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 18 | Página   Carlos Brum Melo História Política e Diplomática · Mestrado em Relações Internacionais · 1.º Semestre 2010/2011 · Universidade dos Açores ·  

Protocolo de Quioto - Perspectivas

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Carlos Brum Melo

História Política e Diplomática · Mestrado em Relações Internacionais · 1.º Semestre 2010/2011 · Universidade dos Açores ·  

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1. INTRODUÇÃO 

A relação do Homem perante o planeta assumiu nova

responsabilidade. As publicações ciêntíficas1, técnicas e sócio-

económicas no que respeita às alterações climáticas, sustentam que a

mudança no sistema climático é inequívoca e evidente, bem como queo recente aquecimento do planeta tem uma probabilidade superior a

90% de resultar de actividade humana pela emissão de gases de efeito

de estufa (GEE). São dados consensuais, perante o Painel Internacional

para as Alterações Climáticas (IPCC) e restante comunidade científica,

com o AR-3, desde 2007.

A comunidade internacional depara-se assim com a necessidade de

modificar a sua intervenção e mentalidade não exclusivamente nos

limites da sua soberania, mas de forma transfronteiriça. Visa-se a

salvaguarda da atmosfera, da hidroesfera, da biodiversividade, da

segurança dos países e das pessoas, de forma a possibilitar às gerações

actuais e futuras, parâmetros satisfatórios de desenvolvimento

económico-social, de bem-estar e de realização humana num quadro de

desenvolvimento sustentável.

1O IPCC (Internacional Panel on Climate Change) publicou relatórios detalhados

apurados na base física científica quanto aos impactes das alterações climáticas(adaptação e vulnerabilidade, mitigação das mudanças no clima e inventários nacionaisdas emissões de gases de efeito estufa), que foram demonstrando esta escalada, nosseus ―Assessment Reports‖ (AR), em 1990 (AR -1), 1995 (AR-2), 2001 (AR-2) e 2007 (AR-3). Para mais informações consultar http://www.ipcc.ch/ ouhttp://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/2007/#).

Tratando-se este de um domínio da sociedade actual, convém

realçar que se reporta a um conjunto transversal de matérias que

respeitam à actuação do Homem neste espaço, tendo em conta todo o

crescimento da humanidade ao longo dos séculos. A investigação

desenvolvida por cientistas de diversas áreas, o envolvimento político e

de forças vivas da comunidade, através de organizações

governamentais e não governamentais, têm contribuído para uma visão

holística e compreensiva do fenómeno das alterações climáticas.

Face ao exposto, este trabalho pretende percorrer a

conceptualização histórica e jurídica do Protocolo de Quioto – o mais

significativo diploma internacional de natureza ambiental que aborda a

redução das emissões de GEE, reflectindo sobre a postura da União

Europeia (UE) e de Portugal, em particular.

2.  PROTOCOLO DE Q UIOTO

2.1.  PERSPECTIVA HISTÓRICA 

O primeiro contacto científico com o tema das alterações climáticas

a nível global reporta-nos ao físico Joseph Fourier (1824). Este

reconheceu a importância da atmosfera na retenção de calor e a

influência da temperatura no planeta, comparando estes efeitos aos de

uma estufa2. Por sua vez, em 1896, Svante Arrhenius desenvolveu

2 Fourier afirmou em 1827, que: ―The establishment and progress of human societies,the action of natural forces, can notably change, and in vast regions, the state of thesurface, the distribution of water and the great movements of the air. Such effects

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equações que permitiram calcular o aumento dos níveis de dióxido de

carbono (CO²) na atmosfera. Segundo este químico, a duplicação das

emissões de CO² repercutir-se-ia num aumento da temperatura entre 5

a 6 graus Celsius. Não obstante, os níveis baixos de CO² da época, a

falta de mecanismos técnicos susceptíveis de apurar emissões e a ideia

de que os oceanos rapidamente absorveriam os excessos produzidos,

criou a falsa convicção de que o aquecimento demoraria centenas de

anos, podendo até mesmo ser benéfico para a humanidade. Doravante,

o tema ―arrefeceu‖ até 1950. Por essa altura e com o desenvolvimento

industrial, a oscilação das temperaturas na transição de década, a

captação das primeiras medições directas, a melhor compreensão da

química dos oceanos e a poluição do ar (―smog‖), aumentaram os

alertas3

.Esta consciência global fomentou a criação de políticas 4 e

instituições de cariz internacional5. Em 1992, na Conferência do Rio, foi

are able to make to vary, in the course of many centuries, the average degree of heat;because the analytic expressions contain coefficients relating to the state of thesurface and which greatly influence the temperature”, in Connolley, W.: "Translationby W M Connolley of: Fourier 1827: MEMOIRE sur les temperatures du globe terrestre etdes espaces planetaires".3 Ehrlich, P. (The Population Bomb, 1968), o Clube de Roma (―The Limits of Growth‖.1972) e o Brundtland Report (―Our Common Future‖, 1987), Hansen Report (1988).  4 A Convenção de Genebra sobre Poluição Atmosférica Transfonteiriça a Longa Distância

(1979), a Agenda 21, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Declaração dePrincípios sobre Florestas (todos em 1992, no âmbito da Cimeira da Terra, organizadapelas Nações Unidas), implementação do V Programa de Acção de Ambiente da UniãoEuropeia (1993), a Carta de Aalborg (1994) e Plano de Acção de Lisboa (1996).Entreoutros, o International Global Atmospheric Research Program (1967), no âmbito daUSNOAA – United States National Oceanic and Atmospheric Administration (1970), do

criada a Convenção Quadro para as Nações Unidas sobre a Alterações

Climáticas (CQNUAC). O objectivo final deste tratado internacional era

estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera com vista a minorar

uma intervenção humana perigosa no sistema climático. Desta forma,

em 1995, na primeira das Conferências de Partes (COP), no âmbito da

CQNUAC, foram delineados os meios de combate aos GEE e foi firmado

o compromisso de empreender medidas mais enérgicas quanto à sua

adaptação e mitigação, sustentados no princípio de responsabilização

comum, embora diferenciado, permitindo a cada país ajustar as

soluções à sua condição (Mandato de Berlim). NA COP-3 (Quioto, 1997)

foi celebrado o Protocolo de Quioto que complementa o objecto da

CQNUAC6.

2.2. PERSPECTIVA JURÍDICA 

DIPLOMA 

O Protocolo de Quioto7 constitui um tratado internacional, ou seja,

um ―acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido

pelo Direito Internacional, quer esteja consignado num instrumento

único, quer em dois ou vários instrumentos conexos, e qualquer que

IPCC (1988), o UNEP – United Nations Enviromental Programme e o plano do WMO – World Metereological Organization.5 Entre outros, o International Global Atmospheric Research Program (1967), aUSNOAA – United States National Oceanic and Atmospheric Administration (1970), oIPCC (1988), o UNEP – United Nations Enviromental Programme e a WMO – WorldMetereological Organization.6 Cf. http://unfccc.int/.7Cf. http://unfccc.int/resource/docs/convkp/kpeng.pdf.

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seja a sua denominação particular‖8, que, no seio da CQNUAC, vincula

os 192 países e 1 organização regional de integração económica (UE),

denominadas Partes, que o ratificaram (arts. 1.º, 2), 2.º e 3.º).

O Protocolo enquadrou os seus membros em três anexos 9. As Partes

no Anexo I10, que assumiram um efectivo compromisso, agrupando os

países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Económica em 1992, além de países com economias em transição (art.

3.º). As Partes do Anexo II, composto pelos mesmos países, com

excepção daqueles com economias em transição11, que se

encarregaram de prover recursos financeiros para os países em

desenvolvimento (art. 11.º). As Partes do Não-Anexo I12, que reuniram

os países em desenvolvimento, sem objectivos vinculativos de redução

de emissões, apenas com o dever de formular políticas, programas deinformação, educação e comunicação, mitigação e cooperação (art.

10.º). É de salientar ainda que, com estatuto de Observadores,

permitiu-se que países (Partes da CQNUAC, mas não do Protocolo),

organizações intergovernamentais e organizações não governamentais

participassem em sessões da COP (art. 13.º).

8 Cf. Artigo 2.º, alínea a) da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,ratificado por Portugal pelo Decreto do Presidente da República, n.º46/2003, publicada

em Diário da República (DR), I Série, n.º 181, de 7 de Agosto.9 Cf. http://unfccc.int/parties_and_observers/items/2704.php.10 Entre outros, a União Europeia, Canada, Japão, Turquia e EUA (cf.http://unfccc.int/parties_and_observers/parties/annex_i/items/2774.php).11 Entre os quais, a Federação Russa e as antigas repúblicas soviéticas.12 Conta com os restantes países, como é o caso de Angola, Argentina, Brasil, China,India, Israel, Coreia do Sul, entre muitos (cf.http://unfccc.int/parties_and_observers/parties/non_annex_i/items/2833.php).

O documento foi aberto para assinaturas entre 16 de Março de 1998

e 15 de Março de 1999, na sede das Nações Unidas (Nova Iorque), sendo

de seguida aberto para adesão, por processo de ratificação, aceitação,

aprovação ou adesão (art. 24.º). A sua entrada em vigor data de 16 de

Fevereiro de 2005, no nonagésimo dia após a data em que pelo menos

55 Partes da CQNUAC, englobando as do Anexo I, que contabilizavam no

total pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em

1990 das Partes incluídas no Anexo I, depositaram os seus instrumentos

de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão (art.25.º).

Nos termos dos artigos 2.º e 3.º, as Partes do Anexo I devem reduzir

no período de cumprimento, entre 2008-2012, em ―pelo menos‖ 5%, as

emissões de GEE, face ao ano base de 1990. Para tal, as Partes

definiram políticas e medidas de acordo com as suas especificidades,que melhorassem a eficiência e alternativa energética, reduzissem ou

limitassem os níveis e que promovessem a supressão de políticas

contrárias aos objectivos da CQNUAC.

O Protocolo obrigou ainda à cooperação institucional, à troca de

informação, experiência e tecnologia, à coordenação política supra-

estadual, à promoção de medidas minimizadoras dos efeitos adversos

no comércio internacional e dos impactos sociais e económicos nas

Partes (arts. 2.º a 7.º), em especial, naquelas em via dedesenvolvimento e com áreas especialmente sensíveis às alterações

climáticas (entre as quais constam pequenas ilhas, zonas costeiras,

regiões áridas e semi-áridas, áreas com ecossistemas fragilizados,

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propensas a desastres naturais ou dependentes de combustíveis

fósseis13). Nesta linha, no Anexo A especificaram-se os sectores (de

energia, transformação e construção, transportes, combustíveis e

outros) e os gases objecto de compromisso, nomeadamente o CO², o

Metano (CH4), o Óxido nitroso (N²O), os Hidrofluorcarbonetos (HFC’s),

os Perfluorcarbonetos (PFC’s) e os Hexafluoretos de Enxofre (SF6). 

O regime impõs a apresentação anual e plurianual do progresso

demonstrável, de políticas e medidas previstas e ainda projecções

quanto às emissões, através da conjugação de políticas e medidas

estruturais regulares, eventualmente complementadas por adicionais

(verificada a insuficiência daquelas), bem como por mecanismos de

cooperação e flexibilização (arts 3.º, n.º6, 12.º e 17.º), designadamente

o Mercado de Comércio de Emissões (MCE), o de DesenvolvimentoLimpo (MDL) e a Implementação Conjunta (IC). No MCE é permitido às

Partes do Anexo I o comércio de quotas de emissões, podendo o país

adquirente de licenças de emissão adicioná-las à sua quota, e ao país

que as cede, deduzi-las. O MDL realiza-se em países em

desenvolvimento (que beneficiam da promoção do desenvolvimento

sustentável) por investimento dos países do Anexo I, facilitando

reduções pela dedução dos certificados. A IC veio permitir a cada país

ou empresa nele sediada o cumprimento parcial dos seus objectivos, aoserem financiados projectos de mitigação.

13Cf. CQNUAC, em especial o artigo 2.º, disponível emhttp://unfccc.int/resource/docs/convkp/conveng.pdf.

O Protocolo reconheceu o IPCC como entidade responsável pelo

cálculo da equivalência em dióxido de carbono das emissões antrópicas

(art.5.º, n.º2) e instituiu como órgãos: a Conferência das Partes no

âmbito do Protocolo (CMP), o órgão subsidiário de consulta ciêntifica e

tecnológica, o órgão subsidiário de implementação e a Mesa (Bureau,

em inglês) (art. 15.º). A COP, órgão supremo da CQNUAC, actua na

qualidade de reunião das Partes, avaliando a aplicação do Protocolo, os

progressos e efeitos globais das medidas tomadas, coordenando a troca

de informação e tecnologias, promovendo recomendações e

mobilizando recursos financeiros (artigo 13.º), com a direcção do

Secretariado, nos termos do art.14.º e art. 8.º, n.º2 e 3 da CQNUAC. Na

tutela dos mecanismos de flexibilidade, formou-se o Conselho

Executivo do MDL e o Comité de Supervisão da IC. No exercício do seupoder deliberativo, a cada Parte é conferido direito a um voto,

afirmativo ou negativo, com excepção a organizações regionais de

integração económica, com direito a um voto por Estado-Membro (EM)

representado (art. 1.º e 22.º).

A natureza do tratado assenta nas bases definidas na CQNUAC, no

Mandato de Berlim e na complementaridade ao Protocolo de Montreal 14 

(arts. 1.º, 4), 2.º, 5.º, 7.º e 10.º). A análise do diploma permite

observar uma redacção caracterizada por definições pouco claras e comuma estrutura repleta de normas programáticas na materialização de

conceitos, orientações, métodos de implementação, coordenação e

14 Regula as Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozono.

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instrumentos de flexibilização, que colocaram a sua concretização na

dependência da vontade negocial futura das Partes, em sede de COP.

Em especial, o Procolo regista lacunas notáveis ao não ter incluído

alguns sectores, como as emissões das actividades militares e sobretudo

ao não comprometer os países em desenvolvimento a reduzir emissões.

Não obstante, é de relevar a adopção do princípio da

responsabilidade partilhada, mas diferenciada, os instrumentos de

flexibilização e de investimento criados, o mecanismo de resolução de

conflitos da CQNUAC (art. 19.º), a possibilidade das Partes em propor

emendas (artigo 20.º), a natureza inflexível ao não admitir formulação

de reservas (art. 26.º) e o método de denúncia, susceptível de ser

despoletado uma vez decorridos três anos após a data da sua entrada

em vigor (art. 27.º).

COP 

Os aperfeiçoamentos do diploma operacionalizaram-se em sede de

COP15, onde se evidenciou o Plano de Acção de Buenos Aires 16 (COP-4,

1998), implementado em Bonn17 (COP-5, 1999) e o impasse negocial de

Haia18 (COP—6, 2000) entre a UE e os Estados Unidos da América (EUA)

quanto aos mecanismos de flexibilidade e financiamento de países em

desenvolvimento. O impasse forçou a suspensão das negociações, sendo

15 Cf. http://unfccc.int/meetings/archive/items/2749.php.16 Cf. http://unfccc.int/resource/docs/cop4/16a01.pdf.17 Cf. http://unfccc.int/cop5/resource/docs/cop5/cop5decis.pdf.18 Cf. http://unfccc.int/cop6/pdf/pressreloutcome1.pdf.

que estas apenas foram concretizadas numa segunda fase, em Bonn19 

(COP-6 BIS, 2001), após afastamento dos EUA, e posteriormente

consolidadas na COP-7, em Marraquesh20 (2001), na COP-9, em Milão21 

(2003), e na COP-10, em Buenos Aires22 (2004). No ano de 2005, a

Conferência de Montreal23 foi marcada pela entrada em vigor do

Protocolo (COP-11/CMP-1), tendo-se aí iniciado diálogos com vista ao

segundo período de cumprimento, após 2012, com expectativas

elevadas com o Plano de Acção de Bali 24 (COP-13/CMP-3, 2007). A COP-

15/CMP-5, em Copenhaga25 (2009), onde se depositaram as esperanças

da COP-13/CMP-3, terminou sem grandes desenvolvimentos, perante a

inflexibilidade de algumas Partes (China, India, Brasil e Africa do Sul)

em assumir compromissos mais exigentes, sobrevindo o Acordo de

Copenhaga, no qual apenas se reconheceu a necessidade de prevenir oaumento da temperatura global em mais de 2 graus Celsius e se

deliberou o reforço do financiamento aos países em desenvolvimento.

Recentemente, na COP-16/CMP-6, em Cancún26 (2010), foi dado novo

ímpeto quanto ao segundo período de compromisso, com o Acordo de

19 Cf. http://unfccc.int/resource/docs/cop6secpart/l07.pdf.20Cf.http://unfccc.int/resource/docs/cop7/13.pdf,http://unfccc.int/resource/docs/cop7/13a01.pdf,http://unfccc.int/resource/docs/cop7/13a02.pdf,

http://unfccc.int/resource/docs/cop7/13a03.pdf ehttp://unfccc.int/resource/docs/cop7/13a04.pdf.21 Cf. http://unfccc.int/resource/docs/cop9/06.pdf.22 Cf. http://unfccc.int/meetings/cop_10/items/2944.php.23 Cf. http://unfccc.int/meetings/cop_11/items/3394.php.24 Cf. http://unfccc.int/meetings/cop_13/items/4049.php.25 Cf. http://unfccc.int/meetings/cop_15/items/5257.php.26 Cf. http://unfccc.int/meetings/cop_16/items/5571.php.

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Cancún, nomeadamente ao serem aprovados documentos de base e

novos apoios através de um Fundo Verde.

2.3. PERSPECTIVA EUROPEIA 

Em 4 de Fevereiro de 1991, o Conselho Europeu autorizou aComissão Europeia (CE) a participar em nome da UE nas negociações

relativas à CQNUAC, tendo a sua adesão sido ratificada através da

Decisão 94/69/CE, de 15 de Dezembro de 1993, com efeitos a partir de

21 de Março de 1994. Na qualidade de Parte (organização regional de

integração económica que assumiu a representação unitária dos países

integrantes), a UE colheu maior influência diplomática que cada EM

individualmente (recorde-se o direito de voto)27, acabando por assumir

em Quioto a liderança dos trabalhos. A postura política e rigorintelectual da Holanda tornaram-se um fundamental impulso na

proposição de metas ambiciosas nas negociações e compromissos

firmados. A esse factor, ao qual acresceu o Livro Branco sobre a

Política Energética da UE28, a introdução do mecanismo de vigilância

comunitária dos GEE (Decisão 93/389/CEE e 99/296/CEE) e o acordo

interno quanto à partilha de encargos («burden sharing») pelos EM, foi

27 ―If the Netherlands speaks to a few other coutries, people may listen politely. But, ifthe EU speaks, people listen to it seriousy. It has more weight‖. (Declaração proferidapelo negociador-chefe responsável pela COP no âmbiito da CQNUAC).28 A CE apresentou as orientações de política energética, tais como a emergência daspreocupações ambientais, o desenvolvimento das novas tecnologias, asresponsabilidades institucionais da CE em matéria de energia, devidamente articuladocom as políticas energéticas nacionais.

possível a formulação de propostas rigorosas no que respeita à fixação

de metas de redução de GEE entre os países desenvolvidos nas

negociações. As propostas europeias em Quioto foram apoiadas por

organizações não governamentais, G77 e China, pressionando as Partes

a assumir maior responsabilidade29.

O texto do Protocolo de Quioto, assinado a 29 de Abril de 1998 e

aprovado em 2002 (Decisão nº 2002/358/CE de 25 de Abril), implicou

um acordo de partilha de responsabilidades (Decisão n.º 2006/944/CE,

de 16 de Dezembro), que comprometeu os Estados a um esforço de

29 Cf. Climate Change and the Kyoto Protocol: The role of institutions and Instrumentsto Control the Climate Change, Faure, Michael G.,Gupta, Joyeeta, Nentjes, A. – págs.230-242.

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redução de GEE entre -28% (Luxemburgo) e 27% (Portugal) ante o ano

de referência. Os Estados que posteriormente aderiram à UE

responsabilizaram-se também por reduzir as suas emissões em 8%, à

excepção da Polónia e da Hungria (6%), bem como de Malta e Chipre,

que não se incluem no Anexo I da Convenção.

R ELATÓRIOS 

Os relatos na UE na disciplina operaram-se pela CE (em duas fases) e

Agência Europeia de Ambiente (AEA)30. Na primeira, em fase pré-

Quioto31, foram avaliados os programas nacionais em curso no âmbito

do mecanismo de vigilância de emissões, seguidos de relatórios anuais

(ao abrigo da Decisão 1999/296/CE do Conselho, que adaptou o

mecanismo de vigilância ao Protocolo), analisando os progressosverificados e previstos por cada EM. Esta fase (1990-2000) marcou-se

por uma morosa conceptualização política dos programas (Dinamarca e

Países Baixos até 1993, os restantes até 1995, com excepção da Grécia,

Irlanda e Portugal), por apenas abordar as emissões de CO²,

caracterizada também por deficiências de informação e comunicação,

verificando-se a necessidade de uma estratégia comunitária bem como

a extensão do período de vigilância das emissões de GEE.

30 Cf.  Avaliação de Dobris (1995), Ambiente na Europa: Segunda Avaliação (1998) ,Ambiente na Europa : Terceira Avaliação (2003), Ambiente na Europa: Quarta Avaliação(2007), Ambiente na Europa: Quinta Avaliação (2005) e Ambiente na Europa: SextaAvaliação (2010).31 Cf. Relatórios da Comissão (C0M(94) 67 final, de 10 de Março de 1994 e COM(96) 91final, de 14 de Março de 1996).

A segunda fase (2000-2012), esta de transição para o contexto de

Quioto, repercutiu-se no aperfeiçoamento das insuficiências até então

registadas. Os estudos (em 2000, relativos a emissões de 1998)

assinalavam uma redução na ordem de 2% face a 1990, em que a

Alemanha e Reino Unido se destacavam32 como os maiores emissores. O

relatório apontava ainda para a manutenção de lacunas (nos dados, na

comunicação, na previsão de políticas e medidas adicionais) e

salientava o sector dos transportes como a fonte de emissão de GEE em

maior evolução. O ponto mais significativo focava-se nos contributos

desiguais dos EM, na maioria insatisfatórios, com grandes reduções

isoladas da Alemanha (evidenciada pela aposta na eficiência

energética) e Reino Unido (face à alteração da produção de

electricidade). Assim as reduções das emissões de GEE33

oscilaram facea 1990 - ano de referência, com aumentos em 1999 (4%) e diminuições

até 2005 (de 3,5% a 1,2%, excepto em 2002), seguido de novos

aumentos entre 2006 e 2008 (de 2,7% a 6,9%). Em idêntico cenário,

desde 2004, incluíram-se os valores na UE-25 e desde 2007, na UE-27,

com aumento de reduções entre 9% e 24,3% até 2008 (excepto nos anos

de 2003, 2004 e 2006, em que diminuíram).

32É de igual importância salientar que a Finlândia se apresenta com os maiores níveis deemissões   per capita (12,4 toneladas) e Portugal, com os níveis mais baixos (5,4toneladas).33 Quando se excluem as actividades ligadas à utilização dos solos, reafectação dossolos e silvicultura (LULCF).

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Face aos dados supracitados, os relatórios revelaram, desta forma,

uma progressiva redução de lacunas presentes nos relatórios iniciais e

esforços suplementares da Suécia, Luxemburgo (2001), França, Países

Baixos (2003), Finlândia e Grécia (2008) em atingir os objectivos

firmados. Foi também possível verificar um crescimento económico na

EU, indicado pelo Produto Interno Bruto, que aumentou 45% na UE-15

entre 1990 e 2008, sem ser acompanhado de crescimento das emissões

de GEE desde 1993.

Os relatórios da AEA disponibilizam um conjunto de informações

sobre o estado, tendências e as perspectivas do ambiente na Europa,

dedicando-se às causas, impactos e respostas potenciais34. Estes

concluíram que as concentrações de GEE aumentaram

significativamente desde a era pré-industrial, sendo que a maior fonte

de CO² se deve à queima de combustíveis fósseis para a produção de

electricidade e energia térmica, nos sectores dos transportes e

indústria, identificando ainda o consumo de energia, a agricultura, a

eliminação de resíduos e as actividades industriais como os principais

responsáveis pelas alterações climáticas.

Na Europa, as zonas costeiras dos Países Baixos, da Alemanha, dos

Estados Bálticos, da Ucrânia, da Rússia e alguns deltas mediterrânicos

figuravam-se como as áreas mais ameaçadas. As metas de Quioto foram

tidas como insuficientes, tendo sido feitas algumas recomendações no

que respeita ao aumento de temperatura (não ultrapassar 0,1ºC pordécada) e ao nível do mar (não superior a 2cm década), exigindo que

até 2010 os países industrializados reduzissem as emissões de GEE em

pelo menos 30 a 55% ante aos níveis de 1990.

LEGISLAÇÃO 

34 Para o efeito, dedicou-se a avaliações temáticas sobre questões ambientaisfundamentais (alterações climáticas, biodiversidade, utilização dos solos, poluição

atmosférica, ambiente marinho, consumo, etc.) sustentadas por factos e tendênciasrelevantes, sobre as megatendências globais pertinentes para o ambiente da Europa,por país e de forma integrada.

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A legislação comunitária na matéria de políticas de adaptação e

mitigação das alterações climáticas35 orientou-se pelo Programa

Europeu para as Alterações Climáticas (ECCP -  COM/2000/0088 final),

criado em Março de 2000, com o intuito de identificar as políticas e

medidas mais promissoras e eficazes à escala europeia, em termos de

custos e benefícios. Deste trabalho resultaram cerca de trinta e cinco

iniciativas legislativas, em que a mais importante e inovadora foi a da

criação de um sistema europeu de comércio de licenças de emissão de

gases com efeito de estufa.

A segunda fase do Programa Europeu para as Alterações Climáticas

(ECCP II) teve início a 24 de Outubro de 2005. Em vigor, destaca-se a

Directiva36 n.º 2002/91/CE (eficiência energética de edifícios), o

Regulamento

37

(CE) n.º 715/2007 (homologação dos veículos a motor noque respeita às emissões dos veículos ligeiros de passageiros e

comerciais e ao acesso à informação relativa à reparação e manutenção

de veículos), a Directiva 2008/50/CE (qualidade de ar ambiente), a

Directiva 2009/28/CE (promoção da utilização de energia proveniente

de fontes renováveis), o Regulamento (CE) n.º 994/2008 e a Directiva

2009/29/CE (regime de comércio de emissões de GEE assente nos

35 Cf.http://europa.eu/legislation_summaries/environment/tackling_climate_change/index_pt.htm.36 Emanada pelo Parlamento e Conselho Europeu, a Directiva define objectivos aatingir, mas permite aos Estados-Membros a sua concretização, geralmente portransposição para a ordem interna num prazo de 2 a 3 anos.37 Cria normativos que entram em vigor automáticamente na ordem jurídica interna doEstado-Membro, no prazo fixado.

mecanismos de flexibilidade do Protocolo), o Regulamento (CE) n.º

1005/2009 (substâncias que empobrecem a camada de ozono) e o

Regulamento (CE) n.º 443/2009 (normas de desempenho em matéria de

emissões dos automóveis novos de passageiros).

Em comunicação do Conselho Europeu de 8 e 9 de Março de 2007, no

rumo do Pacote da Energia lançado no mesmo ano (COM(2007) 1 final e

COM(2007) 2 final), os líderes europeus enveredaram por uma

aproximação integrada ao clima e à política energética ao transformar

a Europa numa economia de carbono e de eficiência energética através

de um compromisso unilateral de reduzir pelo menos em 20% as

emissões de 1990 até 2020. Este foi tido como o reafirmar da

responsabilidade e prestígio mundial em vista a um segundo período de

compromisso de Quioto. Em 2008, no primeiro ano de cumprimento, asemissões de GEE em oito EM da UE-15 (Bélgica, Alemanha, Grécia,

Finlândia, França, Holanda, Suécia e Reino Unido) foram inferiores às

metas previstas, tendo em conta as reduções pelo regime de comércio

de emissões.

DISCUSSÃO EUROPEIA 

O debate contemporâneo em sede do Parlamento Europeu tem

preconizado a assunção de cada vez maiores responsabilidades nocontexto da luta contra as alterações climáticas (com José Manuel

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Durão Barroso, Jo Leinen38, Connie Hedegaard39, Edite Estrela e João

Ferreira, entre os deputados europeus nacionais), a nível regional mas

sobretudo a nível global, de modo racional e equilibrado, suportado na

abordagem diferenciada e em critérios de transparência, igualdade e

interdisciplinaridade, surgindo como um modelo a seguir, susceptível

de arrecadar a confiança dos cidadãos europeus, a suscitar

oportunidades concorrenciais e a impulsionar a economia da UE40. Mais

recentemente, as divulgações de documentação diplomática da

Wikileaks expuseram as alianças da China e EUA, no âmbito do ―Diálogo

Estratégico e Económico‖, acertado na presidência Bush (2007) e

reforçado na presidência Obama (2009). Na COP-15/CMP5, em

momento em que a UE pretendia obter um compromisso, assistiu

desamparada à formalização do Acordo de Copenhaga pela China,Índia, África do Sul, Brasil e EUA (não obstante estes últimos terem

dialogado favoravelmente a um acordo, acabaram por se associar a

estes posteriormente), desprovido de obrigações41 e que deixou cair um

efectivo segundo período para as metas de Quioto.

38 Eleito pelo partido social democrada alemão, é formado em Direito e presidente doComité de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar da EU (cf.

http://www.europarl.europa.eu/members/expert/committees/view.do?language=EN&id=4262).39 Comissária europeia para as alterações climáticas (cf.http://ec.europa.eu/commission_2010-2014/hedegaard/about/cv_en.htm).40Cf. http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+IM-PRESS+20080122IPR19355+0+DOC+XML+V0//PT.41 Cf. http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,733630,00.html.

2.4. PERSPECTIVA PORTUGUESA 

DISCUSSÃO PARLAMENTAR  

A  experiência nacional na referência às interferências climáticas a

nível de debate parlamentar remonta a 3 de Maio de 1822, onde

Mariano de Carvalho

42

na Câmara dos Senhores Deputados (MonarquiaConstitucional) liga as ―circumstancias climáticas‖ à impossibilidade de

calcular o produto líquido de qualquer exploração agrícola. Só mais

tarde, em 23 de Março de 1935, na Assembleia Nacional (Estado Novo),

Botelho Neves relaciona as ―condições excepcionais climáticas‖ como

contributo para uma superprodução agrícola, na análise da aplicação do

decreto n.º 25:12643. Posteriormente foi significativo o contributo

sucessivo na matéria pelo deputado açoriano Mário Belo Maciel44 que,

em 4 de Junho de 1986 sobreveio ao afirmar que ―actualmente, traçaruma verdadeira política de ambiente é contribuir decisivamente para

um modelo de sociedade necessariamente estirpado de radicalismos

mas firme no combate às disfunções que põem em causa componentes

essenciais do ambiente - lembro o ar, as águas, a flora, a fauna e os

solos - cujos desequilíbrios para além de certos limites biologicamente

42 Cf. http://www.arqnet.pt/dicionario/carvalho_mariano.html.43 O termo ―climáticas‖ é novamente referido mais 298 vezes na Assembleia Nacional e

30 na Câmara Corporativa. No período da 3.ª República, registam-se 767 referências aoconceito na Assembleia da República.44 Professor de Biologia e Geologia e deputado na Assembleia da República no períodocompreendido entre 1985 e 1995, em que foi interveniente inúmeras matériasambientais, e em especial, no dossier nuclear.

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aceitáveis são setas envenenadas apontadas àquilo que o homem mais

preza: a vida‖. 

A discussão relativa a Quioto iniciou-se a 22 de Outubro de 1997,

com Francisco Torres a interpelar Elisa Ferreira, na altura Ministra do

Ambiente, relativamente à transposição da directiva sobre impactes

ambientais, na linha da preparação da COP-3. Mas foi com o

compromisso de Quioto já redigido, em 7 de Janeiro de 1998, que o XIII

Governo Constitucional foi duramente criticado pela falta de debate

prévio parlamentar à COP-3, quer pela falta de políticas e obrigações,

bem como pelo facto de ter reclamado em patamar internacional o

direito de aumentar até 2010 as emissões poluentes em mais de 40%,

face ao ano de 1990. Nesse momento, toda a oposição exigiu a

necessidade de inverter orientações consideradas irresponsáveis eineficientes, em virtude de uma visão empenhada na protecção do

ambiente. Assim revelou-se urgente reestruturar políticas energéticas,

investimentos no transporte colectivo, construção de habitação, e

adoptar actividades de desenvolvimento ecónomico numa filosofia de

sustentabilidade.

Por conseguinte, a deputada Natalina Moura (PS) ressalvou que

Portugal não participou nos trabalhos da COP-3, mas por intermédio da

UE, considerando a agitação ―fruto de interesses específicos […]

económicos e ambientalistas‖, com vontade de fomentar uma indústria

de onde resultem ―bons produtos de marketing‖. No entanto,

reconheceu os resultados de Brundtland e do IPCC, que enfrentam

como principais desafios a enorme dependência económica dos

combustíveis fósseis, as estruturas e políticas energéticas implantadas

e a escassa mobilização mundial, defendendo o aumento majorado de

emissões até 40% assente em ―valores realistas, credíveis e

directamente relacionados com o nosso desenvolvimento económico e

industrial‖. Elisa Ferreira (PS) assumiu as alterações climáticas como ―o

problema mais urgente com que se debate a humanidade‖, em que

Portugal assume a partilha de sacrifícios, mas acautelou que um

sistema energético de pequena dimensão e flexibilidade limitam as

capacidades nacionais, não obstante o facto de Portugal em 2010 poder

vir a tornar-se um dos países com mais baixo nível de emissões per

capita da UE e da OCDE.

O debate retomou em 2001, quando José Lamego (PS) reiterou aintenção de Portugal aplicar o Protocolo e afastamento da opção

nuclear, na sequência de votos de protesto da iniciativa do PCP e PSD

contra a decisão da não aplicação do Protocolo pelos EUA (140/VIII e

141/VIII). A aplicação das políticas e medidas nesta matéria, sempre

foram alvos de críticas em sede parlamentar, verificada a circunstância

de se tratar uma matéria dita prioritária mas com dificuldades

efectivas na alteração do perfil energético. O ano de 2006 marcou um

destaque positivo na política energética, clara, definida e exequível,com uma estratégia nacional para a energia, sobretudo nas áreas da

concorrência e eficiência energética, mas criticada pelas excessivas

emissões (que atingiam os 36% - em vez de 27% - face a 1990), que

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colocam o país na cauda da UE no que respeita ao cumprimento dos

seus objectivos, apenas susceptíveis de serem cumpridos com políticas

e medidas adicionais e com recurso aos dispendiosos mecanismos de

flexibilidade. Desde 2008 que o debate se tem focado no compromisso

Pós-Quioto e no investimento em energias renováveis, especialmente

na capacidade hídrica e eólica.

Na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, a primeira

intervenção no tema respeita a Gaspar Rosa (PSD) que, em 27 de

Janeiro de 1993, alertou para a protecção e conservação das nossas

reservas aquíferas no caso vertente das Lagoas. Debates seguiram-se,

nomeadamente quanto à preservação do Priolo, à introdução de uma

norma de «especificidade climatérica dos Açores» (a propósito do

Fundo de compensação salarial dos profissionais da pesca dos Açores -Março de 2002), à criação do Conselho Regional do Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (CRADS) e às florestas. As declarações

mais marcantes respeitam ao deputado Hernâni Jorge (PS), em 10 de

Dezembro de 2004, ao apresentar o Programa do IX Governo Regional

na linha das mais avançadas opções políticas nos domínios do Ambiente

e do Desenvolvimento Sustentável, conferindo continuidade às

alterações profundas na sua matriz energética, incorporando, em

grande escala, fontes sustentáveis, designadamente energiageotérmica, eólica e hídrica, que atingiram 20,2% da produção em

2003, claramente além da meta de 12% estabelecida pela União

Europeia para 201045. Em Novembro do mesmo ano, o mesmo deputado

congratulava-se pelo acréscimo em 323% (225Gwh) de produção de

energia eléctrica em fontes renováveis face a 1996 (69,7 Gwh), com

destaque para a geotermia, que representavam quase 31% do global da

electricidade comercializada na Região. Destacou igualmente o

reconhecimento pela comissária europeia Danuta Hubner, ao considerar

os Açores ―um excelente exemplo de como os desafios globais devem

ser abordados por cada região da Europa‖, e como tem sido

evidenciado em reputadas publicações internacionais, nomeadamente

as revistas ―Islands‖ e ―National Geographic Traveler‖.

Em intervenção46, o Director Regional do Ordenamento do Território

e dos Recursos Hídricos, José Virgílio Cruz, informou que os Açores47 

passaram de um valor de emissões, em 1990, de 1410 quilotoneladas deCO² equivalentes para 2242 quilotoneladas em 2004, o que se traduz

45 Graças à política de investimentos desenvolvida pela EDA; a actividade da AgênciaRegional de Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores, com os projectosintegrados no Programa Interreg-III B, designadamente a 2.ª fase do ERAMAC – Maximização da Penetração das Energias Renováveis e Utilização Racional da Energianas Ilhas da Macaronésia, e o ESENUR – Informação, Conhecimento e Educação sobre oEstado Energético Urbano, a Poupança Energética e Energias Renováveis; o Sistema deIncentivos à Produção de Energia a partir de Fontes Renováveis (PROENERGIA) e aindatoda a política regional de informação e sensibilização ambiental.46 Seminário ―Alterações Climáticas – Impactos para os Açores‖, em Ponta Delgada. 47 Numa paletra sobre ―Crise Ambiental e Alterações Climáticas Globais‖, em Novembro

de 2005, a Professora Clarina Rodrigues afirmou que ―nos Açores, em média, cada casaacoriana emite cerca de 1,34 toneladas de dióxido de carbono por ano. Se associarmosa as emissões de metano e óxido nitrosos produzidos pela agro-pecuária e pelo menosuma viagem familiar de férias por ano fora da região, cada família açoriana emitirá emmédia 15 toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano. Nesse contexto, opapel de cada um de nós no aquecimento global é próximo do verificado nos paísesindustrializados.‖ 

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em cerca de dois por cento do que é produzido na totalidade do

território nacional.

A preparação do Projecto NASCEM (Centro observatório de análise

das alterações climáticas nos Açores), anunciada em 2009 pelo

Secretário Regional da Presidência, André Bradford, contou com

parcerias da Universidade dos Açores, EUA, Alemanha e Espanha e

colocou a Região num destaque geoestratégico determinante nesta

matéria. Por fim, em Janeiro de 2010, no âmbito da Comissão

Parlamentar de Inquérito quanto à ruptura do abastecimento de ágia de

Angra do Heroísmo, Eduardo Brito de Azevedo, professor e

climatolólogo, alertou para o facto dos registos na Região dos últimos

100 anos permitirem concluir que ―a nossa história climática ensina-nos

que períodos de seca e de seca grave podem ocorrer‖.

LEGISLAÇÃO 

A estratégia nacional ficou marcada inicialmente pela constituição

da Comissão para as Alterações Climáticas, criada pela Resolução do

Conselho de Ministros n.º 72/98, de 29 de Junho, para estudo e

acompanhamento do processo. O texto do Protocolo de Quioto foi

aprovado pelo Decreto n.º7/2002, de 25 de Março, vertendo o seu plano

no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC - Resoluçãodo Conselho de ministros n.º119/2004, de 31 de Julho), que procurou

quantificar o esforço de mitigação das emissões necessário para o

cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal, identificando

as responsabilidades sectoriais – numa óptica de equidade intersectorial

– e apresentando um conjunto de políticas e medidas, bem como os

respectivos instrumentos.

A legislação nacional procedeu à transposição das diversas directivas

comunitárias, bem como introduziu o plano nacional de atribuição de

licenças de emissão (PNALE) e o Fundo de Carbono (Decreto-Lei n.º

71/2006, de 24 de Março). Desta forma, procurou-se acompanhar as

metas europeias, procedendo-se à revisão do PNAC (Resolução do

Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto), à aprovação da

Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável – 2015 (Resolução

do Conselho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto), à revisão do

PNALE (Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2008, de 4 de Janeiro)

e à aprovação da Estratégia Nacional de Adaptação às AlteraçõesClimáticas (Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2010, de 1 de

Abril. Todo o sistema de monitorização das políticas e medidas

implementadas de monitorização desta matéria reflecte-se em Cumprir

Quioto48.

No plano internacional, Portugal desempenhou, durante a

presidência europeia da UE, uma posição de destaque na condução da

política climática em sede da COP-13/MOP-13 (Bali), mas também

manteve estreitas relações e interesses com os países da Comunidadede Países de Língua Portuguesa, no eixo ibero-americano e ainda na

Tunísia e Marrocos.

48 cf. http://www.cumprirquioto.pt/.

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PLANO CIENTÍFICO 

No contexto científico, iniciou-se o Projecto SIAM, em meados de

1999, com o financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e da

Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com o objectivo da realização

da primeira avaliação integrada dos impactos e medidas de adaptação

às alterações climáticas em Portugal Continental no século XXI. A

segunda fase do Projecto SIAM (SIAM II) iniciou-se em Janeiro de 2002,

focando-se no estudo do Estuário do Sado e tendo sido posteriormente

alargado às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

O projecto CLIMAAT, desenvolvido no âmbito da iniciativa

comunitária INTERREG III B, visa a implementação da cooperação

científica destinada ao desenvolvimento de metodologias específicaspara a abordagem do estudo da meteorologia e do clima nas regiões

insulares atlânticas e sua envolvente, em particular a uma escala

compatível com a generalidade dos fins aplicados.

R ELATÓRIOS 

No que respeita ao cumprimento, os relatórios da CE registam que

Portugal até à primeira avaliação (1993) estava em etapa inicial dedefinição de medidas para a redução das emissões de CO², munido de

escassa informação, com meras previsões no Plano Nacional de Energia

(redução de 40% de emissões de CO² até 2000).

Até 1998, o relatório indicou que neste território se mantiveram as

emissões per capita mais baixas da UE-15, apesar de registar o maior

aumento percentual de emissões (devido ao sector dos transportes),

sem quantificação de medidas adicionais para Quioto, até à criação do

PEAC, que permitiu colmatar informações, evoluir na definição de

políticas e favorecer a comunicação com a UE.

O cenário caracterizou-se sempre por uma adaptação vagarosa,

assinalada por níveis acima dos acordados, face aos níveis de 2004, o

que gerou entendimento, uma vez que mesmo recorrendo a todas as

políticas planeadas, não seria possivel atingir o objectivo. A resposta

passou pelo avultado investimento (respectivamente, 354 milhões de

euros, em 2005 e 2006, 305 milhões em 2007 e 2008) nos mecanismos

de flexibilidade, e com todas as políticas e medidas adicionais(incluindo sumidouros e LULUCF), que inverteu a tendência e permite

prever o cumprimento do compromisso de Quioto até 2012, assistido de

crescimento económico. Portugal exibe em 2008 um desvio de 2,72%49 

face à meta acordada.

3.  CONCLUSÃO 

As alterações climáticas, consideradas por muitos ‖o problema mais

urgente com que se debate a humanidade‖, representam um

acontecimento com raízes profundas, mas de recente

49 cf. http://www.cumprirquioto.pt/quioto/List.action.

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consciencialização. Após a comunidade ciêntifica ter comprovado que

as alterações no sistema climático são inequívocas e evidentes e que

resultam da actividade humana, o maior desafio reside agora na

adaptação e mitigação. É neste contexto que surge o Protocolo de

Quioto, o mais importante tratado internacional em matéria ambiental

à escala planetária jamais articulado, que reúne 193 Partes.

A componente normativa do documento descreve um complexo

conjunto de normas programáticas, princípios, mecanismos hábilmente

articulados e metas direccionadas para os países mais desenvolvidos.

Foi na componente vinculativa que maiores expectativas se frustraram,

mas o pequeno compromisso alcançado apesar de insuficiente, constitui

um avanço indispensável para a restauração de um sistema sustentável.

A União Europeia assume nesta sede um cariz percursor, nãoobstante a resistência dos países mais poluidores e a dúvida dos países

em desenvolvimento em assumirem um compromisso. Desde o acordo

interno à partilha de encargos, em 1993, a crescente actividade

legislativa, o empenho da Alemanha e do Reino Unido – maiores

poluídores regionais – em aumentar o empenho efectivo de reduções, o

leque de instituições, meios de acompanhamento e fiscalização, até à

mais recente meta unilateral de reduzir em 20% as emissões de GEE até

2020, tem sido possível assinalar um crescimento económico nãoacompanhado de um crescimento de emissões, uma implementação de

políticas ambientais racionais, equilibradas e sustentáveis focadas na

interdisciplinariedade e uma responsabilidade partilhada. Mas também

se tem assistido a um desenvolvimento económico, científico e

tecnológico, colocando permanentemente esta temática nas

prioridades da agenda mundial. A execução das metas estabelecidas

pelo Protocolo de Quioto até ao final do primeiro período de

cumprimento sugere o seu cumprimento em toda a UE, mas a

adaptação a duas velocidades subsitirá nos tempos vindouros, ainda que

mais avançada que a nível global.

A actuação europeia tem assegurado a representação de Portugal na

negociação do Protocolo de Quioto, circunscrevendo-se este empenho

na adaptação do perfil energético nacional. Embora na fase de

discussão do Protocolo o país tenha reclamado o direito a aumentar as

suas emissões, observando uma morosidade face aos restantes Estados-

Membros nos registos, informações, comunicações e na implementaçãode políticas e medidas, contrariando e adiando os compromissos

necessários, a aceitação da sua necessidade é unânime, reflectida pelos

debates parlamentares, pela reacção à não aprovação pelos EUA do

diploma, pela recusa da opção nuclear e pelo investimento efectivo na

aposta em energias renováveis.

O cumprimento das metas de Quioto também permitem prever o seu

cumprimento, mas em princípio apenas com o recurso aos instrumentos

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disponíveis dependerá assim do investimento em adaptação

realizado até ao final de 2011 e do desempenho das apostas

mitigadoras perante os sectores nacionais.

Os Açores em especial, enquanto pequeno conjunto deilhas com forte influência nos fenómenos marítimos, na

pluviosidade e na temperatura, caracterizadas pela dependência

energética e por um ecossistema sensível, figuram no rol de zonas

mais susptíveis de serem fragilizadas pelos efeitos das alterações

climáticas. Com a instalação do Projecto NASCEM (Centro

Observatório de Análise das Alterações Climáticas nos Açores), a

Região assumirá um destaque geoestratégico fundamental nesta

matéria.Não obstante estarmos efectivamente perante o diploma de

maior relevância em termos ambientais alguma vez celebrado em

termos multilaterais, embora recolha a aceitação da comunidade

política internacional e científica, a sua negociação e adaptação

tem observado inúmeras dificuldades face às rigorosas exigências

e alterações nos perfis energéticos do planeta, o que coloca

crescentes dúvidas quanto a um segundo período de compromisso

(sobretudo pelo facto de estarmos à beira do final do primeiro, e

não só as negociações como os necessários ajustes exigirem uma

fase de adaptação). Admitindo a hipótese de uma suspensão

transitória do Protocolo, o decurso temporal e os efeitos a que

iremos assistir cada vez mais irão necessitar de uma reacção

eficiente e rigorosa, na medida da nossa responsabilidade.

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Indíce 

1. INTRODUÇÃO..........................................................  .. ............  .  .PÁG.02

2.  PROTOCOLO DE Q UIOTO 

2.1.  PERSPECTIVA HISTÓRICA…………………………………………………………………… ……… ….  PÁG.02

2.2.  PERSPECTIVA JURÍDICA..  ........................................................  . ...  PÁG.03

2.3.  PERSPECTIVA EUROPEIA................  .....................................  .....  PÁG.07

2.4.  PERSPECTIVA PORTUGUESA................................................... ......  PÁG.11

3. CONCLUSÃO..................................  PÁG.15

4. BIBLOGRAFIA PÁG.18

· Carlos Brum Melo · 

· História Política e Diplomática · Mestrado em Relações Internacionais ·

· 1.º Semestre 2010/2011 · Universidade dos Açores ·