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Programa Preliminar 1 CONCURSO DE CONCEÇÃO TERMINAL INTERMODAL DE CAMPANHÃ PROGRAMA PRELIMINAR

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Programa Preliminar 1

CONCURSO DE CONCEÇÃO

TERMINAL INTERMODAL DE CAMPANHÃ

PROGRAMA PRELIMINAR

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Programa Preliminar 2

Índice

1. Introdução…………………………………………………………………………………………………………………...4

2. Objeto……………………………………………………………………………………………………………………......5

3. Âmbito……………………………………………………………………………...........................................................6

4. Enquadramento………………………………………………………………………………………..............................6

4.1. Contextualização……………..............................................................................................................................7

4.2. Localização………………………………………………………………………………….........................................8

5. Enquadramento do Projeto……………………………………………………………………………….......................9

5.1. A Interface de Campanhã……………………………………………………………………………………………….9

5.2. Componentes da Interface de Campanhã……………………….......................................................................11

5.2.1. Componentes existentes em 2016………………………...............................................................................11

5.2.2. Componentes em falta……………………………………………………..........................................................12

6. Princípios orientadores para a conceção dos projetos e estudos…………………………………........................12

6.1. Projeto do Terminal Intermodal……………………………………………………………………………………….12

6.2. Projeto de Integração Urbana………………………………………………………………………………………...13

6.3. Análise de Enquadramento Urbanístico……………………………...................................................................14

7. Requisitos ao nível da Mobilidade…………………………………………………………………….........................14

7.1. Rodoviária……………………………………………………………………………………………………………….14

7.2. Ciclável…………………………………………………………………………………………………………………..15

7.3. Pedonal………………………………………………………………………………................................................15

8. Requisitos Funcionais e Espaciais……………………………………………………………………........................15

8.1. Critérios gerais para definição da solução…………………………………………………………........................15

8.2. Critérios gerais para a organização e integração do Terminal…………………………………………………....16

8.2.1. Clareza da Solução………………………………………………………….......................................................16

8.2.2. Articulação Intermodal…………………………………………………………………........................................16

8.3. Serviços de transporte em Autocarro………………………………………………………………........................16

8.3.1. Funcionamento geral……………………………………………………………………………............................16

8.3.2. Zona de espera de autocarros….………………………………………………………………….......................17

8.3.3. Cais de embarque de passageiros…..…………………………………………………………….......................17

8.3.4. Paragens de toque……………….………………………………………………………………….......................17

8.3.5. Estação de serviço……………….………………………………………………………………….......................18

8.4. Bicicletas e outros modos suaves…………………………………………………………………………………....18

8.5. Transporte Individual em Automóvel……………………………………………………………….………………..18

8.5.1. Parque de estacionamento…………………………………………………………………….…………………...18

8.5.2. Lugares Prioritários…………………………………………………………………………….…..………………..18

8.5.3. Modos Inovadores…………………………………………………………………………….……………………..19

8.5.4. Pontos de Paragem temporárias Kiss & Ride…………………………..........................................................19

8.6. Funcionalidades de Suporte aos Passageiros Visitantes………………….......................................................19

8.7. Espaços de Suporte à Operação e Manutenção…………………………………………………………………...20

8.8. Áreas de Referência……………………………………………………….............................................................21

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Programa Preliminar 3

Anexos

Anexo 1 – Planta Área de Intervenção

Anexo 2 – Enquadramento Histórico

Anexo 3 – Eventuais Condicionantes do PDM

Anexo 4 – Projetos Estruturantes na ORU Campanhã

Anexo 5 – Rede Ciclável Oriental

Anexo 6 – Definição Critérios de Acessibilidade

Anexo 7.1 – Levantamentos/Cartografia

Anexo 7.2 – Levantamentos/Cartografia

Anexo 7.3 – Levantamentos/Cartografia

Anexo 7.4 – Levantamentos /Cartografia

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Programa Preliminar 4

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Programa Preliminar 5

1. Introdução

Numa política de mobilidade que se deseje sustentável, os interfaces assumem um papel relevante

ao favorecer a intermodalidade, reforçando a quota dos transportes públicos nas deslocações dos

cidadãos e aumentando a eficiência das deslocações diárias. O Terminal Intermodal de Campanhã

(TIC), ou no sentido mais lato a Interface de Campanhã, constitui precisamente, não só um dos

principais nós da rede de transporte público, enquanto interface estratégico de um anel de contorno

da cidade do Porto, mas também o único potencial interface de 1º nível da região Norte, apenas

equiparável ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Porém, a falta de um enquadramento estratégico local e metropolitano, associada à falta de valências

essenciais que garantam a sua intermodalidade ao nível local e regional, fizeram com que até hoje o

seu potencial intermodal não tenha sido exercido na sua plenitude. Tal facto tem limitado Campanhã

ao papel, importante mas insuficiente, de uma grande estação ferroviária com ligação ao Metro e à

rede urbana de autocarros (STCP), com a agravante de se inserir numa zona urbana

economicamente deprimida, e com uma fraca coesão territorial, e com uma articulação com a malha

urbana, praticamente inexistente.

Facilmente se percebe que a infraestrutura existente actualmente, inacabada, exacerba o

antagonismo de Campanhã, enquanto zona da cidade onde ao longo dos anos têm vindo a confluir

importantes infraestruturas urbanas e redes transporte, e onde o desenvolvimento económico, social

e urbanístico foi praticamente inexistente. De facto, o feixe de linhas ferroviário, a par com a estrada

da circunvalação, e a Via de Cintura Interna (VCI) constituem uma barreira física sobre o extremo

nascente de Campanhã, com reflexo grave no seu desenvolvimento urbanístico, económico e social.

Porém, esta localização na extremidade oriental da cidade do Porto, e a confluência de importantes

eixos rodoviários a par com a existência da infraestrutura ferroviária faz com que esta área seja vista,

numa estratégia de mobilidade urbana, como um ponto-chave de rebatimento do tráfego rodoviário de

passageiros proveniente de grandes eixos viários tais como IC23/A20, IC29/A43, A1, diminuindo a

circulação de veículos pesados de passageiros no centro da cidade do Porto, sendo simultaneamente

um ponto agregador de grandes fluxos a nível metropolitano e regional, e um pólo gerador de novos

fluxos, ou seja um ponto de excelência para a localização de um Hub potenciador do

desenvolvimento local, urbano e regional.

A materialização do TIC assume uma importância fulcral na dinamização de toda a zona de

Campanhã. A sua localização e uma conveniente integração dos modos de transporte presentes

criam as condições necessárias dotar esta zona de Campanhã de uma centralidade urbana e

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Programa Preliminar 6

metropolitana, geradora de tráfego, enquanto origem/destino na rede intermodal regional, e não

apenas um nó de transbordo da rede ferroviária nacional para a rede urbana.

Por outro lado, como grande infraestrutura de transporte, é conhecido o seu potencial enquanto pólo

gerador de desenvolvimento económico e social à escala metropolitana, permitindo alavancar a

requalificação desta zona da cidade e potenciando o investimento privado na mesma, indo de

encontro às prioridades de promoção da regeneração urbana, incluindo a promoção de

acessibilidades e da coesão territorial.

A concretização deste objetivo enquanto Hub de transportes terrestres na zona oriental da cidade,

respeitando uma correta integração funcional, urbanística e ambiental exige a criação de um terminal

rodoviário nascente, plenamente integrado, com as infraestruturas de transporte já existentes, das

quais se destacam as estações de comboio e metro ligeiro a par com o parque de estacionamento e

as paragens de autocarro; bem como com as futuras infraestruturas a criar para permitir a integração

de outros modos, constituindo o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC).

Tendo como princípios orientadores o convite à utilização do transporte público e dos modos suaves

de transporte, a acessibilidade plena e universal; a racionalização de percursos e ligações; o conforto

e segurança dos espaços e da circulação viária, e a eficiência energética, pretende-se uma solução

para o TIC que garanta à cidade uma infraestrutura de transporte Qualificada, Acessível, Moderna,

Atraente, Atractiva e Integradora.

2. Objeto

É objeto do presente concurso, a elaboração do Projeto do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC),

composto pelo Terminal Rodoviário, pelo Parque de Estacionamento Automóvel e pelos Acessos a

ambos. Este deverá ainda contemplar em articulação a Requalificação da Quinta do Mitra, como

edifício com serviços de apoio ao próprio TIC, assegurando simultaneamente os necessários espaços

para serviços de acção social da Junta de Freguesia.

Faz ainda parte deste objeto o Projeto de Integração Urbana na envolvente próxima, incluindo o

tratamento dos arruamentos, passeios e arranjos paisagísticos.

Considerando que o actual Plano Director Municipal se encontra em fase de revisão, deverá ser

elaborada uma Análise de Enquadramento Urbanístico que contextualize o equipamento numa área

de cidade mais alargada, considerando hipóteses de evolução futura da zona tendo em conta o

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Programa Preliminar 7

previsível impacto do equipamento na estrutura urbana envolvente, de acordo com a planta da área

de intervenção no Anexo 1.

3. Âmbito

O presente concurso tem por objectivo a aquisição da prestação de serviços para a Concepção Geral,

Elaboração dos Estudos e dos Projetos de Execução de Arquitetura e Especialidades incluindo a

prestação de Assistência Técnica à obra, tendo em vista a concretização do Objeto identificado no

ponto anterior.

4. Enquadramento

O TIC vem completar a oferta multimodal de transporte já existente através da estação de Comboio e

de Metro Ligeiro, a par com as paragens de autocarros, praça de táxis e parque de estacionamento

automóvel, e que são conhecidos no seu todo como a Interface de Campanhã.

No que diz respeito ao Terminal Rodoviário, ele destina-se ao transporte de passageiros em

autocarro, para serviços urbano, interurbano e nacional, constituindo a principal componente do

projeto. Este equipamento terá a particularidade de garantir uma franca articulação com as

infraestruturas de transporte já existentes no mesmo local, nomeadamente a passagem pedonal

inferior de acesso ao Comboio e ao Metro Ligeiro, bem como com as outras infraestruturas a

construir, nomeadamente o Parque de Estacionamento Automóvel Nascente. Estas particularidades

estão na origem da denominação geral do projeto enquanto “Terminal Intermodal de Campanhã”.

Para além destes aspetos, o desenvolvimento do respetivo projeto deverá ter ainda em conta uma

correta integração na malha urbana onde se insere. Para esse efeito é permitida a “livre”

reorganização do espaço público, sempre que esta tenha por objetivo o melhoramento da

acessibilidade rodoviária e/ou pedonal ao Terminal, e/ou a procura da melhor integração paisagística

do empreendimento.

A Análise de Enquadramento Urbanístico deve, por isso, contemplar um conjunto de ações

complementares que se consideram fundamentais para o correto enquadramento do equipamento e

para a reorganização desta área da cidade.

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Programa Preliminar 8

4.1. Contextualização

O território onde se situará o futuro TIC está incluído na área de reabilitação urbana, ARU de

Campanhã – Estação. Pela sua génese e morfologia, possui uma identidade própria e única, que o

diferencia das restantes zonas da cidade, assente na matriz rural de antigas quintas, que se

transformaram ao longo da história industrial e urbana do Porto.

Encontra-se relativamente próximo do centro do Porto e das suas dinâmicas socioeconómicas

geradoras de fluxos na cidade, pelo que o estabelecimento de ligações e articulações fluidas poderá

facilitar a pretendida revitalização da zona de intervenção. O facto de se constituir como um território

de charneira entre todas estas realidades urbanas com que aqui se possam criar condições

privilegiadas para uma melhor articulação do centro e da periferia da cidade.

Na verdade, a instalação de infraestruturas viárias e ferroviárias pesadas e a orografia do terreno

dificultam a articulação das zonas nascente e poente do eixo ferroviário e criam problemas ao nível

da mobilidade pedonal. Na envolvente à estação de Campanhã identificam-se carências ao nível das

vias coletoras e distribuidoras, que dificultam a fácil conexão e articulação entre os diversos setores

da cidade e uma fácil transição entre as vias nacionais e regionais e a rede viária interna. A conexão

entre estas vias é, frequentemente, realizada através de vias secundárias, gerando tráfego de

atravessamento no seu interior, desadequado ao perfil das vias, particularmente nas ruas do Freixo e

Pinheiro de Campanhã e na rua do Heroísmo, provocando constrangimentos ao nível da circulação

viária e pedonal e dificultando as já precárias condições de vida, associado a um mau estado de

conservação de algumas ligações pedonais, elementos fundamentais na mobilidade

O vale de Campanhã, alvo das principais infraestruturas rodoviárias do Porto-Oriental, mantem ainda

uma extensa faixa natural que importa preservar. A presença dos rios Douro, Tinto e Torto são

elementos paisagísticos relevantes para a articulação da área urbana de Campanhã-Estação com o

centro histórico (via marginal) e a parte oriental da cidade, designadamente as zonas do Lagarteiro e

Azevedo (via parque urbano e pela linha de água do rio Tinto). A área de intervenção apresenta

zonas com capacidade de integração e penetração no tecido urbano envolvente e de articulação com

um conjunto de parques, quintas e espaços verdes da cidade, designadamente o Parque Urbano

Oriental (em construção), o Parque de S. Roque e o Monte Aventino, a Quinta do Mitra, a Quinta de

Bonjóia, os jardins do Palácio do Freixo, Barão de Nova Sintra, Corujeira, S. Lázaro, e, a vários

níveis, com o centro do Porto, capazes de reforçar a estrutura ecológica municipal.

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Programa Preliminar 9

4.2. Localização

O TIC situar-se-á na freguesia de Campanhã da cidade do Porto, a nascente do feixe de linhas

ferroviárias da estação de comboios com o mesmo nome. O terreno disponível para a implantação do

Terminal Intermodal de Campanhã, é constituído por duas parcelas com cerca de 17 000 m2 de área

total, afastadas entre si cerca de 150 m (fg.1). A parcela maior está limitada a sul pela Rua de

Bonjóia, a poente pelo feixe de linhas ferroviárias e a norte/nascente pelo ramo de acesso ao nó de

Bonjóia da VCI. A parcela de menor dimensão é adjacente à Rua do Pinheiro de Campanhã junto à

fábrica Ceres, e atualmente é utilizada por estacionamento ilegal e caótico. Dada a sua maior

dimensão e proximidade ao topo passagem pedonal inferior de ligação ao comboio e ao metro, prevê-

se que seja nesta parcela a implantação do Terminal Rodoviário. A sua envolvente viária permitirá o

acesso fácil e direto à VCI/IC23/A20 através do nó de Bonjóia, garantindo deste modo a viabilidade

para estabelecer ligações intra e inter-concelhias.

Figura 1 - Localização dos terrenos do Terminal Intermodal de Campanhã

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Programa Preliminar 10

5. Enquadramento do Projeto

Os interfaces, ou terminais intermodais, assumem um papel relevante na sustentabilidade da

mobilidade urbana, ao favorecer a utilização dos transportes públicos e ao promover a

intermodalidade no sistema de transportes. Para que esta intermodalidade seja uma realidade aceite

pelos cidadãos, é fundamental uma plena integração física, proporcionada pelos próprios interfaces

bem como uma integração do sistema de bilhética e de informação ao público.

Importa também referir, que estes equipamentos não se destinam apenas à mudança entre

meio/modo de transporte mas são também um ponto de partida e de destino para muitos

passageiros. Por esse motivo, exige-se destes uma plena integração com a zona da cidade onde se

inserem, igualmente ao nível infraestrutural e da informação ao passageiro tanto no acolhimento para

a preparação da viagem, como na entrega à cidade.

Finalmente considera-se que os interfaces constituem, por regra, elementos urbanos singulares e

estruturantes para os territórios onde se inserem. No caso do TIC esta constatação reveste-se de

particular relevância, uma vez que o equipamento se insere numa área da cidade com grandes

carências na sua estrutura urbana, mas simultaneamente com grande potencial de transformação.

5.1. A Interface de Campanhã

Inaugurada em 1875 a estação de Campanhã assumiu-se desde o início como um importante núcleo

ferroviário nacional, tanto no transporte de passageiros como de mercadorias, levando à elevada

concentração de polos industriais em redor da estação, com sinais visíveis de degradação motivados

pelo seu abandono ou subutilização.

No final do século XX, o sistema ferroviário do grande Porto sofreu um grande impulso

nomeadamente com a construção da ponte de S. João, substituindo a ponte Maria Pia que constituía

um sério constrangimento no transporte ferroviário no eixo Norte-Sul. A estação de Campanhã

ganhou novo relevo como centralidade ferroviária, não só na cidade, mas também a nível da região

do Norte.

No início do século XXI é apresentado pela Invesfer o Master Plan da Gare Intermodal de Campanhã,

o qual incluía num único programa a expansão das valências de transporte e a criação de vários

edifícios para exploração imobiliária. Deste plano resultaram uma série de infraestruturas,

equipamentos e serviços, a saber:

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Programa Preliminar 11

- O “Terminal das linhas Minho e Douro” – destinado aos comboios inter-regionais/ regionais de

norte/ nascente, mas que nunca chegou a funcionar na sua plenitude até aos dias de hoje,

principalmente e entre outros pela manutenção do funcionamento da estação de S. Bento;

- A “Estação Campanhã do Metro do Porto” – dedicada à rede de metro ligeiro, com serviço de 5

linhas, incluindo a ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro (esta desde 2006);

- Os acessos mecanizados por escadas rolantes e elevadores de acessos às plataformas de

embarque/ desembarque de passageiros aos comboios da CP;

- A segunda passagem pedonal inferior de atravessamento nascente-poente sobe o feixe de linhas

ferroviárias e ligação às plataformas para embarque/desembarque (inacabada e inativa);

- A residência universitária e edifícios de escritórios;

- O parque de estacionamento para veículos ligeiros de correspondência com o serviço ferroviário;

- As paragens de autocarros urbanos e praça de táxis, através da reorganização parcelar do

espaço envolvente ao edificado no lado poente.

Assim, entende-se por Interface de Campanhã, o conjunto alargado de infraestruturas e serviços

operados por vários modos de transporte, já existentes, e a completar com o novo Terminal

Intermodal de Campanhã. Neste grande núcleo multimodal, a Estação de Campanhã apresenta-se

como génese do empreendimento e assume desde sempre um papel fundamental na organização do

sistema de transportes a nível local, regional e mesmo nacional.

No contexto da mobilidade urbana, a Interface da Campanhã é um dos principais nós da rede de

transporte público, enquanto interface estratégico de um anel de contorno da cidade do Porto. A sua

localização na extremidade oriental da cidade do Porto, e a sua proximidade à VCI (IC23/A20) e

estrada da Circunvalação (N12), faz com que seja visto como um ponto-chave de rebatimento do

tráfego rodoviário de passageiros provenientes de grandes eixos viários tais como IC23/A20, A3, A4,

IC29/A43, A1, diminuindo a circulação de veículos pesados de passageiros no centro da cidade do

Porto.

Do ponto de visto urbanístico, a concretização da Interface de Campanhã assume também grande

importância pelo papel que irá representar enquanto primeiro passo para a requalificação desta zona

da cidade. Neste contexto, importa referir que o projeto a desenvolver no âmbito do presente

concurso, irá servir de referencial de qualidade para as intervenções futuras, sejam elas de carácter

público ou privado.

Com efeito, o projeto do Terminal Intermodal de Campanhã constitui uma ação estruturante para um

território urbano alargado, designadamente para todo o vale de Campanhã, que se pretende que

mitigue o efeito barreira que há décadas vem isolando parte do território oriental da cidade. O projeto

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Programa Preliminar 12

será o principal catalisador para a estruturação desta área, permitindo a requalificação dos tecidos

urbanos adjacentes, a melhoria global das condições de acessibilidade e mobilidade da população, e

o reforço da integração dos diversos núcleos urbanos adjacentes. Pretende-se que seja um fator de

promoção das mobilidades suaves e do transporte público, minimizando o impacto do automóvel no

espaço urbano, e potenciando a melhoria da qualidade ambiental.

É precisamente a constatação da oportunidade que este projeto constitui para a transformação de um

território mais vasto que justifica uma análise de enquadramento urbanístico, que mais do que limitar-

se à definição de um artefacto arquitetónico, deve ambicionar a transformação de um trecho urbano

alargado, seja pelo Projeto de Integração Urbana nos espaços públicos adjacentes, seja pelo

equacionar da transformação dos territórios urbanos próximos.

5.2. Componentes da Interface de Campanhã

Em súmula, a Interface de Campanhã tem como génese a estação ferroviária tendo havido num

passado recente várias intervenções com vista à agregação de outros modos de transporte. No

entanto, a não conclusão da parte infraestrutural e da qual se destaca o terminal rodoviário nascente,

comprometeram o funcionamento da Interface tal como seria desejável e expectável.

Assim sendo, e para que se alcance esse objetivo, importa identificar o que existe e as componentes

essenciais em falta no interior do perímetro da Interface, o que se apresenta seguidamente:

5.2.1. Componentes existentes em 2016

- Estação ferroviária de comboios, incluindo terminal Douro e Minho;

- Estação de metro ligeiro;

- Paragens de autocarros urbanos;

- Praça de táxis;

- Parque de estacionamento subterrâneo;

- Passagem pedonal inferior norte, de acesso às plataformas Metro e terminal Douro e Minho1;

- Passagem pedonal inferior sul, de acesso às plataformas de comboio;

- Edifício de escritórios e residência universitária.

1 A passagem pedonal inferior norte encontra-se inacabada, sendo apenas utilizada a sua extremidade poente. Está prevista em fase de obra a

conclusão desta passagem de acordo com o seu projecto, permitindo a ligação entre o TIC e o edificado existente.

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Programa Preliminar 13

5.2.2. Componentes em falta

- Terminal Rodoviário Nascente;

- Parque de estacionamento nascente (park and ride, car-sharing, veículos elétricos, motociclos e

bicicletas);

- Ligação rodoviária entre o Terminal e o nó de Bonjóia;

- Ligações pedonais ao Terminal e Interface;

- Sistema integrado de informação ao público;

- Serviços complementares à viagem e mitigadores do impacto de transbordo (facilities);

- Concretização de uma nova frente da Interface de Campanhã, voltada a nascente.

6. Princípios orientadores para a concepção dos projetos e estudos

No mundo contemporâneo, a consciencialização dos benefícios da utilização do transporte público

esbarra frequentemente com as fracas condições gerais do serviço prestado, em termos de veículos,

pessoal e infraestruturas de apoio. Como tal, a criação de equipamentos como o do presente

concurso constitui sempre um grande desafio para ultrapassar estas dificuldades. Por outro lado, a

função do TIC, associada à particularidade da sua localização, tornam-no uma importante porta de

entrada na cidade. Acresce ainda o facto de se esperar que este equipamento seja uma referência e

um elemento catalisador do desenvolvimento urbano sustentável da zona de Campanhã.

6.1. Projeto do Terminal Intermodal

O projeto de arquitetura do TIC, cujas áreas de terreno estão assinaladas na Planta do Anexo 1,

deverá ser elaborado tendo em conta os seguintes princípios:

a) Garantia de acessibilidade plena a todas as áreas do recinto;

b) Garantia de boas condições de acesso ao Parque de estacionamento para transporte individual,

seja este numa solução de superfície ou subterrânea.

c) Racionalização dos percursos e da organização do espaço, com especial atenção para os

movimentos de transbordo.

d) Garantia de condições de conforto e segurança, de pessoas e bens, no uso de todas as áreas

do recinto.

e) Garantia de condições de conforto e segurança viária, na convivência entre pessoas e veículos,

nos acessos e nas circulações internas do recinto.

f) Garantia de condições atractivas para o uso do transporte público e/ou para outros modos de

transporte não poluentes.

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Programa Preliminar 14

g) Valorização do acesso existente na rua Pinheiro de Campanhã, criando uma Interface de duas

frentes.

h) Solução de projeto que potencie a melhoria do desenvolvimento urbano e paisagístico local.

i) Opção por soluções de projeto, construtivas e tecnológicas que garantam uma boa eficiência

energética do empreendimento.

6.2. Projeto de Integração Urbana

O projeto de Integração Urbana, cujas áreas de terreno estão assinaladas na Planta do Anexo 1,

deverá ser desenvolvido, tendo em conta os seguintes princípios:

a) Garantia de adequada articulação do Terminal com o contexto urbano envolvente, numa escala

alargada;

b) Valorização dos eixos de mobilidade, rodoviária, ciclável e pedonal;

c) Garantia de existência de espaços de apoio ao funcionamento da Estação, designadamente

recolha e largada de passageiros, estacionamento de curta duração, num franco acesso pedonal a

partir da rua Pinheiro de Campanha;

d) Valorização/requalificação da Quinta do Mitra, enquanto espaço de apoio ao próprio TIC,

assegurando simultaneamente os necessários espaços para serviços de acção social da Junta de

Freguesia.

e) Melhoria da qualidade paisagística visando continuidades ecológicas em espaços verdes e a

integração da ecopista oriental da cidade, assinalada no Anexo 5.

f) Promoção da articulação da Estação Ferroviária com a Avenida 25 de Abril e com o Jardim da

Corujeira, e a requalificação do espaço público envolvente à Quinta do Mitra.

g) Garantir a qualificação das ruas Pinheiro de Campanhã e de Bonjóia de forma a integrar a nova

frente da Interface (lado nascente) e comportar os novos fluxos urbanos decorrentes da

implantação do TIC.

h) Garantir boas condições de acessibilidade à moagem da Ceres. A atual acessibilidade

rodoviária ao recinto fabril da CERES, é realizada tangencialmente ao portão de entrada, solução

que à partida deverá ser mantida. Podem, no entanto, ser propostas novas abordagens, pelos

projetistas, para o acesso deste equipamento (incluindo deslocalização do portão e báscula)

desde que reconhecidamente melhorem as condições de acessibilidade atuais, isto é, desde que

seja garantida a facilidade de acesso ao interior do recinto e à pesagem, sem a necessidade e/ou

a obrigação de recurso a manobras rodoviárias que condicionem negativamente a mobilidade

local. No caso de os projetistas virem as suas propostas não aceites, terão que manter assim a

solução de acessibilidade atual, no desenvolvimento do projeto.

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Programa Preliminar 15

6.3. Análise de Enquadramento Urbanístico

A análise de enquadramento urbanístico, enquanto peça complementar, deverá estender-se às áreas

de terreno assinaladas na Planta do Anexo 1, podendo ser desenvolvido, tendo em conta os

seguintes princípios:

a) Solução urbana para os terrenos do campo desportivo do Ruy Navega (que se prevê

deslocalizar), permitindo a integração urbana e articulação com a Interface, e uma valorização do

edifício do Centro Juvenil de Campanhã;

b) Solução urbana para os terrenos a nascente do Terminal, potenciando a sua utilização para

uma eventual futura expansão da Interface;

c) Solução urbana para os terrenos a nascente da rua Pinheiro de Campanhã, considerando a

colmatação da frente urbana e a reconversão em novos usos;

d) Solução para o reforço o espaço público da cidade e contribuindo para a melhoria do ambiente

urbano, colmatando a inexistência de zonas verdes públicas e de lugares exteriores qualificados

de permanência;

e) Garantir a expansão da mobilidade suave no território, através da requalificação de eixos

pedonais existentes ou da criação de novos percursos pedonais e da formalização de uma rede

ciclável, ancorada na ecopista oriental da cidade, conforme apresentada no Anexo 5.

7. Requisitos ao nível da Mobilidade

7.1. Rodoviária

Apresentam-se como requisitos para a elaboração do projeto, ao nível da mobilidade rodoviária, os

seguintes aspetos:

a) Eventual reperfilamento dos arruamentos, tendo em vista o aumento do volume de tráfego, em

particular do número de autocarros.

b) Criação de condições para uma correta interligação com o Nó de Bonjoia e com a Rua do

Freixo, tendo em consideração o ponto anterior.

c) Estudo detalhado das circulações internas no Terminal Rodoviário.

d) Criação de boas condições de acesso ao Parque de Estacionamento Automóvel, seja ele numa

solução de superfície ou subterrânea, bem como na organização da(s) sua(s) circulação(ões)

interna(s).

e) Compatibilização da solução viária, com a manutenção de acessos de veículos pesados de

mercadorias à fábrica da Ceres.

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Programa Preliminar 16

7.2. Ciclável

Apresentam-se como requisitos para a elaboração do projeto, ao nível da mobilidade clicável, os

seguintes aspetos:

a) Definição dos percursos afetos às bicicletas, dentro do perímetro de intervenção.

b) Interligação com a futura ecopista Oriental (Anexo 5).

7.3. Pedonal

Apresentam-se como requisitos para a elaboração do projeto, ao nível da mobilidade pedonal, os

seguintes aspetos:

a) Aumento significativo do número de pessoas a circular em todo o recinto e envolvente próxima;

b) Definição de todos os percursos afetos às pessoas, dentro do perímetro de intervenção.

c) Criação de percursos ajustados aos principais fluxos, nomeadamente de e para a passagem

pedonal inferior norte;

d) Criação de boas condições de entrega dos percursos pedonais aos arruamentos da envolvente

próxima, acautelando a articulação entre o projeto do TIC e os estudos urbanísticos para o local.

e) Garantir em todos os trajetos pedonais condições de total acessibilidade a todas as pessoas,

independentemente das suas condições físicas e mentais.

8. Requisitos Funcionais e Espaciais

8.1. Critérios gerais para definição da solução

O apuramento das necessidades do TIC tem em conta três fatores distintos, mas complementares, a

saber:

a) Capacidade para o Modo de Transporte

A capacidade logística para o modo de transporte a que se destina, tendo em conta o número de

veículos e tempo de permanência no espaço;

b) Passageiros e visitantes

A garantia das condições de segurança, conforto, funcionalidade e de informação para os

passageiros que acedem e usufruem desse espaço, bem como aos visitantes que acompanhem os

primeiros.

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Programa Preliminar 17

c) Trabalhadores afetos ao Terminal

A garantia de boas condições de trabalho, também em segurança e conforto, tanto para o pessoal

permanente como para os outros profissionais que o usem temporariamente, nomeadamente os

motoristas.

Transversal a estes três fatores, são também consideradas as necessidades de integração ao nível

funcional e infraestrutural com os outros modos a operar na Interface de Campanhã.

8.2. Critérios gerais para a organização e integração do Terminal

A solução proposta deverá ser sustentada numa correta análise da envolvente próxima, em termos da

orografia, da rede viária, das edificações e do enquadramento paisagístico. Deste enquadramento,

destaca-se a própria estação de Campanhã, inaugurada em 1875, enquanto génese na organização

do espaço urbano envolvente, e edifício com valor patrimonial relevante. A heterogeneidade da

envolvente e as limitações espaciais existentes, recomendam a adoção de soluções inovadoras e que

simultaneamente induzam um carácter unitário ao conjunto.

8.2.1. Clareza da Solução

A organização espacial e funcional do Terminal deve ser desenvolvida por forma a permitir uma

leitura clara de todas as suas componentes, independentemente de serem zonas públicas ou zonas

de serviço. Essa organização dever ainda ter em conta que todas as áreas funcionais deverão ser

implantadas criteriosamente de modo a facilitar o seu uso e minorar os percursos entre elas.

8.2.2. Articulação Intermodal

Os circuitos rodoviários, cicláveis e pedonais, devem ser dimensionados e organizados tendo em

conta a minimização de interferências entre as várias tipologias de veículos e entre todos os veículos

e os fluxos de pessoas. Devem ainda ser adotadas todas as medidas que visem melhorar a

acessibilidade e facilitar o transbordo promovendo a intermodalidade.

8.3. Serviços de transporte em Autocarro

8.3.1. Funcionamento geral

Page 18: Programa Preliminar.pdf

Programa Preliminar 18

De uma forma sintética, pretende-se que o Terminal adopte um sistema de funcionamento em que os

autocarros entrem numa zona de espera, e só avançam para a zona de embarque de passageiros

após ser dada autorização para esse efeito.

As vantagens identificadas neste modelo de funcionamento são várias, tanto para a racionalização do

espaço disponível, como para seus utilizadores nomeadamente os motoristas e os passageiros.

No que diz respeito ao espaço, há uma redução significativa do número de cais de embarque e

respectivos acessos. O espaço libertado pode e deve ser empregue nas áreas adstritas aos

passageiros nomeadamente as instalações de suporte ao tempo de espera.

Para os motoristas a paragem dos autocarros numa zona de serviço, permite-lhes prepararem-se

para a viagem longe dos olhos dos passageiros, podendo durante este tempo preencher

documentação, aceder às casas de banho, vistoriar os seus veículos, etc.

8.3.2. Zona de espera de autocarros

Esta zona deve ter capacidade para albergar no mínimo 30 autocarros. Tratando-se de uma zona de

serviço principalmente usada pelos motoristas, ela deve conter casas de banho e zona de descanso

segundo as áreas de referência do quadro do ponto 8.8.

Os limites de cada lugar devem ser marcados no pavimento, e devem também ser numerados. Na

organização espacial destes lugares, deverá ainda ser tida em conta a facilidade de entrada e saída

para a zona de embarque de passageiros, não obrigando a manobras complexas.

8.3.3. Cais de embarque de passageiros

Deverão ser considerados 4 cais de embarque de passageiros, com capacidade para a permanência

de 8 autocarros em simultâneo.

Estes cais devem ter o espaço necessário ao carregamento lateral de bagagem, nomeadamente nos

autocarros interurbanos.

Devem ainda possuir sinalética com numeração do cais, e painel de informação com os próximos

serviços a operar.

Os lugares destinados ao embarque devem estar organizados de modo a que, após o embarque de

passageiros, não seja necessária a realização de manobras para a saída dos veículos. O embarque e

desembarque de passageiros deverá ocorrer, sempre que possível, em zona coberta.

8.3.4. Paragens de toque

Deverão ser igualmente considerados pontos de paragem destinados aos autocarros urbanos, os

quais denominamos de Paragens de Toque. Estas paragens e respectivas zonas de espera e

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Programa Preliminar 19

embarque de passageiros, devem estar próximas dos restantes pontos de paragem de autocarros de

médio e longo curso, de modo a evitar tempos e distâncias de transbordo excessivas. Em termos de

capacidade, deverá ser considerada como valor de referência a capacidade para o toque de 4

autocarros urbanos em simultâneo.

8.3.5. Estação de Serviço

Fora da zona pública, deverá ser projetada uma zona para pequenas manutenções tais como

limpezas de interiores e carroçaria, abastecimento de combustível e outros. Esta zona deve ter

capacidade para 1 autocarro.

8.4. Bicicletas e outros modos suaves

Sendo garantida e desejável a acessibilidade ao terminal por modos suaves, deverá ser assegurada

uma zona de parqueamento de bicicletas com capacidade para 100 veículos.

Anexa a esta zona de parqueamento individual, deve ser considerado um ponto de Bike & Ride de

bicicletas de aluguer. Junto a ambas as zonas de parqueamento, deverá ser criada uma estação de

serviço coberta, com sistema de enchimento de pneus com ar comprimido, bancada de suporte à

preparação ou fim de viagem, banco de espera ou de descanso e zona de cacifos para depósito de

capacetes e outros haveres.

8.5. Transporte Individual em Automóvel

8.5.1. Parque de estacionamento

Considerando que atualmente o estacionamento de longa duração é notório no lado nascente da

Estação de Campanhã, e considerando o acréscimo de oferta de serviços de transporte público

proporcionado pelo futuro Terminal, será necessário garantir uma solução de estacionamento

ordenado com recurso a um parque de estacionamento bem como a algum estacionamento nos

arruamentos. O valor de referência para o número de veículos a estacionar é de 250 automóveis.

8.5.2. Lugares prioritários

Deverão ser considerados no mínimo 4 lugares para Pessoas de Mobilidade Reduzida, e 4 lugares

destinados a pessoas com crianças em idade de colo (até aos 3 anos), normalmente transportadas

em carrinhos de bebé.

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Programa Preliminar 20

Estes lugares deverão estar na zona mais próxima do Terminal Rodoviário e/ou da passagem

pedonal inferior norte de acesso ao Comboio e ao Metro Ligeiro.

8.5.3. Modos Inovadores

Atendendo à evolução do sector dos transportes, e à crescente preocupação com a sustentabilidade

ambiental, deverá ser assegurada uma área dedicada à instalação e promoção de outras soluções de

mobilidade tais como sistemas de car-sharing, postos de carregamento para veículos elétricos, e/ou

outras.

8.5.4. Pontos de paragem temporária Kiss & Ride

Deverá ser considerada uma zona de paragem de curta duração, para entrada e largada de

passageiros. Esta zona, deve estar próxima do centro de gravidade dos circuitos pedonais do

Terminal, e deve ter a capacidade mínima para a paragem simultânea de 3 carros.

8.6. Funcionalidades de Suporte aos Passageiros e Visitantes

O TIC é um equipamento de uso diário e com um período de funcionamento prolongado. A ele irão

aceder um conjunto de utilizadores muito diversificado, não só os passageiros de transporte público,

mas também acompanhantes e funcionários.

Como tal, há que assegurar o seu bom funcionamento para qualquer tipo de utente, e a qualquer

hora. Desta forma, e pelo facto do serviço de transporte público não se esgotar apenas no momento

da viagem, mas também em tudo aquilo que a envolve diretamente, há que garantir todas as

condições de conforto, de segurança e de informação assumidas nos dias de hoje como padrões de

qualidade do próprio serviço.

Neste pressuposto, o espaço destinado aos passageiros, seus acompanhantes ou apenas visitantes

(por ex: pessoas que vão expedir ou buscar volumes transportados pelos autocarros), a Interface

deverá considerar os seguintes espaços e respetiva característica:

a) Zonas de embarque com área suficiente para albergarem confortavelmente 50 pessoas por

cada ponto de embarque correspondente a 1 autocarro.

b) Cobertura(s) integral(ais) sobre a(s) zona(s) de embarque, para proteção dos passageiros das

condições climatéricas;

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Programa Preliminar 21

c) Mobiliário para suporte ao tempo de espera, nomeadamente bancos nas zonas de embarque e

papeleiras (com separação resíduos) em todo o recinto.

c) Sinalética de identificação e encaminhamento, única em todo o espaço do TIC bem como

painéis de informação impressa sobre os vários serviços disponíveis;

d) Suportes digitais com informação em tempo real, sobre os diferentes serviços de transporte

existentes na Interface;

e) Sistema sonoro de informação ao público disseminado por todo o recinto, inclusive no parque

de estacionamento.

f) Posto de Informação e Atendimento que reúna toda a informação sobre transportes,

intermodalidade e sobre os pontos de interesse da cidade e da região do Norte;

g) Zona de Bilheteiras:

i) Automática – com 3 máquinas de venda de títulos e capacidade de expansão para mais 2.

ii) Presenciais – com 5 postos de atendimento .

h) Máquinas de validação de títulos de transporte, dispostas alinhadamente na fronteira das zonas

de embarque ;

i) Sala de espera climatizada destinada aos passageiros com maiores tempos de espera, com

capacidade aproximada para 50 lugares sentados;

j) Sanitários masculinos e femininos, incluindo cabinas para Pessoas de Mobilidade Reduzida, e

fraldário;

l) Zona de Ponto de Encontro estrategicamente posicionada;

m) Área de despachos de mercadoria de pequeno porte;

n) Cafetaria com zona de permanência (mesas e cadeiras);

o) Espaço comercial de conveniência para venda de bebidas, alimentação, jornais, livros e

revistas, utilidades, etc.

p) Máquinas de Vending

q) ATM’s

r) Cacifos

s) Área de depósito temporário de bagagens

t) Posto de socorro

u) Pontos de Wi-fi

8.7. Espaços de Suporte à Operação e Manutenção

A prestação do serviço de transporte, assenta num conjunto de trabalhadores e de sistemas técnicos

para os quais é necessário salvaguardar algum espaço físico, a saber:

- Sanitários de serviço;

- Zona de descanso e de apoio para refeição;

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Programa Preliminar 22

- Balneários;

- Cacifos para pessoal;

- Sala técnica de videovigilância;

- Zona de armazenamento para apoio à área de despachos;

- Armazenamento de equipamento e produtos de limpeza;

- Ecocentro

- Sala de Perdidos e Achados;

- Sala de Bastidores;

- Posto de transformação;

- Sala de quadros;

- Lugares de parqueamento para veículos de serviço;

- Sala para ferramentas e equipamentos de manutenção;

- 2 Gabinetes para responsáveis pelo Terminal.

- 1 Sala de Reuniões.

8.8. Áreas de Referência

Como valores de referência poderão ser consideradas as áreas apresentadas na tabela 1 na

organização dos vários espaços:

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Programa Preliminar 23

Tabela 1 – Áreas de Referência

SECTOR ESPAÇOS

Valor de

referência

[m2]

REQUISITOS Pessoas

Zona de paragem de autocarros sem passageiros. 1560

Baias de paragem de autocarro para embarque de

passageiros. 200

Estação de Serviço 50

Parque bicicletas Estacionamento 100 bicicletas100

Parque de

estacionamento

Estacionamento automóvel incluindo zona de veículos

prioritários e zona de carregamento de carros

eléctricos. 5000

SUBTOTAL 6910

Bilheteiras com atendimento 20

Posto de informação / Ponto de encontro 20

Pontos de embarque 150 4 cais

Bilheteiras automáticas 10 3 + 2 reserva

Sala de espera 80

Sanitários H e S 100

Depósito Temporário de Bagagem e cacifos 20

Cafeteria com zona de permanência (mesas e cadeiras) 80

Loja de conveniência 120

ATM e Vending 10

Posto de primeiro socorros 12

SUBTOTAL 622

Sanitários e Balneários - Homens (inc pmr) 35 4 duches + 20 cacifos + 3 sanitas + 4 urinois + 4 lavatórios

Sanitários e Balneários - Senhoras (inc pmr) 30 4 duches + 20 cacifos + 4 sanitas + 4 lavatórios

Sala reuniões polivalente para motoristas 20

Zona de descanso e refeição de motoristas 36

Gabinete 1 16 inclui zona de reuniões 1

Gabinete 2 12 1

Espaço Secretariado 10 2

Casa de Banho H e S 8

Sala de Gestão da Operação 20 3

Espaço Operacionais de Apoio Cliente 26 4 zonal + 5 guichet + 2 informações 11

Espaço Armazenamento de volumes para despacho 15

Espaço Perdidos e Achados 15

Sala de Gestão da Manutenção 20 7

Armazém peças e ferramentas 15

Segurança Sala dos operacionais de Segurança 20 6

Sala das operacionais de Limpeza 20 1

Armazém de equipamentos e produtos de limpeza 15

Posto de Transformação 60

Sala de Bastidores 16

Sala de Quadros Eléctricos 16

Ecocentro 20 Papel+Plásticos+Vidro+Orgânicos+REES

Lugares de parqueamento - veículos serviço 100 L2,3*C4,6*Faixa 4* num lugares 5

SUBTOTAL 545 32

Limpeza

Salas para

Equipamentos

Espaços abertos

do recinto

Passageiros e

Visitantes

Transporte em

autocarro

Zonas Comuns

Trabalhadores

Gestão do

Terminal

Operação e

Manutenção