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Saúde PúblicaProfessor Carlos Henrique Almeida
Zoonoses
Zoonoses
O relacionamento do homem com os animais é muito antigo e a
proximidade entre eles vem aumentando a cada dia. Não se pode negar
que hoje os animais de estimação fazem parte da nossa família e às
vezes são até tratados como pessoas.
A explicação é simples. É muito gratificante ter um animal de estimação e
poder desfrutar da agradável companhia de um amigo de quatro patas.
Zoonoses
Entretanto é preciso estar sempre atento à saúde de seu animal pois pessoas
que convivem com animais podem estar sujeitas a contrair algumas infecções
e doenças comuns ao homem e aos animais, as chamadas zoonoses.
É uma palavra de origem grega formada por “zoo”, que significa "animal" e
“noso”, que significa "doença“. São doenças transmitida dos animais para
os seres humanos
As zoonoses podem ser transmitidas: comendo alimentos cru, mal cozidos e
não pasteurizados, contaminados com água, com contato com secreções de
animais doentes, através de vacina (doença ocupacional), dentre outros.
Zoonoses causas por Bactérias
• Brucelose
• Tuberculose
• Leptospirose
• Salmonelose
• Colibacilose
• Botulismo
• Tétano
Brucelose
• Brucelose: é uma doença infecciosa crônica que atinge os bovinos e se manifesta principalmente por abortos no terço final da gestação e nascimento de bezerros fracos além de ser uma zoonose de grande importância.
Prejuízos:
oAbortos, acarreta um aumento do intervalo entre partos;
oNatimortos e bezerros nascidos fracos( reduz o número de bezerros disponíveispara comercialização.
• Agente etiológico: Bactéria intracelular do gênero Brucella.
• Agentes de alguns animais:
oB. abortus – bovinos;
oB. suis – suínos;
oB. melitensis – caprinos;
oB. maris – golfinhos e focas;
oB. ovis – ovinos;
oB. canis – cães;
oB. neotomae – roedores.
Epidemiologia: Possui distribuição mundial, a fonte de infecção
são os hospedeiros vertebrados que a eliminam no ambiente ( os
sadios e os doentes).
• Eliminação do agente:
oProdutos do abortamento (feto, placenta, líquido amniótico);
oCorrimento vaginal e urina (por 15 a 30 dias após aborto ou
parto normal);
oSêmen;
oLeite.
Vias de transmissão:
oContato direto;
oContato indireto.
Animais jovens são refratários a doença, bezerras afastadas da vacas
não adquirem. Os novilhos e os machos castrados possuem pouca
importância na disseminação da doença.
Sintomas:
oIncubação é variável podendo durar de semanas a cerca de 7 meses;
oInfertilidade em fêmeas: decorrência de metrite, retenção de placenta;
oInfertilidade em machos: orquite e processos inflamatórios na vesículaseminal e ampolas;
oAbortamento no terço final da gestação em bovinos:
oAbortamento precoce em suínos: aumento na taxa de repetição de cioou maior número de fetos mumificados;
oLesões articulares (suínos, equinos e homem);
oLesões cutâneas (homem e suínos);
oProcesso inflamatório de ligamentos (bursite): mal da cernelha ou malda cruz (equinos e bovinos de tração);
oMastite brucélica - nódulos no úbere, coágulos no leite (em cabras).
Sintomas:
oFêmeas: morte embrionária precoce, aborto no terço final da gestação,altas taxas de natimortalidade.
oMachos podem apresentar infertilidade, epididimite, orquite e dermatiteescrotal (todas elas inflamações no aparelho reprodutor) comoconsequência de alterações no sêmen.
oRelatos de sintomas de uveíte (inflamação intraocular), disco espondilite(alterações nas vértebras), meningite (inflamação nas meninges),glomerulonefrite (infecção nos rins) e dermatite pio granulomatosa(infecção da pele).
Brucelose
• Outras perdas importantes, mas de difícil quantificação, são: depreciação do
preço dos animais oriundos de propriedades com brucelose e os gastos
relativos ao tratamento e à redução da atividade produtiva de pessoas
infectadas.
• Tempo de sobrevida:
oAs bactérias vivem mais de 8 semanas no queijo fresco de leite nãopasteurizado;
oSobrevivem à refrigeração;
oViáveis no solo seco, contaminado pela urina, fezes, secreções vaginais;
oProdutos da concepção por mais de 40 dias;
oPor maior tempo no solo úmido;
oSobrevivem por mais de 3 semanas nas carcaças congeladas e aosprocedimentos da fabricação do presunto.
Profilaxia:
oVacinação obrigatórias em fêmeas( 3 e 8 meses- A vacina utilizada é
viva, atenuada). Em rebanhos comerciais o tratamento não deve ser
realizado, sendo que por questões epidemiológicas é recomendado o
sacrifício dos animais
oPrevenção e controlar, canis e cães;
oUm macho contaminado deve ser retirado da criação mesmo após
tratamento adequado(castração).
A brucelose é uma zoonose de difícil diagnóstico em função dos sintomas
apresentados, sendo de grande importância em alguns grupos ocupacionais
como vaqueiros, magarefes e médicos veterinários.
Em países que possuem estatísticas confiáveis de infecção humana por B.
abortus, observa-se uma alta taxa de infecções em veterinários por acidentes
ocorridos pelo manuseio de vacinas.
Turberculose
• Tuberculose: é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que
afeta principalmente os pulmões mas também pode ocorrer em outros órgãos.
• Possui grande preocupação econômica e de saúde pública.
• É considerada uma doença socialmente disseminada.
Agente etiológico:
oMycobacterium bovis;
oM. tuberculosis;
oM. avium.
oParasita intracelular;
oPossui viabilidade de 2 anos em estábulos, pastos e esterco;
o1 ano na água e em produtos de origem animal contaminados.
• Existem diversas formas dos pet’s adquirirem a doença:
oIngestão de leite cru contaminado;
oCarnes não cozidas;
oContato com animais doentes (silvestres ou domésticos) .
Atualmente, apesar de existirem exames que permitam o diagnósticoem bovinos e humanos, não existe um método que demonstre ainfecção em animais. Também não existem mecanismos de prevençãopara a doença em pet’s, como a vacina que é utilizada em sereshumanos.
Animais susceptíveis:Bovinos, bubalinos e o homem
Equinos, caprinos, ovinos ,cão, gato: são mais resistentes.
• Epidemiologia:
oAnimais doentes, portadores em incubação, portadores convalescentes.
• Eliminação:
oSecreções oronasais;
oUrina;
oLeite;
oFezes;
oSecreção vaginal e uterinas;
oSêmen;
oVia Inalatória;
oVia Digestiva.
• Sintomas:
• Tosse com secreção;
• Febre;
• Aumento dos linfonodos;
• Suor noturno;
• Falta de apetite (emagrecimento);
• Cansaço fácil;
• Dores musculares.;
• Dificuldade na respiração,(eliminação de sangue-hemoptise; e acúmulo de
secreção na pleura pulmonar).
• Profilaxia:
oEngloba a adoção de medidas de higiene, como limpezas e desinfecção das
instalações e cuidado na introdução de novos animais no rebanho;
oPrograma Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose
Animal - PNCEBT.
Leptospirose
• Leptospirose: É uma doença bacteriana causada pelo Leptospira sp. que afeta
seres humanos e animais, frequentemente transmitida por água ou alimentos
contaminados pela urina de animal infectado.
Acomete roedores e outros mamíferos silvestres, animais
domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica
(bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses
animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se
portadores assintomáticos.
Agente etiológico
•Bactéria( leptospira).
Sensível a luz solar direta, desinfetantes comuns e
temperatura superiores a 40°C;
Podem sobreviver por dias em água (180 dias), em
solos e locais úmidos;
Sobrevivem ao frio e ao congelamento (100 dias a
20ºC).
• Epidemiologia:
oPossui distribuição mundial.
oMuitos animais podem ser acometidos entretanto os roedores são os
de maior importância.
• Vias de eliminação:
oUrina;
oSêmen;
oLíquido vaginal.
• Epidemiologia:
•Penetram na pele, tecidos lesionados, mucosagenital, nasal, oral e conjuntival;
•Pode penetrar a pele íntegra desde que tenhaficado imersa em água por longo período(dilatação dos poros);
•Síndromes: reprodutivas, urinárias e circulatórias
•Período de incubação: de 1 a 2 semanas;
• Transmissão:
oContato com água, solos contaminados pela urina do rato
infectado;
oDireta( contato com a urina);
oSangue, urina ou orgãos contaminados;
oMonta Natural;
oIA;
oAlimentos contaminados
• Sintomatologia
oAnorexia;
oFebre (sem causa aparente);
oVômitos;
oDesidratação
oPoliúria;
oPolidipsia;
oUrina amarronzada;
oIcterícia;
oAlém disso, distúrbios hepáticos e renais.
•Profilaxia:
•Controlar a fonte de infecção;
• Isolamento, diagnóstico e tratamento dos animaisacometidos;
•Vacinação.
Salmonelose
• Salmonelose: é uma infeçção alimentar, causada pela bactériaSalmonella sp. Acarreta diarreia intensa e outros sintomasabdominais.
Agente etiológico
• Bactérias do grupo Salmonella, produz uma enterotoxina muitoresistente.
• Características do Agente:
• Localização: mucosa do íleo, ceco, cólon e nos linfonodos mesentéricos;
• Transmissão: fecal-oral e atingem mamíferos, aves e répteis;
• Severidade da Doença depende:
• Número de Salmonella spp. ingeridas;
• Virulência do sorotipo (há 2.400 tipos de sorotipos);
• Suscetibilidade do hospedeiro;
• Presença de fatores predisponentes (estresse);
• Fatores de Virulência:
• Habilidade em invadir as células do hospedeiro;
• Capacidade em replicar dentro destas células;
• Resistência a fagocitose;
• Resistência a destruição pelo sistema Complemento;
• Salmonelose:
• Em infecções subclínicas há um pequeno número de bactérias sendo eliminadas pelas fezes;
• Em infecções latentes as bactérias permanecem na vesícula biliar e não são eliminadas;
• O estresse predispõe a doença clínica e faz com que ocorra a eliminação do agente;
• Algumas bactérias são hospedeiro-específicas e outras tem um amplo espectros de hospedeiros;
• Carnívoros adultos saudáveis são naturalmente resistentes à salmonelose.
Salmonelose
Epidemiologia: coloniza quase todos os animais domésticos, em
especial as AVES.
•Ovos e carne mal cozidas são uma forte fonte de
infecção.
•Crianças: transmissão fecal – oral.
•A contaminação do ovo de dá pela casca (tempo-
temperatura).
•Armazenamento;
•Manejo (ovos e aves).
Sintomatologia
Período de incubação varia um pouco, os sintomas tendem a manifestar cerca de 6 horas a até 72 horas :
• Dor de cabeça;
• Febre;
• Vômitos;
• Cólicas;
• Náuseas;
• Diarreia,(com ou/sem sangue).
• Diagnóstico Geral:
• Anamnese e História Clínica;
• Sinais Clínicos
• Necropsia: enterocolite com conteúdo sanguinolento, linfonodos mesentéricos aumentados de volume
• Exames Laboratoriais:
• Isolamento laboratorial (bactéria bastante exigente, necessita de meio enriquecido, é semeada em meio XLD e verifica-se o crescimento de colônias pretas);
• Material para laboratório: fezes, sangue (animais vivos) e conteúdo intestinal, vísceras afetadas (animais mortos)
• Fagotipagem: identifica isolados com características específicas (resistência a antibióticos ou virulência aumentada).
• ELISA;
Diagnóstico
Exames bacteriológicos das fezes e amostra de orgãos.
Profilaxia
Animais adquiridos de locais idôneos;
Fornecer alimentos de qualidade;
Água de qualidade em bebedouros limpos
(sem possibilidade do animal entrar);
Limpeza e desinfecção do local.
• Controle:
• Reduzir os riscos de exposição (“rebanho fechado”);
• Adquirir animais de fontes confiáveis;
• Quarentena (até 3 exames consecutivos negativos);
• Evitar contaminação de ração e água;
• Controlar roedores;
• Programa de limpeza e desinfecção;
• Evitar superlotação;
• Após aplicação de dejetos na pastagem, aguardar 2 meses para iniciar pastoreio;
• Vacinação (vacinas vivas);
• Uso de antibióticos profiláticos;
• Isolamento dos positivos;
Formas de Salmonelose
• Salmonelose Entérica:
• Aguda:• Sinais Clínicos: febre, depressão, anorexia, diarréia profusa e fétida, com sangue, muco e células
epiteliais descamadas, desidratação, perda de peso, aborto (mas salmonelas não agem localmente no útero) e morte em poucos dias.
• Crônica:• Sinais Clínicos: febre intermitente, fezes amolecidas e perda de peso gradual.
• Salmonelose Septicêmica:
• Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em jovens;
• Sinais Clínicos: febre, anorexia, prostração, diarréia, artrite, meningite ou pneumonia e morte em 24 horas.
Colibacilose
• O termo “colibacilose” denomina as infecções que são causadas pela Escherichia coli, afetando diversas espécies de animais, principalmente bezerros e leitões. Esta é uma das principais causas de diarréia neonatal em bezerros.
• Causa doença entérica (colibacilose entérica) e/ou septicêmica (septicemia colibacilar) por essa enterobactéria, que acomete todas as espécies de animais, principalmente os mais jovens, causando elevada morbidade e mortalidade.
• Agente Etiológico: Escherichia coli
• Características do Agente:
• Bastonetes pequenos gram negativos;
• Aeróbico ou anaeróbico facultativo;
• São bactérias oxidase negativo e catalase positivo;
• Não esporulados;
• Fermentadores e produzem gás (utiliza-se a fermentação de açucares para a identificação);
• Geralmente móveis, possuem flagelos peritríquios frequentemente fimbriada (estas fímbrias são um importante fator de patogenicidade, pois ligam-se à receptores no intestino). Sem a presença da adesina-intimina não há aderência no intestino.
• Existem espécies patogênicas (causam hemólise) e não patogênicas
• Habitat: muitas delas fazer parte da microbiota intestinal e estão amplamente distribuídas na natureza (solo e água). A colonização do trato intestinal de mamíferos por E. coli de fontes ambientais ocorre logo após o nascimento.
• Sorotipos: aproximadamente 160 sorotipos. Estes sorotipos mostram preferência por determinados hospedeiros, idade e são encontrados em maior freqüência em determinadas doenças.
• Fatores de Virulência: cápsula, endotoxina, estruturas responsáveis pela colonização (fímbrias) e enterotoxinas.
• Transmissão: geralmente por ingestão e os fômites são importantes na disseminação da bactéria. Algumas infecções são endógenas.
• Fatores Predisponentes:
• Idade dos animais (presença de mais receptores nos mais jovens – receptores para adesinas enterotoxigênicas estão presentes somente durante a 1ª semana de vida dos bezerros e suínos retêm receptores para algumas adesinas após a idade de desmame);
• Estado imunológico (imunidade insuficiente exercida pelo colostro);
• Tipo de dieta;
• Grande exposição às cepas patogênicas (aumento de linhagens patogênicas de E. coli);
• Estresse (superlotação, más condições de higiene, baixas temperaturas e freqüentemistura de animais)
• Infecções Agudas: são caracterizadas por septicemia e são causadas por cepas invasivas;
• Infecções Crônicas: são causadas por cepas toxigênicas, que alteram o equilíbrio hidromineral.
Sorotipos de E. coli
• Escherichia coli enteropatogênica (EPEC):
• É rara em animais, mais comum em humanos;
• Em recém-nascido causa septicemia;
• Localiza-se no intestino delgado, forma microcolônias na superfície das células, destruindo as microvilosidades, causando diarréia por má absorção.
• Patogenia: E. coli enteropatogênica possui a adesina-intimina a qual é requerida para colonização. A natureza das toxinas é incerta, levando a destruição das microvilosidades, atrofia e destruição dos enterócitos, pelo impedimento do crescimento das vilosidades. Acarreta uma má digestão e má absorção.
• Doença: leva a quadros de diarréia em leitões, cordeiros e filhotes de cães.
• Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC):
• Produz citotoxina a qual é chamada de Verotoxina;
• Não são invasoras;
• Colonizam a mucosa de intestino delgado, produzem toxina que atinge a corrente sanguínea, levando a uma lesão vascular, causando hemorragia e edemas.
• Patogenia: E. coli enterohemorrágica liga-se aos enterócitosliberando a Verotoxinas que causam lesão na vasculatura do intestino e em outros locais.
• Doenças: doença do edema em suínos, enterocolitehemorrágica em bezerros e diarréia pós-desmame em leitões.
• Escherichia coli enteroinvasiva (EIEC):
•Geralmente são cepas móveis;
• Patogenia: causa uma reação inflamatória e necrose da mucosa do intestino grosso, com presença de leucócitos e muco nas fezes, podendo ter a presença de sangue.
• Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC):
• É a causa mais comum de diarréia nas espécies domésticas;
• Produz 2 toxinas: termoestável (ST – reduz a absorção) e termolábil (LT – induz hipersecreção);
• Patogenia: aumenta a concentração de adenilatociclase, aumentando a concentração de AMPccausando a saída de íons para o lúmen intestinal, formando um gradiente que atrai água, levando a diarréia. Ocorre adesão da bactéria à mucosa intestinal, sem causar nenhum dano
• Controle da Colibacilose:
• Deve-se fornecer colostro adequadamente.
• Manter os locais limpos e aquecidos.
• Vacinas em fêmeas prenhes com fímbrias F6.
Botulismo
• Botulismo: é um infecção, a bactéria causadora dessa condição pode entrar
no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos
contaminados, principalmente enlatados e os que são preservados
inadequadamente.
De acordo com a OMS, suas toxinas são algumas das
substâncias mais letais conhecidas pela medicina.
• Botulismo infantil ou botulismo de lactante;
• Botulismo alimentar;
• Botulismo das feridas.
• Botulismo é causado pela bactéria Clostridium botulinum, que pode ser encontrada no solo e em água não tratada.
• Produz esporos que sobrevivem até em ambientes com poucooxigênio, como alimentos em conserva ou enlatados. Mesmose ingerida em pouquíssima quantidade, pode causarenvenenamento grave.
• As causas de botulismo dependem do tipo específico dadoença.
Epidemiologia: possui “baixa ocorrência” mas de alta letalidade.
• Comum em rebanhos a campo sem orientação;
• As toxinas tipo A, B, E e F causam a doença em humanos,
enquanto que o tipo C afeta aves domésticas e silvestres.
• Nos cadáveres em decomposição os esporos encontram condições
de anaerobiose e putrefação adequadas para se desenvolver e
produzir toxinas.
Epidemiologia
• A doença pode ocorrer pela ingestão de carcaças contaminadas e estáassociada à carência de fósforo, ou pela ingestão de alimentoscontaminados (cama de frango, água estagnada, silagens, feno e
rações).O principal fator predisponente para o aparecimento da doença é acarência de fósforo.
• A doença acomete principalmente vacas em gestação ou lactantes.
• Sintomatologia
oCaracteriza-se por paralisia flácida parcial ou completa dos músculos
da locomoção, mastigação e deglutição;
oApresentam diminuição do tônus da musculatura dos membros,
havendo paralisia flácida;
Os sinais clínicos principais são : dificuldade de locomoção,
caracterizada por andar cambaleante e duro;
oOcorre bradicardia e a respiração é dispnéica;
oO animal tende a ficar deitado em decúbito esterno-abdominal com a
cabeça apoiada no flanco ou no solo.
Sintomatologia
oParalisia muscular progressiva, iniciando-se pela face, ptose
palpebral;
o Dificuldade de deglutição e visão dupla.
Os sintomas progridem pela musculatura, causando dificuldade
motora e de respiração.
Não existe tratamento específico para o botulismo!!!
Profilaxia/Prevenção
oMelhoria das condições ambientais e sanitárias como eliminação de fontes de
contaminação nas pastagens através da remoção e incineração de carcaças;
oManejo nutricional adequado, como a correção da deficiência de fósforo nas
pastagens e suplementação mineral permanente dos animais;
oVacinação de todo o rebanho, a vacinação deve ser feita anualmente, antes do
período das chuvas, sendo que a primeira imunização deve ser seguida de reforço
quatro a seis semanas após a primeira dose.
Recomendações:
Atenção quando se trata de alimentos enlatados, em vidros ou embalados a vácuo, porque a
bactéria tem predileção por ambientes sem oxigênio. Não os consuma, se notar qualquer
irregularidade na embalagem, como lata enferrujada, estufada ou água turva dentro dos
vidros;
* O preparo de conservas caseiras deve obedecer rigorosamente aos cuidados de higiene
para evitar a contaminação pelo Clostridium;
*O mel pode ser um reservatório da bactéria do botulismo. Só consuma os fabricados por
companhias idôneas.
Curiosidade
A toxina botulínica BOTOX é usada em pequenas doses, como tratamento cosmético
porém seus riscos não devem ser ignorados
Tétano
• É uma toxinfecção grave causada pela toxina do bacilo tetânico.Quanto menor o tempo de incubação, maior a gravidade.
• Período de transmissibilidade: não é doença contagiosa.
• Complicações: Parada respiratória e/ou cardíaca, disfunção respiratória, infecções secundárias, diasautonomia; crise hipertensiva, taquicardia, fratura de vértebras, hemorragia intracraniana, edema cerebral, flebite e embolia pulmonar.
• Se manifesta por:
• hipertonia mantida dos músculos masseteres (trismo e riso sardônico) e dos músculos do pescoço (rigidez de nuca),
• ocasiona dificuldade de deglutição (disfagia), que pode chegar à contratura muscular generalizada (opistótono);
• rigidez muscular progressiva, atingindo os músculos reto-abdominais (abdome em tábua) e o diafragma, levando à insuficiência respiratória;
• também ocorrem crises de contraturas desencadeadas, em geral, por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação do doente.
• Período de incubação: de 2 a 21 dias, geralmente em torno de 10 dias.
• Agente etiológico: Clostridium tetani, bacilo gram (+), anaeróbio esporulado, produtor de exotoxinas, sendo a tetanopasmina responsável pelo quadro.
• Reservatório: trato intestinal do homem e dos animais, solos agriculturados, pele e/ou qualquer instrumento pérfuro-cortante contendo poeira e/ou terra.
• Modo de transmissão: A transmissão ocorre pela introdução dos esporos em uma solução de continuidade (ferimento), geralmente do tipo perfurante, contaminado c/ terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Queimaduras são porta de entrada e tecidos necrosados favorece o desenvolvimento do agente anaeróbico.
• Medidas de Controle:a) Vacinaçãob) Profilaxia - São focos em potencial de contaminação pelo bacilo: ferimentos contaminados por poeira, terra, fezes de animais ou humanas; fraturas expostas, com tecidos dilacerados e corpos estranhos; queimaduras; mordeduras de animais peçonhentos. Todo ferimento suspeito deve ser limpo com água e sabão, além de ser debridado amplamente.Após a remoção de tecido necrosado e de corpos estranhos, deve-se fazer limpeza com água oxigenada ou solução de permanganato de potássio a 1:5000.