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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 1 ANÁLISE VOLUMÉTRICA Experimentos Profa. Denise Lowinsohn Juiz de Fora - MG 2º semestre 2016 Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 1

ANÁLISE VOLUMÉTRICA

Experimentos

Profa. Denise Lowinsohn

Juiz de Fora - MG

2º semestre 2016

Universidade Federal de Juiz de Fora

Instituto de Ciências Exatas

Departamento de Química

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QUI - 095 – ANÁLISE VOLUMÉTRICA - 2016 – 2o sem.

ROTEIRO DE LABORATÓRIO - NOÇÕES ELEMENTARES DE SEGURANÇA

APRESENTAÇÃO

Este texto foi preparado conjuntamente pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção a

Acidentes) e alguns docentes dos cursos introdutórios de laboratório. Seu objetivo é prevenir a

ocorrência de acidentes durante a realização de experimentos e esse objetivo somente será

alcançado com sua colaboração.

Quando estamos no Departamento de Química, estamos expostos às mais variadas

situações de risco devido à própria natureza da atividade que se desenvolve aqui. Por exemplo:

substâncias corrosivas e/ou tóxicas, materiais radioativos e radiações de uma maneira geral

fazem parte de nosso dia-a-dia. O primeiro passo para se evitar um acidente é saber reconhecer

as situações que podem desencadeá-lo, a partir daí há uma série de regras básicas de proteção

individual e coletiva que devem ser conhecidas e aplicadas. Nas páginas seguintes você

encontrará um grande número dessas recomendações; segui-las não somente contribuirá para seu

bem estar pessoal como também para sua formação profissional.

SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

SEGURANÇA é assunto de máxima importância e especial atenção deve ser dada às

medidas de segurança pessoal e coletiva em laboratório. Embora não seja possível enumerar

aqui todas as causas de possíveis acidentes em um laboratório, existem certos cuidados básicos,

decorrentes do uso de bom senso, que devem ser observados:

1. Siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo professor.

2. Nunca trabalhe sozinho no laboratório.

3. Não brinque no laboratório.

4. Em caso de acidente, procure imediatamente o professor, mesmo que não haja danos

pessoais ou materiais.

5. Encare todos produtos químicos como venenos em potencial, enquanto não verificar sua

inocuidade, consultando a literatura especializada.

6. Não fume no laboratório.

7. Não beba e nem coma no laboratório.

8. Use jaleco apropriado.

9. Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos experimentos.

10. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter, etc...) próximos à

chama.

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11. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis expostos ao sol.

12. Evite contato de qualquer substância com a pele.

13. Trabalhe calçado e nunca de sandálias.

14. Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem ser

realizadas na câmara de exaustão (capela).

15. Ao preparar soluções aquosas diluídas de um ácido, coloque o ácido concentrado na água,

nunca o contrário.

16. Nunca pipete líquidos cáusticos ou tóxicos diretamente, utilize pipetadores.

17. Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para um colega ou para si

mesmo.

18. Sempre que necessário proteja os olhos com óculos de proteção.

19. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.

20. Não jogue resíduos de solventes na pia ou no ralo; há recipientes apropriados para isso.

21. Não jogue vidro quebrado ou lixo de qualquer espécie nas caixas de areia. Também não

jogue vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para fragmentos de

vidro.

22. Não coloque sobre a bancada de laboratório bolsas, agasalhos, ou qualquer material estranho

ao trabalho que estiver realizando.

23. Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, lave abundantemente com água. A seguir,

procure o tratamento específico para cada caso.

24. Saiba a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores de incêndio e

lavadores de olhos.

25. Nunca teste um produto químico pelo sabor (por mais apetitoso que ele possa parecer).

26. Não é aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém caso seja necessário, não

coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a mão, para a sua direção, os vapores que se

desprendem do frasco.

27. Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente.

28. Verifique que os cilindros contendo gases sob pressão estão presos com correntes ou cintas.

29. Consulte o professor antes de fazer qualquer modificação no andamento da experiência e na

quantidade de reagentes a serem usados.

30. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, leia sempre o manual antes.

31. Não aqueça líquido inflamável em direto na chama.

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32. Lubrifique tubos de vidro, termômetros, etc, antes de inseri-los em rolhas e proteja sempre as

mãos com um pano.

33. Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco para ter certeza de

que aquele é o reagente desejado.

34. Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação química,

35. Abra os frascos o mais longe possível do rosto e evite aspirar ar naquele exato momento.

36. Não use lentes de contato.

37. Apague sempre os bicos de gás que não estiverem em uso.

38. Nunca torne a colocar no frasco um regente retirado em excesso e não usado. Ele pode ter

sido contaminado.

39. Não armazene substâncias oxidantes próximas a líquidos voláteis e inflamáveis.

40. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado ou que

libere grande quantidade de energia.

41. Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma aparência do

frio.

42. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue

todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos.

CADERNO DE LABORATÓRIO

A função de um caderno de laboratório é ter o registro do que se fez e do que se

observou e deverá ser compreensível a qualquer pessoa. De maneira que você ou qualquer

outra pessoa possa repetir os experimentos.

As folhas do caderno devem ser numeradas de forma consecutiva.

Organize o caderno para receber os dados numéricos antes de ir para o laboratório (ex.

tabela para registro dos dados obtidos na prática e lacunas para registros dos dados que serão

calculados, anote sempre o nome e a concentração das soluções utilizadas no experimento,

volumes das alíquotas das amostras e soluções, massas pesadas, etc).

Anteceda cada conjunto de registro com um cabeçalho com data (ex. título do

experimento e data da execução).

Escreva as equações químicas balanceadas para cada reação que será usada. Sempre

registre os nomes dos arquivos em computadores que foram gerados com os dados obtidos nos

experimentos.

Registros obtidos em equipamentos de medida, gráficos obtidos com o tratamento de

dados, figuras e etc, devem ser anexados ao caderno juntamente com algum comentário.

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Um caderno de laboratório deverá constar:

1. Título do experimento.

2. Um breve enunciado dos princípios nos quais a analise é baseada.

3. Um resumo completo dos dados de pesagem, volumes ou respostas instrumentais necessários

para calcular os resultados.

4. Equações para s principais reações envolvidas na análise

5. Equações mostrando como os resultados foram calculados.

6. Comentários sobre o conjunto de dados e sua precisão e exatidão.

Um resumo das observações que dão sustentação a validade de um resultado especifico ou de

toda análise – sua conclusão.

RELATÓRIOS DE QUI 095

O trabalho científico realizado por uma pessoa ou um grupo só poderá ter utilidade para

outras pessoas, se adequadamente transmitido. A forma de transmissão mais difundida é a da

linguagem escrita, principalmente na forma de resumos, relatórios, artigos científicos e livros,

dependendo da extensão, importância e público a ser atingido.

Nos laboratórios acadêmicos e industriais são muito empregados os relatórios de

experiências realizadas.

Não existem normas rígidas da sua elaboração, mas, devido à sua provável importância

na carreira profissional do aluno, serão dadas algumas recomendações que lhe serão úteis no

progressivo aperfeiçoamento da sua técnica de redação científica.

Ao fazer um relatório, o aluno deve conhecer claramente a questão abordada pela

experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação sintética servirá de linha

diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em divagações sobre assuntos colaterais ou

considerações sobre detalhes sem importância.

A linguagem empregada deverá ser concisa, correta e precisa.

A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados, recomendando-

se expor os resultados das observações e experiências no passado, reservando o presente para

as generalidades ou para as referências a condições estáveis.

É conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar grande

quantidade de informações.

Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades de medida

preferencialmente pertencentes ao mesmo sistema. A unidade de medida deverá ser incluída

também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras.

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Sempre que os valores numéricos forem muito grandes ou pequenos, convém multiplicar

o valor por uma potência inteira de dez para que o número fique com um ou dois algarismos

antes da vírgula, e com tantos quantos forem necessários para expressar a precisão após a

vírgula.

Após a redação do rascunho do relatório, este deverá ser examinado criticamente, como

se estivesse sendo lido por uma pessoa estranha, verificando-se a clareza com que é expressa

cada idéia e se não se pode fazê-lo com menor número de palavras, eliminando-se adjetivos

supérfluos, construções perifrásticas e repetição do mesmo assunto em pontos diferentes do

relatório.

O melhor relatório é aquele que cobre todo o assunto da maneira mais sucinta. A seguir,

será dado um esquema sugestivo para os relatórios. A existência, a organização e o conteúdo de

cada parte dependerão da experiência realizada.

TÍTULO DA PRÁTICA:

1. INTRODUÇÃO

- Fundamentos da técnica ou método.

- Aspectos relevantes sobre a amostra analisada

- Equações matemáticas.

2. OBJETIVO(S) DA EXPERIÊNCIA

3. PARTE EXPERIMENTAL

- Materiais, aparelhos, reagentes e soluções utilizados (especificações dos reagentes, grau

de pureza, concentração das soluções, etc).

- Procedimento ou esquema simplificado da montagem experimental.

- Discussão de alguns detalhes técnicos ou características da instrumentação usada.

- Observações sobre o procedimento de trabalho, dificuldades, modificações e

comportamento não esperado.

4. RESULTADOS

- Tabelas com os dados obtidos e os resultados calculados. Identificação das tabelas com

número e título, legendas.

- Gráficos e registros. Identificação das figuras (gráficos ou registros) com número, título,

legendas, etc.

- Resultados finais.

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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

- Principais fontes de erros, apreciação do seu efeito sobre os resultados e possibilidades

de diminuí-los.

- Comparação dos resultados com valores publicados na literatura ou obtidos pelos outros

grupos que realizaram a experiência, tentando justificar diferenças encontradas.

- Discussão das vantagens, potencialidades e limitações da técnica empregada quando

comparada com outras, dificuldades encontradas e comportamento não esperado.

- Aperfeiçoamentos importantes da técnica já existentes (mas não disponíveis no

laboratório) ou sugeridos pelos relatórios.

- Eventuais conclusões obtidas.

6. BIBLIOGRAFIA

Relação das referências bibliográficas efetivamente consultada na elaboração do

relatório, identificando o número das páginas consultadas. Por exemplo, na elaboração destas

recomendações:

1. GUENTHER, W.B., Química Quantitativa: Medições e Equilíbrio, Trad. Moscovici, R.,

São Paulo, Blücher-EDUSP, 1972, p. 34-37.

2. LUFT, C.P., Trabalho Científico: Sua Estrutura e Apresentação, Porto Alegre, 1962, p. 24-46.

3. REY, L., Como Redigir Trabalhos Científicos, São Paulo, Blücher-EDUSP, 1972, p. 60-64.

7. ANEXOS

Qualquer cálculo ou informação necessária para a elaboração do relatório/caderno que

não fará “falta” no conteúdo do mesmo.

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CRONOGRAMA

DIA/MÊS ASSUNTO

23/08 Erros e tratamento de dados

30/08 Limpeza e aferição dos materiais volumétricos

Preparo da solução de NaOH

06/09 Aferição da solução de NaOH com biftalato de potássio

13/09 Preparo e aferição da solução de H2SO4

20/09 ENQA - Congresso

27/09 Determinação de ácido acético em vinagre

04/10 Determinação da acidez total em amostras de vinho

11/10 Não haverá aula

18/10 Semana do ICE

25/10 Determinação de H3PO4 em amostra real

01/11 Aferição de AgNO3

Determinação de cloreto em amostras de soro fisiológico

08/11 Determinação de iodeto e brometo

15/11 Feriado

22/11 Prova de Laboratório 1 (valor = 40 pontos)

29/11 Aferição do EDTA e Determinação de cálcio e magnésio em amostras de calcário

06/12 Aferição de KMnO4

Determinação do volume de oxigênio na água oxigenada

13/12 Aferição de Na2S2O3

Determinação de cobre em amostras de uso doméstico

20/12 Prova de Laboratório 2 (valor = 40 pontos)

Nota Final = Prova de laboratório 1 (40 pontos) + Prova de laboratório 2 (40 pontos) + Caderno de

Laboratório (20 pontos)

Referências Bibliográficas

1.Jeffery, G. H.; Bassett, J.; Mendham, J.; Denney, R. C. Tradução Macêdo H. Vogel Analise Química

Quantitativa, Editora Guanabara Koogan S.A, 5a. edição, 1992.

2.Baccan, N., Andrade, J.C., Godinho, O.E.S, Barone, J.S. Química Analítica Quantitativa Elementar,

Editora E. Blücher, 3a. edição, 2001.

3.Skoog, D.A., West, D.M., Holler, F.J., Crouch, S.R., Fundamentos de Química Analítica, Editora Thomson,

tradução da 8ª edição, 2006.

4.Harris, D.C., Quantitative Chemical Analysis, 5ª. Edição, W. H. Freeman and Company, New York, 2001.

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ATENÇÃO: a mistura sulfonítrica é extremamente corrosiva.

Deve ser manipulada com cuidado evitando respingos.

LIMPEZA DE MATERIAL DE VIDRO

Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa deve estar

rigorosamente limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com solução detergente (1 a 2% m/v) a quente

quando necessário e pertinente, enxaguá-lo várias vezes com água corrente e por fim, várias

pequenas porções de água destilada. Após isso, se necessário, apenas pipeta, bureta e balões

devem se tratados com mistura sulfonítrica ou alcoolato de sódio ou potássio (10 % m/v). Toda

vez que se utiliza mistura sulfonítrica deve-se tampar o recipiente que a contém. Após 15

minutos retorna-se tal mistura para o seu frasco de origem, escoando o máximo possível. Lava-

se o material com água corrente (6 ou 7 vezes) e a seguir, com água destilada (3 vezes).

OBS: Nunca adicionar a mistura sulfonítrica a um recipiente sujo; este deve ser previamente

lavado com água e detergente. Nunca adicionar essa mistura a um recipiente que contenha água.

PESAGEM EM BALANÇAS ANALÍTICAS

As balanças analíticas são balanças de precisão que permitem a determinação de massas

com precisão de pelo menos 0,1 mg. As balança analítica podem ser eletrônicas ou mecânicas.

As balanças analíticas eletrônicas são mais difundidas e têm capacidades máximas entre 160 a

200 g. São classificadas em macrobalanças analíticas ( 0,1 mg), semimicroanalíticas ( 0,01

mg) e microanalíticas ( 0,001 mg)

Por se tratar de instrumentos delicados e caros, seu manejo envolve a estrita observância

dos seguintes cuidados gerais:

1. Verificar o nível da balança.

2. As mãos do operador devem estar limpas e secas.

3. Nunca pegar diretamente com os dedos o objeto que vai pesar. Conforme o caso, usar uma

pinça, luvas ou uma tira de papel impermeável.

4. Objetos a serem pesados devem está na temperatura ambiente.

5. Proteja a balança contra corrosão. Não coloque diretamente sobre o prato da balança

produtos químicos. Os objetos a serem colocados sobre o prato devem ser limitados a materiais

inertes, como metais, plásticos e materiais vítreos.

6. Centralize tanto quanto possível a carga no prato da balança.

7. Durante as pesagens as portas laterais devem ser mantidas fechadas.

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8. Para sucessivas pesagens no decorrer de uma análise, usar sempre a mesma balança.

9. Mantenha a balança e seu gabinete meticulosamente limpos. Um pincel feito de pêlos de

camelo é útil na remoção de material derramado ou poeira no gabinete.

OBS: As salas de balanças devem ser mantidas na mais absoluta ordem e limpeza. Os

conhecimentos necessários ao manejo dos diferentes tipos de balanças analíticas serão

ministrados pelo responsável ou adquiridos através de consulta ao manual.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 11

Cuidados necessários em operações de rotina no laboratório

Pesagem – Além da escolha da balança com precisão adequada de acordo com a massa a ser

pesada, devem ser observados: o acerto do nível da balança, o ajuste do zero e a limpeza do

prato da balança.

Medida do Volume – Escolha do recipiente em função da precisão necessária. Qual é a

provável ordem de precisão dos seguintes materiais: béquer, proveta, balão volumétrico,

erlenmeyer, pipeta volumétrica, pipeta graduada e bureta? Além da escolha deve ser observada a

limpeza do material, deve ser feita a aferição se necessária, o acerto correto do menisco e o

escoamento para transferência do líquido deve ser feito lentamente, com a ponta da pipeta

encostada no frasco. A pipeta não deve ser soprada.

Preparo de Soluções – Transferência de sólido para balão volumétrico deve ser feita com

auxílio de um funil de vidro, ou ainda o sólido pode ser dissolvido em um béquer para posterior

transferência. Para que a transferência seja quantitativa deve lavar o béquer com várias porções

de água destilada (no mínimo 3 vezes) e transferi-las para o balão volumétrico. A transferência

de líquidos para o balão é feita com o auxílio de um bastão de vidro e funil quando necessário,

para evitar que o líquido escorra por fora do balão. Antes de ajustar o menisco na marca de

aferição do balão, deve-se lavar o bastão e o funil com pequenas porções de água destilada

diretamente no balão volumétrico.

Titulação

a) Condicionamento da bureta com a solução titulante

Verificar e eliminar a presença de bolhas,

Ajuste do menisco do líquido com a marca de aferição do zero da bureta,

Verificar e eliminar possíveis vazamentos pela torneira.

OBS: As torneiras de teflon não necessitam de lubrificação. As torneiras de vidro devem ser

lubrificadas.

b) Adição do titulante sob agitação constante garante uma homogeneização constante do meio

reacional e evita mudança de coloração localizada.

c) Visualização correta da mudança de coloração no entorno do ponto de equivalência, que é o

ponto crítico na análise volumétrica.

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d) Usar o pissete com água destilada para lavar as paredes internas do erlenmeyer durante a

titulação.

e) Fracionar a gota de titulante próximo ao ponto de equivalência.

f) Estimar a última casa na leitura do volume obtido no ponto final da titulação, se o menisco do

titulante se localize entre duas macas da menor divisão da escala da bureta. Utilizar cartão de

leitura para melhor visualização do menisco.

Cartão de leitura

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 13

1 - AFERIÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO

1. 1. Aferição de balão volumétrico

Estando o balão limpo, seco e com tampa, coloca-se sobre o prato de uma balança semi-

analítica, sem tocá-lo diretamente com as mãos. Anota-se a massa. Após isso, enche-se com

água destilada, até o menisco leva-se até a balança, medindo-se a massa. Anota-se a temperatura

da água e calcula-se o volume do balão através da divisão da massa de água pela densidade

absoluta da água tabelada correspondente à temperatura de trabalho.

NOTA: Nunca se deve secar balão volumétrico, pipeta e bureta em estufa. A aferição destes

materiais deve ser feita pelo menos duas vezes. Caso não haja concordância, repetir.

1.2. Aferição da bureta

Feita a limpeza como descrito anteriormente, proceder da seguinte maneira: após

escoamento total da água destilada na operação final de limpeza, enche-se a bureta com

quantidade de solução titulante e verifique se na parte inferior (torneira) há bolhas de ar, que

deverão ser eliminadas. Enche-se novamente a bureta até um pouco acima do traço

correspondente ao zero. Enxuga-se a extremidade externa da ponta com papel absorvente (não

permitir que o papel absorva água da ponta da bureta). A seguir acerta-se o menisco do líquido

com o zero da escala. Deixa-se escoar, lentamente, metade do volume de água da bureta num

erlenmeyer previamente pesado. Mede-se a massa de água. No mesmo erlenmeyer escoa-se a

outra metade do volume de água. Mede-se a massa de água. A aferição deve ser repetida para

comparação dos volumes relativos a cada intervalo. Caso não haja concordância entre as duas

aferições, repetir o procedimento.

NOTA: Quanto ao uso da bureta, após sua limpeza, deve-se seca-la como a pipeta, tomando-se

o cuidado de vedar a extremidade superior com lenço de papel (ou papel de filtro).

Utilize cartão de leitura para obter maior precisão na leitura da bureta.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 14

1.3. Aferição de pipeta volumétrica

Pese um recipiente vazio (béquer) em balança analítica (incerteza máxima 0,1 mg ).

Com a pipeta volumétrica que será aferida, transfira a alíquota* de água sob equilíbrio térmico

(anote a temperatura da água), para o recipiente que foi pesado, pese o recipiente coletor e seu

conteúdo (béquer + água). Calcule a massa de água dispensada a partir da diferença nas duas

massas e determine o volume da pipeta através do valor da densidade da água na temperatura

anotada. Calcule o volume médio da pipeta e o desvio padrão. Repita o procedimento. A

diferença entre as duas determinações não deve exceder de 0,025 mL. Caso não haja

concordância entre duas aferições, repetir.

1.3.1. Instruções para uso de uma pipeta*

a) Inicialmente transfira uma quantidade suficiente do líquido a ser pipetado para um béquer.

b) Com uma pera de borracha ou outro dispositivo de sucção adequado para pipetas, sugue o

líquido acima da marca de calibração. Umedeça a superfície interior do vidro inclinando e

girando a pipeta. Descarte o liquido dentro da pipeta e repita este procedimento mais duas vezes

para remover traços de reagentes que foram usados anteriormente pela pipeta.

c) Após encher a pipeta pela terceira vez, ultrapassando a marca de aferição, pressione

levemente a pipeta contra o fundo do béquer para impedir o escoamento do líquido.

Rapidamente retire a pera e coloque o dedo indicador para sobre a ponta da pipeta, impedindo a

drenagem do líquido.

d) Limpe o excesso de líquido na parte externa da pipeta com um lenço de papel.

e) Toque a ponta da pipeta na parede interna do béquer, incline o béquer e com a pipeta na

vertical, escoe o líquido até o menisco atingir a marca de aferição. Descarte a gota que estiver

pendurada na ponta da pipeta

f) Transfira a pipeta para o recipiente que irá receber a alíquota e, com a ponta da pipeta mantida

encostada na parede interna do recipiente, deixe o líquido escoar naturalmente.

g) Depois que o liquido terminar de escoar, mantenha-a encostada na parede do recipiente por

alguns segundos (aproximadamente 10 s) para se certificar que o volume de líquido aferido

escoou. NÃO SE DEVE SOPRAR A ÚLTIMA GOTA. Retire a pipeta do recipiente.

A BOCA JAMAIS DEVE SER UTILIZADA PARA A SUCÇÃO POR CAUSA DE

INGESTÃO ACIDENTAL DO LÍQUIDO QUE ESTÁ SENDO PIPETADO.

NÃO SE DEVE SOPRAR A ÚLTIMA GOTA DE PIPETAS VOLUMÉTRICAS e

PIPETAS GRADUADAS (MOHR).

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 15

Tabela 1: Características das pipetas.

Nome Função Capacidade Tipo de drenagem

Volumétrica Liberação de volumes fixos 1 a 200 mL Livre

Mohr Liberação de volumes

variáveis

1 a 255 mL Até a menor linha de calibração

Sorológica Liberação de volumes

variáveis

0,1 a 100 mL Soprar a última gota

Sorologica Liberação de volumes

variáveis

0,1 a 10 mL Até a menor linha de calibração

Ostwald-Folin Liberação de volumes fixos 0,5 a 10 mL Soprar a última gota

Lambda Conter volume fixo 0,001 a 2 mL Lavar com solvente adequado

Lambda Liberação de volumes fixos 0,001 a 2 mL Soprar a última gota

Eppendorf Volumes fixos ou variáveis 0,001 a 1 mL Esvazia por deslocamento de ar.

Fonte: Skoog, D. A, West, D. M., Holler, F. J., Crouch, S. R. Fundamentos de Química

Analítica, Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006.

Tabela 2: Tolerâncias Admitidas para Material Volumétrico, classe A*.

Buretas Balões Volumétricos Pipetas Volumétricas

Volume (mL) Desvio (mL) Volume (mL) Desvio (mL) Volume (mL) Desvio (mL)

5,00 0,01 5,00 0,02 0,500 0,006

10,00 0,02 10,00 0,02 1,000 0,006

25,00 0,03 25,00 0,03 2,000 0,006

50,00 0,05 50,00 0,05 5,00 0,01

100,00 0,20 100,00 0,08 10,00 0,02

- - 250,00 0,12 20,00 0,03

- - 500,00 0,20 25,00 0,03

- - 1000,00 0,30 50,00 0,05

- - 2000,00 0,50 100,00 0,08

Fonte: Harris, D. C. Quantitative Chemical Analysis, 5a. Ed., W. H. Freeman and Company,

New York, 2001. Estes dados foram transcritos da literatura e provavelmente refletem as

possibilidades de calibração dos fabricantes deste tipo de material.

*Material volumétrico classe A apresenta metade dos erros máximos dos materiais classe B.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 16

Tabela 3: Densidade absoluta da água.

T (°C) d (gcm-3) T (°C) d (gcm-3) T (°C) d (gcm-3)

0 0,999841 10 0,999700 20 0,998203

1 0,999900 11 0,999605 21 0,997992

2 0,999941 12 0,999498 22 0,997770

3 0,999965 13 0,999377 23 0,997538

4 0,999973 14 0,999244 24 0,997296

5 0,999965 15 0,999099 25 0,997044

6 0,999941 16 0,998943 26 0,996783

7 0,999902 17 0,998774 27 0,996512

8 0,999849 18 0,998595 28 0,996232

9 0,999781 19 0,998405 29 0,995944

Fonte: Baccan, N., Andrade, J.C., Godinho, O.E.S, Barone, J.S. Química Analítica Quantitativa

Elementar, Editora E. Blücher, 3a. edição, 2001.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 17

TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE

2. Preparo e diluições de soluções padrões

O objetivo desta prática é preparar as soluções padrões de hidróxido de sódio e de ácido

sulfúrico para posterior aferição ou padronização.

- Calcular a massa (g) de NaOH e os volumes (mL) de H2SO4 concentrado (d = 1,84 g cm-3 e

95% (m/m)) necessários para o preparo de 100 mL destas soluções na concentração de 0,100

mol L-1.

Procedimento e cuidados na preparação das soluções

Observações:

- Ácidos NÃO devem ser pipetados com a boca, sempre pipetar com auxílio de pipetadores.

- Devem ser manipulados na CAPELA em função dos vapores irritantes e corrosivos.

- Sempre adicionar o ÁCIDO CONCENTRADO sobre a água.

- Rotular os frascos, de preferência, antes de transferir a solução. O rótulo deve conter: nome da

substância, concentração da solução, identificação do preparador e data do preparo.

2.1. Solução NaOH

Em um béquer pesar, aproximadamente, a massa de hidróxido de sódio obtida no cálculo

do item 2.1. Com auxílio de um bastão de vidro, dissolver o NaOH em água destilada

previamente fervida a temperatura ambiente, transferir quantitativamente a solução para o balão

volumétrico e completar o volume, com água fervida, até a marca de aferição do balão. Após

homogeneizar a solução, armazene-a em frasco plástico.

Obs: A dissolução do NaOH em água é exotérmica. O preparo de grandes volumes de soluções

ou de soluções mais concentradas pode ser realizado em banho de gelo.

2.2. Solução de H2SO4

Acrescentar água destilada em um balão volumétrico e transferir o volume adequado do

ácido concentrado para o respectivo balão. Completar o volume, com água destilada, até a marca

de aferição do balão e homogeneizar a solução.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 18

2.3. Aferição ou Padronização de soluções

2.3.1. Aferição da solução de NaOH com biftalato de potássio (padrão primário)

O hidróxido de sódio é um padrão secundário, pois o mesmo é higroscópico, o que

afeta a precisão de sua pesagem, além disso, ele absorve dióxido de carbono formando carbonato

de sódio. Tais características do NaOH levam a alteração na concentração da solução do mesmo.

Por esta razão é necessário preparar uma solução de NaOH próxima daquela desejada e

determinar a sua concentração real através da titulação contra padrão primário.

Com auxílio de uma espátula, pesar em balança analítica 0,1 g de biftalato de potássio

[C6H4(CO2H)(CO2K)] diretamente em um erlenmeyer de 125 mL, diluir com aproximadamente

50 mL com água destilada. Adicionar 2 gotas de fenolftaleína e titular com solução padrão de

hidróxido de sódio até o aparecimento da coloração rosa pálido que persista por 30 segundos

após agitação. Anote o volume gasto na titulação e repita o procedimento para mais duas

amostras.

OBS: Veja recomendações para uso de pipetas e buretas.

2.3.2. Determinação da concentração de H2SO4 concentrado com a solução de NaOH

padronizada.

Transferir 2,00 mL da solução padrão do ácido preparado, com auxílio de uma pipeta

volumétrica, para um erlenmeyer de 125 mL e acrescentar cerca de 50,00 mL de água destilada.

Adicionar 2 gotas de fenolftaleína e titular com solução padronizada de hidróxido de sódio.

Anote o volume gasto na titulação. Realizar a análise em triplicata.

3. Determinação de ácido acético em vinagre

O ácido acético é um ácido fraco tendo um Ka de 1,8 x 10-5. Ele é usado amplamente em

química industrial na forma de ácido acético glacial (densidade = 1,053 g cm-3 e 99,8 % m/m) ou

em soluções de diferentes concentrações. Na indústria alimentícia é consumido como vinagre,

que é uma solução diluída do ácido acético glacial (3,5 a 8% m/v).

Transferir 5,00 mL de vinagre, com auxílio de uma pipeta volumétrica, para um balão

volumétrico de 25,00 mL e completar até a marca com água destilada. Uma alíquota de 2,00 mL

é removida do balão, com uma pipeta volumétrica, e transferida para um erlenmeyer de 125 mL.

Adiciona–se aproximadamente 20 mL de água destilada e 2 gotas de indicador fenolftaleína. A

mistura é cuidadosamente titulada com solução padrão de NaOH 0,100 mol L-1 até o

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 19

aparecimento de uma leve coloração rósea, que persista por 30 segundos. Anote o volume gasto.

Fazer a determinação em triplicata.

4. Determinação da acidez total em vinhos

As uvas contêm quantidades significativas de vários ácidos orgânicos. Durante o

processo de amadurecimento ocorre um decréscimo relevante na concentração de vários destes

ácidos. Assim, o sumo de uva e o próprio mosto nada mais são do que soluções ácidas diluídas,

contendo principalmente ácido tartárico, málico e outros ácidos produzidos durante e após a

fermentação alcoólica. Entretanto é “convencionado” que a acidez titulável do vinho seja

expressa em termos da concentração de ácido tartárico.

Dentro dos padrões comerciais, a acidez do sumo de uva fica no intervalo de 0,6 à 0,9 % (m/v).

Os vinhos secos de mesa têm uma acidez titulável no mesmo intervalo, os vinhos doces

geralmente têm acidez no intervalo de 0,40 à 0,65 % (m/v).

Transferir 5,00 mL de vinho, com auxílio de uma pipeta volumétrica, para um erlenmeyer de

125 mL. Adicionar aproximadamente 50 mL de água destilada e 3 gotas de indicador

fenolftaleína. A mistura é cuidadosamente titulada com solução padrão de NaOH até o

aparecimento de uma leve coloração rósea, que persista por 30 segundos. Anote o volume gasto.

Realizar a determinação em triplicata.

C2H4O2(COOH)2(aq) + 2 NaOH(aq) C2H4O2(COONa)2(aq) + 2 H2O (l)

5. Determinação da concentração de ácido fosfórico em uma amostra

O ácido fosfórico é um ácido triprótico, que pode ser titulado diretamente apenas como

mono e diprótico.

H3PO4(aq) + NaOH(aq) ⇌ H2PO4-(aq) + H2O(l) K1 = 7,5x10-3 pK1 = 2,12

H2PO4-

(aq) + NaOH(aq) ⇌ HPO42-

(aq) + H2O(l) K2 = 6,2x10-8 pK2 = 7,21

HPO42-

(aq) + NaOH(aq) ⇌ PO43-

(aq) + H2O(l) K3 = 4,8x10-13 pK3 = 12,30

Procedimento 6.1: Transferir 2,00 mL de uma solução de ácido fosfórico para um erlenmeyer

da 125 mL (pipeta volumétrica), adicionar cerca de 50,00 mL de água destilada, 2 gotas do

indicador alaranjado de metila e titular com solução padrão de hidróxido de sódio até o primeiro

ponto de equivalência com a mudança da coloração de vermelho para amarelo claro. Anote o

volume do titulante consumido. Adicionar a esse erlenmeyer 2 gotas do indicador timolftaleína e

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 20

continuar a titulação até o segundo ponto de equivalência, sinalizado com a mudança de

coloração de amarelo para verde. Anote o volume gasto e repita o procedimento para mais duas

amostras.

Procedimento 6.2: Transferir uma nova alíquota de 2,00 mL da solução de ácido fosfórico para

um erlenmeyer da 125 mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada, 2 gotas do indicador

timolftaleína e titular com uma solução padrão de hidróxido de sódio até o segundo ponto de

equivalência. Anote o volume gasto e repita o procedimento para mais duas amostras.

TITULAÇÃO POR PRECIPITAÇÃO

6. Método de Mohr

6.1. Aferição de uma solução de AgNO3 com uma solução de NaCl (padrão primário)

Transferir 2,00 mL da solução de cloreto de sódio para um erlenmeyer de 125 mL, com

auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50,00 mL de água destilada. Acrescentar

cerca de 0,05 g de carbonato de cálcio para ajustar o pH entre 6,5 e 10, 2 gotas de cromato de

potássio e titular com a solução de nitrato de prata sob agitação constante, até a mudança de

coloração de amarelo para o um tom vermelho. Anote o volume de titulante consumido. Realize

a análise em triplicata.

Ag+(aq) + Cl-

(aq) ⇌ AgCl(s) ( ppt branco)

2Ag+(aq) + CrO4

2-(aq) ⇌ Ag2CrO4(s) (ppt vermelho)

CrO42-

(aq) + H+(aq) ⇌ HCrO4

-(aq) (pH 6,5)

2Ag+(aq) + 2OH-

(aq) ⇌ 2AgOH(s) ⇌ Ag2O(s) + H2O(l) (pH 10)

No caso de uma determinação pelo método de Mohr, o procedimento é o mesmo, a não

ser, pelo fato de que a concentração da solução não é conhecida.

6.2. Determinação de cloreto em soro fisiológico

A solução de cloreto de sódio a 0,9 %, que leva o nome de soro ou solução fisiológica, é

usada na reposição das perdas de água e sódio. As situações mais comuns são as espoliações por

diarréia de grande porte, vômitos e queimaduras extensas.

Transfira 2,00 mL do soro fisiológico para um erlenmeyer de 125 mL, com auxílio de

uma pipeta volumétrica. Adicionar cerca de 50 mL de água destilada. Acrescentar cerca de 0,05

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 21

g de carbonato de cálcio, 2 gotas de solução de cromato de potássio e titular com a solução

padrão de nitrato de prata, até a mudança da coloração de amarelo para um tom de vermelho.

Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.

7. Determinação da concentração de iodeto com uma solução de nitrato de prata (padrão

secundário) pelo Método de Fajans - Titulação direta

Transferir 2,00 mL da solução de iodeto para um erlenmeyer de 125 mL, com auxílio de

uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50 mL de água destilada. Acrescentar cerca de 0,05 g

de carbonato de cálcio, 2 gotas de solução de fluoresceína e titular com uma solução padrão de

nitrato de prata, até a mudança da coloração de amarela para alaranjado. Anote o volume de

titulante consumido. Realize a análise em triplicata

Ag+(aq) + I-

(aq) ⇌ AgI(s)

Ind- (aq) + H+(aq) ⇌ HInd(aq) (pH 6,5)

Fluoresceinato Fluoresceína

Ag+(aq) + Ind-

(aq) ⇌ AgInd(s) (ppt vermelho)

2Ag+(aq) + 2OH-

(aq) ⇌ 2AgOH(s) ⇌ Ag2O(s) + H2O(l) (pH 10)

8. Determinação da concentração de íons brometo com uma solução de nitrato de prata

(padrão secundário) pelo Método de Volhard - titulação pelo resto ou de retorno.

Transferir 2,00 mL de uma solução contendo íons brometo, para um erlenmeyer de 125

mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada. Acrescentar 16 gotas de ácido nítrico 6 mol L-1,

5,00 mL da solução padrão de nitrato de prata e agitar vigorosamente até coagulação total do

precipitado. Em seguida, adicionar 8 gotas de alúmen férrico amoniacal, Fe(NH4)(SO4)2, e titular

com uma solução padrão de tiocianato de potássio até o aparecimento da coloração alaranjada.

Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.

Ag+(aq) (excesso) + Br-

(aq) ⇌ AgBr(s) (ppt branco amarelado)

Ag+(aq) (residual) + SCN-

(aq) ⇌ AgSCN(s) (ppt branco)

SCN-(aq) + Fe3+

(aq) ⇌ [Fe(SCN)]2+(aq) + SCN-

(aq) ⇌[Fe(SCN)6]3-

(aq)

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 22

TITULAÇÃO POR COMPLEXAÇÃO

9. Aferição de uma solução de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) com carbonato de

cálcio (padrão primário)

Transferir 2,00 mL de uma solução padrão de CaCO3 para um erlenmeyer de 125 mL

com auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50 mL de água destilada. Ajustar o

pH = 10 com 4,0 mL de solução tampão de hidróxido de amônio/cloreto de amônio e acrescentar

uma gota da solução de negro de eriocromo T. Titular com uma solução padrão de EDTA até o

aparecimento da coloração azul. Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em

triplicata.

Na2H2Y(aq) + 2H2O(l) ⇌ 2Na+(aq) + H2Y

2-(aq)

Ca2+(aq) + Ind3-

(aq) ⇌ [CaInd]-(aq) Kf1

azul vermelho de vinho

Ca2+(aq) + H2Y

2-(aq) ⇌ [CaY]2-

(aq) + 2H+(aq) Kf2

Para que haja substituição Kf2 Kf1

[CaInd]-(aq) + HY3-

(aq) ⇌[CaY]2-(aq) + HInd2-

(aq) (reação que indica o P.F.)

vermelho de vinho azul

10. Determinação de cálcio e magnésio em amostras de calcário

A acidez dos solos promove o aparecimento de elementos tóxicos para as plantas. Isso

afeta negativamente a lavoura, dificultando o aproveitamento pelas plantas, dos elementos

nutritivos que existem no solo. As conseqüências são os prejuízos causados pelo baixo

rendimento produtivo das culturas. Portanto, a correção da acidez dos solos, através da calagem,

é fundamental para uma agropecuária de alta produtividade. O principal produto que corrige a

acidez do solo é o calcário, que é uma rocha moída contendo carbonato de cálcio e magnésio. O

calcário é um corretivo de solos.

De acordo com a legislação brasileira os teores de carbonatos de cálcio e de magnésio

dos calcários são expressos na forma de óxidos (CaO e MgO). Para poder ser comercializado, o

calcário deve ter no mínimo 38 % de óxidos de cálcio e de magnésio.

10.1 Preparo da solução de calcário

Pesar em balança analítica, diretamente em béquer de 100 mL, cerca de 0,1 g da amostra

de calcário. Adicionar a amostra, a solução de HCl 6,0 mol L-1 em quantidade suficiente para

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 23

solubilizá-la, cerca de 8 mL. Este procedimento deve ser efetuado em capela. Filtrar a solução,

se necessário, e transferir quantitativamente para um balão volumétrico de 100,00 mL.

Completar o volume com água até a marca de aferição e homogeneizar a solução.

10.2.1 Dosagem do cálcio

Transferir 10,00 mL da solução de calcário para um erlenmeyer de 125 mL. Adicionar 5

mL de solução da NaOH 2,50 mol L-1 e cerca de 50 mL de água destilada, acrescentar uma

pequena quantidade de murexida. Titular a amostra com uma solução padrão de EDTA até o

aparecimento da coloração roxa. Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em

triplicata.

10.2.2 Dosagem do cálcio e do magnésio

Transferir 10,00 mL da solução de calcário para um erlenmeyer de 125 mL. Adicionar,

na capela, 4 mL de solução tampão hidróxido de amônio/cloreto de amônio, cerca de 50 mL de

água destilada e uma gota da solução de negro de eriocromo T. Titular a amostra com uma

solução padrão de EDTA até o aparecimento da coloração azul. Anote o volume de titulante

consumido. Realize a análise em triplicata.

TITULAÇÃO REDOX

A titulação redox é baseada em reações de oxidação-redução, ou de transferência de

elétrons. Nesta reação existem espécies oxidantes (removem elétrons) e espécies redutoras

(doam elétrons).

Permanganimetria

Baseada no uso do permanganato de potássio como titulante, devido ao seu alto poder de

oxidação. As soluções aquosas de KMnO4 não são completamente estáveis, porque o íon MnO4-

tende a oxidar a água.

MnO4-(aq) + 4H+

(aq) + 3e- ⇌ MnO2(s) + 2H2O(l) Eº = 1,70 V

O2(g) + 4H+(aq) + 4e- ⇌ 2H2O(l) Eº = 1,23 V

Reação favorecida: 4MnO4-(aq) + 2H2O(l) ⇌ 4MnO2(l) + 4H+

(aq) + 3O2(g) (reação lenta)

Devido a estas características é necessário ter alguns cuidados com as soluções aquosas

de KMnO4:

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 24

a) Preparo especial

b) Filtração para remoção do dióxido de manganês

c) Estocagem em frasco escuro

d) Repradronização periódica.

Dependendo das condições do meio o íon permanganato é reduzido a manganês nos

estados +2, +3, +4 ou +6.

a) Em soluções ácidas:

MnO4-(aq) + 8H+

(aq) + 5e- ⇌ Mn2+(aq) + 4H2O(l)

b) Em soluções ácidas, na presença de íons fluoreto ou difosfato:

MnO4-(aq) + 4H+

(aq) + 3e- ⇌ MnO2(s) + 2H2O(l)

c) Em soluções alcalinas:

MnO4-(aq) + e- ⇌ MnO4

2-(aq) (manganato)

MnO4-(aq) + 2H2O(aq) ⇌ MnO2(s) + 4OH-

(aq)

É possível estabilizar o manganato com adição de íons bário.

Ba2+(aq) + MnO4

2-(aq) ⇌ BaMnO4(s)

11. Aferição de uma solução de permanganato de potássio com oxalato de sódio (padrão

primário).

Com uma pipeta volumétrica, transferir uma alíquota de 2,00 mL da solução padrão de

oxalato de sódio para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 50 mL de água destilada e 2,0 ml

de ácido sulfúrico 20% v/v. Aquecer a solução até cerca de 80ºC. Inicie a titulação com a

solução de permanganato de potássio adicionando gota a gota cerca de 5 gotas do titulante, agite

até a solução descorar. A partir daí, continue titulando lentamente até a mudança da coloração,

de incolor para rosa claro que persista por mais de 30 segundos. Anote o volume de titulante

consumido. Realize a análise em triplicata.

2MnO4-(aq) +16H+

(aq) + 5C2O42-

(aq) ⇌ 2Mn2+(aq) + 10CO2(g) + 8H2O(l)

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 25

O H2SO4 é o reagente apropriado para acidificar a solução porque o íon sulfato não sofre

a ação de permanganato. Também pode ser utilizado o ácido perclórico. O ácido clorídrico pode

sofrer oxidação do íon cloreto. O ponto final dado pelo excesso de permanganato em solução

ácida não é permanente, a coloração enfraquece gradualmente.

2 MnO4-(aq) + 3Mn2+

(aq) + 2H2O(l) ⇌ 5MnO2(s) + 2H+(aq)

O controle da temperatura deve ser feito com termômetro para não atingir 100º C,

temperatura na qual o oxalato é decomposto. A reação entre o MnO4- e o oxalato é complexa e

se processa lentamente mesmo sob temperaturas elevadas, a menos que o Mn2+ esteja presente

com catalisador.

12. Determinação do teor peróxido de hidrogênio e volumes de oxigênio em amostras de

água oxigenada comercial.

A água oxigenada apesar de ser um agente oxidante pode ser oxidada pelo permanganato

em meio ácido.

2MnO4-(aq) + 6H+

(aq) + 5H2O2(aq) ⇌2Mn2+(aq) + 5O2(g) +8H2O(l)

Comercialmente, a concentração de água oxigenada é referida a volume de oxigênio, ou

seja, o volume de oxigênio gerado por uma determinada concentração de água oxigenada.

Assim, 1 mL H2O2 a 100 volumes liberará 100 mL de O2 nas CNPT.

2H2O2(aq) ⇌ O2(g) + 2H2O(l)

Transferir 1,00 mL de uma amostra de água oxigenada, com auxílio de uma pipeta

volumétrica, para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 10,00 mL de ácido sulfúrico 20 %v/v

e cerca de 50 mL de água destilada e titular com a solução padrão de permanganato de potássio

até o aparecimento da coloração rosa claro. Anote o volume de titulante consumido. Realize a

análise em triplicata.

Iodometria

A iodometria compreende os métodos titulométricos que se baseiam na seguinte reação:

I2(aq) + 2e- ⇌ 2I-(aq) Eº = 0,52 V

Método direto: quando o potencial de redução do iodo é maior que o da amostra. Consiste em

tratar uma espécie na amostra (agente redutor) com uma solução padrão de iodo (agente

oxidante). Ex: Sn2+, As3+, Sb3+, S2O32-, SO3

2-, S2-, etc...

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 26

Método indireto: quando o potencial de redução de iodo é menor que o da amostra. Consiste

em tratar uma espécie na amostra (agente oxidante) com excesso de iodeto de potássio (agente

redutor) e titular o iodo (agente oxidante) liberado na reação com uma solução padrão de

tiossulfato de sódio (agente redutor).

O iodo é um componente volátil, devendo, portanto ser acrescentado ao erlenmeyer

somente no momento da titulação. A adição de iodeto de potássio diminui consideravelmente a

volatilização de iodo, que é uma das principais fontes de erro na iodometria.

I2(aq) + I-(aq) ⇌ I3

-(aq) (triiodeto, solúvel em água)

I3-(aq) + 2e- ⇌ 3I-

(aq) Eº = 0,536 V

O indicador utilizado é uma solução de amido, que forma um complexo insolúvel (azul)

com o iodo.

As soluções de tiossulfato de sódio podem ser afetadas por ataque de bactérias que

metabolizam enxofre, pela ação do meio fortemente ácido, ou ainda pela presença de CO2.

S2O32-

(aq) + 2H+(aq) ⇌ SO2(g) +H2O(l) + S(s)

S2O32-

(aq) + H2O(l) + CO2(g) ⇌ HSO3-(aq) + HCO3

-(aq) + S(s)

A presença de enxofre coloidal provoca a turvação da solução, além de alterar a sua

concentração. A solução fica mais estável em meio alcalino, pH entre 9-10, obtido pela adição

de carbonato de sódio.

13. Aferição de uma solução de tiossulfato de sódio com dicromato de potássio, padrão

primário (método indireto).

Com a pipeta volumétrica, transferir 2,00 mL de uma solução padrão de dicromato de

potássio para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 5,0 mL de solução de KI a 4% (m/v), 1,0

mL da solução de HCl 2,4 mol L-1 e completar o volume com água destilada até cerca de 50 mL.

Titular o iodo liberado com uma solução padrão de tiossulfato de sódio até que o meio fique

amarelo claro, neste ponto, adicione 8 gotas da solução de amido (a solução torna-se azul) e

continue a titulação até o desaparecimento da coloração azul (neste ponto a solução poderá ficar

levemente esverdeada, Cr+3). Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em

triplicata.

OBS: Adicionando água antes à solução de iodeto não haverá a formação de iodo.

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Apostila de Análise Volumétrica – 2º semestre / 2016 27

Cr2O72-

(aq) + 14H+ (aq) + 6I-(aq) ⇌ 2Cr3+

(aq) + 7H2O(l) + 3I2(g) ( formado)

amarelo verde claro marrom

I2(aq) ( formado) + 2S2O32

-(aq) ⇌ S4O62-

(aq) + 2I-(aq)

marrom incolor

14. Determinação de cobre em esponjas de uso doméstico (titulação indireta)

O cobre é moderadamente abundante, está presente nos minerais, como calcita,

calcopirita e também na forma de óxido cuproso. É utilizado na indústria elétrica devido sua alta

condutividade e em tubulações devido sua inércia química.

14.1. Preparo da amostra: Pesar em um béquer de 50 mL, em balança analítica, cerca de 0,1 g

de fio de esponja de cobre. Na capela, adicionar a amostra cerca de 1 mL de HNO3 concentrado

e aquecer a amostra até dissolução total. Continuar o aquecimento até cessar a liberação dos

gases marrons (NO2). Esfriar a solução a temperatura ambiente, transferir para um balão

volumétrico de 10,00 mL e completar o volume com água destilada até marca de aferição.

14.2. Dosagem do cobre: Com uma micropipeta, transferir 500 L da amostra para um

erlenmeyer de 125 mL, adicionar 15,0 mL da solução de KI a 4% (m/v) e completar o volume

com água destilada até cerca de 50 mL. Titular o iodo liberado com a solução padrão tiossulfato

de sódio até que o meio fique amarelo claro, neste ponto, adicione 3 mL da solução de amido e

continue a titulação até o desaparecimento da coloração azul. Anote o volume de titulante

consumido. Realize a análise em triplicata.

2Cu2+(aq) + 4I-

(aq) ⇌ 2CuI(s) + I2(g)

ppt. branco

I2(aq) ( formado) + 2S2O32

-(aq) ⇌ S4O62-

(aq) + 2I-(aq)

marrom incolor