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DOCUMENTO 778 Rev Port Clin Geral 2007;23:778-98 E. Privacidade e confidencialidade 1. Pacientes e participantes nos estudos 2. Autores e revisores F. Protecção de seres humanos e animais na inves- tigação III. Questões editoriais e de publicação relacionadas com a publicação em revistas biomédicas A. Obrigação de publicar estudos negativos B. Correcções, retractações e «manifestações de preo- cupação» C. Direitos de autor D. Publicações repetidas 1. Apresentação duplicada 2. Publicação redundante 3. Publicação secundária aceitável 4. Manuscritos concorrentes baseados no mesmo estudo a. Diferenças na análise ou interpretação b. Diferenças nos métodos ou resultados apre- sentados 5. Manuscritos concorrentes baseados na mes- ma base de dados E. Correspondência F. Suplementos, números temáticos e séries especiais G. Publicação electrónica H. Publicidade I. Revistas médicas e os meios de comunicação gene- ralistas J. Obrigação de registo de ensaios clínicos IV. Preparação e apresentação dos manuscritos A. Preparação de um manuscrito para apresentação a revistas biomédicas Requisitos uniformes para manuscritos submetidos a revistas biomédicas: escrever e editar para publicação biomédica COMISSÃO INTERNACIONAL DE EDITORES DE REVISTAS MÉDICAS/INTERNATIONAL COMMITTEE OF MEDICAL JOURNAL EDITORS* I. Declaração de intenção A. Sobre os Requisitos Uniformes B. Utilizadores potenciais dos Requisitos Uniformes C. Como usar os Requisitos Uniformes II. Considerações éticas na condução e apresentação de trabalhos de investigação A. Autoria e colaboração 1. Autores 2. Colaboradores listados nos agradecimentos B. Edição 1. O papel do editor 2. Liberdade editorial C. Revisão por pares D. Conflitos de interesse 1. Potenciais conflitos de interesse relacionados com compromissos individuais dos autores 2. Potenciais conflitos de interesse relacionados com o apoio a um projecto 3. Potenciais conflitos de interesse relacionados com compromissos de editores, colaboradores ou revisores * Nota dos tradutores: Esta é uma tradução para português dos Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, do International Committee of Medical Journal Editors. Os Editores da Revista Portuguesa de Clínica Geral prepararam esta tradução, por intermédio de Manuel Montenegro e Jaime Correia de Sousa. Este trabalho foi extremamente facilitado pelos comentários feitos por Armando Brito de Sá, a quem se agradece a colaboração. Os tradutores optaram por, na ausência de um consenso na bibliografia sobre a melhor tradução para português de alguns termos técnicos e no interesse da simplificação, manter o latinismo media e os anglicismos website e link, utilizados e entendidos correntemente em Portugal. A citação desta tradução portuguesa deve ser feita através da seguinte referência: Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas. Requisitos uniformes para manuscritos submetidos a revistas médicas. Rev Port Clin Geral 2007 Nov-Dez; 27 (6): 778-98. Este documento está alojado em: http://infoscopio.wordpress.com/documentos

Requisitos uniformes para manuscritos submetidos a ... · reuniu informalmente em Vancouver, ... (Canadá), em 1978, para fixar as normas para a forma-tação de manuscritos propostos

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DOCUMENTO

778 Rev Port Clin Geral 2007;23:778-98

E. Privacidade e confidencialidade1. Pacientes e participantes nos estudos2. Autores e revisores

F. Protecção de seres humanos e animais na inves-tigação

III. Questões editoriais e de publicação relacionadascom a publicação em revistas biomédicas

A. Obrigação de publicar estudos negativosB. Correcções, retractações e «manifestações de preo-

cupação»C. Direitos de autorD. Publicações repetidas

1. Apresentação duplicada2. Publicação redundante3. Publicação secundária aceitável4. Manuscritos concorrentes baseados no

mesmo estudoa. Diferenças na análise ou interpretaçãob. Diferenças nos métodos ou resultados apre-

sentados5. Manuscritos concorrentes baseados na mes-

ma base de dadosE. CorrespondênciaF. Suplementos, números temáticos e séries especiaisG. Publicação electrónicaH. PublicidadeI. Revistas médicas e os meios de comunicação gene-

ralistasJ. Obrigação de registo de ensaios clínicos

IV. Preparação e apresentação dos manuscritosA. Preparação de um manuscrito para apresentação

a revistas biomédicas

Requisitos uniformes para manuscritos submetidos arevistas biomédicas: escrever e

editar para publicação biomédicaCOMISSÃO INTERNACIONAL DE EDITORES DE REVISTAS MÉDICAS/INTERNATIONAL

COMMITTEE OF MEDICAL JOURNAL EDITORS*

I. Declaração de intençãoA. Sobre os Requisitos UniformesB. Utilizadores potenciais dos Requisitos UniformesC. Como usar os Requisitos Uniformes

II. Considerações éticas na condução e apresentação de trabalhos de investigação

A. Autoria e colaboração1. Autores2. Colaboradores listados nos agradecimentos

B. Edição1. O papel do editor2. Liberdade editorial

C. Revisão por paresD. Conflitos de interesse

1. Potenciais conflitos de interesse relacionadoscom compromissos individuais dos autores

2. Potenciais conflitos de interesse relacionadoscom o apoio a um projecto

3. Potenciais conflitos de interesse relacionadoscom compromissos de editores, colaboradoresou revisores

*Nota dos tradutores: Esta é uma tradução para português dos UniformRequirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals,

do International Committee of Medical Journal Editors. Os Editores da Revista Portuguesa de Clínica Geral prepararam esta tradução,

por intermédio de Manuel Montenegro e Jaime Correia de Sousa. Este trabalho foi extremamente facilitado pelos comentários feitos

por Armando Brito de Sá, a quem se agradece a colaboração.Os tradutores optaram por, na ausência de um consenso na bibliografiasobre a melhor tradução para português de alguns termos técnicos e no

interesse da simplificação, manter o latinismo media e os anglicismoswebsite e link, utilizados e entendidos correntemente em Portugal.

A citação desta tradução portuguesa deve ser feita através da seguintereferência: Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas.

Requisitos uniformes para manuscritos submetidos a revistas médicas. Rev Port Clin Geral 2007 Nov-Dez; 27 (6): 778-98.

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1.a. Princípios geraisb. Recomendações para relatórios de dese-

nhos de estudo específicos2. Página de título3. Página de notificação de conflitos de interesse4. Resumos e palavras-chave5. Introdução6. Métodos

a. Selecção e descrição dos participantesb. Informação técnicac. Estatísticas

7. Resultados8. Discussão9. Referências

a. Considerações gerais sobre as referênciasb. Estilo e formato das referências

10. Quadros11. Ilustrações (figuras)12. Legendas das ilustrações (figuras)13. Unidades de medida14. Abreviaturas e símbolos

B. Envio do manuscrito à revista

V. ReferênciasA. Referências impressas citadas neste documentoB. Outras fontes de informação relacionadas com re-

vistas biomédicas

VI. Sobre o Comité Internacional de Editores deRevistas Médicas

VII. Autores dos Requisitos Uniformes

VIII. Uso, distribuição e tradução dos RequisitosUniformes

IX. Informações

.....................................................................................

I. Declaração de IntençãoI. A. Sobre os Requisitos UniformesUm pequeno número de editores de revistas médicasreuniu informalmente em Vancouver, British Columbia(Canadá), em 1978, para fixar as normas para a forma-tação de manuscritos propostos para publicação nassuas revistas. Este grupo ficou conhecido como o Gru-po de Vancouver. Os seus requisitos para manuscritos,

incluindo formatos para referências bibliográficas desen-volvidos pela National Library of Medicine (NLM) dos Es-tados Unidos da América, foram publicados pela primei-ra vez em 1979. O Grupo de Vancouver alargou-se e evo-luiu para a Comissão Internacional de Editores de Re-vistas Médicas/International Committee of MedicalJournal Editors (ICMJE), que reúne anualmente. OICMJE aumentou gradualmente a sua área de interes-ses, de modo a incluir os princípios éticos relacionadoscom a publicação em revistas biomédicas.

O ICMJE produziu múltiplas edições dos RequisitosUniformes para Manuscritos Submetidos a Revistas Bi-omédicas. Ao longo do tempo, foram sendo abordadosassuntos que vão para além da simples preparação demanuscritos, resultando no desenvolvimento de um con-junto de Requisitos Separados sobre política editorial. Odocumento completo dos Requisitos Uniformes foi revis-to em 1997; algumas secções foram actualizadas emMaio de 1999 e Maio de 2000. Em Maio de 2001, oICMJE reviu as secções relacionadas com potencial con-flito de interesse. Em 2003, a comissão reviu e reorga-nizou o documento completo e incorporou os RequisitosSeparados no texto. Esta revisão foi preparada em 2005.

O conteúdo total dos Requisitos Uniformes para Ma-nuscritos Submetidos a Revistas Biomédicas pode serreproduzido para fins educacionais, não-lucrativos, sempreocupação com os direitos de autor; a comissão en-coraja a distribuição do material.

Às revistas que aceitem usar os Requisitos Uniformespede-se que o indiquem nas suas instruções aos auto-res e que citem esta versão. As revistas que queiram serlistadas em http://www.icmje.org como uma publica-ção que segue os Requisitos Uniformes devem contac-tar o secretariado do ICMJE.

O ICMJE é um pequeno grupo de trabalho de revis-tas médicas generalistas, não uma organização de par-ticipação aberta. Ocasionalmente, o ICMJE convidaránovos membros ou convidados, quando sentir que umanova revista ou organização poderá oferecer uma novaperspectiva necessária, ainda não disponível na comis-são existente. Organizações abertas à inclusão de mem-bros para editores e outros profissionais de publicaçõesbiomédicas incluem a World Association of Medical Edi-tors (http://www.wame.org) e o Council of Science Edi-tors (http://www.councilscienceeditors.org).

I. B. Utilizadores potenciais dos Requisitos UniformesO ICMJE criou os Requisitos Uniformes acima de tudopara ajudar autores e editores na sua tarefa mútua decriar e distribuir relatos precisos, claros e facilmente

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acessíveis de estudos biomédicos. As secções iniciais tra-tam dos princípios éticos relacionados com os proces-sos de avaliação, melhoria e publicação de manuscritosem revistas biomédicas e com as relações entre edito-res e autores, revisores e os media. As últimas secçõestratam dos aspectos mais técnicos de preparação esubmissão de manuscritos. O ICMJE acredita que o do-cumento como um todo é relevante tanto para as pre-ocupações dos autores quanto dos editores.

Os Requisitos Uniformes podem oferecer a muitos ou-tros públicos interessados – revisores, editoras, media, pa-cientes e suas famílias e leitores em geral – conhecimen-tos úteis sobre o processo de escrita e edição biomédica.

I. C. Como usar os Requisitos UniformesOs Requisitos Uniformes estabelecem os princípios éti-cos na condução e no relato de investigação e fornecemrecomendações relacionadas com elementos específi-cos da edição e escrita. Essas recomendações baseiam--se em grande parte na experiência compartilhada porum pequeno número de editores e autores, recolhida aolongo de muitos anos, e não nos resultados de investi-gação metódica ou planeada que aspire a ser «baseadana evidência». Sempre que possível, as recomendaçõessão acompanhadas por uma fundamentação lógica queas justifique; como tal, o documento tem um propósitoeducativo.

Será útil para os autores seguir as recomendaçõesdeste documento sempre que possível, porque, confor-me descrito nas explicações, isso melhora a qualidadee a clareza do relato nos manuscritos submetidos aqualquer revista, assim como facilita a edição. Ao mes-mo tempo, cada revista tem requisitos editoriais adequa-dos especificamente aos seus propósitos. Os autores pre-cisam, portanto, de se familiarizar com as instruções es-pecíficas aos autores publicadas pela revista que esco-lheram para submeter os seus manuscritos – porexemplo, os assuntos adequados para essa revista e ostipos de artigos que podem ser submetidos (por exem-plo, artigos originais, revisões ou relatos de caso) – e de-vem seguir essas instruções. A Biblioteca Mulford, daFaculdade de Medicina do Ohio, mantém um útil com-pêndio de instruções [http://mulford.meduohio.edu/instr/] para autores.

II. Considerações éticas na condução e apresentação de trabalhos de investigaçãoII. A. Autoria e colaboraçãoII.A.1. AutoresConsidera-se geralmente um «autor» alguém que fez

contribuições intelectuais significativas para um estudopublicado. A autoria biomédica continua a ter impor-tantes implicações académicas, sociais e financeiras.1

No passado, raramente se fornecia aos leitores infor-mação sobre as contribuições dos pesquisadores lista-dos como autores e dos listados nos agradecimentos.2

Actualmente, algumas revistas solicitam e publicam in-formação sobre os contributos de cada pessoa mencio-nada como participante de um estudo submetido à pu-blicação, pelo menos nas pesquisas originais. Os edito-res são fortemente estimulados a desenvolver e a imple-mentar uma política de contribuição, bem como umapolítica de identificação de quem é responsável pela in-tegridade do trabalho como um todo.

Embora as políticas de contribuição e de responsa-bilidade obviamente removam muita da ambiguidade emtorno dos contributos, a questão da quantidade e daqualidade da contribuição que caracteriza a autoria per-manece sem solução. O International Committee of Me-dical Journal Editors recomendou os critérios a seguirlistados para autoria; esses critérios também são apro-priados para as revistas que distinguem autores de ou-tras pessoas que apenas contribuíram.• A creditação de autoria deve basear-se em: 1) contri-

buições substanciais para a concepção e delineamen-to, recolha de dados ou análise e interpretação dosdados; 2) redacção ou revisão crítica do artigo no querespeita a conteúdo intelectualmente importante; e3) aprovação final da versão a ser publicada. Um au-tor deve preencher as condições 1, 2 e 3.

• Quando o trabalho é realizado por um grande grupomulticêntrico, o grupo deve identificar as pessoas queassumem responsabilidade directa pelo original.3 Es-sas pessoas devem satisfazer na íntegra os critériosde autoria acima especificados e os editores devemsolicitar que esses membros preencham formuláriosde declaração de autor e de conflito de interesse es-pecíficos da revista. Ao submeter um original de umgrupo de autores, o autor responsável pela correspon-dência deve indicar claramente a citação preferenciale deve identificar claramente todos os autores indivi-duais, bem como o nome do grupo. As revistas nor-malmente listam os outros membros do grupo nosagradecimentos. A NLM indexa o nome do grupo e osnomes dos indivíduos que o grupo identificou comosendo directamente responsáveis pelo original.

• A participação na obtenção de financiamento, na re-colha de dados ou na supervisão geral do grupo deinvestigação não justificam, por si só, a autoria.

• Todas as pessoas mencionadas como autores devem

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estar qualificadas para a autoria, e todas aquelas queestão qualificadas devem ser mencionadas.

• Cada autor deve ter participado suficientemente dotrabalho para assumir responsabilidade pública porporções pertinentes do conteúdo.Algumas revistas também solicitam agora que um ou

mais autores, denominados «fiadores», sejam identifica-dos como as pessoas que assumem responsabilidadepela integridade do trabalho como um todo, desde a suaconcepção até a forma publicada, e divulgam essa in-formação.

Cada vez mais, os estudos multicêntricos são atribuí-dos a um autor colectivo. Todos os membros do grupoque são referidos como autores devem preencher todosos requisitos de autoria acima indicados.

A ordem de menção dos autores deve ser uma deci-são conjunta dos co-autores. Os autores devem estarpreparados para explicar a ordem pela qual os autoressão ordenados.

II.A.2. Colaboradores listados nos agradecimentosTodos os que contribuíram mas que não preencham oscritérios de autoria devem ser mencionados nos agrade-cimentos. Exemplos de pessoas que possam ser mencio-nadas nos agradecimentos incluem pessoas que pres-taram apoio puramente técnico, auxílio na redacção ouum responsável chefe de departamento que tenha dadoapenas apoio geral. Os editores devem solicitar aos au-tores que revelem se contaram com apoio na redacçãoe que identifiquem a entidade que pagou por esse servi-ço. Qualquer apoio financeiro e material também deveser mencionado nos agradecimentos.

Grupos de pessoas que contribuíram significativa-mente para o trabalho, mas cuja contribuição não jus-tifica autoria, podem ser listados sob títulos como «in-vestigadores clínicos» ou «investigadores participantes»,com uma descrição da sua função ou participação – porexemplo: «prestaram consultoria científica», «reviramcriticamente a proposta do estudo», «recolheram dados»ou «prestaram assistência aos pacientes do estudo».Como os leitores podem vir a concluir que as pessoaslistadas nos agradecimentos endossam os dados e asconclusões, todas essas pessoas devem dar o seu con-sentimento para serem incluídas na lista de agradeci-mentos.

II.B. EdiçãoII.B.1. O papel do editorO editor de uma revista é a pessoa responsável por todoo seu conteúdo. Os proprietários e os editores de revis-

tas médicas têm um projecto em comum – a publicaçãode uma revista credível e legível, produzida com o devi-do respeito pelos objectivos declarados e pelos custos.No entanto, as funções de proprietários e editores são di-ferentes. Os proprietários têm o direito de indicar e dis-pensar editores e de tomar outras decisões administra-tivas importantes, nas quais os editores devem estar en-volvidos ao máximo. Os editores devem ter total autori-dade para determinar o conteúdo editorial da revista.Esse conceito de liberdade editorial deve ser defendidoresolutamente pelos editores, até ao ponto de colocaremos seus cargos em jogo. Para assegurar essa liberdadena prática, o editor deve ter acesso directo aos proprie-tários do mais alto escalão, e não só a um administra-dor delegado.

Os editores de revistas médicas devem ter um contra-to que estabeleça claramente os seus direitos e deveres,bem como os termos gerais da contratação e a definiçãode mecanismos para a resolução de conflitos.

Um conselho editorial independente pode ser útil paraajudar o editor a estabelecer e manter a política editorial.

I.B.2. Liberdade editorialO ICMJE adopta a definição de liberdade editorial daAssociação Mundial de Editores Médicos [http://www.wame.org/resources/policies]. Essa definição estabele-ce que liberdade ou independência editorial é o concei-to de que os editores-chefes devem ter total autoridadesobre o conteúdo editorial da revista. Os proprietáriosnão devem interferir na avaliação, selecção ou edição dequalquer artigo, seja directamente ou através da cria-ção de uma atmosfera que exerça pesada influência so-bre as decisões. Os editores devem basear as suas de-cisões na validade do trabalho e na sua importância paraos leitores da revista, não no sucesso comercial da mes-ma. Os editores devem ser livres de manifestar posiçõescríticas mas responsáveis sobre todos os aspectos damedicina sem receio de punição, mesmo que essas po-sições possam entrar em conflito com os objectivos co-merciais da editora. Os editores e as organizações de edi-tores têm o dever de apoiar o conceito de liberdade edi-torial e de chamar a atenção das comunidades interna-cionais médica, académica e leiga para transgressõesimportantes de tal liberdade.

II.C. Revisão por paresA avaliação imparcial, independente e crítica é uma par-te intrínseca de todo trabalho académico, incluindo oprocesso científico. A revisão por pares é a avaliação crí-tica dos manuscritos submetidos à revista por profis-

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sionais que não fazem parte de seu corpo editorial. Essarevisão pode, portanto, ser vista como uma extensão im-portante do processo científico. Embora o seu valor efec-tivo tenha sido pouco estudado e seja amplamente de-batido,4 a revisão por pares ajuda os editores a decidirque manuscritos são adequados para as suas revistase ajuda os autores e os editores nos seus esforços demelhorar a qualidade das publicações. Uma revista comrevisão por pares é aquela que submete a maioria dosartigos de investigação que publica à revisão de espe-cialistas externos. O número e o tipo de manuscritos en-viados para revisão, o número de revisores, os procedi-mentos de revisão e o uso que é feito das opiniões dosrevisores podem variar. Em nome na transparência,cada revista deve divulgar publicamente as suas políti-cas nas instruções aos autores.

II.D. Conflitos de interesseA confiança pública no processo de revisão por pares ea credibilidade dos artigos publicados dependem, emparte, de como os conflitos de interesse são geridos du-rante a redacção, a revisão por pares e a tomada de deci-são editorial. O conflito de interesse ocorre quando umautor (ou a instituição do autor), revisor ou editor temrelações financeiras ou pessoais que influenciam ina-dequadamente (enviesam) as suas acções (tais relaçõessão também conhecidas como compromisso duplo, con-flitos de interesse ou conflitos de lealdade). O potencialde influência dessas relações sobre os juízos varia dedesprezível a grande, e nem todas as relações represen-tam um verdadeiro conflito de interesse. O potencial paraconflito de interesse pode existir quer o indivíduo acre-dite ou não que a relação afecta o seu juízo científico.Relações financeiras (tais como emprego, consultorias,posse de acções, honorários, depoimento/parecer deespecialista pagos) são os conflitos de interesse mais fa-cilmente identificáveis e que têm maiores hipóteses deabalar a credibilidade da revista, dos autores e da pró-pria ciência. Contudo, os conflitos podem ocorrer por ou-tras razões, tais como relações pessoais, competiçãoacadémica e paixão intelectual.

Todos os participantes do processo de revisão por pa-res e de publicação devem revelar todas as relações quepoderiam ser vistas como apresentando potencial con-flito de interesse. A revelação dessas relações é tambémimportante em relação a editoriais e artigos de revisão,porque pode ser mais difícil detectar vieses nesses tiposde publicação do que nos relatos de investigação origi-nal. Os editores podem usar as informações reveladasnas declarações de conflito de interesse e de interesse

financeiro como uma base para as decisões editoriais.Os editores devem publicar essas informações se acre-ditarem que são importantes no julgamento do original.

II.D.1. Potenciais conflitos de interesse relacionadoscom compromissos individuais dos autoresQuando os autores submetem um manuscrito, seja umartigo ou uma carta, eles são responsáveis por revelartodas as relações financeiras e pessoais que possam en-viesar o seu trabalho. Para evitar ambiguidade, os au-tores devem declarar explicitamente se há ou não con-flitos em potencial. Os autores devem fazê-lo no manus-crito, numa página de notificação de conflito de interesseque segue a página de título, fornecendo detalhes adi-cionais, se necessário, numa carta de apresentação queacompanha o original (ver Secção IV.A.3. Página de No-tificação de Conflitos de Interesse).

Os autores devem identificar os indivíduos que pres-tam apoio na redacção e revelar a fonte de financiamen-to para esse apoio.

Os investigadores devem revelar conflitos potenciaisaos participantes do estudo e devem declarar no origi-nal se o fizeram.

Os editores também precisam de decidir quando pu-blicar informações reveladas pelos autores sobre con-flitos potenciais. Se houver dúvida, o melhor é errar porpublicar do que por não publicar.

II.D.2. Potenciais conflitos de interesse relacionadoscom o apoio a um projectoCada vez mais, estudos individuais vêm recebendo fi-nanciamento de empresas comerciais, fundações priva-das e governo. As condições para esse financiamento po-dem enviesar e, de algum modo, desacreditar a investi-gação.

Os cientistas têm obrigação ética de submeter resul-tados de investigação creditáveis para publicação. Alémdisso, como responsáveis directos pelo seu trabalho, osinvestigadores não devem fazer acordos que interfiramcom o seu acesso aos dados e com a sua capacidade deanalisá-los de forma independente, de preparar os ma-nuscritos e de publicá-los. Os autores devem descrevero papel do(s) patrocinador(es) do estudo, se os houver,no desenho do estudo; na recolha, análise e interpreta-ção de dados; na redacção do relatório e na decisão desubmetê-lo para publicação. Se a fonte de apoio não tevenenhum envolvimento nesse sentido, os autores devemdeclará-lo. Vieses potencialmente introduzidos pelo en-volvimento directo dos patrocinadores na investigaçãosão análogos a vieses metodológicos de outros tipos. Al-

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gumas revistas optam, por isso, por incluir informaçãosobre o envolvimento dos patrocinadores na secção demétodos.

Os editores podem solicitar aos autores de um estu-do financiado por uma agência que tenha interesse fi-nanceiro ou de propriedade no resultado que assinemuma declaração do tipo «Tive acesso total a todos os da-dos neste estudo e assumo completa responsabilidadepela integridade dos dados e pela precisão da análisedos mesmos». Os editores devem ser encorajados a fa-zer a revisão de cópias dos protocolos e/ou dos contra-tos relacionados com estudos resultantes de projectosespecíficos antes de aceitar tais estudos para publica-ção. Os editores podem optar por não considerar um ar-tigo se um patrocinador tiver exercido controlo sobre osdireitos de publicação dos autores.

II.D.3. Potenciais conflitos de interesserelacionados com compromissos de editores,colaboradores ou revisoresOs editores devem evitar seleccionar revisores externoscom conflitos de interesse potenciais óbvios, por exem-plo, os que trabalham no mesmo departamento ou ins-tituição que qualquer dos autores. Os autores normal-mente fornecem aos editores nomes de pessoas que elesconsideram que não devem ser convidadas para revero manuscrito devido a potenciais conflitos de interesse,frequentemente do tipo profissional. Quando possível,os autores devem ser solicitados a explicar ou justificaras suas preocupações; essa informação é importantepara os editores decidirem atender ou não tais pedidos. Os revisores devem revelar aos editores quaisquer con-flitos de interesse que possam influenciar (enviesar) assuas opiniões sobre o manuscrito, e devem declarar-senão-qualificados para rever manuscritos específicos seacreditarem que esse procedimento é apropriado. As-sim como no caso dos autores, o silêncio por parte dosrevisores sobre potenciais conflitos tanto pode signifi-car que tais conflitos existem e não foram reveladoscomo que os conflitos não existem. Os revisores tam-bém devem, por isso, ser solicitados a declarar explici-tamente se existem ou não conflitos. Os revisores nãodevem usar o conhecimento do trabalho, antes de suapublicação, para favorecer os seus próprios interesses. Os editores que tomam as decisões finais sobre os ma-nuscritos não devem ter envolvimento pessoal, profis-sional ou financeiro em quaisquer das questões quepossam julgar. Outros membros da equipa editorial, separticiparem das decisões editoriais, devem forneceraos editores uma descrição actualizada dos seus inte-

resses financeiros (na medida em que possam estar re-lacionados com os seus juízos editoriais) e devem decla-rar-se não qualificados a tomar decisões nas quais te-nham um conflito de interesse. A equipa editorial nãodeve usar as informações obtidas no trabalho com osmanuscritos para benefícios particulares. Os editoresdevem publicar regularmente declarações que revelemos conflitos de interesse potenciais relacionados com oscompromissos da equipa editorial.

II.E. Privacidade e confidencialidadeII.E.1. Pacientes e participantes nos estudosOs pacientes têm um direito à privacidade que não deveser infringido sem consentimento informado. A informa-ção susceptível de permitir a identificação, incluindo no-mes, iniciais ou números hospitalares dos pacientes,não deve ser publicada em descrições escritas, fotogra-fias e genealogias, a menos que a informação seja es-sencial para fins científicos e o paciente (ou familiar oututor) dê consentimento informado por escrito para apublicação. O consentimento informado para este efeitorequer que ao paciente que seja identificável seja mos-trado o manuscrito a publicar. Os autores devem reve-lar a esses pacientes se algum material potencialmen-te identificável poderá estar disponível via Internet apósa publicação.

Os detalhes identificadores devem ser omitidos senão forem essenciais. O anonimato completo, porém, édifícil de atingir, e em caso de dúvida deve ser obtido oconsentimento informado. Por exemplo, colocar umamáscara na zona dos olhos numa fotografia de pacien-tes é uma protecção inadequada do anonimato. Se fo-rem alteradas características identificadoras, tais comonas árvores familiares, para proteger o anonimato, osautores devem assegurar-se de que as alterações nãodistorcem o significado científico e os editores devem es-tar informados disso.

A norma para o consentimento informado deve serincluída nas instruções aos autores da revista. Quan-do se obteve o consentimento informado, isso deve serindicado no artigo publicado.

II.E.2. Autores e revisoresOs originais devem ser revistos com o devido respeitoao sigilo dos autores. Ao submeter os seus originaispara revisão, os autores confiam aos editores os resulta-dos do seu trabalho científico e esforço criativo, dosquais podem depender a sua reputação e carreira. Osdireitos dos autores podem ser violados pela revelaçãode detalhes sigilosos da revisão dos seus manuscritos.

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Os revisores também têm direito ao sigilo, o qual deveser respeitado pelo editor. O sigilo pode ter de ser que-brado se houver alegação de desonestidade ou fraude;caso contrário, deve ser honrado.

Os editores não devem revelar informações sobre ma-nuscritos (incluindo a sua recepção, conteúdo, situaçãono processo de revisão, críticas de revisores ou destinoúltimo) a ninguém para além dos próprios autores e re-visores. Isso inclui solicitações para uso dos materiaispara processos legais.

Os editores devem deixar claro aos revisores que osoriginais enviados para revisão são comunicação privi-legiada e propriedade privada dos autores. Portanto, osrevisores e membros do corpo editorial devem respeitaros direitos dos autores, não discutindo publicamente otrabalho nem se apropriando das suas ideias antes dasua publicação. Os revisores não devem ser autoriza-dos a fazer cópias dos manuscritos para os seus arqui-vos e devem ser proibidos de compartilhá-los com ou-tros, excepto com a permissão do editor. Os revisoresdevem devolver ou destruir as cópias dos manuscritosdepois de submeterem as suas revisões. Os editoresnão devem guardar cópias de manuscritos rejeitados.Os comentários do revisor não devem ser publicadosnem de outra forma tornados públicos sem a permis-são do revisor, do autor e do editor.

As opiniões divergem sobre se os revisores devempermanecer anónimos. Os autores devem consultar asinformações para autores da revista que escolherampara saber se as revisões são anónimas. Quando os co-mentários não são assinados, a identidade dos reviso-res não deve ser revelada ao autor ou a qualquer outrapessoa sem a permissão do revisor.

Algumas revistas publicam os comentários dos revi-sores junto com o manuscrito. Esse procedimento nãodeve ser adoptado sem o consentimento dos autores edos revisores. Contudo, os comentários dos revisores de-vem ser enviados a outros revisores do mesmo manus-crito, o que ajuda os revisores a aprender com o proces-so de revisão, e os revisores poderão ser notificados dadecisão do editor.

II.F. Protecção de seres humanos e animais nainvestigaçãoAo relatar experiências com seres humanos, os autoresdevem indicar se os procedimentos seguidos estão deacordo com os padrões éticos da comissão responsávelpor experimentação humana (institucional e nacional)e com a Declaração de Helsínquia de 1975, conformerevisão de 2000. 5 Se houver dúvida sobre se a pesquisa

foi feita de acordo com a Declaração de Helsínquia, osautores devem explicar a fundamentação lógica da suaabordagem e demonstrar que o corpo de revisão institu-cional aprovou explicitamente os aspectos duvidososdo estudo. Ao relatar experiências com animais, deveser solicitado aos autores que indiquem se foram segui-das orientações institucionais e nacionais de protecçãoe uso de animais em laboratório.

III. Questões editoriais e de publicação relacionadas com a publicação em revistasbiomédicasIII.A. Obrigação de publicar estudos negativosOs editores devem considerar seriamente para publica-ção qualquer estudo cuidadoso de uma questão impor-tante, que seja relevante para os seus leitores, sejam osresultados negativos (isto é, de modo convincente, per-mitem que a hipótese nula seja aceite) ou positivos (istoé, permitem que a hipótese nula seja rejeitada). Deixarde submeter ou publicar estudos negativos, em parti-cular, contribui para o viés da publicação. Muitos estu-dos que se dizem negativos são, na verdade, inconclu-sivos; a publicação de estudos inconclusivos é proble-mática, já que acrescentam pouco ao conhecimento bi-omédico e consomem recursos da revista. A CochraneLibrary [http://www.cochrane.org] pode estar interes-sada em publicar ensaios inconclusivos.

III.B. Correcções, retractações e «manifestaçõesde preocupação»Os editores devem, por princípio, assumir que os au-tores relatam trabalho baseado em observações hones-tas. No entanto, podem surgir dois tipos de dificul-dades.

Em primeiro lugar, pode acontecer que artigos publi-cados contenham erros que exijam a publicação de umacorrecção ou errata de parte do trabalho. As correcçõesdevem aparecer numa página numerada, ser mencio-nadas no sumário, incluir a citação original completa e,em caso de publicação online, ter uma ligação para o ar-tigo original e vice-versa. É concebível que um erro pos-sa ser tão sério a ponto de invalidar o trabalho inteiro,mas essa situação é pouco provável e deve ser analisa-da em cada caso por editores e autores. Estes erros nãodevem ser confundidos com inadequações relacionadascom o surgimento de nova informação científica no cur-so normal da investigação. Estas não requerem correc-ção ou retractação.

O segundo tipo de dificuldade é a fraude científica.Se surgirem dúvidas substanciais sobre a honestidade

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ou a integridade do trabalho, quer submetido, quer pu-blicado, é responsabilidade do editor assegurar que aquestão seja adequadamente averiguada, normalmen-te pela instituição que patrocina os autores. Todavia, nãoé normalmente tarefa dos editores conduzir uma inves-tigação completa ou fazer determinações; essa respon-sabilidade é da instituição onde o trabalho foi feito ouda entidade financiadora. O editor deve ser imediata-mente informado da decisão final e, se um trabalhofraudulento tiver sido publicado, a revista deve imprimiruma retractação. Se esse método de investigação nãopermitir uma conclusão satisfatória, o editor pode de-cidir conduzir a sua própria investigação. Como uma al-ternativa à retractação, o editor pode decidir publicaruma manifestação de preocupação sobre aspectos dacondução ou integridade do trabalho.

A retractação ou manifestação de preocupação, as-sim designada, deve aparecer numa página numeradaduma secção de destaque da revista impressa, bem co-mo na versão online, deve constar no sumário e incluirno seu cabeçalho o título do artigo original. Não deve sersimplesmente uma carta ao editor. O ideal é que o pri-meiro autor da retractação seja o mesmo do artigo, ain-da que, em certas circunstâncias, o editor possa aceitarretractações de outras pessoas responsáveis. O texto daretractação deve explicar o porquê da retractação e deveincluir uma referência bibliográfica completa do artigoem questão.

A validade do trabalho prévio do autor envolvido emfraude não pode ser pressuposta. Os editores podem so-licitar à instituição do autor que lhes dê garantia da va-lidade dos trabalhos publicados anteriormente nas suasrevistas ou que os mesmos sejam retractados. Se issonão for feito, os editores podem decidir pela publicaçãode uma nota para esclarecer que a validade do trabalhopreviamente publicado não é garantida.

III.C. Direitos de autorMuitas revistas biomédicas solicitam que os autorestransfiram os direitos de autor para a revista. No entan-to, é cada vez maior o número de revistas de «acesso li-vre» que não exigem que os autores transfiram os direi-tos de autor. Os editores devem deixar a sua posição so-bre a transferência de direitos de autor claramente ex-pressa para os autores e para outros que possam estarinteressados em utilizar conteúdo editorial das suas re-vistas. A situação dos direitos de autor dos artigos numadada revista pode variar: alguns conteúdos não podemser submetidos à lei de direitos de autor (artigos redigi-dos por funcionários do governo dos Estados Unidos e

de alguns outros países durante o seu trabalho, porexemplo); os editores podem concordar em transferir osdireitos de autor em favor de outros; e, ainda, outrospodem estar protegidos por direitos de série (isto é, o usoem publicações que não sejam revistas, incluindo pu-blicações electrónicas, é permitido).

III.D. Publicações repetidasIII.D.1. Apresentação duplicadaA maioria das revistas não considera para publicaçãomanuscritos que estejam a ser simultaneamente ava-liados por outra revista. Entre as principais considera-ções que levaram a essa política estão: 1) a discordân-cia em potencial quando duas (ou mais) revistas reivin-dicam o direito de publicar um manuscrito que foi sub-metido simultaneamente a mais de uma revista; e 2) apossibilidade de que duas ou mais revistas, sem sabere de forma desnecessária, procedam à revisão e ediçãodo mesmo manuscrito e publiquem o mesmo artigo.

No entanto, editores de diferentes revistas podem de-cidir publicar simultânea ou conjuntamente um artigose acreditarem que fazê-lo será benéfico para a saúdepública.

III.D.2. Publicação redundantePublicação redundante ou em duplicado é a publicaçãode um artigo que coincide substancialmente com outrojá publicado em formato impresso ou electrónico.

Os leitores de revistas de publicação primária, sejamimpressas ou electrónicas, merecem poder ter confian-ça em que o que estão a ler é original, a menos que hajauma declaração clara de que o artigo está a ser republi-cado, por escolha do autor e do editor. As bases destaposição são as leis internacionais do direito de autor, ocomportamento ético e o uso custo-efectivo dos recur-sos. A publicação duplicada de investigação original éparticularmente problemática, uma vez que pode resul-tar na duplicação inadvertida da contagem ou no pesoinapropriado dos resultados de um único estudo, o quedistorce a evidência disponível.

A maior parte das revistas não quer receber artigossobre trabalho que já tenha sido publicado em grandeparte num artigo publicado, ou incluído noutro artigoenviado ou aceite para publicação noutro local, em for-ma impressa ou electrónica. Esta política não impede arevista de considerar um artigo que tenha sido rejeita-do por outra revista, ou um relatório completo que sejaposterior à publicação de um relatório preliminar, comoum resumo ou poster exposto para colegas numa reu-nião profissional. Também não impede as revistas de

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considerarem um artigo que tenha sido apresentadonuma reunião científica mas não publicado de forma in-tegral ou que esteja a ser considerado para publicaçãonum livro de actas ou formato similar. Os relatórios deimprensa de reuniões científicas não serão normalmen-te considerados excepções a esta regra, mas não devemincluir dados adicionais ou cópias de quadros ou ilus-trações.

Quando submete um artigo para publicação, o autordeve fazer uma declaração completa ao editor com to-dos os pedidos e relatórios anteriores que possam serconsiderados como publicação redundante ou em du-plicado do mesmo trabalho ou de um trabalho muitosemelhante. Os autores devem alertar o editor se o tra-balho incluir assuntos sobre os quais tenham publica-do um relatório anterior ou se propuseram um relató-rio relacionado a outra publicação. Tal relatório deve sercitado e referenciado no novo artigo. Cópias deste rela-tório devem acompanhar o trabalho proposto para aju-dar o editor a decidir como tratar o assunto.

No caso de haver tentativa ou ocorrer publicação re-dundante ou em duplicado sem que o autor tenha no-tificado o editor, é de esperar que haja uma reacção edi-torial. No mínimo, é de prever uma imediata rejeição domanuscrito enviado. Se o editor não estava alertadopara a violação e o artigo já tiver sido publicado, entãoprovavelmente será publicada uma notícia de publica-ção redundante ou em duplicado, com ou sem a justi-ficação ou aprovação do autor.

O relato prévio aos meios de comunicação social,agências governamentais ou empresas, de informaçãocientífica descrita num artigo ou carta ao editor que játenha sido aceite, mas ainda não publicada, viola as po-líticas de muitas revistas. Esse relato pode ser efectua-do quando o artigo ou carta descreve avanços terapêu-ticos importantes ou riscos para a saúde pública, comosérios efeitos adversos de drogas, vacinas ou outros pro-dutos biológicos, dispositivos médicos ou doenças co-municáveis. Este relato não deve prejudicar a publica-ção, mas deve ser previamente discutido e acordadocom o editor.

III.D.3. Publicação secundária aceitávelAlguns tipos de artigos, tais como normas de orientaçãoproduzidas por agências governamentais e organizaçõesprofissionais, podem precisar de atingir a mais amplaaudiência possível. Nestes casos, os editores podemescolher deliberadamente publicar material que estátambém a ser publicado noutras revistas, com o acordodos autores e dos editores dessas outras revistas. A

publicação secundária por várias outras razões, namesma ou noutra língua, especialmente noutros países,é justificável e pode ser benéfica, desde que se verifiquemtodas as seguintes condições:1. Os autores receberam aprovação dos editores de

ambas as revistas; o editor envolvido na publicaçãosecundária deve ter uma fotocópia, separata oumanuscrito da versão primária.

2. A prioridade da publicação primária é respeitada porum intervalo de publicação de pelo menos umasemana (a menos que ambos os editores tenhamnegociado especificamente outra solução).

3. O artigo para publicação secundária é destinado a umgrupo de leitores diferente; uma versão abreviadapoderá ser suficiente.

4. A versão secundária reproduz fielmente os dados einterpretação da versão primária.

5. Uma nota de rodapé na página de título dapublicação secundária informa os leitores, pares eorganizações de documentação que o artigo já foipublicado no todo ou em parte e indica a referênciaprimária. Uma nota adequada poderá ser: «Esteartigo é baseado num estudo divulgado anteriormen-te em [título da revista, com a referência completa]».A autorização para a publicação secundária deve sergratuita.

6. O título da publicação secundária deve indicar quese trata de publicação secundária (republicação com-pleta, republicação abreviada, tradução completa outradução abreviada) de uma publicação primária. Denotar que a National Library of Medicine não consi-dera traduções como «republicações», e não cita nemindexa traduções quando o artigo original foi pu-blicado numa revista indexada na MEDLINE.

III.D.4. Manuscritos concorrentes baseados nomesmo estudoA publicação de manuscritos para difundir disputas en-tre co-investigadores pode desperdiçar espaço na revis-ta e confundir os leitores. Por outro lado, se os editoresconscientemente publicam um manuscrito escrito porapenas alguns dos membros de uma equipa de colabo-radores, podem estar a negar ao resto da equipa os seuslegítimos direitos à co-autoria; podem também estar anegar aos leitores da revista o acesso a diferenças legí-timas de opinião sobre a interpretação de um estudo.

Podem considerar-se dois tipos de submissão concor-rente: submissões de co-investigadores que discordamda análise e da interpretação de seu estudo, e submis-sões de co-investigadores que discordam sobre o que são

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os factos e que dados devem ser relatados.Para além da questão não resolvida da propriedade

dos dados, as observações gerais descritas a seguir po-dem ajudar editores e outras pessoas a lidar com essesproblemas.

III.D.4.a. Diferenças na análise ou interpretaçãoSe a disputa está centrada na análise ou na interpreta-ção dos dados, os autores devem submeter um manus-crito que apresente claramente ambas as versões. A di-ferença de opinião deve ser explicada na carta de apre-sentação. O procedimento normal de revisão editorial erevisão por pares do manuscrito pode ajudar os auto-res a resolver as suas discordâncias em relação à aná-lise ou à interpretação.

Se a disputa não pode ser resolvida e o estudo mere-ce ser publicado, ambas as versões devem ser publica-das. As opções incluem publicar dois artigos sobre o mes-mo estudo ou um artigo único com duas análises ou in-terpretações. Nestes casos, seria apropriado que o editorpublicasse uma declaração descrevendo a discordânciae o envolvimento da revista na tentativa de resolvê-la.

III.D.4.b. Diferenças nos métodos ou resultadosapresentadosSe a disputa está centrada em diferentes opiniões so-bre o que foi efectivamente feito ou observado duranteo estudo, o editor da revista deve recusar-se a publicaro material até que a discordância seja resolvida. Não sedeve esperar que estes problemas sejam resolvidos pelarevisão por pares. Se houver alegações de desonestida-de ou fraude, os editores devem informar as autorida-des pertinentes; os autores devem ser notificados da in-tenção do editor de relatar a suspeita de má conduta dainvestigação.

III.D.5. Manuscritos concorrentes baseados namesma base de dadosOs editores por vezes recebem manuscritos de gruposde investigação diferentes que analisaram o mesmo con-junto de dados, por exemplo, de uma base de dados pú-blica. Os manuscritos podem diferir nos seus métodosanalíticos, nas conclusões ou em ambos. Cada ma-nuscrito deve ser considerado separadamente. Quandoas interpretações dos mesmos dados forem muito se-melhantes, é razoável, mas não obrigatório, que os edi-tores dêem preferência ao manuscrito que foi recebidoem primeiro lugar. No entanto, a avaliação editorial demúltiplas submissões pode ser justificada nesta cir-cunstância, e pode mesmo haver boas razões para pu-

blicar mais do que um manuscrito porque as diferentesabordagens analíticas podem ser complementares eigualmente válidas.

III.E. CorrespondênciaTodas as revistas biomédicas devem fornecer aos seusleitores um mecanismo para submissão de comentários,perguntas ou críticas aos artigos publicados, bem comobreves relatos e comentários não relacionados com ar-tigos previamente publicados. Geralmente, mas não ne-cessariamente, esse mecanismo pode tomar a forma deuma secção ou coluna para correspondência. Aos au-tores dos artigos discutidos na secção de correspondên-cia deve ser dada a oportunidade de responder, prefe-rencialmente no mesmo número em que a correspon-dência original aparece. Os autores da correspondên-cia devem ser solicitados a declarar quaisquer conflitosde interesse.

A correspondência publicada pode ser editada por ra-zões de extensão, de correcção gramatical e de estilo darevista. Alternativamente, os editores também podemdecidir publicar correspondência não editada quanto àextensão e estilo, como, por exemplo, em secções de res-posta rápida na Internet; a revista deve declarar a suaprática editorial a esse respeito. Os autores devem apro-var as mudanças editoriais que alterem o conteúdo ouo tom de uma carta ou resposta.

Embora os editores tenham a prerrogativa de excluircorrespondência que seja irrelevante, desinteressante oupouco convincente, têm a responsabilidade de permitirque diferentes opiniões sejam expressas. A coluna decorrespondência não deve ser usada meramente parapromover o ponto de vista da revista ou do editor. Emtodos os casos, os editores devem fazer um esforço nosentido de separar as afirmações grosseiras, inexactasou difamatórias e não devem permitir argumentos adhominem que pretendam desacreditar opiniões ouachados.

No interesse da clareza e para manter a correspondên-cia em proporções passíveis de serem administradas, asrevistas podem querer estabelecer limites de tempo pararespostas a artigos e correspondência e para debates so-bre um dado assunto. As revistas também devem deci-dir se irão notificar os autores quando houver correspon-dência a respeito de um trabalho seu a ser publicada nassecções padrão ou de resposta rápida. As revistas tam-bém devem estabelecer políticas sobre o arquivamento decorrespondência não editada que aparece online. Essaspolíticas devem ser publicadas tanto na versão impressaquanto na versão electrónica da revista.

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III.F. Suplementos, números temáticos e séries especiaisOs suplementos são colectâneas de artigos que tratamde questões ou tópicos relacionados, são publicadoscomo um número separado da revista ou como uma se-gunda parte de um número regular e, geralmente, sãofinanciados por outras fontes que não as que normal-mente financiam a publicação da revista. Os suplemen-tos podem servir propósitos úteis: educação, troca deinformação sobre investigação, facilidade de acesso aoconteúdo em foco e melhoria da cooperação entre en-tidades académicas e corporativas. Porque as fontes definanciamento podem enviesar o conteúdo dos su-plementos através da escolha dos tópicos e dos pontosde vista, as revistas devem considerar a adopção dosprincípios descritos a seguir. Estes mesmos princípiosaplicam-se a números temáticos ou séries especiais quetenham financiamento externo e/ou editores convi-dados.1. O editor da revista deve assumir total responsabili-

dade pelas políticas, práticas e conteúdo dos suple-mentos, incluindo o controlo total sobre a decisão depublicar todas as partes do suplemento. A edição porparte da organização financiadora não deve ser per-mitida.

2. O editor da revista deve conservar a autoridade deenviar os originais do suplemento a revisores ex-ternos e de rejeitar manuscritos submetidos ao su-plemento. Estas condições devem ser dadas a conhe-cer a autores e editores externos dos suplemen-tos antes de se iniciar o trabalho editorial do suple-mento.

3. O editor da revista deve aprovar a indicação de qual-quer editor externo do suplemento e assumir a res-ponsabilidade pelo trabalho do editor externo.

4. As fontes de financiamento para investigação, publi-cação e os produtos que a fonte de financiamento pro-duz, que são considerados no suplemento, devem serclaramente referidos e colocados em lugar de desta-que no suplemento, preferencialmente em cada pá-gina. Sempre que possível, o financiamento deve virde mais do que um patrocinador.

5. A publicidade em suplementos deve seguir as mes-mas políticas adoptadas para o resto da revista.

6. Os editores da revista devem criar condições para queos leitores distingam prontamente páginas normaisdas páginas de suplementos.

7. Os editores da revista e os editores do suplemento nãodevem aceitar favores pessoais ou remuneração pes-soal dos patrocinadores de suplementos.

8. A publicação secundária em suplementos (republica-ção de artigos publicados previamente em outra re-vista) deve ser claramente identificada com uma ci-tação do trabalho original. Os suplementos devem evi-tar publicação redundante ou duplicada. Os suple-mentos não devem republicar resultados de pesquisa,mas a republicação de normas de orientação ou deoutro material de interesse do público pode ser ade-quada.

9. Os princípios de autoria e de declaração de potencialconflito de interesse já mencionados neste documen-to devem ser aplicados nos suplementos.

III.G. Publicação electrónicaA maioria das revistas biomédicas é hoje publicada emversões electrónica e impressa, e algumas são publica-das apenas em formato electrónico. A publicação elec-trónica (que inclui a Internet) também é publicação. Nointeresse da clareza e da consistência, a informação mé-dica e de saúde publicada na Internet deve seguir as re-comendações do presente documento sempre que pos-sível.

A natureza da publicação electrónica requer algu-mas considerações especiais, tanto no âmbito comopara além do âmbito deste documento. No mínimo, oswebsites devem indicar o seguinte: nomes, credenciaisrelevantes, afiliações e conflitos de interesse relevantesdos editores, autores e pessoas que contribuem para arevista; documentação e atribuição de referências e fon-tes para todos os conteúdos; informação sobre direitosde autor; declaração de a quem pertence o site; e decla-ração de patrocínios, anunciantes e financiamento co-mercial.

O estabelecimento de links de um site médico ou de saúde na Internet para outro pode ser entendidocomo um recomendação implícita da qualidade do se-gundo site. As revistas devem, por isso, ser cautelosasao estabelecer links com outros sites; quando os uti-lizadores se conectarem a um outro site, pode ser útilfornecer uma mensagem explícita de que eles estão asair do site da revista. Se os links para outros sitessão colocados em função de considerações financeiras,isso deve ser claramente indicado. Todas as datas depublicação e actualização de conteúdo devem ser indi-cadas. Em publicações electrónicas, como em publica-ções impressas, anúncios e mensagens comerciais nãodevem ser justapostos ao conteúdo editorial, e os con-teúdos comerciais devem ser claramente identificadoscomo tal.

A publicação electrónica é uma área que está em flu-

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xo. Os editores devem desenvolver, disponibilizar a au-tores e implementar políticas sobre questões que são ex-clusivas da publicação electrónica. Essas questões in-cluem arquivamento, correcção de erros, controlo de ver-sões e escolha entre as versões electrónica ou impres-sa da revista como a revista de registo, publicação dematerial auxiliar e publicação electrónica.

Uma revista não deve, em nenhuma circunstância,remover um artigo do seu website ou arquivo. Se umartigo precisa de ser corrigido ou retractado, a explica-ção deve ser devidamente registada e comunicada omais brevemente possível numa página que possa sercitada num número subsequente da revista.

A preservação de arquivos electrónicos num arquivopermanente é essencial para o registo histórico. O aces-so ao arquivo deve ser imediato e controlado por tercei-ros, como uma biblioteca, em vez da editora. O depósi-to em múltiplos arquivos é encorajado.

III.H. PublicidadeA maioria das revistas contém publicidade, que gera re-ceita para os que as publicam, mas não se pode permi-tir que a publicidade influencie as decisões editoriais.As revistas devem ter políticas formais, explícitas e porescrito para publicidade, tanto na versão impressa comona electrónica; a política de publicidade em websitesdeve ser tão próxima quanto possível da política para aversão impressa. Os editores devem ter autoridade to-tal e final para aprovação de publicidade e para impora política de publicidade.

Quando houver órgãos independentes para fazer a re-visão da publicidade, os editores devem utilizar os seuspareceres. Os leitores devem ser capazes de distinguirprontamente a publicidade do material editorial. A jus-taposição de material editorial e de publicidade sobre osmesmos produtos ou assuntos deve ser evitada. A in-tercalação de páginas de publicidade no meio dos arti-gos desencoraja os leitores, interrompendo o fluxo doconteúdo editorial, e deve ser desestimulada. O espaçopara publicidade não deve ser vendido sob a condiçãode que a publicidade apareça no mesmo número em queaparece um artigo em particular.

As revistas não devem ser dominadas pela publicida-de, mas os editores devem ser cuidadosos sobre a pu-blicação de publicidade de apenas um ou dois anunci-antes, já que aos leitores pode parecer que esses anun-ciantes influenciaram o editor.

As revistas não devem incluir publicidade a produ-tos que provaram ser gravemente prejudiciais à saúde– por exemplo, o tabaco. Os editores devem assegurar-

-se de que os padrões de regulamentação e industriaisespecíficos do seu país existentes para publicidade sãorespeitados, ou devem desenvolver os seus próprios pa-drões. Os interesses de organizações ou agências nãodevem controlar anúncios classificados e outra publici-dade, excepto quando exigido por lei. Finalmente, os edi-tores devem aceitar para publicação todas as críticas àpublicidade.

III.I. Revistas médicas e os meios de comunicaçãogeneralistasO interesse do público por notícias de investigação mé-dica fez com que os meios de comunicação passassema competir vigorosamente no sentido de obter informa-ções sobre investigação tão depressa quanto possível.Os investigadores e as instituições por vezes incentivama divulgação de investigação nos meios de comunica-ção não-médicos antes mesmo da sua publicação com-pleta numa revista científica, através de conferências deimprensa ou entrevistas.

O público tem direito ao acesso a informação médi-ca importante num prazo razoável, e os editores têm aresponsabilidade de desempenhar o seu papel nesseprocesso. As revistas biomédicas são publicadas, em pri-meiro lugar, para os seus leitores, mas o público em ge-ral tem um interesse legítimo nos seus conteúdos; por-tanto, um equilíbrio apropriado entre esses interessescomplementares deve guiar a interacção da revista comos media. Os médicos precisam de ter à sua disposiçãouma versão completa e detalhada dos relatórios antesde poderem aconselhar os seus pacientes sobre as con-clusões desses relatórios. Além disso, a apresentação deinvestigação científica nos media antes de que o traba-lho tenha sido revisto por pares e publicado na íntegrapode levar à disseminação de conclusões imprecisas ouprematuras.

Um sistema de embargo foi implantado em algunspaíses para impedir a publicação de matérias nos me-dia generalistas antes que o artigo original sobre o qualse baseiam apareça na revista. O embargo estabeleceum «patamar de igualdade» que agrada à maioria dosjornalistas, uma vez que minimiza a pressão sobre elesde publicar matérias que ainda não tiveram tempo depreparar com cuidado. A consistência no momento ade-quado de comunicar ao público a informação biomédi-ca é também importante na minimização do caos eco-nómico, já que alguns artigos contêm informações quetêm grande potencial de influenciar os mercados finan-ceiros. Por outro lado, o sistema de embargo foi acusa-do de estar a beneficiar apenas os interesses das revis-

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tas e a impedir a rápida disseminação da informaçãocientífica.

Ao tentar estabelecer a sua política em relação a es-sas questões, os editores podem considerar úteis as se-guintes recomendações.• Os editores podem promover a transmissão ordena-

da de informação médica dos investigadores, atravésde revistas com sistema de revisão por pares, para ogrande público. Isso pode ser conseguido medianteum acordo com os autores de que eles não divul-garão o seu trabalho enquanto o seu manuscrito es-tiver a ser considerado ou estiver a aguardar publi-cação, bem como mediante um acordo com os mediade que eles não divulgarão matérias antes de sua pu-blicação na revista, em troca do que a revista coope-rará com os media na preparação de matérias pre-cisas.

• Os editores devem ter em mente que o sistema de em-bargo funciona com base no sistema de honra; nãohá nenhuma imposição formal ou mecanismos de po-liciamento. A decisão de um número significativo deórgãos de comunicação ou de revistas biomédicas denão respeitar o sistema de embargo levaria, assim, àsua rápida dissolução.

• Muito pouca da investigação médica tem implicaçõestão claras e tão urgentemente importantes para asaúde pública que justifiquem a divulgação das in-formações antes da sua publicação completa numarevista médica. Em tais circunstâncias excepcionais,contudo, as autoridades pertinentes, responsáveispela saúde pública, devem tomar a decisão e devemser responsáveis pela disseminação antecipada deinformação a médicos e aos media. Se o autor e asautoridades pertinentes desejam que um manuscri-to seja considerado por uma revista em particular, oeditor deve ser consultado antes de qualquer divul-gação pública. Se os editores concordam com a ne-cessidade de divulgação imediata, devem prescindirda política de restrição à publicidade prévia à publi-cação.

• As políticas delineadas para limitar a publicidade pré-via à publicação não devem ser aplicadas a relatos,nos media, de apresentações em congressos científi-cos nem aos resumos desses congressos (ver SecçãoIII.D.2. Publicação Redundante). Os investigadoresque apresentam o seu trabalho em congressos cien-tíficos devem ter liberdade para discuti-lo com jorna-listas, mas devem ser desencorajados a oferecer maisdetalhes sobre o seu estudo do que aqueles que fo-ram apresentados na sua comunicação.

• Quando um artigo está prestes a ser publicado, oseditores devem ajudar os media a preparar relatosprecisos, fornecendo notas de imprensa, respon-dendo a perguntas, fornecendo cópias antecipadasda revista ou indicando aos jornalistas os especia-listas adequados. A maior parte dos jornalistas res-ponsáveis entende que essa assistência deve estarcondicionada à cooperação dos media em fazer co-incidir a divulgação da sua matéria com a publica-ção do artigo.

• Os editores, os autores e os media devem aplicar os princípios acima declarados para material divul-gado antecipadamente em versões electrónicas dasrevistas.

III.J. Obrigação de registo de ensaios clínicosO ICMJE acredita que é importante incentivar a forma-ção de uma base de ensaios clínicos completa e publi-camente disponível. O ICMJE define um ensaio clínicocomo um projecto de investigação que designa prospec-tivamente seres humanos para uma intervenção oucomparação simultânea ou grupos de controlo para es-tudar a relação de causa e efeito entre uma intervençãomédica e um resultado de saúde. As intervenções mé-dicas incluem medicamentos, procedimentos cirúrgi-cos, uso de dispositivos médicos, tratamentos compor-tamentais, mudanças no processo de cuidados de saú-de e outros.

As revistas afiliadas ao ICMJE exigirão, como condi-ção para considerar a publicação, o registo do ensaionuma instância pública de registo. Os detalhes destapolítica podem ser encontrados numa série de edito-riais (ver http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), sobFrequently Asked Questions [http://www.icmje.org/faq.pdf]. O ICMJE encoraja os editores de outrasrevistas biomédicas a adoptarem uma política seme-lhante.

O ICMJE não defende um registo específico, mas asrevistas afiliadas devem exigir que os autores registemos seus estudos num inventário que cumpra diversoscritérios. O inventário deve ser de acesso gratuito ao pú-blico. Deve estar aberto a todos os potenciais interessa-dos e gerido por uma organização sem fins lucrativos.É preciso que haja um mecanismo que assegure a va-lidade dos dados registados, e o inventário deve ser pes-quisável por via electrónica. Um inventário aceitáveldeve incluir pelo menos os elementos que aparecem noquadro a seguir. Registos de ensaios com campos embranco ou campos que contenham terminologia poucoinformativa são inadequados.

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Rev Port Clin Geral 2007;23:778-98 791

O ICMJE recomenda que as revistas publiquem o nú-mero do registo do ensaio no final do Resumo.

IV. Preparação e apresentação dos manuscritosIV.A. Preparação de um manuscrito para apresentação a revistas biomédicasOs editores e revisores passam muitas horas a ler ma-nuscritos e, portanto, valorizam o recebimento de origi-nais que sejam fáceis de ler e de editar. Grande parte dainformação nas instruções para autores das revistas temem vista atingir esse objectivo de forma a atender às ne-cessidades editoriais particulares de cada revista. Asorientações seguintes fornecem uma base geral e a fun-damentação lógica para a preparação de manuscritos

para qualquer revista.

IV.A.1.IV.A.1.a. Princípios geraisO texto de artigos observacionais ou experimentais di-vide-se geralmente (mas não necessariamente) em sec-ções com os títulos Introdução, Métodos, Resultados eDiscussão. A assim chamada estrutura «IMRAD» não ésimplesmente um formato de publicação arbitrário, massim um reflexo directo do processo de descoberta cien-tífica. Artigos longos podem necessitar de subtítulos emalgumas secções (especialmente Resultados e Discus-são) para esclarecer o seu conteúdo. Outros tipos de ar-tigos, tais como relatos de caso, artigos de revisão e edi-

CONJUNTO MÍNIMO DE DADOS PARA REGISTO†

Item Comentário1. Identificador único do ensaio O identificador único de ensaio será estabelecido pela entidade primária de registo (o inventário).2. Data de registo do ensaio A data e registo serão estabelecidos pela entidade primária de registo.3. Ids secundários Podem ser atribuídos por patrocinadores ou outras partes interessadas (pode não haver).4. Fonte(s) de financiamento Nome da(s) organização(ões) que financiou(aram) o estudo.5. Patrocinador principal A principal entidade responsável pela realização da investigação.6. Patrocinador(es) secundários As entidades secundárias, se houver alguma, responsáveis pela realização da investigação.7. Responsável para contacto Pessoa para contacto público para o ensaio, para os pacientes interessados em participar.8. Responsável de investigação para contacto Pessoa a contactar para perguntas científicas sobre o ensaio.9. Título do estudo Título resumido escolhido pelo grupo de investigação (pode ser omitido se os pesquisadores assim o desejarem).10. Título científico oficial do estudo O título deverá incluir a designação da intervenção, o problema em estudo e o resultado

(por ex., The International Study of Digoxin and Death for Congestive Heart Failure).11. Revisão ética do estudo O estudo teve, no momento do registo, a aprovação adequada de uma comissão de ética (sim/não)?

(Pressupõe-se que todos os ensaios registrados serão aprovados por um conselho de ética antes de começar.)12. Problema O problema médico em estudo (por exemplo, asma, enfarte do miocárdio, depressão).13. Intervenção(ões) Uma descrição do estudo e das intervenções de comparação/controlo (para um fármaco, ou outro produto registado

para venda pública em qualquer parte do mundo, deve ser o nome genérico; para um fármaco não registado, éaceitável o nome genérico ou o número de série da empresa). A duração da(s) intervenção(ões) deve ser especificada.

14. Critérios chave de inclusão e exclusão As características principais dos pacientes, que determinam a sua elegibilidade para participação no estudo.15. Tipo de estudo A base de dados deve fornecer listas de abertura automática de temas para selecção. Isto deve incluir escolhas de

aleatorizados vs. não-aleatorizados, tipo de ocultação (por ex., ocultação dupla, simples), tipo de controlos (por ex., placebo, activo) e distribuição por grupos (por ex., paralelo, cruzador, factorial).

16. Data prevista para início do ensaio Data estimada para a inclusão do primeiro participante.17. Dimensão calculada da amostra O número total de indivíduos que os investigadores planeiam envolver antes de encerrar o ensaio a novos

participantes.18. Estádio de recrutamento Está esta informação disponível (sim/não)? (Se sim, link para a informação.)19. Resultado principal O resultado principal para cuja avaliação o estudo foi delineado. A descrição deve incluir quando deve ser

medido o resultado (p. ex., pressão arterial aos 12 meses).20. Resultado chave secundário O resultado secundário especificado no protocolo. A descrição deve incluir quando deve ser medido o resultado

(por ex., depuração da creatinina aos seis meses).

† Os campos de dados foram especificados numa reunião organizada pela OMS em Abril de 2005; os comentários explicativos são, na sua maioria, do ICMJE.

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toriais, provavelmente necessitarão de outros formatos.A publicação em formatos electrónicos criou oportu-

nidades para acrescentar detalhes ou secções inteirasapenas na versão electrónica, organizando informação,estabelecendo links cruzados ou extraindo partes de ar-tigos, e assim por diante. Os autores precisam de tra-balhar junto aos editores no desenvolvimento ou usodesses novos formatos de publicação e devem subme-ter os materiais para possível utilização em publicaçãoelectrónica suplementar aos revisores.

O espaço duplo em todo o manuscrito – incluindo apágina de rosto, o resumo, o texto, os agradecimentos,as referências, os quadros e as legendas – e as margenslargas permitem que os editores e os revisores editem otexto linha por linha e acrescentem comentários e ques-tões directamente na cópia em papel. Se os manuscri-tos forem submetidos em formato electrónico, os fichei-ros devem ter espaço duplo porque pode ser preciso im-primir o manuscrito para revisão e edição.

Durante o processo editorial, os revisores e editoresprecisam frequentemente de fazer referência a partes es-pecíficas do manuscrito, o que é difícil, a menos que aspáginas estejam numeradas. Os autores devem, porisso, numerar todas as páginas do manuscrito conse-cutivamente, começando com a página de rosto.

IV.A.1.b. Recomendações para relatórios de desenhosde estudo específicosOs relatórios de pesquisa omitem frequentemente infor-mações importantes. Os requisitos gerais listados nasecção seguinte relacionam-se com o relato de elemen-tos essenciais para todos os tipos de estudo. Além dis-so, os autores são estimulados a consultar as recomen-dações para relatórios relevantes para o seu projecto deinvestigação específico. Para relatórios de ensaios alea-torizados e controlados, os autores devem consultar aDeclaração Consort [http://www.consort-state-ment.org]. Estas recomendações fornecem um conjun-to de procedimentos, incluindo uma lista de itens a re-

latar e um diagrama e fluxo de pacientes. Também fo-ram desenvolvidas recomendações para relatórios paravários outros tipos de desenho de estudo, que algumasrevistas podem solicitar que os autores sigam. (Ver Qua-dro: Recomendações para Relatórios). Os autores devemconsultar as informações para autores da revista queescolheram.

IV.A.2. Página de títuloA página de título deverá conter a seguinte informação:1. O título do artigo. Títulos concisos são mais fáceis

de ler que os longos. Títulos que sejam muito curtospodem, porém, carecer de informação importante,como o desenho do estudo (que é particularmenteimportante na identificação de ensaios aleatorizadose controlados). Os autores devem incluir no títulotoda a informação que torne a recuperação electró-nica simultaneamente sensível e específica.

2. O nome e a afiliação institucional dos autores. Algu-mas revistas publicam o grau académico mais ele-vado do autor, enquanto outras não o fazem.

3. O nome do departamento e a instituição à qual o tra-balho deve ser atribuído.

4. Renúncia e direitos legais, se necessário.5. Autores correspondentes. O nome, endereço, núme-

ros de telefone e fax e e-mail do autor responsávelpela correspondência relativa ao manuscrito (o «au-tor correspondente»; esse autor pode ou não ser o «fi-ador» que garante a integridade do estudo como umtodo, se esse papel for atribuído a alguém). O autorcorrespondente deve indicar claramente se o seu e--mail deve ou não ser publicado.

6. O nome e endereço do autor a quem devem ser diri-gidos pedidos de separatas, ou uma declaração deque não é possível obter separatas através dos au-tores.

7. Fontes de apoio sob a forma de subsídios, equipa-mento, ou medicamentos.

8. Um cabeçalho. Algumas revistas solicitam um peque-

RECOMENDAÇÕES PARA RELATÓRIOS

Iniciativa Tipo de estudo FonteCONSORT ensaios aleatorizados e controlados http://www.consort-statement.orgSTARD estudos de precisão diagnóstica http://www.consort-statement.org/stardstatement.htmQUORUM revisões sistemáticas e meta-análises http://www.consort-statement.org/Iniciatives/MOOSE/ moose.pdfSTROBE estudos observacionais em epidemiologia http://www.strobe-statement.orgMOOSE meta-análises de estudos observacionais em epidemiologia http://www.consort-statement.org/Iniciatives/MOOSE/moose.pdf

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no cabeçalho ou rodapé, normalmente não superiora 40 caracteres (contando letras e espaços) no fun-do da página de título. Os cabeçalhos são publica-dos na maioria das revistas, mas são por vezes tam-bém usados pelo corpo editorial para preencher e lo-calizar manuscritos.

9. Contagem de palavras. Uma contagem de palavrasapenas para o texto (excluindo resumo, agradeci-mentos, legendas e referências) permite aos editorese revisores avaliar se a informação contida no artigojustifica o espaço que lhe está destinado e se o ma-nuscrito submetido cabe nos limites de palavras darevista. Uma contagem de palavras separada para oresumo também é útil pela mesma razão.

10. O número de figuras e quadros. É difícil para o cor-po editorial e para os revisores saber se as figuras equadros que deveriam acompanhar o manuscrito fo-ram, de facto, incluídos, a menos que os númerosde figuras e quadros que pertencem ao original se-jam mencionados na página de título.

IV.A.3. Página de notificação de conflitos deinteressePara evitar que informação sobre potenciais conflitosde interesse dos autores passe despercebida ou sejamal colocada, é necessário que essa informação seja par-te do manuscrito. Por isso, deve constar em página(s)separada(s), imediatamente após a página de título. Asrevistas podem, porém, diferir quanto a onde solicitamque os autores forneçam essas informações, e algumasrevistas não enviam as informações sobre conflitos deinteresse aos revisores (Ver Secção II.D. Conflitos de In-teresse).

IV.A.4. Resumos e palavras-chaveUm resumo (os requisitos quanto à extensão e ao for-mato estruturado variam de revista para revista) deveseguir a página de rosto. O resumo deve fornecer o con-texto ou a base para o estudo e deve declarar os objec-tivos do estudo, os procedimentos básicos (selecção dossujeitos do estudo ou dos animais de laboratório, mé-todos observacionais e analíticos), principais resultados(fornecendo dados específicos e sua significância esta-tística, se possível) e as principais conclusões. Deve en-fatizar aspectos novos e importantes do estudo ou dasobservações.

Porque os resumos são a única parte substancial doartigo que é indexada em muitas bases de dados elec-trónicas e a única parte que muitos leitores lêem, os au-tores devem ter atenção para que os resumos reflictam

o conteúdo do artigo de forma precisa. Infelizmente,muitos resumos não correspondem ao texto do artigo.6

O formato requerido para resumos estruturados variade revista para revista, e algumas revistas usam maisde uma estrutura; os autores devem tomar cuidado pa-ra preparar os seus resumos no formato especificadopela revista que escolheram.

Algumas revistas solicitam que, a seguir ao resumo,os autores forneçam, identificando como tal, de três adez palavras-chave ou expressões que reflictam os prin-cipais tópicos do artigo. Essas expressões irão auxiliarna indexação cruzada do artigo e podem ser publicadasjunto com o resumo. Devem ser usados termos da lis-ta denominada Medical Subject Headings (MeSH) do In-dex Medicus; se esta lista não incluir termos adequa-dos para conceitos recentemente introduzidos, podemutilizar-se termos presentes no artigo.‡

IV.A.5. IntroduçãoForneça um contexto ou enquadramento para o estu-do (isto é, a natureza do problema e o seu significado).Declare o propósito específico ou o objectivo da investi-gação ou a hipótese testada no estudo ou observação;o objectivo da investigação tem normalmente um focomais preciso quando é formulado como uma pergunta.Tanto os objectivos principais quanto os secundários de-vem ser claros, e quaisquer análises num subgrupo pré--especificado devem ser descritas. Use apenas referên-cias estritamente pertinentes e não inclua dados ouconclusões do trabalho que está a ser relatado.

IV.A.6. MétodosA secção de Métodos deve incluir apenas informaçõesque estavam disponíveis no momento em que o planoou o protocolo para o estudo foi escrito; todas as infor-mações obtidas durante a realização do estudo perten-cem à secção de Resultados.

IV.A.6.a. Selecção e descrição dos participantesDescreva claramente a selecção dos sujeitos da observa-ção ou experimentação (doentes ou animais de laborató-rio, incluindo controlos), incluindo os critérios de elegi-bilidade e exclusão e uma descrição da população sobobservação. Como a relevância de variáveis como idade

‡Nota do tradutor: Trabalhos em português podem usar descritores da lis-ta denominada Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), publicada pelaBIREME e disponível na Internet [http://decs.bvs.br]. Para Portugal nãohá lista de termos própria: podemos manter ou não os termos da BIREME,devendo salvaguardar as diferenças de terminologia usadas em Portugal eno Brasil.

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e sexo para o objecto da investigação nem sempre é clara,os autores devem justificar o uso destas variáveis quan-do elas são incluídas num relatório; por exemplo, os au-tores devem explicar por que apenas foram incluídos in-divíduos de determinadas idades, ou por que as mulhe-res foram excluídas. A norma de conduta deve ser a cla-reza sobre como e por que um estudo foi feito dedeterminada forma. Quando os autores usam variáveiscomo raça e etnia, eles devem definir como medem asvariáveis e justificar a sua relevância.

IV.A.6.b. Informação técnicaIdentifique os métodos, os equipamentos (incluir o nomee o endereço do fabricante entre parênteses) e os proce-dimentos de forma suficientemente detalhada para per-mitir que outros reproduzam os resultados. Use refe-rências de métodos estabelecidos, incluindo métodos es-tatísticos (veja a seguir); forneça referências e breves des-crições de métodos que tenham sido publicados massejam pouco conhecidos; descreva métodos novos ousubstancialmente modificados, justifique o seu uso eavalie as suas limitações. Identifique com precisão to-dos os medicamentos e produtos químicos utilizados,incluindo nome(s) genérico(s), dosagem(ns) e forma deadministração.

Os autores que submetem artigos de revisão devemincluir uma secção de descrição dos métodos usadospara localizar, seleccionar, extrair e sintetizar dados.Esses métodos também devem ser sumariados no re-sumo.

IV.A.6.c. EstatísticasDescreva os métodos estatísticos com suficiente detalhepara que um leitor informado, com acesso aos dados ori-ginais, possa confirmar os resultados relatados. Sem-pre que possível, quantifique os achados e apresente--os com indicadores apropriados de erro de medição ouincerteza (tais como intervalos de confiança). Eviteapoiar-se somente em testes estatísticos de hipóteses,tais como o uso de valores de P, que não reflectem infor-mação adequada sobre a dimensão do efeito. As referên-cias relacionadas com o desenho do estudo e com os mé-todos estatísticos devem ser de trabalhos clássicos sem-pre que possível (com indicação do número da páginas).Defina os termos estatísticos, as abreviaturas e a maio-ria dos símbolos. Especifique o software utilizado.

IV.A.7. ResultadosApresente os seus resultados em sequência lógica notexto, nos quadros e nas ilustrações, mencionando pri-

meiro os achados principais ou mais importantes. Nãorepita no texto todos os dados dos quadros ou ilustra-ções; enfatize ou resuma apenas observações importan-tes. Materiais adicionais ou suplementares e detalhestécnicos podem ser colocados num apêndice, onde es-tarão acessíveis mas não irão interromper o fluxo do tex-to; em alternativa, essas informações podem ser publi-cadas apenas na versão electrónica da revista.

Quando os dados são resumidos na secção Resulta-dos, dê os resultados numéricos não apenas em valo-res derivados (por exemplo, percentagens), mas tambémem valores absolutos a partir dos quais os derivados fo-ram calculados, e especifique os métodos estatísticosusados para analisá-los. Use apenas os quadros e as fi-guras necessárias para explicar o argumento do traba-lho e para avaliar o seu suporte. Use gráficos como al-ternativa aos quadros com muitas entradas; não dupli-que os dados nos gráficos e nos quadros. Evite o usonão-técnico de termos técnicos em estatísticas, como«aleatório» (que implica um método de aleatorização),«normal», «significativo», «correlações» e «amostra».

Quando for cientificamente apropriado, as análisesdos dados com variáveis tais como idade e sexo devemser incluídas.

IV.A.8. DiscussãoDê ênfase aos aspectos novos e importantes do estudoe às conclusões deles derivadas. Não repita detalhada-mente dados ou outro material já apresentado na Intro-dução ou na secção de Resultados. Para estudos expe-rimentais, é útil iniciar a discussão resumindo breve-mente os principais achados, depois explorar possíveismecanismos ou explicações para esses achados, com-parar e contrastar os resultados com outros estudos re-levantes, declarar as limitações do estudo e explorar asimplicações dos achados, para investigação futura epara a prática clínica.

Ligue as conclusões aos objectivos do estudo, masevite afirmações e conclusões não qualificadas, que nãosejam devidamente sustentadas pelos dados. É particu-larmente importante que os autores evitem fazer afirma-ções sobre benefícios económicos e custos, a não ser queo seu original inclua dados e análises económicas apro-priadas. Evite alegar precedência e aludir a trabalho quenão esteja completo. Proponha novas hipóteses quan-do justificável, mas assinale-as claramente como tal.

IV.A.9. ReferênciasIV.A.9.a. Considerações gerais sobre as referênciasEmbora as referências a artigos de revisão possam ser

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uma maneira eficiente de guiar os leitores a uma parteda literatura, os artigos de revisão nem sempre reflec-tem o trabalho original com precisão. Portanto, deve-sefornecer aos leitores referências directas a fontes de pes-quisa original sempre que possível. Por outro lado, lis-tas extensas de referências a trabalhos originais sobreum determinado tópico podem usar espaço excessivona página impressa. Um pequeno número de referên-cias a artigos originais importantes normalmente serátão útil quanto listas mais exaustivas, especialmenteagora que as referências já podem ser acrescentadas àversão electrónica de artigos publicados e que a pesqui-sa electrónica de literatura permite aos leitores recupe-rar, de forma eficiente, a literatura publicada.

Evite usar resumos como referências. Referências atrabalhos aceites, mas ainda não publicados, devem serdesignadas como «em publicação»; os autores devemobter permissão escrita para citar estes trabalhos e de-vem assegurar-se de que foram aceites para publicação.Informação a partir de manuscritos submetidos, masnão aceites para publicação, devem ser citadas no tex-to como «observações não publicadas», com permissãoescrita da fonte.

Evite citar uma «comunicação pessoal», a não ser queela forneça informação essencial não disponível a par-tir de uma fonte pública; nesse caso, o nome da pessoae a data da comunicação devem ser citados entre pa-rênteses no texto. Para artigos científicos, os autores de-vem obter permissão escrita e confirmação, por parteda fonte da comunicação pessoal, de que a informaçãofoi citada de forma precisa.

Algumas revistas verificam a precisão de todas as ci-tações nas referências, mas nem todas o fazem, e errosnas citações por vezes aparecem nas versões publica-das dos artigos. Para minimizar tais erros, os autoresdevem, então, conferir as referências em relação aos do-cumentos originais. Os autores são responsáveis por ve-rificar que nenhuma das referências cita artigos retrac-tados, a não ser num contexto em que se esteja a fazeruma referência à retractação do artigo. Para artigos pu-blicados em revistas indexadas na MEDLINE, o ICMJEconsidera a PubMed [http://www.pubmed.gov] como afonte autorizada para informação sobre artigos retrac-tados. Os autores podem identificar artigos retractadosna MEDLINE utilizando o seguinte termo de pesquisa,onde «pt» entre parênteses rectos significa tipo de publi-cação: Retracted publication [pt] in pubmed.

IV.A.9.b. Estilo e formato das referênciasO estilo dos Requisitos Uniformes é em grande parte ba-

seado num estilo padrão do American National Stan-dards Institute (ANSI) adaptado pela National Library ofMedicine (NLM) para as suas bases de dados.7 Para exem-plos de formatos de referências, os autores devem con-sultar o website da NLM [http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html].

As referências devem ser numeradas sucessivamen-te pela ordem em que são mencionadas pela primeiravez no texto. Identifique as referências no texto, nosquadros e nas legendas com algarismos árabes entre pa-rênteses. As referências citadas apenas em quadros ouem legendas de figuras devem ser numeradas de acor-do com a sequência estabelecida pela primeira identifi-cação no texto desse quadro ou figura.

Os nomes das revistas devem ser abreviados de acor-do com o estilo utilizado no Index Medicus. Consulte aLista de Revistas Indexadas na MEDLINE (List of Jour-nals Indexed in MEDLINE), publicada anualmente emseparata pela National Library of Medicine. A lista podetambém ser obtida a partir do website da NLM[http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html]. As revis-tas variam quanto à solicitação de citar referências elec-trónicas entre parênteses no texto ou em referências nu-meradas no final do texto. Os autores devem consultara revista à qual planeiam submeter o seu trabalho.

IV.A.10. QuadrosOs quadros captam informações de forma concisa e exi-bem-na de forma eficiente; também fornecem informa-ção em quaisquer níveis desejados de detalhe e preci-são. A inclusão de dados em quadros em vez de apre-sentá-los no texto frequentemente torna possível redu-zir a extensão do texto.

Digite ou imprima cada quadro em espaço duplonuma folha separada. Numere os quadros consecutiva-mente pela ordem de citação no texto e forneça um bre-ve título para cada um. Não use linhas horizontais ouverticais internas. Dê a cada coluna um título curto ouabreviado. Os autores devem colocar material explica-tivo em notas debaixo do quadro, não no título. Expli-que em notas todas as abreviaturas não-padronizadasusadas. Para as notas, use os seguintes símbolos, nes-ta sequência:

*, †, ‡, §, ||, ¶, **, ††, ‡‡

Identifique medidas estatísticas de variações, taiscomo desvio-padrão e erro-padrão da média.

Certifique-se de que cada quadro é mencionado notexto.

Se usar dados de outra fonte, publicada ou não, obte-

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nha permissão e indique a fonte por completo.Quadros adicionais, contendo dados de apoio, mui-

to extensos para serem publicados na versão impressa,podem ser adequados para a publicação na versão elec-trónica da revista, armazenados num serviço de arqui-vamento, ou podem ser disponibilizados aos leitores di-rectamente pelos autores. Nesse caso, uma declaraçãoapropriada será acrescentada ao texto. Submeta estesquadros para consideração junto com o artigo, para quesejam disponibilizados aos revisores.

IV.A.11. Ilustrações (Figuras)As figuras devem ser desenhadas ou fotografadas pro-fissionalmente ou submetidas como impressões em for-mato digital de qualidade fotográfica. Além de solicitaruma versão das figuras adequada à impressão, algumasrevistas solicitam agora aos autores ficheiros electróni-cos das figuras num formato (por exemplo, JPEG ou GIF)que produza imagens de alta qualidade na versão elec-trónica da revista; os autores devem rever as imagensdesses ficheiros num ecrã de computador antes de sub-metê-las, para se assegurarem de que elas satisfazemos seus próprios padrões de qualidade.

Para raios X, ecografias, tomografias e outros tiposde imagens diagnósticas, bem como para fotografias deespécimes patológicos ou fotomicrografias, envie fotogra-fias nítidas, em papel brilhante, em preto-e-branco oucoloridas, geralmente com 127 x 173 mm (5 x 7 polega-das). Embora algumas revistas redesenhem as figuras,muitas não o fazem. Letras, números e símbolos queaparecem nas Figuras devem, portanto, ser claros econsistentes ao longo de todo o trabalho, e devem tertamanho suficiente para continuar legíveis mesmoquando reduzidos para publicação. As figuras devem sero mais auto-explicativas possível, já que muitas poderãoser usadas directamente em apresentações em formatode diapositivo. Títulos e explicações detalhadas devemaparecer nas legendas, não nas próprias ilustrações.

Fotomicrografias devem conter marcadores internosde escala. Símbolos, setas ou letras usadas em fotomi-crografias devem contrastar com o fundo.

Caso se utilizem fotografias de pessoas, os sujeitosnão devem ser identificáveis, ou suas fotos devem seracompanhadas de permissão escrita de uso (veja a Sec-ção II.E.1. – Pacientes e participantes nos estudos). Sem-pre que possível, deve ser obtida permissão para publi-cação.

As figuras devem ser numeradas consecutivamentede acordo com a ordem em que aparecem no texto. Seuma figura foi previamente publicada, deve-se dar cré-

dito à fonte original e pedir permissão escrita ao deten-tor dos direitos de autor para reproduzir o material. Apermissão é exigida independentemente de autoria oueditoria, excepto para documentos no domínio público.

Para ilustrações a cores, verifique se a revista exigenegativos coloridos, transparências positivas ou impres-sões a cores. Desenhos que indiquem a região a ser re-produzida podem ser úteis ao editor. Algumas revistaspublicam ilustrações a cores apenas se o autor pagar ocusto extra.

Os autores devem consultar a revista sobre os requi-sitos para figuras submetidas em formatos electrónicos.

IV.A.12. Legendas das ilustrações (Figuras)Dactilografe ou imprima as legendas para as ilustraçõesa dois espaços, numa página separada, com algarismosárabes correspondendo às figuras. Quando se usamsímbolos, setas, números ou letras para identificar par-tes das figuras, identifique e explicite claramente cadaum deles na legenda. Explicite a escala interna e iden-tifique o método de coloração usado nas microfotogra-fias.

IV.A.13. Unidades de medidaAs medidas de comprimento, altura, peso e volume de-vem ser expressas em unidades do sistema métrico (me-tro, quilograma ou litro) ou seus múltiplos decimais.

A temperatura deve ser expressa em graus Celsius.Os valores da pressão arterial devem ser expressos emmilímetros de mercúrio, a não ser que outra unidade demedida seja especificamente requerida pela revista.

As revistas não são unânimes nas unidades que usampara expressar valores hematológicos, de química clíni-ca e outras medidas. Os autores devem consultar a in-formação para os autores da revista em particular e de-vem apresentar informação laboratorial simultanea-mente no Sistema Internacional de Unidades (SI) e nosistema local. Os editores podem solicitar que, antes dapublicação, os autores incluam também unidades al-ternativas ou não-SI, uma vez que as unidades SI nãosão usadas universalmente. As concentrações de medi-camentos devem ser indicadas em unidades SI ou uni-dades de massa, mas a forma alternativa deve ser indi-cada entre parênteses, quando apropriado.

IV.A.14. Abreviaturas e símbolosUtilize apenas abreviaturas padronizadas; o uso deabreviaturas não-padronizadas pode ser extremamenteconfuso para os leitores. Evite abreviaturas no título. Adesignação completa à qual se refere uma abreviatura

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deve preceder a primeira indicação desta no texto, a nãoser que se trate de uma unidade de medida padrão.

IV.B. Envio do manuscrito à revistaUm número cada vez maior de revistas aceita agora asubmissão electrónica de manuscritos, seja em disque-te, como anexos a e-mails ou descarregando-o directa-mente no website da revista. A submissão electrónicaeconomiza tempo e custos com portes, e permite que omanuscrito seja manuseado de forma electrónica aolongo de todo o processo editorial (por exemplo, quan-do é enviado para a revisão). Ao submeter um manus-crito por via electrónica, os autores devem consultar asinformações para autores da revista que escolherampara o seu manuscrito.

Se submeter uma versão do manuscrito em papel, en-vie o número exigido de cópias do original e das figuras;todas são necessárias para a revisão por pares e para aedição, e não se pode esperar que a secretaria editorialfaça as cópias necessárias.

Os manuscritos devem ser acompanhados por umacarta de apresentação, que deve conter a informação se-guinte.• Uma declaração completa ao editor a respeito de to-

das as submissões e relatórios prévios que possamser considerados como publicação redundante ouduplicação do mesmo trabalho ou de trabalho mui-to semelhante. Qualquer trabalho prévio deve sermencionado especificamente no novo texto, com asrespectivas referências. Cópias desse material devemacompanhar o original que está a ser submetido, paraauxiliar o editor a decidir como lidar com o assunto.

• Uma declaração sobre as relações financeiras e ou-tras que podem levar a conflito de interesse, se essainformação não estiver incluída no próprio manus-crito ou num dos formulários de autores.

• Uma declaração de que o manuscrito foi lido e apro-vado por todos os autores, de que os requisitos sobreautoria, tal como estabelecidos anteriormente nestedocumento, foram satisfeitos e de que cada autoracredita que o original representa trabalho honesto,caso essas informações não sejam fornecidas noutroformulário (veja abaixo).

• Nome, endereço e telefone do autor correspondente,que é responsável pela comunicação com os outrosautores sobre revisões e aprovação final das provas,se essa informação não estiver incluída no própriomanuscrito.A carta deve fornecer toda e qualquer informação adi-

cional que possa ser útil ao editor, tal como o tipo ou

formato do artigo na revista em particular que o manus-crito representa. Se o manuscrito foi previamente sub-metido a outra revista, é útil incluir os comentários doeditor e dos revisores anteriores junto com o manuscri-to que se está a submeter, junto com as respostas dosautores a esses comentários. Os editores encorajam osautores a submeter essas comunicações anteriores efazê-lo pode acelerar o processo de revisão.

Muitas revistas fornecem agora uma lista de verifica-ção pré-submissão que assegura que todos os compo-nentes da submissão foram incluídos. Algumas revis-tas também solicitam que os autores completem as lis-tas de verificação para certos tipos de estudos (por exem-plo, a lista de controlo CONSORT para relatórios deestudos aleatorizados controlados). Os autores devemverificar se a revista usa estas listas de verificação e en-viá-las com o manuscrito, se for requerido.

O manuscrito deve ser acompanhado das cópias detodas as permissões para reproduzir material publica-do, usar ilustrações, relatar informações sobre pessoasidentificáveis ou citar pessoas que contribuíram para otrabalho.

V. ReferênciasV.A. Referências impressas citadas neste documento

1. Davidoff F, for the CSE Task Force on Authorship.Who’s the author? Problems with biomedical author-ship, and some possible solutions. Science Editor 2000Jul-Aug; 23 (4): 111-9.

2. Yank V, Rennie D. Disclosure of researcher con-tributions: a study of original research articles in TheLancet. Ann Intern Med 1999 Apr 20; 130 (8): 661-70.

3. Flanagin A, Fontanarosa PB, DeAngelis CD. Au-thorship for research groups. JAMA 2002 Dec 25; 288(24): 3166-8.

4. Godlee F, Jefferson T. Peer Review in Health Sci-ences. London: BMJ Books; 1999.

5. World Medical Association Declaration of Helsin-ki: ethical principles for medical research involving hu-man subjects. JAMA 2000 Dec 20; 284 (23): 3043-5.

6. Pitkin RM, Branagan MA, Burmeister LF. Accura-cy of data in abstracts of published research articles.JAMA 1999 Mar 24-31; 281 (12): 1110-1.

7. Patrias K. National Library of Medicinerecommended formats for bibliographic citation.Bethesda (MD): The Library; 1991.

V.B. Outras fontes de informação relacionadascom revistas biomédicas

World Association of Medical Editors. http://www.

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Page 21: Requisitos uniformes para manuscritos submetidos a ... · reuniu informalmente em Vancouver, ... (Canadá), em 1978, para fixar as normas para a forma-tação de manuscritos propostos

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798 Rev Port Clin Geral 2007;23:778-98

wame.orgCouncil of Science Editors (CSE). http://www.coun-

cilscienceeditors.orgEuropean Association of Science Editors. http://

www.ease.org.ukCochrane Collaboration. http://www.cochrane.orgThe Mulford Library, Medical College of Ohio. http://

mulford.meduohio.edu/instr/

VI. Sobre o Comité Internacional de Editores deRevistas MédicasO International Committee of Medical Journal Editorsé um grupo de revistas médicas generalistas cujos par-ticipantes reúnem anualmente e baseiam o seu traba-lho nos Requisitos Uniformes para Manuscritos subme-tidos a Revistas Biomédicas. O ICMJE incentiva comen-tários sobre o presente documento e sugestões paraitens de agenda.

VII. Autores dos Requisitos UniformesEntre as revistas e organizações e seus representantesque aprovaram os Requisitos Uniformes revistos emJulho de 2005 incluem-se: Annals of Internal Medicine,British Medical Journal, Canadian Medical AssociationJournal, Croatian Medical Journal, Journal of the Amer-ican Medical Association, The Dutch Medical Journal(Nederlands Tijdschrift voor Geneeskunde), New Eng-land Journal of Medicine, New Zealand Medical Journal,The Lancet, The Medical Journal of Australia, Tidsskriftfor Den Norske Laegeforening, Journal of the Danish Me-dical Association (Ugeskrift for Laeger) e a National Li-brary of Medicine.

VIII. Uso, distribuição e tradução dos RequisitosUniformesOs utilizadores podem imprimir, copiar e distribuir estedocumento sem custos para fins educacionais e sem finslucrativos. O ICMJE não dispõe de cópias em papel dopresente documento.

A política do ICMJE é de que as organizações interes-sadas façam um link para o documento oficial em in-glês em http://www.icmje.org. O ICMJE não recomen-da a publicação deste documento em outros sites quenão o http://www.icmje.org.

O ICMJE encoraja as organizações a reimprimiremou a traduzirem este documento em outras línguas paraalém do inglês para fins não lucrativos. Contudo, oICMJE não possui recursos para traduzir, retroverter oupara aprovar versões re-impressas ou traduzidas do do-cumento.

Esta é uma tradução para português dos Uniform Re-quirements for Manuscripts Submitted to BiomedicalJournals, do International Committee of Medical Jour-nal Editors. Os Editores da Revista Portuguesa de Clí-nica Geral prepararam esta tradução, por intermédio deManuel Montenegro e Jaime Correia de Sousa. O ICMJEnão subscreveu nem aprovou o conteúdo desta tradu-ção. O ICMJE actualiza periodicamente os Uniform Re-quirements, por isso esta tradução, preparada em Ou-tubro de 2007, pode não representar com precisão a ver-são oficial corrente.§ A versão oficial dos Uniform Requi-rements for Manuscripts Submitted to BiomedicalJournals está em http://www.icmje.org.

Não é requerido que pessoas ou organizações que re-publiquem ou traduzam os «Uniform Requirements forManuscripts Submitted to Biomedical Journals» obte-nham autorização formal escrita do ICMJE. Contudo, oICMJE requer que essas pessoas ou organizações for-neçam ao secretariado do ICMJE a citação dessa repu-blicação ou tradução para que o ICMJE possa guardarum registo dessas versões do documento.

IX. InformaçõesAntes de enviar um pedido de informação, consulte asFrequently Asked Questions em http://www.icmje.org.Perguntas sobre os Requisitos Uniformes devem ser en-viadas a: Christine Laine, MD, MPH, ICMJE Secretariatoffice, American College of Physicians, 190 N. Indepen-dence Mall West, Philadelphia, PA, 19106-1572, USA.Fax +001-215-351-2644; e-mail [email protected]ão dirija perguntas sobre estilos ou políticas de cadarevista ao secretariado do ICMJE.

§Nota dos tradutores: À data da realização desta tradução a versão existenteno website do ICMJE era a de Julho de 2005 e o website tinha sidoactualizado em Outubro de 2007.

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