ECONOMIA Quando David se alia a Golias

REPORTAGEM Desemprego em Portugal traz de volta moambicanos

ENERGIA Rio Tinto e ENI encontram mais gs

Publicao mensal da S.A. Media Holding . maio de 2012 . 100 Mt

MANICA Camponeses abandonam trigo SOFALA 500 mil hectares para grandes investimentos

PEMBA

CuSTO DE VIDA AuMENTACOST OF LIFE INCREASESFISCALIDADE IRPC Alteraes recentes e introduo do Ring Fencing MERCADO DE CAPITAIS O processo de admisso cotao na Bolsa de Valores

N 53 . Ano 05

AfritoolAv. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183 Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809 info@afritool.co.mz Maputo - Moambique

A mAis de 13 Anos A proporcionAr os mAis Altos pAdres de servios, com produtos de QuAlidAde, preos competitivos, ideiAs inovAdorAs, Atendimento personAlizAdoMoAMbique TANzANiA ChiPre SwAzilNdiA

delegAeS em quelimane, Tete e Nampula

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6 SUMRIO

dossierDR

ECONOMIADR

EMPRESASDR

DESENVO

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23ECONOMIAQuando David se alia a Golias

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24 30TDM, p 02 AFRITOOL, p 03 PETROMOC, p 04 MCEL, p 05 STANDARD BANK, p 08 ZAP, p 11 AFRIN, p 15 TIM, p 17

As PMEs nacionais e os megaprojectos comeam a ter uma interaco mais aproximada. A CTA e o CPI juntaram seus esforos em Tete e na Beira e o debate abordou os ingredientes necessrios para que as PMEs nacionais sejam capazes de servir os megaprojectos. O lder da CTA e da Associao Comercial da Beira, Prakash Prehlad, explica, na pgina 24, que afinal, a qualidade fundamental para que as PMEs assegurem a demanda dos gigantes.

DESENVOLVIMENTONegcios verdes s a longo prazoPlantar eucaliptos e pinheiros e esperar uns longos 15 anos para ter o produto final, comercializvel, deve requerer muita pacincia. Mas a New Forests Company , que faz o plantio em Lichinga desde 2007, est motivada a esperar. O director do organismo, Johan Potgieter, explica como que o negcio melhorou o nvel de vida das comunidades de Muembe, na provncia de Niassa.

NDICE DE ANUNCIANTESCR HOLDING, p 25 SAL E PIMENTA, p 36 VISO JOVEM, p 39 HABITAR, p 41 SUPERBRANDS, p 47 EDITORA CAPITAL, p 50 CORRE, p 51 BCI p 52

SUMRIO 7

OLVIMENTODR

FACTOS & NMEROSDR

VALORESDR DR

ESTILOS DE VIDA

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31REPORTAGEM

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Desemprego em Portugal traz de volta moambicanosQuando Portugal, o pas no qual muitos moambicanos esperavam fazer carreira profissional, atinge 15 por cento da taxa de desemprego o mais prtico mesmo voltar para casa. E o cenrio faz com que os prprios lusos sigam o mesmo exemplo. O embaixador de Moambique em Portugal, Jacob Nyambir, descreve o facto e constata que j devamos desenvolver aces no que toca aos megaprojectos, que se multiplicam por c.

27 33

CAPITAL HUMANOMoambique prepara tcnicos para Indstria extractivaSaciar a demanda da indstria extractiva, em termos de mo-de-obra local qualificada, ainda constitui um desafio hercleo. Mas os cerca de quatro mil tcnicos da rea de indstria extractiva, que sero formados at 2020 iro modificar alguma coisa. Na presente edio, descreve-se at que ponto vai o desequilbrio da procura vs. oferta de mo-de-obra impulsionado pelo cada vez mais crescente nmero de mineradoras.

EDITORIAL 9

A vida por l no anda famosaUGA CRISE TRAZ PORTUGUESES E MOAMBICANOS. Moambique considerado por Portugal um mercado de refgio face recesso interna, ao passo que Portugal assume-se como um factor de risco perante Moambique, devido s relaes entre os sistemas bancrios e quebra dos fluxos de investimento. Portugal foi o terceiro no Top do IDE em Moambique, em 2011, mas os prognsticos para este ano so menos animadores. Segundo o embaixador de Moambique em Portugal, Jacob Nyambir, no h dinheiro para Portugal investir em Moambique. A taxa de desemprego em Portugal j atingiu os 15 por cento, sendo agora a terceira mais alta da Europa. Em menos de um ano, a taxa de desemprego passou de 12.6 por cento para 15 e as fileiras de emigrantes portugueses no param de crescer. H dois anos, eram 60 em mdia os que chegavam a Maputo, hoje so 140 e uma boa percentagem vem com a ideia de ficar, tanto assim que os nascidos em territrio moambicano assim que chegam comeam a tratar dos documentos no sentido de adquirir a sua nacionalidade. Uns procuram emprego, outros querem cargos em empresas lusas estabelecidas em Moambique e ainda existe uma percentagem de empreendedores. Curiosamente, o fenmeno da crise portuguesa no traz apenas naturais daquele pas, traz tambm de volta os moambicanos l residentes, sejam eles trabalhadores ou estudantes. A vida por l no anda famosa e os relatos evidenciam greves, manifestaes, aumentos sucessivos dos produtos e muita, muita gente desempregada, queixosa e infeliz. CAHORA BASSA NOSSA. Passos Coelho e Armando Guebuza rubricaram o acordo que garante a venda de metade dos 15% que Portugal detm na Hidroelctrica de Cahora Bassa (HCB). As autoridades moambicanas vo pagar, at Setembro, 42 milhes de dlares ao governo portugus pela alienao dos 7,5% do capital social da HCB. A transmisso dos restantes 7,5% vai efectivar-se at 2014, e nessa altura Moambique passar a deter a totalidade do capital social. A operao prev a transferncia imediata de 7,5% para uma empresa moambicana e os restantes 7,5% para a REN, empresa que ir converter em breve essa participao numa empresa congnere ainda por constituir. A futura empresa ter, ento, por meta estruturar todas as ligaes elctricas, em particular para o Projecto de Desenvolvimento Regional de Transporte de Energia entre o Centro e o Sul (CESUL), orado em cerca de 1,9 bilies de euros, que visa escoar a energia gerada no vale do Zambeze para o sul de Moambique, a partir de 2017. Entre os candidatos ao financiamento do CESUL perfilam-se a Frana, Noruega, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Europeu de Investimentos (BEI), Eletrobras e a prpria REN. No fundo, com a venda dos remanescentes 15%, Portugal abandona de vez a emblemtica Cahora Bassa, para contentamento dos moambicanos que sempre reclamaram a sua propriedade. Ou seja, j no ser preciso renegociar a HCB. Ela ser definitivamente nossa. Mas, talvez, a boa vontade do Governo portugus tenha a ver com a necessidade de Passos Coelho garantir que as empresas do seu pas possam actuar no mercado moambicano, sobretudo aliadas aos projectos que garantem um maior nvel de rentabilidade.c

F

Helga Nunes

helga.nunes@capital.co.mz

FICHA TCNICAPropriedade e Edio: Southern Africa Media Holding, Lda., Av. Mao Ts Tung, 1245 Telefone/Fax (+258) 21 303188 revista.capital@ capital.co.mz Director Geral: Andr Dauane andre.dauane@mozmedia.co.mz Directora Editorial: Helga Neida Nunes helga.nunes@mozmedia.co.mz Redaco: Arsnia Sithoye - arsenia.sithoye@mozmedia.co.mz; Srgio Mabombo sergio.mabombo@mozmedia.co.mz Secretariado Administrativo: Mrcia Cruz revista.capital@capital.co.mz; Cooperao: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS Colunistas: Antnio Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estvo; Jos V. Claro; Leonardo Jnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mrio Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Loureno; Fotografia: Lus Muianga, Amndio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; Ilustraes: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: Antnio Pereira(Eurobrand) Paginao: A. Magaia Design e Grafismo: SA Media Holding Traduo: Pedro Amaral Departamento Comercial: Neusa Simbine neusa.simbine@mozmedia.co.mz; Distribuio: Nito Machaiana nito. machaiana@capital.co.mz; SA Media Holding; Mabuko, Lda. Registo: N. 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinio dos autores e no necessariamente da revista. Toda a transcrio ou reproduo, parcial ou total, autorizada desde que citada a fonte.

maio 2012

revista capital

10 BOLSA DE VALORES EM ALTA

CAPITOON

KENMARE

O projecto Areias Pesadas de Moma gerou lucros pela primeira vez em 2011 desde que iniciou actividades em 2007. No total foram 23.7 milhes de dlares em lucros, contra um prejuzo de 16.3 milhes de dlares, registado no exerccio econmico de 2010. O lucro no ano passado resulta da apreciao do preo dos minerais produzidos pela Kenmare, em Moma, no mercado internacional. De acordo com os resultados preliminares, a empresa gerou um lucro antes de juros, impostos e depreciao (EBITDA) de 71.7 milhes de dlares em 2011, o que representa um crescimento de 202.5% do EBITDA da empresa em relao a 2010.

MuLHER MOAMBICANA

A Real Companhia de Seguros de Moambique lanou no mercado nacional um servio exclusivo de seguro s para mulheres moambicanas designado Real Lady. O servio foi lanado em aluso s comemoraes do Dia da Mulher Moambicana celebrado em Abril. De acordo com a directora de Negcios e Marketing, da Real Seguros, Sandra Cuche, o novo produto (Real Lady) oferece s mulheres moambicanas pacotes de seguro de casa, mobilirios, automveis e cuidados de beleza, com modalidades de pagamentos flexveis, podendo ser mensal ou semanal.

EM BAIXA ROuBO DE MEDICAMENTOS

O sistema Nacional de sade tem sido assolado por roubos constantes de medicamentos, o que, segundo o ministro da Sade, Alexandre Manguele, interfere na disponibilidade dos mesmos. O abastecimento de medicamentos no Servio Nacional da Sade (SNS) constitui grande desafio. Nesta conformidade, o sector da sade confrontado com inmeros casos de roubo de medicamentos em quase toda a cadeia de suprimento, afirmou Alexandre Manguele, durante a sesso de perguntas ao Governo na Assembleia da Repblica.

COISAS QUE SE DIZEMA que nvel chegamos Chegamos ao nvel em que se torna urgente a tomada de medidas correctivas sob pena de a divida atingir nveis de insustentabilidade com repercusses que hoje testemunhamos em relao a Eurozona. Ministro das finanas de Moambique, Manuel Chang, citado no Jornal O Pas. Obama ou uma arma? Se Obama se reeleger, Iro ter uma arma nuclear. Mitt Romney, pr-candidato republicano nos EUA. Assim ser agora! Temos que ter uma melhor gesto dos riscos e, antes de apoiar um pas em crise, exigir algumas medidas que o governo deve tomar. Frank Hess, representante da Unio Europeia, falando sobre as novas normas para o apoio oramental a frica. O dito pelo no dito Podem vender, mas deixem as ruas limpas e os passeios em condies para permitir a circulao de pessoas. Presidente do Municpio de Maputo, David Simango, voltando atrs na deciso de acabar com os vendedores de rua, citado no Jornal O Pas.

ESTRADAS MOAMBICANAS

Os parceiros de cooperao do Governo manifestaram a sua preocupao em relao manuteno de estradas, defendendo que esta aco deve ser feita de forma atempada e adequada para evitar a degradao precoce da rede viria do pas. A inquietao foi apresentada por Joseph Ribeiro, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em Maputo, em representao do sector de estradas, durante o encontro de avaliao e monitoria do Programa Integrado do Sector de Estradas (PRISE).revista capital maio 2012

12 MUNDO

NOTCIASlise de Poltica Econmica. Em 2011, a produo industrial brasileira cresceu apenas 0,3%, com o governo alegando que a recesso nos pases ricos e a moeda valorizada foram os principais motivos da estagnao. Em contrapartida, o resto do mundo conseguiu um certo crescimento. No ano passado, a mdia da produo industrial mundial cresceu 5,4%. A taxa a metade do crescimento de 2010 e foi afectada pelo retorno da turbulncia mundial e da recesso europeia. Ainda assim, a mdia mundial e tambm a da Europa - que mesmo afectada pela crise subiu 3,7% - superando o desempenho brasileiro. Estados Unidos da Amrica cresceu, principalmente, nas reas de manufacturas, servios alimentares e sade, tendo-se contrado no retalho, atingindo a taxa de desemprego mais baixa desde Janeiro de 2009, segundo a contagem feita pela agncia Bloomberg. Os 120.000 postos criados em Maro so

GRCIA

Grcia poder sair do euro

A directora do Fundo Monetrio Internacional (FMI), Christine Lagarde, no afasta a hiptese da Grcia entrar em bancarrota e ter de abandonar o euro e a Unio Europeia. Na opinio de Lagarde, ainda falta resolver vrias coisas e isso o que acontece na maioria dos Estados do sul da Zona Euro, mais a Irlanda. Por isso, no descarta a possibilidade da Grcia no evitar a bancarrota e ser forada a sair do euro e da UE. Para o ministro das Finanas alemo, Wolfgang Schauble, a Alemanha converteu-se no bode expiatrio da imprensa grega. Ao ser questionado sobre a antipatia que os polticos alemes suscitam entre muitos gregos, Schauble indicou que uma reaco normal numa situao difcil, depois da Grcia ter sido submetida a duros cortes e reformas, e assolada por uma dvida que pertence em grande parte a credores alemes. sempre assim, quando h pases e pessoas que vivem acima das suas possibilidades e agora tm de aplicar a austeridade, fazer cortes e reformas no seu mercado laboral, nessa situao, tendem a culpar os outros, procuram bodes expiatrios, mas, ao mesmo tempo, sabem que a sua prosperidade se deve Europa, referiu o ministro alemo.c

Os resultados do Brasil acabaram prejudicando toda a Amrica Latina, que teve uma expanso da produo industrial de apenas 2,5% no ano, menos da metade da taxa mdia mundial. Em 2010, a regio j havia crescido menos que a mdia mundial. Mas os nmeros eram prximos. Agora, com os resultados brasileiros, a distncia entre a Amrica Latina e o resto do mundo amplia-se e apenas a frica tem taxa inferior.c

EuA

Taxa de desemprego regista queda em 8,2%

BRASIL

Indstria brasileira cresce menos que a mdia mundialApesar da crise, a produo industrial mundial cresceu em mdia 18 vezes mais rpido que a expanso manufactureira no Brasil. O facto foi constado em dados divulgados pelo Escritrio Holands de Anrevista capital maio 2012

A economia norte-americana acrescentou 120.000 postos de trabalho em Maro, significativamente abaixo das previses dos analistas, com a taxa de desemprego a descer uma dcima para 8,2%. De acordo com comunicado do Gabinete de Estatsticas Laborais, o emprego nos

o valor mais reduzido do ano, ainda que positivos, depois de os nmeros de Fevereiro terem sido revistos de 227.000 para 240.000 e os de Janeiro de 284.000 para 275.000, acrescentou o mesmo comunicado, quando as expectativas dos analistas para o terceiro ms do ano apontavam para a manuteno de um ritmo acima de 200.000. O nmero de desempregados reduziu-se ligeiramente para 12,7 milhes, com poucas alteraes tambm nos nmeros de desempregados de longa durao, que se mantiveram em 5,3 milhes, representando 42,5% do total sem trabalho. A taxa de participao da fora laboral norte-americana caiu precisamente uma dcima, de 63,9 para 63,8%, a mesma reduo do rcio de populao empregada. Os pedidos de subsdio de desemprego nos Estados Unidos atingiram os 357.000 na semana que terminou a 31 de Maro, marcando um novo mnimo desde h quatro anos, indicou o Departamento do Emprego norte-americano. Na semana anterior, o nmero de pedidos de subsdio de desemprego foi de 363.000, segundo aquele organismo oficial.c

BANCA

BCI

13

BCI renova o apoio Feira do Livro de Maputo

O

BCI foi o patrocinador exclusivo da 3 Edio da Feira do Livro Maputo 2012, que realizou-se nos dias 20, 21 e 22 de Abril , no recinto da FEIMA , em Maputo. A 3 Edio da Feira do Livro de Maputo foi organizada pelo Grupo Culturando, constitudo pelos Directores de alguns Centros Culturais representados em Maputo, nomeadamente British Council, Centro Cultural Americano, Centro Cultural Brasil-Moambique (CCBM), Centro Cultural Franco-Moambicano (CCFM), Instituto Cames-Centro Cultural Portugus (IC-CCP), Instituto Cultural Moambique-Alemanha (ICMA), bem como representaes culturais das Embaixadas de Blgica, Espanha, Itlia e Sua, e Fundo Bibliogrfico de Lngua Portuguesa (FBLP). Contou, igualmente, com o Alto Patrocnio do Conselho Municipal de Maputo e do Instituto Nacional do Livro e do Disco (INLD) e foi produzida pela Naturalmente-Marketing Social.

semelhana das edies anteriores, a Feira do Livro de Maputo teve como principais objectivos comemorar o Dia Mundial do Livro, promover o gosto pela leitura, estimular e facilitar o acesso aquisio de livros a preos promocionais e teve a particularidade de enquadrar-se nas comemoraes dos 125 Anos da Cidade de Maputo. Este evento contou com a presena de alguns escritores internacionais, tais como Nii Parkes, poeta/escritor do Reino Unido, Chris McIvor, um escritor britnico originrio da Esccia, e da brasileira Lcia Rosa.

O BCI apoia esta iniciativa desde a 1 Edio, no mbito da sua Poltica de Responsabilidade Social, como contributo para estimular o acesso dos cidados leitura a um custo mais acessvel. Este apoio demonstra, uma vez, mais o compromisso do Banco com o desenvolvimento da Educao e da Cultura em Moambique e complementa outras aces neste mbito como, por exemplo, a disponibilizao de duas Mediatecas - em Maputo e na Beira; o patrocnio edio de livros ou lanamento de obras, por jovens autores ou por autores consagrados; a oferta de livros rede pblica de Bibliotecas e a parceria com a Associao dos Escritores Moambicanos (AEMO) na atribuio de 2 importantes prmios literrios: um para jovens autores e outro para a melhor obra literria editada anualmente em Moambique por autores moambicanos (Prmio BCI de Literatura).

BCI refora crescimento e solidez financeiraO BCI divulgou as Contas do Exerccio de 2011, onde se destaca o forte do crescimento da Rede Comercial e dos principais indicadores de desempenho comercial, assim como o reforo da solidez financeira. No ano transacto, a Rede Comercial do BCI manteve um crescimento assinalvel, consubstanciando o posicionamento do BCI como Banco Universal Moambicano, orientado para todos os segmentos do mercado: Nmero de Clientes: 409.000 (um crescimento de 57%, face a 2010); Nmero de Agncias: 120 (um crescimento de 26%): Nmero de ATM: 294 (um crescimento de 34%); Nmero de POS: 2.460 (um crescimento de 80% e uma quota de mercado de 40%); Nmero de Colaboradores: 1.703 (um crescimento de 27%); Volume de negcios: 70,5 milhes de meticais (um crescimento de cerca de 10%), com enfoque para a Banca de Retalho onde o volume de depsitos teve um crescimento de 35%, ascendendo a 16,69 mil milhes de Meticais e o volume de crdito teve um crescimento de 54%, totalizando 6,44 milhes de Meticais. Quota de mercado no Crdito a Clientes: 32%; Quota de mercado em Depsitos: 28%; Quota de mercado em Activos: 26%; Resultados antes de Impostos: 1.141.347 Milhes de Meticais (um crescimento de 3%); Resultados lquidos: 940.285 milhes de Meticais (um crescimento de 3%). O Activo Lquido do BCI totalizou 50,84 mil milhes de Meticais, o que corresponde a um aumento de 3,75 mil milhes de Meticais (8%) face a 2010, assente em grande parte na evoluo dos Activos Financeiros (+ 3,64 mil milhes de Meticais) e da Carteira de Crdito a Clientes (+ 1,88 mil milhes de Meticais). Relativamente ao principal indicador de estabilidade financeira, o BCI apresentava a 31 de Dezembro de 2011 um Rcio de Solvabilidade de 13,07% (12,26% em 2010), superior ao mnimo de 8% exigido pelo quadro regulamentar do Banco de Moambique.

Estes dados so o reflexo claro dos investimentos efectuados nos ltimos trs anos, no crescimento da Rede Comercial do BCI e na melhoria dos nveis de penetrao e de servio dos canais electrnicos no Pas (BCI Directo Telefone, eBanking, Mobile, ATM e POS), que tm merecido a confiana e a preferncia de um nmero crescente de Clientes. Por outro lado, a solidez do Banco, evidenciada pelo Rcio de Solvabilidade, foi ainda reforada pelo aumento do Capital de 1,9 bilies de Meticais para 3 bilies de Meticais, aprovado na ltima Assembleia de Geral do BCI. Este reforo denota a elevada confiana dos Accionistas na gesto do Banco, assim como o forte compromisso no apoio ao desenvolvimento da economia moambicana.

14 FRICA

NOTCIAS

BREVES DOS PALOPS

SO TOM E PRNCIPE

CONTINENTE AFRICANO Crise do euro pode prejudicar a ajuda pblica a fricaA crise do euro dever impactar de modo drstico a ajuda pblica ao desenvolvimento em frica, na medida em que a Unio Europeia (UE) o primeiro fornecedor de ajuda ao continente, adverte o Relatrio sobre a frica de 2012, divulgado pela Comisso Econmica das Naes Unidas para a frica (CEA). O relatrio destaca que pases como a Frana e a Itlia j reduziram a ajuda bilateral a frica devido crise econmica mundial. A frica poder enfrentar uma reduo dos investimentos directos estrangeiros da UE e de outras partes do mundo a curto prazo devido crise da dvida soberana e do abrandamento resultante do crescimento mundial, de acordo com o relatrio. O comrcio dever ser o canal mais importante do impacto da crise da dvida sobre frica. Em 2010, as exportaes de mercadorias de frica para a UE representavam 10,3 % do seu Produto Interno Bruto (PIB) e 36,2 % das suas exportaes totais. O relatrio ressalta todavia que persistem ainda nveis elevados de desemprego, nomeadamente na camada juvenil.

STP quer entrar na rota do comrcio internacionalANGOLA

Angola tem de investir maisDe acordo com um estudo comparativo do Banco Mundial divulgado em Washington, Angola precisa de investir 20 mil milhes de dlares em telecomunicaes, transportes, energia e guas, ao longo da prxima dcada, para alcanar o nvel de infraestruturas de outros pases em desenvolvimento. No estudo As Infra-estruturas de Angola: Uma Perspectiva Continental, publicado pelo Banco Mundial, as investigadoras Nataliya Pushak e Vivien Foster estimam que Angola tem gasto 4,3 mil milhes de dlares por ano em infraestruturas, o equivalente a 14% do seu produto interno bruto, sendo que a maior parte canalizado para os transportes. O investimento tem sido financiado pelo oramento de Estado e a China de longe a mais significativa fonte de financiamento externo, segundo afirmam as investigadoras. Para responder s suas necessidades de infraestruturas mais prementes e alcanar os pases em desenvolvimento noutras partes do mundo, Angola precisa de expandir os seus activos de infra-estruturas em reas-chave, adiantam. No futuro, refere o estudo, as autoridades angolanas tm ainda de ter a capacidade de atrair mais investimento privado para estes projectos.c

A Direco de Comrcio de So Tom e Prncipe apresentou um estudo sobre a integrao do sector ao nvel internacional com o objectivo de potenciar a exportao e fortalecer a balana de pagamentos nacional. A estratgia para a integrao do sector na rota do comrcio internacional passa por uma maior aposta por parte das autoridades daquele pas nas reas agrcolas, agro-alimentar e de transformao dos produtos locais, com vista a dar maior visibilidade internacional aos produtos nacionais e potenciar a exportao. A ausncia de polticas claras no sentido de relanar o sector de comrcio por parte das autoridades nacionais faz de S. Tom e Prncipe um pas onde a taxa de exportao quase nula devido fraca produo nacional. Da a vontade das autoridades ligadas ao sector em definir planos que possibilitem a incluso do comrcio nacional na rota internacional.c

ZIMBABWE 14 bilies de dlares para relanar a economiaO Zimbabwe tem a necessidade de pelo menos 14 bilies de dlares para relanar a sua economia aps um decnio de desmoronamento, declarou esta semana o ministro das Finanas daquele pas Tendai Biti. Temos necessidade de 14 bilies de dlares para que a nossa economia volte a atingir o nvel de 1990, anunciou o ministro durante um seminrio organizado pelo governo e o grupo Euromoney, visando a atrair investimentos estrangeiros para o pas. Ao mesmo tempo, Tsvangirai criticou a poltica aplicada pelo presidente Mugabe que obriga as empresas estrangeiras a ceder 51% das suas partes aos empresrios locais, estimando que isso desencoraja os investimentos.c

OPORTuNIDADE DE NEGCIO

Projecto de microirrigao no norte de Moambique em vistaA Embaixada da Sua atravs da sua Agncia para Desenvolvimento e Cooperao (SDC), est a lanar um concurso internacional para a implementao de um projecto de micro-irrigao na regio norte de Moambique. Os interessados podero consultar toda a informao sobre o fornecimento de bens e prestao de servio sobre o concurso no portal oficial do Governo da Sua: www.simap.ch.crevista capital maio 2012

16 MOAMBIQUE

NOTCIAS

TELECOMuNICAES

FISCALIDADE

Moambique na presidncia da AFRALTI

Sector da madeira contribui com 34 milhes de meticais para os cofres do EstadoOs servios provinciais de floresta e fauna bravia da provncia da Zambzia fizeram um controlo cerrado em 2011 contra os cidados e empresas que recorrem explorao ilegal da madeira. O trabalho resultou em 260 registos de multas aplicadas, designadamente do corte ilegal de madeira sem a respectiva licena; explorao e transporte acima do volume autorizado, entre outras infraces. Das 260 multas registadas pelos servios provinciais de florestas e fauna bravia da Zambzia, 196 foram pagas e 64 no. Caso os transgressores multados no cumpram com os prazos de pagamento estabelecidos, a execuo fiscal ir agir coercivamente no sentido do cumprimento da lei. Atravs das multas em explorao ilegal dos produtos florestais e faunsticos, o pagamento de receitas de combustveis lenhosos (carvo, lenha) e materiais de construo (estacas), bem como atravs de produtos apreendidos e vendidos em hasta pblica a direco provincial da agricultura conseguiu arrecadar um total de 34 milhes de meticais a favor dos cofres do estado.c

DESENVOLVIMENTO

Controlo absoluto da HCB para Moambique em 2014A partir de 2014, Moambique vai controlar a totalidade das aces da Hidroel trica de Cahora Bassa (HCB), segundo um acordo alcanado em Lisboa entre delegaes de Moambique e de Portugal sobre o futuro do empreendimento situado na provncia moambicana de Tete. Desde 2007 que Moambique controla 85 por cento das aces da HCB, sendo que os restantes 15 por cento pertencem a Portugal. O acordo agora obtido prev numa primeira fase a alienao de 7,5 por cento do capital social da HCB a favor do Estado moambicano.

A presidncia da AFRALTI (African Advanced Level Telecomunications Institute), organismo que congrega os presidentes dos conselhos de administrao das empresas de telecomunicaes dos pases da regio subsaariana de frica passou para Moambique. Esta informao foi dada a conhecer pelo administrador delegado das Telecomunicaes de Moambique, Zainadine Dalsuco, na abertura do 43 Conselho Directivo da AFRALTI, em Maputo, que visava abordar questes relativas ao funcionamento da organizao, bem como aprovao das actividades deste ano. Zainadine Dalsuco referiu que o desenvolvimento da nossa regio e a plena participao da sociedade na era digital e global esto intimamente ligados forma como as naes sabero incorporar, nos tecidos produtivo e social, os avanos verificados no domnio tecnolgico e, particularmente, aqueles que se verificam na rea das tecnologias de informao. Alm do nosso Pas, fazem parte da AFRALTI Angola, Malawi, Qunia, Suazilndia, Tanznia, Zimbabwe e Uganda.c

Um comunicado emitido no final dos trabalhos das equipas tcnicas que estiveram a discutir o assunto indica que ficou igualmente acordado que a transmisso dos 7,5 por cento remanescentes dever efectivar-se no prazo mximo de dois anos, altura em que Moambique passar a deter a totalidade do capital social da barragem. Cahora Bassa foi construda durante o regime colonial portugus e uma das maiores barragens hidroelctricas do mundo e possui capacidade para gerar 2.015 MW de energia..c

NOTA DE RODAP

Restries comerciais desencorajam produo de fruta e hortcolasDevido propagao da mosca da fruta, a circulao de frutas e hortcolas decorre com fortes restries dentro do pas e no que toca s exportaes. A praga causa grandes prejuzos aos produtos baixando de forma significativa a sua qualidade. A ttulo de exemplo, na provncia de Manica as consequncias que a praga est causar economia e, sobretudo aos agricultores, so desastrosas, visto que, por falta de mercado, foram reduzidas as reas de cultivo..c

revista capital

maio 2012

18 REGIES

NOTCIAS

ZAMBZIA Quelimane vai ter novo sistema de drenagem de guas pluviaisAs obras de reconstruo do obsoleto sistema de drenagem das guas pluviais na cidade de Quelimane iniciam em Maio, englobando um investimento de 26 milhes de dlares. Actualmente, a degradao do sistema faz com que na poca das chuvas tanto a cidade de cimento como a zona suburbana fique alagada devido construo ilegal de habitaes em cima das valas de drenagem - situao que no permite o curso

SOFALA 500 mil hectares livres para grandes investimentosSegundo um levantamento agro-ecolgico tornado pblico na cidade da Beira pelo consrcio Rural Consult e pelo Ministrio da Agricultura, a provncia de Sofala dispe de mais de 500 mil hectares de terra para receber grandes investimentos. Trata-se de 525 mil hectares de terra distribudos pelos distritos de Bzi, Chemba, Chibabava e Dondo, locais que, de acordo com o levantamento, dispem de condies potenciais para plantaes florestais, agricultura e pecuria. O estudo refere mesmo que podem ser desenvolvidas culturas de milho, arroz, cana-de-acar, pinho-bravo e a criao de gado bovino e caprino. O representante do Centro de Promoo de Investimentos (CPI) na provncia de Sofala, Amrico Bento, disse que alm daquelas potencialidades, Sofala dispe ainda de uma extensa costa, de cerca de 300 quilmetros. Presentemente os maiores investimentos na provncia desdobram-se entre os sectores do acar, aquacultura, pescas, transportes terrestres, martimos e servios. No ano passado, foram aprovados trs grandes investimentos para o sector de cimentos, trata-se dos projectos China Mozambique Cement Plant, para Cheringoma, avaliado em 98 milhes de dlares, Behold Cement Factory, cujo valor no foi divulgado e Cimentos da Beira, avaliado em 17,5 milhes de dlares. De momento aguardam-se os resultados dos estudos de impacto ambiental.c

MANICA Camponeses abandonam cultivo de trigoOs camponeses no posto administrativo de Rotanda (distrito de Sussundenga) tm vindo a abandonar o cultivo de trigo. A situao j foi encarada pelo governo provincial de Manica como preocupante, tendo em conta que aquele local conhecido como o celeiro do trigo e da cevada. O cultivo daquelas duas culturas faz parte da tradio daquela regio e o hbito garantido pelo sector familiar - j dura h mais de 50 anos. 2010 foi o ltimo ano em que o trigo atingiu um elevado nvel de produo, tendo sido comercializadas cerca de 890 toneladas, e esperava-se que em 2011 esta cultura conhecesse um incremento, pelo facto do governo provincial ter incentivado a produo, com a identificao de potenciais compradores. Longe do que se esperava, em 2011 Rotanda s conseguiu produzir 10,4 toneladas de trigo, uma reduo de pouco mais de 98 %, numa altura em que a Direco Provincial de Agricultura de Manica havia providenciado sementes melhoradas, enquanto a Direco Provincial de Indstria e Comrcio se encarregava de contactar potenciais compradores. A governadora de Manica, Ana Comoane, disse no entender as razes que ditaram o quase total abandono da produo de trigo. c

normal das guas pluviais. As obras na zona de cimento esto divididas em duas partes, com a colocao de tubagem numa extenso de dez quilmetros e a abertura de valas num comprimento de trs quilmetros. A segunda fase consiste na recuperao da infraestrutura j existente, nomeadamente, das tubagens e galerias. J na zona suburbana, onde tambm esto projectadas obras de raiz, ser construda uma vala, numa extenso de 14 quilmetros, facto que obrigar demolio de diversas residncias, cujos habitantes sero compensados com verbas do programa federal norte-americano Millennium Challenge Account (MCA) Moambique.c

OPORTuNIDADE DE NEGCIO

Governo decreta venda da empresa gua Rural em ManicaO Governo da provncia de Manica, atravs do secretrio permanente, Antnio Mapure, veio a pblico anunciar a venda da empresa gua Rural de Manica, alegadamente por esta no estar a responder s exigncias actuais sobretudo no que dizrevista capital maio 2012

respeito ao uso de novas tecnologias para a abertura de furos de gua nas zonas rurais da provncia. Segundo Mapure, a deciso emanou do Governo da Repblica.c

DOSSIER

PEMBA 19

Recursos naturais e turismo energizam Cabo DelgadoA provncia de Cabo Delgado, no norte de Moambique, experimenta nos ltimos anos um crescimento assinalvel, em parte impulsionado pela explorao de recursos naturais, turismo e produo agrcola. Alis, neste ltimo captulo a provncia conseguiu garantir a segurana alimentar dos seus 17 distritos nos ltimos quatro anos. Alm do turismo, a prospeco de hidrocarbonetos e a explorao de outros recursos fazem de Cabo Delgado uma nova referncia do desenvolvimento nacional.produo agrcola vive o auge da sua histria na provncia de Cabo Delgado. Em quatro anos consecutivos os resultados da actividade agrcola foram suficientes para afastar a fome das preocupaes do Governo provincial. Assim, o cenrio da insegurana alimentar ficou para a histria naquela provncia. Apesar de no ter os dados exactos no que se refere s quantidades produzidas, o governador de Cabo Delgado, Eliseu Machava, avana que a produo agrcola cresceu 15% na ltima campanha agrcola. Entre as culturas que contriburam para este cenrio destaca-se o milho, arroz e as diversas variedades de feijo. Entretanto, os elevados nveis de produo trouxeram consigo outro problema, o da comercializao. Os agricultores enfrentam srias

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dificuldades na comercializao das colheitas resultantes da sua produo. O Governo provincial realizou o levantamento dos possveis operadores que seriam responsveis pela comercializao dos produtos agrcolas e das suas necessidades para o efeito como o caso do financiamento. Alis, o Fundo de Desenvolvimento de Iniciativa Local, vulgarmente designado por 7 milhes teve um papel preponderante, na medida em que atravs dele alguns operadores puderam financiar as suas actividades e comercializar algumas culturas, como o caso do milho e arroz, adquirindo moageiras e mquinas de descasque de arroz. Estradas para que vos quero Outra componente que vai contribuir em grande medida para dinamizar a comer-

cializao dos produtos agrcolas daquela provncia so as estradas, atravs do escoamento de mercadorias diversas. Est prevista ainda para este semestre o arranque de duas obras de vulto, elas compreendem a construo de dois troos estratgicos ligando Montupuez-Ruaa e Macomia-Auace. O primeiro troo compreende uma extenso de aproximadamente 100 quilmetros e a sua construo est avaliada em 2,5 bilies de meticais; e o segundo est orado em 800 milhes de meticais. As obras deviam ter arrancado em 2011, mas a falta de fundos por parte dos financiadores que se comprometeram inicialmente ditou a sua paralisao. Agora, com a engenharia financeira j montada, as obras vo arrancar e o Governo a nvel central est a renegociar os prazos de entrega das obras com os respectivos empreiteiros.maio 2012 revista capital

Foto: Antnio Pereira(Eurobrand)

Foto: Antnio Pereira(Eurobrand)

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PEMBA

De acordo, com Machava, as estradas em causa so vias de grande importncia porque mexem com a vida de toda a provncia e ligam esta sua vizinha Niassa. Distribuio massiva de redes mosquiteiras no combate s doenas Alm da agricultura, o crescimento da provncia de Cabo Delgado tambm tem-se reflectido em outros sectores, como caso da Educao e da Sade. Na Educao, alm do plano central no sentido de expandir o acesso a este servio bsico, o Governo prosseguiu com a contratao de mais professores. Na sade, o combate malria, clera e a outras doenas diarreicas ganhou uma nova dinmica com a distribuio massiva de redes mosquiteiras assim como da pulverizao de vrias casas. Assim, o nmero de distritos assolados por doenas diarreicas reduziu bastante. Se nos anos anteriores, registavam-se srios casos de doenas diarreicas em seis distritos, este ano apenas a cidade de Pemba e Montepuez preocuparam as autoridades sanitrias. Doenas diarreicas eram frequentes em diversos quadrantes da provncia de Cabo Delgado devido aos graves problemas de saneamento do meio e de acesso gua potvel. Apesar de reduzidos, esses problemas ainda persistem, sobretudo na cobertura do abastecimento de gua. Esta situao agravada pelo facto das infraestruturas de transporte e abastecimento de gua serem obsoletas e tambm pelo alargamento dos crculos populacionais da zona, cujo terreno de difcil implantao de infraestruturas. Conflito Homem/Fauna bravia cada vez mais intenso O Conflito Homem/Fauna bravia uma das maiores preocupaes da provncia de Cabo Delgado, que, segundo o Censo de 2007, estima em pouco mais de um milho e meio o seu nmero de habitantes. Por conta do crescimento populacional verificado ao longo dos anos, o habitat dos animais bravios foi sendo invadido pelas comunidades. Hoje, pessoas e animais disputam o mesmo espao em Cabo Delgado, sendo que em toda a provncia, apenas a cidade de Pemba no assolada pelo problema. Ou seja, dos 82 625 quilmetros quadrados correspondentes rea total da provncia, aproximadamente 82 mil so disputados entre homens e animais. Nesta disputa, ambos os lados sofrem baixas. No caso das populaes dos postos administrativos do distrito de Nangade, os elefantes so uma das grandes dores derevista capital maio 2012

De acordo com o administrador do distrito de Mocimboa da Praia, Fernando Natal, cada distrito tem um plano de aco para controlar o conflito homem/fauna bravia e na maioria dos casos a soluo tem passado pelo abate dos animais.cabea. Estes animais so responsveis pela destruio de grande parte das culturas dos camponeses deste distrito. A situao agrava-se quando as populaes fixam as suas residncias num itinerrio habitualmente usado pelos paquidermes, visto que os animais no alteram o seu trajecto e removem do seu caminho qualquer obstculo, neste caso: as casas das populaes. Alm do elefante, existem os crocodilos que no destroem culturas, mas que atacam pessoas. Segundo os lderes comunitrios das aldeias do posto administrativo de Nangade-sede, estes animais tm semeado luto em muitas famlias. As pessoas so geralmente atacadas na lagoa onde procuram adquirir gua. Alm destes dois animais, os macacos tambm so responsveis pela destruio de vrias culturas, sobretudo do milho e da mandioca. De acordo com o administrador do distrito de Mocimboa da Praia, Fernando Natal, cada distrito tem um plano de aco para controlar o conflito homem/fauna bravia

e na maioria dos casos a soluo tem passado pelo abate dos animais. Neste contexto, os elefantes e os crocodilos lideram a lista dos animais conflituosos, da que as suas espcies sejam as mais abatidas. Segundo o Governo Central, foram abatidos em todo o pas no passado mais de 300 animais, com destaque para o crocodilo. O Governo provincial diz que iniciou com o processo de vedao de algumas zonas h cerca de um ano e meio. Porm, lamenta o facto de no ter condies financeiras para fazer um aproveitamento mais rentvel da fauna que a provncia dispe, uma vez que controlada, esta constituiria uma grande atraco turstica, semelhana do que acontece em muitos outros pases do continente africano. Explorao da madeira dentro dos limites ambientais A explorao madeireira outro negcio de referncia na provncia de Cabo Delgado. A Provncia possui, segundo as autoridades governamentais, um potencial estimado em pouco mais de 64 mil metros cbicos por ano sem causar danos ambientais. No ano passado, foram explorados aproximadamente 30 mil metros cbicos de madeira. Entretanto, o Governo provincial impe aos operadores a execuo de projectos de reposio das zonas onde a madeira extrada, de modo a garantir a sustentabilidade ambiental a mdio e longo prazos da actividade. Fora isso, 20% da receita obtida pelos exploradores madeireiros destinada Comunidade. Esta, por sua vez, decide o que fazer com o valor atravs de Comisses Consultivas criadas para o efeito.c

DOSSIER

PEMBA 21

Custo de vida mais alto e crescimento desordenado

AProspeco de hidrocarbonetos em altaAs descobertas do potencial de Moambique nos recursos naturais despontaram um grande interesse dos investidores estrangeiros pelo pas. Nesta senda, as provncias onde ocorrem estes recursos, sejam eles minrios, hidrocarbonetos ou energticos tm sentido o impacto da explorao. No caso de Cabo Delgado, encontram-se presentes na provncia grandes multinacionais como o caso da canadiana Anadarko e da italiana Eni. Estas e outras empresas que se dedicam explorao de pedras preciosas e outros minrios tm gerado uma dinmica considervel na vida das comunidades atravs dos projectos de mbito social. No entanto, o Governo provincial no se d por satisfeito apenas com isso e tem mantido encontros frequentes com as empresas onde procura se inteirar das suas necessidades no que se refere mo-de-obra. A ideia do Governo provincial que as empresas privilegiem a contratao de mo-de-obra local para as suas actividades, facto que se traduzir na melhoria de vida das comunidades. Os encontros entre o Governo provincial e as empresas no s abarcam as multinacionais, mas tambm empresas de outros ramos como o caso de hotelaria e turismo. De um modo geral, os encontros servem para o Governo provincial auscultar as dificuldades das empresas e em funo das suas capacidades e competncias facilit-las na implementao dos seus projectos.c

os olhos dos muncipes da capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, o custo de vida tem vindo a elevar-se cada vez mais nos ltimos tempos, em resultado da crescente actividade turstica que a cidade observa. Quase tudo est caro, principalmente os produtos de primeira necessidade e consequentemente uma srie de servios, sem contar com os preos da acomodao. O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Pemba, Tagir Carimo, justifica a carestia de vida na autarquia que dirige com o crescente movimento de turistas, muitos deles com grandes posses financeiras, facto que inflaciona os preos naquela urbe. O crescimento da cidade notrio. Contudo, o desenvolvimento das infraestruturas no acompanham este crescimento, sobretudo no que toca s vias de acesso. A maioria das estradas do municpio de Pemba encontra-se degradada. Segundo o Edil, j existe um plano para reabilitar as estradas crticas e tambm para tapar os buracos em algumas vias. De um modo geral, o levantamento feito pela edilidade apontou para a necessidade de se reabilitar cerca de 30 quilmetros de estradas, numa operao que custaria 3 milhes de dlares. Entretanto, a edili-

dade do municpio de Pemba no dispem este montante, da que esteja a encetar negociaes junto dos seus parceiros para a obteno daquele valor. Associada ao problema das estradas encontra-se a sinalizao das mesmas. Esta mostra-se ineficiente medida que o parque automvel da urbe vai crescendo. Neste sentido, sero investidos 63 mil dlares na colocao de semforos nas diferentes vias, sobretudo nas mais movimentadas. A edilidade est num processo de registo dos automveis da que no possua dados exactos sobre o parque automvel, mas estima em mais de 5 mil o nmero viaturas que circulam na cidade. No que tange ao saneamento, este ainda um problema em Pemba, mas relativamente menor se comparado com a situao vivida h cinco anos. No entanto, o fecalismo a cu aberto continua uma prtica emblemtica em alguns bairros da cidade de Pemba, como o caso de Paquitequete. As autoridades municipais consideram que o fenmeno reduziu, mas no foi completamente eliminado. neste contexto que a construo de sanitrios pblicos assim como as campanhas de sensibilizao dos muncipes consta entre as principais actividades levadas a cabo pela edilidade de Pemba.c

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PEMBA

Aumentam construes desordenadas

paisagem da cidade de Pemba caracterizada por construes feitas de forma aleatria ou desordenada. Muitos so os muncipes que, sem a autorizao do Conselho Municipal, edificaram as suas casas de forma ar-

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bitrria nos diferentes pontos da cidade. A edilidade considera esta uma das suas maiores dores de cabea, pois muitas das habitaes foram edificadas em locais imprprios, como o caso de mangais ou por cima de estruturas de tubos para v-

rios fins. Entretanto, aumentam o nmero de pedidos de licena para a construo de grandes e pequenos projectos habitacionais, como o caso dos condomnios, hotis, pousadas e casas particulares.c

X CONGRESSO DA FRELIMO catapulta mercado imobilirio

Arevista capital maio 2012

cidade de Pemba acolhe no ms de Setembro o X Congresso da Frelimo. As autoridades municipais esperam receber durante o evento cerca de cinco mil pessoas. Entretanto, a capacidade de acomodao da cidade de Pemba actualmente de 1.750 camas. Atentos ao evento, muitos empresrios esto a erguer novas obras e outros esto a ampliar os seus hotis e pousadas para responder avalanche que ser gerada pelo X Congresso da Frelimo. Outro negcio que cresce a cada dia que

passa em Pemba o do aluguer de viaturas por parte de turistas, nacionais e estrangeiros. Com a realizao do X Congresso da Frelimo este negcio conhecer um crescimento satisfatrio, mas tendo em vista apenas a resposta imediata a um grande evento. Alm de reiterar a cidade de Pemba como um grande destino turstico, espera-se que o X Congresso da Frelimo deixe uma grande herana para a cidade no que se refere sua capacidade de acomodao.c

ECONOMIA 23

Falta de infraestruturas pode perigar desenvolvimento econmico

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continuao do ritmo forte e sustentado de crescimento recente da economia de Moambique vai depender da superao do dfice de infra-estruturas como portos, aeroportos ou linhas de caminhos-de-ferro, tirando mximo partido do potencial agrcola e mineral do pas. Os aeroportos so das infra-estruturas que apresentam mais carncias e, de acordo com dados divulgados pela empresa Aeroportos de Moambique, vo receber um investimento total de 500 milhes de dlares nos prximos trs anos, em construo nova e modernizao. Segundo dados divulgados pelo Departamento Econmico e Comercial da Embaixada da China em Moambique, parte deste montante est j a ser aplicado na construo de novos aeroportos em Pemba, Nacala e Tete, bem como na modernizao do Aeroporto Internacional do Maputo. Este ano dever ficar concluda a segunda fase da modernizao do Aeroporto de Maputo, dando-se incio s operaes ex-

perimentais no terminal domstico. At data j foram investidos no sistema cerca de 200 milhes de dlares, de acordo com a mesma fonte. O objectivo, segundo o presidente dos Aeroportos de Moambique, Manuel Veterano, o aumento da taxa de utilizao do sistema aeroporturio, quer de passageiros quer de carga. Devido entrada de novas empresas operadoras no mercado moambicano, o nmero global de passageiros aumentou 13% nos ltimos anos, induzido pelo crescimento em 43,8% e 11,6% dos viajantes regionais e internacionais, respectivamente. Os mesmos constrangimentos tm sido sentidos na utilizao de estradas, portos e outras infra-estruturas necessrias aos agentes econmicos, numa altura em que o pas recebe avultados investimentos, nomeadamente em projectos de minerao de carvo ou exploraes agrcolas. Para o Banco Mundial, a histria de sucesso de crescimento econmico sustentado nas ltimas duas dcadas em Moam-

bique lendria, mas agora o Governo enfrenta questes prementes sobre como continuar a expandir esse crescimento, nomeadamente no investimento em infra-estruturas. Este investimento particularmente necessrio onde h potencial de recursos minerais e agrcolas, para criar um maior impulso para o resto da economia, adianta nota divulgada pelo Banco Mundial a propsito de uma recente conferncia em Maputo onde estiveram presentes os ministros do Planeamento e Desenvolvimento e dos Transportes, alm de responsveis de instituies financeiras regionais e internacionais. H uma crescente percepo de que a riqueza mineral do pas pode permitir virar o jogo a favor de Moambique, se ancorada em polticas correctas e apoiada por investimentos pblicos e privados em infra-estruturas, afirmou o director do Banco Mundial para Moambique, Laurence Clarke.c

TRANSPORTES

Aumento de tarifa dos chapas em debateO transporte semicolectivo de passageiros o garante da maioria dos moambicanos e ns recomendamos FEMATRO Federao moambicana dos Transportadores Rodovirios que deveria apresentar as propostas sobre as tarifas com base em zonas, para que elas no sejam iguais em todos os locaisproblemtica do transporte no pas, com destaque para a cidade de Maputo e arredores, uma realidade que converge para outros sectores, visto esta ser uma rea-chave para o desenvolvimento da economia. Foi neste contexto que a Confederao das Associaes Econmicas de Moambique - CTA promoveu um encontro com vista auscultao das preocupaes dos operadores privados do sector dos transportes, nomeadamente martimo, areo e rodovirio, por parte do Ministrio dos Transportes e Comunicaes. Falando no referido encontro, a vice-ministra dos Transportes e Comunicaes, Manuela Rebelo, considerou que o aumento das tarifas dos transportes semi-colectivos de passageiros uma questo delicada e sensvel, requerendo, com efeito, um estudo aprofundado dos prs e contras, para se poder determinar como e em que momento alter-las. O transporte semi-colectivo de passageiros o garante da maioria dos moambicanos e ns recomendamos FEMATRO Federao moambicana dos Transportadores Rodovirios que deveria apresentar as propostas sobre as tarifas com base em zonas, para que elas no sejam iguais em todos os locais, indicou a governante. Face subida das tarifas dos transportes semi-colectivos de passageiros, o presi-

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dente da CTA, Rogrio Manuel, referiu que o Ministrio dos Transportes ainda no respondeu s propostas apresentadas pela FEMATRO para os transportes urbanos e inter-provincial. Mas segundo a ministra garantiu teremos, em breve, a resposta sobre essas propostas, embora essa demora, no deixe de trazer prejuzos para os transportadores, motivo pelo qual vocs vem na rua carrinhas de caixa aberta a circular na cidade transportando pessoas, explicou o dirigente da CTA.cmaio 2012 revista capital

24 ECONOMIA

Quando David se alia a GoliasUm seminrio que contou com a presena do director-geral, a directora-geral de Assuntos Externos, o director de Aquisies e Aprovisionamento e a directora das Relaes Institucionais da RIO TINTO teve o condo de juntar em Tete e na Beira os empresrios nacionais interessados em encetar e fortificar negcios com os megaprojectos. Os encontros foram co-organizados pela CTA e CPI. Saiba com Prakash Prehlad, dirigente da CTA e da Associao Comercial da Beira, quais foram as solues encontradas.Helga Nunes [Entrevista]

gurana so da exigncia de um mercado evoludo que no o nosso, da os obstculos para o seu acesso. Contudo, estuda-se a possibilidade de poder-se contornar esses requisitos que estou em crer que sair depois de estudos conjuntos, e a entrada do funcionamento do Comit de ligaes facilitar e trar soluces nesse sentido. Enquanto dirigente da CTA e da Associao Comercial da Beira, como prev que se possa dinamizar a relao entre as empresas locais e os megaprojectos? Este seminrio j foi um passo nesse sentido. Pela primeira vez, trouxemos uma empresa grande para uma interaco desta natureza e o resultado foi muito bom em termos de impacto, participao e de resposta para aquilo que eram as expectativas em torno do mesmo. Continuaremos a estender pelo resto do pas esta experincia. As empresas nacionais devem comear a acreditar que somos capazes de servir estes Mega Projectos desde que para isso estejamos organizados e devidamente estruturados. Sermos proactivos mostrando o que podemos oferecer e sairmos do discurso que nada acontece pois temos um grande horizonte de potencialidades que devem ser tomadas com criatividade e esprito empreendedor. Se no tivermos essa habilidade algum na certa ter, pois o mercado aberto e super concorrencial e os projectos no ficaro eternamente espera que nos preparemos. A outra forma que pensamos que podemos ajudar dando formaes s empresas a vrios nveis para que estas atinjam a maturidade suficiente, para que sejam elegveis a servios que surgiro nos prximos tempos. Acredito que a formao j um desafio actual e futuro, para termos a mo-de-obra qualificada para dar resposta a toda demanda que ir surgir.c

Os empresrios juntaram-se no sentido de reforar o movimento em prol dos negcios que as empresas nacionais podem desenvolver para os mega-projectos. Quais foram as solues encontradas? O objectivo deste tipo de seminrios surge precisamente da preocupao que existe na micros e PMES, no sentido que a informao chegue aos empresrios nacionais do evoluir dos investimentos e dos planos dos megaprojectos, de modo a se criarem capacidades para se responder quilo que for a demanda por estes projectos. Uma das solues encontradas foi criar um comit responsvel por estas ligaes e o registo das empresas no cadastro da empresa mencionando o seu sector de actividade e a oferta dos seus servios. Existe uma boa receptividade no sentido dos megaprojectos actuarem em conjunto com os empresrios nacionais? Claramente que sim e para as ambas parrevista capital maio 2012

tes. Do lado das micros e Pmes com alguma ansiedade era aguardado este momento, pois existe um mal-estar pensando que as oportunidades so s para algumas empresas. Para os megaprojectos uma oportunidade de conseguir a nivel local alguns servios que, se calhar, por falta de informao teriam de ser importados. Por outro lado, ter a oportunidade de poderem mostrar que esto acometidos no desenvolvimento nacional, dando oportunidade aos nacionais. Diz-se que os concursos internacionais so lanados e que concedida a oportunidade dos nacionais concorrerem. Que comentrio pode tecer sobre isso? De facto os concursos so lanados, mas o grau de exigncia de certos requisitos ultrapassam a capacidade de resposta por parte do empresariado nacional. A certificao nas reas de sade, higiene e se-

EMPRESAS 25

FENADEGAS

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Adegas cooperativas lusas querem menos impostos sobre o vinhoorganizao. Ao nvel da qualidade, no temos dvidas de que somos muito competitivos, para no dizer inigualveis. A nvel de preos, temos alguns constrangimentos. Apelo s autoridades portuguesas e moambicanas que encontrem situaes de excepo para os vinhos de Portugal, disse Jos Santos durante uma prova de vinhos em Maputo. Jos Santos acrescentou que a FENADEGAS pretende reforar as relaes comerciais com Moambique, depois de ter estabelecido, em 2011, vrios acordos comerciais entre empresas dos dois pases. Em Moambique, os vinhos portugueses concorrem directamente com produtos chilenos e sul-africanos, sendo que estes ltimos gozam de um regime de excepo nos impostos. Devido s taxas aduaneiras, o preo de uma garrafa de vinho portugus pode custar em Moambique o triplo do valor pago pelo consumidor em Portugal. c

Bruxelas mantm proibio aos avies moambicanos de voar para EuropaBruxelas actualizou a lista de transportadoras areas proibidas de operar ou sujeitas a restries operacionais para a Unio Europeia, mantendo a interdio s companhias de Moambique e So Tom e limitaes angolana TAAG. A 19. actualizao da lista, que elaborada por razes de segurana, probe 279 companhias areas, certificadas em 21 pases, de operar na Unio Europeia, incluindo Moambique e So Tom e Prncipe. A lista abrange, tambm, 11 transportadoras areas sujeitas a restries de operao e que apenas esto autorizadas a operar com destino UE sob condies estritas, caso da angolana TAAG. Assim, a transportadora nacional de bandeira (LAM) continuar impedida de voar pelo espao europeu.c

Federao de Adegas Cooperativas de Portugal (FENADEGAS) quer que o Governo portugus e Moambique encontrem situaes de excepo nos impostos aduaneiros pagos na importao de vinhos portugueses, segundo o vice-presidente da

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EMBAIXADOR DE MOAMBIQUE EM PORTUGAL JACOB NYAMBIR

Desemprego em Portugal traz de volta moambicanosA constante chegada de portugueses ao Aeroporto Internacional de Maputo, numa clara tentativa de fugir aos tentculos da falta de emprego, tornou-se um factor constante. O caso no para menos: A taxa de desemprego em Portugal j a terceira maior da Europa. Mas a crise instalada, segundo o embaixador de Moambique naquele Pas, motiva no s os portugueses a vir para Moambique como tambm os prprios moambicanos.Srgio Mabombo [Reportagem em Portugal]

vida passaria sobretudo por uma aposta no empreendedorismo em Moambique. Com efeito, Elsa Manhique diz que pretende abrir uma rede de tascas de venda de hambrgueres em Maputo, estando actualmente a fazer algumas economias nesse sentido, retirando parte do salrio que ganha como cozinheira nas horas vagas da faculdade. Moambicanos e portugueses deitam contas vida Por seu lado, Rogrio Buque, actor moambicano afecto ao grupo de teatro de Braga, sente que, mais tarde ou mais cedo, ter de pensar em fazer algo diferente do que as lides teatrais uma opo que prev venha a acontecer em Moambique. A mesma vontade partilhada por Eugnio, um moambicano que viu recentemente o seu contrato cessar na empresa onde trabalhava, inserida no sector de construo civil. Eugnio explica que a obra de construo, de grande envergadura, levada a cabo pela ex-sua empresa no chegou ao fim devido falta de capitais. Este facto ditou o afastamento da maior parte dos trabalhadores da empresa, entre os quais ele prprio. Regra geral, os moambicanos esto a pensar em retornar ao seu pas e no encaram como soluo aventurarem-se em outros pases da Unio Europeia (E.U). Alis, a sua anlise dita que poucos resultados podero obter com a insistncia, na medida em que a situao do desemprego praticamente generalizada no continente. Portugal actualmente o terceiro pas da U.E com a maior taxa de desemprego, superado apenas pela Espanha com 23.6 por cento e pela Grcia com 21.0 por cento. A Holanda e a ustria so os que possuem um cenrio ainda longe do alerta

uitos moambicanos j revelam a vontade de regressar sua ptria devido falta de emprego em Portugal, segundo constata o embaixador de Moambique naquele Pas, Jacob Nyambir. O que verifico nos moambicanos residentes em Portugal que eles tm um interesse em voltar ao pas e no de investir, frisou ao mesmo tempo aquele diplomata. Actualmente, a taxa de desemprego em Portugal j atingiu os 15 por cento, a terceira mais alta da Europa. Em menos de um ano, a taxa de desemprego passou de 12.6 por cento para 15, o que motivou a maioria dos moambicanos a encararem com pouco optimismo a possibilidade do pas de Cames voltar a oferecer oportunidades to rentveis como antes. O cenrio no ajuda e aponta o dedo ao assusrevista capital maio 2012

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tador nmero de 800 mil desempregados. Elsa Manhique, estudante moambicana de Gesto na Universidade de Aveiro, at ao ano passado ainda alimentava a esperana de uma vaga numa das grandes empresas portuguesas na sua rea de formao. Entretanto, a mesma j repensou no seu plano aps consultar a evoluo da taxa de desemprego naquele pas e de constatar as dificuldades advenientes de uma crise que assola Portugal de Norte a Sul e que evidencia contornos extensivos ao continente europeu. As estatsticas publicadas no so nada animadoras. O desemprego depois de atingir 14 por cento em Dezembro de 2011, passou para 14.8 em Janeiro de 2012 e actualmente j atinge os 15 por cento. Foi justamente esta evoluo que fez Manhique concluir que a soluo para a sua

REPORTAGEMvermelho. Os dois pases, com uma presena muito insignificante de trabalhadores moambicanos, possuem uma taxa de desemprego de apenas 4.9 e 4.2 por cento respectivamente. A vinda para Moambique no atrai somente os cidados nacionais mas igualmente os portugueses. A busca de novas oportunidades profissionais em Moambique j faz escalar ao Pas cerca de 140 cidados portugueses por semana. Esta cifra representa mais do que o dobro da mdia registada h dois anos atrs, quando o nmero de entradas de portugueses no territrio nacional era de 60 por semana. Calcula-se que, actualmente, a lista de portugueses residentes seja muito mais gorda. H pouco tempo, a mesma somava cerca de 25 mil portugueses residentes em Moambique, segundo dados divulgados pelo Consulado daquele pas em Moambique Imprensa e diz-se que milhares retornam no sentido de solicitar a nacionalidade moambicana.c

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Moambicanos tambm devem ser accionistas nas grandes empresas

Evoluo da taxa de desemprego em PortugalFevereiro 2012 Janeiro 2012 Dezembro 2011 Novembro 2011 Outubro 2011 Setembro 2011 15% 14.8% 14.6% 14.0% 13.6% 13.0%

Fonte: Portal do Governo (Moambique)

Lisboa alberga mil moambicanos promotores de investimentos

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comunidade moambicana residente em Lisboa j calculada em mais de mil indivduos. Entretanto, constata-se que a mesma no faz investimentos em Moambique limitando-se apenas a promov-los, segundo observa o embaixador moambicano naquele Pas Jacob Nyambir. Eles tm vontade de investir em Moambique. Entretanto, ainda s se limitam a organizar seminrios e fruns sobre as oportunidades de investimento em Moambique, explicou o embaixador. No seu quinto ms no cargo, o embaixador j nota uma presena cada vez mais forte de moambicanos nos concelhos de Leiria, Viseu e Braga, que, segundo reala o diplomata, tm muita vontade de investir no seu pas de origem. considerando este especto que a Embaixada de Moambique em Portugal ir criar pontos focais das comunidades moambicanas nos distritos, visando trazer a aproximao e arranjar formas facilitadas destes investirem no seu Pas. A representao diplomtica moambicana em Portugal acredita que se o investimento em Moambique for feito pelos cidados nacionais, tal poderia permitir a reteno de capitais no Pas. Um recente encontro de moambicanos da Dispora, que teve Eusbio como figura de cartaz, fez o embaixador reflectir sobre a concesso de cidadania a portugueses interessados em viver e participar na vida

econmica de Moambique. No processo, j em marcha, est estipulado que a obteno da cidadania moambicana obtida por indivduos que estejam a viver no pas h mais de 10 anos. S nos ltimos anos, a sada de cidados portugueses para o Exterior calculada em mais de 500 mil nos ltimos trs anos, a maior parte dos quais tm como destino os pases africanos de lngua oficial portuguesa. Alis, esta uma das solues avanadas por Lisboa, que j faz um forcing para a exportao de desempregados, sobretudo para as ex-colnias, segundo fazem notar muitos analistas entre os quais os acadmicos. Mas a actual crise em Portugal, actualmente um pas muito endividado, j amputou em larga medida o interesse dos empresrios portugueses em investir em Moambique, segundo observa Jacob Nyambir. No h dinheiro para Portugal investir em Moambique. Se at hoje o pas de Cames ainda ocupa o terceiro lugar dos maiores investidores em Moambique, o cenrio poder mudar de figura para pior, nos ltimos meses deste ano. Entretanto, existe um optimismo que reside no clculo de que at finais de 2013 a crise da economia portuguesa possa recuar, trazendo de volta a anterior robustez dos investimentos canalizados para projectos em Moambique. .c

O embaixador de Moambique em Portugal, Jacob Nyambir, defende a necessidade de cidados nacionais tornarem-se accionistas das grandes empresas, sobretudo das mineradoras que operam no Pas. O diplomata defende que apesar do crescimento econmico de Moambique ser encorajador, ainda persiste a necessidade de mais moambicanos estarem envolvidos no processo. Uma das formas do maior envolvimento dos nacionais pode passar pela aquisio de aces nas empresas/multinacionais que grangeiam um peso significativo na economia do Pas. O diplomata verifica que o processo de envolvimento apenas facilitado em empresas detidas pelo Estado. Nyambir sublinha que o Executivo desempenha um papel fundamental na adopo de polticas que facilitem o processo de interveno dos moambicanos nas grandes empresas ou mega-projectos. Ao mesmo tempo, o embaixador no deixa de levantar algumas questes acerca do seu ponto de vista. Ser que h espao para que um moambicano adquira as referidas aces? Qual o valor da compra das aces na Mozal, na Hidroelctrica de Cahora Bassa (HCB), na Sasol Petroleum Temane, Sasol Petroleum Moambique, Areias Pesadas de Moma, Riversdale, Anadarko, Rio Tinto, Vale Moambique, entre outras grandes empresas? E, por ltimo, ter o moambicano um oramento suficiente para investir em aces? Jacob Nyambir confessa que ainda no encontrou respostas para as suas inquietaes. Mas ficam no ar alguns desafios.maio 2012 revista capital

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MOZAMBICAN AMBASSADOR IN PORTUGAL, JACOB NYAMBIR

Unemployment in Portugal brings Mozambicans backSrgio Mabombo [Article in Portugal]

The continuous arrival of Portuguese citizens at the Maputo International Airport, in a clear attempt of escaping the tentacles of unemployment, has become a constant factor. Its no wonder: The unemployment rate in Portugal is already the third largest in Europe. According to the Mozambican ambassador in that country, the established crisis, not only motivates Portuguese citizens but also Mozambicans to come to Mozambique.any Mozambicans already reveal the will to return to their homeland, due to lack of employment in Portugal, according to Jacob Nyambir, the Mozambican ambassador in that country. What I notice in Mozambicans residing in Portugal, is that they have an interest in returning to their country instead of investing, stated the diplomat. Nowadays, the unemployment rate in Portugal already reached 15%, the third largest in Europe. In less than a year, the unemployment rate went from 12,6% to 15%, which motivated the majority of Mozambicans to face, with little optimism, the possibility of the Country of Cames offering such profitable opportunities as before. The scene is not helping and points at the frightening number of 800 thousand unemployed citizens. Up until last year, Elsa Manhique, a Mozambican management student at the University of Aveiro, hoped for a position in a major Portuguese company, in her area of expertise. Meanwhile, she has reviewed her plan after consulting the evolution of the unemployment rate in that country and verifying the resulting difficulties of a crisis that is plaguing Portugal from Northrevista capital maio 2012

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to South, and shows extensive contours to the European continent. The statistics published are not encouraging. After the unemployment rate reached 14% in December 2011, it went on to 14,8% in January 2012, add nowadays it adds up to 15%. It was this evolution that made Manhique reach the conclusion that the solution for her life would, mostly, be a bet in entrepreneurship in Mozambique. As such, Elsa Manhique says she intends to open a hamburger stall network in Maputo, currently saving for such, at present. Drawing part of her salary that she earns as a Cook, working in her free time from college. Mozambicans and Portuguese put their lives into perspective As for, Rogrio Buque, Mozambican actor engaged in the Braga theatre group, sooner or later, will have to think about doing something other than theatre an option he foresees will happen in Mozambique. The same will is shared by Eugnio, a Mozambican that recently saw his contract end at the company he used to work for, in the civil construction sector. He explains that the, large scale, construction work,

undertaken by his ex-company, did not terminate due to the lack of funds. That dictated the withdrawal of the majority of workers from the company, he was one of them. Generally, Mozambicans are considering returning to their country and they do not consider an adventure throughout other European Union (E.U) countries a solution. In fact, their analysis dictates that few results will be achieved by insisting, seen that the unemployment situation is practically generalized in the continent. Portugal is currently the third country in the E.U. with the highest unemployment rate, surpassed only by Spain, with 23,6%, and Greece, with 21%. Holland and Austria are the ones who face a scene far from a red alert. Both countries, with a very low significance of Mozambican workers, have an unemployment rate of 4,9% and 4,2% respectively. The return to Mozambique attracts not only national citizens but also Portuguese citizens. The pursuit of new professional opportunities in Mozambique causes the arrival of, up to 140, Portuguese citizens per week, in Mozambique. This number represents more than double of the average registered two years ago, when the ar-

REPORTrival of Portuguese citizens per week was of 60. I tis calculated that, currently, the list of Portuguese residents is much larger. Not long ago, this list was comprised of, round, 25 thousand Portuguese residents in Mozambique, according to data given by the Portuguese consulate in Mozambique to the Press, and it is said that thousands are returning with the intent to request Mozambican nationality.c Evolution of the unemployment rate in Portugal (para fazer grfico)February 2012 January 2012 December 2011 November 2011 October 2011 September 2011 15% 14.8% 14.6% 14.0% 13.6% 13.0%

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Mozambicans must also be shareholders in major companiesJacob Nyambir, the Mozambican ambassador in Portugal, advocates the need of national citizens becoming shareholders in major companies, mostly mining companies operating in the country. The diplomat advocates that, even though Mozambican economic growth is encouraging, there is still the need for more Mozambicans to be involved in the process. One way of greater involvement of nationals might be the acquisition of shares of companies/multinationals that have significant weight on the economy of the Country. The diplomat notices that the involvement process is only facilitated in companies owned by the State. Nyambir enhances the fact that Executives play an important role in the adoption of policies that facilitate the Mozambicans intervention process on big companies or mega-projects. Simultaneously, the ambassador raises a few matters on his point of view. Is there space for Mozambicans to acquire such shares? What is the value of shares at Mozal, Cahora Bassa Hydroelectric (HCB), Sasol Petroleum Temane, Sasol Petroleum Moambique, Areias Pesadas de Moma (Moma Heavy Sands), Riversdale, Anadarko, Rio Tinto, Vale Moambique, and other major companies? And, lastly, does the Mozambican have enough budget to invest in shares? Jacob Nyambir confesses that he has not yet found answers to his questions. However, certain challenges are set in the air.c

Source: Government Portal (Mozambique)

Lisbon hosts a thousand Mozambican investment promoters

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he Mozambican community living in Lisbon is already calculated to be more than a thousand individuals. Meanwhile, it appears that they do not make investments in Mozambique; they limit themselves to promote them, as observed by Jacob Nyambir, the Mozambican ambassador in that country. They have the will to invest in Mozambique. Meanwhile, they limit themselves to organize seminars and forums on the investment opportunities in Mozambique, explained the ambassador. On his fifth month on the position, the ambassador already notices an increasingly strong Mozambican presence in the Leiria, Viseu and Braga councils, which, according to the diplomat, have a great will to invest in their country of origin. It is by considering this aspect that the Mozambican Embassy in Portugal will create focal points of the Mozambican communities in the districts, aiming to bring them together and find facilitated ways for them to invest in their Country. The diplomatic representation in Portugal believes that if national citizens make investment in Mozambique, such could allow the retention of capital in the Country. A recent meeting of Mozambicans of the Diaspora, which had Eusbio as the main highlight, made the ambassador reflect on the concession of citizenship to Portuguese citizens interested in living and participating in the economic life in Mozambique. In the process, already in progress, it is stipulated that obtaining Mozambican citizenship is only for individuals living in the country for more than 10 years. In recent years, the outflow of Portuguese citizens is calculated to be more than 500 thousand

They have the will to invest in Mozambique. Meanwhile, they limit themselves to organize seminars and forums on the investment opportunities in Mozambiquein the last three years, most of which have Portuguese speaking African countries as a destination. Moreover, this is one of the solutions by Lisbon, pushing the export of unemployed citizens, mostly to ex colonies, according to many analysts including academics. But the current crisis in Portugal, a country that is currently under a large dept, already maimed in large scale, the interest of Portuguese entrepreneurs to invest in Mozambique, according to Jacob Nyambir. Portugal has no money to invest in Mozambique. If up to this day, the country of Cames occupies the third place amongst the investors in Mozambique, the Picture might change for worse during the last months of this year. Meanwhile, there is some optimism which resides in the calculation that up to the end of 2013, the crisis in the Portuguese economy might set back, bringing back the previous strength of investments channelled to projects in Mozambique.c

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revista capital

30 DESENVOLVIMENTOHelga Nunes [Entrevista em Lichinga]

NEW FORESTS

Negcios verdes s a longo prazoA New Forests Company surgiu no Niassa, no ano de 2007, e pertence a um grupo econmico com interesses no Uganda e na Tnzania que conta com o banco HSBC como investidor. O seu core business em Moambique passa pela plantao de florestas de eucaliptos e pinheiros e posterior comercializao de madeiras no mercado internacional. Um negcio que demora o seu tempo a dar lucros, mas que j est a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade de Muembe, segundo Johan Potgieter, o director da empresa.A New Forests Company tinha 20 mil hectares de terra para dar incio actividade. Como que tudo comeou e quais foram os parceiros envolvidos? A New Forests comeou no Niassa em 2007 com 20 mil hectares. Os investidores eram provenientes do Reino Unido, e o projecto envolve o HSBC (um dos maiores bancos na Europa) entre outros investidores privados. Ns comeamos a plantar em 2007. Infelizmente, os 20 mil hectares no so todos plantveis. Apenas 8 mil deles o so. Os restantes 12 mil so compostos por montanhas, rios e algumas machambas e florestas. Em virtude da morfologia e das caractersticas do terreno, precisamos de mais terra para perfazer os 20 mil hectares plantveis pois s assim que poderemos tornar o negcio vivel. Inicialmente, foi fcil integrar os profissionais que trabalham na companhia? No. No. Foi muito difcil. De momento, ainda temos pessoal expatriado. Quer dizer, eu prprio sou expatriado. O gerente da plantao expatriado. E temos alguns dos guardas-florestais que reportam ao gerente da plantao que so pessoas locais. Conseguir os skills para gerir este negcio no uma tarefa fcil, mas estamos obviamente a desenvolver esses mesmos skills. Mas queremos formar mais guardas-florestais e obviamente que gostariamos de ter moambicanos como gerentes da plantao e directores-gerais. Esse o nosso objectivo.revista capital maio 2012

Mas isso vai levar tempo. Formar um gerente de plantao no acontece do dia para a noite, e requer mesmo alguns anos de experincia. Quantas pessoas trabalham na New Forests? Temos 420 pessoas nos nossos livros. A maior parte dos trabalhadores esto nas plantaes. Actualmente, estamos a desenvolver o processo de estabelecer o lugar para plantar as rvores. Ento, para j s trabalho intensivo, e no trabalho altamente especializado. Tal s ir acontecer no dia em que tivermos rvores maduras. Que tipo de trabalhadores especializados iro ser necessrios? Precisaremos de pessoal semi-especializado como operadores de mquinas para cortar pranchas dos troncos das rvores, e mais pessoal especializado entre engenheiros e electricistas e claro que iremos precisar de gerentes para gerir a implementao deste processo. Isso acontecer, mas claro vai levar tempo antes de l chegarmos. Como decorreu a evoluo da sua produo desde 2007 at agora? Quantas toneladas de madeira de pinheiros e eucaliptos que j foram produzidas? A indstria da madeira um negcio que funciona a longo prazo, e em cinco anos no se produz madeira processvel. O processamento s comear no espao de 12

anos de tempo. Sim, vai levar um longo tempo at comearmos a produzir madeira que possamos processar. Os produtos finais s estaro disponveis daqui a 15 anos. Os primeiros eucaliptos s estaro disponveis em 2022 e os pinheiros em 2027. Portanto, de facto um negcio a longo prazo que requer muito investimento e muita confiana na economia de um Pas. Por cada hectare de produo de pinheiros e eucaliptos a New Forests atribui, todos os anos, 1 dlar comunidade onde se insere. A empresa est a ajudar o Posto Administrativo de Chiconono, no distrito de Muembe, a desenvolver algumas infra-estruturas com esta ajuda? Sim, directa e indirectamente. Directamente, porque no s damos-lhes esse dinheiro 1 dlar por hectare por ano, como tambm temos o nosso oramento para o desenvolvimento comunitrio, e com esse oramento j temos uma escola, uma maternidade em Chiconono, uma vila que fica perto da nossa plantao. Indirectamente, porque atribumos salrios aos trabalhadores e isso ajuda a melhorar as condies do mercado localmente. Ou seja, trata-se de um valor que satisfaz as suas necessidades em termos de comida, roupa, e materiais destinados construo de casas. Eles agora encontram-se numa melhor posio para melhorarem a qualidade das suas vidas.c

FACTOS & NMEROS 31

C DENTRO

Agricultura com ganas de acelerar a economiaoambique poderia ter um crescimento econmico acentuado, caso todos acreditassem que a agricultura , realmente, a base do desenvolvimento. O posicionamento do embaixador de Moambique em Portugal, Jacob Nyambir. Com efeito, o sector da Agricultura (aliado ao das Pescas) contribuiu actualmente com 26.9 por cento para o PIB de Moambique, superando sectores como o dos Servios Financeiros s Empresas (14.4 por cento) e o das Indstrias Transformadoras (13.1 por cento). A pouca convico no potencial da agricultura reflecte-se at no facto dos agricultores moambicanos produzirem

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menos de uma tonelada de milho por hectare contra a mdia conseguida pelos restantes agricultores da regio austral calculada em mais de 2,5 toneladas. A partir do momento em que se manifestar a convico de que a agricultura a base do desenvolvimento, a nossa economia poder ser mais acentuado, explicou o embaixador. Nyambir acredita que os acordos com o Brasil, China e Vietname, na rea agrcola e das pescas, poder trazer o crescimento econmico robusto para o Pas, em breve. O nvel de produo agrcola em Moambique apenas satisfatrio no cultivo do milho e da mandioca, com 2 e 11 milhes de toneladas, respectivamente.

O arroz, a base da dieta alimentar para a maior parte dos moambicanos ainda regista um dfice, pois as 270 mil toneladas no cobrem as necessidades totais do mercado, sendo que o desejvel seria o dobro da produo actual. A agricultura moambicana, desenvolvida por cerca de 81 por cento da populao activa do campo, compreende ainda os ramos da Silvicultura e Pescas. Os pequenos e mdios produtores que usam a terra chegam a 95 por cento, sendo o remanescente explorado por produtores de culturas de rendimento. neste cenrio que o Executivo projecta superar as anteriores cifras na campanha agrcola 2011/2012.

Quantidades de produo (culturas principais) Culturas mais produzidas Cultura com maior dfice Metas para 2011/2 Milho (2 milhes de toneladas) Mandioca (11 milhes de toneladas) Arroz (270 milhes de toneladas) Superar as anteriores metas nas culturas principais

Contribuio do sector comparativamente a outros Sector Agricultura e pescas Servios financeiros s empresas Indstrias transformadorasFonte: Portal do Governo

Contribuio para o PIB 26.9 Por cento 14.4 Por cento 13.1 Por cento

A contribuio fiscal da CDM-Cervejas de Moambique,SA para os cofres do Estado moambicano situa-se nos 2.979,2 milhes de meticais, equivalendo a 7,2 por cento do imposto de renda total de toda a economia nacional, segundo revela um estudo sobre o impacto socio-econmico desta cervejeira no Pas, com a chancela da INSEAD, Escola Internacional de Negcios de Frana.

2.979,2 milhes de meticais

3 milhes de garrafas

S nos primeiros cinco meses aps o lanamento da cerveja Impala, a fbrica de cervejas de Nampula produziu 15 mil hectolitros, ou seja, trs milhes de garrafas, gerando uma renda no comrcio de 14 milhes de meticais, para alm de uma renda de 1.316 milhes de meticais para os agricultores da mandioca.

1,5 bilio de dlares para Sofala

A provncia de Sofala pode receber investimentos na ordem de 1,5 bilio de dlares norte-americanos ao longo deste ano. De acordo com o director-geral do Centro de Promoo de Investimentos (CPI), Loureno Sambo, Sofala , neste momento, o centro logstico dos grandes investimentos que tm lugar na provncia de Tete, particularmente na extraco de carvo.

L FORA

10,11% de aumento na gasolina em Cabo VerdeGasolina regista aumento histrico de 10,11% em Cabo Verde. Tambm o preo do gasleo, um dos combustveis mais utilizados no arquiplago, aumentou 4,76% em relao tabela anterior definida pela ARE, em fevereiro ltimo.

A6,6% mais de frangos brasileiros

As exportaes brasileiras de carne de frango totalizaram 363,6 mil toneladas em Maro, um volume 6,6% superior ao registado no mesmo ms de 2011. A frica est em terceiro lugar na importao e obteve o maior crescimento entre todos os mercados (com 40,8% de alta).

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revista capital

32 SECTOR

BANCA

STANDARD BANK

O melhor Banco de Investimentos em frica

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Grupo Standard Bank foi nomeado pela revista Global Finance como o melhor Banco de Investimentos em frica. Esta distino junta-se a mais quatro prmios conquistados recentemente por esta instituio bancria, nos prestigiados EMEA Finance Achievement Awards de 2011, incluindo o de melhor provedor de emprstimo para habitao no continente. Estes prmios reflectem tambm a experincia e a liderana do Standard Bank nos mercados de capitais e em todas as reas de servios bancrios corporativos e de investimento. A revista EMEA Finance reconheceu igualmente a percia do Standard Bank nas categorias de melhor contrato de obrigaes de tesouro supranacional, melhor vnculo soberano em frica e melhor acordo de financiamento estruturado em frica. Este o quinto ano em que o papel do Standard Bank reconhecido no conti-

nente, no decorrer da sua liderana nos mercados de capitais africanos. Crescem resultados financeiros do Grupo Os rendimentos totais do Grupo Standard Bank registaram, no ano passado, um aumento na ordem de 5%, resultando num crescimento dos resultados financeiros lquidos de 21 %, mantendo desta forma a sua posio de maior Banco em frica por lucros e por activos, com um balano forte, e uma marca reconhecida e de confiana. A Banca de Grandes Empresas e Investimento registou resultados lquidos de 5,8 bilies de rands, um aumento de 11% face ao ano anterior, enquanto a receita total cresceu 4%, com um excelente crescimento das receitas provenientes de taxas de honorrios e um abrandamento dos resultados de margens e em operaes financeiras, num ambiente competitivo e incerto. Os encargos de imparidade de crdito quase que duplicaram para 1.020 milhes de

rands, partindo de uma base muito baixa em 2010, tendo o rcio de perdas de crdito aumentado para 0,30%. Por sua vez, a Banca de Particulares e Empresas obteve, em 2011, resultados lquidos de 6 bilies de rands, ultrapassando os lucros recorde alcanados em 2007, o que corresponde a um aumento de 40% face ao ano anterior. Os factores que mais contriburam para este resultado foram o aumento das receitas, que ultrapassaram de longe o aumento dos custos, a reduo dos encargos de imparidade de crdito e o aumento dos emprstimos a preos competitivos. Presente em Moambique h mais de 100 anos, o Standard Bank tem vindo a desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da economia moambicana e dos restantes pases da frica Austral, atravs do financiamento de importantes projectos socio-econmicos e fornecendo servios financeiros e solues bancrias.c

BCI expande-se em Cabo Delgado(uma das quais com Espao BCI Exclusivo), uma em Montepuez e uma em Mocmboa da Praia, o que permite oferecer aos Clientes um servio de Excelncia ao nvel do que melhor se pratica no Pas, com reas de servio especializadas para os diversos segmentos. As Agncias Universais dispem de espaos preparados para o acolhimento de todos os clientes nos momentos que requerem maior tempo e personalizao de atendimento, como a abertura de contas, os pedidos de financiamento ou o aconselhamento para a aplicao de poupanas. O novo Espao BCI Exclusivo da Agncia de Pemba permitir oferecer s empresas, instituies e aos clientes particulares com maior envolvimento comercial (Affluent) condies de atendimento especializado, num ambiente de maior conforto e comodidade, com gestores comerciais prprios, num conceito inovador em Moambique, agora expandido para a provncia de Cabo Delgado.c

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BCI inaugurou em Maro duas agncias e um Espao BCI Exclusivo na provncia de Cabo Delgado. Trata-se da Agncia de Mocmboa da Praia, localizada na vila do mesmo nome; da Agncia de Pemba Wimbe, localizada na cidade de Pembamaio 2012

e do Espao BCI Exclusivo que funcionar no 1 andar das instalaes da actual Agncia do BCI. Com a abertura destas unidades, o BCI refora a sua presena em Cabo Delgado, passando a contar com quatro Agncias Universais duas na Cidade de Pemba

revista capital

VALORES 33

CAPITAL HuMANO

Moambique prepara tcnicos para a indstria extractiva

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erca de quatro mil moambicanos devero ser preparados no pas e no estrangeiro at 2020 nas reas de geocincias, engenharias e tcnico-profissionais para responder crescente procura de mo-de-obra nacional qualificada para a indstria extractiva, de acordo com a AIM. A enorme demanda de mo-de-obra qualificada surge devido ao aumento progressivo das actividades de prospeco, pesquisa, explorao e processamento de recurso minerais, que tambm tem estado a pressionar e a motivar a migrao de quadros do sector pblico para os novos projectos actualmente em curso. O actual cenrio indica que a relao entre a oferta e procura de mo-de-obra qualificada est desequilibrada. Esta realidade constitui tambm um dos motivos para o pas prover o sector de profissionais nacionais qualificados e especializados. Segundo o ministro da Planificao e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, os quatro mil quadros devero estar disponveis at 2020 para contriburem para o desenho de uma resposta adequada aos desafios do sector. Uma avaliao feita pelo Ministrio dos Recursos Minerais mostra que um nmero significativo de empresas est na fase de pesquisa detalhada, o que significa que a curto e mdio prazo uma quantidade considervel ter concludo os estudos de pr-viabilidade para a explorao do carvo, metais preciosos, metais bsicos, minerais industriais e hidrocarbonetos, preparando-se para a fase de extraco mineira ou

produo de hidrocarbonetos, o que pressupe um aumento de procura de profissionais nacionais e qualificados. O desafio da formao O Departamento de Geologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) est capacitado para admitir 25 estudantes e gradua anualmente uma mdia de 15. Por seu turno, o Instituto Superior Politcnico de Tete admite anualmente 40 e gradua cerca de 15, enquanto o Instituto Mdio de Geologia de Moatize admite por ano aproximadamente 86 estudantes e gradua em media 22, nmeros manifestamente inferiores as necessidades. Actualmente, alm dos quadros em

formao no pas, tambm esto a ser preparados moambicanos em minas e geologia de petrleos em Angola, Holanda, Noruega, Malsia e Brasil. Para a concretizao dos programas de formao esto a ser operacionalizadas vrias linhas de financiamento, entre as quais o Oramento do Estado, Fundo de Bolsas, contribuies das empresas no mbito dos contratos e dos parceiros de cooperao. Nas escolas, em parceria com o Ministrio da Educao, esto a ser divulgadas as profisses geolgico-mineiras, destinadas aos jovens das escolas secundrias com o objectivo de incentivar uma maior adeso a estes cursos.c

RECuRSOS

Jos dos Santos abandona cargo de PCE da Vodacom MoambiqueJos dos Santos j no presidente do Conselho Executivo da Vodacom Moambique. O gestor pediu aos accionistas da empresa para abandonar o cargo, com o objectivo de abraar novos projectos pessoais. Dos Santos dirigiu a Vodacom Moambique durante mais de sete anos e um dos principais responsveis pela expanso e consolidao da op