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2012
Relatório de Avaliação Contínua do Programa de
Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores
2007‐2013
Relatório Final
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
Avaliação Contínua do Programa de Desenvolvimento Rural dos Açores
2007‐2013
PRORURAL Avaliação relativa ao período 2007‐2011
Junho 2012
EQUIPA DE AVALIAÇÃO
Coordenação
Magda Porta
Equipa Técnica
A. Oliveira das Neves, Gisela Ferreira,
Miguel Galante e José Maria Duarte
Apoio técnico no tratamento de dados
Tiago Pereira
Edição Gráfica e tratamento de texto
Isabel Rodrigues
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 1
1. CONTEXTO DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................................ 5
1.1. BREVE INFORMAÇÃO CONTEXTUAL SOBRE O PROGRAMA .........................................................................................5
1.2. SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES EFETUADAS NA AVALIAÇÃO CONTÍNUA (2010) ......................................................... 15
2. ABORDAGEM METODOLÓGICA ...................................................................................................................... 17
3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA, DAS MEDIDAS E DO ORÇAMENTO ............................................................................. 23
3.1. SÍNTESE DAS ALTERAÇÕES EFETUADAS AO PROGRAMA .......................................................................................... 23
3.2. EXECUÇÃO FINANCEIRA DO PROGRAMA – VISÃO GLOBAL ..................................................................................... 26
3.3. ANÁLISE DOS PROGRESSOS VERIFICADOS NO PROGRAMA....................................................................................... 32
3.3.1. COMPONENTE DE INVESTIMENTO IMATERIAL .................................................................................................. 32
3.3.2. COMPONENTE DE INVESTIMENTO MATERIAL .................................................................................................. 44
3.3.3. COMPONENTE DE APOIO À CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE E DA BIODIVERSIDADE ................................................. 118
4. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................................... 137
ANEXOS .................................................................................................................................................. 143
ANEXO 1. PEDIDOS DE APOIO RECEPCIONADOS, APROVADOS E CONTRATADOS, NO ÂMBITO DAS MEDIDAS DE INVESTIMENTO, ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2011 .................................................................................................................................. 143
ANEXO 2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL AGRÁRIA PROMOVIDA E ORGANIZADA PELA DRDA NO PERÍODO 2009‐2011 ............... 145
ANEXO 3. PEDIDOS DE APOIO APROVADOS POR GAL – DESPESA PÚBLICA, POR MEDIDA ................................................... 147
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
2
Índice de Quadros
Quadro 1. Métodos de recolha de informação contabilística ............................................................................................... 19 Quadro 2. Alterações ao PRORURAL ................................................................................................................................. 23 Quadro 3. Indicadores financeiros globais do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública .......................... 28 Quadro 4. Aprovações e homologações das Medidas do Eixo 1 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011,
Despesa Pública ................................................................................................................................................ 29 Quadro 5. Aprovações das Medidas do Eixo 2 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública ................... 30 Quadro 6. Aprovações das Medidas do Eixo 3 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública .................... 31 Quadro 7. Ações realizadas pela Associação Agrícola de São Miguel, entre 2009 e 2011 ......................................................35 Quadro 8. Plano de Formação Profissional para Agricultores (2012) ....................................................................................35 Quadro 9. Medida 1.4. Projetos apresentados até 31 de Dezembro de 2011, por ilha, investimento total, valor
elegível considerado (Despesa pública e FEADER) ............................................................................................. 39 Quadro 10. Medida 1.4. Projetos homologados até 31 de Dezembro de 2011, por ilha, investimento total, valor elegível
considerado (Despesa pública e FEADER) ......................................................................................................... 40 Quadro 11. Medida 1.4. Indicadores de input, realização e de resultado com base nos projetos aprovados/homologados .. 41 Quadro 12. Medida 1.2. Pedidos de apoio por ilha ‐ situação .............................................................................................. 45 Quadro 13. Proporção da população agrícola familiar na população residente na RA Açores (%) ........................................ 48 Quadro 14. Medida 1.2. Estrutura fundiária das explorações agrícolas ................................................................................ 49 Quadro 15. Medida 1.2. Atividade principal dos projetos aprovados ................................................................................... 50 Quadro 16. Medida 1.2. Principais apoios para o próximo período de programação ............................................................ 50 Quadro 17. Medida 1.2 ‐ Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos com, pelo menos, um pagamento)
.......................................................................................................................................................................... 51 Quadro 18. Medida 1.2 ‐ Indicadores de input e de realização (utilização dos projetos aprovados) ...................................... 52 Quadro 19. Medida 1.3. Número de cessionários, até 31 de Dezembro de 2011 .................................................................... 57 Quadro 20. Medida 13. Cessionários com mais de um cedente ........................................................................................... 58 Quadro 21. Áreas transferidas para agricultores já instalados ............................................................................................. 59 Quadro 22. Áreas transferidas para jovens agricultores ...................................................................................................... 59 Quadro 23. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos com, pelo menos, um pagamento) ............... 61 Quadro 24. Medida 1.3 ‐ Indicadores (utilização dos projetos aprovados) ........................................................................... 62 Quadro 25. Cruzamento entre os objetivos da Medida 1.5. e os objetivos comunitários para o segmento de apoio associado
à modernização das explorações agrícolas. ....................................................................................................... 64 Quadro 26. Medida 1.5. Pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011 .................................................................................. 66 Quadro 27. Medida 1.5. Objetivos dos projetos aprovados até 31/12/2011........................................................................... 67 Quadro 28. Medida 1.5. Enquadramento dos pedidos de apoio, de acordo com o tipo projeto de investimento ................. 68 Quadro 29. Medida 1.5. Indicadores de produtividade ........................................................................................................ 69 Quadro 30. Indicadores de viabilidade dos projetos de investimento aprovados no âmbito da Medida 1.5.,
até 31 de Dezembro de 2011............................................................................................................................... 73 Quadro 31. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos concluídos) ..................................................... 75 Quadro 32. Medida 1.5. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos aprovados) ................................. 76 Quadro 33. Medida 1.6. –Tipologia dos projetos aprovados ................................................................................................ 80 Quadro 34. Medida 1.6. – Projetos de investimento aprovados por ilha .............................................................................. 80 Quadro 35. Medida 1.6 ‐ Indicadores de realização e de resultado (com base em projectos de investimento
concluídos do ponto de vista financeiro) ............................................................................................................ 85 Quadro 36. Medida 1.6 ‐ Indicadores de input e de realização (utilização dos projetos aprovados) ...................................... 85 Quadro 37. Medida 1.7. Pedidos de apoio rececionados e homologados, por ilha ................................................................ 88 Quadro 38. Medida 1.7. Distribuição dos projetos homologados por sector de investimento .............................................. 90 Quadro 39. Medida 1.7. Distribuição dos projetos homologados segundo a natureza do projeto ........................................ 90 Quadro 40. Medida 1.7. Distribuição do investimento legível segundo a rubrica de investimento ....................................... 91 Quadro 41. Medida 1.7. Volume de vendas, pré e pós projeto, por tipo de mercado ............................................................ 92 Quadro 42. Medida 1.7. Variação da Capacidade de Armazenagem, transformação e comercialização por
sector de investimento pré e pós projeto (%) ..................................................................................................... 92 Quadro 43. Medida 1.7. VAB pré e pós projeto .................................................................................................................... 93 Quadro 44. Medida 1.7 Variação de Unidades de Trabalho por sector de investimento ....................................................... 93 Quadro 45. Medida 1.7.‐ Síntese dos Indicadores de realização, resultado e específicos ..................................................... 94 Quadro 46. Medida 1.11. Pedidos de apoio rececionados e homologados, por ilha ............................................................. 97 Quadro 47. Medida 1.11. Projetos homologados, por ilha de intervenção ........................................................................... 97 Quadro 48. Ação 1.11.1. Projetos homologados, por ilha de intervenção ............................................................................ 98 Quadro 49. Ação 1.11.1. Nº de explorações beneficiadas, área agrícola abrangida e caminhos beneficiados/construídos, por
ilha de intervenção ............................................................................................................................................ 98
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
Quadro 50. Ação 1.11.2 Projetos homologados, explorações beneficiadas e área agrícola abrangida, por ilha intervenção . 98 Quadro 51. Ação 1.11.3 Projetos homologados, explorações beneficiadas e área agrícola abrangida, por ilha intervenção . 99 Quadro 52. Medida 1.11 Indicadores de input iniciais e revistos ........................................................................................ 100 Quadro 53. Medida 1.11. Síntese dos Indicadores de realização, resultado e específicos ................................................... 102 Quadro 54. PA contratados em 2011 e entre 2007 e 2011, segundo as Ações das Medidas dos Eixo 3 por GAL ................... 105 Quadro 55. Indicadores de resultado e realização dos Eixo 3 e 4, segundo a Despesa Pública realizada (€) ........................ 106 Quadro 56. Expectativa de execução da ELD, em termos financeiros, por Acção .............................................................. 108 Quadro 57. Concursos abertos e/ ou decididos pelos GAL, em 2011 .................................................................................. 108 Quadro 58. Pedidos de Apoio aprovados, segundo a Tipologia de beneficiários, por Ação da Medida 3.1. ........................ 109 Quadro 59. Pedidos de Apoio aprovados, segundo a Tipologia de beneficiários ............................................................... 109 Quadro 60. Pedidos de Apoio aprovados por Concelho ..................................................................................................... 110 Quadro 61. Factores condicionantes de uma maior adesão por parte dos promotores ....................................................... 110 Quadro 62. Factores condicionantes de uma maior execução por parte dos promotores ................................................... 111 Quadro 63. Contributo dos projectos apoiados para alcançar os seguintes resultados (média superior a 3,
em escala 1‐4) .................................................................................................................................................. 112 Quadro 64. Contributo da Abordagem LEADER para alcançar os seguintes impactos/efeitos ............................................ 114 Quadro 65. Pedidos de Apoio aprovados – Despesa Pública (€), por Medida (até 31‐12‐2011) ............................................ 115 Quadro 66. Síntese dos projectos aprovados na Acção 3.1.2., por atividade ...................................................................... 116 Quadro 67. Síntese dos projectos aprovados na Medida 3.2., por atividade ....................................................................... 117 Quadro 68. Medida 2.1. Dinâmica de implementação, no período 2007‐2011 .................................................................... 119 Quadro 69. Medida 2.1 Distribuição dos apoios, por ilha ................................................................................................... 119 Quadro 70. Medida 2.1. Indicadores de realização ............................................................................................................ 122 Quadro 71. Medida 2.1. Indicadores de resultado ............................................................................................................. 122 Quadro 72. Pagamentos relativos a zonas sujeitas a condicionantes naturais ou outras condicionantes
específicas ....................................................................................................................................................... 123 Quadro 73. Medida 2.2. Explorações apoiadas, na Campanha de 2011 ............................................................................... 125 Quadro 74. Medida 2.2. Indicadores de realização física e de resultado ............................................................................ 128 Quadro 75. Medida 2.4. (Ação 2.4.1) – Projetos rececionados, aprovados e contratados, até 31/12/2011 ............................ 131 Quadro 76. Medida 2.4. (Ação 2.4.2.) – Projetos rececionados, aprovados e contratados, até 31/12/2011 .......................... 132 Quadro 77. Ação 2.4.2. Compromissos dos prémios plurianuais (pagamentos) .................................................................. 133 Quadro 78. Ação 2.4.2. Distribuição regional dos projetos aprovados ................................................................................ 133 Quadro 79. Medida 2.4. Execução financeira até 31/12/2011, Despesa Pública ................................................................... 134 Quadro 80. Medida 2.4. Indicadores de resultado .............................................................................................................. 135
Índice de Figuras Figura 1. Tendências prevalecentes no desenvolvimento do sector agro‐pecuário da RA Açores, no período 1999‐2009.... 12 Figura 2. Pedidos de apoio rececionados, aprovados e contratados, nos Eixos 1 e 3, até 31 de Dezembro de 2011 .............. 27 Figura 3. Investimento em Formação Profissional Agrária no período entre 2009 e 2012 .................................................... 36 Figura 4. Medida 1.2. Número de pedidos de apoio, por ano ............................................................................................... 44 Figura 5. Medida 1.2. Capacidade profissional dos beneficiários dos pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011 ............... 46 Figura 6. Medida 1.2. Objetivos assinalados no pedido de apoio ......................................................................................... 47 Figura 7. Medida 1.3. Pedidos de Apoio submetidos e aprovados, por ano .......................................................................... 55 Figura 8. Medida 1.3. Dimensão das explorações agrícolas dos cedentes (n.º) .................................................................... 56 Figura 9. Medida 1.3. Processos de Reforma Antecipada com dois cessionários .................................................................. 58 Figura 10. Medida 1.3. Aumento de área nas explorações de agricultores instalados ........................................................... 59 Figura 11. Medida 1.5. Pedidos de apoio apresentados, por ano ......................................................................................... 65 Figura 12. Medida 1.5. Investimento elegível por atividade principal das explorações beneficiárias (€) ................................ 67 Figura 13. Medida 1.5.Natureza do investimento dos projetos aprovados até 31/12/2011 .................................................... 68 Figura 14. Medida 1.5. Investimento proposto elegível dos pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011 ............................. 68 Figura 15. Acréscimo de VAB previsional das explorações com projetos concluídos no âmbito da Medida 1.5. (%) ............... 73 Figura 16. Peso dos subsídios no Produto Bruto Agrícola (%), em 2010 ............................................................................... 74 Figura 17. Medida 1.6. Número de pedidos de apoio, período 2077‐2011 ............................................................................. 79 Figura 18. Medida 1.6 ‐ Projetos de investimento aprovados (área e investimento elegível) ................................................ 81 Figura 19. Medida 2.1. Valores médios pagos por hectare e por exploração, em 2011 ....................................................... 120 Figura 20. Medida 2.2. Pedidos de apoio rececionados, no período 2077‐2011 .................................................................. 124
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
1
INTRODUÇÃO
Objetivos da Avaliação
A Avaliação Contínua insere‐se no ciclo de Avaliação dos Programas Operacionais co‐financiados pelos fundos
estruturais tendo sido, no caso do FEADER, determinada pelo Artigo 86º do Regulamento (CE) n.º 1698/2005,
do Conselho, de 20 Setembro de 2005, que estabelece a necessidade de um sistema de Avaliação Contínua para
cada Programa de Desenvolvimento Rural. A Avaliação Contínua tem o objetivo de fazer balanço anual das
condições de desenvolvimento do PRORURAL, nomeadamente, o grau de concretização dos objetivos globais e
específicos e a produção de resultados e efeitos, tendo presente os problemas diagnosticados na sua conceção.
Neste âmbito, o Relatório de Avaliação Contínua funciona como um instrumento para:
Examinar os progressos verificados no Programa em relação aos seus objetivos, por meio de
indicadores de realização e de resultado;
Melhorar a qualidade, eficiência e eficácia da execução do Programa, nomeadamente, através do
aperfeiçoamento do sistema de gestão e acompanhamento;
Analisar propostas para alterações do Programa, assim como os impactos das alterações
efetuadas;
Preparar a Avaliação ex‐post, nomeadamente, através da implementação de metodologias de
trabalho que permitam preencher os requisitos dessa Avaliação.
Tendo em conta a fase de consolidação da implementação das Medidas e a trajectória das realizações ao longo
do ano de 2011, a Avaliação Contínua 2012 tem como objetivo geral aferir o modo como a programação física e
financeira e os compromissos em matéria de gestão, no período de referência, estão a ser prosseguidos e a
traduzir‐se nos resultados e efeitos directos pretendidos. No contexto da estratégia da Avaliação, trata‐se de
centrar a análise em componentes que permitam produzir sugestões e recomendações de melhoria ao nível dos
mecanismos de implementação do Programa:
(i) Avaliação do desempenho das Medidas e do grau de concretização das suas metas e dos seus
objetivos. Esta vertente de trabalho focou‐se na relação entre a programação e a produção de
resultados e efeitos directos decorrentes da execução do Programa, tendo em conta os objetivos das
Medidas e do Programa e tendo também presente alterações de contexto entretanto ocorridas.
(ii) Identificação de lições a retirar do progresso e modelo de gestão do PRORURAL para o próximo
período de programação. Esta vertente contempla uma natureza estratégica que respeita, sobretudo,
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
2
à prossecução das prioridades regionais para o desenvolvimento rural e o seu enquadramento na
política comunitária (tendo presente a Proposta de Regulamento FEADER 2014‐2020).
Tendo em conta estas duas vertentes de trabalho, a Equipa de Avaliação, em conjunto com a Autoridade de
Gestão, definiu um conjunto de questões que estiveram implícitas no processo de avaliação (cf. Tabela
seguinte).
Questões transversais (ao nível do Programa)
• Capacidade de investimento por parte dos potenciais promotores e limitações ao bom desempenho do Programa, dado o atual contexto económico e social na RA Açores.
• Evolução da execução das Medidas, nomeadamente tendo em conta os resultados da Avaliação Intercalar do Programa, de que resultou um conjunto importante de recomendações para a melhoria do seu desempenho.
• Reavaliar os indicadores e as metas, com base no grau de concretização do Programa até 31 de Dezembro de 2011.
• Analisar os impactes das alterações ao Programa (designadamente, da 5ª alteração do Programa).
• Desenvolvimento do trabalho metodológico para estimar os indicadores de impacto em sede de Avaliação ex‐post.
• Ensinamentos a retirar com a evolução da execução e da gestão e monitorização do PRORURAL que possam servir para a estruturação do próximo Programa de Desenvolvimento Rural (2014‐2020).
Questões específicas (ao nível de cada uma das Medidas)
Medida Questões‐chave
Medida 1.2. Instalação de Jovens Agricultores
Implementação de um sistema de apoio que discrimine positivamente a instalação de jovens agricultores nas ilhas mais pequenas e com menor dinamismo empresarial.
Medida 1.3. Reforma Antecipada
Análise da importância que os apoios concedidos no âmbito desta Medida representam para a RA Açores (eventual integração deste tipo de apoios no próximo período de programação ‐ na proposta de Regulamento FEADER 2014‐2020, esta Medida não se encontra prevista).
Medida 1.5. Modernização das explorações agrícolas
(Re)análise da coerência e pertinência dos critérios de selecção dos pedidos de apoio, tendo em conta os objetivos da Região para o desenvolvimento do sector agro‐pecuário.
Implementação de um sistema de apoio que discrimine positivamente os projetos de investimento nas ilhas mais pequenas e com menor dinamismo empresarial.
Medida 1.7. Aumento do valor dos produtos agrícolas e florestais
Análise em profundidade da tipologia de investimento dos projetos aprovados, face às necessidades e expectativas para o desenvolvimento do sector na RA Açores, nomeadamente, em termos de produtos e tecnologias inovadoras.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
3
Questões específicas
Medida Questões‐chave
Medida 2.1. Manutenção da Actividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas
(Re)avaliação dos princípios de aplicação da Medida quanto à diferenciação entre ATP e não ATP, regressividade da ajuda e diferenciação entre as ilhas.
Medida 2.2. Pagamentos Agro‐ambientais e Natura 2000
(Re)análise da coerência e racionalidade da estrutura de Ações, com particular ênfase para a Ação Manutenção da Extensificação da Produção Pecuária (eventual integração deste tipo de apoios no próximo período de programação).
Eixo LEADER
(Medidas 3.1. Diversificação da economia e criação de emprego em meio rural e 3.2. Melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais)
Análise dos principais motivos para as diferentes capacidades dos GAL para animar os territórios rurais (ritmos de execução diferenciados entre os GAL).
Identificação e análise de projetos que se destacam dos demais, numa óptica de mais‐valia para os territórios rurais.
(Re)avaliação dos princípios de aplicação das Medidas, designadamente nos aspectos seguintes: restrição de CAE, orçamento por GAL.
Estrutura do Relatório
O presente Relatório apresenta os resultados da segunda fase do Estudo de Avaliação, a qual consistiu no
desenvolvimento do trabalho de terreno e de gabinete previsto, nomeadamente, entrevistas, inquéritos por
questionário, bem como o tratamento e análise da informação recolhida. A exploração do sistema de
informação do Programa (dados de realização física e financeira disponíveis) e a análise da informação
documental disponibilizada, constituíram outras das grandes componentes de trabalho.
O desenvolvimento das múltiplas frentes de trabalho permitiu, na sequência da análise e cruzamento de
informação diversificada, elaborar o presente Relatório de Avaliação Contínua, o qual reflecte a estrutura de
Capítulos recomendada pelo Caderno de Encargos. O Relatório está organizado em torno de quatro pontos
principais:
1. CONTEXTO DA AVALIAÇÃO, que compreende uma atualização das dimensões‐chave de diagnóstico do
contexto do Programa e a síntese das conclusões e recomendações efetuadas na Avaliação Contínua
anterior.
2. ABORDAGEM METODOLÓGICA, que compreende a síntese das actividades de Avaliação empreendidas e a
explicação breve dos métodos utilizados, dificuldades encontradas e necessidade de trabalhos
suplementares (fontes de dados, técnicas de recolha de dados, informações sobre o modo de cálculo
dos indicadores, …)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA, DAS MEDIDAS E DO ORÇAMENTO, que compreende a análise da execução física
e financeira e a análise da eficácia da intervenção de cada uma das Medidas e do Programa; incluindo a
análise das questões‐chave (transversais e específicas) e a formulação das principais conclusões com
incidência em orientações de política para o próximo período de programação.
4. RECOMENDAÇÕES, que compreende um conjunto de recomendações que refletem uma ponderação de
prioridades de política, tendo em conta os domínios de intervenção diferenciados e pelas respectivas
tipologias diversificadas de Medidas e beneficiários do Programa.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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1. CONTEXTO DA AVALIAÇÃO
Este Capítulo faz uma atualização das dimensões‐chave de diagnóstico que contextualizam a
implementação do PRORURAL pois embora o Programa tenha partido de uma ponderação rigorosa dos
constrangimentos estruturais do sector agrícola e do desenvolvimento rural, a concretização dos seus
objetivos é sempre influenciada pela evolução entretanto observada no contexto socioeconómico
regional.
Este Capítulo contempla, ainda, a síntese das conclusões e recomendações efetuadas na Avaliação
Contínua anterior.
1.1. BREVE INFORMAÇÃO CONTEXTUAL SOBRE O PROGRAMA
ALTERAÇÕES ABRANGENTES DE CONTEXTO
Este nível de análise corresponde à dimensão ampla de mudanças no contexto socioeconómico que
interessa reter no âmbito desta Avaliação. Os últimos três anos podem ser caracterizados por uma
conjuntura de recessão económica1 na RA Açores, que se agravou a partir do início do ano 2011, com
implicações graves ao nível da taxa de desemprego. Com efeito, a escalada do desemprego fez com que,
pela primeira vez, os Açores ultrapassassem os valores ao nível do Continente.
De acordo com dados disponibilizados no site do Serviço Regional de Estatística dos Açores (resultados
obtidos pelo Inquérito ao Emprego, http://estatistica.azores.gov.pt/), no 4º trimestre de 2011, a taxa de
desemprego estimada para os Açores foi de 15,1%, um acréscimo de 8 pontos percentuais relativamente
ao mesmo trimestre do ano anterior, em que se registou uma taxa de desemprego de 7%.
Este cenário implicou uma desaceleração evidente da actividade económica e uma queda das
expectativas dos agentes económicos e do mercado a nível regional, tanto mais por ser uma economia
pequena e exposta. Esta dimensão apresenta efeitos diferenciados sobre os diversos segmentos de
investimento e sobre as estratégias empresariais, constituindo um constrangimento para as vertentes de
investimento apoiadas pelo PRORURAL, com implicações, nomeadamente, na mobilização de recursos
próprios e no acesso ao crédito.
A incidência da crise económica e social irá vincar o futuro de concretização da Programa, por se tratar de
efeitos que vão no sentido de agravar as condições de enquadramento orçamental das entidades que são
1 Incidências da crise internacional (2008‐2009) e a sua materialização em crise económica e financeira nacional e as respetivas consequências na RA Açores, com o aumento dos preços dos combustíveis e dos factores de produção e o agravamento das condições, causado pelo acordo de ajuda externa e resgate financeiro da CE/BCE/FMI.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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beneficiárias do Programa, desconhecendo‐se, ainda, a extensão desses efeitos ao nível dos resultados
esperados.
Evolução recente do Sector agrícola e florestal
O Sector agrícola (incluindo agricultura, pecuária e agro‐tranformação) tem revelado ao longo dos
últimos cinco anos uma relativa estabilidade na produção, a que se podem associar algumas tendências
de sinal positivo, nomeadamente, a modernização e reestruturação da estrutura produtiva,
apresentando‐se actualmente como um sector de actividade económica que tem
potencialidade/capacidade para se adaptar cada vez melhor às regras impostas pela Comissão Europeia e
para se tornar num complexo de actividades dinâmico, organizado e com visão estratégica de mercado.
No entanto, apesar deste processo de reestruturação, que se traduziu numa crescente oferta de produtos
de origem animal e de origem vegetal com uma melhoria significativa da qualidade [matéria‐prima e
produtos transformados], o sector vai (re)começando a dar nota de dimensões‐problema de gravidade
desigual, das quais se destaca a conjuntura macroeconómica e financeira negativa que atinge as
explorações
agropecuárias, as cooperativas, as empresas do sector agro‐transformador e a cada vez maior
abertura aos mercados, decorrente dos os processos de liberalização e de globalização.
A envolvente macroeconómica que tem contextualizado o acesso a recursos de financiamento do
PRORURAL delimita um quadro de referência que não tem sido favorável às dinâmicas de investimento,
sendo de destacar: (i) por um lado, a emergência de constrangimentos no financiamento por parte dos
beneficiários e potenciais beneficiários, confrontados com maiores dificuldades quer na mobilização de
recursos próprios, quer no acesso ao crédito; e (ii) por outro lado, a evolução significativa dos custos de
produção, nomeadamente no que se refere ao preço dos combustíveis, e a constante pressão dos preços
no produtor, nomeadamente, devido à diminuição do rendimento disponível dos consumidores, que
conduzem à redução contínua das margens de rentabilidade das actividades do Sector.
Num cenário em que os custos de produção não param de aumentar e que o preço de venda dos
produtos não reflecte esses aumentos, há sinais preocupantes que vão no sentido de um cada vez maior
número de produtores que não consegue ter capital para realizar os investimentos necessários em
modernização e inovação (e para honrar os seus compromissos junto das instituições de crédito
bancário), e produtores que permanecem na actividade sem conseguir cobrir os custos de produção das
explorações agrícolas e com grandes dificuldades de acesso ao crédito. A par deste cenário, a diminuição
do rendimento disponível dos consumidores devido à crise e às situações de desemprego leva a uma
cada vez maior pressão dos preços pela grande distribuição, p.e., através da criação de marcas próprias
com preços baixos ou do recurso a produtos de outros mercados.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Esta envolvente negativa vem acentuar as debilidades económico‐financeiras de inúmeras explorações,
sobretudo nas Ilhas com menor potencial económico e relação com o mercado, a braços com situações
de endividamento crítico.
No entanto, as evidências resultantes do trabalho empírico realizado tendem a relativizar a dimensão dos
efeitos associados às alterações de contexto na execução do Programa, que continua a revelar uma
trajectória de desempenho positivo nos principais Eixos. A contribuir para este desempenho está o
conjunto de medidas criadas pelo Governo dos Açores com os objetivos de reforçar linhas de crédito de
apoio aos investimentos realizados no âmbito do PRORURAL2 (PROCAP ‐ Programa Complementar de
Apoio aos Projetos de Investimento no Âmbito do PRORURAL); e de reforçar linhas de apoio ao
investimento (realizado ou em curso), que não tenha obtido financiamento do PRORURAL3 e de apoio à
criação de fundos de maneio das explorações agrícolas4.
No que se refere à reestruturação de passivos e dificuldades financeiras que existem em algumas
organizações do sector, nomeadamente cooperativas, foi criada uma linha de apoio pelo Governo
regional para recuperar as mesmas, desde que os compromissos não ultrapassem os cinco milhões de
euros.
No contexto actual destacam‐se também os processos de liberalização e de globalização, com
impactos directos na produção de carne (cada vez maior abertura aos mercados MERCOSUL) e na
produção de leite (desmantelamento do sistema de quotas leiteiras).
Na RA Açores, a produção de carne continua a ser tratada, sobretudo, como um sub‐produto da
produção leiteira, altamente apoiada pelo POSEI5 e, mesmo que diminuam as barreiras alfandegárias, a
carne continua a ser penalizada pelos elevados custos de transporte, pelo que dificilmente a RA Açores
terá capacidade para ser competitiva nesta área de actividade, face a outros países. Com efeito, as
negociações para a liberalização do comércio da carne dos países da MERCOSUL no mercado da União
Europeia, que estavam suspensas desde 2004, foram retomadas, e com a eventual liberalização, a
principal consequência será o aumento da importação de carne da América Latina, a qual tem preços
muito baixos, face aos praticados na Europa.
A contrariar este cenário, começam a evidenciar‐se algumas estratégias de produção e de
comercialização na Região (p.e., introdução de raças com vocação de carne, como a Raça Angus; 2 Este Programa visa anular os custos financeiros entre a execução material do investimento e a disponibilização das verbas do PRORURAL. 3 Este sistema apoia cerca de 30 por cento os custos financeiros do investimento. De acordo com a imprensa escrita, o Governo Regional apoiou através desta linha 140 candidaturas, num montante de crédito de 2,8 milhões de euros, correspondendo a uma comparticipação de cerca de 100 mil euros nas taxas de juro. 4 Num montante até 25 mil euros, conforme a respectiva dimensão económica. 5 Os produtores de carne podem auferir ajudas como o Prémio aos Bovinos Machos, o Prémio à Vaca Aleitante, o Prémio ao Abate de Bovinos e a Ajuda ao Escoamento de Jovens Bovinos. O total de ajudas concedidas no conjunto destes prémios pode ascender a cerca de 21 milhões de euros anuais, podendo alcançar mais de 6 mil produtores no caso do Prémio ao Abate de Bovinos ou a mais de 4 mil produtores no caso do Prémio aos Bovinos Machos.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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produção com a denominação “Carne dos Açores” (Indicação Geográfica Protegida); valorização da
expedição em carcaça, sob a égide da ‘marca’ Açores).
No que respeita à produção de leite, o levantamento do sistema de quotas está previsto para Abril de
2015. Embora Portugal e Espanha continuem a lutar contra o fim das quotas leiteiras, a Comissão
Europeia (CE) mantém uma posição inflexível quanto a essa decisão. Neste contexto, a RA Açores
assume uma importância crucial por representar cerca de ¼ da produção de leite a nível nacional.
Todavia, apesar de demonstrar capacidade para aumentar a produção de produtos que podem oferecer
as melhores oportunidades de mercado no futuro, a Região ainda se encontra afastada de outros países
produtores de leite e de produtos lácteos, os quais já se encontram numa fase madura em termos de
colocação de produtos no mercado.
A par dessa situação, e de acordo com os interlocutores auscultados, os preços praticados pela indústria
não permitem um rendimento razoável aos produtores, sendo que a produção continua a ser
parcialmente sustentada com as ajudas directas aos produtores de leite6, limitando o processo de
reestruturação das explorações leiteiras, que implica investimentos avultados (melhoria das condições
higiénicas e sanitárias, melhoria da eficiência do sistema produtivo, …).
Da análise efetuada, não restam dúvidas sobre a potencialidade da Região para produzir leite e produtos
lácteos e carne com qualidades diferenciadoras de outros produtos, no entanto, as duas atividades
dominantes na RA Açores deparam‐se com constrangimentos que podem assumir um efeito negativo
junto dos produtores se estes não se prepararem devidamente, p.e., através da implementação de
sistemas de produção de leite com recurso a tecnologias mais modernas; da introdução de raças com
aptidão para a produção de carne (mais precoces), rústicas e bem adaptadas ao clima e sistema
produtivo da Região; da reconversão para outras actividades.
Quanto à reconversão de leite para carne, não há ainda certezas sobre se será uma alternativa
economicamente viável. Quanto à diversificação da produção na RA Açores, embora lhe seja atribuída
uma cada vez maior importância, nomeadamente, para aprovisionamento regional, o facto é que as
quantidades produzidas de produtos vegetais têm vindo a diminuir consideravelmente, com a exceção
da vinha para vinho, do chá, das hortícolas e, mais recentemente, da beterraba sacarina.
De acordo com os interlocutores auscultados, e numa perspectiva de encontrar alternativas às duas
produções dominantes, em parte, decorrente da maior consciência quanto às condições de mercado e
quanto ao impacto do fim das quotas leiteiras, a ênfase vai para a produção de vinho, de mel, de
hortícolas, de frutícolas e de florícolas. Com efeito, nos últimos anos tem‐se registado uma mudança em
6 No caso da RA Açores, essas ajudas estão enquadradas no âmbito do POSEI ‐ Prémio à Vaca Leiteira (Prémio Base e Majoração), que ascende a cerca de 12 milhões de euros anuais e abrange cerca de 82.500 animais; e o Prémio aos Produtores de Leite, que ascende a cerca de 19 milhões de euros por ano e abrange cerca de 3 mil produtores de leite.
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matéria de diversificação das atividades produtivas das explorações agropecuárias. Neste contexto,
foram identificadas as alterações mais significativas no panorama agrícola regional:
• hortícolas, explorando condições e períodos de clima temperado ou em estufa, incluindo
experiências de hidroponia;
• frutícolas, recuperando tradições de culturas/pomares de pessegueiros, figueiras, macieiras,
pereiras e citrinos (embora em escala, ainda, residual). Neste segmento existem dois produtos
com Denominação de Origem Protegida: o “Ananás dos Açores” e o “ Maracujá de São Miguel”;
• vinho, produção que tem vindo a crescer nos últimos anos e apresenta‐se hoje em dia como um
dos produtos dotado de grande potencial, em resultado das evoluções produtivas adoptadas
pelo sector vitivinícola regional.
• chá, produção que tem vindo a alcançar novos mercados com a diversificação de produtos
disponíveis no mercado (p.e., chá verde) e da forma de apresentação dos produtos (p.e.,
saquetas).
Em termos de mercado, este tipo de produtos é totalmente consumido no Arquipélago, com exceção do
chá (exportado para a Alemanha, EUA, Canadá e outros países europeus) e de algumas frutícolas cuja
produção ultrapassa as necessidades regionais, neste caso encontra‐se o ananás cuja comercialização é
feita pela PROFRUTOS ‐ Cooperativa de Produtores de Frutas, Produtos Hortícolas e Florícolas de São
Miguel.
Relativamente à produção biológica, embora se considere que a RA Açores tem potencialidades, na
realidade são poucos os produtores que se dedicam ao modo de produção biológica. Das mais de 13.500
explorações existentes na RA Açores, apenas 14 se encontram recenseadas como produtoras em modo
de produção biológico não chegando a ter expressão percentual no Recenseamento Agrícola de 2009
(INE, 2011), mas no âmbito do PRORURAL, há 33 explorações a auferir de ajudas concedidas através da
Intervenção Agricultura Biológica da Ação 2.2.1. Promoção de Modos de Produção Sustentáveis (na ilha
de São Jorge surge concentrado na produção pecuária, pastagens e forragens, enquanto na Ilha Terceira
e na Ilha de São Miguel se desenvolve em torno dos produtos hortícolas e frutícolas).
Contudo, este tipo de produções, em conjunto com outras com capacidade diferenciadora em algumas
ilhas (meloas, amoras, bananas, …) deparam‐se, ainda, com limitações em termos de organização da
produção, de logística, de escala da procura/insuficiência da oferta (mesmo que se trate apenas do
mercado interno), de integração produtiva e económica entre a produção primária e a transformação
industrial, e de promoção.
No que se refere ao sector florestal, a floresta de Criptoméria constitui um ativo da economia rural
regional, nomeadamente em São Miguel, onde existem alguns recursos produtivos próprios de uma
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
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fileira florestal, materializados num conjunto de micro, pequenas e médias empresas de prestação de
serviços de silvicultura e exploração florestal e de transformação de material lenhoso (serrações,
carpintarias e marcenarias). Não obstante, a evolução recente da floresta produtiva na RA Açores está
muito dependente dos apoios concedidos através das medidas comunitárias de apoio ao sector florestal.
No contexto sectorial/estrutura das atividades económicas da RA Açores, a agroindústria é considerada
relativamente competitiva, sendo que tem vindo a manter a sua posição no ranking do VAB gerado pelos
diversos sectores económicos (dos dados mais recentes disponibilizados pelo SREA, destaca‐se a
evolução do valor acrescentado bruto gerado pela indústria transformadora entre 2005 e 2008 ‐ 6,4% dos
cerca de 2.800 milhões de euros de VAB da Região).
Atualmente, o reforço das relações entre a produção primária e a agro‐indústria consiste numa condição
base à criação/consolidação de fileiras produtivas com capacidade competitiva, no quadro da
concorrência do mercado global. No caso específico da agro‐pecuária em território açoriano, os apoios
colocados à disposição do conjunto de empresas de cariz produtivo e agro‐industrial tem acentuado o
peso do leite e da carne, em detrimento da diversificação da produção regional, nomeadamente, através
da criação de fileiras nos sectores de diversificação. Com efeito, no conjunto de projetos aprovados até
ao final de 2011 (22), apenas 4 pertencem aos sectores de diversificação, correspondendo a 5,7% da
Despesa Pública.
As novas orientações do mercado de consumo tendem a exigir uma oferta de produtos com qualidade,
diferenciados ou inovadores, sendo que estas tendências são melhor ou pior acompanhadas pelas
empresas dependendo das suas estratégias. No caso da RA Açores, e no âmbito da Avaliação do
PRORURAL, a Equipa de Avaliação concluiu que, embora exista um potencial para acompanhar essas
tendências, a indústria regional tem revelado pouca apetência para o risco limitando, à partida, a
diferenciação, a qualidade e a inovação dos produtos (estas componentes acarretam custos elevados
associados à investigação, marketing, etc.). Em resultado, tem‐se vindo a registar alguma padronização.
Essa padronização pode, no entanto, ser entendida como uma das estratégias possíveis das empresas já
que, para além de transmitir uma imagem de segurança do produto (facilita o ganho de confiança em
termos de qualidade do produto), permite economias de escala e implica menores custos com a
investigação e do marketing. Contudo, refira‐se que parte dos agentes económicos começa agora a
perceber que os seus produtos podem vir a ser preteridos em função de outros que procuram ir mais de
encontro às expectativas dos consumidores e/ou que os seus produtos embora garantam o escoamento
da produção, os preços praticados são demasiado baixos para assegurar um bom rendimento. No
entender da Avaliação, falta ainda um passo no sentido do acréscimo de valor aos produtos.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Não obstante, é de destacar a importância /influência da existência de um conjunto de empresas
transformadores estáveis e com condições de mercado favoráveis para a economia agrícola de base das
Ilhas.
Todos estes aspetos estão subordinados à capacidade de liderança dos dirigentes associativos e dos
gestores das empresas privadas, os quais, por continuarem a demonstrar carências em termos de
competências e de visão empresarial e de estratégia, têm limitado de forma importante a capacidade
para explorar o potencial das actividades agrícolas, pecuárias e florestais da Região, numa perspectiva de
procurar as melhores alternativas e de orientar os sistemas produtivos para o mercado.
Em resultado desta evolução, o conjunto de alterações estruturais verificadas no sector agro‐pecuário na
última década situa‐se em duas vertentes:
(i) Ao nível produção, onde ocorreu uma redução substancial do número de explorações agrícolas,
mas um aumento importante da sua dimensão média e dos efectivos, uma intensificação da
actividade produtiva, que levou a um aumento da produtividade; e onde ocorreu uma alteração
do panorama produtivo com uma reconversão do leite para a carne (em 2009, a Orientação
Técnica e Económica (OTE) de bovinos de carne era de 26% e de bovinos de leite situou‐se nos
21%), tendência que já se vem constatando há alguns anos; destaca‐se também a OTE ‘frutos
frescos, casca rija e citrinos’, que representa 9% das explorações.
No que se refere à estrutura económica das explorações agrícolas da RA Açores, o Valor de
Produção Padrão Total (VPPT) alcançou os 25,9 mil euros em 2009, encontrando‐se claramente
acima do VPPT médio a nível nacional (15,2 mil euros) – a RAA encontra‐se em terceiro lugar no
ranking do VPPT a nível nacional, apenas abaixo do Alentejo (32,7 mil euros) e do Oeste (31,7 mil
euros). Todavia, 58,4% das explorações da RAA tem uma dimensão económica “muito pequena”
(menos de 8 mil euros de VPPT); sendo que 6,6% das explorações consideradas “grandes” (mais
de 100 mil euros de VPPT) contribuem com 47,2% do VPPT total da Região – estes dados
refletem a assimetria existente quando analisada a dimensão económica das explorações.
(ii) Ao nível da agro‐indústria, onde sucedeu uma importante modernização de infra‐estruturas e de
equipamentos, assim como uma actualização acentuada de métodos e processos produtivos, e
uma diversificação dos produtos produzidos.
A progressão dos indicadores relativos ao sector agropecuário, florestal e agroindustrial revela também
aquilo que constitui uma especificidade regional, tratando‐se de sectores com fortes tradições culturais e
socioeconómicas e que, devido aos efeitos que tem sobre atividades a jusante (comércio, indústria,
turismo), não pode ser encarado numa mera perspectiva de redução da importância económica.
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Figura 1. Tendências prevalecentes no desenvolvimento do sector agro‐pecuário da RA Açores, no período 1999‐2009
Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE, 2009; processamento da informação empírica recolhida pela Equipa de Avaliação.
‐ área utilizada para a agricultura (SAU aumentou de 86 para 92%);
‐ área por exploração (de 6,3 para 8,9 ha, um aumento de 40,9%);
‐ dimensão média do efectivo pecuário, fixando‐se nos 28 animais (em 1999 onúmeromédio de vacas leiteiras por exploração era de 19);
‐ número de explorações com bovinos de carne para abate, associado a umcrescimento do número de efectivos com essa vocação;
‐ qualidade da matéria‐prima utilizada na transformação, em parte motivadapelas exigências das unidades transformadoras;
‐ evolução da lógica de integração no caso da produção de leite e produtoslácteos (e com peso ao nível da fileira nacional);
‐ capacidade de modernização, nomeadamente com recurso às ajudas aoinvestimento;
‐ potencial de valorização e diferenciação dos produtos;
‐ modernização da rede pública de abate (investimentos realizados empraticamente todas as ilhas);
‐ diferenciação da produção;
‐ criação de marcas.
‐ número de explorações, sobretudo nas ilhas da Graciosa, Faial, SantaMaria e Pico (29,7%);
‐ população agrícola familiar (37,8%) e dos trabalhadores agrícolas atempo completo (28,8%);
‐ número de explorações com vacas leiteiras (35,9%),
‐ explorações com produção de suínos (55%), ovinos (25%), caprinos (43%)e equídeos (58%), a que correspondeu igualmente uma diminuiçãoacentuada do número de animais;
‐ culturas temporárias como os cereais para grão, batata, beterrabasacarina ou as culturas industriais, e as culturas permanentes (frutosfrescos e subtropicais, citrinos e vinha);
‐ nível de inovação dos produtos (leite tem vindo a perder peso no cabazdos produtos lácteos relativamente a produtos mais elaborados einovadores);
‐exploração da marca Açores;
‐ valorização dos produtos DOP;
‐ fluxos de comercialização;
‐ desenvolvimento empresarial (organizado e profissional);
‐ sustentabilidade económica, social e ambiental das explorações;
‐ efeitos de arrastamento dos projectos apoiados;
‐ estruturação da produção da fileira da diversificação e organização dasfileiras da carne e da diversificação ;
‐ dinamização de projectos de transformação de produtos oriundos dossectores de diversificação
‐ logística: transporte entre ilhas e expedição para o Continente
‐ capacidade concorrencial e nível de articulação com as grandessuperfícies
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Evolução recente dos territórios rurais
O contexto socioeconómico de implementação do PRORURAL não tem facilitado, em geral, as
dinâmicas de absorção de recursos de intervenção de instrumentos de apoio do tipo dos que são
organizados no âmbito dos Eixos 3 e 4 onde preponderam as entidades privadas, promotores de
iniciativas económico‐empresariais e outras de pequena escala, entidades associativas e da economia
social e entidades públicas (Administração Local e sector social local). Estas entidades têm atravessado
dificuldades financeiras próprias e de acesso ao crédito, a par de constrangimentos orçamentais de vária
ordem, com efeitos sobre a promoção de novos projetos e a execução normal dos contratados.
Na contextualização das análises de suporte à Avaliação de implementação dos Eixos 3 e 4, importa não
menosprezar que, para além do contexto territorial próprio da ultraperificidade e da dupla insularidade
(descontinuidade territorial inter‐ilhas das Zonas de Intervenção), estes anos iniciais de implementação
da abordagem LEADER na Região têm sido marcados pelo agravamento de um conjunto de indicadores
socioeconómicos que convergem no sentido de uma desvitalização tendencial dos territórios rurais:
(i) Tendências pesadas sociodemográficas
• declínio da população em termos regionais e da generalidade das Ilhas, com baixa taxa de
natalidade, saldo fisiológico negativo e reduzida taxa de substituição geracional;
• envelhecimento acentuado, com a população idosa a assumir um peso mais que proporcional no
stock demográfico, num contexto em que os ativos com vitalidade demográfica e económica
abandonaram os meios rurais, gradualmente desvitalizados/em situação de abandono;
• dinâmicas de atracão dos centros urbanos dotados de ofertas de equipamentos de educação,
saúde e lazer e de maiores oportunidades de ocupação que estabelecem uma punção forte sobre
as populações rurais em idade ativa, ou seja, com vitalidade demográfica e económica;
• fechamento crescente das comunidades locais, envelhecidas e dependentes de fluxos de
rendimento passivo (remessas de emigrantes, pensões de reforma e outras subvenções, …).
(ii) Evolução económico‐empresarial
• entre final de 2007 e final de 2011, o volume de desemprego mais que triplicou de 5.500 para
18.200 pessoas, com destaque para os ativos de meia idade (35‐44 anos) e adultos com mais de
44 anos de idade; o aumento do desemprego constituía a principal tendência em emergência
nos territórios de intervenção, nos últimos cinco anos, de acordo com os coordenadores dos
GAL;
• com a taxa de desemprego a crescer de 4,9% para 15,1% em 4 anos, a procura de emprego há 12
ou mais meses não cessa de crescer atingindo, sobretudo (em termos relativos), os homens e os
jovens com menos de 24 anos;
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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• a dinamização do empreendedorismo tem ficado aquém das necessidades de revitalização da
iniciativa empresarial e do aprofundamento/valorização dos recursos endógenos e logísticos
existentes nos territórios urbano‐rurais e rurais; a este propósito, destaque‐se que a capacidade
de investimento constituía a principal tendência de declino nos territórios de intervenção nos
últimos cinco anos, segundo os Coordenadores dos GAL ;
• a valorização dos recursos/oferta turística de base rural‐local tem‐se revelado problemática face
às características de elevada sazonalidade da procura dirigida aos Açores, num contexto
agravado pela relativa saturação do mercado do turismo em espaço rural (TER).
O contexto socioeconómico descrito contribui de forma objetiva para uma quebra acentuada das
capacidades e dinâmicas de investimento por parte dos potenciais promotores de projetos, sobretudo,
no âmbito das Ações da Medida 3.1, mas também de promotores das intervenções da Medida 3.2.
Esta evolução influencia negativamente o desempenho dos Eixos da abordagem LEADER, sobretudo,
numa fase em que o padrão das ajudas das respetivas Medidas se revelaria adequado à dinamização da
iniciativa económica dos territórios das Zonas de Intervenção. Pelo contrário, o trabalho de dinamização
dos GAL tem‐se deparado com as dificuldades associadas às tendências pesadas descritas e com os
constrangimentos de financiamento referenciados: orçamentais, da parte das entidades que promovem
(e sustentam o cofinanciamento) projetos da Medida 3.2 e económico‐financeiros, da parte da iniciativa
privada (base patrimonial e de capitais próprios estreita, dificuldades de recurso a crédito, etc.).
Não obstante, e no sentido inverso, os territórios rurais têm sido beneficiados por importantes melhorias
ao nível das acessibilidades e das infraestruturas e pela instalação de equipamentos sociais nos últimos
anos, nomeadamente para apoio a crianças e a idosos (p.e., aumento de ‘ludotecas ambulantes’,
aumento de ‘centros de actividades ocupacionais’ e de ‘lares’).
No que concerne à relação entre a conservação e valorização do património e a qualidade de vida, tem
sido uma componente importante da abordagem LEADER. O património, enquanto suporte de
diferentes actividades promotoras de desenvolvimento local‐rural e símbolo de identidade, saberes
locais e especificidades, tem sido uma âncora para fortalecer a imagem de qualidade das áreas de
intervenção dos GAL.
Esta imagem territorial evidencia os contributos das políticas de desenvolvimento rural dos últimos anos,
que têm, ao longo do tempo, concorrido para “aproximar lugares”, atenuar assimetrias, melhorar a
participação cívica e o empreendedorismo local, criando condições para que os cidadãos tenham uma
vida com mais qualidade e maior bem‐estar.
Todavia, este modelo não tem condições de sustentabilidade se a esse cenário não se associar um sector
empresarial capaz de gerar riqueza e empregos, ancorado em actividades com mercados que se
estendam para além desses territórios.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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1.2. SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES EFETUADAS NA AVALIAÇÃO CONTÍNUA (2010)
O Programa atingiu níveis de compromisso elevados e o desempenho dos projetos aprovados
(realizações e resultados) apresenta uma trajectória de concretização dos objetivos específicos das
Intervenções. Neste contexto, as Recomendações orientaram‐se para a melhoria qualitativa dos índices
de eficácia e eficiência do Programa, o que deverá mostrar‐se de grande utilidade numa fase em que a
dotação financeira se encontra significativamente comprometida e em que será desejável selecionar
projetos que melhor garantam condições para concretizar os objetivos do Programa e acompanhar os
projetos em execução. Os pontos seguintes sistematizam as recomendações‐chave da Avaliação
Contínua, relativa ao ano 2010:
• Reforçar a aproximação entre os objetivos dos projetos de investimento aprovados e os
objetivos das Intervenções do PRORURAL, através do uso mais exigente dos critérios de
selecção que remetem, sobretudo, para a competitividade, a promoção de inovação, o
emparcelamento/reestruturação fundiária e o empreendedorismo.
• Desenvolver uma abordagem de gestão estratégica do binómio oferta/procura, atribuindo
prioridade na seleção de projetos aqueles que reúnam condições de maior sustentabilidade
potencial para alcançar os objetivos específicos das Intervenções.
• Dinamizar a conceção de ações de formação profissional especializada de suporte aos projetos
de reconversão e modernização das explorações agro‐pecuárias e dos sistemas agrícolas
regionais.
• Divulgar de forma mais activa e dirigida as Medidas florestais do Eixo 2 do Programa em vista a
dinamizar o aproveitamento dos recursos de financiamento disponíveis para aumentar a área
florestada da Região e contribuir para atenuar o défice de material lenhoso e a diversificação da
actividade económica das explorações agropecuárias açorianas.
• Dinamizar as parcerias para o desenvolvimento local e as iniciativas de projetos de carácter
económico‐empresarial e de serviços básicos nas ilhas com menor volume de projetos
candidatados e aprovados no âmbito das Medidas 3.1. e 3.2. do Eixo 3, visando contribuir para
atenuar assimetrias territoriais.
• Organizar ações de acompanhamento in loco por parte de instâncias técnicas da Autoridade de
Gestão e tutelas sectoriais (Organismos Intermédios e outros) com o objetivo de monitorizar os
indicadores e práticas agrícolas e ambientais, indispensável para estimar de forma consistente os
impactos gerados.
No que se refere às questões financeiras, uma matéria transversal ao Programa, na óptica da Equipa de
Avaliação há que procurar assegurar a disponibilidade para continuar a assumir compromissos com os
promotores de projetos de investimento, designadamente, nas Medidas mais dinâmicas – Medidas 1.5.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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(particular enfoque para os pedidos de apoio de jovens que se instalam no sector), 1.6. e 1.7. Por outro
lado, para as Medidas em que não há procura terá de se transferir as suas dotações financeiras para as
Medidas que demonstrem capacidade de absorção dos recursos (neste caso estão compreendidas as
Medidas 1.1., 1.4. e 2.3., e as Ações 1.11.4. e 2.4.2.).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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2. ABORDAGEM METODOLÓGICA
Este capítulo contempla uma breve descrição da organização do trabalho efectuado, referindo as
metodologias utilizadas, tendo em conta os resultados que se esperavam alcançar e a disponibilidade de
informação, bem como as dificuldades encontradas no desenvolvimento dos trabalhos de Avaliação.
Informações sobre o trabalho efectuado
A metodologia de Avaliação assentou num conjunto de componentes técnicas, que reflectem a adoção
de uma perspectiva multi‐método, com base na qual se procurou responder aos objetivos da Avaliação
Contínua cruzando abordagens principais e complementares de recolha e análise de informação, como
forma de obter material empírico indispensável para responder cabalmente a esses objetivos.
O modelo de abordagem adotado utilizou os seguintes principais instrumentos metodológicos:
Análise documental. Na óptica dos objetivos do Estudo, procedeu‐se à análise de um conjunto
de documentos de referência e de suporte técnico, com destaque para os documentos de
execução do Programa (Relatórios de Execução do Programa e dos GAL), documentação
relevante da Comissão Europeia (p.e. alterações recentes ao Programa), Regulamentos
(proposta de novo Regulamento FEADER) e materiais diversos que consubstanciam a
operacionalização/implementação das Medidas.
Pesquisa e análise de informação estatística. Esta componente recorreu à utilização de
estatísticas socioeconómicas gerais cujo processamento contribuiu para a análise da evolução
recente de variáveis‐chave da fileira agropecuária e dos territórios rurais e, numa perspectiva
complementar, para a análise da eficácia das Medidas do Programa.
Informação sobre Beneficiários e Projetos/Exploração dos Sistemas de Informação. O apoio à
dimensão analítica que se considera central ao processo de Avaliação ‐ a Análise da Eficiência e
da Eficácia, foi objetivada através da análise de dados com origem nos Sistemas de Informação
(SiRURAL e e‐RURAL). Essa análise contribuiu para: (i) a análise do desempenho do Programa no
seu período de vigência; e (ii) o balanço das realizações e dos resultados das Medidas/Eixos.
Paralelamente,
procedeu‐se à análise de dossiers de candidatura de um leque de projetos aprovados,
constituindo uma fonte privilegiada de dados micro que enriqueceu a análise de diversas
Medidas.
Entrevistas semi‐diretivas/Reuniões de trabalho. As entrevistas constituíram um elemento
fundamental de recolha de informação para abordar em profundidade as matérias constantes da
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
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Avaliação Contínua. A Equipa de Avaliação realizou um conjunto de entrevistas tendo por base
guiões ajustados aos interlocutores:
• Autoridade de Gestão [Gestor, Coordenador do Eixo 3]
• Organismos Intermédios [Grupos de Ação Local GRATER, ASDEPR e ADELIAÇOR (via
telefónica); Direção Regional dos Recursos Florestais; Direção Regional de
Desenvolvimento Agrário, Instituto Regional de Ordenamento Agrário (no âmbito da
Medida 1.3. Reforma Antecipada);
• Entidades institucionais [Serviço Florestal do Pico; Serviço Florestal da Terceira]; e
• Beneficiários do Programa [PROFRUTOS, SilviAçores].
Inquérito a Promotores de Projetos aprovados no âmbito da Medida 1.2. Instalação de Jovens
Agricultores. A aplicação a jovens que viram o seu projeto aprovado no âmbito da Medida 1.2.
pretendeu contribuir para dispor de um conjunto de elementos de informação, sobretudo, de
carácter qualitativo de modo a conhecer a sua visão relativamente a questões‐chave em análise
no presente Estudo de Avaliação, numa aproximação aos resultados da implementação desta
Medida do PRORURAL. A inquirição, por via telefónica, incidiu sobre o universo de beneficiários
cuja instalação ocorreu nas Ilhas de São Miguel e da Terceira.
Inquérito aos Coordenadores dos GAL. Esta componente foi estruturada num Questionário de
aplicação/preenchimento online que conteve seis campos fundamentais de objetivos/questões:
1) Constituição e trajetória da Entidade Local; 2) Caracterização do GAL; 3) Evolução dos
territórios de intervenção; 4) Execução da ELD – Monitorização e Resultados esperados; 5)
Cooperação; e 6) Perspectivas de evolução futura.
Informações sobre o modo de cálculo dos indicadores de realização e de resultado
O cálculo de indicadores na presente Avaliação Contínua foi efectuado sob duas perspectivas:
(i) dinâmica de Pedidos de Apoio e de aprovações, que resultou na percepção da motivação para
investir nos vários domínios de intervenção do Programa, e da flexibilidade que o Programa tem
em ajustar as dotações financeiras das Medidas de acordo com essa dinâmica; e na percepção
dos resultados esperados em termos de realizações (projetos aprovados/homologados até 31 de
Dezembro de 2011);
(ii) quantificação dos indicadores de realização física e de resultado, que resultou na percepção do
grau de concretização potencial dos objetivos de cada uma das Medidas (a quantificação dos
indicadores foi efetuada com recurso aos dados dos projetos aprovados/homologados, numa
perspectiva de demonstrar os resultados esperados e de analisar a adequação das metas; e com
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
19
recurso aos dados dos projetos concluídos do ponto de vista financeiro7, numa perspectiva de
analisar a eficácia do Programa em termos de execução de projetos e de acompanhar a
prossecução das metas (dados utilizados: até 31 de Dezembro de 2011).
No entanto, refira‐se que os valores apresentam desvios face à realidade por se basearem nos modelos
de análise dos projetos, ou seja, em resultados esperados pelos promotores dos investimentos. Assim,
como nem sempre a dinâmica concreta de execução dos projetos consegue responder aos termos
previstos nos Pedidos de Apoio (PA), o conhecimento da dinâmica de execução efectiva constitui um
factor limitativo no conhecimento do grau de concretização dos resultados e objetivos.
Com vista a ultrapassar este constrangimento, a Equipa de Avaliação em conjunto com a Autoridade de
Gestão procuraram formas de recolha de informação junto dos beneficiários (recolha de informação
contabilística e a análise dos dados constantes da RICA) e espera‐se que, no próximo ano, seja possível o
seu processamento.
Quadro 1. Métodos de recolha de informação contabilística
Medida Método de recolha e cálculo
1.2. Instalação de jovens agricultores
1.5. Modernização das explorações agrícolas
1.6. Melhoria do valor económico das florestas
Entrega de documentos contabilísticos das explorações/empresas apoiadas pelo Programa à Autoridade de Gestão. Este procedimento está previsto nas Portarias que regulamentam cada uma das Medidas, no Artigo relativo aos compromissos e obrigações dos beneficiários.
Os beneficiários estão obrigados, durante um período de 5 anos desde a data de celebração do contrato até ao termo do projeto de investimento (i) a permitir o acesso aos locais de realização da operação, e àqueles onde se encontrem os elementos e os documentos necessários, nomeadamente, os de despesa, para o acompanhamento e controlo; (ii) a proporcionar às entidades competentes as condições adequadas para o acompanhamento e controlo da operação nas suas componentes material, financeira e contabilística; e (iii) a fornecer todos os elementos necessários à caracterização e quantificação dos indicadores de realização e de resultado da operação apoiada.
No caso da Medida 1.5. a análise vai ser, ainda, complementada com o acesso aos dados constantes da RICA. Esta análise tem como objetivo fazer a comparação entre beneficiários e não beneficiários do Programa. No caso da Medida 1.6., a questão de fundo prende‐se com a organização de informação contabilística relativa à actividade florestal, pelo que a Equipa de Avaliação propôs avançar com um “projeto‐piloto” que tem como objetivo principal a recolha de informação microeconómica sobre a evolução dos projetos de investimento e das explorações florestais ou agro‐florestais. O projeto‐piloto, a desenvolver em conjunto com a DRRF, tem como objetivo envolver, na primeira fase, pelo menos 5 beneficiários. A par desta informação, a DRRF terá de desenvolver/atualizar o modelo de produção de criptoméria para que possam existir estimativas sobre o volume de produção de madeira, aquando do seu corte. Todavia, esta é uma estimativa difícil de realizar ao nível da exploração silvícola, dado o longo período de retorno do investimento (corte final dos povoamentos aos 30‐40 anos). Nestes casos, a AG deverá ficar responsável pela recolha e sistematização dos dados.
(Continua)
7 Exceção para as Medidas 1.2. e 1.3., em que os indicadores foram calculados com base nos projetos que tinham, pelo menos, um pagamento. Esta opção deveu‐se à particularidade da concessão dos apoios.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
20
(cont.)
Medida Método de recolha e cálculo
1.3. Reforma Antecipada
Para o cálculo do acréscimo de VAB, a alternativa mais viável pode passar pela definição de um valor padrão para cada hectare de terra, de acordo com o sistema produtivo instalado (p.e., com recurso aos dados económicos e financeiros da RICA), e calcular o acréscimo de VAB resultante do aumento de área fruto do redimensionamento, com majoração no caso de se tratar de emparcelamento.
Este valor padrão deverá ser calculado pelos técnicos da Autoridade de Gestão responsáveis pela análise de projetos de investimento, com base na sua experiência e com base nos valores unitários que constam dos próprios PA.
1.7. Aumento do valor dos produtos agrícolas e florestais
Entrega de documentos contabilísticos das empresas apoiadas pelo Programa à Autoridade de Gestão. Este procedimento está previsto na Portaria que regulamenta a Medida, no Artigo relativo às obrigações dos beneficiários.
Enviar à Autoridade de Gestão, até 30 de Junho de cada ano, e durante um período de cinco exercícios anuais seguidos a contar da data da assinatura do contrato (i) a cópia do Relatório de Contas e dos respetivos modelos fiscais e (ii) um relatório de acompanhamento da operação relativo ao ano precedente. Para além destes dados, a entidade beneficiária tem de apresentar à Autoridade de Gestão um relatório devidamente fundamentado sobre os resultados da execução material e financeira da operação depois do recebimento integral dos apoios.
Neste caso, a AG deverá ficar responsável pela recolha e sistematização dos dados.
3.1. Diversificação da economia e criação de emprego em meio rural
Entrega de documentos contabilísticos das explorações/empresas apoiadas aos GAL. Este procedimento está previsto na Portaria que regulamenta a Medida, no Artigo relativo às obrigações dos beneficiários.
Os beneficiários dos apoios, durante um período de cinco anos a contar da data de celebração do contrato, ou até ao termo da operação, têm como obrigação apresentar ao GAL ou à Autoridade de Gestão, anualmente e durante os três anos subsequentes à conclusão da operação, os relatórios de contas aprovados anualmente.
Neste caso, os GAL deverão ficar responsáveis pela recolha e sistematização dos dados.
No que respeita aos indicadores de natureza ambiental, o seu cálculo continua a apresentar as limitações
evidenciadas na Avaliação Intercalar. Trata‐se sempre de avaliações complexas dada a dificuldade em
recolher informação e em estabelecer relações lineares de causa‐efeito. A Equipa de Avaliação, neste
caso, continuará a partir do princípio que a implementação das boas práticas agrícolas e ambientais e
outras exigências complementares expressas no PRORURAL (p.e., condições de utilização de
fertilizantes e produtos fitossanitários), contribui fortemente para que os resultados pretendidos sejam
alcançados (aumento da biodiversidade, melhoria da qualidade da água e melhoria da qualidade do
solos).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
21
Informações sobre o modo de cálculo dos indicadores de impacto
As Avaliações Contínuas têm como objetivo dar continuidade ao trabalho conducente ao cálculo dos
indicadores de impacto, a ocorrer no âmbito da Avaliação ex‐post, nomeadamente, a criação de
mecanismos que auxiliem a recolha de informação necessária para a sua estimativa. Assim, e na presente
Avaliação a Equipa centrou os seus esforços na definição de metodologias de cálculo e formas de recolha
da informação necessária, que permita uma aproximação satisfatória aos impactos do Programa.
Contudo, este trabalho de desenvolvimento metodológico encontra‐se fortemente condicionado pela
indisponibilidade da informação necessária, nomeadamente, a seguinte:
Indicadores Crescimento Económico, Criação de Emprego e Produtividade do trabalho: dados
económicos e sociais ao nível regional que permitam criar um cenário que elimine o peso morto,
a dupla contagem, os efeitos de deslocamento e os efeitos multiplicadores.
Indicador Reversão do Declínio da Biodiversidade: dados desagregados resultantes do Censo de
Aves Comuns, bem como relativos à posição geográfica das quadrículas consideradas para a
amostragem.
Indicador Manutenção Elevado Valor Natural das Terras Agrícolas e Florestais: não foi, ainda,
determinada a área na RA Açores considerada de elevado valor natural.
Melhoria da Qualidade da Água e Contribuição para o Combate às Alterações Climáticas: resultados
de amostras de qualidade da água em zonas com e sem apoios que tenham a mesma estrutura
produtiva; dados sobre a emissão de gases resultante da laboração das agroindústrias na RA
Açores.
Tendo em conta estes constrangimentos, a Equipa de Avaliação não prevê que seja possível o cálculo dos
impactos do Programa, de acordo com as metodologias propostas pela European Evaluation Network for
Rural Development, não obstante, vai continuar a envidar esforços no sentido de proceder à competente
estimativa daqueles Indicadores em sede de Avaliação ex‐post. Neste sentido a Equipa de Avaliação, bem
como a Autoridade de Gestão, têm acompanhado os trabalhos de aprofundamento metodológico
dinamizados pela Rede de Avaliação dos Programas Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
23
3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA, DAS MEDIDAS E DO ORÇAMENTO
3.1. SÍNTESE DAS ALTERAÇÕES EFETUADAS AO PROGRAMA
Após o ano 2010, que marcou, de facto, o início de um período dinâmico de implementação do
Programa, com o arranque de uma estrutura de gestão e respetivos normativos consolidados e
ajustados, o ano 2011 foi marcado pelo contínuo esforço de análise e contratação de pedidos de apoio, e
pelo grande esforço de execução.
Este quadro de progresso induziu a necessidade de proceder a alterações no Programa, sobretudo de
natureza financeira, com o objetivo de assegurar a disponibilidade para continuar a assumir
compromissos com os promotores de projetos de investimento, designadamente, nas Medidas mais
dinâmicas – Medidas 1.5. e 1.7. –, com recursos financeiros de outras Medidas em que não se registou
uma procura tão elevada (p.e., Medidas 1.11. e 3.2.) e Medidas em que não se registou qualquer intenção
de investimento (p.e., Medidas 1.1. e 2.3.). O quadro seguinte sistematiza as alterações propostas ao
longo da vigência do Programa, bem como as respetivas respostas por parte da Comissão Europeia.
Quadro 2. Alterações ao PRORURAL
Propostas de alteração Decisões da comissão europeia
1ª Proposta de Alteração – Dezembro de 2008
• Medida 1.1.: clarificação de alguns conceitos da descrição da Medida e tipologia de beneficiários e correção dos indicadores de resultado.
• Medida 1.2.: clarificação do momento do pagamento da 2ª tranche do prémio à primeira instalação.
• Medida 1.3.: clarificação das condições de Acesso e atualização do valor das prestações.
• Medida 1.7.: clarificação das condições de acesso e modificação da base jurídica dos auxílios ao aumento do valor dos produtos florestais na sequência da entrada em vigor do regulamento geral de isenção por categoria (Regulamento (CE) 800/2008, de 6 de Agosto).
• Medida 2.4.: ajustamento da listagem de espécies florestais elegíveis para apoio e clarificação dos compromissos específicos dos Pagamentos Silvo‐ambientais.
Aprovada por Decisão da Comissão em 10 de Junho de 2009
(Continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
24
(cont.)
Propostas de alteração Decisões da comissão europeia
2ª Proposta de Alteração – Novembro 2009
• Medida 1.5.: reforço com 20 milhões de Euros de Despesa FEADER, com o objetivo de apoiar projetos de investimento que visem a reestruturação do sector leiteiro (reforço efetuado no âmbito dos Novos Desafios)
Aprovada por Decisão da Comissão em 02 de Março de 2010
3ª Proposta de Alteração – Junho de 2010
• Medida 1.3.: alteração das condições de acesso, de elegibilidade e dos montantes de ajuda.
Aprovada por Decisão da Comissão em 10 de Agosto de 2010
4ª Proposta de Alteração – Agosto de 2010
• Medida 1.7.: novo tipo de projetos apoiados; reforço da dotação financeira proveniente da supressão das Medidas 1.8. e 1.9.
• Acão 2.4.2.; alargamento do tipo de intervenção e do campo de atuação.
• Ações 3.1.2., 3.1.3., 3.2.1., 3.2.2. e Medida 4.3.: esclarecimentos adicionais na descrição dos beneficiários e das condições de acesso.
• Ações 3.1.2., 3.1.3. e 4.2.1.: aumento do nível de apoio.
Aprovada por Decisão da Comissão em 13 de Janeiro de 2011
5ª Proposta de Alteração – Dezembro de 2011
• Medida 1.1.: agregação das duas Ações; transferência de 3.300.000,00€ para a Medida 1.5.
• Medida 1.2.: transferência de 1.950.000€ para a Medida 1.5.
• Medida 1.5.: reforço da dotação em 6.250.000,00€ FEADER, com verbas provenientes das Medidas 1.1 (3.300.000,00€), 1.2. (1.950.000,00€) e 2.3. (1.000.000,00€).
• Medida 1.7.: reforço da dotação financeira no montante de 7.151.191,10 € FEADER, com verbas provenientes da Medida 1.11 (6.800.000,00 €) e da Medida Melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais (Ação 3.2.2. ‐ 351.191,00€).
• Medida 1.11.: ajustamento da distribuição da dotação financeira da Medida entre as várias Ações; transferência de 6.800.000,00 € de FEADER para a Medida 1.7.
• Medida 2.3.: supressão, transferindo a respetiva dotação financeira para a Medida 1.5., no montante de 1.000.000,00€ FEADER.
• Medida 2.4.: diminuição da área mínima objeto dos investimentos apoiados pela Ação 2.4.1. para 0,5 ha.
• Medida 3.2. transferência de 351.191,00 € FEADER para a Medida 1.7.
• Medida 3.1.: ajustamento da distribuição da dotação financeira da Medida entre as várias Ações.
• Medida 3.2.: transferência de 612.810,39€ para a Medida 3.1.
Aprovada por Decisão da Comissão em 23 de Março de 2012.
Fonte: Autoridade de Gestão do PRORURAL.
As alterações solicitadas no âmbito da 5ª Proposta de Alteração (submetida à apreciação da Comissão
Europeia em Dezembro de 2011 e aprovada por Decisão da Comissão em 23 de Março de 2012), no geral,
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
25
vão de encontro às recomendações efetuadas no âmbito da Avaliação Intercalar e da Avaliação Contínua
do ano 2010, relativas à necessidade de ajustamento das dotações financeiras das diversas Medidas:
A alteração no âmbito da Medida 1.1. Formação Profissional e Ações de Informação foi motivada
pelo facto de a Medida não ter registado quaisquer pedidos de apoio no âmbito dos dois
concursos (16 de Setembro a 5 de Novembro de 2010; 21 de Junho a 30 de Setembro de 2011).
Tendo em conta esta situação, a gestão do Programa optou por transferir as verbas para a
Medida 1.5. e agregar as duas Ações. Esta agregação teve como objetivo reduzir e simplificar as
intervenções objeto de apoio, de modo a facilitar a sua gestão e acelerar a sua execução,
mantendo‐se a área de intervenção “Formação Profissional”, que será complementada com
algumas das iniciativas previstas na atual linha de intervenção “Ações de Informação”.
A alteração no âmbito da Medida 1.2. Instalação de Jovens Agricultores tem como justificação
não ser expectável, até ao fim do período de programação, a execução de toda a dotação
financeira disponível, tendo em conta a taxa de compromisso e a previsão em termos de
número de pedidos de apoio. A transferência para a Medida 1.5. tem como objetivo fazer face
ao volume de investimento proposto para cofinanciamento.
O reforço da dotação financeira da Medida 1.5. Modernização das Explorações Agrícolas visa
otimizar os recursos financeiros possibilitando a aprovação dos pedidos de apoio apresentados
até ao final de Novembro de 2011, e fora do âmbito dos ‘novos desafios’, particularmente na
área da diversificação agrícola (a Medida encontra‐se em deficit face ao volume de investimento
proposto no “Regime normal”).
O reforço da dotação financeira da Medida 1.7. Aumento do Valor dos Produtos Agrícolas e
Florestais tem como objetivo permitir a cabimentação de projetos de investimento que
aguardam aprovação (apesar de a apresentação de pedidos de apoio ter sido suspensa, o apoio
correspondente a esses projetos, ultrapassa a dotação financeira da Medida).
As alterações no âmbito de Medida 1.11. Melhoria e Desenvolvimento de Infraestruturas, têm por
objetivo atenuar a diferença da taxa de execução entre as diversas Ações, reforçando a
componente ligada ao abastecimento de água nas explorações agrícolas.
A transferência do montante para a Medida 1.7. resulta do facto de não se prever que seja
esgotada a dotação financeira da Medida até ao final do período de programação, tendo em
consideração a execução e as intenções de investimento por parte dos beneficiários até ao final
de Novembro de 2011.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
26
A supressão da Medida 2.3. Investimentos não produtivos resulta do facto de não ter sido
apresentado qualquer pedido de apoio nem manifestada qualquer intenção de investimento por
parte de potenciais beneficiários. A sua dotação financeira vai ser transferida para a Medida 1.5.
A alteração da Medida 2.4. Gestão do Espaço Florestal (Ação 2.4.1. Investimentos para utilização
sustentável das terras florestais) tem como objetivo estimular a procura deste tipo de apoios por
parte de potenciais beneficiários (até Novembro de 2011 tinham sido apresentados e aprovad0s
apenas 4 pedidos de apoio, que totalizaram uma área de 17 ha).
A diminuição da dotação financeira da Medida 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas
Rurais (executada no âmbito da Medida 4.1.) decorre do facto de não ser previsível o
esgotamento da dotação financeira até ao final do período de programação, tendo em conta o
investimento apresentado até Novembro de 2011. Assim, a menor taxa de compromisso
verificada em algumas estratégias de desenvolvimento local, motivou a transferência de
351.191,00 € FEADER para a Medida 1.7. e a transferência de 612.810,39€ para a Medida 3.1.
O ajustamento da distribuição da dotação financeira da Medida 3.1 ‐ Diversificação da Economia
e criação de emprego em meio rural (executada na Medida 4.1.) resulta dos diferentes níveis de
compromisso e de execução entre os GAL (existe situações de GAL que ultrapassaram o
montante que lhes estava atribuído, dada a maior dinâmica de aprovação de projetos de
investimento).
Ainda que seja prematura uma avaliação sobre as alterações propostas, a Equipa de Avaliação considera
que vão permitir uma melhor absorção dos recursos financeiros do Programa. Nesta perspectiva, a
(re)programação financeira pode ser considerada um bom exemplo de flexibilidade na gestão, atribuindo
maiores dotações financeiras às Medidas/Ações que têm mais capacidade para absorver esses recursos,
que são potencialmente mais abrangentes (com maior efeito multiplicador) e que podem proporcionar
um contributo maior para alcançar os objetivos globais do Programa.
3.2. EXECUÇÃO FINANCEIRA DO PROGRAMA – VISÃO GLOBAL
Este Sub‐capítulo traça um balanço da execução financeira do PRORURAL, com data de referência de 31
de Dezembro de 2011. As dinâmicas de submissão e de análise de pedidos de apoio concentraram um
volume significativo de aprovações e contratações em 2011, bem como de pagamentos.
No final de 2011, o PRORURAL tinha aprovado 1.251 pedidos de apoio nos Eixos 1, 3 e 4, representando
um investimento total elegível aprovado de 166.052.466,29 Euros (92,3% representado pelos 1.076
pedidos de apoio aprovados no âmbito do Eixo 1). No que se refere ao ano 2011, o Programa aprovou 538
novos projetos de investimento, nesses Eixos.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Figura 2. Pedidos de apoio rececionados, aprovados e contratados, nos Eixos 1 e 3, até 31 de Dezembro de 2011
Fonte: Autoridade de Gestão do PRORURAL, 2012
A procura dos apoios do Programa, expressa nas candidaturas apresentadas às diferentes Medidas,
situou‐se acima das 7.500 candidaturas até 31/12/2011, com natural centramento nas Medidas de apoio
direto a produtores agro‐pecuários, responsáveis pela apresentação de cerca de 80% dos pedidos de
apoio.
A informação de síntese referente aos níveis de compromisso do Programa a 31 de Dezembro de 2011,
apresentava uma dinâmica positiva com a absorção pelos beneficiários dos diferentes Eixos/Medidas de
um montante de cerca de 169 Milhões de Euros, que alavancam um investimento total superior a 240
milhões de euros (cf. dados relativos a cada uma das Medidas no Anexo 1).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2008 2009 2010 2011
PA recepcionados
PA aprovados
PA contratados
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Quadro 3. Indicadores financeiros globais do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública
PRORURAL Dotação 2007‐2013
Pedidos de apoio aprovados e
homologados 2007/2011 Pagamentos Taxa
compromisso Taxa de execução
Execução/ /Aprovação
N.º PA Montante
Total 345.113.604 7.421 236.747.079,55 168.678.737,85 68,6 48,9 71,2
Eixo 1 ‐ Aumento da Competitividade do Sector Agrícola e Florestal
173.398.691 1.076 132.522.526,12 71.405.960,86 76,4 41,2 53,9
Eixo 2 ‐ Melhoria do Ambiente e da Paisagem Rural
135.294.118 6.167 93.715.475,83 93.597.887,77 69,3 69,2 99,9
Eixo 3 ‐ Qualidade de Vida nas Zonas Rurais e Diversificação da Economia
10.262.216 12 997.087,09 547.652,66 9,7 5,3 54,9
Eixo 4 ‐ Abordagem LEADER
22.026.922 163 8.368.278,28 2.654.172,27 38,0 12,0 31,7
Eixo 5 – Assistência Técnica
4.131.655 3 1.143.712,23 473.064,29 27,7 11,4 41,4
Legenda: Taxa de compromisso: aprovações/programação; Taxa de execução: pagamentos/programação. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012; cálculos efetuados pela Equipa de Avaliação.
Na análise por Eixos, os principais traços de caracterização permitem salientar
• Taxas de compromisso superiores à média por parte dos dois Eixos com maior dotação
financeira no conjunto do Programa (Eixo 1 e Eixo 2), com taxas de compromisso de 76,4%, e
69,3%, respectivamente.
• Taxas de execução, com desempenho mais favorável no Eixo 2 pela sua natureza de apoios
diferenciada.
• O Eixo 1 continua a ter, claramente, um lugar de destaque, com mais de 75% da sua dotação
financeira comprometida e apresentando uma taxa de execução de 53,9%, tendo em conta as
aprovações efetuadas.
A eclosão da crise económica e financeira em simultâneo com uma conjuntura desfavorável que agravou
os custos de produção e que dificultou o acesso ao crédito, provocou uma instabilidade acentuada nas
estratégias de investimento por parte dos potenciais beneficiários com papel‐chave nas dinâmicas de
absorção dos recursos financeiros de Medidas determinantes do Programa, não obstante, não se
verificou o abrandamento do esforço de investimento. Das entrevistas realizadas, resultou a conclusão
de que as motivações para o investimento em contraciclo prendem‐se, sobretudo, com as boas
condições concedidas pelo Programa, nomeadamente, no que se refere às taxas de apoio; e com a
incerteza relativa à estruturação dos apoios no âmbito do novo período de programação 2014‐2020.
Todavia, têm surgido alguns casos que revelam falta de capacidade para realizar todos os investimentos
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
29
propostos (existe a possibilidade do adiantamento dos apoios mas, no caso dos privados, as garantias
bancárias exigidas são demasiado elevadas face ao montante do apoio e envolvem processos difíceis e
morosos junto das instituições bancárias).
Com efeito, a análise da trajetória do volume de projetos aprovados e dos montantes associados aos
compromissos e execução do PRORURAL evidencia uma dinâmica favorável quer no que toca à
apresentação de pedidos de apoio, quer no que toca à absorção de recursos financeiros por parte dos
promotores de projetos de investimento, secundada por um contínuo empenho da Gestão do Programa
na garantia de ritmos elevados de aprovação e de execução de despesa.
Quadro 4. Aprovações e homologações das Medidas do Eixo 1 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública
PRORURAL Dotação 2007‐2013
Pedidos de apoio aprovados e homologados
2007/2011 Pagamentos Taxa
compromisso Taxa de execução
Execução/ /Aprovação
N.º PA Montante
Eixo 1 ‐ Aumento da Competitividade do Sector Agrícola e Florestal
173.398.691 1.076 132.522.526,12 71.405.960,86 76,4 41,2 53,9
1.1. Formação Profissional e Ações de Formação
4.117.647
0,0 0,0 0,0
1.2. Instalação de Jovens Agricultores
8.823.529 111 4.045.000,00 2.013.750,00 45,8 22,8 49,8
1.3. Reforma Antecipada* 15.294.118 93 6.534.678,14 7.075.489,49* 42,7 46,3 108,3* 1.4. Serviços de Gestão e Acompanhamento
3.529.412 3 579.239,43 36.619,49 16,4 1,0 6,3
1.5. Modernização das Explorações Agrícolas
42.222.222 717 36.735.226,15 17.571.499,85 87,0 41,6 47,8
1.6. Melhoria do valor Económico das Florestas
3.529.412 65 3.060.913,47 1.559.902,77 86,7 44,2 51,0
1.7. Aumento do Valor dos Produtos Agrícolas e Florestais
50.588.235 22 53.559.259,12 28.311.699,94 105,9 56,0 52,9
1.10. Catástrofes naturais 588.235 ‐ ‐ ‐ 0,0 0,0 0,0 1.11. Melhoria e desenvolvimento de infra‐estruturas
44.705.882 65 21.546.438,54 14.836.999,32 48,2 33,2 68,9
*613.718,22€ Medida 1.3.; 6.461.771,27€ despesas transitórias Legenda: Taxa de compromisso: aprovações/programação; Taxa de execução: pagamentos/programação. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012; cálculos efetuados pela Equipa de Avaliação.
Na análise por Medida do Eixo 1, em termos globais, podemos constatar que o volume de pedidos de
apoio aprovados (em número e valor) é ampliado pelas Medidas 1.5. e 1.7., confirmando a sua relevância
estratégica‐operacional no Programa; e a existência de taxas de compromisso e de execução
heterogéneas:
• Taxas de compromisso revelando menor desempenho nesta fase de vigência do Programa, com
destaque para as Medidas 1.1. e 1.4.e taxas de compromisso claramente superiores à média nas
Medidas especialmente relevantes na composição de objetivos do Programa, com destaque para
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
30
os Investimentos nas explorações agrícolas (87,0%), para os Investimentos nas explorações
florestais e agro‐florestais (86,7%) e para os Investimentos na indústria agro‐transformadora
(105,9).
• Taxas de execução acima da média do Eixo 1 correspondentes ao domínio de investimento nas
agroindústrias e taxas de execução muito próximas da média do Eixo e do Programa no caso de
Medidas com domínios que remetem para o investimento nas explorações agrícolas e florestais
(1.5. e 1.6) e para a reforma antecipada (1.3.), neste caso para a execução contribuem os
compromissos transitados.
• Em contrapartida salientam‐se níveis inferiores de execução na instalação de jovens agricultores
(1.2.) e na melhoria e desenvolvimento de infraestruturas (1.11.) e algumas trajetórias de
execução que se revelam muito aquém do esperado e condicionam a concretização de
resultados importantes, sendo disso exemplo as Medidas de apoio à formação profissional e de
aconselhamento (1.1. e 1.4.), em parte resultado da sua operacionalização e implementação
tardia (em meados de 2010).
Quanto ao Eixo 2 ‐ Melhoria do Ambiente e da Paisagem Rural, que representa a componente
estratégica do Programa associada à sustentabilidade ambiental, é de destacar a Medida 2.1., a qual tem
o maior peso relativo no investimento total programado no PRORURAL, seguida de muito perto pela
Medida 2.2., sendo as Medidas que abrangem o maior número de beneficiários e a maior área.
Quadro 5. Aprovações das Medidas do Eixo 2 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública
PRORURAL Dotação 2007‐2013
Pedidos de apoio aprovados e homologados 2007/2011 Pagamentos
Taxa de execução
N.º PA Montante
Eixo 2 ‐ Melhoria do Ambiente e da Paisagem Rural
135.294.118 6.167 93.715.475,83 93.597.887,77 69,2
2.1. Manutenção da Actividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas
69.411.765 3956 48.765.048,95 49.602.845,13 71,5
2.2. Pagamentos Agro‐Ambientais e Natura 2000
51.764.706 2201 30.636.365,81 39.424.953,34* 76,2
2.3. Apoio a investimentos não produtivos
1.176.471
0 0,0
2.4. Gestão do Espaço Florestal 12.941.176 10 128.775,06 4.570.089,30** 35,3 Legenda: Taxa de compromisso: aprovações/programação; Taxa de execução: pagamentos/programação. Notas: *30.636.365,81€ Medida 2.2.; 8.788.587,53 € despesas transitórias; **11.187,00 € Medida 2.4.; 4.558.902,30 €despesas transitórias Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012; cálculos efetuados pela Equipa de Avaliação.
No que se refere à componente financeira das Medidas 2.1. e 2.2., os pagamentos efetuados à data de
referência da Avaliação estão em consonância com os compromissos assumidos. O desempenho
financeiro destas Medidas é considerado satisfatório, mesmo que persista a falta de adesão em algumas
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
31
das intervenções da Medida 2.2., sendo previsível o esgotamento das suas dotações financeiras. No caso
da Medida 2.4., grande parte dos pagamentos foram efetuados ao abrigo de compromissos transitados
(a execução desta Medida é residual nesta fase de implementação do Programa, não se prevendo que a
situação se inverta).
O Eixo 3, que se encontra sob a gestão dos Grupos de Ação Local e que é financiado através da Medida
4.1. Implementação das Estratégias de desenvolvimento local, continua a apresentar um fraco
dinamismo, sobretudo no que se refere à execução financeira dos projetos contratados (8,8%). No
âmbito do Eixo 4, a única Medida relevante em termos de execução é a Medida 4.3. que visa o apoio ao
funcionamento dos GAL.
Quadro 6. Aprovações das Medidas do Eixo 3 do PRORURAL, até 31 de Dezembro de 2011, Despesa Pública
PRORURAL Dotação 2007‐2013
PA aprovados e homologados 2007/2010 Pagamentos
Taxa compromisso
Taxa de execução
Execução/ /Aprovação
N.º PA Montante
Eixo 3 ‐ Qualidade de Vida nas Zonas Rurais e Diversificação da Economia
10.262.216 12 997.087,09 547.652,66 9,7 5,3 54,9
3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
financiados através do Eixo 4
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais
10.262.216 12 997.087,09 547.652,66 9,7 5,3 54,9
3.3. Formação e informação
financiados através do Eixo 4
Eixo 4 ‐ Abordagem LEADER
22.026.922 163 8.368.278,28 2.654.172,27 38,0 12,0 31,7
4.1. Implementação de estratégias de desenvolvimento local
17.203.393 149 4.746.559,22 1.511.776,44 27,6 8,8 31,8
4.2. Implementação de projetos de cooperação
941.176 0 0 0,0 0,0 0,0
4.3. Funcionamento dos GAL, Aquisição de Competências e Animação dos Territórios
3.882.353 14 3.621.719,06 1.142.395,83 93,3 29,4 31,5
Legenda: Taxa de compromisso: aprovações/programação; Taxa de execução: pagamentos/programação. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012; cálculos efetuados pela Equipa de Avaliação.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
32
3.3. ANÁLISE DOS PROGRESSOS VERIFICADOS NO PROGRAMA
Este Relatório já abordou, e teceu considerações, acerca da execução física do PRORURAL. Importa
agora fazer a análise da sua execução física e dos respetivos resultados; essa análise é feita em torno dos
objetivos de cada Medida, os quais foram considerados para satisfazer as necessidades e para atenuar os
constrangimentos e limitações identificados aquando da conceção do Programa. Esta análise preenche,
assim, e na perspectiva da Avaliação, uma componente de balanço das condições de eficácia do
Programa em termos de trajectória de desempenho dos principais resultados na relação com as metas
estabelecidas.
As diferentes Medidas do Programa constituem um todo coerente de intervenções que, desejavelmente,
deverão conduzir aos resultados esperados. Cada medida aponta para um domínio específico, com
metas específicas, pelo que a análise vai organizar‐se em torno das grandes componentes que
constituem o PRORURAL: uma primeira componente ligada ao investimento imaterial, uma segunda
componente associada ao investimento material e uma terceira componente ligada às Medidas de apoio
à conservação do ambiente e da biodiversidade.
3.3.1. COMPONENTE DE INVESTIMENTO IMATERIAL
Medida 1.1. Formação Profissional e Ações de Informação
Na intervenção de Formação Profissional para ativos agrícolas e das atividades florestais e
agroalimentares do PRORURAL, continuam a persistir problemas ligados à sua operacionalização,
penalizada por incidências da regulamentação (muito demorada) das Ações da Medida e do processo de
delegação de competências, com reflexos na inexistência de compromissos (aprovações).
A Avaliação Intercalar recomendou que fosse dada prioridade e urgência à implementação da Medida,
sendo que essa orientação justificava‐se (justifica‐se) pela necessidade de promover a gestão integrada
das intervenções do PRORURAL criando, na generalidade das mesmas, condições de suporte
institucionais e operativas para dinamizar a absorção dos recursos de financiamento programados.
Ao longo de 2011 não foram concretizadas as recomendações relativas à assinatura do Protocolo de
Articulação Funcional entre a Autoridade de Gestão do PRORURAL e a Direção Regional de
Desenvolvimento Agrário (DRDA) e à elaboração do Regulamento da Ação 1.1.2 Ações de Informação.
Em contrapartida, a Autoridade de Gestão entendeu propor à Comissão Europeia, no final de 2011, uma
alteração de fundo à arquitetura da Medida: eliminar a distinção entre Ações de Formação Profissional e
Ações de Informação. Esta alteração teve por objetivo simplificar a gestão da Medida, concentrando as
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
33
áreas de intervenção de ambas as Ações através da complementaridade proporcionada pelas iniciativas
previstas no âmbito da componente Ações de Informação.
Paralelamente, a Autoridade de Gestão procedeu à transferência de verbas da Medida (no montante de
3,3 Milhões de euros Fundo) para a Medida 1.5. Modernização das Explorações Agrícolas, numa
perspectiva de otimização dos recursos disponíveis no PRORURAL e tendo presente que a formação
profissional destinada aos ativos agrícolas continua a ser promovida e, em grande medida, organizada e
ministrada por Organismos do Governo Regional tendo por suporte de financiamento o seu orçamento.
As opções da Autoridade de Gestão afiguram‐se racionais, sobretudo, à luz da ausência de
compromissos no âmbito da Medida, em consequência de não terem sido apresentados pedidos de
apoio no quadro dos Concursos abertos quer em 2010 (16 de Setembro a 05 de Novembro), quer em 2011
(21 de Junho a 30 de Setembro). No âmbito do 1º Concurso foi apresentada uma Candidatura do
promotor PROFRUTOS, com um montante de investimento proposto de 32.302,oo€; no entanto, a
recepção da Candidatura ocorreu após o encerramento do prazo para apresentação a Concurso.
Neste contexto de ausência de compromisso, de alterações na estrutura da Medida e na sua dotação
financeira efetiva, importa situar os elementos de avaliação em torno de três vertentes com utilidade
potencial para refletir as matérias relacionadas com a formação profissional:
• Evolução recente das atividades de formação profissional agrária na Região;
• Análise das áreas de formação face às necessidades de melhoria da qualificação e de valorização
profissional, bem como de competências para a gestão eficiente e sustentável das empresas do
sector, num contexto de mercado cada vez mais dinâmico, exigente e competitivo.
• Lições a retirar do progresso e gestão do PRORURAL para o próximo período de programação
(ajustamento da Medida e sua operacionalização).
Atividades de formação profissional
Ao longo dos últimos três anos (2009‐2011) a DRDA tem prosseguido a organização de formação tendo
por base Planos de Formação âncora que constituem o suporte técnico formativo das ações promovidas
e realizadas nas diferentes Ilhas. Com financiamento do Orçamento da Secretaria Regional de
Agricultura e Florestas (SRAF), nas ações promovidas destaca‐se a Formação Geral em Agricultura, a
Formação de Base em Bovinicultura de Leite e os cursos monográficos orientados, nomeadamente para
a Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, a Inseminação Artificial em Bovinos, a Contabilidade e
Gestão da Empresa Agrícola (cf. Anexo 2 ‐ Formação Profissional Agrária promovida e organizada pela
DRDA no período 2009‐2011).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
34
Na evolução 2009‐2011, importa salientar os seguintes elementos de análise:
• entre 2009 e 2011 observa‐se uma redução do número de cursos realizados (‐10%) e do volume
global de formandos abrangidos (‐22,5%), bem como do montante de investimento em presença
(‐26%);
• aumento acentuado do volume de formandos abrangidos pela Formação Geral em Agricultura,
associada à formação de jovens agricultores beneficiários das ajudas à 1ª instalação, envolvendo
250 formandos ao longo dos três anos, com mais de uma centena em 2011;
• reforço das formações em áreas convergentes com a diversificação económica das explorações
(formação de base em horticultura, que em 2011 era a 2ª principal área de formação em volume
de formandos e de montante de investimento; formação para exame em caça menor; apicultura;
operações de cultura de árvores de fruto; e floricultura); recorde‐se que em 2009, a formação
dirigida a atividades fora da matriz de especialização (bovinicultura de carne e de leite), resumia‐
se ao Curso de Fruticultura;
• irregularidade da promoção de formação em algumas áreas consideradas importantes para a
qualificação do desempenho das explorações agro‐pecuárias açorianas (p.e., contabilidade e
gestão de empresa agrícola, produção e conservação de forragens e agricultura em modo de
produção biológico – ausentes dos Planos de anos anteriores);
• forte concentração dos cursos para agricultores na Ilha de São Miguel, abrangendo mais de
metade dos participantes e do volume de formação, e apresentando o leque de ofertas mais
diversificado;
• disponibilidade da formação base, requisito formal a preencher pelos beneficiários das ajudas à
1ª instalação, apenas na Ilha de São Miguel (Agricultura) e na Ilha Terceira (Bovinicultura de
Leite);
No período 2009‐2011 deve salientar‐se, também, a realização de Ações de formação por iniciativa da
Associação Agrícola de São Miguel, a principal Associação de Agricultores da Região. Na tabela seguinte,
observa‐se a existência de um elevado centramento dos participantes nas ações em formações da cadeia
produtiva de bovinicultura, com destaque para o emparelhamento e a preparação de bovinos.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
35
Quadro 7. Ações realizadas pela Associação Agrícola de São Miguel, entre 2009 e 2011
Ações de Formação Nº de
Formandos Curso de Emparelhamento de Bovinos 72 Preparadores de Animais 45 Julgamento da Raça Holstein Frísia 50 Internet e Correio Electrónico 26 Higiene e Qualidade do Leite 42 Sanidade de Bovinos 23 Alimentação e Maneio de Bovino 28 Higiene e Segurança no trabalho 10 Inglês ‐ nível I 24 Inseminação Artificial 25 Boas práticas de Ensilagem 9 Reprodução de Vacas Leiteiras 13 Preparadores de Animais para Concursos 10 Emparelhamento 15 Inglês ‐ nível II 13
Total 405 Fonte: Associação Agrícola de S.Miguel.
Áreas de formação vs. Necessidades de qualificação e valorização profissional
Na tabela seguinte sistematiza‐se a programação das áreas de formação a ministrar por Ilha durante o
ano de 2012. Na programação destaca‐se que a realização de ações de formação em todas as Ilhas é
acompanhada por um aumento significativo do número de cursos previstos e que a oferta de cursos por
Ilha apresenta maior diversificação face a anos anteriores, com o alargamento das oportunidades de
formação nos domínios da horto‐fruticultura e da vitivinicultura. As formações estruturantes (Geral em
Agricultura e de Base em Bovinicultura de Leite e de Carne), também marcam presença num maior
número de Ilhas.
No que se refere ao número de cursos o volume mantém‐se face a 2011 (realização de 55 cursos), no
entanto, o volume de formandos a abranger diminui 3% (764 formandos a) e o volume de horas de
formação previsto (2.254 horas) representa uma quebra de cerca de 24% face ao ano anterior.
Quadro 8. Plano de Formação Profissional para Agricultores (2012)
Ilha Acções
Santa Maria
Inseminação Artificial de Bovinos em Subcentros Particulares; Análise dos parâmetros na produção de Bovinos de Carne; Produção pratense e forrageira; Fertilidade do solo e fertilizantes.
São Miguel
Aplicação de produtos fitofarmacêuticos; Bovinicultura de Leite (Formação Base Jovem Agricultor); Inseminação Artificial de Bovinos em Subcentros Particulares; Compostagem; Pragas e Doenças da Vinha; Cultura da Macieira; Fruteiras Sub‐tropicais (Anoneira, Mangueira, Abacateiro); Boas práticas na cultura da Banana; Boas práticas na cultura do Ananás; Exame inicial de Caça Menor Abatida em zonas de Caça; Horticultura (Formação Base Jovem Agricultor); Agricultura Biológica; Formação Geral em Agricultura (Formação Base Jovem Agricultor); Descorna em Bovinos; Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Workshop Agricultura Biológica; Palestras Alimentação de Bovinos; Workshop Proteção Integrada.
(continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
36
(cont.)
Ilha Acções
Terceira
Agentes de Inseminação Artificial de Bovinos; Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Estacaria e Enxertia; Formação Geral em Agricultura (Formação Base Jovem Agricultor);Higiene do Leite na Ordenha; Iniciação à Apicultura; Power‐Point 2010; Identificação de Pragas e Doenças; Exame Inicial de Caça Menor Abatida em Zonas de Caça
Graciosa Cultura da Macieira; Poda de Pomóideas; Compostagem; Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Apicultura – Criação de Rainhas; Informática para Utilizadores; Nutrição e Alimentação em Bovinos de Leite.
São Jorge
Bovinicultura de Leite (Formação Base Jovem Agricultor); Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Análise dos parâmetros na produção de Bovinos de Carne; Iniciação à Apicultura; Emparelhamento em Bovinos de Leite; Introdução à Vitivinicultura; Poda de Pomóideas; Exame Inicial de Caça Menor Abatida em zonas de Caça.
Pico
Bovinicultura de Leite (Formação Base Jovem Agricultor); Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Análise dos parâmetros na produção de Bovinos de Carne; Emparelhamento em Bovinos de Carne; Viticultura e Enologia (Formação Base Jovem Agricultor).
Faial Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Bovinicultura de Carne (Formação Base Jovem Agricultor); Floricultura (Formação Base Jovem Agricultor); Reprodução Animal em Bovinos de Leite; Análise dos Parâmetros na Produção de bovinos de Carne;
Flores Formação Geral em Agricultura (Formação Base Jovem Agricultor); Poda em Pomóideas; Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos; Análise dos Parâmetros na Produção de Bovinos de Carne; Fertilidade do Solo e Fertilizantes.
Corvo Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos e Fertilidade do Solo e Fertilizantes. Fonte: DRDA.
A evolução indicada (redução do volume de formação e de formandos abrangidos) é ilustrada igualmente
pela redução do montante de investimento relativamente aos dois anos anteriores (menos de 40% do
montante gasto em 2010 e pouco mais de metade do investimento do Governo Regional em 2011).
Figura 3. Investimento em Formação Profissional Agrária no período entre 2009 e 2012
Fonte: DRDA, 2012.
A redução em presença evidencia uma trajectória relativamente preocupante que, não deixando de
refletir os constrangimentos orçamentais da Secretaria Regional, suscita dúvidas quanto à profundidade
do investimento formativo que está a ser realizado. Com efeito, sendo certo que a formação organizada
mobiliza recursos logísticos e técnicos dos Serviços de Ilha da DRDA e uma rede consolidada de
184.137
422.631
312.638
159.886
2009 2010 2011 2012
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
37
fornecedores que colaboram com a DRDA, estamos em presença de um menor volume/horas de
formação para um número semelhante de cursos que abrange um número inferior de beneficiários.
Neste contexto, que pode indiciar um esgotamento tendencial do modelo de promoção/
/organização/financiamento que tem sido seguido, importaria desenvolver uma abordagem estratégica
da formação profissional agrária na Região.
Essa abordagem deverá assentar na realização de um levantamento de necessidades de competências
dinamicamente ajustadas às perspectivas de reestruturação económica das explorações agro‐pecuárias e
das empresas do sector primário da Região, bem como à evolução das atribuições, competências e
padrão de serviços assegurado pelos técnicos dos organismos regionais que apoiam os agricultores e
agentes dos espaços rurais nas diversas Ilhas.
Tanto ao nível da gestão técnica das explorações e empresas agro‐transformadoras, como da fixação de
competências técnicas especializadas nas esferas da produção e comercialização, passando pela
dinamização do empreendedorismo e do desenvolvimento local rural e pela gestão/execução prática dos
requisitos da condicionalidade, existe um vasto conjunto de áreas‐chave de estruturação e
desenvolvimento da oferta de formação profissional agrária que se afigura urgente equacionar.
No enquadramento desta abordagem (e exteriormente ao PRORURAL), importa assegurar a
(re)estruturação da oferta de entidades formadoras acreditadas e formadores certificados tendo em vista
robustecer a paleta de recursos formativos em áreas de maior exigência pedagógica (melhorando as
práticas formativas) e sectorial especifica (domínios técnico‐produtivos). Esta é uma condição sine qua
non de resposta a necessidades de formação de competências ajustadas aos processos de modernização
e adaptação estrutural das explorações, nos planos económico‐produtivo, de orientação/integração de
mercado e de sustentabilidade ambiental.
Intervenções de formação profissional – perspectivas futuras
No entender da Equipa de Avaliação a coerência de intervenção do Programa, na óptica da renovação de
competências e da melhoria da competitividade, justifica a existência de uma Medida própria no
enquadramento de objetivos e de recursos de financiamento num Eixo Aumento da Competitividade dos
Sectores Agrícola e Florestal de uma futura intervenção FEADER para a Região; aliás, para qualquer
Região elegível ao FEADER. No entanto, importa acompanhar com atenção as discussões em curso
suscitadas pela Proposta de Regulamento do FEADER, bem como as disposições que deverão encontrar
eco no Quadro Estratégico Comum e na futura abordagem da programação, sob o formato multifundos.
A experiência existente em matéria de promoção da formação profissional agrária na Região não permite
extrair especiais ilações, na medida em que a mesma decorreu fora do enquadramento de financiamento
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
38
dos fundos estruturais (com a alternativa de cobertura de encargos via Orçamento da SRAF) e com
soluções de gestão enquadradas na orgânica da Administração Regional (via DRDA).
De forma dispersa, algumas entidades com ofertas formativas co‐financiadas pelo FSE (p.e., via
PRODESA e PROEmrego), dispondo de relação direta e indireta com o universo de promotores de
investimento no sector agro‐pecuário regional, promoveram formação que atraiu procuras difusas desse
universo (ativos agrícolas e pecuários, técnicos, etc.).
Uma perspectiva forte de programação, de algum modo inspirada na atual formulação de prioridades do
FEADER, vai no sentido de uma abordagem integrada inovação/competências para a agricultura e o
desenvolvimento rural, ligando a informação/formação profissional à transferência de conhecimento
indispensável à mudança e modernização das explorações agro‐pecuárias tanto na óptica da
reestruturação económica das especializações existentes, como na óptica da diversificação de atividades.
Num contexto de programação plurifundos, p.e., que venha a enquadrar a abordagem LEADER é de
considerar também a possibilidade de outros segmentos da oferta formativa se orientarem para
competências de empreendedorismo local, de formação de empresários, de medeadores de
desenvolvimento, …
Em matéria de operacionalização e gestão das intervenções de financiamento da formação, o figurino
delineado para o PRORURAL, com delegação de competências subordinada a um Protocolo de
Articulação Funcional, dirigido a uma entidade com experiência de promoção e organização da formação
que tem como suporte a existência de serviços em cada Ilha do Arquipélago, constitui uma solução
satisfatória. No entanto, esta solução deve ser experimentada no patamar das responsabilidades de
coordenação, mobilizando recursos de financiamento público comunitário, no quadro de uma articulação
ativa com as intervenções da competitividade, inovação e gestão sustentável nos meios rurais, e não
sobrecarregando o Orçamento Regional como tem acontecido nos últimos anos.
Medida 1.4. Serviços de gestão e aconselhamento
A qualificação das explorações agrícolas e florestais quer numa vertente económico‐empresarial, na
óptica da competitividade e qualidade, quer numa vertente de sustentabilidade ambiental é um dos
objetivos nucleares do PRORURAL. O desenvolvimento de serviços de gestão e aconselhamento é, neste
contexto, um elemento‐chave na modernização do sector agrícola e florestal açoriano, enquanto
instrumento privilegiado para promover a estruturação de uma rede qualificada e reconhecida de
serviços estruturantes de apoio à gestão sustentável das explorações e à melhoria da sua capacidade de
gestão e do seu desempenho.
Fortemente vocacionada para potenciar o desenvolvimento das explorações agrícolas e florestais através
da melhoria das práticas de gestão e das condições de sustentabilidade das explorações, a Medida 1.4.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
39
registou, no entanto, uma fraca adesão por parte das entidades beneficiárias, sobretudo no início da sua
operacionalização (final de 2009), existindo 7 candidaturas no âmbito dos 4 concursos abertos até ao
final de 2011 (6 na Acão 1.4.1. Serviços de gestão e aconselhamento agrícola e 1 na Ação 1.4.2. Serviços
de aconselhamento florestal).
Em termos regionais, a distribuição dos pedidos de apoio submetidos evidencia uma cobertura de apenas
3 das 9 ilhas dos Açores o que deixa de fora uma parte substantiva das explorações agrícolas da Região e
porventura as menos apoiadas do ponto de vista técnico.
Quadro 9. Medida 1.4. Projetos apresentados até 31 de Dezembro de 2011, por ilha, investimento total, valor elegível considerado (Despesa pública e FEADER)
Ilha Pedidos de
apoio Investimento Proposto
Investimento Elegível
Despesa Pública
Aprovada
FEADER Aprovado
S. Miguel 3 1.205.686,06 1.171.299,51 719.052,67 611.194,78
Pico 1 296.829,21 277.527,04 204.587,95 173.899,76
Terceira 2 574.887,40 542.129,61 371.111,76 315.445,02
1.4.1 6 2.077.402,67 1.990.956,16 1.294.752,38 1.100.539,56
Terceira 1 149.050,00 135.974,21 91.207,33 77.526,25
1.4.2 1 149.050,00 135.974,21 91.207,33 77.526,25
Total 7 2.226.452,67 2.126.930,37 1.385.959,71 1.178.065,81
Fonte: Sirural
Trajetórias de concretização de resultados
A dinâmica de adesão a esta Medida por parte das entidades associativas regionais, apesar da
inexistência de entidades na Região para a prestação dos serviços de aconselhamento agrícola, espelha
em parte as fragilidades do tecido associativo regional em se capacitar por forma a responder às
exigências associadas à estruturação de um serviço integrado em prol da melhoria do desempenho das
explorações: elaboração e implementação de Planos de Acão, respetivo acompanhamento e avaliação
abrangendo, obrigatoriamente, as áreas temáticas Ambiente, Saúde Pública, Saúde Animal e Bem‐Estar
Animal, Boas Condições Agrícolas e Ambientais e Segurança no Trabalho, podendo incluir também
serviços de gestão destinados a apoiar os produtores agrícolas na melhoria da gestão técnica e
económica das suas explorações.
No final de 2011, das candidaturas apresentadas, apenas se encontravam aprovadas três, duas relativas a
serviços de gestão e aconselhamento agrícola (Ação 1.4.1.) e outra a serviços de aconselhamento
florestal (1.4.2.), localizavam‐se nas ilhas de S. Miguel, Pico e Terceira. Em sede de candidatura estes
promotores indicaram que os serviços de aconselhamento agrícola iriam abranger 199 explorações em
São Miguel e 315 no Pico. Das restantes quatro, duas foram anuladas.
No caso dos serviços dirigidos ao sector florestal, a única candidatura existente e aprovada pertence a um
promotor da Ilha Terceira que, em sede de candidatura, menciona que tenciona abranger todas as ilhas
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
40
do Grupo Central num total de 180 explorações florestais. Este projeto vem colmatar algumas das
debilidades detectadas pela Equipa de Avaliação em termos de serviços de apoio aos produtores
florestais, particularmente sentidas neste grupo de ilhas.
Quadro 10. Medida 1.4. Projetos homologados até 31 de Dezembro de 2011, por ilha, investimento total, valor elegível considerado (Despesa pública e FEADER)
Ilha Pedidos de
apoio Investimento Proposto
Investimento Elegível
Despesa Pública
Aprovada
FEADER Aprovado
S. Miguel 1 539.448,29 523.733,97 283.444,15 240.927,54 Pico 1 296.829,21 277.527,04 204.587,95 173.899,76
1.4.1 2 836.277,50 801.261,01 488.032,10 414.827,30 Terceira 1 149.050,00 135.974,21 91.207,33 77.526,25
1.4.2 1 149.050,00 135.974,21 91.207,33 77.526,25 Total 3 985.327,50 937.235,22 579.239,43 492.353,55
Fonte: Sirural.
Face à necessidade que as entidades com projetos homologados têm de se organizarem e estruturarem
por forma a reunirem os requisitos necessários ao seu reconhecimento enquanto entidades prestadoras
de serviços de aconselhamento, condição necessária para que os agricultores possam beneficiar dos
apoios concedidos para a utilização destes serviços, até ao momento, a utilização dos serviços de
aconselhamento agrícola não foi ainda operacionalizada, devendo ocorrer no segundo semestre de 2012.
O número reduzido de projetos homologados e o estado de desenvolvimento em que ainda se
encontram não permite tirar ilações sustentadas sobre o contributo efetivo desta Medida para a melhoria
da gestão e do desempenho económico das explorações agrícolas e florestais e para o aumento da
competitividade do sector agrícola, objectivos da Medida. No entanto, é expectável que com a
dinamização de uma oferta qualificada de serviços de aconselhamento agrícola e florestal, ainda que
com algumas limitações em termos de distribuição regional e de tradução do perfil de especialização de
atividades do sector agro‐florestal da Região, esta Medida contribua para preparar e adaptar as
explorações agrícolas ao cumprimento dos requisitos comunitários em matéria de condicionalidade e
higiene e de segurança no trabalho, condição indispensável para poderem continuar a beneficiar dos
apoios comunitários e potenciar uma estratégia de desenvolvimento com incidência na melhoria das
práticas de gestão e das condições de sustentabilidade das explorações.
De referir a este respeito que, no âmbito do Inquérito aplicado aos jovens agricultores (IESE, 2012), cerca
de 40% considera que a Região necessita do desenvolvimento de serviços de apoio à gestão e do
desenvolvimento de serviços de aconselhamento, sendo que 13% dos inquiridos considera mesmo que a
falta de apoio técnico constitui um dos principais constrangimentos para o sucesso da exploração.
A trajetória de execução dos indicadores de realização e resultado espelha a dinâmica de implementação
da Medida, existindo até ao final de 2011 apenas pagamentos a um projeto (taxa de realização de 1%).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
41
Neste sentido e por forma a poder aferir de um modo mais realista a capacidade de concretização das
metas definidas para esta Medida, a Equipa de Avaliação optou por calcular os indicadores de realização
e resultado tendo em consideração o número de projetos aprovados/homologados.
Quadro 11. Medida 1.4. Indicadores de input, realização e de resultado com base nos projetos aprovados/homologados
Descrição Meta 2013 Desempenho
2011 Grau de
concretização Indicadores de realização N.º de novos serviços de gestão e aconselhamento
7 3 42,9%
Acção 1.4.1. Serviços de gestão e aconselhamento agrícola
5 2 40%
Acção 1.4.2. serviços de aconselhamento florestal
2 1 50%
N.º de agricultores/silvicultores apoiados 1.209 0 Acção 1.4.1. serviços de gestão e aconselhamento agrícola
1159 0 0%
Acção 1.4.2. serviços de aconselhamento florestal
50 0 0%
Indicadores de resultado Acréscimo do VAB nas explorações apoiadas (%) 20% nd nd Acção 1.4.1. serviços de gestão e aconselhamento agrícola
15% nd Nd
Acção 1.4.2. serviços de aconselhamento florestal
5% nd nd
Fonte: Sirural.
Da análise dos indicadores observa‐se o seguinte:
• na Acção 1.4.1. Criação de serviços de gestão e aconselhamento agrícola os projetos
homologados representam 40% dos projetos previstos, e um compromisso de apenas 30% da
dotação da Ação.
• na acção 1.4.2. Criação de serviços de aconselhamento florestal foi homologado um único
projeto (metade do previsto) o qual representa um compromisso de apenas 30% da dotação
afecta a esta Ação.
• até ao momento não se registou, ainda, a utilização de serviços de aconselhamento agrícola e
florestal por parte dos produtores.
Face a este perfil de realização e na óptica do ajustamento das metas definidas a Equipa de avaliação
considera que:
• N.º de novos serviços de gestão e aconselhamento criados: apesar da aprovação de apenas 2
projetos, a adesão verificada no último concurso de 2012 e a necessidade de estruturação de
uma rede qualificada de serviços de aconselhamentos agrícola a meta de 5 deve ser mantida. No
entanto, face aos valores médios de despesa pública dos projetos homologados (244 mil euros)
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
42
inferior ao previsto (350 mil euros) a dotação afecta a esta acção é excessiva (cerca de 625 mil
euros), podendo ser utilizada para reforçar outras medidas com maior dinâmica de adesão.
• N.º de utilizadores previsto para os serviços de aconselhamento e gestão agrícola: face ao número
de explorações a abranger, indicado pelos promotores em sede de candidatura, a meta definida
de 1.159 produtores poderá ser alcançada. No entanto a não operacionalização desta vertente da
Acção até ao momento (por ausência de entidades reconhecidas) a par da incerteza quanto à
procura direta, ou seja, à utilização dos serviços de aconselhamento pelos agricultores suscitam
algumas reservas quanto ao cumprimento da meta definida, embora se considere nesta fase que
deve ser mantida.
• N.º de novos serviços de aconselhamento florestal criados: a meta definida apontava para a
criação de 2 serviços de aconselhamento florestal. Até ao final de 2011 apenas foi homologado
um projeto não existindo interesse por parte de mais nenhuma entidade. Na óptica da Equipa de
Avaliação e uma vez que este projeto abrange as ilhas do Grupo Central, aquelas onde se verifica
um maior necessidade de apoio aos produtores florestais, a meta desta acção deveria ser revista
para 1 projeto e a dotação em excesso (cerca de 214 mil euros) transferida para outras medidas
com necessidades de reforço.
• N.º de utilizadores previsto para os serviços de aconselhamento florestal: se a dinâmica de adesão
por parte dos produtores florestais corresponder às expectativas da entidade beneficiária a meta
definida de 50 explorações será ultrapassada uma vez que em candidatura a entidade prevê a
disponibilização dos serviços a cerca de 180 unidades produtivas no Grupo Central. De referir, no
entanto, que a dotação para esta componente da ação permite apoiar 68 beneficiários, uma vez
que conforme definido no Regulamento o montante máximo de apoio será de 1.200 € por
beneficiário, pelo que se sugere a alteração da meta de forma a esgotar o orçamento previsto.
• Acréscimo de VAB nas explorações apoiadas. Relativamente a este indicador e uma vez que ainda
não existiram projetos de utilização dos serviços de aconselhamento agrícola e florestal é
prematuro avaliar a razoabilidade das metas definidas.
Principais conclusões e perspectivas futuras
Em termos de visão de síntese da execução da Medida a Equipa de Avaliação constata uma baixa
dinâmica de adesão a esta Medida, sobretudo no início da sua operacionalização, em grande medida
devido às características do tecido associativo regional e às exigências inerentes à criação e
implementação de um serviço de gestão e aconselhamento agrícola e florestal. Todavia, e dada a
carência deste tipo de serviços a nível regional, a Equipa de Avaliação conclui por um contributo
importante para a melhora da gestão sustentável e do desempenho das explorações agrícolas, embora
dependente da dinâmica da procura destes serviços por parte dos agricultores, vertente da Medida ainda
não operacionalizada.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
43
Na Proposta de Regulamento relativo ao apoio ao desenvolvimento rural pelo FEADER é reiterada a
importância do desenvolvimento de Serviços de Aconselhamento, uma vez que estes “ajudam os
agricultores, os detentores de áreas florestais e as PME nas zonas rurais a melhorar a gestão sustentável
e o desempenho geral das suas explorações ou empresas (…) devendo ser incentivada a criação desses
serviços, bem como a sua utilização”, estando prevista uma Medida designada “Serviços de
aconselhamento e serviços de gestão agrícola e de substituição nas explorações agrícolas”.
Face ao atual Programa, esta Medida apresenta duas grandes inovações:
• uma prende‐se com o alargamento do seu campo de intervenção às PME situadas em espaços
rurais, sendo referido que o aconselhamento às PME pode abranger questões associadas ao
desempenho económico e ambiental da empresa.
• outra relaciona‐se com a definição de qualificações mínimas exigidas para os conselheiros assim
como a promoção de formação regular para estes.
Desta forma os apoios a conceder no âmbito da Medida “Serviços de aconselhamento e serviços de
gestão agrícola e de substituição nas explorações agrícolas” para além de contemplarem ajudas para a
utilização de serviços de aconselhamento e ajudas para a criação de serviços de gestão, de substituição e
de aconselhamento, incluem também apoios para promover a formação de conselheiros.
Na óptica da Equipa de Avaliação e tendo em consideração a dinâmica de execução verificada
atualmente, no próximo período de programação 2014‐2020 deve ser dada continuidade ao trabalho
iniciado de estruturação de uma rede qualificada e certificada de entidades prestadoras de serviços na
região:
• restringindo a criação de novos serviços de aconselhamento agrícola e florestal a áreas do
território insuficiente cobertas;
• privilegiando a qualificação e diversificação dos serviços prestados pelas entidades já apoiadas,
nomeadamente, para os domínios dos serviços de gestão e de substituição;
• apostando na promoção do acesso dos agricultores e produtores florestais aos serviços
prestados pelas entidades apoiadas;
• promovendo a qualificação e a formação dos técnicos envolvidos na prestação dos serviços.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
44
3.3.2. COMPONENTE DE INVESTIMENTO MATERIAL
Medidas de investimento nas explorações agropecuárias
Medida 1.2. Instalação de Jovens Agricultores
Os dados do Recenseamento Agrícola de 2009 (INE, 2011) referem que 48,2% dos dirigentes das
explorações agrícolas tem mais de 55 anos de idade (proporção que aumentou face a 1999, onde esta
percentagem se situava nos 44%), pelo que permanece atual o objetivo do PRORURAL de renovar o
tecido empresarial agrícola.
De acordo com o diagnóstico do PRORURAL e tendo presente as entrevistas realizadas, a fraca
proporção de jovens no sector (em 2009, apenas 8,1% dos dirigentes da exploração agrícolas tinha idade
inferior a 34 anos) decorre, sobretudo, da dureza do trabalho mas também dos riscos associados ao
investimento e das condições menos satisfatórias para a prática da atividade, que afetam a respetiva
rentabilidade, tendendo a limitar a trajetória de modernização do sector agrícola. Não obstante, a RA
Açores continua a registar a maior taxa de jovens a trabalhar na agricultura, quando comparado com a
média portuguesa (2,6%), e uma dinâmica positiva na instalação de jovens no sector agrícola.
Figura 4. Medida 1.2. Número de pedidos de apoio, por ano
Fonte: SiRURAL.
De acordo com os resultados do inquérito aplicado pela Equipa de Avaliação, os principais motivos para a
instalação estiveram relacionados com a vocação para a atividade agrícola (55%) e com a intenção de a
exploração agrícola continuar na família (24%). Com efeito, se não houvesse o apoio o apoio da Medida
1.2., 72% dos inquiridos referiram que se instalariam na mesma como titular de uma exploração agrícola
para dar continuidade à exploração de seus pais e porque sentem vocação para o sector agrícola, embora
com muitas mais dificuldades (p.e., para fazer os investimentos necessários).
Os apoios à instalação de jovens agricultores, a par dos apoios à reforma antecipada e ao investimento
nas explorações agrícolas, bem como das ajudas veiculadas pelas Medidas do Eixo 2 e das ajudas diretas
2008 2009 2010 2011
5
39
54
93
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
45
concedidas no âmbito do POSEI (cerca de 75% dos jovens agricultores inquiridos aufere de uma ou mais
ajudas no âmbito do POSEI), são considerados vetores imprescindíveis para a instalação de jovens
agricultores e para assegurar o desenvolvimento sustentável das zonas rurais, sobretudo das zonas mais
afetadas pelo despovoamento.
No período de referência da Avaliação, foram rececionados 191 pedidos de apoio, tendo sido aprovados
111. A dinâmica de apresentação de pedidos de apoio é mais expressiva nas duas maiores ilhas, as quais
apresentam o 2º e 3º lugar no ranking das ilhas que têm uma proporção mais elevada de produtores com
uma faixa etária acima dos 55 anos de idade (cerca de 49%). As ilhas de Santa Maria, Graciosa, Flores e
Corvo ficaram praticamente excluídas desta dinâmica, deixando‐as fragilizadas do ponto de vista da
capacidade de rejuvenescimento, sendo residual o contributo desta Medida nessas ilhas.
Quadro 12. Medida 1.2. Pedidos de apoio por ilha ‐ situação
Ilha Acumulado 2008‐2011
Pedidos de Apoio rececionados
Pedidos de Apoio homologados
Investimento Elegível
FEADER Aprovado
São Miguel 43 22,5% 32 28,8% 1.170.000,00 994.500,00
São Jorge 20 10,5% 11 9,9% 395.000,00 335.750,00
Faial 16 8,4% 7 6,3% 250.000,00 212.500,00
Flores 6 3,1% 5 4,5% 175.000,00 148.750,00
Graciosa 5 2,6% 4 3,6% 150.000,00 127.500,00
Pico 24 12,6% 8 7,2% 295.000,00 250.750,00
Santa Maria 2 1,0% ‐ ‐ ‐ ‐
Terceira 75 39,3% 44 39,6% 1.610.000,00 1.368.500,00
Total 191 100,0% 111 100,0% 4.045.000,00 3.438.250,00
Fonte: SiRURAL.
Um dos desafios que se coloca à RA Açores, reside na necessidade de encontrar vias que contribuam para
a sustentabilidade económica e social das ilhas mais fragilizadas. Este objetivo pode ser parcialmente
alcançado através do empenho em promover a instalação de jovens agricultores nessas ilhas. Todavia,
quando questionados sobre a possibilidade de se instalar em outras ilhas que não na Ilha Terceira ou de
São Miguel, os inquiridos foram claros na sua resposta negativa (97%). Os principais motivos para se
instalarem relacionam‐se com questões pessoais e familiares (estar próximo da família, possuir terras da
família), pelo que não ponderam sequer a hipótese de se instalar em outras ilhas que não a da sua família.
De facto, há uma grande inibição por parte dos jovens agricultores em mudar de Ilha para desenvolver o
seu negócio, pelo que há interesse em estimular os jovens das ilhas mais fragilizadas em iniciar uma
atividade agrícola, p.e., através da disponibilização de terras ou de uma majoração no valor do prémio.
Em termos de perfil dos beneficiários, o apoio facilitou a instalação de jovens agricultores de ambos os
sexos, embora a procura seja desequilibrada mas de acordo com a estrutura de género dos produtores
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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agrícolas açorianos8: apenas 18,0% dos pedidos de apoio aprovados pertencem a beneficiários do género
feminino.
No que se refere à classe etária houve uma predominância da classe etária mais jovem (63,1% dos
pedidos de apoio pertenciam a beneficiários com idades entre os 18 e os 30 anos). Aos jovens que
pretendem instalar‐se no sector agrícola exige‐se, ainda, que possuam aptidões e competências
profissionais adequadas. Nos 111 pedidos de apoio aprovados, encontra‐se em equilíbrio o volume de
beneficiários que se candidataram com base na sua experiência profissional agrícola e que se
candidataram com recurso ao curso de formação profissional, sendo a habilitação académica e escolar
adequada (habilitados com curso superior, médio, técnico‐profissional ou equivalente nos domínios da
agricultura, silvicultura, pecuária ou ambiente) a via menos utilizada para preencher os requisitos da
candidatura.
Figura 5. Medida 1.2. Capacidade profissional dos beneficiários dos pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011
Fonte: SiRURAL.
Este apoio, sobretudo orientado para a renovação do tecido empresarial agrícola, tem potencial para
mobilizar outros objetivos. De acordo com os modelos de análise dos pedidos de apoio aprovados, os
jovens agricultores privilegiaram os objetivos ligados à promoção da capacidade competitiva do sector
agrícola, à melhoria da competitividade dos sectores estratégicos da Região e à melhoria do
desempenho económico da exploração. Não obstante, há que ter presente outros objetivos,
nomeadamente, definidos a nível comunitário, orientados para o ajustamento estrutural das explorações
e para a melhoria do potencial humano no sector agrícola.
8 De acordo com o RA09, 87,1% dos dirigentes das explorações agrícolas com menos de 44 anos são do sexo masculino.
49
51
11
Curso de formação profissionalExperiência profissional agrícolaHabilitação académica ou escolar
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Figura 6. Medida 1.2. Objetivos assinalados no pedido de apoio
Fonte: SiRURAL.
Embora haja uma relação estreita entre estes objetivos, persistem algumas dificuldades em perspetivar
os resultados no âmbito da aplicação da Medida, nomeadamente, no que se refere à sustentabilidade
económica das explorações e à continuidade de forma exclusiva na atividade agrícola após os cinco anos
de compromisso (note‐se que, de acordo com o Recenseamento Agrícola de 2009 (RA09), apenas 12%
dos produtores agrícolas indicam a atividade agrícola como fonte exclusiva de rendimento do agregado
doméstico mas 99% dos dirigentes de explorações agrícolas com menos de 34 anos indicou o objetivo de
continuar no sector; e 97% dos inquiridos referiu ter boas perspetivas para a continuidade da sua
atividade no sector agrícola).
Trajetórias de concretização de resultados
Assim, e no tocante à trajetória de concretização dos objetivos, os dados disponíveis em matéria de
indicadores [tendo por base os projetos aprovados] apontam para desempenhos globalmente
satisfatórios quanto à implementação da Medida 1.2.
No que se refere à melhoria dos rendimentos agrícolas e das condições de vida e de trabalho, uma das
grandes preocupações dos jovens agricultores é melhorar a gestão e modernizar a exploração agrícola
com o intuito de aumentar o seu rendimento, de aumentar a qualidade comercial dos produtos agrícolas
e de melhorar as condições de vida, de trabalho e de produção. Com efeito, cerca de 60% dos inquiridos
referiu a melhoria as condições de vida, de trabalho e de produção como um dos impactos da nova
gestão.
Esta é uma das condições essenciais para a manutenção e reforço de um tecido económico e social
viável nas zonas rurais, ou seja, quando um jovem assume a titularidade de uma exploração, a melhoria
dos rendimentos e das condições de vida e de trabalho é o passo natural, onde o desenvolvimento da
atividade tem como objetivo superar os constrangimentos herdados do passado, nomeadamente, a
0,0%
54,1%
55,0%
0,0%
17,1%
57,7%
18,9%
100,0%
Manter e reforçar um tecido económico
Melhorar a competitividade
Melhorar o desempenho económico
Melhorar o rendimento agrícola
Produzir produtos de qualidade
Promover a capacidade competitiva
Promover o desenvolvimento
Renovar o tecido empresarial
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
48
pressão dos preços no produtor e o aumento dos custos dos factores de produção9 (a estratégia
vulgarmente utilizada pelos jovens titulares de explorações agrícolas trata de um aumento dos
rendimentos da exploração por via da maior produtividade ou por via da redução de custos).
Assim, embora se considere que tem havido uma relativa manutenção do tecido económico, por via da
instalação de jovens agricultores, esses processos são desprovidos de arrastamento, nomeadamente, no
que respeita à criação de emprego. De acordo com os resultados obtidos no âmbito do processo de
inquirição, praticamente todos os jovens que se instalaram já trabalhavam no sector agrícola antes de
apresentar uma candidatura ao PRORURAL (93%), sendo que desses, 96% trabalhava na unidade
produtiva de seus pais ou outros familiares, onde eventualmente acabaram por se instalar (uma boa
parte das situações diz respeito a casos de sucessão na exploração), deduzindo‐se, por isso, uma forte
determinação familiar na decisão desses jovens agricultores. A totalidade do trabalho na exploração é
realizada, em 89% dos casos, pelo próprio jovem agricultor e por trabalho familiar (habitualmente pai,
irmão ou esposa). O recurso ao trabalho assalariado foi referido apenas em 6 casos.
No que se refere ao tecido social, a proporção da agrícola familiar na população residente na RA Açores
tem vindo a diminuir substancialmente (cf. quadro seguinte), pelo que se conclui que a instalação de
jovens agricultores tem um contributo residual para contrariar esta tendência.
Quadro 13. Proporção da população agrícola familiar na população residente na RA Açores (%)
Relação de parentesco
Período de referência dos dados Variação
2009 1999
Total 17,30 28,80 66,5
Produtor 5,40 8 48,1
Cônjuge 4,40 6,60 50,0
Outros membros da família 7,50 14,10 88,0 Fonte: Recenseamento Agrícola (INE, séries históricas).
Os apoios veiculados pela Medida 1.2. facilitam o ajustamento estrutural das explorações, na medida
em que o prémio concedido pode servir para comprar ou arrendar terras, não obstante, e de acordo com
os resultados do inquérito, os jovens agricultores não utilizaram o montante do prémio para essa
finalidade (93% investiu na exploração, sobretudo em máquinas e equipamentos), mas continuam a
apontar a reduzida dimensão da exploração (15%) e, sobretudo, a divisão da exploração por parcelas
dispersas (70%) com os dois factores que mais limitam o sucesso da exploração.
Nos dados constantes dos modelos de análise, dos 111 pedidos de apoio aprovados sugiram apenas 4
casos em que o aumento da área de produção ocorreu. Esses 4 casos estão ligados a processos de
9 A quase totalidade dos jovens agricultores indicou a pressão dos preços do leite e os preços dos factores de produção como as principais condicionantes para alcançar o sucesso da exploração agrícola.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
49
reforma antecipada no âmbito da Medida 1.3. (3 jovens cessionários em 2 projetos de reforma
antecipada; e um jovem cessionário em 3 projetos de reforma antecipada).
Estas situações ocorrem porque grande parte dos jovens instala‐se na exploração agrícola de seus pais ou
familiares, ou seja, há uma continuidade das características da exploração; porque há uma grande
dificuldade na obtenção de terra, sobretudo, contígua às parcelas já existentes; e porque o preço das
terras é demasiado elevado, principalmente, nas ilhas de São Miguel e da Terceira.
Refira‐se assim, que os processos de instalação não contribuíram para o ajustamento estrutural das
explorações agrícolas nem para a mudança no panorama de exploração da terra em várias parcelas
dispersas. De qualquer forma, a área total explorada por estas novas instalações no sector agrícola
ascende a 2.279,1 ha, o que representa uma média de 20,5 ha por exploração, bastante superior à média
de 8,9 ha da RA Açores.
Quadro 14. Medida 1.2. Estrutura fundiária das explorações agrícolas
Dimensão Número de instalações
% das instalações
Áreas das explorações agrícolas
<15 hectares 52* 46,8 Área mínima 0,9 ha
Área máxima 78,1 ha
Área média 20,5 ha >15 hectares 59 53,2
* Deste número constam 10 explorações dedicadas à horticultura que, dada a natureza da sua actividade, contemplam áreas reduzidas (menos de 2,5 ha). Fonte: SiRURAL.
No que concerne à melhoria do potencial humano, tendo presente que os jovens que se instalam no
sector agrícola não têm um nível elevado de habilitações escolares, nem uma formação agrícola
específica, pode afirmar‐se que há uma ligeira melhoria da formação, por via da frequência dos cursos de
formação profissional de empresários agrícolas. Todavia, 60% dos inquiridos referiu ter habilitações
escolares ao nível do 4º ano/primária, uma proporção ligeiramente superior à dos produtores agrícolas
singulares da RA Açores (54%). Pelo que se pode concluir que a Medida 1.2. não contribui, de forma
relevante, para este objetivo.
No que se refere ao contributo para o aumento da competitividade do sector agrícola, refira‐se que 102
dos 111 pedidos de apoio aprovados no âmbito da Medida 1.2. estavam associados a projetos de
investimento apoiados pela Medida 1.5. Modernização das explorações agrícolas. Esses projetos somam
um investimento total de 11.817.013,97 Euros, que representa média de 115.853,08 Euros por projeto.
A grande associação a projetos de investimento está relacionada com a necessidade de modernização
das explorações agrícolas (embora grande parte dos investimentos tenha sido orientado para a aquisição
de máquinas e equipamentos) e terá reflexos positivos no aumento do VAB e da produtividade do sector.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
50
A atividade principal desenvolvida pelos jovens que se instalaram no sector agrícola está de acordo com o
panorama produtivo regional: 92 dos 111 pedidos de apoio refere como atividade principal a produção
pecuária, sendo que deste número 80% dedica‐se à produção de leite, que é diretamente comercializado
para a agro‐indústria ou comercializada através de Associação ou Organização de agricultores.
Quadro 15. Medida 1.2. Atividade principal dos projetos aprovados
Atividade Principal
Pedidos de apoio aprovados (n.º)
%
Animal 92 82,9
Vegetal 11 9,9
Mista 8 7,2
Fonte: SiRURAL.
A opção pela atividade esteve principalmente relacionada com a manutenção da estrutura produtiva da
exploração (60% dos inquiridos referiu ser este o motivo pelo qual optou por determinada atividade),
sendo também referido o gosto pessoal e a experiência na atividade.
Em termos de competitividade, os factores que podem induzir um maior contributo para a melhoria da
competitividade do sector agrícola são os seguintes: dinamismo e capacidade para inovar, competências
de gestão e de liderança, capacidade para assumir riscos. Todavia, em parte significativa das instalações,
os jovens optam pela segurança, ou seja, pela manutenção do sistema produtivo existente (situação mais
comum quando ocorre a passagem da gestão de pais para filhos) e a atividade exercida como um
prolongamento de uma atividade familiar deixa pouco espaço para a reestruturação, modernização,
inovação, sendo a competitividade sobretudo ganha através de ganhos de produtividade. Não obstante,
os projetos de investimento decorrentes da instalação de jovens agricultores assumem uma expressão
competitiva [previsional] maior que a média dos projetos de investimento no âmbito da Medida 1.5.
Em termos de futuro, como anteriormente referido, 97% dos inquiridos referem a intenção de dar
continuidade à sua atividade no sector agrícola porque tem boas perspetivas em relação à mesma. Em
termos de apoios, os jovens referem a necessidade de apostar, no futuro período de programação, na
reestruturação das explorações de leite e para a formação, como se pode constatar no quadro seguinte.
Quadro 16. Medida 1.2. Principais apoios para o próximo período de programação
Tipologia de apoios % de
resposta
Reestruturação das explorações de leite 67,6
Formação profissional 60,8
Diversificação de atividades agrícolas 29,7
Introdução de atividades não agrícolas na exploração agrícola 13,5
Investigação e desenvolvimento 31,1
Desenvolvimento de serviços de aconselhamento 35,1
Desenvolvimento de serviços de apoio à gestão 40,5
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
51
Fonte: Inquérito aos jovens agricultores com projetos aprovados nas Ilhas de São Miguel e da Terceira, IESE, Maio 2012.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
No tocante à trajetória de concretização dos indicadores de realização apontam para “performances”
globalmente positivas com um conjunto de metas programadas para 2013 a terem uma progressão
satisfatória para o seu alcance.
Quadro 17. Medida 1.2 ‐ Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos com, pelo menos, um pagamento)
Indicadores de realização Dezembro
2011 Meta
Grau de concretização
Número de jovens agricultores instalados 67 200‐230 33,5%‐29,1%
H/M 56/11 160‐180/ 40‐50
35,0%‐31,1%/ 27,5%‐22,0%
Idade (18‐30 e 31‐40) 42/25 55 e 45% 62,7%/37,3% Com ligação a processos de Reforma Antecipada 28 50‐100 56,0%/28,0%
Por ramo de atividade (Produção animal/Produção vegetal) 61/7* 120‐150/ 80‐90
50,8%‐40,7%/ 8,8%‐7,8%
Volume total de investimento associado a primeiras instalações (€) – Considerado investimento total na Medida 1.5.
7.171.864,45 8.823.529,00 81,3%
Indicadores de resultado Dezembro
2011 Meta
Grau de concretização
Acréscimo do VAB nas explorações beneficiárias do prémio à primeira instalação (%)
nd 15% nd
Nota: estes indicadores foram calculados com base em projetos de instalação com, pelo menos, um pagamento. Esta opção deve‐se ao facto de o prémio ser dividido em duas frações: 1ª fração, no valor de 75% do valor do prémio, concedida após a celebração do contrato de financiamento e da instalação; 2ª fração, no valor de 25% do valor do prémio, concedida após a conclusão da execução material dos investimentos previstos no plano empresarial, ou, caso o plano empresarial não preveja a realização de investimentos, 24 meses após a celebração do contrato de financiamento. No que se refere ao Indicador de resultado “Acréscimo do VAB”, como o formulário de candidatura não prevê o cálculo do mesmo, a quantificação desse indicador só será possível com a informação disponível nos dados dos projetos apoiados no âmbito da Medida 1.5. No ramo de atividade existe um projeto misto (animal e vegetal). Fonte: SiRURAL.
Quanto à necessidade de ajustar indicadores e metas, à luz dos resultados obtidos até final de 2011, a
Equipa de Avaliação considera que:
Número de jovens agricultores instalados: face à evolução do número de jovens agricultores que
tem apresentado pedidos de apoio, a meta “Número de jovens agricultores instalados” pode
crescer até 240. Contudo, e dada a recente proposta de alteração que transfere 1.950.000,oo €
para a Medida 1.5., a dotação financeira da Medida não será suficiente para comportar mais de
188 instalações, um número inferior aos pedidos de apoio submetidos até 31 de Dezembro de
2011 (191).
Na ótica da Equipa de Avaliação, o Programa deverá assegurar a instalação de jovens
agricultores e os projetos de investimento associados a essas instalações.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
52
Género: tendo em conta que proporção de jovens do sexo feminino é de 1 para 4,5 jovens do sexo
masculino, o ajustamento da meta deve refletir essa relação.
Classe etária (18‐30 e 31‐40): tendo presente que a apresentação de pedidos de apoio tem surgido
mais frequentemente de potenciais beneficiários com idades compreendidas entre os 18 e os 30
anos de idade, o ajustamento da meta deve refletir essa proporção.
Ligação a processos de reforma antecipada: dada a boa relação entre instalação de jovens
agricultores e processos de reforma antecipada, a meta pode manter‐se ou ficar definida a meio
do intervalo.
Ramo de atividade: até ao final de 2011, 92 dos 111 pedidos de apoio refere como atividade
principal a produção pecuária (83,6%), pelo que o ajustamento da meta deve espelhar essa
proporção. Este indicador deverá ser desagregado também para “Produção mista” dado ser uma
das classificações possíveis no sistema de informação.
Volume total de investimento associado a primeiras instalações: dada a grande associação entre
projetos de instalação e de modernização das explorações agrícolas, é expectável que o volume
total de investimento na Medida 1.5., associado a primeiras instalações venha a ser bastante
superior ao definido em meta, pelo que a mesma deve ser ajustada em conformidade.
Quadro 18. Medida 1.2 ‐ Indicadores de input e de realização (utilização dos projetos aprovados)
Indicadores de input Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento
da Meta Despesa pública realizada total (€): 8.823.529 4.045.000,00 45,8% ‐
Apoio FEADER total (€): 7.500.000 3.438.250,00 45,8% ‐
Indicadores de realização Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização
Número de jovens agricultores instalados 200‐230 111 55,5%‐48,3%
240
H/M 160‐180/ /40‐50
91/20
56,9%‐50,6%/ 50,0%‐40,0%
195/45
Idade (18‐30 e 31‐40) 55 e 45% 70/41 63,1%‐36,9%
65 e 35%
Com ligação a processos de Reforma Antecipada
50‐100 44 88,0%‐44,0%
75
Por ramo de atividade (Produção animal/Produção vegetal/Produção mista)
120‐150/ /80‐90
92/11
76,7%‐61,3%/ 13,8%‐12,2%
190/30/20
Volume total de investimento associado a primeiras instalações (€) – Considerado
investimento total na Medida 1.5. 8.823.529,00 11.817.013,97 133,9% 17.647.058,00
Fonte: SiRURAL; cálculos realizados pela Equipa de Avaliação.
Principais conclusões e perspetivas futuras
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
53
A instalação de Jovens Agricultores é uma das condições para garantir sustentabilidade futura ao sector
agrícola. Embora o conjunto de titulares de exploração na RA Açores tenha a média de idades mais
jovem do País, a instalação de jovens motivados, dinâmicos, com iniciativa e com formação profissional,
determina o maior sucesso no desenvolvimento das diversas atividades agrícolas.
A instalação de jovens agricultores na RA Açores depara‐se com algumas dificuldades, logo associadas
ao acesso à terra, ao acesso ao financiamento e à grande dependência dos apoios comunitários, e ao
défice em termos de gestão, liderança, inovação e capacidade para assumir riscos.
No que respeita ao acesso à terra, as dinâmicas de posse da terra em presença na Região constituem
uma matéria complexa porque existem variáveis que não são economicistas, mas antes de natureza
sociológica e afetiva. No meio rural, a posse de terra é uma condição de status importante e as
transmissões de terra implicam sempre relações de proximidade. Além de que o arrendamento acaba por
constituir uma das principais vias para a exploração das terras, inibindo o investimento em
infraestruturas. Uma forma de ultrapassar esse constrangimento seria a abertura para uma maior
mobilidade, contudo, os jovens apresentam uma grande resistência à mobilidade, não ponderando
sequer a instalação em outras ilhas da Região, mesmo que promovida a atratividade através do aumento
substancial dos apoios, da oferta de terras ou da segurança do escoamento dos produtos.
Quanto à grande dependência dos apoios comunitários, quer para investir, quer para manter a
viabilidade das explorações agrícola, os jovens agricultores para além de precisarem de uma ‘rede de
segurança’ para ultrapassar a curva da aprendizagem, olham para o sector agrícola como uma fonte de
apoios para manter uma atividade profissional.
Para o próximo período de programação (2014‐2020), os apoios aos jovens agricultores constituem uma
prioridade, com os Estados‐Membros a ter a possibilidade de incluir nos seus programas de
desenvolvimento rural um subprograma temático que abranja a instalação de jovens no sector agrícola.
Na perspetiva da Equipa de Avaliação, os jovens que se queiram instalar no enquadramento dos apoios
pós 2013 enfrentarão novos e complexos desafios económicos, sociais e ambientais. Para que atinjam o
sucesso na sua atividade, esses jovens terão de estar bem preparados e procurar apoio nas dimensões
técnica e empresarial, ultrapassando as lacunas verificadas em termos de capacidade de gestão, de
liderança e de inovação e de capacidade para assumir riscos. Neste contexto, terá de haver uma
exigência acrescida nos apoios concedidos a jovens agricultores, cabendo institucionalmente à Região
assegurar as condições seguintes:
acesso à terra e ao crédito, implementando medidas de política que agilize o mercado das terras
e que facilitem o acesso ao crédito em circunstâncias satisfatórias;
apoio técnico, tendo a responsabilidade de promover a criação de redes de divulgação de
informação e de promover a criação de um mecanismo de acompanhamento da instalação de
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
54
jovens agricultores (com o objetivo de auxiliar na identificação e resolução de factores de
insucesso e divulgar práticas que contribuam para o sucesso das atividades).
A tabela seguinte elenca alguns aspetos que contribuem de forma importante para o sucesso das
explorações agrícolas de jovens que se instalam.
Factores que contribuem para o sucesso das explorações agrícolas
Aceder ao conhecimento: formação técnica, não só no início mas em contínuo, estágios práticos que permitam aplicar os seus conhecimentos, bem como aprender novas técnicas e estar em contacto com novas tecnologias.
Ideias e empreendedorismo: capacidade para procurar e implementar novas ideias de negócio mesmo mantendo o sistema produtivo (através do estabelecimento de parcerias, da partilha de conhecimentos e de técnicas e tecnologias, …)
Gestão e mercados: capacidade para aceder ao mercado ao melhor preço (criar escala, integração nas fileiras, valorização dos produtos por via da qualidade e da diferenciação).
Neste contexto, o segmento de jovens agricultores deverá olhar para os apoios disponíveis, não com a
perspetiva que se tem vindo a registar, com a maioria dos projetos a incluir planos empresariais frágeis e
a incidir sobretudo na aquisição de máquinas e equipamentos, mas com uma perspetiva renovadora e
inovadora.
Medida 1.3. Reforma Antecipada
Não obstante o ajustamento/reestruturação ocorrida (entre 1999 e 2009 registou‐se uma evolução
estrutural positiva das explorações agrícolas com o aumento da sua dimensão média de 6,3 para 8,9 ha),
as explorações agrícolas destacam‐se, ainda, pela sua dimensão reduzida (66,1% tem menos de 5 ha) e
pela sua fragmentação, com uma média de 6,1 blocos por unidade produtiva.
Neste sentido, a perspectiva do PRORURAL é que a Medida 1.3. tenha capacidade para favorecer o
emparcelamento agrícola de exploração ou parcelas de modo a permitir uma maior viabilidade
económica das novas explorações. Para além do ajustamento estrutural das explorações agrícolas, a
Medida 1.3. tem uma segunda componente de intervenção, que encontra fundamento na necessidade de
proporcionar um rendimento adequado aos agricultores que decidam cessar as suas atividades agrícolas
e favorecer a substituição de agricultores idosos por agricultores que possam melhorar a viabilidade
económica das explorações resultantes, com vista à melhoria do potencial humano e ao aumento a
competitividade do sector agrícola.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
55
Todavia, este último objetivo começa a perder relevância na medida em que a RA Açores, tem a menor
proporção de produtores agrícolas singulares com 55 e mais anos de idade (49%, face aos 74% que se
verifica no Continente e aos 65% que se verifica na RA Madeira).
Com efeito, e de acordo com os interlocutores entrevistados, os apoios à cessação definitiva da atividade
agrícola, são considerados vectores imprescindíveis, sobretudo, para assegurar o ajustamento estrutural
das explorações agrícolas e para promover o desenvolvimento sustentável do sector daí decorrente.
Até ao final de 2011, tinham sido submetidos 163 pedidos de apoio (que representa uma Despesa Pública
de 10.071.279,80 Euros), dos quais 93 tinham sido aprovados (que representa uma Despesa Pública de
6.534.678,14 Euros).
Figura 7. Medida 1.3. Pedidos de Apoio submetidos e aprovados, por ano
Fonte: SiRURAL.
O quadro de evolução anual da submissão e aprovação de pedidos reconhece um aumento relevante ao
longo do período de vigência do Programa (com exceção nas aprovações em 2010 devido ao facto de a
Medida ter estado suspensa), sugerindo uma boa dinâmica quer em termos de submissões, quer em
termos de aprovações.
Neste contexto, refira‐se que a Gestão do Programa tem feito um esforço no sentido de acelerar a
execução da Medida 1.3., sobretudo através de um apoio às necessidades dos seus potenciais
beneficiários, nomeadamente decorrentes das dificuldades relativas à burocracia inerente aos processos
de candidatura (p.e., apresentação de meios de prova de titularidade da terra).
A Medida 1.3. apresenta uma distribuição díspar por Ilha: a Terceira representa 40% dos pedidos de apoio
aprovados, seguida de São Miguel e São Jorge, com 19% dos pedidos de apoio, cada, em consonância
com a dinâmica apresentada desde o início do Programa e com a realidade fundiária de cada uma dessas
ilhas (os pedidos de apoio para a reforma antecipada não são tão frequentes na Ilha de São Miguel
0
10
20
30
40
50
60
70
2008 2009 2010 2011
22 24
54
63
3023
40
Submetidos Aprovados
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
56
porque a economia agrícola micaelense tem dinâmica e porque há muitos processos que não vão avante
porque os senhorios das terras arrendadas não autorizam as transferências).
Em termos de perfil de beneficiários (com pedidos de apoio aprovados), observa‐se um predomínio do
género masculino (70%), e da classe etária que inclui idades compreendidas entre os 55 e os 60 anos
(70%), sendo que a média de idades se situa nos 60 anos. No que respeita aos cessionários, a sua média
de idades é bastante inferior, tendo‐se situado nos 34 anos de idade, o que demonstra a capacidade de
rejuvenescimento da titularidade das explorações, com o apoio da Medida 1.3.
De acordo com os interlocutores auscultados, as principais motivações para o acesso à Reforma
Antecipada enquadram‐se nas seguintes: idade avançada e problemas de saúde, que limitam a realização
de muitas das atividades da exploração; possibilidade de associar dois tipos de ajudas – reforma
antecipada e 1ª instalação; e alternativa para os agricultores com dificuldade em manter a viabilidade
económica das suas explorações.
Quanto ao perfil das explorações dos cedentes, todas as explorações cedentes tinham como atividade
principal a bovinicultura, a dimensão média era de 11,2 ha, sendo que grande parte das explorações
agrícolas cessantes tinha uma dimensão entre 4 e 10 ha (59%), e 55% das unidades produtivas era
explorada em propriedade própria.
Esta Medida é mais atrativa para os agricultores com pequenas explorações agrícolas pois os montantes
do apoio não contemplam qualquer diferenciação de acordo com a sua dimensão. Aliás, este é um dos
objetivos da Medida: captar beneficiários com explorações de menor dimensão (área mínima 1 ha, sendo
obrigatório o mínimo de 4 ha para explorações de pecuária).
Figura 8. Medida 1.3. Dimensão das explorações agrícolas dos cedentes (n.º)
Fonte: SiRURAL.
59%
26%
15%
>20ha
10‐20ha
4‐10ha
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
57
Trajetórias de concretização de resultados
A organização deste ponto vai ser efetuada de acordo com o conjunto de objetivos e de indicadores
definidos para a Medida 1.3., cuja resposta teve por base o processamento da informação extraída do
SiRURAL.
O contributo da Medida 1.3. para uma mudança estrutural das explorações faz‐se através da
obrigatoriedade de assegurar a utilização futura da exploração agrícola através da venda, arrendamento
ou doação a outro agricultor (cessionário com idade máxima de 45 anos). A transmissão da gestão da
exploração pode fazer‐se através de através de sinergias com outras Medidas do Programa,
designadamente, com a Medida 1.2., ou através de processos externos ao PRORURAL.
Do total de reformas antecipadas aprovadas, 39 estão associadas a projetos de 1ª instalação no âmbito
da Medida 1.2. (42%) e, dessas instalações, 14 dos cessionários tinha um grau de parentesco com o
cedente (sobretudo filhos, mas também sobrinhos e genros/noras). Destas instalações, 33 estiveram
associadas a projetos de investimento na Medida 1.5.
Uma questão importante ao analisar esta Medida trata da relação entre o número de cedentes e o
número de cessionários, de forma a conhecer se transferência da exploração resultou numa maior
fragmentação (quando a transferência se faz para 2 ou mais cessionários), no aumento da dimensão
média da exploração e/ou emparcelamento (quando a transferência se dá para agricultores já instalados
ou quando várias cessações contribuem para a constituição de uma só exploração), ou no status quo
(quando a transferência se faz para um único cessionário sem exploração).
Quadro 19. Medida 1.3. Número de cessionários, até 31 de Dezembro de 2011
N.º de cessionários
Nº cedentes
Nº de cessionários
1 81 81
2 12 24
Total 93 105
Fonte: SiRURAL.
Os processos de transferência que ocorreram com o apoio da Medida 1.3. apontam para transferências
diretas para um único cessionário (87,1%), sendo apenas 12 as explorações que foram transferidas para
dois cessionários (11 jovens agricultores e 13 agricultores já instalados). Assim, em todos os processos em
que os cessionários eram jovens agricultores (exceto um projeto em que havia um jovem agricultor e um
agricultor já instalado), houve fracionamento das explorações agrícolas. Nos processos onde os
cessionários eram agricultores instalados, 64,5 ha libertos de 7 explorações contribuíram para aumentar a
área de 13 explorações.
Por outro lado, houve processos em que o mesmo cessionário recebeu área de dois ou mais cedentes.
Nestes casos encontra‐se: 1 jovem agricultor que beneficiou de terras provenientes de três cessações; 4
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
58
jovens agricultores que beneficiaram de duas cessações cada; e 1 agricultor instalado que beneficiou de
duas cessações (tendo contribuído para o aumento da área da exploração, incluindo uma ação de
emparcelamento).
Quadro 20. Medida 13. Cessionários com mais de um cedente
N.º de cedentes
Nº de cessionários liquido
1 92
2 5
3 1
Total 98
Figura 9. Medida 1.3. Processos de Reforma Antecipada com dois cessionários
Do cômputo global, dos 105 cessionários, 98 são cessionários líquidos: 40 não têm área inicial (jovens
agricultores) e 58 têm área inicial (agricultores instalados). Como se pode constatar no quadro seguinte,
o aumento médio de área é significativo nos casos de agricultores já instalados (8,58 ha), tendo presente
a área média das explorações agrícolas açorianas, surgindo casos em que os agricultores mais que
duplicam a sua área inicial (12). Note‐se, no entanto, que seis das explorações agrícolas que mais que
5 explorações agrícolas com uma dimensão média de16,5 ha, foram transferidas para 10 jovens agricultores,cujas explorações ficaram com umamédia de 6,4 ha.
64,5 ha libertos de 7 explorações, contribuíram paraaumentar a área de 13 explorações de agricultores jáinstalados; o aumento médio de área por exploração foi de4,96 ha (as explorações passaram de uma dimensão médiade 15,60 ha para 20, 56 ha).
6 cessionários receberam terras de 13 cessações em que asexplorações tinha uma dimensão média de 6,62 ha. Daquiresultou um aumento da área de exploração (incluindouma ação de emparcelamento) e a constituição de 5explorações de jovens agricultores com uma área médiade 14,05 ha.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
59
duplicaram a sua área eram dotadas de uma pequena dimensão (menor que 4 ha), pelo que qualquer
aumento de área tornava‐se expressivo.
Quadro 21. Áreas transferidas para agricultores já instalados
Áreas Área do
cessionário (ha) Área recebida do
cedente (ha) Aumento de
área
Total 1.182,37 497,61 8,58 ha 42,1% Média (58 casos) 20,39 28,97
Fonte. SiRURAL.
Figura 10. Medida 1.3. Aumento de área nas explorações de agricultores instalados
Fonte. SiRURAL.
No que respeita aos jovens agricultores, as explorações resultantes dos processos de transferência não
originaram aumentos de área expressivos: 1,52 ha por exploração constituída, que corresponde a um
aumento de 12,5% face à dimensão das explorações dos cedentes.
Quadro 22. Áreas transferidas para jovens agricultores
Número
Áreas (ha)
Média (ha)
Diferença (ha)
Aumento percentual
Reformas antecipadas 45 Área transferida
546,43 12,14
1,52 12,5% Instalações Jovens agricultores 40
Área recebida 546,43
13,66
Fonte. SiRURAL, 2010.
No que respeita ao emparcelamento agrícola de exploração ou parcelas de modo a permitir uma
maior viabilidade económica das novas explorações, dos 98 cessionários, 24 cumpriram a condição de
emparcelar pelo menos 5% da área recebida. O total de área emparcelada foi de 58,8 ha, uma dimensão
reduzida, tendo presente o número de hectares libertos (1.044,05 ha).
Assim, pode concluir‐se que os apoios têm contribuído de forma razoável para o redimensionamento e
menos para o emparcelamento das explorações agrícolas (a questão da área emparcelada e da área que
contribui para o redimensionamento constitui matéria relevante em termos socio‐estruturais, dado que a
8
20
11
5
2
12<20%
20‐40%
40‐60%
60‐80%
80‐100%
>100%
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
60
maior parte das explorações cedentes detinham áreas elegíveis inferiores a 10 ha (67%)); todavia, estes
resultados assumem um peso residual quando se tem em consideração o número de explorações de
pequena dimensão existentes na RA Açores).
No que se refere ao objetivo de melhoria do potencial humano no sector agrícola, os dados constantes
dos formulários de candidatura não contemplam informação sobre a escolaridade e a formação
profissional quer dos cedentes, quer dos cessionários10, pelo que a avaliação deste objetivo será
meramente qualitativa, reforçando sobretudo, os aspetos referidos em avaliações anteriores: tendo em
conta o contributo da Medida para o rejuvenescimento dos titulares das explorações agrícolas e o maior
nível de escolaridade e de formação profissional da população mais jovem, considera‐se que os processos
de transferência podem contribuir para melhorar o potencial humano. Contudo, e tendo em conta o peso
residual da Medida 1.3. sobre o universo dos produtores e que os jovens que se instalam no sector
agrícola não têm um nível elevado de habilitações escolares, nem uma formação agrícola específica,
pode afirmar‐se que o contributo para a melhoria do potencial humano no sector agrícola é inferior às
expectativas.
No que respeita ao objetivo de aumento de competitividade, um elemento concreto para a sua
avaliação seria o acréscimo de VAB resultante da transferência da titularidade das explorações. Todavia,
nos formulários de candidatura não constam campos de informação que permitam quantificar esse
acréscimo comparando a situação inicial e a situação após transferência. No entanto, no âmbito da
análise da Medida, a Equipa de Avaliação apurou elementos que atribuem à Medida 1.3. efeitos que
contribuem para a maior competitividade:
• Aumento de dimensão: o aumento de área das explorações agrícolas resulta, sem excepçã0, no
aumento do volume de produção, tornando as explorações mais competitivas no mercado.
• Emparcelamento: não se pode afastar o facto de que 1 hectare recebido em emparcelamento é
mais rentável do que 1 hectare disperso devido aos menores custos de produção associados e à
melhor capacidade de gerar economias de escala e gerar melhores produtividades.
• Rejuvenescimento dos titulares das explorações agrícolas: os gestores mais jovens estão
habitualmente mais motivados e mais ‘abertos’ à modernização das explorações, factores que
contribuem para gerar melhores produtividades e para reduzir custos.
As três situações assumem‐se, individualmente ou em simultâneo, como condições para uma maior
competitividade das explorações agrícolas.
10 Os cessionários têm apenas de declarar, sob compromisso de honra, que possuem capacidade profissional adequada.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
61
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
A resposta a grande parte dos indicadores definidos para a Medida 1.3. encontra‐se sistematizada no
Quadro‐síntese de indicadores. Como se pode constatar, a execução do Programa encontra‐se, ainda,
relativamente afastada dos objetivos que se propôs à data de referência de 31 de Dezembro de 2011,
sobretudo, no que respeita ao número de agricultores apoiados. Não obstante, e tendo em conta os
dados com base nos projetos aprovados, a Medida 1.3. está na trajetória adequada para cumprir as metas
fixadas no PRORURAL relativamente ao número de ha libertos e para ultrapassar a meta relativa ao
aumento da área média das explorações agrícolas.
Como se pode constatar no quadro seguinte, o aumento da área média da exploração cifrou‐se nos 6,46
ha, o que confere um contributo substancial para o redimensionamento das explorações agrícolas dos
cessionários.
Quadro 23. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos com, pelo menos, um pagamento)
Indicadores de realização Dezembro de 2011
Meta Grau de
concretização N.º agricultores apoiados (H/M, classe etária) 62 300 21,7% Nº de trabalhadores assalariados apoiados
(H/M, classe etária) 0 10 0%
Nº de hectares libertos (área transferida do cedente, elegível)
684,39 1.600 42,8%
Indicadores de resultado Dezembro de 2011
Meta Taxa de
realização Acréscimo do VAB nas explorações apoiadas (n.d.) (n.d.) ‐
Aumento da área média das explorações agrícolas 6,46 ha 4 ha 161,5% Fonte. SiRURAL.
A leitura global dos dados analisados indica uma boa evolução em termos de cessação de atividade por
parte de agricultores com idades entre os 55 e os 65 anos, pelo que se espera que as metas e,
eventualmente, os objetivos venham a ser alcançados.
Quanto à necessidade de ajustar indicadores e metas, à luz dos resultados obtidos até final de 2011, a
Equipa de Avaliação considera que:
• Número de beneficiários: não obstante a distância entre os projetos de reforma antecipada
aprovados e a meta para 2013, há que ter em conta que, até ao final de 2011 foram submetidos
163 pedidos de apoio, pelo que a Equipa de Avaliação considera que a meta se deve manter
próxima dos 300, descendo ligeiramente para os 250.
• Número de trabalhadores assalariados: dado o facto de não haver interesse nesta componente
dos apoios, a Equipa de Avaliação sugere que este indicador seja suprimido.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
62
• Emparcelamento: dado que este é um dos objetivos mais importantes da Medida 1.3., a Equipa
de Avaliação sugere que seja criado um indicador de resultado para aferir a capacidade dos
apoios para estimular o emparcelamento.
• N.º hectares libertos: tendo em conta os projetos aprovados até final de 2011, considera‐se que a
área liberta vai ultrapassar a meta definida para 2013 – a área média das explorações cessantes
situa‐se nos 11,2 ha, área bastante superior à determinada no indicador, na ordem dos 5,3 ha.
Assim, partindo do princípio que o perfil de explorações cessantes não se vai alterar e tendo em
conta a nova meta para o número de agricultores apoiados, a Equipa de Avaliação sugere o
aumento do número de hectares libertos para 2.500 ha.
• Aumento da área média das explorações agrícolas: este indicador apresenta variações
importantes de acordo com a tipologia de transferências que é efetuada, sobretudo, do número
de cessionários beneficiários de uma exploração cedente. Neste caso, a Equipa de Avaliação
recomenda a manutenção da meta, mesmo que apriori admita que essa meta pode ser
facilmente ultrapassada.
Quadro 24. Medida 1.3 ‐ Indicadores (utilização dos projetos aprovados)
Indicadores de input Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento
da Meta Despesa pública total (€): 15.294.118 6.534.678,14
85,0%* ‐ Apoio FEADER total (€): 13.000.000 5.554.476,50
Indicadores de realização Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento
da Meta N.º agricultores apoiados (H/M, classe etária) 300 93 31,0% 250
Nº de trabalhadores assalariados apoiados (H/M, classe etária)
10 0 ‐ ‐
Nº de hectares libertos (área transferida do cedente, elegível)
1.600 1.044,05 63,5% 2.500
Indicadores de resultado Meta Acréscimo do VAB nas explorações apoiadas (n.d.) (n.d.) (n.d.) ‐ Aumento da área média das explorações
agrícolas 4 ha 4,41 ha 110,25% ‐
*Esta percentagem tem em conta os compromissos transitados. Fonte: SiRURAL; cálculos realizados pela Equipa de Avaliação.
Principais conclusões e perspectivas futuras
À Medida 1.3. reconhece‐se o contributo efetivo para o aumento da área média das explorações agrícolas
(o indicador de resultado relativo ao aumento da área média das explorações agrícolas foi ultrapassado,
considerando‐se que o aumento de área é significativo, tendo em conta a dimensão média das
explorações agrícolas da RA Açores) e para o rejuvenescimento dos titulares das explorações (a média de
idades dos cedentes é de 60 anos e a dos cessionários é de 34 anos); mas o contributo limitado para o
emparcelamento (a área emparcelada foi de apenas 58,8 ha e envolveu apenas 24 dos 98 cessionários).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
63
A avaliação dos resultados da Medida 1.3. aponta assim uma aparente combinação dos seus objectivos:
rejuvenescimento (com 39 reformas antecipadas associadas a projetos de 1ª instalação),
redimensionamento (46 explorações agrícolas a aumentar a sua área) e emparcelamento (24 explorações
agrícolas a emparcelar parte da sua área).
A atual proposta de Regulamento FEADER, que delineou opções gerais para responder aos futuros
desafios com que o desenvolvimento rural se defrontará, não inclui apoios para a reforma antecipada.
De acordo com os interlocutores auscultados, mesmo sendo evidente que os apoios à Reforma
Antecipada não têm uma expressão grande, são um grande contributo para a reestruturação fundiária da
RA Açores. Atendendo aos principais constrangimentos com que o sector agrícola se depara, a dimensão
e fragmentação e dispersão das parcelas, são os obstáculos mais importantes ao sucesso das
explorações, pois limitam o investimento em infraestruturas, inibem a racionalização de custos e
dificultam a gestão da produtividade das explorações agrícolas.
A Medida surgiu com o objetivo do rejuvenescimento dos titulares das explorações agrícolas mas os
objetivos foram mudando tendo em conta as necessidades da RA Açores. Com efeito, tem havido um
grande empenho por parte da gestão do Programa para que a Medida 1.3. seja cada vez mais orientada
para o redimensionamento e para o emparcelamento, tornando secundária a questão do
rejuvenescimento (recorde‐se que a RA Açores é a Região do país onde se encontra a mais jovem
estrutura etária dos titulares de exploração), estando esses objetivos imprimidos nas condições de acesso
e na concessão dos apoios (com majorações para estes dois casos).
Em termos de delineamento da política de desenvolvimento rural para a RA Açores, faz todo o sentido
manter uma Medida que estimule o redimensionamento e o emparcelamento na RA Açores, pelo seu
papel social e reformador. Este estímulo deve ocorrer tendo presente duas frentes: na criação de
mecanismos com ligação aos instrumentos de política regional que actuam ao nível do património
fundiário (p.e., RICTA e Banco de Terras. E Lei do Arrendamento Rural11); e no apoio ao acesso e/ou
emparcelamento de terras, apoiado no âmbito dos Investimentos em activos corpóreos (Artigo 18º da
Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo ao apoio ao desenvolvimento
rural pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER)).
11 A Lei do Arrendamento Rural devia criar um regime mais ajustado à realidade económica e social e das atividades agrícolas da RA Açores e que beneficiasse, em simultâneo, rendeiros e proprietários (p.e. o período de arrendamento com o mínimo de 7 anos, o equivalente aos ciclos dos Programas comunitários de apoio às atividades do sector agrícola). Por outro lado, é determinante criar um regime de incentivos fiscais destinados à promoção do redimensionamento das explorações e à mobilização de terras agrícolas, p.e., através de benefícios fiscais (imposto municipal sobre imóveis (IMI), imposto municipal sobre as transações onerosas de imóveis (IMT) e imposto do selo) e de isenções emolumentares para os atos e contratos necessários à realização das operações de emparcelamento rural.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
64
A promoção do emparcelamento e redimensionamento das explorações é crucial porque influencia
decisivamente as opções de investimento e a viabilidade económica das explorações agrícolas e, assim, o
grau de competitividade das explorações agrícolas.
Medida 1.5. Modernização das Explorações Agrícolas
Nas últimas décadas, o sector agro‐pecuário da RA Açores tem vindo a ser considerado como um sector
estratégico e a melhoria dos sistemas de produção das unidades produtivas tem vindo a despertar
interesse crescente.
O PRORURAL como um dos instrumentos de suporte a esta estratégia de valorização do sector
agro‐pecuário, tem como objectivos contribuir para o aumento da sua competitividade e promover uma
alteração no padrão da produção agrícola regional, reduzindo a dependência do exterior, bem como
promover a qualidade dos produtos, a qualidade ambiental, a segurança no trabalho e o bem‐estar
animal.
A tabela seguinte faz o cruzamento entre os objetivos específicos da Medida 1.5. e os objetivos
plasmados no Regulamento Comunitário, de forma a organizar a análise que se segue.
Quadro 25. Cruzamento entre os objetivos da Medida 1.5. e os objetivos comunitários para o segmento de apoio associado à modernização das explorações agrícolas.
Objetivos específicos da Medida Objetivos comunitários
Melhorar o desempenho económico das explorações através de uma melhor gestão dos factores de produção, incluindo a introdução de novas tecnologias
Contributo para melhorar a utilização dos factores de produção nas explorações agrícolas
Contributo para a introdução de novas tecnologias e inovação nas explorações agrícolas
Produzir produtos de qualidade e com elevado valor acrescentado, de acordo com a procura crescente destes produtos por parte dos consumidores
Aumento do acesso ao mercado e da quota de mercado das explorações agrícolas
Melhorar os rendimentos agrícolas e as condições de vida e de trabalho
Manter e reforçar um tecido económico e social viável nas zonas rurais
Incentivar um modelo de desenvolvimento rural abrangente dos diversos tipos de agricultores e zonas rurais
Contributo para uma atividade duradoura e sustentável das explorações agrícolas
Reestruturar o sector leiteiro regional Melhorar a competitividade dos sectores estratégicos da Região
Promover o desenvolvimento de atividades e práticas potenciadoras do aproveitamento das condições edafo‐climáticas, da preservação do meio ambiente e da criação de ocupações e rendimentos alternativos para os agricultores
Contributo para aumentar a competitividade do sector agrícola
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
65
A Medida 1.5. viu o reforço da sua dotação financeira, em resultado de um pedido de ajustamento
efetuado em Dezembro de 2011 (alteração aceite pela Comissão Europeia em Março de 2012). Este
reforço foi alocado ao Regime normal de apoio da Medida 1.5., ou seja, para os projetos que não incidam
no segmento da reestruturação do sector leiteiro, e ascendeu a 6.250.000,00€ FEADER (com verbas
provenientes das Medidas 1.1 (3.300.000,00€), 1.2. (1.950.000,00€) e 2.3. (1.000.000,00€)). O reforço
decorreu de uma das principais recomendações constantes do Relatório de Avaliação Intercalar do
Programa (reiterada na Avaliação Contínua relativa ao ano 2010), o qual previa o esgotamento da
dotação financeira a curto prazo.
A abordagem efetuada, tendo como fonte de informação o registo de dados do SiRURAL, permitiu
assinalar os principais traços de caracterização das dinâmicas de submissão e aprovação de pedidos de
apoio/desempenho da Medida, que registou um total de 1.150 pedidos de apoio, com um total de
investimento elegível na ordem dos 97.443.865,43 Euros e que corresponde um apoio FEADER de
62.623.884,27 Euros. No que se refere à distribuição regional, a Ilha Terceira foi a mais dinâmica, tendo
representado 39,4% do número de pedidos de apoio, seguida da Ilha de São Miguel (28,1%) e da Ilha do
Pico (10,4%).
Figura 11. Medida 1.5. Pedidos de apoio apresentados, por ano
Fonte: SiRURAL.
Como se pode verificar não houve um abrandamento do investimento nas explorações, antes pelo
contrário, o número de pedidos de apoio efetuado em 2011 aumentou substancialmente face ao ano
anterior. Dos 1.150 pedidos de apoio apresentados, foram aprovados, no período de referência da
Avaliação, 717 projetos de investimento, conforme se pode constatar no quadro seguinte.
2008 2009 2010 2011
70
326296
458
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Quadro 26. Medida 1.5. Pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011
Ilha
Acumulado 2008 ‐ 2011
Pedidos de apoio Valor Proposto
Valor Elegível Considerado
Subsídio Despesa Pública
FEADER n.º %
Graciosa 17 2,4 2.076.878,10 1.833.287,33 1.333.315,38 1.133.987,50 Flores 6 0,8 194.695,47 171.601,92 112.371,82 95.516,07 Santa Maria 8 1,1 449.894,29 400.525,31 300.394,00 255.334,97 S. Jorge 77 10,7 4.804.826,97 4.186.961,61 2.904.247,40 2.498.090,70 S. Miguel 231 32,2 18.900.064,79 16.372.030,35 11.681.229,29 10.111.824,99 Corvo 8 1,1 489.192,26 442.439,02 331.451,26 281.733,60 Faial 56 7,8 2.909.425,23 2.580.214,61 1.811.910,37 1.563.206,02 Pico 62 8,6 3.960.771,69 3.455.852,94 2.564.990,69 2.189.373,55 Terceira 252 35,1 24.794.522,83 21.899.688,90 15.710.925,53 13.581.313,50
Total 717 58.580.271,63 51.342.601,99 36.750.835,74 31.710.380,90 Fonte: SiRURAL.
O perfil dos beneficiários da Medida 1.5. (com projetos aprovados) não se alterou face a anos anteriores:
84% pertence ao escalão etário que compreende as idades entre 25 e 54 anos; 84% pertence ao sexo
masculino; 96% é produtor singular; 8% exerce a atividade agrícola a tempo parcial.
No que se refere às explorações beneficiadas com projetos de investimento a sua dimensão média é de
26,8 ha (11% tem dimensão superior a 50 ha), claramente acima da dimensão média das explorações
agrícolas regionais; apenas 24% da área é explorada por conta própria; 90% dedica‐se à produção
pecuária (73% à produção de leite); é na Ilha Terceira que estão a surgir grande parte dos projetos ligados
ao sector da diversificação (dos 70 projetos, 44 localizam‐se nessa ilha); e o número de unidades de
trabalho ano ‐ UTA12 ronda 1,6, por exploração.
De destacar, ainda, que 16% dos pedidos de apoio aprovados está associado a projetos de 1ª instalação e
6% está associado a processos de Reforma Antecipada.
Como se pode verificar na figura seguinte, o perfil de áreas de investimento acompanha o perfil de
atividades das explorações beneficiárias, com a bovinicultura a representar 73,3% do número de projetos
aprovados e 71,3% do investimento elegível.
12 Unidade de medida equivalente ao trabalho de uma pessoa a tempo completo realizado num ano medido em horas (1 UTA = 240 dias de trabalho a 8 horas por dia).
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Figura 12. Medida 1.5. Investimento elegível por atividade principal das explorações beneficiárias (€)
Fonte: SiRURAL
Os pedidos de apoio aprovados contemplaram, de forma predominante, o campo de objetivos
associados à melhoria do desempenho económico das explorações, bem como à promoção da
capacidade competitiva do sector agrícola.
Quadro 27. Medida 1.5. Objetivos dos projetos aprovados até 31/12/2011
Objetivos do projeto Nº de PAs
%
Melhorar o desempenho económico das explorações 460 64,2
Melhorar a competitividade dos sectores estratégicos da região 406 56,6
Promoção da capacidade competitiva do sector agrícola 425 59,3
Renovação do tecido empresarial agrícola 160 22,3
Produzir produtos de qualidade e com elevado valor acrescentado 146 20,4
Promover o desenvolvimento de atividades e práticas potenciadoras do aproveitamento das condições edafo‐climáticas da região
112 15,6
Melhorar os rendimentos agrícolas e as condições de vida e de trabalho 15 2,1
Manter e reforçar um tecido económico e social viável nas zonas rurais 12 1,7
Fonte: SiRURAL.
A natureza dos investimentos aprovados evidencia que as estratégias adotadas pelas explorações
agrícolas valorizam a modernização por via da aquisição de máquinas e equipamentos, componente que
representa 72% do investimento elegível, logo seguida da componente construções agrícolas e rurais,
que representa 21% do investimento elegível. A tendência mantém‐se relativamente à análise efetuada
nos exercícios de Avaliação anteriores.
Apicultura
Hortícolas
Frutícolas
Florícolas
Plantas aromáticas
Vinha
Bovinos Leite
Bovinos Carne
Bovinos Raça Brava
Pequenos ruminantes
Suínos
105.012,35
4.109.650,64
955.211,70
1.739.591,81
56.933,83
54.427,6836.618.998,78
7.143.587,18
64.604,00
84.700,97
402.277,40
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Figura 13. Medida 1.5.Natureza do investimento dos projetos aprovados até 31/12/2011
Fonte: SiRURAL.
No que se refere à dimensão do investimento, o perfil onde se insere maior número de projetos
corresponde a ‘pequenos projetos’ (investimento proposto elegível entre 25 e 75 mil Euros), como se pode
verificar na Figura seguinte.
Figura 14. Medida 1.5. Investimento proposto elegível dos pedidos de apoio aprovados até 31/12/2011
Fonte: SiRURAL
Quanto ao enquadramento dos pedidos de apoio, destaca‐se o número de pedidos de apoio aprovados
exclusivamente ao abrigo do Regime dos Novos Desafios, um número que quase duplicou face ao ano
2010 e que representou 15,5% do investimento elegível.
Quadro 28. Medida 1.5. Enquadramento dos pedidos de apoio, de acordo com o tipo projeto de investimento
Tipo de projeto PAs
Valor Elegível Considerado
Subsídio Despesa Pública
FEADER
Nº % Montante (€) % Montante (€) % Montante (€) %
Novos desafios 102 14,2 7.945.209,52 15,5 5.813.220,95 15,8 5.228.288,77 16,5 Regime normal 490 68,3 33.431.515,67 65,1 23.417.028,32 63,7 19.904.374,94 62,8 Regime normal e Novos desafios
125 17,4 9.965.876,80 19,4 7.520.586,47 20,5 6.577.717,19 20,7
Total 717 100,0 51.342.601,99 100,0 36.750.835,74 100,0 31.710.380,90 100,0 Fonte: SiRURAL
Construções agrícolas e rurais
Despesas gerais
Máquinas e equipamentos
Melhoramentos fundiários
Plantações
7.997.643,33 €
1.935.626,15 €
28.141.158,91 €
426.461,33 €
487.825,82 €
25%
59%
16%
>75.000€
25‐75.000€
>25.000€
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Trajetórias de concretização de resultados
O objetivo prioritário dos pedidos de apoio no âmbito da Medida 1.5. está centrado na melhoria do
desempenho económico e da competitividade das explorações agrícolas. De acordo com os
interlocutores auscultados, há dois objetivos fulcrais para o acesso ao PRORURAL: manutenção das
explorações em boas condições e aumento da produção.
A maioria dos projetos ainda encontra‐se em fase de implementação e o período para a produção de
resultados varia consoante o tempo de maturação dos investimentos. No entanto, e tendo presente que
a tipologia de investimento predominante não carece de maturação, na presente Avaliação poder‐se‐á
fazer uma aproximação aos resultados potenciais dos projetos aprovados (com dados baseados nos
pedidos de apoio aprovados).
Melhorar o desempenho económico das explorações através de uma melhor gestão dos
factores de produção, incluindo a introdução de novas tecnologias
O volume de projetos de modernização, por via da aquisição de máquinas e equipamentos, é
considerável e os contributos‐tipo dos projetos aprovados são predominantemente centrados na
introdução de tecnologia mais recente e no aumento da produtividade, o que também significa uma
melhor utilização dos factores de produção (p.e., da mão‐de‐obra). Note‐se que parte do investimento se
faz em equipamento especializado (mesmo que pequena quando comparada com a mecanização), o que
contribui para a melhoria da utilização dos factores de produção.
A análise dos resultados previsionais indica acréscimos significativos no rendimento do trabalho, no
rendimento do trabalho por UTA e no resultado da exploração, embora menos expressivos quando ao
total de projetos se subtrai o volume de pedidos de apoio que indicavam uma situação inicial a zero (que
incluem os projetos de jovens que se instalam pela 1ª vez no sector).
Quadro 29. Medida 1.5. Indicadores de produtividade
Média dos projetos aprovados
Todos os projetos (717) Sem projetos com situação inicial a zero
Sem projeto (€)Com projeto (€) Diferença (%) Sem projeto (€)Com projeto (€) Diferença (%)
Rendimento do trabalho 11.935,08 21.834,99 82,9% 15.587,34 23.913,60 53,4%
Rendimento do Trabalho/UTA
9.171,89 11.968,96 30,5% 11.978,59 12.826,96 7,1%
Resultado da exploração 23.611,98 36.560,37 54,8% 30.837,51 40.294,02 € 30,7%
Fonte: SiRURAL.
Quanto à introdução de novas tecnologias, nos projetos de investimento predomina a intenção de dotar
as explorações agrícolas de máquinas e equipamentos necessários para desempenhar as rotinas diárias,
não havendo propriamente lugar à incorporação de novas tecnologias nem de novas técnicas. Não
obstante, alguns dos equipamentos específicos destinam‐se à melhoria da qualidade dos produtos, p.e.,
tanques de refrigeração do leite e máquinas de ordenha (móveis e fixas).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
70
Este relativo conservadorismo nos investimentos efetuados decorre, sobretudo, da dimensão e
fragmentação das explorações, da abertura dos produtores face ao risco e da tipologia de atividade,
vocacionada maioritariamente para a produção de leite.
Com base nestes resultados é possível concluir que há, de facto, a introdução de tecnologias mais
recentes e que há uma melhoria do desempenho das explorações, nomeadamente, através de uma
melhor gestão do factor de produção mão‐de‐obra e de uma melhoria do resultado da exploração e,
assim, do rendimento por hectare, bem como das condições de trabalho – objetivos importantes da
Medida 1.5.
Produzir produtos de qualidade e com elevado valor acrescentado, de acordo com a procura
crescente destes produtos por parte dos consumidores
Como se pôde observar no Quadro 27, a produção de produtos de qualidade e com elevado valor
acrescentado, representa um objetivo marginal para os promotores dos projetos de investimento
apoiados no âmbito da Medida 1.5. (apenas 20% dos beneficiários indicou esse objetivo). Grande parte
dos promotores tem, como atividade principal, a produção de leite e o escoamento do produtos faz‐se na
totalidade para a agro‐indústria, que controla e que valoriza o leite de acordo com a sua qualidade13, ou
seja, não há grande margem de manobra para acrescentar valor ao produto, essa valorização cabe à
indústria transformadora.
No caso dos sectores de diversificação, os promotores de projetos de investimento começam a perceber
a importância de produzir uma maior gama e quantidade de produtos, para que a Região não seja tão
dependente da importação deste tipo de produtos, começando a surgir algumas iniciativas ligadas a
bolsas de produção e comercialização de hortícolas e, sobretudo, frutícolas e começando a surgir alguns
projetos inovadores na Região como produtos de 4ª gama (com maior valor acrescentado). Todavia, a
produção encontra‐se muito atomizada e o mercado ligado aos sectores de diversificação encontra‐se,
ainda, muito incipiente e desorganizado, não se podendo falar, ainda, de uma fileira nem de aumento do
acesso ou da quota ao mercado.
Da análise dos projetos aprovados sobressai a ainda resistência à diversificação de atividades (recorde‐se
que, dos 717 projetos aprovados, apenas 10% correspondem a projetos ligados à produção de hortícolas,
frutícolas, flores e mel), e é nestes sectores que se observa a margem para acrescentar valor e para
diferenciar as produções (p.e., agricultura biológica, certificação dos produtos no âmbito dos regimes de
qualidade), bem como para encontrar novas formas de acesso ao mercado.
13 A preocupação com a qualidade dos produtos é uma preocupação constante, pelo facto de o leite ser valorizado em função da sua qualidade: teor de proteína e de gordura, contagem de microorganismos e de células somáticas, e presença de impurezas.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
71
Manter e reforçar um tecido económico e social viável nas zonas rurais
Incentivar um modelo de desenvolvimento rural abrangente dos diversos tipos de agricultores e zonas rurais
Melhorar os rendimentos agrícolas e as condições de vida e de trabalho
Aos territórios rurais são conhecidas as vulnerabilidades que resultam do declínio da população, do
envelhecimento acentuado, e da maior atratividade dos centros urbanos, dotados de maiores
oportunidades de ocupação para a populações rurais em idade ativa.
O sector agrícola da RA Açores tem vindo a sofrer um longo processo de reconfiguração, em termos de
produção, ainda que distante das médias europeias e sem ter adquirido expressão suficiente para atenuar
a dependência do exterior, mas também em termos de evolução dos territórios rurais. Se por um lado se
vai assistindo a uma quebra da população agrícola familiar (37,8% na última década) e trabalhadores
agrícolas a tempo completo (28,8% na última década), em contrapartida, assiste‐se a um aumento da
dimensão média das explorações, das produtividades e do rendimento dos produtores e à continuidade
da expressão económica e social do sector a nível regional, embora os interlocutores auscultados tenham
admitido que uma parte importante das explorações agrícolas regionais tem dificuldade em remunerar
os factores de produção e em proporcionar um rendimento às famílias, estando dependentes da forte
incorporação das ajudas comunitárias.
De acordo com a perspectiva da Equipa de Avaliação, o PRORURAL, através da Medida 1.5., tem
contribuído para melhorar os rendimentos agrícolas e as condições de vida e de trabalho nas explorações
beneficiárias (p.e., um resultado indissociável dos projetos de investimento em máquinas e
equipamentos trata da melhoria das condições de trabalho), embora, pelo número de explorações
abrangidas (cerca de 5% do número total de explorações da RA Açores14), seja discutível o seu contributo
para manter e reforçar um tecido económico e social viável nas zonas rurais e, sobretudo, para incentivar
um modelo de desenvolvimento rural abrangente dos diversos tipos de agricultores e zonas rurais (com
efeito, o PRORURAL assume uma importância maior para estes dois objetivos através das suas Medidas
2.1. e 2.2. pelo seu potencial de alcance).
Não obstante, a atividade sustentável e duradoura das explorações agrícolas, que provém
essencialmente da melhoria dos rendimentos das atividades agrícolas, contribui para manter um tecido
económico e social viável nas zonas rurais, pelo que a Medida 1.5. proporciona um contributo, mesmo
que pequeno, para este objetivo.
14 Explorações com uma dimensão média superior à média regional e, supostamente, com maior capacidade para executar os projetos, absorver os apoios e responder aos objetivos do Programa, e cujas principais necessidades se fixam no segmento das máquinas e equipamentos agrícolas e cuja atividade se encontra ligada à produção de leite.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
72
Melhorar a competitividade dos sectores estratégicos da Região
Reestruturar o sector leiteiro regional
Promover o desenvolvimento de atividades e práticas potenciadoras do aproveitamento das
condições edafo‐climáticas da Região, da preservação do meio ambiente e da criação de
ocupações e rendimentos alternativos para os agricultores
Como referido atrás, cerca de 75% das explorações beneficiárias da Medida 1.5. tem como atividade
principal a produção de leite, estando 14% dos projetos aprovados enquadrado no Regime Novos
Desafios, ou seja, que tem o objetivo principal de reestruturar as explorações de leite.
A produção de leite contínua, sem qualquer dúvida, a assumir um lugar de destaque no panorama
produtivo da RA Açores, particularmente nas Ilhas de São Miguel e da Terceira, avocando os
interlocutores auscultados que se trata da atividade que melhor potencia o aproveitamento das
condições edafo‐climáticas da Região. Quanto a atividades e práticas para a criação de ocupações e
rendimentos alternativos para os agricultores, continua a registar‐se uma adesão inexpressiva.
A viabilidade futura das explorações agrícolas depende, no essencial, da sua competitividade, ou seja, da
sua capacidade para remunerar de forma adequada o conjunto dos factores de produção utilizados.
Assim, a competitividade das explorações agrícolas está diretamente ligada à eficiência económica dos
sistemas de produção praticados, ou seja, da sua capacidade para criar riqueza/para gerar acréscimos de
VAB.
No âmbito da presente Avaliação, a aproximação à análise da competitividade vai ser efetuada com
recurso aos dados previsionais, constantes dos projetos de investimento concluídos do ponto de vista
financeiro no âmbito da Medida 1.5. (331). O acréscimo de VAB previsional foi na ordem dos 4.466.332,18
Euros, representando um valor médio por projeto de 13.493,45. As atividades com acréscimo mais
significativo foram as seguintes: plantas aromáticas (este valor tem de ser visto com cautela pois
baseia‐se em 1 projeto apenas); florícolas (com recurso a dados de 7 projetos concluídos); e apicultura
(com recurso a dados de 3 projetos concluídos).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
73
Figura 15. Acréscimo de VAB previsional das explorações com projetos concluídos no âmbito da Medida 1.5. (%)
Fonte: SiRURAL.
Para além do indicador ‘acréscimo de VAB’ a Equipa de Avaliação, analisou ainda outros indicadores de
viabilidade previsionais como o rendimento do trabalho, o rendimento do trabalho por UTA, o resultado
da exploração e o rendimento líquido da exploração, incluindo os salários pagos, por UTA e por projeto.
Quadro 30. Indicadores de viabilidade dos projetos de investimento aprovados no âmbito da Medida 1.5., até 31 de Dezembro de 2011
Indicadores de viabilidade (média por projeto)
Sem projeto Com projeto Variação
UTA 1,63 2,21 0,58 (35,7%)
Rendimento do trabalho (€) 11.935,08 21834,99 9.899,92 (82,9%)
Rendimento do trabalho / UTA (€) 9.171,90 11.968,96 2.797,06 (30,5%)
Resultado da exploração (€) (receitas, a que se subtrai os custos variáveis e os custos com mão‐de‐obra)
23.611,98 36.560,37 12.948,38 (54,8%)
Fonte: SiRURAL.
Como se pode constatar, os projetos de investimento assumem resultados [previsionais] bastante
satisfatórios na medida em que conseguem aumentar os seus rendimentos e, assim, aumentar a
viabilidade económica das explorações15.
Note‐se, contudo, que as transferências de rendimento geradas em consequência dos diferentes tipos de
medidas de política agrícola em vigor (designadamente Medidas 2.1. e 2.2. do PRORURAL e POSEI)
podem influenciar a competitividade das explorações. Com efeito, a Versão Preliminar do Estudo Rede 15 A exploração agrícola é considerada economicamente viável quando assegura um rendimento de trabalho por unidade homem trabalho (UTA) superior ao salário mínimo nacional (485€ (valor de 2011) x 14 meses = 6.790,00 € por ano).
116,3
59,799,3
204,6
477,5
45,4
24,8
35,4
1,1050
100150200250300350400450500
Acréscimo de VAB (%
)
Apicultura Hortícolas Frutícolas
Florícolas Plantas aromáticas Vinha
Bovinos Leite Bovinos Carne Bovinos Raça Brava
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
74
de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA), Açores 2005‐2010 (SRAF/DRACA, 2012) destaca “o
pouco contributo das atividades da exploração na formação do produto das explorações nas ilhas das
Flores (apenas 30% do produto bruto é formado pelo resultado da atividade da exploração), do Pico
(47%) e de Santa Maria (com 34%). As explorações RICA pertencentes às ilhas Terceira (19%), Graciosa
(21%) e Faial (33%), revelam maior robustez económica, com os subsídios correntes a apresentarem
contributos inferiores a 50% na formação do produto agrícola” (página 29).
Figura 16. Peso dos subsídios no Produto Bruto Agrícola (%), em 2010
Fonte: Versão Preliminar do Estudo Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA), Açores 2005‐2010 (SRAF/DRACA), 2012.
O mesmo Estudo refere que a proporção dos subsídios correntes das explorações integradas na RICA, em
2010,representou em média 50% do valor acrescentado bruto (oscilação entre os 34% na Ilha Terceira e
os 91% na Ilha das Flores) e 70% do rendimento líquido.
Estes resultados apontam para uma forte dependência dos subsídios correntes para a formação dos
resultados das explorações integradas na RICA, contribuindo de forma substancial para o rendimento e
viabilidade das explorações agrícolas, sobretudo em algumas ilhas16.
Desta leitura conclui‐se que, embora os apoios veiculados pela Medida 1.5. contribuam para o aumento
da competitividade das explorações, os subsídios continuam a ter uma grande influência na formação
dos resultados das explorações agrícolas. Além de que há questões externas ao PRORURAL que vão
limitando os ganhos de competitividade dessas explorações, nomeadamente: sector do leite – baixo valor
do preço do produto no produtor, associado aos cada vez mais elevados custos de produção, dispersão
16 De acordo com a Versão Preliminar do Estudo Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA), Açores 2005‐2010 (SRAF/DRACA, 2012) os subsídios representam as percentagens seguintes sobre o VAB das explorações integradas na RICA: Flores (91%), Santa Maria (78%), Pico (84%), São Jorge (63%), Terceira (34%), Graciosa (35%) e São Miguel (37%).
0% 20% 40% 60% 80%
S. Miguel
Terceira
Graciosa
Faial
S. Jorge
Pico
Santa Maria
Flores
18%
19%
21%
33%
39%
53%
67%
70%
Açores (29%)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
75
das parcelas e dimensão das explorações; sectores de diversificação – falta de organização da produção e
da comercialização.
No tocante à reestruturação do sector leiteiro regional, apenas um número pequeno de explorações
aponta claramente para uma estratégia de reorganização produtiva, com vista à sua maior eficiência e à
sua maior sustentabilidade ambiental (p.e., tratamento dos efluentes, medidas de controle de impacte
ambiental). Não obstante, a aprovação deste tipo de projetos é positiva, sobretudo tendo em atenção
que contribuem para os objetivos da Medida e do Programa.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
Os indicadores de realização e de resultado permitem perspectivar o contributo dos projetos apoiados
para as metas definidas. Tendo presente os dados sistematizados no quadro seguinte, que têm por base
as intenções apresentadas em sede candidatura, a Medida 1.5. contribui significativamente para o
acréscimo do valor acrescentado bruto das explorações agrícolas beneficiários (35,8%), indicador que
revela a prossecução dos objetivos da Medida associados à melhoria do desempenho económico, dos
rendimentos agrícolas e da competitividade dos sectores estratégicos da RA Açores.
Quadro 31. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos concluídos)
Indicadores de realização Dezembro 2011 Meta Grau de
concretização N.º de explorações apoiadas*
Regime normal 276 1.350 20,4% Novos Desafios 13 600 2,2%
Volume total de investimento (€) Regime normal 19.053.882,44 € 27.434.842,00€ 69,5% Novos Desafios 817.139,53 € 28.129.394,00€ 2,9%
Indicadores de resultado Dezembro de
2011 Meta
Grau de concretização
Acréscimo do VAB nas explorações beneficiárias 35,8% 15% 138,7% N.º de explorações que introduziram novos
produtos e/ou novas técnicas 0 600‐800 0%
*No tipo de projeto, há 42 projetos de investimento concluídos que indicam “Regime normal” e “Novos desafios”, a que corresponde um investimento total de 2.545.526,53 €. Fonte. SiRURAL.
Todavia, e como a Equipa de Avaliação já havia prevenido, o indicador “Acréscimo de VAB” tem de ser
analisado com prudência pois, em grande parte dos casos, os pedidos de apoio sugerem resultados
ampliados para que as explorações demonstrem uma melhor viabilidade económica pós‐projeto.
Note‐se que grande parte dos projetos contempla apenas a aquisição de máquinas e alfaias – um
investimento que dificilmente tem capacidade de induzir acréscimos de VAB tão significativos.
Tendo presente os resultados obtidos até final de 2011, a Equipa de Avaliação recomenda o ajustamento
de algumas metas:
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
76
• Apoio FEADER: se se continuar a registar a dinâmica de adesão à Medida 1.5., a AG deverá
considerar o reforço adicional da dotação financeira da Medida, no âmbito do Regime Normal.
• N.º de explorações apoiadas: a meta dificilmente será alcançada, quer no âmbito do Regime
Normal, quer no âmbito dos Novos Desafios, mesmo considerando o reforço da dotação da
Medida aprovado em Março de 2012 e um eventual reforço adicional O principal motivo trata do
valor dos projetos de investimento, bastante superior ao inicialmente previsto. Se a dotação
orçamental da Medida for reforçada novamente, o número de explorações apoiadas deverá ser
ajustado em conformidade.
Indicadores da Medida Pedidos de apoio aprovados até 31 de
Dezembro de 2011 N.º de explorações apoiadas 1.950 N.º de explorações 717
FEADER 43.250.000,00 €* FEADER 31.710.380,90 €
Média do investimento por projeto 22.179,49 € Média do investimento
por projeto 44.226,47 €
*Considera o reforço da Medida aprovado em 2012 (6.250.000,00€).
• Volume total de investimento: dado o valor dos projetos de investimento ser praticamente o
dobro do inicialmente previsto, o volume total de investimento terá de ser aumentado.
• Acréscimo de VAB: embora este indicador tenha sido ultrapassado, a Equipa de Avaliação não
recomenda a sua alteração até conseguir analisar as contabilidades das explorações apoiadas.
• N.º de explorações que introduziram novos produtos e/ou novas técnicas: deverá haver um esforço
no sentido de este indicador ser devidamente registado na base de dados SiRURAL.
A equipa de Avaliação considera ainda que o conjunto de indicadores pode ser favorecido, com a
integração de um indicador que preveja investimentos com as duas componentes “Regime Normal” e
“Novos Desafios” e um indicador que indique o número de projetos apoiados, por sector de atividade.
Quadro 32. Medida 1.5. Indicadores de realização e de resultado (com base em projetos aprovados)
Indicadores de input Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento da
Meta Apoio FEADER total (€) 43.250.000,00€* 31.710.380,9 73,3% ‐
Indicadores de realização Meta 2013 Dezembro
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento da
Meta N.º de explorações apoiadas**
Regime normal 1.350 409 30,3% 650 Novos Desafios 600 102 17,0% 500
Volume total de investimento (€) Regime normal 27.434.842,00€ 38.281.179,02 € 139,5% 60.000000,00€ Novos Desafios 28.129.394,00€ 8 .949.864,72 € 31,8% 44.000.000,00€
(continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
77
(cont.)
Indicadores de resultado Meta 2013 Dezembro de
2011 Taxa de
realização
Proposta de ajustamento da
Meta Acréscimo do VAB nas explorações
beneficiárias ‐ 15% ‐ ‐
N.º de explorações que introduziram novos produtos e/ou novas técnicas
0 600‐800 0 ‐
* Considera o reforço da Medida aprovado em 2012 (6.250.000,00€). **No tipo de projeto, há 125 pedidos de apoio aprovados que indicam “Regime normal” e “Novos desafios”, que representam um investimento total de 11.349.227,89 €. Fonte: SiRURAL; cálculos realizados pela Equipa de Avaliação.
Principais conclusões e perspectivas futuras
A implementação da Medida 1.5. tem acompanhado de algum modo o cenário das estruturas agrárias e
dos sistemas de produção, perdurando um comportamento de continuidade na tipologia de acesso ao
Programa, quer em termos de atividades, quer em termos de distribuição regional.
As dificuldades de adaptação a um contexto económico desfavorável, as condições estruturais e de
mercado e a falta de formação técnica e empresarial de grande parte dos agricultores faz com que seja
difícil mudar os comportamentos. Neste contexto, o PRORURAL não tem conseguido contribuir, de
forma percetível, para reorientar a natureza dos pedidos de apoio, para aumentar o dinamismo
empresarial agrícola nas ilhas mais pequenas, nem para acautelar situações de inviabilidade económica a
prazo das explorações agrícolas.
No que se refere ao cenário de abolição das quotas leiteiras, é ainda muito grande a incerteza mas os
interlocutores auscultados continuam a acreditar que a Região vai ultrapassar as dificuldades por via
institucional, ou seja, por via da captação de mais apoios para o sector leiteiro, sem que haja uma
preocupação pelo ajustamento gradual a uma política comunitária em mutação.
Neste contexto importa sublinhar que, por maior importância que os apoios veiculados pela Medida 1.5.
assumam nas explorações agrícolas apoiadas, a inexistência de uma gestão profissionalizada em grande
parte das explorações agrícolas condiciona os modos de funcionamento e os processos de decisão,
essencialmente baseados na continuidade e orientados para o aumento da capacidade produtiva das
explorações. Todavia, a viabilidade económica das explorações agrícolas da RA Açores só será
sustentável se for baseada em ganhos de competitividade, processo que implica:
• a adoção de atividades melhor orientadas para o mercado e adaptadas às condições
edafo‐climáticas de cada ilha;
• uma melhor organização dos produtores e reforço das suas posições no contexto das respetivas
fileiras e uma melhor promoção e comercialização dos produtos no mercado, sobretudo, nas
fileiras de diversificação;
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
78
• a adoção de técnicas e tecnologias de produção mais eficientes dos pontos de vista económico e
ambiental;
• a incorporação de uma gestão técnica e empresarial profissionalizada;
• a adoção de estratégias ligadas ao emparcelamento.
Todos estes factores permitirão uma melhor exploração das potencialidades das explorações agrícolas e,
assim, ganhos de competitividade importantes.
No âmbito do próximo período de programação, as questões ligadas à competitividade e à viabilidade, à
eficiência da utilização dos recursos, ao ambiente, à qualidade dos produtos e à inovação, ao bem‐estar
animal, adquirem uma importância acrescida, pelo que na estrutura do Programa e da Medida deverão
ser valorizados os pedidos de apoio quando assegurem estas componentes.
No que se refere aos investimentos mais tradicionais (máquinas e equipamentos) devem ser apoiados
mas de uma forma muito seletiva, quando as explorações agrícolas dependam desses investimentos para
operar ou para aumentar a rentabilidade (p.e., no caso dos Jovens agricultores, no caso de máquinas e
equipamentos específicos e/ou que incorporem novas tecnologias e/ou novas técnicas de produção).
A estratégia de orientação da tipologia dos investimentos terá, assim, de ser feita através da restrição de
elegibilidades, da estrutura de critérios de seleção mais exigente e de uma maior diferenciação das taxas
de apoio (com majorações para, p.e., jovens agricultores, sectores de diversificação, projetos que
impliquem processos de emparcelamento) de forma a alcançar explorações agrícolas norteadas para o
desenvolvimento do sector agro‐pecuário regional, ou seja, com o perfil indicado na caixa seguinte.
No que se refere à distribuição territorial dos apoios, não será uma discriminação positiva dos apoios para
as ilhas mais pequenas que fará aumentar o seu dinamismo empresarial agrícola.
Perfil de exploração com vista a integrar os objetivos 2014‐2020
boas condições de trabalho, de funcionalidade e de organização empresarial;
cumprimento de todo o enquadramento legal associado às boas práticas agrícolas e ambientais, à segurança alimentar e ao bem‐estar animal;
orientação para o mercado, com envolvimento nos movimentos cooperativos e associativos;
valorização dos produtos, com base nos recursos da exploração;
estruturação fundiária (obtenção de dimensão em área contígua);
utilização eficiente dos recursos.
diminuição dos riscos e grau de incerteza e da dependência dos apoios comunitários;
utilização dos recursos de forma sustentada, em termos económicos e ambientais;
boas normas de gestão e equilíbrio financeiro; rentabilidade e competitividade sustentável
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
79
Medida 1.6. Melhoria do Valor Económico das Florestas
Atendendo ao diagnóstico do PRORURAL, as intervenções apoiadas por esta Medida podem
contribuir de forma positiva para o desenvolvimento e dinamização do sector florestal, através do
aumento da produtividade e do aumento da oferta de matéria‐prima de qualidade para a
transformação. Com efeito, a floresta de Criptoméria constitui um ativo da economia rural regional,
nomeadamente em São Miguel, onde existem recursos produtivos próprios de uma fileira florestal,
materializados num conjunto de micro, pequenas e médias empresas de prestação de serviços de
silvicultura e exploração florestal e de transformação de material lenhoso.
No período de referência da Avaliação, foram rececionados 80 pedidos de apoio, tendo sido
aprovados 65 projetos de investimento, dos quais foram celebrados 62 contratos. Os projetos
aprovados visam apoiar a intervenção em 643,15 ha.
Figura 17. Medida 1.6. Número de pedidos de apoio, período 2077‐2011
Fonte: SiRURAL.
O decréscimo registado no número de projetos aprovados face a 2010 (redução de 56%) encontra
fundamento na gestão mais cautelosa adotada pela Autoridade de Gestão relativamente à verba
disponível no PRORURAL para a Medida 1.617. No final de 2011, a taxa de compromisso estava cifrada em
86,7%, resultante de um montante global de 3.060.559,15€ de Despesa Pública aprovada.
No termo do período de referência da Avaliação, estavam contratados 62 projetos de investimento (40
explorações silvícolas beneficiadas), que contabilizavam 2.580.020,13€ de apoio financeiro comunitário
do FEADER.
17 A Avaliação Intercalar já recomendava em 2010 a reprogramação financeira, por forma a reforçar a dotação orçamental desta Medida. Esta recomendação havia sido reiterada no último relatório de Avaliação Contínua 2011.
32
57
80
19
51
65
8
45
62
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2009 2010 2011
n.º PA
Recepcionados Aprovados Contratados
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
80
Os 65 projetos aprovados visam, na sua grande maioria, a realização de intervenções produtivas de
beneficiação e reconversão florestal em povoamentos estremes de Criptoméria (mais de metade da área
apoiada visa a beneficiação dos povoamentos), sendo que a maioria destas áreas, de acordo com
Medeiros et al. (2012), foi objeto de anteriores intervenções ao abrigo dos anteriores Quadros
Comunitários de Apoio (QCA II e III)18.
Quadro 33. Medida 1.6. –Tipologia dos projetos aprovados
Tipologia de investimento
Projetos aprovados (2009‐2011)
n.º PA Área (ha) Investimento elegível (€)
Beneficiação 29 45% 372,76 58% 1.168.071,57 33,3% Reconversão 40 55% 270,39 42% 2.333.906,06 66,7%
Total 65 643,15 3.501.977,63
Nota: 10 Pedidos de Apoio preveem a realização de ambas as tipologias de investimento. Fonte: SiRURAL.
No perfil dos projetos aprovados não estão previstos investimentos na beneficiação/instalação de rede
viária ou para a instalação de viveiros florestais. A Avaliação Intercalar já havia reportado a dificuldade de
surgirem empresas interessadas nesta componente de apoio da Medida 1.6, apesar de ser desejável para
o sector florestal a privatização de parte desta atividade.
A Equipa de Avaliação apurou que os baixos preços praticados nos viveiros florestais da DRRF (0,07
€/planta Criptoméria; as plantas são oferecidas no caso de reposição para as consolidações) e a atual
conjuntura macroeconómica que dificulta o acesso ao crédito bancário, são dois factores que associados
à exiguidade do mercado regional, estão a condicionar o acesso do sector privado ao mercado da
produção de plantas florestais.
No que se refere à dinâmica regional, a Autoridade de Gestão aprovou projetos de investimento em
quatro das nove ilhas do arquipélago: São Miguel, Pico, Terceira e Faial, registando‐se, no entanto, uma
grande concentração de projetos na ilha de São Miguel (84,6% dos projetos de investimento aprovados,
que corresponde a 91,4% da Despesa Pública aprovada).
Quadro 34. Medida 1.6. – Projetos de investimento aprovados por ilha
Ilha Projetos aprovados (2009‐2011)
projetos n.º explorações Área (ha) Despesa pública (€)
São Miguel 55 84,6% 35 81,4% 587,39 91,3% 2.796.405,22 91,4% Pico 7 10,8% 5 11,7% 32,61 5,1% 110.420,19 3,6%
Terceira 2 3,1% 2 4,6% 21,50 3,3% 140.311,88 4,6% Faial 1 1,5% 1 2,3% 1,65 0,3% 13.421,86 0,4%
Total 65 43 643,15 3.060.559,15 €
Fonte: SiRURAL.
18 Informação extraída da comunicação Medeiros, V., Egea, L., Penacho, L., Pacheco, J., Amaral, R., Borges, M., Jesus, A. e Abrantes, M., 2012. Os investimentos na condução dos povoamentos na floresta de produção açoriana In VI Jornadas Florestais Insulares. DRRF, Horta, 21‐25 de Maio de 2012.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
81
Das entrevistas realizadas pela Equipa de Avaliação salienta‐se a limitada procura de madeira local nas
outras ilhas para além de São Miguel e a impossibilidade de candidaturas em áreas inferiores a um
hectare19, que resulta num conjunto de conjunto de condicionalismos importantes e que justificam, em
parte, a menor capacidade de absorção dos apoios disponíveis nas ilhas em que prevalece a pequena
propriedade florestal, como sucede no Faial e no Pico20.
Numa análise aos projetos de investimento aprovados, constata‐se que 61,5% dos projetos aprovados
destinam‐se a intervenções com investimento elegível inferior a 50.000€ e que 40% tem por objeto a
intervenção em áreas inferiores a 5 hectares (a dimensão média da exploração florestal na RA Açores é
de 4,2 ha). Este é um elemento de análise que importa reter, na perspetiva da preparação do próximo
período de programação financeira 2014‐2020.
Figura 18. Medida 1.6 ‐ Projetos de investimento aprovados (área e investimento elegível)
Fonte: SiRURAL.
19 A Medida 1.6 estabeleceu como área mínima de intervenção 1 hectare, com o objetivo de garantir a eficácia das intervenções, na perspectiva de que os investimentos em áreas com “escala” potenciam a melhoria da competitividade das explorações beneficiadas. 20 De acordo com o Relatório final do PRODESA (2010), a maioria dos projetos (53%) refere‐se a intervenções em áreas inferiores a 1ha.
0,00 €
50.000,00 €
100.000,00 €
150.000,00 €
200.000,00 €
250.000,00 €
300.000,00 €
350.000,00 €
0 20 40 60 80 100
Investimento Elegível (€)
Área de intervenção (ha)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
82
A análise do perfil dos beneficiários revela que prevalecem os projetos de investimento apresentados por
proprietários florestais individuais, tendo havido apenas 10 pedidos de apoio apresentados por pessoas
colectivas (4 PA de empresas de prestação de serviços florestais21 e 6 PA de uma sociedade agrícola).
A idade avançada dos beneficiários desta Medida (83% dos beneficiários têm idade igual ou superior a 55
anos), em contraste com a relativa “juventude” da população que exerce a atividade agrícola na RA
Açores, é um outro elemento importante a reter quanto à sustentabilidade da atividade florestal privada
nos Açores. Neste quadro, a celebração de contratos de gestão com empresas prestadoras de serviços
florestais ou o associativismo poderão ser soluções interessantes. Como foi oportunamente identificado
na Avaliação Intercalar, “o associativismo dos produtores poderá contribuir para o aumento da
competitividade das explorações, p.e., servindo de elo entre os prestadores de serviços e os produtores,
para apoiar os produtores na venda dos seus produtos ou ainda como motor para a divulgação de novas
técnicas silvícolas”.
Trajetórias de concretização de resultados
Da análise global dos dados disponíveis, tendo por base os projetos aprovados, conclui‐se pelo
desempenho globalmente satisfatório da implementação da Medida 1.6., aspecto que é reconhecido
pelos prestadores de serviços florestais, apesar da área aprovada para a realização dos investimentos de
melhoria da produtividade dos povoamentos (643,15 ha), representar um valor ainda bastante inferior à
meta estabelecida de 1.600 ha.
No que se refere à melhoria da competitividade global e do valor acrescentado da produção florestal,
contribuindo simultaneamente para um correto ordenamento do território e para a proteção do
ambiente, regista‐se que as dinâmicas de execução contribuíram para a melhoria da produtividade e da
qualidade do material lenhoso em 119,97 ha de floresta de produção, designadamente através da
beneficiação de 117,68 ha de povoamentos de Criptoméria22.
De acordo com a informação disponibilizada pela DRRF, as intervenções em reconversão apoiadas irão
permitir aumentar a produtividade dos povoamentos florestais de Criptoméria, por via do uso de um
novo modelo de silvicultura, assente numa menor densidade inicial de plantação (compasso 1,7 x 1,7m) e
o recurso a plantas selecionadas, melhor adaptadas às condições ecológicas de cada estação florestal,
potenciador de maiores crescimentos, da obtenção de material lenhoso de maior diâmetro e com melhor
qualidade (fuste limpo de nós mortos, em resultado das operações de desramação).
21 Os projetos de investimento apresentados pelas empresas de prestação de serviços (Silviaçores e Silvipico) têm por base contratos de comodato celebrados com os proprietários florestais. 22 Os projetos de investimento de reconversão florestal apresentam um período de maturação mais dilatado, pois apenas são concluídos após a realização de cinco consolidações da arborização inicial. No final de 2011, apenas havia sido concluído um projeto correspondente a 2,29 ha dos 269,24 ha, entretanto, contratados.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
83
As operações de beneficiação dos povoamentos também são importantes do ponto de vista ambiental,
pois contribuem para o controlo de espécies infestantes exóticas. Na perspetiva do ordenamento do
território, destaca‐se a aprovação de 3 Pedidos de Apoio na Bacia Hidrográfica da Lagoa das Sete
Cidades, que dispõe de Plano de Ordenamento aprovado e ao abrigo do qual visam a reconversão
florestal de 51,02 ha de floresta de produção em floresta de proteção.
A diversificação da ocupação florestal do território é um dos desafios que se coloca à RA Açores.
Apesar de oportunamente ter sido identificado na Avaliação Intercalar que, “potencialmente, as ações de
reconversão de povoamentos de Criptoméria poderão contribuir para a diversificação das produções”, o
perfil dos projetos aprovados mantém a tendência de uma reduzida diversificação das espécies
escolhidas: a Cryptomeria japonica continua a ser espécie privilegiada na opção para a reconversão
florestal, sendo proposta em 95% dos projetos aprovados. Todavia, as espécies endémicas poderão ser
uma opção em alguns territórios específicos, como, por exemplo, na arborização das faixas de proteção
das linhas de água23.
Da informação que a Equipa de Avaliação recolheu, a eleição da Criptoméria para a reconversão florestal
resulta das vantagens comparativas desta essência florestal na região: ciclo de produção relativamente
reduzido (30‐40 anos), elevados crescimentos anuais e boa adaptação às condições edafo‐climáticas de
altitude, nomeadamente a resistência aos ventos fortes.
A execução dos Planos de Ordenamento das Bacias Hidrográficas constitui, neste domínio, uma
oportunidade para a diversificação da composição da floresta, como sucede com a intervenção em curso
na Bacia Hidrográfica da Lagoa das Sete Cidades, em São Miguel, que prevê a instalação de folhosas
madeireiras e espécies endémicas na reconversão de 51,02 ha de povoamentos florestais de produção
para floresta de proteção.
A melhoria da rede de infraestruturas associadas aos povoamentos, em conformidade com as
acessibilidades necessárias à gestão florestal e a produção de materiais florestais de reprodução de
qualidade (instalação de viveiros florestais) não consta dos projetos aprovados, pelo que não existem
resultados operacionais para análise. O desempenho nulo registado é um aspeto que deve merecer
reflexão da Autoridade de Gestão, nomeadamente, tendo em vista a preparação do próximo período de
programação.
A promoção da gestão florestal sustentável, através do uso da floresta sem comprometer as suas
funções económica, social e ambiental, regista uma boa dinâmica com a aprovação de 456,81 hectares
de intervenção em projetos de investimento com área igual ou superior a 10 ha, nos quais é exigida a
apresentação de um Plano de Gestão Florestal. O planeamento da atividade florestal é um dos
23 A DRRF tem em curso no programa de melhoramento florestal a avaliação do potencial económico de duas espécies endémicas: o Pau‐branco (Picconia azorica) e o Cedro do mato (Juniperus brevifolia).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
84
fundamentos para a certificação da gestão florestal sustentável e constitui um dos requisitos dos
aderentes no âmbito da iniciativa do Governo Regional para a promoção da marca “Criptoméria Açores”.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
Na perspectiva da Equipa de Avaliação a trajetória de concretização dos indicadores de realização da
Medida 1.6. evidencia um desempenho que pode ser considerado como globalmente positivo, tendo
presente que os primeiros contratos foram assinados em Setembro de 2009 e sobretudo atendendo ao
atual contexto macroeconómico recessivo, condicionador do investimento privado com um longo
período de retorno, como sucede no investimento florestal.
As metas programadas para 2013 apresentam uma progressão satisfatória, tendo presente as
características dos projetos de investimento aprovados até final de 2011:
Apesar de ser pouco provável que a meta inscrita da área total a beneficiar seja alcançada, a
dinâmica de investimento revela potencial para atingir, pelo menos, cerca de 2/3 da meta
estabelecida (1.000‐1.100 ha). Apesar da existência de uma vasta área de floresta produtiva com
potencial para a intervenção com o apoio desta Medida e que justifica a meta estabelecida no
PRORURAL, verifica‐se que a atual conjuntura macro‐económica, associada à estagnação da
procura e do preço da madeira no mercado interno nos últimos anos e os elevados custos da
exploração tem condicionado a capacidade e a expectativa de investimento privado;
A Medida 1.6 revela uma boa capacidade de absorção dos apoios públicos disponibilizados e será
possível ultrapassar o volume total de investimento previsto. Os Pedidos de Apoio aprovados têm
associado um investimento total que ultrapassa os 3,6 milhões de Euros e se tomarmos em
consideração os 80 Pedidos de Apoio rececionados até final de 2011, resulta um total de
investimento superior a 4,5 milhões de Euros (superior à meta de 4.152.249,00€).
No entanto, há aspetos menos conseguidos:
A meta definida no que se refere ao número de explorações silvícolas beneficiadas ficará muito
aquém do previsto, pelo que a meta deverá ser revista em conformidade. A limitação imposta no
regulamento de acesso aos apoios, que impossibilitou o apoio a explorações com área igual ou
inferior a um hectare, condicionou a apresentação de pedidos de apoio de projetos de
investimento em áreas de pequena dimensão;
O número reduzido de explorações que introduziram novos produtos e/ou novas técnicas. Da análise
dos Pedidos de Apoio, apenas 2 projetos de investimento assinalaram a introdução de novas
técnicas. Todavia, de acordo com a informação prestada pela DRRF, pelo menos mais 8 projetos
de investimento apresentam elementos técnicos que evidenciam a adoção de um novo modelo
de silvicultura na instalação dos novos povoamentos, após reconversão florestal.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
85
Acréscimo do VAB, como o formulário de candidatura não prevê o cálculo do mesmo, a
quantificação desse indicador só será estimado com base no projeto‐piloto a desenvolver pela
DRRF.
Quadro 35. Medida 1.6 ‐ Indicadores de realização e de resultado (com base em projectos de investimento concluídos do ponto de vista financeiro)
Indicadores de realização 2011 Meta Grau de
concretização N.º de explorações silvícolas apoiadas 12 400 3,0%
Área total beneficiada (ha) 119,97 1.600 7,5% Volume total de investimento (€) – considerado o investimento elegível dos projetos concluídos
570.277,75 4.152.249,00 13,7%
Indicadores de resultado 2011 Meta Grau de
concretização Acréscimo do VAB nas explorações beneficiárias
(%) nd 10% nd
N.º explorações que introduziram novos produtos e/ou novas técnicas
2* 75 2,8%
(*) Apenas 2 Pedidos de Apoio sinalizaram a introdução de novas técnicas. Fonte: SiRURAL; cálculos realizados pela Equipa de Avaliação.
Assim, decorrente da análise das dinâmicas registadas até final de 2011 a Equipa de Avaliação considera
a necessidade de ajustamento dos seguintes indicadores e metas:
Área total beneficiada (ha): Tendo presente que os povoamentos sujeitos a beneficiação que têm
incidido sobretudo em áreas instaladas com o apoio das Medidas florestais na Agricultura (Reg.
(CEE) n.º 2080/92) e ao facto de existirem mais de 4.000 ha de povoamentos de Criptoméria em
idade de corte final, são factores que, na apreciação da Equipa de Avaliação, indiciam a
possibilidade da Medida 1.6 apoiar a intervenção na floresta produtiva em pelo menos 1.000 –
1.100 ha.
Volume total de investimento: Dado que no final de 2011 a taxa de compromisso cifrava‐se em
86,7% e os 80 Pedidos de Apoio já rececionados totalizam uma despesa pública elegível de
3.620.926,52€, que representa 102,6% da dotação orçamental prevista para a Medida 1.6., a
Equipa de Avaliação considera que será necessário reforçar a dotação financeira da Medida 1.6.
em pelo menos 1 milhão de Euros de apoio FEADER, que permitirá alavancar a intervenção
produtiva em mais 400 ha (345 ha beneficiação + 55 ha reconversão florestal).
Quadro 36. Medida 1.6 ‐ Indicadores de input e de realização (utilização dos projetos aprovados)
Indicadores de input Meta 2013 Desempenho
2011 Taxa de
realização 2011 Proposta ajustamento
da Meta Despesa pública realizada total (€): 3.529.412 3.060.559,15 86,7% 4.705.883
Apoio FEADER total (€): 3.000.000 2.601.475,35 86,7% 4.000.000
Indicadores de realização Meta 2013 2011 Taxa de
realização Proposta ajustamento
da Meta N.º de explorações silvícolas apoiadas 400 43 10,8% 65‐75
Área total beneficiada (ha) 1.600 643,15 40,2% 1.000‐1.100 Volume total de investimento (€) – considerado o investimento elegível
4.152.249,00 3.600.657,67 86,7% 5.916.955,00
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
86
Principais conclusões e perspectivas futuras
A Medida 1.6 desempenha um papel importante na dinamização da gestão activa da floresta produtiva
privada e na melhoria da produtividade e da qualidade do material lenhoso de Criptoméria. Das
entrevistas realizadas, foi evidenciado que os apoios disponibilizados na Medida 1.6. possibilitaram a
realização de operações de beneficiação da floresta produtiva que de outra forma não teriam lugar
devido ao desinteresse por parte dos proprietários em investir numa atividade com longo período de
retorno, conjuntura macro‐económica pouco favorável à realização de investimentos e diminuição
continuada da procura de madeira de Criptoméria no mercado interno, associada à estagnação dos
preços da madeira e aos elevados custos das operações.
A continuidade do investimento produtivo nos projetos que foram objeto de apoio nos anteriores
Quadros Comunitários de Apoio é um aspecto positivo que ressalta do exercício de avaliação e que deve
ser evidenciado num contexto mais lato da avaliação dos impactos das medidas comunitárias de apoio
ao sector florestal na RA Açores.
O potencial de crescimento da procura de material lenhoso de qualidade decorrente das iniciativas do
Governo Regional inscritas no plano de promoção e marketing “Criptoméria Açores” também justificam
que o PRORURAL continue a promover o investimento na melhoria da produtividade da floresta
produtiva, nomeadamente nos povoamentos de Criptoméria.
A menor capacidade de incorporar inovação e a reduzida diversificação da oferta de material lenhoso são
aspetos menos positivos do desempenho da Medida 1.6. Todavia, os apoios concedidos para a
reconversão de floresta de produção em floresta de proteção na Lagoa das Sete Cidades evidenciam que
existe uma janela de oportunidade para o fomento do uso de outras espécies na reconversão florestal.
A manutenção do bom desempenho da Medida 1.6 durante a vigência do PRORURAL depende do
reforço, no curto prazo, da sua dotação financeira. Este reforço deverá ser complementado com uma
nova campanha de promoção/divulgação da Medida por parte da DRRF, envolvendo de uma forma
efetiva os Serviços Florestais de Ilha, junto dos projetistas e dos potenciais beneficiários, nomeadamente
dos proprietários florestais que executaram projetos de florestação das terras agrícolas ao abrigo do
Regulamento (CEE) n.º 2080/92.
No que se refere à preparação do próximo período de programação, a proposta de Regulamento FEADER
para o período 2014‐2020 preconiza a simplificação das medidas florestais, com a integração num único
instrumento dos apoios destinados para a gestão e para os investimentos florestais. Com esta visão
inovadora, a Comissão Europeia pretende uma maior integração dos projetos no sector florestal,
contemplando a florestação, a gestão florestal produtiva, os investimentos não‐produtivos destinados ao
aumento da resiliência dos ecossistemas florestais às alterações climáticas e à melhoria do seu valor
ambiental (pagamento dos serviços dos ecossistemas) e a prevenção de desastres naturais e recuperação
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
87
de áreas florestais degradas. A proposta da CE visa ainda integrar nessa futura medida florestal única os
apoios destinados para os investimentos em novas tecnologias na atividade e exploração florestal, bem
como na transformação e valorização (marketing) dos produtos florestais.
Na ótica da Equipa de Avaliação, a preparação do próximo período de programação poderá beneficiar de
uma maior aderência ao território por via de um aprofundamento da integração dos apoios nas
orientações de política florestal do futuro Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF Açores).
Assim, os apoios a conceder para o aumento do valor económico das florestas na RA Açores, deverá
valorizar as intervenções com escala e com ações integradas, num quadro de apoios modelados e
destinados a uma abordagem de intervenção territorial multi‐funcional que contemple a arborização e
gestão florestal (beneficiação e reconversão florestal), bem como a manutenção da rede viária florestal e
os investimentos não produtivos para a valorização dos ecossistemas florestais (p.e., os projetos
destinados para intervenção em áreas superiores a 50 ha, inseridos em Bacias Hidrográficas com Plano
de Ordenamento aprovado, que apresentem um plano de Gestão Florestal Sustentável, poderiam estar
no topo do nível de apoios e dos limites de ajuda financeira a conceder). Nessa perspetiva, será desejável
a organização profissional da produção florestal, por via da constituição de uma Organização de
Produtores Florestais, que permita potenciar as intervenções nos territórios de maior produtividade
potencial a definir em sede do futuro PROF Açores.
Nesse sentido de organização e verticalização do sector florestal produtivo, o próximo período de
programação financeira constitui uma oportunidade para a estruturação da fileira florestal da
Criptoméria, por forma a melhor beneficiar dos apoios disponíveis a jusante da exploração florestal
(transformação e valorização dos produtos florestais) e, deste modo, contribuir para aumentar a procura
de material lenhoso, valorizar o preço da madeira e, globalmente, dinamizar o sector florestal produtivo
do Arquipélago. A marca “Criptoméria Açores” recentemente criada na sequência de uma iniciativa do
Governo Regional para o fomento do uso da madeira desta essência florestal, constitui, desde logo, um
importante incentivo.
Por outro lado, será também importante equacionar, numa lógica da modelação dos apoios, soluções
expeditas e simplificadas que permitam estimular a absorção dos apoios por projetos de investimento de
pequena dimensão (área compreendida entre 1 e 5 ha) que, no seu todo, representam um volume
significativo dos Pedidos de Apoio e que são importantes para a manutenção da gestão ativa da floresta
produtiva naqueles territórios em que prevalece a pequena propriedade privada fragmentada e por esse
motivo a floresta desempenha um papel importante na biodiversidade e na estrutura da paisagem rural.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
88
Medidas de investimento na Agro‐indústria
Medida 1.7. Aumento do valor dos produtos agrícolas e florestais
O aumento da competitividade do sector agroalimentar e agro‐florestal regional é um dos grandes
desígnios da Medida 1.7., cuja designação “Aumento do Valor dos Produtos Agrícolas e Florestais” indica
desde logo a importância que é atribuída às empresas de transformação e comercialização na valorização
das produções regionais, existindo em sede de programação e de regulamentação uma preocupação em
orientar os apoios para fileiras estratégicas e em apostar em factores intangíveis de competitividade.
Em termos quantitativos a adesão a esta Medida ultrapassou as expectativas iniciais e em 18 de
Novembro de 2010 foi suspensa devido a restrições orçamentais, uma vez que os 40 projetos
apresentados ultrapassavam em mais do dobro a dotação prevista para a Medida de aproximadamente
50 milhões de euros de despesa pública24 e que os projetos aprovados praticamente esgotavam essa
verba, situação antecipada pela Equipa de Avaliação na Avaliação Intercalar.
Esta dinâmica na apresentação de pedidos de apoio levaram a que na 5ª Alteração ao Programa
aprovada já em 2012 a Medida fosse reforçada com 8,4 milhões de euros de despesa pública, o que
permitirá aprovar alguns dos projetos em análise.
Quadro 37. Medida 1.7. Pedidos de apoio rececionados e homologados, por ilha
Ilha Pedidos de apoio rececionados Pedidos de apoio homologados
N.º Investimento Proposto (€)
Despesa Pública Proposta (€)
N.º Investimento
(€) Investimento Elegível (€)
Despesa Pública
S. Miguel 17 79.262.267,19 54.775.137,85 9 55.224.525,33 53.034.046,64 38.026.860,85
Terceira 9 30.774.009,02 32.625.059,89 4 9.715.144,12 8.733.931,82 5.452.976,28
Pico 5 2.888.267,59 3.671.933,18 3 1.146.623,12 1.098.823,27 738.451,30
Faial 3 3.045.004,26 1.843.529,72 3 3.045.004,26 2.936.287,25 1.843.529,72
S. Jorge 3 12.553.621,83 9.516.134,73 1 8.376.021,83 7.953.566,31 5.965.174,74
Corvo 1 225.738,32 159.722,21 1 225.738,32 212.962,95 159.722,21
Graciosa 1 1.230.855,86 969.650,59
Santa Maria 1 2.059.698,00 1.372.544,02 1 2.059.698,00 1.830.058,69 1.372.544,02
Total 40 132.039.462,07 104.933.712,19 22 79.792.754,98 75.799.676,93 53.559.259,12
Fonte: SiRURAL
A distribuição regional dos pedidos de apoio evidencia a existência de pelo menos um projeto
homologado em praticamente todas as ilhas, exceção para as Flores e Graciosa, embora se verifique uma
forte concentração de projetos e do investimento aprovado na ilha de São Miguel, que concentra mais de
70% da despesa pública aprovada.
24 Montante que já reflete um reforço orçamental de cerca de 5 milhões de euros face á dotação prevista inicialmente.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Figura Medida 1.7. Distribuição dos pedidos de apoio rececionados e homologados por ilha
Fonte: SiRURAL
Trajetórias de concretização de resultados
Em termos sectoriais esta Medida foi desenhada para apoiar e promover prioritariamente atividades
agroindustriais onde a Região apresenta especiais oportunidades de desenvolvimento, tendo
definido com fileiras estratégicas o leite e lacticínios, carne de bovino, fruticultura, horticultura, culturas
industriais, floricultura e ornamentais, vinho, fileiras florestais e mel. A repartição sectorial dos projetos
aprovados evidência uma concentração dos apoios concedidos na fileira do leite e lacticíni0s (metade dos
projetos e 70% dos apoios), existindo também projetos aprovados nos sectores estratégicos carne de
bovino (abate), horticultura e floricultura, os quais concentram cerca de 30% do investimento elegível e
da despesa pública.
O perfil de investimento sectorial evidencia uma tendência de canalização dos apoios para a promoção
do desenvolvimento da competitividade da fileira estratégica do leite e lacticínios, embora se verifique a
existência de projetos apoiados nos denominados sectores de diversificação. De destacar a ausência de
projetos aprovados em algumas fileiras estratégicas definidas, como sejam as culturas industriais, a
floricultura e ornamentais, o vinho, as fileiras florestais e o mel. Os projetos não inseridos nos sectores
prioritários definidos têm um peso residual no investimento aprovado (2,2%).
0% 20% 40% 60% 80% 100%
PA
Inve
stim
ento D
espe
sa
Públ
ica
PA
Inve
stim
ento
Des
pesa
Públ
ica
PA
rece
cion
ados
PA
homolog
ados
S. Miguel Terceira Pico Faial
S. Jorge Corvo Graciosa Santa Maria
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
90
Quadro 38. Medida 1.7. Distribuição dos projetos homologados por sector de investimento
Sector de Investimento
Pedidos de apoio
Investimento Elegível Despesa Pública
N.º % Montante (€) % Montante (€) %
Leite e lacticínios 11 50,0 53.117.265,48 70,1 38.219.487,54 71,4
Cereais ‐ alimentação animal 4 18,2 16.858.170,58 22,2 11.622.619,18 21,7
Horticultura 2 9,1 437.520,79 0,6 266.439,98 0,5
Fruticultura e Horticultura 2 9,1 3.702.926,82 4,9 2.777.195,12 5,2
Aves e ovos 1 4,5 824.523,57 1,1 329.809,43 0,6
Carnes (várias) 2 9,1 859.269,69 1,1 343.707,87 0,6
Total 22 100,0 75.799.676,93 100,0 53.559.259,12 100,0
Fonte: SiRural.
O perfil de projetos aprovados revela que a maioria dos investimentos se refere a Projetos de Impacto
Relevante para a Promoção de Fileiras, os quais recaem sobretudo no setor do leite e lacticínios. De
referir ainda a existência de cinco Projetos de Modernização ou Criação de Empresas e de 4 projetos na
Produção Regional de Qualidade.
Quadro 39. Medida 1.7. Distribuição dos projetos homologados segundo a natureza do projeto
Aves e
ovos
Carnes (várias)
Cereais – alimen‐tação animal
Fruticul‐tura e
Horticul‐tura
Horticul‐tura
Leite e lacticínios
Total Investimento elegível (€)
Elaboração de novos produtos e introdução de novos processos e/ou tecnologias
‐ 2 3 2 ‐ 3 10 29.169.142,66
Introdução de novos processos e/ou tecnologias
‐ ‐ 1 ‐ 1 3 5 1.678.586,39
Elaboração de novos produtos 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 2 3 35.987.759,51
Transformação/comercialização de produtos agrícolas sem elaboração de novos produtos e introdução de novos processos e tecnologias
‐ ‐ ‐ ‐ 1 3 4 8.964.188,37
Total 1 2 4 2 2 11 22 75.799.676,93
Nota: Até ao final de 2011 as Tipologia 5. Projetos de Investimento no Sector Florestal, a Tipologia 3 – Projetos de Impacto Relevante, sub‐tipo Projetos de Criação e Modernização de Infra‐estruturas de Abate, promovidos por entidades públicas regionais, e a Tipologia 6 ‐ Projetos de Investimento no Continente Português não tinham aprovações. Fonte: SiRural.
Na maioria dos projetos homologados o investimento a realizar contempla a elaboração de novos
produtos, a introdução de novos processos e/ou tecnologias ou ambas as vertentes, investimentos
essenciais para promover a modernização e capacitação das empresas do sector agroindustrial
regional, melhorar a eficiência das atividades produtivas e reforçar o desempenho empresarial.
No entanto, uma análise mais detalhada dos projetos levanta algumas reservas quanto à promoção da
inovação e da diferenciação, uma vez que se referem essencialmente a projetos de modernização, não
existindo em sede de candidatura referências claras à inovação. Constata‐se, assim, alguma tendência de
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
91
padronização no investimento, embora com pequenos sinais de mudança, existindo alguns (poucos)
projetos que revelam alguma capacidade de inovação e diferenciação (p.e., horto‐fruticultura em
hidroponia, pasteurização de ovos, …) assim como projetos de produtos que habitualmente não são
produzidos na RA Açores.
Quadro 40. Medida 1.7. Distribuição do investimento legível segundo a rubrica de investimento
Tipologia Investimento (€) %
Terreno e obras de preparação 770.074,67 1,1
Edifícios e outras construções 18.748.273,45 26,0
Equipamentos produtivos 47.137.251,69 65,2
Outros Equipamentos para áreas não diretamente produtivas 256.090,84 0,4
Equipamentos para áreas não diretamente produtivas ‐ proteção ambiente 3.022.146,39 4,2
Equipamentos para áreas não diretamente produtivas dos quais qualidade 534.654,78 0,7
Equipamentos para áreas sociais 129.846,87 0,2
Equipamento para escritórios 492.203,13 0,7
Ferramentas e utensílios 13.319,46 0,0
Material de carga e transporte 1.913.528,39 2,6
Outro ativo fixo corpóreo 231.932,05 0,3
Software 794.046,56 1,1
Despesas gerais 1.760.158,91 2,4 Fonte: SiRural.
Observa‐se, igualmente, que alguns agentes económicos começam a perceber a importância de
apostarem em fatores não tangíveis de competitividade, sendo contemplado em metade dos projetos
homologados investimentos diretamente relacionados com á área da qualidade, num total de meio
milhão de euros, valores superiores aos registados no anterior período de programação e que indiciam
uma preocupação crescente com a incorporação de sistemas de qualidade. De referir, no entanto, que
as despesas gerais, onde se podem incluir outros custos de natureza imaterial25, têm um peso residual no
total do investimento: cerca de 2,4% do investimento elegível, ficando bastante abaixo do limiar máximo
dos 12%, definido pelo Regulamento da Medida.
Relativamente à redução dos efeitos negativos da atividade produtiva sobre o ambiente, à questão
da eficiência energética e à compatibilidade com as normas ambientais e de segurança é esperado
que os investimentos tenham um impacto energético e ambiental positivo, nomeadamente através do
investimento em tecnologias em equipamentos mais modernos (cerca de 2/3 do investimento destina‐se
à aquisição de equipamentos produtivos), e da instalação de ETAR´s . De referir, ainda, que 45% dos
projetos apoiados incluem a instalação de equipamentos relacionados com a proteção do ambiente, num
25 Estudos e avaliações de diagnóstico e estratégia, aquisição de patentes e licenças; aquisição e desenvolvimento de sistemas de organização e gestão; despesas relativas a auditorias e implementação de sistemas de certificação e de controlo da qualidade e outras despesas associadas a consultadorias especializadas; despesas de organização, logística e conceção e elaboração de ferramentas de comunicação relativas ao marketing institucional de produtos ou processos inovadores)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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investimento que ascende a cerca de 3 milhões de euros, no entanto não há nenhum projeto de
implementação da norma ISO 14000 relativa à gestão ambiental nas empresas.
Quadro 41. Medida 1.7. Volume de vendas, pré e pós projeto, por tipo de mercado
Pré‐projeto Pós‐projeto Variação
(%) Montante (€) % Montante (€) %
Vendas mercado regional 133.759.422,74 60,3 142.939.617,74 52,5 6,86 Vendas mercado continental 76.549.429,60 34,5 113.403.821,19 41,6 48,14 Exportação para UE 10.003.514,84 4,5 8.371.399,79 3,1 ‐16,32 Exportação para fora UE 1.428.353,66 0,6 7.520.333,96 2,8 426,50 Vendas totais 221.740.720,84 100,0 272.235.172,68 100 22,77
Fonte: SiRURAL.
Em termos de desempenho empresarial os dados previsionais apresentados pelos promotores indicam
um crescimento global do volume de vendas na ordem 22%, observando‐se uma forte orientação das
vendas para o mercado regional. No entanto, é esperado que os investimentos apoiados tenham um
contributo importante para o aumento das vendas para o continente e para outros países fora da UE. As
exportações para a União Europeia têm uma importância reduzida na atividade destes promotores,
verificando‐se mesmo uma previsão de ligeiro decréscimo.
Não obstante, e de acordo com os interlocutores auscultados, depois da consolidação dos investimentos,
o aumento das vendas para o exterior da Região poderá resultar do crescente desenvolvimento de
parcerias comerciais por parte dos agentes económicos por forma a escoarem a suas produções.
No que respeita à capacidade de armazenagem de matérias‐primas e produtos acabados, de
transformação e de comercialização, são componentes que deverão sair reforçadas com os
investimentos apoiados.
Quadro 42. Medida 1.7. Variação da Capacidade de Armazenagem, transformação e comercialização por sector de investimento pré e pós projeto (%)
Sector de Investimento Armazenagem de matérias‐
primas Transformação Comercialização
Armazenagem de produto acabado
Aves e ovos ‐ 38,1 ‐ ‐
Carnes (várias) ‐ 150,8 ‐ ‐
Cereais ‐ alimentação animal 34,2 18,6 18,3 140,0
Fruticultura e Horticultura 426,0 35022,0 1416,5 95,9
Leite e lacticínios 39,4 48,8 66,7 409,2
Total 39,1 49,1 67,5 324,9
Fonte: SiRURAL.
Relativamente ao aumento do valor acrescentado da produção regional, os dados constantes nos
pedidos de apoio indicam um acréscimo global do VAB de 34 milhões de euros, que representa um
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
93
acréscimo médio de VAB de aproximadamente 1,58 milhões de euros por projeto, sendo os sectores da
alimentação animal e do leite e lacticínios aqueles que mais contribuem para esse acréscimo de valor.
Quadro 43. Medida 1.7. VAB pré e pós projeto
. VAB pré
projeto (€) VAB pós projeto
(€) Acréscimo do
VAB (€) Variação
(%) Acréscimo médio (€)
Aves e ovos 410.358,98 735.200,51 324.841,53 79,16 324.841,53
Carnes (várias) 128.174,42 650.665,52 522.491,10 407,64 261.245,55 Cereais ‐ alimentação animal 15.332.892,05 25.433.403,36 10.100.511,31 65,87 2.525.127,83
Fruticultura e Horticultura 330.657,16 1.136.979,34 806.322,18 243,85 403.161,09
Horticultura 410.358,98 727.251,40 316.892,42 77,22 158.446,21 Leite e lacticínios 14.974.603,19 37.672.735,10 22.698.131,91 151,58 2.063.466,54
Total 31.587.044,78 66.356.235,23 34.769.190,45 110,07 1.580.417,75 Fonte: SiRURAL.
A criação de emprego, embora não constituindo objetivo explícito da Medida, é também um domínio
para o qual os projetos aprovados poderão ter um importante contributo, na medida em que, de acordo
com os dados dos pedidos de apoio, os projetos apoiados vão permitir a criação de 52 empregos, dos
quais mais de metade na fileira do leite e lacticínios.
Quadro 44. Medida 1.7 Variação de Unidades de Trabalho por sector de investimento
Sector de Investimento Variação de unidades
de trabalho permanentes
Aves e ovos 3
Carnes (várias) 6
Cereais ‐ alimentação animal ‐7
Fruticultura e Horticultura 12
Horticultura 9
Leite e lacticínios 29
Total 52 Fonte: SiRURAL.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
A análise dos indicadores de realização financeira evidencia um bom nível de execução financeira com
uma taxa de execução de 56% da dotação da Medida, e no final de 2011 estavam concluídos 2 projetos.
Neste sentido e por forma a poder aferir de um modo mais realista a capacidade de concretização das
metas definidas para esta Medida, a Equipa de Avaliação optou por calcular os indicadores de realização
e resultado tendo em consideração o número de projetos homologados.
Relativamente ao número de projetos apoiados, observa‐se uma aprovação de cerca de 63% da meta da
Medida, a que corresponde um volume de investimento que ultrapassa ligeiramente o volume previsto.
No indicador acréscimo de VAB o montante previsto pelos projetos homologados representa mais de
1500% da meta definida.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
94
Relativamente aos indicadores específicos de impacto sectorial não foi indicada qual a referência usada
para a definição da meta, não tendo sido possível o seu cálculo. No que se refere ao aumento do valor da
produção exportada observa‐se que a meta definida foi amplamente ultrapassada.
Quadro 45. Medida 1.7.‐ Síntese dos Indicadores de realização, resultado e específicos
Descrição Desempenho
Dezembro 2011 Meta
Grau de concretização
Indicadores de realização N.º de projetos apoiados 22 35 62,9%
Volume total de investimento (€) 75.799.676,93 74.252.652,00 102,1% Indicadores de resultado
Acréscimo de VAB nos sectores apoiados (€) 34.769.190,45 2.227.500,00 1.560,9% Indicadores Específicos Impacto sectorial
Leite (1.000 lt) N.d. 525.000 Carne bovina (ton.) N.d. 15.000 Rações (ton.) N.d. 100.000
Aumento do valor da produção exportada, incluindo o Continente (€)
41.314.256,84 10.000.000 413,1 %
Aumento do valor da produção para o Continente (€) 36.854.391,59 10.000.000 368,5 %
Na óptica do ajustamento das metas definidas, a Equipa de Avaliação atualiza algumas das
recomendações efetuadas na Avaliação Intercalar:
• N.º de projetos apoiados: mesmo tendo em consideração o reforço da dotação da Medida
aprovado em 2012 e a eventual canalização para esta Medida de verbas não utilizadas em
outras Medidas a meta dificilmente será alcançada, devendo ser ajustada em conformidade.
• Acréscimo de VAB nos sectores apoiados: aumentar a meta tendo em consideração um valor
de acréscimo por projeto na ordem dos 1.400.000 €.
• Indicadores de impacto sectorial: suprimir por não traduzirem a diversidade sectorial dos
projetos apoiados e não estar definida a sua forma de cálculo.
• Aumento do valor da produção exportada: separar a produção com destino ao Continente da
produção exportada para UE e resto do mundo e rever a meta tendo em consideração os
valores médios já registados.
A equipa de Avaliação considera ainda que os indicadores desta Medida poderão ser enriquecidos, com a
inclusão de:
• um indicador relacionado com o acréscimo de postos trabalho, definindo como meta uma
média de 2 postos de trabalho por projeto.
• Incluir um indicador relacionado com a diversidade sectorial dos projetos apoiados, p.e.,
número de projetos apoiados por fileira estratégica.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
95
Principais conclusões e perspectivas futuras
Em termos globais a Medida apresenta uma dinâmica de execução bastante positiva, quer pelo nível de
adesão quer pela taxa de execução, destacando‐se a absorção de grande parte dos apoios concedidos
pela fileira do leite e lacticínios, embora se verifique a existência de projetos apoiados nos denominados
sectores de diversificação como seja a Fruticultura e Horticultura. Quanto à diversidade sectorial
destaca‐se, ainda, a inexistência de pedidos de apoio em algumas das fileiras estratégicas definidas, p.e.,
a florestal.
No que se refere à tipologia de projetos aprovados neste período de programação, sobressaem alguns
sinais positivos quanto à (re)orientação das agroindústrias açorianas para novos produtos (em vez do
leite em pó e em cru), diversificando a oferta disponível no mercado regional e apostando em produtos
de maior qualidade para o mercado exterior.
À luz do desempenho da Medida 1.7. até ao final de 2011, será de esperar um contributo importante para
(i) o aumento da riqueza criada na Região; (ii) o aumento da penetração dos produtos açorianos no
mercado continental e externo; (iii) a diversificação de produtos disponíveis produzidos na região,
diminuindo as necessidades de importação; e (iv) a criação de emprego.
Na proposta de Regulamento FEADER para o período de programação 2014‐2020, deixa de existir uma
Medida especifica destinada ao sector da transformação e comercialização de produtos agrícolas e
florestais, estando os investimentos relacionados com a melhoria do desempenho geral das empresas
agroindustriais e inseridos na nova Medida “Investimentos em ativos corpóreos”.
A Equipa de Avaliação considera que a aposta na qualificação e modernização do sector da
transformação e comercialização de produtos agrícolas e florestais deve continuar a constituir uma
prioridade no desenvolvimento rural da RA Açores, nomeadamente tendo em consideração a forte
dinâmica de adesão registada por parte das empresas agroindustriais no atual período de programação.
Face ao balanço do desempenho da Medida até ao final de 2011, a Equipa de Avaliação apresenta um
conjunto de reflexões que considera relevantes na óptica da elaboração do próximo Programa de
Desenvolvimento Rural:
a aposta no reforço da integração das empresas em fileiras estratégicas, um dos grandes
desafios para o sector agroindustrial da RA Açores, deverá ser mantida, ainda que no caso do
sector do leite e lacticínios, se admita que os apoios a conceder devam ser muito seletivos dado
o elevado apoio de que este sector teve no anterior e no atual período de programação,
privilegiando projetos que efetivamente revelem objetivos de inovação, qualidade e
diferenciação, permitindo desta forma apoiar mais empresas de outros sectores estratégicos;
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
96
os investimentos em fatores dinâmicos e imateriais de competitividade (p.e., normas ambientais
e de segurança alimentar, qualidade, inovação, eficiência, desempenho e gestão empresarial,
orientação para o mercado e criação de valor acrescentado) deverão ser valorizados em
detrimento de projetos de estrito aumento da capacidade instalada e de cumprimento de
requisitos regulamentares, p.e., através da atribuição de prioridade na análise e/ou de
majorações;
a definição de critérios de seleção dos projetos e de atribuição de majorações, deverá valorizar
os projetos que mais contribuem para o grande conectivo de aumento da competitividade do
sector da transformação e comercialização de produtos agrícolas, devendo ser privilegiados e
valorizados os projetos com maior integração nas fileiras estratégicas.
Medidas de investimento na melhoria de infraestruturação de suporte às actividades
agrícolas e florestais
Medida 1. 11. Melhoria e desenvolvimento das infraestruturas
A melhoria da envolvente e das condições de suporte ao desenvolvimento dos sectores agrícola, florestal
e alimentar é um elemento‐chave na promoção da competitividade destes sectores, justificando o apoio
à melhoria das infraestruturas existentes, nomeadamente os caminhos agrícolas e rurais, o
abastecimento de água, o fornecimento de energia e as operações ligadas ao emparcelamento, assim
como à criação de uma infraestrutura que permita a produção de espécies florestais.
A diversidade de necessidades de infraestruturação, refletidas nas ações da Medida 1.11., e as exigências
subjacentes à formalização dos pedidos de apoio justificam um nível diferenciado de adesão às diferentes
Ações. Em termos globais, a Medida apresenta uma dinâmica satisfatória de apresentação de pedidos de
apoio, embora com um perfil diferente das expetativas iniciais.
Até ao final de 2011 tinham sido submetidos 157 pedidos de apoio, a maioria dos quais relativos a
projetos de abastecimento de água às explorações agrícolas, seguidos de pedidos de apoio relativos a
caminhos agrícolas e rurais e ao fornecimento de energia elétrica. O ordenamento agrário e estruturação
fundiária contava apenas com 4 pedidos de apoio e as infraestruturas de apoio à atividade florestal ainda
não tinham recebido nenhuma candidatura. A esta data encontravam‐se aprovados 65 projetos (34 na
Ação Abastecimento de água às explorações agrícolas, 27 na Ação Caminhos agrícolas e rurais e 4 na
Ação Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas), totalizando um investimento na ordem
dos 21,5 milhões de euros, representando um compromisso de cerca de metade da dotação da Medida.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
97
Quadro 46. Medida 1.11. Pedidos de apoio rececionados e homologados, por ilha
Ação Pedidos de apoio rececionados Pedidos de apoio homologados
N.º Investimento Proposto (€)
Despesa Pública Proposta (€)
N.º Investimento Elegível (€)
Despesa Pública
1.11.1. Caminhos agrícolas e rurais 43 12.722.105,87 12.722.105,87 27 11.457.532,83 11.457.532,83 .11.2. Abastecimento de água às explorações agrícolas
79 16.163.393,66 16.159.335,04 34 9.701.951,82 9.701.951,82
1.11.3. Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
32 1.620.118,97 1.620.118,97 4 386.953,89 386.953,89
1.11.4. Ordenamento agrário e estruturação fundiária
3 34.051,80 34.051,80
1.11.5. Infraestruturas de apoio à atividade florestal
0
Total Geral 157 30.539.670,30 30.535.611,68 65 21.546.438,54 21.546.438,54
Fonte: SiRURAL.
Face aos níveis de execução da Medida e à insuficiência de dotação registada em outras Medidas mais
estruturantes do Programa a Autoridade de Gestão decidiu retirar 8 milhões de euros de despesa pública
desta Medida para a Medida 1.7. (alteração que foi aprovada pela Comissão Europeia em Março de 2012).
A distribuição regional do número de pedidos de apoio homologados evidencia uma cobertura de todas
as ilhas da região, com exceção do Corvo, no entanto, existe uma concentração do número de pedidos de
apoio nas ilhas de maior dimensão, São Miguel e Terceira.
As Ilhas de São Jorge e o Faial destacam‐se em termos de investimento médio por projeto, com valores
superiores a 100 mil euros, o que resulta da existência de projetos de abastecimento de água a
explorações agrícolas de grande dimensão
Quadro 47. Medida 1.11. Projetos homologados, por ilha de intervenção
Pedidos de
apoio
Investimento Elegível Considerado
(€)
Despesa Pública (€)
FEADER (€) Investimento
elegível médio (€)
Faial 3 3.018.673,62 3.018.673,62 2.565.872,59 100.622.454,00 S. Jorge 5 6.387.292,29 6.387.292,29 5.429.198,45 127.745.845,80 S. Miguel 28 7.209.505,23 7.209.505,23 6.128.079,46 25.748.232,96 Terceira 22 4.128.751,51 4.128.751,51 3.509.438,80 18.767.052,32 Flores 1 170.735,90 170.735,90 145.125,51 17.073.590,00 Graciosa 1 53.521,52 53.521,52 45.493,29 5.352.152,00 Pico 2 258.040,50 258.040,50 219.334,43 12.902.025,00 Santa Maria 3 319.917,97 319.917,97 271.930,28 10.663.932,33
Total 65 21.546.438,54 21.546.438,54 18.314.472,81 33.148.366,98
Fonte: SiRURAL.
Trajetórias de concretização de resultados
Os projetos homologados deverão contribuir para o reforço da rede de caminhos agrícolas e rurais das
ilhas de São Miguel, Terceira, São Jorge e Faial, sendo na sua maioria projetos de beneficiação de
caminhos rurais existentes no âmbito dos Perímetros de Ordenamento Agrário identificados como
prioritários em termos de intervenção, existindo apenas um projeto de construção de um novo caminho.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Quadro 48. Ação 1.11.1. Projetos homologados, por ilha de intervenção
Pedidos de apoio
Investimento Elegível (€)
Despesa Pública (€)
FEADER (€)
Faial 1 205.513,77 205.513,77 174.686,71 S. Jorge 3 2.266.259,93 2.266.259,93 1.926.320,94 S. Miguel 13 6.188.651,51 6.188.651,51 5.260.353,78 Terceira 10 2.797.107,62 2.797.107,62 2.377.541,51
Total 27 11.457.532,83 11.457.532,83 9.738.902,94
Fonte: SiRURAL.
Os investimentos apoiados abrangem a beneficiação de 73,94 Km, a reabilitação de 2 km e a construção
de meio quilómetro, totalizando uma extensão de caminhos intervencionados de 76,5 km que melhora
substancialmente as condições de acessibilidade de 1.372 explorações.
Quadro 49. Ação 1.11.1. Nº de explorações beneficiadas, área agrícola abrangida e caminhos beneficiados/construídos, por ilha de intervenção
. Nº de
explorações
Área Agrícola abrangida
(ha)
Caminhos Construídos/ Beneficiados
(km)
Extensão de novos
caminhos construídos
(km)
Extensão de caminhos
beneficiados (km)
Extensão de caminhos
reabilitados (km)
Faial 12 70,00 1 0 1 0 S. Jorge 350 1.500,00 14,92 0 14,92 0 S. Miguel 500 2.027,08 35,21 0 35,21 0 Terceira 510 4.102,00 25,35 0,45 22,81 2,09
Total 1.372 7.699,08 76,48 0,45 73,94 2,09
Fonte: SiRURAL.
Relativamente ao reforço do abastecimento de água às Explorações Agrícolas os 34 projetos
homologados abrangem a generalidade das ilhas, com exceção da ilha do Corvo, incluindo investimentos
de reabilitação de redes de abastecimento, de criação de novos pontos de captação, adução e redes de
abastecimento, construção de reservatórios, pontos de abastecimento e ramais e instalação de condutas
e sondagem de pesquisa e de captação de água subterrânea. Estes projetos deverão abranger 3.833
explorações agrícolas, numa extensão de 37 mil hectares de área abrangida pelas redes de
abastecimento criadas ou intervencionadas.
Quadro 50. Ação 1.11.2 Projetos homologados, explorações beneficiadas e área agrícola abrangida, por ilha intervenção
. Pedidos de apoio
Investimento Elegível (€)
Despesa Pública (€)
FEADER (€) N.º de
Explorações Beneficiadas
Área abrangida
(ha) Faial 2 2.813.159,85 2.813.159,85 2.391.185,88 220 4.200,00 Flores 1 170.735,90 170.735,90 145.125,51 40 100,00 Graciosa 1 53.521,52 53.521,52 45.493,29 30 210,00 Pico 2 258.040,50 258.040,50 219.334,43 197 570,00 Santa Maria 3 319.917,97 319.917,97 271.930,28 312 1.873,84 S. Jorge 2 4.121.032,36 4.121.032,36 3.502.877,51 205 1.035,00 S. Miguel 13 748.505,06 748.505,06 636.229,32 714 2.132,94 Terceira 10 1.217.038,66 1.217.038,66 1.034.482,85 2.115 27.306,00
Total 34 9.701.951,82 9.701.951,82 8.246.659,07 3.833 37.427,78 Fonte: SiRURAL.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
99
A melhoria do abastecimento de energia elétrica às explorações agrícolas, tendo sido identificada
como uma das necessidades de infraestruturação essenciais ao reforço da competitividade, não foi
definida como prioritária no atual período de programação, contando com apenas 10% da dotação da
Medida. Ainda assim, observa‐se um conjunto relativamente elevado de pedidos de apoio rececionados
(32). No final de 2011, apenas estavam aprovados 4 projetos, dois em São Miguel e dois na Terceira, com
um investimento elegível de 386 mil euros. Estes projetos preveem o acesso à rede elétrica por parte de
44 explorações agrícolas, abrangendo uma área agrícola de 1.300 ha. Em termos de investimentos, estes
projetos contemplam criação de 5 postos de transformação e a extensão das linhas de média tensão (7
km) e de baixa tensão (1,85 km).
Quadro 51. Ação 1.11.3 Projetos homologados, explorações beneficiadas e área agrícola abrangida, por ilha intervenção
Pedidos de Apoio
Investimento Elegível (€)
Despesa Pública (€)
FEADER (€)
N.º de Explorações Beneficiadas
Área abrangida
(ha)
Extensão linhas de média tensão (km)
Extensão linhas de baixa tensão (km)
N.º postos trans‐for‐
mação São Miguel 2 272.348,66 272.348,66 231.496,36 38 1.075 5,75 0 3 Terceira 2 114.605,23 114.605,23 97.414,44 6 225 1,25 1,85 2 Total 4 386.953,89 386.953,89 328.910,80 44 1.300 7 1,85 5
Fonte: SiRURAL.
A promoção do ordenamento agrário e a melhoria das estruturas fundiárias está contemplada nos
Planos de Ordenamento Agrário, os quais identificam as situações de emparcelamento, existindo 4
pedidos de apoio formalizados, mas ainda sem decisão. Estes projetos não têm merecido prioridade por
parte do IROA na formalização dos pedidos de apoio embora sejam essenciais para reordenar o espaço
rural, modernizando as estruturas fundiárias existentes e/ou promovendo o surgimento de outras.
A criação de um centro de produção de espécies florestais, responsável pela produção de espécies em
qualidade e quantidade, de modo a assegurar a satisfação das necessidades sentidas pelos produtores
florestais e que, paralelamente, apoie a montante, a entrada em vigor de diversos instrumentos de
ordenamento dos espaços florestais de proteção, não teve execução até ao final de 2011. Este
investimento, embora se afigure importante para o desenvolvimento e consolidação do sector florestal,
não é, no atual período de programação, uma prioridade para a DRRF (única entidade beneficiária), pelo
que não se espera que esta entidade venha a solicitar apoio até ao final de 2013. Tendo em conta esta
previsão, deverá ser ponderada a supressão da Ação 1.11.5. e a afetação da sua dotação financeira a
outra Medida com capacidade para absorver os montantes financeiros disponíveis.
Globalmente, os projetos apoiados, através da melhoria das infraestruturas existentes e, por essa via, da
criação de condições de suporte ao desenvolvimento das atividades agrícolas e florestais, constituem um
elemento importante para a valorização dos espaços de potencial agrícola numa perspetiva de
equilíbrio económico, social e ecológico: mais e melhores caminhos, acessos a redes públicas de
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
100
distribuição de água e a redes de fornecimento de energia elétrica são fatores indispensáveis para que os
produtores agrícolas e pecuários possam enveredar por processos de (re)estruturação produtiva e de
modernização das suas explorações. Estes investimentos têm também repercussões ao nível da
competitividade nomeadamente, através da diminuição dos custos de acesso a matérias, facilitação do
escoamento dos produtos para o mercado, diminuição dos custos de produção, ganhos na qualidade dos
produtos e melhoria das condições de produtividade e de rentabilidade.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
No final de 2011, esta Medida tinha uma taxa de compromisso de 48% e uma taxa de execução de 33%
face aos montantes inicialmente previstos e tinha apenas 9 projetos concluídos.
Quadro 52. Medida 1.11 Indicadores de input iniciais e revistos
Descrição 2007‐2011 Meta inicial Grau de
concretização Meta revista 5ª alteração
Grau de concretização
Indicadores de input Despesa pública realizada (€) 14.836.999,32 44.705.883,00 33,19 36.705.883,00 40,42 Ação 1.11.1 – Caminhos agrícolas e rurais
8.057.539,60 21.000.000,00 38,37 15.849.600,00 50,84
Ação 1.11.2 – Abastecimento de água às explorações agrícolas
6.582.473,86 14.500.000,00 45,40 17.191.018,00 38,29
Ação 1.11.3 – Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
196.985,86 4.500.000,00 4,38 2.101.801,00 9,37
Ação 1.11.4 – Ordenamento agrário e estruturação fundiária
0 1.176.471,00 0,00 34.052,00 0,00
Ação 1.11.5 – Infra‐estruturas de apoio à atividade florestal
0 3.529.412,00 0,00 1.529.412,00 0,00
Devido ao número reduzido de projetos concluídos e por forma a poder aferir de um modo mais realista a
capacidade de concretização das metas definidas para esta Medida, a Equipa de Avaliação optou por
calcular os indicadores de realização e resultado tendo em consideração o número de projetos
homologados. Relativamente aos indicadores de realização, resultado e específicos desta Medida
observa‐se que estes não se encontram ajustados às dinâmicas de execução observadas, neste sentido a
Equipa de Avaliação apresenta um conjunto de considerações:
• N.º de intervenções apoiadas
Ação 1.11.1.: não obstante a redução da sua dotação financeira, o investimento médio por
projeto apresenta um valor inferior ao previsto inicialmente devendo a meta ser aumentada. Os
factos do número de pedidos de apoio em análise ser superior à meta definida inicialmente e de
estes pedidos de apoio totalizarem um investimento que não esgota a dotação da Ação (mesmo
tendo em conta a diminuição decorrente da uma alteração ao Programa) reforçam esta
afirmação.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
101
Ação 1.11.2.: a meta prevista inicialmente é bastante inferior ao número de projetos já apoiados
e, mesmo tendo em conta a nova meta (60 intervenções), considera‐se que a Ação poderá apoiar
um maior número de projetos, nomeadamente tendo em consideração o volume médio de
investimento dos pedidos de apoio em análise.
Ação 1.11.3.: a meta inicial apresentava um valor bastante elevado e, à partida, inexequível, no
entanto considera‐se que a meta definida na 5 ª Alteração é reduzida tendo em consideração o
perfil de pedidos de apoio rececionados.
Ação 1.11.4.: uma vez que os 3 projetos em análise esgotam a dotação revista da ação a meta
deverá ser alterada.
Ação 1.11.5.: caso se confirme o desinteresse da DRRF, única entidade beneficiária, em utilizar os
apoios concedidos nesta Ação, a mesma deverá ser suprimida.
• N.º de explorações beneficiadas pelas intervenções apoiadas:
Ação 1.11.1 e Ação 1.11.2.: com o número de projetos homologados as metas definidas (mesmo
as revistas) já foram alcançadas devendo portanto ser revistas.
Ação 1.11.3.: a meta inicial apresentava um valor excessivamente elevado tendo sido revista na
5ª alteração ao Programa. No entanto, com os projetos em execução, essa meta já foi
ultrapassada devendo por isso ser revista.
Ação 1.11.4.: face ao número de explorações a abranger nos três pedidos de apoio em análise
considera‐se que a meta se deve manter.
• Extensão de novos caminhos construídos/ beneficiados/reabilitados (km) – Ação 1.11.1. Os valores
definidos para as metas devem refletir o facto dos projetos homologados se referirem
maioritariamente à beneficiação de caminhos existentes, sendo praticamente nulas as
intervenções de reabilitação ou a construção de novos caminhos.
• Área abrangida por intervenções relativas a redes de abastecimento de água (ha) – Ação 1.11.2.
Com os projetos homologados a meta definida (mesmo a revista) já foi alcançada devendo
portanto ser revista.
• Extensão de linhas de média tensão (km); Extensão de linhas de baixa tensão (km); N.º de postos de
transformação Ação 1.11.3. As metas definidas consideram‐se razoáveis.
• Área abrangida por planos de ordenamento (ha) – Ação 1.11.4. Tendo em consideração a área
abrangida pelos três pedidos de apoio em análise considera‐se muito elevada a meta definida.
• Acréscimo de VAB nas explorações abrangidas pelas intervenções: até ao momento este indicador
não foi calculado, pelo que a Equipa de Avaliação não dispõe de elementos para aferir a
razoabilidade das metas definidas.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
102
Quadro 53. Medida 1.11. Síntese dos Indicadores de realização, resultado e específicos
Descrição 2007‐2011 Meta inicial Grau de
concretização Meta revista 5ª alteração
Grau de concretização
Indicadores de realização N.º de intervenções apoiadas 65 300 21,67 120 Ação 1.11.1 – Caminhos agrícolas e rurais
27 40 67,50 35
Ação 1.11.2 – Abastecimento de água às explorações agrícolas
34 7 485,71 60
Ação 1.11.3 – Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
4 248 1,61 20
Ação 1.11.4 – Ordenamento agrário e estruturação fundiária
0 4 0,00 4
Ação 1.11.5 – Infra‐estruturas de apoio à atividade florestal
0 1 0,00 1
Volume total de investimento (€)
14.836.999,32 44.705.883,00 33,19 36.705.883,00 40,42
Ação 1.11.1 – Caminhos agrícolas e rurais
8.057.539,60 21.000.000,00 38,37 15.849.600,00 50,84
Ação 1.11.2 – Abastecimento de água às explorações agrícolas
6.582.473,86 14.500.000,00 45,40 17.191.018,00 38,29
Ação 1.11.3 – Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
196.985,86 4.500.000,00 4,38 2.101.801,00 9,37
Ação 1.11.4 – Ordenamento agrário e estruturação fundiária
0 1.176.471,00 0,00 34.052,00 0,00
Ação 1.11.5 – Infra‐estruturas de apoio à atividade florestal
0 3.529.412,00 0,00 1.529.412,00 0,00
Indicadores de resultado Acréscimo de VAB nas explorações abrangidas pelas intervenções, por ação e total (€)
Ação 1.11.1 – Caminhos agrícolas e rurais
n.d. 35%
35%
Ação 1.11.2 – Abastecimento de água às explorações agrícolas
n.d. 35%
35%
Ação 1.11.3 – Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
n.d. 35%
35%
Ação 1.11.4 – Ordenamento agrário e estruturação fundiária
n.d. 20%
20%
Ação 1.11.5 – Infra‐estruturas de apoio à atividade florestal
n.d. 10%
10%
(continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
103
(cont)
Descrição 2007‐2011 Meta inicial Grau de
concretização Meta revista 5ª alteração
Grau de concretização
Indicadores Específicos N.º de explorações beneficiadas pelas intervenções apoiadas, por Ação e total
5.249 2.948 178,05
3.280
Ação 1.11.1 – Caminhos agrícolas e rurais
1.372 800 171,50 800
Ação 1.11.2 – Abastecimento de água às explorações agrícolas
3.833 1.250 306,64 2000
Ação 1.11.3 – Fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas
44 248 17,74 30
Ação 1.11.4 – Ordenamento agrário e estruturação fundiária
0 250 0,00 50
Ação 1.11.5 – Infra‐estruturas de apoio à atividade florestal
0 400 0,00 400
Extensão de novos caminhos construídos (km) – Ação 1.11.1
0,45 80 0,56 80
Extensão de caminhos beneficiados (km) – Ação 1.11.1
73,94 50 147,88 50
Extensão de caminhos reabilitados (km) – Ação 1.11.1
2,09 50 4,18 50
Área abrangida por intervenções relativas a redes de abastecimento de água (ha) – Ação 1.11.2
37.427,78 5.000 748,56
16.200
Extensão de linhas de média tensão (km) – Ação 1.11.3
7 40 17,50 40
Extensão de linhas de baixa tensão (km) – Ação 1.11.3
1,85 65 2,85 65
N.º de postos de transformação – Ação 1.11.3
5 55 9,09 55
Área abrangida por planos de ordenamento (ha) – Ação 1.11.4
0 22.000 0,00 22.000
n.d. – não disponível
Principais conclusões e perspectivas futuras
O perfil de investimentos apoiados no âmbito desta Medida reflete as prioridades estabelecidas em sede
de programação, privilegiando o apoio ao investimento nos caminhos agrícolas e rurais e ao
abastecimento de água às explorações, mas apoiando igualmente o fornecimento de energia elétrica às
explorações agrícolas e, previsivelmente, o ordenamento agrário e estruturação fundiária. De destacar
que o desempenho desta Medida está fortemente dependente do IROA, uma vez que é a única entidade
beneficiária de 4 das 5 ações, quer no que se refere a questões a montante relacionadas nomeadamente
com a prioridade e importância estratégica atribuída aos pedidos de apoio submetidos, quer no que se
refere à capacidade de absorção de recursos, quer ainda no que se refere a questões a jusante
relacionadas com a qualidade das obras e o impacto sobre os beneficiários finais.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
104
De acordo com a análise efetuada, os investimentos a realizar no âmbito das diferentes Ações da Medida
1.11. deverão resultar num conjunto de externalidades externas positivas no desempenho da atividade
agrícola, sobretudo, em termos de aumento da produtividade do trabalho e de melhoria das condições
de trabalho dos produtores agrícolas.
Em termos futuros, a proposta de Regulamento relativo ao apoio ao desenvolvimento rural pelo FEADER
contempla o apoio às infraestruturas necessárias para o desenvolvimento da agricultura, com a
finalidade de melhorar o desempenho económico e ambiental das explorações agrícolas e das empresas
rurais e tornar mais eficientes os sectores da comercialização e da transformação de produtos agrícolas.
Os apoios desta natureza enquadram‐se na Medida “Investimentos em ativos corpóreos”, a qual
pretende agregar todos os investimento corpóreos que atualmente se encontram dispersos por uma
multiplicidade de Medidas e que abrangiam diferentes domínios de intervenção.
No âmbito dos apoios a conceder por esta Medida é explicitamente referido o apoio a infraestruturas
relacionadas com o desenvolvimento e adaptação da agricultura, nomeadamente o acesso a terras
agrícolas e florestais, o emparcelamento e o melhoramento de terras, o fornecimento de energia, áreas
abrangidas pela Medida 1.11.
A Equipa de Avaliação considera que a Região continua a apresentar carências ao nível da
infraestruturação de suporte à atividade agrícola e florestal, devendo continuar a apostar no seu reforço
e na sua melhoria. Comparativamente com o anterior período de programação (2000‐2006), onde os
investimentos se centraram exclusivamente no abastecimento de água e em caminhos agrícolas e rurais,
observa‐se uma diversificação no perfil de infraestruturas apoiadas nomeadamente com a
implementação de projetos de fornecimento de energia elétrica às explorações agrícolas e de
ordenamento agrário e estruturação fundiária.
Para o próximo período de programação, e depois dos grandes investimentos efetuados em caminhos
agrícolas e rurais e no abastecimento de água às explorações agrícolas a aposta deverá centrar‐se no
abastecimento de eletricidade e nos processos de ordenamento agrário e estruturação fundiária.
Todavia, deverá ser atualizado o levantamento das principais necessidades de infraestruturas para que o
próximo Programa reflita efetivamente as necessidades e prioridades do território em termos de
infraestruturas.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
105
Medidas de apoio à qualidade de Vida nas Zonas Rurais e de investimento na
Diversificação da Economia
Dinâmicas de realização – visão global
Os indicadores genéricos de desempenho das Medidas dos Eixos 3 e 4 do PRORURAL revelam que, desde
o início de vigência do Programa, o ano de 2011 concentra um elevado volume de contratações (80%, no
total do Eixo 3), traduzindo uma maior adesão (maior procura revelada no âmbito dos Concursos
concretizados em 2011, incluindo os lançados em 2010), fruto do trabalho de divulgação levado a cabo
pelos GAL na dinamização das respectivas Estratégias Locais de Desenvolvimento (ELD) e também da
alteração da regulamentação que aumentou as taxas de cofinanciamento em algumas Ações (p.e., Ações
3.1.2. e 3.1.3. mesmo no caso de não existir a criação de postos de trabalho e na Ação 3.2.1. para
projectos de serviços básicos de cariz marcadamente social), alterou os limites de certas despesas
elegíveis e clarificou as condições de elegibilidade dos beneficiários.
Quadro 54. PA contratados em 2011 e entre 2007 e 2011, segundo as Ações das Medidas dos Eixo 3 por GAL
GAL Ações
ADELIAÇOR ARDE ASDEPR GRATER Total 2007‐ ‐2011
2011 2007‐ ‐2011
2011 2007‐ 2011
2011 2007‐ 2011
2011 2007‐ ‐2011
2011
3.1.1. Diversificação de Atividade não Agrícola na Exploração
1 1 0 0 0 0 4 3 5 4
3.1.2. Criação e Desenvolvimento de Micro Empresas
10 7 0 0 8 8 24 21 42 36
3.1.3. Incentivo e Atividades Turísticas e de Lazer no Espaço Rural
1 1 2 2 2 2 2 0 7 5
3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
12 9 2 2 10 10 30 24 54 45
3.2.1 Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais
4 2 4 4 11 11 3 3 22 20
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural
13 11 8 7 22 14 6 3 49 35
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais
17 13 12 11 33 25 9 6 71 55
Total Eixo 3 29 22 14 13 43 35 39 30 125 100
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
A concentração das contratações em 2011 explica, em grande parte, os reduzidos índices de realização
do Eixo 3 e das suas Medidas conforme evidencia a Tabela seguinte que aponta para uma taxa de
realização de 12%, na Medida 3.1. e de 6,4%, na Medida 3.2 No Eixo 4 as performances não são distintas
na Medida 4.1 (9,2%) e apenas na Medida de apoio ao funcionamento do GAL e Animação do Território
(Medida 4.3.), a realização atinge 30%, um desempenho mais consentâneo com as funções asseguradas
pelos Grupos na implementação das ELD.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
106
Quadro 55. Indicadores de resultado e realização dos Eixo 3 e 4, segundo a Despesa Pública realizada (€)
Descrição 2011 2007 a 2011 Meta Taxa de
realização Despesa Pública realizada (€) Ação 3.1.1. Diversificação de Atividades não Agrícolas na Exploração
195.391,43 195.391,43 1.411.765 14%
Ação 3.1.2. Criação e Desenvolvimento de Micro ‐ Empresas 590.530,97 653.794,12 3.647.059 18% Ação 3.1.3. Incentivo a Atividades Turísticas e de Lazer no Espaço Rural
28.373,39 28.373,39 2.117.647 1%
Total 3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
814.235,69 877.498,94 7.176.471 12%
Acão 3.2.1. Serviços básicos para a economia e população rurais 255.860,63 255.860,63 8.158.031 3,1% Acão 3.2.1. Serviços básicos para a economia e população rurais
SRAF ‐ ‐
Acão 3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural SRAF 454.000,72 454.000,72 11.425.225 8,7%
Acão 3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural SRAF 547.562,66 547.562,66 Total 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais 1.257.424,01 1.257.424,01 19.583.256 6,4% 4.1. Execução de Estratégias Locais de Desenvolvimento 1.524.097,04 1.587.360,29 17.203.392 9,2% 4.3. Funcionamento dos GAL, Aquisição de Competências e Animação dos Territórios
800.692,19 1.058.489,67 3.529.412 30,0%
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
As performances referenciadas têm, naturalmente, consequências na trajetória de desempenho dos
Indicadores de realização e de resultado que são apresentados com detalhe no Relatório de Execução do
PRORURAL de 2011. Trata‐se de indicadores com graus de atualização/concretização bastante desigual,
fruto das dinâmicas de processamento de despesa realizada26. Todavia, expressam uma trajetória de cuja
leitura a Avaliação Contínua do Programa salienta os seguintes elementos, tendo presente a
concentração dos projectos contratados em 2011:
(i) Indicadores de realização
• Desempenho satisfatório
- da Ação Criação e Desenvolvimento de Microempresas, com destaque para a dinâmica dos
empresários em nome individual e para a criação de novas empresas (maior realização
alcançada no conjunto das metas previstas);
- da Ação Serviços Básicos para a Economia e Populações rurais da Medida 3.2. e, sobretudo,
da Ação Conservação e Valorização do Património Rural (cumprimento em 36,3% do limite
inferior da meta para 2007‐2011, com base no contributo do volume de operações
contratadas em 2011).
• Desempenho reduzido em termos de número de beneficiários, da Ação Diversificação de
Atividades não agrícolas na Exploração e da Ação Incentivo a Atividades turísticas e de lazer.
26 Tanto no Relatório de Execução do Programa, como nos Relatórios de Execução dos GAL, são tecidas considerações críticas acerca das práticas de apresentação de Pedidos de Pagamento pelas entidades beneficiárias as quais protelam, até ao limite, a submissão desses Pedidos.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
107
(ii) Indicadores de resultado
• Desempenho satisfatório dos indicadores referentes
- ao género nos beneficiários da Ação Diversificação de Atividades não Agrícolas na
Exploração;
- à Criação e Desenvolvimento de microempresas, com destaque para os indicadores que
remetem para a tipologia de beneficiários privilegiada (mulheres e com idade inferior a 30
anos);
- ao indicador de resultado associado ao nível etário da Ação Incentivo a Atividades Turísticas
e de Lazer no Espaço Rural que preenche a meta prevista com o desempenho de 2011;
- à população coberta por serviços básicos na área de intervenção dos GAL (Acção 3.2.1) –
atingiu 50%; e
- à população coberta por projectos de conservação e valorização de património rural (Acção
3.2.2) – atingiu 54,5%.
• Desempenho reduzido das Ações Diversificação de Atividades não Agrícolas na Exploração e
Incentivo a Atividades Turísticas e de Lazer no Espaço Rural.
Da leitura dos Relatórios de Execução dos GAL e das entrevistas aos respectivos Coordenadores, resulta
uma perspectiva otimista quanto à capacidade de execução financeira e do potencial de atingir níveis
mais elevados de cumprimento das metas propostas para os diversos indicadores, no entanto, a
generalidade considera que terá de fazer um exercício de avaliação crítica das metas definidas face ao
perfil de adesão e realização que se tem verificado.
As respostas são mais reticentes, justamente, no que se refere às Ações 3.1.1 e 3.1.3., fruto de diversos
factores:
• (desde logo) a menor disponibilidade de adesão dos produtores pecuários da Região, fortemente
ocupados pela natureza das atividades da bovinicultura de leite;
• o receio de prolongamento da conjuntura depressiva (em termos de dinamismo económico‐
empresarial); mas também
• a dificuldade de sensibilizar/ganhar a adesão dos agricultores para o desafio da diversificação das
atividades económico‐produtivas nas suas explorações (campo de intervenção da Ação 3.1.1.),
enquanto se mantiver o perfil de ajudas múltiplas atualmente existentes a essas explorações.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
108
Quadro 56. Expectativa de execução da ELD, em termos financeiros, por Acção
Acção 3.1.1.
Acção 3.1.2.
Acção 3.1.3.
Acção 3.2.1.
Acção 3.2.2.
Execução integral do orçamento programado 2 2 1 2 1 Execução entre 75% e 99% do orçamento programado 1 2 2 1 3 Execução entre 50% e 74% do orçamento programado 0 0 1 0 0 Execução inferior a 50% do programado 1 0 0 0 0 Total 4 4 4 3 4 Fonte: Inquérito aos GAL, IESE, 2012.
Análise dos progressos das Medidas dos Eixos 3 e 4
Em 2011 foram abertos cinco novos concursos correspondendo a cerca de 5,3 Milhões de Euros
distribuídos pelas diversas Medidas e pelos 4 GAL, com destaque para os montantes mais elevados
colocados a concurso pelos dois GAL com menores dinâmicas de desempenho acumulado até final de
2010 (ARDE e GRATER). De um modo geral, as Ações da Medida 3.2. foram beneficiadas com montantes
a concurso mais elevados comparativamente às Ações da Medida 3.1.
Quadro 57. Concursos abertos e/ ou decididos pelos GAL, em 2011
GAL Aviso Dotação Orçamental
GRATER
Nº 4 (03‐01‐2011 até 31‐12‐2011)
Ação 3.1.3. – 256.280,25 € Medida 3.2. – 332.893,20 €
Nº 5 (01‐09‐2011 até 31‐12‐2011)
Medida 3.1. – 269.767,77 € Medida 3.2. – 560.674,55 €
Montantes Acumulados até 2011 Medida 3.1. – 1.551.075,8 € Medida 3.2. – 2.225.140,55
ASDEPR
Nº 4 (03‐01‐2011 até 30‐12‐2011)
Acão 3.1.1 ‐ 48.802,13 € Ação 3.1.2 ‐ 126.072,29 € Ação 3.1.3. ‐ 73.203,28 € Ação 3.2.1. ‐ 130.604,46 € Ação 3.2.2. ‐ 191.607,09 €
Montantes Acumulados até 2011 Medida 3.1. – 2.016.803,03 € Medida 3.2. – 2.525.184,31 €
ADELIAÇOR
Nº 6 (07‐02‐2011 até 31‐12‐2011)
Medida 3.1. – 1.019.068,69 € Medida 3.2. – 1.449.331,08 €
Montantes Acumulados até 2011 Medida 3.1. – 5.159.420,56 € Medida 3.2. – 6.966.698,57 €
ARDE
Nº 3 (03‐01‐2011 até 31‐12‐2011)
Medida 3.1. – 742.330,05 € Medida 3.2. – 1.081.906,45 €
Montantes Acumulados até 2011 Medida 3.1. – 1.575.313,41 € Medida 3.2. – 2.163.812,89 €
Fonte: Avisos de abertura de períodos de Candidatura, GAL GRATER, ASDEPR, ADELIAÇOR e ARDE.
Uma breve análise da tipologia de projectos aprovados no âmbito da Medida 3.1. permite destacar a
relevância da iniciativa dos empresários de nome individual (mais de metade dos beneficiários com
projectos aprovados) com capacidade de investimento superior, nomeadamente na Ação referente à
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
109
Diversificação de Atividades não Agrícolas na Exploração. No entanto, na Ação Criação e
Desenvolvimento de Microempresas (três quartos da despesa pública aprovada), o peso dos beneficiários
colectivos (sociedades comerciais) na despesa pública dos PA aprovados situa‐se em 60% do total,
apontando para alguma estruturação mais capacitada das dinâmicas de projeto.
Quadro 58. Pedidos de Apoio aprovados, segundo a Tipologia de beneficiários, por Ação da Medida 3.1.
Ação
Tipologia de beneficiários
Ação 3.1.1. Ação 3.1.2. Ação 3.1.3. Medida 3.1.
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Colectivo 1 90.000,00 25 1.341.780,20 2 69.258,34 28 1.501.038,54 Singular 5 353.327,75 25 875.201,05 4 95.471,08 34 1.323.999,88 Sector Empresarial do Estado
‐ ‐ ‐ ‐ 2 123.354,95 2 123.354,95
Total 6 443.327,75 50 2.216.981,25 8 288.084,37 64 2.948.393,37 Fonte: e‐RURAL.
Por sua vez, nos projectos aprovados na Medida 3.2 regista‐se uma forte presença dos organismos de
Administração Regional, responsáveis por 35,4% da despesa pública aprovada em 12,5% dos PA
aprovados, concentrados na conservação do património rural; em segundo lugar, referência para as
Autarquias Locais com 32,4% da despesa pública aprovada em 56,3% dos PA aprovados evidenciando
alguma separação de projectos segundo a tipologia de beneficiários, com as tutelas sectoriais de
equipamentos e património a liderar as dinâmicas de investimento, tendo por suporte o Orçamento
Regional para a componente da comparticipação.
Quadro 59. Pedidos de Apoio aprovados, segundo a Tipologia de beneficiários
Ação
Tipologia de beneficiários
Ação 3.2.1. Ação 3.2.2. Medida 3.2. Nº PAs
Despesa Pública (€)
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Nº PAs
Despesa Pública (€)
Autarquias 17 378.174,71 37 531.538,72 54 909.713,43 Colectivo 2 51.504,48 19 429.694,16 21 481.198,64 IPSS 7 361.367,06 ‐ ‐ 7 361.367,06 Parceria público‐privada 1 10.106,10 ‐ ‐ 1 10.106,10 Estado ‐ ‐ 12 997.087,09 12 997.087,09 ONG ‐ ‐ 1 49.331,87 1 49.331,87 Total 27 801.152,35 69 2.007.651,84 96 2.808.804,19
Fonte: e‐RURAL.
Na ventilação territorial concelhia dos PA aprovados destacam‐se as dinâmicas de projeto dos concelhos
de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória (GAL GRATER) no âmbito da Medida 3.1., com especial
relevância para a Ação 3.1.2., enquanto na Medida 3.2. são os concelhos de Ponta Delgada e de Lagoa
(GAL ARDE e ASDEPR) que apresentam montantes de despesa pública dos PA aprovados mais elevados.
Trata‐se de um perfil relativamente “urbanizado” (capitais de Ilha e 2º centro urbano principal), não
obstante a natureza e elegibilidade dos investimentos que estão na base destas performances.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
110
Quadro 60. Pedidos de Apoio aprovados por Concelho
Acção
Concelho
Medida 3.1. Medida 3.2. Nº PA’s
Despesa Pública (€)
Nº PA’s
Despesa Pública (€)
Angra do Heroísmo 20 974.492,96 7 305.937,57 Horta 7 408.743,17 9 172.291,84 Lagoa ‐ ‐ 22 451.784,66 Lajes das Flores ‐ ‐ 1 11.310,00 Lajes do Pico ‐ ‐ 1 5.434,25 Madalena 2 142.743,48 5 52.811,10 Nordeste 4 114.102,21 5 89.028,16 Ponta Delgada 1 39.396,92 19 1.157.489,85 Povoação 4 85.515,66 ‐ ‐ Praia da Vitória 16 759.543,86 5 189.724,22 Ribeira Grande 1 15.728,24 9 111.871,49 Santa Cruz das Flores ‐ ‐ 1 42.000,00 Santa Cruz da Graciosa
1 25.502,10 ‐ ‐
São Roque do Pico 1 56.446,76 4 22.197,81 Velas 2 97.308,50 ‐ ‐Vila do Porto 4 141.324,07 8 196.923,24 Vila Franca do Campo
1 87.545,44 ‐ ‐
Total 64 2.948.393,37 96 2.808.804,19 Fonte: e‐RURAL.
No plano das dinâmicas de adesão dos promotores, importa ter presente os factores condicionantes
destacados pelos GAL. O maior número de referências ocorre para os seguintes:
• dificuldade na obtenção de crédito, quase unanimemente referida como condicionante da
adesão no caso das Ações da Medida 3.1.;
• crise económica que, embora reunindo um número ligeiramente inferior de referências, se
encontra generalizada às Ações de ambas as Medidas;
• as condições de elegibilidade dos projectos, a par das taxas de cofinanciamento (fortemente
correlacionadas ou sobrepostas), ainda que este último factor tenha mais peso nas Ações da 3.1.
(sobretudo 3.1.2. e 3.1.3.) as quais se deparam também com a condicionante associada às taxas
de cofinanciamento mais favoráveis do ProConvergência em alguns casos.
Quadro 61. Factores condicionantes de uma maior adesão por parte dos promotores
Acção 3.1.1.
Acção 3.1.2.
Acção 3.1.3.
Acção 3.2.1.
Acção 3.2.2.
Complexidade dos requisitos de organização das candidaturas 2 2 2 1 1 Condições de elegibilidade dos projectos 2 1 2 2 2 Condições de elegibilidade dos promotores 2 0 0 1 0 Taxas de cofinanciamento 1 3 3 1 1 Condições de financiamento 1 1 1 1 1 Crise económica 2 3 3 2 2 Fragilidades da capacidade de iniciativa 2 1 2 1 0 Dificuldade na obtenção de crédito 3 4 4 1 1 Taxas de cofinanciamento mais favorável em outros Programas (p.e., PROCONVERGÊNCIA)
1 2 2 0 0
Fonte: Inquérito aos GAL, IESE, 2012.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
111
Nas entrevistas realizadas os Coordenadores dos GAL destacaram, ainda, a questão dos adiantamentos
como uma dos principais condicionantes quer à adesão de potenciais beneficiários, quer à execução dos
pedidos de apoio aprovados. Inicialmente a figura dos adiantamentos não estava prevista nos
Regulamentos de aplicação das Medidas do Eixo 3, situação que foi alterada pela Portaria n0º 67/2011 de
25 de Julho, no entanto, a forma como a questão foi regulamentada torna impeditivo a sua utilização por
parte dos promotores uma vez na atual situação socioeconómica dificilmente um promotor consegue
uma garantia bancária com as condições exigidas.
Relativamente à questão da elegibilidade dos projetos os Coordenadores entrevistados consideram que
os regulamentos podiam ser menos rígidos, p.e., a especificação em cada Medida do tipo de operações e
investimentos a apoiar condiciona o enquadramento de alguns projectos que contribuem para a ELD
definida e para os objectivos das Medidas. As alterações ao Regulamento de aplicação das Medidas têm
procurado corrigir algumas destas situações aumentando o espectro de projectos elegíveis.
A análise dos resultados dos Inquéritos contribui, igualmente, para enriquecer o conhecimento relativo
aos factores condicionantes dos ritmos de execução por parte dos promotores. Nesta vertente do ciclo
de vida dos projectos constata‐se, também, como principal factor condicionante a dificuldade de
obtenção de crédito (sobretudo em projetos das Ações da Medida 3.1. sob dinâmica privada de
investimento), mas com pontuação muito próxima de um factor aparentemente de natureza mais
burocrática: dificuldades na formalização de Pedidos de Pagamento, a acompanhar com atenção, na
medida em que afecta os promotores das Ações da Medida 3.2. por razões, sobretudo, associadas à crise
económica pelas implicações negativas para garantir o autofinanciamento por parte das entidades
beneficiárias; e os promotores das Ações da Medida 3.1. por motivos associados à dificuldade em
apresentar os pedidos de pagamento corretamente (neste particular, alguns GAL referem que muitos
promotores continuam a olhar para os apoios como um subsidio, ou seja, uma “oferta” sem
contrapartidas, e tendem a despreocupar‐se com as suas obrigações e formalidades que têm de
cumprir).
Quadro 62. Factores condicionantes de uma maior execução por parte dos promotores
Ação 3.1.1.
Ação 3.1.2.
Ação 3.1.3.
Ação 3.2.1.
Ação 3.2.2.
Dificuldades no processo de contratualização 0 0 0 0 0 Dificuldades na formalização de Pedidos de Pagamento 1 2 2 3 3 Morosidade nos reembolsos por parte do IFAP 1 1 1 1 1 Deficiente programação/conceção do projeto 0 0 0 0 0 Problemas de organização relacionados com a formatação do projeto
0 0 0 0 0
Problemas técnicos com a operacionalização do projeto 0 0 0 1 1 Problemas de gestão do projeto 0 0 0 0 0 Dificuldade na obtenção de crédito 3 4 3 1 1 Bloqueamentos institucionais ou administrativos 1 1 1 2 2 Taxas de cofinanciamento mais favorável em outros Programas (p.e., PROCONVERGÊNCIA)
1 2 2 0 0
Fonte: Inquérito aos GAL, IESE, 2012.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Trajetórias de concretização de resultados
No domínio da concretização dos objectivos específicos constata‐se uma convergência assinalável
entre os “outputs“ da análise de indicadores de resultado, as evidências referenciadas nos Relatórios de
Execução dos GAL e as respostas constantes dos Inquéritos aos Coordenadores.
O quadro seguinte evidencia um relativo equilíbrio no padrão heterogéneo de contributos dos projectos
apoiados para um conjunto de resultados que plasmam os principais objectivos específicos associados às
intervenções das duas Medidas do Eixo 3. No “ranking“, destacam‐se contributos da esfera de objetivos
das Ações da Medida 3.2. (Valorização do património cultural e do património rural, na óptica do
interesse colectivo) e, em escala ligeiramente inferior, da esfera de objetivos das Ações da Medida 3.1.
(Aumento da importância das atividades não agrícolas, Valorização dos produtos locais e Criação de
emprego). Estes resultados qualitativos, na óptica dos coordenadores dos GAL, refletem algum equilíbrio
entre o par de objetivos, enfatizado na concepção do Eixo 3:
Diversificação e desenvolvimento de novas atividades económicas geradoras de riqueza e
emprego endógenos, numa lógica de potenciar e/ ou reforçar os recursos locais existentes e fixar
e/ ou dinamizar o crescimento das populações existentes.
Melhoria da qualidade de vida das populações, visando a valorização e melhoria progressiva das
condições estruturais e funcionais de fixação e acompanhamento das pessoas e das suas
iniciativas próprias.
Os resultados (escassos) disponíveis no e‐rural e o conhecimento do terreno fundamentam maior
cepticismo quanto às variáveis criação de emprego e crescimento demográfico, um objetivo cuja
formulação se afigura excessiva, na perspectiva das tendências pesadas que têm marcado a demografia
dos territórios rurais na Região.
Quadro 63. Contributo dos projectos apoiados para alcançar os seguintes resultados (média superior a 3, em escala 1‐4)
Média
Valorização do património cultural 3,50 Valorizar o património rural na óptica do interesse coletivo 3,25 Aumento da importância das atividades não agrícolas 3,25 Valorização dos produtos locais 3,25 Criação de emprego 3,00 Desenvolvimento de outras atividades de lazer 3,00 Aumento da atratividade do território 3,00 Potenciação do factor de identidade do território 3,00
Fonte: Inquérito aos GAL, IESE, 2012.
Quando solicitados a pronunciar‐se sobre projetos que se destacam dos demais, numa óptica de mais‐
valia para os territórios rurais, os Coordenadores dos GAL indicaram os seguintes:
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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Medida 3.1. [Loja Azul, na Ilha de Sta. Maria, um investimento que procura adensar a cadeia de valor da diversificação económica das atividades rurais na Ilha, comercializando produtos locais parte dos quais certificados; Faial Soja, na Ilha do Faial, um investimento no equipamento e instalações de transformação de soja em derivados – iogurtes, leite, tofu e doces ‐ , à procura de um mercado próprio; e Turismo de Charret, na Ilha Graciosa, um investimento que enriquece a oferta de recursos e animação turística na Ilha].
Medida 3.2. [Parque Florestal da Caldeira, na Graciosa, reforçando a oferta de lazer em meio rural, à semelhança de intervenções similares nas Ilhas do Pico e de S. Jorge, expressando também a importância de intervenções no domínio do Ambiente e Recursos Naturais apoiadas pelo Eixo 3].
Medida 4.2. [Qualificação do Turismo activo nas componentes recursos humanos, empresas, infra‐estruturas colectivas e divulgação do Património – Plano de Cooperação GRATER].
No que se refere à promoção da cooperação e de boas práticas, as dinâmicas de realização ocorridas são
relativamente limitadas ainda que a maior parte dos GAL tenha participado em diversos projectos e
iniciativas, sobretudo centradas na promoção do território e dos produtos locais, dimensões relevantes
quando se parte de uma situação de ultraperificidade:
• Planos de cooperação (Promoção do território; produtos locais, animação turística; e promoção
dos produtos locais);
• Projectos inter‐territoriais (Projeto "Espaço Açores Tradição & Gourmet"; Promoção turística do
território; animação turística; e promoção dos produtos locais);
• Projectos transnacionais (Promoção de produtos locais; e promoção do território e das áreas
naturais e classificadas).
Na óptica dos Coordenadores dos GAL, os principais objectivos associados à dinamização de projectos de
cooperação situam‐se no estímulo à transferência de experiências e boas práticas, na implementação de
boas práticas e na aquisição de competências. Os principais contributos dos projectos situam‐se ao nível
da partilha de conhecimento e experiência e de promoção de complementaridades com outros
territórios.
As principais dificuldades sentidas na operacionalização dos projectos de cooperação remetem para os
problemas orçamentais. No entanto, são referenciados alguns constrangimentos de natureza
regulamentar (elegibilidades, organização de parcerias, etc.)27.
27 Tipologias de investimento e elegibilidade de despesas sobretudo no que respeita a projetos de cooperação com países terceiros; Impossibilidade de afectação da remuneração de pessoal próprio nos vários projetos; Procedimentos de contratação publica quando envolvem agrupamentos de GAL; Necessidade de plano de cooperação prévio aos projetos de cooperação; Lentidão do processo nas suas várias fases; Dificuldade de constituição de parcerias com outras entidades não GAL, nomeadamente a nível do financiamento do projeto; Dificuldades a nível da indivisibilidade na faturação de algumas despesas no âmbito dos projetos; Financiamento problemático da comparticipação privada no projeto por entidades externas, nomeadamente públicas.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
114
Finalmente, importa destacar um padrão de contributos da abordagem LEADER para atingir impactos
e efeitos tradicionalmente associados à animação dos territórios rurais.
Quadro 64. Contributo da Abordagem LEADER para alcançar os seguintes impactos/efeitos
Média Recuperação/valorização de valores patrimoniais e culturais 3,5 Recuperação de tradições/costumes 3,25 Diversificação de atividades económicas em meio rural 3 Aumento dos factores de atratividade económica 3 Aumento da qualidade dos produtos 3 Inovação de novos produtos 3 Inovação de novos serviços 3 Competitividade económica 2,75 Valorização económica de recursos endógenos 2,75 Criação de emprego 2,75 Qualificação das atividades económicas 2,75 Inovação de novos processos 2,75 Inovação de novos mercados 2,75 Reforço de competências 2,75
Fonte: Inquérito aos GAL, IESE, 2012.
A aproximação é feita a partir das respostas ao Inquérito aos Coordenadores dos GAL, sendo de admitir
que o padrão de contributos observado reflita o trabalho das ADL com sucessivas gerações da
Abordagem LEADER na Região, ou seja, uma apreciação que se situa para além do desempenho dos
Eixos 3 e 4 do PRORURAL. Importa ainda contextualizar a concretização de resultados e efeitos da
Abordagem LEADER que, nos Açores, ocorre enquadrada por descontinuidades territoriais e escassez de
recursos técnicos ajustados às necessidades de animação territorial nesse contexto adverso.
Este aspecto deve merecer reflexão especial dos intervenientes dos Eixos 3 e 4, na óptica das
necessidades de robustecimento das parcerias das Entidades Locais, p.e., via estabelecimentos de
protocolos com entidades (associações locais, Câmaras de Comércio, …) que, em cada Ilha, possam
ampliar o esforço de animação territorial para implementação mais eficaz e eficiente das ELD.
Principais conclusões e perspectivas futuras
O ano de 2011 corresponde ao primeiro ano de desempenho de cruzeiro da implementação das
Ações/Medidas do Eixo Qualidade de Vida das Zonas Rurais e Diversificação da Economia do
PRORURAL. Embora se trate de uma constatação, importa que se tenha esta realidade presente na
apreciação do desempenho conjunto das intervenções do Eixo 3 tanto mais quanto a análise exposta nos
pontos anteriores dá conta da existência de condições adversas na trajectória de aproximação a
realizações e resultados das Medidas do Eixo sendo de destacar, nomeadamente:
• contexto socioeconómico da Região e dos territórios rurais caracterizado por uma conjuntura
prolongada de recessão da atividade económica e das dinâmicas de consumo, com implicações
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
115
na redução das oportunidades de valorização económica dos recursos e bens e serviços das
economias rurais;
• constrangimentos orçamentais limitativos de dinâmica de investimento das entidades públicas,
a par da redução da capacidade de investimento e de acesso ao crédito (nas condições restritivas
atuais) por parte dos agentes privados;
• alteração das condições de gestão/dinamização das ELD face à experiência acumulada de
gerações anteriores da Abordagem Leader, com implicações nas dinâmicas de adesão e no ritmo
de execução das ELD; e
• condições de cofinanciamento mais favoráveis proporcionadas pelo ProConvergência (FEDER),
nomeadamente nas áreas de intervenção referentes aos sistemas de incentivos para pequenos
projectos e aos equipamentos colectivos de base municipal.
O quadro seguinte sintetiza as dinâmicas globais de compromisso no âmbito das Medidas do Eixo 3
evidenciando uma trajectória comprometedora de implementação na qual foram absorvidas apenas
pouco mais de um quinto da dotação programada. Acima desta média, apenas se destaca o desempenho
da Medida 3.1. e, em particular, a Ação relativa à Criação e Desenvolvimento de microempresas.
Na análise por ELD/ GAL (cf. Anexo 3), observa‐se uma relativa heterogeneidade de desempenhos
destacando‐se, com uma “performance” global mais favorável, a GRATER acima dos níveis médios de
compromisso de todas as Ações, enquanto a ARDE e a ASDEPR têm níveis de compromisso por Ação
inferiores à média.
Quadro 65. Pedidos de Apoio aprovados – Despesa Pública (€), por Medida (até 31‐12‐2011)
Medida Programado (2007‐2013)
Aprovado (até 31‐12‐2011)
Aprovado/ /Programado (%)
3.1.1. Diversificação de atividades não agrícolas na exploração
1.411.765 443.327,76 31,4
3.1.2. Criação e desenvolvimento de microempresas
3.647.059 2.166.225,83 59,4
3.1.3. Incentivo a atividades turísticas e de lazer no espaço rural
2.117.647 288.084,35 13,6
3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
7.176.471 2.897.637,94 40,4
3.2.1. Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais (LEADER)
3.778.167 791.618,84 21,0
3.2.1. Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais (SRAF)
4.379.864 0 0,0
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural (LEADER)
5.542.873 1.057.202,43 19,1
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural (SRAF)
5.882.353 997.087,09 17,0
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais (LEADER)
9.321.040 1.848.821 19,8
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais (SRAF)
10.262.217 997.087 9,7
Total Eixo 3 26.759.728 5.743.546 21,5 Fonte: PRORURAL ‐ Versão Consolidada em Junho 2010; e Relatório de Execução, 2011.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
116
Tendo presente que o ano de 2011 marcou um apreciável reforço dos indicadores de aprovação,
contratação e execução financeira, a Equipa de Avaliação recomenda um balanço no sentido de
desencadear procedimentos de reprogramação das dotações orçamentais entre ELD, até ao 3º trimestre
de 2012, sem prejuízo de confrontar os GAL com essa inevitabilidade a manter‐se a trajectória descrita
que marca, em algumas zonas de intervenção, um afastamento bastante sensível das realizações e
resultados programados em sede de candidatura das respectivas ELD.
A análise global dos resultados obtidos, nomeadamente na trajectória de aproximação aos objectivos,
deixa a claro a existência de dificuldades nas vertentes económico‐produtivas da Medida de
Diversificação da Economia, com indicadores de realização e resultados ainda insatisfatórios, p.e., em
termos de volume de projectos aprovados de áreas de diversificação e da dinâmica de criação de postos
de trabalho.
No entanto, a importante Ação de Criação e Desenvolvimento de Micro‐empresas tem revelado
capacidade para atrair promotores e gerar alguma diversificação de atividades: em cinco dezenas de
projectos aprovados, encontram‐se dezanove ramos de atividade distintos, a par da criação de unidades
empresariais em atividades não existentes em algumas Ilhas.
Quadro 66. Síntese dos projectos aprovados na Acção 3.1.2., por atividade
CAE Nº de
projectos Investimento Elegível (€)
10 – Indústrias Alimentares 5 528.310,66
18 ‐ Impressão e reprodução de suportes gravados 1 6.831,61
25 ‐ Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos 1 22.300,64
38 ‐ Recolha, tratamento e eliminação de resíduos; valorização de materiais 1 147.517,63 45 ‐ Comércio, manutenção e reparação, de veículos automóveis e motociclos
1 59.146,04
47 ‐ Comércio a retalho, excepto de veículos automóveis e motociclos 11 625.387,97
56 ‐ Restauração e similares 8 564.395,77
58 ‐ Atividades de edição 1 88.790,74 59 ‐ Atividades cinematográficas, de vídeo, de produção de programas de televisão, de gravação de som e de edição de música
1 124.616,26
62 ‐ Consultoria e programação informática e atividades relacionadas 1 53.465,17
66 ‐ Atividades auxiliares de serviços financeiros e dos seguros 1 145.909,08
69 ‐ Atividades jurídicas e de contabilidade 4 193.158,45
70 ‐ Atividades das sedes sociais e de consultoria para a gestão 1 88.951,32
75 ‐ Atividades veterinárias 1 150.000,00
77 ‐ Atividades de aluguer 4 386.165,82
85 ‐ Educação 1 15.850,20
86 ‐ Atividades de saúde humana 5 590.297,28
93 ‐ Atividades desportivas, de diversão e recreativas 1 115.170,43
96 ‐ Outras atividades de serviços pessoais 1 79.446,55 Total 3.1.2. 50 3.985.711,62
Fonte: e‐rural
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
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As Ações da Medida 3.2 (Melhoria da Qualidade de Vida), com contratação de projectos e realização de
pagamentos muito concentradas em 2011, tem um desempenho bastante recuado nas dinâmicas de
investimento e de despesa pública (entre 4,6% e 6,4%, no período 2007‐2011), sugerindo a necessidade
de uma sensibilização ativa junto dos destinatários‐alvo, com destaque para as Autarquias Locais
fortemente representadas nas Entidades Locais que sustentam organicamente os GAL.
Quadro 67. Síntese dos projectos aprovados na Medida 3.2., por atividade
CAE Nº de
projectos Investimento Elegível (€)
84‐ Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória 52 1.405.960,49
86 ‐ Atividades de saúde humana 1 114.961,65
87 ‐ Atividades de apoio social com alojamento 2 130.124,22
88 ‐ Atividades de apoio social sem alojamento 2 270.535,68 90 ‐ Atividades de teatro, de música, de dança e outras atividades artísticas e literárias
8 132.046,84
91 ‐ Atividades das bibliotecas, arquivos, museus e outras atividades culturais
13 1.147.086,24
93 ‐ Atividades desportivas, de diversão e recreativas 4 173.312,24 94 ‐ Atividades das organizações associativas 14 508757,74
Total 3.2. 96 3.882.785,10
Fonte: e‐rural
Na óptica da gestão e implementação das Medidas, a Avaliação entende que é prematuro traçar um
balanço consolidado da experiência de gestão em curso na medida em que o ciclo de vida dos projectos
conta, ainda com um volume reduzido de processos completos, p.e., em dimensões como o
acompanhamento de projectos pelos GAL e pela Autoridade de Gestão.
A título de exemplo, a profundidade de análise e a riqueza de conteúdos dos Relatórios de Execução dos
GAL é bastante desigual, fruto de experiências acumuladas e de estruturas e competências técnicas
diferenciadas. Esta dimensão reflete‐se também no modelo de dinamização da presença no território,
ainda que as descontinuidades territoriais assumam aqui um papel frequentemente discriminante da
eficácia e eficiência/acompanhamento junto dos destinatários‐alvo.
A problemática de gestão e da eficácia das soluções encontradas para concretizar os ELD não pode ser
dissociada do funcionamento dos GAL e das relações existentes. Embora permaneçam as observações
críticas dos GAL relativamente ao enquadramento da abordagem LEADER no contexto do PRORURAL e
ao que consideram como redução da autonomia de gestão, os Grupos reconhecem que existe um
relacionamento muito positivo com a Autoridade de Gestão e um espírito de colaboração orientado para
a resolução de problemas com facilidade de acesso e disponibilidade permanente de esclarecimento.
Paralelamente, no passado recente alguns GAL reforçaram competências técnicas e procuraram alargar
a cobertura dos territórios com contratação de pessoal e através da celebração de protocolos com outras
entidades (p.e., GRATER com Câmara de Comércio para dinamização e outras atividades na Graciosa,
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
118
ASDERP criou um Gabinete no Nordeste e contratou uma pessoa a meio tempo para dinamizar
atividades no Concelho da Povoação).
Estes elementos de reforço de competências e capacidade de intervenção afiguram‐se críticos para uma
adequada implementação da Abordagem LEADER, desde logo, na animação dos territórios rurais, mas
também na suscitação de dinâmicas de investimento privado que constitui a pedra angular para
revitalizar os territórios e encontrar soluções para enquadrar os jovens, as mulheres e outros ativos em
situação de desfavorecimento face à atividade económica e ao emprego.
No que se refere a perspectivas para as intervenções de desenvolvimento rural no período 2014‐2020, no
quadro da Abordagem LEADER, encontram‐se em fase de reflexão no patamar da discussão em torno da
proposta de Regulamento FEADER. Para além da estrutura de seis prioridades fixadas na Proposta e dos
domínios de intervenção mais específicos que os artigos respeitantes à Abordagem LEADER
contemplam, importa ter presente as possibilidades abertas quanto às modalidades de financiamento
que contemplam duas principais alternativas com autonomia para os GAL a constituir: mono‐fundo
(FEADER) ou multi‐fundo (combinando FEADER, com FSE e/ ou FEDER).
No contexto da R.A. Açores, e de acordo com o padrão de necessidades de desenvolvimento dos
territórios rurais que resultam de uma leitura dinâmica e prospectiva dos processos de reestruturação
económica‐produtiva das atividades de especialização, seria desejável desencadear uma reflexão
aprofundada sobre a conceção (objetivos, arquitetura de intervenções e tipologia de Medidas/Ações) a
incorporar nas futuras Estratégias Locais de Desenvolvimento.
Nesse contexto, seria importante equacionar, entre outras dimensões de trabalho, a resposta às
seguintes:
• quais as vertentes transversais e multi‐sectoriais a contemplar para a ancoragem das futuras
intervenções de desenvolvimento territorial (criação e desenvolvimento de iniciativas
empresariais, organização das produções locais, inovação, serviços de aconselhamento e de
gestão às explorações agrícolas e pecuárias, formação profissional, etc.)?
• quais as modalidades/ soluções a convocar para reforçar as condições de sucesso da Abordagem
LEADER, nomeadamente no tocante ao fortalecimento das parcerias e à melhoria dos níveis de
cobertura territorial e de potenciais promotores?
3.3.3. COMPONENTE DE APOIO À CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE E DA BIODIVERSIDADE
Medida 2.1. Manutenção da Atividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas
Todo o território dos Açores é classificado como Zona Desfavorecida, devido às especificidades
decorrentes da sua condição ultraperiférica. Os milhares de agricultores que exercem a sua atividade na
RA Açores estão sujeitos a desvantagens naturais para a produção agrícola, sendo necessário compensar
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
119
os custos adicionais e a perda de rendimentos resultantes dessas mesmas desvantagens. Além de que,
como a agricultura é considerada um factor imprescindível para a preservação de paisagens e de habitats
com valor natural e ambiental, há a necessidade de efetuar pagamentos compensatórios aos agricultores
para que continuem a utilizar as terras agrícolas.
Os compromissos assumidos com os beneficiários desta Medida destinam‐se a compensar os custos
adicionais e as perdas de rendimento resultantes das desvantagens do exercício da atividade agrícola em
zonas desfavorecidas e, em contrapartida, os produtores continuam a usar as terras agrícolas,
contribuindo para a conservação da paisagem rural e para a manutenção de sistemas de produção
sustentáveis.
Os indicadores genéricos de desempenho da Medida 2.1. revelam que, desde o início de vigência do
PRORURAL, o número de beneficiários tem vindo a manter‐se estável, tendo registado, em 2011, 3.947
pedidos de apoio.
Quadro 68. Medida 2.1. Dinâmica de implementação, no período 2007‐2011
Campanhas PA recepcionados PA elegíveis PA pagos
Nº de PA
Área (ha) Montante (€) Nº de PA
Área (ha) Montante (€) Nº de PA
Área (ha) Montante (€)
Campanha 2011 3.947 83.491.47 10.722.056,92 3.931 79.239.06 7.477.099,81 3.877 78.289,57 7.429.769,85 Campanha 2010 3.998 84.055.20 10.434.571,70 3.956 83.446,30 10.160.828,02 3.949 83.339,23 10.204.672,23 Campanha 2009 3.952 83.920.80 10.506.872,10 3.917 83.148.87 10.389.308,13 3.916 53.0274,82 10.365.429,95 Campanha 2008 3.878 83.835.20 10.561.526,50 3.836 83.067.44 10.452.007,07 3.836 52.603,84 10.400.562,49 Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Os apoios atribuídos abrangeram uma superfície total de cerca de 80 mil hectares, com a ilhas de São
Miguel e Terceira a concentrar parte significava dos beneficiários e área abrangida.
Quadro 69. Medida 2.1 Distribuição dos apoios, por ilha
Ilha N.º de
beneficiários Área (ha) Montante pago (€)
Ilha da Graciosa 123 2.837,39 227.420,67 Ilha das Flores 183 3.639,79 339.747,48 Ilha de Santa Maria 102 1.870,15 170.827,24 Ilha de São Jorge 455 11.559,93 1.042.791,37 Ilha de São Miguel 1.002 19.946,96 1.943.615,89 Ilha do Corvo 34 645,39 66.259,90 Ilha do Faial 361 6.093,35 608.897,50 Ilha do Pico 563 14.755,85 1.306.068,44 Ilha Terceira 1.054 17.390,76 1.724.141,36
Total 3.877 78.739,57 7.429.769,85 Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
No que se refere aos valores médios pagos por hectare e por exploração, o montante dos apoios é
determinado, de forma degressiva, em função do tipo de agricultor, da SAU e da localização da
exploração, até ao limite máximo de 20 ha para os agricultores a tempo parcial e de 100 ha para os
agricultores a título principal.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
120
Figura 19. Medida 2.1. Valores médios pagos por hectare e por exploração, em 2011
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Quanto ao valor médio por ha, como se pode constatar é na Ilha do Corvo que esse valor atinge o
máximo (102,67€), o que vai de encontro a um dos objetivos da Medida de compensar pelas dificuldades
no exercício da atividade agrícola. Contudo, as Ilhas Terceira e São Miguel aparecem em 3º e 4º lugar
dessa ordem, o que pode ser explicado pela pequena dimensão média das explorações agrícolas nessas
ilhas. Com efeito, de acordo com os dados do RA 2009, 64% das explorações agrícolas com menos de 5
ha localizam‐se nas Ilhas de São Miguel e da Terceira.
De qualquer forma, refira‐se que a dimensão média das explorações beneficiárias é bastante superior à
média da Região (20,3 ha), o que sugere que são as explorações maiores que se candidatam e auferem
deste tipo de apoios, desviando o sentido da aplicação da Medida.
No que se refere ao valor médio por exploração, é nas Ilhas Terceira, Santa Maria e Faial que as ajudas
atingem os valores mínimos, em contrapartida é nas Ilhas de São Jorge, Corvo e Pico, onde as ajudas
atingem o seu máximo.
Trajetórias de concretização de resultados
Desde logo, evidencia‐se o desempenho satisfatório da aplicação da Medida 2.1., dada a sua
abrangência: o número de beneficiários representa cerca de 30% da totalidade do número de
explorações agrícolas da RA Açores e cerca de 70% da SAU (de acordo com os dados do RA 2009).
Os apoios têm como um dos objetivos principais contribuir para o uso continuado das terras agrícolas
nas zonas afetadas por desvantagens naturais, de forma a evitar as consequências negativas do
abandono das terras. O facto de o exercício da atividade agrícola constituir um factor imprescindível para
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Apoio médio por hectare Apoio médio por exploração
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
121
a preservação de paisagens e de habitats com valor natural e ambiental, evidencia a importância de
compensar os agricultores da Região dos custos adicionais e da perda de rendimentos resultantes das
dificuldades e desvantagens.
No que se refere particularmente ao contributo para conservar ou promover sistemas agrícolas
sustentáveis, recorde‐se que os beneficiários desta Medida estão abrangidos pelo cumprimento das
Boas Práticas Agrícolas (BPA) e das Boas Condições Agrícolas e Ambientais (BCAA) e as explorações
estão limitadas a um encabeçamento praticado inferior ao dos sistemas de produção mais intensivos
(menos de 3,00 CN/ha de superfície forrageira) muito comuns na RA Açores.
Quanto ao contributo para manter a paisagem rural e melhorar o ambiente, da aplicação dos
compromissos específicos inerentes aos apoios da Medida 2.1. decorre a redução de impactos
ambientais negativos com origem agrícola e, assim, a melhor conservação dos solos e dos recursos
hídricos e a manutenção da paisagem (por via da manutenção dos sistemas produtivos).
Quanto ao objetivo de compensar as dificuldades naturais e sociais decorrentes do exercício da
atividade agrícola em zonas agrícolas desfavorecidas, assume particular importância nas Ilhas menos
desenvolvidas e, portanto, onde o risco do êxodo agrícola a rural tende a ser maior (Graciosa, Faial, Santa
Maria e Pico – de acordo com os dados do RA 2009, o número de explorações nestas ilhas diminuiu entre
56,2% e 39,8%, respectivamente, no período 1999‐2009).
Tendo em conta os resultados das entrevistas realizadas, as ajudas atribuídas no âmbito da Medida 2.1.
representam um contributo importante no rendimento das explorações agrícolas (aproximadamente
20%) e, assim, na manutenção da atividade e da população agrícola, sobretudo, nos territórios mais
frágeis do ponto de vista social e económico.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
A avaliação da aplicação desta medida mantém‐se globalmente positiva, tendo em atenção os objetivos
propostos, sobretudo, em termos de área a atingir, e o seu contributo para a manutenção de sistemas
agrícolas sustentáveis nas zonas desfavorecidas (adoção de boas práticas agrícolas, requisitos mínimos
relativos à utilização de adubos e produtos fitossanitários). O desempenho da Medida, em termos de
número de beneficiários, indica que a Medida não vai atinjir a meta delineada até ao fim da vigência do
Programa.
O principal motivo apontado para que essa situação ocorra tem origem na fraca adesão dos agricultores
não ATP, a qual se situou bastante abaixo das expectativas. Note‐se que o montante do apoio tem uma
redução de 40%, face ao valor atribuído aos agricultores a título principal (até ao limite de 20 ha de SAU),
quando têm de aplicar em toda a área da exploração as mesmas regras que os ATP.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
122
Quadro 70. Medida 2.1. Indicadores de realização
Descrição 2011 Total Meta Taxa de realização
Nº de explorações apoiadas em zonas com desvantagens naturais
3.877 3.962 5.000 – 7.500 79,2% ‐ 52,8%
Área agrícola apoiada em zonas com desvantagens naturais (ha)
78.289,57 83.348,41 80.000 – 120.000 104,2% ‐ 69,5%
Rede Natura n.d. 3% ‐ Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Quadro 71. Medida 2.1. Indicadores de resultado
Descrição 2011 Total Meta Taxa de realização
Área em que a gestão do espaço rural é bem sucedida (ha)
Aumento da biodiversidade n.d. Melhoria da qualidade da água n.d. Melhoria da qualidade do solo n.d. Evitar a marginalização e o abandono da terra 78.289,57 83.348,41 80.000 – 120.000 104,2% ‐ 69,5%
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Todavia, esta análise deve ter presente que, no período 1999‐2009, ocorreu uma diminuição importante
do número de explorações na RA Açores, o que, só por si, constitui uma contraposição ao esforço de
cumprimento da meta do número de explorações agrícolas. Não obstante, o número de explorações
beneficiárias tem‐se mantido estável, que corresponde a uma taxa de execução satisfatória, se for
corrigido o efeito do referido ajustamento estrutural.
Neste âmbito, a Equipa de Avaliação sugere o ajustamento da meta relativa ao número de explorações
apoiadas para 4.500 e da meta relativa à área agrícola apoiada para 90.000 ha.
Principais conclusões e perspectivas futuras
Neste contexto, é de salientar a adequação da Medida pois, além de não limitar o acesso unicamente aos
agricultores a título principal (ATP), discrimina positivamente as ajudas para as explorações de menor
dimensão e localizadas nas Ilhas com economias menos desenvolvidas. Esta regressividade da ajuda e
diferenciação entre as ilhas é considerada positiva, sendo que se deve manter para o próximo período de
programação. Quanto à diferenciação entre ATP e não ATP, a Equipa de Avaliação considera que deve
ser atenuada ou mesmo suprimida.
Os resultados da Avaliação da Medida 2.1. sugerem que a aplicação da Medida é coerente com os seus
objetivos e contempla um contributo médio para os mesmos. A aplicação da Medida surge, ainda,
associada ao objetivo da maior estabilidade do rendimento dos agricultores. Com efeito, este é um dos
motivos pelo qual os beneficiários aderem a este tipo de apoios.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
123
Em suma, os apoios veiculados através da Medida 2.1. irão contribuir para a conservação da paisagem
rural, para a manutenção ou promoção de sistemas de exploração agrícola sustentáveis e, ainda, embora
de forma residual, para a coesão social e territorial, reduzindo desigualdades e assimetrias de
rendimento entre os agricultores.
No tocante ao período 2014‐2020, a atual proposta de reforma baseia‐se na Comunicação sobre a PAC
no horizonte 202028, que delineou opções gerais para responder aos futuros desafios com que a
agricultura e as zonas rurais se defrontarão e para cumprir os objetivos estabelecidos para a PAC,
nomeadamente a gestão sustentável dos recursos naturais e ações climáticas. Neste contexto, a
Proposta de Regulamento FEADER integra os pagamentos destinados aos agricultores nas zonas sujeitas
a condicionantes naturais ou outras condicionantes específicas, devendo estes pagamentos contribuir
para a utilização continuada das terras agrícolas, a manutenção da paisagem rural e a conservação e
promoção de sistemas agrícolas sustentáveis. Ou seja, A estrutura dos apoios mantém‐se.
Para assegurar a eficácia deste apoio, os pagamentos deverão compensar os agricultores pela perda de
rendimentos e pelos custos adicionais resultantes das desvantagens da zona em questão, pelo que foram
definidos montantes que se encontram compreendidos entre 25€/ha (mínimo) e 300€/ha (máximo), de
acordo com o quadro seguinte.
Quadro 72. Pagamentos relativos a zonas sujeitas a condicionantes
naturais ou outras condicionantes específicas
Regulamentos relativos ao apoio ao desenvolvimento rural pelo FEADER
Regulamento 1698/2005
Proposta de Regulamento (12‐10‐2011)
Pagamento mínimo para compensação de desvantagens 25 25 Pagamento máximo para compensação de desvantagens nas zonas de montanha
250 300*
Pagamento máximo para zonas com outras desvantagens 150 250* * Estes montantes podem ser aumentados em casos excecionais, tendo em conta circunstâncias específicas a justificar nos programas de desenvolvimento rural.
Medida 2.2. Pagamentos Agro‐ambientais e Natura 2000
No âmbito do PRORURAL existe um conjunto de intervenções que estimulam uma maior consideração
pelo estado ambiental das explorações agrícolas e que apresentam maiores exigências no que respeita às
práticas agrícolas, designadamente, a Medida 2.2. Pagamentos Agro‐ambientais e Natura 2000. Esta
28 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões ‐ A PAC no horizonte 2020: Responder aos desafios do futuro em matéria de alimentação, recursos naturais e territoriais, COM(2010)672 final de 18.11.2010.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
124
Medida tem por objetivo principal fomentar métodos de produção agrícola destinados a proteger o
ambiente e a manter o espaço natural. Os respetivos objetivos operacionais são os seguintes:
promover formas de exploração das terras agrícolas compatíveis com a proteção e a melhoria do
ambiente, da paisagem e das suas características, dos recursos naturais, dos solos e da
diversidade genética;
incentivar uma extensificação da atividade agrícola e a manutenção de sistemas de pastagem
extensivo favoráveis ao ambiente;
contribuir para a conservação de espaços cultivados de grande valor natural que se encontrem
ameaçados;
permitir a preservação da paisagem e das características históricas e tradicionais nas terras
agrícolas;
fomentar a utilização do planeamento ambiental nas explorações agrícolas.
Ao longo do período de vigência do Programa, o número de pedidos de apoio tem vindo a aumentar
gradualmente (em 2011 registou‐se um aumento de 11%, face ao ano 2008), bem como a área abrangida,
embora com um aumento não tão expressivo (3,5%).
Figura 20. Medida 2.2. Pedidos de apoio rececionados, no período 2077‐2011
Nota: o número de cabeças normais da Intervenção Proteção da Raça Bobina Autóctone Ramo Grande não foi considerado. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
O aumento foi proporcionado por todas as intervenções, embora com um contributo maior da
Intervenção Manutenção da Extensificação da Produção Pecuária (MEPP). Todavia é de salientar o
crescimento do número de beneficiários da Intervenção Agricultura Biológica (AB), que duplicou desde
2009, embora ainda se situe muito abaixo das expectativas iniciais em termos de adesão.
41.758,5 41.769,5
42.271,9
43.211,9
2.143
2.252
2.314
2.381
2.000
2.050
2.100
2.150
2.200
2.250
2.300
2.350
2.400
41.000,0
41.500,0
42.000,0
42.500,0
43.000,0
43.500,0
Campanha 2008 Campanha 2009 Campanha 2010 Campanha 2011
Área N.º PA rececionados
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
125
De acordo com o Relatório de Execução do PRORURAL, na campanha de 2011 foi apoiado um total de
2.354 explorações agrícolas, distribuído pelas diferentes intervenções, conforme explicitado no quadro
seguinte.
Quadro 73. Medida 2.2. Explorações apoiadas, na Campanha de 2011
Intervenções Beneficiários
Área intervencionada
Montantes pagos
N.º % ha % € %
Ação 2.2.1. Promoção de modos de produção sustentáveis
1.590 67,5 41.257,26 98,6 5.877.615,23 92,5
Agricultura Biológica (AB) 33 1,4 237,96 0,6 44.138,74 0,7
Manutenção da Extensificação da Produção Pecuária (MEPP)
1.557 66,1 41.019,30 98,0 5.833.476,49 91,8
Proteção de Lagoas (PL) 0 0,0 0 0,0 0,00 0,0
Ação 2.2.2. Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
764 32,5 588,16 1,4 478.800,60 7,5
Conservação de Curraletas e Lagidos da Cultura da Vinha (CCLCV)
311 13,2 249,7 0,6 149.795,88 2,4
Conservação do Pomares Tradicionais dos Açores (CPT)
180 7,6 211,66 0,5 126.915,90 2,0
Conservação de Sebes Vivas para a Proteção de Culturas HortoFrutiFlorícolas, Plantas Aromáticas e Medicinais (CSV)
114 4,8 126,8 0,3 56.968,11 0,9
Proteção da Raça Autóctone Ramo Grande (PRARG)
159 6,8
‐ 145.120,71 2,3
Ação 2.2.3. Pagamentos Natura em terras agrícolas
0 0,0 0 0,0 0,00 0,0
Total 2.354 100,0 41.845,42 100,0 6.356.415,83 100,0
Notas: o número de cabeças normais da Intervenção Proteção da Raça Bobina Autóctone Ramo Grande não foi considerado; neste quadro não são considerados os montantes relativos a reembolsos/correções. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Da leitura do quadro conclui‐se que a relação de beneficiários em cada uma das intervenções mantém‐se
estável desde o início da vigência do Programa, com os pedidos de apoio a concentrarem‐se na
Intervenção MEPP e as Intervenções de âmbito estritamente ambiental – PL e Ação 2.2.3. – a terem uma
adesão nula.
No que respeita à distribuição regional dos apoios, evidenciam‐se os aspetos seguintes.
Agricultura biológica (AB): continua a estar circunscrita apenas às Ilhas de São Miguel, São Jorge e
Terceira, tendo crescido praticamente para o dobro em termos de número de beneficiários e de
área nas duas primeiras ilhas, face à Campanha anterior
Manutenção da Extensificação da Produção Pecuária (MEPP): concentração dos beneficiários nas
Ilhas de São Jorge e do Pico, tendo ocorrido um aumento de 12,3% de beneficiários nesta última
Ilha, face à Campanha no ano 2010. As ilhas de São Miguel e da Terceira, que têm sistemas de
produção mais intensivos, continuam a apresentar baixas taxas de adesão a esta intervenção (22
e 115 beneficiários, respectivamente).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
126
Conservação de Sebes Vivas para a Proteção de Culturas HortoFrutiFlorícolas, Plantas Aromáticas e
Medicinais (CSV) e Conservação do Pomares Tradicionais dos Açores (CPT): 84% e 92%, das
explorações beneficiárias destes apoios localizam‐se, respetivamente, nas Ilhas de São Miguel e
da Terceira.
Conservação de Curraletas e Lagidos da Cultura da Vinha (CCLCV): as explorações beneficiárias
destes apoios localizam‐se, sobretudo, na Ilha do Pico (71%) e na Ilha da Terceira (19%).
Protecção da Raça Autóctone Ramo Grande (PRARG): o efetivo apoiado da Raça Ramo Grande,
localiza‐se, em grande parte, nas Ilhas com maior vocação para a produção de carne ‐ São Jorge
(41%) e Faial (25,8%).
Trajetórias de concretização de resultados
O património da RA Açores contempla um nível elevado de elementos naturais, tornando‐se necessário
estabelecer mecanismos que atenuem as influências negativas da atividade agrícola sobre os recursos,
bem como que preservem a biodiversidade e os valores naturais e paisagísticos e que mantenham um
tecido económico e social ativo. Inerente a estas preocupações encontra‐se a manutenção da qualidade
da água e da qualidade dos solos. Neste sentido é fundamental incentivar comportamentos que
contribuam para a preservação da paisagem, dos recursos naturais e da biodiversidade, bem como para a
manutenção de sistemas de produção favoráveis ao ambiente.
Quanto à promoção de formas de exploração das terras agrícolas compatíveis com a proteção e a
melhoria do ambiente, da paisagem (tendo em conta as características históricas e tradicionais nas
terras agrícolas), dos solos e da diversidade genética, a Medida 2.2. tem contribuído para a conservação
de espaços cultivados de grande valor natural que se encontram ameaçados e para a conservação da
diversidade genética através das suas intervenções CSV, CPT e PRARG.
Quer as sebes vivas quer os pomares tradicionais são elementos da paisagem com grande especificidade
regional e acabam por constituir habitats naturais para muitas espécies da fauna natural da Região. Por
outro lado, estas Intervenções encerram apoios a modos de produção e sistemas produtivos que
assentam em práticas produtivas compatíveis com a conservação ambiental. A Intervenção PRARG tem
um papel crucial na preservação de recursos genéticos específicos da RA Açores, contribuindo, deste
modo, também para a melhoria da biodiversidade à escala regional.
No que toca ao objetivo de preservação dos recursos naturais, nomeadamente, nas lagoas e parcelas
privadas agrícolas inseridas em Sítios de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 (Intervenção PL
e Ação 2.2.3.), constata‐se que a adesão continua a ser nula, não existindo interesse por parte dos
potenciais beneficiários em implementar medidas com vista a manter o estado de conservação favorável
desses locais (a adesão às Intervenções implica uma redução drástica ou a ausência de pastoreio e a não
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
127
aplicação de adubos e tratamentos fitossanitários para diminuir os riscos da sua deterioração). Pelo que,
o contributo da Medida 2.2. para este objetivo é muito limitado.
No que se refere ao contributo para manter sistemas agrícolas favoráveis ao ambiente,
nomeadamente, em termos de qualidade dos solos, é assegurado, sobretudo, pelas condições de
elegibilidade que os beneficiários destes apoios têm de assegurar e respeitar. As Intervenções AB e MEPP
da Ação 2.2.1., pelos seus compromissos, têm potencialmente um maior contributo para este objetivo.
Não obstante, assinale‐se que quer a Intervenção AB, quer a Intervenção MEPP, têm uma
implementação no terreno que não lhes permite alcançar todo o seu potencial de contributos:
• A Intervenção AB pelo facto de o número de beneficiários ser residual em termos de número de
beneficiários (1,4%) e em termos de área abrangida (0,6%) no âmbito da Medida, todavia, em
linha com o baixíssimo número de explorações que envereda por este tipo de produção na RA
Açores (de acordo com o RA 2009, a RA Açores é a região do País com menor área de
agricultura biológica face à agricultura convencional, tendo sido registadas apenas 18
explorações com esse modo de produção).
• A Intervenção MEPP, porque a adesão não se faz representar onde teria maiores resultados,
tendo presente um dos seus objetivos principais: diminuição do encabeçamento pecuário. Com
efeito, a adesão mais baixa regista‐se precisamente nas ilhas onde persistem sistemas de
exploração animal mais intensivos, caso de São Miguel e da Terceira.
No que respeita ao contributo da Medida para fomentar a utilização do planeamento ambiental nas
explorações agrícolas, embora não se possa considerar um contributo direto da Medida 2.2., refira‐se
que grande parte dos produtores não tem presente este tipo de planeamento quando define a estratégia
para o desenvolvimento/funcionamento da exploração agrícola, não obstante, cerca de 14% das
explorações da RA Açores realizam análises ao solo (a média para Portugal é de apenas 8%). Estas
análises são importantes para conhecer o teor em matéria orgânica do solo, permitindo racionalizar a
incorporação de corretivos.
Em termos de proteção dos recursos água e solos, todas as Intervenções (exceto a PRARG) têm um
contributo mais ou menos forte para esse objetivo, através do incentivo à prática de modos e sistemas de
produção que estão comprometidos a utilizar quantidades reduzidas de factores de produção com
destaque para os fertilizantes químicos. Deste compromisso resulta uma menor agressão ao solo e aos
recursos aquíferos superficiais e subterrâneos. Refira‐se, ainda, que, na RA Açores, a estes sistemas de
produção encontram‐se associadas baixas mobilizações do solo, o que também contribui para preservar
o solo da sua degradação biofísica.
No geral considera‐se que os produtores agro‐pecuários que aderem a este tipo de Intervenções, têm
consciência que uma má utilização dos recursos, além de ter impactos negativos sobre o ambiente, afeta
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
128
a sustentabilidade da exploração. Todavia, grande parte dos beneficiários adere às Intervenções com
motivações diferentes – sobretudo associadas ao complemento/aumento do rendimento da exploração.
Grau de concretização dos indicadores de realização e de resultado
Tendo presente as dinâmicas de concretização dos indicadores de realização e de resultado, pode
concluir‐se pela sua disparidade, com Intervenções/Ações a ultrapassar largamente as metas previstas e
com Intervenções/Ações a ficar muito aquém das expectativas.
Quadro 74. Medida 2.2. Indicadores de realização física e de resultado
Indicadores de realização Total Meta Grau de concretização
(%)
N.º de explorações agrícolas apoiadas, por Ação Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis
1.582 1.500‐2.000 105,5‐79,1%
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
718 550‐750 130,5‐95,7%
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 100‐180 0%
Superfície apoiada, por ação (ha) Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis
41.073,24 32.000‐37.000
128,4‐111,0%
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
580,63 300‐380 193,5‐152,8%
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 280‐360 0%
Superfície líquida apoiada, por Ação (ha) Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis
41.073,24 30.000‐35.000
136,9‐117,4%
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
580,63 280‐360 207,4‐161,3%
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 0
N.º de contratos, por Ação Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis
n.d. 1.550‐2.050 ‐
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
n.d. 580‐780 ‐
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 300‐400 0%
N.º de Ações relativas a recursos genéticos, por Ação
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos
n.d. 200‐300 ‐
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 300‐400 0%
(continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
129
(cont.)
Indicadores de resultado Total Meta Grau de concretização
(%) Superfície em que a gestão do espaço rural contribui para a biodiversidade e a preservação de sistemas agrícolas (ha)
Ação 2.2.2 – Proteção da biodiversidade e dos valores naturais e paisagísticos (CCLCV; CSV, CPT)
588,2 300‐380 196‐154,8%
Ação 2.2.3 – Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas
0 280‐360 0%
Superfície em que a gestão do espaço rural contribui para a qualidade da água (ha) Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis (PL)
0 80‐100 0%
Superfície em que a gestão do espaço rural contribui para a qualidade dos solos (há) Ação 2.2.1. – Promoção de modos de produção sustentáveis (MEPP)
41.019,30 32.000‐37.000
128,2‐110,9%
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Da leitura do quadro, evidenciam‐se os aspetos seguintes, relativamente aos indicadores de execução
física:
• N.º de explorações apoiadas: embora a Ação 2.2.1. tenha alcançado a meta prevista, o seu grau
de abrangência ficou penalizado pela não adesão à Intervenção PL e à adesão aquém das
expectativas à Intervenção AB. No caso da Ação 2.2.2., o limite máximo da meta está a prestes
a ser alcançado, fruto da boa adesão às Intervenções, sobretudo, à Intervenção CCLCV. Em
contrapartida, a Ação 2.2.3. não teve qualquer adesão.
• Superfície apoiada: a meta foi largamente ultrapassada nos casos das Ações 2.2.1. e 2.2.2.,
sendo que deverá ser corrigida em conformidade.
No que respeita aos indicadores de resultado, destaca‐se um grau de concretização que ultrapassou as
expectativas iniciais, pelo que as metas deverão ser ajustadas em conformidade. A exceção faz‐se para a
Intervenção PL e para a Ação 2.2.3., as quais não tiveram qualquer adesão no período de implementação
do Programa, não se prevendo, no futuro próximo, que esta situação se inverta.
No caso da Intervenção PL, o principal motivo apresentados para a não adesão assenta na insuficiente
compensação pela perda do rendimento29, tendo em conta as exigências dos compromissos. No caso da
Ação 2.2.3. não foi, ainda, confirmado, pela Direção Regional do Ambiente a adequação das áreas
identificadas (SAU integrada em turfeiras altas ativas, turfeiras de cobertura e prados orófilos
macaronésicos) e, consequentemente, potenciais beneficiários.
Principais conclusões e perspectivas futuras
No geral considera‐se a Medida 2.2. tem contribuído medianamente para os seus objetivos, com exceção
dos objetivos associados à implementação das Ações estritamente ambientais (Intervenção Proteção das
29 A AG PRORURAL é sensível à falta de atratividade dos montantes dos apoios, não obstante, não há qualquer margem de manobre porque o nível dos apoios estão já no valor máximo definido pelo Regulamento FEADER.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
130
lagoas (PL) e Ação 2.2.3. Pagamentos Natura 2000 em terras agrícolas). Todavia, a percepção dos
agricultores face a este tipo de ajudas não está em total harmonia com natureza dos objetivos da Medida
(os beneficiários não conseguem dissociar‐se da dimensão rendimento), sobretudo, no caso, da
Intervenção MEPP.
Da aplicação da Medida 2.2. há, ainda, a salientar o contributo menos evidente da aplicação da
Intervenção MEPP, sobretudo pela sua aplicação em ilhas em que o menor nível de encabeçamento já é
uma realidade, situação que resulta dos valores unitários das ajudas serem pouco competitivos face à
alternativa de maior intensificação da produção.
De acordo com a Proposta de Regulamento FEADER, os apoios no âmbito das Medidas agro‐ambientais
e climáticas continuam a desempenhar um contributo relevante para o desenvolvimento sustentável das
zonais rurais e para a resposta à procura crescente de serviços ambientais por parte da sociedade.
Tendo presente a preparação do próximo período de programação, a Proposta de Regulamento FEADER
sugere uma continuidade dos apoios que incentivem a introdução ou manutenção de práticas agrícolas
que contribuam para a atenuação das alterações climáticas e que sejam compatíveis com a proteção e
melhoria do ambiente, da paisagem, dos recursos naturais, dos solos e da diversidade genética – à
semelhança dos objetivos do atual período de programação mas agora com uma maior ênfase à
preservação dos recursos genéticos na agricultura e às necessidades dos sistemas agrícolas de elevado
valor natural.
Para a implementação das Intervenções com estes objetivos, a Proposta de Regulamento FEADER
recomenda a manutenção do apoio ao mesmo nível do atual período de programação e utilizar, no
mínimo, 25 % da contribuição total do FEADER neste tipo de Medidas e na Medida relativa aos
pagamentos a favor das zonas sujeitas a condicionantes naturais ou outras condicionantes específicas.
Da análise da coerência e racionalidade da estrutura de Ações do atual período de programação decorre
a conformidade com os objetivos da Comissão Europeia para o período de programação 2014‐2020,
designadamente, no âmbito da gestão sustentável dos recursos naturais e ações climáticas. Não
obstante, e tendo em conta a experiência do PRORURAL, há que acautelar as dificuldades de
implementação das Intervenções que não estão associadas ao ato produtivo, ou seja, que tratam de
Intervenções de carácter estritamente ambiental (PL e Ação 2.2.3.).
No que respeita à Intervenção Manutenção da Extensificação da Produção Pecuária, embora a Avaliação
refira um contributo menos evidente para os seus objetivos devido ao facto da sua aplicação se dar
sobretudo em ilhas em que o menor nível de encabeçamento já é uma realidade, considera‐se que a
integração deste tipo de apoios no próximo período de programação é importante para manter os níveis
de encabeçamento pecuário, podendo existir um maior estímulo, p.e., por via do aumento do nível dos
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
131
apoios, nas Ilhas onde persistem sistemas de exploração animal mais intensivos, caso de São Miguel e da
Terceira.
Medida 2.4. Gestão do espaço florestal
A Medida 2.4 Gestão do espaço florestal, destinada à promoção da gestão sustentável das terras
florestais, é concretizada através de duas Ações: 2.4.1. Investimentos para a utilização sustentável de
terras florestais e 2.4.2 Valorização da utilização sustentável de terras florestais. Em termos gerais, esta
Medida visa contribuir para um correto ordenamento do território açoriano e para a proteção,
valorização e gestão dos seus recursos naturais.
Ação Tipologia dos apoios
2.4.1
Primeira Florestação de Terras Agrícolas
Primeira Instalação de Sistemas agro‐florestais
Primeira Florestação de Terras Não‐agrícolas
2.4.2
Pagamentos Natura 2000 em terras florestais
Pagamentos silvo‐ambientais
Apoio ao restabelecimento do potencial silvícola e à introdução de medidas de prevenção
Apoio a investimentos não produtivos
A Ação 2.4.1 registou alguma dinâmica em 2011 com a submissão de 4 novos projetos de investimento
para a Primeira Florestação das Terras Agrícolas. No total, foram rececionados 5 projetos, 4 localizados
na ilha de São Miguel (17,08 ha) e um na ilha do Pico (4,63 ha). Esta dinâmica resultou, em parte, do
empenho da DRRF na divulgação destes apoios.
Quadro 75. Medida 2.4. (Ação 2.4.1) – Projetos rececionados, aprovados e contratados, até 31/12/2011
PA Rececionados PA Aprovados PA Contratados
n.º PA
Área (ha)
Desp. Publica (€)
n.º PA
Área (ha)
Desp. Publica (€)
n.º PA
Área (ha)
Desp. Publica (€)
Total 5 21,70 130.324,11 4 17.02 117.588,06 4 17.02 117.588,06
Nota: O valor da despesa pública apresentado reporta‐se às ajudas ao investimento. Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Apesar da dinâmica registada em 2011, o cômputo global da Ação 2.4.1 caracteriza‐se por uma baixa
capacidade de absorção das ajudas, não tendo sido rececionado até final de 2011 qualquer projeto de
investimento para a florestação de terras não agrícolas ou para a instalação de sistemas agro‐florestais.
Neste âmbito, refira‐se que a DRRF tem a decorrer dois projetos de experimentação de instalação de
cortinas de abrigo nas ilhas da Graciosa e do Corvo, mas que provavelmente só produzirão efeitos no
estímulo à adesão dos potenciais beneficiários no próximo período de programação.
No final de 2011 contavam‐se 4 projetos de arborização aprovados, na ilha de São Miguel:
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
132
• 3 projetos de beneficiários privados: 4,83 ha; 18.308,35€ de Despesa Pública, onde está prevista a
instalação de povoamentos estremes de Criptoméria;
• 1 projecto de um organismo da Administração Pública Regional30: 12,25 ha; 99.279,71€ de
Despesa Pública, onde está prevista a instalação de um povoamento misto de Criptoméria, com
outras espécies resinosas, folhosas e endémicas, o âmbito da execução do Plano de
Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas31.
Em termos de execução financeira, não foram efetuados pagamentos na Ação 2.4.1., situação que
resultou do arranque tardio da Ação. Os pagamentos efetuados nesta Ação decorrem dos compromissos
transitados dos Reg. (CE) 2080/92 AÇORES e PDRu Açores ‐ Florestação de Terras Agrícolas.
A Ação 2.4.2 registou uma boa dinâmica de crescimento em 2011, fruto do trabalho de divulgação
dirigida e dos esclarecimentos prestados pelos técnicos da DRRF, tendo sido rececionados 7 PA, três
destinados aos Pagamentos Natura 2000 em Terras Florestais e quatro aos pagamentos silvo‐
ambientais. A dinâmica registada resultou num acréscimo de 505,55 ha, que permitiu quadruplicar a área
apoiada nesta Ação.
Quadro 76. Medida 2.4. (Ação 2.4.2.) – Projetos rececionados, aprovados e contratados, até 31/12/2011
Ação 2.4.2 PA Rececionados PA Aprovados
n.º PA
Área (ha)
Desp. Publica (€)
n.º PA
Área (ha)
Desp. Publica (€)
PNTF 8 237,75 47.550,00 8 237,75 47.550,00
PSA 6 390,81 78.162,00 6 390,81 78.162,00
Total 14 628,56 125.712,00 14 628,56 125.712,00
Nota: PNTF – Pagamentos Natura Terras Florestais; PSA – Pagamentos silvo‐ambientais. A Despesa Pública apresentada reporta‐se ao valor do prémio anual (200 €/ha). Fonte: DRRF, cálculo Equipa de Avaliação
Todos os Pedidos de Apoio apresentados foram aprovados em 2011, o que deixa antever a prioridade
atribuída a este tipo de projetos. Com efeito, a Equipa de Avaliação apurou que existe uma boa
articulação entre a DRRF e os serviços do Ambiente32 na emissão dos pareceres sobre as áreas
candidatadas para os Pagamentos Natura, o que permitiu um período curto da análise dos projetos.
As aprovações realizadas correspondem a um conjunto de prémios, cujos compromissos plurianuais
equivalem a 19% da repartição financeira indicativa dos Pagamentos Natura 2000 em Terras Florestais,
sendo que no caso dos Pagamentos silvo‐ambientais o valor indicativo é ultrapassado em 70%. O valor
global dos compromissos ascende a 585.142,00€, que representa 42% da dotação orçamental inscrita. 30 A SPRAçores, SA, devido ao seu estatuto de equiparação a organismo da Administração Pública Regional, recebe as ajudas ao investimento com comparticipação a 100%, não tendo direito aos prémios. 31 Este projeto constitui apenas 3% da área de 450 ha de terrenos agrícolas que está previsto arborizar no Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas. 32 O Plano de Intervenção Plurianual dos projetos apoiados em Rede Natura é aprovado pela SRAM.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
133
Quadro 77. Ação 2.4.2. Compromissos dos prémios plurianuais (pagamentos)
Tipologia Apoio Repartição indicativa Valores Aprovados Taxa compromisso
PNTF 223.390,00 € 1.176.471,00 € 19,0%
PSA 361.752,00 € 212.500,00 € 170,2%
TOTAL 585.142,00 €* 1.388.971,00 € 42,1%
Nota: PNTF – Pagamentos Natura Terras Florestais; PSA – Pagamentos silvo‐ambientais. * O valor apresentado foi calculado com base na estimativa de que os beneficiários mantêm as condições gerais de acesso e cumprem o plano de intervenção plurianual. Fonte: DRRF, cálculo Equipa de Avaliação
Das entrevistas realizadas foi identificado pela Equipa de Avaliação um constrangimento importante no
acesso a estes apoios: a falta de informação atualizada na caderneta predial relativa à ocupação do solo,
nomeadamente nas manchas de espécies endémicas ou de vegetação natural, cuja informação constitui
um dos elementos de verificação das condições de elegibilidade da área candidata.
Os PA aprovados na Ação 2.4.2 estão distribuídos por quatro ilhas, conforme se apresenta no quadro
seguinte. As ilhas de São Miguel e Terceira apresentam maior dinamismo, respetivamente, nos
Pagamentos Natura 2000 em Terras Florestais33 e nos Pagamentos silvo‐ambientais.
Quadro 78. Ação 2.4.2. Distribuição regional dos projetos aprovados
Apoio Flores Pico Terceira São Miguel Total RA Açores
PNTF ‐ 62,23 ha ‐ 175,52 ha 237,75 ha
PSA 54,82 ha ‐ 248,32 ha 87,67 ha 390,81 ha
Acumulado 54,82 ha 62,23 ha 248,32 ha 263,19 ha 628,56 ha
9% 10% 40% 42%
Fonte: DRRF, cálculo Equipa de Avaliação
No período em análise não foram apresentadas candidaturas para os apoios ao restabelecimento do
potencial silvícola e à introdução de medidas de prevenção, nem aos apoios a investimentos não
produtivos.
No que se refere à execução financeira, foram efetuados pagamentos dos prémios relativos à área
aprovada em 2010 (no valor de 11.187,00€), que corresponde a uma execução residual dos valores
inscritos no PRORURAL. Todavia, a dinâmica registada em 2011 permite estimar uma trajetória de
crescimento que justifica um reajustamento dos valores (e metas de execução física) respeitantes à
repartição financeira indicativa na Ação 2.4.2 e respetivos indicadores de realização.
33 A área apoiada na ilha de São Miguel insere‐se na Zona Especial de Conservação da Lagoa do Fogo, da Rede Natura 2000. Na ilha do Pico, os projetos apoiados situam‐se na ZPE da Zona Central do Pico.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
134
Quadro 79. Medida 2.4. Execução financeira até 31/12/2011, Despesa Pública
2007‐2011 Dotação financeira
Taxa execução
Ação 2.4.1 . (inclui compromissos transitados) 4.558.902,30 11.156.735 41%
Ação 2.4.2 11.187,00 1.184.441 1% Medida 2.4 4.570.089,30 12.941.176 39%
Fonte: Relatório de Execução do PRORURAL – 2011, AG PRORURAL, 2012.
Da análise efetuada é possível constatar que, para os produtores agro‐pecuários, os apoios concedidos
para a florestação no atual período de programação (ajuda ao investimento e o valor e duração dos
prémios), são considerados pouco estimulantes, face aos apoios que podem obter por outras vias,
designadamente, do setor leiteiro.
Assim, com o objetivo de aumentar a atratividade da Medida 2.4, em Dezembro de 2011, a Autoridade
de Gestão, concretizando a recomendação tecida em sede da Avaliação Intercalar, solicitou junto da
Comissão Europeia a alteração das condições de elegibilidade da Ação 2.4.1, com a redução das áreas
mínimas elegíveis para 0,5 hectare (proposta que foi aceite em Março de 2012). Na perspetiva da Equipa
de Avaliação, esta alteração irá aumentar a atratividade da Ação 2 junto de potenciais beneficiários,
todavia, com um impacto pouco significativo no aumento da área apoiada.
Trajetórias de concretização de resultados ‐ grau de concretização dos indicadores de resultado
A Ação 2.4.1 não apresenta ainda resultados, o que conjugado com a análise dos elementos de
enquadramento e de dinâmica desta Ação, conduzem a Equipa de Avaliação a encarar com grande
apreensão a capacidade de execução da meta prevista para a florestação e instalação de sistemas agro‐
florestais. A Ação 2.4.2, por seu turno, apresenta uma trajetória crescente, nomeadamente ao nível dos
pagamentos silvo‐ambientais, tendo ultrapassado em 2011 a meta fixada34.
O quadro seguinte apresenta o desempenho dos indicadores de resultado das Ações inscritas na Medida
2.4, que têm como objetivo quantificar a superfície em que a gestão do espaço rural é praticada com
êxito.
34 O projeto aprovado na ilha Terceira, na Área Protegida de Gestão de Recursos da Caldeira de Guilherme Moniz, de apoio à proteção de uma área de 213,25 ha de Matos macaronésicos (Erica azorica – um habitat prioritário para a conservação) com importância para a recarga do principal aquífero da cidade de Angra do Heroísmo, compreende 85% da meta de resultado físico (250 ha) e ultrapassa, ainda que ligeiramente, a meta de realização financeira.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
135
Quadro 80. Medida 2.4. Indicadores de resultado
Meta (ha) Realização (ha) Taxa (%)
Superfície em que a gestão do espaço rural é praticada com êxito (ha)
Ação 2.4.1 Investimentos para utilização sustentável de terras florestais
Apoio à primeira florestação de terras agrícolas 450 ‐ ‐
Apoio à 1ª implantação de sistemas agro‐florestais em terras agrícolas 25 ‐ ‐
Apoio à primeira florestação de terras não agrícolas 50 ‐ ‐
Ação 2.4.2 Valorização da utilização sustentável de terras florestais
Pagamentos Natura 2000 em terras florestais 1000‐1150 62,23 6,2 (5,4)
Pagamentos silvo‐ambientais 250 12,23 4,9
Apoio ao restabelecimento do potencial silvícola e introdução de medidas de prevenção
25 ‐ ‐
Apoio a investimentos não produtivos 250 ‐ ‐
Total Medida 2.4 2125 74,58 3,5
Fonte: DRRF, Cálculos Equipa de Avaliação
Principais conclusões e perspectivas futuras
As valências ambientais dos ecossistemas florestais dos Açores, nomeadamente daqueles constituídos
maioritariamente por espécies endémicas, têm registado uma valorização crescente quer no contexto
dos Parques Naturais de Ilhas, quer junto da sociedade civil, em resultado das ações de
divulgação/sensibilização desenvolvidas por parte da DRRF. Com esse propósito, em Março de 2012 foi
inaugurado o Viveiro Florestal de Espécies Endémicas da DRRF, localizado na ilha Terceira, onde também
está instalado um centro de divulgação.
A Medida 2.4 apresenta uma boa dinâmica e uma trajetória de desempenho positivo assente nos
resultados das aprovações da Ação 2.4.2. A florestação tem registado uma capacidade de atração
residual, que compromete as metas estabelecidas no PRORURAL relativas ao crescimento (e
diversificação) da floresta açoriana.
A execução nula dos investimentos contratados na Ação 2.4.1 registada no final de 2011 indicia que
existem condições para a libertação de fundos desta Ação para o reforço de Medidas que apresentam
maior dinâmica e capacidade de absorção dos apoios no seio do PRORURAL, nomeadamente a Medida
1.6. Na análise da Equipa de Avaliação, o desempenho futuro desta Ação depende fortemente da
iniciativa de florestação da empresa SPRAçores, SA (atual AZORINA, SA), nomeadamente na execução
do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas.
A Ação 2.4.2 está a recuperar do atraso da sua operacionalização (apenas em Maio de 2009) e tem
registado uma boa capacidade de adesão, podendo contribuir para a manter o estado de conservação
favorável de 628,56 ha de ecossistemas florestais naturais dos Açores, dos quais 237,75 ha estão inscritos
na Rede Natura 2000. Estes apoios, destinados à proteção, valorização e gestão dos recursos naturais,
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
136
apresentam um elevado potencial de crescimento, atendendo à ocupação expressiva da floresta natural
nos Açores e à trajetória de evolução demonstrada em 2010 e 2011.
Em termos futuros, e com vista à preparação do próximo período de programação 2014‐2020, tendo
presente o teor a proposta de regulamento do FEADER e na perspetiva dos apoios destinados à proteção
do ambiente e à conservação da natureza (pagamentos silvo‐ambientais e Natura 2000), a Equipa de
Avaliação considera ser recomendável proceder a uma melhor integração dos mesmos na ótica dos
impactos potenciais no território, ou seja, privilegiar a intervenção nas áreas protegidas, nas zonas
sensíveis para a conservação do solo e proteção dos recursos aquíferos e nas Áreas Florestais de Elevado
Valor a identificar no futuro PROF dos Açores, por forma a aumentar o valor ambiental dos ecossistemas
florestais, nomeadamente daqueles maioritariamente constituídos por espécies endémicas.
Numa perspetiva de inovação, será importante equacionar os apoios para a restauração/reabilitação dos
ecossistemas florestais naturais, nomeadamente em zonas degradadas pela presença de espécies
invasoras lenhosas, prioritárias para a intervenção a definir em sede do PROF Açores.
Ao nível dos apoios para as novas arborizações e para a instalação dos sistemas agro‐florestais, a Equipa
de Avaliação considera que será desejável a estruturação dos apoios com vista a melhor integrar as
expetativas e o potencial da expansão da área florestal na RA Açores em complementaridade com a
atividade agro‐pecuária. A introdução de ajudas forfetárias na florestação poderá ser uma solução
interessante para aumentar a atratividade destes apoios.
Por ultimo, será desejável estudar simplificações que permitam, por um lado, estimular a absorção dos
apoios por projetos de investimento de pequena dimensão (área compreendida entre 0,5 e 5 ha) e, por
outro lado, introduzir racionalidade nas ajudas em áreas de grande dimensão (p.e. prémios dos
pagamentos silvo‐ambientais e Natura 2000 em terras florestais).
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
137
4. RECOMENDAÇÕES
A formulação de Recomendações no âmbito desta Avaliação Contínua procura dar resposta a um
conjunto de domínios de preocupação fundamentais:
• Contribuir para uma trajectória de implementação/execução que salvaguarde o melhor
aproveitamento/absorção dos recursos financeiros disponíveis, tendo presente os objetivos
estratégicos associados aos Eixos de intervenções do Programa (interação positiva entre as
dimensões da competitividade das atividades das empresas, da sustentabilidade dos recursos e
do desenvolvimento dos territórios rurais);
• Contribuir para o ajustamento de metas e indicadores e metas, à luz dos resultados obtidos até
final de 2011.
• Contribuir para a criação de condições de adaptação dinâmica às orientações de política
resultantes do processo de revisão da PAC e da disponibilização da Proposta de Regulamento
FEADER, para o próximo período de programação.
Não obstante, tenha‐se em consideração que grande parte das recomendações efetuadas no âmbito da
Avaliação Intercalar, mantêm‐se válidas.
COMPONENTE DE INVESTIMENTO IMATERIAL
Medida 1.1. Formação Profissional e Ações de Informação
As metas e indicadores devem ser revistas por forma a refletir a nova estrutura da Medida
(agregação das duas Ações) e a sua dotação financeira.
A Medida está em condições de transferir verbas para Medidas com maior dinâmica em termos de
absorção de recursos financeiros.
Realizar um levantamento de necessidades de competências dinamicamente ajustadas às
perspectivas de reestruturação económica das explorações agro‐pecuárias e das empresas do
sector primário da Região, bem como à evolução das atribuições, competências e padrão de
serviços assegurado pelos técnicos dos organismos regionais que apoiam os agricultores e agentes
dos espaços rurais nas diversas Ilhas:
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
138
Organizar materiais valorizando as dimensões de qualidade do ciclo formativo (articulação com projetos de investimento; envolvimento das Associações de Agricultores; articulação com necessidades de gestão de cooperativas e associações; etc.).
Estimular o investimento na formação e informação em domínios técnicos especializados, orientando (via critérios de seleção) as ajudas previstas na Medida, para áreas produtivas prioritárias.
Valorizar os critérios de selecção de modo a potenciar os resultados e efeitos das ações que remetem para a qualidade e inovação e para competências técnicas especializadas e isolando um sub‐critério que ventile a articulação da formação com projectos de modernização das explorações (com ponderação semelhante ao que valoriza a formação ligada às ajudas à 1ª instalação).
Medida 1.4. Serviços de gestão e aconselhamento
Apoiar as entidades beneficiárias por forma a que se estruturem e que sejam reconhecidas para
prestar serviços de aconselhamento agrícola e florestal aos agricultores e produtores florestais.
Sensibilizar dos agricultores e produtores florestais para a utilização dos serviços de
aconselhamento agrícola e florestal, alertando‐os para a importância do cumprimento dos
requisitos da condicionalidade e para o impacto que isso poderá ter na gestão sustentável e no
desempenho das explorações.
Transferi a dotação financeira em excesso para outras Medidas onde se justifica um reforço devido
aos elevados níveis de compromisso e de pedidos de apoio em ‘carteira’.
Rever as metas definhadas em sede de programação, relativa ao número de serviços de
aconselhamento florestal criados e número de utilizadores previsto para esses serviços.
COMPONENTE DE INVESTIMENTO MATERIAL
Medida 1.2. Instalação de Jovens Agricultores
Ajustar indicadores e metas, tendo presente o desempenho da Medida até ao final de 2011.
Assegurar os montantes financeiros necessários para apoiar a instalação de jovens agricultores e
os projetos de investimento associados a essas instalações, até ao final da vigência do Programa.
Medida 1.3. Reforma Antecipada
Suprimir as ajudas destinadas aos trabalhadores agrícolas, tendo em conta que esta categoria tem
uma expressão nula.
Rever os indicadores de realização e respectivas metas.
Quantificar o acréscimo de VAB que se pretende alcançar através dos apoios da Medida.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
139
Desenvolver uma avaliação específica sobre os resultados históricos da Medida Reforma
Antecipada, tendo por base a possível necessidade de fundamentar a integração deste tipo de
apoios no próximo período de programação.
Medida 1.5. Modernização das Explorações Agrícolas
Destinar um reforço financeiro adicional (para além do que foi efetuado no início de 2012), com
recurso às dotações financeiras de Medidas com menor capacidade de execução.
Rever as metas dos indicadores de realização.
Discriminar positivamente projetos que assegurem a diversificação de atividades, as questões
ambientais e de bem‐estar animal e as questões ligadas à melhoria da qualidade dos produtos.
Assegurar ajudas para projetos de investimento de jovens que se instalam no sector com os apoios
do PRORURAL (articulação com a Medida 1.2.).
Medida 1.6. Melhoria do Valor Económico das Florestas
Reforçar financeiramente a Medida, para manter o seu bom desempenho.
Ajustar as metas dos indicadores de realização e de resultado.
Quantificar o acréscimo de VAB que se pretende alcançar através dos apoios da Medida.
Medida 1.7. Aumento do valor dos produtos agrícolas e florestais
Acautelar a existência de coerência entre a capacidade produtiva a instalar, os recursos e as
necessidades existentes, evitando a aprovação de projetos sobredimensionados.
Assegurar mecanismos que permitam aferir os resultados reais dos projetos de investimento
através da solicitação de informação adicional ao beneficiário um ano após a conclusão do projeto.
Rever e aumentar o número de indicadores de resultado e de indicadores específicos,
nomeadamente explicitando qual o valor de referência para a meta definida e incluindo
indicadores que reflitam os diversos sectores apoiados e os objetivos da Medida.
Reforçar financeiramente a Medida, para apoiar projetos já aprovados.
Medida 1. 11. Melhoria e desenvolvimento das infraestruturas
Confirmar com a DRRF o interesse da criação do centro de produção em massa de espécies
florestais. Caso este projeto não avance, as verbas afetas à Ação 1.11.5. deverão ser canalizadas
para outras Medidas que se encontram já esgotadas ou com poucos recursos financeiros.
Discutir com o IROA, S.A. a possibilidade de desenvolver uma metodologia adequada para calcular
o indicador “Acréscimo do VAB nas explorações apoiadas”; esta recomendação pressupõe que a
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
140
Memória Descritiva dos projetos contemple dados concretos sobre os resultados dos
investimentos em infraestruturas nas explorações agrícolas.
Rever as metas definidas em termos de indicadores de resultado e de indicadores específicos.
Eixos 3 e 4
Fazer um balanço no sentido de desencadear procedimentos de reprogramação das dotações
orçamentais entre ELD, até ao 3º trimestre de 2012.
Reforçar do trabalho de sensibilização para o investimento sobretudo nas Ações de ambas as
Medidas com menor dinâmica de adesão, procurando evidenciar a importância dos projetos no
quadro da valorização dos recursos locais e a existência de oportunidades económicas. Este
reforço deve ter por base um Estudo de Oportunidades Económicas e de Investimento/Negócio
em Meio Rural e identificação de necessidades de competências ajustadas ao aproveitamento
dessas oportunidades;
Reforçar a sensibilização das Autarquias Locais na óptica da dinamização de serviços de interesse
colectivo nas aldeias e freguesias, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos residentes e
atrair visitantes (nas vertentes de preservação/valorização do património rural);
Melhorar a regularidade e a qualidade dos instrumentos de suporte às visitas de acompanhamento
dos projetos em execução de modo a contribuir para a correção atempada de desvios.
COMPONENTE DE APOIO À CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE E DA BIODIVERSIDADE
Medida 2.1. Manutenção da Atividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas
Aumentar a ajuda a atribuir aos agricultores a tempo parcial, a fim de captar a adesão deste tipo
de agricultores à Medida, potenciando a aplicação da Medida.
Medida 2.2. Pagamentos Agro‐ambientais e Natura 2000
Identificar eventuais constrangimentos à expansão da Agricultura Biológica às restantes Ilhas, e
fomentar a adesão à Intervenção nas Ilhas onde não se registam beneficiários.
Criar iniciativas orientadas para o acompanhamento das explorações agrícolas beneficiárias, por
parte dos Serviços Regionais, no sentido de monitorizar as práticas agrícolas e respectivo impacte
ambiental.
Rever a definição dos habitats e confirmar a presença de unidades produtivas no âmbito da Acção
2.2.3. Pagamentos Rede Natura 2000, permitindo concentrar esforços para a adesão a esta Acção.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
141
Medida 2.4. Gestão do espaço florestal
Transferir verbas da Ação 2.4.1 para reforço da Medida 1.6 Melhoria do Valor Económico da
Floresta, em pelo menos 1.000.000 euros FEADER;
Estabelecer a figura do “projeto de investimento simplificado” para as candidaturas à Ação 2.4.1
de dimensão inferior a um hectare, à semelhança do anterior QCA (PDRu Açores).;
Intensificar a divulgação da redução da área mínima para 0,5 há, no caso da florestação;
Rever as metas dos indicadores de realização e resultado na Ação 2.4.2;
Simplificar os critérios de elegibilidade dos terrenos para acessos aos apoios na Ação 2.4.2;
Promover a execução dos Planos de Gestão de Sítios Classificados da Rede Natura 2000.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
143
ANEXOS
ANEXO 1. PEDIDOS DE APOIO RECEPCIONADOS, APROVADOS E CONTRATADOS, NO ÂMBITO DAS MEDIDAS
DE INVESTIMENTO, ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2011
Medidas e Ações Projetos recepcionados Projetos aprovados Projetos contratados
N.º Euros N.º Euros N.º Euros
Eixo 1. Aumento da Competitividade do Sector Agrícola e Florestal
1.828 232.361.560,44 1.050 124.227.815,79 1.022 122.403.849,55
1.1. Formação profissional e ações de informação
1 32.302,39
1.1.1. Formação profissional 1 32.302,39
1.2. Instalação de Jovens Agricultores 205 7.462.500,00 107 3.902.500,00 107 3.902.500,00 1.3. Reforma Antecipada 163 9.773.772,52 79 5.515.027,56 82 5.727.681,50
1.4. Serviços de gestão e aconselhamento 7 1.385.959,71 3 579.239,00 2 488.032,10
1.4.1. Serviços de gestão e aconselhamento agrícola
6 1.294.752,38 2 488.032,10 2 488.032,10
1.4.2. Serviços de aconselhamento florestal
1 91.207,33 1 91.207,33
1.5. Modernização das Explorações Agrícolas 1.175 74.616.775,43 709 36.064.792,42 683 34.736.881,38 1.6. Melhoria do Valor Económico das Florestas
80 3.620.926,52 65 3.060.559,15 64 3.056.032,52
1.7. Aumento do Valor dos Produtos Agrícolas e Florestais
40 104.933.712,19 22 53.559.259,12 19 52.946.283,51
1.11. Melhoria e Desenvolvimento de Infra‐estruturas
157 30.535.611,68 65 21.546.438,54 65 21.546.438,54
1.11.1. Caminhos Agrícolas e Rurais 43 12.722.105,87 27 11.457.532,83 27 11.457.532,83 1.11.2. Abastecimento de Água às Explorações Agrícolas
79 16.159.335,04 34 9.701.951,82 34 9.701.951,82
1.11.3. Abastecimento de energia eléctrica às explorações agrícolas
32 1.620.118,97 4 386.953,89 4 386.953,89
1.11.4. Ordenamento agrário e estruturação fundiária
3 34.051,80
Eixo 2. Melhoria do Ambiente e da Paisagem Rural
5 130.324,11 4 117.588,06 4 117.588,06
2.4. Gestão do espaço florestal 5 130.324,11 4 117.588,06 4 117.588,06 2.4.1. Investimentos para utilização sustentável das terras florestais
5 130.324,11 4 117.588,06 4 117.588,06
Eixo 3. Qualidade de Vida nas Zonas Rurais e Diversificação da Economia
244 9.045.051,84 167 5.918.203,19 155 5.528.824,71
3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
111 5.069.943,42 68 3.000.303,17 63 2.826.624,91
3.1.1. Diversificação das Explorações para Actividades não Agrícolas
12 979.213,89 6 443.327,75 6 443.327,75
3.1.2. Criação e Desenvolvimento de Microempresas
87 3.739.650,51 54 2.268.891,05 49 2.095.212,79
3.1.3. Incentivos a Actividades Turísticas e de Lazer no Espaço Rural
12 351.079,02 8 288.084,37 8 288.084,37
(continua)
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
144
(cont.)
Medidas e Ações Projetos recepcionados Projetos aprovados Projetos contratados
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais
133 3.975.108,42 99 2.917.900,02 92 2.702.199,80
3.2.1. Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais
40 1.272.147,63 27 801.152,35 25 777.381,17
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural
93 2.702.960,79 72 2.116.747,67 67 1.924.818,63
Eixo 4. Abordagem LEADER 14 3.621.719,06 14 3.621.719,06 13 3.576.369,55 4.3. Funcionamento dos GAL, Aquisição de Competências e Animação dos Territórios
14 3.621.719,06 14 3.621.719,06 13 3.576.369,55
Eixo 5. Assistência Técnica 5 1.270.614,85 3 1.143.712,23 3 1.143.712,23 5.1. Assistência Técnica 5 1.270.614,85 3 1.143.712,23 3 1.143.712,23 TOTAL 2.096 246.429.270,30 1.238 135.029.038,33 1.197 132.770.344,10
Fonte: SiRURAL, 2012 Nota: o quadro não contém elementos sobre as Medidas do Eixo 2 (com excepção da Medida 2.4.), dado o facto de essa informação não ter sido atempadamente disponibilizada pelo IFAP. Não foram considerados os compromissos transitados.
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AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
145
ANEXO 2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL AGRÁRIA PROMOVIDA E ORGANIZADA PELA DRDA NO PERÍODO
2009‐2011
Cursos Nº
Cursos Nº
formandos Abrangidos
Investimento Euros %
Inseminação Artificial em Bovinos (Agentes Públicos) 1 13 37.804,77 4,11 Agricultura Biológica Geral (Programa CGADR) 1 14 11.856,00 1,29 Agricultura em Modo de Produção Biológico 2 51 8.580,00 0,93 Alimentação e Maneio de Bovinos 1 17 3.620,34 0,39 Análise de Parâmetros na Produção de Bovinos de Carne 1 12 3.089,15 0,34 Apicultura 1 14 23.614,66 2,57 Iniciação à Apicultura 1 17 19.701,55 2,14 Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos 65 1064 352.281,37 38,34 Bovinicultura de Carne (FB) 3 41 32.443,28 3,53 Bovinicultura de Leite 4 59 7.761,71 0,84 Compostagem em Agricultura Biológica 1 15 1.201,99 0,13 Contabilidade e Gestão da Empresa Agrícola 3 40 29.427,05 3,20 Criação de Rainhas em Apicultura 1 11 2.250,35 0,24 Cultura da Macieira 1 14 2.880,45 0,31 Cultura do Kiwi 1 13 2.444,96 0,27 Emparelhamento em Bovinos Leiteiros 2 36 4.904,22 0,53 Exame Inicial de Caça Menor abatida em zonas de Caça 1 14 14.872,73 1,62 Fertilidade do Solo e Fertilizantes 1 10 2.552,28 0,28 Fertilidade do Solo e Fertilizantes ‐ HortoFrutiFloricultura 1 13 4.781,92 0,52 Floricultura (FB) 1 11 8.119,38 0,88 Formação Base em Bovinicultura de Leite 5 70 45.339,32 4,93 Formação Geral de Agricultura 15 250 107.403,00 11,69 Fruticultura Geral 2 58 5.101,49 0,56 Horticultura (FB) 7 104 73.248,01 7,97 Informática – Windows XP + Word+ Excel+Internet 7 80 26.188,33 2,85 Inseminação Artificial de Bovinos em Sub‐Centros Particulares 1 11 7.313,47 0,80 Introdução à Enologia 1 14 1.607,59 0,17 Introdução à Vitivinicultura 1 15 1.677,62 0,18 Maneio em Bovinos e Transferência de embriões 2 36 10.377,14 1,13 Mecanização Agrícola 2 26 22.621,00 2,46 Plantas Aromáticas e Medicinais 1 16 3.002,25 0,33 Poda em fruteiras 1 50 4.576,00 0,50 Preparação de Animais para Concursos 2 28 5.223,67 0,57 Preparação de Animais para Concursos da Raça Holstein‐Frísia 4 73 22.807,06 2,48 Produção e Conservação de Forragens 1 16 4.338,59 0,47 Reprodução Animal 1 17 3.852,16 0,42
Fonte: DRDA.
Avaliação Contínua do PRORURAL 2007‐2013
AVALIAÇÃO CONTÍNUA 2012
147
ANEXO 3. PEDIDOS DE APOIO APROVADOS POR GAL – DESPESA PÚBLICA, POR MEDIDA
Medida GAL Programado (2007‐2013)
Aprovado (até 31‐12‐
2011)
Taxa de Compromisso (Aprov/Prog)
3.1.1. Diversificação de atividades não agrícolas na exploração
ARDE 352.941,17 0 0,0
ASDEPR 172.352,94 0 0,0
GRATER 672.270,56 389.094,85 57,9
ADELIAÇOR 352.941,25 54.232,91 15,4
3.1.2. Criação e desenvolvimento de microempresas
ARDE 911.764,68 84.296,56 9,2
ASDEPR 747.647,05 287.163,31 38,4
GRATER 1.925.857,06 1.317.867,32 68,4
ADELIAÇOR 911.764,75 476.898,64 52,3
3.1.3. Incentivo a atividades turísticas e de lazer no espaço rural
ARDE 529.411,72 30.572,05 5,8
ASDEPR 434.117,60 55.125,16 12,7
GRATER 348.799,97 79.032,20 22,7
ADELIAÇOR 529.411,75 123.354,94 23,3
3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural
ARDE 1.794.117,57 114.868,61 6,4
ASDEPR 1.354.117,59 342.288,47 25,3
GRATER 2.946.927,59 1.785.994,37 60,6
ADELIAÇOR 1.794.117,75 654.486,49 36,5
3.2.1. Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais (LEADER)
ARDE 944.541,66 169.640,47 18,0
ASDEPR 1.218.070,99 423.668,56 34,8
GRATER 378.067,19 160.598,21 42,5
ADELIAÇOR 944.541,75 37.811,61 4,0
3.2.1. Serviços Básicos para a Economia e Populações Rurais (SRAF)
‐ 4.379.864 0 0,0
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural (LEADER)
ARDE 1.385.718,20 185.113,63 13,4
ASDEPR 1.552.188,79 231.237,90 14,9
GRATER 799.382,42 325.630,08 40,7
ADELIAÇOR 1.385.718,25 315.220,82 22,7
3.2.2. Conservação e Valorização do Património Rural (SRAF)
‐ 5.882.353 997.087,09 17,0
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais (LEADER)
ARDE 2.330.259,86 354.754,10 15,2
ASDEPR 2.770.259,78 654.906,46 23,6
GRATER 1.177.449,61 486.228,29 41,3
ADELIAÇOR 2.330.260,00 353.032,43 15,1
3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais (SRAF)
‐ 5.882.353 997.087,09 17,0
3. Qualidade de Vida das Zonas Rurais e Diversificação da Economia Rural
ARDE 4.124.377,43 469.622,71 11,4
ASDEPR 4.124.377,37 997.194,93 24,2
GRATER 4.124.377,20 2.272.222,66 55,1
ADELIAÇOR 4.124.377,75 1.007.518,92 24,4
SRAF 5.882.353 997.087,09 17,0
Fonte: Relatórios de Execução dos GAL; e Relatório de Execução PRORURAL, 2011.