticos estão a antiga ponte da Estrada

Imperial, a Cachoeira dos Escravos, Cachoeira Véu das Noivas, a Igreja São João

Marcos, a Pedra da Conquista, o Pico das Três Orelhas, o Bico do Papagaio, a

Pedra Chata e o Sítio arqueológico das Ruínas de São João Marcos.

8.4 PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PEDRA DO URUBU

O recém-criado Parque Municipal está localizado no 1º Distrito de

Mangaratiba e atrai turistas pela sua exuberante paisagem, nascentes, rochas e

áreas verdes. A criação do Parque tem como objetivo conservar, proteger e

115





recuperar os ecossistemas locais, assim como os mananciais e valorizar a paisagem

local para estimular a proteção e o turismo.

Fontes: Secretaria de Estado de Cultura (mapadecultura.rj.gov), guia cultural costa verde, site da prefeitura

9 ANÁLISE DE FINANÇAS PÚBLICAS

9.1 INTRODUÇÃO

Os dados sobre a economia brasileira referentes à 2016 indicam um cenário

instável. O PIB se encontrava em queda, o consumo estava estagnado e a inflação

em alta. A elevada instabilidade econômica e política fizeram com que os

investimentos em diversos campos diminuíssem e as taxas de desemprego

aumentassem.

Adicionalmente, a crescente preocupação social com a gestão dos recursos

públicos aumenta a pressão sobre os agentes do Estado em torno de uma eficiência

na aplicação de tais recursos.

Este relatório tem o objetivo de gerar bases para tal entendimento, analisando

a evolução das contas públicas de Mangaratiba nos seguintes pontos:

1. Análise da receita e suas principais fontes;

2. Análise das despesas e áreas de concentração;

3. Capacidade de endividamento, face os cenários 1 e 2;

As informações providas foram obtidas basicamente através de dados

públicos da Secretaria do Tesouro Nacional, que disponibiliza informações dos anos

de 2013, 2014 e 2015.

O objetivo deste relatório não é auditar as finanças municipais, mas

116





evidenciar as potencialidades e necessidades apresentadas nos últimos anos pelas

contas municipais e suas perspectivas de subsidiar as ações a serem propostas pelo

Plano Diretor.

9.2 RESULTADO DA RECEITA

As receitas correntes são destinadas a cobrir as despesas orçamentárias que

visam à manutenção das atividades municipais como obras, serviços e manutenção

de pessoal. São da seguinte ordem:

i) Receita tributária – proveniente de impostos, taxas e contribuições de

melhorias de competência municipal tais como: a) impostos sobre

propriedade predial e territorial urbana, sobre a renda, sobre serviços de

qualquer natureza e sobre transmissão de bens imóveis inter vivos; b)

taxas pela utilização de serviços públicos e pelo exercício do poder de

polícia; e c) contribuição de melhorias decorrentes de obras públicas;

ii) Receita de contribuições – proveniente de contribuições para custeio de

serviços de iluminação pública;

iii) Receita patrimonial – obtida quando o Município aplica recursos em

inversões financeiras ou por rendas provenientes de bens de propriedade,

tais como aluguéis;

iv) Receita agropecuária – proveniente da exploração de atividades

agropecuárias de origem vegetal ou animal;

v) Receita de serviços – obtida de atividades caracterizadas pelas

prestações de serviços financeiros, transporte, saúde, comunicação,

portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário,

processamento de dados, venda de mercadorias e produtos inerentes a

atividades da entidade;

117





vi) Receita industrial – resultante da ação direta do Município em atividades

comerciais, industriais ou agropecuárias;

vii) Transferências correntes – recursos financeiros recebidos de outras

entidades públicas ou privadas e que se destinam a cobrir despesas

correntes; e

viii) Outras receitas correntes – provenientes de multas, cobrança da dívida

ativa, indenizações e outras receitas de classificação específica.

Entre 2013 e 2015, a Receita Corrente de Mangaratiba teve um decréscimo

12,97% (valor bruto) e decréscimo real¹ de 25,80%. A maior redução se deu no ano

de 2015, quando houve redução bruta de 14,13%.

Gráfico 22 - Evolução da Receita Corrente Anual (em reais) e variação anual da receita (em %) de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

118





Estes resultados estão significativamente abaixo da média do Estado do Rio

de Janeiro, que teve crescimento bruto da receita entre 2013 e 2015 de 3,28%.2 A

média de crescimento bruto da receita dos municípios próximos3 à Mangaratiba no

mesmo período de tempo foi de 2,23%, valor também consideravelmente mais alto

do que o encontrado em Mangaratiba.

É interessante observar que no ano de 2014, todos os componentes

analisados tiveram crescimento na receita. O maior crescimento foi dos Municípios

próximos (19,70%), seguidos pelo Estado do Rio de Janeiro (7,70%) e Mangaratiba

(1,34%). Em 2015 todos tiveram decréscimo na receita total anual, os Municípios

próximos com o maior valor (-14,59%), seguidos por Mangaratiba (-14,13%) e pelo

Estado do Rio de Janeiro (-4,16%).

Gráfico 23 - Comparativo do Crescimento Bruto da Receita (em %) Elaboração: Oliver Arquitetura

2 As variações reais desse relatório são calculadas com base no IPCA anual. A variação real da receita entre 2013 e 2015 é calculada através do reajuste de receita de 2013 pelo IPCA apurado nos anos de 2013, 2014 e 2015, chegando ao valor presente (em 2015) da Receita. A Receita Total do ano de 2015 é então comparada à esse número para chegar ao valor da variação.

3 Foram selecionados para análise os municípios que ficam próximos e possuem contextos semelhantes ao de Mangaratiba, foram eles: Itaguaí, Paraty e Rio Claro. O município de Angra dos Reis foi retirado da análise devido à falta de dados referentes ao ano de 2014.

119





Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Gráfico 24 - Comparativo da Receita Corrente Anual (em reais) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

De forma análoga, a população do município de Mangaratiba cresce a taxas

maiores do que ocorre com a receita, resultando em uma receita per capta

decrescente entre 2013 e 2015, passando de R$7.688,03 por habitante para

R$6.557,23, respectivamente.

120





Gráfico 25 - Evolução da Receita per Capta em Mangaratiba (em reais) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Mangaratiba possui a receita per capta mais alta entre os componentes

analisados, porém, o Estado do Rio de Janeiro foi o único que apresentou

crescimento, passando de R$4.679,73 em 2013 para R$4.806,60 em 2015. Os

municípios próximos à Mangaratiba apresentaram a maior queda, passando de

R$4.659,82 em 2013 para R$3.891,15 em 2015.

Gráfico 26 - Evolução Comparativa da Receita per capta (em reais)

121





Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Analisando mais profundamente o ano de 2015, conclui-se que existe

significativa dependência das transferências correntes. Do total de Receitas

Correntes, 71% do montante refere-se a tal origem das receitas. Entretanto, nota-se

que nos municípios próximos as proporções são similares.

Gráfico 27 - Comparativo da Distribuição das Receitas Correntes (em %) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

O valor das Transferências de Convênios (R$750.164,19) foi descartado do

gráfico devido ao seu valor muito próximo de 0%.

122





Gráfico 28 - Distribuição das Transferências Correntes (em %) Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Evolução Detalhada das Receitas de Mangaratiba (em reais):

9.3 ANÁLISE DE DESPESAS

No que diz respeito às despesas municipais de Mangaratiba, nota-se um

decréscimo de aproximadamente 16,1% entre 2013 e 2015, saindo de um patamar

de R$256,9 milhões para R$215,8 milhões.

123





Gráfico 29 - Evolução das Despesas de Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Nos anos analisados, as despesas e receitas do município mantiveram seus

valores equilibrados, ou seja, quando a receita aumentou (2014) as despesas

também aumentaram, e quando a mesma diminuiu (2015) as despesas também

diminuíram. Nos três anos o município se manteve em superavitário.

Gráfico 30 - Evolução Comparativa de Despesas e Receitas Correntes de Mangaratiba

124





Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Analisando a distribuição das despesas do período mencionado, observa-se

que os maiores gastos ocorrem nas áreas da Administração, Educação, Saúde e

Urbanismo. Porém, os investimentos decaíram no ano de 2015, provavelmente

devido à queda da receita.

As despesas na área de Urbanismo obtiveram a maior queda percentual (-

3,22%), seguidos por Administração (-2,93%) e Comércio e Serviços (-1,22%). Os

maiores aumentos percentuais foram nas áreas Legislativa (3,37%), na área da

Saúde (2,94%) e na Previdência Social (1,62%).

Considerando o ano de 2015, as categorias Administração, Educação e

Saúde representam 65,51% das despesas do município. As despesas com

Segurança Pública, Cultura, Direitos da Cidadania, Saneamento, Comércio e

Serviços e Desporto e Lazer foram retiradas do gráfico por representarem menos de

0% dos gastos em 2015.

Gráfico 31 - Principais Categorias de Despesas em Mangaratiba Elaboração: Oliver Arquitetura

125





Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

Gráfico 32 - Distribuição das Despesas do ano de 2015 Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

As despesas com Saúde, Educação e Administração são subdivididas

conforme mostram os gráficos a seguir. Destacam-se as despesas com

Administração Financeira e Educação Infantil.

126





Gráfico 33 - Distribuição das Despesas com Saúde, Educação e Administração Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

10 ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA

10.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Todas as informações sobre saneamento básico no município de Mangaratiba

foram retiradas do Plano Municipal do Serviço Público de Abastecimento de Água e

Esgotamento Sanitário, elaborado em 2013.

Mangaratiba possui quatro sistemas independentes de abastecimento de

água que abastecem os núcleos urbanos. Fundamentalmente, a água é captada nas

127





serras, passa por um sistema de simples desinfecção e é distribuída por gravidade,

não possuindo reservatórios adequados.

Figura 18 - Diagrama simplificado do Sistema de Água Elaboração: Oliver Arquitetura Fonte: Plano Municipal do Serviço Público de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

A falta de água é recorrente nos períodos de alta temporada, problema que é

agravado pela deficiência do sistema de reservatórios (que são subdimensionados).

A qualidade da água também é um problema generalizado no município, que

apresenta turbidez nas épocas de chuva (devido à inexistência de um sistema de

tratamento convencional da água), especialmente na Sede.

Nos distritos de Itacuruçá, Muriqui e Praia Grande além do problema com a

falta de água, eles também captam mais água do que é permitido por Lei.

Dados do IBGE estimam que 62% dos domicílios são atendidos com água e

25% possuem coleta de esgoto, sendo que estes atendimentos não são

universalizados nem regulares.

O sistema de distribuição de água é subdimensionado, não abrange todos os

núcleos urbanos, precisa ser trocado e sofre diversas fraudes. A perda de água

chega a 70% do total, e está mais vinculada à perda aparente (água disponibilizada

e não faturada).

128





10.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Pode-se considerar que não há sistema de esgotamento sanitário no

município, o insuficiente sistema que existe não recebe manutenção ou é

pertencente a rede mista. O custo de um sistema que atenda áreas planas e de

praia é o maior empecilho para a construção de um sistema de esgotamento

sanitário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico,

1988. 292 p.

BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001: Regulamenta os Arts. 182 e 183 da Constituição,

estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial. Brasília. 10 jul.

de 2001.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Guia para Implementação do Estatuto da Cidade. Brasília, 2001.

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BRASIL. Ministério das Cidades. Plano Diretor Participativo: guia para elaboração pelos municípios e

cidadãos. Brasília. 2005. 160p.

BRASIL. Ministério das Cidades. Conselho das Cidades. Resolução nº 25 de 18 de março de 2005.

Diário Oficial. Brasília. n. 60, 39 mar. 2005.

Prefeitura Município de Mangaratiba - Plano de Manejo da APA de Mangaratiba

Prefeitura Município de Mangaratiba - Plano de Manejo do Parque Estadual do

Cunhambebe

Prefeitura Município de Mangaratiba - Plano Diretor Municipal de Mangaratiba

Prefeitura Município de Mangaratiba - Plano Municipal do Serviço Público de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Prefeitura Município de Mangaratiba - Plano Municipal de Educação

Comitê de Bacias do Rio Guandu - Relatório sobre a Situação da Bacia – Região

Hidrográfica II – Guandu

RIO DE JANEIRO - DRM – Departamento de Recursos Minerais - Relatório Anual

DRM-RJ

RIO DE JANEIRO - Panorama Mineral do Estado do Rio de Janeiro

MINISTÉRIO DA FAZENDA - Secretaria do Tesouro Nacional

130





MINISTÉRIO DO TRABALHO

IBGE – www.ibge.gov.br/cidades

PMM - Prefeitura do Município de Mangaratiba

CEPERJ – Centro Estadual de Estatísticas Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro

PMM - Prefeitura do Município de Mangaratiba Defesa Civil

PNUD - Atlas do Desenvolvimento Humano

http://www.ibge.gov.br/cidades

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Prefeitura Municipal de Mangaratiba · Revisão Data Modificação Verificação Aprovação PREFEITURA MUNICIPAL DE MANGARATIBA Revisão do Plano Diretor Municipal Fase 2 – Análise