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Profa. Renata Medici CONCEITOS BÁSICOS DE METEOROLOGIA

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Profa. Renata Medici

CONCEITOS BÁSICOS DE METEOROLOGIA

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O que acontece com a concentração de uma substância na atmosfera ao ser emitida?

R: A concentração varia com o tempo e com o espaço.

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Variação no tempo

Fonte: Souza (2006): Modelagem do transporte de SO2 gerado em plataformas de produção da Bacia de Campos - RJ no período de inverno através do modelo OCD

Variação no espaço

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Por quê? TRANSFORMAÇÃO:

reações químicas e/ou fotoquímica

DISPERSÃO

DEPOSIÇÃO

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Fatores que afetam a dispersão

TOPOGRAFIAPlanaltos, vales,

encostas

CARACTERÍSTICAS DA FONTE EMISSORA

- Altura física e efetiva da fonte emissora- Diâmetro da fonte emissora

CARACTERÍSTICAS DO POLUENTE

Taxa de emissão, temperatura, velocidade

CONDIÇÕES METEOROLÓGICASTemperatura, velocidade e direção dos ventos, estabilidade da atmosférica

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METEOROLOGIA – CONCEITOS BÁSICOS

TEMPO X CLIMA

Estado físico das condições atmosféricas de terminado lugar em dado momento

Descreve a sucessão dos estados de tempo de uma determinada região, isto é um conjunto de fenômenos meteorológicos.

Deve-se ressaltar que, mesmo mantendo a emissão de poluentes constante, a qualidade do ar pode piorar ou melhorar, dependendo das condições meteorológicas (tempo) estarem desfavoráveis ou favoráveis à dispersão de poluentes.

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METEOROLOGIA – CONCEITOS BÁSICOS

Vento - Ar atmosférico em movimentoO fluxo geral do ar sobre a terra é induzido por variações de pressão de grande escala comumente apresentados

nas cartas meteorológicas

Os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão

A intensidade destes sistemas de pressão e seu posicionamento normal ou trajetórias determinam a

distribuição dos ventos em uma dada área.

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DIREÇÃO PREDOMINANTE DO VENTO – ROSA DOS VENTOS

Fonte: Lisboa (2007):Meteorologia e dispersão atmosférica

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VELOCIDADE DOS VENTOS

Fonte: Lisboa (2007):Meteorologia e dispersão atmosférica

A velocidade do vento aumenta exponencialmente com a altura em função da redução do atrito conforme o fluxo de ar se distancia da superfície.

A variação da componente horizontal da velocidade do vento e da direção com a altitude é importante na avaliação da difusão dos gases de chaminés

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Fonte: Lisboa (2007):Meteorologia e dispersão atmosférica

A certa altura acima do solo (geralmente 500-750 m) o fluxo de ar é quase paralelo as linhas de mesma pressão e a velocidade é prescrita pelo gradiente horizontal de pressão.

Próximo do solo os efeitos do atrito retardam o fluxo do ar bem como causam mudança na direção. O perfil vertical da velocidade do vento é afetado pelas mudanças na cobertura do solo e pela estabilidade térmica da atmosfera.

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Fonte: Lisboa (2007):Meteorologia e dispersão atmosférica

A certa altura acima do solo (geralmente 500-750 m) o fluxo de ar é quase paralelo as linhas de mesma pressão e a velocidade é prescrita pelo gradiente horizontal de pressão.

Próximo do solo os efeitos do atrito retardam o fluxo do ar bem como causam mudança na direção. O perfil vertical da velocidade do vento é afetado pelas mudanças na cobertura do solo e pela estabilidade térmica da atmosfera.

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METEOROLOGIA – CONCEITOS BÁSICOS

Temperatura - Quantidade de calor que o ar contém.

Pressão atmosférica - é o peso que o ar exerce sobre a superfície terrestre

O que exerce maior pressão, o volume de ar seco ou de ar úmido?

Vapor d’água pesa menos que o volume de ar seco, portanto, quanto mais úmido for, menor será a pressão atmosférica

Lembrar que: (MMH2O – 18 g.mol -1; MM O2 – 32 g.mol -1 ; MM N2 28 g.mol -1)

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TEMPERATURA NA ATMOSFERA

A variação vertical de temperatura é muito mais significativa que a variação horizontal.

O estudo dos gradientes verticais de temperatura apresenta grande interesse, pois eles condicionam a possibilidade de ocorrência e o sentido dos movimentos verticais de ar na atmosfera.

Quando o ar experimenta um processo de ascensão ou de descenso, sua temperatura é determinada pelo gradiente adiabático.

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TEMPERATURA NA ATMOSFERA

A variação vertical de temperatura é muito mais significativa que a variação horizontal.

O estudo dos gradientes verticais de temperatura apresenta grande interesse, pois eles condicionam a possibilidade de ocorrência e o sentido dos movimentos verticais de ar na atmosfera.

Quando o ar experimenta um processo de ascensão ou de descenso, sua temperatura é determinada pelo gradiente adiabático.

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Transformações Adiabáticas

Um gás (ou vapor) realiza uma transformação adiabática quando a passagem do estado inicial ao final é determinada apenas pela criação de sua energia interna, sem receber ou ceder calor. (não há troca de energia por calor entre o sistema e a vizinhança)

Seja um gás contido num cilindro com paredes impermeáveis ao calor. Se a expansão fizer adiabaticamente, a energia necessária para executar este trabalho é extraída do próprio gás e ele se resfria. Ex. Lata de spray

Se, pelo contrário, ele for comprimido adiabaticamente sua temperatura aumenta, pois o trabalho de compressão converter-se-á em calor.

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Gradiente vertical da adiabádica secaÉ o fenômeno da expansão ou compressão do ar seco ou úmido sem a troca de calor com o meio.

Imagine um pequeno volume de ar a determinada altura. Se ele for deslocado para cima, o que acontecerá?

Ele encontra baixa pressão, se expande e resfria.

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Gradiente vertical da adiabádica seca

Se for assumido que não exista troca de calor entre o meio e o pequeno volume, pode-se definir a taxa na qual o resfriamento ocorre durante a ascensão como gradiente vertical da adiabática seca ou “gradiente adiabático seco”ou ainda Lapse Rate

Se o processo for adiabático a variação de temperatura será de 1 oC/100 m ou

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Gradiente vertical da adiabádica seca

Na realidade, este processo nunca ocorre na atmosfera, uma vez que a turbulência tende a destruir o volume teoricamente isolado e ocorre a troca de calor, porém, o conceito tem valor considerável como referência para se estimar as características turbulentas na atmosfera real.

Movimento vertical das massas de ar

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Gradiente vertical de temperatua ou gradiente térmico vertical

É a distribuição atual da temperatura na vertical.

Consiste no decréscimo da temperatura com a altura que tem lugar dentro de uma atmosfera em repouso.

Raramente ela se aproxima do gradiente adiabático nos primeiros 100m acima do solo para qualquer período de tempo.

mCXzT o 100/

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Movimento vertical

1. O processo de mistura vertical na atmosfera é, de forma simplificada, assumido como envolvendo um sem número de parcelas de ar ascendendo e descendo.

2. Não havendo troca de calor entre as fronteiras do sistema a parcela e seu ambiente imediato podem estar em temperaturas diferentes na mesma pressão. Este fato governa o seu movimento vertical.

3. A variação da temperatura ao longo da altura para uma parcela ascendente de ar seco que se resfria adiabaticamente é utilizada como um perfil padrão de temperaturas para comparação com as situações reais.

Estabilidade ou instabilidade da atmosfera

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ESTABILIDADE OU INSTABILIDADE DA ATMOSFERA

Em termos simples, a estabilidade da atmosfera é a sua tendência a resistir ou intensificar o movimento vertical, ou alternativamente suprimir ou aumentar a turbulência existente.

Ele é função da relação entre o gradiente de temperatura do perfil vertical ambiental (gradiente térmico vertical) e o gradiente adiabático.

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Na baixa atmosfera o grau de turbulência dependerá também:

Gradiente vertical de temperatura

rugosidade do terreno,

velocidade do vento

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Importante

A camada mais baixa da atmosfera onde ocorrem os fenômenos de poluição do ar é denominada camada limítrofe.

A camada limítrofe é definida por Zannetti (1990) como a "região na qual a atmosfera sofre os efeitos oriundos da superfície através de trocas verticais de momento, calor e mistura de massas de ar"

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ESTABILIDADE OU INSTABILIDADE DA ATMOSFERA – GRADIENTE VERTICAL E GADIENTE ADIABÁTICO

Imagine uma massa de ar em movimento ascendente esfriando de forma adiabática e a sua atmosfera

circunvizinha, pode acontecer três situações:

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ESTABILIDADE DO AR SECO (OU ÚMIDO):

Uma camada de ar não saturado é estável quando seu gradiente térmico vertical é inferior ao gradiente da adiabática seca

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INSTABILIDADE DO AR SECO (OU ÚMIDO):

Uma camada de ar não saturado é instável sempre que o gradiente térmico vertical for maior que o gradiente do Lapse Rat

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Quando o decréscimo da temperatura vertical é muito próximo do gradiente adiabático seco, diz-se que a atmosfera é indiferente ou neutra.

Qualquer que seja a posição de uma partícula deslocada dentro da massa de ar, ela estará a mesma temperatura que a atmosfera circunvizinha, portanto, a mesma densidade.

A turbulência e a dispersão são, portanto, normais. Uma partícula liberada na atmosfera não possui nenhuma tendência a continuar seu movimento

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ESTABILIDADE DO AR SATURADO:

Gradiente vertical da adiabática saturada - É o processo de expansão do ar saturado. Para uma pressão de 1000 milibares e temperatura de 10ºC o gradiente da adiabática saturada é de 0,60 ºC /100 m.

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ESTABILIDADE DO AR SATURADO:

Uma camada de ar saturado é sempre estável quando seu gradiente térmico vertical é inferior ao gradiente da adiabática saturada.

Se o gradiente térmico vertical da camada de ar saturado for maior do que o gradiente da adiabática saturada, a atmosfera poderá estar em condições de instabilidade

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INVERSÃO TÉRMICA:

Imagine o movimento vertical do ar na atmosfera como acontece:

1. O ar mais próximo da superfície terrestre é aquecido por esta

2. O ar se expande e torna-se menos denso que o ar mais frio que está acima.

3. O ar aquecido e menos denso acende através do ar mais frio, que o renova.

4. Este ar novo também se aquece em contato com o solo, expande e acende. Deste modo criam as correntes de ar.

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PERFIL NORMAL DA TEMPERATURA NA TROPOSFERA

Fonte: Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

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INVERSÃO TÉRMICA:

Agora imagine se, devido às condições meteorológicas houver uma inversão no esquema normal de variação da temperatura na troposfera resultando na formação de uma “capa de inversão”.

O efeito resultante é a colocação de uma massa de ar frio por baixo de outra de ar mais quente.

Perfil Temperatura troposfera em situação de inversão térmicaFonte: Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

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INVERSÃO TÉRMICA - CONSEQUENCIAS

1. Diminuição ou impedimento da circulação atmosférica vertical.

2. Os contaminantes lançados no ar são confinados na capa inferior da inversão.

Inversão térmica em São Paulo

Fonte: Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

Situação comum no inverno

Maior concentração de poluentes, logo maior atividade fotoquímica, logo maior temperatura na camada.

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E SE COM O AUMENTO DA ALTITUDE NÃO HOUVER VARIAÇÃO NA TEMPERATURA?

Perfil Isotérmico: Neste caso, como no caso subadiabático existe uma pequena tendência para um volume resistir ao movimento vertical – Estabilidade

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RESUMINDO – GRADIENTES TÉRMICOS DE TEMPERATURA

Fonte: Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

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Vamos praticar!

Dado o perfil de temperaturas obtido num determinado aeroporto do Brasil

i. identifique a estabilidade das diferentes camadas (estável, instável, neutra, isotérmica ou inversão).

ii. Qual é a camada superadiabática e qual a subadiabática?

Altura (m) Nível do solo 100 150 350 950 1200 1300 1600

Temperatura(oC) 20 15 18 16 13 13 1 11

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2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 220

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Variação da Temperatura vertical Variação temperatua adiabática

Temperatura (oC)

Altu

ra(m

)Plotagem dos dados – Resultado

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Vamos praticar!

Dados os quatro perfis de temperatura abaixo, identifique qual o que seria mais desfavorável para qualidade do ar, supondo uma região urbana no mês julho, e qual o perfil que seria mais favorável.

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Lembrar que

i. A estabilidade atmosférica não é somente resultado do gradiente de variação térmica da atmosfera e que outros fatores também colaboram;

ii. Não há na literatura um consenso geral sobre a turbulência na atmosfera

iii. com isso, há diferentes categorias de estabilidade para diferentes autores:

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Lembrar queCaracterísticas das condições atmosféricas para Turner (1994)

TURNER, D. Bruce. Workbook of atmospheric dispersion estimates New York: Lewis, 2nd ed., 182 p.,1994 apud Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

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Características das condições atmosféricas para Pasquill - Gifford (1994)

Pasquill - Gifford (1994) apud Lisboa (2007) Controle da Poluição Atmosférica : Capítulo VIII - Meteorologia e Dispersão

Notas: 1. Forte insolação corresponde a um ângulo de elevação solar acima do horizonte, de 60º ou mais. Fraca insolação corresponde a um ângulo de elevação solar acima do horizonte, entre 15º e 35 º.Ver também Quadro 8. 10. 2. Poluentes emitidos em noites sem nuvens com menos de 2,0 metros por segundo.