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Planejamento energético estadual se torna cada vez mais necessário Parte integrante da revista ES Brasil • Edição Nº 107 • Junho de 2014 Uma publicação Não pode ser vendido separadamente ENTREVISTA Luiz Pinguelli Rosa fala sobre a energia no Brasil COMPETITIVIDADE Custo e disponibilidade de recursos INFRAESTRUTURA Gás natural é a nova tendência no Estado ESPECIAL Semana Estadual reúne especialistas do setor PLANEJAMENTO ENERGÉTICO ESTADUAL SE TORNA CADA VEZ MAIS NECESSÁRIO

Revista ESB Plus Energia - 107

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Parte integrante da Revista Es Brasil - Edição 107

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Planejamento energético estadual se torna cada vez mais necessário

Parte integrante da revista ES Brasil • Edição Nº 107 • Junho de 2014

Uma publicação

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ENTREVISTALuiz Pinguelli Rosa fala sobre a energia no Brasil

COMPETITIVIDADECusto e disponibilidade de recursos

INFRAESTRUTURAGás natural é a nova tendência no Estado

ESPECIALSemana Estadual reúne especialistas do setor

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EDITORIAL

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V ocê consegue imaginar a sua vida sem energia? Provavelmente a resposta

para essa pergunta é não. E nem teria como ser diferente. A revolução tecnológica pela qual a sociedade

vem passando mostra que estamos cada vez mais dependentes de novas

soluções e produtos em busca de mais conforto e qualidade de vida. E assim

como nossos eletrodomésticos estão mais modernos e em constante aprimoramento,

o mesmo acontece com o setor energético mundial. A partir do crescimento da demanda, empresas, governos e pesquisadores se

empenham para discutir novas técnicas, fontes alternativas e mais e�ciência na geração e distribuição de eletricidade, de modo a garantir a sustentabilidade dos sistemas e do planeta.

Para trazer luz ao tema, a ES Brasil, a revista de negócios mais importante do Espírito Santo, lança a ES Brasil Plus Energia. Nesta publicação especial, traçamos um verdadeiro panorama sobre todos os agentes, fatos, investimentos e gargalos, para que você tenha total ciência das ações e projetos que estão em andamento no Brasil e no Estado, além de compreender o papel de cada cidadão no bom funcionamento do sistema energético nacional.

Nesta edição, falamos sobre a 2ª Semana Estadual de Energia, que colocou o Espírito Santo em posição de vanguarda no cenário brasileiro. Com o tema “Segurança e E�ciência Energética”, o evento mostrou que o Estado pretende ser exemplo para o Brasil nessa área, em virtude das discussões realizadas com palestrantes de renome nacional e do debate sobre as potencialidades econômicas e conhecimentos técnicos, além das tecnologias utilizadas para a geração de energia a partir de fontes limpas e e�cientes.

No contexto da Semana, um dos pro�ssionais mais respeitados do setor energético no Brasil, Luiz Pinguelli Rosa, que esteve em Vitória para participar da programação, concedeu-nos uma entrevista exclusiva. Pinguelli comentou a realidade brasileira e ressaltou a importância do consumo moderado em prol do meio ambiente.

Aliás, no começo de 2014, o Estado de São Paulo chamou a atenção da sociedade em virtude do risco de apresentar problemas para manter o fornecimento de água e energia elétrica à sua população. Assim, assuntos como inovação, e�ciência, segurança, planejamento e competitividade foram abordados nas páginas desta publicação. Você vai descobrir, por exemplo, os investimentos previstos para o Espírito Santo, que devem colocar o Estado em uma posição mais confortável e com baixas possibilidades de enfrentar a mesma di�culdade que os paulistas. Também destacamos o crescimento da rede de distribuição gás natural no Estado, que já está presente em 13 municípios, bene�ciando clientes residenciais, comerciais, industriais, veiculares e termelétricos. Reunimos ainda um time de articulistas de primeiro nível para que você conheça o posicionamento de diversas autoridades a respeito dessas pautas.

Tenha uma boa leitura!

Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil

Parte integrante da revista ES Brasil - Edição Nº 107

Diretor-ExecutivoMário Fernando SouzaDiretora de Operações Julicéia Dornelas

Editor-Executivo Mário Fernando SouzaGerente de ProdutoFlávia TristãoApoio ProduçãoTaíssa SouzaTextosThiago Lourenço e Yasmin Vilhena e Camila Ferreira, Gustavo Costa, Leonardo Quarto, Rodrigo Fernandes e Sânnie RochaRevisãoAndréia PegorettiEdição de Arte Fábio Barbosa, Genison Kobe, Jéssica Nonato, Tiago Oliveira, Thiara Nascimento e Rodrigo LucioColaboraram nesta ediçãoHelder Carnielli, Lavinia Hollanda, Maurício Tomaskin e Nélio BorgesFotografia Jackson Gonçalves, fotos cedidas e arquivos Next Editorial

(27) [email protected] de ContasAylma Castro, Deiseane Da Rós e Flávio DrumondApoio ComercialNeuzeli Meira e Priscilla Heitor

Assinatura(27) 2123-6520www.nexteditorial.com.br

Serviço de atendimento ao assinanteSegunda a sexta: das 9h às 18h

Edições anteriores(27) 2123-6520 Contatos com a RedaçãoE-mail: [email protected]: (27) 2123-6500Endereço: Avenida Paulino Müller, 795 Jucutuquara – Vitória/ES – CEP 29040-715

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24 Mauricio Tolmasquim Modelo do Sistema Elétrico completa 10 anos de sucesso

56 Lavinia Hollanda Além da tecnologia: uma nova perspectiva para a inovação

Artigos

26 InovaçãoAs cidades de Domingos Martins e Marechal Floriano foram as escolhidas para receber o projeto InovCity, considerado uma rede de energia elétrica inteligente.

20 Segurança energéticaFalta de chuvas em São Paulo liga o alerta em todo o país. E o Espírito Santo? Como fica nesse contexto? Temos energia para sustentar nosso crescimento e os projetos que estão por vir?

40 EntrevistaLuiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ, fala sobre a importância do consumo moderado de energia em uma entrevista exclusiva à ESB Plus.

46 Segurança e riscoO Brasil registrou no ano passado 765 acidentes ocasionados por choques elétricos, dos quais muitos resultaram em mortes. Atitudes até então consideradas inofensivas podem colocar em risco a segurança de sua família.

32 Especial2ª Semana Estadual de Energia reuniu diversos especialistas da área para discutir a importância da eficiência nos setores público e privado.

52 InfraestruturaGrandes investimentos fazem com que o Espírito Santo possua um dos mercados de gás natural que mais crescem no país, gerando diversas oportunidades.

58 Energias renováveisConheça as ações que estão sendo criadas para inserir políticas de incentivo ao uso de energias renováveis no Estado, incentivando assim, a eficiência energética

14 CompetitividadeCom a sexta maior tarifa de todo o país, o custo de energia no Estado precisa ser compreendido além dos números. Fatores naturais, tributação e benefícios sociais devem ser levados em consideração.

12 Helder Carnielli Eficiência energética e energias renováveis

44 Nélio Borges Energia para crescer

NESTA EDIÇÃO

ESB Plus Energia Junho 2014

06 EstratégiaApesar de ser um dos maiores

consumidores de energia do país, o Espírito Santo ainda

não possui um planejamento energético, tornando cada vez

mais necessário o diálogo aberto entre interesses estaduais e

Governo Federal.

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6 www.revistaesbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil 6 www.revistaesbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil

por Camila Ferreira

Planejar é preciso

PLANEJAMENTO

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ese volvime to o s rito a to est iretame te li a o ca aci a e e or ecime to e e er ia. la e ame to essa rea viabili a o crescime to o sta o

D esde o século passado, a forma de conduzir organizações empresariais de todo o mundo mudou a partir de um novo conceito: planejamento estratégico. A cultura de

idealizar ações se estendeu para outros setores e atingiu a admi-nistração pública, que de maneira global começou a elaborar planos e metas, como forma de parametrizar o crescimento e o desenvolvimento de estados e países.

No Espírito Santo não é diferente. As medidas governamentais são focadas nas metas traçadas no Plano de Desenvolvimento do Estado, uma análise do cenário econômico feita em parceria entre Governo do Estado, entidades representativas da sociedade civil organizada e instituições privadas, que permite avaliar o presente e propor ações futuras.

O estudo mais atualizado, publicado em dezembro de 2013, faz uma projeção das ações de desenvolvimento pelos próximos 16 anos. É o ES 2030, que aponta, como um dos pilares de desenvolvi-mento do Estado, o setor de energia. É aí aonde queremos chegar.

Em 2012, segundo dados da Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe), o consumo �nal de energia do Estado ultrapassou as 7 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). O consumo per capita �cou em 1,90 tep/hab (toneladas equivalentes de petróleo por habitante), acima da média nacional, de 1,27 tep/hab. Apesar de abrigar menos de 2% da população brasileira, o Espírito Santo é, proporcional-mente, um dos maiores consumidores de energia do país, e esse gasto vem crescendo em alguns segmentos, como é o caso do público residencial.

O aumento do poder aquisitivo das famílias e a consequente melhoria da qualidade de vida são um fator de forte in�u-ência. Um exemplo é o consumo de eletrodomésticos. Dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) dão conta de que, só nos primeiros quatro meses de 2014, foram comercializados 5,7 milhões de televisores, 46% a mais que o mesmo período do ano passado. A previsão do setor é fechar este ano com 16 milhões de TVs vendidas.

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A questão é ter energia para atender a essa demanda.Imaginando que cada TV, gastando pouco, consuma 60 watts (w), é só fazer as contas. Isso é apenas um exemplo, mas essa problemática ainda não está na cabeça das pessoas. É necessário pensar em planejamento energético para atender a esse crescimento. Não existe pensar em futuro sem pensar no suprimento de energia”, a�rmou o diretor-geral da Aspe, Luiz Fernando Schettino.

CENÁRIO ATUALAtualmente, o Espírito Santo não dispõe de um planejamento

próprio na área energética. O ES 2030 se aproxima desse propó-sito ao sugerir ações de desenvolvimento do setor, como atrair e incentivar investimentos que aproveitem as oportunidades geradas na cadeia de energia, petróleo e gás e integrá-la ao sistema estadual de produção e difusão de ciência, tecnologia e inovação. Entretanto, essa conexão requer um esforço amplo e contínuo de diversas frentes, uma vez que a cadeia energética é adminis-trada em âmbito federal.

O planejamento energético capixaba depende, atualmente, do trabalho realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. Publicado em 2007, o Plano Nacional de Energia 2030, desenvolvido pelo órgão, é o instrumento utilizado para orientar os trabalhos de longo prazo, balizando as alternativas de suprimento da demanda de energia nas próximas décadas em todo o Brasil.

Porém, para o presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Nélio Borges, o fato de esse plano ser realizado em nível federal o afasta da realidade do nosso Estado e di�culta a articulação com o plano de desenvolvimento econômico. “Hoje, o plano de crescimento estadual se desenvolve sem dialogar com o plane-jamento de geração de energia, que é feito em nível nacional.

Trabalhar dessa forma não é adequado porque gera di�culdades. Não temos como acompanhar, por exemplo, a execução de obras e o cumprimento de prazos. Quando os dois planos caminham de forma independente, não temos como saber o que vai acon-tecer e isso, aumenta nosso risco operacional”, a�rmou.

Esse cenário, exempli�cou o presidente do Conerg, está tradu-zido na instalação das novas linhas de transmissão no Estado e suas respectivas subestações. Uma linha de 500 Kilovolts (kV)ligando a subestação de Mesquita (MG) à subestação Viana 2, além de uma linha de 345 kV entre a subestação de Viana já existente e essa nova, tiveram uma primeira previsão de entrega para junho de 2012, que foi adiada para junho deste ano e di�-cilmente será cumprida.

Para o norte do Estado, há também a previsão de uma nova subestação, Linhares 2, que vai receber a nova linha vinda de Mascarenhas, de 230 kV. A última previsão divulgada foi de entrega em agosto do ano que vem. É esperar para ver.

Tudo isso porque o Espírito Santo não tem como produzir a própria eletricidade. A energia proveniente de hidrelétricas repre-sentou, em 2012, apenas 0,9% do total produzido no Estado. Porém, é importante frisar que, a maior parte do potencial hidre-létrico capixaba já foi aproveitada através de unidades de grande e médio porte, o que signi�ca dizer que é inviável, pelo menos nas condições atuais, falar em autosu�ciência de energia elétrica.

Hoje, a eletricidade produzida no Estado atende a menos de 30% da demanda interna. De acordo com dados da Aspe, em 2012 os capixabas consumiram 10.000 gigawatts-haz (GWh), sendo que foram “importados” de outros estados.

No total, segundo a Aspe, a capacidade de geração instalada no Estado é de 1.552 MWh, e a possibilidade de crescimento nesta produção está na construção de centrais elétricas gera-doras (até 1MW) e pequenas centrais hidrelétricas (1 a 30MW). Esses empreendimentos, de menor porte, requerem menos custos ambientais, além de serem construídos próximos aos

“Hoje, o plano de crescimento estadual se desenvolve sem dialogar com o planejamento de geração de energia, que é feito em nível nacional” Nelio Borges, presidente do Conerg

Uma das metas estabelecidas no ES 2030 é aumentar a participação das fontes de energia renováveis na matriz de produção do Espírito Santo. Em 2012, o percentual era de 8,3%. Em 2020, o objetivo é atingir 10% e, em 2030, 15%.

MAIS FONTES RENOVÁVEIS

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Eles seriam úteis para atender pequenos consumidores, aliviando a demanda das grandes linhas.

Outras fontes renováveis também poderiam ser melhor explo-radas. Um levantamento divulgado pela Aspe no ano passado apontou que, de toda a energia produzida no Espírito Santo, apenas 8,3% são provenientes de recursos renováveis. A título de comparação, no Brasil, essa produção correspondeu a 46%.

A maior parte dessa produção (7,4% do total) foi de energia derivada de biomassa – uma fonte limpa e renovável. De acordo com o Atlas de Bioenergia do Espírito Santo, a soma do poten-cial energético de todas as biomassas disponíveis no Estado foi estimada em 540 megawatts (MW). Esse tipo de energia pode ser gerado em pequenas centrais, para abastecimento próprio dos produtores rurais.

Já a energia eólica ainda é um embrião em desenvolvimento. De acordo com o Atlas Eólico do Espírito Santo, o Estado possui um potencial estimado de 1,79 GW para aproveita-mento eólico à altura de 75m, para áreas com ventos iguais ou superiores a 6,5 m/s. Esse patamar previsto pode ser dupli-cado para alturas de 100m, o que permitiria a instalação de grandes empreendimentos eólicos em regiões como os litorais de Linhares e do sul capixaba, de dezenas e até centenas

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de megawatts. Entretanto, investimentos nessa área ainda não são uma realidade.

A base da produção energética do Estado ainda são as fontes não renováveis. Segundo maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil, o Espírito Santo representa cerca de 15,0% do montante nacional, com volumes diários de mais de 300 mil barris de petróleo e quase 10 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo dados da Petrobras divulgados no ES 2030. A produção de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, obtida a partir do gás natural proveniente do mar capixaba, já supera o dobro do consumo estadual, de cerca de 360 toneladas por dia, garantindo o abastecimento de todo o mercado local e a exportação para estados vizinhos. Em 2012, o petróleo teve uma participação de 73,8% na produção energética capi-xaba, enquanto essa participação correspondeu a 42% no Brasil.

As previsões acerca do produto são otimistas. Segundo a EPE, cerca de 45% da energia no país em 2030 terá como fonte petróleo e gás natural, e o Espírito Santo se prepara para esse momento. A previsão da Petrobras é de um crescimento, nos próximos anos, de cerca de 30% na produção capixaba de óleo e gás, tanto em terra quanto no mar.

O PLANOO futuro energético do Espírito Santo não estará seguro

enquanto não acontecer o diálogo aberto e direto entre interesses estaduais e Governo Federal. É o que defende o presidente da Findes, Marcos Guerra. “Planejamento só gera resultado quando sai do papel e, no caso da energia, é importantíssimo fazer esse diálogo diretamente com a esfera federal”, frisou.

O discurso é endossado por Nélio Borges “O que falta é uma ação estratégica estadual, que ligue os interesses do Espírito Santo aos do Governo Federal. Isso poderia acontecer até mesmo por meio da bancada federal, ou ainda com a criação de uma secretaria especí�ca. Hoje, a política energética do Estado não é e�ciente”, ressalta.

Quando publicou seu plano estratégico de ação, em abril do ano passado, a Aspe já vinha pensando nisso. A agência, criada em fevereiro de 2005 com o objetivo de regular o setor de energia do Espírito Santo, propôs a elaboração do Plano Energético Estadual. A ideia é reunir todos os atores envolvidos na cadeia energética, diagnosticar demandas, gargalos e soluções e criar uma frente de trabalho permanente.

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Simples? Não. Porém, possível. Pelo menos é o que pensa o diretor-geral do órgão. “Nossa proposta é fazer um documento básico inicial, que levante um diagnóstico do cenário atual e das possibilidades para o futuro, sem que isso signi�que, em um primeiro momento, promover reuniões com todos os setores”, explicou Schettino.

A partir daí, a proposta do Plano Energético Estadual é realizar uma projeção da demanda energética até 2030, acompanhando as previsões do ES 2030. “Esse é um prazo importante, porque não dá para planejar fornecimento de energia para os próximos seis meses. Realmente o planejamento precisa de prazo. Mas esse trabalho não pode �car só dentro do Espírito Santo. Tem que ter uma ligação direta com Brasília”, disse Marcos Guerra.

O presidente da Findes, que demonstra apoio à formulação do plano, afirmou inclusive que a Federação se coloca à disposição para formar essa parceria, que deverá contar ainda com representantes das grandes indústrias do Estado – as maiores consumidoras de energia –, de concessionárias de fornecimento, representantes do Governo Estadual, Furnas, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outros órgãos federais. Assim, o diálogo com a esfera federal, se daria de forma direta, e os gargalos para a produção de fornecimento de energia, no Estado, iriam se resolver mais rapidamente.

Entre as atribuições desse grupo de trabalho, estaria o acompanhamento das obras de ampliação da rede de fornecimento de energia elétrica, além da identificação de novas necessidades, demandadas de acordo com as informações passadas pelas empresas instaladas no Estado, como crescimento populacional e expansão de cidades. Atualmente, esse trabalho é feito diretamente pelas concessionárias, em diálogo com a Aneel.

Borges vai além e visualiza a formação de uma estrutura estadual específica para defender os interesses dessa área: “Hoje, falta uma ação estratégica estadual para transmitir nossos interesses ao Governo Federal. Isso poderia ser feito por meio da bancada capixaba em Brasília ou, até mesmo, com a criação de uma secretaria de energia, que teria condições de olhar o aspecto energético de um ponto de vista interno”.

Por enquanto, o projeto ainda é um embrião em desenvolvi-mento, mas para Schettino, essa é a melhor forma de garantir o crescimento do Estado e alcançar as metas estabelecidas no ES 2030: “Planejamento energético estadual é pensar nisso, em ter, no futuro, uma estrutura que possa trabalhar de forma a atender, em cada fase de desenvolvimento do Estado, as suas necessidades energéticas, respeitando as pessoas, o meio ambiente, os locais históricos, o turismo e os costumes”.

PLANO ENERGÉTICO ESTADUAL

Levantar a atual

situação de produção e fornecimento de energia e identificar as necessidades

futuras

Reunir as demandas de todos os segmentos envolvidos e planejar

as ações para suprir todas as lacunas. O planejamento deve ser feito com a consultoria de

especialistas.

Os dados levantados darão origem a um documento,

e as informações passam a fazer parte de um grande

banco de dados, operado e atualizado em tempo real por

duas frentes de trabalho

O sistema será operado por

dois grupos distintos:

Contando com representantes

do Estado, do Governo Federal e de instituições que representem os interesses da iniciativa privada, esse grupo seria o responsável por atuar

no atendimento às demandas, no diálogo entre diversos

setores e acompanhamento da execução de projetos

Resolve demandas práticas, como

solução de problemas, de

forma semelhante à atuação do

Operador Nacional do Sistema

A proposta da Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe) é criar uma frente de trabalho permanente, para monitorar as demandas energéticas em tempo real. Entenda como esse trabalho funcionaria, no organograma abaixo:

Diagnóstico

Planejamento

Elaboração

Distribuiçãodo trabalho

Secretaria Executiva Grupo TécnicoOperacional

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FATOS

Mec Show vai discutir fontes renováveis de energia

U ma das 10 potências que mais consomem energia solar no mundo, a Coreia do Sul é um exemplo de país que possui know-how no uso de fontes renováveis.

No mês de julho, o Espírito Santo vai debater a experiência asiática, além de discutir parcerias comerciais, transferência de conhecimento e novos negócios, através de apresentação a ser realizada pelo diretor da Korea Business Center (Kotra), Jong Kyung Kim. A palestra vai acontecer em 24 de julho, durante a Mec Show 2014 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, que ocorrerá dos dias 22 a 25, no Carapina Centro de Eventos.

Em 2011, a Coreia do Sul inaugurou um conjunto de três ilhas flutuantes que usam energia solar em seu ambiente interno, batizadas de Viva (com 3.271 metros quadrados), Vista (de 4.734) e Tera (com 1.200). O complexo funciona

como centro de convenções, local para atividades esportivas, concertos, exposições e restaurante, e é equipado com 54 metros quadrados de painéis solares, responsáveis pela produção de seis quilowatts de energia por dia.

A Kotra é uma divisão comercial do Consulado da Coreia do Sul para promoção de intercâmbio comercial entre empresas estrangeiras e o país. A palestra do executivo ocorre dentro do 2º Seminário de Inovação, numa mesa-redonda sobre energias alternativas, com a presença também do diretor das Indústrias Becker (Rio Grande do Norte), Romilton Santos.

A Mec Show 2014 vai reunir cerca de 180 expositores e deve atrair mais de 17 mil visitantes durante os quatro dias de feira. O evento é uma parceria do Sindifer-ES e do Cdmec, com realização da Milanez & Milaneze junto com a VeronaFiere.

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Eficiência energética e energias renováveis

Helder Carnielli

O relatório anual sobre o cenário energético mundial “BP Energy Review” mostra que o Brasil caiu no ranking de energia limpa para o terceiro lugar, entre os maiores

produtores hidrelétricos do mundo, e teve uma das maiores altas em emissão de CO2 face ao atual parque gerador.

A economia de energia conseguida com e�ciência energética não representa uma nova fonte. O crescimento da oferta se dá em um ritmo mais lento, entretanto, o parque gerador continua o mesmo.

Para manter o suprimento de energia elétrica, sem perder de vista o desa�o mundial de se utilizar fontes menos poluentes, o papel das energias renováveis nessa missão �ca evidente.

A energia renovável que mais cresce no mundo é a solar, e o Espírito Santo pode ter a oportuni-dade de liderar uma revolução dessa energia, impulsionada pela sua boa irradiação solar, na geração e utili-zação de energia fotovoltaica.

A forma de geração distribuída de energia solar fotovoltaica é a mais fácil e prática de ser aproveitada como energia renovável. Possibilita uma produção modular de energia; pode ser insta-lada de forma isolada ou integrada à rede e tem baixos custos operacionais. Essa forma permite que a geração, normalmente centralizada e de exclusividade de grandes e médios grupos empresariais, possa ser desempenhada por indivíduos, assumindo eles o papel de um microgerador de energia elétrica.

Este modelo traz benefícios a toda a população, e a inserção dessa indústria em solo capixaba atrairá novos empreendimentos, aquecerá economias locais e gerará novos postos de trabalho.

No Brasil e, em particular, no Estado, ainda faltam políticas de incentivos em diversas áreas da cadeia produtiva, além de uma

melhor estruturação e regulamentação do setor. Nesse sentido, reconhecendo as suas vantagens, mas também os seus desa�os, acreditamos que cabe ao Governo do Estado, em sua função de planejador, encontrar os meios apropriados de incentivar a tecno-logia solar fotovoltaica para que esta possa contribuir para o objetivo estadual de desenvolvimento econômico e de sustentabilidade da matriz elétrica capixaba.

Sabemos que a Resolução Normativa nº 482/2012 da Aneel estabeleceu as condições gerais para o acesso de microgeração e mini-geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica. Também temos ciência de que já existem situações objetivas em que a competitividade da geração fotovoltaica distribuída é clara em

situações típicas no que tange à produção de energia residencial e comercial (Nota Técnica da EPE - Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira, de maio de 2012). No Atlas da Energia Solar do Estado, veri�ca-se também que há uma demanda comercial para o forne-cimento de materiais e serviços para a microgeração fotovoltaica.

Uma década é um espaço de tempo curto para que o setor elétrico e a indús-tria capixaba acumulem a experiência necessária para receber quantidades

consideráveis de pequenos geradores pulverizados em seu sistema de distribuição e para desenvolver as capacidades de produção necessárias para atender a esse novo mercado.

Urge agora que o Estado comece a preparar o campo para a reali-dade que virá nas próximas décadas, estabelecendo um amplo programa de energia solar fotovoltaica.

Helder Carnielli é engenheiro agrônomo e presidente do Crea-ES

ENERGIA SOLARARTIGO

Por sua boa irradiação solar, o Espírito Santo pode liderar uma revolução da utilização de energias a partir dessa fonte renovável

A geração distribuída de Energia Solar

Fotovoltaica (ES-FV) possibilita uma produção modular de energia, em pequena ou grande escala, pode ser instalada de forma isolada ou integrada à rede de distribuição de energia e tem baixos custos operacionais”

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Bandes apoia ideias inovadoras nas áreas de água e energia

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V ocê consegue imaginar um futuro em que não exista disponibilidade de água e energia? Por meio do crédito, o Banco de Desenvolvimento do Espírito

Santo (Bandes) está apoiando iniciativas que promovam ferramentas inovadoras nessas áreas, de modo a garantir a sustentabilidade do desenvolvimento e a utilização adequada desses recursos.

A empresa Irrigafácil idealizou uma dessas soluções, que contou com aporte �nanceiro da instituição: o comando microcontrolado. Ele permite o acionamento de bombas que alimentam o sistema de irrigação de forma inteligente e automatizada, economizando água e energia de uma só vez. O proprietário do negócio, Fernando Toreta, conta que a tecnologia reduz em 25% os custos da irrigação, além de ser de mais fácil manutenção que os sistemas geralmente utilizados. “Os painéis tradicionais demoram a serem implantados, são grandes, caros e com baixa e�ciência. Nosso produto é simples de ser implementado, economiza muita água e é de fácil manutenção”, explica.

A adoção de novas tecnologias pelos produtores tende a resultar em melhora na qualidade e ganho da produtividade, segundo o diretor de Crédito e Fomento do Bandes, Carlos Magno de Barros. “O sistema de aplicação de água adequado é importante para o sucesso do empreendimento com agri-cultura irrigada. Além disso, o sistema desenvolvido aqui no Espírito Santo pode ser adaptado para o paisagismo e até para indústria”, destaca.

O diretor-presidente do Bandes, Guilherme Henrique Pereira, revela que a tendência é a instituição apoiar mais iniciativas como a desenvolvida pela Irrigafácil. “No campo da

inovação, buscaremos atender a todos empreendimentos que tenham alta incorporação de conhecimento, alta perspectiva de geração de valor agregado para a rápida diversi�cação da economia e que visem à redução do consumo de recursos não renováveis, ou seja, produtos e serviços inovadores e susten-táveis”, conta.

Nesse contexto, algumas áreas estratégicas serão priorizadas. “Novos negócios na metalmecânica, eletrônica e comunicação, nos segmentos intensivos em biotecnologia e energias alterna-tivas têm grande aderência ao potencial já instalado em nosso Estado e serão nossas prioridades”, sintetiza Pereira.

ATUAÇÃOAlém de ser líder em consórcio de bancos públicos e privados

para plantas de médio porte dinamizadoras da economia regional, geradoras de empregos e recolhedoras de impostos, o Bandes atua também na articulação para atrair novos investimentos. O papel dos agentes �nanceiros, no âmbito das políticas de públicas de desenvolvimento, é a liberação e a aplicação de recursos em setores estratégicos, com taxas de juros atrativas.

Por essa razão, o Bandes estruturou junto à Agência Nacional de Inovação (Finep) mais uma ferramenta de crédito para �nanciar a inovação, o programa Inovacred. Somados aos fundos estaduais, o credenciamento permite a viabilidade de cerca de R$ 200 milhões para que as empresas apliquem em projetos de inovação em áreas como produtos, processos, serviços, marketing ou inovação organizacional, com o objetivo de aumentar a competitivi-dade, principalmente dos negócios de micro e pequeno porte, com faturamento de até R$ 16 milhões, que receberão a maior parte desse recurso.

Com recursos da instituição, empresa desenvolveu técnica que reduz em 25% os custos da irrigação

FATOS

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Custo e disponibilidade de energia: uma conta que vai além dos números

COMPETITIVIDADEpor Leonardo Quarto

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rasil l s er ia • o 15

Custo e disponibilidade de energia: uma conta que vai além dos números

a alta e c vas ao e cesso e trib tos t o i i o re o al a e er ia co s mi a iariame te elos brasileiros

lto ice e resi cias r rais ate i as ela a ta aria a o valor a co ta ara cima rt r o ti o iretor a or a e

a ta aria

P ara entender o custo da energia utilizada no Espírito Santo, é necessário ir além dos números. Atualmente, o Estado possui a sexta maior tarifa de todo o país.

O capixaba paga exatamente R$ 351,78 com ou sem imposto o megawatt.hora. O valor não é considerado muito alto pelos especialistas, mas também não pode ser apontado como baixo. O cálculo é amplo e complexo e leva em conta desde fatores naturais, passando por tributação e benefícios sociais.

Cada ente da Federação tem suas caraterísticas. Diante desse fato, é necessário assimilar que quanto mais industrial e urbano for o Estado, menor será a tarifa �nal cobrada pela utilização da energia. No Espírito Santo, a fatura que chega todos os meses às residências carrega uma série de tributos e encargos sociais que jogam para cima o valor �nal.

Somados, os tributos cobrados em terras capixabas (PIS/Cofins e ICMS) impactam a conta de energia em 30,5%, valor variável em todo o Brasil. No Amapá, por exemplo, os impostos não passam de 18%, fato que contribui para aquele estado possuir o menor custo do país, atualmente R$ 159,05.

O mais industrial dos estados brasileiros, São Paulo também está abaixo do Espírito Santo nesse ranking. Os paulistas pagam apenas R$ 286,82 por megawatt/hora.

Apesar dessa incrível discrepância regional, de uma forma geral, a energia não é barata no Brasil. Ausência de políticas adequadas e de planejamento levou o país a possuir uma das energias mais caras de todo o mundo: exatamente R$ 310,67 por megawatt/hora. A cifra é a 11ª mais alta entre um grupo de 27 nações selecionadas por um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Sistema Firjan.

CRISE E SECAO Brasil vive principalmente da energia hidráulica, com um

percentual gerado de 70% dessa fonte. Os outros 30% se dividem entre estações eólicas e térmicas, mas somente as térmicas chegam a 25%.

O presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Nélio Borges, informa que o país se prepara para entrar em um período seco de muita di�culdade. “Os reservatórios estão com 35% de sua capacidade total. Esse nível é o máximo para chegar até novembro. Temos que trabalhar com o mínimo de água até chegarmos ao período úmido, no �nal do ano”, projeta.

Borges lembra que sem chuvas regulares, o Brasil é obrigado a utilizar o máximo da geração térmica de energia, desenvol-vida por meio de gás natural e óleo combustível, com custos duas vezes maiores que a energia hidráulica. “Graças a essas térmicas que vamos ter energia até o �nal do ano. Contudo, elas devem fazer paradas para manutenção, e esse fato vai elevar o custo para o consumidor”, avalia.

A energia térmica se tornou tão cara no Brasil devido a um erro estratégico registrado em 2001, no primeiro racionamento enfrentado pelo país. “Até por desespero, os contratos �rmados naquela época foram muito caros. Chegou-se a celebrar acordos que pagavam R$ 1 mil por megawatt/hora. É difícil romper um contrato. Ficamos com essa herança que pesa no bolso do consumidor quando somos obrigados a usar essa energia”, conta Borges.

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Presidente do Sindicato dos Eletricitários, Edson França defende ma ol tica e er tica mais rme ara o sta o

O dirigente destaca que a energia do Espírito Santo não é das mais altas, mas também não é tão barata. “Se formos comparar, temos uma energia um pouco mais cara que a do Rio de Janeiro. Perdemos também para São Paulo e os estados do Sul. Isso se dá pela característica da região. A carga do Rio de Janeiro é quase o dobro da nossa, por isso ela �ca mais barata. Estamos pouco acima da média brasileira”, explica.

CUSTO AUMENTADOApesar de não ser exclusividade do Estado, a previsão para

agosto é de aumento de 20% no custo da energia fornecida pela EDP Escelsa, uma das concessionárias que geram esse recurso no Espírito Santo e que cobra atualmente R$ 352,95 por megawatt/hora. O repasse se deve principalmente à utilização da fonte térmica, mas também é afetado pelo crescimento do preço a curto prazo das energias que sobram. Em um cenário de ausência de chuvas, seu valor, tabelado pela energia hidráu-lica, pode chegar a quase R$ 800,00.

Com um público basicamente urbano e em franco cresci-mento, além das crises naturais, a companhia precisa investir para seguir suprindo as demandas da população. Nos últimos três anos, a EDP inaugurou seis subestações e ampliou a capa-cidade de outras 16 no Espírito Santo.

A empresa adicionou ainda 41 novos circuitos à sua rede. Na última década, a distribuidora registrou um crescimento de 26% no número de subestações, 42% na quantidade de postes implantados e 146% no número de transformadores instalados. Para os próximos anos, espera reforçar sua rede básica com seis novas linhas até 2016. Quatro novas subestações localizadas em Viana, Linhares, São Mateus e Rio Novo do Sul também devem ser inauguradas até lá.

Enquanto a EDP Escelsa se preocupa em equilibrar inves-timentos mesmo em um cenário de crise, a Luz e Força Santa Maria, que atende a 11 municípios e mais de 300 mil pessoas no Espírito Santo, administra uma alta tarifa, puxada princi-palmente por seu público rural.

Em média, as concessionárias de energia no Brasil possuem em torno de 5% de seus clientes no meio rural. No caso da Santa Maria, esse patamar atinge a incrível marca de 30%. “É o maior número do Brasil”, de�ne o diretor-presidente da empresa, Arthur Coutinho.

O executivo explica que o alto índice de residências rurais eleva o valor, uma vez que o Governo Federal concede volu-mosos descontos para esse público. “Chega a 90%. Isso impacta diretamente os outros usuários da Santa Maria. Então, há anos que a empresa vem lutando para que isso seja pago por todos os consumidores do país”, defende .

E essa equação está longe de ser solucionada. O desconto para o produtor rural é necessário, pois reduz o custo dos alimentos e promove o desenvolvimento nacional. A isenção das tarifas é divida em três partes: uma �ca com Governo Federal, outra com os consumidores e a terceira com as concessionárias.

O programa é chamado de Conta de Desenvolvimento Energético. “O grande problema hoje é que o Governo assumiu um encargo muito grande nessa conta, e o dinheiro não está sendo repassado para nós. Diante disso, recorremos à rede bancária para suprir os investimentos na produção de energia, para fazer os pagamentos dos funcionários e manter a empresa funcionando. Isso vem impactando a Santa Maria e custando caro aos nossos consumidores”, lamenta o diretor.

Apesar das dificuldades relatadas, a Santa Maria diz que investe todos os anos na melhoria dos serviços prestados. “Existe uma resolução que versa sobre a universalização da energia. As empresas têm prazos e normas para realizar todas as ligações exigidas pelos clientes. Cumprimos isso rigorosamente. Entretanto, recorremos a �nanciamentos para cumprir essa determinação”, conta Arthur Coutinho.

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No total, 65% do consumo de água no meio rural são utilizados para irrigação que exige uma grande quantidade de energia desprendida. O Brasil produz atualmente cerca de 200 milhões de toneladas de grãos, que compõem o carro--chefe de commodities de suas exportações.

É importante destacar também que a tarifa social possibilita a redução de até 65% no valor �nal da conta de luz. Para receber o benefício, é necessário realizar cadastro nos órgãos respon-sáveis e, se a baixa renda for comprovada, o abatimento é proporcional à conta e ao consumo realizado. Todos esses fatores impactam no preço da energia.

LEGISLAÇÃOUm avanço controverso na redução dos

gastos de energia foi a aprovação da Lei nº 12.783, oriunda da Medida Provisória (MP) 579, de 11 de janeiro de 2013. A medida prorrogou a concessão das empresas que estivessem dispostas a baixar suas tarifas por 30 anos. Contudo, algumas concessionárias decidiram não aderir à proposta, como no caso da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Com o objetivo de frear esse movimento, o Governo Federal aprovou uma MP redu-zindo o custo da energia. Para o diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe), Luiz Fernando Schettino, a presidente Dilma Rousse� (PT) teve uma boa intenção. “Com essa redução, a produção brasileira tem uma capacidade de competir melhor no exterior e fazer produtos mais baratos”, acredita.

Contudo, Schettino cita que o fato de algumas concessionárias não terem aderido à medida prejudicou o setor. “O problema foi que a seca chegou. A maioria das concessionárias que aderiu ao movimento foi afetada pela falta de chuvas, e passando a produzir uma quantidade de energia menor”, explica.

Extração em: 03/06/2014

istrib i ora Tarifa sem trib to

Tarifa com tributo (R$/MWh)

EDP ESCELSA . 352.95

. 338.24

TABELA FIRJAN ENERGIA TARIFA DISTRIBUIDORA

Extraído em: 02/06/2014

osi o sta oTarifa com

tributo (R$/MWh)

Tarifa sem tributo

(R$/MWh)

Tributação total (%)

ato rosso 424.27 286.38 32.5

oca ti s 403.91 280.72 30.5

er amb co 381.77 265.33 30.5

o ia 377.49 292.56 22.5

io e a eiro 368.94 241.66 34.5

6 Pará 362.19 251.72 30.5

7 Espírito Santo . . .

i as erais 347.1 265.53 23.5

9 ara o 338.97 218.63 35.5

Santa Catarina 334.76 232.66 30.5

Ceará 329.6 222.48 32.5

cre 327.56 227.65 30.5

oi s 319.48 209.26 34.5

io ra e o orte 318.4 246.76 22.5

a ia 299.47 244.19 18.5

ato rosso o l 299.19 231.87 22.5

io ra e o l 296.62 229.88 22.5

Paraná 291.06 190.64 34.5

o a lo 286.82 219.42 23.5

Sergipe 284.87 220.77 22.5

Paraíba 282.6 196.41 30.5

ma o as 279.28 194.1 30.5

Piauí 269.32 187.18 30.5

la oas 257.45 199.53 22.5

istrito e eral 248.98 192.96 22.5

oraima 229.39 177.78 22.5

Amapá 159.05 131.22 17.5

TABELA FIRJAN ENERGIA TARIFA ESTADUAL

o te lc los o istema www. r a .or .br

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Ele relata que, dessa forma, a energia das concessioná-rias que não foram afetadas pelas chuvas foi vendida por um preço muito mais alto. “O problema é ainda maior se considerarmos que as empresas que estão gerando menos energia são obrigadas a ir até o mercado e comprar de outras concessionárias para suprir as demandas de produção. Ou seja, elas compram no mercado de curto prazo, onde os preços estão nas nuvens”, lamenta o diretor da Aspe.

RACIONALIDADEAlém dos investimentos públicos e privados, é

consenso que a e�ciência é uma das melhores maneiras de evitar problemas como racionamento. Para Schettino, o país precisa de mais energia para crescer e, para que esse objetivo seja alcançado, só existe um caminho. “Uma parte pode ser conseguida com novas formas de gerar energia, outra com novas maneiras de economizar, usando equipa-mentos mais econômicos”, diz.

Para exemplificar, pequenas, mas eficientes práticas podem ser adotadas. “Se uma pessoa tem um galpão e coloca lá uma plaquinha solar e algumas telhas transparentes,

o lugar fica iluminado como se fosse dia”, cita o executivo, que destaca ainda a necessidade de abertura de linhas de �nan-ciamento mais robustas para incentivar a e�ciência energética.

Na mesma linha de raciocínio, o presidente da Conerg, Nélio Borges, também luta pela e�ciência energética. “Você deve buscar gastar melhor sua energia, fazer com que o uso seja mais consciente. A indústria tem um índice de sobra de 20% a 30% de e�ciência. Algumas indústrias chegam a 10%. Quando mais e�ciente é uma empresa, menores o custo e o gasto de energia”, explica.

Para alcançar esse objetivo, Borges conta que é preciso olhar a carga utilizada e verificar se é possível reduzi-la. “Um exemplo simples são as lâmpadas. Com uma pequena lâmpada miniatura �uorescente, você gasta bem menos que com uma incandescente. Outra tecnologia, ainda mais nova e mais e�ciente, é a lâmpada a LED. Só para comparar, uma lâmpada incandescente tem 80 watts contra 20 watts de uma �uorescente e cinco watts de uma LED”, detalha.

Mesmo com o custo mais alto, o investimento é justi�cável, já que em pouco tempo o gasto com esses produtos mais caros será recuperado com a economia.

Além da simples troca de lâmpadas, outro exemplo da indústria são os motores elétricos. Nélio Borges reforça que eles devem traba-lhar sempre perto de seus terminais nominais, assim o consumo de energia é otimizado. “Um motor comum tem 85% de e�ciência, o autossu�ciente chega a 93%”, compara.

Com todas as informações passadas, o presidente da Conerg diz que é possível sobreviver a um possível racionamento. “Nessas situações atípicas, nós não ficamos totalmente sem energia, só perdemos uma pequena parcela. Em 2001 foram cortados 20%. É necessário estar pronto para isso”.

“Uma parte pode ser conseguida com novas formas de gerar energia, outra com novas maneiras de economizar, usando equipamentos mais econômicos” - Luiz Fernando Schettino, diretor-geral da Aspe

Instalações da concessionária Força e Luz Santa Maria: apesar as i c l a es em resa

investe em infraestrutura

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rasil • o 19

FATOS

Gás natural da Petrobras Distribuidora abastece Shopping MoxuaraA Petrobras Distribuidora é a responsável pelo forneci-

mento de gás natural do mais novo compleco de compras da Grande Vitória, o Shopping Moxuara, que �ca situado

no município de Cariacica. O espaço, que recebeu um investimento inicial de R$ 370 milhões feito pelo Grupo Sá Cavalcante, conta com uma área locável de 30 mil metros quadrados, com projeção de funcionamento de 236 lojas-satélites, 11 âncoras e megalojas, estrutura de lazer, 28 operações de alimentação e 38 quiosques.

Seis clientes da praça de alimentação são abastecidos por essa alternativa energética segura e econômica. O empreendimento capixaba é o quinto shopping center atendido por gás natural no Espírito Santo. Os outros quatro são Shopping Vitória; Patio Mix, em Linhares; Montserrat, na Serra, e Shopping Sul, em Cachoeiro de Itapemirim.

“Com a ligação do Shopping Moxuara, a Petrobras Distribuidora dá prosseguimento à expansão do gás natural no Espírito Santo, contribuindo para a diversi�cação da matriz energética do Estado, disponibilizando os benefícios dessa nova fonte para uma fatia maior de clientes e da população em geral”, a�rma o gerente de Marketing e Comercialização de Gás Natural da BR, Frederico Bichara Henriques.

Até o momento, estão adiantadas as negociações comerciais para a interligação de mais quatro shoppings, nos municípios de Vila Velha e Serra, fazendo com que 2014 seja um ano de destaque para a área de gás natural da Petrobras Distribuidora nesse segmento.

Seis empresas da praça de alimentação contam com o

abastecimento de gás natural

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por Gustavo Costa

EnergiaO atual cenário energético brasileiro tem alarmado especialistas e membros do Governo. Confira os desdobramentos dessa crise no Espírito Santo

SEGURANÇA ENERGÉTICA

U ma das mais manipuláveis e versáteis formas de energia, a eletricidade é um recurso estratégico fundamental para o desenvolvimento socioeconômico de cidades, estados

e nações. E quando situações como falta de chuvas deixa um estado como São Paulo em alerta, o tema vira motivo de preocu-pação em todo o Brasil.

Apenas em 13 anos, o país passou por pelo menos três sérios episódios de incertezas ligados à questão energética. Em 2001, o risco iminente ocasionou uma grande política de racionamento,

que contemplava até descontos na conta de luz para quem conseguisse reduzir o consumo. Mais alguns anos, e o risco volta a nos rondar, por conta de reservatórios com níveis baixos (em torno de 35% da capacidade) nos meses de verão, exatamente uma época onde a demanda energética atinge o seu pico. Com menos água das chuvas, as usinas hidrelétricas acabam gerando menos energia. Como medida para evitar apagões, as usinas termelétricas brasileiras – que podem ser movidas a gás, carvão ou óleo – passam a trabalhar em plena capacidade.

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Apesar de ter baixa produção, Estado não corre grande risco

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e er ia o ri ci al motor ara o cio ame to as i strias e ara a ali a e e vi a a o la o er e ossi secret rio e sta o e ese volvime to

FLUXO ENERGÉTICO – ENERGIA ELÉTRICA

o te s e e scelsa

Exportação 1%

Centraiselétricas

autoprodutoras

22%

Centrais elétricasde serviço público

14%

Perdas10%

Importação 53%

Centraiselétricas

autoprodutoras

21%

Centrais elétricasde serviço público

17%

Perdas10%

Importação 51%

Exportação 1%

ENERGIA ELÉTRICA 2010

ENERGIA ELÉTRICA 2012

E como funciona a produção e distribuição de energia elétrica no Espírito Santo? O Estado está seguro, mesmo tão próximo a regiões que enfrentam problemas? O Espírito Santo produz pouco do que utiliza, mas no momento não corre grandes riscos. Segundo balanço de 2013, tendo como ano-base 2012, 53,76% da geração capixaba de energia é renovável, das quais a maioria (33,02%) é de origem hídrica. De acordo com o diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado (Aspe), Luiz Fernando Schettino, o Espírito Santo recebe grande parte da energia que precisa. Só em 2012, recebeu de fora 8.800 gigawatts-hora (GWh), enquanto consumiu 10.059 GWh. “Nós temos energia su�ciente, já que importamos de diversas regiões.

Se por acaso tivermos problemas de um lado, entra energia por outro, e o sistema se compensa. Tudo na vida tem risco, maior ou menor. O fato de estar chovendo menos em São Paulo nos coloca em risco? Coloca, mas é algo menor do que as pessoas podem imaginar, já que recebemos energia de várias fontes. Hoje, no país, há energia sendo mandada do Sul para o Sudeste, há hidroelétrica do Norte mandando para o Nordeste, do Norte mandando para o Centro-Oeste; está tudo interligado. A Amazônia está enfrentando enchente, e as hidroelétricas lá estão operando confortavelmente. E aquela energia, que teoricamente está sobrando na região, pode ser direcionada para o Nordeste”, falou ele.

TRANSMISSÃO NO ESTADONo Espírito Santo, o sistema de distribuição conta hoje com cinco

pontos de suprimento com a Rede Básica. Na capital, a subestação de 345/138 kV (quilovolts) é suprida por três linhas de 345 kV, que vêm da subestação de Campos (duas linhas) e da subestação de Padre Fialho (antiga Linha de Transmissão Ouro Preto – Vitória). Em Viana há a subestação suprida pelo seccionamento da LT 345 KV Campos – Vitória. Existem ainda a Mascarenhas, uma subestação de 230 kV, interligada com o sistema de Minas Gerais através dos dois circuitos da LT 230 kV Aimorés – Mascarenhas; a Verona, uma subestação de 230 kV, suprida através da LT Mascarenhas – Verona; e a de Cachoeiro de Itapemirim, que é ponto de interligação em 138 kV por meio de dois circuitos da LT 138 kV Campos – Cachoeiro.

Também estão previstas a LT 500 kV Mesquita-Viana 2, a subestação 500/345 kV Viana 2; e a LT 230 kV Mascarenhas – Linhares 2 e subestação 230/138 kV de Linhares 2. A primeira deve ser entregue ainda em 2014. Já a segunda é aguardada para o próximo ano. Para o presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg), Nélio Borges, essas novas linhas são indispensáveis para o abastecimento energético do Estado. “A linha Mesquita-Viana é fundamental para a nossa segurança energética. Sem ela, o risco de apagão aumenta. Essa linha de transmissão era para ser entregue em

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2012, já são dois anos de atraso. O norte também tem problemas, não há linha de transmissão daqui para lá. E agora estão fazendo a linha Mascarenhas-Linhares, para abastecer aquela região do nosso Estado. Também está com atraso, era para ter sido entregue em 2013. Uma das di�culdades que enfrentamos é que os projetos podem demorar muito para sair do papel, algo que acontecerá com a linha de Viana. Mas de qualquer forma, ela criará no início uma pequena folga para a gente, e é essa folga que possibilita o desenvolvimento”, disse. Além destas, estão previstas linhas de Mesquita-João Neiva e Linhares-São Mateus, com a necessidade já para 2016. A disponibilização de energia em quantidade e qualidade, atendendo aos polos empresariais, está dentro de um processo de descentralização econômica do Espírito Santo.

OUTRAS FONTES: INVESTIMENTOS E CRESCIMENTO DO ESTADO

Mas com o novo Ciclo de Desenvolvimento do Espírito Santo, investimentos sendo anunciados, empresas chegando e outras com novas plantas, será que o Estado possui hoje energia para sustentar o seu próprio crescimento? Para o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi, a resposta é sim. “O sistema elétrico do Espírito Santo está preparado para receber as plantas que já foram anunciadas. As novas linhas, garantem suprimento de energia para a manutenção do crescimento estadual. Além disso, o Estado ainda conta com um gasoduto que o corta de Norte a Sul (Gasene), disponibilizando outra forma de energia, o que se torna um grande atrativo para as mesmas se instalaram no Estado.

Um exemplo é a Oxford, fábrica de cerâmicas e porcelanas que está se instalando em São Mateus, junto ao gasoduto, exatamente pela disponibilidade de gás natural”, disse.

A energia é um importante agente quando se fala em crescimento de forma geral, e grandes empresas investirão no Estado. Dos R$ 100 bilhões de investimentos previstos para o Espírito Santo entre 2011 e 2016, 40% são destinados ao setor energético. “O Espírito Santo é o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, e os investimentos têm sido bastante signi�cativos nesse segmento. A Petrobras e a Shell têm investido em aumento da produção, que está chegando aos 500 mil barris/ dia. Outras petrolíferas estão em processo exploratório, utilizando sempre as melhores tecnologias, que certamente resultarão em novas descobertas, tanto em terra quanto no mar. Isso abre mais oportunidades para as companhas capixabas do setor metalmecânico expandirem seus negócios. Só para citar um exemplo, as empresas do Estado fornecem mais de R$ 4 bilhões por ano para a Petrobras. Como o Espírito Santo é um Estado com potencial para outras fontes energéticas, temos empresas planejando investimentos na área de energia solar.

“O Estado só gera em torno de 40% do que consome. Precisamos olhar a questão da autoprodução de energia” - Nélio Borges, presidente do Conerg

FONTE %

Central Geradora Hidrelétrica - CGH 0,15

Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH 14,41

Usinas Hidrelétricas - UHE 18,45

TOTAL HÍDRICA 33,02

Cavaco madeira 2,74

Lixívia 17,88

Outros renováveis 0,12

Total térmica renovável 20,74

TOTAL TÉRMICA RENOVÁVEL 20,74

Óleo comb./Diesel 4,65

Gás alto-forno/Coqueria/Aciaria 33,57

Gás natural 8,02

Total térmica não renovável 46,24

TOTAL NÂO RENOVÁVEL 46,24

CONFIRA A DISTRIBUIÇÃO DA GERAÇÃO POR FONTE NO ESPÍRITO SANTO:A tabela abaixo traz a matriz energética atualizada com os números do balanço de 2013 - ano base 2012. Ela contempla a geração com origem em autoprodução, produção independente e serviço público. Foi considerada geração de 50% para empreendimentos de fronteira com outros estados.

Fonte: Aspe e EDP Escelsa

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CONSUMO FINAL ENERGÉTICO

o te s e e scelsa

Outros 7%

Gás de coqueira, aciaria e alto-forno

8%

Total de produtos da cana

3%

Gasolina

Eletricidade

7%

Cartão vapor14%

Óleo diesel12%15%

Coque de carvão mineral

20%

Gás natural

14%

Outros 6% Gás de coqueira,

aciaria e alto-forno

3%

Total de produtos da cana

3%

Gasolina9%

Cartão vapor11%

Óleo diesel14%

Eletricidade17%

Coque de carvão mineral

17%

Gás natural

20%

CONSUMO FINAL 2010

CONSUMO FINAL 2012

A Solar Par/Technocells, que vai instalar uma fábrica de lingotes e wafers de silício cristalino, células e módulos fotovoltaicos no município de Colatina, é um bom exemplo de inovação. Trata-se de uma tecnologia inédita no Brasil e América Latina, introduzida de forma pioneira pela Solar-Par através da sua subsidiária Techno-Cells. A empresa está concluindo os projetos para início da implantação”, falou Nery.

O presidente do Conerg, Nélio Borges, a�rma que chegou a hora de se investir em opções de “plano B”. Para ele, uma alternativa interessante que poderia ser olhada mais atentamente como um recurso energético é o gás natural. “Buscar esse tipo de alternativa é, e será cada vez mais, fundamental. Hoje, o Estado só gera em torno de 40% do que consome. Dependemos de linhas de transmissão, e se colocarem fogo no canavial lá em Campos, desarmam a linha que vem para cá, e o nosso Estado fica sem energia. Então, isso dá uma mostra de como a coisa é frágil. Precisamos olhar a questão da autoprodução de energia”, alertou.

FORÇA PARA A INDÚSTRIAO Balanço Energético Nacional realizado pelo Ministério de

Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (2013) informa que os setores que mais consomem energia no Brasil são: indústrias, com 35,1%; transporte, com 31,3%; residencial, 9,4% setor energético, com 9,0%; agropecuária, com 4,1%; e serviços, 4,5%. Mola propulsora para o crescimento do país, a energia não pode ser negligenciada, e todos os desdobramentos sobre o tema merecem ser cuidadosamente estudados. É o que pensa o secretário Nery De Rossi. “A energia é o principal motor para o funcionamento das indústrias e para a qualidade de vida da população. A Sedes, mostrando nossa posição geográfica estratégica, a disponibilidade de energia elétrica e de gás natural e as ofertas de mão de obra, tem procurado atrair novos projetos para as diversas regiões do Estado. Isso tem criado um novo ambiente de diversi�cação e descentralização da economia, gerando desenvolvimento social para povo capixaba. Também temos trabalhado junto com os órgãos ambientais para que cada empreendimento seja adequadamente analisado, evitando percalços. Essa ação tem mostrado resultados ,na medida que não temos tido, até o momento, questões relevantes sobre o tema”, falou ele.

Blindado do ponto de vista energético, mas atento, o Espírito Santo segue crescendo. Para os desa�os intensos que estão por vir, o Estado respondeu com investimentos, esperando que riscos de apagão se tornem, cada vez mais, apenas lembranças de tempos sombrios.

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Modelo do Sistema Elétrico completa 10 anos de sucesso

Maurício Tolmasquim

E m 2014, o Modelo do Sistema Elétrico completa 10 anos, trazendo segurança energética e jurídica por meio da criação de regras claras e estáveis e, com isso, permitindo

reduzir o risco de investimento de modo signi�cativo. Boa parte do seu sucesso pode ser creditada à conciliação do plane-

jamento estatal com a competição pelo mercado, criando condições de atratividade para o capital privado. E esse êxito pode ser medido pela contratação de mais de 67.000 MW de energia (correspondendo a 60% da atual capacidade insta-lada no país) por meio da realização, até dezembro de 2013, de 27 leilões. Isso foi possível porque os empre-endedores, ao ganharem o direito de realizar um projeto de geração, assinam contratos entre 15 e 30 anos, sendo esses prazos compatíveis com os tempos de construção e amorti-zação dos empreendimentos e são utilizados como garantia para obter �nanciamento junto ao BNDES.

Graças à e�cácia dos leilões de energia como o mecanismo por excelência para a obtenção da modicidade tarifária, o modelo também obteve sucesso no que se refere à evolução de preços de novos empreendimentos. Em particular, destaco os preços médios dos chamados projetos estruturantes, tais como no caso das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira; Belo Monte e Teles Pires e a brutal redução de preços da energia eólica, desde o Proinfa.

O modelo propiciou, ainda, a diversi�cação da matriz elétrica com a inserção de novas fontes de energia elétrica, tais como a bioeletricidade e a energia eólica. Foi contratada, nesses últimos cinco anos, quase a capacidade instalada de Itaipu só a partir de

energia eólica. Em breve, a fonte solar também poderá repetir a trajetória de sucesso da eólica, se conseguir se mostrar tão competitiva quanto.

Com relação ao sistema de transmissão, foram acrescidos, nos últimos 10 anos, mais de 33 mil quilômetros. Hoje o país possui uma rede de quase 117 mil quilômetros de linhas, su�ciente para o escoamento da energia aos centros de consumo e para garantir

a otimização hidroenergética entre as diversas bacias hidrográ�cas. Destaco ainda que essa expansão tem sido alcançada com a incorporação de importantes avanços tecnológicos em transmissão de energia, como as linhas de corrente contínua de 800 kV.

Mesmo com as agruras do clima no período mais recente, a atual con�gu-ração do parque elétrico mantém o sistema estruturalmente equilibrado, com sobras, em termos de balanço

energético, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de dé�cit), como as análises com as séries históricas de vazões. As avaliações prospectivas, utilizando-se anos semelhantes de a�uências e/ou condições climáticas do histórico desde 1931, inclusive o ano de 2001, corroboram a garantia do suprimento em 2014, uma vez que se dispõe atualmente de um parque de geração termelétrico signi�cativo, que pode e deve ser utilizado sempre que necessário, como complementação à geração hidrelétrica.

Podemos comemorar o sucesso desses 10 anos de estabilidade, segurança no abastecimento e o acesso a 15 milhões de brasileiros a esse bem tão essencial na vida moderna que é a energia elétrica.Mauricio Tolmasquim é presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)

BALANÇOARTIGO

Com a conciliação entre planejamento estatal e competição pelo mercado, modelo traz segurança energética e jurídica a partir da criação de regras claras e estáveis

Atual configuração do parque elétrico mantém

o sistema estruturalmente equilibrado, com sobras, em termos de balanço energético, considerando-se tanto o critério probabilístico como as análises com as séries históricas de vazões”

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FATOS

A Termelétrica Viana S.A. (Tevisa) está desenvolvendo em conjunto com a Fundação Coppetec, a Recriar e a ICF Internacional o projeto “Compensador fotovoltaico

para suprimento de serviços auxiliares em usina termelétrica”, que tem como principal objetivo realizar o suprimento de energia elétrica para serviços auxiliares da usina através da geração com painéis fotovoltaicos. A iniciativa começou em janeiro deste ano e deve ser totalmente �nalizada em 24 meses.

Em conformidade com a Lei 9.991/2000, que estabeleceu as diretrizes do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica, a Tevisa vem investindo em um programa de P&D, visando a fazer frente aos desa�os tecnológicos do setor elétrico. Diferentemente da pesquisa acadêmica pura, os programas de P&D no segmento de energia elétrica possuem metas e resul-tados bastante de�nidos.

O sistema que está sendo desenvolvido visa a utilização de um conversor eletrônico de potência com a �nalidade de integrar uma planta de módulos fotovoltaicos na rede elétrica. A estrutura de geração fotovoltaica, juntamente com o conversor, irá suprir o abastecimento energético dos serviços auxiliares, além de trazer melhorias na qualidade de energia da rede interna. Serão reali-zadas a modelagem e a simulação do sistema, além da fabricação de um protótipo a ser instalado na UTE Viana.

De acordo com o diretor técnico da Tevisa, Marco Antonio de Bulhões Marcial, a empresa pretende conciliar os dois tipos de geração de energia. “Quisemos desenvolver um programa de

Tevisa desenvolve projeto inovadorpesquisa em geração a partir de fontes renováveis. Por conta disso, procuramos universidades e empresas, que nos apresentaram esse tipo de programa, e acabamos optando pelo projeto da Coppetec, que contemplou um sistema de geração a partir de energia solar. Queremos que a geração de energia proveniente de fontes reno-váveis opere em paralelo com a geração da usina”.

A motivação do projeto se deu pela busca de novas técnicas para a melhoria da e�ciência energética. O método a ser empregado para controlar os conversores estáticos do compensador fotovol-taico em questão vem sendo objeto de pesquisa na Coppe/UFRJ desde a década de 1990.

“A busca por geração de energia elétrica a partir de fontes reno-váveis vem aumentando cada vez mais. Estamos vendo a versão eólica como a grande vencedora dos leilões de venda de energia, e a próxima será a energia solar, que apesar do nosso potencial, ainda está iniciando no Brasil (são poucos os projetos). O processo ocorre quando as placas, denominadas de painéis fotovoltaicos, captam a energia solar, transformando a luz em energia. O projeto na Tevisa ainda está em sua fase inicial. Primeiro tem que ter todo um trabalho de engenharia e a montagem de protótipo em laboratório para que depois seja implantada a planta piloto. A previsão é que o projeto esteja concluído no �nal de 2015”, destaca Marco Antonio.

O produto �nal é um protótipo do conversor FV, que pode ser amplamente aplicável em usinas geradoras termelétricas e será capaz de contribuir na redução das perdas energéticas e no aumento da con�abilidade da usina.

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por Rodrigo Fernandes

Domingos Martins e Marechal Floriano: cidades de um futuro cada vez mais próximo

INOVAÇÃO

Implantação de novas tecnologias garante inovação no setor energético dos municípios

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A cidade de Aparecida (SP) foi a rimeira be e cia a com a

implantação da rede inteligente

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O Brasil já deu o primeiro passo para entrar no seleto grupo de países com redes inteligentes de energia, e o Espírito Santo não �cou para trás. Se na cidade do amanhã ascender e apagar as luzes

será uma decisão estratégica e diminuir o tempo no banho não será a única maneira de reduzir os gastos com energia do chuveiro, este futuro já está bem perto para os moradores de Domingos Martins e Marechal Floriano. Os municípios foram os escolhidos para serem os primeiros do Estado a ter uma rede de energia elétrica inteligente.

A ação, lançada pela EDP, empresa do Grupo EDP Energias de Portugal, compreende a implantação do projeto InovCity, realizado em parceria com o Governo do Estado, a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe) e as prefeituras locais. Um investimento de R$ 5 milhões.

O primeiro passo será a substituição dos tradicionais relógios medidores de luz por modernos equipamentos digitais, uma troca que abre caminho para uma série de mudanças importantes na vida do cidadão.

A nova geração de relógios de luz pode monitorar o fornecimento de energia, as falhas do abastecimento, detectar defeitos antes que eles provoquem interrupções e, ainda, permitir a implantação de um novo sistema tarifário.

De acordo com o gestor executivo da EDP, Amadeu Wetler, “a mera substituição dos relógios ainda não derruba o preço da conta, porém num futuro próximo o consumidor terá acesso a informações importantes para essa redução nas residências, como por exemplo, os horários em que essá consumindo mais energia a �m de utilizar tarifas com horários diferenciados”, comenta.

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A solução também permite a tarifação por pré-pagamento, onde o consumidor poderá gerenciar melhor sua despesa mensal. Através da rede de comunicação entre o medidor e as Centrais de Distribuição, poderá haver troca de informações e comando dos medidores, gerenciando de forma individualizada cada cliente, sendo capaz de ainda detectar falta de energia, aplicar novas modalidades tarifárias, além de corte e religamento remoto.

As redes inteligentes se encontram em estágio inicial de desenvolvimento em todo o mundo, e a EDP está à frente desse processo na cidade de Aparecida, em São Paulo, e na Europa, onde já existe uma experiência muito bem-sucedida e reconhecida pela comunidade europeia, na cidade portuguesa de Évora.

O município paulista foi o primeiro beneficiado com a implantação da cidade inteligente. O projeto foi viabilizado, após homologação, pelo Inmetro, do primeiro medidor inteligente do setor elétrico brasileiro, obtida recentemente pela EDP e pela ECIL Energia. A cidade possui mais de 13 mil locais de consumo (residências, comércio e indústrias) em que os medidores de energia foram substituídos por equipamentos de alta tecnologia que permitem maior conhecimento dos produtos por clientes da concessionária e ações de telecomando remoto por parte da empresa.

Os esforços para essa realidade vão além da distribuição. O projeto de inovação conta com uma série de investimentos para racionalizar o consumo. Em Aparecida, começou com a distribuição de lâmpadas econômicas para toda a população. Nos bairros de baixa renda, geladeiras velhas deram espaço para modelos novos e mais eficientes, e mudou-se o jeito de tomar banho, reduzindo o período de chuveiro em funcionamento com o auxílio de um contador de

tempo instalado. Em alguns bairros, também foram instalados aquecedores solares para baixar, ainda mais, o gasto com o chuveiro. Para o consumidor, uma diminuição entre 40% a 45% no valor da conta. A iluminação pública também está mudando: as lâmpadas de vapor de sódio estão sendo trocadas pelas luminárias de LED, o que representa mais luz com um consumo 40% menor e, para o futuro, a possibilidade de avaliar exatamente quais são os aparelhos que mais gastam energia numa residência.

NO ESTADONo Espírito Santo, o InovCity se inicia com a instalação

de cerca de 5,5 mil medidores eletrônicos, a partir de verbas provenientes do fato de que as concessionárias, permissionárias ou autorizadas de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica devem aplicar anualmente um percentual mínimo de sua receita operacional líquida no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D do Setor de Energia Elétrica, proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foram três anos para desenvolver e aperfeiçoar o sistema digital de medição e gerenciamento, e é ele que torna possível essa estrutura de última geração funcionar. A tecnologia, que se chama Smart Grid, já se tornou um jargão no setor elétrico e é uma realidade fora do Brasil. Nos países mais avançados nessa área, já é possível experimentar uma nova realidade, onde consumidores são também produtores de energia.

Junto com o InovCity, os capixabas também ganham dois novos projetos que visam à melhoria do serviço oferecido. “Teremos o desenvolvimento do P&D - Pesquisa e Desenvolvimento da EDP, o Projeto Tarifas e o Observatório do Cliente, basicamente um projeto de pesquisa que vai selecionar alguns usuários e consumidores para perceber que tipo de serviços e necessidades esses clientes têm e o que podemos oferecer”, relata o gestor executivo da EDP Amadeu Wetler.

Contudo, a experiência em Domingos Martins e Marechal Floriano permitirá testar soluções para reforçar a e�ciência

NÚMEROS DO INOVCITY

R$ 5 milhõesé o montante aplicado na implantação do projeto

INVESTIMENTOS

INSTALAÇÕES

5.500Cerca de

instalados em Domingos Martins e Marechal Floriano

medidores eletrônicos

Um dos postos instalados de recarga elétrica na cidade de Aparecida (SP)

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operacional da EDP, melhorar a qualidade de serviço com atendimento mais rápido e aumentar a e�ciência energética com controle sobre o �uxo de energia na rede. Uma realidade que irá deixar o consumidor mais satisfeito, para maior e�ciência de todo o sistema e para uma contribuição ao equilíbrio do meio ambiente. Isso porque a gestão do consumo permitirá ao cliente reduzir a sua demanda e, ao aumentar a e�ciência total do sistema de distribuição, será possível também diminuir as perdas de energia, o que reduzirá a demanda global por geração de eletricidade, e o impacto ambiental.

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO & INOVAÇÃOPara incentivar a capacitação de futuros profissionais,

desenvolver novas técnicas e atingir objetivos para um futuro sustentável e com e�ciência energética, a Aspe tem implantado novos projetos e discussões sobre a energia produzida, distribuída e utilizada no Estado.

De acordo com diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Schettino, a entidade quer elaborar um Planejamento Estratégico Energético Estadual, envolvendo todos os possíveis atores ligados à área energética. A ideia é seguir o mesmo caminho do já realizado Planejamento Estratégico ES 2030, para que o Estado tenha um ciclo de desenvolvimento sustentável, onde ações, estudos e inovações possam identi�car e atuar nas possibilidades de geração no Espírito Santo e das necessárias importações desse insumo. “Esse planejamento deve ser construído de modo a garantir o atendimento das demandas energéticas e a maior segurança ao sistema, de forma participativa, mas com diretrizes e critérios baseados nos objetivos estratégicos dos Governos Federal, Estadual e dos empreendedores privados, para que sejam incentivados desenvolvimento tecnológico, o investimento e as ações em pesquisas e inovações voltadas para área de energia, preferencialmente limpa, que envolva as instituições de ensino pesquisa públicas e privadas, de modo que além de um novo horizonte tecnológico e inovador, ocorra a interiorização do desenvolvimento pelo aproveitamento e disponibilização de todas as formas de energia disponíveis no território estadual, como é o caso do gás natural, da bioenergia, da energia solar e eólica, para que haja mais competitividade, sustentabilidade e qualidade de vida no Espírito Santo”, comenta Schettino.

O Ciclo de Desenvolvimento contempla projetos prioritários desenvolvidos para energias hidráulica, eólica, solar, biomassa, gás natural, e�ciência energética, oceânica e ainda pesquisa, desenvolvimento e inovação, com um estudo de viabilidade

técnica e econômica para implantação de uma instituição estadual de energia.

Para o assessor de Implantação de Polos e Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Tadeu Pissinatti, esse é um importante marco para o desenvolvimento do Estado e um incentivo aos futuros profissionais, alunos e pesquisadores da área.

“Um centro tecnológico voltado exclusivamente para o estudo da diversidade em produção de energia que o Estado disponibiliza tornaria o Espírito Santo ainda mais atrativo para empreendimentos que trouxessem capital. Com as oportunidades para os empresários, cria-se um ambiente de negócios de energia, oportunidade de trabalho, campo de desenvolvimento pro�ssional para formação de pro�ssionais para área energética. Um conjunto de possibilidades que vem ao encontro do desenvolvimento do Estado”, explica Pissinatti.

A importância das questões energéticas para o desenvolvimento socioeconômico sustentável do Espírito Santo, a necessidade de investimento, a ampliação da infraestrutura e do suprimento dispuseram em decreto a criação e a implantação do programa estadual de incentivo.

O projeto contempla as atividades que visem a estudo, pesquisa, desenvolvimento, entre outras práticas voltadas à execução de programas no segmento energético estadual por meio da Aspe. “Em projeto, para que possamos fomentar ainda mais essa medida, está a disponibilização de 100 bolsas anuais como forma de incentivar estudantes, professores e pesquisadores a desenvolverem pesquisas científicas, nos aspectos que forem de interesse do Governo Estadual para a área energética”, comenta Schettino.

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Para isso, desde 2013 a Aspe tem buscado parcerias com diversas instituições de ensino e outras áreas de onde será gerada a publicação de anais, que serão constituídos de pesquisas realizadas para diversos segmentos da área energética, voltadas para mais sustentabilidade e modernização tecnológica ao setor energético capixaba.

A importância do incentivo e apoio às práticas de pesquisa e inovação, já têm sido recebidos por diversas entidades capixabas, entre elas o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES). De acordo com coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Crea-ES e engenheiro eletricista, Henrique Germano Zimmer, “é preciso que tenhamos esses mecanismos de forma que nossos pro�ssionais do futuro possam se dedicar à pesquisa nas nossas instituições de ensino, possibilitando as melhores práticas de utilização e desenvolvimento de técnicas relativas à e�ciência energética, para um futuro promissor e sustentável”, comenta.

Os projetos apresentados serão considerados de pesquisa e desenvolvimento desde que todas as ações tenham como objetivo o desenvolvimento de novas tecnologias, materiais, equipamentos e sistemas de medição, bem como técnicas que visem à redução de custos em construção, manutenção, operação e recuperação de redes elétricas e demais instalações. As práticas também devem incluir capacitações necessárias para efetivação dessas ações, bem como para quali�cação e formação técnica, sendo que, nessa mesma linha, serão considerados os temas relacionados aos serviços de distribuição de gás natural canalizado regulados pela Aspe, inclusive a área de e�ciência energética com foco em e�ciência térmica pelo uso do gás natural e biocombustível. “O resultado é o pesquisador, ou estudante, pensando a energia do nosso Estado, encontrando alternativas para que possamos, cada vez mais, alcançar a e�ciência com redução de custos, sustentabilidade e competitividade”, explica Schettino.

O medidor manda as informações direto para a empresa

INOVCITY NO ES

MEDIÇÃO INTELIGENTE

Substituição de cerca de 5.500 medidores convencionais por medidores inteligentes em unidades consumidoras de baixa tensão, implantando sistema de comunicação e telemedição que permite a gestão de energia

Doação de 10 scooters elétricas e três pontos de recarga para veículos elétricos, em cada Prefeitura Municipal.

MOBILIDADE ELÉTRICA

Substituição de refrigeradores ineficientes após avaliação e de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas, para clientes urbanos cadastrados no CadÚnico e com benefício da tarifa social de energia

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Instalação de cerca de 50 pontos de IP com tecnologia LED em cada município

ILUMINAÇÃO PÚBLICA EFICIENTE

Teste de utilização de tarifas de energia diferenciadas: tarifa branca, pré-pagamento e bandeiras tarifárias

NOVAS OPÇÕES TARIFÁRIAS

Fonte: EDP

Instalação e teste de um sistema de geração distribuída solar fotovoltaica em cada município

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

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ESPECIAL

2ª Semana Estadual de Energia, realizada de 9 a 11 de junho, em it ria re i ro ssio ais e re ome acio al para promover e estimular atividades de difusão do so e cie te e s ste t vel e e er ia

“E �ciência e Segurança Energética”. Esse foi o tema da 2ª Semana Estadual de Energia, que aconteceu de 9 a 11 de junho, no Edifício Findes, em Vitória.

Pioneira no Brasil em sua área, a Semana e seus eventos corre-latos contaram com a participação de cerca de mil pessoas e buscou incentivar a e�ciência energética nos setores público e privado, estimulando práticas como a redução do consumo de energia elétrica, diminuição do gasto excessivo dos recursos e debate sobre o panorama atual das fontes alternativas.

O idealizador do evento e diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia (Aspe), Luiz Fernando Schettino,

acredita que com a criação desse encontro, o Espírito Santo se coloca numa posição de vanguarda ao instituir um instru-mento de avanço para a área energética. “O evento se mostra como um farol para que a energia se torne um pilar importante do desenvolvimento capixaba, mas respeitando as pessoas, o meio ambiente, com avanços na tecnologia, tendo um preço justo e, fundamentalmente, permitindo que a sociedade possa ter acesso à informação e ao conhecimento”, analisa.

Realizado pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes) e da Aspe, o evento foi lançado durante solenidade realizada no dia 26 de

por Thiago Lourenço

Espírito Santo debate eficiência e segurança energética

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maio, no Palácio Anchieta, em Vitória. “A escolha do local foi muito importante, em razão do contexto institucional da progra-mação, visto que a Semana foi decretada pelo governador Renato Casagrande, sendo um momento oportuno de reunir lideranças do setor e informar as principais ações realizadas pela Agência”, conta o diretor administrativo e �nanceiro da Aspe, Alexandre Guimarães Mendes.

Na ocasião, foram promovidas homenagens a personali-dades, entidades, empresas e instituições de educação que

contribuíram para o impulso do setor energético no Espírito Santo ao longo do último ano, além de lançamento de publicações, assinatura de documentos referentes ao tema e apresentação do Selo Comemorativo dos Correios, com �xação do logo o�cial da Semana de Energia, iniciativa realizada pelo diretor regional dos Correios no Estado, Rafael Carpanedo Fiorio.

Pelo incentivo na conscientização sobre e�ciência ener-gética na área de educação, foram homenageados os projetos PC3ES e Boa Energia nas Escolas, por meio de instituições e escolas participantes. Também ocorreram homenagens a profissionais de comunicação e gestores, além de um tributo especial para Armando Amorim, da Fibria, pelo trabalho promovido pela empresa na geração de energia de fonte renovável, a partir do aproveitamento de aproximadamente 3,8 milhões de toneladas de lixívia. Homenagens foram dadas, ainda, a Alberto César de Lima e Paulo Victor Dias Almeida, da Aspe, pelo trabalho na produção do livro “A Energia Solar no Espírito Santo: Tecnologias, Aplicações e Oportunidades” e pela coordenação da Semana Estadual de Energia, respectivamente.

“Adotar práticas relacionadas à sustentabilidade, como a otimização do uso dos recursos ambientais e a diminuição do seu impacto no ambiente, é de grande importância para as empresas, pois reduz o desperdício e seus custos, aumen-tando a competitividade no mercado. Nesse sentido, a Semana Estadual de Energia é uma ação fundamental, pois permite a discussão do tema de forma abrangente, envolvendo Governo, empresários, instituições e também a população”, esclarece o superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira.

Durante a solenidade de abertura, também aconteceu o lançamento do Relatório de Gestão 2013 da Aspe, que já é realizado no Estado desde 2008, antes de se tornar obrigatório, e do Balanço Energético do Espírito Santo 2013 – Ano Base 2012, que foi reformulado baseado na metodologia do Balanço Energético Nacional, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Esse documento traz, adicionalmente, um capítulo especí�co para petróleo e gás natural e outro sobre energia elétrica no Estado.

A abertura foi marcada ainda pela assinatura de três instru-ções de serviço. Um deles dispõe sobre o Grupo de Estudo em Recursos Hídricos, para elaboração do Estudo Potencial Hídrico do Espírito Santo – Energia, Uso Sustentável e Tecnologias, cujas reuniões começaram em junho e têm previsão de conclusão dos trabalhos até 2015. Integram esse grupo instituições de áreas de meio ambiente, hídrica, rural e logística: Iema, Idaf, Incaper, AGERh, IJSN e Cesan. Há ainda a colaboração das empresas

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do setor elétrico, representadas por EDP, Luz e Força Santa Maria e Furnas.

Outra instrução celebrada foi a que dispõe sobre o grupo de trabalho voltado para analisar, revisar e atualizar as condições gerais de fornecimento de gás canalizado no Estado. Os inte-grantes começam a se reunir em julho e devem �ndar os trabalhos até dezembro deste ano. Por �m, foi formalizada a instrução de serviço que dispõe sobre a constituição de grupo permanente de trabalho para contribuir com análises e avaliações de trabalhos técnicos e cientí�cos publicados pela Aspe. O objetivo é apri-morar o contato com as universidades que desenvolvem pesquisa e promoção do conhecimento na área de energia e continuar contando com essas instituições de ensino no auxílio da forma-tação da 3ª Semana de Energia.

A segunda edição contou com apoio de Chocolates Garoto, Fibria, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros – SEE, Correios, Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Senai-ES, Sebrae-ES e Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes). “Em comparação com a primeira edição, o evento foi mais focado em assuntos específicos e contemporâneos, atin-gindo diretamente o público ligado à área e envolvendo órgãos públicos e privados, além de instituições de ensino. Trata-se de uma iniciativa pioneira em nível estadual e nacional que visa a fomentar a discussão da área energética”, declara o coordenador temático da Semana, Paulo Victor Dias Almeida.

SEMANA DE ENERGIAA programação começou no dia 6 de junho, com o

lançamento do projeto InovCity, realizado em Domingos

Martins (veja matéria da página 26). Em Vitória, o Ciclo de Palestras teve início em 8 de junho, com a mesa-redonda “Segurança Energética Brasileira: Planejamento e Expansão da Oferta de Energia Elétrica”. Durante os três dias de evento, palestrantes de renome nacional estiveram na capital para discutir temas relacionados à área no Brasil e no Espírito Santo, que foram definidos a partir da demanda indi-cada junto às instituições capixabas relacionadas ao setor. As discussões sobre a Resolução Normativa 482/2012, por exemplo, que trata sobre os requisitos para instalação de geração distribuída, possibilitando que os consumidores também se tornem geradores de energia, foram incluídas na pauta após solicitação da Findes.

“Não possuímos muitos foros de discussão sobre energia, e a Semana abre o conhecimento, dando oportunidade de entrar em contato com especialistas do setor energético nacional. Nesse contexto, foram trazidos diversos pro�ssio-nais, que proporcionaram um aprofundamento em temas que são absolutamente relevantes para a indústria, visto que ela é extremamente dependente de energia e precisa estar ciente do que está em desenvolvimento ou em planejamento, para que continue se sustentando”, afirma o presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Findes, Nélio Rodrigues Borges.

Os palestrantes vieram ao Estado de forma voluntária com intuito de fomentar e contribuir com a área energética capi-xaba. Entre os pro�ssionais, destaque para o diretor-executivo da FGV Energia, Carlos Otavio Quintella; o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Jurhosa Junior, da superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição do órgão regulador, Hugo Lamin; o diretor da Coppe/UFRJ – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Luiz Pinguelli Rosa; e o representante da Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança Luis Fiorotti.

Foram discutidos temas como “O Papel da Energia Eólica no presente e futuro da Matriz Energética Brasileira”, “Políticas de Integração Energética”, “Alternativa Energética

“A cada ano, incluiremos novos aspectos e temas, de modo a fazer com que a energia se torne, não só um insumo fundamental, mas uma parte propulsora do desenvolvimento capixaba, com entendimento da sociedade”Luiz Fernando Schettino, diretor-geral da Aspe

“A Semana foi decretada pelo governador, sendo um momento oportuno de reunir lideranças do setor e informar as principais ações realizadas pela Agência”Alexandre Guimarães Mendes, diretor a mi istrativo e a ceiro a s e

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para aproveitamento de resíduos”, “Potencial de E�ciência Energética na Indústria”, “Resultados de E�ciência Energética em Edi�cações Públicas”, “Práticas de E�ciência Energética para Docentes” e “Segurança no Uso da Energia Elétrica na Área Rural”.

O diretor técnico da Aspe, Ayrton de Souza Porto Filho, avaliou o esses assuntos como de alta relevância para o contexto atual. “As apresentações se destacaram por seu conteúdo e pela participação do público, que foi altamente quali�cado e com grande potencial multiplicador. Houve um grande interesse dos participantes, que contribuíram nas discussões de forma interativa e fazendo questionamentos de qualidade”, a�rmou.

O vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto, destacou a importância do encontro para o Estado e avaliou como positiva a participação da Aneel, que discutiu itens como tarifas e proce-dimentos. “Depois dos recursos humanos, energia é a fonte básica para que a indústria produza. Dessa forma, o Sistema Findes incentiva e apoia ações desse porte, que contribuem para o fortalecimento do setor industrial capixaba”, analisa.

Destaque ainda para a mesa-redonda “Direito Regulatório na área de energia”, realizada no dia 11 de junho, que reuniu insti-tuições como a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES), a Findes e a Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont). “Esse debate foi uma das novidades da 2ª Semana e proporcionou uma discussão fundamental para o Espírito Santo. A cada ano, incluiremos novos aspectos e temas, de modo a fazer com que a energia se torne, não só um insumo fundamental, mas uma parte propulsora do desenvolvimento capixaba, com entendimento da sociedade”, ressalta o diretor-geral da Aspe, Luiz Fernando Schettino.

NEGÓCIOS & ENERGIAO “Negócios & Energia” foi um dos pontos altos da

programação. Realizada pela Aspe, com apoio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) e do Sebrae-ES, a ação foi baseada no modelo de rodadas e giros de negócios promovidos por essas instituições. No dia 11 de junho, no encerramento, aconteceram 63 reuniões de negócios entre nove âncoras e 12 ofertantes.

A média de negócios por reunião foi de R$ 253 mil, índice superior ao registrado em 2013, que foi de R$ 18.556, com expectativa de negócios chegando a R$ 15,94 milhões para os próximos meses. “A demanda é muito especí�ca, por isso em números o montante não chega a ser tão expressivo como a de eventos abertos. O que se deve destacar é que a qualidade das reuniões foi muito produtiva”, destaca a gerente de Energia Elétrica da Aspe, Carla Madureira.

O encontro facilitou o contato entre grandes empresas e fornecedores, que tiveram a oportunidade de conversar com todas as âncoras. “Nesse processo todos ganham: os pequenos negócios, que têm a oportunidade de vender mais, ampliar a rede de contatos e aprimorar a experiência comer-cial, e as grandes empresas, que aumentam sua carteira de fornecedores”, afirma o diretor-presidente da Aderes, Pedro Rigo.

Em questionário aplicado após o evento, a maioria das empresas fornecedoras que participaram do “Negócios & Energia” avaliou a ação como ótima. É o caso da consultora comercial da Líder Radiadores, Lucíola Simões da Silva Neves, que aderiu pela primeira vez a uma iniciativa do gênero. “É muito bené�co ter a oportunidade de encontrar repre-sentantes dessas empresas em um ambiente propício para conhecerem nossos produtos e serviços, já que não estamos alterando sua rotina no ambiente de trabalho. A gente está em um período complicado por causa da Copa do Mundo, mas agora as portas estão abertas para fechar negócios, não só com as âncoras, mas também com os outros fornece-dores que participaram”, explica.

Já a analista de Suprimentos da Vale, Maria José Zardo, destaca que o evento foi uma excelente oportunidade para atrair e desenvolver fornecedores locais, fomentando a economia capixaba. “Ajuda as empresas âncoras a aumen-tarem sua base de fornecedores, buscando alternativas para ampliar a qualidade dos serviços e materiais adquiridos. Os fornecedores identi�cados estão passando por um processo de avaliação, de acordo com as normas da Vale e as exigências legais. Se aprovadas, poderão atuar em qualquer unidade da empresa no Brasil, não apenas no Espírito Santo”, conclui.

o oss mos m itos oros e isc ss o sobre e er ia e a ema a abre o co ecime to a o o ort i a e e e tramos

em co tato com es ecialistas o setor e er tico acio al lio or es resi e te o o er a i es

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Subestação Existente

Subestação Planejada

Pequena Central Hidrelétrica (PCH)

Usina Hidrelétrica (UHE)

Central Geradora Hidrelétrica (CGH)

Usina Termelétrica (UTE)

LT 230 KV Mascarenhas/Verona

LT 500 KV Mesquita/Viana 2 C-1 ES (em construção)

LT 230 KV Mascarenhas/Linhares 2 (em fase de obtenção de licença de instalação)

LD 138 KV

LD 34,5 KV

LT 345 KV

LD 69 KV

LD 25 KV

Massa D´água

Área de Concessão da ELFSM

Área de Concessão de EDP Escelsa

Fontes: ASPE, ANEEL, EDP Escelsa e ELFSM.Fonte Cartográfica: GEOBASES

MAPA INFRAESTRUTURA ELÉTRICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Legenda

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INFRAESTRUTURA DE GASODUTOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Terminais

Gasodutos de Transferência BR (em construção)

Rede Primária de Linhares Ø06” – 58 km

Rede Primária de Cachoeiro de Itapemirim Ø08” – 41 km

Gasoduto Cabiúnas – Vitória Ø28” – 156,8 km (dentro do Espírito Santo)

Gasoduto Cacimbas – Catu Ø28” – 161,6 km (dentro do Espírito Santo)

Gasoduto Cacimbas – Vitória Ø26” – 129,4 km

Gasoduto Lagoa Parda – Vitória Ø08” – 160 km

Gasoduto Vitória Ø08” – 42,1 km

Rede de Distribuição

Massa D´água

Campos de Produção

Blocos de Exploração

Área do Pré-sal

Espírito Santo

Estados Vizinhos

Legenda

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Pesquisa busca transformar biogás de esgoto em energia térmica

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Foto: Divulgação

T r ansformar o biogás proveniente do processo de trata-mento de esgoto em energia térmica (calor). Esse é o objetivo do projeto piloto “Secagem térmica do lodo

de esgoto através da queima do biogás: sustentabilidade para ETEs de pequeno porte”, instalado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Piaçu, em Muniz Freire, no sul do Estado. A pesquisa em andamento integra o projeto biogás da Cesan e de mestrado em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) da engenheira ambiental da concessionária Ludimila Marvila Girondoli.

O projeto tem o objetivo de avaliar a viabilidade de utilização do biogás como fonte de energia alternativa. Os resultados esperados são que a secagem do lodo de esgoto por meio da conversão do biogás em energia térmica diminua o peso do material, ocupando menos espaço ao ser direcionado para os aterros sanitários, reduzindo os custos relativos ao transporte por longas distâncias.

Atualmente, a Cesan segue avaliando os resultados da ação do biogás no lodo na ETE Piaçu para que as conclusões do trabalho sejam apresentadas até o �nal do ano. O projeto vem sendo execu-tado desde o primeiro bimestre de 2014 e estuda o uso do biogás como uma alternativa para a redução de umidade e da concen-tração de micro-organismos patogênicos presentes no lodo

proveniente do processo de tratamento de esgoto, que é realizado nas estações de tratamento.

“Segundo a literatura técnica, o lodo de esgoto possui uma elevada quantidade de água, fazendo com que a disposição �nal adequada desse subproduto possa corresponder a mais de 40% dos custos relacionados ao tratamento do esgoto. Por isso é tão impor-tante pensar em como reduzir essa umidade e consequentemente os custos do processo de tratamento”, explicou Ludimila Girondoli.

SOBRE O BIOGÁSO biogás é uma mistura combustível de gases (metano, dióxido

de carbono, vapor de água, oxigênio, sulfeto de hidrogênio e outros) formada pela degradação da matéria orgânica por digestão anaeróbia. Suas propriedades e composição variam de acordo com o material a�uente, sistema de digestão, temperatura, tempo de detenção, entre outros.

Embora seja um subproduto do tratamento do esgoto, devido às suas características, o biogás é uma fonte promissora de energia renovável, podendo ser utilizado separadamente para a conversão em energia elétrica ou queimado para liberação de calor, ou simul-taneamente para a produção de energia e calor (cogeração).

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FATOS

Projeto piloto da Cesan é realizado na Estação de Tratamento de Esgoto

(ETE) de Piaçu, em Muniz Freire

Lodo de esgoto úmido será aquecido para transformar o biogás em calor

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por Yasmin Vilhena

“O Governo Federal deveria incentivar a redução do consumo de energia nas

famílias e nas empresas por medidas de estímulo, e não por ações punitivas”

“O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar “O Governo Federal deveria incentivar

Luiz Pinguelli Rosa

ENTREVISTA

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transmissão de energia, além de novas obras de hidrelétricas. Não podemos deixar de citar também a energia eólica. Só ocor-reram melhorias.

ais seriam as ri ci ais ca sas ara o a me to e co s mo e e er ia o rasil

Há fatos positivos, como por exemplo, a distribuição de renda. Os ditos 30 milhões de brasileiros que ingressaram na classe C hoje têm acesso a eletrodomésticos e podem até mesmo comprar um auto-móvel usando crédito. Isso implicou em um aumento de consumo de energia, pois essas pessoas até pouco tempo atrás não consumiam tanto assim. Isso é um processo de inclusão social que está aconte-cendo em todo o Brasil.

ais seriam as mel ores me i as reve tivas a serem toma as elo over o e eral ri ci alme te em m a o e o a o o er o o em e o co s mo e e er ia

el trica a me ta co si eravelme teNão vejo nenhum problema com a Copa do Mundo,

até porque o sistema elétrico está funcionando tranquilamente. Minha preocupação maior é no �m do ano - antes de chegar o período úmido que se inicia nos últimos meses - de nós não termos problema para garantir o suprimento de energia igual ao nível atual. Para 2015, a preocupação vem com o impacto da tarifa de energia, que vai ter que aumentar para dar conta do consumo elevado de combustíveis, já que estamos usando muito as termoelétricas.

G raduado em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1967, Luiz Pinguelli Rosa é mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ

e doutor em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Foi pesquisador ou professor visi-tante das Universidades de Standford (SLAC), da Pensilvânia; de Grenoble e de Cracóvia, na Polônia; do Centre International pour l’Environnement et le Développement em Paris; do centro Studi Energia Enzo Tasseli, do Ente Nazioanale per l´Energia Nucleare e Fonti Alternative, ambos na Itália; e da Fundação Bariloche na Argentina.

Foi ainda membro do Conselho do Pugwash (1999-2001) entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995, e tem participado do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli atualmente é diretor da Coppe/UFRJ, professor titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ e secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Convidado para participar da II Semana Estadual de Energia, realizada em Vitória, ele concedeu entrevista exclusiva à ESB Plus Energia, na qual reforça a importância do consumo energético moderado em prol do meio ambiente.

ale m o co e s a tra et ria ro ssio al. em re se i teresso ela rea e e er ia

Trabalho há muitos anos com isso. Cheguei anteriormente a trabalhar como físico, mas desde que houve o acordo nuclear do Brasil com a Alemanha, passei a me dedicar a esse assunto. Na época em que fui secretário-geral da Sociedade Brasileira de Física – por dois mandatos – comecei a me entrosar, criando na universidade uma área de energia. É onde eu trabalho até hoje.

omo oi resi ir a letrobrasFoi por causa da minha ligação com o (então) presidente

Luiz Inácio Lula da Silva. Eu o apoiava desde a formação do Partido dos Trabalhadores e, mesmo não tendo partici-pado da legenda, operei em muitas situações, apoiando-o em suas campanhas para a eleição presidencial. Por isso ele me chamou para ir para a Eletrobras, onde �quei um ano e meio.

omo o se or v a est o a e er ia el trica os ias e o e em com ara o com o a o e . ais

as ri ci ais semel a as e i ere asMelhorou muito. Hoje o Brasil pode passar por uma situ-

ação de crise como nós passamos, com a di�culdade de pouca água nos reservatórios e com uma temperatura muito alta sem que ocorra um colapso. Existem usinas termoelé-tricas que estão gerando a energia necessária, uma maior

rasil tem ma matri e er tica com mais e e e er ia re ov vel e isso m

mero m ito eleva o

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As termoelétricas emitem gases de efeito estufa e, por conta disso,

estamos aumentando as emissões brasileiras”

ENTREVISTA

E quanto à Copa do Mundo, existe a possibilidade de ocorrer uma falha no fornecimento de energia? Por quê?

Não deve acontecer nenhuma falha, acredito que as coisas irão ocorrer da melhor maneira possível.

Diante da situação dos níveis de reservatórios de água que estão baixos - a exemplo de Cantareira em São Paulo - pode-se dizer que o Governo Federal está torcendo para que “São Pedro seja generoso” enviando chuvas para a região?

Eu acho que o Governo Federal deveria incentivar a redução do consumo de energia nas famílias e nas empresas por medidas de estímulo e não por ações punitivas. As chuvas não foram generosas este ano. Tem que chover onde há reservatórios, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste.

Qual a sua opinião sobre a política energética adotada pelo Governo para evitar um possível racionamento?

Ainda não houve nenhuma polít ica, nós estamos apenas usando as usinas. As que existem são muito ruins, pois consomem muito combustível. Tomara que cheguemos até o �nal do ano sem surpresas.

O uso excessivo das termoelétricas contribui para futuros problemas ambientais?

Com certeza. As termoelétricas emitem gases de efeito estufa e, por conta disso, estamos aumentando as emissões

brasileiras. Isso é um problema global da humanidade: a questão do aquecimento do planeta, que poderá trazer consequências graves no futuro. Apesar disso, nosso país tem uma contribuição pequena nesse ponto. Não é por causa do Brasil que vai haver isso ou aquilo, e sim pela totalidade das emissões do mundo.

Como o senhor enquadra o Brasil diante da política de energia sustentável?

O Brasil tem uma matriz energética com mais de 40% de energia renovável, e isso é um número muito elevado. No mundo, esse valor é da ordem de 10%, e nos países ricos, de 5%.

Qual seria a palavra-chave para conscientizar a população quanto ao consumo energético?

Não existe uma palavra-chave, é um processo educacional e também de movimentos políticos que deveriam enfatizar essa questão. Os movimentos ecológicos fazem esse papel. É impor-tante destacar que a energia não deve ser desperdiçada, e sim usada moderadamente, porque ela tem um custo ambiental bastante elevado.

Pode-se dizer que o Brasil tem uma cultura de desperdício de energia?

Sim, essa é uma realidade que infelizmente acontece, principal-mente nas pessoas de classe média ou ricas, que ganham mais. Para elas, o preço de energia não signi�ca absolutamente nada, o que faz com que gastem bastante.

Como poder evitar esse tipo de situação? Quais seriam as medidas?

Acredito que algumas medidas podem ser adotadas todas nesse ponto, tais como o estímulo a equipamentos e�cientes usando a conta de luz e o incentivo à geração distribuída usando a energia solar e mais tecnologia, claro. O Brasil precisa dar mais atenção à área da tecnologia, tem que mudar de postura

Qual o objetivo do 5º Relatório do IPCC e qual o seu papel dentro dele?

Eu fui editor-revisor do relatório. Ele tem como objetivo alertar os governos do mundo inteiro dos graves riscos que a mudança climática poderá trazer no futuro.

ara ali ar al a s a vis o e t ro o la eta em termos de produção de energia?

A palavra-chave é diversi�cação. Não se pode mais apostar apenas no petróleo, no carvão ou na nuclear. Nós temos que usar todas e também as energias novas – solar e eólica – com mais intensidade.

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estufa e, por conta disso, estamos aumentando as emissões Para elas, o preço de energia não signi�ca absolutamente nada, o que faz com que gastem bastante.

Como poder evitar esse tipo de situação? Quais seriam as medidas?

Acredito que algumas medidas podem ser adotadas todas nesse ponto, tais como o estímulo a equipamentos e�cientes usando a conta de luz e o incentivo à geração distribuída usando a energia solar e mais tecnologia, claro. O Brasil precisa dar mais atenção à área da tecnologia, tem que mudar de postura

Qual o objetivo do 5º dentro dele?

Eu fui editor-revisor do relatório. Ele tem como objetivo alertar os governos do mundo inteiro dos graves riscos que a mudança climática poderá trazer no futuro.

ara ali ar al a s a vis o e t ro o la eta em termos de produção de energia?

A palavra-chave é diversi�cação. Não se pode mais apostar apenas no petróleo, no carvão ou na nuclear. Nós temos que usar todas e também as energias novas – solar e eólica – com mais intensidade.

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Energia para crescer

Nélio Borges

O debate sobre os rumos da indústria no Brasil está em ebulição. Quase 30 anos após alcançar um pico de 27,2% de participação no Produto Interno Bruto brasileiro, a

indústria de transformação representou, em 2012, apenas 13,3% do PIB – índice semelhante ao registrado durante o Governo de Juscelino Kubitschek. O sinal amarelo foi aceso, e as ques-tões antes tratadas apenas entre os industriais se tornaram mais visíveis para a população.

O Espírito Santo resiste como o Estado mais industrializado do Brasil. A participação da indústria geral no Valor Adicionado Bruto capixaba chega aos 38,5%

– patamar bem acima dos 27% da indús-tria geral nacional. O bom resultado, porém, poderia ser ainda melhor, não fossem os diversos fatores que travam o desenvolvimento em todo o país: carga tributária pesada, burocracia excessiva, ausência de projetos de recuperação industrial e, principalmente, nossa infra-estrutura precária.

Quando falamos em infraestrutura, não nos referimos apenas a estradas, portos e aeroportos, mas a toda a engrenagem responsável pela operação das empresas. Nesse contexto, um ponto especial gerou apreensão entre os brasileiros recentemente: o setor elétrico, fornecedor de um dos itens primordiais para a sobrevivência da indústria. O baixo índice de chuvas nos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia consumida no país, escancarou o tamanho do problema, que há muito não era discutido na mídia nacional.

Mesmo tendo um território de proporções continentais, rico em diversidade geográ�ca e em possibilidades de geração energética, o Sistema Interligado Nacional (SIN) opera por meio da transferência de grandes blocos de energia de uma região para outra. No Espírito Santo, cinco linhas de transmissão alimentam nossas indústrias, aumentando os riscos em caso de falha de um

destes pontos. Os constantes atrasos na construção de novas linhas e novas hidrelétricas mantêm nosso sistema operando no limite de sua capacidade.

Preocupada com essa questão, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio do Conselho Temático de Energia (Conerg), elaborou uma nota técnica para analisar o panorama no Estado. Concluímos que é preciso investir em novas fontes de geração �rme, bem como na regiona-lização da oferta de energia elétrica, buscando a autossu�ciência dos sistemas locais. A diversi�cação, por meio do aproveita-

mento das fontes alternativas (eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelé-tricas), também se faz necessária. Cabe aos poderes constituídos, protagonistas desse processo, ampliar o parque gerador e mudar a cultura vigente de transmissão de energia em longas distâncias, que eleva os riscos operacionais.

Outra mudança pode ser realizada a partir das indústrias: a eficiência ener-

gética. Planejar e monitorar o consumo de forma racional é tarefa essencial para os empresários. A adoção de normas técnicas, como a ISSO 50.001, que trata de gestão energética, também se faz necessária – o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) está à disposição dos empresários capixabas para orientá-los nessa tarefa.

A Federação das Indústrias, sempre preocupada com o debate de temas relevantes para a sociedade, continuará atuando como entidade formadora de opinião, dialogando com a sociedade e com o Governo para garantir o desenvolvimento sustentável de nossas indústrias. É preciso ter energia para enfrentar os desa�os colocados diante dos empresários, mas lutaremos juntos para que todos possam superá-los.

Nélio Borges é presidente do Conselho Temático de Energia da Findes

INDÚSTRIAARTIGO

Investimentos em infraestrutura do setor elétrico são fundamen-tais para que a indústria possa ampliar sua participação no PIB

É preciso investir em novas fontes de

geração firme, bem como na regionalização da oferta de energia elétrica, buscando a autossuficiência dos sistemas locais”

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rasil • bril 45

Capacidade de geração elétrica no Brasil cresceu 32%

A capacidade de geração de eletricidade no Brasil cresceu 32% desde 2007, quando foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1). A informação consta no balanço

da iniciativa, divulgado no dia 27 de junho pelo Ministério do Planejamento. O PAC 2, que foi apresentado em 2011, promoveu a entrada de 12,8 mil megawatts (MW) no parque brasileiro, sendo que 2,6 mil MW foram nos quatro primeiros meses de 2014.

O documento destaca algumas das usinas que entraram em operação. Entre as hidrelétricas, estão as de Estreito (1,08 mil MW), entre os estados do Tocantins e do Maranhão; de Mauá (361 MW), no Paraná; Jirau (3,75 mil MW) e Santo Antônio (3,15 MW), ambas no Rio Madeira, em Rondônia, que já estão em operação gerando 2,45 mil MW. As usinas eólicas também receberam recursos: 52 começaram a funcionar com capacidade instalada de 1,7 mil MW, sendo que mais parques foram ativados de janeiro a abril deste ano no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul e no Ceará.

O PAC 2 concluiu 35 linhas de transmissão, chegando a 10,2 mil quilômetros de extensão; outras 39 linhas, com 11,2 mil quilômetros, além de 26 subestações de energia, ainda estão em fase de obras. O balanço do Ministério do Planejamento informou ainda que os 12 leilões do PAC 2 viabilizaram a concessão de 23,8 mil quilômetros de transmissão, com inves-timento previsto de R$ 26,3 bilhões.

RISCO DE DÉFICIT CAI NO SUDESTENo mês de junho, graças às chuvas que atingiram o Sul

do país, houve melhoria na situação dos reservatórios, o que praticamente afastou os riscos de dé�cit de energia no Sudeste, que caiu para 2,5%. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade dos reservatórios da região fechou em 85,73%, no dia 16 de junho.

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orma o co sta em bala o o

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SEGURANÇA E RISO

Pesquisa mostra que em 2013 foram 765 ocorrências, sendo que 502 resultaram em morte

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por Thiago Lourenço

Perigo doméstico: mais de dois acidentes com eletricidade por dia no Brasil

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M udar a temperatura do chuveiro enquanto ele ainda está ligado, utilizar benjamins – popularmente conhecidos como “T”, para ativar vários equipamentos eletrônicos em uma mesma tomada, ou acender

um fósforo para se certi�car de que a troca do botijão de gás foi feita de maneira adequada. Você pode não saber, mas se já tomou algumas dessas atitudes, colocou sua vida e a de sua família em risco. Só com choques elétricos, o Brasil registrou 765 acidentes em 2013, sendo que 502 resultaram em morte e 173 em sequelas. Do total de óbitos, mais de 31% aconteceram dentro de casa.

Os dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) chamam a atenção para a necessidade de alertar o público para os riscos a que está submetido, caso não faça uma utilização correta e segura

das redes de energia e de gás. O curto-circuito, que pode ser causado por ligações elétricas inadequadas, causou 234 incidentes, sendo que 200 evoluíram

para incêndios de diferentes proporções. “Na maior parte das vezes, incêndios de origem elétrica relacionam-se com a �ação, mas

também podemos ter problemas com ligações mal elaboradas ou pela utilização de equipamentos que não seguem

normas de fabricação e controle”, explica o 2º tenente do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES), Adson Machado Willi.

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à saúde ou ao patrimônio”, esclarece o diretor jurídico do Procon-ES, Igor Britto.

Mesmo sem ser juridicamente culpada, a população deve fazer uso de algumas precauções em virtude do risco que a eletricidade representa. “Da mesma forma que a energia elétrica é fundamental para a nossa vida, sua utilização requer cuidados especiais, pois ela pode ser muito perigosa se mal utilizada. É possível desfrutar dos benefícios da energia elétrica, sem colocar em risco os aparelhos, as instalações e a nossa vida”, a�rma o coordenador daCâmara Especializada de Engenharia Elétrica do Conselho Regional de Energia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Henrique Germano Zimmer.

VAI CONSTRUIR OU REFORMAR? CUIDADO. O número de acidentes na rede aérea de energia (postes e �os de

alta tensão, por exemplo) chegou a 170, de acordo com a Abracopel. O levantamento da associação mostrou que mais de 70% dos acidentes dessa natureza são causados por imprudência de profissionais, sejam ligados à construção civil ou eletricistas autônomos, que fazem interferências nas redes ou em suas proximidades, sem critérios de segurança ou autorização da distribuidora.

Para evitar esses acidentes, quem vai construir ou reformar deve tomar uma série de cuidados (veja box ao lado) para evitar consequências que vão desde queimaduras por aproximação ou contato direto com a rede, até a morte. Dos 14 tipos de ocorrências catalogadas nas distribuidoras de energia elétrica, a construção e a manutenção predial lideraram o ranking de acidentes com mortes, seguidas da ligação elétrica clandestina, segundo dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

A EDP Escelsa, uma das concessionárias de energia do Espírito Santo, alerta que para evitar esse tipo de problema é

CONSTRUÇÃO SEGURA

Algumas dicas úteis na hora de construir ou reformar locais próximos às redes elétricas:

Antes de realizar qualquer trabalho, construção ou reforma próximo às redes elétricas, comunique o fato à concessionária de energia;

O terreno delimitado sob as linhas de transmissão é uma faixa de segurança, onde nenhum tipo de construção é permitido;

Entulhos e lixos não devem ser queimados sob as linhas de transmissão, pois podem provocar acidentes e interrupções de energia em diversos locais;

o manusear tel as alvani adas, cal as e ru os, certifi ue se de ue não irão tocar os fios e ca os ener i ados

Andaimes devem ser construídos longe da rede elétrica, bem como as pinturas de fachadas e as instalações de painéis e luminosos, que devem ser mantidos a uma distância segura da rede energizada. Normalmente seus suportes são metálicos e, consequentemente, condutores de eletricidade;

Se o seu telhado for próximo à rede elétrica, é necessário chamar a concessionária de energia elétrica para proteção/isolamento na área do imóvel para evitar acidentes e em caso de reparos solicitar o desligamento da rede;

Construções de segundo e terceiro pavimentos requerem ainda mais atenção: o perigo é maior, pois os andares superiores ficam pró imos rede de alta tensão o caso de pro etos ue

oram e ecutados sem os acompan amentos t cnicos, é necessária a correção, consultando a concessionária de energia elétrica para as devidas proteções na rede elétrica;

Ao manusear vergalhões, arames, réguas e outros materiais metálicos, tome cuidado para que nada toque nos fios da rede el trica

erifi ue se o local em ue a antena ser instalada est lon e da fiação, a fim de evitar ue o e uipamento to ue os fios el tricos e provo ue um curto circuito

ontrate sempre profissionais a ilitados para e ecução dos pro etos e da e ecução das instalaç es el tricas, pois isso medida de segurança;

Evite a contratação de leigos para execução das instalações el tricas, pois o custo eneficio imensur vel

Fonte: Crea-ES e EDP Escelsa

“As vítimas de acidentes desses serviços (elétrico e gás) têm direito à reparação integral de todos os danos causados, sejam eles de ordem material, moral, à saúde ou ao patrimônio”Igor Britto, diretor jurídico do Procon-ES

Como os serviços públicos de fornecimento de energia e abastecimento de gás são essenciais, existe uma determinação legal para que seus fornecedores garantam e�ciência e segurança. “As concessionárias autorizadas a fornecerem esses serviços respondem integralmente pelos danos causados, não podendo transferir os riscos dos acidentes aos consumidores. As vítimas de acidentes desses serviços têm direito à reparação integral de todos os danos causados, sejam eles de ordem material, moral,

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DICAS PARA UTILIZAÇÃO SEGURA DO GÁS E DA ENERGIA ELÉTRICA

Na rede elétrica:

Não mexa na temperatura do chuveiro com ele ligado;

Desligue sempre a chave geral ou o disjuntor antes de fazer manutenção ou reparos nas instalações elétricas;

Nunca toque em instalações elétricas ou aparelhos quando estiver com mãos, pés, roupas molhadas ou em lugares úmidos;

Não ligue muitos aparelhos na mesma tomada, com benjamins - também conhecidos como “T”. Isso pode provocar a uecimento nos fios, defeitos nos equipamentos, acidentes como curtos-circuitos, além de desperdiçar energia;

Para limpar aparelhos elétricos, desligue-os da tomada;

Ao trocar a lâmpada, desligue o interruptor e não toque na parte metálica;

Sacadas próximas à rede elétrica exigem muito cuidado. Evite manuseio de objetos que possam tocar na rede elétrica e, por medida de segurança, comunique à concessionária de energia elétrica essa situação, solicitando medidas de proteção para evitar acidentes;

A instalação elétrica de sua casa também envelhece e, com o tempo,

começa a apresentar problemas de insolação, pois ficam secas e

ue radiças s fios podem apresentar problemas de recozimento, perdendo a sua capacidade normal de condução. Portanto, a cada período de tempo, que pode variar de 15 a 20 anos, é recomendável efetuar a troca da instalação elétrica;

Em acidentes automobilísticos envolvendo postes de energia elétrica, se estiver dentro do veículo, procure não sair até chegar socorro. Mas se não for possível esperar, salte para longe do carro com os dois pés juntos, evitando encostar-se ao veículo e ao chão ao mesmo tempo. Caso você esteja fora do automóvel, oriente as pessoas que estiverem dentro para procederem dessa forma;

Em uma tempestade com raios, não fi ue de ai o de rvores, principalmente em lugares abertos. Dentro de casa, desligue os aparelhos das tomadas e não atenda ao telefone;

Não faça ligações clandestinas, pois além de ser crime, é extremamente perigoso;

Não tente podar árvores próximas à rede elétrica. Os galhos podem tocar os fios, ener i ando a rvore tili e os serviços disponíveis para a sociedade pelas prefeituras;

Quando tiver dúvidas ou problemas na instalação elétrica de sua casa e

for necessário fazer algum tipo de manutenção, c ame um profissional habilitado para ajudá-lo. Evite procurar os chamados “curiosos”, que vão passar informações quase sempre infundadas, colocando em risco o seu patrimônio e a vida de sua família.

Na utilização do gás de cozinha:

erifi ue se todos os ot es dos queimadores do fogão estão fechados antes de trocar o botijão;

Não acenda ou permita que acendam chama ou acionem qualquer fonte de calor durante a operação de troca;

Caso perceba qualquer indício de va amento, confira com espuma de sabão. Não utilize fogo para essa atividade. Abra portas e janelas e não ligue tomadas, eletrodomésticos ou produza qualquer fonte de calor. Se o botijão estiver vazando e você não puder conter, leve-o para um local arejado para que o gás se disperse no ambiente.

Com relação à central de gás:

É responsabilidade do condomínio ou do proprietário da empresa, dependendo do tipo de edificação, a manutenção do bom funcionamento da central de gás. Vale ressaltar que em obras novas, o Corpo de Bombeiros só libera as edificaç es se toda a documentação exigida, como o laudo de estanqueidade da rede de gás, for apresentada.

preciso muita atenção, sendo que manter distância mínima entre a obra e a rede elétrica é a principal medida a ser tomada.

“Se ao se preparar para construir ou reformar o cliente veri�car proximidade com a �ação, é preciso, antes de iniciar os serviços, acionar a EDP e solicitar o afastamento da rede pelo período da reforma”, destaca o diretor técnico e de Ambiente da EDP no Espírito Santo, Fernando Saliba.

A distribuidora orienta ainda que cuidados redobrados também devem ser tomados ao se manusear vergalhões, arames, réguas de alumínio e outros materiais metálicos, para que nada toque ou mesmo se aproxime dos �os da rede elétrica. Além disso, é fundamental lembrar que ao construir ou reformar telhados, pintura de fachadas, trabalhos em andaimes, instalações de painéis e luminosos, o operário mantenha uma distância segura da rede.

Em caso de dúvidas, o consumidor pode entrar com contato com a EDP pelo telefone 0800 721 0707 ou pelo site www.edpescelsa.com.br.

O Crea-ES faz outra recomendação: contratar pro�ssionais habilitados para a execução de todos os projetos, incluindo

a mesma orma e a e er ia el trica ame tal ara a ossa vi a s a tili a o re er c i a os es eciais ois ela o e ser m ito eri osa se mal tili a ae ri e erma o immer coor e a or a mara s eciali a a e e aria l trica o rea

o te scelsa rea e

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e ao se re arar ara co str ir o re ormar o clie te veri car ro imi a e com a a o reciso a tes e i iciar os servi os

acionar a EDP e solicitar o afastamento da rede pelo período da re orma er a o aliba iretor t c ico e e mbie te

da EDP no Espírito Santo

CRIANÇAS: CUIDADOS ESPECÍFICOS

O mês de julho é marcado pelas férias escolares, o que requer atenção dobrada dos pais com as crianças, principalmente se o tempo estiver chuvoso, e as brincadeiras forem acontecer dentro de casa.

Confira algumas dicas:

riente seus fil os a não rincarem com aparel os ue estão dando choque. A criança pode achar engraçado levar choque de baixa intensidade, que ocorre por defeitos internos nos aparelhos, o que acaba se tornando muito perigoso e pode ser fatal, dependendo do percurso da corrente elétrica pelo corpo e da situação, se a criança estiver em contato com a água ou os pés e as mãos molhadas, por exemplo;

Instale protetores plásticos nas tomadas (podem ser colocados para evitar que sejam introduzidos objetos metálicos). Cuide também das extensões e de todo aparelho, ligado ou não. As tomadas também podem ser ocultadas pelos móveis;

s fios el tricos devem estar isolados e lon e do alcance das mãos das crianças;

s pais devem orientar os fil os para nunca soltar pipas perto dos fios da rede el trica, nem retir las caso elas fi uem presas na rede. Outra recomendação é para que não sejam utilizados fios met licos para empinar pipas

Oriente as crianças para não entrar nas áreas das estações de distribuição ou nas onde se encontram as torres de transmissão de ener ia el trica s crianças devem ficar lon e dos fios de alta tensão

Nunca use equipamentos elétricos em locais com água ou umidade, nem com as mãos ou pés molhados. O risco de choque é grande, podendo levar à morte.

Fonte: EDP Escelsa e CBMES

os elétricos. “A instituição �scaliza o exercício pro�ssional e, quando alguma anormalidade é detectada, podem ser tomadas providências por meio de noti�cação ou auto de infração. Entretanto, nos casos de serviços de responsabilidade das concessionárias de energia elétrica, estes são de sua total responsabilidade”, esclarece Zimmer.

O contato com a ouvidoria do Crea-ES pode ser realizado pelo site www.creaes.org.br ou pelo telefone (27) 3334-9947.

Em São Paulo, um CaSo dE SuCESSoChama a atenção no setor energético o trabalho da Companhia

de Gás de São Paulo (Comgás) na promoção da segurança de seus clientes. A concessionária monitora rigorosamente toda a extensão dos seus mais de 11 mil quilômetros de rede e possui um alto índice de satisfação (93%), conforme medição da Arsesp, órgão regulador do Estado de São Paulo. “A empresa adota políticas e práticas de saúde, segurança, meio ambiente, qualidade, segurança patrimonial e integridade de ativos conhecidas por todos os funcionários e parceiras contratadas. A informações são passadas em treinamentos, capacitações e processos de monitoramento de desempenho. O resultado desse investimento está no baixo índice de acidentes com afastamento”, conta o superintendente de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (SSMQ) da Comgás, Roberto Cobo Zanella.

De acordo com a companhia, as principais causas de acidentes na rede de gás são decorrentes de danos causados por terceiros, empresas que atuam executando obras de escavação nas ruas e calçadas. “Para minimizar esses números, a Comgás disponibiliza gratuitamente o serviço de solicitação

de cadastro das redes de gás natural (plantas da rede) às concessionárias e às empresas terceiras que necessitem localizar as redes de gás nos logradouros onde obras serão realizadas. Antes de iniciar qualquer trabalho que requeira a escavação do solo, é importante que se obtenham informações a respeito da localização da rede de gás”, esclarece Zanella.

A distribuidora realiza ainda diversas ações buscando oferecer segurança, qualidade e confiabilidade aos consumidores. Entre elas estão o atendimento a chamados de emergência em até uma hora, os serviços de assistência técnica aos clientes e de orientação técnica para construtores e consumidores, o suporte a concessionárias para as informações sobre localização de sua rede de gás e informações de economia e segurança para utilização do gás natural.

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por Rodrigo Fernandes

ES: a bola da vez na distribuição de gás naturalConcessão da distribuição completa 21 anos com novos projetos e investimentos

GÁS NATURAL

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O Espírito Santo tem chamado a atenção de investidores em diversas frentes, já se tornou “a menina dos olhos” na construção civil, recebeu grandes

investimentos na área do petróleo e, hoje, possui um dos mercados de gás natural que mais crescem no Brasil, gerando várias oportunidades e posicionando a Petrobras Distribuidora

entre as maiores do seu campo de atuação no país.A concessão para a exploração da distribuição de gás natural canalizado completa 21 anos com

grandes resultados. A BR Distribuidora, concessionária no Estado desde 16 de dezembro de 1993, tem levado mais comodidade, praticidade, segurança, modernidade e economia a milhares de capixabas.

As atividades de comercialização e distribuição no Espírito Santo movimentam-se em sintonia com a política e valores da companhia, que já mantém projetos de expansão em consonância com as necessidades de desenvolvimento regional.

O Estado possui a segunda maior reserva do país, sendo produtor de gás natural a partir de reservatórios localizados em terra e mar. A entrada da empresa na exploração da distribuição

de gás canalizado no mercado capixaba impulsionou a comercialização deste combustível, passando dos 400 mil m3/dia, praticados na época,

para a média atual de 3 milhões de m3/dia.

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Atualmente, a rede de distribuição está presente em 13 municípios capixabas - Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Sooretama, Viana, Vila Velha e Vitória. São mais de 410 quilôme-tros de dutos instalados, levando o gás natural para quase 30 mil clientes dos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular (postos) e termelétrico.

Na área industrial, a BR detém uma carteira de 47 grandes clientes nos setores de siderurgia, papel e celulose, cerâmica e mineração. Em termos de volume, é o campo de maior demanda: cerca de 65% do total do fornecimento, segundo dados de abril de 2014. Já o nicho residencial lidera em número de consumidores, com mais de 28 mil unidades. A companhia registra, ainda, um cliente termelétrico, 360 comerciais e 36 postos com GNV (gás natural veicular), sendo quatro deles via GNC (gás natural comprimido), supridos pela White Martins.

Considerando o volume comercializado, a atividade que mais cresceu em 2013 foi a termelétrica, devido ao panorama energético nacional, com baixos níveis de reservatórios de hidre-létricas e a necessidade de garantir abastecimento elétrico. Com isso, seu resultado saltou de 0,26 MM m3/dia em 2012, para 1,15 MM m3/dia.

Na avaliação da alta em números, tem-se como destaque o setor comercial, com ligação de mais de 40 novos clientes no início de 2014, o que representa um aumento de quase 9%.

Essa ampliação tende a ser ainda mais relevante com os projetos de expansão de rede em execução nas cidades de Vila Velha e Serra, municípios mais populosos do Estado.

De acordo com o gerente de Marketing e Comercialização de Gás Natural da Petrobras, Frederico Bichara Henriques, o incremento também representa para residências e comércios um maior acesso ao gás natural. “O projeto de rede de distribuição está em implan-tação com extensão de 64 km nos dois municípios, com objetivo de atender clientes nos segmentos residencial e comercial. Já existem negociações em andamento, e tanto os novos empreendimentos, quanto os que atualmente utilizam outro combustível poderão ter o conforto, a segurança e a qualidade do gás natural”, explica o gerente.

O GÁS NATURAL

O gás natural é uma mistura de gases que é encontrada no subsolo, mediante condições adequadas de formação e aprisionamento em pedras porosas chamadas rochas reservatórios. Pode estar associado ou não ao petróleo, resultante da decomposição de matéria orgânica depositada nesses reservatórios há milhões de anos. O metano (CH4) é o principal componente do gás natural, além do nitrogênio, etano, gás carbônico e parcelas de propano e butano. Trata-se de um gás inodoro e incolor, não tóxico e mais leve que o ar. É o combustível fóssil mais limpo, e sua queima deixa na atmosfera quantidades muito menores de resíduos.

Por ser mais leve que o ar, o gás natural se dissipa com grande facilidade, o que reduz os riscos à saúde. Frederico Bichara explica que, por esses motivos, “o produto é mais seguro. Como o fornecimento é contínuo, não necessita de armazenamento e dispensa centrais de gás, diminuindo o risco. Em caso de vazamento, o gás natural de dissipa e evita a formação de bolsões explosivos. Não é tóxico e por isso não apresenta risco em caso de inalação. Além da segurança proporcionada pelas

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ro to s at ral a rese ta tari as m ito com etitivas a o com ara a aos co corre tes re erico ic ara e ri es ere te e ar eti e omerciali a o e s at ral a etrobras

Geração doméstica Potência (MW)

Consumidores/Clientes Unidades Abril/2014

Residencial 28.240

Comercial 360

Climatização 6

Industrial 39

Cogeração 2

Termelétricas 1

Automotivo (postos) 32

Outros (GNC) 1

Total 28.680

DETALHAMENTO DA CAPACIDADE NO ESPÍRITO SANTO EM 2012

o te etrobras istrib i ora

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características do produto, a Petrobras Distribuidora segue rigorosos padrões de segurança nas instalações e no processo de distribuição. A companhia possui Certi�cação em Sistema de Gestão Integrada (SGI), abrangendo as normas ISO 9001:2008, ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007 – 2013”.

A distribuição é realizada por meio de uma malha de tubulações de aço e polietileno instalada para abastecer indústrias, comércio, residências e postos de combustíveis, trazendo comodidade, segu-rança e outras vantagens para o município e para a população. De acordo com a BR Distribuidora, o gasoduto é instalado a uma profundidade que varia de 90 centímetros a três metros e é o meio mais seguro para transportar o produto.

Em cumprimento ao contrato de concessão, a Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe) regula a distribuição de gás e �scaliza permanentemente a prestação desse serviço. Já os postos de GNV �cam a cargo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com diretor-geral da Aspe, Luiz Fernando Schettino, cabe à sua agência homologar reajustes e proceder a revisão de tarifas na forma prevista no contrato de concessão, além de �xar normas, resoluções técnicas e procedimentos relativos ao serviço de distribuição de gás, zelando pela boa qualidade do serviço, recebendo e apurando queixas e reclamações dos usuários.

A margem de distribuição de gás natural canalizado é determinada pela Aspe em um processo de revisão tarifária anual. As tarifas são compostas pelo preço do gás adquirido pela concessionária junto à sua supridora, acrescidas pela margem de distribuição calculada de acordo com a metodologia contratual. Assim, sempre que houver aumento do preço do gás natural do supridor, o novo valor será repassado para a tarifa.

Os preços praticados nos postos de combustíveis, no entanto, são estabelecidos por cada ponto de venda e repassados ao consu-midor �nal a partir da relação contratual da concessionária com a sua supridora. Portanto, os valores cobrados dos usuários de GNV nos postos de combustíveis sofrem in�uências das leis de mercado.

PRODUÇÃO E PROJETOSDe acordo com o Boletim Mensal de Acompanhamento da

Indústria de Gás Natural nº 84, publicado pelo Ministério de Minas e Energia, a produção capixaba de gás natural atingiu média de 12,10 MM m3/dia em 2013. Esse número posiciona o Estado como o segundo maior produtor do país.

As malhas do Nordeste e do Sudeste são interligadas pelo Gasene (Gasoduto da Integração Sudeste Nordeste), cortando de norte a sul o Espírito Santo, que se torna portanto estratégico para o trans-porte interestadual.

O gás produzido em território capixaba é processado em duas unidades: UTGC (Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas), localizada no município de Linhares, e UTG Sul Capixaba (Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba), em Anchieta.

Atualmente, os principais projetos de construção e montagem de rede canalizada estão sendo executados nos municípios de Colatina, São Mateus, Serra e Vila Velha.

“Precisamos de segurança também no abastecimento, e com o s at ral e ci cias remotas s o ase inexistentes” - Cícero Teixeira Nobre, gerente de Operações e a te o o o i it ria

EXPANSÃO E INVESTIMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NO ES

ColatinaMunicípio localizado na região noroeste do Estado, está recebendo investimentos na construção de 9 km de rede de gás natural para atender ao mercado industrial e veicular.

São MateusCom uma economia baseada na exploração e produção de petróleo, o município receberá uma rede de 17,6 km para atender ao mercado industrial e comercial. O início da operação está previsto para este ano.

SerraMunicípio mais populoso do Estado e principal polo industrial, a Serra tem sua rede atualmente em expansão com a construção de trecho de cerca de 11 quilômetros para atender a indústrias na Civit I. Além disso, está sendo construída rede de distribuição para os segmentos residencial e comercial, com aproximadamente 20 km.

Vila VelhaO segundo município mais populoso do Estado possui indústrias em destaque nacional e um grande polo comercial. A cidade já conta com uma rede de gás natural canalizado para atender a esses segmentos e também postos combustíveis. Com o projeto de ampliação, que prevê 44 km de extensão, a Petrobras Distribuidora passará a atender, também, clientes residenciais e comerciais.

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COMPETITIVIDADE E SEGURANÇA GARANTEM SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO

Nas atividades de comercialização e distribuição de gás natural, a Petrobras Distribuidora mantém relacionamento contínuo com distintos públicos interessados, sendo órgãos estatais, instituições, comunidades, escolas, grupos, associação de bairros, empresários, entre outros.

Desde junho de 2013, o Shopping Vitória, localizado na capital do Espírito Santo, realizou a implantação de redes de abastecimento de gás natural em todos os empreendimentos que compõem a Praça de Alimentação do complexo. Segundo o gerente de Operações e Manutenção do complexo, Cícero Teixeira Nobre, a empresa visava a algumas vertentes. “A primeira seria buscar que o lojista tenha maior competitividade junto aos concorrentes. O gás natural é 30% mais barato que o GLP (gás tradicionalmente utilizado). Também temos a questão de maior segurança do empreendimento. Pelo fato de o gás natural ser mais leve que o ar, caso ocorra vazamento, ele se dissipa com mais facilidade pela simples ventilação do ambiente”, comenta Cicero. A tabela de tarifas está disponível no site da Aspe, e em diversas faixas e segmentos de consumo, a economia na faixa de 30% é real.

O abastecimento contínuo também foi um dos fatores pelo qual a administração do shopping optou pelo gás natural. “Precisamos de segurança também no abastecimento, e o produto chega canalizado. Numa greve de caminhões, por exemplo, que poderia comprometer o funcionamento da Praça de Alimentação, com a distribuição canalizada, não corremos tal risco. De�ciências remotas são quase inexistentes”, completa o gerente de Operações.

A utilização do gás natural há quase um ano foi tão positiva que permitiu que o Grupo já entrasse em contato com alguns fornecedores para analisar projetos futuros de e�ciência energética, desta vez focados no sistema de cogeração com gases aplicados no aquecimento e na refrigeração.

bastecime to de gás natural ermite maior

com etitivi a e ara os lo istas

VOLUME DE GÁS NATURAL COMERCIALIZADO (MILHÕES M³/DIA)

INVESTIMENTOS (R$ MILHÕES)

2.119

2.893 2.975 3.080

3%

136

185223

299

Volume (mil m³/dia)

Investimentos acumulados (R$ milhões)

o te etrobras istrib i ora

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Além da tecnologia: uma nova perspectiva para a inovação

Lavinia Hollanda

E m 2013, o consumo �nal de energia no Brasil aumentou 2,9% em relação a 2012 – segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), esse consumo deve subir 4,5% ao ano até

2022. Para atender à crescente demanda, em parceria com centros acadêmicos, empresas de petróleo buscam novas formas de extrair petróleo e gás, geradoras investem em fontes renováveis, e distribui-doras aceleram investimentos em redes inteligentes. Em paralelo, desenvolvem-se também tecnologias capazes de reduzir impactos ambien-tais decorrentes da produção e do consumo de energia.

Para o Governo, é importante promover a inovação tecnológica através de programas de incentivo à pesquisa e fomentando a parceria entre empresas e universidades. Tanto no setor elétrico, como em petróleo e gás, as empresas devem aplicar parte de sua receita em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Somente no setor de petróleo e gás, esses recursos hoje chegam a R$ 1,5 bilhão.

No entanto, apenas uma pequena parte desses recursos é investida em pesquisas não tecnológicas. Temas como regulação, governança, ou novas metodologias para estimação de demanda muitas vezes �cam de fora dos programas de P&D. De modo geral, enxerga-se uma pesquisa em energia como inovadora se ela gerar um produto material, o que é uma característica das pesquisas técnicas.

De fato, pesquisas aplicadas à energia em áreas como Direito, economia e administração levam a resultados intangíveis, difíceis de se avaliar. Tais pesquisas não têm como resultado protótipos, novos produtos ou so�wares. No entanto, pesquisas acadêmicas nessas e em outras áreas não tecnológicas trazem aprendizados impor-tantes sobre o comportamento dos consumidores e são capazes de propor novas soluções para questões regulatórias e institucionais.

Como exemplo, um estudo do consumidor de energia elétrica que avaliasse como suas características socioeconômicas in�uenciam o consumo e como ele reage a preço certamente ajudaria o setor elétrico a gerenciar um aumento não previsto de demanda por energia elétrica - como ocorreu no início deste ano.

É claro que não podemos deixar de lado as inovações tecnoló-gicas. Mas as principais di�culdades que temos enfrentado no setor

não estão relacionadas à tecnologia. Os temas que têm frequentado os jornais estão relacionados a questões de ordem econômica, social, política e ambiental.

No final de 2012, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustivéis (ANP) incluiu a regu-lação entre interesse para a aplicação de recursos de P&D. O reconhecimento da agência de que o tema merece ser

destacado como linha de pesquisa representa um importante avanço. No entanto, ainda há um longo caminho a ser trilhado. Os próprios centros de pesquisa de ciências humanas e sociais devem ser capazes de propor projetos aplicados com abordagens metodológicas inovadoras e que produzam conhecimento relevante.

O setor de energia é cada vez mais multidisciplinar, exigindo conhecimentos para além da engenharia ou da geofísica. Tópicos importantes, como a interlocução com comunidades afetadas por projetos de geração ou o processo de licenciamento ambiental, precisam ser abordados a partir do conhecimento de áreas não técnicas. Seus resultados serão capazes de elucidar importantes aspectos do comportamento e das relações entre os diferentes stakeholders, com potencial de renovar e transformar a interação ente eles.

Lavinia Hollanda é coordenadora de Pesquisa da FGV Energia

TECNOLOGIAARTIGO

Para atender à demanda de energia no Brasil, que deve crescer 4,5% ao ano até 2022, é preciso aumentar investimentos em pesquisas voltadas para temas como regulação e governança

Pesquisas acadêmicas trazem aprendizados

importantes sobre o comportamento dos consumidores e são capazes de propor novas soluções para questões regulatórias e institucionais”

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por Sânnie Rocha

Ações no Estado rendem bons frutos e mostram tendência de crescimento no uso de energia renovável entre os capixabas

Eficiência energética e fontes renováveis

N o mundo moderno, qualquer atividade requer utilização de energia. Todo bom desempenho, seja qual for o setor, precisa da força energética, e nos processos mais

tradicionais isso ocorre com degradação clara do meio ambiente.Essas razões têm provocado em todo o mundo a busca por novos

meios de se produzir energia de maneira limpa e inesgotável, reduzindo os impactos na natureza.

No Espírito Santo, diversas ações já foram implantadas com a utilização de fontes renováveis, aquelas que nunca se acabam,

SUSTENTABILIDADE

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e muitas das medidas con�rmam que esse é o caminho para que as gerações futuras tenham energia su�ciente para sua subsistência.

Iniciativas públicas e privadas começam a aparecer para mostrar que a até então pouco conhecida e�ciência energética chegou para �car. Mas para isso é preciso mudar a consciência popular, aprendendo a utilizar melhor os recursos.

Por meio de projetos desenvolvidos pela Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe), estão sendo idealizadas diversas práticas com o objetivo de cada vez mais inserir no Estado políticas de incentivo ao uso de energias renováveis, para se chegar à e�ciência energética.

Como primeira ação, em parceria com EDP Escelsa, Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), Secretaria de Estado do Governo (SEG), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), criou-se um projeto de e�ciência energética em prédios públicos. A modernização do sistema de iluminação começou pelos palácios Anchieta e Fonte Grande, em Vitória, e na Residência O�cial, em Vila Velha.

Nos três prédios públicos, foram substituídas 4.779 lâmpadas ine�cientes por lâmpadas T5, �uorescentes compactas e LEDs. Também foi feita a instalação de um sistema LED de alto rendimento e elevada vida útil dos equipamentos, que possibilita uma economia de energia de cerca de 520 MWh por ano, evitando a emissão de 34,2 toneladas de gás carbônico no meio ambiente. Esse resultado permite o consumo médio de 290 unidades residenciais por ano.

Além disso, o projeto gerou benefícios como a conscientização sobre uso racional e seguro de energia elétrica e a diminuição de demanda no horário de ponta do sistema elétrico.

“Não queremos apenas levar a redução do consumo ao Estado, através dos segmentos públicos e privados. Queremos criar a consciência de que usar energia de forma racional é fundamental para a sustentabilidade, a competitividade e a inclusão social”, destaca o diretor-geral da Aspe, Luiz Fernando Schettino.

“Criar um novo modelo de pensar energia não é fácil. Sabemos que o custo é alto, mas a partir do momento que a demanda aumentar, sem dúvida ele também vai reduzir. É sempre assim com novas tecnologias, é preciso se adaptar”, ressalta Schettino.

Entre as iniciativas de uso de energia renovável da Aspe, está ainda um projeto em parceria com a Cesan, com o objetivo de avaliar a

melhor alternativa para utilização energética do biogás produzido em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

“A produção de energia elétrica a partir do biogás poderá suprir parte da demanda da própria ETE. Uma alternativa muito importante e que pode mudar nossas vidas, dando destinação ao tratamento de esgoto de uma maneira ainda mais econômica para o Estado”, acrescentou o diretor.

SERVIDORES COLABORAM COM AÇÕESOutras ações vêm sendo desenvolvidas. No dia 5 de dezembro

de 2013, foi publicado o Decreto Nº 3452-R, que altera o Decreto Nº3272-R de 2 de abril de 2013 e dispõe sobre a criação do Programa Estadual de E�ciência Energética e de Incentivo ao uso de Energias Renováveis (Proenergia), da Aspe.

A coordenação do Programa, no que tange às ações em prédios públicos, �cou sob a responsabilidade da Seger. O trabalho tem como objetivo fomentar o emprego de energias renováveis. Com a diversi�cação da matriz energética do Espírito Santo, o Governo pretende diminuir os impactos socioambientais, levando à redução da emissão dos gases de efeito estufa e contribuindo para a diminuição da mudança climática em curso no planeta.

Outro motivo é incentivar, entre órgãos, entidades ou instituições estaduais públicas e privadas, a busca por medidas que proporcionem a utilização de energias renováveis e metas para redução de consumo, por meio de gestão de ações pertinentes de e�ciência energética em suas áreas de atuação.

Na verdade, as ações focadas na e�ciência energética tiveram início em 2008, com a publicação do Decreto 2087-R, que dispõe sobre as diretrizes para compras e consumo sustentável no âmbito do Poder Executivo estadual.

Para reduzir o consumo e o gasto com energia, em consonância com o Programa de Controle e E�ciência do Gasto Público – Mais com Menos, criado pelo Governo do Estado, por meio da Seger, foram aplicadas algumas providências junto aos servidores e aos prédios públicos.

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adotar ações semelhantes, o que signi�ca que o Executivo está servindo de mola propulsora de uma nova mentalidade”, falou.

RESIDÊNCIAS MAIS EFICIENTES E COM CONTA DE ENERGIA MAIS BARATA

A mentalidade do uso de energia renovável residencial vem sendo levada ainda para bairros da Grande Vitória e do interior gratuitamente. Como o custo ainda é alto, a Aspe desenvolveu com a EDP o projeto Boa Energia Solar, bene�ciando 4.240 residências.

A economia média no valor da fatura com o emprego de equipamentos e�cientes e por meio do uso dos chuveiros com aquecimento solar pode variar entre 25% e 30%.

Os moradores desses locais receberam a instalação de painéis solares em suas casas para aquecimento de água, permitindo, assim, a substituição dos chuveiros elétricos por outros mais e�cientes.

A estrutura conta ainda com reservatório térmico para arma-zenamento, misturadores de água quente e fria para regular a temperatura até que �que agradável para o banho, além de orientações de técnicos capacitados sobre a perfeita operação dos equipamentos.

O sistema a ser implantado garante que a luz do sol será su�ciente para aquecer a água em cerca de 80% dos dias do ano. Nos poucos dias em que não houver energia solar, o chuveiro elétrico poderá ser utilizado, mantendo a temperatura para um banho confortável.

“O projeto Boa Energia Solar constitui um importante instrumento de desenvolvimento energético, que nos permite disponibilizar uma solução que proporciona economia e conforto aos nossos clientes, bem como a melhoria do meio ambiente”, destaca o gestor executivo da EDP Escelsa, Amadeu Wetler.

Fonte: Aspe e EDP Escelsa

o u fici ncia n rg icaÉ a otimização do consumo de energia.

o u s o n rgias r no isSão energias de fontes naturais que se renovam ou que são inesgotáveis. São elas:

dricaÉ obtida a partir dos cursos de água e pode ser aproveitada por meio de um desnível ou queda d’água.

E licaProvém do vento. Tem sido aproveitada desde a Antiguidade para navegar ou para fazer funcionar os moinhos. É uma das grandes apostas para a expansão da produção de energia elétrica.

SolarProvém da luz do sol, que depois de captada pode ser transformada em energia elétrica ou térmica.

o rmicaProvém do aproveitamento do calor do interior da Terra, permitindo gerar eletricidade e calor.

mar sÉ obtida através do movimento de subida e descida do nível da água do mar.

ondasConsiste no movimento ondulatório das massas de água, por efeito do vento. Pode ser aproveitado para produção de energia elétrica.

iomassarata se do aproveitamento ener tico da floresta e dos

seus resíduos, bem como dos resíduos da agropecuária, da indústria alimentar ou dos resultantes do tratamento de efluentes dom sticos e industriais partir da iomassa, pode-se produzir biogás e biodiesel.

SAIBA MAIS

As ações tiveram resultado em economias signi�cativas para a administração pública. Somente para exempli�car, nos órgãos em que houve a substituição do sistema de condicionadores de ar, obteve-se, em média, queda de 26% no consumo.

Em terminais de ônibus do Sistema Transcol (Vila Velha) e em hospitais recém-construídos, a tendência é de, cada vez mais, aumentar a geração e o uso dessas alternativas.

Segundo a secretário estadual de Gestão e Recursos Humanos, Pablo Rodnitzky, o poder público tem relevante destaque como indutor do desenvolvimento sustentável.

“Razão pela qual a energia renovável e a e�ciência energética são premissas fundamentais norteadoras dos projetos governamentais do Estado do Espírito Santo. Já percebemos o interesse tanto de órgãos do próprio Governo Estadual quanto de municípios em

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ATITUDES QUE PODEM FAZER O DIA A DIA COM MAIS EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Evite ter as luzes ou os equipamentos ligados quando não for necessário.

Use a luz natural, através de claraboias, grandes aberturas, iluminação zenital, prateleiras de luz etc. Coloque as mesas de trabalho e de leitura próximas às janelas.

Procure utilizar os transportes coletivos nos seu trajeto diário. E, para distâncias curtas, opte por se deslocar a pé.

Mantenha lustres e globos transparentes bem limpos, assim não irá gastar energia à toa.

Compre equipamentos com o selo Procel de Economia de Energia, dando preferência à categoria A.

Substitua as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas. Dão a mesma luminosidade, mas poupam 80% da energia elétrica utilizada e duram oito vezes mais.

Desligue os equipamentos no botão, em vez de desligar apenas no comando (controle remoto). Os aparelhos em modo stand-by continuam consumindo energia.

Evite abrir desnecessariamente a porta da geladeira e, quando o fi er, se a o mais r pido poss vel erifi ue periodicamente o estado das borrachas das portas do eletrodoméstico.

Evite ter os aparelhos de climatização funcionando com as janelas abertas.

empre ue poss vel, procure separar os di erentes li os, contribuindo com sua reciclagem.

Utilize as máquinas de lavar, sempre que puder, com a carga completa.

Sempre que viável, instale um sistema solar de aquecimento de água. 13. Para subir um ou dois andares, evite o elevador, procure usar a escada, contribuindo também para sua saúde.

Utilize dimmers, que controlam a intensidade da luz (além de economizar, ainda pode criar um clima mais agradável na casa!).

Use fotocélulas nos ambientes externos, assim as luminárias só acendem à noite (como nos postes de iluminação pública).

o te s e e scelsa

utilizado em caminhões de coleta e carretas de transbordo que passarão por conversão do tipo de combustível.

A estimativa é de que a empresa invista R$ 40 milhões para o processamento do gás metano, sem a conversão dos veículos da coleta de lixo, que terá um investimento a parte, ainda não de�nido.

A Aspe entende ser importante esse tipo de iniciativa, visto que incentivar a adoção de energias renováveis também é papel da agência.

Um outro exemplo vem da ArcelorMittal, que usa energia elétrica gerada através dos gases produzidos a partir do vapor da caldeira movida a carvão usada para fundir o aço. Além de se tornar autossu�ciente, em 2010 a siderúrgica começou a vender excedente de energia para outras empresas.

Paralelamente às instalações, os cidadãos contemplados receberam lâmpadas fluorescentes, compactas e econômicas, em substituição às incandescentes convencionais, e orientações sobre o uso e�ciente e seguro.

O Boa Energia Solar já bene�ciou no Espírito Santo famílias dos bairros Serra Dourada I, II e III e Eldorado, no município da Serra, moradores de conjuntos residenciais Jacarenema e Jabaeté, em Vila Velha, 240 apartamentos de um conjunto habitacional com 15 prédios, no bairro Itanguá (Cariacica), e 98 residências no bairro Prolar, também naquela cidade. Foram atendidas ainda unidades residenciais do bairro Novo Horizonte, na Serra, e o conjunto habitacional em Cava Roxa, em Castelo.

INDÚSTRIAS E AGRICULTURA INVESTEM EM BIOMASSA

Um dos meios de utilização de energia renovável está na biomassa, rejeitos de indústria e agricultura, que podem se tornar energia limpa. Essa alternativa vem sendo adotada por algumas empresas e agricultores capixabas.

A Marca Ambiental, que realiza a coleta de lixo em Cariacica, atualmente recolhe resíduos com capacidade para gerar cerca de 3 mil m3 de gás metano por hora, produzidos pelo aterro sanitário da companhia, que são queimados para evitar a produção de gás carbônico.

A empresa, em parceria com a Ecometano, pretende comercializar esse gás, que tem na composição 50% a 55% de metano, nitrogênio, gás carbônico e oxigênio. Uma parte pequena do que for produzido será destinada à autoclave da própria corporação.

Numa segunda fase, conforme explicou o gerente de Bioenergia da Marca Ambiental, Claudio Guedes Coelho, o gás também será

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FATOS

A ssunto frequente nos setores público e privado, a energia vem ganhando cada vez mais espaço no meio acadê-mico, que apresenta projetos e pesquisas cientí�cas

voltadas para a área tanto no Estado, como em outras regiões do país, a exemplo do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.

No campus do Ifes na Serra, os responsáveis pelas ideias inovadoras fazem parte do Grupo de Energias Renováveis para Automação (Gera), que é coordenado pelos professores Wagner Teixeira, Giovani Zanetti, Adilson Ribeiro e que conta com a contribuição dos pesquisadores Wallas Gusmão e Sérgio Nery.

“Temos vários projetos voltados para a utilização da energia solar, como, por exemplo, o vaporizador. Ele é feito com uma parabólica cheia de espelhos, que quando recebem a luz do sol acabam gerando vapor. Estamos ainda na fase de controle, fazendo a adaptação dos motores que irão fazer a antena girar para acompanhar toda a mudança de posição do sol”, destaca Wagner Teixeira.

Outro projeto energético de destaque é a casa sustentável que vem sendo elaborada pelos estudantes dos cursos técnicos de Automação Industrial e de Engenharia de Controle e Automação. “Acabamos de terminar a construção da casa, e a ideia é que ela reaproveite a água da chuva para que seja realizado o tratamento. Também teremos painéis solares para gerar energia e aquecimento solar, que será feito por meio de garrafas pet. Esse tipo de casa sustentável já existe

Meio acadêmico incentiva pesquisas na área de energia

no Rio de Janeiro e é uma grande referência. Não devemos fazer uma casa nas mesmas proporções, mas pretendemos torná-la um centro de visitação para pesquisadores e alunos do ensino funda-mental. Iremos trabalhar em prol da conscientização energética e do reaproveitamento da água”, acrescenta Wagner.

Assim como o Ifes, a Universidade Federal de Viçosa também apresenta pesquisas inovadoras dentro da área de energia, tais como o projeto de Análise de Sistemas Fotovoltaicos com Concentradores de Radiação Solar. Dentre os objetivos está a avaliação do estado da arte de sistemas fotovoltaicos para diversas tecnologias existentes, levando-se em consideração a legislação brasileira e de outros países, como também a análise teórica e experimental do projeto, além do balanço de energia do módulo fotovoltaico com e sem concentrador de radiação.

Na UFV, também vem sendo realizado o desenvolvimento de um sistema de geração de energia elétrica utilizando motor �ex movido a álcool combustível de fazenda, que tem como linha de pesquisa as fontes alternativas de energia para a secagem de produtos agrícolas.

“A questão energética é pauta do dia em qualquer país. Trata-se de tema estratégico global. Distintas demandas relativas à questão energética surgem diariamente a partir da sociedade. Assim, há grande estímulo no ambiente acadêmico visando à busca de soluções para esses problemas”, destaca a reitora da UFV, Nilda de Fátima Ferreira Soares.

Os coordenadores Wagner Teixeira e Adilson Ribeiro

mostram um modelo de ain l solar u ficar na

casa sustentável

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