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1 A intimidade do jogador em seu dia de folga Fillipe Soutto: NO EMBALO DA MASSA Após três meses de execução, nasce a nova revista do atleticano. Apoio da torcida foi fundamental Silvestre, ex jogador do galo, fala sobre a sua vida depois do fim da carreira Onde está? Emir Cadar, presidente do Conselheiro deliberativo, em entrevista exclusiva Quer uma carona? Só vou de Galo móvel E mais:

Preto no Branco, a revista do atleticano

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Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), de jornalismo, do Matheus de Azevedo, aluno do Centro Universitário UNA.

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A intimidade do jogador em seu dia de folga

Fillipe Soutto:

NO EMBALODA MASSA

Após três meses de execução, nasce a nova revista do atleticano.

Apoio da torcida foi fundamental

Silvestre, ex jogador do galo, fala sobre a sua vida depois do fim da carreira

Onde está? Emir Cadar, presidente do Conselheiro deliberativo, em entrevista exclusiva

Quer uma carona? Só vou de Galo móvel

E mais:

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NASCEU! Foram nove meses de espera e a torcida atleticana já pode carregar em seus braços o mais novo meio de comunicação, a PRETO NO BRANCO, a revista do atleticano. Por várias vezes, tocamos a bola na entrada da área, sem ao menos saber, se conseguiríamos marcar o tão sonhado gol. Mas, nas redes sociais, já era possível ver a expectativa da torcida em relação à revista. Seja por meio dos comentários ou dos mais de 200 “curtidas” que a nossa página no Facebook recebeu. Isso não nos deixou desistir.

Na verdade, nem podíamos, pois, desde o começo, agarramo-nos à missão de informar aos torcedores do Clube Atlético Mineiro, os bastidores do clube, retratando a fase atual, momentos históricos e memoráveis de sua atuação, bem como a trajetória de jogadores que se tornaram ídolos. Oferecendo relatos verdadeiros, emocionantes, com riqueza de detalhes sobre temas que vão além das quatro linhas do campo de futebol. Até porque, o próprio nome da revista PRETO NO BRANCO já demonstrava a nossa intenção: deixar as coisas claras para que todos envolvidos entendam seu real teor.

Antes mesmo de nascer, a revista ganhou padrinhos, como a nossa fotografa Araceli Souza, o ilustrador Carlos Henrique e os colaboradores Dany Starling e Edward Magalhães. E, agora, podemos vibrar com a massa, com esse golaço, pois não somos concorrentes de ninguém, apenas, queremos dar a chance de o torcedor ter um novo espaço para saber as informações do seu time de coração.

Matheus de Azevedo

Jornalista responsável

Carta ao leitorA massa do GaloInstituto de comunicação e Artes do

Centro Universitário UNA - Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Curso:Jornalismo Multimídia

Reitor:Padre Magela (in memoriam)

Vice-reitor:Átila Simões  

Diretor do ICA:Lélio Fabiano

Coordenadora do curso:Piedra Magnani da Cunha 

Professor orientador:Aurélio Silva

Redator: Matheus de Azevedo

Colunistas: Araceli SouzaMarques Batista de AbreuFrederico Bolívar

Fotógrafia: Araceli SouzaPedro Vilela

Logo: Jefferson Sales Ilustração dos mascotes:Carlos Henrique Barbosa

Projeto gráfico:Luis Mascarenhas

Imagem capa:Pedro Vilela

Colaboradores:Aldo AzevedoAna Cláudia AzevedoCláudio ReisCristiano CastroDany StarlingEdward MagalhãesJosé Olímpio, Hideo TakahashiRaquel Azevedo

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/nesta edição

Torcida: Veja se a sua foto está no álbum da torcida. p.56

Personagem da edição: Conheça o Galo Móvel . Um carro, de um apaixonado torcedor, que faz sucesso pelas ruas de Belo Horizonte. p.20

Futebol feminino: Conheça a história de Tamirez Cássia (foto) e de outras garotas do futebol feminino do Atlético. p26

Onde está Silvestre? O ex–zagueiro teve muitos problemas depois que terminou a carreira. p.36

João Leite, o jogador que mais vestiu a camisa do Galo conta os bastidores da sua carreira. p.64

Fillipe Soutto, volante do Galo, revela como é o seu dia de folga, durante os jogos do Campeonato Brasileiro. p.40

Rinha de Galo: Cuca deve ficar? Leia a opinião de dois torcedores e descubra como votar na melhor. p.22

Cidade do Galo: Entenda como é o trabalho da imprensa na Cidade do Galo p.62

E mais:Agenda 9Imagens 10Bolívar 18Marques 24Araceli 33Crise do Galo 48Opinião do torcedor 54Conselho deliberativo 59 Galinho 70

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/torcida mirim

Estes bebes são os gêmeos Diana Lisboa e Dylan Lisboa. Eles chegaram há cinco meses, quando já havia sse iniciado a execução da revista que, você, leitor, tem agora em mãos. A família atleticana cresce e, para acompanhar esses novos tempos e as novas gerações, nasce uma nova publicação. Com isso, essa bela imagem dos gêmeos s imbo l i za nossos votos duplicados de esperança, renovação e aposta num futuro melhor.

Aos pais dessa dupla e, é claro, aos nossos modelos fotográf icos, parabéns, muita saúde e sucesso. Esse momento foi registrado em pleno domingo, pela manhã . Os nov íss imos atleticanos estavam prontos, arrumadinhos, quando nossa equipe chegou para tirar as fotos. Os pais Andrea Chaves e Ruy Lisboa mostraram muito empenho para os f i lhotes saírem bonitos. “Eles são muito tranquilos, acordam só uma vez à noite”, conta a mãe

Cresce a família atleticana

1. Diana e Dylan foram concebidos no dia seis de outubro de 2010

2. Eles nasceram no dia seis de junho de 2011.

3. Quando a mãe foi olhar com todos os familiares o dia disponível para o batizado, só conseguiu agendar o dia seis de novembro de 2011.

4. Os bebês são gêmeos, do signo de gêmeos.

5. Por ser apaixonado por mitologia, o pai escolheu o nome do filho de Dylan porque é o Deus do mar, na mitologia galesa.

6. Sobre Diana, a mãe queria colocar o nome de Ana e o pai sugeriu Diana e os dois gostaram do nome.

Seis curiosidades sobre os bebêsre

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O amor pelo Galo vem de berço

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E mais

/site

Futebol feminino

Confira uma entrevista exclusiva com Wellison de Oliveira, treinador do futebol feminino do Atlético.

Opinião

Os nossos mascotes ainda estão sem nomes. Você pode dar a sua sugestão pelo site.

Fillipe Soutto

Ouça trechos da entrevista do volante Felipe Soutto.

Ensaio fotográfico

Nas mãos de Araceli Souza, fica difícil de escolher qual a melhor foto. Entre no blog e confira o ensaio fotográfico dos gêmeos.

ENQUETE

Qual foi a melhor opinião da ‘Rinha do Galo’

a) Thiago

b) Wilson

Visite o nosso site: www.pretonobrancoarevista.com.br

Leia a revista na internet

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/agenda

FIQUE LIGADO!

A primeira dica é a 51ª edição da Copa Itatiaia Brahma que começa no dia 11 de dezembro. O Campeonato é o maior torneio de futebol amador do país. No total, 32 times lutam pelo título da competição. Para saber onde serão os jogos das equipes, acesse www.itatiaia.com.br

Copa Itatiaia

No dia 11 de dezembro, pela 16º rodada do Campeonato Espanhol, está marcado um superclássico entre o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e o Barcelona de Messi. O canal pago, ESPN, transmite o campeonato.

Campeonato Espanhol

O Campeonato Argentino também tem três jogos em dezembro. Esta é a chance de assistir Argentinos Junior, Boca Juniors, Estudiantes, Lanús, entre outros. O canal pago, SPORTV, tem o direito de transmissão do campeonato.

Campeonato Argentino

Durante o mês de dezembro, o campeonato italiano terá três rodadas. No dia 18 de dezembro, pela 16º rodada, o Milan, de Robinho, enfrenta o Siena e o Napoli encara a Roma. Os direitos de transmissão do campeonato são da REDE TV e do canal pago, ESPN.

Campeonato Italiano

Após dois anos no Emirados Árabes, o Mundial De Clubes volta para o Japão, país tradicional nas disputas dos títulos intercontinentais. O torneio, que será disputado entre os dias 8 e 18 de dezembro, tem o Santos como representante brasi le i ro. No entanto, por medidas de segurança, os jogos serão sediados apenas em Toyota e Yokohama e, não, em Tóquio, famosa no Brasil justamente por sediar boa parte destas partidas. A Rede Globo é a dona dos direitos de transmissão do campeonato.

Mundial de Clubes

A 43ª Copa São Paulo de Futebol Junior, será disputada entre os dias 3 e 25 de janeiro, no estado de São Paulo. O Galinho vai em busca do seu quarto título na competição, mas, para isso, será preciso enfrentar os concorrentes do Grupo R que são: Desportivo Brasil-SP, CRB-AL e Criciúma-SC.

A Copa São Paulo é a mais tradicional competição de base do Brasil e tem 96 equipes, dividas em 24 chaves. A final está marcada para o dia 25 de janeiro, no dia do aniversário da cidade de São Paulo. O Flamengo é o atual campeão da competição.

E para você não perder nada, as emissoras Band, BandSports, ESPN, Rede Vida e Sportv transmitem a competição, além da TV Globo, que transmite a decisão do campeonato.

Copa São Paulo de Futebol Júnior

A equipe da revista Preto no Branco separou algumas compet ições para você assistir, enquanto o Galo estiver de férias. Confira:

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Marcos Antônio Terrinha é um dos funcionários atleticanos que estão trabalhando na obra do Mineirão. Terrinha,

como é chamado pelos seus companheiros de trabalho, é atleticano doente. Quando está trabalhando, várias vezes

lembra de jogos históricos no gigante da Pampulha que acompanhou como torcedor. O jogo que Terrinha sempre

recorda é contra o Corinthians, pela final do Campeonato Brasileiro de 1999. ”Foi a primeira vez que eu vi o Galo

chegar na final”, justifica.

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As obras do Mineirão estão a todo vapor para a Copa do Mundo de 2014. Apesar de não ter o jogo de abertura

da competição, como era esperado, o estádio pode receber o jogo da seleção brasileira nas oitavas de final e na

semifinal, caso o Brasil se classifique como primeiro colocado de sua chave. Além disso, o estádio vai receber quatro

partidas válidas pela fase de grupos. O Mineirão terá capacidade para 65.000 torcedores.

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Do lado de fora do estádio, as obras também não param. O estacionamento terá 1.634 vagas cobertas e 1.003

descobertas. Para concluir o trabalho, a obra conta com mais de mil operários, entre eles, estão detentos, mulheres e

jovens, que conquistaram a carteira de trabalho pela primeira vez. Após a inauguração do estádio, a empresa “Minas

Arena” vai administrar o Mineirão por 25 anos.

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Mesmo com o Mineirão em obras, a torcida não abandonou o Galo e

fez de tudo para assistir ao time na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas

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Assim como o futebolista e treinador escocês Bill Shankly, que disse certa vez que “o futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante que isso...”, acredito que ser atleticano, não é só uma questão de torcer pelo Galo; é um estilo de vida. Um estilo apaixonado, visceral, algumas vezes excêntrico, algumas vezes sofrido, mas simplesmente passional! Não tem como ficar indiferente! É “preto no branco”!

Talvez pela maneira como foi fundado – um grupo de 22 meninos que matavam aula no Parque Municipal pra jogar as clássicas peladas de bola de meia resolveram criar o clube – o Galo nasceu e cresceu junto com a cidade, e sempre foi o time da massa, do povo, da tradição mineira. Meu avô, por exemplo, em meados dos anos 80, nos levava ao Gigante da Pampulha de TRATOR! Sim! Um enorme trator pintado de preto e branco que puxava um Galo de ferro de dois metros de altura e uma carrocinha, sempre abarrotada de bandei ras

empunhadas orgulhosamente por tios, primos e amigos.

É... Durante muito tempo o Mineirão foi a nossa casa... Ainda que “alugada” pelo governo do Estado, pois afinal, já t ivemos nosso própr io terreiro, no alto da colina de Lourdes, mas infelizmente, arrendamos esse privilégio. Al iás, no Brasi l , não são poucos os times que tem seu próprio estádio não... Inter, Grêmio, Coritiba, Atlético-PR, Sport, Nautico, São Paulo, Palmeiras, todos eles têm. O Corinthians, por exemplo, no embalo da Copa de 2014 e com, digamos assim, uma certa “politicagem”, garantiu o seu Itaquerão.

Enfim... Em breve, o Mineirão será novamente a nossa casa; remodelado, mais moderno. Confesso que sinto saudades do balanço da arquibancada de concreto, da alegria da Geral, do calor da Massa e da amiga cervejinha. Definitivamente, as tardes de domingo eram especiais, assim, como as do Rei Roberto Carlos: “Jovens tardes de domingo, tantas alegrias; velhos tempos, belos dias”. Só quem viveu sabe! Agora os tempos são outros e torço para que a nossa nova casa, nos inspire a novas conquistas, e que futuramente nos deixe ótimas lembranças, assim como as que deixaram o ant igo Minei rão. . . Que o Atlético sempre faça de qualquer estádio seu próprio terreiro, pra poder “cantar de Galo à vontade”!

/coluna do bolivar

Jovens tardes de

domingo...

N o M i n e i r ã o , o jornalista Bolívar, da TV Alterosa, com seus filhos  Felipe e Gabriel

Texto: Bolivar

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/personagem da edição

O Galo Móvel foi criado pelo comerciante Cláudio Luis, 49. Segundo ele, em 1999, também foi o idealizador das cristas de Galo que hoje são vendidas nas lojas do clube e também nos estádios. Depois das cristas, o torcedor fez uma tatuagem do Galo na perna, mas não ficou satisfeito. Em 2004, criou o primeiro Galo Móvel. “O meu filho pediu para fazer uma crista gigante e, a partir deste pedido, surgiu a ideia de fazer o carro”, conta.

Cláudio revelou que está criando o quarto carro da co leção. Sobre a nova cr iação, o ‘Galo Móvel Carnize’, ele não quis contar deta lhes. “É surpresa”, justif ica. Enquanto isso, continua com o carro atual, cumprindo o seu objetivo que é levar a alegria para os torcedores e, principalmente, para as crianças. Ele revela qual foram os momentos mais marcantes que passou com o veículo. “Foi quando eu puxei a carreata com o corpo de bombeiros na comemoração do título da série B; e quando saí com carro pela primeira vez. Foi uma loucura total”,relembra.

Todo atleticano deveria ter a chance de andar uma vez no Galo Móvel. A equipe da revista Preto no Branco teve esta oportunidade. Tivemos a impressão de, a todo

o momento, estar sendo vigiados. Se, por um lado, os atleticanos buzinavam e gritavam ‘Galo’ toda hora que o carro passava, por outro, os cruzeirenses criticavam a todo o momento. Apesar da rivalidade, Cláudio contou que nunca teve problemas nas ruas com o veículo

Para o torcedor que deseja fazer um carro semelhante é necessário gastar uma boa quantia. A buzina do carro, por exemplo, custou R$ 1.300, mas não é qualquer buzina. Quando Cláudio aperta, em vez de sair o barulho tradicional, sai um grito: ‘Galo’. A crista, que é toda de espuma, custou R$ 800. Para fazer a plotagem em volta do carro foram gastos R$ 1.800. Já o som custou R$ 4.000.

Galo Móvel: a paixão pelo Galo, sobre quatro rodas

2006 - Ford KA 2009 - Audi A3

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Há sete anos, a ideia de Cláudio faz sucesso, entre crianças e adultos e o sinal verde foi ligado para a decoração do quarto veículo.

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Ga lo Mó ve l so l idár ioO Galo Móvel também é solidário e

para fazer a alegria das crianças no Natal criou a campanha “Atleticano solidário”. O objetivo é arrecadar brinquedos, roupas e alimentos para serem doados na festa natalina. As coletas serão realizadas em qualquer lugar, desde que a quantidade mínima atingida seja de 5 kg. Para quem deseja fazer uma doação, pode entrar em contato com o Cláudio Luis pelo telefone (31) 9629-9252 ou pelo Facebook, no perfil ‘Galo Móvel’.

2011 - Fiat Doblô

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/rinha de galoA ‘rinha de Galo’ é um esporte ilegal no país. Os animais são

treinados para matar, enquanto os donos apostam quem será o vencedor. Os responsáveis podem pegar aproximadamente um ano de prisão. Mas aqui, nesta seção da revista, é diferente: os competidores lutam por outro objetivo: o seu voto. Thiago Petter e Wilson Franco enviaram à Preto no Branco textos, respondendo à seguinte pergunta: Se o Galo continuar na primeira divisão, o técnico Cuca deve ser mantido?

O que motivou este debate foi a situação recorrente de, a cada final de temporada, os bastidores do futebol é quente, seja na troca de jogadores ou até mesmo da comissão técnica. No Galo, não é diferente. Desde quando o clube voltou para a primeira divisão, em 2007, em apenas uma ocasião um treinador foi mantido de uma temporada para a outra. Em 2011 essa indefinição ficou mais evidente. Ainda é preciso esperar a votação do presidente do clube, em dezembro, para saber se Cuca, o atual treinador, irá permanecer no clube.

O funcionário público Wilson Franco, 33, é a favor da permanência do treinador, considerando que “Cuca acertou três das quatro indicações que fez, é razoável que ele fique para 2012”, explica. Entretanto, o administrador Thiago Petter é contra. “É um treinador apenas motivador”, defende. Ao lado, você pode ler na íntegra a opinião dos dois articulistas e, em seguida, acessar o nosso site (www.pretonobrancoarevista.com.br) para escolher qual foi a melhor resposta. Participe!!!

O torcedor opina, mas a melhor opinião depende do seu voto

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Eu não acredito nessa h ipótese. Cuca vem se most rando um técn ico apenas mot ivador com

muitas falhas técnicas. Ele conseguiu arrumar a defesa, ponto pra ele, mas o nosso ataque ainda deve muito, sem falar no rendimento do treinador, que é de 37%. É muito pouco, espera-se mais de um treinador.

Admito que ele pegou uma barca furada e, que o elenco está com baixa estima. Ele teve os méritos em fazer o time sair da zona, mas acho pouco. Não conquistou um ponto sequer até o fim do primeiro turno e, ainda, perdeu pontos ridículos para América Mineiro e Ceará.

A própria carreira do Cuca mostra que ele não é um técnico de ponta. Com mais de dez anos de carreira, ele não tem mais que dois títulos e são estaduais.

Cuca foi o técnico que mais dirigiu times da série A. No total, foram oito e, gera lmente, e le engata um trabalho no outro. É necessário que ele se recicle. Entenda o porquê os times dele dão tropeço na reta final das competições.

Cuca não é o pior dos técnicos, mas existe muito técnico melhor.

Cuca chegou do Cruzeiro tendo fama de chorão e depressivo, motivos que, por si só, já geraram uma desconf iança na massa atleticana. Com a análise do seu cu r r í cu lo , sem conquistas importantes, a rejeição só aumentou. Porém, uma particularidade do seu histórico chamou a atenção: sua evidente habi l idade de recuperação de times na zona do rebaixamento para um aproveitamento sat isfatór io, salvando o Goiás e o Fluminense em anos anteriores.

Para que o time alvinegro engrenasse, custou muito. Cuca já chegou perdendo seis jogos na sequência e o negócio ficou pior do que estava. Apesar disso, ele demonstrou que entende,

sim, de bola e recuperou Bernard, Daniel Carvalho e Réver, jogadores que estavam sem moral alguma com o Dorival Jr., antigo técnico do clube.

Além disso, indicou quatro jogadores a preços muito bons, dos quais três são titulares absolutos, com um desempenho acima do esperado: (1) Carlos César, vindo do BOA, demonstra ser uma bom jogador e resolveu o problema na ala direita; (2) Triguinho foi a solução na defesa, fazendo um falso-zagueiro e não passando do meio campo; e (3) Pierre que se uniu perfeitamente a Felipe Soutto no meio-de-campo, acabando com a d i f íc i l defasagem de marcação dos volantes.

Para quem tinha um time considerado muito fraco, o Atlético hoje se esboça com um time bom, fazendo o atleticano ter esperança para 2012. Considerando-se que o Cuca acertou três das quatro indicações que fez, é razoável que ele fique para 2012. Seria imprudente interromper o trabalho depois dessa guinada do time

Sou contra!

Sou a favor!Por: Wilson Franco

Por: Thiago Petter

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Sábado, f im de treino, vamos para a concentração. Almoço, descanso, jantar. A velha resenha com os boleiros regadas de muitas piadas e risadas.

Meia-noite, hora de dormir, afinal domingo é o grande dia da decisão do Campeonato Mineiro de 2010.

Acordamos, almoçamos e na preleção peço a palavra e dou um depoimento aos meus companheiros.

“Emocionado, comunico a todos que provavelmente aquele seria o meu último jogo, uma vez que a idade e as dores no meu joelho me impossibilitaria jogar

por mais tempo. Entretanto aquele momento se tornaria inesquecível e o prazer imensurável com a conquista do campeonato junto com todos os jogadores que ali estavam”.

Naquele momento olho ao meu redor e vejo os meus amigos também emocionados e ali tive a certeza de que o título era nosso.

Pois bem, o final vocês já conhecem, GALO 2X0 sobre o Ipatinga. Um dia perfeito e festa de campeão brindada com um gol meu na despedida.

/coluna do marques

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O ÚLTIMO JOGO!

Abraços Olê Marques!!!

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O ídolo Marques está entre os dez maiores artilheiros da história do Galo

Texto: Marques

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Futebol feminino

Bola da vez

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/a bola da vez

Foi-se o tempo em que a mulher ficava em casa e não podia nem mesmo opinar sobre o caminho que iria seguir na vida. A história mudou, e elas estão mais decididas do que querem. Na Vila Olímpica, local de treinamento das j o g a d o r a s do f u t e b o l feminino do Clube Atlético Mineiro, tem exemplos de garotas que lutam e tomam as rédeas de seu próprio futuro.

Neste ano (2011), o clube conta com 28 atletas que sonham tornar-se jogadoras de fu tebo l renomadas . O c l u b e o f e r e c e u m a bolsa atleta de R$ 600, já que o futebol feminino é considerado amador no país e não pode ter contrato. Além disso, as meninas recebem vale-transporte, alimentação, p lano de saúde e uma bolsa integral de estudo na faculdade Promove.

O esforço do Atlét ico, a l gu mas vezes , não é su f i c i en te . Segundo o treinador do time feminino, Wellison de Oliveira, 24, o clube perdeu muitas atletas neste ano. Um dos motivos das perdas é a falta de contrato no esporte. “A gente

perde muitas atleta porque elas fazem jogos com outras equipes, que oferecem mais dinheiro.” Porém, o treinador afirma que trabalha com a realidade. “O Atlético incentiva muita a parte acadêmica porque a gente sabe a dificuldade de viver do futebol”, explica.

P a r a r e a l i z a r o s treinamentos, o clube disponibi l iza duas academias, uma sala de f isioterapia, um alojamento com 25 beliches, um campo e dez profissionais, e n t r e e l e s u m treinador, coordenador, supervisor, roupeiro e méd icos – todos remunerados. No dia 25 de se tembro de 2 0 1 1 , e m u m j o g o contra o Santa Cruz, na Vila Olímpica, pelo Campeonato Mineiro, um momento importante na história das garotas e do clube: elas receberam uniformes femininos.

Para quem deseja fazer parte do elenco alvinegro, o t écn ico reve lou que pretende fazer novos testes no próximo ano com mais

divulgação. Nos testes, são cobrados os fundamentos básicos do futebol como a forma de cabecear e o chute, por exemplo. Além da participação no coletivo, a parte física e o trabalho psicológico.

Depois do sucesso de Marta, a melhor jogadora de futebol do mundo, a categoria feminina vem evoluindo. Para chegar ao topo, é preciso passar por muitos obstáculos, a exemplo das garotas do Clube Atlético Mineiro

Um toquede classe

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Dara Ramirez, a índia que joga futebol

A meio-atacante Dara Ramirez, 16, é de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A índia começou a jogar futebol com sete anos. O interesse pelo esporte surgiu após ver os pais e os tios jogarem. Aos 14, o primeiro passo foi no futsal, em um time, de uma cidade próxima à sua casa.

Por fazer parte de um esporte, predominantemente prat icado por homens, Dara Ramirez já enfrentou dificuldades. “Eu já sofri preconceito por ser menina e por ser índia. Eu procuro não revidar isso. Mostro na quadra ou no campo que um índio pode jogar futebol tão bem como os outros”, conta.

Durante uma partida de futsal, a garota lembra o preconceito que viveu. “Eu jogava futsal pela Federação de Dourados . Como o professor escolheu eu e a outra índia para compor o time, elas acharam que iriam ganhar fácil da gente. Acharam que a gente não sabia jogar, não sabia falar, se comunicar direito. É triste ver essas coisas que acontecem no Brasil, mas fazer o quê?”, desabafa.

A jogadora sempre contou com o apoio dos pais. Para Ramirez seu pai foi o maior incentivador. No começo, a mãe não gostava que a filha jogasse futebol, dizia que o esporte não era para menina. A partir do momento que a filha foi se destacando, viu

que ela tinha futuro e então passou a apoiá-la

No Atlético Mineiro, Dara está há dois meses. Além de jogar futebol, está cursando o 2º ano do ensino médio. Apesar da experiência de morar longe da família, a garota sente saudades de casa, pois quando jogava futsal, podia ver os pais aos finais de semana. Hoje, em Belo Horizonte, a história é diferente. Ramirez tem dificuldade em falar com os pais, até mesmo por telefone. “Eu só consigo conversar com meus pais por internet

ou mensagem,por causa do sinal. Até hoje ainda não encontrei com eles pessoalmente.”

No começo, Dara sentia dificuldades no entrosamento com as companheiras de grupo, mas, agora, como conversa com todas, está ficando mais fácil. Porém, a garota não quer jogar futebol a vida toda. “Eu quero jogar até certa idade, mas também quero continuar estudando. O futebol não é para toda vida. O estudo tem mais firmeza”, completa.

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/a bola da vez

F o i n o p ro j e t o C a s a Grande, aos nove anos, que a volante, Bruna Emilia Teixeira, 19, começou a jogar futebol. Assim como Dara, a garota viu a tia jogando e se interessou pelo esporte. Desde os 13 anos, está no Atlético. A jogadora fica no clube de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h e, aos

finais de semana, quando tem jogo. Segundo Bruna, o convívio com as outras meninas no alojamento é muito bom. Elas sabem separar o momento da brincadeira e do trabalho.

Para se tornar jogadora de futebol, a garota passou por uma pequena barreira,

como define este momento complicado da sua vida. Durante muitos anos, o pai não a apoiava na prática do esporte. “Meu pai falava que futebol era para homem, que eu não seria filha dele se eu continuasse”, conta. Os pais de Bruna estão separados desde os nove anos da menina. Quando Bruna ia visitá-lo, ele a criticava por praticar o esporte.

Após ser convocada para a seleção brasileira, o pai começou a apoiá-la. De acordo com Teixeira, ele sempre perguntava para os tios como estava a sua situação. “Dois anos antes de ele falecer, ele procurava saber todas as informações. Antes de morrer, me deu um abraço muito forte e disse que estava orgulhoso de mim”, contou.

Bruna é uma garota cheia de sonhos que pretende viver do futebol. O maior objetivo é jogar na seleção principal. “Ano que vem eu pretendo voltar a jogar futebol para consegui jogar bola fora do país.” Além de voltar a estudar, a garota pretende investir em um curso de inglês e espanhol.

Para quem tem um sonho de ser jogadora, Bruna aconselha. “Lute, treine. Não desista. Se desistir, a gente não consegue nada. Se tem um sonho, se tem um foco, se tem pessoas que te ajudam, busque, não desiste nunca”, aconselha.

Bruna Emilia sofreu com a falta de apoio do pai

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A atacante Tamirez Cássia, 24, começou a jogar futebol aos 15 anos, em São Paulo, no time do Juventus. Os pais sempre a apoiaram e acompanhavam em seus jogos. A garota define o futebol como um dom de Deus e pretende trabalhar pa ra conqu is ta r a lgum objetivo com este dom.

Para Tamirez, o preconceito com as meninas que jogam futebol está mais tranquilo. “As meninas têm se mostrado diferentes. Antigamente, quando eu comecei, diziam que futebol era para homem. A gente tem que mostrar d i ferente. Às vezes, as pessoas já têm o futebol como masculino, mas no dia a dia vamos mostrando com a feminilidade, com nossos gestos, que o futebol também pode ser jogado por mulher”, explica.

Em seu melhor momento no esporte, a garota teve que parar de jogar bola. Aos 21 anos, Tamires se tornou mãe. “Chorei bastante quando soube, não achei que era o momento. Depois, com o apoio da minha família, com o apoio do César que é meu marido, a gente foi superando tudo isso. Hoje, eu não vejo minha vida sem meu filho”, contou.

O filho fica com a mãe enquanto ela treina . “Meu fi lho é super tranquilo e todos os dias eu vou para casa, então, acho que está respondendo bem esta

ausência na parte do dia”, explica. O marido de Tamires vive em Santo André, interior de São Paulo, onde joga bola. A jogadora mata a saudade de 15 em 15 dias. “Eu não sei se vou continuar no futebol. É importante

estar perto do meu marido e também ele estar perto do meu filho. Então, estamos conversando, se tem como ele jogar, eu jogar, estando juntos, cuidando do nosso filho.”, revela a atleta

Depois da gravidez, Tamirez volta aos gramados

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/a bola da vezA professora Solange Barbosa, 48,

acompanha a filha Gabriela Barbosa, 14,

nos jogos e nos treinamentos. Gabriela, que

tem como referência a jogadora Marta, é da

escolhinha de futebol do clube, que hoje tem

cerca de 70 atletas. Ela é uma das garotas

que estão sendo aproveitadas pelo técnico

da equipe principal.

Posição: meia | Altura: 1.54 | Peso: 46 kg

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Reconhece em ti, GaloO imaginário da busca pelo ideal.Mantém a própria fala, cruza histórias e a própria vidaNo entendimento do seu futebol.E comprova que todo o instante dos 90 minutosAumenta a sua participação, rompendo preconceitos. E espera a recompensa no primeiro jogo do ano, em qualquer primeira disputa. A mulher alvinegra se envolve, transforma o campo num estádio preto e branco ainda mais bonito.E ainda que muitas tenham sido sacrificadas pela luta de seus diretos, anos atrás...Mesmo que o contemporâneo faça comparações e demarcações, (até hoje), separem o homem da mulher...Tornamo-nos um modelo: porque a mulher também joga. É eleita cinco vezes a melhor do mundo. E destaca-se dentro do estádio completamente lotado, perto de alguns que se iludemOu que falam uma frase de efeito. E também quando uma falta dentro da área é convertida em gol, e o jogador começa a correr para comemorar inexplicavelmente aquele momento... Ali todos honram o nome de Minas, em qualquer cenário.

/coluna da araceli

A Mulher Alvinegra.

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Texto: Araceli

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O craque no jogo da vida

Silvestre

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O craque no jogo da vida

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/onde está?

A histór ia do zagueiro Geraldo Silvestre André, 58, durante sua trajetória de 11 anos no Atlético Mineiro, é, certamente, conhecida por muitos torcedores do clube, mas poucas pessoas, caro leitor, sabem o que aconteceu com ele depois de ter parado de jogar, aos 34 anos. Os adversários que passou a enfrentar no jogo da vida fariam tremer até o mais destemido artilheiro. Para sobreviver ao fim da carreira no futebol, foi mecânico, vendeu água de coco e caldo de cana, perdeu os pais, perdeu uma filha, tornou-se alcoólatra e chegou ao fundo do poço. Mas saiu de lá...

A carreira no futebol foi interrompida em 1988, após passagens por vários clubes, inclusive como técnico. Os grandes vilões teriam sido a remoção de um menisco e problemas nas duas pernas. A partir daí, a vida do atleta ganhou um novo capítulo. Com o falecimento dos seus pais e da sua filha de 14 anos, vítima de um câncer, Silvestre entrou em depressão.

O ex-atleta se refugiou no álcool. “Tive um problema c o m o a l c o o l i s m o . E u consegui superar. Ela [a filha] não ia voltar mesmo, resolvi parar. O álcool, como todo tipo de droga, não leva a lugar nenhum. Não vai levar você a nada”, afirma Silvestre.

Resgate

Adversários em campo, mas parceiros na vida. Para ajudar a superar o problema, Silvestre recebeu à ajuda de dois ex-jogadores do Cruzeiro, Piazza e Toninho A l m e i d a . A o v e r u m a reportagem que relatava a situação de Silvestre, Toninho Almeida resolveu ajudá-lo.

“Ele estava vendendo coco. Então, resolvemos chamá-lo para participar do projeto Curumim. Ele seria o nosso monitor”, explicou. O projeto Curumim era da Secretária de Esportes e tinha uma parceira com a Associação d e G a r a n t i a a o A t l e t a Profissional do Estado de Minas Gerais – AGAP (saiba mais sobre a associação na próxima página)

Mágoas

Silvestre diz não guarda mágoa da época em que viveu do futebol. Começou jogando no Atlético e recebia 60 cruzeiros para atuar no time júnior. Para ele, assim como os outros clubes pelos quais passou, o Atlético foi a sua segunda casa, pois tinha horário para comer, dormir e fazer outras atividades que, em sua casa, não era possível.

Foram 180 jogos com a camisa alvinegra, 113 v i tór ias, 43 empates e, apenas, 24 derrotas. Com um aprove i tamento de 74,7%, conquistou quatro campeonatos mineiros (76, 78,79,80) e duas Taças Minas Gerais (75,76). Apesar de não marcar gol e jogar em todos os setores da defesa, Silvestre nunca foi expulso.

E m b o r a n ã o h a j a ressentimentos, um episódio marcou a carreira do jogador no Galo. Em 1980, Atlético e Flamengo disputavam o t í tulo do Campeonato Brasileiro, no Maracanã. O

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Após a aposentadoria , o ex zagueiro do Galo precisou de muita habilidade para vencer os novos desafios

Silvestre mostra com orgulho, as histórias do futebol

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placar estava dois a dois , o empate era favorável ao Galo, quando um jogador do time adversário, Nunes, deu um cortinho em Silvestre e mandou a bola para o fundo da rede. O jogador foi considerado o maior culpado pela derrota.

Segundo Si lvestre, fo i injusto falar que ele foi o responsável pela derrota naquela partida. “O que eu fiz, achei que foi o certo. Eu sempre tentei fazer o certo.Eu não iria fazer aquilo para prejudicar o Galo.Nós estávamos em uma disputa de final de brasileiro. Não para disputar quem iria para a segunda divisão”,justificou.

Hoje, Silvestre se mantém a t le t icano de coração , aposentado e vive da renda do aluguel de casas que estão no mesmo lote em que mora. Tem um metro e setenta e cinco, pesa 63 quilos e mora no bairro Novo Riacho, em Contagem, em uma casa de dois andares e seis cômodos com as duas filhas, uma enfermeira e a outra advogada. Em maio de 2011, perdeu a mulher por causa de um câncer de mama. “Falar sobre isso me faz chorar. Não é fácil, a gente tem que pensar, já perdi tanta coisa. Fazer o que? Não vai voltar mesmo”,emociona-se.

No inicio da carreria, o garoto Si lvestre chegou a pensar em adiar esse capítulo no futebol. “Eu tinha medo que faltassem coisas na minha casa”, disse o ex-atleta que, aos 15 anos, em 1969,morava com nove irmãos e seus pais no bairro Riacho, em Contagem.

A paixão pelo esporte sempre esteve presente. Todos os dias, o garoto jogava bola, principalmente,aos domingos. Um d ia , em tom de brincadeira, a mãe ofereceu a bola como prato principal no almoço. Não foi possível esconder o talento por muito tempo. “Alguém me viu jogando na várzea e,em seguida, me chamaram para jogar no At lé t ico. Aí me agarraram lá e eu fiquei”,conta..

Assim que uma visita entra em sua casa, é recebida por uma de suas maiores paixões, a sua cachorra Nina. Silvestre é acordado por ela todas as manhãs e lhe dá um biscoito. Depois de acordar, Silvestre vai à padaria. No local, gosta de tomar café e ler jornal. O padeiro Carlos José, 49, é amigo do ex-jogador há mais de 20 anos. “Ele é amigo e muito prestativo. Apesar de eu torcer pelo Cruzeiro, temos uma rivalidade sadia”,conta.

Em casa, Silvestre gosta de assistir aos jornais matutinos e, no horário do almoço, ao jornal do esporte. O que dá mais prazer ao ex-jogador é bater papo e falar sobre todos os assuntos. Às vezes, gosta de passear em seu terreno, em Juatubá, interior de Minas Gerais.

Na parede da sala, um quadro que recebeu do Atlético, em 2003, pelos serviços prestados ao clube, junto com ex-jogadores. No quarto, Silvestre buscou uma pasta Brasil, onde guarda matérias e fotos antigas da época de jogador. Até hoje, lembra o nome de todos os

jogadores que faziam parte da sua equipe. Na pasta, também tem desenhos feitos por sua filha, já falecida.

Geraldo Silvestre André está sempre sorrindo. Se depender dele, a sua história está longe de ter um fim. Silvestre ainda tem forças para vol tar a t rabalhar, principalmente, com esporte. “É o que eu sei fazer de melhor”, explica. Aliás, se Silvestre levar para o campo uma característica que uma de suas filhas revelou, pode ter muito sucesso no esporte. “Ele é muito observador, analisa muito bem as coisas”, afirma Silviane Flávia.

O ex-jogador do Galo não fica contando para todos que jogou no Atlético. “Eu não preciso contar para todo mundo que sou ex-jogador. Pra quê? Sou normal, igual a todos.” Ao final da entrevista, Silvestre deixou as portas de sua casa abertas para a equipe de reportagem. “Pode vir sempre que quiser”.

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/onde está?

A Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Minas (AGAPE) tem como objetivo oferecer assistência complementar aos atletas profissionais, em formação e ex-atletas de futebol, visando uma profissionalização alternativa e uma readaptação ao exercício de outra atividade.

O a t l e t a n ã o p o s s u i somente assistência na área jurídica, mas também nas á reas t r aba lh i s tas e previdenciár ias. Além disso, a associação busca equilibrar os conflitos que podem surgir entre os clubes e seus jogadores, com a intenção de fazê-los cumprir suas obrigações e agir na defesa dos seus interesses.

A principal preocupação da AGAP é conscientizar os atletas profissionais em

relação ao curto tempo da carreira, incluindo, os problemas com contusões q u e p o d e m t o r n a r a aposentadoria do jogador mais rápida. Com isso, a associação busca profissões alternativas para o atleta não continuar a vida em outros caminhos.

A AGAP começou a ajudar o Silvestre em 1983. Naquela época, o ex-jogador recebeu um auxil io f inanceiro da associação. O d inhe i ro foi usado para reformar

o barracão adquirido em Contagem, na Grande Belo Horizonte, pois, até então, morava com a família em um imóvel cedido pelo sogro no bairro Riacho das Pedras, também em Contagem. Além da reforma do barracão, o dinheiro foi investido na mensalidade escolar de uma das suas filhas. Em 1984, através do departamento jur íd ico da Associação, recebeu mais de um milhão de reais de FGTS do Clube Atlético Mineiro.

Em 1999, Silvestre estava desempregado há anos e era alcoólatra. Ele vivia as despensas da esposa, auxiliar de enfermagem e da filha mais velha que trabalhava em um escritório. Naquela época, a associação doou um dinheiro que foi investido em um tratamento odontológico. Lúcia, a esposa de Silvestre, já falecida, era a que mais recorria à AGAP, onde recebia orientações do setor sócio-educacional relativamente às questões vividas.

A luta contra o alcoolismo começou com a ajuda dos ex-atletas Ângelo e João Leite que providenciaram o seu in ternamento no Centro de Recuperação para Toxicômanos e Alcoólicos. O ex-jogador ficou internado entre maio a dezembro de 2011. Além do alcoolismo, buscava recuperação do cigarro e um emprego.

Conheça a AGAPE e descubra como a associação ajudou o Silvestre

“Como esportistas, aprendemos que a

prática do esporte nos leva a ter adversários, mas nunca inimigos”.

(Piazza, ex jogador do Cruzeiro)

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O que:Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Minas (AGAP)

Objetivo:Prestar assistência complementar aos atletas profissionais, em formação e ex-atletas de futebol

Contato:(31) 3295-3677

Email para contato:[email protected]

Endereço:Rua Uberaba, nº 370, 11º andar. Bairro: Barro Preto.

Confira ao lado a localização no mapa

Serviço

A p ó s o p e r í o d o d e desintoxicação, retomou o vício e novamente recebeu o apoio financeiro da AGAP para cuidar da saúde. Em 2005, fo i encaminhado à Secretaria Estadual de Esporte e Desenvolvimento Social (Seeds) e se integrou ao quadro de monitores de esporte no projeto Curumin, do governo do estado. No entanto, em janeiro de 2007, foi dispensado por apresentar sérios problemas de saúde, inclusive com suspeita de cirrose.

Hoje o presidente da AGAP é Wilson Piazza, 62, ex-jogador do Cruzeiro, que apesar de ter jogado em um time rival de Silvestre disse que a rivalidade só existia dentro do campo. “Como

esportistas, aprendemos que a prática do esporte nos leva a ter adversários, mas nunca inimigos, particularmente no meu caso que atuei muitos anos pelo Cruzeiro, sempre tendo como adversár io o Clube Atlético Mineiro, posso afirmar que o leque de amizade e relacionamento ficou mais fortalecido fora das quatro linhas.”

O ex-at leta completa. “Prova disso é o próprio

t r a b a l h o q u e f a z e m o s através da associação, onde parte da diretoria sempre foi e ainda hoje continua composta de ex-jogadores do Atlético, América e outras equipes, como é o caso de João Leite, Heleno, Batista, Buião, Onormandes, Marcos Vinícius (Buru), Ronaldo Drumond, Toledo, etc.

Silvestre filiou-se a AGAP em 1977 e permanece até hoje na associação

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A Prata da casa

Fillipe Soutto

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/um dia com Fillipe Soutto

Às 11h, faço a primeira ligação para o volante Fillipe Soutto, jogador do Galo. Combinamos uma ligação nesse horário para confirmar a entrevista, marcada para 14h em sua casa. Na primeira tentat iva, o telefone só chamou. Uma hora depois, outra tentativa e ninguém atendeu. Tentei mais duas vezes sem obter sucesso. Por fim, resolvi ir mesmo sem consegui falar com ele.

Ao sair de casa, às 13h, tentei pela última vez e Soutto atendeu. A entrevista estava confirmada e seguimos, eu e a fotógrafa, para a casa do jogador, na zona norte de Belo Horizonte. Era uma segunda–feira chuvosa na capital. O encontro ocorreu um dia depois da derrota do Galo para o Vasco, pelo placar de dois a zero, em São Januário, no Rio de Janeiro.

A p e s a r d a p é s s i m a campanha da equipe no campeonato, o jogador foi um dos destaques do time durante toda a temporada. O vendedor Carlos Alberto Alves, 32, considera o volante um jogador diferenciado: “Tem bom passe, cruza bem, marca e exerce todas as funções de um jogador completo”. Para Luciano Barbosa, 35, técnico de informát ica, Soutto é a espinha dorsal do grupo: “O time depende 100% dele”, analisa.

Ao chegar à sua casa, fomos recebidos pela mãe do jogador: “O Fillipe está terminando de tomar banho, pode entrar”, disse. Depois de poucos minutos, o atleta apareceu com trajes casuais – de blusa branca, , short preto e um chinelo havaiana. Comento sobre as diversas tentativas que fiz de falar com ele ao telefone. “Eu deixo o meu celular desligado por causa do jogo”, justifica.

Durante a visita da equipe de reportagem foi possível conhecer um pouco da intimidade do atleta, o que ele faz nos dias de folga, os seus desejos, como ele lida com a pressão e a situação da equipe no campeonato.

DESCANSO

Enquanto a semana de t r aba lho começa pa ra muitas pessoas na segunda-feira, este é o único dia que o jogador tem para descansar s e m c o m p r o m i s s o s profissionais. Para se ter uma idéia, quando a equipe não tem jogos no meio de

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semana,a programação de t re i nos começa na terça e termina no sábado. Na quarta-feira, o treino acontece em dois períodos.

Para sair um pouco da rotina da sequência de jogos e da pressão pelo momento vivido pelo clube, Fill ipe Soutto procura descansar mais, ir à igreja e visitar um amigo. O volante do Galo evita os lugares públicos. “Muitas vezes a gente vai a um shopping e está brincando, está rindo e o torcedor que é apaixonado, que tem o time como algo, como se diz, Deus no céu e o Atlético na Terra, entende por outro lado,

acha que o jogador não tá nem aí para a situação, acha que o jogador quer que as coisas dêem errado mesmo, principalmente, se ele não tiver jogando”, explica.

Duran te a en t rev i s ta , foi possível perceber que é complicado separar a vida profissional da vida pessoal e o jogador acredita que as coisas funcionam desta maneira. “Na minha profissão, entendo que estes dois aspectos da vida têm que estar interligados porque o que se faz em um, reflete no outro”, conta. Para ele, isso faz parte do ofício. “Se o atleta souber o que pode e o que não pode fazer, em determinado momento, ele com certeza vai ser mais respeitado e compreendido pela torcida.”

No entanto, essa cobrança, às vezes, incomoda. “Somos seres humanos, precisamos t e r u m a v i d a t a m b é m porque, se a gente viver só enclausurado devido a uma circunstância ou outra, a gente acaba enlouquecendo. Às vezes, você está em um momento de reflexão ou tristeza e acaba sendo cobrado por um torcedor que não entende a sua situação e começa a te julgar dentro de um supermercado”.

O jogador já deixou de ir a alguns lugares por causa da pressão da torcida, mas as derrotas nos jogos também influenciam sua maneira de viver. “Às vezes, não tem clima para fazer um programa diferente quando você perde um jogo, quando você não joga bem”, explica.

“Somos seres humanos, precisamos ter uma vida

também”

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/um dia com Fillipe Soutto

Soutto afirma que o clube não impõe regras para o que deve ser feito ou não em seus dias de folga

ESTUDOS

Uma vez por semana, Fillipe Soutto tem aula de inglês em casa. Porém, não é toda semana que o jogador consegue fazer a aula por causa dos jogos do Brasileirão. “Neste ano tenho feito menos, mas tenho mantido uma boa sequência porque eu acredito que é uma coisa muito importante”, disse o jogador,que já estuda a língua há três anos

Soutto se interessou pelo ing lês para não passar dificuldades quando tiver oportunidade de usar o idioma. Ele acredita que o aprendizado está sendo rápido. Entretanto, está ciente de que aprender no

Brasil é diferente para quem vive fora, sendo assim, procura se aprimorar com gírias e abreviações.

O jogador acha muito ruim ter uma intérprete ao lado. “Você acaba perdendo a sua intimidade, então, o inglês, como é uma língua universal, se você tiver um conhecimento básico, você já consegue sobreviver sem intervenção de ninguém na sua vida particular. É isso que eu quero. Ter condição de praticar o idioma e ter a

minha vida particular no lugar que eu for jogar”, justifica.

Soutto diz que seus pais sempre foram firmes em relação aos seus estudos. Quando terminou a 8º série, teve que mudar de escola porque esta começou a ter aulas em tempo integral e não havia como o atleta conciliar com o esporte. Para o jogador, foi uma época de sofrimento, pois teve que deixar muitos amigos.

Durante o segundo e o terceiro ano do ensino médio, treinava em tempo integral e estudava à noite. Mas ficava um pouco prejudicado, na parte física, em relação aos outros jogadores, porque o tempo que t inha para descansar estava estudando.

Soutto se lembra que, para os pais, a condição para jogar bola era priorizar os estudos.

“O futebol é uma coisa que a gente não pode

prever se vai chegar ao final, se vai poder traçar

uma carreira”

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“O futebol é uma coisa que a gente não pode prever se vai chegar ao final, se vai poder traçar uma carreira, então, sempre fui firme aos estudos,” conta o jovem. Ele diz ainda que não se arrepende de nada. “Tenho muita gratidão por meus pais terem me instruído dessa forma. Sei que é uma coisa que vai me ajudar pra frente e foi muito bom terminar o ensino, pelo menos, até o médio.”

Depois do terceiro ano, o jogador acredita que é um pouco difícil conciliar o futebol com a faculdade e, por isso, não teve muito tempo para escolher qual carreira acadêmica iria seguir. “Como estou há muito tempo no futebol, é difícil falar sobre a minha área de interesse

porque o tempo que eu tive que optar eu não tive dúvida em encarar o futebol como meu ganha pão”, explica. Porém, diz ter mais interesse pelas áreas de administração e economia.

FAMÍLIA

Soutto é mineiro, de Belo Horizonte, e nasceu no dia 11 de março de 1991. Hoje, com 20 anos, mora com os pais e a irmã, e namora há mais de um ano. Soutto sempre teve um relacionamento aberto com os seus pais.

N e s t e a n o ( 2 0 1 1 ) , acompanhou de perto o sofrimento do companheiro de equipe, o goleiro Renam Ribeiro, por causa da morte de sua irmã Bianca, vítima de um câncer. “A gente tenta ao máximo fazer com

que os problemas pessoais não atrapalhem a nossa vida dentro de campo, mas, se você fizer essa mesma pergunta, para qualquer profissional, de qualquer outra área, ele vai dizer que fica cabisbaixo quando briga com a esposa, pela morte de um parente. É uma coisa natural do ser humano.”

Para o jogador, esse tipo de relação se torna um pouco diferente em sua profissão porque tudo que o atleta faz, acaba se tornando popular. “A gente tem uma responsabi l idade mui to grande com tudo que envolve futebol, altos salários, paixão de muita gente. A gente tem que evitar ao máximo que o que passa fora de campo, influencie o que está dentro.”

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/um dia com Fillipe Soutto

/batebolaSe você ganhasse na

loteria, o que faria com o dinheiro? Daria uma vida melhor para os meus pais, rápido porque eles merecem; e investiria em alguma coisa para meu futuro, imóveis, sei lá.

Qual o seu maior medo? O meu maior medo é deixar o medo me controlar

O que uma pessoa tem que fazer para te agradar? Ser alegre e honesta nas atitudes, nas falas, em tudo.

Vo c ê s e c o n s i d e r a romântico? Não, de jeito nenhum, eu queria ser até mais, mas também não sou a pessoa mais fria do mundo.

O que te deixa de mau humor? Perder

Se sua casa pegasse fogo, qual o primeiro objeto que você iria se lembrar de pegar? Eu abraçaria minha mãe, meu pai e minha irmã e iria embora. O que vale é a vida.

Se o mundo acabasse mesmo em 2012, o que você faria no último dia da sua vida? Não sei no último dia, mas no dia 4 dezembro eu tiraria o Galo da fase em que está e tentaria curtir minhas férias da melhor forma possível, aproveitar para relaxar, descansar e, aí, no começo de 2012, eu estaria com a alma lavada.

E nas férias, o que você mais gosta de fazer?

Nestas férias, eu planejo descansar, principalmente, conquistando o meu objetivo profissional que é o mais importante agora e, depois, com a cabeça mais tranquila, poder aproveitar os dias que eu tiver de folga. Descansar meu corpo, porque todo mundo precisa, e colocar minhas coisas em dia, fazer coisas que durante o ano a gente não pode fazer como, por exemplo, ir à praia, visitar os amigos fora de Belo Horizonte. São coisas que só uma vez por ano temos condição de fazer.

Um ídolo: Jesus. Um filme: Busca implacável.Um livro: Nunca desista dos seus sonhos.Uma música: nas asas do senhor.Uma qualidade: sinceridade Uma frase: Acredite, é hora de vencer.Maior sonho: Ser feliz.

Jogo rápido

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/batebola

“Tenho muita grat idão pelo Toninho, treinador da escolinha do Galo, que está lá até hoje.” É assim que Fillipe Soutto agradece ao professor que lhe deu a oportunidade no futebol. Aos cinco anos de idade, Fillipe começou a jogar no clube Laberada, uma escolinha de futebol do Galo, mas o esporte entrou na vida daquela criança como um passatempo.

A idéia de colocar o filho em uma escolinha surgiu depois que os pais viram a n e c e s s i d a d e d e e l e gastar mais energia fora da escola, pois morava em um apartamento e era uma criança muito agitada. Naque la época, a mãe chegou a ficar preocupada porque o fi lho não tinha coordenação motora. No entanto, o professor disse que ele poderia ficar no clube, que a função dele era justamente ensinar o garoto a jogar futebol.

Aos 11 anos, fez teste no Atlético e passou. Até o momento, são nove anos dedicados ao esporte e

Soutto acredita que não perdeu a sua infância e adolescência, mas que fez uma troca. “Eu acho que troquei. Perdi por não ter tido tempo de ir a shopping, cinema, festas, mas, ao mesmo tempo , ganhe i porque estava fazendo a coisa que eu mais gosto, exercendo um dom que Deus me deu. Isso já é motivo para muita alegria e para entender que valeu a pena ter trocado parte dessa infância para seguir meu sonho”, conta.

Mas, nem por isso, Soutto deixa de refletir sobre as escolhas feitas. “Eu poderia estar muito bem estudando, com um futuro mais certo, poder sai r, fazer o que todo adolescente faz, toda criança faz, mas, ao mesmo tempo, eu pensava: isso aqui é o meu sonho, se eu não batalhar para realiza-lo agora, vou viver frustrado o resto da minha vida. Então, prefiro fazer o meu melhor no futebol e, se não der certo, aí, sim, pensar em outra coisa. Mas, em primeiro lugar, seguir o meu coração. Sinto que é o mais importante”, revela.

O jovem já passou por todas as categorias de base do Atlético e, em 2010, Dorival Junior, ex-treinador do Galo, escalou o garoto em dois jogos do brasileirão. Porém, foi em 2011 que conseguiu mostrar o seu talento. Na reta final do campeonato mineiro, apareceu como titular e não saiu mais da equipe.

A ruptura na parte posterior do men isco med ia l do joelho direito, que deixou o jogador fora de algumas part idas, não apagou a sua estrela quando voltou aos gramados. Sem perder tempo, assim que retornou ao time, reconquistou a sua posição de titular na equipe.

N a 1 9 º r o d a d a d o Campeonato Brasileiro, no clássico contra o Cruzeiro, o jogador teve um momento inesquecível, com um forte chute de fora da área, marcou o seu primeiro gol como profissional, porém, naquela ocasião, o Atlético perdeu o jogo por 2 x 1.

obrigado, Toninho

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/jornalismo colaborativo

Em 2011, a história se repetiu no Atlético. Assim como em 2010, o Galo lutou contra o rebaixamento para a segunda divisão no Campeonato Brasileiro. Os salários em dia e a grande estrutura da Cidade do Galo não foram suficientes para fazer o time brigar por vôos mais altos. Durante o ano, o clima foi tenso com dispensas, demissão de treinador e com a ausência de resultados positivos. Mas por que o Galo novamente lutou para não cair?

Através da nossa página no facebook, torcedores ten tavam encont ra r os principais motivos. Para Yassmin Varella, do bairro Santo Agostinho, “é falta d e c o m p r o m i s s o d o s jogadores! ! !” O Fani de Souza, do bairro Califórnia apontou nove erros, entre eles, a “falta de planejamento

para lançar jogadores de base no time profissional”.

Para ajudar a encontrar a solução a essa pergunta, selecionamos os principais m o t i v o s q u e f o r a m destacados pelos torcedores e convidamos os jornalistas Henrique André, 26, que ap resen ta o p rog rama Rede Social Esporte Clube, na BH News; O jornalista Paulo Azeredo, 29, que é comentarista do programa Jogada de Classe, da TV Horizonte, e narrador do 98 Futebol Clube, da rádio 98FM e o Ricardo Corrêa, 3 0 , q u e a t é s e t e m b ro

último foi editor-adjunto de Esportes do jornal O Tempo e apresentador do Esporte.com, de O Tempo online.

DORIVAL JÚNIOR

A comissão técnica foi lembrada como um dos problemas da equipe no campeonato. Em 2010, o A t lé t i co con t ra tou o t écn ico Dor i va l Jún io r para assumir a vaga de Vander le i Luxemburgo. Dorival conseguiu livrar o Atlético da segunda divisão e permaneceu para a próxima temporada. No entanto, em 2011, não teve o mesmo sucesso. Em seu comando, a equipe perdeu o título do Campeonato Mineiro para o Cruzeiro, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Grêmio P r u d e n t e , l a n t e r n a d o Campeonato Paulista, e lutou para não cair no brasileirão.

Depois de dois anos lutando contra o rebaixamento para a série B, do Campeonato Brasileiro, torcedores e jornalistas tentam encontrar soluções para o drama não repetir em 2012

Chega de crise

“ Essa pergunta vem se repetindo todo ano e o problema nunca é resolvido”. (Gabriel Souza,

João Monlevade/MG, torcedor)

A crise no Galo em 20 atosVeja os principais problemas que levaram o Galo a mais uma crise, no Campeonato Brasileiro, em 2011

4. Segundo Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético, o atacante Jobson disse que não se adaptou a BH e pediu para sair.

3. Diego Souza, o craque do Brasileirão 2009, não deu sorte vestindo a camisa alvinegra e assinou a sua rescisão.No Vasco, atual clube, foi um dos destaques da temporada.

1.O Atlético con�rmou a saída do atacante Obina. No Galo, ele atuou 39 vezes e marcou 27 gols.

Janeiro

2. O atacante Diego Tardelli, o mais recente ídolo da torcida atleticana, deixou o clube. Em 114 partidas no Galo, o atacante marcou 73 gols.

Março

5. Após a derrota na primeira partida da Copa do Brasil, para o Grêmio Prudente, lanterna do Campeonato Paulista, o Atlético dispensou o meia Ricardinho e o volante Zé Luis. Segundo Alexandre Kalil, isso aconteceu para preservar a hierarquia do técnico Dorival Junior.

Abril

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Dorival não conseguiu acertar a equipe. O Galo chegou a acumular três vexames no campeonato. No Rio, foi derrotado por 4 x1 pelo Flamengo; Em sete Lagoas, o Inter goleou o Galo por 4 a 0; Em Fortaleza, o Ceara venceu o alvinegro por 3 a 0 e, na 15ª rodada, o treinador foi demitido após perder de 2x1, em casa, para o Figueirense.

A campanha de Dorival também foi marcada por não aproveitar alguns jogadores que eram considerados l íderes de grupos como Danie l Carva lho, D iego Souza, Ricardinho e Zé Luiz. “O reflexo foi visto em campo e também nos bastidores“, c o m e n t a o j o r n a l i s t a Henrique André, a respeito do a fastamento destes jogadores. Destes citados, apenas Daniel Carvalho continua na equipe.

Ano passado, Henrique André teve a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva com Dorival e lhe perguntou se jogador ‘derrubava’ treinador: “Ele foi enfático ao responder que SIM! Dorival disse que treinador só permanece no cargo enquanto houver harmonia entre comandados e comandante.”, comenta.

O jornalista Ricardo Corrêa acha que Dorival não teve o mesmo sucesso obtido no Santos porque os times são incomparáveis, mas acredita que ele não foi tão mal: “Ele salvou o time

no ano passado, fez um Mineiro razoável, perdido por detalhes”, avalia.

CONTRATAÇÕES

“O At lé t ico cont ra tou mais de do is t imes na temporada 2011”. Esse é um dos problemas que Paulo Azeredo encontrou para falar da crise atleticana. Nesta lista, se encontram Toró, Richarlyson, Wesley, André, Guilherme e Marquinhos Cambalhota, entre outros. Os t rês ú l t imos fo ram contratados para superar a ausência dos atacantes Tardelli e Obina, porém, não deram certo.

O jornalista Henrique André, da BH News

A crise no Galo em 20 atosVeja os principais problemas que levaram o Galo a mais uma crise, no Campeonato Brasileiro, em 2011

4. Segundo Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético, o atacante Jobson disse que não se adaptou a BH e pediu para sair.

3. Diego Souza, o craque do Brasileirão 2009, não deu sorte vestindo a camisa alvinegra e assinou a sua rescisão.No Vasco, atual clube, foi um dos destaques da temporada.

1.O Atlético con�rmou a saída do atacante Obina. No Galo, ele atuou 39 vezes e marcou 27 gols.

Janeiro

2. O atacante Diego Tardelli, o mais recente ídolo da torcida atleticana, deixou o clube. Em 114 partidas no Galo, o atacante marcou 73 gols.

Março

5. Após a derrota na primeira partida da Copa do Brasil, para o Grêmio Prudente, lanterna do Campeonato Paulista, o Atlético dispensou o meia Ricardinho e o volante Zé Luis. Segundo Alexandre Kalil, isso aconteceu para preservar a hierarquia do técnico Dorival Junior.

Abril

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/jornalismo colaborativo

Dos três atacantes, André foi o mais elogiado pelos jornalistas. Henrique André analisa que ele foi o que mais se identificou com a torcida: “Vem ganhando espaço no time. Estava ‘perdido’ na Europa e aos poucos vai mostrando o mesmo futebol que praticava no Santos.”

Ricardo avalia que o jogador é melhor tecnicamente que Obina: “Falando em um atacante de área, artilheiro, tecnicamente, André é melhor que Obina, e tem um futuro inteiro pela frente. Ele entrou no meio do campeonato em um time já montado e que não foi pensado em função dele. Ele precisa de um tempo para se adaptar. Só deve ser cobrado na próxima temporada.”

Para Azeredo, o jogador é bom, mas, está fora de forma e pegou o Atlético em um momento difícil. “Se o André tivesse sido contratado por

um time que estava brigando na cabeça do brasileiro, poderia ter encaixado melhor. Ele sofreu com as contusões, mas acredito que, em 2012, ele pode render aquilo que não rendeu”, comenta.

S o b r e o s a t a c a n t e s Marquinhos Cambalhota e Guilherme, Corrêa disse que eles não conseguem chegar perto de Tardelli em termos de qualidade técnica. “Então, não foi uma boa troca. O Atlético vendeu um jogador de nível de seleção e contratou dois jogadores que estão abaixo do mediano.” Para Henrique, o problema dos dois jogadores não foi de adaptação, mas, sim, de um histórico de contusões. A z e re d o d e f i n e q u e a contratação do Cambalhota foi “o mico do Atlético na temporada”.

MINEIRÃO

A ausência do Mineirão também foi questionada como um dos problemas deste ano. A equipe precisou ir jogar em Sete Lagoas e, em alguns jogos do Campeonato Brasileiro, as partidas foram transferidas para Ipatinga e a mudança também não surtiu efeito.

A reforma dos estádios para a Copa do Mundo obrigou muitos times a não jogar em seus domínios, inclusive os times da capital mineira como o América, Atlético e Cruzeiro. Coincidência ou não, estavam sem o seu estádio e lutaram contra o rebaixamento no brasileirão.

S e g u n d o H e n r i q u e , culpar a crise por causa da ausência do Mineirão e do Independência, que seria o estádio substituto mas, também está em reforma, é pura balela. “Em 2005, ano

6. O Galo perdeu o Campeonato Mineiro para o Cruzeiro, por 2 a 0 ,na Arena do Jacaré, com torcida única do rival.

10. O Atlético não conseguiu vencer no mês de junho no campeonato brasileiro. Foram três derrotas e dois empates.

8. O atacante Guilherme marcou o seu primeiro gol com a camisa do Galo no jogo contra o Atlético Goianiense.O jogador foi apresentado na Cidade do Galo em março.

9. O lateral Rafael Cruz não agradou e foi emprestado para o Atlético GO. O outro lateral, Patrick, estava contundido, sendo assim, Dorival Junior recorreu à categoria de base e promoveu o lateral Roger, que jogou duas partidas como pro�ssional.

Maio

12. Depois da derrota para o Figueirense, por 2 a 1, no Ipatingão, Dorival Junior foi demitido.No Galo, o treinador comandou 50 jogos, com 25 vitórias, dez empates e 15 derrotas.O aproveitamento foi de 57%.

Agosto

7. O Mineirão, local onde o Galo jogava, completava um ano fechado.

Junho

11. Em julho, o Atlético perdeu quatro jogos e ganhou dois.

Julho

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do rebaixamento para a série B, o Atlético fez todas as suas partidas na capital mineira. O erro está dentro do clube e a solução também!”, comenta.

Paulo Azeredo acha que a falta do Mineirão contribuiu para a equipe estar nesta situação, mas disse que foi um erro dos clubes [Atlético e Cruzeiro] com o governo estadual e federal. De acordo com Corrêa, a ausência do estádio não pode servir como desculpa, “mas também é uma justificativa. O Atlético nunca se sentiu em casa na Arena do Jacaré.”

ALEXANDRE KALIL

Durante os três anos de mandato , o p res idente Alexandre Kalil não mudou seu estilo de ser. Foi rigoroso e fez v is i tas ao cent ro de treinamento. Entre as lembranças positivas, os jornalistas destacam como o presidente lutou para

organizar as questões do clube, o lado financeiro e a maneira como a marca do Galo está mais valorizada no mercado, mas o futebol não foi muito elogiado.

Azeredo lembrou uma declaração do presidente. “Ele disse que não contrata jogador do Google, mas teve muito jogador de Google que ele contratou. Ele precisa ser mais orientado no futebol, o Maluf [diretor de futebol] não vingou no At lét ico, como vingou no Cruzeiro, onde fez cont ra tações mais pontuais”, avalia o comentarista, que elogiou as

últimas contratações do lateral direito Carlos César e do volante Pierre que, para ele, foram as melhores.

C o r r ê a e A z e r e d o argumentaram que o lado torcedor do presidente o prejudicou. “O maior erro do Kalil é o fato de ele ser muito torcedor em alguns momentos. Ele peca no s e n t i d o d e a g r a d a r o torcedor e prejudica o clube, cai no que a gente comentou antes, acaba contratando muito.” aval ia Azeredo. Corrêa também aponta outros fatores negativos: “A forma tosca como lida com

6. O Galo perdeu o Campeonato Mineiro para o Cruzeiro, por 2 a 0 ,na Arena do Jacaré, com torcida única do rival.

10. O Atlético não conseguiu vencer no mês de junho no campeonato brasileiro. Foram três derrotas e dois empates.

8. O atacante Guilherme marcou o seu primeiro gol com a camisa do Galo no jogo contra o Atlético Goianiense.O jogador foi apresentado na Cidade do Galo em março.

9. O lateral Rafael Cruz não agradou e foi emprestado para o Atlético GO. O outro lateral, Patrick, estava contundido, sendo assim, Dorival Junior recorreu à categoria de base e promoveu o lateral Roger, que jogou duas partidas como pro�ssional.

Maio

12. Depois da derrota para o Figueirense, por 2 a 1, no Ipatingão, Dorival Junior foi demitido.No Galo, o treinador comandou 50 jogos, com 25 vitórias, dez empates e 15 derrotas.O aproveitamento foi de 57%.

Agosto

7. O Mineirão, local onde o Galo jogava, completava um ano fechado.

Junho

11. Em julho, o Atlético perdeu quatro jogos e ganhou dois.

Julho

Paulo Azeredo é comentarista do programa Jogada de Classe, da TV Horizonte, e narrador do 98 Futebol Clube

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a imprensa e a arrogância no dia a dia do clube não contribuem para o clima positivo no Atlético”.

ARBITRAGEM

Em algumas partidas do campeonato, a diretoria atleticana reclamou muito da arbitragem. Ao lado do Fluminense, é a equipe que mais teve pênaltis marcados contra. Henrique acredita que erro de arbitragem é uma questão a ser avaliada e, se for constatado que a maioria foram erros, cabe aos advogados do clube entrarem em ação.

Para Corrêa, a diretoria a t l e t i c a n a c o n s e g u i u colocar essa imagem de que o Atlético é sempre prejudicado. “Reclamar da arbitragem faz parte, mas não vi ninguém do Atlético dar entrevista para dizer que o árbitro beneficiou o time na partida contra o Ceará, por exemplo. A arbitragem erra para os dois lados. Sempre

foi assim.” O jornalista se refere à partida do dia 2 de outubro, pela 27º rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Ceará teve dois jogadores expulsos e o jogo terminou empatado em 1 a 1.

Por outro lado, a torcida do Ga lo c r iou um s i te para f iscal izar as ações da arbitragem nos jogos do campeonato. Segundo o editorial do movimento, o “ # D e O l h o N o A p i t o nasce da união de sites atleticanos,além de usuários de redes soc i a i s , que passarão a fiscalizar e divulgar as ações das arbitragens nos jogos do Atlético. O ideal do grupo é combater

qualquer injustiça praticada dentro dos gramados, para que tenhamos um resultado justo, o que, comprovado p o r v í d e o s , n ã o v e m acontecendo no Campeonato Brasileiro.”,justificou.

ACERTOS

A diretor ia do Atlét ico não teve somente erros. Alguns acertos precisam ser mantidos em 2012 e somados a soluções viáveis para o Galo. Do lado administrativo, uma boa notícia. O site oficial do clube informa que “depois de 25 anos, o Clube Atlético Mineiro conseguiu, em três anos de trabalho da atual diretoria, retirar todos os 180 protestos do Serasa. Das 254 ações executivas, restam apenas oito, que já estão em processo avançado de negociação.”

Para Henrique, “o clube (diretoria) acertou em se preocupar com a estrutura física, com a qualificação de sua comissão (técnica,

“O time tem que ter uma base, ele tem essa base agora, então, em cima dessa base, ele deve

contratar”. (Paulo Azeredo, jornalista )

14.Cuca afastou do elenco: Giovanni Augusto, Guilherme Santos,Patric,Toró e Wendel do elenco atleticano.

15. O atacante Ricardo Bueno foi emprestado para o Palmeiras. Durante um ano no Galo, o jogador foi muito questionado pela torcida.

16. O Atlético tentou encontrar uma nova vida, no estádio Ipatingão, em Ipatinga, interior de Minas Gerais, mas não deu certo. Foram três derrotas, nenhum empate e apenas uma vitória.

17. No �m do primeiro turno, o Atlético �cou com a segunda defesa mais vazada da competição com 38 gols sofridos, em 18 jogos.

19. Por causa da morte da irmã Bianca, vítima de um câncer, o goleiro Renan Ribeiro �cou sem jogar duas partidas pelo clube.

13. O preparador de goleiros Barbirotto, indicado pelo técnico Dorival também foi demitido.

Agosto

18. Além do lateral Patric, o meio campo Caio foi emprestado para a Ponte Preta

Setembro

20. Até o dia 5 de outubro, o atacante Marquinhos Cambalhota, jogou duas partidas e não marcou gol.

Outubro

/jornalismo colaborativo

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médica, física) e também em valorizar a sua marca, contratando jogadores de seleção, como o zagueiro Rever e o atacante André. Isso o deixa em evidência e abre novas portas.”

Corrêa acredita que o clube acertou quando apostou nos jovens durante a fase final do Campeonato Mineiro e vê outros pontos positivos. “Acertou na contratação do Dorival, no ano passado, justamente por ser um cara que acredita nos jovens. Pena que demitiram o treinador após uma sequência ruim neste ano”, avalia.

SOLUÇÕES

E como o Atlético deve agir para se tornar um time vencedor? Azeredo pede de nove a dez contratações. Para ele, este número pode fazer a equipe competitiva: “Não vou dizer um time que vai ganhar títulos porque no futebol tem 12 que brigam pelo t í tu lo” , expl ica. O

jornalista pede um lateral direito, um lateral esquerdo para ser titular, pois acha que o Triguinho é um jogador que pode ajudar, mas não para ser o dono da posição e, também, pede um volante, três meias e de dois a três jogadores no ataque. No entanto, ele orienta para não errar nas escolhas: “O time tem que ter uma base, ele tem essa base agora, então, em cima dessa base, ele deve contratar.”, explica.

Corrêa também aconselha como devem ser fe i tas as contratações: “Não é contratar doze atacantes, mas fazer escolhas pontuais,

buscando atletas que podem evoluir, e não jogadores em fim de carreira ou em fase decadente. Dar liberdade a um treinador para definir com quem ele quer contar, com menos interferência do presidente, e criar um clima positivo.” Assim como Corrêa, Henrique aposta no planejamento: “Falta ao Atlético montar um projeto e f icaz e acred i ta r ne le até o fim. Chega de fazer reparos com o ‘bonde’ em andamento”, justifica.

Ricardo Corrêa foi editor-adjunto de esportes do Jornal O Tempo, até setembro último

14.Cuca afastou do elenco: Giovanni Augusto, Guilherme Santos,Patric,Toró e Wendel do elenco atleticano.

15. O atacante Ricardo Bueno foi emprestado para o Palmeiras. Durante um ano no Galo, o jogador foi muito questionado pela torcida.

16. O Atlético tentou encontrar uma nova vida, no estádio Ipatingão, em Ipatinga, interior de Minas Gerais, mas não deu certo. Foram três derrotas, nenhum empate e apenas uma vitória.

17. No �m do primeiro turno, o Atlético �cou com a segunda defesa mais vazada da competição com 38 gols sofridos, em 18 jogos.

19. Por causa da morte da irmã Bianca, vítima de um câncer, o goleiro Renan Ribeiro �cou sem jogar duas partidas pelo clube.

13. O preparador de goleiros Barbirotto, indicado pelo técnico Dorival também foi demitido.

Agosto

18. Além do lateral Patric, o meio campo Caio foi emprestado para a Ponte Preta

Setembro

20. Até o dia 5 de outubro, o atacante Marquinhos Cambalhota, jogou duas partidas e não marcou gol.

Outubro

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Por que o Galo novamente lutou para não cair?

Veja o que os torcedores responderam

É muito difícil achar nesse momento um culpado. Certeza mesmo, só tenho uma, de quem não é a culpa: da massa.

Acredito que são muitos os fatores que possam responder esse questionamento. A falta do nosso Mineirão com certeza é uma delas, contratações erradas como Patrick, Cambalhota, Guilherme Santos e outros mais. Da comissão técnica também, de todas que passaram neste ano. Embora a grande maioria da torcida não sabe o que se passa no dia a dia do clube, liberar alguns jogadores importantes como Diego Souza, Tardelli e Obina (Tardelli e Obina até entendo que o lado financeiro tenha falado mais alto). A diretoria vem fazendo o seu papel, mas não é ela que entra em campo, ela contrata, claro, não pode ficar isenta da culpa. Agora, dizer que quando chegaram jogadores renomados como Mancini, André e Guilherme foi um erro, eu não concordo. Não é culpa da diretoria eles não estarem rendendo o que já renderam em outros clubes.

Anderson FernandesBairro Santa Inês/BH

Gabriel Souza AssunçãoJoão Monlevade/MG

Pedro LucasBelo Horizonte/MG

Yassmin VarellaBairro Santo Agostinho/BH

Acho que não é tão fácil assim falar porque o GALO não deu certo este ano. Sofremos desde 2000, quando o time sempre esteve lutando pra não cair (até que caiu pra serie B). Tem a Santa que foi pintada de azul e as más contratações. Só que tenho a sensação positiva que as coisas estão sendo feitas da forma correta e só não estão nos favorecendo, como os pagamentos em dia, facilidade em contratar qualquer jogador de alto nível, etc... Para mim, é questão de tempo e termos paciência, pois a casa está arrumada, ótimas instalações e o futebol que nos falta e aos jogadores também. Vai melhorar. Acredito e tenho fé de que tudo está sendo feito, estamos no caminho certo. Ah, e lembrar que o MINEIRÃO faz muita, muita falta.

Essa pergunta vem se repetindo todo ano e o problema nunca é resolvido. Acho que a comissão técnica tem sim uma parcela de culpa, mas não toda a culpa, pois quem entra em campo não é a comissão técnica e, sim, os jogadores. Mas, para mim, a grande culpa das péssimas campanhas do Galo na Copa do Brasil, Sul-americana e Brasileirão é da diretoria. Essa mesma diretoria que vendeu Obina e Diego Tardelli e ainda contratou em 2011 quase 2 times de jogadores que não renderam nada.

“Para mim é falta de compromisso dos jogadores!! E quem tem que cobrar isso é o técnico!! E quem tem que ver isso no técnico é a diretoria!! E quem tem que olhar isso tudo é o presidente! Enfim, tem que fazer uma revolução no nosso time, afinal, há anos, isso vem ocorrendo!!”

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ANÚNCIO

Quer anunciar na revista? Envie um email para [email protected]

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1 - Esta é uma das fotos de um ensaio fotográfico, que a torcedora Aline de Assis, de Belo Horizonte, enviou para a revista. | 2 - A Camila Rodrigues, de Contagem, na Arena do Jacaré. | 3 - A Paula Maciel, de Palermo, na Itália, enviou a foto do seu carro “è assim que desfilo pelas ruas”, revela. | 4 - Esta é a galera do Gustavo Marques. | 5 - O Augusto reis e seus amigos, antes de mais um clássico, contra o Cruzeiro. | 6 - A mãezona Renata Sodré, de BH, enviou as fotos dos filhos Felipe e Frederico. | 7 - Este garotão aí é o Leo Takahashi, afilhado de Raquel Azevedo, que não pensa duas vezes quando

/a revista do atleticano

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é chamado para ir à Arena. | 8 - O casal de namorados, Felipe César e Susy Charlier, em visita ao estádio do Mineirão | 9 - Rinalle Romão não deixa o Galo de lado, nem mesmo para tirar foto. | 10 - Em Curvelo, interior de Minas Gerais, a Tamara Mendes beija o escudo. | 11 - O amor pelo Galo não tem distância. Mesmo morando na capital federal, Francismar não perdeu a sua paixão. | 12 - A galera do Hendrix Gaspar. | 13 - O Minelle Kajuru só conseguiu ingresso de geral para o jogo do Galo “mas, para ver o meu GALO não importa o setor”, contou.

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/entrevista

Preto no Branco: Desde quando começou a sua vida como torcedor atleticano?

Emir Cadar: Eu sou torcedor do Atlético desde o dia que minha consciência entrou na Terra. Eu já nasci atleticano. Na minha família todo mundo é atleticano e nós somos muito dedicados ao Atlético. Eu nasci em 1940 e eu me lembro com muita clareza de ter assistido ao campeonato mineiro de 51, quando o Vila Nova foi campeão em cima do Atlético. Daí pra frente, eu acompanho o Atlético e vou aos jogos. Toda vida eu participei do clube.

O que é o conse lho deliberativo e qual é função dele?

O conselho deliberativo é o guardião do clube. O conselho não se intromete no valor do salário do jogador, embora isso vá constar do documento de prestação de contas. O conselho verifica se há alguma irregularidade na administração do Atlético. E le é um guard ião das tradições, guardião do clube como um todo. O conselho manda mais que o presidente. Na hora que o conselho se reúne, elege um presidente

ou destitui. O conselho tem todo o poder.

Como está sendo o seu mandato no conselho?

Tudo que eu faço, faço com amor e dedicação e estou tentando levar isso para o Atlético. É um pouco mais difícil porque você tem pouca função no conselho. O conselho não tem uma atuação direta na vida do clube, ele dá as diretrizes e fica olhando. Eu não posso fazer, dentro do conselho, uma gestão tão marcante como fiz em tudo na minha vida, mas eu estou fazendo o que eu posso, pelo bem do Atlético.

Você disse que não tem muita atuação, mas isso é do futebol mesmo ou o Atlético que impôs isso?

Eu não vejo um conselho deliberativo de time de futebol ser mais atuante do que o do Atlético. O do Cruzeiro, por exemplo, você nem ouve falar. O nosso você ainda ouve falar, tem sempre uma

coisinha, mas no Cruzeiro você nem ouve. Então, não acho que seja do Atlético. Acho que isso é próprio do conselho deliberativo de clube de futebol. O que determina, o que aparece e quem decide as coisas no clube do futebol é a diretoria executiva, o presidente com os seus diretores.

Por que sua chapa chama “Paz no Atlético”?

Porque o Atlético é um time muito conturbado. Como ele é time de paixão, as pessoas às vezes se excedem. Eu sou uma pessoa muito comedida nas minhas ações, sou muito calmo. Sem modéstia nenhuma, sou muito educado para tratar as pessoas e, quando a pessoa é tratada dessa forma, ela não pode tratar as outras pessoas de outra maneira. Então, estou tentando implantar no Atlético uma harmonia maior para as pessoas poderem tratar os assuntos. Eu recebo qua lquer conse lhe i ro a qualquer hora, aqui no meu escritório ou no Atlético. Eu recebo, converso e trato os assuntos, exatamente para tentar uma paz no clube. Eu acho mais fácil resolver as coisas em paz do que como

Para que serve o conselho deliberativo do Atlético?O presidente do Conselho, Emir Cadar, 71, abriu as portas do seu escritório e revelou tudo para a nossa equipe

“O conselho manda mais que o

presidente”

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Emir Cadar, 71, nasceu em Belo Horizonte e é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É filho de Antônio Cadar e Rosinha Salum. Está casado com a professora Maria Helena desde 1953. Em 1969, demitiu-se da empresa Bento Paixão S.A. para se dedicar, exclusivamente, à sua empresa de engenharia, que é constituída com o seu irmão, o também engenheiro Lycio Cadar. O objetivo social da sua empresa é a execução de obras de terraplenagem, pavimentação em geral, entre outros serviços.

Quem é Emir Cadar?

era resolvido antigamente, com grito. Este não é o meu modo, não é a minha personalidade.

Durante este ano de mandato do conselho, quais foram as principais conquistas até hoje?

O conselheiro hoje tem voz. Nós tínhamos dois problemas sérios que ele reclamava muito. O primeira era visita ao CT, que todo mundo tem ou tinha vontade de visitar, mas não sabia quem procurar. Qualquer conselheiro, hoje, que quiser visitar o CT, entra em contato conosco. Isso causou uma satisfação enorme entre eles. Outra queixa era sobre a forma de apresentação de alguém para fazer teste no Atlético. Hoje, nós também chamamos essa responsabilidade para o conselho. Nós é que fazemos essa ligação entre o conselheiro e a divisão de base.

O q u e e s t á s e n d o resolvido atualmente? Qual é o principal objetivo de vocês?

Olha, nesse momento difícil que o Atlético passa no futebol, fica difícil resolver as coisas porque estamos procurando evitar qualquer atrito com a diretoria. O conselho tem entendido o esforço da diretoria. Neste momento, a gente tem ficado mais quieto para deixar a diretoria tentar sair dessa situação.

Como func ionam as reuniões dos conselheiros?

Nos temos duas reuniões ordinárias todo ano. Uma

aprova as contas do ano anterior e a outra, o orçamento do ano seguinte, realizada em novembro. Além dessas, o estatuto pede mais duas reuniões para os conselheiros com objetivo de conversar sobre assuntos gerais. Os assuntos são trazidos e nós debatemos. Então, na verdade, nós temos quatro assembléias todo ano. Além dessa, tr ienalmente nos temos a eleição do presidente e a eleição da chapa do conselho. Para cada tipo de reun ião , nos temos um quorum necessár io, por exemplo, para vender algum bem do clube, nós precisamos de dois terços dos conselheiros. Existem vários quoruns diferentes para aprovar as coisas no Atlético.

Você se lembra qual foi o assunto mais debatido nas reuniões gerais?

Os dois mais debatidos

“Eu não vou chegar na

Televisão e falar que eu quero falar

alguma coisa”

Div

ulg

ação

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foram o acesso à sede e à categoria de base. Em toda a reunião, eles reclamavam. A g o r a , n ã o t e m c o m o reclamar.

Como vocês controlam a s p r e s e n ç a s d o s conselheiros nas reuniões?

Eu estou aqui no meu escritório. Se você perguntar isso lá na minha sala do Atlético, eu te falo quais foram os conselheiros que vieram em cada reunião. Eu tenho um quadro que tem anotado quantas vezes cada conselheiro compareceu e quantas vezes ele faltou. Durante o seu período de mandato, o Atlético vive um momento de pressão, na luta contra o rebaixamento, tanto no brasileiro deste ano, como no ano passado. Tem cobrança por parte do conselho? Pra quem vocês cobram ou não existe essa cobrança?

Existe. Os conselheiros às vezes me ligam. Eu estou lá sempre com o Kalil, estou vendo, falo com ele: “Olha, o conselho está pensando nisso”, mas a gente tem que reconhecer que estamos nesta situação injustamente. Nosso time não é o 17º melhor desse campeonato para estar nesta situação. Nós não estamos dando muito sorte e eu não posso deixar

de reconhecer o esforço do Kalil e da diretoria para tentar trazer os bons. Trouxemos o Vanderley Luxemburgo e a torcida foi ao aeroporto esperar por ele e o carregou. Trouxemos o Diego Souza e a torcida foi esperar no aeroporto. Além de contratar o Daniel Carvalho e Mancine. Tem o André que estava aí, era um dos garotos da Vi la, e o Guilherme que foi um grande jogador no Cruzeiro. Então, nós não estamos tendo é sorte, não podemos condenar o Kalil em momento algum. Ele está fazendo um esforço grande, não está sendo feliz com os resultados.

Durante este tempo, ouço muito os torcedores falarem que o conselho não se manifesta, ou seja, não coloca a cara. Isso é verdade ou não?

Eu não vou chegar na televisão e falar que eu quero falar alguma coisa. Toda vez que a televisão me entrevista eu falo, agora, eu procurar televisão, procurar imprensa e falar eu quero falar, não faço não. Não é papel do presidente do conselho e nem de nenhum conselheiro. Conselheiro tem que falar na reunião comigo. Na imprensa, só quando é convidado.

Então, nestes casos, as decisões são tomadas internamente entre você e o Kalil?

Eu e a diretoria. Não é o Kalil. E tenho um conselho de ética, um conselho fiscal. O conselho não sou eu, eu sou um membro do conselho. Eu represento uns 450.

No final do ano, vai ter novas eleições. O que você espera que o próximo presidente possa fazer no mandato do clube?

Eu fico até sem graça de responder a essa pergunta por que eu acho que tudo que foi feito não foi errado. Espero que o novo presidente, que seja o Kalil ou outro qualquer, dê as vitórias que o Atlético precisa. Estou esperando isso a tantos anos, estou querendo e lutando por isso. Eu espero que o presidente tenha sorte no próximo triênio e traga um título importante para o Atlético.

E o que você aprendeu como conse lhe i ro do Atlético?

Eu aprendi o tanto que é difícil dirigir um time de futebol. Quem tá fora não sabe o quanto é dif íc i l . Você mexe com vaidade de jogador, de técnico, de dirigentes, de conselheiros, você tem que conciliar todas

/entrevista

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Tira teimaOs conselheiros recebem para exercer esta função? Não. Nem os conselheiros e nem o presidente.

Onde o conselho funciona? O conselho funciona na sede do clube, na avenida Olegário Maciel, 1516, bairro de Lourdes. O telefone de contato é o 3290-1313.

Como eu faço para me tornar um conselheiro? É preciso ser sócio dos clubes Labareda e Vila Olímpica durante dois anos e ser convidado por uma chapa nas eleições.

Quais são as regras que um conselheiro precisa seguir? A regra é não faltar em três reuniões consecutivas ou cinco alternadas. Neste caso, ele é substituído.

as suas idéias com as dos outros. Você traz um jogador achando que ele será um espetáculo e não é, ou vice versa, então, é muito difícil dirigir um time de futebol e o Kalil conseguiu uma coisa muito importante que foi acertar o clube, agora, é o time que não está acertando.

Em sua opinião, como foi a administração do presidente Alexandre Kalil?

A d i r e t o r i a t e m s e esforçado, tem trazido bons jogadores, bons técnicos, mas nós estamos sendo penalizados por uma falta de sorte e também pela falta de um estádio – Mineirão ou Independência. O Atlético, Cruzeiro e América não têm um local para falar que vão jogar em casa. Ninguém tem casa. Todo jogo é fora. Ah, vai ser em Sete Lagoas.

Sete Lagoas é fora. Em casa, é no Mineirão ou no Independência.

Como você ava l ia a imposição do Kalil em não deixar a torcida entrar no CT?

A torcida não tem que ver t re ino, tem que ver jogo porque, no treino, é o momento que o técnico faz a observações táticas. Pode entrar um cruzeirenze, um americano, você não sabe. Pode vestir uma camisa do atlético e ser cruzeirense. Tirar a atenção do jogador, agredir, falar coisas. Acho que ele agiu certo.

E u q u e r i a q u e v o c ê deixasse um recado para a torcida sobre o trabalho do conselho.

Somo iguais. Também sou torcedor e sofro como vocês estão sofrendo. O atleticano

não pode perder a esperança. O Atlético é muito grande, é um time forte demais e, agora, eu conheço o atlético por dentro, o atlético é uma potência. Nos temos hoje um clube organizado e não temos um time bom. O time é bom, mas não está conseguindo transformar isso em vitórias. Então, vamos ter paciência, não podemos perder a esperança. Torcemos para um time forte, que está em nosso coração e dos nossos pais e dos nossos filhos e temos que continuar com este amor porque é isso que move o Atlético. Eu gostaria de pedir à torcida do Atlético isso: que nos dê força para continuar lutando.

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/cidade do galo

O acesso do torcedor à Cidade do Galo, durante a gestão do presidente Alexandre Kalil, nunca foi permitido. A equipe da revista Preto no Branco entrou no CT, conversou com os jornalistas para saber como é trabalhar com as regras que são adotadas pelo clube e acompanhou o trabalho da imprensa no Centro de Treinamento.

Às 16h, o acesso à Cidade do Galo foi liberado. O time fez um treinamento na parte da manhã. À tarde, um treino tático era realizado no campo 2. Enquanto isso, profissionais de diversos meios de comunicação como o rádio, TV e internet, concentravam-se na mini arquibancada para assistir ao treinamento.

Depois de assistirem ao treino, os jornalistas descem para a sala de imprensa. Através de uma votação, dois jogadores são escolhidos pelos próprios jornalistas para participar da coletiva. O repórter da Itatiaia, Roberto Abras, 63, é contra o modelo de votação. “Sou da era romântica. Você chegava e

entrevistava o jogador que queria. A tendência é só piorar. Nós que divulgamos o j o g a d o r e o c l u b e . Derrubamos e colocamos o jogador em cima”, criticou o jornalista, que é setorista do Clube Atlético Mineiro.

O jornalista Léo Gomide, da TV/ESPN, tem uma o p i n i ã o c o n t r á r i a a o jornalista da Itatiaia. “As entrevistas coletivas sempre são realizadas de maneira eficaz. A votação te traz uma melhora no trabalho, pode optar por jogadores mais experientes, que têm vozes de comando”, justifica.

A jorna l is ta do Globo Esporte, da Rede Globo, Maíra Lemos defendeu a escolha do jogador Magno Alves para a entrev ista coletiva. “Tem dia que dá briga, tem discussão, a votação fica acirrada, mas a gente é parceiro. Um dia o outro vota no jogador que o outro pediu”, explica. Além de Magno Alves, Leonardo Silva foi o escolhido para a entrevista coletiva.

A TV do Galo, a TV oficial do clube, consegue momentos

diferenciados co m os j o g a d o r e s, conforme explica Guilherme D’Assumpção, repórter da TV. “Hoje, o treino começou às 15h30 e eu cheguei antes da imprensa para fazer um momento de descontração com o jogador. Dependendo do momento da equipe, dá para fazer alguma coisa diferente”.

De acordo com Cássio A r r e g u y, a s s e s s o r d e imprensa do clube, realizar uma ma té r i a sob re os bastidores dos jogadores não é possível por diversos fatores. Arreguy prefere usar o termo organização, ao invés de restrições “Além do momento difícil que estamos passando no campeonato, procuramos falar o mínimo possível. Tudo que se diz, que não seja relacionado ao campo, o próprio jogador não se sente à vontade. Além disso, são muitas as demandas dos meios de comunicação. Diariamente, estudantes de diversas áreas procuram o clube para fazer trabalhos. Não é fácil atender todo mundo”, explica.

Cidade do Galo: Tudo sobre controle Conheça o trabalho da impressa no Centro de treinamentos do clube

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A sala de imprensa do Clube Atlético Mineiro tem o nome do jornalista Roberto Abras. Abras atua na rádio Itatiaia e faz cobertura do Atlético há 36 anos, nos programas Tiro de Meta, Rádio Esportes, Turma do Bate-Bola e Apito Final. “Talvez, eu fui homenageado por essa cobertura que faço pelo Atlético, inclusive, viajei para o exterior com o clube. Não coloco eu, mas a Itatiaia que me dá total cobertura e não fica de fora de nenhum evento”, conta. Segundo Abras, a homenagem aconteceu na época em que Ricardo Guimarães trabalhava com o Alexandre Kalil na presidência do clube. Além do esporte, Abras já apresentou o programa “Varig é a dona da noite”, também pela Itatiaia. O jornalista não tem medo de falar o que quer. O repórter, em uma de suas participações na rádio, disse que falou com o presidente Alexandre Kalil que a qualidade do time não era boa.

Sala de imprensa:Roberto Abras

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Uma história de sucesso

João Leite

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“Dos cargos públicos que ocupei, o que me cobrou mais foi o de goleiro do Atlético. Esse cargo foi o de maior responsabilidade”

É assim, com bom humor, que João Leite, 56, ex-goleiro do Galo compara a sua vida política com o futebol. O jogador que mais vestiu a camisa alvinegra, com 684 jogos, precisou passar por diversos obstáculos para se tornar um ídolo da torcida atleticana e um verdadeiro campeão. A vida do goleiro poderia ter começado mais cedo no clube, mas, na primeira tentativa, aos 15 anos, ele não foi aproveitado.

O INÍCIO

“Na ve rdade , não fu i rejeitado, não aconteceu isso. Acho que faltou perseverança da minha parte. O Atlético tinha um planejamento muito forte e uma exigência muito grande com os jogadores jovens. O nosso treinador era o Barbatana. Do time principal era Tele Santana. Então, eram exigências muito fortes de treinamento. Eu fui desanimando, mas, depois, retornei ao clube e aí permaneci até o meu desligamento.” justifica.

FORA DO CAMPO

A vida do jogador era orientada por seu pai. Porém, o At lét ico já t inha uma política com os jogadores jovens. No entanto, para

quem deseja ser jogador de futebol, o craque avalia ser necessário escolher uma pessoa que o oriente e que tenha confiança para cuidar de assuntos extra-campo.

“Eu aconselho não muito até na relação com o clube, mas na v ida do a t l e ta mesmo. A vida do atleta deve ser muito comprometida. Ele deve se alimentar bem, treinar muito, dormir bem, para vencer e dar uma boa resposta ao clube que o emprega. Então, ele deve ter uma pessoa que o aconselhe para além das questões de renovação de contrato, que tenha um cuidado com o futuro do atleta para que ele responda bem o custo que é para o clube.

CATEGORIA DE BASE

Os jogadores treinavam onde era o campo antigo do Galo, o estádio Antônio C a r l o s q u e , h o j e , é o shopping Diamond Mall. “Depois, o Atlético inaugurou a Vila Olímpica. Tinha dois campos e treinávamos em um deles, e o Atlético locava o ônibus para pegar a gente no centro da cidade e levar até a Pampulha.“

ESTUDOS

Durante a temporada na equipe júnior era possível estudar. “O Atlético nos dava estudo muito perto do antigo colégio Precursor, então, dava para conciliar.Depois, no time principal, era mais difícil, mas alguns conseguiram, como o Heleno que se formou em Educação Física”,revela.

O gole i ro fez a opção de se dedicar muito aos treinamentos em vez de estudar. A distância do centro de treinamento até a sua casa era um obstáculo para seguir em frente com os estudos. “Como eu não tinha carro, a Vila Olímpica era distante e à tarde não tinha ônibus para retornar, eu retornava de ônibus coletivo para minha casa, na Vila Oeste de Belo Horizonte. Isso me atrapalhava muito”, conta o jogador, que treinava pela manhã e à tarde.

TIME PROFISSIONAL

Aos 21 anos, João Leite fez o seu jogo de estréia com a camisa do Galo. No dia 15 de agosto de 1976, o Atlético venceu o Vila Nova por 1 a 0. A dedicação foi total. O goleiro abriu mão das primeiras férias do time profissional para continuar treinando. Naquela época, o jogador ganhava R$3.000.

Foram 684 jogos com a camisa do Galo.O jogador que mais defendeu o manto alvinegro conta os bastidores de sua carreira

“O Atlético é um time vencedor. A

torcida não aceita derrotas.”

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/história de sucesso

PRIMEIRO SALÁRIO

“Meu primeiro salário no time principal do Atlético usei para pagar o empréstimo bancário que meu pai fez para melhorar nossa casa na Vila Oeste. Dos R$3.000 que eu ganhava por mês, R$2.700 eu pagava este empréstimo. E depois, na renovação de contrato, ganhe i o meu pr ime i ro imóvel, foi um apartamento. Não era luxuoso, mas foi o primeiro que eu tive.”

JESUS

Aos 21 anos, João Leite entregou o seu coração a Jesus. Ele acredita que a sua vida foi transformada. “Eu sou uma pessoa de muita fé. Sou muito estudioso da Bíblia e tenho uma orientação

muito grande de Deus para minha vida. Essas coisas me ajudaram a ter uma vida equilibrada”, explica.

POR QUE JESUS?

“Eu achava que a resposta da vida estava na fama, no sucesso. Comecei a conviver com os meus colegas no Atlético e via que não era bem assim. Tinha outras coisas na vida, porque aquela fama, aquele sucesso, era finito e, num momento, iria passar. Minhas irmãs, na minha casa, já eram seguidoras de Jesus, então, aquela comparação me ajudou a tomar a decisão de ser seguidor. Minha vida foi transformada.“

FAMA

O jogador de futebol ganha, como consequência da profissão, fama. E João Leite tinha que conviver com isso, afinal, os títulos começaram a ser conquistados. Para você, torcedor, ter uma idéia, em 1980, o jogador já t inha faturado quatro campeonatos mineiros.

Apesar da exposição na mídia, ele diz que sempre foi muito tímido: “Eu melhorei muito com o passar do tempo. Minha vida religiosa

“As vezes, as pessoas falam uma coisa que

eu fiz e eu falo, isso eu não fiz”

As grandes defesas do goleiro, o levaram a 11 títulos com a camisa do Galo

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me ajudou muito, mas, até hoje, fico meio sem graça com as pessoas apontando. Eu tenho o cuidado de dar toda atenção porque o atleticano, às vezes, tem um sentimento que eu pertenço à família dele. Então, eu tenho que ter muito respeito a isso. Eu não me esqueço de uma história que vivi. Já contei muitas vezes, mas ela é emblemática.” A história é de um torcedor que estava esperando pelo jogador, desde cedo, no portão da Vila Olímpica, para falar com ele (confira a história ao lado).

DERROTAS

A vida de um atleta também é marcada por derrotas, ainda mais quando você defende um clube onde a torcida é muito exigente por vitórias. Apesar de ter ficado 118 jogos sem perder, o goleiro revela que nunca foi simples ser derrotado no Galo. “O Atlético é um time vencedor. A torcida não aceita a derrota. Ela até suporta quando você corre muito e faz muito esforço. Então, independente dos jogos invictos, as partidas em que saía derrotado sempre foram muito difíceis de ser suportadas. Os jogadores do At lét ico eram muito conhecidos. Eu não sei como é a rotina dos jogadores hoje, mas eu tinha uma rotina de ir à padaria, ir à aula e parecia que tinha atleticano em todo lugar. Os torcedores ficavam perguntando e você tinha que sair explicando”, revela.

EUROPA

No fim da carreira, João Leite ainda teve tempo de jogar na Europa e defender o Vitória de Guimarães. De acordo com ele, quando jogava futebol, o sonho não era ir para o exterior, mas, sim, vestir a camisa atleticana e, consequentemente, defender a Seleção Brasileira. Por sua experiência na Europa, Leite não aconselha jogar futebol no exterior.

“ H o j e , P o r t u g a l n ã o d e s p e r t a m a i s a q u e l a expectat iva, pelo que a Europa está vivendo. Eu não aconselho um jogador ir para o exterior porque os

clubes aqui dão condição muito melhores. Além de você ter um treinamento muito diferente da Europa, lembro-me que perdi muito da minha condição física e técnica porque você tem uma escola diferente em relação ao treinamento. Os jogadores voltam da Europa mu i to ma l f i s i camen te e mesmo tecnicamente po rque e l es pe rdem a condição que o Brasil dá hoje. Temos uma escola de educação física reconhecida internacionalmente”, afirma.

João Leite chegou para treinar na Vila Olímpica e um porteiro disse que um homem estava o esperando desde cedo. Sendo assim, o goleiro foi conversar com ele. O homem queria uma passagem para voltar ao Jequitinhonha, cidade do Norte de Minas Gerais, a cerca de 700 Km de distância de Belo Horizonte.

João Leite: O que você veio fazer em Belo Horizonte?

Homem: Eu vim trabalhar. Há três dias estou dormindo na rua.

João Leite: Eu posso pedir meu pai para ajudar você a conseguir um emprego

Homem: Não, eu quero voltar. Depois do que vi aqui, em Belo Horizonte, não quero trazer a minha família para cá não.

João Leite conseguiu comprar a passagem para o homem. Na verdade, o jovem atleta pediu ao seu pai para comprar. Curioso, perguntou ao homem: – Por que o senhor me procurou?

Homem: Porque a única pessoa que eu conheço em Belo Horizonte é você. Eu sou atleticano e eu ouvia as suas entrevistas pelo rádio. Eu vim te procurar porque eu te conheço.

O encontro com o ídolo

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CARREIRA CURTA

Um dos piores momentos na vida de um atleta é a hora de parar de jogar futebol, principalmente, quando o jogador não está preparado. Foi assim que aconteceu com João Leite até a sua esposa chegar em sua vida. “Eu, pessoalmente, nem pensava muito nisso não, mas minha mulher pensava e me ajudou. Eu consegui juntar o meu patrimônio e ter minha casa própria. Tivemos uma boa estrutura para ter uma vida após o fim da carreira. Claro que nem eu e nem ela paramos de trabalhar. A torcida do Atlético me ajudou muito”, contou João Leite, que hoje é deputado estadual.

SE NÃO FOSSE SUA MULHER?

“Eu fui de uma formação muito simples e eu sempre me contentei com pouca

coisa. Eu não tinha uma visão de que teria que investir. A opção que a gente fez foi investir em imóveis e ela ajudou nisso. Eu acho que eu seria muito diferente se não fosse minha esposa e se não fosse Jesus na minha vida”, revela.

APOIO DA FAMILIA

Os pais de João Leite sempre o apoiaram nos momentos de dificuldades, como as exigências nos treinamentos, as falhas na carreira e as contusões que, para o jogador, são um dos momentos mais difíceis. O craque da camisa um lembra que, aos 19 anos,no Junior do Galo, pensou em desistir do futebol por causa de uma extensão de ligamento no joelho e foi a família que deu força para ele continuar “se o jogador tiver um aconchego da família, do lar, isso é fundamental. Minha família me ajudou muito. Meus

pais, meus irmão foram tão importantes na minha vida, como meus filhos e minha esposa”

A lém da contusão no joelho, uma fratura na mão, no time principal do Atlético, também fez o atleta pensar em desistir, mas, segundo o goleiro, naquela época, o apoio da família e a presença de Jesus o ajudaram nesta recuperação.

D I F I C U L D A D E S D O MUNDO DA BOLA

“Você compromete uma parte da sua juventude nas concentrações, nas viagens. Muitas vezes, as viagens não te proporcionam conhecer os lugares porque você fica muito fechado por conta dos jogos, mas é uma carreira que vale a pena,ainda mais, quando você t inha uma história, como eu tinha com o clube. Foi muito legal ter sido jogador do Atlético e eu aproveito disso até hoje.

VALEU A PENA?

“Parece que virou uma coisa no imaginário das pessoas. Às vezes, as pessoas falam uma coisa que eu fiz e eu falo, isso eu não fiz não, né? O atleta do Atlético se torna uma referência e isso me dá muito alegria, muita honra, eu não mudaria nada. Eu sou muito feliz por tudo que aconteceu na minha vida e por ter o Atlético na minha vida.”,completa.

Parece que virou uma coisa no imaginário das pessoas. Às vezes, as pessoas falam uma coisa que eu fiz e eu

/história de sucesso

Hoje, João Leite é deputado estadual 

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A humildade do craque é a marca do sucesso

falo, isso eu não fiz não, né? Mas, o atleta do Atlético se torna uma referência para as pessoas e isso me dá muito alegria, muita honra, eu não mudaria nada. Eu sou muito feliz por tudo que aconteceu na minha vida e por ter o Atlético na minha vida.” , completa.

A P R E N D I Z A D O S N O FUTEBOL

“Eu aprendi muitas coisas. Pr imeiro, você aprende que não vive sozinho, você precisa do seu time. Depois, você aprende que precisa treinar muito, se cuidar e aprender que nem sempre vai vencer. Se sair derrotado, você tem que levantar e continuar a carreira e,é assim, a vida também. O futebol ensina muito e ter sido jogador do Atlético me abriu muitas portas, em todos os sentidos.”

C O M O M A N T E R A CARREIRA DE SUCESSO?

A marca de João Leite no Atlético é impressionante. Foram 10 títulos estaduais e um título da Conmebol. Em 1978, ficou 773 minutos sem sofrer gol e, mesmo com tantos feitos, o jogador acredita que não é fácil manter uma carreira de sucesso “porque tem um aspecto da vida do atleta que, quando ele começa a vencer, ser um vitorioso, ele começa a se achar muito. Meus filhos dizem que é

ser mascarado, se achar”, comenta o ex – jogador que é pai de três filhos.

João Leite destaca o lado negativo destas saudações “a torcida começa a gritar o nome do jogador e o atleta, às vezes, começa a fazer exigências absurdas e eu creio que pra você ter uma carreira longa no clube é muito importante a humildade e você ser grato e a gratidão não é uma coisa simples.”, explica.

GRATIDÃO AO ATLÉTICO

“Eu sou muito grato ao Atlético, às vezes, as pessoas falam: - ah, o Atlético tem que fazer isso pra você.” Em seguida, o jogador responde “O Atlético não tem que fazer nada. O Atlético cumpriu comigo as responsabilidades que ele tinha e eu sou muito grato por ter t ido essa oportunidade de jogar no clube. O Atlético teve um planejamento com vários técnicos que me ajudou a me formar como homem, como político, eu devo isso tudo ao Atlético”,agradece.

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/galinho

1) Qual foi o dia, mês e ano da fundação do Clube Atlético Mineiro?

a) 25 de abril de 1908

b) 25 de outubro de 1908

c) 25 de março de 1908

d) 25 de julho de 1908

2) Quem marcou o primeiro gol da história do Galo?

a) Aníbal Machado

b) Mario de Castro

c) Eder Aleixo

d) Leônidas

3) Quem é o maior artilheiro da história do Galo, com 255 gols?

a) Dada Maravilha

b) Marques

c) Reinaldo

d) Luizinho

4) Em 30 de maio, de 1929, o Atlético teve um dos principais momentos da sua história? Qual foi este momento?

a) A inauguração do estádio Presidente Antônio Carlos

b) A construção do seu primeiro centro de treinamento

c) A contratação de um grande craque

d) O título de Campeão do Gelo.

5) Quem foi o autor da frase: “Se houver uma camisa preta e branca pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.

a) Telê Santana

b) Reinaldo

c) Dada Maravilha

d) Roberto Drummond

Quizz do Galo

Você conhece a história do Atlético? Teste seus conhecimentos e descubra mais sobre história do seu time de coração. Boa sorte!

Resultado:

5 acertos: Nossa, você sabe tudo sobre o Galo, em? Continue pesquisando tudo sobre a nossa história. Ela tem muitos momentos marcantes, que merecem estar registrado na sua memória.

3 a 5 acertos: Uhuuuuu, na trave! Pesquise mais os assuntos que você errou. Temos muitas histórias legais sobre o nosso time. São tantos momentos que, às vezes, nossa memória falha mesmo. Não se preocupe.

0 a 3 acertos: Não desanime. Você ainda tem uma vida longa para saber tudo o que seu time do coração fez. Converse com seus pais, avós, tios e os atleticanos que estão perto de você que, ao saber da história, você não vai ficar triste por não ter acertado e, sim, feliz, por conhecer as nossas glórias.

1) O Clube Atlético Mineiro foi fundado em 25 de março, de 1908, no Parque Municipal, em Belo Horizonte, por um grupo de jovens. | 2)Em 21 de março, de 1909, Aníbal Machado marcou o primeiro gol da história do Galo, contra Sport Club Football. | 3) Reinaldo é o maior artilheiro da história do Clube Atlético Mineiro, com 255 gols. | 4) Em 30 de maio, de 1929,a cidade estava em festa para a inauguração do estádio Presidente Antônio Carlos.O estádio tinha capacidade para cinco mil pessoas. | 5)Roberto Drummond foi o autor da frase “Se houver uma camisa preta e branca pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.

É Hora de brincar com os mascotes da revista

Olá torcida atleticana do futuro. Está na hora de a gente brincar e aprender sobre a história do nosso clube do coração.

Mas não se esqueça, escreva as respostas à lápis para você poder brincar quantas vezes quiser

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Está na hora de aprender o hino do Galo. Quero ver você acertando tudo, em? Preencha as linhas e boa sorte!

Nós somos

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Jogamos com muita raça e amor

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_________________________________

Galo forte vingador.

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Este é o nosso ideal

_________________________________

_________________________________

Lutar, lutar, lutar

_________________________________

_________________________________

Uma vez até morrer

_________________________________

_________________________________

Nós somos campeões dos campeões

Somos o orgulho do esporte nacional

_________________________________

Com toda nossa raça pra vencer

_________________________________

Uma vez até morrer.

(Nós somos campeões do Gelo)

(do Clube Atlético Mineiro)

(vibramos com alegria nas vitórias)

(Clube Atlético Mineiro)

(Vencer, Vencer, Vencer)

(No cenário esportivo mundial)

(Honramos o nome de Minas)

(pelos gramados do mundo pra vencer)

(Clube Atlético Mineiro)

(Clube Atlético Mineiro)

(Lutar, lutar, lutar)

(O nosso time é imortal)

Autor: Vicente Motta

Caça-palavras

Pelos gramados atleticanos, já passaram vários ídolos. Neste caça – palavras tem 13 atletas do passado e do presente. As respostas estão na vertical ou na horizontal. Boa sorte!

Resultado: Oldair , Carlyle, João Leite, Eder, Luizinho, Marques, Kafunga, Tardelli, Said, Dario, Reinaldo, Vantuir, Ubaldo.

Só mais um recado, galerinha. Ainda não temos nome. Mas, você pode ajudar a gente.

Peça seus pais para entrarem em nosso site www.pretonobrancoarevista.com.br e enviar a sua sugestão de nome, que será bem vinda.

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