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Resoluções
1-‐ CONJUNTURA INTERNACIONAL
Desde 2008 não se pode fazer uma análise consistente da conjuntura internacional sem discutir os efeitos
da crise econômica desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers. Para muitos analistas, trata-‐se
da pior crise do capitalismo desde a de 1929, que inaugurou um período de recessão superado apenas após
o final da II Guerra Mundial (1939-‐1945).
A receita para sair da crise foi dada, mais uma vez, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI): mais
desregulamentações financeiras, cortes de gastos estatais, redução de salários e supressão de direitos
sociais. Além disso, está em negociação um acordo de livre comércio entre Estados Unidos e União
Europeia que poderá ser o golpe de misericórdia no já moribundo “Estado de bem-‐estar social”. Por esse
acordo, empresas terão o direito de recorrer à Justiça contra leis trabalhistas e políticas sociais que possam
ser consideradas prejudiciais aos seus negócios. Por exemplo: um direito como férias remuneradas pode
ser considerado um custo excessivo e um entrave à competitividade internacional de determinada
empresa. Bastará uma decisão judicial para anular esse direito, mesmo que ele esteja previsto em lei ou na
própria Constituição.
O interesse do capitalista em ampliar seus lucros será colocado, assim, acima da soberania nacional de cada
país e acima do interesse público. Uma vez que esse princípio estiver vigorando nas relações entre EUA e
União Europeia, haverá forte pressão política e econômica para que seja adotado por outros países.
Enquanto os países desenvolvidos atacam os direitos dos trabalhadores para preservar os lucros de
banqueiros e especuladores, os efeitos da crise começam a se fazer sentir naquele grupo de países que
parecia não ter sido afetado significativamente pela recessão. É o caso dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul). O crescimento da China – que tem sido um dos principais motores da economia
mundial – também está desacelerando. Não por acaso, é neste momento que os BRICS se reúnem para
criar seu próprio banco. Nada indica, porém, que o modelo adotado seja alternativo às organizações
propagadoras das contrarreformas neoliberais (FMI, Banco Mundial e OMC).
Também estamos chegando, ao que parece, ao fim de um ciclo de governos pretensamente de esquerda na
América Latina. Fica evidente que os governos de frente popular foram incapazes de desencadear
processos de transformação profunda da sociedade envolvendo o conjunto da classe trabalhadora. Ao
contrário, muitas vezes reprimiram os sindicatos e movimentos sociais que não se submeteram ao papel de
correia de transmissão do governo.
Por toda parte, o ascenso das lutas dos trabalhadores vem sofrendo forte repressão. Às lutas da Primavera
Árabe seguiram-‐se contraofensivas no Egito, na Líbia, na Síria e na Palestina, com verdadeiros massacres.
Em julho deste ano, o Estado de Israel desencadeou uma verdadeira campanha de limpeza étnica contra o
povo palestino na Faixa de Gaza. A existência do Estado sionista de Israel é um erro histórico que
continuará gerando morte e destruição enquanto não for reparado. Isso nada tem a ver com o povo judeu,
que viveu uma longa história de opressão e massacres. Em vários países, setores da própria comunidade
judaica vêm se manifestando contra o genocídio na Faixa de Gaza.
Israel é uma máquina de opressão e violência instalada como ponta de lança do imperialismo em uma
região que concentra dois terços das reservas mundiais de petróleo. A paz virá apenas com o fim do Estado
sionista. É preciso repudiar a manutenção de relações comerciais e diplomáticas com esse país,
especialmente na compra de armamentos, o que só fortalece a indústria de destruição em massa
israelense.
Defendemos:
! Não ao acordo de livre comércio entre Estados Unidos e Europa, que coloca em risco direitos
sociais;
! Não aos planos de ajuste do FMI. Os trabalhadores não pagarão pela crise!
! Pela anulação da dívida externa como mecanismo de espoliação da classe trabalhadora;
! Solidariedade aos rebeldes sírios, vítimas da ditadura de Al Assad;
! Solidariedade aos palestinos, vítimas do genocídio praticado pelo Estado sionista de Israel;
! Pelo fim do Estado sionista de Israel. Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista;
! Todo apoio à Campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) e pelo rompimento das relações
comerciais com o Estado sionista de Israel.
2-‐ CONJUNTURA NACIONAL
Seja quem for o próximo presidente, que sairá de uma eleição totalmente anti-‐democrática, definida por
gastos que passam de bilhões (“doação” de grandes empresas), Dilma, Marina ou Aécio tentarão
transferir a crise que já está presente para as costas dos trabalhadores, protegendo o lucro dos patrões! E
como sempre, o funcionalismo federal será o primeiro a ser atacado. Disso não temos dúvidas!
O governo gasta anualmente entre 43 a 45% do orçamento para pagar somente juros da dívida, deixando
de investir em áreas fundamentais, que poderiam melhorar bastante a vida da população. Não há fórmula
mágica: se continuar dando bilhões e bilhões aos banqueiros e especuladores, isentando de impostos os
grandes empresários, não sobrará para a saúde, educação, saneamento, moradia, segurança... Não
haverá futuro para este país enquanto o patrimônio do povo for entregue a preço de banana para as
empresas do setor privado através das privatizações. Não haverá recursos para valorizar o servidor e
melhorar a qualidade do serviço público enquanto a prioridade dos governos for repassar recursos públicos
para as grandes empresas, através de incentivos e isenções fiscais.
Exigimos o não pagamento da dívida pública e sua auditoria, porque apesar da quantidade gigantesca de
recursos que o governo tem pago aos credores, o valor nunca para de crescer.
As grandes manifestações de junho de 2013 foram o grito contra tudo de errado que está aí: contra o
desmonte do Estado que começou com FHC e teve continuidade com o PT, contra as privatizações, a
precarização do trabalho, a vergonhosa situação da saúde e da educação pública, a insegurança, com uma
polícia que defende os ricos e mata os pobres; contra os corruptos e os corruptores que sugam o país e
comprometem o futuro das novas gerações. Contra o modelo que acha que a distribuição do Bolsa-‐família
é o suficiente. Contra os gastos com a COPA, o “circo” oferecido ao povo. Os salários estão cada vez
mais defasados, é inegável o aumento da inflação, e a população mais carente, a despeito da
propaganda oficial, sente aumentarem as suas dificuldades.
A resposta dos governos às reivindicações, às manifestações e às lutas da população e dos
trabalhadores foi, por um lado tentar enrolar, fingindo com o apoio total da grande mídia, que as
coisas estavam mudando, iriam melhorar; por outro lado, a verdadeira política dos governos
federal e estaduais foi a criminalização dos movimentos, com prisões, espancamentos,
intimidações, falsificações, infiltração de provocadores em manifestações.
Diante do quadro que se avizinha, dos ataques que nos preparam pós-‐eleições, nossa principal
tarefa neste congresso é aprovar propostas que fortaleçam nossa organização, que forjem a
unidade de todos os setores atacados, que sensibilizem os servidores que é possível e necessário
lutar em defesa de nossos direitos e de nossas condições de vida. E isso só conseguiremos com a
unidade dos que lutam, a mais ampla democracia, e a organização pela base.
Defendemos como bandeiras gerais, mas que estão intimamente ligadas às nossas lutas, pois vão contra o
modelo econômico que nos penaliza:
! Não pagamento da dívida externa e interna aos banqueiros e grandes especuladores!
! Congelamento do preço dos alimentos e tarifas públicas e aumento geral dos salários!
! Redução do preço e melhoria da qualidade dos transportes coletivos!
! Mais investimentos na saúde e educação pública!
! 10% do PIB para a universalização da educação pública!
! Fim do fator previdenciário e aumento do valor das aposentadorias!
! Redução da jornada de trabalho para todos, sem redução de salários!
! Fim dos leilões das reservas de petróleo!
! Reforma Agrária sob controle dos trabalhadores Já!
! Contra a precarização do trabalho!
! Fim das privatizações das empresas estatais e do serviço público! Reestatização sem pagamento de
indenização do que já foi entregue ao setor privado!
! Fim das isenções para as empresas, queremos mais recursos para as aposentadorias, o serviço
público e para a valorização do servidor público!
! Pelo fim das terceirizações; por concursos públicos que recompanham os cargos em todos os
níveis.
3-‐ BALANÇO E PLANOS DE LUTAS DO MOVIMENTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS
Apesar de todos os esforços realizados pelos setores combativos do funcionalismo, as iniciativas de
unidade tratadas no Fórum das Entidades Nacionais, não foram suficientes para o desenvolvimento de uma
campanha salarial que arrancasse o necessário reajuste salarial. Apesar de terem ocorrido importantes
mobilizações com a deflagração de greves nas bases de FASUBRA, SINASEFE, FENAJUFE, CONDSEF (setor da
Cultura) e trabalhadores do IBGE, não conseguimos a tão necessária unificação das lutas.
O governo buscou derrotar estas lutas fragmentadas com a judicialização e criminalização do movimento
grevista, numa clara tentativa de intimidar os servidores. Ao mesmo tempo, diversos setores do
movimento sindical, ligados aos partidos da base governista e ao PT, preferiram se omitir da luta e
desconstruir o movimento unificado, tentando evitar desgastes para o governo e sua candidata.
Isso só nos mostra que temos que redobrar nossas esforços, apostar na unidade para construirmos, desde
já, uma grande campanha salarial que consiga impor uma derrota ao modelo econômico do governo. Só
com muita luta e perseverança conseguiremos defender nossos direitos, barrar os ataques e conquistar a
reposição de nossas perdas salariais. Além da luta salarial, temos que lutar em defesa dos aposentados e
pensionistas, pelo reajuste dos valores dos benefícios sociais, hoje extremamente defasados, combinada
com mobilização e luta contra a criminalização dos movimentos sociais, e a organização e unidade dos
servidores públicos federais.
Devemos preparar a Campanha Unificada dos SPFs 2015 com os seguintes eixos:
! Reposição das perdas salariais e incorporação das gratificações ao salário base!
! Imediata realização de concursos públicos! Pelo fim das terceirizações!
! Pelo preenchimento automático dos cargos vagos pelos servidores concursados!
! Defesa de um plano de cargos, salários e carreira no Serviço Público!
! Reajuste do auxílio-‐alimentação e auxílio-‐creche!
! Redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem redução de salário!
! Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas!
! Direito à negociação coletiva, conforme Convenção 151 da OIT e data-‐base do funcionalismo em 1o
de maio!
! Pelo direito de greve dos servidores!
! Fim do assédio moral, da perseguição aos ativistas e contra a implantação de metas exaustivas!
! Anulação da reforma da Previdência do governo Lula e revogação da lei do FUNPRESP. Não à
privatização dos Hospitais Universitários e contra a EBSERH
4-‐ BALANÇO DA RELAÇÃO COM A CONDSEF
O X Congresso da CONDSEF, a nossa confederação, ocorreu em dezembro de 2013. Neste Congresso a
maioria da Delegação do SINDSEF-‐SP teve uma participação de destaque, defendendo com qualidade todas
as propostas que fizeram parte da Tese que apresentamos às assembleias que elegeram os delegados de
São Paulo. De um modo geral o Congresso foi vitorioso, pois refletiu o grande descontentamento da imensa
maioria dos delegados de todo o país, que se mostraram radicalmente contra o governo. Além das
questões que nos afetam diretamente, como os salários e a retirada de vários de nossos direitos, o ataque
à aposentadoria, os delegados se posicionaram em oposição frontal ao governo, contra a corrupção, o
desmonte dos serviços públicos, a parasitagem dos parlamentares, o privilégio aos banqueiros, ao
agronegócio e aos grandes empresários, em detrimento de melhorar as condições de vida da população
mais carente. De fato o congresso refletiu o sentimento dos milhares e milhares que tomaram as ruas do
país em junho de 2013. Em todos estes pontos os delegados que defenderam as teses aprovadas em São
Paulo cumpriram um papel fundamental, polarizando e enriquecendo os debates. Um debate que teve
destaque neste congresso foi a luta contra as opressões. Foi aprovado que a CONDSEF deve estar à frente
de todas as lutas contra a opressão, exigindo a punição de todos os atos de machismo, racismo e
homofobia. Este é outro ponto que temos todos de nos orgulhar, pois foi a delegação de São Paulo que
levantou esse debate e a que se mostrou mais preparada e consequente na defesa das resoluções,
refletindo o acúmulo de debates e a luta que o SINDSEF-‐SP já desenvolve há anos sobre o tema.
No entanto não podemos afirmar que o Congresso foi totalmente vitorioso: alguns pontos que entendemos
ser de fundamental importância não foram contemplados. Nossa tese defendia, por exemplo, que a
CONDSEF deveria se desfiliar da CUT, que se tornou uma Central chapa branca, governista, e que atua
como um freio à luta dos trabalhadores quando estes se enfrentam com a política econômica do governo.
Não é a toa que a CONDSEF é a única das entidades gerais do funcionalismo que continua filiada à CUT;
ANDES, FENASPS, FENAJUF, FASUBRA e SINASEFE, que são as principais entidades gerais do funcionalismo
federal já se desfiliaram há tempos da CUT. Defendemos também diversos outros pontos relacionados à
democratização da nossa confederação, à transparência da gestão. E defendemos isso porque entendemos
que esta é a única forma de a CONDSEF unificar os trabalhadores e enfrentar o governo. Não é possível que
após todos estes anos, e todos os ataques que sofremos, nossa Confederação ainda esteja ligada a uma
Central governista. Este debate foi barrado no Congresso sob a alegação de ser uma questão estatutária,
que não poderia ser contemplada por aquele congresso, mas na verdade foi uma fuga a este debate.
Há que se citar que, infelizmente, uma pequena parcela dos nosso delegados, que foram eleitos nas
assembleias de seus órgãos defendendo a tese do SINDSEF-‐SP, muitos inclusive assinando-‐a, ao chegarem
no congresso defenderam outras posições. Isso é lamentável e não pode se repetir, pois é um desrespeito
aos que votaram nestas pessoas, delegaram a elas a representação baseados no que foi discutido na
assembleia. Todos têm o direito e a liberdade de defenderem o que quiserem, mas isso deve ser feito nas
assembleias de base, para que os servidores saibam o que os delegados defenderão no congresso. Isso é
parte de um aprendizado, de um amadurecimento, e esperamos que não se repita.
Ao final do congresso a delegação de São Paulo apoiou e fez parte de uma das chapas que se formaram
para disputar a direção da Confederação nos próximos 3 anos. E participamos desta chapa com a coerência
de que vínhamos desenvolvendo diversas atividades e lutas em conjunto, por meio do Espaço Unidade de
Ação, como a greve de 2012, a marcha do dia 24 de abril e as paralisações de 11 de julho e 30 de agosto. A
votação que tivemos, refletindo o papel importante que desempenhamos no congresso possibilitou que
atingíssemos a votação para termos um representante de São Paulo na Executiva da CONDSEF.
Infelizmente, num gesto burocrático e inaceitável, o setor que era maioria na chapa manobrou e impediu
que compuséssemos a Executiva, oferecendo um cargo de menor importância. Não aceitamos e preferimos
estar fora da Direção da Confederação pois não poderíamos atuar com quem dá golpes burocráticos dessa
forma. Isso só reforçou a nossa posição de que é preciso democratizar a Confederação, pois da forma como
está ela não consegue representar de verdade os anseios e necessidades dos servidores de sua base.
Diante disso a atual diretoria do SINDSEF-‐SP vem insistindo na defesa de medidas que democratizem a
CONDSEF, que a confederação seja de fato controlada pelas entidades que a compõem; e como ponto
inicial e fundamental desta democratização é preciso exigir transparência total nas finanças da entidade;
que os sindicatos que a sustentam tenham acesso à sua situação financeira da entidade, ao menos
semestralmente, para que não se chegue a uma situação como a atual, quando as contas foram abertas
apenas por se ter chegado a uma situação de crise financeira.
Diante dos ataques que se avizinham, só uma entidade democrática e de oposição aos interesses do nosso
patrão (o governo federal) terá a legitimidade e a força para dirigir as nossas lutas.
5-‐ BALANÇO E PLANOS DA DIRETORIA DO SINDSEF-‐SP
Avançar na organização de base nos locais de trabalho é fundamental para o fortalecimento da luta dos
servidores e para a democratização do nosso sindicato. Este é um conceito que sempre vem sendo
colocado em nossos congressos, pois de verdade é a chave para avançarmos na nossa organização e para
lutarmos por nossos direitos e conquistas. Por isso é preciso reafirmar que o trabalho de base, a
organização por local de trabalho é a prioridade do nosso sindicato, e da próxima gestão. E é muito
importante fazermos um balanço claro sobre essa questão. Como saiu a atual gestão nesse quesito?
Avançamos, retrocedemos, demos prioridade? Há alguns indicadores que podem nos ajudar a responder a
isso: realizamos muitas ou poucas assembleias nos locais de trabalho? Desenvolvemos atividades nos
órgãos? Organizamos as lutas por local de trabalho? Demos respostas às necessidades dos servidores em
seus locais? E o nosso Conselho de Representantes? Funcionou a contento? Conseguimos aumentar o
número de filiados ao sindicato? Trouxemos novos servidores para a vivência cotidiana do sindicato?
Evidente que há outros pontos que podem e devem ser levantados; contribuem pra enriquecer o debate e
fazer avançar nossa organização.
São questões difíceis de serem respondidas de forma direta, mas vamos tentar expressar a nossa opinião,
mesclada e enriquecida com as opiniões e a percepção que tivemos durante a rodada de assembleias.
Houve um grande esforço para que realizássemos as assembleias nos locais de trabalho. Mas é preciso
considerar que nossa campanha salarial, em nível nacional, não conseguiu atingir o grau de mobilização
que necessitávamos para impor uma derrota ao governo. Talvez por isso possamos ter tido menos
assembleias que em outros anos, com campanhas salariais mais agitadas. Apesar disso essa gestão investiu
em todas as tentativas que pudessem fortalecer a luta do funcionalismo, fossem as caravanas, as
manifestações e atos no estado; e tudo buscando construir a unidade com outras categorias para melhor
enfrentarmos o governo. Investimos também, como outros sindicatos de luta, na construção de
manifestações que questionaram os gastos com a Copa, denunciando que o governo investiu bilhões do
dinheiro público na construção de estádios e se manteve irredutível para atender as justas reivindicações
dos trabalhadores.
Durante o congresso do sindicato os delegados apontaram a necessidade de ampliar a atuação da diretoria
e fortalecer o trabalho de base. Conscientizar os delegados de base sobre o papel que devem desempenhar
no sentido de fortalecer a atuação do sindicato. Realizar mais panfletagens e assembleias nos locais de
trabalho. Organizar seminários de formação periódicos. Fortalecer a atuação do Conselho de Base e realizar
assembleias estaduais. Manter a assembleia de aposentados a cada dois meses. Retomar a campanha de
filiação. Conscientizar os servidores novos sobre a importância do sindicato. Realizar seminário estadual
com servidores da Funasa/Sesai. Realizar um seminário financeiro para discutir o planejamento estratégico
da próxima gestão. Sobre o jornal do sindicato, o balanço é positivo, e foi sugerido que o mesmo deve
sempre buscar pautar temas jurídicos e continuar apresentando a prestação de contas da entidade.
Quando o servidor tiver dificuldades para pagar custas processuais de ações individuais, verificar a
possibilidade de parcelamento com cheques pré-‐datados.
Se avaliarmos as lutas específicas por setor ou órgão, podemos citar alguns exemplos:
MTE -‐ cabe um papel de destaque à luta dos trabalhadores do MTE, certamente o órgão que vem sendo
mais atacado e sucateado pelo governo federal. E não é por acaso, já que é o órgão cuja função prioritária é
defender os direitos dos trabalhadores e fiscalizar para que os patrões cumpram a lei. O desmonte do MTE
é, portanto, uma medida consciente do governo para favorecer os patrões e precarizar ainda mais as
relações trabalhistas. Em um trabalho conjunto com os delegados sindicais desenvolvemos diversas
atividades em defesa do MTE e de seus servidores, como muitas assembleias, atos, distribuição de cartas à
população, manifestações, comunicados em nossos órgãos de comunicação, releases para a grande
imprensa. E sempre colocamos nosso departamento jurídico a serviço da defesa os direitos dos servidores,
seja por ajuizamento de ações ou por meio de diversos requerimentos administrativos, na busca de uma
efetiva negociação que atenda minimamente as reivindicações dos servidores. Tamanho é o grau de
desmonte do órgão que este exemplo é simbólico: o SINDSEF precisou pedir a interdição do prédio da
superintendência por falta de condições de segurança e por expor trabalhadores e usuários a risco de uma
tragédia de grandes proporções. Após duas audiências na justiça federal, o órgão finalmente apresentou
um cronograma de obras mais urgentes para que o edifício atenda as normas de segurança. Avaliamos, em
conjunto com os trabalhadores, que a proposta de implementação do Sistema Único do Trabalho (SUT) é
parte importante do processo de desmonte do órgão, e esta vem sendo nossa luta mais recente.
IPEN – tivemos uma rica experiência ao promover oficinas de debates no órgão com o objetivo de
proporcionar formação política e sindical aos servidores. Também estamos denunciando a proposta que
tramita na Câmara dos Deputados que propõe a quebra do monopólio estatal para a produção de
radiofármacos, importantes e estratégicos medicamentos utilizados no diagnóstico e tratamento de
doenças relacionadas à cardiologia, à neurologia e à oncologia. Estes radiofármacos são produzidos no
IPEN, sendo que há um lobby de empresas multinacionais que querem entrar no mercado e lucrar, também
neste segmento, às custas da saúde da população. Estamos também acompanhando, com o apoio do nosso
departamento jurídico, importantes lutas dos servidores, como a relacionada à GEPR, o recebimento
cumulativo de adicional ionizante e a gratificação de raios-‐X, etc.
Aposentados e Pensionistas – O Sindsef-‐SP organizou, em conjunto com Sintrajud e Sinsprev, um ato pela
paridade entre ativos, aposentados e pensionistas, em frente ao gabinete da Presidência da República em
São Paulo. O objetivo foi reiterar as reivindicações do segmento. Em abril ocorreu o VII Encontro do setor.
Foram dois dias de atividades, com direito a debate político, questões especificas e momentos de lazer. O
Sindsef-‐SP tem realizado assembleias estaduais com os aposentados e pensionistas regularmente a cada
dois meses.
Órgão ligados à Cultura – Em maio de 2014 foi deflagrada uma greve nacional do setor. O eixo principal da
pauta de reivindicações foi o cumprimento do acordo assinado em 2007 pelo governo federal e a
equiparação salarial com a ANCINE. A greve durou cerca de 30 dias, com o apoio do SINDSEF, e foi muito
importante para estreitar a relação do sindicato e os servidores.
DNIT – os trabalhadores do DNIT também vêm recebendo atenção especial da atual diretoria, seja no apoio
aos servidores novos, como esclarecimentos sobre seus direitos, a denúncia do Funpresp, a luta contra o
ponto eletrônico, etc.
IBAMA/ICMBio – Em 2013, o Sindsef-‐SP entrou com uma ação de interdição do prédio da superintendência
por falta de condições de segurança. A ação trouxe resultados concretos e a reforma no prédio foi iniciada.
Estamos também encaminhando a luta pela regularização da progressão/promoção dos servidores
especialistas em meio ambiente. Também promovemos debate sobre a violência contra a mulher, em
continuidade á nossa luta contra as opressões. Os trabalhadores do ICMBio, por sua vez, denunciam e
lutam contra com a falta de recursos que, somado à falta de pessoal, vem comprometendo o desempenho
das atividades do órgão.
Fundacentro – diversas questões são encaminhadas em pauta específica dos servidores, sendo que um dos
principais problemas que enfrentam atualmente está relacionado à qualidade e custo do plano de saúde.
Ministério da Saúde/Funasa – os servidores lotados no Ministério da Saúde (ex-‐Funasa) cedidos para
trabalhar nos municípios vêm sendo submetidos, cada vez mais, a processos de assédio moral por parte de
chefias, em muitas das vezes, colocados por conta de loteamento político das prefeituras. Segundo relatos,
várias dessas chefias tentam obrigar o manuseio de inseticidas sem o uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs). Outro problema que vêm enfrentando e que o SINDSEF busca apoiá-‐los, tem a ver com o
aumento abusivo praticado pelo Capesaúde, plano de autogestão dos servidores do Ministério da Saúde
(MS) e Funasa.
INCRA – os servidores do órgão, com o apoio do SINDSEF, realizaram duas paralisações de 24 horas em
protesto contra o veto da Presidente Dilma Rousseff ao projeto de reestruturação das carreiras do órgão. A
reestruturação equiparava as remunerações do INCRA às do IBAMA, corrigindo, em parte, a defasagem
salarial acumulada nos últimos 10 anos, já que em 2004, os dois órgãos possuíam salários equivalentes. As
paralisações aconteceram nos dias 30 de junho e 03 de julho e contaram com adesão de quase 100% do
quadro de funcionários.
FUNAI – Os servidores enfrentam problemas com o sucateamento do órgão, expresso na falta de condições
de trabalho e agravado pela prática do assédio moral. Além disso, a perda de atribuições ajuda a
enfraquecer a instituição e compromete o atendimento das necessidades das comunidades indígenas. O
Sindsef-‐SP está acompanhando e apoiando os trabalhadores na busca de uma articulação nacional para
unificar a luta e as demandas do setor.
SESAI – Os servidores vêm resistindo contra o desmonte do órgão e lutando, com o apoio do sindicato, pela
Gratificações de Atividade de Saúde Indígena (GASI) e da Gratificação de Incentivo à Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas em Terras Indígenas (GIASPI) para que possam desempenhar a contento e com qualidade
suas atribuições atendendo às populações indígenas.
6 – DENUNCIA E COMBATE ÀS OPRESSÕES
Este é um tema que merece destaque, já que infelizmente se multiplicam os casos de machismo, o racismo,
a homofobia, a xenofobia e outras formas de opressão. O Sindsef-‐SP tem sido vanguarda na luta contra as
opressões. Não é possível lutar contra a exploração dos trabalhadores sem que haja o combate direto e
cotidiano a todas as formas de opressão. A violência contra a mulher, a agressão e assassinato de
homossexuais, o assassinato da juventude negra estão cotidianamente no noticiário... e só há uma forma
de eliminar a opressão: a denúncia e a punição exemplar aos opressores. No serviço público as opressões,
traduzidas muitas vezes em brincadeiras e piadas, são portas de entrada para o assédio moral.
É necessário que redobremos esta luta, que consigamos que cada servidor seja um agente multiplicador
desta campanha nos locais de trabalho, mas também com os amigos, familiares, vizinhos. Não podemos
naturalizar a opressão, pois é um mecanismo utilizado para dividir os trabalhadores, facilitando nossa
exploração. É preciso denunciar, é preciso exigir punição. Infelizmente falta coragem e disposição política
para que os governos e o Judiciário enfrentem à altura esta chaga; só a mobilização popular pode conseguir
isso.
Este congresso deve reafirmar, expandir e fortalecer nossas atividades na luta contra todas as formas de
opressão.